questões analisadas

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EVENTO PROVA BRASIL E A FORMAÇÃO DOCENTE Questões da Prova Brasil Língua Portuguesa GRUPO A QUESTÃO 01 Tópico I Procedimentos de Leitura D1 Localizar informações explícitas em um texto. DCE Localizar informações explícitas e implícitas no texto Caderno de Expectativas Localizar informações explícitas no texto De acordo com o texto, os pais não acreditam em (A) adolescentes. (B) psicólogos. (C) pesquisas. (D) DESCULPAS. ANÁLISE: Um texto, em geral, traz informações que se situam na sua superfície e são, assim, explícitas ou traz informações apenas implícitas ou subentendidas. A habilidade prevista nesse descritor concerne à capacidade do aluno para localizar, no percurso do texto, uma informação que, explicitamente, consta na sua superfície. Como se vê, corresponde a uma habilidade bastante elementar. Assim, espera-se que o item relativo a esse descritor solicite do aluno a identificação de uma determinada informação, entre várias outras expressas no texto. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA Seja criativo: fuja das desculpas manjadas Entrevista com teens, pais e psicólogos mostram que os adolescentes dizem sempre a mesma coisa quando voltam tarde de uma festa. Conheça seis desculpas entre as mais usadas. Uma sugestão: evite-as. Os pais não acreditam. Nós tivemos que ajudar uma senhora que estava passando muito mal. Até o socorro chegar... A gente não podia deixar a pobre velhinha sozinha, não é? O pai do amigo que ia me trazer bateu o carro. Mas não se preocupem, ninguém se machucou!

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Page 1: Questões analisadas

EVENTO PROVA BRASIL E A FORMAÇÃO DOCENTE

Questões da Prova Brasil – Língua Portuguesa

GRUPO A – QUESTÃO 01

Tópico I – Procedimentos de Leitura

D1 – Localizar informações explícitas em um texto.

DCE – Localizar informações explícitas e implícitas no texto

Caderno de Expectativas – Localizar informações explícitas no texto

De acordo com o texto, os pais não acreditam em

(A) adolescentes. (B) psicólogos. (C) pesquisas. (D) DESCULPAS. ANÁLISE: Um texto, em geral, traz informações que se situam na sua superfície – e são, assim, explícitas – ou traz informações apenas implícitas ou subentendidas. A habilidade prevista nesse descritor concerne à capacidade do aluno para localizar, no percurso do texto, uma informação que, explicitamente, consta na sua superfície. Como se vê, corresponde a uma habilidade bastante elementar. Assim, espera-se que o item relativo a esse descritor solicite do aluno a identificação de uma determinada informação, entre várias outras expressas no texto.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA

Seja criativo: fuja das desculpas manjadas Entrevista com teens, pais e psicólogos mostram que os adolescentes dizem sempre a mesma coisa quando voltam tarde de uma festa. Conheça seis desculpas entre as mais usadas. Uma sugestão: evite-as. Os pais não acreditam. Nós tivemos que ajudar uma senhora que estava passando muito mal. Até o socorro chegar... A gente não podia deixar a pobre velhinha sozinha, não é? O pai do amigo que ia me trazer bateu o carro. Mas não se preocupem, ninguém se machucou! Cheguei um minuto depois do ônibus ter partido. Aí tive de ficar horas esperando uma carona... Você acredita que o meu relógio parou e eu nem percebi? Mas vocês disseram que hoje eu podia chegar tarde, não se lembram? Eu tentei avisar que ia me atrasar, mas o telefone daqui só dava ocupado!

Page 2: Questões analisadas

GRUPO B – QUESTÃO 01

Tópico II – Implicações do Suporte, do Gênero e /ou do Enunciador na Compreensão do Texto

D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto, etc.).

DCE – Utilizar textos verbais diversos que dialoguem com não-verbais, como gráficos, fotos, imagens, mapas e outros.

Caderno de Expectativas – Reconhecer os elementos gráficos (não-verbais) na compreensão do texto; reconheça o efeito de sentido proveniente do uso de recursos gráficos e linguísticos no texto.

O Globo – 07/02/2005 Considerando-se os dados relativos às verbas recebidas e ao desempenho em matemática, nos estados, conclui-se que (A) há uma relação direta entre quantidade de verbas por aluno e desempenho médio dos alunos.

(B) Minas Gerais teve menos recursos por aluno e apresentou baixo desempenho médio dos alunos.

