punk rock e política

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – UnB – 6 a 9 de setembro de 2006 1 Música Punk: Um Ruído Entre o Jovem e a Atitude Política – Estudo do Elo de Comunicação Entre a Música e os Jovens Inseridos no Movimento 1 Ana Maria dos Santos Latgé, Andréia Nunes Pedrozo Moriz, Carla Almeida Freire, Carla Bitelli da Cunha, Rafael Vianna Leal, Victor Borges Malta. 2 Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo; Profa. Dra. Maria Immacolata Vassallo de Lopes; Orientadores: Cláudia de Almeida Mogadouro e Tiago Quiroga. Resumo Estudo e registro da comunicação existente entre a música punk e os jovens da cidade de São Paulo que se autodenominam punks, a partir do conteúdo político verificado nas letras de músicas das principais bandas de punk rock das décadas de 1970-80 (data de surgimento do movimento na Inglaterra), ainda ouvidas por esses jovens. A partir desse material, e definida a relação existente entre essas músicas e a juventude daquela época, analisaremos a manutenção ou extinção do elo comunicacional de outrora. Palavras-chave Punk ; Música; Jovem; Política; Comunicação. Problema de Pesquisa Existe, na atualidade, entre os jovens punks da cidade de São Paulo, um elo político como o que havia entre a música punk em seu início, essencialmente politizada, e a população punk da década de 1970, na mesma cidade? Partimos do princípio de que a música punk , politizada por natureza, não é, entretanto, politizadora. Sendo assim, atribuímos o engajamento político dos jovens que a escutavam no início da década de 1980, na cidade de São Paulo, a um caráter politizado geral da sociedade no momento histórico pelo qual passavam. Portanto, a música atuaria, nesse caso, como um reflexo de pensamentos e ideologias políticas particulares desse grupo, ainda que esse caráter seja negado por seus próprios integrantes. Sendo outra a expressão política da atualidade, faz-se necessário um estudo que identifique a permanência – mesmo que adaptada ao novo contexto social em que 1 Trabalho apresentado ao Intercom Júnior. 2 Ana Maria dos Santos Latgé ([email protected]); Andréia Nunes Pedrozo Moriz ([email protected]); Carla Almeida Freire ([email protected]); Carla Bitelli da Cunha ([email protected]); Rafael Vianna Leal ([email protected]); Victor Borges Malta ([email protected]). Os referidos autores cursam no presente momento o terceiro semestre de Comunicação Social com Habilitação em Editoração na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Na data no Congresso, estarão cursando o quarto semestre do mesmo curso.

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Movimento Punk

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  • Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XXIX Congresso Brasileiro de Cincias da Comunicao UnB 6 a 9 de setembro de 2006

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    Msica Punk: Um Rudo Entre o Jovem e a Atitude Poltica Estudo do Elo de Comunicao Entre a Msica e os Jovens Inseridos no Movimento1 Ana Maria dos Santos Latg, Andria Nunes Pedrozo Moriz, Carla Almeida Freire, Carla Bitelli da Cunha, Rafael Vianna Leal, Victor Borges Malta.2 Escola de Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo; Profa. Dra. Maria Immacolata Vassallo de Lopes; Orientadores: Cludia de Almeida Mogadouro e Tiago Quiroga. Resumo Estudo e registro da comunicao existente entre a msica punk e os jovens da cidade de So Paulo que se autodenominam punks, a partir do contedo poltico verificado nas letras de msicas das principais bandas de punk rock das dcadas de 1970-80 (data de surgimento do movimento na Inglaterra), ainda ouvidas por esses jovens. A partir desse material, e definida a relao existente entre essas msicas e a juventude daquela poca, analisaremos a manuteno ou extino do elo comunicacional de outrora. Palavras-chave Punk; Msica; Jovem; Poltica; Comunicao.

    Problema de Pesquisa

    Existe, na atualidade, entre os jovens punks da cidade de So Paulo, um elo

    poltico como o que havia entre a msica punk em seu incio, essencialmente politizada,

    e a populao punk da dcada de 1970, na mesma cidade?

    Partimos do princpio de que a msica punk, politizada por natureza, no ,

    entretanto, politizadora. Sendo assim, atribumos o engajamento poltico dos jovens que

    a escutavam no incio da dcada de 1980, na cidade de So Paulo, a um carter

    politizado geral da sociedade no momento histrico pelo qual passavam. Portanto, a

    msica atuaria, nesse caso, como um reflexo de pensamentos e ideologias polticas

    particulares desse grupo, ainda que esse carter seja negado por seus prprios

    integrantes.

