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Coordenação: ISABEL LEAL PSICOTERAPIAS

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As psicoterapias são hoje um recurso para a vida quotidiana. Quase todas as pessoas, em algum momento da sua vida, decidem fazer ou são encaminhadas para uma psico-terapia. Por múltiplas razões, umas mais instrumentais, outras mais existenciais, umas mais circunstanciais e outras mais de fundo, quase todos nós, confrontados com medos irracionais, di�culdades de contacto e relação a diferentes níveis, ambientes familiares ou pro�ssionais disfuncionais, perdas signi�cativas, entramos em zonas de sofrimento para as quais a resposta contemporânea mais efetiva se encontra na psicoterapia.

Escolher uma dada psicoterapia ou encaminhar alguém para ela é ainda um tema difícil para a população em geral e mesmo para os técnicos de saúde ou das áreas das ciên-cias sociais e humanas que, sabendo estar perante alguém que bene�ciaria de acom-panhamento psicoterapêutico, conhecem, no entanto, pouco das especi�cidades das diferentes psicoterapias. Este livro escrito por 41 terapeutas experientes, de relevantes sociedades cientí�cas, e des-tinado a estudantes e pro�ssionais de psicologia, saúde e educação mas, também, útil a outros interessados, pretende colmatar estas di�culdades ao mesmo tempo que permite uma panorâmica geral das mais importantes psicoterapias praticadas em Portugal.

Coordenação:

ISABEL LEAL

PSICOTERAPIAS

PSICOTERAPIAS

Psicoterapia existencial Terapias cognitivo-comportamentais PsicanálisePsicoterapia de grupoTerapia familiarPsicodramaIntegração em psicoterapiaInvestigação em psicoterapia

••••••••

PRINCIPAIS CONTEÚDOS:

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w.pa

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ISBN 978-989-693-075-2

9 789896 930752

ISABEL LEALPsicóloga e Psicoterapeuta,é Doutorada em Psicologia pela Universidade Católica de Louvain,na Bélgica. É Professora Catedrática no ISPA – Instituto Universitáriode Ciências Psicológicas, Sociaise da Vida, onde é Investigadora do William James Center for Research, Presidente do seu Conselho Cientí�coe responsável pela formação em intervenção em psicologia clínicae psicoterapia. Foi Coordenadorado Departamento de Psicologia Clínica da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, que fundou, e Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde.

Ana BotasAna Marques Lito

Ana Nunes da SilvaAna Teresa Calado

António Branco VascoAntónio-José Gonzalez

António RibeiroCarina Magalhães

Carla MoleiroCarmo Gonçalves

Catarina RosaCatarina Vaz-Velho

Daniel SampaioDaniel SousaIrina AntónioIsabel Leal

Isabel de SáIsaura Manso NetoJoana Fojo Ferreira

Joana SilvaJoão BatistaJoão Hipólito

José de Abreu-Afonso José Luís Gomes

José MartinhoLuísa Branco Vicente

Macarena DiuanaMaria Gouveia-Pereira

Maria João JadaujiMiguel M. Gonçalves

Miguel TrigoNeuza AlmeidaNuno Conceição

Odete NunesPatrícia Pinheiro

Pedro Ribeiro da SilvaRui Aragão Oliveira

Rute BritesSara Barros

Telmo Mourinho BaptistaTeresa Goulão www.pactor.pt

A U T O R E S :

16,7cm x 24cm 16,7cm x 24cm 9cm x 24cm9cm x 24cm

PSIC

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ISABEL LEA

LCoord

enação:

22 mm

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Os Autores ................................................................................................................................... XI

Introdução ................................................................................................................................... XIX

1. Psicoterapias: teorias e percursos

Isabel Leal ....................................................................................................................... 1

Psicoterapias: definições ..................................................................................... 2Breve História das Psicoterapias ........................................................................ 4As Teorias .................................................................................................................... 5

A psicanálise ............................................................................................................ 5O existencialismo .................................................................................................. 7O comportamentalismo ...................................................................................... 9O cognitivismo ....................................................................................................... 10As teorias sistémicas ............................................................................................ 13As teorias cognitivo-construtivistas ................................................................ 14

Das Teorias e das Práticas ..................................................................................... 16As terapias de terceira geração… e as outras ............................................... 17Objetos, objetivos e contextos das psicoterapias ....................................... 18Da Babel à eficácia psicoterapêutica ............................................................... 20As boas e as más notícias ................................................................................... 22

Referências ................................................................................................................. 25

EDIÇÃOPACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da EducaçãoAv. Praia da Vitória, 14 A – 1000-247 LISBOATel: +351 213 511 [email protected]

DISTRIBUIÇÃOLidel – Edições Técnicas, Lda.R. D. Estefânia, 183, R/C Dto. – 1049-057 LISBOATel: +351 213 511 [email protected]

LIVRARIAAv. Praia da Vitória, 14 A – 1000-247 LISBOATel: +351 213 511 448 • Fax: +351 213 173 [email protected]

Copyright © 2018, PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação® Marca registada da FCA – Editora de Informática, Lda.ISBN edição impressa: 978-989-693-075-21.ª edição impressa: janeiro 2018

Paginação: Carlos MendesImpressão e acabamento: Cafilesa – Soluções Gráficas, Lda. – Venda do PinheiroDepósito Legal n.º 436055/18 Capa: José Manuel Reis

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Os Autores ................................................................................................................................... XI

Introdução ................................................................................................................................... XIX

1. Psicoterapias: teorias e percursos

Isabel Leal ....................................................................................................................... 1

Psicoterapias: definições ..................................................................................... 2Breve História das Psicoterapias ........................................................................ 4As Teorias .................................................................................................................... 5

A psicanálise ............................................................................................................ 5O existencialismo .................................................................................................. 7O comportamentalismo ...................................................................................... 9O cognitivismo ....................................................................................................... 10As teorias sistémicas ............................................................................................ 13As teorias cognitivo-construtivistas ................................................................ 14

Das Teorias e das Práticas ..................................................................................... 16As terapias de terceira geração… e as outras ............................................... 17Objetos, objetivos e contextos das psicoterapias ....................................... 18Da Babel à eficácia psicoterapêutica ............................................................... 20As boas e as más notícias ................................................................................... 22

Referências ................................................................................................................. 25

Índice

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PSICOTERAPIAS

IV

Principais Técnicas ................................................................................................... 78Foco ........................................................................................................................... 78Aliança terapêutica ............................................................................................... 79Triângulos de conflito e da pessoa ................................................................... 80Triângulo do conflito ............................................................................................ 81Triângulo da pessoa .............................................................................................. 81Lacuna básica .......................................................................................................... 81Experiência emocional corretiva (EEC) ........................................................... 82

Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 83Indicações e Limites ................................................................................................ 84Vinheta clínica .......................................................................................................... 85Referências ................................................................................................................. 86

5. Psicoterapia ExistencialDaniel Sousa ................................................................................................................... 91

História e Contexto de Emergência .................................................................. 92Bases Teóricas ............................................................................................................ 94Objetivos ..................................................................................................................... 98Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 99

Princípios de eficiência psicoterapêutica ....................................................... 100Processo terapêutico ............................................................................................ 102

Principais Técnicas ................................................................................................... 104Posturas relacionais do método fenomenológico (estático – descritivo) 105Técnicas terapêuticas do método fenomenológico (genético – hermenêutico) ................................................................................. 107

Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 109Indicações e Limites ................................................................................................ 110Referências ................................................................................................................. 111

6. Psicoterapia Centrada no ClienteOdete Nunes / Rute Brites / João Hipólito................................................................... 115

História e Contexto de Emergência .................................................................. 116Bases Teóricas ............................................................................................................ 117

Tendência atualizante .......................................................................................... 117Não diretividade .................................................................................................... 118Presença de condições necessárias e suficientes na evolução do processo psicoterapêutico .................................................................................. 119Teoria da personalidade ...................................................................................... 120

Objetivos ..................................................................................................................... 122Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 123Principais Técnicas ................................................................................................... 124

2. A PsicanáliseJosé de Abreu-Afonso / Rui Aragão Oliveira ................................................................ 31

História e Contexto de Emergência .................................................................. 32Bases Teóricas ............................................................................................................ 33

O modelo estrutural ............................................................................................. 33Outros desenvolvimentos teóricos .................................................................. 34

Objetivos ..................................................................................................................... 36Setting .......................................................................................................................... 37Desenvolvimento Terapêutico ........................................................................... 38

A evolução da análise ........................................................................................... 39Principais Técnicas .................................................................................................. 40Atitude do Terapeuta ............................................................................................. 42Indicações e Limites ............................................................................................... 44

Limitações ................................................................................................................ 45Referências ................................................................................................................. 45

3. Psicanálise de Orientação LacanianaJosé Martinho ................................................................................................................. 49

História e Contexto de Emergência .................................................................. 53Bases Teóricas ............................................................................................................ 55Objetivos ..................................................................................................................... 58Setting e Desenvolvimento Terapêutico ......................................................... 59Principais Técnicas ................................................................................................... 60Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 62Indicações e Limites ................................................................................................ 63Vinheta clínica .......................................................................................................... 64Referências ................................................................................................................. 65

4. Psicoterapia Psicodinâmica BreveMiguel Trigo .................................................................................................................... 67

História e Contexto de Emergência .................................................................. 68Bases Teóricas ............................................................................................................ 70

Psicoterapia focal .................................................................................................. 70Psicoterapia dinâmica intensiva breve ............................................................ 71Psicoterapia de tempo delimitado provocadora de ansiedade ............... 72Psicoterapia breve dinâmica de apoio e expressiva .................................... 73Psicoterapia breve ................................................................................................. 74

Objetivos ..................................................................................................................... 74Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 76

Dispositivo ou setting terapêutico ................................................................... 76Processo psicoterapêutico .................................................................................. 77

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Índice

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Principais Técnicas ................................................................................................... 78Foco ........................................................................................................................... 78Aliança terapêutica ............................................................................................... 79Triângulos de conflito e da pessoa ................................................................... 80Triângulo do conflito ............................................................................................ 81Triângulo da pessoa .............................................................................................. 81Lacuna básica .......................................................................................................... 81Experiência emocional corretiva (EEC) ........................................................... 82

Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 83Indicações e Limites ................................................................................................ 84Vinheta clínica .......................................................................................................... 85Referências ................................................................................................................. 86

5. Psicoterapia ExistencialDaniel Sousa ................................................................................................................... 91

História e Contexto de Emergência .................................................................. 92Bases Teóricas ............................................................................................................ 94Objetivos ..................................................................................................................... 98Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 99

Princípios de eficiência psicoterapêutica ....................................................... 100Processo terapêutico ............................................................................................ 102

Principais Técnicas ................................................................................................... 104Posturas relacionais do método fenomenológico (estático – descritivo) 105Técnicas terapêuticas do método fenomenológico (genético – hermenêutico) ................................................................................. 107

Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 109Indicações e Limites ................................................................................................ 110Referências ................................................................................................................. 111

6. Psicoterapia Centrada no ClienteOdete Nunes / Rute Brites / João Hipólito................................................................... 115

