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»; 7' % % Biblioiheca Nacioü'ítl# PUBLICAÇÃO QüINZENAL Anno I BBraxiB Rio «le Janeiro H88& Acosto 15 !tf. fl€ft mWOIti\[Al)OIt 4) b* vv; ia evffi! u «* i o ai i ,s í a ASSIGNATURAS PARA O INTERIOR E EXTERIOR Semestre 6#000 PAGAMENTO ADIANTADO ESCRIPTORIO 120 RUA DA CAEIOCA 120 2.° andar As assignaturas terminam em Junho e Dezembro. Os trabalhos de reconhecido interesse geral serão publicados gratuitamente. 1883 Agosto 15. O FLUIDO UNIVERSAL l . ' ' E' hoje idéia corrente, baseada nas opiniões dos maiores pensadores, ser q espaço interplanetário oecupado por um fluido eminentemente subtil, cujo peso não pôde ser attestado pelos meios de que a sciencia hoje dispõe. Apezar de sua Ínfima densidade,esse fluido é um gaz e, como os gazes, obe- dece ás leis universaes e invariáveis que regem a matéria ; esse fluido é matéria. Com effeito, a sciencia chama ma- teria a tudo aquillo q-ue pôde affectar a um ou a mais dos nossos sentidos, a tudo o que é capaz de receber e trans- mittir o movimento ; ora, os corpos que como taes consideramos, produzem impressões sobre os nossos órgãos sen- sitivos, em tão variada escalladegra- dações que se nos torna impossível marcar um limite rigoroso entre o ma- terial e o iinmaterial,segundo os dados da sciencia. Sabemos que todos os corpos da na- tureza se attrahera na razão inversa do quadrado de suas distancias e, bem assim, que a densidade de um gaz, como a de todo o corpo em que as mo- leculas se podem com facilidade ap- proximar ou afastar, varia com as pressões a que o sujeitamos ; ora, as attenções exercidas sobre o fluido uni- versai derramado no espaço,eqüivalem a pressões, e, por conseqüência, sua densidade vaf ia, á medida que elle se avizinha dos centros de attracção ; dahi a sua transformação nes diffe- rentes gazes que constituem as eiivol- ventes acreas dos corpos, dahi as va- rias modificações por que elle passa, dando nascimento á diversidade incal- culavel de corpos que encontramos na criação. Assim como é única a fonte donde tudo provem no universo, assim tam- bem é um o elemento primordial que o constitue. Qual, porém, a causa da diversi- dade da matéria ? Ella provem de não ser uniforme a condensação do fluido sujeito ás mes- mas condições de pressão; assim-v-ma parte delle se condensa, formando as partículas materiaes a que chamamos átomos, ao passo que outra parte, di- versamente condensada, conserva-se no estado de fluido invisível e impai- pavel, formando uma atmosphera em miniatura que rodeia os átomos supra- ditos, os separa uns dos outros e en- che os interstícios ou lacunas que c/sl isolam, ea que chamamos poros. .Assim, os corpos que observamos na . natureza, não são formados de uma matéria homogênea; suas densidades variam de um a outro ponto de suas massas, porque, como dá-se com os corpos celestes, com os mundos a que chamamos— Soes, Planetas e S^telli- tes, cada um desses atomòsr-W.tàrabem um centro de attracção, cujas atmos- pheras tem wrias densidades, segundo sua aproximação 'ou afastamento de seus respectivos centros. Da reunião de dous ou mais átomos difterentes se formara as moléculas, tambem rod,eadas por suas atmosphe- ras fluidicas. Isto posto, podemos considerar os átomos como planetas imperceptíveis, formando systemas idênticos aos que enchem a infinidade do espaço; e se estes em nós despertara o pasmo por suas dimensões collossaes, a grandeza das orbitas que descrevem e suas ve- locidade* vertiginosas; -áquelles nos fazemjficar estáticos ante a mas-ni- tude ae tanta pequenez. Do infinitamente pequeno ao iufini- támefrte gra ode a mão de Deus se nos revela do mesmo modo, sublime e as- sombroso. Em todos os corpos, pois, lia dítjas partes distinetas, uma os átomos mais ou menos perceptível aos nossos sentidos, outra o fluido sempre imperceptível que os separa. Da relação existente entre as pro- porções desses dous elementos, nasce a innumera variedade de densidades da matéria, sendo sempre a mais densa aquella que, sob o mesmo volume, contiver maior numero de átomos poq- deraveis. De modo que, dados dous corpos do mesmo volume e suas respectivas deu- sidades, podemos concluir a relação que existe entre as suas riquezas flui- dicas, estas estando na razão inversa das densidades. Dessas relações provem as varieda- des das propriedades da matéria. Collocando era presença dous cor- pos do mesmo volume, da mesma den- sídade, e, portanto, da mesma riqueza fluidica, em condições de se poderem mover livremente, por exemplo : duas pequenas bolas de cobre,,suspensas a tênues fios e assaz approximadas uma da outra, sem contudo se tocarem, não notaremos desvio algum nos fios que as sustentam e guardam a posição vertical. Se, poréiú, aquecermos bastante nma dellas, vel-as-hemos approxima- rem-se, tocaréin.-se e depois se afasta- rem; ora^a quantidade de matéria inei-tê não augmentou na bola aqüe- cida, o que, sim, cresceu foi a sua temperatura, foi as dimensões de seus poros, a separação de seus átomos con- stitutivos, o que collocou-a nas con- dições de possuir maior riqueza flui- dica. Se, em vez de submetter a bola de cobre á accão de uma fonte calorifica, a carregarmos de electricidade, nota- remos que o phenomeno se produz do mesmo modo, e, demais, que a tempe- ratura da bola se eleva. Dahi podemos tirar duas con- clusões importantes: primeira, identi- dade do agente que produz os pheno- menos electricos e calorificos; segunda, não éa matéria inerte de um corpo que lhe a propriedade de attrahir os outros corpos, o sim a sua riqueza fluidica. Como, porém, se exerce essa attrac- ção ? A electricidade é um gaz, e,°como os outros gazes, forma com os corpos simples verdadeiras combinações.o Quando dous corpos desigualmente carregados de fluido electrico, mag- netico ou calorifico, que depois vere- mos serem o mesmo, se acham em presença, o fluido tende a collocal-os em estado de equilíbrio, transportan- do-se do mais ao menos rico. E' um facto a todo o momento ob- servado com os corpos aquecidos. Ora, a atmosphera, comquauto iso- lante, comquanto dificultando esse transporte, não é um obstáculo in- Ppperavel e através delia o fluido se move, aiuda que lentamente. Essa tendência do fluido a ligar-se com os átomos do corpo menos rico pro- duz uma corrente attractiva, tanto mais forte quanto menoí-fôr a riqueza fluidica do corpo attrahido em rela- ção á do corpo attrahente, isto é, -ara a mesma fonte attractiva, quanto maior fôr a densidade do corpo atira- hido. Uma vez estabelecido o equilíbrio, a attração cessa, e nós dizemos que os corpos se repellem. FESTA SPIRÍTA. O centro da União Spiríta no Bra- zil, resolveu fazer uma sessão magna commemorativa, em 28 do corrente, 2°anniversario da deliberação tomada pela Sociedade Acadêmica e Grupos Spirítas de propagarem ostensiva- mente o Spiritismo no Brazil. No jornal La Caridad, de Santa Cruz de Ténérife, lê-se o seguinte : " Nós, Jacintho Maria Cervera y Cervera por graça de Deus e da Santa Igreja, Bispo de Tenerife, etc. Fazemos saber a nossos queridos dío- cesanos, ao cura de N. S. da Conceição de Santa Cruz e a todos os fieis dessa paroclúa, que de nove annos a esta parte o cemitério que existe fora dos muros dessa villa, tem sido profanado por suecessivos enterramentos de livres ¦ pensadores e de todos áquelles que tem morrido fora de Nossa Mãe a Santa Igreja CatJiolicá e Apostólica Romana. Por este motivo e em conformidade com os direitos canonicos nesta matéria, declaramos profanado o supracitado cemitério e ordenamos que se proceda á ' cxhumação dos ditos corpos e se benzam novamente os lugares onde tenham es- tado os mesmos : outro sim, sob pena de excommunhão, prohibimos que se façam | outras ceremonias de culto no cemitério a não ser as da Igreja Romana. Afim que pessoa alguma ignore, o presente edital será lido tres dias de festa consecutivos e affixado na porta do cemitério. Dado e selado de nossa chancellaria em nosso palácio episcopal, em 23 de Abril de 1883. f JACINTHO MARIA Bispo de Tenerife.,, Não commeotaremos esta impor- tante peça do illustrado Bispo de Te- nerife; o leitor que julgue daquelle que se diz representante de Christo e as palavras do fundador do Christia- nismo ; "Deixae aos mortos o cuidado de sepultarem os seus mortos.,, -v... ' -JiÇ-a \.y-***'< -. ->w

