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Pós-graduação em Direito Previdenciário
Pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-maternidade e
salário-família
Prof. Rodrigo Sodero
Pensão por morte
Fundamentação: art. 201, inciso
V, da CF; arts. 74 a 79 da Lei
8.213/91; arts. 105 a 115, do
Decreto 3.048/99; arts. 367 a
380, da IN INSS/PRES 77/2015.
Fundamentação
A pensão por morte é o benefícioprevidenciário pago aosdependentes do segurado, homemou mulher, que falecer, aposentadoou não.
Atenção: o benefício de pagamentocontinuado substitui a remuneraçãodo falecido.
Conceito
Risco social: é a morte do
segurado, atuando a Previdência
Social para suprir a falta do
instituidor, mantenedor da
família. Este é o evento gerador
da necessidade social (art. 201,
inciso V, da CF).
Risco social
Óbito do segurado ou morte
presumida (art. 78, da Lei 8.213/91
- declarada pela autoridade judicial
competente depois de 06 meses de
ausência (pode ser em ação
própria) ou mediante prova do
desaparecimento do segurado em
conseqüência de acidente, desastre
ou catástrofe (provas)).
Pressupostos de concessão
Qualidade de dependente do
requerente (art. 16 e art. 76, § 2º,
ambos da Lei 8.213/91).
Qualidade de segurado do de cujus
à época do óbito (art. 15 e art. 102,
ambos da Lei 8.213/91).
Pressupostos de concessão
Não é exigida a carência como
pressuposto de concessão da
pensão por morte (art. 26, da Lei
8.213/91).
Pressupostos de concessão
Os dependentes para fins previdenciáriosestão listados no art. 16 e no art. 76, § 2º,da Lei 8.213/91.
Desde a edição da Lei 9.032/95 não é maispossível a designação de dependentes.
A inscrição do dependente ocorre nomomento do pleito do benefício (art. 22,do Decreto 3.048/99).
Dependentes
Dois são os critérios utilizados
pelo legislador para estabelecer
a dependência: o critério familiar
e o econômico (a dependência
não precisa ser exclusiva –
Súmula 229, do ex-TFR).
Dependentes
O art. 16, da Lei 8.213/91, divide
os dependentes em Classes (1ª,
2ª e 3ª classes).
Dependentes
Regra: havendo dependente de
classe superior, deve ser
excluído o direito daqueles de
classe inferior!
Dependentes
Cônjuge, companheiro, filhos
menores de 21 anos não
emancipados ou inválidos de
qualquer idade ou portadores de
deficiência mental, intelectual ou
grave (dependência econômica
presumida).
Dependentes de 1ª classe
Prorrogação da pensão por morte
para o filho universitário ou
estudante de curso técnico: não é
possível (REsp repetitivo
1.369.832/SP e Súmula 37, da
TNU).
Dependentes de 1ª classe
Dependente deficiente e o exercício de
atividade remunerada: o exercício de
atividade remunerada, inclusive na
condição de microempreendedor
individual, não impede a concessão ou
manutenção da parte individual da
pensão do dependente com deficiência
intelectual ou mental ou com
deficiência grave (art. 77, § 6º, da Lei
8.213/91).
Dependentes de 1ª classe
Casamento/União Estável:
dependência econômica entre
cônjuges e companheiros é
presumida e deve ser
interpretada como absoluta.
Dependentes de 1ª classe
Prova da união estável: até a edição da MP871/19, não havia necessidade de iníciode prova material (Súmula 63, da TNU),muito menos de 03 documentos,conforme exigido pelo art. 22, § 3º, doDecreto 3.048/99 (STJ, AR 2.905/PE).
Com a MP 871/19, que altera a redação doart. 16, § 5º, da Lei 8.213/91, passa a seexigir o início de prova material paracomprovação da união estável para finsprevidenciários.
Dependentes de 1ª classe
Companheiro do mesmo sexo:
Portaria MPS 513/2010 (ACP
2000.71.00.009347-0); STF, ADI
4277 e ADPF 132 (reconheceu a
união homossexual, pública,
contínua e duradoura, como
família).
Dependentes de 1ª classe
Filho inválido: a invalidez pode
surgir após os 21 anos, desde
que seja anterior ao óbito. (art.
