quinta e meia, aula de construÇÕes rurais · construÇÕes rurais instalaÇÕes para gado de...
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INSTALAÇÕES PARA GADO DE CORTE
Devido as grandes áreas territoriais, a exploração de
gado de corte no pais, é praticamente quase toda
extensiva.
Toda via a pecuária de corte exige uma infraestrutura
adequada para o seu pleno desenvolvimento. Porém, não
requer instalações sofisticadas e de alto custo, devem ser
um investimento com vida útil longa e que possa ser
paga no decorrer dos anos, economicamente.
As instalações que compõem um centro de manejo de
gado de corte, tem a finalidade de dar suporte as
atividades de manejo, que são:
- Apartação.
- Marcação e identificação.
- Descorna.
- Vacinação.
- Embarque e desembarque.
- Castração e pequenas cirurgias.
- Exames ginecológicos e inseminação artificial.
- Combate a endo e ectoparasitos.
- Coleta de tecidos animais.
O curral pode ser completo, construído geralmente
próximo à sede da fazenda, ou secundário, localizado
nos retiros, no caso de grandes fazendas. O completo é
dotado de divisões, brete, tronco, seringa, banheiro
carrapaticida, maternidade, bezerreiro, estábulo, balança
e rampa de embarque. O curral secundário apresenta
apenas brete, seringa e divisões. O formato é variado,
podendo ser redondo, quadrado ou retangular. A área de
serviço deverá ser coberta, com exceção das divisórias.
É uma instalação indispensável na bovinocultura. Nele
podem ser feitas as atividades de ordenha, castração,
marcação, vacinação, pesagem, curativos, pulverização,
inseminação e separação de animais. Além disso,
contribui para tornar os animais mais mansos.
Deve ser localizado em uma área seca, bem drenada e
em ponto estratégico na propriedade, permitindo o fácil
acesso para entrada e saída de animais.
Pode ser instalação isolada ou ser parte integrante de
outras instalações, como o centro de manejo e,
particularmente a sala de ordenha.
Localização
O terreno escolhido deve estar bem posicionado em
relação à sede e às invernadas, visando à facilidade de
acesso e manejo. A localização no centro da propriedade,
antecedendo a construção de cercas e outras benfeitorias,
é a melhor opção. Com bom planejamento, é possível
garantir o fácil acesso dos animais ao curral. O local
deve ser firme e seco, preferencialmente plano, não
sujeito à erosão.
Inicialmente, faz-se a limpeza do terreno, que deve ficar
livre de toda vegetação e com inclinação de até 5%. Essa
operação visa favorecer o escoamento das águas
pluviais, impedindo a formação de lama nos pontos de
maior movimentação de gado. Finalmente, se acrescenta
uma camada de piçarra em toda a área, com uma faixa
excedente em volta do curral e proximidades do
embarcadouro, seguida de compactação.
Dimensionamento
A capacidade total do curral é calculada, levando-se em
conta a relação de 2 m2/UA. Outras benfeitorias, que
devem ser construídas anexas ao curral (curralão, manga
de recolhida, piquetes, etc.), além de facilitar o manejo e
acesso ao interior do mesmo, permitem ampliar, com
instalações simples, a capacidade de reunir animais que
serão trabalhados em lotes.
O material mais usado na construção é a madeira, que
deve ser de grande durabilidade, necessitando, para isso,
de frequentes tratamentos de preservação. Atualmente,
os currais modernos são construídos com mourões de
madeira e cabos de aço galvanizado, próprios para esse
fim, encontrados no comércio com a denominação de
“cordoalha”. Os currais construídos com cabos de aço
são mais duráveis, seguros e de menor preço por m² do
que os construídos totalmente de madeira, tendo também
menor custo de manutenção.
Forma
A forma mais comum é a quadrada ou
retangular, porém tem como desvantagem os
cantos onde os animais costumam-se agrupar,
dificultando o manejo.
Características da Construção
O curral pode ser constituído de divisórias que tem por
finalidade delimitar a área e reter os animais.
As cercas podem ser de tábua, cabo de aço e arame
liso. As mais utilizadas são as de tábua, seguidas das de
cabo de aço. A altura mínima das cercas é de 1,70 cm.
Os moirões (palanques, esteios), geralmente de
madeira, devem estar distanciados 2 metros entre si
para cercar de tábuas ou arame liso e 2 a 3 metros para
cercas de cabo de aço.