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    Biblioiheca Nacioü'ítl#

    PUBLICAÇÃO QüINZENAL

    Anno I BBraxiB — Rio «le Janeiro — H88& Acosto — 15 !tf. fl€ft

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    ASSIGNATURASPARA O INTERIOR E EXTERIOR

    Semestre 6#000PAGAMENTO ADIANTADO

    ESCRIPTORIO120 RUA DA CAEIOCA 120

    2.° andar

    As assignaturas terminam em Junho eDezembro.

    Os trabalhos de reconhecido interessegeral serão publicados gratuitamente.

    1883 — Agosto — 15.

    O FLUIDO UNIVERSAL

    l . ' '

    E' hoje idéia corrente, baseada nasopiniões dos maiores pensadores, ser qespaço interplanetário oecupado porum fluido eminentemente subtil, cujopeso não pôde ser attestado pelos meiosde que a sciencia hoje dispõe.

    Apezar de sua Ínfima densidade,essefluido é um gaz e, como os gazes, obe-dece ás leis universaes e invariáveisque regem a matéria ; esse fluido ématéria.

    Com effeito, a sciencia chama ma-teria a tudo aquillo q-ue pôde affectara um ou a mais dos nossos sentidos, atudo o que é capaz de receber e trans-mittir o movimento ; ora, os corposque como taes consideramos, produzemimpressões sobre os nossos órgãos sen-sitivos, em tão variada escalladegra-dações que se nos torna impossívelmarcar um limite rigoroso entre o ma-terial e o iinmaterial,segundo os dadosda sciencia. -À

    Sabemos que todos os corpos da na-tureza se attrahera na razão inversado quadrado de suas distancias e, bemassim, que a densidade de um gaz,como a de todo o corpo em que as mo-leculas se podem com facilidade ap-proximar ou afastar, varia com aspressões a que o sujeitamos ; ora, asattenções exercidas sobre o fluido uni-versai derramado no espaço,eqüivalema pressões, e, por conseqüência, suadensidade vaf ia, á medida que elle seavizinha dos centros de attracção ;dahi a sua transformação nes diffe-rentes gazes que constituem as eiivol-ventes acreas dos corpos, dahi as va-rias modificações por que elle passa,

    dando nascimento á diversidade incal-culavel de corpos que encontramos nacriação.

    Assim como é única a fonte dondetudo provem no universo, assim tam-bem é um só o elemento primordialque o constitue.

    Qual, porém, a causa da diversi-dade da matéria ?

    Ella provem de não ser uniforme acondensação do fluido sujeito ás mes-mas condições de pressão; assim-v-maparte delle se condensa, formando aspartículas materiaes a que chamamosátomos, ao passo que outra parte, di-versamente condensada, conserva-seno estado de fluido invisível e impai-pavel, formando uma atmosphera emminiatura que rodeia os átomos supra-ditos, os separa uns dos outros e en-che os interstícios ou lacunas que c/slisolam, ea que chamamos poros.

    .Assim, os corpos que observamos na .natureza, não são formados de umamatéria homogênea; suas densidadesvariam de um a outro ponto de suasmassas, porque, como dá-se com oscorpos celestes, com os mundos a quechamamos— Soes, Planetas e S^telli-tes, cada um desses atomòsr-W.tàrabemum centro de attracção, cujas atmos-pheras tem wrias densidades, segundosua aproximação 'ou afastamento deseus respectivos centros.

    Da reunião de dous ou mais átomosdifterentes se formara as moléculas,tambem rod,eadas por suas atmosphe-ras fluidicas.

    • Isto posto, podemos considerar osátomos como planetas imperceptíveis,formando systemas idênticos aos queenchem a infinidade do espaço; e seestes em nós despertara o pasmo porsuas dimensões collossaes, a grandezadas orbitas que descrevem e suas ve-locidade* vertiginosas; -áquelles nosfazemjficar estáticos ante a mas-ni-tude ae tanta pequenez.

    Do infinitamente pequeno ao iufini-támefrte gra ode a mão de Deus se nosrevela do mesmo modo, sublime e as-sombroso.

    Em todos os corpos, pois, lia dítjaspartes distinetas, uma — os átomos —mais ou menos perceptível aos nossossentidos, outra — o fluido — sempreimperceptível que os separa.

