módulo 6 - psicopedagogia- avaliação e diagnóstico

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MDULO:

PSICOPEDAGOGIA: AVALIAO E DIAGNSTICO.

AUTORIA:

ME. DORALICE VEIGA ALVES

Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil

Mdulo de: Psicopedagogia: Avaliao e Diagnstico. Autoria: Me. Doralice Veiga Alves

Primeira edio: 2007

Todos os direitos desta edio reservados ESAB ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA http://www.esab.edu.br Av. Santa Leopoldina, n 840/07 Bairro Itaparica Vila Velha, ES CEP: 29102-040

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A

PRESENTAO

A Psicopedagogia uma disciplina que se ocupa com as dificuldades do processo de aprendizagem humana, colocando-se alm dos limites da Psicologia e da prpria Pedagogia. Este mdulo versa sobre a histria da Psicopedagogia, bem como apresenta os conceitos, os campos de atuao e as reas de estudo que referendam a prtica psicopedaggica. Ao longo das unidades, alm de refletir sobre as origens tericas da Psicopedagogia, voc vai compreender a complexidade do processo de aprendizagem e as suas vinculaes com as influncias emocionais, sociais, pedaggicas e orgnicas. Finalmente, o contedo do mdulo suscita questes ticas e conceituais que perpassam os temas avaliao e diagnstico e so cruciais para a psicopedagogia, sobretudo, no que tange a formao do psicopedagogo. Desejo-lhe bom estudo. Lembre-se que na Educao a distncia a aprendizagem acontece de maneira independente e autnoma. Torne-se ativo no seu processo de aprendizagem. Organize o seu tempo para o estudo. Com certeza colher bons resultados.

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O

BJETIVO

Capacitar profissionais para atuarem na rea de Psicopedagogia, atravs de uma formao interdisciplinar, reflexo crtica e participao na produo e sistematizao do saber psicopedaggico.

E

MENTA

Histria, conceituao, campos de atuao e reas de estudo. Conceitos e definies sobre aprendizagem. O processo de aprendizagem. Dificuldades de aprendizagem. Diagnstico e Instrumentos. Relato de Experincia. Inteligncias Mltiplas. Educao para a paz.

S

OBRE O AUTOR

Doralice Veiga Alves: Mestre em Servio Social, pela PUC/SP, 2000; Especializao em Aperfeioamento em Didtica do Ensino Superior, Universidade Brz Cubas, 1995; Especializao em Atualizao em Psicologia Clnica, Universidade Federal do Esprito Santo, 1981; Graduao em Servio Social, Universidade Federal do Esprito Santo, 1981.

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UMRIO

APRESENTAO .................................................................................................................... 3 OBJETIVO................................................................................................................................ 4 EMENTA................................................................................................................................... 4 SOBRE O AUTOR ................................................................................................................... 4 SUMRIO ................................................................................................................................. 5 UNIDADE 1 .............................................................................................................................. 8 Psicopedagogia: histria e conceituao. ............................................................................. 8 UNIDADE 2 ............................................................................................................................ 12 Psicopedagogia: campos de atuao e reas de estudo .................................................... 12 UNIDADE 3 ............................................................................................................................ 18 O que aprendizagem ........................................................................................................ 18 UNIDADE 4 ............................................................................................................................ 21 Definies de aprendizagem ............................................................................................... 21 O processo de aprendizagem na abordagem de Vygotsky ................................................. 22 O processo de aprendizagem na abordagem de Piaget ..................................................... 25 UNIDADE 5 ............................................................................................................................ 28 O processo de aprendizagem ps-piagetiano ..................................................................... 28 UNIDADE 6 ............................................................................................................................ 31 As trs concepes sobre o processo de aprendizagem .................................................... 31 UNIDADE 7 ............................................................................................................................ 34 Dificuldades de aprendizagem I .......................................................................................... 34 UNIDADE 8 ............................................................................................................................ 38 Dificuldades de aprendizagem II ......................................................................................... 38 UNIDADE 9 ............................................................................................................................ 41 Diagnstico: o que ?.......................................................................................................... 41 UNIDADE 10 .......................................................................................................................... 46 Reviso das unidades anteriores ........................................................................................ 46Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 5

UNIDADE 11 .......................................................................................................................... 48 Diagnstico ......................................................................................................................... 48 UNIDADE 12 .......................................................................................................................... 52 Diagnstico ......................................................................................................................... 52 UNIDADE 13 .......................................................................................................................... 55 Diagnstico diferencial ........................................................................................................ 55 UNIDADE 14 .......................................................................................................................... 59 Diagnstico e avaliao: alguns instrumentos .................................................................... 59 UNIDADE 15 .......................................................................................................................... 62 Metodologia e instrumentos ................................................................................................ 62 UNIDADE 16 .......................................................................................................................... 65 Testes projetivos ................................................................................................................. 65 UNIDADE 17 .......................................................................................................................... 68 Testes projetivos na Psicopedagogia .................................................................................. 68 UNIDADE 18 .......................................................................................................................... 73 Provas ................................................................................................................................. 73 UNIDADE 19 .......................................................................................................................... 75 Testes de Critrios (T.C.) .................................................................................................... 75 UNIDADE 20 .......................................................................................................................... 77 Testes de critrio Planejamento de ensino ...................................................................... 77 UNIDADE 21 .......................................................................................................................... 81 Testes de critrio objetivos de ensino .............................................................................. 81 UNIDADE 22 .......................................................................................................................... 84 Testes de critrio - reviso .................................................................................................. 84 UNIDADE 23 .......................................................................................................................... 87 Portflio ............................................................................................................................... 87 UNIDADE 24 .......................................................................................................................... 89 Relato de experincia ou prtica ......................................................................................... 89 UNIDADE 25 .......................................................................................................................... 93 Relato de experincia ou prtica ......................................................................................... 93 UNIDADE 26 .......................................................................................................................... 96 Relato da prtica ou experincia ......................................................................................... 96Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 6

UNIDADE 27 ........................................................................................................................ 100 Modelos de relato de experincia ..................................................................................... 100 UNIDADE 28 ........................................................................................................................ 105 Inteligncias mltiplas ....................................................................................................... 105 UNIDADE 29 ........................................................................................................................ 108 Educao para a paz ........................................................................................................ 108 UNIDADE 30 ........................................................................................................................ 115 Avaliao do Mdulo ......................................................................................................... 115 GLOSSRIO ........................................................................................................................ 117 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 139

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Objetivo: informar como surgiu e o que Psicopedagogia. Lembre-se na Educao a distncia a aprendizagem acontece de maneira independente e autonma. O tutor um mediador, d suporte e atua como orientador da aprendizagem dos alunos. Torne-se ativo neste processo. Tenha disciplina, organize o seu tempo para o estudo. Com certeza colher bons resultados. Nesta unidade trabalharemos com fragmentos da Dissertao de Mestrado Construindo um espao: ambiente computacional para aplicao no processo de avaliao psicopedaggica. Sueli de Abreu, UFRJ/NCE, 2004. Desejo-lhe bom estudo. Leia o texto com ateno. Procure o significado das palavras desconhecidas. Faa as tarefas sugeridas, pois, estas lhe daro mais informaes para o entendimento do contedo das unidade. Psicopedagogia: histria e conceituao. Como surgiu a psicopedagogia A psicopedagogia surgiu, no final do sculo XIX, com a caracterstica de uma pedagogia curativa. Ou seja, despontou como possibilidade de se trabalhar crianas com leses cerebrais e neurolgicas, adquiridas ou genticas. Dessa forma, emerge com o objetivo de recuperar aquelas crianas com dificuldades de aprendizagem, que no acompanhavam, em sala de aula, o ritmo dos demais colegas, Da, sua natureza curativa. No Brasil, segundo Maria Irene Maluf, presidente da Associao Brasileira de

