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Câmara Municipal de Niterói 1 RELATÓRIO FINAL DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI) PARA APURAR POSSÍVEIS IRREGULARIDADES COMETIDAS PELA CONCESSIONÁRIA AMPLA ENERGIA E SERVIÇOS S/A. Membros Efetivos da CPI: Vereador João Gustavo, Presidente Vereador Waldeck Carneiro, Relator Vereador José Augusto Vicente Vereador Carlos Alberto Pinto Magaldi Vereador Luiz Carlos Gallo de Freitas Membros Suplentes: Vereador Carlos Macedo Vereador André Diniz

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Câmara Municipal de Niterói

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RELATÓRIO FINAL DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE

INQUÉRITO (CPI) PARA APURAR POSSÍVEIS

IRREGULARIDADES COMETIDAS PELA CONCESSIONÁRIA

AMPLA ENERGIA E SERVIÇOS S/A.

Membros Efetivos da CPI:

Vereador João Gustavo, Presidente

Vereador Waldeck Carneiro, Relator

Vereador José Augusto Vicente

Vereador Carlos Alberto Pinto Magaldi

Vereador Luiz Carlos Gallo de Freitas

Membros Suplentes:

Vereador Carlos Macedo

Vereador André Diniz

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1. DO CONHECIMENTO DO FATO

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da AMPLA teve sua origem no

Requerimento nº 0053/09, de autoria do Vereador João Gustavo, subscrito pela

totalidade dos Vereadores e lido na sessão plenária de 05 de maio de 2009 (Anexo 1).

A iniciativa de instalar a CPI representa, por um lado, uma resposta da Câmara

Municipal de Niterói às incontáveis denúncias e reclamações que chegavam – e ainda

chegam - aos Vereadores a respeito dos serviços prestados pela AMPLA em Niterói.

Tais denúncias e reclamações vinham sendo – e continuam sendo – recorrentemente

divulgadas pela imprensa, constituindo um vasto conjunto de reportagens sobre o tema

(Anexo 2). Por outro lado, a instalação da CPI representou uma possibilidade concreta

de diálogo entre a Câmara Municipal de Niterói e a AMPLA, considerando as frustradas

tentativas de marcação de agenda feitas pela Presidência da Câmara junto à

Presidência da AMPLA, que demonstrou não levar em conta os acenos do parlamento

municipal em Niterói.

2. DA CONSTITUIÇÃO E DO FUNCIONAMENTO DA CPI

Após a sessão plenária em que foi lido o Requerimento de Instalação da CPI, o

Presidente da Câmara Municipal de Niterói, Vereador Paulo Bagueira, no uso de suas

atribuições legais, fez publicar, na data de 08 de maio de 2009, o Ato n° 328/09, de 06

de maio de 2009, pelo qual torna pública a constituição da Comissão Parlamentar de

Inquérito para investigar possíveis irregularidades cometidas pela AMPLA Energia e

Serviços S.A. (Anexo 3). No referido Ato, a composição da CPI fica assim definida:

Vereador João Gustavo, Presidente; Vereador Rodrigo Farah, Relator; Vereadores

Carlos Alberto Pinto Magaldi, José Augusto Vicente e Luiz Carlos Gallo de Freitas,

Membros; Vereadores Carlos Macedo e André Diniz, Suplentes. Posteriormente, o

Presidente Paulo Bagueira, fez publicar, na data de 17 de julho de 2009, o Ato n°

383/09, de 15 de julho de 2009, pelo qual torna pública a substituição do Vereador

Rodrigo Farah pelo Vereador Waldeck Carneiro na relatoria da CPI (Anexo 4).

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2.1 DA INSTALAÇÃO DA CPI E DA METODOLOGIA DE TRABALHO

A instalação da CPI ocorreu no dia 15 de maio de 2009 (Anexo 5), com o objetivo de

aprovar a metodologia de trabalho a ser adotada pela Comissão, tendo sido decidida a

adoção dos seguintes procedimentos: a) tomada de depoimentos de autoridades

municipais, de consumidores e de representantes da AMPLA; b) compilação e análise

da documentação sobre os serviços de fornecimento de energia elétrica em Niterói,

abrangendo relatórios, reportagens jornalísticas, ofícios, atas, requerimentos, textos

legais, entre outros documentos; c) realização de audiências públicas para debater e

colher depoimentos dos cidadãos em geral. Assim, as conclusões e recomendações

que constituem a última parte do presente relatório derivam da análise dos dados e

informações obtidos através das oitivas, da leitura da documentação compilada e dos

depoimentos e debates ocorridos durante as audiências públicas.

3. DO PRAZO

Originalmente, a CPI tinha prazo de funcionamento de 120 (cento e vinte) dias,

admitida uma prorrogação de 60 (sessenta) dias. Contudo, com a complexificação do

trabalho e o surgimento de novos veios de análise; com a decisão de ampliar o número

de audiências públicas, buscando realizá-las de forma itinerante pela Cidade, e com a

expectativa de agenda com a Diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica

(ANEEL), o que enfim se concretizou no mês de novembro de 2009, a CPI, valendo-se

da Resolução n° 3024/09 (Anexo 6), que fixou novos prazos de funcionamento das

Comissões Especiais e das Comissões Parlamentares de Inquérito na Câmara

Municipal de Niterói, apresentou, através do seu Relator, o Requerimento n° 102/09

(Anexo 7), solicitando a prorrogação do seu prazo de funcionamento até 07 de maio de

2010.

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4. DA DOCUMENTAÇÃO

Os ofícios expedidos e a documentação recebida pela CPI estão discriminados nos

quadros abaixo.

Quadro 1: Ofícios Expedidos (Anexo 8)

OFÍCIOS EXPEDIDOS OFÍCIO 001/09

10/06/09 AMPLA CONVOCAÇÃO PARA 1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA

OFÍCIO 002/09

10/06/09 ALERJ CONVOCA DEPUTADO MARCO FIGUEIREDO

OFÍCIO 003/09

26/06/09 AMPLA SOLICITA Nº DE POSTES

OFÍCIO 004/09

10/06/09 CODECON CONVOCA PARA 1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA

OFÍCIO 005/09

10/06/09 MP CONVIDA PARA 1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA

OFÍCIO 006/09

10/06/09 SSMFSC CONVOCA PARA DEPOR

OFÍCIO 007/09

02/07/09 SMMARH CONVOCA PARA DEPOR

OFÍCIO 008/09

13/07/09 SMF SOLICITA A ARRECADAÇÃO DO ISS DA AMPLA

OFÍCIO 009/09

14/07/09 EMUSA CONVOCA PARA DEPOR

OFÍCIO 010/09

14/07/09 PGM CONVOCA PARA DEPOR

OFÍCIO 011/09

14/07/09 DIP - EMUSA CONVOCA PARA DEPOR

OFÍCIO 012/09

14/07/09 PROCURADORIA DA CMN

REQUISITA O SERVIDOR FERNANDO SOARES

OFÍCIO 013/09

14/07/09 AMPLA SOLICITA RELATÓRIO DA OUVIDORIA

OFÍCIO 014/09

14/07/09 AMPLA SOLICITA CÓPIA DOS CONTRATOS COM OUTRAS PRESTADORAS DE SERVIÇO

OFÍCIO 015/09

14/07/09 AMPLA SOLICITA O MAPEAMENTO DO FURTO DE ENERGIA

OFÍCIO 27/07/09 AMPLA SOLICITA MAPEAMENTO TORRES DE

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016/09 ALTA TENSÃO

OFÍCIIO 017/09

27/07/09 SMF SOLICITA INFORMAÇÃO SOBRE COBRANÇA DA TAOS

OFÍCIO 018/09

31/07/09 MP SOLICITA RELATÓRIO DE DENÚNCIAS CONTRA A AMPLA

OFÍCIO 019/09

03/08/09 CODECON SOLICTA CÓPIA DAS DENÚNCIAS SOBRE A AMPLA

OFÍCIO 020/09

03/08/09 ASS. MORADORES LAGOA ITAIPU -

AMOLI

CONVIDA PARA 2ª AUDIÊNCIA PÚBLICA

OFÍCIO 021/09

29/07/09 AMPLA SOLICITA PRESENÇA DE FUNCIONÁRIO TÉCNICO PARA PARTICIPAR DE REUNIÃO

OFÍCIO 022/09

24/08/09 EMBRATEL SOLICITA CÓPIA DE CONTRATO COM A AMPLA

OFÍCIO 023/09

03/08/09 OI SOLICITA CÓPIA DE CONTRATO COM A AMPLA

OFÍCIO 024/09

07/08/09 INMETRO CONVOCA PARA DEPOR

OFÍCIO 025/09

07/08/09 ANEEL CONVOCA PARA DEPOR

OFÍCIO 026/09

03/08/09 NET/TV CIDADE SOLICITA CÓPIA DE CONTRATO COM A AMPLA

OFÍCIO 027/09

29/07/09 GERÊNCIA DE MANUTENÇÃO DA

UFF

CONVIDA O SERVIDOR ANTÔNIO OUTÃO PARA DEPOR

OFÍCIO 028/09

20/08/09 PGM SOLICITA CÓPIA DO LEVANTAMENTO DA DÍVIDA DA AMPLA COM O MUNICÍPIO

OFÍCIO 029/09

20/08/09 PGM SOLICITA CÓPIA DA LIMINAR QUE IMPEDE A PREFEITURA DE COBRAR O

USO DO SOLO

OFÍCIO 030/09

20/08/09 PGM SOLICITA CÓPIA DO CONTRATO ENTRE O MUNICÍPIO DE NITERÓI E A AMPLA

OFÍCIO 031/09

18/08/09 IPEMRJ CONVOCA PARA DEPOR

OFÍCIO 032/09

21/08/09 SME/FME SOLICITA ESPAÇO DAS ESCOLAS PARA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIAS

OFÍCIO 033/09

21/08/09 METROPOLITANA VIII/SEERJ

SOLICITA ESPAÇO DAS ESCOLAS PARA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIAS

OFÍCIO 034/09

21/08/09 C. M. SÃO GONÇALO CONVOCA VEREADOR MIGUEL MORAES

OFÍCIO 035/09

21/08/09 C. M. SÃO GONÇALO CONVOCA VEREADOR JORGE MARIOLA

OFÍCIO 036/09

21/08/09 C. M. SÃO GONÇALO CONVOCA VEREADOR RICARDO PERICAR

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OFÍCIO 037/09

25/08/09 AMPLA SOLICITA CÓPIA DOS CONTRATOS DE COMPARTILHAMENTO DE

INFRAESTRUTURA

OFÍCIO 038/09

------------ --------------- CANCELADO

OFÍCIO 039/09

10/12/09 AMPLA CONVOCA PARA REUNIÃO NO GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA CMN

OFÍCIO 001/10

23/02/10 AMPLA CONVOCA PARA REUNIÃO NO GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA CMN

OFÍCIO 002/10

23/02/10 SMMARH CONVOCA PARA REUNIÃO NO GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA CMN

OFÍCIO 003/10

23/02/10 SMF CONVOCA PARA REUNIÃO NO GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA CMN

OFÍCIO 004/10

23/02/10 EMUSA CONVOCA PARA REUNIÃO NO GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA CMN

OFÍCIO 005/10

23/02/10 SMSP CONVOCA PARA REUNIÃO NO GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA CMN

OFÍCIO 006/10

09/03/10 AMPLA CONVOCA PARA REUNIÃO NO GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA CMN

OFÍCIO 007/10

18/03/10 AMPLA CONVOCA PARA REUNIÃO NO GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA CMN

OFÍCIO 008/10

13/03/10 AMPLA SOLICITA RELATÓRIO AVALIATIVO DAS EMPRESAS QUE PRESTAM SERVIÇO À

CONCESSIONÁRIA

OFÍCIO 009/10

13/03/10 AMPLA SOLICITA RELATÓRIO DE MODERNIZAÇÃO DA REDE COM LOCAIS

DE INSTALAÇÃO DO AMPLACHIP

OFÍCIO 010/10

13/03/10 AMPLA SOLICITA RELATÓRIO DE VEÍCULOS QUE TRABALHAM EM DIAS NORMAIS NA

MANUTENÇÃO DA REDE

OFÍCIO 011/10

13/03/10 AMPLA SOLICITA RELATÓRIO COM O NÚMERO DE AMPLACHIPs INSTALADOS EM

NITERÓI

Quadro 2: Documentos Recebidos (Anexo 9)

DOCUMENTOS RECEBIDOS

RESPOSTA AO OFÍCIO 003

RI – 015 01/07/09 INFORMA QUE A AMPLA POSSUI 41.764 POSTES CADASTRADOS NO MUNICÍPIO DE NITERÓI

RESPOSTA AO OFÍCIO 008

SMF 16/07/09 INFORMA A ARRECADAÇÃO DO ISS DA AMPLA DOS ÚLTIMOS 12 MESES

RESPOSTA AO OFÍCIO 013

CARTA Nº 026/09

03/08/09 RELATÓRIO DE RECLAMAÇÕES DOS ÚLTIMOS 12 MESES DA OUVIDORIA DA AMPLA

RESPOSTA AO CARTA Nº 23/07/09 INFORMA QUE NÃO É RESPONSÁVEL PELA ILUMINAÇÃO

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OFÍCIO 014 020/09 PÚBLICA

RESPOSTA AO OFÍCIO 015

CARTA Nº 021/09

23/07/09 ENCAMINHA EVOLUÇÃO DAS PERDAS DE ENERGIA

RESPOSTA AO OFÍCIO 016

CARTA Nº 027/09

03/08/09 ENCAMINHA MAPA DAS TORRES DE ALTA TENSÃO

RESPOSTA AO OFÍCIO 017

OFÍCIO Nº 289/09

17/08/09 ENCAMINHA RELATÓRIO SINTÉTICO POR RECEITA, NO PERÍODO DE 01/01/09 A 04/08/09

RESPOSTA AO OFÍCIO 019

OFÍCIO Nº 006/09

21/10/09 ENCAMINHA RELATÓRIO DE RECLAMAÇÕES CONTRA A AMPLA

RESPOSTA AO OFÍCIO 021

CARTA Nº 025/09

03/08/09 CONFIRMA A PRESENÇA DE FUNCIONÁRIO EM REUNIÃO

RESPOSTA AO OFÍCIO 022

EMBRATEL 14/09/09 SOLICITA CNPJ DA PESSOA JURÍDICA AMPLA

RESPOSTA AO OFÍCIO 026

TV CIDADE 07/08/09 ENCAMINHA CONTRATO DE LOCAÇÃO DE POSTES ENTRE A AMPLA E A TV CIDADE

RESPOSTA AO OFÍCIO 030

OFÍCIO Nº 454/09

08/10/09 ENCAMINHA PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 070/3164/2009 COM OS CONTRATOS ENTRE A PREFEITURA E A AMPLA

RESPOSTA AO OFÍCIO 033

OFÍCIO 235/09

02/09/09 CONFIRMA A CESSÃO DAS ESCOLAS PARA AUDIÊNCIA PÚBLICA

RESPOSTA AO OFÍCIO 037

CARTA Nº22/ PRESIDÊNCI

A/2009

30/09/09 ENCAMINHA ESCLARECIMENTO SOBRE O COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA

RESPOSTA AO OFÍCIO 039

CARTA Nº 040/09

11/12/09 CONFIRMA PARTICIPAÇÃO EM REUNIÃO DO DIA 16 DE DEZEMBRO

5. DAS REUNIÕES

Foram lavradas 01 (uma) Ata de Reunião de Instalação, 01 (uma) Ata de Reunião de

Planejamento, 16 (dezesseis) Atas de Reunião com Depoentes, 11 (onze) Atas de

Audiência Pública e 01 (uma) Ata de Reunião de Encerramento, cujos convocados ou

participantes estão discriminados no quadro abaixo, bem como os principais assuntos

abordados em cada reunião. É válido acrescentar que, além dessas, a CPI fez dezenas

de Reuniões Ordinárias, que não requeriam a lavratura de ata, para discutir e analisar

dados e informações que foram sendo produzidos ao longo do trabalho investigativo.

