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vitória Ano VIII Nº 08 Agosto de 2013 Revista da aRquidiocese de vitóRia - es vitória ATUALIDADES Plebiscito X Referendo PENSAR Comportamento juvenil PROJETO A tradição de ser solidário Quando a entrega é total

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vitóriaAno VIII • Nº 08 • Agosto de 2013

Revista da aRquidiocese de vitóRia - es

vitória

ATUALIDADESPlebiscito X Referendo

PENSARComportamento juvenil

PROJETOA tradição de ser solidário

Quando a

entrega é

total

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Arcebispo MetropolitanoDom Luiz Mancilha Vilela

Bispos AuxiliaresDom Rubens Sevilha

Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias

Ano VIII – Edição 08 – Agosto/2013Publicação da Arquidiocese de Vitória

EditoraMaria da Luz Fernandes / 3098-ES

Repórter Letícia Bazet / 3032-ES

ColaboradoresAlessandro Gomes

Dauri BatistiGilliard Zuque

Giovanna ValfréEdebrande Cavalieri

Revisão de textoYolanda Therezinha Bruzamolin

Publicidade e [email protected]

Telefone: (27) 3198-0850

Fale com a revista vitória:[email protected]

Projeto Gráfico e EditoraçãoComunicação Impressa

(27) 3319-9062

Ilustradores¶ Kiko, · Gabriel

DesignerAlbino Portella

Jane Maria Gorza

ImpressãoGráfica 4 Irmãos(27) 3326-1555

www.aves.org.br

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book

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DIáLOgOS 4Revide,famíliaeparaquêserpadre

ATUALIDADE 6PlebiscitoXReferendo

PENSAR 9Comportamentojuvenil

MICRONOTÍCIAS 10Descobertasdaciênciaedatecnologia

ENTREVISTA 12Quandoaentregaétotal

PARÓQUIA 16Bem-aventuradoJoãoXXIII

REPORTAgEM 18Aculturatransforma

PROJETO 24Atradiçãodesersolidário

ACONTECE 28SemanadafamíliaecoletaparaaIgrejadeLábrea

vitóriavitória

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Maria da Luz FernandesEditora

SUMáRIO

A fé alémdos números

Na véspera da chegada do Papa Francisco ao Brasil o Instituto de Pesquisa Datafolha divul-

gou a queda do núnero de católicos no país. Na linguagem de mercado a ocasião era propícia, pois os católicos estavam no centro das notícias no país e no mundo. É verdade que números não se discutem, mas se não se discutem os números da pesquisa também não se discutem os números da participação dos jovens católicos do mundo todo que se envolveram nas Semanas Mis-sionárias em tantas dioceses do Brasil e “encheram” o Rio de Janeiro de esperança e fé. Sim, o surgimento de novas Igrejas diminui o número de fiéis das existen-tes, mas os jovens que seguiram o Papa Francisco na JMJ no Rio de Janeiro mostram uma Igreja viva e forte. A fé não se mede em números.

EDITORIAL

ESPECIAL 21Façambarulho

ARTE SACRA 15Osignificadodacruz

SAÚDE 30Sucos

ARQUIVO E MEMÓRIA 23LembrandoDomJoãoBatista

IDEIAS E SUgESTÕES 26Umnovoolharparareencontraromundo

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DIáLOgOSDIáLOgOS

Dom Rubens Sevilha, ocdBispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória

A VINGANÇA Jesusnosdeuosupremoexemplodeper-

dãonoaltodacruzaoperdoarseusinimigos.Na

oraçãodoPaiNosso,Jesusnosensinouapedir

perdãoaoPai“assimcomonósperdoamosa

quemnosofendeu”.

Anaturaldificuldadehumanaparaperdoar

temumacausa:oorgulho.Onossoorgulho

feridopelaofensadesejaespontaneamente

o revide,avingança.Onosso instintopede

“olhoporolhoedentepordente”,ouseja,

desejamospagaromalcomomal,desejamos

causarnooutroamesmador,angústiaou

constrangimentoqueelenoscausou.

Ofilhotinhodavingançachama-se:pirra-

ça.Seaalimentarmos,aospoucoselavaicres-

cendo.Umdossinaisdefaltade“cristianismo”

“Um dos sinais de falta de “cristianismo” na nossa sociedade é o aumento da vingança e a diminuição do perdão no comportamento de muitas pessoas que se autodenominam cristãs.

FAMÍLIA NO SEGUIMENTO DE JESUS CRISTO

“Nenhuma família pode seguir Jesus sem ter uma profunda experiência de vida com Ele. É ela que deve proporcionar a educação da fé cristã.

Dom Joaquim Wladimir Lopes DiasBispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória

nanossasociedadeéoaumentodavingançae

adiminuiçãodoperdãonocomportamentode

muitaspessoasqueseautodenominamcristãs.

OdiscípuloemissionáriodoMestreJesus

esforça-separa:perdoarsempre,perdoartudo

eperdoara todos.Oprimeiropassoéolhar

paraJesusesedecidirimitá-lo:Jesusperdoou

enospedequenóstambémperdoemos.Rezar

pedindoaoSenhora luzea fortalezapara

dominarospróprios instintosegoístase,ao

perdoar,acolherooutronoprópriocoração.

Quemamaperdoa.Oamortudodesculpa,tudo

crê,tudoespera,tudosuporta(1Cor13,7).

Desdeoanode1992,aConferênciaNacional

dosBisposdoBrasil(CNBB),promovea“Semana

NacionaldaFamília”,esteanocomotema“A

TransmissãoeEducaçãodaFéCristãnaFamília”.

Oobjetivoémobilizarasociedadebrasi-

leirapararefletirecolocarempráticaosvalores

humanosecristãosdafamília,numtempode

crisemoraleespiritual.

NenhumafamíliapodeseguirJesussemter

umaprofundaexperiênciadevidacomEle.Éela

quedeveproporcionaraeducaçãodafécristã,

quenãoseconstituiemmeroensinamento,mas

vivênciafamiliar.

Ospaisdevemincentivarosfilhosnaprática

daoração,atravésdaLeituraOrantedaPalavrade

Deus(LectioDivina),naparticipaçãodacelebração

dossacramentosedavivênciadosvaloresdo

Evangelho.

“SemafamíliaaIgrejanãopodecumprira

suamissãonomundo”,disseJoãoPauloII.

Quepossamosdespertaremtodasasfa-

míliasumareflexãoprofunda,emespecial,no

relacionamentocomDeus.

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Dom Luiz Mancilha Vilela, ssccArcebispo Metropolitano

dezenove anos de idade, pronunciou os seus primei-ros votos. Fez sua entrega absoluta como religioso dos Sagrados Corações. Sete anos mais tarde a Igreja o chama para o sacerdócio, seu primeiro e profundo desejo desde criança. Com certeza, neste tempo, ele já sabia por quê e para quê ser padre. Porém, volto a afirmar que não é simples e fácil responder as duas pergun-tas. Ser padre não é o mes-mo que ser um bom técnico. Não se trata de saber cele-brar bem a Santa Missa e os Sacramentos. Não se trata também de saber cantar ou fazer gestos bonitos na Sagrada Liturgia, como o imaginário de um menino de sete anos projetava para a sua vida. Também não é ser um bom técnico admi-nistrador de uma paróquia. Talvez, com essas qualida-des, o candidato ao sacer-dócio pudesse ser um bom funcionário, um bom técni-

PoR que seR PAdRe?

