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PUBLICAÇÃO QüINZENAL
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ASSIGNATURASPARA O INTERIOR E EXTERIOR
Semestre 6#000PAGAMENTO ADIANTADO
ESCRIPTORIO120 RUA DA CAEIOCA 120
2.° andar
As assignaturas terminam em Junho eDezembro.
Os trabalhos de reconhecido interessegeral serão publicados gratuitamente.
1883 — Agosto — 15.
O FLUIDO UNIVERSAL
l . ' '
E' hoje idéia corrente, baseada nasopiniões dos maiores pensadores, ser qespaço interplanetário oecupado porum fluido eminentemente subtil, cujopeso não pôde ser attestado pelos meiosde que a sciencia hoje dispõe.
Apezar de sua Ínfima densidade,essefluido é um gaz e, como os gazes, obe-dece ás leis universaes e invariáveisque regem a matéria ; esse fluido ématéria.
Com effeito, a sciencia chama ma-teria a tudo aquillo q-ue pôde affectara um ou a mais dos nossos sentidos, atudo o que é capaz de receber e trans-mittir o movimento ; ora, os corposque como taes consideramos, produzemimpressões sobre os nossos órgãos sen-sitivos, em tão variada escalladegra-dações que se nos torna impossívelmarcar um limite rigoroso entre o ma-terial e o iinmaterial,segundo os dadosda sciencia. -À
Sabemos que todos os corpos da na-tureza se attrahera na razão inversado quadrado de suas distancias e, bemassim, que a densidade de um gaz,como a de todo o corpo em que as mo-leculas se podem com facilidade ap-proximar ou afastar, varia com aspressões a que o sujeitamos ; ora, asattenções exercidas sobre o fluido uni-versai derramado no espaço,eqüivalema pressões, e, por conseqüência, suadensidade vaf ia, á medida que elle seavizinha dos centros de attracção ;dahi a sua transformação nes diffe-rentes gazes que constituem as eiivol-ventes acreas dos corpos, dahi as va-rias modificações por que elle passa,
dando nascimento á diversidade incal-culavel de corpos que encontramos nacriação.
Assim como é única a fonte dondetudo provem no universo, assim tam-bem é um só o elemento primordialque o constitue.
Qual, porém, a causa da diversi-dade da matéria ?
Ella provem de não ser uniforme acondensação do fluido sujeito ás mes-mas condições de pressão; assim-v-maparte delle se condensa, formando aspartículas materiaes a que chamamosátomos, ao passo que outra parte, di-versamente condensada, conserva-seno estado de fluido invisível e impai-pavel, formando uma atmosphera emminiatura que rodeia os átomos supra-ditos, os separa uns dos outros e en-che os interstícios ou lacunas que c/slisolam, ea que chamamos poros.
.Assim, os corpos que observamos na .natureza, não são formados de umamatéria homogênea; suas densidadesvariam de um a outro ponto de suasmassas, porque, como dá-se com oscorpos celestes, com os mundos a quechamamos— Soes, Planetas e S^telli-tes, cada um desses atomòsr-W.tàrabemum centro de attracção, cujas atmos-pheras tem wrias densidades, segundosua aproximação 'ou afastamento deseus respectivos centros.
Da reunião de dous ou mais átomosdifterentes se formara as moléculas,tambem rod,eadas por suas atmosphe-ras fluidicas.
• Isto posto, podemos considerar osátomos como planetas imperceptíveis,formando systemas idênticos aos queenchem a infinidade do espaço; e seestes em nós despertara o pasmo porsuas dimensões collossaes, a grandezadas orbitas que descrevem e suas ve-locidade* vertiginosas; -áquelles nosfazemjficar estáticos ante a mas-ni-tude ae tanta pequenez.
Do infinitamente pequeno ao iufini-támefrte gra ode a mão de Deus se nosrevela do mesmo modo, sublime e as-sombroso.
Em todos os corpos, pois, lia dítjaspartes distinetas, uma — os átomos —mais ou menos perceptível aos nossossentidos, outra — o fluido — sempreimperceptível que os separa.
Da relação existente entre as pro-porções desses dous elementos, nascea innumera variedade de densidadesda matéria, sendo sempre a mais densaaquella que, sob o mesmo volume,
contiver maior numero de átomos poq-deraveis.
De modo que, dados dous corpos domesmo volume e suas respectivas deu-sidades, podemos concluir a relaçãoque existe entre as suas riquezas flui-dicas, estas estando na razão inversadas densidades.
Dessas relações provem as varieda-des das propriedades da matéria.
Collocando era presença dous cor-pos do mesmo volume, da mesma den-sídade, e, portanto, da mesma riquezafluidica, em condições de se poderemmover livremente, por exemplo : duaspequenas bolas de cobre,,suspensas atênues fios e assaz approximadas umada outra, sem contudo se tocarem, nãonotaremos desvio algum nos fios queas sustentam e guardam a posiçãovertical.
Se, poréiú, aquecermos bastantenma dellas, vel-as-hemos approxima-rem-se, tocaréin.-se e depois se afasta-rem; ora^a quantidade de matériainei-tê não augmentou na bola aqüe-cida, o que, sim, cresceu foi a suatemperatura, foi as dimensões de seusporos, a separação de seus átomos con-stitutivos, o que collocou-a nas con-dições de possuir maior riqueza flui-dica.
