qualidade da água - furnas.com.br · carlos nadalutti filho diretor-presidente mário márcio...

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Qualidade da água Software simula incorporação da biomassa nos reservatórios Relase Rede de Laboratórios do Sistema Eletrobras busca sinergias Operação e manutenção Metodologia reduz custo na compra de contatos elétricos PORTAL P&D+I: ACESSO RáPIDO A INFORMAçõES E PROJETOS DE INOVAçãO VIA INTRANET ASSESSORIA DE SUPORTE A PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE FURNAS 3ª EDIçãO ANO 2 JUNHO/2010

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Page 1: Qualidade da água - furnas.com.br · Carlos nadalutti Filho Diretor-Presidente mário márcio rogar Diretor de Engenharia márcio Antônio Arantes porto Diretor de Construção sumário

Qualidade da águaSoftware simula incorporação da biomassa nos reservatórios

RelaseRede de Laboratórios do Sistema Eletrobras

busca sinergias

Operação e manutenção

Metodologia reduz custo na compra de

contatos elétricos

P o R t a L P & D + I : a c E S S o R á P I D o a I n f o R M a ç õ E S E P R o j E t o S D E I n o v a ç ã o v I a I n t R a n E t

A s s e s s o r i A d e s u p o r t e A p e s q u i s A e d e s e n v o l v i m e n t o d e F u r n A s • 3 ª e d i ç ã o • A n o 2 • j u n h o / 2 0 1 0

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Carlos nadalutti Filho Diretor-Presidente

mário márcio rogar Diretor de Engenharia

márcio Antônio Arantes porto Diretor de Construção

s u m á r i o

Cesar ribeiro Zani Diretor de Operação do Sistema e Comercialização de Energia

luís Fernando paroli santos Diretor de Gestão Corporativa

luiz henrique hamann Diretor Financeiro

9 Conservação de EnergiatroCA em lArgA esCAlA

de lâmpAdAs inCAndesCentes

pelAs FluoresCentes CompACtAs

2 Editorial

4 Nome próprioApoenA: novo nome

dA revistA de p&d+i

5 IntranetportAl p&d+i:

inFormAção sob medidA

6 Simuladorsolução reproduZ

sistemA equivAlente

em tAmAnho reduZido

Equipamento instalado em

um dos laboratórios do

GESAR, cujo trabalho deu

origem ao FERSim, software

que faz simulação de

reservatórios em 3D

Foto

da

capa

: Re

inal

do H

inge

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Assessoria de suporte a pesquisa e desenvolvimento 3ª edição • Ano 2 • junho/2010

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r e A l i Z A ç ã o

Assessoria de suporte a pesquisa e desenvolvimento (Apd.e)

Gerência renato santos norbert Costa

Coordenadora liane de jesus Costa

Projeto gráfico doispontos:soluções

Diagramação múltiplos Comunicação

Assessoria de produção gráfica divisão de manutenção gráfica e Comunicações (dmgC.g/Furnas)

A p o i o Coordenação de Comunicação social (Co.p)

C o n t e Ú d o

Editor Responsável luiz Fajardo - mtb 1617-5

Reportagem júlio santos

Revisão e Copydesk Luiz Fajardo • Júlio Santos

Endereço r. real grandeza, 219, sala 907.2 C - botafogo rio de janeiro - rj Cep: 22.281-900 telefone: 21-2528-2463 e-mail: [email protected] internet: www.furnas.com.br

Tiragem 7.000 exemplares

12 Política de P&D+IeletrobrAs mApeiA rede de

lAborAtórios dAs subsidiáriAs

em busCA de sinergiAs

15 Concretoprojeto ComprovA vAntAgens

do uso do método rAmpAdo

Com rolo (CCr)

18 ReservatóriosteCnologiA 3d simulA

nA telA do ComputAdor

inCorporAção de biomAssA

nos reservAtórios

24 Operação e ManutençãoeConominA dA ordem

de 60% nA ComprA

de ContAtos elétriCos

27 Concretoestudo AvAliA resistênCiA

Com simulAções em lAborAtório

30 TransmissãometodologiA ContrA Corrosão

em FundAções tipo grelhA

33 ConcretorepAros A proFundidAdes

de Até 180 metros

36 Agenda

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E D i T o r i A L

Um olhar para o futuro

2 • • a P o E n a • r e v i s tA d e p e s q u i s A , d e s e n v o l v i m e n t o e i n o vA ç ã o

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Inovação, palavra que está tão na moda que até publicidade de restaurante está falando nela!

Será que todos nós em fURnaS sabemos o que ela significa? Inovar é ter uma ideia nova, criar

um método ou objeto essencialmente diferente do que havia antes. Dizem os especialistas em

gestão que as empresas que querem sobreviver precisam constante men te buscar o novo. Para

se ter uma noção da importância que esta questão ganhou nos úl ti mos tempos, basta obser­

var mos que os debates entre os candidatos a presidente para o próxi mo mandato com a classe

em presarial têm a inovação como um dos temas principais.

como o resultado dos bons projetos de P&D é sempre uma inovação, entendemos que nos sa re­

vis ta deveria ter “inovação” no nome. Seria não mais a Revista de P&D de fURnaS, mas a Re vista

de P&D+I de fURnaS. foi então, que nossa Empresa ganhou uma nova mar ca, a da Ele tro bras

furnas e pensamos que já era a hora de dar à revista um nome pró prio, independente de mudanças

organizacionais. o título aPoEna, que, em tupi­guarani, quer dizer “aquele que en xerga longe”,

tem tudo a ver com inovação. a história da esco lha des se nome é contada nes ta edição.

Por força da Política de P&D+I do Sistema Eletrobras, as atividades de gestão da proprie da de

intelectual foram transferidas da assessoria de administração de contratos, nor ma li zação e

arquivo técnico para a assessoria de Suporte a Pesquisa e Desenvolvimen to. Es tamos nos es­

tru turando para atuar de forma significativa em mais essa frente.

Luis cláudio da Silva frade, chefe do Departamento de Gestão tecnológica da Ele tro bras, fala

sobre a criação e o funcionamento da Relase, a Rede de Laboratórios do Sis te ma Eletrobras.

outra matéria da edição informa sobre o lançamento do Portal de P&D+I, trabalhado pelo De­

par tamento de Desenvolvimento de Sistemas em parceria com a assessoria de Su por te a Pes­

qui sa e Desenvolvimento. contando com a funcionalidade do software Microsoft Share point, o

portal se transforma em um repositório de informações continuamente a tu ali za do, per mi tin do

que os colaboradores encontrem nele tudo o que precisarem para de sen volver seus trabalhos.

como não poderia deixar de ser, apresentamos, também, nesta edição, a descrição de no ve pro­

jetos de P&D em andamento ou concluídos. São pesquisas das áreas de ma nutenção, su per vi­

são de operação, meio ambiente, tecnologias e estruturas de concreto; todos eles tra zendo

im portantes resultados para nossa Empresa.

Desejamos a todos uma leitura inspiradora que os motive a pensar de modo diferente, pa ra

en contrarmos novos caminhos para inovar. Sem inovação não há sustentabilidade eco nômica,

ambiental nem social. Inovar sem pre e para sempre.

Boa leitura,

Renato Santos Norbert Costa

Gerente da Assessoria de Suporte a Pesquisa e Desenvolvimento (APD.E)

r e v i s tA d e p e s q u i s A , d e s e n v o l v i m e n t o e i n o vA ç ã o • a P o E n a • • 3

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N o m E p r ó p r i o

laboradores não perderam tempo para tes tar a criatividade.

A Assessoria de suporte à pesquisa e desenvol-vimento realizou a votação para escolha no dia 18 de maio. junto ao novo nome, a re vis ta car-regará um slogan baseado no di cio ná rio tu pi-guarani, indicando que, assim como todo o pro-cesso de inovação, ela é uma publi cação “para quem enxerga longe”. e que tam bém apon tará caminhos que a empresa vem percorrendo na área de pesquisa e desenvolvimento.

Agradecemos a todos que participaram desta campanha:

• Alarico de oliveira souto netto (dgm.e);

Aquele que enxerga longe. A definição se en-caixa sob medida para a área de inovação, co- mo indica a cultura tupi-guarani com a pa la vra ApoenA, que a partir desta terceira edição fi-cará estampada na capa da revista de pes quisa, desenvolvimento e inovação (p&d+i) da ele tro- bras Furnas. A escolha ocor reu por meio da cam -panha da qual participa ram 25 pes soas. quem mergulhou no nosso pas sado in dígena para olhar para o futuro e vencer a disputa foi o engenhei-ro Alexandre pinhel soa res, da superintendên-cia de en ge nha ria de manutenção, departamen-to de equi pa men tos eletroeletrônicos (emo.o/dqe.o/dqet.o).

“pesquisei um nome nacionalista por achar que assim teria chance de ganhar. quando me depa-rei com este nome indígena não ti ve dú vidas”, conta Alexandre pinhel, que fez um tra balho de pesquisa em dicionários indíge nas existentes na internet para apontar o no me. “busquei vá-rias referências, fazendo cru za men tos em diver-sos sites e dicionários”, lembra.

os 25 participantes da campanha interna, rea-lizada de 14 de abril a 15 de maio, indica ram um total de 127 nomes. Com isso, nossos co-

APOENA: para quem enxerga longe

Alexandre Pinhel Soares: muita pesquisa na Internet e

inspiração na tradição tupi-guarani para indicar

nome escolhido para batizar a Revista de P&D+I

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• Alexandre pinhel soares (dqe.o); • Altamir Antonio vieira (drg.o); • Andre luiz de maria (Ale.p); • Anne neiry de mendonça lopes (dCt.C); • Cassius ricardo nascimento Ferreira (dgb.C); • Cesar Augusto da silva (dsg.g); • Claudio guttler (AiC.p); • Claudio rocha bueno (dg); • ewerton Felix de Azevedo (deF.F); • Flavio barros nepomuceno (drn.o); • Florys Fabia Almeida pereira tosta (dAm.g); • gilberto henrique de morais (drm.o); • henrique honorato netto (dAq.g); • jose jorge da silva machado (dds.g); • lindoval vieira bóia (dAm.g); • luis Antonio Ferreira do Amaral (dCt.C); • luiz paulo pinheiro giffoni (dgm.e); • luiz roberto soares honório (drt.o); • mariana borges de magalhães (deA.e); • nelson luis villa (drt.o); • paulo Waldomiro Fernandes lobão (dds.g); • pedro de souza moreira (dAm.g); • sergio ricardo ramos da silveira (AAt.e); e • Wladimir rodrigues ramos (dg). • •

4 • • a P o E n a • r e v i s tA d e p e s q u i s A , d e s e n v o l v i m e n t o e i n o vA ç ã o

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presas contratadas; links para legislação; manu-ais; propriedade intelec tual; e um canal para responder às perguntas mais frequentes sobre o tema, além do próprio conteúdo da revista.

