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Publicação Mensal do Sindicomis/ACTC Ano 29 - nº 258 - São Paulo/SP - Abril/15 www.sindicomis.com.br CONSELHO DE SERVIÇOS DA FECOMERCIO SP DEBATEU PANORAMA POLÍTICO NACIONAL aroldo Piccina reforçou os ob- jetivos do Conselho no debate democrático sobre os problemas que afetam o segmento de serviços, por meio de estudos, propostas e seu en- caminhamento aos poderes executivo e legislativo. Por entender que estas ações não são suficientes, o presi- dente colocou em discussão um novo formato para as próximas reuniões, destinando um espaço para ouvir os problemas dos Sindicatos integrantes do Conselho. Haroldo enfatizou que o novo formato das reuniões vai favorecer a interação e criará a possibilidade de partilhar ex- periências com todos os integrantes do Conselho. Os Conselheiros acha- ram ótimo esse novo formato e alguns já se candidataram para se apresenta- rem na próxima reunião. Sobre o panorama político nacional, Piccina disse que a situação está pre- H Após a eleição para o mandato de 2015, o Conselho de Serviços realizou sua primeira reunião com Haroldo Piccina como presidente e José Carlos Larocca como vice-presidente ocupante, já que a Presidente prima pela falta de articulação com o Con- gresso Nacional. Hoje há oito Ministros envolvidos no relacionamento com o Congresso: Aloísio Mercadante (Casa Civil); Pepe Vargas (Relações Institu- cionais); Miguel Rosseto (Secretaria Geral da Presidência da República); Jacques Wagner (Defesa); Ricardo Berzoini (Comunicações); Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia); Eliseu Padilha (Aviação Civil); e Gilberto Kassab (Ci- dades). Apesar deste contingente de interlocutores, Renan Calheiros usou prerrogativas de Presidente do Senado e devolveu a MP669, que tratava da desoneração da folha de pagamento, uma derrota para a Presidente. As medidas de ajuste fiscal não encontram receptividade na base de apoio e há resistência até mesmo entre os parlamentares petistas. Pesquisa encomendada pelo Planalto revelou que a taxa de desaprovação do gover- no de Dilma caiu para 7%, uma queda de 40% de bom ou ótimo, em menos de quatro meses. O Assessor Parlamentar da FECOMER- CIO SP, Fúlvio, comentou: “Para Dilma não houve noite de núpcias, ela está em curso de separação litigiosa. Qua- se dois milhões de pessoas pediram isso neste fim de semana. A Presiden- te não entende o clamor social. Não há confiança na condução do país por esse governo. A sociedade flexionou os músculos, o parlamento estufará o peito e a crise política se agravará.” Noboru, da Assessoria Econômica, re- latou que o setor de serviços teme o aumento da carga tributária com a re- forma do PIS/COFINS. A proposta do governo para esta reforma, anunciada na primeira reunião ministerial pela Presidente Dilma, pretende a “unifor- mização da alíquota do PIS e da CO- FINS de 9,25% sobre o faturamento”. Esta nova proposta elevaria em 104%, em média, a carga tributária das em- presas; cálculos apontam para uma alta de 4,3% dos preços no setor; também elevaria em 0,6% a inflação medida pelo IPCA; e o setor de ser- viço teria um impacto de R$32,5 bi- lhões em carga tributária adicional ao ano. A posição da FECOMERCIO SP é que as empresas possam optar em se manter no cálculo cumulativo atual, com alíquota de 3,65%. Haroldo Piccina e José Carlos Larocca propuseram novo formato para as reuniões do Conselho ERRATA: na matéria de capa do Acontece 257, onde foi grafado A inflação já está em mais de 6,5% ao mês, o correto é 6,5% no ano.

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Page 1: Publicação Mensal do Sindicomis/ACTC CONSELHO DE … · 2019. 6. 25. · e devolveu a MP669, que tratava da desoneração da folha de pagamento, uma derrota para a Presidente. As

Publicação Mensal do Sindicomis/ACTC

Ano 29 - nº 258 - São Paulo/SP - Abril/15

w w w. s i n d i c o m i s . c o m . b r

CONSELHO DE SERVIÇOS DA FECOMERCIO SP DEBATEU

PANORAMA POLÍTICO NACIONAL

aroldo Piccina reforçou os ob-jetivos do Conselho no debate

democrático sobre os problemas que afetam o segmento de serviços, por meio de estudos, propostas e seu en-caminhamento aos poderes executivo e legislativo. Por entender que estas ações não são suficientes, o presi-dente colocou em discussão um novo formato para as próximas reuniões, destinando um espaço para ouvir os problemas dos Sindicatos integrantes do Conselho.