Se, em vez de submetter a bola decobre á accão de uma fonte calorifica,a carregarmos de electricidade, nota-remos que o phenomeno se produz domesmo modo, e, demais, que a tempe-ratura da bola se eleva.
Dahi já podemos tirar duas con-clusões importantes: primeira, identi-dade do agente que produz os pheno-menos electricos e calorificos; segunda,não éa matéria inerte de um corpo quelhe dá a propriedade de attrahir osoutros corpos, o sim a sua riquezafluidica.
Como, porém, se exerce essa attrac-ção ?
A electricidade é um gaz, e,°comoos outros gazes, forma com os corpossimples verdadeiras combinações.o
Quando dous corpos desigualmentecarregados de fluido electrico, mag-netico ou calorifico, que depois vere-mos serem o mesmo, se acham empresença, o fluido tende a collocal-osem estado de equilíbrio, transportan-do-se do mais ao menos rico.
E' um facto a todo o momento ob-servado com os corpos aquecidos.
Ora, a atmosphera, comquauto iso-lante, comquanto dificultando esse
transporte, não é um obstáculo in-Ppperavel e através delia o fluido semove, aiuda que lentamente.
Essa tendência do fluido a ligar-secom os átomos do corpo menos rico pro-duz uma corrente attractiva, tantomais forte quanto menoí-fôr a riquezafluidica do corpo attrahido em rela-ção á do corpo attrahente, isto é, -araa mesma fonte attractiva, quantomaior fôr a densidade do corpo atira-hido.
Uma vez estabelecido o equilíbrio,a attração cessa, e nós dizemos que oscorpos se repellem.
FESTA SPIRÍTA.
O centro da União Spiríta no Bra-zil, resolveu fazer uma sessão magnacommemorativa, em 28 do corrente,2°anniversario da deliberação tomadapela Sociedade Acadêmica e GruposSpirítas de propagarem ostensiva-mente o Spiritismo no Brazil.
No jornal La Caridad, de SantaCruz de Ténérife, lê-se o seguinte :
" Nós, Jacintho Maria Cervera yCervera por graça de Deus e da SantaIgreja, Bispo de Tenerife, etc.
Fazemos saber a nossos queridos dío-cesanos, ao cura de N. S. da Conceiçãode Santa Cruz e a todos os fieis dessaparoclúa, que de nove annos a estaparte o cemitério que existe fora dosmuros dessa villa, tem sido profanadopor suecessivos enterramentos de livres ¦pensadores e de todos áquelles que temmorrido fora de Nossa Mãe a SantaIgreja CatJiolicá e Apostólica Romana.
Por este motivo e em conformidadecom os direitos canonicos nesta matéria,declaramos profanado o supracitadocemitério e ordenamos que se proceda á 'cxhumação dos ditos corpos e se benzamnovamente os lugares onde tenham es-tado os mesmos : outro sim, sob pena deexcommunhão, prohibimos que se façam |outras ceremonias de culto no cemitérioa não ser as da Igreja Romana.
Afim que pessoa alguma ignore, opresente edital será lido tres dias defesta consecutivos e affixado na portado cemitério.
Dado e selado de nossa chancellariaem nosso palácio episcopal, em 23 deAbril de 1883.
f JACINTHO MARIABispo de Tenerife.,,
Não commeotaremos esta impor-tante peça do illustrado Bispo de Te-nerife; o leitor que julgue daquelleque se diz representante de Christo eas palavras do fundador do Christia-nismo ;
"Deixae aos mortos o cuidado desepultarem os seus mortos.,,
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A BIBOB*íí' *í»l» o ponio «le visíaSpiríta
CAPITULO DESTACADO D'UM LIVRO EM VIA. DE
PUBLICAÇÃO SOBRE A DOUTRINA SPIRÍTA
jiclo
DR. WAHU
Traduzido Jo Mosixr.en d» üruiellas
Uma questão que se liga directa-mente ao Spiritismo é a da morte.
Em todas as preces dirigidas peloscatholicos em suffragios dos mortos,trata-se do repouso eterno, as pa
ir pr.ee s >Se para sua teucicuuuhabitar longe de nós, soffrendò sua
auzencia, acceitamos entretanto com
menos difTiculdádè essa a uzencia, visto
sabermos que é para bem da pessoa
que nos é didicada e temos a esperançade tomar-mos o vel-a.
Para que poisaflligirino-nos quandoum parente ou um amigo morre/?
O queehainanios morrer iiãe.ésenãouma transformação.
A palavra morte deveria ser banidada linguagem de todos aquelles que
lano.
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X
lavras- requiem ceternam aparecem a | acreditam na imniortalidade do ser
cada momento. 1 numa
Assim pois, o termo da vida, é o re-
pouso, o fim a attingir, é o repouso,sempre o repouso e o repouso eterno,isto é, a inactividade eterna.
Eis a que/se limita a ambição detodo o. verdadeiro catholico, de todo o
-'oom chrístão; a vida terrestre tãocurta, sobretudo comparando-se coma eternidade não deve servir senão paraattingir um repouso eterno, uma nul-lidade eterna.
O nada não pareceria mais prefe-rivel ?
E este repouso não será uma sortede aniquilamento ?
Em todos os casos uma continuaçãode existência eterna, com ausênciacompleta de actividade, tornar-se-hiacom o andar do tempo um verdadeirosupplicio e offerece-se como uma re-compensa, e a desejão aquelles quemorrem.
