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COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS

Bruxelas, 21.2.2001COM (2001) 94 final

2001/0053 (COD)2001/0054 (CNS)

Proposta de

DECISÃO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

RELATIVA AO PROGRAMA-QUADRO PLURIANUAL 2002-2006DA COMUNIDADE EUROPEIA DE ACÇÕES EM MATÉRIA DE INVESTIGAÇÃO,

DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E DEMONSTRAÇÃO QUE VISACONTRIBUIR PARA A REALIZAÇÃO DO ESPAÇO EUROPEU DA

INVESTIGAÇÃO

Proposta de

DECISÃO DO CONSELHO

RELATIVA AO PROGRAMA-QUADRO PLURIANUAL 2002-2006 DACOMUNIDADE EUROPEIA DA ENERGIA ATÓMICA (EURATOM) DE ACÇÕES

EM MATÉRIA DE INVESTIGAÇÃO E ENSINO QUE VISA CONTRIBUIR PARA AREALIZAÇÃO DO ESPAÇO EUROPEU DA INVESTIGAÇÃO

(Apresentadas pela Comissão)

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EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

1. O ESPAÇO EUROPEU DA INVESTIGAÇÃO: UMA REALIDADE EM CRIAÇÃO

Em pouco mais de um ano, o Espaço Europeu da Investigação transformou-se no quadro dereferência das questões de política de investigação na Europa.

Proposto em Janeiro de 2000 pela Comissão, este projecto foi aprovado pelo ConselhoEuropeu de Lisboa de Março de 2000, como componente fundamental do processo iniciadopara desenvolver na União a economia e a sociedade do conhecimento, factores-chave dainovação, da competitividade e do emprego, de um crescimento económico sustentável e dacoesão social.

As conclusões do Conselho Europeu da Feira de Junho de 2000 fazem-lhe referência, damesma maneira que as do Conselho Europeu de Nice de Novembro de 2000, que solicitam aelaboração de um relatório sobre o estado da sua execução, para fins de apresentação noConselho Europeu da Primavera a realizar em Estocolmo.

A realização do Espaço Europeu da Investigação é mais necessária e urgente que nunca:

– Os esforços dos grandes concorrentes tecnológicos da União não abrandam. Muitopelo contrário, intensificam-se. Nos Estados Unidos, as despesas públicas eminvestigação aumentarão mais de 9 % em 2001, num contexto de esforços industriaisem crescimento contínuo durante a última década;

– No prolongamento dos avanços verificados nos últimos anos, vislumbram-seperspectivas prometedoras no domínio das ciências e tecnologias do ser vivo. Nolimiar do século XXI, o grande desafio que a ciência enfrenta é o da concretizaçãodos progressos realizados na análise do genoma humano e de outros organismosvivos: a entrada na era "pós-genómica", com as repercussões previstas em termos desaúde pública e também de competitividade das indústrias da biotecnologia;

– As ciências e tecnologias da informação e da comunicação desempenham um papelcada vez mais assertivo no reforço da competitividade do conjunto da economiaeuropeia, na melhoria das condições de vida na Europa e na preservação do modelosocial europeu;

– Conforme bem demonstrado nomeadamente pela crise da EEB e por outrosdesenvolvimentos recentes em matéria de segurança alimentar, a União enfrentaactualmente, e enfrentará previsivelmente no futuro, um número cada vez maior deproblemas que afectam, de modo importante, a economia, a sociedade e os cidadãose cuja chave reside, em grande parte, na ciência;

– O desenvolvimento sustentável, nas suas diferentes dimensões, tornou-se umobjectivo político essencial na agenda da União. A sua execução gerará necessidadescada vez maiores de investigação específica, em numerosos domínios que implicamfrequentemente o recurso a abordagens interdisciplinares.

Tais desafios, e os desafios ligados, em geral, às perspectivas oferecidas pelas tecnologias dofuturo, requerem uma integração dos esforços e das capacidades de investigação europeiasmuito maior do que se verifica actualmente.

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Este processo deve necessariamente associar plenamente os países candidatos, que convémestimular e incentivar a integrar as suas actividades no esforço europeu de investigação, demodo a que esta possa desempenhar o papel que deve lhe é devido na dinâmica doalargamento da União.

Foram realizados os primeiros passos concretos nesse sentido com as primeiras etapas daexecução do projecto do Espaço Europeu da Investigação. Na sequência das resoluções dosConselhos "Investigação" de 15 de Junho e de 16 de Novembro, foram iniciados trabalhos emmatéria de aferimento do desempenho das políticas de investigação, de cartografia daexcelência e de identificação dos obstáculos à mobilidade dos investigadores.

O relatório sobre o estado da realização do Espaço Europeu da Investigação, preparado para oConselho Europeu de Estocolmo, fará o ponto da situação sobre o que foi realizado, o queresta por fazer e as acções suplementares a lançar para uma melhor concretização desteconceito.

A realização do Espaço Europeu da Investigação será, por definição, o produto de um esforçocomum da União e dos Estados-Membros, que têm uma responsabilidade clara na execuçãodo projecto, bem como dos outros países europeus, nomeadamente dos países candidatos.

Contudo, a União tem um papel específico a desempenhar nesta matéria, através dos seusinstrumentos legislativos como, por exemplo, a patente comunitária, mas também do seuinstrumento financeiro de promoção da investigação e da cooperação europeia neste domínio:o programa-quadro.

2. UM PROGRAMA-QUADRO REVISTO NA SUA CONCEPÇÃO

Tal como sublinhado na Comunicação da Comissão de Janeiro de 2000 "Rumo a um espaçoeuropeu da investigação"1, o programa-quadro de investigação e desenvolvimento tecnológicoda União deve, todavia, ser profundamente repensado em função deste projecto.

A Comunicação da Comissão de Outubro de 2000 sobre as orientações para as acções daUnião no domínio da investigação2 formulou e apresentou para debate sugestões relativas aoseu modo de realização.

A presente proposta concretiza essas sugestões. Na sequência das orientações apresentadas,apoia-se nas primeiras conclusões do debate realizado no Parlamento Europeu, no Conselho eno conjunto das instituições, tendo em conta as opiniões expressas pelos Estados-Membros,pela comunidade científica e pela indústria no âmbito de uma consulta muito vasta queincluiu, nomeadamente, um fórum electrónico3.

O programa-quadro de investigação da União foi até à data um instrumento de incentivo àcooperação e de apoio à colaboração.

A presente proposta deve permitir-lhe reforçar a sua contribuição para o desenvolvimento daexcelência científica e técnica na Europa, nos países da União mas também nos países

1 COM (2000) 6.2 COM (2000) 612.3 http://europa.eu.int/comm/research/area_fr.html

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terceiros europeus, muito especialmente nos países candidatos, nas universidades bem comona indústria.

Deveria também ter por efeito aumentar o seu impacto no processo de inovação na Europa,bem como reforçar a sua contribuição para os esforços de integração da investigaçãoeuropeia.

A razão de ser deste novo programa-quadro é contribuir para assegurar a realização do EspaçoEuropeu da Investigação na perspectiva de um reforço da inovação na Europa, conjuntamentecom a globalidade dos esforços nesse sentido realizados a nível nacional, regional e europeu.

A relação entre as actividades de investigação da União e as actividades nacionais deinvestigação é alterada. A execução do programa-quadro (2002-2006) implica a criação deuma verdadeira parceria entre a União e os seus Estados-Membros, bem como com outrosorganismos de cooperação científica europeia, parceria essa cujo desenvolvimento será emcontrapartida possibilitado por este.

Os grandes princípios em que assenta o novo programa-quadro são os seguintes:

– Concentração num número seleccionado de domínios prioritários de investigação,relativamente aos quais a acção da União pode contribuir com maior valoracrescentado;

– Definição das diferentes acções de modo a permitir-lhes exercer um efeito maisestruturante nas actividades de investigação desenvolvidas na Europa, graças a umaligação mais forte com as iniciativas nacionais e regionais, bem como nas outrasiniciativas europeias;

– Simplificação e redução das condições de execução, decorrentes dos modos deintervenção definidos e dos procedimentos descentralizados de gestão que estãoprevistos.

No conjunto do programa-quadro, e particularmente no caso das actividades de investigaçãoespecificamente destinadas a apoiar a aplicação das políticas comunitárias, serão envidadosespeciais esforços para assegurar uma excelente difusão dos resultados e a sua formulação emtermos que facilitem a sua compreensão por parte dos decisores, com vista à sua exploraçãona execução das políticas públicas.

Duas dimensões fundamentais deste novo programa-quadro são, por outro lado, a plenaparticipação dos países candidatos no conjunto das suas actividades, na qualidade de paísesassociados à sua execução4, bem como a sua abertura importante ao resto do mundo,decorrente sobretudo da possibilidade de acesso de investigadores e de organismos de paísesterceiros5 a uma parte importante das actividades.

No espírito da Comunicação da Comissão "Rumo a um Espaço Europeu da Investigação"6, adimensão regional da investigação europeia será plenamente tida em conta na execução do

4 Os países associados à execução do programa-quadro de investigação da União são os países do Espaço

Económico Europeu, os países candidatos, a Suíça e Israel.5 Ao longo do presente documento, a expressão "países terceiros" designa os países não membros da

União não associados ao programa-quadro.6 COM (2000) 6.

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programa-quadro, sob os aspectos de incentivo à cooperação interregional, na tomada emconsideração das especificidades económicas e sociais regionais e no apoio às dinâmicastecnológicas regionais.

Em conformidade com os objectivos e as orientações de plano de acção executado nasequência da Comunicação da Comissão "Mulheres e ciência"7 e das Resoluções adoptadaspelo Conselho8 e pelo Parlamento Europeu9 sobre este tema, será assegurado um esforçoespecial para aumentar a participação das mulheres no conjunto das actividades doprograma-quadro e reforçar, através destas actividades, a posição e o papel das mulheres nasciências e na investigação na Europa.

3. CONCENTRAÇÃO DOS ESFORÇOS

Os domínios temáticos prioritários de investigação propostos foram definidos com base noscritérios de "valor acrescentado europeu" indicados na Comunicação da Comissão de Outubrode 2000, nomeadamente a necessidade de reunir uma massa crítica de meios financeiros ehumanos e de combinar competências complementares presentes nos diferentes países ou derecorrer a estudos comparados à escala europeia, as relações com as prioridades e osinteresses da União ou o carácter necessariamente transnacional da investigação em causa.

Estes critérios foram aplicados de acordo com os dois princípios indicados: hierarquizaçãodas prioridades previstas em função dos objectivos visados e exclusão dos domínios possíveisem que uma contribuição da União teria um impacto menor.

Na Comunicação de Outubro de 2000 eram apresentados a título de exemplo diversos temasque satisfaziam, à primeira vista, estes critérios. As sugestões apresentadas suscitaramnumerosos comentários e foram objecto de um largo debate que envolveu a comunidadecientífica, a indústria e os responsáveis nacionais de investigação e foi desenvolvidonomeadamente através de um fórum electrónico.

A lista foi pormenorizada e completada e a abordagem definida aplicada ao duplo nível daescolha dos domínios temáticos prioritários e dos tópicos específicos dentro de cada umdestes.

Foram seleccionados sete domínios temáticos, e dentro de cada um deles um certo númerode tópicos, ligados a desafios da economia e da sociedade especialmente importantes para aUnião, e em que a acção desta contribui com um valor acrescentado especial, por razões quepodem variar consoante os temas.

Com vista a assegurar a concentração dos esforços nestes domínios temáticos prioritários, aacção da União será exclusivamente desenvolvida através de três grandes instrumentos deintervenção capazes de exercer um impacto especialmente importante devido ao seu efeitointegrador e à amplitude dos recursos humanos e financeiros mobilizados.

As necessidades científicas e tecnológicas ligadas à aplicação das políticas da Uniãoapresentam igualmente um carácter prioritário. Em complemento da contribuição fornecida a

7 COM (1999) 76.8 Resolução de 20 de Maio de 1999, JO C 201 de 16 de Julho de 1999.9 Resolução de 3 de Fevereiro de 2000, PE 284.656.

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este nível pelas acções desenvolvidas nos domínios temáticos prioritários, estas serão objectode um esforço específico.

No entanto, a realização do Espaço Europeu da Investigação exige, em certos domínios, aintervenção na globalidade do campo científico e tecnológico.

Neste espírito, várias categorias de acções, muito particularmente as destinadas a contribuirpara a estruturação do Espaço Europeu da Investigação, serão abertas ao conjunto dos temas edomínios.

4. TRÊS GRANDES EIXOS DA REALIZAÇÃO DO ESPAÇO EUROPEU DA INVESTIGAÇÃO

A organização global do programa-quadro reflecte os grandes eixos da realização do EspaçoEuropeu da Investigação. O programa-quadro é, com efeito, constituído por três grandesblocos de acções.

4.1. Integração da investigação

4.1.1. Nos domínios temáticos prioritários

As modalidades de intervenção previstas para a execução das acções nos domínios prioritáriosde investigação do programa-quadro são definidas de modo a maximizar o impacto dosesforços desenvolvidos nestes domínios na Europa.

Cada uma delas corresponde a um tipo de necessidades em matéria de organização dainvestigação na Europa.

Os três grandes instrumentos utilizados nestes domínios são as redes de excelência, osprojectos integrados e a participação da União em programas executados conjuntamentepor vários Estados-Membros, ao abrigo do artigo 169º do Tratado.

A sua utilização terá por efeito suscitar a mobilização de uma quantidade de recursosfinanceiros bem superior à reunida até agora para as acções comuns, e traduzir-se-á por umainterpenetração mais marcada das actividades nacionais, entre estas e com as da União.

O objectivo das redes de excelência é reforçar a excelência europeia através de umaintegração duradoura de capacidades de investigação presentes nas diferentes regiõeseuropeias numa série de domínios de grande importância, pela associação de entidades deinvestigação na execução de "programas comuns de actividades". A implementação e ofuncionamento destas redes deveria resultar na criação de verdadeiros "centros de excelênciavirtuais" com um peso altamente significativo.

Concebidos como acções de uma amplitude real e desenvolvidos de preferência em parceriasdo sector público/sector privado, os projectos integrados gerarão uma larga mobilização defundos em torno de objectivos definidos com precisão, em termos de produtos ou deprocessos, mas também frequentemente de conhecimentos científicos e tecnológicos.

As modalidades de funcionamento das redes e dos projectos integrados, implementados combase em convites à apresentação de propostas, são definidas de maneira a assegurar umelevado grau de autonomia de gestão aos consórcios que os executam. As dimensões e osaspectos de inovação, de infra-estrutura, de recursos humanos e de ciência/sociedade serãotidos em conta e serão integrados na aplicação destas duas categorias de acções.

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A participação da União em programas de investigação dos Estados-Membrosexecutados conjuntamente é uma das possibilidades previstas no Tratado que nunca foi até àdata utilizada. A aplicação desta opção implica um trabalho importante de exploração e deconcertação prévia, actualmente em curso em vários domínios.

4.1.2. Noutras dimensões da integração da investigação

O programa-quadro de investigação da União tem também como missão responder àsnecessidades científicas e tecnológicas ligadas à aplicação das políticas comunitárias.

Uma componente específica das acções desenvolvidas no âmbito da "Integração dainvestigação", designada "Antecipação das necessidades científicas e tecnológicas da União",é definida para esse efeito e também com o objectivo de ajudar a União a antecipar asnecessidades emergentes, a reagir rapidamente aos novos desenvolvimentos científicos etecnológicos e a estar presente nas fronteiras do conhecimento.

As acções empreendidas a este nível poderão ser executadas através de projectos com umaforma e natureza adaptadas ao carácter específico das necessidades e da investigação emcausa.

Devido à sua natureza e objectivo, estas actividades serão desenvolvidas com base emdecisões anuais. A escolha dos temas das actividades realizadas através de convites àapresentação de propostas será efectuada pela Comissão com base numa avaliação do grupointerno de utilizadores que representam as diferentes políticas comunitárias,fundamentando-se no parecer de uma estrutura consultiva independente composta por peritoscientíficos e industriais de alto nível.

O CCI participará nestas acções nos seus domínios de competência e em conformidade com asua missão de apoio científico e tecnológico às políticas da União. As suas prioridadesorçamentais serão igualmente determinadas por um grupo interno de utilizadores. Asprioridades da acção do CCI terão como denominador comum essencial a segurança doscidadãos sob os seus diferentes aspectos.

A participação das PME nas redes de excelência e nos projectos integrados deveria aliás serimportante. Estão também previstas acções específicas para este tipo de empresas, a títulocomplementar.

Nesse âmbito, o programa-quadro 2002-2006 introduzirá duas inovações destinadas aincentivar o desenvolvimento da economia do conhecimento no Espaço Europeu daInvestigação: o alargamento às PME de alta tecnologia das actividades de "investigação emcooperação" realizadas em colaboração por PME e centros de investigação ou universidades,e a criação, à escala europeia, de um sistema de "investigação colectiva", ou seja investigaçãoexecutada por centros de investigação técnica para sectores industriais inteiros.

A cooperação internacional constituirá uma dimensão importante das acções levadas a cabonesta componente do programa-quadro.

As acções lançadas neste âmbito assumirão várias formas. Nos domínios temáticosprioritários serão desenvolvidas iniciativas que visam garantir a coerência da contribuição daEuropa para os esforços internacionais, bem como acções de cooperação bilateral integradacom países ou grupos de países terceiros, por exemplo os países de economia emergente.Investigadores e organismos de países terceiros poderão igualmente participar, em certoscasos, nas redes de excelência e nos projectos integrados em domínios de especial interesse

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para esses mesmos países. Esta participação deveria constituir uma parte substancial dasactividades de cooperação internacional do programa-quadro.

Serão, além disso, desenvolvidas acções de cooperação específica com determinados paísesou grupos de países, nomeadamente os países terceiros mediterrânicos, a Rússia, os Estadosda CEI e os países em desenvolvimento, para fins de apoio à política externa e à política deajuda ao desenvolvimento da União.

O conjunto das acções de cooperação internacional serão levadas a efeito em harmonia comos objectivos da política externa e da política de ajuda ao desenvolvimento da União, tendosempre presente a necessidade de assegurar a melhor circulação possível dos conhecimentos edas tecnologias a nível mundial.

4.2. Estruturação do Espaço Europeu da Investigação

O segundo grande bloco de actividades do programa-quadro compõe-se de quatro categoriasde acções destinadas a estruturar o Espaço Europeu da Investigação em quatro das suasdimensões mais importantes, evocadas na Comunicação da Comissão de Janeiro de 2000:

– A investigação e a inovação, em ligação com os objectivos da Comunicação "Ainovação numa economia assente no conhecimento"10, nomeadamente com o reforçodas acções em matéria de informação económica e tecnológica;

– Os recursos humanos e a mobilidade dos investigadores: os meios actualmenteconsagrados a este domínio serão consideravelmente aumentados. Serão propostosnovos tipos de apoio, nomeadamente para reforçar a atracção da Europa para osinvestigadores dos países terceiros, bem como um esquema de apoio às equipas deinvestigação de nível excelente na União;

– As infra-estruturas de investigação, incluindo as infra-estruturas de comunicaçãode banda larga para a investigação, com nomeadamente a introdução de uma fórmulaque permita apoiar a execução de iniciativas integradas que abranjam acções emvários planos: acesso transnacional, ligação em rede, projectos de investigação,serviços à escala europeia;

– As questões relativas a ciência/sociedade, na sequência das orientações apresentadasno documento de trabalho dos serviços da Comissão de Novembro de 2000 "Ciência,sociedade e cidadãos"11.

4.3. Reforço das bases do Espaço Europeu da Investigação

O programa-quadro 2002-2006 contribuirá, por último, para a realização do Espaço Europeuda Investigação e da Inovação, ao promover o reforço das bases do mesmo, de duas formas.

Em primeiro lugar, através de acções destinadas a reforçar a coordenação das actividades deinvestigação e inovação desenvolvidas na Europa, tanto no plano nacional como europeu:

– Apoio à ligação em rede das actividades nacionais de investigação e de inovação,bem como à abertura mútua dos programas nacionais nestes domínios;

10 COM (2000) 567.11 SEC (2000) 1973

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– Apoio à cooperação científica efectuada nos diferentes âmbitos da cooperaçãocientífica e tecnológica europeia. Reforço das relações entre as actividades da Uniãoe as desenvolvidas por outros organismos como a Fundação Europeia da Ciência(FES), ESA, CERN, EMBL ou ESO12 ou por outros organismos deste tipo, e apoio àsua colaboração, dado se ter verificado uma aproximação entre estes organismosprevendo-se a realização de iniciativas comuns.

