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GRATUIT Fr 21 no dia 3 de abril comemora-se 60 anos que aristides de Sousa gomes faleceu praticamente na miséria. FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa PORTUgUeSeS eleiTOS naS MUniciPaiS’2014 Contam-se às centenas os Portugueses eleitos em toda a França A aula de Nuno Severiano Teixeira sobre a participação dos Portugueses na I Guerra Mundial Nanterre. No próximo fim de semana volta a realizar-se a Feira de produtos por- tugueses organizada pela associação ARCOP de Nanterre. 07 Empresas. As empresas portuguesas estiveram presentes na Feira de Lyon que teve lugar na semana passada, na capital do Rhône Alpes. 08 Solidariedade. A Academia do Baca- lhau de Paris organizou um jantar e reco- lheu 10.000 euros para ajudar o ex-forcado Nuno Carvalho ‘Mata’. 06 Futsal. O Sporting Club de Paris regres- sou às vitórias e continua com o objetivo fixo no Campeonato para participar nas competições europeias. 29 03 Edition nº 167 | Série II, du 02 avril 2014 Hebdomadaire Franco-Portugais 11 PUB PUB

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G R A T U I T

Fr

21no dia 3 de abril comemora-se60 anos que aristides de sousagomes faleceu praticamente namiséria.

F R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Portugueses eleitosnas MuniciPais’2014Contam-se às centenas os Portugueses eleitos em toda a França

A aula de Nuno Severiano Teixeirasobre a participação dos Portugueses na I Guerra Mundial

Nanterre. No próximo fim de semanavolta a realizar-se a Feira de produtos por-tugueses organizada pela associaçãoARCOP de Nanterre.

07

Empresas. As empresas portuguesasestiveram presentes na Feira de Lyon queteve lugar na semana passada, na capitaldo Rhône Alpes.

08

Solidariedade. A Academia do Baca-lhau de Paris organizou um jantar e reco-lheu 10.000 euros para ajudar oex-forcado Nuno Carvalho ‘Mata’.

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Futsal. O Sporting Club de Paris regres-sou às vitórias e continua com o objetivofixo no Campeonato para participar nascompetições europeias.

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03

Edition nº 167 | Série II, du 02 avril 2014 Hebdomadaire Franco-Portugais

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02 opinião

le machisme est-il mort?Henri de carvalhoÉcrivain à L’Isle Jourdain

[email protected]

Chronique d’opinion

Je me suis perdu les pédales, menta-lement, en contemplant d’une ma-nière totalement détachée etdépourvue de la moindre nostalgie,mon fils et mon gendre, de beauxgaillards trentenaires, chacun chezlui, en train de s’occuper de leursbébés respectifs.Je trouvais ça marrant!Et que je te déshabille par ici, et queje te torche le cul par là… avant lemoment privilégié du biberon, sur lesgenoux. Puis il fallait les bouger, avecun peu de ‘guiliguili’, les retourner entapotant du bout des doigts sur ledos, en attendant le rot, avant de lesmettre au berceau… très délicate-ment. Cette petite chose est si fragile!Et pendant quelques instants encore,ils restaient là, un genou à terre, etles mains pendantes au bord des pe-

tits lits, contemplant leurs petitsbouts de choux, avec une esquisse desourire bébête et confus, comme s’ilsculpabilisaient d’avoir volé, quelquepart, un peu du rôle de leurs épouses.Celles-ci entretemps ne se laissaientpas oublier! La porte de la chambres’entrouvre et la question piège fuse,chuchotante, pour ne pas réveiller lemarmot:- Tu préfères passer un petit coupd’aspirateur ou étendre le linge quiest dans la machine?En observant cela je me disais queces grands garçons conservaient en-core un semblant de lucidité, en nerépondant jamais: - «les deux chérie,si ça t’arrange». Mais jusqu’à quandpourraient-ils encore tenir? Une ré-ponse de ce genre, plus papiste quele pape, signifierait pour eux l’esto-

cade fatale; la fin des haricots; l’éven-tration du dernier bastion phallocrate,vieux de centaines de milliers d’an-nées: celui de dire non à sa femmepour l’exécution de toute tache mé-nagère. Mais je pressentais quandmême que les dernières cartouchesétaient là… de vrais pétards mouillés.Et puis vous avez vu?! Les femmesosent même la drague, éhonteuse-ment, dans n’importe quelle circons-tance! Ce n’est pas dans leur nature,certes, seulement elles se sont aper-çues que si elles ne vont pas àl’homme… rien ne se passe, et par-fois il n’y a même plus de «phallu-crate»!Les mecs ont perdu beaucoup de leursuperbe. - Mèèèèènonnnnn - me ditma femme, pour essayer de maintenirallumé le bout de chandelle qui me

reste…Rappelez-vous un peu du fumeur declopes d’il y a cinquante ans, avec sesronds de fumée, même en dansant!Cantonné aujourd’hui à faire le trot-toir, ou confiné dans un coin de ter-rasse, même en hiver, grelotant descacahuètes en regardant les étoiles!Comme mis au pilori, au ban de la so-ciété.Mais il y a plus grave encore! Depuisquelques décennies, les femmescommencent à voter en masse, à vou-loir quitter les affaires sociales et in-fantiles et à vouloir être desdirectrices de ceci et de cela. Il neleur suffisait plus de conduire des ca-mions, des trains et des avions; à êtrecommandantes dans la police et dansl’armée; à être présidentes de sénatset autres assemblées; mais de là à se

candidater à la Présidence de la Ré-publique? Oh nooon!Mais là où je sens mon cœur s’arra-cher en mode ‘brutal’, c’est de les voiren train de s’organiser, petit à petit,dans des associations de lutte contrele droit de cuissage et outres bricoles,et même à porter plainte devant lestribunaux!Notre dernier Grand-Maître, J. Chirac,a jeté l’éponge, devant une Berna-dette de plus en plus pimpante et vic-torieuse. Moi, tout en me considérantun des derniers Mohicans, je com-mence à me poser de sérieuses ques-tions sur mon avenir.Ha voilà que les «Scènes de ménage»sont finies! Et ma femme m’enjointde mettre la table.Boudiu!... jusqu’où j’ai du descen-dre… ça c’est du ‘brutal’.

le 02 avril 2014

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise.N°siret: 52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Alfredo Lima, Ana Catarina Alberto, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Aurélio Pinto, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg), Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Duarte Pereira (Cyclisme), Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes),Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon), José Manuel dos Santos (Arles), José Paiva (Orléans), Julien Milhavet, Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manueldo Nascimento, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mário Loureiro, Natércia Gonçalves (Clermont-Ferrand), Nathalie de Oliveira, Nuno Gomes Garcia (Sport), Padre Carlos Caetano,Ricardo Vieira (Musique Classique), Sheila Ferreira (Clermont-Ferrand), Susana Alexandre| Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse:Lusa | Photos: Alfredo Lima, António Borga, Mário Cantarinha | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves,75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Publicidade em Portugal: AJBB Network, Arnado Business Center, rua João de Ruão, nº12-1º Escrt 49. 3000-229 Coimbra. Tel.: (+351) 239.716.396/ [email protected] | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: avril 2014 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | www.lusojornal.com

ainda sobre a emigração do Fernando tordoJ.F. correiaColombes

[email protected]

Carta ao Diretor do LusoJornal

Exmo Senhor,Um certo interesse pelas coisas e aspessoas levou-me desde que o Luso-Jornal existe, a procurá-lo sempre quepodia. E quando por azares de explo-ração o jornal cessou a sua publica-ção, fiquei desolado por verdesaparecer um laço, mesmo ténue,ao passado que era o meu. Maistarde, quando o jornal enfim renas-ceu de cinzas de certo modo aindamornas, de novo recomecei a pro-curá-lo e, nessa altura, escrevi-lheuma carta a felicitá-lo pelo interesseque de novo mostrava pelas graças edesgraças dos emigrantes ao lançar asi mesmo o repto de recomeçar umaempreitada cujo sucesso é sempreproblemático e me repus de novo nocaminho de o procurar para ler, coma mesma curiosidade e relativo inte-resse, os números que se vão suce-dendo.E estou agora a escrever-lhe esta cartaporque, no número 162 de 26 de fe-vereiro passado, li o artigo da página8 intitulado: “Fernando Tordo emi-grou e Portugal chorou”, que o senhorsubscreveu.Esse artigo, senhor Diretor é lasti-moso, porque é uma lástima o queescreveu. Pretendendo fazer umaanálise da atitude que um homemlivre decidiu tomar, numa altura dasua vida em que não são correntesgestos de igual ímpeto, parte o Se-nhor do facto de o filho dele ter es-crito uma carta dirigida ao pai e que,tendo sido lida através dessa rede que

é muito prática mas causa muitascontrariedades, teve uma projeção naimprensa portuguesa que talvez nãomerecesse.Mas isso não me competindo julgar,volto ao texto do seu artigo e retomo-o onde diz, citando o que escreveu:“Não sei qual a relação que os doistêm mas João Tordo decidiu tornar acarta pública”. Vindo esta frase deum jornalista, deixa-me boquiaberto!Se quer comentar, criticar ou o quequer que seja e mais ainda quando setrata do comportamento de uma ouou mais pessoas, a primeira condiçãoé informar-se de tudo aquilo que vaiabordar no seu texto. Como não o fez,informo-o de passagem, que as rela-ções entre pai e filho são excelentese passo à frente.Mas isso não altera nada, nem aojuízo que faz sobre o facto e as reper-cussões que ele teve e nem sequer nainterpretação que lhe dá sobre o temacentral do artigo e que é a emigração:como, porquê, para quê, e em quecondições.Quando se estende em consideraçõesmateriais que motivam a emigração,deixa-me a ideia que o Senhor pensaque toda a gente emigra para ganharmais, para viver melhor material-mente, mesmo se o ‘melhor’ não sesabe bem o que é mas porque ‘deve’ser diferente. Queira saber, SenhorDiretor, se o não sabe já e disso temobrigação, que há gente que emigrapor outros motivos: porque não sesente bem na sociedade onde nasceu

e foi criado, por razões políticas, porrazões sentimentais ou culturais oumotivo válido entre todos, para respi-rar outros ares, outros costumes, ou-tros saberes.Voltando ao Fernando Tordo, cujarazão para emigrar parece ter-lhe cau-sado, a si, engulhos, ao ponto de terficado indignado com o destaque quea imprensa indígena deu ao assunto,de forma desacautelada, lança-se emcomparações entre o modo de falarda emigração em Portugal e o modocomo aqui é tratada, vista e vivida.Não há comparação possível! Nuncahouve nem nunca haverá.Se quiser dar-se ao trabalho de ler osclássicos que disso falaram, desde oEça ao Camilo, passando por Aqui-lino, Miguel Torga, etc., vai entenderporque escrevo isto e encerro aquieste capítulo citando apenas umcerto Joaquim Namorado, que não seise sabe quem foi, que na introduçãodo poema ‘Aviso à Navegação’, escre-veu: “Pertenço a esse povo que des-cobriu o caminho marítimo para aÍndia e ainda hoje passa fome”, ouentão a frase de José Almada Negrei-ros: “Enchemos a barriga a falar deCamões e ninguém sabe ou se lembraque ele morreu na miséria”.Isto, é o Portugal de ontem, de hoje etalvez infelizmente de amanhã, o seu,e o meu, de que tanto gostamos, comtodas as suas incapacidades e defei-tos e até mesmo que ele fosse tãohorrendo como o filho da SenhoraDuquesa de Brabante do célebre

poema de Gomes Leal. Porque ter sóqualidades como dizia o FernandoPessoa é muito aborrecido, cria inve-jas, desavenças e dores de cabeça.Falar do Fernando Tordo como se elefosse “mais um” não lhe fica bem.Eu que não sou versado em cantoriase fados, mas que sei que ele traba-lhou, colaborou e é amigo do Carlosdo Carmo, assim como o foi do Arydos Santos e muitos outros, já mechega para aceitar a ideia que o Fer-nando Tordo era e é alguém.O último apontamento que faço é o“eterno lamento” sobre a forma ne-gligente com que o Governo portu-guês, todos os que existiram desdesempre e não apenas depois da mu-dança de regime, trataram e conti-nuam a tratar a problemática daemigração para falar com os ‘douto-res’ de agora.Admira-me que o faça, que o senhorque lida diariamente com embaixado-res, cônsules, deputados, delegados,congressistas, e outros jornalistas quevivem com esses problemas a todo omomento. É com eles que deve falarde tudo isso e não aos seus leitorescom ar de desalento. Espero que ofaça por sua vontade e não a meu pe-dido.Não resisto, em citar de novo o Joséde Almeida Negreiros recopiando afrase com a qual terminou uma con-ferência sobre Futurismo, pronun-ciada em Lisboa em 1917: “O povocompleto será aquele que tiver reu-nido todas as suas qualidades e todos

os seus defeitos. Coragem Portugue-ses, só vos faltam as qualidades”.Não veja nesta carta, nenhuma ma-lévola intenção. Veja só uma reaçãoao modo como se referiu ao FernandoTordo, ao filho e à carta que ele es-creveu ao pai. Espero que tenha com-preendido que o que me levou aescrever-lhe se resume em dois pon-tos: 1° gosto de saber que o LusoJor-nal existe e continua, 2° porque oFernando Tordo como qualquer outrapessoa merece todo o respeito e nãofoi isso que entendi no seu artigo.Creia-me ao seu dispor.

resposta:Caro leitor,Gosto de o ler.Mas também gostava que me lessebem.A minha resposta está, afinal, na suaúltima frase: “o Fernando Tordo comoqualquer outra pessoa merece todo orespeito”. É que o meu texto, afinal,podia ter-se resumido a apenas umafrase: “toda a gente merecia o mesmorespeito que o Fernando Tordo”.Efetivamente, às vezes complicamostanto as coisas. Podia ter escrito ape-nas isto. Evitar-lhe-ia de ter ido bus-car o Eça, o Gomes Leal e até oJoaquim Namorado.Mas nós gostamos disto. E não é sópor sermos portugueses, não é?

Carlos PereiraDiretor do LusoJornal

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03Política

governo português quer que os ‘luso-eleitos’ guardem‘uma forte ligação’ com Portugal

As eleições municipais francesas queterminaram no domingo passado cau-saram grandes mudanças no pano-rama político francês. A demissão doGoverno logo no dia seguinte à se-gunda volta das eleições, prova que oExecutivo francês compreendeu o“cartão vermelho” que lhe foi atri-buído pelos eleitores - pelos que vota-ram, e pelos que não votaram, já quemais de metade da população não sepronunciou.Em geral, os Governos pagam sempreo preço do desgaste de quem está nopoder, mas desta vez, a mensagem foibastante clara. Jean Marc Ayrault nãotinha outra solução, face à pressãodos eleitores, da imprensa e dos pró-prios militantes socialistas. Por issodemitiu-se.

Viragem à DireitaCom algumas raras exceções, na qualestá, evidentemente, Paris, com AnneHidalgo a vencer uma eleição para aqual sempre foi dada como favorita,muitos dos municípios franceses pas-saram para a Direita.Para além de uma leitura nacional evi-dente, para nós fez com que algunsdos autarcas de origem portuguesanão continuem a integrar o panoramaautárquico francês. Argenteuil,Nîmes, Pessac,... são apenas algunscasos. Mas outros surgiram de novo,como é o caso da eleição de PauloMarques em Aulnay-sous-Bois e Ale-xandra Custódio em Saint Etienne.Philippe Pinho manteve-se Maire deChaligny, perto de Nancy, David Quei-rós foi eleito Maire de Saint Martind’Hères, nos arredores de Grenoble,onde reside uma forte Comunidadeportuguesa e Cédric de Oliveira, comapenas 27 anos de idade, conseguiua proeza de destronar o Maire PS parase instalar na Mairie de Fondettes,uma cidade com mais de 10.000 ha-bitantes, nos arredores de Tours.

Vaga Bleue Marine?Os comentadores têm destacado

desta eleição, o aumento significativoda presença do Partido de ExtremaDireita - Front National - no espetropolítico local. As sondagens dãomesmo uma vitória ao partido de Ma-rine Le Pen, nas próximas eleiçõesEuropeias.Com efeito, o Front National conquis-tou algumas Mairies importantes dopaís e marcar a noite eleitoral. Masnão elegeu mais que 1.200 Conse-lheiros municipais em todo o país.Em termos comparativos, entre Portu-gueses mononacionais, binacionais efranceses de origem Portuguesa, haviamais de 3.000 “luso-eleitos” emFrança até à semana passada.Hoje ainda é difícil de contabilizar onúmero de Portugueses e Lusodes-cendentes eleitos, mas provavelmenteserão mais do que os eleitos peloFront Nacional. Convém pois relativi-zar.Vários Portugueses e Lusodescenden-tes foram candidatos pelo Front Na-tional, o que mostra que o Partido daExtrema Direita está a infiltrar áreas

da sociedade que podiam, se não ti-vessem a memória curta, contestar osideais pelas quais se candidatam.Questionado sobre este assunto o Se-cretário de Estado das ComunidadesJosé Cesário disse que “este tipo decrescimento dos partidos radicais é cí-clico, acontece quando há alguma in-definição nos projetos políticos e nosprojetos económicos e quando há umaumento substancial do desem-prego”.“A Europa está a viver uma fase de re-definição muito grande, o projeto eu-ropeu está a necessitar de um grandeamadurecimento”, acrescentou, mos-trando-se convicto de que “com o pre-visível crescimento económico, que seestá a adivinhar, haverá uma recupe-ração dos Partidos mais moderados,de centro, independentemente deserem mais de centro-esquerda ou decentro-direita”.

conselheiro de ParisHermano Sanches Ruivo voltou a sereleito no 14º bairro de Paris, e tam-

bém voltou a ser eleito Conselheiro deParis, função que já ocupou duranteo anterior mandato.Ao vencer com cerca de 53% dosvotos, para além do Partido Socialistater eleito Carine Petit e impedido Nat-halie Kosciusko-Morizet de ganhar aMairie de Paris 14, os Socialistas têm23 dos 30 Conselheiros municipaisdo bairro. A eleição de Hermano San-ches Ruivo não esteve em perigo e asua nomeação para o Conselho deParis também não.Anne Hidalgo vai ser a primeira mu-lher Maire de Paris.“O contexto nacional não é favorávelà Esquerda e virou-se uma página danossa história junto aos municípios”escreveu Hermano Sanches Ruivo.“Em Paris, graças ao balanço munici-pal e a uma política de proximidade ede solidariedade, uma maioria de Pa-rienses renovaram a confiança à Es-querda para um terceiro mandato.Certo é que Bertrand Delanoë e assuas equipas souberam gerir Parissem nunca perder de vistas as expec-tativas, as especificidades locais e asaspirações de mais de 2 milhões dehabitantes, nomeadamente na áreada solidariedade, do alojamento, dacultura, dos transportes, dos equipa-mentos e da democracia local”.Hermano Sanches Ruivo disse à Lusaque a próxima meta é poder vir a serescolhido por Anne Hidalgo para serMaire Adjoint de Paris, “um cargonunca antes alcançado por um portu-guês”. Alguma comunicação socialdá-o certo no Pelouro do Desporto. Nomomento de fecho desta edição doLusoJornal esta hipótese não estáconfirmada, nem desmentida. O pri-meiro Conselho de Paris vai ter lugarno próximo sábado, dia 5 de abril.

o apelo de José cesárioO Secretário de Estado das Comuni-dades, José Cesário, apelou aos Por-tugueses e Lusodescendentes eleitosem França que garantam uma ligaçãocom Portugal nas suas políticas.“Percebemos que houve um aumentoclaro do número de recenseados e

houve mais movimentações a nível daComunidade no sentido de se envol-verem nestas eleições. Há muitas per-sonalidades da Comunidade queforam eleitas”, disse José Cesário,acrescentando tratar-se de “um fatorde satisfação muito grande”.O governante lembrou que os Portu-gueses e Lusodescendentes que agoravão desempenhar cargos políticos são“eleitos franceses, independente-mente de terem também nacionali-dade portuguesa” e, como tal,“devem obediência a um mandatoque lhes é conferido pelos eleitores”.Mas o Governo português pede aoseleitos “que não esqueçam as respe-tivas origens, que as tenham muitopresentes, e que em políticas de na-tureza social, de promoção cultural, anível da língua portuguesa, de promo-ção dos produtos portugueses, elesconsigam fazer uma ligação com Por-tugal e com as respetivas comunida-des locais”, sublinhou José Cesário.

uma nova rede em perspetiva?Depois das primeiras eleições com aparticipação de mononacionais portu-gueses, em 2001, a Embaixada dePortugal em França criou uma redecom os cerca de 350 “luso-eleitos”que saíram dessa eleição. Foram or-ganizadas reuniões anuais com essesautarcas de origem portuguesa.Mas depois da eleição de 2008, a si-tuação complicou-se porque o númerode “luso-eleitos” aproximou-se dos3.500. Desde então, tanto a Embai-xada de Portugal, como o Governoportuguês deixaram de dar acompa-nhamento a estes autarcas, emborasempre consideraram que podiam ser“uma mais-valia para Portugal”.A tentativa de criação de uma rede vir-tual de contacto, ainda teve a adesãode mais de 1.000 “luso-eleitos”, masfaltou na Embaixada de Portugal a di-nâmica para “animação” desta rede.Os próximos meses servirão para ana-lisar o posicionamento do Governoportuguês e da Embaixada de Portu-gal sobre esta questão.

Eleições municipais alteram significativamente a política do país

le 02 avril 2014

Por Carlos Pereira

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Hermano Sanches Ruivo com Anne HidalgoDR

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04 Política

lusojornal.com

alguns dos autarcas com eleição confirmadaachères (78)Elisabeth Malho, eleita na lista doMaire Marc Honore (Divers Droite).José da Silva (Oposição)alfotville (94)Julie Gomes Cordesse, eleita na listado Maire Luc Carvounas (Union de laGauche).argenteuil (95)Tânia de Azevedo, eleita na lista doMaire Georges Mothron (UMP).arnouville (95)Bruno Valente, eleito na lista do MaireMichel Aumas (Union de la Droite).athis Mons (91)Rose-Marie Silva de Sousa, KévinRainha, Carla Mesquita, Katia Gon-çalves, eleitos na lista da Maire Chris-tine Rodier (UMP).Nadine Ribeiro (Oposição).aulnay-sous-Bois (93)Elisabeth Rodrigues, Amélie Pinheiro,Paulo Marques, Karine Lanchas Vi-cente, José Correia, eleitos na lista doMaire Bruno Beschizza (Union de laDroite).Beausoleil (06)Christiane da Silva, eleita na lista doMaire Gérard Spinelli (Divers).Berre l’etang (13)Carole Correia d’Almeida, eleita nalista do Maire Serge Andreoni (DiversGauche).Bordeaux (33)Ana-Maria Torres, eleita na lista doMaire Alain Juppé (UMP).Bourges (18)Jennifer da Silva, eleita na lista doMaire Pascal Blanc (Union de laDroite).Bourgoin Jallieu (38)Olivier Dias, eleito na lista do MaireVincent Chriqui (UMP).Brive-la-gaillarde (19)Jean Santos, Fátima Jacinto, eleitosna lista do Maire Frédéric Soulier(Union de la Droite).cambrai (59)Maria-José Pombal, eleita na lista doMaire François-Xavier Villain (DiversDroite).cébazat (63)Tony da Silva, Aldina Paredes, Fa-bienne Rodrigues, Alonso Duarte,José Fernandes, eleitos na lista doMaire Flavien Neuvy (Union Démocra-tes et Indépendants).cenon (33)Fernanda Alves, eleita na lista doMaire Alain David (Union de la Gau-che).Philippe Dantas, Anabela Pereira(Oposição).cerizay (79)Arnaldo Pereira, Rosa-Maria Ma-chado, eleitos na lista do MaireJohnny Brosseau (PS).cernay (68)Joaquim Rodrigues (Oposição).ceyrat (63)Jessica da Cunha (Oposição).chaligny (54)Filipe Pinho foi eleito Maire pela Union de la Gauchechampigny (94)Maria Isabel Flores Racmachers,eleita na lista do Maire DominiqueAdenot (Union de la Gauche).Isilda de Amorin Silva (Oposição).champlan (91)António Alves Monteiro, Paul da Silva,eleitos na lista do Maire Christian Le-clerc (Divers Droite).chelles (77)Ângela Pascoa dos Santos Avond, Syl-

via Lopes Guillaume, eleitas na listado Maire Brice Rabaste (Union de laDroite).Lúcia Pereira (Oposição).chilly Mazarin (91)Alexis dos Santos, Pedro Ribeiro-Ca-pitão, Laure Vieira, eleitos na lista doMaire Jean-Paul Beneytou (Union dela Droite).choisy-le-roi (94)Vasco Coelho (Oposição)clamart (92)Sally da Conceição Gomes Ribeiro,eleita na lista do Maire Jean-DidierBerger (Union de la Droite).clermont Ferrand (63)Manuela Ferreira de Sousa, eleita nalista do Maire Olivier Bianchi (Unionde la Gauche).coignières (78)Cristina Morais, eleita na lista doMaire Henri Pailleux (Divers Droite).colmar (68)Margot de Carvalho, eleita na lista doMaire Gilbert Meyer (Union de Droite).corbeil-essonnes (91)Sylvie Machado Boalhosa, JessicaMadaleno, eleitas na lista do MaireJean-Pierre Bechter (Union de laDroite).cormeilles-en-Parisis (95)Sandra Teixeira, Félix Torres Marin,Carlos Soares de Sousa Coelho, elei-tos na lista do Maire Yannick Boedec(Union de la Droite).courbevoie (92)José do Nascimento, Stéphanie Soa-res, eleitos na lista do Maire JacquesKossowski (Union de la Droite).Dammarie-les-lys (77)Paulo Paixão, Dina Martins, José Car-valho, eleitos na lista do Maire GillesBattail (UMP).Sylvie Teixeira (Oposição).Deuil-la-Barre (95)Alberto da Cruz Pereira, eleito na listada Maire Muriel Scolan (Union Démo-crates Et Indépendants).enghien les Bains (95)Marc Antão, eleito na lista do MairePhilippe Sueur (UMP).epinay-sur-seine (93)Pierre Tavares (Caboverdiano, Oposi-ção).Feyzin (69)José da Rocha, Décio Gonçalves,Maria dos Santos Ferreira, eleitos nalista do Maire Yves Blein (Union de laGauche).Firminy (42)Sylvie Barbara, José Mendes, eleitosna lista do Maire Marc Petit (Union dela Gauche).Fleury-les-aubrais (45)Anthony Domingues, eleito na Listade Maire Marie-Agnès Linguet (DiversDroite).Fondettes (37)cédric de oliveira foi eleitoMaire pela Union De La Droite.genay (69)Cristina da Bouça, Monique Dias,eleitas na lista do Maire Arthur Roche(Divers Droite).gentilly (94)Cristina Semblano, na lista da MairePatricia Tordjman (Union de la Gau-che).gidy (45)Annie Lopes (Oposição).gonesse (95)Julien dos Santos, Amélie Rodrigues,eleitos na lista do Maire Jean-PierreBlazy (Union de la Gauche).

guebwiller (68)Joffrey Mosteiro, Fátima Brito, eleitosna lista do Maire Francis Kleitz (ListeDémocrates et Indépendants).Houilles (78)Martine Nave Cunha, eleita na lista doMaire Alexandre Joly (Divers Droite).la garenne colombes (92)Elsa Marques da Silva, eleita na listado Maire Philippe Juvin (UMP).la Queue-en-Brie (94)Ana de Almeida, Michèle Mendes,Philippe Vieira, eleitos na lista doMaire Jean-Paul Faure-Soulet (Unionde la Droite).la roche Blanche (63)José-Eduardo de Magalhaes, eleito nalista do Maire Gérard Vialat (DiversDroite).le cendre (63)Matthias Diniz, Valérie Monteiro, Phi-lippe Crespin, Marie-Christine Macá-rio, Philippe Pacheco, eleitos na listado Maire Hervé Prononce (Union duCentre).lempdes (63)Sandrine Bolis-de Brito, FabienneFrancisco, eleitas na lista do MaireHenri Gisselbrecht (Divers Droite)lens (62)Bruno Cavaco, eleito na lista do MaireSylvain Robert (Union de la Gauche).léognan (33)Philippe Dias (Oposição).le raincy (93)José Cesar, eleita na lista do MaireJean-Michel Genestier (Divers Droite).les Mureaux (78)Victor Rodrigues, eleito na lista doMaire François Garay (Divers Gauche).limeil Brévannes (94)Dominique Rodriguez-Silva, RosaLopes, eleitos na lista do Maire Fran-çoise Lecoufle (Union de la Droite).Maisons alfort (94)Dominique Prati-Pestana, eleita nalista do Maire Michel Herbillon(UMP).Maubeuge (59)Nathalie Gomes Gonçalves, eleita nalista do Maire Arnaud Decagny (Unionde la Droite).Ménetrol (63)Christine Pires-Beaune, Jérôme deAbreu, Maria de Carvalho, eleitos nalista da Maire Nadine Boutonnet deCarvalho (Union de la Gauche).MetzNathalie de Oliveira, eleita na lista deDominique Gros.Mondeville (14)Nathalie Tomaz (Oposição).Montereau-Fault-Yonne (77)Rosa da Fonseca, Manuel Afonso,Maria-Alzira Roque, Margaux Gomesde Castro, eleitos na lista do MaireYves Jego (Union Démocrates et In-dépendants).Montfermeil (93)Maria Da Silva, Maria Pinto, MorganJacinto, eleitos na lista do Maire Xa-vier Lemoine (Divers Droite).Montgeron (91)Charlotte de Souza, eleita na lista doMaire François Durovray (UMP).Montigny-les-cormeilles (95)Modeste Marques, Maria ManuelaMelo (Oposição).Montry (77)José Guerreiro, eleito na lista do MaireMichel Camus (Divers Gauche)MormantMaria-Emilia Varela de Oliveira, eleitana lista do Maire Sylvain Clerin (Divers