Além disso, as prospecções internas das deman-das de p&d passarão a ser feitas pelo por tal. pla neja-se, futuramente, a integração do portal com a internet para possibilitar que se jam fei-tas prospecções externas de projetos de p&d e a sua integração com o sAp, para que as infor-mações existentes no erp também sejam aces-sadas por ele.

A base do portal p&d+i é uma ferramenta da microsoft chamada Sharepoint, que permite o trabalho colaborativo e a troca de informações entre os usuários. uma das facilidades é a pos-sibilidade de fazer buscas indexadas em todo o conteúdo, exemplifica o analista de sis tema nei martins Araújo lima, do depar ta mento de desen-volvimento de sistemas. ou seja, com o recurso também fica mais fá cil ge renciar e localizar a massa de in for ma ção disponibilizada.

outra vantagem do Sharepoint, conta ele, é a agilidade para administrar e publicar novos con- teúdos, o que permite categorizá-los de acordo com as necessidades da assessoria. “A própria equipe da área de pesquisa e desen vol vimento vai atualizar as informações, ga n han do assim au-tonomia para gerenciar o con teú do do portal”, ressalta nei lima, que de senvolveu o serviço jun-to com outros três pro fissionais do departamen-to de desenvol vi mento de sistemas, Alexandre Azevedo, lua na ramos e pedro Costa.

o portal p&d+i poderá ser acessado, via link na Furnasnet, por todo fun cionário da eletrobras Furnas que for co nec ta do à intranet. no entan-to, a ferramen ta tem re cursos para estabelecer grupos que te rão aces sos específicos a determi-nadas áreas. • •

A partir de agora, o acesso às informações da área de pesquisa e desenvolvimento da ele tro bras Furnas está mais rápido. Com a cri a ção do portal p&d+i, que está na intranet da empresa, os pro-fissionais terão à disposição uma solução prática para trocar experi ên cias e geren ciar o conheci-mento sobre os pro jetos e procedi mentos coorde-nados pela As sessoria de supor te à pesquisa e desenvol vi mento. ele é o quarto portal da eletro-bras Furnas a entrar no ar utili zando o soft wa re Sharepoint, e o primeiro basea do no pro grama já usando a nova marca eletrobras Furnas.

o portal p&d+i reúne um conteúdo sob me di da para a área. o site tem informações so bre todos os ciclos de p&d, de 2000 até 2009; comitê de p&d; políticas de normatização; ar quivos em pdF, World, excel e em texto; mi nutas de con-tratos; procedimentos para gestão de projetos pelo sAp; regras de relacio namento com as em-

Informação por um clique

Da esquerda para a direita, Nei Martins Araújo Lima,

Luana Ramos, Pedro Costa e Alexandre Azevedo, da área

de Desenvolvimento de Sistemas: sintonia fina para

criar Portal P&D+I na Intranet

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i N T r A N E T

r e v i s tA d e p e s q u i s A , d e s e n v o l v i m e n t o e i n o vA ç ã o • a P o E n a • • 5

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PRoGRaMa PaRa cáLcULo E EXEcUção DE EQUIvaLEntES DInÂMIcoS

Nilo José Pereira de Macedo (RJ) Departamento de Estudos e Planejamento Elétrico da Operação (DEE.O)

E-mail: [email protected]

s i m u L A ç ã o

Em tamanho reduzido

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6 • • a P o E n a • r e v i s tA d e p e s q u i s A , d e s e n v o l v i m e n t o e i n o vA ç ã o

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O velho método de tentativa e erro, baseado apenas no feeling de experientes engenheiros e que consumia muito tempo, virou artigo do passado na hora de calcular um equivalente dinâmico.

p r o g r A m A pA r A C á l C u l o e e X e C u ç ã o d e e q u i vA l e n t e s d i n â m i C o s

• •

mais eficiente e bem menos trabalhosa, a solução veio com o desenvolvimento de uma me todologia e de ferramentas para serem aplica das no simulador de sistemas elétricos da ele tro bras Furnas. eis o resultado do projeto de p&d elaborado pelo departamento de estudos e planejamento elétrico da operação, que per mitiu re pre sentar um sistema equivalente re du zido, ca paz de reproduzir de forma adequada o compor ta mento dinâmico de todo o sistema interligado.

“Calcular um equivalente dinâmico sem a ajuda de uma ferramenta computacional adequada po de ser uma tarefa extremamente laboriosa e de su-ces so duvidoso, sobretudo quando é neces sá rio re duzir drasticamente a dimensão do siste ma ori-ginal para representar no simulador apenas al gu-mas linhas de transmissão e poucas unidades ge-ra doras”, explica o engenheiro eletricista nilo jo sé pereira de macedo, gerente do projeto de p&d.

o simulador é empregado para testes de equi pa-mentos de controle em situações que tentam re-produzir suas condições reais de funcionamento em uma escala de tempo real. de acordo com ele, sua função, grosso modo, pode ser comparada aos simuladores utilizados pelas companhias aéreas para testar os controles das aeronaves e treinar pilotos. “só que, no nosso caso, ele é aplicado ao sistema elétrico de potência”, observa.

segundo ele, essa metodologia pode auxiliar a pre paração da representação da rede elétrica no simulador e testar equipamentos como elos de corrente contínua, reguladores de tensão e de velocidade de geradores, compen-sa do res estáticos de reativo, capacitores série con tro la dos a tiristores e proteção de linhas de transmissão.

nilo macedo conta que o ponto de partida para se obter um equivalente dinâmico é ter uma base de dados e programas que representem o sis te-ma elétrico interligado com o maior número pos-sível de usinas, linhas de transmissão e equi pa-mentos de controle, por exemplo.

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no processo foram utilizados como ferramentas principais os seguintes programas: Anarede e Anatem, voltados para o cálculo do fluxo de po tência e análise da estabilidade eletromecâni-ca; edinco, destinado ao cálculo de equi valen-tes di nâmicos; Newwedinconv e Equivanat, que au xi liam na preparação da base de dados. o gerente do projeto explica que o cálculo de equi valentes dinâmicos tem três etapas bá si-cas: a identificação dos geradores coerentes, a redução estática da rede externa e a agregação dinâmica de modelos.

Além da melhoria da precisão dos testes no si-mulador de sistemas elétricos, a utilização de equivalentes dinâmicos permite uma redução no tempo de Cpu em outras ferramentas de aná li ses, explica nilo macedo. entre eles estão programas digitais que avaliam o comportamento dinâmico ou transitório do sistema interligado.

A pesquisa para o desenvolvimento do programa para Cálculo e execução de equivalentes dinâmi-cos integrou dois ciclos de p&d, 2000/2001 e 2001/2002. no primeiro, com início em junho de 2002 e conclusão em janeiro de 2003, o inves ti-mento realizado chegou a r$ 158,8 mil. de ju lho de 2003 a março de 2004, aconteceu a segun-da etapa do projeto, com investimento total de r$ 133,7 mil.

Nilo José Pereira de Macedo: sem ferramenta computacional adequada, calcular um equivalene dinâmica torna-se tarefa extremamente laboriosa e de sucesso duvidoso

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Colaborando com o gerente, mais dois profis sio- nais do departamento de estudos e planejamento elétrico da operação participaram da exe cu ção dos trabalhos. Além da equipe da casa, o projeto con tou com a atuação do professor da puC-rio, eduardo josé s. pires de souza, pes qui sador que desde a década de 80 trabalha no de senvol vi-men to do programa computacional edin co. ele é con si de rado o maior especialista bra sileiro nes ta matéria.

um dos resultados do desenvolvimento da me to- do logia foi a dissertação de mestrado “Agrega-ção dinâmica de modelos de estabilizadores com du pla entrada para o Cálculo de equivalentes di- nâ micos”, defendida pelo engenheiro marcos An to nio Albuquerque para o programa de pós-

P I N g U E - P O N g U E

SEgURANçA OPERACIONAlalém de reduzir tempo e custos, o emprego da metodologia no simulador aumenta a se­gurança operativa e melhora o desempenho do sistema, segundo explica o engenheiro eletricista nilo josé Pereira de Macedo.

aPoEna • Quais os resultados possíveis com a adoção desta metodologia? njPM • devido às dificuldades em se elaborar bons equivalentes dinâmicos do sistema, muitas análises são realizadas utilizando equivalentes estáticos, baseados em níveis de curto circuito, que só conseguem reproduzir o comportamento do sistema elétrico para tempos de observação dos fenômenos inferiores a um segundo. A utilização de equivalentes dinâmicos permite me-lhorar a qualidade da representação do sistema equivalente nos testes de equipamentos de proteção e controle.

aPoEna • na prática, o que a solução significa para a operação do sistema?njPM • nas simulações de manobras ou de defeitos na rede elétrica, tais como curto circuito com abertura de linhas de transmissão, as oscilações de tensão e de potência na rede elétrica são bem reproduzidas durante uma escala de tempo maior, até valores da ordem de 10 segun-dos. essas simulações mais precisas possibilitam o reajuste de controles dos equipamentos para aumentar a segurança operativa e melhorar o desempenho dinâmico do sistema.

aPoEna • como esta simulação amplia a capacidade dos elementos?njPM • em algumas situações de curto circuito com abertura de linhas de transmissão, podem aparecer oscilações crescentes ou não amortecidas de tensão e potência que limitam a trans-ferência da potência entre regiões do sistema elétrico interligado. o reajuste de controles de alguns equipamentos testados no simulador pode melhorar o comportamento dinâmico do sis-tema durante emergências, reduzindo ou eliminando as oscilações e aumentando a capacidade de geração de usinas ou da transmissão entre as áreas do sistema.

gra dua ção do departamento de engenharia elé- tri ca da puC-rio, em outubro de 2002; e a mo no- gra fia “determinação de equivalentes dinâ micos pa ra estudos de estabilidade”, submetida pelo en genheiro Fernando mendonça da Fonseca ao ins tituto de sistemas elétricos e energia da uni- fei (mg).

A metodologia desenvolvida também foi divul ga- da via publicação de diversos trabalhos em se mi-nários ou congressos nacionais e interna cio nais, além de ganhar espaço em revistas especializadas brasileiras e do exterior, por meio da puC-rio. segundo nilo macedo, alguns desses trabalhos tiveram a participação de funcionários da ele-tro bras Furnas. • •

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Nilo de Macedo, em primeiro plano. Ao fundo,

Fernando Mendonça da Fonseca (sentado) e Marcos

Antonio Albuquerque, da equipe do projeto

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avaLIação tÉcnIca E EconÔMIca Da PoLUIção caUSaDa no SIStEMa ELÉtRIco coM o EMPREGo DE EQUIPaMEntoS EfIcIEntES conSIDERanDo oS GanHoS coM a conSERvação DE EnERGIa

Alexandre de Sousa R. dos Reis (RJ) Assessoria de Estudos e Programas de Conservação de Energia (ACE.E)

E-mail: [email protected]

C o N s E r v A ç ã o D E E N E r g i A

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Uso em larga escala

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uma pesquisa realizada pela eletrobras Furnas comprovou a viabilidade da substituição em lar- ga escala das lâmpadas incandescentes por flu o- rescentes compactas. Além dos ganhos em con- servação de energia, o estudo mostrou que a troca em massa não causa impactos significativos na qualidade da energia.

