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8 UNIDADE 8 Questões da Ética Contemporânea Objetivos de aprendizagem Identificar algumas considerações éticas dos seguintes filósofos contemporâneos: Nietzsche, Foucault, Rawls e Singer. Seções de estudo Seção 1 O martelo de Nietzsche Seção 2 Foucault e o cuidado de si Seção 3 A teoria da justiça de Rawls Seção 4 Singer e a ética prática

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8UNIDADE 8

Questões da Ética Contemporânea

Objetivos de aprendizagem

Identifi car algumas considerações éticas dos seguintes fi lósofos contemporâneos: Nietzsche, Foucault, Rawls e Singer.

Seções de estudo

Seção 1 O martelo de Nietzsche

Seção 2 Foucault e o cuidado de si

Seção 3 A teoria da justiça de Rawls

Seção 4 Singer e a ética prática

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Para início de conversa

Enfi m chegamos à última unidade. Parabéns por seu empenho e comprometimento nos estudos. Você continuará a estudar a Ética, agora considerando, brevemente, algumas refl exões de quatro fi lósofos contemporâneos: Nietzsche, Foucault, Rawls e Singer. Estas respectivas refl exões modifi caram e ampliaram nosso olhar sobre como devemos agir moralmente e, por isso, são agora estudadas por você.

Embora estes fi lósofos situem-se, historicamente, mais próximos de nós, não deixam de nos causar espanto com seus pensamentos inéditos e radicais. A grosso modo, o homem contemporâneo - que presencia tantas guerras, ganâncias e brutalidades - desconfi a até de si mesmo, pois as relações parecem estar cada vez mais extremas, delicadas, perigosas ou estúpidas.

Por que vemos nos noticários notícias inadmissíveis, referentes à ação moral? Por que um juiz, uma pessoa de ‘reputação ilibada’ - que utiliza a razão (além da doutrina, é claro) para julgar casos de nossa sociedade - mata à bala, futilmente, um vigia (desarmado) de um supermercado, só porque o estabelecimento estava fechado, e não poderia ser reaberto?

Por que um engenheiro, um indivíduo com ‘formação superior’, atropela e mata a própria esposa (indefesa), desconsiderando, ainda, a companhia de dois fi lhos dentro do próprio carro?

Tais atrocidades, crueldades, não se justifi cam. Jamais... Contudo, infeliz e tragicamente, os exemplos anteriores têm, como fonte, casos verídicos de nossa sociedade e de nosso tempo, e não apenas meras hipóteses de estudos.

Na contemporaneidade paira certa desconfi ança sobre o homem e sua razão, como ser ‘capaz’ de agir racional e moralmente melhor; ou como ser que ‘quer’ agir moralmente melhor. Bom, vamos aos quatro fi lósofos e as suas refl exões.

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Seção 1 – O martelo de Nietzsche

A ética de Nietzsche (1844-1900) pode ser comparada à ação de um martelo, pois com um martelo podemos destruir. Mas a questão é:

O que a ética de Nietzsche propõe destruir?

Nietzsche propõe destruir a então vigente moralidade européia ocidental e contemporânea, fundamentada em ídolos vazios e valores que só oprimem e anulam o homem. Em função de tal moral frustrante, castradora e limitadora - o homem contemporâneo vive o niilismo, vive para o nada, pois cada vez mais se anula.

Para entender o parágrafo anterior, precisamos remeter-nos às características básicas da moral que Nietzsche critica e que quer demolir com seu ‘martelo’. Tal moral está associada, principalmente, à moral cristã e à fi losofi a metafísica de Platão. Mas, por que a moral cristã e a fi losofi a metafísica de Platão são alvos do martelo de Nietzsche? Vamos por etapas.

Segundo Nietzsche, a moral cristã, a moral do rebanho de ovelhas defende o cultivo de certos valores como, por exemplo, a humildade (os humilhados serão exaltados) e a mansidão (os mansos herdarão a terra). Para o fi lósofo, estes valores que fundamentam a ação moral estão anulando o homem, pois este se mantém a todo instante passivo, conformado e resignado. Assim, estes e outros valores da moral cristã não merecem aprovação.

Niilismo é uma palavra

derivada de nihil, que, por

sua vez, signifi ca nada.

Assim, niilismo signifi ca o

sistema que nadifi ca, que

anula todas as coisas, seres

e situações.

Figura 9.1 - Friedrich Wilhelm Nietzsche

(pt.wikipedia.org)

Ídolo, para Nietzsche, é

todo tipo de símbolo que é

adorado excessivamente.

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Para Nietzsche, a concepção moral cristã de bem e de mal está dissociada da realidade, do mundo, da existência do próprio indivíduo; assim como está fundamentada em inexistentes planos divinos ou infernais. Em função da moral cristã, a moral dos ‘fracos’, dos ‘escravos’ é preferível à moral do forte. Por outro lado, a ação moral e os modelos de conduta cristãos desvalorizam os belos, os ricos e os fortes. Nietzsche propõe, então, destruir todos os tipos de ‘ídolos’ cristãos que entorpecem a visão moral do homem.

Nietzsche também propõe destruir os ‘ídolos’ que têm como fonte a fi losofi a metafísica de Platão. Para o primeiro, toda fi losofi a metafísica é desprovida de fundamento, uma vez que suas explicações não correspondem à realidade, não passando de uma mera ilusão.

Considere a seguinte explicação, para entendimento da crítica de Nietzsche à ‘fi losofi a metafísica’ de Platão.

Embora Platão não tenha discorrido especifi camente sobre uma ética em seus escritos, está evidente que todo homem racional deve agir considerando a idéia universal de ‘Bem’, que, por sua vez, orienta as condutas morais do homem. Assim, para Platão, se o homem agir conforme a idéia de ‘Bem’, agirá corretamente. Contudo, Nietzsche expõe que não existe uma idéia universal de ‘Bem’, que não existe mesmo nada metafísico, nem mesmo uma idéia, que possa orientar a nossa ação.

Nietzsche critica ainda a fi losofi a de Platão, porque esta fi losofi a condena os nossos sentidos. Ora, ele valoriza e elogia justamente a nossa existência, o nosso corpo e as nossas sensações.

Em função da crítica dirigida aos ‘ídolos’ cristãos e platônicos-metafísicos, Nietzsche propõe a necessidade de destruirmos totalmente o sistema de valores vigente. Neste sentido, ele propõe uma transvaloração dos valores.

Figura 9.2 – Martelo de Nietzsche

(Alex Xavier)

Aquilo que está além da física, de nossa realidade.

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Que signifi ca a transvaloração dos valores?

Signifi ca que devemos destruir todos os valores que conduzem o homem ao niilismo; e que devemos continuar agindo, mas, agora, a partir de uma outra concepção moral, fundamentada no homem, em sua própria existência, conforme, sobretudo, a sua respectiva vontade de poder.