Serão apresentadas propostas concretas nesse sentido, bem como para a articulaçãodos projectos integrados com o Eureka e das diferentes acções do programa-quadrocom a iniciativa "Inovação 2000" do Banco Europeu de Investimento (BEI).

Procurar-se-á obter uma forte complementaridade com as acções desenvolvidas noâmbito da cooperação COST13, especialmente adaptada à ligação em rede deactividades nacionais.

Em segundo lugar, por acções de apoio ao desenvolvimento coerente das políticas deinvestigação e inovação na Europa:

– Apoio à realização dos trabalhos necessários para atingir os objectivos fixados peloConselho Europeu de Lisboa, no âmbito do Espaço Europeu da Investigação, emmatéria de aferimento do desempenho das políticas de investigação e inovação, decartografia da excelência e de obstáculos à mobilidade;

– Trabalhos em matéria de prospectiva, de estatísticas e de indicadores científicos etecnológicos necessários para melhorar o ambiente da inovação na Europa.

5. UMA EXECUÇÃO EFICAZ E AERODINÂMICA

Uma vontade clara de simplificação, de aligeiramento e de acréscimo da eficácia presidiu àdefinição das modalidades de execução do programa-quadro.

A comunidade científica e a indústria apelaram repetidamente para uma simplificação eflexibilização dos procedimentos de gestão dos programas de investigação da União. Anecessidade de uma mudança nesse sentido é também uma das conclusões do relatório daavaliação quinquenal do programa-quadro.

O actual sistema de gestão dos programas implica a aprovação pela Comissão de qualquermudança, mesmo insignificante, nos projectos de investigação levados a cabo. Tal contribuipara introduzir na sua execução uma rigidez e uma complexidade que são motivo de atrasos.O carácter centralizado deste sistema já não está adaptado às necessidades de umainvestigação de alta qualidade. Para além de que uma modalidade de execução essencialmentebaseada em projectos de amplitude limitada não é a forma ideal para a execução de projectosà escala europeia. Com este novo programa-quadro será assim introduzido um modo deexecução que dota as empresas, centros de investigação e universidades de maior liberdade eflexibilidade na execução das actividades de investigação a desenvolver por estesconjuntamente.

12 ESA: Agência Espacial Europeia; CERN: Organização Europeia de Investigação Nuclear; EMBL:

Laboratório Europeu de Biologia Molecular; ESO: Observatório Europeu do Hemisfério Sul.13 COST: Cooperação Europeia no domínio da Investigação Científica e Técnica.

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Os participantes no Programa-quadro serão incentivados a definir e apresentar parafinanciamento, após avaliação numa base concorrencial, programas de actividade a longoprazo abrangendo elementos de dimensão variável.

As redes de excelência e os projectos integrados serão assim geridos com grande autonomiapelos participantes. Com efeito, estes terão nomeadamente a possibilidade de:

– associar outros parceiros às actividades que empreendem;

– definir projectos de amplitude limitada a título de componentes do seu programa deactividades e lançar convites à apresentação de propostas;

– adaptar o conteúdo destes programas em função das necessidades.

Os programas de actividades serão regularmente sujeitos a avaliação. Serão adoptadasmedidas para incentivar a participação das PME do conjunto das regiões da União.

A evolução considerada no sentido de uma maior descentralização das responsabilidades deexecução das actividades de investigação permitirá à Comissão propor uma redução globaldos custos administrativos da gestão dos programas. Certos aspectos da gestão das acçõesespecíficas de investigação para as PME e de apoio à mobilidade dos investigadores serão,além disso, confiados a organismos externos que funcionarão sob a responsabilidade daComissão.

Numa preocupação de reforço do desempenho das acções da Comunidade no domínio dainvestigação, em termos de custo/eficácia, e de maximização da utilização dos fundospúblicos europeus, as propostas de programas específicos serão aliás formuladas de modo queimplique a definição de objectivos mensuráveis, que serão objecto de um acompanhamentoregular.

6. PRÓXIMAS ETAPAS

A presente proposta define um programa-quadro especificamente concebido para contribuirpara a realização do Espaço Europeu da Investigação, seguindo o espírito das conclusões dodebate sobre esta matéria realizado no seio das instituições ao longo de todo o ano 2000.

Importa assim assegurar a sua discussão, adopção e execução nas melhores condições.

A Comissão tenciona apresentar propostas de programas específicos concebidas em funçãodos grandes eixos do programa-quadro após as diferentes instituições terem a ocasião de sepronunciar a respeito da presente proposta.

A fim de permitir a execução deste novo programa-quadro nos prazos fixados, o objectivovisado é a sua adopção no primeiro semestre de 2002, o mais tardar.

11

2001/0053 (COD)

Proposta de

Decisão do Parlamento Europeu e do Conselho

relativa ao programa-quadro plurianual 2002-2006 da Comunidade Europeia de acçõesem matéria de investigação, desenvolvimento tecnológico e demonstração que visa

contribuir para a realização do Espaço Europeu da Investigação

(Acto relevante para efeitos do EEE)

O Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia,

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o nº 1 doseu artigo 166º,

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social,

Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões,

Deliberando de acordo com o procedimento previsto no artigo 251º do Tratado,

Considerando o seguinte:

(1) O artigo 163º do Tratado confia à Comunidade o objectivo de reforçar as basescientíficas e tecnológicas da sua indústria, fomentar o desenvolvimento da suacapacidade concorrencial internacional e promover as acções de investigaçãoconsideradas necessárias ao abrigo de outras políticas comunitárias.

(2) Nos termos do artigo 165º do Tratado, a Comunidade e os Estados-Membroscoordenarão a sua acção em matéria de investigação e de desenvolvimento tecnológicode forma a assegurar a coerência recíproca das políticas nacionais e da políticacomunitária.

(3) O artigo 166º do Tratado prevê a adopção de um programa-quadro plurianual, do qualconstarão todas as acções comunitárias de investigação, de desenvolvimentotecnológico e de demonstração (a seguir denominadas IDT).

(4) A Comissão apresentou no ano 2000 duas comunicações sobre as perspectivas e osobjectivos da criação de um Espaço Europeu da Investigação14, respectivamente sobrea realização do Espaço Europeu da Investigação e as orientações para as acções daUnião no domínio da investigação 2002-200615. "A inovação numa economia assente

14 COM(2000) 6 final de 18.1.2000.15 COM(2000) 612 final de 4.10.2000.

12

no conhecimento" foi também objecto de uma comunicação da Comissão no ano200016.

(5) Os Conselhos Europeus de Lisboa, de Março de 2000, e de Santa Maria da Feira, deJunho de 2000, conduziram a conclusões que visam, numa perspectiva de criação deemprego e de crescimento económico, a instauração rápida do Espaço Europeu daInvestigação e da Inovação.

(6) O Parlamento Europeu17-18, o Conselho19-20, o Comité Económico e Social21 e oComité das Regiões22 pronunciaram-se igualmente a favor da realização do EspaçoEuropeu da Investigação.

(7) A Comissão apresentou, em 19 de Outubro de 2000, as conclusões da avaliaçãoexterna sobre a realização e os resultados das acções comunitárias desenvolvidasdurante os cinco anos que precederam essa avaliação, acompanhadas das suasobservações23.

(8) É por conseguinte necessário adoptar, para o período de 2002-2006, umprograma-quadro susceptível de assegurar um efeito estruturador na investigação e nodesenvolvimento tecnológico da Europa e de contribuir de maneira significativa para arealização do Espaço Europeu da Investigação.

(9) É conveniente proceder, em conformidade com o disposto no nº 1 do artigo 166º doTratado, ao estabelecimento dos objectivos científicos e tecnológicos das acçõesprevistas e das respectivas prioridades, à fixação do montante global máximo e dasmodalidades da participação financeira da Comunidade no programa 2002-2006, bemcomo das quotas-partes respectivas de cada uma das acções previstas, e também àdefinição das grandes linhas dessas acções, no respeito dos objectivos de protecçãodos interesses financeiros da Comunidade.

(10) O Centro Comum de Investigação deve contribuir para a execução doprograma-quadro, nomeadamente nos domínios em que pode oferecer umaespecialização objectiva e independente e desempenhar um papel na aplicação dasoutras políticas comunitárias.

(11) Importa que as actividades de investigação desenvolvidas no âmbito doprograma-quadro sejam realizadas no respeito dos princípios éticos fundamentais,nomeadamente dos que figuram na Carta dos Direitos Fundamentais da UniãoEuropeia.

(12) Na sequência da Comunicação da Comissão "Mulheres e ciência"24 e das Resoluçõesdo Conselho25 e do Parlamento Europeu26 sobre esta matéria, foi desenvolvido um

16 COM(2000) 567 final de 20.9.2000.17 Resolução de 18 de Maio de 2000, PE 290.465 p.48.18 Resolução de 15 de Fevereiro de 2001.19 Resolução de 15 de Junho de 2000, JO C 205 de 19.7.2000, p.1.20 Resolução de 16 de Novembro de 2000, JO C 374 de 28.12.2000, p.1.21 Parecer de 24 de Maio de 2000, JO C 204 de 18.7.2000, p.70.22 Parecer de 12 de Abril de 2000, JO C 226 de 8.8.2000, p.18.23 COM 2000 (659) final de 19.10.2000.24 COM (1999) 76.25 Resolução de 20 de Maio de 1999, JO C 201 de 16 de Julho de 1999.

13

plano de acção que visa reforçar e realçar a posição e o papel das mulheres na ciênciae na investigação na Europa.

(13) Convém, por um lado, que a Comissão apresente, de forma regular, o estado darealização do programa-quadro 2002-2006 e, por outro lado, que mande proceder auma avaliação independente da realização das acções empreendidas, em tempo útil eantes da apresentação da proposta de programa-quadro seguinte.

DECIDEM:

Artigo 1º

1. É adoptado um programa-quadro plurianual de acções comunitárias de investigação,desenvolvimento tecnológico e demonstração, a seguir denominado "programa-quadro 2002-2006", para o período de 2002 a 2006.

2. O programa-quadro 2002-2006 compreende o conjunto das acções da Comunidade,conforme previsto no artigo 164º do Tratado.

3. O anexo I estabelece os objectivos científicos e tecnológicos e as respectivasprioridades e define as grandes linhas das acções previstas.

Artigo 2º

1. O montante global máximo da participação financeira da Comunidade para oconjunto do programa-quadro 2002-2006 eleva-se a 16 270 milhões de euros, sendoa quota-parte de cada uma das acções fixada no anexo II.

2. As modalidades da participação financeira da Comunidade são regidas peloRegulamento Financeiro aplicável ao Orçamento Geral das Comunidades Europeiase completadas pelo anexo III.

Artigo 3º

Todas as actividades de investigação desenvolvidas no âmbito do programa-quadro2002-2006 devem ser realizadas no respeito dos princípios éticos fundamentais.

Artigo 4º

O estado da realização do programa-quadro 2002-2006, e nomeadamente dos seus objectivose prioridades, é apresentado, de forma pormenorizada, no relatório que a Comissão publicaráanualmente conforme previsto no artigo 173º do Tratado.

26 Resolução de 3 de Fevereiro de 2000, PE 284.656.

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Artigo 5º

Antes de apresentar a sua proposta para o programa-quadro seguinte, a Comissão mandaráproceder a uma avaliação, por peritos independentes de alto nível, das realizações das acçõescomunitárias durante os cinco anos que precedem essa mesma avaliação. A Comissãocomunicará as conclusões dessa avaliação, acompanhadas das suas observações, aoParlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões.

Artigo 6º

O programa-quadro 2002-2006 está aberto à participação de:

– países do EEE, em conformidade com as condições estabelecidas nos acordos EEE;

– países candidatos da Europa Central e Oriental (PECO), em conformidade com ascondições estabelecidas nos acordos europeus, seus protocolos adicionais e nasdecisões dos respectivos Conselhos de Associação;

– Chipre, Malta e Turquia, com base em acordos bilaterais a concluir com esses países;

– Suíça, e Israel, com base em acordos bilaterais a concluir com esses países.

Feito em Bruxelas, em […]

Pelo Parlamento Europeu Pelo Conselho

O Presidente[…]

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ANEXO 1 : OBJECTIVOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS E GRANDESLINHAS DAS ACÇÕES

As acções desenvolvidas no âmbito do programa-quadro de investigação e desenvolvimentotecnológico (2002-2006) serão executadas em conformidade com os três objectivos gerais quelhe foram confiados no Tratado:

– reforçar as bases científicas e tecnológicas da indústria europeia daComunidade;

– fomentar o desenvolvimento da sua capacidade concorrencial;

– promover as acções de investigação consideradas necessárias ao abrigo deoutros Capítulos do Tratado.

A fim de melhor atingir esses objectivos, o programa-quadro foi estruturado em torno de trêseixos:

1. Integração da investigação europeia;

2. Estruturação do Espaço Europeu da Investigação;

3. Reforço das bases do Espaço Europeu da Investigação.

As actividades desenvolvidas no âmbito dos dois últimos eixos destinam-se a estruturar oEspaço Europeu da Investigação em diferentes dimensões estreitamente ligadas à investigaçãoe que constituem o seu ambiente, bem como a contribuir para o estabelecimento ouconsolidação das bases do seu funcionamento. Serão, por conseguinte, desenvolvidas naglobalidade do campo científico e tecnológico.

As actividades executadas no âmbito do primeiro eixo, que representarão a maior parte doesforço desenvolvido por intermédio do programa-quadro, destinam-se a integrar os esforçose as actividades de investigação à escala europeia. Essas actividades serão desenvolvidas em:

– número limitado de domínios temáticos prioritários exclusivamente por meiodos instrumentos poderosos com fortes efeitos integradores que são as redes deexcelência, os projectos integrados e a participação da União em programasnacionais de investigação executados conjuntamente, ao abrigo do artigo 169ºdo Tratado;

– domínios correspondendo à antecipação das necessidades científicas etecnológicas da União, sob a forma de determinadas necessidades específicasdas políticas da União e de necessidades novas e emergentes;

– globalidade do campo científico e tecnológico, no que diz respeito às acçõescomplementares de investigação para as PME.

As actividades de cooperação internacional farão parte integrante das acções desenvolvidas noâmbito deste primeiro eixo do programa-quadro. Poderão assumir a forma de:

– Nos domínios temáticos prioritários:

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– iniciativas destinadas a assegurar à Europa um lugar de primeiro planonos esforços internacionais de investigação sobre as questões dedimensão mundial, bem como a coerência da contribuição da Europapara essas questões;

– acções de cooperação bilateral integrada com países ou grupos de paísesterceiros;

– participação de investigadores e de organismos de países terceiros27 emprojectos e redes em domínios de especial interesse para esses países.

– No âmbito da antecipação das necessidades científicas e tecnológicas da União,acções específicas de cooperação com certos países ou grupos de países.

Como princípio fundamental e geral, a regra de apoio com base em convites concorrenciais àapresentação de propostas e no exame pelos pares (peer review) da qualidade científica etecnológica dessas propostas será utilizada para a execução da maior parte das actividades doprograma-quadro.

27 Países terceiros: países não membros da União não associados ao programa-quadro. Países associados

ao programa-quadro cujos organismos e investigadores podem, nessa qualidade, participar nas suasactividades em condições idênticas às aplicadas aos Estados-Membros da União: os países do EspaçoEconómico Europeu, os países candidatos, a Suíça e Israel.

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1. INTEGRAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO EUROPEIA

1.1 Domínios temáticos prioritários de investigação

As acções desenvolvidas nesta componente do programa-quadro têm por objectivoreunir uma massa crítica de meios e apoiar uma forte integração das capacidades deinvestigação na Europa em domínios onde tal se revela especialmente necessário, devidoà sua importância específica para a competitividade industrial europeia ou à granderepercussão política e social das questões em causa.

Foram seleccionados sete domínios temáticos prioritários.

1.1.1. Genómica e biotecnologia para a saúde

Objectivo

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é ajudar a Europa aexplorar, através de um esforço integrado de investigação, os resultados dosavanços atingidos na decifração dos genomas dos organismos vivos, muitoespecialmente em benefício da saúde pública e dos cidadãos e a fim de reforçara competitividade da indústria europeia de biotecnologia.

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

Os trabalhos de investigação "pós-genómica" baseados na análise do genomahumano e de genomas de organismos-modelo (animais, vegetais e microbianos)deverão ter como resultado numerosas aplicações em variados sectores, em especialno aperfeiçoamento de novas ferramentas de diagnóstico e de novos tratamentoscapazes de contribuir para a luta contra as doenças actualmente não controladas e queconstituem mercados potenciais importantes.

Estes trabalhos exigem, todavia, esforços financeiros intensivos e contínuos. NosEstados Unidos da América, verifica-se um aumento importante e constante doesforço de investigação pós-genómica nos sectores público e privado: perto de 2 000milhões de dólares de fundos públicos por ano, essencialmente geridos pelos NIH28

(cujo orçamento total aumentará 14,4 % em 2001), e o dobro de financiamentosindustriais.

O esforço de investigação europeu é hoje substancialmente menor e menos coerente.O lançamento de programas públicos de investigação sobre o tema da investigaçãopós-genómica em vários Estados-Membros constitui um passo importante no bomcaminho. No conjunto, os esforços desenvolvidos neste âmbito continuam, todavia, aser insuficientes e dispersos.

O empenhamento da indústria europeia é igualmente muito inferior: 70% dasempresas de genómica situam-se nos Estados Unidos e uma parte importante ecrescente dos investimentos privados europeus são efectuados nesse país.

28 National Institutes of Health.

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A fim de melhorar a posição da União neste domínio e de beneficiar plenamente dasrepercussões económicas e sociais do desenvolvimento previsto, é simultaneamentenecessário aumentar substancialmente os investimentos e integrar num esforçocoerente as actividades de investigação desenvolvidas na Europa.

Acções previstas

As acções desenvolvidas pela Comunidade para esse efeito incidirão nos seguintesaspectos:

– Conhecimentos fundamentais e ferramentas básicas em genómica funcional:

– expressão dos genes e proteómica;

– genómica estrutural;

– genómica comparativa e genética populacional;

– bioinformática;

– Aplicação dos conhecimentos e das tecnologias em genómica et dabiotecnologia da saúde:

– plataformas tecnológicas para o desenvolvimento de novas ferramentasde diagnóstico, prevenção e terapêutica;

– apoio à investigação inovadora em empresas de genómica emergentes(start-ups).

– Aplicação dos conhecimentos e das tecnologias em genómica na medicina nosdomínios de:

– luta contra o cancro, as doenças degenerativas do sistema nervoso, asdoenças cardiovasculares e as doenças raras;

– luta contra a resistência aos medicamentos;

– estudo do desenvolvimento humano, do cérebro e do processo deenvelhecimento.

Será aplicada uma abordagem mais vasta no que diz respeito à luta contra as trêsdoenças infecciosas ligadas à pobreza (SIDA, malária e tuberculose) que são objectode uma acção de luta prioritária a nível da União e a nível internacional.

1.1.2. Tecnologias da sociedade da informação

Objectivo

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é, em conformidade com asconclusões do Conselho Europeu de Lisboa e os objectivos da iniciativae-Europe, incentivar na Europa o desenvolvimento de tecnologias e aplicaçõesfulcrais para a construção da sociedade da informação, a fim de reforçar acompetitividade industrial europeia e dar aos cidadãos europeus de todas as

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regiões da União a possibilidade de tirar todo o partido do desenvolvimento dasociedade do conhecimento.

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

No início do século XXI, as tecnologias da informação e da comunicação estão arevolucionar o funcionamento da economia e da sociedade e geram novas maneirasde produzir, comerciar e comunicar. Estas tecnologias são ainda hoje objecto naEuropa de esforços insuficientes e sobretudo muito inferiores aos desenvolvidosalém-Atlântico. Considerando os financiamentos públicos e privados cumulados, osEstados Unidos da América consagram a este sector meios três vezes superiores aosconsagrados pela Europa.

Por outro lado, este tornou-se o segundo maior sector económico da União, com ummercado anual de 2 000 milhares de milhões de euros. Emprega na Europa mais de 2milhões de pessoas e verifica-se um crescimento contínuo desse número.

Sucessos industriais e comerciais como o obtido pela Europa em matéria decomunicações móveis, graças à norma GSM, não se repetirão a não ser que se invistaneste domínio, de forma concertada, uma massa crítica de meios de investigaçãodestinados a integrar à escala europeia os esforços públicos e privados.