História e Contexto de Emergência .................................................................. 116Bases Teóricas ............................................................................................................ 117

Tendência atualizante .......................................................................................... 117Não diretividade .................................................................................................... 118Presença de condições necessárias e suficientes na evolução do processo psicoterapêutico .................................................................................. 119Teoria da personalidade ...................................................................................... 120

Objetivos ..................................................................................................................... 122Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 123Principais Técnicas ................................................................................................... 124

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PSICOTERAPIAS

VI

Indicações e Limites ................................................................................................ 165

Referências ................................................................................................................. 165

9. Terapia Comportamental Dialética: uma abordagem

integrativa para (além da) perturbação borderline da personalidade

Carla Moleiro ................................................................................................................. 169

História e Contexto de Emergência .................................................................. 170

Bases Teóricas ............................................................................................................ 171

Teoria biopsicossocial da PPB ............................................................................ 172

Teoria dialética ....................................................................................................... 173

Objetivos ..................................................................................................................... 173

Desenvolvimento Terapêutico ........................................................................... 174

Psicoterapia individual ......................................................................................... 174

Psicoterapia de grupo ........................................................................................... 175

Coaching em situações de vida quotidiana ................................................... 176

Equipa de supervisão ............................................................................................ 176

Principais Técnicas ................................................................................................... 178

Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 179

Indicações e Limites ................................................................................................ 180

Vinheta clínica .......................................................................................................... 181

Referências ................................................................................................................. 182

10. Terapia Narrativa de ReautoriaJoão Batista / Carina Magalhães / Patrícia Pinheiro / António Ribeiro Catarina Rosa / Joana Silva / Miguel M. Gonçalves ..................................................... 185

História e/ou Contexto de Emergência ........................................................... 186

Bases Teóricas ............................................................................................................ 186

Do mapear à narrativa: a influência de Bateson e Bruner ........................ 186

A análise do poder e a desconstrução: a influência de Foucault ............ 188

Objetivos ..................................................................................................................... 189

Fases da TN ................................................................................................................. 190

Fase 1: desconstrução .......................................................................................... 191

Vinheta clínica 1 – Da internalização à externalização ................................ 192

Fase 2: reconstrução ............................................................................................. 194

Vinheta clínica 2 – Identificação e elaboração de resultados únicos ...... 195

Fase 3: consolidação ............................................................................................. 196

Vinheta clínica 3 – Consolidação da nova narrativa ..................................... 197

Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 198

Indicações e Limites ................................................................................................ 199

Referências ................................................................................................................. 199

Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 124Compreensão empática (Empathic understanding) .................................... 125Congruência (Congruence) ................................................................................. 126Cuidado incondicional positivo (Unconditional positive regard) ............. 126

Indicações e Limites ................................................................................................ 127Importância da Investigação ............................................................................... 128Vinheta clínica .......................................................................................................... 128Referências ................................................................................................................. 129

7. A Psicoterapia GestaltAna Teresa Calado / Maria João Jadauji / Neuza Almeida / Irina António Carmo Gonçalves / Macarena Diuana ......................................................................... 133

História e Contexto de Emergência .................................................................. 134Bases Teóricas ............................................................................................................ 137Objetivos ..................................................................................................................... 139Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 139

Fase de orientação ................................................................................................ 140Fase de experiência ............................................................................................... 141

Setting Terapêutico.................................................................................................. 142Principais Técnicas ................................................................................................... 142Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 144Indicações e Limites ................................................................................................ 146Vinheta clínica .......................................................................................................... 146Referências ................................................................................................................. 149

8. Terapias Cognitivo ‑ComportamentaisIsabel de Sá / Telmo Mourinho Baptista ....................................................................... 151

História e Contexto de Emergência .................................................................. 152A Restruturação Cognitiva – Mudar os Pensamentos Disfuncionais: Albert Ellis e Aaron Beck ....................................................................................... 153Treino de Competências de Confronto ............................................................ 155Treino de Resolução de Problemas .................................................................... 156Bases Teóricas ............................................................................................................ 157Objetivos ..................................................................................................................... 159Desenvolvimento Terapêutico ........................................................................... 159Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 160Principais Técnicas ................................................................................................... 161

Técnica ABC ............................................................................................................ 161Implicações dos pensamentos ........................................................................... 162O papel da catastrofização ................................................................................. 163A restruturação cognitiva ................................................................................... 164

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Índice

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Indicações e Limites ................................................................................................ 165

Referências ................................................................................................................. 165

9. Terapia Comportamental Dialética: uma abordagem

integrativa para (além da) perturbação borderline da personalidade

Carla Moleiro ................................................................................................................. 169

História e Contexto de Emergência .................................................................. 170

Bases Teóricas ............................................................................................................ 171

Teoria biopsicossocial da PPB ............................................................................ 172

Teoria dialética ....................................................................................................... 173

Objetivos ..................................................................................................................... 173

Desenvolvimento Terapêutico ........................................................................... 174

Psicoterapia individual ......................................................................................... 174

Psicoterapia de grupo ........................................................................................... 175

Coaching em situações de vida quotidiana ................................................... 176

Equipa de supervisão ............................................................................................ 176

Principais Técnicas ................................................................................................... 178

Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 179

Indicações e Limites ................................................................................................ 180

Vinheta clínica .......................................................................................................... 181

Referências ................................................................................................................. 182

10. Terapia Narrativa de ReautoriaJoão Batista / Carina Magalhães / Patrícia Pinheiro / António Ribeiro Catarina Rosa / Joana Silva / Miguel M. Gonçalves ..................................................... 185

História e/ou Contexto de Emergência ........................................................... 186

Bases Teóricas ............................................................................................................ 186

Do mapear à narrativa: a influência de Bateson e Bruner ........................ 186

A análise do poder e a desconstrução: a influência de Foucault ............ 188

Objetivos ..................................................................................................................... 189

Fases da TN ................................................................................................................. 190

Fase 1: desconstrução .......................................................................................... 191

Vinheta clínica 1 – Da internalização à externalização ................................ 192

Fase 2: reconstrução ............................................................................................. 194

Vinheta clínica 2 – Identificação e elaboração de resultados únicos ...... 195

Fase 3: consolidação ............................................................................................. 196

Vinheta clínica 3 – Consolidação da nova narrativa ..................................... 197

Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 198

Indicações e Limites ................................................................................................ 199

Referências ................................................................................................................. 199

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PSICOTERAPIAS

VIII

O vínculo intersubjetivo ...................................................................................... 258O aparelho psíquico grupal ................................................................................ 259

Objetivos ..................................................................................................................... 266Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 267Atitude do Terapeuta ............................................................................................. 268Indicações e Limites ............................................................................................... 269Vinheta clínica – O casal genial: O André e a Íris .......................................... 269Referências ................................................................................................................. 272

15. Psicodrama: uma psicoterapia da ação

António-José Gonzalez .................................................................................................. 275

História e Contexto de Emergência .................................................................. 276Bases Teóricas ............................................................................................................ 279

Os três contextos .................................................................................................. 279Os cinco instrumentos ......................................................................................... 282Os três momentos de uma sessão de psicodrama ..................................... 284Outros conceitos teóricos em psicodrama.................................................... 286

Objetivos ..................................................................................................................... 291Principais Técnicas ................................................................................................... 292

Técnicas gerais ....................................................................................................... 292Técnicas específicas .............................................................................................. 293Outras técnicas ...................................................................................................... 295

Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 296Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 297Indicações e Limites ................................................................................................ 297Referências ................................................................................................................. 298

16. O Psicodrama PsicanalíticoLuísa Branco Vicente ...................................................................................................... 301

História e Contexto de Emergência .................................................................. 303Bases Teóricas ........................................................................................................... 304Objetivos ..................................................................................................................... 306

Esfera interpessoal ................................................................................................ 306Desenvolvimento Terapêutico ........................................................................... 307

O grupo psicodramático ...................................................................................... 307Composição de um grupo psicodramático .................................................... 308Sessão de psicodrama .......................................................................................... 309

Principais Técnicas ................................................................................................... 311Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 312

Transferência e contransferência ..................................................................... 312Transferência sobre o diretor e coterapeutas ............................................... 313

11. Grupanálise e Psicoterapia Analítica de GrupoJosé de Abreu-Afonso / Isaura Manso Neto ................................................................. 203

História e Contexto de Emergência .................................................................. 204Bases Teóricas ............................................................................................................ 206

Foulkes e a Escola Inglesa ................................................................................... 206Cortesão e a Escola Portuguesa ........................................................................ 208

Objetivos ..................................................................................................................... 210Setting .......................................................................................................................... 210Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 211Técnica ......................................................................................................................... 214Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 215Indicações e Limites ................................................................................................ 216Referências ................................................................................................................. 218

12. Terapia Familiar Sistémica: uma introdução

Daniel Sampaio .............................................................................................................. 221

História e Contexto de Emergência .................................................................. 222Bases Teóricas ............................................................................................................ 223Objetivos ..................................................................................................................... 225Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 227Principais Técnicas ................................................................................................... 229Indicações e Limites ................................................................................................ 230Referências ................................................................................................................. 232

13. Terapia de Casal Sistémico‑RelacionalMaria Gouveia-Pereira .................................................................................................. 233

Definição de Casal ................................................................................................... 234História e Contexto de Emergência .................................................................. 237

Modelos e técnicas na terapia conjugal ......................................................... 239Objetivos .................................................................................................................... 244Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 246

Tipo de pedidos em terapia de casal ............................................................... 247Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 248Indicações ................................................................................................................... 249Referências ................................................................................................................. 250

14. Terapia Familiar PsicanalíticaAna Marques Lito ........................................................................................................... 253

História e Contexto de Emergência .................................................................. 254Bases Teóricas ............................................................................................................ 258

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Índice

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O vínculo intersubjetivo ...................................................................................... 258O aparelho psíquico grupal ................................................................................ 259

Objetivos ..................................................................................................................... 266Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 267Atitude do Terapeuta ............................................................................................. 268Indicações e Limites ............................................................................................... 269Vinheta clínica – O casal genial: O André e a Íris .......................................... 269Referências ................................................................................................................. 272

15. Psicodrama: uma psicoterapia da ação

António-José Gonzalez .................................................................................................. 275

História e Contexto de Emergência .................................................................. 276Bases Teóricas ............................................................................................................ 279

Os três contextos .................................................................................................. 279Os cinco instrumentos ......................................................................................... 282Os três momentos de uma sessão de psicodrama ..................................... 284Outros conceitos teóricos em psicodrama.................................................... 286

Objetivos ..................................................................................................................... 291Principais Técnicas ................................................................................................... 292

Técnicas gerais ....................................................................................................... 292Técnicas específicas .............................................................................................. 293Outras técnicas ...................................................................................................... 295

Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 296Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 297Indicações e Limites ................................................................................................ 297Referências ................................................................................................................. 298

16. O Psicodrama PsicanalíticoLuísa Branco Vicente ...................................................................................................... 301

História e Contexto de Emergência .................................................................. 303Bases Teóricas ........................................................................................................... 304Objetivos ..................................................................................................................... 306