E em geral, esta idéia de repousonão se acha associada somente á idéiada morte.
Um de meus velhos amigos me es-crevia.
« Se Deus conservar-me com saúde,tenho perante mim a prespectiva dealguns annos de repouso. » E a maior
parte dos homens raciocinam assim.O fim do trabalho de sua mocidade
e da idade madura é o repouso, o farniente durante a velhice.
Fallo d'aquelles que nasceram semfortuna, quanto aos que nasceram nomeio do ouro, á custa do trabalho deseus antepassados, esses em geral des-cançam toda a sua vida, ou ás vezesfazem peior ainda,
'porque tem umaactividade funesta para si mesmo e
perigosa para os que os cercam, emconseqüência dos máos exemplos quelhes dão.
Repouso 1 Repouso 1Esta palavra deve tornar-se desço-
nhecida para o ser humano quando ahumanidade|terr8.stre tenha feito maisalguns progressos.
Actividade, acthúdade eterna parafazer bem.
Tal deve ser a divisa de todo o serintelligente.
Porém tratemos dos mortos.Para que chorar IPara que desoiarmo-nos quando o
ser que amamos deixa seu envolucromaterial e cessa de viver da nossa vida.
Quando estimamos alguém regozi-
jamo-nos com o que lhe acontece debom, tanto mais quanto mais lheformos dedicado.
A palavra morte quer dizer, cessar
de existir- ora, nós não deixamos de
existir quando deixamos o nosso envo-
lucro carnal, nós subimos ao contrarioum dos degráos da nossa vida.
O que se chama vulgarmente morte,
não é pois cousa triste é o nascimentode uma outra phasíkcla vida.
O ser humano circundado d'um
grosso envolucro, composto de elemeii-tos tirados do planeta que habita, des-
poja-se (Lesse envolucro e entra na
vida dos Espíritos, isto é, a vida paraa qual elle só tem necessidade de seu
perispirito para limitar e iiidiyiúua-lizar o seu Espirito.
Nesse estado habita o espaço, na
atmosphera terrestre, , porque per-ténce ainda ao nosso planeta, é ainda
habitante da terra, mas habitante in-
visível para nós que .só possuímos sen-
timentos grosseiros de nosso envolucromaterial.
N'esse estado, sem corpo materialterrestre está em liberdade e pôde á
vontade andar em nossa atmosphera
por toda a parte onde lhe apraz, nunca
está pois separado dos seus affeiçoados,dlaquelles com quem sympatísou em
quanto (vivo) encimado ; elle pôde
por sua vontade e pelo simples desejode os ver achar-se immediatamente
junto d'elles.Para elle a menos que não seja uma
punição e essa temporária, bem enten-dido, nunca tem c^e desamparo, cxaisolamento que a nós outros encarna-dos causa tantossoflYimeníos.
Elle pôde aproximar-se dos outrosEspirites, seus iguaes em accessd, por-que os espíritos que habitam o espaçoe que na terra foram bons e caridososse aproximam naturalmente.
Se um Espirito de certa euthegoriavê um ser encarnado dotado do domde mediunidade, pode relacianar-secom seus parentes ou amigo:- aindaencarnados.
Acabo de, dizer que o ser humano quedeixOa seu envolucro carnal, habitaa atmosphera terrestre ; as vezes, nocntreíanto.desencarnando-se merecemsubir, abandonar para sempre o nosso
planeta para ir encarnar-se em um
planeta melhor,passa immediatamente
para a atmosphera de sou novo pia-neta, porém isso não impede de modoalgum que possa communicar-se com-nosco por intermédio de qualquer Es-
pirito da nossa atmosphera.Para que chorar quando aquelle que
desencarna era um ser bom, justo,
bymftuèjo, honesto, cumpridor da leide Deus e da Caridade? Desde quesabemos que esse ser vae gozar daexistência continua, bem preferível ánossa, que será mais feliz do que pondeser eimiu.iutn vi via. entre nós.
E' melhor procurar lémbrar-iiio-nosde suas bòás (piaiidades, imitar aaquelles que amávamos do que chorar,vestirmo-n is.de luto, porque corporal-mente nos deixaram, é melhor tambémlembrármo-ilos d' ¦•••nas boas intenções,òexecutar tanto quanto nos fòr pos-sivel 'OS desejos ae (pie somos sabe-
'-"*'**jL»
dores.Ah! devemos chorar quando aquelle
que nos deixa fòr um perverso, queatravessou a vida mentindo a suaconsciência, violando a lei da caridade,
que assim enfraqueceu-se moralmentee que partiu sem estar previamenteemendado.
Sim, por estes é permittido chorar,
porque sabemos (pie depois que dei-xam seu corpo terrestre, se acham cm
profundas trevas, prezo de violentosremorsos, vendo semeessar desenvol-
yer-s.è perante si todas as accões más
que praticou e coiuprehendeudo então
quanto seu passado foi irregular.Abandonado, não podendo gozar
como os bons nem da vista das mara-vi lhas da natureza, nem da sociedadedos outros Espíritos errantes da atinos-
phera, e ás vezes difTicilmente podendocommunicar-se pela mediunidade comòs seres encarnados que os invocam.
Entregues assim a si próprios, semsaber quanto tempo durará essas tre-vas, esse isolamento, verdadeira prisãocellular quanto ao resultado e achan-do a duração de seu castigo tanto mais
longo--.no estado de Espirito desencar-nado não existindo meio algum* deavaliar o tempo como sobre a terra.
