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Universidade Federal de Mato Grosso
Instituto de Ciências da Saúde – Centro Universitário de Sinop
Disciplina de Imunologia – 2012/1, 2ª LISTA DE EXERCÍCIOS
1. Defina órgãos/tecidos linfoides primários e secundários, citando exemplos.
Os tecidos linfoides são classifocados em órgãos geradores, tambem chamados
de órgãos linfóides primarios, onde os linfócitos expressam inicialmente os
receptores de antigenos e atingem a maturidade fenotípica e funcional, e em
órgãos periféricos, também chamados órgãos linfóides secundários, onde as
respostas dos antígenos estranhos são inicialmente desenvolvidas. Entre os
órgãos linfóides geradores temos: medula ossea e timo.
Os órgãos de tecido periférico incluem os linfonodos, o baço, o sistema
imunológico cutâneo
2. Qual a função da medula óssea no sistema imunológico?
É o orgão linfóide onde são geradas todas as células sanguíneas circulantes do
adulto, incluindo os linfócitos imaturos, sendo o local em que as celulas B se
desenvolvem.
3. Qual a importância do timo no organismo do hospedeiro? Você possui
timo?
É o local onde se desenvolve as células T que participam do processo da
resposta imunológica. Sim eu possuo timo
4. Qual a importância do linfonodo no desenvolvimento das respostas imunes?
Os linfonodos estão interposto ao longo dos vasos linfáticos e agem como filtros
que testam a linfa antes de chegar no sangue. Dessa maneira, os antígenos
capturados nos locais de penetração são transportados aos linfonodos, e sinais
moleculares de inflamação também são fornecidos aos linfonodos de drenagem.
5. Qual a importância do baço no desenvolvimento das respostas imunes?
É o principal local de resposta imunológica a antígenos provenientes do sangue.
A função da polpa branca (regiões ricas em linfócitos) é promover respostas
imunes adquiridas aos antígenos transportados pelo sangue. O baço também é o
principal local de fagocitose de microorganismos e hemácias lesadas no sangue.
6. A ausência de baço representa algum prejuízo no desenvolvimento das
respostas imunes? Explique.
Sim a ausências do baço faz com que o individuo esteja mais suscetível a
infecções por bactérias encapsuladas, como os pneumococos e os meningococos,
pois tais organismos são normalmente eliminados por meio da opsonização e
fagocitose, sendo essa a função que está deficiente na ausência do baço.
7. Existe diferença, quanto a função imunológica, da perda do baço na
infância ou na fase adulta?
8. O que é MALT e qual a sua importância no sistema imunológico do
hospedeiro?
MALT (Tecido Linfóide associado a mucosa). Linfócitos e células acessórias
dentro da mucosa dos tratos gastrointestinal e respiratório e que são pontos de
respostas imunes adaptativas a antígenos ambientais. Os tecidos linfóides
associados a mucosa incluem linfócitos intra-epiteliais, principalmente linfócitos
T, e coleções organizadas de linfócitos, muitas vezes ricas em linfócitos B,
abaixo dos epitélios das mucosas, como as placas de Peyer no intestino ou as
tonsilas faríngeas.
Tem a função de regular a imunidade das mucosas
9. O que são e qual a função das células M?
São células membranosas especializadas, não possuem microvilosidades, fazem
pinocitose ativamente e transportam macromoléculas do lúmen intestinal para os
tecidos subepiteliais por um mecanismo de transporte transepitelial conhecido
como transcitose.
10. Defina: antígenos, determinante antigênico, imunogenicidade e
antigenicidade.
Antígenos são substâncias estranhas que induzem respostas imunológicas
específicas ou são o alvo de tais respostas. É qualquer substância que pode ser
especificamente conectada por um anticorpo ou por um receptor de antígenos da
célula T.
11. O que são haptenos e qual a sua importância clínica?
Somente macromoléculas são capazes de estimular linfócitos B para iniciar
respostas imunes humorais, porque a ativação das células B exige a junção de
múltiplos receptores a antígenos, ou exige antígenos protéicos para evocar auxilio
das células T. pequenas substâncias químicas, como o dinitrofenol, podem se ligar
aos anticorpos, e portanto, são antígenos, mas por si sós não conseguem estimular as
células B. para gerar anticorpos específicos para tais substancias químicas, os
imunologistas normalmente as conectam a uma proteína antes da imunização.