Quadro 3: Descrição dos assuntos abordados nas reuniões:

REUNIÃO/

CONVOCADOS

ASSUNTOS ABORDADOS

REUNIÃO DE

INSTALAÇÃO ELEIÇÃO DA RELATORIA

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REUNIÃO DE

PLANEJAMENTO ELABORAÇÃO DE CRONOGRAMA E METODOLOGIA

1ª REUNIÃO COM

DEPOENTE –

PRESIDENTE DO

CONSELHO DOS

CONSUMIDORES DA

CÂMARA

MUNICIPAL DE

NITERÓI, Sr.ª

MARTHA MARIA DO

AMARAL MENEZES.

MUDANÇA DO LAYOUT DAS FATURAS

FALTA DE VISTORIA NOS MEDIDORES COM CHIP

FALTA DE PADRONIZAÇÃO DOS MEDIDORES COM CHIP

PROGRAMA SENTINELA COMO FORMA DE CONSTRAGER

CONSUMIDORES

PRECARIEDADE NO ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR

FREQUÊNCIA NA QUEDA NO FORNECIMENTO DA ENERGIA NA

REGIÃO OCEÂNICA

POLUIÇÃO VISUAL CAUSADA PELA EXPOSIÇÃO DA FIAÇÃO QUE

TRANSMITE ENERGIA

LOCAÇÃO DOS POSTES

ERRO NA MEDIÇÃO

DANOS EM EQUIPAMENTOS DECORRENTES DAS QUEDAS DE

ENERGIA

DIFICULDADE NO RESSARCIMENTO DOS EQUIPAMENTOS

PRECARIEDADE NO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA

ERRO DE LEITURA DOS MEDIDORES ELETRÔNICOS

2ª REUNIÃO COM

DEPOENTE –

SUBSECRETÁRIA DE

FISCALIZAÇÃO DE

SERVIÇOS

CONCEDIDOS, Sr.ª

CELESTE

CARVALHO.

DESCUMPRIMENTO DAS LEIS MUNICIPAIS

FALTA DE COMUNICAÇÃO ENTRE A CONCESSIONÁRIA E A

PREFEITURA SOBRE AS INTERVENÇÕES URBANAS

OMISSÃO DO NÚMERO DE POSTES INSTALADOS PELA

CONCESSIONÁRIA

COBRANÇA POR PARTE DA CONCESSIONÁRIA PARA RECUAR

POSTES A PEDIDO DA PREFEITURA

3ª REUNIÃO COM

DEPOENTE –

SECRETÁRIO DE

MEIO AMBIENTE E

RECURSOS

HIDRICOS, Sr. JOSÉ

ANTONIO TORO

IRREGULARIDADES NAS PODAS DE ÁRVORE EFETUADAS PELA

CONCESSIONÁRIA

EXTENSÃO DE REDE EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

ARMAZENAMENTO IRREGULAR DE RESÍDUOS UTILIZADOS

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FERNANDEZ

PELA CONCESSIONÁRIA

POLUIÇÃO CAUSADA PELA FIAÇÃO AÉREA

FORNECIMENTO DE ENERGIA EM CONSTRUÇÕES IRREGULARES

4ª REUNIÃO COM

DEPOENTES – Srs.

GUILHERME

BRASIL, ANDRÉ

MORAGOS E

MARCIO RIDOLFO,

REPRESENTANTES

DA AMPLA

AUTORIZAÇÃO DO INMETRO PARA O CHIP

ALEGAÇÃO DA CONCESSIONÁRIA SOBRE A IMPOSSIBILIDADE

DE INSTALAR FIAÇÃO SUBTERRÂNEA EM DECORRÊNCIA DO

CUSTO

CONFIRMAÇÃO DA LOCAÇÃO DOS POSTES

CONFIRMAÇÃO DE QUE NÃO HÁ TRANSFERÊNCIA DA FIAÇÃO

QUANDO HÁ TROCA DE POSTE

VALOR DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA É REPASSADO À PREFEITURA

JUSTIFICATIVA DA AMPLA PARA NÃO PAGAR A TAXA DE

OCUPAÇÃO DO SOLO É ORIENTAÇÃO DA ANEEL

REDUÇÃO DA TARIFA EM 1,23%

JUSTIFICATIVA DO USO DO MEDIDOR ELETRÔNICO COMO

MODERNIZAÇÃO DA REDE E DIMINUIDOR DE FURTO

5ª REUNIÃO COM

DEPOENTE –

PRESIDENTE DA

EMPRESA

MUNICIPAL DE

URBANISMO,

SANEAMENTO E

HABITAÇÃO, Sr.

JOSÉ ROBERTO

MOCARZEL

DIFICULDADE EM ESTABELECER PARCERIA ENTRE A

PREFEITURA E A CONCESSIONÁRIA

COBRANÇA EXORBITANTE DA TRANSLOCAÇÃO DE POSTES

FALTA DE COMUNICAÇÃO ENTRE A CONCESSIONÁRIA E O

EXECUTIVO

DESCUMPRIMENTO DAS LEIS MUNICIPAIS

BUROCRATIZAÇÃO DA RELAÇÃO ENTRE A PREFEITURA E A

DIRETORIA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA

AUSÊNCIA DE RETORNO NAS RECLAMAÇÕES FEITAS PELA DIP À

CONCESSIONÁRIA

COBRANÇA INDEVIDA À PREFEITURA DOS FURTOS DE ENERGIA

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FALTA DE COMUNICAÇÃO SOBRE A EXECUÇÃO DE PODAS DE

ÁRVORE

6ª REUNIÃO COM

DEPOENTES – Srs.

GUILHERME BRASIL

E BRENO MARCH,

RESPECTIVAMENTE,

DIRETOR E

TÉCNICO DA

AMPLA, E O

GERENTE DE

MANUTENÇÃO DO

CAMPUS DO

GRAGOATÁ DA

UNIVERSIDADE

FEDERAL

FLUMINENSE E

PROFESSOR DA

FUNDAÇÃO DE

APOIO À ESCOLA

TÉCNICA DO

ESTADO DO RIO DE

JANEIRO, Sr.

ANTONIO RICARDO

OUTÃO

COMPARAÇÃO DOS MEDIDORES ELETROMECÂNICO E

ELETRÔNICO

MODERNIZAÇÃO DA REDE E MELHORIA NA DISTRIBUIÇÃO DE

ENERGIA COMO OBJETIVO DO NOVO SISTEMA DE MEDIÇÃO

MEDIDOR ELETRÔNICO NÃO PRECISA DE FORÇA INICIAL PARA

MEDIR A ENERGIA CONSUMIDA

INSTALAÇÃO DOS MEDIDORES ELETRÔNICOS E DIMINUIÇÃO

NA PERDA DE ENERGIA

TARIFA DE PERDA DE ENERGIA É RATEADA ENTRE O

CONSUMIDOR E A EMPRESA

INSTALAÇÃO DOS NOVOS MEDIDORES É PRIORITARIAMENTE

PARA DETECTAR FURTO DE ENERGIA

FALTA DE INFORMAÇÃO AOS CONSUMIDORES SOBRE A NOVA

TECNOLOGIA DO MEDIDOR

APROVAÇÃO DO CHIP PELO INMETRO SEM CHANCELA DA

ABNT

OBRIGATORIEDADE DO PAGAMENTO, PELO CONSUMIDOR, DE

FATURAS COMPROVADAMENTE ERRADAS

CONTINUAÇÃO DA COBRANÇA DO MÍNIMO DE CONSUMO,

MESMO APÓS A INSTALÇÃO DA NOVA TECNOLOGIA DE

MEDIÇÃO

INCAPACIDADE DE DETECTAR FURTO QUALIFICADO NA

ENERGIA COM O NOVO SISTEMA DE MEDIÇÃO

7ª REUNIÃO COM

DEPOENTE –

CONSUMIDOR Sr.

NESTOR DE

ALMEIDA

DOSSIÊ SOBRE TODOS OS PROBLEMAS COM A AMPLA DE 22

DE JANEIRO A 10 DE AGOSTO DE 2009.

MÁ COMUNICAÇÃO ENTRE O CONSUMIDOR E A

CONCESSIONÁRIA

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DEMORA NO RESSARCIMENTO DE ELETRODOMÉSTICOS

QUEBRADOS POR QUEDAS DE ENERGIA

ERRO NO MEDIDOR CONSTATADO POR ELETROTÉCNICO

ERRO NO MEDIDOR É FREQUENTE E NÃO FOI CORRIGIDO

FUNCIONÁRIOS SEM MATERIAL ADEQUADO PARA AFERIR

ERRO NO MEDIDOR

CRÍTICAS AO PROGRAMA SENTINELA QUE CAUSA

CONSTRANGIMENTO À VIZINHANÇA

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DO SENTINELA PASSÍVEIS DE FUGA DE

ENERGIA

8ª REUNIÃO COM

DEPOENTE –

PROCURADOR

GERAL DO

MUNICÍPIO, Sr.

BRUNO NAVEGA

DÍVIDAS DO MUNICÍPIO COM AMPLA REMONTAM À DÉCADA

DE 1990

DESRESPEITO ÀS LEI MUNICIPAIS

PREFEITURA IMPEDIDA DE COBRAR A TAXA DE

EMPACHAMENTO

FUNCIONAMENTO DO MEDIDOR AFETADO PELO TEMPO,

MARESIA E CLIMA.

INMETRO SÓ APROVA MODELO DE MEDIDOR

FABRICANTE FAZ A VERIFICAÇÃO INICIAL

NÃO EXISTE VERIFICAÇÃO PERIÓDICA NOS MEDIDORES

ELETRÔNICOS

MEDIDORES ELETROMECÂNICOS NÃO PASSARAM POR

VERIFICAÇÃO NORMATIVA

ABNT É USADA COMO BASE PARA NORMATIZAÇÕES E

RESOLUÇÕES DE MEDIÇÃO ELETRÔNICA PELO INMETRO

SISTEMA DE MEDIÇÃO NO POSTE SÓ É UTILIZADO PELA AMPLA

MEDIDORES NÃO PRECISAM SER INSTALADOS NO ALTO DO

POSTE

ANEEL AUTORIZA INSTALAÇÃO DE MEDIDORES ELETRÔNICOS

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SEM VERIFICAÇÃO DO INMETRO

PRIMEIROS 300.000 MEDIDORES INSTALADOS PELA AMPLA

NÃO POSSUIAM TERMINAL PARA CLIENTE ACOMPANHAR

CONSUMO

MEDIDOR AUTORIZADO PELO INMETRO É DIFERENTE DOS

300.000 INSTALADOS PELA AMPLA

NA VERIFICAÇÃO AMOSTRAL OS MEDIDORES POLIFÁSICOS

APRESENTARAM ERRO DE 30%

NA VERIFICAÇÃO AMOSTRAL OS MEDIDORES MONOFÁSICOS

APRESENTARAM ERRO DE 5%

INMETRO SÓ REGULAMENTOU O SOFTWARE DE MEDIÇÃO EM

2009

CASOS DE MEDIDORES COM ENDEREÇAMENTO ERRADO

(MEDIDOR DE UMA CASA MEDINDO CONSUMO DE OUTRA)

