psiquiatria

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1 Psiquiatria – Letícia Kinasz Aula 01 – Diagnóstico e Classificações em Psiquiatria Na psiquiatria, sinais e sintomas acabam tendo um mesmo significado, por ser muito subjetiva, pois o psiquiatra se baseia no que o paciente relata 25% dos diagnósticos em psiquiatria são mudados com a evolução da doença não é uma falha dos médicos, mas sim de uma falha no conhecimento da fisiopatologia das doenças E não existem exames específicos que diferenciem uma patologia da outra O diagnóstico é descritivo o Descrevendo síndromes o Raramente é etiológico – por exemplo no caso de transtorno de estresse pós traumático DSM o Ateórico – tenta não se basear em nenhuma teoria por exemplo, não importa se a depressão é causada por uma desilusão amorosa, perda de emprego e sim pelo sintomas que caracterizam o quadro o Neo-kraepeliano – é dada maior importância aos aspectos descritivos e menos aos fatores etiológicos DSM III IV (1994) V (maio de 2013) o Inovação, pois foi a primeira vez que surgiram os critérios diagnósticos o Multiaxial Eixo I – transtornos mentais (processos – a pessoa esta bem e acontece um transtorno) Eixo II – transtornos de personalidade ou retardo mental (desenvolvimento – a pessoa sempre foi assim, é a personalidade dela) Eixo III- doenças medicas fora da psiquiatria que tem influencia na psiquiatria Eixo IV – estressores psicossociais Eixo V – GAF (avaliação global do funcionamento) (vai de 0 a 100) – 0 a pessoa está péssima, 50 tentativa de suicídio e 100 pessoa esta ótima CID-10 (1992) o Diferente do DSM, o CID descreve a doença e não estabelece critérios para o diagnóstico o Menos engessado que o DSM o Não é multiaxial Hierarquia diagnóstica o Transtorno mental orgânico Delirium- como se fosse uma insuficiência cerebral aguda importante afastar pq pode levar a morte rapidamente Demência o Psicose Esquizofrenia o Transtorno de humor o Transtorno da ansiedade o Outros diagnósticos do eixo I o Transtorno do personalidade Mais comuns o Grupo – transtornos de ansiedade o Sozinho – depressão e dependência do álcool Aula 02 – Síndrome mental orgânica Funcional X Orgânico o Funcional: depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, etc – sem causa clara, fisiopatologia pouco definida o Orgânico: etiopatogenia melhor definida, secundário a doenças de outras áreas da medicina. Ex: epilepsia Delirium (síndromes agudas, duram horas, dias ou semanas) Demência (síndromes crônicas, duram meses ou anos) - podem ser reversíveis ou irreversíveis (mais comuns) Delirium o Alteração do nível de consciência em decorrência de uma condição medica geral, intoxição ou abstinência de substancias, uso de medicamentos, exposição a toxinas ou uma combinação destes fatores Teste de atenção – falar os meses do ano de trás para frente o Quadro clinico Em geral, inicio abrupto, duração breve e curso flutuante Piora do quadro ao anoitecer e a noite Sonolência, obnubilação da atenção voluntária (hipotenacidade) e espontânea (hipovigilancia) Comprometimento da orientação temporal, espacial; autopsiquica em casos graves Prejuízo na memória de fixação (imediata e recente) Pensamento desorganizado, incoerente Delírios vagos, oniróides, persecutórios Diminuição da capacidade de resolver problemas, disfunções cognitivas Ilusões patológicas (distorce a sensação) Alucinações visuais e tácteis (ex: animais, insetos – delirium de ...) Humor ansioso, afeto lábil, irritabilidade, medo, pavor, apatia, perplexidade Lentidão, letargia, agitação psicomotora principalmente a noite, exploração pelo tato do ambiente Sono perturbado, fragmentado Inversão do ciclo sono-vigilia Sintomas neurológicos: disfasia, tremores, asterixis, falta de coordenação o Epidemiologia

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    Psiquiatria Letcia Kinasz Aula 01 Diagnstico e Classificaes em Psiquiatria Na psiquiatria, sinais e sintomas acabam tendo um mesmo significado, por ser muito subjetiva, pois o psiquiatra se baseia no que o paciente

    relata

    25% dos diagnsticos em psiquiatria so mudados com a evoluo da doena no uma falha dos mdicos, mas sim de uma falha no conhecimento da fisiopatologia das doenas

    E no existem exames especficos que diferenciem uma patologia da outra

    O diagnstico descritivo o Descrevendo sndromes o Raramente etiolgico por exemplo no caso de transtorno de estresse ps traumtico

    DSM o Aterico tenta no se basear em nenhuma teoria por exemplo, no importa se a depresso causada por uma desiluso

    amorosa, perda de emprego e sim pelo sintomas que caracterizam o quadro o Neo-kraepeliano dada maior importncia aos aspectos descritivos e menos aos fatores etiolgicos

    DSM III IV (1994) V (maio de 2013) o Inovao, pois foi a primeira vez que surgiram os critrios diagnsticos o Multiaxial

    Eixo I transtornos mentais (processos a pessoa esta bem e acontece um transtorno) Eixo II transtornos de personalidade ou retardo mental (desenvolvimento a pessoa sempre foi assim, a

    personalidade dela) Eixo III- doenas medicas fora da psiquiatria que tem influencia na psiquiatria Eixo IV estressores psicossociais Eixo V GAF (avaliao global do funcionamento) (vai de 0 a 100) 0 a pessoa est pssima, 50 tentativa de suicdio e 100

    pessoa esta tima

    CID-10 (1992) o Diferente do DSM, o CID descreve a doena e no estabelece critrios para o diagnstico o Menos engessado que o DSM o No multiaxial

    Hierarquia diagnstica o Transtorno mental orgnico

    Delirium- como se fosse uma insuficincia cerebral aguda importante afastar pq pode levar a morte rapidamente Demncia

    o Psicose Esquizofrenia

    o Transtorno de humor o Transtorno da ansiedade o Outros diagnsticos do eixo I o Transtorno do personalidade

    Mais comuns o Grupo transtornos de ansiedade o Sozinho depresso e dependncia do lcool

    Aula 02 Sndrome mental orgnica Funcional X Orgnico

    o Funcional: depresso, transtorno bipolar, esquizofrenia, etc sem causa clara, fisiopatologia pouco definida o Orgnico: etiopatogenia melhor definida, secundrio a doenas de outras reas da medicina. Ex: epilepsia

    Delirium (sndromes agudas, duram horas, dias ou semanas) Demncia (sndromes crnicas, duram meses ou anos) - podem ser reversveis ou irreversveis (mais comuns)

    Delirium o Alterao do nvel de conscincia em decorrncia de uma condio medica geral, intoxio ou abstinncia de substancias, uso de

    medicamentos, exposio a toxinas ou uma combinao destes fatores Teste de ateno falar os meses do ano de trs para frente

    o Quadro clinico Em geral, inicio abrupto, durao breve e curso flutuante Piora do quadro ao anoitecer e a noite Sonolncia, obnubilao da ateno voluntria (hipotenacidade) e espontnea (hipovigilancia) Comprometimento da orientao temporal, espacial; autopsiquica em casos graves Prejuzo na memria de fixao (imediata e recente) Pensamento desorganizado, incoerente Delrios vagos, onirides, persecutrios Diminuio da capacidade de resolver problemas, disfunes cognitivas Iluses patolgicas (distorce a sensao) Alucinaes visuais e tcteis (ex: animais, insetos delirium de ...) Humor ansioso, afeto lbil, irritabilidade, medo, pavor, apatia, perplexidade Lentido, letargia, agitao psicomotora principalmente a noite, explorao pelo tato do ambiente Sono perturbado, fragmentado Inverso do ciclo sono-vigilia Sintomas neurolgicos: disfasia, tremores, asterixis, falta de coordenao

    o Epidemiologia

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    Crianas, idosos, portadores de leses cerebrais Pacientes em privao do sono, limitaes sensoriais e imobilizao 10% internados em hospital geral 30% UTI 30-40 % idosos 15-25 % cirurgia geral 40-50% ps-operatrio de cirurgia de fratura de quadril Apenas 30-60% so diagnosticados Mau prognostico e mortalidade em 3 meses 23 a 33 % e 1 ano 50 % para quem teve delirium

    o Etiologia Mltipla ou multifatorial Privao do sono, distrbio sensorial, imobilizao no leito, desidratao, desnutrio, medicamentos (anticolinrgicos ou

    colinrgicos), cateterizaes, uso de sondas de demora Medicaes

    Anticolinrgicos

    Benzodiazepnicos

    Diurticos

    Digitlicos

    Anti-hipertensivos

    Anti-arritimicos

    Ltio

    Agentes anti-parkinsonianos

    Anti-inflamatrios

    Analgsicos

    Cimetidina Abstinncia de lcool Infeces Doenas cardio-vasculares importante porque depende destes rgos a irrigao cerebral adequada

    IAM

    ICC

    Arritmias cardacas

    Embolia pulmonar

    Cirurgia de revascularizao miocrdica

    Endocardite infecciosa

    Hipertenso maligna Traumas

    Ps-operatrio

    Fraturas

    Queimaduras

    Esmagamentos Doenas do SNC

    AVC

    Hematoma subdural

    TCE

    Estado ps-ictal

    Encefalite

    Meningite

    Tumor cerebral

    Vasculite/ colagenoses Transtornos metablicos

    Distrbios hidro-eletrolticos

    Hiperglicemia

    Hipoglicemia

    Tireotoxicose o Diagnstico

    Anamnese e exame psquico com o paciente Conversar com familiares, enfermagem, outros mdicos Exame fsico e Neurolgico criteriosos Exames Complementares como um eletroencefalograma (neste caso esta mais lento)

    o Exames complementares Hemograma Rx de trax Eletroencefalograma Funo tireoidiana PCR, VHS Parcial de urina /Urocultura Radiografia de trax Tomografia de crnio Funo tireoidiana

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    ECG / EEG o Diagnstico diferencial

    Demncia Transtornos psicticos agudos e transitrios Esquizofrenia Transtornos do Humor

    Demncias o Deteriorizao de mltiplas habilidades cognitivas resultantes de efeitos fisiolgicos diretos de uma condio mdica geral, efeitos

    persistentes de uma substncia ou a mltiplas etiologias o Muito frequentes, principalmente Alzheimer o Normalmente durao maior que 1 ms o Epidemiologia

    Prevalncia aumenta com idade: aps 65 anos, dobra a cada cinco anos. Idosos com 65 anos: 2 %; com mais de 80 anos, 20 a 40 %

    o Quadro clinico Afasia, apraxia, agnosia (paciente no consegue dizer o nome, apenas descreve) Dficit de memria para fatos recentes, de inicio insidioso ou abrupto Perturbao no funcionamento executivo Alteraes comportamentais (80%): irritabilidade, impulsividade, apatia, ideias paranoides, alucinaes

    o Classificao Reversveis X irreversveis

    Reversveis: hipotireoidismo, deficincias nutricionais, medicamentos (diazepam)