Objectivo da inteligência ambiente

Com a preocupação de exercer um impacto máximo em termos económicos e sociais,os esforços devem concentrar-se na geração futura de tecnologias na qual oscomputadores, interfaces e redes estarão mais integrados no ambiente quotidiano etornarão acessíveis, através de interacções fáceis e "naturais", uma multiplicidade deserviços e aplicações. Esta visão da "inteligência ambiente" destina-se a colocar outilizador, o ser humano, no centro do futuro desenvolvimento da sociedade doconhecimento. As acções da Comunidade concentrar-se-ão nas prioridadestecnológicas que permitam concretizar essa visão. Terão como objectivo amobilização da comunidade de investigadores em torno de iniciativas com objectivosespecíficos, como o desenvolvimento das próximas gerações de sistemas decomunicações móveis, com vista a atingir os objectivos de médio e longo prazo,oferecendo simultaneamente a possibilidade de responder a novas solicitações enecessidades, não só dos mercados como também das políticas públicas.

Acções previstas

As acções desenvolvidas incidirão portanto nas seguintes prioridades tecnológicas:

Investigação de carácter integrador sobre os domínios tecnológicos de interesseprioritário para os cidadãos e as empresas

Em complemento e prolongando os progressos esperados no desenvolvimento dastecnologias de base, investigação que vise encontrar soluções para desafios daeconomia e da sociedade importantes e, neste âmbito, centrados em:

– sistemas de inteligência ambiente que permitam o acesso generalizado àsociedade da informação, qualquer que seja a idade e as condições, bemcomo sistemas interactivos e inteligentes para a saúde, a mobilidade e a

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segurança, o lazer, a preservação do património cultural e a vigilância doambiente.

– comércio electrónico e móvel, bem como as tecnologias que reforcem asegurança das transacções e das infra-estruturas, novas ferramentas emétodos de trabalho, tecnologias de ensino e formação e sistemas decapitalização dos conhecimentos, de gestão empresarial integrada e deadministração pública electrónica.

– plataformas e sistemas distribuídos de grande escala, incluindo ossistemas à base de GRID que permitam encontrar soluções eficazes paraproblemas complexos em domínios como o ambiente, a energia, a saúde,o transporte e a concepção industrial.

Infra-estruturas de comunicação e de processamento da informação

Sistemas de acesso, transmissão, armazenamento, distribuição e localização dainformação destinadas a responder às necessidades crescentes de conectividade e deprocessamento da informação, actividades de investigação sobre a infra-estrutura decomunicação e de computação, incidindo prioritariamente em:

– novas gerações de sistemas e redes de comunicações sem fios e móveis,sistemas de comunicação por satélite, tecnologias integralmente ópticas,integração e gestão das redes de comunicação, tecnologias capacitantesnecessárias para o desenvolvimento de sistemas, infra-estruturas eserviços, em especial audiovisuais;

– tecnologias e arquitecturas de software que garantam serviçosmultifuncionais e sistemas distribuídos, engenharia e controlo desistemas complexos e de grande escala que assegurem a fiabilidade e arobustez.

Componentes e microssistemas

Componentes miniaturizados e a custos reduzidos com base em novos materiais eintegrando funcionalidades alargadas, incidindo o esforço em:

– concepção e produção de componentes micro e optoelectrónicos efotónicos,

– nanoelectrónica, microtecnologias e microssistemas, e investigaçãomultidisciplinar sobre novos materiais e dispositivos quânticos; novosmodelos e conceitos de processamento da informação.

Gestão da informação e interfaces

Investigação sobre as ferramentas de gestão da informação e sobre as interfaces quepermitam interacções mais fáceis, em todo o lado e a qualquer momento, comserviços e aplicações baseados no conhecimento, incidindo o esforço em:

– sistemas de representação e gestão do conhecimento baseados nocontexto e na semântica, incluindo sistemas cognitivos, bem como

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ferramentas de criação, organização, partilha e difusão de conteúdosdigitais.

– interfaces multissensoriais capazes de compreender e interpretar aexpressão natural do homem através das palavras, gestos e diferentessentidos, ambientes virtuais, bem como sistemas plurilinguísticos,indispensáveis à construção da sociedade do conhecimento à escalaeuropeia.

1.1.3. Nanotecnologias, materiais inteligentes e novos processos de produção

Objectivo

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é ajudar a Europa aadquirir a massa crítica de capacidades necessária para o desenvolvimento eexploração, nomeadamente numa perspectiva de eco-eficiência, das tecnologiasde ponta à base de produtos, serviços e processos de fabrico dos próximos anos,essencialmente baseados no conhecimento e na informação.

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

A indústria transformadora europeia produz actualmente bens e serviços num valorde cerca de 4 000 milhares de milhões de euros por ano. Num mercado mundial cadavez mais concorrencial, a Europa deve manter e reforçar a sua competitividade,satisfazendo simultaneamente os requisitos do desenvolvimento sustentável. Para talé necessário um esforço importante de aperfeiçoamento, desenvolvimento e difusãodas tecnologias avançadas: nanotecnologias, materiais baseados no conhecimento,novos processos de produção.

Na fronteira da engenharia quântica, da tecnologia dos materiais e da biologiamolecular, e previsivelmente um dos factores-chave da próxima revolução industrial,as nanotecnologias são objecto de investimentos consideráveis por parte dosconcorrentes da União (500 milhões de dólares de fundo públicos em 2001 nosEstados Unidos, ou seja uma duplicação dos actuais meios e um montante cincovezes superior ao das actuais despesas europeias).

A Europa, que possui competências importantes em alguns destes sectores, como ananofabricação e a nanoquímica, deve investir de maneira mais substancial ecoordenada neste domínio.

No domínio dos materiais, o objectivo é desenvolver os materiais inteligentes comelevado valor acrescentado de aplicação previsível em sectores como os transportes,a energia ou o sector biomédico, para os quais existe um mercado potencial de váriasdezenas de milhares de milhões de euros.

O desenvolvimento de sistemas de produção flexíveis, integrados e limpos exige umesforço substancial de investigação em matéria de aplicação das novas tecnologias aofabrico e à gestão.

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Acções previstas

Nanotecnologias:

– investigação interdisciplinar a longo prazo para a compreensão dos fenómenos,o controlo dos processos e o desenvolvimento de ferramentas de investigação;

– arquitecturas supramoleculares e macromoléculas;

– nanobiotecnologias;

– técnicas de engenharia à escala nanométrica para a criação de materiais e decomponentes;

– desenvolvimento de dispositivos e de instrumentos de manipulação e decontrolo;

– aplicações em domínios como a saúde, a química, a energia, a óptica e oambiente.

Materiais inteligentes:

– desenvolvimento dos conhecimentos fundamentais;

– tecnologias associadas à produção e transformação de novos materiais;

– engenharia de apoio.

Novos processos de produção:

– desenvolvimento de sistemas de fabrico flexíveis e inteligentes que integrem osprogressos das tecnologias de fabrico virtual, os sistemas interactivos de apoioà tomada de decisões e a engenharia de alta precisão;

– investigação sistemática necessária para a gestão dos resíduos e o controlo dosriscos;

– desenvolvimento de novos conceitos que optimizem o ciclo de vida dossistemas, produtos e serviços industriais.

1.1.4. Aeronáutica e espaço

Objectivo

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é duplo: consolidar, atravésda integração das suas actividades de investigação, a posição da indústriaeuropeia no domínio aeroespacial, face a uma concorrência cada vez mais fortea nível mundial e contribuir para a exploração do potencial de investigaçãoeuropeu neste sector, ao serviço de uma melhor segurança e protecção doambiente.

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Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

Distintos no plano tecnológico e económico, mas próximos pelas suas repercussõesindustriais e políticas e pelos seus intervenientes, a aeronáutica e o espaço sãodomínios de sucesso económico e comercial europeu. Todavia, o investimentoamericano nesses domínios ainda é actualmente três a seis vezes superior, consoanteos sectores.

Num ambiente concorrencial cada vez mais exigente, as necessidades previsíveis emmatéria de transportes aéreos ascendem, à escala mundial, a cerca de 14 000 novosaparelhos nos próximos 15 anos, o que representa um mercado de 1 000 milhares demilhões de euros. O esforço de integração das capacidades industriais e dasactividades de desenvolvimento que assegurou os sucessos europeus neste domíniodeve agora dobrar com um esforço semelhante de integração em matéria deinvestigação, sobre os temas e tópicos prioritários.

Nesta perspectiva, o relatório "Vision 2020"29 dos altos responsáveis industriaiseuropeus deste sector recomenda que se proceda a uma optimização dos esforços deinvestigação europeus, nacionais e privados em torno de uma visão comum e de umaagenda estratégica de investigação.

No domínio do espaço, e na sequência da Comunicação da Comissão "A Europa e oEspaço: início de um novo capítulo"30, é necessário que a União apoie os trabalhosde investigação que permitam aos mercados e à sociedade tirar benefícios do espaço.

Acções previstas

Aeronáutica

Em matéria de investigação em aeronáutica, a acção da Comunidade incidirá nainvestigação e nas actividades de desenvolvimento tecnológico necessárias para:

– reforçar a competitividade da indústria europeia em matéria de aparelhoscomerciais, de motores e de equipamentos;

– reduzir os danos e repercussões no ambiente (emissões de CO² e de NOx,ruído);

– reforçar a segurança dos aparelhos num tráfego aéreo em grande aumento;

– aumentar a capacidade e a segurança do sistema de transportes aéreos, emapoio à criação do "Céu Único Europeu" (sistemas de controlo e gestão dotráfego aéreo).

Espaço

Desenvolvida em estreita coordenação com a Agência Espacial Europeia (ESA), asoutras agências espaciais e a indústria, e com o objectivo de reforçar a coerência doselevadíssimos investimentos necessários, a acção da União incidirá na realização de:

29 "European aeronautics: a vision for 2020" (relatório do Grupo de Personalidades).30 COM(2000) 597.

24

– projecto Galileo no domínio da navegação por satélite;

– plataforma GMES para vigilância do ambiente e da segurança;

– investigação avançada necessária para a integração do segmento espacial e dosegmento terrestre no domínio das comunicações.

1.1.5. Segurança alimentar e riscos para a saúde

Objectivo

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é contribuir para oestabelecimento das bases científicas e tecnológicas integradas necessárias aodesenvolvimento de um sistema de produção e distribuição de alimentos segurose sãos, ao controlo dos riscos associados à alimentação, apoiando-senomeadamente nas ferramentas da biotecnologia, bem como dos riscos para asaúde associados às alterações do ambiente.

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

As recentes crises no sector alimentar, mais especificamente a da encefalopatiaespongiforme bovina (EEB), salientaram ao mesmo tempo a complexidade dasquestões da segurança alimentar e a sua dimensão na maior parte dos casosinternacional e transfronteiras. A integração do mercado interno europeu em matériaagrícola e alimentar exige uma abordagem dos problemas que se colocam nestedomínio e a consequente realização de trabalhos de investigação com elerelacionados, à escala europeia. É nesta perspectiva que será em breve criada aAutoridade Alimentar Europeia.

Os cidadãos e consumidores esperam que a investigação contribua para garantir queos géneros e produtos comercializados são seguros, sãos e podem ser consumidoscom toda a segurança.

Tal exige a disponibilização de conhecimentos científicos tão completos, precisos eactualizados quanto possível. A par da saúde pública, está em jogo a prosperidade deum sector que representa cerca de 600 000 milhões de euros de volume de negócioanual e 2,6 milhões de empregos.

Para a Europa, trata-se também de poder contribuir de forma substancial para ostrabalhos de investigação sobre estas questões, que se colocam hoje a nível mundial,e de forma coerente para o debate internacional sobre esta matéria, com base emconhecimentos tão precisos e completos quanto possível.

As mesmas observações são aplicáveis aos diferentes aspectos dos problemas ligadosao impacto das alterações do ambiente na saúde, que suscitam preocupaçõescrescentes dos cidadãos europeus, manifestando-se frequentemente à escalainternacional. Por estas diferentes razões, mas também a fim de beneficiar daconjugação das melhores fontes especializadas disponíveis em domínios complexos,os trabalhos de investigação em causa devem ser efectuados a nível europeu, de umaforma que permita assegurar uma verdadeira coordenação das actividades nacionais.

25

Acções previstas

A acção da União abrangerá a investigação ligada a diferentes aspectos do controlodos riscos alimentares e das relações entre saúde e alimentação:

– métodos de análise e detecção de contaminantes químicos e de microrganismospatogénicos (vírus, bactérias, parasitas e novos agentes do tipo prião);

– impacto na saúde humana da alimentação animal e da utilização, nestaalimentação, de subprodutos de diversas origens;

– processos de rastreabilidade, nomeadamente dos organismos geneticamentemodificados, incluindo os baseados em desenvolvimentos recentes embiotecnologia;

– métodos de produção mais seguros e de alimentos mais sãos, incluindo osbaseados nas biotecnologias e nos processos da agricultura biológica;

– epidemiologia das afecções ligadas à alimentação e das susceptibilidadesgenéticas;

– Impacto da alimentação na saúde, nomeadamente dos produtos que contêmorganismos geneticamente modificados;

– riscos ambientais para a saúde, com tónica nos riscos cumulativos, nas vias detransmissão ao homem, nos efeitos a longo prazo e da exposição a doses fracas,bem como o impacto nos grupos particularmente sensíveis, maisespecificamente as crianças.

1.1.6. Desenvolvimento sustentável e alterações globais31

Objectivo

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é reforçar as capacidadescientíficas e tecnológicas necessárias para a Europa implementar umdesenvolvimento sustentável e contribuir significativamente para os esforçosiniciados a nível internacional para compreender e controlar as alteraçõesglobais e preservar o equilíbrio dos ecossistemas.

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

A aplicação à escala global de um desenvolvimento sustentável exige muitoparticularmente:

– o aperfeiçoamento, desenvolvimento e difusão de tecnologias que permitamassegurar uma utilização mais racional dos recursos naturais, uma produçãocom menos resíduos e a redução do impacto da actividade económica noambiente;

31 Os objectivos prioritários em matéria de investigação nuclear são apresentados no anexo "Objectivos

científicos e tecnológicos" da proposta de programa-quadro Euratom.

26

– uma melhor compreensão dos mecanismos das alterações globais, maisparticularmente das alterações climáticas, e das nossas capacidades de previsãoneste domínio.

Em matéria tecnológica, tal como destacado no Livro Verde da Comissão "Para umaestratégia europeia de segurança do aprovisionamento energético"32, dois domíniosprioritariamente em causa são a energia e os transportes, responsáveis por mais de80% das emissões totais de gases com efeito de estufa e por mais de 90% dasemissões de CO2.

Nos termos do Protocolo de Quioto, a União assumiu o compromisso de, no períodode 2008 a 2012, reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em 8%relativamente ao seu nível de 1990.

A concretização deste objectivo, de curto prazo, exige um esforço importante deimplantação em grande escala de tecnologias actualmente em desenvolvimento.

Para além deste objectivo, a realização de um desenvolvimento sustentável a longoprazo, com as próximas décadas como horizonte, implica a disponibilização erentabilização das fontes e vectores energéticos mais adequados deste ponto de vista.Tal exige um esforço de investigação sustentado a mais longo prazo.

São também necessários trabalhos de investigação de médio e longo prazo paradesenvolver o sistema europeu de transportes sustentáveis, mencionado como umobjectivo prioritário da União no Livro Branco sobre a política comum dostransportes actualmente em preparação pela Comissão.

No domínio do estudo das alterações climáticas, o esforço desenvolvido actualmentea nível mundial representa anualmente cerca de 2 000 milhões de euros. A Europacontribui com 500 milhões de euros, em comparação com os 900 milhões dosEstados Unidos.

A União Europeia é parte nos acordos internacionais nos vários domínios ligados àsalterações globais, como o Protocolo de Quioto sobre as alterações climáticas ou asConvenções das Nações Unidas sobre a biodiversidade e a desertificação. A Uniãotem o dever de dar uma contribuição, simultaneamente substancial e coerente, paraos esforços desenvolvidos no âmbito dos grandes programas internacionais deinvestigação sobre estes temas.

A acção da Comunidade pode contribuir para assegurar esta coordenação necessáriada participação europeia no esforço mundial.

Acções previstas

Tecnologias para um desenvolvimento sustentável

O esforço da Comunidade, numa perspectiva de curto a médio prazo, concentrar-se-ánum número limitado de acções de grande amplitude nos domínios de:

32 COM (2000) 769.

27

– energias renováveis, poupança de energia e eficiência energética, muitoespecialmente no meio urbano, bem como transportes limpos, com odesenvolvimento de novos conceitos de veículos, nomeadamente para otransporte rodoviário, bem como o desenvolvimento de combustíveisalternativos;

– transportes inteligentes, muito especialmente sob a forma de tecnologias quepermitam o reequilíbrio, bem como a integração e o aumento dainteroperabilidade dos diferentes modos de transporte, nomeadamente atravésde inovação na gestão da cadeia logística (em especial dos contentores).

A mais longo prazo, as acções desenvolvidas incidirão prioritariamente em:

– pilhas de combustível para aplicações fixas e para os transportes;

– tecnologia do hidrogénio;

– novos conceitos de tecnologias solares fotovoltaicas e utilizações avançadas dabiomassa.

Alterações globais

A acção da Comunidade incidirá prioritariamente nos seguintes aspectos:

– impacto e mecanismos das emissões de gases com efeito de estufa no clima edos "sumidouros" de carbono (oceanos, florestas, solos);

– ciclo da água;

– biodiversidade, protecção dos recursos genéticos, funcionamento dosecossistemas terrestres e marinhos e interacções das actividades humanas comestes;

– mecanismos da desertificação e das catástrofes naturais ligadas às alteraçõesclimáticas;

– sistemas globais de observação das alterações climáticas.

1.1.7. Cidadãos e governação na sociedade europeia do conhecimento

Objectivo

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é mobilizar num esforçocoerente, na sua riqueza e diversidade, as capacidades de investigação europeiasem ciências económicas, políticas, sociais e humanas ao serviço da compreensãoe do controlo das questões associadas à emergência da sociedade doconhecimento e de novas formas de relacionamento entre os cidadãos e asinstituições.

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

Os Conselhos Europeus de Lisboa, de Março de 2000, e de Nice, de Novembro de2000, definiram para a União Europeia o objectivo estratégico de se tornar na

28

"economia baseada no conhecimento mais dinâmica e competitiva do mundo, capazde garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos,e com maior coesão social".

Nesta perspectiva, o Conselho Europeu de Lisboa sublinhou que "os recursoshumanos são o principal trunfo da Europa", e que os sistemas europeus de ensino eformação "necessitam de ser adaptados não só às exigências da sociedade doconhecimento como também à necessidade de um maior nível e qualidade doemprego".

A transição da Europa para a economia e a sociedade do conhecimento e odesenvolvimento sustentável desta ao serviço da qualidade de vida de todos oscidadãos processar-se-ão mais facilmente se feitas de um modo abrangente econtrolado. Tal exige um esforço substancial de investigação centrado nos desafiosde um progresso económico e social integrado e sustentável, baseado nos valoresfundamentais de justiça e de solidariedade que caracterizam o modelo europeu desociedade. Nesta perspectiva, os trabalhos de investigação no domínio das ciênciaseconómicas, políticas, sociais e humanas devem contribuir mais especialmente paraassegurar simultaneamente o controlo e exploração de uma quantidade deinformações e conhecimentos que aumenta de maneira exponencial e a compreensãodos processos em curso neste domínio.

Na Europa, esta questão coloca-se nomeadamente em relação com a questão dofuncionamento da democracia e das novas formas de governação, e no contexto geraldesta última. O desafio reside na relação entre os cidadãos e as instituições numambiente político e decisório complexo, caracterizado pela sobreposição de níveis dedecisão nacional, regional e europeu, e no papel de importância crescente no debatepolítico da sociedade civil e dos seus representantes.

Tais questões assumem uma dimensão europeia evidente, ou mesmo intrínseca, quesó ganha em ser estudada tomando em consideração os seus aspectos globais.

Esta dimensão europeia só agora começa a ser tida em conta nos trabalhos deinvestigação desenvolvidos a nível nacional e não é ainda objecto de toda a atençãoque merece.

É à escala europeia que parece mais natural abordar estes aspectos. Uma acçãoempreendida a nível da União permite, além disso, assegurar a coerênciametodológica necessária e tirar todo o partido da riqueza ligada à variedade deabordagens existentes na Europa e da diversidade europeia.

Acções previstas

A acção da Comunidade incidirá nos seguintes temas:

Sociedade do conhecimento

– melhoramento da produção, da transmissão e da utilização dos conhecimentosna Europa;

– opções e escolhas para o desenvolvimento de uma sociedade do conhecimentoao serviço dos objectivos que a União se fixou nos Conselhos Europeu deLisboa e de Nice, em especial em matéria de melhoria da qualidade de vida, de

29

políticas de emprego e de mercado de trabalho, de ensino e de formação aolongo de toda a vida e de reforço da coesão social e do desenvolvimentosustentável;

– variedade das dinâmicas de transição para a sociedade do conhecimento a nívellocal, nacional e regional.