Para aumentar a rigidez da cerca, pode existir
corrimão, que consiste de vigotas fixadas no topo dos
moirões. Esse corrimão é interrompido somente nas
porteiras.
As porteiras que compõem os currais deverão ter
largura entre 2 a 3 metros, com uma altura igual à da
cerca, variando entre 1,7 e 2,0 metros.
O piso do curral pode ser em chão batido ou em
cimentado rústico, com declividade mínima de 2% em
direção à canaleta de escoamento. Essa canaleta deve
ficar situada na parte lateral do curral, de maneira que
possa servir as duas ou mais divisões.
A instalação para água consiste de um ponto de água
para alimentação do bebedouro localizado em uma de
suas extremidades.
Para facilitar a limpeza do bebedouro, pode existir um
ralo.
Visando manter o volume constante de água no
bebedouro, a entrada de água pode ser controlada por
uma bóia, a qual deve ter uma cobertura para não ser
danificada pelos animais.
Seringa
É estrutura que serve para “afunilar” a boiada para
dentro do corredor. Cada tronco pode ser servido por
uma única seringa ou ainda possuir seringa dupla.
Localização
A seringa é parte integrante do curral, devendo ser
ligada ao tronco. Deve estar localizada dentro do curral.
Preferencialmente deve aproveitar cantos de cerca, para
facilidade de manejo e diminuição de custo.
O acesso ao tronco é feito pela seringa. A saída do
tronco pode ser o pátio do curral com também para o
embarcadouro.
A balança para pesagem dos animais pode ser
localizada no final do tronco ou no corredor de entrada
para o embarcadouro.
Dimensionamento
A capacidade mínima da seringa é igual a 5 vezes a
capacidade do tronco. Além disso, a área mínima por
cabeça é de 2m2.
A altura do tronco deve ser igual à da cerca do curral. A
largura inferior e de 50 cm e a superior, tomada a uma
altura de 1,50 m, é igual a 1m. O comprimento variável,
tendo no mínimo 2,20 m.
Por ser instrumento sensível, a localização da balança
deve ser tal que somente os animais a serem separados
passem sobre ela.
Para atividades a serem desenvolvidas dentro do tronco,
como a inseminação artificial, esse comprimento deve
ser acrescido de 1m. Isso é necessário para
movimentação da pessoa encarregada da atividade.
Características da Construção
A construção da seringa é semelhante a do curral.
Deve ser construída com materiais utilizado nas cercas e
ter a mesma altura. Deve ser afunilada em direção ao
tronco, do qual é separado por porteira.
É uma área cercada onde é feita a inspeção da sanidade, a
marcação, pulverização, inseminação, castração, curativos
e vacinação de animais.
Pode conter o sistema de contenção individual como
também a balança para pesagem dos animais.
TRONCO
É uma área cercada onde é feita a inspeção da sanidade,
a marcação, pulverização, inseminação, castração,
curativos e vacinação de animais.
Pode conter o sistema de contenção individual como
também balança para pesagem dos animais.
LOCALIZAÇÃO
O acesso ao tronco é feito pela seringa. A saída do
tronco pode ser o pátio do curral como também para o
embarcadouro.
A balança para pesagem dos animais pode ser localizada
no final do tronco ou no corredor de entrada para o
embarcadouro.
Por ser instrumento sensível, a localização da balança
deve ser tal que somente os animais a serem separados
passem sobre ela.
DIMENSIONAMENTO
A altura do tronco deve ser igual a da cerca do curral. A
largura inferior é de 50 cm e a superior, tomada a uma
altura de 1,50 m, é igual a 1 m. O comprimento
variável, tendo no mínimo 2,20 m.
Para atividades a serem desenvolvidas dentro do
tronco, como a inseminação artificial, esse comprimento
deve ser acrescido de 1 m. Isso é necessário para a
movimentação da pessoa encarregada da atividade.
CARACTERÍSTICAS DA CONSTRUÇÃO
O tronco deve ser estreito, permitindo a passagem de um
só animal. A sua constituição á semelhante à do curral,
devendo ser utilizada cerca de tábuas ou madeira roliça.
O importante é que o tronco ofereça segurança aos
animais e aos vaqueiros. A inclinação da cerca do tronco
pode ser nos dois lados ou apenas em um dos lados.
Pode-se utilizar uma das cercas do curral para a
construção do tronco.