Droite).Mulhouse (68)Claudine da Silva (Oposição).nanterre (92)Cédric Martins (Oposição).noisy-le-grand (93)Nuno Martins, Fleurine Nascimento,eleitos na liste do Maire Michel Pajon(Union de la Gauche).Marylise Martins, Michel Américo(Oposição).oloron sainte Marie (64)Francis Marques, eleito na lista doMaire Hervé Lucbereilh (DiversDroite).orléans (45)Corinne Leveleux-Teixeira (Oposição).orly (94)Christian de Barros, eleito na lista daMaire Christine Janodet (Union de laGauche).ormesson (94)Véronique Gonçalves dos Santos,eleita na lista da Maire Marie-Chris-tine Segui (UMP).orsay (91)Albert da Silva, Mireille Ramos, elei-tos na lista do Maire David Ros (PS).Pantin (93)Geoffrey Carvalhinho (Oposição).Paris 14Hermano Sanches Ruivo, eleito nalista da Maire Carine Petit (Union dela Gauche).Pessac (33)Sylvie Camacho, eleita na lista doMaire Franck Raynal (Union de laDroite).Plaisir (78)Sandrina Carneiro, eleita na lista daMaire Joséphine Kollmannsberger(Union de la Droite).Poissy (78)Sandrine dos Santos, Nelson deJesus Pedro, eleitos na lista do MaireKarl Olive (Union de la Droite).Pomponne (77)Nathalie Pereira-Fordelone, MaprilBaptista, eleitos na lista do MaireRoland Harle (Divers Droite).Pontault-combault (77)Nadine Lopes, Fernande TrezentosOliveira, Virginie Santos, eleitas nalista da Maire Monique Delessard(Union de la Gauche).Pontcarré (77)Marie-Anne Pinto, eleita na lista doMaire Tony Salvaggio (PS).Puteaux (92)Manuel Batista, eleito na lista daMaire Joëlle Ceccaldi-Raynaud(Union de la Droite).roissy-en-Brie (77)José Manuel de Sousa, Anne Gama,eleitos na lista da Maire MathildePriest Godet (UMP).romainville (93)Fernando Lourenço, eleito na listada Maire Corinne Valls (Union de laGauche).saint crepin ibouvillers (60)Manuel Aparício, eleito na lista doMaire Alain Letellier (Divers Droite).saint Doulchard (18)Sophie dos Santos, eleita na listado Maire Daniel Bezard (DiversDroite).sainte consorce (69)Emanuel Andraz Pedro, eleito nalista do Maire Jean-Marc Thimonier(Lista única).sainte geneviève-des-Bois (91)Celso Libânio Coutinho, Maria deJesus Carlos, eleitos na lista do

Maire Olivier Leonhardt (Union dela Gauche).sainte Maxime (83)Nathalie Dantas, eleita na lista doMaire Vincent Morisse (DiversDroite).saint etienne (42)Alexandra Custódio, eleita na listado Maire Gaël Perdriau (Union de laDroite).saint Fons (69)Adelino Antunes, Philippe da Costa,eleitos na lista da Maire NathalieFrier (Divers Droite).saint Jean de la ruelle (45)Claude Rina-Basilio, eleito na listado Maire Christophe Chaillou (PS).Catherine Torres (Oposição).saint Martin d’Hères (38)David Queirós, eleito Mairepela Union de la Gauchesaint Maur-des-Fossés (94)Roméo de Amorim, Philippe Ci-priano, eleitos na lista do Maire Syl-vain Berrios (UMP).Patrícia Ribeiro (Oposição).saint Maurice-de-Beynost (01)Ana Ramos, eleita na lista do MairePierre Goubet (Divers Gauche).saint tropez (83)Bettina Marques, eleita na lista doMaire Jean-Michel Couve (UMP).sarlat (24)Isabelle Teixeira, eleita na lista doMaire Jean-Jacques de Peretti(UMP).sartrouville (78)Daniel Coutinho, Natália Moreira,Dolores Rodrigues, eleitos na listado Maire Pierre Fond (Union de laDroite).strasbourg (67)Maria Fernanda Gabriel Hanning,eleita na lista do Maire Roland Ries(Union de la Gauche).tarascon-sur-arriège (09)Martine Serrano, Maria de NazaréVinhas, eleitas na lista do MaireAlain Sutra (Divers Gauche).tourcoing (59)João Abrantes Almeida, eleito nalista do Maire Gérald Darmanin(Union de la Droite).Valenton (94)Ana Tarrinha (Oposição).Vaulx-en-Velin (69)Eliane da Costa, eleita na lista daMaire Hélène Geoffroy (PS).Villejuif (94)Jorge Carvalho, Paulo FerreiraNunes, eleitos na lista do MaireFranck Le Bohellec (Union de laDroite).Sandra da Silva Pereira (Oposição).Villiers-le-Bel (95)Rosa Maceira, eleita na lista doMaire Jean-Louis Marsac (PS).Villiers-sur-Marne (94)Joaquim Cardoso, eleito na lista doMaire Jacques Alain Benisti (Unionde la Droite).Jose-Luís Neto (Oposição).VilleparisisOlivier Ferro, eleito na lista doMaire Hervé Touguet (DiversDroite).Maria Alves (Oposição)Viviers-sur-arthaud (10)Sébastien Ferreira, Catherine Vieira,eleitos em lista única.VolvicIsabelle Domingues, Joël de Amo-rim, eleitos na lista do Maire Mo-hand Hamoumou (Divers Doite).

Eleições Municipais

le 02 avril 2014

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06 comunidade

academia do Bacalhau de Paris angarioufundos para ajudar o Forcado nuno “Mata”

No âmbito do Festival da GastronomiaPortuguesa que decorreu na salaVasco da Gama, em Valenton, a Aca-demia do Bacalhau de Paris (ABP)realizou aí o seu terceiro jantar de2014, com o objetivo de reunir fun-dos para ajuda ao forcado Nuno Car-valho “Mata” que após tentar a pegade um toiro na Praça do Campo Pe-queno, em agosto de 2012, viria a sairda arena com graves lesões na colunavertebral que o deixaram tetraplégico.De forma a poder adquirir nova ca-deira de rodas com as devidas espe-cificações, a ABP solidarizou-se como Nuno “Mata” assim como os quase300 convivas que encheram comple-tamente a sala e puderam desfrutardo jantar, do convívio e também dasintervenções dos três oradores, entreas quais a do próprio convidado dehonra Nuno “Mata”.Depois do discurso inicial do Presi-dente Carlos Ferreira, fez-se o pri-meiro “Gavião de Penacho”, e oprimeiro orador da noite foi o cavaleirotauromáquico João Ribeiro Teles vindoexpressamente de Coruche e quedesde o primeiro momento quis asso-ciar-se ao evento.João Teles é oriundo de uma famíliacom profundas ligações à tauroma-quia, desde logo o seu pai, David Ri-beiro Teles, cavaleiro e figuraincontornável da segunda metade doséculo XX, o seu irmão António Telescognominado como o clássico dosclássicos dos toureiros a cavalo e

agora o seu filho João Ribeiro Teles Jre sobrinho Manuel Teles Bastos. Acasa Ribeiro Teles é ainda criadora decavalos e toiros de lide com os ferrosDavid Ribeiro Teles e Vale do Sorraia,esta última das raríssimas que con-serva a casta portuguesa.Sendo um profundo conhecedor dofenómeno taurino e toda a sua envol-vência, João Teles dirigiu-se aos pre-sentes com um filme de fundo quecontinha imagens de tauromaquia, decavalos e paisagens rurais de assina-lável beleza.Fernando Lopes prosseguiu com asapresentações em palco dos candida-tos a novos compadres, em concretoAlexandre Lopes, António Macedo An-drade e Bruno da Costa propostos pelocompadre António Fernandes e Ma-rina Lopes pelo compadre Mário deSousa. Foram confirmados Compa-dres Fernando da Costa apadrinhadopelo Presidente Carlos Ferreira, FláviaRocha apadrinhada pelo compadreJosé Dias, Clotilde Lopes pelo compa-dre Afonso Galvão e Virgílio Santospelo compadre José Oliveira.Fez-se o 2º “Gavião de Penacho” eLuís Rocha apresentou o segundo ora-dor.Também expressamente vindo do Ri-batejo e impulsionador do eventodesde a sua origem, Pedro Coelho dosReis - o popular “Pipas” desde muitojovem se interessou pelas corridas detoiros, nomeadamente da muito por-tuguesa arte de pegar toiros e cedo

entrou para o Grupo de ForcadosAmadores do Aposento da Chamusca,onde já atuava o seu irmão Vascocomo elemento consagrado, e aolongo da sua carreira evidenciou umaenorme valentia e disponibilidadesendo com naturalidade que assumiuas funções de Cabo em junho de2011.Seguiu-se o primeiro momento degrande emoção e antes de abandonaro palco pediu a presença do Presi-dente da ABP a quem ofereceu umlivro intitulado “Testemunho” quecontem crónicas e fotografias de atua-ções do Aposento da Chamusca.O “Carrasco” Manuel Moreira tomoua palavra e procedeu-se ao sorteio dosprémios entre os quais uma fotografiaemoldurada e assinada pelo Nuno“Mata”, um livro de sala sobre o temadas Coudelarias do Ribatejo oferecidopelo cavaleiro João Ribeiro Teles edois fins de semana, incluindo hotele refeições para 2 pessoas em Viseue Algarve, oferecidos respetivamentepelo restaurante “O Cortiço” e peloHotel RR.E após a sobremesa chegou o grandemomento da noite com a presença doconvidado de honra em palco, igual-mente apresentado por Luís Rocha,que também foi forcado. Começoupor referir que Nuno “Mata” veio daMoita, acompanhado da inseparávelCarina, e ainda jovem manifestougosto pela aventura e desportos ao arlivre, nomeadamente futebol que pra-

ticou federado até que, a convite deum amigo, entrou para o mundo dosForcados, primeiro nos Amadores daMoita e mais tarde para o Aposentoda Moita. Rapidamente se notabilizoucomo Forcado de cara e atuou nasmais importantes praças de Portugale também Espanha e México onde in-clusivamente pegou em pontas,tendo arrecadado diversos troféus aolongo da carreira afirmando-se comoum dos melhores da sua geração. Atéque, em agosto de 2012, no CampoPequeno, em Lisboa, ao tentar a pegado Dominador, da ganadaria Infanteda Câmara, viria a sair da arena comlesões na coluna vertebral que o dei-xaram tetraplégico.Nuno Carvalho “Mata” deixou umtestemunho de fé, esperança e forçainterior verdadeiramente extraordiná-ria tendo, entre outras, feito afirma-ções como: “Não me arrependo de tersido Forcado. Aliás eu ainda sou For-cado. Foi nos Forcados que eu encon-trei os meus amigos e me realizeienquanto homem. Tento ser um luta-dor, se calhar não sou tão forte comose possa pensar, tenho medos, tenhoalturas em que choro mas tento, tentosempre superar. O que me aconteceué raro e Deus escolheu-me a mim,mas não guardo rancor. O Dominadorlevou-me a mobilidade mas mante-nho os amigos, a minha namorada, aminha família e os meus sonhos.Quando os meus sonhos deixarem defazer sentido, aí terei perdido”.Após a sua intervenção escutou es-pontânea e longa salva de palmas quetodos os presentes lhe dirigiram de pée o Tesoureiro da ABP, Mário deSousa, anunciou o cheque que lhe foientregue no montante de 7.500euros.Entretanto a receita aumentou paraos 10.000 euros, com vários outrosdonativos, entre os quais do clube“US Lusitanos Saint Maur” entreguepelo Diretor desportivo Valdo, antigaglória do Benfica, do PSG e da Sele-ção brasileira, relatando na primeirapessoa o sofrimento que teve quandoperdeu uma filha de 13 anos em aci-dente de viação. Mais informou quevai realizar no Estádio da Luz o seu“jubileu” e garantiu que parte da re-ceita seria para a causa do Nuno“Mata”.Durante o jantar foram dirigidas aoNuno “Mata” diversas palavras deapoio, nomeadamente do CônsulGeral de Paris, Pedro Lourtie.

Donativo atingiu 10.000 euros

le 02 avril 2014

Chalon-sur-SaônePresença consular do Consulado-Geralde Portugal em LyonAssociação Portuguesa de Promoção eCultura, 8 rue Président Allendé, Chalon-sur-Saône (71)Das 9h30 às 13h00 e das 14h00 às 17h00Dias 04 de abrilMarcações: 04.78.17.34.42.

ReimsPresença consular do Consulado-Geral de Portugal em ParisAntenne Municipale de Neuvilletteavenue Nationale, Reims (51).Das 10h00 às 14h00Dia 15 de abrilInformações: 01.56.33.81.00.

RennesPresença consular do Consulado-Geralde Portugal em ParisMaison Internationale de Rennes, 7quai Chateaubriand, Rennes (35).Das 9h00 às 13h00Dia 3 de abrilInformações: 01.56.33.81.00.

RouenPresença consular do Consulado-Geralde Portugal em ParisHalle aux Toiles, place de la Basse VieilleTour, à Rouen (76).Das 10h00 às 14h00Dia 22 de abrilInformações: 01.56.33.81.00.

TourcoingPresença consular do Consulado-Geralde Portugal em ParisMairie de Tourcoing, 10 Place VictorHassebroucq, Tourcoing (59)Das 9h00 às 13h00Dia 8 de abrilInformações: 01.56.33.81.00.

Presenças

consulares

governo desafia associações de emigrantesa reunirem-se numa organização O Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas, José Cesário,desafiou as associações de emigran-tes a reunirem-se numa organizaçãoque permita uma ligação entre Por-tugal e as estruturas representativasdos Portugueses na diáspora.“Deixo um desafio: gostaria muitoque daqui saísse uma nova estruturainterassociativa, uma estrutura que

seja um elemento não para dirigir asassociações, mas de ligação entrePortugal e as associações espalha-das pelo Mundo”, afirmou o gover-nante português, dirigindo-se aos26 dirigentes associativos da diás-pora que participam num curso deformação, a decorrer em Lisboa eOeiras.Segundo José Cesário, teoricamente

existem cerca de 3.000 associaçõesde emigrantes, mas “na prática” háperto de mil, referiu, incentivandoos dirigentes a atrair os mais jovenspara o movimento associativo.“Não é o governo que cria, tem deser a sociedade civil”, disse JoséCesário, recomendando que o futuroorganismo “seja intergeracional” etenha “uma representação global,

com gente com mais experiência,com menos experiência e represen-tativa dos vários continentes”. Para Portugal, sublinhou, “é vital arelação com as Comunidades”, mas“não é só por causa das remessas,do dinheiro ou do investimento,mas sobretudo pela promoção daimagem de Portugal no estran-geiro”.

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Entrega do primeiro cheque com 7.500 eurosPhoto Lima

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07comunidade

la Foire de nanterre revient ce week-endFoire de l’artisanat et des produits du terroir

lusojornal.com

emsíntese

les défis de lapaix et de l’uniténationale en angola

Une Conférence sur “Les défis de lapaix et de l’unité nationale en An-gola”, réalisée dans le cadre du12ème anniversaire du rétablisse-ment de la paix en Angola, célébré le4 avril, aura lieu justement le vendredi4 avril, à partir de 17h00, dans l’au-ditorium de la Fondation CalousteGulbenkian, 39 boulevard de la Tour-Maubourg, à Paris 07.Les intervenants sont le Colonel JoséCatumbela et le professeur universi-taire António Luvualu de Carvalho. Lamodération est de l’historienne Con-ceição Legot.

215 Portuguesespresos emFrança

O número de cidadãos portuguesespresos no estrangeiro no ano passadoera de 1.521, menos 973 do que em2012, segundo dados do RelatórioAnual de Segurança Interna (RASI),apresentado em Lisboa.De acordo com o documento, amaioria dos detidos estava em ca-deias de Espanha, 550 casos, se-guindo-se a França, com menos demetade, 215 casos.O relatório refere também que em2013 foram expulsos 280 portugue-ses de vários países, mais dois do queno ano anterior. Com números muitobaixos surge a França, com trêscasos de expulsões.

Batalha: comissão dadiáspora vai ser criada

A Câmara da Batalha vai promover acriação da Comissão da diáspora ba-talhense, uma associação sem finslucrativos que visa reconhecer osEmigrantes do concelho que mais sedistinguiram na dinamização dosseus encontros.“Pretende-se, com esta iniciativa, jun-tar os batalhenses mais influentes ra-dicados no exterior que possamajudar a aumentar as oportunidadesnos respetivos países de acolhimentopara as empresas e cidadãos bata-lhenses”, adianta a autarquia, refe-rindo que caberá ao município“melhorar as condições de acolhi-mento e de apoio” aos emigrantes,“bem como pugnar pela valorizaçãoda diáspora batalhense”.O próximo encontro de emigrantes doconcelho realiza-se no dia 14 deagosto, feriado municipal.

le 02 avril 2014

Les couleurs portugaises sont de re-tour à l’Espace Chevreul, à Nanterreles 4, 5 et 6 avril prochains. Pendantles 3 jours, les produits du terroir et lesavoir-faire portugais seront mis àl’honneur.Vendredi à partir de 18h00, il y aurale discours inaugural avec un vind’honneur, dans l’espace artisanat etdes livres et disques. La soirée se ter-mine avec un dîner spectacle dédiéau fado sur réservation. Manuel Brito,Président de l’ARCOP, qui organisel’événement, espère remplir de nou-veau la salle. «L’Ambassadeur du Por-tugal et le Consul du Portugal à Parisainsi que le Maire de Nanterre sont in-vités à se joindre à nous lors de l’inau-guration».«Cette année nous comptons avec di-verses municipalités portugaises etpour la première fois celles de Bra-gança et Cabeceiras de Basto». LePrésident associatif s’est montré opti-miste concernant la Foire, il s’agit dela 11ème édition et d’année en annéeelle attire de plus en plus d’exposantset de visiteurs. «Au début on a dé-marré avec deux municipes unique-ment et très vite on a été submergés»,se souvient-il.En effet, l’espace cédé par la Mairielocale est vite devenu trop petit pouraccueillir cette Foire. L’association adû «au plus grand regret» rejeter cer-taines municipalités. «Nous bouclonsen fin d’année les candidatures et lespréparations de la Foire, les premiers

qui répondent sont ceux qui ont leurplace, or la grande majorité est pré-sente depuis presque le début donc,nous ne pouvons pas accueillir davan-tage d’exposants par manque d’es-pace», explique-t-il au LusoJornal.En 2016, un nouvel espace sera dis-ponible afin de répondre aux besoinsréels de cet événement. «Il est enconstruction et ne sera prêt que dansdeux ans. A ce moment-là nous pour-rons avec grand plaisir recevoir plusde nos compatriotes portugais».Le samedi 5 avril les portes s’ouvrirontdès 9h00, avec la possibilité de dé-guster des spécialités portugaises. A14h00 les musiques populaires occu-

peront les lieux avec le son des rusgas,et ‘cantares ao desafio’. Puis à21h30, un concert-bal animé par legroupe Roconorte de Monção. «C’estun groupe qui nous plaît beaucoup etqui depuis le début nous a été fidèle,les gens aiment beaucoup leur mu-sique et on ne change pas une équipequi gagne»!Le dimanche à partir de 10h00, avecles traditionnelles dégustations, suividans l’après-midi des démonstrationsfolkloriques (chants, danse et tam-bours), pour finir avec le discours declôture à 17h30.Dégustations et ventes de produits ré-gionaux du Portugal: jambons fumés,

chorizos, huile d’olive, vins (verde etmaduro), gâteaux, miel… On pourrarencontrer les producteurs locaux. Dé-monstrations folkloriques (chants,danse et tambours), foire du livre sansoublier les dédicaces avec des auteurslittéraires. Radio Alfa sera égalementprésente afin de commenter en directles principaux moments de la Foire.Cette édition compte avec la partici-pation des villes de Monção, Arcos deValdevez, Ponte da Barca, Montale-gre, Amarante, Murça, Mirandela,Fundão, Terras de Bouro, Tarouca,Montemor-o-Novo, Torres de Mon-corvo, Vinhais, Boticas et Cabeceirasde Basto.

Par Clara Teixeira

Ps questiona governo sobre atraso do segurode saúde para funcionários consulares O Deputado do PS Paulo Pisco acusouo Governo de criar uma “inaceitáveldiscriminação” por apenas atribuir se-guros de saúde aos Diplomatas en-quanto os funcionários consularesainda aguardam esta regalia, prome-tida há mais de dois anos.Num requerimento dirigido ao Minis-tério dos Negócios Estrangeiros entre-gue no Parlamento, o Socialista refereque “já passaram mais de dois anos

desde que o Governo assumiu o com-promisso de atribuir um seguro desaúde aos funcionários consulares,uma vez que não têm qualquer sistemade proteção que lhes permita aceder,na sua qualidade de servidores do Es-tado, à assistência na doença nos paí-ses onde estão a trabalhar”. Paulo Pisco refere que “o próprio esta-tuto dos funcionários consulares apro-vado em março de 2013 na Assem-

bleia da República prevê a atribuição”desse benefício, cuja importância érealçada pelo socialista, já que emmuitos países, nomeadamente africa-nos, latino-americanos ou asiáticos,são obrigados a recorrer a clínicas ehospitais privados, “com custosmuito altos”.Apesar do compromisso do Governo,salienta o Deputado socialista, “apenasos funcionários diplomáticos colocados

nos serviços externos, extensivo a côn-juges e descendentes, acabaram porter direito a um seguro que financia aassistência na doença”, enquanto “osfuncionários consulares continuam aaguardar, passados mais de dois anos”.Para Paulo Pisco, está em causa “umainaceitável discriminação entre servi-dores do Estado, em que uns são con-siderados e beneficiados e outros sãoignorados e prejudicados”.

«Martins caravanes» ne souffre pas de la criseLeader dans le commerce de cam-ping-car en Auvergne, la société «Mar-tins Caravanes» existe depuis 1991.Etablie à Lempdes (63), la société estactive depuis 23 ans et bénéficied’une très bonne situation commer-ciale. Cette société à responsabilité li-mitée, a vu le jour le 16 janvier 1991,elle est spécialisée dans le secteurd’activité du commerce d’achat, venteet entretien de camping-cars.Manuel Martins a commencé seul,puis a embauché du personnel, et à cejour 7 personnes constituent l’effectifde l’entreprise. Le patriarche a natu-rellement transmis l’activité à son filsPhilippe, tout en gardant une attentionavertie sur le relationnel commercial,

ce qui est privilégié aujourd’hui.La société Martin Caravanes vend lamarque leader sur ce marché, Chal-lenger, et également la marque Adria.Si nous parlons d’une économie encrise et même atone, le secteur ducamping-car n’a pas été impacté parcelle-ci car la clientèle reste aisée enraison de sa moyenne d’âge, ce quipermet une évolution régulière de leurchiffre d’affaire. L’entreprise jouitd’une excellente réputation et disposed’une vaste gamme d’occasion et neufpouvant satisfaire toutes les envies.Le Directeur de l’agence Banque BCPde Clermont-Ferrand ainsi que son Di-recteur régional sont partis à la rencon-tre du gérant Philippe Martins.

LusoJornal / Mário Cantarinha

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08 empresas

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le Portugal étaitreprésenté ausalon gourmetlyon Vinomedia2014

Comme à son habitude, dans la ré-gion lyonnaise, Rhône-Alpes et par-fois bien plus loin, Antoine Pinto,avec son entité commerciale aunom si évocateur, «Millésimes etGourmandises», a proposé aux visi-teurs de connaître le Portugal à tra-vers une très belle variété deproduits, dont des vins, mousseux,muscats, liqueurs et portos.Nous avons déjà présenté Antoine,ce passionné du Portugal, qui per-siste et signe, à informer et diffuserles excellent produits de sa sélectionet de ses partenaires.Les 21, 22 et 23 mars, il faisait unenouvelle halte dans un salon qu’il apris l’habitude d’assurer, malgrécette année, le doublon avec sa pré-sence aussi à la Foire de Lyon.Deux beaux stands ont assuré, àdeux endroits, la mise en valeur duPortugal viticole et gourmand, avecentre-autres, ses délicieux portos etune nouveauté, la gourmande«Licôr de ginja d’Óbidos», dont il asélectionné les produits d’une entre-prise artisanale.

Déjeuner mensueldu Portugal Business club desaint etienne

Le déjeuner mensuel du PortugalBusiness Club de Saint Etienne a eulieu le vendredi 28 mars, au Mer-cure Saint-Étienne Parc de l’Europe,à Saint Étienne (42).Pour ce déjeuner les organisateursont proposé une thématique bienparticulière. «Nous recevons le ca-binet lillois YTES, qui va vous pré-senter les opportunités definancements européens accessi-bles aux entreprises» a expliqué laPrésidente Alexandra Custódio. Lesparticipants devaient remplir unefiche qui permettait d’obtenir unrendez-vous dans la journée, «poursavoir quels sont les financementseuropéens accessibles à votre so-ciété».

emsíntese

Par Mário Loureiro

le Portugal à la Foire internationale de lyon

La grande Foire de Lyon a ouvert sesportes le vendredi 21 mars et lePortugal a été de nouveau présent,avec divers exposants, venus duPortugal ou de France, avec la vo-lonté de proposer aux visiteurs quel-ques saveurs gourmandes et desproduits artisanaux portugais, sansoublier qu’il y a aussi bon nombrede produits, par exemple des meu-bles, qui sont proposés par des ma-gasins français, mais qui sont decréation et fabrication portugaises.En complément de quelquesstands, ici et là, comme par exem-ple un espace proposant des froma-ges et de la charcuterie, au Hall 1,vous avez pu trouver un lieu coloréet accueillant dans le Hall 4, placeG58, lors de votre allée vers le hall«Couleurs du Monde».C’est sous l’impulsion du PortugalBusiness Club de Lyon, qu’un es-pace représentant du Portugal, s’estcréé sur un ilot de 54 m2, rassem-blant plusieurs entités qui, chacunedans leur domaine, œuvre énergi-quement à la valorisation de la lan-gue, la culture, la gastronomie et del’artisanat portugais.Cette initiative a été saluée et en-couragée par l’Ambassadeur du Por-

tugal en France, José Filipe MoraesCabral, en visite à Lyon en milieu dela semaine dernière, ainsi que parla Consule Maria de Fátima Mendesqui soutien et accompagne ces di-verses actions, assurant de sa visiteet présence assidue sur le stand, aucontact de chacun.

Tout en déambulant dans les alléesde la foire et, vous avez pu rentrertels des VIP, sur le tapis rouge de cebel espace, afin de rencontrer lesdifférentes entités présentes.Silvia e Guedes, couple d’artisanstanneurs, sont venus de l’Alentejo,pour présenter leurs différentes

créations, variées et de belle qua-lité.L’ILCP - Institut de langue et cul-ture portugaise, qui enseigne le por-tugais à Lyon, proposait aussid’autres manifestations autour duPortugal et des pays lusophones.Radio CapSao, la radio latine deLyon et sa région qui, avec sa pro-grammation, assurait la diffusion demusiques lusophones modernes,sans oublier d’autres informationsdans la rubrique «Agenda» et «Car-nets de voyage».Le Portugal Business Club proposaitson espace aux différents adhérentsdu club, afin de se rencontrer ou deproposer leurs services aux visiteursde la Foire. Magic Pedro, aliasPedro Alves, magicien animateur,qui déambulait parmi les visiteurs,faisant quelques tours, créant ainsides moments sympathiques et sou-riants.Antoine Pinto «Millésimes et Gour-mandises» qui, comme à son habi-tude, que cela soit en solo ou enéquipe, valorisait le Portugal, avecmots et passion.Vous avez pu goûter à des délicieuxchocolats artisanaux, des vins, desmousseux, des champagnes, desmuscats, des liqueurs et bien surses magnifiques portos.