Vontade de poder refere-se a nossa vontade de viver, a nossa energia de fazer, de criar, de agir; refere-se ao nosso ‘querer’ muito antes de tantos ‘deveres’. Para Nietzsche, a vontade de poder do homem nunca foi manifestada, pois estava impedida pelas moralidades associadas aos ‘ídolos’.

Como crítica à moral niilista e conforme a vontade de poder, devemos valorizar a riqueza, a beleza, a força como perspectivas de um agir ativo, guerreiro, audacioso, existencial, humano.

Uma vez que nossa vontade não é fi xa, também nossa moralidade deve apresentar um caráter cambiante, mutável. Assim, nenhum valor metafísico, idealizado, cristalizado, nenhuma essência deve orientar as ações morais humanas. Por outro lado, todas as ações morais humanas devem ter como princípio a própria vontade de poder.

Quando cada homem comum for capaz de fazer escolhas de acordo com a sua vontade de poder, ele se transformará em um super-homem. ‘Super-homem’, denominação de um outro estágio a ser alcançado pelo homem, representa a superação do atual estado em que o homem se encontra.

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Se você quiser aprofundar seus conhecimentos relativos à ética de Nietzsche, você pode estudar a seguinte referência:

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Assim falou Zaratustra. [A obra-prima de cada autor], Tradução Pietro Nasseti. São Paulo: Martin Claret, 2002.

Este livro pode ser baixado, em espanhol, no seguinte site:

http://www.dominiopublico.gov.br

Observe que há, ainda, outros livros de Nietzsche que, também, podem ser consultados nesse site.

Seção 2 – Foucault e o cuidado de si

Em toda obra de Foucault (1926-1984) há uma forte conotação moral. Contudo, Foucault concentra seus estudos sobre a Ética ao fi nal de sua carreira, pouco antes de morrer. Na entrevista intitulada A Ética do Cuidado de Si

como Prática da Liberdade, de 1984, Foucault expõe objetivamente o que pensa sobre a Ética, assim como sobre a prática moral do sujeito.

Neste texto, o fi lósofo expõe que suas pesquisas iniciaram ao investigar o sujeito emaranhado em relações de poder (relações que, muitas vezes, expressavam práticas coercitivas) - relativas à psiquiatria e ao sistema penitenciário.

Figura 9. 3 - Michel Foucault

(www.foucaultsociety.org)

Foucault acentua que as relações

humanas são permeadas por

relações de poder. Nestas relações

de poder, entre os próprios

humanos, pode haver atenuação da

liberdade e obstrução da resistência.

Em tais relações há um “estado

de dominação”, pois a liberdade

de uma das partes envolvidas

encontra-se limitada.

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Porém, suas pesquisas agora atentam para a prática de si, a prática de autoformação do sujeito - questão relacionada diretamente à ética.

Esta autoformação do sujeito, esta prática de si, é detectada como um fenômeno de origem greco-romana antiga. Foucault trata esta autoformação do sujeito como o cuidado de si, enquanto cerne de sua ética.

O cuidado de si não é uma prática moral de simples renúncia, mas é um exercício, uma prática moral de si sobre si mesmo, que permite ao sujeito transformar-se e atingir um modo de ser.

O cuidado de si é um exercício em que o sujeito pratica a liberdade. A liberdade é vista, por sua vez, como condição básica para a existência da ética. E a ética é entendida como a prática refl etida, racional da liberdade.

Se, por um lado, o cuidado de si é uma prática em que se exercita a liberdade, por outro lado esta liberdade não signifi ca liberdade absoluta, mas, antes, autodomínio1 , autoconhecimento2, além do conhecimento de certas regras de conduta e prescrições3 morais.

Observe, ainda, que o cuidado de si não signifi ca amor exagerado por si mesmo, nem negligência pelos outros, nem abuso dos outros, mas, também, cuidado dos outros. Contudo, o cuidado dos outros é, para Foucault, um momento posterior ao cuidado de si. Assim, à medida que eu exercitar o cuidado de mim mesmo, desenvolvo condições para também cuidar dos outros.

A ética de Foucault é um convite para a autoformação do sujeito, para o cuidado de si, entendido como uma prática moral, um exercício autônomo da liberdade, relativo ao modo como devemos agir. Observe, porém, que não há aqui a proposição de uma norma rígida sobre como deve ser a nossa conduta moral.

Autocontrole, moderação,

prudência, comedimento.

Conhecimento de si

mesmo.

Normas, regras.

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Se você quiser aprofundar seus conhecimentos relativos à ética de Foucault, você pode estudar a seguinte referência:

• FOUCAULT, Michel. A Ética do cuidado de si como prática da liberdade. In: Ética, sexualidade, política. [Ditos e escritos; V] Organização e seleção de textos Manoel Barros da Motta; tradução Elisa Monteiro, Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

Seção 3 – A teoria da justiça de Rawls

John Rawls (1921-2002) propôs, em 1971, Uma teoria da justiça, um estudo que abrange tanto o campo da Ética, quanto o campo da Política. Esta teoria abrange a Ética no que tange às refl exões pertinentes às ações morais relativas a uma pessoa, e Política no que tange às refl exões pertinentes às ações dos cidadãos, organizados socialmente. Para Rawls, a justiça, em questão, decorre de um contratualismo moral.

Neste livro, Rawls afi rma que uma concepção qualquer de justiça exprime uma concepção de pessoa, de relações e de sociedade. E, se aceitarmos os princípios que embasam esta concepção de justiça, então, por conseqüência, aceitaremos o respectivo ideal, modelo de pessoa e de relações.

A partir deste argumento, o norte-americano convida-nos a pensar em uma sociedade bem ordenada, fruto de uma concepção de justiça ideal, coerente com o tipo de pessoa que queremos ser e a forma de sociedade em que queremos viver.

Concepção na qual a sociedade e o

Estado têm origem em um pacto

ou contrato social, livremente

estabelecido por seus integrantes.

Figura 9.4 - John Rawls

(educaterra.terra.com.br)

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Nesta teoria, a sociedade bem ordenada fundamenta-se em uma concepção de justiça social, que decorre de um debate ético de pessoas racionais e morais. Rawls propõe que:

Sociedade bem ordenada é aquela regulada por um conceito público de justiça, onde todos sabem e aceitam os mesmos princípios de justiça.

A sociedade bem ordenada é formada por pessoas morais, livres e iguais. Morais porque apresentam um senso de justiça e porque vêem os outros nesta mesma perspectiva; iguais porque admitem para si e para os outros o direito de determinar

os princípios que devem nortear a estrutura social; livres porque admitem para si e para os outros o direito de serem livres e, mesmo, de discutir a fi nalidade das instituições sociais.

