psicossociologia do trabalho
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Psicossociologia Do TrabalhoTRANSCRIPT
Carina Mano | 2014 1
Psicossociologia do Trabalho
Carina Mano | 2014 2
Psicossociologia do trabalho
• Tem como objeto de estudo as interações entre os diversos atores do mundo do trabalho;
• O objetivo é estudar de que forma é que as características desses atores (individualmente ou em grupo) influenciam a organização e de que modo são influenciados por ela.
Carina Mano | 2014
Ausências ao trabalho
Doença naturalOutras causasAcidente de trabalhoDoença ProfissionalMaternidadeAssistência inadiável
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Psicossociologia do trabalho
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Riscos Ocupacionais (OIT)
Mecânicos
Elétricos
Físicos
Químicos
Biológicos
Ergonómicos
Ordem e Limpeza
Incêndios
Psicossociais
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Riscos Psicossociais
Os riscos psicossociais decorrem de deficiências na conceção, organização e
gestão do trabalho, bem como de um contexto social de trabalho problemático,
podendo ter efeitos negativos a nível psicológico, físico e social tais como stresse relacionado com o trabalho, esgotamento ou
depressão.
https://osha.europa.eu/pt/topics/stress/index_html
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Riscos Psicossociais
INTERAÇÕES
Meio ambiente laboral
Satisfação no trabalho
Condições de organização
Capacidades, necessidades e
expectativasCostumes e cultura
Condições pessoais fora do trabalho
REPERCUSSÕES
Rendimento no Trabalho
Saúde Satisfação no Trabalho
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Exemplos:
• Cargas de trabalho excessivas;• Exigências contraditórias e falta de clareza na definição das
funções;• Falta de participação na tomada de decisões que afetam o
trabalhador e falta de controlo sobre a forma como executa o trabalho;
• Má gestão de mudanças organizacionais, insegurança laboral;
• Comunicação ineficaz ou inexistente, falta de apoio da parte de chefias e colegas;
• Assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros.
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Novas velhas realidades
Outsourcing, subcontratação
Just in Time
Lean organization, downsizing
Trabalho precário
Envelhecimento da população ativa
Mobbing e violência
De volta ao século XIX…?
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Qual a dimensão do problema?
Sondagem de opinião de âmbito europeu conduzida pela
EU-OSHA – causas mais comuns dos riscos psicossociais:
• reorganização do trabalho e a insegurança de emprego (indicadas por cerca de 7 em cada 10 inquiridos)
• acréscimo das horas de trabalho, carga de trabalho excessiva, assédio ou intimidação no local de trabalho (cerca de 6 em cada 10 inquiridos)
• cerca de 4 em cada 10 trabalhadores consideram que o stresse não é tratado de forma adequada no local de trabalho.
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Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos eEmergentes (ESENER) – 2009
• 8 em cada 10 dirigentes manifestaram preocupação com o stresse nos respetivos locais de trabalho.
• Menos de 30% admitiram ter implementado procedimentos para lidar com os riscos psicossociais.
• Quase metade das entidades empregadoras inquiridas considera que os riscos psicossociais são mais difíceis de gerir do que os riscos "tradicionais" ou mais óbvios de segurança e saúde no trabalho.
Qual a dimensão do problema?
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• Diretiva-Quadro 89/391, CEE, art. 6.º, n.º 2 g):“Planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a técnica, a
organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos fatores ambientais no trabalho”
• Lei 102/2009, de 10 de Setembro, art. 15.º:“Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos fatores de risco psicossociais
não constituem risco para a segurança saúde do trabalhador;Adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à
conceção dos postos de trabalho, à escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho e produção, com vista a, nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho
repetitivo e reduzir os riscos psicossociais (…)”
Prevenção e atuação?
Carina Mano | 2014 12
• Definição rigorosa e mais consensual do que é o risco psicossocial;• Stresse – que stresse?• Que tipo de riscos psicossociais: stresse, violência no trabalho, o
assédio moral, o assédio sexual, burnout, trabalho emocional, sobrecarga de trabalho, etc.?
• Como interatuam estes riscos: são causas, são efeitos? • Que abordagem de prevenção: apenas dos aspetos negativos do
trabalho (enfoque patogénico) ou também dos aspetos positivos (enfoque salutogénico)?
