química - casd - soluções

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CASD Vestibulares www.casdvest.org.br Um projeto educacional viável. Iniciativa de sucesso dos alunos do ITA. CASD DICAS –Vale Paraibano Transformando seus sonhos em conquista! Porque as grandes idéias eram sonhos no início... Química Neste artigo abordaremos um assunto presente no dia-a-dia de todos nós: as soluções. Na natureza, raramente nos deparamos com substâncias puras. O ambiente que nos rodeia é constituído por sistemas formados por mais de uma substância: as misturas. Solução é a denominação dada ao sistema em que uma substância está distribuída ou disseminada numa segunda substância sob a forma de pequenas partículas. No entanto, o conceito acima citado ainda engloba um vasto campo, de modo que podemos classificar as soluções, segundo vários critérios diferentes. Levando em consideração o tamanho das partículas dispersas, temos a seguinte classificação: solução verdadeira: formada por moléculas ou íons isolados dispersos num solvente. O tamanho das partículas é inferior a 1 nm (nanômetro). Como exemplos temos a solução de sal em água, a solução de açúcar em água e a solução de enxofre em sulfeto de carbono. solução coloidal: apresentam agregados de moléculas ou íons, macromoléculas ou macroíons, dispersos num solvente. O tamanho das partículas varia de 1 nm à 100 nm. Entre os exemplos podemos citar a solução de amido em água. solução grosseira: neste caso temos que o tamanho das partículas dispersas é maior que 100nm. Exemplo: solução de AgCl em água, ou solução de S 8 em água. A partir da classificação dada acima passaremos a chamar solução verdadeira simplesmente de solução, uma mistura homogênea de duas ou mais espécies de substâncias. È comum denominar solvente o componente em maior quantidade e soluto o outro componente. A água, entretanto, é sempre considerada como solvente, não importando a proporção desta na solução. Por isso é denominada de solvente universal. As soluções que nos recordamos com facilidade são soluções que têm um líquido como solvente. Entretanto, outras soluções não possuem solvente líquido, por exemplo, o ar que respiramos, as ligas metálicas, entre outras. É interessante ressaltar que nas soluções que são aquosas não é necessário citar o solvente. Já nas soluções em que o solvente é uma substância diferente da água, o mesmo deverá ser citado. Solubilidade: Ao prepararmos uma solução, isto é, ao dissolver um soluto em um dado solvente, as moléculas ou os íons do soluto separam-se, permanecendo dispersos no solvente. Assim, definimos a solubilidade como sendo a propriedade que as substâncias têm de se dissolverem espontaneamente numa outra substância denominada soluto. Substâncias diferentes se dissolvem em quantidades diferentes, numa mesma quantidade de solvente, na mesma temperatura. Desta forma, chamamos de solução saturada, como a que contém a máxima quantidade de soluto numa dada quantidade de solvente, a uma determinada temperatura; essa quantidade máxima é denominada coeficiente de solubilidade. O coeficiente de solubilidade geralmente é expresso em gramas por 100 ou 1000 gramas do solvente. Se o coeficiente de solubilidade for baixo, diz-se que a substância é insolúvel. Por exemplo: o coeficiente de solubilidade do AgCl é de 0,0014 g / 100g de água a 20º C, ou seja, na temperatura apresentada, muito pouco do cloreto de prata se dissolve, a maior parte permanece como precipitado no fundo do recipiente. Mas como saber que este ou aquele composto se dissolve em determinado solvente? Observando algumas experiências, constatamos que as substâncias inorgânicas se dissolvem em água. No entanto, substâncias orgânicas não se dissolvem em água, com exceção dos sais, ácidos e álcoois. As substâncias orgânicas, porém, se dissolvem em solventes orgânicos, tais como gasolina, CCl 4 , benzeno, entre outros. Observando, então, as polaridades dos compostos misturados, chegamos à uma conclusão importante: "Uma substância tende a se dissolver em solventes quimicamente semelhantes a ela." Em outras palavras: "Uma substância polar se dissolve num solvente polar; uma substância apolar se dissolve num solvente apolar." Outras “regras” estabelecem dados verificados em laboratório, que auxiliam na verificação de quais compostos são ou não solúveis, em especial na água. Vejamos uma esquematização abaixo:

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CASD DICAS –Vale Paraibano

Transformando seus sonhos em conquista! Porque as grandes idéias eram sonhos no início...