P ara quê ser padre?À primeira vista não é muito fácil respon-

der a estas duas perguntas. Entrei muito criança, muito novo no seminário. Eu ti-nha nove anos. Minha família, mui-to religiosa, tinha grande admiração pelos padres e eu respirava este ambiente de fé simples e sincera. Eu queria ser padre como nos-so pároco porque ele pre-sidia muito bem a Sagrada Liturgia, cantava e falava com entusiasmo. Fazia ges-tos bonitos. A gente via que ele gostava de ser padre. O imaginário religioso de uma criança, estimulado pelo imaginário religioso da família, gerou um de-sejo sincero e propício no coração daquele menino que não sabia bem o que era ser padre e nem o para quê ser padre. Mais tarde, depois de longos anos de estudo e o aprofundamento da fé, este menino recebeu uma formação específica, e, aos

co, capaz até de fazer rezar, ensinar a cantar e impor uma reta disciplina religio-sa. Porém, estas qualidades técnicas não definem e não justificam o “ser padre” e nem o “para quê” ser padre. Poderia gerar uma profunda crise na pessoa do padre, deixando-o insatisfeito consigo mesmo depois de alguns anos de exercício do ministério presbiteral. Sofre o padre e sofre o povo a quem ele serve e, ainda, sofre o Bispo que tem a obrigação de ajudá-lo a ser feliz. O sentido da vida do padre e de sua missão pro-vém de uma fé viva, rece-bida no Santo Batismo e cultivada durante toda a sua vida na escuta da Palavra e vida sacramental, caminho do discípulo e missionário. O Mistério da fé leva-o a viver o Mistério da Igreja no mundo. Surge a Voca-ção Sacerdotal do seio da Igreja! Surge o vocaciona-do para ser um Mistago-go, homem envolvido e a

serviço do Mistério da fé! Nasce, assim, o padre! Nasce o padre missio-nário, o para quê ser padre! O ser padre e o para quê ser padre surgem, ao mesmo tempo, do seio da Igreja. A Igreja o convoca para fazer as vezes de Cristo, do Mila-gre de Cristo na Comunhão e Missão Eclesial! É, por natureza, Servo da Igreja, apresentando Cristo Euca-rístico, Sustento, Remédio, Caminho e Vida da Igreja, Povo Santo e pecador, em Marcha para a terra prome-tida, o céu! Vale a pena ser pa-dre! Entendeu o para quê ser padre? “Quem puder compreender, compreen-da”! (Mt.19,12)

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PlebisCito X RefeRendo:

Ser brasileiro é muito mais do que ter nascido no Bra-sil, é ter a certeza de que

o que está ruim pode melhorar, é ter a oportunidade de conviver com um povo festeiro, que gosta de gente e que “sabe ser o que é”, como diria o poeta Gonzaguinha. No momento atual, esta na-ção coloca pra fora um grito que vem em forma de festa e traz

consigo a essência da democra-cia, ou seja, a liberdade. Esta pode ser a nova história de quem “Trabalha e Confia” num futuro com “Ordem e Progresso”. Por tudo isso, mas espe-cialmente diante dos últimos fatos, os movimentos da classe política são de cautela, mas de ação. O momento exige decisão rápida, e quem não agir assim

ATUALIDADE

QUEM VAI PAgAR A CONTA ATRASADA?

poderá estar perdendo espaço. A Presidente Dilma Rousseff foi a primeira governante a apresentar um pacote com propostas para serem imediatas e dar respostas às reivindicações vindas das ruas. O conjunto de ações envolvem vários níveis de governos e ou-tros poderes da Federação. De todos eles, o que causa mais polêmica é a convocação

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de um plebiscito para saber a opinião popular sobre a reforma política que, vale ressaltar, já está no Congresso faz alguns anos e não avançou muito. No entanto, uma parte dos parlamentares, especialmente a oposição, é contra o plebiscito. Para eles a melhor alternativa de consulta é o referendo. Mas qual é a diferença entre os dois? Para que servem? Quais são as implicações da realização de um ou de outro? As duas formas são consul-tas ao povo e estão previstas na Constituição Federal. Elas têm o objetivo de decidir sobre ques-tões constitucionais, legislativas ou administrativas. Porém, o ple-biscito é uma consulta antecipada e vem antes do decreto legislati-

vo, ou seja, antes da proposta ser formatada no Congresso. Neste modelo, o povo aprova ou não as questões em discussão e o Congresso segue a orientação após a decisão popular. Exemplo deste tipo de con-sulta foi o plebiscito realizado em 21 de abril de 1993 para definir entre monarquia ou república e parlamentarismo ou presidencia-lismo. Essa consulta consolidou a forma e o sistema atuais de governo no Brasil. Neste caso, depois da esco-lha definida pelo voto popular é que o Congresso elaboraria as alterações caso tivesse sido escolhida outra forma de governo que não o presidencialismo, pois este já estava em vigor no país. Naquela época, foi a população

quem deu a palavra final e defi-niu o que o Congresso deveria discutir. Já o referendo parte de uma proposta fechada. Ele traz uma discussão prévia do Congres-so. Cabe ao eleitor votar para aprovar ou não uma proposta do legislativo. Segundo o site do TSE “no dia 23 de outubro de 2005, o povo brasileiro foi consultado sobre a proibição do comércio de armas de fogo e munições no país. A alteração no art. 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003) tornava proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º do estatuto. Como o novo texto

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ATUALIDADE

causaria impacto sobre a indús-tria de armas do país e sobre a sociedade brasileira, o povo deveria concordar ou não com ele. Os brasileiros rejeitaram a alteração na lei”. Neste modelo, coube ao povo brasileiro opinar apenas entre o sim e o não, pois já havia uma proposta fechada e votada por deputados federais e sena-dores. No caso da reforma política existe o clamor popular. As pes-soas nas ruas estão pedindo que ela saia do papel. A Presidente da República sinalizou a impor-tância da realização do plebiscito. Dilma recomendou, mas quem pode convocar o plebiscito é o legislativo. No entanto, os parlamen-tares federais, valendo-se da independência dos poderes, le-vantaram a dúvida sobre qual tipo de consulta deve ser adotada. Se plebiscito ou referendo. Ao que parece, apenas queriam ganhar tempo para que as mudanças não estivessem valendo nas próximas eleições de 2014, pois, de acordo com a proposta do executivo, o plebiscito seria realizado em 7 de setembro, e as discussões e a votação no congresso deveriam

acontecer ainda neste ano para já valerem para o próximo pleito eleitoral. Diante da vontade dos brasi-leiros de que as mudanças acon-teçam de forma urgente, além da desconfiança e da falta de credi-bilidade da classe política junto à população, seria interessante a realização do plebiscito, seguido da reforma feita pelo congres-so e, na sequência, o referendo popular para validar os atos dos deputados federais e senadores da república. No entanto, esta é uma proposta praticamente in-viável devido ao tempo e aos custos - além de que seria algo novo e geraria mais polêmica - por isso a população precisa ser ouvida antes, afinal ela já está falando. O que resta agora é fazer a escuta, organizar as propostas e transformá-las em plebiscito, pois é ele quem vai direcionar os rumos dessa reforma, mesmo que só valha para 2016 quando serão eleitos os novos prefeitos e vereadores. Vale ressaltar, que a demo-cracia deve respeitar as diferentes opiniões, ainda que elas estejam embasadas nos interesses polí-ticos de cada partido ou indivi-duais. Isso é legítimo no sistema