    Irreversveis: degenerativas, mais comuns Corticais X subcorticais

    Corticais: amnsia, apraxia

    Subcorticais: sintomas extrapiramidais, motores precoces, dficits cognitivos tardios

    Mista: corpsculos de Leving (sintomas motores e alucinaes visuais) o Causas

    Toxicas lcool, abuso de drogas (cocana), chumbo, mercrio, mangans, barbitricos, opiides, esteroides

    adrenocorticais, anticolinrgicos, antihipertensivos, digitlicos Inflamatrias/infecciosas

    Paralisia geral (sfilis-terciaria), meningite crnica, Creutzfeld-Jakob, HIV, leucoencefalopatia multifocal progressiva, esclerose mltipla

    Nutricionais Deficincia de tiamina (encefalopatia de Wernicke-Korsakoff)

    Deficincia de folato, deficincia de vitamina B12 Mecnicas

    TCE, hidrocefalia, hidrocefalia de presso normal, hematoma subdural crnico Vasculares

    3 causa de demncia 15%

    Multiinfarto, AVC, vasculites, artriosclerose, embolia, hipertenso Metablicas

    Desidratao, Doenas Tireide e Paratireide, Doenas Suprarenais e Hipofisrias, Diabetes, hipxia, Insuficincia Renal, Insuficincia Heptica, Sndrome Paraneoplsica, outras (Doena Wilson

    Doenas degenerativas irreversveis Doena de Alzheimer 50-60%

    Com corpsculos de Lewy 15-25%

    Frontotemporal

    Doena de Pick

    Doena de Parkinson

    Doena de Hungtinton Neoplsicas Em jovens: pensar em AIDS, sfilis, lcool, TCE

    o Alzheimeir Diagnstico: clinico (certeza: anatomopato post mortem), curso de 2 a 20 anos Amnsia, afasia, agnosia, apraxia, apatia, desinteresse, alteraes de personalidade, irritabilidade, alteraes no ciclo

    sono-viglia, dficit em julgamento, raciocnio abstrato, clculo, habilidades visoespaciais, psicose o Doena de corpsculos de levy

    Inicio entre 60-80 anos, predominio masculino Dficit cognitivo com curso rpido (6 anos), progressivo e flutuante, com episdios de delirium Alucinaes visuais complexas e bizarras ver pessoas pequeninhas Sinais extrapiramidais, lentido de movimentos Quedas repetidas, sncopes, perda conscincia Demncia ao mesmo tempo que os sintomas motores

    Sndromes psicticas o Psicose

    Prejuzo da critica (juzo critico da realidade) Sinais e sintomas

    Delrios

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    Alucinaes

    Alteraes formais (ou de curso) do pensamento (ex: desagregao, descarrrilhamento, bloqueio) No sinnimo de esquizofrenia Tipos de psicoses

    Esquizofrenia

    Transtorno esquisofrenoide

    Psicoses breves

    Transtorno delirante persistente

    Transtorno esquizo-afetivo

    Depresso psictica

    Mania ou episodio misto

    Psicose Induzida por Substncia

    Psicose Secundria a Condio Mdica Geral Agudas

    Duram menos de 1 ms

    Em geral induzidas por drogas, medicamentos, doenas clinicas agudas

    Psicoses reativas Crnicas

    Esquizofrenia

    Esquizofreniforme

    Transtorno esquizoafetivo psicoses afetivas

    Transtorno delirante persistente Induzidas por substancias

    Medicaes

    Cocana e crack

    Maconha

    Anfetaminas

    LSD

    Ecstasy

    Inalantes Sinais e sintomas da esquizofrenia

    Sintomas positivos o Delrios (em geral paranides, bizarros ou envolvendo fenmenos culturalmente implausveis ou

    impossveis de acontecerem) ideia ilgica, no necessariamente falsa o Alucinaes (auditivas)

    Sintomas negativos o Embotamento afetivo o Discurso pobre o intensa da volio o Anedonia o Predominam em perodo prodrmico (antes dos sintomas positivos) ou residual do episdio

    psictico

    Desorganizao o Afeto inadequado (pueril) o Comportamento desorganizado o Pensamento desagregado o Catatonia o Outras alteraes na forma do pensamento (ex: neologismos)

    No evolui necessariamente para demncia

    Aula 03 Sndromes depressivas O que depresso?

    o Doena mental em geral crnica e recorrente, caracterizada principalmente por desnimo (humor deprimido, pode ser irritado) e/ou anedonia (falta de prazer em relao a coisas que anteriormente gostava)

    o Doena biopsicosocial Existem fatores ambientais que aumentam o risco de desenvolver a doena como a migrao para outro pas

    Importancia o Em 2000 nos EUA: custou 83 bilhes de dlares o Entre as maiores causas de disfuno dentre todas as doenas mdicas o 2 maior causa de afastamento do trabalho

    Epidemiologia o Cerca de 10 % populao o M>H o Incio aps 30 anos mas atualmente a idade de inicio tem diminudo, provavelmente devido a mudanas sociais o Condies sociais adversas, desemprego

    Etiologia: o Vulnerabilidade X Stress

    A serotonina possui papel importante na sindrome depressiva e esta produzida a partir do triptofano (ingerido pela dieta)

    Existe uma vulnerabilidade de cada pessoa que se interagir com o ambiente pode resultar em depresso

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    o Social (ex: migrao, isolamento) o Psicolgica (abuso fsico, sexual, baixa auto-estima, neuroticismo esquentar a cabea por qualquer coisa) o Biolgica (teoria monoaminrgica, mensageiros intracelulares, inflamatria, gentica)

    Por exemplo quanto mais alta esto as protenas inflamatrias no paciente depressivo, maior a chance de suicdio Tipos de depresso

    o Maior foi criada por um consenso o Crnica o Melanclica o Atpica o Bipolar* o Psictica* o Recorrente o Secundria a Doenas Clnicas* o Secundria a Medicaes*

    Episdio depressivo maior o DSM-IV-TR, 2000. Sintomas por mais de 2 semanas: o 1- humor deprimido ou o 2- perda de interesse /prazer o + 4 de 7

    3- apetite /peso (maior que 5 % em 1 ms) 4- sono 5- psicomotricidade 6- fadiga /perda de energia 7- culpa /inutilidade 8- concentrao /indeciso 9-idias de morte /suicdio/ tentativas

    Bipolar o Mesmos critrios de episdio depressivo maior s consegue saber se bipolar pela histria o Em avaliao transversal indistinguvel de depresso unipolar o Alterna episdios de depressao com episdios de hiperatividade, diminuio do sono, hipersensualizado o Maior hipersonolncia, retardo psicomotor, maior risco em depresses psicticas, depresses ps-parto o Quando a pessoa s tem mania diagnosticada j com transtorno bipolar (no existe uma pessoa s com mania) o Histrico de episdio manaco/ hipomanaco o Famlia com portadores de TBH o Incio e trmino abrupto da depresso o Durao mais curta o 30-40 % total das depresses

    Crnica o Durao maior que 2 anos o 15-20 % episdios crnicos o Ausncia de diagnstico e tratamento adequados favorecem a cronificao da depresso o Distimia: depresso crnica de leve intensidade

    Melanclica o Tradicionalmente foi descrita j por Aristteles o Humor deprimido no reativo o Insnia terminal o Anedonia o Emagrecimento o Retardo psicomotor o Importncia: menor resposta psicoterapias, anormalidades endcrinas (no supresso da dexametasona) mais resposta a

    triciclicos e eletroconvulsoterapia o Polissonografia mais caractersticas da depresso: alterao na latncia do sono REM, mais microdespertares...

    Atpica o Mais encontrada na populao o Humor irritvel ou deprimido reativo o Hipersonia o Aumento de apetite (doces) e ganho de peso o Sensibilidade a rejeio o Paralisia de chumbo

  • 6

    o Importncia: melhor resposta a IMAO (ISRS )

    Psictica o Mais estvel do ponto de vista evolutivo o Delrios paranides, de runa, niilsticos o Alucinaes auditivas, visuais, olfativas, cenestsicas (em movimento) o Graves, em geral com alteraes psicomotoras: retardo ou lentificao at a catatonia, agitao psicomotora o Alto risco de suicdio principalmente em relao ao suicdio ampliado (acredita que est fazendo o bem para os outros)

    Recorrente o Primeiro episdio: 50 % chances de ter outro episdio o Pacientes com 2 ou mais crises tem mais de 80 % de chances de novos episdios o Maioria das depresses o Os pacientes no aderem ao tratamento adequadamente o Importncia: necessidade de tratamento de manuteno

    Secundria a doenas clinicas o Neurolgicas o Endcrinas o Infecciosas e inflamatrias o Neoplasias por exemplo no caso de carcinoma de cabea de pancreas o Deficincias nutricionais

    Secundaria a medicamentos o Reserpina o Clonidina o Corticoesterides* o Interferon o Opiceos o Propranolol o Alfametildopa o Sulfametoxazol o Digitlicos o AZT o Carbamazepina o Cimetidina o Sedativos e barbitricos o Importante: quimioterpicos e imunomoduladores

    Comorbidades o Clnicas: ex: diabetes mellitus, hipertenso arterial sistmica, obesidade,etc. o Psiquitricas: transtornos ansiosos (pnico, transtorno de ansiedade generalizada, t.obsessivo-compulsivo, fobias), dependncias

    qumicas (lcool mais comum em homens), demncias (normalmente esse o primeiro sintoma)

    Diagnstico diferencial o Luto o Tristeza normal no tem sintomas, como alterao de sono e apetite o Transtorno bipolar do humor o Demncia principalmente em idosos

    Luto: o Ausncia de sintomas vegetativos importantes (insnia, inapetncia) o Durao menor que 2 meses (DSM-IVTR, 2000) o Sem ideao suicida, desesperana, idias de desvalia, sintomas psicticos ou retardo psicomotor o Sem prejuzo funcional significativo o Na nossa sociedade o luto dura cerca de 8 meses a 1 ano, mas os sintomas mais importantes ocorrem nos primeiros 2 meses

    Demncia X Pseudodemncia o Depresso pode cursar com escore reduzido no MMSE (entre 15 e 22) o Depresso e demncia podem coexistir o Pseudodemncia: em geral sem desorientao, incio abrupto, diminuio da volio (no sei) o Por exemplo no teste do 100-7

    Com demncia: ele chuta Com depresso: a pessoa no quer fazer, mas se voc insistir ela responde corretamente

    Consequncias da depresso no tratada o Incapacitao excessiva o Maior uso dos servios de sade devido a doenas associadas o Morte prematura (por suicdio, doenas cardiovasculares,etc.)