Psicopedagogia - ABPp, a Psicopedagogia comeou a ser ensinada em cursos espordicos, ministrados por especialistas provenientes, inicialmente, da Argentina e do Uruguai. O8

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primeiro curso oficial de Psicopedagogia foi oferecido pelo Instituto Sedes Sapientiae/SP, em 1980. Aps o trmino daquele curso, um grupo de pedagogas, liderado por Leda Barone e Edith Rubinstein, resolveu fundar uma Associao, que congregasse o grande nmero de profissionais, com formao em cursos livres de Psicopedagogia, em torno do estudo e da divulgao da profisso. Ainda hoje, o termo psicopedagogia desconhecido por grande parte da populao brasileira. Os psicopedagogos, at ento, so pedagogos, psiclogos, fonoaudilogos, enfim, profissionais com ps-graduao em Psicopedagogia. A profisso de psicopedagogo, ainda no foi regulamentada, a exemplo de outros pases, em especial da Frana e de Portugal. Em 2005, o primeiro curso de graduao em psicopedagogia, nvel graduao, foi oferecido pela PUC/RS. Nesta poca, existiam outros cursos em andamento: no Centro Universitrio La Salle,(Canos, RS) e no Centro Universitrio FIEO (Osasco, So Paulo). O primeiro mestrado acadmico, com rea de concentrao em psicopedagogia, foi recomendado, em 2006, pela CAPES A regulamentao brasileira tem avanado a partir do Projeto de Lei n 128/2000 e da Lei n 10.891. Entretanto, a regulamentao de qualquer nova profisso, a exemplo da psicanlise, tm encontrado uma forte barreira constitucional, pois o Art. 5 da Constituio Brasileira prev o "livre exerccio profissional", ento, entende-se que

desnecessrio e oneroso para o Estado a regulamentao de profisses, exceto quando h risco eminente para a sociedade. Enfim, o que Psicopedagogia? A Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana o problema de aprendizagem, colocando num territrio pouco explorado, situado alm dos limites da Psicologia e da prpria Pedagogia e evolui devido existncia de recursos, para atender esta demanda, constituindo-se assim, numa prtica. Como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto, vemos que a psicopedagogia estuda as caractersticas da aprendizagem humana: como se aprende como esta aprendizagem varia evolutivamente e est condicionada por vrios fatores, como se produzem as alteraes na aprendizagem,Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 9

como reconhec-las, trat-las e preveni-las. Este objeto de estudo, que um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire caractersticas especficas a depender do trabalho clnico ou preventivo. (Sueli de Abreu, 2004). Atualmente, o enfoque da Psicopedagogia prioriza o processo de aprendizagem em sua amplitude e complexidade. Representa uma rea de conhecimento interdisciplinar, pois, utiliza o conhecimento de vrias disciplinas para desenvolver um quadro de referncias tericas adequadas a sua demanda. Portanto, a Psicopedagogia um estudo que se constri, originalmente, a partir de dois saberes e prticas, a Pedagogia e a Psicologia. No entanto, o campo dessa mediao recebe, tambm, influncias da lingstica, da semitica, da sociologia, da neuropsicologia, da psicofisiologia, da filosofia e da medicina.

A

Psicopedagogia

representa

uma

prtica

interdisciplinar.

A

interdisciplinaridade surgiu da necessidade de criar laos/dilogos entre as disciplinas, em meados do sculo XX. Pesquisadores, como Jean Piaget, Edgar Morin, Eric Jantsch dentre outros, comearam a romper com as fronteiras entre as disciplinas. E, sobretudo, com a viso clssica do mundo, onde o conhecimento era excessivamente compartimentalizado. A

interdisciplinaridade lida com a transferncia de mtodos de uma disciplina para outra. muito importante que voc compreenda o conceito de interdisciplinaridade para transitar bem pelo mdulo de Psicopedagogia. Voc deve pesquisar e ler mais sobre o tema.

No final do sculo XIX, demonstrando um significativo avano do pensamento, surge um embrio da psicopedagogia: a pedagogia curativa. Entendemos como avano, pois, a proposta de se romper com a compartimentalizao do conhecimento surge somente no sculo XX, aps a emergncia da fsica quntica. Os cientistas rompem poca com a cincia clssica e com os paradigmas que davam sustentao a fsica clssica. Portanto, aCopyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 10

psicopedagogia uma disciplina interdisciplinar que vm com a proposta de unir conhecimentos de outras disciplinas para fortalecer a pesquisa e a prtica sobre o processo da aprendizagem humana. uma disciplina devers complexa, pois, a neurocincia, a lingstica, a filosofia etc esto em processo acelerado de descobertas que precisam, cotidianamente, serem apropriadas pela psicopedagogia.

Para

entender

melhor

o

conceito

de

Interdisciplinaridade

acesse

o

site

http://ensino.univates.br/~4iberoamericano/trabalhos/trabalho052.pdf e leia as definies e as reflexes acerca do tema

Consideraes sobre o desenvolvimento deste mdulo: 1) Este mdulo foi elaborado para constituir-se material marcado pela: - Facilidade nas abordagens. Os textos, feitos por meio de pesquisas na internet, so apresentados de forma simples e direta. A idia central foi a de favorecer tcnicas para que voc possa elaborar material de auxlio para o seu futuro trabalho. 2) Vrias opes de material terico voc poder encontrar como sugesto de leitura e obrigao de estudo na Bibliografia. 3) Na prova presencial sempre cair perguntas similares ao que foi trabalhado nos exerccios on-line e atividades reflexivas existentes nos textos. Por isto, se voc realizar todos os exerccios e as propostas para os estudos levantados o sucesso estar garantido.

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Objetivo: tratar sobre os campos de atuao e as reas de estudo da Psicopedagogia. Seja curioso, pesquise. Esclarea suas dvidas. Faa as tarefas sugeridas, pois, estas lhe daro mais informaes para o entendimento do contedo da unidade. Neste unidade, trabalharemos com fragmentos da Dissertao de Mestrado Construindo um espao: ambiente computacional para aplicao no processo de avaliao psicopedaggica. Sueli de Abreu, UFRJ/NCE, 2004 Psicopedagogia: campos de atuao e reas de estudo Os campos de atuao da psicopedagogia Vimos que a psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreenso do processo de aprendizagem e se tornou uma rea de estudo especfica que busca conhecimento em outros campos e cria seu prprio objeto de estudo. Ocupa-se do processo de aprendizagem humana: seus padres de desenvolvimento e a influncia do meio nesse processo. A clnica psicopedaggica corresponde a um de seus campos de atuao, cujo objetivo diagnosticar e tratar os sintomas emergentes no processo de aprendizagem. O diagnstico psicopedaggico busca investigar, pesquisar para averiguar quais so os obstculos que esto levando o sujeito situao de no aprender, aprender com lentido e/ou com dificuldade; esclarece uma queixa do prprio sujeito, da famlia ou da escola. A distino entre o trabalho clnico e o preventivo fundamental. O primeiro visa buscar os obstculos e as causas para o problema de aprendizagem j instalado; e o segundo, estudarCopyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 12

as condies evolutivas da aprendizagem apontando caminhos para um aprender mais eficiente.

