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1 SDP N°: 168/2015 CONSULTORIA PARA AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA, ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E CAPACITAÇÃO TÉCNICA EM REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO PUBLICAÇÃO VI REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE Volume I Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Ministério das Cidades Brasília, 29 de janeiro de 2018

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1

SDP N°: 168/2015

CONSULTORIA PARA AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA,

ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E CAPACITAÇÃO TÉCNICA

EM REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DE SERVIÇOS

DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO

PUBLICAÇÃO VI

REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE

Volume I

Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Ministério das Cidades

Brasília, 29 de janeiro de 2018

2

PUBLICAÇÃO VI

REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE

Volume I

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO DOS SERVIÇOS DE

ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

3

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 ASPECTOS GERAIS DA REGULAÇÃO E DA FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE15

2.1 Regulação e Fiscalização na Lei Federal n° 11.445/2007 ........................... 15

2.2 O Uso de Indicadores na Lei Federal n°11.445/2007 .................................. 17

2.3 Aspectos Conceituais ................................................................................... 20

2.4 Indicadores de Desempenho: Vantagens e Aplicações ............................... 22

2.5 Requisitos e Desafios na Elaboração de Indicadores .................................. 27

3 ESTADO DA ARTE DA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO DOS

SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO.. 32

3.1 Âmbito Internacional ..................................................................................... 34

International Water Association - IWA ................................................... 34

Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos – ERSAR ... 42

Normas ISO 24500 ................................................................................ 47

Associação de Entidades Reguladoras de Água Potável e Saneamento

das Américas – ADERASA .................................................................... 50

International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities –

IBNET .................................................................................................... 55

Water Service Association of Australia – WSAA ................................... 55

American Water Works Association – AWWA ....................................... 56

Office of Water Services – OFWAT ....................................................... 56

Six-Cities Group .................................................................................... 57

3.2 Âmbito Nacional ........................................................................................... 57

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS .............. 57

Associação Brasileira de Agências de Regulação – ABAR .................. 72

Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento – PNQS .................... 75

O Sistema de Avaliação de Performance da ARCE .............................. 76

4 FISCALIZAÇÃO DE PMSB: UM ASPECTO PARTICULAR DA FISCALIZAÇÃO

INDIRETA ..................................................................................................................... 83

4.1 Objetivos e Metas em PMSB ........................................................................ 84

4.2 Indicadores em PMSB .................................................................................. 87

4.3 Uniformidade dos indicadores nos PMSBs .................................................. 89

5 NORMAS E MODELOS EXISTENTES SOBRE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E

DO DESEMPENHO – ARIS, AGERSA E AGEPAN ..................................................... 92

5.1 ARIS ............................................................................................................. 92

Resolução Normativa ARIS 001/2011 ................................................... 98

Resolução Normativa ARIS 002/2011 ................................................... 98

Resolução Normativa ARIS 003/2011 ................................................... 99

Resolução Normativa ARIS 004/2012 ................................................. 100

4

Instrução/Diretor Geral 001/2016 ........................................................ 100

Resolução Normativa ARIS 008/2016 ................................................. 101

Metodologia para Avaliação dos Indicadores de Desempenho .......... 105

Sistema de Informações sobre Saneamento da ARIS – SISARIS ...... 118

5.2 AGERSA..................................................................................................... 122

Portaria 036/02 .................................................................................... 124

Resolução 001/2016 ............................................................................ 126

Minuta de Resolução sobre Avaliação da Qualidade e do Desempenho

128

5.3 AGEPAN..................................................................................................... 137

6 PROPOSTA DE MODELO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO

DESEMPENHO DOS SERVIÇOS .............................................................................. 148

6.1 Manual do Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho .......... 148

Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho ..................... 149

Processo de Avaliação ........................................................................ 155

Informações ......................................................................................... 162

Indicadores de Desempenho ............................................................... 174

6.2 Manual do Aplicativo para Cálculo dos Indicadores dos Serviços Públicos de

Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário ................................ 186

Introdução ............................................................................................ 186

Ajustes Iniciais ..................................................................................... 188

Funções Menu Agência Reguladora ................................................... 189

Funções Menu Prestador de Serviços ................................................ 202

Observações Finais ............................................................................. 212

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 213

5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – A Regulação e a Fiscalização na Lei Federal n° 11.445/2007 ..................... 15

Figura 2 – Regulação e Fiscalização: condição de validade dos contratos ................... 16

Figura 3 – Responsabilidade da verificação do cumprimento do PMSB ........................ 16

Figura 4 – Sistemas de informações e uso de indicadores na Lei Federal n°

11.445/2007 ............................................................................................................................... 17

Figura 5 – O uso de indicadores no processo de planejamento ...................................... 18

Figura 6 – O uso de indicadores nas atividades de regulação e de fiscalização .......... 19

Figura 7 – Indicador de Desempenho .................................................................................. 21

Figura 8 – Exemplo hipotético de aplicação de indicador ................................................. 23

Figura 9 – Exemplo hipotético de aplicação de indicador com vistas a otimizar a

atuação da entidade reguladora na fiscalização direta ...................................................... 31

Figura 10 – Linha do Tempo das publicações da IWA ...................................................... 36

Figura 11 – Quantitativo de indicadores de desempenho da IWA e respectivas

dimensões ................................................................................................................................. 38

Figura 12 – Indicadores de desempenho da IWA relacionados à regulação técnica –

Serviços de Abastecimento de Água .................................................................................... 39

Figura 13 – Indicadores de desempenho da IWA relacionados à regulação técnica –

Serviços de Esgotamento Sanitário ...................................................................................... 40

Figura 14 – Indicadores de desempenho IWA/qualidade do SES relacionados à

regulação técnica ..................................................................................................................... 41

Figura 15 – Linha do Tempo dos Guias da ERSAR .......................................................... 44

Figura 16 – Quantitativo de indicadores de desempenho da ERSAR e respectivas

dimensões ................................................................................................................................. 45

Figura 17 – Indicadores de desempenho da ERSAR relacionados à regulação técnica

..................................................................................................................................................... 46

Figura 18 – Quantitativos de indicadores de desempenho da ADERASA e respectivas

dimensões ................................................................................................................................. 51

Figura 19 – Indicadores de desempenho da ADERASA relacionados à regulação

técnica ........................................................................................................................................ 52

Figura 20 – Indicadores utilizados no processo de benchmarking da ADERASA em

2014, relacionados à regulação técnica ............................................................................... 54

Figura 21 – Linha do Tempo das publicações do SNIS .................................................... 58

Figura 22 – Quantitativos de indicadores SNIS-AE (Água e Esgoto) e respectivas

dimensões ................................................................................................................................. 61

Figura 23 – Indicadores do SNIS-AE relacionados à regulação técnica ........................ 62

Figura 24 – Exemplo de aplicação do nível de agregação de informações ................... 66

Figura 25 – Quantitativo de indicadores ABAR para regulação do saneamento e

respectivas dimensões ............................................................................................................ 73

Figura 26 – Indicadores da ABAR relacionados à regulação técnica ............................. 74

Figura 27 – Quantitativo de indicadores do Sistema de Avaliação de Performance da

ARCE e respectivas dimensões ............................................................................................. 78

Figura 28 – Indicadores da ARCE relacionados à regulação técnica ............................. 79

Figura 29 – Exemplo hipotético de aplicação de objetivos e metas em PMSB ............. 86

6

Figura 30 – Exemplo de informações e indicadores nas etapas do Plano Municipal de

Saneamento Básico ................................................................................................................. 88

Figura 31 – Situação de falta de uniformidade nos indicadores para o plano de

saneamento em municípios regulados e fiscalizados pela AGIR ..................................... 90

Figura 32 – Normativos publicados pela ARIS e normativos propostos no âmbito do

projeto Regulasan .................................................................................................................... 97

Figura 33 – Situação hipotética: definição da unidade de planejamento para cálculo

dos indicadores ....................................................................................................................... 103

Figura 34 – Cronograma de atividades dos sistemas de indicadores da ARIS e do

SNIS ......................................................................................................................................... 104

Figura 35 – Divergências das definições do indicador A4 constantes no PLANSAB. 110

Figura 36 – Metodologia de parametrização dos indicadores da ARIS ........................ 112

Figura 37 – Faixa de classificação para certificação dos prestadores de serviços .... 118

Figura 38 – Exemplo de telas do SISARIS: Lançamento de dados – escolha do SAA

................................................................................................................................................... 120

Figura 39 – Exemplo de telas do SISARIS: Lançamento de dados – parâmetros de

qualidade de água .................................................................................................................. 121

Figura 40 – Normativos publicados pela AGERSA e normativos propostos no âmbito

do projeto Regulasan ............................................................................................................. 123

Figura 41 – Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário existentes

em Cachoeiro do Itapemirim ................................................................................................. 130

Figura 42 – Indicadores gerados pela SANESUL para a AGEPAN .............................. 141

Figura 43 – Normativos publicados pela AGEPAN e normativos propostos no âmbito

do projeto Regulasan ............................................................................................................. 145

Figura 44 – Codificação de informações e indicadores ................................................... 152

Figura 45 – Exemplo de comparação Evolutiva ............................................................... 154

Figura 46 – Exemplo de comparação Absoluta ................................................................ 154

Figura 47 – Exemplo de comparação Confinada ............................................................. 155

Figura 48 – Exemplo de comparação Alargada ............................................................... 155

Figura 49 – Processo de avaliação da qualidade e desempenho ................................. 156

Figura 50 – Exemplo hipotético: estabelecimento de valores de referências em função

das metas previstas no PMSB ............................................................................................. 185

7

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Indicadores de Desempenho: vantagens e aplicações ................................ 25

Quadro 2 – Requisitos individuais e coletivos para a elaboração dos indicadores ...... 28

Quadro 3 – Características básicas de um bom indicador ............................................... 29

Quadro 4 – Principais erros na escolha de indicadores .................................................... 30

Quadro 5 – Entidades no âmbito internacional que formularam indicadores

relacionados aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário ...... 33

Quadro 6 – Entidades no âmbito nacional que formularam indicadores relacionados

aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário ............................. 34

Quadro 7 – Exemplo de indicadores de desempenho da ISO 24510 ............................. 49

Quadro 8 – Análise das informações e indicadores do componente abastecimento de

água do SNIS e recomendações ........................................................................................... 64

Quadro 9 – Classificações e targets do Sistema de Avaliação de Performance da

ARCE .......................................................................................................................................... 81

Quadro 10 – Municípios consorciados à ARIS ................................................................... 93

Quadro 11 – Indicadores de Desempenho da ARIS ........................................................ 106

Quadro 12 – Formulação do indicador IN082 – Extravasamentos de Esgotos por

Extensão de Rede .................................................................................................................. 107

Quadro 13 – Formulação dos indicadores IN023 e IN024 .............................................. 108

Quadro 14 – Indicadores dos serviços de água e esgoto definidos pela ARIS dentre os

selecionados pelo PLANSAB. .............................................................................................. 109

Quadro 15 – Indicadores adotados pela ARIS e metas do PLANSAB para a região sul

do País ..................................................................................................................................... 111

Quadro 16 – Indicadores da ARIS e correspondente referência utilizada para

classificação ............................................................................................................................ 113

Quadro 17 – Indicadores da ARIS e respectivos intervalos de referência ................... 114

Quadro 18 – Exemplo de matriz de resultados de avaliação do desempenho da

prestação de serviços proposta pela ARIS ........................................................................ 116

Quadro 19 – Cesta de indicadores prevista na minuta de resolução da AGERSA .... 134

Quadro 20 – Indicadores do PMAE e Indicadores da AGERSA/SIMSA ...................... 136

Quadro 21 – Municípios regulados pela AGEPAN........................................................... 139

Quadro 22 – Fluxograma do Processo de Avaliação da Qualidade e Desempenho . 157

Quadro 23 – Classificações e targets ................................................................................ 160

Quadro 24 – Caracterização Geral da Prestação dos Serviços .................................... 163

Quadro 25 – Informações sobre Abastecimento de Água .............................................. 164

Quadro 26 – Informações sobre Esgotamento Sanitário ................................................ 168

Quadro 27 – Informações Gerais ........................................................................................ 171

Quadro 28 – Informações de Qualidade ............................................................................ 172

Quadro 29 – Cesta de Indicadores do Sistema de Avaliação da Qualidade e

Desempenho ........................................................................................................................... 175

Quadro 30 – Indicadores de Abastecimento de Água ..................................................... 176

Quadro 31 – Indicadores de Esgotamento Sanitário ....................................................... 182

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Meta A5 - intermitência no abastecimento de água ....................................... 68

Tabela 2 – Exemplo de ranking dos 10 municípios com maior pontuação na prestação

dos serviços ............................................................................................................................. 117

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Índice de atendimento urbano de água no município “exemplo”, no período

de 2010 a 2015 ......................................................................................................................... 22

Gráfico 2 – Índice de perdas no faturamento, em municípios operados pela CEDAE,

no período de 2012 a 2014 (SNIS) ........................................................................................ 69

9

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABAR – Associação Brasileira de Agências de Regulação

ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

ADERASA – Associação de Entes Reguladores de Água Potável e Saneamento

das Américas

AG – Informação de Água (código do SNIS)

AGERSA – Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados

de Cachoeiro de Itapemirim

AGEPAN – Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato

Grosso do Sul

AGIR – Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí

ARCE – Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do

Ceará

ARIS – Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento

ARSESP – Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São

Paulo

AWWA – American Water Works Association

CADSan – Caderno de Encargos dos Contratos de Saneamento

CAGECE – Companhia de Água e Esgoto do Ceará

CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento

CEDAE – Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro

CEGÁS – Companhia de Gás do Ceará

COELCE – Companhia Energética do Ceará

CESB – Companhia Estadual de Saneamento Básico

CTSan/ABAR – Câmara Técnica de Saneamento da Associação Brasileira de

Agências de Regulação

DAE – Departamento de Água e Esgoto

EG – Entidade Gestora

ERSAR – Entidade Reguladores dos Serviços de Água e Resíduos de Portugal

ES – Informação de Esgoto (código do SNIS)

ETOSS – Ente Tripartito de Obras y Servicios Sanitarios

FECAM – Federação Catarinense de Municípios

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde

10

GE – Informação Geral (código do SNIS)

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBNET – International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities

IRAR – Instituto Regulador de Águas e Resíduos de Portugal

ID – Indicador de Desempenho

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IN – Indicador (código do SNIS)

IWA – International Water Association

ISO – International Organization for Standardization

LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil

LDNSB – Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico

MCidades – Ministério das Cidades

MS – Ministério da Saúde

OFWAT – Water Services Regulation Authority

PIB – Produto Interno Bruto

PLANSAB – Plano Nacional do Saneamento Básico

PMAE – Plano Municipal de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário

PMSB – Plano Municipal de Saneamento Básico

PMSS – Programa de Modernização do Setor de Saneamento

PNQS – Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento

QD – Informação de Qualidade (código do SNIS)

RASARP – Relatório Anual do Sector de Águas e Resíduos em Portugal

SAA – Sistema de Abastecimento de Água

RAD – Relatório Anual de Desempenho

SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

SANEPAR – Companhia de Saneamento do Paraná

SANESUL – Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul

SAMAE – Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto

SES – Sistema de Esgotamento Sanitário

SGMPGOG – Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento

e Gestão

SIAS – Sistema de Informação em Água e Saneamento da Bolívia

SiiG – Sistema de Informações Integradas Gerenciais

SIMSA – Sistema Municipal de Informação em Saneamento

11

SINISA – Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico

SIRAE – Sistema de Informações Regulatórias de Água e Esgoto

SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento

SNSA – Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental

SIRAE – Sistema de Informações Regulatórias de Água e Esgoto

SISAGUA – Sistemas de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para

Consumo Humano

SISARIS – Sistema de Informações Sobre Saneamento da Agência Reguladora

Intermunicipal de Saneamento

WSAA – Water Services Association of Australia

12

1 INTRODUÇÃO

No contexto da regulação e da fiscalização da qualidade dos serviços de

saneamento básico, tema da presente publicação, a regulação técnica ou

regulação da qualidade, tem como objetivo fixar condições e parâmetros para a

qualidade dos produtos e dos serviços prestados e, também, verificar o

cumprimento dessas disposições. Galvão Jr. e Paganini (2009) identificaram

alguns aspectos importantes para a regulação da qualidade dos serviços

públicos de infraestrutura. No que tange aos serviços públicos de abastecimento

de água e esgotamento sanitário, esses autores elencaram os seguintes

exemplos de parâmetros regulados:

Pressão dinâmica disponível na rede de distribuição;

Pressão estática máxima na rede de distribuição; e

Parâmetros físico-químicos (cor, turbidez, pH, metais, etc.) e

bacteriológicos da água distribuída.

Além desses, outros exemplos podem ser citados, dentre eles: o acesso aos

serviços prestados, como cobertura e atendimento; parâmetros operacionais,

por exemplo, micromedição e perdas nos sistemas de abastecimento de água;

parâmetros ambientais, tais como extravasamento de esgotos, qualidade do

lançamento do efluente, etc.

Nesse sentido, Galvão Jr. e Paganini (2009) ainda observaram que a regulação

da qualidade exige mecanismos indiretos e diretos para o acompanhamento dos

parâmetros e indicadores regulados, os quais demandam recursos humanos e

custos elevados.

Para tanto, tem-se como principal atividade da regulação técnica a fiscalização,

esta, podendo ser exercida de forma indireta ou direta.

A fiscalização indireta é caracterizada pelo uso de indicadores, proporcionando

uma avaliação objetiva e contínua da eficiência e eficácia da prestação dos

serviços, enquanto que a fiscalização direta é caracterizada, obrigatoriamente,

pela presença física de uma equipe de técnicos especializados no sistema de

abastecimento de água ou de esgotamento sanitário.

13

A fiscalização indireta, através da utilização de indicadores de desempenho,

necessita ser complementada pela fiscalização direta. Nesse sentido, o uso dos

indicadores possibilita aos entes reguladores focar suas atividades em áreas

críticas de um prestador de serviços ou mesmo de vários deles, no caso das

agências estaduais e consorciadas. Desse modo, permite aos mesmos deslocar

seus técnicos somente para áreas onde existam não conformidades na

prestação dos serviços, propiciando economia de recursos humanos e

financeiros, celeridade, e, portanto, maior eficiência na atividade de fiscalização.

A presente publicação tem por objetivo apresentar uma visão geral da regulação

e da fiscalização da qualidade dos serviços de abastecimento de água e

esgotamento sanitário, tanto no âmbito nacional, quanto no âmbito internacional

e, ainda, apresentar o modelo de avaliação da qualidade e do desempenho dos

serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário propostos

no escopo do Projeto Regulasan.

Para tanto, esta publicação é dividida em dois volumes. O Volume I aborda os

aspectos relacionados à avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços

de abastecimento de água e esgotamento sanitário através da fiscalização

indireta, por meio de indicadores de desempenho. Já o Volume II aborda os

procedimentos de fiscalização de campo como complementação da fiscalização

indireta, bem como sugere um escopo de apresentação do Relatório de

Fiscalização.

Neste primeiro Volume, após esse capítulo introdutório, tem-se no segundo

capítulo a descrição dos aspectos gerais da Regulação e da Fiscalização da

Qualidade, percorrendo alguns elementos legais sobre o tema na Lei de

Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico (Lei Federal n° 11.445/2007). Ainda,

nesse capítulo apresentam-se os aspectos conceituais, as vantagens e as

aplicações dos indicadores de desempenho e seus principais requisitos e

desafios quando da sua elaboração. No terceiro capítulo é apresentado o estado

da arte da avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, relacionando as principais

entidades no âmbito internacional e nacional, que propuseram conjuntos de

indicadores com diversos objetivos para o setor de saneamento básico, tendo

ênfase na regulação e na fiscalização da qualidade dos serviços. Em seguida, o

14

quarto capítulo contextualiza o uso de indicadores como ferramenta para as

agências reguladoras na verificação do cumprimento dos Planos Municipais de

Saneamento Básico por parte dos prestadores de serviços. Entrando no âmbito

das entidades beneficiárias do Projeto Regulasan, o quinto capítulo apresenta e

analisa as normas e os modelos existentes sobre avaliação da qualidade e do

desempenho nas entidades de regulação ARIS, AGERSA e AGEPAN, bem

como nos seus prestadores regulados. O sexto capítulo descreve o modelo de

avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços propostos no presente

Projeto, apresentando o manual do sistema de avaliação, o processo de

avaliação, a base de informações necessárias para o cálculo dos indicadores e

a cesta básica de indicadores propostos para a regulação e a fiscalização da

qualidade dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento

sanitário. Encerra-se o sexto capítulo com a apresentação do manual do

aplicativo em Excel para o cálculo dos indicadores de desempenho. Por fim,

apresentam-se as referências bibliográficas utilizadas nos estudos que

originaram a presente publicação.

15

2 ASPECTOS GERAIS DA REGULAÇÃO E DA FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE

2.1 REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO NA LEI FEDERAL N° 11.445/2007

A LDNSB – Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico, Lei Federal

n° 11.445/2007 (BRASIL, 2007) - define que o titular dos serviços deverá

determinar o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os

procedimentos de sua atuação. Para tanto, o município poderá criar uma agência

municipal ou delegar essas funções a uma agência estadual ou consórcio

intermunicipal. Cabe lembrar que o Planejamento dos serviços é função

exclusiva do titular (Figura 1).

Figura 1 – A Regulação e a Fiscalização na Lei Federal n° 11.445/2007

Fonte: Elaborado pelos autores.

A referida Lei estabelece também que a existência de normas de regulação,

incluindo a designação da entidade de regulação e de fiscalização, é condição

sine qua non para a validade dos contratos (Figura 2).

O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de saneamento básico, devendo, para tanto:

II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação;

Art. 9º

TITULAR DOS

SERVIÇOS

PLANEJAMENTO

Delegação Facultativa:

Regulação e Fiscalização (Agência estadual, consorciada ou municipal)

Prestação dos serviços

16

Figura 2 – Regulação e Fiscalização: condição de validade dos contratos

Fonte: Elaborado pelos autores.

Com relação à atividade de Planejamento, a LDNSB definiu que o titular dos

serviços deverá elaborar seu respectivo plano de saneamento básico, atendendo

ao conteúdo mínimo estabelecido no art. 19 da Lei Federal n° 11.445/2007.

Definiu, ademais, que a atividade de verificação do cumprimento dos planos de

saneamento por parte dos prestadores de serviços é de responsabilidade da

entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços (Figura 3).

Figura 3 – Responsabilidade da verificação do cumprimento do PMSB

Fonte: Elaborado pelos autores.

São condições de validade dos contratos que tenham por objeto a

prestação de serviços públicos de saneamento básico:

III - a existência de normas de regulação que prevejam os

meios para o cumprimento das diretrizes desta Lei, incluindo

a designação da entidade de regulação e de fiscalização;

§ 3° Os contratos não poderão conter cláusulas que

prejudiquem as atividades de regulação e de fiscalização

ou o acesso às informações sobre os serviços contratados.

Art. 11.

Parágrafo único. Incumbe à entidade reguladora e fiscalizadora

dos serviços a verificação do cumprimento dos planos de

saneamento por parte dos prestadores de serviços, na forma das

disposições legais, regulamentares e contratuais.

Art. 20.

PMSB

Entidade reguladora e fiscalizadora

17

2.2 O USO DE INDICADORES NA LEI FEDERAL N°11.445/2007

Considerando ainda os aspectos da Regulação e Fiscalização da Qualidade na

LDNSB, o uso de indicadores passa a integrar o processo de planejamento,

prestação, regulação e fiscalização dos serviços. Sua aplicação se fundamenta

no princípio da transparência das ações de saneamento, estabelecido no art. 2°,

inciso IX, da referida Lei Federal (Figura 4).

Figura 4 – Sistemas de informações e uso de indicadores na Lei Federal n° 11.445/2007

Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com

base nos seguintes princípios fundamentais:

IX - transparência das ações, baseada em sistemas de

informações e processos decisórios institucionalizados.

Art. 2°

O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de

saneamento básico, devendo, para tanto:

VI - estabelecer sistema de informações sobre os serviços,

articulado com o Sistema Nacional de Informações em

Saneamento;

Art. 9°

Fica instituído o Sistema Nacional de Informações em Saneamento

Básico - SINISA, com os objetivos de:

I - coletar e sistematizar dados relativos às condições da

prestação dos serviços públicos de saneamento básico;

II - disponibilizar estatísticas, indicadores e outras

informações relevantes para a caracterização da demanda e

da oferta de serviços públicos de saneamento básico;

III - permitir e facilitar o monitoramento e avaliação da

eficiência e da eficácia da prestação dos serviços de

saneamento básico.

§ 1º As informações do SINISA são públicas e acessíveis a

todos, devendo ser publicadas por meio da internet.

Art. 53.

SINISA

SNIS

Sistemas Municipais

Fonte: Elaborado pelos autores.

18

No processo de planejamento, especialmente na elaboração dos Planos de

Saneamento Básico, a LDNSB enumera o conteúdo mínimo dos Planos e

determina que o diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de

vida deve ser realizado com base em indicadores (Figura 5). Esses também

podem ser de grande valia no estabelecimento de mecanismos e procedimentos

para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas.

Figura 5 – O uso de indicadores no processo de planejamento

Fonte: Elaborado pelos autores.

Nas atividades de regulação e fiscalização, a LDNSB definiu que a entidade

reguladora deverá editar normas relativas às dimensões técnica, econômica e

social de prestação dos serviços, devendo estabelecer padrões e indicadores de

qualidade da prestação dos serviços (Figura 6). Além disso, nas revisões

tarifárias, poderão ser estabelecidos mecanismos tarifários de indução à

eficiência, inclusive fatores de produtividade, os quais poderão ser definidos com

base em indicadores de outras empresas do setor.

A prestação de serviços públicos de saneamento básico observará

plano, que poderá ser específico para cada serviço, o qual abrangerá,

no mínimo:

I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições

de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários,

epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando

as causas das deficiências detectadas;

V - mecanismos e procedimentos para a avaliação

sistemática da eficiência e eficácia das ações

programadas.

Art. 19.

Indicadores Sanitários:

Índice de atendimento de Água/Esgoto,

Qualidade da Água Tratada, etc.;

Indicadores Epidemiológicos:

Mortalidade Infantil, incidência de

dengue/leptospirose/malária, gastos com

internações; etc;

Indicadores Socioeconômicos:

Renda, PIB, IDH, escolaridade, etc.

19

Figura 6 – O uso de indicadores nas atividades de regulação e de fiscalização

Fonte: Elaborado pelos autores.

No ambiente institucional estabelecido pela Lei Federal n° 11.445/2007,

destacam-se os seguintes aspectos para as agências reguladoras1:

Os principais produtos do sistema de informações em saneamento são os indicadores;

As Agências Reguladoras são as responsáveis pelo acompanhamento do cumprimento do planejamento, através da verificação do atingimento das metas estabelecidas nos PMSB, pela certificação das informações dos prestadores de serviços, pela fiscalização e pela avaliação das tarifas, e, portanto, são as principais usuárias dos sistemas de informações do setor;

Existe espaço para as Agências Reguladoras serem as gestoras dos sistemas de informações estabelecidos pelos titulares ou pelos responsáveis pelo planejamento (Município, Estado ou União).

Vale esclarecer que o MCidades, em parceria com a Associação Brasileira de

Agências de Regulação (ABAR), está desenvolvendo metodologias de auditoria

e certificação de informações do Sistema Nacional de Informações Sobre

Saneamento (SNIS). Ainda nessa publicação, a seção que trata do deste e do

Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA) abordará

esse assunto.

No âmbito das delegações dos serviços, as entidades reguladoras devem

estabelecer normas e resoluções que tratem do tema. Tais normativos devem

abranger, dentre outros, aspectos como fundamentação legal e objetivos da

norma, terminologias, relação de indicadores, procedimento de implementação

1 Adaptado de Silva e Sobrinho (2008).

A entidade reguladora editará normas relativas às dimensões técnica,

econômica e social de prestação dos serviços, que abrangerão, pelo

menos, os seguintes aspectos:

I - padrões e indicadores de qualidade da prestação dos

serviços;

Art. 23.

§ 2° Poderão ser estabelecidos mecanismos tarifários de indução à

eficiência, inclusive fatores de produtividade, assim como de

antecipação de metas de expansão e qualidade dos serviços.

§ 3° Os fatores de produtividade poderão ser definidos com base em

indicadores de outras empresas do setor.

Art. 38.

20

e de fornecimento de dados por parte dos prestadores de serviços,

certificação/validação dos dados pela entidade reguladora, processamento de

dados e interpretação dos resultados para cada prestador de serviços regulado,

forma de divulgação dos indicadores e, publicação e divulgação do relatório

anual de avaliação de desempenho.

2.3 ASPECTOS CONCEITUAIS

Ao longo da presente publicação que trata da avaliação da qualidade e do

desempenho dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário,

serão usadas as seguintes terminologias:

FISCALIZAÇÃO: Atividade de regulação técnica exercida com vistas à

averiguação contínua dos serviços regulados, objetivando apurar se

estão sendo eles efetivamente prestados de acordo com as normas

legais, regulamentares e pactuadas pertinentes. As motivações para

a atividade de fiscalização podem ocorrer através de denúncias,

solicitação do Ministério Público, programação regular, programação

emergencial, reclamação de ouvidoria, solicitação do Poder

Legislativo, entre outros. A atividade de fiscalização é de extrema

importância para zelar pela prestação do serviço público adequado ao

pleno atendimento dos usuários, bem como para observar as

condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança,

atualidade e cortesia.

FISCALIZAÇÃO DIRETA: Fiscalização caracterizada,

obrigatoriamente, pela presença física de uma equipe de técnicos

especializados no local em que se encontra o sistema de

abastecimento de água ou esgotamento sanitário. Exige recursos

humanos capacitados e estrutura de suporte, tais como: laboratórios,

equipamentos e transporte para deslocamento das equipes de

campo. O critério de seleção dos sistemas ou áreas a serem

fiscalizadas decorre do planejamento da agência e de denúncias, às

quais nem sempre permitem à agência priorizar a fiscalização sobre

as reais deficiências de uma concessão.

21

FISCALIZAÇÃO INDIRETA: Fiscalização caracterizada pelo uso de

indicadores de avaliação de desempenho da prestação dos serviços,

proporcionando uma avaliação direta e contínua da sua eficiência e

eficácia.

INDICADORES DE DESEMPENHO: Medida quantitativa de um aspecto

particular do desempenho da prestação dos serviços, expressando o

nível atingido em relação a determinado objetivo, proporcionando uma

avaliação direta da eficiência ou eficácia da prestação dos serviços

(ALEGRE et al., 2004). Devem ser expressos por razões entre

variáveis, frequentemente com dados/informações produzidas pelo

prestador de serviços (Figura 7).

Figura 7 – Indicador de Desempenho

Fonte: Elaborado pelos autores.

Cada indicador expressa o nível do desempenho efetivamente atingido,

facilitando a comparação entre objetivos de gestão e resultados obtidos. Refere-

se sempre a um tempo e a um espaço bem definidos. O Gráfico 1 mostra um

exemplo hipotético da aplicação do indicador “índice de atendimento urbano de

água” (IN023) do SNIS, do município “exemplo”, onde é possível avaliar o

desempenho do prestador de serviços para esse parâmetro no período de 2010

a 2015. Nesse caso, tem-se o resultado obtido, e o mesmo pode ser comparado

aos objetivos e às metas previstas no contrato de programa ou concessão, ou

no PMSB. Verifica-se que o indicador considerado no exemplo em tela, se refere

a um tempo definido (os indicadores do SNIS são referidos ao período de um

ano) e a um espaço definido (os filtros do SNIS permitem avaliar indicadores de

um município ou de um prestador de serviços, por exemplo, delimitando assim,

o “espaço” ou “objeto” em análise).

22

Gráfico 1 – Índice de atendimento urbano de água no município “exemplo”, no período de 2010 a 2015

Fonte: Elaborado pelos autores.

Nesse exemplo, é possível observar que o prestador de serviços não atingiu a

meta prevista no PMSB para o período considerado na análise. Portanto, caberá

à Agência tomar as providências adequadas, necessárias ou possíveis.

Ademais, uma visita in loco seria producente com o objetivo de identificar a causa

do não atingimento do índice.

2.4 INDICADORES DE DESEMPENHO: VANTAGENS E APLICAÇÕES

De forma geral, os indicadores não são simplesmente números, ou seja, são

atribuições de valor a objetivos, acontecimentos ou situações, de acordo com

regras que podem ser aplicados em critérios de avaliação, como, por exemplo,

eficácia, efetividade e eficiência. Dessa forma os indicadores servem para

mensurar os resultados e gerir o desempenho, embasar a análise crítica dos

resultados obtidos e do processo de tomada decisão, contribuir para a melhoria

contínua dos processos organizacionais, facilitar o planejamento e o controle do

desempenho e analisar comparativamente o desempenho da organização com

o de diversas organizações atuantes em áreas ou ambientes semelhantes

(BRASIL, 2009). A Figura 8 apresenta exemplo hipotético de aplicação de

indicador.

23

Figura 8 – Exemplo hipotético de aplicação de indicador

Uma determinada Agência Reguladora identificou no ano de 2010 elevados índices de perdas

em três prestadores de serviços de abastecimento de água sob sua regulação (Prestador A, B e

C). No mesmo ano, a Agência decidiu criar um sistema de indicadores para realizar fiscalização

indireta desses serviços. Um dos indicadores propostos foi o IN051, o qual permite avaliar as

perdas por ligação ativa, conforme formulação e valores de referências a seguir:

Formulação do indicador IN051 - Índice de perdas por ligação Fórmula de Cálculo Informações envolvidas Unidade

IN051 = AG006+AG018-AG010-AG024 AG002

AG002: Quantidade de ligações ativas de água; AG006: Volume de água produzido; AG010: Volume de água consumido; AG018: Volume de água tratada importado; AG024: Volume de serviço.

l/dia/lig

Valores de referência, propostos pela Agência

A partir do indicador formulado, a Agência estabeleceu metas para os três prestadores. O

objetivo era enquadrar as perdas no valor de referência excelente (≤ 350 litros/ligação/dia) até

2015. Após cinco anos, apenas o Prestador A não atingiu a meta estabelecida.

No cenário hipotético apresentado, o indicador formulado permitiu mensurar os resultados e gerir

o desempenho dos três prestadores quanto às perdas por ligação ativa. Tais resultados obtidos

podem embasar a análise crítica, auxiliar no processo de tomada decisão e facilitar o

planejamento, tanto do regulador, quanto do prestador de serviços. Além disso, permite a análise

comparativa do desempenho dos três prestadores e o acompanhamento das metas do PMSB,

caso o indicador faça parte das metas do plano.

Fonte: Elaborado pelos autores.

24

Em saneamento, os indicadores de desempenho podem ser utilizados para

verificação de conformidade, avaliação da eficiência (caso das perdas físicas e

não físicas) e da eficácia (caso dos indicadores de atendimento do SNIS) na

prestação de serviços, em diagnósticos (em PMSB, por exemplo), avaliação da

evolução e comparação do desempenho, entre outros. Podem também serem

aplicados no campo da pesquisa, na gestão do prestador de serviços, no

planejamento, no controle governamental, na definição de políticas públicas, na

regulação, nas estratégias de financiamento e investimento e no controle social.

O Guia Técnico da International Water Association (IWA) (ALEGRE et al., 2004)

elenca a utilidade dos indicadores de desempenho para os diversos tipos de

entidades no âmbito da prestação dos serviços de abastecimento de água e de

esgotamento sanitário. O Quadro 1, construído a partir do referido Guia, sintetiza

as principais vantagens e aplicações para as diversas entidades relacionadas.

25

Quadro 1 – Indicadores de Desempenho: vantagens e aplicações Entidades Vantagens e aplicações Ganho para os interessados

Prestador de Serviços

o Facilita uma melhor e mais oportuna resposta por parte dos prestadores de serviços; o Permite melhor monitoramento dos efeitos das decisões de gestão; o Fornece a informação-chave de suporte a uma atitude proativa da gestão, em alternativa a uma atitude reativa, baseada nas disfunções aparentes dos sistemas; o Permite destacar os pontos fortes e os fracos dos diversos setores do prestador de serviços, e assim apoiar a adoção de medidas corretivas para melhoria da produtividade, dos procedimentos e das rotinas de trabalho; o Facilita a implementação de um sistema de gestão pela qualidade total constituindo um meio de valorização da qualidade global e da eficiência no seio da organização; o Facilita a implementação de rotinas de benchmarking, quer internamente ao prestador de serviços (comparando o desempenho obtido em unidades operacionais ou em subsistemas diferentes), quer externamente (comparando o seu desempenho com o de outros prestadores semelhantes), promovendo melhorias de desempenho; e o Proporciona base técnica de suporte a processos de auditoria da atividade do prestador de serviços e de previsão dos efeitos de recomendações resultantes dessas auditorias.

o Identificar as ineficiências

Administração Pública

o Fornece um quadro de referência comum para comparação do desempenho do prestador de serviços e para identificação de possíveis medidas corretivas; e o Permite apoiar a formulação de políticas para os serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, no âmbito da gestão integrada dos recursos hídricos, incluindo a sua simulação e os correspondentes investimentos, e o desenvolvimento de novos instrumentos reguladores.

o Melhor entendimento da realidade, maior clareza nos objetivos.

