psicopedagogia e o processo de avaliaÇÃo clÍnica

24
PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA Mably Terra Freitas 1 Edna Rosa Correia Neves 2 Rugerro Zalla Neto 3 Resumo: Este trabalho tem como tema principal a Psicopedagogia clínica e as dificuldades que podem vir a ocorrer na construção do processo de ensino e aprendizagem. Foi realizado um estudo de caso, com uma criança de 9 anos, cursando o 3º ano do Ensino Fundamental; foram avaliadas as seguintes áreas: pedagógica, cognitiva, afetivo-social e corporal. Os instru- mentos utilizados para a realização dessa pesquisa foram: Entrevista com os pais, entrevista com a crianças, avaliação psicomotora, avaliação cogni- tiva, avaliação pedagógica e avaliação sócioafetiva. A partir dos resultados dessa pesquisa foi constatado que B. necessita de um acompanhamento psicopedagógico, para melhor desenvolver suas capacidades, e um melhor aproveitamento do conhecimento que lhe é transmitido. Palavras-chave: Psicopedagogia clínica; Avaliação; Dificuldades de Aprendizagem. Abstract: is work has as main clinical Psicopedagogia issue and the di- fficulties that may occur in the construction of the teaching and learning 1 Pós-graduada em Psicopedagogia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo. E-mail: [email protected] 2 Doutoranda em Educação pela Universidade de São Paulo. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campi- nas. Graduada em Psicologia pela Universidade Metodista de Piracicaba. E-mail: [email protected] 3 Mestre em Medicina Veterinária pela Universidade Paulista. Graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Metodista de Piracicaba. E-mail: [email protected]

Upload: others

Post on 03-Jul-2022

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Mably Terra Freitas1 Edna Rosa Correia Neves2

Rugerro Zalla Neto3

Resumo: Este trabalho tem como tema principal a Psicopedagogia clínica e as dificuldades que podem vir a ocorrer na construção do processo de ensino e aprendizagem. Foi realizado um estudo de caso, com uma criança de 9 anos, cursando o 3º ano do Ensino Fundamental; foram avaliadas as seguintes áreas: pedagógica, cognitiva, afetivo-social e corporal. Os instru-mentos utilizados para a realização dessa pesquisa foram: Entrevista com os pais, entrevista com a crianças, avaliação psicomotora, avaliação cogni-tiva, avaliação pedagógica e avaliação sócioafetiva. A partir dos resultados dessa pesquisa foi constatado que B. necessita de um acompanhamento psicopedagógico, para melhor desenvolver suas capacidades, e um melhor aproveitamento do conhecimento que lhe é transmitido.

Palavras-chave: Psicopedagogia clínica; Avaliação; Dificuldades de Aprendizagem.

Abstract: This work has as main clinical Psicopedagogia issue and the di-fficulties that may occur in the construction of the teaching and learning

1 Pós-graduada em Psicopedagogia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo. E-mail: [email protected] Doutoranda em Educação pela Universidade de São Paulo. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campi-nas. Graduada em Psicologia pela Universidade Metodista de Piracicaba. E-mail: [email protected] Mestre em Medicina Veterinária pela Universidade Paulista. Graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Metodista de Piracicaba. E-mail: [email protected]

Page 2: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

54

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

process. A case study was performed with a 9 year old, studying in 3rd year of elementary school; pedagogical, cognitive, affective and social body: the following areas were evaluated. The instruments used for this survey were: Interview with parents, interviews with the children, psychomotor, cog-nitive assessment, educational assessment and socio-affective evaluation. From the results of this research it was found that B. needs a psycho-peda-gogical supervision, to fully develop their capabilities, and better use of the knowledge being passed.

Keywords: Research; Clinical psychoeducation; Diagnosis.

Introdução

O objetivo geral do presente estudo é realizar uma avaliação através de um acom-panhamento do processo Psicopedagógico. Para melhor entendermos a psicopedagogia, precisamos nos ater ao real significado da aprendizagem. A aprendizagem ocorre de expe-riências diretas, que podem ocorrer numa base vicariante, através da observação do com-portamento de outras pessoas e suas consequências para o observador. O especialista em psicopedagogia pode atuar em espaços onde haja o processo de ensino e aprendizagem, como: organizações, empresas, instituições de ensino coorporativas, etc. A Psicopedagogia é uma área interdisciplinar, tem como objeto de estudo a aprendizagem humana. De acor-do com Bossa (2002) o psicopedagogo pode atuar em outros espaços profissionais, como: organizações, empresas, instituições de ensino coorporativas, ou seja, em qualquer lugar que haja ensino e aprendizagem.

Ainda sobre a psicopedagogia é importante ressaltar que existem duas grandes áreas de atuação a clínica e a institucional. A psicopedagogia clínica se ocupa da avaliação do aluno que apresenta dificuldades de aprendizagem, aquelas que a escola já não é capaz de saná-las.

A psicopedagogia institucional trabalha no sentido de prevenir que ocorra a dificulda-de de aprendizagem, no âmbito escolar, juntamente com os professores e outros educadores, considerando o aluno, sua família e seu contexto. Na psicopedagogia institucional é preciso avaliar a instituição como um todo, como: alunos, professores, os profissionais de educação, o próprio psicopedagogo, os servidores escolares, as famílias, a comunidade, o contexto socio-cultural, as crenças e valores da escola e as políticas públicas.

O psicopedagogo que atua na instituição deve detectar os problemas que estão impe-dindo que o processo de ensino e aprendizagem ocorra de maneira significativa, dessa forma prejudicando a qualidade do ensino oferecido pela escola.

As áreas de avaliação do diagnóstico psicopedagógico clínico são: sócioemocional, pe-dagógica, corporal e cognitiva.

Page 3: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

55

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Na área sócioemocional se avalia a condição afetiva do aprendiz frente a situações de aprendizagem nos âmbitos: escolar, familiar e pessoal. Levando em consideração qual o papel do sujeito no contexto social, familiar e escolar; seus conflitos, desejos, sonhos, rejeições, tris-tezas, alegrias, dúvidas e medos. A corporal analisa o perfil neuro-sensório motor do apren-diz; com o objetivo de avaliar o estágio de desenvolvimento dos sistemas: nervoso, sensorial e motor. A pedagógica avalia o processo da gênese da escrita, da leitura e do cálculo; com o objetivo de observar o desenvolvimento da aprendizagem e finalmente na área cognitiva se avalia o estágio de desenvolvimento cognitivo, com o objetivo de analisar o desenvolvimento do raciocínio lógico e o estágio das operações do pensamento.

O profissional psicopedagogo se torna um terapeuta, que escuta atentamente seus clien-tes, conseguindo traduzir seus conflitos, sempre inerente a sua família e relações pessoais. O psicopedagogo clínico não trabalha de forma individualizada, precisa da ajuda de profissio-nais de outras áreas como: Psicologia, Neurologia, a Medicina, e quantas outras que se fizerem necessários para se alcançar um bom resultado. A psicopedagogia clínica pretende compreen-der os processos cognitivos, sociais, orgânicos, emocionais e pedagógicos que podem interferir no processo de aprendizagem, buscando resgatar o prazer de aprender.