17, inciso III, do Decreto
3.048/99)
Dependentes de 1ª classe
Alguns dependentes de 1ª classe,
para serem considerados como tal,
necessitam comprovar a
dependência econômica para com o
segurado.
Trata-se de exceção à regra da
presunção da dependência
econômica para a classe
privilegiada (1ª classe).
Dependentes de 1ª classe
Enteado.
Menor tutelado.
Menor sob guarda (STJ, Resp repetitivo
1.411.258/RS e STF, ADI 4878)
Guarda de fato: TRF4, AG 5057513-
90.2017.4.04.0000.
Dependentes de 1ª classe
Ex-cônjuge ou companheiro.
Aquele que recebe alimentos,
indiscutivelmente é dependente
de 1ª classe (art. 76, § 2º, da Lei
8.213/91).
Dependentes de 1ª classe
E se renunciou à pensãoalimentícia? Súmula 336 do STJ,Súmula 64, do ex-TFR e APELREEX5003540-74.2010.404.7112.
E se não recebia auxílio financeiro:a comprovação da carênciaeconômica anterior ao óbito (TNU,Processo 2007.38.00.73.6982-0).
Dependentes de 1ª classe
A MP 871/19, alterou a redação do art. 76,§ 3º da, Lei 8.213/91, para prever que nahipótese de o segurado falecido estar, nadata de seu falecimento, obrigado pordeterminação judicial a pagar alimentostemporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, apensão por morte será devida pelo prazoremanescente na data do óbito, caso nãoincida outra hipótese de cancelamentoanterior do benefício.
Dependentes de 1ª classe
Concubinato: COMPANHEIRA E
CONCUBINA - DISTINÇÃO. Sendo
o Direito uma verdadeira ciência,
impossível é confundir institutos,
expressões e vocábulos, sob
pena de prevalecer a babel.
UNIÃO ESTÁVEL - PROTEÇÃO DO
ESTADO. (...)
Dependentes de 1ª classe
A proteção do Estado à união
estável alcança apenas as
situações legítimas e nestas não
está incluído o concubinato.
PENSÃO - SERVIDOR PÚBLICO -
MULHER - CONCUBINA -
DIREITO. (...)
Dependentes de 1ª classe
A titularidade da pensão decorrente
do falecimento de servidor público
pressupõe vínculo agasalhado pelo
ordenamento jurídico, mostrando-
se impróprio o implemento de
divisão a beneficiar, em detrimento
da família, a concubina. (STF, RE
397.762)
Dependentes de 1ª classe
Concubinato de longa duração
pode gerar efeitos
previdenciários? RE 669.465/ES,
com repercussão geral
reconhecida pelo STF,
aguardando julgamento.
Dependentes de 1ª classe
Cônjuge ausente: o cônjuge ausente
não exclui do direito à pensão por
morte o companheiro ou a
companheira, que somente fará jus
ao benefício a partir da data de sua
habilitação e mediante prova de
dependência econômica (§ 1º, do
art. 76, da Lei 8.213/91).
Dependentes de 1ª classe
Pais.
Os avós podem ser consideradosdependentes de 2ª Classe? STJ, REsp1.574.859/SP.
É necessária a comprovação dadependência econômica com início deprova material, na forma do art. 16, § 5º,da Lei 8.213/91, com redação dada pelaMP 871/19.
Dependentes de 2ª classe
Irmãos menores de 21 anos nãoemancipados ou inválidos de qualqueridade ou portadores de deficiênciamental, intelectual ou grave.
Também é necessária a comprovaçãoda dependência econômica com iníciode prova material, na forma do art. 16,§ 5º, da Lei 8.213/91, com redaçãodada pela MP 871/19.
Dependentes de 3ª classe
Regra: quem está vertendo
contribuições previdenciárias é
considerado segurado.
O art. 15, da Lei 8.213/91, traz
situações extraordinárias de
manutenção da qualidade de
segurado (período de graça,
inclusive).
Qualidade segurado do de cujus
Sem limite de prazo, quem está emgozo de benefício (inciso I).
Atenção para o auxílio-acidente!
Seguro-desemprego é consideradobenefício previdenciário? TNU,PEDILEF 0001198720114019360,diz que não.
Qualidade segurado do de cujus
Atenção para a situação em que
o segurado que deveria estar em
gozo de benefício (art. 15, inciso
I, da Lei 8.213/91 – TRF4,
APELREEX 2008.70.00.010340-
9).