Nesses casos, esta pequena substância química é chamado de hapteno.
12. Explique quais fatores relacionados ao antígeno podem afetar a
imunogenicidade.
Embora todos os antígenos sejam reconhecidos por linfócitos específicos ou por
anticorpos, apenas alguns antígenos são capazes de ativar os linfócitos. As
macromoléculas são capazes de ativar os linfócitos B para iniciar respostas
imunes humorais, porque a ativação das células B exige a junção de múltiplos
receptores a antígenos, ou exige antígenos protéicos para evocar auxilio das
células T.
A configuração espacial dos diversos epitopos (anticorpo se liga a uma parte da
macromolécula) em uma única molécula de proteína pode influenciar na ligação
dos anticorpos de várias formas.
Alterações nos isótipos dos anticorpos durante a resposta humoral imunológica
influenciam em como e quando as respostas irão reagir para erradicar o
antígeno.
13. Explique quais as características do hospedeiro que podem afetar a
imunogenicidade a um antígeno.
14. Explique quais as principais características dos antígenos reconhecidos
pelos linfócitos T.
15. Explique quais as principais características dos antígenos reconhecidos
pelos linfócitos B.
16. Qual a função das imunoglobulinas?
Imunoglobulinas se ligam especificamente a um ou a alguns antígenos
proximamente relacionados. Cada imunoglobulina na verdade liga-se a um
determinante antigênico específico. Ligação a antígeno pelos anticorpos é a
função primária dos anticorpos e pode resultar em proteção do hospedeiro. A
valência do anticorpo refere-se ao número de determinantes antigênicos que uma
molécula individual de anticorpo pode se ligar. A valência de todos os
anticorpos é pelo menos duas e em alguns casos mais.
Freqüentemente a ligação de um anticorpo a um antígeno não tem efeito
biológico direto. Ao invés disso, os efeitos biológicos significantes são uma
conseqüência de “funções efetoras” secundárias de anticorpos. As
imunoglobulinas mediam uma variedade dessas funções efetoras. Usualmente a
habilidade de carrear uma função efetora particular requer que o anticorpo se
ligue a seu antígeno. Nem todas as imunoglobulinas irão mediar todas as
funções efetoras. Tais funções efetoras incluem:
Fixação ao complemento – Isso resulta na lise de células e liberação de
moléculas biologicamente ativas.
Ligação a vários tipos celulares – Células fagocitárias, linfócitos, plaquetas e
basófilos têm receptores que se ligam a imunoglobulinas. Essa ligação pode
ativar as células que passam a realizar algumas funções. Algumas
imunoglobulinas também se ligam a receptores em trofoblastos placentários, o
que resulta na transferência da imunoglobulina através da placenta. Como
resultado, os anticorpos maternos transferidos provêem imunidade ao feto e ao
recém-nascido.
17. O que define a classe de uma imunoglobulina? Cite quais são as classes
existentes.
As imunoglobulinas podem ser divididas em cinco classes diferentes, com base nas diferenças em seqüências de aminoácidos na região constante das cadeias pesadas. Todas as imunoglobulinas de uma mesma classe tem regiões constantes de cadeia pesada muito similares. Essas diferenças podem ser detectadas por estudos de seqüências ou mais comumente por meios sorológicos
IgG – Cadeias pesadas gama. Em maior concentração no organismo, fornece imunidade a longo prazo. Única que atravessa a lacenta e imuniza o feto por vários meses.
IgM - Cadeias pesadas um, segunda mais abundante e a primeira a ser produzida em resposta a um antígeno no entanto não protege a longo prazo.
IgA - Cadeias pesadas alfa. Oferece proteção contra organismos que invadem sua área de atuação.Encontrado em secreções como: leite, lágrimas e secreção respiratória e gastrointestinal, são secretados em forma de dímeros.
IgD - Cadeias pesadas delta. Encontrado em baixo nível no soro. Funciona com um receptor para antígenos.
