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Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.
PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primáriasAntónio Costa e António José Seguro podem ser constituídos arguidos por fi nanciamento proibido. Em causa está a utilização gratuita de espaços públicos nas eleições internas de 2014, que é proibida por lei Destaque, 2/3
Aceleração da economia reforça optimismo de Costa e Centeno. Meta do défi ce para este ano baixa para 1,4% no próximo PEC p13
Putin diz que apoio não é incondicional. Trump revê posição sobre permanência do líder sírio no poder p20/21
Proposta de especialistas chega em Maio ao Governo. Venderam-se 10,6 milhões de embalagens num ano p10
Câmara de Lisboa classifi ca de “acto grave” protesto dos moradores de Carnide. EMEL apresentou queixa-crime p18
Corte poderá ser menor para quem iniciou descontos aos 16 anos. Bonifi cações permitem reforma sem penalização antes dos 65 p14
Governo prepara nova revisão em baixa do défice
Assad mais isolado do que nunca após ataque químico
Ansiolíticos a mais? Médicos de família vão ter restrições
A noite em que os parquímetros da EMEL “caíram com o vento”
Quem antecipar a reforma terá cortes inferiores aos actuais
O Inimigo Público Dias Loureiro “estarrecido”porque gostava muito de ser preso
PerformanceVhils deixa as ruas e leva o Portugal das periferias ao CCBCultura, 28
MedicinaEste médico só tem doentes com centenas ou milhares de anosCiência, 26/27
DR
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2 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
DESTAQUE
CAMPANHAS
O PS arrisca-se a ser alvo
de processos-crime por
causa das primárias de
2014 entre António Costa
e António José Seguro,
por alegados financia-
mentos proibidos. Em causa es-
tará a utilização de espaços públi-
cos, a título gratuito, na campanha
eleitoral interna, o que tem sido
considerado como fi nanciamento
ilegal pela Entidades das Contas e
Financiamento dos Partidos (ECFP)
e pelo Ministério Público.
Foi exactamente esse o motivo que
levou a que Miguel Pinto Luz, líder
da distrital de Lisboa do PSD, tivesse
sido constituído arguido, juntamente
com outras quatro pessoas, no âmbi-
to de um inquérito a decorrer no De-
partamento Central de Investigação e
Acção Penal (DCIAP). A investigação
foi revelada pela revista Sábado em
Fevereiro e citava a Procuradoria-
Geral da República: “Em causa es-
tão indícios da prática de crimes de
Leonete Botelho
PS arrisca-se a processos-crime por causa das primárias de 2014António Costa e António José Seguro podem ser constituídos arguidos por fi nanciamento proibido. Em causa está a utilização gratuita de espaços públicos, o que é proibido por lei
obtenção de fi nanciamento proibi-
do” para partidos políticos ou cam-
panhas eleitorais.
O fi nanciamento proibido consistia
na utilização gratuita de uma sala do
Centro Olga Cadaval para a conven-
ção autárquica de 2012 do PSD. “Não
sabia que era ilegal. Quando soube,
mandei pagar os dois mil e tal euros
e apresentei a factura ao procurador
[do processo]”, alegou à Sábado o
social-democrata.
Agora, a situação pode repetir-
se, mas colocando em causa o ac-
tual primeiro-ministro e o anterior
secretário-geral do PS. Isto porque
o relatório preliminar da ECFP, ain-
da em fase de contraditório, sobre
as contas do PS de 2014, nas quais
foi englobada a contabilidade das
eleições primárias, identifi ca várias
situações do mesmo género.
Foi o próprio dirigente do PS res-
ponsável pelas contas do partido,
Luís Patrão, quem contou ao jornal
digital Observador que essa situação
consta do relatório da ECFP. Uma das
críticas feitas por este organismo do
Tribunal Constitucional, conta Pa-
trão, refere-se à “utilização de locais
de acesso público como juntas de fre-
guesia, escolas ou quartéis de bom-
beiros” que deviam, no entender dos
auditores, “ter cobrado ao PS pelo
aluguer do espaço”.
Ao PÚBLICO, o dirigente socialista
faz questão de dizer que “o uso, pe-
los partidos políticos, de quaisquer
espaços públicos habitualmente dis-
poníveis aos cidadãos, para efeitos
da realização de sessões ou actos di-
rigidos ou abertos à população em
geral, é uma das condições básicas
de qualquer democracia preocupa-
da com o envolvimento cívico dos
cidadãos na defi nição dos rumos da
nossa vida colectiva”. Nessa medida,
defende Luís Patrão, “qualquer in-
terpretação do regime legal vigente
que se oponha a essa visão e leve a
situações desajustadas e discrimina-
tórias contará com a oposição do PS,
por atentar contra a Constituição e
contra as condições básicas da vida
em democracia.”
Apesar do argumentário do PS, a
Lei 19/2003, que regula o fi nancia-
mento dos partidos, considera ser
um fi nanciamento proibido a recep-
ção de “donativos ou empréstimos,
de natureza pecuniária ou em espé-
cie de pessoas colectivas nacionais ou
estrangeiras” (artigo 8.º). A proibição
incide sobre pessoas colectivas (à ex-
cepção de empréstimos bancários),
já que são permitidos, com regras e
limites, donativos e empréstimos por
pessoas singulares.
No mesmo artigo 8.º, o número 3
especifi ca ser proibido aos partidos
“adquirir bens ou serviços a preços
inferiores aos praticados no mer-
cado”. Há excepções a estas regras
para campanhas eleitorais, que são
reguladas nas leis relativas a cada ti-
po de acto eleitoral. Só que não há
nenhuma lei que se aplique às elei-
ções primárias porque elas legalmen-
te não existem, nem na lei nem nos
estatutos de nenhum partido com
assento parlamentar.
De acordo com a mesma lei, os di-
rigentes de partidos políticos, as pes-
soas singulares e os administradores
de pessoas colectivas que participem
na atribuição e obtenção de fi nancia-
mentos proibidos podem ser punidos
A ECFP não tem capacidade para olhar para a conta das primárias e dizer que um gasto foi demasiado elevado, até porque não há comparativoLuís PatrãoDirigente do PS
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 3
O S u p r e m o T r i b u n a l
Administrativo decidiu con-
tra o PS num processo em
que o partido reclama da
Assembleia da República
3,258 milhões de euros do
resto da subvenção da campanha elei-
toral das autárquicas de 2013. Mas
os socialistas não se conformam e
vão recorrer, nos próximos dias, pa-
ra o pleno daquele tribunal, disse ao
PÚBLICO o responsável fi nanceiro do
Partido Socialista, Luís Patrão.
O PS argumenta que deveria ter
recebido 17,145 milhões de euros de
subvenção pública e só lhe chegaram
13,887 milhões devido a, diz, uma in-
terpretação errada da lei de 2013 que
reduziu o limite das subvenções elei-
torais e das despesas admissíveis em
campanhas. O processo inclui vários
despachos contraditórios da anterior
presidente, Assunção Esteves. São
valores altos — 3,2 milhões de euros
—, que fazem muita falta à tesouraria
do PS, já que o partido tem um passi-
vo de quase 22 milhões. “A situação
não é boa, mas não é tão má quanto
se faz passar: temos 21 milhões de
euros de capital negativo, mas tam-
bém temos 14 milhões de euros em
activos”, defende-se Luís Patrão.
Este processo do pagamento das
autárquicas arrasta-se há três anos e
meio e decorre de uma divergência
na interpretação da lei do Governo
de Passos, que voltou a reduzir o tec-
to máximo da subvenção eleitoral
assim como das despesas dos par-
tidos com as campanhas eleitorais,
já então cortados por José Sócrates,
em mais 10% até 31 de Dezembro
de 2016. Ora, o PS entendeu que se
devia ler a lei como defi nindo uma
redução de 20%, ao passo que os ser-
viços do Parlamento consideraram
que a redução em várias fases tanto
dos limites da subvenção como das
despesas daria um corte conjugado
de 36%. E foi assim que determina-
ram os valores a pagar aos partidos
— e só o PS protestou.
Em meados de Outubro de 2013, o
Socialistas insistem em reclamar em tribunal 3,2 milhões da campanha autárquica de 2013
PS pediu, como prevê a lei, o adian-
tamento de 50% do montante que
lhe cabia da subvenção pública a
que tinha direito e dois meses de-
pois recebeu 6.961.807,9 euros por
ordem da secretaria-geral da AR.
Duas semanas depois recebeu mais
6.555.113,47 euros e uns tempos de-
pois mais dois pagamentos de acer-
tos, tendo o valor total chegado aos
13.887.003,33 euros. O PS reclamou
que faltavam mais de 3,2 milhões,
mas em Abril de 2014 Assunção Es-
teves indeferiu o pedido e os socia-
listas foram para tribunal.