Esfera interpessoal ................................................................................................ 306Desenvolvimento Terapêutico ........................................................................... 307

O grupo psicodramático ...................................................................................... 307Composição de um grupo psicodramático .................................................... 308Sessão de psicodrama .......................................................................................... 309

Principais Técnicas ................................................................................................... 311Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 312

Transferência e contransferência ..................................................................... 312Transferência sobre o diretor e coterapeutas ............................................... 313

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PSICOTERAPIAS

X

Formação em psicodrama psicanalítico ......................................................... 313Indicações e Limites ............................................................................................... 314

Os vários tipos de psicodrama .......................................................................... 315Vinheta clínica .......................................................................................................... 316Referências ................................................................................................................. 317

17. Análise BioenergéticaPedro Ribeiro da Silva / José Luís Gomes / Sara Barros / Teresa Goulão / Ana Botas .... 319

História e Contexto de Emergência .................................................................. 320Bases Teóricas ............................................................................................................ 322Objetivos ..................................................................................................................... 325Desenvolvimento Terapêutico (Setting) ......................................................... 326Principais Técnicas ................................................................................................... 328

Técnicas analíticas ................................................................................................ 328Intervenções/técnicas corporais ....................................................................... 329

Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 330Indicações e Limites ............................................................................................... 332Vinheta clínica .......................................................................................................... 333Referências ................................................................................................................. 336

18. O (Meta)Modelo de Complementaridade Paradigmática (MCP)António Branco Vasco / Nuno Conceição / Ana Nunes da Silva / Joana Fojo Ferreira Catarina Vaz-Velho ........................................................................................................ 339

Fundamentação Metateórica ............................................................................. 341Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 346

O “estar” em terapia ............................................................................................ 346O “como” da terapia ............................................................................................ 350O “quando” da terapia ......................................................................................... 352

Indicações e Limites ................................................................................................ 357Referências ................................................................................................................. 357

19. Integração em PsicoterapiaAntónio Branco Vasco .................................................................................................... 363

Razões de Ordem Histórica, Psicossocial e Clínica ..................................... 366Razões de Ordem Empírica ................................................................................... 368Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 369

Fatores determinantes da eficácia terapêutica ............................................ 369O Terapeuta ................................................................................................................ 372As Técnicas ................................................................................................................. 375

Variedades da experiência integrativa ............................................................ 377Referências ................................................................................................................. 378

Índice Remissivo ....................................................................................................................... 385

COORDENADORA E AUTORA

Isabel Leal

Psicóloga e Psicoterapeuta, é Doutorada em Psicologia pela Universidade Católica

de Louvain, na Bélgica. É Professora Catedrática no ISPA – Instituto Universitário de

Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, onde é Investigadora do William James Center for

Research e Presidente do seu Conselho Científico. Foi Coordenadora do Departamento

de Psicologia Clínica da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, que fundou, e Presidente da

Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde.

AUTORES

Ana Botas

Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta em Análise Bioenergética (2011). Profissio nalmente

exerce funções no Serviço de Apoio Psicológico do Instituto Superior Técnico da

Universidade de Lisboa e, em prática privada, desde 1995.

Ana Marques Lito

Psicanalista (SPP – Sociedade Portuguesa de Psicanálise/IPA – International Psychoanaly-

tical Association), Psicoterapeuta Psicanalítica do Casal e da Família e Terapeuta Familiar

Sistémica. Psicodramatista, cofundadora da POEISIS/EFPP (Associação Portuguesa de

Psicoterapia Psicanalítica de Casal e Família/European Federation for Psychoanalitic

Psychoterapy) e membro efetivo da International Association of Couple and Family

Psychoanalysis (IACFP). É também membro da Comissão Científica permanente da

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COORDENADORA E AUTORA

Isabel Leal

Psicóloga e Psicoterapeuta, é Doutorada em Psicologia pela Universidade Católica

de Louvain, na Bélgica. É Professora Catedrática no ISPA – Instituto Universitário de

Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, onde é Investigadora do William James Center for

Research e Presidente do seu Conselho Científico. Foi Coordenadora do Departamento

de Psicologia Clínica da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, que fundou, e Presidente da

Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde.

AUTORES

Ana Botas

Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta em Análise Bioenergética (2011). Profissio nalmente

exerce funções no Serviço de Apoio Psicológico do Instituto Superior Técnico da

Universidade de Lisboa e, em prática privada, desde 1995.

Ana Marques Lito

Psicanalista (SPP – Sociedade Portuguesa de Psicanálise/IPA – International Psychoanaly-

tical Association), Psicoterapeuta Psicanalítica do Casal e da Família e Terapeuta Familiar

Sistémica. Psicodramatista, cofundadora da POEISIS/EFPP (Associação Portuguesa de

Psicoterapia Psicanalítica de Casal e Família/European Federation for Psychoanalitic

Psychoterapy) e membro efetivo da International Association of Couple and Family

Psychoanalysis (IACFP). É também membro da Comissão Científica permanente da

Os Autores

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PSICOTERAPIAS

XII

IACFP. Professora Universitária Convidada no ISCSP (Instituto Superior de Ciências Sociais

e Políticas) e no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida.

Ana Nunes da Silva

Professora Auxiliar Convidada na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa.

Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta. A par da prática clínica faz investigação, em particular

nas áreas dos comportamentos aditivos e dos processos de mudança em psicoterapia, com

um foco particular nos processos emocionais. Faz parte do Paradigmatic Complementarity

PsiLab – grupo de investigação sobre o Modelo de Complementaridade Paradigmática.

Ana Teresa Calado

Licenciada em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa e com Mestrado integrado

de Psicologia Clínica pelo ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e

da Vida. Formação em Psicoterapia Gestalt pela Sociedade Luso-Espanhola de Psicoterapia

Gestalt (SLEPG). Psicoterapeuta, Formadora e Supervisora na SLEPG e Associação Portuguesa

de Gestalt (APG). Sócia fundadora da APG e Presidente do Conselho Científico-Pedagógico.

António Branco Vasco

Psicoterapeuta de orientação integrativa e criador do Modelo de Complementaridade

Paradigmática. Professor Catedrático da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa,

onde é Coordenador do Núcleo de Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e Integrativa.

Membro do Conselho Técnico, Formador e Supervisor da Associação Portuguesa de

Terapias Comportamental e Cognitiva (APTCC). Membro da Society for the Exploration of

Psychotherapy Integration (SEPI), integrando o seu advisory board e o seu research committee.

António‑José Gonzalez

Doutorado em Psicologia da Educação pela Universidade de Salamanca é, desde 1994, do-

cente do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Investiga

na área das ligações entre as artes e as psicoterapias, tendo dirigido a Pós-Graduação em

Desenvolvimento pelas Artes Expressivas. É membro didata da Sociedade Portuguesa de

Psicodrama. É membro do Research Committee da Federation of European Psychodrama

Training Organizations. Fundou e coordena o dISPArteatro, grupo de teatro do ISPA. Dirige

grupos terapêuticos de psicodrama na Clínica ISPA.

António Ribeiro

Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade do Minho, é Investigador de Pós-

-Doutoramento na Unidade de Psicoterapia e Psicopatologia do Centro de Investigação em

Psicologia (CIPsi), na mesma universidade, onde coordenou entre 2013 e 2015 a Unidade de

Adultos, do serviço de consulta. Dedica-se desde 2008 ao estudo da ambivalência em psico-

terapia, tendo publicado diversos artigos científicos nacionais e internacionais sobre o tema.

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Os Autores

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Carina Magalhães

Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde pela Faculdade de Psicologia e Ciências da

Educação da Universidade de Coimbra. Realiza prática clínica desde 2009. Psicoterapeuta

na Associação de Psicologia da Universidade do Minho. Membro da equipa de investiga-

ção em “Processos de Mudança em Psicoterapia”, integrada no Centro de Investigação em

Psicologia (CIPsi) da Universidade do Minho.

Carla Moleiro

Professora Universitária no Departamento de Psicologia Social e das Organizações da Escola

de Ciências Sociais e Humanas do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, e Investigadora

no Centro de Investigação e Intervenção Social do Instituto Universitário de Lisboa

(CIS-IUL), no qual é Diretora desde 2016. É Doutorada em Psicologia Clínica pela Universidade

da Califórnia Santa Bárbara, nos EUA. Psicoterapeuta na Associação Portuguesa de Terapias

Comportamentais e Cognitivas (APTCC). Atualmente, é Presidente do Conselho Jurisdicional

da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Carmo Gonçalves

Possui o Mestrado Integrado em Psicologia Clínica, pelo ISPA – Instituto Universitário. Tem

formação em Psicoterapia Gestalt, pela Sociedade Luso-Espanhola de Psicoterapia Gestalt

(SLEPG), e em EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing), pelo Ehud Oren,

EMDR Institut. É Formadora de psicoterapeutas na SLEPG e na Associação Portuguesa de

Gestalt (APG). Foi sócia fundadora da APG e membro do Conselho Científico-Pedagógico.

Catarina Rosa

Bolseira de Pós-Doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia no Departamento

de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro e membro integrado do CIPsi (Centro

de Investigação em Psicologia) e do CINTESIS.UA (Centro de Investigação em Tecnologias

e Serviços de Saúde da Universidade de Aveiro). Recentemente, tem-se dedicado às ques-

tões metodológicas na investigação do processo terapêutico, à exploração de relações entre

aliança terapêutica, resultado do tratamento e inovação e ambivalência em psicoterapia,

bem como ao desenvolvimento de estratégias de diminuição da ruminação.

Catarina Vaz‑Velho

Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta. Pós-Graduada em Psicoterapias Cognitivo-

-Comportamentais pela Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva

(APTCC). Mestre em Psicologia Cognitiva e Doutorada em Psicologia Clínica, pela

Universidade de Lisboa. Técnica Superior de Saúde do Ramo de Psicologia Clínica, ten-

do exercido funções no Hospital Garcia de Orta entre 1995 e 2003. Professora Auxiliar

do Departamento de Psicologia da Universidade de Lisboa, membro da Society for the

Exploration of Psychotherapy Research e Vice-Presidente da Associação Médicos do Mundo

– Portugal.

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PSICOTERAPIAS

XIV

Daniel Sampaio

Médico Psiquiatra. Professor Catedrático de Psiquiatria e Saúde Mental. Foi Diretor do

Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria, onde organizou o atendimento a ado-

lescentes em risco de suicídio e cofundou a consulta multidisciplinar de anorexia nervo-

sa e bulimia nervosa. Foi pioneiro da Terapia Familiar em Portugal, através da Sociedade

Portuguesa de Terapia Familiar, da qual foi um dos fundadores. É autor de 28 livros e de

cerca de uma centena de artigos científicos em revistas nacionais e estrangeiras.

Daniel Sousa

Diretor da Clínica ISPA e Professor Auxiliar no ISPA – Instituto Universitário de Ciências

Psicológicas, Sociais e da Vida. Doutorado em Psicoterapia na Wales University / Regent’s

College, no Reino Unido. É membro fundador da Sociedade Portuguesa de Psicoterapia

Existencial. Acaba de publicar (ano de 2017) os livros Investigação Científica em Psicoterapia

e a Prática Psicoterapêutica – Os Dados Mais Relevantes Para os Clínicos e Existential

Psychotherapy – The Genetic Phenomenological Approach.