Reguladores o Proporciona instrumentos chave de monitoramento para apoio da defesa dos interesses dos consumidores, num serviço que é essencialmente de monopólio, e à verificação da conformidade com objetivos previamente estabelecidos.

o Conhecimento dos regulados, decisões fundadas, mensuração dos impactos das decisões regulatórias; e o Redução de custos da regulação.

Entidades Financiadoras

o Permite avaliar as prioridades de investimento e apoiar a seleção de projetos e o respectivo acompanhamento.

o Melhores serviços e reconhecimento pelo serviço pago; e o Maior transparência e simplificação dos conceitos.

Usuários o Proporciona um meio de traduzir processos complexos em informações objetivas e de fácil interpretação, transmitindo nomeadamente uma medida da qualidade do serviço prestado.

Organizações supranacionais

o Proporciona uma linguagem apropriada para identificar as principais assimetrias entre regiões do mundo e as respectivas causas e avaliar a sua evolução, permitindo assim apoiar o estabelecimento das estratégias necessárias.

Fonte: Adaptado do Guia Técnico do IWA (ALEGRE et al., 2004).

26

Para a regulação da prestação dos serviços de saneamento, destacam-se ainda

os seguintes objetivos específicos (SILVA e SOBRINHO, 2008) a ser

considerados no processo de seleção de indicadores:

Avaliar objetivamente e sistematicamente a prestação dos serviços;

Subsidiar estratégias para estimular a expansão e a modernização das infraestruturas, de modo a buscar a sua universalização e melhoria dos padrões de qualidade;

Subsidiar o acompanhamento e a verificação do cumprimento dos contratos de concessão ou contratos de programa, incluindo a assistência do atendimento de metas operacionais e a avaliação do equilíbrio econômico e financeiro da prestação dos serviços,

Aumentar a eficiência e a eficácia da atividade de regulação; e

Diminuir a assimetria de informações e incrementar a transparência do prestador de serviços públicos e da agência reguladora.

Quanto à assimetria de informações, Jouravlev (2003) discorreu sobre a

importância da informação na atividade reguladora, e considerou que a mesma

é requisito indispensável para uma regulação eficaz. Segundo o autor, a

regulação é considerada um jogo de estratégia em que o regulado busca

maximizar seus lucros, enquanto que o regulador procura o induzir a agir de

acordo com a maximização do bem estar geral. Como resultado, este depende

daquele para obter as informações que precisa para executar suas funções.

Nesse ambiente, existe um claro conflito de interesses, pois o regulado, ao

buscar a maximização dos seus benefícios próprios, geralmente tenta lidar com

limitações regulamentares mínimas.

Ainda segundo Jouravlev (2003), devido à existência da assimetria de

informação, o regulador é obrigado a se concentrar, principalmente, em aspectos

do comportamento das empresas reguladas que podem ser observados e

medidos com alguma facilidade. Por exemplo, não é fácil para um regulador

observar diretamente se o prestador de serviços de abastecimento de água

realiza manutenção adequada na rede de distribuição. Porém, é possível

observar, de forma indireta e através de alguns indicadores, frequências de

problemas de baixa pressão, quantidade de rupturas, magnitude das

interrupções de fornecimento aos clientes e o cumprimento das normas de

27

qualidade de água potável. Portanto, os indicadores contribuem para reduzir a

assimetria de informações entre prestadores de serviços e reguladores.

Os indicadores também podem ser úteis para as entidades reguladoras no que

concerne à verificação do cumprimento dos planos de saneamento por parte dos

prestadores de serviços, função essa atribuída aos entes reguladores no art. 20,

da Lei Federal n° 11.445/2007.

2.5 REQUISITOS E DESAFIOS NA ELABORAÇÃO DE INDICADORES

A elaboração ou seleção de indicadores deve levar em conta requisitos

relacionados a cada indicador individualmente. Além disso, há requisitos que

devem ser considerados quando esses indicadores são analisados em conjunto.

Isso é necessário, pois um indicador de desempenho analisado individualmente

tem pouco interesse prático, podendo até conduzir às conclusões erradas. O

Quadro 2 apresenta os principais requisitos necessários para a elaboração de

cada indicador, bem como aqueles que devem ser verificados para o conjunto

de indicadores.

28

Quadro 2 – Requisitos individuais e coletivos para a elaboração dos indicadores

Requisitos relativos a

cada indicador

Definição rigorosa, com atribuição de significado conciso e interpretação inequívoca;

Ser avaliado a partir de variáveis que possam ser facilmente medidas, de modo confiável e a um custo razoável. Deve haver a possibilidade de cálculo pela globalidade dos prestadores, sem esforço adicional significativo;

Possibilidade de verificação por entidades independentes, o que assume especial importância se destinadas à utilização por entidades reguladoras, que poderão requerer a realização de auditorias externas;

Simplicidade e facilidade de interpretação, inclusive por não especialistas;

Medição quantificada, objetiva e imparcial sob um aspecto específico do desempenho do prestador, de modo a evitar julgamentos subjetivos ou distorcidos;

Estar relacionado com um período de tempo específico, bem definido (geralmente um ano);

Deve se referir a áreas geográficas bem definidas;

Não devem ser usadas como denominador, informações suscetíveis de variação significativa de ano para ano por fatores externos ao prestador de serviços (consumo de água, por exemplo), a não ser que a variação se reflita no numerador na mesma proporção; e

Não usar como indicadores de desempenho eventuais atividades que traduzam opções de gestão, mas que não avaliem diretamente nem eficiência ou eficácia (por exemplo, nível de terceirização).

Requisitos relativos ao conjunto de indicadores

Adequação à representação dos principais aspectos relevantes do desempenho do prestador de serviços, permitindo uma representação global;

Contribuírem efetivamente para a tomada de decisão;

Ausência de sobreposição em significado ou em objetivos entre indicadores (devem ser mutuamente excludentes);

A definição dos indicadores e das variáveis deve ser inequívoca;

Referência ao mesmo período de tempo;

Referência à mesma zona geográfica, que deve estar bem delimitada e coincidir com a área de intervenção do prestador relativa ao serviço em análise;

Devem ser observadas as políticas e as metas de qualidade, os fatores de desempenho e os alvos do processo; e

Devem ser um número tão reduzido quanto possível, porém, sem perda de visão. Nesse sentido, devem ser estabelecidos apenas os indicadores essenciais para a avaliação efetiva do desempenho do prestador.

Fontes: Adaptado do Guia Técnico do IWA (ALEGRE et al., 2004).

29

Os requisitos elencados no Quadro 2 podem ainda ser sintetizados, e melhor

definidos na caracterização de um bom indicador, independentemente de seu

uso individual ou coletivo. Assim, a partir dessa compilação, algumas condições

básicas são capazes de ser enumeradas, a fim de que os indicadores sejam

utilizados de maneira adequada. O Quadro 3 relaciona essas características.

Quadro 3 – Características básicas de um bom indicador

Característica Explicação

Claro, compreensível e de interesse

Evitar incertezas em relação ao que é bom ou ruim, fácil de entender, com unidades que tenham sentido, e sugestivas para possível utilização.

Relevante e representativo

Politicamente relevante para todos os participantes do sistema.

Viável Custo adequado de aquisição e processamento de dados e comunicação.

Suficiente Fornecer a medida certa da informação.

Fidedigno Deve representar os aspectos de maneira fidedigna, a fim de evitar distorções.

Temporal Oportuno temporalmente, integrado com o planejamento.

Apropriado na escala Apropriado aos diferentes usuários potenciais.

Democrático Não devem ser determinados apenas por um pequeno grupo de especialistas e sim por lideranças políticas e por pessoas da comunidade.

Medida física Balancear unidades físicas e monetárias.

Preventivo e proativo Deve conduzir para a mudança, fornecendo informação em tempo para a tomada de decisão.

Não deve ser estanque Deve estar inserido num processo de melhoria contínua, passível de discussão, aprendizado e mudança.

Fonte: Adaptado de Meadows, Malheiros et al. e Molinari (apud VON SPERLING, 2010).

É importante, outrossim, identificar alguns erros mais comuns na escolha de

indicadores. Tais erros devem ser evitados na busca pela correta implementação

e utilização dos mesmos. O Quadro 4 sintetiza os principais erros cometidos na

escolha de indicadores.

30

Quadro 4 – Principais erros na escolha de indicadores

Erros Comentários

Agregação exagerada Se muitos dados forem reunidos, a mensagem final que ele acarreta pode ser indecifrável.

Medir o que é mensurável em detrimento de medir o

que é importante

Exemplo: medir a riqueza da população em valores monetários, em vez de medi-la pela qualidade de vida.

Depender de modelos falsos

Exemplo: pensar que a taxa de natalidade reflete a disponibilidade de programas de planejamento familiar, quando, na verdade, reflete a liberdade da mulher em utilizar tais programas.

Falsificação deliberada Se algum indicador possui resultados negativos, governantes podem mudar o seu foco, termos e definições.

Desviar a atenção da experiência direta

Percepções e experiências devem ser adequadamente inseridas na escolha, análise e comunicação dos indicadores.

Confiar demais nos indicadores

Sempre levar em consideração que os indicadores podem estar incorretos.

Incompletos Como reflexo parcial da realidade, podem deixar de apresentar detalhes relevantes.

Fonte: Adaptado de Meadows (apud VON SPERLING, 2010).

A elaboração e a implementação do sistema de indicadores de desempenho não

é tarefa fácil. Inúmeros são os desafios e alguns deles são elencados a seguir:

Confiabilidade dos dados: os reguladores não produzem informação, mas as recebem dos prestadores de serviço periodicamente (quinzenal, mensal, anual). Essa metodologia de transferência de informações e formato deve estar previamente acordada entre entidades reguladoras e prestadores de serviços. Há que se estabelecer procedimentos de auditoria e certificação das informações coletadas, de forma a gerar a confiabilidade necessária para a aplicação prática;

Uniformidade e consistência: Ao longo do tempo, tanto nas medições como no processamento da informação. A fiabilidade e a exatidão dos dados são a coluna vertebral do sistema de regulação por comparação;

Fatores explicativos ou explanatórios: interferências de condições ambientais e tecnológicas;

Divulgação: produção de informação inteligível aos usuários dos serviços.

31

É importante ressaltar que a fiscalização indireta, através da utilização de

indicadores de desempenho, necessita ser complementada pela fiscalização

direta. Nesse sentido, o uso dos indicadores possibilita aos entes reguladores

focar suas atividades em áreas críticas de um prestador de serviços ou mesmo

de vários deles, no caso das agências estaduais e consorciadas, permitindo o

deslocamento de seus técnicos somente para as áreas onde existam não

conformidades na prestação dos serviços, propiciando economia de recursos

humanos e financeiros, celeridade, e, portanto, maior eficiência na atividade de

fiscalização.

A Figura 9 apresenta exemplo hipotético de aplicação de indicador com vistas a

aperfeiçoar a atuação da entidade reguladora na fiscalização direta.

Figura 9 – Exemplo hipotético de aplicação de indicador com vistas a otimizar a atuação da entidade reguladora na fiscalização direta

Uma determinada Agência Reguladora fiscaliza a prestação dos serviços de abastecimento de

água e esgotamento sanitário de um conjunto de 5 municípios. Necessita-se verificar a qualidade

da água fornecida aos usuários. A Agência apresenta recursos limitados, com poucos

profissionais e veículos para deslocamento aos municípios. Além disso, não tem à sua disposição

laboratório contratado.

Ao consultar seu sistema de indicadores, a Agência Reguladora analisou o histórico do indicador

“incidência das análises de coliformes totais fora do padrão” no período de 2010 a 2015.

Incidência das análises de coliformes totais fora do padrão

Considerando as limitações da Agência em realizar a fiscalização direta nos 5 (cinco) municípios

a partir da análise do referido indicador, a Agência decidiu realizar a fiscalização direta somente

nos sistemas de abastecimento de água dos municípios 1 e 4, haja vista que ambos

apresentaram, ao longo da série histórica considerada, índices superiores aos demais

municípios. Assim, tal indicador se mostrou como um bom parâmetro para detectar aqueles

municípios mais críticos quanto à qualidade da água tratada e, portanto, permitiu à Agência agir

com foco, celeridade e economia de recursos humanos e financeiros.

Fonte: Elaborado pelos autores.

32

3 ESTADO DA ARTE DA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Os indicadores são índices que traduzem de modo sintético os aspectos mais

relevantes do desempenho operacional e econômico-financeiro de um prestador

de serviços, simplificando sua análise. Também avaliam ao longo do tempo a

evolução do desempenho do prestador de serviços e possibilitam a comparação

com outras organizações do setor. Além de reduzir a assimetria entre regulador,

usuários e prestadores de serviços, os sistemas de informação e os mecanismos

de participação dos usuários devem assegurar a transparência dos processos e

evitar a captura dos reguladores pelos interesses das empresas (PENA e

ABICALIL, 1999).

Ademais, permite-se avaliar os níveis de eficiência de variadas dimensões da

prestação dos serviços, tais como infraestrutura, qualidade de serviço,

atendimento ao usuário, economia e finanças. O Quadro 5 e o Quadro 6

relacionam algumas importantes entidades de nível internacional e nacional,

respectivamente, que propuseram conjuntos de indicadores com diversos

objetivos para o setor de saneamento básico, notadamente para os serviços de

abastecimento de água e de esgotamento sanitário.

33

Quadro 5 – Entidades no âmbito internacional que formularam indicadores relacionados aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento

sanitário

Entidades Dimensões

Recursos Hídricos e Ambientais, Recursos Humanos, Infraestrutura, Operacional, Qualidade do Serviço e Econômico-financeiro.

Interesses dos Usuários, Sustentabilidade da Prestadora de Serviços e Sustentabilidade Ambiental

Acesso aos serviços, Prestação dos Serviços e Proteção do meio ambiente.

Estrutura dos Serviços, Operacionais, Qualidade dos Serviços, econômico-financeiros.

Cobertura do Serviço; Desempenho da Rede; Custos Operacionais e Recursos Humanos; Qualidade do Serviço; Faturamento e Cobrança; Desempenho Financeiro.

Recursos Hídricos, Dados do prestador de serviços, Usuários, Indicadores Ambientais, Indicadores Financeiros e Tarifas.

Desenvolvimento institucional, Relações com os Clientes, Operações Empresariais e Operações.

Distribuição de Água, Esgotamento Sanitário; Serviços ao Consumidor, e Impactos Ambientais.

Six Cities Group Satisfação do Cliente, Qualidade, Fiabilidade, Ambiente, Organização e recursos humanos, Economia.

Fonte: Elaborado pelos autores.

34

Quadro 6 – Entidades no âmbito nacional que formularam indicadores relacionados aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento

sanitário2

Entidades Dimensões

Econômico-financeiros e administrativos, operacionais, contábeis e qualidade.

Econômico-Financeiros, Operacionais e Qualidade.

Prestação dos serviços (acesso e qualidade), Gestão Empresarial (sustentabilidade do sistema e econômico-financeira), Sustentabilidade Ambiental.

Econômico-financeiros, Clientes e Mercado, Sociedade, Pessoas, Processos e Fornecedores.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Discute-se, a seguir, o uso desses sistemas de indicadores em âmbito

internacional e nacional. Ressalte-se que as entidades identificadas utilizam

indicadores para diversos fins e, na abordagem dessa discussão, o enfoque é

dado sobre aqueles relacionados à regulação técnica.

3.1 ÂMBITO INTERNACIONAL

International Water Association - IWA

A International Water Association (IWA) publica manuais de indicadores de

desempenho, para os serviços de abastecimento de água e esgotamento

sanitário, com ampla colaboração dos agentes do setor em todo o mundo e se

configura como uma das principais referências internacionais para o desenho de

indicadores de desempenho.

O primeiro grupo de trabalho da IWA foi formado em 1997 e, com a participação

de um importante número de operadores e reguladores de vários países,

publicou seu primeiro manual de indicadores para sistemas de abastecimento de

água no ano de 2000. No ano de 2003, a IWA publicou o manual de indicadores

2 Os sistemas existentes ou em implantação das agências beneficiárias, como por exemplo, o SISARIS da ARIS, são abordados em capítulo específico das agências.

35

para sistemas de esgotamento sanitário. A segunda edição ampliada e corrigida

do manual de sistemas de abastecimento de água foi editada no ano de 2006

(MOLINARI, 2006) e sua terceira edição foi lançada em 2016. A Figura 10

apresenta a ordem cronológica das publicações da IWA relacionadas aos

manuais de indicadores de desempenho para os serviços de abastecimento de

água e esgotamento sanitário.

36

Figura 10 – Linha do Tempo das publicações da IWA

Fonte: Elaborado pelos autores.

37

Alegre et al. (2004), enumera os objetivos do manual da IWA:

Permitir futuras comparações entre prestadores de serviços no âmbito de

iniciativas de metric benchmarking;

Disponibilizar subconjuntos de indicadores para uso de entidades

reguladoras, de acordo com as suas necessidades específicas; e

Fornecer base de trabalho à IWA, tendo em vista o alargamento

progressivo e a consolidação de estatísticas internacionais recolhidas

pelo grupo “Estatística e Economia” da IWA e publicadas com

periodicidade bienal.

O manual de Indicadores de Desempenho para Serviços de Abastecimento de

Água incorpora seis grupos de indicadores: recursos hídricos, recursos

humanos, infraestruturais, operacionais, de qualidade de serviço e econômico-

financeiros. No total são considerados 158 (cento e cinquenta e oito) indicadores

(ALEGRE et al., 2004).

Em 2003, seguindo a mesma linha metodológica, a IWA publicou também o

manual de Indicadores para o Serviços de Águas Residuais (Esgotamento

Sanitário). Abrange igualmente seis grupos de indicadores: ambientais, recursos

humanos, infraestruturais, operacionais, de qualidade de serviço e econômico-

financeiros que perfazem o total de 182 indicadores (MATOS et al., 2004).

A Figura 11 mostra os quantitativos dos indicadores da IWA e como os mesmos

estão dispostos em cada dimensão. Na Figura 12 a Figura 14 são apresentadas

uma seleção de indicadores para a regulação técnica. Observe-se que, para

essa finalidade, identificam-se 93 indicadores para os serviços de abastecimento

de água e 97 indicadores para os serviços de esgotamento sanitário.

38

Figura 11 – Quantitativo de indicadores de desempenho da IWA e respectivas dimensões

Fonte: Elaborado pelos autores.

39

Figura 12 – Indicadores de desempenho da IWA relacionados à regulação técnica – Serviços de Abastecimento de Água

Fonte: Elaborado pelos autores.

40

Figura 13 – Indicadores de desempenho da IWA relacionados à regulação técnica – Serviços de Esgotamento Sanitário Fonte: Elaborado pelos autores.

41

Figura 14 – Indicadores de desempenho IWA/qualidade do SES relacionados à regulação técnica

Fonte: Elaborado pelos autores.

42

A finalidade dos manuais da IWA é oferecer um amplo conjunto de indicadores

com uma definição clara e consensual entre os prestadores de serviços e os

reguladores que intervieram em sua elaboração. Dessa forma, os manuais da

IWA converteram-se numa referência mundial para a definição de indicadores.

No momento de definir novos parâmetros, é recomendável utilizar esses

manuais como referência, com o fim de adotar definições padronizadas e já

utilizadas por grande número de prestadores de serviços em todo o mundo, de

forma a facilitar as posteriores comparações (MOLINARI, 2006). Ressalte-se

que, além da utilização em grande escala pelos prestadores de serviços, tais

manuais de referências têm sido também apropriados por inúmeras agências

reguladoras.

Molinari (2006) ainda destacou que:

A finalidade do trabalho da IWA não foi a de constituir uma base de dados e indicadores de desempenho, senão, unificar critérios e definições, para tornar mais compatíveis e comparáveis os estudos que se realizem em todo o mundo.

Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos – ERSAR

O primeiro passo para a regulação dos serviços de saneamento em Portugal foi

dado em 1995, com a criação de uma comissão com a finalidade de acompanhar

as concessões existentes na época. Três anos depois, em 1998, foi aprovado o

estatuto do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR). A partir do dia 1º

de novembro de 2009, o Instituto passou a ser denominada Entidade Reguladora

dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).

Desde 2004, a entidade reguladora portuguesa publica anualmente um relatório

intitulado Relatório Anual do Sector de Águas e Resíduos em Portugal

(RASARP), que faz uma caracterização geral do setor, aborda os aspectos

econômicos das empresas e avalia a qualidade do serviço prestado aos usuários

e a qualidade da água para consumo humano (VON SPERLING, 2010).

Segundo Vieira e Baptista (2008), uma peça fundamental dessa publicação é o

sistema de avaliação da qualidade do serviço prestado aos usuários,

desenvolvido com o apoio técnico do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia

Civil) e que se fundamenta no uso de indicadores de desempenho. Ainda de

43

acordo com esses autores, o sistema de avaliação tem os seguintes pontos de

destaque:

Constitui poderoso instrumento promotor de maior eficiência e eficácia nas atividades dos prestadores de serviço do setor;

Materializa o direito fundamental dos usuários dos serviços, de ter acesso a informação;

Materializa o conceito, até hoje pouco definido, da “qualidade de serviço”, frequentemente associado apenas à cobertura da população e outros aspectos básicos, quando na verdade deve ter um âmbito mais abrangente e integrado.

Ao final de 2010, a ERSAR, em parceria com a LNEC, lançou o “Guia de

avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos

utilizadores - 2ª geração do sistema de avaliação”. Tal Guia surgiu na sequência

da aplicação de uma 1ª geração do sistema de avaliação, desde 2004 até aquele

ano, restrita aos prestadores de serviços. Efetivamente, entendeu-se que após

sete anos de aplicação, era desejável revisitar o sistema de avaliação da

qualidade de serviço, introduzindo algumas melhorias e corrigindo determinados

aspectos no sentido de lhe conferir maior funcionalidade e rigor técnico, bem

como maior aplicabilidade a todo o universo de prestadores de serviços, sem no

entanto, alterar o seu conteúdo e o seu sentido. Enquanto a primeira geração se

assentava em 20 indicadores para cada um dos serviços de abastecimento de

água, esgotamento sanitário e gestão de resíduos urbanos, a 2ª geração se

balizou em apenas 16 indicadores de qualidade para cada um dos três serviços.

Após dois anos de aplicação desse sistema e se beneficiando da experiência

acumulada de dois ciclos anuais de regulação universal, a ERSAR publicou a 2ª

edição revista e atualizada do Guia, em que se procedeu à revisão de alguns

conceitos e à afinação de alguns indicadores (ALEGRE et al., 2013). Em 2017,

foi publicada a 3ª Geração do sistema de indicadores de qualidade de serviço. A

nova Geração contempla 14 indicadores para cada um dos serviços regulados

pela Entidade (ALEGRE et al., 2017). A Figura 15 apresenta a ordem

cronológica dos lançamentos dos Guias da ERSAR.

44

Figura 15 – Linha do Tempo dos Guias da ERSAR

Fonte: Elaborado pelos autores.

45

A Figura 16 ilustra os quantitativos da 3ª geração do sistema de avaliação da

ERSAR e a distribuição dos mesmos nas dimensões do sistema.

Figura 16 – Quantitativo de indicadores de desempenho da ERSAR e respectivas dimensões

Fonte: Elaborado pelos autores.

A partir do sistema de indicadores propostos pela ERSAR, é possível selecionar

um conjunto de indicadores relacionados à regulação técnica. Essa seleção,

conforme se vê na Figura 17, apresenta uma cesta com 21 indicadores, sendo

10 para o serviço de abastecimento de água e 11 para o serviço de esgotamento

sanitário.

46

Figura 17 – Indicadores de desempenho da ERSAR relacionados à regulação técnica

Fonte: Elaborado pelos autores.

47

Segundo Alegre et al. (2017), os instrumentos nucleares desse sistema são os

indicadores de qualidade do serviço, que permitem avaliar de modo quantificado

o cumprimento dos principais objetivos do serviço.

Alegre et al. (2013) e Alegre et al. (2017) destacam:

O sistema de indicadores está organizado de acordo com os princípios das normas ISO 24500, que estabelecem a identificação clara dos objetivos da avaliação, dos critérios a adotar para avaliar o cumprimento de cada objetivo e dos indicadores de desempenho correspondentes a cada critério;

O número de indicadores a ser avaliado em cada setor reduz-se de dezesseis para quatorze, o que corresponde a uma simplificação do sistema;

É dado maior destaque a aspectos específicos considerados relevantes (ex. acessibilidade ao serviço, que passa a contemplar acessibilidade física e acessibilidade econômica);

Introduzem-se ajustes em definições de alguns indicadores e dados e em alguns valores de referência;

Definem-se com maior clareza os critérios de atribuição de níveis de fiabilidade dos dados;

Estabelecem-se critérios mínimos de aceitabilidade dos dados, ou seja, serão considerados como não disponíveis dados com fiabilidade inferior aos mínimos definidos; e

Clarifica-se em todo o sistema e no Guia que o objetivo é avaliar a qualidade do serviço prestado aos utilizadores e não específica exclusivamente o desempenho do prestador de serviço que o presta.

Normas ISO 24500

A International Organization for Standardization, também conhecida como ISO,

publicou em 2005, três normas que estabelecem diretrizes de melhoria contínua

e desenvolvimento da gestão do saneamento, a saber:

ISO 24510 – Diretrizes para a melhoria e para avaliação dos serviços aos

usuários;

ISO 24511 – Diretrizes para a gestão dos serviços de esgotamento

sanitário; e

ISO 24512 – Diretrizes para a gestão dos serviços de abastecimento de

água potável.

48

Segundo Molinari (2006), as normas têm a finalidade de estabelecer critérios

comuns para a boa prestação dos serviços, incluindo a elaboração de

indicadores de desempenho e a sua utilização, tendo em vista a melhoria dos

níveis de serviço. Deve-se atentar que tais normas se diferenciam das demais

normas ISO, pois, em vez de certificáveis, elas passam a ser diretrizes, e ainda,

de aplicação voluntária e não obrigatória.

As três normas possuem em comum as seções que tratam de indicadores de

desempenho, apresentando conceitos semelhantes aos encontrados nos

manuais da IWA. O anexo B da ISO 24510, o anexo E da ISO 24511 e o anexo

E da ISO 24512, apresentam exemplos de indicadores propostos pelas referidas

normas, as quais salientam que não tem por objetivo esgotar o processo de

escolha dos indicadores, mas apenas exemplificar um conjunto de

possibilidades.

Observe-se que a maioria dos indicadores exemplificados pelas normas ISO,

possui como origem os manuais da IWA, apresentando inclusive os mesmos

códigos. O Quadro 7 mostra os indicadores exemplificados pela ISO 24510, com

a seleção apenas daqueles relacionados à regulação técnica.

49

Quadro 7 – Exemplo de indicadores de desempenho da ISO 24510

Dimensão Categoria Indicador de desempenho Unidade Código (IWA)

Acesso aos serviços de água potável

- População por torneira pública ou chafariz Habitantes/torneira pública QS9

Prestação dos serviços

Prazo para o estabelecimento de novos serviços Eficiência na disponibilização de novas ligações

prediais Dias QS23

Reparos Interrupções por ligação predial

Número/1000 ligações prediais/ano

QS14

Tempo médio de interrupção Dias -

Preço dos serviços Acessibilidade econômica da cobrança da ligação

predial % -

Disponibilidade de abastecimento de água potável Tempo de restrição do uso de água na localidade % -

Qualidade da água potável Qualidade da água fornecida % QS18

Aspecto organoléptico da água Reclamações de qualidade da água % QS30

Pressão de abastecimento de água potável Reclamações de pressão % QS28

Continuidade do abastecimento de água potável (intermitência)

Continuidade do abastecimento % QS12

Frequência de fornecimento de água em sistemas sem rede de abastecimento

Número/dia -

Cobertura e disponibilidade do serviço de abastecimento de água potável

Cobertura populacional % QS3

Distância entre os pontos fornecimento de água e os domicílios

m

Cobertura e disponibilidade do serviço de esgoto População que possui ligação ao sistema de esgoto % wQS1

Retorno de esgoto ao imóvel

Imóveis afetados por retorno de esgoto, originado de sistemas combinados de esgoto em período de

chuvas

Número de imóveis/1000 imóveis/ano

wQS13

Interrupção dos serviços de coleta e transporte de esgoto

% wQS15

Proteção do meio ambiente

Uso sustentável dos recursos naturais Consumo de energia reativa % PH6

Tratamento de esgoto Conformidade com as autorizações de destinação

final das ETE % -

Impacto ambiental Existência de um sistema de gestão ambiental Sim/não -

Gestão de segurança e de emergências Existência de um plano de emergência regularmente

testado (incluindo as medidas preventivas) Sim/não -

Fonte: Adaptado de ABNT (2012).

50

Associação de Entidades Reguladoras de Água Potável e Saneamento das Américas – ADERASA

A Associação de Entidades Reguladoras de Água Potável e Saneamento das

Américas foi criada em 2001 por reguladores de oito países do continente

americano (Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Chile, Nicarágua, Panamá

e Peru), a fim de iniciar o processo de integração e cooperação na regulação do

setor nas Américas. Aos fundadores, somaram-se posteriormente Brasil,

Honduras, Equador, México, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e

Venezuela, completando o atual quadro de membros ativos3.

A finalidade principal da entidade é a integração e a cooperação entre os países

membros para a regulação do setor do saneamento.

O benchmarking é feito com base em indicadores elaborados pela associação,

os quais foram propostos seguindo os manuais elaborados pela IWA. Para tanto,

a ADERASA criou seu sistema de indicadores, baseado nos seguintes princípios

básicos (ADERASA, 2007):

Fortalecer institucionalmente a associação e seus associados através da concentração e ordenamento de um sistema de indicadores, conformando uma base de dados própria, comparável e de fácil acesso;

Procurar a compatibilidade internacional do sistema de indicadores, promovendo a sua aplicação no setor de regulação; e

Alimentar a consistência regulatória nos países das Américas mediante o intercâmbio periódico da informação, permitindo o acesso às boas práticas dos serviços do setor do saneamento.

O Manual de Indicadores de Gestão para Água Potável e Esgotamento Sanitário

da ADERASA (2007) apresenta 58 indicadores divididos em quatro dimensões,

quais sejam: estrutura dos serviços, operacionais, qualidade do serviço e

indicadores econômico-financeiros. A Figura 18 ilustra os quantitativos do

sistema de indicadores da ADERASA e sua distribuição nas respectivas

dimensões.

3 Adaptado da página institucional da ADERASA, disponível em http://www.aderasa.org/v1/institucional/historia/, acesso em 11 de novembro de 2016.

51

Figura 18 – Quantitativos de indicadores de desempenho da ADERASA e respectivas dimensões

Fonte: Elaborado pelos autores.

Desse sistema, é possível selecionar um conjunto de 36 indicadores que

apresentam viabilidade para utilização na regulação técnica. A Figura 19 mostra

essa seleção.

52

Figura 19 – Indicadores de desempenho da ADERASA relacionados à regulação técnica

Fonte: Elaborado pelos autores.

53

Através da ABAR, o Brasil é membro da ADERASA desde 2003 e envia dados

para publicação desde 2005. As agências reguladoras brasileiras municipais e

estaduais, filiadas a ABAR, têm seus dados apresentados e comparados

anualmente, através do Exercício Anual de Avaliação Comparativa de

Desempenho com as demais prestadoras de serviço participantes da ADERASA

(VON SPERLING, 2010).

O Informe Anual mais recente disponibilizado pela ADERASA é o de 2014, com

dados referentes a 2013 (ADERASA, 2014). O referido documento apresenta o

exercício de benchmarking realizado pela ADERASA, com base em seu sistema

de indicadores de gestão. Nessa última edição, foram considerados 18

indicadores de desempenho, dos quais 12 são remanescentes do informe anual

de 2013. Ademais, complementaram-se em 2014, 6 (seis) novos indicadores

com o objetivo de complementar a análise do benchmarking. Os indicadores

considerados no Informe Anual de 2014 (dados de 2013), relacionados à

regulação técnica, são mostrados na Figura 20.

É importante observar o número reduzido de indicadores considerados no processo anual de “benchmarking” da ADERASA. A entidade dispõe de um sistema com mais de 50 indicadores, no entanto, nos últimos dois anos de avaliação (2012 e 2013), adotaram-se apenas 12 e 18 indicadores, respectivamente.

Esse procedimento ratifica a necessidade do conjunto de indicadores apresentar um número tão reduzido quanto possível, porém sem perda de visão sistêmica, devendo ser estabelecidos apenas os indicadores essenciais para a avaliação efetiva do desempenho dos prestadores.

54

Figura 20 – Indicadores utilizados no processo de benchmarking da ADERASA em 2014, relacionados à regulação técnica

Fonte: Elaborado pelos autores.

55

International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities – IBNET

A The International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities é

uma iniciativa de cooperação internacional promovida pelo Banco Mundial.

O objetivo da IBNET é apoiar o acesso a informações comparativas que ajudarão

a promover as melhores práticas entre prestadores de serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário em todo o mundo e,

consequentemente, fornecer aos consumidores a obtenção desses serviços de

alta qualidade e de modo acessível. A IBNET busca incentivar os prestadores de

serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento a compilar e

compartilhar um conjunto de indicadores de custo e desempenho, atendendo

assim às necessidades dos diversos atores. Estabelece um conjunto comum de

definições de dados, além de um conjunto mínimo de indicadores fundamentais.

Inclusive, fornece um software para facilitar a coleta de dados e o cálculo dos

indicadores, ao mesmo tempo em que municia recursos para analisar dados e

apresentar resultados. O compartilhamento de resultados é fundamental para

comparações de desempenho (benchmarking) bem sucedido4.

Water Service Association of Australia – WSAA

A Water Service Association of Australia é a associação dos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário da Austrália. A WSAA foi

formada em 1995 como uma organização sem fins lucrativos para promover o

intercâmbio de informações entre as empresas, o governo e a comunidade, e

promover a gestão sustentável dos recursos hídricos. O WSAA demonstra

sucesso na padronização do monitoramento e no benchmarking do desempenho

das empresas, bem como em muitos resultados de pesquisa de relevância

nacional5.

4 Adaptado da página institucional da IBNET, disponível em https://www.ib-net.org/, acesso em 1 de dezembro de 2016. 5 Adaptado da página institucional da WSAA, disponível em https://www.wsaa.asn.au/about-us, acesso em 1 de dezembro de 2016.

56

A associação promove benchmarking anualmente entre os seus membros

utilizando indicadores de desempenho divididos em cinco dimensões:

indicadores de recursos hídricos, dados da empresa, usuários, indicadores

ambientais, indicadores financeiros e tarifas (VON SPERLING, 2010).

American Water Works Association – AWWA

A American Water Works Association, fundada em 1881, é uma associação sem

fins lucrativos, científica e educacional dedicada à gestão e tratamento da água6.

A AWWA conduz um programa voluntário de benchmarking entre os prestadores

de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos EUA.

Segundo Vieira et al. (apud VON SPERLING, 2010), as informações são

enviadas voluntariamente pelos prestadores e os resultados são publicados de

forma anônima em relatório divulgado apenas entre os participantes. O sistema

é composto por 22 indicadores de desempenho organizados em seis dimensões,

a saber: recursos hídricos, dados do prestador de serviços, usuários, indicadores

ambientais, indicadores financeiros e tarifas.

Office of Water Services – OFWAT

O Office of Water Services é o órgão regulador econômico dos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário da Inglaterra e do País de

Gales. O OFWAT foi criado em 1989 durante o processo de privatização desses

serviços7.

Desde 1991, os prestadores de serviços da Inglaterra e do País de Gales

reportam, obrigatoriamente, à OFWAT o seu desempenho na prestação dos

serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, submetendo a

informação na forma de indicadores de desempenho relativos a quatro

dimensões: distribuição de água, esgotamento sanitário, serviço ao consumidor

e impactos ambientais. No processo de avaliação anual dos prestadores de

serviços, a OFWAT calcula uma pontuação global para cada prestador. Cada

6 Adaptado da página institucional da AWWA, disponível em http://www.awwa.org/, acesso em 1 de dezembro de 2016. 7 Adaptado da página institucional da OFWAT, disponível em http://www.ofwat.gov.uk/, acesso em 1 de dezembro de 2016.

57

indicador possui um peso para calcular a pontuação final (VON SPERLING,

2010).

Six-Cities Group

O Six-Cities Group ou Grupo das Seis Cidades é formado pelas cidades de

Copenhague (Dinamarca), Helsinki (Finlândia), Oslo (Noruega), Estocolmo,

Gotemburgo e Malmo (Suécia) e consiste em uma cooperação entre os seis

prestadores públicos de serviços de abastecimento de água e esgotamento

sanitário dos quatro países escandinavos. Em 1995, iniciou-se a rotina de

benchmarking entre o Grupo das Seis Cidades com a intenção de comparar os

sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos prestadores

participantes do grupo. Foi criado um sistema de indicadores dividido em seis

dimensões: satisfação do cliente, qualidade, fiabilidade, ambiente, organização

e recursos humanos e economia (VON SPERLING, 2010).