(C) O MAIOR BENEFICIADO COM RECURSOS FINANCEIROS POR ALUNO FOI RORAIMA.

(D) São Paulo recebeu maiores verbas por aluno por ser o maior estado.

Page 3: Questões analisadas

ANÁLISE:

Além do material especificamente lingüístico, muitos textos lançam mão de signos ou sinais de outros códigos, de outras linguagens, que, de muitas formas, concorrem para o entendimento global de seu sentido. Articular esses diferentes sinais representa uma habilidade de compreensão de grande significação, sobretudo atualmente, pois são muitos os textos que misturam tais tipos de representação, fazendo demandas de leitura de elementos não-verbais para o entendimento global do texto exposto. Um item que se destina a avaliar essa habilidade deve ter como estímulo um texto que conjugue diferentes linguagens, com o intuito, no entanto, de o aluno poder articulá-las em função de um sentido global. Para demonstrar essa habilidade, não basta apenas decodificar sinais e símbolos, mas ter a capacidade de perceber a interação entre a imagem e o texto escrito. A integração de imagens e palavras contribui para a formação de novos sentidos do texto.

Page 4: Questões analisadas

GRUPO C – QUESTÃO 01

Tópico III – Relação entre Textos

D21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema.

DCE – Discurso ideológico; vozes sociais; encaminhar discussões e reflexões sobre: tema, finalidade, intenções, intertextualidade (...)

Caderno de Expectativas – Reconhecer as diferenças (de posicionamento, de ideias, de intenções) entre textos que tratam do mesmo assunto

Texto I

Texto II

A criação segundo os índios Macuxis No início era assim: água e céu. Um dia, um Menino caiu na água. O sol quente soltou a pele do Menino. A pele escorregou e formou a terra. Então, a água dividiu o lugar com a terra. E o Menino recebeu uma nova pele cor de fogo. No dia seguinte, o Menino subiu numa árvore. Provou de todos os frutos. E jogou todas as sementes ao vento. Muitas sementes caíram no chão. E viraram bichos. Muitas sementes caíram na água. E viraram peixes. Muitas sementes continuaram boiando no vento. E viraram pássaros. No outro dia, o Menino foi nadar. Mergulhou fundo. E encontrou um peixe ferido. O peixe explodiu. E da explosão surgiu uma Menina. O Menino deu a mão para a Menina. E foram andando. E o Menino e a Menina foram conhecer os quatro cantos da Terra.

A criação segundo os negros Nagôs Olorum. Só existia Olorum. No início, só existia Olorum. Tudo o mais surgiu depois. Olorum é o Senhor de todos os seres. Certa vez, conversando com Oxalá, Olorum pediu: – Vá preparar o mundo! E ele foi. Mas Oxalá vivia sozinho e resolveu casar com Odudua. Deste casamento, nasceram Aganju, a Terra Firme, e Iemanjá, Dona das Águas. De Iemanjá, muito tempo depois, nasceram os Orixás. Os Orixás são os protetores do mundo.

BORGES, G. et al. Criação. Belo Horizonte: Terra, 1999.

Page 5: Questões analisadas

Comparando-se essas duas versões da criação do mundo, constata-se que (A) A DIFERENÇA ENTRE ELAS CONSISTE NA RELAÇÃO ENTRE O CRIADOR E A

CRIAÇÃO. (B) a origem do princípio religioso da criação do mundo é a mesma nas duas versões. (C) as divindades, em cada uma delas, têm diferentes graus de importância. (D) as diferenças são apenas de nomes em decorrência da diversidade das línguas originárias. ANÁLISE: Diferentemente do que é exposto no descritor anterior, dois ou mais textos que desenvolvem o mesmo tema podem ser confrontados para se procurar perceber os pontos em que tais textos divergem. Também pode acontecer de um único texto apresentar opiniões distintas em relação a um mesmo fato. A habilidade para estabelecer esses pontos divergentes é de grande relevância na vida social de cada um, pois, constantemente, somos submetidos a informações e opiniões distintas acerca de um fato ou de um tema. O item que se destina a avaliar essa habilidade deve apoiar-se em um, dois ou mais textos diferentes e focalizar os pontos em que esses textos divergem. A habilidade avaliada por meio deste descritor relaciona-se, pois, à identificação, pelo aluno, das diferentes opiniões emitidas sobre um mesmo fato ou tema. A construção desse conhecimento é um dos principais balizadores de um dos objetivos do ensino da Língua Portuguesa, qual seja, o de capacitar o aluno a analisar criticamente os diferentes discursos, inclusive o próprio, desenvolvendo a capacidade de avaliação dos textos.

