questÕes para estudo

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE (OAB, VII Exame Unificado, 2012-1 FGV) Questão 16: De acordo com entendimento consolidado do STF e da doutrina, qual, dentre os órgãos e entidades listados abaixo, NÃO precisa demonstrar pertinência temática como condição para ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade? (A) Mesa de Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa (DF). (B) Conselho Federal da OAB. (C) Entidade de Classe de âmbito nacional. (D) Confederação Sindical. RESPOSTA ALTERNATIVA CORRETA (B). No julgamento da ADI 1.096-4/RS o STF dividiu os legitimados à propositura da ação direita de inconstitucionalidade em universais e temáticos. Os primeiros podem propor ADI sobre qualquer tema, “gozando de ampla prerrogativa de impugnarem qualquer ato normativo do Poder Público, independentemente de seu conteúdo material” 1 Há, todavia, outra categoria de legitimados, chamados de temáticos, que somente podem propor ADI contra atos normativos que estejam relacionados à sua esfera de atuação. Em outras palavras, os legitimados temáticos precisam demonstrar que têm interesse de agir, isto é, que há relação direta entre a atividade que exercem e o conteúdo do ato normativo cuja constitucionalidade estão questionando. São legitimados temáticos: (1) as mesas diretoras das Assembleias Legislativas e da Câmara Legislativa do DF (art. 103, inc. IV, da CF/88), (2) os Governadores dos Estados e do DF (art. 103, inc. V, da CF/88), bem como as (3) Confederações sindicais e as entidades de classe de âmbito nacional (art. 103, inc. IX, da CF/88). Os demais legitimados são todos universais. Nas alternativas apresentadas pela questão, portanto, apenas o Conselho Federal da OAB não figura no rol dos legitimados temáticos, ou seja, era o único que não precisa demonstrar pertinência temática como condição para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade. DICA: para facilitar a memorização de quais são os legitimados temáticos, vai aqui uma dica: (1) são os legitimados estaduais (assembleias legislativas e governadores) e (2) os sindicais ou classistas (confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional). EXEMPLO: para finalizar, um exemplo prático de pertinência temática. A ADPF 54, que tratou da possibilidade de aborto ou de interrupção da gravidez de feto anencéfalo, foi proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde. Como são eles, os trabalhadores na saúde, que têm de lidar diretamente com o drama das mães que, grávidas de anencéfalo, não desejavam levar a gravidez até o final, o STF reconheceu que havia pertinência temática, ou seja, que havia 1 Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno. ADI 1.096-4/RS . Relator Min. Celso de Mello. Julgamento em: 16.03.1995; DJ em: 22.09.1995.

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Page 1: QUESTÕES PARA ESTUDO

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

(OAB, VII Exame Unificado, 2012-1 FGV) Questão 16: De acordo com entendimento consolidado do STF e da doutrina, qual, dentre os órgãos e entidades listados abaixo, NÃO precisa demonstrar pertinência temática como condição para ajuizar Ação Direta de Inconstitucionalidade?

(A)  Mesa de Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa (DF).

(B)   Conselho Federal da OAB.

(C)  Entidade de Classe de âmbito nacional.

(D)  Confederação Sindical.

RESPOSTA

ALTERNATIVA CORRETA (B). No julgamento da ADI 1.096-4/RS o STF dividiu os legitimados à propositura da ação direita de inconstitucionalidade em universais e temáticos. Os primeiros podem propor ADI sobre qualquer tema, “gozando de ampla prerrogativa de impugnarem qualquer ato normativo do Poder Público, independentemente de seu conteúdo material”1

Há, todavia, outra categoria de legitimados, chamados de temáticos, que somente podem propor ADI contra atos normativos que estejam relacionados à sua esfera de atuação. Em outras palavras, os legitimados temáticos precisam demonstrar que têm interesse de agir, isto é, que há relação direta entre a atividade que exercem e o conteúdo do ato normativo cuja constitucionalidade estão questionando.

São legitimados temáticos: (1) as mesas diretoras das Assembleias Legislativas e da Câmara Legislativa do DF (art. 103, inc. IV, da CF/88), (2) os Governadores dos Estados e do DF (art. 103, inc. V, da CF/88), bem como as (3) Confederações sindicais e as entidades de classe de âmbito nacional (art. 103, inc. IX, da CF/88). Os demais legitimados são todos universais.

Nas alternativas apresentadas pela questão, portanto, apenas o Conselho Federal da OAB não figura no rol dos legitimados temáticos, ou seja, era o único que não precisa demonstrar pertinência temática como condição para ajuizar ação direta de inconstitucionalidade.

DICA: para facilitar a memorização de quais são os legitimados temáticos, vai aqui uma dica: (1) são os legitimados estaduais (assembleias legislativas e governadores) e (2) os sindicais ou classistas (confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional).

EXEMPLO: para finalizar, um exemplo prático de pertinência temática. A ADPF 54, que tratou da possibilidade de aborto ou de interrupção da gravidez de feto anencéfalo, foi proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde. Como são eles, os trabalhadores na saúde, que têm de lidar diretamente com o drama das mães que, grávidas de anencéfalo, não desejavam levar a gravidez até o final, o STF reconheceu que havia pertinência temática, ou seja, que havia relação entre a atividade profissional por eles exercida e o conteúdo da norma que estavam impugnando. Provavelmente uma Confederação que representasse os trabalhadores do sistema bancário não teria a pertinência temática reconhecida para propositura de ADPF sobre o mesmo tema da anencefalia, já que não haveria relação direta entre a atividade que exercem e o conteúdo da norma que estariam impugnando.

54. Analise as afirmativas a seguir. [as demais alternativas foram suprimidas, pois não tratavam do controle de constitucionalidade].[...]IV. As normas infraconstitucionais anteriores à promulgação de uma nova constituição, quando com esta incompatíveis ou não recepcionadas, são tidas como normas inconstitucionais.

RESPOSTA. ESTÁ ERRADA. Há décadas o Brasil adota a teoria da recepção, segundo a qual se considera não recepcionada a norma jurídica pré-constitucional (editada antes de 5/10/1988) que contraria a nova Constituição. Não se trata aqui de inconstitucionalidade, mas de não recepção (revogação). Uma norma pré-constitucional contrária à nova Constituição foi por ela revogada. O problema se resolve no plano do direito intertemporal e não da constitucionalidade ou inconstitucionalidade. Para a teoria da recepção a inconstitucionalidade é a incompatibilidade de uma norma jurídica com a Constituição vigente no momento de sua promulgação. Em relação às constituições editadas posteriormente, pode apenas ser considerada recepcionada ou não. Este entendimento foi reafirmado no

1 Supremo Tribunal Federal. Tribunal Pleno. ADI 1.096-4/RS. Relator Min. Celso de Mello. Julgamento em: 16.03.1995; DJ em: 22.09.1995.

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julgamento da ADI 02/1992, de relatoria do Min. Paulo Brossard. Em suma, não se deve utilizar a expressão inconstitucional para normas pré-constitucionais contrárias à nova Constituição, mas apenas recepcionada ou não.