    Da relação existente entre as pro-porções desses dous elementos, nascea innumera variedade de densidadesda matéria, sendo sempre a mais densaaquella que, sob o mesmo volume,

    contiver maior numero de átomos poq-deraveis.

    De modo que, dados dous corpos domesmo volume e suas respectivas deu-sidades, podemos concluir a relaçãoque existe entre as suas riquezas flui-dicas, estas estando na razão inversadas densidades.

    Dessas relações provem as varieda-des das propriedades da matéria.

    Collocando era presença dous cor-pos do mesmo volume, da mesma den-sídade, e, portanto, da mesma riquezafluidica, em condições de se poderemmover livremente, por exemplo : duaspequenas bolas de cobre,,suspensas atênues fios e assaz approximadas umada outra, sem contudo se tocarem, nãonotaremos desvio algum nos fios queas sustentam e guardam a posiçãovertical.

    Se, poréiú, aquecermos bastantenma dellas, vel-as-hemos approxima-rem-se, tocaréin.-se e depois se afasta-rem; ora^a quantidade de matériainei-tê não augmentou na bola aqüe-cida, o que, sim, cresceu foi a suatemperatura, foi as dimensões de seusporos, a separação de seus átomos con-stitutivos, o que collocou-a nas con-dições de possuir maior riqueza flui-dica.

    Se, em vez de submetter a bola decobre á accão de uma fonte calorifica,a carregarmos de electricidade, nota-remos que o phenomeno se produz domesmo modo, e, demais, que a tempe-ratura da bola se eleva.

    Dahi já podemos tirar duas con-clusões importantes: primeira, identi-dade do agente que produz os pheno-menos electricos e calorificos; segunda,não éa matéria inerte de um corpo quelhe dá a propriedade de attrahir osoutros corpos, o sim a sua riquezafluidica.

    Como, porém, se exerce essa attrac-ção ?

    A electricidade é um gaz, e,°comoos outros gazes, forma com os corpossimples verdadeiras combinações.o

    Quando dous corpos desigualmentecarregados de fluido electrico, mag-netico ou calorifico, que depois vere-mos serem o mesmo, se acham empresença, o fluido tende a collocal-osem estado de equilíbrio, transportan-do-se do mais ao menos rico.

    E' um facto a todo o momento ob-servado com os corpos aquecidos.

    Ora, a atmosphera, comquauto iso-lante, comquanto dificultando esse

    transporte, não é um obstáculo in-Ppperavel e através delia o fluido semove, aiuda que lentamente.

    Essa tendência do fluido a ligar-secom os átomos do corpo menos rico pro-duz uma corrente attractiva, tantomais forte quanto menoí-fôr a riquezafluidica do corpo attrahido em rela-ção á do corpo attrahente, isto é, -araa mesma fonte attractiva, quantomaior fôr a densidade do corpo atira-hido.

    Uma vez estabelecido o equilíbrio,a attração cessa, e nós dizemos que oscorpos se repellem.

    FESTA SPIRÍTA.

    O centro da União Spiríta no Bra-zil, resolveu fazer uma sessão magnacommemorativa, em 28 do corrente,2°anniversario da deliberação tomadapela Sociedade Acadêmica e GruposSpirítas de propagarem ostensiva-mente o Spiritismo no Brazil.

    No jornal La Caridad, de SantaCruz de Ténérife, lê-se o seguinte :

    " Nós, Jacintho Maria Cervera yCervera por graça de Deus e da SantaIgreja, Bispo de Tenerife, etc.

    Fazemos saber a nossos queridos dío-cesanos, ao cura de N. S. da Conceiçãode Santa Cruz e a todos os fieis dessaparoclúa, que de nove annos a estaparte o cemitério que existe fora dosmuros dessa villa, tem sido profanadopor suecessivos enterramentos de livres ¦pensadores e de todos áquelles que temmorrido fora de Nossa Mãe a SantaIgreja CatJiolicá e Apostólica Romana.

    Por este motivo e em conformidadecom os direitos canonicos nesta matéria,declaramos profanado o supracitadocemitério e ordenamos que se proceda á 'cxhumação dos ditos corpos e se benzamnovamente os lugares onde tenham es-tado os mesmos : outro sim, sob pena deexcommunhão, prohibimos que se façam |outras ceremonias de culto no cemitérioa não ser as da Igreja Romana.

    Afim que pessoa alguma ignore, opresente edital será lido tres dias defesta consecutivos e affixado na portado cemitério.

    Dado e selado de nossa chancellariaem nosso palácio episcopal, em 23 deAbril de 1883.

    f JACINTHO MARIABispo de Tenerife.,,

    Não commeotaremos esta impor-tante peça do illustrado Bispo de Te-nerife; o leitor que julgue daquelleque se diz representante de Christo eas palavras do fundador do Christia-nismo ;

    "Deixae aos mortos o cuidado desepultarem os seus mortos.,,

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    A BIBOB*íí' *í»l» o ponio «le visíaSpiríta

    CAPITULO DESTACADO D'UM LIVRO EM VIA. DE

    PUBLICAÇÃO SOBRE A DOUTRINA SPIRÍTA

    jiclo

    DR. WAHU

    Traduzido Jo Mosixr.en d» üruiellas

    Uma questão que se liga directa-mente ao Spiritismo é a da morte.

    Em todas as preces dirigidas peloscatholicos em suffragios dos mortos,trata-se do repouso eterno, as pa

    ir pr.ee s >Se para sua teucicuuuhabitar longe de nós, soffrendò sua

    auzencia, acceitamos entretanto com

    menos difTiculdádè essa a uzencia, visto

    sabermos que é para bem da pessoa

    que nos é didicada e temos a esperançade tomar-mos o vel-a.

    Para que poisaflligirino-nos quandoum parente ou um amigo morre/?

    O queehainanios morrer iiãe.ésenãouma transformação.

    A palavra morte deveria ser banidada linguagem de todos aquelles que

    lano.

    -:*>--'¦¦¦•¦

    X

    lavras- requiem ceternam aparecem a | acreditam na imniortalidade do ser

    cada momento. 1 numa

    Assim pois, o termo da vida, é o re-

    pouso, o fim a attingir, é o repouso,sempre o repouso e o repouso eterno,isto é, a inactividade eterna.

    Eis a que/se limita a ambição detodo o. verdadeiro catholico, de todo o

    -'oom chrístão; a vida terrestre tãocurta, sobretudo comparando-se coma eternidade não deve servir senão paraattingir um repouso eterno, uma nul-lidade eterna.

    O nada não pareceria mais prefe-rivel ?