Page 6: Questões analisadas

GRUPO D – QUESTÃO 01

Tópico IV – C oerência e Coesão no Processamento do Texto

D8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.

DCE – Operadores argumentativos/Argumentos do texto

Caderno de Expectativas – Identificar o tema/tese do texto e reconhecer operadores argumentativos no texto.

No texto, o argumento que comprova a ideia de ser a adolescência um período de passagem é (A) ADOLESCENTES SOFREM MUDANÇAS BIOLÓGICAS E MENTAIS. (B) filhos devem ter consciência do significado de liberdade. (C) pais reclamam da ditadura de seus filhos. (D) psicólogos tentam recuperar o valor do diálogo.

A dor de crescer Período de passagem, tempo de agitação e turbulências. Um fenômeno psicológico e social, que terá diferentes particularidades de acordo com o ambiente social e cultural. Do latim ad, que quer dizer para, e olescer, que significa crescer, mas também adoecer, enfermar. Todas essas definições, por mais verdadeiras que sejam, foram formuladas por adultos. "Adolescer dói" − dizem as psicanalistas [Margarete, Ana Maria e Yeda] – "porque é um período de grandes transformações. Há um sofrimento emocional com as mudanças biológicas e mentais que ocorrem nessa fase. É a morte da criança para o nascimento do adulto. Portanto, trata-se de uma passagem de perdas e ganhos e isso nem sempre é entendido pelos adultos." Margarete, Ana Maria e Yeda decidiram criar o "Ponto de Referência" exatamente para isso. Para facilitar a vida tanto dos adolescentes quanto das pessoas que os rodeiam, como pais e professores. "Estamos tentando resgatar o sentido da palavra diálogo" – enfatiza Yeda – "quando os dois falam, os dois ouvem sempre concordando um com o outro, nem sempre acatando. Nosso objetivo maior talvez seja o resgate da interlocução, com direito, inclusive, a interrupções." Frutos de uma educação autoritária, os pais de hoje se queixam de estar vivendo a tão alardeada ditadura dos filhos. Contrapondo o autoritarismo, muitos enveredaram pelo caminho da liberdade generalizada e essa tem sido a grande dúvida dos pais que procuram o "Ponto de Referência": proibir ou permitir? "O que propomos aqui" − afirma Margarete −"é a consciência da liberdade. Nem o vale-tudo e nem a proibição total. Tivemos acesso a centros semelhantes ao nosso na Espanha e em Portugal, onde o setor público funciona bem e dá muito apoio a esse tipo de trabalho porque já descobriram a importância de uma adolescência vivida com um mínimo de equilíbrio. Já que o processo de passagem é inevitável, que ele seja feito com menos dor para todos os envolvidos".

MIRTES Helena. In: Estado de Minas, 16 jun. 1996.

Page 7: Questões analisadas

ANÁLISE: Expor uma tese, naturalmente, exige a apresentação de argumentos a fundamentem. Ou seja, os argumentos apresentados funcionam como razões ou como fundamentos de que a tese defendida tem sentido e consistência. Nas práticas sociais que envolvem a proposição de um certo posicionamento ou ponto de vista, a estratégia de oferecer argumentos – não por acaso chamada de argumentação – é um recurso de primeira importância. Um item relacionado a esse descritor deve levar o aluno a identificar, em uma passagem de caráter argumentativo, as razões oferecidas em defesa do posicionamento assumido pelo autor. Pretende-se, com este item, que o leitor identifique os argumentos utilizados pelo autor na construção de um texto argumentativo. Essa tarefa exige que o leitor, primeiramente, reconheça o ponto de vista que está sendo defendido e relacione os argumentos usados para sustentá-lo.

Page 8: Questões analisadas

GRUPO A - QUESTÃO 02

Tópico V – Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido

D18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão.

DCE – Deduzir os sentidos de palavras e/ou expressões a partir do contexto.

Caderno de Expectativas – Fazer inferência do sentido de palavras ou expressões em determinado texto.