    Tratamento o Objetivo: remisso e preveno de novos episdios depressivos o Sintomas residuais: pioram qualidade de vida e aumentam risco de recadas o 15-20 % resistncia ao tratamento na verdade seria um tratamento inadequado o Psicoterapias no existe consenso se ela ajudaria ou no no tratamento medicamentoso

    Eficazes isoladamente para depresses leves e moderadas Breves, focais, voltada para sintomas Eficazes: Terapia Cognitivo-Comportamental, Interpessoal, Dinmicas (mais comuns) Indicaes

    Depresses leves, de acordo com opo do paciente

  • 7

    Depresses moderadas ou graves, como adjuvantes

    Depresses crnicas, com grande comprometimento interpessoal ou da personalidade o Antidepressivos

    Mais usados: ISRS Mais efetivos: sertralina (mais antigo, no to caro e mais efetivo que a fluoxetina), escitalopram, venlafaxina,

    mirtazapina, clomipramina SUS: fluoxetina, amitriptilina Indicaes

    Depresses moderadas ou graves

    Risco de suicdio elevado

    Depresses leves, por escolha do paciente

    Pacientes incapazes de se submeter a psicoterapia o Eletroconvulsoterapia (ECT) provoca uma despolarizao macia em varias partes do cerebro faz o cerebro reiniciar certos

    sistemas, mas pode ocorrer efeitos colaterais como uma perda de memria o Tratamentos experimentais

    Estimulao magntica transcraniana principio o mesmo da ECT, mas os resultados so semelhantes a antidepressivos Estimulao n. Vago coloca-se uma especie de marca-passo, mas reversivel Estimulao cerebral profunda feita por neurocirurgio, reversivel

    Aula 04 Transtornos de ansiedade Ansiedade

    o um afeto normal o Estado emocional vivenciado com a qualidade subjetiva do medo ou de emoo a ele relacionado, desagradvel, dirigido para o

    futuro, desproporcional (a uma ameaa reconhecvel) com desconforto somtico subjetivo e alteraes somticas manifestas o Vai trazer diversas manifestaes fisiolgicas

    A ansiedade uma vivencia universal

    Tipos de ansiedade o A ansiedade como resposta normal o A ansiedade como trao o Ansiedade e stress o Ansiedade clinica ou patolgica

    Formas clnicas de ansiedade o Livre flutuante (Tonica) durante todo o dia, paciente esta constantemente preocupado ansiedade generalizada o Paroxstica (ictal) quadro agudo

    Situacional Estmulos externos (fobias)

    Estmulos internos (obsesses) Espontnea (ataques de pnico)

    Primeiro grupo de sintomas: cognitivos o Preocupaes excessivas o Antecipaes negativas o Acelerao mental o Dificuldade de concentrao o Hipervigilncia

    Segundo grupo de sintomas: emocionais o Afetos relacionados ao medo: receio, apreenso, temor o A ansiedade uma emoo com um carater motivacional negativo ou aversivo (desprazer) o Difere de uma expectativa positiva ou gratificante como a fissura (por exemplo consumo de drogas, jogo compulsivo, irritabilidade)

    Terceiro grupo: fisiolgicos

    Quarto grupo: comportamentais o Inquietude o Sobressalto o Esquiva o Agressividade

    Transtorno de ansiedade generalizada o Transtorno crnico de ansiedade, caracterizado por PREOCUPAES irreais ou excessivas, com diversos sintomas somticos o Preocupaes

    Medo de adoecer Que alguma coisa negativa acontea com familiares Problemas econmicos

    o excessivamente preocupado, muito pessimista o Etiologia

    Teoria psicanaltica Sintoma de um conflito inconsciente: luta interior entre impulsos inaceitveis que no podem ser expressos e

    foras repressoras do superego Teoria cognitivo comportamental

    Avaliao errnea de risco ou perigo, com superestimao dos riscos e subestimao dos recursos ou habilidades prprias

    Teorias biolgicas Anormalidades no sistema de receptores gaba

    Teorias genticas

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    o Dos transtornos de ansiedade, um dos que possui menor carga gentica o Epidemiologia

    Mais frequente em mulheres: 2:1 Prevalncia tende a aumentar com a idade (rara antes dos 25 anos) Fatores de risco:

    Ser separado, divorciado ou vivo

    No trabalhar

    Ser dona de casa 4 o Quadro clinico

    Incapacidade para relaxar, inquietude, expectativa apreensiva Fadiga Sobressalto Tenso muscular Dificuldade para iniciar e manter o sono Problemas para concentrar-se Irritabilidade Hiperativao SNA

    Nusea ou queixas abdominais

    Transpirao excessiva

    Boca seca

    Taquicardia / Palpitao

    Tremores Presena de preocupaes ou pressentimentos ruins, relacionados a questes da sua vida rotineira A intensidade e frequncia da preocupao so claramente desproporcionais e real probavilidade e/ou impactgo do

    evento temido Incapacidade do indivduo de controlar sua preocupao No percebem suas preocupaes como excessivas

    o Critrios diagnsticos Ao menor 3 desses sintomas

    Sintomas fsicos o Inquietao o Fadiga o Tenso muscular

    Sintomas psicolgicos o Irritabilidade o Dficit de ateno o Perturbao do sono

    Sintomas obrigatrios Ansiedade e preocupao excessiva

    Dificuldade em controlar a preocupao o Curso

    Crnica, com perodos de melhora e piora, com durao de uma dcada ou mais Apenas 25%

    o Raramente vai se apresentar isoladamente o Diagnostico diferencial

    Transtorno depressivo Outros transtornos de ansiedade

    Fobia social

    Transtorno de pnico Condies medicas

    Hipertireoidismo

    Hiperparatireoidismo

    Hipoglicemia

    Crises parciais complexas

    Sndromes que cursam com dificuldades respiratrias

    AVC Abuso de drogas/abstinncia de lcool

    Transtornos fbicos ansiosos o Medo persistente e irracional de um objeto, atividade ou situao especifica, que normalmente no considerada perigosa o Agorafobia o Fobia especifica ou simples o Transtorno de ansiedade de a o Fobia social

    Agorafobia (sem transtorno de pnico) o Comportamentos de esquiva, que aparecem quando a pessoa se encontra em situaes ou locais dos quais seria difcil ou

    embaraoso escapar ou mesmo receber socorro se algo de errado acontecesse o Etimologia: medo de lugares abertos o Medo caracterstico: afastar-se de casa, de locais e pessoas familiares que assegurem segurana o Temor de experimentar em lugares pblicos, sensaes desagradveis de intensa ansiedade medo de no conseguir fugir o Situaes

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    Sair de casa, andar na rua, estar no meio da multido, avio, nibus o Idade de incio: 29 anos o Etiologia

    Ser que consequente a ataques de pnico? Estudos de neuro-imagem: assimetria entre hemisfrio direito-esquerdo, com da atividade na rea direita

    o Quadro clnico Comportamento de esquiva Hiperatividade autonmica Quando no tratada pior progressivamente Quando acompanhado

    o Diagnstico Presena de medo significativo e consistente, ou esquiva, em pelo menos 2 das seguintes situaes:

    Multides

    Lugares pblicos

    Viajar sozinho

    Viajar para longe de casa Pelo menos dois dos sintomas de ansiedade abaixo relacionados devem estar presentes desde o incio do transtorno:

    Palpitaes ou taquicardia

    Sudorese

    Tremores

    Boca seca

    Dispnia

    Sensao de sufocamento

    Dor ou opresso no peito

    Nusea

    Sensao de tontura ou desmaio

    Desrealizao / despersonalizao

    Medo de perder o controle, ficar louco

    Medo de morrer

    Calafrios ou ondas de calor

    Parestesias

    Fobia simples o Medo persistente e irracional de um objeto, atividade ou situao especfica, que normalmente no considerada perigosa o Bom prognstico: incio precoce e curso natural com remisso espontnea. o Mais frequente em mulheres o Raramente desencadeada por evento traumtico. o Os pacientes fbicos raramente procuram tratamento, procuram organizar suas vidas sem entrar em contato com o estmulo fbico

    Fobia Social (Brbara Rehme) o Medo exagerado e persistente de avaliao negativa feita por outras pessoas quando o paciente se encontra em situaes sociais ou

    de desempenho. o Esses indivduos tm uma sensibilidade grande rejeio e a crticas. o Quadro clnico:

    Sintomas de ansiedade quando o indivduo se sente observado ou avaliado pelos outros Hipersensibilidade a crticas, rejeio ou avaliaes negativas Exposio a esse tipo de situaes ou mesmo a antecipao a essa exposio gera sintomas fsicos de ansiedade: rubor,

    sudorese, tremores, taquicardia. Sentimentos de inferioridade Antecipao ansiosa em relao a situaes sociais, com pensamentos autodepreciativos e evitao dessas situaes.

    o Situaes desencadeadoras: Falar em pblico Participar de festas ou reunies Ser apresentado a algum Falar com estranhos Falar com autoridades Receber pessoas em casa Utilizar banheiros pblicos Comer ou escrever em pblico Ser alvo de brincadeiras ou piadas

    o o transtorno de ansiedade que tem origem mais precoce o Bases biolgicas

    Taxa de concordncia em gmeos: monozigticos = 24%; dizigticos = 15%. Maior ativao da amgdala: maior intensidade de expresso emocional SPECT

    fluxo sanguneo na regio da nsula

    fluxo sanguneo na regio do giro do cngulo superior Menor ligao do neurotransmissor serotonina ao receptor do subtipo 1A em regies lmbicas e paralmbicas (amgdala,

    ncleo dorsal da rafe, nsula e cngulo anterior). o A fobia social pode ser subdividida em 2 grandes grupos:

    Circunscrita: paciente que s apresenta esse quadro de ansiedade em determinadas situaes. Ex: paciente que tem dificuldade especificamente de falar em pblico, ou de fazer uma entrevista, ou escrever na frente dos outros.

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    Generalizada: temor a todas ou quase todas situaes sociais. Ex: paquerar, dar ordens, telefonar em pblico, trabalhar na frente de outras pessoas, encontrar estranhos, expressar desacordo, resistir a um vendedor insistente.

    o Diagnstico diferencial Muito difcil pela presena de comorbidades com outros transtornos psiquitricos difcil definir em que momento que a ansiedade patolgica - pode ser s timidez.

    Existem situaes de ansiedade social que so transitrias (fases da vida em que ficamos mais ansiosos). Nesse caso, h baixa interferncia da ansiedade na vida do indivduo e baixa evitao.

    H diferentes tipos de ansiedade. Conforme a ansiedade transitria se aproxima da ansiedade crnica, temos as seguintes situaes: timidez transtorno de ansiedade social subclnico transtorno de ansiedade social circunscrito transtorno de ansiedade social generalizado personalidade esquiva.

    o Comorbidades: Depresso Abuso e dependncia de lcool e drogas Transtorno de ansiedade generalizada Transtorno de pnico Transtorno de estresse ps-traumtico

    o Prevalncia e curso: um dos poucos transtornos de ansiedade em que a prevalncia semelhante dos homens. Idade de incio precoce (adolescncia) Maior frequncia de sintomas depressivos Predispe o indivduo a maior consumo de lcool e/ou drogas (automedicao) Prevalncia:

    Ao longo da vida: 13,3% (3,5% no Brasil)

    Atual: 7,9% o Psicoterapia do transtorno de ansiedade social:

    Terapia baseada na exposio: o indivduo em algum momento ter que enfrentar a situao. Re-estruturao cognitiva: reformulao da hipersensibilidade a crticas, crena de rejeio e inferioridade. Traz a

    ansiedade para um nvel mais racional e amadurecido. Treinamento de habilidades sociais: quando o paciente est numa fase melhor, ele tem que passar por uma situao que

    antes no conseguiria. o Psicofarmacoterapia do transtorno de ansiedade social

    Na fobia social restrita, pode-se usar beta-bloqueadores, 1-2 h antes da situao desencadeante. Atenolol 10-50 mg ou propanolol 10-80 mg.