    E este repouso não será uma sortede aniquilamento ?

    Em todos os casos uma continuaçãode existência eterna, com ausênciacompleta de actividade, tornar-se-hiacom o andar do tempo um verdadeirosupplicio e offerece-se como uma re-compensa, e a desejão aquelles quemorrem.

    E em geral, esta idéia de repousonão se acha associada somente á idéiada morte.

    Um de meus velhos amigos me es-crevia.

    « Se Deus conservar-me com saúde,tenho perante mim a prespectiva dealguns annos de repouso. » E a maior

    parte dos homens raciocinam assim.O fim do trabalho de sua mocidade

    e da idade madura é o repouso, o farniente durante a velhice.

    Fallo d'aquelles que nasceram semfortuna, quanto aos que nasceram nomeio do ouro, á custa do trabalho deseus antepassados, esses em geral des-cançam toda a sua vida, ou ás vezesfazem peior ainda,

    'porque tem umaactividade funesta para si mesmo e

    perigosa para os que os cercam, emconseqüência dos máos exemplos quelhes dão.

    Repouso 1 Repouso 1Esta palavra deve tornar-se desço-

    nhecida para o ser humano quando ahumanidade|terr8.stre tenha feito maisalguns progressos.

    Actividade, acthúdade eterna parafazer bem.

    Tal deve ser a divisa de todo o serintelligente.

    Porém tratemos dos mortos.Para que chorar IPara que desoiarmo-nos quando o

    ser que amamos deixa seu envolucromaterial e cessa de viver da nossa vida.

    Quando estimamos alguém regozi-

    jamo-nos com o que lhe acontece debom, tanto mais quanto mais lheformos dedicado.

    A palavra morte quer dizer, cessar

    de existir- ora, nós não deixamos de

    existir quando deixamos o nosso envo-

    lucro carnal, nós subimos ao contrarioum dos degráos da nossa vida.

    O que se chama vulgarmente morte,

    não é pois cousa triste é o nascimentode uma outra phasíkcla vida.

    O ser humano circundado d'um

    grosso envolucro, composto de elemeii-tos tirados do planeta que habita, des-

    poja-se (Lesse envolucro e entra na

    vida dos Espíritos, isto é, a vida paraa qual elle só tem necessidade de seu

    perispirito para limitar e iiidiyiúua-lizar o seu Espirito.

    Nesse estado habita o espaço, na

    atmosphera terrestre, , porque per-ténce ainda ao nosso planeta, é ainda

    habitante da terra, mas habitante in-

    visível para nós que .só possuímos sen-

    timentos grosseiros de nosso envolucromaterial.

    N'esse estado, sem corpo materialterrestre está em liberdade e pôde á

    vontade andar em nossa atmosphera

    por toda a parte onde lhe apraz, nunca

    está pois separado dos seus affeiçoados,dlaquelles com quem sympatísou em

    quanto (vivo) encimado ; elle pôde

    por sua vontade e pelo simples desejode os ver achar-se immediatamente

    junto d'elles.Para elle a menos que não seja uma

    punição e essa temporária, bem enten-dido, nunca tem c^e desamparo, cxaisolamento que a nós outros encarna-dos causa tantossoflYimeníos.

    Elle pôde aproximar-se dos outrosEspirites, seus iguaes em accessd, por-que os espíritos que habitam o espaçoe que na terra foram bons e caridososse aproximam naturalmente.

    Se um Espirito de certa euthegoriavê um ser encarnado dotado do domde mediunidade, pode relacianar-secom seus parentes ou amigo:- aindaencarnados.

    Acabo de, dizer que o ser humano quedeixOa seu envolucro carnal, habitaa atmosphera terrestre ; as vezes, nocntreíanto.desencarnando-se merecemsubir, abandonar para sempre o nosso

    planeta para ir encarnar-se em um

    planeta melhor,passa immediatamente

    para a atmosphera de sou novo pia-neta, porém isso não impede de modoalgum que possa communicar-se com-nosco por intermédio de qualquer Es-

    pirito da nossa atmosphera.Para que chorar quando aquelle que

    desencarna era um ser bom, justo,

    bymftuèjo, honesto, cumpridor da leide Deus e da Caridade? Desde quesabemos que esse ser vae gozar daexistência continua, bem preferível ánossa, que será mais feliz do que pondeser eimiu.iutn vi via. entre nós.

    E' melhor procurar lémbrar-iiio-nosde suas bòás (piaiidades, imitar aaquelles que amávamos do que chorar,vestirmo-n is.de luto, porque corporal-mente nos deixaram, é melhor tambémlembrármo-ilos d' ¦•••nas boas intenções,òexecutar tanto quanto nos fòr pos-sivel 'OS desejos ae (pie somos sabe-

    '-"*'**jL»

    dores.Ah! devemos chorar quando aquelle

    que nos deixa fòr um perverso, queatravessou a vida mentindo a suaconsciência, violando a lei da caridade,

    que assim enfraqueceu-se moralmentee que partiu sem estar previamenteemendado.

    Sim, por estes é permittido chorar,

    porque sabemos (pie depois que dei-xam seu corpo terrestre, se acham cm

    profundas trevas, prezo de violentosremorsos, vendo semeessar desenvol-

    yer-s.è perante si todas as accões más

    que praticou e coiuprehendeudo então

    quanto seu passado foi irregular.Abandonado, não podendo gozar

    como os bons nem da vista das mara-vi lhas da natureza, nem da sociedadedos outros Espíritos errantes da atinos-

    phera, e ás vezes difTicilmente podendocommunicar-se pela mediunidade comòs seres encarnados que os invocam.

    Entregues assim a si próprios, semsaber quanto tempo durará essas tre-vas, esse isolamento, verdadeira prisãocellular quanto ao resultado e achan-do a duração de seu castigo tanto mais

    longo--.no estado de Espirito desencar-nado não existindo meio algum* deavaliar o tempo como sobre a terra.

    Si in, quando se tem a convicção

    que tal é a situação dos máos e estaconvicção resulta de milhões de com-mtmicações obtidas durante mais devinte cinco annos, deve-se deplorar asorte cVaquelle que nos deixou e con-vem pedir freqüentemente aos Espiri-tos bons que os auxiliem, já com o seuappoio moral e já com os seus concelhos

    para sãhirem de sua desgraçada si-tuação.

    Para os adeptos de todas as reli-

    giões (Budhisies, mahometanos judeose christãos) a morte é uma cousa bemtriste.

    Quando perdem um dos seus, tudotorna-se preto, idéias e. vestuários ; eisto é natural.