Vejamos a definio sobre os dois campos de atuao da psicopedagogia: O trabalho clnico d-se na relao entre um sujeito com sua histria pessoal e sua modalidade de aprendizagem, buscando compreender a mensagem de outro sujeito, implcita no no-aprender. Nesse processo, onde investigador e objeto-sujeito de estudo interagem constantemente, a prpria alterao torna-se alvo de estudo da

Psicopedagogia. Isto significa que, nesta modalidade de trabalho, deve o profissional compreender o que o sujeito aprende - como o sujeito aprende e porque o sujeito aprende, alm de perceber a dimenso da relao entre psicopedagogo e o sujeito, de forma, a favorecer a aprendizagem.

No enfoque preventivo a instituio, enquanto espao fsico e psquico da aprendizagem - objeto de estudo da Psicopedagogia, uma vez que so avaliados os processos didticometodolgicos e a dinmica institucional que interferem no processo de aprendizagem. No exerccio clnico, o psicopedagogo deve reconhecer seu processo de aprendizagem, seus limites, suas competncias, principalmente a intrapessoal e a interpessoal, pois seu objeto de estudo um outro sujeito, sendo essencial o conhecimento e possibilidade de diferenciao do que pertinente de cada um. Essa inter-relao de sujeitos, em que um procura conhecer o outro naquilo que o impede de aprender, implica uma temtica muito complexa. O psicopedagogo tem como funo identificar a estrutura do sujeito, suas transformaes no tempo, influncias do seu meio nestas transformaes e seu relacionamento com o aprender. Este saber exige do psicopedagogo o conhecimento do processo de aprendizagem13

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e todas as suas inter-relaes com outros fatores que podem influenci-lo, das influncias emocionais, sociais, pedaggicas e orgnicas. Conhecer os fundamentos da Psicopedagogia implica refletir sobre suas origens tericas, compreendendo o movimento interdisciplinar. E, sobretudo, perceber e garantir a aplicao dos conhecimentos disciplinares num novo quadro terico prprio, nascido de sementes em comum. reas de estudo da psicopedagogia A Psicologia e a Pedagogia so as reas mes da psicopedagogia, mas no so suficientes para embasar todo o conhecimento necessrio. Desta forma, foi preciso recorrer a outras reas, como a Filosofia, a Neurologia, a Sociologia, a Psicolingstica e a Psicanlise etc, no sentido de alcanar uma compreenso multifacetada do processo de aprendizagem. O campo de atuao da psicopedagogia focado no estudo do processo de aprendizagem, diagnstico e tratamento dos seus obstculos, sendo o psicopedagogo responsvel por detectar e tratar possveis obstculos no processo de aprendizagem; trabalhar o processo de aprendizagem em instituies de indivduos ou grupos e realizar processos de orientao educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.

Psicopedagogia a rea de estudo dos processos e das dificuldades de aprendizagem de crianas, adolescentes e adultos. Alm de trabalhar em escolas, esse profissional pode atuar em hospitais, auxiliando os pacientes a manter contato com as atividades normais de aprendizado. Pode trabalhar tambm em centros comunitrios ou em consultrio, pblico ou particular, orientando estudantes e seus familiares.

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Acesse o site do Ministrio do Trabalho e Emprego, entre na Classificao Brasileira de Ocupaes (CBO), e busque Psicopedagogo, abrir um link com o cdigo 2394.25. Clique, do lado esquerdo, em Tabela de Atividades, para descobrir quantas so as atribuies desse profissional. http://www.mtecbo.gov.br/busca/dacum.asp?codigo=2394

As reas de estudo se traduzem na observao de diferentes dimenses no processo de aprendizagem: orgnico, cognitivo, emocional, social e pedaggico. A interligao desses aspectos ajudar a construir uma viso da pluricausalidade deste fenmeno, possibilitando uma abordagem global do sujeito em suas mltiplas facetas. A dimenso emocional est ligada ao desenvolvimento afetivo e sua relao com a construo do conhecimento e a expresso deste atravs de uma produo grfica ou escrita. A psicanlise a rea que embasa esta dimenso, trata dos aspectos inconscientes envolvidos no ato de aprender, permitindo-nos levar em conta a face desejante do sujeito. Neste caso, o no aprender pode expressar uma dificuldade na relao da criana com seu grupo de amigos ou com a sua famlia, sendo o sintoma de algo que no vai bem nesta dinmica. A dimenso social est relacionada perspectiva da sociedade, onde esto inseridas a famlia, o grupo social e a instituio de ensino. A Psicologia Social a rea responsvel por este aspecto. Encarrega-se da constituio dos sujeitos, que responde s relaes familiares, grupais e institucionais, em condies socioculturais e econmicas especficas e que contextualizam toda a aprendizagem. Um exemplo de sintoma do no aprender relacionado a este aspecto pode acontecer pelo fato do sujeito estar vivendo realidades em dois grupos de ideologia e prtica com muitas diferenas.

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A dimenso cognitiva est relacionada ao desenvolvimento das estruturas cognoscitivas do sujeito aplicadas em diferentes situaes. No domnio desta dimenso, devemos incluir a memria, a ateno, a percepo e outros fatores que usualmente so classificados como fatores intelectuais. A Epistemologia e a Psicologia Gentica so as reas de pano de fundo para este aspecto. Encarregam-se de analisar e descrever o processo construtivo do conhecimento pelo sujeito em interao com os outros objetos. A dimenso pedaggica est relacionada ao contedo, metodologia, dinmica de sala de aula, tcnicas educacionais e avaliaes as quais o sujeito submetido no seu processo de aprendizagem sistemtica. A Pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo ensino aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem ensina. A dimenso orgnica est relacionada constituio biofisiolgica do sujeito que aprende. A medicina e, em especial, algumas reas especficas contribuem para o embasamento deste aspecto. Os fundamentos da Neurolingstica possibilitam a compreenso dos mecanismos cerebrais que subjazem ao aprimoramento das atividades mentais. Sujeitos com alterao nos rgos sensoriais tero o processo de aprendizagem diferente de outros, pois precisam desenvolver outros recursos para captar material para processar as informaes. A Lingstica a rea que atravessa todas as dimenses. Apresenta a compreenso da linguagem como um dos meios que caracteriza o tipicamente humano e cultural: a lngua enquanto cdigo disponvel a todos os membros de uma sociedade e a fala como fenmeno subjetivo, evolutivo e historiado de acesso estrutura simblica.

Nenhuma dessas reas surgiu para responder especificamente a questes da aprendizagem humana. No entanto, fornecem meios para refletirmos cientificamente e operarmos no campo psicopedaggico.