As duas grandes áreas de atuação da psicopedagogia clínica e institucional requerem do profissional em serviço, comprometimento com o trabalho, com a missão de direcionar seus pacientes a um caminho que tornará a aprendizagem mais prazerosa e significativa, sendo capaz mudar sua realidade. Em consonância, o objetivo dessa pesquisa é obter um diagnóstico através de um acompanhamento do processo Psicopedagógico de uma criança. Mais especifi-camente pretende-se realizar uma análise dos resultados nas diferentes áreas: pedagógica, cog-nitiva, afetivo-social, corporal e apresentar um informe Psicopedagógico com apresentação do diagnóstico e hipótese para acompanhamento do processo. A presente pesquisa é um trabalho experimental: avaliação psicopedagógica de uma criança de 9 anos.

Metodologia

O presente trabalho é uma pesquisa de caráter exploratório, de acordo com o modelo UNASP: trabalho experimental. A pesquisa descreve uma avaliação psicopedagógica realiza-da com uma criança que chamaremos de B. ela tem 9 anos que cursa o 3º ano do ensino funda-mental. B. foi selecionada para receber o atendimento a partir do ADRA (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais) uma instituição que atende crianças carentes, oferecendo aulas diversas, refeições, um espaço para que crianças consigam trabalhar fora do ambiente escolar, atividades que poderão auxiliar no processo de ensino e aprendizagem. Não foram os pais que procuraram pelo atendimento psicopedagógico, já que de acordo com os responsáveis a criança não apresentava nenhuma evidência de dificuldade de aprendizagem.

Houve 7 sessões de atendimento com duração de 1 hora, das 19:00 as 20:00 horas, sendo que a primeira sessão foi realizada com a mãe da criança, e na ultima sessão o

Page 4: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

56

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

atendimento foi com a criança e com a mãe. Nessa pesquisa foram avaliadas as áreas: Psi-comotora, Cognitiva, Pedagógica, Sócioafetiva. Os instrumentos utilizados na realização dessa pesquisa foram: Anamnese: Um roteiro de perguntas que deve ser respondida pelo responsável da criança. Eoca: Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem, para a realização dessa prova foram necessários vários materiais como: lápis preto e de cor, massa de modelar, cola, tesoura, papéis variados, gliter, canetinha, barbante, tinta guache e pin-cel. Avaliação Psicomotora foi avaliada as áreas de: Coordenação e Equilíbrio, Esquema Corporal, Lateralidade, Organização e Estruturação Espacial e Organização e Estrutu-ração Espacial; TDE: Teste de Desempenho Escolar (com ditado, aritmética e leitura) e a Caixa de areia com par educativo.

Atendimento Clínico

Motivo da avaliaçãoEncaminhamento para cumprir o estagio clínico do curso de Psicopedagogia.

Período da avaliação e número de sessõesO número total foi de seis sessões, com duração de 1 hora.

Instrumentos usados e autoresAnamnese: OLIVEIRA. G. de C.; EOCA: Entrevista Operatória Centrada na Aprendizagem. J. Visca; TDE: Teste de Desempenho Escolar. STEIN, L. M.; Avaliação Psicomotora: OLIVEIRA, G. C.; Caixa de Areia: Neves, E. R.C. (no prelo, 2012)

Análise dos resultados nas diferentes áreas: cognitiva, corporal, afetivo-social, pedagógica.

Área CognitivaAo se estudar sobre a aprendizagem e consequentemente a não aprendizagem é impor-

tante levar em consideração a psicologia do desenvolvimento humano que enquanto área de estudo, preocupa-se em investigar e interpretar todos os processos de mudanças pelos quais o ser humano passa, desde a sua concepção até a morte.

Tais mudanças podem ser biológicas, psicológicas e até sociais, todas inerentes a nossa con-dição humana. Assim, está delimitado ao estudo dos processos de mudanças, ou seja, a transição entre os fatores internos e externos que determinam, estimulam ou interferem nessas mudanças.

Page 5: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

57

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

De acordo com as autoras Feldman, Olds e Papalia, (2007) identificam-se quatro gran-des áreas ou dimensões no Desenvolvimento Humano que ocorrem desde a concepção até a terceira infância que é aos 11 anos.

Desenvolvimento físico e motor: crescimento genético, físico e motor, desenvolvimento das habilidades motoras finas e gerais e atléticas e aumento da força física.

Desenvolvimento cognitivo: mudanças nos processos intelectuais, como lembrar e aprender, capacidade de resolver problemas e compreensão do uso da linguagem. As habilida-des de memória e linguagem aumentam.

Desenvolvimento afetivo: mudanças no desenvolvimento do apego forma-se vínculos afetivos com outrem, confiança, autoconceito da imagem corporal e autocontrole.

Diferenças básicas entre desenvolvimento, crescimento e maturação: Desenvolvimento: Processo de mudanças que ocorrem ao longo da vida de um ser hu-

mano; nem sempre podem ser quantificáveis (ex:aumento da maturidade afetiva);Crescimento: tipo de mudança passo-a-passo, quantificáveis e observáveis (ex: altura e peso);Maturação: padrões sequenciais de mudança geneticamente programadas (ex: mudança

nos hormônios na puberdade). Para as autoras citadas acima: Muitas capacidades típicas da primeira e segunda infân-

cia tais como a emergência das capacidades de andar e falar, parecem vinculadas a maturação do corpo e do cérebro (FELDMAN et al, 2007).

O que vivemos nos primeiros anos de nossa vida, farão toda diferença em nossa forma-ção como pessoa, cidadão. Os anos iniciais são os mais críticos, pois é quando estamos mais susceptíveis a receber influências do meio em que estamos inseridos. “As mudanças ocorrem o tempo todo, do nascimento até a morte. Mas existem alguns períodos específicos em que as mudanças se acumulam ou são extremamente significativas”.

Existem alguns períodos de transição, assim chamados, pois marcam épocas de gran-des mudanças.

Teorias do desenvolvimento: Teorias maturacionistas ou biológicas. Os padrões de de-senvolvimento e as tendências de comportamento são parciais ou inteiramente programados pelos genes e por alterações fisiológicas. A teoria de maior alcance: “A visão maturacionista”.

O desenvolvimento determinado de forma maturacional ocorre independentemente de prática ou treinamento. Você não precisa cuidar do crescimento dos pêlos pubianos, ou pensar como aprender a andar; você não tenta desacelerar seu tempo de reação, quando envelhece.

Nossas expectativas mudam dependendo em que período se está vivendo, aos vinte anos, por exemplo, sonhamos em fazer uma faculdade, casar, ter filhos, ser bem-sucedido, já aos setenta anos o que mais queremos é nos manter saldáveis e curtirmos o que conquis-tamos ao longo da vida.