56. Analise as afirmativas a seguir.I. A repristinação é o fenômeno jurídico que ocorre quando uma norma revogadora de outra anterior, que, por sua vez, tivesse revogado uma mais antiga, recoloca esta última novamente em estado de produção de efeitos.RESPOSTA: ESTÁ CORRETA. O conceito trazido na alternativa é realmente o de repristinação, que dever entendida como o retorno ao ordenamento jurídico de uma lei revogada, em razão da revogação da lei que a revogou.II. O fenômeno repristinatório existe no ordenamento jurídico brasileiro sem que haja necessidade de qualquer ressalva normativa, já que ele pode ser presumido constitucionalmente.RESPOSTA: ESTÁ ERRADA. No direito brasileiro, em regra, não se admite o fenômeno da repristinação. Uma lei revogada permanecerá definitivamente fora do ordenamento jurídico, sob pena de grave afronta à segurança jurídica. Ao contrário do que afirma o enunciando, admite-se a repristinação apenas se existir expressa previsão normativa (art. 2º, §3º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, anteriormente chamada de Lei de Introdução ao Código Civil).III. A declaração final de inconstitucionalidade, quando proferida em sede de fiscalidade normativa abstrata, não importa no efeito repristinatório de normas revogadas pelo diploma normativo julgado inconstitucional.RESPOSTA: ESTÁ ERRADA. O efeito repristinatório, diferentemente da repristinação, decorre naturalmente dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade. O Brasil adota desde 1890/1891, embora atualmente com certo temperamento (vide a possibilidade de modulação temporal dos efeitos das decisões em controle de constitucionalidade), o modelo estadunidense de controle de constitucionalidade, segundo o qual lei inconstitucional é lei nula. Se a lei inconstitucional é nula, não poderá produzir efeitos jurídicos válidos, nem mesmo o efeito revogador. Assim, ao ter a sua inconstitucionalidade declarada pelo STF na via abstrata, a norma será considerada inválida, com efeito retroativo (salvo no caso de modulação), o que, automaticamente, ensejará o retorno à vigência plena da lei que ela aparentemente revogara. O que houve, na verdade, foi uma pseudorrevogação, afastada pela declaração de inconstitucionalidade da lei revogadora. No entanto, nem sempre o efeito repristinatório é desejável. É que muitas vezes a norma que será reintroduzida no ordenamento jurídico é ainda mais afrontosa à Constituição do que a que teve a sua inconstitucionalidade declarada. Em outras situações, o efeito repristinatório também poderá trazer graves consequências econômicas e sociais. Nessas hipóteses, o STF poderá afastar o efeito repristinatório, impedindo o retorno ao ordenamento da lei pseudorrevogada (Cf. art. 11, §2º, da Lei 9.868/1999).IV. Em virtude do exercício da competência legislativa plena dos Estados, a União não poderá suspender a eficácia de lei estadual no que lhe for contrário.

Está correto apenas o contido em

(A) I.(B) II e IV.(C) III e IV.(D) I, III e IV.

60. Analise as afirmativas a seguir.I. O STF já consolidou o entendimento de que a ação cível pública pode ser utilizada como meio de fiscalização difusa de constitucionalidade, desde que a declaração de inconstitucionalidade seja apenas a causa pedir e não constitua objeto único do pedido.RESPOSTA: ESTÁ CORRETA. O STF tem posição consolidada acerca do cabimento de ação civil pública como mecanismo de fiscalização difusa (leia-se: incidental, concreta, pela via de exceção ou de defesa) de constitucionalidade. Como mencionado na alternativa, contudo, a declaração de inconstitucionalidade não pode ser o objeto único do pedido, mas apenas a causa de pedir, pois não se admite o uso da ação civil pública para se alcançar decisão com efeitos erga omnes, sob pena de usurpação da competência do STF[1].II. No controle concreto de constitucionalidade, a arguição de inconstitucionalidade é questão prejudicial e gera um procedimento incidenter tantum.RESPOSTA: ESTÁ CORRETA. O controle concreto de constitucionalidade é aquele feito durante o julgamento de determinado caso; nesta hipótese, a arguição de inconstitucionalidade é uma questão prejudicial ao julgamento do mérito. Por isso este tipo de controle também é chamado de via de defesa, incidental ou por via de exceção. O que se pede não é a declaração de inconstitucionalidade, mas, por exemplo, não pagar determinado tributo, ter o direito à progressão de regime prisional etc. O fundamento do pedido é a declaração de inconstitucionalidade da lei que instituiu o tributo ou da lei que proibiu a progressão de regime prisional para quem praticou determinado tipo de crime.III. O sistema judicial de controle de constitucionalidade brasileiro foi alterado pela Emenda n.º 16/65 à Constituição Federal brasileira de 1946, uma vez que introduziu o controle judicial abstrato.

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

RESPOSTA. ESTÁ CORRETA. O Brasil, desde 1890/1891, aderiu ao modelo estadunidense de controle de constitucionalidade, também chamado de controle concreto ou difuso. A mencionada Emenda Constitucional nº 16, de 26 de novembro de 1965, introduziu no ordenamento jurídico brasileiro o controle concentrado de constitucionalidade, feito por meio de uma ação chamada representação contra a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, semelhante à atual ADI. O único legitimado à deflagração do controle concentrado era o Procurador-Geral da República, cargo de livre nomeação e exoneração do Presidente da República. Em razão disso, esse novo modelo de controle foi pouco utilizado, ganhando importância apenas com o advento da Constituição Federal de 1988 e o seu extenso rol de legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade.IV. O sistema judicial de controle de constitucionalidade brasileiro até a introdução do controle concentrado, por modificação operada na Constituição Federal de 1946, seguia o modelo norte-americano, sendo que, a partir daí, recepcionou a concepção “austríaco-kelseniana”, sem, contudo, abandonar a fiscalização judicial difusa.RESPOSTA. ESTÁ CORRETA. Como mencionado na resposta ao item anterior, desde 1890/1891 o Brasil aderiu ao modelo estadunidense de controle de constitucionalidade, desenvolvido em 1803, quando a Suprema Corte julgou o célebre caso Marbury vs. Madison. Em 26 de novembro de 1965, com o advento da Emenda Constitucional nº 16, introduziu-se no sistema de fiscalização de constitucionalidade brasileiro a representação de inconstitucionalidade, que representou a recepção do controle concentrado de constitucionalidade, também chamado de “austríaco-kelseniano”. Mas o advento do controle concentrado não significou o rompimento com o tradicional modelo difuso/estadunidense. Os dois foram mantidos, inclusive depois da promulgação da Constituição de 5 de outubro de 1988. O controle concentrado, que começou tímido, ocupou grande espaço no sistema constitucional brasileiro, notadamente na última década. Em razão da importância de que desfruta na atualidade, já há quem fale em abstrativização do controle difuso. Mas isso já é tema para outro Comentário.

(A) II, apenas.(B) I e III, apenas.(C) II e III, apenas.(D) I, II, III e IV.

(OAB 2011-1 FGV) 20 – Em relação ao controle de constitucionalidade em face da Constituição Estadual, assinale a alternativa correta.

(A) Compete aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, reconhecida a legitimação para agir aos mesmos órgãos e entidades legitimados a propositura de ação direta de inconstitucionalidade.

Resposta: Está errada. O artigo 125, §2º, da CF/88 diz apenas que a legitimação para a propositura da representação de inconstitucionalidade estadual não pode ser atribuída a um único órgão, mas não exige que a legitimação seja idêntica à da ADI federal, prevista no artigo 103 da CF/88.

(B) A decisão do Tribunal de Justiça que declara a inconstitucionalidade de lei local em face da Constituição Estadual é irrecorrível, ressalvada a oposição de embargos declaratórios.

Resposta: Está errada. Caso, por exemplo, o dispositivo da constituição estadual que serviu de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade repita dispositivo da Constituição Federal caberá recurso extraordinário ao STF. Estaria correto se a alternativa afirmasse que a decisão é irrecorrível no âmbito do controle de constitucionalidade concentrado estadual.

(C) Não ofende a Constituição da República norma de Constituição Estadual que atribui legitimidade para a propositura de representação de inconstitucionalidade aos Deputados Estaduais e ao Procurador-Geral do Estado.

Resposta: ESTÁ CORRETA. Como visto na resposta à alternativa A, a única exigência feita pela CF/88 quanto à legitimidade para a propositura da representação de inconstitucionalidade estadual é que a legitimação não seja atribuída a um único órgão (artigo 125, §2º, da CF/88). Desse modo, nada impede que a constituição do estado-membro atribua legitimidade para a propositura da representação de inconstitucionalidade estadual aos deputados estaduais e ao procurador-geral do Estado.

(D) Não é possível o controle de constitucionalidade no plano estadual, no modo concentrado, se a norma constitucional estadual tomada como parâmetro reproduzir idêntico conteúdo de norma constitucional federal.

Resposta: Está errada. O fato de a norma da constituição estadual reproduzir norma da Constituição Federal não impede a realização de controle de constitucionalidade no plano estadual. Contudo, caso haja simultaneidade de ações, ou seja, caso sejam propostas ações tanto no tribunal de justiça do estado-membro (em razão da violação à constituição estadual) quanto no STF (em razão da violação à CF) a ação estadual será sobrestada, devendo aguardar o julgamento da ADI pelo STF.