    Eles diminuem as alteraes fisiolgicas da ansiedade (sudorese, tremor), que muitas vezes deixam o paciente ainda mais ansioso.

    Na fase aguda ISRS so os medicamentos de escolha: escitalopram, fluoxetina ( a menos efetiva nesse caso), paroxetina,

    sertralina

    Benzodiazepnicos: bromazepam e clonazepam

    Outros: venlafaxina, moclobemida (iMAO), gabapentina.

    A evoluo crnica, por isso devemos pensar num tratamento de longo prazo. O tempo mnimo de tratamento do transtorno de 6 meses aps a recuperao.

    Aula 05 Transtorno do Pnico (Brbara Rehme) Ataques de pnico: crises sbitas com mltiplos sintomas e sinais de hiperatividade autonmica, sensao de mal-estar e perigo iminente,

    atingindo seu mximo em at cerca de 10 minutos. o possvel que 1 em cada 5 pessoas tenha apresentado um ataque de pnico ao longo da vida. o Sintomas do ataque de pnico:

    Palpitaes/taquicardia Sudorese Tremores Sensao de falta de ar ou asfixia Dor ou desconforto precordial Nusea ou descoonforto abdominal Tontura, instabilidade, sensao de desmaio Desrealizao e/ou despersonalizao: "parece que no sou eu; como se eu estivesse assistindo a um filme" Medo de perder o controle ou de enlouquecer Parestesias Ondas de calor ou frio

    Transtorno de pnico: repetio inesperada de ataques de pnicos e consequente ansiedade antecipatria em relao a novos ataques. o Ansiedade antecipatria: o indivduo passa a maior parte do dia preocupado com a possibilidade de desenvolver novos ataques de

    pnico. o "medo de ter medo".

    Caso clnico: LF, 27 anos, passeava em shopping quando comeou a se sentir intensamente ansiosa, ter sensaes de choque, de sufocamento e parecia que as pessoas a seu redor eram irreais. Comeou a ter medo de ficar louca e quanto mais se preocupava com isso, mais nervosa ficava. Minutos depois os sintomas diminuram. Uma semana depois, aconteceu um ataque similar. Tece sensao de morte iminente. Foi atendida no PA de uma clnica prxima. Teve mais dois ataques nas 2 semanas seguintes. Passou a no sair mais de casa por medo de ter novas crises (desenvolveu uma agorafobia).

    Epidemiologia: o Ao longo da vida: 3,5%; ltimo ms: 0,4-1,3%. o 2-3x mais frequente em mulheres o Idade de incio tem padro bimodal: dos 15-24 anos e dos 45-54 anos.

  • 11

    o Comum haver depresso ou agorafobia associada. o 41% dos familiares de 1 grau tambm tm o problema; h correlao em gmeos monozigticos, mas no em dizigticos. O gene

    suspeito o COMT no cromossomo 22.

    Hiperativao do SNA simptico: taquicardia, secrees gstricas, contrao intestinal, piloereo, hiperventilao, presso sangunea.

    Acredita-se hoje que a principal rea envolvida a amigdala. o Atividade noradrenrgica > serotonrgica. No se sabe se o aumento da atividade noradrenrgica acontece por efeito excitatrio

    excessivo ou por hipofuno de serotonina, que deveria controlar a amigdala a partir do ncleo rostral da rafe.

    Critrios diagnsticos: o Ocorrncia de 1 ou mais ataques de pnico

    Inesperadamente No disparado por situaes nas aquais a pessoa foi foco da ateno de outros

    o Ou: Quatro ataques de pnico dentro de um perodo de quatro semanas; Um ou mais ataques foram seguidos por um perodo de pelo menos um ms de medo persistente de ter um outro

    ataque. o E: Ao menos 4 dos seguintes sintomas durante um dos ataques:

    (1) falta de ar ou sensao de asfixia (2) vertigem, instabilidade ou sensao de desmaio (3) taquicardia / palpitaes (4) tremor ou abalos (5) sudorese (6) sufocamento (7) nasea ou desconforto abdominal (8) despersonalizao/desrealizao (9) parestesia /anestesia (10) ondas de calor e frio (11) dor ou desconforto no peito (12) medo de morrer (13) medo de enlouquecer ou de cometer ato descontrolado

    Objetivos do tratamento: o Bloqueio dos ataques o Manejo da ansiedade antecipativo o Preveno do comportamento evitativo o Tratamento das comorbidades

    Tratamento: o Psicoterapia:

    Orientar o paciente quanto natureza do pnico Tcnicas de relaxamento e respirao Focalizar a ateno nos acontecimentos do ambiente Tcnica de exposio (esquiva fbica) Rejeitar a "catastrofizao" das sensaes

    o Farmacolgico: Antidepressivos tricclicos: clomipramina ou imipramina ISRS: sertralina, paroxetina, fluvoxamina, citalopram, fluoxetina, escitalopram Benzodiazepnicos de alta potncia: alprazolam, clonazepam. BZDs, iMAOs, tricclicos e ISRS so capazes de bloquear ataques de pnico. No entanto, a velocidade de resposta

    antipnico mais rpida para benzodiazepnicos. Assim, so a primeira droga escolhida. Depois de cerca de 1 ms, so retirados, para evitar dependncia e efeitos colaterais. Alm disso, os outros antidepressivos so melhores quando houver comorbidade.

    Aula 06 Transtorno Obsessivo Compulsivo um transtorno de ansiedade que envolve obsesses ou compulses recorrentes que consomem muito tempo ou causam grandes dificuldades

    na vida diria (desempenho de tarefas)

    Ideias obsessivas o Pensamentos que invadem a conscincia (palavras, frases, rimas) e interferem no fluxo normal do pensamento, causando sua

    desarticulao, alm de sofimento emocional o O contedo das obsesses refere-se a obscenidades, blasfmias ou absurdos

    Imagens obsessivas o Imagens vvidas, frequentemente retratando cenas violentas, sexuais ou perturbadoras que aparecem repetidamente

    Convices obsessivas o Crenas baseadas em pressupostos irracionais, tais como pensar equivale a agir o Ex: pensar que meu filho est doente far com que ele mora

    Ruminaes obsessivas o Duvidas ou argumentaes mentais acompanhadas de medo que objetivam evitar o dano imaginado ou as consequncias temidas o Ex: Tranquei a porta?, Desliguei o gs? o Existe uma teoria de que o paciente com TOC possui um dficit de memria

    Impulsos obsessivos o Impulsos indesejveis referentes a danos a propria pessoa (saltar de uma janela), agresso a outras pessoas (sufocar um bebe) ou

    comportamentos humilhantes (gritar dentro de uma igreja)

    Medos obsessivos o Ansiedade intensa em relao a objetos, itens especficos (sujeira, doena, animais, sangue), locais, cores

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    Obsesses mais comuns o Contaminao o Duvida patolgica o Simetria, exatido, perfeccionismo o Preocupao com itens colecionados o Violncia, preocupao com danos causados o Sexuais o Religiosas o Somticas o Msicas, palavras ou imagens intrusivas

    Compulses o Comportamentos repetitivos ou atos mentais que a pessoa impelida a executar para prevenir ou reduzir o sofrimento e/ou

    ansiedade causadas por um pensamento obsessivo o Compulses mais comuns

    Lavar as mos Verificao Arrumao Colecionismo Contagem Repetio Evitao

    Epidemiologia o Ate os anos 80: rara o Prevalncia ao longo da vida: 2,5% o Prevalncia no ultimo ano: 1,5% o 4 doena psiquitrica mais comum o Distribuio semelhante por sexo

    Etiologia o Vias serotoninrgicas so as principais envolvidas o Fatores imunolgicos: infeco estreptoccica? PANDAS (pediatric autoimmune neuropsychiatric disorders associated) o Fatores genticos

    MZ=87% DZ = 47% So genes responsveis pela construo da enzima MAO Estudos familiares: transmisso autossmica dominante e recessiva

    o Estudos de neuro-imagem - regies subcorticais e gnglios da base com atividade metablica Critrios diagnsticos

    o Presena de pensamento obsessivos e atos compulsivos o Durante o curso

    Reconhecidas como originando-se da mente do paciente Repetitivas, desagradveis, excessiva e irracional, O paciente tenta resistir a elas, A vivncia no prazerosa.

    o Causam angstia ou interferem no funcionamento social ou individual.

    Curso clnico o Idade de inicio

    Homens 17,5 anos Mulheres 20,8 anos

    o Tipo Continuo Episdico

    Espectro obsessivo-compulsivo o Transtorno dismrfico corporal o Anorexia e bulemia nervosa o Jogo patolgico o Cleptomania o Piromania o Tricotilomania o Sndrome de Tourette comea com tics vocais, na evoluo a pessoas sente uma vontade de falar palavres e xingar o TICs

    Diagnstico diferencial o Transtornos mentais orgnicos o Transtorno depressivo no caso do depressivo a obsesso com um tema relevante o Esquizofrenia o Transtorno dismorfico corporal o Transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo

    Psicoterapia do TOC: exposio e preveno de respostas o O paciente desafia seus medos: se expe as situaes que evita ou toca nos objetos que considera contaminados, e deixa realizar os

    rituais de descontaminao...

    Psicofarmalogia o Inibidores de recaptura de serotonina

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    Citalopram, clomipramina, escitalopram, paroxetina, fluvoxamina, sertralina, fluoxetina Psicocirurgia

    o Em casos que no respondem a outros tratamentos e que esto se prejudicando fisicamente o Cingulotomia anterior o Capsulotomia o Leucotomia lmbica

    Aula 07 - Transtorno de estresse ps-traumtico Caracterstica essencial - desenvolvimento de sintomas caractersticos, a seguir a um acontecimento psicologicamente traumtico, geralmente

    fora do comum

    Sintomas caractersticos o Revivncia do acontecimento traumtico o Reduo da resposta ao mundo exterior o Retraimento social o Sintomas neurovegetativos o Sintomas cognitivos

    Caractersticas clinicas o Exposio

    Ocorrncia de uma situao traumtica no passado; vivenciada com medo, impotncia e horror o Revivencia

    flash-back Recordaes (imagens, pensamentos) Sonhos Agir ou sentir como se o evento estivesse ocorrendo novamente Sofre quando exposto a algo que lembre o evento Reao fsica quando exposto a algo que lembre o evento

    o Esquiva Evita sentimentos, pensamentos e conversas relacionadas ao trauma Evita atividades lugares e pessoas que lembrem o trauma Reduo do interesse e participao em atividades Sensao de distanciamento em relao a outras pessoas

    o Excitabilidade Insnia Irritabilidade Dificuldade de concentrar-se Hipervigilncia Resposta de sobressalto exagerada

    Prevalncia o Cerca de 70% dos adultos experimentam um evento traumtico, pelo menos uma vez na vida. At 20% dessas pessos vai continuar a

    desenvolver PTSD o Entre 18-54 anos o Mulheres so mais propensas

    Inicio do quadro o Sintomas comeam geralmente nos primeiros 3 meses aps o trauma o Inicio imediato

    Melhore resposta ao tratamento Prognostico melhor Poucos sintomas ou complicaes associadas Remisso dos sintomas em torno d e6 m

    o Incio tardio - 6 meses aps o evento

    Curso o Revivencia do ocorrido o comportamento e os sintomas neurovegetativos podem variar ao longo Fo tempo o As experincias da infncia, a rede de apoio social, a histria familiar, as variveis de personalidade e transtornos

    reas envolvidas - hipocampo e amgdala

    Tratamento o Terapia individual o Grupo de apoio (especialmente para crnica) o Medicao o Psicoterpicos

    Abordagem cognitivo comportamental Reduo da ansiedade e relaxamento

    Modificao das falsas crenas e aspecto do trauma Grupos de auto-ajuda

    Teorias o Terapia de exposio : informao sobre reaes comuns ao trauma, com exposio repetida ao trauma passado, em doses

    crescente o Teoria cognitiva o Treinamento de inoculao de estresse

    Tratamento farmacolgico o Trata das complicaes o ISRS - Sertralina, Paroxetina, Escitalopram, Fluvoxamina, Fluoxetine

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    Aula 08 Comportamento Suicida (Brbara Rehme) Suicidality o termo em ingls que aborda as circunstncias das tentativas de suicdio, como consequncias, tendncia, etc.