Du 21 au 31 mars

Par Mário Loureiro

semana gastronómica da rádio alfa foimais um sucesso

A 12° edição do Festival de Gastrono-mia Portuguesa organizada pela RádioAlfa terminou no dia 30 de marçopassado, com uma nota muito posi-tiva.Durante 10 dias a sala Vasco daGama reencontrou os sabores tradicio-nais portugueses e o seu público cadavez mais fiel. Promover a gastronomiaportuguesa com a vinda de dois res-taurantes: O Cortiço da Beira Alta e oGrupo de Hotelaria RR do Algarve.Do lado do restaurante O Cortiço, osclientes pareciam deleitar-se com oscheiros do Arroz de carqueja, do Ba-calhau na broa ou à lagareiro, do Polvofrito com manteiga, do Cabrito assadoà pastor da serra e da Vitelinha na pú-cara à lavrador. “Tentamos variar umpouco das edições anteriores mas nasua essência é sempre o mesmo. Gos-tamos de vir aqui, pois é sempre umaexperiência diferente e sabemos queos clientes saem satisfeitos e isso é onosso objetivo”, declara Serafim Cam-pos, em representação do restauranteO Cortiço. Contudo o responsável ad-mitiu que nem sempre a sua partici-pação foi rentável. “O primeiro ano foio melhor, mas penso que este é capazde superar as nossas expectativas.Um cliente que sai satisfeito vai dizera outros, é o efeito dominó”.Serafim Campos regozija-se contudocom a presença cada vez maior deFranceses, “enquanto que na primeiravez que viemos, devia haver 99% dePortugueses, este ano, deve-se estara equilibrar, temos um naipe muito

valioso de Franceses que vêm experi-mentar a nossa comida, por vezesvêm receosos mas quando veem a pa-nóplia de pratos e sabores então ade-rem fortemente”, diz convicto.Do lado oposto da sala, os hotéis RR,do Algarve, propunham Lombo deporco recheado com figos secos,Molho de castanha de Monchique eSalpicos, Bife de espadarte à moda daSalema, Arroz de tamboril e Camarãoda costa algarvia com aroma a poejo.“Temos uma relação mar-terra fabu-losa, que nos permite ter uma cozinhabastante diversificada”, aponta Rogé-rio Ferreira, Chefe-bar de uma uni-dade hoteleira na praia da Rocha.Sendo a primeira vez que o RR parti-cipa neste Festival de Gastronomia,não sabe se vai ser positivo ou nega-tivo. “É uma incógnita, não sabemos

o que outros fizeram nos anos anterio-res, mas o que nos importa no fundoé dar uma boa imagem do nossogrupo e propor um serviço com produ-tos de qualidade”.Rogério Ferreira concluiu referindoque foi uma excelente oportunidadepara dar a conhecer melhor a cozinhaalgarvia. “Que muitos associam aopeixe e ao marisco, mas para além domar também temos a serra e daí ospratos de carne com sabores ines-quecíveis”.Contente por ver a sala cheia e o ba-rulho dos talheres a desfilar, o Diretorda Rádio Alfa, Fernando Lopes, apos-tou em dois restaurantes diferentes,um já bem conhecido aqui local-mente e outro para dar a descobrir.“O Cortiço é quase um rendeiro destasala, já é a terceira vez que vem cá e

isso só mostra que estamos satisfei-tíssimos com ele. Tanto um como ooutro trazem pratos interessantes”,começa por explicar Fernando Lopes.Com um objetivo bem claro, dar a co-nhecer o melhor da gastronomia na-cional, o evento cativa ano para anouma clientela cada vez mais fran-cesa. “Ao fim de tantos anos, jádemos a volta ao país, geralmenteconvidamos um dos restaurantes queparticiparam no ano anterior e umnovo restaurante, tem sido sem dú-vida alguma, um êxito quer para arádio quer para os restaurantes”.No ano passado o evento trouxe maisde 2.000 pessoas, “mas este anocontamos muitas mais, para baterum novo record”, apontou com orgu-lho. No momento de fecho desta edi-ção do LusoJornal ainda não tinhamsido apurados os números finais daedição deste ano.Para além de dar a conhecer saboresdiversos, acresce também a vertentecaritativa. “A Academia de Bacalhauorganizou um jantar com 290 pes-soas para angariar fundos para ajudaro forcado Nuno Carvalho Mata. Demodo que temos capacidade paraacolher muita gente e se o espaço co-meçar a ficar pequeno, aumentare-mos o número de dias” diz FernandoLopes!O Diretor da Rádio Alfa recorda aimportância de ajudar ainda maisos compatriotas. “A Comunidade éunida, mas podia ser muito mais,e devemos fazer mais uso dos nos-sos eventos para uma maior solida-riedade”.

Por Clara Teixeira

le 02 avril 2014

Stand du PortugalLusoJornal / Mário Loureiro

Serafim Campos (O Cortiço) e Chefe António Silva (RR)LusoJornal / Carlos Pereira

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10 empresas

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Déjeuner des entreprises portugaises del’essonne

La Chambre de Commerce et d’In-dustrie Franco-Portugaise a organiséun déjeuner avec les entreprises dudépartement de l’Essonne (91), lejeudi 27 mars, au Restaurant ChezMax, à Sainte Geneviève-des-Bois.Une trentaine d’entreprises issues detous horizons «et ayant une volontécommune, celle de dynamiser leséchanges pour poursuivre l’orientationascendante de ce territoire en pleineexpansion économique» ont réponduprésent, ainsi que plusieurs élus lo-caux et départementaux, qui ont par-ticipé à ce moment d’échangeorganisé par Valdemar Francisco, en-trepreneur portugais à Sainte Gene-viève-des-Bois, et Administrateur dela Chambre de commerce.Carlos Vinhas Pereira, Président de laCCIFP et Ricardo Simões, Directeurexécutif de la CCIFP, ont égalementété présents.

7 entreprises portugaises participent au “industrie Paris 2014”

A Feira de equipamentos industriais“Industrie Paris 2014” começou nodia 31 março e prolonga-se até dia 4de abril no Parc des Expositions Ville-pinte / Paris.“Industrie Paris 2014” é uma feiraanual europeia para profissionais detecnologias e equipamentos de pro-dução que apresentam soluções dedesign, produção e instalação. Estafeira realiza-se todos os dois anos, emParis, sendo intercalada anualmentecom a edição que se realiza em Lyon.A feira conta com a presença decerca de 1.200 expositores para cercade 30.000 visitantes. Trata-se de umdos principais eventos para produto-res de máquinas e equipamentospara os industriais.Segundo a Delegação de Paris daAICEP, este ano, estarão presentes 7empresas portuguesas: Motofil Robo-tics, Paka Robot & Welding SystemsLda, Sirmaf, NCP - Fabrico de Produ-tos Metálicos SA, Alfacut - Alfanum,Me & You Innovate e Sopormetal.

emsíntese

la banque Bes au salon des seniors de ParisLa Banco Espírito Santo sera présentepour la première fois à la 15ème édi-tion du Salon des Seniors (Stand C5B6), du 3 au 6 avril, à la Porte de Ver-sailles, «afin de répondre à toutes lesquestions que se posent les particu-liers comme les professionnels de lagestion de patrimoine». Durant cesalon, la Banco Espírito Santo présen-tera les avantages qu’offre aujourd’huile Portugal pour les retraités et les in-vestisseurs étrangers.«Depuis la crise financière internatio-nale de 2007-2008, le marché immo-bilier portugais s’est montré beaucoupplus stable que dans d’autres pays eu-ropéens. Le Portugal se trouvant dansun cycle différent des économies

grecque, espagnole ou irlandaise, lesbanques portugaises n’ont pas subi lesconséquences de l’explosion d’unebulle immobilière» dit une note depresse de la banque portugaise. «LePortugal n’a pas construit son modèleéconomique uniquement sur ce sec-teur mais également sur le développe-ment industriel à haute valeur ajoutéeet le tourisme haut de gamme. Dansle cadre d’une relance de l’économie,le gouvernement a mis en place desmesures fiscales depuis le 1er janvier2013, afin d’attirer les investisseurs(personnes physiques, morales) et lesretraités étrangers».Selon la BES, les questions que se po-sent aujourd’hui les investisseurs

étrangers sont les suivantes: «le Por-tugal offre-t-il une visibilité écono-mique pour investir durablement? Lesretraités et les investisseurs françaisdoivent-ils s’y intéresser?»Justement pour y répondre, la BancoEspírito Santo organisera tous les joursune conférence au Salon des Seniorssur «l’attractivité fiscale et immobilièredu Portugal» en présence d’avocats etde nombreux spécialistes. La qualitéde vie (santé, insécurité,…) sera éga-lement abordée par les intervenantslors de ces présentations. Ces confé-rences se dérouleront le jeudi 3 avril,à 11h40, le vendredi 4 avril, à 10h45,le samedi 5 avril, à 15h20 et le di-manche 6 avril, à 12h35.

Paris et MarseilleLa Chambre de commerce et d’indus-trie franco-portugaise (CCIFP) seraégalement au Salon des Seniors deParis et partagera un stand avec les so-ciétés Maison au Portugal, Auguste &Debouzy et Fidelidade. La CCIFP seraégalement présente dans le Forum desSeniors, à Marseille, avec les sociétésMaison au Portugal, Fidelidade etBES.La Chambre de commerce animera,dans chacun des évènements, uneconférence sur le thème: «Le Statutdu résident non-habituel au Portugal».

Invitations gratuites:www.essential-web.com/seniors2014/index.php

L’attractivité fiscale et immobilière du Portugal en 2014

la cgD lyon etats-unis invite sesclients au foot

Pour fêter son premier anniversaire,la nouvelle agence Caixa Geral deDepósitos de Lyon Etats-Unis a or-ganisé un tirage au sort destinéaussi bien aux clients de l’agence,qu’aux non clients, et permettantde gagner 2 places pour assister aumatch de football de Ligue 1, oppo-sant Lyon à Monaco, au stade Ger-land.Le 16 mars dernier, les heureuxgagnants du jeu concours, MickaelPereira, Fernando David Ressurrei-ção et Ricardo Salvado, ont pu pro-fiter d’une belle soirée footballis-tique qui s’est conclue par la vic-toire de Monaco (2-3), avec une

rencontre entre deux grandes équi-pes de Ligue 1 qui jouaient les pre-mières places du Championnat deFrance et leurs qualifications enligue des Champions.«Ce fut une superbe soirée avec unebonne ambiance, mes remercie-ments à Caixa Geral de Depósitospour cet événement!», a dit MickaëlPereira, lors de la remise de songain à l’agence.À noter que quatre joueurs portu-gais évoluaient ce soir-là, avec laprésence de Anthony Lopes et Mi-guel Lopes du coté de Lyon, et deRicardo Carvalho et João Moutinhopour les monégasques.

Tirage au sort

Plenium lance un programme de satisfactionPlenium, société de services d’infogé-rance pour les PME, dirigée par PedroSousa, lance un programme de satis-faction inédit autour de son offre d’in-fogérance baptisée «IDée,Informatique Durable».Dans un contexte où les forfaits deprestation IT «tout illimité» affluent,Plenium prend un parti audacieux eninterrogeant les PME sur les pratiquesactuelles en matière d’adoption deservices managés et d’infogérance.

«Avec l’illimité, les entreprises igno-rent ou font l’impasse sur… les coûtscachés, le stress induit par l’informa-tique, la maîtrise des risques informa-tiques et métiers, leur compétitivité,avec une vision court-terme et sta-tique de l’informatique» dit une notede presse envoyée aux rédactions.Dans une approche orientée vers lesvéritables enjeux des PME, Pleniumprône 4 pratiques fondamentales pourune informatique durable: «Faire la

chasse aux coûts cachés, liés auxpertes de productivité mais qui ne setraduisent pas en coûts comptables»,«Maîtriser le risque sur les pertes dedonnées, de la capacité de produc-tion, du chiffre d’affaire ou declients», «Accroître la compétitivitéavec une vision évolutive de l’infra-structure informatique» et «Garantir lerésultat avec une véritable stratégie deconduite du changement».«Avec le Pacte de Satisfaction Ple-

nium, nous souhaitons démontrer àdavantage de PME que choisir uneprestation d’infogérance n’est passeulement une question de prix maissurtout de qualité et d’engagement.Chez Plenium, la satisfaction n’estpas un déclaratif marketing mais unecomposante majeure de notre ADN»,déclare Pedro Sousa, CEO de Ple-nium.

www.plenium.fr

le privilège d’uneboulangerie à la campagne

M. et Mme Coelho possèdent une bou-langerie-pâtisserie dans le village d’En-traigues situé à 20 km deClermont-Ferrand. Après avoir suiviune formation professionnelle en bou-langerie-pâtisserie, M. Coelho a reprisun fonds de commerce devenant ainsiartisan commerçant en juillet 1993,accompagné de son épouse Agnès quiest vendeuse au magasin.Cette boulangerie se trouve dans un vil-lage de 750 habitants et représente unvéritable lien social d’échange, deconvivialité et de services. En effet M.Coelho gère un point relais de La Posteet assure des livraisons par le biais detournées organisées vers différents or-

ganismes (Maison de retraite, dépôt depains dans d’autres villages, Centre deloisirs,…). Il n’échangerait pour rien aumonde son métier, en évoquant le pri-vilège de la relation humaine avec sesclients.La Banque BCP a soutenu ce commer-çant en milieu rural à un moment oùl’élément indispensable à cette activitéqui est le four, avait besoin d’être rem-placé et qui représentait un coûtconséquent. «L’agence Banque BCPde Clermont-Ferrand reste toujoursproche de ses clients, qu’ils soient ar-tisans, commerçants ou professionnelset répond à leurs besoins» dit une notede presse de la banque.

Près de Clermont-Ferrand

Fernando David Ressurreição reçoit son prixDR

Le couple Coelho, à EntraiguesDR

le 02 avril 2014

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Edition nº 1 | Série III, du mercredi 05 Janeiro 2011 Hebdomadaire Franco-Portugais

No próximo dia 12 de abril, o Adido Militar daEmbaixada de Portugal em França, Coronel Al-berto Marinheiro, organiza, mais uma vez, ascerimónias comemorativas da Batalha de LaLys, que teve lugar no norte da França, no dia9 de abril de 1918, durante a I Guerra mundiale que colocou o Corpo Expedicionário Portuguêsna primeira linha de combate.O Cemitério militar português de Richebourg eo Monumento ao soldado português em La Cou-ture são, hoje, os marcos mais visíveis dessaparticipação dos Portugueses na primeiraGuerra mundial. Portugal entrou no conflito em1917, com 55.000 soldados.Apesar de ter sido derrotado durante a Batalhade La Lys, o Corpo Expedicionário Portuguêscontribuiu para a vitória das tropas aliadas eparticipou aliás no desfile final na avenida dosChamps Elysées.Quase todos os soldados portugueses que mor-reram em combate na região, foram reagrupa-dos no cemitério militar português deRichebourg. Após ter adquirido o terreno, emagosto de 1924, a Comissão portuguesa das se-pulturas de guerra encarregou-se da pesquisa edo reagrupamento dos corpos em colaboraçãocom a Administração francesa. O Cemitério deRichebourg recolheu, entre 1924 e 1938,1.831 corpos provenientes de vários cemitérios

em França (Le Touret, Ambleteuse, Brest,…),na Bélgica (Tournai) e na Alemanha, tendo asua superfície sido aumentada em 1939 para43 ares.O palacete onde esteve instalado, por algumtempo (entre maio de 1917 e abril de 1918),o Quartel-General do Corpo Expedicionário Por-tuguês, em Saint Venant, hoje propriedade docasal Rousseau, foi recentemente renovado e éagora uma casa de hóspedes.Não muito longe dali, na pequena aldeia de LaCouture, o monumento ao soldado português,da autoria do escultor António Teixeira Lopes,inaugurado no dia 10 de novembro de 1928, éo marco mais visível da participação dos Portu-gueses na I Guerra mundial.

Programa das comemoraçõesO ponto de encontro para o início das comemo-rações, às 10h30 do dia 12 de abril, sábado, éo “Auberge de la Bombe”, a dois passos do Ce-mitério Militar Português de Richebourg. A par-tir de 11h00 haverá uma cerimónia religiosa,deposição de coroas de flores, serão entoadosos hinos nacionais de França e de Portugal ehaverá uma alocução das entidades portugue-sas e francesas.A partir das 12h00, a cerimónia terá lugar juntoao Monumento ao Soldado português, em LaCouture, igualmente com a deposição de coroasde flores, a entoação dos hinos nacionais de

Portugal e de França e a alocução das entidadesfrancesas e portuguesas.Um Porto de Honra será depois oferecido noSalão Polivalente Léon Dekeuwer, em Riche-burg, onde será entregue o Certificado de SócioHonorário da Liga dos Combatentes às cidadesde Lille e Arras.

como se deslocarRichebourg e La Couture ficam a cerca de2h15 de Paris, pela autoestrada A1 em direçãoa Lille, e depois pela A23 em direção a Bét-hune.Várias associações costumam organizar viagensde autocarro. A Coordenação das coletividadesportuguesas de França (CCPF), a associaçãoMemória das Migrações e a Amicale CulturelleFranco-Portugaise Intercommunalle de Viroflay,estão a organizar uma viagem para participaçãonas comemorações durante a manhã e com vi-sita ao Musée du Louvre de Lens.A saída está prevista para as 6h00, em Viroflaye o preço da viagem e do almoço é de 55 euros.Inscrições: 06.86.16.16.80.Em La Couture, a associação “L3C, La Couture,Champs de Cultures”, organiza na sala de fes-tas da localidade, um almoço com bolos de ba-calhau, frango com batata e arroz e pastéis denata. O almoço custará 12 euros para os adul-tos e 6 euros para as crianças (bebidas pagas àparte). Reserve pelo telefone: 06.78.09.56.09.

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LusoJornal le 02 avril 2014 | Caderno especial Este caderno faz parte integrante do LusoJornal Edition nº 167 | Série II

Debate no consuladogeral de Portugal emParis

No quadro do ciclo de debates “Portugue-ses de França” que tem vindo a ser orga-nizado pelo LusoJornal, Rádio Alfa eConsulado Geral de Portugal em Paris, tevelugar na semana passada o debate sobre“A participação dos Portugueses na IGuerra Mundial” com a participação deNuno Gomes Garcia, autor de “O SoldadoSabino” e Cristina Drios, autora de “Osolhos de Tirésias”. A moderação do debateesteve a cargo de Artur Silva (Rádio Alfa)e Carlos Pereira (LusoJornal).Nuno Severiano Teixeira foi Ministro da Ad-ministração Interna no segundo Governode António Guteres e Ministro da Defesano primeiro Governo de José Sócrates. Foialiás nesta qualidade que já participou nascerimónias de homenagem aos Soldadosportugueses do CEP, em Richebourg e emLa Couture.Licenciado em História pela Universidadede Lisboa é também doutorado em Históriadas relações internacionais pelo InstitutoUniversitário Europeu de Florence, é Pro-fessor de ciências políticas e relações in-ternacionais na Faculdade de CiênciasSociais e Humanas e publicou várias obrassobre História, Guerra e Construção euro-peia.Também participaram no debate dois au-tores que escreveram livros cujas históriasdecorrem no CEP durante a I Guerra Mun-dial.Cristina Drios (Lisboa, 1969) escreveu “OsOlhos de Tirésias”. Exerce, a par da escrita,a profissão de advogada na área da Pro-priedade Intelectual há mais de 20 anos.Nuno Gomes Garcia (Matosinhos, 1978)escreveu “O Soldado Sabino”. EstudouHistória e Arqueologia na Faculdade de Le-tras da Universidade do Porto, especiali-zando-se em História Medieval eArqueologia Urbana.

i guerra

Por Carlos Pereira

a participação dos Portuguesesna Primeira guerra Mundial

e s P e c i a l

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12 i guerra

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cristina Drios autora do livro “osolhos de tirésias”

Quando comecei a fazer alguma pes-quisa deparei-me com uma escassezde romances de ficção portuguesasobre o tema da I Guerra Mundial.Existem poucos romances e resolvi in-vestigar um pouco mais.Queria muito perceber quem eramestes soldados e aos poucos fui des-cobrindo também o retrato dos Por-tugueses na época, a maioria eramhomens oriundos de famílias muitopobres, humildes, com grau de ins-trução muito baixa, muitos deles eramanalfabetos e foram estes homensque enfrentaram condições extremas,enfrentaram frio, fome, piolhos,ratos,... os piores inimigos não eramos alemães era isto tudo.Em “Os Olhos de Tirésias”, tentei par-tir de uma personagem principal, osoldado Mateus Mateus, o gigante deolhar estranho que partiu do contin-gente português, para a Flandres du-rante a I Guerra Mundial. Não optei,como fizeram muitos romancistas,por retratos de oficiais ou capitães,mas sim de um soldado analfabeto,oriundo da Serra da Lousã e que eracoveiro, penso um dos trabalhosmenos valorizado na hierarquia mili-tar.Tentei mostrar por aquilo que passa-ram, resgatar essa memória na ficçãoque está muito esquecida e consideroque esse é também um dos papéisda literatura.Tirésias era uma personagem mitoló-gica, era um vidente cego que foi cas-tigado por ver uma deusa a banhar-senum lago. Retiraram-lhe a visão masem compensação deram-lhe o poderda previsão. Escolhi este título comometáfora do livro, porque no livro exis-tem várias personagens que têm nãosó dons de previsão como é o caso deMateus Mateus e outra personagem,e a dado momento incluí uma perso-nagem real histórica, Adolf Hitler, queparticipa nesta Guerra e que estevesujeito a um episódio de cegueira his-térica, o quanto consegui documen-tar-me nunca lhe terão detetadolesões oculares, terá sido uma conse-quência de ataque de gás que sofreu.No livro há personagens que veem demais, e outras que veem de menos,por isso, optei por esse título.

emsíntese

a participação de Portugal na i guerraMundial – uma lição para os dias de hojeTranscrevemos quase na íntegra aconferência de Nuno SeverianoTeixeira durante o Debate organi-zado no passado dia 25 de março,no Consulado Geral de Portugal emParis.O texto tem, propositadamente, aoralidade como foi proferido.

A I Guerra Mundial teve consequên-cias muito para além dos aspetos mi-litares: teve consequências sobre asociedade económica, sobre a recom-posição de ideologias políticas, sobreo próprio destino político da Repú-blica portuguesa. É um aconteci-mento que tem uma importância nahistória contemporânea portuguesa eno século XX português.Eu diria que há 3 grandes problemasem torno dos quais se tem escritosobre a participação portuguesa na IGuerra: A primeira tem a ver com asrazões na entrada (porque é que Por-tugal vai para a Guerra e sobretudoporque vai para a Guerra europeia,para a frente ocidental da Flandres?).A segunda questão é sobre a condutada guerra (se a primeira questão é es-sencialmente política e diplomática, asegunda é essencialmente militar.Como é que Portugal conduziu assuas operações de guerra até chegara esta data trágica que é o dia 9 deabril, a Batalha de La Lys). A terceiraquestão é a da vitória e dos dramasque a vitória suscitou (já não é a ques-tão da guerra, é a gestão da paz e dasaída da guerra).

as razões da entrada em guerraEm princípios de agosto de 1914,Paris vivia uma ‘drôle de guerre’, a ci-dade fervilhava e a Comunidade por-tuguesa que aqui vivia não era grande,mas estava preocupada com o que iaacontecer, tanto aqui como em Portu-gal. Na altura não se chamava Embai-xada, mas sim uma Delegaçãoportuguesa (na avenue Kleber) e oChefe da Delegação diplomática, JoãoChagas, era um Republicano interven-cionista militante, um francófilo con-victo, achava que Portugal deviaentrar na Guerra, mas havia outraspersonalidades políticas que viviam cáe não tinham a mesma opinião. Aqui-lino Ribeiro era um deles. Tanto nodiário de João Chagas como no deAquilino Ribeiro, eles contam estahistória. O Aquilino era casado comuma senhora alemã, fez uma longaviagem pela Alemanha, chegou aFrança perturbadíssimo e não estavanada interessado que Portugal en-trasse na I Guerra Mundial. Dizia ele:“como é que aqueles pobres campo-neses vão ser mandados para o mata-douro?” Era esta a sua preocupação.E dizia isso ao João Chagas que lherespondia: “Portugal ainda não entrouna Guerra, mas eu não saio daqui en-quanto não puser Portugal naGuerra”.Não foi João Chagas que pôs Portugalna Guerra, aliás ainda demorou 2anos para que Portugal entrasse emguerra, mas sim pela ação dos sub-marinos alemães que levaram comque Portugal requisitasse os navios

que estavam em portos portugueses.Como é que a historiografia portu-guesa explica a entrada dos Portugue-ses na Guerra? Eu diria que há 3grandes explicações:A primeira explicação da época, é aexplicação colonial. No fundo a ideiaé: Portugal entra em Guerra para de-fender as Colónias. Isso é verdade,havia uma ameaça que pendia sobreas Colónias portuguesas e essaameaça já vinha do fim do século 19,porque quer a Inglaterra quer a Ale-manha tinham feito Convenções se-cretas para partilhar as Colóniasportuguesas e sobretudo para partilharos rendimentos das Alfândegas dasColónias portuguesas. Havia essaconsciência muito aguda de que haviarisco sobre a integridade colonial dePortugal. É uma razão válida, umatese verdadeira, mas incompleta. Por-que era possível defender as Colóniasenviando tropas para o território afri-cano, sem declarar beligerância e semmandar tropas para a Flandres. Quera Alemanha, quer a Inglaterra, quer osPartidos republicanos moderados emPortugal, era isso que queriam: umanão-declaração de neutralidade, mastambém uma não-declaração de beli-

gerância e mandavam-se as tropaspara as Colónias.A segunda tese, desenvolvida bemmais tarde, nos anos 70 e 80, diz quenão foi a questão colonial que levouPortugal à Guerra, mas sim a questão“peninsular”. A entrada em Guerraassegurava dois objetivos: afastar operigo espanhol e ganhar um lugar noConcerto das Nações ou seja um pres-tígio internacional. Esta tese tambémé verdadeira, mas também não ex-plica tudo, explica a declaração de be-ligerância, mas não explica o enviodas tropas para a frente europeia. Abeligerância era necessária porquedesde sempre a relação entre Portugale a Espanha era uma relação de equi-líbrio muito difícil e Portugal usavaesse equilíbrio entre a Aliança inglesae a pressão espanhola de uma formade grande dificuldade e de negocia-ção permanente. Esse equilíbrio fi-cava prejudicado quando aquela queera a sua aliada e a garantia da sua in-dependência, se aproximava diploma-ticamente daquela que era o seuinimigo tradicional, isto é quando aInglaterra se aproximava de Espanha:fragilizava diplomaticamente a aliançainglesa. Isto aconteceu em 1907 como acordo de Cartagena, quando a In-glaterra de Eduardo VII e a Espanhade Afonso XIII, por causa do Mediter-râneo. Esse perigo vinha recorrente-mente e regressa logo a seguir à

Implantação da República quando,vindas do território espanhol e en-trando no território português, se dão-se as incursões monárquicas em1911 e 1912. Ou seja as tropas mo-nárquicas entram em Portugal pararestaurar a Monarquia. Havia clara-mente consciência de que também aameaça existia tanto mais que aAliança inglesa dizia que servia paragarantir a soberania das Colónias, masnão servia para garantir a fronteira pe-ninsular de Portugal. Dizia que issoera uma questão bilateral entre Portu-gal e a Espanha. E isto é significativo,se a Espanha era neutra e Portugalbeligerante, Portugal diversificava di-plomatica e estrategicamente o seuterritório em relação à Espanha e diziaà Inglaterra: “apesar da Inglaterra e aEspanha serem mMonarquias, é umPortugal Republicano que é o verda-deiro aliado”, era o interlocutor privi-legiado para o exterior das relaçõesextra peninsulares. Portanto esta teseé verdadeira e explica a declaração debeligerância, mas não explica porqueé que se mandam as tropas para aFlandres. Era possível ter mandadotropas para as Colónias, era possívelter declarado beligerância e diversifi-

cado diplomaticamente a posição por-tuguesa, sem mandar tropas para aFrança. Ora o que fica por explicar eraisso.A terceira explicação apareceu à voltados anos 90 e que eu acabei por sis-tematizar. Se os objetivos da Guerrapolítica externa fossem as Colónias,fosse o perigo espanhol ou o reconhe-cimento internacional, eram sempreobjetivos de natureza externa. Orahavia por outro lado objetivos políticosinternos na entrada de Portugal naGuerra.A República implantada em 1910, foisempre estruturalmente atravessadapor um problema político nunca resol-vido: através dos mecanismos consti-tucionais, a República afastou daparticipação político legal franjasmuito largas da sociedade portuguesa,desde logo por nunca ter instalado osufrágio universal e isso faz com queuma parte da população portuguesa,à esquerda, o movimento operário,sindical, anarquista, socialista e à di-reita, particularmente os monárqui-cos, nunca tivessem participadopoliticamente legal no sistema repu-blicano e como não tinham partici-pado politicamente legal lançavam-sesob a forma de participação políticailegal, criando instabilidade e violên-cia política, tornando portanto o re-gime muito frágil, nunca deixandoque houvesse consolidação política do

regime republicano.A isso ajuntou-se outra coisa: é quenão só o regime não conseguiu con-solidar-se politicamente, como a Re-pública não conseguiu verdadeira-mente ter legitimidade nacional, umagrande faixa da população não se re-conhecia nesse regime político e issofazia um défice de legitimidade sim-bólica nacional.Mas havia também problemas no in-terior do próprio regime: é que os Par-tidos políticos do sistema, osRepublicanos, também tinham rivali-dades, “divergências insanáveis”como agora se diz e portanto tinhamposições diferente sobre a política deGuerra. Havia os intervencionistas, osnão-intervencionistas, os francófilos,os germanófilos, havia quer dentroquer fora do sistema político republi-cano uma quantidade de clivagensque tornavam difícil o consenso polí-tico necessário para conduzir uma po-lítica de guerra e como não haviaconsenso, cada Governo que chegavaao poder mudava a política de Guerrae muitas vezes derrubavam-se os Go-vernos para mudar a política deguerra, é o caso de Sidónio Pais. Orao resultado disso foi que Portugalnunca conseguiu ter uma estratégiapolítica constante ao longo de todo oconflito e flutua de acordo com osPartidos do poder.Porquê então entrar em Guerra emandar tropas para a frente da Flan-dres? Por as razões que já evoquei epor esta outra também que é de polí-tica interna. A única forma de assanaras clivagens, criar unidade entre osPortugueses dentro e fora do regime,comprometer os Republicanos na po-lítica de Guerra, era entrar em Guerranum teatro central, ao lado das gran-des potências, com as grandes potên-cias e portanto mandando militarespara a frente europeia.Isso trazia possibilidades de neutrali-zação das oposições no interior do re-gime, de criar um consenso de todosaqueles monárquicos e à esquerda domovimento operacional, e depois,com tropas a combater ao lado dosAliados, poder reivindicar “legitimi-dade retrospetiva” - isto é, dizer queos soldados portugueses vão para asgrandes batalhas da I Guerra e essasbatalhas não são nem mais nemmenos que a continuação da gestaheroica que vem de Aljubarrota,... Eportanto a República inscrevia na his-tória de Portugal uma legitimidadepelo sangue dos heróis e assim con-seguia a legitimidade simbólica quelhe faltava.Então, resumindo, Portugal entra emGuerra, mandando tropas para as Co-lónias para defender a integridade co-lonial, Portugal declara a beligerânciadiplomática ativa para proteger afrente peninsular e manda tropas paraa Flandres para conquistar estes obje-tivos de natureza interna: consolidaçãodo regime e da legitimidade nacional.

os problemas da condutaPortugal estava em Guerra em boa ver-dade desde outubro de 1914, ondehavia combates no sul de Angola e noNorte de Moçambique com as tropas

Nuno Severiano Teixeira, Historiador e ex-Ministro da defesa

LusoJornal / Mário Cantarinha

Os números da Conferênciade PazOs números são sempre controversos, no total, o que o Egas Moniz levaà Conferência da Paz - hoje esse números deviam ser corrigidos - são:1.341 mortos, 4.626 feridos, 1.932 desaparecidos. Com base nos ar-quivos, concluí que foram feitos 7.740 prisioneiros.

