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QUESTÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 1º semana 1- Quais poderes estatais estão compreendidos na expressão “administração pública”? R: Poder Legislativo, Executivo e Judiciário. 2- Como se caracteriza o regime jurídico administrativo? Explique. R: O regime jurídico administrativo se caracteriza por objetivar o equilíbrio entre a satisfação dos interesses coletivos e a proteção das liberdades individuais. A administração pública está sujeita a prerrogativas e restrições. São exemplos de prerrogativas: autoexecutoriedade, a presunção de legitimidade, e veracidade dos atos administrativos, a autotutela, o poder de requisitar e expropriar bens e serviços, imunidade tributária, os prazos dilatados em juízo etc. São exemplos de restrições: a necessidade de concursos públicos para a seleção de pessoal, imperativo da licitação para a celebração de contratos, necessidade de dar publicidade aos atos administrativos, obrigatoriedade de previsão legal autorizando a atuação adminstrativa etc. 3- Diferencie administração no sentido objetivo e subjetivo. R: ADMINISTRAÇÃO NO SENTIDO OBJETIVO: Compreende a própria atividade administrativa. Atualmente, quatro são essas atividades: serviço público, poder de polícia, fomento e intervenção no domínio econômico; ADMINISTRAÇÃO NO SENTIDO SUBJETIVO: Compreende o estudo dos órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que compõem a estrutura administrativa; 2º semana 1. Explique quais os dois sentido de impessoalidade previstos no art. 37, “caput” da CF. R: Em relação aos administrados: significa que a Administração Pública não poderá atuar discriminando pessoas de forma gratuita, a não ser aquelas que venham privilegiar o interesse público, ou seja, a Administração Pública deve permanecer numa posição de neutralidade em relação às pessoas privadas. A atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados, sem discriminação nem favoritismo, constituindo assim um desdobramento do princípio geral da igualdade, art. 5.º, caput, CF. Ex.: contratação de serviços por meio de licitação – vinculação ao edital – regras iguais para todos que queiram participar da licitação; Em relação à própria Administração Pública: a responsabilidade dos atos administrativos praticados deve ser imputada não ao agente e sim à pessoa jurídica – Administração Pública direta ou indireta. Segundo o art. 37, § 6.º, da CF “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Teoria do Órgão: a responsabilidade deve ser imputada ao órgão/pessoa jurídica e não ao agente público. 2. Qual o princípio introduzido pela Emenda Constitucional 19/98 e discorra sobre sua significância no direito administrativo. R: É o princípio da eficiência. Este princípio é enfocado como o dever de todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. A EC n. 19 trouxe para o texto constitucional o princípio da eficiência, que obrigou a

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QUESTÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

1º semana 1- Quais poderes estatais estão compreendidos na expressão “administração pública”? R: Poder Legislativo, Executivo e Judiciário. 2- Como se caracteriza o regime jurídico administrativo? Explique. R: O regime jurídico administrativo se caracteriza por objetivar o equilíbrio entre a satisfação dos interesses coletivos e a proteção das liberdades individuais. A administração pública está sujeita a prerrogativas e restrições. São exemplos de prerrogativas: autoexecutoriedade, a presunção de legitimidade, e veracidade dos atos administrativos, a autotutela, o poder de requisitar e expropriar bens e serviços, imunidade tributária, os prazos dilatados em juízo etc. São exemplos de restrições: a necessidade de concursos públicos para a seleção de pessoal, imperativo da licitação para a celebração de contratos, necessidade de dar publicidade aos atos administrativos, obrigatoriedade de previsão legal autorizando a atuação adminstrativa etc. 3- Diferencie administração no sentido objetivo e subjetivo. R: ADMINISTRAÇÃO NO SENTIDO OBJETIVO: Compreende a própria atividade administrativa. Atualmente, quatro são essas atividades: serviço público, poder de polícia, fomento e intervenção no domínio econômico; ADMINISTRAÇÃO NO SENTIDO SUBJETIVO: Compreende o estudo dos órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que compõem a estrutura administrativa;