IgE - Cadeias pesadas épsilon. Esta envolvida em reações alérgicas e nas infecções parasitárias.
18. Esquematize uma imunoglobulina, indicando suas principais estruturas.
19. Explique como os anticorpos podem eliminar os antígenos.
Os anticorpos podem existir em duas formas: anticorpos conectados à membrana
na superfície dos linfócitos B funcionam como receptores para antígeno, e
anticorpos secretados que residem na circulação, tecidos e locais mucosos
conectam antígenos, neutralizam toxinas e evitam a entrada e disseminação de
patógenos. O reconhecimento do antígeno por anticorpos conectados à
membrana em células B naives específicas ativa esses linfócitos e inicia uma
resposta imunológica humoral. Os anticorpos também são produzidos em uma
forma secretada pelas células B estimuladas por antígenos. Na fase efetora da
imunidade humoral, esses anticorpos secretados se ligam aos antígenos e
desencadeiam vários mecanismos efetores que os eliminam. A eliminação do
antígeno geralmente requer a interação do anticorpo com componentes do
sistema imunológico, incluindo moléculas como as proteínas do complemento e
células que incluem fagócitos e eosinófilos. As funções efetoras mediadas pelos
anticorpos incluem a neutralização dos microrganismos ou de produtos
microbianos tóxicos; ativação do sistema de complemento; opsonização dos
patógenos para aumentar a fagocitose; citotoxidade celular dependende de
anticorpos marcam os microrganismos para serem destruídos pelas células do
sistema imunológico natural; e hipersensibilidade imediata, na qual os
anticorpos desencadeiam a ativação dos mastócitos.
20. Explique as principais características de cada classe de anticorpo.
Todas as moléculas de anticorpos possuem as mesmas características estruturais
básicas, mas apresentam uma grande variedade nas regiões que se conectam aos
antígenos. Uma molécula de anticorpo possui uma estrutura básica simétrica
composta de duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas idênticas. Tanto as
cadeias pesadas quanto as leves possuem uma região aminoterminal variável (V)
que participa do reconhecimento dos antígenos e de regiões constantes (C)
carboxiterminais, as regiões C das cadeias pesadas interage com outras moléculas
efetoras e células do sistema imunológico, participando, assim, como mediadora da
maioria das funções biológicas dos anticorpos.
As moléculas de anticorpos podem ser divididas em classes e sublclasses distintas
com base nas diferenças na estrutura da região C das cadeias pesadas. As classes das
moléculas de anticorpos também são chamadas de isótipos e são denominads IgA,
IgD, IgE, IgG e IgM. Nos seres humanos os isótipos IgA e IgG podem ainda ser
subdividos em subclasses, intimamente relacionados, conhecidos como IgA1, IgA2,
IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4. As regiões C das cadeias pesadas de todas as moléculas
de anticorpos de um isótipo apresentam essencialmente a mesma sequencia de
aminoácidos. Essa sequencia é diferente em anticorpos de outras subclasses. As
cadeias pesadas são designadas pela letra do alfabeto grego correspondente ao
isótipo do anticorpo: a IgA1 contem cadeias pesadas α1; IgA2 α2; IgD δ; IgE ε;
IgG1 γ1; IgG2 γ2; IgG3 γ3; IgG4 γ4; e IgM μ. Nos anticorpos IgM e IgG humanos,
as regiões C contem quatro domínios Ig em cadeia. As regiões C de IgG, IgA e IgD
contem somente três domínios Ig. Esses domínios são denominados CH e numerados
sequencialmente partindo da terminação carboxila. Os diversos subtipos de
anticorpos desempenham funções efetoras diferentes. A explicação para isso é que a
maior parte das funções efetoras dos anticorpos é mediada pela ligação das regiões
C da cadeia pesada e receptores Fc em várias células.
Nas moléculas de IgM e IgD associadas a membrana, a porção citoplasmática da
cadeia pesada é curta, possuindo somente três aminoácidos. Nas moléculas de IgG e
IgE ligadas a membrana ela é um pouco mais longa, possuindo até trinta
aminoácidos.