“o grande desafio do estudo era identificar se, mesmo com a incidência de harmônicos, que pro- vocam perturbações no sistema elétrico, era viá-vel a substituição. essa foi a grande motivação para o projeto”, conta o engenheiro eletricista Alexandre de sousa r. dos reis, que durante 18 meses, de abril de 2005 a outubro de 2006, ge-renciou o projeto de p&d intitulado “Avaliação técnica e econômica da poluição causada no sis-tema elétrico com o emprego de equipamentos eficientes considerando os ganhos com a conser-vação de energia”.

Com investimento total de r$ 385,9 mil, este projeto do ciclo 2001/2002, além dos trabalhos

C o m p o r tA m e n t o d e C o n C r e t o s d e b A r r A g e m q u A n d o s u j e i t o s À pAt o l o g i A r e A ç ã o á l C A l i - A g r e g A d o

• •

em laboratório, usou como teste de campo 30 casas de um condomínio da cidade mineira de itajubá, devido à proximidade com a universi-dade Federal de itajubá (unifei), parceira tecno-lógica da Assessoria de estudos e programas de Conservação de energia. Além dos impactos pa-ra a rede elétrica e dos ganhos no consumo de energia, o estudo também avaliou os efeitos am-bientais do descarte das lâmpadas fluorescen-tes, que possuem mercúrio em seu processo de fabricação.

para ter a constatação prática dos impactos pro-vocados pelo uso das lâmpadas fluorescentes, o estudo percorreu algumas etapas. A primeira de las envolveu os hábitos de consumo energético de cada uma das 30 casas. segundo Alexandre reis, nesta fase aconteceram medições pontuais do uso de energia nas casas, medições no trans formador do condomínio e depois uma medição na subes-tação da concessionária de energia local.

Após esta pesquisa de hábitos de consumo, os moradores receberam lâmpadas fluorescentes com pactas com baixo fator de potência, sen do feitas depois novas medições. num tercei ro mo-mento foi distribuído um outro conjun to de lâm- padas fluorescentes compactas, es tas com alto fator de potência.

Com as novas medições e o armazenamento dos dados, o projeto desenvolveu um soft ware ba-seado na lógica Fuzzy - metodologia pela qual a partir de variáveis subjetivas chega-se a uma conclusão objetiva. por meio desta fer ramenta, conta o gerente do projeto, foi pos sível quanti-ficar os ganhos energéticos, re la cionando aspec-tos técnicos, econômicos e ambientais.

na pesquisa, que envolveu uma equipe de 10 pro-fissionais, o software também serviu para medir a relação custo-benefício do investi men to no uso das lâmpadas fluorescentes com pactas. o pro-grama analisou variáveis co mo cus to da lâmpa-da, potência, tempo de utilização, consumo de energia reativa e geração de harmônicos.

e a constatação final: economicamente a mu-dança é vantajosa, pois em relação às incan des- centes as fluorescentes compactas permi tem uma

Seja nas indústrias, no comércio, nas residências, escolas ou prédios públicos, o país tem ainda um grande terreno para reduzir o consumo final de energia.

Pesquisa gerenciada por Alexandre de Sousa Reis

mostra viabilidade da substituição em larga escala

das lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes, sem

impactar sistema elétrico

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P I N g U E - P O N g U E

USO POTENCIAlo resultado da pesquisa traz subsídios técnicos e econômicos para a substituição em maior escala das lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes compactas. Para alexan­dre Reis, coordenador da pesquisa, existe no Brasil um grande potencial para o uso desta solução.

aPoEna • Quais foram os principais objetivos do projeto?

aR • o principal objetivo foi fazer a análise técnica e econômica da poluição causada na rede elétrica pelas cargas não lineares, como as lâmpadas fluorescentes compactas. um outro objetivo foi desenvolver trabalhos de campo e de laboratório para verificar os efeitos destas cargas e comparar os ganhos decorrentes da redução no consumo de energia com a perda da qualidade de energia elétrica. Com o desenvolvimento deste trabalho, a concessionária adqui-riu novos conhecimentos relacionados com a eficiência energética, qualidade da energia e o meio ambiente.

aPoEna • com que variáveis a pesquisa trabalhou, após armazenar uma grande massa de dados?

aR • o estudo forneceu uma série de variáveis para serem analisadas. por exemplo, era preci-so saber se a troca em massa das lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas de baixo fator de potência – que tem grande incidência de harmônicos –, com energia de origem térmi-ca era viável. neste caso, vimos que não. já com o uso de lâmpadas fluorescentes com alto fa tor de potência e energia fornecida por fonte hidráulica o resultado se mostrou viável.

aPoEna • como analisar o potencial do país para fazer esta substituição?

aR • existe sim no brasil um grande potencial para a substituição das lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes compactas, sobretudo, em prédios públicos, escolas e universidades. no caso da indústria e do comércio, onde já podemos ver estas lâmpadas em larga escala, já há um avanço maior na tecnologia de uso final, buscando maiores reduções no consumo de ener-gia elétrica.

redução de 75% no consumo ener gético, sem per-der o fluxo luminoso. ou seja, uma lâm pada fluo-rescente de 25 W produz a mesma lu minosidade que uma incandescente de 100 W. seu tempo de vida útil também pode ser até 10 vezes maior. outra preocupação verifi cada para o processo de troca em massa das lâmpadas é a necessidade de mitigar os impactos ambientais provocados pelo descarte do produto.

“Ao final deste projeto, concluímos que o uso de lâmpadas fluorescentes compactas contri bui para a redução no consumo de energia e que exis-

te viabilidade econômica para a rea li zação da troca”, diz o coordenador do pro je to, que resul-tou ainda na produção de arti gos téc nicos para divulgação em eventos co mo o Xviii snptee (se minário nacional de produção e trans mis são de energia), em 2005; iv Cite nel (Congresso de inovação tecnológica em ener gia elétrica), em 2007, e 4º Congres so brasileiro de eficiência ener gética e Cogeração de energia, também em 2007. informações da pes quisa também foram utilizadas na elabora ção de uma tese de mes-trado na unifei. • •

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Equipamento usado para medir consumo de energia nas residências de um condomínio em Itajubá (MG) que serviu de piloto

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REDE DE LaBoRatÓRIoS Do SIStEMa ELEtRoBRaS (RELaSE)

Luis Cláudio Silva Frade (RJ) Departamento de Gestão Tecnológica (DTT)

E-mail: [email protected]

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Censo dos laboratórios

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r e d e d e l A b o r At ó r i o s d o s i s t e m A e l e t r o b r A s ( r e l A s e )

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Com um levantamento preliminar para identificar serviços, atividades e estrutura das unidades, a Rede de laboratórios do Sistema Eletrobras (Relase) começa a ganhar corpo.

A eletrobras planeja concluir até o mês de agos-to deste ano o diagnóstico inicial da malha la-boratorial existente em suas subsidiárias. o tra- balho, até agora, já identificou a existência de 54 laboratórios localizados em várias cidades do país, mapeando 31 tipos de serviços de ensaios e calibrações.

A relase buscou conhecer os serviços e ativida-des prestados pelos laboratórios, procurando siner gias operacionais, funcionais e a troca de conhe cimentos e experiências entre eles. o pro-jeto es tá alinhado com o plano de transformação da eletrobras, dentro da política de pesquisa, de-senvolvimento e inovação (p&d+i). o investi-mento das empresas neste item está estimado na ordem de r$ 400 milhões para projetos de p&d, chegan do a r$ 600 milhões, se incluídas as ativi-dades de ensaios, calibrações e serviços técnicos de enge nharia, por exemplo.

o plano de transformação dentro da política de p&d+i já incluía a criação da rede e de um pro-grama estruturante para a venda de serviços. daí veio a constatação de que os laboratórios são bas tante atuantes neste segmento. “um dos ob-je tivos é evitar que os laboratórios façam servi-ços repetidos. o outro é impedir que as empresas contratem serviços de terceiros, tendo condições de fazer em casa”, explica luis Cláudio silva Fra-de, que sugeriu a criação da rede e é o chefe do departamento de gestão tecnológica da eletro-bras, estimando que existam cerca de 100 labo-ratórios em todas as subsidiárias. A rede não in-cluirá informações dos laboratórios montados em universidades, como os do programa nacio-nal de Conservação de energia elétrica (eletro-bras procel).

segundo ele, a massa de informações levantadas pelo trabalho de diagnóstico ficará hospedada no portal da área de tecnologia que está em fa se de construção, com acesso diferenciado para quem é do sistema eletrobras. por meio dele,

além de conhecer a estrutura de cada laborató-rio e o contato dos responsáveis, o usuário iden-tificará os serviços realizados, se a unidade tem acreditação do instituto nacional de metrologia, normalização e qualidade industrial (inmetro) ou se tem certificado iso.

“em primeiro lugar, este é um trabalho de mape-ar e identificar o que os laboratórios fazem, quais são os serviços e para quem eles são prestados”, ressalta luis Frade. nesta primeira etapa, por exemplo, foram identificados 31 tipos de servi-ços, que vão de ensaios de alta tensão em equi-pamentos e calibrações a ensaios em equipa-men tos de segurança e calibração de medidores de energia, passando por ensaios de eficiência energética.

o coordenador da relase é o engenheiro ronal-do lourenço, do departamento de projetos Cor-po rativos da eletrobras. A montagem da rede busca evitar redundâncias na prestação dos ser-viços, evitando que as mesmas atividades sejam feitas por vários laboratórios. “Ainda existe mui-to desconhecimento sobre os serviços prestados pelos próprios laboratórios do sistema, além da realização dos mesmos serviços em vários deles”, comenta luis Frade. A falta de conhecimento le-va à contratação de serviços de terceiros.

um exemplo foi o caso do consórcio vencedor do leilão da hidrelétrica jirau, que contratou o ser-

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Luis Cláudio Frade: levantamento já mapeou 54 laboratórios em várias cidades do país, identificando 31 tipos de serviços de ensaios e calibrações

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P I N g U E - P O N g U E

gESTãO COMPARTIlhADALuis cláudio Silva frade, chefe do Departamento de Gestão tecnológica da Eletrobras, fala sobre o que motivou a criação da Relase e também como será a sua forma de gestão.

aPoEna • Quando e como surgiu a ideia de criar a Relase?

Lcf • A proposta de criação nasceu, em 2008, numa reunião do Comitê de integração Corpo-rativa de p&d+i do sistema eletrobras (Cicop), criado há sete anos por sugestão da eletro-bras Chesf em função das demandas da lei 9.991. em 2009, saiu o termo de referência para a formação da relase, que teve sua criação formal neste mesmo ano, por meio de uma reso-lução da diretoria. o departamento de projetos Corporativos, que tem como chefe o enge-nheiro ronaldo lourenço, ficou responsável por coordenar a rede.

aPoEna • como funciona o sistema de gestão da rede?