Química

Neste artigo abordaremos um assunto presente no dia-a-dia de todos nós: as soluções. Na natureza, raramente nos deparamos com substâncias puras. O ambiente que nos rodeia é constituído por sistemas formados por mais de uma substância: as misturas. Solução é a denominação dada ao sistema em que uma substância está distribuída ou disseminada numa segunda substância sob a forma de pequenas partículas. No entanto, o conceito acima citado ainda engloba um vasto campo, de modo que podemos classificar as soluções, segundo vários critérios diferentes. Levando em consideração o tamanho das partículas dispersas, temos a seguinte classificação:

• solução verdadeira: formada por moléculas ou íons isolados dispersos num solvente. O tamanho das partículas é inferior a 1 nm (nanômetro). Como exemplos temos a solução de sal em água, a solução de açúcar em água e a solução de enxofre em sulfeto de carbono.

• solução coloidal: apresentam agregados de moléculas ou íons, macromoléculas ou macroíons, dispersos num solvente. O tamanho das partículas varia de 1 nm à 100 nm. Entre os exemplos podemos citar a solução de amido em água.

• solução grosseira: neste caso temos que o tamanho das partículas dispersas é maior que 100nm. Exemplo: solução de AgCl em água, ou solução de S8 em água.

A partir da classificação dada acima passaremos a chamar solução verdadeira simplesmente de solução, uma mistura homogênea de duas ou mais espécies de substâncias. È comum denominar solvente o componente em maior quantidade e soluto o outro componente. A água, entretanto, é sempre considerada como solvente, não importando a proporção desta na solução. Por isso é denominada de solvente universal. As soluções que nos recordamos com facilidade são soluções que têm um líquido como solvente. Entretanto, outras soluções não possuem solvente líquido, por exemplo, o ar que respiramos, as ligas metálicas, entre outras.

É interessante ressaltar que nas soluções que são aquosas não é necessário citar o solvente. Já nas soluções em que o solvente é uma substância diferente da água, o mesmo deverá ser citado.

Solubilidade: Ao prepararmos uma solução, isto é, ao dissolver um soluto em um dado solvente, as moléculas ou os íons do soluto separam-se, permanecendo dispersos no solvente. Assim, definimos a solubilidade como sendo a propriedade que as substâncias têm de se dissolverem espontaneamente numa outra substância denominada soluto. Substâncias diferentes se dissolvem em quantidades diferentes, numa mesma quantidade de solvente, na mesma temperatura. Desta forma, chamamos de solução saturada , como a que contém a máxima quantidade de soluto numa dada quantidade de solvente, a uma determinada temperatura; essa quantidade máxima é denominada coeficiente de solubilidade . O coeficiente de solubilidade geralmente é expresso em gramas por 100 ou 1000 gramas do solvente. Se o coeficiente de solubilidade for baixo, diz-se que a substância é insolúvel. Por exemplo: o coeficiente de solubilidade do AgCl é de 0,0014 g / 100g de água a 20º C, ou seja, na temperatura apresentada, muito pouco do cloreto de prata se dissolve, a maior parte permanece como precipitado no fundo do recipiente. Mas como saber que este ou aquele composto se dissolve em determinado solvente? Observando algumas experiências, constatamos que as substâncias inorgânicas se dissolvem em água. No entanto, substâncias orgânicas não se dissolvem em água, com exceção dos sais, ácidos e álcoois. As substâncias orgânicas, porém, se dissolvem em solventes orgânicos, tais como gasolina, CCl4, benzeno, entre outros. Observando, então, as polaridades dos compostos misturados, chegamos à uma conclusão importante : "Uma substância tende a se dissolver em solventes q uimicamente semelhantes a ela." Em outras palavras:

"Uma substância polar se dissolve num solvente pola r; uma substância apolar se dissolve num solvente apolar."