Si in, quando se tem a convicção
que tal é a situação dos máos e estaconvicção resulta de milhões de com-mtmicações obtidas durante mais devinte cinco annos, deve-se deplorar asorte cVaquelle que nos deixou e con-vem pedir freqüentemente aos Espiri-tos bons que os auxiliem, já com o seuappoio moral e já com os seus concelhos
para sãhirem de sua desgraçada si-tuação.
Para os adeptos de todas as reli-
giões (Budhisies, mahometanos judeose christãos) a morte é uma cousa bemtriste.
Quando perdem um dos seus, tudotorna-se preto, idéias e. vestuários ; eisto é natural.
Para os Spiritas (trato dos qne es-tildaram e meditaram a doutrina) não'existe, como para os sectários dos di-versos cultos,,.esse vácuo, essa vidaimmens.i que faz com (pie o desesperose ápôdèré da alma, paraos Espíritos,o morto não está morto, partio, porémlogo se achará com elles.
Se elle próprio não pôde logo queparte dizer-uos sua posição, estado,e amigos do mundo dos Espiritos, au-tigos amigos terrestres desencarnados
s vêm aconselhar a paciência, (pieno
essas lagrimas, essa tristeza impedemaquelle que temporariamente nos dei-xou de se desligar completamente deseu envolucro corporal, de compre-heüder bem o seu estado.
Elles nos dize n que nossa tristezaenvolve em um denso iievoeira o Es-pirito daquélle que acab m de nosdeixar, ao passo (pie a nossa sereni-dade, e calma acederam a sua felici-dade. e a completam.
O Spiritismo, não prohibe os pe-zares, porem faz coniprehender quenão devem ser amargos, e sobretudoque não devemos criminai' á Deus eexprobar-lhe ser injusto,por privar-nos momentaneamente daquelles quenos são caros.
Muitas vezes depois de alguns dias,o desencarnado, vem nos dizer que éfeliz, que não tem pezar de ter dei-xado o seu corpo, fardo pesado, tãocheio de necessidade e moléstias.
Elle nos diz que se acha ao pé deuo?, exorta-nos a fazer-mos o possívelpara tornarmo-nos realmente cari-dosos, tanto de coração como da bolsa.
Pede-nos para continuar a amal-o,e aconselham-nos também a amarmosos viventes que nos cercam e a sermosbons para elles.
Os habitantes felizes do mundo Spi-ríia não partilham de nossos ódios ezelos, elles só tomam parte em nossasboas accões.
Os catholicos consideram a mortesúbita como um desvalimento, umapunição de Deus, que assim tira aopeccador insensível o tempo necessáriopara arrepender-se e confessar-se.
Sobre o ponto de vista Spiríta, é omaior favor que Deus pôde concedera um ser humano, pois assim lhepoupa as dores moraes de se separardaquelles que lhe são affeiçoados e ossoffrimentos physicos adherentes átodas as doenças e agoniasr mais oumenos lentas e também esse temor damorte que é quasi instinetivo emmuitas pessoas.
Para a maior parte das pessoas, ossoffrimentos physicos durante a nossavida terrestre são uma prova, e parase despojareni de seu envolucro mate-terial, muitos soffrem longas e cruéismoléstias.
Parece pois qne aquelles que mor-rem repentinamente e sem soffrimentoalgum, são os que terminaram o sa-orifício da expiação.
Para os sobreviventes, a morte re-pentiua de um parente, de um amigo,é uma,.expiação que devem com co-ragein supportar se não quizeremperder todo o seu mérito.
Seja como fôr,tal é a excellencia denossa doutrina, que em vez de temera morte, sobre qualquer fôrma que seapresente, é com prazer que entre-vemes o momento em que, livres doscuidados deste mundo, e desembara-çados deste corpo tão material,nos reu-nimos aquelles que amamos e cheiosde unia doce solicitude para elles, po-demos a cada momento dar-lhes bonsconselhos para supportar os males que
não nos desolemos sobretudo, porque j são a sua expiação (Continua).
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Rffa ORIIAROR — iS*»"Iir Mini n-n.«-iii.ii.«..i.il_.ili.'liiiiiiii..ii.Mii
CWla-1'awtarMB «lo BBi»j»o .!«»«laeii, conticas, Ímpias e offensivasâ moral cJiridâ.
Por isso, obedecendo ao dever, quenos impõe nosso Santo Ministério, develar pela verdadeira fè, e para impedirque nossas amadas ovelhas caiam noerro, queremos mostrar-lhes o perigo queas ameaça e exhortal-as a que não si-gam a seita spiríta que só aspira, se pos-sivel fosse, destruir todos os dogmas dafé e os principios da moral, invocandohypocritamente o santo nome de Jesus,simulando a caridade e confundindo,
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O QUARTO DA AVO'ou
A. felicidade aia fanuilia
Melle. MONNIOT
Ordeno-vos que vos ameismutuamimto.(Kvano. S. Juão, XV, 12).
TRADUZIDO POIt H. G.
IVESCOLHA DE UMA CAZA
(Continuação)
Elyza não resisti o mais : "êlla recuemparecer que realmente queria apresentar-secomo exemplo, quando tão longe estavadessa pretençno.
