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Questões sobre o livro Negrinha de Monteiro Lobato

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4) (PUC-RS) Para responder questo 32, leia o fragmento do conto Negrinha, de Monteiro Lobato.

Negrinha era uma pobre rf de sete anos. Preta? No; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruos e olhos assustados.Nascera na senzala, de me escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa no gostava de crianas....................................................................................................................E tudo se esvaiu em trevas.Depois, vala comum. A terra papou com indiferena aquela carnezinha de terceira uma misria, trinta quilos mal pesados...E de Negrinha ficaram no mundo apenas duas impresses. Uma cmica, na memria das meninas ricas. Lembras-te daquela bobinha da titia, que nunca vira boneca?Outra de saudade, no n dos dedos de dona Incia. Como era boa para um cocre!..........................................................................................................................Considerando o fragmento anterior, correto afirmar:a) Em Negrinha, conto-ttulo de livro de Monteiro Lobato, editado em 1920, o autor apresenta, de forma crtica e mordaz, o tratamento cruel a que submetida a pequena escrava, maltratada at a morte.b) Para o pr-modernista Monteiro Lobato, a infncia um perodo a ser celebrado pela alegria e vontade de viver, tema que anima o conto Negrinha.c) Como escritor romntico, Monteiro Lobato cria a personagem Negrinha como aquela que d alegrias a Dona Incia, sua patroa, por estar sempre a seu lado.d) Negrinha uma das personagens mais marcantes da literatura infantil de Monteiro Lobato, o autor que inaugurou o gnero no Brasil.e) No conto Negrinha, Monteiro Lobato relembra uma pequena companheira de infncia, vizinha das terras de seu av.

Leia o fragmento do conto Negrinha, de Monteiro Lobato, integrante da coletnea Negrinha, e assinale o que for correto.

Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no cu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balano na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigrio, dando audincias, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora, em suma dama de grandes virtudes apostlicas, esteio da religio e da moral, dizia o reverendo. tima, a dona Incia. Mas no admitia choro de criana.

01) Tendo em vista o fragmento acima, pode-se afirmar que uma das principais caractersticas do conto a ironia. 02) A personagem dona Incia construda a partir do contraste entre aparncia (excelente senhora, dama de grandes virtudes apostlicas) e essncia (dona do mundo, no admitia choro de criana), conforme mostra o fragmento acima.

04) Apesar de a personagem dona Incia dar a impresso de ser uma ex-senhora de escravos, cruel e autoritria, ela se mostra, em sua essncia, sensvel e preocupada com amenizar as dores alheias, como se pode inferir a partir desse fragmento.

08) O conto narrado em primeira pessoa por um narrador testemunha, um agregado da casa de dona Incia.

16) Ao desnudar a imagem da boa dona Incia como mulher desumana e sdica, o conto pe em evidncia a questo da aparncia versus essncia. Do mesmo modo, eleva a figura de Negrinha ao desvendar-lhe a humanidade e a inocncia, materializadas no simples desejo de ser criana.

ENEM 2010Negrinha era uma pobre rf de sete anos. Preta? No; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruos e olhos assustados.Nascera na senzala, de me escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa no gostava de crianas.Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no cu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balano na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigrio, dando audincias, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma dama de grandes virtudes apostlicas, esteio da religio e da moral, dizia o reverendo.tima, a dona Incia.Mas no admitia choro de criana. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva.[...]A excelente dona Inacia era mestra na arte de judiar de criancas. Vinha da escravidao, fora senhora de escravos e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e zera ao regime novo essa indecencia de negro igual.

LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I.Os cem melhores contos brasileiros do seculo.Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).

A narrativa focaliza um momento historico-social de valores contraditorios. Essa contradicao infere-se, no contexto, pela1. Afalta de aproximacao entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas.2. Breceptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas.3. Cironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as criancas.4. Dresistencia da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.5. Erejeicao aos criados por parte da senhora, que preferia trata-los com castigos.