Haroldo enfatizou que o novo formato das reuniões vai favorecer a interação e criará a possibilidade de partilhar ex-periências com todos os integrantes do Conselho. Os Conselheiros acha-ram ótimo esse novo formato e alguns já se candidataram para se apresenta-rem na próxima reunião.

Sobre o panorama político nacional, Piccina disse que a situação está pre-

H

Após a eleição para o mandato de 2015, o Conselho de Serviços realizou sua primeira reunião com Haroldo Piccina como presidente e José Carlos Larocca como vice-presidente

ocupante, já que a Presidente prima pela falta de articulação com o Con-gresso Nacional. Hoje há oito Ministros envolvidos no relacionamento com o Congresso: Aloísio Mercadante (Casa Civil); Pepe Vargas (Relações Institu-cionais); Miguel Rosseto (Secretaria Geral da Presidência da República); Jacques Wagner (Defesa); Ricardo Berzoini (Comunicações); Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia); Eliseu Padilha (Aviação Civil); e Gilberto Kassab (Ci-dades). Apesar deste contingente de interlocutores, Renan Calheiros usou prerrogativas de Presidente do Senado e devolveu a MP669, que tratava da desoneração da folha de pagamento, uma derrota para a Presidente.

As medidas de ajuste fiscal não encontram receptividade na base de apoio e há resistência até mesmo entre os parlamentares petistas. Pesquisa encomendada pelo Planalto revelou que a taxa de desaprovação do gover-no de Dilma caiu para 7%, uma queda de 40% de bom ou ótimo, em menos de quatro meses.

O Assessor Parlamentar da FECOMER-CIO SP, Fúlvio, comentou: “Para Dilma não houve noite de núpcias, ela está em curso de separação litigiosa. Qua-se dois milhões de pessoas pediram isso neste fim de semana. A Presiden-te não entende o clamor social. Não há confiança na condução do país por esse governo. A sociedade flexionou os músculos, o parlamento estufará o peito e a crise política se agravará.”

Noboru, da Assessoria Econômica, re-latou que o setor de serviços teme o aumento da carga tributária com a re-forma do PIS/COFINS. A proposta do governo para esta reforma, anunciada na primeira reunião ministerial pela Presidente Dilma, pretende a “unifor-mização da alíquota do PIS e da CO-FINS de 9,25% sobre o faturamento”.

Esta nova proposta elevaria em 104%, em média, a carga tributária das em-presas; cálculos apontam para uma alta de 4,3% dos preços no setor; também elevaria em 0,6% a inflação medida pelo IPCA; e o setor de ser-viço teria um impacto de R$32,5 bi-lhões em carga tributária adicional ao ano. A posição da FECOMERCIO SP é que as empresas possam optar em se manter no cálculo cumulativo atual, com alíquota de 3,65%.

Haroldo Piccina e José Carlos Larocca propuseram novo formato para as reuniões do Conselho

ERRATA: na matéria de capa do Acontece 257, onde foi

grafado A inflação já está em mais de 6,5% ao mês, o

correto é 6,5% no ano.

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Abril/152

Palavra do PresidentePalavra do Presidente

Missão delicada

S e, como têm dito analistas e a imprensa, o governo Dilma está por um fio, este

fio tem nome: Joaquim Levy.

Levy foi a melhor proposta apresentada à Dil-ma para ocupar a pasta, quando esta convi-dou o presidente de um dos maiores bancos privados do País, que não aceitou.

Porém, Levy não foi um prêmio de consola-ção, ele é firme em suas convicções e deve conduzir esta fase difícil de ajuste fiscal com a dureza e a frieza necessárias.

Ocorre que a tão sonhada carta branca para fazer o que deve ser feito, ainda não foi ou-torgada pela presidente. Antes de se filiar ao PT, Dilma Rousseff era filiada ao PDT, herdei-ra direta de Leonel Brizola, ideologicamente muito mais à esquerda que Lula ou qualquer outro dirigente atual do PT. Esta esquerda é a da burocracia, da centralização do poder e de outras características mais inflexíveis.