2º semana

1. Explique quais os dois sentido de impessoalidade previstos no art. 37, “caput” da CF. R: Em relação aos administrados: significa que a Administração Pública não poderá atuar discriminando pessoas de forma gratuita, a não ser aquelas que venham privilegiar o interesse público, ou seja, a Administração Pública deve permanecer numa posição de neutralidade em relação às pessoas privadas. A atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados, sem discriminação nem favoritismo, constituindo assim um desdobramento do princípio geral da igualdade, art. 5.º, caput, CF. Ex.: contratação de serviços por meio de licitação – vinculação ao edital – regras iguais para todos que queiram participar da licitação; Em relação à própria Administração Pública: a responsabilidade dos atos administrativos praticados deve ser imputada não ao agente e sim à pessoa jurídica – Administração Pública direta ou indireta. Segundo o art. 37, § 6.º, da CF “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. Teoria do Órgão: a responsabilidade deve ser imputada ao órgão/pessoa jurídica e não ao agente público.

2. Qual o princípio introduzido pela Emenda Constitucional 19/98 e discorra sobre sua significância no direito administrativo. R: É o princípio da eficiência. Este princípio é enfocado como o dever de todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. A EC n. 19 trouxe para o texto constitucional o princípio da eficiência, que obrigou a

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Administração Pública a aperfeiçoar os serviços e as atividades que presta, buscando otimização de resultados e visando atender o interesse público com maior eficiência. 3. Qual a abrangência do princípio da legalidade para o direito administrativo? R: Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5.º, II, da CF). O princípio da legalidade representa uma garantia para os administrados, pois qualquer ato da Administração Pública somente terá validade se respaldado em lei. Representa um limite para a atuação do Estado, visando à proteção do administrado em relação ao abuso de poder. 4. No que consiste o princípio da autotutela da Administração pública? R: A Administração Pública tem o poder-dever de controlar seus próprios atos, revendo-os e anulando-os quando houverem sido praticados com alguma ilegalidade. Assim sendo a autotutela abrange o poder de anular, convalidar e, ainda, o poder de revogar atos administrativos. A autotutela está expressa no art. 53 da Lei nº 9.784/99, assim como na Súmula nº 473 do STF.

3º semana

1. Quais os elementos de todo ato administrativo? Explique cada um deles. R: Sujeito, Objeto, Forma, Motivo e Finalidade. - Sujeito: é o agente capaz e competente para praticar os atos administrativos; - Objeto: corresponde ao seu efeito jurídico. O objeto deve ser lícito, moral, possível e determinável; - Forma: o ato poderá ser escrito ou verbal, por decreto ou portaria. Quando a lei determina uma forma não há discricionariedade para a administração alterá-la. - Motivo: é o pressuposto de fato e de direito que autoriza a administração a praticar um ato administrativo. Ex.: multa de trânsito por excesso de velocidade. - Finalidade: se trata do objetivo fim que a administração pública quer atingir com o ato. O ato administrativo comporta dois sentidos do termo: Lato sensu, todos os atos devem visar aos fins públicos; e Strictu sensu, que compreende a finalidade extraída explícita ou implicitamente da lei para o ato administrativo específico. 2. No que consiste o atributo da autoexecutoriedade dos atos administrativos e quando é possível? R: Consiste na execução de atos pela a administração pública sem a necessidade de autorização judicial, com a finalidade de atingir interesses públicos. Só poderá ser praticado quando derivar de expressa previsão legal ou de necessidade urgente. 3. Diferencie presunção de legalidade e de veracidade dos atos administrativos. R: Enquanto a legitimidade ou legalidade diz respeito à conformidade dos atos com os dispositivos legais, a veracidade refere-se às razões fáticas ou conjuntos de circunstância ou eventos declinados pela Administração. 4. Quais as principais diferenças entre um ato administrativo vinculado e discricionário? R: No ato vinculado, o administrador não tem liberdade para decidir quanto à atuação. A lei previamente estabelece um único comportamento possível a ser tomado pelo administrador no fato concreto; não podendo haver juízo de valores, o administrador não poderá analisar a conveniência e a oportunidade do ato.

