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Quando a sociologia é cidadã: as temáticas de religião e gênero nos livros didáticos para a disciplina. Ana Martina Baron Engerroff 1 1. Introdução. A lei nº 11.684/08 (BRASIL, 2008) tornou a Sociologia e a Filosofia disciplinas obrigatórias no ensino médio, como resultado de múltiplas disputas e lutas, tanto por parte de profissionais engajados (OLIVEIRA, 2013), de sindicatos (CARVALHO, 2004), da academia e estudantes (MORAES, A, 2011). Desde a elaboração da LDB (BRASIL, 1996), que inicialmente ligava a Sociologia ao objetivo de formar o aluno para o exercício da cidadania, vários documentos norteadores de currículos e objetivos do ensino foram editados, como os PCNs e OCNs e mais recentemente a BNCC, dando diferentes propósitos aos conhecimentos de Sociologia e contribuindo na proposição de temas e conteúdos. Com a obrigatoriedade, a Sociologia foi incluída no Programa Nacional do Livro Didático, participando desde então de duas edições, compondo nos livros aprovados diferentes abordagens e sentidos para a disciplina. Dentre estes significados da Sociologia escolar, Moraes, L (2009, p. 64) apresentou o contexto do que chamou de Sociologia Cidadã, na concepção de ensino de Sociologia com o sentido de intervenção na realidade social, na formação do cidadão social e politicamente ativo para a transformação da realidade escolar, defendida por mais afinco nos documentos oficiais norteadores da disciplina. De outro lado, havia a disputa de uma cidadania sociológica, em que a cidadania aparece como temática desta ciência, o que pode ser visto mais claramente na análise dos significados dos livros didáticos (ENGERROFF, 2015) e nos documentos atuais. Não se pode esquecer, no entanto que esta educação para a cidadania 1 Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Mestranda pelo programa de Sociologia Política pela UFSC. [email protected]

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Quando a sociologia é cidadã: as temáticas de religião e gênero nos livros didáticos para a

disciplina.

Ana Martina Baron Engerroff1

1. Introdução.

A lei nº 11.684/08 (BRASIL, 2008) tornou a Sociologia e a Filosofia disciplinas

obrigatórias no ensino médio, como resultado de múltiplas disputas e lutas, tanto por parte

de profissionais engajados (OLIVEIRA, 2013), de sindicatos (CARVALHO, 2004), da academia e

estudantes (MORAES, A, 2011). Desde a elaboração da LDB (BRASIL, 1996), que inicialmente

ligava a Sociologia ao objetivo de formar o aluno para o exercício da cidadania, vários

documentos norteadores de currículos e objetivos do ensino foram editados, como os PCNs

e OCNs e mais recentemente a BNCC, dando diferentes propósitos aos conhecimentos de

Sociologia e contribuindo na proposição de temas e conteúdos. Com a obrigatoriedade, a

Sociologia foi incluída no Programa Nacional do Livro Didático, participando desde então de

duas edições, compondo nos livros aprovados diferentes abordagens e sentidos para a

disciplina.

Dentre estes significados da Sociologia escolar, Moraes, L (2009, p. 64) apresentou o

contexto do que chamou de Sociologia Cidadã, na concepção de ensino de Sociologia com o

sentido de intervenção na realidade social, na formação do cidadão social e politicamente

ativo para a transformação da realidade escolar, defendida por mais afinco nos documentos

oficiais norteadores da disciplina. De outro lado, havia a disputa de uma cidadania

sociológica, em que a cidadania aparece como temática desta ciência, o que pode ser visto

mais claramente na análise dos significados dos livros didáticos (ENGERROFF, 2015) e nos

documentos atuais. Não se pode esquecer, no entanto que esta educação para a cidadania

1 Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Mestranda pelo programa de Sociologia Política pela UFSC. [email protected]

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faz parte de um projeto de educação escolar voltado para a ação política (WEBER, 1992) e

que está longe de ser consenso e tampouco deixa de carregar sentidos normatizadores.2

De todo modo, os estudos acerca do ensino de Sociologia na educação básica têm

sido cada vez mais ampliados, como atestam Handfas e Maçaira (2015). Igualmente, têm

crescido os trabalhos acerca dos livros didáticos produzidos para a disciplina de Sociologia,

tomando-se o livro didático como objeto a ser investigado, como ferramenta didática e

dotado de conhecimento escolar (BENITO, 2012). Destes estudos, destacam-se àqueles que

se debruçaram na análise dos livros didáticos que participaram do edital PNLD 2012, como

Meucci (2013; 2014) e Lima (2015), que já apontavam para uma normatividade das

categorias analisadas. Das pesquisas mais recentes do PNLD 2015, ainda que hajam

problemas evidenciados, Oliveira e Cigales (2015) observaram a presença da pesquisa como

ferramenta didática incorporada nos livros e suas consequentes melhoras qualitativas.