Irina António

Psicóloga e Psicoterapeuta Gestalt. Licenciada em Psicologia pela Universidade Estatal de

Yaroslavl, Federação da Rússia. Possui o Curso de Formação em Psicoterapia Gestalt, pela

Sociedade Luso-Espanhola de Psicoterapia Gestalt (SLEPG) em colaboração com o Instituto

de Psicoterapia Gestalt em Madrid (Lisboa). É membro da Direção da Associação Portuguesa

de Psicologia e Psiquiatria Transcultural (2006-2012) e cofundadora da Associação

Portuguesa de Gestalt (APG), na qual é membro da direção desde 2013.

Isabel de Sá

Investigadora da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em

Psicoterapia e Aconselhamento. Investiga em motivação e autorregulação para a aprendiza-

gem e o desenvolvimento e mudança na psicoterapia com crianças e jovens. É Psicoterapeuta

em Terapia Cognitivo-Comportamental e, atualmente, Presidente da Associação Portuguesa

de Terapias Comportamental e Cognitiva, e Formadora na vertente de psicoterapia com

crianças e jovens na mesma associação.

Isaura Manso Neto

Psiquiatra. Membro titular didata da Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia

Analítica de Grupo de que é a atual Presidente. Membro da Sociedade Portuguesa de

Psicanálise. Chefe de serviço hospitalar no Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria.

Introduziu os Grupos de Psicoterapia Analítica Multifamiliar em Portugal. Exerce atividade

privada de psicoterapia analítica individual, de grupo, psicanálise e grupanálise, bem como

supervisão de psicólogos e psiquiatras.

Joana Fojo Ferreira

Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta. Doutorada em Psicologia Clínica pela Faculdade de

Psicologia da Universidade de Lisboa. Pós-Graduada pela APTCC (Associação Portuguesa

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Os Autores

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de Terapias Comportamental e Cognitiva) em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental

e Integrativa com Adultos e encontra-se a fazer a Pós-Graduação em Terapia Gestalt.

Tem artigos publicados relacionados com a componente sequencial do Modelo de

Complementaridade Paradigmática, o processo terapêutico e a evolução dos pacientes ao

longo deste.

Joana Silva

Psicoterapeuta, é Doutorada em Psicologia Clínica pela Universidade do Minho. Desde 2006

tem feito investigação na área do desenvolvimento, perturbações de vinculação e proces-

so em psicoterapia, tendo este trabalho resultado na publicação de diversos artigos cien-

tíficos nacionais e internacionais. Atualmente, é Investigadora de Pós-Doutoramento na

Unidade de Psicoterapia e Psicopatologia do Centro de Investigação em Psicologia (CIPsi)

da Universidade do Minho.

João Batista

Doutorado em Psicologia Aplicada no ramo de Psicoterapia e Psicologia Clínica,

é Psicoterapeuta e Investigador na área da psicoterapia no Centro de Investigação em

Psicologia (CIPsi) da Universidade do Minho. Na tese de doutoramento abordou a mudança

em psicoterapia e os padrões relacionais numa amostra de depressão. Atualmente, colabora

num projeto de investigação no luto complicado.

João Hipólito

Doutor em Medicina e em Psicologia, é Psiquiatra e Pedopsiquiatra. Psicoterapeuta,

Supervisor e Formador no modelo da Terapia Centrada no Cliente da Associação Portuguesa

de Psicoterapia Centrada na Pessoa e Counselling (APPCPC). Professor Catedrático da

Universidade Autónoma de Lisboa. Presidente Honorário da APPCPC. Membro fundador da

World Association for Person-Centered and Experiential Psychotherapy and Counselling, e da

sua primeira direção provisória.

José de Abreu‑Afonso

Psicanalista da Sociedade Portuguesa de Psicanálise (SPP), membro da International

Psychoanalitc Association e European Psychoanalitic Federation, e grupanalista da Sociedade

Portuguesa de Grupanálise (SPG) e da Grupanalitic Society International. Membro da Direção

e Secretário Científico da SPP, Formador na SPP e SSPG, da qual é membro didata, membro

da Comissão Científica e Coordenador da Comissão Editorial. É docente no ISPA – Instituto

Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Supervisor de psicólogos clínicos

em prática liberal e institucional.

José Luís Gomes

Psicólogo Clínico pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do

Porto. Psicoterapeuta em Análise Bioenergética pelo International Institute for Bioenergetic

Analysis (IIB) e Supervisor em Análise Bioenergética desde 2006. Foi Técnico Superior de

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PSICOTERAPIAS

XVI

Reinserção Social / Psicologia, no IRS (Instituto de Reinserção Social) – Ministério da Justiça

(1992-2009).

José Martinho

Membro da Associação Mundial de Psicanálise, da Eurofederação de Psicanálise e da Nova

Escola Lacaniana. Presidente da Antena do Campo Freudiano. Professor Catedrático refor-

mado. Autor de inúmeros livros e artigos publicados no país e no estrangeiro.

Luísa Branco Vicente

Psiquiatra e Pedopsiquiatra. Doutorada em Psiquiatria e Saúde Mental, pela Faculdade

de Medicina de Lisboa, e Professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Presidente da Comissão de Ensino, Presidente da Comissão de Ética, cofundadora e didata

da Sociedade Portuguesa de Psicodrama Psicanalítico de Grupo. Membro da Comissão de

Ensino e didata da Sociedade Portuguesa de Psicanálise. Membro dos Corpos Sociais da

Direção e cofundadora da Sociedade Portuguesa de Psicossomática.

Macarena Diuana

Psicoterapeuta Gestalt acreditada pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP). Psicóloga

Clínica licenciada pela Universidade Católica do Chile, e com Mestrado pela Université

Catholique de Louvain, na Bélgica. Cofundadora e atual Diretora da Sociedade Luso-

-Espanhola de Psicoterapia Gestalt (SLEPG). Cofundadora e atual Presidente da Associação

Portuguesa de Gestalt (APG). Formadora de psicoterapeutas em Portugal, no Brasil, Espanha

e Itália.

Maria Gouveia‑Pereira

Professora Universitária no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e

da Vida, no Departamento de Psicologia Clínica e da Saúde. Tem publicado artigos científi-

cos em revistas nacionais e internacionais sobre diversos temas, nomeadamente no campo

da adolescência. É membro efetivo da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar. A sua

experiência clínica é no âmbito da psicoterapia individual, da família e do casal.

Maria João Jadauji

Licenciatura em Psicologia Clínica pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa

com Pós-Graduação em Aconselhamento e Psicoterapia com Adultos, pela Associação

Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva (APTCC) e Pós-Graduação em

Psicoterapia Gestalt, pela Sociedade Luso-Espanhola de Psicoterapia Gestalt (SLEPG).

Membro fundador da Associação Portuguesa de Gestalt (APG), onde desempenha as fun-

ções de Secretária da Direção e integra o Conselho Científico Pedagógico sendo também

Psicoterapeuta, Formadora e Supervisora.

Miguel M. Gonçalves

Psicólogo, Psicoterapeuta e Professor Catedrático da Escola de Psicologia da Universidade

do Minho. É atualmente Diretor do Centro de Investigação em Psicologia da Universidade

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Os Autores

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do Minho e Vice-Presidente da Escola de Psicologia. Foi Editor Associado da revista inter-

nacional Psychotherapy Research (Routledge).Tem publicado sobre o processo de mudança

narrativa em psicoterapia ao nível internacional. É autor de mais de 25 capítulos internacio-

nais e de mais de 80 artigos em revistas internacionais com arbitragem por pares.

Miguel Trigo

Psicólogo Clínico, é Mestre em Saúde Mental e Doutor em Psicologia Clínica. Exerce ativida-

de profissional no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. Tem-se dedicado à docência e à

formação nas áreas da psicologia clínica e da saúde, em diversas universidades e institutos.

Na Sociedade Portuguesa de Psicoterapias Breves, é sócio e Psicoterapeuta Titular. Fez for-

mação em terapia familiar sistémica. Integra o Conselho Científico da Federação Portuguesa

de Psicoterapia e a Assembleia de Representantes da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Neuza Almeida

Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde e em Psicologia da Educação. É Psicóloga do

Desporto e Psicoterapeuta pela Sociedade Luso-Espanhola de Psicoterapia Gestalt (SLPEG),

na qual é Formadora e Psicoterapeuta, bem como da Associação Portuguesa de Gestalt

(APG), de que é sócia fundadora, Presidente da Mesa da Assembleia-Geral e membro do

Conselho Científico-Pedagógico.

Nuno Conceição

Doutorado pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, tem a sua identida-

de profissional construída com base na integração em psicoterapia. Desde 2000, exer-

ce psicoterapia com adultos em formato individual e coterapia de casal. É Formador na

Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva (APTCC) e Professor

Auxiliar Convidado da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Investiga no

Laboratório de Complementaridade Paradigmática. Em 2017, foi Presidente da Society for

the Exploration of Psychotherapy Integration (SEPI).

Odete Nunes

Doutora em Psicologia Clínica. Presidente da Associação Portuguesa de Psicoterapia

Centrada na Pessoa e Counselling (APPCPC). Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Supervisora

e Formadora no modelo da Terapia Centrada no Cliente na APPCPC. Professora Associada

da Universidade Autónoma de Lisboa, onde é Coordenadora Científica do Centro de

Investigação em Psicologia (CIP/UAL) e Diretora do Departamento de Psicologia. É Editora

Assistente do Person-Centered and Experiential Psychotherapies (PCEP) Journal.

Patrícia Pinheiro

Bolseira de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia, estando integrada no

Centro de Investigação em Psicologia (CIPsi) da Universidade do Minho. A sua tese de dou-

toramento é sobre o processo de mudança em psicoterapia, focando-se especificamente no

papel do processamento emocional. Ao longo do seu percurso profissional, tem conciliado

a investigação com a prática em psicologia clínica.

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PSICOTERAPIAS

XVIII

Pedro Ribeiro da Silva

Médico. Mestre em Ciências da Comunicação. Certificado como Psicoterapeuta pelo

International Institute for Bioenergetic Analysis (IIB) . É atualmente Presidente da Associação

Portuguesa de Análise Bioenergética, fazendo igualmente parte da Direção da Federação

Europeia de Análise Bioenergética (EFBA-P).

Rui Aragão Oliveira

Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise (SPP). Membro da Associação

Internacional de Psicanálise, Psicanalista Titular e com funções didáticas na Sociedade

Portuguesa de Psicanálise, exerceu a atividade de docência universitária no ensino públi-

co (Universidade de Évora) e privado (Instituto de Psicologia Aplicada). Dirigiu a Revista

Portuguesa de Psicanálise e é membro do Editorial Board Psychoanalysis Today e do Comité

de Assessores do Livro Anual de Psicanálise.