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O ato discricionário é aquele que, editado debaixo da lei, confere ao administrador a liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade. A diferença entre o ato vinculado e o ato discricionário está no grau de liberdade conferido ao administrador. 5. Indique no que consiste o mérito administrativo do ato discricionário. R: Consiste em critérios de conveniência e oportunidade, por aquela que melhor atenda ao interesse público no caso concreto.

4º semana

1- Quais as diferenças entre anulação e revogação dos atos administrativos e quais os poderes competentes para decretá-las? R: Enquanto a revogação abrange tão-somente o mérito, ou seja, a oportunidade e conveniência do ato, a anulação recai sobre a ilegalidade e ilegitimidade. A revogação tem efeito ex nunc, ou seja, ela não retroage. Já a anulação tem efeito ex tunc, ou seja, ela retroage. A revogação é de competência única e exclusiva da administração pública, já a anulação é de competência do poder judiciário. 2- Diga se um ato administrativo discricionário está sujeito a controle pelo Judiciário e sob quais aspectos. R: O ato administrativo discricionário não é um poder autônomo, na medida em que implica a liberdade de atuação dentro da lei. Isso significa que o ato eivado de ilegalidade e ilegitimidade, não anulado pela Administração Pública, poderá ser anulado pelo poder judiciário, desde que provocado. 3- Explique a diferença entre abuso de poder, excesso de poder e desvio de finalidade. R: o abuso de poder é a conduta do administrador público eivada de ilegalidade, a qual pode se manifestar de diferentes maneiras. A uma, pela falta de competência legal; a duas, pelo não atendimento do interesse público; e, a três, pela omissão. A doutrina trata o abuso de poder como gênero, dos quais são espécies o excesso de poder e o desvio de poder, ou desvio de finalidade. No excesso de poder, o agente público atua sem competência, seja por sua total ausência, seja por extrapolar os limites da competência que lhe foi legalmente atribuída. O desvio de poder é caracterizado quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.

5º semana

1- Qual o fundamento do poder de polícia? R: Atingir o bem estar social.

2- Explique a diferença entre licença e autorização em matéria de polícia administrativa. R: A licença é o ato administrativo de caráter vinculado e unilateral através do qual a Administração Pública permite ao administrado o exercício de determinada atividade ou fato material. Autorização é um ato precário e discricionário, pelo qual a Administração

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Pública faculta ao administrado o uso privativo de bem público, o desempenho de atividade material ou a prática de determinado ato. Desta forma fica evidente a diferença entre os dois quanto aos elementos que integram o ato. Enquanto a licença é ato vinculado, a autorização é ato discricionário.

3- Faça uma diferença entre polícia judiciária e polícia administrativa. R: A polícia administrativa incide sobre bens, direitos e atividades, ao passo que, a polícia judiciária atua sobre as pessoas, individualmente ou indiscriminadamente. Porém, ambas exercem função administrativa, ou seja, atividade que buscam o interesse público. A polícia administrativa é exercida por órgãos administrativos de caráter fiscalizador, já a polícia judiciária, em razão de preparar a atuação da função jurisdicional penal, é exercida pela polícia civil ou militar.

4- No que consiste a autoexecutoriedade das medidas de polícia? R: Consiste em executar o ato sem a autorização do Poder Judiciário, por conta do interesse público.