democrático. Para tanto, existe o debate no parlamento. Lá é (ou deveria ser) a casa das discus-sões, dos debates e do confronto de ideias. Tudo concorrendo para o bem comum. O fato é que a oposição con-seguiu segurar a discussão e a situação não teve competência e agilidade necessárias para fazer a proposta tramitar rapidamente. Passado o prazo para fazer valer as novas regras para 2014, agora é continuar insistindo para que o povo diga o que os congres-sistas devem discutir, ou seja, a realização do plebiscito. Caso o referendo seja aceito, a popu-lação terá sofrido duas derrotas no mesmo momento em que ela parece ter o controle da situação através dos movimentos que se espalharam pelo país. Os cidadãos foram para as ruas fazer valer os seus direitos, mas em especial o artigo quinto da Constituição Federal. Lá está escrito que “todo poder emana do povo”. Num país livre como o nosso, o povo pode falar, votar e fazer valer a sua vontade. Viva a “Brava Gente Bra-sileira”!

Alessandro Gomes, professor universitário e mestrando em Ciências das Religiões

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PENSAR

diCíPulos e missionáRios

Oprotagonismojovemtevegrandedestaquenomêsde dejulhopassadotantonadimensãosocialquantoreligiosa.Elesmobilizaramopaísreivindicandomudançasedefen-dendodireitos.NocampodafénaArquidiocesedeVitóriaosjovensdascomunidadesprepararamaSemanaMissionária,acolheramperegrinosdenovepaísesemostraramcomovivemeexpressamsuasexperiênciasesentimentosreligiosos.Essaconfra-ternizaçãoculminoucomumgrandeencontronodia21dejulhonaPraçadoPapaemVitóriamarcadoporapresentaçõesculturais,música,partilhaseCelebraçãoEucarísticacomenviodos jovensparaoRiodeJaneiro.

JOVENS

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MICRONOTÍCIAS

Movimentos pelo celular

Rede antissocial

Uma prótese eletrônica que pode ser programada por um aplicativo de Iphone estásendotestadaporumestudanteinglêsde16anos.Comíconesparacombinarosdedosde24maneirasdiferentes,oprogramapossibilita

Em tempos de intensas conexões entre as pessoas,um americano saiu na contramão ao criar um aplicativo para quem não deseja encontrar conhecidos em restaurantes, teatros e etc. A ‘Hell is Other People’ (o inferno são os outros, em tradução livre) indica, em laranja, locais onde os conhecidos e amigos estão. Em verde, o aplicativo mostra zonas seguras, livres de conhecidos. Ele ainda calcula a distância segura de pessoas conhecidas. O aplicativo funciona a partir do Foursquare.

aimitaçãodegestossimples.Aoclicarnosícones,amãosemovimentasozinha. Aprótesepossuiopolegarmaisflexívelefacilitamovimentoscomosegurarumlápis,ummousedecomputadoreamarrarcadarçosdotênis.

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Caminhada produz energiaJá imaginou carregar o seu celular en-quanto caminha? Anovidade,queaindanãoestáàvenda, foielaboradaporumaempresaamericana,efuncionaatravésdeumdispositivoparaocalçado,oqualpossibilitaageraçãodeenergia. Aopisarcomocalcanhar,umdispositivoabsorveaforçaeautilizaparagirarumpequenogeradoreletromag-nético.Assim,aenergiageradaéarmazenadaemumabateriaqueficapresaaotornozelo.Ainovaçãoaindabuscainvestimentosparasercolocadoemlinhadeprodução.

Uma pesquisa rea-lizada por um pro-fessor de Santos comprovou os be-nefícios proporcionadospelocaféespresso.Quatroxícarasdiáriasdecaféaju-damaevitardoençascomocâncer,alzheimer,parkinsonediabetes.Porém,dosesemexcessodabebidadevemserevitadaspormulheresapósamenopausaeporpessoasquetêmpressãoalta. Apóstrêsanosdeestu-do,oprofessorconstatouque,nadosagem ideal, ocafé aumenta as defesasemrelaçãoàsdoençasde-generativas, pois é capazdeaumentaronúmerodeenzimasquecombatemosradicaislivres,responsáveisporalgumasdoenças.

Pílula contra o HIVEspresso do bem

Unidos,ousopreventivodomedicamentoTruvadaporpessoasHIVnegativasjáéaprovado.O resultadodoestudopoderáserumins-trumentoparaoMinistériodaSaúdedefinirsedeveounãoadotaraestratégianopaísequalseriaamelhorma-neiradefazê-lo.Participarãodoestudo400voluntários.

O Brasil, por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), inicianestemêsdeagostoumes-tudoparaavaliaramelhorformade implantarousodoantirretroviral ‘Truvada’,comoformaadicionaldeevi-tarainfecçãopeloHIV,prin-cipalmenteentreosgruposmaisvulneráveis.NosEstados

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ENTREVISTA

vitória - A senhora é feliz?Ana Paula - Sim, eu sempre digo que na Itália aprendi as regras de ser religiosa, na Baixada Flu-minense, onde fiquei 15 anos, aprendi o que é ser religiosa e aqui em Cobilândia a alegria de ser religiosa.

vitória - E o que é ser religiosa?Ana Paula - Quando a pessoa se consagra não é mais para si mesma, é para os outros. Então, conformidade a Jesus ressusci-tado é se doar para o outro. E lá na Baixada eu aprendi que ser religiosa é para doar a vida. É doar tudo que se tem e se pode dar até às últimas consequências, e eu aprendi isso com o povo.

vitória - O que a atraiu para a congregação?Ana Paula - Desde pequena eu queria ser freira. Aos 18 anos conheci as irmãs de Maria Ima-culada. Eu não tinha muito conhe-cimento, mas o desejo de servir a Deus foi grande e deu-me força para continuar. Eu queria ir para a missão na África, mas vim para o Brasil e sinto que aqui é a minha família.

vitória - A senhora morou no RJ e em Vitória?Ana Paula - Sim, na Baixada Fluminense, 15 anos. Foi muito duro porque nas favelas não é fácil viver. Não pela vida, mas por ver o povo sofrer.