Os vãos entre as tábuas inferiores da cerca do tronco
devem ser bem pequenos, até uma altura mínima de 60
centímetros.
O tronco pode ser coberto ou não. Havendo cobertura, deve-se cobrir inclusive a plataforma lateral, podendo ser um telhado de uma ou duas águas.
O tronco pode ter uma plataforma em uma das laterais. A
plataforma deve ficar a 70 cm do piso, devendo estender-se
em todo o comprimento do tronco. Pode ser feita em
alvenaria ou em madeira.
O tronco deve ter uma porteira em cada extremidade, ou
seja, uma na divisa com a seringa e outra nas divisões ou
embarcadouro.
O tipo de porteira mais indicado para o tronco é a que corre
horizontalmente através de trilhos, tipo ferrolho. Podem ser
usadas também porteiras simples, fixadas em uma das
laterais ou ainda porteiras de varas corrediças.
As porteiras de varas corrediças consistem de um
conjunto de varas resistentes fixadas em uma das
extremidades por um batente de madeira. A cada uma
das varas corresponde um furo nos moirões de conto do
tronco.
EMBARCADOURO
É o local de embarque e desembarque de animais. Tem
por finalidade agilizar o trabalho, evitando quedas e
traumatismos.
Localização
O embarcadouro geralmente é construído anexo ao
curral, devendo estar localizado numa das cercas laterais
de extremidade. Caso não seja anexo, deve haver um
corredor ligando-o ao curral.
Um aspecto fundamental na localização do
embarcadouro é a previsão das condições de acesso de
veículos de transporte. Caso contrário, deve ser
construída uma plataforma de embarque e desembarque
em forma de rampa.
Dimensionamento O corredor de entrada e saída do embarcadouro deve
permitir a passagem de um só animal por vez. A largura máxima de 1,60 m, e o comprimento varia de 3 a 6 metros.
Características da Construção
A altura do embarcadouro deve ser a mesma adotada
para a cerca do curral.
Deve-se colocar uma porteira nas extremidades de
embarque e de desembarque. É recomendável uma
porteira de correr, em trilho ou varas. Na outra
extremidade do embarcadouro pode ser colocada uma
porteira de correr.
Para facilitar o manejo, os embarcadouros podem
possuir seringas. Dependendo da disposição do
embarcadouro no curral, pode-se aproveitar a própria
seringa do tronco.
Havendo necessidade de plataforma de embarque e
desembarque, a rampa deve ter altura de 80 cm a 1,20 m,
com inclinação máxima de 30%.
Comedouros e Bebedouros
Os comedouros são recipientes onde são
colocados ração, forragem e sais minerais para
os animais, enquanto que no bebedouro os
animais tomam água.
Localização
Os comedouros e bebedouros podem ser colocados no
curral de espera, estábulo ou sala de ordenha e
bezerreiro. Podem ainda ser localizados em pastos.
Neste caso, como medida de economia, pode ser
colocado de modo que uma unidade sirva a mais um
pasto.
Dimensionamento dos Bebedouros Podem ser das seguintes dimensões:
Bebedouros simples Bebedouros duplos
Altura 70 cm Altura 70 cm
Largura 40 cm Largura 80 cm
Profundidade interna 50 cm Profundidade interna 50 cm
O comprimento deve ser calculado em função do volume de água
desejado, que varia de 1.500 a 3.000 litros.
Com base de cálculo, pode ser tomado um consumo médio diário
de 60 litros de água por animal adulto e de 25 litros por bezerro.
Dimensionamento dos Cochos
Os cochos, podem ser individuais e coletivos, simples
ou duplos.
Com a finalidade de manter os animais no cocho
durante a ordenha, podem ser usados cornadis
(elemento de contenção do animal no cocho).
Para cochos simples
Largura da boca 80 cm
Largura do fundo 50 cm
Profundidade 30 cm
Para evitar que os animais caiam dentro do cocho,
devem ser colocadas barras de proteção de 80 em 80
cm.
Um cocho duplo é composto de dois cochos simples,
cada um com as mesmas dimensões separados por uma
parede.
Com relação ao comprimento, pode ser considerado
que cada animal ocupa 1 metro linear de cocho para se
alimentar.