No texto, o uso da expressão ―água que não acaba mais‖ revela (A) ADMIRAÇÃO PELO TAMANHO DO RIO. (B) ambição pela riqueza da região. (C) medo da violência das águas. (D) surpresa pela localização do rio. ANÁLISE:

Se é verdade que nada no texto acontece aleatoriamente, ganha relevo admitir que a seleção de determinada palavra em lugar de uma outra pode responder a uma intenção particular do interlocutor de produzir certo efeito discursivo. Optar por um diminutivo, por exemplo, pode ser um recurso para expressar uma ressalva, para desprestigiar um objeto, como pode, ao contrário, revelar afeto, carinho, aceitação. Optar por uma palavra estrangeira também tem seus efeitos. Portanto, a competência comunicativa inclui a capacidade de não apenas conhecer os significados das palavras, mas, sobretudo, de discernir os efeitos de sentido que suas escolhas proporcionam. Isso nos leva a ultrapassar a simples identificação ―do que o outro diz‖ para perceber ―por que ele diz com essa ou aquela palavra‖. Um item destinado a avaliar essa habilidade deve focalizar uma determinada palavra ou expressão e solicitar do aluno o discernimento de por que essa, e não outra palavra ou expressão, foi selecionada. Com este item, pretendemos avaliar a habilidade de o aluno reconhecer a alteração de significado de um determinado termo ou vocábulo, decorrente da escolha do autor em utilizar uma linguagem figurada. Devemos compreender a seleção vocabular como uma estratégia do autor para que o leitor depreenda seus propósitos.

As Amazônias Esse tapete de florestas com rios azuis que os astronautas viram é a Amazônia. Ela cobre mais da metade do território brasileiro. Quem viaja pela região, não cansa de admirar as belezas da maior floresta tropical do mundo. No início era assim: água e céu. É mata que não tem mais fim. Mata contínua, com árvores muito altas, cortada pelo Amazonas, o maior rio do planeta. São mais de mil rios desaguando no Amazonas. É água que não acaba mais.

SALDANHA, P. As Amazônias. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.

Page 9: Questões analisadas

GRUPO B – QUESTÃO 02

Tópico VI – Variação Lingüística

D13 – Identificar as marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto.

DCE – Interlocutor

Caderno de Expectativas – Reconhecer o grau de formalidade da linguagem em diferentes textos.

Texto I

Minha Sombra De manhã a minha sombra com meu papagaio e o meu macaco começam a me arremedar. E quando eu saio a minha sombra vai comigo fazendo o que eu faço seguindo os meus passos. Depois é meio-dia. E a minha sombra fica do tamaninho de quando eu era menino. Depois é tardinha. E a minha sombra tão comprida brinca de pernas de pau. Minha sombra, eu só queria ter o humor que você tem, ter a sua meninice, ser igualzinho a você. E de noite quando, escrevo, fazer como você faz, como eu fazia em criança: Minha sombra você põe a sua mão por baixo da minha mão, vai cobrindo o rascunho dos meus poemas sem saber ler e escrever.

LIMA, Jorge de. Minha Sombra In: Obra Completa. 19 ed. Rio de Janeiro: José Aguillar Ltda, 1958.

Page 10: Questões analisadas

Texto II

É exemplo de linguagem formal, no texto II (A) ―dito-cujo‖.

(B) “ADENTRAR”.

(C) ―pão-duro‖.

(D) ―botam‖.

Assaltos insólitos

Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados depois, até que são engraçados. É igual a certos incidentes de viagem, que, quando acontecem, deixam a gente aborrecidíssimo, mas depois, narrados aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota. Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é assaltada na rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais, mas muitos o são na própria casa. O que não diminui o desconforto da situação. Pois lá estava o dito-cujo em sua casa, mas vestido em roupa de trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e na cozinha. As crianças haviam saído com a mulher para fazer compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade, quando, da garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos suspeitos. Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia: — É um assalto, fica quieto senão leva chumbo. Ele já se preparava para toda sorte de tragédias quando um dos ladrões pergunta: — Cadê o patrão? Num rasgo de criatividade, respondeu: — Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta. — Então vamos lá dentro, mostre tudo. Fingindo-se, então, de empregado de si mesmo, e ao mesmo tempo para livrar sua cara, começou a dizer: — Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, não gosto desse patrão. Paga mal, é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio ali? Olha, se eu fosse vocês levava aquele som também. Na cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns discos? Dinheiro não tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco, mas ali dentro do armário tem uma porção de caixas de bombons, que o patrão é tarado por bombom. Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indicou e saíram apressados. Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos. Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do próprio assalto que ajudara a fazer contra si mesmo.