Quando Pe°dro comprehendeu que Elyzasahiria, nem a promessa de um brinquedopoude minorar seu pesar.Eu quero antes você do que qualquerbrinquedo dizia elle soluçando.
A Sra. A* não poude resistir ás lagrimasdo pobre pequeno ; ella prometteu leval-oe a Carlos.Logo que se sahio da meza, Mathilde
chamou para junto de si o menino, cujaslagrimas ainda não haviam desapparecido,mas que já sorria.Então gostas mais de tua prima doque de tua irmã? perguntou-lhe ella, to-mando-o em seus braços.
Tu nunca brincas comigo, respondeuPedro.
Porque já sou grande para brincar;mas isso não me impede de amar-te.
de propósito, o código sagrado do Evan-gellio com a regra funesta e variável dolivre exame.
Usando, portanto, da autoridade or-dinaria e extraordinária qiwFnos con-fere a Santa Sé, reprovamos e condem-liamos os números publicados e porpublicar, da revista intihdada " A Luzdo Christianismo „.
Prohibimos sua impressão, sua circu-lação e sua leitura.
Declaramos mie seus Directores, re-dactores, collaboradores, impressores,assignantes e todos que, por qualquermodo, contribuam para sua publicação,sã» dignos da censura imposta pelas leiacanonicas.
Ordenamos cpue todos áquelles quereceberam números desse jornal, os re-mettam a seus confessares immediata-mente, afim de senão perderem; e nocaso em que não possam fazel-o, os dis-truam.
Pedimos, ao mesmo tempo, a nossoPae de misericórdia a conversão dosSpiritas, afim que reeonheçam seuserros e entrem no (jremio dessa mãe tãoamante, única fiel e infallivel deposi-taria da verdade.
Dado no nosso palácio episcopal deJaen, a 9 d» Abril de 1883.
f MANOEL MARIA,Bispo de Jaen.,,
*
A simples leitura dessa peça, es-cripta n'um palácio pelo representantedaquelle que veio ao mundo em umapalhoça, basta para demonstrar ca-balmente a pretenção audaciosa dosque querem tolher os direitos do livreexame, os mais elevados dos com queo Creador dotou o homem, com o fim"He
continuarem, envoltos nas trevasdo obscurantismo, a exercer um poderque a razão repelle"e que, todo mun-dano, èsiá em completa discordância
—Elyza também é grande, olha! e ella 6boa entretanto.Mathilde mordeu os lábios com despeito.Ella estimava verdadeiramente e muito
seu irmaòzinhu, porém, nunca lhe sacriti-cava um prazer ou uma distração.Como, pois, a indifferença não seria dadacomo recompensa do egoísmo?Eeliz por arranjar para sua Elyza um
passeio com Mathilde e Fanny, a Sra. Vai-brum, recommendou-lhe que não se preo-cupasse com sua solidão, pois que a apro-veitaria para por em dia contas atrasadas.A farriilía poz-se a caminho.Os dous meninos so apoderaram dasmãos de Elyza, apezar das reclamações deFanny, que queria dar o braço Ai suaprima.
Que cidade extraordinária! exclamou ajovem travessa, descendo as ruas em ladeiraque conduzem da cidade alta á cidadebaixa.
Nds nos assemelhamos á ermitões, dei-xando o refugio das montanhas para ir vi-sitar os pobres mortaes.
Entretanto, Mathilde com seu chapéo côrde rosa e seu vestidoá volante; representamal um capuchinho.
Nunca parecerá a alguém que ella sahedo deserto.Enganaste tomando nossa cidade alta
por um deserto, respondeu Elyza; essascasas que te parecem tão pacificas, sãoquasi todas habitadas por numerosas tá-milias.
A única cousa de que gosto na tuacara cidade alta, continuou Fanny, é avista da cidade baixa : acho este golpe devista muito pitoresco; mas receio ter-moenganado, porque esperava achar tudo maisbonito.
Eu prefiro Baz a Pariz, disse Carlos;porque aqui não se tem medo de ser es-magado pelos carros; ainda não encontra- ,mos nenhum. E depois, ha tão bellos jar-dins!
com a humildade pregada pelo fun-dado?' do Christianismo.
Empregue as armas que quizerdes,especülae com o fanatismo das massaspouco illlistradas; os tempos do vossodomínio são passados; a verdadetriumpha do erro, e o reinado doGhristianismo do Christo vau se fir-mando na Terra.
O lim do Spiritisrno, a que condem-naes por chocar algumas das formulasvãs do vosso culto externo, ó estreitaros laços que prendem os membros dafamília humana, mostrar ao homemqual o seu verdadeiro destino, o seupapel na creação, e gravar nos cora-ções de todos os santos preceitos queJesus nos veio ensinar por ordem deDeus.
Sua missão é santa ; ella se ha de.cumprir, levantando sobre os destro-ços das pompas vãs de um culto todomaterial e idolatrico, a cruz singelados discípulos.(!£'Jesus.
Velae attentos, oh! vós que dirigisos destinos do Brazil!
Conheceis as pretenções dos homensque, corridos da culta Europa, bus-cara um refugio nos nossos climas.
' ;:
Não cremos dr justiça que um paizda livre America deva cerrar suasportas ao estrangeiro que lhe vem pe-dír hospitalidade.
Abri-lhes os braços, recebei-os comoirmãos, mas vigiae-lhes os passos, ím-pedi que elles venham lançar as se-mentes do fanatismo no espirito dessamocidade, a cujo cultivo moral tendesligado tão pouca importância.