• Que tipo de avaliação: Geral? Específica? Avaliação também por peritos?
• Que princípios aplicáveis: legais, teóricos e de boas práticas de prevenção?
• Que instrumentos?
Prevenção e atuação?
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Riscos Psicossociais relacionados com a tarefa
• Conteúdo e significado do trabalho: utilidade social do trabalho e desenvolvimento de competências
• Carga de trabalho: sobrecarga e subcarga• Autonomia e empowerment• Grau de automatização: o homem e a
máquina, monotonia e repetitividade
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• Duração e distribuição do horário de trabalho
• Horário por turnos• Descansos e pausas
Riscos Psicossociais relacionados com a organização do tempo
Carina Mano | 2014 15
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• Definição da tarefa• Estrutura da hierarquia• Canais de informação e comunicação• Relações entre departamentos e
trabalhadores• Desenvolvimento profissional• Sistema de recompensas ou compensações
Riscos Psicossociais relacionados com a estrutura da organização
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• Imagem social da organização• Localização e distância (de casa e locais de lazer)• Atividade: a atividade da empresa pode gerar
"conflito de função" se o trabalhador realizar uma tarefa não conforme aos seus interesses ou valores, e pode chegar a envergonhar-se do trabalho quando este entra em conflito com os interesses ou valores da sociedade, tornando-se uma fonte de insatisfação.
• Futuro inseguro no emprego• Contexto físico perigoso: ex. sniper
Outros Riscos Psicossociais
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Metodologias e técnicas de avaliação dos fatores psicossociais
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AVALIAÇÃO DE RISCOS
Continua a ser válido o repto lançado em 2001 por Kristensen e Kompier:
«O grande desafio é pois o de transformar o corpo impressionante de conhecimentos […] já
existente em prevenção efectiva»
O desafio deve ter como objetivo central a avaliação sistemática (e cíclica) dos riscos psicossociais.
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Não há ainda uma prevenção efetiva de riscos psicossociais no trabalho
Apesar da maior sensibilização e do conhecimento científico existente, não se verifica ainda uma prevenção efetiva de riscos psicossociais no
trabalho (ESENER, 2009).
São várias as razões:
Ausência de um quadro teórico consensual e bem definido; Ausência de uma abordagem prática de gestão de riscos; Ausência de uma abordagem organizacional e de gestão do risco psicossocial; Desconhecimento e atitudes dos gestores para lidarem com os riscos psicossociais.
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Abordagem de Gestão de Riscos
• Abordagem da Gestão de Riscos: processo faseado, sistemático e cíclico;– Fases do processo de prevenção;– Métodos e técnicas a aplicar em cada fase (de
recolha de informação, de avaliação e de controlo);– Definição precisa de um catálogo de medidas de
intervenção a aplicar:• Sobre as chefias;• Sobre o indivíduo; • Sobre o ambiente ou organização do trabalho.
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Abordagem organizacional e de gestão
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Principais problemas
Multiplicidade e desajustamento de
instrumentos
Avaliações esporádicas/ académicas
Conceito não integra o sistema de avaliação de riscos nas organizações
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Métodos de avaliação de riscos psicossociais
Listas de verificação e despiste
COPSOQ: trabalho em geral, trabalho e vida
privada, conflitos, stresse, burnout, mobbing e
violência
ProQOL: satisfação e fadiga de compaixão
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“Muito do stress que as pessoas sentem não vem de terem coisas
demais para fazer. Ele vem de não terminarem
o que começaram...”
David Allen
STRESS
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Definição de Stress• No dicionário de língua portuguesa, STRESSE está
definido como:
stress (palavra inglesa) s. m.Conjunto das perturbações orgânicas e psíquicas provocadas por vários estímulos ou agentes agressores, como o frio, uma doença infecciosa, uma emoção, um choque cirúrgico, condições de vida muito activa e trepidante, etc.
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Definição de Stress Tensão e deformação (stress e strain):
Strain é proporcional à intensidade do stress Elasticidade dos corpos (elasticidade emocional)
Tensão e deformação (stress e strain): Strain é proporcional à intensidade do stress Elasticidade dos corpos (elasticidade emocional)
No início o stress seria um processo excecional, despoletado por ameaças pontuais
Atualmente o stress é um problema crónico, uma “epidemia” (OMS)
… ou será apenas o “sal da vida”?
