qual o problema com a dramatização

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  • 8/3/2019 Qual o problema com a dramatizao

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    Dr. Peter Master

    Por que a Proclamao o Mtodo Bblico?

    Qualo Problema

    com oTeatro?

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    Qual o Problema com o Teatro?Por que a Proclamao o Mtodo Bblico?

    Dr. Peter Master

    Certamente a palavra da cruz loucura para os que se per-dem, mas para ns, que somos salvos, poder de Deus.

    (1 Corntios 1:18)

    O meio escolhido e indicado por Deus de comunicar o

    evangelho glorioso a proclamao, ou seja, por meiode palavras. Toda a evangelizao do Novo Testamentofoi atravs de palavras, seja pela pregao, testemunhopessoal, ou por escritos. O mundo daqueles dias eracheio de arte dramtica e simbolismo cultual, mas osmensageiros do Calvrio se mantiveram indiferentes a

    tudo isso e trabalharam com palavras.Como ouviro, pergunta o apstolo Paulo em

    Romanos 10, se no h quem pregue? Ele no diz:Como ouviro se no h um ator, ou uma banda demsicos, ou um grupo de debate? A comunicao doevangelho deve ser com palavras dirigidas mente. Istorequer um discurso racional, quer seja proferido em umgrande auditrio ou numa reunio domstica.

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    O mtodo da proclamao particularmente a pre-

    gao est sob ataque hoje nos crculos evanglicos.Quase todos os ltimos livros a respeito de crescimentoda igreja lanam para longe a primazia da pregao, equando usada fazem um uso tnue da Palavra deDeus, como modelo e fonte providos por Ele. Os promo-tores dos assim chamados cultos de libertao, embo-ra usem certa medida de pregao, tendem a v-la ape-

    nas como um componente dentro de uma elaboradamistura de mtodos.

    Alguns escritores tm preparado listas de mtodos afim de mostrar a eficincia comparativa de diferentesmeios, e a pregao sempre aparece em ltimo lugar ouprximo dele. Eles dizem que, quando as pessoas so

    testadas a fim de se saber o quanto elas lembram dapregao, de um debate, de uma representao dramti-ca, de peas, de uma apresentao de vdeo, a pregaorecebe a menor pontuao no grau de eficincia. ditoque ela vem em ltimo lugar em termos de compreen-so, apreenso e fora persuasiva. Esses testes, contu-do, nunca so cientficos e so realizados em circunstn-

    cias onde a pregao uma experincia pobre, e feitapor autores que j tm resultados pr-concebidos. Toda-via, a lama jogada na pregao tende a aderir.

    A runa da proclamao direta extremamente peri-gosa num momento em que os servos de Deus lutamcom resultados to pequenos, devido predominncia

    do atesmo e materialismo. Num tempo assim, tenta-dor achar que alguma outra coisa alm da pregaopossa ser feita. O que h de bom, podemos pensar, em

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    pregar semana aps semana quando no estamos atin-

    gindo as massas?Estamos vulnerveis queles que dizem: Vocs tm

    enfatizado demais a pregao. Vocs deveriam fazeroutras coisas. Deveriam se juntar ao movimento con-temporneo de culto. Vocs deveriam trazer as bateriaspara a plataforma durante o culto evangelstico, intro-duzir dramatizaes, usar jeans, reduzir o discurso adez minutos e separarem-se em grupos de debate. Vocsdeveriam fazer alguma coisa alm de proclamar.

    A resistncia ao evangelho to grande que a natu-reza humana comea a esmorecer, e os mtodos tradici-onais esto em perigo. Homens de boa vontade e total-mente comprometidos tm se dobrado ao clamor por

    mtodos contemporneos para alcanar os perdidos, porcausa da dureza de nossos dias.