6º semana

1- Qual o conceito de órgão público e qual a relação entre sua vontade e a do agente público, de imputação ou de representação? Explique. R:Órgão público é um centro abstrato de competência do Estado, instituído para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja a atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. 2- No que consiste a classificação dos órgãos públicos quanto à sua composição? R: Órgãos Simples: também conhecidos por unitários, são aqueles que possuem apenas um único centro de competência, sua característica fundamental é a ausência de outro órgão em sua estrutura, para auxiliá-lo no desempenho de suas funções. Órgãos Compostos: são aqueles que em sua estrutura possuem outros órgãos menores, seja com desempenho de função principal ou de auxilio nas atividades, as funções são distribuídas em vários centros de competência, sob a supervisão do órgão de chefia. 3- Diga o que são órgãos públicos superiores e forneça alguns exemplos deles. R: órgãos superiores - Detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência específica. Representam as primeiras divisões dos órgãos independentes e autônomos. Ex.: Gabinetes, Coordenadorias, Departamentos, Divisões, etc. 4- Supondo que a Secretaria Estadual dos Esportes tenha descumprido um contrato por ela celebrado, em face de quem deverá ser proposta a demanda competente? Explique. R: A demanda deverá ser proposta em face do Estado-membro a qual a secretaria está vinculada, porque a secretaria, por se tratar de um órgão do Estado, e não possuir personalidade jurídica, só pode firmar qualquer contrato em nome da pessoa estatal a que se vincula. 5- Diferencie desconcentração e descentralização. R: As duas figuras dizem respeito à forma de prestação de um serviço público. Descentralização, entretanto, significa transferir a execução de um serviço público para

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terceiros que não se confundem com a Administração Direta, e a desconcentração significa transferir a execução de um serviço público de um órgão para o outro dentro da Administração Direta, permanecendo esta no centro.

7º semana

1- Qual o conteúdo da expressão agentes públicos? R: A expressão “agentes públicos” abrange todas as pessoas que se relacionam em caráter funcional com a Administração pública, ou seja, os agentes políticos, os servidores públicos e os particulares em colaboração com o Estado (ex.: jurados, mesários na eleição etc.). 2- Diga quais as principais categorias de agentes públicos. R: Agentes políticos, os servidores públicos, os servidores militares e os particulares em colaboração com o Estado. 3- Diferencie a categoria dos agentes políticos dos particulares em colaboração com o poder público. R: Os agentes políticos são constituídos por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais. São formados pelos chefes do poder Executivo, Ministros e seus secretários de Estados e os Parlamentares. Os Particulares em colaboração com o poder público prestam serviços sem vínculo empregatício, com ou sem remuneração, como por exemplo, os jurados, mesários na eleição etc. 4- Qual é a distinção entre cargo, emprego e função pública? R: Cargo se consiste na unidade mais simples e indivisível de competência desempenhada por um agente, criado por lei, em caráter permanente ou transitório, remunerado pelos cofres públicos, com denominação própria. É regulamentado pelo regime estatutário ou institucional, de caráter não contratual, definido essencialmente pela Lei 8.112/1990. Por emprego público, entende-se uma unidade utilizada pela administração pública, composta por um aglomerado de atribuições permanentes de trabalho, a ser ocupada por agente contratado sob regime celetista (tratado pela CLT), caracterizando relação trabalhista. A função pública, em direito administrativo, corresponde ao ato ou conjunto de atos inerentes ao exercício de atribuições da Administração, ao qual não corresponde cargo ou emprego. 5- No que consistem os atos de improbidade administrativa? R: Consistem nos atos que importem em enriquecimento ilícito, no recebimento de qualquer vantagem econômica, direta ou indireta, em super faturamento, em lesão aos cofres públicos, pela prática de qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. 6- Qual ação judicial vem sendo proposta para apuração dos atos de improbidade administrativa? R: Quanto à ação judicial para apuração da prática de ato de improbidade administrativa, a corrente majoritária entende que a ação cabível na espécie tem natureza de ação civil pública. 7- Como fica a questão da prescrição na apuração dos atos de improbidade administrativa?

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R: Ocorre em: 1) até cinco anos após o término do mandato, cargo em comissão ou função de confiança; ou 2) dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. 8- Diferencie moralidade e probidade administrativa. R: A moralidade do ato administrativo, juntamente com a sua legalidade e finalidade, constituem pressupostos de validade, sem os quais toda atividade pública será ilegítima. A probidade administrativa estabelece-se internamente como dever funcional inserido na relação jurídica que liga o agente público à Administração Pública (sendo esta titular do direito) e, externamente, determina que nas relações jurídicas com terceiros também a Administração Pública por seus agentes observe o postulado.