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Definição de StressO stress como resposta:
“(…) propensão do organismo para reagir de forma idêntica a estímulos muito diversos. Quando confrontado
com exigências que ameaçam ultrapassar as capacidades individuais para lidar com elas, o sistema psicofisiológico dos indivíduos responde de uma forma
geral e não específica. Esta tendência recebeu a designação de síndrome geral de adaptação.“
(Seyle, 1980)
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Definição de Stress
ALARME
RESISTÊNCIA
EXAUSTÃO
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O STRESS no trabalho
O STRESS no trabalho é uma das principais causas de absentismo e acidentes.
Guia do Stress Ocupacional da Comissão Europeia: “padrão de reações emocionais, cognitivas, comportamentais
e psicológicas a aspetos adversos e nocivos (…) O stress é causado pelo desajustamento entre nós e o nosso trabalho,
os conflitos entre os nossos papéis relacionados com o trabalho e outros papéis que lhe são exteriores, e pela
ausência de um razoável grau de controlo sobre o nosso próprio trabalho e a nossa vida.” (1999)
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Modelos Teóricos
Teoria dos Acontecimentos da Vida (1967)
Crítica: não considera as
“maçadas quotidianas”
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Modelos TeóricosModelo de Ajustamento Pessoa-Ambiente:
Valores e motivações do indivíduo para o trabalho
(ex.: sucesso, poder)
Satisfação que o trabalho proporciona
(ex.: dinheiro, oportunidades de carreira)
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Modelos TeóricosModelo Exigência-Controlo (Karasek, 1979)
Exigências psicológicas do trabalho
Controlo sobre o trabalho (latitude de
decisão, autonomia)
Motivação para desenvolver novos
tipos de comportamento
Risco de tensão psicológica e
doença
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Diferentes tipos de Stress
É necessário um certo nível de stress para a motivação, crescimento e desenvolvimento (Seyle):
• Eustress: Stress Positivo
• Distress: Stress Negativo
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Stress Positivo
• É agradável e construtivo;
• Ajuda-nos a conseguir os nossos objetivos, a ser bem sucedidos nos desafios e nas novas atividades a que nos propomos;
• Situação interpretada como não ameaçadora;
• Garante a ativação óptima antes e durante um evento;
• Proporciona confiança nas qualidades pessoais e nas experiências passadas;
• Resulta em sentimentos de satisfação.
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Stress negativo
• É desagradável, prejudicial e causador de doenças;
• Deriva de pressões internas e externas a que estamos sujeitos diariamente: medo de falhar e de não corresponder às expectativas que depositam em nós;
• Desencadeia-se quando o indivíduo se apercebe do desequilíbrio entre as exigências da situação e a sua própria capacidade de desempenho;
• Resulta em frustrações, ressentimentos, raiva, desespero, para além dos problemas físicos.
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Potenciais fatores de stress
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Fatores Organizacionais
Características do papel
Liderança
Relações de Trabalho
Condições físicas
Injustiças
Estrutura e clima organizacional
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Consequências do Stress
“O stress é como um carro desportivo. Se o conduzir correctamente, é rápido e
divertido. Se não, pode ser
assustador e mesmo mortal.”
(Executive Digest, Abril 2000)
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O stress verifica-se em três níveis:
Físico/ Fisiológico
Consequências do Stress
Comportamental
Psicológico
Cognitivo
Emocional
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Físico/Fisiológico
• Dores de cabeça
• Dores musculares
• Indigestão
• Mudança de apetite
• Alterações de peso
• Gastrite/ Úlcera
• Queda de cabelo
• Insónia => Olheiras => Rugas
• Aumento da pressão arterial
• Colestrerol
• Problemas cardíacos
• Disfunção sexual
• Esgotamento físico
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• Degradação do desempenho
• Aumento da taxa de acidentes e erros
• Comportamentos agressivos
• Aumento do absentismo
• Consumo de drogas
• Distúrbios emocionais
• Excesso do tabaco e de álcool
Comportamental
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Psicológico-Cognitivo
• Lapsos de memória
• Memória fraca
• Apatia
• Falta de concentração
• Incapacidade para tomar decisões
• Sensação “não sou capaz”
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• Nervosismo
• Agressividade
• Falta de paciência
• Depressão/ Burnout• Ataques de pânico
• Frustração/ Desmotivação
• Isolamento e introspeção
• Sentimentos de perseguição
Psicológico-Emocional
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Gestão do stress
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Fatores de preocupação (EU-27):