Lcf • hoje nós temos um documento formal que cria a rede e organiza sua gestão. para a estruturação da rede, cada empresa indicou representantes, sendo hoje cerca de 30 pessoas. A partir daí, definiu-se a criação do Comitê de gestão e Acompanhamento para fazer o plano de trabalho da relase. A rede vai operar por meio de grupos de trabalho ou forças-tarefas, como os já criados para ensaios de projeto de segurança individual e Coletiva e para trans-formadores de distribuição. A ideia é criar quantas forças-tarefas forem necessárias.

aPoEna • Este levantamento preliminar envolveu o quê?

Lcf • basicamente, pegamos os representantes de cada empresa no Cicop, que normalmente é o gerente da área de p&d, superintendente, chefe de departamento ou assistente do diretor, e pedimos que identificassem os laboratórios de cada uma delas. Fizemos também reuniões com a participação dos representantes dos laboratórios e aí aprovamos a estrutura da relase na diretoria executiva da eletrobras.

viço de modelo reduzido da usina no mercado. A eletrobras Furnas desenvolveu o know how pa ra implantar esta solução com o modelo re-du zido de santo Antônio, na unidade instalada em belford roxo, no rio de janeiro. no consór-cio para construção de jirau, estão eletrobras Chesf e eletrobras eletrosul, cada uma delas com 20% de participação.

“imagine o que isso significa de prejuízo para o sistema?”, pergunta luis Frade, acrescentando que a etapa atual envolve um levantamento mais refinado, com entrevistas in loco com os respon-sáveis pelos laboratórios. luis Frade explica que o objetivo é refinar o inventário para saber exa-tamente o que cada um faz e como faz, os tipos

de contratos, convênios e transferências exis-ten tes etc. “o objetivo é uniformizar os proces-sos e ter uma tabela única de preços”, observa Frade, explicando que o trabalho está alinhado à polí tica de venda de serviços do sistema ele-trobras.

Além de otimizar processos, reduzir custos na realização dos serviços, a estruturação da re-la se tem outra meta: investir na modernização dos laboratórios e na capacitação de mão de obra necessária. sem abrir mão dos recursos das em-pre sas, luis Frade conta que serão alocados re-cursos do Fundo de desenvolvimento tecnológi-co da eletrobras para investir na reestrutração da malha. • •

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Equipamentos para testes e ensaios elétricos de alta

potência no Cepel

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Acervo do CEPEL

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coMPoRtaMEnto Do concREto coMPactaDo coM RoLo SoB DIfEREntES conDIçõES DE coMPactação

Newton Goulart Graça (GO) Departamento de Apoio e Controle Técnico (DCT.C)

Laboratório de Concreto da Eletrobras Furnas

E-mail: [email protected]

C o N C r E T o

Compactação na medida certa

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Equipe trabalha a aplicação do concreto compactado

com rolo, solução utilizada na construção de estruturas

como barragens

C o m p o r tA m e n t o d o C o n C r e t o C o m pA C tA d o C o m r o l o s o b d i F e r e n t e s C o n d i ç õ e s d e C o m pA C tA ç ã o

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tivo responder a uma série de questionamen-tos. A lista inclui o comportamento das juntas de construção e da camada de CCr sob diferen-tes condições de exposição, a altura máxima da camada, a influência da compactação nas pro-priedades do CCr e as metodologias de ensaios inovadoras, conforme destaca o engenheiro civil newton goulart graça, gerente adjunto do de-partamento de Apoio e Controle técnico.

segundo newton goulart, uma das patologias identificadas acontece com o aumento da per-

P I N g U E - P O N g U E

AlTA RESISTêNCIAo engenheiro civil newton Goulart Graça, nesta entrevista, mostra os resultados conse­guidos com a aplicação do método rampado, e cita como exemplo o que foi feito na construção da barragem da Usina Hidrelétrica Lajeado.

aPoEna • Que avaliação o senhor faz da evolução do ccR no país? Ela se dá, sobretudo, em que sentido?

nGG • o CCr evoluiu com a aplicação do método rampado e com a utilização de dosagens no ramo úmido. temos executado CCr com baixos consumos com propriedades excepcionais. na construção da barragem de CCr da usina hidrelétrica lajeado, obtivemos resistência à compressão média de 12,6 mpa aos 180 dias e permeabilidade de 10-11 m/s para CCr com 70 kg/m³ de consumo.

aPoEna • Pela pesquisa, como é possível fazer a relação entre patologias e a menor compactação?

nGG • Com a menor compactação a porosidade do CCr é aumentada assim como suas características de resistência são sensivelmente reduzidas, podendo resultar, no primeiro caso, na não obtenção dos requerimentos especificados em projeto e, no segundo caso, na deterioração pela facilidade de penetração de agentes agressivos, o que leva à perda de durabilidade da estrutura.

aPoEna • Existe algum caso na Eletrobras furnas que sirva de exemplo?

nGG • Felizmente não. As barragens de CCr construídas pela eletrobras Furnas, principal-mente depois do método rampado introduzido na usina hidrelétrica lajeado, têm tido comportamentos no mínimo de acordo com o especificado.

o baixo nível de com pac tação carrega sintomas de patologias, como a maior porosidade no con-creto, capazes de afetar a estrutura das barra-gens. em busca de com pro var cientificamente o método rampado, inven ta do pelos chineses, o la-boratório de Concreto da eletrobras Furnas, em Aparecida de goiânia (go), desenvolveu o pro jeto “Comportamento do concreto compacta do com rolo sob diferentes condições de compactação”.

Além das respostas científicas sobre o método rampado, a pesquisa também teve como obje-

Apesar da evolução do emprego do concreto compactado com rolo (CCR) no país nos últimos 20 anos, uma questão preocupa quem depende desta tecnologia. Trata-se do grau de compactação com que o con creto é executado.

Acervo DCT.C

Acervo DCT.C

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Newton Goulart Graça mostra a pista experimental de CCR, que simula a condição real para execução deste tipo de concreto

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meabilidade, o que provoca a lixiviação do con-creto. o engenheiro acrescenta que, em termos de resistência, pode haver até o colapso da es-trutura. “percolações de água pelo maciço da barragem levam ao não funcionamento correto das estruturas”, explica. o resultado: o custo ele vado e permanente na execução de reparos.

“o uso de tecnologias ou metodologias inadequa-das resulta em projetos mais conservadores, com custos muito mais elevados”, comenta o geren-te do projeto. de acordo com o estudo, o baixo grau de compactação verificado se deve à dosa-gem, às deficiências no equipamento de com-pac tação e também à forma de controle desta compactação.

o estudo aponta como uma das maiores dificul-dades em barragens executadas com concreto compactado com rolo o tempo em que as juntas de construção entre as camadas podem ficar ex-postas sem que seja preciso aplicar qualquer ti po de tratamento. neste caso, como solução pre ventiva às possíveis percolações é aplicada ar gamassa de ligação entre as camadas. isto por que, acrescenta o estudo, o intervalo de tem-po de lançamento entre as duas camadas conse-cutivas era normalmente da ordem de, no míni-mo, 12 horas. o resultado natural era a secagem superficial da camada inferior, provocando a ne-cessidade de tratamento.

para fazer os ensaios de laboratório, a equipe uti lizou uma pista experimental de CCr a fim de simular a condição real, em verdadeira grandeza, de execução de uma barragem de CCr no campo. o gerente do projeto conta que todo o trabalho de experimentação foi feito em três ou quatro camadas, nas quais foram representados todos os elementos necessários para os estudos.

na pista, os pesquisadores procuraram correla-cionar as propriedades do CCr com compactações

de concreto a 94%, 96% e 98% para uma dosa-gem de CCr com agregados do tipo litológico granito e consumo de cimento de 70 kg/m³. o es tudo buscou verificar o comportamento das se-guintes propriedades: resistência à água; resis-tência à tração na compressão diametral; re-sis tência à tração simples no dispositivo leroy; coe são e ângulo de atritos obtidos em ensaio de cisalhamento direto; determinação da poro-sidade; e resistência à compressão axial simples.

uma das respostas da pesquisa mostra que o grau de compactação tem importante influên-cia nas propriedades do CCr e, consequentemen-te, nas estruturas construídas com este mate-rial. por exemplo, o grau de compactação de 94% resulta em CCr poroso, permeável e de bai-xa resistência.

já o grau de compactação de 96%, de acordo com o estudo, pode ser entendido como um li mi-te inferior estatístico para o controle da compac-tação de barragens de CCr. o estudo acrescenta que isso acontece porque as propriedades para este grau de compactação mostraram-se in fe ri o-res, mas dentro de limites mínimos aceitáveis.

“é importante então, empregar-se métodos con-fiá veis de controle do grau de compactação em barragens, como o uso do densímetro nuclear, e métodos como membrana plástica ou frasco de areia devem ser vistos com a devida reserva”, re comenda o estudo.

o projeto, desenvolvido de 2002 a 2004, inte-grou o ciclo de p&d 2001/2002, recebendo in-vestimentos de r$ 150,6 mil. na elaboração dos estudos, participaram 11 profissionais, dos quais três doutores, um mestrando, um aluno de es-pecialização, três engenheiros e três técnicos. A pesquisa também envolveu parcerias com a uni versidade Federal de goiás (uFg) e a univer-sidade de são paulo (usp). • •

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SIStEMa DE SIMULação Da IncoRPoRação DE BIoMaSSa DURantE o EncHIMEnto DE

coMPaRtIMEntoS DE RESERvatÓRIoS

Cássio Botelho Pereira Soares (RJ) Departamento de Engenharia Ambiental (DEA.E)

Divisão de Meio Ambiente Natural (DNAT.E)

E-mail: [email protected]

Qualidade da água em jogo

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r E s E r v A T ó r i o s

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Professor Norberto Mangiavacchi, coordendor do GESAR (à esquerda), e Cassio Botelho Pereira Soares mostram o cluster, computador de alto desempenho

que está em concepção, envolverá a geração dos módulos químicos, biológicos e de sedi-mentos. um convênio já firmado entre a uerj e o Center for Water Research (CWR) da Uni-versity of Western Australia permitirá a con-clusão do projeto.