Molinari (2006) destacou que a decisão de iniciar o projeto de benchmarking

partiu das diretorias dos prestadores de serviços, as quais tiveram a iniciativa de

melhorar a eficiência dos sistemas. As diferenças de idioma, localidade e

dimensão não foram obstáculos à implementação do projeto, que se iniciou com

um grupo de indicadores comum e demorou dois anos para ajustar as definições,

dados e formas. Em seguida, a quantidade de indicadores foi reduzida a um

mínimo indispensável e, finalmente, com o acordo entre os indicadores a serem

utilizados, começaram as primeiras comparações consistentes.

3.2 ÂMBITO NACIONAL

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS

Em 1996, o Governo Federal criou o Sistema Nacional de Informações sobre

Saneamento (SNIS), cuja administração está sob responsabilidade da Secretaria

Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) do Ministério das Cidades

(MCidades).

Esse é o maior e mais importante sistema de informações do setor de

saneamento brasileiro. Inicialmente, foram coletados dados referentes apenas

aos prestadores de serviços de abastecimento de água e de esgotamento

58

sanitário e, a partir de 2002, o sistema incorporou o componente resíduos

sólidos.

O SNIS publica anualmente (desde 1996 para Água e Esgotos e desde 2002

para Resíduos Sólidos Urbanos) os Diagnósticos da situação da prestação de

serviços de saneamento básico, divididos em Diagnóstico dos Serviços de Água

e Esgotos e Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos. Está previsto

para o segundo semestre de 20178, a publicação do diagnóstico de Drenagem e

Manejo das Águas Pluviais Urbanas, com dados da primeira coleta de 2015 (ano

de referência)9. A Figura 21 apresenta a ordem cronológica das publicações do

SNIS relacionadas aos diagnósticos da situação da prestação de serviços de

saneamento básico.

Figura 21 – Linha do Tempo das publicações do SNIS

Fonte: Elaborado pelos autores.

Para auxiliar a compreensão dos termos, definições e equações adotadas pelo

SNIS, são disponibilizados os Glossários de Informações e de Indicadores.

Finalmente, para facilitar a consulta aos dados do SNIS, existe o aplicativo SNIS

(Série Histórica), com o qual é possível visualizar os dados a partir de consultas

personalizadas a critério do usuário10.

8 Até a data da presente publicação, o referido Diagnóstico ainda não havia sido publicado. 9 Adaptado da página institucional do SNIS, disponível em http://www.snis.gov.br/diagnostico-anual-aguas-pluviais/148-diagnostico-do-servico-de-aguas-pluviais-2015, acesso em 19 de agosto de 2017.

10 Adaptado da página institucional do SNIS, disponível em http://www.snis.gov.br/institucional-snis, acesso em 19 de outubro de 2016.

59

É importante ressaltar que todas as informações do SNIS são fornecidas pelos

próprios prestadores de serviços e não há, ainda, uma validação dessas

informações por outras entidades, por exemplo, pelas agências reguladoras11.

Os indicadores do SNIS relacionados à prestação de serviços de abastecimento

de água e esgotamento sanitário estão organizados em quatro dimensões, a

saber: econômico-financeiras e administrativas, operacionais, contábeis e

qualidade.

Quanto aos objetivos, o Sistema constitui-se em uma ferramenta para auxiliar no

planejamento e na execução de políticas públicas, na orientação da aplicação

de recursos, no conhecimento e avaliação do setor de saneamento, na avaliação

de desempenho dos prestadores de serviços, no aperfeiçoamento da gestão, na

orientação de atividades regulatórias e de fiscalização e, por fim, no exercício do

controle social.

O processo de construção e implementação do SNIS leva em consideração

alguns aspectos importantes, destacados por Espírito Santo (2015):

Ampliação gradual do sistema;

Compromisso de atingir, a cada ano, um avanço em comparação ao ano anterior, implantando sempre alguma novidade, desde a ampliação da amostra ou revisão no glossário, até um sistema informatizado de coleta de informações;

Participação crescente dos prestadores de serviços responsáveis pelo fornecimento das informações;

Análises de consistência, tanto por meio do aplicativo de coleta como por meio de analistas do SNIS; e

Coleta apenas informações primárias junto aos prestadores de serviços.

Atualmente, o SNIS-AE (Água e Esgoto) trabalha com 84 indicadores, dos quais

35 são utilizados estritamente para os serviços abastecimento de água, 12

estritamente para serviços de esgotamento sanitário e 37 para ambos os

11 Em Julho de 2016, o Ministério das Cidades, em parceria com Associação Brasileira de Agências de Regulação – ABAR, iniciou o Projeto ACERTAR, para desenvolvimento de metodologias de Auditoria e Certificação de informações do SNIS. O projeto, executado no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Setor Água – INTERÁGUAS, tem o propósito de aprimorar os processos de gestão das informações dos prestadores de serviços de saneamento.

60

serviços. As dimensões econômico-financeiras e administrativas e operacionais

são as que apresentam a maior quantidade de indicadores formulados, com 32

e 30, respectivamente. A Figura 22 ilustra os quantitativos de indicadores do

SNIS-AE e a forma como estão distribuídos nas respectivas dimensões.

61

Figura 22 – Quantitativos de indicadores SNIS-AE (Água e Esgoto) e respectivas dimensões

Fonte: Elaborado pelos autores.

Desse conjunto de indicadores, é possível fazer uma triagem e relacionar

somente aqueles que possuem relação com a regulação técnica, foco da

presente publicação. A Figura 23 apresenta essa seleção, na qual se observa

que os indicadores operacionais e de qualidade têm utilidade na regulação

técnica da prestação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento

sanitário, totalizando 43 indicadores potenciais para esse fim.

62

Figura 23 – Indicadores do SNIS-AE relacionados à regulação técnica

Fonte: Elaborado pelos autores.

63

Espírito Santo (2015) ainda analisou detalhadamente a estrutura do SNIS, suas

principais variáveis, a qualidade dos dados e observou limitações de conteúdo e

deficiências de qualidade das informações levantadas e de indicadores

calculados. Tal análise foi efetuada especialmente sobre o componente

abastecimento de água, tomando-se como base as informações e indicadores

operacionais, gerais e de qualidade que envolvem a prestação de serviços do

referido componente. O Quadro 8 sintetiza as principais conclusões obtidas

nessa análise.

64

Quadro 8 – Análise das informações e indicadores do componente abastecimento de água do SNIS e recomendações Dimensão avaliada

Análises e Recomendações

Informações e Indicadores de

Qualidade

Eliminação do formulário de qualidade do SNIS e a substituição do mesmo pelo Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano – SISAGUA, operado e mantido pelo Ministério da Saúde. Recomenda-se a reestruturação do referido sistema, incluindo informações referentes a qualidade da prestação de serviços, conforme existe no SNIS.

Revisão dos conceitos das informações que abordam as deficiências na oferta de água (paralisações e interrupções), deixando melhor definidas as diferenças desses conceitos.

As informações relacionadas a reclamações ou solicitações de serviços devem ser aproveitadas, mas se faz necessária a qualificação dos prestadores de serviços para levantamento dessas informações. Quando se avalia, por exemplo, o indicador IN083 – duração média dos serviços executados (QD025/QD024), verifica-se em algumas situações valores muito reduzidos e, em outras, valores extremamente elevados, certamente não refletindo a realidade dos prestadores de serviços.

Necessidade de separação das reclamações ou solicitações por tipo de serviços, pois as mesmas são apresentadas para o prestador de serviços como um todo, incluindo as relacionadas ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário.

As informações de qualidade de água devem ser apresentadas por sistema de abastecimento de água e não agregada por prestador de serviços.

Informações Gerais

As informações G06A (População urbana residente dos municípios com abastecimento de água) e G12A (População total residente dos municípios com abastecimento de água, segundo o IBGE) são obtidas junto ao IBGE em anos de contagem populacional e de realização de censos demográficos. Para anos em que o IBGE não efetua levantamento populacional, G06A é obtido considerando a população residente no município estimada pelo IBGE para o referido ano e o último índice de urbanização disponibilizado pelo IBGE por meio do censo ou da contagem populacional. Essa situação pode proporcionar distorções na população residente, podendo ir se acentuando com o passar dos anos.

No tocante aos campos relacionados a observações, os mesmos deveriam ser preenchidos pelo prestador para justificar alguma situação atípica. Entretanto, normalmente, os prestadores não apresentam essas justificativas.

Criar mecanismos que garantam as respostas adequadas a esses campos é fundamental para que se obtenha respostas cada vez mais qualificadas. E essa consideração vale para todos os formulários existentes no SNIS.

Informações e Indicadores de

Água

Infere-se que, para diversos municípios, a população atendida com abastecimento de água, urbana AG026 e total AG001, apresentam distorções, pois na sua obtenção são levadas em considerações as economias residenciais ativas (AG013), sem o devido abatimento das economias que não contam com moradores residentes, como, por exemplo, residências de veraneio, finais de semana, imóveis desocupados, entre outros.

As informações relacionadas às ligações e economias totais e ativas apresentam bastante precisão para os prestadores de serviços de médio e grande porte. Entretanto, os de pequeno porte não conseguem a mesma qualidade.

Com relação à extensão de rede de água, prestadores de serviços de pequeno e médio porte, geralmente não dispõem de cadastro técnico atualizado das redes existentes, o que leva à estimativas desses valores.

Os volumes operacionais de água apresentam resultados confiáveis sempre que o prestador de serviços tem um controle operacional adequado e macromedição. Essas informações apresentam distorções significativas em alguns pequenos e médios prestadores de serviços.

Fonte: Adaptado de Espírito Santo (2015).

65

É possível identificar no Quadro 8 algumas lições que podem ser extraídas da

análise e recomendações efetuadas por Espírito Santo (2015) para o processo

de elaboração dos sistemas de indicadores das agências reguladoras

beneficiárias12. Cita-se, por exemplo, a necessidade de revisão de conceitos de

alguns indicadores e informações e do nível de agregação (unidade de

planejamento), como na apresentação das informações de qualidade de água

por sistema de abastecimento de água e não por prestador de serviços, entre

outros. A Figura 24 ilustra exemplo de aplicação do nível de agregação para as

informações de qualidade de água.

12 AGEPAN, AGERSA e ARIS: Entidades Reguladoras beneficiárias da Ação VI, Regulação e Fiscalização da Qualidade, objeto dessa publicação.

66

Figura 24 – Exemplo de aplicação do nível de agregação de informações

O Município exemplo apresenta dois sistemas de

abastecimento de água independentes, conforme ilustrado.

A Portaria n. 2.914 do MS estabelece a quantidade mínima

de amostras mensais para o controle da qualidade da água

de sistema de abastecimento, para fins de análises

microbiológicas. Essa quantidade é função do número de

habitantes abastecidos por cada sistema.

No SAA Sede, o prestador realiza o dobro da quantidade

mínima exigida pela referida Portaria, enquanto que na

Localidade, o prestador não atinge o mínimo exigido.

No entanto, a soma das amostras realizadas no município é

igual à soma da quantidade mínima exigida em cada

sistema. Logo, se a análise for considerada para o município,

se chegará à falsa conclusão de que a quantidade exigida

pela Portaria é atendida.

Portanto, a apresentação das informações deve ser por

sistemas e não por município ou prestador de serviços.

Nº mínimo de amostras mensais para o controle da qualidade da água, para fins de análises microbiológicas, exigido pela Portaria n. 2.914 do MS. (sistema de distribuição – reservatórios e redes) <5.000 habitantes: 110 amostras; 5.000 hab. a 20.000 hab.: 1 amostra a cada 500 hab.

Nº de amostras mensais realizadas para análises

microbiológicas.

Fonte: Elaborado pelos autores.

67

No âmbito do Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB foram

preparados cadernos temáticos sobre o panorama do saneamento básico no

Brasil. No caderno temático nº 7, Campos et al. (2011) avaliaram as deficiências

e oportunidades de melhoria do SNIS e apontaram a necessidade de aperfeiçoar

a qualidade das informações. Isso, de acordo com esses autores, exige atuar

vigorosamente em diversas frentes com vistas a:

Melhorar o processo de análise e verificação de consistência das informações enviadas ao SNIS;

Auditar, com base em critérios estatísticos, a qualidade das informações enviadas ao SNIS;

Desenvolver mecanismos de incentivo e de penalização dos responsáveis pelo fornecimento das informações: municípios, prestadores de serviço e entidades reguladoras e fiscalizadoras;

Individualizar e capacitar continuamente os responsáveis pelo processamento e envio de informações ao SNIS;

Aperfeiçoar e tornar cada vez mais amigáveis os instrumentos de coleta de informações;

Incentivar e apoiar a montagem dos Sistemas Municipais e Estaduais de Informações sobre Saneamento Básico, em articulação com o processo de geração de informações para o SNIS;

Divulgar amplamente o SNIS e estimular a utilização e análise das suas informações por terceiros, especialmente a academia;

Construir glossários de informações e indicadores incluindo ficha de qualificação do indicador.

Ressalta-se que todas as frentes de melhorias recomendadas ao SNIS, no que

tange à qualidade das informações, podem ser extrapoladas para o processo de

elaboração ou aperfeiçoamento de um sistema de indicadores. Outras sugestões

são levantadas por Campos et al. (2011), sendo relacionadas a seguir, apenas

as de interesse à regulação técnica.

68

Avaliar a existência de informações e indicadores redundantes ou dispensáveis;

Avaliar a necessidade de informações e indicadores adicionais relevantes, tomando como referência os similares internacionais, a exemplo da International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities – IBNET;

Avaliar a conveniência de ampliar a coleta de informações referentes a unidades operacionais específicas (captação, estação de tratamento, entre outras).

Também no âmbito do PLANSAB, o Relatório de Avaliação Anual, ano base

2014 (BRASIL, 2015) destacou que o SNIS, mesmo após cerca de 20 anos de

existência, ainda não consegue coletar as informações de todos os municípios

brasileiros, uma vez que o fornecimento dessas informações não é obrigatório,

nos termos da Lei. A experiência registra que, nessa situação, é muito difícil

alcançar a quantidade e qualidade necessárias de dados, sendo comum que

alguns deixem de enviar suas informações.

Nesse cenário, cita-se a avaliação de algumas metas do PLANSAB, constantes

no referido Relatório de Avaliação Anual, cujas análises consideram os dados do

SNIS. Na avaliação da Meta A5 (intermitência no abastecimento de água), a

análise da incidência de intermitência considerou os dados do SNIS referentes

à quantidade de economias ativas atingidas por paralisações e interrupções

sistemáticas no ano. A Tabela 1 mostra os resultados e metas para a Meta A5

do PLANSAB.

Tabela 1 – Meta A5 - intermitência no abastecimento de água

% de economias ativas atingidas por paralisações e interrupções

sistemáticas no abastecimento de água

ANO FONTE BRASIL N NE SE S CO

2010 SNIS 31 100 85 23 9 8

2013 SNIS 36,9 100 74,9 34,9 18,4 19,5

2018 29 86 73 20 8 8

2023 27 77 65 18 8 7

2033 25 60 50 14 7 6

Nota: situação em 2010, resultado em 2013 e metas para os demais anos.

Fonte: BRASIL (2014a).

A situação apontada em 2010 e os resultados de 2013 se referem a indicações

aproximadas da existência de intermitência, uma vez que os dados do SNIS não

permitem determinar com segurança se as paralisações e interrupções

informadas implicaram de fato, em prejuízos ao funcionamento da rede e ao

69

abastecimento dos domicílios. Portanto, os dados do SNIS apresentam

inconsistências que dificultam o cálculo do indicador com bom nível de precisão.

Assim, os avaliadores do PLANSAB adotaram alguns critérios para revisão dos

dados, a fim de possibilitar o cálculo do indicador proposto no PLANSAB e

chegar aos resultados mostrados na Tabela 1. Entretanto, os avaliadores

ressaltaram que, para esse indicador, em função da elevada variação de

municípios participantes do SNIS, entre os anos de 2010 e 2013, não seria

recomendável fazer a análise de evolução da meta prevista no PLANSAB, com

isso, indicou que tal análise evolutiva para as próximas avaliações seja realizada

a partir de uma base de dados mais consistente.

Quanto ao arranjo de fornecimento de informações pelos prestadores de

serviços de forma espontânea e sem auditoria, cita-se por exemplo, para ilustrar

a baixa qualidade de algumas informações, o índice de perdas no faturamento

dos municípios do Rio de Janeiro, Sapucaia, Sumidouro e Teresópolis no

período de 2012 a 2014 (SNIS), operados pela Companhia Estadual de Águas e

Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE). O Gráfico 2 mostra a evolução desse

indicador, onde é possível constatar que o prestador praticamente repetiu a

mesma informação ao longo do tempo.

Gráfico 2 – Índice de perdas no faturamento, em municípios operados pela CEDAE, no período de 2012 a 2014 (SNIS)

Nota: Dados extraídos do SNIS, série histórica 2012 a 2014.

Fonte: Elaborado pelos autores.

70

Algumas observações de Campos et al. (2011) e do Relatório Anual do

PLANSAB (BRASIL, 2015) foram ratificadas por Espírito Santo (2015). Este

destacou que durante os anos de publicações do SNIS, foram constatados pela

equipe que o administra, alguns aspectos importantes, a saber:

Apesar de a construção ser coletiva, tem-se necessidade de uma liderança e coordenação, com estrutura própria;

A construção de um sistema de informações nacional é de longo prazo;

Mesmo com o fornecimento voluntário das informações funcionando relativamente bem, incentivos e obrigações para melhorar a responsabilidade e a precisão dos dados são importantes;

O sistema tem se tornado, de fato, o guia natural de medição do desempenho do setor no Brasil;

Uma vez que o sistema esteja estabelecido, ele torna-se autossustentável (resistências momentâneas tornam-se contraproducentes); e

É fundamental que as informações sejam de domínio público para quaisquer usos e análises, como de fato ocorre com o SNIS.

O SNIS deverá ser substituído pelo SINISA, previsto no art. 53 da Lei Federal n°

11.445/2007, sob a coordenação do Ministério das Cidades. O SINISA tem a

missão de propiciar a melhor avaliação do PLANSAB com as informações e

indicadores necessários, articulando-se com os demais sistemas de informações

das áreas de meio ambiente, saúde e recursos hídricos, entre outros e,

principalmente, interagindo com os sistemas do IBGE. Assim, é recomendável

que o funcionamento do SINISA ocorra em um ambiente de governança que

inclua a atuação e respectivas responsabilidades dos Ministérios e órgãos do

Governo Federal com interface na área de saneamento básico, além de

representantes dos Governos Estaduais e Municipais e dos agentes públicos e

privados com responsabilidades sobre o saneamento básico no Brasil (BRASIL,

2015).

Espírito Santo (2015) também discorreu sobre a proposta de estruturação do

SINISA, ratificando que a mesma é bastante audaciosa e apresenta objetivo de

integração de vários atores, além de diversos sistemas existentes. Desta forma,

quaisquer ações no intuito de estruturar um sistema de informações no setor de

saneamento básico devem considerar as premissas contidas na referida

71

proposta e nas experiências conquistadas (positivas e negativas) ao longo da

existência do SNIS.

Ainda segundo Espírito Santo (2015), apesar da proposta de estruturação do

SINISA ser ampla e complexa, algumas questões não foram observadas em sua

concepção e precisam ser melhores avaliadas. Dentre as recomendações

citadas pelo autor, destacam-se:

A concepção do SINISA não propõe formas de levantamento de informações das soluções adotadas pelas populações não atendidas pelos sistemas existentes;

As propostas avaliadas não contemplam sistemas de informações que permitam obter resultados em separado para populações urbanas, rurais e indígenas;

A obrigatoriedade pelo fornecimento das informações é fundamental para garantir a qualidade, bem como o desenvolvimento de mecanismos de incentivo e de penalização;

Disponibilizar no sistema de informações os resultados dos PMSB, de modo a qualificar e ampliar as informações no setor de saneamento;

Envolver todos os atores relevantes, com o objetivo de levantar informações e construir indicadores que sejam úteis e utilizáveis;

Separar as informações de abastecimento de água das relacionadas ao esgotamento sanitário, para que seja possível melhor qualificar os indicadores;

A auditoria, por amostragem, das informações é relevante, sendo importante a definição de critérios e mecanismos para a realização dessa auditagem;

A qualificação continuada dos responsáveis pelo fornecimento das informações, bem como da equipe que comporá a estrutura de manutenção do Sistema, é necessária para garantir qualidade das informações;

A padronização de conceitos (envolvendo todos os atores do setor) deve ser refletida nos glossários de informações e de indicadores;

A ampliação do conteúdo e a popularização do Aplicativo Série Histórica do SNIS, é fundamental, entretanto, tem-se necessidade de se preparar um manual de utilização.

72

Associação Brasileira de Agências de Regulação – ABAR

A Associação Brasileira de Agências de Regulação – ABAR, fundada em 1999,

é uma entidade de direito privado, criada sob a forma de associação civil, sem

fins lucrativos e de natureza não partidária. Agrega 51 agências associadas (07

Federais, 27 Estaduais e 17 Municipais) dos setores de energia elétrica, petróleo

e gás, saneamento básico, recursos hídricos, transporte e logística e seu objetivo

é promover a mútua colaboração entre as associadas e os poderes públicos, na

busca do aprimoramento da regulação e da capacidade técnica, contribuindo

para o avanço e a consolidação da atividade regulatória em todo Brasil13.

A ABAR, em parceria com o Programa de Modernização do Setor de

Saneamento (PMSS), realizou em março de 2006 uma oficina internacional de

indicadores para regulação dos serviços de água e esgoto. Estiveram presentes

14 agências estaduais e municipais, além de representantes do ente regulador

de água (ETOSS) de Buenos Aires, do Sistema de Informação em Água e

Saneamento (SIAS) da Bolívia e da Associação de Entes Reguladores de Água

Potável e Saneamento das Américas (ADERASA) (XIMENES, 2006).

Como resultado da oficina, foi proposto um conjunto de indicadores para a

regulação do saneamento, a ser utilizado por todas as agências reguladoras. No

médio e longo prazo, esse conjunto permitiria a comparação de desempenho e

o desenvolvimento de benchmarking para o setor. Ademais, esses indicadores

poderiam alimentar a base de dados da ADERASA, propiciando comparações

com o desempenho no plano internacional (XIMENES, 2006).

O conjunto de indicadores para regulação do saneamento proposto na referida

oficina contemplava 23 indicadores, dos quais 10 eram exclusivos para os

serviços abastecimento de água, 6 (seis) para serviços de esgotamento sanitário

e 7 (sete) para ambos os serviços. Três dimensões foram consideradas, a saber:

econômico-financeiras, operacionais e qualidade. A Figura 25 ilustra os

quantitativos dos indicadores propostos pela ABAR e como os mesmos estariam

distribuídos nas respectivas dimensões.

13 Adaptado da página institucional da ABAR, disponível em http://abar.org.br/quem-somos/, acesso em 19 de agosto de 2017.

73

Figura 25 – Quantitativo de indicadores ABAR para regulação do saneamento e respectivas dimensões

Fonte: Elaborado pelos autores.

Desses indicadores propostos, é possível selecionar uma cesta de 15

indicadores que possuem relação direta com a regulação técnica operacional. A

Figura 26 apresenta essa seleção. Ressalta-se que alguns deles são os

mesmos usados pelo SNIS (seis indicadores) e outros possuem como referência

os indicadores da ADERASA (cinco indicadores). Alguns (quatro indicadores)

não possuem referências de outros sistemas. As referências SNIS e ADERASA

podem contribuir para a comparação de desempenho e o desenvolvimento de

benchmarking nos planos nacional e internacional, conforme observado por

Ximenes (2006).

74

Figura 26 – Indicadores da ABAR relacionados à regulação técnica

Fonte: Elaborado pelos autores.

75

A expectativa da ABAR era que a utilização do conjunto de indicadores pelas

agências ocorresse no horizonte de cinco anos após a realização da oficina.

Tratava-se de uma recomendação, haja vista que cada agência tinha autonomia

para determinar seus próprios indicadores e metodologias. Porém, apesar dos

esforços da entidade, tal iniciativa não prosperou. Entretanto, ficou registrada

como o primeiro grande esforço das agências reguladoras de saneamento

básico e de sua entidade nacional na busca da construção de um sistema de

indicadores, fato esse anterior à edição da Lei Federal n° 11.445/2007.

Ainda, segundo Ximenes (2006), foram propostas as seguintes recomendações

para a efetivação dos indicadores sugeridos:

Formalizar recomendações da ABAR às agências reguladoras para o uso dos indicadores sugeridos;

Realizar negociação entre agências e prestadores de serviços;

Compatibilizar definições e denominações com as do SNIS;

Sugerir ao SNIS revisões nas redações das definições dos indicadores; e

Necessidade de padronização da linguagem e dos conceitos, e de maior importância à definição dos indicadores.

Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento – PNQS

Instituído em 1997 pela ABES, o Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento,

desde então realiza premiações anuais visando estimular as melhores práticas

do setor. Para tal, instituiu prêmios às empresas que participem voluntariamente

do Programa segundo critérios de avaliação de desempenho baseados em

indicadores. Estes são utilizados como ferramenta de pontuação dos

prestadores participantes para os serviços de abastecimento de água,

esgotamento sanitário, manejo dos resíduos sólidos urbanos e manejo das

águas pluviais.

O PNQS é uma iniciativa instituída para (PNQS, 2017):

Estimular a busca e a aplicação de boas práticas de gestão pelas

organizações envolvidas com o setor de saneamento ambiental no país;

76

Reconhecer aquelas organizações que se destaquem pela utilização

dessas práticas e que apresentem resultados competitivos de

desempenho;

Captar e divulgar as práticas das organizações reconhecidas, em

seminários e publicações de relatórios de gestão e Cases finalistas e

vencedores; e

Promover eventos de capacitação gerencial para essas organizações.

Existem três categorias de premiação no PNQS: “As Melhores em Gestão no

Saneamento Ambiental” (AMEGSA); “Inovação da Gestão em Saneamento”

(IGS); e “Eficiência Operacional em Saneamento” (PEOS). Na categoria

AMEGSA, todo o sistema de gestão de uma organização candidata é avaliado.

Na segunda categoria (IGS), avalia-se uma prática de gestão específica que

tenha sido introduzida ao longo dos últimos cinco anos no calendário pela

organização candidata, na forma de um Case, e por fim, na terceira categoria

(PEOS), um Programa implantado para aumento da eficiência operacional é

avaliado na forma de um Case de oito tópicos (PNQS, 2017).

As dimensões avaliadas pelos indicadores são econômico-financeiros (17),

sociais e ambientais (11), clientes e mercado (14), pessoas (13), processos (40),

totalizando 95 indicadores. Ressalta-se que a maioria dos indicadores possuem

como referência os indicadores do SNIS. Observa-se, outrossim, referências

extraídas da IWA, da ERSAR e da IBNET, além de alguns indicadores criados

pelo próprio PNQS.

O Sistema de Avaliação de Performance da ARCE

A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará

(ARCE) é uma autarquia especial criada em 1997, dotada de autonomia

orçamentária, financeira, funcional e administrativa. Exerce as atividades de

regulação, incluindo a fiscalização (Lei n.º 14.394/09), sobre a qualidade e os

serviços de água e esgoto prestados pela CAGECE – Companhia de Água e

Esgoto do Ceará, podendo intermediar, dirimir conflitos derivados da prestação

do serviço, editar resoluções e normatizações e ainda realizar estudos

econômicos e análises tarifárias (ARCE, 2011).

77

Ciente da importância do papel dos indicadores de performance, enquanto

ferramenta de regulação que visa à proteção dos usuários e o amparo da

sustentabilidade dos serviços, a ARCE tem promovido diversas iniciativas nesse

domínio, entre as quais se destaca o Sistema de Informações Regulatórias de

Água e Esgoto (SIRAE). O SIRAE foi a primeira tentativa da ARCE de construção

de um sistema de informações, anterior a edição da Lei Federal n° 11.445/2007.

A construção do sistema contou com o apoio da SNSA e, apesar do sistema ter

operado por cerca de 2 (dois) anos, o mesmo não prosperou em função de

problemas de suporte de informática.

Posteriormente, a aplicação dos indicadores na atividade da ARCE mostrou

avanços por meio do uso de uma ferramenta regulatória integrada num modelo

de regulação Sunshine (ARCE, 2011).

Em 2011, a ARCE lançou, por meio do projeto de apoio à inclusão social e ao

crescimento econômico do Ceará (SWAPII), com o apoio financeiro do Banco

Mundial e com a consultoria do consórcio EBES, Ltda. / OPTIMALE, o Manual

de Indicadores de Performance para o Setor de Saneamento Básico, em relação

aos componentes abastecimento de água e esgotamento sanitário, com o

objetivo de promover o recurso a benchmarking e estimular a busca das

melhores práticas.

A estrutura elementar do Sistema da ARCE é definida por três dimensões

essenciais (ARCE, 2011):

Prestação de serviços: visa à proteção dos interesses dos usuários dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, sendo avaliada através da maior ou menor acessibilidade que os usuários têm aos serviços e da qualidade dos mesmos, subdividindo-se nos seguintes aspectos: acessibilidade do serviço (física e econômica) e qualidade do serviço prestado, incluindo a qualidade da água, continuidade e reclamações;

Gestão empresarial: traduz a proteção da sustentabilidade técnica e econômico-financeira da prestação dos serviços, sendo avaliada através dos seguintes aspectos: capacidade e condições das infraestruturas, recursos humanos e indicadores econômico-financeiros; e

Sustentabilidade ambiental: relaciona-se com a proteção ambiental, estando fundada em critérios de eficiência na utilização de recursos naturais.

78

Essas três dimensões agregam os diferentes indicadores de performance que

compõem o Sistema da ARCE, compreendendo 25 indicadores para o serviço

de abastecimento de água e 20 para o serviço de esgotamento sanitário. A

Figura 27 mostra os quantitativos dos indicadores do referido Sistema e como

estão eles organizados nas respectivas dimensões.

Figura 27 – Quantitativo de indicadores do Sistema de Avaliação de Performance da ARCE e respectivas dimensões

Fonte: Elaborado pelos autores.

A partir do Sistema de Avaliação de Performance da ARCE, também é possível

selecionar uma cesta de indicadores que podem ser úteis para a regulação

técnica. A Figura 28 ilustra essa seleção, a qual apresenta 24 indicadores.

79

Figura 28 – Indicadores da ARCE relacionados à regulação técnica

Fonte: Elaborado pelos autores.

80

Analisando-se o manual do Sistema de Avaliação de Performance da ARCE, é

possível destacar alguns aspectos positivos presentes no Sistema:

Agregação Territorial e Funcional: individualização do cálculo por Unidade de Avaliação, ou seja, por sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, de modo a maximizar a efetividade da análise e da comparação e estimular a melhoria do desempenho;

Implantação progressiva: Face à realidade do setor, admite-se que a implementação do Sistema seja progressiva, de modo a permitir a adaptação consistente do Prestador às novas exigências regulatórias;

Fatores explanatórios: A análise e a interpretação dos Indicadores de Performance devem estar sempre contextualizadas, sendo indispensáveis as considerações sobre os principais fatores explanatórios associados a cada indicador;

Análise Agregada e “Benchmarking”: Os Indicadores definidos permitem responder de forma assertiva sobre a qualidade e o desempenho da prestação dos serviços em cada Unidade de Avaliação ou unidade territorial ou operativa mais alargada. Cálculo e interpretação devem estar integrados a um processo vasto de “benchmarking” que abranja as etapas de: i) planejamento; ii) avaliação; iii) comparação; iv) estabelecimento de metas; V) definição de planos de ação; e v) implementação desses planos; e

Exatidão e Confiabilidade dos Dados: A etapa de análise da qualidade dos dados integra a metodologia de auditoria aos dados, a qual compreende análise documental, entrevistas, análise dos sistemas de informação, análise dos mecanismos de controle de qualidade (ouvidoria) e fiscalização direta.

Além dos pontos antes elencados, o Sistema da ARCE conta com análise da

performance e recomendações. Na análise da evolução dos Indicadores são

considerados os objetivos (targets) que o Regulador considera como alcançáveis

para cada Unidade de Avaliação.

No sentido de tornar mais perceptível a avaliação de performance para qualquer

stakeholder, é adotado um sistema de classificação pictórico que abrange quatro

níveis diferenciados em função da distância do resultado apurado ao target

definido nos termos do Quadro 9.

81

Quadro 9 – Classificações e targets do Sistema de Avaliação de Performance da ARCE

Classificação Resultado Targets

Excelente

Bom

Mediano

Ruim

Fonte: Adaptado de ARCE (2011).

A classificação de “Excelente” é atribuída às Unidades de Avaliação que

superem a meta definida pelo Regulador. As classificações de “Bom”, “Mediano”

e “Ruim” são atribuídas para cada Indicador de Performance em função da

distância do resultado alcançado em relação à meta definida pelo Regulador.

A metodologia do sistema de classificação do Sistema de Avaliação de

Performance da ARCE é baseada na Regulação Sunshine. Segundo Costa et

al. (2013), os resultados da avaliação devem ser expostos em relatórios de

prestação dos serviços, onde qualquer stakeholder possa ter fácil acesso e

compreensão. Nesse sentido, a tradução dos dados em códigos ou cores

proporciona simples entendimento para os interlocutores.

Para além da classificação individual de cada Indicador, pode ser atribuída uma

classificação global a cada Unidade de Avaliação ou a cada Agente Operativo14,

em resultado da análise agregada, que pode incluir uma componente qualitativa

e, quando possível, são apurados rankings de desempenho.

Por fim, destaca-se o processo final de divulgação que consiste no envio do

Relatório à Assembleia Legislativa, aos municípios, a outros stakeholders e aos

14 Agente Operativo: O órgão operativo (institucionalizado ou não), que abrange as infraestruturas, instalações, bens, pessoal e demais recursos, diretamente envolvido na prestação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em cada município (ARCE, 2011).

82

demais interessados, incluindo a mídia, a imprensa e as organizações de defesa

do consumidor. O Relatório Anual de Avaliação da Performance será também

objeto de divulgação universal através do site da internet do Regulador.

No âmbito da divulgação dos resultados da Avaliação da Performance, compete

ao Prestador enviar anualmente a todos os usuários em conformidade ao modelo

elaborado pelo Regulador, uma “Carta de Desempenho” contendo os resultados

do respectivo Prestador de Serviços no seu todo, em formato sintético, com

linguagem acessível e imagem apelativa (ARCE, 2011).

Cabe ressaltar que, quando da concepção do sistema de informações baseado

na regulação Sunshine, foi previsto um plano de implementação com diversas

etapas internas onde, inicialmente, as cartas de desempenho seriam

encaminhadas exclusivamente para o prestador de serviços, no sentido de se

verificar ajustes nas informações repassadas, bem como na metodologia

adotada.

83

4 FISCALIZAÇÃO DE PMSB: UM ASPECTO PARTICULAR DA FISCALIZAÇÃO INDIRETA

A Lei Federal n° 11.445/2007 definiu, como princípio fundamental para a

prestação dos serviços, a sua universalização, conceituada como a ampliação

progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico.

Como instrumento para o alcance da universalização dos serviços, a referida lei

instituiu o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), de acordo com o

conteúdo mínimo do art. 19, e cuja obrigatoriedade de elaboração recai sobre o

titular dos serviços.

Quanto à verificação do cumprimento do PMSB por parte dos prestadores de

serviços, a LDNSB atribuiu essa competência à entidade reguladora e

fiscalizadora dos serviços:

Art. 20 Parágrafo único. Incumbe à entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços a verificação do cumprimento dos planos de saneamento por parte dos prestadores de serviços, na forma das disposições legais, regulamentares e contratuais.

Ainda em relação à LDNSB, o art. 19 estabeleceu que a prestação de serviços

públicos de saneamento básico deverá observar plano, que poderá ser

específico para cada serviço, o qual abrangerá, no mínimo, entre outros:

I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas;

II - objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;

III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;

IV - ações para emergências e contingências;

V - mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas.

84

Para a avaliação da qualidade dos serviços e o acompanhamento dos

mecanismos e procedimentos para a avaliação da eficiência do PMSB e de suas

ações, deverão ser implantados sistemas de monitoramento e avaliação com

acompanhamento sistemático do cumprimento dos objetivos e das metas a

curto, médio e longo prazo da prestação dos serviços públicos dos componentes

do saneamento básico. Para tanto, deverão ser eleitos indicadores de qualidade

da prestação dos serviços que atendam aos princípios e às diretrizes definidas

para o Plano, de acordo com o determinado pela LDNSB. Deverão ainda ser

priorizados os indicadores que acompanhem as metas de acesso e da qualidade

da prestação dos serviços, da regularidade e frequência dos mesmos (BRASIL,

2014b).

Assim, os indicadores se configuram como ferramenta fundamental para a

atuação da entidade reguladora na verificação do cumprimento dos planos de

saneamento.

4.1 OBJETIVOS E METAS EM PMSB

Inicialmente, cabe apresentar os conceitos que diferenciam objetivos e metas,

pois ambos permeiam a elaboração e o acompanhamento dos indicadores do

PMSB (BRASIL, 2013):

OBJETIVOS: são enunciados resumidos do que de fato se deseja

alcançar com cada projeto, ou seja, objetivo é o que responde à

questão: o que se pretende alcançar?

METAS: são os parâmetros que irão balizar o alcance dos objetivos.

As metas declaram o quanto de fato se quer realizar, como ou quando

faremos, ou seja, é o elemento que permite inferir parâmetros de

medição ao alcance dos objetivos.