De acordo com Piaget (1975) o conhecimento constitui um repertório de ações físicas ou mentais. Uma dessas ações é a assimilação que é o processo de absorver algum evento ou expe-riência em algum esquema. Exemplo: Quando um bebê olha para um móbile e tenta alcançá-lo, acima de seu berço, Piaget diria que o bebê assimilou o móbile ao esquema de seu olhar e alcançar.

Page 6: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

58

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

O processo complementar é a acomodação que envolve mudança de esquema como uma consequência da nova informação que você obteve pela assimilação. Na teoria de Piaget, o processo de acomodação é essencial à mudança desenvolvimental. Por meio da acomodação, reorganizamos nossos pensamentos, aperfeiçoamos nossas habilidades, mudamos nossas estratégias.

Outra ação é a Equilibração: Piaget pressupõe que, no processo de adaptação, a criança está sempre se empenhando por coerência, por ficar “em equilíbrio”, por ter uma compreensão do mundo que faça sentido geral para ela.

Os Estágios de Desenvolvimento Humano de acordo com Piaget (2009) são 4: Sensório motor, pré-operatório, operatório concreto e formal.

Sensório-Motor: Período que antecede a linguagem, do nascimento a aproximadamen-te um ano e meio - dois anos. O estágio sensório-motor é o período da “inteligência prática”, pois é uma fase do desenvolvimento cognitivo em que criança não usa a linguagem, emprega apenas as suas ações e percepções, daí a razão da denominação desse primeiro estágio, pois é a ação e a percepção que estimulam o desenvolvimento das estrutura mentais.

Pré-Operatório: Tendência a considerar situações estáticas, que normalmente são explicadas através de seus caracteres de configuração. Quando o pensamento se refere às transformações que levam de uma situação a outra, essas transformações são assimiladas às ações pessoais do sujeito, isto ocorre, pois neste nível as modificações e os estados não formam um sistema único. Tendência à formação de sistemas de conjunto, através das re-gulações perceptivas (únicos instrumentos que o sujeito dispõe neste nível) orientando-se desde já para certas formas de equilíbrio. Pensamento quase que inteiramente preso ao real, havendo também, uma pequena margem de transformações virtuais, isto é, um início de possibilidades distintas da realidade.

Operatório Concreto: Está ligado ao real. As situações se subordinam às transforma-ções em si mesmas. Chega-se a uma primeira forma de equilíbrio estável, atingindo o nível de reversibilidade concreta. Cada estado é percebido como resultado de uma transformação. As transformações são assimiladas às operações. Não chega a criar hipóteses, age desde o co-meço coordenando as leituras sucessivas, o que significa estruturar a realidade na qual atua.

Operatório Formal: É essencialmente hipotético-dedutivo; a dedução se refere a enun-ciados hipotéticos, isto é, as proposições se referem às hipóteses ou apresentam dados apenas como simples dados. Utiliza a lógica das proposições que é a lógica de todas as combinações possíveis do pensamento. Constitui um sistema de operações de segunda potência, ou seja, as perturbações são seriações de seriações, as combinações são multiplicações de multipli-cações, etc. O caráter funcional mais fundamental é a inversão de sentido entre o real e o possível. Chega a uma nova forma de equilíbrio por possuir instrumentos mais complexos de coordenação que engloba todos os campos parciais, característicos do pensamento concreto, coordenando-os num sistema geral.

Muitos são os processos que passamos para adquirir um novo conhecimento, uma nova habilidade, porém os mesmos somente poderão acorrer com significância se o aprendente e o ensinante estiverem determinados e motivados.

Page 7: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

59

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Abaixo segue os resultados referentes à área cognitiva, apresentada pelo sujeito da pre-sente pesquisa. Para análise da presente área utilizou-se os seguintes materiais: massa de mo-delar, canudos, duas variedades de flores, copos de vidro de diferentes tamanhos, suco em pó e fichas de duas cores diferentes.

O teste avalia as seguintes áreas: Conservação de comprimentos, Conservação- Massa, Conservação das Quantidades de Líquido e Conservação de Quantidade.

Resultados área cognitiva

Tabela 1- Resultados da Avaliação Cognitiva

ANÁLISE CRÍTICA DO DESEMPENHO DO PARTICIPANTE

PROVAS COGNITIVAS

CONSERVAÇÃOSERIAÇÃO INCLUSÃO

DE CLASSESCOMPR. MASSA LIQUIDO QUANT.

I I P P P P

JUSTIFICATIVAS

R C

O desempenho da B. nas provas de conservação de comprimento e massa não foi com-patível com sua idade cronológica, já que o nível identificado nestas provas foi o Intermedi-ário. Nas demais provas, a B. encontra-se no nível 3 (P: presente), esperado para sua idade cronológica, ou seja, apresenta condutas conservativas de quantidade e de líquido. Bem como na seriação atingiu êxito obtido por método operatório e existência de quantificação inclusiva.

O esperado para sua idade cronológica seria que já estivesse no período Operatório Con-creto. Com isso podemos dizer que a criança em questão não obteve o desempenho compatível com o desenvolvimento cognitivo proposto para sua faixa etária.

Área PsicomotoraAo se pensar no histórico do termo “psicomotricidade” percebemos que o mesmo aparece a

partir do discurso médico, mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do sé-culo XIX, nomear as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras. Só em pleno século XIX o corpo começa a ser estudado, em primeiro lugar, por neurologistas, por necessidade de compreensão das estruturas cerebrais, e posteriormente por psiquiatras, para a classificação de fatores patológicos. Ao surgir à necessidade médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos que se nomeia, pela primeira vez, a palavra Psicomotricidade, no ano de 1870.

Page 8: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

60

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

Para Oliveira (2010) a psicomotricidade é um termo que se refere a um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento. Uma ciência que tem como objeto de estudo o homem atra-vés do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo.

A Psicomotricidade se dá através de ações educativas de movimentos espontâneos e atitudes corporais da criança, desse modo proporcionando-lhe uma imagem do corpo contri-buindo para a formação de sua personalidade. Uma prática pedagógica que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento integral da criança no processo de ensino-aprendizagem, favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo-emocional e sociocultural, buscando estar sempre condizente com a realidade dos educandos.

As áreas de estudos da psicomotricidade são: Coordenação Global, Fina e Oculomanual; Esquema Corporal; Lateralidade; Estruturação Espacial; Estruturação Temporal e Discrimi-nação Visual e Auditiva. A seguir analisaremos cada um desses conceitos, sua importância e seu desenvolvimento, de acordo com a visão de Oliveira (2010).