Cássio botelho explica que, na prática, o FER-Sim reúne um conjunto de softwares que per-mitem incorporar, no computador, todos os fenômenos e processos de um reservatório nas três dimensões espaciais – largura, com-primento e profundidade – além da dimensão temporal. Com isso, explica ele, pode-se ter todos os processos, tais como os de circulação e oxigenação da água, de decomposição de matéria orgânica, de crescimento de vida e de

O imperial bairro carioca de São Cristóvão esconde um oásis de tecnologia que, certamente, pouca gente conhece. No prédio que abrigava a antiga Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente (Feema) está o grupo de Ensaios e Simulações Ambientais em Reservatórios (gESAR), um conjunto de laboratórios erguido com recursos provenientes de um projeto de P&D da Eletrobras Furnas.

os estudos, análises e experimentos ali elabo-rados alimentam com uma massa impressio-nante de dados numéricos um software capaz de simular com alta precisão os impactos da decomposição de biomassa na qualidade da água dos reservatórios, solução que também fornece dados suficientes para ajudar a reduzir custos ambientais e de construção dos reser-vatórios de usinas hidrelétricas.

o Finite Elements Reservoir Simulator-3D (FERSim), resultado do trabalho de pesquisa iniciado em 2005 e concluído em 2008 em parceria com a universidade do estado do rio de janeiro (uerj), utiliza recursos tridi-mensionais para simular na tela do compu-tador a incorporação da biomassa no enchi-mento de compartimentos de reservatórios. nesta primeira etapa do projeto, o software faz a descrição do comportamento físico da massa de água, por exemplo, como ela se movimenta, como aquece ou esfria, além de registrar os processos de transferência da matéria orgânica dos estratos terrestres para a massa de água.

“quando terminar a segunda etapa, será pos-sível ter o modelo pronto em todas as suas dimensões. Aí ele se tornará plenamente aplicável num caso real. hoje, o software con-segue descrever a parte de hidráulica tridi-mensional e de transporte de constituintes. Falta a descrição dos processos químicos e biológicos que ocorrem na água”, explica o engenheiro químico Cássio botelho pereira soares, da divisão de meio Ambiente natural da eletrobras Furnas. A segunda etapa, parte de um projeto de pesquisa do programa 2010

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s i s t e m A d e s i m u l A ç ã o d A i n C o r p o r A ç ã o d e b i o m A s s A d u r A n t e o e n C h i m e n t o d e

C o m pA r t i m e n t o s d e r e s e r vAt ó r i o s

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s i s t e m A d e s i m u l A ç ã o d A i n C o r p o r A ç ã o d e b i o m A s s A d u r A n t e o e n C h i m e n t o d e C o m pA r t i m e n t o s d e r e s e r vAt ó r i o s

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Professores José Marques (à esquerda) e Norberto

Mangiavacchi, numa lição com os números gerados

pelo FERSim

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morte das espécies dentro da massa de água e do ambiente aquático.

nas simulações elaboradas durante o desen-volvimento do software, o FERSim tomou por base um reservatório fictício no município de nova Friburgo (rj), que tem como bioma pre-dominante a mata Atlântica. essa escolha se deveu à conveniência da disponibilidade de um sistema geográfico de informações com-pleto e da praticidade de coletas de material para os ensaios químicos de decomposição da matéria orgânica.

“só que para fazer tudo isso é preciso pro-porcionar ao computador a capacidade de se transformar num reservatório”, comenta o ge-rente do projeto, acrescentando que os mode-los usados atualmente são simplificados, ven-do os reservatórios como um corpo único e homogêneo, e não tridimensionais. ou seja, com isso, o FERSim tem a vantagem de tratar cada compartimento de um reservatório, respeitando suas características particulares (imagine, por exemplo, um braço de reserva-tório próximo a uma cidade, onde há o lança-mento de esgoto, e outro braço cercado por uma vegetação densa). o software é composto por sete módulos, envolvendo aspectos como

morfologia do terreno, cobertura vegetal, drenagem, decomposição da biomassa e a interface do reservatório com a atmosfera. o FERSim tem como principais variáveis os cam-pos de velocidades, pressões, temperaturas e oxigênio dissolvido.

para alimentar o software com informações re-alistas, geradas em laboratório, e também para resolver grandes sistemas de complexas equa-ções matemáticas, o projeto ergueu uma mo-derna estrutura, chamada gesAr, que o tornou capaz de elaborar grande parte dos estudos de limnologia e computação de alto desempenho. A unidade reúne quatro laboratórios instalados numa área de 200 metros quadrados. os labo-ratórios de ensaios pressurizados (lep), de ensaios dinâmicos (led), de ensaios Cinéticos (leC) levantam os dados da cinética de de-composição da biomassa para garantir a para-metrização do FERSim, que foi desenvolvido num outro laboratório, o de ensaios numéricos (len). Ali se encontra também um núcleo de estudos Florestais (neF), que se responsabili-zou pelas informações sobre a caracterização florestal dos biomas do reservatório.

o trabalho foi feito por um time de 40 pesqui-sadores, doutores nas áreas de engenharia, fí-

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sica, química, matemática aplicada, analistas de sistemas e programadores, e engenheiros florestais, além de seus respectivos alunos de graduação, de mestrado e de doutorado. pes-quisadores da uerj, usp de são Carlos, univer-sidade Federal de são Carlos (uFsCar), instituto Alberto luiz Coimbra de pós-graduação e pes-quisa de engenharia (Coppe/uFrj), universi-dade Federal Fluminense (uFF) e Centro Federal de educação tecnológica Celso suckow da Fon-seca (CeFet/rj) fizeram parte da equipe. o in-vestimento na elaboração do software e na montagem deste complexo de laboratórios che-gou à casa dos r$ 4 milhões. “A grande tônica deste projeto foi a conjugação de muitos co-nhecimentos diferentes, voltada para a entrega de um produto que representa um avanço tec-nológico”, destaca Cássio botelho.

Além da parceria com instituições internacio-nais como o CWR, a Universidad Nacional de Asunción (UNA), no paraguai, e tu-delft, na holanda, a pesquisa teve seis projetos corre-latos aprovados pela Fundação de Amparo à pesquisa do estado do rio de janeiro (FA-perj), que permitiram a expansão da rede de computadores e a aquisição de novos equipa-mentos analíticos para o gesAr, como um espectrofotômetro uv, um analisador automá-tico para carbono (toC), para nitrogênio total e amostras sólidas.

o projeto gerou também resultados no meio acadêmico e científico, com a produção de três teses de doutorado, 10 dissertações de mestrado, 20 trabalhos apresentados em con-gressos no país, 10 em seminários no exterior, sete artigos publicados em periódicos inter-nacionais e dois em periódicos nacionais.

Transferência de conhecimentoAcelerar a segunda etapa de desenvolvimento do FERSim, incorporando os módulos químicos, biológicos e de sedimentos. eis os resultados esperados por Cássio botelho e pelo professor norberto mangiavacchi, coordenador do gesAr, com a parceria de pesquisadores australianos,

que faz parte do novo projeto de pesquisa pre-visto no programa de p&d de 2010. o convênio já firmado entre a uerj e o CWR prevê a mon-tagem de um estudo piloto no reservatório da usina de Funil, no rio paraíba do sul (rj).

“esta parceria é uma maneira mais rápida de fazer com que o FERSim consolide sua credibi-lidade, porque ele vai ser certificado por um dos mais consagrados softwares do mundo nes-ta área”, explica o gerente do projeto pela ele-trobras Furnas. para ele, o upgrade da parte fí-sica desenvolvida pelos australianos e a união com a parte biológica da solução brasileira tra-rá uma aceleração notável no desenvolvimento da parte que falta para completar o FERSim.

No alto, alunos fazem simulações nos computadores do Laboratório de Ensaios Numéricos (LEN). Acima, a oceanógrafa Cristiane Marques, uma das integrantes da equipe, opera o cromotógrafo de íons

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Equipamento para ensaio de

decomposição dinâmica em fluxo de água

P I N g U E - P O N g U E

MENOS IMPACTO AMbIENTAlnesta entrevista, cássio Botelho, gerente do projeto pela Eletrobras furnas, explica os be­nefícios e as vantagens que o FERSim, quando concluída a sua segunda etapa, pode trazer para o meio ambiente e a redução dos custos de futuros projetos de usinas hidrelétricas. o especialista também compara esta solução tridimensional com os modelos tradicionais.

aPoEna • o que é possível concluir com o desenvolvimento desta ferramenta de simulação?

cBPS • A parte numérica e matemática do software já tem algumas validações importantes. ou seja, o que foi equacionado realmente descreve a situação de forma correta. mas para aplicar isso tudo num caso real, abrangendo todos os aspectos do problema, é preciso com-plementar o projeto. hoje, é possível descrever a hidráulica tridimensional e o transporte de constituintes da fase terrestre para a massa d’água, e seu comportamento ali. A qualidade da água no nível desejado de detalhe é um dos problemas mais complexos no reino da compu-tação de alto desempenho, comparável à simulação da aerodinâmica de um carro de Fórmula 1, de um jato supersônico, ou de condições atmosféricas. então, quase que a metade dos aspectos do problema (a parte químico-biológica) ficou para a segunda etapa do projeto, até porque não é possível descrevê-las sem o tratamento correto da parte física do problema.

aPoEna • Este é um trabalho necessário para a construção de qualquer usina hidrelétrica. como este estudo é feito atualmente?

cBPS • são aplicados neste tipo de situação modelos simplificados e não tridimensio-nais, tratando os reservatórios como corpo de água único, homogêneo. o fato de uma das dimensões não ser considerada já faz com que as respostas que você encontra nas outras duas dimensões não tenham precisão. por construção, estes modelos simplifi-cados já produzem resultados fora de foco. em alguns casos, só é acusado um problema porque o cenário estudado está fora do foco, ou seja, aparece um problema fictício ou exagerado. os modelos antigos exigiam a simplificação dos processos por conta da capacidade de processamento dos computadores. Com a modelagem tridimensional, é possível trabalhar com uma quantidade enorme de contas numa simulação.

aPoEna • Do ponto de vista de redução dos impactos ambientais e econômicos para a construção de reservatórios, quais são os benefícios desta solução?

cBPS • os benefícios são basicamente você colocar na mesa de discussão os quantitativos mais precisos de remoção de vegetação necessária, que efetivamente vão causar melhoria na qualidade da água do futuro reservatório. Com as simulações, é possível ter a conta cer-ta do quanto o empreendedor vai ter que gastar com esta operação, que é custosa e demo-rada. o resultado será mais preciso do ponto de vista ambiental porque você está procuran-do ser mais exato para definir o montante de vegetação que precisará ser inundada, sem acarretar, com esta economia, em prejuízo na qualidade de água do futuro reservatório.

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Possibilidades de representações numéricas geradas pelo FERSim

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segundo Cássio botelho, a escolha da usi-na de Funil como reservatório piloto deste segundo projeto deve-se ao fato de ele ter problemas de qualidade de água por conta da industrialização do vale do paraíba do sul, sobretudo na região de são paulo. “Funil é um reservatório pequeno, é próximo do rio de janeiro e de são paulo e é importante para o abastecimento de água do rio de janeiro”, justifica o engenheiro químico e doutor em modelagem matemática pela universidade Federal do rio de janeiro (uFrj).

o professor norberto mangiavacchi conta que o convênio, já assinado entre a uerj e a CWR, prevê a instalação de uma série de equipamentos para gerar os dados necessários para alimentar o FERSim. “As simulações serão

importantes para avaliar a qualidade de água dos reservatórios para os seus usos múltiplos”, destaca o coordenador do projeto pelo lado da uerj, acrescentando que a solução desen-volvida também traz benefícios para a parte operacional das usinas.