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13i guerra

alemãs. Mas ninguém achava queesses combates num teatro periféricoeram razão para declarar a beligerân-cia. Porque não era ali que estava ocerne político da Guerra.Depois das forças intervencionistas dopoder democrático terem chegado aopoder em 1915, começa a gerar-se aideia de que Portugal pode vir a inter-vir militarmente na Flandres e quandose gera essa ideia, alguns dos militaresdemocráticos intervencionistas, àfrente dos quais estava Norton deMatos, começam a preparar militar-mente a intervenção portuguesa. OraPortugal não tinha condições militares,tinha condições precárias. Nessa al-tura desloca-se para o polígono militarde Tancos, onde não existia nada, e seinstala nessa zona a cidade pau-lona,onde se instalam os abarracamentosque vão servir de quartel onde as for-ças vão começar a ter as primeiras ins-truções daquilo que viria a ser o CorpoExpedicionário Português.Ao mesmo tempo começam as nego-ciações entre Portugal, a Inglaterra e aFrança para ver como se iria desenvol-ver essa cooperação. Entre março - en-trada de Portugal na Guerra - e

dezembro, os diplomatas e militaresnegociaram uma convenção, que é as-sinada em janeiro de 1917, onde sedelineava o que ía ser o Corpo Expedi-cionário Português. Na primeira pro-posta estavam previstos 35 milsoldados, mas por proposta do Coman-dante decidiram enviar 55 mil: 35 milera uma divisão reforçada, e 55 mileram duas divisões. Isto tinha umasignificação militar porque era umcorpo de exército e Portugal tinha au-tonomia militar.A segunda questão dos transportes vaiser fundamental. Na Convenção ficouestabelecido que os transportes marí-timos de Portugal para a Frente, se-riam da responsabilidade inglesa, masnunca chegou a cumprir-se integral-mente este acordo e parte dos trans-portes já foram feitos por portugueses.Houve cerca de 38 navios ingleses e8 navios portugueses, e esta vai seruma das questões centrais que vaiestar na discussão e na polémica polí-tica sobre a conduta da Guerra.

As tropas chegadas ao porto de de-sembarque iam depois de comboiopara a Frente, na zona sul da Flandres,no vale de La Lys e a frente portuguesaoscilou em dimensão ao longo dasoperações, na sua dimensão mínimateve 11 km e na sua dimensão má-xima teve 45 km, portanto já não erapouco o que estava a cargo da respon-sabilidade portuguesa.

Uma vez chegados, não iam direta-mente para a Frente e não assumiamimediatamente a sua responsabilidademilitar. Primeiro iam para junto doexército inglês onde faziam uma espé-cie de instrução. Depois, rotativa-mente, brigada a brigada, passarampela frente, pelas trincheiras dos in-gleses e só depois de todas as briga-das terem feito essa experiência nastrincheiras, então assumiam o co-

mando português na sua inteira res-ponsabilidade em novembro de 1917.A questão fundamental durante todoeste período é indiscutivelmente aquestão do render dos efetivos, o “rou-lement”, o “render” dos efetivos. Oshistoriadores dividem-se: há aquelespara quem a responsabilidade é intei-ramente de Sidónio Pais, que teriapraticado uma política defetista, de

retração militar dos Portugueses e porisso não tinha rendido as tropas. E háos que dizem que isso é responsabili-dade dos Ingleses que nunca puseramà disposição das tropas portuguesas,como estava assinado na Convenção,os transportes marítimos para fazer arendição das tropas. Eu diria que ascoisas estavam partilhadas e que o Si-dónio Pais juntou o útil ao agradável.O certo é que deixou de se fazer a ren-

dição das tropas e durante os 13meses de operações até à batalha deLa Lys, sem dúvida que o saldo militaré largamente favorável aos alemães.Os Portugueses tiveram até à batalha627 baixas do lado português e 123baixas do lado alemão, mas do pontode vista militar e político isto é poucosignificativo. Porque o grande pro-blema é a batalha de La Lys.O que aconteceu entre o inverno de1917 e a primavera de 1918 para quetenha havido uma tal degradação dascondições materiais e morais das tro-pas portuguesas? Justamente o pro-blema da não rendição. Isto significadesgastes físicos, períodos longos nastrincheiras, os psiquiatras de guerra ti-nham definido um certo período du-rante o qual os militarespsicologicamente aguentavam estarnas trincheiras, ultrapassou-se esseperíodo, a dureza dos invernos, os Por-tugueses não estavam habituados ainvernos tão rigorosos, isso foi agra-vando as condições, começou a haverindisciplina, começa a haver deserção,372 soldados julgados por deserções,e já no fim do período, sobrevêm pro-blemas de doença e de suicídio. Há

10 suicídios no Corpo ExpedicionárioPortuguês.A tudo isto acrescia um sentimento deabandono que os militares tinham. Écélebre uma carta de um soldado quedizia que “o Sidónio abandonou-nos.Em Portugal só se pensa em elei-ções”.Havia consciência clara que as tro-pas estavam no limite das suas ca-pacidades. E portanto estavaprogramada a retirada do Corpo Ex-pedicionário Português. A ordem deoperações era de dia 8 e estava pro-gramada para dia 9. Ora a batalhaaconteceu na madrugada do dia 8para dia 9 e esta ordem já vinhatarde.Esta é sem dúvida uma grande der-rota para Portugal. É uma derrota tá-tica, que contribui para uma vitória.Mas partir daqui nada foi comoantes da batalha, nem do ponto devista político, nem militar, e tudoisto vai ter uma tradução no períododa Conferência da Paz.

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emsíntese

nuno gomes garcia autor de“o soldado sabino”

Referindo-se à I Guerra Mundial,Aquilino Ribeiro falou de “mandaros pobres camponeses portugue-ses para o matadouro”. Esta auto-fagia dos Europeus, foi o que maisme motivou para escrever estelivro.A questão do canibalismo, evo-cada em “O Soldado Sabino” é no-meadamente um pormenor nolivro, a destruição, a terra quei-mada, tudo isso é tão terrível quecativa qualquer romancista. O ca-nibalismo foi a minha tentativa,um pouco surrealista, de tentarmaterializar essa autofagia dospovos europeus. E através do ro-mance penso que é uma das me-lhores formas de sensibilizar osleitores.Ao escrever com colorido a violên-cia da guerra, os sons, os cheiros,tira um certo romantismo à guerra.Nós relembramos a Guerra de1914, estivemos cerca de 50 anossem guerra, a paz parece queaborreceu os Europeus e antes dechocarem em frente com a reali-dade das trincheiras, nós víamossoldados a irem para a frente ale-gremente e isso é catastrófico parao ser humano.A ficção tem esse papel também.A História é uma ciência e temosque ser fidedignos aos factos, en-quanto a literatura dá-nos essa li-berdade de querer alertar aspessoas e de incrementar o colo-rido que é tão difícil de fazer coma História.“O Soldado Sabino” revela-nos acrueza da guerra e o absurdo dacondição humana. É um retratocolorido e fiel de um tempo já pas-sado, mas pleno de atualidade. Háde facto personagens verídicas denome, mas a maioria são persona-gens fictícias.Não gosto de chamar romancehistórico porque eu pego nosdados históricos e moldo-os de talforma que ficam irreconhecíveis.Há datas e eventos que aconte-cem, mas o resto é pura ficção.

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A amnésia dos historiadoresfrancesesEu conheço bem a historiografia francesa sobre a I Guerra, porque ohistoriador que orientou a minha tese de doutoramento é francês, Jean-Jacques Becker, e quando fui ter com ele há 20 anos atrás e que lhedisse que ia fazer a minha tese, ele disse-me: mas afinal os Portuguesesonde estavam?Vindo dele, uma eminência na matéria, isto mostra bem o que os his-toriadores franceses sabem do CEP.Mais tarde, após a minha tese, ele fez uma nota de pé de página numlivro posterior, sobre Portugal citando a minha tese. Mas não foi alémdesta nota de pé de página.

Neutralidade de Portugal na II GuerraRelativamente à II Guerra Mundial, a posição portuguesa é completa-mente diferente, Portugal mantém-se neutro.Sem dúvida que aquilo que tinha acontecido na I Guerra marcou. Mashavia a consciência perfeita que as forças militares portuguesas não es-tavam em condições de poder travar uma guerra no centro da Europa ea neutralidade foi natural.

le 02 avril 2014

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14 i guerra

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as lições militares que utilizei enquanto MinistroQuem tem responsabilidade políticapara decidir uma guerra deve olharpara aquilo que foi o Corpo Expedi-cionário Português do passado e evi-tar os erros que se cometeram.Temos obrigação de olhar para aque-las coisas que fizemos mal em 14-18 e nunca mais repetir isso.Eu tirei quatro lições.A primeira é que quando se enviamtropas, como foi o caso para a Flan-dres, e como agora quando enviamospara o Kosovo ou para o Líbano,onde os soldados não estão a defen-der o seu próprio território, nem asua pátria, mas a defender umacoisa difícil de compreender que é asegurança internacional, nunca sedeve mandar alguém sem que hajaum consenso político muito forteentre todas as forças políticas quetêm possibilidade de vir a estar noGoverno enquanto essa força tiver noestrangeiro. É verdade que hoje ascoisas são diferentes da altura, anteseram obrigados a ir, o serviço militarera obrigatório, hoje são voluntários,mas um consenso é fundamental.A segunda lição é que em democra-cia é muito importante que isso nãose faça sem um apoio considerável

da opinião pública. A opinião pú-blica tem de perceber porque é quevão para lá.A terceira é de não enviar militarespara a Guerra sem que estejam de-vidamente treinados e equipadoscom o mesmo nível daqueles ao ladode quem vão combater. Felizmenteas coisas estão muito melhor desseponto de vista em Portugal.A última lição, é reconhecer aquelesque voltam e os que ficaram - os quemorreram. Reconhecer material-mente e simbolicamente.Há uma semelhança muito grandeentre aquilo que foi a participaçãode Portugal na I Guerra, o Corpo Ex-pedicionário Português em França eaquilo que são as missões de segu-rança internacional que as ForçasArmadas hoje fazem no Kosovo, noLíbano, no Afeganistão, em váriosteatros de operações.Eu próprio, quando fui Ministro daDefesa, tive de tomar decisõessobre o envio de soldados para tea-tros de guerra e acreditem que ofacto de ter estudado bem a situa-ção do Corpo Expedicionário Portu-guês, ajudou-me muito a encararesta realidade atual.

os dramas da vitóriaEm maio de 1919, nas vésperas deabrir a Conferência de Paz em Versail-les, a imprensa portuguesa titulava emgrandes manchetes: “Será que Portu-gal perdeu a Guerra?”A pergunta era estranha, pois Portugaltinha combatido os alemães desde1914, tinha declarado a beligerânciaem 1916, tinha estado nas trincheirasda Flandres entre 1917 e 1918, tinhadesfilado aqui na festa da Vitória, de-baixo do Arco do Triunfo. Porquê estadúvida? Parecia óbvio que era um paísvitorioso, mas de certa maneira estadúvida fazia sentido e era legítima,porque a situação do país era pior doque antes de ter entrado em Guerra.Era pior do ponto de vista económico,das finanças públicas, havia crispaçãosocial, continuava a haver instabili-dade política e desagregação partidá-ria e portanto a situação não erapropícia, era um momento de criseséria.Portugal fez um esforço tão grandepara entrar em Guerra, mas havia osentimento de que esse esforço não foicompensado na Conferência de Paz.Há aqueles que atingem na Conferên-cia de Paz os seus objetivos de guerrae há países que não atingem os obje-tivos que se tinham proposto antes deentrar em Guerra.Ora, Portugal tinha antes de entrar emGuerra fixado dois grandes objetivos: aintegridade do território colonial, oafastamento do perigo espanhol e o talreconhecimento no Concerto das Na-ções. Na Conferência de Paz, o pri-meiro objetivo foi conquistadointegralmente, isso decorria quase na-turalmente da intervenção militar por-tuguesa, e não só mantém intactos osterritórios que tinha, como recebe umpequeno território a norte de Moçam-bique - Kionga - mas que não recebea título de compensação territorial,

como aconteceu com outros países,mas sim a título de reposição de di-reito que Portugal tinha e lhe tinhasido retirado pela Alemanha no finaldo século XIX. Em segundo lugar, con-seguiu também afastar outras tenta-ções que a África do Sul tinha sobre osul de Angola e que os Belgas tinham

sobre Cabinda.Ao longo da Conferência de Paz, háum conjunto de objetivos de naturezaeconómica e financeira que não esta-vam previstos no início e são 4: nãopagar reparações de Guerra, receberindemnizações de guerra por partedos Alemães, construir uma frota

mercante e receber material militar eem naval. Por exemplo o primeironavio Escola Sagres é uma indemni-zação de guerra do Tratado de Versail-les. Em maior ou menor grau osobjetivos de natureza económica sãoatingidos.O que não é atingido e que é para

Portugal extremamente custoso, é otal objetivo do lugar no Concerto dasNações e do afastamento do perigoespanhol. A ideia do lugar do Con-certo das Nações, que antes daGuerra era muito abstrata, era umaideia muito concreta a seguir àGuerra. Tratava-se de participar ativa-mente no reordenamento internacio-nal do pós-guerra e em particular terum lugar no Conselho executivo naLiga das Nações. Ora foi isso que Por-tugal nunca conseguiu. Porque a can-didatura portuguesa não chegou a sersequer considerada para membroexecutivo do Conselho das Nações,mas pior do que isso: a Espanha quetinha sido neutra conquistou aquiloque o Portugal beligerante não con-seguiu conquistar e isso é indiscuti-velmente uma derrota muito pesadaou uma vitória com um sabor muitoamargo.Isto deixou marcas profundas no fu-turo do país, porque se ajuntarmos aisto o facto de não se terem conse-guido os objetivos políticos de conso-lidação do regime de legitimaçãonacional da República, de facto o ba-lanço não é positivo. A situação eco-nómica e financeira piorou, a tensãosocial aumentou, as instituiçõesforam progressivamente descredibili-zadas e abriu caminho à deriva auto-ritária que vem a terminar no regimedo Estado Novo.De facto no final da República, a po-lítica externa portuguesa baseada notriângulo de Londres, Lisboa e Madridencontra um campo multilateral quenunca tinha tido e joga essa cartadana Sociedade das Nações e joga-atambém do ponto de vista económicoe financeiro. De facto é Salazar, já nosanos 30, que acaba com esse parla-mentarismo internacional e regressaaos princípios tradicionais da Aliançainglesa.

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A razão da “amnésia” dos historiadores franceses pode ser portuguesaHá duas razões pelas quais se desconhece em França a posição portuguesa durante a Guerra. A primeira razãoé política, a partir do final da República a orientação externa do país era de que Portugal era um país atlânticoe colonial, que não tinha nada a ver com a Europa e que não tinha interesse sequer em estar voltado para aEuropa. Toda essa atitude faz com que Portugal se afaste estrategicamente da Europa e portanto não reivindiqueaquilo que tinha sido a sua presença europeia.A razão histórica, é que as historiografias funcionavam numa base nacional: isto é, a História francesa erasobre a França, a História portuguesa era sobre Portugal. E a barreira das línguas fazia com que houvesse umagrande ignorância. Hoje já não é assim, há uma abertura da historiografia francesa e alguns historiadores fran-ceses aproveitam o Centenário e o que isso lhes proporciona para abrir a História e fazem a relação do que foia História da França com a História de outros países.

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15cultura

ricardo Figueira expõe em ParisO espaço Nuno Júdice no ConsuladoGeral de Portugal em Paris inaugurano próximo dia 16 de abril, pelas18h30, a Exposição de Fotografia deRicardo Figueira “Rostos - do visível aoinvisível”, um evento produzido con-juntamente por Elisabeth MachadoMarcellin, investigadora em ciênciassociais.Ricardo Figueira nasceu em Lisboa ereside em Lyon desde 1999. É jorna-lista do canal televisivo Euronews masé na qualidade de fotógrafo, autodi-data incondicional de longa data, quetorna público um apurado trabalho defotografia realizado que retrata a suavisão.Em 2010, os seus trabalhos foram se-lecionados para o Festival europeu dafotografia em Arles e para o Festival deKaunas, na Lituânia. Participou tam-bém em diversas projeções, assim

como em exposições em Portugal eem França e é membro da coletividade“O projeto do portfólio”.“Meio século passado desde a pri-meira grande onda de emigração, ouimigração, dependendo da perspetiva,portuguesa para França, decidimoslançar um olhar sobre vários membrosda Comunidade, tentando construirum universo de várias faixas etárias,profissões, regiões e camadas sociais,

sem contudo ter a pretensão de fazerum trabalho sociológico que obedeçaa regras de representatividade estri-tas”, comenta o fotógrafo.“Aqui cabem emigrantes da primeiravaga, jovens recém-chegados à pro-cura de uma vida melhor e represen-tantes das novas gerações nascidos jáem território francês. Com base nadualidade de culturas e de referências,perguntamo-nos e perguntámos-lhes oque os une, o que significa ser portu-guês. Decidimos confrontar cada umdeles com os clichês criados em redordo português, sem querer confirmaresses clichês mas também sem osnegar”, salientou Ricardo Figueira aoLusoJornal.Este é, acima de tudo, um trabalhoque nasceu de um encontro, entre osdois autores do projeto, “e de encon-tros que fomos tendo com os nossoscompatriotas ao longo da vida pessoale profissional em França”, concluiu.

Retratos de portugueses em França

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em síntese

Fotografias do Mosteiro da Batalhapara divulgar o monumento emFrança

Nove fotógrafos vão passar um dia no Mosteiro da Batalha para captar“novas perspetivas” que integrarão uma exposição em França para divul-gar o monumento que este ano assinala o 30º aniversário de PatrimónioMundial da Humanidade.“A visão clássica do postal ilustrado todos temos. O que espero é novasperspetivas, a perspetiva de alguém que chega e que, em determinadocontexto, poderá ver algo de novo e é essa a imagem que queremos queressalte deste trabalho”, disse à Lusa o Diretor do Mosteiro, JoaquimRuivo.O responsável considerou este um “repto interessante” para os fotógrafosda região selecionados para a iniciativa, que decorre em abril e é realizadaem parceria com a Association France-Portugal de Oloron Sainte Marie(64), que será responsável pela sua itinerância aqui, na região de Pau,Bordeaux e Paris.“Em colaboração com a associação foi decidido fazer a exposição, apro-veitando o contexto das Comunidades luso-francesas que estão bem im-plementadas e estão a fazer um trabalho cultural que ainda édesconhecido”, declarou Joaquim Ruivo.Aos fotógrafos será atribuído, por sorteio, um espaço do Mosteiro: os ter-raços, a igreja, a Capela do Fundador, as Capelas Imperfeitas, os claustros,o exterior ou a envolvência com a vila, adiantou o responsável. “Cada fo-tógrafo seleciona duas fotografias que depois serão objeto da exposiçãoque a associação vai realizar por vários espaços culturais em maio”, adian-tou o responsável.Esta iniciativa integra as celebrações dos 30 anos de classificação do Mos-teiro de Santa Maria da Vitória como Património Mundial da Humanidadepela Unesco. “Temos de aproveitar toda a riqueza das Comunidades por-tuguesas espalhadas pelo mundo para potenciar o nosso turismo e paravalorizar o nosso património”, notou o Diretor do Mosteiro, acrescentandoque existem outros contactos, sobretudo no Canadá, no sentido de divul-gar, não apenas o Mosteiro da Batalha, como a região Centro.O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, no distrito de Leiria, resultou do cum-primento de uma promessa feita pelo rei D. João I, em agradecimento pelavitória na Batalha de Aljubarrota, travada a 14 de agosto de 1385, que lheassegurou o trono e garantiu a independência de Portugal, informa o sítiona Internet do monumento nacional.

artista urbano francês inaugurou a primeira exposição individual em lisboa

O artista urbano francês Olivier Kosta-Théfaine inaugura na sexta feira pas-sada, na galeria Underdogs, a sua primeira exposição individual em Lisboa,cidade onde vai deixar a sua marca numa parede pública, com uma inter-venção em azulejo.A mostra “Ideal Standard” inclui “pinturas em diferentes formatos que re-produzem pormenores de paredes com as quais o artista se cruzou nassuas observações diárias”, bem como a interpretação de padrões “retiradosde grades encontradas na paisagem da cidade”.Olivier Kosta-Théfaine é um artista autodidata com ‘background de graffiti’,cujo trabalho “explora a cultura e o desperdício de ambientes urbanos e su-burbanos através de pintura, relevos, escultura e instalações”.A exposição incluirá também “volumes em betão bruto” que aqui são apre-sentados como “elementos escultóricos, pintados com motivos abstratos”.“Ideal Standard” é organizada pela plataforma Underdogs, que tem comoresponsáveis a francesa Pauline Foessel e o português Alexandre Farto,também conhecido como Vhils.Este projeto cultural divide-se entre arte pública, com pinturas nas paredesda cidade, e exposições dentro de portas, no nº 56 da rua Fernando Palha,espaço recuperado e transformado em galeria de arte, bem como a produ-ção de edições artísticas limitadas.Nesse âmbito, Olivier Kosta-Théfaine irá produzir uma peça “exclusiva numaedição limitada” e irá intervir numa parede de Lisboa.Através da Underdogs, Lisboa ficou com algumas paredes decoradas comtrabalhos de artistas internacionais como a dupla ucraniana Interesni Kazki,o coletivo norte-americano Cyrcle, o italiano Pixelpancho, ou a dupla norte-americana How and Nosm. “Ideal Standard” vai estar patente até 26 deabril.Atualmente é possível ver em Lisboa, na exposição coletiva “Hors les Murs”(em português, Fora dos Muros), patente no Instituto Francês de Portugal,mais trabalhos de Olivier Kosta-Théfaine.

Por José Manuel Santos

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Ricardo Figueira

le 02 avril 2014

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16 cultura

lusojornal.com

le premier salon du livre de la salF à Paris

La Société des Auteurs Lusophonesde France (SALF) organise son pre-mier Salon du livre, dans la Salle desfêtes de la Mairie de Paris 14, les 5et 6 avril prochains.Poésie, romans, histoire, biographie,livres pour enfants, musique, etc.Sans oublier les rencontres avec lesauteurs qui dédicaceront leurs œu-vres. Pour cette première édition, lesauteurs invités d’honneur sont ClaraElliott, venue de Lisboa et Isabel Ma-teus venue d’Angleterre. «Nous avonsdécidé d’organiser ce salon car il étaittemps de donner une autre perspec-tive à notre travail et de pouvoir divul-guer l’objectif de la SALF», déclareManuel do Nascimento.«La Société des Auteurs Lusophonesde France a pour but de regrouper enson sein les auteurs lusophones deFrance écrivant et éditant leurs œu-vres en langue portugaise ou fran-çaise, aider à la création, l’édition etla diffusion, organiser des salons lit-téraires et toutes autres manifesta-tions ou activités liées à la promotiondes œuvres produites».Créée en janvier 2011, la SALF aseulement 15 membres. Chacunpaye une cotisation annuelle de 20euros par an. Des montants dérisoireset un nombre de membres bien insuf-fisant qui n’aide pas à son dévelop-pement. «Nous ne faisons pas celapour l’argent mais il est vrai qu’il nousest difficile de pouvoir promouvoir

notre travail et de mettre en place dif-férents projets». Pour la première foisla SALF a la possibilité de se réunir àParis gratuitement et par conséquentd’attirer plus facilement les amateursdes livres et de la musique luso-phones. «En général nos petits évé-nements se font en banlieue, souventnous avons un restaurant pour espacede rencontre», dit-il au LusoJornal.Ouvert à tous types d’auteurs, laSALF vous attend les bras ouvertsdans la capitale et sera également le17 mai prochain au Marché européende St Germain-en-Laye (78).

les auteurs présentsManuel da Silva après avoir effectuésa carrière professionnelle en bureaud’études à EDF-GDF, il est auteur deplusieurs romans, depuis 2002. Il acréé et dirige la maison d’éditionMers du Sud.Henri de Carvalho vit en France de-puis 1966. Il publie son premier ou-vrage en 2009. Il est auteur de 2autres ouvrages.Clara Elliott a exercé son métier deprofesseur en France. Actuellementelle séjourne tantôt en France tantôtà Lisboa et est auteur de nombreuxlivres pour enfants.António de Sousa est arrivé en Franceà l’âge de 9 ans. Directeur de projetinformatique il publie son premierroman en 2011. Il est auteur de 2 au-tres ouvrages.Altina Ribeiro est arrivée en France en1969. Elle publie son premier livre

en 2005, auteur de plusieurs livres,dont un en portugais et deux en fran-çais.Isabel Mateus vit actuellement en An-gleterre où elle poursuit des études.Diplômée en langues portugaise etfrançaise. Elle est auteur de plusieursouvrages.Manuel do Nascimento vit en Francedepuis 1970 il est auteur de plu-sieurs livres d’histoire, depuis 2001.Certains sont bilingues, d’autres enfrançais ou en portugais.Judite da Cruz vit en France depuisplus de 40 ans. Fondatrice d’une as-sociation, elle est animatrice surRadio Alfa. Elle publie son premierlivre sur l’histoire des groupes folklo-riques portugais de France.Manuel Sousa da Costa vit en Francedepuis plus de 60 ans. Il a toujoursété très actif dans le milieu associatif.Après avoir écrit son premier livre surla vie associative, il est auteur dedeux autres ouvrages.Maria de Fátima Lemos Vilela est ar-rivée en France très jeune. Bercée parles histoires de sa grand-mère, ellepublie son premier livre en 2012.António Carvalho né au Portugal,passe 3 ans en Guinée (1965-1968),pour son service militaire. Il arrive enFrance en 1968 et écrit son premierlivre en 2009.Aníbal Gamito est arrivé en 1970.Son parcours professionnel est le ré-sultat d’une volonté par ses choix.Son livre: ‘Sonho, Realidade e Sau-dade’ est celle d’une vie vécue parmi

sa famille et ses amis.Manuel Sousa Fonseca est arrivé en1970, écrivain, poète et journaliste,il séjourne en France et au Brésil. De-puis 1998, il est auteur de différentslivres.Eunice Martins née au Portugal vit enFrance depuis plus de 20 ans. Aprèsson DEA de littérature portugaise elleécrit son premier recueil de poésie.Elle a écrit plusieurs livres.Mário Cantarinha est venu en Franceen 1969, il conjugue sa vie profes-sionnelle et celle de photographe auservice de la presse. Il écrit son pre-mier livre en 1996.Franklim Amaral vit en France, co-fondateur de la revue mensuelle Por-tugal Magazine. Il est auteur deplusieurs livres de poésie.Cristina Borges da Rocha vit enFrance, artiste plasticienne et illustra-trice, elle réalise des nombreusescouvertures de livres et d’affiches.Victor Pereira, fils d’émigrant duMinho, il est professeur universitaire,il écrit son premier livre à 34 ans surla dictature et l’émigration.Maria Isabel da Silva Garcia vit enFrance depuis 1972. Elle a toujoursété très active dans le milieu associa-tif. Elle a écrit un livre de poésie.Quitó de Sousa Antunes guitariste etprofesseur de musique au Conserva-toire de guitare d’Essonne.Philippe Lombardo, musicien et com-positeur.Dan Inger dos Santos chanteur musi-cien folk et blues rock.