SANTANNA Affonso Romano. PORTA DE COLÉGIO E OUTRAS CRÔNICAS São Paulo:Ática 1995. (Coleção Para gostar de ler).

Page 11: Questões analisadas

ANÁLISE: As variações lingüísticas, evidentemente, manifestam-se por formas, marcas, estruturas que revelam características (regionais ou sociais) do locutor e, por vezes, do interlocutor a quem o texto se destina. Essas variações são, portanto, resultado do empenho dos interlocutores para se ajustarem às condições de produção e de circulação do discurso. Um item relacionado a essa habilidade deve, portanto, centrar-se no reconhecimento das variações (gramaticais ou lexicais) que, mais especificamente, revelam as características dos locutores e dos interlocutores. Este item vai exigir do aluno a habilidade em identificar as variações lingüísticas resultantes da influência de diversos fatores, como o grupo social a que o falante pertence, o lugar e a época em que ele nasceu e vive, bem como verificar quem fala no texto e a quem este se destina, reconhecendo as marcas lingüísticas expressas por meio de registros usados, vocabulário empregado, uso de gírias ou expressões ou níveis de linguagem.

Page 12: Questões analisadas

GRUPO C – QUESTÃO 2

No trecho ―O príncipe NEM LIGOU e a bruxa ficou muito brava.‖, a expressão destacada significa que (A) NÃO DEU ATENÇÃO AO PEDIDO DE CASAMENTO. (B) não entendeu o pedido de casamento. (C) não respondeu à bruxa. (D) não acreditou na bruxa. ANÁLISE: As palavras são providas de sentido e, na maioria das vezes, são polissêmicas; ou seja, podem assumir, em contextos diferentes, significados também diferentes. Assim, para a compreensão de um texto, é fundamental que se identifique, entre os vários sentidos possíveis de uma determinada palavra, aquele que foi particular mente utilizado no texto. O aluno precisa decidir, então, entre várias opções, aquela que apresenta o sentido com que a palavra foi usada no texto. Ou seja, o que sobressai aqui não é apenas que o aluno conheça o vocabulário dicionarizado, pois todas as alternativas trazem significados que podem ser atribuídos à palavra analisada. O que se pretende é que, com base no contexto, o aluno seja capaz de reconhecer o sentido com que a palavra está sendo usada no texto em apreço.

Tópico I – Procedimentos de Leitura

D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.

DCE – Ampliar seu léxico; deduzir o sentido de palavras e/ou expressões a partir do contexto.

Caderno de Expectativa – Fazer inferência do sentido de palavras ou expressões em determinado texto.

O SAPO

Era uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele também se apaixonou a bruxa horrenda que o pediu em casamento. O príncipe nem ligou e a bruxa ficou muito brava. ―Se não vai casar comigo não vai se casar com ninguém mais!‖ Olhou fundo nos olhos dele e disse: ―Você vai virar um sapo!‖ Ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu estremeção. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra feitiço tinha dito. Sapo. Virou um sapo.

(ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. Ars Poética, 1994.)

Page 13: Questões analisadas

GRUPO D - QUESTÃO 02

Tópico II –Implicações do Suporte, do Gênero e /ou do Enunciador na Compreensão do Texto

D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

DCE – Propiciar práticas de leitura de textos de diferentes gêneros; encaminhar discussões e reflexões sobre: tema, finalidade, intenções (...)

Caderno de Expectativas – Identificar a finalidade de gêneros diversos.

A finalidade do texto é (A) argumentar. (B) descrever. (C) INFORMAR. (D) narrar. ANÁLISE: Todo texto se realiza com uma determinada finalidade. Ou seja, tem um propósito interativo específico. Pode pretender, por exemplo, informar ou esclarecer, expor um ponto de vista, refutar uma posição, narrar um acontecimento, fazer uma advertência, persuadir alguém de alguma coisa etc. O entendimento bem sucedido de um texto depende, também, da identificação das intenções pretendidas por esse texto. Um item relacionado a este descritor deve incidir, exatamente, sobre as pretensões reconhecíveis para o texto. Elementos lingüísticos e outros contextuais funcionam como pistas para a identificação da finalidade pretendida pelo texto. Este descritor avalia, por meio do item, se o aluno compreende qual é a função social do texto. A partir da leitura do texto como um todo, ele deve perceber a intencionalidade do autor, isto é, seus propósitos.