    Um tempo para esclarecer

    Este um tempo para fortalecer nossa confiana nosmtodos apontados por Deus. Se um mtodo de propa-

    gar o evangelho no atravs da proclamao, no oque o Senhor ordena e deseja. Isso simplesmente no bblico e, certamente, obedincia o dever maior e maissbio dos servos de Deus (I Sm 15:23) em qualquer po-ca e, especialmente, numa poca de crescente apostasia.

    Por que deveramos pensar que o discurso relati-

    vamente intil e inadequado, quando ele tem sido topoderosamente usado e comprovado por vinte sculosde histria da igreja? (Rm 10:17). Por que os advogados

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    do rock e drama cristos tm tal viso preconceituosa da

    palavra falada? Ser, talvez (em muitos casos), porqueeles no podem pregar e no esto realmente equipa-dos nem so chamados por Deus? Ou porque eles tmseguido um estilo de pregao imprprio? Ou ser queesto revelando seus verdadeiros gostos como cristosmundanos? Ou eles carecem de f no poder da Palavrade Deus quando assistida pelo Esprito Santo? Eles no

    percebem que atrair as multides e ensin-las atravs dematerial utilizado para diverso acoplado a um arre-pendimento light apenas encher as igrejas com pes-soas que fazem profisso de f superficiais e enganosas a madeira, feno e palha da famosa advertncia dePaulo aos edificadores de igrejas? (1 Co 3:12).

    Palavras so tudo no evangelismo. Tome a Palavrade Deus. So palavras! Deus falando a ns. O VelhoTestamento certamente usa smbolos, e tem uma ou du-as representaes dramticas em miniatura, mas o rotei-ro era todo escrito por Deus, as representaes extre-mamente curtas, e pretendiam ser nada mais que ilus-traes aos sermes ou profecias. Mesmo assim eram

    tremendamente srias, nunca o tipo de esquete-comdiaadotada pela brigada seeker-sensitive1 de hoje, desti-nada a alcanar as pessoas pelo riso (fazendo-as morrerde rir).

    claro que ns acreditamos no uso de ilustraesem nossas mensagens e recursos visuais para os jovens,

    mas o veculo supremo da comunicao a palavra di-

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    Culto que procura satisfazer aos desejos das pessoas que adoram.

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    rigida de forma direta, pois este o mtodo exclusivo de

    Deus para fazer conhecida Sua graa (1 Co 2:4).Por que no ter drama? O que h de errado com ele?

    Ns j enfatizamos que ele no faz parte do projeto doNovo Testamento e no difcil ver por qu (Mt 28:20).

    Conquanto o drama pode ser poderosamente cati-vante e influente no mundo secular, ele , infelizmente

    um veculo inadequado e imprprio para a apresentaoda verdade do evangelho, sendo primariamente entre-tenimento, e no um desafio direto e claro mente. Eleapela principalmente s emoes e raramente por umlongo perodo de tempo. Na mente do espectador eleest mais intimamente associado fico, ou faz-de-conta e esta caracterstica prevalece quando aplicado

    obra do evangelho, flutuando como uma nvoa peranteos olhos de um auditrio.

    Se o drama apresenta um caso ou argumentao,deve faz-lo numa situao artificialmente imaginada.No pode facilmente comparar e contrastar pontos devista ou discutir a questo e, to logo tente faz-lo, tor-

    nar-se- mais enfadonho do que o falar direto jamais oser.

    Acima de tudo, ele distorce a realidade. A variedadede personagens inevitavelmente obscurece qualquermensagem, pois suas prprias personalidades e habili-dades agradaro ou repeliro os espectadores (At 1:8).

    Se estes forem atrados pelos personagens, inconscien-temente estaro dispostos a aprovar seu ponto de vistaou mensagem, o que meramente uma forma sutil de

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    manipulao emocional e no um apelo verdadeiro

    mente (Rm 12:1).Apenas um mnimo de informao real pode ser

    transmitido pelo drama, talvez no mximo dois ou trspontos significantes e simples. ineficiente, inapropria-do, corre-se o risco de fraude emocional, no pode efeti-vamente discutir a questo e no o mtodo que foi de-signado. Ele com certeza falha em direcionar o especta-dor, tanto em atra-lo para Deus quanto em mant-lodiante dEle em juzo (2Co 2:15-17).