Dados ESENER, 2009
Gestão do stress
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1. Reconhecimento do stress
2. Tratamento dos sintomas: medicamentos, massagens, ioga, etc.
3. Mudança das pessoas: estratégia interpessoal, mudança física
4. Métodos organizacionais: definição de funções, comunicação, gestão da mudança, autonomia, ambiente físico
Gestão do stress
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Erro Humano
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Erro Humano
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Erro Humano
O comportamento humano nem sempre é constante e racional por isso não segue padrões rígidos pré-estabelecidos;
O fator humano pode influenciar de maneira substancial a confiabilidade de um sistema e as perdas decorrentes de um acidente;
CELLIER (1985) diz que o erro humano é um desvio anormal com relação a uma norma ou padrão estabelecido;
Os processos de perceção e aceitação do risco e de tomada de decisão (que nem sempre dependem do comportamento visível do operador, mas principalmente das suas características cognitivas), caracterizam-se como os principais catalizadores do erro humano.
Carina Mano | 2014
AS PESSOAS…
• Geralmente desenvolvem as suas atividades enquanto pensam em outras coisas;
• Geralmente são impacientes no que diz respeito ao tempo necessário para observar as precauções;
• Nem sempre lêem as instruções e etiquetas de modo correto ou não prestam a devida atenção;
• Após o desempenho de um procedimento não verificam o seu trabalho para identificar possíveis erros.
Erro Humano
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Carina Mano | 2014
AS PESSOAS…
• Em geral, respondem irracionalmente em situações críticas ou de emergência;
• Geralmente são relutantes em admitir erros;
• Com o passar do tempo, tornam-se desatentas no manuseio de equipamentos e ferramentas;
• Relutam em admitir diminuição de visão e/ou reflexos;
• Muitas vezes erram em estimativas e conclusões.
Erro Humano
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Erro Humano
A ocorrência de acidentes de trabalho está ligada a várias
causas:
Organizacionais;
Tecnológicas;
Humanas.
Não é somente o trabalhador que comete erros!
Carina Mano | 2014 57
Erro Humano: Causas
Falta de consciencialização dos riscos de trabalho e formas de evitá-los;
Falta de atenção; Falta de conhecimento do trabalho que deve ser feito; Falta de EPI´s e EPC´s; Falta de formação e informação; Falta de organização; Excesso de confiança; Máquinas e equipamentos com defeito; Falta de prevenção para os operadores.
Carina Mano | 2014 58
Erro Humano: A velha visão
O erro humano é a principal causa de acidentes;
Para explicar falhas os investigadores devem procurar falhas;
Deve-se encontrar falhas de avaliações, decisões erradas e julgamentos inadequados das pessoas.
Esta visão defende a existência de pessoas de baixa ou pequena confiabilidade em sistemas seguros; é uma teoria que aponta outros culpados e assume que as pessoas podem agir corretamente, independentemente do mundo que as cerca.
Carina Mano | 2014 59
Erro Humano: A nova visão
O erro humano é sintoma de problemas profundos do sistema;
Não se deve tentar saber no quê as pessoas estavam erradas para explicar falhas;
Deve-se procurar saber como as avaliações e ações das pessoas faziam sentido para elas na hora em que ocorreram, dadas as circunstâncias que as cercavam.
Esta visão defende que a abordagem de erros humanos não se refere apenas às pessoas, mas também a equipamentos, tarefas e ambiente de trabalho que sistematicamente influenciam o desempenho humano.
Carina Mano | 2014 60
Erro Humano
Errar é constantemente dramatizado, o que provoca inércia, falta de sentido crítico e aversão ao risco
Tomar decisões Não agir
Correr o risco de errar Considerada opção mais sensata, sinal de cautela
Confundir erro com má fé, incompetência ou desleixo serveapenas para diluir ainda mais o conceito de responsabilidade.