Quando a entrega é totalvitória - A senhora viveu na favela?Ana Paula - Sim, o Fernandi-nho Beira-Mar era coroinha lá na paróquia. Ele era um rapaz que não se drogava, não fumava, não bebia e quando ele conversava comigo dizia: é o destino, irmã, é o destino....

vitória - O contato direto com o tráfico e as consequências fez a senhora mudar de ideia sobre os traficantes?Ana Paula - Sim, faz mudar mes-mo, porque os pobres são os que consomem, vendem e morrem. E muitos jovens morreram e todo o mundo conhece, sabe quem mata, mas fazem silêncio para poder viver. Os jovens começam bem pequenos. Com 10, 11 anos os traficantes dão um salário para ficar no beco e vigiar, e depois que entra nisso é difícil sair e ficar lá. Tem que sair e sumir de lá.

vitória - Lá não dava para ser feliz?Ana Paula - Eu era feliz. Quando o povo sofre, a gente sofre com o povo, quando o povo se alegra a gente se alegra com o povo. O povo quando a polícia chegava vinha nos avisar: irmã hoje não dá para rezar o terço na rua porque sobe a polícia e pode acontecer alguma coisa. E outra coisa in-teressante é que os traficantes batizavam seus filhos. A equipe

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tinha medo de dar a palestra, en-tão chamavam as irmãs. Um dia eu falei: como vamos batizar os filhos, se os pais precisam dar tes-temunho? E o chefão falou: irmã eu não concordo com a senhora, porque nós somos assim, mas não queremos que nossos filhos sejam assim, por isso vamos batizá-los. E isso eu guardo bem, porque nós julgamos de uma maneira e Deus é que vê o coração do povo.

vitória - Foi um choque para a senhora a chegada à favela?Ana Paula - Não, eu me adapto e aquilo era como eu pensava viver a vida religiosa....viver no meio do povo simples e fazer missões em todas as casas, sentir-me mes-mo missionária.

vitória - Visitar as famílias nas casas faz parte da missão da sua congregação?Ana Paula - O nosso carisma é a conformidade e amor a Jesus Crucificado. Então nós devere-mos estar aonde o outro não vai. Sempre procuramos encontrar aquele que precisa de nossa ajuda naquilo que se pode. Nas favelas sente-se muito bem quem é Jesus Crucificado.

vitória - A imagem de Jesus na capela da senhora não está na cruz. Porque a Congregação que tem o carisma de amar Je-sus crucificado tem na capela a

nidade no RJ não traz um certo isolamento, uma certa solidão?Ana Paula - Temos casa também em Soretama e em Pernanbuco, mas não nos sentimos isoladas, nos comunicamos e nos encon-tramos duas vezes ao ano.

vitória - Como vocês olham para o futuro. Virão outras ir-mãs de fora?Ana Paula - Para o futuro nós olhamos com a esperança que venham vocações daqui.

vitória - A exigência da vida religiosa não vai na contramão quando o mundo faz propostas de cada um viver do seu jeito e ganhar dinheiro?Ana Paula - Hoje acho que é mui-to difícil o jovem decidir pela vida religiosa. O jovem pensa pouco, não só sobre a vida religiosa, mas sobre a vida.

vitória - Essas ofertas que a sociedade oferece hoje, alguma vez atraíram a senhora?Ana Paula - Não. Eu sinto-me feliz de ficar com o meu povo. Nunca senti o desejo de sair da congregação.

vitória - A vida religiosa, a congregação da senhora pode-ria mudar alguma coisa para atrair mais as jovens de hoje?Ana Paula - Nós estamos pensan-do que tem que descobrir um jeito

Quando a entrega é totalimagem de Jesus ressuscitado?Ana Paula - Esse Jesus eu trouxe da Itália e na ocasião eu falei para a madre geral que a cruz eu ia dei-xar na Itália porque aqui no Brasil já tem muita cruz para carregar. Então trouxe só Jesus para Ele dar a força a nós e ao povo para carregar a cruz e também tirar cruzes como a miséria, a injustiça, a fome que carregam o povo, mas que o povo não deveria carregar.

vitória - O que a senhora faz de atividade hoje em Vila Velha?Ana Paula - Organizamos mis-sões, acompanhamos o Círculo Bíblico, a pastoral do batismo, a casa do menor que tem 200 crianças de 7 a 15 anos, que é uma casa de apoio, no Vale En-cantado, como contraturno para que as crianças não fiquem na rua.

vitória - Se a senhora pudesse escolher ficaria em Vila Velha ou voltaria para o RJ?Ana Paula - Eu viveria nos dois lugares. Aqui nós formamos tam-bém a fraternidade leiga. São 102 leigos que vivem o nosso carisma. O nosso padre fundador fundou primeiro a fraternidade leiga e depois de 400 anos a fraternidade ressuscitou e começou aqui em Cobilândia.

vitória - Três irmãs na sua comunidade e mais uma comu-

Irmã Ana Paula Zuin. Congregação Dimesse Filhas de Maria Imaculada

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novo, mas ainda não descobrimos o que fazer para que a vida religiosa seja diferente e o jovem se sinta atraído. Nós estamos nos pergun-tando como viver a conformidade com Jesus sem ser assim como somos nós, mas não é fácil. Eu fico triste quando eu vejo que os jovens casam, separam, mas não são feli-zes. Eu acho que a coisa mais bonita é ser feliz e eu gostaria que todo o mundo fosse feliz. Eu digo para as jovens que precisam pensar porque a cruz tem sempre, mas Deus nos criou para sermos felizes, para todo o mundo encontrar o caminho da

felicidade não da tristeza.

vitória - O que a senhora diria para os jovens que não conse-guem ser felizes?Ana Paula - Tá faltando a firmeza de dizer vou começar um caminho e vou continuar. A fraternidade vive a felicidade junto. Que o jovem possa escolher o caminho da felicidade.

vitória - O que a senhora não fez e gostaria de fazer?Ana Paula - Eu gostaria de ir a outros lugares como missionária. Não para morar, mas para falar com o povo nos lugares distantes.

vitória - A senhora escreve po-esia o que mais a senhora faz?Ana Paula - Eu gosto de escrever. A poesia foi um dom que descobri no Brasil. Na Itália eu não tinha esse dom. Em qualquer canto que vou faço uma poesia. Já fiz muitas, mas não guardei todas.

vitória - Como saiu a primeira poesia?Ana Paula - Foi na Baixada Flumi-nense. Enquanto outros falavam eu escrevia. Depois comecei a fazer em todos os encontros. Agora se não faço eles pedem.

vitória - Tem outros dons que a senhora descobriu ao longo da caminhada?Ana Paula - O dom de trabalho manual. Faço biscuit e pintura com o povo. A fraternidade vem uma vez por semana e fazemos trabalho manual para preparar as missões.

Preparamos as missões e fazemos terapia.

vitória - A senhora mostrou--me um símbolo da congregação misturado com um de sua família.Ana Paula - O símbolo da congre-gação é o pelicano, o pássaro que alimenta os filhotes nos primeiros dias com o próprio sangue e que simboliza a presença de Jesus e eu coloquei junto com um tronco de videira que meu pai cortou porque eu pedi dizendo que eu precisava de um tronco como aquele.

vitória - Qual a relação entre a sua família de sangue e a con-gregação?Ana Paula - Somos 7 irmãos e meu pai deu tudo. Ele trabalhou e trabalhou. Fazia quilometros a pé porque quebrava a bicicleta e não tinha 50 centavos para consertar. Deu tudo o que podia dar e viveu alegre. Eu nunca vi meu pai triste. Ele deu para todos nós a educação e a liberdade de ser filhos como só ele podia ensinar.

vitória - A congregação foi uma continuação de sua família de sangue?Ana Paula - Foi. Ano que vem faço 50 anos de vida consagrada e falei que não vou à Itália. Convidei as irmãs e a minha família para vir aqui pra festejar.

vitória - E no dia da festa esse tronco e o pelicano vão ficar aonde?Ana Paula - No meio da mesa. No dia da festa o pelicano e o tronco não podem faltar. A congregação, os meus pais, a minha família.