    O drama inevitavelmente esvaziar a mensagem dareal convico moral. Algumas pessoas vo ao cinemaou ao teatro para um bom choro e so impressionadosvisualmente por minutos, talvez mesmo uma ou duas

    horas, mas a nvel emocional e geralmente no temnenhum efeito duradouro. Na Bblia as ilustraes

    esto sempre servio da proclamao, e este o mto-do que devemos manter (2 Sm 12:1-7; Jo 10:11,14).

    Ilustraes do Senhor

    Quanto s representaes dramticas que incluem ilus-traes de Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus, algumpode pensar que algum crente bblico poderia pronta-mente entender que isso no pode ser feito sem desfigu-rar o Senhor. Como se pode ilustrar dignamente, senocom palavras, a Pessoa, a vida e o corao do Salvador

    do mundo? (Cl 1:15).Algum pode dizer: Mas um filme sobre Jesus no

    cheio de palavras? Certamente tem palavras, mas

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    tambm tem atores, espetculo e impacto dramtico,

    prendendo a ateno do espectador e suscitando solida-riedade humana acima do entendimento espiritual. Umator toma o lugar do Senhor (muito provavelmente vio-lando o segundo mandamento) e os pontos vitais dasdoutrinas do evangelho no so ampliados, explicados eaplicados sendo este o trabalho verdadeiramente re-presentativo da comunicao compreensiva.

    Vamos rever algumas das qualidades superiores daproclamao direta contrastando-a com alguns dos no-vos mtodos e inovaes.

    Primeiro, com palavras diretas na pregao ou tes-temunho, o Deus Todo-Poderoso est sempre vista.Ele est sempre l. H sempre referncia a Ele. A men-sagem claramente sua, pois ela trazida de sua Pala-vra, enquanto que nos mtodos no-proclamativos deapresentao Deus um tanto obscurecido, sejam dis-cusses que se desviam tropeando nos fragmentos daopinio humana, sejam msicas de estilo-entretenimento, seja o drama. Apenas com a proclama-

    o direta Deus sempre o objetivo e propsito supre-mo e a fonte inerrante da mensagem (Rm 1:16).

    Este o ponto por trs da tradio de se ter umaenorme Bblia no plpito. Nossos ancestrais tinhamgrandes Bblias por princpio, para que todos pudessemver a fonte da mensagem e a autoridade por trs dela.Nos tempos antigos o evangelista viajante alcanava omesmo efeito ao segurar a Bblia firmemente em suamo, apontando seu dedo e dizendo: A Bblia diz! ... ABblia diz!

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    Se o proclamador faz seu trabalho a partir de um

    plpito grande ou de uma Bblia de bolso, Deus sem-pre a fonte, autoridade e objetivo.

    Segundo, a proclamao, como nada mais, nos ca-pacita a transmitir o esprito no qual Deus d esta men-sagem. Ele pode ser expresso com paixo, com comise-rao, e com splica urgente. O drama transmite e evoca

    sentimentos, mas o sentimento expresso entre os perso-nagens ou evocado pelo impacto de uma situao, no aatitude e o corao de Deus para com pecadores. Ape-nas o discurso direto em Seu nome pode transmitir al-gum sentido disso. No deixe ningum denegrir a pre-gao direta ou o ensino da escola dominical, pois so-mente eles trazem o corao de Deus aos ouvintes.

    Terceiro, apenas a proclamao direta persuade amente livre, racional (2 Tm 3:16). verdade que a pre-gao pode explorar a manipulao emocional. O ora-dor pode contar dramalhes e fazer sua voz variar dostons trmulos a exploses de sons, agitando os senti-mentos. Mas, se os truques teatrais excessivos forem

    evitados, o discurso direto direciona a responsvel (em-bora decada) faculdade pensante ao desafi-la e persu-adi-la.