Carina Mano | 2014 61
Erro Humano: Classificação
•Resultam do comportamento automático, subconsciente
•Raramente ocorrem durante a aprendizagem porque o comportamento ainda não é automatizado
•Decorrem da fata de atenção
LAPSOS
•Resultam de processos conscientesEQUÍVOCOS
Carina Mano | 2014 62
Erro Humano: Classificação
Erro Humano
Erros Violações
Erros Inadvertentes
Erros Técnicos Rotineiras Excepcionais
Baseados na Habilidade
Baseados em Procedimentos
Baseados em Conhecimentos
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Baseados na Habilidade
Trabalhando a partir de Rotinas Automáticas
Baseados em Procedimentos
Trabalhando a partir de Regras e Instruções
Baseados em Conhecimentos
Trabalhando a partir de Principíos
Comportamento Automático
Comportamento Consciente
Erro Humano: Classificação
Carina Mano | 2014 64
•erros devido aos órgãos sensoriais (falha em perceber um sinal, identificação incorreta de informação, erros de codificação…)
PERCEÇÃO•ocorrem durante o processamento das
informações pelo sistema nervoso central (erros de lógica, avaliações incorretas, escolhas incorretas…)
DECISÃO
•erros que dependem de ações musculares (posicionamento errado, troca de controlos, demoras na ação)
AÇÃO
Erro Humano: Classificação
Carina Mano | 2014 65
• Erros de projeto - resultante de projetos inadequados.
• Erros de fabricação - resultante dos erros que ocorrem nos diversos estágios de fabricação. Por exemplo: soldas incorretas, utilização de material inadequado, erros de especificação, etc.
• Erros de operação - resultante da falha do pessoal de operação em seguir os procedimentos corretos.
• Erros de manutenção - resultante das operações de campo. Normalmente devido à instalação ou reparo incorretos dos equipamentos.
• Erros contributivos - resultante de erros que são difíceis de definir como erro humano ou de equipamento.
Erro Humano: Classificação
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• Erros de inspeção - resultante da aceitação de componentes/equipamentos fora de tolerância ou rejeição de equipamentos/componentes dentro da tolerância.
• Erros de manuseio - resultante de armazenamento ou transporte inadequado (muitas vezes não estão de acordo com as recomendações do fabricante
• Condição insegura:– defeitos mecânicos de equipamentos ou na forma como é executado o trabalho– causam cerca de 80% dos acidentes.
• Atitudes insegura:– acontecem muitas vezes pela falta de experiência, – causam 90% dos acidentes em geral.
Erro Humano: Classificação
Carina Mano | 2014 67
Erro aleatório: devido à variabilidade da ação humana;
Erro sistemático: causado pela inadaptação das características do
indivíduo ou da conceção do material;
Erro esporádico: deslize, ação de caráter pouco frequente e pouco
explicável.
Erro Humano: Classificação segundo o grau de dispersão
Carina Mano | 2014
1. Campo Percetivo (distorções percetivas)
Limitações físicas, auditivas e visuais contribuem para as distorções percetivas
Falhas nestes sistemas trazem consequências como:◦ desorientação espacial◦ leitura errada dos instrumentos◦ diminuição da sensibilidade◦ ilusão
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
1. Campo Percetivo (distorções percetivas)
Uma das consequências imediatas para a segurança é a atenção
Fatores que afetam a atenção:◦ Interromper a sequência de trabalho◦ Distração - perda do raciocínio◦ Desatenção - por fadiga, interferência de terceiros ou
problemas psicológicos◦ Fadiga - acumulação de tarefas, monotonia ou excesso de
estímulos
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
2. Integração dos Dados
Há situações em que os mecanismos fisiológicos vão influenciar e comprometer as capacidades psicológicas
Exemplo: com a ingestão de bebidas alcoólicas◦ uma imagem pode duplicar-se◦ um facto pode passar despercebido ou não ser
associado
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014 71
Erro Humano: Causas e Consequências
2. Integração dos Dados
A questão da atenção ficará certamente prejudicada e muitos acidentes ocorrem nestes lapsos, onde uma informação não é integrada no seu contexto.
