quimica do petróleo - óleo diesel

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  • 7/31/2019 Quimica do petrleo - leo diesel

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    QUMICA DO PETRLEO PROF. JOHNY 1

    LEO DIESEL

    1. INTRODUO

    Combustvel derivado do petrleo, constitudo basicamente por

    hidrocarbonetos, o leo diesel um composto formados principalmente portomos de carbono, hidrognio e em baixas concentraes por enxofre, nitrognio e

    oxignio e selecionados de acordo com as caractersticas de ignio e de

    escoamento adequadas ao funcionamento dos motores diesel. um produto

    inflamvel, txico, voltil, lmpido, isento de material em suspenso e com odor forte e

    caracterstico.

    O motor diesel um motor de elevada taxa de compresso , no qual o

    combustvel entra em ignio devido ao calor desenvolvido na compresso, noutilizando vela. O ciclo do motor diesel compreende a admisso do ar na cmara de

    combusto, a compresso desse ar, a injeo do combustvel que queima

    espontaneamente, a expanso dos gases e a exausto dos gases de combusto.

    2. NATUREZA E COMPOSIO

    um derivado do petrleo, constitudo basicamente de hidrocarbonetos, com

    faixa de destilao entre 150 a 380C, de 12 a 24 tomos de carbono, com um

    conjunto de propriedades fsico-qumicas que permitem a sua utilizao em mquinas

    movidas por motores que seguem o ciclo diesel. A faixa descrita corresponde aos

    destilados intermedirios do petrleo, que destilam aps o querosene e assemelham-se

    aos gasleos mais leves.

    A composio qumica muito varivel no que diz respeito distribuio desses

    hidrocarbonetos, que podem ser classificados em trs tipos: parafinas, naftnicos e

    aromticos para os produtos de destilao direta, aparecendo ainda as olefinas

    quando o leo diesel contm, tambm, produtos de craqueamento.

    3. OBTENOA partir do refino do petrleo obtm-se, pelo processo inicial de destilao

    atmosfrica, entre outras, as fraes denominadas de leo diesel leve e pesado,

    bsicas para a produo de leo diesel. A elas podem ser agregadas outras fraes

    como a nafta, o querosene e o gasleo leve de vcuo resultando no produto conhecido

    como leo diesel. A incorporao destas fraes e de outras obtidas por outros

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    processos de refinao, depender da demanda global de derivados de petrleo pelo

    mercado consumidor.

    O atual modelo energtico brasileiro apoiado entre outros pontos, no

    transporte de cargas em motores diesel, por via rodoviria, em detrimento do

    transporte ferrovirio, fluvial ou cabotagem. Isso faz com que o leo diesel seja o

    derivado propulsor do refino em nosso pas, correspondendo a 34% volume do barril

    de petrleo

    O diesel formulado pela mistura de diversas correntes, tais como, gasleos,

    nafta pesada, diesel leve e diesel pesado, provenientes das etapas de processamento

    do petrleo bruto. No Brasil, os leos usados em motores do automotivos so

    obtidos, predominantemente, por destilao atmosfrica. O leo obtido por

    craqueamento cataltico, denominado leo leve de resduo, de baixa qualidade.

    Aplicaes

    - SETOR ECONMICO

    - SETOR DE TRANSPORTES

    Gerao eletricidade: 3,10 %Setor energtico: 0,70 %Setor agropecurio: 16,5 %Setor transportes : 77,2 %Setor industrial: 1,90 %Comercial + Pblico: 0,60 %

    No total No setor

    Rodovirio: 74,4 % 96,4 %Ferrovirio: 1,5 % 1,9 %Hidrovirio: 1,3 % 1,7 %

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    Esquema de refino Pool de leo diesel

    4. CARACTERSTICAS E REQUISITOS DE DESEMPENHO

    Um bom combustvel para mquinas diesel deve ter como principaiscaractersticas:

    tima qualidade de ignio, de maneira que a combusto se inicie o mais rpido

    possvel aps a injeo; Proporcionar queima limpa e completa produzindo o mnimo de resduos,

    depsitos e cinzas;

    No ser corrosivo e no produzir, pela combusto, gases txicoe e corrosivos;

    Ser facilmente atomizvel de forma a se obter timo misturamento com o ar;

    Escoar perfeitamente em baixas temperaturas;

    No conter gua nem sedimentos, os quais podem ocasionar a interrupo do

    fluxo de combustvel para os cilindros;

    Proporcionar segurana e facilidade de manuseio e estocagem.