Três anos nos tribunaisO caso complicou-se no Parlamen-
to enquanto o processo esteve es-
tes três anos no Supremo Tribunal
Administrativo. É que em Maio de
2014 Assunção resolveu pedir um pa-
recer sobre o assunto ao Conselho
Consultivo da PGR — que funciona
como serviço de apoio ao Parlamen-
to —, que acabaria por ser favorável
aos socialistas. Com ele, a secretaria-
geral deu ordem para se passar os 3,2
milhões ao PS.
Mas, apenas um mês depois, hou-
ve uma reviravolta: Assunção fez
novo despacho a suspender todas
as decisões anteriores porque tinha
entrado na AR uma proposta de lei
interpretativa, do PSD e do CDS, pa-
ra clarifi car como se calculavam as
reduções — e que defi nia que, con-
jugadas, cortavam não 20% mas
Maria Lopes36% nas despesas e na subvenção.
E quando essa iniciativa legislativa
foi aprovada na AR — com o voto con-
tra do PS e a abstenção do PCP, BE
e PEV —, Assunção Esteves fez novo
despacho a recusar os 3,2 milhões
de euros ao PS.
O Supremo Tribunal Administrati-
vo também recusou a argumentação
do PS de que a lei interpretativa de
2014 seria inconstitucional por ser
retroactiva, e também negou que
os despachos de Assunção Esteves
seriam inconstitucionais.
Luís Patrão não se conforma nem
com a interpretação nem com a for-
ma como a anterior presidente da
AR fez “despachos contrariando-se
sucessivamente e até com base nu-
ma simples iniciativa legislativa e não
num diploma aprovado”. Por isso,
o partido está a analisar o acórdão
dos juízes da secção de contencioso
administrativo e irá recorrer para o
pleno daquele tribunal.
Já em 2015, o PS entrou em litígio
com o actual presidente da AR, Ferro
Rodrigues, sobre a subvenção eleito-
ral que deveria receber das legislati-
vas de Outubro, mas no caso dizia-se
lesado em apenas 120 mil euros. Os
socialistas defendiam que a parte
da subvenção das legislativas que
é distribuída de forma igual pelos
partidos que concorrem a mais de
51% deveria ser distribuída por cinco
(PS, BE, PAN, PAF e CDU) e não por
sete (PS, BE, PAN, PSD; CDS, PCP e
PEV). Na dúvida, Ferro Rodrigues
pediu pareceres à assessora jurídica
do Parlamento e depois ao Conselho
Consultivo da PGR — todos considera-
vam que se dividia pelos sete.
Quase um ano depois das eleições,
o PS decidiu “conformar-se e acatou”
a decisão da AR, disse ao PÚBLICO
Luís Patrão, que faz ainda questão de
dizer que o partido já pagou os em-
préstimos que fez para as legislativas
de 2015 e para as regionais dos Aço-
res. “Temos conseguido equilibrar as
contas com transparência”, regozija-
se, contraditando os números sobre
as contas socialistas.
PS tem passivo de 22 milhões [email protected]@publico.pt
NELSON GARRIDOAntónio Costa venceu António José Seguro nas inéditas eleições primárias do PS
com uma pena de um a três anos de
prisão. A questão dos fi nanciamentos
proibidos não é a única falha detec-
tada pela ECFP nas primárias do PS.
Segundo o Observador, os gastos dos
dois candidatos foram cinco vezes
superiores ao orçamentado. O PS
previa que custassem 328 mil euros,
mas os custos totais ultrapassaram os
1,65 milhões de euros.
António Costa tinha previsto gastar
163 mil euros e António José Seguro
165 mil euros. Quando foram apu-
radas as contas, acrescenta o Ob-
servador, a campanha do primeiro
gastou 428.297 euros e a do segundo
261.802 euros. A juntar a tudo isto,
a comissão eleitoral, que deu apoio
à logística de toda a campanha, terá
custado 951.991 euros.
O PÚBLICO solicitou o relatório à
Entidade das Contas e ao PS, que já
o recebeu para efeitos de contraditó-
rio, mas ambos se recusaram a divul-
gar o documento. Também António
José Seguro e o seu mandatário fi nan-
ceiro nas primárias, Óscar Gaspar, se
remeteram ao silêncio.
Ao Observador, Luís Patrão afi r-
mou que o PS já contestou, em me-
ados de Março, as falhas apontadas,
enviando vários recados ao que con-
sidera ser excesso de zelo da ECFP,
pelo que espera ser ilibado. Mas
admite que os gastos foram, de fac-
to, “mais elevados que o previsto”,
justifi cando: “A adesão também foi
muito superior ao previsto” — vota-
ram 174.516 pessoas entre militantes
e simpatizantes do PS.
Luís Patrão defende, ainda citado
pelo Observador, que “a ECFP não
tem capacidade para olhar para a
conta das primárias e dizer que um
gasto foi demasiado elevado, até
porque não há comparativo. Nunca
tinha havido primárias em Portugal.”
E critica: “A troika foi-se embora e,
pelo que sei, não se mudou para a
Entidade das Contas”.
O secretário nacional do PS acres-
centou que, pelas observações feitas
no relatório, “até parece que a ECFP
não gostou do sucesso e da dimensão
que tiveram as primárias, quer fi nan-
ceiramente, quer de adesão”.
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4 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
FÁBIO AUGUSTO
Hoje os candidatos solteiros ao Porta 65 não podem ter mais de 30 anos
O PS manifestou-se ontem dis-
ponível para aceitar algumas das
propostas de alteração ao Progra-
ma Porta 65 — sistema de apoio
financeiro ao arrendamento por
jovens — avançadas pelo PSD,
CDS-PP, PCP e BE, mas não todas.
As quatro iniciativas, discutidas
hoje em plenário, vão ser votadas
na generalidade, com os votos fa-
voráveis do PS, que depois preten-
de, no âmbito da discussão em co-
missão, alterar algumas propostas.
“Estamos disponíveis para votar na
generalidade todos os projectos, ape-
sar de serem diferentes”, garantiu a
deputada socialista, e presidente do
Grupo de Trabalho da Habitação, He-
lena Roseta. “Há um ponto comum
a todos, o do alargamento da idade
de acesso para os 35 anos, que nos
parece sensato e razoável, e iremos
apoiá-lo”, referiu a deputada.
Helena Roseta assume, no entan-
to, difi culdades em relação a outros
aspectos. É o caso da proposta do
PSD sobre a dotação orçamental do
programa para 2018. “Tem de ser dis-
cutida na Assembleia da República,
mas no âmbito do OE de 2018, e não
numa lei autónoma”, defende Helena
Roseta, acrescentando que “seria es-
tranho o Parlamento estabelecer, em
lei autónoma, uma dotação fi xa”.
A segunda difi culdade referida pe-
la presidente do Grupo de Trabalho
da Habitação está relacionada com
a proposta do PCP: “Achamos que é
generosa e ambiciosa no sentido de
alargamento universal, mas prova-
velmente não o conseguiremos fazer
para já e, por isso, defendemos a
manutenção do concurso.”
Alargamento da idade de acesso ao
Programa Porta 65, o reforço da do-
tação orçamental e o prolongamento
do período de apoio são as principais
alterações que fazem parte das pro-
postas dos quatro partidos.
As alterações ocorrem numa altura
em que mais de metade dos candida-
tos fi cam fora do programa. Actual-
mente, podem candidatar-se jovens
com idade igual ou superior a 18 anos
e inferior a 30 anos (no caso de casais
de jovens, um dos elementos pode
ter até 32 anos) e sejam titulares de
um contrato de arrendamento cele-
brado no âmbito do NRAU (Lei n.º
6/2006, de 27 de Fevereiro).
A proposta do PSD alarga o acesso
a jovens até 35 anos, a que acresce-
rão mais dois anos no caso de casais,
e considera “imprescindível que o
próximo Orçamento do Estado con-
temple o reforço da dotação do pro-
grama para pelo menos 18 milhões de
euros”, o que representa mais 50%
face ao orçamentado em 2016.
O CDS fi ca-se pelos 35 anos, mas
vai um pouco mais longe noutros
aspectos, como o de “atribuir um
maior benefício fi nanceiro aos jovens
que tenham fi lhos a cargo, reforçan-
do-se ainda a majoração no caso dos
jovens ou dos elementos do agregado
jovem com uma defi ciência perma-
nente com um grau de incapacidade
igual ou superior a 60%”. Este par-
tido quer ainda alargar o prazo de
duração do programa, dos actuais
36 meses para os 60 meses.
A proposta do BE é idêntica à do
PSD em relação à idade e idêntico
ao do CDS em relação à duração do
apoio até cinco anos.
A proposta do PCP é a mais ambi-
ciosa, já que, além do alargamento
da idade, introduz critérios mais
vantajosos no cálculo do rendimen-
to mensal e propõe a “eliminação
do concurso”, assegurando que to-
dos os candidatos que cumpram os
critérios tenham acesso ao apoio.