Outras “regras” estabelecem dados verificados em laboratório, que auxiliam na verificação de quais compostos são ou não solúveis, em especial na água. Vejamos uma esquematização abaixo:

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• Sempre são solúveis os compostos de metais alcalinos, amônio, nitratos e acetatos.

Compostos Solubilidade Observações

Óxidos de metais alcalinos e alcalino-terrosos a Reagem com água e formam

bases

Óxidos de não-metais a Reagem com água e formam ácidos

Óxidos de outros elementos Insolúveis a

Ácidos Solúveis a

Bases de metais alcalinos Solúveis É também solúvel o NH4OH

Bases de metais alcalino-terrosos

Parcialmente Solúveis

a

Bases de outros metais Insolúveis a

Sais: Nitratos, Cloratos, Acetatos.

Solúveis a

Sais: Cloretos, Brometos, Iodetos.

Solúveis São insolúveis: Ag, Cu, Hg22+,

Pb2+, HgI2 e BiI3

Sais: Sulfatos Solúveis São insolúveis: Ca2+, Sr2+, Ba2+ e Pb2+

Sais: Sulfetos Insolúveis São solúveis os sulfetos de metais alcalinos e NH4+

Outros ânions Insolúveis São solúveis os sais de metais alcalinos e NH4+

Curvas de solubilidade:

Chamamos de curva de solubilidade o gráfico correspondente à solubilidade de uma substância em função da temperatura.

No gráfico apresentado, observamos curvas de solubilidade de diversos sais em g / 100g de H2O, conforme indicado pela legenda em um dos eixos.

Alguns sais apresentam curvas ascendentes , que representam substâncias cujo coeficiente de solubilidade aumenta com o aumento da temperatura. Podemos afirmar, neste caso, que a dissolução é endotérmica , ou seja, absorve calor.

O contrário é observado em curvas descendentes , ou seja, a dissolução é exotérmica, libera calor.

Ouro tipo de curva, são as que possuem pontos de inflexão. Estas representam substâncias que sofrem modificações em sua estrutura com a variação de temperatura. O Na2SO4, conforme podemos verificar no gráfico, até a temperatura de 32,4ºC, apresenta em sua estrutura dez moléculas de água, em temperatura acima de 32,4º o sulfato de sódio perde suas moléculas de “água de cristalização” e a curva de solubilidade sofre uma inflexão.

Figura 1

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Assim com base no gráfico, quais sais têm dissoluções exotérmicas, endotérmicas ou

apresentam pontos de inflexão? Tente responder! Ainda podemos classificar as soluções como:

• Solução insaturada : aquela em que a quantidade de soluto solubilizada é inferior a quantidade estipulada pelo coeficiente de solubilidade. Graficamente são os pontos abaixo da curva.

• Solução saturada: são os pontos sobre a curva de solubilidade, conforme definição dada anteriormente.

• Solução supersaturada : aquela em que a quantidade solubilizada do soluto é maior que a estipulada pelo coeficiente de solubilidade. Unidades de concentração: Concentração é a denominação dada a qualquer relação entre a quantidade de soluto e solvente, ou entre a quantidade de soluto e solução. Entre as expressões matemáticas utilizadas é importante citar:

• Concentração comum: relação entre a massa do soluto em gramas (m1), e o volume da solução (V) em litros (L) ou mililitros (mL).

• Concentração em massa ou título: é a razão entre a massa de soluto (m1) e a massa da solução (m). O título é uma grandeza adimensional, ou seja, sem unidades.

• Molaridade: é a razão entre o número de mols de soluto (n1) e o volume de solução (V) dado em litros.

• Molalidade: é a razão entre o número de mols de soluto (n1) e a massa do solvente (m2), dada em Kg.