Para este trabalho foram selecionadas duas temáticas caras às Ciências Sociais,

religião e gênero, que não só figuram como temas elementares a esta ciência mas também

participam das discussões acerca do papel da escola mais atuais. Procurou-se compreender

como estão tratadas dentro dos quatro livros didáticos mais adquiridos no PNLD 2015 para a

disciplina de Sociologia. Objetiva-se identificar os sentidos da sociologia, questionando-se o

suposto caráter eminentemente crítico da disciplina e sua suposta contribuição para a

formação para a cidadania por meio destas duas temáticas.

2. Objetivos do ensino de Sociologia: onde estão religião e gênero?

Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 1999) foram editados sob a o

entendimento que a Sociologia seria um conhecimento transversal, preconizando na Lei de

Diretrizes e Bases (BRASIL, 1996) que os alunos deveriam ter o domínio destes

conhecimentos para o exercício da cidadania. Os PCNs (BRASIL, 1999, p. 71-73) reafirmaram

a finalidade da Sociologia como meios de instrumentalizar o aluno para a decodificação da

complexidade da realidade social, possibilitando a construção de uma postura mais reflexiva

2 A respeito dos sentidos de Sociologia e sua relação com cidadania para além do Brasil pode-se ver em Lahire, 2013. A percepção de alunos e professores sobre a sociologia e sua relação com a cidadania foi apresentada por Mota, 2005, Neves (2015) e Yung, Castro e Campos (2015).

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e crítica do mundo. O aluno, por meio da Sociologia e como exercício da cidadania, percebe-

se como um elemento ativo, dotado de força política e de capacidade de transformação.

O exercício pleno da cidadania estaria na formação de uma opinião política pela

compreensão que a diversidade é positiva, que a ordem social está embasada em valores

diversos e de que há diversas formas de participação política. A construção da identidade

social e política, essenciais no documento para o exercício da cidadania, passa pelo contexto

do Estado de Direito, não evidenciando explicitamente as temáticas de religião e gênero

nestas relações.

Os PCN+ (BRASIL, 2000), por sua vez, atualizaram e reafirmaram o documento

anterior, aportando na Sociologia às possibilidades reais de transformação social para uma

sociedade mais justa e solidária. As competências a ser desenvolvidas pela Sociologia

articulam-se na relação entre cidadania e trabalho, cultura e participação política, enquanto

religião e gênero são apresentados como exemplo de movimentos sociais que levam à

mudança.

Com a edição das OCNs (BRASIL, 2006), a relação mais estreita da Sociologia com o

exercício da cidadania passa a ser questionada, embora esta finalidade seja a finalidade da

educação, sinalizando-se que a cidadania se refere, sobretudo, a direitos e deveres em

sociedade. Afastando um caráter eminentemente crítico da disciplina, as OCNs propuseram

um enfoque de formação que ofereça ao aluno meios de compreender a realidade social,

fazendo-se por meio do aporte teórico e empírico e das concepções de desnaturalização e

estranhamento. As OCNs não definem um currículo mínimo – não contemplando

especificamente gênero ou religião no seu corpo, por exemplo, mas sim orientações gerais

de como levar os conhecimentos sociológicos para a sala de aula.3

A guisa de um currículo mínimo da sociologia no ensino médio4, os livros didáticos

para a disciplina de Sociologia tiveram maior no PNLD 2015, demonstrando uma

preocupação crescente do campo de produção de manuais didáticos em adequar-se aos

3 Vale anotar que nas mesmas OCNs (BRASIL, 2006), para a área de conhecimento de História, gênero e religião são temas previstos dentro do eixo “cidadania”, para que os alunos possam praticar o respeito às diferenças, como um dever moral. 4 Embora haja currículos estaduais norteados pelas Diretrizes Curriculares Estaduais.