Cidadania, democracia e novas formas de governação

– consequências da integração europeia e do alargamento da União para ademocracia, a noção de legitimidade e o funcionamento das instituições;

– redefinição dos domínios de competência e de responsabilidade e novas formasde governação;

– questões de segurança, associadas à resolução de conflitos e aorestabelecimento da paz e da justiça;

– emergência de novas formas de cidadania e de identidades, formas e impactoda diversidade cultural na Europa.

Em termos operacionais, a acção da União incidirá no apoio a:

– trabalhos de investigação e estudos comparados transnacionais edesenvolvimento coordenados de estatísticas e de indicadores qualitativos equantitativos;

– trabalhos de investigação interdisciplinares para apoio às políticas públicas;

– criação e exploração, à escala europeia, de infra-estruturas de investigação e debases de dados e de conhecimentos.

1.2 Antecipação das necessidades científicas e tecnológicas da União

As actividades desenvolvidas a este respeito têm por objectivo:

– responder às necessidades científicas e tecnológicas das políticas daComunidade e da União, no conjunto dos domínios correspondentes a estaspolíticas, incluindo os domínios temáticos prioritários, que não implicam orecurso aos três grandes instrumentos utilizados nos domínios prioritários masrequerem acções e modos de intervenção específicos;

– responder de maneira flexível e rápida às necessidades científicas etecnológicas específicas emergentes e a desenvolvimentos importantesimprevisíveis, bem como às necessidades específicas que surgem nas fronteirasdo conhecimento, muito especialmente em domínios multitemáticos einterdisciplinares, incluindo os ligados aos domínios prioritários.

Estas actividades incidirão nos domínios e temas seguintes:

30

1.2.1 Actividades desenvolvidas com base em convites à apresentação de propostas

Estes convites abrangem duas categorias, não exclusivas, de trabalhos de investigação:

– Investigação necessária à concepção, implementação e acompanhamento daaplicação das políticas da Comunidade e da União:

– investigação de apoio à aplicação das políticas comuns, como a políticaagrícola comum e a política comum da pesca;

– investigação de apoio aos objectivos políticos da União tal comodefinidos, por exemplo, no 6º programa de acção em matéria deambiente33 ou no Livro Verde "Para uma estratégia europeia desegurança do aprovisionamento energético"34;

– investigação de apoio aos objectivos fixados para a União pelo ConselhoEuropeu, por exemplo os fixados pelos Conselhos Europeus de Lisboa eda Feira em matéria de política económica, nos domínios da sociedade dainformação e e-Europe, das empresas, da política social e do emprego, doensino e da formação, incluindo os instrumentos e métodos estatísticosnecessários;

– investigação necessária a outras políticas da Comunidade ou da Uniãonos domínios, por exemplo, da saúde, nomeadamente saúde pública, dodesenvolvimento regional, do comércio, das relações externas e da ajudaao desenvolvimento, ou da justiça e dos assuntos internos.

– Investigação que responda às necessidades em certos domínios novos,interdisciplinares e multidisciplinares, ou que exija conhecimentos de ponta,especialmente com vista a ajudar a investigação europeia a fazer face adesenvolvimentos importantes e inesperados, incluindo nos domínios ligadosaos domínios prioritários.

As actividades desenvolvidas nestes domínios são levadas a cabo com base nas condições,princípios e apoio dos seguintes mecanismos:

– As actividades em causa assumem essencialmente a forma de:

– projectos específicos orientados de amplitude geralmente limitada,desenvolvidos em parcerias de dimensão adaptada às necessidades asatisfazer;

– ligação em rede de actividades de investigação desenvolvidas a nívelnacional, em que a concretização dos objectivos visados exige amobilização das capacidades existentes nos Estados-Membros.

Em certos casos devidamente justificados, em que os objectivos visadospossam ser melhor atingidos desta forma, poderá haver um recurso limitado

33 COM (2001) 31.34 COM (2000) 769.

31

aos instrumentos utilizados nos domínios temáticos prioritários, como as redesde excelência ou mesmo, se for caso disso, os projectos integrados;

– A escolha dos temas, domínios e tópicos de investigação será efectuada pelaComissão com base em trabalhos de avaliação de um grupo interno deutilizadores, fundamentando-se no parecer de uma estrutura de consultaindependente composta por peritos científicos e industriais de alto nível.

– Para a execução destas actividades, poderá recorrer-se a um mecanismo emduas fases: convites a manifestações de interesse abertos a todas as entidades eorganizações na União, a fim de identificar com precisão, e seguidamenteavaliar, as necessidades, convites à apresentação de propostas sobre os temasescolhidos desta forma.

– Entre os projectos considerados de qualidade científica e tecnológica suficienteno exame pelos pares, a Comissão seleccionará os mais capazes de contribuirpara o apoio às políticas cuja aplicação ela assegura.

– Em coerência com o seu espírito e o seu objectivo, as actividadesdesenvolvidas neste contexto serão executadas com base em decisões anuais.

Por outro lado, estas actividades compreendem nomeadamente:

Actividades específicas de investigação para as PME

A participação das PME no programa-quadro processa-se essencialmente no âmbitodas acções realizadas nos domínios temáticos prioritários.

Executadas ao abrigo do apoio à competitividade europeia e à política das empresas eda inovação, estas acções específicas têm por objectivo ajudar as PME europeias nosdomínios tradicionais ou novos a reforçar as suas capacidades tecnológicas e adesenvolver as suas capacidades de funcionamento à escala europeia e internacional.

Podendo ser efectuadas na globalidade do campo científico e tecnológico, estasacções assumem a forma de:

– Acções de investigação colectiva:

Acções de investigação a médio prazo de grande amplitude realizadas porcentros de investigação técnica em benefício de associações industriais ou deagrupamentos de indústrias em sectores industriais inteiros à escala europeiadominados pelas PME;

– Acções de investigação em cooperação:

Acções de investigação desenvolvidas por centros de investigação por conta dediversas PME de vários países europeus sobre temas de interesse comum, oupor PME de alta tecnologia em colaboração com centros de investigação euniversidades.

32

Actividades específicas de cooperação internacional

Executadas para fins de apoio à política externa e à política de ajuda aodesenvolvimento da União, estas actividades específicas situam-se no domínio dacooperação com, mais particularmente:

– países terceiros mediterrânicos;

– Rússia e Estados da CEI;

– países em desenvolvimento.

1.2.2. Actividades do Centro Comum de Investigação35

De acordo com a sua missão de apoio científico e técnico às políticas da União, o CCIconcentrará as suas actividades em temas prioritários para a definição e aplicação de políticassectoriais. As acções realizadas terão uma forte dimensão europeia e apoiar-se-ão numconjunto de competências específicas.

Estas actividades serão desenvolvidas pelo CCI nos seus domínios de competência específica,para os quais dispõe de instalações especiais, se não mesmo únicas, bem como nos domíniosem que a sua neutralidade em relação aos interesses nacionais e privados lhe permitemexecutar, da melhor forma possível, as actividades de investigação ligadas à elaboração eaplicação das políticas comunitárias, bem como à execução das tarefas daí decorrentes,algumas das quais são da competência da Comissão.

O CCI desenvolverá estas actividades em estreita cooperação e em rede com os meioscientíficos, os organismos nacionais de investigação e as empresas na Europa.

As actividades do CCI terão como denominador comum essencial a segurança dos cidadãossob os seus diferentes aspectos: saúde, ambiente, segurança nuclear, segurança pública, lutacontra a fraude.

Neste contexto, foram seleccionados dois domínios de investigação específicos (sendo umterceiro abrangido pelas actividades desenvolvidas no âmbito das acções Euratom):

– Alimentação, produtos químicos e saúde:

Segurança e qualidade da alimentação, nomeadamente luta contra a EEB,organismos geneticamente modificados, produtos químicos, aplicaçõesbiomédicas (mais particularmente o estabelecimento de referências nestedomínio).

35 As actividades do CCI no domínio da investigação nuclear são descritas no anexo "Objectivos

científicos e tecnológicos" da proposta de programa-quadro Euratom. O CCI desenvolverá, além disso,actividades no âmbito das acções de estruturação do Espaço Europeu da Investigação e poderáparticipar no conjunto das actividades de investigação do programa-quadro realizadas com base emconvites à apresentação de propostas, nos domínios prioritários e no âmbito da acção "Antecipação dasnecessidades científicas e tecnológicas da União". Em ligação com estas actividades, desenvolverá umaquantidade limitada de trabalhos de investigação exploratória.

33

– Ambiente e desenvolvimento sustentável:

Alterações climáticas (ciclo do carbono, modelização, impactos) e tecnologiaspara o desenvolvimento sustentável (energias renováveis, instrumentos deintegração das políticas), protecção do ambiente europeu, desenvolvimento deredes e de medições de referência, apoio técnico aos objectivos da iniciativaVigilância Global do Ambiente e da Segurança (GMES).

Serão, além disso, desenvolvidos três tipos de actividades de carácter geral:

– Prospectiva científica e tecnológica:

Trabalhos de prospectiva técnico-económica baseados nas actividades de redeseuropeias;

– Materiais de referência e medições36:

Serviço Comunitário de Referência e materiais de referência certificados,validação e qualificação de métodos de medições químicas;

– Segurança pública e luta antifraude:

Detecção de minas antipessoais, prevenção de riscos naturais e tecnológicos,redes de apoio à ciber-segurança na União, tecnologias de controlo da fraude.

2. ESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO EUROPEU DA INVESTIGAÇÃO

2.1. Investigação e inovação

Objectivo

O objectivo destas acções é incentivar, na Comunidade e no conjunto das suas regiões, ainovação tecnológica, a exploração dos resultados da investigação, a transferência deconhecimentos e de tecnologias, bem como a criação de empresas tecnológicas.

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

A capacidade comparativamente fraca da Europa para transformar os resultados dos trabalhosde investigação e das descobertas científicas e tecnológicas em sucessos industriais,económicos e comerciais constitui uma das suas fraquezas mais notórias. Acções de incentivoà inovação empreendidas a nível europeu podem contribuir para elevar o nível global dosdesempenhos da Europa e para aumentar as capacidades europeias neste domínio, ajudando asempresas e os inovadores nos seus esforços para funcionar à escala europeia e nos mercadosinternacionais, e fazendo com que os intervenientes do conjunto das regiões da Uniãobeneficiem da experiência e dos conhecimentos adquiridos noutras regiões através deiniciativas empreendidas a esse nível.

36 As actividades de metrologia no domínio nuclear são descritas no anexo "Objectivos científicos e

tecnológicos" da proposta de programa-quadro Euratom.

34

Acções previstas

As actividades desenvolvidas neste contexto sê-lo-ão em complemento das actividades emmatéria de inovação integradas nas actividades realizadas no âmbito da "Integração dainvestigação".

Estas actividades terão o carácter de acções de apoio geral à inovação, em complemento dasactividades nacionais e regionais e em ligação com estas, no intuito de reforçar a coerênciados esforços neste domínio.

As acções desenvolvidas neste domínio assumirão a forma de apoio a:

– Ligação em rede dos intervenientes no sistema europeu de inovação erealização de análises e estudos com o objectivo de incentivar o intercâmbio deexperiências e de boas práticas;

– Acções de incentivo a cooperações trans-regionais em matéria de inovação e deapoio à criação de empresas tecnológicas, bem como à elaboração deestratégias regionais neste domínio;

– Acções de experimentação de novas ferramentas e de novas abordagens emmatéria de inovação tecnológica;

– Criação ou consolidação de serviços de informação, nomeadamenteelectrónicos, por exemplo Cordis, bem como da assistência em matéria deinovação (transferência de tecnologias, protecção da propriedade intelectual,acesso ao capital de risco);

– Acções no domínio da informação económica e tecnológica (análise dasevoluções tecnológicas, das aplicações e dos mercados e tratamento e difusãode informações que possam ajudar os investigadores, empresários,nomeadamente as PME, e os investidores nas suas decisões);

– Análise e avaliação das actividades em matéria de inovação desenvolvidas noâmbito de projectos de investigação comunitários, e a exploração dosensinamentos que deles podem ser tirados nas políticas de inovação.

Algumas destas acções serão levadas a cabo em ligação com as desenvolvidas pelo BEI (porintermédio, nomeadamente, do FEI) no quadro da sua "Iniciativa Inovação 2000", bem comopelos Fundos Estruturais.

2.2. Recursos humanos e mobilidade

Objectivo

As actividades desenvolvidas neste contexto têm por objectivo apoiar o desenvolvimento,no conjunto das regiões da Comunidade, de recursos humanos abundantes e de primeiroplano mundial, através do incentivo à mobilidade transnacional para fins de formação,de desenvolvimento das competências ou de transferência dos conhecimentos,nomeadamente entre sectores diferentes, o apoio ao desenvolvimento da excelênciacientífica e a contribuição para tornar a Europa mais atraente para os investigadores depaíses terceiros. Estas actividades devem procurar que toda a população, muito

35

especialmente as mulheres, tire o melhor partido possível do potencial que representa,deste ponto de vista, tomando as medidas adequadas para esse fim.

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

A promoção da mobilidade transnacional é um meio simples, particularmente eficaz epoderoso, para reforçar não só a excelência europeia no seu conjunto, como também a suadistribuição nas diferentes regiões da União. Com efeito, cria possibilidades de melhorarsignificativamente a qualidade da formação dos investigadores, incentiva a circulação eexploração dos conhecimentos e contribui para formar pólos de excelência de nívelinternacional e de atracção em toda a Europa. Uma acção empreendida ao nível da Uniãoneste domínio ou em matéria de recursos humanos em geral, que atinja a massa críticaadequada, terá necessariamente efeitos consideráveis.

Acções previstas

Desenvolvidas na globalidade dos domínios do campo científico e tecnológico, estasactividades assumirão a seguinte forma:

– apoios globais a universidades, centros de investigação, empresas e redes, parao acolhimento de investigadores europeus e de países terceiros;

– apoios individuais a investigadores europeus com vista à mobilidade para umoutro país europeu ou um país terceiro, bem como a investigadores de nívelexcelente de países terceiros interessados em vir para a Europa;

– mecanismos de regresso aos países e regiões de origem, bem como de(re)inserção profissional, nomeadamente ligados à concessão de apoios globaise individuais;

– participação financeira em programas nacionais ou regionais de apoio àmobilidade dos investigadores que estejam abertos a investigadores de outrospaíses europeus;

– apoio a equipas europeias de investigação do mais elevado nível de excelência,mais particularmente para actividades de investigação de ponta ouinterdisciplinares.

– prémios científicos para trabalhos de nível excelente realizados por uminvestigador que beneficie de um apoio financeiro da União para fins demobilidade.

2.3. Infra-estruturas de investigação

Objectivo

As actividades desenvolvidas neste âmbito têm por objectivo contribuir para a criaçãode um tecido de infra-estruturas de investigação do mais alto nível na Europa eincentivar a sua utilização óptima à escala europeia.

36

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

O desenvolvimento de uma abordagem europeia em matéria de infra-estruturas deinvestigação e a execução de acções neste domínio a nível da União podem contribuirsignificativamente para reforçar o potencial europeu de investigação e a sua exploração:ajudando a assegurar um acesso mais vasto às infra-estruturas existentes nos diferentesEstados-Membros e a reforçar a complementaridade das instalações existentes, estimulando odesenvolvimento ou a criação de infra-estruturas que garantam um serviço à escala europeia,bem como opções de construção óptimas, tanto em termos europeus como dedesenvolvimento tecnológico regional.

Acções previstas

Estas actividades serão levadas a cabo no conjunto dos domínios do campo científico etecnológico, incluindo os domínios temáticos prioritários. Será nomeadamente prestadaespecial atenção aos requisitos ligados à necessidade, para a investigação europeia noconjunto dos domínios e disciplinas, de dispor de uma infra-estrutura de comunicação degrande capacidade e de alto débito (baseada em arquitecturas de tipo GRID, maisparticularmente), bem como de serviços de publicação electrónicos. Definidas e executadasespecialmente com base no parecer científico da Fundação Europeia da Ciência, estasactividades tomarão a forma do apoio a:

– acesso transnacional às infra-estruturas de investigação;

– execução, através das infra-estruturas ou de consórcios de infra-estruturas deenvergadura europeia, de iniciativas integradas que permitam assegurar ofornecimento de serviços à escala europeia e que possam abranger, para alémdo acesso transnacional, o estabelecimento e o funcionamento de redes decooperação e a execução de projectos comuns de investigação destinados aelevar o nível de desempenho das infra-estruturas em causa;

– realização de estudos de viabilidade e de trabalhos preparatórios para a criaçãode novas infra-estruturas de envergadura europeia;

– optimização das infra-estruturas europeias pelo apoio, a um nível limitado, aodesenvolvimento de novas infra-estruturas. Este apoio poderá complementaruma participação do BEI ou dos Fundos Estruturais para o financiamento dasua realização, devendo os estudos de viabilidade explorar sistematicamenteessa possibilidade de participação.

2.4. Ciência/sociedade

Objectivo

O objectivo das acções desenvolvidas neste âmbito é incentivar o desenvolvimento, naEuropa, de relações harmoniosas entre a ciência e a sociedade e a abertura à inovação,graças ao estabelecimento de novas relações e de um diálogo informado entreinvestigadores, industriais, decisores políticos e cidadãos.

37

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

As questões de ciência/sociedade devem ser largamente abordadas a nível europeu devido àsua forte dimensão europeia. Esta está ligada ao facto de essas questões se colocarem muitofrequentemente à escala europeia (como o demonstra o exemplo dos problemas de segurançaalimentar), ao interesse em beneficiar da experiência e dos conhecimentos, frequentementecomplementares, adquiridos nos diferentes países e à necessidade de ter em conta a variedadede pontos de vista de que são objecto, reflexo da diversidade cultural europeia.

Acções previstas

Na linha do documento de trabalho dos serviços da Comissão "Ciência, sociedade e cidadãosna Europa"37, as actividades realizadas neste domínio, no conjunto do campo científico etecnológico, incidirão preferencialmente nos seguintes temas:

– Aproximar a investigação da sociedade: Ciência e governação, parecercientífico, envolvimento da sociedade na investigação, prospectiva;

– Aplicar o progresso científico e tecnológico de forma responsável: risco,competências especializadas, aplicação do princípio da precaução, sistema dereferência europeu, ética;

– Reforçar o diálogo ciência/sociedade: novas formas de diálogo, melhorconhecimento da ciência por parte dos cidadãos, interesse dos jovens pelascarreiras científicas, participação das mulheres na ciência e na investigação.

Tomarão a forma de acções de apoio a:

– ligação em rede e estabelecimento de relações estruturais entre as instituições eas actividades em causa aos níveis nacional, regional e europeu;

– intercâmbio de experiências e de boas práticas;

– realização de trabalhos específicos de investigação;

– iniciativas de sensibilização de forte visibilidade do tipo prémios e concursos;

– constituição de bases de dados e de informações, bem como a realização deestudos, nomeadamente estatísticos e metodológicos, sobre os diferentes temas.

3. REFORÇO DAS BASES DO ESPAÇO EUROPEU DA INVESTIGAÇÃO

Objectivo

As acções levadas a cabo neste âmbito têm por objectivo reforçar a coordenação eapoiar um desenvolvimento coerente das políticas e das actividades de investigação e deincentivo à inovação na Europa.

37 SEC (2000) 1973

38

Justificação do esforço e do valor acrescentado europeu

A realização do Espaço Europeu da Investigação assenta, em primeiro lugar e sobretudo, namelhoria da coerência e da coordenação das actividades e das políticas de investigação e deinovação desenvolvidas ao nível nacional, regional e europeu. A acção da Comunidade podecontribuir para promover os esforços empreendidos neste sentido, e constituir a base deinformação, de conhecimentos e de análises indispensáveis para levar a cabo este projecto.

Acções previstas

Desenvolvidas na globalidade dos domínios do campo científico e tecnológico, estas acçõesassumirão a seguinte forma:

– A fim de reforçar a coordenação das actividades de investigação realizadas naEuropa, tanto no plano nacional como no plano europeu, acções de apoiofinanceiro a:

– mútua abertura dos programas nacionais;

– ligação em rede de actividades de investigação desenvolvidas a nívelnacional e regional;

– actividades de cooperação científica e tecnológica realizadas no âmbitode outros quadros de cooperação europeia, como as actividades daFundação Europeia da Ciência;

– colaboração e iniciativas comuns de organismos de cooperação científicaeuropeia especializados como, por exemplo, CERN, EMBL, ESO ouESA38.

Estas acções serão levadas a cabo no contexto geral dos esforços empreendidos para optimizaro funcionamento global da cooperação científica e tecnológica europeia e assegurar acomplementaridade das suas diferentes componentes, que incluem igualmente COST eEureka.