Recebei-os, amai-os, porém, se de-linquirem, puni-os, porque castigandose corrige.
-«:»•
Deve ficar concluído por todo estemez, o salão que o dedicado propa-gandista Sr. J. Guerin, fez construirem Bordeaux especialmente para con-ferencias spiritas.
Elyza! gritou a Sra. A* que vinhaum pouco mais atraz com seu marido efilha mais velha, não chegaremos nunca?Este detestável calçamento fere-me horri-velmente os pés.Já estamos perto da Casa Baron, mi-nha tia. meu tio pôde dizer-vol-o.
Teu tio cansa-se inutilmente em re-petii-o, minha filha : disse o Sr. Adolpho.Não é verdade que atravessando a praça,chegaremos logo?
Sim, meu tio, e ois-nos na praça.Oh! minha prima! exclamou derre-
pente Fanny; que bella estatua é esta?E- um guerreiro, disse Carlos, cujosolhos brilharam; vês Pedro, como elle pa-rece bravo?E- o marchai Odinot, respondeu Elyza,
olhando respeitosamente a nobre imagemde bronze : era filho de Bar-l-l)uuc, e nossacidade que orgulha-se com elle, quiz con-servarasua lembrança em seu centro.
Esta estatua é com eífeito muito bo-nita, disse a Sra. A"; não é verdade Ma-thilde?
Mathilde que tinha um gosto artísticomuito pronunciado e bem cultivado, res-pondeu com enthusiasmo :E' uma obra admirável! Que digni-dade, que naturalidade e qne força nessaattitudo tranquilla ! Esta estatua pareceanimada. Destaca-se maravilhosamente so-bre o fundo azul do céo.
Diz-me quem era o marchai Üudinot,disse Carlos a Elyza.O marechal Oudinot era um dos me-
lhores guerreiros do Imperador Napoleão,respondeu Elyza; tinha tanto de bomquanto de bravo.Sim, acrescentou o Sr. Adolpho, tinhanobremente merecido sua elevação e asimplicidade que conservou em nieio dasgrandezas era notável. Sua bravura tor-nou-se proverbial e grangeou-lhe apellidúde Bayard moderno.
RECEBEMOS
AS SEGUINTES PUBLICAÇÕES SPIRÍTÁS :
La Revue Spiritei moniteur univer-sei du Spiritualisme experimental,Paris, anno XXVI, n. 7.
*
La Fé, Razonada, revista quinzena!dedicada á propaganda e defesa daphiiosophia spiríta do século XIX ;San Jnan Bautista deTabarco, Méxicoanno II, n. 9.
*Revista Espiritista, orgam official
•4a Sociedade. Spiríta Montevédiana,anno XII, n. 2.
*¦*
*
Le Messager, jornalbi-raensal, Liégeanno XII, n. 1.
El Critério Espiritista, revista men-sal de estudos psychologicos e de raag-netismo, orgam official da SociedadeSpiríta Espanhola, Madrid, ahn5 XVI,Junho 1883.
La Fraternidad, Revista spiríta bo-naerense, anno 2.u, n. 12.
Este importante orgam de propa-ganda começou a ser publicado quin-zenalmente, motivo pelo qual felici-tamos ao illustrado collega.
La Luz dei Cristianismo, anno I,n. 7.
Revista quinzenal de sciencias, mo-ral, religião e psychologia experi-mental.
*
Bulletin Mensuel de Ia SocietéScientifiuue d'Etudes Psvchologiques,Paris, Julho 1883.
El íris de Paz, orgam da SociedadeSertoriana de Estudos Psychologicos,Huesca, anno I, n. 9.
Moniteur, Bruxellas, anno VII,n. 5.
* A-
Agradecemos.
Oh! isto é bello! exclamou Carlos,que sabia um pouco a historia do « Cavai-leiro sem medo e sem mancha. »
O marechal gostava tanto da cidadede Bar, continuou o Sr. Adolpho, olhandopara Mathilde, que para aqui vinha, sempreque suas altas funeções não o retinham nacap tal.
O Castello que servia-lhe de habitação,durante o verão, o soberbo castello' de,leard'heurs, aformoseado, creado quasi porelle está situado á algumas léguas daqui.
Baz era sua cidade natal, respondeusorrindo Mathilde ; e Pariz é a minha.
Sem duvida, minha filha; porém, oque quero mostrar-te, e eu t'o provarei, sepreciso for, com exemplos vivos, éque pes-soas mais importantes do que tu e eu, sa-bem viver fora de Pariz. Desejo que estepensamento contribua para tua resigna-ção...Apressemo-nos em chegar á nossafutura casa, eu vol-o peço, disse a Sra. A",realmente, não posso mais!
A familia afastou-se da estatua, cujosbaixos relevos tinham sido todos admira-dos, quando Carlos, com as faces endurc-cidas pelo ardor de suas impressões, tirouderrepente seu gorro e curvou-se respeito-samentf. :
Adeus, Sr. marechal! disse elle. sereium guerreiro como vós.
E eu também, gritou Pedro que quizcomprimentar como Carlos, porém, quenão conseguio tirar seu pequeno chapéo.
Que é aquillo que nos ofterecem ldisse desdedcnnosamenteaSra. A", quandoseu marido mostrou-lhe a casa indicadapela Sra. de Chelles.Esperai que a tenhaes visitado, paraformar o vosso juizo, respondeu oSr. Adol-pho.