    QUEROSENE

    NAFTA PESADA

    NAFTA LEVE

    BUTANO

    PROPANO

    GS COMBUSTVEL

    GASLEODE VCUO

    RESDUO DE VCUO

    DIESEL LEVE

    QUEROSENE

    DIESEL HDC

    GASLEOCOQUE

    PETRLEO SEPARAODE GASES EDE NAFTAS

    DESTILAO

    ATMOSFRICA

    DESTILAO VCUO

    CRAQUEAMENTOCATALTICO

    COQUEAMENTO

    RETARDADO

    HIDROTRATAMENTO

    LEO LEVE

    TANQUE

    DELEO

    DIESEL

    DIESELPESADO

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    ESPECIFICAO leo diesel RESOLUO ANP DE 15 DE JULHO DE 2006

    CARACTERSTICA(1)

    UNIDADE LIMITE MTODO

    TIPO ABNT ASTM

    Metropolitano InteriorAPARNCIA

    Aspecto Lmpido isento deimpurezas

    Visual (2)

    Cor - Vermelho Visual (2)

    Cor ASTM, mx. 3,0 3,0 (3) NBR14483

    D1500

    COMPOSIO

    Teor de Biodiesel,

    (4)

    % vol. 2,0 2,0 Espectrometria de

    Infra-vermelhoEnxofre Total, mx. mg/kg 500 2.000 NBR14875

    -

    NBR14533

    -

    D1552

    D2622

    D4294

    D5453

    VOLATILIDADE

    Destilao C NBR 9619 D 86

    10% vol.,recuperados

    Anotar

    50% vol.,recuperados, mx.

    245,0 a 310,0

    85% vol.,recuperados, mx.

    360,0 370,0

    90% vol.,recuperados

    Anotar

    Massa especfica a20C

    kg/m3 820 a 865 820 a 880 NBR 7148,

    NBR14065

    D1298D4052

    Ponto de fulgor,min.

    C 38,0 NBR 7974

    NBR14598

    -

    D 56

    D 93

    D3828

    FLUIDEZ

    Viscosidade a40C, mx.

    (mm2/s)cSt

    2,0 a 5,0 NBR10441

    D 445

    Ponto deentupimento defiltro a frio

    C (5) NBR14747 D6371

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    COMBUSTO

    Nmero de Cetano,mn. (6)

    - 42 - D 613

    Resduo de carbonoRamsbottom no

    resduo dos 10%finais da destilao,mx.

    % massa 0,25 NBR14318

    D 524

    Cinzas, mx. % massa 0,010 NBR 9842 D 482

    CORROSO

    Corrosividade aocobre, 3h a 50C,mx.

    - 1 NBR14359

    D 130

    CONTAMINANTES

    gua e Sedimentos,

    mx.

    % volume 0,05 NBR

    14647

    D

    1796

    LUBRICIDADE

    Lubricidade, mx.(7)

    mcron 460 - D6079

    (1) Podero ser includas nesta especificao outras caractersticas, com seus respectivos limites, para leo diesel

    obtido de processo distinto de refino e processamento de gs natural ou a partir de matria prima que no o petrleo.

    (2) A visualizao ser realizada em proveta de vidro de 1L.

    (3) Limite requerido antes da adio do corante. O corante vermelho, segundo especificao constante da Tabela III

    deste Regulamento Tcnico, dever ser adicionado no teor de 20mg/L pelas Refinarias, Centrais de Matrias Primas

    Petroqumicas e Importadores.

    (4) Adio no obrigatria. Com o objetivo de formar base de dados, os agentes autorizados que procederem a mistura

    leo diesel/biodiesel B2 e dispuserem de espectrmetro de infravermelho devero fazer a anlise e anotar o

    resultado.

    (5) Limites conforme Tabela II.

    (6) Alternativamente ao ensaio de Nmero de Cetano fica permitida a determinao do ndice de Cetano calculado pelo

    mtodo NBR 14759 (ASTM D 4737), cuja especificao fica estabelecida no valor mnimo de 45. Em caso de

    desacordo de resultados prevalecer o valor do Nmero de Cetano.(7) At 01.04.2007, data em que devero estar sanadas as atuais limitaes laboratoriais dos Produtores, apenas os

    leos diesel que apresentarem teores de enxofre inferiores a 250mg/kg necessitaro ter suas lubricidades

    determinadas, e informadas ANP, sem, contudo, comprometer a comercializao dos produtos.

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    I) DENSIDADE OU MASSA ESPECFICA

    Estipular um valor mnimo para a densidade necessrio para que se possa

    obter potncia mxima j que a bomba de injeo regulada por vazo

    volumtrica. O limite mximo deve ser controlado para se evitar a formao de

    fumaa quando o motor trabalha em plena carga, decorrente do aumento da

    quantidade mssica na cmara de combusto alterando a relao ar/ combustvel.