– A fim de apoiar o desenvolvimento coerente das políticas de investigação e deinovação na Europa:

– realização de análises e de estudos, de trabalhos em matéria deprospectiva, de estatísticas e de indicadores científicos e tecnológicos;

– criação e apoio ao funcionamento de grupos de trabalho especializados ede instâncias para a concertação e o debate político;

– apoio aos trabalhos de aferimento do desempenho das políticas deinvestigação e de inovação a nível nacional, regional e europeu;

– apoio à realização dos trabalhos de cartografia da excelência científica etecnológica na Europa;

38 CERN: Organização Europeia de Investigação Nuclear; EMBL: Laboratório Europeu de Biologia

Molecular; ESO: Observatório Europeu do Hemisfério Sul; ESA: Agência Espacial Europeia.

39

– apoio à realização dos trabalhos necessários para melhorar o ambienteregulamentar e administrativo da investigação e da inovação na Europa.

40

ANEXO II : MONTANTE GLOBAL MÁXIMO, RESPECTIVAS QUOTAS-PARTESE DISTRIBUIÇÃO INDICATIVA

O montante financeiro global máximo e as quotas-partes das diferentes acções, tal comomencionadas no artigo 164º do Tratado CE, são os seguintes:

milhões de euros

Primeira acção39: 13.570

Segunda acção40: 600

Terceira acção41: 300

Quarta acção42: 1.800

Montante global máximo* 16.270

*Repartição indicativa:

1) Integração da investigação43 44 12.770

� Genómica e biotecnologia para a saúde 2.000

� Tecnologias da sociedade da informação 3.600

� Nanotecnologias, materiais inteligentes e novos processos deprodução 1.300

� Aeronáutica e espaço 1.000

� Segurança alimentar e riscos para a saúde 600

� Desenvolvimento sustentável e alterações globais 1.700

� Cidadãos e governação na sociedade europeia doconhecimento 225

39 Abrangendo as actividades executadas no âmbito da "Integração da investigação", com excepção das

actividades de cooperação internacional, as actividades em matéria de infra-estruturas de investigação esobre o tema "Ciência/sociedade" executadas no âmbito da "Estruturação do Espaço Europeu daInvestigação", bem como as desenvolvidas no âmbito do "Reforço das bases do Espaço Europeu daInvestigação".

40 Abrangendo as actividades de cooperação internacional desenvolvidas no âmbito da "Integração dainvestigação", nos domínios prioritários e no âmbito da antecipação das necessidades científicas etecnológicas da União.

41 Abrangendo as actividades específicas sobre o tema "Investigação e inovação" desenvolvidas no âmbitoda "Estruturação do Espaço Europeu da Investigação" em complemento das actividades em matéria deinovação levadas a cabo no âmbito das actividades sobre a "Integração da investigação".

42 Abrangendo as actividades em matéria de recursos humanos e de apoio à mobilidade desenvolvidas noâmbito da "Estruturação do Espaço Europeu da Investigação".

43 O objectivo é atribuir a PME no mínimo 15 % dos meios financeiros afectados a esta rubrica.44 Dos quais 600 milhões de euros no total para as actividades de cooperação internacional.

41

� Antecipação das necessidades científicas e tecnológicas daUnião45 2.345

2) Estruturação do Espaço Europeu da Investigação 3.050

� Investigação e inovação 300

� Recursos humanos 1.800

� Infra-estruturas de investigação 900

� Ciência/sociedade 50

3) Reforço das bases do Espaço Europeu da Investigação 450

� Apoio à coordenação das actividades 400

� Apoio ao desenvolvimento coerente das políticas 50

TOTAL 16.27046

45 Dos quais 715 milhões de euros para as actividades do CCI.46 Ao qual se junta um montante de 1.230 milhões de euros ao abrigo do programa-quadro Euratom,

repartido indicativamente da seguinte maneira: Tratamento e armazenamento dos resíduos nucleares -150 milhões de euros; fusão termonuclear controlada - 700 milhões de euros [dos quais 200 milhões deeuros para participação no projecto ITER]; outras actividades - 50 milhões de euros e actividades doCCI - 330 milhões de euros [dos quais 110 milhões de euros para o tratamento e armazenamento deresíduos].

42

ANEXO III : INSTRUMENTOS E MODALIDADES DE PARTICIPAÇÃOFINANCEIRA DA COMUNIDADE

A fim de contribuir para a realização do Espaço Europeu da Investigação, a Comunidadeparticipa financeiramente, no âmbito de programas específicos, em actividades deinvestigação e de desenvolvimento tecnológico, incluindo actividades de demonstração,realizadas nos domínios temáticos prioritários do programa-quadro, bem como em outrosdomínios e sobre outros temas do campo científico e tecnológico.

A participação financeira da Comunidade para estas actividades, que integram medidas deincentivo à inovação, processa-se através de uma gama de instrumentos descritos a seguir.

1. INSTRUMENTOS

1.1. Instrumentos de integração da investigação

1.1.1. Redes de excelência

Nos domínios temáticos prioritários de investigação do programa-quadro,participação financeira em redes de excelência.

O apoio a estas redes tem por objectivo promover a excelência na Europa através deuma integração profunda e duradoura das capacidades de excelência existentes emuniversidades, centros de investigação ou indústrias de vários Estados-Membros,numa massa crítica de competências, sob a forma de criação de "centros deexcelência virtuais".

O esforço de integração será assegurado através de um programa comum deactividades que represente uma parte importante das actividades das entidadesligadas em rede. Estas entidades deverão possuir ou adquirir a autonomia defuncionamento necessária para assegurar uma integração progressiva das suasactividades com as de outras entidades.

De uma ordem de grandeza de vários milhões de euros por ano, os programas deactividades serão definidos em função de temas e tópicos de investigação precisos,mas não de objectivos ou de resultados previamente definidos. A sua execuçãoimplicará a integração progressiva dos programas de trabalho nos domínios emcausa, uma distribuição precisa das actividades, um volume significativo deintercâmbio de pessoal, bem como um recurso intensivo às redes electrónicas deinformação e de comunicação e aos modos de trabalho virtuais e interactivos. Estesprogramas implicarão, necessariamente e de forma verificável, actividades de gestão,de transferência e de valorização dos conhecimentos produzidos.

As redes de excelência serão seleccionadas com base em convites à apresentação depropostas.

A abertura das redes de excelência à participação de investigadores de outros paíseseuropeus que não os das entidades associadas será incentivada através de medidas deapoio à mobilidade. As redes de excelência estarão também abertas à participação deorganismos de países terceiros, bem como das organizações de cooperação científicaeuropeia.

43

1.1.2. Projectos integrados

Nos domínios temáticos prioritários de investigação do programa-quadro,participação financeira em projectos integrados.

Numa ordem de grandeza que pode atingir várias dezenas de milhões de euros, estesprojectos serão desenvolvidos por consórcios que implicam frequentemente umaforte colaboração universidade/indústria.

Podendo eventualmente abranger actividades de investigação "de risco", essesprojectos terão sempre objectivos claramente definidos em termos de conhecimentoscientíficos e tecnológicos ou produtos, processos ou serviços. Os projectosintegrados poderão, em certos casos, ser constituídos a partir de agrupamentos("clusters") de elementos orientados para diferentes aspectos de um mesmoobjectivo, integrados numa acção única pela indústria e pelos parceiros deinvestigação do sector público com base num calendário actualizado regularmente.

A sua execução implicará, necessariamente e de forma verificável, actividades dedifusão, de transferência e de valorização de conhecimentos, bem como de análise ede avaliação do impacto económico e social das tecnologias em causa e dos factoresde sucesso da sua exploração.

A sua aplicação processar-se-á de preferência com base em planos de financiamentoglobais que impliquem uma mobilização importante de fundos públicos e privados,bem como o recurso a outros esquemas de colaboração ou de financiamento,nomeadamente Eureka ou os instrumentos do BEI e do FEI.

Os projectos integrados serão seleccionadas com base em convites à apresentação depropostas. Estarão abertos à participação de organismos de países terceiros e dasorganizações de cooperação científica europeia. Serão implementadas medidasespecíficas de incentivo à participação das PME.

As redes de excelência e os projectos integrados serão geridos com grandeautonomia pelos participantes. Com efeito, estes terão nomeadamente a possibilidadede:

– associar outros parceiros às actividades que empreendem;

– definir projectos de amplitude limitada a título de componentes do seuprograma de actividades e lançar convites à apresentação de propostas;

– adaptar o conteúdo destes programas em função das necessidades.

A execução dos programas de actividades levados a cabo pelas redes de excelência eno âmbito dos projectos integrados será regularmente sujeita a avaliação.

1.1.3. Participação em programas nacionais executados conjuntamente

Nos domínios temáticos prioritários de investigação do programa-quadro,participação financeira em programas nacionais executados conjuntamente, aoabrigo do artigo 169º do Tratado.

44

Os programas em causa serão programas bem identificados, realizados pelosGovernos ou organizações nacionais de investigação. A sua execução conjuntaimplicará a criação de uma estrutura específica de implementação. Esta poderá serassegurada através de programas de trabalho harmonizados e através de convites àapresentação de propostas comuns, conjuntos ou coordenados. Se for caso disso,implicará o desenvolvimento e exploração de infra-estruturas comuns.

A Comunidade poderá participar financeiramente nos programas executadosconjuntamente. Caso estes programas estejam abertos à participação de outros paíseseuropeus, a Comunidade poderá igualmente apoiar a participação de investigadores,equipas ou instituições desses países.

1.1.4. Antecipação das necessidades científicas e tecnológicas da União

Os instrumentos de execução das acções desenvolvidas no âmbito da "Antecipaçãodas necessidades científicas e tecnológicas da União" estão descritos no Anexo 1.

1.2. Instrumentos de estruturação do Espaço Europeu da Investigação

No Anexo 1 estão descritos os instrumentos de execução das acções desenvolvidas nosseguintes domínios:

– Investigação e inovação;

– Recursos humanos e mobilidade;

– Infra-estruturas de investigação;

– Ciência/sociedade

1.3 Instrumentos de reforço das bases do Espaço Europeu da Investigação

Os instrumentos de execução das acções desenvolvidas neste âmbito são descritos noAnexo 1.

2. MODALIDADES DE PARTICIPAÇÃO FINANCEIRA DA COMUNIDADE

A Comunidade participa financeiramente na execução das acções desenvolvidas através dosinstrumentos definidos supra, no respeito do quadro comunitário dos auxílios estatais àinvestigação e ao desenvolvimento, bem como das regras internacionais neste domínio, maisespecificamente do acordo da OMC sobre as subvenções e as medidas compensatórias. Aimportância e a modalidade da participação financeira do programa-quadro deverão serpassíveis de ajustamento caso a caso, em especial se estiver prevista a intervenção de outrasfontes de financiamento público, incluindo outras fontes de financiamento comunitárias, porexemplo o BEI e o FEI.

No caso da participação de organismos de regiões subdesenvolvidas, quando um projectobeneficia de uma taxa máxima autorizada de co-financiamento pelo programa-quadro, ou deuma subvenção global, poderá ser concedida uma contribuição suplementar dos Fundos

45

Estruturais, em conformidade com as disposições do Regulamento nº 1260/199947 doConselho.

No caso da participação de organismos de países candidatos, poderá ser concedida umacontribuição suplementar dos instrumentos financeiros de pré-adesão em condiçõessemelhantes.

A participação financeira da Comunidade será concedida no respeito do princípio deco-financiamento, com excepção dos financiamentos destinados a estudos, conferências econtratos públicos. Em função da natureza dos diferentes instrumentos, a participaçãofinanceira da Comunidade poderá ser de natureza global ou assumir a forma de umasubvenção aos orçamentos relativos a cada uma das fases da aplicação dos instrumentos.

Regra geral, a participação financeira da Comunidade será decidida na sequência deprocedimentos de convites abertos à apresentação de propostas ou de concursos.

A Comunidade pode igualmente decidir contribuir sob a forma de subvenções para o capitalnecessário ao desenvolvimento de infra-estruturas de investigação.

A Comissão desenvolve actividades de investigação de um modo que permita assegurar aprotecção dos interesses financeiros da Comunidade, através de controlos efectivos e, casosejam detectadas irregularidades, através de sanções dissuasivas e proporcionais.

As decisões que adoptam os programas específicos de execução do presente programa-quadronão podem prever derrogações relativamente às regras fixadas no quadro que se segue.

InstrumentosParticipação financeira daComunidade no âmbito do

programa-quadro

Integração da investigação 48

Participação financeira em redes deexcelência.

A Comunidade poderá conceder uma subvenção globalcom base nos resultados da execução de um programacomum de actividades.

Participação financeira em projectosintegrados.

A Comunidade poderá conceder uma subvenção para oorçamento desses projectos correspondente a ummáximo de 50 % do seu custo total.

Participação financeira em programasnacionais executados conjuntamente.

A Comunidade poderá conceder uma subvenção para oorçamento das actividades executadas conjuntamentecorrespondente a um máximo de 50 % do seu custototal. Poderá cobrir globalmente a participação deinvestigadores e organismos de países terceiros daComunidade nestas actividades.

Participação financeira em actividadesdesenvolvidas para fins de antecipação das

A Comunidade poderá conceder uma subvenção para oorçamento dessas actividades correspondente a um

47 JO L 161 de 26 de Junho de 1999.48 No caso das três categorias de acções desenvolvidas no âmbito da "Integração da investigação", a

participação financeira da Comunidade poderá cobrir a participação de organismos e de investigadoresde países terceiros.

46

necessidades científicas e tecnológicas daUnião, incluindo acções específicas deinvestigação para as PME e actividadesespecíficas de cooperação internacional.

máximo de 50 % do seu custo total. Poderá tambémassumir o encargo total do orçamento do CCI.

Estruturação do Espaço Europeu daInvestigação

Participação financeira em acções deincentivo às interacções entre investigação einovação.

A Comunidade poderá conceder uma subvenção paraos orçamentos destas acções.

Participação financeira em acções dedesenvolvimento dos recursos humanos e dereforço da mobilidade.

A concessão de bolsas e de apoios à excelência será denatureza global.

Participação financeira em acções de apoioa infra-estruturas de investigação.

A Comunidade poderá conceder uma subvenção para oorçamento de trabalhos técnicos preparatórios,incluindo estudos de viabilidade, correspondente a ummáximo de 50% do seu custo total. Poderá concederuma subvenção global para as actividades de acessotransnacional e de desenvolvimento de redes, bemcomo, com base nos resultados, para a execução deiniciativas integradas. A Comunidade poderá concederuma subvenção para os orçamentos dedesenvolvimento de infra-estruturas novascorrespondente a um máximo de 10 % do seu custototal.

Participação financeira em acções dedesenvolvimento de relações harmoniosasentre ciência e sociedade.

A Comunidade poderá conceder uma subvenção paraos orçamentos destas iniciativas.

Reforço das bases do Espaço Europeu daInvestigação.

Participação financeira em actividades decoordenação.

A Comunidade poderá conceder uma subvenção paraos orçamentos destas actividades.

Participação financeira em medidas deapoio ao desenvolvimento coerente daspolíticas de investigação.

A Comunidade poderá conceder uma subvenção paraos orçamentos destas medidas.

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FICHA FINANCEIRA LEGISLATIVA

Domínio(s) político(s): Investigação

Actividade(s): Acções de investigação ao abrigo do Tratado C.E.

DESIGNAÇÃO DA ACÇÃO:

Proposta de decisão do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao programa-quadroplurianual 2002-2006 da Comunidade Europeia de acções em matéria de investigação,desenvolvimento tecnológico e demonstração que visa contribuir para a realização doEspaço Europeu da Investigação, a seguir denominada "programa-quadro".

1. RUBRICA(S) ORÇAMENTAL(IS) IMPLICADA(S)

Subsecção B6.

2. DADOS QUANTIFICADOS GLOBAIS

2.1. Dotação total da acção (Parte B): 16 270 milhões de euros em DA

2.2. Período de aplicação:

2002-2006

As modalidades da renovação da acção estão previstas no artigo 166º do TratadoC.E.

2.3. Estimativa global plurianual das despesas

a) Calendário das dotações de autorização/dotações de pagamento (intervençãofinanceira) (cf. ponto 6.1.1)

milhões de euros (aproximação à terceira casa decimal)

Ano n n + 1 n + 2 n + 3 n + 4 n + 5 eexerc.seg.

Total

Dotações deautorização

Dotações depagamento

48

b) Assistência técnica e administrativa (ATA) e despesas de apoio (DDA) (cf. ponto6.1.2)

DA

DP

Subtotal a+b

DA

DP

c) Incidência financeira global dos recursos humanos e outras despesas defuncionamento (cf. pontos 7.2 e 7.3)

DA/DP

TOTAL a+b+c

DA 0 3759,0 4004,0 4190,0 4317,0 0 16270,0

DP

2.4. Compatibilidade com a programação financeira e as perspectivas financeiras

x� Proposta compatível com a programação financeira existente

� Esta proposta implica uma reprogramação da rubrica em causa das perspectivasfinanceiras,

� incluindo, se for caso disso, um recurso às disposições do acordointerinstitucional.

2.5 Incidência financeira nas receitas

� Nenhuma implicação financeira (refere-se a aspectos técnicos relativos àexecução de uma medida)

OU

x� Incidência financeira - A repercussão nas receitas é a seguinte:

Alguns Estados associados contribuirão para o financiamento do programa-quadro.

Alguns Estados-Membros poderão contribuir para o financiamento dos programasestabelecidos ao abrigo do artigo 169º do tratado.

49

Nos termos dos artigos 92º e 96º do Regulamento Financeiro, o Centro Comum deInvestigação pode beneficiar de receitas provenientes de diversas actividadesconcorrenciais e de outras prestações por conta de terceiros.

Nos termos do artigo 27º do Regulamento Financeiro, determinadas receitas podemser reafectadas.

milhões de euros (aproximação à primeira casa decimal)

Situação após a acção

Rubricaorçamental

Receitas

Antes daacção

(ano n -1) Ano n3 n+1 n+2 n+3 n+4 n+5

a) Receitas em termosabsolutos1

b)Modificação das receitas2 �

3. CARACTERÍSTICAS ORÇAMENTAIS

Natureza da despesa Nova Participaçãoda EFTA

Participaçãodos paísescandidatos

Rubrica PF

DO/DNO

DD/DD

SIM/NÃO

SIM/NÃO

SIM/NÃO

4. BASE JURÍDICA

Artigo 166º do Tratado C.E.

5. DESCRIÇÃO E JUSTIFICAÇÃO

5.1. Necessidade de uma intervenção comunitária

A investigação afirma-se como uma componente central da economia e da sociedadedo conhecimento, que se desenvolvem à escala mundial. Mais do que nunca, ainvestigação impõe-se como um dos motores fundamentais do progresso económicoe social e como um factor-chave da competitividade das empresas, do emprego e daqualidade de vida. A ciência e a tecnologia são, por outro lado, um elemento centralno processo de decisão política.

As fraquezas estruturais da Europa em matéria de investigação continuam todavia aexistir. Em 1999, a União Europeia investiu 70 000 milhões de euros menos que osEstados Unidos em investigação e desenvolvimento. A UE situa-se hoje atrás dosEUA e do Japão, não só em termos de despesas de investigação em relação ao PIB(1,8 % contra, respectivamente, 2,7 % e 3,1 %), mas também em termos do númerode investigadores, do número de patentes e das exportações de alta tecnologia porhabitante.

50

A investigação deve desempenhar um papel ainda mais central e assertivo nofuncionamento da economia e da sociedade europeia. Tal exige um reforço dasacções públicas e privadas da União em matéria de investigação, mas também acoordenação das acções de investigação dos Estados-Membros, entre si e com as daUnião.

Foi neste espírito que a Comissão propôs, em Janeiro de 2000, a criação de um"Espaço Europeu da Investigação"49. A sua realização será necessariamente oproduto de um esforço comum da União, dos seus Estados-Membros e dosintervenientes na investigação.

Esta requer em primeiro lugar diversas iniciativas, nomeadamente em matériasjurídica e regulamentar, muito especialmente a execução das medidas necessáriaspara eliminar os obstáculos que se opõem à livre circulação dos investigadores, dosconhecimentos e das tecnologias na Europa.

A par de iniciativas deste tipo, as acções de apoio financeiro à investigação da Uniãotêm um papel importante a desempenhar.

