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Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social – Ano XXVII – Nº 120 – Jul-Ago/2004 Foto: Marcos Colombo

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Page 1: Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande ......doa livros O cônsul-geral da Alemanha, Rei-nhard Thurner, esteve na PUCRS para doar 94 volumes e 81 títulos

Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social – Ano XXVII – Nº 120 – Jul-Ago/2004

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 20042

Nesta Edição

ReitorNorberto Francisco Rauch

Vice-ReitorJoaquim Clotet

Diretor-Editor da PUCRSInformação em Revista

Carlos Alberto Carvalho([email protected])

Editora ExecutivaMagda Achutti

([email protected])

RepórteresAna Paula Acauan

([email protected])Bianca Garrido

([email protected])Carine Simas

([email protected])Mariana Vicili

([email protected])

EstagiáriasCaroline Eidt

Greice BeckenkampVanessa Flores

FotógrafosGilson Oliveira

([email protected])Marcos Colombo

([email protected])

Arquivo FotográficoCléo Belicio

([email protected])

RevisãoJosé Renato Schmaedecke

([email protected])

CirculaçãoMirela Vieira da Cunha Carvalho

([email protected])

DocumentaçãoLauro Dias

Rodrigo Ojeda([email protected])

Relações PúblicasSandra Becker

([email protected])

Conselho EditorialIr. Elvo Clemente,Délcia Enricone e

Solange Medina Ketzer

Projeto Gráfico eEditoração Eletrônica

Pense Design([email protected])

ImpressãoEpecê-Gráfica

PUCRS Informação em Revistaé editada pela Assessoria de

Comunicação Social da PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grande

do Sul, Avenida Ipiranga, 6681,Prédio 1, 5º andar, CEP 90619-900

Fone: (51) 3320-3500, r. 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

E-mail: [email protected]: www.pucrs.br/pucinformacao

Outras seções

6 Capa 18 DebatesUniversidade protege invençõespor meio de patentes

24 EntrevistaA importância de o Direito intervirna biomedicina – Carlos MaríaRomeo Casabona, diretor daCátedra Interuniversitária deDireito e GenomaHumano daUniversidadede Deusto,Espanha

45 Eu Estudei na PUCRSCacoBarcellos:do bairroPartenonpara Paris

3 Pelo Campus – Universidade inaugura Campus Viamão4 Espaço do Leitor5 Panorama – Destaque em reunião da SBPC11 Novidades Acadêmicas – A paixão pelo estudo do cinema12 Pesquisa – Relatos de antigas viagens a cidades brasileiras13 Pesquisa – Estudo revela serpentes da Serra do Sudeste do RS14 Pesquisa – Pesquisa analisa evolução econômica dos estados15 Pesquisa – Crianças brincam com as palavras16 Saúde – Vida saudável é ensinada na escola17 Saúde –20 Reforma Universitária – Avaliação do MEC não será para penalizar21 Ciência – Centro desenvolverá energia solar22 Tecnologia – Software livre mais presente23 Tecnologia – Parque Tecnológico beneficia os alunos26 Radar – Espetáculos movimentam o Campus27 Pelo Rio Grande – Sítio de Uruguaiana desvenda a pré-história28 Alunos da PUCRS32 Lançamentos da Edipucrs33 Mercado de Trabalho – Matemática: a habilidade de lidar com números34 Cultura – A PUCRS na Academia Rio-Grandense de Letras35 Bastidores – Notáveis desconhecidos do Campus36 Social – Semana da Solidariedade auxilia os carentes37 Tendências – A importância do ócio e do tempo livre38 Memória – PUCRS lembra 50 anos da morte de Vargas40 Sinopse44 Perfil – A incansável Helena Willhelm de Oliveira46 Ação Comunitária – Grupo Universitário Marista promove ações sociais47 Opinião – Norberto Rauch – Reitor da PUCRS

Esportes daPUCRS integram

comunidades

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ção

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 3

Pelo Campus

UniversidadeinauguraCampus Viamão

PUCRS inaugurou nodia 27 de maio seuCampus Viamão. Loca-lizado no antigo Semi-nário de Viamão e Fa-

culdade de Filosofia Nossa Se-nhora da Imaculada Conceição(Fafimc), o novo espaço oferece-rá, a partir de agosto, quatrocursos, sendo três com vagasabertas neste vestibular de ju-lho. Os bacharelados Publicidadee Propaganda e Administraçãode Empresas são as novidades.Terá continuidade a licenciaturaem Pedagogia, habilitações emSupervisão Escolar e OrientaçãoEducacional, da antiga Fafimc. Alicenciatura em Filosofia também

será mantida, com vestibular ape-nas no verão.

Com área construída de 32 milmetros quadrados, o Campus estálocalizado em um terreno de 15hectares, na Av. Senador SalgadoFilho, 7000, bairro Lisboa, Viamão.A PUCRS modernizou os laborató-rios de informática, ampliou a bi-blioteca e adaptou a infra-estruturapara receber novos alunos em Via-mão. Foram montados laboratóriosespecíficos para os cursos, como ode fotografia para Publicidade e Pro-paganda.

A Universidade tem o objetivode contribuir para o desenvolvimen-to da região, que engloba, além deViamão, os municípios de Gravataí,

Alvorada e Cachoeirinha,entre outros. O Reitor Nor-berto Rauch destaca a pos-sibilidade de a PUCRS ofe-recer cursos de curta dura-ção, como os tecnológicos,vinculados diretamente aomercado de trabalho, e osseqüenciais, também dirigi-dos a formados no EnsinoMédio. Ainda estão previs-tos os bacharelados Direitoe Psicologia.

MéritoUniversitáriocritica reformado Judiciário

O desrespeito à independência dos poderes e asinconstitucionalidades no projeto de reforma do Judi-ciário resultarão em graves danos às relações entreExecutivo, Legislativo e Judiciário caso não forem cor-rigidos a tempo. O alerta foi feito pelo professor emé-rito da Faculdade de Direito da Universidade Federaldo Ceará (UFC), Paulo Bonavides, durante a solenida-de em que recebeu o Diploma do Mérito Universitá-rio da PUCRS, em 28 de maio. A honraria é destina-da pela Universidade a personalidades cuja contribui-ção ao ensino, pesquisa, extensão ou causa universi-tária seja considerada de grande valia à coletividadeou à Instituição.

A entrega dodiploma, propostapelo Programa dePós-Graduação emDireito da PUCRS,foi realizada peloReitor NorbertoRauch. Bonavides édoutor honoris cau-sa pela Universidadede Lisboa e atuoucomo professor visi-tante nas Universi-dades de Colônia(Alemanha), Tennessee (EUA) e Coimbra (Portugal).

Referência na área constitucionalista no ConselhoFederal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),Bonavides considerou a reforma do Judiciário “minús-cula em seu teor de mudanças, mas renitente e maiús-cula em seus erros e implicações lesivas ao princípio dedivisão e independência dos poderes”. O controle ex-terno ao Judiciário previsto no projeto “rasga a Consti-tuição e reduz a autoridade soberana do Poder”, naavaliação do especialista. Já a súmula vinculante, outroitem polêmico da reforma, foi classificada como uma“pré-sentença que decide pleitos”, condenando à pa-ralisia as reflexões do juiz de instância inferior.

O docente criticou ainda as relações federativasdo País, que deixam os entes “sujeitos às injunções dapolítica econômica e financeira da União, à instrumen-talização da dependência que os oprime e esmaga,quer na negociação das prestações da dívida pública,quer na liberação das dotações orçamentárias”.

Dom Dadeus (esq.) e Norberto Rauch

Cerimônia marcou início das atividades

Paulo Bonavides

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 20044

Pelo Campus

Cônsuldoa livros

O cônsul-geral da Alemanha, Rei-nhard Thurner, esteve na PUCRS paradoar 94 volumes e 81 títulos sobre fi-

losof iamedie -val. Osl i v r o scompre-endema maiore maisrica é-poca da

história filosófica, sendo a base paraos períodos moderno e contemporâ-neo. O professor Luis Alberto De Bonifez a escolha das obras para o acervo.

A Universidade foi escolhida devi-do ao seu contato intenso com as insti-tuições alemãs. Com a doação, a Biblio-teca Central tornou-se destaque emacervo referente ao tema. “Certamenteestamos entre os três acervos maiscompletos do País”, ressalta o professore coordenador do Pós em Filosofia,Nytamar Fernandes de Oliveira.

A Faculdade de Filosofia e Ciên-cias Humanas é, no Brasil, uma dasmais atuantes nos estudos de filosofiamedieval, além de oferecer mestradoe doutorado na área. Para o cônsul,um dos objetivos da doação é que oslivros possam auxiliar pesquisas de alu-nos e professores.

Vestibular:54 cursos

O vestibular de inverno da PUCRSoferece 3.605 vagas em 54 opções decursos. As provas serão nos dias 12, 13e 14 de julho, com início às 15h. Onovo Campus Viamão dispõe de trêscursos: Publicidade e Propaganda (50vagas), Administração de Empresas (60vagas) e licenciatura em Pedagogia (60vagas) com habilitações em SupervisãoEscolar e Orientação Educacional, todosno turno da noite. Informações: (51)3320-3557 ou [email protected].

RevistaAgradecemos o envio da revista PUCRS Informa-

ção, parabenizando pela qualidade gráfica e editorialda publicação.

Alberto Walter de OliveiraChefe da Casa Civil do Governo do RS

Recebi, aqui em Pernambuco, a revista PUCRS In-formação. É um bom produto, limpo, bem feito, en-xuto. Parabéns.

Ivanildo SampaioDiretor de Redação do Jornal do Commercio/Recife

Gostaria de sugerir como assunto da revista ocrescente aumento do uso da internet como ferramen-ta para disseminação da informação e formação degrupos sérios que formam uma comunidade virtual.

Bianco SantanaAluno de Engenharia Elétrica

Sou Analista de Sistemas e atualmente curso o9º semestre de Direito na PUCRS, à noite. Gostaria desugerir reportagem sobre o Serviço de Assistência Ju-rídica Gratuita (Sajug), no qual sou aluna às sextas-feiras. O serviço é de incrível valia para a comunida-de. Sempre há alguém de nosso convívio, com menospoder aquisitivo, que pode ser cliente em potencial.Caso haja interesse, poderia ajudá-los, já que tenhoexperiência na “casa”, além de muita admiração pe-los serviços prestados pelo Sajug.

Karla da Costa Sampaio ScherederAluna de Direito

EdipucrsGostaria de obter informações sobre aquisição de

livros da Edipucrs. Gostaria de adquirir toda a Cole-ção Filosofia. Informem endereços, telefones etc. Casotiver revendedoras aqui no Paraná, temos preferência.

Geremias SteinmetzParaná

N.R.: Todas as informações solicitadas sobrea Edipucrs estão disponíveis no site http://www.pucrs.br/edipucrs. Contatos também podem serfeitos pelo e-mail [email protected] ou pelo fone/fax: (51) 3320-3523 e na Av. Ipiranga, 6681, pré-dio 33, caixa postal 1429. CEP 90619-900, PortoAlegre – RS – Brasil.

EstatísticaQuero parabenizá-los pela variedade de infor-

mações que são fornecidas por vocês nas diversasáreas. Gostaria de saber se podem me ajudar, indi-

Escreva para a Redação:Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 15º andar – Porto Alegre – RS

CEP 90619-900E-mail: [email protected]

Fone: (51) 3320-3500ramais 4446 e 4338Fax: (51) 3320-3603

Espaço do Leitor

cando algum site relacionado à im-portância da Estatística nas variadasáreas do conhecimento humano ouse foi publicada alguma matéria re-lacionada a isso.

David Augusto Silva

N.R.: O professor Lori Viali, daFaculdade de Matemática daPUCRS, indica dois sites relaciona-dos ao assunto: http://www.pucrs.br/famat/statweb e http://www.pucrs.br/famat/viali.

QuímicaGostaria de apresentar uma pá-

gina da internet criada e produzidapor alunos e ex-alunos da Faculdadede Química da PUCRS. É a www.tchequimica.tk. O objetivo é auxiliarnão somente os alunos da Faculda-de, mas todos os que têm interessesobre a aplicação e desenvolvimentoda Química nas suas diversas áreas.O site também apresenta o PeriódicoTchê-Química, disponível para down-load na página.

Gabriel RübensamPeriódico Tchê-Química

Entrega na Reitoria

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 5

Panorama

Destaque emreunião da SBPC

Sociedade Brasileirapara o Progresso daCiência (SBPC) reali-zou, em maio, sua 1ªReunião Regional. O

evento, que ocorreu de forma si-multânea em Porto Alegre, San-ta Maria e Canoas, teve comotema Cotidiano e a ciência: cons-truindo saberes. ParticiparamPUCRS, UFRGS, Ulbra, UniRitter eUFSM. O professor Jeter Berto-letti, do Museu de Ciências e Tec-nologia, foi homenageado porsua importante contribuição àpesquisa científica e divulgaçãoda ciência. A Universidade tam-bém ofereceu o maior númerode atividades, ao todo 173.

A SBPC busca colocar a ci-ência e a tecnologia a serviçodo ensino pormeio de reuni-ões que possibi-litam a troca deconhecimentosentre pessoasdas mais diver-sas áreas. Entreas atividades,mesas-redon-das, minicursos,oficinas, pales-tras, relatos de

experiências e teias de aprendiza-gem. Em função da defasagemde alguns livros didáticos, a reu-nião teve como um de seus ob-jetivos atualizar professores doEnsino Fundamental e Médio. Oprofessor Roque Moraes, repre-sentante da comissão organiza-dora pela PUCRS, ressalta queuma das finalidades foi aproximara comunidade da Universidade.

O minicurso, MC-15 usan-do a internet para ampliar a salade aula e o laboratório, ministra-do pelos professores Marcos Sa-lami e Plínio Fasolo, incentivou ouso do yahoo grupos pelos do-centes. Para eles, a ferramentapode ser utilizada como um ins-trumento de atividade pedagó-gica acessível a todos.

Tecnologia derelacionamentoem sala de aula

A Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia assinou convê-nio acadêmico com a Consist, empresa de soluções em softwares voltados àgestão de negócios, para a utilização da solução Consist e CRM. Trata-se deuma ferramenta desenvolvida para internet, que automatiza as funções de ma-rketing, vendas, suporte a clientes e serviços internos. O acordo visa a propiciaraos alunos um aprendizado prático utilizando a solução nas disciplinas de ma-rketing e áreas afins da pós-graduação. O projeto tem como objetivo buscaruma aproximação do aprendizado do aluno com a realidade empresarial. A im-plementação será no final do primeiro semestre, após a consolidação do bancode dados da Faculdade.

Jeter Bertoletti foi homenageado

Mamíferospodem tersobrevividoa dinossauros

Um grupo demamíferos pode tersobrevivido à supostaexplosão de um aste-róide que extinguiuos dinossauros daTerra. Duas espéciesde animais do gêneroSolenodon que aindavivem no Caribe(ilhas de Cuba e His-paniola) habitavam oPlaneta há 76 mi-lhões de anos, en-quanto a extinçãodos dinossauros é es-timada em 65 mi-lhões de anos. Estafoi uma das conclusões de estudo realizado por um gru-po de pesquisadores no Instituto Nacional do Câncerdos EUA e divulgada, em junho, na revista científica Na-ture. Um dos oito integrantes da equipe responsávelpelo trabalho é o pesquisador do Centro de Biologia Ge-nômica e Molecular da PUCRS, Eduardo Eizirik, que de-senvolve projeto de pós-doutorado na Universidade.“Não havia evidências de que algum grupo de animaisda região (onde teria havido o impacto do asteróide) ti-vesse sobrevivido à catástrofe, mas esses mamíferos po-dem estar naquela área desde a época em que as ilhasainda eram conectadas ao continente”, observa Eizirik.

Apesar de serem do mesmo gênero, as duas es-pécies são bastante distintas e têm surgimento separa-do por 25 milhões de anos. O pesquisador explica queos mamíferos possuem aparência e hábitos primitivose o tamanho de um gambá, alimentam-se de raízes evivem em montanhas, características que podem expli-car a possível sobrevivência à catástrofe do asteróide.

As pesquisas foram realizadas com amostras doDNA dos animais, que se encontram em extinção nasduas ilhas. “A espécie de Cuba (Solenodon cubanus)foi considerada extinta e tivemos que usar material demuseu para conseguir analisar o DNA. A de Hispaniola(Solenodon paradoxus) é mais comum e pesquisamosuma amostra de sangue emprestada por um zoológi-co.” Eizirik destaca que o estudo também servirá paraenfatizar a necessidade de medidas enérgicas de pre-servação, evitando a extinção de animais que equiva-lem a uma ordem inteira e podem ajudar a explicarmuitos aspectos sobre a vida passada na Terra.

Aparência de gambá

Foto: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 20046

Capa por ANA PAULA ACAUAN

Esporte da PUCRSm julho haverá a primeira forma-tura da Faculdade de EducaçãoFísica e Ciências do Desporto (Fe-fid) da PUCRS. Além dos diplo-mas a 19 alunos, os resultados

desses quatro anos de curso envolvem aoferta de atividades de lazer à comunida-de. Estudantes, professores e funcionáriostêm como metas não apenas a formar, mastambém disseminar a busca de qualidadede vida, convivência sadia e saúde. Os ob-jetivos vêm sendo alcançados no dia-a-diadas atividades do Parque Esportivo da Uni-versidade.

O diretor da Fefid, Francisco CamargoNetto, diz que o trabalho da PUCRS naárea é organizado e está consolidado, ape-sar de recente. Destaca a moderna infra-estrutura do Parque, seguindo especifica-ções oficiais para a realização de eventos

de grande porte. Há piscina térmica olímpi-ca, a única coberta do Rio Grande do Sul,com 50 metros de comprimento por 21 me-tros de largura, permitindo a visualizaçãosob a água da performance do nadador. Ocomplexo é integrado ainda por quadras detênis, squash e polivalentes (para futsal, vo-leibol, basquetebol e handebol), área de gi-nástica olímpica, rítmica e lutas marciais, ar-quibancadas, auditório e laboratório, entreoutras instalações. Está prevista para dezem-bro a conclusão das obras da área externado Parque que terá pista de atletismo comarquibancadas para 2 mil pessoas, estádiode futebol, pista de caminhada, campo defutebol com grama sintética, um anexo doLaboratório de Avaliação Física e um ginásiode esportes.

As instalações do Parque Esportivo ser-vem às atividades do Núcleo Esportivo deAtividade Física Adaptada (Neafa) que bus-

ca propiciar aos alunos de EducaçãoFísica a atuação diferenciada jun-

to a portadores de necessi-dades especiais por meio

do atendimento à co-munidade e do de-

senvolvimento depesquisas. Asações comunitá-rias envolvema t u a l m e n t e442 pessoas.Em 2003 oNeafa atendeu265 partici-pantes no pri-meiro semes-tre e 383 nosegundo. As ati-

vidades, coorde-nadas pela vice-di-

retora da Fefid, JaneGonzalez, integram-se

às disciplinas de Ativi-dade Motora Adaptada:

Fundamentos, do 4º semes-tre, e Atividade Motora Adapta-

da: Prática, do 5º. Além dos alunosda Fefid, há voluntários de outras faculda-

des, como Enfermagem, Psicologia e Me-dicina. “Para os portadores de necessida-des especiais, praticar exercícios significaqualidade de vida, e os alunos que partici-pam têm experiências muito relevantes parasua formação”, diz Jane.

“Sonho emficar na PUCRS”

Liége Couto, que completará 23 anos no dia da formaturaem Educação Física, em 23 de julho, é um exemplo da paixão que a

Faculdade e as ações comunitárias despertam nos alunos. Ao realizar a dis-ciplina de Atividade Motora Adaptada, trabalhou com idosos e ainda hojeorienta as aulas de hidroginástica. Tanto que continuará com a tarefa mesmodepois de formada como bolsista da pesquisa com mulheres pós-menopausa.Bailarina desde os três anos, Liége conduz as aulas com dinamismo e alegria,

transformando movi-mentos em coreo-grafias. Pretenderealizar mestradona área da Geron-tologia e conti-nuar o traba-lho na hidro-ginástica.

Piscina térmica olímpica tem jan

Alunos de várias faculdades inte

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 7

integra comunidadesse com os colegas. Os idosos também inte-gram as atividades de dança, expressão corpo-ral e musculação. Entre os inscritos, há relatosde que se locomovem melhor, têm menor pro-pensão a quedas, preocupam-se mais com aaparência e a auto-estima aumenta. O Neafainclui ainda atividades aquáticas para portado-res de deficiência moderada, propiciando o es-tímulo das habilidades motoras e a integraçãosocial. Pacientes do Centro de Obesidade Mór-bida do Hospital São Lucas da PUCRS estãofazendo hidroginástica sob orientação de inte-grantes da Fefid.

Um grupo de hidroginástica voltado a mu-lheres pós-menopausa com diagnóstico de os-teoporose faz parte de uma pesquisa conduzi-da pela Fefid. Segundo Jane Gonzalez, orienta-dora do estudo, as integrantes relatam que es-tão sentindo-se melhor, com menos dor e maisfuncionalidade nas tarefas do dia-a-dia. “Antesde fazer hidroginástica, eu não conse-guia realizar os serviços domésti-cos nem dormir a noitetoda”, conta uma dasparticipantes. Outradiz que quandoestá na aula es-quece os pro-blemas. Ap e s q u i s amostra quea maioriadas mulhe-res tema g o r amais flexi-b i l i dade ,força, equi-líbrio e agi-l idade nosmovimentoscom a diminui-ção das compli-cações da osteo-porose. A pesquisa,aprovada pelo Comitêde Ética da PUCRS, terá re-sultados finais em dezembro,depois de serem refeitos os examesde densitometria óssea.

A ginástica para idosos visa à melhoriada capacidade funcional, motivação e inte-gração entre os seus participantes. BertolinaPereira, 63 anos, faz pela primeira vez ativida-de física. Arrepende-se por não ter começadoantes, pois, além de cuidar da saúde, diverte-

Disposiçãopara vencer

Agilidade, precisão e força de vontade. Sob rodas, Sérgio Te-les, 33 anos, demonstra que o portador de deficiência física pode fazer

esporte e vencer. Pratica basquetebol há quatro anos, um e meio na PUCRS.Diz que o esporte ajuda na circulação e respiração dos portadores de deficiên-

cia, além de melhorar o condicionamento físico, dando mais força, por exem-plo, para tocar a cadeira. Teles foi acometido por poliomielite aos nove meses.Como mora em Viamão, para chegar à PUCRS e a Vivo, onde trabalha, precisapercorrer três quilô-metros da sua casaaté a parada de ôni-bus. “Devemos mos-trar aos ditos nor-

mais que nadanos impede de

praticar es-p o r t e ” ,

afirma.

O basquetebol para cadeirantes é inte-grado por homens entre 18 e 46 anos. Asposições e a dimensão da quadra são iguaisàs do basquetebol convencional. O aluno daFaculdade de Educação Física Rafael Besou-chet, de 21 anos, um dos bolsistas do Neafa,impressiona-se com a evolução técnica e táti-ca dos cadeirantes. Aprendeu com a ativida-de que os portadores de deficiência não po-dem ser tratados como vítimas, mas comoquem tem capacidade de aprimorar-se. Elecomeçou como estagiário da disciplina de Ati-vidade Motora Adaptada e continuou por mos-trar interesse no esporte adaptado. Outro bol-sista do trabalho com os cadeirantes, RaphaelCatalogne, 21 anos, foi jogador de basqueteem clubes de Porto Alegre e Osório e agorarepassa o que aprendeu. Integra também aequipe de basquete da PUCRS e sonha emser professor universitário.

elas subaquáticas

gram equipe de vôlei

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Capa Vida sremédio pa

Há 30 anos Rita Ramos faz ati-vidade física. Talvez esse seja um dos

segredos da disposição que mostra aos70 anos. Ainda mais para quem conhe-ce a sua história. O filho único desapare-ceu 13 anos atrás. Aos 36, ele estava via-jando pelo Brasil e ligava sempre para afamília. Certa vez, quando chegou a Ca-racaraí, em Roraima, falou com a mãepela última vez e prometeu sempremanter contato. Nunca mais soube-se

dele. Deixou uma filha, agora com19, que estimula a avó a lutar con-

tra a tristeza. “Adoro olhar paraas estrelas e respirar ar puro,

tendo uma vida sadiaconsigo relaxar.”

Academia: espaço de amizade e companheirismo

O Neafa oferece ainda futsal para porta-dores de deficiência visual, em parceria com aAssociação de Cegos do Rio Grande do Sul.Em agosto, as ações comunitárias receberão

inscrições. Haverá novas turmas de ginásticarítmica desportiva para a terceira idade e dan-ça para cadeirantes. Está sendo analisada ain-da a abertura de vagas para voleibol para por-

tadores de deficiência física.