Para exisitir, a sociedade bem ordenada necessita de princípios de justiça que orientem a ação. Estes princípios de justiça são necessários porque permitem arbitrar os diferentes arranjos sociais; atribuir direitos e deveres à estrutura básica da sociedade; e especifi car como as insituições devem distribuir os frutos da cooperação social. Observe que, nesta concepção de sociedade bem ordenada, a sua estrutura básica é o objeto primário de justiça.

Os princípios de justiça para a sociedade bem ordenada expressam o seguinte (o primeiro princípio tem prioridade sobre o segundo):

1) todos têm direitos iguais de liberdade;

2) as desigualdades sociais e econômicas estão condicionadas:

a) ao maior benefício para os menos favorecidos;

b) aos cargos e empregos para todos, com mesmas condições de oportunidade de acesso.

Composta pelas instituições

sociais fundamentais

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Entre as razões que justifi cam estes dois princípios de justiça, adequados à sociedade bem ordenada, está a de que eles estabelecem a proteção dos interesses fundamentais dos membros de tal sociedade.

Mas, de que modo surgiriam tais princípios de justiça?

Estes princípios de justiça decorreriam de uma situação hipotética, denominada posição original. Especifi camente, os princípios de justiça decorrem das escolhas e deliberações feitas pelas pessoas morais, livres e iguais - com a fi nalidade de estabelecer o governo da estrutura básica da sociedade. Observe que tais princípios constituem, por sua vez, a base de um contrato social (acordo estabelecido por cada um dos contratantes, que representam as várias facetas da sociedade).

Rawls destaca a necessidade de haver um véu de ignorância sobre as pessoas, quando estas escolhem os princípios de justiça, pois à medida que os contratantes desconhecerem suas respectivas condições particulares na sociedade, de modo mais imparcial encontrariam os princípios de justiça já mencionados.

Embora se estabeleçam princípios de justiça, primariamente, para a estrutura básica da sociedade, de uma sociedade bem ordenada, é inegável que estes princípios infl uenciam a ação moral das ditas pessoas morais, livres e iguais, uma vez que as mesmas, ao formularem tais princípios, os aceitam e os conhecem.

Momento em que ainda não há um

contrato fundamental que garanta

o convívio político e social.

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Conforme Borges, Dall’Agnol e Dutra (2002), os princípios de justiça, além de estarem sujeitos ao véu de ignorância, também estão sujeitos a restrições formais. Veja as características formais que cada princípio deve apresentar:

Generalidade - pois o princípio deve abranger a generalidade das circunstâncias e não se circunscrever a uma circunstância em particular.

Universalidade - pois deve ser válido para todas as pessoas morais.

Publicidade - pois deve ser conhecido por todos.

Ordenação de reinvindicações confl itantes - pois deve estabelecer uma ordenação de justiça, impedindo outra ordenação que tenha origem, por exemplo, na força ou na astúcia.

Finalidade - pois não há uma regra anterior e, assim, o princípio deve ser respeitado diretamente. E, uma vez escolhido, deve ser cumprido.

Se você quiser aprofundar seus conhecimentos relativos à teoria da justiça de Rawls, consulte as seguintes referências:

• BORGES, Maria de Lordes; DALL’AGNOL, Darlei; DUTRA, Delamar Volpato. Ética. [O que você precisa saber sobre], Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

• OLIVEIRA, Nythamar. Rawls. [Passo-a-passo], Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

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Seção 4 - Singer e a ética prática

Basicamente, Peter Singer (1946) investiga a aplicação da ética a questões práticas, que fazem parte das discussões de nosso cotidiano, como a igualdade para as mulheres, o tratamento de minorias étnicas, a preservação do meio ambiente, a eutanásia, o aborto, o uso de animais em pesquisas e na fabricação de alimentos, etc.

As refl exões de Peter Singer sobre a ética podem ser encontradas, fundamentalmente, em seu livro Ética

Prática. Neste livro, Singer expõe o que pensa sobre a ética, o método que acredita ser o mais adequado para tratar das ações morais, assim como estabelece uma série de refl exões relacionadas à ética prática. Em um dos textos deste livro, Singer propõe, conforme seu modo de pensar, o que a ética é e o que não é.

Veja, primeiro, algumas considerações sobre o que a ética não é.

O que a ética não é

Para Singer, a ética não pode ser encarada como um sistema de irritantes proibições cotidianas, nem pode ser encarada como um código específi co de moralidade, que nos diria, especifi camente, o que fazer ou não fazer.

Por outro lado, a ética não se reduz a uma série de restrições ligadas ao sexo. Segundo o fi lósofo, é fácil perceber este caráter, pois as questões morais relacionadas ao sexo envolvem outras considerações, muito mais relevantes do ponto de vista da ética, como a honestidade, a prudência, etc.

Figura 9.5 – Peter Singer

(www.princeton.edu/~psinger/)

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A ética também não é uma teoria fantástica, que não tenha aplicação prática. Para Singer, a função fundamental de um juízo ético é justamente orientar a prática moral.

A ética também não se reduz a um sistema de normas simples e breves, como: “não minta”, uma vez que tal regra não se ajusta às complexidades da vida. Assim, em certas situações práticas, mentir pode ser considerado moralmente correto. Neste sentido, veja um exemplo do autor, que já se tornou clássico:

Se você está na Alemanha nazista, na época da 2ª Guerra Mundial, e se a Gestapo bate à sua porta a procura de judeus, é correto mentir para salvar a família de judeus que está econdida no seu sótão.

Observe que o cumprimento cego da regra “não mentir” implicaria um desastre para a vida de cada um dos integrantes da família judia.

Singer também afi rma que a ética não se resume ou reduz à religião, concepção religiosa, pois a prática moral refl etida, a ética, independe de crença religiosa.

À medida que Singer caracteriza o que a ética não é, ele já prepara o terreno, vamos assim dizer, para especifi car o que a ética é, ou seja, nosso próximo tópico. Observamos, contudo, que Singer desenvolve, ainda, alguns outros tópicos além dos abordados aqui, acerca do que a ética não é.

O que é a ética é: uma concepção

Entre outras coisas, a concepção de ética prática, defendida por Singer, estabelece a razão como fundamental nas decisões éticas.

Para Singer, as pessoas vivem de acordo com padrões éticos quando fornecem uma razão para o que praticam moralmente, para viver deste ou daquele modo, quando defendem ou justifi cam racionalmente o que fazem. Singer observa que viver

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de modo ético signifi ca raciocinar sobre que ações morais devem ser praticadas, independentemente das ações morais escolhidas, “certas” ou “erradas”. Por outro lado, as pessoas não vivem de acordo com padrões éticos quando são incapazes de justifi car as ações morais que praticam.