    O DSM V coloca que avaliar o risco de suicdio, numa emergncia, mais importante do que o diagnstico do paciente. O risco de suicdio fundamental para tomar a deciso se o paciente ser internado ou no.

    Definies o Suicdio: morte auto-infringida. o Tentativa de suicdio: inteno de cometer suicdio, mas o indivduo no consegue comet-lo. o Parassuicdio: tentativa de suicdio em que no h inteno efetiva de se matar. O indivduo pode estar tentando controlar o

    ambiente, manipular outras pessoas ou chamar ateno, por exemplo. muito comum; difcil mensurar porque muitas vezes o parassuicdio entra nas contagens de tentativas de suicdio. Ligado a imaturidade emocional.

    o Ideao suicida: "talvez fosse melhor estar morto"... o que pode levar tentativa e ao suicdio. o Ideias de morte: "se Deus me levasse de alguma forma"

    Epidemiologia o OMS: calcula que em 2020, 1,53 milho de pessoas morrero por suicdio o Maiores incidncias: Escandinvia, Leste Europeu o Menores incidncias: Espanha, Itlia pases mediterrneos. o EUA: 35.000 suicdios/ano; 250.000 tentativas de suicdio/ano; incidncia anual de 12,5/100.000 pessoas. o No Brasil

    2005: 7,3/100.000 homens; 1,9/100.000 mulheres 1980-2000: incidncia anual de 6 mortes/100.000 habitantes; H > M (2-4:1); ao longo desses 20 anos, houve um aumento

    de 21%; tem crescido bastante em populaes mais jovens. Um problema a subnotificao -no se coloca suicdio no atestado de bito, pois um tabu. Entre 1998-2006, em Curitiba: 6,1 mortes/100.000 habitantes(9,7 homens e 2,8 mulheres).

    Fatores de risco o Sexo masculino o Separados, vivos, desquitados o Isolamento social o Migrao o Jovens (grupo em que o suicdio mais cresce) o A maioria das pessoas que se matam no estavam fazendo nenhum tratamento psiquitrico! Isso importante, pois permite inferir

    que o tratamento reduz a taxa de suicdio

    Abordagem o Avaliar, se possvel, com privacidade: pensamento, inteno, planos e meios de suicdio.

    Importante estabelecer um vnculo com o paciente Perguntar sobre o suicdio no d a ideia para uma pessoa se matar! A pessoa que j queria se matar se sente aliviada por

    poder conversar sobre isso. Perguntar sobre: ideias de morte/suicdio, planos, mtodos, frequncia de pensamentos suicidas, fatores protetores (filhos

    pequenos, religio).

    Problema: suicdio ampliado -pessoa que mata os filhos e depois se mata. Geralmente vem junto com psicose. raro.

    o Exemplo: paciente que tentou se matar 3 vezes. Nas 3 vezes, estava alcoolizado. Por isso, foi orientado para no usar lcool. O lcool um potencializador, pois faz com que a pessoa "tome coragem

    Tentativas de suicdio o Qualquer tentativa, mesmo que de baixa letalidade, deve ser avaliada com cuidado o Pacientes que se auto-agridem costumam repetir seus atos, se no adequadamente tratados o O contexto da tentativa deve ser compreendido: fatores desencadeantes, estressores. o Cuidado com reaes negativasde parte da equipe de sade (o paciente que tentou suicdio s vezes tratado mal pelos profissionais

    de sade).

    Avaliao da necessidade de internao o Tentativas anteriores nmero, tipo, letalidade o Persistncia da inteno suicida o Falta de suporte familiar; condies de tratamento extra-hospitalar. o Histria de comportamento impulsivo, auto-agresso o Recusa ao tratamento o Histria familiar de suicdio: quanto mais violento o suicdio, maior a herdabilidade. Histria familiar bem importante. o Existe um mito de que "quem quer se matar no avisa", mas a maioria das pessoas que se suicidaram deram algum tipo de aviso. o Diagnstico o que mais ligado ao suicdio o transtorno bipolar tipo 2(pesquisas mostram odds ratio de 50). o Presena de desesperana o Arrependimento pela tentativa no ter dado certo o Histria de comportamento violento. o Acesso a mtodos de alta letalidade: arma de fogo e enforcamento ( letalidade: cortar os pulsos; intoxicao medicamentosa).

    Diagnsticos ligados ao suicdio o Transtorno bipolar (principalmente tipo II) o Transtornos de humor o Transtornos de ansiedade o Delirium/demncia o TDAH o Abuso ou dependncia de substncias o Esquizofrenia: difcil prever suicdio, pois na esquizofrenia o paciente pode estar relativamente bem e de repente ouve uma voz que

    diz para ele se matar.

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    o Doenas clnicas graves (AIDS, cncer).

    Tratamento farmacolgico o uma rea em que a medicina baseada em evidncias tem dificuldade de atuar. o Carbonato de ltio: transtornos de humor, impulsividade medicao que mais tem estudos para suicdio hoje. o Clozapina:esquizofrenia

    um antipsictico atpico e uma das medicaes mais txicas da psiquiatria, pois tem efeitos colaterais. Tambm reduz o comportamento violento nos pacientes

    o Uso de antipsicticos sedativos em pacientes com grande risco de suicdio: clorpromazina, levomepromazina, quetiapina. Cuidado com benzodiazepnicos, pois podem provocar desinibio em alguns pacientes.

    Tratamento psicoterpico o Terapia comportamental dialtica: para pessoas com histrico de mltiplas tentativas de suicdio ou autoagresso (transtorno de

    personalidade limtrofe). Principalmente para pacientes que vo ao PS com automutilao com frequncia Associa estratgias de relaxamento e mentalizao + tcnicas comportamentais. 2,5 horas de sesso em grupo por semana + sesses individuais eficaz, mas muito difcil encontrar algum que tenha se especializado nisso.

    Aula 09 Preveno do uso de substancias Introduo

    o O lcool e o tabaco esto entre as maiores causas prevenveis de morbidade e mortalidade o Tabaco: consumo em declnio, conscientizao da populao geral, leis rgidas, tratamentos acessveis inclusive no servio pblico o lcool: atitude leniente em relao ao consumo, preconceito contra doentes regra (inclusive de equipes de sade), acesso difcil a

    tratamento, polticas pblicas insuficientes

    lcool o Uso na vida: 90 % o Uso atual (1 a 3 meses): 60-70 % o Problemas temporrios: 40 % o Abuso: 10 % H, 5 % M o 12,3 % dependncia de lcool (Carlini et al., 2005) o H > M o 20 a 40 % de pacientes internados em hospital geral (problemas ligados a lcool) o 50 % homicdios o 50 % bitos em acidentes de trnsito o 25 % suicdios o Como medir o consumo de lcool?

    Unidade de lcool: 10 a 12 gramas de lcool puro Cerveja 350 ml: 17 gramas de lcool= 150 ml vinho=40 ml de destilados

    o Unidades de lcool e risco para sade

    Risco: Homens Mulheres

    Baixo 36

    o Mulheres toleram menos o lcool Maior gordura corporal Menor quantidade de lcool-desidrogenase Variaes no metabolismo do lcool decorrentes do ciclo menstrual

    o Complicaes clinicas Gastrointestinais

    Esofagite

    Refluxo gastroesofgico

    Esfago de Barret

    Cncer de esfago

    Diarria crnica

    Hepatite alcolica

    Pancreatite crnica

    Cirrose heptica

    Insuficincia heptica Cardiovasculares

    Miocardiopatia alcolica

    Hipertenso arterial sistmica

    Insuficincia cardaca por deficincia de vitamina B1 Hematolgicas

    Anemia megaloblstica

    Anemia por diminuio de produo de hemceas pela medula ssea

    Anemia hemoltica

    Trombocitopenia

    Leucopenia Neurolgicas

    Polineuropatia perifrica Demncia

    Encefalopatia de Wernicke (Ataxia, disfuno vestibular, confuso mental, oftalmoplegia) reversvel por tiamina

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    Sndrome de Korsakoff (amnsia recente e antergrada, confabulao tipo de demncia) muito difcil de reverter mesmo com doses altas de tiamina

    Amnsia (blackouts)

    Coma tem uma taxa de mortalidade de pelo menos 10%

    Convulses Obsttricas

    Sndrome Alcolica Fetal:

    Microcefalia

    Malformaes craniofaciais

    Defeitos de membros e corao

    Baixa estatura

    Retardo Mental o Transtornos relacionados ao lcool

    Abuso (uso nocivo) e dependncia Induzidos por lcool: intoxicao, intoxicao patolgica (beber uma quantidade pequena e ter um efeito grande),

    abstinncia, delirium, demncia, transtornos amnsticos, Wernicke-Korsakoff, psicoses, alucinose (alucinao causada especificamente por substancias), disfuno sexual, transtornos da ansiedade, do humor e do sono

    o Abuso (uso nocivo) Uso nocivo (CID-10): dano sade fsica ou mental Abuso (DSM-IV): dano sade fsica, mental, problemas sociais, interpessoais, ocupacionais, uso em situaes que

    representam perigo Perodo de 12 meses

    o Dependncia qumica (DQ) Forte desejo de usar a substncia Dificuldade de controlar uso Persistncia no uso apesar de consequncias nocivas Maior prioridade dada substncia em relao a outras atividades ou obrigaes Tolerncia pode ser tanto tomar uma dose maior para ter o mesmo efeito ou menor e tem o mesmo efeito Abstinncia ter sintomas da falta daquela substancia

    o O papel do medico Perguntar sobre o uso do lcool em todas as consultas de atendimento primrio. No se satisfazer apenas com uma pergunta ( voc bebe ?) Uso questionrios : ex: CAGE - Cutting down, Annoyance by criticism, Guilty feelings, Eye openers AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test), 10 questes