E, além do alargamento até cinco
anos, quer “a atribuição de um valor
fi xo de subvenção ao longo de todo
o período de atribuição do apoio à
habitação e o aumento da majora-
ção da subvenção em 15% para os
agregados familiares com pessoas
com incapacidade superior a 60%
e para agregados com dependen-
tes, acrescido de 10% para agrega-
dos monoparentais”.
As candidaturas ao Porta 65 são fei-
tas em quatro fases, a próxima decor-
re de 17 de Abril a 18 de Maio. A do-
tação para 2017 é de 12,5 milhões de
euros, valor que tem vindo a descer.
Propostas do PSD, CDS, PCP e BE sobre programa de apoio ao arrendamento de casa por jovens vão ser aprovadas na Assembleia da República, na generalidade
RendasRosa Soares e Liliana Valente
O BE, que propôs a criação de um subsídio para proprietários pobres, criticou ontem o PS por
ter chumbado a medida, considerando que se perdeu uma oportunidade de compensar os senhorios com rendas congeladas.
A deputada do PS e presidente do Grupo de Trabalho da Habitação, Helena Roseta, avançou anteontem que o PS está a trabalhar “numa compensação fiscal na tributação das rendas congeladas”. Embora disponível para analisar novas propostas, o BE, pela voz de Jorge Costa, mostra-se pessimista. “A deputada Helena Roseta tem apresentado várias propostas, vamos ver é se tem o apoio do PS para elas.”
Helena Roseta explicou ao PÚBLICO que não votou a favor da proposta do BE, porque não teve “condições para isso por parte do Governo”, mas garantiu que não desiste “de procurar uma solução para os senhorios pobres”.
Boa parte das alterações à lei das rendas surge como resposta à falta de criação do subsídio de renda para inquilinos com dificuldade de suportar a actualização dos contratos anteriores a 1990. Os partidos de esquerda já acordaram o prolongamento do prazo de transição de cinco para dez anos para os inquilinos com mais de 65 anos ou com deficiência superior a 60% e que podem alegar carência económica. Para a generalidade dos inquilinos com rendimento anual inferior a 38.990 euros brutos anuais o prazo passa de cinco para oito anos. Rosa Soares
Apoio a senhorios não passou
POLÍTICA
PS disponível para alargar acesso ao Porta 65 até aos 35 anos
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6 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
POLÍTICA
Joaquim Jorge quer intervenção da direcção nacional do PSD
As estruturas concelhias da JSD e os
Trabalhadores Social Democratas
(TSD) de Matosinhos pedem a inter-
venção da distrital do PSD-Porto para
a escolha de um novo candidato à câ-
mara municipal, por considerarem
que o nome aprovado pela concelhia,
Joaquim Jorge, “não encaixa no perfi l
que o plenário da secção aprovou”.
“O plenário mandatou a comissão
política concelhia para escolher para
escolher um candidato que obedeça
ao perfi l e que seja militante do PSD”,
lê-se num abaixo-assinado enviado
ontem ao líder da distrital do Porto,
Bragança Fernandes.
O documento, subscrito pelo líder
da concelhia da JSD de Matosinhos,
pelo coordenador concelhio dos TSD
e por vários núcleos do partido, re-
fere que, “politicamente, [ Joaquim
Jorge] não é um candidato vencedor,
facto que o próprio já assumiu ao di-
zer que ‘as eleições serão disputadas
entre Luísa Salgueiro e Narciso Mi-
randa (...) e que Matosinhos merece
um candidato vencedor que acredite
que pode ganhar”.
O presidente da JSD de Matosi-
nhos, Jorge Barbosa, critica, em de-
clarações ao PÚBLICO, a postura de
Joaquim Jorge, o fundador da tertúlia
de debate político Clube dos Pensa-
dores, por, ao longo deste processo,
ter chamado “a vários militantes do
PSD de Matosinhos terroristas polí-
ticos e revanchistas”. “Quem disse
que o vice-presidente do PSD, Mar-
co António Costa, o presidente da
distrital, Bragança Fernandes, e o
presidente da assembleia distrital,
Virgílio Macedo, são o ‘absurdo da
censura’ não pode ser candidato do
PSD”, lê-se no abaixo-assinado, que
declara que “a possível candidatura
de Joaquim Jorge e o processo que
envolveu a sua escolha envergonham
todas as estruturas do partido, mas
principalmente o PSD”. “A tentativa
de aprovar o nome por votação no-
minal, que foi, e bem, recusada pelo
coordenador distrital autárquico, só
demonstra o desespero de algumas
pessoas na aprovação do nome”, lê-
JSD e TSD apelam à distrital para escolher um outro candidato a Matosinhos
se no abaixo-assinado.
Os signatários alertam ainda que
a acta da reunião em que o nome de
Joaquim Jorge foi aprovado não é
válida, “já que, além de omissa [em
relação] a quase tudo o que se passou
na reunião, não foi lida nem aprova-
da pela comissão política”.
O líder concelhio da Jota, Jorge Bar-
bosa, declara que o “PSD está todo
unido contra o nome do candidato
a Matosinhos” e acredita que a dis-
trital “será sensível” aos argumentos
daqueles que não aceitam que o can-
didato do partido seja Joaquim Jorge.
“Esperamos que a distrital não rati-
fi que o nome e devolva o processo à
concelhia, para que possa ser esco-
lhido um outro candidato”, defende.
Ouvido pelo PÚBLICO, Joaquim
Jorge considerou que a polémica à
volta do seu nome tem a ver “com
problemas entre a concelhia e a dis-
trital” e garante que nunca fez “pres-
são” para que o seu nome fosse vota-
do para candidato à Câmara de Mato-
sinhos. Declara que nada tem contra
o presidente da distrital, Bragança
Fernandes, e sublinha que “não pre-
cisa da política para nada”. E deixa
um recado: “Gostava que a direcção
nacional do PSD se pronunciasse so-
bre o processo, porque o que está
em causa é a imagem do partido.”
Quanto ao abaixo-assinado, Bra-
gança Fernandes disse ao PÚBLICO
que a distrital vai avaliar o processo
relativo a Matosinhos que, se não es-
tiver em conformidade com os esta-
tutos, “será devolvido à concelhia”.
Autárquicas 2017Margarida Gomes
Joaquim Jorge diz que não pediu para ser candidato e que não precisa da política para nada
Os relatórios que concluíram não ha-
ver incompatibilidades por parte de
sete deputados (três do PS e quatro
do PSD) foram ontem aprovados por
maioria na Subcomissão parlamen-
tar de Ética, embora com votações
diferenciadas relacionadas com situ-
ações diversas. Só o relatório sobre
Rui Jorge Cruz (PS) foi aprovado por
unanimidade, já que o parlamentar
deixou de ter a participação na em-
presa que prestava serviços ao Esta-
do desde que assumiu o mandato.
O BE e o PCP votaram contra nos
casos de deputados que prestam
serviços jurídicos e de revisor ofi -
cial de contas para autarquias, co-
mo Luís Montenegro, Paulo Rios de
Oliveira e Virgílio Macedo (os três do
PSD) e do socialista Ricardo Bexiga.
Os relatórios concluíram que estes
serviços não se enquadram na “ac-
tividade de comércio e indústria”,
que é expressamente referida pelo
Estatuto de Deputados, e tiveram
a concordância do PS, PSD e CDS.
BE e PCP também se opuseram
aos relatórios sobre deputados que
já corrigiram os problemas e pro-
punham que não se sancionassem
incompatibilidades do passado. Em
causa estavam Renato Sampaio e Lu-
ís Moreira Testa (ambos do PS), cujas
mulheres reduziram entretanto as
participações nas empresas que
contratam com o Estado para per-
centagens abaixo do máximo legal.
Segundo o socialista Pedro Delgado
Alves (relator), Renato Sampaio cor-
rigiu essa situação em 2011 e Luís
Moreira testa fê-lo agora, depois de
o caso ter sido noticiado pelo Jornal
Económico há duas semanas. Nestes
dois casos, só o PS votou a favor, o
PSD e o CDS abstiveram-se por te-
rem dúvidas quanto à aplicação de
sanção. O BE e o PCP defenderam
que aqueles parlamentares deviam
ter devolvido as remunerações en-
volvidas nos contratos em causa,
conforme a interpretação que fazem
do Estatuto de Deputados.
Sete deputados não terão sanção
BE e PCP votaram contra relatórios sobre impedimentos, PSD e CDS abstiveram-se
Líder do PSD diz não temer uma disputa com Rui Rio no partido
Pedro Passos Coelho assegurou on-
tem à noite que não se demitirá de
líder do PSD em função de um mau
resultado eleitoral em Outubro. “Eu
nunca me demitiria de presidente do
PSD por causa de um resultado au-
tárquico. Não estou com isto a dizer
que não possa ter responsabilidades
num bom ou mau resultado e que
não saiba assumi-las”, afi rmou em
entrevista à SIC.