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modelos exigidos nos editais e documentos oficiais. No entanto, o próprio PNLD 2015 já

trazia a preocupação com uma suposta “neutralidade” do campo, explicitando o anseio pela

pluralidade de teorias e coibindo “a tentação de extrair mensagens comportamentais do

estudo dos conceitos e teorias”, na medida em que há a impressão de que se pode extrair

um dever ser do aluno, prejudicando assim uma explicação e o desenvolvimento de um

habitus científico (BRASIL, 2014, p. 13). Assim, está dito no próprio documento que há uma

certa normatividade valorativa nos livros, o que é confirmado neste estudo sobre as

temáticas de gênero e religião.

Em meio a estas disputas dos sentidos de ensinar a Sociologia, o debate acerca da

Base Nacional Curricular Comum (BRASIL, 2016b) toma espaço, como uma promessa que

esta possa dar qualidade à educação para diferentes grupos da sociedade (MACEDO, 2014).

Em sua segunda versão, ainda não definitiva e em meio a muitos interesses (como afirmam

SILVA, VICENTE, ALVES NETO, 2015), a BNCC sedimenta o entendimento que a disciplina de

Sociologia, por meio de seus conceitos e teorias, deve desenvolver e estimular no estudante

atitudes que favoreçam a democracia, ensinando-os a estranhar e desnaturalizar o senso

comum.

O foco é desenvolver a leitura crítica sobre os fenômenos como a intolerância e o

preconceito. A religião (que é tratada no documento na área do ensino religioso5) aparece

explicitamente na perspectiva sociológica, engendrada nas diferentes instituições sociais,

enquanto gênero é marcado no propósito de identificar a concepção de gênero como

construção social. Além disso, estas temáticas aparecem de modo implícito nas questões de

lutas de movimentos sociais e na identificação das formas de preconceito e intolerância

previstos no programa.

As novas perspectivas da BNCC vêm ao encontro do Plano Nacional de Educação.

Curiosamente, a maior alteração da lei foi a retirada do texto que previa a superação das

desigualdades educacionais, inclusive de gênero e orientação sexual, substituindo-se por

“cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação” (BRASIL, 2014). O texto

original foi chamado de ideologia de gênero e acusado de inadequação ao ambiente escolar,

5 O ensino religioso curricular é de matrícula facultativa, conforme art. 33 da LDB (BRASIL, 1996).

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especialmente por setores mais conservadores e religiosos (católicos e evangélicos) do

Congresso (ROSADO-NUNES, 2015).

Seguindo o mesmo passo das alterações do PNE, atualmente passa por consulta

pública projeto de lei da chamada escola sem partido, para que as escolas sigam um

princípio de neutralidade política, ideológica e religiosa, ao mesmo tempo em que preconiza

a educação religiosa e moral na base da família, vedando a discussão de gênero para

harmonizar-se com “a respectiva identidade biológica de sexo” (BRASIL, 2016b).

Não se pode olvidar que religião e gênero são temas imbricados, participando não só

como conceitos das Ciências Sociais, permeando diversos âmbitos da escola. Perceber como

os materiais dedicados ao ensino de Sociologia no ensino médio têm tratado estas questões

tem sido cada vez mais frequentes, não só pelo aumento das pesquisas no campo do ensino

de Sociologia e dos profícuos estudos feministas, mas também se tornam urgentes em razão

da persistência da intolerância religiosa e discriminação de gênero. Capitanio, Rivas, Rosado-

Nunes (2015), ao analisar o material utilizado no ensino de Sociologia, demonstram a

carência na abordagem da temática na medida em que, embora haja uma tentativa de

incorporar gênero nos temas tratados, não há a compreensão de que as relações de gênero

sejam constitutivas da realidade social e que poderiam ser tratadas transversalmente,

enquanto religião possui apenas referências pontuais, o que também é corroborado em

nossa análise.

Embora se tenha a religião como tema clássico das Ciências Sociais, Souza (2008, p.

14) alerta que na produção sociológica brasileira não se verifica o mesmo, uma vez que “o

objeto religião está cada vez mais difícil de pegar sociologicamente”, desafiando para ir além

das sociologias das organizações religiosas e produzir conhecimento a partir da “interlocução

e do reconhecimento da legitimidade epistemológica dos sujeitos religiosos”. Quando se

trata de religião e gênero o percurso acadêmico se torna ainda mais escasso, porque haveria

a necessidade de discutir todo um sistema cultural, cuja dificuldade também impera “num

país declaradamente religioso como o Brasil (...) [em que] pensar as representações de

gênero demanda pensar o papel da religião na construção social dos sexos. Daí a

importância da discussão da relação entre religião e gênero como um desafio para a

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sociologia da religião.” (SOUZA, 2008, p. 16). No sentido de fomentar os estudos acerca das

temáticas, então, propõe-se a análise dos livros didáticos de Sociologia, que também

conferem sentido à própria disciplina.