    Sendo outra a expresso poltica da atualidade, faz-se necessrio um estudo que

    identifique a permanncia mesmo que adaptada ao novo contexto social em que 1 Trabalho apresentado ao Intercom Jnior. 2 Ana Maria dos Santos Latg ([email protected]); Andria Nunes Pedrozo Moriz ([email protected]); Carla Almeida Freire ([email protected]); Carla Bitelli da Cunha ([email protected]); Rafael Vianna Leal ([email protected]); Victor Borges Malta ([email protected]). Os referidos autores cursam no presente momento o terceiro semestre de Comunicao Social com Habilitao em Editorao na Escola de Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo. Na data no Congresso, estaro cursando o quarto semestre do mesmo curso.

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    estamos inseridos ou a perda do elo poltico de outrora, neste caso avaliando-se

    tambm (e principalmente) as causas de seu desaparecimento. essa investigao que

    nos propomos a executar.

    O estudo do comportamento de jovens punks visa, atravs do estudo da parte

    pelo todo, a criar uma conceituao sobre a despolitizao de grupos que tm um

    passado poltico recente e forte, refletindo um quadro da sociedade como um todo (punk

    ou no). De certo modo, estamos tratando da despolitizao do jovem, que, analisada

    num campo bem delimitado, permite uma observao mais precisa e concluses mais

    assertivas.

    Por fim, o trabalho necessitar ainda de conceituao de dados que orientaro o

    processo: o que o prprio movimento punk, o que ele simboliza/simbolizou e como se

    manifesta no conjunto social. Essas so informaes fundamentais para o

    esclarecimento de idias e jarges to comumente utilizados.

    Quadro Terico de Referncia

    As pesquisas mais comuns a respeito dos punks (ou do movimento punk como

    um todo), voltam-se, na maior parte dos casos, para a definio do que o punk: como

    se veste, como age e o porqu de todas essas atitudes que o definem aos olhos da

    sociedade.

    Neste trabalho adotaremos uma perspectiva distinta, a no ser quando aquela

    adotada nas demais pesquisas for necessria para o embasamento desta ou para a anlise

    de algum dado coletado. Nosso intuito estudar o carter poltico deste grupo social

    para descobrir se ele ainda est presente entre os punks da atualidade. Deste modo,

    abordaremos tambm um vis comportamental, mas este se direcionar ao quadro

    poltico da juventude contempornea, confirmando ou negando a teoria de que a

    apolitizao do jovem de hoje acaba prevalecendo inclusive sobre conjuntos em

    princpio politizados. No caso do punk, especificamente, isso o teria tornado apenas

    uma forma de estilo e de comportamento, no uma bandeira. Nossa idia a de que

    no h mais um movimento punk, mas apenas uma atitude comportamental que

    caracteriza os punks dos dias de hoje, com respaldo nas palavras de Paulo Srgio do

    Carmo:

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    O chamado sistema absorveu e incorporou os que queriam transformar e destruir, ou os transformou em produto e dinheiro para ficar ainda mais forte e poderoso. A criao contestadora foi absorvida e expandida para fora dos grupos de onde primeiramente se originou e assim desagregou-se ou diluiu-se. (...) Mesmo os grupos mais radicais enfrentam o problema. Os punks criaram sinais repugnantes, como a sustica nazista e o lixo do consumo como seus smbolos de identidade, na crena de escapar incorporao pelo mercado. Mas, passado o primeiro impacto, a indstria e a mdia comearam a perceber a possibilidade de tirar proveito do espao aberto por eles. 3

    Para que essa avaliao seja possvel, utilizaremos mtodos qualitativos de

    pesquisa, por acreditarmos que a nossa resposta s vir mediante uma investigao

    profunda.

    Hipteses

    Nossa hiptese principal que o elo comunicacional entre a msica punk da

    dcada de 1970, quando o movimento surgiu, e a atitude poltica que, na poca, os

    jovens punks de So Paulo tinham, foi perdido no decorrer dos anos, sendo ausente da

    juventude punk de hoje que, na mesma cidade e escutando as mesmas msicas, no teria

    um carter poltico equivalente ao de ento.

    A partir dessa levantam-se outras questes: teria esse elo existido alguma vez?

    Se existiu e foi rompido, h, nos dias de hoje, um conjunto punk bem delimitado e forte

    a ponto de carregar o ttulo de movimento?

    Alm dessas, h uma outra hiptese crucial: a que contradiz o nosso

    fundamento. Partimos do pressuposto que o jovem punk de hoje no politizado,

    contudo, essa premissa, no sendo um dogma, pode ser anulada se as pesquisas

    caminharem no sentido de sua negao.