CASOS DE SOFTWARES QUE APRESENTARAM ERRO NA

TRANSMISSÃO DOS DADOS À FATURA

AUDIÊNCIA

PÚBLICA

LEGISLATIVA DE

ITAIPU

VALOR ABUSIVO DAS FATURAS DE ENERGIA

CORTE DE ENERGIA SEM AVISO AOS CONSUMIDORES

PAGAMENTO, PELO CONSUMIDOR, PELA INSTALAÇÃO DE

POSTE

AUMENTO REPENTINO NO VALOR DA FATURA

MAU ATENDIMENTO PELO CALL CENTER

CONSTANTE INTERRUPÇÃO NO FORNECIMENTO DE ENERGIA

COBRANÇA INDEVIDA DE FATURA

DEMORA NO RESTABELECIMENTO DE ENERGIA

SOLICITAÇÃO DE LEGISLAÇÃO PARA INIBIR CORTE DE ENERGIA

SEM PRÉVIO AVISO, ESPECIALMENTE EM RESIDÊNCIAS COM

PESSOAS QUE NECESSITAM DE CUIDADOS ESPECIAIS

TROCA DO MEDIDOR ELETROMECÂNICO PARA O ELETRÔNICO

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SEM AVISO AO CONSUMIDOR

RESOLUÇÃO QUE INIBE O CORTE DE ENERGIA, MAS NÃO É

UMA LEI

A ANEEL REGULAMENTA O PAGAMENTO DOS POSTES E DA

FIAÇÃO PELOS CONSUMIDORES

DEMORA NO ATENDIMENTO RESIDENCIAL

MÁ DIVULGAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS QUE BENEFICIAM

OS CONSUMIDORES

FUNCIONÁRIOS DA AGÊNCIA DA AMPLA DESPREPARADOS

PARA ATENDIMENTO

FALTA DE MANUTENÇÃO DOS POSTES E FIOS NA REGIÃO

OCEÂNICA

DEMORA NO RETORNO ÀS SOLICITAÇÕES DOS

CONSUMIDORES

AUDIÊNCIA

PÚBLICA

LEGISLATIVA DO

BARRETO

FALTA DE MANUTENÇÃO DOS POSTES E FIAÇÃO

MAU ATENDIMENTO NO CALL CENTER

DEMORA NO RETORNO DAS SOLICITAÇÕES

CORTE INDEVIDO DO FORNECIMENTO DE ENERGIA

MÁ DIVULGAÇÃO DOS SERVIÇOS QUE BENEFICIAM A

POPULAÇÃO

DIFICULDADE NO RESSARCIMENTO AOS CONSUMIDORES QUE

TIVERAM SEUS ELETRODOMÉSTICOS DANIFICADOS POR QUEDA

DE ENERGIA

CONSTANTE QUEDA DE ENERGIA

FALTA DE PREPARO DOS FUNCIONÁRIOS DE CAMPO

INVASÃO DE DOMICÍLIO PARA FAZER CORTE INDEVIDO DE

ENERGIA

AUDIÊNCIA

PÚBLICA

LEGISLATIVA DO

SUPERFATURAMENTO DE CONTA

DEMORA NO RESTABELECIMENTO DO FORNECIMENTO DE

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FONSECA ENERGIA APÓS QUEDA DE LUZ

CONSTANTE QUEDA DE ENERGIA

AUMENTO NO VALOR DAS FATURAS APÓS A TROCA DO

MEDIDOR ELETROMECÂNICO PELO ELETRÔNICO

BUROCRATIZAÇÃO DA RELAÇÃO CONSUMIDOR-EMPRESA

FALTA DE PREPARO DOS TRABALHADORES DE CAMPO

TROCA DE MEDIDOR SEM AVISO AO CONSUMIDOR

MAU FUNCIONAMENTO DO DISPLAY DO MEDIDOR

ELETRÔNICO

EMISSÃO DE DUAS FATURAS NO MESMO MÊS

AMPLA SE RECUSA A FAZER REPARO DA FIAÇÃO

MAU ATENDIMENTO NO CALL CENTER

10ª REUNIÃO COM

DEPOENTE –

DEPUTADO PAULO

RAMOS, RELATOR

DA COMISSÃO

PARLAMENTAR DE

INQUÉRITO DA

AMPLA NA ALERJ.

O INMETRO AFIRMA, EM AUDIÊNCIA PÚBLICA EM

PIRATININGA, QUE NÃO TEM TÉCNICOS QUALIFICADOS PARA

AFERIR O FUNCIONAMENTO DO SOFTWARE

AFIRMAÇÃO DO INMETRO SOBRE O MAU FUNCIONAMENTO

DO SOFTWARE DE TRANSMISSÃO DE DADOS

SISTEMA DE MEDIÇÃO É PERFEITO

SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA DE DADOS É FALHO

INMETRO REAGIU RECEOSAMENTE À INVESTIGAÇÃO DA CPI

SISTEMA EMITE FATURA MESMO COM TODOS OS

EQUIPAMENTOS DESLIGADOS

TARIFA DA AMPLA É A MAIS ALTA DO ESTADO

MAU SERVIÇO OFERECIDO PELA AMPLA

A PRESIDENTE DO CONSELHO DOS CONSUMIDORES SE RECUSA

A DEPOR NA COMISSÃO ESPECIAL

ANEEL AUTORIZA MEDIDOR COM A DESAPROVAÇÃO DO

INMETRO

SUPERFATURAMENTO DE CONTAS EM TODOS OS MUNICÍPIOS

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QUE SÃO COBERTOS PELA AMPLA

IMPOSSIBILIDADE DE O CONSUMIDOR FISCALIZAR SEU

CONSUMO

MAU FUNCIONAMENTO DO DISPLAY

FALTA DE REFERÊNCIA DOS ÓRGÃOS NO SISTEMA DE MEDIÇÃO

11ª REUNIÃO COM

DEPOENTE –

VEREADOR MIGUEL

MORAES, MEMBRO

DA CPI DA AMPLA

DA C. M. DE SÃO

GONÇALO

PRIMEIRAS RECLAMAÇÕES AOS GABINETES DOS VEREADORES

FORAM PROVENIENTES DA INSTALAÇÃO DE UM POSTE NO MEIO

DO CAMINHO DOS PEDESTRES, ACARRETANDO UMA MORTE;

QUEBRA DOS MUROS DAS RESIDÊNCIAS ONDE FORAM

INSTALADOS OS MEDIDORES ELETRÔNICOS;

SUPERFATURAMENTO DE CONTAS COM O ADVENTO DOS

MEDIDORES RECÉM-INSTALADOS

INMETRO ( EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA CPI DE SG) AFIRMA

NÃO SER CAPAZ DE AFERIR TODOS OS MEDIDORES INSTALADOS

PELA AMPLA

INMETRO AFIRMA (EM AUDIÊNCIA PÚBLICA EM SG) QUE AS

CASAS NÃO ESTAVAM PREPARADAS PARA RECEBER A NOVA

TECNOLOGIA DE MEDIÇÃO

AMPLA INTERFERIU NO PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO

QUANDO MEXEU EM UM MEDIDOR QUE PARTICIPARIA DE UMA

MEDIÇÃO COMPARATIVA

PRESIDENTE DA ANEEL DEFENDE A AMPLA EM AUDIÊNCIA NA

CÂMARA FEDERAL DURANTE A ENTREGA DO RELATÓRIO FINAL

DA CPI

O RESULTADO DO PROCESSO DE COMPARAÇÃO DOS

MEDIDORES COM CHIP, PELA CPI DA ALERJ EM SÃO GONÇALO,

FOI DE 53% DE ERRO NO TOTAL DOS MEDIDORES COMPARADOS.

INMETRO INFORMOU QUE NÃO SE REPONSABILIZAVA PELA

TRANSFERÊNCIA DOS DADOS DO MEDIDOR PARA A CENTRAL

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12ª REUNIÃO COM

DEPOENTE –

VEREADOR

RICARDO PERICAR,

MEMBRO DA CPI DA

AMPLA DA C. M. DE

SÃO GONÇALO

CONCESSIONÁRIA PASSA INFORMAÇÃO INCORRETA AOS

CONSUMIDORES

DIRETOR DA AMPLA MENTE EM ENTREVISTA AO RJTV AO

INFORMAR QUE A CONCESSIONÁRIA NÃO ESTAVA INSTALANDO

MEDIDORES COM CHIP

MAU FUNCIONAMENTO DO DISPLAY NO BAIRRO DO

COLUMBANDÊ

VEREADOR PROCESSADO POR PROMOVER CAMPANHA “FORA

AMPLA”

13ª REUNIÃO COM

DEPOENTE – Sr.

GERALDO ANTÔNIO

ROCHA REBELO,

EX-PRESIDENTE DO

SINDICATO DOS

ELETRICITÁRIOS

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DAS CASAS NÃO COMPORTAM A

NOVA TECNOLOGIA DE MEDIÇÃO

NOVO MEDIDOR CAPTA TODAS AS FUGAS DE ENERGIA,

INCLUINDO AS EMENDAS DE FIO

CONCESSIONÁRIA TEM HOJE, EM SEU QUADRO DE

FUNCIONÁRIOS, UM EX-DIRETOR DA ANEEL, SR. JOSÉ ALVES DE

MELLO FRANCO

ANEEL OCUPA O LUGAR DO EXTINTO DNEA

DNEA UTILIZAVA QUADRO DAS EMPRESAS DE FORNECIMENTO

POR FALTA DE FUNCIONÁRIOS

CADA CONCESSIONÁRIA TEM UM CONSELHO DE

CONSUMIDORES

EXISTEM DUAS CONCESSIONÁRIAS E QUATRO COOPERATIVAS

DE FORNECIMENTO DE ENERGIA NO ESTADO DO RIO JANEIRO

COOPERATIVAS COMPRAM ENERGIA DA CONCESSIONÁRIA

DEMISSÃO EM MASSA APÓS A PRIVATIZAÇÃO

DÍVIDA TRABALHISTA NÃO DISCIPLINADA COM A

PRIVATIZAÇÃO

PESSOAL QUE FAZ O CORTE DE ENERGIA GANHA POR

PRODUTIVIDADE

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MAIOR PARTE DOS SERVIÇOS É TERCEIRIZADA

MAU PAGAMENTO AOS TERCEIRIZADOS

INVESTIMENTOS NA REDE

AUDIÊNCIA

PÚBLICA EM ICARAÍ AMPLA OBRIGA OS CONSUMIDORES A PAGAR PELA

INSTALAÇÃO DO MEDIDOR

AMPLA NÃO RECEBE DINHEIRO PELA INSTALAÇÃO DO

MEDIDOR DE AMBULANTE NA PRAIA DE ICARAÍ

MAU ATENDIMENTO NA LOJA DA AMPLA

FALTA DE COMUNICAÇÃO PARA ESCLARECER PROBLEMAS DOS

CONSUMIDORES

MAU ATENDIMENTO PELO CALL CENTER

AMPLA CONSTRANGE CONSUMIDORES AO TROCAR O

MEDIDOR SEM AVISAR

AMPLA INSPECIONA MEDIDOR APÓS DIMINUIÇÃO NO

CONSUMO

AUMENTO NA FATURA APÓS TROCA DE MEDIDOR

MAU FUNCIONAMENTO DO DISPLAY QUE INFORMA O

CONSUMO

AUDIÊNCIA

PÚBLICA EM

PIRATININGA

DETERIORAÇÃO DOS POSTES DA RUA 116 A 120 E RUA 134

FATURA COM O PERÍODO DE COBRANÇA ERRADO

ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA REGIÃO OCEÂNICA É PRECÁRIA

POSTES DE MADEIRA EM PÉSSIMO ESTADO DE CONSERVAÇÃO

MAU ATENDIMENTO NA LOJA DA AMPLA

ERRO NA IMPRESSÃO DA FATURA

FALTA DE MANUTENÇÃO NA REDE ELÉTRICA NA REGIÃO

AMPLA SE RECUSA A INSTALAR MEDIDOR EM SOBRADO QUE

JÁ TEM MEDIDOR NA CASA DE BAIXO

MAIS DE 13 HORAS SEM ENEGIA NA REGIÃO

AUDIÊNCIA

PÚBLICA NA ILHA AUMENTO REPENTINO NA FATURA

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DA CONCEIÇÃO FATURA APRESENTA MEDIÇÃO DIFERENTE DO CONSTANTE NO

MEDIDOR

FALTA DE MANUTENÇÃO DOS POSTES DE MADEIRA

AMPLA RETIRA POSTE NA RUA 06 E NÃO TAPA O BURACO NEM

INSTALA OUTRO POSTE

DEMORA NO RESTABELECIMENTO APÓS UMA QUEDA DE

ENERGIA

AMPLA NÃO RESPONDE A SOLICITAÇÃO DOS CONSUMIDORES

AUDIÊNCIA

PÚBLICA NA

ENGENHOCA

AUMENTO DA FATURA APÓS A INSTALAÇÃO DO MEDIDOR

COM CHIP

CIDADÃO IMPEDIDO DE BARRAR A INSTALAÇÃO DOS NOVOS

MEDIDORES

INSTALAÇÃO DOS MEDIDORES ELETRÔNICOS SEM AVISAR AO

CONSUMIDOR

LOCAL DE FABRICAÇÃO DO MEDIDOR INFLUENCIA O MAU

FUNCIONAMENTO DO MESMO

COBRANÇA INDEVIDA DE FATURAS QUITADAS

INSERÇÃO DE DOAÇÕES COMPULSÓRIAS NA FATURA

BAIRRO SEM LUZ DURANTE 36 HORAS

AUDIÊNCIA

PÚBLICA NO LARGO

DA BATALHA

DEMORA EM FAZER PODA DE ÁRVORE NA FIAÇÃO

IMPOSSIBILIDADE DE FAZER REPAROS NA CALÇADA DEVIDO À

LOCALIZAÇÃO DO POSTE

DEMORA EM INSTALAR TRANSFORMADOR

CORTE INDEVIDO DE ENERGIA

TROCA DO MEDIDOR ENQUANTO O CONSUMIDOR ESTAVA EM

VIAGEM

INSTALAÇÃO DO MEDIDOR NO POSTE DA RUA, INFRINGINDO A

LEI ESTADUAL

AUDIÊNCIA

PÚBLICA EM SANTA CORTE INDEVIDO DO FORNECIMENTO

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ROSA DEMORA NO RESSARCIMENTO DOS DANOS CAUSADOS POR

IMPERÍCIA NA RESTITUIÇÃO DO FORNECIMENTO

AUMENTO REPENTINO NO VALOR DA FATURA

FALTA DE INFORMAÇÃO DOS CONSUMIDORES QUANTO AO

VALOR DA TARIFA E AOS SERVIÇOS PRESTADOS PELA

CONCESSIONÁRIA

FALTA DE MANUTENÇÃO DOS POSTES NA RUA MARTINS

TORRES

DEMORA NA RESPOSTA DAS SOLICITAÇÕES DA COMUNIDADE

DIFICULDADE NA COMUNICAÇÃO COM A CONCESSIONÁRIA

SUCESSIVAS QUEDAS DE ENERGIA NA RUA CINCO DE JULHO

DEMORA NO RESTABELECIMENTO DA ENERGIA APÓS

APAGÕES PROVENIENTES DE TEMPORAIS

14ª REUNIÃO COM

DEPOENTE – Sr.