Com a parceria com a universidade australiana, explica Cássio botelho, busca-se trazer benefí-cios para os dois lados. o especialista destaca, por exemplo, a maneira mais apurada que o FERSim tem de fazer a descrição de um corpo de água, em comparação com o software do CWR. “isso ocorre graças ao uso das tecnolo-gias do século 21. A ideia é aproveitar o co-nhecimento deles para alavancar o nosso sof-tware, reduzindo o tempo de desenvolvimento dos módulos restantes”, resume ele. • •

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C o m pA r t i m e n t o s d e r e s e r vAt ó r i o s

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avaLIação E REDUção DaS DEGRaDaçõES EM contatoS ELÉtRIcoS (contIELEt)

Márcia Janeiro Pereira (RJ) Departamento de Equipamentos e Linhas

de Transmissão de Alta Tensão (DAT.O)

E-mail: [email protected]

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Vida longa para os disjuntores

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Além do aumento da vida útil do equipamento, a solução garantiu uma economia da ordem de 60% nos gastos com a compra de contatos, pe-ças cruciais para o desempenho operativo dos disjuntores. os resultados vieram a partir da ela-boração do projeto “Avaliação e redução das de-gradações em contatos elétricos (Contielet)”, do ciclo de p&d 2000/2001, elaborado pelo depar-tamento de equipamentos e linhas de transmis-são de Alta tensão e com o apoio do departamen-to de produção nova iguaçu, no rio de janeiro.

segundo estimativas, os disjuntores a ar compri-mido têm uma vida útil de 20 anos ou 2 mil ope-rações, que pode ser estendida por igual perío-do por meio de manutenção chamada de revi são geral. “o prolongamento da vida útil dos dis jun-tores está diretamente ligado à disponibilidade de peças de reposição. dentre estas peças, os contatos elétricos são itens de maior importân-cia tanto no aspecto de custos quanto no de de sempenho operativo do disjuntor”, conta a en genheira eletricista márcia janeiro pereira, gerente da divisão de equipamentos de mano-bra e Auxiliares.

só para ter uma ideia da importância da pesqui-sa, basta ver o tamanho da malha da empresa: são 132 disjuntores deste tipo em operação em 19 subestações, nas tensões 345 kv, 500 kv e 800 kv, somando cerca de 4.700 tubos de con-tato e 38 mil dedos de contato elétrico. márcia janeiro explica que o projeto estabeleceu a me-to dologia para recapacitação dos contatos elé-tricos, as características específicas que permi-tem o seu reaproveitamento e a especificação ne cessária para a contratação do serviço.

O desenvolvimento de uma metodologia de recapacitação de contatos elétricos usados nas câmaras de extinção de disjuntores a ar comprimido, tipo PK, de fabricação Delle Alsthom, trouxe bons dividendos para a Eletrobras Furnas.

segundo ela, a eletrobras Furnas já realizou duas concorrências públicas para recuperação de con-tatos com base no projeto. “os contatos recapa-citados têm sido utilizados em revisões gerais de disjuntores com total sucesso desde 2005. o preço do último contrato para a recuperação dos contatos no mercado nacional foi da ordem de 33% e 39% abaixo do valor do tubo e dedo de contato originais importados, respectivamen-te”, destaca.

A engenheira comenta que, com a recapacitação dos contatos de acordo com a especificação téc-nica definida pelo projeto, é esperado que os dis-juntores, após a revisão geral, possam desem-pe nhar corretamente suas funções por um novo pe ríodo de vida útil.

elaborado de janeiro de 2002 a janeiro de 2003, o projeto contou com a participação de equipes técnicas da eletrobras Furnas e da eletrobras Cepel (Centro de pesquisas de energia elétrica). márcia janeiro lembra que, no Cepel, a pesquisa envolveu uma série de laboratórios, como o de al ta tensão, média tensão, química e metalo gra-fia. A execução de todas as montagens e des-mon tagens dos equipamentos e dos componen-tes pa ra os ensaios ficou a cargo da equipe de ma nu tenção eletromecânica do departamento de pro dução nova iguaçu, com apoio da equipe da eletrobras Cepel. o projeto, que ficou sob a co ordenação de márcia janeiro e do engenheiro eleílson santos Costa, do Cepel, recebeu inves-timento de r$ 284 mil.

no desenvolvimento do projeto, a parceria com a empresa omg, atual umicore, permitiu cobrir os custos de fabricação dos contatos usados co mo

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Solução desenvolvida na pesquisa coordenada por Márcia Janeiro Pereira garante economia da ordem de 60% nos gastos com compra de contatos para reposição

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P I N g U E - P O N g U E

CONFIAbIlIDADE OPERACIONAl a gerente do projeto de P&D Marcia janeiro Pereira explica a importância do desenvol­vimento da metodologia para confiabilidade operacional do sistema.

aPoEna • Que fatores levam à degradação em contatos elétricos e o que isso provoca para os sistemas?

MjP • A degradação dos contatos elétricos acontece ao longo de sua vida útil devido ao des gaste provocado pelo atrito mecânico e pela ação do arco elétrico durante as interrupções das correntes nominais e de curto circuito dos sistemas em que estão instalados. A incapacidade em conduzir a corrente elétrica nominal ou de interromper um curto circuito do sistema carac teriza uma falha operativa do disjuntor que, dependendo do tipo da ocorrência, pode provocar a sua explosão com riscos para a segurança de pessoal e patrimonial, além da perda da con fiabilidade do sistema.

aPoEna • Qual é a importância desta pesquisa para o dia a dia da área de operação e manutenção?

MjP • produziu-se uma especificação para recapacitação dos contatos com ensaios de aceita-ção que permite que este serviço seja licitado no mercado brasileiro. reduziram-se, com isto, as importações destes tipos de contatos elétricos bem como se gerou uma economia da or dem de 60% nos gastos com aquisição de contatos. A possibilidade de recuperação destes con-ta tos, no mercado nacional, tanto permite a agilização do processo de revisão geral dos dis-juntores quanto a viabiliza economicamente.

aPoEna • na prática, em termos de ganhos de eficiência para o sistema, o que isso pode representar?

MjP • Comprovou-se que a maioria dos contatos retirados dos disjuntores, durante as revisões gerais, pode ser recapacitado. Com isto, viabilizou-se tanto tecnicamente quanto economica-mente a revisão geral desta família de disjuntores, o que, na prática, implica na postergação do momento de substituição dos disjuntores por obsolescência, mantendo-se a sua disponibi-lidade e confiabilidade requeridas pelo sistema.

protótipos. A engenheira conta que no processo foram estabelecidas diversas metodologias para a recuperação dos contatos, a partir da variação da liga e da espessura da camada de pra ta, da sua dureza e recartilhamento bem co mo a pure-za do cobre eletrolítico do contato de dedo.

“estes contatos foram submetidos a testes e en-saios cujos resultados foram confrontados com os dos contatos originais”, explica. segundo ela, os contatos protótipos foram ensaiados em dois lotes de 10 e oito conjuntos de contatos, res-pectivamente. As características construtivas

do segundo lote, acrescenta, foram estabelecidas em função dos resultados dos ensaios do pri mei-ro lote.

A gerente do projeto explica que em cada con-junto de contatos foram realizados ensaios de 2 mil operações mecânicas, ensaios de interrup-ção de corrente de curto circuito simétrica e as-si métrica, ensaios de elevação de temperatura, ensaios de condutividade elétrica, análise me-talográfica, ensaios de dureza, análise de dis-persão de energia de raio-x e medição da cama-da de prata. • •

Os contatos elétricos (Contielet) são peças

chave para o desempenho operativo dos disjuntores

a ar comprimido, que têm vida útil de 20 anos

ou 2 mil operações

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avaLIação Da aDERÊncIa EntRE caMaDaS DE concREto coMPactaDo coM RoLo EM PIStaS EXPERIMEntaIS confEccIonaDaS EM LaBoRatÓRIo Maurice Antoine Traboulsi (GO) Departamento de Apoio e Controle Técnico (DCT.C)

E-mail: [email protected]

C o N C r E T o

Evolução natural

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a usina hidrelétrica dona Francisca, no rio gran-de do sul, a primeira obra a utilizar parâmetros de projeto obtidos por meio de ensaios realiza-dos em maciços experimentais confeccionados com o auxílio do equipamento de compactação em laboratório.

segundo o estudo, a caracterização de CCr acon-teceu por meio de equipamento para compac-ta ção de CCr em laboratório. o objetivo foi re-pro duzir condições de campo com fidelidade e, de pois, variar os parâmetros de projeto para ava- liar sua importância relativa. o engenheiro diz que outra questão verificada foi a maneira de otimizar as misturas ou dosagens de concreto para evitar o consumo elevado de cimento, di-minuindo custos e minimizando os efeitos de fissuração térmica.

o gerente do projeto explica que os processos passavam pela execução de dosagens de concre-to em laboratório, seguida depois pela execução de maciços experimentais no campo, cujos resul-tados demoravam muito tempo para serem obti-dos. “As atividades experimentais em laboratório permitiram a otimização prévia, possibili tan do o uso de dosagens menos conservadoras e mais econômicas”, conta traboulsi.

ele ressalta que, ao comparar os resultados de caracterização física do material estudado, foi possível verificar que a simulação em laboratório reproduz os ensaios de campo. traboulsi diz que isso indica que a execução de maciços experimen-tais em laboratório é uma ferramenta útil, poden-do ser utilizada para otimizar as dosagens, pre-ver parâmetros de projeto e simular situações que seriam de execução complicada no campo.

Com investimento realizado de r$ 477 mil, o pro jeto teve duração de 24 meses, indo de ja-neiro de 2002 a dezembro de 2003. uma equipe de seis pessoas, sendo quatro engenheiros civis, um engenheiro químico, um engenheiro mecâni-co, além de técnicos do laboratório de Concre-to, participou do projeto que integrou o ciclo de p&d 2000/2001. o pesquisador autônomo josé marques Filho foi o único profissional de fora da eletrobras Furnas que atuou nos trabalhos.

O cenário de construção de barragens ganhou uma alternativa eficiente. A tecnologia de concreto compactado com rolo (CCR) conquista terreno no país, sendo utilizada em obras e aproveitamentos de grande porte.

um estudo desenvolvido pelo laboratório de Con-creto buscou avaliar, por meio de simulações em laboratório, a envoltória de resistência entre as camadas de CCr. o projeto permitiu, por exem-plo, a revisão das especificações técnicas de CCr, a otimização prévia de misturas e o desenvolvi-mento de processos para aplicação do lançamen-to rampado ou método chinês.