• Fração molar: é a relação entre o número de mols do componente (soluto ou solvente) e o número total de mols da solução.

• Densidade: é a razão da massa da solução pelo volume da solução, dada em L ou mL. OBS: Não é necessário decorar inúmeras expressões matemáticas, mas sim saber os conceitos

relacionados acima de forma a retirar as conclusões necessárias.

Diluição de soluções: Diluir uma solução significa diminuir a sua concentração. O procedimento mais simples, geralmente aplicado para diluir uma solução, é a adição de solvente à solução. Na diluição de soluções, a massa de soluto, inicial e final, é a mesma, somente o volume é maior, logo, a concentração da solução será menor. Como a massa de soluto permanece inalterada durante a diluição, pode-se escrever: C1V1 = C2V2 Em termos de molaridade, obtemos: M1V1 = M2V2 Mistura de soluções:

Na mistura de soluções, a massa total do soluto e o volume da solução final é igual à soma das massas dos solutos e dos volumes das soluções que foram misturadas.

Solução 1 Solução 2 Solução final m1 = massa de soluto

M1 = molaridade C1 = concentração

m2 = massa de soluto M2 = molaridade

C2 = concentração

mr = m1 + m2 Mr = ? Cr = ?

Quando as misturas ocorrem entre solutos diferentes, que não reagem entre si, ocorre apenas a diluição de ambos os solutos, uma vez que o volume total aumenta. Se os solutos reagem entre eles, a mistura das soluções deve ser observada como reação química. O cálculo das concentrações é feito de modo semelhante aos cálculos estequiométricos.

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Questões de vestibulares: 1. (Fuvest – 2005) Industrialmente, o clorato de sódio é produzido pela eletrólise da salmoura* aquecida, em uma cuba eletrolítica, de tal maneira que o cloro formado no ânodo se misture e reaja com o hidróxido de sódio formado no cátodo. A solução resultante contém cloreto de sódio e clorato de sódio.

2NaCl(aq) + 2H2O(l) → Cl2(g) + 2NaOH(aq) + H2(g) 3Cl2(g) + 6 NaOH(aq) → 5 NaCl(aq) + NaClO3(aq) + 3H2O(l)

Ao final de uma eletrólise de salmoura, retiraram-se da cuba eletrolítica, a 90ºC, 310 g de solução aquosa saturada tanto de cloreto de sódio quanto de clorato de sódio. Essa amostra foi resfriada a 25ºC, ocorrendo a separação de material sólido. a) Quais as massas de cloreto de sódio e de clorato de sódio presentes nos 310 g da amostra retirada a 90ºC? Explique. b) No sólido formado pelo resfriamento da amostra a 25ºC, qual o grau de pureza (% em massa) do composto presente em maior quantidade? c) A dissolução, em água, do clorato de sódio libera ou absorve calor? Explique. * salmoura = solução aquosa saturada de cloreto de sódio Figura 2 2. (Fuvest – 2003) Uma enfermeira precisa preparar 0,50L de soro que contenha 1,5 x 10-2 mol de KCl e 1,8 x 10-2 mol de NaCl, dissolvidos em uma solução aquosa de glicose. Ela tem à sua disposição soluções aquosas de KCl e NaCl de concentrações, respectivamente, 0,15 g/mL e 0,60 x 10-2 g/mL. Para isso, terá que utilizar x mL da solução de KCl e y mL da solução de NaCl e completar o volume, até 0,50L, com a solução aquosa de glicose. Os valores de x e y devem ser, respectivamente, a) 2,5 e 0,60 x 102

b) 7,5 e 1,2 x 102

c) 7,5 e 1,8 x 102

d) 15 e 1,2 x 102 Dados: massa molar (g/mol)

e) 15 e 1,8 x 102 KCl ...............75

NaCl .............59 3. (Fuvest – 2002) Quando o composto LiOH é dissolvido em água, forma-se uma solução aquosa que contém os íons Li+(aq) e OH−