Um exemplo claro para ilustrar a diferença de ambos os conceitos é de um jogo

de arco e flecha, onde o objetivo simplesmente é o de acertar um alvo. Para esse

objetivo, é possível estabelecer uma meta, por exemplo, a de acertar esse alvo

exatamente em seu centro com no máximo 5 (cinco) tentativas, em um tempo

não superior a 20 (vinte) minutos.

85

Definir uma meta nada mais é do que traçar um objetivo com prazo e descrição.

Costa (2007) enfatiza que metas são valores quantitativos ou qualitativos a

serem atingidos num certo momento preestabelecido. Quando o período de

tempo para a implementação de uma estratégia é muito longo e as mudanças

planejadas são substanciais, deve-se determinar uma ou mais metas

intermediárias para permitir melhor acompanhamento ao longo do tempo.

Nesse sentido, as metas devem ser mensuráveis, exequíveis (terem viabilidade

econômico-financeira) e apresentar graduação (curto, médio e longo prazo). A

Figura 29 ilustra um exemplo de aplicação de objetivos e metas em PMSB.

86

Figura 29 – Exemplo hipotético de aplicação de objetivos e metas em PMSB

Na etapa de diagnóstico do PMSB do município “exemplo”, foi constatado que sua área urbana

apresenta problemas de descontinuidade no abastecimento, com frequentes reclamações de

usuários alegando falta d’água em determinados períodos do dia. O balanço de demanda,

considerando a população atual e a projeção populacional para vinte anos, mostra que o volume

de reservação necessário, não atende as demandas atuais e futuras. O déficit do volume de

reservatórios para o final do Plano é de 800 m³.

Balanço do volume de reservação

Ano Volume

necessário (m3)

Volume existente (m3)

Balanço (m3)

2016 900 400 - 500

2021 1.000 400 - 600

2026 1.100 400 - 700

2036 1.200 400 - 800

Ao elaborar o plano, com vigência de 20 anos (2017-2036), foram estabelecidos os seguintes

prazos:

Curto (2017-2021);

Médio (2022-2026);

Longo (2027-2036). Os objetivos e as metas foram estabelecidos de forma progressiva, baseado no estudo de

viabilidade econômico-financeiro, conforme mostrado a seguir:

Objetivos e metas propostas pelo PMSB do município “exemplo”

Fonte: Elaborado pelos autores.

87

4.2 INDICADORES EM PMSB

O estabelecimento de indicadores no PMSB, bem como o seu acompanhamento

ao longo da fase de implementação do plano, permite à agência reguladora

monitorar vários fatores, tais como: as metas de atendimento à população do

município com abastecimento de água e esgotamento sanitário; continuidade do

abastecimento de água e o atendimento aos padrões de potabilidade de água,

além dos padrões de emissão dos esgotos sanitários; implantação de obras e

melhorias na prestação dos serviços.

Os indicadores são utilizados tanto na etapa de diagnóstico do plano de

saneamento básico, quanto na etapa de avaliação da efetividade das ações

programadas, ou seja, na implementação do plano.

Na etapa de diagnóstico, os indicadores adotados são os sanitários,

epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos, com a finalidade de apontar os

impactos na qualidade de vida das pessoas por conta das deficiências existentes

no saneamento básico. Na etapa de avaliação, os indicadores deverão verificar

o atendimento das metas definidas. A Figura 30 mostra alguns exemplos de

informações e indicadores utilizados nas duas etapas do PMSB, tanto na fase

de elaboração, quanto na sua implementação.

88

Figura 30 – Exemplo de informações e indicadores nas etapas do Plano Municipal de Saneamento Básico

Fonte: Elaborado pelos autores.

89

4.3 UNIFORMIDADE DOS INDICADORES NOS PMSBS

De acordo com Galvão Jr. (2013), independentemente da localização geográfica

ou porte do município, os indicadores das metas de universalização devem ser

uniformes. Com isso, haverá possibilidade de se construir sistemas de

comparação de indicadores, permitindo ações de coordenação regional e

nacional acerca da evolução da universalização.

No entanto, vale acrescentar que qualquer ação de uniformidade é voluntária, ou

seja, depende do titular dos serviços, pois se trata de competência exclusiva do

mesmo.

Galvão Junior (2013) observa também que a uniformidade dos indicadores não

significa que, em função de particularidades locais e regionais, o município não

possa ter seus próprios indicadores específicos, mas isso se configura como

situação de exceção. Com efeito, é importante, por exemplo, que o indicador de

perdas adotado no Estado do Amapá, seja o mesmo daquele adotado para os

municípios de São Paulo e que todos eles tenham o mesmo conceito utilizado

pelo SNIS. O que irá diferenciar cada município, em termos de indicadores, será

o dimensionamento da meta e os prazos para alcançá-la, mais ou menos

agressivos, a depender da viabilidade econômico-financeira de cada delegação.

Outro aspecto relevante no tocante à uniformidade dos indicadores diz respeito

à gestão por parte de um prestador de serviços regional, caso cada uma de suas

delegações venha a definir para um determinado indicador, um conceito

diferente. O mesmo raciocínio se aplica a uma agência reguladora regional de

formato estadual ou consorciado, responsável pelo acompanhamento de

dezenas ou, até mesmo centenas de planos, cujos serviços são operados por

um prestador de serviços regional, ou por prestadores de várias naturezas.

Para ilustrar essa situação, a Figura 31 caricatura o caso da Agência

Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí – AGIR, que regula e

fiscaliza os serviços públicos de saneamento básico em 14 municípios, sendo 7

(sete) da concessionária estadual (CASAN), 5 (cinco) de autarquias municipais

(SAMAEs) e 2 (dois) de gestão compartilhada (município e CASAN).

90

Figura 31 – Situação de falta de uniformidade nos indicadores para o plano de saneamento em municípios regulados e fiscalizados pela AGIR

Fonte: Elaborado pelos autores.

91

Observa-se, na Figura 31 que os municípios adotaram em seus PMSBs

diferentes conceitos para os indicadores de perdas. Ademais, verifica-se que os

municípios operados pela CASAN também não uniformizaram esses

indicadores. Tal situação compromete a gestão do PMSB por parte dos

prestadores de serviços e seu acompanhamento por parte da AGIR. Essa

situação se repete no cenário nacional, onde várias agências reguladoras estão

tendo dificuldades para acompanhar as metas elaboradas nos planos devido à

falta de uniformidade dos indicadores.

Por fim, destaca-se que a adoção de indicadores uniformes, sempre que

possível, facilita o planejamento ao nível municipal, estadual e nacional, bem

como para o próprio SNIS/SINISA.

92

5 NORMAS E MODELOS EXISTENTES SOBRE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO – ARIS, AGERSA E AGEPAN

Nesta seção é realizada a análise das normas e modelos existentes nas

entidades reguladoras AGEPAN, AGERSA e ARIS, bem como em seus

prestadores de serviços regulados, juntamente com as respectivas bases de

dados adotadas na tomada de decisões sobre qualidade dos serviços e

qualidade da regulação. O foco desta análise se deu nos aspectos da avaliação

da qualidade e do desempenho dos serviços de abastecimento de água e de

esgotamento sanitário de cada uma das agências beneficiárias. Para tanto,

procedeu-se ao levantamento e análise das normas publicadas e das minutas

existentes nessas agências acerca do tema, sistemas de indicadores em uso ou

em implantação, bem como se analisaram os aspectos operacionais específicos

de cada agência relacionados à fiscalização indireta.

5.1 ARIS

A Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento – ARIS foi criada em 2009

com a participação dos municípios de Águas de Chapecó, Alto Bela Vista,

Coronel Freitas, Formosa do Sul, Iraceminha, Jardinópolis, Mondai, Monte Carlo,

Pinhalzinho e Turvo. O projeto de criação da ARIS foi conduzido pela Federação

Catarinense de Municípios – FECAM e pelas Associações de Municípios de

Santa Catarina. Em 2017, a Agência contempla 188 municípios catarinenses,

tendo como atribuições a regulação e a fiscalização de todos os componentes

do saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo

dos resíduos sólidos, limpeza urbana e drenagem pluvial). Os prestadores de

serviços regulados e fiscalizados pela ARIS são as companhias estaduais

(CASAN e SANEPAR), empresas privadas, autarquias municipais (SAMAEs) e

a própria Administração Direta, quando prestadora dos serviços (DAEs)15. O

Quadro 10 apresenta a relação dos municípios contemplados pela ARIS e os

respectivos prestadores dos serviços de abastecimento de água e esgotamento

sanitário.

15 Adaptado da página institucional da ARIS, disponível em http://aris.sc.gov.br/institucional, acesso em 23 de agosto de 2017.

93

Quadro 10 – Municípios consorciados à ARIS

Município Prestador Tipo de serviço

Natureza jurídica Informou

SNIS 2015?

Abelardo Luz CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Agronômica CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Água Doce CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Águas de Chapecó CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Águas Frias CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Alto Bela Vista PMABV Água Administração pública direta SIM

Anchieta CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Anita Garibaldi CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Arabutã PMA Água Administração pública direta SIM

Armazém CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Arroio Trinta CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Arvoredo PMA Água Administração pública direta SIM

Atalanta CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Aurora CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Balneário Gaivota SAMAE Água Autarquia SIM

Balneário Piçarras CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Balneário Rincão PMSN Água Administração pública direta SIM

Bandeirante CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Barra Bonita CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Barra Velha CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Bela Vista do Toldo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Bocaina do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Bom Jesus CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Bom Jesus do Oeste CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Bom Retiro CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Braço do Trombudo PMBT Água Administração pública direta SIM

Caçador CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Caibi CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Campo Belo do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Campo Erê CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Canelinha SEMAIS Água Autarquia SIM

Canoinhas CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Capão Alto CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Caxambu do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Celso Ramos CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Cerro Negro CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Chapadão do Lageado CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Chapecó CASAN Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Concórdia CASAN Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Cordilheira Alta PMCA Água e Esgoto Administração pública direta SIM

Coronel Freitas CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Coronel Martins PMCM Esgoto Administração pública direta SIM

Coronel Martins CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Correia Pinto CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Corupá PMC Água Administração pública direta SIM

Cunha Porã CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Cunhataí CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Dionísio Cerqueira CASAN Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Dona Emma CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Entre Rios PMER Água e Esgoto Administração pública direta NÃO

Ermo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Faxinal dos Guedes PMFG Esgoto Administração pública direta SIM

Faxinal dos Guedes CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Flor do Sertão PMFS Água Administração pública direta SIM

Formosa do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Forquilhinha CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Fraiburgo SANEFRAI Água e Esgoto Autarquia SIM

Galvão CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Garuva PMG Água Administração pública direta NÃO

Governador Celso Ramos SAMAE Água Autarquia SIM

Gravatal CASAN Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Guaraciaba CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Guaramirim PMG Água Administração pública direta SIM

Guarujá do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Guatambú CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Ibirama CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Ilhota CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Imbuia CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Iomerê CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Ipira CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Iporã do Oeste CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Ipuaçu CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Ipumirim CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

94

Quadro 10 – Continuação

Município Prestador Tipo de serviço

Natureza jurídica Informou

SNIS 2015?

Iraceminha CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Irani CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Irati PMI Água Administração pública direta SIM

Irineópolis CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Itá CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Itaiópolis CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Itapiranga PMI Água e Esgoto Administração pública direta SIM

Itapoá IS Água Empresa privada SIM

Ituporanga CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Jaborá CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Jaguaruna SAMAE Água Autarquia SIM

Jaguaruna AJ Água Empresa privada SIM

Jaraguá do Sul SAMAE Água e Esgoto Autarquia SIM

Jardinópolis CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Joinville CAJ Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

José Boiteux CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Jupiá CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Lajeado Grande PMLG Água Administração pública direta SIM

Laurentino CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Lauro Muller CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Lebon Régis CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Lindóia do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Lontras CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Mafra CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Maracajá CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Maravilha CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Marema CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Massaranduba PMM Água Administração pública direta SIM

Matos Costa CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Meleiro SAMAE Água Autarquia SIM

Mirim Doce CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Mirim Doce PMMD Esgoto Administração pública direta SIM

Modelo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Mondaí CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Monte Carlo PMMC Água e Esgoto Administração pública direta SIM

Monte Castelo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Navegantes SESAN Água Administração pública direta NÃO

Nova Erechim CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Nova Itaberaba PMNI Água Administração pública direta SIM

Nova Trento SAMAE Água Autarquia SIM

Novo Horizonte CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Otacílio Costa CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Ouro Verde CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Paial PMP Água Administração pública direta SIM

Painel CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Palhoça PMP Água e Esgoto Administração pública direta SIM

Palma Sola CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Palmeira CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Palmitos CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Paraíso CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Passos Maia CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Paulo Lopes CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Penha PMP Água Administração pública direta SIM

Peritiba CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Petrolândia CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Pinhalzinho CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Pinheiro Preto CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Pinheiro Preto PMPP Esgoto Administração pública direta SIM

Piratuba CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Planalto Alegre PMPA Água Administração pública direta NÃO

Ponte Alta CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Ponte Serrada CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Porto Belo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Porto União SANEPAR Água e Esgoto Sociedade de economia mista c/ administração privada SIM

Porto União CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Pouso Redondo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Presidente C. Branco CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Princesa CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Quilombo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Quilombo PMQ Esgoto Administração pública direta SIM

Rio das Antas CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Rio do Campo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Rio do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

95

Quadro 10 – Continuação

Município Prestador Tipo de serviço

Natureza jurídica Informou

SNIS 2015?

Rio Negrinho SAMAE Água e Esgoto Autarquia SIM

Rio Rufino SASB Água Autarquia SIM

Riqueza CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Romelândia CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Salete CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Saltinho CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Salto Veloso CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Santa Terezinha CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Santiago do Sul PMSS Água Administração pública direta SIM

São Bento do Sul SAMAE Água e Esgoto Autarquia SIM

São Carlos CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

São Cristovão do Sul CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

São Domingos CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

São Francisco do Sul ASFS Água Empresa privada SIM

São João Batista SISAM Água Autarquia SIM

São João do Itaperiú CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

São João do Oeste PMSJO Água Administração pública direta SIM

São José do Cedro PMSJC Água Administração pública direta SIM

São José do Cerrito CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

São Lourenço do Oeste CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

São Miguel da Boa Vista PMSMBV Água Administração pública direta SIM

São Miguel do Oeste CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Saudades SAMAE Água Autarquia SIM

Schroeder PMS Água Administração pública direta SIM

Seara CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Serra Alta PMSA Água e Esgoto Administração pública direta SIM

Siderópolis CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Sombrio PMS Água e Esgoto Administração pública direta SIM

Sul Brasil PMSB Água Administração pública direta SIM

Taió CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Tangará CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Tigrinhos PMT Água Administração pública direta SIM

Tijucas SAMAE Água Autarquia SIM

Três Barras SAMASA Água e Esgoto Autarquia NÃO

Treze Tílias CASAN Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Trombudo Central CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Turvo CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

União do Oeste CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Urubici CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Urupema CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Vargeão CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Vargem PMV Água Administração pública direta SIM

Vargem Bonita CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Vidal Ramos CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Vitor Meireles CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Witmarsum CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Xanxerê CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Xavantina CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Xaxim CASAN Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Fonte: Elaborado pelos autores.

A partir da leitura do Quadro 10 fica clara a complexidade do ambiente de

atuação da ARIS, com prestadores de diversas naturezas jurídicas, municípios

com mais de um prestador, e até mesmo município cujo um dos prestadores é

uma companhia do estado vizinho (o município de Porto União é operado pela

CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento, e pela SANEPAR

– Companhia de Saneamento do Paraná).

Cumpre ressaltar que em 2015, conforme registrado no Quadro 10, os

prestadores de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos

municípios de Entre Rios, Garuva, Navegantes, Planalto Alegre e Três Barras,

96

não informaram seus dados ao SNIS, sendo que os três primeiros prestam

serviços pela administração pública direta e a última por meio de autarquia.

Quanto à avaliação da qualidade e desempenho dos serviços de abastecimento

de água e esgotamento sanitário realizada pelos próprios prestadores de

serviços, verificou-se junto a ARIS que alguns destes municípios possuem

sistemas de avaliação baseado em indicadores, a saber:

SAMAEs: Jaraguá do Sul, Rio Negrinho e São Bento do Sul;

Empresas Privadas: Águas de São Francisco, Aguas de Penha, Itapoá

Saneamento, Águas de Jaguaruna e Jaguaruna Saneamento.

Companhias Estaduais: CASAN.

Segundo a Agência, o SAMAE de Jaraguá do Sul e as concessões de Itapoá

Saneamento e Jaguaruna Saneamento são os prestadores mais organizados

quanto ao uso de indicadores. Quando há necessidade, a Agência solicita e tem

acesso aos indicadores internos desses prestadores.

No que concerne às ações normativas da ARIS, compete ao Conselho de

Regulação da Agência, por meio de resoluções, normatizar:

Os procedimentos de fiscalização dos serviços regulados;

A cobrança das taxas de regulação e de fiscalização;

A aplicação de sanções ao prestador dos serviços regulados; e

Os parâmetros e procedimentos aplicáveis à prestação dos referidos

serviços.

Assim, no exercício de suas atribuições regulatórias, a ARIS, ao longo de sua

existência, publicou um conjunto de resoluções disciplinando aspectos

específicos dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. A

Figura 32 sumariza os normativos publicados pela ARIS relacionados à

regulação da qualidade, bem como as resoluções propostas no âmbito do projeto

Regulasan16.

16 As resoluções criadas/revisadas no âmbito do projeto Regulasan fazem parte do escopo da Ação I – Adequação e Formulação de Normas e Instrumentos Regulatórios.

97

Figura 32 – Normativos publicados pela ARIS e normativos propostos no âmbito do projeto Regulasan

2011

Resolução 001/2011

Estabelece condições gerais da prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Resolução 002/2011

Estabelece procedimentos gerais das ações de fiscalização aos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.

Resolução 003/2011

Estabelece Aplicação de penalidades por irregularidades na prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

2012

Resolução 004/2012

Estabelece Procedimentos de Consultas e Reclamações dos Usuários dos Serviços de Saneamento Básico.

2016

Resolução 001/2016

Estabelece a obrigatoriedade do preenchimento e encaminhamento das informações do Sistema de Informações sobre Saneamento (SISARIS), e revoga a Instrução/Diretor Geral n. 002/2002.

Resolução 008/2016

Estabelece procedimentos para coleta, sistematização de dados e cálculo de indicadores, para avaliação da evolução de desempenho da prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário dos municípios regulados pela ARIS.

2017 (REGULASAN)

Normativos criados/revisados no âmbito do

REGULASAN

‒ Condições gerais da prestação dos SAA e SES; ‒ Condições gerais para os procedimentos de fiscalização na prestação dos SAA e SES; ‒ Penalidades; ‒ Condições, procedimentos e metodologia de cálculo de reajuste das tarifas e preços públicos dos SAA e SES;

Normativos criados/revisados no âmbito do

REGULASAN

‒ Condições, procedimentos e metodologia de cálculo de reajuste das tarifas e preços públicos dos SAA e SES; ‒ Condições gerais para a celebração de Contrato de Demanda Garantida de Água Bruta ou Potável; ‒ Descontinuidade dos Serviços. ‒ Condições, procedimentos e metodologia de cálculo de reajuste das tarifas e preços públicos dos SAA e SES;

Fonte: Elaborado pelos autores.

98

Apresenta-se, a seguir, a análise de cada um dos normativos publicados pela

ARIS no que tange a regulação da qualidade, especialmente sobre os aspectos

relacionados à avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, através da fiscalização indireta.

Resolução Normativa ARIS 001/2011

A Resolução Normativa ARIS 001/2011 (ARIS, 2011a), de acordo com o art. 1°,

destina-se a estabelecer as condições gerais a serem observadas na prestação

dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário

pelos prestadores de serviços regulados pela Agência e disciplinar o

relacionamento entre estes e os usuários.

Quanto aos aspectos relacionados à fiscalização indireta, a referida Resolução

traz a obrigatoriedade do envio das informações ao SNIS e ao SISÁGUA por

parte dos prestadores de serviços e a obrigatoriedade do encaminhamento da

cópia dessas informações à ARIS, para sua utilização tempestiva no exercício

da regulação e da fiscalização.

Resolução Normativa ARIS 002/2011

A Resolução Normativa ARIS 002/2011 (ARIS, 2011b) estabelece, conforme

disposto no art. 1o, os procedimentos e as responsabilidades relativas às

atividades de fiscalização realizadas pela Agência Reguladora nas instalações

do prestador de serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário

e os procedimentos de aplicação de penalidades.

Devem os prestadores de serviço fornecer, dentro dos prazos

estabelecidos pelos órgãos responsáveis, as informações junto ao

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS),

vinculado ao Ministério das Cidades e ao Sistema de Informação de

Vigilância da Qualidade de Água para Consumo Humano (SISÁGUA),

vinculado ao Ministério da Saúde e aos órgãos estaduais e municipais

de vigilância sanitária.

§ 1º- Quando da prestação de informações ao SNIS e ao

SISÁGUA, deverá o prestador de serviços encaminhar cópia dessas

informações à ARIS.

Art. 16.

99

Observa-se que tal resolução abarca apenas as atividades relacionadas à

fiscalização direta.

Resolução Normativa ARIS 003/2011

Conforme disposto em seu art. 1o, a Resolução Normativa ARIS 003/2011 (ARIS,

2011c) determina as penalidades aplicáveis aos prestadores de serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, define as hipóteses de

aplicação e dá outras providências.

É possível identificar na referida Resolução a previsão de penalidades para

descumprimento de obrigações relacionadas à fiscalização indireta. Nesse

campo, a Agência estabelece penalidades para o descumprimento do envio das

informações necessárias para a elaboração de indicadores para a regulação da

qualidade dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

De outro modo, há a previsão de penalidade para o prestador de serviços que

deixar de implementar as metas definidas e aprovadas nos Planos de

Saneamento.

Quanto à aplicação dessa penalidade, cabe lembrar ser competência da

entidade reguladora a verificação do cumprimento do PMSB por parte dos

prestadores de serviços, conforme o estabelecido no art. 20 da Lei Federal n°

É infração do Grupo 2, de natureza média, sujeita à penalidade de

advertência ou multa, o descumprimento das seguintes obrigações:

[...]

VIII - encaminhar à ARIS as informações necessárias à

elaboração dos indicadores utilizados para a apuração da

qualidade dos serviços de abastecimento de água,

esgotamento sanitário e econômico financeiros na forma e nos

prazos estabelecidos nos dispositivos legais aplicáveis.

Art. 12.

É infração do Grupo 3, de natureza alta, sujeita à penalidade de

advertência ou multa, o descumprimento das seguintes obrigações:

[...]

VII - implementar, na forma e nos prazos previstos, as metas

definidas e aprovadas nos Planos de Saneamento editados

pelo titular dos serviços e nos contratos de programa ou

concessão;

Art. 13.

100

11.445/2007. Ressalte-se que os indicadores estabelecidos no PMSB se

configuram como ferramenta fundamental no exercício da verificação do

cumprimento do Plano pela entidade reguladora, sem os quais se tornaria

dificultosa sua atuação na verificação da implementação das metas definidas e

aprovadas nos Planos de Saneamento e a respectiva aplicação da penalidade

prevista pela Agência, em caso de descumprimento.

Cabe acrescentar haver penalidade prevista para o caso de descumprimento no

fornecimento de informação idônea à Agência, por parte dos prestadores de

serviços, conforme estabelecido no art. 14, inciso IV. Lembrando que a

informação é requisito indispensável para uma regulação eficaz, principalmente

na implementação da fiscalização indireta através do uso de indicadores.

Resolução Normativa ARIS 004/2012

A Resolução Normativa ARIS 004/2012 (ARIS, 2012) dispõe sobre

procedimentos de consultas e reclamações dos usuários dos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, coleta, transporte e disposição

final de resíduos, limpeza urbana e sistema de drenagem. Não se identifica na

referida resolução aspectos relacionados à fiscalização indireta.

Instrução/Diretor Geral 001/2016

A Instrução/Diretor Geral nº 001/2016 (ARIS, 2016a) estabelece a

obrigatoriedade do preenchimento e encaminhamento das informações do

Sistema de Informações sobre Saneamento (SISARIS), módulos Água, Esgoto

e Resíduos e revoga a Instrução/Diretor Geral n° 002/2002.

As instruções que competem aos prestadores de serviços de abastecimento de

água e esgotamento sanitário estão dispostas no art. 1o.

É infração do Grupo 4, de natureza altíssima, sujeita à penalidade de

advertência ou multa, o descumprimento das seguintes obrigações:

[...]

IV - fornecer sempre informação idônea a ARIS, ao titular dos

serviços ou ao usuário;

Art. 14.

101

Em caso de descumprimento dessas instruções, o art. 3o prevê lavratura de

Termo de Notificação, com fundamento na pena prevista no art. 12, inciso VIII

da Resolução/ARIS n° 003/2011.

Resolução Normativa ARIS 008/2016

A Resolução Normativa ARIS 008/2016 (ARIS, 2016b), publicada em 11 de

fevereiro de 2016, estabelece os procedimentos para coleta, sistematização de

dados e cálculo de indicadores para avaliação da evolução de desempenho da

prestação dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento

sanitário dos municípios regulados pela ARIS. Trata-se, portanto, do principal

normativo da Entidade Reguladora referente à fiscalização indireta.

O art. 1o dessa resolução define seus objetivos:

Logo em seguida, o art. 3o estabelece as definições adotadas na resolução

normativa em análise. Merecem destaque os incisos VIII e IX:

Ficam os prestadores de serviços públicos de abastecimento de água

e esgotamento sanitário obrigados a encaminharem, até o vigésimo

dia do mês subsequente ao de referência, as informações requeridas

no Sistema de Informações sobre Saneamento da ARIS (SISARIS),

módulos Sistema de Abastecimento de Água Potável e Sistema de

Esgotamento Sanitário, relativas às amostragens e análises de

potabilidade de água, exigidas pela Portaria n. 2.914/2011, do

Ministério da Saúde.

§ 1º O preenchimento das informações ocorrerá mediante

acesso ao link “web.chapeco.sc.gov.br/aris”, até o vigésimo

dia do mês subsequente ao de referência.

§ 2º Deverá o prestador de serviços de abastecimento de água

potável encaminhar o Plano de Amostragem aprovado pela

Vigilância Sanitária Municipal até o dia 01 de março de cada

ano, através do endereço eletrônico [email protected]

Art. 1°

Esta Resolução Normativa tem como objetivo a definição dos

indicadores e a forma de apresentação destes, que serão utilizados

para avaliação da prestação dos serviços públicos de abastecimento

de água e de esgotamento sanitário dos municípios regulados pela

ARIS.

Art. 1°

102

Observa-se que a referência proposta para avaliar se o resultado do indicador é

satisfatório ou insatisfatório é o SNIS para o Estado de Santa Catarina. Ressalta-

se que os valores médios encontrados para o Estado estão, geralmente, abaixo

do padrão nacional ou regional. Ainda, o processo de elaboração dessa

Resolução de indicadores e da metodologia para avaliação se deu num amplo

debate com diversos atores (prestadores de serviços, consultores, reguladores

de outras agências, consulta pública), inclusive sobre a adoção dessas

referências. No entanto, conforme discutido com a ARIS em reunião17 realizada

na Agência, há ainda espaço para debater algumas das referências propostas

na metodologia.

O art. 5o dispõe sobre a unidade de planejamento para o cálculo dos indicadores.

No contexto da definição da unidade de planejamento, deve-se levar em conta

situações onde, em um mesmo município, há diversos sistemas operados pelo

mesmo prestador. A Figura 33 ilustra situação hipotética sobre a definição da

unidade de planejamento.

17 Reunião realizada na ARIS em 05 de dezembro de 2016, com a presença do corpo técnico da Agência e Consultor da Ação VI, para apresentação dos sistemas de informações utilizados ou em fase de desenvolvimento pela Agência.

Para os fins dessa Resolução Normativa são adotadas as seguintes

definições:

[...]

VIII - Satisfatório: que satisfaz; regular; que corresponde ao

que se espera; um resultado satisfatório; suficiente; aceitável;

cenário igual ou superior ao referenciado no SNIS para o

Estado de Santa Catarina.

IX - Insatisfatório: que não satisfaz; que deixa a desejar;

insuficiente; ruim; fraco; cenário inferior ao referenciado no

SNIS para o Estado de Santa Catarina.

Art. 3°

A unidade de planejamento para cálculo dos indicadores será,

preferencialmente, o Município, podendo ser considerado o modelo

de delegação dos serviços definido pelo Poder Concedente.

Art. 5°

103

Figura 33 – Situação hipotética: definição da unidade de planejamento para cálculo dos indicadores

O município exemplo está organizado administrativamente em três distritos (Sede municipal e

Distritos A e B), os quais possuem sistemas de abastecimento de água independentes, operados

pelo mesmo prestador de serviços (Prestador X).

Fórmula de Cálculo (IN049) Informações envolvidas Unidade

AG006 + AG018 – AG010 – AG024 AG006 + AG018 – AG024

AG006: Volume de água produzido AG010: Volume de água consumido AG018: Volume de água tratada importado AG024: Volume de serviço

%

Sabe-se que os SAAs do município exemplo não importam água tratada durante o ano (AG018

é nulo). As demais informações e o resultado do cálculo do indicador são apresentados a seguir:

Observa-se, no exemplo em tela, que a unidade de planejamento adotada no sistema de

indicadores da Agência Reguladora é o sistema de abastecimento de água. Logo, é possível

obter o índice de perdas de cada um desses sistemas. No caso analisado, os distritos A e B

possuem índices de perdas bem superiores à sede municipal. Por outro lado, caso a unidade de

planejamento adotada fosse o município, o índice de perdas resultaria em 24%. Portanto, a

adoção do nível de agregação do indicador em uma escala maior, pode mascarar inadequações

em sistemas menores ou vice-versa.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Recomenda-se que a unidade de planejamento para o cálculo dos indicadores da ARIS seja o menor nível possível, de modo a maximizar a efetividade da análise e da comparação e estimular a melhoria do desempenho.

Na sequência, os arts. 6o e 7o tratam do fornecimento e periodicidade dos dados

por parte dos prestadores de serviço.

A Agência Reguladora responsável pela regulação e

fiscalização dos serviços de abastecimento de água do

município exemplo, deseja avaliar as perdas na

distribuição de água, através do indicador “índice de

perdas na distribuição”, que possui a seguinte

formulação:

SAA – Sede AG006: 5.000 (1.000 m³/ano)

AG010: 4.000 (1.000 m³/ano)

AG024: 300 (1.000 m³/ano)

IN049 = 15%

SAA – Distrito A AG006: 1.000 (1.000 m³/ano)

AG010: 500 (1.000 m³/ano)

AG024: 50 (1.000 m³/ano)

IN049 = 47%

SAA – Distrito B AG006: 1.000 (1.000 m³/ano)

AG010: 500 (1.000 m³/ano)

AG024: 50 (1.000 m³/ano)

IN049 = 47%

104

A Metodologia para Avaliação da Evolução dos Indicadores de Desempenho,

constante no Anexo I da Resolução 008/2016, possui como base para a

formulação dos indicadores o SNIS. Ao comparar as datas previstas no art. 7o,

com o cronograma estabelecido para o SNIS, ano referência 2015, verifica-se

que a Agência acaba somente antecipando os dados que já são públicos. A

Figura 34 mostra a comparação do cronograma dos dois sistemas.

Figura 34 – Cronograma de atividades dos sistemas de indicadores da ARIS e do SNIS

Fonte: Elaborado pelos autores.

Mantido isto, ou seja, a base do sistema da ARIS semelhante à base de

indicadores do SNIS e datas das atividades conforme estipulado no art. 7o,

caberá a Agência focar no trabalho de validação dos dados do SNIS. Conforme

já mencionado, está sendo iniciado um trabalho do MCidades junto à ABAR com

O prestador de serviços deve fornecer todas as informações

necessárias para a aplicação da metodologia - METODOLOGIA

PARA AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE

DESEMPENHO - conforme descrito no Anexo I.

Parágrafo único. O prestador de serviços deverá fornecer

todas as informações em meio digital, conforme modelo definido pela

ARIS.

Art. 6°

As informações quanto aos indicadores deverão ser coletadas

seguindo-se as seguintes datas:

I - Período de referência do indicador: janeiro a dezembro de

cada ano (ano anterior ao do envio);

II - Período de envio do indicador: até o décimo dia do mês de

abril; e

III - Período para publicação do relatório anual: até a primeira

quinzena do mês de novembro;

Art. 7°

105

as entidades reguladoras para desenvolvimento de metodologias de auditoria e

certificação de informações do SNIS.

Por fim, destaca-se nas disposições finais, o art. 14º, transcrito a seguir:

Analisa-se a seguir, a Metodologia para Avaliação dos Indicadores de

Desempenho, constante no Anexo I da Resolução Normativa ARIS 008/2016.

Metodologia para Avaliação dos Indicadores de Desempenho

O sistema elaborado pela ARIS é composto por um conjunto de indicadores que

tem como finalidade o mapeamento de riscos e a verificação dos controles

utilizados pelos prestadores, além de indicar melhorias nos processos que

poderão ser adotadas por estes, classificando‐os conforme seu nível de

representatividade.

Com base na recomendação da CTSan/ABAR e no SNIS, a Agência escolheu

19 indicadores e os agrupou em cinco dimensões, conforme mostrado no

Quadro 11.

Esta resolução não desobriga o prestador de disponibilizar as

informações relativas aos indicadores contidos nos PMSB – Planos

Municipais de Saneamento Básicos e nos Contratos de Programa e

Concessão, assim como as metas de desempenho por estes

estabelecidas.

Art. 14.

106

Quadro 11 – Indicadores de Desempenho da ARIS

Dimensão Indicadores

Contexto

‒ IN020: Extensão da Rede de Água por Ligação (m/lig.)

‒ IN001: Densidade de Economias de Água por Ligação (econ./lig.)

‒ IN053: Consumo Médio de Água por Economia (m³/mês/econ.)

‒ IN043: Participação das Economias Residenciais de Água no Total

das Economias de água (%)

Eficiência

‒ IN049: Índice de Perdas na Distribuição (%)

‒ IN102: Índice de Produtividade de Pessoal Total

(ligações/empregados)

‒ IN060: Índice de Despesa por Consumo de Energia Elétrica nos

Sistemas de Água e Esgotos (R$/kWh)

‒ IN026: Despesa de Exploração por m³ Faturado (R$/m³)

‒ IN008: Despesa Média Anual por Empregado (R$/empreg.)

Qualidade

‒ IN009: Índice de Hidrometração (%)

‒ IN011: Índice de Macromedição (%)

‒ IN084: Incidência das Análises de Coliformes Totais Fora do Padrão

(%)

‒ IN082: Extravasamentos de Esgotos por Extensão de Rede

(extrav./Km)

Universalização

‒ IN023: Índice de Atendimento Urbano de Água (%)

‒ IN024: Índice de Atendimento Urbano de Esgoto em Relação ao

Atendimento com Abastecimento de Água (%)

‒ IN016: Índice de Tratamento de Esgoto (%)

Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).

A partir da análise do Quadro 11, são realizadas as seguintes observações:

Deve-se pensar sobre a pertinência da utilização conjunta de outros

indicadores de qualidade da água, como os que avaliam a conformidade

de cloro e turbidez. Nesse sentido, experiências no âmbito nacional

mostram a utilização de mais indicadores que avaliam a qualidade da

água. É o caso da ABAR e da ARCE que adotam os indicadores de cloro

e turbidez;

Ainda sobre a qualidade da água, a Portaria nº 2.914/11 do MS (BRASIL,

2011) estabelece a necessidade de controle do grupo de coliformes e-coli,

sem tolerar qualquer nível de amostras fora do padrão, pois esse grupo

representa risco concreto à saúde humana. Portanto, recomenda-se

também a utilização de indicadores que avaliem os resultados em termos

de presença do grupo e-coli;

A Portaria nº 2.914/11 do MS estabelece também, valores máximos

permitidos (VMP) para diversas substâncias químicas que representam

107

risco à saúde (metais pesados). No entanto, apesar de ser uma tendência

internacional, a vigilância dessas substâncias ainda não é uma prática

comum adotada no monitoramento dos sistemas de abastecimento de

água do País. Sobre esse aspecto, o Sistema de Informação de Vigilância

da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA) não exige o

acompanhamento dessas substâncias, limitando-se ainda aos

parâmetros turbidez, cor, pH, fluoreto, desinfecção, coliformes totais e

escherichia coli. O PLANSAB também corrobora com essa tendência

verificada no País, pois traçou como meta, apenas o indicador coliformes

totais. Seu Relatório Anual de Avaliação (BRASIL, 2015) chama atenção

para a necessidade de se incluir também, como meta do Plano, o

indicador e-coli, mas não menciona nada sobre metais pesados;

O indicador IN082 merece ser analisado quanto a sua viabilidade, uma

vez que a aquisição e o processamento dos dados não é tarefa simples,

ou seja, tal indicador é de difícil mensuração por parte do prestador de

serviços. O Quadro 12 mostra a formulação do referido indicador.