A escolha de Levy deve ter sido difícil, pois é um nome forte no chamado mercado. O resultado é que hoje sua missão foi muito ampliada, pois além de promover os ajus-tes, ele é o responsável direto por recuperar a credibilidade do governo junto ao tal de mercado que ele conhece tão bem.

Em três meses, a presidente já tentou qua-se dez nomes ligados ao PT para realizar a aproximação necessária com as forças polí-ticas que comandam o País. Tentou em vão, porque nenhum deles conseguiu até agora um único acordo sequer com as presidências da Câmara e do Senado, ambos nas mãos do PMDB. Dilma ainda não se convenceu

de que o melhor nome para esta missão é o do próprio Levy.

O Congresso atual ainda não se definiu sobre o que apoiar no governo. Os presidentes disparam em muitas direções, para agradar aos partidos da extinta base aliada, seja em questões religiosas, sociais ou culturais. Até agora ninguém arriscou nada na área eco-nômica, o que está paralisando o Brasil. Até mesmo uma das maiores críticas ao governo, sobre a quantidade excessiva de ministérios, não será alterada para não piorar ainda mais a situação do governo com os partidos de apoio e com o próprio PT.

Os ajustes devem ser feitos, primeiro para tentar salvar alguma coisa na economia este ano, depois para possibilitar a tão discuti-da reforma fiscal. Já se fala, em Brasília, na apresentação de propostas para a unificação do ICMS, dando fim à guerra fiscal. A outra reforma, a política, ainda vai passar por mui-tas comissões e discussões antes que tome algum formato possível.

Enquanto isso, o mercado vai sobrevivendo com bolsas em baixa e câmbio em alta. Seria um momento propício aos exportadores, se nossos principais produtos de exportação estivessem com preços mais competitivos no mercado internacional. Minério de fer-ro, petróleo e derivados estão com preços baixos e ainda caindo, o que não é muito alentador. Resta acreditar em reação da soja e do açúcar, além das demais commodities.A nós resta torcer para que Levy consiga prosseguir com sua missão, que hoje é a de ser o fio de sustentação de um governo totalmente desacreditado.

Presidente: Haroldo Silveira Piccina; Vice-Presidente: Luiz Antonio Silva Ramos; Diretoria: Laércio Anjos Fernandes, Regynaldo Mollica, Sérgio Ricardo Giraldo; Secretário Geral: José Emygdio Costa; Suplentes: Milton Lourenço Dias Filho; Diretoria: Antonio Cloves Ferreira Franco, Fernando Manuel Ferreira Gomes Dos Reis, Ricardo Messias Sapag, Marco Antonio Guerra, Nelson Masaaki Yamamoto; Conselho Fiscal: Darcy Franzese, André Gobersztejn, Francisco Catharino Uceda; Suplentes: Paulo Alexandre Balsas Ferreira; Conselho Fiscal: Reinaldo Braz Postigo; Representantes Junto Á Fecomércio: 1º Delegado Efetivo: Haroldo Silveira Piccina, 2º Delegado Efetivo: Luiz Antonio Silva Ramos; 1º Delegado Suplente: Regynaldo Mollica, 2º Delegado Suplente: José Emygdio Costa. SINDICOMIS ACONTECE: Publicação Mensal Órgão do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Carga e Logística do Estado de São Paulo e da Associação Nacional das Empresas Transitárias, Agentes de Carga Aérea, Comissárias de Despachos e Operadores Intermodais. Sede: Rua Avanhandava, 126, 6º andar - Conj. 60 e 61 - Bela Vista - São Paulo - CEP 01306-901 - Tel.: (11) 3255-2599 / Fax: (11) 3255-2310. Internet: www.sindicomis.com.br - e-mail: [email protected]. Jornalista Responsável Álvaro C. Prado - MTb nº 26.269. Reportagens Álvaro C. Prado. Revisão Gisele E. Prado. Projeto Gráfico Salve! Design & Media Tel/fax.: (11) 6601-7868. Impressão Artgraphic. As opiniões expressas nos artigos dos articulistas convidados podem não coincidir com as opiniões do SINDICOMIS/ACTC.