ENTREVISTA

“No meio da mesa. No dia da festa o pelicano e o tronco não podem faltar. A congregação, os meus pais, a minha família.

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ARTE SACRA

A CRuz e suAs RePResentAções

Raquel Tonini, membro da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese de Vitória e Grupo de Reflexão do setor espaço

clebrativo da comissão Litúrgica da cNBB

A palavra Cruz, do latim cruce, é um dos símbolos mais antigos da humani-

dade, mas, somente a partir do momento em que Jesus Cristo se oferece em sacrifício é que ela passa a mostrar um sinal de contradição: morte e vida, der-rota e vitória. No primeiro milênio da igre-ja a cruz não traz a representação do crucificado, mostra, acima de tudo, seja na pintura, mosaico ou escultura, um caminho vitorioso. Mais tarde aparece o crucificado

e, posteriormente, o mesmo é apresentado de forma dramática e sangrenta. Esse realismo tende a encobrir a imagem da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte e a reconciliação da humanidade com Deus. O Concílio Vaticano II nos orienta sobre a representação do crucificado nas igrejas atuais, dizendo: “haja também sobre o altar ou perto dele uma cruz com a imagem do Cristo cruci-ficado que seja bem visível para o povo reunido (...) permaneça junto ao altar também fora das celebrações litúrgicas”. Pode--se usar a cruz processional ou a cruz pendurada sobre o altar. A iconografia deve atender às orientações, podendo trazer o crucificado nas cúpulas ou fun-dos de presbitério, desde que não haja duplicidade de símbolo, mas sempre nos remetendo ao capítulo final da nossa história: a Ressurreição e a entrada do homem na Glória, o encontro com o Amor Trinitário.

Na capital do nosso estado, a “Cruz do Papa”, um símbolo da cidade de Vitória, com forma moderna e levemente curvada para baixo, nos recorda o amor de Deus de quem sempre é a ini-ciativa de vir ao nosso encontro e nos resgatar.

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PARÓQUIAS

PaRóquia Bem-aveNtuRado João XXiiiPlanalto Serrano - Serra

w A Paróquia tem 08 comunidadesw Criada em 2008 pelo arcebispo metropolitano, Dom Luiz

Mancilha Vilelaw Pároco: Padre Paulo Sérgio Vaillant

PARóquiA bem- AventuRAdo João XXiii

Ângelo Giuseppe Roncalli nasceu em uma pequena cidade da Itália, filho de uma família de

camponeses. O ambiente religioso da família e a fervorosa atividade paroquial foram a sua primeira escola de vida cristã. No conclave de 1958 foi eleito papa, tomando o nome de João XXIII. O seu pontificado durou menos de cinco anos, o suficiente para o pontífice ser reconhecido como o “papa bom”. Tornou-se muito apreciado, sobretudo,

porque lançou as encíclicas “Pacem in Terris” e “Mater et magistra”. Também convocou o sínodo romano, instituiu uma comissão para a revisão do Código de Direito Canônico e convocou o Concílio Ecumênico Vaticano II, em 1962. No Jubileu do ano 2000, o papa João XXIII foi beatificado pelo sumo pontífice João Paulo II. Em 2013, o papa Francisco autorizou a sua canonização, a qual deve ocorrer ainda no mesmo ano.

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REPORTAgEM

A CULTURAtRAnsfoRmAO Morro do Alagoano é reduto dos festivais de músicas que reúnem intelectuais e autoridades e levam identidade e respeito à comunidade local

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Para promover mudanças na vida de uma comunidade é preciso apostar em infraes-

trutura, educação, saúde, lazer, cultura, enfim, valorizar o seu espaço e mostrar o seu potencial. Essas iniciativas podem partir do incentivo público, através de investimentos diversos no local, ou então, quando a própria comu-nidade começa a se descobrir e levar o caminho da sua história para um rumo diferente. Esse é o caso do Morro do Alagoano, em Vitória, que por meio de uma figura carismática e inteligente, que apostou na música e na cul-tura, tornou-se nacionalmente conhecido. Seu Raimundo de Oliveira, o profeta da gentileza, morador do Alagoano há 66 anos, foi o responsável por levar a Orquestra Filarmônica do Espírito Santo ao morro no ano de 1991, pela pri-meira vez em sua história. Foi ele também o idealizador de festivais de música como o ‘Chorinhos e Chorões’, e o ‘Femusquim’, que reúne um público de até 10 mil pessoas. Com música, sarais de poesia e outras atividades cultu-rais, Seu Raimundo conseguiu mostrar ao restante da cidade a identidade e o valor de sua co-munidade. Outra ação do morador foi a pintura da chamada ‘Escada-ria da Gentileza’. “Em época de Copa do Mundo todos pintam

seus muros de verde e amarelo, eu não gosto disso, mas resol-vi pintar a escadaria de verde e amarelo. Ninguém me dava um bom dia, boa tarde ou boa noite, eu pintava ali e ninguém falava comigo, até passavam por cima de mim, e eu achei aquilo muito interessante. Quando acabou a Copa do Mundo, pensei em fazer uma ação diferente, então peguei a escada varri, limpei e escrevi ‘Sorria’, ‘Dê bom dia’, ‘Dê boa tarde’, ‘Dê boa noite’, ‘Gentileza gera gentileza’. E isso pegou, virou uma bola de neve, e aí veio o Dia Nacional da Gentileza, que é quando eu faço alguma ação pela cidade”, contou. Ele afirma que no período dos festivais, a comunidade se envolve na organização do co-mércio e auxilia na montagem da estrutura física dos eventos. “Nesse período é efervescente e contagiante a alegria da popu-lação, a satisfação. É peculiar neste momento a presença do poder público, que faz a interven-ção necessária, com iluminação, capina e pintura, por exemplo; a imprensa também circulando aqui a todo o momento, artistas andando e conversando, então é importante para a vida aqui no morro”, diz Seu Raimundo. Dona Ernestina Silva, mo-radora do Alagoano há 64 anos reconhece o quanto os festivais influenciaram no comportamento

da comunidade: “É muito bom para todos, pois temos momentos de lazer, incentiva as pessoas a virem para o nosso bairro, e isso tem que ser valorizado. O morro se alegra em receber essas pes-soas, muitas vezes até gente de fora do país. Depois dos festivais percebemos todos mais educados, mais gentis, dando bom dia, boa tarde, e nós precisamos desse incentivo”. O trabalho no início foi mar-cado pela rejeição dos moradores, ao apresentar o samba de raiz, um

“Depois dos festivais percebemos todos mais educados, mais gentis, dando bom dia, boa tarde, e nós precisamos desse incentivo.