(aq). Em um experimento, certo volume de solução aquosa de LiOH, à temperatura ambiente, foi adicionado a um béquer de massa 30,0 g, resultando na massa total de 50,0 g. Evaporando a solução até a secura, a massa final (béquer + resíduo) resultou igual a 31,0 g. Nessa temperatura, a solubilidade do LiOH em água é cerca de 11 g por 100 g de solução. Assim sendo, pode-se afirmar que, na solução da experiência descrita, a porcentagem, em massa, de LiOH era de a) 5,0 %, sendo a solução insaturada. b) 5,0 %, sendo a solução saturada. c) 11%, sendo a solução insaturada. d) 11%, sendo a solução saturada. e) 20%, sendo a solução supersaturada. Gabarito: 1. a) As massas de NaCl e NaClO3 valem, respectivamente, 40g e 170g. b) Grau de pureza de 94,6% c) A solubilidade do NaClO3 é favorecida pelo aquecimento. Logo a dissolução é endotérmica 2. c 3. a

Rafael Cipriano Torres Plantonista de Química do CASD Vestibulares

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Literatura LITERATURA EM ALGUNS VESTIBULARES

O vestibular da VUNESP comporta uma prova específica de Português composta por 10

questões dissertativas e uma redação. Não há divulgação de lista de leitura obrigatória, mas textos literários são utilizados em questões de Literatura, Interpretação de Textos e Gramática. Entretanto, isso não gera tantas dificuldades, já que os fragmentos de interesse são reproduzidos na prova.

A prova de Português do ITA tem uma proposta de redação e 25 questões (20 testes e 5 questões dissertativas), dentre as quais em torno de 7 referem-se a Literatura. O ITA também não divulga lista de leitura obrigatória, mas exige conhecimento prévio das obras mais importantes de cada escola literária. Vale também ressaltar que só é cobrada Literatura Brasileira.

O exame da FUVEST tem duas fases. Até o vestibular 2006, a 1ª fase tinha 20 testes de Português, sendo que uns 5 eram sobre Literatura. A 2ª fase tem 10 questões dissertativas e, em geral, 4 delas abordam Literatura. A FUVEST costuma restringir a parte de Literatura às obras cobradas, relacionando-as entre si e com movimentos literários.

O vestibular da UNICAMP também é composto de duas fases. Na 1ª fase, a prova de Português exige apenas uma redação. Na 2ª fase, são 12 questões dissertativas de Português, sendo que metade delas cobram análise de poemas e os livros da lista de leitura obrigatória. LISTA DE LEITURA OBRIGATÓRIA PARA O VESTIBULAR 2007 DA FUVEST E UNICAMP: 1. Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. 2. Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. 3. Iracema, de José de Alencar. 4. A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós. 5. Dom Casmurro, de Machado de Assis. 6. Poemas Completos de Alberto Caeiro, de Fernando Pessoa. 7. A Rosa do Povo, de Carlos Drummond de Andrade. 8. Vidas Secas, de Graciliano Ramos. 9. Sagarana, de Guimarães Rosa. OS MOVIMENTOS LITERÁRIOS TROVADORISMO EM PORTUGAL

O movimento literário, ocorrido na Era Medieval, foi marcado pela música, já que os poemas eram compostos para que fossem cantados em saraus e festas populares. Por isso, as trovas ficaram conhecidas como cantigas e foram divididas em 4 tipos: cantigas de amigo, cantigas de amor, cantigas de escárnio e cantigas de maldizer.

HUMANISMO EM PORTUGAL

Gil Vicente, grande teatrólogo da época, reflete bem a época de transição entre o pensamento dogmático do medievalismo e o pensamento antropocêntrico do Renascimento: baseadas na moral cristã, suas peças criticavam racionalmente as corrupções da sociedade. O teatro vicentino é caracterizado pelo humor crítico e pela rusticidade de produção.

