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  • 8/18/2019 Que Cidade Queremos

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    Que cidade queremos? 

    Cristhian Magnus De Marco  A pólis é o local em que sentimos na pele as virtudes e as mazelas do

    governo, da economia, da globalização, do trabalho, da família, dasociedade, enfim, da vida. A pós-modernidade amenizou sensivelmentenosso sentimento de amor pelo torrão natal. Muitas vezes, pela Internet,nos sentimos um pouco "cidadãos do mundo", expressão denotada por

     Aurélio como: "homem que põe os interesses da humanidade acima dos dapátria". Porém, o termo soa ambíguo, pois, cidadão, tem origem latina napalavra civitate, ou seja, cidade. Sem dúvida, estamos conectados ecomprometidos numa cidadania planetária, em especial, nas questõesatinentes ao meio ambiente. Mas é na cidade, município, comuna,

    ayuntamiento, city que participamos do cotidiano. É ali que vivemos naalegria ou na tristeza, na riqueza ou na pobreza...Eduardo Galeano, conhecido escritor uruguaio, pergunta: somos sereshumanos ou seres urbanos? Para o poeta, a cidade se tornou um cárcere.Os meninos de rua têm dois direitos humanos: roubar e morrer. Quempossui algo, por pouco que seja, vive em estado de ameaça, condenado aopânico do próximo assalto. Assim, quem não está encarcerado nanecessidade, está preso ao medo. Será que esta é a cidade quedesejamos viver?Cada população local tem o direito e a obrigação de participar da

    orientação do desenvolvimento de sua cidade. Precisamos estarcomprometidos com o planejamento e a sustentabilidade do meio ambienteem que habitamos. As cidades brasileiras estão imersas em problemas deurbanização, herança do crescimento maluco e desorientado que temosexperimentado desde a invasão européia. Ar puro, silêncio, sol, árvores,água pura, áreas públicas de lazer, desporto e convivência comunitária sãoartigos raros, quase utópicos em nossas cidades.Com o Estatuto da Cidade (lei federal nº 10.257/01), nossos legisladorestentaram dar novo fôlego à questão do planejamento urbano, através doplano diretor, ou em termos mais modernos, plano de desenvolvimentointegrado. Nesse instrumento deverão estar normas para odesenvolvimento local sob os aspectos físico, social, econômico eadministrativo (lição de Hely Lopes Meirelles). Mas, acima de tudo, essasnormas devem ser desejadas pela comunidade local, numa demonstraçãode que a democracia participativa está em alta, pelo menos na lei. Com oplano diretor, portanto, podemos ouvir e ser ouvidos, podemos dizer quecidade queremos. Mais humana ou mais urbana. 

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