Dona Ernestina Silva, moradora do Alagoano há 64 anos

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estilo de música mais erudito, bem diferente dos funks e raps, ritmos comuns no local. “Os festi-vais não conseguiram enfraquecer o funk, pelo contrário, ele foi fortalecido, pois é um movimento muito forte, que muitas vezes atrai aqueles que não querem nada, não querem estudar. Não adianta haver repreensão, tem que ter educação. Mas recentemente eu entrei em um baile funk aqui em cima para ver como é, e achei lindo na sua essência, as pessoas alegres, a performance. Mas é mal divulgado para a sociedade, a gente compra um produto que a gente não viu, não conhece e cai na cultura do ‘me disseram’, falamos de coisas que não conhe-cemos. É o que acontece com o funk”, disse Seu Raimundo. De acordo com ele, as produções culturais fizeram do morro um local mais respeitado e valorizado perante o olhar da sociedade. “O frequentador é bem recebido, vemos a satisfação das pessoas em receber, a autoestima aumenta e o movimento do tráfico não aparece. Em 16 edições do

O Festival de Música de Botequim, Femusquim, acontece sempre no mês de setembro e cada edição homenageia um nome da música brasileira. O Morro do Alagoano é o único no Brasil a fazer um evento dessa natureza. A proposta é resgatar e valorizar a história do samba de raiz e da música popular. Este ano, será comemorado o centenário de Jamelão. O Festival de Chorinhos e Chorões acontece todo dia 23 de abril, aniversário de nascimento de Pixinguinha. Além do Alagoano, cerca de 10 cidades do Brasil também comemoram a data, instituída como o ‘Dia Nacional do Chorinho’.

REPORTAgEM

Femusquim já passaram mais de 100 mil pessoas aqui e nunca tivemos um caso de polícia, nada que viesse desmerecer a conti-nuidade ou manchar a ação. Já tivemos casos de pessoas perde-rem máquina fotográfica, carteira com dinheiro e ser encontrada e devolvida, então é o resultado dessa mudança, de respeito dos moradores aos frequentadores”. “Sentimos as mudanças aqui, pois as pessoas se integram, en-tendem os objetivos do evento e sabem se comportar”, contou o comerciante Antônio Bernardo Pinto, morador há 49 anos. O padre Roberto Camillato, pároco da paróquia Santo An-tônio, à qual pertence o Bairro Alagoano, reconhece a impor-tância dos movimentos como incentivadores da cultura local. “A comunidade do Alagoano e de Caratoíra têm tradições muito dignas de reconhecimento. Junto a essas tradições, temos há mais de 80 anos a festa religiosa de São Sebastião, padroeiro dessa comunidade, que também dese-jamos que se torne referência no calendário de eventos na cidade de Vitória. Então, os eventos culturais e religiosos integram a comunidade em seu todo como festas populares, e a Igreja, como vive e constrói a comunidade, está sempre junto a esses eventos com sua solidariedade e presença, pois a comunidade de bairro forma conosco uma família”.

“Os festivais são bons demais para a comunidade. Se tivesse todo mês seria uma maravilha para nós comerciantes e para os moradores. A cada ano fica melhor.

Maurício da Conceição,

comerciante há mais de 30 anos

no Alagoano

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Ele não trouxe nem ouro, nem prata, mas somente a fé em Cristo. Trouxe

também um propósito: alimen-tar a chama de amor fraterno que arde em cada coração. E, não só alimentou, como fez nascer em muitos corações. O vigário de Cristo, papa Francisco, esteve no final de julho em terras brasileiras para participar da Jornada Mundial da Juventude. Falou para todos, mas especialmente aos jovens do mundo inteiro. Mas, qual o seu legado? O que nos deixou? Muitas perguntas foram lançadas pelo pontífice e ainda ecoam nos corações dos peregri-nos. Não era para responder na hora. São perguntas que ainda precisam ser respondidas. Logo na chegada, o Papa afirmou que Cristo “bota fé” nos jovens e os mesmos em Cristo. É pela juventude, que o papa cha-mou de janela, que o futuro entra no mundo. Para tanto, é preciso que se dê espaço aos jovens ofe-recendo fundamentos sólidos, transmitindo valores duradouros e entregando uma herança de um mundo que corresponda à medida da vida futura.

ESPECIAL

fAçAm bARulho

Já no encontro que o Santo Padre teve com os jovens argen-tinos, ele confidenciou o que es-perava da JMJ: espero que façam barulho. “Aqui farão barulho, sem dúvida. Aqui, no Rio, certamente farão barulho. Mas eu quero que se façam ouvir também nas dioce-ses, quero que saiam, quero que a Igreja saia pelas estradas, quero que nos defendamos de tudo o que é mundanismo, imobilismo, nos defendamos do que é como-didade, do que é clericalismo, de tudo aquilo que é viver fechados em nós mesmos. As paróquias, as escolas, as instituições são fei-tas para sair; se não o fizerem, tornam-se uma ONG.” Mas barulho, de fato, quem provocou foi o Papa. Um barulho interior. Com muitas perguntas, muitos questionamentos, muitas indagações diretas que exigem respostas pessoais: Quer ser dis-cípulo de Cristo? Quer ser seu amigo? Quer ser testemunha do Evangelho? O que significa “bote fé”? Em quem pomos nossa fé? O que a Cruz nos ensina? Como quem você quer ser, Pilatos, Ci-reneu, Maria? Outras perguntas o Papa colocou na primeira pessoa: Eu rezo? Eu falo com Jesus ou

tenho medo do silêncio? Tenho coragem ou sou um covarde? O papa convidou os jovens a pôr Cristo em suas vidas para que essa tenha um novo sabor. Não sejamos o centro de nós mesmos, nem nos deixemos levar pela ten-tação e idolatria do dinheiro. Jo-vem, o Senhor continua a precisar de você. Não deixem para outros o ser protagonista da mudança. Não olhe da sacada a sua vida, entre nela. Ide, façam barulho, façam discípulos, sem medo e com mui-ta alegria. Cristo conta com você. A igreja conta com você. O papa Francisco bota fé em você.

Padre Anderson Gomes

Coordenador de Pastoral da

Arquidiocese de Vitória

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ARQUIVO E MEMÓRIA

As insígniAs de dom João bAtistA dA motA e AlbuqueRque

Dom João Batista da Mota e Albuquerque foi orde-nado bispo em 25 de ju-

lho de 1957, na Matriz da Glória, no Rio de Janeiro, e em agosto do mesmo ano tomou posse como 6º Bispo do Espírito Santo. Quem o conheceu o descreve como pes-soa simpática, emotiva, simples, de fácil comunicação e convi-vência. Dom João revela um espírito renovador, que marcará seu episcopado, ao apresentar suas insígnias episcopais. Um belo trabalho, de gosto refinado desenhado por Mons. Guilherme

Schubert, especialista em arte sacra, mostra um desenho de uma cerâmica marajoara, antecipando a atitude de respeito de Dom João com as religiões não-cristãs e, principalmente, de reconhecimen-to da não superioridade cultural e espiritual, e da proximidade e solidariedade para com as lutas e os projetos de vida de todas as comunidades. A cerâmica marajoara é fruto do trabalho das tribos in-dígenas da Ilha de Marajó (PA), na foz do rio Amazonas, durante o período pré-colonial de 400 a

Giovanna Valfrécoordenação do cedoc

1400 d.C., no Brasil. Os índios de Marajó faziam peças decora-tivas e confeccionavam vasilhas, potes, urnas funerárias, apitos, chocalhos, machados, bonecas de criança,cachimbos, estatuetas, porta-veneno para as flechas e tangas. Báculo, mitra, anel, cruz peitoral, cálice foram os objetos de Dom João Batista, marcados com os desenhos da arte marajo-ara. O trabalho artístico de Mons. Guilherme Schubert foi muito valorizado e por isso, em 1968 foram expostos na Alema-nha, num evento impor-tante de Arte Sacra.