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Reflexo sobre as reas de estudo que perpassam o conhecimento psicopedaggico. Faa uma lista com as reas de estudo e a sua correspondncia nas diversas dimenses. Exemplo: Dimenso emocional: Psicanlise. Dimenso Social; Dimenso orgnica etc. Isto vai ajud-lo a fixar o conhecimento, bem como a refletir sobre a complexidade interdisciplinar.

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3Trabalharemos em textos extrados da wikipedia. Disponvel

Objetivo: estudar a evoluo do entendimento humano sobre aprendizagem, desde a antiguidade at a dcada de trinta. Leia o texto com ateno e tranquilidade. Lembre-se voc tem autonomia e independncia para organizar o seu tempo e a sua aprendizagem. Seja responsvel. fragmentos de http://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem#Hist.C3.B3rico. O que aprendizagem A psicopedagogia tem seu campo de atuao focado no estudo do processo de aprendizagem, diagnstico e tratamento dos seus obstculos. Esta unidade far um breve histrico sobre a evoluo do conceito de aprendizagem, desde a antiguidade at os dias atuais. Pois, especialmente para o psicopedagogo, essencial a compreenso sobre o que aprendizagem, antes de se propor a diagnosticar e tratar as suas dificuldades. Vamos, ento, conhecer a histria: O processo de aprendizagem traduz a maneira como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competncias e mudam o comportamento. Trata-se de um processo complexo que, dificilmente, pode ser explicado apenas atravs de recortes do todo. Como veremos, mas interessante ponturar, uma definio sobre aprendizagem ser derivada de pressupostos politico-ideolgicos, relacionados a determinada concepo/viso de homem, de sociedade e de saber. Desde a antiguidade, o processo de aprendizagem estudado e sistematizado. No Egito, China e ndia a aprendizagem tinha como finalidade transmitir as tradies e os costumes. Os gregos e os romanos, conceituaram a aprendizagem como18

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pedagogia da personalidade visava a formao individual e pedagogia humanista que trabalhava os indivduos numa linha onde o sistema de ensino era representativo da realidade social e a nfase era para a aprendizagem universal. Durante a Idade Mdia, a aprendizagem e o ensino, passaram a ser determinados pela religio e seus dogmas. No sculo XVI, com o advento do humanismo, as teorias de ensino e aprendizagem passam a ser estudadas separadamente, e com certa independncia em relao ao clero. Entre o sculo XVII at o incio do sculo XX, a teoria central sobre a aprendizagem, procurava demonstrar cientificamente que determinados processos universais regiam os princpios da aprendizagem. poca a concepo cientfica era mecanicista, ou seja, Descartes viu o mundo como uma mquina, comparando a natureza a um relgio de cordas. O mtodo proposto por ele, era pegar um relgio, desmont-lo e reduzi-lo a um punhado de peas para entender o todo. Portanto, as pesquisas desenvolvidas sobre a aprendizagem eram sistematizadas de acordo com o mtodo cartesiano/mecanicista. A metodologia da pesquisa visava enquadrar o comportamento de todos os organismos num sistema unificado de leis, exemplo da sistematizao efetuada pelos cientistas para a explicao dos demais fenmenos das cincias naturais. Muitos acreditavam que a aprendizagem era uma questo ligada ao condicionamento. Nesta poca a teoria behavorista teve grande ascenso. Uma experincia sobre o condicionamento foi realizada pelo fisilogo russo, Ivan Pavlov, que condicionou ces para salivarem ao som de campainhas. Nos anos 30, os cientistas Edwin R. Guthrie, Clark L. Hull e Edward C. Tolman pesquisaram sobre as leis que regem a aprendizagem. Guthrie acreditava que as respostas, ao invs das percepo/percepes ou os estados mentais, poderiam formar as componentes da aprendizagem.19

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Hull afirmava que a fora do hbito, alm dos estmulos originados pelas recompensas, constitua um dos principais aspectos da aprendizagem, a qual se dava num processo gradual. Tolman ensinava que o princpio objetivo, visado pelo sujeito, era a base comportamental para a aprendizagem. Percebia o ser humano no contexto social, e, por essa razo, afirmava ser necessaria uma maior observao de seu estado emocional. Vamos parar por aqui - na prxima unidade, daremos sequncia a evoluo histrica do conceito de aprendizagem, estudando algumas definies, a partir da dcada da trinta, sob a tica de autores contemporneos.

Pesquise e reflita sobre os conceitos de ensino e aprendizagem. Lembre-se que na antiguidade no se fazia distino entre esses termos. E hoje, so conceitos distintos que os definem? Ou no?

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Objetivo: dar sequncia ao estudo da evoluo histrica sobre aprendizagem, apresentando algumas definies, sob a abordagem de autores contemporneos. Nesta unidade trabalharemos fragmentos de textos extrados da wikipedia. Disponvel em http://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem#Hist.C3.B3rico Definies de aprendizagem Algumas definies de aprendizagem Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem um processo integrado que provoca uma transformao qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformao se d atravs da alterao de conduta de um indivduo, seja por

condicionamento operante, experincia ou ambos, de uma forma razoavelmente permanente. As informaes podem ser

absorvidas atravs de tcnicas de ensino ou at pela simples aquisio de hbitos. O ato ou vontade de aprender uma caracterstica essencial do psiquismo humano, pois somente este possui o carter intencional, ou a inteno de aprender; dinmico, por estar sempre em mutao e procurar informaes para a aprendizagem; criador, por buscar novos mtodos visando melhora da prpria aprendizagem, por exemplo, pela tentativa e erro. Um outro conceito de aprendizagem uma mudana relativamente durvel do comportamento, de uma forma mais ou menos sistemtica, ou no, adquirida pela experincia, pela observao e pela prtica motivada. Na verdade a motivao tem um papel fundamental na aprendizagem. Ningum aprende se no estiver motivado, se no desejar aprender. O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estmulos externos e internos (motivao, necessidade) para o aprendizado. H aprendizados queCopyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 21

podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturao fsica, psicolgica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se d no meio social e temporal em que o indivduo convive; sua conduta muda, normalmente, por esses fatores, e por predisposies genticas.