(Continua).
ir.
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0 cura dei Aguilar, provincia de Za-ragoza,retirou-se da mesma localidade
por não ter mais em que se occupar,visto que toda a povoação aceitando oSpiritismo, o dispensava de todas asformulas Catholicas Apostólicas Ro-manas.
Em hespanha vai produzindo os ine-vitaveis fructos a iutolerancia clerical
que não conhece limites.E' a segunda povoação naquelie
reino em que este facto se produz; mas
quanto melhor não seria se,, em lugarde se constituírem adversários doGhristianismo, viessem com a luz daverdade auxiliar a pobre humanidadea sabir das trevas em que está envol-vida ?
Felizmente o reinado dos Torque-madas não mais voltará, -líoje imperaa verdade que illuhiina a razão, e nãoo terror do Santo Officio que ahiquil-aa consciência.
As azas negras d'um passado tene-bfoso que, por largo tempo, subju-garam a humanidade, tem sido depen-nadas uma a uma e breve, mais brevede que supõem para sempre deixaramde existir.
SECGÍÍ) ÍSCLlvl-íGA
-«:»-
DESCOBRIDORES DA VERDADE
• E' este o titulo d'um novo GrupoSpirita que acaba deinstallar-se nestaCorte.
Aos distinctos membros desse novocentro de luz felicitamos pelos bene-ficios que vem prestar á propagandada regeneradora doutrina Spirita.
~~0s Srs'. J. Jésupret e Bonnefont,realisaram em 20 de Maio do correnteuma conferência em Donai.
Estes dedicados propagandistas daSciencia Spirita procuraram demon-strar que os velhos dogmas estandolonge de satisfazer a razão humana, éurgente e indispensável uma reformano sentido religioso.
Em Hespanlia existem 137 praçasou circos, para corridas de touros.
Como é notório, naquelie reino ascorridas de touros acabam sempre comferimentos graves e ás vezes mortes,quer em bandarilheiros, quer nos ani-mães que tomam parte activa no re-pugnante e selvático divertimento.
O elevado numero desses antros decrueldade e barbarismo nos dão sobe-jas provas do estado de adiantamentomoral em que se acha aquelle paiz omais Catholico e Apostólico Romanodo continente europeu.
O illustradoSr.Vallés inspector ge-ral de pontes e calçadas, bem conhe-cido no mundo scientifico pelos seusestudos, realisou uma conferência emAvignon, no palácio da justiça.
" Le Materialisme, ses assertions, saréfutation,,,foi ptheiha escolhido peloorador.
« EL UNIVERSO »
Começou a publicar-se em Puerto-Rico, uma nova Revista Spirita como titulo acima.
Saudámos no novo campeão, e lhedesejamos longa vida e prosperidades.
Introducção ao conhecimento do mandoinvisível pela manifestação dos espi-ritos contendo o resumo dos princípiosáa doutrina spirita e a resposta âs
prineipaes objecções.ron.
ALLAN-KARDEOSfin caridade aã* lu salvaçüo.
CAPITULO IPEQUENA CONFERÊNCIA SPILiÍTA
2/ DIALOGOO SCEVTICO
(Continuação)
FALSA EXPLICAÇÃO DOS PHENOMENOS
Allucinação.—Fluido magnético.—Reflexodo pensamento— SobreexcitiKãocerebral—listado sonambulicodos médiuns.
Visitante. — E' contra os phenome-nos provocados que se exerce sobre-tudo. a critica.
Ponhamos de parte toda a aupposi-cão de charlatanismo, e admittamosuma completa boa fé ; não se poderiapensar que elles são joguetes d'umaillusão V
Allan-Kardcc. — Não me consta quejá se tenha explicado claramente omechanismo da allucinação.
Tal como a entendemos, é entretantoum etfeito mui singular e bem dignode estudo.
Como pois aquelles que pretendem,por meio delia, explicar phenomenosgpirítas, não a podem explicar ?
Demais, ha factos que desviam todaa hypothese : quando uma mesa ououtro qualquer objecto se move, selevanta, bate, quando ella passeia ávontade no quarto sem o contacto de
pessoa alguma; quando ella se des-taça do solo e sustenta-se no espaçosem pouto de apoio; emfim, quandoella se quebra tornando a calar, nãoó certamente uma allucinação.
Supponde que o médium,por um ef-feito de imaginação, creia vêr o quenão existe, será provável quo uma so-ciedade inteira esteja tomada, da mes-ma vertigem? quo isso se repita detodos os lados, em todos os paizes?
A allucinação seria nesse caso maisprodigiosa que o facto.
V. — Adinittindo a realidade dopheuomeno das mesas gyrantes e ba-tentes, não será mais racional attri-buíl-o á acção d'um fluido qualquer,do fluido magnético, por exemplo?
A.-K. — Tal foi o primeiro pensa-mento, e eu o tive como tantos ou-fros.
Se os effeitos estivessem limitados aeffeitos materiaes, é fora de duvida
que se poderia explical-os assim ; masquando esses movimentos e essas pan-cadas deram provas de intelligencia ;quando se reconheceu que elles res-
pondiain ao pensamento com uma in-teira liberdade, dahi tirou-se esta con-seqüência : Se todo o effeito tem uma
causa, todo o effeito intelligente temuma causa intelligente.