Equipesuniversitárias

A participaçãonas equipes uni-

versitárias daPUCRS é aber-ta a estudan-tes de ou-tras faculda-des. Estãoem funcio-namentoas modali-dades defutsal mas-culino e fe-minino, fu-

tebol mascu-lino, basquete

masculino, vo-leibol feminino e

masculino. Aindaneste ano deverão

ser formados grupos denatação, dança e handebol.

Estão sendo realizados estudospara futuras equipes de ginástica rít-

mica e olímpica, além de atletismo.

Transferênciapara integrar

equipeLeonardo Garcez, 23 anos, está no 5º semestre de Administração

de Empresas. Estudava na ESPM, mas transferiu-se para a PUCRS visando a in-tegrar a equipe de futsal, como goleiro, assim que foi informado por dois amigos

que cursam Educação Física. Há três anos participa do grupo e vem colecionandovitórias. Diz que o trabalho é organizado e leva a sério os treinos. Desencantou-secom o futebol de campo e futsal profissionais e decidiu fazer Faculdade, mas não

deixou a paixão pelo es-porte. Jogou no Grêmio,Criciúma e Ecus/Suzanoe no futsal do Interna-cional. “Há amizadena nossa equipe, oque é muito dife-rente da invejado futebolprofissio-nal.”

Estudantes de Educação Fí-sica participam como treinadores de golei-ros e preparadores físicos, complementandoa sua formação. A Universidade passa aser ainda mais um espaço de amizade ecompanheirismo. “O objetivo principal nãoé o auto-rendimento, mas socializar-se erepresentar a Universidade”, afirma o pro-fessor Cristiano Guedes, treinador das equi-pes de voleibol. Como trabalhou em clu-bes, Guedes tem a tendência de cobrarevolução dos alunos, mas sempre se dáconta de que são fundamentais nessetrabalho o comprometimento, a disciplina ea seriedade.

A Universidade fornece o material parao treinamento e, por meio da Pró-Reitoriade Assuntos Comunitários (Prac), disponibili-za verbas para alimentação e transporte nocaso de viagens para a participação emcompetições. Há alunos que vêm estudar naPUCRS pela existência das equipes. RogérioSilva, 25 anos, no 3º semestre de EducaçãoFísica, conta que escolheu a Universidadedevido à infra-estrutura do Parque. Foi atle-ta profissional em times de Pelotas e inte-grou a seleção de vôlei da cidade por trêsvezes. Hoje está mais preocupado com olado educativo do esporte. É monitor dadisciplina, o que lhe dá embasamento paraa futura carreira de professor.

Jamile Zacharias, 23 anos, estudante do4º semestre de Licenciatura em História, trei-na no Parque Esportivo desde julho de 2002,

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 9

sadia éara tristeza

Rita pratica musculação e hidroginás-tica no Parque Desportivo. Integra ogrupo de pesquisa da Faculdade de Edu-cação Física com mulheres pós-menopau-sa que apresentam diagnóstico de osteo-porose. Diz que não sente mais dores nocorpo e toma apenas um medicamentopara a pressão arterial. Antes eram cinco.

Mesmo que o foco principal não seja ven-cer, as competições motivam a prática do es-porte e ajudam no aprimoramento técnico etático. A Equipe Universitária de Futsal Mascu-lino da PUCRS conquistou em junho o primei-ro lugar nos Jogos Universitários Gaúchos, rea-lizados pela Federação Universitária Gaúcha deEsportes (Fuge), na Unisinos. Venceu todos os

jogos e, na final contra o timeda Unisinos, fez 3 x 2. APUCRS representa o Rio Gran-de do Sul nos Jogos Universi-tários Brasileiros, de 10 a 18de julho, em São Paulo. Noano passado a Equipe de Fut-sal Masculino foi campeã emtodas as competições em queparticipou de forma invicta: asCopas de Futsal Unilasalle, Uni-sinos e da Fuge.

A Fefid está realizandotrabalho integrado à Faculda-de de Enfermagem, Fisiotera-pia e Nutrição e outras unida-des universitárias, por meio da

Comissão do Esporte Universitário, coordena-da pela Prac. Na Copa Unisinos de 2003, porexemplo, uma estagiária do curso de Enferma-gem participou da equipe para dar dicas deprimeiros socorros.

quando ainda não estavam formadas as equi-pes universitárias. “O amor ao esporte nosune”, diz Jamile. Ela conta que sempre foireserva nos times do colégio. “O importanteé treinar.”

A Faculdade de Educação Física eCiências do Desporto da PUCRS, em par-ceria com a Sociedade Brasileira de Ati-vidade Motora Adaptada, recebe inscri-ções para o 2º Congresso de AtividadeMotora Adaptada do Mercosul, queocorrerá de 14 a 17 de julho no ParqueEsportivo. Direcionado a profissionais e

Atividade motora adaptadaé tema de evento

Comoparticipar

AÇÕES COMUNITÁRIAS

A T I V I D A -DES: Ginás-tica, dança,musculaçãoe hidrogi-nástica paraidosos, dan-ça e basque-tebol paracadeirantes, futsal para portadoresde deficiência visual, hidroginásticapara obesos mórbidos e atividadesaquáticas para portadores de defici-ência mental moderada.INSCRIÇÕES: agosto.INFORMAÇÕES: (51) 3320-3683.

ACADEMIA DE GINÁSTICA,FITNESS E DANÇA

A T I V I D A -DES: muscu-lação, abdo-minal, alon-g a m e n t o ,a e r o a x é ,ioga, spin-ning (bikeindoor) estep, entre outras modalidades.HORÁRIOS: a academia funciona desegunda a sexta-feira, das 7h às 22h,e aos sábados, das 7h30min às 12h.As aulas de ginástica ocorrem apartir das 12h15min. Há spinningàs segundas, quartas e sextas, às9h15min, e em outros horários.INFORMAÇÕES: telefone 3320-3622ou e-mail [email protected].

ESCOLA DE NATAÇÃO

ATIVIDADES: hidroginástica, raia li-vre e natação nas modalidades adul-to, infantil e para bebês (a partir dosseis meses).HORÁRIOS: de segunda a sexta-fei-ra, das 7h às 22h, e aos sábados, das7h30min às 12h.INFORMAÇÕES: telefone 3320-3622ou e-mail [email protected].

acadêmicos da área, o encontro discuti-rá ações que facilitem o desenvolvimen-to do esporte adaptado e a inclusão dapessoa com necessidades especiais nocontexto cultural, político e social. Have-rá minicursos de atividades motorasadaptadas para idosos, como danças ejogos cooperativos, e atividades para

por tadores de deficiênciamental, visual, física e auditi-va. Participarão do eventoprofissionais da Argentina,Paraguai, Uruguai e Brasil. Asinscrições podem ser feitas nasala 201 do prédio 40 do Cam-pus Central. Informações: (51)3320-3683 e www.pucrs.br/eventos/sobama.

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200410

Capa PUCRS e UFRGS formamGrupo de Estudos Olímpicos

Aspectos da cultura, história, socio-logia e pedagogia dos Jogos Olímpicossão tratados por pesquisadores e alunosda Faculdade de Educação Física e Ciên-cias do Desporto. O Grupo de Pesquisaem Estudos Olímpicos (GPEO) da PUCRSresolveu unir esforços com a UFRGS paraformar o primeiro Grupo Interinstitucio-nal de Estudos Olímpicos do País comregistro no CNPq. Os professores NelsonTodt e Roberto Mesquita, da PUCRS, eAlberto Reppold Filho, da UFRGS, sãomembros da Academia Olímpica Brasilei-ra e responsáveis pela iniciativa. De 24a 27 de junho, representantes dos doisgrupos e do Núcleo de Estudos em Dan-ça da PUCRS estiveram na USP apresen-tando seus trabalhos no 5º Fórum Olím-pico Internacional.

O primeiro trabalho resultante daparceria no Grupo Interinstitucional é ACorrida do Fogo Simbólico em Porto Ale-gre: memória e representações sociais(1936 – 1945). Os pesquisadores tratamdo simbolismo dos jogos às vésperas dasOlimpíadas de Atenas. Pela primeira vez,a tocha passou pela América Latina, maisespecificamente, pelo Rio de Janeiro.Porto Alegre foi a primeira cidade brasi-leira a promover a Corrida do Fogo Sim-bólico, nas comemorações da Semanada Pátria, no Estado Novo (1937-1945).Um levantamento preliminar das repor-tagens da Revista do Globo indica quea edição inaugural desse ritual aconte-ceu em 1938, a partir da proposta dojornalista Túlio de Rose e do comercian-te Ernesto Capelli depois de terem as-sistido à cerimônia de abertura dos Jo-gos Olímpicos de Berlim, na Alemanha,em 1936. O objetivo dessa pesquisa éanalisar as representações da Corrida doFogo Simbólicoem Porto Ale-gre, no EstadoNovo.

Outro temaque tem a aten-ção do GPEO éA representa-ção social dosjogos olímpicos:um olhar a par-

tir de atletas olímpicos brasileiros – mo-dalidades individuais. Os resultados par-ciais indicam que os Jogos Olímpicospossuem um valor enorme, sendo a mai-or conquista almejada. Alguns atletasconsideram que essa é uma competiçãopara poucos, visa a intercambiar cultu-ras e demonstrar que o ser humano nãotem limites.

Ainda na temática das representa-ções sociais, o grupo pesquisa A influ-ência da mídia na representação socialdo Olympian brasileiro: uma abordagema partir de atletas não-olímpicos. O tra-balho indica que a construção do arqué-tipo do atleta olímpico brasileiro é feitapela apropriação de suas imagens e lin-guagens, em que a comunicação trans-fere e transforma.

Na linha de Pesquisa da Pedagogiado Desporto, há o estudo O lúdicocomo ferramenta pedagógica na inicia-ção esportiva. A pesquisa da PUCRSmostra a importância do lúdico comofator de formação e estímulo para aampliação da participação de criançase jovens no esporte.

Também estão em funcionamentoo Grupo de Pesquisa em Atividade Mo-tora Adaptada, credenciado pelo CNPq,o Grupo de Estudos em Ginástica Postu-ral e os Grupos de Estudos em Dança eEstudos em Recreação e Jogos Coopera-tivos. São realizadas, por iniciativa docorpo docente da Fefid, pesquisas emáreas isoladas, com acadêmicos de gra-duação e pós-graduação. Os professo-res Luciano Castro e Alessandra Scartonorientam a pesquisa Influência das dife-rentes metodologias de treinamento demusculação em valências físicas de mu-lheres idosas.

Sacerdotisas acendem a pira olímpica

Angelita: acesso fácil

Academia e Escolade Natação

O Parque Esportivo também ofe-rece atividades a todos os públicoscom descontos para integrantes dacomunidade acadêmica da PUCRS naAcademia de Ginástica, Fitness e Dan-ça e na Escola de Natação. Tambémsão disponibilizadas todas as áreasdo Parque, como salas e quadras,para locação do público interno eexterno.

Angelita Nascimento, 30 anos,aluna da Faculdade de Direito da

PUCRS e moni-tora da Prac,tinha começa-do a freqüen-tar três acade-mias e desis-tiu. Está háquatro mesesfazendo mus-culação e ae-róbica no Par-que Esportivoe acredita quedesta vez nãodeixará de pra-ticar exercícios.Um dos moti-vos é a facili-dade do aces-so. Desde quecomeçou, sen-

te-se mais relaxada, dorme melhor ediminuiu a enxaqueca. “Também pre-ciso reduzir calorias, pois gosto deum bom prato”, conta.

Equipe de Futsal é campeã

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 11

Novidades Acadêmicas

A paixão pelo estudodo cinema

por BIANCA GARRIDO

omo se cria um roteiro de cine-ma, um documentário, quaisas etapas de produção, o quefaz o diretor de arte, de foto-grafia, que câmeras são usadas

para filmar, para gravar e a importânciado trabalho de equipe são algumas dastécnicas ensinadas no novo curso de Pro-dução Audiovisual – Cinema e Vídeo daFaculdade de Comunicação Social. A pri-meira turma, iniciada em março, é movi-da por expectativa, curiosidade e paixão.

Para Augusto Vieira Stern, 20 anos,um dos novos alunos e também estudan-te de Publicidade e Propaganda daUFRGS, fazer cinema era um sonho anti-go. “Gosto de fotografia, música e filmes.Quando a PUCRS lançou o curso resolvifazer. Estou gostando muito, a turma estásedenta em aprender, curiosa, participan-do, levamos palestrantes nas aulas e dis-cutimos filmes”.

Em cinco semestres de curso são en-sinadas todas as etapas da filmagem deum longa-metragem, de um curta-metra-gem, de um documentário ou de um ví-deo. Ao final do curso, cada turma terárealizado 28 projetos de produção em16mm e vídeo digital, de ficção e docu-mentário. O coordenador do curso, Car-los Gerbase, explica:

— O cinema é uma atividade coleti-va, as pessoas têm especialidades, masprecisam saber como funciona uma equi-pe. Exigimos dos alunos a rotatividade emtodos os ofícios ligados ao cinema, pro-dução, direção, roteiro, montagem, foto-grafia, direção de arte, som. Naturalmen-te, no decorrer do curso, eles encontramo seu nicho, o que apreciam mais.

Filmar em um diaNo primeiro semestre é dada ênfase

ao cinema narrativo e à câmera de cine-ma, para que os alunos conheçam as tec-nologias mais tradicionais como a movio-la, mesa de montagem de película. A tur-ma de 40 alunos é dividida em quatro

grupos. Cada um reali-za dois filmes em 16mm de aproximada-mente um minuto. “Elesenfrentam o desafio deconstruir uma equipecom um objetivo bemclaro, que é filmar emum dia só”, afirma Ger-base. No segundo se-mestre o vídeo digital éutilizado para a produ-ção de documentários eoutros projetos.

Grandes cineastas e roteiristas comoStanley Kubrick, Glauber Rocha, WoodyAllen são enfocados na parte teórica docurso. Na disciplina de Análise Fílmica, porexemplo, os alunos refletem e discutemsobre a estética e a arte do cinema. “Osprofessores passam informações sobre oque está acontecendo hoje e comparamcom o passado”, diz Gerbase.

Integram o corpo docente especia-listas em cinema e audiovisual, entre osquais profissionais de trabalho reconheci-do como Carlos Gerbase (diretor e rotei-rista do filme Tolerância e de Verdes Anose Inverno, entre outros, e de episódiosdas séries Engraçadinha e Comédias daVida Privada); Glênio Póvoas (pesquisadore roteirista em Passageiros e nos longasMemorial de Maria Moura e Benjamim;João Guilherme Barone (roteirista e dire-tor em diversos episódios das séries Mun-do Grande do Sul, Na Trilha dos Farrapos,A Ferro e Fogo e Histórias Extraordiná-rias); e Aníbal Damasceno (professor daPUCRS há mais de 30 anos, pesquisador,roteirista e diretor em 532, Teixeirinha asete provas, Gaudêncio, O Centauro dosPampas e dezenas de documentários ci-nematográficos).

Um mercado atraenteO curso de Produção Audiovisual –

Cinema e Vídeo ensinará o ofício da Rea-lização audiovisual. A idéia é formar tec-

nólogos que possam trabalhar em longas-metragens em 35mm, vídeo, televisão,vídeos institucionais para empresas, publi-cidade e internet. O profissional egressoestará tecnicamente capacitado para atu-ar no conjunto de atividades essenciais àrealização desse tipo de obra.

“Fazer cinema exige disponibilidade,tempo e muito dinheiro. Pretendemosque os alunos saiam preparados para usaras tecnologias disponíveis, sejam elasquais forem, o importante é a relação docusto/benefício”, garante o coordenadordo curso, Carlos Gerbase.

Neste vestibular de inverno, de 12 a14 de julho, são oferecidas 45 vagas noturno da tarde para o curso de ProduçãoAudiovisual – Cinema e Vídeo. No sitewww.pucrs.br/famecos, clicando no link“cursos novos”, há informações sobre cré-ditos, valores e o currículo completo dagraduação.

Alunos aprendem todas etapas da filmagem

Primeiro semestre: dois filmes

Fotos: Carlos Gerbase

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200412

Pesquisa

Relatos de antigas viagensa cidades brasileiras

elatos de viajantes italianos so-bre cidades brasileiras e imi-grantes do seu país foram otema do pós-doutorado da pro-fessora do Departamento de

História da PUCRS Núncia Santoro deConstantino. Desenvolvendo sua pesqui-sa associada à Universidade de Turim, naItália, ela encontrou em diversas bibliote-cas e centros culturais de Turim, Floren-ça e Roma documentos numerosos de jor-nalistas, religiosos, cientistas e turistasque estiveram no Brasil de 1875 a 1930.De cerca de 60 quilos de material, sele-cionou 63 textos com relatos desses via-jantes, em maioria inéditos. Além de pro-duzir artigos a partir da análise de con-teúdo desses relatos, a professora dispo-nibilizou-os para o acervo documental doDepartamento de História da PUCRS, pos-sibilitando que sejam fontes de consultapara pesquisas de mestrandos e douto-randos.

Núncia está finalizando um livro quemostrará a visão dos viajantes sobre o Riode Janeiro, capital do Brasil no período

dos relatos. Um de-les definiu a cidadecomo sereia, queatrai pelo encantoe depois mata. Es-sa “maldição” refe-re-se à febre amare-la, que naquela é-poca fazia mais ví-timas entre euro-peus do que emnativos. O Rio deJaneiro também évisto como encan-tador. Os italianosdeslumbraram-se

com a sua geografia e beleza natural,além da diversidade de costumes e rique-za de espécies animais e vegetais. Assim,a cidade é definida como promissora, es-pecialmente à imigração. No início do sé-culo 20, alguns imigrantes italianos ha-

viam passado por processode ascensão social e come-çaram a despertar admira-ção nos viajantes. O grupoprojeta-se em áreas comoconstrução civil, comérciode pescados, lotéricas, ban-cas de jornais, restaurantese em profissões liberais. Osirmãos Jannuzzi destacam-se porque vieram para oBrasil como mestres deobras e acabaram comoconstrutores, no Rio de Ja-neiro, principalmente noperíodo de remodelação ur-bana, quando foram res-ponsáveis por inúmerosprédios na recém-abertaAvenida Central. O Brasil évisto como país de oportu-nidades, com amplos espaços potenciaispara ocupação. No mesmo período a Itá-lia atravessa crise, o que estimula as emi-grações.

Núncia lembra que os relatos depen-dem do olhar do autor e do momento his-tórico. Enquanto alguns citaram a rique-za dos conterrâneos, outros ficaram es-tupefatos com a pobreza e o fato de ve-rem crianças vendendo bilhetes de lote-ria nas ruas. Queixaram-se também demuitos não mais falarem bem o italiano.Numa fazenda de café no interior do Riode Janeiro, um dos viajantes criticou umsuposto médico conterrâneo atendendomoradores sem condições adequadas.“Ele interpretou que esta terra admitetudo”, conta Núncia.

A professora fez análise de conteú-do de todos os relatos e incluiu dados bi-ográficos dos viajantes quando localiza-dos. Produzirá a partir de agora textossobre algumas capitais do Nordeste, Ma-naus, Belém, Belo Horizonte, Porto Ale-gre, Florianópolis e Curitiba. Adianta quea Região Sul é vista como maravilhosa.Jornalistas que vieram à Capital gaúcha,

a convite do então governador do Esta-do, Borges de Medeiros, classificaram acidade como limpa, bonita, promissora ecom a indústria em desenvolvimento.

Outro dado curioso encontrado porNúncia nos documentos mostra a origemde igrejas evangélicas no Brasil. No arqui-vo da cidade de Torre Pellice, na Provín-cia de Turim, há cartas de religiosos val-denses (membros da seita fundada pelomercador Pierre Valdo por volta de 1170,na França) incentivando a emigração de“irmãos” para que ajudassem a formar aIgreja em estados como Rio Grande doSul, Minas Gerais e Bahia.

Núncia retornou à Itália em junho,com o auxílio da Capes, para apresentaralguns dos resultados da pesquisa. EmCongresso Internacional de História Oral,em Roma, mostrou o trabalho que vemsendo desenvolvido no Núcleo de Histó-ria Oral do Programa de Pós-Graduaçãoem História, que coordena. Proferiu pa-lestras sobre imigração italiana no Brasilnas Universidades de Nápoles e Turim,além de ministrar aula em seminário naUniversidade Roma Tre.

Arcos da Lapa, no Rio antigo

Ilustração: Divulgação

Histórias em livro

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 13

Estudo revela serpentesdaSerradoSudestedoRS

aluna Arlete Outeiral, do Pro-grama de Pós-Graduação emBiociências da PUCRS, finalizatese de doutorado sobre as ser-pentes da Serra do Sudeste do

Rio Grande do Sul. O trabalho, orienta-do pelo professor Thales de Lema, iden-tifica a riqueza e abundância das espé-cies, caracteriza os períodos de atividade,uso do ambiente, reprodução e hábitosalimentares. A região, que faz parte dosCampos Sulinos, constitui-se por proprie-dades particulares em que a pecuária decorte é uma das principais atividades eco-nômicas. Trata-se de uma área modifica-da pelo impacto humano e de extremaimportância biológica.

O governo brasileiro, na ECO-92, fir-mou compromisso com a Convenção so-bre Diversidade Biológica e uma das obri-gações assumidas foi o subprojeto MataAtlântica e Campos Sulinos, biomas (co-munidades distribuídas numa grande áreageográfica, caracterizada por um tipo devegetação dominante) biologicamenteclassificados como mais ricos e ameaça-dos do Planeta. Uma das estratégias paraa conservação dessas regiões é determi-nar áreas prioritárias para conservar a bio-diversidade brasileira, como a Serra doSudeste do Estado.

Os répteis fornecem subsídios aosestudos sobre o estado de conservaçãode regiões naturais. Funcionam como bio-indicadores de diferentes níveis de altera-ção ambiental. “Pouco conhecimento se

tem acerca das forma-ções de Campos Suli-nos e inexistem dadossobre a fauna dessaregião para comparar-mos mudanças quepossam ter ocorridoao longo do tempocom as comunidadesde serpentes e outrosgrupos de animais”,afirma Arlete.

A pesquisa con-centrou-se em quatromunicípios: Encruzi-lhada do Sul, Dom Fe-liciano, Camaquã ePantano Grande (em suas áreas limítro-fes). Foram identificadas 31 espécies deserpentes, nove raras e três em abundân-cia (jararaca, papa-pinto e coral verdadei-ra) tanto no campo quanto na mata. Asjararacas não se assustam com a presen-ça humana e adaptam-se facilmente àsmudanças no ambiente. Não se incomo-dam de andarem em espaços desconhe-cidos em busca das presas, especialmen-te roedores. Muito peçonhentas e agres-sivas, as jararacas são precisas na hora dedar o bote. Provocam numerosos aciden-tes ofídicos na área rural. Suas cores tam-bém se confundem com o contexto e fa-zem com que elas fiquem camufladas. Apapa-pinto foi a segunda encontrada emmaior número, talvez por mostrar-se ágil,agressiva e ativa em quase todos os me-ses do ano. Arlete surpreendeu-se ao lo-calizar algumas espécies, como a narigu-dinha, que é abundante no Litoral Nortedo Estado. Uma das curiosidades nosCampos Sulinos é o melanismo, tendên-cia que as espécies têm de ficar mais es-curas. Na região isso ocorre no campo,o que nas outras é verificado em matas.

As coletas das serpentes foram men-sais e ocorreram por meio de armadilhas,procura visual e doação dos moradores. Oobjetivo do trabalho é contribuir com uma

base de dados adequada e preencheruma das muitas lacunas existentes sobrelocais nunca estudados cientificamente.Arlete acredita que a pesquisa tambémpode ajudar a amenizar o desconhecimen-to da fauna. Para ela, torna-se irreal pen-sar em desenvolver planos de conservaçãonos Campos Sulinos sem considerar o sis-tema de produção que interfere no am-biente natural das espécies e a situaçãosocioeconômica do trabalhador rural.

A tese de doutorado será defendidaneste semestre. Contou com bolsa doConselho Nacional de Pesquisa Científicae Tecnológica (CNPq) e utilizou a infra-es-trutura do Laboratório de Herpetologiado Museu de Ciências e Tecnologia daPUCRS. Arlete prepara artigos científicossobre o tema e pretende aprofundar apesquisa analisando o deslocamento dasserpentes que pertencem às espéciesmais abundantes da comunidade.