Rute Brites

Doutora em Psicologia da Saúde. Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Psicoterapia

Centrada na Pessoa e Counselling (APPCPC). Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta e Formadora

no modelo da Terapia Centrada no Cliente. Professora Auxiliar na Universidade Autónoma

de Lisboa (UAL) e Investigadora integrada do Centro de Investigação em Psicologia

(CIP/UAL). Assessora da Direção do Departamento de Psicologia da UAL.

Sara Barros

Psicóloga Clínica pelo ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da

Vida, é Psicoterapeuta Certificada em Análise Bioenergética (CBT – Certified Bioenergetic

Therapist) pelo IIBA (International Institute for Bioenergetic Analysis). Desde 2002 que exer-

ce maioritariamente clínica privada em consultório particular. Tem experiência profissio-

nal anterior como psicóloga clínica em contexto hospitalar (Hospital Miguel Bombarda e

Hospital Curry Cabral) e em reinserção social.

Telmo Mourinho Baptista

Psicólogo e Psicoterapeuta da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e

Cognitiva (APTCC). Professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Foi o

primeiro Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), Presidente da Federação

Ibero-Americana de Associações de Psicologia (FIAP) e é atualmente Presidente da European

Federation of Psychologists’ Association (EFPA).

Teresa Goulão

Licenciada em Psicologia Clínica pelo ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas,

Sociais e da Vida, e em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade

Clássica de Lisboa. É Psicoterapeuta Certificada em Análise Bioenergética, função que exerce

em clínica privada. Foi Assessora Principal dos Serviços Centrais do Ministério da Educação.

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Há 100 anos, numa conferência pronunciada em Budapeste em 1918 dizia Freud,

dirigindo-se aos seus colegas: “Queria examinar com os senhores uma situação que per-

tence ao futuro e que talvez lhes pareça fantástica. Mas, a meu ver, merece que acos-

tumemos a ela o nosso pensamento. Sabem muito bem que a nossa acção terapêutica

é bastante restrita. Somos poucos, e cada um de nós não pode tratar mais do que um

número limitado de doentes por ano, por maior que seja a nossa capacidade de trabalho.

Frente à magnitude de miséria neurótica de que padece o mundo, o nosso rendimento

terapêutico é quantitativamente insignificante. Além disso, as nossas condições de exis-

tência humana limitam a nossa acção às classes abastadas da sociedade” e acrescentava

mais à frente: “Por outro lado é possível prever que algum dia chegará a vez de despertar

a consciência da sociedade e adverti-la de que os pobres têm tanto direito ao auxílio do

psicoterapeuta como ao do cirurgião e de que as neuroses ameaçam tão gravemente a

saúde do povo como a tuberculose, não podendo o seu tratamento ser abandonado à

iniciativa individual” (Freud, 1919, p.78).

Este tempo que Freud imaginou, de algum modo já chegou e hoje em dia o recurso

à psicoterapia é uma realidade incontornável, embora haja muito a fazer sobretudo em

relação aos que têm menos recursos económicos.

Os inimigos atuais já não são a neurose e a tuberculose e a psicoterapia também já

não se esgota na psicanálise. Aliás, na mesma conferência, Freud antecipava: “Defrontar-

-nos-emos, então, com a tarefa de adaptar a nossa técnica às novas condições” (Freud,

1919, p.78). De facto, 100 anos de prática psicoterapêutica em crescimento exponencial

permitiram que se assistisse a novas conceções, não só da doença mental e do sofrimento

humano que justificava a indicação para psicoterapia, mas da própria sociedade e dos re-

cursos que esta deve oferecer em termos de saúde geral e de saúde mental em particular.

Introdução

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PSICOTERAPIAS

XX

O crescimento da oferta e da procura psicoterapêutica conduz-nos à circunstância

atual em que, sendo certo que todas as psicoterapias partilham um objetivo último, as teo-

rias, metodologias e técnicas que usam para lá chegar são bastante diferentes. Pelo menos

o suficiente para provocar alguma confusão a quem desconhece os pressupostos de cada

uma das abordagens psicoterapêuticas.

Torna-se assim difícil separar o trigo do joio, quer dizer, perceber as ofertas psicotera-

pêuticas que se inscrevem numa sólida formação dos terapeutas que as praticam das outras

que oferecem experiências de conforto e bem-estar de forma casuística e algo superficial.

Os nossos objetivos ao organizar esta obra foram assumidamente os de apresentar

a um público, que por razões profissionais ou pessoais, se interessa pelas psicoterapias,

as grandes linhas gerais de algumas das principais psicoterapias disponíveis em Portugal.

Convidámos para os escrever psicoterapeutas experientes filiados em Sociedades Científicas

que têm responsabilidade na formação de psicoterapeutas.

Assim, apresentam-se neste manual 17 capítulos que correspondem a outras tantas

psicoterapias. Em cada uma delas pretendeu-se apresentar a sua História e/ou o Contexto

de Emergência, as principais Bases Teóricas, os Objetivos e o Desenvolvimento Terapêutico,

as Principais Técnicas usadas, a caracterização da Atitude do Terapeuta e as Indicações es-

pecíficas de cada psicoterapia e também os seus Limites. Nalgumas delas existem vinhetas

clínicas que facilitam a apreensão do tipo de intervenção.

Existem ainda dois outros capítulos, o primeiro intitulado “Psicoterapias: Teorias e

Percursos”, que apresenta historicamente o desenvolvimento das psicoterapias e das ideias

subjacentes e, o último, intitulado “Integração em Psicoterapia”, que faz um ponto de situa-

ção do conhecimento atual em psicoterapias e explicita o movimento integrativo.

O segundo capítulo é sobre a psicanálise, a mais clássica forma de psicoterapia e even-

tualmente a mais divulgada, ainda que nem sempre a melhor conhecida.

O capítulo seguinte, referente ainda à psicanálise, apresenta a releitura desta aborda-

gem psicoterapêutica por um dos mais influentes autores do século XX: Lacan.

O quarto capítulo é sobre psicoterapia psicodinâmica breve, uma abordagem psico-

terapêutica ainda próxima da psicanálise, mas adaptada às novas condições como Freud

auspiciara.

O quinto capítulo é respeitante à psicoterapia existencial, também uma das mais clás-

sicas formas de psicoterapia, profundamente inscrita em conceitos filosóficos, mas apresen-

tada hoje de uma forma compatível com o homem contemporâneo.

O capítulo seguinte, acerca da psicoterapia centrada no cliente, apresenta-nos a pro-

posta e os pontos de vista do mais importante psicólogo do século XX: Carl Rogers.

O sétimo capítulo é sobre a terapia Gestalt, uma abordagem terapêutica assumida-

mente centrada no crescimento do indivíduo e nos seus processos de autorregulação, cria-

tividade e mudança.

O oitavo capítulo refere-se à terapia cognitivo-comportamental, uma designação mui-

to abrangente das formas de terapia mais frequentes e mais estudadas na atualidade.

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Introdução

XXI© P

acto

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O capítulo seguinte explana a terapia comportamental dialética e é uma especificação

de uma das terapias comportamentais, na proposta de Marsha Linehan, desenvolvida como

intervenção específica para clientes com Perturbação de Personalidade Borderline.

O décimo capítulo apresenta a terapia narrativa de reautoria, uma abordagem herme-

nêutica e contextual da psicoterapia centrada nos processos de atribuição de significado

que os indivíduos exprimem nas suas narrativas.

O Capítulo 11 é sobre grupanálise, uma psicoterapia grupal que indexa ao quadro teó-

rico da psicanálise os fenómenos e fatores presentes nas situações de grupo e que têm

interesse terapêutico.

O Capítulo 12 apresenta a terapia familiar sistémica, uma abordagem dirigida a um

agrupamento considerado como natural: a família, em que os aspetos da comunicação e da

relação se tornam os mais relevantes.

No capítulo seguinte, “Terapia de Casal numa Perspetiva Sistémico-Relacional”, de-

senvolvem-se as especificidades do trabalho com o casal, tomado como objeto terapêutico.

O Capítulo 14, intitulado “Terapia Familiar Psicanalítica”, é ainda a abordagem da fa-

mília e do casal mas, desta vez, inscrita dominantemente numa perspetiva psicanalítica.

O Capítulo 15 trata de psicodrama: uma psicoterapia de ação, a proposta singular e

original de Moreno.

O capítulo seguinte, denominado “O Psicodrama Psicanalítico”, é ainda a exploração

do psicodrama, mas aliando agora conceções provenientes da psicanálise.

O Capítulo 17 é sobre análise bioenergética, uma psicoterapia corporal fundada por

Alexander Lowen, em que se dá primazia às ligações entre o psíquico e o físico.

No penúltimo capítulo apresenta-se o (Meta)Modelo de Complementaridade Para-

digmática (MCP), uma proposta de Branco Vasco, fundada a partir do conhecimento atual

sobre investigação em psicoterapia.

Se estas psicoterapias aqui apresentadas não esgotam, de modo nenhum, o rico e

complexo território hoje ocupado pela intervenção psicológica ao serviço dos indivíduos,

permitem adquirir uma perspetiva geral, quer das discussões e dos movimentos atuais em

psicoterapia, quer das conceções implicadas e das práticas estabelecidas em cada um dos

processos psicoterapêuticos.

Isabel Leal

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2A PSICANÁLISE

José de Abreu-Afonso / Rui Aragão Oliveira

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PSICOTERAPIAS

50

Este texto servirá para desfazer a ideia corrente que assimila a psicanálise de orienta-

ção lacaniana a uma psicoterapia e, ao mesmo tempo, para colocar sobre um outro plano

o diálogo com os estudantes, professores e profissionais da saúde, psiquiatras, psicólogos,

psicoterapeutas, entre outros.

É certo que quem procura um psicanalista pensa, geralmente, que vai encontrar um

especialista em doenças mentais. Existem também muitos psicanalistas que oferecem de

boa-fé os seus serviços no mercado das psicoterapias. Alguém dizia recentemente que, se

não houvesse esta confusão, era possível que os psicanalistas já não tivessem pacientes.

Mas se quisermos falar de forma rigorosa, não podemos dizer que psicanálise pertence à

área da saúde mental.

Porque não lembrar que, em 1930, atribuíram ao génio de Freud o Prémio Goethe,

equivalente ao Nobel da Literatura. Freud era médico, mas não lhe deram o Nobel de

Neurologia.

Em vez de remeter a psicanálise para o campo da medicina, talvez seja preferível colo-

cá-la no campo das letras, mesmo que não devamos confundir a psicanálise com um género

de literatura, seja ela literária, filosófica, religiosa ou outra.

Lacan começa por situar a psicanálise – como tudo o que é humano – no “campo da

linguagem”. Ele afirma mesmo que o que ensina, basicamente, é a linguagem. A prática da

psicanálise é efetivamente um jogo de linguagem que tem efeitos decisivos sobre o real.

Aquilo que cada um tem de mais real é o seu sintoma. É por esta razão que alguns des-

ses efeitos de linguagem podem ser entendidos como terapêuticos, mesmo que cheguem

apenas por acréscimo.

Convém dizer desde já que o sintoma psicanalítico não é o sintoma médico, por conse-

guinte, não deve ser incluído no modelo do tratamento e da cura adotado, ainda hoje, pela

grande maioria das psicoterapias.