3. As temáticas de religião e gênero nos livros didáticos de Sociologia.

Para localizar quais os sentidos da Sociologia frente à suposta crítica e transformação

social, verificou-se nos livros didáticos selecionados onde estão localizadas as temáticas de

gênero e religião, se há uma prescrição de conduta, se estes temas estão entrelaçados, se há

uma proposta por via das teorias, enfim, qual o viés sociológico percebido. Optou-se por

analisar cada livro independentemente, nas temáticas de religião e gênero, colhendo-se a

posterior as conclusões conjuntas.

LIVRO: TEMPOS MODERNO, TEMPOS DE SOCIOLOGIA (BOMENY, et. al., 2013)

O livro de Bomeny, et al (2013), que já segue na segunda aprovação no PNLD, possui

uma proposta diferenciada dos demais, percorrendo em sua primeira parte os conceitos e

temas através da narrativa do filme “Tempos Modernos”. Inicialmente, a Sociologia é

apresentada sob a ótica de diversidade teórica inerente e que possibilita “refletir sobre

nossas certezas, por sob observação as opiniões mais arraigadas”, afastando-se o senso

comum (BOMENY, et al, 2013, p. 9).

Ambas as temáticas, religião e gênero, são mobilizadas como exemplos de diferenças

sociais ou de desigualdades sociais, perguntando-se por que as pessoas são tratadas

distintamente, buscando-se a visão crítica dos alunos. Há pequenos excetos sobre os temas

aqui analisados ao longo do livro: religião para se referir à ética protestante em Weber e

como instituição agregadora; gênero junto aos movimentos sociais, na luta das mulheres por

participação política.

Gênero, então, é colhido como exemplo de desigualdades ou de diversidade,

ilustrando-se por meio de fotografias marcos históricos de conquistas das mulheres ou de

luta LGBT. No subcapítulo do grande eixo desigualdades, denominado “onde estão e como

vão as mulheres no Brasil”, as autoras optam por trazer dados estatísticos para demonstrar a

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desigualdades no mercado de trabalho entre homens e mulheres. Neste ponto, há a

definição de gênero: “masculino e feminino são mais que isso [biológico]: são instruções

arbitrárias, variáveis segundo cada cultura e cada sociedade. O que é ser feminino e o que é

ser masculino não vem com a natureza” (BOMENY, et at, p. 282). Assim, tem-se gênero

como construção social e cujas condições culturais de diferenças de gênero tem interferido

no aumento da desigualdade.

O capítulo 16 é dedicado ao tema da religião, perguntando-se se “O Brasil ainda é um

país católico?” (BOMENY, et. al, 2013, p. 252). Há uma perspectiva que o religioso está em

volta de todos, em templos e outras manifestações, havendo sempre quem diga que tem

“essa ou aquela religião”. À Sociologia importaria estudar a religião para entender como os

indivíduos e grupos se comportam uns com os outros, nas distintas orientações religiosas,

entender “como conjuntos imensos de pessoas tão diferentes se ligam a uma só ideia”

(BOMENY, et. al, 2013, p. 253). Através de dados estatísticos as autoras informam as

religiões predominantes no mundo, sustentando um catolicismo brasileiro em razão de sua

colonialidade portuguesa. Afirma-se que os jovens brasileiros são muito religiosos e que tem

crescido as religiões evangélicas, enquanto declinam as de matizes afro, católica e luterana.

Como subtítulo, coloca-se a “polêmica sobre a pluralidade religiosa brasileira” (BOMENY, et

al, 2013 p. 258), sustentando pela Constituição que o Brasil é um país teísta, mas acredita em

um Deus como Ser supremo. Há uma noção pelas imagens e dados citados que a

religiosidade brasileira é plural e que há o reconhecimento amplo destas diferenças, não se

questionando os dados apresentados, a existência de desigualdades, intolerância, tampouco

se relacionando com gênero. Tais abordagens, tanto em gênero quanto religião, embora

permeie uma intenção de respeito à pluralidade e igualdade, acabam por normalizar as

desigualdades e um tipo básico de religiosidade (a católica).