Qualidade segurado do de cujus
Até 12 meses após a cessação
das contribuições, o segurado
que deixar de exercer atividade
remunerada abrangida pela
Previdência Social ou estiver
suspenso ou licenciado sem
remuneração (inciso II).
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
Até 12 meses após cessar a
segregação, o segurado
acometido de doença de
segregação compulsória (inciso
III).
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
Até 12 meses após o livramento,
o segurado retido ou recluso
(inciso IV).
Atenção: deve ser segurado
antes da prisão!
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
Até 3 meses após o
licenciamento, o segurado
incorporado às Forças Armadas
para prestar serviço militar
(inciso V).
Atenção: deve ser segurado
antes da incorporação!
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
Até 6 meses após a cessação das
contribuições, o segurado
facultativo (inciso VI).
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
O prazo do inciso II será
prorrogado para até 24 meses se
o segurado já tiver pago mais de
120 contribuições mensais sem
interrupção que acarrete a perda
da qualidade de segurado.
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
TNU, PUIL 0001377-
02.2014.4.03.6303/SP: a extensão
de mais 12 meses incorpora
definitivamente ao patrimônio
jurídico do segurado quando houver
contribuído por mais de 120 meses
sem interrupção que acarrete a
perda da qualidade de segurado.
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
Os prazos do inciso II ou do § 1º
serão acrescidos de 12 meses
para o segurado desempregado,
desde que comprovada essa
situação pelo registro no órgão
próprio do Ministério do Trabalho
e da Previdência Social.
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
Atenção: Súmula 27 da TNU. Outrosmeios de prova são admitidos(seguro desemprego, SINE, PAT,etc.).
Atenção: a ausência de registros noCNIS e na CTPS não constitui provacabal do desemprego (Pet7.115/PR, STJ).
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
Precedentes estendem a
possibilidade de prorrogação do
período de graça pelo
desemprego ao contribuinte
individual: TRU da 4ª Região,
IUJEF 2008.70.51.003130-5;
TRF4, EI 5008335-
28.2011.404.7100/RS.
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
Contagem: a perda da qualidade de
segurado ocorrerá no dia seguinte
ao do término do prazo fixado no
Plano de Custeio da Seguridade
Social para recolhimento da
contribuição referente ao mês
imediatamente posterior ao do final
dos prazos fixados neste artigo e
seus parágrafos. (art. 15, § 4º, da
Lei 8.213/91 e anexo XXIV à IN
INSS/PRES 77/2015).
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
Exemplo de período de graça de 12
meses:
Última contribuição referente ao
mês de: 03/2018
Projeção de 12 meses: 03/2019.
Mês seguinte: 04/2019.
Manutenção da qualidade de
segurado até: 15/05/2019
Qualidade segurado do de cujus: período de graça
Exceção: preenchimento dos
requisitos legais para obtenção
de aposentadoria até a data do
óbito (art. 102, da Lei 8.213/91 e
Súmula 416 do STJ).
Inexigência da qualidade segurado do de cujus
Inscrição ou filiação post mortem:
os dependentes podem, para fins de
recebimento da pensão, efetuar a
regularização das contribuições em
mora do segurado contribuinte
individual, desde que demonstrado
o exercício da atividade laboral no
período anterior ao óbito?
Inscrição ou filiação post mortem
A MP 871/19, alterou a redação do art. 17,§ 7º, da Lei 8.213/91, para dizer que nãoserá admitida a inscrição post mortem decontribuinte individual ou seguradofacultativo.
Este já era o posicionamento dajurisprudência (STJ, REsp 1.346.852/PR;TRF4, EINF 0003265-85.2010.404.9999,Súmula 52 da TNU).
Inscrição ou filiação post mortem
Fundamento: art. 77, da Lei
8.213/91.
Como é feita a divisão? Entre
todos e em partes iguais.
Rateio do valor do benefício
A parte daquele cujo direito à
pensão cessar reverterá em favor
dos demais dependentes.
Rateio do valor do benefício
Fundamento: art. 77, da Lei
8.213/91.
Situação 01: pela morte do
pensionista.