Paramentos com o bordado inspirado na arte marajoara

Vaso dos índios marajoara que inspirou dom João

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SOLIDARIEDADEque viRou tRAdição

PROJETO

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Mãos habilidosas que trans-formam, há 30 anos, pe-daços de tecido em peças

para enxoval de crianças carentes, fazem do Salão da Fraternidade, em Afonso Cláudio, um porto se-guro para recém-nascidos, crianças, enfermos e grávidas com poucas condições financeiras. A ideia nas-ceu a partir de visitas missionárias, lideradas pelo padre Arlindo Moura, aos morros da região, onde residiam famílias em extrema pobreza. Além da necessidade de alimen-tos, medicação e outros subsídios oferecidos nas visitas, o padre per-cebeu a grande carência das grávidas e mães de recém-nascidos, de roupas e agasalhos para os bebês. A partir daí, reuniu um grupo de pessoas dispostas a ajudar para, voluntaria-

mente, costurar as peças de enxoval e doar para os necessitados. Todas as famílias ajudadas faziam parte de um cadastro, no qual se avaliava a necessidade de cada uma. As roupas eram levadas até as casas, e quando necessário, até o hospital. A mobilização da comunida-de foi essencial para alavancar a ideia. As frequentes contribuições com máquinas de costura, tecidos e aviamentos fizeram com que o trabalho social realizado ajudasse muitas famílias carentes. Atualmente, são 12 voluntárias, de 36 a 82 anos, que dão continui-dade ao projeto em uma sala anexa a paróquia São Sebastião, no muni-cípio. As contribuições continuam

chegando para o desenvolvimento das atividades: tecidos, principal-mente, enchem os armários, e logo se transformam em casaquinhos, co-bertas, calças e blusas para crianças de até 12 anos. O projeto é mantido pelo incentivo da paróquia, pela disposição das voluntárias e pela boa vontade de todos que auxiliam com as doações. O grupo se reúne toda segunda--feira a partir de meio dia. As doa-ções são realizadas no próprio salão, onde diversas pessoas aguardam para receber o seu enxoval. Ao longo de 20 anos, foram quase 32 mil peças confeccionadas pelo projeto.

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COMbATEI

Outro dia deparei-me com uma bela palavra de D. H. Lawrence,

famoso escritor inglês. E sob sua luz escrevi o que segue e que dá prosseguimento às mi-nhas indagações sobre nossos modos de ser e sobre nossas práticas, inclusive indagações às nossas práticas como Igreja. Pressionados por so-nhos grandes, endurecidos

nos molda e nos força a ser-mos todos iguais. Os modos contemporâneos de ser com suas classificações genéricas e estereotipadas solapam de-sejos, singularidades, diferen-ças. Muitos de nós acabam por acreditar que ação eficaz é aquela que todos fazem da mesma maneira. Mas somos questionados pelos dissabores que amargam nossas bocas em nossas malfadadas empreita-das. Questiona-nos os nossos fracassos. Havemos de admitir: carecemos de outros jeitos, de outras práticas, de delicadezas. Precisamos de levezas para ou-tros voos. Já se vão pesados os velhos moldes. Já antes do ano 2000 Ítalo Calvino, pensador e romancista italiano, falava destes bens que deveríamos trazer para o novo milênio. Há excessos de imposição e uniformização, excessos de autoridade, de irritabilidade e pressa, e se espera as novidades

“O que fazer da vida senão viver? Busquemos a vida onde se possa encontrá-la. Uma vez que a tivermos encontrado, ela mesma re-solverá os problemas. Cada vez que nós negamos a vida a fim de resolver uma dificuldade, fazemos nascer dez outros problemas em vez do primeiro.

Quando os homens buscarem em primeiro lugar a vida, eles não mais buscarão as terras nem o ouro.

Buscai a vida e a vida trará a mudança. Tudo o que é vida é vulne-rável. Só o metal é invulnerável. Combatei pelo frágil desabrochar da vida, mas então não cedei jamais”. (D. H. Lawrence)

IDEIAS E SUgESTÕES

Pelo fRágil desAbRoChAR dA vidA

por desafios, seduzidos por fundamentalismos dos mais variados matizes, saturados de tensões e quereres de rea-lizações imediatas seguimos. Seguimos cheios de demandas e preocupações, sem tempo para amizades e abraços, mas ávidos por re-existências, por delicadezas, por outros jeitos de ser, de viver. A cultura globalizada

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dos gestos e atitudes que se colocarão como contraponto às ações agressivas, aos mo-dos imperativos, às durezas. A leveza e a delicadeza se apresentam como recursos e habilidades que podemos so-mar às nossas práticas. E elas se configuram como especial e carinhosa atenção à vida. Aí está a possibilidade de reencan-tar o mundo por um novo olhar, aquele a se deter nos lírios, nos pássaros, nas sementes de mos-tarda, nas crianças, nas pessoas. Tudo que é vida é vulnerável... Buscai a vida e a vida trará a mudança, diz Lawrence. Então, não é pelo motivo de estarmos acostumados a ações sempre muito racional-mente planejadas, aos excessos e aos padrões sedimentados que não podemos fazer de outro modo. Há que se perguntar o médico ao se ver diante do seu cliente, o professor ao entrar na sala de aula, o padre ao subir o

altar: o que torno presente para as pessoas pela minha palavra e pela minha vida? Como corpo-rifico a esperança e a novidade? Que maciez ofereço a este mun-do marcado pelas asperezas? Conclama-nos, portanto, a vida com vários apelos. Den-tre tantos somos convidados a traçar linhas de fuga. Fugir do endurecimento, do mando, do desmando, da intriga, do burocrático, da arrogância, da solidão. E ainda, somos chamados à renovação do de-sejo de bons encontros, de nos associar às vontades potentes - como as manifestações de ruas mostraram - ao invés de

Um pequeno livro de contos é a minha indicação, de um jovem autor inglês, Simon Van Booy. O amor começa no inverno. São histórias de pessoas que a despeito da solidão e das dificuldades seguem pelas trilhas da esperança e pela busca do amor. O autor parece querer mostrar que a delicadeza e a suavidade ainda se constituem em poderosos instrumentos para tornar a vida mais bonita. É, decerto, uma boa leitura para nos facilitar a entrada em outras paisagens mais humanas e calorosas.

constituir alianças que se arti-culam por interesses egoístas e pela mera vontade de poder. Combatei pelo frágil desabro-char da vida...

dauri Batisti

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ACONTECE

Barzinho Cristão

Novos agentes da Pastoral da Sobriedade

Coleta para Lábrea

Música e barraquinhas irão animar oBarzinhoCristão,promovidopeloServiçodeAnimaçãoVocacional,nodia31deagosto,nocolégioSacré-Couer,apartirdas19h30.

APastoraldaSobriedaderealizanosdias24e25deagostoumencontrodeforma-ção,emPontaFormosa,paranovosagentesatuaremnasparóquias.Oencontroseráassessoradopelaequipedeformadoresdaprópriapasto-ral,queirãoabordarassuntoscomooperfil doagente, aidentidade,história,açõesefrentesdetrabalhodapasto-ral,avivênciadospassoseasdrogaseseusefeitos.Para participar, os interes-sadosdevemteratuaçãonacomunidadeondeestãoinse-ridoseestardeacordocomotrabalhodesenvolvidopelapastoral.Asfichasdeinscri-çãodevemser retiradasnaparóquia.