Muitos concebem o patológico como o desvio de um comportamento normal definido

por estruturas orgânicas e médias estatísticas. Se assim fosse, não haveria patologia da vida

quotidiana do homem normal, como Freud mostrou, ou o patológico seria a mera expressão

de um erro no programa da vida que devia ser rapidamente corrigido, por exemplo, através

de fármacos, ou então extirpado, como o cirurgião retira um corpo estranho de um organis-

mo doente. Na verdade, não existe homem, mulher e criança sem sintoma.

No sintoma psicanalítico, há o que cai como patológico, mas também o que perma-

nece; há o que desaparece ao longo do processo e o que resta. Este resto, que constitui o

núcleo duro do sintoma, não deve ser lido como um sinal mórbido, mas como a manifesta-

ção da verdade de um ser humano. É porque a verdade do ser fala através do sintoma que

este pode ser analisado, o que não significa ser curado. Não só o sintoma é impossível de

eliminar, como não seria desejável poder fazê-lo.

Nem tudo termina com a morte, pois os efeitos do sintoma de um ser vivo falante

sobre o próximo e o distante podem perdurar por muito tempo após o falecimento deste.

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4PSICOTERAPIA

PSICODINÂMICA BREVE

Miguel Trigo

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PSICOTERAPIAS

68

História e Contexto de Emergência

A origem das Psicoterapias Psicodinâmicas Breves (PPB) tem uma ligação umbilical

com o movimento psicanalítico freudiano e com as dissidências que começaram a

surgir a partir de 1908, por altura da fundação da Sociedade Psicanalítica de Viena

(Zacharewicz & Formigoni, 2015). Estas cisões conduziram não apenas ao desenvol-

vimento de várias correntes pós-freudianas (Bleichmar & Bleichmar, 1992), como

também ao vasto campo das PPB. Além da discussão acerca da teoria psicanalítica,

o debate centrou-se nas alterações à técnica, em particular a duração dos tratamen-

tos e a atitude do analista. Originalmente, a intervenção psicanalítica foi breve, no-

meadamente em casos paradigmáticos como os do pequeno Hans (dois meses), de

Dora (três meses) ou do homem dos ratos (11 meses), e diversas análises didáticas

decorreram em passeios com Sigmund Freud (Muldworf, 1978). O alongamento das

análises, devido à introdução da associação livre, à atitude passiva adotada pelo psi-

canalista e à complexidade crescente da teoria psicanalítica, levou a questionar as

implicações e as vantagens de se instaurar a neurose de transferência.

Numa época em que a teoria analítica se centrava nos conceitos de Édipo e da

castração, Alfred Adler, Wilhelm Stekel e Carl Jung privilegiaram o papel dos conflitos

atuais, em detrimento dos passados, a atitude ativa do psicoterapeuta, o face a face

e a influência do meio social na dinâmica dos conflitos (Gilliéron, 2004). Estes con-

ceitos foram cruciais nas alterações à técnica, ao encurtar o tratamento e ao reduzir

a frequência das sessões. Sandor Ferenczi, um dos pais das PPB, desenvolveria uma

“técnica ativa”, em que encorajava o doente a confrontar-se com os seus receios ou

fantasmas, ao mesmo tempo que inibia a repetição de conteúdos traumáticos e dos

ganhos secundários. A técnica permitia limitar o tempo de terapia ao estabelecer

o foco nos conflitos atuais e na relação terapêutica. Estes esforços tiveram eco em

Otto Rank que, a partir da sua teoria sobre o “trauma do nascimento”, se interessou

pelo efeito terapêutico que a limitação temporal tinha na ansiedade de separação.

Antecipando o contributo de Franz Alexander, relativo à “experiência emocional cor-

retiva”, Ferenczi e Rank tentaram contrabalançar a hegemonia atribuída ao insight

intelectual, valorizando a ressonância emocional do doente (Bauer & Kobos, 1984).

Além das dissidências em torno da técnica psicanalítica, outros acontecimentos

estimularam a criação de um corpo independente de PPB. A II Guerra Mundial (1939-

-1945) exigiu novas respostas na prestação dos cuidados de saúde mental, quer pela

quantidade e urgência dos pedidos, quer pelos contornos psiquiátricos e sociais colo-

cados pelos traumas da guerra. Em 1942, o incêndio no Cocoanut Grove (Lidemann,

1944), em Boston, vitimou 492 pessoas e veio exigir respostas rápidas de apoio emo-

cional em condições traumáticas causadas por eventos atuais. Na década de 50 do

século XX, os psicofármacos pareciam trazer a solução biológica para as doenças

mentais, em especial para as psicoses. Pela mesma altura, a antipsiquiatria de Thomas

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5PSICOTERAPIA EXISTENCIAL

Daniel Sousa

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PSICOTERAPIAS

134

História e Contexto de Emergência

A psicoterapia Gestalt inscreve-se naquela psicoterapia que se convencionou desig-

nar por corrente humanista ou “terceira força” da psicoterapia.1 Esta corrente, que

emergiu nos meados do século XX no pós II Guerra Mundial, apresenta em comum,

entre as diversas abordagens, três aspetos: a valorização da experiência subjetiva,

a crença no potencial do crescimento humano e a importância dada ao Encontro

(Leal, 2005). Aparece como uma reação aos paradigmas psicológicos dominantes en-

tão presentes, a psicanálise e, sobretudo, o comportamentalismo, que apelava ao

modelo de racionalidade científica estabelecida com a física moderna, com todos os

seus requisitos, nomeadamente as noções de objetividade e causalidade linear.

Mas o contexto em que se inscreve esta reação é mais alargado, abrangendo não

só a esfera do conhecimento científico e da reflexão filosófica, como o das artes, das

mudanças sociais, políticas e até religiosas. É neste contexto que emerge a terapia

Gestalt.

Um novo paradigma científico começou a emergir em finais do século XIX, início

do século XX, quando no interior da própria física teórica e experimental se abriram

as primeiras fissuras nas noções de objetividade e causalidade. As noções de relativi-

dade, introduzidas por Einstein na sua teoria com o mesmo nome, bem como as de

incerteza e probabilidade, de Werner Heisenberg, abalaram definitivamente a crença

e a confiança na possibilidade do conhecimento objetivo. O conhecimento da natu-

reza passa a ter de integrar a incerteza e a probabilidade e, além disso, não pode mais

ignorar a perspetiva do observador e a sua influência no fenómeno observado.

Na psicologia, a par da continuidade na procura do estabelecimento de leis gerais

do comportamento, verificou-se uma inflexão da reflexão para o domínio da cons-

ciência e da subjetividade. Os trabalhos de Freud, com a descoberta do inconsciente

e a criação do método psicanalítico, constituirão um marco decisivo para a história

da psicoterapia.

A investigação e reflexão levadas a cabo por psicólogos e filósofos como Dilthey,

com a introdução da diferença entre “explicação” e “compreensão”, William James

com a “corrente da consciência”, e Franz Brentano, com a noção de intencionalidade

da consciência, abriram caminho a novas abordagens que passaram a interessar-se,

sobretudo, pela interioridade do sujeito epistémico (Giorgia & Sousa, 2010).

Na filosofia, a fenomenologia, de Husserl, desenvolve o método fenomenológico

e a descrição do fenómeno – aquilo que se mostra por si mesmo à consciência –,

centrando-se no “como” em vez do “porquê”. A consciência e os modos como a ela

se dá o objeto passam a estar no centro da reflexão, constituindo-se aquela como a

criadora de sentido que substituirá a busca das causas.

1 Designação atribuída a Abraham Maslow. Foram seus iniciadores, para além de Maslow, Gordon Allport, George Kelly, RolloMay e Carl Rogers.

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8TERAPIAS COGNITIVO­

­COMPORTAMENTAIS

Isabel de Sá / Telmo Mourinho Baptista

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PSICOTERAPIAS

186

História e/ou Contexto de Emergência

A Terapia Narrativa da Reautoria (TN) surgiu no fim dos anos 80 do século XX, ten-

do sido inicialmente formulada por Michael White e David Epston (White & Epston,

1990), dois terapeutas familiares oriundos da Austrália e da Nova Zelândia, res-

petivamente. De acordo com Michael White (Bubenzer, West & Boughner, 1994),

a TN originou-se a partir do seu interesse pelo trabalhos de Gregory Bateson, da sua

influência na terapia familiar e de Michel Foucault (Gonçalves, 2008).

A TN resulta da integração de diferentes áreas de conhecimento, constituindo-se

como um olhar inovador sobre a psicopatologia e a psicoterapia (McLeod, 2000). Tem

sido desenvolvida por diversos autores (Freedman & Combs, 1996; McLeod, 1997;

Parry & Doan, 1994), tornando-se um modelo usado em diferentes contextos, como

a adição (Gardner & Poole, 2009), o trauma (Beaudoin, 2005), a violência nas relações

de intimidade (Gonçalves, Matos & Santos, 2009) ou a depressão (Lopes et al., 2014).

É também utilizada com diferentes populações, nomeadamente, crianças, adultos,

casais e famílias. Existem diversos modelos terapêuticos de inspiração narrativa, mas

atendendo à limitação de espaço, nesta secção vamos focar-nos nas bases teóricas e

nos objetivos da TN formulados por White (2007) e por White e Epston (1990).

Bases Teóricas

A TN não se formou a partir do discurso psicológico, constituindo uma síntese de

contribuições de diversas ciências sociais e humanas (Besley, 2002). No entanto, os

autores que influenciaram a TN participaram, de alguma forma, na construção do

paradigma pós-estruturalista. O pós-estruturalismo evidencia a participação humana

na construção do conhecimento, assumindo a natureza relativa (contextual) do sig-

nificado (Sexton, 1997). Desta forma, a TN foi influenciada pelas noções de que as

realidades humanas são construídas socialmente, constituídas através da linguagem

e organizadas na forma de narrativas (Freedman & Combs, 1996).

No clássico livro de White e Epston (1990), Narrative Means to Therapeutic Ends,

que lançou as bases deste modelo, os autores identificam Bateson, Bruner e Foucault

como as suas principais influências. Outros autores, como Derrida, Goffman, Geertz

ou Wittgenstein, influenciaram igualmente a génese e estrutura da TN (Freedman &

Combs, 1996). De seguida, apresentam-se as noções que influenciaram a TN.

Do mapear à narrativa: a influência de Bateson e Bruner

Gregory Bateson, um dos proponentes da chamada primeira cibernética da tera-

pia sistémica (Relvas, 2000), foi uma influência central da TN. De acordo com Bateson

(1972;1999), conhecemos a partir de um processo de comparação e distinção entre dois

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11GRUPANÁLISE E

PSICOTERAPIA ANALÍTICA DE GRUPO

José de Abreu-Afonso / Isaura Manso Neto

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PSICOTERAPIAS

204

História e Contexto de Emergência

A grupanálise e a psicoterapia analítica de grupo são formas de psicoterapia psicodi‑

nâmica em que o tratamento individual de pacientes é feito em grupo, pelo analista

e pelo grupo – que o analista envolve no processo –, constituindo este o instrumento

terapêutico (Lorentzen, 2014).