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Abril/15 3

Comitê TécnicoComércio Exterior e Fiscal

Comitê Técnico discutiu o tema “Siscoserv e serviços – intermediários

no transporte de carga”Coordenador do Comitê, Luiz Antonio Silva Ra-mos, recebeu Jane A. de Pinho, para expor sobre o assunto “Siscoserv – obrigações tributárias e

soluções de consultas”. Com larga experiência, Jane de Pinho foi Coordenadora Geral de Serviços e Mercado Externo do MDIC e participou da elaboração dos Manu-ais Informatizados e dos Atos Normativos do Siscoserv.

Jane iniciou a exposição falando sobre a legislação que disciplina o Siscoserv, a Lei 12.546/2011, que instituiu a obrigação de prestar informações; a IN RFB 1277/2012, que instituiu a obrigação de prestar informações ao RFB; e a Portaria Conjunta da RFB/SCS, referente aos Manuais Informatizados de Venda e Aquisição do Siscoserv.

Com a implantação do sistema, muitas dúvidas na inter-pretação dos manuais levaram empresas a solicitar junto à RFB uma solução de consultas, para esclarecer àqueles que utilizam o sistema, principalmente no registro de frete no Siscoserv.

Jane destacou duas soluções de consultas que considera balizadoras para esse tema:

- Nº 106, SRRF09/Disit - Obrigatoriedade de Registro depende do Incoterm pactuado entre comprador e ven-dedor – casos como o da importação por conta e ordem e a importação por encomenda.

- Nº 257, Cosit - Responsabilidade do Registro no Trans-porte de Carga e Agenciamento de Frete do Exterior para o Brasil - Agente de Carga atuando como repre-sentante do importador: é do importador a obrigação de informar no Siscoserv a tomada do serviço de transporte junto ao prestador domiciliado no exterior.

O papel do Intermediador está disposto na SC SRRF10/DSIT:

- Promover a aquisição do serviço (principal) passando para o prestador a obrigação da execução;- Obrigação de remunerar o intermediário pelo serviço (acessório), que poderá recair sobre o prestador principal, dependendo do domicilio;- Dependendo da natureza do negócio, poderá decorrer do mesmo ato a realização de outros serviços: assistência ou suporte à realização do principal, objeto de declara-ção no Siscoserv.

Jane resumiu o papel do Agente de Carga, afirmando que ele é o transportador efetivo, o remetente, o desti-natário e o consolidador.

Ao final, Jane falou sobre as penalidades pela não presta-ção de informações no Siscoserv, previstas na Lei 12.873, de 24 de outubro de 2013 e lembrou aos participantes a atuação forte do SINDICOMIS/ACTC, que resultou na modificação do artigo 57 da MP nº 2158-35 de 2001, reduzindo substancialmente o valor das multas.

O

Jane de Pinho explicou detalhes do Siscoserv

para associados e filia-dos do SINDICOMIS/

ACTC

Palestra atraiu muitos associados à sede do

Sindicato

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O deputado Federal Laércio Oli-veira, que é vice-presidente

da Confederação Nacional do Co-mércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi eleito presidente da Co-missão Especial do Novo Código Comercial na Câmara dos Deputa-dos. A Comissão foi instalada no dia 18 de março e terá o deputado Paes Landim (PTB-PI) como relator.

Depois de instalada a Comissão, foi reaberto o prazo para apresentação de emendas, para possibilitar a par-ticipação de parlamentares da nova legislatura.

A Comissão deve elaborar parecer sobre o Projeto de Lei nº 1.572, de

Notícia CNCNotícia CNC

Laércio Oliveira é eleito presidente da Comissão do Código Comercial

2011, que institui o “Novo Código Comercial”. O Projeto tem a inten-ção de atualizar a legislação sobre as relações entre pessoas jurídicas, uma vez que o direito empresarial brasi-leiro é disciplinado, em sua maior parte, pelo Código Civil de 2002.