    O ouvinte no influenciado por coisas estranhas.Ele no hipnotizado sob o poder da coero, de msi-cas rtmicas, ou projetado em um transe emocional por

    algo que o move a nvel carnal. Ele ouve palavras clarase sua mente (do ponto de vista humano) no est sobqualquer coero. Ele ouve uma mensagem clara, ex-

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    pressa com paixo mas sem manipulao e, conforme o

    mover do Esprito, sua resposta ser genuna. Se ele re-jeita essa mensagem direta, Deus ser justo em julg-lo.

    Quarto, a proclamao permite para que o tom dacomunicao seja correto de uma outra forma. Esta men-sagem sria. uma questo de vida ou morte. Tem a vercom a eternidade. Como nada mais, a pregao pode con-

    seguir o tom certo. A proclamao direta, embora possater momentos de humor, fornece autoridade intrnseca,reverncia a Deus e seriedade (Hb 12:29).

    Ns j observamos que o drama est associado comdivertimento, e por isso no pode obter o tom certo. Como drama o auditrio transportado regio da irrealida-de desde o princpio. Com msica estilo-entretenimentoo ouvinte o consumidor, e os cantores e instrumentis-tas os artistas cujo trabalho agradar (Gl 1:10). No casodos grupos de debate, a todo membro erroneamenteconferido o direito de determinar o que Verdade poiseles so reunidos para ensinar uns aos outros, e parachegar Verdade entre si. Eles so a fonte da Verdade.

    Eles esto todo-importantes. Onde est, aqui, a humilda-de necessria para ouvir o evangelho, e onde esto a au-toridade e seriedade da Verdade? Apenas a proclamaopossui a capacidade de nos preserv-las.

    Quinto, (estendendo a questo anterior), nada tempoder convincente como a proclamao direta. Esta

    mensagem acerca dos grandes assuntos da alma. Dizrespeito ao reto juzo de Deus e a possibilidade de umachance de escape atravs do Seu amor maravilhoso e

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    perdo surpreendente. sobre grande culpa e profunda

    necessidade. A proclamao direta, abenoada pelo Es-prito, o veculo exclusivo para prender e convencer aalma (1 Co 1:21). A metodologia de entretenimento, dotipo pega leve, e os crculos de cultos de libertao,jamais conhecem algo assim. No fim, eles tm que voltaraos truques carismticos, tais como desabar no Esprito,induzidas por primitivas hipnoses de massa, como subs-

    tituto para a convico do corao.

    Aprendendo com os arautos dos tempos bblicos

    Paulo diz duas vezes que ele foi ordenado um pregador,e isto de grande importncia.2 No grego ele usa a pa-lavra arauto. As caractersticas de um arauto nos tempos

    bblicos so de um significado imenso. No mundo anti-go no era permitido que um arauto fizesse qualquercoisa por sua prpria iniciativa. Ele devia se manter es-tritamente no seu texto.

    Os arautos eram freqentemente enviados comomensageiros numa guerra a uma capital ou a um campo

    inimigo, mas eles nunca eram negociadores. Eles cum-priam suas ordens entregando sua mensagem e retor-nando com a resposta.

    Paulo usa o termo arauto porque estes deveres re-fletem perfeitamente o ofcio verdadeiramente limitadode um pregador cristo que no chamado para inven-

    tar novos mtodos de comunicao para cada poca,

    21 Tm 2:7 e 2 Tm.1:11

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    mas para honrar e pr em prtica aqueles que foram

    estabelecidos no Novo Testamento (2 Co 5:20).O termo arauto tambm descreve aquele que pro-

    clamava nas cidades qualquer mensagem que lhe fossedada. Ele no podia mudar o anncio nem a data. Simi-larmente, no da nossa competncia modificar a men-sagem ou o mtodo. Ns devemos trabalhar dentro doslimites que nos so indicados e isto que est sendo es-quecido hoje. Nossa energia e iniciativa devem ser em-pregados para levar as pessoas e os jovens da escoladominical a ouvir a proclamao, e no substitu-la comdivertimento.