Caninana: espécie rara no local

Foto: Marcos Di-Bernardo

Jararaca pintada

Foto: Maria Cristina Costa

Foto: Arlete Outeiral

Papa-pinto

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200414

Pesquisa

Pesquisa analisa evoluçãoeconômica dos estados

evolução econômica dos esta-dos brasileiros na década de90, levando em conta fatorescomo crescimento, mudançasestruturais e emprego, foi o

tema da pesquisa coordenada pelo pro-fessor Adelar Fochezatto, do Núcleo deEstudo e Pesquisa do Departamento deEconomia da PUCRS. O trabalho, realiza-do em 2002 e 2003, com financiamentodo CNPq, contou com a participação doaluno de iniciação científica Fernando Oli-

veira, do 8º semestre do curso de Eco-nomia.

O estudo mostrou pequena descon-centração espacial do Produto InternoBruto (PIB), das vagas no mercado de tra-balho e da população. As regiões maisdesenvolvidas, Sudeste e Sul, tiveram re-dução em sua participação nessas variá-veis. Dos 25 setores estudados, 23 au-mentaram a dispersão espacial do empre-go. Apenas os setores de serviços indus-triais de utilidade pública e instituições fi-

nanceiras aumenta-ram a concentraçãoespacial do empregoentre os estados. Fo-chezatto diz que atendência é acompa-nhada por uma novadinâmica, a gradualespecialização daseconomias mais de-senvolvidas, especial-mente São Paulo eRio de Janeiro, e amaior diversificaçãode atividades econô-micas em regiões pe-riféricas, como a Nor-te e Centro-Oeste.

Apesar dessatendência, a econo-mia brasileira conti-nua concentrada. Oestado de São Paulopossui cerca de umterço dos empregosdo País e os cincomaiores estados, SP,RJ, MG, RS e PR, so-mam 65,26% do em-prego formal. O RSrepresentava 7,83%dos empregos for-mais do País em 1990e dez anos depois oíndice caiu para7,22%.

Essa nova dinâmica, segundo Fo-chezatto, é o resultado de mudançasestruturais pelas quais passou a econo-mia brasileira nos últimos anos, especi-almente nos anos 80 e 90. A partir dadécada de 80 a economia brasileira co-meçou um processo de reestruturaçãoprodutiva decorrente da difusão de no-vas tecnologias baseadas na microele-trônica. Houve também melhorias nainfra-estrutura energética, de transportee comunicação. Na década de 90 ocor-reu a abertura comercial, a descentrali-zação dos recursos públicos e a estabili-dade monetária.

O estudo detectou uma concentra-ção do emprego em poucos setores, es-pecialmente no Amapá, Acre e DistritoFederal. Dez anos depois o mesmo foiobservado novamente no Acre, no Distri-to Federal e em Roraima. Por outro lado,as vagas estavam mais bem distribuídasem SP, SC e RS. A economia gaúcha éclassificada por Fochezatto como avança-da, estável e diversificada.

Os setores agroindustriais foram res-ponsáveis por 19% do total do crescimen-to do emprego verificado no Brasil nosanos 90. SP, MG, PR e RS contribuíramcom 62,83% do emprego agrícola do Bra-sil em 2000. Dez anos antes o índice dosestados era de 65,57%, mostrando mo-desta desconcentração. RS, MA e BA fo-ram os que apresentaram maior depen-dência do crescimento da economia doPaís na década de 90 em relação à áreaindustrial. Nenhum estado obteve perdano número de empregos no setor de ser-viços.

O trabalho, que busca identificarpontos frágeis da economia, será comple-mentado com análise dos modelos decrescimento dos estados, explicando osmotivos de alguns apresentarem vanta-gens competitivas. O conhecimento po-derá contribuir para os governos adota-rem políticas públicas visando ao cresci-mento econômico.

Participação dos cinco maiores estadosno emprego formal setorial do Brasil

ESTADOS

São Paulo 35,17% 29,26% 29,18% 30,69% 33,36%Minas Gerais 10,98% 10,10% 19,19% 10,69% 9,43%Rio de Janeiro 7,13% 11,93% 2,19% 10,36% 12,35%Rio Grande do Sul 9,50% 6,48% 6,53% 7,22% 7,83%Paraná 6,88% 6,01% 7,98% 6,30% 5,59%

Fonte: Relatório Anual de Indicadores Sociais do Ministério do Trabalho – RAIS/MTE

AGRICULTURA2000

INDÚSTRIA2000

SERVIÇOS2000

TOTAL2000

TOTAL1990

Participação das regiões no ProdutoInterno Bruto do Brasil (PIB)

REGIÃO/ANO 1970 1991 2000

Sudeste 65,00% 58,71% 57,79%Sul 17,03% 17,11% 17,57%Nordeste 12,01% 13,37% 13,09%Centro-Oeste 3,72% 6,10% 6,96%Norte 2,24% 4,71% 4,59%

Fonte: IBGE

Participação dos cinco maiores estadosno Produto Interno Bruto do Brasil (PIB)

ESTADOS/ANO 1970 1991 2000

São Paulo 39,36% 35,25% 33,67%Rio de Janeiro 16,08% 12,28% 12,52%Minas Gerais 8,34% 9,52% 9,64%Rio Grande do Sul 8,73% 7,74% 7,73%Paraná 5,53% 5,87% 5,99%

Fonte: IBGE

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 15

Crianças brincam comas palavras

rianças da Escola Lea Rosa Ce-chini de Brum, localizada naVila Nossa Senhora de Fátima,em Porto Alegre, estão, desdeo segundo semestre do ano

passado, brincando com palavras pormeio de um trabalho que alunas do cur-so de Letras da PUCRS desenvolvem soba orientação da professora Solange Ket-zer. O projeto Mãos Dadas: acadêmicosde Letras e escolares de cinco a sete anosensinam e aprendem a desenvolver po-tencialidades lingüísticas através da poe-sia consiste no desdobramento da tese dedoutorado de Solange.

Teoricamente, assenta-se em doispressupostos defendidos por HowardGardner. O primeiro trata da idéia de que

o período de zeroa seis anos consti-tui aquele emque o ser huma-no encontra-semais apto paraaprender. O se-gundo tem rela-ção com o gêne-ro poético, que,na perspectiva doautor, possibilitao desenvolvimen-to de potenciali-dades lingüísticaspor articular osdiferentes planosda linguagem: fô-nico, sintático, se-mântico e prag-mático. ParaGardner, o bompoeta é o repre-sentante máximoda inteligência lin-güística ao com-binar sons, rela-ções entre as pa-lavras, seus senti-dos e o contexto.

Solange explica que odiferencial do trabalho é aruptura com a idéia de quepoesia é difícil. “Habituadasà convivência quase que ex-clusiva com o texto em pro-sa, as crianças perdem achance de se deleitar com osjogos de rimas e a sonorida-de própria de um texto por-tador de uma outra gramá-tica: a gramática da poesia,que promove o lúdico e aproxima o infan-te da linguagem pela porta dos sonhose do imaginário”, resume a professora.Segundo Solange, há um lugar para apoesia na escola que deve ser ocupadocom muito gosto, empenho e criativida-de. Além da alegria e do encantamentoque proporciona, o trabalho com esse gê-nero constitui um caminho de excelênciapara a alfabetização.

O trabalho é planejado, organizadoe avaliado por meio de encontros conti-nuados no Centro de Referência para oDesenvolvimento da Lingua-gem (Celin), da Faculdade deLetras. No Celin, são realiza-dos projetos com essas mes-mas características, orienta-dos pelo objetivo de produ-zir conhecimentos acadêmi-cos, socializá-los com a co-munidade e dar contribuiçãosocial.

O título do projeto,Mãos Dadas, financiado peloCNPq e pela Fapergs, mostraque o trabalho realiza-se nabusca de convergências, prin-cipalmente entre pesquisa eensino, teoria e prática, uni-versidade e escola. Solange lembra queas crianças são beneficiadas pelo traba-lho com poesias que lhes possibilita de-senvolver suas potencialidades lingüísti-cas. A professora do Ensino Fundamen-tal participa das atividades, aprendendo

novos caminhos para alcançar esse obje-tivo. Os acadêmicos de Letras têm a opor-tunidade de viver uma experiência queassocia conhecimentos aprendidos duran-te o curso, colocando em pauta a apro-ximação entre Teoria da Literatura e Lin-güística. Segundo a professora Vera Pe-reira, que integra a equipe como lingüis-ta, esse é um traço inovador do projetoe de grande significado para o Celin.Como coordenadora do setor, diz que otrabalho envolve ainda a Educação, sem-pre em torno do eixo da leitura.

A próxima etapa do projeto será arealização de oficinas itinerantes em es-colas públicas, mantendo o caráter soci-al. Os professores do Ensino Fundamen-tal receberão o material para poder mul-tiplicar a experiência.

De 0 a 6 anos: mais aptos a aprender

CONVITE*José Paulo Paes

Poesiaé brincar com palavrascomo se brincacom bola, papagaio, pião.

Só quebola, papagaio, piãode tanto brincarse gastam.

As palavras não:quanto mais se brincacom elasmais novas ficam.

Como a água do rioque é água sempre nova.

Como cada diaque é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?

* Este poema é a sínte-se da expressão do pro-jeto Mãos Dadas.

Solange Ketzer e alunas bolsistas

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004

Saúde

Vida saudável éensinada na escola

onscientizar cerca de 700 crian-ças e adolescentes para a pre-venção de doenças cardiovascu-lares, cerebrovasculares, pres-são alta, diabetes, obesidade e

a busca de uma vida saudável é o objetivode um trabalho do Instituto de Geriatria eGerontologia (IGG) da PUCRS em parceriacom a Prefeitura Municipal de Glorinha. Oprojeto é desenvolvido em escolas de Ensi-no Fundamental e Médio do município de6 mil habitantes, localizado na RegiãoMetropolitana de Porto Alegre.

Desde março, a equipe do IGG iden-tifica crianças e adolescentes com alto ris-co para doenças cardiovasculares pormeio de exames físicos, verificação dapressão arterial, peso, altura, índice demassa corporal e realização de eletrocar-diograma de repouso. Os alunos tambémrespondem a perguntas sobre a históriafamiliar de doenças cardiovasculares, en-

tre outros distúrbiosdegenerativos. Futu-ramente, eles serãosubmetidos à análiselaboratorial para do-sagem de colesteroltotal, HDL (bom co-lesterol), LDL (maucolesterol), triglicerí-deos e glicose.

Em média 20crianças e adolescen-tes são examinadosem duas visitas se-manais. Por meio deapostila e conversa

individual, eles recebem orientações sobrea prevenção de doenças, noções sobre ali-mentação saudável, importância da práti-ca de exercícios físicos e relatam os pro-blemas de saúde na família.

Depois da etapa de análise, os alu-nos que apresentarem risco de adquirirproblemas de saúde futuros ou forem por-tadores de doenças serão encaminhadospara tratamento médico especializado. “O

que desejamos com este trabalho ésimplesmente prevenir. A pressão alta,por exemplo, é um mal silencioso e amaioria dos hipertensos não sabe queé portador. Preveni-la depende de mu-danças no estilo de vida”, garante ogeriatra Newton Terra, coordenadordo projeto. Terra é auxiliado pela auxi-liar de enfermagem Marlene Amarodos Santos, do IGG.

As crianças, com idade entre oitoe 15 anos, reúnem-se em sala de aulae fazem um teatro. O coração é repre-sentado por um aluno. Os outros partici-pam como sendo as artérias e, frente afrente, imitam um vaso sanguíneo. Na re-presentação animada, o aluno que faz opapel de “sangue” passa pelo vaso e atin-ge o coração sem dificuldades. Terra expli-ca que quando se tem pressão alta ou ad-quire-se maus hábitos, como o fumo e osedentarismo, o sangue “sente” dificulda-de para chegar ao coração. Há o entupi-mento das artérias e, por fim, o coração,sem receber oxigênio, “sofre muito” e en-farta, ou seja, morre.

Todos esses fatores de risco são re-presentados por alunos que vão agru-pando-se e obstruindo a artéria. O aluno“sangue”, que inicialmente passava pelasartérias sem dificuldades, agora encontraproblemas. As crianças divertem-se, parti-cipam, fazem perguntas, falam sobre pro-blemas familiares. Para Terra, com o tea-trinho e a descontração, é mais fácilaprender e entender o processo da ate-rosclerose, fator comum para os enfartese derrames cerebrais.

“Se, desde agora, eles adotarem umestilo de vida saudável, talvez com 70, 80anos, estejam com boa saúde, lúcidos ecom autonomia”, prevê o geriatra. O en-tupimento das artérias começa na infân-cia. As placas de gordura tendem a au-mentar com o tempo, principalmente seexistirem fatores de risco como pressãoalta, colesterol em excesso, fumo, obesi-dade e sedentarismo.

Durante 20 anos a população deGlorinha terá acompanhamento de médi-cos do IGG. Para isso, Newton Terra pre-tende conseguir apoio do Conselho Na-cional de Pesquisa Científica e Tecnológica(CNPq) e de outras Faculdades para de-senvolver trabalhos interdisciplinares coma Odontologia, Nutrição, Fisioterapia, En-fermagem, Serviço Social, Educação Físicae Medicina. Na segunda etapa do proje-to, serão avaliados e orientados os adul-tos jovens e idosos do município.

por BIANCA GARRIDO

Alunos são avaliados

Jovens divertem-se e aprendem

A importânciada prevenção

As doenças cardiovasculares lide-ram a lista das maiores causas de mor-talidade do Planeta, causando 12 mi-lhões de mortes por ano. Elas tambémsão uma das maiores responsáveis pelonúmero de pessoas incapacitadas napopulação, cerca de 85 milhões nos úl-timos anos. Para 2020, a projeção daOrganização Mundial de Saúde é quehaja o dobro desse número, com esti-mativa de que 80% estejam nos paísesem desenvolvimento. No RS provocamcerca de 22 mil mortes ao ano. No Bra-sil o número de óbitos por 100 mil ha-bitantes é de 46,9. Aproximadamente1 milhão de hospitalizações ocorrem noPaís em função dessas doenças.

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 17

Saúde

Avançam os estudoscom células-tronco

possibilidade de regeneraçãoutilizando células-tronco temtrazido muita esperança para otratamento de doenças cardía-cas, neurológicas, câncer, dia-

betes, entre outras. O Instituto de Pesqui-sas Biomédicas (IPB) da PUCRS tem desen-volvido pesquisas nessa área. Algumasaguardam aprovação da Comissão Nacio-nal de Ética e Pesquisa (Conep) para, embreve, realizar testes clínicos em seres hu-manos. “A espera pela aprovação não éuma limitação. É de extrema valia e enri-quece nossos projetos com sugestões e crí-ticas, representando, portanto, menos ris-cos para o paciente”, afirma o diretor doIPB, neurologista Jaderson Costa da Costa.

Entre os projetos que aguardam per-missão está uma cirurgia para tratar deacidentes vasculares cerebrais. Se aprova-da, será realizada em paciente que ingres-sar no Hospital São Lucas (HSL) com esseproblema e cujo caso não puder ser re-solvido pelo tratamento convencional.Células-tronco serão, então, retiradas damedula óssea do próprio doente e inje-tadas onde o vaso sangüíneo estiver obs-truído. Com isso, espera-se fazer com queelas cheguem até o tecido que está mor-to e se transformem em células nervosas.Ou que levem os elementos necessáriospara que as células do cérebro façam isso.A equipe do IPB faz experimentos seme-lhantes com ratos, com resultados muitopositivos.

Outro procedimento que aguardaaprovação propõe injetar células-tronco nacoronária de pacientes que sofreram enfar-te. Elas assumiriam características de mió-citos (células do coração), que serviriampara revascular a área enfartada e regene-rar o tecido cardíaco. Segundo o cardiolo-gista Luiz Carlos Bodanese, diretor da Fa-culdade de Medicina, após a cirurgia, o co-ração poderá voltar a contrair-se normal-mente. “O paciente terá uma melhora naqualidade de vida, com grande diminuiçãode sintomas como a falta de ar”, explica.

Outras pesquisas estão sendo feitasem caráter experimental no IPB. Equipedo cirurgião Jefferson Braga Silva realizacirurgias experimentais em ratos para a re-generação de nervos periféricos. O peda-

por MARIANA VICILI

As células-tronco são assim chama-das por serem um tronco comum do qualoriginam-se outras células de diversostecidos do corpo. Elas podem ter diferen-tes origens, que influenciam em sua po-tencialidade:

Medula ósseaAs pesquisas realizadas na PUCRS

prevêem a utilização dessas células para arealização de transplantes autólogos, ouseja, com células-tronco retiradas do pró-prio paciente. Os riscos são mínimos, prin-cipalmente pelo material conter o mate-rial genético do transplantado. As célulasprovenientes da medula naturalmentesão utilizadas pelo organismo para a re-novação das células sangüíneas e, quan-do injetadas em outros órgãos, podemadquirir suas características celulares.

EmbriõesCélulas-tronco retiradas de em-

briões, apesar de poderem ser multipli-

cadas diversas vezes sem perder suas ca-racterísticas e serem muito versáteispara se transformar em outros tipos decélulas, proliferam-se de uma maneiratão rápida que, sem controle externo,podem causar problemas. A utilizaçãodesse tipo de célula é proibida no Brasile em diversos países.

Cordão umbilicalSão biologicamente diferentes das

encontradas na medula óssea. Por seremmais jovens, quando utilizadas apresen-tam resultados mais rápidos. Há grandeschances de sucesso num tratamento des-se tipo, pois essas células não foram ex-postas a elementos externos, como po-luição, tabagismo e efeito de drogas.

Germinativas de tumoresAlguns laboratórios internacionais

estão patenteando células-tronco produ-zidas por alguns tipos de tumores, comoo embrionário Teratocarcinoma.

O que são as células-tronco

ço de um nervo é retirado e este é envol-vido num tubo onde são injetadas células-tronco do animal, buscando a reconstitui-ção. Se os resultados forem satisfatórios,serão feitos testes em seres humanos.

A transformaçãoCélulas-tronco da medula óssea, em processo de transdiferenciação, podemtransformar-se em vários tecidos do organismo humano. Alguns exemplos:

MÚSCULOSANGUE

NEURÔNIO

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Debates por MARIANA VICILI

Universidade protege inve

PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200418

registro e pedido de patente deinvenções desenvolvidas dentroda Universidade tem sido umapreocupação constante daPUCRS, para garantir a autoria

das obras e seu uso exclusivo.As patentes, no Brasil, são solicitadas

pelos inventores ao Instituto Nacional daPropriedade Intelectual (INPI), que confereao seu titular direitos exclusivos de explora-ção industrial por até 20 anos. É possível eimportante também requerer o pedido depatente internacional, que deverá ser depo-sitado em cada país que pretenda a prote-ção do invento.

Para auxiliar alunos, professores, pes-quisadores e funcionários da Universidadenesse processo, a PUCRS criou, em 1999, aAgência de Gestão Tecnológica e de Pro-priedade Intelectual (AGT), que centraliza asatividades de apoio às necessidades institu-cionais nessa área.

Núcleo da AGTO Núcleo de Propriedade Intelectual

(NPI) da AGT atende gratuitamente a comu-nidade acadêmica, facilitando o acesso dospesquisadores ao registro, divulgação do tra-balho e a aproximação da Universidade comempresas para comercializar as invenções.As patentes solicitadas via NPI terão seus

custos relativos àproteção e manuten-ção da patente co-bertos pela PUCRS.A autoria será sem-pre do pesquisador,inventor ou criadorda obra ou produto,mas a titularidadedos direitos será, de-pendendo do caso,cedida à Universida-de, e os benefíciosserão repartidos emporções negociadas.

Para fazer o de-pósito de patente ou registro pela PUCRS,primeiramente o pesquisador deve encami-nhar um pedido de avaliação do produto oudo processo para a direção da unidade aca-dêmica ou de apoio. A direção dessa uni-dade encaminhará um ofício ao diretor daAGT requerendo a avaliação. Se não hou-ver interesse da Universidade, o pesquisadoré liberado para o registro, depósito de pa-tente ou negociação por sua própria conta.

Em junho, a AGT promoveu o 1º Semi-nário de Propriedade Intelectual, com cursosministrados por integrantes do INPI, abor-dando temas como sistemas de patentes,propriedade intelectual em diversas áreas e

crimes contra patentes, entre outros. A che-fe substituta da Divisão de Patentes da Enge-nharia Mecânica do INPI, Cátia Gentil da Sil-va, uma das palestrantes do evento, salien-tou a importância da propriedade intelectu-al nas universidades brasileiras: “É vital parauma universidade proteger suas tecnologias,pois garante seus direitos autorais e fortale-ce seu portfólio. Há um aumento da procu-ra por esse tipo de patente, principalmentepela criação de diversas agências isoladasque facilitam esse processo”, revela.

De acordo com a coordenadora acadê-mica do Núcleo de Propriedade Intelectual,professora Helenara Avancini, além da publi-

Laboratório: teste identifica surdez

Sistema de empréstimode objetos digitais

Autores: Karen Selbach Borges (concluiu mestrado em Ci-ência da Computação) e professor João Batista de Oliveira

Unidade: Faculdade de InformáticaO objetivo do sistema é garantir os direitos autorais so-

bre os objetos do acervo de uma biblioteca digital, através douso de mecanismos de segurança durante as transações de em-préstimo e devolução. Se utilizado numa biblioteca, por exem-plo, permite o empréstimo de livros digitais, que não poderãoser copiados pelo usuário e serão apagados da memória doseu computador no prazo que seria de devolução. O usuáriotambém poderia solicitar mais materiais além de sua cota, me-diante o pagamento de uma taxa. O processo pode ser aplica-do a qualquer documento digital.

Provas interativasAutores: Professoras Carmen Sanson, Susana Huerga, Marisa Magnus Smith; web

designers André Nasi, Thiago Mendes; programadores júnior Caroline Missel e FábioNallem e o programador trainee Thiago Locatelli da Silva.

Unidades: Gerência de WEB e Centro de Processamento de DadosPrograma de computador, voltado principalmente para estudantes de Ensino Mé-

dio e candidatos ao vestibular, que possibilita o acesso aos conteúdos envolvidos noconcurso, com informações e orientações para elaboração da redação, e permite a rea-lização de provas interativas. Os participantes também podem construir justificativaspara a alternativa correta e comentários para as incorretas. Possibilita o cadastro com e-mails para a manutenção deum canal de comunicaçãosobre informações do vesti-bular. Está disponível no sitewww.pucrs.br/provas/.

Criações disponíveis para licenciamento

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nções por meio de patentes

PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 19

Como entrarem contatoNúcleo de Propriedade Intelectual – AGTFone: (51) 3320-3500, ramal 4734

Como requisitar oregistro na PUCRS

Unidade Acadêmicaou de Apoio

AGT

Não Recomenda

Libera pesquisadorpara registro, depósito

ou negociação

Recomenda patente/registro para PRPPG

BancaExaminadora

Aprovapatente/registro

Depósito daPatente ou Registro

Disponibiliza paraNegociação

Governo Empresa Sociedade

Não AprovaAvaliaçãoPROAD

Sistema para reconhecimento da vozatravés da arquitetura heterogênea(hardware-software)

Autores: Professores Fabian Vargas, Rubem Fagundes e Daniel Barros Júnior.Unidade: Departamento de Engenharia Elétrica da Faculdade de Engenharia.Sistema utilizado para o reconhecimento da voz, feito especialmente para ope-

rar através do comando do locutor em telefones móveis, computadores, câmerasdigitais e videocassetes,entre outros aparelhos. Ainterface pode ser facil-mente instalada e utiliza-da, por meio de coman-dos previamente estabe-lecidos, de acordo com otipo de aparelho.

Processo concorrentepara desconvulaçãoautodidata de sinais digitais

Autores: Professores Maria Cristina de Castro, Fernando Cé-sar de Castro e Dalton Soares Arantes (Unicamp).

Unidade: Dep. de Engenharia Elétrica da PUCRS e Unicamp.O processo é capaz de minimizar os efeitos de eco e rever-

beração de sinal em comunicações digitais com muito mais efici-ência do que seus demais competidores. É uma solução atraentepara o problema denominado “multipercurso” (fantasmas na ima-gem analógica e até interrupção do sinal digital), que muitas ve-zes ocorre nas comuniações digitais móveis, como telefonia celu-lar, rádio e tv digital. A tecnologia será utilizada no projeto de TVdigital desenvolvido na PUCRS. A invenção já foi patenteada noBrasil e em países da Europa, nos Estados Unidos e China.

cação e do pedido de patente das in-venções, o sigilo também é importanteno processo. “Se as informações sobre acriação forem divulgadas antes do depósi-to da patente, corre-se o risco de um pro-jeto em que se trabalhou durante anos,em alguns casos, ser copiado por empre-sas e assim se perde um grande patrimô-nio para o pesquisador, para a universida-de e para a sociedade”, observa.