    Para os Spiritas (trato dos qne es-tildaram e meditaram a doutrina) não'existe, como para os sectários dos di-versos cultos,,.esse vácuo, essa vidaimmens.i que faz com (pie o desesperose ápôdèré da alma, paraos Espíritos,o morto não está morto, partio, porémlogo se achará com elles.

    Se elle próprio não pôde logo queparte dizer-uos sua posição, estado,e amigos do mundo dos Espiritos, au-tigos amigos terrestres desencarnados

    s vêm aconselhar a paciência, (pieno

    essas lagrimas, essa tristeza impedemaquelle que temporariamente nos dei-xou de se desligar completamente deseu envolucro corporal, de compre-heüder bem o seu estado.

    Elles nos dize n que nossa tristezaenvolve em um denso iievoeira o Es-pirito daquélle que acab m de nosdeixar, ao passo (pie a nossa sereni-dade, e calma acederam a sua felici-dade. e a completam.

    O Spiritismo, não prohibe os pe-zares, porem faz coniprehender quenão devem ser amargos, e sobretudoque não devemos criminai' á Deus eexprobar-lhe ser injusto,por privar-nos momentaneamente daquelles quenos são caros.

    Muitas vezes depois de alguns dias,o desencarnado, vem nos dizer que éfeliz, que não tem pezar de ter dei-xado o seu corpo, fardo pesado, tãocheio de necessidade e moléstias.

    Elle nos diz que se acha ao pé deuo?, exorta-nos a fazer-mos o possívelpara tornarmo-nos realmente cari-dosos, tanto de coração como da bolsa.

    Pede-nos para continuar a amal-o,e aconselham-nos também a amarmosos viventes que nos cercam e a sermosbons para elles.

    Os habitantes felizes do mundo Spi-ríia não partilham de nossos ódios ezelos, elles só tomam parte em nossasboas accões.

    Os catholicos consideram a mortesúbita como um desvalimento, umapunição de Deus, que assim tira aopeccador insensível o tempo necessáriopara arrepender-se e confessar-se.

    Sobre o ponto de vista Spiríta, é omaior favor que Deus pôde concedera um ser humano, pois assim lhepoupa as dores moraes de se separardaquelles que lhe são affeiçoados e ossoffrimentos physicos adherentes átodas as doenças e agoniasr mais oumenos lentas e também esse temor damorte que é quasi instinetivo emmuitas pessoas.

    Para a maior parte das pessoas, ossoffrimentos physicos durante a nossavida terrestre são uma prova, e parase despojareni de seu envolucro mate-terial, muitos soffrem longas e cruéismoléstias.

    Parece pois qne aquelles que mor-rem repentinamente e sem soffrimentoalgum, são os que terminaram o sa-orifício da expiação.

    Para os sobreviventes, a morte re-pentiua de um parente, de um amigo,é uma,.expiação que devem com co-ragein supportar se não quizeremperder todo o seu mérito.

    Seja como fôr,tal é a excellencia denossa doutrina, que em vez de temera morte, sobre qualquer fôrma que seapresente, é com prazer que entre-vemes o momento em que, livres doscuidados deste mundo, e desembara-çados deste corpo tão material,nos reu-nimos aquelles que amamos e cheiosde unia doce solicitude para elles, po-demos a cada momento dar-lhes bonsconselhos para supportar os males que

    não nos desolemos sobretudo, porque j são a sua expiação (Continua).

  • Rffa ORIIAROR — iS*»"Iir Mini n-n.«-iii.ii.«..i.il_.ili.'liiiiiiii..ii.Mii

    CWla-1'awtarMB «lo BBi»j»o .!«»«laeii, conticas, Ímpias e offensivasâ moral cJiridâ.

    Por isso, obedecendo ao dever, quenos impõe nosso Santo Ministério, develar pela verdadeira fè, e para impedirque nossas amadas ovelhas caiam noerro, queremos mostrar-lhes o perigo queas ameaça e exhortal-as a que não si-gam a seita spiríta que só aspira, se pos-sivel fosse, destruir todos os dogmas dafé e os principios da moral, invocandohypocritamente o santo nome de Jesus,simulando a caridade e confundindo,

    %£OMtO ÈA 2

    14 10I.II3.iliI

    O QUARTO DA AVO'ou

    A. felicidade aia fanuilia

    Melle. MONNIOT

    Ordeno-vos que vos ameismutuamimto.(Kvano. S. Juão, XV, 12).

    TRADUZIDO POIt H. G.

    IVESCOLHA DE UMA CAZA

    (Continuação)

    Elyza não resisti o mais : "êlla recuemparecer que realmente queria apresentar-secomo exemplo, quando tão longe estavadessa pretençno.

    Quando Pe°dro comprehendeu que Elyzasahiria, nem a promessa de um brinquedopoude minorar seu pesar.Eu quero antes você do que qualquerbrinquedo dizia elle soluçando.

    A Sra. A* não poude resistir ás lagrimasdo pobre pequeno ; ella prometteu leval-oe a Carlos.Logo que se sahio da meza, Mathilde

    chamou para junto de si o menino, cujaslagrimas ainda não haviam desapparecido,mas que já sorria.Então gostas mais de tua prima doque de tua irmã? perguntou-lhe ella, to-mando-o em seus braços.

    Tu nunca brincas comigo, respondeuPedro.

    Porque já sou grande para brincar;mas isso não me impede de amar-te.

    de propósito, o código sagrado do Evan-gellio com a regra funesta e variável dolivre exame.

    Usando, portanto, da autoridade or-dinaria e extraordinária qiwFnos con-fere a Santa Sé, reprovamos e condem-liamos os números publicados e porpublicar, da revista intihdada " A Luzdo Christianismo „.

    Prohibimos sua impressão, sua circu-lação e sua leitura.

    Declaramos mie seus Directores, re-dactores, collaboradores, impressores,assignantes e todos que, por qualquermodo, contribuam para sua publicação,sã» dignos da censura imposta pelas leiacanonicas.

    Ordenamos cpue todos áquelles quereceberam números desse jornal, os re-mettam a seus confessares immediata-mente, afim de senão perderem; e nocaso em que não possam fazel-o, os dis-truam.

    Pedimos, ao mesmo tempo, a nossoPae de misericórdia a conversão dosSpiritas, afim que reeonheçam seuserros e entrem no (jremio dessa mãe tãoamante, única fiel e infallivel deposi-taria da verdade.