    Amostragem

    Nossa problemtica volta-se para o jovem punk, de modo que por ele iniciamos

    a delimitao do nosso campo de pesquisa: a faixa etria estudada ser de 14 a 25 anos,

    sendo critrio fundamental na escolha do entrevistado a sua auto-acepo como punk.

    Aps esse crivo, selecionaremos aqueles que se adequarem s caractersticas

    punks que predeterminarmos, sendo parte dessas uma lista musical limitada, que dever 3 CARMO, Paulo Srgio do. Culturas da Rebeldia: A Juventude em Questo. So Paulo: Ed. Senac, 2001.

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    fazer parte do que o entrevistado escuta. A limitao musical proposta pela

    importncia que a comparao tem no projeto: necessrio que entre as msicas que

    esses jovens escutam, e com as quais se identificam, estejam aquelas que a juventude

    punk das dcadas de 1970 e 1980 escutava. Essas msicas tambm sero avaliadas, j

    que preciso estabelecer seu carter poltico.

    Finalizando, voltamos questo da comparao. Nosso trabalho baseia-se na

    teoria de uma perda de caracterizao do movimento punk. Para estabelecer essa perda

    essencial saber como era no princpio, quando tal caracterizao foi criada. Assim, faz

    parte da nossa amostra pessoas que eram punks e jovens nas dcadas de 1970 e 1980, ou

    aquelas que esto engajadas no estudo do movimento nessa poca, criando, a partir

    disso, o elemento comparativo necessrio para a anlise do nosso grupo principal,

    referido acima.

    Tcnicas de Coleta de Dados

    Inicialmente faremos entrevistas prvias com o objetivo de analisar por quem

    formado o movimento punk. As perguntas sero direcionadas obteno de respostas

    que demonstrem qual o perfil do jovem punk de hoje. Isso possibilita que haja uma

    triagem de quem ser entrevistado (dividiremos as pessoas em grupos diferentes, que

    sero detalhados mais adiante) e que tais entrevistas contribuam efetivamente para a

    pesquisa.

    As entrevistas individuais sero realizadas com membros de trs grupos

    diferentes. O primeiro ser composto por jovens que se considerem punks (delimitados

    de acordo com as qualidades descritas na amostragem), com o intuito de descobrir o

    quanto a msica ouvida por eles est ligada s suas ideologias polticas. O segundo ser

    composto por pessoas que ouviam msica punk durante a dcada de 1970, com o

    mesmo objetivo da entrevista com o primeiro grupo, porm os questionaremos para

    saber quais mudanas de ideologia eles sofreram com o passar dos anos, e como eles

    vem a cultura punk atualmente. O terceiro e ltimo grupo diz respeito queles que

    trabalham/trabalharam com punks, como pessoas relacionadas ao mercado fonogrfico

    que lancem as discografias punks, e/ou tericos do movimento, aqueles que o estudam

    ou o descrevem. Para essa terceira parcela de entrevistados as perguntas tero

    praticamente o mesmo carter das abordadas com o segundo grupo.

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    Por ltimo, entraremos em contato com smbolos da cultura punk nacionais,

    como membros de bandas, para analisarmos a viso de pessoas que participaram de

    maneira direta do movimento ou foram fortemente influenciados por ele. As questes

    elaboradas para esse grupo sero determinadas aps uma breve pesquisa sobre cada

    indivduo que ser entrevistado, para direcionarmos as perguntas de maneira mais

    efetiva tendo em mos algumas informaes prvias.

    Segue abaixo algumas das perguntas que sero feitas aos dois primeiros grupos

    de entrevistados:

    1. Desde quando voc punk?

    2. Por que decidiu seguir essa ideologia?

    3. O que mais te interessa na cultura punk?

    4. Que bandas voc ouve?

    5. Voc se identifica com as letras dessas bandas? Por qu?

    6. Voc se considera engajado politicamente?

    7. Pra voc, o que mudou desde o surgimento do punk at hoje?

    8. Na sua opinio, a viso da sociedade sobre os punks corresponde com o que vocs

    realmente so?

    As perguntas a seguir dizem respeito apenas aos punks que participam do

    movimento desde os anos 1970, ou ao terceiro grupo:

    1. Como voc v os punks atuais?

    2. Como voc se envolveu e se envolve com o movimento?

    Uma segunda maneira de coletar dados ser pesquisar publicaes direcionadas

    para esse pblico. O mtodo utilizado h muito tempo por punks a veiculao de

    fanzines, sempre feitos com poucos recursos, mas justamente por isso bastante livres

    para transmitirem seus ideais sem censuras. Faremos um levantamento dos fanzines

    mais influentes que esto circulando atualmente e analisaremos algumas de suas

    edies.