Coordenação Global, diz respeito à atividade dos grandes músculos. Depende da ca-pacidade de equilíbrio postural do indivíduo. Depende do quão grande será o equilíbrio en-tão, a atividade será mais econômica e suas ações mais coordenadas. A coordenação global juntamente com a experimentação leva a criança a adquirir a dissociação dos movimentos, capacitando-a a realizar diversos movimentos simultaneamente. Várias atividades levam à conscientização global do corpo como, andar, correr, saltar, rolar, pular, arrastar-se, nadar, lançar-pegar e sentar. Ao ingressar na escola o professor deve observar se a criança apresenta cansaço ou uma realização deficiente do movimento.

Coordenação Fina e Óculomanual: Segundo Oliveira (2010), trata-se da habilidade e destreza manual. É muito importante que a criança tenha uma coordenação elaborada dos dedos das mãos, pois facilita na aquisição de novos conhecimentos, é através da preensão que a criança descobre os objetos do seu meio ambiente. Tão importante quanto à coordenação fina é o controle ocular, a capacidade de acompanhar com os olhos os movimentos das mãos, chamamos tal capacidade de visomotora, a criança precisa adquirir a mesma para escrever com precisão. A pega correta no lápis mostra-se imprescindível para uma escrita correta, sem cansaço e com pouco esforço.

Esquema Corporal: Ainda de acordo com a autora citada acima, através do corpo ex-pressamos nossa individualidade, quando a criança conhece seu próprio corpo, ela conseguirá sentir as diferenças entre si e os objetos, a partir da observação e do tato. O desenvolvimento de uma criança se dá através da sua interação com os objetos, pessoas e com o mundo, pois estabelece ligações afetivas e emocionais. Todo o movimento que realizamos tem ligação com a conduta e a personalidade.

Nosso corpo torna-se um ponto de referência para que o indivíduo conheça e interaja com o mundo. Que servirá de base para o seu desenvolvimento cognitivo, na aprendizagem de novos conceitos importantes para a alfabetização, como os conceitos de espaço: em cima, em baixo, ao lado, atrás, direita, esquerda, etc.

Page 9: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

61

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Lateralidade: A propensão do ser humano ao utilizar mais um lado do corpo em três níveis: mão, olho e pé. Um dos lados sempre predomina sobre o outro, o lado não dominante auxilia o outro na ação, sua função é tão importante quanto do outro. A dominância ocular se dá da mesma maneira, um olho tem um maior domínio do que o outro. A luz dessa teoria podemos dizer que existe uma dominância em um dos lados do cérebro, funciona de maneira cruzada. Por exemplo, o canhoto tem dominância do córtex cerebral direito e o destro o lado esquerdo coordena as atividades.

Estruturação Espacial: Para Oliveira (2010) é essencial para que possamos viver em sociedade. Através das relações espaciais e do espaço nos situamos no meio em que vivemos. É muito importante também na aritmética, que lida com agrupamento, então é necessário ter desenvolvida a noção espacial, já que os objetos existem dentro de um espaço determinado.

A estruturação espacial é algo que não nasce com o indivíduo, e sim vai se desenvolven-do a partir de construções mentais que se opera através de seus movimentos em relação aos objetos que estão ao seu redor (OLIVEIRA, 2010)

Estruturação Temporal: Ainda para o autor acima, a leitura exige uma percepção tem-poral. É preciso que haja um domínio do ritmo, uma sucessão de sons no tempo, reconheci-mento das frequências e duração do som das palavras.

É importante que o sujeito tenha a capacidade de lidar com conceitos de ontem hoje e amanhã, dessa maneira ele poderá se localizar nas experiências do passado, e se projetar para o futuro, através de planos e projetos.

Abaixo se encontra os resultados do teste psicomotor. Foram analisadas as áreas: Coorde-nação e Equilíbrio, Esquema Corporal, Lateralidade, Orientação Espacial e Orientação Temporal.

Resultados área psicomotora

Tabela 2 - Resultados da avaliação psicomotora

HABILIDADES PSICOMOTORAS PONTOS

ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO

I IA IB II IIA IIB III

Coordenação e equilíbrio

X

Esquema corporal

X

Lateralidade X

Orientação espacial X

Orientação temporal X

Page 10: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

62

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

Sua idade psicomotora será:

• coordenação e equilíbrio: 8 a 9 anos- Etapa da reorganização do corpo percebido.• esquema corporal: 5 a 6 anos- Etapa de indícios de presença de imagem de corpo

percebido.• lateralidade: 5 a 6 anos- Etapa de indícios de presença de imagem de corpo per-

cebido.• orientação espacial: 8 a9 anos- Etapa da reorganização do corpo percebido.• orientação temporal: 8 a 9 anos- Etapa da reorganização do corpo percebido.

Podemos concluir que B. nas habilidades psicomotoras de coordenação e equilíbrio, orientação espacial e temporal encontra-se de acordo com o esperado para sua idade cronoló-gica. Já nas habilidades psicomotoras de esquema corporal e lateralidade o resultado alcança-do não está de acordo com sua idade cronológica.

Área Sócioafetiva Freud é conhecido como o pai da Psicanálise, pois apresentou grandes contribuições a

teoria Psicanalítica. Nas etapas iniciais da psicanálise descobriu-se a existência de processos inconscientes. Para discutirmos sobre o desenvolvimento sexual infantil, devemos considerar algumas referências a Psicanálise e seu criador: Sigmund Freud (1856-1939). Isto por que foi Freud quem iniciou os estudos sobre a vida sexual, que tem inicio antes mesmo da maturação das glândulas reprodutoras.

Freud (1989), afirma que a vida sexual infantil existia até mesmo antes do 3º ano, con-cluindo então que. Na fase oral que vai desde o nascimento até o desmame, estando sobre a prioridade da zona erógena bucal, a criança passa a conhecer o mundo pela boca, o seio é o primeiro objeto de ligação com o exterior. Seu primeiro ato independente é a respiração.

Ainda de acordo com o autor citado acima a segunda fase do desenvolvimento da sexua-lidade tem por nome Fase Anal (2 aos 3 anos), que também é descrita como uma zona erógena de grande importância. A libido passa da organização oral para a fase anal, aproximadamente de um a três anos de idade. Esta fase passa a ter uma importância significativa, paralelamente ao aprendizado do asseio esfincteriano. Nessa fase a mãe passa ser vista como alguém que controla os hábitos de higiene da criança.

Na fase fálica (4 aos 5 anos) ocorre o complexo de Édipo (conflito edipiano), durante a fase fálica dos estágios psicossexuais do desenvolvimento. Numa relação edipiana, a mãe é objeto de desejo do menino e o pai é o rival que impede seu acesso ao objeto desejado. Para a menina na fase edípica, o objeto de desejo é o pai e a mãe é a rival.

Fase de latência (6 aos 12 anos): se estende até a puberdade, é o período de pausa no de-senvolvimento da sexualidade. Nessa fase a criança valoriza as atividades sociais

A Fase Genital (13 aos 18 anos) esta fase do desenvolvimento psicossexual corres-ponde à fase adolescente, se inicia com o começo da puberdade e termina com a aquisição

Page 11: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

63

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

da fase adulta jovem. A zona de erotização são os genitais, o prazer está no outro, e não no próprio corpo.