Foi criada por Foulkes (1898-1976), que iniciou a prática em 1939, estabelecendo

o modelo em 1947. Foulkes nasceu na Alemanha, onde concluiu a formação médica

em 1923. A ascendência judaica fê-lo emigrar para Inglaterra em 1933, a convite

de Ernest Jones, onde acabou por aderir à British Psycho-Analytical Society, de que

foi membro didata. Em 1952 fundou a Group Analytic Society-London, que presi-

diu até 1970. Mais tarde, já no século XXI, esta dá origem à Group Analytic Society

International.

Em Portugal, a grupanálise desenvolveu-se a partir do contributo fundamental de

Eduardo Luís Cortesão (1919-1991). Psiquiatra, colocado como médico da Junta de

Emigração, Cortesão teve a possibilidade de viajar, nomeadamente para a Argentina,

onde frequentou seminários na Sociedade Psicanalítica e no Instituto Pichon-Rivière,

em Buenos Aires. Em 1954 continuou a formação psiquiátrica em Londres, conhe-

cendo Foulkes, com quem começou um processo grupanalítico pessoal, sendo ad-

mitido na GAS em 1955. É em 1956 que inicia o movimento grupanalítico portu-

guês, fundando, em 1958, o Grupo de Estudos de Grupanálise, em 1963 a Secção

de Grupanálise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria e, em 1981,

a Sociedade Portuguesa de Grupanálise que, em 2016, adotou o nome de Sociedade

Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo (SPG-PAG). Foi no

Estoril, em 1970, que se organizou o primeiro European Symposium of Group Analysis.

Como anota Dinis (2015), Cortesão “contribuiu decisivamente para que a

Grupanálise em Portugal adquirisse uma nítida singularidade teórico-técnica”. Outro

dos pioneiros da grupanálise portuguesa foi Maria Rita Mendes Leal (n. 1921), dou-

torada em Psicologia pela Universidade de Londres. Completando igualmente a for-

mação grupanalítica com Foulkes, dedicou-se a um trabalho conceptual que se viria

a integrar com o de Cortesão. Destaque ainda para Guilherme Ferreira, João Azevedo

e Silva e Eugénio Cruz-Filipe, que introduziram a psicoterapia analítica de grupo nos

serviços de saúde, como forma de compreensão e tratamento do sofrimento mental.

Este trabalho foi igualmente levado a cabo, entre outros, por César Dinis, Isaura Neto

e Sara Ferro. Novas gerações têm-se seguido, desenvolvendo a teoria e a prática da

grupanálise bem como as suas aplicações.

A grupanálise, como modelo de compreensão, é aplicável de várias formas e a

diferentes contextos, muito além da grupanálise terapêutica e da psicoterapia ana‑

lítica de grupo.

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12TERAPIA FAMILIAR

SISTÉMICA:uma introdução

Daniel Sampaio

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PSICOTERAPIAS

222

importância a publicação das obras de Gregory Bateson, bases fundadoras dos estu-

dos sobre a comunicação que permitiram o desenvolvimento de novas técnicas de

intervenção junto das famílias.

A TFS foi introduzida na Europa por técnicos de saúde mental que tinham feito a

sua formação, ou nos EUA, ou em seminários com autores americanos, como Selvini

Palazzoli e Andolfi, em Itália, John Byng-Hall e Alan Cooklin, em Inglaterra, Ausloos e

Elkaim, na Bélgica, entre outros.

Em Portugal, a TFS foi primeiro divulgada por Pina Prata, em 1977, no âmbito da

Faculdade de Psicologia de Lisboa, através de seminários dirigidos por um terapeuta

belga; e formalmente introduzida em 1979, através da fundação e organização da

Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, a primeira associação com esse fim e hoje

a única afiliada na rede europeia. Oito técnicos de saúde mental que trabalhavam em

diversas instituições foram os fundadores: Helena Silva Araújo, Maria de Jesus Assis

Camilo, José Maria Neves Cardoso, José Manuel Almeida Costa, Maria Isabel Fazenda,

José Gameiro, Emília Ressano Garcia e Daniel Sampaio.

Os fundadores fizeram o seu treino em TFS nos EUA (com Carl Whitaker e Paul

Watzalawick) e em Itália (com Maurizio Andolfi) e organizaram o primeiro curso de

formação em terapia familiar em 1982, no qual participaram vários técnicos de saúde

mental de diversos pontos do país.

Desde o início até ao presente, a Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar tem

tido intensa atividade formativa em diversos contextos. Com sede em Lisboa e dele-

gações em Coimbra e no Porto, tem atualmente 1717 sócios.

Bases Teóricas

A TFS nasceu, como vimos, da evolução do pensamento científico, constituindo um

novo paradigma na compreensão da família e do mundo.

As bases conceptuais são constituídas por diversos desenvolvimentos, a partir de

constructos teóricos, nomeadamente:

► A TGS, ao considerar a família como um conjunto formado por sistemas e sub-

sistemas (por exemplo, o subsistema dos pais e o subsistema dos filhos) em

interação, com uma certa coerência e autonomia; o sistema familiar experi-

menta modificações no tempo, conservando uma certa permanência. O ponto

de vista sistémico postula que uma mudança num ponto tem repercussões em

toda a família, levando-o a corrigir o sentido dessa mudança, de forma a voltar

ao estado de equilíbrio anterior. Este processo de autorregulação realiza-se

através de um mecanismo de retroação (feedback), do qual se distingue o

“feedback positivo”, que amplifica o comportamento, e o “feedback negati-

vo”, que corrige a alteração de modo a voltar ao estado de equilíbrio anterior,

mantendo a homeostasia;

História e Contexto de Emergência

A Terapia Familiar Sistémica (TFS) teve origem nos EUA nos anos 50 do século XX,

estendendo-se à Europa a partir da década de 70.

Antes do seu início e posterior implantação, predominava o pensamento psicana-

lítico e a causalidade linear (A causa B).

O chamado pensamento sistémico nasceu num ambiente científico em que se

passava da unidade individual para a relação entre os elementos, “ação entre” ou “in-

teração”, em que a neutralidade do investigador é posta em causa, por se considerar

que também ele participa na investigação.

As mudanças no pensamento científico ocorreram primeiro na biologia, na física e

na matemática, e só mais tarde se estenderam à psicologia e psiquiatria.

A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) constitui uma das bases teóricas fundamentais

da terapia familiar. Foi formulada em 1968, por Ludwig von Bertalanffy (Bertalanffy,

1968). Este autor considerou que esta teoria é “constituída pelo campo lógico-ma-

temático, cuja tarefa é a formulação e derivação dos princípios gerais aplicados aos

sistemas”, sendo “sistema” definido como um conjunto de elementos ligados por

um conjunto de relações (elementos em “interação”). A TGS postula a existência de

isomorfismos estruturais na organização de sistemas físicos e biológicos, de modo a

atingir uma teoria geral que possa explicar, a longo prazo, o mundo e os seus fenó-

menos. Assim, parecia mais apropriado utilizar o nome de Teoria do Sistema Geral,

mas, como acontece tantas vezes, foi a designação de Teoria Geral dos Sistemas que

prevaleceu.

Aplicada à família, a TGS considera-a um sistema, em que os elementos são os

membros da família e a interação é prolongada no tempo. A família está em ligação

permanente com o exterior – sistema “aberto” –, sendo influenciada pelo ambiente

à sua volta e possuindo sempre a autonomia que define as suas características fun-

damentais. De acordo com esta teoria geral, a família é mais do que a soma dos seus

membros, porque da interação prolongada emergem novas qualidades do sistema.

O sistema família teria duas características funcionais importantes: a tendência

para a “homeostasia” e a capacidade para a “transformação”. A homeostasia deriva

do conceito de constância do meio interno, através do qual os sistemas tendem a

manter o seu equilíbrio. A capacidade de transformação diz respeito à competência

da família para desenvolver processos de adaptação e de mudança ao longo da sua

existência. Os sistemas com grande homeostasia e pequena capacidade de transfor-

mação são designados por “sistemas rígidos”.

Depois da adaptação do conceito de sistema à família, a TFS teve grande de-

senvolvimento, passando a ser aplicada nos centros de saúde mental infantil, na

intervenção junto de casais em crise e nos serviços de psiquiatria e psicologia, em

particular na intervenção na esquizofrenia. Para este último aspeto teve particular

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13TERAPIA DE CASAL

SISTÉMICO­RELACIONAL

Maria Gouveia-Pereira

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PSICOTERAPIAS

254

Durante séculos a psiquiatria ignorou o papel etiopatogénico da família, e somente

quando integrou uma compreensão da doença mental e da loucura, que não fosse de “ex-

clusão social”, é que aceitou a sua importância, tanto no conhecimento da patologia, como

no interesse de a tornar colaborante no tratamento.

Posto isto, pensar a família como objeto de estudo e de intervenção tem-se tornado

um campo de investigação clínica desafiante e difícil.

Com a emergência da psicanálise (1896), verificou-se uma transformação da abor-

dagem da doença mental. Os sintomas passaram a ser usados como fonte de informação

dos fenómenos psíquicos e mentais e valoriza-se o papel do sujeito no processo de cura.

Destaca-se a importância da relação terapêutica e o papel criativo do psicanalista.

Hoje, no século XXI, o mal-estar contemporâneo vem integrar não só as novas conce-

ções sobre o que é doença mental, como as novas configurações psicopatológicas no corpo

e nos actings outs (borderline, bulimia e anorexia, adições, patologias do vazio, etc.), que

exigem o aprofundamento da intervenção sobre o sofrimento e a dor mental. Observamos

as crises identitárias numa sociedade global que se organiza sob o primado do consumismo,

da imagem, do narcisismo e da “instantateineidade” (Levisky, 2014), questionando-se o

sentido da vida.

Esta evolução subjetivante teve como corolário a emergência de novos lugares e fun-

ções para o psicanalista que interroga os fundamentos originários da prática analítica, sur-

gindo a Terapia Familiar Psicanalítica (TFP), psicanálise da intersubjetividade e do vínculo,

aquela que trabalha as dinâmicas do casal e da família.

O principal problema da psicanálise do casal e da família é legitimá-la sob o ângulo da

própria psicanálise. Se esta última se define como a prática de uma psicoterapia não suges-

tiva, que se fundamenta na abstinência, prescreve a “associação livre” para o analista e para

o paciente, que se compromete a esclarecer as determinações inconscientes do pensar e do

sentir com o pressuposto de que o paciente realize a “transferência” na situação analítica,

então no âmbito da intervenção com o casal e com as famílias aplicam-se esses mesmos

requisitos psicanalíticos, mas o processo de interpretação ocorre sobre o grupo, de acordo

com a natureza dos vínculos intersubjetivos da transferência, entre o grupo-família e o ana-

lista ou analistas, quando se trata de coterapia. Dos trabalhos analíticos desenvolvidos com

os psicóticos e perversos, entendeu-se que se opera a transferência psicótica (Bion, 1962)

e a perversão da transferência (Grinberg, 1975; Etchegoyen, 2002) respetivamente, o que

veio trazer uma abertura à aplicação do pensamento psicanalítico a outros quadros clínicos.