Quadro 12 – Formulação do indicador IN082 – Extravasamentos de Esgotos por Extensão de Rede

Fórmula de Cálculo Informações envolvidas Unidade

IN082 = QD011 ES004

ES004: Extensão da rede de esgotos QD011: Quantidades de extravasamentos de esgotos registrados

extrav./Km

Fonte: Elaborado pelos autores.

Observa-se que a informação QD011 depende do fiel registro das

ocorrências de extravasamento de esgotos. Esse registro pode ocorrer

por iniciativa do prestador, mediante intensiva fiscalização, ou através de

denúncias de usuários. No entanto, as duas formas de registros nem

sempre são implementadas. Dependendo da escala do sistema, o

prestador não consegue cobrir toda a extensão de rede de esgotos

diariamente, verificando as ocorrências de extravasamentos. Por outro

lado, nem sempre os usuários se manifestam quando observam

extravasamentos na rede de esgotos.

Quanto aos indicadores de universalização, aqueles aspectos observados

por Espírito Santo (2015) (Quadro 8) acerca das informações

108

provenientes do IBGE devem ser considerados. O Quadro 13 apresenta

a formulação dos indicadores IN023 e IN024, onde é possível identificar

a dependência da informação da população urbana residente dos

municípios oriunda do IBGE.

Quadro 13 – Formulação dos indicadores IN023 e IN024 Formulação Informações envolvidas Unidade

IN023 = AG026 GE06a

AG026: População urbana atendida com abastecimento de água; G06a: População urbana residente dos municípios com abastecimento de água;

Percentual

IN024 = ES026 GE06a

ES026: População urbana atendida com esgotamento sanitário G06A: População urbana residente dos municípios com abastecimento de água

Percentual

Nota: POP_URB: População urbana do município do ano de referência (Fonte: IBGE).

Fonte: Elaborado pelos autores.

Segundo observou Espírito Santo (2015), a informação G06A é obtida

junto ao IBGE em anos de contagem populacional e de realização de

censos demográficos. Para anos em que o IBGE não efetua levantamento

populacional, G06A é obtido considerando a população residente no

município estimada pelo Instituto para o referido ano e o último índice de

urbanização por meio do censo ou da contagem populacional. Essa

situação pode proporcionar distorções na população residente, podendo

ir se acentuando com o passar dos anos. Além disso, a população urbana

atendida com abastecimento de água, urbana (AG026) apresenta

distorções, pois na sua obtenção são levadas em considerações as

economias residenciais ativas (AG013), sem o devido abatimento das

economias que não contam com moradores residentes, como, por

exemplo, residências de veraneio, finais de semana, imóveis

desocupados, entre outros. Ainda segundo Espírito Santo (2015), a

solução passa pela criação de mecanismos que garantam respostas

adequadas aos campos de observações para que se obtenham

informações cada vez mais qualificadas. Nesse sentido, os fatores

explanatórios são fundamentais;

É importante analisar a pertinência de incluir outros indicadores que

avaliem a escala global do município, por exemplo, os que fornecem os

índices de atendimento total de água e esgoto.

109

Classificação dos Indicadores

Para compor a classificação dos indicadores, a ARIS estabeleceu parâmetros

que têm como principais referências a Portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde

e as metas apresentadas no PLANSAB. O Quadro 14 mostra os indicadores de

água e esgoto definidos pela ARIS que estão correlacionados com o PLANSAB.

Quadro 14 – Indicadores dos serviços de água e esgoto definidos pela ARIS dentre os selecionados pelo PLANSAB.

Indicador Descrição

A2 Número de domicílios urbanos abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou

nascente com canalização interna / Total de domicílios urbanos [Censo 2010]

A4 Número de municípios com amostras de coliformes totais na água distribuída em

desacordo com o padrão de potabilidade (Portaria nº 2.914/11) no ano / Número total de municípios com controle de coliformes totais na água distribuída no ano

A6 Índice de perdas de água na distribuição (Vol. de água disponibilizado - Vol. de água

consumido) / Vol. de água disponibilizado) [SNIS 2010]

E4 Índice de tratamento de esgoto coletado (Volume de esgoto coletado tratado / Volume

de esgoto coletado) [PNSB 2008]

Nota: As informações entre colchetes referem-se às fontes para os valores iniciais do indicador.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Cumpre informar que o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB),

aprovado em dezembro de 2013, é o instrumento de planejamento da União.

Além de ser obrigatório, deve ser avaliado anualmente, e revisado a cada quatro

anos, conforme estabelecido na Lei Federal n° 11.445/2007 (art. 52). Os

Relatórios de Avaliação Anual são disponibilizados no sítio dos Ministérios das

Cidades18 e até o fechamento da presente publicação, encontravam-se

disponibilizados os Relatórios de 2014 e 2015.

O Relatório de Avaliação Anual do PLANSAB, ano base 2014 (BRASIL, 2015)

apresentou críticas aos indicadores considerados quando da sua elaboração.

Para o indicador A4, por exemplo, o PLANSAB previu a redução dos valores de

2010 em desconformidade com a Portaria nº 2.914/2011 do MS, em 15%, 25%

e 60% nos anos 2018, 2023 e 2033, respectivamente. Observa-se, entretanto,

inconsistência sobre a quais valores se referem. A Tabela 6.1 do PLANSAB

define que o indicador A4 se refere ao percentual de municípios com amostras

18 Os Relatórios de Avaliação Anual são disponibilizados no sítio do Ministérios das Cidades, disponível em: http://www.cidades.gov.br/saneamento-cidades/plansab/relatorio-de-avaliacao. Acesso em 25 de novembro de 2017.

110

de coliforme total em desconformidade com a Portaria, enquanto que a Tabela

6.2 faz referência ao percentual de amostras analisadas que apresentaram

resultados de desconformidades. A Figura 35 apresenta os recortes extraídos

das referidas tabelas constantes no PLANSAB, onde é possível constatar as

divergências.

Figura 35 – Divergências das definições do indicador A4 constantes no PLANSAB.

Recorte extraído da Tabela 6.1 do PLANSAB

Recorte extraído da Tabela 6.2 do PLANSAB

Fonte: Elaborado pelos autores.

Ainda sobre o indicador A4, outras inconsistências são apontadas pelo Relatório

de Avaliação Anual. A Portaria nº 2.914/2011 do MS determina que o controle

das amostras seja realizado mensalmente por sistema de distribuição, enquanto

que o PLANSAB indica que o controle seja anual e os dados do SISÁGUA,

utilizados na sua avaliação, sejam tabulados por município. O referido Relatório

também recomendou a alteração do indicador A4, considerando que a avaliação

dos resultados seja em termos de presença do grupo e-coli.

Como referência para classificação dos seus indicadores correlacionados aos do

PLANSAB, a ARIS utilizou as metas deste para a região Sul, conforme pode ser

visualizado no Quadro 15.

111

Quadro 15 – Indicadores adotados pela ARIS e metas do PLANSAB para a região sul do País

Indicador Ano Sul

A2 Número de domicílios urbanos abastecidos por rede de distribuição ou por poço ou nascente com canalização interna / Total de domicílios urbanos [Censo 2010]

2010 98

2018 100

2023 100

2033 100

A4 Número de municípios com amostras de coliformes totais na água distribuída em desacordo com o padrão de potabilidade (Portaria nº 2.914/11) no ano / Número total de municípios com controle de coliformes totais na água distribuída no ano

2018

(1) 2023

2033

A6 Índice de perdas de água na distribuição (Vol. de água disponibilizado - Vol. de água consumido) / Vol. de água disponibilizado) [SNIS 2010]

2010 35

2018 33

2023 32

2033 29

E4 Índice de tratamento de esgoto coletado (Volume de esgoto coletado tratado / Volume de esgoto coletado) [PNSB 2008]

2008 59

2018 73

2023 80

2033 94

Nota: (1) Para o indicador A4 foi prevista a redução dos valores de 2010 em desconformidade com a Portaria nº 2.914/11, do MS, em 15%, 25% e 60% nos anos 2018, 2023 e 2033, respectivamente.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Observe-se que as metas estabelecidas pelo PLANSAB necessitam ser

revisadas, pois os cenários econômicos previstos pelo mesmo não se

configuraram.

Quanto à parametrização dos indicadores de desempenho empregada, a ARIS

propôs a classificação em cores, considerando o estímulo à participação social,

especialmente quanto à facilidade que o usuário terá de entender a informação.

Para tanto, a Agência indicou os intervalos e limites quantitativos para cada um

dos indicadores, os quais foram divididos em níveis distintos, “Ideal”,

“Satisfatório”, “Insatisfatório” e “Não Informado”, representados por diferentes

cores (Figura 36). Na referida figura, apresentam-se também alguns

comentários.

112

Figura 36 – Metodologia de parametrização dos indicadores da ARIS

Comentário: Questiona-se a proposição do cenário adotado, haja vista que os cenários previstos pelo PLANSAB não se configuraram.

Comentário: Conforme o mencionado, os valores médios encontrados para o Estado estão, geralmente, abaixo do padrão nacional ou regional, e portanto, pode não ser o mais adequado adotar o SNIS do Estado como referência.

Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).

Constata-se que essa metodologia de parametrização por cores propicia a

regulação por exposição, ou seja, pela comparação de desempenho e

divulgação ostensiva dos resultados (regulação Sunshine).

O Quadro 16 apresenta os indicadores da ARIS divididos em categorias, com

os equivalentes indicadores presentes no PLANSAB, bem como a referência

utilizada para as faixas de classificação dos mesmos.

113

Quadro 16 – Indicadores da ARIS e correspondente referência utilizada para classificação

Dimensão Indicador

(ARIS/SNIS)

Indicador Correspondente

(PLANSAB)

Referência Utilizada p/ Faixa de Classificação

Contexto

IN020

IN001

IN053

IN043

ARIS

ARIS

ARIS

ARIS

Eficiência

IN049

IN102

IN060

IN026

IN008

A6 PLANSAB

ARIS

ARIS

ARIS

ARIS

Econômico-

Financeiro

IN004

IN030

IN029

ARIS

ARIS

ARIS

Qualidade

IN009

IN011

IN084

IN082

ARIS

ARIS

A4 PLANSAB

ARIS

Universalização

IN023

IN024

IN016

A2 PLANSAB

ARIS

E4 PLANSAB

Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).

Já o Quadro 17 mostra os intervalos de referências adotados pela ARIS para

todos os indicadores do sistema, exceto para os econômico-financeiros, por

razões já expostas.

114

Quadro 17 – Indicadores da ARIS e respectivos intervalos de referência

Indicador Descrição Unid Intervalos de referência

IN020 Extensão da Rede de Água por

Ligação m/ligação Não referenciado

IN001 Densidade de Economias de Água

por Ligação economia/

ligação Não referenciado

IN053 Consumo Médio de Água por

Economia (m³/mês)/ economia

Não referenciado

IN043 Participação das Economias

Residenciais de Água no Total das Economias de água

% Não referenciado

IN049 Índice de Perdas na Distribuição %

IN102 Índice de Produtividade de Pessoal

Total ligação/

empregado

IN060 Índice de Despesa por Consumo de

Energia Elétrica nos Sistemas de Água e Esgotos

R$/KWh

IN026 Despesa de Exploração por m³

Faturado R$/m³

IN008 Despesa Média Anual por

Empregado R$/

empregado

IN009 Índice de Hidrometração %

IN011 Índice de Macromedição %

IN084 Incidência das Análises de

Coliformes Totais Fora do Padrão %

IN082 Extravasamentos de Esgotos por

Extensão de Rede extrav./Km

IN023 Índice de Atendimento Urbano de

Água %

IN024

Índice de Atendimento Urbano de Esgoto em Relação ao

Atendimento com Abastecimento de Água

%

IN016 Índice de Tratamento de Esgoto %

Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).

115

Em função dos aspectos já abordados, especialmente sobre as metas do

PLANSAB para o sul do País e sobre o SNIS para o Estado de Santa Catarina,

essas referências utilizadas para a faixa de classificação dos indicadores podem

ser aperfeiçoadas. A própria Agência, nas considerações finais da metodologia,

reconhece a importância e a dificuldade quanto ao estabelecimento dos

parâmetros de avaliação dos indicadores. Segundo a Agência, por mais que se

tente obedecer a critérios técnicos, sempre é necessário instituir julgamentos

subjetivos, os quais terão impacto sobre as conclusões (ARIS, 2016b).

Critérios de avaliação

A ARIS propõe em sua metodologia que a avaliação seja feita anualmente e que

a apresentação seja realizada através de série histórica, onde deverá ficar

evidenciado a evolução no tempo até o ano de referência. A metodologia

proposta pela Agência busca também estabelecer estudos de benchmarking,

onde poderão ser comparados os indicadores de outros municípios, estados,

sistemas e do País. Assim, ao se concluir a análise dos indicadores, pretende-

se construir uma matriz na qual estarão apresentados os resultados das

comparações e da evolução dos indicadores, permitindo assim a avaliação do

desempenho da Prestação dos Serviços. O Quadro 18 apresenta exemplo de

matriz de resultados de avaliação do desempenho da prestação de serviços

proposta pela ARIS.

Identifica-se, nessa análise, a necessidade de se trabalhar nas formas de

divulgação ao usuário, ou seja, como essa informação deve chegar de forma

clara e simples ao mesmo. Sendo assim, talvez o número de 19 indicadores

(incluindo os indicadores econômico-financeiros) seja extenso para a divulgação.

Ou seja, o sistema até pode ter uma quantidade maior de indicadores, mas

recomenda-se trabalhar com uma quantidade mais reduzida na divulgação.

Observa-se que a ADERASA também trabalha nessa linha.

Deve-se refletir também, sobre a inclusão dos indicadores do PMSB nessa

comunicação. Além disso, há possibilidade de melhorias no processo de

comparação por sistemas, podendo ser analisado a pertinência de se adotar

comparações por porte de sistemas, por natureza jurídica do prestador, etc.

116

Quadro 18 – Exemplo de matriz de resultados de avaliação do desempenho da prestação de serviços proposta pela ARIS

Legenda:

Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).

117

Na metodologia proposta pela ARIS, consta a proposição da criação de um

ranking de classificação, onde são listados os municípios e atribuída uma

pontuação. O critério para pontuação estabelecido é o seguinte:

‒ Indicador verde (ideal) = 3 pontos;

‒ Indicador amarelo (satisfatório) = 1 ponto;

‒ Indicador vermelho (insatisfatório) = 0 ponto;

‒ Indicador não informado = -1 ponto.

A maior pontuação atingida será 39 pontos (13 indicadores x 3 pontos), pois dos

19 indicadores, 6 não possuem classificação. A Tabela 2 mostra um ranking de

classificação a ser adotado pela ARIS.

Tabela 2 – Exemplo de ranking dos 10 municípios com maior pontuação na prestação dos serviços

Posição Pontos Município Prestador

1º 39 A Autarquia

2º 37 B Companhia Estadual

3º 33 C Concessionária Privada

4° ... ...

5º ... ...

... ... ...

... ... ...

176º ... ...

Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).

Observa-se que o critério de pontuação estabelecido pode não ser justo, pois há

indicadores mais relevantes do que outros. Por exemplo, considerar a mesma

pontuação para índice de atendimento e macromedição não é razoável.

Recomenda-se o estabelecimento de ponderações.

De forma a incentivar os prestadores a ARIS definiu, ainda, limites de

pontuações onde os mesmos serão certificados, atribuindo-se-lhes um selo de

conformidade, semelhante ao sistema de premiação do PNQS. Em função de

estudos já aplicados, a Agência propõe a aplicação das seguintes faixas para

classificação no primeiro ano de avaliação dos indicadores (Figura 37).

118

Figura 37 – Faixa de classificação para certificação dos prestadores de serviços

Fonte: Adaptado de ARIS (2016b).

Em resumo, da análise da Resolução Normativa ARIS 008/2016 e da

Metodologia para Avaliação dos Indicadores de Desempenho (anexo da

Resolução), identifica-se as seguintes necessidades:

1. Revisão dos valores de referência para os indicadores de avaliação dos prestadores de serviços regulados;

2. Revisão do nível de agregação do indicador: por sistema e por município, ou seja, definir o menor nível de coleta da informação para o indicador;

3. Revisão da cesta de indicadores adotados pela ARIS;

4. Revisão da Resolução Normativa ARIS 008/2016 e da metodologia para Avaliação dos Indicadores de Desempenho

Sistema de Informações sobre Saneamento da ARIS – SISARIS

A ARIS desenvolveu ainda o Sistema de Informações Sobre Saneamento da

Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (SISARIS). Segundo o

Relatório Anual da ARIS 2014 (ARIS, 2014), trata-se de um Sistema constituído

pelos seguintes módulos: qualidade de água (SAA), esgotamento sanitário

(SES), resíduos sólidos (SRS), plano municipal de saneamento básico e

contratos de concessão e de programa (PMSB), banco de indicadores (SIS) e

sistema de drenagem urbana (SDU). No momento, estão em operação os

módulos SAA, SES, SRS e PMSB, sendo que nos três primeiros os dados são

alimentados pelo prestador e, desta forma, a partir do banco de dados são

realizadas as respectivas análises indiretas pela Agência.

119

No módulo Qualidade de água, o prestador informa mensalmente, de forma

obrigatória (INSTRUÇÃO/Diretor Geral nº 002/2012) os valores dos parâmetros

básicos referentes à qualidade da água, bem como outros dados operacionais

relevantes sobre os sistemas operados.

Anteriormente, o preenchimento dos dados do SISARIS ocorria em planilhas

eletrônicas (excel). Essas planilhas eram compostas por formulários de

preenchimento semestral e mensal. Semestralmente o Prestador de Serviços

informava dados do responsável pelo preenchimento, informações gerais do

prestador que opera o SAA e dados operacionais do SAA. Em seguida, o

Prestador preenchia os dados que descreviam o manancial, o sistema de

abastecimento de água e o tipo de tratamento de água. Por fim, informava dados

de monitoramento de mercúrio e agrotóxicos. Já o formulário de entrada de

dados mensais era composto de informações que permitiam realizar o

monitoramento da qualidade da água do SAA, através dos parâmetros

estabelecidos pela Portaria 2.914/11 do MS.

Posteriormente, as planilhas eletrônicas foram substituídas pelo módulo

qualidade de água do SISARIS, em uma plataforma de fácil acesso e com

configuração amigável. A Figura 38 e a Figura 39 mostram a aparência de

algumas telas do Sistema.

Ainda de acordo com o Relatório Anual da ARIS 2014, todos os municípios

consorciados são fiscalizados mensalmente, de forma indireta, através de

consultas ao banco de dados SISARIS.

A ARIS informou que se encontra em fase de teste o módulo de indicadores, o

qual reunirá aqueles selecionados pela Agência no Anexo I da Resolução

Normativa ARIS 008/2016, bem como aqueles que forem recomendados pelo

Projeto Regulasan19.

19 Reunião realizada na ARIS em 05 de dezembro de 2016, com a presença do corpo técnico da Agência e Consultor da Ação VI, para apresentação dos sistemas de informações utilizados ou em fase de desenvolvimento pela Agência.

120

Figura 38 – Exemplo de telas do SISARIS: Lançamento de dados – escolha do SAA

Fonte: ARIS (2015).

121

Figura 39 – Exemplo de telas do SISARIS: Lançamento de dados – parâmetros de qualidade de água

Fonte: ARIS (2015).

122

5.2 AGERSA

A Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de

Cachoeiro de Itapemirim – AGERSA foi a primeira agência municipal de

regulação criada no Brasil, através da lei municipal nº 4.798/99, inicialmente com

o objetivo de regular os serviços de Saneamento. Posteriormente, tornou-se

multisetorial20 pela lei municipal nº 5.807/05, passando a regular os transportes,

os espaços públicos, resíduos sólidos, a iluminação pública, a propaganda e

publicidade. Portanto, a AGERSA possui a finalidade de promover a regulação,

o controle e a fiscalização dos serviços de saneamento concedidos, permitidos,

autorizados ou operados diretamente pelo Poder Público municipal21.

O prestador de serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no

município de Cachoeiro do Itapemirim é a empresa privada BRK Ambiental.

Conforme informado pela AGERSA, a empresa não possui sistemas de

indicadores para avaliação da qualidade e desempenho dos serviços prestados

no município. O uso de indicadores pelo referido prestador se dá apenas no

envio das informações anuais ao SNIS.

No que se refere especificamente à regulação dos serviços de saneamento

básico, a AGERSA também pauta sua atuação na observância do Plano

Municipal de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário (PMAE),

estabelecido por meio do Decreto Municipal nº 22.382/11. Quanto aos

normativos publicados, identificam-se cinco aplicáveis aos serviços de

saneamento básico (Figura 40), dos quais apenas dois (Portaria n° 036/02 e

Resolução 001/2016) estão relacionados ao exercício da regulação da

qualidade. Ainda assim, esses dois únicos normativos pouco acrescentaram às

disposições do Edital de Concorrência Pública nº 06/97, do Contrato de

Concessão nº 02/98 e do PMAE. A referida figura apresenta também os

normativos propostos no âmbito do projeto Regulasan22.

20 Apesar da previsão legal, a atuação multisetorial da AGERSA não se consolidou. 21 Adaptado da página institucional da AGERSA, disponível em http://agersa.es.gov.br/2016/agersa-quem-somos.asp, acesso em 26 de novembro de 2016. 22 Os normativos criados/revisados no âmbito do projeto Regulasan fazem parte do escopo da Ação I – Adequação e Formulação de Normas e Instrumentos Regulatórios.

123

Figura 40 – Normativos publicados pela AGERSA e normativos propostos no âmbito do projeto Regulasan

2002

PORTARIA Nº 036/02

Estabelece procedimentos para regular a

imposição de penalidades a

concessionária dos serviços de

saneamento, referentes às infrações

apuradas. Estabelece, ainda, prazos para

a prestação de informações e o

atendimento de solicitações dos clientes

e da AGERSA, além de regras para ação

em casos como interrupção de serviços.

PORTARIA Nº 037/02

Dispõe sobre o procedimento nas

reclamações de usuários dos serviços de

saneamento e dá outras providências.

2015

Resolução 004/2015

Dispõe sobre os prazos para

leitura do consumo na

prestação de serviços de

abastecimento de água e

esgotamento sanitário

regulados pela Agência.

2016

Resolução 003/2015

Dispõe sobre a classificação e a

comunicação de obras e de

eventos relevantes na prestação

de serviços de abastecimento

de água e esgotamento

sanitário regulados pela

Agência.

Resolução 001/2016

Dispõe sobre procedimentos

para prestação e

transferência de informações

periódicas e eventuais nos

serviços públicos de

abastecimento de água e

esgotamento sanitário do

município de Cachoeiro de

Itapemirim, e dá outras

providências.

2017 (REGULASAN)

Normativos criados/revisados no âmbito do

REGULASAN

‒ Condições gerais a serem observadas na

prestação e utilização dos SAA e SES;

‒ Condições gerais para os procedimentos de

fiscalização na prestação dos SAA e SES;

‒ Penalidades; e

‒ Procedimentos da Ouvidoria;

Normativos criados/revisados no âmbito do

REGULASAN

‒ Condições para aplicação de reajuste das

tarifas; e

‒ Condições e procedimentos para a revisão

tarifária.

Fonte: Elaborado pelos autores.

124

A seguir, procede-se com a análise desses dois normativos com foco nos

aspectos relacionados à avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços

de abastecimento de água e esgotamento sanitário, através da fiscalização

indireta.

Portaria 036/02

A Portaria n° 036 da AGERSA (AGERSA, 2002a), publicada em 15 de outubro

de 2002, aprova procedimentos para regular a imposição de penalidades à

concessionária dos serviços de saneamento, referentes às infrações apuradas.

Para tanto, está estruturada em três títulos, os quais tratam de penalidades,

procedimentos e disposições finais, além de três anexos que estabelecem

prazos para a prestação de informações e o atendimento de solicitações dos

clientes e da AGERSA e regras para ação em casos como interrupção de

serviços (Anexo I), modelos de Termos de Notificação (Anexo II) e Auto de

Infração (Anexo III).

O Título I estabelece penalidades para as infrações às disposições legais e

contratuais relativas a prestação de serviços, implantação e operação de

instalações de água e esgoto. As penalidades previstas são advertência, multa,

embargo de obras, interdição de instalações, intervenção administrativa,

caducidade da concessão e declaração de inidoneidade. Em seu primeiro

capítulo, há disposições sobre as infrações e as sanções, enquanto que o

segundo estabelece critérios para fixação das penalidades. Algumas infrações e

sanções pertinentes à fiscalização indireta são observadas no primeiro Título:

Constitui infração, sujeita à imposição da penalidade de advertência,

o fato de:

[...]

VI - não encaminhar à AGERSA, nos prazos estabelecidos e

segundo instruções específicas, dados estatísticos sobre a

produção, comercialização e consumo próprio de água e

esgoto;

[...]

Art. 3°

125

Observa-se em todos incisos transcritos a vinculação de prazos, instruções e

regulamentos específicos para cada caso. Quantos aos prazos, estes são

estabelecidos no Anexo I dessa Portaria.

Quanto às instruções e regulamentos específicos para cada caso, identifica-se

a Resolução 001/2016 que estabelece procedimentos para o fornecimento de

informações sobre a qualidade da água tratada e distribuída e a qualidade do

esgoto tratado, bem como para a elaboração de relatório parcial de concessão.

Tal resolução é analisada mais adiante.

Já o Título II dispõe sobre os procedimentos e está organizado em três capítulos.

O primeiro trata da ação fiscalizadora, a qual será consubstanciada em relatório

de fiscalização através de Termo de Notificação. Os procedimentos

estabelecidos para a ação fiscalizadora abordam apenas os aspectos

Constitui infração, sujeita à imposição da penalidade de multa do

Grupo I, o fato de:

[...]

V - não encaminhar à AGERSA, nos prazos estabelecidos e

conforme previsto nos regulamentos específicos, indicadores

utilizados para a apuração da qualidade do fornecimento de

água tratada;

[...]

Art. 4°

Constitui infração, sujeita à imposição da penalidade de multa do

Grupo II, o fato de:

[...]

IV - não manter registro atualizado dos dados utilizados para

apuração dos índices de qualidade do fornecimento de água

tratada e coleta e tratamento de esgoto, continuidade e

conformidade, segundo definido nos regulamentos

específicos, com a anotação, quando for o caso, das causas,

dos períodos de duração e das providências adotadas para a

solução do problema;

[...]

Art. 5°

[...]

4. Até 30 (trinta) dias corridos – Fornecimento de indicadores da

qualidade da água;

[...]

6. Relatórios com dados estatísticos sobre a produção,

comercialização e consumo próprio de água e esgoto – envio

trimestral à AGERSA;

[...]

ANEXO I

126

relacionados à fiscalização direta. A mesma observação é válida para o capítulo

II que trata do processo administrativo punitivo e para o capítulo III que trata dos

recursos.

O Título III apresenta as disposições finais e, em seguida, são apresentados os

Anexos.

Resolução 001/2016

A Resolução 001 (AGERSA, 2016) foi publicada em 27 de abril de 2016 e dispõe

sobre os procedimentos para prestação e transferência de informações

periódicas e eventuais nos serviços públicos de abastecimento de água e

esgotamento sanitário do município de Cachoeiro de Itapemirim e dá outras

providências.

A Resolução em questão está organizada em cinco capítulos. O primeiro deles

é introdutório e trata, portanto, das disposições iniciais. O segundo e o terceiro

estabelecem, respectivamente, os procedimentos para o fornecimento das

informações periódicas e eventuais. O quarto capítulo trata das infrações e o

quinto faz o encerramento apresentando as disposições finais. A Resolução

ainda contém dois anexos, a saber: Anexo I, o qual apresenta modelos para a

apresentação dos resultados das análises físico-químicas e dos exames

bacteriológicos no relatório mensal da qualidade da água tratada e distribuída e

Anexo II, que apresenta manual para a elaboração do relatório parcial da

Concessão.

Os procedimentos para prestação e transferência de informações periódicas

estabelecidas no Capítulo II, abrangem as informações sobre a qualidade da

água tratada e distribuída, a qualidade do esgoto tratado e o relatório parcial de

concessão.

O prazo estipulado para o envio de relatórios mensais, sobre a qualidade da

água tratada e distribuída e sobre a qualidade do esgoto tratado, é até o 20º dia

após o encerramento do mês de referência (art. 3º).

127

Os arts. 4o e 5o abordam, respectivamente, os conteúdos dos relatórios mensais

da qualidade da água tratada e distribuída e da qualidade do esgoto tratado.

Como aspecto positivo, destaca-se a obrigatoriedade da apresentação discriminada por cada sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Observa-se que essa especificação está diretamente relacionada à unidade de planejamento, a qual deve compreender o menor nível possível, de modo a maximizar a efetividade da análise e da comparação e estimular a melhoria do desempenho.

Quanto ao relatório parcial de concessão, o art. 7o estabelece o envio trimestral

à AGERSA até o 20º (vigésimo) dia após o encerramento do trimestre de

referência. Estabelece ainda, que o mesmo deverá apresentar um diagnóstico

das atividades e dos resultados da prestação dos serviços públicos de

abastecimento de água e de esgotamento sanitário no município de Cachoeiro

de Itapemirim, contemplando, obrigatoriamente, informações referentes aos

investimentos executados para a realização das metas previstas

contratualmente referentes aos aspectos operacionais e comerciais da

prestação dos serviços, bem como às demais atividades correlatas realizadas

pela Concessionária dos Serviços no trimestre de referência, devendo o relatório

ser elaborado conforme os termos descritos no Anexo II.

O art. 8o dispõe sobre o processo de validação das informações fornecidas pela

Concessionária dos Serviços:

De fato, mesmo necessitando de aperfeiçoamentos, a Resolução 001/2016 da

AGERSA é uma tentativa de normatização da avaliação da qualidade e do

desempenho dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário,

através da fiscalização indireta. Essa resolução necessita e pode ser melhorada,

por exemplo, no que tange a utilização dos indicadores de desempenho. Nesse

O processo de validação das informações fornecidas pela

Concessionária dos Serviços poderá se constituir de:

I - Compilação e validação cruzada dos dados fornecidos,

além de análises de consistência histórica e de informações

de outros setores relacionados ao saneamento;

II - Esclarecimento de dúvidas junto ao prestador de serviços;

e

III - Realização de auditorias junto à concessionária para a

verificação da confiabilidade da informação recebida.

Art. 8°

128

sentido, ao analisar o Anexo II, observa-se o conteúdo a constar no relatório

parcial da concessão, o qual deverá conter, segundo o manual:

Informações referentes a investimentos;

Aspectos operacionais e comerciais, tais como: dados e indicadores do

SIMSA (Sistema Municipal de Informação em Saneamento), relatório de

ocorrências operacionais, relatório de atendimento comercial, relatório de

arrecadação por serviços cobrados e de multas aplicadas, gestão

comercial e controle de perdas, consolidação das informações

apresentadas nos relatórios mensais de qualidade da água tratada e do

esgoto tratado correspondentes ao trimestre de referência, relatório

quantitativo e qualitativo do rio Itapemirim e relatório de qualidade de

produtos;

Programas desenvolvidos e apoiados com informações atualizadas do

Programa Tarifa Social.

Todo o conteúdo constante no manual do Anexo II apresenta a descrição básica

dos aspectos elencados e observa-se a ausência, principalmente, do

detalhamento metodológico para apresentação dos indicadores. Não se verifica,

por exemplo, a definição de quais informações e indicadores deverão ser

considerados.

Nesse contexto, ressalta-se que a Agência havia iniciado a elaboração de uma

resolução para avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, através da fiscalização indireta

por meio de indicadores. Porém, tal instrumento foi suspenso em função do

projeto do presente trabalho. Essa minuta é objeto de análise a seguir.

Minuta de Resolução sobre Avaliação da Qualidade e do Desempenho

Trata-se de minuta de resolução que estabelece os procedimentos e as

responsabilidades da prestação e da transferência de dados e indicadores a

serem fornecidos pelo prestador dos serviços públicos de abastecimento de

129

água e esgotamento sanitário do município de Cachoeiro de Itapemirim para a

regulação técnica dos serviços.

A minuta está organizada em sete capítulos, sendo o primeiro introdutório, o qual

apresenta as disposições iniciais da Resolução.

O segundo capítulo trata dos dados e indicadores utilizados para monitoramento,

avaliação e fiscalização das condições da prestação dos serviços públicos de

abastecimento de água e de esgotamento sanitário regulados pela AGERSA, os

quais irão compor o Sistema Municipal de Informação em Saneamento – SIMSA.

O parágrafo único do art. 2o remete ao Anexo I, informando conter neste a

listagem dos dados e indicadores adotados pela AGERSA, bem como as

terminologias e códigos utilizados, descrições, abrangência, unidade de medida,

fórmula de apuração e periodicidade de prestação.

O art. 4o dispõe sobre a organização dos dados e dos indicadores, estando estes

dispostos em três dimensões: operacionais, qualidade e econômicos e

financeiros.

Já o art. 5o estabelece que a unidade espacial básica dos dados e indicadores

será o município. Primeiramente, observa-se divergência com a Resolução n°

001/2016, a qual define que os dados referentes à qualidade da água tratada e

distribuída e esgoto tratado seja por sistemas.

Além disso, cabe questionar a unidade de planejamento adotada nessa minuta,

pois o município contém sete sistemas produtores de água e onze sistemas de

esgotamento sanitário, que atendem à sede e diversas localidades, conforme

mostrado no desenho esquemático da Figura 41. Portanto, trabalhar com dados

e indicadores que refletem a situação global do município, diante da quantidade

significativa de sistemas existentes, não representará a situação real do

município. Ademais, valores atribuídos de forma ponderada podem mascarar

inadequações nas outras localidades.

130

Figura 41 – Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário existentes em Cachoeiro do Itapemirim

Nota: Informações confirmadas pela AGERSA.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Legenda: SAA: Sistema de Abastecimento de Água; SES: Sistema de Esgotamento Sanitário.

131

Em seguida, tem-se o terceiro capítulo com disposições sobre o fornecimento

dos dados e indicadores. Conforme disposto no art. 6o, o envio dos dados e os

indicadores calculados devem ser realizados em informes trimestrais.

As experiências existentes em âmbito nacional e internacional adotam,

geralmente, um ano para o período de referência. O período de um ano se

apresenta mais razoável, proporciona custo adequado de aquisição e

processamento de dados e comunicação, além de facilitar o processo de

avaliação por comparação (benchmarking) com a maioria dos prestadores de

serviços que também adotam esse período. Porém, é importante atentar para a

periodicidade expressa nas metas dos contratos de prestação dos serviços.

Além disso, na maioria dessas experiências estudadas, cabe ao prestador

apenas o fornecimento dos dados, e ao regulador o cálculo dos indicadores. Da

forma como exposto na minuta da resolução, o sistema de indicadores ficaria

todo centralizado no prestador de serviços, cabendo ao regulador apenas sua

validação.

O sétimo capítulo da minuta é compreendido pelos art. 8o, 9o e 10, os quais

estabelecem os objetivos da utilização dos dados e dos indicadores pela

AGERSA e o processo de validação. Quanto a este último, apresenta-se a

transcrição do art. 9o:

O prestador dos serviços deverá enviar à AGERSA os dados e os

indicadores calculados conforme descrições, equações e unidades

definidas no Anexo I em informes trimestrais, até o 35º (trigésimo

quinto) dia após o encerramento do trimestre de referência.

Parágrafo único. Os dados e indicadores deverão ser apresentados à

AGERSA junto ao Relatório Parcial da Concessão em via impressa, na

forma de quadros, e em meio digital, na forma de planilha aberta.

Art. 6°

O processo de validação dos dados e indicadores fornecidos pelo

prestador dos serviços poderá se constituir de:

I - Compilação e validação cruzada dos dados e informações

fornecidos, além de análises de consistência de séries

históricas e de informações de outros setores relacionados ao

saneamento;

II - Esclarecimento de dúvidas junto ao prestador de serviços;

e

III - Realização de auditorias junto ao prestador para

verificação da confiabilidade da informação recebida.

Art. 9°

132

Tal processo de validação pode ainda ser complementado por outros elementos,

tais como:

Análise documental para avaliar se os dados são consistentes com as definições regulatórias;

Entrevistas, quando necessárias, com empregados responsáveis para avaliar o entendimento deles no processo;

Análise dos sistemas de informação para avaliar se produzem informação de acordo com as definições regulatórias. Quando necessário procede-se à:

‒ Análise de requisitos do sistema de informação; e

‒ Verificação das fórmulas de cálculo utilizadas para gerar a informação

regulatória.

Análise dos mecanismos de controle de qualidade (tais como ouvidoria e auditorias internas) dos dados;

Identificação de mudanças nas informações enviadas ao Regulador e procedimentos documentais que podem indicar que a exatidão e a confiabilidade dos dados variam significativamente no tempo de análise;

Fiscalização direta.

Na sequência, vem o quinto capítulo que trata da divulgação. Os art. 11 e 12 são

mostrados a seguir:

Há possibilidade de se propor melhorias quanto à divulgação dos indicadores,

tais como: estabelecimento de formas e critérios para comunicação à população

e forma de controle social (apresentação dos níveis de satisfação dos

indicadores por cores, por exemplo).

As informações dos indicadores são públicas e acessíveis a todos,

devendo ser publicadas por meio da página da AGERSA na internet. Art. 11.