CLASSICISMO

Em Portugal, o Classicismo é representado por Camões, autor de célebres sonetos e da grande epopéia Os Lusíadas, que narra a viagem de Vasco da Gama às Índias. No Brasil, fala-se em Quinhentismo, pois a literatura de catequese e de informação da época do descobrimento não chegam a constituir um movimento literário brasileiro.

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BARROCO

O homem barroco oscila entre os prazeres materiais e a religiosidade, por isso, seu tema principal é o conflito. Em Portugal, o Pe. Antônio Vieira escreve sermões conceptistas. No Brasil, nosso primeiro grande escritor, Gregório de Matos, divide-se entre a poesia lírica e a poesia satírica.

ARCADISMO

Como reação ao desequilíbrio barroco, o Arcadismo louva a vida tranqüila e amena dos pastores nos campos. Porém, a temática repetitiva do movimento cria clichês e o torna superficial. Bocage, escritor lusitano, acaba rompendo com os valores árcades e desenvolve textos pré-românticos. No Brasil, Tomás Antônio Gonzaga também deixa transparecer sua angústia em Marília de Dirceu.

ROMANTISMO

O movimento é marcado pelo subjetivismo e pelo sentimentalismo exagerado, mas cada geração apresenta características próprias. Tanto em Portugal quanto no Brasil, temos uma 1ª geração nacionalista, uma 2ª geração infectada pelo “mal do século” e uma 3ª que já representa transição para o Realismo (no Brasil, essa é a geração condoreira, ainda romântica mas voltada para os problemas sociais). Destacam-se o lusitano Camilo Castelo Branco e os brasileiros José de Alencar, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Castro Alves.

REALISMO / NATURALISMO

Ambas as escolas contestam o extremo individualismo e sentimentalismo romântico e voltam-se para a análise social e psicológica. O Naturalismo ainda tenta estabelecer, baseado em teorias científicas, relações de causas e conseqüências para os problemas da sociedade. Eça de Queirós monta um vasto painel da sociedade portuguesa, criticando seus vícios. No Brasil, Machado de Assis atinge alto nível reflexivo, tornando-se um dos grandes escritores do mundo com obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, e Aluísio Azevedo escreve a obra naturalista O Cortiço.

PARNASIANISMO NO BRASIL

Sua principal característica é o culto da forma (arte pela arte). Os parnasianos são extremamente rigorosos na composição de seus textos e buscam sempre a perfeição formal do poema. O principal poeta aqui é Olavo Bilac.

SIMBOLISMO

Contrariando a atitude descritivista e impessoal dos parnasianos, os simbolistas buscam a subjetividade e a sugestão de temas por meio de metáforas, símbolos e sinestesias. Em Portugal, destaca-se Camilo Pessanha e, no Brasil, Cruz e Sousa.

PRÉ-MODERNISMO NO BRASIL

Não existia uma escola literária bem definida nas duas primeiras décadas do século XX, mas uma mistura entre movimentos já existentes e novas formas de expressão. Por isso, o termo Pré-Modernismo. Nessa época, temos escritores como Monteiro Lobato, Lima Barreto – autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma –, Euclides da Cunha – autor de Os Sertões – e Augusto dos Anjos.

MODERNISMO

As vanguardas européias (Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo, Expressionismo, Cubismo, etc.) levaram à liberdade de criação artística, o que deu origem a uma literatura inovadora. Fernando Pessoa, em Portugal, desdobrou-se em heterônimos e escreveu poemas geniais, demonstrando imenso conhecimento da alma humana. No Brasil, o movimento divide-se em três momentos. Manuel Bandeira, Oswald de Andrade e Mário de Andrade foram os grandes nomes da Semana de Arte Moderna e da 1ª geração, que, preocupada em destruir a concepção parnasiana de arte, abandonou a rigidez formal e incorporou o cotidiano na poesia. Na 2ª geração, a poesia (Drummond, Murilo Mendes, Cecília Meireles, etc.) trata da condição humana e a prosa (Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado, etc.) trata de temáticas regionalistas. Por fim, Clarice Lispector e Guimarães Rosa trazem inovações estéticas como o uso de fluxo de consciência e a recriação da língua, respectivamente.