Em geral, os poderes públicos podem legitimamente apoiar a actividade deinvestigação nos casos em que os resultados gerados apresentam um valor de "bempúblico" superior ao benefício directo para quem realiza a investigação. É o caso dainvestigação fundamental, mas também de numerosas actividades de investigaçãoorientada. O apoio público é legítimo e necessário quando os trabalhos deinvestigação em causa podem contribuir, ou são mesmo indispensáveis, para aimplementação de políticas públicas, mas também quando têm como efeito ajudar aresolver os problemas que a sociedade enfrenta e a reforçar a competitividadeeuropeia, incentivando as empresas a desenvolver trabalhos de investigação de riscoou a longo prazo, que não são imediatamente rentáveis para elas, bem comocontribuindo para aumentar a transparência do mercado dos conhecimentos.

O apoio a nível europeu, mais particularmente a nível comunitário, justifica-senomeadamente com base no seu "valor acrescentado europeu".

Este abrange os seguintes aspectos:

– Custo e amplitude dos trabalhos de investigação superiores às possibilidades deum só país e necessidade de reunir uma "massa crítica" de recursos financeirose humanos;

– Interesse da colaboração em termos económicos (economias de escala) edecorrente dos seus efeitos benéficos na actividade privada de investigação ena competitividade industrial;

– Necessidade de combinar as competências complementares presentes nosdiferentes países, muito especialmente no que diz respeito a problemasinterdisciplinares, e de recorrer a estudos comparados à escala europeia;

– Relações com as prioridades e os interesses da União, bem como com alegislação e as políticas comunitárias;

49 COM (2000) 612 de 4 de Outubro de 2000.

51

– Carácter necessariamente transnacional da investigação, devido à escala a quese colocam os problemas (ambiente) ou por razões de natureza científica(estudos comparados, epidemiologia).

Além disso, o valor acrescentado europeu da acção comunitária no domínio dainvestigação foi avaliado e confirmado por uma avaliação ex ante, que precisouigualmente certas evoluções desejáveis na sua execução, e também por umaavaliação ex post das acções em curso.

– Disposições adoptadas relativamente à avaliação ex-ante

Foi efectuada uma avaliação ex-ante pelos serviços da Comissão quando dapreparação da proposta de programa-quadro. Esta baseou-se nomeadamenteem:

– Recomendações da avaliação quinquenal dos programas-quadro e dosprogramas específicos, realizada por peritos independentes no ano 2000;

– Exame intercalar do quinto programa-quadro (1998-2002) da Comissão,apresentado em COM(2000)612 de 4.10.2000 e pormenorizado nodocumento de trabalho dos serviços da Comissão SEC(2000)1780 de23.10.2000;

– Respostas recebidas na sequência das vastas consultas realizadasrelativamente às duas comunicações sobre o Espaço Europeu daInvestigação durante o ano 2000;

– Trabalhos em curso no âmbito do processo de Lisboa, em especial emmatéria de aferimento do desempenho das políticas de IDT, decartografia da excelência científica e tecnológica e de apoio àsinfra-estruturas de investigação.

Esta avaliação conduziu às seguintes conclusões:

– É necessário um novo programa-quadro que contribua para a realizaçãodo Espaço Europeu da Investigação;

– Esta acção deve ser objecto de inflexões importantes em relação aopassado, tanto no seu campo de acção como nos seus modos deintervenção, nomeadamente:

– reforçar as relações com as actividades de investigação nacionais, afim de aumentar a eficácia das despesas de investigação na Europa;

– recentrar as acções num número limitado de objectivos que apenaspossam ser atingidos a nível comunitário;

– adaptar os modos de intervenção aos objectivos, com vista a atingirnomeadamente uma maior eficácia, impacto e visibilidade.

Com o objectivo de reforçar o desempenho da acção da União em termos decusto/eficácia, estas medidas de avaliação ex-ante serão completadas pela

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definição, nas propostas dos programas específicos, de objectivos mensuráveisque serão objecto de um acompanhamento regular.

– Disposições adoptadas na sequência da avaliação ex-post

As recomendações da avaliação quinquenal dos programas-quadro, efectuadaem 2000, foram tidas em conta na elaboração da proposta do programa-quadro2002-2006, em especial as relativas a:

– Impacto benéfico da concentração do programa-quadro que "preencheuma lacuna na Europa, permitindo aos investigadores universitários eindustriais efectuar, em conjunto, trabalhos de natureza aplicada";

– Peso administrativo da gestão do programa 1998-2002 e da necessidadede "repensar as estruturas e procedimentos de gestão doprograma-quadro";

– Inserção das acções de investigação da União no contexto mais lato deuma verdadeira política de investigação europeia;

– Reforço da concentração dos programas;

– Prossecução dos trabalhos de investigação necessários para atingir osobjectivos das políticas da União;

– Evolução desejada no sentido de um leque de instrumentos maisflexíveis, tendo em conta todas as possibilidades oferecidas pelo Tratado.

Por outro lado, a avaliação intercalar do 5º programa-quadro levou,nomeadamente, a ajustamentos dos programas de trabalho anuais dosprogramas específicos, com vista a uma maior concentração dos esforços e aolançamento de projectos-piloto relevantes para as medidas previstas para opróximo programa-quadro.

5.2. Acções previstas e modalidades de intervenção orçamental

O "valor acrescentado europeu" está, antes de mais e fundamentalmente, ligado àforma específica que devem assumir as acções da União no domínio da investigação,que têm como missão, nos termos do Tratado, completar as empreendidas pelosEstados-Membros.

Assim, é proposta a participação financeira da Comunidade:

– Nos domínios temáticos prioritários de investigação, em redes de excelênciaque tenham por objectivo incentivar a excelência através de uma integraçãoprofunda e duradoura das capacidades de excelência existentes em váriosEstados-Membros.

– Nos domínios temáticos prioritários de investigação, em projectos integrados,de uma ordem de grandeza da dezena de milhões de euros, desenvolvidos porconsórcios que implicam frequentemente uma forte colaboraçãouniversidade/indústria.

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– Nos domínios temáticos prioritários de investigação, em programas nacionaisexecutados conjuntamente pelos governos ou pelas organizações deinvestigação dos Estados-Membros. A sua execução poderá ser asseguradaatravés de programas de trabalho harmonizados.

– Nas actividades de investigação empreendidas com o objectivo de antecipar asnecessidades científicas e tecnológicas, em apoio às políticas comunitárias e afim de responder de maneira rápida às necessidades emergentes.

– Em acções de investigação colectiva e de investigação em cooperação,desenvolvidas em benefício das PME na globalidade do campo científico etecnológico, na intenção de reforçar a competitividade europeia.

– Em acções destinadas a promover a interacção entre a investigação e ainovação, a fim de incentivar a inovação tecnológica, a exploração dosresultados da investigação, a transferência de conhecimentos bem como acriação de empresas tecnológicas nos domínios temáticos prioritários deinvestigação ou noutros domínios de interesse para a competitividade europeia.

– No desenvolvimento dos recursos humanos e da mobilidade dos investigadoresatravés da concessão de apoios globais ou individuais no conjunto dosdomínios do campo científico e tecnológico e do apoio a equipas deinvestigação do mais elevado nível de excelência.

– No apoio a infra-estruturas de investigação, incluindo infra-estruturas decomunicação para a investigação no conjunto dos domínios do campocientífico e tecnológico, do ponto de vista do acesso transnacional, para aexecução de iniciativas integradas, a realização de estudos de viabilidade e, aum nível limitado, o desenvolvimento de novas infra-estruturas.

– Em acções de apoio ao desenvolvimento de relações harmoniosas entre aciência e a sociedade no conjunto dos domínios do campo científico etecnológico através do estabelecimento de relações estruturais entreorganismos e actividades a nível europeu, do intercâmbio de experiências, darealização de investigação e de iniciativas de sensibilização.

– Em actividades de coordenação das políticas de investigação edesenvolvimento tecnológico: abertura mútua dos programas nacionais, ligaçãoem rede de actividades nacionais de investigação, iniciativas de cooperaçãocientífica desenvolvidas noutros quadros de cooperação europeia e decolaboração entre as organizações em causa.

– Em acções de apoio ao desenvolvimento coerente das políticas de investigaçãoe inovação na Europa.

Os destinatários da intervenção orçamental da Comunidade são as empresas (enomeadamente as PME), os centros de investigação, as universidades e osorganismos nacionais ou europeus que financiam actividades de investigação. Estesúltimos podem igualmente ser intermediários da intervenção orçamental daComunidade.

A Comunidade desenvolve directamente actividades de investigação edesenvolvimento através do Centro Comum de Investigação.

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5.3. Prioridades e temas de intervenção

O princípio do "valor acrescentado europeu" deve, todavia, servir igualmente deregra de base para a selecção das prioridades e dos temas de intervenção daUnião no domínio da investigação.

1) Por consequência, os domínios prioritários em matéria de integração dainvestigação escolhidos para o programa-quadro são os seguintes:

Domínios temáticos prioritários

Genómica e biotecnologia para a saúde

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é ajudar a Europa aexplorar, através de um esforço integrado de investigação, os resultados dosavanços atingidos na decifração dos genomas dos organismos vivos, muitoespecialmente em benefício da saúde pública e dos cidadãos e a fim de reforçara competitividade da indústria europeia de biotecnologia.

O esforço de investigação do sector público europeu é hoje substancialmentemenor e menos coerente que o dos Estados Unidos da América. O lançamentode programas públicos de investigação sobre o tema da investigação pós-genómica em vários Estados-Membros constitui um passo importante no bomcaminho. No conjunto, os esforços desenvolvidos neste âmbito continuam,todavia, a ser insuficientes e dispersos.

A fim de melhorar a posição da União neste domínio e de beneficiarplenamente das repercussões económicas e sociais do desenvolvimentoprevisto, é simultaneamente necessário aumentar substancialmente osinvestimentos e integrar num esforço coerente as actividades de investigaçãodesenvolvidas na Europa.

Tecnologias da sociedade da informação

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é, em conformidade comas conclusões do Conselho Europeu de Lisboa e os objectivos da iniciativae-Europe, incentivar na Europa o desenvolvimento de tecnologias e aplicaçõesfulcrais para a construção da sociedade da informação, a fim de reforçar acompetitividade industrial europeia e dar aos cidadãos europeus a possibilidadede tirar todo o partido do desenvolvimento da sociedade do conhecimento.

As tecnologias da informação e da comunicação estão a revolucionar ofuncionamento da economia e da sociedade e geram novas maneiras deproduzir, comerciar e comunicar. Estas tecnologias são ainda hoje objecto naEuropa de esforços insuficientes e sobretudo muito inferiores aosdesenvolvidos além-Atlântico. Considerando os financiamentos públicos eprivados cumulados, os Estados Unidos da América consagram a este sectormeios três vezes superiores aos consagrados pela Europa.

Sucessos industriais e comerciais como o obtido pela Europa em matéria decomunicações móveis, graças à norma GSM, não se repetirão a não ser que seinvista neste domínio, de forma concertada, uma massa crítica de meios de

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investigação destinados a integrar à escala europeia os esforços públicos eprivados.

Com a preocupação de exercer um impacto máximo, em termos económicos esociais, os esforços concentrar-se-ão na geração futura de tecnologias em queos computadores, interfaces e redes estarão mais integrados no ambientequotidiano e tornarão acessíveis, através de interacções fáceis e "naturais", umamultiplicidade de serviços e aplicações.

Nanotecnologias, materiais inteligentes e novos processos de produção

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é ajudar a Europa aadquirir a massa crítica de capacidades necessária para o desenvolvimento eexploração, nomeadamente numa perspectiva de eco-eficiência, dastecnologias de ponta à base de produtos, serviços e processos de fabrico dospróximos anos, essencialmente baseados no conhecimento e na informação.

A indústria transformadora europeia produz actualmente bens e serviços numvalor de cerca de 4 000 milhares de milhões de euros por ano. Num mercadomundial cada vez mais concorrencial, a Europa deve manter e reforçar a suacompetitividade, satisfazendo simultaneamente os requisitos dodesenvolvimento sustentável. Para tal é necessário um esforço importante deaperfeiçoamento, desenvolvimento e difusão das tecnologias avançadas:nanotecnologias, materiais baseados no conhecimento, novos processos deprodução.

Aeronáutica e espaço

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é consolidar, pelaintegração dos seus esforços de investigação, a posição da indústria europeiano domínio aeroespacial, face a uma concorrência cada vez mais forte a nívelmundial.

Distintos no plano tecnológico e económico, mas próximos pelas suasrepercussões industriais e políticas e pelos seus intervenientes, a aeronáutica eo espaço são domínios de sucesso económico e comercial europeu. Todavia, oinvestimento americano nesses domínios ainda é actualmente três a seis vezessuperior, consoante os sectores.

Nesta perspectiva, o relatório "Vision 2020"50 dos altos responsáveis industriaiseuropeus deste sector recomenda que se proceda a uma optimização dosesforços de investigação europeus, nacionais e privados em torno de uma visãocomum.

No domínio do espaço, e na sequência da Comunicação da Comissão "AEuropa e o Espaço: início de um novo capítulo", é necessário que aComunidade apoie os trabalhos de investigação que permitam aos mercados e àsociedade tirar benefícios do espaço.

50 "European aeronautics: a vision for 2020" (relatório do Grupo de Personalidades).

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Segurança alimentar e riscos para a saúde

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é contribuir para oestabelecimento das bases científicas e tecnológicas integradas necessárias aodesenvolvimento na Europa de um sistema de produção e distribuição dealimentos seguros e sãos, ao controlo dos riscos associados à alimentação,apoiando-se nomeadamente nas ferramentas da biotecnologia, bem como dosriscos para a saúde associados às alterações do ambiente.

As recentes crises no sector alimentar, mais especificamente a da encefalopatiaespongiforme bovina (EEB), salientaram ao mesmo tempo a complexidade dasquestões da segurança alimentar e a sua dimensão na maior parte dos casosinternacional e transfronteiras. A integração do mercado interno europeu emmatéria agrícola e alimentar exige uma abordagem dos problemas que secolocam neste domínio e a consequente realização de trabalhos de investigaçãocom ele relacionados, à escala europeia. É nesta perspectiva que será em brevecriada a Autoridade Alimentar Europeia.

As perguntas ligadas ao impacto das alterações do ambiente na saúde têmigualmente uma forte dimensão europeia que justifica acções a este nível.

Desenvolvimento sustentável e alterações globais

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é reforçar as capacidadescientíficas e tecnológicas necessárias à Europa para levar a efeito umdesenvolvimento sustentável e contribuir significativamente para os esforçosiniciados a nível internacional para compreender e controlar as alteraçõesglobais.

A União Europeia é parte nos acordos internacionais neste domínio, como oProtocolo de Quioto sobre as alterações climáticas ou as Convenções dasNações Unidas sobre a biodiversidade e a desertificação. A União tem o deverde dar uma contribuição, simultaneamente substancial e coerente, para osesforços desenvolvidos por meio dos grandes programas internacionais deinvestigação neste domínio.

A concretização de um desenvolvimento sustentável a curto e médio prazosimplica, além disso, um esforço importante de investigação e de difusão dastecnologias mais adequadas neste plano nos dois domínios-chave, deste pontode vista, que são a energia e os transportes.

Cidadãos e governação na sociedade europeia do conhecimento

O objectivo das acções desenvolvidas neste domínio é mobilizar num esforçocoerente, na sua riqueza e diversidade, as capacidades de investigaçãoeuropeias em ciências económicas, sociais e humanas ao serviço dacompreensão e do controlo das questões associadas à emergência da sociedadedo conhecimento e de novas formas de relacionamento entre os cidadãos e asinstituições.

É à escala europeia que parece mais natural abordar estes aspectos. Uma acçãoempreendida a nível da União permite, além disso, assegurar a coerência

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metodológica necessária e tirar todo o partido da riqueza ligada à variedade deabordagens existentes na Europa e da diversidade europeia.

A acção da União concentrar-se-á em temas como o melhoramento daprodução, transmissão e utilização dos conhecimentos na Europa, asconsequências da integração europeia e do alargamento da União para ademocracia, ou a emergência de novas formas de cidadania e de identidades.

Em termos operacionais, concentrar-se-á no apoio a estudos comparadostransnacionais, no desenvolvimento de indicadores qualitativos e quantitativose na constituição e exploração de bases de dados e de conhecimentos.

Antecipação das necessidades científicas e tecnológicas da União, incluindo asactividades do Centro Comum de Investigação

As actividades desenvolvidas a este respeito têm por objectivo:

– Responder às necessidades científicas e tecnológicas das políticas daComunidade e da União que não estão abrangidas pelas actividadesdesenvolvidas através dos três grandes instrumentos exclusivamenteutilizados nos domínios prioritários e que requerem acções e modos deintervenções específicos;

– Responder de maneira flexível e rápida às necessidades científicas etecnológicas emergentes e a desenvolvimentos importantes imprevisíveis,bem como às necessidades que surgem nas fronteiras do conhecimento,muito especialmente em domínios multitemáticos e interdisciplinares.

Estas actividades, que compreenderão nomeadamente actividades específicas deinvestigação para as PME e de cooperação internacional, incidirão nos seguintesdomínios e temas:

– Actividades desenvolvidas com base em convites à apresentação depropostas

Estas abrangerão trabalhos de investigação:

– necessários à concepção, execução e acompanhamento da aplicaçãodas políticas da União em domínios como a agricultura e a pesca, aenergia, o ambiente, os transportes, a saúde, o emprego e osassuntos sociais, os assuntos económicos e monetários, a educação,a cultura, as relações exteriores, a ajuda ao desenvolvimento, ajustiça ou os assuntos internos;

– respondendo às necessidades em novos domínios, interdisciplinarese multidisciplinares ou que exigem conhecimentos de ponta,especialmente com vista a ajudar a investigação europeia a fazerface a desenvolvimentos importantes inesperados. Devido à suanatureza e objectivos, estas actividades serão levadas a cabo numabase orçamental anual, apoiando-se em mecanismos específicosrigorosos de avaliação da pertinência política dos temas deintervenção escolhidos e da pertinência científica e tecnológica dostópicos seleccionados.

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– Actividades do Centro Comum de Investigação51

De acordo com a sua missão de apoio científico e técnico às políticas daUnião, o CCI concentrará as suas actividades em temas prioritários para adefinição e aplicação de políticas sectoriais. As acções realizadas terãouma forte dimensão europeia e apoiar-se-ão num conjunto decompetências específicas.

Estas actividades serão desenvolvidas pelo CCI nos seus domínios decompetência específica, para os quais dispõe de instalações especiais, senão mesmo únicas, bem como nos domínios em que a sua neutralidadeem relação aos interesses nacionais e privados lhe permitem executar, damelhor forma possível, as actividades de investigação ligadas àelaboração e aplicação das políticas comunitárias, bem como à execuçãodas tarefas daí decorrentes, algumas das quais são da competência daComissão.

O CCI desenvolverá estas actividades em estreita cooperação e em redecom os meios científicos, os organismos nacionais de investigação e asempresas na Europa.

As actividades do CCI terão como denominador comum essencial asegurança dos cidadãos sob os seus diferentes aspectos: saúde, ambiente,segurança nuclear, segurança pública, luta contra a fraude.

2) As medidas destinadas à estruturação do Espaço Europeu da Investigaçãoincidem nos seguintes temas:

Relações entre investigação e inovação

O objectivo destas acções é incentivar na Europa a inovação tecnológica, aexploração dos resultados da investigação, a transferência de conhecimentos ede tecnologias, bem como a criação e financiamento de empresas tecnológicas.

Acções de incentivo à inovação empreendidas a nível europeu podemcontribuir para elevar o nível global dos desempenhos da Europa e paraaumentar as capacidades europeias neste domínio, ajudando as empresas e osinovadores nos seus esforços para funcionar à escala europeia e nos mercadosinternacionais, e fazendo com que os intervenientes do conjunto das regiões daUnião beneficiem da experiência e dos conhecimentos adquiridos noutrasregiões através de iniciativas empreendidas a esse nível.

51 As actividades do CCI no domínio da investigação nuclear são descritas no anexo "Objectivos

científicos e tecnológicos" da proposta de programa-quadro Euratom. O CCI desenvolverá, além disso,actividades no âmbito das acções de estruturação do Espaço Europeu da Investigação e poderáparticipar no conjunto das actividades de investigação do programa-quadro realizadas com base emconvites à apresentação de propostas, nos domínios prioritários e no âmbito da acção "Antecipação dasnecessidades científicas e tecnológicas da União". Em ligação com estas actividades, desenvolverá umaquantidade limitada de trabalhos de investigação exploratória.

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Recursos humanos e mobilidade

As acções desenvolvidas neste âmbito têm por objectivo apoiar odesenvolvimento, no conjunto das regiões da Comunidade, de recursoshumanos abundantes e de primeiro plano mundial, através do incentivo àmobilidade, do apoio à excelência e do reforço da atracção da Europa para osinvestigadores dos países terceiros. Estas actividades devem procurar que todaa população, muito especialmente as mulheres, tire o melhor partido possíveldo potencial que representa, tomando as medidas adequadas para esse fim.