Société des Auteurs Lusophones de France

Par Clara Teixeira

Método de aprendizagem “gramática ativa 2”vai ser lançado em ParisO lançamento do livro “GramáticaAtiva 2 - Versão brasileira” apresentadopor Lamartine Bião Oberg e Alice Fer-nandes, terá lugar na Livraria portu-guesa & brasileira, no próximo dia 11de abril, às 19h00. “A Gramática Ativa2 tem como objetivo o ensino de por-tuguês Língua Estrangeira e PortuguêsSegunda Língua para pessoas que têmnecessidade de comunicar em Portu-guês do Brasil”, começa por declararLamartine Bião.Uma ferramenta importante para aspessoas que optarem pela autoapren-dizagem e também para os professores

que ensinam Português Língua Estran-geira. Contém explicações claras e apli-cação prática das principais estruturasdos níveis intermediário e avançado.“Trata-se duma adaptação da versãoportuguesa da autoria de Isabel Coim-bra e Olga Mata Coimbra. Vamos expli-car as diferenças entre Portugal eBrasil do ponto de vista gramatical. Ti-vemos que retirar certas unidades por-que não condiz com a gramáticabrasileira”.Grande parte das unidades é consti-tuída por duas páginas, contendo ex-plicações e a respetiva exemplificaçãona página da esquerda e os exercí-cios de aplicação correspondentes

na página direita. Algumas unidadesabrangem porém 4 páginas. Inclui,igualmente, 4 apêndices, regras deacentuação, uso dos sinais de pon-tuação, formação de palavras porderivação e composição, ou aindaconjugação dos verbos regulares.Segundo o professor LamartineBião, residente em França há 46anos, havia falta de material didá-tico, alegando que os docentes nãotinham ferramenta de auxílio paraajudar nas aulas. “Foi um trabalhomuito árduo, que levou um ano,tinha-se que se respeitar a versãooriginal”, acrescenta o autor ao Lu-soJornal.

Esta edição da Gramática Ativa 2, éa continuidade da Gramática Ativa1 que teve muito sucesso, “vendidaa mais de 15 mil exemplares e quejá vai na sua segunda edição commais 2.500 exemplares”, aponta aoLusoJornal.A Gramática Ativa 2 apresenta umdesign moderno e apelativo bemcomo ilustrações de suporte à com-preensão.

Livraria Portuguesa e Brasileira21 rue des Fossés Saint-Jacques75005 ParisInfos: 01.43.36.34.37www.biaobresil.com

Por Clara Teixeira

le 02 avril 2014

«Vasco de gama –la relation du premier voyageaux indes (1497-1499)»

Ce textequi ra-conte levoyage deVasco deG a m aaux Indesa t t i r ed’autantplus notrecuriositéqu’il neporte pas

de nom d’auteur. Mais, nous rassurePaul Teyssier, auteur de la traductionet de la présentation de ce petit livrede 120 pages (éd. Chandeigne,1998), une chose est sûre: celui quil’a écrit était bien embarqué sur leSão Rafael, l’un des quatre naviresqui composaient l’expédition. C’étaitdonc un témoin oculaire qui a direc-tement vécu les événements; il a étéidentifié d’après les chroniques deFernão Lopes de Castanheda, oùcelui-ci évoque la présence d’un cer-tain Álvaro Velho («escrivão») à borddu São Rafael. Par ailleurs, nous ren-seigne encore Paul Teyssier, ce texteprovient d’un manuscrit du Monas-tère de Santa Cruz (Coimbra), publiéla première fois en 1838 et conservéaujourd’hui à la Bibliothèque Natio-nale de Porto.Après l’arrivée de Christophe Colomben Amérique (1492), le voyage deVasco de Gama (principal sujet des«Lusiades», célèbre épopée de Luísde Camões), est l’un des événe-ments majeurs de l’époque desGrandes Découvertes. La petite flottequitte Lisboa le 8 juillet 1497, fait es-cale au Cap-Vert, descend l’Atlan-tique Sud, double le cap deBonne-Espérance, fait une escale de13 jours dans la Baie de São Brás,puis entreprend de remonter la côteorientale de l’Afrique, avec plusieursescales (Mozambique, Mombasa,Mélinde) avant de traverser l’OcéanIndien et d’atteindre Calicut le 18 mai1498. Le voyage de retour, précipité,sans avoir pu embarquer des épiceset avec une mutinerie des équi-pages, ne dissuadera cependant pasle roi D. Manuel de renforcer sa poli-tique d’expansion en Inde, en occu-pant des places et construisant desforteresses.Paul Teyssier (1915-2002), étaitagrégé de grammaire, professeur àl’Université de Paris IV - Sorbonne,auteur d’une thèse dur la langue deGil Vicente et traducteur du roman«Les Maïas», d’Eça de Queirós. Il di-rigea aussi l’Institut Français dePorto.

um livro por semana

Dominiquestoenesco

un livre par semaine

Le samedi 22 mars dernier, Altina Ri-beiro a participé au Printemps desPoètes organisé par la Médiathèquemunicipale Dominique de Roux, àChaniers, en Charente Maritime, ainsique par l’Association franco-portu-gaise, l’Amicale Les Deux Rives.Les enfants de l’école Ronsard ontinterprété plusieurs chansons enportugais. Les élèves de l’Amicale

ont lu des poèmes. Altina Ribeiro alu «Amor é fogo que arde sem sever» de Luís de Camões.Béatrice Vedrenne, responsable dela Médiathèque, a, quant à elle, luun extrait du livre d’Altina Ribeiro,«Le fado pour seul bagage». Jac-ques Blanc, Président de l’Ami-cale, a partagé un poème deFernando Pessoa.

Le jeune et talentueux Edwin An-drés Florez Henao a conclu ce mo-ment en musique. D’originecolombienne, ce musicien est pas-sionné par le Portugal et la culturelusophone et plus particulièrementpar le fado. Il suit d’ailleurs descours de Portugais au sein de l’Ami-cale.Une séance de dédicaces s’estpoursuivie autour d’un verre.

Printemps des Poètes à chaniersAvec la participation d’Altina Ribeiro

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17cultura

teresa rita lopes veio a Paris falar de Pessoa

Depois de uma palestra na Sorbonne,Teresa Rita Lopes apresentou ao pú-blico na Livraria Chandeigne, no pas-sado dia 28 de março, a Antologia deartigos éditos e inéditos da revista“Modernista” (FCSH-UniversidadeNova de Lisboa, 2013), do seu grupode estudos pessoanos, cuja organiza-ção e comentários são da sua autoria.É um livro agradável, com muitas ima-gens e novidades sobre Pessoa e osModernistas, interessante para todos,os que conhecem bem ou os que que-rem conhecer. Usaram da palavra Mi-chel Chandeigne, na sua qualidade deanfitrião, Catherine Dumas, tradutorade “La vie en vers” e que apresentouo livro e a autora, depois Teresa RitaLopes e Albertina Ruivo - autora de umartigo na antologia Modernista - que

disseram poemas e comentaram aobra e Fernando Pessoa.Teresa Rita Lopes é de Faro, mas exi-lou-se em Paris quando perseguidapela ditadura salazarista. Aqui na ca-

pital francesa estudou e foi professorana Sorbonne. Regressou a Portugal em1976 e é professora catedrática naUniversidade Nova de Lisboa.Dirige um grupo de investigadores que

produziu várias obras, nomeadamenteum guia de Lisboa, escrito por Fer-nando Pessoa, com traduções em vá-rias línguas (espanhol, francês, italianoe duas em alemão). Das obras produ-zidas individualmente em portuguêsdestaca-se “Pessoa por conhecer” euma edição crítica: “Livro de Versos”,Álvaro de Campos, poemas inéditos.Teresa Rita Lopes organizou tambémvárias exposições sobre Fernando Pes-soa, em Espanha, no Brasil e emFrança (Paris, Centre Pompidou -Beaubourg).Tem-se dedicado também à obra deMiguel Torga. Além disso colabora re-gularmente em várias publicações li-terárias portuguesas e estrangeiras,quer no domínio do ensaio, quer dapoesia.Escreve poesia e contos desde sem-pre. Publicou sete livros de poesia.

Palestra na Sorbonne e evento na Livraria Portuguesa & Brasileira

lusojornal.com

emsíntese

catarina Vascon-celos vence Prémio de curtasem Paris

O filme «Metáfora ou a tristeza viradaao avesso», da portuguesa CatarinaVasconcelos, venceu o Prémio deCurtas Metragens da 36ª edição doFestival Cinéma du Réel, em Paris.A coprodução luso-britânica, de 32minutos (2014), utiliza o grão dapelícula Super 8 e imagens digitaise conta a história dos pais da reali-zadora com o 25 de Abril de 1974como pano de fundo. “CatarinaVasconcelos faz uma distinçãoquase cruel entre aqueles queestão para sempre envolvidosnuma espécie de ‘patine’ dos anos1970, a banda pop do pai que pa-rece saída do filme ‘Tabu’, de Mi-guel Gomes, e os avós quesobreviveram, envelhecidos e tal-vez esquecidos”, afirma a organiza-ção no seu portal na Internet, sobreo filme de Catarina Vasconcelos.O prémio tem o valor pecuniário de5.000.O 25 de Abril de 1974 foi tema deum ciclo no festival com a exibiçãode 20 filmes dedicados à Revolu-ção dos Cravos.

curta-metragemportuguesa noFestival do cinema de arteem cannes

O filme “15 bilhões de fatias de (-T)+ Deus”, de Cláudio Jordão, foiselecionado para o Art Film Festi-val, um evento dedicado ao cinemade arte, que decorrerá em maio,em paralelo ao Festival de Cinemade Cannes, em França. A curta-metragem está entre os mais de 60filmes selecionados para esta edi-ção do Art Film Festival, prevista de15 a 21 de maio.A curta portuguesa de animaçãosobre a origem do universo, deCláudio Jordão, é produzida peloCine-Clube de Avanca, pelo Kotos-tudios e Filmógrafo. Recorre à“imagem de síntese”, conta commúsica de Joaquim Pavão, e vozesdos atores Teresa Chaves, CarlosDuarte e Nelson Martins.O júri do festival é presidido pelo ar-tista visual chinês Yang Zhenzhong.O filme português abriu em 2012 oFestival Avanca e já foi exibido emfestivais no Brasil, Chile, França,Grécia, Índia, Itália, Letónia e Ale-manha, onde foi premiado. CláudioJordão, formado em Design pelaUniversidade do Algarve, é autordos filmes “Super Caricas”, “Espe-rânsia” e “Conto do Vento”, co-rea-lizado com Nelson Martins.

le 02 avril 2014

Por Maria Fernanda Pinto

livre sur la Première guerre Mondiale seraprésenté au consulat du Portugal à ParisLe livre «Première Guerre Mondiale(Centenaire 1914-2014) - Les soldatsportugais des tranchées de Flandre etla main-d’œuvre portugaise à la de-mande de l’État français» de Manueldo Nascimento, sera présenté parJorge Portugal Branco au Consulat Gé-néral du Portugal à Paris, le jeudi 10avril, à 18h30.Manuel do Nascimento est un écrivainné au Portugal et vit en France depuis1970. Passionné d’Histoire depuisson plus jeune âge, c’est en Francequ’il cherche à connaître celle de sonpays natal. Ses livres sont destinés àun large public puisqu’ils peuvent êtrelus par des élèves du collège aux étu-diants de faculté mais aussi par desprofesseurs ou journalistes. Il a publiéde nombreux ouvrages, aux éditionsHarmattan, parmi lesquels: «Chrono-logie de l’Histoire du Portugal»(2002), «En Lutte contre l’État Sala-

zariste» (2008), «La Révolution desŒillets au Portugal» (2009), «La Troi-sième Invasion Napoléonienne au Por-tugal (Bicentenaire 1810-2010»(2010) et «La Bataille de La Lys - 9avril 1918».La Première Guerre mondiale a étépour l’historiographie du Portugal unévénement de grande importance surles plans militaire et économique. LePortugal se battait dans deux guer-res: les colonies africaines portugai-ses contre l’Allemagne et sur le frontoccidental européen.Ces deux guerres vont être très coû-teuses pour la toute jeune Républi-que portugaise proclamée le 5octobre 1910. Les 16 premières an-nées de la première République por-tugaise ont été une période difficiledue aux agitations sociales provo-quées par la crise économique et parl’entrée du Portugal dans le conflit

mondial de 1914-1918.La question de la main-d’œuvre por-tugaise en France est soulevée pourla première fois, en 1915, par le Mi-nistre français de l’Agriculture au di-

plomate portugais João Chagas: LaFrance a besoin de bras… En 1916,le chef des armées françaises écri-vait au Président du Conseil, et Mi-nistre des Affaires étrangères.L’histoire du Portugal, nation euro-péenne, est celle d’un pays voisindont la France a accueilli plusieurscentaines de milliers de ressortis-sants. Elle reste pourtant relative-ment méconnue en France, où iln’est pas difficile d’appréhender lePortugal, autrement que par le biaisde ses ressortissants, venus y travail-ler. Depuis longtemps, des intellec-tuels, des artistes, des hommespolitiques portugais s’installaienten France, pour un temps plus oumoins long. Mais les travailleursportugais méconnaissaient la Fran-ce et seules quelques centainesd’entre eux avaient franchi les Py-rénées dès 1876.

livres: récits et témoignages sur le désastre de la première ambassade portugaise en chine“Prisonniers de l’Empire Céleste” dePascale Girard et João Viegas est unlivre de récits et témoignages portu-gais et chinois (1517-1524) sur ledésastre de la première ambassadeportugaise en Chine.Pascale Girard est maître de confé-rences en histoire moderne à l’Uni-versité Paris-Est Marne-la-Vallée (laboACP) et auteure de plusieurs travauxsur les missions ibériques en Chine,du XVI au XVII siècles.João Viegas, de double formation ju-ridique et philosophique, est avocatau barreau de Paris. En plus des tra-vaux consacrés au droit, il traduit de-

puis plusieurs années les classiquesde la littérature portugaise.Ce livre, joliment relié, donne, selonla note de l’auteur, le récit commentéet accompagné de cartes et illustra-tions des premiers contacts officielsavec la Chine. Cette ambassade futun échec et les émissaires terminè-rent en prison ou exécutés. Cet ou-vrage réunit, pour la première fois,des sources occidentales et dessources chinoises. Il associe des té-moignages directs et des textes éla-borés à distance des événements. Ledossier documentaire invite à réflé-chir sur la mémoire de ce premiercontact, tant du point de vue des Por-tugais que des Chinois. Tandis que

João de Barros affirme que les Portu-gais voulaient «se lier d’amour etd’amitié avec l’Empereur», plusieurstextes chinois notent la puissance deces nouveaux canons qui grondent«comme le tonnerre».À la lecture des documents del’époque, la conclusion est que laconquête de Malaca, fut le mo-ment essentiel de la progressiondes Portugais vers la Chine en1509.Ouvrage passionnant d’une Histoire àplusieurs voix.Aux Éditions Chandeigne, Collection Magellane10 rue Tournefort75005 Paris

Par Maria Fernanda Pinto

Teresa Rita Lopes com Albertina RuivoDR

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18 cultura

lusojornal.com

Partenariat entre la Banque BcP et legroupe cartesia educationLa signature du partenariat entre laBanque BCP et le groupe CartesiaEducation permet aux étudiants debénéficier des savoir-faire complé-mentaires des deux partenaires. Ilsprofitent ainsi, d’une part, de «l’exper-tise unique» de la Banque BCP dansl’accompagnement sur-mesure desétudiants et d’une offre bancaireavantageuse, et d’autre part, ils ontl’opportunité d’être encadrés par leleader des classes préparatoires auxGrandes écoles, le groupe CartesiaEducation.Les clients de la Banque BCP ont parailleurs un avantage supplémentaire.Ils bénéficient d’un tarif préférentielde 25% sur toutes les offres dugroupe Cartesia Education. A destina-tion des 15-27 ans, de Bac-2 àBac+5, les jeunes pourront profiter dece tarif préférentiel dès la rentrée2014.Jean-Philippe Diehl, Président du Di-rectoire de la Banque BCP souligneque «ce partenariat démontre notreexpertise et notre capacité à répondreaux besoins des étudiants pendant

leurs études et fait de la Banque BCPune référence dans ce secteur d’acti-vité».La Banque BCP, «entreprise enga-gée», met en place, toujours dans lecadre de ce partenariat, une action demécénat de compétences. Ainsi, lescollaborateurs de la banque, sur labase du volontariat, constitueront desjurys blancs pour faire passer des

oraux de préparation aux étudiantsinscrits chez Cartesia Education et ad-missibles aux Grandes Ecoles. Aimeryde Vaujuas, Président du groupe Car-tesia Education se réjouit «de collabo-rer avec une banque qui, au-delàd’une offre bancaire avantageuse, pro-pose des liens humains pérennes etde confiance».La première étape de ce partenariat

est le rapprochement avec la marquela plus connue du groupe CartesiaEducation, Admissions Parallèles, uninstitut privé d’enseignement supé-rieur spécialisé dans la préparationdes concours d’admission parallèle.Le groupe arrive en première positiondes instituts de préparation des meil-leures écoles françaises (HEC, l’ESCP,Sciences Po Paris,…).

Pour accompagner les projets des étudiants

teatro carré rondelet em Montpelliercomemora os 40 anos do 25 de abril

Um painel de conferencistas comtemas diversificados define a agendado Teatro Carré Rondelet, em Montpel-lier, na comemoração dedicada aos 40anos da Revolução de 25 de Abril de1974.Ao completarem-se quatro décadassobre a Revolução, um conjunto de

conferências temáticas intituladas“Revolução Portuguesa” reforça a liga-ção entre gerações.No arranque das comemorações, de17 a 19 de abril, pelas 20h30, e nodia 20, pelas 18h00, o grupo do TeatroSalomé, de Lisboa, sobe ao palco como espetáculo “Monsieur Kraus et la Po-litique”, seguido da atuação de DanInger dos Santos, com o tema Fado

Blues, inspirado nas origens portugue-sas do músico.Textos de Fernando Pessoa irão serapresentados nos dias 23, 24 e 26,pelas 19h00, com interpretação dosconvidados Manuel Pons e de Domini-que Gauthiez-Rieucau, no dia 25,pelas 20h30, e dia 27, pelas 18h00,o Ciclo de conferências encerra com“O segredo revelado de Pessoa”, “Le

Marin” e “Ode Maritime”.Para além de ser uma forma de assi-nalar e recordar aquela efeméride,estas iniciativas dos responsáveis doTeatro Carré Rondelet visam promoverjunto dos mais novos, de forma peda-gógica, os valores fundamentais da-quele que foi um dos mais importantese decisivos momentos históricos dePortugal.

Por José Manuel Santos

le 02 avril 2014

Virgínio gouveia

Né à Lisboa, il s’y initie à l’activité ar-tistique à l’âge de 16 ans dans lesateliers des artistes Thomas de Meloet Ruy Miller et il a ensuite fait desétudes supérieures de Peinture etArchitecture à l’École Supérieure deBeaux Arts de Lisboa, ayant été di-plômé en Architecture par cet École.Boursier de la Fondation CalousteGulbenkian au Portugal et enFrance, il est venu à Paris, où il asuivi des cours d’architecture pay-sagiste (section du paysage, amé-nagement des zones vertes et dessols sportifs et urbanisme) à l’ÉcoleSupérieure d’Horticulture de Ver-sailles et à l’Institut d’Urbanisme deParis.Le caractère généraliste du métierde paysagiste est indispensablepour faire émerger un projet au seinduquel il est à la fois un chercheur(histoire), un créateur et un média-teur (débat social, politiques sur lepaysage). Donc, la profession solen-nelle d’architecte paysagiste a pourbut principal de diriger, d’éduqueret de participer à la gestion, la pla-nification et la conception artistiquede l’environnement culturel et natu-rel.Doté d’un sens aigu des couleurs etformes, Virgínio Gouveia ajoute à sesœuvres sa propre personnalité leurdonnant une vie propre qui part dela réalité pour le grand voyage del’imaginaire.Virgínio Gouveia a continué à déve-lopper cette activité artistique dansle domaine de la décoration, archi-tecture d’intérieur, sans négliger ledessin et la peinture où il excelle.Il a collaboré dans plusieurs projetspaysagistes, ses œuvres d’Architec-ture peuvent être admirées dans denombreux bâtiments. Ses œuvresmurales figurent dans plusieurs Mu-sées au Portugal et dans des collec-tions privées au Portugal et àl’étranger.Virgínio Gouveia a participé à l’expo-sition d’Art Contemporain Portugaisen juin 1995, à Marne la Vallée.

um olhar sobre...

Maria FernandaPinto

un regard sur...

la science au cœur du Dialogue caféUn Dialogue Café, organisé par les as-sociations AGRAFr et Cap Magellan,s’est déroulé le 25 mars dernier, surle thème de «L’impact de la scienceet des scientifiques dans la sociétéactuelle», entre les villes de Paris etde Lisboa. L’échange a été modéré parLaurinda Alves, journaliste à Lisboa,et a duré environ 1h30.Ce Dialogue Café a permis de réfléchirsur le rôle des scientifiques dans lasociété actuelle et l’influence quecelle-ci peut avoir sur leurs travaux.Graça Raposo, Directrice adjointe del’unité «Compartimentation et dyna-mique cellulaires» à l’Institut Curie,présente à Paris, souligne l’impact ef-fectif que les scientifiques peuventavoir sur la société. Pour elle, le scien-tifique doit être toujours attentif auxproblèmes de la société dans laquelleil vit: les maladies, l’enjeu essentiel del’augmentation de l’espérance de vie,comme c’est son cas au sein de l’Ins-titut Curie. Il faut qu’il ait constam-ment à l’esprit l’idée d’un certainprogrès vers lequel il faut tendre enmatière d’innovation des traitements

actuels et de ce qui se fait déjà.Miguel Prudêncio, en direct de Lis-boa, ajoute que l’exagération véhicu-lée par les médias, qui pensent quetout est à portée des scientifiques, esttotalement fausse. Ainsi, le scienti-fique doit bien faire attention àchaque mot qu’il emploie et à l’infor-

mation qu’il transmet, tout comme àl’information qui va être ensuite utili-sée par le journaliste en question. Luiqui travaille dans le domaine de lamalaria, à l´Institut de Médecine Mo-léculaire (IMM) à Lisbonne, estconstamment confronté à des infor-mations qui circulent dans les médias

et qui créent de fausses joies, concer-nant la création de nouveaux vaccins,par exemple.«Le public ne croit plus en la science.On me demande souvent: à quoi sertla science si tant de personnes meu-rent?», affirme Bruno Silva Santos(IMM, Lisboa), qui étudie les méca-nismes de développement, d’activa-tion et de régulation des lymphocytesT, afin de trouver de nouvelles dé-fenses contre certains cancers et ma-ladies auto-immunes.João Caraça, Directeur de la Fonda-tion Calouste Gulbenkian à Paris, af-firme que depuis ses cinquantedernières années, l’essor des nou-velles technologies scientifiques, a faitsortir la science de l’espace universi-taire vers l’espace public. Le pro-blème de la communication entre lemilieu scientifique et la sphère pu-blique est, au fond, une question detraduction d’un langage spécialisévers un langage commun. «Avant,pour faire de la science, il suffisait desavoir compter, maintenant, il faut sa-voir communiquer et expliquer».

Dirigents da la Banque BCP et de Cartesia EducationBanque BCP

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20 cultura

lusojornal.com

le 02 avril 2014

‘académie de Fado’ abre portas em Vincennes

Vai ser inaugurada no próximo dia 6de abril a primeira escola de Fado daregião parisiense onde vai haver aulasde viola de Fado, guitarra portuguesae canto. A ‘Académie de Fado’ foi umaideia de Valérie do Carmo, uma advo-gada que tem o “Fado no coração”, evai estar integrada na escola Musiquesà Vincennes (94), adquirida recente-mente pela lusodescendente.Valérie do Carmo é filha de pais portu-gueses e nasceu em França numacasa onde se ouvia e cantava o Fadocom frequência. O pai, originário daCosta do Castelo, em Lisboa, tocavaviola e guitarra portuguesa e o seu tioera letrista. “Nasci numa família de fa-distas e sempre me lembro de ouvircantar o Fado. O Fado, e a músicafazem parte da minha vida”, contouValérie do Carmo ao LusoJornal.“Sempre gostei de cantar, até estu-dei no Conservatório em Paris, masnunca quis fazer da música aminha profissão. Sempre estive li-gada ao meio, ia a muitas casas de

Fado com o meu pai, mas sou fa-dista apenas de coração”.O projeto de criar uma Academia ondese pudesse aprender a arte do Fado éantigo e concretiza-se agora com aoportunidade de adquirir esta escolade música que existe desde 1996.“Vamos manter a linha que a escolajá tem mas queremos introduzir no-vidades”, contou Valérie do Carmo aoLusoJornal. “Em Paris há muitascasas de Fado e há pessoas que dãoaulas mas não havia, que eu saiba,até agora, uma escola”. Filipe deSousa será o professor de guitarraportuguesa e Nuno Estevens o pro-fessor de viola de Fado. Os dois ins-trumentos são indispensáveis masValérie reconhece que “a guitarraportuguesa é muito difícil de tocar e,por isso mesmo, o ensino técnicodeste instrumento é muito impor-tante”.Já no canto, ter aulas não é assim tãosimples, como assume Valérie doCarmo: “Sim, é difícil ensinar Fado.Quando falamos dos instrumentos,da guitarra portuguesa e da viola, é

preciso aprender a técnica mas can-tar Fado é diferente. Cantar Fado éalgo que se sente, que está no cora-ção e na alma de cada um”. Por isso

mesmo, as aulas de canto serão maisum acompanhamento para quemquer cantar Fado. “Há, por exemplo,franceses que cantam o Fado, e que

cantam muito bem e nestes casosnos podemos ajudar a conhecer maiso Fado, os fados tradicionais, e acompreender melhor as letras... Achoque não será o ensino propriamentedito de como cantar Fado mas simum acompanhamento para quemquer saber mais. Depois, claro, vemdo sentimento da pessoa... Ensinar acantar Fado é muito difícil”, confessaValérie.A inauguração da Académie de Fadoacontece no dia 6 de abril e vai serum dia de “portas abertas” em queos professores da escola estarão pre-sentes para esclarecimentos e paramostrar os instrumentos do Fado. Porvolta das 17h00, haverá uma pe-quena conferência com a autora fran-cesa do livro “Le Fado”, AgnèsPellerin, para dar a conhecer a histó-ria e a profundidade da canção na-cional. A seguir haverá espaço parauma sessão de Fado ao vivo em quetodos estarão convidados a cantar ea participar. Acontece a partir das15h30 na escola Musiques à Vincen-nes, no 9 rue Raymond du Temple.