Prlogo

No princpio era o pntano, com valas de agrio e rs coaxantes. Hoje o parque do Anhangaba, todo ele relvado, com ruas de asfalto, [...] a Eva de Brecheret, a esttua de um adolescente nu que corre e mais coisas. Autos voam pela via central, e cruzam-se pedestres em todas as direes. Lindo parque, civilizadssimo. Atravessando-o certa tarde, vi formar-se ali um bolo de gente, rumo ao qual vinha vindo um polcia apressado. Fagocitose, pensei. A rua a artria; os passantes, o sangue. O desordeiro, o bbado, o gatuno so os micrbios malficos, perturbadores do ritmo circulatrio. O soldado da polcia o glbulo branco o fagcito de Metchennikoff. Est de ordinrio parado no seu posto, 10 circunvagando olhares atentos. Mal se congestiona o trfego pela ao anti-social do desordeiro, o fagcito move-se, caminha, corre, cai a fundo sobre o mau elemento e arrastao para o xadrez. Foi assim naquele dia. [...] Algum perturbara a paz do jardim, e em redor desse rebelde logo se juntou um grupo de glbulos vermelhos, vulgo passantes. E l se vinha o fagcito fardado restabelecer a harmonia universal.

LOBATO, Monteiro. O fisco (Conto de Natal). In:______. Negrinha. So Paulo: Globo, 2008. p. 63-64.

Questo 03 Conotativamente, o narrador estabelece um paralelo entre funes da clula denominada fagcito e funes do soldado, tendo em vista que tarefa de um policial A) garantir que, principalmente tarde, os freqentadores de parques circulem com certa tranqilidade. B) controlar os transeuntes, evitando que, ao caminharem por artrias que se cruzam, atrapalhem o trfego. C) manter a ordem pblica, protegendo o organismo social contra elementos que lhe so nocivos. D) deter pessoas que descumpram suas ordens, pois insubordinao constitui um desacato autoridade.

Sempre que [...] se anunciava no jornal, dando um nmero de telefone, aquele dilogo se repetia. Seduzidas pelos termos do anncio, as donas de casa telefonavam-lhe para tratar e vinha inevitavelmente a pergunta sobre a idade, com a tambm inevitvel resposta dos 36 anos. Isso desde antes da Grande Guerra. Veio o 1914 ela continuou nos 36. Veio a batalha do Marne; veio o armistcio ela firme nos 36. Tratado de Versalhes 36. Comeos de Hitler e Mussolini 36. Conveno de Munique 36...

Essa personagem sem nimo de abandonar a casa dos 36 anos

A) Dona Teodora, do conto Sorte grande. B) Dona Izabel, do conto Os negros. C) Dona Ana, do conto O drama da geada. D) Dona Expedita, do conto Dona Expedita.

Questo 18

Dona Lindoca, do conto A policitemia de Dona Lindoca, de Monteiro Lobato, e Dona Morgadinha, da crnica O Maraj, de Luis Fernando Verssimo, so personagens que tm em comum A) o apoio dos filhos, os quais reprovam o comportamento adltero dos pais. B) um marido infiel, que recompensa a infidelidade com ateno em excesso. C) uma vida familiar que sofre alterao devido a uma interferncia externa. D) a sade debilitada, o que lhes tira a fora necessria para cuidar bem da famlia.

Questo 19 Para responder a questo, considere o seguinte trecho do conto O fisco (conto de Natal), publicado em 1921 e integrante do livro Negrinha, de Monteiro Lobato:

Sbito, viu um homem de bon caminhando para o seu lado. Olhou-lhe para as botinas. Sujas. Viria engraxar, com certeza e o corao bateu-lhe apressado, no tumulto delicioso da estreia. Encarou o homem j a cinco passos e sorriu com infinita ternura nos olhos, num agradecimento antecipado em que havia tesouros de gratido. Mas em vez de espichar o p, o homem rosnou aquela terrvel interpelao inicial: Ento, cachorrinho, que da licena? (LOBATO, Monteiro. Negrinha. So Paulo: Globo, 2008, p. 71)

O trecho em destaque apresenta um episdio ocorrido em um parque. No contexto da narrativa, a cena ilustra:

A) um confronto entre a autoridade constituda e o menino que insiste na desobedincia lei. B) um encontro amigvel entre o menino engraxate e um cliente. C) uma conversa amistosa entre as personagens, de posies sociais distintas. D) uma relao de desigualdade entre as personagens, determinada pela fora repressiva.