“em função dos resultados da pesquisa, a eletro-bras Furnas reforçou ainda mais a sua posição como uma das instituições de maior know how na construção de hidrelétricas”, destaca o en-ge nheiro maurice Antoine traboulsi. segundo ele, o estudo teve como um dos objetivos se-dimentar de forma inédita os conceitos envolvi-dos em projetos e execução de aproveitamentos de grande porte.

o CCr é uma técnica construtiva que utiliza de forma intensa equipamentos usualmente empre-gados em obras de aterro e enrocamento para colocação e compactação do concreto. Com is-so, a solução gera um processo industrial siste-matizado e eficiente com baixa incidência de mão de obra por volume. traboulsi explica que o CCr apresenta características de consistên-cia muito seca, aliada a um número de juntas horizontais de construção muito maior que nas barragens de concreto.

o gerente do projeto comenta que o uso de CCr em barragens tornou-se uma evolução natural do emprego do concreto convencional. “os inves-timentos realizados no brasil e em outros países em ensaios e controle de qualidade, bem como as várias obras já construídas, demonstram que a solução em CCr é uma alternativa atraente e válida sob o ponto de vista técnico e econômi-co. um exemplo prático do uso da tecnologia é

AvA l i A ç ã o d A A d e r ê n C i A e n t r e C A m A d A s d e C o n C r e t o C o m pA C tA d o C o m r o l o e m p i s tA s e X p e r i m e n tA i s C o n F e C C i o n A d A s e m l A b o r At ó r i o

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O projeto permitiu, por exemplo, revisão das

especificações técnicas de CCR, otimização prévia de misturas e

desenvolvimento de processos para aplicação do lançamento

rampado ou método chinês

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r e v i s tA d e p e s q u i s A , d e s e n v o l v i m e n t o e i n o vA ç ã o • a P o E n a • • 29

os resultados do projeto também serviram de ba se para a elaboração de uma tese de dou to ra- do e uma dissertação de mestrado pelo programa de pós-graduação em engenharia Civil da uni- ver si da de Federal do rio grande do sul (uFrgs). A disseminação do conhecimento também ocor- reu via apresentação em eventos como o XXv Congresso brasileiro de grandes barragens, ii e iii seminário nacional de Concreto Compacta-do com rolo, ii Citenel e simpósios internacio-nais de concreto compactado com rolo realiza-dos em madrid (espanha) e em salvador (bahia).

P I N g U E - P O N g U E

EFICIêNCIA A TODA PROVARedução de custo e aumento da produtividade por meio do uso intensivo de mecanização são, segundo o engenheiro civil Mauricie antoine traboulsi, as principais vantagens do ccR em relação ao concreto tradicional.

aPoEna • como é a utilização do ccR em barragens?

Mat • quando da adoção de soluções em concreto massa para barragens, a técnica constru-tiva do CCr tem se mostrado altamente competitiva e eficiente. esta se baseia em empregar equipamentos inicialmente utilizados para obras de terra no transporte, espalhamento e aden-samento do concreto. o adensamento se dá pela utilização de rolos compactadores em cama-das com espessura em torno de 30 cm que são colocadas e compactadas consecutivamente. entre camadas, pode ser colocada argamassa para garantir sua ligação quando o intervalo de tempo for superior ao preconizado na especificação técnica.

aPoEna • Em relação ao concreto convencional, quais são as vantagens do ccR?

Mat • As principais vantagens são diminuição do custo e aumento significativo de produtivi-da de através do uso intensivo de mecanização. Além do custo, há uma notável diminuição do con sumo de cimento, reduzindo a possibilidade de efeitos deletérios e indo de encontro a processos mais sustentáveis.

aPoEna • como avaliar os resultados obtidos?

Mat • os resultados técnicos obtidos foram comparados com resultados de obras e mostraram que a simulação é adequada para as obras de CCr. o fato de ter sido provado que os maciços representam adequadamente a construção no campo, permitiu o avanço dos estudos, bem como a otimização de concretos de varias obras. os resultados obtidos permitiram a aplicação nas novas especificações técnicas que flexibilizaram as limitações para aplicação de camadas sucessivas, com consequentes economias de custo, tempo e esforço. A evolução do CCr atra-vés do lançamento rampado ou método chinês tem o intervalo de tempo entre camadas defi-nido (calibrado) pela pesquisa.

também gerou a publicação de 13 artigos em re -vistas nacionais e internacionais, além da inte-ração com empresas de construção de grandes empreendimentos. Com a pesquisa, destaca o en-genheiro, o corpo técnico do departamento de Apoio e Controle técnico passou a deter informa-ções de extrema relevância para auxiliar na con-fecção de normas técnicas da Associação brasi-leira de normas técnicas (Abnt) e especificações técnicas de obra. • •

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Maurice Antoine Traboulsi apresenta uma amostra de CCR compactado em laboratório

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DESEnvoLvIMEnto DE novaS tÉcnIcaS DE DIaGnÓStIco E PRotEção contRa a coRRoSão

EM PÉS DE toRRES

Luis Henrique Tersariol (PR) Departamento de Produção Paraná (DRP.O)

Subestação de Ivaiporã (STIV.O)

Divisão de Manutenção Eletromecânica (DMEP.O)

E-mail: [email protected]

T r A N s m i s s ã o

Ataque silencioso

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A corrosão pelo solo em fundações tipo grelhas, principalmente na região de afloramento, pode afetar as torres e retirar de operação as linhas de transmissão, provocando prejuízos financeiros para as empresas. para combater o problema, o departamento de produção paraná desenvolveu uma metodologia que sistematiza a manutenção preventiva e corretiva em torres.

um dos resultados do projeto “desenvolvimento de novas técnicas de diagnóstico da corrosão e da proteção contra corrosão em pés de torres” envolveu a criação de um software na linguagem Delphi. o banco de dados contém informações sobre o estado corrosivo de aproximadamente cinco mil torres instaladas em quatro linhões de corrente contínua (600 kv) e corrente alternada (750 kv), entre Foz do iguaçu e tijuco preto, em são paulo. “neste programa pode-se saber o ín-di ce corrosivo de cada torre situada nas linhas de transmissão”, conta o engenheiro eletricista luis henrique tersariol.

o coordenador do projeto explica que com o dia-gnóstico é possível saber quais são as estru tu-ras mais problemáticas. A tecnologia também po de ser usada para analisar outras linhas de transmissão ainda não consideradas. para isso, explica tersariol, seria necessário criar alguns kits e montar uma equipe para fazer o mapea-men to das torres da eletrobras Furnas.

segundo tersariol, a corrosão dos pés das torres está relacionada com as propriedades físico-qui-mícias, biológicas e eletroquímicas do solo, sen-do fatores externos que interferem no processo de corrosão. entre eles, os de maior importância são as correntes de fuga e a presença de metais dissimilares (par galvânico). “A agressividade es- pecífica, por sua vez, está intimamente ligada às propriedades locais do solo”, ressalta.

tersariol destaca, ainda, que os parâmetros geo-técnicos, físicos, biológicos, eletroquímicos re-la cionados com a redução do hidrogênio, capa-ci da de de retenção de água, condutividade e

re sistividade mínima contribuem para o pro-ces so. “estes fatores atuam de forma conjunta e por este motivo a corrosividade dos solos não deve ser avaliada com base em propriedades iso ladas. por isso, é necessário realizar ensaios em laboratório e ensaios em campo”, explica.

de acordo com ele, após esta análise é possível fazer uma classificação do estado corrosivo das torres em ordem descrescente de quantidade corrosiva, por meio de análise comparativa. Co-mo solução para combater o problema, usa-se a pintura na região de afloramento de acordo com os esquemas existentes sobre tintas anticor ro-sivas, contendo uma tinta de fundo e uma tinta de acabamento.

Além da criação do banco de dados, o projeto gerou o registro de patente de invenção sobre equipamento eletrônico para automação do en-saio de injeção de corrente impressa. tersariol explica que a solução permite determinar a cor-rente de proteção catódica e quantificar o nível de corrosão de estruturas metálicas enterradas.

o projeto, do ciclo de p&d 2001/2002, começou em 2004 e foi concluído em abril de 2007.

d e s e n v o l v i m e n t o d e n o vA s t é C n i C A s d e d i A g n ó s t i C o e p r o t e ç ã o C o n t r A A C o r r o s ã o

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Se não bastasse a incidência de raios, o sistema de transmissão tem um outro inimigo sorrateiro que ataca em silêncio.

Luis Henrique Tersariol: corrosão dos pés das torres está relacionada com as propriedades físico-quimícias, biológicas e eletroquímicas do solo

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o de senvolvimento da pesquisa contou com um in vestimento total de r$ 799 mil, integralmente custeado pelo p&d Aneel - (0394-113/2002). uma equipe formada por oito profissionais, en-tre doutores, mestres, especialistas e técnicos, participou da elaboração do projeto, que teve artigos publicados em eventos como o Citenel, em 2007; Conferência internacional sobre tec-no logia de equipamento (9ª Coteq), em 2007; 12º encontro regional ibero-Americano do Ci-gré, em 2007; e Congresso latino Americano de Corrosão (latincorr 2006). • •

P I N g U E - P O N g U E

RISCOS PARA O SISTEMAcapaz de comprometer a segurança e confiabilidade das linhas, a corrosão pelo solo em fundações tipo grelhas é considerada um sério problema do setor de transmissão do país, segundo conta o engenheiro eletricista Luiz Henrique tersariol.

aPoEna • Que tipo de problemas, em termos operacionais, a corrosão que acontece nos pés de torres de transmissão provoca?LHt • existe documentado no setor elétrico um intenso problema em nível nacional sobre cor-rosão pelo solo em fundações tipo grelhas, principalmente na região de afloramento. essa cor rosão inicia-se na região de afloramento, mas com o passar do tempo, se estende pa ra o restante da grelha. este assunto foi largamente discutido no primeiro colóquio sobre cor ro-são de grelhas, em 2003, promovido pela Associação brasileira das grandes empresas de trans-missão de energia elétrica (Abrate). o grande problema está em perder o pé da torre.

aPoEna • Que prejuízos este tipo de problema pode trazer para as empresas?LHt • os altos índices de custos não estão somente na forma de perdas diretas, mas tam bém na forma de perdas indiretas. se for considerada uma intensa corrosão nas fundações tipo gre-lhas, pode-se ter linha de transmissão saindo de operação, representando grandes prejuízos devido a lucros cessantes, além de afetar a confiabilidade na transmissão da energia elétrica pela concessionária. Finalmente, existem custos relacionados a questões de segurança, na qual, por exemplo, curtos circuitos repentinos podem provocar acidentes com despesas médicas, hos-pitalares, farmacêuticas e até perdas de vidas humanas.

aPoEna • o que existe de novas técnicas de diagnóstico e como funciona a sua aplicação no dia a dia?LHt • o diagnóstico da corrosão pelo solo em fundações tipo grelhas é feito por inspeção vi sual após um processo de escavação. A técnica se chama obtenção da corrosão da fundação tipo grelha através de injeção de corrente. A injeção de corrente deve ser feita entre a grelha e pequenos eletrodos metálicos de cobre, recém enterrados de forma criteriosa (3m de dis tân-cia da grelha e em forma triangular), ao redor do pé a ser estudado.