Há muitos séculos, o homem vem construindo aparelhos para medir o tempo e não lhe deixar perder a hora. Um dos mais antigos foi inventado pelos chineses e consistia em uma corda cheia de nós a intervalos regulares. Colocava-se fogo ao artefato e a duração de algum evento era medida pelo tempo que a corda levava para queimar entre um nó e outro. Não há registros, mas com certeza diziam-se coisas como: ―Muito bonito, não? Você está atrasado há mais de três nós!‖

Jornal O Estado de São Paulo, 28/05/1992.

Page 14: Questões analisadas

GRUPO A – QUESTÃO 03

Tópico III – Relação entre Textos

D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.

DCE – Intertextualidade.

Caderno de Expectativas – Reconhecer as diferenças (de posicionamento, de idéias, de intenções) entre textos que tratam do mesmo tema.

Texto I

Texto II

Os dois textos tratam de clonagem. Qual aspecto dessa questão é tratado apenas no texto I ? (A) A divulgação da clonagem de 50 ratos. (B) A referência à eficácia da nova técnica de clonagem. (C) O TEMOR DE QUE SERES HUMANOS SEJAM CLONADOS. (D) A informação acerca dos pesquisadores envolvidos no experimento.

Cinquenta camundongos, alguns dos quais clones de clones, derrubaram os obstáculos técnicos à clonagem. Eles foram produzidos por dois cientistas da Universidade do Havaí num estudo considerado revolucionário pela revista britânica ―Nature‖, uma das mais importantes do mundo. [...] A notícia de que cientistas da Universidade do Havaí desenvolveram uma técnica eficiente de clonagem fez muitos pesquisadores temerem o uso do método para clonar seres humanos.

O GLOBO. Caderno Ciências e Vida. 23 jul. 1998, p. 36.

Cientistas dos EUA anunciaram a clonagem de 50 ratos a partir de células de animais adultos, inclusive de alguns já clonados. Seriam os primeiros clones de clones, segundo estudos publicados na edição de hoje da revista ―Nature‖. A técnica empregada na pesquisa teria um aproveitamento de embriões — da fertilização ao nascimento — três vezes maior que a técnica utilizada por pesquisadores britânicos para gerar a ovelha Dolly.

Folha De S. Paulo. 1º caderno – Mundo. 03 jul. 1998, p.16.

Page 15: Questões analisadas

ANÁLISE: Os textos podem ser vistos na relação de uns com os outros. Isto é, podem ser comparados, podem ser confrontados, com diferentes objetivos. É comum, por exemplo, relacionar textos que tratam do mesmo tema para procurar perceber a convergência de idéias ou de formas, de pontos de vista acerca desse tema. Este item propõe a comparação entre dois textos diferentes que tratam do mesmo tema. Por meio deste item, podemos avaliar a habilidade de se comparar dois textos do mesmo gênero e com a mesma temática e perceber características que não são comuns aos dois.

Page 16: Questões analisadas

GRUPO B – QUESTÃO 03

Tópico IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto

D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

DCE – Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto.

Caderno de Expectativas – Reconhecer as relações estabelecidas entre as partes de um texto.

Texto I

Minha Sombra De manhã a minha sombra com meu papagaio e o meu macaco começam a me arremedar. E quando eu saio a minha sombra vai comigo fazendo o que eu faço seguindo os meus passos. Depois é meio-dia. E a minha sombra fica do tamaninho de quando eu era menino. Depois é tardinha. E a minha sombra tão comprida brinca de pernas de pau. Minha sombra, eu só queria ter o humor que você tem, ter a sua meninice, ser igualzinho a você. E de noite quando, escrevo, fazer como você faz, como eu fazia em criança: Minha sombra você põe a sua mão por baixo da minha mão, vai cobrindo o rascunho dos meus poemas sem saber ler e escrever.

LIMA, Jorge de. Minha Sombra In: Obra Completa. 19 ed. Rio de Janeiro: José Aguillar Ltda, 1958.

Page 17: Questões analisadas

Texto II

No trecho ―e o marido se entregara a essa terapêutica atividade.‖, a expressão destacada substitui

(A) fazer compras. (B) ir ao mercado. (C) narrar anedotas. (D) PINTAR A CASA.