Questionado sobre se se demite ou
se se recandidata a líder do PSD se
falhar o objectivo de ganhar as au-
tárquicas, Passos Coelho começou
por dizer que se recusa a lançar a
“instabilidade” para dentro do parti-
do, o que também não fez enquanto
primeiro-ministro. E sublinhou o sig-
nifi cado local das eleições. “Ninguém
esperará com certeza, como outras
personalidades políticas, que eu in-
voque o resultado das autárquicas
para abandonar o PSD”, afi rmou, nu-
ma alusão a António Guterres que,
em 2001, se demitiu de primeiro-mi-
nistro e do partido após um desaire
eleitoral autárquico.
O líder do PSD desdramatizou as
autárquicas em geral e as de Lisboa
em particular, onde a candidata é a
vice-presidente Teresa Leal Coelho.
“Ela vai ter uma boa campanha e vai
ter um bom resultado. Se não ganhar
em Lisboa e noutros concelhos, isso
Passos não se demite por mau resultado nas autárquicas
não será uma tragédia para o PSD,
mas o nosso objectivo é ganhar”,
afi rmou.
Sobre a hipótese de o ex-presiden-
te da Câmara do Porto Rui Rio vir a
ser seu adversário no próximo con-
gresso do partido Passos Coelho ga-
rantiu não ter “receio” desse cenário
e referiu estar “muito tranquilo com
a liderança” que tem no PSD.
A mensagem de normalidade tam-
bém foi deixada acerca do Presiden-
te da República. Não, Passos Coelho
“não acha estranho” que Marcelo
Rebelo de Sousa elogie medidas do
Governo. Lembrando que o Presi-
dente foi eleito com os votos do PSD,
defendeu que Marcelo não está em
Belém para desenvolver a estratégia
“de qualquer partido”, antes tendo
como tarefa dar “cooperação activa
aos órgãos de soberania” e ao Gover-
no”. Mas deixou uma crítica: “Teria
gostado de ver defender, como Pre-
sidente da República, a importância
da instituição Conselho de Finanças
Públicas, que é independente e com-
posta por pessoas com craveira in-
ternacional.” Na sua “observação”
à actuação de Marcelo, Passos Coe-
lho disse que “podia ter defendido a
independência e credibilidade” do
CFP dos ataques da esquerda e do
“próprio primeiro-ministro”.
Passos reiterou as críticas à venda
do Novo Banco e recusou qualquer
ligação do PSD ao ex-secretário de
Estado Sérgio Monteiro (contratado
para vender o Novo Banco) e com
Paulo Macedo, ministro no anterior
Governo e actual presidente da Caixa
Geral de Depósitos. Mas, ainda sobre
a banca, o antigo primeiro-ministro
reiterou a convicção de que o mon-
tante de recapitalização da CGD é
“excessivo”.
MANUEL ROBERTO
EntrevistaSofia Rodrigues
Líder do PSD deixou, na entrevista que deu ontem à noite à SIC, uma “observação” à actuação do Presidente da República
ImpedimentosSofia Rodrigues
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 7
POLÍTICA
Mariana Mortágua diz que Carlos Costa “falhou gravemente”
PS, BE e CDS estão de acordo que
algumas regras sobre a supervisão
bancária têm de ser apertadas e, por
isso, os socialistas até vão votar a
favor de algumas propostas que vão
ser hoje debatidas no Parlamento.
Contudo, o partido quer “consensu-
alizar” as propostas com as regras
europeias e, assim, o debate de al-
guns projectos sobre a supervisão
bancária ou sobre a relação dos ban-
cos com os clientes passar para a
comissão da especialidade.
Há no entanto duas certezas: o
PS votará contra o pedido de exo-
neração do governador do Banco
de Portugal, Carlos Costa, pedido
pelo BE, e a favor da proposta do
CDS que obriga à realização de con-
curso para a contratação de direc-
tores de departamento do Banco
de Portugal.
A deputada do BE Mariana Mortá-
gua defende que há vários motivos
para destituir o governador do car-
go, uma que vez que ele “falhou gra-
vemente em vários aspectos”. Exo-
nerá-lo “não é um ataque ao Banco
de Portugal, é defender o Banco de
Portugal”, porque Carlos Costa “não
cumpre os requisitos para se manter
à frente da instituição”, disse.
Há deputados do PS que têm de-
fendido posições semelhantes, mas
vão votar a favor de se manter o go-
vernador. Defendem que uma coisa
é a oposição ao trabalho de Carlos
Costa e outra demiti-lo, numa altura
em que o país se debate com vários
problemas no sector fi nanceiro.
O BE e o CDS forçam a que o PS
tome uma posição sobre a regula-
ção dos bancos, e este até votará a
favor de alguns projectos. Ao que o
PÚBLICO apurou, os socialistas vão
votar favoravelmente o projecto do
CDS que obriga a que haja sempre
concurso para as vagas de direcção
do BdP, até porque, no debate no
Parlamento de há umas semanas, o
minsitro das Finanças, Mário Cen-
teno, tinha admitido possibilidade
de consenso sobre o tema com os
Partidos concordam em apertar regras para controlar os bancos
centristas. O CDS quer que o regula-
dor funcione de “forma mais trans-
parente”. “Não faz sentido termos
uma supervisão fechada em que os
recrutamentos são feitos dentro de
casa”, disse Cecília Meireles aos jor-
nalistas, referindo-se à contratação
de Luís Costa Ferreira, o director do
departamento de supervisão ma-
croprudencial, que durante anos
foi quadro do Banco de Portugal
(BdP), mas saiu para uma auditora.
Quanto aos restantes projectos,
em alguns o PS optará pela absten-
ção, para que possam ser aprova-
dos e discutidos na comissão de
orçamento e Finanças e esperar
pela transposição da directiva eu-
ropeia que delimita a actuação
dos bancos na sua relação com
os clientes. A directiva tem de ser
transposta até Junho, contudo o Go-
verno ainda não enviou para o Par-
lamento o projecto de transposição.
Certo é que os socialistas concor-
dam, por exemplo, que haja uma
separação na venda dos produtos fi -
nanceiros de risco, mas têm dúvidas
se, tal como propõe o BE, é legal im-
pedir a venda de produtos de risco a
investidores não qualifi cados.
No rol de projectos a debater es-
tá ainda uma proposta do CDS para
reforçar os poderes do Conselho Na-
cional de Supervisores Financeiros,
órgão que reúne os três reguladores,
e ainda um reforço dos poderes da
Comissão de Mercado de Valores
Mobiliários quanto à “verifi cação
de eventuais confl itos de interesses
entre o exercício de auditoria a enti-
dades de interesse público e a pres-
tação de serviços de consultadoria a
tais entidades ou a terceiros”.
SupervisãoLiliana Valente
PS chumba proposta de exoneração do governador do Banco de Portugal, apresentada pelo Bloco de Esquerda
Se havia assunto sobre o qual era
possível identifi car um “centrão”
político, em Portugal, esse seria o
consenso dos maiores partidos so-
bre a Europa. Duas mulheres, uma
do PS, outra do PSD, mostram que
isso não é bem assim. Maria João
Rodrigues e Maria Luís Albuquer-
que divergem, muito, sem recorrer
aos estafados artifícios que agora
são comuns no debate político cor-
rente. O tom é cordial e calmo. De
vez em quando, uma diz que con-
corda com a outra (para logo dis-
cordar, mas isso é um artifício mais
educado que as pateadas).
Há, desde logo, uma clivagem
profunda. Maria João é optimista.
Acredita que a Europa precisa de
“dar o salto”. Maria Luís é pessimis-
ta. Está convicta de que é preciso
“fazer com que as expectativas se
adequem à realidade”.
O tema era esse mesmo: Portugal
e a Europa, e o debate de ontem
inseriu-se no ciclo Olhares cruza-
dos sobre Portugal, organizado pelo
PÚBLICO e pela Católica Porto Bu-
siness School. Duas ex-ministras,
sentadas no palco do auditório
da EDP, em Lisboa, com a mode-
ração de António Lobo Xavier,
enquanto na plateia outros ex-mi-
nistros, como Jorge Braga de Ma-
cedo e Eduardo Catroga, ouviam
e comentavam.
Das duas, Maria Luís Albuquer-
que foi a que mais animada se mos-
trou a comentar a situação inter-
na: “Há muito de ilusório na forma
como as coisas estão a correr.
A nossa situação continua a ser
de grande fragilidade (...) O país
está muito mais que relaxado,
está anestesiado.”
A ex-ministra das Finanças che-
gou a recordar os tempos em que
Portugal era apontado como exem-
plo em Bruxelas. “Um país do sul
que consegue ultrapassar a crise
é um trunfo contra o preconceito.