NELSON HUBNER,

DIRETOR GERAL DA

ANEEL

A AGÊNCIA REGULA 63 CONCESSIONÁRIAS EM TODO O PAÍS

700 RESOLUÇÕES NORMATIVAS

MAIS DE 7.000 RESOLUÇÕES AUTORIZATIVAS E DEMAIS

A AGÊNCIA RECEBE 1,5 MILHÃO DE RECLAMAÇÕES NA

OUVIDORIA ATRAVÉS DO TELEFONE 167 NACIONAL

OS INDICADORES DEC E FEC SÃO A BASE DE ANÁLISE DA

EFICIÊNCIA DO FORNECIMENTO DE ENERGIA

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ORIENTA AS CONCESSIONÁRIAS

A NÃO PAGAR A TAXA DE OCUPAÇÃO DO SOLO

TODOS OS GANHOS QUE NÃO SÃO TARIFÁRIOS SÃO

REVERTIDOS EM MANUTENÇÃO DA REDE, COMO O ALUGUEL

DE ESTRUTURAS (POSTE)

PERDA DE ENERGIA É RATEADA ENTRE OS CONSUMIDORES

EM 2001 FOI FEITA AMOSTRAGEM COM TODOS OS

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS POR TODAS AS

CONCESSIONÁRIAS E PERMISSIONÁRIAS DE SERVIÇO ELÉTRICO

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AFIRMA QUE O NOVO MEDIDOR TEM A MESMA PRECISÃO

QUE O MEDIDOR ANTIGO

AFIRMAÇÃO DA PRECISÃO E EFICIÊNCIA DO NOVO MEDIDOR

AFIRMAÇÃO DE QUE SÓ HÁ AUMENTO NAS FATURAS QUANDO

EXISTE FURTO NA ENERGIA

SOFTWARE FAZ O CÁLCULO DO FATURAMENTO E ENCAMINHA

OS VALORES DO CONSUMO À EMPRESA

DEFESA DO NOVO SISTEMA DE MEDIÇÃO

OBJETIVO INICIAL DO NOVO SISTEMA DE MEDIÇÃO É INIBIR

FURTO

AFIRMAÇÃO DE QUE O NOVO SISTEMA DE MEDIÇÃO OBRIGA A

MODERNIZAÇÃO DA REDE

AFIRMAÇÃO DE QUE O NOVO SISTEMA DE MEDIÇÃO DÁ

“RAIO-X” DOS PROBLEMAS NA REDE

JUSTIFICA PAGAMENTO DE DUAS FATURAS NO MESMO MÊS,

COMO FORMA DE REORGANIZAR DATA DO PAGAMENTO

AFIRMAÇÃO DE QUE A DATA DE PAGAMENTO DAS FATURAS

PODE SER ESCOLHIDA PELO CONSUMIDOR OU COMPULSÓRIA,

DE ACORDO COM A DATA DE MEDIÇÃO

AFIRMAÇÃO DE QUE A MODERNIZAÇÃO DA REDE INIBIU O

FURTO

OS DADOS E INFORMAÇÕES DE FORNECIMENTO SÃO

ENCAMINHADOS PELA CONCESSIONÁRIA À AGÊNCIA

REGULADORA

NÃO EXISTE MÉTODO INDEPENDENTE DE FISCALIZAR A

CONCESSIONÁRIA

A CADA 2 ANOS A AGÊNCIA VISITA AS EMPRESAS PARA

AUDITORIAS E FISCALIZAÇÃO DE CAMPO

NOVO SISTEMA DE MEDIÇÃO AJUDA NO REGISTRO DAS

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INFORMAÇÕES DAS CONCESSIONÁRIAS

AGÊNCIA QUER CRIAR SISTEMA INDEPENDENTE PARA

AVALIAÇÃO DO SERVIÇO

TODOS OS DADOS E RELATÓRIOS PRODUZIDOS PELA AGÊNCIA

SÃO PÚBLICOS, PUBLICADOS NA INTERNET

ENTREGA DO RELATÓRIO DA PESQUISA DE SATISFAÇÃO DOS

CONSUMIDORES

15ª REUNIÃO COM

DEPOENTE – Srs.

GUILHERME BRASIL

E MARCOS RIDOLFI,

DIRETORES DA

AMPLA

REMOÇÃO DE POSTE NÃO É RECONHECIDA PELA ANEEL,

SENDO O CUSTO ATRIBUIDO AO SOLICITANTE

CONCESSIONÁRIA NÃO PAGA A UTILIZAÇÃO DO SOLO NEM

RECEBE DA PREFEITURA PELA UTILIZAÇÃO DO POSTE

ALUGUEL DO POSTE É SUBSÍDIO DE TARIFA

PERDA DE ENERGIA TEVE QUEDA DE 12% APÓS A INSTALAÇÃO

DOS PRIMEIROS 250 MIL MEDIDORES ELETRÔNICOS

MUNICÍPIO NÃO PODE COBRAR POR USO DO SOLO, POIS A

AMPLA É UMA CONCESSIONÁRIA FEDERAL

NÃO CABE À CONCESSIONÁRIA ANALISAR MORADIAS

IRREGULARES

AMPLA É OBRIGADA PELA ANEEL A INSTALAR MEDIDORES

ONDE É SOLICITADO

AFIRMAÇÃO DE QUE HOUVE MUITAS INSTALAÇÕES

IRREGULARES

A ORIGEM DO NOVO MEDIDOR É A MODERNIZAÇÃO DA REDE

O CHIP É UM COMPONENTE DE UM PADRÃO DE UMA NOVA

REDE DE TENSÃO ELÉTRICA

INSTALAÇÃO DO MEDIDOR ELETRÔNICO COMEÇOU EM 2001

O AMPLACHIP PERMITE TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO

IMEDIATA, COMO FALTA DE ENERGIA E PROBLEMAS NA REDE

40 MIL MEDIDORES POLIFÁSICOS FORAM SUBMETIDOS A

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COMPARAÇÃO TENDO APRESENTADO ERRO ACIMA DO

PERMITIDO

AFIRMA QUE OS CONSUMIDORES SÃO INFORMADOS DA

TROCA DO MEDIDOR, PORÉM AMPLA NÃO PRECISA DE

AUTORIZAÇÃO PARA INSTALÁ-LO

NO COMEÇO DAS INSTALAÇÕES DOS NOVOS MEDIDORES NÃO

HAVIA DISPLAY

AFIRMAÇÃO DE QUE NÃO HÁ DIFERENÇA ENTRE MEDIDORES

NOVOS E ANTIGOS

CALIBRAÇÃO E INSPEÇÃO DO MEDIDOR SÃO COBRADAS A

PARTIR DO MOMENTO EM QUE A AMPLA CONFIRMA QUE

NÃO HÁ PROBLEMA NO SEU PRODUTO

DEC – DURAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DE ENERGIA, FEC –

FREQUÊNCIA NA INTERRUPÇÃO DE ENERGIA

16ª REUNIÃO COM

DEPOENTES – Srs.

GUILHERME

BRASIL, AMPLA, e

Sr. CLAUDIO LYRIO,

DIP-EMUSA

AFIRMAÇÃO DO DESCOMPASSO DE AÇÕES ENTRE A AMPLA E

A PREFEITURA

REALOCAÇÃO DA REDE SUBTERRÂNEA NO TREVO DE

PIRATININGA

PARCERIA DA AMPLA PARA REALOCAÇÃO DA REDE

AUDIÊNCIA

PÚBLICA NA

CÂMARA

AFIRMAÇÃO DA CONCESSIONÁRIA DE NÃO SER CULPADA PELA

FALTA DE ÁGUA NO MUNICÍPIO

AFIRMAÇÃO DE QUE NÃO HÁ PLANEJAMENTO DA PODA DE

ÁRVORE

INSTALAÇÃO DO NOVO MEDIDOR É INEVITÁVEL

CONSUMIDORES QUE SE SENTIREM LESADOS PELO NOVO

SISTEMA DE MEDIÇÃO PODEM RECORRER À CONCESSIONÁRIA

CADA CONSUMIDOR TEM UM DISPLAY INSTALADO EM CASA

PARA ACOMPANHAR O SEU CONSUMO

AFIRMAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO INTERESSE DE PROGRAMAR A

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REDE SUBTERRÂNEA NOS CENTROS DAS CIDADES, MAS PARA

ISSO PRECISA DE APROVAÇÃO DA ANEEL

INVESTIMENTOS DE CERCA DE 1 BILHÃO NOS ÚLTIMOS DEZ

ANOS PARA MELHORIA DA REDE

EXISTÊNCIA DE PROBLEMAS DE GESTÃO NA CONCESSIONÁRIA

JUSTIFICATIVA DO NÃO PAGAMENTO DA TAOS

O MUNICÍPIO E A CONCESSIONÁRIA ESTÃO DISCUTINDO UMA

MINUTA DE ACORDO PARA A REALOCAÇÃO DA REDE

(DESLOCAMENTO DOS POSTES)

AFIRMAÇÃO DE QUE A CONCESSIONÁRIA REPASSA PARTE DO

VALOR DA LOCAÇÃO DOS POSTES À ANEEL

A AMPLA TEM 1400 EMPREGADOS DIRETOS E 6500 INDIRETOS

45 EMPRESAS PRESTAM SERVIÇO À CONCESSIONÁRIA

AFIRMAÇÃO DE QUE DOBROU O NÚMERO DE SUBESTAÇÕES

DESDE A PRIVATIZAÇÃO

A EMPRESA TEM A SUA DISPOSIÇÃO 1800 CARROS

EM NITERÓI EXISTEM 15 CARROS DISPONÍVEIS, PODENDO TER

MAIS DE, ACORDO COM A NECESSIDADE

AMPLA SOFRE 1.500 AÇÕES JUDICIAIS POR MÊS

FALHA DE COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE

REUNIÃO DE

ENCERRAMENTO DISCUSSÃO E APROVAÇÃO DO RELATÓRIO FINAL

6. VOTO DO RELATOR:

O presente Voto está organizado em três partes. Na primeira, será feito um sintético

esforço de contextualização do problema da distribuição de energia elétrica no Brasil e,

em especial, no Rio de Janeiro, remontando-se ao processo de privatização da

Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro (CERJ), ocorrido em 1996.

Page 24: RELATÓRIO FINAL DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO …camaraniteroi.rj.gov.br/.../05/relatorio-cpi-ampla.pdf · Requerimento nº 0053/09, de autoria do Vereador João Gustavo,

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Na segunda parte, são mencionados e analisados os principais aspectos apurados pela

CPI no tocante à prestação do serviço de distribuição ou fornecimento de energia

elétrica pela AMPLA em Niterói e as possíveis irregularidades daí decorrentes. Cabe

aqui ressaltar que, no início dos trabalhos da CPI, os principais focos de investigação

estavam voltados para a implantação do medidor eletrônico e para os supostos

superfaturamentos de contas. Contudo, com o aprofundamento do trabalho, foi

impossível para a CPI não se interessar por vários outros aspectos que brotavam da

investigação. Tais aspectos foram apurados ou percebidos através da oitiva dos

depoentes, da reunião com especialistas convidados, da análise minuciosa da

documentação reunida pela CPI e dos depoimentos colhidos e debates travados por

ocasião das audiências públicas. Esse movimento investigativo revelou três grandes

focos de problema na prestação de serviços de fornecimento de energia elétrica pela

AMPLA: a) a questão técnica, envolvendo a medição do consumo, a interrupção do

fornecimento de energia elétrica, os danos provocados por alterações bruscas na rede

elétrica, entre os mais frequentes; b) a questão da relação entre a AMPLA e o

consumidor; c) a questão das relações institucionais e comerciais entre a AMPLA e o

Município de Niterói.

Na terceira parte, são apresentadas as principais conclusões da CPI e as

recomendações que a Comissão julga oportuno encaminhar a diferentes instâncias do

poder público constituído.

6.1 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO

A atual configuração territorial e político-administrativa do Estado do Rio de Janeiro foi

estabelecida em 1975, com a fusão autoritária do antigo Estado do Rio de Janeiro com

o Estado da Guanabara. Esta unidade da Federação tinha como território o espaço

hoje correspondente ao Município do Rio de Janeiro, que se tornou a capital do novo

estado criado em 1975 e que, até 1960, era a sede do Distrito Federal, capital da

República.

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Em grande medida, por ter sido capital desde o Império, o antigo Município-Sede do

Distrito Federal, tornado Estado da Guanabara em 1960, ocupava lugar de grande

relevo na economia brasileira, colocando-se, já no final dos anos 1930, no 2° lugar na

contribuição para a formação da renda interna do Brasil, abaixo apenas do Estado de

São Paulo. No mesmo período, o antigo Estado do Rio de Janeiro ocupava apenas a 7ª

posição nesse ranking (Mendonça, 2004).

Embora houvesse nítida disparidade econômica entre o antigo Distrito Federal e o

antigo Estado do Rio de Janeiro, isso não impediu que se estabelecessem entre eles

diferentes níveis de cooperação. No setor de energia elétrica, objeto deste relatório,

havia interação entre eles, ainda que desfavorável ao antigo Estado do Rio de Janeiro:

seja na apropriação dos recursos energéticos fluminenses pelo então Distrito Federal,

seja pela exploração dos principais mercados consumidores de energia elétrica do

antigo Estado do Rio de Janeiro por empresas cariocas, ou seja, da Cidade do Rio de

Janeiro. Percebe-se, pois, uma interação desigual entre aqueles dois entes federados,

o que vai determinar a configuração, também desigual, das duas principais empresas

que estavam em atuação no setor, no âmbito do Rio de Janeiro, no momento da

privatização do setor elétrico: a Light, controlada pelo Governo Federal, e a Companhia

de Eletricidade do Rio de Janeiro (CERJ), controlada pelo Governo do Estado do Rio

de Janeiro.

O processo de privatização do setor elétrico brasileiro, que ocorreu no contexto

neoconservador de criminalização do Estado e de seu papel na indução do

desenvolvimento econômico, atinge mais intensamente o segmento de distribuição de

energia elétrica do que os segmentos de geração e de transmissão, que persistiram

sob expressivo controle público. Importa acentuar que o Rio de Janeiro manteve-se

fortemente dependente da importação de eletricidade, visto que Furnas Centrais

Elétricas S. A., subsidiária no Rio de Janeiro da holding estatal Eletrobrás, foi, até

1994, responsável pelo fornecimento de 84% da energia consumida pelo povo

fluminense, sendo que, desse percentual, apenas 5% da energia era gerada por

Furnas no próprio Estado do Rio de Janeiro (Mendonça, 2004).