Algumas invenções foram paten-teadas por intermédio da AGT e outrasainda aguardam aprovação. O processopode levar até cinco anos. O NPI tem umcatálogo de criações disponíveis para olicenciamento divulgando os inventos efacilitando a interação com empresas in-teressadas ou qualquer outra instituição,o que poderá gerar possíveis retornospara futuros projetos de pesquisa e de-senvolvimento.

Teste de surdezO primeiro exemplo de tecnologia

desenvolvida na PUCRS, paten-teada e repassada ao setorprodutivo é um teste diagnós-tico para detecção de anticor-pos contra a proteína HSP70,utilizado em testes de surdezde origem neurossensorial.

Esse tipo de surdez, se detectado cedo,pode ter o quadro revertido em muitoscasos. Anteriormente os testes eram fei-tos apenas nos EUA e em alguns paísesda Europa, mas não eram completamen-te precisos.

O teste desenvolvido na Universida-de é muito mais barato e com maior pre-cisão, sendo o único feito atualmente naAmérica Latina, em parceria com o La-boratório Amplicom, de Porto Alegre. Aautora é a professora Cristina Bonorino,da Faculdade de Biociências e do Insti-tuto de Pesquisas Biomédicas da PUCRS,num trabalho conjunto com os pesqui-sadores Anne Rose Baú, Carlos Albertovon Muhlen, Luiz Lavinsky, e os alunosLeonardo Munari, Sheila Charchat e LuizRodrigues. Segundo a professora, qual-quer laboratório que tiver interesse emrealizar o teste pode entrar em contato.Um kit para fazer o teste também foi pa-tenteado e está à disposição para a in-dustrialização.

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200420

Reforma Universitária

Avaliação do MEC nãoserá para penalizar

coordenador-geral do ExameNacional do Desempenho dosEstudantes (Enade), Amir Lima-na, esteve na PUCRS a convitedo Setor Didático-Pedagógico

(Sedipe) da Pró-Reitoria de Ensino de Gra-duação, para falar sobre o substituto doExame Nacional de Cursos (Provão) e oSistema Nacional de Avaliação do EnsinoSuperior (Sinaes). Com os novos instru-mentos, o MEC pretende traçar uma ra-diografia da Educação Superior. Limanadiz que é meta avaliar as instituiçõescomo um todo e não apenas o seu de-sempenho a partir do rendimento dosalunos no Exame, como acredita que

ocorria com o Provão. Elogia universida-des como a PUCRS que têm tradição naavaliação interna. O Sinaes inclui a avalia-ção institucional, dos cursos e o Enade.Limana garante que o MEC não encarao Sinaes como método punitivo ou ins-trumento para fechar cursos, mas paracontribuir com a qualificação do ensino.

Farão a prova do Enade, em no-vembro, alunos do primeiro ano (quetenham cursado 25% dos créditos) e doúltimo (que cumpriram 75% do total)de 13 cursos. O Exame será feito poramostragem devido ao custo reduzido.A participação do universitário, obriga-tória quando sorteado, constará do seuhistórico escolar. Ele não poderá colargrau se não fizer a prova, a menos queseja dispensado pelo MEC.

A auto-avaliação institucional serárealizada pela Comissão Própria de Avalia-ção (CPA) de cada universidade. Integrama CPA da PUCRS a diretora da Faculdadede Educação, Maria Waleska Cruz; o coor-

A aula em parceria entre aluno e professorconvite do Setor Didático-Peda-gógico, a professora Léa Anas-tasiou, da UFSC, proferiu naPUCRS duas palestras: Desafiosdo trabalho docente em rela-

ção a aspectos das atuais diretrizes cur-riculares e Estratégias da sala de aula uni-versitária. Defende que seja substituída aidéia de dar e assistir a aulas pela parce-ria entre professores e alunos, mesmoentendendo que a modificação na dinâ-mica traz incerteza quanto aos resulta-dos, pois na simples exposição de temaspelo professor fica assegurada mais facil-mente a relação tempo-conteúdo. Léadestaca que é importante valorizar o pa-pel pedagógico do erro: “Na sala de aulao erro não fere”.

Muitos professores relatam que osalunos demonstram desinteresse e frus-tração diante da vida acadêmica e do cur-

so escolhido. Os desafios do docente,acredita Léa, são promover a motivaçãoe o comprometimento com a aprendiza-gem, saber atuar com a diversidade dealunos e manter a identidade profissional.

Sobre as diretrizes curriculares, a pro-fessora diz que tem como princípio daràs instituições liberdade para atuar na in-tegralização dos currículos e na especifi-cação das unidades de estudos a serem

ministradas. A fixação de conteúdos es-pecíficos com cargas horárias predetermi-nadas não pode exceder 50% do totaldos cursos. As atuais diretrizes visam aestimular práticas de estudo independen-te, com a progressiva autonomia profis-sional e intelectual do aluno. “A gradua-ção é vista como etapa da formação ini-cial no processo contínuo de educaçãopermanente.”

Segundo Léa, no contexto do estadoneoliberal o objetivo é reduzir a ação dauniversidade, de instituição social a sim-ples entidade administrativa. A avaliaçãobaseia-se em padrões de gestão empresa-rial e com visão externa (percentuais dedocentes com pós-graduação). Lembraque a concepção de conhecimento damodernidade isolou as disciplinas. “Divi-de-se para conhecer e não é feito o cami-nho de volta necessário à síntese.”

denador do Sedipe, Maurivan Ramos; opresidente da Adpucrs, Gilberto de Andra-de; o presidente do DCE, Paulo RenatoRizzardi; o presidente da Afpucrs, PauloJoeli Ramos; Acádio João Heck, represen-tando o Arcebispado de Porto Alegre; eCarlos Roberto Alcântara Gil, representan-do a Associação dos Antigos Alunos Ma-ristas de Porto Alegre. Cabe à CPA condu-zir o processo de avaliação, sistematizar in-formações e transmiti-las ao MEC.

Léa: educação permanente

Cursos da 1ª ediçãoAgronomia, Educação Física, Enfermagem, Far-mácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina,Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia,Serviço Social, Terapia Ocupacional e Zootecnia.

Limana esteve na PUCRS

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 21

Ciência

Centro desenvolveráenergia solar

por CARINE SIMAS

primeiro Centro Brasileiro parao Desenvolvimento de EnergiaSolar Fotovoltaica (CB-Solar) foiinstalado na PUCRS com a mis-são de colaborar para a uni-

versalização da energia elétrica no País.A parceria para a implantação, assinadapelo ministro da Ciência e Tecnologia,Eduardo Campos, em cerimônia na Uni-versidade em maio, envolve tambémCEEE, governos Estadual e Municipal. OCB-Solar fica no Núcleo Tecnológico deEnergia Solar (NT-Solar) do Centro de Pes-quisa e Desenvolvimento em Física, noParque Tecnológico (Tecnopuc).

Nos 700 metros quadrados de salasespeciais, professores, pesquisadores ealunos da PUCRS vão trabalhar no de-senvolvimento de tecnologias de conver-são da energia solar em elétrica. “O cen-tro é estratégico para o Brasil, País commaior nível de irradiação solar. A tecno-logia desenvolvida poderá evitar novosepisódios como o de racionamento deenergia, vivido há três anos, que limitoua capacidade de geração de riquezas eempregos”, frisou o ministro. De acordocom Campos, a capacidade de geraçãode energia hidrelétrica brasileira não serácapaz de atender o País por mais de 30anos, o que determina uma busca por

outras fon-tes de ener-gia, princi-palmente asrenováveis,como a so-lar. “A ener-gia que veioontem daágua ama-nhã virá dosol”, previu.

A l é mda susten-t ab i l i d adefutura, amaior gera-

ção de energia poderá be-neficiar os mais de 12 mi-lhões de brasileiros queainda aguardam a opor-tunidade de ter luz elétri-ca em suas residências. ONT-Solar foi projetado es-pecificamente para desen-volver protótipos de célu-las solares e módulos fo-tovoltaicos (que transfor-mam a energia solar emelétrica) mais eficientes,para implementar e analisar sistemas fo-tovoltaicos e ainda formar recursos hu-manos especializados na área.

CB-Solar produzirá módulosem escala industrial

A parceria do NT-Solar com o governo federal também prevê a implantaçãode uma planta pré-industrial de fabricação dos módulos fotovoltaicos eficientes.O objetivo é construir os módulos com alta eficiência e baixo custo em grandeescala, substituindo a importação dessa tecnologia feita pelo País atualmente.Para isso, serão adquiridos equipamentos com tecnologia de ponta e realizadasadaptações no espaço físico do Núcleo. A previsão é de que dentro de um anoo CB-Solar comece esta produção.

A iniciativa faz parte da Rede Brasil de Tecnologia do Ministério da Ciênciae Tecnologia, que estimula a parceria entre empresas e instituições de ensino,privadas e públicas, para o avanço de tecnologias no País. A PUCRS receberáinvestimentos de mais de R$ 4 milhões do governo federal, CEEE, Eletrosul ePetrobras. A industrialização dos módulos fotovoltaicos facilita a expansão datecnologia eficiente e barata, possibilitando, por exemplo, que ela seja expan-dida à zona rural.

A célula solar

O teste de eficiência

Ministro Eduardo Campos (dir.) na PUCRS

A principal característica da produ-ção de energia elétrica pela luz solar é aalta tecnologia e o baixo impacto am-

biental. As pesquisas em célulassolares realizadas pelos coorde-nadores do NT-Solar, AdrianoMoehlecke e Izete Zanesco, alcan-çaram projeção nacional com oprimeiro lugar no Prêmio JovemCientista 2002, a Medalha Ne-grinho do Pastoreio e, no finaldo ano passado, o trabalho demaior destaque no 17º SimpósioNacional de Produção e Transmis-são de Energia Elétrica.

Foto: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200422

Tecnologia

Software livremais presente

Mais de 5 mil pesso-as estiveram na PUCRS par-ticipando do 5º Fórum In-ternacional de Software Li-vre, maior evento do gê-nero no mundo. Além deser uma das organizado-ras, a Universidade reali-zou, paralelamente, o 5o

Workshop Software Livre,onde foram apresentadostrabalhos e resultados depesquisas de participantesde diversos países.

O professor AvelinoZorzo, da Faculdade de In-formática, palestrante doFórum, acredita que oevento é uma oportunida-de para discutir aspectosda pesquisa e desenvolvi-mento desse tipo de soft-ware. “Os alunos trocamidéias e percebem como osoftware livre é tão bom quanto um soft-ware proprietário”, observa.

Estudantes de graduação e pós-gra-duação das Faculdades de Informática eEngenharia utilizam freqüentemente soft-wares livres em trabalhos, como o Star-office, o Openoffice, entre outros, e o sis-tema operacional Linux. Com esses pro-gramas aprendem a desenvolver aplicati-vos, editores de texto, jogos e ferramen-tas de acordo com as necessidades.

O aluno Marco Aurélio StelmarNetto, do mestrado em Ciência da Com-putação, auxiliou no desenvolvimento deum software livre chamado Crono, utili-zado com sucesso na gerência de clus-ter (conjunto de computadores conecta-dos com uma rede de alta velocidade eque aparentam ser um computador só),e disponibilizado para o uso de outraspessoas. “No software livre aprende-secom os outros”, conta.

Durante o Fórum, a PUCRS firmouconvênio de cooperação, intercâmbio téc-

Robô Tobias:nova versão

nico-científico e desenvolvi-mento de recursos huma-nos com o Serviço Federalde Processamento de Da-dos (Serpro). Pelo convê-nio, o Grupo de PesquisasAvançadas em Redes deComunicação & Tecnologiada Informação (Gparc&Ti),da PUCRS, começará a tra-balhar com 20 pesquisado-res para construir um mo-delo de administração deredes em software livre.Segundo o coordenadordo grupo, professor JorgeGuedes, o software Fre-eNMS, já desenvolvido,será adequado às necessi-dades da rede Serpro e ga-nhará status de produtoaté o fim do ano.

Além do FreeNMS,outros projetos do grupo

estão sendo desenvolvidos, integrandosoftware livre com pesquisa aplicada,como um sistema para diminuir a proba-bilidade de falhas e para balanceamentode cargas nas conexões à internet. Orobô Tobias (controlado via internet, ca-minha, cumprimenta, transmite imagens,ativa eletrodomésticos, entre outras fun-ções), desenvolvido no Laboratório Metro-poa, da Faculdade de Engenharia, ganha-rá uma segunda versão, maior e maisavançada.

Entendamelhor

Software livre é aquele que estádisponível para o uso, cópia e distribui-ção, gratuitamente ou com algum cus-to, cujo código-fonte encontra-se aber-to e pode ser modificado, de acordocom as necessidades de cada usuário.

Assespro: sedeno Tecnopuc

A Associação das Empresas Brasileiras deTecnologia da Informação, Software e Internet– Regional RS (Assespro) inaugura, dia 5 de ju-lho, sua sede no Parque Tecnológico (Tecno-puc). Oferece sala de reuniões com capacida-de para 40 pessoas, auditório com 50 lugarese business center adequado às necessidades deempresas de tecnologia. A Assespro firmou par-ceria com a Sociedade Sul-Riograndense deApoio ao Desenvolvimento de Software (Soft-sul), que instala no mesmo prédio o Escritóriode Relacionamento. A nova sede acolherá em-presas como a Processor Informática, Embratec,Topázio Desenvolvimento de Sistemas, Getnet,SoftMovel, Stefanini e CPM.

Siemens énova parceira

A PUCRS assinou convênio de cooperaçãovisando projetos de pesquisa e desenvolvimen-to com a empresa Siemens. Os projetos, em di-versas áreas, estão focados principalmente emcursos de extensão universitária, ensino à dis-tância e na área de telecomunicações. As Fa-culdades de Engenharia e Informática são asmais envolvidas, tendo um projeto em fase fi-nal de capacitação de tecnologia GSM. Depoisda assinatura, o vice-presidente da Siemens noBrasil, Aluízio Byrro, e o diretor de gestão tec-nológica, Ronald Dauscha, acompanhados deoutros diretores da empresa, visitaram o Tec-nopuc.

Gerenciamentode projetos

Interessados na área de gerenciamento deprojetos contam com uma sede do Project Ma-nagement Institute (PMI) em Porto Alegre. Emjunho, foram inauguradas as instalações da en-tidade no Tecnopuc. Com o novo escritório, aentidade sem fins lucrativos busca aproximar-se dos setores acadêmicos, empresarial e indus-trial. O PMI foi fundado nos EUA com o objeti-vo de fomentar o profissionalismo na gerênciade projetos, divulgando conhecimentos e pro-movendo a troca de experiências.

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 23

Parque Tecnológicobeneficia os alunos

Parque Tecnológico da PUCRS,além de representar um pólode pesquisa e desenvolvimentode novas tecnologias no Esta-do, tem beneficiado estudan-

tes e diplomados da Faculdade de Infor-mática (Facin) que atuam nas empresasali instaladas. Inaugurado em agosto de2003, o Tecnopuc absorve cerca de 10%dos alunos da Faculdade, dos cursos degraduação em Ciência da Computação,Sistemas de Informação, Engenharia deComputação e da pós-graduação em Ci-ência da Computação.

A diretora da Facin, Vera Strube deLima, acredita que o Parque tem sidoum cartão de visitas para a Universida-de. “Muitos alunos vêm por causa doTecnopuc, mesmo tendo passado em ou-tros vestibulares. Também recebemos pe-didos de transferência de estudantesapontando o mesmo motivo, o que paranós é gratificante. Essa oxigenação queocorre na relação entre a Faculdade e asempresas é muito importante e traz be-nefícios a todos”, observa.

Paulo Marques, graduando de Siste-mas de Informação, é um dos alunos queaproveita a oportunidade. Depois de pe-dir transferência da UFRGS e passar umtempo como bolsista na Facin, ingressoucomo estagiário, em março de 2003, noCentro de Tecnologia XML – Microsoft,onde hoje trabalha como coordenadortécnico do setor de suporte e desenvolvi-mento, junto com outros quatro estagiá-rios, todos alunos da PUCRS. “A grande

vantagem deestar aqui den-tro é lidar comtecnologia deponta, com oque há de maisnovo, que nãose vê ainda nomercado nemveríamos na Fa-culdade. Meu

trabalho de conclusão de curso tambémestá relacionado com o que faço, o queme ajuda dos dois lados”, conta.

Alguns alunos recebem bolsas degraduação ou pós-graduação das empre-sas, como é o caso da Mariângela Van-zin, pesquisadora da Dell. Mestranda emCiência da Computação, com ênfase emSistemas de Informação, é bolsista desdemarço de 2003. “O que me levou a ten-tar essa bolsa foi a oportunidade de apli-car na prática, na realidade da empresa,o que aprendo em sala de aula. A Dellme proporciona esse ambiente. Consigounir a experiência ao conteúdo do mes-trado”, revela Mariângela, que atua naárea de qualidade de software.

OportunidadesHá mais tempo na Dell, Sabrina Mar-

czak, analista de qualidade, começoucomo estagiária da empresa em 2001, noprimeiro grupo de estudantes beneficia-dos pelo convênio com a PUCRS. Depoisde concluir a graduação, fez o mestradoem Ciência da Computação, e foi contra-tada para o cargo que ocupa atualmente.Desde março deste ano Sabrina tambémé professora da disciplina de Engenhariade Software, no curso de Sistemas de In-formação. “A Dell proporciona cursos eoficinas ótimos para a formação que, nor-malmente, seriam inviáveis para os estu-dantes, sobretudo pelo custo. A minhacontratação como professora foi justa-mente para levar a experiência práticapara a sala de aula”, revela.

Outro estagiário contratado foi o de-senvolvedor de impressoras GuilhermeTesser, funcionário da Hewlett-Packard(HP), formado em agosto de 2003 em Ci-ência da Computação. “Em 2002 o pes-soal da HP foi à Facin fazer uma palestrasobre estágio na empresa, e achei quenão poderia deixar escapar aquela opor-tunidade. Passei pela seleção e estou láaté hoje. Além de ter-me dado uma visãodo mercado, trabalhar ali dentro ajudou

e está ajudando na minha formação, jáque a empresa paga a bolsa de mestra-do em Ciência da Computação”, contaGuilherme.

Alguns alunos também estão dandoseus primeiros passos como empreende-dores dentro do Tecnopuc. Rafael Mar-ques, estudante de Administração deEmpresas com ênfase em Análise de Sis-temas, fundou, em março deste ano, aempresa Zero Defect, na incubadora Rai-ar. Rafael foi bolsista durante dois anosna HP, onde aprendeu como fazer testesem softwares. Quando saiu, resolveuabrir seu próprio negócio. “Estar dentrodo Parque, além de nos dar visibilidade,pois estamos perto dos grandes, tambémfacilita muito minha vida, pois a PUCRSpassou a ser minha casa. Fico o dia tra-balhando aqui, depois vou para a aula”,conta o estudante. Junto com ele traba-lham na empresa outros estudantes daUniversidade, que já conquistaram trêsimportantes clientes: HP, Sonae e aApyon, de São Paulo.

Sabrina é analista da Dell

Rafael é empreendedor

Guilherme: na HP

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200424

Entrevista

CARLOS MARÍA ROMEO CASABONA

A importância de o Direit

por MARIANA VICILI

iante dos avanços da biomedi-cina, em especial da genéticamolecular, qual o papel do Di-reito? Ele pode regulamentarpossíveis abusos nessas áreas?

O Direito pode promover e apoiar pes-quisas sobre as aplicações que esses avan-ços terão na saúde humana, regular juridi-camente os procedimentos, as atividadesque têm a ver com a genética humana, tan-to na pesquisa como nas aplicações poste-riores, proteger juridicamente os resultadosdas investigações, quando há algo novo,através da patente, e proteger o direito dosegredo nas pesquisas, prevenindo a com-petição desleal entre empresas. Pode tam-bém estabelecer restrições em relação a ati-vidades perigosas, impondo limites e esta-belecendo requisitos que deverão ser cum-pridos por pesquisadores e pessoas que apli-carão esses conhecimentos. E, por fim, de-finir proibições, tendo como último recursoo Direito Penal, com o objetivo de protegerbens jurídicos importantes e valores da so-ciedade, como a vida, a intimidade das pes-soas, sua saúde e o meio ambiente.

O senhor é favorável à inclusão de no-vas disciplinas nas Faculdades de Direi-to e à criação de cursos de pós-gradua-ção tratando de temas bioéticos?

Sim. Na Europa e em países, como Es-tados Unidos e Canadá, agora também co-

Nos últimos anos, as descobertas no campoda biomedicina avançaram de maneira tão rápi-da que outros setores, como o Direito, estãonuma corrida contra o tempo para acompanharesses processos, os novos desafios e dilemas quese apresentam, muitas vezes não previstos pelasatuais legislações dos países. Entre os temas emdiscussão em âmbito mundial encontram-se, prin-cipalmente, o uso de células-tronco (capazes dese transformar em outros tipos de células, inclu-indo as do cérebro, coração, ossos, músculos epele), questões referentes ao genoma humano ea utilização de embriões em pesquisas. Para de-bater esses e outros assuntos relacionados à Bio-

ética, esteve na PUCRS, em maio, o professorCarlos María Romeo Casabona, catedrático de Di-reito Penal e fundador e diretor da Cátedra Inte-runiversitária de Direito e Genoma Humano daUniversidade de Deusto, no País Basco (Espanha).Casabona é autor do primeiro projeto da atuallei espanhola de transplante de órgãos, aprova-da em 1979. Ele foi conferencista do Ciclo deConferências em Bioética e Ética em Pesquisa,promovido pelo Programa de Pós-Graduação emCiências Criminais da Faculdade de Direito, quan-do fez palestra sobre Genética e princípios daintervenção normativa. Na ocasião, concedeu en-trevista exclusiva à revista PUCRS Informação.

meçando na América Latina, está se fazen-do isso. Para os alunos de graduação as dis-ciplinas são mais amplas, conhecidas comobiodireito, englobando ciências médicas, bio-lógicas, ou em termos gerais, ciências davida. Para os estudantes de pós-graduação,é importante fazer cursos de especialização,que podem ser mais específicos, relaciona-dos com a genética e a biotecnologia, ma-térias muito próximas, mas que são diferen-tes. Nesse caso os cursos teriam de ser trans-disciplinares, não só pela perspectiva do Di-reito, mas também da Ética, Medicina, Far-mácia. Ou seja, uma formação integrada.Hoje a sociedade precisa de profissionais deDireito mais preparados para esses assuntos.Um exemplo é o tema das patentes. Paísesque estão começando as pesquisas precisamser assessorados sobre como melhor prote-ger suas descobertas.

Como funciona a Cátedra Interuniversitá-ria de Direito e Genoma Humano?

Foi fundada em 1993 e é a primeira as-sim no mundo. Pertence às universidades deDeusto e do País Basco. Além delas há duasinstituições que cuidam dos recursos econô-micos, a Fundación del Banco BBVA e o Go-verno Provincial de Bizkaia. A cátedra temtrês objetivos fundamentais: estudo, di-vulgação e pesquisa. Participam alunosde graduação de Direito e também deoutros cursos, como Biologia e Bioquí-

mica, da Universidade do País Basco, e depós-graduação nos quais existam disciplinasenvolvendo Direito, biotecnologia e genéti-ca. Organizamos jornadas, tratando de te-mas da atualidade, sempre com um enfo-que científico, ético e jurídico, editamos arevista Derecho y Genoma Humano, em es-panhol e inglês, com circulação mundial.Também publicamos monografias e um bo-letim informativo sobre as atividades da cá-tedra, realizamos seminários de pesquisa eassessoramentos a instituições públicas e in-ternacionais, como o Parlamento Espanhol,União Européia e Unesco, sugerindo ou de-batendo sobre temas e documentos.

Legislações foram modificadas para ouso da clonagem humana “terapêutica”,ou seja, produzir embriõesclonados como meio deobter células-tronco?

Nos países euro-peus e naquelesonde as pesquisasnessa área estãomais avançadas háuma grande discus-são. Na Euro-

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 25

to intervir na biomedicinapa, onde deveríamos ter critérios mais uni-formes, há posições muito diferentes. Porexemplo, o Reino Unido foi o primeiro quemudou sua legislação. Em 1990 permitia aclonagem de embriões para pesquisa, masnão para obter células-tronco. Criou-se en-tão uma comissão e aprovou-se no Parla-mento a modificação da lei em 2001. É umaresposta muito diferente da que se vê emoutros países. A decisão mais recente, com-pletamente oposta à do Reino Unido, é daItália. Em fevereiro deste ano, o país apro-vou uma nova lei em que adota uma sériede medidas evitando que possa haver em-briões congelados sobrantes (não destina-dos à reprodução humana), e também acriação de embriões clonados para pesqui-sa. Na Alemanha ocorre um paradoxo. Opaís impôs, em 1990, medidas para evitarque possa haver embriões congelados e pes-quisas com embriões alemães. Em 2002 alei foi modificada permitindo a importaçãode células de embriões humanos a fim dese poder trabalhar com elas. Em muitos pa-íses não há legislação sobre o assunto, dei-xando as decisões à Justiça. Na América La-tina as iniciativas pré-legislativas caminhamna direção de não permitir o uso de célu-las-tronco de embriões.