O processo de aprendizagem na abordagem de Vygotsky Lev Semionovitch Vygotsky (1896-1934) foi um psiclogo, descoberto nos meios acadmicos ocidentais depois da sua morte, causada por tuberculose, aos 37 anos. Pensador importante, foi pioneiro na noo de que o desenvolvimento intelectual das crianas ocorre em funo das interaes sociais (e condies de vida). Apesar da vida breve, foi autor de uma obra muito importante, junto com seus colaboradores Alexander Luria e Alexei Leontiev - eles foram responsveis pela disseminao dos textos de Vygostky, muitos deles destrudos com a ascenso de Stlin ao Kremlin; devido censura sovitica seus trabalhos ganharam dimenso h pouco tempo, inclusive dentro da Rssia. No ocidente, seu livro Pensamento e Linguagem foi lanado apenas em 1962 nos Estados Unidos. O ponto de partida desta anlise a concepo vygotskyana de que o pensamento verbal no uma forma de comportamento natural e inata, mas determinado por um processo histrico-cultural e tem propriedades e leis especficas que no podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala. Uma vez admitido o carter histrico do pensamento verbal, devemos consider-lo sujeito a todas as premissas do materialismo histrico, que so vlidas para qualquer fenmeno histrico na sociedade humana (Vygotsky, 1993 p.44) Sendo o pensamento sujeito s interferncias histricas s quais est o indivduo submetido, entende-se que, o processo de aquisio da ortografia, a alfabetizao e o uso autnomo da22

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linguagem escrita so resultantes no apenas do processo pedaggico de ensinoaprendizagem propriamente dito, mas das relaes subjacentes a isto. Vygotsky diz ainda que o pensamento propriamente dito gerado pela motivao, isto , por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoes. Por trs de cada pensamento h uma tendncia afetivo-volitiva. Uma compreenso plena e verdadeira do pensamento de outrem s possvel quando entendemos sua base afetivo-volutiva (Vygotsky, 1991 p. 101). Desta forma no seria vlido estudar as dificuldades de aprendizagem sem considerar os aspectos afetivos. Avaliar o estgio de desenvolvimento, ou realizar testes psicomtricos no supre de respostas s questes levantadas. necessrio fazer uma anlise do contexto emocional, das relaes afetivas, do modo como a criana est situada historicamente no mundo. Na abordagem de Vygotsky a linguagem tem um papel de construtor e de propulsor do pensamento, afirma que aprendizado no desenvolvimento, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e pe em movimento vrios processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossveis de acontecer (Vygotsky, 1991 p. 101). A linguagem seria ento o motor do pensamento, contrariando assim a concepo desenvolvimentista que considera o desenvolvimento a base para a aquisio da linguagem. Vygotsky defende que os processos de desenvolvimento no coincidem com os processos de aprendizagem, uma vez que o desenvolvimento progride de forma mais lenta, indo atrs do processo de aprendizagem. Isto ocorre de forma seqencial. Os livros citados no texto acima: VYGOTSKY, L. S. A Formao Social da Mente. So Paulo, Martins Fontes, 1991 VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. So Paulo, Martins Fontes, 1993

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Assista ao vdeo LEV VYGOTSKY. Srie Grandes Educadores. Apresentao: Marta Kohl de Oliveira. So Paulo: ATTA Mdia e Educao, 2001. (41 min)

Lev Semionovitch Vygotsky foi um psiclogo, descoberto nos meios acadmicos ocidentais depois da sua morte, causada por tuberculose, aos 37 anos. Pensador importante, foi pioneiro na noo de que o desenvolvimento intelectual das crianas ocorre em funo das interaes sociais (e condies de vida). Apesar da vida breve, foi autor de uma obra muito importante, junto com seus colaboradores Alexander Luria e Alexei Leontiev - eles foram responsveis pela disseminao dos textos de Vygostky, muitos deles destrudos com a ascenso de Stlin ao Kremlin; devido censura sovitica seus trabalhos ganharam dimenso h pouco tempo, inclusive dentro da Rssia. No ocidente, seu livro Pensamento e Linguagem foi lanado apenas em 1962 nos Estados Unidos.

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O processo de aprendizagem na abordagem de PiagetJean Piaget ( 9/10/1896 a 16/09/1980) estudou inicialmente biologia, na Sua, e, posteriormente, se dedicou rea de Psicologia, Epistemologia e Educao. Foi professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954, conhecido principalmente por organizar o desenvolvimento cognitivo em uma srie de estgios. Piaget revolucionou as concepes de inteligncia e de desenvolvimento cognitivo partindo de pesquisas baseadas na observao e em entrevistas que realizou com crianas. Interessou-se, fundamentalmente, pelas relaes que se estabelecem entre o sujeito que conhece e o mundo que tenta conhecer. Considerou-se um epistemlogo gentico porque investigou a natureza e a gnese do conhecimento nos seus processos e estgios de desenvolvimento.

O papel da equilibrao Nos estudos de Piaget, a teoria da equilibrao, de uma maneira geral, trata de um ponto de equilbrio entre a assimilao e a acomodao, e assim, considerada como um mecanismo auto-regulador, necessria para assegurar criana uma interao eficiente dela com o meio-ambiente. Piaget postula que todo esquema de assimilao tende a alimentar-se, isto , a incorporar elementos que lhe so exteriores e compatveis com a sua natureza. E, postula tambm, que todo esquema de assimilao obrigado a se acomodar aos elementos que assimila, isto , a se modificar em funo de suas particularidades, mas, sem com isso, perder sua continuidade (portanto, seu fechamento enquanto ciclo de processos interdependentes), nem seus poderes anteriores de assimilao. (Piaget,1975, p.14) Em outras palavras, Piaget (1975) define que o equilbrio cognitivo implica em afirmar a presena necessria de acomodaes nas estruturas; bem como a conservao de tais estruturas em caso de acomodaes bem sucedidas.

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Esta equilibrao necessria porque se uma pessoa s assimilasse, desenvolveria apenas alguns esquemas cognitivos, esses muito amplos, comprometendo sua capacidade de diferenciao; em contrapartida, se uma pessoa s acomodasse, desenvolveria uma grande quantidade de esquemas cognitivos, porm muito pequenos, comprometendo seu esquema de generalizao de tal forma que a maioria das coisas seria vista sempre como diferentes, mesmo pertencendo mesma classe. Essa noo de equilibrao foi a base para o conceito, desenvolvido por Sara Pan, sobre as modalidades de aprendizagem, que se servem dos conceitos de assimilao e acomodao, na descrio de sua estrutura processual. Veremos a teoria de Pan na prxima unidade. Se a criana no consegue assimilar o estmulo, ela tenta, ento, fazer uma acomodao, modificando um esquema ou criando um esquema novo. Quando isso feito, ocorre assimilao do estmulo, e, nesse momento, o equilbrio alcanado. Segundo a teoria da equilibrao, a integrao pode ser vista como uma tarefa de assimilao, enquanto que a diferenciao seria uma tarefa de acomodao, contudo, h conservao mtua do todo e das partes.

Assista ao vdeo: JEAN PIAGET. Srie Grandes Educadores. Apresentao: Yves de La Taille. So Paulo: ATTA Mdia e Educao, 2001. 1 vdeo cassete (53 min.): NTSC / VHS : son., color.

de Piaget o postulado de que o pleno desenvolvimento da personalidade sob seus aspectos mais intelectuais indissocivel do conjunto das relaes afetivas, sociais e morais que constituem a vida da instituio educacional.

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primeira vista, o desabrochamento da personalidade parece depender, sobretudo, dos fatores afetivos; na realidade, a educao forma um todo indissocivel e no possvel formar personalidades autnomas no domnio moral se o indivduo estiver submetido a uma coero intelectual tal que o limite a aprender passivamente, sem tentar descobrir por si mesmo a verdade: se ele passivo intelectualmente no ser livre moralmente. Mas reciprocamente, se sua moral consiste exclusivamente numa submisso vontade adulta e se as nicas relaes sociais que constituem as relaes de aprendizagem so as que ligam cada estudante individualmente a um professor que detm todos os poderes, ele no pode tampouco ser ativo intelectualmente. (Piaget, 1982) Piaget afirma que "adquirida a linguagem, a socializao do pensamento manifesta-se pela elaborao de conceitos e relaes e pela constituio de regras. justamente na medida, at, que o pensamento verbo-conceptual transformado pela sua natureza coletiva que ele se torna capaz de comprovar e investigar a verdade, em contraste com os atos prticos dos atos da inteligncia sensrio-motora e sua busca de xito ou satisfao" (Piaget, 1975 p.115).