Cessação da cota individual do benefício
Situação 02: para o filho, a
pessoa a ele equiparada ou o
irmão, de ambos os sexos, ao
completar 21 anos de idade,
salvo se for inválido ou tiver
deficiência intelectual ou mental
ou deficiência grave.
Cessação da cota individual do benefício
Situação 03: para filho ou irmão
inválido, pela cessação da
invalidez.
Situação 04: pelo decurso do
prazo de recebimento de pensão
pelo cônjuge, companheiro ou
companheira.
Cessação da cota individual do benefício
Para o cônjuge ou companheiro
inválido ou com deficiência, a cota
individual da pensão por morte
deixará de ser paga em razão da
cessação da invalidez ou pelo
afastamento da deficiência,
respeitados os períodos mínimos
fixados em lei (veremos a seguir).
Cessação da cota individual do benefício
Para o cônjuge ou companheiro, a
cota individual do benefício cessará
em 04 meses, se o óbito ocorrer
sem que o segurado tenha vertido
18 contribuições mensais ou se o
casamento ou a união estável
tiverem sido iniciados em menos de
02 anos antes do óbito do segurado.
Cessação da cota individual do benefício
Para o cônjuge ou companheiro, acota individual da pensão por mortecessará após transcorridos osperíodos pela lei, estabelecidos deacordo com a idade do beneficiáriona data de óbito do segurado, se amorte ocorrer depois de vertidas 18contribuições mensais e pelo menos02 anos após o início do casamentoou da união estável:
Cessação da cota individual do benefício
03 anos, com menos de 21 anos deidade.
06 anos, entre 21 e 26 anos deidade.
10 anos, entre 27 e 29 anos deidade.
Cessação da cota individual do benefício
15 anos, entre 30 e 40 anos de
idade.
20 anos, entre 41 e 43 anos de
idade.
Vitalícia, com 44 ou mais anos de
idade.
Cessação da cota individual do benefício
Após o transcurso de pelo menos 03
anos e desde que nesse período se
verifique o incremento mínimo de
01 ano inteiro na média nacional
única, para ambos os sexos,
correspondente à “Es” da população
brasileira ao nascer, poderão ser
fixadas, em números inteiros, (...)
Cessação da cota individual do benefício
(...) novas idades para os fins
previstos na lei, em ato do
Ministro de Estado da
Previdência Social, limitado o
acréscimo na comparação com as
idades anteriores ao referido
incremento.
Cessação da cota individual do benefício
Exceção: serão aplicados, conformeo caso, a regra de cessaçãosomente com o fim da incapacidadeou da deficiência ou os prazosprevistos na lei, se o óbito dosegurado decorrer de acidente dequalquer natureza ou de doençaprofissional ou do trabalho, (...)
Cessação da cota individual do benefício
(...) independentemente do
recolhimento de 18 contribuições
mensais ou da comprovação de
02 anos de casamento ou de
união estável.
Cessação da cota individual do benefício
Perda do direito ao benefício: 02
hipóteses
Fundamentação: art. 74, §§ 1º e
2º, da Lei 8.213/91.
Perda do direito ao benefício
Hipótese 01: após o trânsito em
julgado, o condenado pela
prática de crime de que tenha
dolosamente resultado a morte
do segurado.
Perda do direito ao benefício
Hipótese 02: o cônjuge, ocompanheiro ou a companheira secomprovada, a qualquer tempo,simulação ou fraude no casamentoou na união estável, ou aformalização desses com o fimexclusivo de constituir benefícioprevidenciário, apuradas emprocesso judicial no qual seráassegurado o direito aocontraditório e à ampla defesa.
Perda do direito ao benefício
Fundamento: art. 74, incisos I a III, da Lei8.213/91.
A DIB será fixada na data do óbito quandorequerida em até 180 dias após o óbito,para os filhos menores de 16 anos (art.74, inciso I, da Lei 8.213/91, alterado pelaMP 871/19), ou em até 90 dias após oóbito, para os demais dependentes.
Data de Início do Benefício (DIB)
A DIB será fixada na DER se o
benefício for requerido depois de 180
ou 90 dias da data do óbito do
segurado, respectivamente.
A DIB será fixada na data da decisão
judicial, no caso de morte presumida.
Data de Início do Benefício (DIB)
O STJ, antes da alteração da Lei,
havia se posicionado no sentido
de que não corre prescrição
contra o menor de 18 anos, nos
termos do art. 79, da Lei
8.213/91.
