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QUEM NASCEU SAPO, SERÁ SAPO CENÁRIO: Uma floresta, com um lago na frente do palco. PERSONAGENS: Princesa, Sapo, Rei, Rainha, Príncipe, Soldado 7. TODOS: (alunos formando objetos do cenário) Vinha o sapo pela estrada Avançando passo a passo. Pula, pulando rebolando. Recitando no Compasso: SAPO: (aluno entra pulando de cócoras) Meu pai foi rei! Foi, não foi! 2X. TODOS: Vinha vindo do outro lado, Brilhando o cabelo louro, A princesa, no caminho, Jogando bola de ouro: PRINCESA: (entra aluna pelo lado oposto do SAPO e vem picando uma bola amarela no chão) Meu pai é o rei! Oi! Oi! 2X. TODOS: Mas de repente a menina deixa cair à bola de ouro, Que desce pelo barranco, E para o riacho rola. PRINCESA: (a menina deixa cair a bola) Ai, ai, ai, meu pai, o senhor rei, vai ficar tiririca da vida se eu perder uma bola tão cara... Quem será que pode ir buscar a bola para mim? TODOS: O sapo vinha chegando. Olhou para a menina. Achou que ela era jeitosa... Achou que era bonita... SAPO: Se quiser eu posso pegar... Mas quero algo em troca! PRINCESA: E o que é que o senhor sapo quer em troca? SAPO: Quase nada, linda menina, quase nada... Apenas um beijo... PRINCESA: Beijo? Dar um beijo em você? Então você acha que eu vou dar um beijo num sapo? Ainda mais um sapo verde e gordo como você? SAPO: Pois então arranje quem vai buscar sua bola de graça. TODOS: A menina então lembrou. Da sua bola de ouro,

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QUEM NASCEU SAPO, SERÁ SAPO

CENÁRIO: Uma floresta, com um lago na frente do palco.

PERSONAGENS: Princesa, Sapo, Rei, Rainha, Príncipe, Soldado 7.

TODOS: (alunos formando objetos do cenário)

Vinha o sapo pela estrada

Avançando passo a passo.

Pula, pulando rebolando.

Recitando no Compasso:

SAPO: (aluno entra pulando de cócoras) Meu pai foi rei! Foi, não foi! 2X.

TODOS: Vinha vindo do outro lado, Brilhando o cabelo louro, A princesa, no caminho, Jogando bola de ouro:

PRINCESA: (entra aluna pelo lado oposto do SAPO e vem picando uma bola amarela no chão) Meu pai é o rei! Oi! Oi! 2X.

TODOS: Mas de repente a menina deixa cair à bola de ouro, Que desce pelo barranco, E para o riacho rola.

PRINCESA: (a menina deixa cair a bola) Ai, ai, ai, meu pai, o senhor rei, vai ficar tiririca da vida se eu perder uma bola tão cara... Quem será que pode ir buscar a bola para mim?

TODOS: O sapo vinha chegando. Olhou para a menina. Achou que ela era jeitosa... Achou que era bonita...

SAPO: Se quiser eu posso pegar... Mas quero algo em troca!

PRINCESA: E o que é que o senhor sapo quer em troca?

SAPO: Quase nada, linda menina, quase nada... Apenas um beijo...

PRINCESA: Beijo? Dar um beijo em você? Então você acha que eu vou dar um beijo num sapo? Ainda mais um sapo verde e gordo como você?

SAPO: Pois então arranje quem vai buscar sua bola de graça.

TODOS: A menina então lembrou. Da sua bola de ouro,

Lá no fundo do riacho... E que valia um tesouro!

PRINCESA: Vá lá! Vá buscar a bola que eu lhe dou o beijo.

TODOS: O sapo pulou no rio, Pegou a bola de ouro, Mas não deu para a menina, O sapo é muito esperto...

PRINCESA: Passa a bola pra cá, vamos!

SAPO: Ah, não! Quero o beijo primeiro.. Eu sei de uma história de um sapo que foi buscar uma bola pra uma menina parecida com você. Aí a menina pegou a bola e deu um trabalhão pra cobrar o beijo...