Uma acção da massa crítica a nível da União neste domínio pode não sócontribuir para reforçar a excelência europeia no seu conjunto, como também asua distribuição nas diferentes regiões da União, criando possibilidades demelhoria significativa da qualidade da formação dos investigadores,incentivando a circulação e a exploração dos conhecimentos e promovendo aconstituição de pólos de excelência de nível internacional e atractivos em todaa Europa.

Infra-estruturas de investigação

As acções desenvolvidas neste âmbito têm por objectivo contribuir para acriação de um tecido de infra-estruturas de investigação do mais elevado nívelna Europa, bem como incentivar a sua utilização óptima à escala europeia.

O desenvolvimento de uma abordagem europeia em matéria de infra-estruturasde investigação e a execução de acções neste domínio a nível da União podemcontribuir significativamente para reforçar o potencial europeu de investigaçãoe a sua exploração: ajudando a assegurar um acesso mais vasto àsinfra-estruturas existentes nos diferentes Estados-Membros e a reforçar acomplementaridade das instalações existentes, estimulando o desenvolvimentoou a criação de infra-estruturas que garantam um serviço à escala europeia,bem como opções de construção óptimas, tanto em termos europeus como dedesenvolvimento tecnológico regional.

Relações entre ciência e sociedade

O objectivo das acções desenvolvidas neste âmbito é incentivar odesenvolvimento, na Europa, de relações harmoniosas entre a ciência e asociedade graças ao estabelecimento de novas relações e de um diálogoinformado entre investigadores, industriais, decisores políticos e cidadãos.

As questões de ciência/sociedade devem ser largamente abordadas a níveleuropeu devido à sua forte dimensão europeia. Esta está ligada ao facto de secolocarem muitas vezes à escala europeia, do interesse de poder beneficiar daexperiência e dos conhecimentos adquiridos nos diferentes países,frequentemente complementares e da necessidade de ter em conta a variedadede perspectivas de que são objecto.

60

3) As acções desenvolvidas para reforço das bases do Espaço Europeu daInvestigação incluem nomeadamente:

A promoção da abertura mútua dos programas nacionais e a ligação em rede ouem interacção das actividades de investigação nacionais, europeias einternacionais, as análises económicas e estatísticas e de prospectiva, oaferimento do desempenho das políticas de investigação, a cartografia daexcelência, o apoio à melhoria do ambiente regulamentar e administrativo dainvestigação e da inovação na Europa.

5.4. Modalidades de execução

O programa-quadro fixa o montante global máximo e as modalidades da participaçãofinanceira da Comunidade, bem como as quotas-partes respectivas de cada uma dasacções previstas.

Estes montantes cobrem o financiamento das actividades de investigação e tambémos custos de pessoal e as despesas administrativas.

6. INCIDÊNCIA FINANCEIRA

6.1. Incidência financeira total na Parte B (relativamente a todo o período deprogramação)

"Pro memoria", a dotação de referência do programa-quadro da ComunidadeEuropeia da Energia Atómica (Euratom) é de 1.230 milhões de euros. O total dosprogramas-quadro 2002-2006 é de 17.500 milhões de euros.

6.1.1 Intervenção financeira DA em milhões de euros (aproximação à terceira casadecimal)

Repartição Ano n n + 1 n + 2 n + 3 n + 4 n + 5 eexercíciosseguintes

Total

Acção 1

Acção 2

Etc.

TOTAL

61

6.1.2 Assistência técnica e administrativa (ATA), despesas de apoio (DDA) e despesas TI(dotações de autorização)

Ano n n + 1 n + 2 n + 3 n + 4 n + 5 eexercíciosseguintes

Total

1) Assistência Técnica eAdministrativa (ATA):

a) Gabinetes de AssistênciaTécnica (BAT)

b) Outra assistência técnica eadministrativa:

- intramuros:- extramuros:

nomeadamente para aelaboração e manutenção desistemas de gestãoinformatizados:

Subtotal 1

2) Despesas de apoio(DDA):

a) Estudos

b) Reuniões de peritos

c) Informações epublicações

Subtotal 2

TOTAL

62

6.2. Cálculo dos custos por cada medida prevista na Parte B (relativamente a todo operíodo de programação)

(Caso se trate de várias acções, devem ser apresentados, relativamente às medidas concretasa desenvolver para cada acção, os dados necessários que permitam a estimativa do volume edo custo das realizações)

DA em milhões de euros (aproximação à terceira casa decimal)

Repartição Tipode realizações

/resultados(projectos,

processos …)

Número derealizações/resultados

(total para anos1…n)

Custo unitáriomédio

Custo total

(total para anos1…n)

1 2 3 4=(2X3)

Acção 1- Medida 1- Medida 2Acção 2- Medida 1- Medida 2- Medida 3Etc.

CUSTO TOTAL

Se necessário, explicar o modo de cálculo

7. INCIDÊNCIA NOS EFECTIVOS E DESPESAS ADMINISTRATIVAS

Num espírito de gestão económica dos recursos, as despesas de pessoal eadministrativas serão atentamente examinadas, tendo em conta a nova estrutura doprograma-quadro. Este exame será realizado no âmbito das decisões relativas àadopção dos programas específicos em execução do programa-quadro.

A evolução considerada no sentido de uma maior descentralização dasresponsabilidades pela execução das actividades de investigação permitirá àComissão propor uma redução global dos custos administrativos da gestão dosprogramas.

Graças aos novos instrumentos e modalidades de aplicação, as despesas de pessoal eas despesas administrativas representarão, com efeito, uma proporção dos recursosinferior à do passado. A gestão dos projectos em curso dos programas-quadroprecedentes deverá, todavia, continuar a ser assegurada.

8. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

8.1 Sistema de acompanhamento

Os progressos verificados no sentido da realização do Espaço Europeu daInvestigação serão objecto de uma apreciação regular.

63

O novo programa-quadro, pela primeira vez concebido com vista a contribuir para arealização do Espaço Europeu da Investigação, é um instrumento desenvolvido emparalelo com outras acções comunitárias e Estados-Membros que pretendem atingiresses mesmos objectivos. A própria natureza da investigação e os diferentes tipos deacções que intervêm a diversos níveis tornam o acompanhamento e a avaliaçãocomplexos.

No entanto, foi ou está a ser desenvolvida uma série de instrumentos paraacompanhamento e avaliação dos resultados e do impacto do programa-quadro. Estesinstrumentos baseiam-se essencialmente em dados provenientes dos programasespecíficos de execução do programa-quadro e serão expostos em pormenor nasdecisões dos programas específicos.

Será desenvolvida uma série de indicadores adaptados às especificidades doprograma-quadro, permitindo determinar em especial a produção, a gestão e aligação em rede e a exploração e o impacto dos conhecimentos resultantes dasactividades desenvolvidas no âmbito do programa-quadro. Esses instrumentos serãodefinidos de modo a tomar em consideração os objectivos fixados no Tratado,nomeadamente o de promoção da igualdade entre homens e mulheres, mencionadono nº 2 do artigo 3º, e o de reforço da coesão económica e social, mencionado noartigo 158º.

8.2 Modalidades e periodicidade da avaliação prevista

– Controlo anual: A Comissão, se for caso disso recorrendo a especialistas,examina continuamente o estado de realização do programa-quadro em relaçãoaos objectivos fixados. A Comissão aprecia, especialmente, se os objectivos,prioridades, instrumentos e recursos financeiros continuam adaptados àevolução da situação.

– Relatório anual: O estado de realização do programa-quadro é publicado norelatório anual apresentado ao Parlamento Europeu e ao Conselho nos termosdo disposto no artigo 173º do Tratado. Este relatório incluirá nomeadamente osresultados do controlo anual, uma descrição das actividades desenvolvidas emmatéria de investigação, de desenvolvimento tecnológico e de difusão dosresultados durante o ano precedente, e o programa de trabalho do ano emcurso.

– Avaliação quinquenal: Antes de apresentar a sua proposta para oprograma-quadro seguinte, a Comissão mandará proceder a uma avaliaçãoexterna, por peritos independentes de alto nível, da realização das acçõescomunitárias durante os cinco anos que precedem essa avaliação, em relaçãoaos objectivos aplicáveis aos períodos em causa. A Comissão comunicará asconclusões dessa avaliação, acompanhadas das suas observações, aoParlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social e ao Comitédas Regiões.

9. MEDIDAS ANTIFRAUDE

As disposições antifraude serão descritas nas propostas de programas específicospara execução do programa-quadro.

64

2001/0054 (CNS)

Proposta de

Decisão do Conselho

relativa ao programa-quadro plurianual 2002-2006 da Comunidade Europeia daEnergia Atómica (Euratom) de acções em matéria de investigação e ensino que visa

contribuir para a realização do Espaço Europeu da Investigação

O Conselho da União Europeia,

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica e,

nomeadamente, o seu artigo 7º,

Tendo em conta a proposta da Comissão,

Tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu,

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social,

Considerando o seguinte:

(1) Nos termos do artigo 7° do Tratado, está prevista a adopção de um programa-quadroplurianual que abranja o conjunto das acções de investigação, incluindo as dedemonstração e de ensino no domínio da energia nuclear, a executar por meio deprogramas de investigação e de ensino.

(2) A Comissão apresentou no ano 2000 duas comunicações sobre as perspectivas e osobjectivos da criação de um Espaço Europeu da Investigação52, respectivamente sobrea realização do Espaço Europeu da Investigação e as orientações para as acções daUnião no domínio da investigação 2002-200653. "A inovação numa economia assenteno conhecimento" foi também objecto de uma comunicação da Comissão no ano200054.

(3) Os Conselhos Europeus de Lisboa, de Março de 2000, e de Santa Maria da Feira, deJunho de 2000, conduziram a conclusões que visam, numa perspectiva de criação deemprego e de crescimento económico, a instauração rápida do Espaço Europeu daInvestigação e da Inovação.

52 COM(2000) 6 final de 18.1.2000.53 COM(2000) 612 final de 4.10.2000.54 COM(2000) 567 final de 20.9.2000.

65

(4) O Parlamento Europeu55-56, o Conselho57-58, o Comité Económico e Social59 e oComité das Regiões60 pronunciaram-se igualmente a favor da realização do EspaçoEuropeu da Investigação.

(5) A Comissão apresentou, em 19 de Outubro de 200061, as conclusões da avaliaçãoexterna sobre a realização e os resultados das acções comunitárias desenvolvidasdurante os cinco anos que precederam essa avaliação, acompanhadas das suasobservações.

(6) É por conseguinte necessário adoptar, para o período de 2002-2006, um novoprograma-quadro destinado a contribuir para a realização do Espaço Europeu daInvestigação.

(7) O programa-quadro 2002-2006 fixa os objectivos científicos e técnicos das acçõesprevistas e respectivas prioridades e indica as grandes linhas destas acções, que serãoexecutadas no respeito dos objectivos de protecção dos interesses financeiros daComunidade.

(8) A presente decisão inclui, na acepção do ponto 34 do Acordo interinstitucional entre oParlamento Europeu, o Conselho e a Comissão sobre a disciplina orçamental e amelhoria do processo orçamental62, um montante de referência financeira para atotalidade do período de vigência do programa-quadro, sem que tal afecte os poderesda autoridade orçamental definidos no Tratado.

(9) O Centro Comum de Investigação (CCI) deve contribuir para a execução doprograma-quadro, nomeadamente nos domínios em que pode oferecer umacompetência objectiva e independente e desempenhar um papel na aplicação dasoutras políticas comunitárias.

(10) Importa que as actividades de investigação desenvolvidas no âmbito do programa-quadro sejam realizadas no respeito dos princípios éticos fundamentais,nomeadamente dos que figuram na Carta dos Direitos Fundamentais da UniãoEuropeia.

(11) Na sequência da Comunicação da Comissão "Mulheres e ciência"63 e das Resoluçõesdo Conselho64 e do Parlamento Europeu65 sobre esta matéria, foi desenvolvido umplano de acção que visa reforçar e realçar a posição e o papel das mulheres na ciênciae na investigação na Europa.

(12) Convém, por um lado, que a Comissão apresente, com carácter regular, o estado derealização do programa-quadro 2002-2006 e, por outro lado, que mande proceder a

55 Resolução de 18 de Maio de 2000, PE 290.465 p.48.56 Resolução de 15 de Fevereiro de 2001.57 Resolução de 15 Jun 2000, JO C 205 de 19.7.2000, p.1.58 Resolução de 16 de Novembro de 2000, JO C 374 de 28.12.2000, p.1.59 Parecer de 24 de Maio de 2000, JO L 204 de 18.7.2000, p.70.60 Parecer de 12 de Abril de 2000, JO C 226 de 8.8.2000, p.18.61 COM (2000)659 final de 19.10.2000.62 JO C 172, de 18.06.1999.p.1.63 COM (1999) 76.64 Resolução de 20 de Maio de 1999, JO C 201 de 16 de Julho de 1999.65 Resolução de 3 de Fevereiro de 2000, PE 284.656.

66

uma avaliação independente da realização das acções empreendidas, em tempo útil eantes da apresentação da proposta do programa-quadro seguinte.

(13) O Comité Científico e Técnico foi consultado pela Comissão e deu o seu parecer,

DECIDE:

Artigo 1º

1. É adoptado um programa-quadro plurianual de acções comunitárias de investigação eensino em matéria nuclear, a seguir denominado "programa-quadro 2002-2006", parao período de 2002 a 2006.

2. O programa-quadro 2002-2006 compreende o conjunto das actividades deinvestigação, desenvolvimento tecnológico, cooperação internacional, difusão evalorização, bem como de formação nos seguintes domínios:

– tratamento e armazenamento dos resíduos

– fusão termonuclear controlada

– outras actividades Euratom

– actividades Euratom do Centro Comum de Investigação

3. O anexo estabelece os objectivos científicos e tecnológicos e as respectivasprioridades e define as grandes linhas das acções previstas.

Artigo 2º

1. O montante de referência financeira para a execução do presente programa-quadrodurante o período de 2002-2006 eleva-se a 1 230 milhões de euros, dos quais 150milhões de euros se destinam ao tratamento e armazenamento dos resíduos, 700milhões de euros à fusão termonuclear controlada, 50 milhões de euros a outrasactividades Euratom e 330 milhões de euros a actividades Euratom do CentroComum de Investigação.

2. As modalidades da participação financeira da Comunidade são regidas peloRegulamento Financeiro aplicável ao Orçamento Geral das Comunidades Europeias,que serão, se for caso disso, completadas pelo(s) programa(s) de investigação eensino que o Conselho adoptará para execução da presente decisão.

Artigo 3º

Todas as actividades de investigação desenvolvidas no âmbito do programa-quadro2002-2006 devem ser realizadas no respeito dos princípios éticos fundamentais.

67

Artigo 4º

O estado da realização do programa-quadro 2002-2006, e nomeadamente dos seus objectivose prioridades, é apresentado, de forma pormenorizada, no relatório que a Comissão publicaráanualmente conforme previsto no artigo 7º do Tratado.

Artigo 5º

Antes de apresentar a sua proposta para o programa-quadro seguinte, a Comissão mandaráproceder, por peritos independentes de alto nível, a uma avaliação das realizações das acçõescomunitárias durante os cinco anos que precedem essa mesma avaliação. A Comissãocomunicará as conclusões desta avaliação, acompanhadas das suas observações, aoParlamento Europeu, ao Conselho e ao Comité Económico e Social.

Artigo 6º

O programa-quadro 2002-2006 está aberto à participação de:

– países do EEE, em conformidade com as condições estabelecidas nos acordosEEE;

– países candidatos da Europa Central e Oriental (PECO), em conformidade comas condições estabelecidas nos acordos europeus, seus protocolos adicionais enas decisões dos respectivos Conselhos de Associação;

– Chipre, Malta e Turquia, com base em acordos bilaterais a concluir com essespaíses;

– Suíça, e Israel, com base em acordos bilaterais a concluir com esses países.

Feito em Bruxelas, em ...

Pelo Conselho

68

ANEXO: OBJECTIVOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS

1. DOMÍNIOS TEMÁTICOS PRIORITÁRIOS DE INVESTIGAÇÃO

1.1. Tratamento e armazenamento de resíduos

A energia nuclear de cisão fornece hoje 35 % da electricidade da União e constitui umelemento no debate sobre a luta contra as alterações climáticas e a redução da dependênciaenergética europeia. As centrais actualmente em funcionamento continuarão a ser exploradasdurante, pelo menos, vinte anos.

Numa perspectiva a mais longo, poderiam ser desenvolvidas novas tecnologias de exploraçãosegura da energia nuclear de cisão, a fim de satisfazer as necessidades energéticas da Europanas próximas décadas, de uma maneira que permita ter em conta as exigências dodesenvolvimento sustentável.

A exploração da energia nuclear de cisão para fins de produção de energia defronta-se hojecom o problema dos resíduos, muito especialmente o da implementação industrial de soluçõestécnicas para a gestão dos resíduos de longa duração.

São significativos os esforços de investigação desenvolvidos pelos sectores público e privadoeuropeus em matéria de tecnologias de tratamento e armazenamento dos resíduos nucleares.Pelos seus efeitos de coordenação, a acção da União neste domínio permite reuni-los numamassa crítica e assegurar a coerência das orientações adoptadas pelos organismos de gestãodos resíduos e pelos industriais em causa.

A acção da União incidirá simultaneamente no problema imediato do armazenamento dosresíduos e na questão, a mais longo prazo, da redução do seu impacto. Nesta perspectiva,incidirá nos seguintes aspectos:

– investigação sobre os métodos de armazenamento a longo prazo em camadasgeológicas profundas, com a ligação em rede das actividades desenvolvidas nos trêsgrandes tipos de formações geológicas previstos;

– investigação destinada a reduzir o impacto dos resíduos, mais particularmente graçasao desenvolvimento de novos conceitos de reactores que produzem menorquantidade de resíduos e de tecnologias que permitam reduzir os riscos associadosaos resíduos pelas técnicas de separação e de transmutação.

1.2. Fusão termonuclear controlada

A fusão termonuclear controlada constitui uma das opções a longo prazo para oaprovisionamento energético em condições de desenvolvimento sustentável, em especial parao fornecimento centralizado de electricidade de base.

Por razões ligadas à complexidade dos conhecimentos fundamentais no domínio da física edos problemas tecnológicos a resolver, os desenvolvimentos a realizar com vista à possívelaplicação da fusão à produção de energia assumem necessariamente a forma de um processoem várias etapas, cada uma das quais se poderá prolongar por várias dezenas de anos econdicionará a seguinte.

69

Os esforços desenvolvidos no âmbito do programa de investigação europeu integrado defusão termonuclear controlada levado a cabo pela União Europeia permitiram à Europaocupar uma posição de líder mundial no domínio da investigação sobre a fusão porconfinamento magnético.

O estado de adiantamento da investigação e os resultados obtidos, nomeadamente do tokamakeuropeu JET, permitem actualmente encarar a passagem ao "Next Step": a realização de umamáquina capaz produzir reacções de fusão em condições comparáveis às de um reactor deprodução de energia.

A conclusão dos trabalhos de preparação de um projecto de engenharia do "Next Step", noâmbito do projecto de cooperação internacional ITER, torna possível uma decisão quanto aolançamento deste projecto e à construção da máquina.

O objectivo desta última será demonstrar a viabilidade científica e tecnológica da produção deenergia de fusão. As modalidades precisas da realização do projecto dependerão do resultadodas negociações actualmente em curso no âmbito da cooperação internacional e dos seusdesenvolvimentos ulteriores, muito especialmente das decisões tomadas a respeito dacontribuição da Europa para o projecto ITER e do local de implantação da máquina. Deveráser criado um quadro legal adequado.

A participação da União Europeia na iniciativa ITER implica a realização de um programa deacompanhamento que inclui os seguintes elementos:

– Exploração da máquina JET, de modo a tirar partido das melhorias de que éactualmente objecto, bem como a participação possível nas actividades deinvestigação necessárias para levar a cabo o desmantelamento do JET no fim do seuciclo de vida.

– A continuação da investigação sobre a física e a tecnologia da fusão, incluindo: oestudo e a avaliação de fórmulas alternativas de confinamento magnético,nomeadamente com a continuação da construção do "stellarator" Wendelstein 7-X eda exploração das instalações existentes nas Associações Euratom; actividadescoordenadas em matéria de investigação tecnológica, em especial da investigaçãosobre os materiais de fusão.

A realização do "Next Step" mobilizará importantes recursos humanos e financeiros. Osactuais esforços dos parceiros europeus da Euratom no domínio da fusão deverão serajustados em consequência, uma vez tomada uma decisão sobre a construção do ITER.