Precedente: REsp 1.405.909/AL.
Data de Início do Benefício (DIB)
Levando em conta esteentendimento do STJ, orequerimento poderia ser feito atéquando para que o dependenterecebesse todas as parcelas?
Em até 05 anos após o início dafluência do prazo (REsp1.669.468/RS).
Data de Início do Benefício (DIB)
Nesta hipótese, o benefício seria
devido desde a data do óbito,
exceto se já houve o pagamento da
pensão em sua integralidade para
outros dependentes previamente
habilitados perante o INSS,
hipótese em que a DIB será fixada
na DER (STJ, REsp 1.513.977/CE).
Data de Início do Benefício (DIB)
Em sentido parcialmente diverso,entendendo que não poderá haverretroação dos efeitos da concessão aoincapaz apenas se a pensão foi destinadainicialmente a outro membro do mesmogrupo familiar, e reconhecendo o direito aparcelas desde óbito porque a demora dopedido se deu “tão somente em razão danecessidade do reconhecimento em juízoda união estável entre os genitores dorecorrente e da paternidade (STJ, REsp1.354.689/PB).
Data de Início do Benefício (DIB)
Fundamento: art. 75, da Lei
8.213/91.
Hipóteses: existem 02 hipóteses
para cálculo da RMI.
Renda Mensal Inicial (RMI)
Hipótese 01: no caso de segurado
instituidor aposentado, a RMI da
pensão por morte será de 100%
do valor da aposentadoria que o
segurado recebia em vida.
Renda Mensal Inicial (RMI)
Hipótese 02: no caso de segurado
instituidor não aposentado, a
RMI da pensão por morte será
igual ao valor da aposentadoria
por invalidez que o segurado
teria direito a receber na data de
seu falecimento (simulação).
Renda Mensal Inicial (RMI)
Nos termos do art. 124, da Lei
8.213/91, é proibida a
acumulação de pensões por
morte deixadas por cônjuge ou
companheiro desde a edição da
Lei 9.032/95, podendo o
dependente, no entanto, escolher
pelo benefício mais vantajoso.
Acumulação
Pensão + Aposentadoria: é
perfeitamente possível a
acumulação de pensão por morte
com o benefício de
aposentadoria!
Acumulação
Súmula 340, do STJ: A lei
aplicável à concessão de pensão
previdenciária por morte é
aquela vigente na data do óbito
do segurado.
Interpretação
Auxílio-reclusão
Fundamentação: art. 201, inciso
IV, da CF; art. 80, da Lei
8.213/91; arts. 116 a 119, do
Decreto 3.048/99, e; arts. 381 a
395, da IN INSS/PRES 77/2015.
Fundamentação
O auxílio-reclusão é o benefício
previdenciário devido aos
dependentes do segurado de
baixa renda recolhido à prisão
que não estiver recebendo
remuneração da empresa nem
estiver em gozo de auxílio-
doença ou aposentadoria.
Conceito
São pressupostos para a concessão do auxílio-reclusão:
A ocorrência da prisão do segurado em regimefechado, desde que este não recebaremuneração da empresa nem esteja em gozode auxílio-doença, de aposentadoria ou abonode permanência em serviço. (até a edição daMP 871/19 era permitida a concessão dobenefício para segurados presos em regimesemiaberto)
Pressupostos de concessão
Carência de 24 contribuições mensais.(art. 25, da Lei 8.213/91 - até a ediçãoda MP 871/19, a carência não erapressuposto de concessão do auxílio-reclusão)
Condição de segurado do instituidor dobenefício à época da prisão.
Baixa renda do segurado.
Pressupostos de concessão
A existência de dependentes
previdenciários à época da prisão
(comporta exceção, no caso de
nascimento do filho após o
recolhimento do segurado à
unidade prisional).
Pressupostos de concessão
Atenção: no requerimento de
auxílio-reclusão, havendo a perda
da qualidade, o segurado deverá, a
partir da data da nova filiação à
Previdência Social, cumprir todo o
período exigido para fins de
carência, conforme alteração do art.
27-A, da Lei 8.213/91, efetuada
pela MP 871/19.
