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Anais do IAnais do IAnais do IAnais do IIIII ENDICT ENDICT ENDICT ENDICT –––– Encontro de Divulgação Científica e Tecnológica Encontro de Divulgação Científica e Tecnológica Encontro de Divulgação Científica e Tecnológica Encontro de Divulgação Científica e Tecnológica ISSN 2176-3046
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Wanessa Fernanda Scheidt; Roberta Cechetti; Maurício A. P. Papi; Thanara Zanetti; Karin Becker; Clóvis Bombardelli Universidade Tecnológica Federal do Paraná, rua Cristo Rei, 19, Vila Becker, Toledo, Paraná, 85902-490. E-mail: [email protected]
Resumo
O vinagre é um produto obtido a partir da fermentação acética geralmente de vinhos, que de
acordo com a legislação brasileira deve conter 4% de ácido acético. O presente trabalho faz
uma revisão das técnicas de obtenção de vinagre por fermentação acética utilizando o
processo de conversão microbiológico denominado método rápido, também conhecido por
método alemão e estabelecer uma correlação entre a acidez, o pH e a condutividade elétrica.
Introdução
Desde os tempos mais remotos, o ser humano descobriu que poderia aproveitar
reações que sucediam espontaneamente na natureza para tornar sua vida melhor e mais
agradável. Dessa forma, passou a utilizar em seu benefício, os efeitos surpreendentes e,
durante muito tempo, inexplicáveis, dos processos fermentativos para conservar alimentos e
preparar bebidas (AMORIM; LEÃO, 2005, p.4). O vinagre é conhecido desde a antiguidade.
Seu nome provém do francês vinaigre, ou vinho azedo. Originalmente, era obtido por
fermentações espontâneas (AQUARONE; ZANCANARO, 1983 p.104). O vinagre é
primordialmente uma solução diluída de ácido acético produzido por um processo
fermentativo. Ele contém além de ácido acético, ingredientes solúveis procedentes da matéria
prima do qual ele foi feito (MORETTO; ALVES; CAMPOS, 1988, p.82). O objetivo principal
deste trabalho é estudar a obtenção de vinagre a partir de fermentações acéticas empregando
uma mistura de bactérias Acetobacter, pertencentes à família Pseudomonaceae, utilizando o
processo rápido denominado método alemão e estabelecer uma correlação entre a
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concentração de ácidos, o pH e a condutividade elétrica, para ser usada em futuros estudos de
monitoração, controle e automação da cinética do processo.
Desenvolvimento
A Fermentação
O termo fermentação, no sentido mais amplo possível, pode ser definido como todo
processo no quais microorganismos catalisam a conversão de uma dada substância em
determinado produto (ALCÂNTARA; SWARNAKAR, 2007, p. 260).
A produção de ácido acético a partir da oxidação do etanol é bastante eficiente pelas
linhagens de Acetobacter pertencentes à família Pseudomonaceae sendo por isso usadas na
fabricação do vinagre (SPINOSA, 2002). Na fermentação acética o etanol é oxidado a ácido
acético. Essa etapa é feita por bactérias acéticas em meio aeróbio (PEDROSO, 2003, p. 26).
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (ALCÂNTARA;
SWARNAKAR, 2007, p.260), os fermentados acéticos são definidos como os produtos
obtidos da fermentação acética do fermentado alcoólico de mosto de frutas, cereais ou de
vegetais, de mel, ou da mistura de vegetais, ou ainda da mistura hidroalcoolica, devendo
apresentar acidez volátil mínima de 4,0 gramas por 100 mililitros, expressa em ácido acético.
Existem três principais processos de conversão microbiológica de uma solução
diluída de etanol em vinagre: o processo lento, denominado Orleans ou Francês, o submerso,
que é atualmente a via de conversão mais utilizada pela indústria de vinagre, e o processo
rápido ou Alemão que será utilizado na condução dos experimentos deste trabalho
(SANTOS, 2009, p.16).
O método rãpido consiste da passagem da mistura vinho/vinagre através de um
material com grande superfície de contato, que contém as bactérias acéticas, tendo-se o ar
atmosférico em contracorrente. O equipamento utilizado é conhecido por gerador de vinagre
ou vinagreira, de construção normalmente em madeira (AQUARONE ; ZANCANARO,
p.112, 1983).
A vinagreira é constituída de três partes. A câmara superior tem a função de
distribuir a mistura em acetificação sobre o material de enchimento contido na câmara
intermediária. A câmara inferior funciona como depósito de líquido, de onde é recirculado
para a câmara superior a fim de completar a acetificação, ou é retirado como vinagre bruto
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para clarificação, pasteurização e envase. O material de enchimento, contido na câmara
intermediária, deve possuir grande superfície específica, não conferir sabor, cor e odor
estranhos ao vinagre. Os materiais de enchimento mais utilizados são: sabugo de milho,
bagaço de cana, carvão vegetal, tiras de madeira, pedras, cerâmicas em pedaços etc.
(AQUARONE ; ZANCANARO, p.112, 1983). Esse processo em geral leva 10 dias para que
se possa retirar 10% do volume colocado inicialmente para avinagramento (SPINOSA, p. 14,
2002).
Alterações do Vinagre
Existem três grupos de defeitos que podem aparecer na fabricação do vinagre:
microbiológico, macrobiológica e químico (AQUARONE; ZANCANARO, p. 120, 1983).