LIVRO: SOCIOLOGIA EM MOVIMENTO (MACHADO, AMORIM, BARROS, 2013)

O livro, contemplando as três áreas das Ciências Sociais, não apresenta um capítulo

destinado à religião. No entanto, introdutoriamente esta é mobilizada em contraste à noção

de ciência, como conhecimento de outra ordem. Assim, afirma-se que “diferentemente da

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ciência, a religião é um conhecimento sustentado pela crença na existência de uma realidade

exterior ao mundo que influencia a percepção da realidade social” (MACHADO, AMORIM,

BARROS, 2013, p.12), apresentando-se o conceito de religião através da crença coletiva e de

determinadas práticas, com símbolos e rituais específicos, e que também interpretam o

mundo.

O tema da religião é apresentado nos subtextos (tópicos e quadros alocados ao longo

do capítulo introdutório), como informativo da diversidade religiosa existente. De todo

modo, religião é colocada como uma forma de pensar o mundo que, embora não oposta

diretamente à ciência, sugere-se nas atividades o balanço (como foco à diversidade de

entendimento) acerca dos diferentes das células-tronco, inclusive o religioso. Então, religião

por vezes é mobilizada como exemplo, aproximando-se do cotidiano do aluno, no clássico da

ética protestante e eventualmente em imagens que valorizam a diversidade religiosa.

Gênero, por sua vez, tem dedicado um capítulo (14, “gênero e sexualidade”), embora

esteja contido em exemplos de discriminação e lutas sociais por reconhecimentos de

direitos. Dá-se destaque na questão motivadora do capítulo como se pode construir uma

sociedade baseada no respeito e igualdade de gênero (MACHADO, AMORIM, BARROS, 2013,

p. 336), além de definir gênero através dos papéis sociais exercidos. Neste amplo capítulo

dedicado à questão de gênero, os autores apontam claramente que as desigualdades de

gênero são injustiças sociais e formas de violência, demonstrando através de exemplos estas

constatações que vão desde aspectos políticos, renda, escolaridade, relações domésticas,

dentre outros. Também, refutam o que chamam de “justificativas pseudocientíficas” que

tentam imputar a orientação sexual a doenças, além de trazer as diferenças entres gênero,

sexo, orientação sexual e identidade. Mesclam-se imagens (fotos, pinturas, publicidade),

dados estatísticos e históricos e argumentos para discutir estas desigualdades e lutas pelo

direito ao corpo, civis, e políticas. As referências diretas às teorias das Ciências Sociais são

colocadas em quadros específicos, incluindo as teorias queer, psicanálise, estruturas de

parentesco, movimentos sociais, de modo a localizar o conhecimento científico defendido.

Damos ênfase para o tópico “Igreja e Família: instituições fundamentais na definição

dos papéis de gênero” (MACHADO, AMORIM, BARROS, 2013, p. 349), as questões de

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desigualdades de gênero são colocadas frente ao discurso dominante da tradição judaico-

cristã-muçulmana, que defenderia os papéis da mulher de submissão e de abominação da

homossexualidade. Assim, para os autores, as religiões destas vertentes contribuiriam para a

disseminação do preconceito e marginalização dos grupos LGBT, enquanto que as Ciências

Sociais já puderam demonstrar em seus estudos as diferentes funções sociais da família,

trouxeram críticas aos padrões de “normalidade” e ainda demonstraram a multiplicidade de

composições familiares. No posicionamento dos autores, “o peso cultural da família

patriarcal e da Igreja em nossa sociedade” continua a gerar mais violência e o fenômeno da

intolerância (MACHADO, AMORIM, BARROS, 2013, p. 351).

Observou-se ainda que os autores, ao definirem preconceito (MACHADO, AMORIM,

BARROS, 2013, p. 106), questionando a sua naturalização, trouxeram exemplos ligados a

gênero e outras questões, omitindo diferentes religiosidades marginalizadas.

Ao assim proceder, o livro didático opõe novamente religião e ciência, alçando a

última como o conhecimento esclarecido em detrimento do posicionamento religioso, que é

orientador de preconceitos. Quanto ao gênero, preconiza-se explicitamente combate ao

preconceito, propondo-se o pensar em ações para combatê-lo, como contido nas atividades.

LIVRO: SOCIOLOGIA HOJE (SILVA, et. al., 2013)

As Ciências Sociais são apresentadas neste livro didático por meio das três áreas de

interesse, tendo como objetivo principal desenvolver o espírito crítico do aluno.