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(OAB 2011-1 FGV) 21 – As alternativas a seguir apontam diferenças entre a ADI e a ADC, À EXCEÇÃO DE UMA. Assinale-a.

(A) Rol de legitimados para a propositura da ação.

Resposta: ESTÁ CORRETA. É esta alternativa que deveria ser assinalada. Desde o advento da Emenda Constitucional n. 45, em 2004, o rol de legitimados à propositura da ADI e da ADC é o mesmo. Como a questão pedia diferenças entre ambas as ações do controle concentrado, esta alternativa é a correta, já que aqui não há diferença. Antes da referida EC 45/2004 nem todos os legitimados à propositura da ADI podiam ingressar com a ADC. Na Lei 9.868/1999, que regula a ADI, a ADC e a ADO, o artigo 13 ainda traz a ADC com legitimação mais restrita do que a ADI, mas ele deve ser desconsiderado, pois foi revogado pela EC 45/2004.

(B) Objeto da ação.

Resposta: realmente, ADI e ADC possuem objetos distintos. Enquanto a ADI é cabível na hipótese de lei ou ato normativo federal e estadual a ADC somente pode ser utilizada no caso de lei ou ato normativo federal.

(C) Exigência de controvérsia judicial relevante.

Resposta: aqui também as duas ações são distintas. Apenas a ADC exige a existência de controvérsia judicial relevante. Em razão disso, a ADC não pode ser proposta logo após a promulgação da lei ou ato normativo, pois é preciso um tempo até que se instaure uma controvérsia judicial relevante.

(D) Manifestação do Advogado-Geral da União.

Resposta: O AGU se manifesta apenas na ADI, já que na ADC o próprio autor da ação, ao pedir a declaração de constitucionalidade, faz a defesa da constitucionalidade do ato normativo impugnado. Importante lembrar que para o STF o AGU não é obrigado a sempre defender a constitucionalidade do ato jurídico atacado, muito embora o texto constitucional afirme expressamente que ele será citado para fazê-lo. Apesar disso, deve-se atentar para questões que mencionem que a Constituição exige do AGU a defesa do ato cuja constitucionalidade está sendo questionada. Muito embora o entendimento do STF tenha relativizado essa exigência, o texto constitucional é expresso no sentido de que ele deve sim defender a constitucionalidade, agindo como uma espécie de curador da presunção de constitucionalidade (art. 103, §3º, da CF/88). Em suma, caso se questione se o texto constitucional exige do AGU a defesa da lei ou ato normativo atacado a resposta será afirmativa; no entanto, o STF, guardião e último intérprete da Constituição Federal, entende que o AGU não está obrigado a defender a constitucionalidade da lei, podendo atuar de acordo com a sua convicção.

(OAB 2011-1 FGV) 13. Em 2010, o Congresso Nacional aprovou por Decreto Legislativo a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Essa convenção já foi aprovada na forma do artigo 5º, § 3º, da Constituição, sendo sua hierarquia normativa de

(A) lei federal ordinária.

Resposta: Está errada. Apenas os tratados que não versam sobre direitos humanos gozam do status de lei ordinária.

(B) emenda constitucional.

Resposta: Está Correta. O artigo 5º, §3º, da CF/88, introduzido pela EC 45/2004, afirma que os tratados sobre direitos humanos que forem aprovados pelo mesmo procedimento das emendas constitucionais (aprovação por 3/5 dos membros de cada uma das Casas do Congresso Nacional, em dois turnos de votação) adquirirão o status de emenda constitucional. Até o momento a mencionada Convenção é a primeira e única inserida no ordenamento jurídico brasileiro por este mecanismo. Goza, portanto, de status de emendaconstitucional, integrando o bloco de constitucionalidade e servindo de parâmetro para o controle de constitucionalidade.

(C) lei complementar.

Resposta: está errada. Em primeiro lugar, a doutrina majoritária e o próprio STF entendem que as leis complementares estão no mesmo plano hierárquico das leis ordinárias. Desse modo, se a Convenção não possui status de lei ordinária, conforme verificado na análise da alternativa “A”, também não possui o de lei complementar, pois ambas ocupam a mesma posição hierárquica. Em segundo, as leis complementares são reservadas apenas às hipóteses em que o texto constitucional expressamente solicita. Por fim, conforme o disposto no artigo 5º, §3º, da CF/88, a Convenção em tela equivale a uma emenda constitucional.

(D) status supralegal.

Resposta: está errada. Segundo o STF, será atribuído o status supralegal apenas aos tratados sobre direitos humanos aprovados antes do advento da EC 45/2004. A norma supralegal é considerada hierarquicamente superior aos atos

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normativos primários (leis complementares, delegadas e ordinárias; medidas provisórias, decretos e resoluções do Poder Legislativo), mas inferior às normas constitucionais (Cf. HC 87.585/TO e o RE 466.343/SP).

17 (OAB/FGV 2011-3): NÃO pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade:(A) decreto que promulga tratado.(B) decreto legislativo que aprova tratado.(C) resolução.(D) súmula vinculante.

RESPOSTA: A ALTERNATIVA CORRETA É A “D”. O decreto do presidente da República que promulga tratado, o decreto legislativo que aprova tratado e a resolução podem ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade. Todavia, não cabe ADI contra súmula vinculante, pois, para atacá-la, a CF/88 (art. 103-A, §2º) e a Lei 11.417/2006 previram procedimento próprio, qual seja, o pedido de revisão ou de cancelamento da súmula. No Exame de Ordem anterior, V Exame Unificado, aplicado em 30 de outubro de 2011, foi cobrada uma questão cuja resposta ajudava a responder a esta, o que reforça a importância da resolução de questões anteriores como forma de aperfeiçoar os estudos. Na questão cobrada no exame anterior, indagou-se qual o instrumento processual que um governador poderia utilizar para se insurgir contra uma súmula vinculante. Como opções de resposta havia o ajuizamento de ADI, ADPF, Reclamação e o requerimento de cancelamento. Este último, por certo, é o que deveria ter sido assinalado. Transcrevo, por oportuno, os comentários que teci na ocasião sobre a questão mencionada:

“Não cabe ADI contra súmula vinculante. Existem vozes abalizadas na doutrina que defendem o cabimento de ADI contra súmula vinculante. Para isso, sustentam que, diferentemente das demais súmulas [1], a súmula vinculante é dotada de obrigatoriedade, vinculação, generalidade e abstração, equiparando-se “a uma verdadeira lei em sentido material” [2]. Majoritariamente, no entanto, entende-se que não cabe ADI contra súmula vinculante.

A corrente majoritária, que entende que não cabe ADI contra súmula vinculante, baseia-se emdois argumentos distintos para sustentar a impossibilidade de questionamento da súmula pela via do controle concentrado de constitucionalidade. De um lado, há quem defenda, por exemplo, que a súmula vinculante não pode ser objeto da técnica de controle de constitucionalidade em razão de “não ser marcada pela generalidade e abstração” [3]. De outro, estão os que entendem que as súmulas vinculantes não podem ser questionadas mediante as ações do controle concentrado de constitucionalidade por existir um procedimento próprio para atacá-las, que é o pedido de cancelamento.

Prefere-se aqui o segundo posicionamento. Embora realmente não seja possível utilizar ações do controle concentrado de constitucionalidade contra súmula vinculante, o fundamento que parece mais acertado para justificar este entendimento é a existência de procedimento próprio para se atacar as súmulas, que é o pedido de cancelamento. Não fosse isso e seria possível questionar uma súmula vinculante mediante ADI, pois ela é dotada de vinculação, obrigatoriedade, generalidade e abstração. Embora na origem a súmula vinculante se conecte aos precedentes que serviram de fundamento para a sua edição, uma vez editada ela será aplicada genérica e abstratamente a todas as hipóteses que ali se enquadrarem. É o mesmo que ocorre com uma lei, que geralmente é promulgada para equacionar algum problema concreto encontrado na sociedade, mas, ao discipliná-lo, o faz de forma geral e abstrata.