De onde poderiam ser retiradas as célu-las-tronco?

Acredito que se podem utilizar célulasde embriões sobrantes, provenientes de téc-nicas de reprodução assistida e que não po-

dem ser utilizadas para a reprodução hu-mana de maneira alguma.

E quanto às células provenientes damedula ou do cordão umbilical?

Quanto ao cordão umbilical creioque não há problema, somente o consen-

timento dos pais para o seu uso. Quan-to à obtenção das células de adul-

tos, não vejo problemas. Sãotécnicas em fase de pesqui-sa, então deve-se ter requi-sitos, critérios éticos, como

qualquer outra pesquisa. Viu-se que, depoisque alguns estudos foram publicados, não seficou sabendo se após a cirurgia o pacientemelhorou ou piorou. Deve-se acompanharisso e manter os controles como em qual-quer outro experimento com seres humanos.

O senhor fala em usar células de embri-ões sobrantes. Os embriões têm atual-mente direitos?

Em nenhum sistema jurídico se protegea vida antes do nascimento com uniformida-de. Acredito que quando um embrião in vi-tro, por exemplo, está fora do corpo da mãee tem a potencialidade de ser destinado àreprodução, ele não é sobrante e merece amáxima proteção possível. O embrião nãodeve ser manipulado e deve ter protegidassuas informações genéticas. De outra manei-ra, se essa criança nascer, seus dados esta-rão desprotegidos. Acho que se deve esta-belecer a proteção gradual da vida não-nas-cida, do embrião ao ser humano nascido.

Qual a sua opinião sobre empregadorese seguradoras terem acesso às informa-ções genéticas de uma pessoa?

Os dados genéticos de cada um são in-formações que nos acompanham antes denascermos e que vão continuar após a nos-sa morte, com as quais nos sentimos impo-tentes porque não podemos trocá-las e sãofacilmente obtidas. O benefício é quandodescobrimos uma possível doença e pode-mos tratá-la com antecedência, obtendomais êxito. Mas, ao mesmo tempo, é umainformação muito delicada e que deve serprotegida. Esses dados, se desprotegidos,provavelmente levam a situações em que apessoa pode ser prejudicada, tanto em suasrelações pessoais como nas de trabalho. Issonão é ficção, está ocorrendo faz tempo. Emalguns países, trabalhadores passam por exa-mes para ver a sensibilidade que podem tera determinados produtos e substâncias utili-zados na empresa. Acho que é um dever so-cial ter cuidado com esses dados porque po-dem prejudicar muitas pessoas.

Que outros temas estão sendo debati-dos na área da Bioética em termos mun-diais?

Assuntos relacionados com a biodiver-sidade, não apenas diretamente com o serhumano, mas também no que se refere aoresto da matéria viva. É muito importanteter consciência de que é necessário protegera pluralidade dos seres vivos que existem no

“ Precisamos adotarmedidas para assegurar que amatéria viva não corra perigo.

Temos hoje uma granderesponsabilidade em relaçãoàs gerações futuras. É nossodever deixar um mundo aosque vêm depois de nós que

não esteja em condiçõesirreversíveis. ”

Planeta, muitos deles em extinção ou amea-çados. É preciso adotar medidas para asse-gurar que a matéria viva não corra perigo.Temos hoje uma grande responsabilidadeem relação às gerações futuras. É nosso de-ver deixar um mundo aos que vêm depoisde nós que não esteja em condições irrever-síveis. Daí a importância da conscientizaçãoe do desenvolvimento sustentável. Não te-mos todas as soluções inteiras, mas somosuma pequena parte da solução.

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Radar

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Espetáculosmovimentamo Campus

ste ano está sendo especial para o Instituto deCultura Musical. Além de completar 31 anos, adisseminação da cultura ganhou mais força noCampus. Em maio, um concerto homenageou aPUCRS, com a participação dos grupos Paixão Fla-

menca, Ballet Concerto, Coral e Orquestra. Na ocasião oReitor Norberto Rauch foi saudado pelo seu apoio a inicia-tivas como a criação do Pólo Cultural, cujo objetivo é reafir-mar a Universidade como referência nessa área no Brasil. Aapresentação integrou os Concertos Comunitários Zaffari,há 17 anos destacando-se como série cultural do Sul do País.

O Pólo Cultural prevê cursos de dança, teatro, instru-mentos e música, entre outras. No segundo semestre, está

previsto o início das atividadescom aulas de piano, teoria mu-sical e técnica vocal para alu-nos, ex-alunos, funcionários,professores e público externo.“Queremos valorizar as produ-ções internas, os interesses eas vocações artísticas da co-munidade universitária”, afir-ma o maestro Frederico Ger-ling Junior.

A expectativa é trazer,ainda este ano, mais de 50 es-petáculos de reconhecido mé-rito artístico, oferecendo des-

contos especiais para alunos, professores e funcionários. Noprimeiro semestre compareceram importantes nomes doshow business, como a estrela da disco music Gloria Gay-nor. O maior teatro de máscaras do mundo, Mummens-chanz, reuniu no palco o circo, o teatro e a improvisação.O Teatro Negro de Praga – companhia teatral tchecoslova-ca – utilizou luz e sombras para transpor barreiras linguísti-cas. A apresentação da companhia italiana de dança atléti-ca Kataklò combinou dança e esporte.

Uma das grandes apresentações deste ano será reali-zada de 11 a 18 de julho. É a nova montagem da operetaA Viúva Alegre, de Franz Léhar, uma das mais célebres eexecutadas no mundo. O enredo baseia-se na comédia deHenri Meilhac L’Attaché d’Ambassade. No palco o bon vi-vant Conde Danilo apaixona-se por uma jovem viúva milio-nária, Hanna de Glawari, herdeira de fortuna que poderiatirar o país, Pontevedro, da bancarrota. O espetáculo seráno Salão de Atos da PUCRS. Informações: (51) 3320-3582ou pelo [email protected].

Eventos debatemcomunicação

O importante papel da mídia nomundo democrático e contraditório esua influência na sociedade atual sãoalguns temas do Congresso Interna-cional Comunicação e Democracia:Perspectivas para um novo mundo, que ocorrerá na PUCRS de 25a 30 de julho. O evento discutirá assuntos como recepção e au-diência, política de tecnologia de comunicação, comunicação co-munitária, mídia e esporte, opinião pública e psicologia, econo-mia política e comunicação participativa, entre outros assuntos.O congresso é promovido pela International Association for Me-dia and Communication Research (IAMCR), a maior associaçãointernacional voltada para pesquisa em comunicação. Informações:www.pucrs.br/famecos/iamcr ou pelo telefone (51) 3320-3658.

IntercomO 27º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, pro-

movido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares daComunicação (Intercom), será realizado na PUCRS de 31 de agos-to a 3 de setembro. Com o tema central Comunicação, aconteci-mento e memória, o evento terá atividades que integram a pro-gramação como o 4º Encontro dos Núcleos de Pesquisa Intercom,o 7º Colóquio Brasil-França, o 1º Colóquio Transfronteiras Sul, o14º Endocom e uma sessão de temas livres. Informações:www.intercom.org.br.

Acervo de RobertoXavier na PUCRS

O Núcleode Pesquisaem Ciênciasda Comunica-ção da Fame-cos adquiriu oacervo do co-municador Ro-berto EduardoXavier. O jor-nalista traba-lhou como redator, editor, locutor e colunista nas áreas de rádio,televisão e jornal, atuando em empresas de grande porte, comoa RBS, Caldas Júnior e Editora Globo. O acervo conta com maisde 600 textos das colunas e reportagens de Xavier. A doação fazparte do projeto História da Imprensa no Rio Grande do Sul, co-ordenado pelo professor Antônio Hohlfeldt. A organização do ma-terial foi realizada pelo bolsista Rafael Valles e conta com a co-orientação de Maria Helena Castro e da mestranda Liziane Soa-res. O financiamento é do CNPq.

Também como parte do projeto, foi inaugurado em junho,no Memorial do Rio Grande do Sul, o Auditório Oswaldo Goida-nich, disponível para a realização de projetos culturais. Foi aber-ta ao público a exposição Oswaldo Goidanich – Memórias quecontou com a participação do acervo de comunicação cataloga-do no Núcleo da Famecos.

Kataklò: dança e esporte

Mais de 600 textos

Foto: Divulgação

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Pelo Rio Grande

Sítio de Uruguaianadesvenda a pré-história

m dos poucos locais no Brasilonde podem ser encontradosvestígios arqueológicos huma-nos associados a fósseis de ani-mais e vegetais está sendo ob-

jeto de estudo do Núcleo de Pesquisasem Paleontologia e Arqueologia da Facul-dade de Filosofia, Ciências e Letras doCampus Uruguaiana. O Ministério da Cul-tura concedeu à PUCRS autorização parapesquisar com exclusividade na região doArroio Touro Passo, no distrito de SãoMarcos, em Uruguaiana, sob a coordena-ção do professor Flamarion Gomes. A li-beração permite realizar escavações emsítios arqueológicos pré-históricos, comdatações que recuam a 14 mil A.C. Ostrabalhos de campo coletaram aproxima-damente 800 vestígios da presença dohomem pré-histórico e contaram com aparticipação dos acadêmicos do curso deHistória.

“Os resultados da pesquisa pode-rão contribuir para explicar o povoa-mento da América Meridional”, explicaGomes, o único ar-queólogo a possuira licença, válida pordois anos. A ba-cia do ArroioTouro Passo lo-caliza-se entreos rios Ibicuí e Qua-raí e tem as data-ções mais antigasdo Rio Grande doSul. Uruguaianaconta com 34 sítiosarqueológicos cadastrados pelo Institu-to do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional. Na área de pesquisa estãopelo menos quatro. “Pelas análises decaborno 14, foram encontradas cama-das geológicas e arqueológicas de 12,13 e 14 mil anos”, afirma o coordena-dor do Laboratório de Arqueologia doMuseu de Ciências e Tecnologia (MCT)da PUCRS, Klaus Hilbert.

Pedra lascadaEntre o material arqueológico cole-

tado há blocos, lascas e núcleos de arte-fatos líticos (pedras) usados por popula-ções indígenas no período paleoíndio, ini-ciado com a primeira ocupação do conti-nente americano. Grande parte das evi-dências são compostas por artefatos depedras lascadas. Os achados caracteri-zam-se por indicar a diversidade nos mo-dos de aproveitamento dos recursos na-turais pelo homem pré-histórico. Os fós-seis presentes no Arroio Touro Passo sãode mamíferos do tipo megafauna pleistos-cênica – ossadas de veados, de tatus epreguiças gigantes. A coordenação do es-tudo dos fósseis é realizada pelo profes-sor Édison de Oliveira.

O interesse pelos sítios paleoarqueo-lógicos do Touro Passo é antigo. Os ar-queólogos Eurico Miller e Miguel Bom-bin, do MCT, analisaram a região emmeados da década de 60. Miller estu-dou o material arqueológico como partedo Programa Paleoíndio, da instituição

americana Smith-sonian. Na época,

foram descober-tas pontas deflechas e pe-

dras de bolea-deira na porção

superior da bacia.O material perten-ceu, provavelmen-te, aos indígenasadaptados aoscampos e matas

da zona da Campanha e do Uruguai.Bombin, por sua vez, fez um estudo de-talhado da área. Além de mostrar o am-biente local, a formação do Touro Passofoi esmiuçada.

Flamarion Gomes destaca que o atu-al projeto não será continuação do tra-balho dos arqueólogos do MCT. “Consi-dero o início de um novo ciclo. Hoje ossítios apresentam problemas inexistentes

naquela época. Vamos procurar novoslocais para exploração além de metodo-logias e teorias diferentes”, explica.

Há 30 anos o local não era liberadopara pesquisas acadêmicas. “Durante essetempo, materiais foram retirados de for-ma irregular por pessoas de fora da cida-de”, destaca o professor. Conscientizar acomunidade universitária, assim como oshabitantes das cidades próximas, sobrea importância dos sítios é um dos objeti-vos. “A valorização e a preservação dopatrimônio arqueológico faz parte da me-mória nacional”, salienta o pesquisador.Gomes pretende levar os alunos de colé-gios da região em visitas aos locais depesquisa e ao Museu de Ciências do Cam-pus Uruguaiana – destino do materialdepois das análises.

Artefatos líticos

Vista panorâmica do sítio

UruguaianaRIO

GRANDEDO SUL

PortoAlegre

Fotos: Edison Brito

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Alunos da PUCRS

Robô homenageia Colégioomo parte das comemoraçõesdos 100 anos do Colégio Rosário,alunos e professores das Faculda-des de Engenharia e de Comu-nicação Social, com a colabora-

ção de estudantes do Rosário, criaram orobô PAX (Periquito Automatizado X). A aveé o símbolo da escola. O robô, cujo nome,em grego, significa paz, visa a expressar aunião de um grupo de alunos e o estreita-mento de duas entidades maristas. O obje-tivo é proporcionar maior aprofundamentona área da mecatrônica além de mostrar umpouco das profissões aos estudantes do co-légio. A coordenação foi dos professores Ru-bem Fagundes, da PUCRS, e Maria Inês Cas-tilho, do Rosário.

A estreita relação entre as instituiçõesproporcionou o início dos trabalhos. Em1927, o Ginásio Nossa Senhora do Rosáriodestacava-se pelo conceituado Instituto Su-

perior de Comércio. Os alunos formavam-seperitos contadores. No entanto, eles queri-am mais. Começaram a fazer apelos paraque fosse criado um curso superior. Este foio início da Universidade com a Faculdade deCiências Políticas e Econômicas. A PUCRSesteve sediada no Rosário até 1960.

A parceria entre os estabelecimentosde ensino para a criação do robô contoucom a participação de diversas equipes,cada uma delas realizando atividades especí-ficas. O grupo do Laboratório de Publicidadee Propaganda da Famecos, composto porseis alunos, fez o design. A construção daestrutura do robô ficou a cargo dos labora-tórios de Sistemas, Sinais e Computação ede Projetos Especiais. Os estudantes do Ro-sário colaboraram em todas as etapas, des-de o desenho até a programação do periqui-to. O projeto terá continuidade em 2005,com novas versões para o robô.

Feira expõeprojetosinovadores

s alunos do 3º semestre de Administra-ção de Empresas com ênfase em Em-preendedorismo e Sucessão realizaram,em junho, a Expo-Business – Feira de No-vos Empreendimentos. Para o evento, os

estudantes criaram produtos e apresentaram os re-sultados das pesquisas de mercado realizadas parao lançamento dos mesmos. Entre os objetivos este-ve o de fazer com que os acadêmicos relacionassemos conteúdos vistos em aula na elaboração da fei-ra. A professora Mirelle Beulke prestou a assessoria.

Foram apresentados projetos de produtos e ser-viços variados como um lava-carros localizado no es-tacionamento do prédio 50, uma bolacha salgadacom cobertura de chocolate e um suplemento nu-tricional para atletas, entre outros. “Fizemos proje-tos inovadores e práticos, além de alterações em pro-dutos existentes”, afirma o acadêmico e um dos or-ganizadores, Conrado Kaczynski. Unir teoria e prá-tica é uma das características do curso. Segundo aaluna Semadar Marques, a feira foi uma oportuni-dade de destacar o dinamismo e a prática ofereci-da pela graduação.

Campeonato de AcrobAérea tem destaques g

Felipe Lima e Rodrigo Aba-th, do curso de Ciências Aeronáu-ticas, são destaques no Campeona-to Brasileiro de Acrobacia Aérea. Oevento reúne grandes nomes naárea, além de revelar novos pilotos.Na primeira fase, em Ponta Grossa(PR), Lima sagrou-se campeão eAbath obteve a 5ª colocação, am-

bos na categoria básica. A segundaetapa, em Itápolis (SP), tambémtrouxe alegrias aos acadêmicos.Lima conquistou o 2º lugar na cate-goria básica e em 3º ficou Abath.Na Copa Super Decathlon, comple-mentar ao campeonato, Lima foi o6º colocado na primeira etapa eficou em 5º na segunda. A partici-

Felipe Lima e Rodrigo Abath: bom desempenho

Foto: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 29

Priscila Silveira,Ricardo Wander Filhoe Rodrigo Corrêa, re-cém-formados em Direi-to, apresentaram seustrabalhos de conclusãona terceira edição doevento MonografiaNota 10, realizada emmaio. Trata-se de umaexplanação das mono-grafias destaques paraos alunos do curso einteressados. Os temasforam A responsabilidade civil do médiconos atendimentos de emergência e ur-gência, A proteção do consumidor con-tra a publicidade enganosa e O contratode trabalho do atleta profissional do fu-tebol. O Departamento de Direito Sociale Processual do Trabalho promoveu aspalestras, por iniciativa da professora AnaMaria Ortiz.

A escolha dos temas levou em con-sideração interesses pessoais dos ex-alu-nos. Para Priscila, as dúvidas que tinhasobre a responsabilidade civil do médico

a impulsionaram a pesquisar sobre o as-sunto. Wander Filho, por sua vez, esco-lheu a proteção do consumidor, pois adisciplina de Direito do Consumidor erauma das que mais apreciava na Faculda-de, além de considerá-la uma matéria de“primeira necessidade”.

A reapresentação dos trabalhos tevecomo um dos objetivos incentivar os aca-dêmicos. “A monografia não é apenas paraa conclusão do curso”, salienta Wander Fi-lho. “A nova exposição valoriza quem apre-senta. Considerei um prêmio”, conclui.

Monografias nota dez noDireito

Recém-formados apresentaram trabalhos

Rosário

Estágio na França auxiliapesquisa em aerodinâmica

Vita Mateso, recém-formado em Enge-nharia Mecânica, retornou de um estágio detrês meses no Études Aerodynamiques de Poi-tiers, um dos mais conceituados laboratóriosfranceses na área da aerodinâmica. O acordo decolaboração científica firmado em 2003 entre aPUCRS e a Universidade de Poitiers, na França,proporcionou a realização desse intercâmbio,do qual docentes também podem participar.

No laboratório, Mateso aprofundou os co-nhecimentos no assunto escolhido para o seutrabalho de conclusão. A monografia Estudodo escoamento através de um grupo de cilin-dros considerando as trocas térmicas teve a

orientação do professor Jorge Silvestrini. O focofoi a troca térmica que acontece ao redor deum cilindro quando um fluido é adicionado.

Os resultados do estágio serão apresen-tados, em setembro, na Escola de Turbulênciae Transição (ETT), evento cujo objetivo é dis-seminar o conhecimento nos temas de transi-ção e turbulência, além de promover a intera-ção entre pesquisadores e alunos de pós-gra-duação atuantes na área. Para Mateso, a ex-periência somou pontos positivos na vida pes-soal e profissional. “Trabalhei num meio ondemuitas pessoas estudam a mesma coisa queeu e isso foi muito bom”, salienta.

aciaaúchos

pação dos estudantes contou com oapoio da PUCRS, que disponibilizou aspassagens e instalações nas cidades dasdisputas.

O campeonato é composto porquatro etapas, compostas por cinco ca-tegorias – básica, esporte, intermediá-ria, avançada e ilimitada – realizadasnas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oes-te. A básica caracteriza-se por introdu-zir os pilotos iniciantes aos campeona-tos. Seqüências “simples”, a exemplodo parafuso, looping, curva 180 graus,tunô e uma curva de 90 graus com-põem as manobras. A altitude mínimade execução é 1.500 pés.

A principal diferença entre as ca-tegorias está no número e níveis dedificuldade das manobras. “No campeo-nato os pilotos somam pontos. Quemtiver maior número de vitórias vence”,explica Lima.

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200430

Alunos da PUCRS

Animais são estímulo em sdoutoranda em PsicologiaCeres Faraco desenvolveuma pesquisa sobre as re-percussões do uso de ani-mais em salas de aula do

Ensino Fundamental. Entre os benefí-cios estão a diminuição da agressivi-dade nas crianças, o estímulo à socia-lização e o enriquecimento das ativi-dades regulares de ensino. O trabalhoAnimais em sala de aula: um estudodas repercussões psicossociais das ati-vidades mediadas por animais é orien-tado pelo professor Nedio Seminotti, coor-denador do grupo de pesquisa Relações gru-pais: emergentes e organizações, no Progra-ma de Pós-Graduação em Psicologia.

Das atividades de classe participamcães, gatos, coelhos, pássaros e tartarugas.Cada animal, segundo Ceres, visa a atingir

objetivos diferentes. Os pássaros, por exem-plo, contribuem ao desenvolvimento do au-tocontrole e da capacidade de focar a aten-ção nas tarefas e os coelhos estimulam otoque e a aproximação.

Durante o 6º Congresso InternacionalAnimales de Compañía: fuentes de salud,

Bichinhos revitalizam o grupo

Pesquisa analisaanomalias em peixes

érgio Luis Langer, biólogo formado pela PUCRS e ex-alunoda especialização em Toxicologia Aplicada, recebeu o 3ºlugar no prêmio Petrobras de Saúde Ambiental, durante o1º Congresso Interamericano de Saúde Ambiental. O traba-lho, Alterações histopatológicas na epiderme de Mugil pla-

tanus como resultado da ação de bactérias encontradas no Rio Tra-mandaí – Tramandaí – RS, teve a orientação da professora Vera MariaVargas. Auxiliaram no estudo os doutores Luiz Roberto Malabarba e

Fábio Lopes. Concorreram 150 trabalhos daAmérica Latina. A pesquisa será publicada naRevista Brasileira de Toxicologia.

Langer coletou peixes em três pontos doRio Tramandaí, próximos às áreas onde sãolançados despejos orgânicos. A análise dasamostras mostrou a presença de bactériasgram-negativas. O biólogo descreveu lesões ob-servadas na cauda dos filhotes de tainhas erealizou testes para observar a correlação docrescimento desses organismos com a maiorconcentração de amônia (NH

3) na água. O

resultado mostra como as anomalias nos teci-dos dos peixes são indicadores de alteraçõese degradações ambientais.

Langer pretende aprofundar o assunto no mestrado que fará,tratando-o de forma mais abrangente. O complexo do Rio Tramandaíe as lagoas serão os objetos de sua análise.

Capoeira edança paracrianças

Aline de Souza, Guilherme Iponema eMichele de Castro, acadêmicos do curso deEducação Física, realizam atividades voluntáriasna Vila São Judas Tadeu, localizada próxima àPUCRS. Ensinam para a comunidade o ritmo deaxé e da capoeira. A iniciativa partiu da professo-ra Aline Haas, no projeto conjunto entre a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e a Faculdadede Educação Física e Ciências do Desporto.

A idade dos alunos varia de oito a 16 anos.As atividades são realizadas na Associação dosMoradores. Nas aulas de dança, que ocorrem hádois anos, a maioria dos participantes são meni-nas. Para que houvesse um maior interesse dosmeninos, a capoeira foi implementada. As aulassão semanais com duração média de uma hora.

O objetivo é deixar os jovens o menor tem-po possível nas ruas. “Eles descarregam a ener-gia no esporte. Isso os afasta de outros atrati-vos relacionados à criminalidade e à violência, co-muns nas vilas”, acredita Guilherme.

realizado em abril, em Barcelona,professor e aluna apresentaram umestudo piloto, da pesquisa de mes-trado, sobre o tema. “No congres-so mostramos o cuidado que tive-mos com bem-estar humano e ani-mal”, salienta Seminotti.

A iniciativa surgiu quando Ce-res, graduada em Veterinária, perce-beu os benefícios dos animais decompanhia para a vida das pessoas.Os bichinhos, quando adoeciam, ex-pressavam a enfermidade de toda a

família. O estudo também destaca que,quando eles integram um grupo humano,são co-autores de seu processo, isto é, de suavida e, portanto, o revitalizam. Ao mesmotempo, estimulam a reorganização do gru-po dando sentido novo para as relações hu-manas e interespécies.

Lesões nas caudas

Foto: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 31

ala de aula

No trabalho é enfatizado o respeito pelos seres vi-vos. Nesse sentido, a doutoranda ensinou às crianças areconhecer os sinais de estresse dos animais. “Isso fezcom que os alunos evidenciassem demonstrações de cui-dado, inclusive em relação aos seus colegas. Criançasque eram quietas ficaram mais desinibidas e conversa-vam sobre os animais”, ressalta Ceres.