    Paulo diz que ele no pregava o evangelho comsabedoria de palavra, para que se no anule a cruz de Cristo

    (1 Co 1:17). Ele no quer dizer que os pregadores nopodem usar argumentos, pois ele mesmo os usava. Suaprpria pregao era sabiamente dirigida, expondo atolice de se dedicar a este mundo e estabelecendo a ne-cessidade de se voltar para Cristo a fim de ser salvo.Contudo, ele nunca misturou evangelismo com sabedo-

    ria humana, empregando filosofia grega para deleitar osouvidos dos intelectuais numa tentativa de fazer suamensagem mais atrativa a eles. Ele nunca misturou amensagem com o que eles queriam ouvir (2 Tm 4:3).

    inconcebvel que o apstolo, se estivesse vivo hoje,dissesse: A proclamao do evangelho no popular,por isso eu irei mistur-la no com filosofia grega, mascom a apresentao de uma banda de rock que reco-mendar a si mesma s pessoas. Ento eu reduzirei a

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    mensagem drasticamente para dar lugar s peas de

    drama, pois eles no querem ouvir nada srio.Se for filosofia grega ou som de bateria, tudo a

    mesma coisa: a mistura da mensagem da Palavra comalgo preferido pela sociedade perdida, de modo quepossamos evitar a ofensa da cruz. Isto o que Paulo,inspirado pelo Esprito, claramente condena (Cl 2:23).

    Apenas as palavras podem confrontar

    Quando ns proclamamos a cruz de Cristo, temos muitoa fazer. Ns devemos apresentar a necessidade da cruz,a santidade de Deus, a Queda do homem, a Pessoa deCristo e o que realmente aconteceu naquela cruz. De-

    vemos tambm expor o vazio e a futilidade de uma vidasem Deus, os benefcios da salvao, os mritos salvfi-cos exclusivos da cruz e a tragdia de uma eternidadeperdida (At 20:27). Mas apenas as palavras podem ade-quadamente explicar estes assuntos mentes racionais,informando-as dos detalhes e atitudes desafiantes demodo que o Esprito Santo pode usar. Unicamente pala-

    vras podem comunicar, persuadir e advertir de um mo-do convincente, desafiador e que apela. Apenas as pala-vras tm o suporte das promessas das Escrituras de se-rem instrumento. No possvel este trabalho to ele-vado ser feito por meio de diverso musical ou atravsde peas teatrais (por intermdio da fico).

    Ns apelamos aos pregadores e lderes das igrejasque no se rendam s novas experincias da comunica-o (1 Tm 4:6). Lembrem-se que as pessoas que comea-

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    ram essas tendncias so pessoas que apresentam uma

    noo mais fraca de converso e da vida crist a fim dereter um grau considervel de mundanismo.

    Esses evangelistas buscam apenas um estilo devida mediocremente so. O que eles promovem umnovo sincretismo (1 Re 12:28-33) Deus e as riquezas;Cristo e o mundo e eles tm provado que isto extre-mamente popular. So essas pessoas que inventaram asndrome da novidade, os mtodos e inventos no-proclamativos.

    No imagine que isso meramente uma coisa de ge-rao. As tendncias de hoje marcam uma diviso deli-berada do cristianismo que chama as pessoas do pecadoe mundanismo para uma converso radical, forjada pelo

    Esprito Santo. Obreiros cristos genunos no devemcair num sistema projetado por obreiros duvidosos (1Tm 4:16).

    Encontramos, primeiro, essas alternativas para aproclamao (em grande escala) no fim dos anos 60,quando a Cruzada do Campo lanou seu original Qua-

    tro Leis Espirituais. Certamente, havia obreiros doCampo que eram pessoas piedosas e cujos esforosevangelsticos foram bem maiores do que seu roteirooficial, mas o roteiro que eles deviam seguir encurtoulamentavelmente a mensagem do evangelho.