Em razão de todo o exposto, entende-se que o fundamento para o não cabimento de ADI para questionar a validade de uma súmula vinculante é a existência de procedimento próprio para esses casos, qual seja, o pedido de cancelamento da súmula vinculante, que pode, inclusive, ser manejado por número mais amplo de legitimados do que as próprias ações de controle concentrado (art. 3º da Lei 11.417/2006).

De qualquer sorte, em que pese a diversidade de fundamentos, uma coisa não muda:majoritariamente se entende que não é cabível ADI, ADC e ADPF para questionar súmula vinculante.”

18 (OAB/FGV 2011-3) Suponha que o STF, no exame de um caso concreto (controle difuso), tenha reconhecido a incompatibilidade entre uma lei em vigor desde 1987 e a Constituição de 1988. Nesse caso é correto afirmar que(A) após reiteradas decisões no mesmo sentido, o STF poderá editar súmula vinculante.(B) o STF deverá encaminhar a decisão ao Senado.(C) os órgãos fracionários dos tribunais, a partir de então, ficam dispensados de encaminhar a questão ao pleno.(D) a eficácia da decisão é erga omnes.

RESPOSTA

ALTERNATIVA A. ESTÁ CORRETA. O STF poderá, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, de ofício ou por provocação, editar súmula vinculante, que terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário, depois de publicada na imprensa oficial (art. 103-A da CF/88).

Page 6: QUESTÕES PARA ESTUDO

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

ALTERNATIVA B. ESTÁ ERRADA. Não há obrigatoriedade de envio da decisão ao Senado, pois, como o ato impugnado era pré-constitucional, não houve declaração de inconstitucionalidade, mas mero juízo de não recepção. Norma anterior a 5 de outubro de 1988 incompatível com a Constituição Federal não pode ser considerada inconstitucional, mas apenas recepcionada ou não. Caso não tenha sido recepcionada, estará revogada. O artigo 178 do Regimento Interno do STF afirma que o Senado será comunicado após o trânsito em julgado da decisão que declarou incidentalmente a inconstitucionalidade de um ato normativo. O artigo 52, X, da Constituição Federal também sustenta que o Senado poderá suspender a execução de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF. Como no caso apresentado na questão não houve a declaração de inconstitucionalidade, não há que se falar em obrigatoriedade de encaminhamento da decisão ao Senado.

ALTERNATIVA C. Está errada. Como a questão é de direito intertemporal, ou seja, é saber se a norma foi recepcionada ou não, não há que se falar em reserva de plenário, prevista no artigo 97 da Constituição Federal e na Súmula Vinculante nº 10. Somente se exige a reserva de plenário quando há a declaração de inconstitucionalidade. Lembrando-se que pela reserva de plenário apenas os plenários ou os órgãos especiais dos tribunais poderão declarar uma norma inconstitucional ou deixar de aplicá-la a um caso concreto por considerá-la inconstitucional.

ALTERNATIVA D. Está errada. No controle difuso de constitucionalidade as decisões têm efeito inter partes, atingindo apenas as partes que litigaram. No caso concreto, para se atribuir à decisão efeito erga omnes, seria necessário, após reiteradas decisões, a edição, pelo STF, de uma súmula vinculante.

(FEPESE/ Procurador Geral do Ministério Público/TCE/SC/2006) 35. É correto afirmar que pode propor ação declaratória de constitucionalidade:

a. ( ) o Conselho da República.b. ( ) o Conselho Nacional de Justiça. c. ( ) qualquer membro do Congresso Nacional. d. ( ) o Governador de Estado ou do Distrito Federal. e. ( ) os Conselhos Estaduais da Ordem dos Advogados do Brasil.

Comentários:O rol dos legitimados para propor ação declaratória de constitucionalidade foi alterado após a Emenda 45. Hoje, seus legitimados são os mesmos que podem propor ação direta de inconstitucionalidade previstos no artigo 103, da CF:Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

Observando o rol acima, apenas se enquadram na listagem do quesito os legitimados do inciso V:

d. ( ) o Governador de Estado ou do Distrito Federal.

Portanto, correta a alternativa "D".

Obs.: assim como o leitor STORMRIDER, também não gosto das questões que exigem o conhecimento da letra fria da lei, mas, infelizmente, a memorização da lei é sempre cobrada nas provas. Em alguns concurso é verdade que se pede menos, mas sempre, em todos, exige-se o conhecimento da lei seca. Portanto, temos que combater essa decoreba resolvendo questões.

Julgue o item a seguir:

Page 7: QUESTÕES PARA ESTUDO

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

(CESPE/STJ/AJAJ/69) - Chama-se controle de constitucionalidade reservado aquele exercido por via de defesa ou exceção, o qual se difere do controle abstrato de constitucionalidade.

Comentários:

O controle de constitucionalidade reservado é sinônimo de controle concentrado, que busca verificar se determinada norma EM TESE (ou seja, mesmo que não haja caso concreto) é constitucional. Em contrapartida, o controle difuso ou por via de defesa ou exceção necessita de um caso concerto para que se analise a constitucionalidade.

Para melhor elucidação, vale recordar o que já estudamos neste blog:

"O controle de constitucionalidade pode ocorrer tanto na forma difusa quanto concentrada.

Naquela, a inconstitucionalidade é reconhecida incidentalmente. Exemplo: Em um mandado de segurança, o servidor público Antônio José requer que seja reimplantada determinada gratificação que o Município deixara de pagar baseado em Lei Municipal. Nesse caso, o juiz pode reconhecer a inconstitucionalidade da Lei Municipal, mesmo que não tenha sido requerido pelo impetrante, pois se trata de matéria de ordem pública.

Entretanto, se o mandado de segurança fosse impetrado diretamente no Tribunal de Justiça (por exemplo, se o impetrado fosse o Estado), a declaração de inconstitucionalidade incidental deveria obedecer seu regramento próprio, aplicando-se a cláusula de reserva de plenário, segundo a qual o relator do processo, ao verificar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, deve remetê-lo ao órgão especial do tribunal para a apreciação, por voto da maioria absoluta, da inconstitucionalidade."

Logo, o controle reservado se harmoniza com o conceito de controle abstrato. A assertiva está ERRADA.

Para a resposta dessa questão será necessário saber quais são os objetos do controle concentrado de constitucionalidade, as hipóteses de cabimento da reclamação constitucional (vale a pena ficar de olho neste instituto; com a ampliação do número de reclamações processadas no STF, em razão de suas decisões vinculantes, a reclamação tem ganhado muito em importância, ampliando a sua incidência em provas e concursos), bem como conhecer a Lei 11.417, de 19 de dezembro de 2006, que disciplinou as súmulas vinculantes.

QUESTÃO 18 (OAB FGV 2011-2) – Se Governador de Estado desejar se insurgir contra súmula vinculante que, a seu juízo, foi formulada com enunciado normativo que extrapolou os limites dos precedentes que a originaram, poderá, dentro dos instrumentos processuais constitucionais existentes,(A) ajuizar ADI contra a súmula vinculante.(B) ajuizar ADPF contra a súmula vinculante.(C) interpor reclamação contra a súmula vinculante.(D) requerer o cancelamento da súmula vinculante.

GABARITO COMENTADO:

ALTERNATIVA (A): Está Errada. Não cabe ADI contra súmula vinculante. Existem vozes abalizadas na doutrina que defendem o cabimento de ADI contra súmula vinculante. Para isso, sustentam que, diferentemente das demais súmulas[1], a súmula vinculante é dotada de obrigatoriedade, vinculação, generalidade e abstração, equiparando-se “a uma verdadeira lei em sentido material”[2]. Majoritariamente, no entanto, entende-se que não cabe ADI contra súmula vinculante.

A corrente majoritária, que entende que não cabe ADI contra súmula vinculante, baseia-se em dois argumentos distintos para sustentar a impossibilidade de questionamento da súmula pela via do controle concentrado de constitucionalidade. De um lado, há quem defenda, por exemplo, que a súmula vinculante não pode ser objeto da técnica de controle de constitucionalidade em razão de “não ser marcada pela generalidade e abstração”[3]. De outro, estão os que entendem que as súmulas vinculantes não podem ser questionadas mediante as ações do controle concentrado de constitucionalidade por existir um procedimento próprio para atacá-las, que é o pedido de cancelamento.