O novo Código Comercial vai ga-rantir maior segurança legal aos contratos entre empresas e, como consequência, beneficiará os consu-midores brasileiros. De acordo com Laércio, o Novo Código Comercial promoverá oportunidades para a ati-vidade empresarial. “Um novo códi-go comercial é, para nós, a base, o alicerce para se edificar a segurança jurídica necessária a uma atividade

empresarial competitiva, responsá-vel e inovadora. Não se pode pensar em empreender, investir e gerar ri-quezas e empregos em um país que não tem regras claras para o mundo dos negócios”, disse o parlamentar.A CNC tem incentivado o debate sobre o tema em todo o Brasil e pu-blicou a Cartilha do Novo Código Comercial, que detalha o tema por meio de perguntas e respostas. Na Cartilha, é possível conhecer o novo Código Comercial e seu impacto no cotidiano de empresários e consumi-dores em todo o Brasil.

Fonte: CNC – Confederação Nacio-nal do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

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Notícias FecomercioNotícias Fecomercio

Lei estadual sobre inclusão de nomes em Serviço de Proteção ao Crédito

é inconstitucionalpedido da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FECOMERCIO SP), a Confederação Nacional do Comércio (CNC) ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com ação direta de

inconstitucionalidade contra a Lei Estadual nº 15.659, de 9 de janeiro de 2015.

A lei regulamenta o sistema de inclusão e exclusão dos nomes dos consumidores nos cadastros de proteção ao crédito. De acordo com a norma, a inclusão do nome dos consumidores em cadastros ou bancos de dados de consumidores de serviços de proteção ao crédito dispensa a autorização do devedor, mas, se a dívida não foi protestada ou não estiver sendo cobrada diretamente em juízo, deve ser previamente comunicada por escrito e comprovada (mediante protocolo de aviso de recebimento assinado) a sua entrega no endereço fornecido por ele.

Na avaliação da Entidade, apesar do direito do consumidor ser matéria de competência concorrente, a Lei estadual extrapola sua competência ao legislar sobre matéria já regulada por lei federal, no caso, o Código de Defesa do Consumidor.

Entre os impactos negativos que a lei estadual traz além do comércio atuar com informações desatualizadas sobre os consumidores, há o risco de os inadimplentes escolherem não ser incluídos nos cadastros de proteção ao crédito ao não assinar o recebimento do aviso da dívida.

Fonte: FECOMERCIO SP – 09-03-2015

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Abril/156

Sancionado novo Código de Processo Civil,

que entra em vigor daqui a um ano

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Notícias do SindicatoNotícias do Sindicato

presidente Dilma Rousseff sancionou o novo Código de Processo Civil, que passará a vigo-

rar no dia 17 de março de 2016 – um ano após a pu-blicação oficial. O incentivo à conciliação foi um dos pontos mais elogiados pela presidente, por juristas e por parlamentares que estiveram na cerimônia de sanção. O projeto teve pontos vetados, que só serão divulgados nesta terça-feira, quando a nova lei será publicada.

Relator do projeto na Câmara, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) adiantou dois vetos. Segundo ele, a presidente retirou do texto uma das inovações incluídas pela Câmara, que permitia a conversão de ação individual em coletiva quando o tema dissesse respeito a uma coletividade – um condomínio, por exemplo. Com isso, a sentença final poderia ser apli-cada a todo o coletivo, não apenas ao autor da ação.

Teixeira disse que a Advocacia-Geral da União se comprometeu a rediscutir o tema. “A AGU achou por bem sugerir o veto e mandar uma nova proposta de lei para resolver o problema. Essa é uma questão importante, temos de rediscutir e esperar que o Exe-cutivo encaminhe a sua proposta”, disse.

Teixeira também adiantou o veto ao dispositivo que permitia a sustentação oral do advogado na discus-são de agravos – um tipo de recurso que apela de decisões processuais.

CoNCiliação

Ao sancionar o texto, a presidente Dilma Rousseff

destacou o protagonismo dado à conciliação pela nova lei. “O espírito do novo código valoriza como nunca a conciliação, a busca do entendimento, o esforço pelo consenso, como formas de resolver pacífica e naturalmente os litígios com soluções ne-gociadas, que satisfaçam da melhor maneira possível as partes envolvidas”, opinou.

Os tribunais terão de criar centros específicos para a realização de audiências de conciliação, que passam a ter destaque no início do processo. A contratação de mediadores e conciliadores também está prevista na nova lei.