O de ordem microbiológica refere-se principalmente a certas espécies de bactérias
acéticas que causam mucosidade, entre elas a Acetobacter xylinum que é um organismo
fortemente capsulado que tende a obstruir o equipamento com um sedimento lodoso. Essa
viscosidade excessiva é mais fácil de aparecer quando a matéria prima é rica em nutrientes,
como os vinhos e sidras (AQUARONE; ZANCANARO, p. 120, 1983).
Entre as alterações de ordem macrobiológica destaca-se a infestação pela enguia do
vinagre Anguillula aceti, proveniente de frutos não bem selecionados ou da poeira do ar, que
aumenta a viscosidade, e reduz as características organolépticas (CAMOCHENA;
FERREIRA, 2006, p.332).
As alterações de ordem química são provocadas principalmente por metais. O ferro
atuando sobre o tanino provoca escurecimento e, sobre fosfatos ou proteínas, produz
turvação. A presença de Cobre, em concentrações mais altas apresenta um sabor metálico e
uma cor mais escura (CAMOCHENA; FERREIRA, p.332, 2006).
Para evitar tais acontecimentos é imprescindível a limpeza do equipamento e deve-
se trabalhar com alta concentração alcoólica, acidez acética inicial adequada (de 2% a 3%),
empregar culturas ativas que acetifiquem rapidamente os mostos e, finalmente realizar a
pasteurização (CAMOCHENA; FERREIRA, p.332, 2006).
Cinética da reação
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O estudo cinético de um processo fermentativo consiste na análise da evolução dos
valores de concentração de um ou mais componentes do sistema de cultivo, em função do
tempo de fermentação. Entende-se como componentes, os microorganismos atuantes, os
produtos do metabolismo e os substratos que compõem o meio de cultura. Tais valores
experimentais de concentração quando representados em função do tempo, permitiram os
traçados das curvas de ajuste (AQUARONE; BORZANI; SCHMIDELL et. al., 2001 p.93).
A cinética possibilita também uma comparação quantitativa entre as diferentes
condições de cultivo (como exemplo a natureza e concentração dos nutrientes, temperatura,
presença de catalisadores e inibidores, qualidade de mistura, etc.), por intermédio de
variáveis, como: as velocidades de transformação e os fatores de conversão, obtidos a partir
das curvas de ajuste (AQUARONE; BORZANI; SCHMIDELL et. al., 2001 p.94). Para
estudo da cinética leva-se em conta, normalmente, o aumento da acidez acética em relação ao
tempo de fermentação, e que envolve um monitoramento químico continuado. A presença da
acidez implica num aumento da condutividade elétrica do mosto, devido à ionização do ácido
acético, que poderia ser empregada em substituição à monitoração química, desde que
estabelecida uma correlação de ajuste entre ambas.
Conclusões
Os processos fermentativos, assim como os processos químicos, são limitados pela
cinética. Por ela é possível relacionar o tempo necessário para atingir concentrações
desejadas e com essas informações é possível buscar melhorias para a otimização do processo
produtivo. Com o auxílio da condutividade elétrica é possível acompanhar o aumento da
concentração de ácidos e minimizar as análises químicas, que são sempre demoradas e
repetitivas e também sujeitas a erros.
Referências
AMORIM, H. V.; LEÃO, R. M. Fermentação alcoólica: Ciência e tecnologia. Piracicaba: Editora Pancrom, p. 4-7, 2005.
ALCÂNTARA, S. R.; SWARNAKAR, R. Influência de variáveis do processo de fermentação acética continua sobre o rendimento. IX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e V Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, p.260, 2007.
AQUARONE, E.; BORZANI, W.; SCHMIDELL, W.; LIMA, U. A. Biotecnologia industrial: Engenharia química. São Paulo: Editora Edgard Blücher LTDA, c. 6, p. 95-96, v. 2, 2001.
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AQUARONE, E.; ZANCANARO, JR. O. Vinagres: Alimentos e bebidas produzidas por fermentação. São Paulo: Edgar Blücher Ltda, p. l04, v.5, 1983.
MORETTO, E.; ALVES, R. F.; CAMPOS C. M. T.; ARCHER, R. M. B.; PRUDÊNCIO, A. J. Vinhos e Vinagre: Processamento e análises. Florianópolis: Editora UFSC, p.82, 1988.
PEDROSO, P. M. F. Produção de vinagre de maçã em biorreator airlift. Dissertação de mestrado. Florianópolis- SC. Universidade Federal de Santa Catarina, p. 17-18, 2003. Acesso dia 19 ago 2010.
SANTOS JUNIOR, V. dos. Estudo das necessidades nutricionais de bactérias acéticas para a produção de ácido acético. 2009. Tese de Doutorado. Engenharia de alimentos, Universidade estadual de Campinas, Departamento de Ciência de Alimentos, 2009. Disponível em: <http://cutter.unicamp.br/document/?code=000439749 >. Acessado em: 20/09/2010 às 20:52.
SPINOSA, W. A. Isolamento, seleção, identificação e parâmetros cinéticos de bactérias acéticas provenientes de indústria de vinagre. 2002. Tese de Doutorado. Engenharia de alimentos, Universidade estadual de Campinas, departamento de ciência de alimentos, 2002. Disponível em: <http://cutter.unicamp.br/document/?code=000236984>. Acessado em: 20/09/2010 às 20:36.
CAMOCHENA, S.; FERREIRA, E. S. Avaliação de vinagre comercial por medidas de condutância. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2006, p. 332.