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Questões de vestibulares: 1.(PUC) O lirismo é uma das vertentes da poesia camoniana e perpetua o poeta na história da sensibilidade humana. Desse lirismo é incorreto afirmar que a) se mostra em sonetos, cujos versos são marcados pelo "doce estilo novo", trazido do Renascimento italiano por Sá de Miranda. b) dialoga com a sensibilidade e com a inteligência do leitor, mas é possível separar nele emoção e razão, já que o desconcerto amoroso inexiste neste gênero poético camoniano. c) se expressa em sonetos de construção racional e que combinam com o estilo de Camões, que é não apenas de confissão afetiva, mas questionador da própria emoção. d) apresenta tensão entre os chamados do amor físico, isto é, os desejos e as paixões, e os do amor platônico, ou seja, o vislumbre do transcendental e a busca da unidade divina do ser no reino das idéias. e) desenvolve pluralidade de temas, como a transitoriedade da vida, a fugacidade do tempo e da beleza, a precariedade do destino, a necessidade de fruir o instante que passa e o desconcerto do mundo. 2. (FUVEST) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são os que se contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pegar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura, e hão-lhes de contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah! pregadores! Os de cá, achar-vos-ei com mais Paço; os de lá, com mais passos ... Essa passagem é representativa de uma das tendências típicas da prosa seiscentista, a saber: a) o Sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de Alcácer-Quibir. b) A busca do exotismo e da aventura ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de viagem. c) A exaltação do heróico e do épico, por meio das metáforas grandiloqüentes da epopéia. d) O lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo passionais e místicas. e) O Conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética. 3. (UNIFESP) Leia os versos do poeta português Bocage. Vem, oh Marília, vem lograr comigo Destes alegres campos a beleza, Destas copadas árvores o abrigo. Deixa louvar da corte a vã grandeza; Quanto me agrada mais estar contigo, Notando as perfeições da Natureza! Nestes versos, a) o poeta encara o amor de forma negativa por causa da fugacidade do tempo. b) a linguagem, altamente subjetiva, denuncia características pré-românticas do autor. c) a emoção predomina sobre a razão, numa ânsia de se aproveitar o tempo presente. d) o amor e a mulher são idealizados pelo poeta, portanto, inacessíveis a ele. e) o poeta propõe, em linguagem clara, que se aproveite o presente de forma simples junto à natureza. 4. (MACK) Assinale o comentário crítico adequado a Manuel Antônio de Almeida. a) Suas obras tanto focalizam heróis míticos em paraísos selvagens, quanto apresentam figuras de donzelas e mancebos nos salões da Corte ou em passeios na Tijuca. b) Na caracterização das personagens, a adjetivação abundante e o léxico elegante e ameno comprovam que o autor não fugiu às convenções da prosa de seu tempo.