TODOS: A menina, sem saída, lembrou da promessa. Fechou os olhos com força, E deu um beijo na testa.

Mas então aconteceu O sapo foi transformando, Num príncipe se tornou! A menina que era esperta

Não ficou muito espantada... Pois ela já tinha lido Muitos contos de fada. E como nessas histórias,

Os dois logo casaram. Mas como na realidade, As coisas logo mudaram... O rei, pai da menina, morreu.

E o príncipe se tornou o rei daquele lugar. Só que o novo rei era sapo, do começo da história.

E logo, perceberam Que reizinho era chato, Implicante e mandão, ele era o mesmo sapo, só agora era rei... Vejam as leis que inventava:

REI: (ele troca de roupa coloca uma capa e coroa de rei) "Nos meses cujo nome tem a letra R está todo mundo proibido de sair de casa, que é pra não gastar a sola do sapato."

"No fim do mês todo mundo tem de dar ao rei metade do que ganha, que é para o rei comprar confetes para o carnaval."

"As pessoas que respondem pelo nome Arthur, passam de agora em diante a responder pelo nome de Zoroastro."

TODOS: Todo mundo foi ficando Cansado de tanta lei. E logo toda a cidade Só falava mal do rei.

Com o falatório, O rei não se conformava. E de raiva, esbravejava:

REI: Eu só gostaria de saber por que é que todo mundo só vive falando mal de mim! Isso é um grandíssimo desaforo!

TODOS: A princesa, que agora é rainha, foi logo respondendo:

RAINHA: Ora essa, Seu Rei, pois o que eles dizem é verdade! Vossa Majestade anda muito metido, muito mandão, e anda inventando umas leis muito sem pé nem cabeça!

REI: (alunos circulam com faixas de protestos no meio do público) Verdade? Eles dizem a verdade? Pois eu não gosto desta tal de verdade! Prendam a verdade! Prendam todas as verdades! Percorram o reino! Vasculhem as cidades! Corram pelas ruas, entrem nas casas! Espiem embaixo das camas! Remexam nas gavetas! E prendam todas as verdades! Quero todas muito bem presas no sótão real! Todas, todinhas! Embrulhadas, amarradas, presas no sótão real!

TODOS: (alunos vão prender todos os protestantes) E os soldados saíram pelo reino, percorreram correram pelas ruas, entraram nas casas, remexeram as gavetas e trouxeram todas as verdades e prenderão no sótão real.

Só que no dia seguinte já tinha uma porção de verdades correndo por toda parte. Por mais que as pessoas tentassem,

as verdades escapuliam, estavam em todos os lugares.

E os soldados corriam atrás:

SOLDADO 1: Olha uma verdade lá na esquina!

SOLDADO 2: Pega! Pega!

SOLDADO 3: Deixa essa, que já tem uma outra correndo pela ladeira!

SOLDADO 2: Pega! Pega!

SOLDADO 4: Esqueça companheiro! Lá na avenida há uma porção de verdades correndo!

SOLDADO 2: Pega! Pega!

REI: Mas afinal, de onde é que vêm tantas verdades? O sótão do palácio já estava muito cheio. E ainda apareciam verdades pelo reino. Os sodados não conseguiam, até pra deus pediram.

RAINHA: É que as pessoas continuam a dizer as verdades Eles falam baixinho, dentro das casas, trancados nos quartos, mas as verdades escapolem, saem pelas frestas das janelas, pelo buraco das fechaduras, pelo vão das telhas... Saem até pelo encanamento de água...

REI: Então as pessoas falam! Falam as verdades, não é? Pois prendam as pessoas! Prendam todo mundo! No sótão real! Todo mundo! Até a rainha! Até os ministros! Até os soldados! Todo mundo! Quero ver como é que elas vão espalhar as verdades!

RAINHA: Todo mundo foi entrando Para o sótão real. E lá foram se espremendo Se ajeitando mal a mal.

Pra consolar a tristeza que tinham no coração, começaram a cantar uma linda canção.

Que País É Esse

Legião Urbana Nas favelas, no Senado Sujeira pra todo lado Ninguém respeita a Constituição Mas todos acreditam no futuro da nação

Que país é esse? Que país é esse? Que país é esse?