Aprender Fado em Paris

Por Ana Catarina Alberto

concerto gratuito de ana Moura comemora o 25 de abril

O Consulado Geral de Portugal emParis e o Banco Espírito Santo (BES)associaram-se para programar um con-certo comemorativo dos 40 anos do 25de Abril, com a fadista Ana Moura.O concerto vai ter lugar no próximo dia26 de abril, no Théâtre de Neuilly, emNeuilly-sur-Seine, na estação de metroPont de Neuilly, em colaboração coma Associação Cultural Portuguesa deNeuilly-sur-Seine.“Esta parceria com o BES já vem delonge. Em 2011 foi organizado umconcerto com o Camané, em Orléans,em 2013 um concerto com a Katia

Guerreiro em Tours e agora este com aAna Moura, na região de Paris” explicaPedro Lourtie, o Cônsul Geral de Por-tugal em Paris. “A implicação da As-sociação Cultural Portuguesa deNeuilly-sur-Seine também se justificaporque esta associação comemora 30anos de existência”.O Cônsul de Paris garantiu que omunicípio de Neuilly-sur-Seine dis-ponibilizou o teatro “sem qualquerproblema”.Quanto à escolha da fadista AnaMoura, Pedro Lourtie começa por ex-plicar que “faz todo o sentido que sejaum concerto de fado” e Madalena Sáda Bandeira, a responsável pelo BES

em França, acrescenta que “o Fado éa nossa canção nacional”.“Temos mantido um nível de excelên-cia nos artistas que participam nestesconcertos: Camané, Katia Guerreiro,Ana Moura,...” refere Madalena Sá daBandeira que explica também que ointeresse é que o concerto seja gra-tuito. “As pessoas podem assistir aoconcerto gratuitamente, mas têm delevantar os bilhetes antes”.Os convites podem ser solicitados aoBES (01.44.34.49.21), ao ConsuladoGeral de Portugal em Paris:(01.56.33.81.00) ou à AssociaçãoCultural Portuguesa de Neuilly-sur-Seine: (01.55.62.62.50).

Por Carlos Pereira

«a Minha História»: le vrai premier album de Johnny

Le nouvel album de Johnny «AMinha História» est sorti au Portugalle 21 mars dernier. Enregistré enFrance aux Studio Alfama Son, en ré-gion parisienne, Johnny avoue avoirmis 2 ans pour finaliser son projet.Un premier single «Quero saberquem és» était sorti dans les bacs enjanvier 2012, puis un 2ème single,«Eu sem ti não vou ficar» en juillet2013. Depuis le jeune chanteur seconsacre à la promotion de ses sin-gles tout en continuant à travaillersur cet album qui lui tient tant àcœur. «Il y a 11 titres qui correspon-dent à 11 chapitres de ma vie, parordre chronologique, il faut écouterl’album en entier en commençantpar la 1ère et vous connaîtrez toutema vie», avoue-t-il.Johnny considère ce travail commeétant son premier, prétextant quecelui d’avant a été réalisé il y a très

longtemps et qu’il ne savait pas en-core ce qu’il voulait. «A l’époque jene savais même pas composer, cetravail est mon bébé, fait entièrementpar moi, l’écriture, la musique, les ar-rangements, et surtout avec beau-coup de maturité», dit-il auLusoJornal.Originaire de Guarda, Johnny est fierde ses origines, et de tout ce qui estportugais, «des pasteis de nata, enpassant par la langue, les gens et lesbeaux paysages, je suis un vraiamoureux du Portugal». Pour l’auteurcompositeur et interprète il était horsde question de le chanter en fran-çais, «j’aime chanter en portugais,cela me donne plus de sensations».Conscient que ce nouveau travail luiouvrira plus de portes dans sa car-rière et surtout de pouvoir monter surscène avec ses musiciens, Johnny adéjà fait son premier spectacle auPortugal, au mois de février, pour lan-cer son album, et espère très vite

pouvoir le faire en France, où l’albumne devrait pas tarder à être aussi dis-

tribué. «Nous sommes en train de ré-fléchir sur la date et l’endroit, car je

veux faire ça bien».La tête sur les épaules il espère queles concerts s’enchaineront et a hâtede faire son show avec des musi-ciens. «Je préfère sacrifier mon ca-chet mais avoir des musiciens avecmoi sur la scène, car à la base je suismusicien, je joue du piano et de laguitare», explique-t-il au LusoJornal.Johnny n’aspire pas à «devenirMickael Jackson», il sait qu’une car-rière se construit petit à petit. «Il y ena qui ont la chance de monter tropvite et ça marche, d’autres qui mon-tent aussi vite et un single après onn’entend plus parler d’eux! Si je doiscontinuer à chanter dans les bals,comme je l’ai fait pendant des an-nées, et c’est là où j’ai appris ce queje sais aujourd’hui, alors je le feraiavec plaisir. Le but c’est de continuerà vivre de la musique».On attendant sa sortie en France, onpeut déjà l’écouter sur Itunes oud’autres sites de téléchargement.

Par Clara Teixeira

Valérie do CarmoDR

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Edition nº 1 | Série III, du mercredi 05 Janeiro 2011 Hebdomadaire Franco-Portugais

No dia 3 de abril comemora-se 60 anos damorte de Aristides de Sousa Mendes, o ex-Côn-sul de Portugal em Bordeaux, durante a IIGuerra Mundial, que salvou mais de 30.000 re-fugiados perseguidos pelo regime nazi de Hitler.O texto que publicámos nas próximas páginas éda autoria de João Lourenço.João Lourenço foi funcionário do ConsuladoGeral de Portugal em Bordeaux, onde exerceufunções desde janeiro de 1970, aposentando-se como Vice-Cônsul no ano passado. É atual-mente Presidente do Comité Aristides de SousaMendes, trabalhando com Manuel Dias.João Lourenço é um apaixonado pela interes-sante e trágica história do Cônsul que ousou de-sobedecer a Salazar num período dramático daHistória da Europa e do Mundo.Esse interesse foi reforçado pela curiosidade deter trabalhado no antigo Consulado onde Aristi-des de Sousa Mendes concedeu os vistos e tam-bém por ter conhecido e trabalhado durantevários anos com José Seabra, que era Secretáriode Aristides de Sousa Mendes e que esteve en-volvido na concessão dos vistos, acrescendo ofacto de ter tido a possibilidade de acesso à con-sulta dos arquivos daquela época, tarefa com-plicada, dado que o Consulado foi criado em

1802 e com as mudanças, tudo se encontravadisperso.Numa dessas pesquisas, encontrou o “Livro dosvistos” onde apenas constavam umas dúzias devistos concedidos. Mas, “curiosamente, entreoutra papelada, encontrei um ‘Livro de emolu-mentos’, para mim, propositadamente esque-cido, onde foram registados, de janeiro a junhode 1940, um total de 1.674, sabendo que apartir de 17 de junho os vistos não eram conta-bilizados nem inscritos nos livros” conta ao Lu-soJornal.A ação de Aristides de Sousa Mendes, pela am-plitude e visibilidade da massa de refugiados,foi a mais conhecida, embora tenha havido ou-tros diplomatas que contribuíram ao salvamentode centenas de refugiados e judeus na mesmaépoca e de cujo gesto pouco se fala.Outros houve que preferiram afastar-se por dis-cordância e desfasamento das ordens recebidas,que, manifestamente, feriam a sua sensibili-dade e a sua missão, e que tiveram o grandemérito de bater à porta da consciência. Foi ocaso do Cônsul de Portugal em Marseille, JoséAugusto de Magalhães, que mandou um curiosoofício a Salazar, em 31 de dezembro de 1940,apreciando negativamente o estipulado na cir-

cular nº14, escrevendo: “é possível que a Políciade Vigilância do Estado tenha sobejas razõespara restringir o direito de livre-trânsito às pes-soas… As instruções de 13/06/1940 retiram,por completo, aos funcionários consulares o di-reito de apreciação de casos que merecem porvezes serem considerados sob o ponto de vistamais liberal e menos policial no interesse donosso país… É-me por isso desagradável a mis-são negativista que as últimas disposições meimpõem. Foi-me sempre penoso dizer ‘não’ ehoje ainda mais do que nunca, impondo-me porisso, a minha rápida e urgente substituição e, sepossível, por um colega que sinta prazer em pro-nunciar aquele ‘vocábulo’ e em criar dificulda-des às mais legítimas pretensões”.O então Cônsul de Marseille continuou ainda:“Há criaturas que nascem para fazer mal e ou-tras que só sentem prazer em fazer bem; aque-las são consideras por muitos, uns fortes e asúltimas são considerados como fracos. Por umsentimento de lealdade, devo confessar que per-tenço ao número dos últimos. Não desejo pre-judicar ou embaraçar a minha Pátria pelasminhas fraquezas, resultantes de um caráterque já não pode ser modificado, dada a idade aque cheguei”.

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LusoJornal le 02 avril 2014 | Caderno especial Este caderno faz parte integrante do LusoJornal Edition nº 167 | Série II

comité nacional francês de Homenagema aristides de sousaMendes

Esta associação tem como objetivos:- Contribuir à reabilitação e prestar home-nagem e honrar as ações de Sousa Mendese a sua excecional coragem,- Promover a sua memória e a memória dosJustos e de todos os resistentes que se ba-teram pela liberdade,- Sensibilizar a opinião pública para asconsequências da tragédia da II GuerraMundial e da Shoah,- Desenvolver ações e utensílios pedagógi-cos direcionados para os jovens escolares,- Promover e valorizar a história da imigra-ção, o diálogo e o respeito das culturas edos povos,- Participar na reabilitação da casa deSousa Mendes em Cabanas de Viriato,

O Comité já concebeu e editou, desde1994, uma considerável obra para honrara memória de Aristides de Sousa Mendes,a saber: Uma banda desenhada “Bordeauxdans la tourmente, 1939-1940”, «Le por-tugais du siècle» por Bernard Rivière, «UnJuste parmi les nations», «Aristides deSousa Mendes, e héros rebelle, juin1940», «Aristides de Sousa Mendes, lepouvoir de dire non», Exposição Aristidesde Sousa Mendes, le Juste d’Aquitaine,Livro pedagógico «9 jours pour sauver30.000 personnes» e apoia a difusão dapeça de teatro “Aristides” produzida pelacompanhia Théâtre du Passeur.

Comité National Français en Hommage àAristides de Sousa Mendes14 cours Journu Auber33000 Bordeaux

sousa MenDes

aristides de sousa Mendes morreu há 60 anos

e s P e c i a l

Dia 3 de abril

Programme de la journée du dimanche 06 avril2014, des commémorations du 60ème anni-versaire de la mort d’Aristides de Sousa Mendeset de la mémoire de l’immigration, organiséepar le Comité National Français en Hommageà Aristides de Sousa Mendes.11h00: Inauguration d’une plaque commémo-rative à la mémoire d’Aristides de SousaMendes, le Consul du Portugal à Bordeaux en1940, le Juste de Bordeaux, au 14 Quai LouisXVIII, à Bordeaux, dans le bâtiment de l’ancienConsulat du Portugal, lieu où ont été délivrésdes milliers de visas pour la vie, en juin 1940.12h00: Dépôt d’une gerbe au pied du Busted’Aristides de Sousa Mendes, Esplanade

Charles de Gaulle à Mériadeck.Ces deux évènement sont organisés en collabo-ration avec le Consistoire Israélite de la Girondeet le Bnai Brith de Bordeaux, en présence deMichel Delpuech, Préfet de la Région Aqui-taine, Préfet de la Zone de Défense et de Sécu-rité du Sud-Ouest, Préfet de la Gironde, desMembres de la Famille Aristides SousaMendes, et d’Armand Eloi, acteur et metteur enscène de la pièce de théâtre «Aristides».14h00: Présentation au Musée d’Aquitaine dedeux expositions: la première «Sala de Espera»(Salle d’Attente), photographies de Gabriel Mar-tinez, et la seconde «Aristides de SousaMendes, le Juste d’Aquitaine», du Comité Fran-

çais en Hommage à Aristides de SousaMendes.14h30: Présentation et lancement du livre «LaCommunauté Silencieuse - Mémoires de l’Im-migration Portugaise en France» avec l’éditeurElytis, au Musée d’Aquitaine à Bordeaux.15h30: Projection du film «La Cage Dorée», deRuben Alves, au Musée d’Aquitaine dans lecadre de la programmation «Mémoires enImage».

Programme organisé par le Comité Français enHommage à Aristides Sousa Mendes en parte-nariat avec le RAHMI, le Musée d’Aquitaine etles Editions Elitys.

commémorations du 60ème anniversairede la mort de aristides de sousa Mendes

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22 sousa Mendes

lusojornal.com

Dever de memória: há 60 anos morreu aristides de sousa Mendes

Desde a sua reabilitação, em 1987,interessei-me pela história destehomem invulgar, atípico e cheio decontradições, que teve alguma dificul-dade em adaptar-se ao formato e aomolde que caracteriza o funcionáriopúblico, e cujo gesto de desobediênciao classifica hoje como um grande hu-manista e altruísta.Devo dizer que trabalhei ainda, em1970, durante dois anos, no Consu-lado em Bordeaux onde se passaramestes trágicos acontecimentos, nacompanhia de José de Seabra, que erana altura Secretário de Aristides deSousa Mendes e que interveio na con-cessão dos vistos, embora contrariado.Na realidade, José de Seabra não ad-mitia nem concebia que um homemcom o seu estatuto, as suas responsa-bilidades, casado, pai de 14 filhos,pudesse ter outra atitude que nãofosse a de obedecer, respeitar e cum-prir os regulamentos.Com a reabilitação, surgiu a curiosi-dade, havendo muitos pedidos de in-formação sobre a vida do Cônsul,porque se supunha que o Consuladoera detentor de todos os pormenoresdo seu processo, da sua condenação eda sua reabilitação.Ora, os arquivos foram pouco mais doque silenciosos.O único livro documentado comexaustivas consultas e averiguaçõesfeitas nos arquivos do Ministério dos

Negócios Estrangeiros foi “Injustiça”,do escritor e jornalista luso-canadianoRui Afonso, que sempre indiqueicomo a melhor fonte de informaçãopara qualquer trabalho rigoroso sobreAristides de Sousa Mendes. Domesmo autor, seguiram-se mais duasedições de outro livro versando omesmo assunto, mais documentado eatualizado: “Um Homem Bom”.A partir desse extraordinário trabalhode pesquisa, Aristides de Sousa Men-des tem sido referido e homenageadocom dezenas de livros, romances, fil-mes, peças de teatro, documentários,palestras, conferências, colóquios, mi-lhares de artigos, nomes de ruas, deescolas, de praças, de bustos, de pla-cas comemorativas, etc.Para ajudar a compreender a persona-

lidade e o gesto de Aristides de SousaMendes, creio dever começar pelassuas próprias palavras, quer dizer, quese reconhecia muitas imperfeições edefeitos, entre os quais dois, quepouco se coadunavam com a diploma-cia: era emotivo e bastante impulsivo.À parte isso, era um homem de cará-ter, com muito boas qualidades pes-soais. Possuía um forte sentido dahonra da dignidade e patriótico. Erageneroso, culto, cantava, tocava e gos-tava de música, escrevia poesia. Eraum homem de uma grande cultura re-ligiosa e rigoroso praticante. A sua vidaera pautada pelo exemplo dos Evan-gelhos, rezava o terço todos os dias emfamília e era de grande assiduidadenas igrejas.

Esta vertente, este apego à religião eao cumprimento escrupuloso das suasobrigações como cristão, aliado natu-ralmente ao seu caráter humanitário,altruísta e de respeito pelo seu seme-lhante, pela pessoa humana, indepen-dente da raça, cor, religião, teve, naminha apreciação, uma grande in-fluência no ato corajoso de desobe-diência a ordens do seu Governo,como veremos adiante, com extratostirados de documentos que ele próprioescreveu.

aristides de sousa Mendes éum herói?A resposta mais adequada, encontrei-a num discurso de Jorge Sampaio,numa homenagem no Parlamento Eu-ropeu, dizendo que, “só se encontra o

verdadeiro heroísmo nas personalida-des que nunca aspiraram a ser heróis,naqueles homens e mulheres que, aolongo da sua vida, e mau grado todosos obstáculos e dificuldades, se limi-taram a permanecer fiéis aos valores eprincípios em que firmemente acredi-taram, e a agir de acordo com a suaconsciência. Para Aristides de SousaMendes, a desobediência a instruçõesiníquas, foi a única forma digna de de-sobediência a irrenunciáveis imperati-vos de humanidade e desolidariedade”.Na realidade, Aristides de Sousa Men-des ousou, em junho de 1940, não sónão respeitar, como transgredir, emplena ditadura, uma ordem emanadadiretamente de Salazar, para obedecera um imperativo da sua consciência,arrancando e salvando às garras de Hi-tler, alguns milhares de perseguidos,opositores ao regime nazi e muitos ju-deus, tendo sido, por esse facto, jul-gado e condenado, acabando pormorrer em 3 de abril de 1954, numatriste e extrema pobreza, no meio demuita dor física e moral.Aristides de Sousa Mendes, nasceu a19 de julho de 1885 em Cabanas deViriato, concelho de Carregal do Sal,distrito de Viseu, na Beira Alta, comele nascendo um irmão gémeo denome César.É sabido que os irmãos gémeos têmentre si afinidades muito especiaisque os unem, numa vivência de senti-mentos idênticos, quando confronta-dos aos mesmos fenómenos da vidacorrente. Com efeito, Aristides e César,comungaram e estiveram envolvidos eempenhados em praticamente todosos momentos das suas vidas e tam-bém, do mesmo modo, partilharam,com sofrimento e angústia, os dramase tragédias nas suas carreiras profis-sionais e familiares.Ambos se licenciaram em Direito naUniversidade de Coimbra em 1907 eambos abraçaram a carreira diplomá-tica, tendo o irmão César, em 1932,sido nomeado Ministro dos NegóciosEstrangeiros, por Salazar.Algumas datas importantes para ilus-trar o percurso profissional de Aristidesde Sousa Mendes:- Em abril de 1910, começou a suacarreira diplomática- Em 5 de outubro de 1910, é implan-tada a República em Portugal. Aristi-

des de Sousa Mendes era monárquico.- Em 1911 é enviado para Zanzibar- Em 1918 é nomeado Cônsul em Cu-ritiba, no Brasil- Em 1919 e 1920 começam os seusdesagravos. Aristides de Sousa Men-des é punido, pelas suas convicçõesantidemocráticas e antirrepublicanas,sendo afastado temporariamente dacarreira.

como reagiu sousa Mendesa esta punição?Dado que ofendeu a República e a De-mocracia, desafiou ambas, e mudouostensivamente de nome, acrescen-tando ao seu nome, os apelidos de fa-mília “do Amaral e Abranches”,passando a chamar-se Aristides de

Sousa Mendes do Amaral e Abran-ches.Além de um desafio, era também umaprova de coerência e da sua forte per-sonalidade, se considerarmos os tem-pos que se viviam na época.- Em 1921 é readmitido e enviadopara São Francisco da Califórnia- Em 1924 encontra-se outra vez noBrasil, em Maranhão- Em 1926, a 28 de maio, o GeneralGomes da Costa chefiou uma revoltamilitar. Um segundo golpe de Estado,logo em 9 de julho, depõe Gomes daCosta e entregou o poder ao GeneralÓscar Carmona. Este período tevemuita influência na carreira de Aristi-des de Sousa Mendes.- Em 1927, Aristides de Sousa Men-des é nomeado Cônsul de Portugal em

Vigo, na Galiza.Segundo o próprio escreveu, “foi es-colhido para aquele Posto, por motivode confiança pelo regime militar, quevia nele o funcionário próprio para vi-giar os movimentos conspiratórios dosimigrados políticos contra a ditadura,sobretudo republicanos”, pelos quaisnão nutria as maiores simpatias.- Em abril de 1928, Salazar é no-meado Ministro das Finanças e em1932 Presidente do Conselho de Mi-nistros, nomeando o irmão gémeo,César de Sousa Mendes, Ministro dosNegócios Estrangeiros, que encetouimediatamente medidas para varrer elimpar o Ministério, da corrupção in-terna, do compadrio, das nomeaçõespolíticas, das promoções aleatórias,das colocações de favor, etc. Porém,ao fim de nove meses, Salazar substi-tuiu-o por um rival, que fez letra mortadas propostas mais importantes deCésar, promovendo e valorizando trêsfuncionários que César pretendia des-classificar, por entender não seremmeritórios. Ora, todas estas persona-gens, que detestavam os irmãos SousaMendes, fizeram parte do Conselhoadministrativo que julgou Aristides deSousa Mendes em 1940.- Em 1929, Aristides de Sousa Men-des é nomeado para o Consulado dePortugal em Antuérpia, na Bélgica, umlugar de muito prestígio, onde perma-neceu até 1938, com a sua esposa, osseus 14 filhos e as criadas. Foi ali queconheceu talvez os melhores temposda sua carreira, pelo menos em termosde estabilidade familiar.

uma família grandeSabemos que todos os filhos se encon-travam escolarizados em Lovaina, seisdos quais frequentavam a Universi-dade e beneficiando todos de umaeducação requintada, com aulas demúsica, de canto e de dança.Como apontamento particular, porqueafinal tudo foi particular na vida da-quele homem, mandou construir emmodelo único, um carro de 17 lugares,a que chamaram “Expresso dos Mon-tes Hermínios”, no qual se desloca-vam, tanto nos pequenos passeiosfamiliares, como nas frequentes des-locações que faziam a Cabanas de Vi-riato, nos períodos de férias e onde afamília possuía uma casa apalaçada,herança de sua mulher, Angelina, evi-dentemente, também aquela, à di-

Aristides de Sousa Mendes, Cônsul de Portugal em Bordeaux de 1938 a 1940

Por João Dinis LourençoPresidente do Comité Aristidesde Sousa Mendes

le 02 avril 2014

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23sousa Mendes

mensão da família, com cerca de dozequartos, seis salas de banho, vários sa-lões e bibliotecas, uma capela, umgrande terreno, cujas traseiras, mura-das com harmoniosos arcos, encima-dos com o brasão da família, davaacesso à igreja, ao lado da qual se en-contra o cemitério, onde a família pos-sui um mausoléu, onde aliás hojerepousa.Com uma família tão numerosa e comtantas despesas, o Cônsul defrontava-se permanentemente com problemasde caráter monetário.Escrevia imensos ofícios ao Ministériodos Negócios Estrangeiros, para quelhe aumentasse o ordenado, invo-cando sempre a numerosa prole a sus-tentar e a educar, bem como a carestiada vida na Europa.No entanto, ao mesmo tempo, tomavamedidas e decisões completamentecontraditórias com essa visível neces-sidade. Nessa mesma altura em queenfrentava dificuldades e problemasmonetários, Aristides de Sousa Men-des mandou esculpir na Bélgica, umaestátua do Cristo Rei, em granito, quemandou em seguida transportar porbarco para Portugal. Essa estátua en-contra-se, ainda hoje, justaposta à suacasa em ruínas, no cimo de uma pe-quena colina em Cabanas de Viriato.

chegada a BordeauxEm julho de 1938 Aristides de SousaMendes é nomeado para o Consuladode Bordeaux, contra a sua vontade econtra a vontade dos seus filhos.Ora, foi em Bordeaux, em plena IIGuerra Mundial, que a República fran-cesa foi assassinada, foi em Bordeauxque começou “Vichy” e a colaboração,e foi também em Bordeaux que Aristi-des de Sousa Mendes se viu confron-tado com o delicado dilema daobediência ou desobediência.Como é sabido, em abril de 1940, aAlemanha invade e ocupa vários paí-ses da Europa: Dinamarca, Holanda,Luxemburgo e Bélgica.A França encontra-se dividida: por umlado, os resistentes ao nazismo, comoo Primeiro Ministro Paul Reynaud, oseu Ministro do Interior Georges Men-del, De Gaulle, e outros e, por outrolado, o Marechal Pétain, velha glóriada I Guerra Mundial e outros civis emilitares, que consideravam que aFrança tinha um exército desintegradoe incapaz de ripostar ao potencial deguerra e à agressividade alemãs, opta-vam por um armistício.Porém, a partir de 14 de junho de1940, tudo vai precipitar-se e desmo-ronar-se a uma velocidade vertiginosa:Paris é ocupada pelas tropas nazis, as

bandeiras suásticas são hasteadas nosprincipais monumentos da cidade.- A 15 de junho, o Governo sai de Parise instala-se em Bordeaux, instalando-se os diversos Ministérios e funcioná-rios nos edifícios, palácios e hotéisdisponíveis. Com o Governo desloca-se o mundo da diplomacia, nadamenos do que 60 Embaixadas de paí-ses estrangeiros e os seus funcioná-rios, que são também distribuídospelos “Chateaux” e outros edifícios daregião para tal requisitados.Com a invasão, a França, e particular-mente todo o sudoeste é literalmenteinvadido e ocupado por milhares de re-fugiados, essencialmente por oposito-res ao nazismo e judeus, que, desde1933, conheciam os desígnios de Hi-tler, que não tardou a concretizar nosanos seguintes, o que constituiu amaior tragédia dos tempos modernosa “Shoah”, a sua tão ambicionada“solução final da questão judaica”.Os números apontam para entre 8 e10 milhões de refugiados e persegui-dos que erravam pela França, avan-çando sempre à medida do avanço dastropas nazis. Bordeaux era uma cidadede 200.000 habitantes e passou amais de um milhão neste período.Toda aquela multidão, homens, mu-lheres e crianças, vindos do norte e deleste, encontravam-se agora encurra-lados no sudoeste da França, e sabiammuito bem que, com a rendição e o ar-mistício, só lhe restava uma porta desaída para a salvação às garras dosnazis. Esta porta de saída, era a Espa-nha e Portugal.Porém, a Espanha não podia e nãoqueria! Não podia porque tinha saídode uma dramática guerra civil que lhecustou meio milhão de vidas, estavaexangue e num caos social e econó-mico, não dispondo de capacidade

para receber tanto milhar de refugia-dos, e também não queria, porquetinha à sua frente o ditador Franco,que manifestamente tinha mais doque uma simples simpatia por Hitler.No meio de todo este tumulto, destaEuropa que vivia momentos trágicos edramáticos, Portugal era governadopor Salazar, que tinha também simpa-tias por Mussolini e Hitler, mas ten-tava, apesar de tudo, manter umaposição neutral, e assim, poupar e pre-servar o povo português de uma inva-são, que seria inevitável, se houvesseaderência manifesta a um campo ou aoutro.

Portugal era a única salvaçãoPortugal era assim o único país quepoderia proporcionar uma saída paraas Américas a todos aqueles refugia-dos.Conhecedor do que se passava, Sala-zar não queria comprometer a neutra-lidade do país, pelo que, em previsãodo avanço das tropas alemãs pela Eu-ropa e dos milhares de refugiados queavançavam ao ritmo do avanço daque-las tropas, manda instruções para osConsulados e Embaixadas, por inter-médio da célebre circular nº14, em 13de novembro de 1939, proibindo con-ceder vistos, exceto a pessoas que fos-sem detentoras de um bilhete depassagem para as Américas e, mesmoassim, só com autorização prévia doMinistério dos Negócios Estrangeiros.Ora esta circular excluía à partida, osjudeus, os russos, os bolchevistas, os

detentores de passaportes Nansen(Sociedade das Nações), estrangeiroscom nacionalidade indefinida, etc.Conhecedor avisado da situação dra-mática que se vivia naquele momento,Aristides de Sousa Mendes sabia que,se respeitasse aquela circular, todoaquele mundo que vagueava errantepelas ruas, sem teto, sem meios, es-taria, com o pedido de cessar fogo earmistício, condenado à prisão, aos

campos de concentração e à morte.Aristides de Sousa Mendes enviavadezenas de telegramas ao Ministériopara conceder vistos que haviam sidosolicitados. As respostas não vinham.Os pedidos acumulavam-se. A pressãoaumentava.Com o passar do tempo, o Cônsuldava-se conta que estava cada vezmais nas suas mãos, salvar e pôr aoabrigo tanta gente que lhe pedia so-corro! Que fazer então?Ele exigia a si próprio uma solução,

uma tomada de decisão! Longamenteequacionou as consequências: Por umlado, as suas funções, a sua carreira,a sua numerosa família e, obviamente,o seu dever de obediência. Por outrolado, arrancar às garras do nazismoaqueles milhares de homens, mulhe-res e crianças que lhe imploravam au-xílio, devendo para tal, desobedecer!Aristides de Sousa Mendes, encon-trava-se nos dias 14, 15 e 16 dejunho, num estado de prostração e deimpotência total perante a tragédia aque assistia! Esperava apenas umsinal, uma inspiração, uma ajuda…Esse sinal e essa ajuda apareceram a17 de junho de 1940, o dia do com-promisso, o dia das grandes decisões,que marcaram a História do mundo,o dia em que o Marechal Pétain pedeaos alemães, um cessar-fogo.Com efeito, numa alocução na rádio,às 12h30, no atual liceu Montes-quieu, em Bordeaux, perto do nossoConsulado, Pétain pede um cessarfogo ao inimigo, explica aos France-ses a sua atitude, as razões do pedidode rendição e diz “condoer-se com asituação dos seus compatriotas e dosmilhares de refugiados errantes, e pa-teticamente, terminou dizendo fazerà França, o dom da sua pessoa”.Pétain foi condenado pela justiça doshomens e pela História.Nesse mesmo dia 17 de junho, Char-les de Gaulle não aceita a decisão, e,num ato de rebeldia, abandona o Go-verno e, do aeroporto de Mérignac,parte para Inglaterra, onde no dia se-guinte, 18 de junho, faz o célebre ehistórico apelo à Resistência.De Gaulle, foi louvado pela justiçados homens e considerado um heróipela História.Também nesse dia 17 de junho, sa-bendo o que representava paraaquela multidão o cessar-fogo, Aristi-des de Sousa Mendes tomou defini-tivamente a decisão irrevogável dedesobedecer a ordens que entendiainíquas e injustas e, tal qual como DeGaulle, passou a ser considerado umrebelde.