    A Descrio dos Dados

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    Atravs das entrevistas, considerando tambm a ajuda do material terico

    acumulado, acreditamos j estarmos aptos a descrever vrios cenrios e momentos do

    movimento punk, bem como o perfil de seus participantes, desde as suas manifestaes

    nos anos 1970 (pela perspectiva dos prprios membros entrevistados) at as suas

    organizaes mais recentes.

    Para isso as entrevistas sero transcritas em formas de textos, nos quais sero

    expostos os pontos de vista comuns dos entrevistados e as suas principais diferenas.

    Buscaremos nessas entrevistas no dados quantitativos, mas sim impresses pessoais

    que, de acordo com nossa perspectiva, levantaro pontos importantes para o

    desenvolvimento de nossa pesquisa.

    Com os fanzines faremos uma avaliao do contedo em comum e o que os

    caracterizam como um fanzine punk. Nesta avaliao sero levantados tanto o contedo

    poltico tratado pelos textos como tambm as ideologias polticas envolvidas. Estas

    caractersticas sero expostas textualmente, contendo consideraes e observaes dos

    membros do grupo de pesquisa.

    A Interpretao dos Dados

    Inicialmente, faz-se de suma importncia definir quais so os objetivos que

    pretendemos a partir dos dados colhidos, para conseguirmos uma interpretao eficaz e

    centrada no objeto de nossa pesquisa.

    Tendo isso em vista, nossos principais objetivos so:

    Descobrir se a juventude da dcada de 1970 relacionada ao movimento punk era

    realmente politizada e o porqu disso, alm da relao desta politizao com a

    msica;

    Descobrir se os jovens que atualmente se autodenominam punks (alm das

    caractersticas definidas no item Amostragem) so politizados, e qual a

    relao deste fato com a mesma msica citada no objetivo anterior.

    Estes dois objetivos foram expostos simplificadamente, porm no se pode ignorar

    que h outras questes a se responder.

    Em relao s entrevistas, pretendemos atingir com profundidade algumas

    particularidades do movimento punk, tanto o da dcada de 1970 quanto o atual, tendo

    em vista que o mtodo qualitativo nos permite observar caractersticas mais especficas.

    Entre estas caractersticas, o nvel de politizao de ambos os grupos citados e as formas

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    de atuao poltica do entrevistado dent ro e fora do movimento seriam altamente

    significativos para nosso desenvolvimento de projeto. Consideramos tambm que

    apenas atravs de entrevistas poderamos analisar com detalhamento qual foi e qual a

    relao comunicacional entre a msica punk e a politizao do entrevistado.

    J a anlise das publicaes do grupo, especialmente os fanzines, nos permitiria

    depreender a inteno de comunicao poltica dos punks, e qual seu grau de

    interferncia na conscientizao tambm poltica nessas pessoas. importante salientar

    que no nos proporemos a analisar a importncia dos fanzines e outras questes afins,

    pois estas no so relativas ao nosso objeto de pesquisa. Desta forma, a anlise seria

    feita em torno do contedo das publicaes, procurando perceber qual o pblico-alvo

    da mesma (pois para nossa investigao torna-se necessrio que este seja o jovem) e se

    seu discurso poltico.

    Concluses

    Feitas as interpretaes possveis dos dados obtidos, a partir do material

    previamente selecionado e lido, poderemos ento discutir se a comunicao entre a

    mdia pela qual se expressa todo um movimento apresenta, na atualidade, apenas alguns

    de seus traos, sendo toda a contracultura revolucionria que ele pregava substituda por

    sua iconizao como elemento oposicionista: no mais um movimento punk

    determinado por uma ideologia/atitude poltica, mas punks pela posio contrria ao

    comportamento social vigente, mesmo quando este no poltico.

    importante ressaltar, contudo, que a nossa suposio inicial pode ser negada na

    medida em que a investigao se aprofunde. Desse modo, a nica certeza que temos

    que atravs da pesquisa estaremos aptos a obter uma resposta para a nossa problemtica,

    a questo da comunicao entre a simbologia que a cultura punk tem, exposta em suas

    letras de msica, e a atitude que tm aqueles que as escutam, determinando a

    existncia/ausncia dessa sincronia comunicacional que acreditamos ter existido, entre

    as duas, num passado no muito remoto.

    A pesquisa no est completa por estar sendo desenvolvida durante a disciplina

    Teoria e Mtodos de Pesquisa em Comunicao, lecionada pela Profa. Dra. Maria

    Immacolata Vassalo de Lopes, e referente ao terceiro semestre do curso de Editorao.

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    Contudo, a pesquisa ser finalizada at 3 de julho, data mxima para a entrega do

    relatrio final em mesma aula.

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