Para cochos de madeira
Largura da boca 50 a 60 cm
Largura do fundo 30 a 40 cm
Profundidade 30 cm
Cocho individual para bezerros
Largura da boca 30 a 40 cm
Largura do fundo 30 cm
Profundidade 20 cm
Comprimento 35 a 40 cm
Cocho para Mistura Mineral
Largura da boca 40 cm
Largura do fundo 30 cm
Altura 80 cm
Profundidade 35 a 40 cm
Comprimento 50 a 70 cm/ animal
Características da Construção dos
Bebedouros
Para manter constante o nível de água, deve ser instalada
um bóia no ponto de água do bebedouro.
O bebedouro geralmente é construído em alvenaria,
devendo ter os cantos arredondados. O revestimento
deve ser em material lavável, sendo a barra lisa o mais
indicado.
Quando o bebedouro estiver situado em área não
pavimentada, pode ser construída, pode ser construída
uma calçada em volta do bebedouro, com largura de 1
m, para evitar a formação de lama.
Características da Construção dos
Cochos
Os cochos podem ser construídos em alvenaria, com
revestimento em barra lisa, ou em madeira. Quando
construídos em madeira, devem ser apoiados sobre
suportes a 30 cm do solo. Se forem em alvenaria
devem ter os cantos arredondados. Podem ser
cobertos ou não.
Os comedouros para bezerros individuais devem ser
de madeira, removíveis e atarrachados em suportes
colocados nas paredes a uma altura de 25 cm do piso.
Sistema de Confinamento
O confinamento de bovinos de corte consiste na
contenção desses animais em áreas apropriadas, na
qual receberão suprimento alimentar completo, dentro
de um período de 100 a 150 dias, durante a época de
escassez de forragens.
Apresenta como vantagens a obtenção de novilhos
gordos na entressafra, liberação de áreas de pastagens
ociosas, destinando-as a outras categorias animais,
exploração extensiva da propriedade, redução da idade
de abate, obtenção de maior rendimento de carcaça,
melhor qualidade do produto final, entre outras.
Tipos de Curral A céu aberto:
Instalações rústicas, simples, porém, funcionais;
Bebedouro e comedouro distribuídos ao longo das
cercas do curral ou dentro dele, dependendo do tamanho
da localização, a fim de facilitar o manejo da
alimentação;
Os animais são confinados durante o período das secas,
pois as chuvas prejudicam o fornecimento de alimentos;
O cocho para mistura mineral deve ser obrigatoriamente
coberto, com telhas de barro ou chapadas de cimento-
amianto;
A área próxima aos comedouros e bebedouros deve ser
pavimentada para evitar a formação de lamaçais;
As cercas podem ser de madeira ou de arame liso, no
caso de se usar arame farpado, é conveniente intercalar
com réguas de madeira, para evitar que os animais se
firam;
Área necessária: 10 a 14m2 por animal, em grupos de no
máximo 100 a 200 animais por instalação ou piquete.
Curral Parcialmente Coberto
Características semelhantes às do sistema a céu aberto;
Toda a área da instalação deve ser pavimentada,
cascalhada, ou pelo menos de terra batida;
Cochos de alimentação necessariamente cobertos;
Cochos de alimentação colocados ao longo das cercas
sob a cobertura (sendo a alimentação feita externamente)
ou localizados no interior da instalação, com acesso
pelos dois lados;
Área necessária: 12 a 14m2 por animal, no caso de o piso
não ser totalmente calçado, podendo ser reduzida para
algo em torno de 7,5m2, no caso de piso totalmente
calçado.
Curral Totalmente Coberto
Bovinos totalmente confinados em pequenas áreas,
separados em lotes de 50 a 100 animais;
Área necessária: 4m2 por animal;
Cocho localizado de tal modo a permitir alimentação
externa;
Instalações com pé direito de 3,5 a 4,0 m para animais
adultos, piso pavimentado ou não, paredes de alvenaria
ou réguas de madeira ou arame liso, até 1,0 m de altura;
Cobertura do piso das instalações com cama (serragem
de madeira, bagaço de cana-de-açúcar ou outro resíduo
vegetal).
Comedouro e Bebedouro
Cochos
Cocho para volumoso/ concentrado
Cocho simples Cocho Duplo
Altura 60 cm 60 a 70 cm
Largura da boca 70 a 80 cm 100 cm
Largura do fundo 50 cm 80 cm
Profundidade 30 a 40 cm 30 a 40 cm
Comprimento 70 cm/animal 35 cm/animal