Ainda é especifi cado que a defesa racional, ética, de uma ação moral deve pautar-se pelo critério de universalidade. Esta universalidade implica que os atos morais de uma pessoa devem procurar conciliar os seus interesses com um público maior, tanto quanto possível. Embora o critério de universalidade procure ampliar a aplicação de um juízo moral, Singer lembra que um juízo ético qualquer não tem aplicação universal, pois, conforme sua concepção de ética, consequencialista, a ação moral varia conforme as conseqüências, os objetivos que são estabelecidos na situação prática particular, específi ca.

Singer admite que sua concepção de ética é uma forma de utilitarismo, próxima àquela que você estudou na unidade anterior, a ética de Mill. Ou seja, diante das inúmeras e insólitas situações que vivemos, das questões práticas, devemos racionalmente considerar o nosso interesse, assim como o do maior número de pessoas possíveis, à medida que consideramos os objetivos e as conseqüências de nossas ações.

Se você quiser saber mais sobre o que Peter Singer pensa sobre ética, leia o texto Sobre a ética, do livro Ética Prática. A referência é a seguinte:

• SINGER, Peter. Sobre a ética. In: Ética prática. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Há, ainda, neste mesmo livro, outros textos confeccionados pelo autor, que lidam com este tema, ética prática. Se você preferir, acesse a página pessoal do professor, no endereço:

• http://www.princeton.edu/~psinger/

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Síntese

Nesta última unidade, você estudou questões éticas levantadas por quatro fi lósofos contemporâneos: Nietzsche, Foucault, Rawls e Singer.

Você viu que a ética de Nietzsche é uma crítica aos ídolos, à passividade, à resignação e à justifi cação dos atos morais por uma concepção de mundo supraterrena. Diz o fi lósofo que devemos transvalorar os valores da moral que conduz o homem ao niilismo, ao nada. A vontade de poder é proposta como o critério que norteie esta outra moralidade. Só quando o homem for capaz de fazê-lo, superará o atual estágio em que se encontra, tornando-se um super-homem.

Você estudou que a ética de Foucault incita-nos ao “cuidado de si”, de modo que, ao fazê-lo, também devenvolvemos a habilidade de cuidar dos outros. Porém, viu que o cuidado de si é uma condição para o cuidado dos outros. A fundamental prática da liberdade, aliada ao autodomínio, ao autoconhecimento, ao conhecimento de algumas regras morais, são elementos determinantes para uma adequada prática moral.

Para Rawls, a ética está extremamente próxima de refl exões políticas. O americano supõe uma posição original, na qual todas as pessoas morais, livres e iguais, sob o véu da ignorância, escolheriam, conjuntamente, princípios de justiça que regulariam a estrutura básica da sociedade bem ordenada. Embora estes princípios sejam pensados, primariamente, para atender as instituições sociais básicas, nem por isso deixam de espelhar um modo de agir moral, que é consenso para as próprias pessoas morais.

Singer defende que a ética lida com questões práticas relacionadas à moral humana, como a igualdade das mulheres, o aborto, a eutanásia, o respeito ao meio ambiente, etc. Singer posiciona-se sobre o que a ética é e o que não é. Para ele, a ética não é um código específi co de moralidade, nem proibições irritantes, não tem como foco central o sexo, não é uma teoria fantástica,

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nem tem como fonte legitimadora a religião. A ética refere-se ao uso da razão, para justifi car quais atos morais devem ser praticados. As questões práticas são o cerne desta refl exão, a ética. A universalidade é pensada como um critério que transcende os interesses da pessoa, de modo que mais pessoas sejam contempladas pela realização de uma determinada ação moral. Singer admite, ainda, que sua concepção ética é uma forma de utilitarismo, pois ele acredita que ela permite lidar com as conseqüências da ação moral, as quais, por sua vez, são muito mais importantes que simples ordenamentos ou regramentos morais.

Você lembra da classifi cação que propusemos na unidade 7, referente à Ética como normativa, prática ou metaética? Pois bem, conforme aquela disposição, a ética de Nietzsche, a de Foucault e a de Rawls podem ser consideradas normativas à medida que propõem como devemos agir moralmente. Destas três éticas, a de Foucault “tende” a não se encaixar perfeitamente nesta classifi cação, uma vez que este pensador não propõe um fundamento normativo sobre como devemos agir moralmente, mas um modo de agir.

A ética de Singer fi ca melhor classifi cada como prática, como o próprio fi lósofo intitula sua investigação, embora este pensador admita que sua ética é uma forma de utilitarismo (que, por sua vez, é uma ética normativa).

Atividades de auto-avaliação

Ao fi nal de cada unidade, você realizará atividades de auto-avaliação. O gabarito está disponível no fi nal do livro didático. Mas, esforce-se para resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.

1) Associe as passagens seguintes com as respectivas interpretações. Para tanto, estude e interprete cada uma das passagens referentes à ética de Nietzsche, que tem origem nos livros Crepúsculo dos Ídolos, Assim falou Zaratustra e Genealogia da Moral. Esta atividade visa exercitar sua capacidade de análise e síntese da ética de Nietzsche.

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Filosofi a

Unidade 8

I) “Este pequeno livro é uma grande declaração de guerra; e, quanto ao escrutínio1 de ídolos, desta vez eles não são ídolos da época, mas ídolos eternos, aqui tocados com o martelo como se com um diapasão - não há, absolutamente, ídolos mais velhos, mais convecidos, mais empolados2... E tampouco mais ocos... Isso não impede que sejam os mais acreditados [...]”. (NIETZSCHE, 2006, p. 8).

( ) Nietzsche critica a moral cristã por associar o bom e o bem com valores escravos, ditos invertidos. Para o fi lósofo, na moral cristã, aquele que não se encaixa no perfi l da moral ‘escrava’ age moralmente errado.

II) “ ‘Eu vos anuncio o Super-homem’. ‘O homem é superável’ [...] Que é o macaco para o homem? Uma zombaria ou uma dolorosa vergonha. Pois é o mesmo que deve ser o homem para o Super-homem [...] Noutro tempo foste macaco, e hoje é ainda mais macaco que todos os macacos [...] O Super-homem é o sentido da terra. Diga a vossa vontade: seja o Super-homem [...] Exorto-vos, meus irmãos, a permanecer fi éis a terra e a não acreditar em que vos fala de esperanças supraterrestres [...] Qual é a maior coisa que vos pode acontecer? Que chegue a hora do grande menosprezo, a hora em que vos enfastie a vossa própria felicidade, de igual forma que a vossa razão e a vossa virtude. A hora em que digas: ‘Que importa a minha felicidade! É pobreza, imundície e conformidade lastimosa. A minha felicidade, porém, deveria justifi car a minha existência!”. (NIETZSCHE, 2002, p. 25-26).

( ) A superação da atual condição que o homem se encontra, a superação do niilismo e do cristianismo, só terá êxito se tornarmos livre a nossa vontade e não mais a anularmos.