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Prefere-se aqui o segundo posicionamento. Embora realmente não seja possível utilizar ações do controle concentrado de constitucionalidade contra súmula vinculante, o fundamento que parece mais acertado para justificar este entendimento é a existência de procedimento próprio para se atacar as súmulas, que é o pedido de cancelamento. Não fosse isso e seria possível questionar uma súmula vinculante mediante ADI, pois ela é dotada de vinculação, obrigatoriedade, generalidade e abstração. Embora na origem a súmula vinculante se conecte aos precedentes que serviram de fundamento para a sua edição, uma vez editada ela será aplicada genérica e abstratamente a todas as hipóteses que ali se enquadrarem. É o mesmo que ocorre com uma lei, que geralmente é promulgada para equacionar algum problema concreto encontrado na sociedade, mas, ao discipliná-lo, o faz de forma geral e abstrata.

Em razão de todo o exposto, entende-se que o fundamento para o não cabimento de ADI para questionar a validade de uma súmula vinculante é a existência de procedimento próprio para esses casos, qual seja, o pedido de cancelamento da súmula vinculante, que pode, inclusive, ser manejado por número mais amplo de legitimados do que as próprias ações de controle concentrado (art. 3º da Lei 11.417/2006).

De qualquer sorte, em que pese a diversidade de fundamentos, uma coisa não muda: majoritariamente se entende que não é cabível ADI, ADC e ADPF para questionar súmula vinculante.

ALTERNATIVA (B): Está Errada. Não se admite ADPF contra súmula vinculante. As razões são as mesmas já mencionadas na resposta à alternativa anterior.

ALTERNATIVA (C): Está Errada. A reclamação é cabível quando uma súmula vinculante é desrespeitada e não para questionar a validade da própria súmula (art. 7º, da Lei 11.417/2006).

ALTERNATIVA (D): Está Correta. O procedimento adequado para que o governador possa se insurgir contra a súmula vinculante é pedir o seu cancelamento. Lembra-se que o governador é um dos legitimados previstos no artigo 3º da Lei 11.417, de 19 de dezembro de 2006, (art. 3º, X, da Lei 11.417/2006), para propor a criação, modificação ou cancelamento de súmula vinculante.

DE ACORDO COM O COMANDO DE CADA UM DOS ITENS, JULGUE-OS EM CERTO OU ERRADO.

Acerca do controle de constitucionalidade no Brasil, julgue os itens que se seguem:

01. (___) - É possível a declaração de inconstitucionalidade de norma constitucional originária incompatível com os princípios constitucionais não escritos e os postulados da justiça, considerando-se a adoção, pelo sistema constitucional brasileiro, da teoria alemã das normas constitucionais inconstitucionais.

02. (___) - É admissível o controle de constitucionalidade de emenda constitucional antes mesmo de ela ser votada, no caso de a proposta atentar contra cláusula pétrea, sendo o referido controle feito por meio de mandado de segurança, que deve ser impetrado exclusivamente por parlamentar federal.

03. (___) - A declaração de inconstitucionalidade de uma norma pelo STF acarreta a repristinação da norma anterior que por ela havia sido revogada, efeito que pode ser afastado, total ou parcialmente, por decisão da maioria de 2/3 dos membros desse tribunal, em decorrência de razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social.

04. (___) - De acordo com entendimento do STF, a decisão declaratória de inconstitucionalidade de determinada lei ou ato normativo não produzirá efeito vinculante em relação ao Poder Legislativo, sob pena de afronta à relação de equilíbrio entre o tribunal constitucional e o legislador. Com relação ao poder constituinte e ao controle de constitucionalidade de normas, julgue os itens seguintes.

05. (___) - O poder constituinte originário esgota-se quando é editada uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e ilimitado, ele se caracteriza pela temporariedade.

06. (___) - A decisão de mérito proferida pelo STF no âmbito de ação declaratória de constitucionalidade produz, em regra, efeitos ex nunc e vinculantes para todos os órgãos do Poder Executivo e demais órgãos do Poder Judiciário.

07. (___) - Na arguição de descumprimento de preceito fundamental, a decisão exarada produz efeito vinculante, que, em sua dimensão objetiva, abrange não só a parte dispositiva, mas também os fundamentos determinantes da decisão.

08. (___) - Segundo entendimento do STF, é possível a utilização da técnica da modulação ou limitação temporal dos efeitos de decisão declaratória de inconstitucionalidade no âmbito do controle difuso de constitucionalidade.

09. (___) - De acordo com o princípio da legalidade, apenas a lei decorrente da atuação exclusiva do Poder Legislativo pode originar comandos normativos prevendo comportamentos forçados, não havendo a possibilidade, para tanto, da participação normativa do Poder Executivo.

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

10. (___) - Segundo a doutrina, a aplicação do princípio da reserva legal absoluta é constatada quando a CF remete à lei formal apenas a fixação dos parâmetros de atuação para o órgão administrativo, permitindo que este promova a correspondente complementação por ato infralegal.

GABARITO: (01) - E / (02) - C / (03) - C / (04) - C / (05) - E / (06) - E / (07) - C / (08) - C / (09) - E / (10) - E

03. Relativamente ao prazo para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo federal ou estadual, assinale a alternativa CORRETA:

a) O prazo será decadencial de 120 (cento e vinte) dias.

b) O prazo será prescricional de 02 (dois) anos.

c) A ação poderá ser proposta a qualquer tempo.

d) O prazo será decadencial de 05 (cinco) anos.

e) O prazo será decadencial de 02 (dois) anos.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA C

05. É INCORRETO afirmar que:

a) Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

b) Concedida a medida cautelar em ação declaratória de constitucionalidade, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de 10 (dez) dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de perda de sua eficácia.

c) A idéia de controle de constitucionalidade está ligada à supremacia da Constituição sobre todo o ordenamento jurídico, e, também à rigidez constitucional e à proteção dos direitos fundamentais.

d) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que em sede de ação civil pública apenas é admissível o controle de constitucionalidade na via incidental.

e) Na ação declaratória de constitucionalidade há necessidade de comprovação de pertinência temática, além de o legitimado ter que comprovar a existência de controvérsia judicial no território nacional.

REPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA E

03. Assinale a opção correta no que diz respeito ao controle das omissões inconstitucionais:

A) A ação direta de inconstitucionalidade por omissão que objetive a regulamentação de norma da CF somente pode ser ajuizada pelos sujeitos enumerados no artigo 103 da CF, sendo a competência para o seu julgamento privativa do STF.

B) Na omissão inconstitucional total ou absoluta, o legislador deixa de proceder à completa integração constitucional, regulamentando deficientemente a norma da CF.

C) A omissão inconstitucional pode ser sanada mediante dois instrumentos: o mandado de injunção, ação própria do controle de constitucionalidade concentrado; e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, instrumento do controle difuso de constitucionalidade.

D) O mandado de injunção destina-se à proteção de qualquer direito previsto constitucionalmente, mas inviabilizado pela ausência de norma integradora.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA A

3) Com relação ao controle de constitucionalidade, é INCORRETO afirmar que:

a) O Senado Federal tem discricionariedade para deliberar sobre a suspensão da execução de norma legal declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal em controle difuso, podendo recusá-la.

b) A Mesa da Assembléia Legislativa ou a Câmara Legislativa do Distrito Federal e o Governador de Estado ou do Distrito Federal têm legitimidade ativa universal para propositura de ação direta de inconstitucionalidade.

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

c) A suspensão da execução, no todo ou em parte, de lei estadual declarada inconstitucional em face da Constituição Federal, por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal em controle difuso, compete privativamente ao Senado Federal.

d) A reclamação constitucional não constitui espécie de controle concentrado de constitucionalidade.

e) A declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto é amplamente admitida no ordenamento jurídico brasileiro, salvo quando o sentido da norma é unívoco.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA B

01. Em relação ao Poder Legislativo, assinale a opção correta:

A) O Senado Federal poderá conceder eficácia erga omnes à decisão do STF em sede de ação direta de inconstitucionalidade.