Pressupostos de concessão
O requerimento do auxílio-reclusãodeverá ser instruído com certidãojudicial ou atestado/declaração doestabelecimento prisional do efetivorecolhimento à prisão, sendoobrigatória, para a manutenção dobenefício, a apresentação dedeclaração de permanência nacondição de presidiáriotrimestralmente.
Aspectos relevantes referentes à prisão
Prisão provisória: os dependentes
do segurado detido em prisão
provisória (preventiva ou
temporária) terão direito ao
benefício desde que comprovem o
efetivo recolhimento do segurado
por meio de documento expedido
pela autoridade responsável.
Aspectos relevantes referentes à prisão
Prisão domiciliar: o cumprimento de
pena em prisão domiciliar não
impede o recebimento do benefício
de auxílio-reclusão pelo(s)
dependente(s), se o regime previsto
for o fechado (até a edição da MP
871/19, também o semiaberto; STJ,
REsp 1.672.295/RS e art. 382, § 4º,
da IN INSS/PRES 77/2015).
Aspectos relevantes referentes à prisão
“Tornozeleira eletrônica”: amonitoração eletrônica doinstituidor do benefício de auxílio-reclusão não interfere no direito dodependente ao recebimento dobenefício, uma vez que tem afunção de fiscalizar o preso, desdeque mantida a prisão domiciliar (atéa edição da MP 871/19, também osemiaberto).
Aspectos relevantes referentes à prisão
Maior de 16 e menor de 18 anos de
idade que se encontre internado em
estabelecimento educacional ou
congênere, sob custódia do Juizado
da Infância e da Juventude:
equipara-se à condição de recolhido
à prisão, para fins de concessão do
auxílio-reclusão.
Aspectos relevantes referentes à prisão
A baixa renda (EC 20/98) deve
ser de quem? Do segurado ou
do(s) dependente(s)?
Para o STF, baixa renda deve ser
do segurado (RE 587.365/SC e
no RE 486.413/SP).
Baixa renda
Dispõe o § 4º, do art. 80 da Lei
8.213/91, com redação dada pela
MP 871/19, que a aferição da renda
mensal bruta para enquadramento
do segurado como de baixa renda
ocorrerá pela média dos salários-
de-contribuição apurados no
período de 12 meses anteriores ao
mês do recolhimento à prisão.
Baixa renda
Critério para fins deestabelecimento da baixa renda: deacordo com a Portaria do Ministérioda Economia nº 09, de 15/01/2019,até R$ 1.364,43. O 13º salário e oterço de férias não deverão serconsiderados no cômputo do últimosalário de contribuição (§ 6º, do art.385, da IN 77/2015).
Baixa renda
Relativização do critério objetivo:
possível! (STJ, REsp
1.479.564/SP e Processo
0001546-77.2014.4.03.6306, da
Terceira Turma Recursal dos
Juizados Especiais Federais de
São Paulo).
Baixa renda
Para prisões ocorridas antes da ediçãoda MP 871/19, para verificação dabaixa renda deve se observar osalário-de-contribuição da data dorecolhimento à prisão, comoparâmetro de aferição da baixa renda.
Neste situação, caso a prisão ocorra noperíodo de graça a baixa renda estarácaracterizada (STJ, REsp1.480.461/SP)
Baixa renda
Os beneficiários são os
dependentes.
São os mesmos dependentes
estudados na pensão por morte
(arts. 16 e 76, da Lei 8.213/91).
Beneficiários
As normas relacionadas à pensãopor morte são aplicáveis ao auxílio-reclusão.
As regras de duração da pensão pormorte para cônjuges ecompanheiros não se aplicam aoauxílio-reclusão, que deve perdurarenquanto o segurado estiver preso.(Savaris)
Normas aplicáveis
O segurado preso, ainda que contribua comofacultativo, não terá direito aos benefícios deauxílio-doença, salário-maternidade eaposentadoria durante a percepção, pelosdependentes, do auxílio-reclusão, permitida aopção pelo benefício mais vantajoso.
Segundo o § 2º, do art. 59 da Lei 8.213/91,com redação dada pela MP 871/19, o seguradopreso em regime fechado não terá direito aoauxílio-doença.
Recebimento de outros benefícios
O filho nascido durante o
recolhimento do segurado à
prisãoterá direito ao benefício de
auxílio-reclusão a partir da data
do seu nascimento (art. 387, da
IN 77/2015).