Carina Mano | 2014
3. Interpretação dos Dados
Deve ser cuidadosa e baseada no conhecimento teórico e prático
Equívocos na interpretação conduzem a erros de julgamento, tendo como consequência atitudes operacionais equivocadas que podem resultar em acidentes
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
3. Interpretação dos Dados
o Planeamento deficiente o Análise errada da situaçãoo Erro de cálculo de altura, distância e velocidadeo Escolha da decisão erradao Demora na decisãoo Decisão prematurao Confusão no uso dos controlos (descoordenação)o Influência de terceiros na tomada de decisão
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
4. Personalidade
O temperamento, o caráter e as atitudes, entre outros aspetos, fazem parte da personalidade de um indivíduo.
No trabalho, a personalidade de um trabalhador pode ser decisiva num acidente de trabalho.
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
4. PersonalidadeGrande parte dos problemas expressam-se através de:
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• Impulsividade• Agressividade• Auto-estima baixa• Auto-estima elevada• Temperamento tenso• Perfecionismo• Problemas de relacionamento• Fobia• Improvisação• Subestimar informações recebidas
• Apatia• Irritabilidade• Angústia• Ansiedade• Pânico• Atitude de complacência• Invulnerabilidade• Desinteresse• Exibicionismo
Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
5. Formação
Descontinuidade na formaçãoQualquer processo de aprendizagem deve seguir um tempo lógico, podendo a descontinuidade conduzir a retrocessos na formação devido a esquecimento ou inconsistência demonstrado pelo formando
Informações erradas na formaçãoNecessidade de profissionais da pedagogia na condução e no aperfeiçoamento dos processos de aprendizagem
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
5. Formação
Insuficiente para o tipo de ação pretendidoDeficiência no planeamento e na fixação de objetivos
Inexistência de formação de prática simuladaTirar dúvidas, esclarecer a teoria e familiarização com a prática
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
5. Formação
Reciclagem insuficienteReciclagem é fundamental para o processo contínuo de aprendizagem: ninguém retém 100% do que é transmitido nem aprende tudo de uma só vez
Pouca experiência na atividadeEscasso período de formação e pouca familiarização com o instrumento de trabalho
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
6. Comunicação
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
7. Gestão
Pressão psicológicaDa parte de pessoas, clima e políticas da organização
Integração / DiferenciaçãoIdentificação entre os membros de um mesmo grupo e diferenciação entre indivíduos de grupos diferentes
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
7. Gestão
Organização e métodosProcessos adequados evitam a ocorrência de erros
SeleçãoAdequado processo de recrutamento e seleção de trabalhadores envolvidos em atividades de risco
Afastamento da atividade por longo períodoNecessidade de um programa de readaptação para otimizar a condição operacional do trabalhador
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Erro Humano: Causas e Consequências
Carina Mano | 2014
7. Gestão
Relação chefia/subordinadoNecessidade de prevalência de respeito e diálogo
Supervisão deficienteQualquer atividade precisa de ser constantemente supervisionada para ser aperfeiçoada
Dimensionamento da estrutura ocupacionalExistência de pessoal qualificado e em quantidade proporcional à atividade
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Erro Humano: Causas e Consequências
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Erro Humano: Como prevenir?
Carina Mano | 2014 84
• Pensar que os erros humanos podem ser eliminados é ilusório.
• O erro deve ser encarado como aprendizagem, coragem e perseverança, desafio, progresso…
• Substituir o homem pela máquina em tarefas simples e repetitivas ou ainda naquelas que exijam grandes forças.
• Avaliar e controlar os fatores de risco psicossociais.
• Selecionar a pessoa certa para o lugar certo.• Fornecer formação e informação adequada.
Erro Humano: Como prevenir?
Carina Mano | 2014 85
• Proficiência técnica• Profissionalismo - estar comprometido com a execução da
atividade • Praticar uma liderança eficaz – escutar ativamente a equipa
e usar todos os recursos para decidir• Procurar e incentivar a sinergia de grupo• Procurar a auto-consciência e o auto-controlo• Não ser complacente com atitudes ligadas à violação
operacional
Erro Humano: Como prevenir?
Carina Mano | 2014 86
“Diga-me, e me esqueço. Mostre-me, e me lembro. Envolva-me, e compreendo.”
Confúcio (551-479 a.C.)