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Em 1996, a Light passa para o controle privado, sob a forma de um consórcio formado

pelas empresas EDF, AES, Houston, BNDES e Grupo Vicunha/CSN, sendo que, em

2002, a EDF assume a condição de controladora majoritária. A CERJ, também em

1996, passa pelo mesmo processo, tendo seu controle acionário assumido, na

proporção de 70% da empresa, por um consórcio formado pelas empresas ENDESA,

EDP e Chilectra. É relevante salientar que, cerca de dois anos depois, a ENDESA e a

EDP, originalmente empresas estatais, da Espanha e de Portugal, respectivamente,

também foram submetidas a processos de privatização em seus países.

Como afirma Mendonça (2004), a situação deficitária em que já se encontrava a CERJ,

quando de sua privatização, fez com que o consórcio que a arrematou tenha investido,

para adquiri-la, quatro vezes menos recursos financeiros do que o consórcio que

arrematou a Light. Isso se explica, em boa medida, pelas diferenças econômicas,

demográficas e geográficas entre os mercados anteriormente atendidos pela Light e

pela CERJ, que se mantiveram identicamente divididos após a privatização. No

primeiro caso, trata-se de cerca de 80% do consumo de energia elétrica, distribuído por

território mais compactado e mais densamente habitado. Já o mercado atingido pela

CERJ - e hoje, pela AMPLA -, além de ser bem menos expressivo economicamente,

pois corresponde a 20% do consumo de energia elétrica do Estado do Rio de Janeiro,

estende-se por vasta área, em alguns casos, fortemente empobrecida, com

consideráveis vazios demográficos. Com base nesse autor, é possível explicar, a partir

desses dados, as dificuldades enfrentadas na gestão dessa empresa, inclusive após a

sua privatização, considerando que não houve alteração na distribuição espacial dos

mercados nem mudança significativa nas características econômicas da maioria dos

municípios ou regiões que eles compreendem. Por exemplo, a comparação das taxas

de frequência e duração da interrupção do fornecimento de energia elétrica, no ano da

privatização, é bem desfavorável à CERJ, no cotejo com o desempenho da Light

(Mendonça, 2004).

Para concluir esta parte, convém salientar que o processo de privatização não apenas

não alterou as dificuldades na gestão do setor de distribuição de energia elétrica no

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território anteriormente atendido pela CERJ, como acentuou o quadro, introduzindo

novas dificuldades, em especial para os consumidores: a) distanciamento da empresa

concessionária de energia elétrica de suas responsabilidades sociais, em particular no

tocante à humanização da relação com o consumidor; b) aumentos substantivos nos

valores tarifários, mormente se comparados com o padrão de qualidade do serviço,

fenômeno que se constata, de forma evidente, no que se refere à prestação de

serviços feita pela AMPLA, em Niterói. A esse respeito, Cintra (2009), apoiado em

estudo realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES), revela que, de 1995 a 2008, data da publicação do estudo, a tarifa média de

energia elétrica teria subido 398%, enquanto a correção dos salários, com base no

IPCA, foi, no mesmo período, de 164%! Referindo-se a outro estudo, de autoria de

Gustavo Santos, Eduardo Barbosa, José Francisco da Silva e Ronaldo Abreu, Cintra

(2009) cita: “o Brasil possui o menor custo de produção de energia do mundo entre as

nações com mais de 50 milhões de habitantes. Entretanto, para o consumidor, a tarifa

é uma das mais caras”. Com a privatização, acrescenta o autor, as empresas

concessionárias teriam criado diversos custos de produção desnecessários e

provocado significativa disparidade regional do custo da tarifa, o que antes não se

manifestava de forma tão intensa (Anexo 10).

6.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS IDENTIFICADOS PELA CPI

6.2.1 Questões Técnicas

Como anteriormente mencionado, um dos aspectos deflagradores desta CPI foi a

mudança no sistema de medição de consumo de energia elétrica adotada pela AMPLA,

com a troca dos medidores eletromecânicos pelos medidores eletrônicos, vale dizer,

com a adoção do sistema de medição centralizada, usando a tecnologia de chip

(AMPLACHIP). É por esse aspecto que a análise será iniciada, ressalvando-se, porém,

que o problema da alteração do sistema de medição não tem apenas repercussão

técnica, mas também fortíssimos impactos negativos sobre a relação da AMPLA com o

consumidor, conforme veremos mais adiante.

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Em 30 de setembro de 1998, por meio da Resolução n° 308/98, a Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL) autorizou a Light a adotar, por doze meses, no âmbito de um

projeto-piloto, o Sistema de Medição Centralizada (Anexo 11). A Light deveria, para

tanto, cumprir um conjunto de exigências fixadas pela referida Resolução e, em 180

(cento e oitenta) dias, apresentar estudo sobre o novo Sistema. Pouco menos de sete

anos depois, em 30 de maio de 2005, através da Resolução Autorizativa n° 201/05, a

ANEEL autorizou a AMPLA a adotar, para procedimentos relativos ao faturamento, a

medição eletrônica externa de energia elétrica, em caráter experimental, por um

período de 24 (vinte quatro) meses (Anexo 12). É curioso que a ANEEL tenha expedido

tal Resolução sem proceder a uma rigorosa avaliação da experiência análoga

desenvolvida pela Light, a partir de 1998. Ou seja, não havia, salvo melhor juízo,

fundamento para que a ANEEL atestasse, em respeito ao direito do consumidor, a

eficiência e a confiabilidade do sistema então autorizado à concessionária AMPLA.

Cerca de uma semana antes da expiração da Resolução Autorizativa n° 201/05,

destinada à AMPLA, a ANEEL expediu outra Resolução, de n° 923/07, datada de 22 de

maio de 2007, ampliando por seis meses o prazo anteriormente concedido à AMPLA

para adoção do modelo experimental, bem como alargando também os prazos para

apresentação de relatório por parte da AMPLA (Anexo 13). À época, houve inclusive

conflito de versões desta última Resolução, no âmbito da própria ANEEL: uma das

versões prorrogava o prazo da AMPLA, de 24 (vinte e quatro) a 30 (trinta) meses.

Outra versão, mais benevolente, prorrogava o prazo para 36 (trinta e seis) meses.

Ainda no ano de 2007, sem fazer qualquer menção à Resolução Autorizativa n° 923/07,

a “resoluta” ANEEL baixa a Resolução Normativa n° 292/07, de 04 de dezembro de

2007 (Anexo 14), mais uma vez para alterar prazos de apresentação de estudos e

relatórios por parte das concessionárias, entre outras disposições (ALERJ, 2008).

Cabe ressaltar que as Resoluções expedidas em favor da AMPLA são muito mais

flexíveis que aquelas estipuladas para outras concessionárias, em especial a Light,

ainda que o procedimento autorizado à AMPLA seja mais complexo, pois envolve a

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lida, não apenas com sistemas de medição, mas também com softwares de

transmissão e transformação de dados captados na medição do consumo em dados

relativos a faturamento.

A implantação do novo sistema de medição, com medidores eletrônicos dotados de

chip, embora anunciado pela AMPLA como ação de modernização de seus recursos

tecnológicos, tem como principal motivação o combate ao furto de energia, segundo

especialistas, consumidores e até a própria concessionária, que não nega que exista

também essa intenção. O fato de ter iniciado a implantação dos novos medidores em

áreas populares revela, porém, uma atitude fortemente preconceituosa da

concessionária, na linha da criminalização da pobreza, como já atestou a CPI da

ALERJ em seu relatório (ALERJ, 2008). Quando a implantação da medição eletrônica

provocou um festival de aumentos surpreendentes de tarifas, mesmo em residências

modestas, com poucos pontos de luz e dotadas de módicos equipamentos elétricos, a

imprensa começou a repercutir com frequência a situação, os protestos começaram e

vários setores passaram a se pronunciar, como foi o caso da Câmara Municipal de São

Gonçalo, a primeira que tomou a iniciativa de instalar Comissão Parlamentar de

Inquérito para apurar abusos praticados pela AMPLA (Anexo 15). A concessionária,

então, passou a responsabilizar as instalações elétricas particulares pelas disparidades

nos valores das contas, que em certos casos duplicaram, triplicaram e até foram

multiplicados por dez, imediatamente após a instalação da medição eletrônica. A

questão que sobressai aqui é a seguinte: não seria o caso de a concessionária

começar o processo pelo começo, ou seja, por em prática um amplo programa de

modernização da rede elétrica na sua área de concessão, estimulando consumidores a

fazê-lo, com prestação de assessoramento técnico, parcelamentos nos eventuais

encargos decorrentes da modernização, e até buscando parceria com o setor público

para que este pudesse subsidiar em parte o referido programa? Afinal, trata-se de tema

de interesse público, considerando que as condições das instalações elétricas de

residências ou de estabelecimentos comerciais têm reflexos, no limite, sobre a

segurança e a integridade do cidadão. E o que dizer das condições da rede elétrica

externa, de responsabilidade da concessionária, que permaneceram precárias em

muitas localidades, mesmo após a implantação do sistema de medição eletrônica?

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Neste caso, não cabe alegar o pretexto de que a AMPLA não pode, sem prévia

autorização, intervir na modernização de rede elétrica particular. Com efeito, trata-se

aqui da rede externa, como postes, transformadores e outros equipamentos obsoletos,

que nem são compatíveis com o discurso que sustenta a modernização representada,

segundo a concessionária, pelo sistema de medição eletrônica. A esse respeito, cabe

lembrar que a AMPLA teve que se submeter ao Termo de Compromisso de Ajuste de

Conduta n° 01/2008 (Anexo 16), por não ter atingido metas relativas à Duração

Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e à Frequência

Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), nos termos da Resolução

n° 666/03, de 11 de dezembro de 2003, baixada pela ANEEL (Anexo 17). Por este

citado TAC, a AMPLA se comprometia a aplicar mais R$ 18.780.823,96, além do

programado em seu orçamento, para investimentos em sua rede de distribuição.

Convém neste momento mencionar, para destacar os severos limites técnicos dos

serviços prestados pela AMPLA, o Relatório Brasil do Prêmio IASC 2009, publicado

pela ANEEL, que classifica a AMPLA, entre as concessionárias que atuam em

municípios com mais de 400.000 habitantes, como a penúltima colocada das regiões

Sudeste e Sul, com base na qualidade dos seus serviços de fornecimento de energia

elétrica, observados diferentes critérios: frequência de interrupção no fornecimento,

duração da interrupção do fornecimento, variação na tensão, pontualidade no

atendimento, avisos antecipados sobre corte de energia, facilidade de contato com a

empresa, cordialidade no atendimento, confiabilidade das soluções, entre outros

(Anexo 18). A AMPLA contesta essa avaliação, brandindo dados provenientes de duas

fontes: da Associação Brasileira de Distribuição de Energia Elétrica (ABRADEE),

entidade que representa as concessionárias, que realiza anualmente, entre março e

abril, estudos sobre a qualidade dos serviços das concessionárias; e da empresa ISP,

contratada pela própria AMPLA para proceder à avaliação interna de seus serviços. Em

ambos os casos, são estudos que não podem ser classificados propriamente como

independentes, embora a CPI não possa emitir juízo de valor sobre os estudos em si

mesmos. Contudo, o fato de que apenas na Comarca de Niterói correm, mensalmente,

cerca de 1.500 ações judiciais contra a AMPLA, segundo dados fornecidos pelo próprio

Presidente da empresa, Sr. Marcelo Llevenes, é revelador do padrão de qualidade da

empresa aos olhos de seus clientes.

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A propósito, importa assegurar que a CPI tem uma posição amplamente favorável aos

processos de desenvolvimento tecnológico e à modernização, não apenas no setor de

energia elétrica. Contudo, entende-se que a modernização não se caracteriza, de fato,

quando a concessionária simplesmente desconsidera a manutenção básica da sua

rede, revelando seu furor modernizante apenas em aparatos tecnológicos que, no

limite, aumentam a sua rentabilidade. Na Região Oceânica, por exemplo, assim como

em vários bairros da Zona Norte de Niterói, ainda são comuns os postes de madeira,

além de transformadores que remontam à época da CERJ, sem mencionar as fiações

aéreas, muitas vezes caídas nas calçadas, mal conservadas, enroscadas de forma

bagunçada, assustando quem por elas passa pela sensação de insegurança que

transmitem. Enfim, o grande objetivo da medição por chip, também tratada como

medição digital, é coibir o furto de energia elétrica, o que foi reconhecido pela AMPLA,

durante o depoimento de alguns de seus representantes.

Em síntese, a adoção pela AMPLA, com a anuência da ANEEL, do novo sistema de

medição eletrônica centralizada, com uso da tecnologia de chip, revelou várias

questões mal encaminhadas ou mal solucionadas, que, em alguns casos, assim

permanecem: falta de vistoria dos medidores com chip; falta de padronização dos

medidores; forma atropelada pela qual os medidores foram aprovados pelo INMETRO,

sendo aprovado um sistema de medição e um modelo de medidor sem que se tivesse

testado conclusivamente o software de transmissão de dados; constatação de que o

novo medidor não funciona adequadamente em redes polifásicas (30% de erro!), tendo

ultrapassado a margem de erro estabelecida pelo próprio INMETRO; verificação inicial

do funcionamento do medidor feita pelo próprio fabricante; autorização da ANEEL para

instalação, ainda que experimentalmente, de novo sistema de medição, sem que ele

tivesse sido plenamente testado pelos órgãos de normatização de tecnologias, como

INMETRO e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A adoção do equipamento chamado de “sentinela” é, nas áreas onde não há medição

eletrônica, ou seja, onde o consumo é aferido por medidor eletromecânico, uma

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alternativa apresentada pela concessionária para se proteger. O equipamento

“sentinela” faz o cotejo entre a energia consumida por um conjunto de unidades de

consumo situadas numa determinada área e o valor faturado no conjunto dessa área.