O incentivo à conciliação, segundo Paulo Teixeira, pode acabar com a cultura de ir ao Judiciário para lucrar com o atraso nas decisões. “Nós queremos um País com um Judiciário que previna conflitos e também com um processo judicial que desestimule a postergação”, disse.

O deputado aposta nos bons resultados atuais de tribunais que apostaram na conciliação para garantir a mudança na Justiça. Segundo ele, cerca de 80% dos casos que chegam à mediação são resolvidos.

O deputado Hugo Leal (Pros-RJ) também destacou a importância da conciliação. “O novo CPC intensifica entendimentos para que a Justiça seja prestada de forma mais célere”, disse.

DeCiSão úNiCa

Outro destaque da nova lei é uma ferramenta que

Parlamentares, juristas e a presidente Dilma destacaram mudanças que buscam acelerar o término das ações judiciais que, hoje em dia, podem demorar até 20 anos. Conciliação, jurisprudência fortalecida e eficácia imediata de decisões foram pontos ressaltados durante a cerimônia de sanção

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Abril/15 7

Notícias do SindicatoNotícias do Sindicato

permite aos tribunais aplicar a mesma decisão para milhares de ações iguais. O objetivo é lidar de maneira mais rápida com as demandas de massa – ações contra empresas de telefonia, água, luz e outros contratos de adesão; previdência; entre outros. Isso também evita que várias ações com pedidos iguais tenham decisões diferentes, o que gera diversos recursos até a pacifica-ção do tema por tribunais superiores.

A presidente da República destacou ainda o forta-lecimento da jurisprudência – as decisões tomadas pelos tribunais superiores terão de ser seguidas em instâncias inferiores. “Amplo direito de defesa, du-ração razoável dos processos, eficácia na aplicação das sentenças, ampliação dos efeitos das sentenças aos que lutam por direitos idênticos são qualidades inquestionáveis do novo CPC”, disse Dilma.

HiStóRiCo O novo Código de Processo Civil foi sugerido por uma comissão de juristas em 2009 e aprovado pelo

Senado no final de 2010. O texto ficou três anos na Câmara, quando foi objeto de mais de 100 audiências públicas e de discussões nos estados. Uma nova ver-são do CPC foi aprovada pela Câmara em março de 2014. O texto retornou ao Senado, que deu a palavra final sobre o tema no final do ano passado.

Trata-se do primeiro código de processo civil elabo-rado durante um regime democrático. A lei que ainda está em vigor é de 1973, período da ditadura militar, e já sofreu mais de 60 mudanças. Antes dele, o códi-go era de 1939, criado pela ditadura do Estado Novo.

O CPC regula a tramitação de todas as ações não penais – consumidor, questões de condomínio, tribu-tário, trabalhista, empresarial, entre outros.

Fonte: Câmara Federal

Agência BrasilReportagem – Carol Siqueira Edição – Pierre Triboli

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Notícias FecomercioNotícias Fecomercio

A Posicionar os sindicatos patronais como protagonistas nas negociações coletivas,

e não apenas reagentes à demanda de trabalha-dores e governo, é o objetivo do Workshop de Negociação Coletiva realizado em 13 de março, pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) com apoio da FECOMERCIO SP, na Entidade paulista.

“Devemos arrostar um processo de moderniza-ção e adequação das estruturas sindicais para os novos tempos que vivemos e os que se apro-ximam. Saliento que o empresariado se aco-modou ao longo do tempo, enquanto a classe trabalhadora, com justiça, se movimentou para montar uma estrutura com pesquisas, advogados

e economistas, aparato que não tínhamos. Agora temos nosso instituto de pesquisa, que inclusive é referência para o Brasil todo, com o objetivo de respaldar o empresariado na defesa resoluta e equilibrada da conciliação entre o capital e o trabalho”, destacou o vice-presidente da CNC, Roberto Tadros.

Ivo Dall’Aqua, diretor da FECOMERCIO SP, re-forçou o pensamento, dizendo que “mais do que nunca a atuação dos sindicatos será obser-vada, reconhecida ou criticada pelos represen-tados porque as alterações pelas quais o País tem passado geram uma real necessidade de as empresas trabalharem de forma efetiva e compe-tente temas como a negociação coletiva”. Com isso, “os sindicatos patronais passam a ser vistos como essenciais no equilíbrio das relações entre empregadores e trabalhadores”, apontou.