Nascimento de filho durante a prisão
No caso de casamento ou
constituição de união estável
durante o recolhimento do
segurado à prisão o auxílio-
reclusão não será devido,
considerando a dependência
superveniente ao fato gerador.
Constituição de casamento ou união estável durante a prisão
No caso de fuga, o benefício será
suspenso e, se houver recaptura
do segurado, será restabelecido a
contar da data em que esta
ocorrer, desde que esteja ainda
mantida a qualidade de
segurado.
Fuga do segurado
O auxílio-reclusão será devido a
contar da data do efetivo
recolhimento do segurado à
prisão, se requerido até 90 dias
depois desta, ou da data do
requerimento, se posterior.
Data de início do benefício (DIB)
O valor mensal da pensão por
morte e do auxílio-reclusão será
de 100% do valor da
aposentadoria que o segurado
recebia ou daquela a que teria
direito se estivesse aposentado
por invalidez na data do óbito ou
da prisão, conforme o caso.
Renda Mensal Inicial (RMI)
Salário-maternidade
Fundamentação: art. 201, inciso
II, da CF; arts. 71 a 73, da Lei
8.213/91; arts. 93 a 103, do
Decreto 3.048/99; arts. 340 a
358, da IN INSS/PRES 77/2015.
Fundamentação
É o benefício previdenciáriodestinado à proteção da(o)trabalhadora(r) em virtude donascimento de filho ou adoção ouguarda judicial para fins de adoção.
O benefício é devido à qualquersegurado do RGPS, inclusive paraa(o) segurada(o) aposentado (art.103, do Decreto 3.048/99).
Conceito
Duração: 120 dias.
No caso de empregos concomitantes, asegurada fará jus ao salário-maternidade relativo a cada emprego.
Duração no caso de adoção ou guardapara fins de adoção: ao segurado ousegurada da Previdência Social queadotar ou obtiver guarda judicial parafins de adoção de criança é devidosalário-maternidade pelo período de120 dias.
Duração
No caso de ação ou de guarda
judicial obtida com esta finalidade,
o benefício é pago diretamente pela
Previdência (art. 71-A, da Lei
8.213/91).
Aborto não criminoso: o salário-
maternidade será devido por duas
semanas.
Duração
Prorrogação em casos
excepcionais: os períodos de
repouso anterior e posterior ao
parto podem ser aumentados em
duas semanas, mediante
atestado médico específico.
Duração
Esta prorrogação ocorre nas situações
em que existir algum risco para a vida
do feto ou da criança ou da mãe,
conforme certificado por atestado
médico, sendo que, nas hipóteses em
que o pagamento é feito diretamente
pela Previdência Social, o benefício
somente será prorrogado mediante
confirmação desse risco pela Perícia
Médica do INSS.
Duração
No caso de falecimento da segurada ou
segurado que fizer jus ao recebimento
do salário-maternidade, o benefício
será pago, por todo o período ou pelo
tempo restante a que teria direito, ao
cônjuge ou companheiro sobrevivente
que tenha a qualidade de segurado,
exceto no caso do falecimento do filho
ou de seu abandono, observadas as
normas aplicáveis ao salário-
maternidade (art. 71-B, da Lei
8.213/91).
Duração
A percepção do salário-
maternidade, inclusive o previsto
no art. 71-B, da Lei 8.213/91,
está condicionada ao
afastamento do segurado do
trabalho ou da atividade
desempenhada, sob pena de
suspensão do benefício.
Duração
O segurado sobrevivente pode
receber de forma concomitante o
salário maternidade complementar
e a pensão por morte como
dependente do titular originário,
não se configurando a hipótese em
acumulação indevida de benefícios.
Duração
Ressalvado o pagamento do salário-maternidade à mãe biológica e odisposto no art. 71-B, da Lei8.213/91, não poderá ser concedidoo benefício a mais de um segurado,decorrente do mesmo processo deadoção ou guarda, ainda que oscônjuges ou companheiros estejamsubmetidos a Regime Próprio dePrevidência Social.
Duração
Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectivaempregada gestante, efetivando-se acompensação, quando do recolhimentodas contribuições incidentes sobre afolha de salários e demais rendimentospagos ou creditados, a qualquer título,à pessoa física que lhe preste serviço,devendo conservar durante 10 anos oscomprovantes dos pagamentos e osatestados correspondentes para examepela fiscalização da PrevidênciaSocial.