Anualmente, até o mês de junho de cada ano, a AGERSA divulgará

Relatório Anual da Prestação dos Serviços de Abastecimento de Água

e de Esgotamento Sanitário, devendo constar resumo dos principais

indicadores avaliados e sua relação com a qualidade dos serviços

prestados.

Parágrafo único - O Relatório Anual da Prestação dos Serviços

de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário deverá

ser redigido em linguagem clara e acessível.

Art. 12.

133

É possível definir intervalos de referências para cada indicador, semelhante ao

proposto pela ARIS e já implementado por entidades reguladoras nacionais e

internacionais.

O capítulo seis trata das infrações, vinculando-as às previsões estabelecidas na

Portaria AGERSA n. 036/02, já analisada anteriormente, e por fim, são

apresentadas as disposições finais no sétimo capítulo.

A minuta da resolução é composta pelo anexo denominado Guia de Dados e

Indicadores do Sistema Municipal de Informação em Saneamento – SIMSA.

A primeira parte do referido Guia é composta pelo Quadro 1, o qual estabelece

os dados que compõem o Sistema. São 223 dados compreendendo informações

gerais, operacionais, econômico-financeiros e qualidade. Verifica-se, que para

alguns dados, adota-se como unidade espacial o município e, para outros, são

adotados os sistemas. Por exemplo, para a quantidade de ligações ativas de

água (DA102), é adotado o município como unidade espacial. Já para a

quantidade de economias ativas de água (D105) são adotados os sistemas de

abastecimento de água. Conforme já exposto sobre a unidade de planejamento,

é recomendável que todos os dados e indicadores tenham os sistemas de

abastecimento de água e esgotamento sanitário como a menor unidade de

planejamento. Principalmente, em se tratando de município caracterizado pelos

diversos sistemas existentes, onde situações de ponderações, ao considerar

análise global, poderão mascarar situações inadequadas nos sistemas isolados.

Na segunda parte do anexo, é apresentado o Quadro 2, Guia de Indicadores,

organizados em três dimensões, a saber: operacional, qualidade e econômico-

financeiro. Apresenta-se no Quadro 19, a cesta de indicadores adotada pela

AGERSA, excluindo-se a dimensão econômico-financeira, por não fazer parte

da regulação técnica, foco do presente trabalho.

134

Quadro 19 – Cesta de indicadores prevista na minuta de resolução da AGERSA

Dimensão Indicadores

Operacional

IN101: População total atendida com abastecimento de água (habitantes)

IN102: População total atendida com esgotamento sanitário (%)

IN103: Índice de abastecimento de água da população urbana (%)

IN104: Índice de coleta de esgoto da população urbana (%)

IN105: Índice de tratamento de esgoto da população urbana (%)

IN106: Índice de perda de água no sistema de distribuição (IPD) da população urbana (%)

IN107: Índice de hidrometração (%)

IN108: Índice de micromedição (%)

IN109: Índice de macromedição (%)

IN110: Extensão da rede de água por ligação (m/ligação)

IN111: Densidade de economias de água por ligação (economias/ligação)

IN112: Consumo médio de água por economia (m³/trimestre/economia)

Qualidade

IN201: Índice de continuidade do abastecimento no sistema de distribuição de água (%)

IN202: Índice de economias ativas de água atingidas por descontinuidade do abastecimento no sistema de

distribuição (%)

IN203: Densidade de vazamentos de água (vazamento/ km)

IN204: Densidade de extravasamentos de esgoto (extravasamento/Km)

IN205: Índice de reclamações e comunicações de problemas (reclamações /1.000 ligações)

IN206: Duração média dos serviços executados (horas / serviço)

IN207: Índice de serviços executados fora do tempo máximo previsto (%)

IN208: Duração média do atendimento a clientes (minutos/atendimento)

IN209: Índice de análise de coliformes totais fora do padrão (%)

Fonte: Adaptado da minuta Guia de Dados e Indicadores do SIMSA.

135

Algumas observações referentes à minuta da cesta de indicadores da AGERSA

são efetuadas a seguir:

Verifica-se que as dimensões consideradas podem ser desmembradas.

Por exemplo, os indicadores IN101 a IN105 podem ser classificados como

indicadores de acesso. O IN106 pode ser classificado como indicador de

eficiência. Enfim, há possibilidades de melhorias considerando novas

dimensões e reclassificação de cada indicador, o que facilita tanto quem

alimenta o sistema com dados, como a interpretação pelos usuários finais;

Questiona-se a quantidade de indicadores que tratam do mesmo tema e

a ausência de outros que avaliam temas fundamentais. Por exemplo, têm-

se nessa cesta três indicadores (IN201, IN202 e IN203) que avaliam a

continuidade/descontinuidade no abastecimento. Ademais, trata-se de

indicadores cujas metodologias não são claras e a coleta de dados é de

difícil aquisição; e

Com relação à qualidade da água, a Portaria nº 2.914/11 do MS (BRASIL,

2011) estabelece a necessidade de controle do grupo de coliformes e-coli,

sem tolerar qualquer nível de amostras fora do padrão, pois esse grupo

representa risco concreto à saúde humana. Portanto, recomenda-se

também a utilização de indicadores que avaliem os resultados em termos

de presença do grupo e-coli.

A terceira parte do Guia apresenta o glossário de dados e indicadores. Observa-

se que grande parte são comuns aos adotados pelo SNIS. Assim, caberá à

Agência o trabalho de validação desses dados e informações.

É importante analisar a compatibilização dos indicadores constantes nessa

minuta com aqueles considerados no PMAE do município de Cachoeiro do

Itapemirim. O Quadro 20 apresenta essa comparação, onde fica evidente a falta

de compatibilização entre ambos.

O PMAE do município estabelece ainda que alguns tópicos evolutivos e

temporais podem ser mais bem tratados no âmbito da Agência Reguladora da

prestação do serviço. Assim, são remetidos à definição e regramento pela

Agência, que deverá estipular metas temporais e evolutivas (PMAE, 2011).

136

Quadro 20 – Indicadores do PMAE e Indicadores da AGERSA/SIMSA

Indicadores PMAE Indicadores AGERSA (SIMSA) Comentários

Índice de abastecimento de água da população urbana (%)

IN103: Índice de abastecimento de

água da população urbana (%) Compatível

Índice de abastecimento de água da população total (%)

Indicador não

considerado no

SIMSA

Índice de coleta de esgoto da população urbana (%)

IN104: Índice de coleta de esgoto da

população urbana (%) Compatível

Índice de coleta de esgoto da população total (%)

Indicador não

considerado no

SIMSA

Índice de tratamento de esgoto sobre volume coletado (%)

IN105: Índice de tratamento de

esgoto da população urbana (%) Incompatível

Índice de perda de água no sistema de distribuição (IPD) médio do município (%)

IN106: Índice de perda de água no

sistema de distribuição (IPD) da

população urbana (%)

Incompatível

Qualidade da água distribuída Meta proposta: atendimento a legislação vigente

IN209: Índice de análise de

coliformes totais fora do padrão (%) Não há indicadores previstos no PMAE

Qualidade do efluente Meta proposta: atendimento a legislação vigente

IN209: Índice de análise de

coliformes totais fora do padrão (%)

Não há indicadores

previstos no PMAE

Fonte: Elaborado pelos autores com base no PMAE (2011) e na minuta Guia de Dados e Indicadores do SIMSA.

137

Em resumo, da análise da minuta da resolução normativa da AGERSA para

avaliação da qualidade e do desempenho dos serviços de abastecimento de

água e esgotamento sanitário, através da fiscalização indireta por meio de

indicadores e do seu anexo (Guia de Dados e Indicadores do Sistema Municipal

de Informação em Saneamento – SIMSA), identificam-se as seguintes

necessidades:

1. Unificação da Resolução 001/2016 com a minuta da resolução de indicadores, através da revisão desta e do seu anexo;

2. Revisão do nível de agregação do indicador: por sistema, ou seja, definir o menor nível de coleta da informação para o indicador;

3. Revisão do período de referência;

4. Proposição de padrões de referência para os indicadores; e

5. Revisão da cesta de indicadores adotados pela AGERSA.

5.3 AGEPAN

A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul

– AGEPAN é uma entidade autárquica, criada pela lei estadual nº 2.363 de 19

de dezembro de 2001 com personalidade jurídica de direito público, patrimônio

próprio, autonomia técnica, administrativa e financeira, com sede e foro na

capital do Estado e prazo de duração indeterminado, vinculada à Secretaria de

Estado de Governo. Tem por atribuições a regulação e a fiscalização dos

serviços de interesse público de natureza econômica, de competência do Estado

de Mato Grosso do Sul e exerce, também, a função de mediação de conflitos

entre as operadoras delegadas e os usuários; e entre as próprias empresas dos

setores regulados23.

A Agência é multissetorial e atua nos seguintes serviços públicos: energia

elétrica, transporte rodoviário (intermunicipal, interestadual e internacional) de

passageiros, transporte nacional de cargas, gás canalizado, saneamento,

terminal hidroviário interior de Porto Murtinho.

23 Adaptado da página institucional da AGEPAN, disponível em http://www.agepan.ms.gov.br/institucional/sobre-a-agepan/, acesso em 6 de dezembro de 2016.

138

A atuação da AGEPAN na regulação dos serviços de saneamento básico ocorre

em sessenta e sete municípios do Estado de Mato Grosso do Sul (atendidos pela

concessionária estadual – Empresa de Saneamento de Mato Grosso do

Sul/SANESUL). Desses, quarenta e cinco municípios autorizaram, por lei

municipal, a delegação das atividades de regulação e firmaram com essa

Agência convênio de cooperação para a regulação e a fiscalização dos referidos

serviços nos termos previstos no Decreto Estadual nº 12.530/2008. Os outros

vinte e dois municípios são regulados pela AGEPAN por força do Decreto

Estadual nº 4.599/2014. O Quadro 21 apresenta a relação dos municípios

regulados pela AGEPAN.

139

Quadro 21 – Municípios regulados pela AGEPAN

Município Prestador Tipo de serviço

Natureza jurídica Informou

SNIS 2015? Água Clara SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Alcinópolis SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Amambaí SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Anastácio SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Anaurilândia SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Angélica SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Antônio João SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Aparecida do Taboado SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Aquidauana SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Aral Moreira SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Bataguassu SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Batayporã SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Bodoquena SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Bonito SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Brasilândia SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Caarapó SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Camapuã SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Caracol SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Chapadão do Sul SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Coronel Sapucaia SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Corumbá SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Coxim SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Deodápolis SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Dois Irmãos do Buriti SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Douradina SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Dourados SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Eldorado SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Fátima do Sul SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Figueirão SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Guia Lopes da Laguna SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Iguatemi SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Inocência SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Itaporã SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Itaquiraí SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Ivinhema SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Japorã SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Jardim SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Jateí SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Juti SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Laguna Carapã SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Maracaju SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Miranda SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Mundo Novo SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Naviraí SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Nioaque SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Nova Alvorada do Sul SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Nova Andradina SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Novo Horizonte do Sul SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Paranaíba SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Paranhos SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Pedro Gomes SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Ponta Porã SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Porto Murtinho SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Ribas do Rio Pardo SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Rio Brilhante SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Rio Negro SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Rio Verde Mato Grosso SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Santa Rita do Pardo SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Selvíria SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Sete Quedas SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Sidrolândia SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Sonora SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Tacuru SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Taquarussu SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Terenos SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Três Lagoas SANESUL Água e Esgoto Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Vicentina SANESUL Água Sociedade de economia mista com administração pública SIM

Fonte: Elaborado pelos autores.

140

A SANESUL possui um sistema de informações denominado SiiG – Sistema de

Informações Integradas Gerenciais da SANESUL, onde estão concentrados os

principais indicadores do Prestador, o qual é responsável pela concepção e

operação do Sistema, desde a coleta dos dados/informações até o cálculo dos

indicadores. Portanto, a AGEPAN já recebe os indicadores calculados pelo SiiG.

A Figura 42 mostra a planilha gerada pelo SiiG e enviada para a AGEPAN.

Observa-se que os indicadores do Sistema da SANESUL são os mesmos do

SNIS.

141

Figura 42 – Indicadores gerados pela SANESUL para a AGEPAN

Fonte: Recorte extraído das planilhas do SiiG – SANESUL, fornecidas pela AGEPAN.

142

Figura 42 – Continuação

Fonte: Recorte extraído das planilhas do SiiG – SANESUL, fornecidas pela AGEPAN.

143

Figura 42 – Continuação

Fonte: Recorte extraído das planilhas do SiiG – SANESUL, fornecidas pela AGEPAN.

144

As referências normativas publicadas para a atuação da AGEPAN na regulação

e fiscalização dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento

sanitário consistem basicamente nas leis e decretos federais e estaduais

pertinentes à prestação desses serviços, em razão da reduzida produção

normativa própria por parte de tal Agência. A leitura da Figura 43, a qual

apresenta os normativos publicados pela AGEPAN (excetuados aqueles

relativos à homologação de tarifas), evidencia o limitado arcabouço normativo

aplicável à regulação e fiscalização dos serviços públicos de abastecimento de

água e esgotamento sanitário em Mato Grosso do Sul. Na referida figura são

apresentados também os normativos propostos no âmbito do projeto

Regulasan24.

24 Os normativos criados/revisados no âmbito do projeto Regulasan fazem parte do escopo da Ação I – Adequação e Formulação de Normas e Instrumentos Regulatórios.

145

Figura 43 – Normativos publicados pela AGEPAN e normativos propostos no âmbito do projeto Regulasan

2006

PORTARIA Nº 54/2006

Ouvidoria: normas e

procedimentos.

2012 2016

PORTARIA Nº 92/2012

Dispõe sobre a classificação e a

comunicação de obras e de

eventos relevantes na prestação

de serviços de abastecimento de

água e esgotamento sanitário

regulados pela Agência.

PORTARIA Nº 136/2016

Realização de Audiências

Públicas e Consultas Públicas

2017 (REGULASAN)

Normativos criados/revisados no âmbito do

REGULASAN

‒ Condições gerais a serem observadas na prestação e utilização dos SAA e SES; ‒ Condições gerais para os procedimentos de fiscalização na prestação dos SAA e SES; ‒ Penalidades; ‒ Aprova as condições mínimas necessárias para a celebração de contratos especiais com grandes usuários pelo Prestador de Serviços Regulados pela Agepan; ‒ Aprova o Contrato de Adesão de Prestação dos SAA e SES prestados aos municípios submetidos a regulação da Agepan. Fonte: Elaborado pelos autores.

146

Não se verificam nas portarias elencadas aspectos relacionados à avaliação da

qualidade e do desempenho dos serviços, tanto de abastecimento de água como

de esgotamento sanitário através da fiscalização indireta por meio de

indicadores.

Ademais, observa-se que a experiência da AGEPAN com o uso de indicadores

se dá basicamente através de dois instrumentos, a saber:

SiiG – Sistema de Informações Integradas Gerenciais da SANESUL;

RAD – Relatório Anual de Desempenho.

Verificou-se que a AGEPAN possuía um Caderno de Encargos dos Contratos de

Saneamento-CADSan25 que continha as orientações editadas pela Agência com

objetivo de uniformizar as condutas dos operadores dos serviços, definindo as

obediências dos contratos de delegação, padronizando as informações

apresentadas pelos operadores, tornando-as rastreáveis, auditáveis e

reprodutíveis, disciplinando o cumprimento de prazos contratuais e modelando

a apresentação dos produtos que comprovem o cumprimento dos marcos

executivos contratuais.

No referido Caderno, constavam as seguintes instruções gerais para o envio dos

indicadores operacionais pela SANESUL:

Instruções de preenchimento:

i. Este formulário é mensal devendo ser apresentado até o 20º dia do mês subsequente ao mês de referência;

ii. As informações dos municípios e localidades devem ser segregadas em tantas planilhas eletrônicas quantas necessárias e em arquivos distintos;

[...]

25 “O Caderno de Encargos dos Contratos de Saneamento – CADSan, foi elaborado em 2014, mas não foi publicado. Apenas os Modelos A (Informações Operacionais) e B (RAD – Relatório Anual de Desempenho) foram implantados. A Diretoria de Saneamento Básico (DSB) da AGEPAN, criada em 2016, optou por criar um Arcabouço a partir das diretrizes e normativos a serem construídos através do Projeto Regulasan. Portanto, o CADSan deve ser olhado mais sob a ótica do que estava sendo discutido dentro da Câmara Técnica de Saneamento do que um documento já consolidado”. Informações prestada pela AGEPAN por email, em 14 de dezembro de 2016.

147

Conforme informado pela Agência, a SANESUL envia as informações

operacionais por distrito e as financeiras por município. Através do banco de

dados que está sendo criado, a Agência pretende consolidar as

informações/indicadores também por sistemas.

A AGEPAN também informou que os indicadores são calculados mensalmente

pelo Prestador de Serviços, mas o envio das planilhas tem ocorrido com dois

meses de atraso.

O outro instrumento utilizado pela AGEPAN baseado em indicadores é o

Relatório Anual de Desempenho (RAD). Basicamente, apresenta os mesmos

indicadores do SiiG, com a inclusão de informações referentes às metas

contratuais de atendimento e qualidade dos serviços.

Observa-se que há oportunidades de melhorias para a Agência no que concerne

a regulação e fiscalização da qualidade através da fiscalização indireta por meio

de indicadores de desempenho, quais sejam:

1. Elaboração de Norma para fiscalização indireta e metodologia para avaliação da qualidade e do desempenho através de indicadores. Apesar da Agência receber os indicadores do Prestador de Serviços e elaborar o RAD, não há normativo específico sobre a matéria;

2. Definição do nível de agregação do indicador: por sistema, ou seja, definir o menor nível de coleta da informação para o indicador;

3. Proposição de uma cesta de indicadores para a fiscalização indireta dos SAA e SES; e

4. Proposição de padrões de referência para os indicadores.

148

6 PROPOSTA DE MODELO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO DOS SERVIÇOS

No âmbito do Projeto Regulasan é proposto modelo de avaliação da qualidade

e desempenho dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário

para cada Agência beneficiária (ARIS, AGEPAN e AGERSA).

Na presente publicação, apresenta-se, como exemplo, a base dos modelos

propostos, lembrando que para cada Agência beneficiária, esse modelo foi

adaptado respeitando as particularidades de atuação de cada Agência. Por

exemplo, a partir dessa base as Agências avaliaram a pertinência de cada

indicador proposto, discutindo-se a inclusão/exclusão de alguns indicadores de

acordo com a realidade local. Isto também se deu para os valores de referências

propostos e outros conceitos da metodologia, como a definição das unidades de

avaliação.

A partir destas considerações, apresenta-se, a seguir o manual do sistema de

avaliação da qualidade e desempenho dos serviços de abastecimento de água

e esgotamento sanitário proposto para as Agências beneficiárias.

6.1 MANUAL DO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E DO DESEMPENHO

O presente Manual reúne os conceitos e os procedimentos que devem ser

seguidos na aplicação do Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho

dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário

regulados.

Primeiramente, cabe informar que a elaboração do presente Manual teve como

base os manuais consagrados de sistemas de avaliação, adotados por entidades

reguladoras em âmbito nacional (ARCE, RESOLUÇÃO nº 167/2013, Anexo I:

Manual de Indicadores de Desempenho) e internacional (ERSAR, Guia de

avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos

utilizadores, 2.ª geração do sistema de avaliação), além da própria

METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO

da ARIS, que compõe a Resolução Normativa nº 008/2016.

149

Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho

ESCOPO DA AVALIAÇÃO

O presente Manual é aplicável à regulação técnica dos serviços de

abastecimento de água e de esgotamento sanitário.

ESTRUTURA

Tendo em conta os objetivos e perspectivas da avaliação, a estrutura elementar

do Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho é definida por três

dimensões essenciais:

‒ Acesso: indicadores que caracterizam a Prestação de Serviços no que tange

as condições de acessibilidade aos serviços de abastecimento de água e

esgotamento sanitário. Permitem analisar a tendência de universalização dos

serviços;

‒ Eficiência: indicadores que permitam a avaliação da eficiência do Prestador

de Serviços no município. São importantes para o estabelecimento de padrões

de desempenho; e

‒ Qualidade: caracterizam os produtos e os serviços ofertados no interesse dos

usuários relativos aos padrões adequados da prestação dos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Essas três dimensões agregam os diferentes Indicadores que compõem o

Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho apresentado no presente

Manual.

AGREGAÇÃO TERRITORIAL E FUNCIONAL

O Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho pressupõe a

individualização do cálculo por Unidade de Avaliação (Sistema) e por serviço

(abastecimento de água ou esgotamento sanitário) de modo a maximizar a

efetividade da análise e da comparação e melhor estimular a melhoria do

desempenho.

PERIODICIDADE

A periodicidade do processo de avaliação é estabelecida em função do

comportamento de cada informação ou variável, da sua importância e da relação

entre custos e benefícios resultantes do aumento da frequência da análise. Na

150

fixação da periodicidade é também considerada a volatilidade da informação ou

variável, isto é, se os dados evoluem de forma mais rápida (como é o caso das

análises de qualidade da água ou dos esgotos tratados nos sistemas) ou se têm

um comportamento mais lento (como no caso dos níveis de cobertura dos

serviços).

Assim sendo, distinguem-se dois tipos de análise no âmbito da aplicação do

presente Manual:

‒ Avaliação da Qualidade e do Desempenho: esta análise abrange o processo

completo de avaliação e será realizada numa base anual; e

‒ Monitoramento Regular: acompanhamento contínuo e análise independente e

individualizada de informações e indicadores, tendo em conta os objetivos fins e

a periodicidade da coleta das respectivas informações ou variáveis. Estas

análises abrangem o cálculo de indicadores específicos e têm periodicidade

mensal, em geral.

Poderão ser modificadas, acrescentadas ou suprimidas análises específicas no

âmbito do monitoramento regular em função das necessidades e circunstâncias

que eventualmente ocorram.

CARACTERIZAÇÃO GERAL

Como forma de enquadrar devidamente cada Unidade de Avaliação, são

preenchidas fichas introdutórias com informação geral sobre os serviços objeto

de avaliação. Nessas fichas são indicadas as principais características do

serviço em avaliação, sendo evidenciada a identificação do município titular e do

Prestador de Serviços em questão (designação oficial completa, nome do

contato responsável, telefones, endereços, e-mail, tanto para o Prestador de

Serviços como para o Titular), da tipologia dos serviços prestados

(abastecimento de água ou esgotamento sanitário) e também as respectivas

áreas de abrangência atendidas pelos sistemas.

INFORMAÇÕES E INDICADORES

Na aplicação do Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho são

consideradas informações ou variáveis primárias e secundárias. As primeiras

são diretamente associadas ao cálculo de indicadores para o sistema de

151

avaliação, enquanto as segundas correspondem aos dados considerados

relevantes para as premissas da avaliação. No caso dos dados secundários,

devem ser de fonte oficial ou credível, de fácil verificação e devem ser

fundamentais para a interpretação dos resultados.

Ao Prestador de Serviços, como fonte principal de informação, compete coletar,

compilar e enviar à Agência Reguladora todas as informações ou variáveis para

cada sistema, conforme o caso e por município, respeitando as especificações

constantes do presente Manual e correspondendo ao período em avaliação.

Complementarmente, são considerados dados fornecidos por entidades

externas, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A fim de proporcionar o benchmarking a nível nacional, recomenda-se que as

informações e os indicadores, adotados no Sistema de Avaliação da Qualidade

e do Desempenho dos serviços públicos regulados de abastecimento de água e

esgotamento sanitário sejam os já existentes do Sistema Nacional de

Informações sobre Saneamento – SNIS. Assim, os códigos das informações e

dos indicadores serão os mesmos adotados pelo referido Sistema Nacional.

Porém, em função de particularidades locais e eventuais necessidades da

Agência Reguladora no tocante à Regulação Técnica, poderão ser criadas

informações e indicadores próprios para atendimento a demandas específicas

da Agência.

Os códigos utilizados para cada indicador e para cada informação ou variável

primária, no âmbito da aplicação do presente Manual, são os apresentados na

Figura 44.

152

Figura 44 – Codificação de informações e indicadores

Fonte: Elaborado pelos autores.

FATORES EXPLANATÓRIOS

A análise e a interpretação dos Indicadores devem estar sempre

contextualizadas, sendo indispensáveis as considerações sobre os principais

fatores explanatórios associados a cada informação ou variável.

Em muitos casos, esses fatores causam impactos determinantes nos resultados

apresentados em seu desempenho. Por exemplo, há localidades em que a

geografia e a formação topográfica desfavorecem os sistemas, pois a utilização

da gravidade nas redes se torna inviável. Nestes casos, a utilização de energia

para movimentação de bombas torna-se a única opção para a efetiva distribuição

ou coleta dos sistemas de saneamento. Se isoladamente, comparando o

indicador de eficiência energética entre prestações de serviços, sem levar em

consideração as características topográficas dos sistemas em análise, pode-se

erroneamente interpretar a informação de uso excessivo de energia elétrica (se

medido em valores globais ou em custos por m³). Desta forma, poder-se-ia

constatar uma ineficiência do uso energético, sendo esta uma interpretação

equivocada.

Os fatores explanatórios a considerar podem ser:

- Externos: independentes de opções de gestão, por exemplo, clima,

sazonalidade, ocupação urbanística, topografia, etc.; ou

153

- Internos: ainda que sob domínio do Prestador de Serviços, são de difícil ou

lenta alteração, como a idade média da infraestrutura ou outras características

que gerem impactos importantes nos serviços prestados e na sua gestão.

Portanto, o Prestador de Serviços deverá estar atento a fatores que possam

configurar em alguma situação atípica de uma dada informação a ser utilizada

no âmbito do presente sistema de avaliação. Com efeito, observações

associadas a alguma informação excepcional, deverão ser preenchidas pelo

Prestador de Serviços a fim de que o Regulador possa ter ciência e considerá-la

quando da interpretação dos resultados dos indicadores.

COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO (BENCHMARKING)

Os Indicadores definidos permitem, desde logo, responder de forma assertiva

sobre a qualidade e o desempenho da prestação dos serviços em cada Unidade

de Avaliação ou unidade territorial ou operativa mais alargada.

Contudo, os Indicadores não devem ser encarados como o fim último do

processo de avaliação. Pelo contrário, para que a busca pela melhoria contínua

do desempenho seja efetiva, o seu cálculo e interpretação deve estar integrado

a um processo vasto de benchmarking que abranja as etapas de: i)

planejamento; ii) avaliação; iii) comparação; iv) estabelecimento de metas; v)

definição de planos de ação; e vi) implantação desses planos.

O Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho tem como propósito

não só fornecer resultados relevantes para o benchmarking, como também

impulsionar os Prestadores de Serviços para a sua prática. Nesse sentido, no

âmbito da Avaliação da Qualidade e Desempenho são efetuadas as seguintes

comparações:

- Evolutivas: comparação dos resultados da mesma Unidade de Avaliação em

diferentes períodos;

154

Figura 45 – Exemplo de comparação Evolutiva

Fonte: Elaborado pelos autores.

- Absolutas: comparação dos resultados de cada Unidade de Avaliação com

valores de referência;

Figura 46 – Exemplo de comparação Absoluta

Fonte: Elaborado pelos autores.

- Confinadas: comparação entre resultados de diferentes Unidades de Avaliação

que integram o Prestador de Serviços;

155

Figura 47 – Exemplo de comparação Confinada

Fonte: Elaborado pelos autores.

- Alargadas: comparação com outras congêneres nacionais e/ou internacionais.

Figura 48 – Exemplo de comparação Alargada

Fonte: Elaborado pelos autores.

Os três primeiros tipos de comparação podem ser realizados para a totalidade

dos Indicadores definidos. Já as comparações alargadas são efetuadas apenas

para os Indicadores em que existam resultados conhecidos comparáveis, como

por exemplo, com indicadores do SNIS. Além disso, as comparações alargadas

devem ser realizadas, preferencialmente, entre prestadores de mesmo porte.

PROCESSO DE AVALIAÇÃO

ETAPAS E ENCADEAMENTO

A concepção do Sistema de Avaliação da Qualidade e do Desempenho dos

serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário impõe

a definição e o cronograma de novas etapas que terão, obrigatoriamente, de ser

respeitadas pelo Prestador de Serviços. Entre as principais etapas destacam-se:

a) Coleta e comunicação das informações ou variáveis;

156

b) Validação das informações ou variáveis;

c) Cálculo e interpretação dos Indicadores;

d) Análise da qualidade e do desempenho e das recomendações; e

e) Síntese e divulgação.

As referidas etapas, bem como o seu encadeamento, com vista à implantação

do Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho são apresentadas na

Figura 49 e descritas nas seções a seguir.

Figura 49 – Processo de avaliação da qualidade e desempenho

Fonte: Adaptado do Manual de Indicadores da ARCE (ARCE, 2013).

No Quadro 22 é apresentado o fluxograma detalhado de todo o processo de

Avaliação da Qualidade e Desempenho.

157

Quadro 22 – Fluxograma do Processo de Avaliação da Qualidade e Desempenho

(*) Nota: Informe anual até o final de fevereiro, informes mensais e trimestrais até vinte dias após o encerramento do período de referência.

Fonte: Adaptado do Manual de Indicadores da ARCE (ARCE, 2013).

COLETA E COMUNICAÇÃO DOS DADOS

O Prestador de Serviços é obrigado a enviar periodicamente as seguintes

informações:

- Informe mensal: com as informações de apuração mensal e frequência de envio

mensal, autonomeados para o total do município e Unidade de Avaliação cujos

serviços são prestados em até 20 dias após o encerramento do mês de

referência;

REGULADOR PRESTADOR

158

- Informe trimestral: com as informações de apuração mensal e frequência de

envio trimestral, autonomeados para o total do município e Unidade de Avaliação

em até 20 dias após o encerramento do trimestre de referência;

- Informe anual: até o final de fevereiro de cada ano, com todas as informações

relativas ao ano anterior, consolidadas e necessárias ao Sistema de Avaliação

da Qualidade e Desempenho, incluindo as informações de frequência de envio

mensal, trimestral e anual, autonomeados para o total do município e a Unidade

de Avaliação.

As ações de coleta e comunicação das informações obrigam às seguintes

atividades:

a) Coleta de todas as informações solicitadas relativas à operação dos serviços

propriamente dita, bem como os fatores que contextualizam o ambiente

(operacional) em que a localidade ou Unidade de Avaliação se insere.

b) Introdução das informações por meio eletrônico determinado pela Agência

Reguladora;

c) Definição dos fatores explanatórios que o próprio Prestador de Serviços

considere como melhor representativos de cada Unidade de Avaliação;

d) Envio à Agência Reguladora das referidas informações, bem como a seleção

dos fatores explanatórios mais relevantes e explicativos das informações

apuradas.

Note-se que toda a informação enviada deve ser expressamente reconhecida,

de forma oficial, pelo Prestador de Serviços.

VALIDAÇÃO DOS DADOS

A Agência Reguladora, durante o mês de março de cada ano procede à

validação formal das informações relativas ao informe anual que lhes são

enviados pelo Prestador de Serviços. Esta etapa compreende as seguintes

atividades:

a) A compilação e a validação das informações fornecidas pelo Prestador de

Serviços; e

159

b) O esclarecimento de dúvidas junto do Prestador de Serviços, designadamente

as referentes a insuficiências e incongruências das informações.

Este processo poderá ser desenvolvido na sede da agência ou através de

auditorias ao próprio Prestador de Serviços.

Por meio da atividade de fiscalização direta, a Agência Reguladora poderá, se

necessário, realizar a validação das informações enviadas pelo Prestador de

Serviços ao sistema de avaliação da qualidade e desempenho.

CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DOS INDICADORES

Após a recepção, e posterior validação das informações enviadas pelo Prestador

de Serviços, a Agência Reguladora tem a incumbência de desempenhar as

seguintes ações:

a) Calcular cada Indicador para cada Unidade de Avaliação e para o total do

Prestador de Serviços no município; e

b) Interpretar o resultado de cada Indicador, atendendo aos valores de referência

estabelecidos e aos fatores explanatórios (comparação absoluta).

ANÁLISE DE DESEMPENHO E RECOMENDAÇÕES

A análise da qualidade e do desempenho determinada pelo conjunto de

Indicadores representa uma das funções mais relevantes do processo. Esta

etapa será desenvolvida pela Agência Reguladora até o final do mês de abril de

cada ano e compreende os seguintes passos:

a) Análise da evolução dos Indicadores em cada Unidade de Avaliação

(comparação evolutiva);

b) Análise dos resultados de cada Unidade de avaliação com valores de

referência (comparação absoluta);

c) Análise dos resultados entre as Unidades de Avaliação no Prestador de

Serviços (comparação confinada);

d) Análise dos resultados em face de outros prestadores de serviços nacionais

ou internacionais (comparação alargada), se possível;

160

e) Apreciação das ações de melhoria, integradas no processo de benchmarking,

desenvolvidas pelo Prestador de Serviços no ano anterior e análise dos

respectivos resultados, abrangendo a apuração da correta adoção e implantação

pelo Prestador de Serviços de recomendações anteriores da Agência

Reguladora; e

f) Formulação de recomendações.

Na análise da evolução dos Indicadores são considerados os objetivos (targets)

que a Agência Reguladora defina como alcançáveis para cada Unidade de

Avaliação.

No sentido de tornar mais perceptível a Avaliação da Qualidade e Desempenho

para qualquer stakeholder, é adotada um sistema de classificação pictórico, que

abrange três níveis diferenciados em função da distância do resultado apurado

ao target definido, nos termos do Quadro 23.

Quadro 23 – Classificações e targets

Classificação Resultado Targets

Ideal

Satisfatório

Insatisfatório

Fonte: Elaborado pelos autores.

A classificação “Ideal” é atribuída aos indicadores que igualem ou superem o

target definido pela Agência Reguladora. A classificação como “Satisfatório” é

atribuída para o indicador que se situe abaixo do target definido como ideal e

igual ou superior ao target definido como Insatisfatório. Já a classificação como

“Insatisfatório” é atribuída para o indicador que esteja abaixo do target definido

como Insatisfatório.

Até o final do mês de abril de cada ano, a Agência Reguladora enviará para

apreciação do Prestador de Serviços o Relatório Preliminar para eventual

pronúncia em sede de contraditório.

161

Posteriormente, a Agência Reguladora analisa a eventual pronúncia do

Prestador de Serviços e introduz no processo de avaliação as alterações que

entender como justificativas válidas.

De modo a permitir a realização e o cumprimento de prazos desta etapa, o

Prestador de Serviços deve comunicar à Agência Reguladora, até final de maio,

ações de melhoria desenvolvidas assim como os resultados obtidos, além do

pronunciamento, em sede de contraditório, acerca de eventuais discordâncias e

observações quanto ao relatório preliminar.

Quando a aplicação do Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho

tornar evidente a existência de lacunas e fragilidades nos serviços regulados,

são formuladas pela Agência Reguladora novas recomendações com o objetivo

de tornar o setor, mas, sobretudo, o Prestador de Serviços, cada vez mais

eficiente.

SÍNTESE E DIVULGAÇÃO

Como última fase do processo de Avaliação da Qualidade e Desempenho, a

Agência Reguladora, durante o mês de junho, sintetiza em relatório os resultados

apurados e as conclusões alcançadas e procede, em seguida à sua publicação

e divulgação. Esta etapa é, essencialmente, de responsabilidade da Agência

Reguladora e envolve as seguintes atividades:

a) Elaboração do Relatório Anual de Avaliação da Qualidade e Desempenho, em

que se inclui a avaliação do desempenho individual de cada Unidade de

Avaliação e para o conjunto total do Prestador de Serviços no município, a

análise das evoluções e as demais comparações realizadas;

b) Envio do Relatório ao Prestador de Serviços; e

c) Divulgação do Relatório.

A divulgação do Relatório consiste no seu envio a todos os interessados,

incluindo a mídia, a imprensa e as organizações de defesa do consumidor. O

Relatório Anual de Avaliação da Qualidade e Desempenho é também objeto de

divulgação universal através do site da internet da Agência Reguladora.

No âmbito da divulgação dos resultados da Avaliação da Qualidade e

Desempenho, compete ao Prestador de Serviços enviar anualmente a todos os

162

Usuários, e em conformidade ao modelo a ser elaborado pela Agência

Reguladora, uma “Carta de Desempenho” contendo os resultados da avaliação

da qualidade de desempenho do Prestador de Serviços, em formato sintético,

com linguagem acessível e imagem apelativa. A “Carta de Desempenho” deve

ser enviada aos Usuários junto com a conta/fatura.

INFORMAÇÕES

VALIDAÇÃO DAS INFORMAÇÕES

A qualidade das informações pode limitar ou fragilizar a aplicação de

Indicadores. Idealmente, o Prestador de Serviços submeterá de forma precisa e

confiável as suas informações, mas poderão ocorrer situações em que tal não

acontece. A etapa de análise da qualidade das informações integra a

metodologia de validação, compreendida pelos seguintes passos elementares:

‒ Análise documental para avaliar se as informações são consistentes com as

definições regulatórias;

‒ Entrevistas, quando necessárias, com empregados responsáveis para avaliar

o entendimento deles no processo de coleta das informações;

‒ Análise dos sistemas de informação para avaliar se produzem informação de

acordo com as definições regulatórias. Quando necessário procede-se à:

Análise de requisitos do sistema de informação; Verificação das fórmulas de cálculo utilizadas para gerar a

informação regulatória.