B) A decretação de estado de sítio, por motivos de segurança nacional, implica a automática suspensão da imunidade parlamentar.

C) Em caso de guerra, a Câmara dos Deputados não pode recusar a convocação de parlamentar para as forças armadas.

D) A Câmara dos Deputados tem competência para iniciativa de lei que vise à fixação da remuneração de seus servidores, mas a matéria deve ir à sanção do presidente da República.

E) Compete ao Congresso Nacional a aprovação, com o quorum mínimo da maioria absoluta, do procurador-geral do Trabalho, pelo voto secreto, após arguição pública.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA D

10. Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente:

(A) nas infrações penais comuns, os Governadores dos Estados e os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal.

(B) as ações contra o Conselho Nacional do Ministério Público.

(C) o mandado de segurança impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiça.

(D) os conflitos de atribuições entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e as da União.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA B

01. NÃO está presente no rol de legitimados à propositura de Ação Declaratória de Constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, nos termos da Constituição Federal de 1988:

(A) a Confederação Sindical.

(B) a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

(C) a entidade de classe de âmbito nacional.

(D) o Governador do Distrito Federal.

(E) o Prefeito Municipal

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA E

02. Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, será citado previamente e defenderá o ato ou texto impugnado:

(A) o Advogado-Geral da União.

(B) o Procurador-Geral da República.

(C) o órgão que o tiver promulgado.

(D) o Presidente da República.

(E) a Defensoria Pública da União.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA A

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

04. No que concerne às Medidas Provisórias, de acordo com a Constituição Federal de 1988, é INCORRETO afirmar:

(A) Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional.

(B) Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.

(C) Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.

(D) Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão conjunta, pelo plenário do Congresso Nacional.

(E) A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA D

04. A respeito da arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), assinale a opção correta:

A) O conceito de preceito fundamental foi introduzido no ordenamento jurídico brasileiro pela Lei n.º 9.882/1999, segundo a qual apenas as normas constitucionais que protejam direitos e garantias fundamentais podem ser consideradas preceito fundamental.

B) Na ADPF, não se admite a figura do amicus curiae.

C) A ADPF, criada com o objetivo de complementar o sistema de proteção da CF, constitui instrumento de controle concentrado de constitucionalidade a ser ajuizado unicamente no STF.

D) A ADPF pode ser ajuizada mesmo quando houver outra ação judicial ou recurso administrativo eficaz para sanar a lesividade que se pretende atacar, em observância ao princípio da indeclinabilidade da prestação judicial.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA C

09. Acerca do controle concentrado de constitucionalidade exercido pelo STF, assinale a opção correta:

A) É possível a declaração de inconstitucionalidade de normas constitucionais originárias.

B) É cabível o ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade cujo objeto seja lei ou ato normativo distrital decorrente do exercício de competência estadual e municipal.

C) A ação direta de inconstitucionalidade por omissão admite pedido de medida liminar.

D) Declarada a constitucionalidade de lei ou de ato normativo federal, em sede de ação declaratória de constitucionalidade, não se revela possível a realização de nova análise contestatória da matéria sob a alegação de que novos argumentos conduziriam a uma decisão pela inconstitucionalidade.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA D

12. Para que possa ser declarada a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo do Poder Público é necessário que o tribunal possua:

a) presença de um terço dos membros efetivos;

b) a presença da maioria absoluta dos membros efetivos;

c) um quinto dos membros do órgão especial presentes;

d) maioria relativa dos membros ou do respectivo órgão especial;

e) maioria absoluta de seus membros ou do respectivo órgão especial.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA E

04. No controle de constitucionalidade de ato normativo pela via difusa, discute-se o caso concreto. A respeito desse controle, assinale a opção correta.

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a) Os efeitos da declaração de inconstitucionalidade afetam somente as partes envolvidas no processo, de forma retroativa, em regra, de modo a desfazer, desde sua origem, o ato declarado inconstitucional, juntamente com todas as conseqüências dele derivadas.

b) A declaração de inconstitucionalidade terá efeitos ex tunc e erga omnes por decisão do STF, pois somente a este cabe assegurar a supremacia das normas constitucionais.

c) Os efeitos devem ser inter partes, podendo, entretanto, ser ampliados por motivos de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, em decorrência de decisão de dois terços dos membros do STF.

d) Os efeitos se tornarão ex tunc a partir do momento em que o Senado Federal editar uma resolução suspendendo a execução, no todo ou em parte, da lei ou ato normativo declarado inconstitucional por decisão definitiva do STF.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA A

05. Sobre o controle de constitucionalidade de atos normativos no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção correta.

a) Cabe ao STF o julgamento das ações diretas de inconstitucionalidade contra atos normativos federais, estaduais ou municipais.

b) Emendas constitucionais, por gozarem do caráter de normas constitucionais, não são passíveis de serem controladas na sua constitucionalidade.

c) A jurisprudência do STF não admite, em sede de ação direta de inconstitucionalidade, o controle de constitucionalidade de atos normativos pré-constitucionais.

d) A Constituição de 1988, desde a sua redação originária, previa o efeito vinculante das decisões tomadas pelo STF nas ações diretas de inconstitucionalidade.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA C

01. O município de Aracaju editou lei que obriga todo estabelecimento bancário instalado em seu território a pagar multa de R$ 120,00 ao consumidor, toda vez que ele esperar atendimento por mais de 30 minutos na fila do banco. Em relação à situação hipotética acima, assinale a opção correta.

A) A lei é inconstitucional porque cabe à União legislar sobre instituições bancárias.

B) A parte da lei que dispõe sobre multa é inconstitucional porque somente lei federal ou o Banco Central podem fixar sanção pecuniária e aplicá-la a banco infrator.

C) A lei é inconstitucional porque cabe aos estados legislar sobre as competências residuais da Constituição Federal de 1988.

D) A lei é constitucional, na medida em que cabe aos municípios dispor sobre o tempo de atendimento nas agências localizadas em seu território.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA D

02. Em relação ao controle de constitucionalidade das leis no direito brasileiro, assinale a opção correta.

A) O autor de ação declaratória de constitucionalidade deve demonstrar existência de controvérsia judicial na aplicação da norma pelos tribunais ao questionar a norma perante o Supremo Tribunal Federal (STF).

B) Não se exige de governador de estado demonstração de pertinência temática para propositura de ação direta de inconstitucionalidade.

C) Resolução do Senado Federal é o instrumento adequado para dar eficácia erga omnes a decisão de ação direta de inconstitucionalidade.

D) A decisão na ação direta de inconstitucionalidade não tem eficácia vinculante.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA A

5. A respeito do controle de constitucionalidade de lei municipal, assinale a alternativa correta.

a) Se lei ou ato normativo municipal, além de contrariar dispositivos da Constituição Federal, contrariarem igualmente previsões expressas do texto da Constituição Estadual de repetição obrigatória e redação idêntica, a competência para processar e julgar a representação de inconstitucionalidade será do Tribunal de Justiça do respectivo Estado-membro.