III) “Esse homem do futuro, que nos salvará não só do ideal vigente, como [...] do grande nojo, da vontade do nada, do niilismo [...] que torna novamente livre a vontade, que devolve à terra sua fi nalidade e ao homem sua esperança, esse anticristão e antiniilista, esse vencedor de Deus e do nada – ele tem que vir um dia...”. (NIETZSCHE, 2003, p. 84-85).

( ) Nietzsche afi rma que atacará com o ‘martelo’ os ídolos, pois estes são insignifi cantes para a vida do homem, e, portanto, devem ser destruídos.

IV) “[...] os judeus [...] ousaram inverter a equação de valores aristocráticos (bom = nobre = poderoso = belo = feliz = caro aos deuses), e com unhas e dentes [...] se apegaram a esta inversão, a saber, ‘os miseráveis somente são os bons, apenas os pobres, impotentes, baixos são bons, os sofredores, necessitados, feios, doentes são os únicos beatos, os únicos abençoados, unicamente para eles há bem-aventurança – mas vocês, nobres e poderosos, vocês serão por toda a eternidade os maus, os cruéis, os lascivos, os insaciáveis, os ímpios [...] os desventurados, malditos e danados!...’ [...] A propósito [...] com os judeus principia a revolta dos escravos na moral: aquela rebelião que tem atrás de si dois mil anos de história, e que hoje perdemos de vista, porque foi vitoriosa...”. (NIETZSCHE, 2003, p. 26).

( ) Nietzsche nos propõe uma analogia, na qual o homem é superior ao macaco, e o Super-homem é superior ao homem. O homem atual é visto como sendo fortemente infl uenciado por crenças supraterrestres - crenças religiosas ou crenças metafísicas - de tal modo que se encontra inferior a todos os macacos. A condição de Super-homem é a melhor coisa que pode acontecer ao homem, mas isto só acontecerá quando o mesmo repudiar suas atitudes conformadas diante da realidade e passe a constituir a felicidade a partir da própria vontade, a partir da própria existência.

Encontre a seqüência que corresponde à associação correta das passagens com as interpretações. Há apenas uma seqüência correta:

A) I, II, III, IV. B) II, III, IV, I. C) III, IV, I, II. D) IV, III, I, II.

Exame minucioso

Pomposo, ostentador

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2) Associe as passagens seguintes com as respectivas interpretações. Para tanto, estude e interprete cada uma das passagens referentes à ética de Foucault, que tem origem na entrevista A Ética do Cuidado de Si como Prática da Liberdade. Esta atividade visa exercitar sua capacidade de análise e síntese da ética de Foucault.

I) “[...] o que é a ética senão a prática da liberdade, a prática refl etida da liberdade? [...] A liberdade é condição ontológica da ética. Mas a ética é a forma refl etida assumida pela liberdade.”. (FOUCAULT, 2004, p. 267).

( ) Nas relações humanas sempre há alguma relação de poder. Estas relações não são fi xas e podem ser alteradas. Para alterar essas relações de poder, é preciso praticar a liberdade. Mesmo as relações de poder dos ditos estados de dominação podem ser alteradas.

II) “[...] sobretudo nos gregos -, para se conduzir bem, para praticar adequadamente a liberdade, era necessário se ocupar de si mesmo, cuidar de si, ao mesmo tempo para se conhecer [...] e para se formar, superar-se a si mesmo, para dominar em si os apetites que poderiam arebatá-lo. [...]”. (FOUCAULT, 2004, p. 268).

( ) Cuidar de si mesmo implica o conhecimento de si além de regras de conduta.

III) “Não é possível cuidar e si mesmo sem se conhecer. O cuidado de si é certamente o conhecimento de si [...] mas é também o conhecimento de um certo número de regras de conduta ou de princípios que são simultaneamente verdades e prescrições.”. (FOUCAULT, 2004, p. 269).

( ) O cuidado de si não é amor exagerado por si mesmo, nem negligência ou abuso dos outros.

IV) “Não se deve fazer passar o cuidado dos outros na frente do cuidado de si; o cuidado de si vem eticamente em primeiro lugar, na medida em que a relação consigo mesmo é ontologicamernte primária. [...] o cuidado de si não pode em si mesmo tender para esse amor exagerado a si mesmo que viria a negligenciar ou outros ou, pior ainda, a abusar do poder que se pode exercer sobre eles.”. (FOUCAULT, 2004, p. 271-273).

( ) O cuidado de si implica a prática da liberdade, a ocupação e a formação de si mesmo, de modo que o sujeito possa superar-se e, então, dominar os apetites.

V) “[...] nas relações humanas, quaisquer que sejam elas […] o poder está presente [...] essas relações de poder são móveis, ou seja, podem se modifi car, não são dadas de uma vez por todas [...] só é possível haver relações de poder quando os sujeitos forem livres [...] para que se exerça uma relação de poder, é preciso que haja sempre, dos dois lados, pelo menos uma forma de liberdade. Mesmo quando a relação de poder é completamente desiquilibrada, quando verdadeiramente se pode dizer que um tem poder sobre o outro, um poder só pode se exercer sobre o outro à medida que ainda reste a esse último a possibilidade de se matar, de pular pela janela ou de matar o outro. Isso signifi ca que, nas relações de poder, há necessariamente possibilidade de resistência [...] se há relações de poder em todo o campo social, é porque há liberdade por todo lado. Mas há efetivamente estados de dominação. Em inúmeros casos, as relações de poder estão de tal forma fi xadas que são perpetuamente dessimétricas e que a margem de liberdade é estremamente limitada.”. (FOUCAULT, 2004, p. 276-277).

( ) A liberdade é uma condição para a própria existência da ética. E a ética é a prática refl etida da liberdade.

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Filosofi a

Unidade 8

Encontre a seqüência que corresponde à associação correta das passagens com as interpretações. Há apenas uma seqüência correta:

A) I, II, III, IV, V. B) II, V, III, IV, I. C) III, IV, I, V, II. D) V, III, IV, II, I.

3) Associe as passagens seguintes com as respectivas interpretações. Para tanto, estude e interprete cada uma das passagens referentes à ética de Rawls, que tem como origem a Teoria da Justiça. Esta atividade visa exercitar sua capacidade de análise e síntese da ética de Rawls.

I) “[…] uma sociedade bem ordenada é efetivamente regulada por um conceito público de justiça. Ou seja, é uma sociedade na qual todos os membros aceitam e sabem que os outros aceitam os mesmos princípios (a mesma concepção) de justiça.”. (Rawls apud Oliveira, 2003, p. 51).

( ) Um princípio de justiça estabelece liberdade igual para todos, enquanto o outro princípio procura estabelecer uma ‘desigualdade justa’.

II) “[...] os membros de uma sociedade bem-ordenada são, eles mesmo, pessoas morais livres e iguais.”. (RAWLS apud OLIVEIRA, 2003, p. 52).