    (http://whqlibdoc.who.int/hq/2001/who_msd_msb_01.6a.pdf) possui mais perguntas Psicoeducao: informar sobre os riscos do uso excessivo do lcool Lidar com o prprio preconceito (alcoolismo doena crnica, como diabetes ou hipertenso) Avaliao da motivao para o tratamento Interveno breve (http://whqlibdoc.who.int/hq/2001/WHO_MSD_MSB_01.6b.pdf) Encaminhamento para tratamento especializado, se necessrio

    o Avaliao da motivao para o tratamento 1) Pr-contemplao nem pensa em parar de beber 2) Contemplao 3) Ao 4) Manuteno dinmico a pessoa pode passar de um estagio para o outro e voltar para algum anterior

    Cannabis o Maconha o Droga ilegal mais consumida no mundo o Maconha- 4 a 14 % de tetrahidrocannabinol (THC). o Haxixe - resina da cannabis sativa, subtipo "sinsemillas" , 20 % THC (manipulao gentica) o Fator risco para psicose o Riscos do uso

    Psicose (aumento 20-40 % de esquizofrenia) Cncer de pulmo (superior ao risco de cigarros de nicotina) Dficits cognitivo (funes executivas, memria) Sndrome amotivacional (apatia, desinteresse, falta de motivao, inciativa aps o uso crnico)

    o O papel do mdico Explicar riscos (risco social tambm: envolvimento com contraveno) Estimular abstinncia Corrigir idias distorcidas de usurios: natural, no faz mal, todo mundo usa, no causa dependncia

    Ex: todo mundo usa : 6,4 % populao do estado de SP experimentou em 1999

    Cocana e crack o Cocana: aspirada, injetvel, base (inalada) o Base: crack ou oxi o Crack: cloridrato de cocana + bicarbonato de sdio o Oxi: cloridrato de cocana + bicarbonato de sdio + amonaco ou querosene ou gasolina o Cloridrato de cocana: voltil a 195 C; Crack: a 95 C o Crack:inicio de ao duas vezes mais rpida que injetvel (at 5 segundos).

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    o Epidemiologia 14 milhes de usurios /mundo (UNODC, 2005) Em 2003: 900 mil em tx para dependncia (90 % Amricas) H > M Uso injetvel cada vez mais raro e crack mais freqente. Crack: violncia, criminalidade

    o Complicaes clnicas Neurolgicas (agitao, hipertermia, Tourette, distonia, discinesia tardia, convulses, morte neuronal) Vasculares (cefalia vascular, infarto agudo do miocrdio, AVC, rabdomilise, tromboembolismo,CIVD) Infecciosas (abscessos, bacteremia, AIDS, hepatite B e C, endocardite, infeces steoarticulares, respiratrias,

    septissemias) Pneumonite eosinoflica (crack) bito Complicaes psiquitricas: psicose, delirium, ansiedade, depresso, mania

    o Cocana + lcool Inibio da hidrlise da cocana em benzoilecognina Cocana convertida em cocaetileno ( essa substncia que detectada no exame anti-dopping) Cocaetileno: potencial vasoconstritor e cardiotxico maior que cocana

    o O papel do mdico Estimular a abstinncia Explicar riscos para a sade Crack:

    Raramente usurios ocasionais,

    Dependncia desenvolve-se rapidamente

    Internao para desintoxicao provavelmente ser necessria, mesmo involuntria ou compulsria em casos de risco para a integridade fsica /mental (do paciente ou pessoas prximas)

    Benzodiazepnicos o teis no tratamento de ansiedade AGUDA, insnia, induo anestsica, epilepsia o Uso deve ser por curto prazo (1-3 meses) para diminuir risco de dependncia, exceto no uso para epilepsia o Dependncia cruzada com lcool o Uso a longo prazo leva a prejuzo na memria

    Aula 10 Transtornos Somatoformes e Dissociativos Somatizao

    o Sintomas clnicos (fsicos) para os quais no h explicao mdica adequada. o Paciente no tem conscincia da causa de seus sintomas. o Manifestao comum de sofrimento psquico. o Pode fazer parte de uma sndrome DEPRESSIVA ou ANSIOSA primeira coisa a se pensar o Uma sndrome sem depresso ou ansiosa rara

    Transtornos Somatoformes o Diagnstico de excluso: quadro no pode ser explicado por transtorno depressivo, ansioso ou clnico o Sintomas no so intencionalmente produzidos ou simulados

    Se forem intencionalmente produzidos Simulao: a pessoa sabe exatamente o que est fazendo e o faz para obter algum benefcio, financeiro por

    exemplo

    Sndrome de Munchausen quando a pessoa finge alguma coisa para obter um benefcio psquico como chamar a ateno

    o Prejuzo significativo social, ocupacional ou outras reas o No DSM-V: tem se dado mais importncia as consequncias psquicas que essa dor traz do que se ela ou no explicada

    medicamente

    CID-10 o F40-48 Transtornos neurticos, relacionados ao estresse ou somatoformes o F44- Transtornos dissociativos (ou conversivos) o F45- Transtornos somatoformes

    Transtorno de somatizao Transtorno somatoforme indiferenciado Transtorno hipocondraco Disfuno autonmica somatoforme (corao e sistema cardiovascular, trato GI superior, trato GI inferior,

    sistema respiratrio, sistema genitourinrio, outro rgo ou sistema) Transtorno doloroso somatoforme persistente Outros transtornos somatoformes Transtorno somatoforme no especificado

    DSM IV o Transtorno de Somatizao o Transtorno Somatoforme Indiferenciado no DSM V - Transtorno dos sintomas somticos (vai juntar: transtorno de

    somatizao, transtornos somatoforme indiferenciado, transtorno doloroso, hipocondria) o Transtorno Conversivo o Transtorno Doloroso o Hipocondria o Transtorno Dismrfico Corporal vai para ao espectro compulsivo-obsessivo

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    o Transtorno Somatoforme SOE

    Transtorno de Somatizao o Muitas queixas fsicas o Incio < 30 anos o Durao vrios anos o Busca de tratamento (doctor shopping) chega a realizar procedimentos sem necessidade devido a queixa fsica o Cada um dos critrios abaixo satisfeitos:

    4 sintomas dolorosos 2 sintomas gastrointestinais 1 sintoma sexual 1 sintoma pseudoneurolgico (conversivo)

    Transtorno Somatoforme Indiferenciado o Uma ou mais queixas somticas inexplicadas por outra doena fsica ou mental o Durao mnima de 6 meses o Mais comum em atendimento primrio

    Transtorno Conversivo o Mais comum em hospitais o Um ou mais sintomas ou dficits afetando funo motora ou sensorial voluntria o Fatores psicolgicos associados (incio ou exacerbao precedidos por conflitos) o Por exemplo uma mulher aps uma briga com o namorado fica paralizada ou com amaurose o Com Sintoma ou Dficit Motor o Com Sintoma ou Dficit Sensorial o Com Convulses (a verdadeira tem alterao no eletroencefalograma, tem liberao de esfncteres, tem perda de

    memria aps a crise, tem machucados devido a queda, duram cerca de segundos a minutos) ou Surtos o Com Apresentao Mista

    Transtorno Doloroso o Dor em um ou mais stios anatmicos o Fatores psicolgicos importantes (incio, gravidade, exacerbao e manuteno)

    Hipocondria o Preocupao com temores de ter ou a idia de que a pessoa tem uma doena grave (interpretao errnea de sx

    somticos) o Preocupao persiste apesar de avaliao e garantias mdicas o Pode estar associado a TOC o Crena no tem intensidade delirante, nem se restringe a preocupao circunscrita com a aparncia (T dismrfico

    corporal)

    Transtorno Dismrfico Corporal o Preocupao com imaginado defeito na aparncia o No h preocupao com a imagem corporal (acreditar-se obesa) como na anorexia nervosa o Pode ter ligao com TOC

    Epidemiologia o Incio adolescncia (exceto t doloroso: 40-50 anos) o M>H (exceto hipocondria: M=H) o Classes sociais baixas, pouca sofisticao psicolgica o O mais raro (e grave): t de somatizao o Os mais comuns: conversivo, somatoforme indiferenciado ?

    Diagnstico diferencial o T de somatizao: doenas clnicas (EM, AIDS, LES, porfiria,hiperparatireoidismo, infeces sistmicas crnicas) o T conversivo: doenas neurolgicas o T doloroso: doena crnica cursando com dor o Hipocondria: DM, Tpnico, TAG, TOC, esquizofrenia, t delirante o T dismrfico corporal: TOC, anorexia nervosa o Todos: T factcio (Sndrome de Mnchausen com sintomas fsicos), simulao

    Transtornos Dissociativos o Dissociao

    Trauma costuma ser intenso, como abuso fsico e sexual na infncia Amnsia o sintoma dissociativo mais comum

    o F44- Transtornos dissociativos (ou conversivos) CID-10, 1992 Amnsia Dissociativa Fuga Dissociativa Estupor Dissociativo Transtorno de Transe e Possesso ser que uma doena ou uma manifestao cultural diferente? Transtorno Motores Dissociativos Convulses Dissociativas Anestesia e Perda Sensorial Dissociativas Trantornos Dissociativos Mistos Outros Transtornos Dissociativos

    o Transtornos Dissociativos DSM-IVTR, 2000 Amnsia Dissociativa Fuga Dissociativa vai ficar dentro da amnsia dissociativa Transtorno Dissociativo de Identidade Transtorno de Despersonalizao Transtorno de Despersonalizao e desrealizao

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    Transtorno Dissociativo SOE Uma perspectiva transcultural particularmente importante na avaliao dos Transtornos Dissociativos, uma vez que,

    em muitas sociedades, estados dissociativos so uma expresso comum e aceita de atividades culturais ou de experincias religiosas por isso no DSM no existe transtorno de transe e possesso

    o Amnsia Dissociativa Um ou mais episdios de incapacidade de recordar informaes pessoais importantes, em geral de natureza traumtica

    ou estressante Prejuzo clinicamente significativo ou social, ocupacional Diferente da amnsia normal nesta o paciente esquece o prprio nome e informaes sobre si mesmo, j na normal isso

    dificilmente ocorre, sendo mais comum esquecer informaes da realidade (nome do presidente, o que comeu...) o Fuga Dissociativa

    Viagem sbita e inesperada para longe de casa ou do local costumeiro de trabalho do indivduo, com incapacidade de recordar o prprio passado

    Confuso acerca da identidade pessoal ou adoo (parcial ou completa) de uma nova identidade o Transtorno Dissociativo de Identidade (Personalidade Mltipla)

    Presena de 2 ou mais identidades distintas Pelo menos 2 destas identidades assumem recorrentemente o controle do comportamento da pessoa Incapacidade de recordar informaes pessoais importantes A identidade real da pessoa no sabe o que as patolgicas fizeram, mas as patolgicas sabem o que a real fez Rara

    o Transtorno de Despersonalizao Experincias persistentes ou recorrentes de sentir-se desligado de si prprio e de como se o indivduo fosse um

    observador externo dos prprios processos mentais ou do prprio corpo Durante a despersonalizao, o teste de realidade permanece intacto no psictico, sabe que ela mesma, mas ela

    se sente ela mesma, comum em ataques de pnico o Epidemiologia

    Mais comum em pessoas jovens, adolescentes. M>H Prevalncia incerta. Aumento da incidncia aps guerras, desastres naturais ?

    o Diagnstico diferencial Outras causas de amnsia (ps-concusso, anxica, ps-operatria, amnsia global transitria) Infeces, neoplasias cerebrais, ECT, epilepsia, transtornos metablicos, sonambulismo (diagnstico diferencial com

    personalidades mltiplas), Wernicke-Korsakoff. Transtornos induzidos por substncias (lcool, benzodiazepnicos, barbitricos, anticolinrgicos, esterides, cannabis,

    alucingenos). TEA, TEPT, transtornos somatoformes (de somatizao, conversivo), simulao, depresso, TBH (ciclagem rpida to

    rpida que a pessoa acredita que tem mais de uma personalidade), esquizofrenia, transtornos de personalidade.