AArquidiocesedeVitóriarealizanosdias24 e 25 de agosto acoletaemproldesuaIgreja-irmã,PrelaziadeLábrea, localizada naregião amazônica.Asdoaçõesfeitasduranteascelebrações litúrgi-casnasparóquiaseco-munidadestêmcomoobjetivoauxiliarotra-balhodeevangelizaçãodesenvolvidonolocal. A campanha temcomo tema ‘O amorsabeoqueépreciso’.Aajudafinanceiracon-tribuiparaoauxílioemtrêsdimensões:saúde,formaçãoeevangeliza-ção.

AentradaégratuitaeumdosobjetivosdoeventoéreunirosjovensqueparticiparamdaJornadaMundialdaJuventude,noRiodeJaneiro.

Marcha das famílias Entreosdias11e17deagosto,asoraçõesparaasfamíliasseintensificamcoma‘SemanadaFamí-lia’easparóquiassãoin-centivadasa realizarematividadesvoltadasparaarelaçãofamiliar.Nodia17,apartirdas13h,haveráamarchadasfamíliasaoConventodaPenha.OsgruposseconcentrarãonocolégioMaristaeseguemrumoaoCampinho,paraparticiparemdaMissa,às15h30.Esteano,otemadaSemanadaFamília tratasobrearesponsabilidadedospaisemtransmitiremaféparaseusfilhos.

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w Emdezembrode2012,naAssembleiadeÁreaconstatou-seanecessidadedecriarumaEqui-peItinerantedeAnimaçãoMissionáriaparaassessorar,promoveredinamizaroespíritomissionárioda Igrejaemnossasparóquiase comunidades.AgrandemovimentaçãoemtornodaJornadaMundialdaJuventudeeda SemanaMissionáriaArquidiocesanamotivou-nosaindamais a responderestedesafiopastoralcomentusiasmo.Paratanto,foiformadaumaequipecomseismembros,afinadoscomeste jeitodeevangelizar tãopeculiardenossaIgreja.FicoudeterminadoqueaEquipecentraldeverá serampliada:leigo, seminarista, religiosa,diáconoper-manente,presbíteroe leigaconsagrada.AEquipeteveseuprimeiroencontro,eficoudefinidoquenestesemestre iremos iniciarvisitasàsdiversasparóquiasquejádesenvol-vemalgumtrabalhomissionário,taiscomoMissõesPopulares,InfânciaeAdolescênciaMissionária e apráticade celebraromêsmissionárioemoutubrodecadaano.

w Nodia03deagosto,de08às17h,naParó-quiadeSant´AnaemMarechalFloriano,aconteceráosegundoencontro,nesteano,da“EscolaLitúrgica”.OsrepresentantesdasEquipesdeLiturgiade todasasParóquiasdaÁreaSerrana terãoaoportunidadedeaprofundareatualizarseusconhecimentoslitúrgicos,sendodepoismultiplicadoresemsuasComunidadesParoquiais.AEquipeLitúr-gicadaArquidiocesedeVitóriacoordenadapeloPe.JorgeCamposRamosiráassessoraroencontro.

w Nodia17deagosto,apartirdas17h,emSantaMariadeAraguaia,naParóquiadeSant´Ana,emMarechalFloriano,aconteceráaIIFestaAlemã,cujoobjetivoéconservaredivulgarastradiçõesalemãs,principalmenteculináriasemusicais,presentesnaculturadapopulaçãoserrana.EsteeventoseráorganizadopelosGruposdeDançaAlemãdeSantaMaria: “GrünesTaleKinderDanz“.MaisinformaçõespodemserobtidasatravésdeSr.WernerBruske,notelefone9983–7146.

Área pastoral Serrana

Área pastoral Benevente

Área da Serra/Fundão

w Visita Pastoral em Alfredo Chaves Dodia14aodia18deAgosto,oArcebispoMetropolitanodeVitóriaDomLuizMancilhaVilela,realizaumavisitapastoralaParóquiaNossaSenhoradaConceição, emAlfredoChaves.AparóquiaestálocalizadanaáreapastoralBeneventeepossui45comunidadeseclesiais,divididaemnovesetorespastorais.SegundooPadreDiego,avindadoArcebispoDomLuizajudaránoprocessoderevitaliza-çãodapastoralqueaparóquiavemvivendo:“AvindadeDomLuizajudaráaosfiéisleigosaestreitaroslaçosdeamizadeerespeitopara

comseupastor,ereafirmaráasorientaçõesdadaspeloISínodoArquidiocesano”.

w Semana Nacional da Família 2013 NoDomingodia11deAgosto todasasPa-róquiasdaÁreaPastoralBenevente,estarãoiniciandoaSemanaNacionaldaFamília,CujoTemapara2013é: “ATransmissãoeEduca-çãodaFéCristãnaFamília”.CadaParóquiaofereceàssuascomunidadessubsídiosparamelhortrabalharotemaefortaleceraaçãoevangelizadora realizadapelapastoral dafamília.

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SAÚDE

SUCOS

A alimentação equilibrada deve fazer parte da roti-na diária de todos. Isso

inclui uma dieta que contenha carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e fibras. Vale ressaltar que a hidratação também é im-portante para a manutenção da saúde. Água, chás, leite e sucos naturais são importantes fontes de líquido e consequentemente, hidratam o corpo. Os sucos naturais, além de hidratarem, fornecem vitaminas, minerais e fibras. Podem ser úteis em dietas de perda de peso, além de eliminarem toxinas, auxiliarem

no bom funcionamento do intes-tino, melhorarem o aspecto da pele e do cabelo, darem mais dis-posição, entre outros benefícios.

Algumas receitas podem ser direcionadas para situa-

ções específicas, por exemplo: su-cos diuréticos, laxantes, ener-gizantes, etc.

O ideal é que sejam preparados

com frutas in natu-ra, legumes e verduras

frescos, e consumidos logo em seguida, para não ocorrer a oxi-dação de vitaminas. Além disso, outra dica importante é evitar coar o suco para as fibras não ficarem perdidas no coador. O uso de açúcar também não é recomen-dado, para que o sabor das frutas prevaleça e as “calorias vazias” contidas no açúcar não estejam presentes. As versões em pó, cai-xinha ou concentrados devem ser evitadas, uma vez que podem conter açúcar ou adoçante, além de apresentarem sódio e outros conservantes na composição.

seGuem aBaiXo aLGumas RECEITAS dE SuCoS NATuRAIS E NuTRITIVoS

Suco 1w 100ml de águaw 1 fatia de abacaxiw 4 morangosw ½ colher de sopa de hortelãw Gelo

Suco 2w 200ml de água de cocow ½ folha de couve manteigaw 1 fatia grossa de melãow Gelo

Suco 3w 100ml de suco de limãow ¼ de cenouraw 1 fatia fina de abacaxiw 1 talo de salsão

Suco 4w 50ml de chá de hibiscow 6 morangosw 3 folhas de hortelãw 100ml de água

Lembrem-se: os sucos podem ser consumidos diariamente. São uma ótima opção para complementar um lanche e fornecer vitaminas e minerais. Mas não deixem também de consumir as frutas in natura.

Carol Sessa - Nutricionista

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