Quase que andavam connosco ao
colo...” Braga de Macedo voltaria
O país “anestesiado” e a Europa que não dá “o salto”
ao tema, da plateia, revelando al-
guma nostalgia: “Nós sermos bons
alunos é uma coisa de que tenho
saudades...”
Mas não é aqui que o pessimismo
se revela. Enquanto Maria João Ro-
drigues lançou o debate com uma
proposta de reforma da Europa —
da criação de um sistema comum
de defesa à alteração das regras em
matéria económica e monetária — a
sua parceira optou por uma abor-
dagem diferente. “As expectativas
deixaram de ter adesão à realida-
de”, começou por dizer. A Europa
“não se preparou” e, agora, olha
para o Mundo pelos olhos de uma
“população envelhecida, avessa
ao risco, que não inova e torna-se
menos competitiva”, garante a de-
putada do PSD.
Foi então que surgiu a ideia — que
Lobo Xavier anotou — de “fazer
com que as expectativas se ade-
quem à realidade das mudanças”.
Para exemplifi car o que queria di-
zer, Albuquerque deu um exemplo:
“Não se consegue discutir a sério a
reforma da Segurança Social.”
Lobo Xavier voltou à carga adian-
te. “Como é possível conquistar vo-
tos com o projecto político de ade-
quar as expectativas das pessoas?”
A ex-ministra das Finanças diz que
tem de ser assim, e sublinhou que
foi com esse discurso que a sua co-
ligação (PSD e CDS) ganhou as úl-
timas legislativas.
Maria João Rodrigues prefe-
re outra gestão de expectativas.
Se a questão é a dos limites do que
é possível, em vez de baixar expec-
tativas prefere “aumentar os limi-
tes do possível”. E também tinha
exemplos para dar: por exemplo,
a forma como já mudaram as
regras de avaliação das célebres
“reformas estruturais”, que já
incluem outros parâmetros, co-
mo a educação, além da inevitável
legislação laboral.
Para Maria Luís Albuquerque o
maior risco para Portugal não é vir
ter um novo resgate, “é precisar e
não ter”. Para Maria João Rodrigues
o risco principal é o tempo de “na-
vegação à vista” no contexto da Eu-
ropa que se avizinha com as elei-
ções em França e na Alemanha. E
esta foi, afi nal, a grande diferença.
Maria Luís Albuquerque acredita
que Portugal “pode resolver os seus
problemas”. Maria João Rodrigues
acredita que a Europa tem um pa-
pel fundamental nessa resolução.
Olhares CruzadosPaulo Pena
Debate juntou duas ex-ministras. Maria Luís Albuquerque disse que pior do que um novo resgate “é precisar e não o ter”
[email protected] FERREIRA SANTOS
Ex-ministras do PSD e do PS divergiram mas sempre num tom cordial
Uma considera necessário descer as expectativas ao nível da realidade possível; a outra não se conforma e diz que prefere elevar os limites do possível
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8 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
POLÍTICA
Autárquicas 2017
Justiça
Caso da água Comunicação Social Parlamento IRS
Ricardo Robles quer fazer de Lisboa uma cidade partilhada
Arquivado inquérito a desacatos na Festa do Avante! de 2015
Ex-autarca de Barcelos acusado de prevaricação
PSD disponível para aprofundar diálogo como PS sobre a ERC
Verdes dão primeiro passo para manuais escolares digitais
Pais separados vão passar a poder dividir despesas com filhos
O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, Ricardo Robles, coloca hoje o seu primeiro outdoor de campanha com o slogan “Cidade partilhada”. Uma das ideias que o bloquista implementaria, se fosse eleito, era a de transportes públicos gratuitos para jovens e desempregados.
O inquérito a desacatos na Festa do Avante! de 2015 foi arquivado, a 22 de Março, por não ter sido possível identificar os autores dos actos passíveis de integrar os crimes de ofensa à integridade física. A decisão foi publicada ontem no site da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.
O Ministério Público acusou o ex-presidente da Câmara de Barcelos, Fernando Reis, de um crime de prevaricação de titular de cargo político. Acusa-o de ter feito uma concessão da água e saneamento que visou “favorecer patrimonialmente” a concessionária, à custa do interesse público.
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, manifestou disponibilidade para “aprofundar o diálogo” com o PS a propósito da eleição pendente para a Entidade Reguladora da Comunicação Social. O social-democrata afirmou que a responsabilidade pelo atraso de quatro meses é de ambos.
O Partido Ecologista Os Verdes apresenta hoje um projecto para inscrever na lei o princípio do recurso a manuais escolares digitais, para reduzir a destruição de recursos naturais, os gastos das famílias e o peso das mochilas. Estes são princípios que norteiam a iniciativa que o PEV vai defender no Parlamento.
A ideia de que os progenitores, independentemente do vínculo que mantiveram ou mantêm, poderão deduzir no IRS as despesas com os filhos na mesma proporção em que as pagam suscitou ontem consenso nas bancadas parlamentares. A proposta deverá ser votada e aprovada hoje.
Xanana Gusmão, ministro do
Planeamento e Investimento
Estratégico da República
Democrática de Timor-Leste,
reuniu-se ontem com Ferro
Rodrigues, na Assembleia da
República, e com Marcelo
Rebelo de Sousa, no Palácio
de Belém. A sua agenda para
hoje incluía uma reunião com
a secretária executiva da CPLP,
Maria do Carmo Silveira, mas
Xanana cancelou o encontro,
alegando o “surgimento
de compromissos pessoais
inadiáveis”
RUI G
AUD
ÊNC
IO
Breves
“O problema não são as autárquicas, é a condução política do PSD”, Pacheco Pereira, na Sábado
Timor-Leste Xanana visita Marcelo e Ferro e falha CPLP
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 9
SOCIEDADE
ADRIANO MIRANDA
Sindicato lamenta que se recorra a este regime de substituições
Há um conjunto de algumas deze-
nas de ofi ciais de justiça que estão há
quatro meses sem receber uma par-
te do salário que lhes é devido. São
funcionários dos tribunais que estão
desde Outubro a exercer lugares de
chefi a de secções, como escrivães de
direito ou técnicos de justiça prin-
cipais, em regime de substituição,
apesar de pertencerem à categoria
imediatamente inferior. A diferença
entre o salário que corresponde à sua
categoria e o que resulta do lugar que
estão efectivamente a exercer, que
pode atingir quase 500 euros, não
está a ser paga, desde que é devida,
ou seja, desde Dezembro.
A denúncia é feita pelo presidente
do Sindicato dos Ofi ciais de Justiça,
Carlos Almeida, que estima que haja
pelo menos cerca de 50 funcionários
nestas condições. O presidente do
Sindicato dos Funcionários Judiciais
(SFJ), Fernando Jorge, também co-
nhece a situação, mas acredita que
os afectados possam ultrapassar a
meia centena.
Questionado pelo PÚBLICO, o Mi-
nistério da Justiça reconhece o pro-
blema e diz estar a tratar da neces-
sária cabimentação orçamental. “A
substituição que se prolongar por um
período superior a 30 dias confere
ao substituto o direito a ser remune-
rado pelas funções que exerce”, faz
saber, numa resposta escrita. “Por
implicar um acréscimo da despesa,
e por só ter efeitos remuneratórios
após 30 dias, tal autorização apenas
pode ser desencadeada decorrido
tal prazo e desde que obtido o cabi-
mento e o compromisso do encargo
orçamental, procedimentos que es-
tão em curso.”
No fi nal do ano passado foi rea-
lizado um movimento extraordiná-
rio que permitiu a promoção de 299
funcionários às categorias de escri-
vães de direito ou técnicos de justiça
principais (a terceira numa escala de
quatro), que estavam em regime de
substituição. E isso deveria ter resol-
vido uma situação anormal que já se
prolongava havia anos.
A promoção só foi possível por-
que não representou qualquer en-
cargo adicional para o Estado. Isto
porque na sequência de um proces-
so instaurado pelo SFJ em 2012, um
tribunal arbitral condenou o Estado
português a pagar, desde 1 de Janeiro
de 2011, a estes ofi ciais de justiça o
salário correspondente às funções
que efectivamente estavam a desem-
penhar e não o vencimento previsto
para a categoria que detinham.
No entanto, essencialmente duas
razões fi zeram com que mesmo de-
pois das promoções fosse necessário
colocar cerca de 50 ofi ciais de justiça
em regime de substituição, explica
Carlos Almeida. “Por um lado, houve
várias pessoas promovidas a quem,
após o concurso, foi autorizada a
continuação da comissão de servi-
ço e, portanto, voltaram a sair.” Por
outro, os lugares correspondentes
às 299 promoções não foram exacta-
mente os mesmo que estavam a ser
ocupados em regime de substituição.
“Os conselhos de gestão das comar-
cas deviam ter sido ouvidos, mas não
foram. Houve desarticulação entre o
director-geral e aqueles órgãos.”