( ) A justiça apropriada para uma sociedade bem ordenada é aquela resultante de um acordo eqüitativo entre as pessoas morais, livres e iguais.

III) “Enunciarei agora [...] os dois princípios de justiça [...] 1. Cada pessoa tem um direito igual ao mais extensivo esquema de liberdades fundamentais iguais compatíveis com um esquema semelhante de liberdade para todos. 2. As desigualdades sociais e econômicas devem satisfazer duas condições: elas devem ser (a) para o maior benefício esperado dos menos favorecidos; e (b) vinculadas a cargos e posições abertas a todos em condições de oportunidade eqüitativa. O primeiro desses princípios deve ter prioridade sobre o segundo [...]”. (RAWLS apud OLIVEIRA, 2003, p. 58).

( ) O conceito público de justiça regula uma sociedade bem ordenada. Nesta sociedade, todos aceitam e conhecem os princípios de justiça.

IV) “[...] idéia da posição original: supus que a concepção de justiça apropriada para uma sociedade bem-ordenada é aquela que seria acordada numa situação hipotética que fosse eqüitativa entre indivíduos concebidos como pessoas morais livres e iguais, isto é, como membros de uma tal sociedade.”. (RAWLS apud OLIVEIRA, 2003, p. 63).

( ) A sociedade bem ordenada é composta por pessoas morais, livres e iguais.

Encontre a seqüência que corresponde à associação correta das passagens com as interpretações. Há apenas uma seqüência correta:

A) I, II, III, IV. B) II, III, IV, I. C) III, IV, I, II. D) III, IV, II, I.

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4) Associe as passagens seguintes com as respectivas interpretações. Para tanto, estude e interprete cada uma das passagens referentes à ética de Singer, com base no texto Sobre a Ética, do livro Ética Prática. Esta atividade visa exercitar sua capacidade de análise e síntese da ética de Rawls.

I) “O tema deste livro é a ética prática, ou seja, a aplicação da ética ou da moralidade (usarei indiferentemente essas duas palavras) à abordagem de questões práticas, como o tratamento dispensado às minorias étnicas, a igualdade para as mulheres, o uso de animais em pesquisas e para a fabricação de alimentos, a preservação do meio ambiente, o aborto, a eutanásia e a obrigação que têm os ricos de ajudar os pobres.”. (SINGER, 2006, p. 9).

( ) Singer admite que a ética que ele propõe é uma variação do utilitarismo. Em função da perspectiva utilitária, defende a necessidade de que se universalize a ação moral, pensada a partir do indivíduo.

II) “[...] há uma abordagem sempre válida da ética que praticamente não é afetada pelas complexidades que tornam as normas simples difíceis de serem aplicadas: a concepção conseqüencialista. Os seus adeptos não partem de regras morais, mas de objetivos. Avaliam a qualidade das ações mediante uma verifi cação do quanto elas favorecem esses objetivos. O utilitarismo é a mais conhecida das teorias consequencialistas [...] Para o utilitarista, mentir será mau em algumas circunstâncias e bom em outras, dependendendo das conseqüencias que o ato acarretar.”. (SINGER, 2006, p. 11).

( ) Para Singer, viver de acordo com padrões éticos depende, sobremaneira, da utilização da razão, da justifi cação e defesa de certas ações morais. Por outro lado, quando não justifi camos as ações morais realizadas, vivemos desvinculados de padrões éticos. Neste sentido, a ética é compreendida como uma refl exão racional sobre os atos morais.

III) “A idéia de viver de acordo com padrões éticos está ligada a idéia de defender o modo como se vive, de dar-lhe uma razão de ser, de justifi cá-lo. Desse modo, as pessoas podem fazer todos os tipos de coisas que consideramos erradas, mas, ainda assim, estar vivendo de acordo com padrões éticos, desde que tenham condições de defender e justifi car aquilo que fazem. Podemos achar a justifi cativa inadequada e sustentar que as ações estão erradas, mas a tentativa de justifi cação, seja ela bem sucedida ou não, é sufi ciente para trazer a conduta da pessoa para a esfera do ético, em oposição ao não-ético. Quando, por outro lado, as pessoas não conseguem apresentar nenhuma justifi cativa para o que fazem, podemos rejeitar a sua alegação de estarem vivendo de acordo com padrões éticos, mesmo se aquilo que fazem estiver de acordo com princípios morais convencionais.”. (SINGER, 2006, p. 18).

( ) Singer defende que uma abordagem ética adequada é aquela que privilegia as conseqüências de uma ação moral e não se limita a simples ordenamentos ou regras morais. Entre as teorias que privilegiam as conseqüências da ação moral situa-se o utilitarismo, uma vez que as ações são escolhidas considerando-se, entre outras coisas, as conseqüências da ação.

IV) “o modo de pensar que esbocei é uma forma de utilitarismo. Difere do utilitarismo clássico pelo fato de “melhores conseqüências” ser compreendido como o signifi cado de algo que, examinadas todas as alternativas, favorece os interesses dos que são afetados, e não como algo que simplesmente aumenta o prazer e diminui o sofrimento [...] A postura utilitária é uma posição mínima, uma base inicial à qual chegamos ao universalizar a tomada de decisões com base no interesse próprio.”. (SINGER, 2006, p. 22).

( ) A investigação de Singer lida com a aplicação da ética a questões polêmicas, que fazem parte das práticas dos seres humanos. Práticas que, enquanto tais, também se referem aos animais e ao meio ambiente. Singer denomina esta investigação de ética prática.

Encontre a seqüência que corresponde à associação correta das passagens com as interpretações. Há apenas uma seqüência correta:

A) I, II, III, IV. B) IV, III, II, I. C) III, IV, I, II. D) III, IV, II, I.

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Filosofi a

Unidade 8

Saiba mais

Se você quiser aprofundar seus conhecimentos sobre a ética, considerando as refl exões de Nietzsche, Foucault, Rawls ou Singer, então consulte as seguintes referências:

BORGES, Maria de Lordes; DALL’AGNOL, Darlei; DUTRA, Delamar Volpato. Ética. [O que você precisa saber sobre], Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

FOUCAULT, Michel. Ética, sexualidade, política. [Ditos e escritos; V] Organização e seleção de textos Manoel Barros da Motta; tradução Elisa Monteiro, Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.

OLIVEIRA, Nythamar. Rawls. [Passo-a-passo], Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Assim falou Zaratustra. [A obra-prima de cada autor], Tradução Pietro Nasseti. São Paulo: Martin Claret, 2002.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Genealogia da moral: uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Crepúsculo dos ídolos: ou como se fi losofa com o martelo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

SINGER, Peter. Ética prática. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

E os seguintes sites:

http://www.dominiopublico.gov.br (site do governo brasileiro que disponibiliza uma biblioteca digital e que contém e-books grátis de alguns fi lósofos).

http://www.princeton.edu/~psinger/ (site do professor e fi lósofo Peter Singer).