Page 13: QUESTÕES PARA ESTUDO

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

b) Se lei ou ato normativo municipal, além de contrariar dispositivos da Constituição Federal, contrariar igualmente previsões expressas do texto da Constituição Estadual de repetição obrigatória e redação idêntica, a competência para processar e julgar a ação direta de inconstitucionalidade será do Supremo Tribunal Federal.

c) O único controle de constitucionalidade de lei municipal em face da Constituição Federal é o difuso, exercido incidenter tantum, por todos os órgãos do Poder Judiciário, quando do julgamento de cada caso concreto. No entanto, o controle concentrado de lei municipal em face da Constituição Federal poderá se dar, excepcionalmente, por meio de ação direta de constitucionalidade, caso a lei impugnada fira os princípios sensíveis previstos na Carta Maior.

d) Se lei ou ato normativo municipal, além de contrariar dispositivos da Constituição Federal, contrariarem igualmente previsões expressas do texto da Constituição Estadual de repetição obrigatória e redação idêntica, os legitimados para propor a ação cabível podem escolher onde ajuizá-la, uma vez que a própria Constituição Federal abriga, no artigo 5o, inciso XXXV, o princípio da inafastabilidade da jurisdição.

e) O único controle de constitucionalidade de lei municipal em face da Constituição Federal é o difuso, exercido incidenter tantum, por todos os órgãos do Poder Judiciário, quando do julgamento de cada caso concreto.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA A

02. O exercício do controle de constitucionalidade por via de exceção é próprio do controle:

a) concentrado.

b) difuso.

c) político.

d) misto.

e) por iniciativa do juiz.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA B

05. Sobre a argüição de descumprimento de preceito fundamental, está INCORRETO afirmar que:a) para sua propositura são legitimados os mesmos legitimados para propor ação direta de inconstitucionalidade.b) deverá ser proposta perante o Supremo Tribunal Federal.c) caberá reclamação contra descumprimento da decisão proferida.d) o prazo para agravo contra a decisão monocrática de indeferimento da petição inicial é de 5 (cinco) dias.e) a decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido pode ser objeto de ação rescisória.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA E

07. A ação direta de constitucionalidade não poderá ser proposta:a) por Mesa de Assembléia Legislativa;b) por Conselho Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil;c) pela Câmara Legislativa do Distrito Federal;d) por confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;e) por Governador de Estado ou do Distrito Federal.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA B

08. Na ação direta de inconstitucionalidade e na ação declaratória de constitucionalidade, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á:

a) procedente ação direta ou prejudicada eventual ação declaratória;b) procedente ação direta ou improcedente eventual ação declaratória;c) procedente ação direta ou procedente eventual ação declaratória;d) prejudicada a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória;e) improcedente ação direta ou prejudicada eventual ação declaratória.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA B

09. A declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, por meio de ação direta, em regra, considera de nenhum efeito os atos praticados na vigência da lei ou ato normativo

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inconstitucional. Entretanto, a Corte Constitucional poderá restringir os efeitos da declaração, observando que:a) deverá ser por maioria de 3/5 (três quintos) de seus membros;b) limitar-se-á as partes em favor de quem for proferida a declaração;c) terá em vista razões de segurança jurídica;d) iniciará a eficácia da declaração a partir do trânsito em julgado, salvo se a decisão fixar expressamente outro momento;e) estará limitada à resolução de litígios reiterados e de interesses sociais.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA C

11. Uma Emenda Constitucional, em tese, poderia abolir:a) a rigidez para criação de norma constitucional;b) o voto direto, secreto, universal e periódico;c) o sistema presidencialista de governo;d) a temporariedade dos mandatos eletivos;e) as competências residuais dos Estados federados.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA C

05. O controle de constitucionalidade:a) Não é tarefa exclusiva do Poder Judiciário, no Brasil.

b) Pode ser concentrado ou difuso, no Brasil.

c) Pode ser preventivo ou repressivo, no Brasil.

d) Na modalidade difusa, quando assim admitido pelo ordenamento jurídico de um país, significa a possibilidade de que qualquer juiz, em qualquer grau de jurisdição, reconheça a inconstitucionalidade de uma norma jurídica necessária à solução de um conflito e, em conseqüência, deixe de aplicá-la ao caso concreto.

e) Exercido, no Brasil, pelo STF, produz sempre efeito erga omnes, inclusive contra aqueles, portanto, que não foram parte do processo gerador de inconstitucionalidade.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA E

08. Dentre as várias espécies de controle concentrado contempladas pela Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que trata-se de objeto principal da ação:a) a argüição de descumprimento de preceito fundamental.b) a ação declaratória de constitucionalidade.c) a ação direta de inconstitucionalidade por omissão.d) todas alternativas anteriores estão corretas.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA D

06. O controle de constitucionalidade no Brasil é feito:a) de maneira abstrata, onde qualquer juiz tem competência para manifestação;b) de maneira concentrada, pelo Supremo Tribunal Federal, ou difusa, nos casos concretos levados às diferentes instâncias do Poder Judiciário;c) somente por iniciativa do Procurador-Geral da República;d) em qualquer caso, por iniciativa de Assembléias Legislativas de Estados;e) somente pela ação direta de inconstitucionalidade.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA B

03. O controle concentrado da constitucionalidade das leis é exercido pelo:

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

a) presidente da República, quando este veta projeto de lei.b) Supremo Tribunal Federal (STF), quando este julga recurso extraordinário.c) tribunal de justiça do estado, quando este julga ação direta de inconstitucionalidade.d) juiz singular de primeiro grau, quando este julga mandado de segurança coletivo.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA C

04. O Supremo Tribunal Federal não tem admitido o controle por meio de ação direta de inconstitucionalidade de:a) decreto autônomo.b) emenda à Constituição.c) tratado internacional incorporado à ordem jurídica brasileira.d) norma constitucional originária.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA D

05. A cláusula de reserva de plenário obriga:a) os tribunais a declarar a inconstitucionalidade de lei apenas pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial, não podendo ser dispensada em qualquer hipótese.

b) os tribunais a declarar a inconstitucionalidade de lei apenas pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial, podendo ser dispensada quando já houver pronunciamento do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

c) o Congresso Nacional a aprovar, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, os projetos de lei ordinária, podendo ser dispensada quando o projeto for aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça.

d) o Congresso Nacional a aprovar, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, os projetos de emenda à Constituição, não podendo ser dispensada em qualquer hipótese.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA B

02. Acerca do Controle de Constitucionalidade Brasileiro, assinale a alternativa incorreta:a) A ação de inconstitucionalidade por omissão tem cabimento na hipótese em que o legislador deixe de criar lei necessária à eficácia e aplicabilidade de normas constitucionais, especialmente nos casos em que a lei seja requerida pela Constituição, ou no caso em que o administrador não adote as providências necessárias para tornar efetiva norma constitucional.

b) A ação direta de inconstitucionalidade genérica de competência do STF destina-se a obter a decretação da inconstitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo, federal ou estadual, com o precípuo objetivo de expungir do ordenamento jurídico a incompatibilidade vertical, tratando-se, pois, de ação que visa, exclusivamente, à defesa do princípio da supremacia constitucional.

c) A ação direta de inconstitucionalidade interventiva pode ser federal, por proposta do Procurador Geral da República e de competência do STF, ou estadual, por proposta do Procurador Geral de Justiça do Estado, destinando-se a promover a intervenção federal em Estado ou do Estado em Município, conforme o caso.

d) É o jurisdicional, combinando os critérios difuso e concentrado, este de competência do STF, e aquele por via de exceção, permitindo a qualquer interessado suscitar a questão de inconstitucionalidade em qualquer juízo.

e) Ação direta de inconstitucionalidade genérica de competência do Tribunal de Justiça em cada Estado destina-se à declaração de inconstitucionalidade, em tese, de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Federal ou Estadual, dependendo de previsão nesta última.

RESPOSTA CORRETA: ALTERNATIVA E

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

(TCM/RJ) O controle concentrado de constitucionalidade pode se dar sob as formas de Ação Direta de Inconstitucionalidade genérica (ADI genérica), Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO), Ação Direta Interventiva (ADI interventiva) e Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC). No que diz respeito à forma de ADI genérica, verifica-se que:

(A) o Supremo Tribunal Federal pode julgar parcialmente procedente determinado pedido declaratório de inconstitucionalidade, expurgando do texto legal, por exemplo, apenas uma palavra.

(B) os efeitos da declaração de inconstitucionalidade são válidos para todos e têm força retroativa em regra, podendo ser conferido efeito prospectivo se no mínimo 6 Ministros, maioria absoluta, votarem nesse sentido.

(C) pode haver a atuação do chamado amicus curiae, que tem legitimidade para interpor os recursos necessários à discussão da matéria que está sendo objeto do julgamento.

(D) podem ser conferidos efeitos retroativos ou prospectivos à decisão, desde que respeitados os requisitos legais, vedada, no entanto, a escolha de um momento passado, diferente do momento de entrada em vigor da norma, para servir como marco de eficácia da decisão de inconstitucionalidade.

(E) é vedado o controle de normas constitucionais originárias, súmulas vinculantes e medidas provisórias, entre outros atos normativos ou com força de lei.

Passemos ao exame das assertivas.