A possibilidade de recorrer a fun-
cionários de categoria imediatamen-
te inferior para exercer funções de
chefi a, em regime de substituição,
está prevista no Estatuto dos Fun-
cionários de Justiça. A proposta para
esta nomeação compete ao superior
hierárquico do funcionário e depen-
de de autorização do director-geral
da Administração da Justiça.
O presidente do SFJ lamenta, con-
tudo, que se continue a recorrer a
esta fi gura, apesar do próprio minis-
tério reconhecer que o seu uso é dis-
cricionário e injusto. Numa nota do
gabinete da secretária de Estado ad-
junta e da Justiça, de Maio passado,
defende-se a necessidade de avançar
com as promoções para “legitimar
o exercício de funções de chefi a de
uma forma justa e respeitando os cri-
térios estatutariamente fi xados, sob
pena de se manter a discricionarieda-
de existente e permitir-se o exercício
por quem não reúne os requisitos pa-
ra o efeito”. Mas as promoções não
estão nos planos do ministério, pelo
menos até 2018.
Ministério reconhece problema e diz estar a tratar da cabimentação orçamental. Em causa estão chefi as intermédias colocadas em regime de substituição
JustiçaMariana Oliveira
O Ministério da Justiça conseguiu que o Orçamento do Estado para este ano autorizasse
a promoção de outros 400 oficiais de justiça que estão há anos na base da carreira.
Foi, por isso, com surpresa e indignação que os sindicatos tiveram conhecimento, através de um despacho do director-geral da Administração da Justiça, Luís Borges Freitas, divulgado no início da semana passada, que as promoções não estavam previstas no movimento anual dos oficiais de Justiça, que ocorre em Junho, porque ainda não estavam “reunidas as condições orçamentais necessárias para a concretização das promoções”.
Contudo, em alguns dias, a situação foi ultrapassada. “O despacho do director-geral da Administração da Justiça foi emitido por precaução, numa altura em que as condições orçamentais ainda não estavam reunidas, situação que, já esta semana [na semana passada], foi possível desbloquear junto do Ministério da Finanças”, explica o ministério em resposta ao PÚBLICO.
As vagas em causa são para os cargos intermédios de escrivães adjuntos e técnicos de justiça adjuntos, funções que alguns já estão a desempenhar há mais de uma década.
Contudo, como a lei não prevê a possibilidade de serem remunerados pelas funções efectivas (o que acontece só para os cargos de chefia), continuam a receber pela categoria-base. M.O.
Promoções desbloqueadas
Há ofi ciais de justiça sem receber parte do salário há quatro meses
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10 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
SOCIEDADE
Médicos de família poderão ter restrições à prescrição de ansiolíticos
NELSON GARRIDO
OMS estima que 4,4% da população mundial sofra de depressão
É preciso restringir a prescrição de
benzodiazepinas (ansiolíticos, seda-
tivos e hipnóticos) por parte dos mé-
dicos de família. Numa altura em que
Portugal se mantém como o país da
Europa com maior consumo destes
medicamentos, o director do progra-
ma Nacional para a Saúde Mental da
Direcção-Geral de Saúde (DGS), Ál-
varo Carvalho, mostra-se preocupa-
do com o abuso destas substâncias
que, além de criarem dependência,
podem levar a défi ces cognitivos, no-
meadamente entre os idosos, sendo,
além disso, responsáveis por muitos
acidentes, como os de viação.
“É um problema de saúde públi-
ca. São drogas de abuso cujo consu-
mo se reduziu em todos os países,
à medida que os antidepressivos
foram aumentando, e só cá é que
não”, descreve. E porque em Por-
tugal “três quartos das benzodiaze-
pinas são prescritos pelos cuidados
de saúde primários”, o responsável
da DGS defende, além da criação de
restrições à prescrição destes psico-
fármacos por parte dos médicos de
família, a integração de psicólogos
com formação em psicoterapia nos
centros de saúde.
Álvaro Carvalho integra um grupo
de trabalho nomeado pelo Governo
— coordenado pelo psiquiatra Daniel
Sampaio — que em Maio vai apre-
sentar ao Ministério da Saúde estas
e outras propostas de intervenção
na área dos cuidados de saúde men-
tal. Só com estas medidas, diz, será
possível garantir que a abordagem
clínica privilegie a psicoterapia mais
do que a prescrição farmacológica,
sendo que, aqui, “as recomenda-
ções, mesmo para as perturbações
de ansiedade, devem ser, em primei-
ra linha, os antidepressivos que não
apresentam os mesmos riscos de de-
pendência e de ideação suicida”.
“A primeira abordagem para as
perturbações mentais comuns de-
ve ser a psicoterapia e isso aponta
para a importância de haver psicó-
logos com formação em psicoterapia
nos cuidados de saúde primários,
em articulação com as equipas co-
munitárias de saúde mental”, insis-
te. O psiquiatra lembra que “só 37,4
em cada cem pessoas com perturba-
ções mentais recorrem aos cuidados
médicos durante o primeiro ano de
aparecimento dos sintomas”. E que
o médico de família é o profi ssional
a que recorrem em primeiro lugar
31,7% das pessoas.
“Idosos sobredrogados”“O problema é que a pressão sobre os
cuidados primários para despachar
doentes não deixa aos médicos tem-
po sufi ciente para conversar com a
pessoa durante dez ou quinze minu-
tos para perceber a origem da insónia
ou da ansiedade.” A solução, nestes
casos, é recorrer à via medicamento-
sa. E a consequência? “Uma sangria
de dinheiro em relação a qualquer
um dos grupos, mas sobretudo nas
benzodiazepinas, e a existência, por
exemplo nos lares de idosos, de pes-
soas sobredrogadas e que depois ca-
em e fazem fracturas.”
Os ansiolíticos, sedativos e hipnóti-
cos (que constituem o grupo das ben-
zodiazepinas, na designação cientí-
fi ca) são comparticipados em 37%
pelo Estado, segundo a Autoridade
Nacional do Medicamento e Produ-
tos de Saúde. Em 2016, venderam-se
10,6 milhões de embalagens, numa
ligeira descida em relação aos três
anos anteriores, mas ainda acima das
10,4 milhões de embalagens vendi-
das em 2012.
Calcula-se que, se o Estado deixas-
se de comparticipar a compra des-
tes medicamentos, como sugeria em
2015 a organização não-governamen-
tal Aliança Europeia Contra a Depres-
são, a poupança anual rondaria os 20
milhões de euros. Então, a sugestão
era a de que a comparticipação se
mantivesse apenas nos casos em que
fosse feita por psiquiatras.
Ontem, antecipando o Dia Mundial
da Saúde que hoje se assinala e que
este ano é dedicado à depressão, sob
o mote “Vamos Falar”, o ministro da
Saúde, Adalberto Campos, anunciou
a contratação de 31 psicólogos para o
Serviço Nacional de Saúde, ao qual se
poderão somar mais 55 até ao fi nal
de 2017. O ministro falava numa con-
ferência, no Parlamento, em que o
bastonário da Ordem dos Psicólogos,
Francisco Rodrigues, calculou falta-
rem cerca de 500 psicólogos para dar
resposta e encaminhamento aos ca-
sos que chegam aos serviços.
“É preciso alterar este paradigma
assente quase exclusivamente numa
resposta baseada em psicofárma-
cos”, sublinhou. A contratação des-
tes 55 psicólogos, será um “primei-
ro passo”. E isto, “mais do que uma
despesa, representa uma poupança
noutras rubricas do Orçamento”.
A Organização Mundial de Saúde
aponta a depressão como o maior
contribuinte da incapacidade para
o trabalho: em 2015 foi responsável
por 7,5% de todos os anos vividos
com incapacidade. Aquele organis-
mo estima que mais de 300 milhões
de pessoas sofram de depressão —
o equivalente a 4,4% da população
mundial.
Em Portugal, 25,4% da população
com 15 ou mais anos tinha, em 2014,
sintomas de depressão, segundo da-
dos ofi ciais.
Abuso de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos é “problema de saúde pública”, aponta o coordenador para a Saúde Mental. Hoje, o Dia Mundial da Saúde é dedicado à depressão
DepressãoNatália Faria
SOS Voz Amiga lança número verde
São maioritariamente de mulheres que têm a solidão e a depressão como pano de fundo, tentadas muitas
vezes pela ideação suicida, as vozes que recorrem à linha de apoio SOS Voz Amiga. Em 2016, este serviço recebeu 3701 chamadas, mais 1% do que em 2015 (3433). “Do outro lado estão pessoas que sofrem com a solidão, que conduz depois à depressão e à angústia, muitas vezes causada também por luto ou problemas económicos ou familiares”, descrevem os responsáveis da linha que, a partir de hoje, conta com um novo número a somar aos já existentes: o 800 209 899 vai funcionar entre as 21h00 e as 24h00, todos os dias durante um ano. A funcionar há 38 anos,
a linha SOS Voz Amiga funciona normalmente entre as 16h00 e as 24h00, pelos números 213 544 545 ou 912 802 669, que continuarão a estar disponíveis, somando-se ao novo número verde. É a linha com um mais largo período de funcionamento diário, que poderia ser alargado “se houvesse mais voluntários ou apoios que fossem além das contribuições dos sócios”. Mas não é a única. O Conversa Amiga funciona das 15h00 às 22h00, pelos números 808 237 327 ou 210 027 159; o SOS Estudante, das 20h00 à 1h00, pelo 239 484 020; o Voades — Vozes Amigas de Esperança, das 20h00 às 23h00 (222 080 707), e, finalmente, o Voz de Apoio está disponível entre as 21h00 e as 24h00, pelo 225 506 070.