No campo, diagnóstico da corrosão pelo solo em

fundações tipo grelha é feito por inspeção visual

após um processo de escavação, com técnica de

injeção de corrente

José João da Silva

Arquivo Furnas

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C o N C r E T o

concREto PaRa LançaMEntoS SUBaQUátIcoS

Anne Neiry de Mendonça Lopes (GO) Luciana dos Anjos Farias (GO) Departamento de Apoio e Controle Técnico – (DCT.C)

E-mail: [email protected]

bom até debaixo d’água

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um equipamento simulador de concretagem em laboratório considerado inovador tornou-se uma ferramenta indispensável para executar traba-lhos de reparos a profundidades que variam de 30 metros a 180 metros. o aparelho foi desen-volvido como parte do projeto “Concreto para lan çamentos subaquáticos”, elaborado pelo de-par tamento de Apoio e Controle técnico, locali-zado em Aparecida de goiânia (go).

A solução, chamada de equipamento de simula-ção de Concretagem submersa em laboratório, permitiu avaliar itens como a integridade do con-creto após o lançamento; a aderência do concre-to velho ao concreto novo; e a segregação e a fa ci lidade de lançamento. um exemplo recente de uso do conhecimento gerado pela pesquisa envolveu a recuperação de pilares da ponte do rio turvo, no reservatório da usina hidrelétri-ca de Furnas (mg). o lançamento do concreto foi ava liado por meio do equipamento simula-dor de con cretagem submersa.

“A importância de estudos prévios em laborató-rio, dando ênfase a uma criteriosa seleção de materiais e composição dos constituintes e a si-mulação de lançamento submerso, pode ser de-monstrada pela qualidade do concreto submerso lançado nas estruturas da ponte”, observa a en-genheira civil luciana dos Anjos Farias que par-ticipou do trabalho. A gerente do projeto, a en-

Sempre um desafio para a engenharia, a recuperação de estruturas submersas como pilares de pontes e barragens exige boa dose de planejamento e tecnologia especializada.

genheira Anne neiry de mendonça lopes, conta que o aparelho pode trabalhar com qualquer pres-são, e que ele já foi empregado em uma simula-ção de pressão subaquática equivalente a uma coluna de água de 90 metros.

ela ressalta que tanto o projeto, quanto o equipa-mento simulador de concretagem submersa fo- ram idealizados pelo engenheiro Walton pacelli de An drade, na época, gerente do departamen-to de Apoio e Controle técnico. o projeto surgiu a partir da experiência de sucesso com concreto submerso na recuperação das guias de comporta da tomada de água da usina hidrelétrica porto Colômbia (mg/sp), há 10 anos. o estudo permi-tiu identificar as propriedades do concreto quan-do lançado a grandes profundidades, quer seja para aplicação em estruturas submersas deterio-radas ou que precisem de algum tipo de reforço. Anne mendonça cita como exemplos os reparos em pilares de ponte e concreto de face de bar-ragens cujo reservatório já esteja cheio.

o trabalho de recuperação de estruturas submer-sas requer uma combinação de elementos para gerar resultados positivos. para a engenheira, o uso de produtos e sistemas de alto desempenho, participação de profissionais de alta qualifica-ção e experiência – como mergulhadores profis-sionais – são decisivos para o sucesso do reparo. “não se pode prescindir de um intenso estudo em laboratório para se buscar a composição do concreto mais eficaz , que garanta um lançamen-to submerso com qualidade”, ressalta.

na primeira fase dos estudos em laboratório, con-ta a gerente do projeto, buscou-se verificar as melhores misturas de concreto, juntamente com a eficácia dos aditivos antidispersantes. para tan-to, foram fabricadas uma série de misturas de concreto, na qual se variava principalmente tais aditivos produzidos por diversos fabricantes. “o uso de aditivos químicos superplastifican-tes as so ciados a aditivos antidispersantes sub-aquá ti cos (antiwashout admixture) abriu novo ho rizon te aos estudos e aplicação de concreto sub a quá ti co, por proporcionar a produção de um material com maior plasticidade e coesão”, comenta.

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À esquerda, a engenheira Anne Neiry de Mendonça

Lopes, gerente do projeto, ao centro, o engenheiro

Pacelli e, à direita, Luciana dos Anjos Farias, engenheira

pesquisadora do DCT.C

Jean

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Alex

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o projeto, iniciado em 2001 e concluído em ju nho de 2003, fez parte o primeiro ciclo de p&d da eletrobras Furnas, relativo ao período 2000/2001, tendo um investimento de r$ 112 mil. o estudo envolveu um time de 10 profis-sionais, en tre engenheiros e técnicos da pró-pria empresa.

Com pouca literatura sobre o tema, o uso do si mu-lador ganhou espaço em trabalhos apresenta dos

em congressos e seminários no país. A lis ta in- clui, por exemplo, o 42º Congresso brasileiro do Con creto, em 2000; o 45º reibrac (Congresso bra si leiro do Concreto), em 2003; o XXvi semi-ná rio na cional de grandes barragens, em 2005; e o 51º Congresso brasileiro do Concreto, em 2009, além de outros eventos internacionais, nos quais o en genheiro pacelli fez a divulgação da pesquisa. • •

P I N g U E - P O N g U E

SOlUçãO INOVADORASem registro na literatura nacional ou internacional, o aparelho de simulação em laboratório para lançamento de concreto submerso é considerado inovador, como contam anne neiry de Mendonça Lopes, gerente do projeto, e Luciana dos anjos farias, engenheira pesquisadora do assunto.

aPoEna • Que especificidade é preciso ter na tecnologia de lançamento de concreto submerso?Laf • para a produção desse tipo de concreto, é necessário ter um conhecimento aprofundado no uso de aditivos químicos para o concreto, que são determinantes para garantir o sucesso de aplicação do material. são necessários também conhecimentos de reologia do concreto, o que orienta a determinação de um produto que seja fácil de lançar, isto é, trabalhável, e evite o aparecimento de brocas ou falhas de concretagem após a retirada das formas. o uso de aditivos químicos de concreto de última geração, notadamente os aditivos antidispersantes subaquáticos associados aos aditivos superplastificantes, é condição sine qua non para a obtenção de concretos com qualidade adequada para o lançamento subaquático, ou seja mais resistente à segregação e à diluição em água.

aPoEna • Em termos de ganhos na recuperação da concretagem, o que é possível concluir pelo estudo?anML • A tecnologia do concreto submerso permite que estruturas que estejam debaixo d´água sejam recuperadas ou reforçadas sem que haja necessidade de retirar ou barrar a água ao redor delas, o que poderia tornar inviável a recuperação, minimizando o custo e garantindo a segurança durante a utilização.

aPoEna • no Brasil e no exterior, o que existe de tecnologias para testar e avaliar o lançamento de concreto submerso?anML • por meio da literatura técnica internacional, pode-se verificar que há estudos sobre o comportamento do concreto com o emprego dos aditivos antidispersantes e alguns relatos sobre experiências de recuperação de estruturas com lançamentos subaquáticos. quanto à simulação em laboratório do lançamento subaquático, o equipamento desenvolvido na eletrobras Furnas parece ter caráter inovador, já que não se conhece na literatura, tanto nacional quanto internacional, algo semelhante.

O equipamento simulador de concretagem submersa e seu idealizador, o engenheiro Walton Pacelli de Andrade

C o n C r e t o pA r A l A n ç A m e n t o s s u b A q u á t i C o s

• •

Jean Carlos Alexandre

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A g E N D A

2ª FeirA brAsileirA dA indÚstriA elétriCA-

eletrÔniCA e AutomAção industriAl (eletron rio)

Rio de Janeiro • RJ

novos Condutores pArA linhAs de trAnsmissão - propriedAdes, ACessórios

e ApliCAções

Belo Horizonte • MG

5º Congresso internACionAl de bioenergiA

Curitiba • PR

enContro pArA debAtes de Assuntos de operAção

(Xi edAo)

São Paulo • SP

8º Congresso internACionAl sobre gerAção distribuÍdA

e energiA no meio rurAl (Agrener)

Campinas • SP

4 a 7 de agosto de 2010

10 a 11 de agosto de 2010

10 a 13 de agosto de 2010

14 a 16 de novembro

de 2010

13 a 15 de dezembro

de 2010

Até o dia 13 de agosto, o Conselho nacional de desenvolvimento Científico e tec-nológico (Cnpq/mCt) receberá inscrições para bolsas de doutorado, doutorado san duíche (no brasil e no exterior) e pós-doutorado em instituições com conceito 5,6 ou 7 no Capes/meC. pesquisadores estrangeiros de países em desenvolvimento também podem concorrer às bolsas. mais informações no endereço www.cnpq.br/editais/ct/2010/twas.htm

FIQUE DE OlhO!

36 • • a P o E n a • r e v i s tA d e p e s q u i s A , d e s e n v o l v i m e n t o e i n o vA ç ã o

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13º enContro nACionAl de teCnologiA de

Ambiente ConstruÍdo

Canelas • RS

X seminário téCniCo de proteção e Controle (X stpC)

Recife • PE

3º simpósio brAsileiro de Construção

sustentável (sbCs 10)

São Paulo • SP

6 a 8 de outubro

de 2010

17 a 20 de agosto de 2010

8 e 9 de novembro

de 2010

A 5ª Feira de inovação tecnológica (inovatec) acontece, de 6 a 9 de outubro, em belo horizonte (mg). A edição deste ano vai reunir mais de 40 empresas, 140 tec-nologias, além de 70 palestras, seminários e cursos previstos na programação. o ob jetivo é promover a inovação no país em diversas áreas, entre elas as de energia, petróleo e gás e eletrônica. Confira mais em http://www.inovatec2010.com.br/.

guia Prático de Apoio à InovaçãoA Associação nacional de pesquisa e desenvolvimento das empresas inovadoras (Anpei) pu-blicou, no final do ano passado, o guia prático de Apoio à inovação, com informações sobre os instrumentos existentes no país. A publicação está dividida em dois grupos: os de apoio tec nológico financeiro e os de apoio tecnológico gerencial.

no primeiro caso, são os mecanismos de apoio direto e indireto às empresas, sob a forma de financiamento, subvenção econômica, incentivos fiscais, capital de risco e bolsas. o segundo abrange os programas que visam auxiliar os empresários nas atividades de gestão da inovação, ou seja, que não envolvem a transferência de recursos financeiros.

o guia prático de Apoio à inovação foi elaborado pela Anpei como atividade do pró-inova, programa coordenado pelo ministério de Ciência e tecnologia (mCt). o programa tem como objetivo difundir informações sobre inovação e sensibilizar o empresariado para a importância das boas práticas.

A Anpei indica o uso do guia tanto para as empresas que já investem em inovação como para as que pretendem investir, e também agências de fomento, associações empresariais, entidades e órgãos públicos. para fazer o download da publicação, acesse o endereço http://proinova.anpei.org.br/

FIQUE

DE

OlhO!

NãO PERCA!

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Rein

aldo

Hin

gel