‒ Análise dos mecanismos de controle de qualidade (tais como ouvidoria e

auditorias internas) das informações; e

‒ Informações obtidas na fiscalização direta.

INFORMAÇÕES DE CARACTERIZAÇÃO GERAL DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

Com o objetivo de introduzir e caracterizar as informações gerais da prestação

dos serviços será necessário que o Prestador de Serviços identifique as

informações referentes ao titular dos serviços, do próprio prestador, do

responsável pelo preenchimento das informações, bem como dos sistemas

operados no município. O Quadro 24 sintetiza as informações necessárias de

preenchimento.

163

Quadro 24 – Caracterização Geral da Prestação dos Serviços

Identificação do Titular Nome do Município Endereço da Prefeitura Municipal Telefone Sítio na internet Email Convênio de Cooperação Contrato de Programa

Identificação do Prestador de Serviços Indicação da designação oficial completa Natureza Jurídica Endereço do Prestador de Serviços no município Telefone Sítio na internet Email Localidades Atendidas Regional

Identificação dos responsáveis pelo preenchimento da planilha

Sistemas de Abastecimento de Água

Sistemas de Esgotamento Sanitário

Nome completo Nome completo (Substituto) Cargo Formação Telefone Email

Nome completo Nome completo (Substituto) Cargo Formação Telefone Email

Identificação dos Sistemas operados pelo Prestador de Serviços no município

Sistemas de Abastecimento de Água Quantidade de sistemas Nome dos sistemas e respectivas áreas de abrangência (distritos/bairros que cada sistema atende) Croquis dos sistemas

Sistemas de Esgotamento Sanitário Quantidade de sistemas Nome dos sistemas e respectivas áreas de abrangência (distritos/bairros que cada sistema atende) Croquis dos sistemas

Fonte: Elaborado pelos autores.

INFORMAÇÕES RELATIVAS AO SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

As informações a fornecer periodicamente à Agência Reguladora pelo Prestador

de Serviços, necessárias para o cálculo dos Indicadores de Água, encontram-se

detalhadas nas fichas no Quadro 25.

164

Quadro 25 – Informações sobre Abastecimento de Água

Código: AG001

Descrição: População total atendida com abastecimento de água

Observação Valor da população total atendida com abastecimento de água pelo Prestador de Serviços, no último dia do ano de referência. Corresponde à população urbana que é efetivamente atendida com os serviços acrescida de outras populações atendidas localizadas em áreas não consideradas urbanas. Essas populações podem ser rurais ou mesmo com características urbanas, apesar de estarem localizadas em áreas consideradas rurais pelo IBGE. Caso o Prestador de Serviços não disponha de procedimentos próprios para definir, de maneira precisa, essa população, o mesmo poderá estimá-la utilizando o produto da quantidade de economias residenciais ativas de água (AG013), multiplicada pela taxa média de habitantes por domicílio do respectivo município, obtida no último Censo ou Contagem de População do IBGE. Quando isso ocorrer, o Prestador de Serviços deverá abater da quantidade de economias residenciais ativas de água, o quantitativo correspondente aos domicílios atendidos e que não contam com população residente. Como, por exemplo, em domicílios utilizados para veraneio, em domicílios utilizados somente em finais de semanas, imóveis desocupados, dentre outros. Assim, o quantitativo de economias residenciais ativas a ser considerado na estimativa populacional normalmente será inferior ao valor informado em AG013. A população AG001 deve ser menor ou igual à população da informação G12a.

Unidade: Habitantes

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: AG002

Descrição: Quantidade de ligações ativas de água

Observação Quantidade de ligações ativas de água à rede pública, providas ou não de hidrômetro, que estavam em pleno funcionamento no último dia do ano de referência.

Unidade: Ligações

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: AG004

Descrição: Quantidade de ligações ativas de água micromedidas

Observação Quantidade de ligações ativas de água, providas de hidrômetro, que estavam em pleno funcionamento no último dia do ano de referência.

Unidade: Ligações

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

165

Código: AG006

Descrição: Volume de água produzido

Observação Volume anual de água disponível para consumo, compreendendo a água captada pelo prestador de serviços e a água bruta importada (AG016), ambas tratadas na(s) unidade(s) de tratamento do prestador de serviços, medido ou estimado na(s) saída(s) da(s) ETA(s) ou UTS(s). Inclui também os volumes de água captada pelo prestador de serviços ou de água bruta importada (AG016), que sejam disponibilizados para consumo sem tratamento, medidos na(s) respectiva(s) entrada(s) do sistema de distribuição.

Unidade: 1.000 m³/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: AG010

Descrição: Volume de água consumido

Observação Volume anual de água consumido por todos os usuários, compreendendo o volume micromedido (AG008), o volume de consumo estimado para as ligações desprovidas de hidrômetro ou com hidrômetro parado, acrescido do volume de água tratada exportado (AG019) para outro Prestador de Serviços. Não deve ser confundido com o volume de água faturado, identificado pelo código AG011, pois para o cálculo deste último, os prestadores de serviços adotam parâmetros de consumo mínimo ou médio, que podem ser superiores aos volumes efetivamente consumidos. O volume da informação AG011 normalmente é maior ou igual ao volume da informação AG010.

Unidade: 1.000 m³/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: AG011

Descrição: Volume de água faturado

Observação Volume anual de água debitado ao total de economias (medidas e não medidas), para fins de faturamento.

Unidade: 1.000 m³/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

166

Código: AG012

Descrição: Volume de água macromedido

Observação Valor da soma dos volumes anuais de água medidos por meio de macromedidores permanentes: na(s) saída(s) da(s) ETA(s), da(s) UTS(s) e do(s) poço(s), bem como no(s) ponto(s) de entrada de água tratada importada (AG018), se existirem.

Unidade: 1.000 m³/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: AG018

Descrição: Volume de água tratada importado

Observação Volume anual de água potável, previamente tratada (em ETA(s) ou em UTS(s)), recebido de outros agentes fornecedores. Deve estar computado no volume de água macromedido (AG012), quando efetivamente medido. Não deve ser computado nos volumes de água produzido (AG006), tratado em ETA(s) (AG007) ou tratado por simples desinfecção (AG015).

Unidade: 1.000 m³/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: AG019

Descrição: Volume de água tratada exportado

Observação Volume anual de água potável, previamente tratada (em ETA(s) - AG007 ou em UTS(s) - AG015), transferido para outros agentes distribuidores. Deve estar computado nos volumes de água consumido (AG010) e faturado (AG011), nesse último caso se efetivamente ocorreu faturamento.

Unidade: 1.000 m³/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: AG024

Descrição: Volume de serviço

Observação Valor da soma dos volumes anuais de água usados para atividades operacionais e especiais, acrescido do volume de água recuperado. As águas de lavagem das ETA(s) ou UTS(s) não devem ser consideradas.

Unidade: 1.000 m³/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

167

Código: AG026

Descrição: População urbana atendida com abastecimento de água

Observação Valor da população urbana atendida com abastecimento de água pelo Prestador de Serviços, no último dia do ano de referência. Corresponde à população urbana que é efetivamente atendida com os serviços. Caso o Prestador de Serviços não disponha de procedimentos próprios para definir, de maneira precisa, essa população, o mesmo poderá estimá-la utilizando o produto da quantidade de economias residenciais ativas de água (AG013), na zona urbana, multiplicada pela taxa média de habitantes por domicílio do respectivo município, obtida no último Censo ou Contagem de População do IBGE. Quando isso ocorrer, o Prestador de Serviços deverá abater da quantidade de economias residenciais ativas de água, existentes na zona urbana, o quantitativo correspondente aos domicílios atendidos e que não contam com população residente. Como, por exemplo, domicílios utilizados para veraneio, domicílios utilizados somente em finais de semana, imóveis desocupados, dentre outros. Assim o quantitativo de economias residenciais ativas a ser considerado na estimativa populacional normalmente será inferior ao valor informado em AG013, considerando a área urbana. AG026 não deve ser confundida com a população urbana residente nos municípios com abastecimento de água, identificada pelo código G06a. A população AG026 deve ser menor ou igual à população da informação G06a.

Unidade: Habitantes

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: AG028

Descrição: Consumo total de energia elétrica nos sistemas de água

Observação Quantidade anual de energia elétrica consumida nos sistemas de abastecimento de água, incluindo todas as unidades que compõem os sistemas, desde as operacionais até as administrativas.

Unidade: 1.000 kWh/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: AGp001

Descrição: Quantidade de reclamações sobre os serviços de abastecimento de água

Observação Quantidade total de reclamações de todos os tipos, no período de referência, sobre o(s) sistema(s) de abastecimento de água. Excluem-se as reclamações relativas à fatura/cobranças/tarifas. Essa informação poderá ser desmembrada no futuro focando tópicos específicos, como rompimentos de redes de água, hidrômetros desregulados, entre outras, em função do histórico de ocorrências, das demandas públicas e a critério da Agência Reguladora.

Unidade: Reclamações

Referência ARCE

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Fonte: Elaborado pelos autores.

168

INFORMAÇÕES RELATIVAS AO SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

As informações a fornecer periodicamente à Agência Reguladora pelo Prestador

de Serviços, necessárias para o cálculo dos Indicadores de Esgoto, encontram-

se detalhadas nas fichas no Quadro 26.

Quadro 26 – Informações sobre Esgotamento Sanitário Código: ES001

Descrição: População total atendida com esgotamento sanitário

Observação Valor da população total atendida com esgotamento sanitário pelo Prestador de Serviços, no último dia do ano de referência. Corresponde à população urbana que é efetivamente atendida com os serviços acrescida de outras populações atendidas localizadas em áreas não consideradas urbanas. Essas populações podem ser rurais ou mesmo com características urbanas, apesar de estarem localizadas em áreas consideradas rurais pelo IBGE. Caso o Prestador de Serviços não disponha de procedimentos próprios para definir, de maneira precisa, essa população, o mesmo poderá estimá-la utilizando o produto da quantidade de economias residenciais ativas de esgotos (ES008), multiplicada pela taxa média de habitantes por domicílio do respectivo município, obtida no último Censo ou Contagem de População do IBGE. Quando isso ocorrer, o Prestador de Serviços deverá abater da quantidade de economias residenciais ativas de esgotos, o quantitativo correspondente aos domicílios atendidos e que não contam com população residente, como, por exemplo, domicílios utilizados para veraneio, domicílios utilizados somente em finais de semana, imóveis desocupados, dentre outros. Assim, o quantitativo de economias residenciais ativas a ser considerado na estimativa populacional normalmente será inferior ao valor informado em ES008. A população ES001 deve ser menor ou igual à população da informação G12b.

Unidade: Habitantes

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: ES002

Descrição: Quantidade de ligações ativas de esgotos

Observação Quantidade de ligações ativas de esgotos à rede pública que estavam em pleno funcionamento no último dia do ano de referência.

Unidade: Ligações

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

169

Código: ES005

Descrição: Volume de esgotos coletado

Observação Volume anual de esgoto lançado na rede coletora. Em geral é considerado como sendo de 80% a 85% do volume de água consumido na mesma economia. Não inclui volume de esgoto bruto importado (ES013).

Unidade: 1.000 m³/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: ES006

Descrição: Volume de esgotos tratado

Observação Volume anual de esgoto coletado na área de atuação do Prestador de Serviços e que foi submetido a tratamento, medido ou estimado na(s) entrada(s) da(s) ETE(s). Não inclui o volume de esgoto bruto importado que foi tratado nas instalações do importador (informação ES014), nem o volume de esgoto bruto exportado que foi tratado nas instalações do importador (ES015). O volume informado para este campo deve ser igual ou inferior ao informado em ES005.

Unidade: 1.000 m³/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: ES015

Descrição: Volume de esgoto bruto exportado tratado nas instalações do importador

Observação Volume de esgoto bruto transferido para outro(s) agente(s) e que foi submetido a tratamento, medido ou estimado na(s) entrada(s) da(s) ETE(s). Esse volume se refere à parcela do volume de esgoto bruto exportado informado em ES012 que foi efetivamente tratada.

Unidade: 1.000 m³/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

170

Código: ES026

Descrição: População urbana atendida com esgotamento sanitário

Observação Valor da população urbana beneficiada com esgotamento sanitário pelo Prestador de Serviços, no último dia do ano de referência. Corresponde à população urbana que é efetivamente atendida com os serviços. Caso o Prestador de Serviços não disponha de procedimentos próprios para definir, de maneira precisa, essa população, o mesmo poderá estimá-la utilizando o produto da quantidade de economias residenciais ativas de esgoto (ES008), na zona urbana, multiplicada pela taxa média de habitantes por domicílio do respectivo município, obtida no último Censo ou Contagem de População do IBGE. Quando isso ocorrer, o Prestador de Serviços deverá abater da quantidade de economias residenciais ativas de esgoto, existentes na zona urbana, o quantitativo correspondente aos domicílios atendidos e que não contam com população residente. Como, por exemplo, domicílios utilizados para veraneio, domicílios utilizados somente em finais de semana, imóveis desocupados, dentre outros. Assim o quantitativo de economias residenciais ativas a ser considerado na estimativa populacional normalmente será inferior ao valor informado em ES008, considerando a área urbana. ES026 não deve ser confundida com a população urbana residente dos municípios com esgotamento sanitário, identificada pelo código G06b. A população ES026 deve ser menor ou igual à população da informação G06b.

Unidade: Habitantes

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: ES028

Descrição: Consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos

Observação Quantidade anual de energia elétrica consumida nos sistemas de esgotamento sanitário, incluindo todas as unidades que compõem os sistemas, desde as operacionais até as administrativas.

Unidade: 1.000 kWh/ano

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

171

Código: ESp001

Descrição: Quantidade de reclamações sobre os serviços de esgotamento sanitário.

Observação Quantidade total de reclamações de todos os tipos, no período de referência, sobre o(s) sistema(s) de esgotamento sanitário. Excluem-se as reclamações relativas à fatura/cobranças/tarifas. Essa informação poderá ser desmembrada no futuro focando tópicos específicos, como entupimentos de rede coletora, tampas de poços de visitas desniveladas, entre outras, em função do histórico de ocorrências, das demandas públicas e a critério da Agência Reguladora.

Unidade: Reclamações

Referência ARCE

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Fonte: Elaborado pelos autores.

INFORMAÇÕES GERAIS

As informações gerais a fornecer periodicamente à Agência Reguladora pelo

Prestador de Serviços, necessárias para o cálculo dos Indicadores de Água e

Esgoto, encontram-se detalhadas nas fichas no Quadro 27.

Quadro 27 – Informações Gerais

Código: G06A

Descrição: População urbana residente

Observação Valor da soma da população urbana residente na área de abrangência do sistema em que o Prestador de Serviços atua com serviços de abastecimento de água. Inclui tanto a população beneficiada quanto a que não é beneficiada com os serviços. Não deve ser confundida com a população urbana atendida com abastecimento de água, identificada pelo código AG026.

Unidade: Habitantes

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: G12A

Descrição: População total residente

Observação Valor da soma das populações totais residentes (urbanas e rurais) na área de abrangência do sistema em que o Prestador de Serviços atua com serviços de abastecimento de água. Inclui tanto a população beneficiada quanto a que não é beneficiada com os serviços. Não deve ser confundida com a população total atendida com abastecimento de água, identificada pelo código AG001.

Unidade: Habitantes

Referência SNIS

Frequência de Envio Anual

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

172

INFORMAÇÕES DE QUALIDADE

As informações de qualidade a fornecer periodicamente à Agência Reguladora

pelo Prestador de Serviços, necessárias para o cálculo dos Indicadores de Água

e Esgoto, encontram-se detalhadas nas fichas no Quadro 28.

Quadro 28 – Informações de Qualidade

Código: QD006

Descrição: Quantidade de amostras para cloro residual (analisadas)

Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de cloro residual livre na água.

Unidade: Amostras

Referência SNIS

Frequência de Envio Mensal

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: QD007

Descrição: Quantidade de amostras para cloro residual com resultados fora do padrão

Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de cloro residual livre na água, cujo resultado da análise ficou fora do padrão determinado pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

Unidade: Amostras

Referência SNIS

Frequência de Envio Mensal

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: QD008

Descrição: Quantidade de amostras para turbidez (analisadas)

Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de turbidez da água.

Unidade: Amostras

Referência SNIS

Frequência de Envio Mensal

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

173

Código: QD009

Descrição: Quantidade de amostras para turbidez fora do padrão

Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de turbidez da água, cujo resultado da análise ficou fora do padrão determinado pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

Unidade: Amostras

Referência SNIS

Frequência de Envio Mensal

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: QD026

Descrição: Quantidade de amostras para coliformes totais (analisadas)

Observação Quantidade total de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de coliformes totais.

Unidade: Amostras

Referência SNIS

Frequência de Envio Mensal

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: QD027

Descrição: Quantidade de amostras para coliformes totais com resultados fora do padrão

Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e na rede de distribuição de água, para aferição do teor de coliformes totais, cujo resultado da análise ficou fora do padrão determinado pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

Unidade: Amostras

Referência SNIS

Frequência de Envio Mensal

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Código: QDp001

Descrição: Quantidade de amostras para escherichia coli (analisadas)

Observação Quantidade total de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e no sistema de distribuição de água (reservatórios e redes), para aferição do teor de escherichia coli.

Unidade: Amostras

Referência Próprio

Frequência de Envio Mensal

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

174

Código: QDp002

Descrição: Quantidade de amostras para escherichia coli com resultados fora do padrão.

Observação Quantidade total anual de amostras coletadas na(s) saída(s) da(s) unidade(s) de tratamento e na rede de distribuição de água, para aferição do teor de escherichia coli, cujo resultado da análise ficou fora do padrão determinado pela Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

Unidade: Amostras

Referência Próprio

Frequência de Envio Mensal

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Fonte: Elaborado pelos autores.

CRONOGRAMA REGULAR DE TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÕES

A frequência de envio das informações pelo Prestador de Serviços deverá

respeitar os seguintes prazos limites:

- Dados mensais: até 20 (vinte) dias após o final do mês de referência;

- Dados trimestrais: até 20 (vinte) dias após o final do trimestre de referência.

Observar que a informação com frequência de envio trimestral sempre tem

apuração desagregada mensalmente; e

- Dados anuais: até o último dia do mês de fevereiro do exercício seguinte ao

ano de referência.

INDICADORES DE DESEMPENHO

A definição de cada Indicador compreende uma fórmula de cálculo, onde são

evidenciadas todas as informações necessárias à sua determinação e à unidade

em que deve ser apresentado.

Para contribuir para uma melhor organização do processo de avaliação, os

Indicadores que compõem o Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho

classificam-se em três dimensões, a saber: Acesso, Eficiência e Qualidade.

O conjunto de Indicadores a calcular compreende 13 (treze) indicadores para o

serviço de abastecimento de água e 6 (seis) para o serviço de esgotamento

sanitário, conforme relacionado no Quadro 29.

175

Quadro 29 – Cesta de Indicadores do Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho

Componente Dimensão Código Descrição Unidade Periodicidade

Água

Acesso

IN055 Índice de atendimento total de

água % Anual

IN023 Índice de atendimento urbano de

água % Anual

Eficiência

IN009 Índice de Hidrometração % Anual

IN011 Índice de Macromedição % Anual

IN013 Índice de perdas faturamento % Anual

IN049 Índice de perdas na distribuição % Anual

IN051 Índice de perdas por ligação l/dia/lig Anual

IN058 Índice de consumo de energia

elétrica em sistemas de abastecimento de água

kWh/m³ Anual

Qualidade

INp002 Reclamações Serviços de Água n.º/1000 ligações

Anual

IN075 Incidência das análises de cloro

residual fora do padrão % Mensal

IN076 Incidência das análises de

turbidez fora do padrão % Mensal

IN084 Incidência das análises de

coliformes totais fora do padrão % Mensal

INp001 Incidência das análises de

escherichia coli fora do padrão % Mensal

Esgoto

Acesso

IN056 Índice de atendimento total de

esgoto % Anual

IN024 Índice de atendimento urbano de

esgoto % Anual

Eficiência

IN015 Índice de coleta de esgoto % Anual

IN046 Índice de esgoto tratado referido

à água consumida % Anual

IN059 Índice de consumo de energia

elétrica em sistemas de esgotamento sanitário

kWh/m³ Anual

INp003 Reclamações Serviços de Esgoto n.º/1000 ligações

Anual

Fonte: Elaborado pelos autores.

176

INDICADORES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Em relação aos 13 Indicadores relativos aos serviços de abastecimento de água,

no âmbito da aplicação do presente Manual, apresenta-se no Quadro 30 a

caracterização detalhada contendo o código do indicador, sua designação, a

unidade em que o indicador é expresso, a descrição do indicador, a fórmula de

cálculo e as informações necessárias para o cálculo do indicador, além dos

respectivos valores de referência.

Quadro 30 – Indicadores de Abastecimento de Água Dimensão: Acesso

Código: IN055

Descrição: Índice de atendimento total de água

Unidade: %

Fórmula:

10012

001055 x

aGE

AGIN

Onde: AG001: População total atendida com abastecimento de água G12A: População total residente

Valores de Referência: Ideal ≥ xx%

Satisfatório ≥ xx% e < xx%

Insatisfatório < xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Justificativa:

Ideal: maior índice das bases;

Satisfatório: 2º maior índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Dimensão: Acesso

Código: IN023

Descrição: Índice de atendimento urbano de água

Unidade: %

Fórmula:

10006

026023 x

aGE

AGIN

Onde: AG026: População urbana atendida com abastecimento de água G06A: População urbana residente

Valores de Referência: Ideal ≥ xx%

Satisfatório ≥ xx% e < xx%

Insatisfatório < xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Justificativa:

Ideal: maior índice das bases;

Satisfatório: 2º maior índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

177

Dimensão: Eficiência

Código: IN009

Descrição: Índice de Hidrometração

Unidade: %

Fórmula:

100*002

*004009 x

AG

AGIN

Onde: AG002: Quantidade de ligações ativas de água; AG004: Quantidade de ligações ativas de água micromedidas; AG004* e AG002*: utiliza-se a média aritmética dos valores do ano de referência e do ano anterior ao mesmo.

Valores de Referência: Ideal ≥ xx%

Satisfatório ≥ xx% e < xx%

Insatisfatório < xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Ideal: maior índice das bases;

Satisfatório: 2º maior índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Dimensão: Eficiência

Código: IN011

Descrição: Índice de Macromedição

Unidade: %

Fórmula:

100019018006

019012011 x

AGAGAG

AGAGIN

Onde: AG006: Volume de água produzido AG012: Volume de água macromedido AG018: Volume de água tratada importado AG019: Volume de água tratada exportado

Valores de Referência: Ideal ≥ xx%

Satisfatório ≥ xx% e < xx%

Insatisfatório < xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Ideal: maior índice das bases;

Satisfatório: 2º maior índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

178

Dimensão: Eficiência

Código: IN013

Descrição: Índice de perdas faturamento

Unidade: %

Fórmula:

100024018006

024011018006013 x

AGAGAG

AGAGAGAGIN

Onde: AG006: Volume de água produzido AG011: Volume de água faturado AG018: Volume de água tratada importado AG024: Volume de serviço

Valores de Referência: Ideal ≤ xx%

Satisfatório > xx% e ≤ xx%

Insatisfatório > xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Justificativa:

Ideal: menor índice das bases;

Satisfatório: 2º menor índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Dimensão: Eficiência

Código: IN049

Descrição: Índice de perdas na distribuição

Unidade: %

Fórmula:

100024018006

024010018006049 x

AGAGAG

AGAGAGAGIN

Onde: AG006: Volume de água produzido AG010: Volume de água consumido AG018: Volume de água tratada importado AG024: Volume de serviço

Valores de Referência: Ideal ≤ xx%

Satisfatório > xx% e ≤ xx%

Insatisfatório > xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Justificativa:

Ideal: menor índice das bases;

Satisfatório: 2º menor índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

179

Dimensão: Eficiência

Código: IN051

Descrição: Índice de perdas por ligação

Unidade: (l/dia/lig)

Fórmula:

365

000.000.1

*002

024010018006051 x

AG

AGAGAGAGIN

Onde: AG002: Quantidade de ligações ativas de água AG006: Volume de água produzido AG010: Volume de água consumido AG018: Volume de água tratada importado AG024: Volume de serviço AG002*: utiliza-se a média aritmética dos valores do ano de referência e do ano anterior ao mesmo.

Valores de Referência: Ideal ≤ xx l/dia/lig

Satisfatório > xx e ≤ xx

l/dia/lig

Insatisfatório > xx l/dia/lig

Bases:

Região SNIS: xx l/dia/lig;

Estado UF SNIS: xx l/dia/lig;

PMSB: xx l/dia/lig.

Justificativa:

Ideal: menor índice das bases;

Satisfatório: 2º menor índice das

bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Dimensão: Eficiência

Código: IN058

Descrição: Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de abastecimento de água

Unidade: (kWh/m³)

Fórmula:

018006

028058

AGAG

AGIN

Onde: AG006: Volume de água produzido AG018: Volume de água tratada importado AG028: Consumo total de energia elétrica nos sistemas de água.

Valores de Referência: Ideal ≤ xx kWh/m³

Satisfatório > xx e ≤ xx

kWh/m³

Insatisfatório > xx kWh/m³

Bases:

Região SNIS: xx

kWh/m³;

Estado UF SNIS: xx

kWh/m³;

PMSB: xx kWh/m³.

Ideal: menor índice das bases;

Satisfatório: 2º menor índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

180

Dimensão: Qualidade

Código: IN075

Descrição: Incidência das análises de cloro residual fora do padrão

Unidade: (%)

Fórmula:

100006

007075 x

QD

QDIN

Onde: QD006: Quantidade de amostras para cloro residual (analisadas) QD007: Quantidade de amostras para cloro residual com resultados fora do padrão.

Valores de Referência: Ideal ≤ xx %

Satisfatório > xx% e ≤ xx%

Insatisfatório > xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Justificativa:

Ideal: menor índice das bases;

Satisfatório: 2º menor índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Dimensão: Qualidade

Código: IN076

Descrição: Incidência das análises de turbidez fora do padrão

Unidade: (%)

Fórmula:

100008

009076 x

QD

QDIN

Onde: QD008: Quantidade de amostras para turbidez (analisadas) QD009: Quantidade de amostras para turbidez fora do padrão.

Valores de Referência: Ideal ≤ xx%

Satisfatório > xx% e ≤ xx%

Insatisfatório > xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Justificativa:

Ideal: menor índice das bases;

Satisfatório: 2º menor índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

181

Dimensão: Qualidade

Código: IN084

Descrição: Incidência das análises de coliformes totais fora do padrão

Unidade: (%)

Fórmula:

100026

027084 x

QD

QDIN

Onde: QD026: Quantidade de amostras para coliformes totais (analisadas) QD027: Quantidade de amostras para coliformes totais com resultados fora do padrão. Valores de Referência: Ideal: atendimento à

Portaria MS nº

2914/2011

Insatisfatório: não

atendimento à Portaria

MS nº 2914/2011

Bases:

Sistemas que abastecem MENOS de 20.000 habitantes: Apenas uma amostra, entre as amostras examinadas no mês, poderá apresentar resultado positivo. Sistemas que abastecem MAIS de 20.000 habitantes: Ausência em 100 mL em 95% das amostras examinadas no mês.

Justificativa:

Indicador de integridade do sistema de distribuição (reservatório e rede), regido pela Portaria MS nº 2914/2011. Percentual de Incidência das análises de coliformes totais fora do padrão a depender da quantidade de habitantes atendidos pelo Sistema de Abastecimento de Água.

Referência SNIS

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Dimensão: Qualidade

Código: INp001

Descrição: Incidência das análises de escherichia coli fora do padrão

Unidade: (%)

Fórmula:

100001

002001 x

QDp

QDpINp

Onde: QDp001: Quantidade de amostras para escherichia coli (analisadas) QDp002: Quantidade de amostras para escherichia coli com resultados fora do padrão.

Valores de Referência: Ideal = 0%

Insatisfatório > 0%

Justificativa:

Indicador de contaminação fecal, regido pela

Portaria MS nº 2914/2011.

Valor Máximo Permitido: ausência em 100 mL

Referência Própria

Apuração Mensal

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

182

Dimensão: Qualidade

Código: INp002

Descrição: Reclamações Serviços de Água

Unidade: (n.º/1000 ligações)

Fórmula:

1000002

001002

AG

AGpINp

Onde: AGp001 – Quantidade de reclamações sobre os serviços de abastecimento de água AG002 – Quantidade de ligações ativas de água. Valores de Referência: Ideal ≤ 10 reclam./1000 lig.

Satisfatório > 10 e ≤ 50 reclam./1000 lig.

Insatisfatório > 50 reclam./1000 lig.

Justificativa:

Ideal: Agência;

Satisfatório: Agência;

Referência ARCE

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Fonte: Elaborado pelos autores.

INDICADORES DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Em relação aos 6 (seis) Indicadores relativos aos serviços de esgotamento

sanitário, a calcular no âmbito da aplicação do presente Manual, apresenta-se

no Quadro 31 a caracterização detalhada, contendo o código do indicador, sua

designação, a unidade em que o indicador é expresso, a descrição do indicador,

a fórmula de cálculo e as informações necessárias para o cálculo do indicador,

além dos respectivos valores de referência.

Quadro 31 – Indicadores de Esgotamento Sanitário

Dimensão: Acesso

Código: IN056

Descrição: Índice de atendimento total de esgoto

Unidade: (%)

Fórmula:

10012

001056 x

aGE

ESIN

Onde: ES001: População total atendida com esgotamento sanitário G12a: População total residente

Valores de Referência: Ideal ≥ xx%

Satisfatório ≥ xx% e < xx%

Insatisfatório < xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Justificativa:

Ideal: maior índice das bases;

Satisfatório: 2º maior índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

183

Dimensão: Acesso

Código: IN024

Descrição: Índice de atendimento urbano de esgoto

Unidade: (%)

Fórmula:

10006

026024 x

aGE

ESIN

Onde: ES026: População urbana atendida com esgotamento sanitário G06A: População urbana residente

Valores de Referência: Ideal ≥ xx%

Satisfatório ≥ xx% e < xx%

Insatisfatório < xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Justificativa:

Ideal: maior índice das bases;

Satisfatório: 2º maior índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Dimensão: Eficiência

Código: IN015

Descrição: Índice de coleta de esgoto

Unidade: (%)

Fórmula:

100019010

005015 x

AGAG

ESIN

Onde: AG010: Volume de água consumido AG019: Volume de água tratada exportado ES005: Volume de esgotos coletado

Valores de Referência: Ideal ≥ xx%

Satisfatório ≥ xx% e < xx%

Insatisfatório < xx%

Bases:

Região SNIS: xx%;

Estado UF SNIS: xx%;

PMSB: xx%

Justificativa:

Ideal: maior índice das bases;

Satisfatório: 2º maior índice das bases

Obs: índices do SNIS referentes à média entre os anos de 2013 a 2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Dimensão: Eficiência

Código: IN046

Descrição: Índice de esgoto tratado referido à água consumida

Unidade: (%)

Fórmula:

10001910

015006046 x

AGAG

ESESIN

Onde: ES006: Volume de esgotos tratado ES015: Volume de esgoto bruto exportado tratado nas instalações do importador AG010: Volume de água consumido AG019: Volume de água tratada exportado Valores de Referência: Ideal ≥ xx%

Satisfatório ≥ xx% e < xx%

Insatisfatório < xx%

Bases:

Metas do PMSB

Justificativa:

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

184

Dimensão: Eficiência

Código: IN059

Descrição: Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de esgotamento sanitário

Unidade: (kWh/m³)

Fórmula:

005

028059

ES

ESIN

Onde: ES005: Volume de esgotos coletado ES028: Consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos.

Valores de Referência: Ideal ≤ xx kWh/m³

Satisfatório > xx e ≤ xx kWh/m³

Insatisfatório > xx kWh/m³

Bases:

Região SNIS: xx kWh/m³;

Estado UF SNIS: xx kWh/m³;

PMSB: xx kWh/m³.

Ideal: menor índice das bases;

Satisfatório: 2º menor índice

das bases

Obs: índices do SNIS referentes

à média entre os anos de 2013 a

2015.

Referência SNIS

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Dimensão: Qualidade

Código: INp003

Descrição: Reclamações Serviços de Esgoto

Unidade: (reclamações/ 1000 ligações)

Fórmula:

1000002

001003

ES

ESpINp

Onde: ESp001 – Quantidade de reclamações sobre os serviços de esgotamento sanitário ES002 – Quantidade de ligações ativas de esgoto. Valores de Referência: Ideal ≤ 10 reclam./1000 lig.

Satisfatório > 10 e ≤ 50 reclam./1000 lig.

Insatisfatório > 50 reclam./1000 lig.

Justificativa:

Ideal: Agência;

Satisfatório: Agência.

Referência ARCE

Apuração Anual

Referência da Unidade de Avaliação Sistema

Fonte: Elaborado pelos autores.

VALORES DE REFERÊNCIA

O modelo regulatório e o próprio Sistema de Avaliação da Qualidade e

Desempenho compreendem a definição de valores de referência – targets - para

cada Indicador. Estes targets devem ser relacionados com objetivos

considerados como alcançáveis pelo Regulador tendo presente, quer a realidade

do serviço e do meio em causa, quer os padrões de desempenho observados a

nível estadual, nacional e internacional. Na fixação de valores de referência

deve-se, assim, evitar a perda de motivação do Prestador em consequência da

definição de metas demasiado ambiciosas ou inalcançáveis face às

185

circunstâncias que caracterizam o serviço em particular. Por outro lado, não

podem ser insignificantes de modo a deixar de estimular a evolução do serviço.

No Quadro 30 e no Quadro 31 foram indicados os valores de referência para

cada Indicador de Desempenho. Esses valores, contudo, serão alvos de revisão

periódica por parte do Regulador, em função da evolução do setor.

Por fim, cabe ressaltar que os valores de referência para cada Indicador de

Desempenho poderão ser estabelecidos em função das metas estabelecidas

nos Planos Municipais de Saneamento Básico de cada município. A Figura 50

apresenta um exemplo prático sobre o estabelecimento de valores de

referências em função das metas previstas no PMSB.

Figura 50 – Exemplo hipotético: estabelecimento de valores de referências em função das metas previstas no PMSB

Em um determinado município, o Plano Municipal de Saneamento Básico estabeleceu as

seguintes metas para o índice de atendimento total de água:

Código SNIS

Indicadores

Curto Prazo (2017-2021)

Médio Prazo (2022-2026)

Longo Prazo (2027-2036)

IN055 Índice de atendimento total de água (%) 90 95 100

A Agência Reguladora, em sua função de acompanhar o cumprimento das metas estabelecidas

no PMSB, bem como implementar seu Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho,

adotou os seguintes valores de referências para o indicador IN055:

IN055: Índice de atendimento total de água (%)

Valores de referência adotados para os anos de avaliação (2017 a 2021):

Ideal ≥ 90%

Satisfatório ≥ 85% e < 90%

Insatisfatório < 85%

Valores de referência adotados para os anos de avaliação (2022 a 2026):

Ideal ≥ 95%

Satisfatório ≥ 90% e < 95%

Insatisfatório < 90%

Valores de referência adotados para os anos de avaliação (2027 a 2036):

Ideal = 100%

Satisfatório ≥ 95% e < 100%

Insatisfatório < 95%

Fonte: Elaborado pelos autores.

186

6.2 MANUAL DO APLICATIVO PARA CÁLCULO DOS INDICADORES DOS SERVIÇOS

PÚBLICOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Introdução

Para a aplicação do Sistema de Avaliação da Qualidade e Desempenho dos

serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário regulados

pelas Agências Beneficiárias do Projeto Regulasan, foi desenvolvido aplicativo

em Excel para cadastro das informações, dos indicadores e seus respectivos

cálculos.

A ferramenta proposta tem por objetivo padronizar a comunicação entre Agência

Reguladora e Prestador de Serviços no que tange o envio das informações, bem

como agilizar o processo de cálculo dos indicadores e extração dos resultados

da avaliação da qualidade e desempenho dos serviços públicos de

abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Desta forma, foi elaborada planilha eletrônica no software Excel

(Aplicativo_Regulasan), composta de dois módulos: um módulo possui

botões/funções destinados as Agências Reguladoras e o outro módulo possui

botões/funções destinados aos Prestadores de Serviços.

A interação entre a Agência Reguladora e o Prestador de Serviços ocorrerá da

seguinte forma:

1º Passo: A Agência Reguladora define e cadastra os indicadores (Anuais,

Mensais, Trimestrais e Semestrais) que serão utilizados para avaliar os serviços

prestados. Em seguida, efetua o cadastro das informações (Anuais, Mensais,

Trimestrais e Semestrais) utilizadas para o cálculo dos indicadores. As

informações cadastradas serão automaticamente adicionadas nas abas

específicas, voltadas para o Prestador de Serviço. Enfim, a Agência Reguladora

enviará para o Prestador de Serviço a planilha Aplicativo_Regulasan, para que

este possa preencher as informações.

2º Passo: o Prestador de Serviços ao receber a planilha, deverá preencher as

seguintes informações: Informações Gerais (Identificações do Titular, do

Prestador e do Responsável pelo preenchimento da planilha), Cadastro dos

Sistemas (Identificação dos sistemas que opera e respectivos croquis),

187

preenchimento das informações solicitadas pela Agência Reguladora (Anuais,

Mensais, Trimestrais e Semestrais) e preenchimento dos Fatores Explanatórios.