    Tratamento dos Transtornos Dissociativos e Somatoformes o Aspectos gerais

    O paciente NO EST FINGINDO e merece preocupao, respeito e tratamento Vnculo ou relao mdico-paciente fundamental Explicao: sintomas correspondem ao modo como seu corpo reage ao stress So diagnsticos de excluso: fazer ANAMNESE e EXAME FSICO e NEUROLGICOS bem feitos Tratar doenas associadas como depresso, TOC no existe remdio para os transtornos somatoformes e dissociativos

    o Psicoterapia Dinmicas Breves Comportamentais / Cognitivo-Comportamentais Hipnose

    Tem que ter um bom profissional, pois pode levar a pessoas a achar que tem certas lembranas que no ocorreram

    Psicanaltica / Psicodinmicas (de longa durao) Prognstico

    o Transtornos somatoformes Ruim: transtorno de somatizao Razovel: Transtorno doloroso, hipocondria Bom: conversivo

    o Transtornos dissociativos Bom a varivel: amnsia, fuga dissociativa, despersonalizao Ruim: transtorno de identidade dissociativa

    Aula 11 Transtornos de personalidade Introduo

    o Palavra personalidade latin persona mscara, personagem. o Aspectos do indivduo percebidos pelos demais o Conceito envolve caractersticas que individualizam uma pessoa o Composta:

    Carter rene aspectos cognitivos Temperamento Aspectos afetivos-conativos

    Estvel, longa durao

    Incio adolescncia ou idade adulta

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    No decorrente de outra condio mental, doena orgnica ou uso de substncias

    Traos de personalidade podem ser registrados sem preencher critrios para o diagnstico (TP)

    DSM-IV e CID-10 definies e critrios diagnsticos claros

    Etiopatogenia o Fatores biolgicos

    Indcios da alteraes sistemas neurotransmisso serotonina Aumento vasopressina lquor relacionado - aumento da agressividade em pacientes com TP Aumento da atividade sistemas sertotoninrgicos papel inibio Leses pr-frontais (poro ventro-medial cortex frontal) associadas comportamento impulsivo, agressividade,

    jocosidade e inadequao social

    Segundo DSM-IV

    CLUSTER A Estranho e excnctrico

    301.0 Paranide 301.20 Esquizide 301.22 Esquizotpica CLUSTER B Dramtico, lbil, errtico 301.7 Anti-social 301.83 Borderline 301.50 Histrinica 301.81 Narcisista CLUSTER C Ansioso, temeroso 301.82 Esquiva 301.6 Dependente 301.4 Obsessivo-compulsiva 301.90 SOE Passivo-agressiva

    Transtorno de personalidade paranide o Desconfiana persistente o Suspeita o Hipervigilncia o Hipersensibilidade crticas o Tendncia atribuir ms intenes s aes dos outros o Defensivas de forma imediata o Questionam muito sem justificativa aparente o Patologicament e ciumentas o Tratamento:

    Transtorno de personalidade anti-social o Impulsividade o Incapacidade de planejar o futuro o Favorecimento de escolhas satisfao imediata - consequncias (si e outros) o Comportamento violento ou impulsivo o Anormalidades nos relacionamentos sociais s/ empatia e culpa o Mentir, trapacear, manipular] o Tratamento

    Resposta pobre a hospitalizao Prognstico pode ser melhor se houver ansiedade ou depresso tratveis Resposta pobre a programas de reabilitao para lcool e outras drogas Avaliao inicial positiva da aliana de apoio com o psicoterapeuta relao significativa com os resultados gerais do

    tratamento Agressividade afetiva violncia acompanhada por nveis elevados de excitao simptica e emoo (raiva e medo) Agressividade predatria pouca ou nenhuma excitao simptica insensvel, planejada e propositada Fenitona inibir agressividade afetiva Agonistas serotonina ambos os tipos de agressividade

    Transtorno de pesornalidade emocionalmente estvel tipo borderline o Relacionamentos interpessoais intensos e instveis o Comportamentos auto-destrutivos repetitivos o Medo crnico de abandono o Afetividade disfrica crnica o Distores cognitivas o Impulsividade o Frgil adaptao social - Medicamentos psicoativos pouca eficcia o Doses baixas de antipsicticos 1-2 mg risperidona ou haloperidol - reduzir ansiedade concomitante o Tratamento

    Psicoterapia individual Terapia prolongada Terapia psicodinmica mudana bsica da personalidade um objetivo legtimo Terapias cognitivo-comportamentais Terapia comportamental dialtica especfica envolve componentes de terapia de grupo e individualPsicoterapia

    individual Terapia prolongada Terapia psicodinmica mudana bsica da personalidade um objetivo legtimo

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    Terapias cognitivo-comportamentais Terapia comportamental dialtica especfica envolve componentes de terapia de grupo e individual Farmacoterapia

    ISRS mais efetivos para agressividade impulsiva do que depresso

    Depresso pode representar sndrome diferente da depresso maior pura

    Resposta a ECT menos intensa do que pacientes sem TP.

    Estabilizadores pouco impacto sobre oscilao rpida do humor

    Transtorno de personalidade histrinica o Relacionamentos superficiais voltados para si o teatrismo o Necessidade de reasseguramento dependncia o Comum pessoas separadas o Associado tentativas de suicdio o Homens abuso substncias o Frequentes queixas hipocondracas e somticas

    Transtorno de personalidade anacstica o Deriva em parte da viso psicanaltica tradicional de carter ertico, anal o Manifesto por obstinao, escrupulosidade e ordem o Distingui-se do TOC (precocupao limpeza e ordem egodistnico, atritos, interferncia atividade diria). TP anancstica faz com

    orgulho, elogiada e no h desconforto subjetivo o Muitos indivduos com anancstica desenvolvero obsesses e rituais egodistnicos

    Transtorno de personalidade ansiox (de evitao) o Timidez mrbida, isoladas, reticentes o Sensveis a embarao social o Evitao alvo de escrutnio o Quer manter contato social (diferente do esquizide) o Alguns autores correspondncia com fobia social crena de ser socialmente inepto, pessoalmente desinteressante ou inferior

    aos outros o Fruto de formulao terica e no emprica critrios criticados por conterem descries clnicas de fobia social

    Transtorno de personalidade dependente o Tendncia delegar aos outros - decises cotidianas de sua vida o Conselhos e reasseguramento o Subordinao de suas necessidades s dos outros o Dependente e aquiescente aos desejos dos outros o Relutantes em exigirem os seus direitos s pessoas das quais dependem

    Transtorno de personalidade nascisista o Grandiosidade da fantasia e comportamento o Hipersensibilidade da avaliao de outros o Sentimentos de autoridade e falta de empatia o Sentimento de superioridade em relao aos outros capacidades e talentos o Necessidade de ateno, arrogncia e comportamentos auto-referentes o Diagnosticada com maior frequncia em homens e comum em amostras forenses muitas vezes associada TP anti-social. o T personalidade anti-social melhora com a idade reduo atos criminosos porm persistncia desadaptao social e familiar. o Demais transtornos mantm-se inalterados o Abuso e /ou dependncia de substncias, suicdio e tentativas so comuns em vrias categorias o H evidncias de maior gravidade e pior evoluo de depresso T personalidade borderline o Tratamento:

    Psicanlise e psicoterapia psicanaltica individual so os tratamentos de escolha Psicoeducao

    Farmacoterapia o No h dados de que possa ser alterado com medicao o Certos sintomas e comportamentos podem respoder a uma interveno farmacolgica o Garantir adeso superviso institucional ou comunidade o Esquizofrenia com TP antisocial antipsicticos de depsito o Ansiedade e depresso medicamentos especficos (ISRS) o Eishman (1992) distino fisiolgica entre agressividade afetiva e predatria

    Conlcuses o Conceito envolve caractersticas que individualizam uma pessoa o Transtorno desenvolve-se desde a infncia ou adolescncia o Relativamente imutvel ao longo da vida modo habitual de ser o Estvel, longa durao o Dados epidemiolgicos so escassos conceituao imprecisa o CID-10 e DSM-IV classificaes categoriais descrevendo dimenses dificuldades prticas e conceituais o Alguns subtipos podem apresentar melhora prognstico mais favorvel

    Aula 12 Transtornos do sono Sono normal

    o 2 estados de sono: Sono REM (rapid-eye-moviments) sono dessincronizado Sono no REM (NREM) sono sincronizado.

    o Estgio 1 ( NREM ):

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    Movimento lento dos olhos, reduo do tnus muscular Fase transitria e curta

    o Estgio 2 EEG ondas de maior amplitude e menor freqncia Fusos do sono e complexos K Estgio mais duradouro adultos.

    o Estgio 3 Sono delta Sono profundo EEG ondas lentas e de grande amplitude

    Monitorizao do sono o Polissonografia:

    Registro simultneo 06 horas consecutivas: EEG Eletrooculograma Eletromiograma do queixo e mmii ECG Fluxo areo (nasal e oral) Esforo respiratrio (torcico e abdominal) Saturao arterial de oxignio

    Classificao internacional dos transtornos do sono (CITS 2005) o 3 eixos centrais e 8 categorias:

    1)Sintoma principal: ex hipersnia, insnia, movimentos anormais durante o sono. 2)Sistema funcional afetado: ex distrbios respiratrios 3)Fatores fisiopatolgicos: ex parassonias, alteraes do ritmo circadiano

    Insnia o Sintomas

    Incapacidade de iniciar ou manter o sono Sono de m qualidade Sintomas diurnos de fadiga Baixo rendimento ou insatisfao com a qualidade sono obtida Sono de curta durao insuficiente para manter o indivduo alerta e com bem estar fsico e mental durante o dia

    o Com relao a sintomas Insnia inicial: Dificuldade para iniciar o sono superior a 30 minutos. Insnia intermediria: Despertares durante a noite curta ou longa durao. Insnia terminal:Despertar precoce

    o Insnia idioptica Impossibilidade crnica de obter sono suficiente. Incio desde a infncia ou puberdade e persiste na fase adulta. Resposta teraputica parcial

    o Insnia paradoxal M percepo do padro do sono ou pseudo-insnia. Queixas subjetivas de insnia, sem elementos polissonogrficos que evidenciem anormalidades no padro de sono. Latncia de sono abaixo de 30 minutos e eficincia de sono acima de 85%. Tratamento orientao psicolgica

    o Insnia secundaria a transtorno mental Relao causal direta ou temporal com TM subjacente Transtorno do humor

    Depresso: dificuldade de iniciar o sono, despertar precoce e insnia de manuteno.