2. OUTRAS ACTIVIDADES NO DOMÍNIO DA SEGURANÇA E DAS SALVAGUARDASNUCLEARES

Com base em convites à apresentação de propostas e em apoio às políticas da União nosdomínios da saúde, da energia e do ambiente:

– Investigação no domínio da protecção contra radiações, mais particularmente emmatéria de quantificação dos riscos associados a níveis fracos de exposição;

– Estudos de conceitos inovadores para novos processos mais seguros de exploração daenergia nuclear;

70

– Ensino e formação em matéria de segurança nuclear e de protecção contra radiações.

3. ACTIVIDADES DO CENTRO COMUM DE INVESTIGAÇÃO

Em conformidade com a sua missão de apoio científico e técnico às políticas da União, o CCIconcentrará as suas actividades nos seguintes domínios:

3.1. Segurança e salvaguardas nucleares

Tratamento e armazenamento dos resíduos, em especial técnicas de separação e detransmutação dos actinídeos de longa duração, protecção contra radiações, segurança dosreactores actuais (com prioridade para os reactores dos países candidatos), bem como dosreactores de nova geração, controlo dos materiais cindíveis e apoio à sua não proliferação,acompanhamento das actividades de desmantelamento das instalações nucleares obsoletas.

3.2. Medições e materiais de referência:

Metrologia dos radionuclídeos, em especial no caso de actividades fracas e de ensaioscirculares no âmbito de redes de laboratórios de excelência, interacção neutrões-matéria paraa geração de dados básicos para os estudos de transmutação dos resíduos e dedesenvolvimento de novos sistemas.

71

FICHA FINANCEIRA LEGISLATIVA

Domínio(s) político(s): Investigação

Actividade(s): Acções de investigação ao abrigo do Tratado Euratom.

DESIGNAÇÃO DA ACÇÃO:

Proposta de decisão do Conselho relativa ao programa-quadro plurianual 2002-2006 daComunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom) de acções em matéria deinvestigação e ensino que visa contribuir para a realização do Espaço Europeu daInvestigação, a seguir denominado "programa-quadro Euratom".

1. RUBRICA(S) ORÇAMENTAL(IS) IMPLICADA(S)

Subsecção B6.

2. DADOS QUANTIFICADOS GLOBAIS

2.1 Dotação total da acção (Parte B): 1 230 milhões de euros em DA

2.2 Período de aplicação:

2002-2006

As modalidades da renovação da acção estão previstas no artigo 7º do TratadoEuratom.

2.3 Estimativa global plurianual das despesas:

a) Calendário das dotações de autorização/dotações de pagamento (intervençãofinanceira) (cf. ponto 6.1.1)

milhões de euros (aproximação à terceira casa decimal)

Ano n n + 1 n + 2 n + 3 n + 4 n + 5 eexerc.seg.

Total

Dotações deautorização

Dotações depagamento

72

b) Assistência técnica e administrativa (ATA) e despesas de apoio (DDA) (cf. ponto6.1.2)

DA

DP

Subtotal a+b

DA

DP

c) Incidência financeira global dos recursos humanos e outras despesas defuncionamento (cf. pontos 7.2 e 7.3)

DA/DP

TOTAL a+b+c

DA 0 296,0 306,0 310,0 318,0 0 1230,0

DP

2.4 Compatibilidade com a programação financeira e as perspectivas financeiras

x� Proposta compatível com a programação financeira existente

� Esta proposta implica uma reprogramação da rubrica em causa das perspectivasfinanceiras,

� incluindo, se for caso disso, um recurso às disposições do acordointerinstitucional.

2.5 Incidência financeira nas receitas

� Nenhuma implicação financeira (refere-se a aspectos técnicos relativos àexecução de uma medida)

OU

x� Incidência financeira - A repercussão nas receitas é a seguinte:

Alguns Estados associados contribuirão para o financiamento do programa-quadroEuratom.

Nos termos dos artigos 92º e 96º do Regulamento Financeiro, o Centro Comum deInvestigação pode beneficiar de receitas provenientes de diversas actividadesconcorrenciais e de outras prestações por conta de terceiros.

73

Nos termos do artigo 27º do Regulamento Financeiro, determinadas receitas podemser reafectadas.

milhões de euros (aproximação à primeira casa decimal)

Situação após a acção

Rubricaorçamenta

Receitas

Antes daacção

(ano n -1) Ano n3 n+1 n+2 n+3 n+4 n+5

a) Receitas em termosabsolutos1

b)Modificação das receitas2 �

3. CARACTERÍSTICAS ORÇAMENTAIS

Natureza da despesa Nova ParticipaçãoEFTA

Participaçãodos paísescandidatos

Rubrica PF

DO/DNO

DD SIM/NÃO

SIM/NÃO

SIM/NÃO

4. BASE JURÍDICA

Artigo 7º do Tratado Euratom.

5. DESCRIÇÃO E JUSTIFICAÇÃO

5.1 Necessidade de uma intervenção comunitária

A investigação afirma-se como uma componente central da economia e da sociedadedo conhecimento, que se desenvolvem à escala mundial. Mais do que nunca, ainvestigação impõe-se como um dos motores fundamentais do progresso económicoe social e como um factor-chave da competitividade das empresas, do emprego e daqualidade de vida. A ciência e a tecnologia são, por outro lado, um elemento centralno processo de decisão política.

As fraquezas estruturais da Europa em matéria de investigação continuam todavia aexistir. Em 1999, a União Europeia investiu 70 000 milhões de euros menos que osEstados Unidos em investigação e desenvolvimento. A UE situa-se hoje atrás dosEUA e do Japão, não só em termos de despesas de investigação em relação ao PIB(1,8 % contra, respectivamente, 2,7 % e 3,1 %), mas também em termos do númerode investigadores, do número de patentes e das exportações de alta tecnologia porhabitante.

A investigação deve desempenhar um papel ainda mais central e assertivo nofuncionamento da economia e da sociedade europeia. Tal exige um reforço dasacções públicas e privadas da União em matéria de investigação, mas também a

74

coordenação das acções de investigação dos Estados-Membros, entre si e com as daUnião.

Foi com este espírito que a Comissão propôs, em Janeiro de 2000, a criação de um"Espaço Europeu da Investigação"66. A sua realização será necessariamente oproduto de um esforço comum da União, dos seus Estados-Membros e dosintervenientes na investigação.

Esta requer em primeiro lugar diversas iniciativas, nomeadamente em matériasjurídica e regulamentar, muito especialmente a execução das medidas necessáriaspara eliminar os obstáculos que se opõem à livre circulação dos investigadores, dosconhecimentos e das tecnologias na Europa.

A par de iniciativas deste tipo, as acções de apoio financeiro à investigação da Uniãotêm um papel importante a desempenhar.

Em geral, os poderes públicos podem legitimamente apoiar a actividade deinvestigação nos casos em que os resultados gerados apresentam um valor de "bempúblico" superior ao benefício directo para quem realiza a investigação. É o caso dainvestigação fundamental, mas também de numerosas actividades de investigaçãoorientada. O apoio público é legítimo e necessário quando os trabalhos deinvestigação em causa podem contribuir, ou são mesmo indispensáveis, para aimplementação de políticas públicas, mas também quando têm como efeito ajudar aresolver os problemas que a sociedade enfrenta e a reforçar a competitividadeeuropeia, incentivando as empresas a desenvolver trabalhos de investigação de riscoou a longo prazo, que não são imediatamente rentáveis para elas, bem comocontribuindo para aumentar a transparência do mercado dos conhecimentos.

O apoio a nível europeu, mais particularmente a nível comunitário, justifica-senomeadamente com base no seu "valor acrescentado europeu".

Este abrange os seguintes aspectos:

– Custo e amplitude dos trabalhos de investigação superiores às possibilidades deum só país e necessidade de reunir uma "massa crítica" de recursos financeirose humanos;

– Interesse da colaboração em termos económicos (economias de escala) edecorrente dos seus efeitos benéficos na actividade privada de investigação ena competitividade industrial;

– Necessidade de combinar as competências complementares presentes nosdiferentes países, muito especialmente no que diz respeito a problemasinterdisciplinares, e de recorrer a estudos comparados à escala europeia;

– Relações com as prioridades e os interesses da União, bem como com alegislação e as políticas comunitárias;

66 COM (2000) 612 de 4 de Outubro de 2000.

75

– Carácter necessariamente transnacional da investigação, devido à escala a quese colocam os problemas (ambiente) ou por razões de natureza científica(estudos comparados, epidemiologia).

Além disso, o valor acrescentado europeu da acção comunitária no domínio dainvestigação foi avaliado e confirmado por uma avaliação ex ante, que precisouigualmente certas evoluções desejáveis para a sua execução e também por umaavaliação ex post das acções em curso.

– Disposições adoptadas relativamente à avaliação ex-ante

A avaliação ex-ante efectuada pelos serviços da Comissão quando dapreparação da proposta de programa-quadro teve como resultado as seguintesorientações:

– É necessário um novo programa-quadro Euratom que contribua para arealização do Espaço Europeu da Investigação;

– No que diz respeito à componente cisão, esta acção deve ser objecto deinflexões importantes, tanto no seu campo de acção como nos seusmodos de intervenção, nomeadamente:

– reforçar as relações com as actividades de investigação nacionais, afim de aumentar a eficácia das despesas de investigação na Europa

– recentrar as acções num número limitado de objectivos que apenaspossam ser atingidos a nível comunitário;

– adaptar os modos de intervenção aos objectivos, com vista a atingirem especial uma maior eficácia, impacto e visibilidade.

– No que diz respeito à componente fusão, a conclusão dos trabalhos depreparação de um projecto de engenharia do "Next Step", no âmbito doprojecto de cooperação internacional ITER, torna possível uma decisãosobre o lançamento deste projecto e a construção da máquina. Oobjectivo desta será demonstrar a viabilidade científica e tecnológica daprodução de energia de fusão. As modalidades precisas da realização doprojecto dependem do resultado das negociações actualmente em cursono âmbito da cooperação internacional e dos seus desenvolvimentosulteriores, muito especialmente das decisões tomadas a respeito dacontribuição da Europa para o projecto ITER e do local de implantaçãoda máquina.

Com o objectivo de reforçar o desempenho da acção da União em termos decusto/eficácia, estas medidas de avaliação ex-ante serão completadas peladefinição, nas propostas dos programas específicos, de objectivos verificáveis.

– Disposições adoptadas na sequência da avaliação ex-post

As recomendações da avaliação quinquenal dos programas-quadro são tidas emconta na presente proposta através de:

76

– Inserção das acções de investigação da União no contexto mais lato deuma verdadeira política de investigação europeia;

– Reforço da concentração dos programas;

– Prossecução dos trabalhos de investigação necessários para atingir osobjectivos das políticas da União;

– Evolução no sentido de um leque de instrumentos mais flexíveis, tendoem conta todas as possibilidades oferecidas pelo Tratado.

5.2 Acções previstas e modalidades de intervenção orçamental

No domínio da cisão e da protecção contra radiações, a Comunidade participafinanceiramente:

– Nos domínios temáticos prioritários de investigação, em redes de excelênciaque tenham por objectivo incentivar a excelência através de uma integraçãoprofunda e duradoura das capacidades de excelência existentes em váriosEstados-Membros e em projectos integrados, de uma ordem de grandeza dadezena de milhões de euros, desenvolvidos por consórcios que implicamfrequentemente uma forte colaboração universidade/indústria.

– Em actividades de investigação desenvolvidas em apoio às políticascomunitárias nos domínios da saúde, da energia e do ambiente.

– Em acções que visam a exploração dos resultados da investigação e atransferência de conhecimentos.

– No desenvolvimento dos recursos humanos e da mobilidade dos investigadorespela concessão de apoios globais e individuais destinados a apoiar actividadesde ensino e de formação do mais alto nível de excelência e implicando umaespecialização multinacional.

– No apoio a infra-estruturas de investigação no conjunto dos domínios docampo científico e tecnológico, do ponto de vista do acesso transnacional, paraa realização de iniciativas integradas e de estudos de viabilidade e, a um nívellimitado, o desenvolvimento de novas infra-estruturas.

– Nas actividades de coordenação das políticas de investigação e dedesenvolvimento tecnológico: abertura mútua dos programas nacionais, ligaçãoem rede de actividades nacionais de investigação, iniciativas de cooperaçãocientífica desenvolvidas noutros quadros de cooperação europeia e decolaboração entre as organizações em causa.

No domínio da investigação sobre a energia da fusão, a especificidade dasactividades neste domínio requerem a aplicação de modalidades especiais.

Os projectos empreendidos são executados com base nos procedimentos definidos:

– nos contratos de associação;

– no acordo intitulado "European Fusion Development Agreement" (EFDA);

77

– em qualquer outro acordo multilateral concluído entre a Comunidade e asorganizações associadas e/ou as entidades jurídicas que podem ser instituídas,após parecer do comité consultivo competente;

– noutros contratos de duração limitada, em especial com organismos nosEstados-Membros ou nos Estados associados ao programa-quadro Euratom;

– nos acordos internacionais que abrangem projectos realizados no âmbito deuma cooperação com países terceiros, como o ITER.

As actividades de coordenação e de apoio à investigação sobre a energia da fusãopoderão incluir estudos de apoio às actividades supramencionadas, o apoio aointercâmbio de informações, o recurso a capacidades de avaliação externas, incluindopara a avaliação independente das actividades, bolsas e acções de formação,publicações e outras acções que promovam a transferência de tecnologias.

Os destinatários da intervenção orçamental da Comunidade são os centros deinvestigação, as universidades, as empresas e os organismos nacionais ouinternacionais localizados nos Estados-Membros e Estados associados que financiamas actividades de investigação. Estes últimos podem igualmente ser intermediários daintervenção orçamental da Comunidade. Se tal se revelar necessário para aconcretização dos objectivos do programa, as organizações internacionais eorganismos dos Estados-Membros da CEI podem também, a título excepcional,beneficiar de financiamentos comunitários. Estes financiamentos devem ter umcarácter essencial para a realização dos objectivos do programa.

A Comunidade desenvolve directamente actividades de investigação e dedesenvolvimento através do Centro Comum de Investigação.

5.3 Modalidades de execução

O programa-quadro fixa o montante global máximo e as modalidades da participaçãofinanceira da Comunidade.

Estes montantes cobrem o financiamento das actividades de investigação e tambémos custos de pessoal e as despesas administrativas.

6. INCIDÊNCIA FINANCEIRA

6.1 Incidência financeira total na Parte B (relativamente a todo o período deprogramação)

"Pro memoria", a dotação de referência do programa-quadro da ComunidadeEuropeia é de 16 270 milhões de euros. O total dos programas-quadro 2002-2006 éde 17 500 milhões de euros.

78

6.1.1 Intervenção financeira DA em milhões de euros (aproximado à terceira casadecimal)

Repartição Ano n n + 1 n + 2 n + 3 n + 4 n + 5 eexercíciosseguintes

Total

Acção 1

Acção 2

Etc.

TOTAL

6.1.2 Assistência técnica e administrativa (ATA), despesas de apoio (DDA) edespesas TI (dotações de autorização)

Ano n n + 1 n + 2 n + 3 n + 4 n + 5 eexercíciosseguintes

Total

1) Assistência Técnica eAdministrativa (ATA):

a) Gabinetes de AssistênciaTécnica (BAT)

b) Outra assistência técnica eadministrativa:

- intramuros:- extramuros:

nomeadamente para aelaboração e manutenção desistemas de gestãoinformatizados:

Subtotal 1

2) Despesas de apoio(DDA):

a) Estudos

b) Reuniões de peritos

c) Informação e publicações

Subtotal 2

TOTAL

79

6.2. Cálculo dos custos por cada medida prevista na Parte B (relativamente a todo operíodo de programação)

(Caso se trate de várias acções, devem ser apresentados, relativamente às medidas concretasa desenvolver para cada acção, os dados necessários que permitam a estimativa do volume edo custo das realizações)

DA em milhões de euros (aproximação à terceira casa decimal)

Repartição Tipode realizações

/resultados(projectos,

processos …)

Número derealizações/resultados

(total para anos1…n)

Custo unitáriomédio

Custo total

(total para anos1…n)

1 2 3 4=(2X3)

Acção 1- Medida 1- Medida 2Acção 2- Medida 1- Medida 2- Medida 3

Etc.

CUSTO TOTAL

Se necessário, explicar o modo de cálculo

7. INCIDÊNCIA NOS EFECTIVOS E DESPESAS ADMINISTRATIVAS

Num espírito de gestão económica dos recursos, as despesas de pessoal eadministrativas serão atentamente examinadas, tendo em conta a nova estrutura doprograma-quadro. Este exame será realizado no âmbito das decisões relativas àadopção dos programas específicos em execução do programa-quadro.

A evolução considerada no sentido de uma maior descentralização dasresponsabilidades de execução das actividades de investigação permitirá à Comissãopropor uma redução global dos custos administrativos da gestão dos programas.Graças aos novos instrumentos e modalidades de aplicação, as despesas de pessoal eas despesas administrativas representarão, com efeito, uma proporção dos recursosinferior à do passado. A gestão dos projectos em curso dos programas-quadroprecedentes deverá, todavia, continuar a ser assegurada.

8. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

8.1 Sistema de acompanhamento

Os progressos atingidos para a realização do Espaço Europeu da Investigação serãoobjecto de uma apreciação regular.

80

O novo programa-quadro, pela primeira vez concebido com vista a contribuir para arealização Espaço europeu da Investigação, é um instrumento implementado emparalelo com outras acções comunitárias e Estados-Membros que pretendem atingiresses mesmos objectivos. A própria natureza da investigação e os diferentes tipos deacções que intervêm a diversos níveis tornam o acompanhamento e a avaliaçãocomplexos.

No entanto, foi ou está a ser desenvolvida uma série de instrumentos paraacompanhamento e avaliação dos resultados e do impacto do programa-quadro. Estesinstrumentos baseiam-se essencialmente em dados provenientes dos programasespecíficos de execução do programa-quadro e serão expostos em pormenor nasdecisões dos programas específicos.

Será desenvolvida uma série de indicadores adaptados às especificidades doprograma-quadro, permitindo determinar em especial a produção, a gestão e aligação em rede e a exploração e o impacto dos conhecimentos resultantes dasactividades desenvolvidas no âmbito do programa-quadro. Esses instrumentos serãodefinidos de modo a tomar em consideração os objectivos fixados no Tratado,nomeadamente o de promoção da igualdade entre homens e mulheres, mencionadono nº 2 do artigo 3º, e o de reforço da coesão económica e social, mencionado noartigo 158º.

8.2 Modalidades e periodicidade da avaliação prevista

– Controlo anual: A Comissão, se for caso disso recorrendo a especialistas,examina continuamente o estado de realização do programa-quadro em relaçãoaos objectivos fixados. A Comissão aprecia, especialmente, se os objectivos,prioridades, instrumentos e recursos financeiros continuam adaptados àevolução da situação.

– Relatório anual: O estado de realização do programa-quadro é publicado norelatório anual apresentado ao Parlamento Europeu e ao Conselho nos termosdo disposto no artigo 173º do Tratado. Este relatório incluirá nomeadamente osresultados do controlo anual, uma descrição das actividades desenvolvidas emmatéria de investigação, de desenvolvimento tecnológico e de difusão dosresultados durante o ano precedente e o programa de trabalho do ano em curso.

– Avaliação quinquenal: Antes de apresentar a sua proposta para oprograma-quadro seguinte, a Comissão mandará proceder a uma avaliaçãoexterna, por peritos independentes de alto nível, da realização das acçõescomunitárias durante os cinco anos que precedem essa avaliação, em relaçãoaos objectivos aplicáveis aos períodos em causa. A Comissão comunicará asconclusões dessa avaliação, acompanhadas das suas observações, aoParlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social e ao Comitédas Regiões.

9. MEDIDAS ANTIFRAUDE

As disposições antifraude serão descritas nas propostas de programas específicospara execução do programa-quadro.

Addendum: 1

New .eu Domain

Changed Web and E-Mail AddressesThe introduction of the .eu domain also required the web and e-mail addresses of the European institutions to be adapted. Below please find alist of addresses found in the document at hand which have been changed after the document was created. The list shows the old and newlist of addresses found in the document at hand which have been changed after the document was created. The list shows the old and newaddress, a reference to the page where the address was found and the type of address: http: and https: for web addresses, mailto: for e-mailaddress, a reference to the page where the address was found and the type of address: http: and https: for web addresses, mailto: for e-mailaddresses etc.addresses etc.

Page: 4Type: http:

Old: http://europa.eu.int/comm/research/area_fr.htmlNew: http://europa.eu/comm/research/area_fr.html