Em seguida, o Prestador deverá enviar para a Agência Reguladora a planilha

Aplicativo_Regulasan com todos os dados preenchidos.

3º Passo: com a planilha do Prestador (Aplicativo_Regulasan) preenchida, a

Agência Reguladora estará apta para utilizar a planilha Aplicativo_Regulasan

e calcular os indicadores, visualizar as informações gerais, as informações dos

sistemas e os croquis.

No que tange ao cálculo dos indicadores, a planilha Aplicativo_Regulasan gera

dois produtos como resultado: (i) Gráfico (Indicador x Tempo) e (ii) Tabela. Por

fim, a Agência Reguladora ou o Prestador de Serviço poderá copiar estes

resultados em um processador de texto, por exemplo. Word, para fins de

relatórios.

A seguir, são apresentados os procedimentos necessários para a utilização do

aplicativo proposto.

188

Ajustes Iniciais

i. Certifique-se de que os arquivos Aplicativo_Regulasan e Gráfico_modelo

se encontram na mesma pasta.

Observação: para cada prestador deverá haver uma pasta com os arquivos

Aplicativo_Regulasan e Gráfico_modelo

ii. Na figura a seguir é mostrada a aba Menu Inicial, que tem como objetivo

tornar mais dinâmica a navegação pelas abas da planilha. No lado esquerdo

do menu têm-se as funções relacionadas às atribuições das Agências

Reguladoras, enquanto que, na direita, têm-se as funções relacionadas as

atribuições do Prestador de Serviços.

Informações Gerais

Cadastro dos

Sistemas

Fatores

Explanatórios

Preencher

informações

Cadastro de

Informaçoes

Cadastro de

Indicadores

Carregar dados do

município

Gerar Relatório

189

Funções Menu Agência Reguladora

CADASTRO E EXCLUSÃO DE INFORMAÇÕES

i. No menu inicial clique no botão Cadastro de Informações para acessar a

tela de cadastro.

ii. Na figura seguinte, é mostrado o ambiente do cadastro de informações,

dividido em Cadastro de informações (Referência SNIS) e Cadastro de

novas informações.

Informações Gerais

Cadastro dos

Sistemas

Fatores

Explanatórios

Preencher

informações

Cadastro de

Informaçoes

Cadastro de

Indicadores

Carregar dados do

município

Gerar Relatório

190

iii. Para cadastrar uma informação (referência SNIS) basta preencher os

campos do quadro azul e em seguida, clicar em Cadastrar. Obs: A informação

será automaticamente cadastrada na planilha do prestador de serviço.

iv. Para cadastrar uma nova informação (outras referências ou informação nova

criada pela própria Agência), basta preencher os campos do quadro verde e,

em seguida, clicar em Cadastrar Novo. Obs: A informação já será

automaticamente cadastrada na planilha do prestador de serviços.

REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE

SNIS GERAL GE06a População urbana do município do ano de referência hab Anual

0

REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE

Próprio ÁGUA Mensal

0

REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE

Cadastrar

Cadastro de informações (Referência SNIS)

Dados Cadastrados

Cadastrar Novo

Cadastro de novas informações

Excluir

Excluir NovoVoltar ao Menu Inicial

1

4

8

2

3

5

67

REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE

SNIS GERAL GE12a População total do município do ano de referência hab Anual

1

Cadastrar

Cadastro de novas informações

Excluir

Descrição dos itens destacados em vermelho

1: Cadastro de informações (SNIS): deve-se escolher

na lista suspensa os campos Componente (Água,

Esgoto, Geral e Qualidade) e Código. Já os demais são

preenchidos automaticamente conforme a escolha

destes campos;

2: Botão Cadastrar: para cadastrar a informação, após

o preenchimento dos campos;

3: Botão Excluir: para excluir informação cadastrada.

Descrição dos itens destacados em vermelho

4: Cadastro de informações de outras referências: deve-se preencher

todos os campos manualmente;

5: Botão Cadastrar Novo: para cadastrar nova informação, após o

preenchimento dos campos;

6: Botão Excluir Novo: para excluir nova informação cadastrada.

7: Botão Voltar ao Menu Inicial: retorna ao menu inicial do aplicativo.

8: Dados Cadastrados: Local onde serão listadas todas as informações

cadastradas,

191

v. Depois de finalizado o cadastro de uma informação, tanto para referência

(SNIS) quanto para novas referências, a mesma será adicionada na lista

denominada Dados Cadastrados.

vi. Para excluir uma informação (referência SNIS) basta escolher a partir do

quadro azul, na lista suspensa do campo CÓDIGO a informação que se deseja

excluir e, em seguida, clicar em Excluir.

vii. Para excluir uma nova informação (outras referências ou informação nova

criada pela própria Agência), basta digitar a partir do quadro verde, no campo

CÓDIGO, o código da informação que se pretende excluir. Em seguida, clicar

em Excluir Novo.

REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE

Próprio QUALIDADE QDp001 Quantidade de amostras para escherichia coli com resultados fora do padrão % Mensal

0

Cadastrar Novo

Cadastro de novas informações

Excluir NovoVoltar ao Menu Inicial

REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE

Próprio QUALIDADE QDp002 Quantidade de amostras para escherichia coli com resultados fora do padrão % Trimestral

SNIS GERAL GE06a População urbana do município do ano de referência hab Anual

Dados Cadastrados

REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE

SNIS GERAL GE12a População total do município do ano de referência hab Anual

1

Cadastrar

Cadastro de novas informações

Excluir

REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE

Próprio QUALIDADE QDp001 Quantidade de amostras para escherichia coli com resultados fora do padrão % Mensal

0

Cadastrar Novo

Cadastro de novas informações

Excluir NovoVoltar ao Menu Inicial

192

viii. Depois de finalizado a exclusão de uma informação, tanto para referência

(SNIS) quanto para novas referências, a mesma será retirada da lista

denominada Dados Cadastrados.

CADASTRO E EXCLUSÃO DE INDICADORES

i. No menu inicial, clique no botão Cadastro de Indicadores para acessar a

tela de cadastro.

ii. Na figura seguinte, é apresentada a tela de cadastro de indicadores, dividida

em cadastro de indicadores (Referência SNIS) e Cadastro de novos

indicadores.

REFERÊNCIA COMPONENTE CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE

SNIS GERAL GE06a População urbana do município do ano de referência hab Anual

Dados Cadastrados

Informações Gerais

Cadastro dos

Sistemas

Fatores

Explanatórios

Preencher

informações

Cadastro de

Informaçoes

Cadastro de

Indicadores

Carregar dados do

município

Gerar Relatório

193

iii. Para cadastrar um indicador (referências SNIS), devem-se preencher todos

os campos do quadro azul e em seguida clicar em Cadastrar.

iv. Para cadastrar um novo indicador (outras referências ou indicador novo criado

pela própria Agência) devem-se preencher todos os campos do quadro verde

e em seguida clicar em Cadastrar Novo. Obs: não se esquecer de colocar a

fórmula para o cálculo do indicador no campo FÓRMULA (rever instruções do

campo 5 do passo ii).

SNIS ÁGUA ACESSO IN055 Índice de atendimento total de água % Anual (AG001/GE12a) * 100 ≥ 91 ≥ 77 < 91 < 77

0 0

Próprio ÁGUA QUALIDADE INp001Incidência das análises de escherichia coli fora do

padrão% Mensal

(QDp002/QDp001)*10

0= 0 < = > 0

FÓRMULA* INFORMAÇÃO 1 INFORMAÇÃO 2 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 4 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 6INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 8INFORMAÇÃO 9INFORMAÇÃO 10INFORMAÇÃO 11INFORMAÇÃO 12

#VALOR! QDp001 QDp002

0

Limite Inferior Limite Superior

REFERÊNCIAS

IDEALSATISFATÓRIO

INSATISFATÓRIOLimite Inferior Limite Superior

COMPONENTEREFERÊNCIA FÓRMULAPERIODICIDADEUNIDADEDESCRIÇÃOCÓDIGODIMENSÃO

REFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO

UNIDADE

UNIDADE PERIODICIDADE FÓRMULA

REFERÊNCIAS

SATISFATÓRIO

PERIODICIDADE FÓRMULA

Limite Inferior Limite SuperiorIDEAL INSATISFATÓRIO

REFERÊNCIAS

IDEALSATISFATÓRIO

INSATISFATÓRIOREFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO

Cadastrar

Cadastro de indicadores (Referência SNIS)

Dados Cadastrados

Cadastro de novos indicadores

Cadastrar Novo Excluir Novo

Excluir

Voltar ao Menu Inicial

1

4

5

2 3

7

6

8

9

SNIS ÁGUA ACESSO IN055 Índice de atendimento total de água % Anual (AG001/GE12a) * 100 ≥ 91 ≥ 77 < 91 < 77

0 0

REFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE FÓRMULA

REFERÊNCIAS

SATISFATÓRIO

Limite Inferior Limite SuperiorIDEAL INSATISFATÓRIO

Cadastrar

Cadastro de indicadores (Referência SNIS)

Cadastro de novos indicadores

Excluir

Próprio ÁGUA QUALIDADE INp001Incidência das análises de escherichia coli fora do

padrão% Mensal

(QDp002/QDp001)*10

0= 0 < = > 0

FÓRMULA* INFORMAÇÃO 1 INFORMAÇÃO 2 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 4 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 6INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 8INFORMAÇÃO 9INFORMAÇÃO 10INFORMAÇÃO 11INFORMAÇÃO 12

#VALOR! QDp001 QDp002

0

Limite Inferior Limite SuperiorUNIDADE PERIODICIDADE FÓRMULA

REFERÊNCIAS

IDEALSATISFATÓRIO

INSATISFATÓRIOREFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO

Cadastro de novos indicadores

Cadastrar Novo Excluir NovoVoltar ao Menu Inicial

Descrição dos itens destacados em vermelho

1: Cadastro de indicadores (SNIS): deve-se escolher na lista

suspensa, os campos Componente (Água e Esgoto) e

Dimensão (Acesso, Eficiência e Qualidade). O Código e os

limites das referências (ideal, satisfatório e insatisfatório)

devem ser digitados manualmente. Já os demais são

preenchidos automaticamente a partir da escolha destes

campos Componentes e Dimensão;

2: Botão para cadastrar: Para cadastrar o indicador, após o

preenchimento dos campos;

3: Botão de excluir: Para excluir indicador cadastrado;

4: Cadastro de indicadores de outras referências: Deve-se

preencher todos os campos manualmente. OBS: Nesta

etapa o campo Fórmula é preenchido em forma de texto

(Ex: (Agxx1/GExx3)).

Descrição dos itens destacados em vermelho

5: Inserção da fórmula do indicador: Deve-se preencher

todas as informações que são necessárias para o cálculo do

indicador (Neste exemplo: foram usadas as informações

QDp002 e QDp001). Além disso, deve-se inserir uma fórmula

no campo FÓRMULA. (Ex: =(E17/D17)*100));

6: Botão para cadastrar Novo: para cadastrar novo

indicador, após o preenchimento dos campos;

7: Botão de excluir Novo: para excluir novo indicador

cadastrado;

8: Botão voltar para o menu inicial: Retorna ao menu inicial

do aplicativo;

9: Dados Cadastrados: Esta Lista receberá os indicadores

cadastrados.

194

v. Quando finalizado o cadastro de um indicador, tanto para referência (SNIS)

quanto para novas referências, o mesmo será adicionado automaticamente à

lista “Dados Cadastrados”.

vi. Para excluir uma informação (referência SNIS) basta escolher, a partir do

quadro azul, no campo CÓDIGO, o código do indicador que se deseja excluir.

Em seguida, clicar em Excluir.

vii. Para excluir um novo indicador (outras referências ou indicador novo

criado pela própria Agência) basta digitar, a partir do quadro verde, no campo

CÓDIGO, o código do indicador que se deseja excluir. Em seguida, clicar em

Excluir Novo.

viii. Ao fim de toda exclusão de um indicador, tanto para referência (SNIS) quanto

para novas referências, o mesmo será retirado da lista “Dados

Cadastrados”.

Após o cadastro das informações e dos indicadores, a planilha estará pronta

para ser enviada ao Prestador de Serviços, para que o mesmo proceda ao

preenchimento das informações necessárias para o cálculo dos indicadores.

Teste ÁGUA QUALIDADE INp001 Incidência das análises de escherichia coli fora do padrão (Teste vídeo) %% Mensal (QDp002/QDp001)*100 = 10 < < > 0

SNIS ÁGUA ACESSO IN023 Índice de atendimento urbano de água % Anual (AG026/GE06a) * 100 ≥ 90 ≥ 70 < 90 < 70

COMPONENTEREFERÊNCIA FÓRMULAPERIODICIDADEUNIDADEDESCRIÇÃOCÓDIGODIMENSÃO

REFERÊNCIAS

IDEALSATISFATÓRIO

INSATISFATÓRIOLimite Inferior Limite Superior

Dados Cadastrados

SNIS ÁGUA ACESSO IN055 Índice de atendimento total de água % Anual (AG001/GE12a) * 100 ≥ 91 ≥ 77 < 91 < 77

0 0

REFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO UNIDADE PERIODICIDADE FÓRMULA

REFERÊNCIAS

SATISFATÓRIO

Limite Inferior Limite SuperiorIDEAL INSATISFATÓRIO

Cadastrar

Cadastro de indicadores (Referência SNIS)

Cadastro de novos indicadores

Excluir

Próprio ÁGUA QUALIDADE INp001Incidência das análises de escherichia coli fora do

padrão% Mensal

(QDp002/QDp001)*10

0= 0 < = > 0

FÓRMULA* INFORMAÇÃO 1 INFORMAÇÃO 2 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 3 INFORMAÇÃO 4 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 5 INFORMAÇÃO 6INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 7INFORMAÇÃO 8INFORMAÇÃO 9INFORMAÇÃO 10INFORMAÇÃO 11INFORMAÇÃO 12

#VALOR! QDp001 QDp002

0

Limite Inferior Limite SuperiorUNIDADE PERIODICIDADE FÓRMULA

REFERÊNCIAS

IDEALSATISFATÓRIO

INSATISFATÓRIOREFERÊNCIA COMPONENTE DIMENSÃO CÓDIGO DESCRIÇÃO

Cadastro de novos indicadores

Cadastrar Novo Excluir NovoVoltar ao Menu Inicial

195

CÁLCULO DOS INDICADORES

i. No menu inicial (Agência Reguladora), clique no botão Carregar dados do

município.

ii. Na tela seguinte, escolha qual é a periodicidade do indicador que se deseja

calcular (Anual, Mensal, Trimestral ou Semestral). Em seguida, abrirá a tela

de cálculo dos indicadores.

iii. Na tela de Cálculo escolhida, clique no botão Preencher Quadro para

carregar os valores das informações da planilha do prestador de serviços.

Informações Gerais

Cadastro dos

Sistemas

Fatores

Explanatórios

Preencher

informações

Cadastro de

Informaçoes

Cadastro de

Indicadores

Carregar dados do

município

Gerar Relatório

Carregar dados do

Anuais

Carregar dados do

Mensais

Carregar dados do

Trimestrais

Carregar dados do

Semestrais

Voltar ao Menu Inicial

196

iv. O botão Limpar Quadro pode ser utilizado nos casos em que o usuário

deseje apagar os valores das informações carregadas da planilha do

Prestador de Serviços.

v. A figura seguinte mostra um exemplo do resultado do passo (iii). Obs: Nunca

faça alterações que não venham de um dos botões já estabelecidos pela

planilha.

2010 IN055 AG001 GE12a

Total (SAA) #DIV/0!

Distrito A #DIV/0!

Sede SAA #DIV/0!

Total (SES) #DIV/0!

Sede SES #DIV/0!

2011 #DIV/0!

Total (SAA) #DIV/0!

Distrito A #DIV/0!

Sede SAA #DIV/0!

Total (SES) #DIV/0!

Sede SES #DIV/0!

2012 #DIV/0!

Preencher Quadro Limpar Quadro

Voltar ao Menu Inicial

2010 IN055 AG001 GE12a

Total (SAA) #DIV/0!

Distrito A #DIV/0!

Total (SES) #DIV/0!

2011 #DIV/0!

Total (SAA) #DIV/0!

Distrito A #DIV/0!

Total (SES) #DIV/0!

2012 #DIV/0!

Preencher Quadro Limpar Quadro

Voltar ao Menu Inicial

2010 IN055 AG001 GE12a

Total (SAA) 83,75 6.700,00 8.000,00

Total (SES) 37,50 3.000,00 8.000,00

2011 #DIV/0!

Total (SAA) 86,21 7.035,00 8.160,00

Total (SES) 38,42 3.135,00 8.160,00

2012 #DIV/0!

Total (SAA) 88,75 7.386,75 8.323,20

Total (SES) 39,36 3.276,08 8.323,20

2013 #DIV/0!

Total (SAA) 91,36 7.756,09 8.489,66

Total (SES) 40,33 3.423,50 8.489,66

2014 #DIV/0!

Total (SAA) #DIV/0!

Total (SES) #DIV/0!

197

GERANDO RELATÓRIO

i. No menu inicial, clique no botão Gerar Relatório para abrir a tela

Output_dados.

ii. Feito o passo anterior (i) na tela Ouput_dados aparecerá, conforme mostrado

na figura a seguir.

iii. Primeiramente, preencha o filtro que se encontra no canto superior esquerdo.

Isto ajudará encontrar o indicador de forma mais rápida. A figura seguinte

ilustra esse passo.

Informações Gerais

Cadastro dos

Sistemas

Fatores

Explanatórios

Preencher

informações

Cadastro de

Informaçoes

Cadastro de

Indicadores

Carregar dados do

município

Gerar Relatório

198

Obs.: a função “filtrar período” só é necessária para os indicadores mensais, trimestrais e semestrais. Portanto, para os indicadores anuais ela não precisa ser preenchida.

iv. Após o preenchimento do filtro, selecione o indicador para gerar o relatório.

v. Agora está tudo pronto para que o usuário possa gerar o relatório. Clique no

botão Gerar Tabela. Obs: O quadro desta tela deve estar vazio para executar

esta função. Caso contrário, clique no botão Limpar Tabela, que se encontra

logo abaixo do botão Gerar Tabela.

Unidade

%

Descrição

Índice de atendimento total de água

Indicador

IN055

Unidade

%

Descrição

Índice de hidrometração

Indicador

IN009

Gerar Tabela Gerar Gráfico

Limpar Tabela

Voltar ao Menu Inicial

Excluir Gráfico

199

vi. A figura seguinte exemplifica o resultado do passo anterior (v).

vii. Com o quadro devidamente preenchido, clique no botão Gerar Gráfico para

representar os dados em forma de gráfico. Obs: Para excluir o gráfico gerado

basta clicar no botão Excluir Gráfico, que está logo abaixo do botão Gerar

Gráfico.

viii. Ao término do passo anterior (vii), aparecerá um gráfico, como mostrado na

figura a seguir. A linha em verde representa a faixa IDEAL para o indicador

analisado e a linha em vermelho representa a faixa INSATISFATÓRIO do

mesmo indicador. Vale lembrar que o usuário tem liberdade para editar os

Periodicidade

Índice de

atendimento

total de água

%

IN055

Total (SAA) 2010 83,75 91 77

Total (SAA) 2011 86,21 91 77

Total (SAA) 2012 88,75 91 77

Total (SAA) 2013 91,36 91 77

Total (SAA) 2014 91 77

Total (SAA) 2015 91 77

Total (SAA) 2016 91 77

Total (SAA) 2017 91 77

Total (SAA) 2018 91 77

Total (SAA) 2019 91 77

Total (SAA) 2020 91 77

Total (SAA) 2021 91 77

Total (SAA) 2022 91 77

Total (SAA) 2023 91 77

Total (SAA) 2024 91 77

Total (SAA) 2025 91 77

Total (SAA) 2026 91 77

Total (SAA) 2027 91 77

Total (SAA) 2028 91 77

Total (SAA) 2029 91 77

Total (SAA) 2030 91 77

Sistema Ideal Insatisfatório

Anual

Unidade

%

Descrição

Índice de hidrometração

Indicador

IN009

Gerar Tabela Gerar Gráfico

Limpar Tabela

Voltar ao Menu Inicial

Excluir Gráfico

200

eixos (X e Y) do gráfico (Ex: alterar limites Máx. e Min. do eixo, intervalos,

etc), entre outras edições que julgue necessárias para apresentação do

relatório.

ix. O gráfico e a tabela gerados podem ser facilmente copiados para um

processador de Textos (Word), onde o usuário esteja trabalhando em um

Relatório. Para usar a tabela no Word siga os seguintes passos: No Excel

selecione o quadro -> Copie (Ctrl+C) o quadro -> Abrir o Word -> Cole (Ctrl+V)

o quadro.

x. Para usar o Gráfico no Word basta fazer os seguintes passos: Selecione a

área do Gráfico -> Copie (Ctrl+C) o Gráfico-> Abrir o Word -> Cole (Ctrl+V) o

gráfico.

201

xi. Antes de gerar a tabela para outro indicador, limpe a tabela. Para isso, clique

no botão Limpar Tabela.

xii. Por fim, para excluir o gráfico atual basta clicar no botão Excluir Gráfico.

Unidade

%

Descrição

Índice de hidrometração

Indicador

IN009

Gerar Tabela Gerar Gráfico

Limpar Tabela

Voltar ao Menu Inicial

Excluir Gráfico

Unidade

%

Descrição

Índice de hidrometração

Indicador

IN009

Gerar Tabela Gerar Gráfico

Limpar Tabela

Voltar ao Menu Inicial

Excluir Gráfico

202

Funções Menu Prestador de Serviços

CADASTRO E EXCLUSÃO DE INFORMAÇÕES

i. Abra a planilha (“Aplicativo Regulasan”) e, no menu inicial (Prestador

de Serviço), clique no botão Informações Gerais para acessar a tela

de cadastro.

ii. Na tela Informações Gerais preencha os campos em branco. Ao preencher

os campos, clique em Voltar ao Menu Inicial para retornar à tela inicial da

planilha.

Informações Gerais

Cadastro dos

Sistemas

Fatores

Explanatórios

Preencher

informações

Cadastro de

Informaçoes

Cadastro de

Indicadores

Carregar dados do

município

Gerar Relatório

203

CADASTRO DOS SISTEMAS

i. No menu inicial (Prestador de Serviço) clique no botão Cadastro dos

Sistemas para acessar a tela onde serão cadastrados os sistemas de

abastecimento de água (SAA) e os sistemas de esgotamento sanitário (SES),

e anexados os respectivos Croquis.

ii. Ao abrir a tela Cadastro Sistemas, primeiramente preencha o campo

em verde MUNICÍPIO e em seguida preencha os campos SISTEMA e ÁREA

DE ABRANGÊNCIA e clique em Cadastrar.

Informações Gerais

Cadastro dos

Sistemas

Fatores

Explanatórios

Preencher

informações

Cadastro de

Informaçoes

Cadastro de

Indicadores

Carregar dados do

município

Gerar Relatório

204

iii. Após clicar no botão Cadastrar, aparecerá uma janela. Nesta, digite

a partir de qual ano o SAA deve ser cadastrado e clique em OK.

iv. Terminado o passo anterior (iii), o SAA será adicionado na lista Sistemas

Cadastrados e nas telas Informações mensais, Informações anuais,

Informações trimestrais e Informações semestrais.

v. Os passos para se cadastrar um Sistema de Esgotamento Sanitário (SES)

são idênticos aos de cadastro dos SAA. Basta preencher os quadros

SISTEMAS E ÁREA DE ABRANGÊNCIA (Lembrando que os SAA e SES que

possuem nomes iguais devem ser acrescidos de SAA ou SES).

Descrição dos itens destacados em vermelho

1: Município: preencher nome do município;

2: Cadastro do sistema: deve-se preencher o

campo SISTEMA com o nome do SAA e o campo

ÁREA DE ABRANGÊNCIA com a área abrangência do

SAA;

3: Botão para cadastrar: Cadastra os SAA

informado;

4: Botão para excluir: Exclui um dos SAA

cadastrados;

5: Contador: Campo de preenchimento

automático. Conta o número de SAA cadastrados;

6: Lista com os sistemas cadastrados. OBS: sempre

deve haver o sistema Total (SAA) cadastrado (não

exclua este sistema);

7: Informação importante para o correto

funcionamento do funcionamento do cadastro dos

sistemas; e

8: Renomear: Renomeia um SAA já cadastrado a

partir de um determinado ano.

MUNICÍPIO

SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Distrito Centro

Quantidade de sistemas2

SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Total (SAA) Todo Município

Sede (SAA) Centro

Distrito Centro

OBS:

Caso o SAA e o

SES possuam

mesma

denominação,

é necessário

diferenciá-los

(EX: Sede (SAA);

Sede (SES)

Voltar ao Menu Inicial

Sistema de Abastecimento de Água (SAA)

Sistemas Cadastrados

Cadastrar Excluir

Renomear

1

2

53 4

6

7

8

205

vi. Após clicar no botão Cadastrar, aparecerá uma janela. Nesta, digite a partir

de qual ano o SES deve ser cadastrado e clique em OK.

vii. Terminado o passo anterior (vi), o SES será adicionado na lista Sistemas

Cadastrados e nas telas Informações mensais, Informações anuais,

Informações trimestrais e Informações semestrais.

ANEXANDO OS CROQUIS DOS SAA E SES

i. Para anexar os croquis de SES e SAA, basta clicar no botão Croqui do

Sistema de Abastecimento de Água ou Croqui do Sistema de

Esgotamento Sanitário.

Descrição dos itens destacados em vermelho

1: Cadastro do sistema: deve-se preencher o

campo SISTEMA com o nome do SES e o campo

ÁREA DE ABRANGÊNCIA com a área abrangência

do SES;

2: Botão para cadastrar: Cadastra os SES

informado;

3: Botão para excluir: Exclui um dos SES

cadastrados;

4: Contador: Campo de preenchimento

automático. Conta a número de SES cadastrados;

5: Lista com os sistemas cadastrados. OBS:

sempre deve haver o sistema Total (SES)

cadastrado (não exclua este sistema);

6: Renomear: Renomeia um SES já cadastrado a

partir de um determinado ano.

teste test area

teste test area

SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Sede (SES) Centro

Quantidade de sistemas

1

SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Total (SES) teste

Sede (SES) Centro

Sistema de Esgotamento Sanitário (SES)

Sistemas Cadastrados

Cadastrar Excluir

Renomear

1

teste test area

teste test area

teste test area

SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Sede SES Centro

Quantidade de sistemas

1

SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Total (SES) Todo o Município

Sistema de Esgotamento Sanitário (SES)

Sistemas cadastrados Cadastrados

Cadastrar Excluir

1

2 34

5

42

5

3

6

206

ii. Após clicar em um dos botões descritos no passo anterior (i), a janela

mostrada a seguir aparecerá. Com isso, basta escolher a imagem do Croqui

e clicar em Abrir. Obs: Este passo é o mesmo independente do botão de

carregamento que o usuário utilizou.

iii. Por fim, o croqui selecionado na etapa anterior (II) estará anexado na planilha,

como mostrado na figura a seguir.

Croqui do Sistema de Abastecimento de Água

Croqui do Sistema de

Abastecimento de Água

Croqui do Sistema de Esgotamento Sanitário

Croqui do Sistema de

Esgotamento Sanitário

207

EXCLUSÃO DOS SISTEMAS E CROQUIS DOS SAA E SES

i. Para excluir um SAA, basta clicar no botão Excluir.

ii. Feito isso, uma nova janela aparecerá, e nesta, escolha qual o SAA e a

partir de qual ano você pretende exclui-lo. Por fim, clique em OK.

*Vale lembrar que o sistema Total (SAA) não aparece como opção para ser

excluído.

Croqui do Sistema de Abastecimento de Água

Croqui do Sistema de

Abastecimento de Água

SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Sede Vila A

Quantidade de sistemas2

Sistema de Abastecimento de Água (SAA)

Cadastrar Excluir

208

iii. Para excluir um SES, basta clicar no botão Excluir.

iv. Feito isso, uma nova janela aparecerá, e nesta escolha qual o SES e a partir

de qual ano você pretende exclui-lo. Por fim, clique em OK.

v. Por fim, tanto o croqui do SAA quanto o do SES devem ser excluídos

manualmente pelo usuário.

RENOMEAR SISTEMAS

i. Para renomear um SAA, basta clicar no botão Renomear.

ii. Feito isso, uma nova janela aparecerá, e nesta, escolha qual o SAA, novo

nome e a partir de qual ano você pretende renomeá-lo. Por fim, clique em OK.

teste test area

teste test area

teste test area

SISTEMA ÁREA DE ABRANGÊNCIA

Quantidade de sistemas

1

Sistema de Esgotamento Sanitário (SES)

Cadastrar Excluir

209

* Vale lembrar que o sistema Total (SAA) não aparece como opção para ser

renomeado.

** O procedimento para renomear um SES é o mesmo ao apresentado nesse passo.

FATORES EXPLANATÓRIOS

i. No menu inicial (Prestador de Serviço), clique no botão Fatores

Explanatórios.

Informações Gerais

Cadastro dos

Sistemas

Fatores

Explanatórios

Preencher

informações

Cadastro de

Informaçoes

Cadastro de

Indicadores

Carregar dados do

município

Gerar Relatório

210

ii. Na aba Fatores Explanatórios existem dois campos. Na primeira coluna, o

código das informações é preenchido automaticamente, a partir das informações

cadastradas pela Agência Reguladora. O campo descrição deve ser preenchido

pelo prestador de serviços com as observações a serem consideradas para o

código cadastrado.

PREENCHIMENTO DAS INFORMAÇÕES

i. No menu inicial (Prestador de Serviço), clique no botão Preencher

informações.

Informações Descrição

QDp001 aaaaaaaaaaa

Fatores Explanatórios

Voltar ao Menu Inicial

Informações Gerais

Cadastro dos

Sistemas

Fatores

Explanatórios

Preencher

informações

Cadastro de

Informaçoes

Cadastro de

Indicadores

Carregar dados do

município

Gerar Relatório

211

ii. Na aba que abrirá, escolha a periodicidade (Anual, Mensal, Trimestral e

Semestral) da informação que se pretende preencher com seus dados. Neste

passo-a-passo, foram preenchidos os valores das informações anuais.

iii. Na figura a seguir são mostrados os detalhes do preenchimento das planilhas

de informações Anuais, Mensais, Trimestrais e Semestrais.

Informações Anuais

Informações

Trimestrais

Informações

Mensais

Informações

Semestrais

Voltar ao Menu Inicial

SNIS SNIS

1

População

urbana atendida

com

abastecimento

de água

Quantidade de

ligações ativas

de água

micromedidas

hab lig.

2010 AG026 AG004

Total (SAA)

Total (SES)

2011

Total (SAA)

Total (SES)

2012

Total (SAA)

Total (SES)

2013

Voltar ao Menu

Inicial

Água

Esgoto

Geral

Qualidade

Informações

LEGENDA

Calcular total

INFORMAÇÕES CADASTRADAS

CÉLULAS PARA SEREM

PREENCHIDAS

SISTEMASCADASTRADOS

1

2

3

Descrição dos itens destacados em vermelho

1: Botão Voltar ao Menu Inicial: retorna ao menu inicial da

planilha;

2: Botão Calcular Total: Preenche o sistema total com o

somatório dos sistemas cadastrados;

3: Legenda das informações.

212

iv. Preencha, com atenção, os valores das informações para cada sistema. Na

figura a seguir, tem-se o exemplo de uma planilha preenchida. Obs.: Se uma

dada informação, tem como componente a Água (informação preenchida de

azul), o usuário deverá preencher apenas nas linhas dos SAA cadastrados e

deixar as linhas dos SES cadastrados em branco e vice-versa. Quanto às

informações “GERAL”, deve-se preencher tanto nas linhas dos SAA

cadastrados, quanto nas linhas dos SES cadastrados.

Observações Finais

Nunca faça alterações que não venham de um dos botões já

estabelecidos pela planilha;

Quando for utilizar a planilha Aplicativo_Regulasan, certifique-se de que

esta é a única planilha aberta. Caso haja mais planilhas abertas, as

funções do Aplitcativo_Regulasan não funcionarão corretamente.

SNIS SNIS

1

População

urbana atendida

com

abastecimento

de água

Quantidade de

ligações ativas

de água

micromedidas

hab lig.

2015 AG026 AG004

Total (SAA) 20.451 8.021

Sede (SAA) 17.889 6.822

Distrito A 2.562 1.199

Total (SES)

Sede (SES)

2016

Total (SAA) 20.593 8.158

Sede (SAA) 17.993 6.959

Distrito A 2.600 1.199

Voltar ao Menu

Inicial

Água

Esgoto

Geral

Qualidade

Informações

LEGENDA

Calcular total

213

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGERSA. Diretoria Geral. Portaria nº 036/02. Aprova procedimentos para regular a imposição de penalidades a concessionária dos serviços de saneamento, referentes as infrações apuradas. Diário Oficial do Município, Cachoeiro do Itapemirim, 24 out. 2002. n. 1796, p. 6-15. Disponível em: <http://agersa.es.gov.br/2016/legislacao2.asp?codigo=6&categoria=Portarias>. Acesso: 22 nov. 2016.

AGERSA. Diretor Presidente. Resolução n° 001/2016. Dispõe sobre procedimentos para prestação e transferência de informações periódicas e eventuais nos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município de Cachoeiro de Itapemirim, e dá outras providências. Diário Oficial do Município, Cachoeiro do Itapemirim, 28 abr. 2016. n. 5084, p. 8-13. Disponível em: < http://www.agersa.es.gov.br/arquivos/legislacao/0012016.pdf>. Acesso: 22 nov. 2016.

ALEGRE, H.; HIRNER, W.; BAPTISTA, J.M.; PARENA, R. Indicadores de Desempenho para Serviços de Abastecimento de Água. Tradução e adaptação de DUARTE, P.; ALEGRE, H.; BAPTISTA, J.M. London: International Water Association (IWA), Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR) e Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), 2004. 277 p.

ALEGRE, H. et al. Guia de avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos utilizadores. 2.ª Geração do Sistema de Indicadores de Qualidade de Serviço. 2ª ed. revista e atualizada. Lisboa: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (EPSAR) e Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), 2013. 255 p. Disponível em: < http://www.ersar.pt/pt/publicacoes/publicacoes-tecnicas/guias>. Acesso em: 10 out. 2016.

ALEGRE, H. et al. Guia de avaliação da qualidade dos serviços de águas e resíduos prestados aos utilizadores. 3ª Geração do Sistema de Avaliação. Lisboa: Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (EPSAR) e Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), 2017. 351 p. Disponível em: < http://www.ersar.pt/pt/publicacoes/publicacoes-tecnicas/guias>. Acesso em: 7 jun. 2017.

ARCE. Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará. Manual de Indicadores de Desempenho para os Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário no Estado do Ceará. Consórcio EBES e OPTIMALE. Fortaleza, 2011.

ARCE. Conselho Diretor. Resolução n. 167, de 05 de abril de 2013. Dispõe sobre procedimentos de prestação de informações periódicas e eventuais, institui o sistema de avaliação de desempenho dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário, e dá outras providências. Fortaleza, 2013. Disponível em: <http://www.arce.ce.gov.br/index.php/legislacao/category/11-resolucoes?start=60>. Acesso: 22 nov. 2016.

ARIS. Conselho de Regulação. Resolução Normativa n° 001, de 28 de abril de 2011. Estabelece as Condições Gerais da Prestação dos Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário. Florianópolis, 2011a. Disponível em: http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.

ARIS. Conselho de Regulação. Resolução Normativa n° 002, de 25 de agosto de 2011. Estabelece condições gerais para os procedimentos de fiscalização da prestação dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, de aplicação de penalidades e dá outras providências. Florianópolis, 2011b. Disponível em: <http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.

ARIS. Conselho de Regulação. Resolução Normativa n° 003, de 25 de agosto de 2011. Dispõe sobre as penalidades aplicáveis aos prestadores de serviços de abastecimento de água e de

214

esgotamento sanitário. Florianópolis, 2011c. Disponível em: <http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.

ARIS. Conselho de Regulação. Resolução Normativa n° 004, de 4 de maio de 2012. Dispõe sobre as penalidades aplicáveis aos prestadores de serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Florianópolis, 2012. Disponível em: <http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.

ARIS. Diretoria Geral. Relatório Anual 2014. Florianópolis, 2014. Disponível em: < http://www.aris.sc.gov.br/biblioteca>. Acesso: 22 nov. 2016.

ARIS. Sistema de Informação sobre Saneamento da Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (SISARIS): Manual de usuário. Módulo Água. Florianópolis, SC, 2015. 18 p.

ARIS. Diretoria Geral. Instrução/Diretor Geral n° 001/2016. Estabelece a obrigatoriedade do preenchimento e encaminhamento das informações do Sistema de Informações sobre Saneamento (SISARIS), módulos Água, Esgoto e Resíduos e revoga a Instrução/Diretor Geral n° 002/2002. Florianópolis, 2016a. Disponível em: <http://aris.sc.gov.br/legislacao/normas>. Acesso: 22 nov. 2016.

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