8º semana

1. No que consiste a retrocessão na desapropriação? R: Consiste na possibilidade do particular questionar a desapropriação efetivada pelo poder público, quando este não confere ao bem o destino para qual ele foi expropriado. 2. No que consiste a desapropriação indireta e quais suas conseqüências? R: Também denominado apossamento administrativo, trata-se da apropriação de um bem imóvel privado, pelo Estado, e sua conseqüente integração ao patrimônio público, processada sem a observância das formalidades do procedimento expropriatório, previsto em lei. O particular poderá impedir este tipo de desapropriação através de uma ação possessória, desde que a Administração não tenha dado destinação pública ao imóvel (Escola, hospital, praça etc.). 3. O que é desapropriação por zona. Comente. R: Desapropriação por zona nada mais é que a ampliação da expropriação às áreas que se valorizem extraordinariamente em conseqüência da obra ou do serviço público. 4. Quais as diferenças entre limitações administrativas e servidão administrativa? R: As servidões constituem um direito real de uso e gozo em favor do poder público ou da coletividade; já as limitações não exigem que o proprietário reparta, com terceiros, os seus poderes sobre a coisa, porque ele pode desfrutar integralmente da propriedade, conquanto não esbarre nos óbices erguidos em prol do interesse público.

9º semana

1- No que consiste o princípio da oficialidade dos processos administrativos? R: É o princípio que garante à administração pública iniciar o processo administrativo de ofício, sem necessidade de provocação de terceiro. 2- Diferencie processo administrativo disciplinar e sindicância. R: Na sindicância há investigação para verificar a existência de determinado fato e descobrir os supostos autores, o que justifica a ausência de contraditório, vez que não há indiciados, nem infração comprovada. Já o procedimento administrativo disciplinar deve garantir a ampla defesa e o contraditório, pois irá impor sanção a funcionário ou administrado, a respeito de determinado fato imputado a ele.

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3- Diferencie comissões parlamentares de inquérito e inquérito civil. R: O inquérito civil é um procedimento administrativo investigatório, de caráter inquisitivo, instaurado, presidido e, se for o caso, arquivado pelo Ministério Público. Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é uma investigação conduzida pelo Poder Legislativo, que transforma a própria casa parlamentar em comissão para ouvir depoimentos e tomar informações diretamente, quase sempre atendendo aos reclamos do povo. 4- Quais as principais categorias de bens públicos e como se diferenciam? R: Existem duas categorias: 1) Os bens de domínio público do Estado: Bens de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; Bens de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive suas autarquias. 2) Bens de domínio privado do Estado: Bens dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. 5- Porque os bens públicos são considerados imprescritíveis? Explique R: A imprescritibilidade dos bens públicos decorre como conseqüência lógica de sua inalienabilidade originária. Se os bens públicos são originariamente inalienáveis, segue-se que ninguém os pode adquirir enquanto guardarem essa condição. Daí não ser possível a invocação de usucapião sobre eles.

10º semana

1- O que é responsabilidade extracontratual do Estado? R: É a responsabilidade decorrente de ação ou omissão estatal, lícita ou ilícita, que cause dano a alguém. 2- Explique a teoria do risco. R: Esta teoria parte da idéia de que a atuação do Estado envolve risco e dano e, em face do prejuízo ocasionado a alguma pessoa que sofre ônus maior do que os demais, o Poder público deve indenizá-la com recursos do erário como se fosse uma empresa de seguros em que os segurados contribuem para a formação de um patrimônio coletivo. 3- Quais as principais implicações que decorrem do art. 37, § 6º da CF? R: Embora a responsabilidade objetiva seja indiscutivelmente aplicada nos atos administrativos lesivos praticados por órgãos do Poder Judiciário, existe uma questão polêmica na doutrina em admitir a ampliação do rol dos agentes de que trata o §6º, permitindo que parlamentares e magistrados sejam abrangidos pelo dispositivo constitucional. Parece razoável concluir que todo e qualquer ato jurisdicional lesivo seja passível de responsabilidade do Estado, pois o texto Constitucional não excepciona quais são os atos lesivos praticados pelos agentes, ou seja, não estabelece que somente os atos administrativos serão passíveis de responsabilidade objetiva. Contudo, embora haja relutância em boa parte da doutrina, devem ser abarcados por este dispositivo os atos legislativos e atos judiciais típicos. 11º semana