A partir do estudo do consciente e inconsciente, Freud descobre três constructos psicanalí-ticos que constituíram o modelo dinâmico da estruturação da personalidade: ID, Ego e Superego.

O Id contém impulsos inatos, é composto por energias, que Freud denomina como pul-sões, uma busca pela satisfação do organismo. O Ego significa o “eu”, tem sua convivência baseada em regras, servindo de intermediária entre o desejo e a realidade e o Superego é res-ponsável pela estruturação interna dos valores morais.

Um dos autores de renome na psicanálise foi Erik Erikson que partilhavas das mesmas ideias de Freud, como por exemplo, a importância dos anos iniciais. Em meados do século XX, construiu sua teoria psicossocial. Erik distribuiu o desenvolvimento humano em fases, onde o seu foco principal eram as relações sociais; a importância de se analisar a cultura e a socieda-de em que o indivíduo está inserido e a ideia de que a personalidade se reformula a partir das experiências vividas pelo sujeito.

Erikson criou estágios que ocorrem ao longo da vida do indivíduo ao se formar sua identidade, ao todo somam oito estágios sendo que três deles somente são alcançados na vida adulta, nomeados de psicossociais. Na sua visão é muito importante que o genitor seja amo-roso, atencioso, faça com que a criança se sinta confiante, dessa maneira a formação da sua identidade será bem-sucedida.

Em nosso dia a dia fazemos uso de alguns mecanismos de defesa, são eles: Devaneio: o indivíduo se entrega à satisfação imaginária de seus motivos. O devaneio pode ser usado como uma compensação para a frustração do fracasso. Compensação: desenvolvimento exa-gerado de certo tipo de comportamento; o indivíduo se sente inferior em algumas atividades, por isso compensa sendo ótimo em outras. Fuga: pessoas aprendem a se ajustar às situações sociais através da fuga, é uma segurança; a pessoa não tenta com medo de falhar. Regres-são: aquisição de um comportamento como uma resposta à frustração; é muito comum em crianças com irmãos mais novos, se infantilizam para chamar a atenção dos pais. Raciona-lização: dar razões socialmente aceitáveis para o comportamento individual; o sujeito tende a enganar a si mesmo e as outras, dando um motivo mais aceitável culturalmente. Identifi-cação: fortalecimento do sentimento de autovalorização através da identificação com pessoa ou instituição; a pessoa não percebe que está se identificando com alguém ou algo. Projeção: perceber nos outros os motivos com os quais a própria pessoa está envolvida; o sujeito coloca a culpa de algo que fez ou deixou de fazer em terceiros, é um meio de poupar-se da ansiedade, fracasso e perda de prestígio. Conversão: consistem em conversões de tensões psicológicos ou emocionais em sintomas físicos: o indivíduo guarda para si tudo o que vai frustrando-o, com isso há uma somatização, e em determinado momento ele se expressa através de uma dor de cabeça ou outro sintoma físico que o incapacite.

O indivíduo pode expressar seus sentimentos e frustrações através de inúmeras ma-neiras, desde um simples desabafo a uma dor física. Por isso é importante que na psicopeda-gogia o ensinante observe o seu aprendente, já que a psicanálise tem como foco principal a

Page 12: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

64

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

observação. É imprescindível que na psicopedagogia se avalie as atividades feitas com lápis e papel, são chamadas provas gráficas. As mesmas podem nos fornecer muitos elementos a cerca da vida psicológica do sujeito. É importante que o psicopedagogo se atente ao ato de desenhar, no momento em que o indivíduo está desenhando, quais são suas reações, fisionomias e até mesmo como ele posiciona a folha.

Reconhecer mecanismos projetivos nos desenhos, por meio de interpretação, é conse-guir adentrar no mundo particular do sujeito, é entrar em contato com os dinamismos psí-quicos. (Pellegrino 2009). Algumas dessas provas gráficas são: Desenho de uma pessoa: O psicopedagogo irá encorajar a criança para que desenhe uma pessoa, posteriormente pergun-tará sobre o desenho, é um homem ou uma mulher? Qual parte do corpo ele mais gosta? Você conhece alguém parecido? Como essa pessoa é? Ela gosta de brincar? Conversar?

Outra prova gráfica é o Par educativo; seu objetivo é investigar o vínculo de aprendiza-gem. A avaliação é feita de modo subjetivo, depende de como o analista aprendeu a teoria de referência. Analisa-se o tamanho total do desenho; dos personagens; dos objetos; a posição e a distância dos personagens e a posição dos objetos. Com essa avaliação pode-se perceber a importância atribuída a aprendizagem, desvalorização ou supervalorização de si e até mesmo o tipo de estrutura vincular o sujeito tem com a aprendizagem.

A ultima prova gráfica: Desenho da família, que consiste em analisar a representação que o sujeito faz dos membros da sua família. A criança vai desenhar a sua família, depois relatará ao psicopedagogo qual o nome de cada um, quantos anos têm e o que estão fazendo. É importante que a criança ou jovem construa sua identidade sabendo das particularidades que cada membro de sua família, porém com consciência de que sua identidade é singular.

Pensando no bom desenvolvimento do ser humano em busca da aquisição do conheci-mento gera-se a seguinte questão: Qual a importância da psicanálise para a psicopedagogia? De acordo com Santos (2009) a Psicanálise e a Psicopedagogia evocam o humano em sua contradição nas formas de sentir, pensar e agir. Na psicanálise se estuda o indivíduo do desejo, o mesmo é es-cutado individualmente, dessa maneira ele poderá refletir de maneira mais aprofundada sobre os seus desejos. A psicanálise tem por objetivo revelar o que está no inconsciente humano, para que o indivíduo tenha acesso aos seus desejos inconscientes e os tornem conscientes.

Santos (2009) defende que na teoria psicanalítica a ideia é buscar um olhar que permita “visualizar” melhor a constituição Sujeito para percebê-lo na sua singularidade. Sempre que o sujeito se depara com algo intrigante na vida tem a oportunidade de buscar informações, construindo novos conhecimentos e transformá-los em saberes.

O psicopedagogo precisa conhecer-se a si mesmo, entender como ocorre a formação do sujeito em todas as áreas, pois ele lidará com a formação de outrem.

Resultado área sócioafetivaAbaixo se encontra os resultados da presente área:Na aplicação do teste EOCA (ENTREVISTA OPERATÓRIA CENTRADA NA

APRENDIZAGEM) iniciou-se com uma entrevista com B foi-lhe perguntado sobre seus

Page 13: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

65

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

amigos, escola, professora, atividades preferidas e família. Em seguida pedimos que fizesse o que ela quisesse utilizando os materiais disponíveis, que eram: lápis de cor, lápis preto, canetinha, massa de modelar, barbante, cola, cola colorida, gliter, tesoura, diversos tipos de papel, giz de cera, palito de sorvete, tinta guache, pincel e balões coloridos.