    II) PONTO DE ENTUPIMENTO DO FILTRO A FRIO (PEFF): a temperatura

    no qual um determinado volume de diesel passa atravs de um filtro padronizado em

    um intervalo de tempo. Evitar a formao de cristais, acarretando em entupimento do

    filtro, em temperaturas baixas.

    III) VISCOSIDADE

    Um fluido muito viscoso aumenta a queda de presso na bomba e nos

    injetores o que tende a diminuir a presso de injeo e o grau de atomizao.

    Entretanto, uma viscosidade baixa pode causar problemas na bomba de

    injeo. Viscosidades muito baixas resultam em uma pulverizao com pouca

    penetrao, o que prejudica a combusto e diminui a potncia do motor e a economia

    do combustvel.

    C O N T R O L A

    D E N S I D A D E M A S S A D E D I E S E L

    Q U E I M A D A

    M A I O R E S D E N S I D A D E S

    M O T O R E M I S S E S

    C O N D U Z E M

    M E N O R C O N S U M O *

    M A I O R P O T N C I A *

    C O M B U S T O

    D I F I C U L D A D E D E V A P O R I Z A O *

    A U M E N T O D E C O

    A U M E N T O D E R E S D U O

    * D E V E S E R C O N T R O L A D A E M U M A F A I X A , P A R A E V I T A R G R A N D E S V A R I A E S

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    Disperso e Penetrao relao direta com a viscosidade

    IV) TEOR DE ENXOFRE TOTAL

    A presena de compostos sulfurados indesejvel no diesel devido sua ao

    corrosiva e a formao de gases txicos SO2 e SO3. Estes gases apresentam tambm

    o inconveniente de produzir depsitos de sulfatos slidos na cmara de combusto

    ou reagir com gua produzindo cidos sulfurados altamente corrosivos .

    Enxofre, mx.

    (ppm)

    Europa

    EUA

    2004 2008

    35050

    (10 antecipao)

    50015

    2001 2002 2003 2005 2007 20092004 2006

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    QUMICA DO PETRLEO PROF. JOHNY 8

    Ano

    Brasil Europa

    2001 350

    2002 2150 350

    2003 2200 3502004 2300 350

    2005 1350 50

    2006 1200 50

    2007 1200 50

    2008 1200 50

    2009 350 50

    2010 275 10

    2011 210 10

    2012 140 10

    QUALIDADE DE DIESELS (ppm)

    Fonte: PETROBRAS

    Atualmente:

    LEO DIESEL

    METROPOLITANO INTERIOR

    TEOR DE ENXOFRE

    (ppm)* 500 2000

    (*)ppm: partes por milho

    V) NMERO DE CETANO

    Para mquinas diesel, o combustvel, diferentemente do ciclo OTTO (cicloda gasolina), deve ter uma estrutura qumica que favorea a auto-ignio. Quanto

    mais parafnico for o leo, melhores sero suas caractersticas de ignio . A

    qualidade de um diesel medida por comparao com padres de boa qualidade

    (produto parafnico) e de m qualidade (produto aromtico). Est propriedade

    expressa pelo nmero de cetano.

    O comportamento do leo diesel comparado ao de dois hidrocarbonetos puros que so

    usados como referencial:

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    QUMICA DO PETRLEO PROF. JOHNY 9

    n-cetano ou hexadecano: valor de nmero de cetano de 100%

    metilnaftaleno: valor de nmero de cetano de 0%

    Frmulas do hexadecano e metil-naftaleno

    Um diesel que possui nmero de cetano x, caso fosse uma mistura binria se

    comportaria similarmente a x% (em volume) de n-cetano e (100-x)% de metil-

    naftaleno.

    Alm da influncia na auto-ignio, maiores nmero de cetano leva a:

    Menor temperatura de partida da mquina;

    Reduo dos esforos sobre os componentes metlicos do cilindro em

    decorrncia da reduo da detonao;

    Aquecimento mais rpido aps a partida em baixas temperaturas;

    Menor formao de depsitos carbonosos na cmara de combusto, devido a

    esta ser mais completa;

    Menor produo de fuligem;

    Pequena reduo da potncia desenvolvida e ligeiro aumento do consumo de

    combustvel.

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    QUMICA DO PETRLEO PROF. JOHNY 10

    Esquema bsico do motor diesel conexes com a bomba injetora

    Comparao entre:Ciclo Otto (gasolina) x Ciclo Diesel

    - OTTO (combustvel: gasolina)

    a) compresso da mistura entre 7 e 11 kg/cm2.

    b) combusto iniciada por sistema eltrico. (combusto por centelhamento)

    - DIESEL

    a) compresso do ar (e no da mistura) a cerca de 35 kg/cm2. (maiores taxas

    de compresso)

    b) combusto iniciada pela auto-ignio do combustvel. (combusto por

    compresso)