    Dado no nosso palácio episcopal deJaen, a 9 d» Abril de 1883.

    f MANOEL MARIA,Bispo de Jaen.,,

    *

    A simples leitura dessa peça, es-cripta n'um palácio pelo representantedaquelle que veio ao mundo em umapalhoça, basta para demonstrar ca-balmente a pretenção audaciosa dosque querem tolher os direitos do livreexame, os mais elevados dos com queo Creador dotou o homem, com o fim"He

    continuarem, envoltos nas trevasdo obscurantismo, a exercer um poderque a razão repelle"e que, todo mun-dano, èsiá em completa discordância

    —Elyza também é grande, olha! e ella 6boa entretanto.Mathilde mordeu os lábios com despeito.Ella estimava verdadeiramente e muito

    seu irmaòzinhu, porém, nunca lhe sacriti-cava um prazer ou uma distração.Como, pois, a indifferença não seria dadacomo recompensa do egoísmo?Eeliz por arranjar para sua Elyza um

    passeio com Mathilde e Fanny, a Sra. Vai-brum, recommendou-lhe que não se preo-cupasse com sua solidão, pois que a apro-veitaria para por em dia contas atrasadas.A farriilía poz-se a caminho.Os dous meninos so apoderaram dasmãos de Elyza, apezar das reclamações deFanny, que queria dar o braço Ai suaprima.

    Que cidade extraordinária! exclamou ajovem travessa, descendo as ruas em ladeiraque conduzem da cidade alta á cidadebaixa.

    Nds nos assemelhamos á ermitões, dei-xando o refugio das montanhas para ir vi-sitar os pobres mortaes.

    Entretanto, Mathilde com seu chapéo côrde rosa e seu vestidoá volante; representamal um capuchinho.

    Nunca parecerá a alguém que ella sahedo deserto.Enganaste tomando nossa cidade alta

    por um deserto, respondeu Elyza; essascasas que te parecem tão pacificas, sãoquasi todas habitadas por numerosas tá-milias.

    A única cousa de que gosto na tuacara cidade alta, continuou Fanny, é avista da cidade baixa : acho este golpe devista muito pitoresco; mas receio ter-moenganado, porque esperava achar tudo maisbonito.

    Eu prefiro Baz a Pariz, disse Carlos;porque aqui não se tem medo de ser es-magado pelos carros; ainda não encontra- ,mos nenhum. E depois, ha tão bellos jar-dins!

    com a humildade pregada pelo fun-dado?' do Christianismo.

    Empregue as armas que quizerdes,especülae com o fanatismo das massaspouco illlistradas; os tempos do vossodomínio são passados; a verdadetriumpha do erro, e o reinado doGhristianismo do Christo vau se fir-mando na Terra.

    O lim do Spiritisrno, a que condem-naes por chocar algumas das formulasvãs do vosso culto externo, ó estreitaros laços que prendem os membros dafamília humana, mostrar ao homemqual o seu verdadeiro destino, o seupapel na creação, e gravar nos cora-ções de todos os santos preceitos queJesus nos veio ensinar por ordem deDeus.

    Sua missão é santa ; ella se ha de.cumprir, levantando sobre os destro-ços das pompas vãs de um culto todomaterial e idolatrico, a cruz singelados discípulos.(!£'Jesus.

    Velae attentos, oh! vós que dirigisos destinos do Brazil!

    Conheceis as pretenções dos homensque, corridos da culta Europa, bus-cara um refugio nos nossos climas.

    ' ;:

    Não cremos dr justiça que um paizda livre America deva cerrar suasportas ao estrangeiro que lhe vem pe-dír hospitalidade.

    Abri-lhes os braços, recebei-os comoirmãos, mas vigiae-lhes os passos, ím-pedi que elles venham lançar as se-mentes do fanatismo no espirito dessamocidade, a cujo cultivo moral tendesligado tão pouca importância.

    Recebei-os, amai-os, porém, se de-linquirem, puni-os, porque castigandose corrige.

    -«:»•

    Deve ficar concluído por todo estemez, o salão que o dedicado propa-gandista Sr. J. Guerin, fez construirem Bordeaux especialmente para con-ferencias spiritas.

    Elyza! gritou a Sra. A* que vinhaum pouco mais atraz com seu marido efilha mais velha, não chegaremos nunca?Este detestável calçamento fere-me horri-velmente os pés.Já estamos perto da Casa Baron, mi-nha tia. meu tio pôde dizer-vol-o.

    Teu tio cansa-se inutilmente em re-petii-o, minha filha : disse o Sr. Adolpho.Não é verdade que atravessando a praça,chegaremos logo?

    Sim, meu tio, e ois-nos na praça.Oh! minha prima! exclamou derre-

    pente Fanny; que bella estatua é esta?E- um guerreiro, disse Carlos, cujosolhos brilharam; vês Pedro, como elle pa-rece bravo?E- o marchai Odinot, respondeu Elyza,

    olhando respeitosamente a nobre imagemde bronze : era filho de Bar-l-l)uuc, e nossacidade que orgulha-se com elle, quiz con-servarasua lembrança em seu centro.

    Esta estatua é com eífeito muito bo-nita, disse a Sra. A"; não é verdade Ma-thilde?

    Mathilde que tinha um gosto artísticomuito pronunciado e bem cultivado, res-pondeu com enthusiasmo :E' uma obra admirável! Que digni-dade, que naturalidade e qne força nessaattitudo tranquilla ! Esta estatua pareceanimada. Destaca-se maravilhosamente so-bre o fundo azul do céo.

    Diz-me quem era o marchai Üudinot,disse Carlos a Elyza.O marechal Oudinot era um dos me-

    lhores guerreiros do Imperador Napoleão,respondeu Elyza; tinha tanto de bomquanto de bravo.Sim, acrescentou o Sr. Adolpho, tinhanobremente merecido sua elevação e asimplicidade que conservou em nieio dasgrandezas era notável. Sua bravura tor-nou-se proverbial e grangeou-lhe apellidúde Bayard moderno.

    RECEBEMOS

    AS SEGUINTES PUBLICAÇÕES SPIRÍTÁS :

    La Revue Spiritei moniteur univer-sei du Spiritualisme experimental,Paris, anno XXVI, n. 7.

    *

    La Fé, Razonada, revista quinzena!dedicada á propaganda e defesa daphiiosophia spiríta do século XIX ;San Jnan Bautista deTabarco, Méxicoanno II, n. 9.

    *Revista Espiritista, orgam official

    •4a Sociedade. Spiríta Montevédiana,anno XII, n. 2.

    *¦*

    *

    Le Messager, jornalbi-raensal, Liégeanno XII, n. 1.

    El Critério Espiritista, revista men-sal de estudos psychologicos e de raag-netismo, orgam official da SociedadeSpiríta Espanhola, Madrid, ahn5 XVI,Junho 1883.