TemáticaA criança B. nos disse que gosta de ir à escola, que sua classe não é barulhenta,

gosta de sua professora, pois ela é boazinha. Tem várias amigas na sala de aula sendo que uma delas é sua melhor amiga porque guarda seus segredos. Ela nos contou que tem dificuldade em matemática e que sua matéria preferida é português. A atividade que mais gosta é desenhar e também de brincar de corrida. Sobre sua família disse que se preocupa quando seu pai bebe que não conversa muito com ele, pois sente medo. Falou-

-nos que tem um tio que mora junto com eles, que não trabalha, pois sofreu um acidente e machucou a perna. Diante da fala da B. percebemos que se preocupa muito em dar a resposta certa e agradar.

DinâmicaNotamos no decorrer da atividade falta de espontaneidade por parte da B. Houve

certo exagero na preocupação de manter os materiais organizados. Ela utilizou somente o material necessário para desenhar e pintar (lápis preto, lápis de cor, giz de cera, canetinha) mesmo tendo à sua disposição uma variedade de materiais. Sentou-se de maneira correta, mas sem uma postura segura, já que o tempo todo em que desenhava manteve os ombros encolhidos e o rosto bem perto do papel. Mantinha o braço esquerdo apoiado em cima do papel enquanto desenhava, e com os pés cruzados para trás. Pegou no lápis corretamente, e a pressão que fez ao desenhar foi normal. Utilizou várias cores, sendo sempre muito caprichosa e detalhista.

Seu tom de voz era sempre calmo e com a mesma entonação, independente do assunto abordado, seu semblante não expressava as emoções faladas. Não demonstrou nenhum tipo de sincinesias.

ProdutoB. desenhou a si mesma de vestido, com o cabelo rosa numa paisagem, constando uma

casa, um cachorro, uma árvore, uma borboleta, um sol com rostinho, flores e nuvens.

Análise Crítica do Desempenho do Participante: Questões subjetivasAo observar a B. enquanto desenhava percebemos certa insegurança e falta de esponta-

neidade, preocupação em agradar, manter os materiais organizados. Chamou-nos a atenção o fato de que preferiu não se arriscar, fazendo apenas o que já estava acostumada, mesmo diante de uma grande variedade de materiais.

Notamos uma postura muito submissa que transmitia certo desajuste emocional.

Page 14: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

66

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

Relatório/Observação:

Caixa de areia e par educativo (1ª) A criança é orientada a montar uma cena que ela quisesse usando as miniaturas que o

psicopedagogo disponibilizou, o psicopedagogo pede a criança que conte uma história a partir da cena que ela montou.

A temáticaA B. não disse nada enquanto construía a primeira cena.

A dinâmicaB. Batia os dedos no rosto indicando dúvida, expressão facial séria e uma leve sincinesia

com os lábios.

O produto

Ilustração 1- EOCA/produto - Caixa de areia e par educativo (1º)

Page 15: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

67

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

História e FotosUma casa, uma rua onde ficam os aviões, uma floresta onde tem uma onça que está per-

to de um homem distraído, casas, carros, pessoas que estão andando de carro. Uma menina assistindo televisão com outras pessoas, um homem estava dando flor para uma mulher, tinha um helicóptero que ia para outra cidade, um menino fazendo comida, que era filho da mulher que assistia tv, gente parado na rua sem fazer nada, um pato que entrou na casa e ninguém percebeu, um papai Noel, um homem cantando e um homem na carroça.

Análise crítica: questões subjetivasNotamos certa insegurança na hora de escolher as miniaturas tanto que acabou usan-

do todas disponíveis, como se não quisesse arriscar errar. Parece-nos que simplesmente foi colocando as miniaturas, não pensou em criar uma cena específica. Quando pedimos para B contar uma história sobre a cena, ela apenas descreveu as miniaturas.

Chamou-nos a atenção na cena, o ambiente da sala, pois acreditamos ser o que represen-ta sua realidade. Observa-se dificuldade estrutural cognitiva devido à forma como ela utilizou todos os materiais, provavelmente porque sua condição financeira, não permiti adquiri-los.

Caixa de areia e par educativo (2ª) A temáticaB. não disse nada ao construir a cena 2.

A dinâmica B ás vezes mordia os lábios, estava sempre olhando para o que já tinha feito, tomava

muito cuidado ao escolher as miniaturas, o tempo todo se manteve séria.

O produtoIlustração 3 - Caixa de areia e par educativo (2º)

Page 16: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

68

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

Ilustração 4 - Caixa de areia e par educativo (3º)

História e FotosUm menino e uma menina que são irmãos estavam em casa sem nada para fazer, tam-

bém não tinha nada de legal passando na televisão, e ficou chato. O menino estava aprendendo como usar melhor a tv.

Análise crítica: questões subjetivasA B. montou a cena e a descreveu, somente depois que perguntamos o que a cena mostra-

va a respeito de um momento de aprendizagem, ela nos disse que o menino estava aprendendo a usar melhor a televisão, tivemos a impressão de que ela não se lembrava de nenhum momen-to de aprendizagem significativa tanto positiva quanto negativa.

Em sua fala percebemos que tanto na questão da aprendizagem quanto no seu dia a dia falta novidade e entusiasmo.

Notou-se a utilização de fuga como um mecanismo de defesa, projetando na cena da TV possível vínculo negativo para o processo ensino-aprendizagem.

Caixa de areia e par educativo (3ª)

Para a realização desse teste é necessário: uma caixa que suporte água, areia tratada e miniaturas de vários objetos, pessoas, animais, tudo o que o psicopedagogo julgar ser impor-tante para o teste.

Cria-se 3 cenas: Alguém ensinando e alguém aprendendo, cena marcante de dificuldade de aprendizagem e a cena 2 modificada.

Page 17: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

69

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

A temáticaA B. não falou nada ao reconstruir a cena 2.

A dinâmica Ela não hesitou muito ao reconstruir a cena, escolheu as miniaturas sem hesitar.

O produtoIlustração 5 - Caixa de areia e par educativo (1)

Ilustração 6 - Caixa de areia e par educativo (2)

Page 18: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

70

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

História e FotosEles foram andar de carroça, assim poderiam ver tudo que gostavam e tinham vontade

de ver.

Análise crítica: questões subjetivasTanto a cena reconstruída quanto a fala de B confirmam a ideia de que ela deseja co-

nhecer coisas novas e demonstra certa apatia com relação ao processo ensino e aprendizagem. Podemos concluir que o processo de aprendizagem para B é desinteressante, devido às dificul-dades de aprendizagem na escola.

Área PedagógicaUma das questões mais levantadas no processo de aprender é: o que é a aprendizagem?