Objetivo: estímulo à socialização

Aluna ganhaprêmionacional

A estudante de Jornalismo Patrícia Ar-tico, da Faculdade de Comunicação Social(Famecos) recebeu em junho o prêmio do 2ºConcurso Nacional de Fotografia, promovidopela Secretaria Nacional Antidrogas. A home-nagem foi entregue no Palácio do Planalto,em Brasília, pelo presidente Luiz Inácio Lulada Silva. Segundo Patrícia, a foto premiada,intitulada Viva a vida, remete à esperançapela vitória da vida contra as drogas. Ela foiescolhida como a melhor imagem na cate-goria Amador do concurso, que teve a par-ticipação de fotógrafos de todo o País.

Turismo Faz mostratrabalhos acadêmicos

O curso de Turismo da Faculdade deComunicação Social realizou a Turismo Faz– 4ª Mostra de Trabalhos Acadêmicos.Geografia, fotografia, imagem, recursos au-diovisuais, mercadologia, administração ho-teleira e marketing foram temas de traba-lhos apresentados pelos alunos ao longodo semestre correspondentes a disciplinasespecíficas de cada nível. Os professoresDiney Adriana de Oliveira e Marcelo Azam-buja foram os coordenadores. O objetivofoi expor a produção dos estudantes a par-tir do exercício de seus conhecimentos naárea. Os docentes Abdon Baretto Filho, Le-andro de Lemos, Neka Machado e PauloNardi homenagearam os acadêmicos commúsicas ao final do evento.

Juliana Merker, do 3º nível, apresen-tou as características turísticas da regiãodo Ceará, como a música e a religião. Paraela, quanto maior for o aprofundamentonas características de um determinado lo-cal, mais fácil será para identificar seusproblemas e tentar achar soluções paraamenizá-los.

As acadêmicas Isabel Silveira, Josiane Bre-da e Sheila Moraes, do 6º semestre, criaram umapousada com estilo havaiano em Porto Alegre. “Se-ria um centro de lazer, mas sem perder a identi-dade da capital gaúcha. Fizemos uma associaçãoentre os dois locais”, explica Josiane. Para Isabel,realizar pesquisas e poder desenvolver a criativida-de foi um dos aspectos positivos da mostra.

Produção dos alunos foi exposta

DESTAQUESDESTAQUESFabiane Lorenzini, ex-aluna do mes-

trado em Engenharia e Tecnologia de Ma-teriais, da Faculdade de Física, recebeu men-ção honrosa na categoria Alunos de Mestra-do, no 7º Congresso Brasileiro de Polímeros,pela apresentação de seu trabalho Caracte-rização Ótica do PPS Exposto à RadiaçãoUV-A orientado pela professora Mara Regi-na Rizzatti. Atualmente Fabiane é técnica doNúcleo em Interação da Radiação com a Ma-téria do Grupo de Física das Radiações.

O atleta Andriw’s Rodrigues, do cur-so Karate-Do Wado-Ryu (Caminho da Paz),do Instituto de Cultura Japonesa da PUCRS,conquistou o primeiro lugar na categoria ku-mite (luta) e o prêmio revelação por bravu-ra, na Copa Mercosul de Karate, realizadaem Gravataí. O evento foi organizado pelaFederação Gaúcha de Karate.

Lorenzo Bongiorni e Leila Araújo,alunos do curso de Engenharia de Contro-le e Automação da Faculdade de Engenha-

ria, foram selecionados para estágio naCompanhia Petroquímica do Sul (Copesul).Eles venceram a concorrência entre 2.843candidatos inscritos.

Fernanda Lewis de Borba, aluna daFaculdade de Farmácia, representou aPUCRS no Campeonato Brasileiro Universi-tário de Taekwondo, realizado em Salva-dor. Fernanda conquistou o 2º lugar. Ocampeonato foi uma seletiva para o mun-dial na Grécia.

Taís Bonato, mestranda de Psicolo-gia, foi selecionada para o Programa Be-cas Líder, da Fundação Carolina, realizadoem Madri e Barcelona de 5 a 23 de julho.Foram escolhidos os 60 melhores alunosgraduados da região ibero-americana. OPrograma consiste numa imersão na reali-dade espanhola. Serão estudados os assun-tos sociais, econômicos e culturais do país.Entre os objetivos está o de potencializara capacidade profissional dos participantes.

Foto: Divulgação

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Lançamentos da Edipucrs

Cinco novostítulos

FÉ & CULTURA – TEMASÉrico Hammes (org.)

154p.Os textos apresentados neste livro são fru-to de palestras realizadas na PUCRS, aolongo do ano de 2003, como parte de umprojeto institucional abordando temas defé e cultura. A sua publicação coloca à dis-posição dos leitores o que pode ser umimpulso para aprofundar um diálogooportuno e atual entre pessoas de fé, a ci-ência e a cultura.

CRER E COMPREENDERUrbano Zilles

256p. – Coleção Filosofia 175O livro reúne uma coletânea de textos doautor sobre questões relacionadas ao fas-cinante campo das relações entre fé e ra-zão, trazendo para o mundo concreto doshomens as questões que os fazem interro-gar sempre e que lhes trazem uma pleni-tude que só é possível nessas fronteirasem que interagem o ato que se expressana fé e o comportamento que se revelana compreensão.

OS ENIGMAS DO NOME -NA INTERFACE

LÓGICA/SEMÂNTICA/PRAGMÁTICA

Jorge Campos302p.

A história das investigações sobre o nome pró-prio e sua forma direta de designar têm sidoobjeto de investigações em diversas disciplinascomo a Filosofia da Linguagem, a Lingüística ea Lógica. Ao estudar a semântica, as mudançasou translações sofridas no tempo e no espaçopela significação das palavras, o autor verificaque o nome próprio, por mais cotidiano quepareça, é difícil de ser compreendido. O autorapresenta enigmas, teorias e fatos, examina oque está por trás desses aparentes mistérios econtribui com frases, idéias e pensamentospara o esclarecimento do tema.

A EVANGELIZAÇÃODA CIDADE –

O APOSTOLADOURBANO

Dom Dadeus Grings261p.

O tema da pastoral urbano é amplo edesafiador. Adquire uma fisionomia novaneste Terceiro Milênio, que amanheceucom o fenômeno urbano solidificado emtorno de quase 90% da população. OBrasil urbanizou-se em menos de um sé-culo. Se esta é a face do nosso país, estatambém deve ser a marca da nossa pas-toral.

PORTO ALEGREEM DESTAQUE:

HISTÓRIA E CULTURABeatriz Dornelles (org.)

338p.Resultado de um dos cursos oferecidospela PUCRS, em 2003, como parte de umprojeto da Pró-Reitoria de Assuntos Comu-nitários em parceria com a Pró-Reitoria deExtensão Universitária, a obra reúne textossobre a capital gaúcha, com temas queatendem solicitações dos próprios alunos.32

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Mercado de Trabalho

MATEMÁTICA

A habilidade paralidar com os números

matemática faz parte do coti-diano. As pessoas a usam tan-to para as compras no merca-do quanto para cálculos espe-cializados. Apesar de conside-

rada de difícil entendimento, tem papelfundamental no desenvolvimento do ra-ciocínio lógico. Quem escolhe o curso deMatemática precisa gostar desta ciênciae estar aberto para enfrentar desafios,tais como resolver problemas.

Essa ciência estuda as grandezas eas formas, bem como as relações entreelas. Desenvolver pesquisas em Matemá-tica Pura ou Aplicada, buscando novasaplicações e elaborando fórmulas e ban-cos de dados para interpretar e solucio-nar problemas, são algumas das ativida-des do matemático.

O campo de atuação é vasto. O en-sino em escolas e universidades compor-ta a maioria dos formados. Cursos profis-sionalizantes e preparatórios para concur-sos, assim como o trabalho em órgãospúblicos e instituições financeiras são ou-tras possibilidades. Empresas de informá-tica, de metereologia e de biomedicinatambém contratam esses profissionais.“Nos equipamentos de ecografia, utiliza-

Onde cursarFaculdade de Matemática – CampusCentral – Av. Ipiranga, 6681, prédio 15.Informações: (51) 3320-3531, 3320-3500, ramal 4562, [email protected] www.pucrs.br/matematica.

dos para exames médicos, a álgebra line-ar é fundamental”, explica a professoraMaria Beatriz Castilhos, coordenadora docurso de Matemática da PUCRS.

A remuneração nas escolas particula-res do Rio Grande do Sul, para 30 horassemanais, varia de R$ 1.146,60, no Ensi-no Fundamental, a R$ 2.324,70 na educa-ção superior. Acima do piso, cada estabe-lecimento tem liberdade para ajustar osalário de seus docentes. Segundo o Sin-dicato dos Professores do Rio Grande doSul (Sinpro-RS), nas universidades, com após-graduação, há acréscimo de 10% nossalários dos mestres, 15% para os douto-res e de 5% para os especialistas.

Há alguns anos, a ciência era ensi-nada de um modo formal e abstrato.Uma parcela significativa dos alunos doEnsino Fundamental e Médio considera-vam a matemática como uma disciplinacomplicada. Hoje o uso de materiais ma-nipulativos, a exemplo dos blocos lógicose do tangram (quebra-cabeça chinês como qual se aprende geometria) auxiliam naconstrução dos conceitos.

O curso de Licenciatura em Matemá-tica da PUCRS oferece aos seus alunos,desde os primeiros semestres, disciplinaspráticas. A Faculdade mantém convênioscom diversas escolas facilitando a integra-ção dos acadêmicos no campo profissio-

nal. Proporcionar experiências de trabalhocom métodos e técnicas diferentes deensino, usando jogos, materiais concre-tos, história da matemática e computado-res, é um dos objetivos do curso. Conhe-cer a realidade das possíveis áreas de atu-ação também faz parte do currículo. Ati-vidades complementares são diversifica-das. Os acadêmicos têm acesso às novi-dades do ramo participando de congres-sos e projetos de pesquisa.

Há três anos a Faculdade de Mate-mática recebe o conceito A no Provão doMEC. Para a diretora, Alaydes Bianchi, orelacionamento próximo entre os profes-sores e alunos é um dos fatores que pro-porcionaram essa boa colocação. “Os pro-fessores estão sempre à disposição dosalunos para ajudá-los. Há um comprome-timento muito grande dos acadêmicos”,ressalta. A Universidade oferece o Mestra-do em Educação em Ciências e Matemáti-ca, sediado na Faculdade de Química.

Jeito para ensinarClaurindo Peruzzo, formado pela PUCRS

em 1995, trabalha com o ensino da matemáticana Escola Maria Auxiliadora, em Canoas. Eleutiliza a história dessa ciência, além da constru-ção de aparelhos pouco complexos, para ajudaros jovens a entenderem a matéria. “Levo osalunos para construir o teodolito (utilizado namedição de ângulos), com o objetivo de mos-trar, na prática, como podemos medir a alturade um prédio sem precisar subir nele”, ressalta.Dos tempos da Universidade, guarda boas lem-branças. “Na Faculdade conquistei mais do queeducadores. Sempre volto à PUCRS. Há umaamizade muito grande entre os professores eos alunos. Posso recorrer sempre para pedirsugestões e tirar dúvidas”, diz Peruzzo.

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Cultura

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A PUCRS na AcademiaRio-Grandense de Letras

Universidade está presente natradicional Academia Rio-Gran-dense de Letras, com a partici-pação de quatro sócios efeti-vos, os professores Luiz Anto-

nio de Assis Brasil, Moacyr Flores, SérgioBorja e o Ir. Elvo Clemente, presidente daentidade. O Reitor Norberto Rauch foi re-

cebido como sócioho-norário em 2003, damesma maneira queseu antecessor, Ir.José Otão, membrode 1954 a 1978. O tí-tulo de Rauch foi pro-posto pelo então pre-sidente da Academia,Hugo Ramirez.

Cada um dos só-cios que atuam naPUCRS vem de áreas eexperiências diferen-tes, o que se refleteem sua produção lite-rária. O professor Sér-gio Borja, da Faculda-de de Direito, é acadê-mico desde abril desteano. Além de três li-vros com temas rela-cionados ao Direito,publicou outros trêscom poemas intimis-tas. Borja começou acompor poesias aindana adolescência, quan-do estudava no Colé-gio Júlio de Castilhos.Desde então, quandotem tempo, gosta deescrever poesias e co-locá-las no computa-dor. “Participar da Aca-demia é um reconheci-mento público do meu

trabalho. Ali estão os referenciais da socie-dade gaúcha no ponto de vista intelectual.Sinto-me orgulhoso”, confessa Borja.

Moacyr Flores, professor do Progra-ma de Pós-Graduação em História, valori-za a Academia por ser um espaço paradiscutir assuntos relativos à literatura rio-grandense, divulgar pesquisas e obras,principalmente através da revista. “Os 18livros que publiquei são sobre História,mas a Academia permite também divul-gar minhas peças de teatro e ensaios so-bre literatura. É o meu outro lado intelec-tual”, conta.

O romancista Luiz Antonio de AssisBrasil, professor do Programa de Pós-Gra-duação em Letras, integra a Academia hámais de 20 anos. Autor de obras comoManhã Transfigurada, Cães da Província e

Videiras de Cristal (A Paixão de Jacobi-na), afirma que participar como acadê-mico é uma maneira de usufruir de umbom convívio intelectual e humano.

As obras do Ir. Elvo Clemente, as-sessor da Reitoria da Universidade,abordam temas variados, como LínguaPortuguesa, crítica literária, história daimprensa sul-rio-grandense e história daPUCRS, entre outras dezenas, refletin-do os trabalhos realizados por ele comoprofessor da Faculdade de Letras e ago-

ra assessor. Ir. Elvo foi eleito presidente daentidade no ano passado. “Pertencer àAcademia é não apenas uma distinção,uma valoriza-ção dos meust r a b a l h o s ,mas essen-c i a l m e n t euma missãode levar adi-ante o amoràs letras, prin-cipalmente àsletras da Lín-gua Portu-guesa”.

Sérgio Borja

Moacyr Flores

Assis Brasil

Ir. Elvo Clemente

Reunião: momento literário

Uma tarde com os acadêmicosA Academia Rio-Grandense de Letras completa em dezembro 103 anos. As

reuniões são na sede localizada no 10º andar de um edifício na Rua dos Andra-das, em Porto Alegre, doada em 1999 pelo governo estadual. Dentre os 40 só-cios efetivos apenas dois são mulheres. Os candidatos a uma vaga são sempreeleitos em assembléia, mediante a apresentação de suas obras. Também exis-tem os sócios correspondentes, moradores de outras localidades do Estado.

Nas reuniões, às quintas-feiras à tarde, os sócios chegam aos poucos, cum-primentam-se e contam as novidades. Alguns deixam os chapéus em cima damesa, outros mostram trechos de livros que trouxeram, sempre cercados por vá-rios retratos de antigos colegas nas paredes. Depois de comunicados e assuntosburocráticos da Academia, eles desfrutam de um momento literário, no qual éfeita a declamação ou leitura de uma obra trazida pelos presentes, muitas ve-zes de sua própria autoria.

Além das reuniões semanais, e da publicação de uma revista anual, com ar-tigos diversos, os sócios fazem conferências abertas ao público no Solar dos Câ-mara, na terceira semana de cada mês.

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Bastidores

Notáveis desconhecidosdo Campus

entre os cerca de 1.500 fun-cionários do Campus Centralda PUCRS, com as mais diver-sas profissões e formações, al-guns realizam tarefas curiosas,

geralmente solitárias, desconhecidas pelamaior parte das pessoas, mas de grandeimportância em seu contexto.

É o caso do vidreiro Nelson Goes, o“Seu Nelson”, que há 13 anos trabalhana Universidade criando aparelhos de vi-dro complexos na área de laboratório,como balões de ensaio, para serem utili-zados nas Faculdades de Engenharia, Físi-ca, Química, Farmácia, pelo Museu de Ci-ências e Tecnologia (MCT), Hospital SãoLucas, e outros cursos. Normalmente sãoencomendados pelos pesquisadores eprofessores, que também levam apare-lhos quebrados para serem consertadospelas mãos hábeis de Seu Nelson. “Gostode fazer equipamentos novos, difíceis,aqueles em que não se pode errar. Essessão meus preferidos”, revela.

Antes de se aposentar, o vidreiro ain-da pretende ensinar seu ofício gratuita-mente para alguém que necessite, damesma maneira que ele aprendeu quan-do tinha apenas 17 anos. Segundo ele,

esse é um ofí-cio de poucosprofissionais eque não é mui-to valorizado.

Outro in-ventor é o tor-neiro mecâni-co Antônio Ra-mires. Numaoficina localiza-

da depois da área do Tecnopuc, surgemequipamentos que serão utilizados noMCT e no caminhão do Museu Itinerante,como uma versão reduzida de um simula-dor de lançador de foguetes, confecciona-do com uma garrafa de plástico. Segundoele, a maioria das coisas aprendeu com otempo, mexendo por curiosidade.

“O bom é queaqui nada se repete,sempre tenho algodiferente para fazer.Na maioria das vezeseles me dão a idéia eeu desenvolvo”, con-ta Ramires, que tam-bém faz a manuten-ção de equipamentos para a PrefeituraUniversitária. Em sua casa, quando algoestraga, prefere mexer um pouco antes deentregar para um especialista.

Maria Judite Siqueira, também fun-cionária da Prefeitura Universitária, estáhá 22 anos na PUCRS. Foi seu primeiroemprego quando veio com a família dePorto Xavier, onde era agricultora. Depoisde trabalhar dez anos na limpeza, passoupara a costura. Judite confecciona corti-nas, capas para aparelhos, distribui unifor-mes e sapatos para os funcionários, fazpequenos reparos e cuida das 250 togasemprestadas gratuitamente pela Universi-dade aos formandos que solicitarem.“São todas novas e muito bonitas, há pes-soas que nunca viram e falam mal”, recla-ma. Durante as formaturas, também aju-da a vestir os alunos, professores, junta-mente com outras quatro pessoas. “For-matura é festa, emoção. É bom poderajudar, parece que é com a gente, passauma energia muito boa. Eu adoro traba-lhar com isso”, revela a costureira.

Na Faculdade de Biociências, alunosde cursos como Medicina e Fisioterapiatêm aulas de Anatomia. Quem prepara ecuida de todo o material utilizado são osauxiliares Rozelio da Silva Souza e ThiagoAlves Borges. Entre suas tarefas, vistaspor muitas pessoas como incomuns, masque para eles já se tornaram naturais, es-tão as de providenciar a documentação etransporte de cadáveres do Departamen-to Médico Legal, prepará-los com líquidosconservantes, como formol, ácido fênico,água e álcool para serem posteriormentedissecados pelos estudantes. Também

providenciam a missa da bênção dos cor-pos, realizada todos os anos.

O auxiliar Souza, que estuda Educa-ção Física e é o preparador físico da equipede futsal da PUCRS, encara com naturali-dade seu trabalho e acredita que o precon-ceito está diminuindo. “Estou aqui há dezanos, não tenho medo e nunca tive pesa-delos, como me perguntam. No começoas pessoas da minha família estranhavamum pouco, mas agora estão acostuma-das”, conta. O colega Borges, formado emCiências Biológicas, que está há apenasdois anos ajudando Souza, concorda. “Éum trabalho como qualquer outro”.

Judite cuida de 250 togas

Souza e Borges: Anatomia

Ramires gosta de inventar

Nelson: mãos hábeis

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Social

Semana da Solidariedadeauxilia os carentes

aria Bandeira, moradora da VilaSão Judas Tadeu, em Porto Ale-gre, há 14 anos, teve como ali-mentar melhor seus sete filhosno mês de maio. Ela foi uma

das beneficiadas com a doação de 800 li-tros de leite para a comunidade, arrecada-dos durante a 10ª Semana da Solidarieda-de promovida pela Pró-Reitoria de Assun-tos Comunitários, Projeto Solidariedade eCentro de Pastoral. “É difícil comer todosos dias. A doação ajuda”, disse Maria.

Graças ao evento, cujo objetivo foiestimular práticas solidárias e discussõessobre assuntos importantes nessa áreapara a sociedade, mais de 6.295 pessoascarentes receberam auxílio. Atividadessociais, de saúde e lazer, além de pales-tras e cursos gratuitos foram realizadossob a coordenação do Ir. Avelino Madalo-zzo. Houve ainda um torneio esportivopara comunidade interna, em nove moda-lidades, cuja inscrição era uma caixinha deleite. O Seminário Água, fonte de vida!também fez parte da programação, compainéis e palestras enfatizando a urgênciada preservação dos recursos hídricos. Foiválido como 12 horas de atividades com-plementares para 17 Faculdades.

Segundo Alexander Sapiro, coorde-nador do Centro Marista Ir. Donato, emtorno de 500 famílias carentes foram be-neficiadas com a doação na Vila São Ju-das Tadeu. O critério de distribuição dosalimentos levou em consideração o cadas-tro dos moradores mais necessitados. Du-

rante a Se-mana fo-ram cria-dos postosde coletaem várioslocais daUniversida-de, arreca-dando - se2.903 litrosde leite en-

tre as unidades participantes. O HospitalSão Lucas coletou 618 litros. Durante oshow da banda gaúcha Nenhum de Nós,houve o maior recebimento, 1.374 litros.Entre as Faculdades, a de Odontologia foia mais atuante, com 168 litros. A crecheBelém Velho, o Albergue João Paulo II e aSociedade Filantrópica de Amparo aoMenor Abandonado são algumas das en-tidades que receberam a ajuda.

Aulas gratuitas com noções impor-tantes para o mercado de trabalho fize-ram parte da programação do evento. Ocurso de Mecânica Básica, ministradopelo professor da Engenharia, Sérgio Rah-de, mostrou noções de motores auto-motivos, seus componentes, sistemas dealimentação, refrigeração, lubrificação edistribuição.

Para Claudio Monteiro, 41 anos, en-tregador do jornal Correio do Povo, emPorto Alegre, as aulas ajudaram a au-mentar seus conhecimentos gerais. “Vousaber identificar melhor os problemasquando for numa oficina”, diz. “É umaforma de me aperfeiçoar”, afirmou.

Empresas também indicaram os cur-sos oferecidos pela PUCRS para seus fun-cionários. Esse foi o caso de Tiago de Je-sus, 25 anos. Ele é o responsável por rea-lizar montagens e testes hidráulicos nacompanhia em que trabalha. “O curso foi

produtivo e vai me auxiliar para conseguiruma promoção”, salientou.

Os projetos especiais da Faculdadede Engenharia constituíram outra ativi-dade. O objetivo foi mostrar como setrabalha, dentro de um laboratório, umprojeto. De acordo com o coordenadordo Laboratório de Projetos Especiais, JoãoCarlos Beck, os conceitos vistos poderãoajudar os participantes a montar sua pró-pria oficina. “Damos a semente do queas pessoas poderão fazer na sociedade”,ressaltou.

Na Feira de Promoção da Saúde,uma das principais atividades da Sema-na da Solidariedade, atividades voluntá-rias desenvolvidas por acadêmicos dasFaculdades de Medicina, Odontologia, En-fermagem, Farmácia e Educação Físicaatraíram a população da Capital ao Par-que Farroupilha. Orientações gratuitassobre saúde cardiovascular, bucal e demastologia, além de medição da pressãoarterial e de exercícios para adultos, jo-vens e crianças foram alguns dos servi-ços prestados a 1.302 pessoas.

A Faculdade de Biociências, pela co-ordenação do professor Nelson Fontoura,levou os acadêmicos para excursões noLago Guaíba com o objetivo de recolher olixo deposi-tado emsuas mar-gens. Osresultadosda exposi-ção forammostradosdurante oe v e n t o ,com a fina-lidade deconscientizar as pessoas de que há mo-dos de preservar o ambiente. SegundoFontoura, investimentos em educação, sa-neamento público e distribuição de rendasão necessários para uma política eficazde preservação ambiental.Leite para Vila São Judas

Aulas de Mecânica

Coleta de lixo

Foto: Rodrigo Ojeda

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Tendências

A importância do ócio edo tempo livre

professora Nuria Codina Mata,da Universidade de Barcelona,Espanha, esteve na PUCRS mi-nistrando o curso Ócio e Tem-po Livre: avanços na análise de

aspectos e processos psicossociais pro-movido pelo Grupo de Pesquisa em Psi-cologia Comunitária do Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Entre os te-mas abordados, a relação entre ócio etempo livre com o trabalho, na vida coti-diana, na investigação científica e nobem-estar social.

Segundo Nuria, além do tempo des-tinado ao trabalho, às necessidades fi-siológicas e psíquicas, como comer e dor-mir, e ao convívio com a família, amigose sociedade, é muito importante tam-bém reservar tempo para o ócio. Ou seja,ao descanso e ao lazer. Benefícios po-dem ser apontados, tanto físicos comopsicológicos, observados principalmenteno rendimento do trabalho, pois a pes-soa encara suas tarefas de uma maneiramais positiva e com maior disposição.“O ócio tem um poder compensatório, éuma grande fonte de criatividade e per-

mite provar-se a si mesmo e mostrar aosoutros sua identidade”.