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 11
SOCIEDADE
Falta de condições de trabalho, ex-
cesso de horas extraordinárias e
problemas com a carreira de emer-
gência pré-hospitalar — estas são as
principais razões invocadas pela
Federação Nacional dos Sindica-
tos dos Trabalhadores em Funções
Públicas e Sociais (FNSTFPS) para
a greve de trabalhadores do Institu-
to Nacional de Emergência Médica
(INEM), marcada para hoje. Há uma
manifestação em frente ao Ministé-
rio da Saúde.
Luís Pesca, da FNSTFPS, explicou
ao PÚBLICO que os serviços míni-
mos estão assegurados durante as
24 horas de protesto, “ainda que se-
ja natural que se sinta mais demora
no atendimento” feito pelos Centros
de Orientação de Doentes Urgentes
(CODU) e no consequente acciona-
mento dos meios de emergência.
O INEM faz saber que as escalas
para o dia da greve estão preenchi-
das, só sendo possível conhecer o
impacto depois. “No CODU, os ser-
viços mínimos, em cada turno, se-
rão garantidos com 80% do núme-
ro de trabalhadores escalados para
esse turno”, informou o instituto.
Luís Pesca enumera vários moti-
vos para o descontentamento. Co-
mo a falta de recursos humanos,
que impede que os trabalhadores
consigam cumprir as 35 horas se-
manais, comprometendo também
os tempos de resposta. Descreve
ainda um cenário de falta de con-
Hoje é dia de greve no INEM e isso pode levar a “mais demora no atendimento”
dições para higienizar as ambulân-
cias depois de feito o transporte
dos doentes, bem como fardamen-
to degradado e desactualizado.
Recentemente, também o Sindica-
to Independente dos Médicos (SIM)
alertou para vários problemas, no-
meadamente com as escalas dos he-
licópteros de Lisboa, Évora e Loulé,
que fi cam com vários horários por
preencher. Armindo Ribeiro, do SIM,
diz que, a nível nacional, dos 25 mé-
dicos com que os helicópteros de-
veriam contar apenas existem seis.
Em resposta ao PÚBLICO, o INEM
diz que os horários são dinâmicos e
que vão sendo preenchidos depois
da versão fi nal, já que os médicos
trabalham em regime de prestação
de serviços. De resto, 20 novos mé-
dicos estiveram em formação e até
Maio estarão a trabalhar.
Luís Pesca menciona ainda o pro-
blema das remunerações: “Criou-se
uma carreira e nenhum dos trabalha-
dores lá está, a não ser os dirigentes,
pelo que ninguém viu a remunera-
ção actualizada.”
O aumento do tempo de respos-
ta dos CODU levou o Ministério da
Saúde a tomar medidas para alterar
o sistema de funcionamento, crian-
do um grupo de trabalho com repre-
sentantes das ordens dos Médicos e
Enfermeiros, entre outros. Missão:
identifi car problemas e apresentar
soluções até 31 de Março. O grupo
apresentou o relatório dentro do
prazo previsto, estando agora o mi-
nistério a avaliar as conclusões.
Emergência médicaRomana Borja-Santos
Problemas nas carreiras e excesso de trabalho extraordinário motivam o protesto dos trabalhadores, que dura 24 horas
Em dez anos, Portugal viu abrir mais
20 hospitais privados em todo o pa-
ís. As unidades privadas têm agora
11.196 camas, quando em 2005 ti-
nham apenas 8899. Entre 2014 e 2015
este valor aumentou 8,5%.
Também o número de atendimen-
tos nos serviços de urgência nos hos-
pitais privados foi reforçado, com um
crescimento de 14,5%, entre 2014 e
2015. Há igualmente mais consultas e
mais tratamentos, como fi sioterapia
ou radioterapia nestas unidades de
saúde. Os dados são do Instituto Na-
cional de Estatística (INE) e foram pu-
blicados a propósito do Dia Mundial
da Saúde, que hoje se assinala.
“Em 2015, existiam 225 hospitais
em Portugal, sendo que 114 perten-
ciam aos serviços ofi ciais de saúde
(110 hospitais públicos e quatro hos-
pitais em parceria público-privada,
o equivalente a 50,7% do total) e 111
eram hospitais privados (49,3%)”,
sintetiza o INE, que destaca que só
em número de camas os privados
tiveram um aumento de 880 vagas
entre 2014 e 2015, último ano com
dados disponíveis. No total, o país
soma 35.223 camas, sendo 68,2% do
sector público — que, mesmo assim,
perdeu 4500 desde 2005.
Apesar da capacidade instalada
nos privados, a verdade é que três
em cada quatro cirurgias ainda são
feitas pelos hospitais do Serviço Na-
cional de Saúde (SNS), que em 2015
realizaram mais de 660 mil opera-
Há mais hospitais privados mas três em quatro cirurgias ainda são feitas no SNS
ções, sobretudo as mais complexas.
No que diz respeito a consultas
médicas, o crescimento acompanha
tanto o SNS como o sector privado,
com este último a assistir a um cres-
cimento de 500 mil consultas (mais
9,5%) em apenas um ano.
O peso da fi sioterapiaOs dados do INE mostram que o
único indicador em que os priva-
dos vão em sentido contrário é nos
chamados actos complementares
de diagnóstico e terapêutica, que
correspondem, por exemplo, a
análises, exames de imagiologia,
endoscopias ou biopsias. Em 2015,
todos os hospitais fi zeram cerca de
140 milhões de actos deste género.
O SNS é responsável por 92% destas
análises e exames, o que representa
um aumento em relação a 2014. Já
os privados realizaram menos actos
complementares de diagnóstico e
terapêutica: 12,8 milhões, em 2014;
11,8 milhões, em 2015, o que repre-
senta uma quebra de 7,4%.
Parte desta alteração pode ser ex-
Saúde Romana Borja-Santos
Quase metade dos hospitais que existem no país são privados. Unidades do SNS perderam camas — 4500 desde 2005
MARIA JOÃO GALA
Foram feitas em 2015 mais de 660 mil operações no SNS
plicada pelas políticas seguidas pelo
Ministério da Saúde com o objectivo
de reduzir as convenções com os pri-
vados e rentabilizar a capacidade de
resposta das unidades do SNS. Ape-
sar disso, os privados reforçaram o
seu papel nos chamados actos com-
plementares de terapêutica, com um
crescimento de 11,9%, em áreas co-
mo a fi sioterapia, a radioterapia ou
tratamentos na área da imuno-hemo-
terapia. “A fi sioterapia constituiu a
principal área em 2015 nos hospitais
dos serviços ofi ciais de saúde (64,3%)
e sobretudo nos hospitais privados
(91,4%)”, explica o INE.
A síntese do INE adianta ainda que
em 2015 houve mais médicos (3,7%)
e enfermeiros (2,1%) a inscreverem-
se nas respectivas ordens profi ssio-
nais. Nesse mesmo ano houve mais
mortes atribuídas às doenças do
aparelho circulatório, como enfar-
tes e acidentes vasculares cerebrais,
e a cancros. Já os óbitos ligados ao
VIH/sida caíram.
PUBLICIDADE
Tutela já tem relatório de grupo de trabalho com propostas para alterar o funcionamento do INEM
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12 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
SOCIEDADE
MIGUEL MANSO
Instrução será assegurada por uma equipa de 19 formadores
É muito provável que hoje dentro
dos muros do quartel do Regimen-
to de Comandos seja ouvido o grito
de guerra da unidade — “Mama Su-
me”, uma expressão de uma tribo da
África do Sul, que traduzida signifi ca
algo como “Aqui estamos nós para o
sacrifício”.
Na unidade da Carregueira, perto
do Cacém, concelho de Sintra, come-
ça o 128.º curso de Comandos — o pri-
meiro depois de há cerca de sete me-
ses dois militares terem morrido no
decorrer de um exercício que lançou
o Exército numa polémica que ainda
dura. Para esta nova formação há no-
vas regras e exames físicos e médicos
mais rigorosos. Dos 106 candidatos,
apenas 67 vão realmente começar o
curso, já que 35 foram excluídos por
inaptidão médica, física ou psicotéc-
nica e quatro desistiram.