Assaltos insólitos Assalto não tem graça nenhuma, mas alguns, contados depois, até que são engraçados. É igual a certos incidentes de viagem, que, quando acontecem, deixam a gente aborrecidíssimo, mas depois, narrados aos amigos num jantar, passam a ter sabor de anedota. Uma vez me contaram de um cidadão que foi assaltado em sua casa. Até aí, nada demais. Tem gente que é assaltada na rua, no ônibus, no escritório, até dentro de igrejas e hospitais, mas muitos o são na própria casa. O que não diminui o desconforto da situação. Pois lá estava o dito-cujo em sua casa, mas vestido em roupa de trabalho, pois resolvera dar uma pintura na garagem e na cozinha. As crianças haviam saído com a mulher para fazer compras e o marido se entregava a essa terapêutica atividade, quando, da garagem, vê adentrar pelo jardim dois indivíduos suspeitos. Mal teve tempo de tomar uma atitude e já ouvia: — É um assalto, fica quieto senão leva chumbo. Ele já se preparava para toda sorte de tragédias quando um dos ladrões pergunta: — Cadê o patrão? Num rasgo de criatividade, respondeu: — Saiu, foi com a família ao mercado, mas já volta. — Então vamos lá dentro, mostre tudo. Fingindo-se, então, de empregado de si mesmo, e ao mesmo tempo para livrar sua cara, começou a dizer: — Se quiserem levar, podem levar tudo, estou me lixando, não gosto desse patrão. Paga mal, é um pão-duro. Por que não levam aquele rádio ali? Olha, se eu fosse vocês levava aquele som também. Na cozinha tem uma batedeira ótima da patroa. Não querem uns discos? Dinheiro não tem, pois ouvi dizerem que botam tudo no banco, mas ali dentro do armário tem uma porção de caixas de bombons, que o patrão é tarado por bombom. Os ladrões recolheram tudo o que o falso empregado indicou e saíram apressados. Daí a pouco chegavam a mulher e os filhos. Sentado na sala, o marido ria, ria, tanto nervoso quanto aliviado do próprio assalto que ajudara a fazer contra si mesmo.

SANTANNA Affonso Romano. PORTA DE COLÉGIO E OUTRAS CRÔNICAS São Paulo:Ática 1995. (Coleção Para gostar de ler).

Page 18: Questões analisadas

ANÁLISE:

Com este item pretendemos avaliar a habilidade do aluno em reconhecer as relações coesivas do texto, mais especificamente as repetições ou substituições, que servem para estabelecer a continuidade textual. No texto a seguir, por exemplo, destacamos o entrelaçamento das idéias e a sua continuidade. A compreensão de informações e idéias apresentadas pelo autor ultrapassa a simples decodificação e depende da devida percepção dessas relações para o efetivo entendimento da leitura.

GRUPO C - QUESTÃO 03

Tópico V – Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido

D17 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações.

DCE – Marcas linguísticas, coesão e coerência (...) pontuação, recursos gráficos.

Caderno de Expectativas – Reconhecer o efeito de sentido proveniente do uso de recursos gráficos e linguísticos no texto.

O Encontro

Em redor, o vasto campo. Mergulhado em névoa branda, o verde era pálido e opaco. Contra o céu, erguiam-se os negros penhascos tão retos que pareciam recortados a faca. Espetado na ponta da pedra mais alta, o sol espiava atrás de uma nuvem.

―Onde, meu Deus?! – perguntava a mim mesma – Onde vi esta mesma paisagem, numa tarde assim igual?‖ Era a primeira vez que eu pisava naquele lugar. Nas minhas andanças pelas redondezas, jamais fora além do vale. Mas nesse dia, sem nenhum cansaço, transpus a colina e cheguei ao campo. Que calma! E que desolação. Tudo aquilo – disso estava bem certa – era completamente inédito pra mim. Mas por que então o quadro se identificava, em todas as minúcias, a uma imagem semelhante lá nas profundezas da minha memória? Voltei-me para o bosque que se estendia à minha direita. Esse bosque eu também já conhecera com sua folhagem cor de brasa dentro de uma névoa dourada. ―Já vi tudo isto, já vi...Mas onde? E quando?‖

Fui andando em direção aos penhascos. Atravessei o campo. E cheguei à boca do abismo cavado entre as pedras. Um vapor denso subia como um hálito daquela garganta de cujo fundo insondável vinha um remotíssimo som de água corrente. Aquele som eu também conhecia. Fechei os olhos. ―Mas se nunca estive aqui! Sonhei, foi isso? Percorri em sonho estes lugares e agora os encontro palpáveis, reais? Por uma dessas extraordinárias coincidências teria eu antecipado aquele passeio enquanto dormia?‖

Sacudi a cabeça, não, a lembrança – tão antiga quanto viva – escapava da inconsciência de um simples sonho.[...]