Aristides de Sousa Mendes foi conde-nado pela justiça dos homens masconsiderado hoje um herói para a His-tória da humanidade.As ruas de Bordeaux estão invadi-das e apinhadas de refugiados numambiente caótico, de desolação ede desnorte. O caos é total. Não háligações, não há comunicações,não há informação. O Governo estádesnorteado, é invisível e a popu-lação aterrorizada. Não há quemmande. É a desordem, a confusão,

é o fim do mundo!

a tomada de decisãoAristides de Sousa Mendes chamou amulher e os filhos e, na presença dosrefugiados, disse a todos, num tomgrave: “Como informei toda a gente,o meu Governo recusou terminante-mente todos os pedidos para conces-são de vistos a todos e quaisquerrefugiados. Tudo está agora nas mi-nhas mãos para salvar os muitos mi-lhares de pessoas que vieram detodos os lados da Europa na espe-rança de encontrar refúgio em Portu-gal. Todos eles são seres humanos eo seu estatuto na vida, religião ou cor,são totalmente irrelevantes para mim.Além disso, as cláusulas da Consti-tuição do meu país relativas a casoscomo o presente, dizem que, em ne-nhuma circunstância, religião ou asconvicções políticas de um estran-geiro, o impedirão de procurar refúgiono território português. Eu sou cristãoe, com o tal, acredito que não devodeixar esses refugiados sucumbir.Uma grande parte deles são judeus”.E mais adiante continua: “Sei que aminha mulher concorda com a minhaopinião e estou certo de que os meusfilhos compreenderão e não me acu-sarão, se por dar vistos a todos os re-fugiados, eu amanhã for destituído domeu cargo por ter agido contra ordensque, em meu entender, são vis e in-justas. E assim, declaro que darei,sem encargos, vistos a quem querque os peça. O meu desejo é maisestar com Deus contra o homem doque com o homem contra Deus”.Aos filhos presentes, disse ainda:“Não sei o que o futuro reserva paraa vossa mãe. Materialmente, a vidanão será tão boa para nós como o temsido até agora. Contudo, sejamos co-rajosos e tenhamos em mente que, aodar a esses refugiados a possibilidadede viverem, teremos uma possibili-dade mais de entrar no reino doscéus, porque, ao fazê-lo não faremosmais do que cumprir os mandamen-tos de Deus”.

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le 02 avril 2014

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24 sousa Mendes

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Milhares de vistosAristides de Sousa Mendes, passouentão a dar vistos a quem os solici-tava acompanhado nessa tarefapelos funcionários, José de Seabrae pelos filhos.Houve horas dramáticas vividas pelamultidão que se apinhava e não ar-redava pé, tanto no Consulado comonas imediações, até ao momento dosuspiro de alívio, quando tinhamentre as mãos o tão desejado visto,que representava para eles a liber-tação ou tão simplesmente o direitoa viver.Como havia urgência, os vistos eramdados no Consulado em Bordeaux,a um ritmo endiabrado. Não haviatempo a perder. Deixou-se de conta-bilizar os vistos no livro a tal desti-nado e também se deixou dereceber os devidos emolumentos.Havendo milhares de refugiados emBayonne, Aristides de Sousa Men-des era contactado pelo Chefe da-quele Posto que não sabia o quefazer, o mesmo acontecendo com oVice-Consulado de Toulouse.Bordeaux e arredores foi bombar-deado pela aviação alemã na noite

de 19 para 20 de junho. Sabemosque onde estava o exército alemão,não havia refugiados.Aristides de Sousa Mendes abalapara Bayonne, onde o Cônsul estavareticente em contrariar as ordens re-cebidas de Lisboa. Como superiorhierárquico, Aristides de SousaMendes ordenou que fossem conce-didos vistos gratuitos a todos os queos solicitassem, tendo naturalmenteajudado nessa tarefa, dando as mes-mas instruções ao Vice-Consuladode Toulouse, que, como Vice-Consu-lado, não podia conceder vistos.Em determinada altura, constou-seque as autoridades da fronteira es-panhola estavam a pôr em causa osvistos concedidos por Aristides deSousa Mendes. Pois bem, Aristidesde Sousa Mendes apresentou-sepessoalmente na fronteira, garan-tindo a autenticidade dos mesmos.Entretanto Salazar estava informadopelas autoridades e pela polícia po-lítica (PVDE) destes factos, que fi-nalmente se passaram, essencial-mente nos fatídicos dias 14, 15, 16

e 17 de junho, dia do pedido de ces-sar-fogo.Salazar enviou vários telegramaspara Bordeaux e para Bayonne, paraque Aristides de Sousa Mendes re-gressasse imediatamente a Lisboa,o que este só fez em 1 de julho,tendo imediatamente solicitado umencontro com Salazar, a quem pre-tendia explicar de viva voz o que eraa tragédia, o drama, a perseguição,a angústia, o terror, a morte, aguerra, a desolação do mundo, daFrança e dos refugiados, sempre

com a íntima convicção que aqueleadmitiria e compreenderia que o seugesto não teve outro sentido do que,simplesmente, salvar gente conde-nada.Depressa se deu conta que os“males da guerra” estavam longe,muito longe, da comodidade e tran-quilidade dos Gabinetes em Lisboa.Aristides de Sousa Mendes, enga-nou-se!Nunca foi recebido e, desde logo, foisumariamente condenado/afastado,mesmo antes do processo discipli-nar ter começado.Teve um processo disciplinar, defen-deu-se com os únicos argumentosque possuía, que era ter agido porespírito humanitário e apenas como intuito de salvar vidas humanasque estariam de outro modo votadasaos campos de concentração e àmorte.Aristides de Sousa Mendes foi con-denado. Recorreu, sem êxito.

agradeceram a salazarNo fim da guerra, com a euforia da

vitória dos Aliados e dos agradeci-mentos da comunidade internacio-nal a Portugal pelo acolhimento quefora proporcionado aos refugiados,voltou a tentar a sua reabilitação,também sem êxito.Realmente Salazar recolheu os mé-ritos mas esqueceu-se das circularesproibindo os vistos, esqueceu-se dasmedidas que tomou para que essesmesmos refugiados não pudessementrar em Portugal e não se lembroude que já tinha condenado Aristidesde Sousa Mendes.Conhecendo a relação de amizadeentre Salazar e o Cardeal Cerejeira,Aristides de Sousa Mendes pediu aeste a sua interferência mas obtevecomo resposta que orasse, que re-zasse muito a Nossa Senhora de Fá-tima. Soube há pouco tempo queAristides de Sousa Mendes tambémescreveu ao Papa, estando em ave-riguação, se a carta teria passado asportas do Patriarcado em Lisboa,onde fora entregue.César de Sousa Mendes, o irmãogémeo, sofria com a situação doirmão e tudo tentou junto de Salazarpara a sua reabilitação, mas umavez mais, sem êxito.Para sobreviver, Aristides de SousaMendes contava com uma pequenapensão, com ajuda de familiares ede amigos. Sofreu um ataque cere-bral e ficou parcialmente paralisadoe muito diminuído.Uma antiga empregada, que comeles vivia na Bélgica, encontrava-seentão em Lisboa e ia procurar à can-tina da comunidade judaica alimen-tação para Aristides de SousaMendes e sua mulher Angelina. Estafaleceu em 1948, consequênciatambém de um ataque cerebral.Aristides de Sousa Mendes, domesmo modo que antes já hipote-cara a sua carreira e o conforto dasua família, hipotecou agora os seusbens e a sua casa. Oprimido, aba-lado, desolado, aconselhou os filhosa abandonarem o lar e a procuraremmeio de vida, por ser visível e notória

a sua incapacidade de os educar esustentar. Desiludidos, abandona-ram os pais, espalhando-se pelos vá-rios continentes.

segundo casamentoComo se tudo o que lhe aconteceunão bastasse, para confirmar as suascontradições, surge outro episódiosingular: Aristides de Sousa Mendes,ao chegar a Bordeaux, teve uma re-lação amorosa e duradoura com umacidadã francesa, Andrée Cibial, quetinha menos 23 anos do que ele. An-drée era bonita, jovial, cantava muitobem e tocava piano.Ora, a acrescentar a toda a tragédiae drama da guerra, da ocupação, aangústia dos refugiados, a acumula-ção dos processos disciplinares, aocupação nazi, à incerteza do seu fu-

turo, da mulher e dos 14 filhos, An-drée Cibial, encontrava-se grávida decinco meses, no fatídico mês dejunho de 1940.Na realidade, pouco tempo depois,nasce em Lisboa, em outubro de1940, uma menina, Maria Rosa deSousa Mendes. Mãe e filha regres-sam a França, onde viveram. Em1949, um ano depois da morte deAngelina, Aristides de Sousa Mendese Andrée casaram por procuração,porque a PIDE não autorizava queAndrée entrasse e residisse em Por-tugal.Depois do casamento, regularizada aresidência, o casal viveu em Lisboae em Cabanas de Viriato, semprecom enormes dificuldades. Aristidesde Sousa Mendes, acompanhado deAndrée, visitou duas vezes MariaRosa, entregue aos cuidados dostios, na pequena cidade de Riberac,no departamento da Dordogne. Naúltima vez, já debilitado, depois deum ataque cerebral, teve que regres-sar de urgência a Portugal, em feve-

reiro de 1954.Aristides de Sousa Mendes, morreua 3 de abril de 1954 no Hospital daOrdem Terceira em Lisboa.Morreu pobre, morreu desiludido emorreu esquecido de todos, ou talveznão, porque Salazar desta vez não seesqueceu, mandou a seu irmãoCésar um telegrama só com uma pa-lavra: “Condolências”.

condenado por desobediênciaComo é do conhecimento geral, Aris-tides de Sousa Mendes, foi conde-nado pelo Ministério dos NegóciosEstrangeiros por “desobediência”.Vejamos o que ele próprio escreveuao seu advogado, Dr. Palma Carlos,sabendo que um recurso nada resol-veria, notando, uma vez mais, uma

alusão aos Evangelhos: “Realmentedesobedeci, mas a minha desobe-diência não me desonra. Não cumpriinstruções que significavam, a meuver, perseguição a verdadeiros náu-fragos que procuravam a todo ocusto salvar-se da sanha hitleriana.Acima dessas instruções, estavapara mim a lei de Deus e foi essaque eu procurei cumprir, sem hesi-tações, nem cobardias de poltrão. Overdadeiro valor da religião cristã,está no amor do próximo, e eu,sendo cristão, não podia fugir do seuimpério”.Mais adiante, termina dizendo:“Deus aceitará o meu sacrifício emdesconto dos meus pecados e imper-feições, que são muitos”.

Morreu há 60 anosComemoram-se no dia 3 de abril, os60 anos de sua morte.Como em qualquer final de umavida, há sempre uma sucessão, umaherança. A herança deixada por Aris-tides de Sousa Mendes aos seus her-deiros, não podia deixar de sersingular: “Prezo-me de ter recebidode meus pais, um nome limpo ehonrado, que me cumpre transmitiraos meus filhos, íntegro como o her-dei”.Eis o que continha o “cofre” deixadopor Aristides de Sousa Mendes aosseus 14 filhos, um nome limpo ehonrado!Cabe a todos nós evocá-lo, respeitá-lo e perpetuá-lo, como tributo ao seuentão incompreendido sacrifício.O mundo em que vivemos, parecenão ter memória!Este é o meu pequeno contributopara respeitar o meu dever de me-mória.

le 02 avril 2014

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25associações

Manuel Pires: apaixonado pelo folclore minhotoFundador de quatro associações em Vaux-en-Velin

emsíntese

espetáculo deluís Manuel emnantes

A Associação Cultural Nantes Pin Secorganizou a sua festa anual no pas-sado dia 15 de março na sala NantesErdre. A Presidente Fernanda daSilva elaborou um programa bastantecarregado com folclore, sorteio, e jan-tar típico antes do ponto culminantecom a atuação de Luís Manuel e assuas duas bailarinas.A noite não acabou por aí, porque oDuo Carlos e Carlos manteve o am-biente até tarde com um baile bemanimado!Na foto Fernanda da Silva posa comLuís Manuel e suas bailarinas.

Dia do livro nacasa dos arcosde st Maur

No próximo dia 4 de maio, pelaquinta vez consecutiva, a Casa dosArcos organiza o dia do Livro em St.Maur, na Maison des Associatios.Este ano conta com a participação deAntónio de Sousa, autor residente emSt. Maur, Maria Fernanda Pinto, Ma-nuel Vale da Cunha e Albertina Fer-nandes que se deslocam depropósito de Arcos de Valdevez. Es-tará também exposta uma seleção defotografias de Mário Cantarinha equadros com pinturas de Fátima dePinho, artista que vem de TorresNovas.Finalmente, e para desfecho das ati-vidades programadas pela Direção daassociação, que termina o seu man-dato, está prevista uma festa popularonde se integrará muito folclore paraos dias 5 e 6 de julho e que desfe-cham o programa de atividades daDireção.

le 02 avril 2014

Natural de Cabril, Montalegre, ManuelPires emigrou para Lyon nos anos 60.Mais tarde instalou-se em Vaux-en-Velin, e começou a sua carreira pro-fissional ingressando na RhônePoulenc, mas foi na empresa Pianique fez o maior percurso profissionalcomo responsável de equipa.Hoje está aposentado e conta ao Lu-soJornal que a sua maior alegria estáno tempo que consagrou à Comuni-dade portuguesa de Vaux-en-Velin,onde fundou com um grupo de ami-gos, três associações em épocas dife-rentes.No início dos anos 70, mais propria-mente em 1971, fundou a associação“Estrelas do Minho” onde foi Tesou-reiro. O Presidente era Luís Barros.Continuou como Tesoureiro quando aPresidência transitou para ManuelMartins, mas dirigia também o grupofolclórico da associação, a sua grandepaixão.Já nos anos 90 fundou a AssociaçãoVale do Lima, e em seguida a Asso-ciação Vale do Lima Alto Minho, ondefoi alguns anos Presidente.Durante todos estes anos, tentou sem-

pre pôr em relevo o folclore minhoto eas suas tradições. Ao criar as três as-sociações, sempre em volta do fol-clore, criava também pontos deencontro onde a Comunidade, emgrande número oriunda da região doMinho, se identificava e se reunia,participando nas atividades e na pro-moção do património da sua região.Desde o início, sempre privilegiou asrelações com a autarquia de Vaux-en-Velin, e obtinha facilmente as ajudasnecessárias para as atividades das as-

sociações que dirigiu durante déca-das.Bernard Genin, o atual Maire de Vaux-en-Velin, fala dele como “um amigo”e um “grande colaborador e interlocu-tor da Comunidade portuguesa”.“O senhor Pires é alguém de simples,discreto, e que fala do seu Portugalcom grande amor e paixão, que sabepartilhar e dar dá-lo a conhecer. Estásempre presente e responde positiva-mente quando o solicitamos nas ati-vidades culturais e outras, do nosso

município” disse ao LusoJornal Ber-nard Genin.Manuel Pires integra o projeto de umafutura geminação entre Vaux e Ponteda Barca, “e foi da sua iniciativa quepor duas vezes, representantes da Câ-mara Municipal de Ponte da Barca jános visitaram”.O Maire de Vaux-en-Velin conta que“para mim é um amigo, e com o qualeu conto. Durante a última campanhaeleitoral ele foi informador no seio daComunidade portuguesa dos seus di-reitos de voto para as municipais, eassim grande número se inscreveunas listas eleitorais”. Manuel Pires fezparte da lista de apoiantes do Candi-dato, agora Maire, eleito logo na pri-meira volta das Municipais. “Estoucontente com todo o trabalho que eleme consagrou nestas eleições”.A última criação de Manuel Pires foia associação “Casa do Minho”, em2007, presidida por ele e dirigida porum grupo de amigos, entre os quaisAbel Corujeira. Um novo grupo folcló-rico formou-se e organiza todos osanos um Festival de folclore no mêsde junho, convidando outros gruposda região e mesmo vindos da Suíçamuito próxima.

Por Jorge Campos

Festa portuguesa no restaurante “o Braseiro”Em Toulouse

Foi no passado dia 22 de março que orestaurante “O Braseiro”, organizouuma Noite portuguesa com o duo mu-sical “Toni & Sónia”.O restaurante que se localiza numa dasmaiores zonas industriais da região,conta como proprietário Amílcar Costa,natural de Vila do Touro, concelho doSabugal. A decoração é uma das gran-des provas públicas da sua origem. En-contra-se principalmente decoradocom peças alusivas à vila de onde é na-tural, nomeadamente o animal símboloda localidade, o Touro.Nesta Noite portuguesa, os convida-dos, cerca de 120 pessoas, começa-ram a chegar pelas 20h00, podendode imediato degustar entradas portu-

guesas e francesas. Para o prato prin-cipal estava guardada uma das iguarias

portuguesas: o bacalhau.A noite foi bastante animada, contando

com a presença sobretudo do empre-sariado português de Toulouse, e coma presença em peso da Direção da As-sociação “A Cabana” de Toulouse.O restaurante tem já em agenda aabertura todos os sábados à noite, apartir do mês de maio. Em preparaçãoestão também eventos para a visuali-zação dos jogos do Mundial de futebol,principalmente aqueles em que parti-cipa Portugal.O Banco BPI, que através da sua re-presentação em Toulouse, organiza emparceria com o restaurante, alguns tor-neios, quer de “Sueca”, quer de “Pe-tanque”, algumas vezes por ano.Esteve também presente nesta noiteque lotou o restaurante, e que teve so-bretudo o empresariado portuguêslocal presente.

Por Vítor Oliveira

Passeio de barco no rio senaL’Associação Amitié Culturelle de Pu-teau, foi criada no dia 10 de maio de2004 e prepara-se para festejar o seu10° aniversário.A associação presidida por AntónioFerreira e cujo Vice Presidente é MárioCantarinha, só organiza viagens e nofim de semana passado organizouuma viagem de barco, pelo rio Sena,com saída de Paris Grenelle no sá-bado pelas 16h00 e regresso no do-mingo pelas 15h00.O serão, depois do jantar, teve comotema principal: Claude François. Osparticipantes dançaram até altashoras da madrugada, mostrando co-nhecer bem o reportório deste grandeartista francês que tão cedo nos dei-

xou.Mais de 30 pessoas participaram naviagem, dormiram no barco, e paramuitos deles era a primeira vez quedormiam numa embarcação.Os participantes motivaram o Presi-dente António Ferreira a organizarmais fins de semana deste tipo. Parajá, entre os dias 1 e 4 de maio, a as-sociação organiza uma viagem à Cór-sega, de 6 a 9 de junho, umaexcursão a Lourdes, e outra a Lisieux,no dia 28 de setembro. No dia 19 deoutubro organiza uma viagem a Sois-sons, para comer carne de porco e nodia 8 de novembro, uma viagem aoFuturoscope.Infos: 06.60.97.20.44.

Por Inês Vaz

Manuel Pires com colegas da AssociaçãoLusoJornal / Jorge Campos

Muita alegria na festa de “O Braseiro”DR

Participantes no passeio de barcoLusoJornal / Mário Cantarinha

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26 associações

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canário e amigos encheram a sala Jean Vilar

No domingo passado, a Sala Jean Vilar,em Argenteuil, encheu para acolherum espetáculo “especial” de AugustoCanário & Amigos, por ocasião do lan-çamento do DVD “Augusto Canário &Amigos ao vivo na Senhora da Agonia”.O espetáculo foi organizado direta-mente por Augusto Canário, com oapoio do empresário Alexandre Barreirae contou com a presença “surpresa”do Presidente da Câmara Municipal deViana do Castelo, José Maria Costa.Augusto Canário tem quase 54 anos e“desde que me conheço, gosto detocar e de cantar” disse ao LusoJornal.Já lá vai o tempo em que integrou ogrupo folclórico de Chafé, os grandesrivais do rancho da sua própria terra,Vila Nova de Anho, grupo que aliás in-tegrou depois.Depois de ter criado, em março de1984, o grupo Cantares do Minho,abriu a primeira escola de concertinaem Portugal, em 1992, e tem esta for-mação há cerca de 13 anos. “O pró-ximo fim de semana que tenho livre éem outubro” confessou ao LusoJornal.“Dá para ver que vida levamos...”Augusto Canário falou ao LusoJornal

depois do espetáculo que juntou 14músicos em palco, com bailarinos,bombos e até cabeçudos. “É a se-gunda vez que venho a esta sala, masdesta vez trago toda a minha banda.Vim aqui apresentar um espetáculoque só apresento em ocasiões muitoespeciais”.O pretexto foi a apresentação do DVDgravado ao vivo nas Festas da Senhorada Agonia do ano passado, num con-

certo que teve lugar no dia 20 deagosto de 2013, perante cerca de35.000 pessoas.“Vim cá dar uma força ao Augusto Ca-nário, que é um artista de Viana doCastelo, com grande projeção a nívelmundial. Mas venho também para darum abraço à nossa Comunidade, numgesto de reconhecimento e convitepara participarem na Romaria da Se-nhora da Agonia deste ano” disse ao

LusoJornal o Presidente José MariaCosta.A romaria mais conhecida de Portugalvai ter lugar entre os dias 20 e 24 deagosto e o Presidente da Câmara des-taca a procissão ao mar, o cortejo et-nográfico, o fogo de artifício eprecisamente mais um espetáculo comAugusto Canário.Em Argenteuil, o baile esteve a cargodo grupo Hexagone.

Em Argenteuil com espetáculo especial

Por Joaquim Pereira

Jantar dos elementos da associação «colombe de la Paix» de Bron

No sábado passado, dia 29 de março,a associação “Colombe de la Paix” deBron (69) organizou um jantar conví-vio nos seus locais, tendo por ementa“Bacalhau à Braga”, e juntando cercade 80 convivas, todos eles membrosda associação e elementos do grupode folclore da associação.“Esta noite também estavam reunidosos participantes do loto, onde 32 pes-soas tentam a sorte neste jogo todasas semanas. Os ganhos de seis meses,em comum acordo, financiaram estejantar convívio” explicou José Sousa,Presidente da associação. “Estamos apreparar - já estão as inscrições aber-tas - um passeio para o fim de semanade Pentecostes, dias 8 e 9 de junho,

em Espanha, mais propriamente emterras de Lloreta, uma instância bal-near perto de Barcelona”.O Presidente da coletividade garantiutambém ao LusoJornal que a associa-ção vai criar uma escola de português.“Estamos já a recolher inscrições defamílias para podermos montar o pro-jeto e fazermos os devidos pedidos deajuda. Vamos também pedir a colabo-ração de outras associações pois aquipor Lyon não há nada que possa res-ponder ao pedido dos pais feito nasassociações a respeito do ensino deportuguês” completou José Sousa.A associação, com o seu grupo folcló-rico Flores de Portugal, prepara umFestival de folclore para o mês dejunho, onde também será organizadoum Torneio de futebol.

Por Jorge Campos

uau!!!

Há alguns anos, num encontro deadolescentes da paróquia, passou-seuma coisa curiosa durante a procla-mação do Evangelho da ressurreiçãode Lázaro. Entre os rapazes havia umque não pertencia ao grupo paro-quial e não era batizado, mas apenasestava ali porque alguém o tinhaconvidado.Quando no Evangelho começou adescrição do milagre, o leitor ergueuum pouco a voz, para dar mais ên-fase às palavras de Jesus: «Lázaro,sai para fora!»Fez uma pequena pausa para criaralgum suspense… e prosseguiucom a narração: «o morto saiu, demãos e pés enfaixados com ligadu-ras e o rosto envolvido num sudário».Naquele momento, na sala paro-quial, ouviu-se um sonoro, genuínoe espontâneo «Uau!»O único que nunca tinha ouvido ahistória da ressurreição de Lázaro erao miúdo que tinha vindo ao encontropela primeira vez e foi, sempre ele, oúnico a reagir de forma “apropriada”ao episódio: «Uau!» Os outros ado-lescentes (cristãos desde peque-nos…) tinham perdido a capacidadede se surpreenderem diante doEvangelho. Apenas aquele rapaz foicapaz de entender a extraordináriaforça do episódio narrado.As grandes celebrações da Páscoaestão a aproximar-se cada vez mais.Oxalá sejamos todos capazes de co-lher a grandeza dos eventos quevamos celebrar. Oxalá a nossa fé nãose encontre anestesiada pelo “fol-clore” cristão a que reduzimos al-guns dos ritos mais bonitos da nossatradição. Oxalá nos consigamos sur-preender pela maravilha dos eventosque vamos recordar, pois não quere-mos que esta Páscoa seja apenas“mais uma Páscoa”. Queremos queseja a primeira, verdadeira e autên-tica Páscoa da nossa vida!

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:

Eglise Saint Louis de Franciscaine89 av Maréchal FochSaint Germain-en-Laye (78)

Missa em português: 1°, 2° e 3° domingo de cada mês, às 10h15

boanotícia

golo de andré ramos não chegou

A equipa do Bouguenais, lanterna ver-melha do Campeonato gaulês queapostou na recente contratação doportuguês André Ramos, ex-atleta doAlcobacence, para tentar escapar àdescida, visitou o líder Quévert e deuluta intensa até à ponta final da par-tida. Até aos 43 minutos de jogo, oBouguenais manteve o Quévert emsentido. O jogador português recru-tado há um mês chegou mesmo afazer a igualdade a 4 à passagem dos38 minutos. O líder do Campeonato,

todavia, carregou nos últimos minutosdo encontro e conseguiu vencer por 7-4.O perseguidor do líder, o SCRA StOmer, não pode contar com a partici-pação de Tiago Barbosa, suspenso, napartida contra o Coutras, equipa quecontou com João Pedro Coelho. O StOmer, contudo, não deu hipóteses eesmagou o adversário por 9-1.O terceiro classificado, o La Vendéene,recebeu o Lyon, 5º classificado, per-dendo por 2-4. Rui Cova, atleta portu-guês do Lyon, não marcou.O Ploufragan, do português João Bri-

lha, confirmou o seu 7º posto, ao der-rotar (4-2) o Gazinet-Cestas (penúl-timo classificado) dos PortuguesesDaniel Veloso, António Lopes e HélderGomes.O Noisy-le-Grand, treinado pelo portu-guês Hugo Pereira Menezes, recebeuo Saint Brieuc de David Abreu. O jogoterminou com um empate a 5. Os an-fitriões, que ocupam o 9º lugar da ta-bela, contaram dentro de campo como lusodescendente Anthony da Costae com o portuense Márcio Fonseca,que marcou o segundo golo da suaequipa, consolidando o seu segundo

lugar na tabela dos melhores marca-dores com 32 golos. David Abreu, jános derradeiros segundos da partida,marcou o quinto golo da sua equipa,garantindo um precioso empate.O Ergué-Gabéric recebeu e venceu (7-3) o Mérignac. Os Portugueses doErgué-Gabéric estiveram muito ativosao longo de toda a partida. MarcosPinto marcou por duas vezes e Ri-cardo Antunes concretizou o penúl-timo golo da equipa.Classificação: 1º Quévert com 37 pon-tos; 2º SCRA St Omer 30; 3º La Ven-déenne 28.