Será isso effeito d'um fluido, a me-nus que se diga que esse fluido é iu-telligente?
Qando vedes os braços do telegra-
pho fazerem signaes que transmittemo pensamento, sabeis perfeitamenteque não são esses braços de madeiraou de ferro que são intelligentes, masdizeis que unia intelligencia os fazmover.
0 mesmo suecede á mesa.Ha ou não eífoito intelligente?Eis a questão.Aquelles que o contestam, são pes-
soas que não. têm visto, tudo e que seapressam a concluir, segundo suas
próprias idéias e por unia observaçãosuperficial. .
V. — A isso respo.nde-se qúe, se liaum effeito intelligente, elle não6outracousa mais que apropria intelligencia
quer do médium,quer do interrogador;quer dos assistentes; porque, segundodizem, a resposta éstá.setnpreno pen-samento d'algueui.
A.-K. — Isso é ainda um erro, coii-seqüência de um defeito de observaçúT)Se aquelles que assim pensam, se ti-vessem dado ao trabalho de estudaros phenomenos em todas as suas pha-ses, teriam a cada passo reconhecidoa independência absoluta da intelli-gencia que se manifesta.
Como poderia esta theso conciliar-se com respostas que estão fora doalcance intellectual e da instrucçãodo médium? que contradizem suas idéasseus desejos, suas opiniões, ou qneilludem completamente as previsõesdos assistentes* médiuns que escrevemem uma lingua que não conhecem, ouem sua própria lingua sem saberemlôr nem escrever.
Esta opinião, á primeira vista, nadatem de irracional, convenho, nem ellaé desmentida por factos tão numerosose concludentes, que a duvida não ómais possível.
Quanto ao resto, adinittindo mesmoesta theoria, o phenomeiio, longe deser simplificado, seria muito mais pro-digioso.
Pois que! o pensamento so rotlecti-ria om uma superfície, como a luz, osom, o calorifico ?
Na verdade, haveria nisso em queexercer a sagacidade da sciencia.
E depois, o que tornaria o negocioainda mais maravilhoso, é que, dentre20 pessoas reunidas, seria precisamenteo pensamento de tal ou tal pessoa, enão o de tal outra.
Semelhante systema é insustenta-vel.
E' verdadeiramente curioso vêr oscontradictores empenharem-se em pro-curar causas, cem vezes mais extraor-dinariás e difficeis de comprehenderdo que as que se lhes dá.
V. — Não se poderia adrnittir, se-gundo ;i opinião de alguns, que o me-diu m está em uni estado de crise eg*osad'uma lucidez que lhe dá uniu percep-ção somnambulica, uma espécie de
dupla vista, o que explicaria a exten-são momentânea das faculdades intel-lectuaes; porque, segundo dizem, ascomniunicações obtidas pelos médiunsnão excedem o alcance daquellas quese obtein pelos somnambiilos ?
-d..-AT. —Esse é ainda um desses sys-temas que não supportam ura exameprofundo.
O médium não está nem em crise,nem adormecido, mas perfeitamenteacordado, obrando e pensando comotodo o mundo, sem nada ter de extra-ordinário.
Certos effeitos particulares podemter dado lugar a esse engano; mastodo aquelle que se limita a julgar ascousas pela vista d'uma só face, reco-nhecerá sem difficuldade que o médiumé dotado de uma faculdade particular,que não permitto confundil-o com osomnambulo, e a completa evidenciado seu pensamento é provada por fac-tos da ultima evidencia.
Fazendo abstrneção das communi-cações escriptas, qual é o somnambuloque já fez brotar um pensamento d'umcorpo inerte? que já produzio appari-ções visíveis e até tangiveis ; que pôdemanter no espaço um corpo pesadosem ponto de apoio?
Seria por uni effeito sómnambulicòque um médium desenhou, um dia, emminha casa; em presença de 20 teste-munlias, o retrato d'uma joven mortaha/ia dezoito mezes ea quem elle nãotinha conhecido; retrato reconhecidopelo pae presente á sessão ?
Será por um effeito sómnambulicò,que uma mesa responde com precisãoàs questões propostas, e até a pergun-tas mentaes?
Certamente, se se admitte que omédium esteja em um estado magne-tico; parece-me diflicil de crer que amesa seja somnambúlá.
Dizem ainda que o médium nfiofalia claramente senão de cousas co-nhecidas.
Como explicar o facto seguinte emuitos outros do mesmo gênero ?
Um amigo meu,muito bom médiumescrevente, perguntou a um Espirito,se uma pessoa a quem elle tinha per-dido de vista havia quinze annos, eraainda deste mundo.
« Sim, ella vive ainda, lhe respon-deu este; ella mora em Pariz, tal rua,tal numero. »
Elle vae e encontra a pessoa peloenderesso indisado.
Seria isto illusão ?Seu pensamento podia tanto menos
sugerir-lhe esta resposta, quanto emrazão da idade da pessoa, havia todaa*probabilidade de que ella já n&oe-xistisse.
Se em alguns casos, tem-se vistoalgumas respostas cruzarem-se com opensamento, será racional concluirdahi que isso seja uma lei geral?
Nisso, como em todas as cousas, osjuízos precipitados são sempre peri-gosos, porque elles podem ser desmen-tidos por factos que se não tem aindaobservado. (Continua).
Typoorapiiia do REFORMADOR