TELLES, Lygia Fagundes. Oito contos de amor. São Paulo: Ática.

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Na frase― Já vi tudo isso, já vi...Mas onde?‖, o uso das reticências sugere (A) impaciência. (B) impossibilidade. (C) INCERTEZA. (D) irritação. ANÁLISE: Entre os recursos referidos acima, estão os sinais de pontuação. Além de estarem vinculados intimamente à coerência do texto, esses sinais podem acumular outras funções discursivas, como aquelas ligadas à ênfase, à reformulação ou à justificação de certos segmentos. Nessa perspectiva, a pontuação tem de ser vista muito mais além; isto é, não são simples sinais para separar ou marcar segmentos da superfície do texto. Um item relativo a essa habilidade deve, portanto, conceder primazia aos efeitos discursivos produzidos por notações como itálico, negrito, caixa alta etc. e pelo uso dos sinais; muito mais, portanto, do que, simplesmente, a identificação de suas funções na sintaxe da frase. Com este item, pretendemos avaliar a habilidade de o aluno identificar o efeito provocado no texto pelo ponto de exclamação, que colabora para a construção do seu sentido global, não se restringindo ao seu aspecto puramente gramatical.

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GRUPO D - QUESTÃO 03

Tópico V – Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido

D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.

DCE – Marcas lingüísticas: coesão, coerência, funções das classes gramaticais...

Caderno de Expectativas – Reconhecer o efeito de sentido proveniente do uso de recursos gráficos e linguísticos no texto.

No trecho ―Ninguém está sozinho. Jamais. Lembre-se disso.‖, as frases curtas produzem o efeito de (A) continuidade. (B) dúvida.

(C) ÊNFASE. (D) hesitação.

Magia das árvores — Eu já lhe disse que as árvores fazem frutos do nada e isso é a mais pura magia. Pense agora como as árvores são grandes e fortes, velhas e generosas e só pedem em troca um pouquinho de luz, água, ar e terra. É tanto por tão pouco! Quase toda a magia da árvore vem da raiz. Sob a terra, todas as árvores se unem. É como se estivessem de mãos dadas. Você pode aprender muito sobre paciência estudando as raízes. Elas vão penetrando no solo devagarinho, vencendo a resistência mesmo dos solos mais duros. Aos poucos vão crescendo até acharem água. Não erram nunca a direção. Pedi uma vez a um velho pinheiro que me explicasse por que as raízes nunca se enganam quando procuram água e ele me disse que as outras árvores que já acharam água ajudam as que ainda estão procurando. — E se a árvore estiver plantada sozinha num prado? — As árvores se comunicam entre si, não importa a distância. Na verdade, nenhuma árvore está sozinha. Ninguém está sozinho. Jamais. Lembre-se disso.

Máqui. Magia das árvores. São Paulo: FTD, 1992.

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ANÁLISE: As explicações dadas para o descritor anterior, em parte, podem valer para este. Ou seja, as escolhas que fazemos para a elaboração de um texto respondem a intenções discursivas específicas, sejam escolhas de palavras, sejam escolhas de estruturas morfológicas ou sintáticas. Assim, não é por acaso que, em certos textos, o autor opta por períodos mais curtos – para dar um efeito de velocidade, por exemplo; ou opta por inversões de segmentos – para surtir certos efeitos de estranhamento, de impacto, de encantamento, afinal (―tinha uma pedra no meio do caminho; no meio do caminho tinha uma pedra‖). Ou seja, mais do que identificar a estrutura sintática apresentada, vale discernir sobre o efeito discursivo provocado no leitor. Um item relativo a essa habilidade deve, pois, conceder primazia aos efeitos discursivos produzidos pela escolha de determinada estrutura morfológica ou sintática. Incide, portanto, sobre os motivos de uma escolha para fins de se conseguir alcançar certos efeitos. Com este item, pretendemos avaliar a habilidade do aluno em identificar o efeito de sentido decorrente das variações relativas aos padrões gramaticais da língua. REFERÊNCIAS PARANÁ, Secretaria do Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa. Curitiba: 2009. PARANÁ, Secretaria do Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Educação Básica. Caderno de Expectativas de Aprendizagem. Versão preliminar. Curitiba: 2011. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16640&Itemid=1109>. Acesso em: 18 agosto 2011 Disponível em: <http://provabrasil.inep.gov.br/downloads>. Acesso em: 18 agosto 2011.