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Para concluir o estudo

Parabéns pelos estudos desenvolvidos, necessários para que você

chegasse até aqui. Seu comprometimento, disciplina e dedicação

foram combustíveis para o seu bom êxito.

Ao concluir os estudos da disciplina, você deve ter percebido

que o sentido da Filosofi a é mais amplo do que é difundido

costumeiramente. Observamos que tal sentido é, ainda, mais amplo

do que foi abordado neste livro.

Você pode passar uma vida inteira investigando a Filosofi a e,

certamente, a cada novo dia de investigação um novo argumento,

detalhe, experiência, entendimento ou “vivência”, transformará e

alargará a sua compreensão sobre o que é Filosofi a.

Dizem que bom conselho é aquele que não é dado. Porém, não

podemos deixar, aqui, de incitá-los a pesquisar a Filosofi a, de

estudar os originais dos próprios fi lósofos, de estudar outros livros,

compêndios e dicionários sobre Filosofi a.

Também, não podemos nos furtar de alertar você a exercitar

as habilidades de autonomia, refl exão, crítica e criatividade -

importantes habilidades para um estudante universitário e para

um cidadão. Desejamos ainda que, de algum modo, os temas e

conteúdos aqui reunidos sob o viés da Teoria e do Conhecimento e

da Ética tenham encontrado abrigo em seu coração, mente e ações.

Podemos construir um mundo melhor. Para tanto, precisamos nos

preparar.

Desejamos sucesso em sua caminhada de estudos.

Um forte abraço,

Professor Leandro Kingeski Pacheco e Professora Maria Juliani Nesi

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Referências

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VERGER, Jacques. As universidades na idade média. São Paulo: UNESP, 1990.

VERGES, André; HUISMAN, Denis. História dos fi lósofos ilustrada pelos textos. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1984.

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Sobre os professores conteudistas

Leandro Kingeski Pacheco é bacharel (1994), licenciado (1997) e mestre (2005) em Filosofi a, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Junto ao Centro de Educação a Distância (CEAD) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), atuou (2001-2005) como professor de Filosofi a, de Direitos Humanos e Cidadania, de Educação e Meio Ambiente, de Tecnologia, Educação e Aprendizagem e de Metodologia da Educação a Distância, assim como desenvolveu atividades de Supervisor Pedagógico. Por esta universidade é co-autor dos livros didáticos Filosofi a

Moderna e Contemporânea; Direitos Humanos e Cidadania; Globalização e Cidadania. Atualmente, é designer instrucional da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), junto ao campus UnisulVirtual.

Maria Juliani Nesi é licenciada em Filosofi a pela UFSC (1992), especialista em Arte – Educação pela UDESC (1996), Mestre em Engenharia de Produção – Mídia e Conhecimento pela UFSC (2002). Junto a UDESC, entre 1993 e 2006, atuou na FAED, CEFID, CEART e CEAD como professora de Filosofi a, Estética, Dramaturgia, Direitos Humanos e Cidadania, Teoria do Conhecimento. Ainda na UDESC atuou como membro do Comitê de Apoio ao Ensino do CEAD. Também atuou como professora da UFSC (1996) como professora de Introdução à Filosofi a e de Ética. Atualmente, na UNISUL, exerce a função de assistente pedagógica junto ao curso de Administração e Negócios / (Unisul Business School) UBS.

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Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação

UNIDADE 1

1) a, c, e.

2) Nenhuma das alternativas anteriores se encaixa no que pede o enunciado da questão. Ou seja, nenhuma das concepções de Filosofi a, fi lósofo e fi losofar apresentadas nesta questão coincidem exatamente com o signifi cado etimológico de Filosofi a.

3) a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal.

c) Resposta pessoal.

d) Resposta pessoal.

4) Resposta pessoal, que depende de pesquisa livre sobre uma defi nição de Filosofi a. Não esqueça de publicar sua resposta no Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA), através da ferramenta exposição.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

UNIDADE 2

1)

2) I, III, IV, V, VIII, IX, X.

3)

I) D II) I III) D IV) I

4) a) Resposta pessoal.

b) Resposta pessoal.

c) Resposta pessoal.

d) Resposta pessoal.

VI VIII P R E M I S S A SL NÓ III T

II G R É C I A II R GC IV R A C I O C Í N I OA S

TÓTE VIIL P IXE R XII C

VI S I L O G I S M OP N NO D CS U LI T UÇ I S

XV Ã V ÃP XI D E D U T I V O O O XIIIA F

X R E L A Ç Ã O D E C O N S E Q U Ê N C I AA L

XVI D I L E M A ÁO CX IO XIV S O F I S M A

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Filosofi a

5) Resposta pessoal, que depende de pesquisa livre sobre um exemplo de falácia ou de sofi sma. Não esqueça de publicar sua resposta no Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA), através da ferramenta exposição.

UNIDADE 3

1) Resposta pessoal.

2.1) Você deve observar que na primeira afi rmação o conhecimento é resultado da vivência e está relacionado com a tradição, com o ensinamento dos antigos. Neste caso, o conhecimento incorpora, em parte, as crendices populares, a autoridade e a tradição. Essa afi rmação pode ter sido feita por um homem do senso comum. Na segunda afi rmação, o conhecimento é resultado de uma investigação consciente e metódica. O objetivo principal desse conhecimento não é resolver os problemas simples do cotidiano, mas compreender e explicar a realidade. Essa afi rmação pode ter sido feita por um cientista. Na terceira afi rmação, o conhecimento é revelado ao homem, provavelmente por um ser divino que “ilumina a alma”. Essa afi rmação pode ter sido feita por um religioso.

2.2) A Filosofi a se caracteriza por ser um conhecimento independente de qualquer objetivo que não seja o de refl etir. Não tem a fi nalidade de explicar dogmaticamente os problemas cotidianos, existenciais do homem, a natureza - assim como não depende de prova. A Filosofi a não se conforma com as respostas já dadas, com o óbvio, mas, pelo contrário, ela julga, questiona e procura ampliar a visão de mundo, problematizando e respondendo constantemente sobre a realidade. Portanto, não se limita à crítica, mas propõe algo novo. Retomando a primeira Unidade deste livro, “O verdadeiro fi lósofo não se contenta em evidenciar os ‘equívocos’, e então propõe evidenciar ‘acertos’, uma solução”.

2.3) Diferentemente do conhecimento de senso comum, a Filosofi a, comumente, rejeita as explicações míticas, não tem a fi nalidade de solucionar decisivamente os problemas práticos do homem e não está presa a uma experiência particular, mas busca alargar a compreensão da realidade, de modo universal. Diferentemente da ciência, a Filosofi a não depende da prova como critério de verdade. A Filosofi a também não é cumulativa, ou seja, enquanto é possível observar certo progresso no conhecimento científi co, na Filosofi a as clássicas questões nunca têm uma resposta defi nitiva e são sempre retomadas por diversos fi lósofos em tempos e espaços diversos.