Responsável pelo pagamento
Exceções: art. 71-B, da Lei
8.213/91, adoção, empregados
de Micro-empreendedores
individuais.
Responsável pelo pagamento
Empregado, empregado
doméstico e trabalhador avulso:
independe de carência.
Contribuinte individual e
segurado facultativo: 10
contribuições mensais.
Carência
Segurado especial: deverá
comprovar o exercício de atividade
rural nos últimos doze meses
imediatamente anteriores à data do
parto ou do requerimento do
benefício (art. 39, parágrafo único
da Lei 8.213/91). O Decreto
3.048/99, em seu art. 93, § 2º,
fixou esse prazo em 10 meses.
Carência
Atenção: no requerimento de
salário-maternidade, havendo a
perda da qualidade, o segurado
deverá, a partir da data da nova
filiação à Previdência Social,
cumprir todo o período exigido para
fins de carência, conforme alteração
do art. 27-A, da Lei 8.213/91,
efetuada pela MP 871/19.
Carência
O art. 71-D, da Lei 8.213/91, com
redação dada pela MP 871/19, dispõe
que o direito ao salário-maternidade
decairá se não for requerido em até
180 dias da ocorrência do parto ou da
adoção, exceto na ocorrência de
motivo de força maior e ou caso
fortuito, conforme disposto no
Regulamento.
Decadência
Empregado e trabalhador avulso:
remuneração integral (teto –
ministro do STF).
Empregado doméstico: último
salário-de-contribuição.
Renda Mensal Inicial (RMI)
Contribuinte individual, facultativo
e desempregado: 1/12 da soma dos
12 últimos salários-de-contribuição,
apurados em um período não
superior a 15 meses.
Segurado especial: salário mínimo.
Renda Mensal Inicial (RMI)
Incide contribuição previdenciária
sobre o salário-maternidade?
STJ: Tema 739, REsp repetitivo
1.230.957/RS (incide)
STF: ADI 5626
(inconstitucionalidade – isonomia)
Incidência de contribuição previdenciária
Salário-família
Fundamentação: arts. 7º, inciso
XII e 201, inciso II, da CF; arts.
65 a 70, da Lei 8.213/91; arts. 81
a 92, do Decreto 3.048/99; arts.
359 a 363, da IN INSS/PRES
77/2015.
Fundamentação
É o benefício previdenciário pago
mensalmente ao segurados
empregado e trabalhador avulso,
de baixa renda, na proporção do
respectivo número de filhos ou
equiparados de até 14 anos ou
inválidos.
Conceito
A EC 72/13 estendeu o direito de
recebimento do benefício aos
empregados domésticos de baixa
renda, mas a lei ainda não foi
atualizada neste aspecto.
Conceito
Observado o limite da renda bruta,
o salário-família também é devido
ao aposentado por invalidez ou por
idade e aos demais aposentados
com 65 anos ou mais de idade, se
do sexo masculino, ou 60 anos ou
mais se do feminino, pago
juntamente com a aposentadoria.
Conceito
Se destina dar ao segurado de
baixa renda uma ajuda ao
sustento e à educação dos filhos
ou equiparados de até 14 anos
ou inválidos de qualquer
natureza.
Objetivo
As cotas do salário-família serão
pagas pela empresa ou pelo
empregador doméstico,
mensalmente, junto com o
salário, efetivando-se a
compensação quando do
recolhimento das contribuições.
Responsável pelo pagamento
De acordo com a Portaria
Interministerial MF nº 09, de
15/01/2019, valor do salário-
família será de R$ 46,54, por
filho de até 14 anos incompletos
ou inválido, para quem ganhar
até R$ 907,77.
Valor do benefício
Já para o trabalhador que
receber de R$ 907,78 até R$
1.364,43, o valor do salário-
família por filho de até 14 anos
de idade ou inválido de qualquer
idade será de R$ 32,80.
Valor do benefício
O pagamento do benefício estácondicionado à apresentação dacertidão de nascimento do filho ouda documentação relativa aoequiparado ou ao inválido, e àapresentação anual do atestado devacinação obrigatória e dacomprovação da freqüência escolardo filho ou equiparado, na forma doart. 67, da Lei 8.213/91.
Documentação