1- O que é dispensa de licitação? O rol de hipóteses que a autoriza é ou não taxativo e por quê? R: É a possibilidade de se fazer a contratação direta sem a necessidade de licitação desde que preenchidos os requisitos de dispensa e inexigibilidade de licitação. O rol de hipótese

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é taxativo porque elenca expressamente em quais situações se poderá dispensar a licitação. 2- No que consiste a chamada licitação deserta? Quais suas consequências? R: A Licitação deserta é somente aquela para qual não comparecem interessados. 3- Quais as principais diferenças entre dispensa e inexigibilidade de licitação? Explique. R: Enquanto a inexegibilidade é uma situação de impossibilidade da licitação, em que a disputa entre os particulares é inviável, a dispensa é a verdadeira exceção da obrigatoriedade, na qual a licitação é possível, mas, nas hipóteses taxativamente previstas na lei de licitações, ela é considerada dispensável. 4- Na licitação modalidade tomada de preço podem participar licitantes não cadastrados? R: Sim, desde que preencham todas as condições exigidas para o cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. (Art. 22, § 2°, da lei 8.666/93) 5- Na modalidade convite somente podem participar licitantes convidados? Está correto o que se afirma? R: Não. Poderá participar também os que estiverem devidamente cadastrados na correspondente especialidade e manifestarem seu interesse com antecedência de 24 horas da apresentação das propostas. 6- O que são bens e serviços comuns para aquisição no pregão? R: O termo comum não significa ausente de sofisticação, mas passível de definição concisa, e com especificações usuais praticadas no mercado, que não demandem investigações e cláusulas mais complexas, pois, como o pregão versará sobre aceitação da proposta de preço mais baixo, o objeto sobre o qual recai deve ser razoavelmente padronizado.

12º semana

1- Qual a diferença entre contratos administrativos e contratos da administração? R: Contrato administrativo é espécie do gênero contratos da administração. 2- Quais as principais características dos contratos administrativos? R: a) Presença da administração pública como Poder Público; b) Finalidade Pública; c) Contrato de Adesão; d) Natureza intuitu personae; e) Licitação; f) Obediência à forma prescrita em lei; g) Cláusulas exorbitantes. 3- Diga o que são cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos e cite alguns exemplos. R: São cláusulas que consubstanciam prerrogativas da administração pública. Exemplos: Modificar o contrato, unilateralmente, para melhor adequação as finalidade de interesse público; Rescindir o contrato, unilateralmente, nos casos especificados na lei; Fiscalizar a execução do contrato; Aplicar sanções motivadas pela inexecução total o parcial do ajuste; e, nos casos de prestação de serviços essenciais, Ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, para acautelar apuração

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administrativas de faltas contratuais pelo contratado, bem como na circunstância de rescisão do contrato administrativo. 4- O que é mutabilidade dos contratos administrativos? R: É a possibilidade de a Administração pública alterar unilateralmente o contrato. 5- O que é fato do príncipe? R: Compreende determinação estatal imprevisível, que não se relaciona diretamente com o contrato, mas que onera reflexa e Substancialmente a sua execução. O fato do príncipe configura álea administrativa extraordinária e extracontratual, pois, se a Administração altera unilateralmente o contrato, ocorre responsabilidade contratual. 6- Explique a álea econômica e a teoria da imprevisão. R: A Álea econômica decorre de circunstâncias externas e estranhas á vontade das partes. A teoria da imprevisão relaciona-se com a cláusula rebus sic stantibus, segundo a qual o pactuado não deve vigorar se as coisas não permanecerem como foram acordadas no momento da celebração. É uma exigência da equidade, que autoriza a revisão do contrato diante de alterações que o tornaram oneroso.