Quando este valor é menor que o valor que corresponderia à energia distribuída, as

perdas da AMPLA são, por iniciativa da concessionária, rateadas entre as unidades de

consumo daquela área, num verdadeiro processo de socialização das perdas com

consumidores que nada têm a ver com a situação e que ficam constrangidos porque

são postos sob a suspeição de terem cometido furto de energia. Em outras palavras, a

medição eletrônica busca inibir o furto de energia e o equipamento “sentinela” opera na

socialização dos prejuízos decorrentes do “gato”, em áreas cujo consumo é medido

eletromecanicamente. Cumpre esclarecer que a CPI não considera tolerável o furto de

energia elétrica nem qualquer outro furto ou ação delituosa de qualquer natureza. A

CPI busca, na verdade, ao destacar essa discussão, acentuar que a preocupação

principal da AMPLA não é propriamente com a modernização da rede ou do serviço,

mas antes com sua própria rentabilidade.

Também merece relevo o fato de que a AMPLA iniciou o processo de medição

eletrônica, sem a devida chancela do Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), que

deveria ter aprovado, previamente, o equipamento adequado, o que não ocorreu. A

rigor, nos 300.000 primeiros medidores AMPLACHIP instalados pela concessionária, o

equipamento tinha especificações distintas daquelas aprovadas pelo INMETRO, como

asseverou seu representante em depoimento à CPI. A propósito, nesse instrutivo

depoimento, o representante do INMETRO, Sr. Luiz Carlos Gomes dos Santos, Diretor

de Metrologia Legal do órgão, trouxe à baila uma questão absolutamente relevante.

Com efeito, na análise dos problemas técnicos, detecta-se uma questão, para a qual a

CPI foi alertada pelo INMETRO, que diz respeito ao software empregado pela AMPLA

para transmitir os dados captados pelos medidores de consumo à central de

processamento da concessionária, transformando-os, por assim dizer, em dados

relativos ao faturamento das contas. Segundo alertou o representante do INMETRO,

este órgão não tem competência para proceder à auditagem do software, o que, até o

presente momento, não foi feito por nenhum órgão de controle. Tal software, que

segundo a própria AMPLA, já sofreu várias alterações em busca de aperfeiçoamento,

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permanece um mistério, do ponto de vista de sua fidedignidade ou precisão, pois erros

neste caso podem prejudicar sensivelmente o consumidor, na medida em que

repercutem diretamente sobre o valor da sua conta.

É fato público e notório que a implantação do sistema centralizado de medição

eletrônica provocou aumento significativo da inadimplência, na medida em que muitos

consumidores perderam a capacidade de pagar as suas contas, agora com valores

“modernizados”, vale dizer, muito superior ao padrão ordinário. Como a AMPLA é

especialmente eficiente – e cruel – nos procedimentos de corte de energia elétrica, tal

situação provocou inúmeras interrupções de fornecimento de energia, num movimento

que a ALERJ (2008) qualificou como “gato ao contrário”, sem que a AMPLA tivesse

manifestado preocupação com a gritante questão de fundo que estava posta: há

relação entre a implantação do medidor eletrônico e a disparada no valor das contas

apresentadas ao consumidor? No entendimento da CPI, esta indagação jamais foi

suficientemente elucidada. Até porque, quando chega a obter a atenção da AMPLA

para discutir a questão, em geral o consumidor fica submetido a um posicionamento

unilateral. É a concessionária que faz a avaliação técnica e emite o laudo. Ora, nestes

casos, onde há fundamento para a dúvida do consumidor sobre o valor de sua tarifa,

não seria mais adequado e mais justo que a avaliação da situação fosse feita através

de inspeção técnica independente? Inconformado com a situação, o consumidor Nestor

Almeida Filho, que depôs na CPI, contratou, às suas próprias expensas, serviço

especializado para fazer vistoria prévia em sua residência, antes da vistoria que seria

feita pela própria AMPLA para analisar se o consumo medido, questionado pelo

consumidor, correspondia, de fato, às características da unidade consumidora. O

Laudo da Vistoria Prévia (Anexo 19) evidenciou que o medidor instalado pela AMPLA

estava lesando o consumidor, bem como o Termo de Acompanhamento da Vistoria

feita pela AMPLA (Anexo 20), acompanhamento este realizado pelo mesmo

especialista que fez a vistoria prévia, destacou as insuficiências dos procedimentos

adotados pelos técnicos enviados pela concessionária.

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Ainda sobre a questão da medição do consumo, a CPI indaga se a concessionária não

age de forma abusiva, quando troca o medidor eletromecânico pelo medidor eletrônico,

sem prévia comunicação ao consumidor, principal interessado pela medição de seu

próprio consumo? Há casos em que a troca foi feita na ausência do consumidor,

conforme depoimentos colhidos em audiências públicas, com trabalhadores, em nome

da AMPLA, adentrando áreas privadas, como quintais e varandas, sem consentimento

do morador. Há também importante agravo ao consumidor, quando a AMPLA lhe

confisca o direito de acompanhar o seu próprio consumo. Foi o caso da implantação de

mostradores de consumo no alto de postes, prática que a concessionária teve que

modificar, sob forte pressão dos consumidores, da mídia e de instâncias do poder

público. Tal fato inspirou inclusive a sanção da Lei Estadual n° 4901/06, de 08 de

novembro de 2006, de autoria do Deputado Paulo Ramos, que dispõe sobre a

instalação de medidores por concessionárias que prestam serviços diversos, dando

ênfase à questão da acessibilidade e da visibilidade desses medidores ao consumidor

(Anexo 21). Na Câmara Municipal de Niterói, também foi aprovado o Projeto de Lei nº

121/09, motivado pelo trabalho da CPI, de autoria dos Vereadores João Gustavo,

Waldeck Carneiro e José Augusto Vicente (Anexo 22), que dispõe sobre a altura do

medidor de consumo. Não obstante o parecer favorável da Comissão de Constituição e

Justiça desta Casa, a Lei foi vetada pelo Prefeito (Anexo 23). A AMPLA buscou

questionar a constitucionalidade daquela Lei Estadual, o que lhe foi assegurado

liminarmente pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Contudo, os efeitos

dessa Liminar foram neutralizados por Medida Cautelar do Supremo Tribunal Federal,

até o julgamento do mérito pela Corte Estadual. Sem pretender discutir juridicamente a

questão, a CPI quer apenas demonstrar como a AMPLA tenta, através da Justiça,

cercear o direito do consumidor de ter fácil acesso ao seu próprio medidor, para

acompanhar o seu consumo de energia elétrica.

Ainda sobre medição do consumo, a CPI estranha o fato de que a AMPLA continue

cobrando a tarifa básica de consumo, quando, por alguma razão, num determinado

período de medição, não há registro de consumo por parte da unidade consumidora.

Afinal, o medidor digital é “cantado em prosa e verso” pela AMPLA como equipamento

de alta precisão, capaz de medir todo o consumo, inclusive perdas de energia com fios

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desencapados, com “mal contato” em tomadas, com equipamentos no modo “stand

by”, com a centelha inicial que aciona a ligação elétrica, entre outras situações. Com

tanta precisão, seguramente este moderníssimo medidor também é capaz de detectar

o “consumo zero”, ou seja, a ausência total de consumo num determinado período de

medição. Ora, nesse caso, então, qual o sentido de cobrar a tarifa básica ou mínima?

Sobre a responsabilidade da AMPLA na interrupção do fornecimento de água derivada

da falta de energia elétrica, tema extremamente preocupante, vez que atinge o cidadão

simultaneamente em dois serviços fundamentais, a concessionária alega que o tempo

máximo de interrupção no fornecimento de água em condições normais é de 3 minutos.

Ocorre, porém, segundo o Presidente da AMPLA, Sr. Marcelo Llevenes, que algumas

empresas de fornecimento de água não têm serviço de proteção para enfrentar micro

cortes, o que poderia ser facilmente evitado se tais empresas fizessem “alguns

investimentos”. Ainda que a CPI não tenha se aprofundado nessa questão, convém à

Câmara Municipal de Niterói e à Prefeitura de Niterói, em especial através da

Subsecretaria de Fiscalização dos Serviços Concedidos, esmiuçar essa vertente de

investigação.

6.2.2 Relação entre Consumidor e Concessionária

Alguns dos aspectos que serão discutidos nesta seção até têm uma forte dimensão

técnica, mas aqui interessa o que eles revelam acerca das relações entre a AMPLA e o

seu consumidor. Por exemplo, é o caso da questão relativa aos danos causados a

equipamentos elétricos dos clientes em decorrência de variação brusca da tensão ou

de interrupção no fornecimento de energia elétrica. Algumas vezes, esses episódios

acabam por avariar equipamentos eletrônicos, sendo absolutamente justo que a

concessionária se responsabilize por esse prejuízo, de modo que o consumidor não

seja prejudicado duas vezes. Contudo, há situações em que o consumidor, já vitimado

pela perda de um equipamento, ainda tem que passar por uma verdadeira “via crucis”

para obter o ressarcimento. Na verdade, as dificuldades antecedem até a questão do

ressarcimento, pois já se revelam nas grandes dificuldades de comunicação com a

AMPLA, um dos aspectos mais mencionados pelos cidadãos que participaram das

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audiências públicas. O sistema de “call center” montado pela AMPLA é duramente

criticado, pelo espantoso tempo de espera a que submete o consumidor e pelas

duvidosas possibilidades de resolução de problemas através desse sistema, posto que

os atendentes, não raramente, se mostram incapazes de dar encaminhamento

adequado às questões indagadas e às demandas formuladas pelo consumidor.

Voltando, porém, à questão dos danos em equipamentos, é válido ilustrar essa

discussão com o depoimento escrito oferecido à CPI pelo Sr. Antonio Maria Fontes

Pinto e Melo (Anexo 24), que, após oito contatos feitos com a AMPLA e cinco

protocolos gerados, não conseguiu resolver um problema que ocorreu no dia 25 de

fevereiro de 2008, quando, após uma interrupção no fornecimento de energia,

constatou a avaria na fonte de proteção de um estabilizador de corrente. O relato

detalhado feito pelo referido cidadão demonstra, não apenas a incrível dificuldade de

diálogo entre o consumidor e a AMPLA, mas também o desinteresse e a incompetência

da AMPLA para lidar com as demandas de seus clientes, vez que a concessionária,

nas oportunidades em que se dirigiu ao reclamante, fez referência a uma data diferente

do dia em que ocorreu a avaria. Alertada formalmente sobre o engano, inclusive com

protocolo específico para essa reclamação, a AMPLA continuou, ao se dirigir ao

consumidor, fazendo referência à data errada e usando isso como seu principal

argumento: naquela data (a errada) não houvera nenhuma interrupção de energia, sem

jamais mencionar a data exata de ocorrência do problema, tantas vezes assinalada

pelo consumidor. Abordada sobre o problema, a ANEEL manteve a linha da AMPLA,

informando ao consumidor que na data em questão (a errada) não havia registro de

interrupção de energia, o que tornava indeferido o pedido de ressarcimento feito pelo

Sr. Antonio Maria Melo.

Sobre a interrupção do fornecimento de energia, problema técnico que tem fortes

impactos negativos na relação da AMPLA com o consumidor, importa primeiramente

fornecer um dado objetivo: com base em relatório da ANEEL referente ao ano de 2009,

intitulado “Índices de Continuidade por Conjunto AMPLA - Anual 2009” (Anexo 25), de

30 municípios fluminenses mencionados, em 23 houve interrupção do fornecimento de

energia com tempo de duração acima do padrão fixado pela ANEEL. Em Niterói, por

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exemplo, o índice considerado aceitável pela ANEEL (DEC padrão) é 9,00, mas

infelizmente o índice real foi 12,53. Na Zona Sul, o DEC padrão é 15,00, mas o índice

real foi 18,64. Em 2008, na Região Oceânica, uma das áreas de Niterói mais

castigadas pela baixa qualidade dos serviços prestados pela AMPLA, o índice real

(14,94) foi superior a todas as demais regiões da Cidade.

Compreensivelmente aflito com a interrupção do fornecimento de energia, por vezes

até com pessoas na sua residência que dependem, por razões de saúde, do

funcionamento de determinados aparelhos eletrônicos, o consumidor, dada a duração

da interrupção, tenta telefonar para a AMPLA, em busca de informação e orientação.

Nessa situação, revela-se outro grave problema na relação entre a AMPLA e o

consumidor: a atendente solicita preliminarmente o número de cliente do consumidor.

Ora, ninguém sabe de cor o seu número de cliente AMPLA e é muito difícil, quando não

impossível, localizá-lo no escuro. Não seria o caso, então, de se estabelecer outro

número de cliente, idêntico ao de sua carteira de identidade ou CPF, para facilitar a

comunicação entre o consumidor e a AMPLA, mormente em situações de aflição,

emergência ou mesmo pânico?

Neste primeiro quadrimestre de 2010, as sucessivas e longas interrupções do

fornecimento de energia revelam, por parte da AMPLA, descaso com o consumidor e

investimentos insuficientes na manutenção da rede elétrica, embora um de seus

representantes, durante Audiência Pública na Câmara Municipal de Niterói, realizada

no dia 05 de abril de 2010 (Anexo 26), tenha afirmado que os problemas se devem a

“fatores externos”, referindo-se a eventos naturais, como chuvas e ventos, e que a

AMPLA buscaria se adaptar a essas condições externas. Porém, indagado se, afinal de

contas, após 15 anos de trabalho em Niterói, a AMPLA ainda estava se preparando

para se adaptar às condições externas e, ainda, se não havia problemas, isto sim, de

planejamento e gestão, o Presidente da empresa, Sr. Marcelo Llevenes, reconheceu os

problemas de planejamento e, mais de uma vez, pediu desculpas à Cidade pelos

transtornos no fornecimento de energia elétrica.

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Ainda sobre relações entre o consumidor e a AMPLA, cabe mencionar novamente,

agora por outro ângulo, o problema do superfaturamento de contas, fenômeno que se

multiplicou, conforme assinalado anteriormente, logo após a implantação do sistema de

medição centralizada (medição digital com chip). A abordagem agora diz respeito à

absurda inversão do ônus da prova praticada pela AMPLA, num evidente agravo ao

direito do consumidor, quando exige que o cliente pague a conta superfaturada para

posteriormente fazer os questionamentos junto à concessionária. Ocorre que o cliente,

na maior parte dos casos, não dispõe de recursos para saldar contas cujos valores são

muito superiores ao valor por ele pago ordinariamente. E, se não pagar, além de não

conseguir prosseguir no questionamento à concessionária, o consumidor terá o seu

fornecimento interrompido, prática que a AMPLA adota com notável desenvoltura. O

procedimento razoável, nessas situações, seria o pagamento, pelo consumidor, do

valor médio de seus últimos meses, até que fosse esclarecida a situação do

superfaturamento. Obrigar o consumidor a provar que não furtou energia para, só

depois, ter a sua conta normalizada, porque é isso que, na prática, significa obrigar o

pagamento do valor superfaturado, é uma afronta ao direito do consumidor.