Em sua apresentação, o professor Hélio Zylbers-tajn, da FEA/USP, comentou sobre o menor nú-mero de pessoas no mercado de trabalho atual – hoje, de cada 100 pessoas, há 56 trabalhando. Segundo o professor, uma das razões é que nos últimos anos a renda das famílias aumentou e há mais pessoas trabalhando, como pai e mãe, deixando que o filho consiga apenas estudar. A quantidade de aposentados também aumentou, e essas pessoas saíram do mercado de trabalho. Além disso, houve aumento no consumo de bens

SINDICATOS PATRONAIS DEVEM SER PROTAGONISTAS

PARA MANTER EQUILÍBRIO NAS NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

Especialistas apresentaram dados do mercado de trabalho e da legislação brasileira que trata do assunto em workshop realizado na FECOMERCIO SP

Roberto Tadros (esq.), vice-presidente da CNC; Ivo Dall’Aqua, diretor da FECOMERCIO SP;

Hélio Zylberstajn, da FEA/USP; e Osmani Teixeira, advogado e membro do Conselho Temático

de Relações de Trabalho da CNI, debateram a importância das negociações coletivas na

preservação das relações do trabalho

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e serviços, elevando também a quantidade de pessoas trabalhando nos setores de comércio e serviços, em tese menos produtivos do que a indústria (que está reduzindo o número de empregos). “Estamos com o mesmo PIB, mas com mais gente produzindo esse PIB. O Brasil ficou menos produtivo, só que com mais gente trabalhando. Em 2014, foram criados menos de 400 mil empregos”, apontou Zylberstajn, desta-cando que, se o desemprego crescer, reduzirá o poder de barganha dos trabalhadores. “Mas também há o aumento da inflação, que complica o cenário”, observou.

O professor ainda destacou dados como a in-formalização, que corresponde à metade do mercado de trabalho brasileiro, e os 78% de cres-cimento real do salário mínimo de 2001 a 2015. “A escassez de mão de obra e a pressão do PIB têm gerado aumentos reais acima da inflação”, indicou. Segundo dados apurados pela Fipe, o comércio deu 7% de reajuste salarial, em média, em dezembro de 2014. Já no primeiro trimestre de 2015, a média foi de 8%.

Para 2015, Zylberstajn prevê que haverá aumen-to de desemprego com reflexos na mesa de negociação. “Na recessão, a pauta sindical cos-tuma ser manter o emprego ao invés de focar no aumento de salário”.

Já para Osmani Teixeira, advogado e membro do Conselho Temático de Relações de Trabalho da CNI, a principal vantagem da negociação coleti-

Notícias FecomercioNotícias Fecomercio

va deve ser a redução ou a eliminação da incerte-za jurídica em que se encontram os trabalhadores e empregadores. “Uma boa contratação deve conciliar competitividade com atendimento dos trabalhadores”, pontuou. Além disso, segundo ele, as organizações sindicais devem adotar uma estratégia de propositividade e não só de reação a propostas do governo ou dos trabalhadores.Os trabalhadores querem maior participação e possibilidade de escolha e flexibilidade para organizarem suas próprias vidas, enquanto as empresas precisam de rapidez nas decisões, se-gurança jurídica e ausência de conflitos. “A livre negociação supõe escolher quando, com quem, o que e como negociar, válido para os dois la-dos. As concessões não devem ser vistas como renúncia, mas como troca de direitos. Deve haver autonomia das partes para transferir direitos e obrigações”, reforçou o advogado.

Houve ainda, durante a manhã, espaço para perguntas do público presente e apresentação do Sistema de Negociação Coletiva do Comér-cio, um software com banco de dados que visa proporcionar consulta online, para sindicatos e federações associadas, no momento da negocia-ção. Essa ferramenta, reúne as mais relevantes informações sobre acordos e convenções cole-tivas de trabalho no setor e ajudará as entidades do Sistema a ter mais agilidade e segurança nas negociações, disse Patricia Duque – Chefe da Divisão Sindical da CNC.