Descubra mais sobre o autor, lendo os livros citados no texto acima: PIAGET, Jean. A equilibrao das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro : Zahar, 1975. PIAGET, Jean e INHELDER, Brbel. A psicologia da criana. So Paulo : Difel, 1982.

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5em http://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem#

Objetivo: entender o processo de aprendizagem ps-piagetiano. Mergulhe no texto com ateno e prazer. Como anda a concentrao? Voc tem conseguido disciplinar seus estudos? Nesta unidade trabalharemos fragmentos de textos extrados da wikipedia. Disponvel

O_processo_de_aprendizagem_p.C3.B3s-piagetiano O processo de aprendizagem ps-piagetiano Sara Pan (1989) descreve as modalidades de aprendizagem sintomtica, tomando por base o postulado piagetiano. Descreve como a assimilao e a acomodao, atuam no modo como o sujeito aprende, e, como isso, pode ser sintomatizado, tendo assim caractersticas de um excesso ou escassez de um desses movimentos, afetando o resultado final. Na abordagem de Piaget, o sujeito est em constante equilibrao. Pan parte desse pressuposto e afirma que as dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a uma hiperatuao de uma dessas formas, somada a uma hipoatuao da outra, gerando as modalidades de aprendizagem sintomtica a seguir:

Hiperassimilao Sendo a assimilao o movimento do processo de adaptao pelo qual, os elementos do meio so alterados para serem incorporados pelo sujeito, numa aprendizagem sintomatizada pode ocorrer uma exacerbao desse

movimento, de modo que o aprendiz no se resigna ao aprender. H o predomnio dos aspectos subjetivos sobre os objetivos. Esta sintomatizao vem acompanhada da hipoacomodao.

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Hipoacomodao A acomodao consiste em adaptar-se para que ocorra a internalizao. A sintomatizao da acomodao pode dar-se pela resistncia em acomodar, ou seja, numa dificuldade de internalizar os objetos.

Hiperacomodao

Acomodar-se abrir-se para a internalizao, o exagero disto pode levar a uma pobreza de contato com a subjetividade, levando submisso e obedincia acrtica. Essa sintomatizao est associada hipoassimilao.

Hipoassimilao Nesta sintomatizao ocorre uma assimilao pobre, o que resulta na pobreza no contato com o objeto, de modo a no transform-lo, no assimil-lo de todo, apenas acomod-lo. A aprendizagem normal pressupe que os movimentos de assimilao e acomodao esto em equilbrio. O que caracteriza a sintomatizao no aprender predomnio de um movimento sobre o outro. Quando h o predomnio da assimilao, as dificuldades de aprendizagem so da ordem da no resignao, o que leva o sujeito a interpretar os objetos de modo subjetivo, no internalizando as caractersticas prprias do objeto. Quando a acomodao predomina, o sujeito no empresta sentido subjetivo aos objetos, antes, resigna-se sem criticidade. O sistema educativo pode produzir sujeito muito acomodativos se a reproduo dos padres for mais valorizada que o desenvolvimento da autonomia e da criatividade. Um sujeito que apresente uma sintomatizao na modalidade

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hiperacomodativa/hipoassimilativa pode no ser visto como tendo problemas de aprendizagem, pois, consegue reproduzir os modelos com preciso.

Estudo dirigido Descreva os conceitos piagetianos de assimilao e acomodao: Assimilao; Acomodao. Conceitue as modalidades de aprendizagem propostas por Pan. Hiperassimilao; Hipoacomodao; Hiperacomodao; Hipoassimilao.

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Objetivo: sintetizar as trs concepes mais utilizadas sobre o processo de aprendizagem. Faa as tarefas sugeridas, pois, estas lhe daro mais informaes para o entendimento do contedo da unidade. Perceba as nuances entre as diversas concepes do processo de aprendizagem. Os textos utilizados so fragmentos da wikipedia. Disponvel em

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem#O_processo_de_aprendizagem_em_outras_conce p.C3.A7.C3.B5es As trs concepes sobre o processo de aprendizagem Nas unidades anteriores, estudamos a aprendizagem em diversos perodos da histria humana. Foi feito um roteiro sobre o que aprendizagem e algumas de suas definies. Agora, vamos verificar a existncia de trs concepes distintas sobre o processo de aprendizagem, cada uma cunhada sob distintas teorias. Vejamos:

Concepo da Anlise do Comportamento De acordo com a concepo da Anlise do Comportamento, o processo de aprendizagem acontece na relao entre o objeto de conhecimento e o aluno. O professor programa a forma como o objeto de conhecimento ser organizado, respeitando as caractersticas individuais do aluno. O objetivo que o aluno se interesse pelo processo de conhecimento e haja sobre o objeto de conhecimento. Apesar do que alguns crticos erroneamente afirmam, para os analistas do comportamento, o aluno no deve assumir uma posio passiva durante o aprendizado. Pelo contrrio, responder a questes, formular questes e relacionar diferentes contedos fundamental. Para que a aprendizagem seja mais efetiva, o professor

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deve investigar o nvel de conhecimento do aluno, identificando seus pontos fortes e fracos e adaptando os contedos de forma a facilitar o ensino.

Concepo Racionalista Na concepo racionalista, a aprendizagem fruto da capacidade interna do aluno. Ele , ou no, inteligente porque j nasceu com a capacidade, ou no, de aprender. Sua aprendizagem tambm estar relacionada maturao biolgica, s podendo aprender determinados contedos quando tiver a prontido necessria para isso. O aluno j traz uma capacidade inata para aprender. Quando no aprende, considerado incapaz, se aprende diz-se que tem um bom grau de quociente intelectual (Q.I.). Nesta concepo, o papel do professor de organizador do contedo, levando em considerao a idade do indivduo.