Assertiva A: Está correta porque, de fato, ao realizar o controle de constitucionalidade em ADI, o STF pode declarar a inconstitucionalidade parcial (isto é, de apenas parte da norma), ainda que essa “parte” da norma seja, apenas, uma palavra ou expressão. Aliás, diga-se de passagem, o que ocorre na maioria dos casos de controle de constitucionalidade perante o STF é a declaração parcial de inconstitucionalidade (de apenas um ou alguns dispositivos da norma), sendo raras as hipóteses de declaração da inconstitucionalidade total (do texto integral da norma). 

Os candidatos costumam errar esse tipo de enunciado em prova porque confundem a declaração de inconstitucionalidade pelo Poder Judiciário com o veto a projeto de lei pelo Chefe do Poder Executivo. Com efeito, a restrição que existe na Constituição Federal - de que a pronúncia deverá alcançar texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea - diz respeito ao veto do Chefe do Executivo a projeto de lei (CF, art. 66, § 2º), e não à declaração de inconstitucionalidade pelo Poder Judiciário.

Assertiva B: Está errada porque para o STF empregar a técnica da “modulação dos efeitos temporais da decisão que declara a inconstitucionalidade” em ADI – conferindo à decisão efeitos prospectivos (ex nunc) ou fixando um outro momento para o início da eficácia da decisão – é necessária decisão de 8 (oito) Ministros (dois terços dos seus membros), e não de 6 (seis) Ministros (maioria absoluta), como afirmado. Tudo isso nos termos do art. 27 da Lei 9.868/1999.

Assertiva C: Está errada porque o amicus curiae (amigo da corte) não tem legitimidade para interpor recursos no processo em que admitido. Com efeito, se admitida pelo Ministro relator o ingresso de terceiro no processo de ADI na qualidade de amicus curiae, este poderá colaborar com o Tribunal no exame da controvérsia constitucional – apresentando pareceres e memoriais ou manifestando-se oralmente durante a sessão de julgamento -, mas não disporá de legitimidade para a interposição de nenhum recurso (não poderá, por exemplo, interpor embargos de declaração quando houver, no acórdão do STF, obscuridade, contradição ou omissão).

Assertiva D: Está errada porque, ao modular os efeitos temporais da decisão que proclama a inconstitucionalidade, o STF poderá “fixar outro momento para o início da eficácia de sua decisão” (Lei 9.868/1999, art. 27), podendo esse “outro momento” ser uma data passada (isto é, entre a data da publicação da norma e a data da decisão que declara a sua inconstitucionalidade) ou futura (isto é, posterior à data da decisão que proclama a inconstitucionalidade da norma). Por exemplo: ao decidir, em 15/02/2011, que a Lei Beta, de 12/07/2005, é inconstitucional, poderá o STF, por razões de segurança jurídica ou diante de relevante interesse social, e por decisão de dois terços de seus membros:

(a) outorgar efeitos ex nunc à sua decisão (isto é, proclamar que a declaração da inconstitucionalidade da Lei Beta só produz efeitos a partir da data da decisão, em 15/02/2011);

(b) fixar um momento pretérito para o início da eficácia da sua decisão (isto é, proclamar que a declaração da inconstitucionalidade da Lei Beta só produz efeitos a partir de 01/01/2007, por exemplo);

(c) fixar um momento futuro para o início da eficácia da sua decisão (isto é, proclamar que a declaração da inconstitucionalidade da Lei Beta só produzirá efeitos a partir de 01/01/2012, por exemplo).

Page 17: QUESTÕES PARA ESTUDO

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Vale lembrar que se o STF não empregar a técnica da modulação dos efeitos temporais, conferindo à decisão um dos efeitos acima explicitados, a proclamação da inconstitucionalidade terá efeitos retroativos (ex tunc), isto é, a mencionada Lei Beta seria inconstitucional desde o seu nascimento, em 12/07/2005. Como esta é a regra, para a adoção dos efeitos retroativos (ex tunc) não se exige decisão de dois terços dos Ministros do STF (oito Ministros), bastando para tal que seja observada a regra da reserva de plenário, prevista no art. 97 da Carta da República (decisão de maioria absoluta – 6 Ministros).

Assertiva E: Está errada porque as medidas provisórias, que têm força de lei, podem ser objeto de ADI perante o STF, desde a data de sua publicação (isto é, mesmo antes de ser iniciada a sua apreciação pelas Casas do Congresso Nacional). No tocante às normas constitucionais originárias (elaboradas pelo poder constituinte originário) e às súmulas dos tribunais do Poder Judiciário, o entendimento do STF é de que não podem ser objeto de ADI.

A resposta correta é, portanto, a assertiva “A”.

(FCC - 2009 - PGE-SP - Procurador) De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, lei estadual ofensiva à norma da Constituição do respectivo Estado, que se limite a reproduzir preceito da Constituição Federal de observância obrigatória no âmbito das unidades federadas, pode ser impugnada, em sede de controle abstrato, mediante

a) recurso extraordinário, com aplicação do procedimento de julgamento de questões de repercussão geral.

b) ação direta de inconstitucionalidade de nível federal ou estadual, descabendo, nessa segunda hipótese, a interposição de recurso extraordinário.

c) ação direta de inconstitucionalidade, exclusivamente de nível federal.

d) ação direta de inconstitucionalidade, exclusivamente de nível estadual, sendo incabível a interposição de recurso extraordinário da decisão proferida pelo Tribunal de Justiça.

e) ação direta de inconstitucionalidade de nível federal ou estadual, cabendo, nessa segunda hipótese, a interposição de recurso extraordinário.

Gabarito: E. Preciso confessar uma coisa para vocês... Eu estava sonhando com o dia em que ia comentar essa questão! Ela traz uma exceção MUITO INTERESSANTE! 

Sempre tratamos “controle difuso” e “controle concreto” como sinônimos, não? Vemos diversos livros tratando “via abstrata” e “controle concentrado” como se fossem a mesma coisa. Mas os autores e professores mais cuidadosos sempre têm uma ressalva ao tratar esses termos como sinônimos (eu costumo dizer que em 99% dos casos eles, de fato, o são). Bom, chegou a hora de você entender a nossa ressalva!

A questão traz um caso em que “controle abstrato” não é sinônimo de “controle concentrado”. Acompanhe o raciocínio:

a) O STF realiza controle de constitucionalidade concentrado e difuso.

a.1) O controle concentrado pode ser feito nas ações: ADI, ADC, ADPF, ADO e ADI Interventiva

a.2) O controle difuso pode ser realizado em todas as ações que correm no Supremo. Ex: ações de competência originária, recursos ordinários (102, II) e recurso extraordinário (102, III)

b) Quando o ato normativo Estadual ou Municipal contraria norma da Constituição Estadual, a competência para julgar a ADI é do Tribunal de Justiça Estadual. Em regra, essa decisão é irrecorrível. 

Até aqui nada de novo, não é mesmo?

c) Excepcionalmente, quando o parâmetro de controle da ADI Estadual (a norma da Constituição Estadual) for de reprodução obrigatória da CF, a competência continua sendo do Tribunal de Justiça Estadual, mas, em tese, caberá RECURSO EXTRAORDINÁRIO (RE) para o STF contra decisão do Tribunal de Justiça Estadual, se esta desrespeitar a CF.

c.1) Cabe o RE porque se está aferindo, em última instância, um parâmetro da CF e não da Constituição Estadual (a norma da CE é de reprodução obrigatória, lembra?)

d) Nesse caso, a decisão proferida no Recurso Extraordinário interposto contra acórdão de Tribunal de Justiça Estadual tem a mesma eficácia da ADI (erga omnes, ex tunc e vinculante) porque se trata de controle ABSTRATO, ainda que a via do RE seja própria do Controle Difuso.

Page 18: QUESTÕES PARA ESTUDO

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

d.1) Dessa forma, podemos dizer que houve o controle abstrato na via difusa, pois temos mais de um tribunal aferindo a constitucionalidade de lei ou ato normativo em tese.

Isso se chama CONTROLE ABSTRATO NO MODELO DIFUSO

o Abstrato: porque feito via ADI Estadual (sem caso concreto)

o Difuso: feito por mais de um Tribunal (TJ+STF)

Roberto Troncoso