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c) Nesse romance histórico, a vida de “homens comuns” propicia que o autor realize uma crítica emocional, manifestamente voltada à valorização dos costumes da aristocracia. d) Longe de qualquer traço idealizante, o método mais realista de composição, próximo de uma crônica histórica, define de modo meio caricatural vários tipos populares. e) A exaltação dos costumes, linguagem e vida simples do homem brasileiro convive, nesse autor, com a defesa de um moralismo que rejeita todo comportamento oportunista. 5. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que: a) se volta para Natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação. b) pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas. c) defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social. d) analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa. e) estabelece um nexo de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta das personagens. 6. (F. Carlos Chagas - SP) Os poetas representativos da escola parnasiana defendiam: a) o engajamento político nas causas históricas da época, fazendo delas matéria para uma poesia inflamada e eloqüente. b) a idéia de que a livre inspiração é a garantia maior de que o poema corresponde à expressão direta das emoções mais profundas. c) a simplicidade da arte primitiva, razão pela qual buscavam os temas bucólicos e uma linguagem próxima da fala rústica dos camponeses. d) o abandono das formas fixas, criando, portanto as condições para o posterior surgimento dos poemas em verso livre do Modernismo. e) a disciplina do artista e o trabalho artesanal com a linguagem, de modo a resultar uma obra adequada aos padrões de uma estética clássica. 7. (VUNESP) Assinale a alternativa em que se caracteriza a estética simbolista. a) Culto do contraste, que opõe elementos como amor e sofrimento, vida e morte, razão e fé, numa tentativa de conciliar pólos antagônicos. b) Busca do equilíbrio e da simplicidade dos modelos greco-romanos, através, sobretudo, de uma linguagem simples, porém nobre. c) Culto do sentimento nativista, que faz do homem primitivo e sua civilização um símbolo de independência espiritual, política, social e literária. d) Exploração de ecos, assonâncias, aliterações, numa tentativa de valorizar a sonoridade da linguagem, aproximando-a da música. e) Preocupação com a perfeição formal, sobretudo com o vocabulário carregado de termos científicos, o que revela a objetividade do poeta. 8. (FUVEST) MACUMBA DE PAI ZUSÉ Na macumba do Encantado Nego véio pai de santo fez mandinga No palacete de Botafogo Sangue de branca virou água Foram vê estava morta! É correto afirmar que, neste poema de Manuel Bandeira, a) emprega-se a modalidade do poema-piada, típica da década de 20, com o fim de satirizar os costumes populares. b) usam-se os recursos sonoros (ritmo e metro regulares, redondilha menor) para representar a cultura branca, e os recursos visuais (imagens, cores), para caracterizar a religião afro-brasileira. c) mesclam-se duas variedades lingüísticas: uma que se aproxima da língua escrita culta e outra que mimetiza uma modalidade da língua oral-popular.

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d) manifesta-se a contradição entre dois tipos de práticas religiosas, representadas pelas oposições negro x branco, macumba x pai de santo, nego véio x Encantado. e) expressa-se a tendência modernista de encarar a cultura popular como manifestação do atraso nacional, a ser superado pela modernização. 9. (ITA) O poema abaixo, de autoria de Cecília Meireles, faz parte do livro Viagem, de 1939. Epigrama 11 A ventania misteriosa passou na árvore cor-de-rosa, e sacudiu-a como um véu, um largo véu, na sua mão. Foram-se os pássaros para o céu. Mas as flores ficaram no chão. (MElRELES, Cecília. Viagem/Vaga Música. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.) Esse poema I. mostra uma certa herança romântica, tanto pelo teor sentimental do texto como pela referência à natureza. II. mostra uma certa herança simbolista, pois não é um poema centrado no “eu”, nem apresenta excesso emocional. III. expõe de forma metafórica uma reflexão sobre algumas experiências difíceis da vida humana. IV. é um poema bastante melancólico por registrar de forma triste o sofrimento decorrente da perda de um ente querido. Estão corretas as afirmações a) I e III. b) I, III e IV. c) II e III. d) II, III e IV. e) II e IV. 10. (MACK) Assinale a alternativa correta sobre o autor Graciliano Ramos. a) Embora pertencendo à segunda geração modernista, seu estilo narrativo caracteriza-se por uma linguagem metafórica e prolixa. b) Escreveu Vidas secas, obra em que o retirante Fabiano abandona sua família para atuar como militante político. c) Na obra S. Bernardo questiona valores da sociedade capitalista que levam à reificação da vida humana. d) É conhecido pelos romances de temática regionalista que compõem o chamado ciclo da cana-de-açúcar. e) Contemporâneo de Jorge Amado, notabilizou-se pela criação de personagens típicos da região cacaueira da Bahia.

GABARITO: 1. B 2.E 3.E 4.D 5.E 6.E 7.D 8.C 9.A 10.C

Maria Cláudia Ferraz

Professora de Literatura do CASD Vestibulares