A quantidade de tempo reservadae o tipo de atividade devem variar depessoa para pessoa, de acordo com otrabalho que realiza. Por exemplo, se al-guém trabalha diariamente em frente aum computador, pode fazer depois umaatividade física, que é bem diferente doseu trabalho, em vez de simplesmentepreencher o tempo assistindo à televi-são”, explica Nuria, lembrando que sedeve também ter autocontrole para queo ócio não se torne um vício e acabeatrapalhando as outras ativi-dades do dia-a-dia.

Entre as atividades atual-mente mais procuradas estãoas esportivas, de voluntariadoe culturais, como música, tea-tro e dança, entre outras.“Muitas pessoas estão prefe-rindo tirar férias mais distri-buídas durante o ano, e nãotudo junto, o que acaba sen-do mais compensatório”, ob-serva a professora.

Associação incentiva empreendedorismoFederação das Associaçõesdos Jovens Empresários doRio Grande do Sul (Fajers) ea Associação dos Jovens Em-presários (AJE) de Porto Ale-

gre estão instaladas no Tecnopuc –Parque Tecnológico com um objetivobem definido: ficarem próximas do seupúblico, os pequenos e microempresári-os, além dos que pretendem abrir opróprio negócio. “A Fajers quer estarmais perto do ambiente empreendedore dos jovens, num local onde a inova-ção é constante”, diz o presidente Ro-gério Bohn.

Um dos primeiros resultados da pre-sença da AJE no ambiente universitárioserá uma série de pesquisas realizadas

em conjunto com o curso de Administra-ção de Empresas – Empreendedorismo eSucessão. A AJE e o curso pretendemidentificar, neste semestre, o perfil dosalunos da PUCRS. Os questionários têmcomo meta descobrir se há interesse dosestudantes em montar empresas e quaissuas impressões sobre liderança e em-preendedorismo. “Aguardamos uma me-lhor avaliação do perfil do público a seratingido na PUCRS para um conjunto deações mais efetivas na área do empreen-dedorismo”, diz o coordenador do cursode Empreendedorismo e Sucessão, An-dré Duhá.

A entidade também promove o AJEUniversidade, evento voltado para o em-preendedor do futuro. Palestras estimu-

lam os alunos a buscarem opções de-pois de formados. Em julho haverá novaedição na PUCRS. “Procuramos mostrarque é possível empreender e que os uni-versitários devem criar espaços”, diz apresidente da AJE, Adriana Ferreira daSilva, que é formada em Psicologia pelaPUCRS e montou sua consultoria na áreade treinamento de líderes.

A Fajers acredita na possibilidade deprojetos futuros no Tecnopuc. Bohn visi-tou todas as empresas e entidades queestão no Parque, inclusive as incubadasda Raiar. Para aproximar-se dos universi-tários, a Federação realizou eventos naPUCRS como o 9º Congresso Nacionalde Jovens Lideranças Empresariais, e pre-tende ampliar as promoções.

Dicas parao ócio saudável

Dedique-se a atividades que lhe tragam pra-zer, que signifiquem um desafio.Organize-se e não preencha o tempo reserva-do ao ócio para outras atividades.Procure fazer algo diferente do seu trabalho.Faça intervalos mais curtos em espaços maisdistribuídos.

Nuria pesquisa o tema

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004

PUCRS lembra 50 an

38

Memória por ANA PAULA ACAUAN

uando disse que sairia da vidapara entrar na história, na CartaTestamento de 24 de agosto de1954, o presidente da RepúblicaGetúlio Vargas sabia que perdura-

ria a sua influência nos campos político, eco-nômico e social. Professores da PUCRS pes-quisam a participação de Vargas na conso-lidação da aviação brasileira, a sua políticaexterna, as medidas nacionalizantes e as re-percussões da sua morte na imprensa.

De 18 a 25 de agosto, os Programasde Pós-Graduação em História e em Comu-nicação Social promoverão o Seminário 50anos de Getúlio Vargas: da vida para a his-tória. Serão tratados aspectos políticos, re-lações exteriores e curiosidades. As inscri-ções estarão abertas na Pró-Reitoria de Ex-

tensão Universitá-ria, que se locali-za na sala 201 doprédio 40 doCampus.

A Universi-dade também in-tegra projeto doMemorial do RioGrande do Sulpara expor dadose imagens sobreVargas. A mostraitinerante percor-rerá o Estado apartir de agosto.A comissão inte-grada pelo Me-morial, PUCRS eoutras instituições

estimula a população a doar materiais sobreo presidente que serão guardados no Mu-seu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre.

Personagem de romanceO que pensou Vargas nos cinco minu-

tos antes do suicídio. Essa é uma das cenasdo romance biográfico Getúlio que será lan-çado no dia 24 de agosto pelo coordenadordo Programa de Pós-Graduação em Comu-nicação Social, Juremir Machado da Silva,pela Editora Record. O livro apresenta a tra-

jetória de Vargas, do nascimento ao suicídio.Para escrevê-lo, durante três anos o autor en-trevistou 73 pessoas, leu obras e pesquisoufontes primárias em arquivos e jornais, comoA Última Hora, Tribuna da Imprensa e Cor-reio do Povo. As consultas e depoimentosserviram para Juremir recompor o momen-to histórico e apresentar novas interpreta-ções e tendências em confronto para ques-tões não respondidas: Quem foi o mandan-te do atentado da rua Toneleros, no Rio deJaneiro, onde foi ferido Carlos Lacerda, nodia 8 de agosto de 1954? Vargas sabia? Oque o seu irmão Benjamin Vargas, Bejo, dis-se-lhe antes do suicídio?

Um dos entrevistados foi o pistoleiroAlcino do Nascimento, hoje com 82 anos emorador do Rio. Ele afirmou que não foi con-tratado para matar Lacerda, mas apenas vi-giá-lo. “Não busquei respostas, mas mostraro lado humano, a relação entre as pessoase recontextualizar o drama”, diz Juremir. Olivro foi contado, tendo Vargas como foconarrativo principal, para mostrar a persona-lidade complexa do presidente. “Mesmocom suas contradições e por ter sido dita-dor, as melhores iniciativas políticas até hojeno Brasil partiram dele”, afirma. Para Jure-mir, Vargas não tinha apego vulgar ao po-der, mas se sentia devotado pelo País.

Projeto para o BrasilA professora do Departamento de His-

tória Claudia Fay diz que o presidente tinhaum projeto para o Brasil, buscava construiruma nação forte e industrializada. Acredita-va que o País era uma potência na Améri-ca. Para o professor René Gertz, Vargas im-pôs a ditadura do Estado Novo (1937-1945)para retomar esse projeto de substituiçãodas importações e de unificação brasileira.“Até 1930, o País era um conjunto de esta-dos.” O presidente apostava que somentecom um Estado forte e controle sobre osgovernadores seria capaz de integrar o mer-cado para possibilitar a industrialização, re-cuperando suas metas da Revolução de 30.Com a Revolução Constitucionalista de1932, os paulistas interromperam o cursoprojetado pelo presidente. “No Estado Novo,

Vargas governava por decretos e estava aci-ma da lei”, afirma Gertz. Lembra que elefoi um admirador dos regimes europeusnazi-fascistas, promoveu muita repressãopolicial e perseguições políticas.

Claudia, que pesquisa a relação de Var-gas com a indústria aeronáutica, diz quedurante o seu governo a aviação comercialfoi utilizadapara promo-ver a integra-ção nacional.Nessa época,foram criadossubsídios porqu i lômet rovoado e for-necidas isen-ções de im-postos para a aquisição de material aeronáu-tico pelas empresas aéreas. A política exter-na adotada pelo governo aproveitou-se daconjuntura de guerra e conseguiu barganharcom os EUA o desenvolvimento da indústriaaeronáutica e a construção da infra-estrutu-

A população chora nas ruas a mo

Um mito político

Imagem cunhada na

Foto: Fundação Getúlio Vargas

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 39

os da morte de Vargas

Manchete do dia

moeda de 400

Desembarque de avião: aclamação

Foto: Museu Varig

Foto: Reproduçãora aeroportuária.As negociaçõesdiplomáticas per-mitiram manterem operação asprincipais empre-sas aéreas e as fá-bricas de aviõesconseguiram in-centivos.

Por meio deanálise de fotos,Claudia afirmaque fica evidentea associação queVargas faz da suaimagem à daaviação, sinal demodernidade eprogresso. Hátambém amiza-de entre o presi-dente e os diri-gentes de em-presas aéreas,

como Ruben Berta, da Varig, e Paulo Sampaio,da Panair. Algumas imagens foram fornecidaspelo Museu Varig.

O professor Helder da Silveira, do Depar-tamento de História, realizou a dissertação demestrado sobre a política externa dos gover-nos Vargas nos anos 30. Segundo ele, o ex-presidente acreditava que o País deveria con-

solidar no sub-continente sul-americano umespaço de lide-rança, em dispu-ta com a Argen-tina e utilizandoa aliança estra-tégica com osEUA. Buscavaum espaço de

atuação internacional autônoma para o Brasil,explorando possibilidades de negociação e bar-ganha frente às potências imperialistas.

Oligarquias regionaisO professor Luciano de Abreu, também

do Departamento de História, realiza sua tesede doutorado partindo da idéia de que o pro-jeto nacionalizador e centralizador do EstadoNovo não restringiu completamente a autono-mia dos estados e a importância política dastradicionais oligarquias regionais. Acredita queforam redefinidos esses canais de influênciaque tinham um papel para manutenção daordem e legitimação do novo regime. Para im-plantar seu projeto, Vargas adotou uma sériede reformas na administração pública do País,como a criação do Departamento Administra-tivo do Serviço Público (Dasp) e de diversosinstitutos (café, mate, carne e açúcar, entreoutros), além de ampliar ações e investimen-tos do Estado no campo econômico. Entretan-to, afirma o professor, esse projeto não abran-gia de forma integral os diversos setores dasociedade, política e economia nacional. O se-tor rural, por exemplo, manteve-se em sua es-trutura tradicional.

Abreu conta que, logo após o golpe doEstado Novo, foi feito um ato solene no Rio deJaneiro de queima das bandeiras dos estados,simbolizando a unidade da pátria. No início de1938 houve outro evento em que foram depo-sitadas numa urna de prata porções de terrade cada um dos estados.

Outras medidas nacionalizantes de Vargasforam a criação do Ministério da Educação eSaúde Pública, do Ministério do Trabalho, Indús-tria e Comércio e um maior controle orçamen-tário por parte do governo federal. A pesquisade Abreu está sendo feita a partir de textos daimprensa, arquivos pessoais de Vargas,Flores da Cunha e Osvaldo Aranha e re-latórios e pareceres do Dasp.

Impacto do suicídioOutra pesquisa é Vozes e notícias

da rua: o imaginário e a imprensa naPorto Alegre dos anos 50, que mostraas repercussões da morte de Vargas. Tra-ta-se da dissertação de mestrado de Pau-lo Sergio Jardim, onde são ouvidas pes-soas que lembram o impacto da notíciaem 24 de agosto de 1954. Um dos queviveram esse acontecimento foi o profes-sor Harry Bellomo, do Departamento deHistória, 69 anos. Ele era aluno do últi-

mo ano doentão Cien-tífico do Co-légio NossaSenhora doRosário eno dia foidispensadodas aulascom a reco-mendaçãode seguir di-reto paracasa. Ficoucerca dequatro ho-ras, a partirdas 9h30min, percorrendo o Centro para che-gar à Rua Riachuelo, próxima à Caldas Júnior.

Como soube de confronto na Avenida Os-valdo Aranha, Bellomo seguiu pela Rua dos An-dradas, mas havia manifestantes no Consula-do dos EUA que atiravam móveis pela janela.Outros invadiram a sede da União Democráti-ca Nacional e o jornal do Partido Libertador.Depois de ver conflitos e tiroteios também naAvenida Borges de Medeiros e na Praça da Ma-triz, passou na residência de sua tia, na RuaDuque de Caxias, e conseguiu chegar em casa.“Era uma multidão desordenada e enfurecidasem líderes, atacando tudo o que podia repre-sentar algum inimigo de Vargas”, conta o pro-fessor, que participou no movimento estudan-til da campanha O Petróleo é nosso.

rte do estadista

Foto: Fundação Getúlio Vargas

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200440

Sinopse

DIREITO PENALO professor Aury Lopes Jr. lançou o

livro Introdução crítica ao processo penal– fundamentos da instrumentalidade ga-rantista. A apresentação ocorreu na Ga-leria Escola Superior de Direito e Filoso-fia, no Rio. A obra é resultado parcial doprojeto de pesquisa Processo Penal e Es-tado Democrático de Direito: A Instru-mentalidade Garantista como Limitaçãodo Poder Punitivo, desenvolvido naPUCRS com bolsa de produtividade depesquisador do CNPq.

SEMANA DOMEIO AMBIENTE

Comemorando a 20ª Semana doMeio Ambiente a Universidade organizouduas palestras sobre direito ambientalcom o professor Jonathan Cannon, dire-tor do Law School’s Center for Environ-mental Studies, da Universidade de Virgi-nia (EUA). O tema da ética ambientaltambém foi abordado. O estabelecimen-to de vínculos com estudiosos do DireitoAmbiental do Brasil e do exterior é umadas finalidades da atividade. A promoçãofoi do Programa de Pós-Graduação em Di-reito e do Núcleo de Estudo e PesquisaAmbiente e Direito.

COMISSÃO INDIANA

O embaixador e um ministro da Ín-dia, Amitava Tripathi e Sivaraman Swami-nathan, respectivamente, estiveram naUniversidade para visitar o Museu de Ci-ências e Tecnologia. Eles percorreram asinstalações acompanhados do diretor Je-ter Bertoletti. Os ilustres visitantes ficaramimpressionados com a facilidade deaprender, de forma lúdica, apresentadapelas exposições do museu.

PRÊMIOA Gerente de Risco do Hospital São

Lucas, Marizete Balen, participou do 4ºEncontro da Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária. Na ocasião apresentou doistrabalhos da Comissão de Risco do HSL,um na área de Controle de Infecção eoutro na de Tecnovigilância. Este último,realizado pela equipe da Engenharia Bio-médica e Física Médica, teve como temaMonitoração Remota de Controle deTemperaturas (de geladeiras e freezersem áreas críticas como Banco de Sangue,Lactário e Farmácia), sendo premiadocomo o melhor em sua categoria.

ENSINO DE LÍNGUASRefletir sobre a profissionalização e

valorização dos professores de Letras,mostrando alternativas metodológicasque contribuem no melhor desempenhoem sala de aula foram alguns dos aspec-tos abordados no 1º Seminário Internaci-onal Ressignificando a Prática do Ensinode Línguas, promovido pela Faculdade deLetras. Entre os conferencistas estiveramo secretário de Educação do Rio Grandedo Sul, José Fortunati, as professorasMaria Beatriz Luce, membro do ConselhoNacional de Educação, Silvia Alastuey, doInstituto Superior Modelo Lomas, de Bu-enos Aires, e Marta Baralo, da Universi-dad Antonio de Nebrija, de Madri.

EPISTEMOLOGIAO Programa de Pós-Graduação em

Ciências Criminais da Faculdade de Direi-to promoveu o Congresso Luso-Brasileirosobre Epistemologia e Interdisciplinarida-de. O objetivo do evento foi refletir, ana-lisar e discutir os programas de pós-gra-duação que trabalham com temáticas dediferentes enfoques. A palestra de aber-tura As razões para a pesquisa interdisci-plinar na universidade foi ministrada peloPró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação,Urbano Zilles. A professora Olga Pombo,da Universidade de Lisboa, fez a confe-rência Interdisciplinaridade e integraçãodos saberes e o docente Carlos Pimenta,da Universidade do Porto, falou sobre In-terdisciplinaridade e complexidade nasciências humanas.

ANIVERSÁRIO

No dia 12 de maio foi comemoradoo aniversário do Reitor da PUCRS, Ir. Nor-berto Rauch, que está há 25 anos à fren-te da instituição. Houve um jantar emhomenagem a Rauch no Restaurante Pa-norama. Esteve presente o Chanceler daUniversidade e Arcebispo Metropolitano,Dom Dadeus Grings. O professor PlínioFasolo, da Faculdade de Física, fez o dis-curso de saudação em nome da comuni-dade universitária.

TECNOPUCO presidente do CNPq, Erney Pless-

mann de Camargo, visitou o Tecnopucpara conhecer o projeto do Centro dePesquisa em Biologia Molecular e Funcio-nal do Instituto de Pesquisas Biomédicas(IPB) e, também, a empresa 4G, vence-dora do prêmio Inovar. Durante a visitaàs instalações, Camargo identificou opor-tunidades de parceria entre a PUCRS e oCNPq envolvendo a internacionalizaçãodo software brasileiro e a captação deprojetos em pesquisa e desenvolvimento.

HOSPITAL SÃO LUCASIr. Solimar Amaro é o novo diretor

adjunto do Hospital São Lucas. Além docargo, o Ir. Solimar também exerce asfunções de conselheiro das três mantene-doras da Província Marista do Rio Gran-de do Sul. É membro do Conselho de Cu-radores da PUCRS, integrante do Conse-lho Nacional de Defesa dos Direitos daCriança e do Adolescente e vice-coorde-nador da Formação Permanente e da As-sessoria de Pastoral da Província. Atémaio de 2004 foi vice-diretor do Centrode Pastoral da Universidade, cargo quetransmitiu ao Ir. Marcelo De Bastiani, ex-vice-diretor do Colégio Champagnat.

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CONCURSO DEMONOGRAFIAS

O Concurso de Monografias promo-vido pelo Centro de Pastoral e Projeto So-lidariedade sobre o tema Água, fonte devida! recebe trabalhos dos candidatos ins-critos, apenas com o pseudônimo, de 2a 16 de agosto, no prédio 17, sala 103,no Campus. Inscreveram-se 128 pessoasentre alunos da graduação da PUCRS edo Ensino Médio de escolas maristas daGrande Porto Alegre. A entrega dos prê-mios e certificados será em 14 de setem-bro. O primeiro lugar entre os alunos degraduação receberá R$ 2 mil. O vencedorentre os alunos das escolas maristas serápremiado com R$ 1 mil. As melhores mo-nografias, a critério da comissão julgado-ra, serão publicadas no próximo volumeda série Da Inteligência ao Coração e àAção, da Edipucrs.

SHORINJI KEMPOPela terceira vez o Seminário Brasilei-

ro de Shorinji Kempo foi sediado naPUCRS. A arte marcial japonesa pode sercaracterizada por ser uma disciplina detreinamento da mente e do corpo voltadaà autodefesa, desenvolvimento espirituale melhora da saúde. Compareceram aoevento mestres do Japão integrantes daOrganização Mundial de Shorinji Kempo.

TECNOLOGIASDO IMAGINÁRIO

O Grupo de Pesquisa em Tecnolo-gias do Imaginário, coordenado pelosprofessores Francisco Menezes-Martins eJuremir Machado da Silva, do Programade Pós-Graduação em Comunicação So-cial da Faculdade de Comunicação So-cial, estabeleceu parceria com o GrupoCiberIdea, da UFRJ, e com o Grupo dePesquisa em Imaginário e Materialidadesna Comunicação, da Universidade Esta-dual do Rio de Janeiro. A aliança, lidera-da pela PUCRS, reúne alguns dos princi-pais pesquisadores da área para ativida-des em comum. Além de publicaçõesconjuntas, será promovido o 1º SimpósioNacional em Imaginário Tecnológico, Ma-terialidades na Comunicação e Tecnologi-as do Imaginário, em dezembro, na UERJ.

DIPLOMADOS

Em junho, a Pró-Reitoria de Assun-tos Comunitários organizou o 1º Encon-tro de Diplomados da PUCRS. Para oevento, houve uma missa na Igreja Uni-versitária Cristo Mestre, o lançamento doslivros Brasil e Mundo – temas em deba-te na mídia e Porto Alegre em destaque– história e cultura, organizados pela pro-fessora Beatriz Dornelles, além de umconcerto com Coral e Orquestra da Uni-versidade.

GESTÃO AMBIENTALOs professores da Faculdade de En-

genharia Cláudio Frankenberg, Maria Te-resa Raya-Rodrigues e Marlize Cantelli sãoos organizadores do livro Gestão Ambi-ental Urbana e Industrial reunindo osmelhores trabalhos técnicos apresentadosno 3º Simpósio Internacional de Qualida-de Ambiental, em 2002. O lançamentoda obra ocorreu durante a quarta ediçãodo evento realizada, em maio, no Centrode Eventos da PUCRS.

CNPqO resultado do edital de Ciências

Humanas e Sociais do CNPq foi divulga-do. O edital contempla projetos em Ciên-cias Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas.O financiamento será de R$ 3 milhões.Na Universidade, as pesquisas seleciona-das foram as de Adriana Wagner, Adal-mir Marquetti, Claudia Fay, Emil Sobottka,Gabriela Ferreira, Jorge Sarriera, Leda Bi-sol, Marcia Dias, Maria da Glória Bordini,Maria Luiza Remédios, Marília Morosini,Nédio Seminotti, Neuza Guareschi, OscarBalarine, Regina Zilberman, Ricardo Ma-riano, Valter Stulp e Vera Pereira.

CIÊNCIASMICROBIOLÓGICAS

O coordenador do Departamento deCiências Microbiológicas da Faculdade deBiociências e pesquisador do Instituto dePesquisas Biomédicas, Moisés Bauer, foio único palestrante da América Latina no5th World Congress on Stress, em Lon-dres. O tema de sua explanação foi Esta-ria o envelhecimento saudável associadocom uma resistência periférica a glicocor-ticóides?.

DIREITO DE FAMÍLIAO 1º Congresso de Direito de Famí-

lia do Mercosul, realizado na Universida-de, discutiu o tema numa perspectiva in-terdisciplinar, além de reunir especialistasda área jurídica e das ciências humanasde vários países. Os assuntos das pales-tras abrangeram a mediação familiar, aética nos litígios familiares e as relaçõesparentais. A promoção foi da Faculdadede Direito.

INSTITUTO GERALDE PERÍCIAS

A PUCRS e o Instituto Geral de Perí-cias do Estado do Rio Grande do Sulassinaram convênio com o objetivo deincentivar e facilitar a cooperação e ointercâmbio tecnológico e científico daspartes. Propiciar o desenvolvimento derecursos humanos, por meio da dissemi-nação do uso, ensino, pesquisa e treina-mento em tecnologia, está entre as fina-lidades do projeto. As unidades universi-tárias interessadas poderão incluir termosaditivos. A Pós-Graduação da Faculdadede Biociências desenvolverá uma linha deinvestigação em diagnóstico molecular,entomologia e toxicologia para uso naárea forense.

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Sinopse

MULTIMEIOSA PUCRS sediou o 13º Seminário

Gaúcho de Multimeios na Educação, quediscutiu ações para melhorar o ensino,a aprendizagem e o uso da informáticana educação. Foram abordados o usoda propaganda, da linguagem audiovi-sual, da produção de materiais de ensi-no, das tecnologias da informação e dacomunicação, entre outros assuntos. Nel-son Pretto, da Universidade Federal daBahia, falou sobre o uso da tecnologiana educação, e a diretora da PUCRSVirtual, Marilú Medeiros, abordou os li-mites e possibilidades da educação adistância. Os professores Carlos Gerba-se, Iára Claudio e Helena Sporleder Côr-tes apresentaram as leituras e significa-dos no computador e na televisão.

CIÊNCIASAERONÁUTICAS

O projeto de revisão dos standardsda Council on Aviation Accreditation(CAA) – entidade norte-americana queavalia cursos relacionados com a ativi-dade aérea nos EUA – elaborado porprofessores da Faculdade de CiênciasAeronáuticas da PUCRS, foi aceito comoprojeto internacional com padrões deexcelência e escolhido como parâmetrooficial da instituição. A PUCRS ocupaposição de destaque no CAA. A Facul-dade foi eleita para coordenar o comitêinternacional e sediar o encontro anualda entidade em 2005 ou 2006.

ENCONTRODE BIÓLOGOS

A Faculdade de Biociências promo-veu o 2º Encontro de Naturalistas eBiólogos formados pela PUCRS (Enabio)durante um almoço na Cantina daUniversidade. Os alunos, ex-alunos eamigos da Faculdade de Biociênciasestavam convidados. Comparecerammais de 80 diplomados com seus fami-liares e amigos. Na ocasião tambémforam sorteados brindes. Segundo ocoordenador do projeto, professor Jor-ge da Silva, o evento foi de grandeinformalidade e proporcionou um reen-contro agradável.