Concepo Construtivista A concepo construtivista define a aprendizagem como um processo de troca mtua entre o meio e o indivduo, tendo o outro como mediador. O aluno um elemento ativo que age e constri sua aprendizagem. Cabe ao professor instigar o sujeito, desafiando, mobilizando, questionando e utilizando os erros de forma construtiva, garantindo assim uma reelaborao das hipteses levantadas, favorecendo a construo do conhecimento. Nesta concepo o aluno no apenas algum que aprende, mas sim o que vivencia os dois processos sendo ao mesmo tempo ensinante e aprendente. A Psicopedagogia defende que para que haja aprendizagem, intervm o nvel cognitivo e o desejante, alm do organismo e do corpo (Fernndez, 1991, p.74), por isso aproxima-se dos referenciais tericos do construtivismo, pois foca a subjetivao, enfatizando o

interacionismo; acredita no ato de aprender como uma interao, crena esta fundamentada nas idias de Pichon Rivire e de Vygotsky; defende a importncia da simbolizao no processo de aprendizagem baseada nos estudos psicanalticos, alm da contribuio de Jung.Copyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 32

necessrio que o psicopedagogo tenha um olhar abrangente sobre as causas das dificuldades de aprendizagem, indo alm dos problemas biolgicos, rompendo assim com a viso simplista dos problemas de aprendizagem, procurando compreender mais

profundamente como ocorre este processo de aprender, numa abordagem integrada na qual no se toma apenas um aspecto da pessoa, mas sua integralidade. Necessariamente, nas dificuldades de aprendizagem que apresenta um sujeito, est envolvido tambm o ensinante. Portanto, o problema de aprendizagem deve ser diagnosticado, prevenido e curado, a partir dos dois personagens e no vnculo. Assim, cabe ao psicopedagogo voltar seu olhar para esses sujeitos, ensinante e aprendente, como para os vnculos e a circulao do saber entre eles. Como afirma Pan, uma tarefa primordial no diagnstico resgatar o amor. Em geral, os terapeutas tendem a carregar nas tintas sobre o desamor, sobre o que falta, e poucas vezes se evidencia o que se tem e onde o amor resgatvel. Sem dvida, isto o que nos importa no caminho da cura (Pan, 1989, p.35).

Observe, a partir das concepes acima, na escola em que tem proximidade, a concepo utilizada no processo de aprendizagem dos alunos. Faa uma observao com um roteiro previamente elaborado com as caractersticas de cada concepo. Reflita sobre a justaposio de teorias. Perceba quando acontece a justaposio. Reflita e anote as caractersticas da educao oferecida.

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7aprendizagem e,

Objetivo: compreender em que consistem as dificuldades de especificamente, entender o que dislexia.

Os textos utilizados so fragmentos extrados de trechos do artigo intitulado DISLEXIA de Dany Kappes, Gelson Franzen, Glades Teixeira e Vanessa Guimares. Disponvel em http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=888 Dificuldades de aprendizagem I As dificuldades de aprendizagem so decorrentes de aspectos naturais ou secundrios so passveis de mudanas atravs de recursos de adequao ambiental. As dificuldades de aprendizagem decorrentes de aspectos secundrios so advindas de alteraes estruturais, mentais, emocionais ou neurolgicas, que repercutem nos processos de aquisio, construo e desenvolvimento das funes cognitivas. Veremos as dificuldades mais comuns, como a Dislexia, Disgrafia e Discalculia.

Dislexia (do grego: dus = difcil, dificuldade; lexis = palavra) um distrbio ou transtorno de aprendizagem na rea da leitura, escrita e soletrao, a dislexia o distrbio de maior incidncia nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vrios pases mostram que cerca de 10 a 15% da populao mundial dislxica. A definio mais utilizada, segundo a ABD a de 1994 da International Dyslexia Association (IDA): Dislexia um dos muitos distrbios de aprendizagem. um distrbio especfico de origem constitucional caracterizado por uma dificuldade na decodificao de palavras simples que, como regra, mostra uma insuficincia no processamento fonolgico. EssasCopyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 34

dificuldades no so esperadas com relao idade e a outras dificuldades acadmicas cognitivas; no so um resultado de distrbios de desenvolvimento geral nem sensorial. A dislexia se manifesta por vrias dificuldades em diferentes formas de linguagem freqentemente incluindo, alm das dificuldades com leitura, uma dificuldade de escrita e soletrao. Dentro do quadro da dislexia devemos estar atentos ao histrico familiar para parentes prximos que apresentem a mesma deficincia de linguagem. Tambm a aspectos pr, peri e ps-natal se o parto foi difcil, se pode ter ocorrido algum problema de anoxia (asfixia relativa), prematuridade do feto (peso abaixo do normal), ou hipermaturidade (nascimento passou da data prevista para o parto). Se a criana adquiriu alguma doena infectocontagiosa, que tenha produzido convulses ou perda de conscincia, se ocorreu algum atraso na aquisio da linguagem ou perturbaes na articulao da mesma, se houve um atraso para andar, e algum problema de dominncia lateral (uso retardado da mo esquerda ou direita), entre outros. Dentro da etiologia da dislexia sempre devero ser considerados dois aspectos, que podem estar isolados ou relacionados, como tambm serem complementares: causas genticas e causas adquiridas. A etiologia pode ser dividida em: gentica, adquirida e multifatorial ou mista.

Tipos de Dislexia A dislexia pode ser classificada de vrias formas. Alguns autores classificam a dislexia tendo como base testes diagnsticos, fonoaudiolgicos, pedaggicos e psicolgicos. Conforme Ianhez (2002), a dislexia pode ser classificada em: 1 Dislexia disfontica: dificuldades de percepo auditiva na anlise e sntese de fonemas, dificuldades temporais, e nas percepes da sucesso e da durao (troca de fonemas 35

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sons, grafemas diferentes, dificuldades no reconhecimento e na leitura de palavras que no tm significado, alteraes na ordem das letras e slabas, omisses e acrscimos, maior dificuldade na escrita do que na leitura, substituies de palavras por sinnimos); 2 Dislexia diseidtica: dificuldade na percepo visual, na percepo gestltica, na anlise e sntese de fonemas (leitura silbica, sem conseguir a sntese das palavras, aglutinaes e fragmentaes de palavras, troca por equivalentes fonticos, maior dificuldade para a leitura do que para a escrita); 3 Dislexia visual: deficincia na percepo visual; na coordenao visomotora (no visualiza cognitivamente o fonema); 4 Dislexia auditiva: deficincia na percepo auditiva, na memria auditiva. 5 Dislexia mista: que seria a combinao de mais de um tipo de dislexia. Para Rotta (2006), possvel classificar a dislexia em trs tipos: 1 Dislexia fonolgica (sublexical ou disfontica): caracterizada por uma dificuldade seletiva para operar a rota fonolgica durante a leitura, apresentando, no obstante, um funcionamento aceitvel da rota lexical; com freqncia os problemas residem no conversor fonema-grafema e/ou no momento de juntar os sons parciais em uma palavra completa. Sendo assim, as dificuldades fundamentais residem na leitura de palavras no-familiares, slabas sem sentido ou pseudopalavras, mostrando melhor desempenho na leitura de palavras j familiarizadas. Subjacente a essa via, encontra-se dificuldades em tarefas de memria e conscincia fonolgica. Considerando o grande esforo que fazem para reconhecer as palavras, portanto, para manter uma informao na memria de trabalho, so obrigados a repetir os sons para no perd-los definitivamente. Como conseqncia, toda essa concentrao despendida no reconhecimento das palavras acarreta em dificuldades na compreenso do que foi lido. 2. Dislexia lexical (de superfcie): as dificuldades residem na operao da rota lexical (preservada ou relativamente preservada a rota fonolgica), afetando fortemente a leitura de palavras irregulares. Nesses casos, os dislxicos lem lentamente, vacilando e errando comCopyright 2007, ESAB Escola Superior Aberta do Brasil 36