História e Contexto de Emergência

No início do século XX, entre 1909 e 1919, revolucionando o trabalho clínico em

saúde mental, Freud e discípulos aceitaram o termo “psicanálise”, referindo-se a este

como um processo de investigação enquanto forma de intervenção clínica baseada no

diálogo entre duas pessoas que assenta na associação livre e na interpretação. Deram

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19INTEGRAÇÃO EM

PSICOTERAPIA

António Branco Vasco

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PSICOTERAPIAS

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“Em todos os debates intelectuais, ambas as partes tendem a estar certas naquilo que afirmam e erradas naquilo que negam.”

John Stuart Mill

A presente secção tem como objetivo contextualizar, justificar e clarificar a emergên-

cia do movimento integrativo em psicoterapia.

Iniciemos com uma pequena parábola!

Consta que, certo dia, um grupo de discípulos, na ânsia de solução, terá levado à pre-

sença de um meditabundo Mestre Zen duas mulheres que se encontravam em conflito.

O Mestre solicitou, com gentileza, à primeira mulher que relatasse a sua versão dos acon-

tecimentos, escutou-a atentamente, refletiu demoradamente e deu-lhe toda a razão. Após

repetir o mesmo procedimento com a segunda mulher, deu-lhe também toda a razão.

Espantados e perplexos, os discípulos chamaram a atenção do Mestre para o facto de ter

dado razão a duas versões completamente diferentes do mesmo acontecimento, e o Mestre

deu-lhes toda a razão!

A resolução de muitos problemas e conflitos não passa necessariamente por uma lógi-

ca aristotélica de “não contradição” ou de “terceiro excluído”. Lógica esta que, imprescindí-

vel ao nível formal e da “filosofia analítica” (relações entre símbolos e critérios de verdade

estabelecidos arbitrariamente), pode claramente funcionar como obstáculo, quando pensa-

mos em termos de psicoterapia, que pertence ao reino da “filosofia sintética” (relações en-

tre acontecimentos no tempo e no espaço e critérios de verdade probabilísticos, empíricos

e racionais).

Senão, como explicar o famoso “Veredicto do Pássaro Dodó” – “todos ganharam, todos

merecem prémio” –, referido pela primeira vez por Saul Rosenzweig (1936) e, posteriormen-

te, por Luborsky e colegas (1975; 2001).

Tomando em consideração critérios nosológicos, com poucas exceções, a “eficácia

de todas as orientações teóricas empiricamente testadas parece ser relativamente seme-

lhante” (Elliott et al., 2013; Lambert & Ogles, 2004; Wampold, 2006). Esta constatação de

equivalência, na opinião recente de Stiles, Hill e Elliot (2015), tem sido sistematicamente

apoiada pela investigação em psicoterapia ao longo dos últimos 25 anos, com muito poucas

exceções!

Neste contexto, diferentes orientações teóricas, recorrendo a diferentes visões do

mundo, diferentes teorias de causalidade, diferentes teorias do bem-estar e da saúde men-

tal, diferentes teorias da perturbação e diferentes teorias da intervenção, parecem obter

resultados semelhantes, lembrando-nos a parábola anterior – todos têm alguma razão!

E talvez sejam complementares! Ou talvez as diferenças pragmaticamente úteis entre as

diversas orientações teóricas se encontrem não na tomada de decisão clínica baseada em

critérios nosológicos, mas baseada, ao invés, em fatores comuns a todas as orientações e

em variáveis do paciente, para além da perturbação, numa lógica integrativa, como iremos

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INTEGRAÇÃO EM PSICOTERAPIA

365© P

acto

r

ver na sequência deste capítulo. Aliás, já Hipócrates afirmava que: “Mais importante do que

a perturbação que o paciente tem é a pessoa que o paciente é.”1

É como se, durante muito tempo, aparentemente, face a uma lâmpada que não acen-

dia, terapeutas de diferentes orientações tivessem atitudes muito diferentes. Um rogeriano

tenderia a olhar para a lâmpada e a refletir a sua escuridão, na esperança de que se fizesse

luz. Certamente que os cognitivo-comportamentais tenderiam a conferir se a lâmpada es-

tava bem enroscada e/ou a substituir a lâmpada, por acreditarem que esta deveria estar

fundida. Não duvidamos que um sistémico pensasse que o problema era do sistema elétrico

ou que um psicanalista tendesse a deitar a casa abaixo para construir outra no seu lugar.

Estamos em querer que todos eles se pareciam esquecer das múltiplas razões que podiam

estar na base de a lâmpada não acender!

Esta lógica integrativa, surpreendentemente ou não, nada tem de novo! Quando per-

guntaram ao Buda qual era a sua doutrina, este respondeu: “Tudo aquilo que possa contri-

buir para aliviar o sofrimento humano.” Segundo o Evangelho gnóstico de Tomé, quando

os discípulos perguntaram a Jesus como alcançar o Reino dos Céus, este terá respondido:

“Quando conseguirem fazer do dois um, quando conseguirem que o de dentro seja como o

de fora e o de fora seja como o de dentro e que o de cima seja como o de baixo, e quando

fizerdes do macho e da fêmea um e o mesmo… então alcançareis o Reino dos Céus.” Consta

que das 11 esposas que Maomé terá tido, nove seriam muçulmanas, uma judia e outra

cristã… Isto já para não falar da Escola Grega Epissintética de Galeno (séculos I/II a. C.) que

adotava o que de melhor havia em todas as escolas…

Parece inquestionável que uma das tendências que, nos últimos anos, tem caracte-

rizado o “reino da psicoterapia” tem sido o desenvolvimento de modelos e de formas de

intervenção integrativos, como forma de responder à “proliferação selvagem” de escolas de

modelo único (em 1986 atingia a quantia de 460 [Goleman, 1986] e em 1989 quase que se

“perdia a conta”; em Itália eram identificados mais de 500! [Freni et al., 1989]), e de otimi-

zar os resultados das intervenções, respondendo às inquietações sentidas em consultório,

quando o modelo único aprendido parece não funcionar.

Possível ilustração da expressão desta insatisfação poderá ser o facto de, em conso-

nância com o que se passa na comunidade psicoterapêutica internacional (Norcross, 2005),

o pragmatismo e combinação de contributos de diferentes orientações teóricas parece ser

proeminente. Em investigação realizada com psicoterapeutas portugueses (N = 190), já em

finais dos anos 90 do século XX (Vasco, 2001a; 2008), 18% destes podiam ser considerados

primariamente integrativos, contudo, se considerarmos como critério mais abrangente de

1 Isto não significa que “valha tudo”. Chame-se a atenção para o facto de um número significativo de terapias, ainda que socialmente apresentadas como panaceias e como “boas-práticas” e com representantes, amiúde, presentes nos meios de comunicação social, apresentarem resultados maioritariamente desconfirmatórios (como é o caso, p. ex., da programação neurolinguística, Witkowski, 2010), não terem qualquer apoio empírico (p. ex., as intervenções baseadas na perspetiva relacional-histórica), com apoio muito deficiente (como é o caso do lifecoaching), ou surgirem em listas de intervenções desacreditadas pela comunidade psicoterapêutica, como é o caso da maioria das terapias corporais e das terapias de regres-são a vidas passadas (Norcross et al., 2006). Ou, ainda, com resultados que não se mostraram superiores aos de listas de espera (Della et al., 2008; Frohet al., 2008) e apresentarem dimensões de efeito claramente inferiores às outras formas de psicoterapia incluídas em meta-análises, como é o caso das intervenções baseadas na psicologia positiva (Bolier et al., 2013).

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As psicoterapias são hoje um recurso para a vida quotidiana. Quase todas as pessoas, em algum momento da sua vida, decidem fazer ou são encaminhadas para uma psico-terapia. Por múltiplas razões, umas mais instrumentais, outras mais existenciais, umas mais circunstanciais e outras mais de fundo, quase todos nós, confrontados com medos irracionais, di�culdades de contacto e relação a diferentes níveis, ambientes familiares ou pro�ssionais disfuncionais, perdas signi�cativas, entramos em zonas de sofrimento para as quais a resposta contemporânea mais efetiva se encontra na psicoterapia.

Escolher uma dada psicoterapia ou encaminhar alguém para ela é ainda um tema difícil para a população em geral e mesmo para os técnicos de saúde ou das áreas das ciên-cias sociais e humanas que, sabendo estar perante alguém que bene�ciaria de acom-panhamento psicoterapêutico, conhecem, no entanto, pouco das especi�cidades das diferentes psicoterapias. Este livro escrito por 41 terapeutas experientes, de relevantes sociedades cientí�cas, e des-tinado a estudantes e pro�ssionais de psicologia, saúde e educação mas, também, útil a outros interessados, pretende colmatar estas di�culdades ao mesmo tempo que permite uma panorâmica geral das mais importantes psicoterapias praticadas em Portugal.

Coordenação:

ISABEL LEAL

PSICOTERAPIAS

PSICOTERAPIAS

Psicoterapia existencial Terapias cognitivo-comportamentais PsicanálisePsicoterapia de grupoTerapia familiarPsicodramaIntegração em psicoterapiaInvestigação em psicoterapia

••••••••

PRINCIPAIS CONTEÚDOS:

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ISBN 978-989-693-075-2

9 789896 930752

ISABEL LEALPsicóloga e Psicoterapeuta,é Doutorada em Psicologia pela Universidade Católica de Louvain,na Bélgica. É Professora Catedrática no ISPA – Instituto Universitáriode Ciências Psicológicas, Sociaise da Vida, onde é Investigadora do William James Center for Research, Presidente do seu Conselho Cientí�coe responsável pela formação em intervenção em psicologia clínicae psicoterapia. Foi Coordenadorado Departamento de Psicologia Clínica da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, que fundou, e Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde.

Ana BotasAna Marques Lito

Ana Nunes da SilvaAna Teresa Calado

António Branco VascoAntónio-José Gonzalez

António RibeiroCarina Magalhães

Carla MoleiroCarmo Gonçalves

Catarina RosaCatarina Vaz-Velho

Daniel SampaioDaniel SousaIrina AntónioIsabel Leal

Isabel de SáIsaura Manso NetoJoana Fojo Ferreira

Joana SilvaJoão BatistaJoão Hipólito

José de Abreu-Afonso José Luís Gomes

José MartinhoLuísa Branco Vicente

Macarena DiuanaMaria Gouveia-Pereira

Maria João JadaujiMiguel M. Gonçalves

Miguel TrigoNeuza AlmeidaNuno Conceição

Odete NunesPatrícia Pinheiro

Pedro Ribeiro da SilvaRui Aragão Oliveira

Rute BritesSara Barros

Telmo Mourinho BaptistaTeresa Goulão www.pactor.pt

A U T O R E S :

16,7cm x 24cm 16,7cm x 24cm 9cm x 24cm9cm x 24cm

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ISABEL LEA

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