    Divertimento com grandes bandas de msica brigava

    com testemunhos do tipo show-bizz e mensagens ul-tra-curtas apontando para um desafio a um evangelhotragicamente diminudo. Os leitores podem lembrar a

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    linha geral: Deus tem um plano maravilhoso para sua

    vida. Deus est cheio de sorrisos e pronto para abeno-ar, mas, diz o roteiro (de fato), h apenas um pequenoproblema no caminho. Antes que voc possa ser abeno-ado, voc precisa tirar do caminho esta pequena questodo arrependimento. Felizmente, isto pode ser feito comuma frase curta, e ento voc pode seguir adiante para opasso seguinte, que mais legal (1 Re 22:5-8).

    Ns estamos, claro, parodiando a frmula do Cam-po, mas ele certamente minimizava as questes, noalcanando qualquer convico real. Isto precisamenteo que est acontecendo com a maioria daqueles queagora promovem o drama e o divertimento como umaalternativa para o desafio direto da proclamao. Eles

    no querem o carter convincente e o poder da mensa-gem autntica.

    Apesar de tudo o que temos dito sobre a superiori-dade da proclamao direta, o poder no inerente, mas obra do Esprito. O fato de pregarmos no garantiade bno e o apstolo expressa isso francamente: Apalavra da cruz loucura para os que perecem (1 Co 1:18).

    Incontveis pessoas iro reagir com escrnio. Elas en-tendero, mas acharo que ridculo e loucura fazer-lhes essas propostas.

    Eles diro a si mesmos: Eu no aceito que eu sejaum pecador condenado. E se eu me voltar para este Sal-vador, eu vou perder meu direito de dirigir minha pr-pria vida e fazer o que eu quero. Terei que me confor-mar a novos padres, e muitas coisas com as quais estou

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    comprometido e gosto, tero que ser abandonadas.

    ridculo me pedir que faa isso (Mt 19:22).

    Uma resposta no-autntica

    Adoar o remdio diluindo o evangelho e disfarando-ocom divertimento no o far mais aceitvel, apenas me-nos compreensvel. As pessoas ouviro um evangelho

    modificado, enfraquecido, e suas respostas no seroautnticas.

    O apstolo adverte que a proclamao funciona ape-nas porque Deus a faz operar nos coraes do seu povo.

    Quando as pessoas nos dizem: Vocs so apenastradicionalistas, firmemente presos ao passado e querem

    que tudo seja feito como se fazia no sculo dezenove,eles nos entendem de forma errada. Ns queremos usara proclamao direta porque o que Deus nos diz ex-clusivamente para fazer. Seja no ensino da escola domi-nical, testemunho pessoal, pregao no plpito ou livrose folhetos impressos, o mtodo das Escrituras apresen-tar o evangelho em palavras racionais, a mentes racio-nais, apoiadas por orao fervorosa.

    Muitos evanglicos hoje entendem que o pblicoquer grupos de rock, informalidade, convivncia, teatroe outros divertimentos e, enquanto o apstolo Paulo notinha qualquer inteno de condescender com os desejosda carne, seja de gregos ou judeus, os modernosos de

    hoje saem para dar aos profanos exatamente aquilo quepensam que ir agrad-los.

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    Vamos focalizar toda a nossa energia nas formas da

    proclamao direta e atividades que mantenham as pes-soas sob esta influncia. Estes so os dois nicos aspec-tos legtimos do evangelismo: proclamao e esforospara apoi-la.

    FIM.

    Dr. Peter Master o editor da revista Sword & Trowel,

    The Metropolitan Tabernacle, Londres

    proibida a reproduo de parte ou do todo desta publicao

    sem a permisso formal do editor.Edio: Manoel Canuto

    Edio grfica e capa: Heraldo Almeida