Como já foi discutido anteriormente, o tema da instalação dos medidores eletrônicos,

no que se refere à forma como ocorreu, não será aqui repetido. Apenas deve-se

ressaltar a absoluta incapacidade da concessionária para se comunicar previamente

com o consumidor, de modo a explicá-lo sobre o significado do novo procedimento e os

seus eventuais benefícios para a qualidade dos serviços prestados pela AMPLA e,

consequentemente, para os seus clientes. Ademais, as situações em que

trabalhadores, em nome da AMPLA, adentraram áreas particulares, sem a anuência de

seus proprietários ou responsáveis, demonstram um viés autoritário e desrespeitoso da

AMPLA para com os consumidores.

A propósito, a AMPLA tem cerca de 1.400 trabalhadores diretos e cerca de 6.500

trabalhadores terceirizados, nos 66 municípios em que atua, no Estado do Rio de

Janeiro, segundo dados fornecidos por seu Presidente, durante a Audiência Pública do

dia 05 de abril de 2010. Tal fato revela que, em grande medida, a relação entre a

AMPLA e os consumidores não é feita por seus trabalhadores, mas por profissionais de

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outras empresas, que a concessionária terceiriza, em diversas áreas de atuação. Ora,

como a AMPLA parece não cuidar, de maneira minuciosa, do padrão de qualidade

dessas empresas por ela terceirizadas, que prestam serviços em seu nome, a

concessionária ficará sempre associada ao padrão, vale dizer, ao baixo padrão de

qualidade dos serviços prestados pela terceirizada, principalmente no atendimento ao

cliente. A propósito, é curioso que a AMPLA tenha demonstrado dificuldade para

fornecer à CPI informações precisas sobre as empresas terceirizadas e, também, sobre

a avaliação da qualidade do trabalho que as terceirizadas realizam em seu nome. Que

instrumentos de avaliação são adotados pela AMPLA? Quais são os principais

resultados dessa avaliação? A CPI perdeu capacidade investigativa ao não dispor

desses dados, mas, seguramente, perde mais a AMPLA, com o baixo padrão dos

serviços que presta através das terceirizadas, e, lamentavelmente, perde muito mais o

consumidor, principal foco de preocupação desta CPI, visto que tem sido o elo mais

fraco dessa cadeia.

A forma cruel e arrogante com que a AMPLA pratica os cortes de energia em situações

de falta de pagamento, ainda que mediante contas absurdamente superfaturadas, em

nada corresponde à inoperância e à lerdeza, sobejamente demonstradas pela

concessionária, no restabelecimento do fornecimento de energia após as interrupções.

Há casos em que o consumidor ficou dias aguardando a religação, sem informações

precisas da AMPLA sobre a natureza do problema nem perspectivas para solucioná-lo,

conforme declararam vários participantes das audiências públicas promovidas pela

CPI. A Câmara Municipal de Niterói, na legislatura 2005-2008, tentou disciplinar os

cortes de energia elétrica na Cidade, buscando evitar, por exemplo, que eles

ocorressem às vésperas do final de semana, considerando que, no sábado e no

domingo, a religação da eletricidade cortada é praticamente impossível. Embora

aprovado em Plenário, o Projeto de Lei n° 137/2008, de autoria do então Vereador

Marival Gomes, foi surpreendentemente vetado pelo Prefeito de Niterói (Anexo 27).

Antes de encerrar esta parte, cabe ao menos lembrar a curiosa decisão da AMPLA de

emitir duas faturas no mesmo mês, sob a justificativa, endossada pela ANEEL, de que

buscava reorganizar as datas de pagamento, o que provocou assombro e confusão

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entre os consumidores, muitos confrontados ao absurdo de pagar o mesmo valor duas

vezes, no mesmo mês. Na perspectiva da CPI, tal medida mal disfarçou uma clássica

estratégia de antecipação da receita por parte da concessionária, mais uma vez

demonstrando absoluta insensibilidade social para com a situação de seus clientes.

Sobre fatura, ainda, vale pontuar que a própria mudança na apresentação das faturas

já prejudicou a sua compreensão por vários consumidores, conforme inúmeros

depoimentos oferecidos durante as audiências públicas, de cidadãos de origem

sociocultural distintas. Ou seja, não é um problema de capacidade de interpretação do

cliente, mas de apresentação da fatura por parte da empresa. Aliás, este é o tipo de

documento que, justamente para evitar confusão, deve ser o mais claramente

apresentado, o que não parece ser uma preocupação para a AMPLA.

6.2.3 Relação Município e Concessionária

Preliminarmente, é preciso salientar que a instauração desta CPI é, por si só, um

exemplo da absoluta ausência de diálogo entre a AMPLA e a Câmara Municipal de

Niterói. A rigor, como já se colocou neste relatório, a AMPLA passou a dar certa

atenção ao parlamento municipal apenas em função da pressão que os trabalhos da

CPI provocaram sobre a concessionária. Esta é a análise consensual de todos os

membros desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Uma evidência desse fato é que a

AMPLA, em quase todas as suas participações na CPI, seja em depoimentos, seja em

Audiências Públicas, mandava representantes, em especial um representante, Sr.

Guilherme Brasil, que muito embora tenha se colocado sempre de forma atenciosa,

não sabia responder à grande parte dos questionamentos que lhe eram dirigidos, em

especial àqueles de caráter técnico. Ou seja, a AMPLA mandava um “diplomata” para

as atividades promovidas pela CPI, para dar a aparência de estar facilitando o trabalho

da Comissão, mas, no fundo, operava para que as principais questões ficassem sem

resposta. A atitude da concessionária quanto às demandas de informações e dados

feitas pela CPI não foi diferente, pois sempre demonstrou morosidade ou incompletude

no atendimento dessas demandas.

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No tocante, porém, às relações mantidas entre a AMPLA e a Prefeitura de Niterói, cabe

mencionar, antes de qualquer outra abordagem, as desencontradas manifestações de

autoridades e órgãos da Prefeitura sobre as relações com a referida concessionária.

Por exemplo, o Presidente da Empresa Municipal de Urbanismo, Saneamento e

Habitação (EMUSA), Sr. José Roberto Mocarzel, em depoimento à CPI, questionou a

postura da AMPLA em vários momentos, especialmente quanto ao problema da

translocação de postes em determinados logradouros, o que muitas vezes é

indispensável para uma determinada intervenção da Prefeitura na via pública. Contudo,

segundo o Presidente da EMUSA, a AMPLA age de forma estritamente comercial

nesses casos, enviando à Prefeitura orçamento do serviço, ou seja, tratando a

Prefeitura como um cliente ordinário. Contudo, essa mesma concessionária reluta em

pagar a Taxa de Autorização para Ocupação do Solo nos Logradouros Públicos

(TAOS) à Prefeitura, mesmo dispondo de 41.764 postes em Niterói, segundo dados da

própria empresa. Este ponto voltará a ser abordado mais adiante. Retornando ao

depoimento do Presidente da EMUSA, é relevante sublinhar que o Sr. José Carlos

Mocarzel entregou à CPI um documento, em papel timbrado da EMUSA, intitulado

“Pendências da AMPLA com a Prefeitura de Niterói” (Anexo 28). Tais pendências são

assim classificadas no documento: remanejamento de postes, deficiência no

atendimento emergencial, deficiência no atendimento de poda de árvores,

irregularidades no serviço de manutenção, descumprimento do projeto proposto pela

Diretoria de iluminação Pública (DIP) da EMUSA para atender aos eventos e

irregularidades no atendimento da gestão comercial.

Entretanto, chamou muita atenção o fato de que o Diretor da DIP, Sr. Cláudio Lyrio,

que integrou a mesa principal da Audiência Pública do dia 05 de abril de 2009, nas três

oportunidades em que foi indagado sobre suas impressões acerca da relação entre a

Prefeitura e a EMUSA, respondeu que estava satisfeito com a atuação da AMPLA em

Niterói! Ou seja, dirigentes do mesmo órgão municipal declinaram posições díspares

sobre a AMPLA, o que é, no mínimo, surpreendente. Convém aqui acentuar que a

Subsecretária Municipal de Fiscalização dos Serviços Concedidos, Sra. Celeste

Carvalho, presente na mesma Audiência Pública, discordou da percepção de seu

colega de governo municipal, criticando duramente a atitude da AMPLA de tentar

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impedir, na Justiça, que a Subsecretaria por ela chefiada fiscalizasse o trabalho da

concessionária em Niterói (Anexo 29). Esse descompasso entre membros do governo

municipal a respeito da AMPLA também se manifestou, segundo depoimentos de

representantes da empresa, quando a AMPLA, por solicitação da EMUSA, teria

procedido a uma determinada poda de árvores, sendo, porém, multada por esse

mesmo procedimento, por outro órgão municipal, a saber, a Secretaria Municipal de

Meio-Ambiente e Recursos Hídricos.

A propósito, a questão da poda de árvores na Cidade foi um tema que cresceu ao

longo dos trabalhos da CPI, considerando que ele encerra vários aspectos

problemáticos. Em primeiro lugar, o problema, tantas vezes manifestado nas

audiências públicas e nos depoimentos de autoridades municipais, das podas

improvisadas, incompletas e mal acabadas feitas pela AMPLA, que teria, com esse

trabalho, a preocupação exclusiva de desobstruir a rede atingida por árvores ou galhos

tombados, sem levar em conta aspectos ambientais ou de segurança para os veículos

que trafegam e, principalmente, para os transeuntes que caminham pelas ruas. Em

segundo lugar, o problema do desrespeito da AMPLA para com a autoridade municipal,

quando decide, sem sua prévia autorização, interditar ruas para desenvolver ações de

poda de árvores. Na verdade, aqui se trata mais da questão do desrespeito para com a

Prefeitura do que da questão da poda de árvores propriamente dita, posto que, muitas

vezes, as interdições de logradouros públicos feitas pela AMPLA destinam-se a outros

procedimentos. Importa salientar que a CPI não desconhece que as situações de

emergência não comportam procedimentos burocráticos de solicitação e de expedição

de autorização. O foco do problema, portanto, não está nas podas ou outros

procedimentos feitos em caráter emergencial, mas sim nas ações planejadas ou

programadas com antecedência pela concessionária. Indagado sobre a existência de

planejamento para esse procedimento, o Presidente afirmou que há aproximadamente

60.000 árvores em Niterói, o que corresponde a mais ou menos 90.000 podas por ano.

Acrescentou que, nos últimos dois anos, as árvores estariam crescendo mais rápido

devido às condições climáticas, mas não ofereceu subsídios ou referências que

pudessem fundamentar essa afirmação. O Presidente, por fim, propôs a retirada das

árvores que geram ou têm potencial para gerar problemas na fiação elétrica e o

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replantio, no mesmo local, de outras que não ofereçam riscos às redes. Este é, aliás,

um dos vários temas que uma ação integrada de cooperação técnica entre Município e

concessionária já poderia ter equacionado, sobretudo quando se recorda que a AMPLA

atua em Niterói há aproximadamente 15 anos! Ainda sobre poda de árvores, a AMPLA

reconhece que o serviço é feito por empresas terceirizadas, mas a concessionária

jamais menciona com clareza questões relativas à sua relação com as 45 empresas

por ela contratadas. Mais uma vez vale lembrar que o número de trabalhadores

terceirizados pela AMPLA (6.500) é quase o quíntuplo do número de trabalhadores da

própria concessionária (1.400), dado que revela, com nitidez, uma maior dificuldade da

empresa para gerenciar os serviços que são prestados aos consumidores em seu

nome. Para concluir a análise deste tema, importa salientar o seguinte: se há cerca de

60.000 árvores em Niterói, o que gera uma demanda de 90.000 podas anuais, segundo

dados do Presidente da AMPLA, como pode esta concessionária dispor, em Niterói, de

apenas 15 veículos, conforme revelou o mesmo Sr. Marcelo Llevenes? Ora, isso daria

uma demanda de 6.000 podas anuais por veículo, o que representa a impossível

missão de realizar mais de 16 podas por dia, por veículo, trabalhando os 365 dias do

ano, de domingo a domingo! Isso sem contar outros serviços que também demandam o

trabalho desses veículos. Esse dado impressionante, fornecido pela principal

autoridade da concessionária, ilustra muito bem a gravidade da situação das podas de

árvore em Niterói e, de modo geral, das atividades de manutenção da rede elétrica, sob

a responsabilidade da AMPLA.

A implantação da rede subterrânea é outro tema que revela incipiente ou nenhum

diálogo de cooperação institucional entre a AMPLA e a Prefeitura. Na última Audiência

Pública, o Presidente da AMPLA afirmou que o custo da rede subterrânea é de 5 a 6

vezes maior que o da rede aérea, acrescentando que o nível de problemas

relacionados à rede subterrânea também é maior. O Presidente da AMPLA ressaltou,

ainda, que há tendência de se implantar essas redes nos grandes centros, mas isso

depende de aprovação prévia do investimento pela ANEEL, visto que tal procedimento

gerará impacto imediato na tarifa dos clientes assistidos pela empresa. Mais uma vez,

aqui, não se cogita nenhuma outra solução para financiar tal procedimento,

absolutamente imperioso para conter a absurda poluição visual causada pelas redes

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aéreas, sobretudo quando são mal cuidadas, como é o caso em Niterói, principalmente

na Região Oceânica e na Região Norte. Não se considera, em hipótese alguma, que

tais custos possam ser compensados, ainda que parcialmente, pela redução dos lucros

dos acionistas, por um determinado tempo. Aliás, isso parece ser tema-tabu em todas

as concessionárias de serviços públicos. Espanta, todavia, que não haja sequer um

plano para obter financiamento federal ou estadual para instalação de redes

subterrâneas nos municípios atendidos pela concessionária, ao menos em áreas

tombadas pelo patrimônio histórico, o que poderia – e ainda pode – ser elaborado, em

parceria, pela concessionária e pela Prefeitura. Esta, por sua vez, parece não tomar

iniciativa para fazer valer a sua condição de efetiva autoridade municipal. Afinal,

embora a concessionária seja regulada por uma Agência federal, não se pode

esquecer que ela atua em território administrado por uma autoridade municipal, que

não pode se eximir de exercer suas prerrogativas de poder nem pode ser desprezada

pela concessionária. Nunca é demais destacar que a instalação de redes subterrâneas

em Niterói está disciplinada pela Lei Municipal n° 2426/07, de 11 de janeiro de 2007 –

Mensagem Executiva N° 17/2006 (Anexo 30). Em seu Artigo 1°, reza a Lei: “A

implantação, ampliação ou modificação de redes de distribuição de serviços e produtos

pelas empresas concessionárias de serviços públicos, empresas estatais e prestadoras

de serviço em geral, que utilizam condutores elétricos e de comunicação no Município

de Niterói, deverá ser obrigatória e exclusivamente implementada através de rede de

distribuição subterrânea”. Contudo, até o presente momento, mais de dois anos desde

a sua sanção, tal Lei não foi regulamentada pelo Poder Executivo, como dispõe seu

Artigo 3°.