    La Fraternidad, Revista spiríta bo-naerense, anno 2.u, n. 12.

    Este importante orgam de propa-ganda começou a ser publicado quin-zenalmente, motivo pelo qual felici-tamos ao illustrado collega.

    La Luz dei Cristianismo, anno I,n. 7.

    Revista quinzenal de sciencias, mo-ral, religião e psychologia experi-mental.

    *

    Bulletin Mensuel de Ia SocietéScientifiuue d'Etudes Psvchologiques,Paris, Julho 1883.

    El íris de Paz, orgam da SociedadeSertoriana de Estudos Psychologicos,Huesca, anno I, n. 9.

    Moniteur, Bruxellas, anno VII,n. 5.

    * A-

    Agradecemos.

    Oh! isto é bello! exclamou Carlos,que sabia um pouco a historia do « Cavai-leiro sem medo e sem mancha. »

    O marechal gostava tanto da cidadede Bar, continuou o Sr. Adolpho, olhandopara Mathilde, que para aqui vinha, sempreque suas altas funeções não o retinham nacap tal.

    O Castello que servia-lhe de habitação,durante o verão, o soberbo castello' de,leard'heurs, aformoseado, creado quasi porelle está situado á algumas léguas daqui.

    Baz era sua cidade natal, respondeusorrindo Mathilde ; e Pariz é a minha.

    Sem duvida, minha filha; porém, oque quero mostrar-te, e eu t'o provarei, sepreciso for, com exemplos vivos, éque pes-soas mais importantes do que tu e eu, sa-bem viver fora de Pariz. Desejo que estepensamento contribua para tua resigna-ção...Apressemo-nos em chegar á nossafutura casa, eu vol-o peço, disse a Sra. A",realmente, não posso mais!

    A familia afastou-se da estatua, cujosbaixos relevos tinham sido todos admira-dos, quando Carlos, com as faces endurc-cidas pelo ardor de suas impressões, tirouderrepente seu gorro e curvou-se respeito-samentf. :

    Adeus, Sr. marechal! disse elle. sereium guerreiro como vós.

    E eu também, gritou Pedro que quizcomprimentar como Carlos, porém, quenão conseguio tirar seu pequeno chapéo.

    Que é aquillo que nos ofterecem ldisse desdedcnnosamenteaSra. A", quandoseu marido mostrou-lhe a casa indicadapela Sra. de Chelles.Esperai que a tenhaes visitado, paraformar o vosso juizo, respondeu oSr. Adol-pho.

    (Continua).

    ir.

  • \

    0 cura dei Aguilar, provincia de Za-ragoza,retirou-se da mesma localidade

    por não ter mais em que se occupar,visto que toda a povoação aceitando oSpiritismo, o dispensava de todas asformulas Catholicas Apostólicas Ro-manas.

    Em hespanha vai produzindo os ine-vitaveis fructos a iutolerancia clerical

    que não conhece limites.E' a segunda povoação naquelie

    reino em que este facto se produz; mas

    quanto melhor não seria se,, em lugarde se constituírem adversários doGhristianismo, viessem com a luz daverdade auxiliar a pobre humanidadea sabir das trevas em que está envol-vida ?

    Felizmente o reinado dos Torque-madas não mais voltará, -líoje imperaa verdade que illuhiina a razão, e nãoo terror do Santo Officio que ahiquil-aa consciência.

    As azas negras d'um passado tene-bfoso que, por largo tempo, subju-garam a humanidade, tem sido depen-nadas uma a uma e breve, mais brevede que supõem para sempre deixaramde existir.

    SECGÍÍ) ÍSCLlvl-íGA

    -«:»-

    DESCOBRIDORES DA VERDADE

    • E' este o titulo d'um novo GrupoSpirita que acaba deinstallar-se nestaCorte.

    Aos distinctos membros desse novocentro de luz felicitamos pelos bene-ficios que vem prestar á propagandada regeneradora doutrina Spirita.

    ~~0s Srs'. J. Jésupret e Bonnefont,realisaram em 20 de Maio do correnteuma conferência em Donai.

    Estes dedicados propagandistas daSciencia Spirita procuraram demon-strar que os velhos dogmas estandolonge de satisfazer a razão humana, éurgente e indispensável uma reformano sentido religioso.

    Em Hespanlia existem 137 praçasou circos, para corridas de touros.

    Como é notório, naquelie reino ascorridas de touros acabam sempre comferimentos graves e ás vezes mortes,quer em bandarilheiros, quer nos ani-mães que tomam parte activa no re-pugnante e selvático divertimento.

    O elevado numero desses antros decrueldade e barbarismo nos dão sobe-jas provas do estado de adiantamentomoral em que se acha aquelle paiz omais Catholico e Apostólico Romanodo continente europeu.

    O illustradoSr.Vallés inspector ge-ral de pontes e calçadas, bem conhe-cido no mundo scientifico pelos seusestudos, realisou uma conferência emAvignon, no palácio da justiça.

    " Le Materialisme, ses assertions, saréfutation,,,foi ptheiha escolhido peloorador.

    « EL UNIVERSO »

    Começou a publicar-se em Puerto-Rico, uma nova Revista Spirita como titulo acima.

    Saudámos no novo campeão, e lhedesejamos longa vida e prosperidades.

    Introducção ao conhecimento do mandoinvisível pela manifestação dos espi-ritos contendo o resumo dos princípiosáa doutrina spirita e a resposta âs

    prineipaes objecções.ron.

    ALLAN-KARDEOSfin caridade aã* lu salvaçüo.

    CAPITULO IPEQUENA CONFERÊNCIA SPILiÍTA

    2/ DIALOGOO SCEVTICO

    (Continuação)

    FALSA EXPLICAÇÃO DOS PHENOMENOS

    Allucinação.—Fluido magnético.—Reflexodo pensamento— SobreexcitiKãocerebral—listado sonambulicodos médiuns.

    Visitante. — E' contra os phenome-nos provocados que se exerce sobre-tudo. a critica.

    Ponhamos de parte toda a aupposi-cão de charlatanismo, e admittamosuma completa boa fé ; não se poderiapensar que elles são joguetes d'umaillusão V

    Allan-Kardcc. — Não me consta quejá se tenha explicado claramente omechanismo da allucinação.

    Tal como a entendemos, é entretantoum etfeito mui singular e bem dignode estudo.

    Como pois aquelles que pretendem,por meio delia, explicar phenomenosgpirítas, não a podem explicar ?

    Demais, ha factos que desviam todaa hypothese : quando uma mesa ououtro qualquer objecto se move, selevanta, bate, quando ella passeia ávontade no quarto sem o contacto de

    pessoa alguma; quando ella se des-taça do solo e sustenta-se no espaçosem pouto de apoio; emfim, quandoella se quebra tornando a calar, nãoó certamente uma allucinação.