    Fragmentao do sono, reduo do sono delta e diminuio da latncia do sono REM.

    85% dos pacientes com transtorno depressivo maior tem alteraes do sono.

    Melhora significativa do humor aps privao total ou parcial do sono

    Distrbios de movimentos peridicos de membros o Episdios repetitivos de movimentos de membros (geralmente inferiores), mas tb superiores (dorsoflexo do p e extensor do halux) o Mioclonias noturnas o 20 a 44% dos pacientes acima de 60 anos apresentam este distrbio.

    Sndrome das pernas inquietas o Intensa necessidade de movimentar as pernas. o Antes do incio do sono, repouso, cansao. Desconforto e urgncia em movimentar mmii insnia. o Muitas vezes associada a distrbio de movimento peridico de membro. o Melhora obtida com movimentao das pernas, massagens e banhos quentes. o Prevalncia de 5 a 15% em adultos. Muitas vezes com padro de herana autossmico dominante. o Diagnstico clnico

    Polissonografia. o Associa-se a deficincia de cido flico, ferro, gravidez, DM, abuso de cafena. o Evitar antidepressivos tricclicos, Inibidores da recaptao da serotonina, bloqueadores da neurotransmisso dopaminrgica do

    sistema lmbico. o Tratamento: Agentes dopaminrgicos, benzodiazepnicos, opiides, anticonvulsivantes, reposio de ferro.

    Parassonias o Parassonias do sono REM:

    Transtorno comportamental do sono REM

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    No ocorre atonia muscular caracterstica do sono REM. Alterao funcional do SNC. O indivduo vivencia os sonhos onirismo.

    Predomnio sexo masculino, idade acima de 60 anos.

    Hiptese de deficincia de neurotransmisso dopaminrgica nigroestriatal.

    Tratamento clonazepan. Pesadelos

    Despertar do sono REM com manifestaes autonmicas e ansiedade.

    Tratamento com higiene do sono e hipnticos benzodiazepnicos e no benzodiazepnicos (Zolpiden) Sonambulismo:

    Comportamentos motores semiestruturados, estereotipados, automticos.

    Atividade autonmica mnima e se o indivduo acordar, h confuso mental.

    Comum em crianas entre 4 e 8 anos.

    Tratamento: clonazepam Terror noturno:

    Despertar sbito, grito, manifestaes autonmicas.

    Narcolepsia o Transtorno neurolgico crnico de causa gentica o Possivelmente auto-imune o Disfuno neurotransmisso hipocretinas hipotlamo lateral e com forte associao com o HLA DQB1 602. o Sonolncia excessiva crnica o Presena de fenmenos sono REM (cataplexia, alucinaes hipnaggicas, paralisia do sono) o Sono noturno fragmentado. o Prevalncia de 0,018 - 0,02% populao geral. o Cochilos so reparadores. o Cataplexia perda sbita total ou parcial do tnus musculatura voluntria (emoes, riso e raiva) o Paralisia do sono: incapacidade total para se mover ou falar incio do sono ou despertar (1 a 10 minutos) o Tratamento:

    Agentes estimulantes do SNC; Anfetaminas (metanfetamina e dextroanfetamina), metilfenidato, modafinil Benzodiazepnicos

    o Aspectos controversos - uso racional dos benzodiazepnicos: o Diminuio na latncia do sono (+- 11,7 minutos de reduo) o Aumento na durao total do sono (+- 48,4 minutos) o Alto risco de acidente com veculos o Quedas, fraturas o Toxicidade o Declnio geral do status funcional e prejuzos cognitivos o Efeitos adversos: confuso, comportamento bizarro e amnsia o Ao

    Mecanismo de ao + aceito: potencializao em nvel de receptor GABA efeito do neurotransmissor GABA Alteraes na arquitetura do sono e maior diminuio no sono REM Produz sensao repousante Maior eficcia indutor do sono 1 ou 2 semana usa no mximo por 14 dias Alguns casos de tolerncia ao efeito sedativo e hipntico com apenas 1 semana uso Rebote reaparecimento da insnia com a parada abrupta do frmaco Relatos sobre prejuzo na memria e ansiedade durante o dia principalmente nos de meia vida curta c

    Zolpiden o Efeitos sedativos sem produzir relaxamento muscular o Interfere menos na arquitetura do sono que os BZD o Aumenta a durao do estagio 2 o Meia vida curta o No prejudica a memria ou a capacidade motora no dia seguinte o Incidncia de tolerncia pequena o Pode ser til no tratamento da insnia crnica

    Outros compostos ocasionalmente empregados como hipnticos o Anti-histamnicos

    Os antihistamnicos sedativos no induzem dependncia fsica Produzem sonolncia e prejudicam o desempenho psicomotor Estudos indicam que diminui o sono REM

    o Alguns antidepressivos tricclicos e antipsicticos efeitos sedativos por bloqueio receptores H1 o Amitriptilina: ao importante sobre receptores histamnicos tipo 1 (sedao) o Levomepromazina

    Particularmente potente (age em receptores H1) Intensa ao sedativa e hipotensora Altera a arquitetura do sono

    Outros compostos o Antagonistas 5HT2

    Aumentam o tempo de sono de ondas lentas (significado clnico do fenmeno obscuro) Ritanserina, cetanserina, mianserinae, trazodona

    o Melatonina Eficcia parece ser maior em idosos sono pobremente eficiente reduzem nveis noturnos melatonina

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    Aula 13 Transtorno de controle de impulsos Introduo

    o Desejos e impulsos irresistveis comportamentos prejudiciais o 5 listados no DSM-IV-TR:

    Transtorno explosivo intermitente Cleptomania Piromania Jogo patolgico Tricotilomania arrancar pelos e cabelos

    Transtorno explosivo intermitente o Vrios episdios perda controle sobre impulsos agressivos o Impulsos desproporcionais qualquer estressor o Envolvem atos agressivos o Destruio de propriedade frangofiria o No reativo problemas da vida o Esses pacientes possuem maior concentrao de vasopressina no lquor o Tratamento no farmacolgico

    Reduzir ou eliminar impulsos agressivos Estabilizadores do humor: ltio, valproato, carbamazepina anti-impulsivos Inibidores seletivos da recaptao da serotonina: ex.: fluoxetina, sertralina, citalopran

    Investigar se no existe histria de bipolaridade, pois o uso de antidepressivos pode fazer a virada manaca Antipsicticos de segunda gerao: ex.: risperidona, olanzapina (tb demncia e borderline) Benzodiazepnicos- aliviar tenso desencadeadora dos ataques. Podem ter ao desinibitria

    Cleptomania o Fracasso em resistir impulsos de furtar objetos:

    Desnecessrios para uso pessoal No relacionado ao seu valor monetrio

    o Sensao crescente de tenso antes furto o Furto no relacionado raiva e vingana o No relacionado alucinaes ou delrios o No explicado por T. Personalidade anti-social, T. conduta (normalmente adolescentes que realizam atos de rebeldia ou contra as

    leis da sociedade) ou mania. o Tratamento

    ISRS Naltrexone antagonista opiide promissor

    Quando o paciente realiza o furto ocorre ativao do sistema de recompensa (mesolmbico), com esse medicamento inibi-se esse sistema

    T. Comportamental: terapia aversiva (comparar imagens nuseas e vmitos mpeto furtar Psicoterapia psicodinmica conflito emocional subjacente Proibio auto-imposta de comprar impedir furtos

    Piromania o Comportamento incendirio deliberado e proposital o Em mais de 1 ocasio o Tenso ou excitao afetiva antes do ato o Fascinao, interesse, curiosidade, atrao pelo fogo o Prazer e gratificao ou alvio provocar incndios

    Ativao do sistema mesolmbico o Ganho monetrio, propsitos polticos ou criminosos exclui diagnstico o Tratamento

    Identificao de comorbidades ex: TDAH (uso de psicoestimulantes ritalina) Tratamento comorbidade pode reduzir comportamento incendirio Orientao pais mtodos disciplinas consistentes e no punitivos Terapia familiar disfuno familiar frequente

    Jogo patolgico o Perda contnua ou peridica de controle ato de jogar o Possui tambm o sentimento de satisfao e recompensa o Critrios diagnsticos similares superficialmente dependncia para substncias o Ex.: Preocupao com o jogo, esforos - parar de jogar o Facilmente diagnosticado em casos avanados apesar da negao (semelhante abuso de substncias) o Homens incio adolescncia o Alguns viciados 1 aposta o Alguns incio insidioso aps perodo de jogo social o Procura por ajuda:

    Homens problema h dcadas Mulheres alguns anos

    o Tratamento Muitas pesquisas atuais Indices resposta placebo altas 50-75% Naltrexone antagonista opiide (50-200 mg/dia) ISRS paroxetina e fluvoxamina

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    Jogadores annimos sucesso em 2 anos: 7-8% Internao programas reabilitao semelhante - dependentes substncia

    Tricotilomania o Comportamento recorrente de arrancar os prprios cabelos o Perceptvel perda capilar o Crescente sensao tenso antes de arrancar cabelos o Prazer e gratificao ou alvio aps arranc-los o Tratamento

    No h tratamento padronizado Terapia comportamental identificar quando ocorre comportamento compulsivo automtico Substituir por comportamentos mais benignos ex: apertar uma bola reverso de hbito Aplicar barreiras luvas e chapu ISRS medicamentos mais prescritos Estudo com clomipramina - benefcio TCC melhorar auto-estima e corrigir cognies disfuncionais (ex: ningum gosta de mim porque no tenho

    sobrancelhas) Esterides tpicos coceira localizada (estmulo arrancar cabelos)

    Outros transtornos - Comprar compulsivo o Integrado como transtorno de controle de impulsos sem outra especificao (DSM-IV-TR) o Originalmente descrito por Emil Kraepelin o Impulso irresistvel em comprar itens desnecessrios ou indesejveis o Sensao de tenso antes de comprar o Crnico o Incio final adolescncia e incio faixa 20 anos o Idade cartes crdito o Maior parte mulheres jovens roupas, sapatos e maquiagem o Comorbidade depresso, T. ansiedade, abuso substncia, T. alimentares o Comorbidade outros TCI jogo patolgico o Tratamento

    Psicoterapia individual pode ser til Evitar situaes conduzam episdios compras ISRS reduzir comportamento 2 estudos controlados com fluvoxamina (medicamento para TOC) sem diferena com relao ao placebo Estudo favorvel com o citalopran Encaminhamento devedores annimos ou servio de aconselhamento financeiro