Em quais situações e realidades podemos qualificar um indivíduo como alguém com dificul-dades de aprendizagem? Há muitas maneiras e formas de se aprender, e cada indivíduo apren-de de uma maneira particular. De acordo com uma definição elaborada pelo (NATIONAL, 1988, p. 71):

Dificuldades de aprendizagem (DA) é um termo geral que se refere a um grupo hetero-gêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio matemático. Tais desordens, consideradas intrínsecas ao indivíduo, presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema nervoso central, podem ocorrer durante toda a vida. Problemas na auto-regulação do comportamento, na percepção social e na interação social podem existir com as DA. Apesar das DA ocorrerem com outras deficiências (por exemplo, deficiência sensorial, deficiência mental, distúrbios socioeconômicos) ou com influências extrínsecas (por exemplo, diferenças culturais, insuficiente ou inapropriada instrução etc.…), elas não são o resultado dessas condições.

O campo da aprendizagem é algo que merece nossa total atenção e pesquisas, os docen-tes precisam estar sempre atentos ao processo de aprendizagem de seus alunos. Para se diag-nosticar um indivíduo com dificuldades de aprendizagem o educador precisa estar capacitado para tal ato. Como defende Oliveira (2010, p. 80):

Frente a muitos comportamentos tidos como “inadequados” de seus alunos, os professores estão realizando diagnósticos, “esclarecendo” aos pais o porquê de seus filhos não aprende-rem e estão encaminhando para diversos profissionais.

Com alguma frequência, os professores podem estar “interpretando” as dificuldades escolares dos alunos como uma consequência de um distúrbio orgânico, e em decor-

Page 19: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

71

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

rência os encaminha para médicos, neurologistas e hospitais para que sejam diagnos-ticadas as causas do não aprender. Com isto não só a escola se isenta de responsabi-lidades, como acaba rotulando as crianças como possuidoras de um entrave em seu aprender. Os pais, por seu lado, iniciam um longo desfile entre os profissionais no sentido de “curar” seus filhos.

Ao se tratar de dificuldades de aprendizagem, muitos são os transtornos e distúrbios que podem dificultar o processo de aprendizagem, onde o sujeito mostra-se incapaz de compreender, de ler, escrever, calcular, de conservar, reunir, ordenar, classificar, abstrair, etc. Abordaremos em seguida dificuldades de aprendizagem especificamente na leitura, escrita e matemática.

De acordo com Silva (2008), é importante que o professor que lida com alunos que apresentam DAM (dificuldade de aprendizagem em matemática), atente para o modo de apresentar o conteúdo aos alunos, como fazer para que os mesmos percebam a importância dos conteúdos ensinados, e que transfiram o que aprenderam para questões o cotidiano. Alguns indivíduos apresentam a discalculia, pois tem um baixo desempenho aritmético nas séries iniciais no processo de construção das noções matemáticas.

Vieira (2004) apresenta os principais transtornos que envolvem a matemática:

• Dificuldade na identificação de números: trocar 6 e 9.• Incapacidade para estabelecer uma correspondência recíproca: dizer um número

a uma velocidade e expressar oralmente em outra.• Escassa habilidade para contar compreensivamente: decorar rotina dos números,

déficit de memória, nomear de forma errada os números relativos ao ultimo dia da semana, estação do ano e férias.

• Dificuldade na compreensão dos conjuntos: compreender de maneira incorreta o significado de um grupo de coleção de objetos.

• Dificuldade na conservação: não consegue identificar que 6 e 4+2 correspondem.

Pensando num melhor desenvolvimento dos alunos com discalculia é de suma impor-tância que o professor observe cada um de seus alunos, pois o quanto antes for diagnosticado mais eficiente será a intervenção.

Para que haja um desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, é importante que tenha boas condições externas e internas envolvidas nesse processo. A escrita é um conjunto de habilidades complexas, cujo processo requer que o indivíduo opere em diversos níveis de representação, sem deixar de lado o motor.

A dificuldade de aprendizagem na leitura define-se pela presença de um déficit no do reconhecimento e compreensão dos textos escritos. Transtorno denominado como Dislexia ou como transtorno do desenvolvimento da leitura manifesta-se uma leitura oral lenta, com

Page 20: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

72

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

omissões, distorções e substituições de palavras, com interrupções, correções, bloqueios, afe-tando a compreensão da leitura. Segundo Fonseca (2009, p. 340-341):

A dislexia pode se manifestar no indivíduo, ao longo da vida, inicia-se com a aprendizagem da leitura […] crianças com dislexia não aprendem a ler no tempo adequado ou esperado, independentemente da sua inteligência ser normal e das condições de ensino serem minima-mente satisfatórias.

A dislexia pode ser decorrente de uma irregularidade no equilíbrio da química cerebral, oca-sionada por excesso de acetilcolina-colinesterase no cérebro. De acordo com Massi (1995, p. 34):

Deficiências cognitivas decorrentes de disfunções cerebrais seriam tomadas como causa da chamada dislexia, e poderiam afetar o processo de construção do objeto es-crito, tais como: a percepção visual, a percepção auditiva, a memória e a estruturação espaço-temporal.

O professor que tenha um aluno disléxico em sua sala de aula deve encará-lo como um ser capaz, dotado de habilidades que precisam ser desenvolvidas e estimuladas, se-jam com atividades diversificadas, palavras de incentivo ou simplesmente mostrando confiança no mesmo.

De acordo com Sisto (2001) o problema de alfabetização tem afetado o Brasil, de ma-neira preocupante. Até mesmo as crianças que não apresentam problemas fonológicos, e que tem um bom desenvolvimento da linguagem, podem apresentar dificuldades no processo de alfabetização. A dificuldade na aprendizagem está relacionada com o fato de se escrever as palavras de maneira errônea.

Ainda segundo o autor citado acima “as dificuldades podem surgir em qualquer dos seguintes processos: converter uma cadeia de sons em letras, e/ou combinar os sons com seus desenhos para escrever a palavra” (SISTO, 2001, p. 195).

É de suma importância que as crianças não simplesmente decorem o alfabeto, mas sim quais são os grafemas e seus nomes. Quando a criança desenvolve a habilidade da escrita, con-sequentemente ela desenvolve também a leitura, que depende totalmente da escrita.

A seguir os resultados do teste da área Pedagógica.

Resultados área pedagógica

TDE – Teste de Desempenho Escolar Para a aplicação desse teste foi utilizado uma apostila com exercícios de leitura, escrita e

aritmética. B. deveria responder os exercícios.