A temática religião não é tratada diretamente no livro didático. Fala-se de religião em

contexto histórico, junto aos clássicos Durkheim e Weber, ou ainda como exemplos para

aproximação da realidade do aluno. Posteriormente, ao tratar de xenofobia e dos valores

atuais, cita-se que atualmente há fanatismo religioso, que geram ataques extremistas,

enquanto também tem crescido a xenofobia na Europa.

O tema de gênero é colhido como um subtema da antropologia contemporânea e

também transversalmente a muitos outros. Emblemático notar que muitas das referências

ao gênero estão no subtexto (imagens, charges, quadros e nas atividades) em quase todos os

capítulos, demonstrando um entendimento que gênero está imbrincado nas relações sociais

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mais amplas. Há a afirmação de uma ideologia machista predominante na sociedade,

enquanto há, também, ideologias de resistência, como a feminista. A Antropologia, quando

apresentada por meio do conceito de estranhamento, tem-se explicitado o foco em

antropólogas feministas e antropólogos homossexuais pelas discussões de gênero, trazendo

também uma dimensão histórica de luta política. Definindo gênero, coloca-se que “em

termos gerais, a noção de gênero busca pensar a relação entre homens e mulheres” (SILVA,

et al, 2013, p. 87), como um construto social e variável. Gênero ainda é referenciado nos

movimentos sociais, entrelaçando-se com o debate de sociólogas, suscitando o

posicionamento de combate à discriminação.

No capítulo específico, “gênero e parentesco”, há uma abordagem antropológica por

meio de diversas autoras da área, apresentando-se estudos de gênero que pensam as

masculinidades e feminilidades como modos de construir diferenças sociais e combatendo

um sistema que beneficia especialmente os homens (SILVA, et al, 2013, p. 95). Permeado

pelas teorias, os autores ainda apresentam um alargamento da noção de parentesco para

além das tradicionais.

Tem-se, então, uma preocupação em se separar os questionamentos mais pessoais e

valorativos (como o porquê é importante ser reconhecido por seus semelhantes, à p. 251)

das apresentações teóricas, além de não restringir gênero ao contexto de lutas por direitos e

deveres (cívico) e sem perder a dimensão de combate à discriminação apresentado.

LIVRO: SOCIOLOGIA PARA O ENSINO MÉDIO (TOMAZI, 2013)

A Sociologia é apresentada no livro como a ciência que “nos ajuda a entender melhor

[as questões do cotidiano] sejam elas de caráter individual ou coletivo, ainda relativas à

sociedade à qual pertencemos ou a todas as sociedades” (TOMAZI, 2013, p. 07). Neste

contexto, afirma-se que há diferentes propósitos para se entender a sociedade tanto para

buscar a igualdade, tanto para manter as desigualdades, sendo a Sociologia a ciência do

diálogo.

Religião é apresentada em exemplos de processos de socialização (igreja, mesquita,

terreiro), de ação social e reforma protestante (na perspectiva de Weber) ou ainda como

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parte da estratificação social em determinadas sociedades. A iconografia apresentada dá

ênfase à religiosidade muçulmana, mas aproximada de imagem de pobreza no oriente.

Gênero, por sua vez, é apresentado nos contextos de desigualdades (capítulo 9) e

movimentos sociais, referindo-se às lutas históricas feministas por direitos e deveres para

iguais salários e participação política. Há um viés histórico com o fito de informar quais

bandeiras feministas dos últimos 30 anos (direito ao corpo, igualdade de salário,

questionamento da heterossexualidade, dentre outros), seguindo-se pelo movimento LGBT e

suas bandeiras de destacar o aspecto “político-social da sexualidade para superar

preconceitos, estigmas e intolerâncias, rompendo com velhos padrões culturais” (TOMAZI,

2013, p. 227). Para não ficar só no passado, afirma que desde os anos 2000 muitos partidos

políticos também têm assumido algumas demandas LGBT, como o direito à vida,

combatendo-se o preconceito e urgindo por direitos civis amplos, embora, segundo o autor,

fundamentalistas e conservadores tenham sido entraves nestas lutas.