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3)

a) Resposta pessoal.

b) De modo geral, acredita-se que os cientistas, quando estão fazendo pesquisa, não têm outro interesse que o de conhecer a realidade e inventar tecnologias. Por isso, não se imagina, a princípio, que eles podem ser responsabilizados pela aplicação do conhecimento produzido e pelas conseqüências que suas descobertas e invenções provocam. Este, provavelmente, é o raciocínio das crianças citadas no exercício, assim como também é o raciocínio do homem comum, a menos que refl itam profundamente sobre a polêmica questão ética que envolve o conhecimento científi co.

UNIDADE 4

1) Parmênides assume uma posição que é possível denominar de racionalista. Ele transfere a lógica das idéias para a realidade concreta e constata que esta não segue, necessariamente, a lógica, pois é instável. Então, ele opta pela evidência lógica dos conceitos em detrimento das coisas concretas como fonte de conhecimento. Para ele o ser é estável, imóvel. Já, Heráclito assume uma posição mais empirista e afi rma que o ser é dinâmico, móvel. Toda a realidade, na verdade, é um constante “vir-a-ser”, pois está mudando continuamente.

2) Uma das linhas de continuidade entre o pensamento destes três fi lósofos é o reconhecimento da razão ou dos sentidos, na busca por conceitos universais. Sócrates, aplicando a maiêutica, levava seus interlocutores a argumentarem a fi m de encontrar a verdade. Sendo assim, eles buscavam a verdade nos conceitos. Além disso, Sócrates evidenciava o erro das opiniões advindas das experiências particulares em contraposição com as idéias universais. Platão reforça esta teoria e separa completamente as coisas das idéias (separa então o “mundo sensível” de um “mundo inteligível”) e, por conseguinte, separa a razão dos sentidos, optando pela primeira, em detrimento do segundo. Aristóteles, por sua vez, resgata a importância dos sentidos na produção do conhecimento. Ele concorda com seus antecessores na busca por conceitos universais, mas afi rma, diferente deles, que as idéias universais são abstraídas a partis das coisas concretas que experimentamos.

3) Neste fi lme, é possível identifi car a manipulação da fé pelos doutores da Igreja medieval. Estes escondiam obras gregas que consideravam

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ameaçadoras, provenientes de idéias de fi lósofos que pudessem colocar em questão ou contradizer as verdades “reveladas”. A Igreja também perseguia estudiosos que, por meio da argumentação lógica, confrontavam as verdades dogmáticas da religião católica.

UNIDADE 5

1) A polêmica é relativa à necessidade que os pensadores modernos sentiam de desenvolver um conhecimento livre dos dogmas cristãos e da metafísica grega; de desenvolver um conhecimento útil para a explicação objetiva da realidade, para a resolução dos problemas reais e dos impasses que impediam o progresso da sociedade. Enquanto os doutores da Igreja, ainda ameaçados pela possibilidade da negação das escrituras sagradas, boicotavam sistematicamente as investidas racionais e empíricas para conhecer a realidade.

2) Estas correntes de conhecimento se assemelham porque nem uma nem outra negam completamente a relevância da razão e dos sentidos na produção do conhecimento, e diferem no que se refere ao estabelecimento de uma fonte para este conhecimento. Enquanto para o racionalismo, esta fonte é fundamentalmente a razão, para o empirismo são os sentidos.

3) Kuhn ocupou-se, entre outras coisas, com a questão do progresso científi co, negando o progresso linear e afi rmando um progresso por saltos que ocorrem por meio das revoluções científi cas. Também se preocupou com a força da tradição e do controle do conhecimento científi co pela comunidade científi ca. Feyerabend preocupou-se, especialmente, com as limitações e o direcionamento que a rigidez do método e dos preceitos científi cos produzem na atividade científi ca, e com o controle que a comunidade científi ca exerce sobre o cientista.

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UNIDADE 6

1) a, b, c, d.

2) a, b, c.

3) B.

4)

a) M. b) A. c) N.

5) Resposta pessoal, que depende do posicionamento do aluno sobre o caráter transitório da moralidade. Não esqueça de publicar sua resposta no Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA), através da ferramenta exposição.

6) Resposta pessoal, referente à confecção de uma dissertação sobre o que é Ética, do que trata, qual a relevância deste estudo, e se você refl ete sobre as ações morais que pratica. Como dica, considere a proposta de estrutura básica de dissertação.

UNIDADE 7

1)

A ética de Aristóteles considera fundamental a escolha racional e o hábito como fundamentais para cultivar a virtude. Tal prática da virtude é conseqüência de nossa disposição autônoma em detrimento das nossas inclinações, paixões ou desejos. A virtude consiste, propriamente, na ação moral que considera o justo-meio como um equilíbrio entre dois vícios extremos. Tais vícios são marcados pela radicalidade da ação, seja pela falta ou pelo excesso. A prática da virtude tem sempre um fi m, que representa um bem para o próprio indivíduo, e o bem mais alto que podemos almejar e encontrar é a felicidade.

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Filosofi a

2) D.

3) B.

4)

A) Para Mill, a felicidade representa a fi nalidade da ação e a utilidade é o critério para distinguir as ações corretas das ações incorretas.

B) Para Mill, a ação moral também depende do cultivo da virtude.

5)

a) M. b) A. c) K. d) M. e) A. f) K.

6) Resposta pessoal, referente à confecção de uma dissertação sobre como podemos ser melhores. Como dica, considere a proposta de estrutura básica de dissertação.

P A S E D A S D I S A B E M T U T J T

R I U Q A R I D S E M A C A V E Ó U R

A R E R C I D S E M A I V B R O N S S

F A T L U S S A X A R P E R I O N T N

V F E F I T A Í R É T I C A R A R O R

Í I R E Z Ó Q T Ó N E R R S I S T M E

C M N L S T A M Z G E J E T R E J E A

I O X I T E C Z V I R T U D E C A I D

O Q R C T L E R A S D E F G H I J O A

M Ã L I M E R A R R Ô H Á B I T O T P

E I T D A S M U I O I M S B O C R I E

R E R A S K C L R R P R A T P A V N S

Z A Á D A L B R É N Z E S X S U S E A

S A N E S C O L H A R A C I O N A L A

I S S R I T N E M A I R A T P U T H P

E D I S P O S I Ç Ã O A U T Ô N O M A

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Universidade do Sul de Santa Catarina

UNIDADE 8

1) D) IV, III, I, II.

2) D) V, III, IV, II, I.

3) C) III, IV, I, II.

4) B) IV, III, II, I.

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