Fonte: FECOMERCIO SP

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ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Mon-

teiro Neto, exortou os empresários brasileiros a ter confiança no País e a apoiar as medidas do governo voltadas para o ajuste fiscal. De acordo com o ministro, apesar do cenário atual de difi-culdades, está em curso um conjunto de ações que recolocarão o Brasil no caminho de uma economia mais equilibrada e competitiva. Ele participou, nesta quarta-feira, 11 de março, de um almoço com os diretores da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Tu-rismo (CNC), no qual destacou a valorização do potencial exportador brasileiro como um dos principais focos das medidas que estão em vias de definição no MDIC.

“Vejo que há um certo descompasso entre o cli-ma atual e a economia real”, afirmou o ministro. “Já tivemos momentos na nossa história com situações muito piores e conseguimos vencer os obstáculos no caminho”, completou, lembrando alguns pontos fortes da economia que diferen-ciam o atual momento de outras situações de cri-se. Ele citou o caso da inflação, que, embora em alta, não está em situação de descontrole, como no passado. “Temos também reservas internacio-nais robustas e um sistema financeiro hígido, que dão uma garantia que não tínhamos em outros momentos críticos da nossa economia.”

O ministro reconheceu que a situação fiscal do País piorou nos últimos anos, fazendo referên-cia à relação dívida/PIB, que chegou a 64% em 2014, aumentando dez pontos percentuais des-de 2010. Embora essa relação não seja tão alta, quando comparada com a de outros países, os custos dessa dívida são mais altos para o Brasil. Segundo Monteiro Neto, uma boa parte desse resultado adveio das políticas anticíclicas adota-das por conta da crise internacional, que incluiu uma forte desoneração, inclusive para setores

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Governo prepara plano para estimular exportações

que não estavam expostos à perda de compe-tividade externa, como inicialmente foi o foco. “Essas desonerações precisavam ser revistas”, afirmou, acrescentando que as medidas adota-das pelo governo vão evitar um cenário em que as condições econômicas poderiam alcançar um nível de imprevisibilidade que não interessa a ninguém. “É preciso pensar no País, na governa-bilidade, pois, se nada for feito, aí, sim, teremos um cenário econômico muito difícil e prejudicial a todos.”

Ao cumprimentar o ministro Monteiro Neto, o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos destacou sua trajetória, sempre defendendo o setor produtivo nacional. “Além da profunda admiração pela forma eficiente com que o minis-tro sempre acompanhou as questões do nosso setor produtivo, vemos agora a possibilidade de se fazer uma mudança no viés da nossa política de comércio exterior, com uma valorização da política de exportação que inclua uma reaproxi-mação com países como Estados Unidos, França e Inglaterra”, disse Oliveira Santos, enfatizando a importância de mercados que foram relegados pelo Brasil nos últimos anos.

A esse respeito, Monteiro Neto afirmou que está em fase de definição um plano voltado para o estímulo às exportações. “Estamos fechando esse plano, ouvindo os diversos setores. Ele está sendo construído junto com a iniciativa privada. As exportações são absolutamente importantes para o equilíbrio da economia do País”, disse o ministro. O plano voltado para as exportações alinha-se com um conjunto de medidas volta-das para a redução dos custos das empresas, a melhoria da infraestrutura e a agenda de refor-mas que deverão ser retomadas para que o País recupere a competitividade de sua economia.

Fonte: CNC – 11/03/2015

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MP 669/2015DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

N o dia 03 de março de 2015, o presidente do Senado, Renan Calheiros, usando da prerrogativa do art. 48, incisos II e XI do Regimento Interno do Senado Federal, não recebeu a Medida Provisória nº 669, de 2015, e determi-

nou a sua devolução à Presidência da República, através do Ato Declaratório do Presidente da Mesa do Congresso Nacional nº 5, de 2015 (DOU de 05.03.2015). A MP 669 previa que a partir de junho deste ano, as empresas que tinham alíquota de 1% de contribuição previdenciária sobre a receita bruta, passariam a pagar 2,5%, enquanto as que tinham alíquota de 2% teriam que arcar com 4,5%. Essa mudança atinge 56 setores produtivos, alguns contemplados com o benefício desde 2011 e outros desde o ano passado.

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A Assessoria Econômica da Fecomércio-SP fez um comparativo para essas mudanças, nas duas situações:

lei 12.546/11 (MP 601)

MP 669/2015

lei 12.546/11 (MP 601)

MP 669/2015