    Supponde que o médium,por um ef-feito de imaginação, creia vêr o quenão existe, será provável quo uma so-ciedade inteira esteja tomada, da mes-ma vertigem? quo isso se repita detodos os lados, em todos os paizes?

    A allucinação seria nesse caso maisprodigiosa que o facto.

    V. — Adinittindo a realidade dopheuomeno das mesas gyrantes e ba-tentes, não será mais racional attri-buíl-o á acção d'um fluido qualquer,do fluido magnético, por exemplo?

    A.-K. — Tal foi o primeiro pensa-mento, e eu o tive como tantos ou-fros.

    Se os effeitos estivessem limitados aeffeitos materiaes, é fora de duvida

    que se poderia explical-os assim ; masquando esses movimentos e essas pan-cadas deram provas de intelligencia ;quando se reconheceu que elles res-

    pondiain ao pensamento com uma in-teira liberdade, dahi tirou-se esta con-seqüência : Se todo o effeito tem uma

    causa, todo o effeito intelligente temuma causa intelligente.

    Será isso effeito d'um fluido, a me-nus que se diga que esse fluido é iu-telligente?

    Qando vedes os braços do telegra-

    pho fazerem signaes que transmittemo pensamento, sabeis perfeitamenteque não são esses braços de madeiraou de ferro que são intelligentes, masdizeis que unia intelligencia os fazmover.

    0 mesmo suecede á mesa.Ha ou não eífoito intelligente?Eis a questão.Aquelles que o contestam, são pes-

    soas que não. têm visto, tudo e que seapressam a concluir, segundo suas

    próprias idéias e por unia observaçãosuperficial. .

    V. — A isso respo.nde-se qúe, se liaum effeito intelligente, elle não6outracousa mais que apropria intelligencia

    quer do médium,quer do interrogador;quer dos assistentes; porque, segundodizem, a resposta éstá.setnpreno pen-samento d'algueui.

    A.-K. — Isso é ainda um erro, coii-seqüência de um defeito de observaçúT)Se aquelles que assim pensam, se ti-vessem dado ao trabalho de estudaros phenomenos em todas as suas pha-ses, teriam a cada passo reconhecidoa independência absoluta da intelli-gencia que se manifesta.

    Como poderia esta theso conciliar-se com respostas que estão fora doalcance intellectual e da instrucçãodo médium? que contradizem suas idéasseus desejos, suas opiniões, ou qneilludem completamente as previsõesdos assistentes* médiuns que escrevemem uma lingua que não conhecem, ouem sua própria lingua sem saberemlôr nem escrever.

    Esta opinião, á primeira vista, nadatem de irracional, convenho, nem ellaé desmentida por factos tão numerosose concludentes, que a duvida não ómais possível.

    Quanto ao resto, adinittindo mesmoesta theoria, o phenomeiio, longe deser simplificado, seria muito mais pro-digioso.

    Pois que! o pensamento so rotlecti-ria om uma superfície, como a luz, osom, o calorifico ?

    Na verdade, haveria nisso em queexercer a sagacidade da sciencia.

    E depois, o que tornaria o negocioainda mais maravilhoso, é que, dentre20 pessoas reunidas, seria precisamenteo pensamento de tal ou tal pessoa, enão o de tal outra.

    Semelhante systema é insustenta-vel.

    E' verdadeiramente curioso vêr oscontradictores empenharem-se em pro-curar causas, cem vezes mais extraor-dinariás e difficeis de comprehenderdo que as que se lhes dá.

    V. — Não se poderia adrnittir, se-gundo ;i opinião de alguns, que o me-diu m está em uni estado de crise eg*osad'uma lucidez que lhe dá uniu percep-ção somnambulica, uma espécie de

    dupla vista, o que explicaria a exten-são momentânea das faculdades intel-lectuaes; porque, segundo dizem, ascomniunicações obtidas pelos médiunsnão excedem o alcance daquellas quese obtein pelos somnambiilos ?

    -d..-AT. —Esse é ainda um desses sys-temas que não supportam ura exameprofundo.

    O médium não está nem em crise,nem adormecido, mas perfeitamenteacordado, obrando e pensando comotodo o mundo, sem nada ter de extra-ordinário.

    Certos effeitos particulares podemter dado lugar a esse engano; mastodo aquelle que se limita a julgar ascousas pela vista d'uma só face, reco-nhecerá sem difficuldade que o médiumé dotado de uma faculdade particular,que não permitto confundil-o com osomnambulo, e a completa evidenciado seu pensamento é provada por fac-tos da ultima evidencia.

    Fazendo abstrneção das communi-cações escriptas, qual é o somnambuloque já fez brotar um pensamento d'umcorpo inerte? que já produzio appari-ções visíveis e até tangiveis ; que pôdemanter no espaço um corpo pesadosem ponto de apoio?

    Seria por uni effeito sómnambulicòque um médium desenhou, um dia, emminha casa; em presença de 20 teste-munlias, o retrato d'uma joven mortaha/ia dezoito mezes ea quem elle nãotinha conhecido; retrato reconhecidopelo pae presente á sessão ?

    Será por um effeito sómnambulicò,que uma mesa responde com precisãoàs questões propostas, e até a pergun-tas mentaes?

    Certamente, se se admitte que omédium esteja em um estado magne-tico; parece-me diflicil de crer que amesa seja somnambúlá.

    Dizem ainda que o médium nfiofalia claramente senão de cousas co-nhecidas.

    Como explicar o facto seguinte emuitos outros do mesmo gênero ?

    Um amigo meu,muito bom médiumescrevente, perguntou a um Espirito,se uma pessoa a quem elle tinha per-dido de vista havia quinze annos, eraainda deste mundo.

    « Sim, ella vive ainda, lhe respon-deu este; ella mora em Pariz, tal rua,tal numero. »

    Elle vae e encontra a pessoa peloenderesso indisado.

    Seria isto illusão ?Seu pensamento podia tanto menos

    sugerir-lhe esta resposta, quanto emrazão da idade da pessoa, havia todaa*probabilidade de que ella já n&oe-xistisse.

    Se em alguns casos, tem-se vistoalgumas respostas cruzarem-se com opensamento, será racional concluirdahi que isso seja uma lei geral?

    Nisso, como em todas as cousas, osjuízos precipitados são sempre peri-gosos, porque elles podem ser desmen-tidos por factos que se não tem aindaobservado. (Continua).

    Typoorapiiia do REFORMADOR