As imagens colhidas pelo autor para tratar de gênero apresentam-se como exemplos

históricos, tendo na imagem da parada gay referência ao tema “Homofobia mata! Por um

Estado laico de fato”. Porém, não há no texto ou em atividades qualquer relação entre

religião e gênero ou mesmo na temática em separado. A menção acima aos

“fundamentalistas”, sem contextualização, dá azo à manutenção de preconceitos religiosos

(como na iconografia). Para além do capítulo específico, há ainda imagens que apresentam a

mulher como empreendedora e chefes (TOMAZI, 2013, p. 257), não se questionando as

relações de gênero no trabalho, propiciando um sentido de ensino de Sociologia que visa à

crítica social, mas não por temas e conceitos sociológicos.

4. Conclusões.

As temáticas de gênero e religião, tão urgentes no debate atual e também

participantes de conceitos das Ciências Sociais passam à margem dos documentos oficiais

que direcionam a disciplina de Sociologia no ensino médio. Enquanto há uma preconização

de formação do aluno para o exercício da cidadania, verifica-se que tanto religião quanto

gênero não mereceram enfoque nos documentos para este fim. De outro lado,

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recentemente, o debate de uma Base Nacional Curricular Comum poderá servir para trazer

estes temas, formatando também os livros didáticos a este respeito, em uma perspectiva de

identificar os preconceitos e desigualdades existentes.

Os livros didáticos para a disciplina de Sociologia são sintomáticos da ausência do

tema religião nos documentos oficiais. Somente em um dos livros analisados (Bomeny, et al,

2013) há capítulo dedicado à temática e, ainda assim, preconizando um tipo de religiosidade

e de uma ideia de democracia religiosa no Brasil, mas não há referencias teóricas das

Ciências Sociais a este respeito. Também foi observado o combate à religiosidade por

oposição à visão científica ou ainda na generalização de fundamentalismos. Quando se trata

de religião, a Sociologia escolar apresentada nos manuais não se quer crítica para construir

bases de transformação social, fortalecendo na sua omissão e de forma abordada ainda mais

as desigualdades e preconceitos em relação às diferentes religiosidades.

Gênero, por sua vez, apresenta-se contemplado em todos os livros analisados, seja

em capítulo específico ou subtema. Apenas um dos livros (SILVA, et al, 2013) entrelaça

teorias, tema e conceito, trabalhando também a temática transversalmente, ao longo do

livro didático. Destaca-se o livro de Machado, Amorim, Barros (2013) que aborda gênero em

um extenso capítulo, propondo explicitamente o pensar o combate ao preconceito e à

discriminação e criticando as religiosidades de matiz cristãs como fomentadoras da violência

de gênero. Em três livros há claramente a proposição de combate ao preconceito e às

desigualdades de gênero, aproximando-se de uma Sociologia cidadã. No entanto, em

Bomeny et al (2013) não se verificou este intuito intervencionista, e sim uma conformação

social no entendimento de que o mundo já está mudando.

O que se percebe dos livros didáticos do último PNLD é a permanência do que Meucci

(2013, p. 76) chamou de uma etiqueta cidadã em que, ao se combater o preconceito, por

exemplo, toma-se um tom prescritivo, subtraindo-se uma compreensão sociológica que

tornariam possível estudar este fenômeno como socialmente produzidos e que se

relacionam com diversas dimensões sociais. Ao tratar de religião, o intuito de combate ao

preconceito imbrincado a gênero acaba por ampliar àquilo que se quis combater. A ausência

da temática religião também vem ao encontro do que Meucci (2013, p. 77) aponta sobre a

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indesejada interpretação sociológica na escola, porque não ofereceria respostas fáceis e

confortantes. A Sociologia é cidadã tanto na conformação, quanto no anseio por

transformação social, e isto é percebido em todos os livros analisados. Aparenta-se dos livros

didáticos que, no intuito de legitimar a Sociologia por meio do científico, opõe religião como

indesejável ao âmbito das discussões propriamente sociológicas.

Enfim, demonstrou-se que as temáticas de gênero e religião não são consenso como

temáticas e abordagens junto ao ensino de Sociologia, longe de se encontrar na pretensa

neutralidade científica. De todo modo, percebe-se outras possibilidades de aprofundamento

da pesquisa, especialmente sobre a análise da heteronormatividade e linguagem

genderificada nos livros didáticos, quando da temática de gênero, e da colonialidade do

saber no campo da religião. Além disso, pode-se perceber que muitas vezes os subtextos

(imagens, excertos, charges, atividades, etc) carregam importantes significados e intenções,

que merecem melhor atenção nos estudos acerca dos manuais didáticos.

5. Referências.

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