Page 21: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

73

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Relatório/observação:

Tabela 3 - Classificação a partir dos Escores Brutos – 2ª serie

ESCORE BRUTO

ESCRITA ARITMÉTICA LEITURA PONTOSCLASSIFICAÇÃO

SUPERIOR - 15 - -

MEDIO - - - -

INFERIOR 14 - 55 84

Interpretação dos ResultadosO aluno apresenta um desempenho Inferior no subteste de escrita, um desempenho Su-

perior em aritmética e um desempenho Inferior em Leitura.Quanto ao desempenho de B. no teste como um todo, observa-se que ficou situado num

nível Inferior. Podemos concluir que a B. necessita de um acompanhamento psicopedagógico na área

pedagógica devido às dificuldades expostas na realização do TDE (teste de desempenho escolar), onde se verificou que B. encontra-se no nível inferior ao esperado para sua idade cronológica.

Discussão

Síntese dos resultados – hipótese diagnósticaMediante avaliação realizada nas áreas Psicomotora, Pedagógica, Cognitiva e Sócio-

afetiva, observam-se dificuldades nas seguintes áreas: Psicomotora: de Lateralidade e Es-quema Corporal, uma vez que os resultados foram incompatíveis com sua idade cronológi-ca. Pedagógica: de leitura e escrita, já que seu resultado geral foi inferior ao esperado para sua idade cronológica nesta avaliação. Cognitiva: não obteve o desempenho compatível com o desenvolvimento cognitivo proposto por Piaget, uma vez que se encontra no período Intermediário do Pré-Operatório para o Operatório-Concreto. Na área Sócioafetiva demons-trou um possível vínculo negativo com o processo de ensino e aprendizagem, já que possivel-mente o considera desinteressante devido as suas dificuldades.

Desse modo indica-se atendimento Psicopedagógico diante das defasagens reveladas nos testes desenvolvidos por B.

Page 22: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

74

Centro Universitário Adventista de São Paulo - Unasp

Recomendações (Hipótese para acompanhamento do processo: Relacionamento / Hábi-tos e Normas em Aula) e indicações

Recomendamos que B tenha atendimento de um especialista em psicopedagogia devido às defasagens identificadas a partir dos testes realizados, por meio de exercícios específicos para cada área analisada.

Propomos também em relação aos hábitos de estudos que B tenha uma rotina e um es-paço adequado, bem como um acompanhamento mais presente por parte dos pais, incluindo a prática do diálogo familiar diariamente.

Considerações finais

No decorrer dessa pesquisa com o objetivo de diagnosticar possíveis dificuldades de aprendizagem, foram avaliadas as áreas: Cognitiva, Psicomotora, Sócioafetiva e Pedagógica. De acordo com os resultados apresentados por B a partir dos testes realizados, foi constatado que ela não está em um nível compativo com sua faixa etária.

Através dos dados analisados nas sessões de diagnóstico e acompanhamento do processo de avaliação Psicopedagógica, foram verificados indícios de dificuldades nas áreas: cogniti-va, psicomotora, pedagógica e sócio afetiva. A sua dificuldade está ligada, principalmente, aos atrasos em seu desenvolvimento cognitivo, pedagógico e psicomotor. Indica-se atendimento psicopedagógico e intervenção nas áreas de dificuldades e novas avaliações na área sócioafetiva.

Acredito que o pouco tempo que tivemos para realizar um diagnóstico bem elaborado, foi uma limitação que encontramos no decorrer do mesmo.

Referências

ANDRADE, M. S. Rumos e diretrizes de psicopedagogia: análise do surgimento da psicopedagogia na América Latina. Caderno Psicopedagogia, v. 3, n. 6, 2004.

ASSIS, A. E.; JOBIM, A. P. Pscimotricidade: histórico e conceitos. 2008. Disponível em: <http://www.guaiba.ulbra.tche.ber/pesquisas/2008/artigos/edfis/358pdf>. Acesso em: 20 nov. 2013.

BEE, H.; (trad.) GARCEZ, R. O ciclo vital. Porto Alegre: Artes Médicas,1997.

BOSSA, N. A. Fracasso escolar: um olhar psicopedagógico. São Paulo: Artmed, 2002.

FELDMAN, R. D.; OLDS, S. W.; PAPALIA, D. E. O mundo da criança. 11. ed. Lisboa: Mcgraw-hill, 2001.

Page 23: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

Acta Científica, Engenheiro Coelho, SP, p. 53-76, 1º semestre de 2013

75

PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

FONSECA, V. Dislexia, cognição e aprendizagem: uma abordagem neuropsicológica das dificuldades de aprendizagem da leitura. Revista Psicopedagogia, Portugal, v. 26, n. 81, p. 340-341, 2009.

FREUD, S. Obras Completas: uma teoria sexual. v. 8.Rio de Janeiro: Delta S.A., 1920.

HALL, C. S.; LINDZEY, G.; CAMPBELL, J. B. Teorias da Personalidade. Porto Alegre, RS: Artes Médicas Sul, 2000.

WALLON, H. A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

PIAGET, J. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.

PIAGET, J.; INHELDER, B. I.; A psicologia da criança. 4. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2009

MASSI, G. A dislexia em questão. São Paulo: Plexus Editora, 1995.

OLIVEIRA, G. C. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

PÁDUA, G. L. D. A epistemologia genética de Jean Piaget. Revista FACEVV, Vila Velha. v. 2. p. 22-35, 2009.

PALANGANA, I. C. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vygotsky: a relevância social. 3. ed. São Paulo: Summus, 2001.

PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. São Paulo: MC GRAW, 2007.

RABELLO, E. T. Personalidade: estrutura, dinâmica e formação – Um recorte eriksoniano. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro: 2001.

RABELLO, E.; PASSOS, J. S. Erikson e a Teoria Psicossocial do Desenvolvimento. Disponível em: <http://www.isebarretos.edu.br/arquivos/modulo_erikson.pdf>. Acesso em: 07 mai. 2013.

RAPPAPORT, C. R. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1982.

RAPPAPORT, C. R.; FIORI, W. R.; DAVIS, C. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: EPU, 1981.

Page 24: PSICOPEDAGOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

ROSA, I. P. Psicopedagogia clínica: um modelo de diagnóstico compreensivo das dificuldades de aprendizagem. São Paulo: Porto das ideias, 2009.

SANTOS, K. F. R. Psicanálise e psicopedagogia. Governador Valadares: Univale, 2009.

SILVA, M. C. Dificuldade de aprendizagem em matemática: a manifestação da discalculia. São Paulo: PUC, 2008.

ZUCOLOTO, K. A; SISTO, F. F. Dificuldades de aprendizagem em escrita e compreensão em leitura. Revista Interação, Curitiba, v. 6, n. 2, p. 157-166, Jul./Dez., 2002.

SISTO, F. F. Aprendizagem no contexto pedagógico. Petrópolis: Vozes, 2001.

SMITH, C.; STRICK, L.; D. Dificuldade de Aprendizagem de A a Z. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

VIEIRA, E. Transtornos na aprendizagem de matemática: número e discalculia. Revista Ciências e Letras, Porto Alegre, v. 35, p.109-119, 2004.

VYGOTSKY, L.; REGO, T. C. Uma perspectiva histórico-cultural da educação. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.