FILOSOFIA

A PUCRS sediou o 15º CongressoAnual da Sociedade Filosófica Ibero-Ame-ricana (Sofia). Compareceram ao eventoimportantes filósofos modernos como osnorte-americanos Peter Klein (RutgersUniversity), Richard Feldman (University ofRochester) e Ernest Sosa (Brow Universi-ty), na foto. Entre os temas apresentadosestiveram as normas da epistemologia,além do estudo dos condicionamentostécnicos, históricos ou sociais do conhe-cimento científico.

PRÊMIO JOVEMCIENTISTA

O 20º Prêmio Jovem Cientista, como tema Produção de alimentos: buscade soluções para a fome, recebe inscri-ções até 30 de julho. Serão contempla-das pesquisas em áreas como reduçãode perdas e aproveitamento de subpro-dutos, biotecnologia na produção de ali-mentos, tecnologias apropriadas ao pro-cessamento de alimentos em pequenaescala e produtos alimentícios regionaiscom potencial mercadológico. Os prê-mios são em dinheiro e bolsas do CNPq.Inscrições: pelo site www.jovemcientista.cnpq.br ou pelos Correios para o Con-selho Nacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico, Serviço de Prê-mios, SEPN 507, Sala 209, Brasília, DF,CEP 70740-901.

HOTELARIAA PUCRS foi escolhida como a ga-

nhadora, entre todas as universidades doPaís, de duas licenças educacionais parautilização do software Fidelio Educacional– uma das soluções de automação maisusadas na rede hoteleira. Esse sistemapossibilita otimizar relatórios, inventáriose tarifas, além de fornecer informaçõessimples e importantes para o gerencia-mento das operações indispensáveis nodia-a-dia dos hotéis. O curso de Hotela-ria da Faculdade de Comunicação Socialserá o beneficiário. A Associação Brasileirada Indústria de Hotéis também firmouconvênio com o curso. Os alunos da gra-duação farão estágios em hotéis de todoo Brasil conveniados à instituição. A par-ceria prevê a atuação dos estudantes nasáreas administrativas e operacionais doshotéis, como recepção, governança e res-taurante, possibilitando a vivência da ro-tina de uma empresa do ramo.

AMBIENTE E DIREITO

A Faculdade de Direito realizou o 1ºCongresso Transdisciplinar Ambiente eDireito. Foram oferecidas 24 oficinas, or-ganizadas por entidades do poder públi-co e da sociedade civil. Entre os objetivosesteve o de proporcionar reflexões sobreos problemas ambientais que desafiam asociedade numa perspectiva transdiscipli-nar. Entre as personalidades internacio-nais estiveram o jurista alemão MichaelKloepfer e a filósofa argentina Alcira Bo-nilla. Kloepfer debateu a importância dademocracia nas questões ambientais paraa construção de um Estado AmbientalConstitucional.

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 43

ADPPUCRSA Associação dos Docentes e Pesqui-

sadores da PUCRS (Adppucrs) realizoueleições para sua diretoria executiva econselho fiscal. Foi escolhido presidenteo professor Gilberto Keller de Andrade(Faculdade de Informática), 1º vice-presi-dente, César Augusto Kruger (Administra-ção, Contabilidade e Economia) e 2º vice-presidente, Brasílio Ricardo da Silva (Ma-temática). Para secretário-geral, Eloi JoãoKristen, 1º secretário, Osvaldo Biz, e 2ºsecretário, Inez Tavares. Manoel dos Pas-sos é o tesoureiro-geral. Como 1º tesou-reiro, Nivaldo Fonseca e, em 2º, FlávioGama. Nas subsecretarias, Carlos Rossa éo mais novo assistencial. Na área cultu-ral está Ana Maria Ibaños e a divulgaçãoé digirida por Jane Rita Silveira. Como su-plentes: Beatriz Dornelles no 1º lugar,Adriane Gruber no 2º, e Tiziano Rosa em3o. Os titulares do Conselho Fiscal serãoCarlos Roberto Alcântara Gil (Química),João José Ferreira Filho (Administração,Contabilidade e Economia) e Augusto Vi-eira Cardona (Matemática).

REDES DECOOPERAÇÃO

A PUCRS e o governo do Estado as-sinaram convênio ligado ao Programa Re-des de Cooperação, envolvendo a Pró-Rei-toria de Extensão Universitária e a Agên-cia de Gestão Tecnológica da Universida-de e a Secretaria do Desenvolvimento edos Assuntos Internacionais do RS.O objetivo do programa é desenvolver acultura associativa de pequenos e médi-os empresários, atuantes no mesmo seg-mento produtivo, com interesses comunsem rede de cooperação. A PUCRS vaiatender e dar apoio a empresas dos seg-mentos de farmácia, cafeterias, confec-ções moda jovem, lojas de móveis e in-dústria de cosméticos de municípios dasregiões Metropolitana, Delta do Jacuí eLitoral Norte. O programa tem 1.114 em-presas participantes e representa um fa-turamento de mais de R$ 500 milhõesanuais. Permite marketing compartilhado,reduz custos de produção e riscos de in-vestimento, amplia a escala produtiva demercado e traz recursos de crédito.

Obituário

SECRETARIADOEXECUTIVO

A Faculdade de Letras promoveu o5º Seminário Internacional de Secretaria-do Executivo. Os conferencistas foram oVice-Reitor, Joaquim Clotet, e a consulto-ra de recursos humanos, Judith Elba Fer-rán. O tema apresentado relacionou-se aoque os executivos esperam dos profissio-nais de Secretariado. A Faculdade de Ad-ministração, Contabilidade e Economiatambém realizou eventos na área. O se-minário A importância da motivação noambiente profissional teve como pales-trante a relações-públicas Analisa BrumMedeiros, autora de livros sobre marke-ting interno e endomarketing como estra-tégia de gestão.

RELAÇÕES PÚBLICASOs formandos do curso de Relações

Públicas divulgaram o resultado de seustrabalhos durante a 22ª Mostra de talen-tos de RRPP. A exposição contou com 20trabalhos confeccionados pelos alunos do8º semestre do curso. A organização doevento ficou a cargo dos acadêmicos do7º nível. Na feira houve a coleta de aga-salhos e alimentos não-perecíveis.

FILOSOFIAO coordenador do Programa de

Pós-Graduação em Filosofia, professorNythamar de Oliveira, recebeu bolsa daFundação Alemã Alexander von Hum-boldt para a realização de pós-doutora-do em Kassel, na Alemanha. Pelo fatode a concorrência ser muito grande,pouquíssimos professores brasileiros ob-tiveram bolsa dessa renomada Institui-ção. Entre os ex-bolsistas da Fundaçãoestão 35 pesquisadores contempladoscom o Prêmio Nobel.

INFORMÁTICADaniel Callegari, professor da Facul-

dade de Informática, foi aprovado naprimeira etapa para receber a certifica-ção Microsoft Certified Application De-veloper (MCAD). Ela atesta que seu por-tador possui aptidões para implemen-tar, com sucesso, certas especificaçõesfuncionais no processo de construçãode aplicações para Windows e Web.Daniel prioriza como objetivo dessa cer-tificação o trabalho num projeto do Tec-nopuc no Centro de Tecnologia XMLem parceria da Dell, Microsoft e a Fa-culdade de Informática.

IR. NILO BERTOFaleceu em 22 de abril Ir. Nilo Berto,

aos 84 anos. O corpo foi sepultado no Cemi-tério dos Irmãos Maristas, em Viamão. Ir.Nilo nasceu em Garibáldi. Lecionou CiênciasSociais e História em escolas maristas, comoo Colégio Rosário (Porto Alegre), Colégio SãoFrancisco (Rio Grande), Colégio Santo Antô-nio (Garibáldi) e na PUCRS. Teve importante

atuação nasecretaria daFaculdade deEngenhar iada Universi-dade e du-rante 25 anosdirigiu a Re-vista Veritas.

IR. MOACYR EMPINOTTINa manhã de 13

de junho faleceu o Ir.Moacyr Empinotti,enquanto rezava nacapela da Casa SãoJosé, em Viamão. Na-tural de Antônio Pra-do, morreu aos 93anos, dos quais 78foram dedicados àvida religiosa marista.Foi diretor e profes-sor do então Institu-to de Filosofia e Ciências Humanas daPUCRS, Provincial de Porto Alegre, superiorda comunidade dos irmãos da PUCRS eatuou como missionário na África.

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200444

Perfil

A incansável HelenaWillhelm de Oliveira

rabalhos comuni-tários e ativida-des que envol-vem um relacio-namento mais

próximo com as pessoassempre fizeram parteda vida da Pró-Reitora deAssuntos Comunitários daPUCRS, professora HelenaWillhelm de Oliveira.

Nascida em Porto Ale-gre no dia 17 de abril de1952, desde cedo ajudava amãe nas tarefas domésticase a cuidar dos sete irmãosmais novos, levando-os aocolégio e aconselhandoquando necessário. Aindana adolescência, auxiliouem atividades comunitáriasdo Rotary International, doqual faz parte até hoje, noclube Rotary Independência.

Helena acompanhoupor um bom tempo a car-reira do pai, médico, aju-dando-o no consultório quando sua en-fermeira não comparecia ou preenchen-do faturas do Inamps, o que considerater sido um dos incentivos para atuar noramo. “Sempre quis trabalhar na área dasaúde, pois tenho necessidade de aju-dar, relacionar-me com as pessoas, con-versar. Pensei em fazer Medicina, masachei que como dentista teria mais tem-po para minha família. Quem me dera!Nunca cheguei em casa antes das seisda tarde”, revela com seu bom humorcaracterístico.

Em 1973 concluiu o curso de Odon-tologia na PUCRS, ingressando como pro-fessora em 1976 na área de radiologia,sua preferida, onde atua até hoje na gra-duação. Dentre os desafios dessa época,lembra que um deles foi superar a timi-dez para encarar uma turma de alunos.Entre outras atividades realizadas na Fa-

culdade, foi coordenadora do Departa-mento de Cirurgia e representante doSetor Didático-Pedagógico, na década de80. Além de lecionar, trabalhou por anosnos hospitais Conceição e Cristo Reden-tor, como dentista e radiologista. Devidoa problemas na coluna, deixou de clini-car há algum tempo.

No início de 2001 a professora as-sumiu a Pró-Reitoria de Assuntos Comu-nitários (Prac). “Foi um momento surpre-endente, nunca imaginei que teria estahonra. A sociedade pede redes de coo-peração, e a Prac é um espaço para isso,possibilitando trabalhos diferenciados.Aqui também estou aprendendo a termais paciência, melhorar meu relaciona-mento com as pessoas, além de estarconvivendo com gente jovem, semprecriando coisas, reinventando rotinas. Fun-ciona como uma família”, conta.

Além de coordenar aPrac e lecionar, a professo-ra, que se considera hipe-rativa, também trabalhaem clínicas particularescom radiologia e diagnós-tico. “Sou muito prática esempre estou com piquetotal, por isso procuro mecercar de pessoas maistranqüilas”, revela. Nos ra-ros momentos em quepára, dedica seu tempo àleitura, a trabalhos manu-ais, como bordado e tricôe gosta de passar um tem-po junto à natureza no sí-tio da família, em Viamão.

Casada há 31 anoscom Marco Aurélio de Oli-veira, é mãe de Márcio,advogado de 28 anos, eFelipe, engenheiro flores-tal de 25, o qual confessaesperar ansiosamente queretorne da Áustria, ondereside. “Estou passando

por uma fase boa, tranqüila, estabilizada.Agora que os filhos estão formados, acapa de supermãe está trancada no ar-mário faz algum tempo”, brinca.

Entre os planos futuros, Helena queracompanhar a carreira dos filhos, espe-rar a chegada dos netos, viajar, conhecernovas culturas e manter-se sempre atua-lizada por meio de leituras e participa-ção em eventos de sua área. “Não sepode perder a identidade. Estou na Prac,mas continuo sendo dentista. Quero con-tinuar trabalhando, colaborando com asociedade. Se eu pudesse, não me apo-sentaria nunca”, observa a professora,que no dia 16 julho torna-se membro daAcademia Gaúcha de Odontologia, nacadeira que foi ocupada pelo ex-diretorda Faculdade de Odontologia, RaphaelLoro, falecido em abril. Trabalho, ao queparece, não faltará para a Pró-Reitora.

NaPró-ReitoriadeAssuntosComunitáriosdesde2001

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 45

Eu Estudei na PUCRS por ANA PAULA ACAUAN

CacoBarcellos:dobairroPartenon para Paris

eferência do jornalismo inves-tigativo brasileiro, Caco Barce-llos, 54 anos, queria ser enge-nheiro e tinha vergonha dosseus textos. O menino que

morava no bairro Partenon, em Porto Ale-gre, era coroinha da Igreja São José doMurialdo e participava ativamente do seucentro social. Alguns dos marcos da in-fância são a influência dos padres pro-gressistas e os torneios esportivos noMorro da Cruz. Atual correspondente daRede Globo na França, Caco notabilizou-se pelas reportagens sobre violência eárea social. Começou a carreira na Folhada Manhã, da Companhia JornalísticaCaldas Júnior, e nunca parou de viajar.De Paris, falou por telefone à revistaPUCRS Informação. “Não tenho uma ci-dade minha, adapto-me bem em qual-quer lugar.”

Antes de chegar à redação de jor-nal e à Faculdade de Comunicação So-cial (Famecos) da PUCRS, na década de70, Caco achava que sua trajetória teriaa ver com os números. Tentou vestibularpara Engenharia, mas passou em segun-da opção em Matemática. No diretórioacadêmico do curso envolveu-se com arealização de um jornal e recebeu a aju-da de um grupo de hippies. O veículo decomunicação alternativo Dluct ultrapas-sou as fronteiras da Universidade e levouo grupo a ser contratado pela Folha daManhã.

Para ingressar na Caldas Júnior, Cacoconfirmou que cursava faculdade, masomitiu tratar-se de Matemática. Transfe-riu-se no segundo semestre de 1972 paraa Famecos. A rotina de aluno não foitranqüila porque viajava muito pelo jor-nal. Havia um táxiaéreo disponível parareportagens por todo o Estado. Caco con-ta que as áreas sociais e relativas à vio-lência não eram tão visadas pelos censo-res na época da ditadura militar.

Caco passou a morar no apartamen-to da comunidade hippie. O número de

pessoas variava entre dez e40. Eles davam abrigo a ar-gentinos e uruguaios foragi-dos da ditadura dos seus paí-ses. “A Polícia invadiu algu-mas vezes por achar que eraum refúgio da esquerda con-tra o regime.”

Da Famecos, Caco lembra especial-mente as aulas de Antoninho Gonzáleze o ambiente festivo. Um episódio queficou marcado foi o seqüestro de ummenino por uma ex-colega e o namora-do, amigos de Caco. “Levei um grandesusto.” A Polícia descobriu a autoria por-que a moça pediu como resgate o carroque um dia foi dela. O menino era filhode um ex-namorado da seqüestradora,que perdeu o veículo quando terminouo romance. Por conta da amizade deCaco, o jornal Folha da Manhã pôde pu-blicar foto da mulher.

Ele gostava de escrever desde cedo.De experiências com o avô numa carro-ça para vender legumes surgiam crôni-cas que guardava. Um dia um colega doentão Científico leu seus textos e ficouimpressionado: “Envergonhei-me e acheique ele debocharia de mim, mas me dis-se que eu deveria ser escritor”. Foi oprimeiro toque que jamais esqueceu.

Caco trabalha desde os 12 anos.Vendia passagem escolar e ajudava umtio no comércio de hortigranjeiros. Nodia em que completou 18 anos, tirou acarteira de motorista e começou a dirigirum táxi de outro tio. Depois fez um con-curso e, pelos conhecimentos que tinhada cidade, ganhou a própria chapa.

Assim que concluiu o curso de Jor-nalismo, recebeu convite para trabalharna revista Versus, em São Paulo. Ficoucinco anos como jornalista independen-te. A partir de uma reportagem para a

Versus escreveu o primeiro livro, A revo-lução das crianças, sobre a RevoluçãoSandinista, na Nicarágua. É autor de Rota66 – a história da Polícia que mata, so-bre as execuções praticadas pela corpo-ração Rondas Ostensivas Tobias de Agui-ar, da Polícia Militar de São Paulo. Em2003 lançou Abusado – o dono do Mor-ro Dona Marta, que conta a história dotraficante Marcinho VP, seus companhei-ros e da população da favela Santa Mar-ta, no Rio. “A experiência reforçou meurepúdio à cultura da punição perversacontra quem já nasceu condenado a to-das as formas de injustiça”, diz na notade abertura de Abusado.

Caco passou pelas revistas Repór-ter, IstoÉ e Veja e em 1985 começou atrabalhar na Rede Globo. Em 2002 tor-nou-se correspondente da emissora emLondres e neste ano foi transferido paraParis. Não faz planos, mas se imaginasempre repórter.

O jornalista cursou Matemática

Foto: Romeu Finato

Arquivo Pessoal

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 200446

Ação Comunitária

Grupo Universitáriopromove ações sociais

ividir o conhecimento adquiridona Universidade por meio deações sociais solidárias é o prin-cipal objetivo do Grupo Univer-sitário Marista (GUM), formado

por alunos, funcionários, professores ediplomados da PUCRS.

Criado em outubro de 1998 por ini-ciativa de estudantes, com o apoio doCentro de Pastoral, permaneceu desativa-do durante os dois anos seguintes, tendosuas atividades retomadas em 2001 apóso encontro de alunos num retiro universi-tário. Atualmente o grupo conta com 15componentes e possui os núcleos de Psi-cologia, Odontologia, Educação, Históriae Música, mas também conta com partici-pantes de outras áreas. “Os núcleos doGUM estão sempre interagindo, traba-lhando em conjunto. Qualquer pessoaque estiver disposta a ajudar pode partici-par, independentemente da área em queatua. Temos até pais de alunos conosco”,conta a coordenadora do grupo, Cláudia

Tonon, psicóloga recém-formada pela PUCRS.

Dentre os trabalhosrealizados, estão açõespontuais voluntárias,como as do Dia das Cri-anças e do Dia do Idoso.Além das ações, desen-volvem há três anos tra-balhos na Ilha Grandedos Marinheiros – umadas regiões mais pobresde Porto Alegre –, compsicoterapia de apoio acrianças e funcionáriosda Creche Marista Tia Jussara e do Cen-tro Social Marista (Cesmar), bem como dapopulação em geral. Também realizamatendimento odontológico três vezes porsemana, formação continuada para pro-fessores do Cesmar, com oficinas de se-xualidade, matemática e contação de his-tórias, aulas de técnica vocal e de instru-mentos musicais, entre outros. “A recep-tividade da população é muito boa, prin-cipalmente por causa das ações contínu-as e organizadas, o que transmite maisconfiança para eles”, revela o ex-aluno edentista Éder Hüttner.

A psicóloga Viviane Anchieta, parti-cipante do grupo desde 2002, quandoainda era estudante, acredita que os tra-balhos junto ao GUM ajudam a desenvol-ver o lado solidário de seus integrantes.“As atividades têm nos ajudado tanto navida pessoal como profissional, já que en-tramos em contato com outras realida-des”, observa.

Entre os futuros projetos es-tão a organização de um livro re-latando as experiências profissio-nais e emocionais do grupo naIlha Grande dos Marinheiros, oatendimento odonto-geriátricodomiciliar na ilha e proximidades– muitos idosos não conseguemchegar ao consultório –, dar su-porte odontológico, psicológico

Cláudia com crianças da Ilha dos Marinheiros

Faça parte do GUMAs reuniões do Grupo Universitário Maris-

ta ocorrem às quartas-feiras, às 18h30min, nasala 106 do Centro de Pastoral. Os interessadosem participar do grupo podem entrar em con-tato pelo telefone (51) 3320-3576 ou [email protected].

e de auto-sustentabilidade a algumas tri-bos indígenas e a criação de um museucom objetos e fotos dos moradores. “Que-remos que o museu também tenha salasde estudo, biblioteca, brinquedoteca eárea de lazer”, revela o estudante Eduar-do Cunha, do 5º semestre de História.

No local escolhido, abandonado háalgum tempo, funcionava uma escola es-tadual, construída na década de 50 e fre-qüentada por alunos da região, que che-gavam até de barco. Para o projeto serrealizado ainda aguardam a aprovação daAssembléia Legislativa. “A população gos-tou muito da idéia e começou a separarmateriais, mas muitos objetos que pode-riam ser colocados em exposição aindasão utilizados por eles, como lampiões eferros a carvão. O presente e o passadose misturam na ilha”, relata a coordena-dora do grupo. A próxima ação previstado grupo será a arrecadação de brinque-dos para o Dia das Crianças.

Equipe está disposta a ajudar

Atendimento odontológico

Foto: Divulgação

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PUCRS Informação em Revista nº 120 - Julho/Agosto 2004 47

Opinião

A polêmicaReformaUniversitária

Reforma do Ensino Superior doBrasil é uma proposta em ela-boração. Seria prematuro, por-tanto, apresentar proposiçõescomo definitivas. O amplo de-

bate do assunto em nível nacional é po-sitivo. As idéias trazidas a público até aquideixam antever que a maior parte da Re-forma estará ligada às instituições fede-rais de Ensino Superior.

São sete os itens por ora elencadoscomo constituidores do esqueleto da Re-forma, a saber:

1) missão das instituições de ensinosuperior,

2) autonomia,3) acesso/permanência,4) estrutura e gestão,5) avaliação,6) conteúdos e programas,7) financiamento.Desses tópicos, os de números 2, 3,

4 e 7 terão certamente maiores impac-tos nas instituições de ensino superiorfederais.

O pressuposto de entender a Educa-ção como bem público, inserida no cam-po dos direitos sociais, segundo a afirma-ção do Ministro da Educação, Tarso Gen-ro, é fundamental e inteiramente proce-dente. Permito-me algumas reflexões so-bre parte dos tópicos enumerados.

Na questão do Acesso/Permanênciatransparece a justa preocupação de seencontrar mecanismos de inclusão paraas classes economicamente menos favo-recidas e/ou socialmente discriminadas. Atese, em si, é inteiramente justa. As for-mas de pô-la em prática são objeto deprofundas divergências.

O projeto de lei PROUNI – Universi-dade para Todos, propõe que as univer-sidades privadas absorvam boa parte dosalunos mais carentes. Mesmo que isso setorne realidade, é preciso que o poder

“ O Brasil é umpaís pobre que

sabidamente nãotem condições deoferecer ensino

superior gratuito atoda a população nafase universitária.

Entretanto, osistema vigoranteé socialmente dosmais injustos queconheço. Algo há

de mudar. ”NORBERTO

FRANCISCO RAUCHReitor da PUCRS

público ao menos ampare esta camadade estudantes com subsídios de manuten-ção e meios para que possam acompa-nhar os cursos em que ingressam.

No ponto cinco, Estrutura e Gestão,acena-se com dois anos de estudos bási-cos. Na Reforma Universitária do início dadécada de 1970 já se aplicou, em parte,a idéia dos estudos básicos. O balançodos prós e contras levou ao seu rápidoabandono.

Em relação à Avaliação, o SistemaNacional de Avaliação da Educação Supe-rior (Sinaes) já delineia os pontos funda-mentais. Oferece elementos positivos,mas a realização por amostragem e ofato de praticar duas avaliações, para amesma turma, uma no início e outra nofinal do curso, e sendo a periodicidade detrês anos, poderão determinar, em meuentender, inúmeros problemas e questõesde controle do sistema.

Os Conteúdos e Programas estãosofrendo revisões profundas no momen-to atual. Parece-me que o assunto estáem grande parte resolvido. Quanto ao Fi-nanciamento, a idéia da loteria recebesérias críticas e dificilmente vingará.

Havendo mais recursos para as ins-tituições de ensino superior federais, vin-culados à contrapartida da expansão dasmatrículas e dos cursos noturnos, dificil-mente haverá uma mudança do perfil so-cioeconômico do alunado. Simplesmenteparte dos alunos em condições de pagaruma instituição de ensino superior priva-da terá acesso às instituições estatais ese agravará o perfil dos estudantes dasinstituições privadas, em nada ou muitopouco contribuindo para a concretizaçãode uma das idéias centrais da Reforma,que é a maior inclusão das classes soci-ais menos aquinhoadas, realimentando omodelo atual. De remendo em remendo“vai-se empurrando a situação com a bar-

riga” por razões de interesses de uns eideologia de outros.

O Brasil é um país pobre que sabi-damente não tem condições de ofere-cer ensino superior gratuito a toda apopulação na fase universitária. Entre-tanto, o sistema vigorante é socialmen-te dos mais injustos que conheço. Algohá de mudar!

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