Outra dimensão delicada da relação entre o Município e a AMPLA diz respeito a

aspectos comerciais e tributários. Por um lado, a translocação de postes, aspecto

reclamado pela Prefeitura, que alega receber da AMPLA orçamentos elevados para

esses serviços, como se pode constatar na fatura apresentada pela AMPLA à DIP, em

05 de março de 2009, pela qual a concessionária orça em R$ 24.075,00 a realocação

de quatro postes em Icaraí (Anexo 31). A esse respeito, o Presidente da AMPLA,

durante Audiência Pública, assegurou que está sendo discutido com o Município uma

minuta de Acordo pelo qual, em alguns casos, a AMPLA poderia assumir os custos do

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translado dos postes (Anexo 32). Tal minuta já havia sido mencionada pela

representação da AMPLA, em reunião com a CPI, mas curiosamente ela ainda não

havia sido entregue, até a data da última Audiência Pública, a nenhuma autoridade

municipal. Foi um membro da própria CPI que passou, durante a Audiência, uma cópia

da minuta ao Diretor da DIP.

O pagamento da TAOS pela AMPLA, conforme dispõe o Código Tributário Municipal

(Anexo 33), é objeto de grande controvérsia para a concessionária, que não recolhe

esse tributo municipal. Entretanto, salvo engano, há pouco questionamento por parte

da Prefeitura, que por vezes parece renunciar a essa receita fiscal. Segundo o

Presidente da AMPLA, essa questão atualmente está definida na Justiça em favor das

concessionárias, visto que não está permitida a cobrança pelo uso do espaço público

para a colocação de postes. O argumento central, de acordo com dados colhidos pela

CPI, é que a distribuição de energia elétrica é um serviço essencial à população.

Porém, como tratar a questão do uso do solo pelos postes da concessionária, quando

se sabe que eles também servem para a AMPLA fazer negócios comerciais com

concessionárias de outros serviços, que hospedam suas redes nos postes da AMPLA?

Nestes casos, o poste deixou de ser apenas equipamento que viabiliza a distribuição

de um serviço essencial para se tornar uma fonte de receita adicional para a AMPLA.

Questionado sobre o recolhimento do Imposto Sobre Serviços (ISS) ao Município de

Niterói pelos serviços de locação de postes, o Presidente da AMPLA assegurou que

todo pagamento que é recebido pela empresa pelos serviços de “locação” de seus

postes por outras concessionárias são descontados, por determinação da ANEEL, da

fatura de todos os clientes. Portanto, segundo o Sr. Marcelo Llevenes, a AMPLA não

tem lucro adicional com essas locações. Em acréscimo, mencionou que, da receita da

empresa, 24% são destinados à atividade de distribuição e os 76% restantes são

destinados a pagamentos de impostos, pessoal e encargos e custeio. Não mencionou

a parte que é destinada à distribuição de lucros entre os acionistas, vertente de

investigação que não foi aberta pela CPI. Segundo seu Presidente, a AMPLA investiu,

nos últimos dez anos, R$ 971 milhões.

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Sobre recolhimento de impostos pela AMPLA, é relevante mencionar que a CPI da

ALERJ (2008) já havia levantado questionamentos acerca do pagamento do Imposto

sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), pela concessionária, ao Estado do

Rio de Janeiro: “o recolhimento de ICMS feito pela AMPLA, tendo em vista a sua

flutuação, também nos remeteu a um certo grau de preocupação, na medida em que

comprando ou contratando aproximadamente a mesma quantidade de energia a cada

mês, energia que somente pode ser distribuída e não estocada, razoável seria admitir

que o recolhimento do ICMS observasse alguma regularidade, principalmente

considerando, que, para o cálculo da tarifa, é levado em conta a questão da

inadimplência, fazendo com que a concessionária não observe os prejuízos

decorrentes, e sim o consumidor que paga em dia pelo seu consumo.” (grifos originais).

Ou seja, não apenas na esfera municipal, mas também na estadual, é controvertida a

atitude da AMPLA na qualidade de contribuinte.

Outro aspecto questionado pela CPI no que tange às relações entre Prefeitura e

AMPLA diz respeito à cobrança ao consumidor, na fatura da AMPLA, da Contribuição

pra o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP). A CPI não entrou no

acalorado debate sobre a constitucionalidade dessa medida porque este não era o seu

objetivo. O questionamento da CPI voltou-se para a flagrante bitributação que atinge o

consumidor que reside em condomínios legalmente constituídos, que paga duas vezes

pelo mesmo serviço: através de sua própria fatura e através da fatura do condomínio.

Para eliminar tal distorção, os Vereadores Waldeck Carneiro, João Gustavo e José

Augusto Vicente, membros da CPI, apresentaram o Projeto de Lei n° 140/09 (Anexo

34), que se encontra em tramitação na Câmara Municipal de Niterói.

O desrespeito da AMPLA para com a autoridade municipal e os cidadãos niteroienses

também se revela no campo da sustentabilidade ambiental: extensão de rede em áreas

de preservação ambiental, podas em acervo protegido da flora local, armazenamento

irregular de resíduos utilizados pela concessionária, além do problema já mencionado

de poluição visual decorrente da rede aérea, muitas vezes mal conservada. Este

aspecto agrava-se com a atitude da AMPLA, que se recusa, conforme relataram

representantes da Prefeitura, a transferir a fiação de outras concessionárias, quando

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realiza a translocação de seus postes. Na questão urbana, não se pode omitir o

fornecimento de energia, com instalação dos equipamentos necessários, a ocupações

irregulares, de caráter residencial ou comercial, o que pode ser considerado como

incentivo a essa prática tão nociva ao ordenamento do espaço urbano e à própria

segurança e integridade dos ocupantes.

6.3 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A primeira e mais importante conclusão a que chegou a CPI é a seguinte: nas

condições em que vem atuando no fornecimento de energia elétrica aos niteroienses, a

AMPLA presta um serviço extremamente desqualificado ao consumidor, submetendo-o

a constrangimentos morais, desgastes emocionais e perdas financeiras e materiais.

A segunda conclusão, decorrente da primeira, leva a CPI a afirmar que as atuais

condições de prestação do serviço de fornecimento de energia elétrica desagradam

profundamente os cidadãos niteroienses, que clamam por mudanças drásticas e

urgentes, seja no que se refere aos aspectos técnicos desses serviços, seja no que se

refere ao atendimento ao cliente prestado pela AMPLA.

A terceira conclusão da CPI destaca o insuficiente controle exercido pela ANEEL, pelo

INMETRO e pela Prefeitura de Niterói, dentro de suas áreas de competência, para

proteger o cidadão das graves conseqüências decorrentes da desqualificação dos

serviços prestados pela AMPLA.

A quarta conclusão da CPI aponta para a necessidade de realização de uma minuciosa

auditoria técnica, administrativa, financeira e ambiental na AMPLA, sob a

responsabilidade da ANEEL, para esclarecer aspectos apenas levantados pela CPI,

seja porque fugiam do seu foco investigativo, seja porque não estavam na sua esfera

de competência. Tal auditoria deve emitir um parecer conclusivo sobre a viabilidade de

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se manter a concessão dos serviços de distribuição de energia elétrica em Niterói a

cargo da AMPLA.

A quinta conclusão da CPI é que Niterói se beneficiaria se houvesse uma saudável

competição de concessionárias de energia elétrica disputando o mercado local, posto

que o monopólio da AMPLA, como costuma acontecer com os serviços prestados por

meio de monopólios, deixam o cliente refém de desmandos, incompetências e

prejuízos morais, emocionais, financeiros e materiais. O monopólio é especialmente

inaceitável, quando se trata de serviço essencial à população, como é o evidente caso

do fornecimento de energia elétrica.

Recomendações:

AO MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA:

- Aperfeiçoar, o mais rapidamente possível, as condições objetivas de

funcionamento da ANEEL, de modo que esta Agência reguladora possa exercer,

de fato, o controle e a fiscalização das concessionárias de energia elétrica do

País.

À ANEEL:

- Proceder, o mais brevemente possível, a uma minuciosa auditoria técnica,

administrativa, financeira e ambiental na AMPLA, com o objetivo de avaliar se a

referida concessionária permanece em condições de continuar prestando

serviços em Niterói.

- Estabelecer parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) para que

seus especialistas da área de energia elétrica realizem, ad hoc, serviços

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especializados de inspeção, vistoria e outros, em nome da ANEEL, quando por

ela solicitado.

- Estabelecer parceria com a Prefeitura de Niterói para que a área de fiscalização

de serviços concedidos da autoridade municipal represente a ANEEL no controle

e na fiscalização da AMPLA em Niterói.

- Rever critérios de distribuição de territórios ou mercados de energia elétrica no

Rio de Janeiro, de modo que municípios de médio e grande porte, acima de

400.000 habitantes, como é o caso de Niterói, possam contar com mais de uma

concessionária de serviço de distribuição de energia elétrica.

- Exercer sua autoridade como órgão federal de regulação do setor para proteger

os consumidores dos graves e muitas vezes irreparáveis prejuízos que lhes vêm

sendo causados pela força monopolista da AMPLA em Niterói.

Ao INMETRO:

- Exercer sua autoridade, inclusive o “Poder de Polícia” que lhe foi outorgado

pela Lei nº 9.933/99, de 20 de dezembro de 1999, diploma legal que o criou, para

proteger os consumidores dos graves e muitas vezes irreparáveis prejuízos que

lhes vêm sendo causados pela força monopolista da AMPLA em Niterói.

À PREFEITURA DE NITERÓI:

- Exercer a autoridade municipal para controlar e regular o uso de logradouros

públicos pela AMPLA, de modo que a concessionária não continue a dispor,

como bem entender, do espaço urbano em Niterói.

- Exercer a autoridade municipal para coibir e sancionar os agravos ambientais

cometidos pela AMPLA em Niterói.

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- Exercer a autoridade municipal para cobrar da AMPLA o recolhimentos dos

tributos municipais que pertencem ao povo de Niterói.

- Estabelecer convênio de cooperação técnica com a AMPLA para buscar

alternativas, com apoio do governo estadual e do governo federal, com o

propósito de desenvolver programa de implementação de rede subterrânea de

energia elétrica em Niterói.

- Regulamentar a Lei Municipal n° 2426/06, que dispõe sobre a instalação de

redes subterrâneas em Niterói.

- Exercer a autoridade municipal para proteger os munícipes dos graves e muitas

vezes irreparáveis prejuízos que lhes vêm sendo causados pela força

monopolista da AMPLA em Niterói.

AO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL E FEDERAL:

- Considerando que os inúmeros casos de superfaturamento de contas e os danos

morais e materiais causados pela concessionária aos consumidores são passíveis de

resolução pelo Poder Judiciário;

- Considerando que a interrupção constante do fornecimento de energia elétrica expõe

o cidadão niteroiense a uma situação de total constrangimento;

- Considerando que, em alguns casos, o cidadão é implícita e injustamente acusado de

furto de energia, comportamento criminalmente tipificado;

- Considerando a atitude de passividade, que beira a conivência, da ANEEL e do

INMETRO para com a AMPLA, através de suas ações e omissões face aos atos

anteriormente mencionados, que podem apontar para a Advocacia Administrativa

prevista no Código Penal:

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- Examinar, à luz do Código de Processo Penal, a possibilidade de oferecer

denúncia contra a AMPLA, a ANEEL e o INMETRO, de acordo com tipificação

criminal definida pela Promotoria.

À CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI:

- Aprofundar, através das Comissões Permanentes existentes, nas suas áreas de

atuação, os aspectos investigados pela CPI, buscando denunciar abusos e

ilegalidades praticados contra o consumidor, bem como a omissão de

autoridades públicas.

- Legislar, na sua esfera de competência, em defesa do consumidor de energia

elétrica de Niterói e sobre o aperfeiçoamento da rede elétrica e dos serviços de

fornecimento de energia elétrica em Niterói.

- Adotar regime de urgência na tramitação de Projetos de Lei que tratam da

questão da energia elétrica em Niterói.

AO CIDADÃO NITEROIENSE:

- Pressionar os poderes executivo, legislativo e judiciário; os órgãos de defesa

do consumidor e o Ministério Público, em busca de soluções duradouras para os

prejuízos morais, emocionais, financeiros e materiais que vem sofrendo devido à

baixa qualidade dos serviços de fornecimento de energia elétrica que lhe são

prestados.

- Buscar articulação, no âmbito da sociedade civil, para exercer ação mais

organizada e intencional em defesa de seus direitos e do pleno reconhecimento

de sua cidadania, não apenas como consumidor de energia elétrica, mas em

todos os campos da vida social.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Relatório Final e

Conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar possíveis

irregularidades nos medidores de consumo instalados pela AMPLA Energia e Serviços

S.A., principalmente aqueles do tipo “aéreo”. Rio de Janeiro, ALERJ, 2008.

CINTRA, Luiz Antonio. A conta da aventura. Carta Capital, Ano XV, n° 564, 23 de

setembro de 2009.

MENDONÇA, Luciano da Cruz. Privatização do setor de energia elétrica no Estado do

Rio de Janeiro: reforma do Estado e espaço. (dissertação de mestrado). Rio de

Janeiro, UFRJ/IPPUR, 2004.

8. ANEXOS