Hóquei em Patins: N1 Elite (jornada 15)

Por Nuno Gomes Garcia

Muitos músicos em palco com Augusto CanárioLusoJornal / Mário Cantarinha

Jantar animado em Bron, nos arredores de LyonLusoJornal / Jorge Campos

le 02 avril 2014

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28 Desporto

lusojornal.com

ligue 2:créteil/lusitanosabaixo da linhade água

Bastia 3-1 Créteil/LusitanosO Créteil/Lusitanos vai acumu-lando jogos sem vencer: e vãosete!Ao perder o jogo do passado fimde semana perante o Bastia, o úl-timo classificado e praticamentecondenado à despromoção, aprincipal equipa do clube presi-dido pelo português ArmandoLopes mergulhou na classificaçãoe encontra-se em lugar de descidaao National, a terceira divisão dofutebol gaulês.Os Franciliens entraram pratica-mente a perder numa partida queera de vitória obrigatória. Os Cor-sos inauguraram o marcador aos8 minutos por intermédio deRivas. Os visitantes, todavia, rapi-damente chegaram à igualdadeatravés de um remate de Sangaréaos 12 minutos.Este começo endiabrado de jogoterminou de maneira catastróficapara os Béliers. Iam decorridos 16minutos quando o CristolienNdoye empurrou o esférico para ointerior da sua própria baliza, re-colocando, com esse autogolo, osCorsos na liderança do marcador.Os restantes 75 minutos de jogoforam uma inconsequente tenta-tiva de os homens de Créteil/Lusi-tanos darem a volta aosacontecimentos. Uma tentativaque embateu no antijogo dos anfi-triões.Ao cair do pano, já durante ascompensações da segunda parte,os insulares conseguiram mesmomarcar o terceiro golo graças a umremate de Vincent.Em declarações após o jogo, Jean-Luc Vasseur, francamente desilu-dido, desabafou: “Não sei que vosdiga. Um remate: um golo. De-pois, um dos nossos jogadores fazum autogolo. É complicado,mesmo em Bastia. Nós sabemosque será complicado até ao fim,mas podem contar comigo paraque nós não desistamos de nada,para que nós lutemos até ao úl-timo minuto da derradeira jor-nada”.Na próxima semana, agora queocupa o lugar do primeiro rele-gado, o Créteil/Lusitanos defrontao Stade Levallois, o seu principalcompetidor pela manutenção.Outra partida que o Créteil/Lusita-nos não pode perder.Classificação: 1º Metz com 58pontos, 17º Levallois 33, 18º Cré-teil/Lusitanos 33, 19º Nîmes 31,20º Bastia 20.

emsíntese

Por Nuno Gomes Garcia

Mathilde Fernandes: «Être sélectionnée aété une très grande expérience»

Elle n’a que 18 ans (née le 6 avril1995) et a connu une première Sé-lection chez les U19 du Portugal.Mathilde Fernandes Digest, joueusedu FCF Juvisy depuis 2010, comptebien sur sa détermination pour attein-dre le plus haut niveau dans quelquesannées.

LusoJornal: Le FCF Juvisy occupe ac-tuellement la place de Dauphin dugroupe B, en Challenge U19. Consi-dérez-vous cette saison comme plutôtréussie jusqu’à présent?Mathilde Fernandes: Je dirai quenous réalisons un Championnat cor-rect pour l’instant. On a perdu despoints un peu bêtement en cours desaison, qui peuvent nous être préju-diciables au niveau comptable, no-tamment pour le titre [ndlr: parexemple le match face à Hénin-Beau-mont lors des phases aller, précise-t-elle]. Il y a un autre point qui peutexpliquer ces pertes de points, c’estque nous ne possédons quasiment ja-mais notre effectif au complet pourdisputer nos rencontres en ChallengeU19. En effet, beaucoup de joueusessont internationales et évoluent avecleurs Sélections, donc le club estquelques fois pénalisé au niveau del’effectif. Je pense néanmoins quenotre deuxième place est méritéejusqu’alors, et qu’en étant seulementà trois points du leader Parisien, c’estpositif.

LusoJornal: Le titre est-il encore en-visageable aujourd’hui?Mathilde Fernandes: Que l’on finisseà la première ou à la deuxième placedu classement, nous jouerons les

demi-finales. Pour nous, cela nechange pas grand chose, mis à partle fait que l’on peut être avantagéesau tirage si nous finissons leader enfin de saison. Cette année, nousavons débuté la saison 2013/2014en nous donnant pour objectif d’at-teindre les phases finales. D’un pointde vue comptable, nous avons dis-tancé Arras, troisième, et formons leduo de tête avec Lyon. A nous decontinuer à travailler, d’arriver àchaque match dans les meilleuresconditions de façon à aborder les de-mies-finales avec une certaine formede sérénité. Avec le groupe de qualitéque nous possédons et le travail auquotidien, on a les armes pour êtreconquérantes.

LusoJornal: A long terme, quels se-ront vos objectifs? Avez-vous pourambition d’évoluer un jour dans l’ef-fectif A du FCF Juvisy?Mathilde Fernandes: En D1, legroupe est vraiment très serré, il y aune forte concurrence et des joueusesinternationales, de très grande qua-lité. Il me faudra beaucoup plus d’ex-périence et de temps de jeu pourpouvoir prétendre à intégrer cet effec-tif un jour. Je ne compte par intégrerle groupe D1 la saison prochaine, jene me projette pas, je continue dedonner le meilleur de moi-même àchaque match, et à être la plus sé-rieuse possible à l’entraînement.

LusoJornal: Votre collaborationavec l’attachée de presse égale-

ment d’origine portugaise, Angé-lique David-Quinton, est-elle au-jourd’hui importante pour vous?Mathilde Fernandes: Vous savez, tra-vailler en collaboration avec une atta-chée de presse ou chargée decommunication est très importantpour une jeune joueuse qui a pourambition de devenir, à terme, profes-sionnelle. Dans mon cas, Angéliqueest sous contrat avec plusieurs autresjoueuses [ndlr: notamment MélissaGomes, joueuse de Juvisy], que cesoit en U19, D2, ou D1. On apprendtoujours beaucoup de choses en secôtoyant et en travaillant ensemble auquotidien. Tout le monde se connaîtbien, tout le monde se parle, et celadonne un ensemble prometteur.

LusoJornal: Comment avez-vous vécuvotre première convocation avec laSélection U19 du Portugal?Mathilde Fernandes:Une très grandeexpérience! Lorsque j’ai appris cetteconvocation, j’étais extrêmementheureuse [ndlr: en effet, MathildeFernandes nous expliquera, suite àcet entretien, qu’elle avait eu pas malde soucis concernant ses papiers, etqu’elle n’avait pas pu intégrer la Sé-lection avant, pour ce motif]. J’étaistout d’abord un peu stressée en arri-vant en sélection, je ne savais pastrop comment les choses allaient sedérouler, si j’allais réussir à m’intégrerdans ce groupe... Tout s’est très bienpassé pour moi, il y a une vraie cohé-sion de groupe et une très bonne en-tente dans cette formation. J’ai unechance incroyable de pouvoir évoluerau sein de cette équipe, j’apprendsde jour en jour, et j’essaie d’apporterau mieux les compétences qui sontles miennes.

Foot féminin: Juvisy U19

Par Benjamin Roux

Vanessa Malho: «j’ai commencé à jouer avec les garçons»

Lors de l’Algavre Cup, LusoJornal estparti à la rencontre de Vanessa Malho,qui est née à Lyon et qui évolue dansun club au Portugal.Née le 12 avril 1996, elle compte déjà22 titularisations sur l’équipe U19 duPortugal et 10 titularisations sur la Sé-lection AA du Portugal.

LusoJornal: Parle-nous de ton parcoursfoot.Vanessa Malho: J’ai commencé à jouerà l’âge de cinq ans dans une équipemasculine, le Clube Caçadores dasTaipas (CCT), jusqu’à 12 ans. Ne pou-vant plus continuer à jouer avec lesgarçons car la Loi ne le permettait pas,j’ai rejoint une équipe féminine pen-dant un an. Actuellement, je joue à Vi-laverdense FC depuis 4 saisons en1ère division. Je joue également dansla Sélection portugaise de footballU19 et parfois je suis sélectionnéepour l’équipe AA.

LusoJornal: Tu es née en France àLyon, aimerais-tu y revenir jouer?Vanessa Malho: En fait, je suis née àLyon mais je n’ai jamais eu l’occasionde jouer dans une équipe française...Bien sûr que jouer dans une équipecomme Lyon, l’une des meilleureséquipes au monde, serait une sensa-tion fantastique, mais nous savons quepour atteindre ce niveau, il faut travail-ler dur.

LusoJornal: Veux tu que ça devienneton métier?Vanessa Malho: J’aimerais êtrejoueuse professionnel, c’est un rêvedepuis toute petite. Je sais que latâche ne sera pas facile, je vais avoirbeaucoup de difficultés et d’obstaclesdevant moi, mais il n’y a rien de mieuxque de faire ce que nous aimons, etpour moi c’est jouer au foot. Je nepeux pas oublier les études, qui sonttrès importants, parce que le footballféminin, malheureusement, n’est pascomme le foot masculin.

Foot féminin

Par Laëtitia Morais

Mathilde FernandesGiovani Pablo

Vanessa MalhoFPF

le 02 avril 2014

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29Desporto

le sporting club de Paris se rassure

Quatre jours après sa déconvenue enCoupe nationale face à Béthune (5-4), le Sporting Club de Paris a reprissa marche en avant, celle qui doit lamener vers la conquête d’un qua-trième titre de Champion de France.En s’imposant ce soir face à son voisinBagneux, le Sporting Club de Paris apansé ses plaies et rassuré ses fidèlessuiveurs. Ce public, nombreux pourun match en semaine, a eu le droit derevoir onze mois après sa blessure augenou, Lucas Diniz. En récupérant unhistorique de la maison verte etblanche, le club présidé par JoséLopes a retrouvé une profondeur debanc, un élément déterminant pour lafin de saison. Les Parisiens entrent to-talement dans cette partie, comme ilsétaient entrés dans leur 8ème de fi-nale de Coupe, mais évitant de vivreune fin identique se lancent pleine-ment dans leur jeu. Leurs efforts sontrapidement récompensés par une ou-verture du score de l’international por-tugais, Pupa, imité peu de tempsaprès par Diogo. Bagneux réduit la

marque mais le Sporting continue deposer son jeu et d’imposer son rythmeà une partie vive et engagée. Diogo,

sur un coup franc, légèrement déviétriple la marque pour les siens avantque Chaulet ne parachève le sort de

cette première période. L’internationalfrançais se trouve à la conclusiond’une action initiée par Djamel Ha-roun qui relance petite distance. Aune touche de balle, les Sportingmenremontent tout le terrain à une touchede balle avant que Chaulet n’inscrivele quatrième but.Bagneux revient déterminer danscette seconde période, le nez de Pe-draza visiblement cassé peut en té-moigner, et réduit la marque à la14ème minute. Les têtes parisiennesse baissent mais Haroun pousse unesoufflante qui remobilise ses parte-naires puisque dans la minute Teixeiramet à contribution le portier d’un tiren pivot et que la frappe de Pedrazasoit détournée en corner. Le match estvivant mais le Sporting Club de Parismanque ses réelles opportunités deconcrétiser. Le piqué de Teixeira estsauvé sur la ligne, Chaulet frappe àcôté... Les Parisiens jouent tranquil-lement et gèrent intelligemment leurprécieux avantage mais à trop rater lacible ils restent sous la menace de Ba-gneux qui procède à son habitude parde longues relances en direction de lasurface de Djamel Haroun.Mais Diogo scelle tout suspense à 2minutes de la fin en inscrivant le5ème but des Verts et Blancs, sontroisième de la soirée, et ainsi épargneà son équipe une fin de match stres-sante.Les hommes de Rodolphe Lopes sontdésormais au repos pour le week-endavant de préparer la prochaine ren-contre à domicile face au FC Erdre At-lantique le 5 avril prochain.

Futsal: D1

Par Julien Milhavet

O Campão do mundo de ralis, o fran-cês Sébastien Ogier, da Volkswagen,venceu o WRC Fafe Rally Sprint,tendo sido mais rápido meio segundodo que o estoniano Ott Tanak, da

Ford. O terceiro melhor foi o espanholda Hyundai Dani Sordo, o vencedor doano passado. Sordo gastou mais 2,2segundos do que o líder do mundialde ralis para fazer os poucos mais de

seis quilómetros do troço da Lameiri-nha, em Fafe.O melhor piloto da Citroen foi o norue-guês Mads Osteberg, com mais cincosegundo do que o vencedor da prova.

Entre os portugueses, o mais rápidofoi Ricardo Moura, num Skoda FabiaS2000, com 3.54 minutos, seguidode João Barros, em Ford Fiesta RS,que gastou mais um segundo.

emsíntese

Sporting Club de Paris 5-2 BagneuxFutsal

Sporting Club de Paris: Haroun;Diogo, Diniz, Pupa et Betinho (Cap.).Remplaçants: Royer; Mendes, Gues-sous, Pedraza, Teixeira et Chaulet.Entraineur: Rodolphe LopesButeurs: Pupa, Diogo x3 et Chaulet

sébastien ogier ganhou por meio segundo o Fafe rally sprint

andebol: sporting perdeem Montpellier

O Sporting garantiu a passagemaos quartos de final da Taça EHFde andebol, apesar de ter perdidona deslocação a França, frente aoMontpellier, por 36-31, no Paláciodos Desportos René Bougnol.A equipa francesa dominou doprincípio ao fim e ao intervalo ven-cia por 19-13. Jure Dolenec, com10 golos, e Mathieu Grebille, comoito, foram os melhores marca-dores da formação gaulesa. Pelos“leões”, sobressaíram Frankis Ca-role, com oito tentos, e Rui Silva ePedro Solha, com cinco goloscada.

Basquetebol ProB: Filipe silvaperde com o líder

Rouen 70-79 Châlons-ReimsO Rouen, do português Filipe Silva,não teve argumentos para contrariaro favoritismo do comandante doCampeonato, apesar de ter feito um1º período de grande nível, ven-cendo-o por 23-17. O 2º períodotrouxe um Châlons-Reims maisconsistente, mas, mesmo assim, oRouen conseguiu chegar ao intervaloa vencer por 43-38. O 3º período, to-davia, foi uma catástrofe (parcial de12-22) que o derradeiro períodoconfirmou (15-19).Filipe Silva, o segundo atleta mais uti-lizado, 30 minutos em campo,conseguiu 8 pontos, 4 passes decisi-vos e 4 ressaltos.O Rouen mantém a 14ª posição doCampeonato.

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le 02 avril 2014

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30 tempo livre

sorteZ De cHeZ Vous

Jusqu’au 6 avril Exposition «Expressões/Expressions» dephotographies de Susana Alexandra, à la Bi-bliothèque de la Faculté de Lettres, Arts etSciences Humaines de l’Université de NiceSophia Antipolis, 98 bd Edouard Herriot, àNice (06).

Jusqu’au 10 avril Exposition “Portugal tem lata” de FernandoCosta, au Consulat Général du Portugal àParis, 6 rue Georges Berger, à Paris 17.

Jusqu’au 10 avril Exposition «Se7e» de sept photographes dela région de Porto. A la Maison du PortugalAndré de Gouveia, Cité universitaire inter-nationale de Paris, 7P boulevard Jourdan, àParis 14.

Jusqu’au 25 avril Exposition de photographie «Trás-os-Montes» de Georges Dussaud, à la PénicheSpectacle, quai St Cyr, place de Bretagne,sur la Vilaine, à Rennes (35). Infos: 02.99.59.35.38.

Du 14 au 25 avril Exposition sur “Guerra Colonial: Tarrafal -50 anos depois”, en partenariat avec la So-ciedade Portuguesa de Autores. Hall de laFaculté de Lettres et Langues de l’Univer-sité de Poitiers, Campus Nord, Bât A3, 1rue Raymond Cantel, à Poitiers (89).

Du 12 au 26 avril Exposition sur José Afonso, organisée par leComité de Jumelage et l’association O Sol

de Portugal. Salle d’exposition Jean Eus-tache, rue des Poilus, à Pessac (33).

Jusqu’au 28 avril «Figures libres», exposition de peinturedu lusodescendant Rodolphe Bouquil-lard, à la Galerie de Thorigny, 1 placede Thorigny, à Paris 01. Infos: 01.42.76.95.61.

Du 22 au 29 avril Exposition «25 de Abril de 1974: Me-mória de tempos recentes e projeto»ouverte au public du mardi au samedi,de 8h30 à 17h00. Médiathèque deFeyzin, 72 route de Vienne, à Feyzin(69).

Jusqu’au 30 avril Exposition de photos de Manuel Ma-deira sur les peintures sur les murs deLisboa, sur la Révolution du 25 avril.Dans la Bibliothèque Casa Amadis,117 rue des Etats Généraux, à Montpel-lier (34). Du lundi au samedi, de16h00 à 18h00.

Du 25 avril au 3 mai Exposition photographique «Regardssur le Portugal» par Gérald Bloncourt,Philippe Martins et David Martins.Dans le cadre d’une Semaine CulturellePortugaise organisé par l’APCS, à l’oc-casion du 40ème anniversaire de la Ré-volution des œillets. Centre Culturel LesPasserelles, 15-27 rue Saint Clair, àPontault Combault (77). Entrée libre.

Jusqu’au 30 mai Exposition “Esculturas do Meu Fado”de la chanteuse de fado et sculpteuse

portugaise Cristina Maria. Centre cultu-rel François Villon, avenue FrédéricMistral, à Frontignan (34). Du lundi auvendredi, de 9h00 à 12h00 et de14h00 à 22h00.

Le mardi 1er avril, 16h30 Conférence «Otelo em Dom Casmurro»,par Matildes Demetrio, de l’Universi-dade Federal Fluminense. Centro deLíngua Portuguesa Camões, Salle-306B, Université Charles-de-Gaulle -Lille 3, Domaine universitaire du «Pontde Bois», rue du Barreau, à Villeneuved’Ascq (59).

Le mardi 1er avril, 19h15 Conférence sur «Tremblement de terrede Lisbonne (1755): principales carac-téristiques culturelles» par Helena Car-valhão Buescu, de l’Université deLisbonne, suivie du concert «OperaFuoco», David Stern et installation deDaniel Buren (J.S. Bach, L’Ode au Ton-nerre), à la Médiathèque, Cité de laMusique, 221 avenue Jean Jaurès, àParis 19. Infos: 01.44.84.44.84.

Le mercredi 2 avril, 18h30 Conférence autour de l’œuvre de FernãoMendes Pinto, «Pélérinage», un best-seller au XVIème siècle, par Ana PaulaLaborinho, Présidente de l’Institut Ca-mões. Fondation Calouste Gulbenkian,39 bd. de la Tour-Maubourg, Paris 07.

Le vendredi 4 avril, 17h00 Conférence international sur «Les défisde la paix et de l’unité nationale en An-

gola» réalisée dans le cadre du 12èmeanniversaire du rétablissement de lapaix en Angola, avec le Colonel José Ca-tumbela, Attaché militaire de l’Ambas-sade d’Angola en France, du professeurAntónio Luvualu de Carvalho et de l’his-torienne Conceição Legot. FondationCalouste Gulbenkian, 39 boulevard dela Tour-Maubourg, à Paris 07.

Le vendredi 4 avril, 18h00 «Révolution des œillets: 40 ans déjà».Témoignage de deux auteurs: Altina Ri-beiro et Manuel do Nascimento. Audi-torium de la Bibliothèque de Tours,quai André Malraux, à Tours (37).

Le mardi 15 avril, 14h00 Conférence sur «La Révolution du 25Avril et ses répercussions internatio-nales» par Victor Pereira, Maître deConférences en Histoire Contemporaineà l’Université de Pau et des Pays del’Adour. Sciences Po Bordeaux, Do-maine Universitaire, 11 allée Ausone,à Pessac (33).

Du 1 au 8 avril 16ème édition du Festival du Cinémabrésilien de Paris, au cinéma l’Arle-quin, 76 rue de Rennes, à Paris 06.

Le samedi 5 avril, 16h00 Projection suivie de débat du film«Aniki-Bóbó» de Manoel de Oliveira àla Bibliothèque L’Heure Joyeuse, 6-12rue des Prêtres Saint-Séverin, à Paris05. Film en version originale sous-titrée(72 minutes).

Le jeudi 10 avril, 16h00 Projection du documentaire «48» deSusana de Sousa Dias, suivie d’undébat, dans le cadre du 40ème anni-versaire du 25 Avril 1974. Faculté deLettres et Langues de l’Université dePoitiers, Campus Nord, Bât A3, 1 rueRaymond Cantel, à Poitiers (89).

Le samedi 12 avril, 16h00 Projection de “Mahjong” de João PedroRodrigues & João Rui Guerra da Mata(inédit en France) dans le carde du Fes-tival du Cinéma de Brive. Cinéma Rex deBrive, 3 bd. Général Koening, à Brive-la-Gaillarde (19).

Le samedi 12 avril, 20h00 Projection de «Ennui, Ennui» de GabrielAbrantes, dans le carde du Festival du Ci-néma de Brive. Cinéma Rex de Brive, 3bd. Général Koening, à Brive-la-Gaillarde(19).

Les jeudis et vendredis, 20h00 «Olá!» ‘one man show’ de l’humoriste JoséCruz au Café-Théâtre Le Lieu, 41 rue deTrévise, à Paris 9. Infos: 01.47.70.09.69.En première partie: Dan Inger dos Santos.

Le mercredi 2 avril, 20h30 «Olá!» (version portugaise) ‘one manshow’ de l’humoriste José Cruz, à la Salledes Fêtes, 4 rue des Anciennes Mairies, àNanterre (92). Infos: 06.20.34.56.01.

Du 2 avril au 28 mai «Pirates des P’tits Caïds - La traverséeMystérieuse», théâtre et musique, avec

EXPOSITIONS

CINEMA

THÉÂTRE

CONFERENCES

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le 02 avril 2014

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31tempo livre

emsíntese

sabrina na rádioenghien

No próximo sábado, dia 05 de abril,a convidada do programa ‘Voz dePortugal’ da rádio Enghien é SabrinaRegresso, para apresentar o seu novoálbum.No sábado seguinte, dia 12 de abril,a convidada do programa é a fadistaShina, pela primeira vez nos estúdiosda rádio Enghien.O programa tem lugar aos sábados,das 14h30 às 16h30, e pode ser ou-vido na região norte de Paris em FM98,0 ou por internet em:www.idfm98.fr.

sorteZ De cHeZ VousMuriel Montossey, Dan Inger dos Santos &Stéphane Lébé. Histoire et chansons ori-ginales de Daniel dos Santos. Au théâtreClavel, 3 rue Clavel, à Paris 19. Les mer-credis à 14h30 et les samedis à 15h00.Tous les jours pendant les vacances sco-laires à 14h30. Relâche les 21 avril, et les3, 10 et 17 mai.

Du 4 au 7 avril «Tropa-Fandanga / La Grande Revue dela Guerre» par le Teatro Praga de Lis-boa. Les 4, 5 et 7 avril à 20h30, le 6avril à 15h30. MC93, Théâtre de tousles ailleurs, 9 bd. Lénine, à Bobigny(93).

Le samedi 5 avril, 20h00 «Olá!» ‘one man show’ de l’humoristeJosé Cruz, organise par l’AssociationLusoPoissy. Salle Blanche de Castille,49 avenue Blanche de Castille, à Poissy(78).

Le jeudi 17 avril, 18h30 Séance de lecture «Sur les pas de lapoésie portugaise», réalisée par le ClubLusomundo. Faculté de Lettres etLangues de l’Université de Poitiers,Campus Nord, Bât A3, 1 rue RaymondCantel, à Poitiers (89).

Le vendredi 4 avril, 21h00 Fado avec Mónica Cunha, Paulo Ma-nuel, Sousa Santos et Francisco Mo-reira ‘Kiko’, accompagnés par ManuelCorgas et Casimiro Silva. Présentationde Odete Fernandes et Manuel Mi-randa. Dans le cadre de la Foire deNanterre organisée par l’ARCOP. Es-

pace Chevreuil, 97-109 avenue de la li-berté, à Nanterre (92).

Le samedi 5 avril, 20h30 Fado avec Alves de Oliveira, carlos Netoet Lúcia Araújo, accompagnés par TonyLopes et José Rodrigues, organisé parla MJC et Radio Graffiti’s. Salle deconcert La Spirale, avenue du Bois desAmourettes, à Fismes (51).

Le vendredi 19 avril Fado avec Carlos Neto et Lúcia Araújo,accompagnés par José Rodrigues, AndréBarbel et Philippe Leiba. Restaurant LesJardins de Montesson, 29 boulevard de laRépublique, à Montesson (78). Infos:01.30.71.59.85.

Le vendredi 4 avril, 21h00 Concert-lecture «Musique et Poésie duBrésil». Lecture par Irène Jacob et RitaMaubert, au piano Andrea Corazziari. Dansle cadre du Festival Raccord(s), organisépar les éditions Chandeigne et la LibrairiePortugaise et Brésilienne, à l’AmphithéâtreRichelieu, Université Paris-Sorbonne, 17rue des Écoles, à Paris 05.

Le dimanche 6 avril, 16h00 Concert La Mar de la Música - La musiqueportugaise entre 1500 et 1700, par l’Aca-demia dos Singulares. Eglise de Saint-Merry, 76 rue de la Verrerie ou 78 rue SaintMartin, à Paris 04. Entrée libre (libre parti-cipation aux frais).

Le mardi 8 avril, 19h00 Concert de piano par Marta Menezes. Œu-vres du compositeur portugais Lopes-Graça

(1906-1944) écrites à Paris lors de sonexil (1936-1939). Maison du PortugalAndré de Gouveia, 7P bd Jourdan, à Paris14.

Le jeudi 10 avril, 18h00 Concert «Chansons d’Avril» par Ivo Flores,dans le cadre du 40ème anniversaire du25 Avril 1974. Faculté de Lettres etLangues de l’Université de Poitiers, Cam-pus Nord, Bât A3, 1 rue Raymond Cantel,à Poitiers (89).

Le vendredi 11 avril, 20h30 Concert de Joanne Martins (chanteuseluso-franco-brésilienne) accompagnée parRenato Velasco, Maya, Boa Vista et DaviSeabra, Graça Alan, présentés par Heitorde Pedra Azul et Christian Paoli. Dans lecadre de la 6ème Temporade Brésil Sertãoet Mer. Salle Polyvalent, allée du Châteaudes Cours, à Saint Julien-les-Villas (10). En-trée libre.

Le dimanche 13 avril, 15h00 Concert au Dixi Café, avec Maya, BoaVista, Davi Seabra, Graça Alan et Heitor dePedra Azul. Dans le cadre de la 6ème Tem-porade Brésil Sertão et Mer. 12 rue Pithou,à Troyes (10).

Le samedi 5 avril, 20h00 Spectacle de Emanuel, Roberto Leal etMaxi, pour la première fois sur la mêmescène. Salle Summum, à Grenoble (38).Infos: 06.13.55.89.55.

Le samedi 5 avril, 21h30 Spectacle avec le groupe Roconorte.Dans le cadre de la Foire de Nanterre or-ganisée par l’ARCOP. Espace Chevreuil,97-109 avenue de la liberté, à Nanterre(92).

Le samedi 12 avril Fête d’anniversaire de l’Amicale Socio-culturelle Franco-Portugaise de Clayes-sous-Bois, animée par David Seixas.Espace Michel Petrucciani, rond-pointdes Droits de l’Homme et du Citoyen, àVillepreux (78). Infos: 01.30.56.03.02.

Le samedi 12 avril, 19h30 Repas dansant, animé par Alexandre &Coelho Filipe (DJ Fresh), organisé parl’association Agora. Salle Jean Vilar, 9boulevard Héloïse, à Argenteuil (95).Infos: 06.24.25.79.27.

Le samedi 12 avril, 19h30 Dîner dansant de l’Amicale des Travailleurssans Frontières, animé par l’orchestreLus’Amigos. Salle Louis Aragon, 44 rueFrancis de Pressencé, à Bezons (95).Infos: 01.39.81.80.33.

Le samedi 12 avril, 19h30 Soirée dansante avec Bombocas et balanimé par Banda Latina, organisée parl’Association culturelle portugaise Lem-branças do Ribatejo. Salle La Boîte àClous, rue Herbages de Seze, à Limeil Bre-vannes (94).

Le samedi 12 avril, 20h00 Dîner spectacle franco-portugais animé parFelizardo et son orchestre. Les Salons deGâtines, 46 rue Pierre Curie, à Plaisir(78). Infos: 01.30.55.50.09.

Le samedi 19 avril Repas spectacle bal avec As Latinas etAlexandre da Silva, organisé par l’émissionde radio Bom Dia Portugal, au Centre cul-turel de Villeneuve Saint Germain (02).Infos: 06.84.78.28.53.

Le dimanche 6 avril, 14h30 Festival de folklore organisé par l’Associa-tion musicale franco-portugaise de Mai-sons Alfort, avec la participation desgroupes Verde Minho de Maisons Alfort,Dancas e Cantares do Minho d’Aubergen-ville, Alegria do Minho de Vigneux, Bar-quinho do Rio Lima de Paris et Estrelas doMar de Nogent-sur-Marne. Salle du Centreculturel des Planettes, rue Marc Sangnier,à Maisons Alfort (94). Entrée gratuite.

Les 4, 5 et 6 avril 11ème édition de la Foire de Nanterre,Salon de l’artisanat et des produits du ter-roir portugais, organisée par l’associationARCOP. Espace Chevreuil, 97-109 avenuede la Liberté, à Nanterre (92).

Les 5 et 6 avril Salon du livre de la Société des AuteursLusophones de France (SALF). Salle desFêtes de la Mairie Annexe du 14ème ar-rondissement, 12 rue Pierre Castagnou, àParis 14. Rencontre avec les auteurs et dé-dicaces. Entrée libre. Le samedi de 14h00à 19h00 et le dimanche de 10h00 à19h00.

SPECTACLES

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le 02 avril 2014

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