freqncia, pois ficam escravos da rota fonolgica, que morosa em seu funcionamento. Diante disso, os erros habituais so silabaes, repeties e retificaes, e , quando pressionados a ler rapidamente, cometem substituies e lexicalizaes; s vezes situam incorretamente o acento prosdico das palavras. 3. Dislexia Mista: nesse caso, os dislxicos apresentam problemas para operar tanto com a rota fonolgica quanto com a lexical. So assim situaes mais graves e exigem um esforo ainda maior para atenuar o comprometimento das vias de acesso ao lxico. Entre as conseqncias da dislexia encontramos a repetncia e evaso, pois se o problema no detectado e acompanhado, a criana no aprende a ler e escrever. Acontece tambm o desestmulo, a solido, a vergonha, e implicaes em seu autoconceito e rebaixamento de sua auto-estima, porque o aluno perde o interesse em aprender, se acha incapaz e desprovido de recursos intelectuais necessrios para tal. Pode apresentar uma conduta inadequada com o grupo, gerando problemas de

comportamento, como agressividade e at envolvimento com drogas. Como podemos constatar que as seqelas so as mais abrangentes, em todos os setores da vida. Comea com um distrbio de leitura e escrita e acaba com um problema que pode durar a vida inteira, como depresso e desvio de conduta..

Curiosidade Alguns dislxicos famosos: Agatha Christie (escritora); Charles Darwin (cientista); Cher (cantora); Leonardo Da Vinci (artista e inventor); Napoleo Bonaparte (imperador da Frana) ; Pablo Picasso (artista plstico); Robin Williams (ator); Thomas A. Edison (inventor da lmpada) ; Tom Cruise (ator); Vincent van Gogh (pintor); Winston Churchill (primeiro-ministro britnico); Walt Disney (fundador dos estdios Disney); Whoopi Goldberg (atriz).

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Objetivo: compreender a Disgrafia e a Discalculia, dificuldades comuns de aprendizagem. Leia com ateno e curiosidade. Desejo-lhe um bom estudo. A origem das informaes a wikipedia. Disponvel em http://pt.wikipedia.org/wiki/Discalculia Dificuldades de aprendizagem II Disgrafia e a Discalculia A Disgrafia uma alterao da escrita normalmente ligada a problemas perceptivo-motores. A escrita disgrfica pode observar-se atravs das seguintes manifestaes: Traos pouco precisos e incontrolados; Falta de presso com debilidade de traos; Traos demasiado fortes que marcam o papel; Grafismos no diferenciados nem na forma nem no tamanho; Escrita desorganizada que se pode referir no s a irregularidades e falta de ritmo dos

signos grficos, mas tambm a globalidade do conjunto escrito; Realizao incorreta de movimentos de base, especialmente ligados a problemas de

orientao espacial. Discalculia definida como uma desordem neurolgica especfica que afeta a habilidade de uma pessoa para compreender e manipular nmeros. A discalculia pode ser causada por um dficit de percepo visual.

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O termo Discalculia usado frequentemente para caracterizar, especificamente, a inabilidade de executar operaes matemticas ou aritmticas. Mas definido por alguns profissionais educacionais, como uma inabilidade fundamental, para entender o nmero como um conceito abstrato de quantidades comparativas. uma inabilidade menos conhecida, bem como e potencialmente relacionada dislexia e a dispraxia. A discalculia ocorre em pessoas que tm frequentemente problemas especficos com matemtica, tempo, medida, etc. Discalculia no rara. Muitas daquelas pessoas com dislexia ou dispraxia, podem apresentar, tambm, discalculia. A discalculia atinge crianas e adultos. A palavra discalculia vem de grego (dis, mal) e do Latin (calculare, contar) formando: contando mal. Essa palavra calculare vem, por sua vez, de clculo, que significa o seixo ou um dos contadores em um baco. Discalculia um impedimento do entendimento da matemtica, junto com outras limitaes, tais como a introspeco espacial, o tempo, a memria pobre, e os problemas da ortografia. A discalculia pode ser detectada em uma idade nova e medidas podem ser tomadas para facilitar o enfrentamento dos problemas dos estudantes mais novos. O problema principal est compreendido na maneira em que a matemtica ensinada s crianas. A discalculia o menos conhecido destes tipos de desordem de aprendizagem e assim no reconhecido frequentemente.

Sintomas potenciais da discalculia: Dificuldades freqentes com os nmeros, confuso com os sinais: +, -, e x. Problemas de diferenciar entre esquerdo e direito. Falta de senso de direo (para o norte, sul, leste, e oeste) e, pode tambm, indicar dificuldade com um compasso.

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A inabilidade de dizer qual de dois nmeros o maior. Dificuldade com tabelas de tempo, aritmtica mental etc. Melhor nos assuntos tais como a cincia e a geometria, que requerem a lgica mais que as frmulas, at que um nvel mais elevado que requer clculos seja necessrio. Dificuldade com tempo conceitual e com o julgar a passagem do tempo. Dificuldade com tarefas dirias como verificar a mudana e ler relgios analgicos. A inabilidade de compreender o planejamento financeiro: exemplo: estimar o custo dos artigos em uma cesta de compras. Dificuldade mental para estimar a medida de um objeto ou de uma distncia (por exemplo, se algo est afastado 10 ou 20 metros). Inabilidade em apreender e recordar conceitos matemticos, regras, frmulas, e seqncias matemticas. Dificuldade de manter a contagem durante jogos. Os exemplos de distrbios de aprendizagem apresentados, nas duas unidades acima, so ilustrativos, e, no pretendem abarcar o universo de classificao, atualmente utilizado pela cincia. Existem autores que trabalham com outras classificaes. Ainda, classificam

disgrafia ou disortografia como a dificuldade do aprendizado e do desenvolvimento da habilidade da linguagem escrita expressiva. O essencial para o profissional, no rotular a criana, o jovem ou o adulto, mas, sim, diagnosticar suas dificuldades para posteriormente, planejar uma interveno adequada para cada caso.

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UGelson

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9Glades Teixeira e Vanessa Guimares. Disponvel em

Objetivo: tratar sobre o que diagnstico. O texto utilizado foi extrado de trechos do artigo intitulado DISLEXIA de Dany Kappes, Franzen,

http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=888 Diagnstico: o que ? Como vimos anteriormente, O campo de atuao da psicopedagogia direcionado ao estudo do processo de aprendizagem, diagnstico e tratamento de seus entraves. O psicopedagogo responsvel por diagnosticar e tratar os transtornos no processo de aprendizagem. A psicopedagogia estuda as caractersticas da aprendizagem humana, ou seja, como se aprende - como a aprendizagem varia historicamente e est condicionada por inmeros fatores, como reconhecer as alteraes na aprendizagem, como trat-las e preveni-las. O diagnstico psicopedaggico busca investigar, pesquisar para averiguar quais so os obstculos que esto levando o sujeito situao de no aprender, aprender com lentido e/ou com dificuldade; esclarece uma queixa do prprio sujeito, da famlia ou da escola. Alerta: No exerccio clnico, o psicopedagogo deve sentir a complexidade de conhecer no outro naquilo que o impede de aprender. Os rtulos so desnecessrios, e, extremamente limitadores da ao. Vamos estudar um texto sobre diagnstico, em que o foco a dislexia.

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Diagnstico provm do (