A 4 de Setembro de 2016, o militar
Hugo Abreu foi dado como morto às
21h45, depois da Prova de Choque do
primeiro dia de instrução do curso
127. Um outro militar, Dylan da Silva,
foi internado no hospital do Barreiro,
já depois da meia-noite. Morreu a 10
de Setembro, no Hospital Curry Ca-
bral, em Lisboa. Terão sido vítimas
de esforço inadequado num dia de
Chumbados 35 candidatos a novo curso de Comandos
muito calor, de suposta violência físi-
ca e de um alegado defi ciente acom-
panhamento médico. O inquérito-
crime às duas mortes, conduzido
pelo Departamento de Investigação
e Acção Penal (DIAP) e Polícia Judi-
ciária Militar, está em curso e tem
18 arguidos.
Segundo o Ministério Público, num
despacho de Novembro, “a actuação
reiterada dos suspeitos” revela um
“manifesto desprezo pelas conse-
quências gravosas que provocam
nas vítimas, tratando os instruendos
como pessoas descartáveis”.
Para o curso 128, que termina a 28
de Julho, foram 106 os militares que
concorreram. Mas nem todos o ini-
ciam. Um comunicado do Exército
revelava ontem que o curso 128 terá
67 formandos: dos 106 candidatos,
35 foram excluídos (18 por inapti-
dão médica, 13 por inaptidão física
e quatro por inaptidão psicotécnica)
e quatro desistiram.
“O 128.º Curso de Comandos será
ministrado por uma equipa de 19 for-
madores (5 ofi ciais e 14 sargentos) e
constituído por 67 formandos”, diz
o comunicado. Nenhum dos forma-
dores do curso 127 vai integrar as
equipas de formação do 128.
O porta-voz do Exército, tenente-
coronel Vicente Pereira, garantiu:
“O Exército não aligeirou o curso
de Comandos. Os objectivos são os
mesmos, as provas são rigorosamen-
te as mesmas, o que há é melhor
gestão a vários níveis. Vamos ter Co-
mandos tão bem preparados como
sempre tivemos.”
Defesa Luciano Alvarez
Arranca hoje o 128.º curso. Foram 106 os militares que concorreram. Exército garante que “não aligeirou” a formação
A maioria considera que ganha
menos do que devia em função
do trabalho que desenvolve e tem
poucas esperanças de progredir na
carreira, mas isso não obsta a que
cerca de 90% se digam satisfeitos
com o seu trabalho, não havendo
diferenças entre homens e mulhe-
res. E 72,6% dizem sentir-se “em
casa” na organização onde estão
empregados. São resultados do In-
quérito às Condições de Trabalho em
Portugal Continental que será hoje
apresentado publicamente.
O inquérito, realizado pelo Cesis
— Centro de Estudos para a Interven-
ção Social, promovido pela Autori-
dade para as Condições de Trabalho
(ACT), abrangeu 1500 trabalhadores.
O comércio e a reparação de veículos
são os sectores de actividade mais re-
presentados. Quase metade (47,4%)
dos inquiridos trabalha em empresas
com menos de 10 trabalhadores.
Quanto ao género, as mulheres
destacam-se em dois pólos opostos:
“assumem protagonismo nas profi s-
sões que exigem um maior nível de
qualifi cação” e também nas profi s-
sões menos qualifi cadas.
No que respeita ao vínculo de tra-
balho, cerca de 70,6% dos inquiridos
têm um contrato a termo sem termo
(71,3% mulheres, 69,9% de homens),
Dizem ganhar menos do que deviam mas estão satisfeitos com o trabalho
mas entre os mais jovens a situação
muda drasticamente: mais de me-
tade dos trabalhadores com idades
inferiores a 35 anos estão a prazo.
Neste sector, mais uma vez, a percen-
tagem de mulheres com contratos
sem termo é superior à dos homens
(62,2% face a 58,9%).
Ainda no que respeita aos traba-
lhadores com menos de 35 anos, há,
no estudo, este dado revelador: “Ter
um nível de instrução superior não
é condição facilitadora de acesso a
um contrato de trabalho sem termo.”
Um dos compromissos assumidos
por Portugal no âmbito da estratégia
Europa 2020 é o de aumentar para,
pelo menos 40%, a percentagem da
população na faixa etária dos 30-34
anos, que possui um diploma do en-
sino superior. Actualmente este valor
ronda os 33%.
De regresso ao inquérito, constata-
se que 51,7% dos que têm menos de
35 anos e que têm o ensino superior
conseguiram um contrato sem ter-
mo, subindo esta percentagem para
57,6% entre os que só chegaram no
máximo ao fi nal do 3.º ciclo do en-
sino básico.
Só 18,9% das mulheres e 18% dos
homens inquiridos dizem que os seus
horários de trabalho não se adaptam
aos compromissos familiares, pesso-
ais ou sociais que têm fora da activi-
dade profi ssional. No entanto, entre
os trabalhadores do sexo masculino
com fi lhos pequenos, apenas cerca
de 62% gozaram a licença parental.
Os que não o fi zeram atribuem a “cul-
pa” às características da sua profi s-
são. Também apenas 32% dizem sen-
tir stress no trabalho.
InquéritoClara Viana
Entre os mais novos, ter um curso superior não é uma vantagem à partida para se conseguir um contrato sem termo
ADRIANO MIRANDA
Comércio e oficinas são os sectores mais representados
Portugal regista desde o início do
ano cinco casos de sarampo, estan-
do a sua origem a ser investigada, in-
formou ontem a Direcção-Geral da
Saúde (DGS). De acordo com Teresa
Fernandes, da Direcção de Serviços
de Prevenção da Doença e Promo-
ção da Saúde da DGS, um dos casos
situa-se no Norte e quatro no Algar-
ve, estes últimos detectados no mês
de Março.
A mesma fonte adiantou que um
dos casos teve origem na Venezuela,
estando a origem dos outros ainda a
ser investigada. A evolução dos doen-
tes, maioritariamente crianças, está
a ser positiva.
Teresa Fernandes reiterou a ne-
cessidade de as crianças e os adultos
serem vacinados nos prazos previs-
tos do Plano Nacional de Vacinação.
“Não deve haver atrasos na vacina-
ção. A primeira dose é aos 12 meses
e tem de ser administrada aos 12
meses. A segunda dose é aos cinco
anos e é aos cinco anos que deve ser
administrada.”
Na semana passada, tinham sido
confi rmados dois casos de sarampo:
a pessoa que veio da Venezuela e ain-
da um bebé com 11 meses, que ainda
não tinha idade para ser vacinado. A
subdirectora-geral da Saúde, Graça
Freitas, afastava qualquer cenário de
surto no país, ao contrário do que
está a acontecer em vários outros na
Europa — só desde o início deste ano
foram detectados mais de meia cen-
tena de casos de sarampo, sobretudo
na Alemanha, França, Itália, Polónia,
Roménia, Suíça e Ucrânia. A multipli-
cação de casos desta doença, muito
contagiosa entre crianças, motivou
mesmo um alerta da Organização
Mundial de Saúde (OMS).
Em Portugal, a OMS reconheceu
ofi cialmente a eliminação do vírus
do sarampo no Verão passado, ainda
que considere que a vacinação con-
tinue a ser essencial. Esta patologia
vírica é altamente contagiosa, a sua
evolução é habitualmente benigna,
mas, nos raros casos muito graves,
pode resultar em sequelas neuroló-
gicas ou mesmo morte. Lusa
Há cinco casos de sarampo confirmados
Saúde
Quatro foram detectados em Março. Um teve origem na Venezuela. Crianças são mais afectadas
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 13
ECONOMIA
Governo prepara revisão em baixa da meta do défi ce no PEC
A aceleração registada na economia
portuguesa na segunda metade do
ano passado reforçou o optimismo
do Governo em relação aos resulta-
dos orçamentais em 2017 e abriu as
portas para que, no Programa de
Estabilidade e Crescimento (PEC)
que será entregue dentro de duas
semanas em Bruxelas, seja feita uma
revisão em baixa da meta para o dé-
fi ce orçamental de 2017.
Depois de a economia ter regista-
do, no último trimestre do ano pas-
sado, uma variação do PIB de 2%
e um crescimento anual de 1,4%,
tanto o primeiro-ministro como o
ministro das Finanças declararam
publicamente a intenção de o Go-
verno rever em alta a sua projecção
de crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) para 2017. A previsão
actualmente em vigor é de 1,5% e é
aquela que foi incluída na proposta
de Orçamento do Estado para 2017
apresentada em meados de Outubro
do ano passado.
O PÚBLICO sabe que, agora, a par
dessa revisão em alta da previsão do
crescimento, o executivo está igual-
mente a preparar a apresentação de
uma meta para o défi ce público li-
geiramente mais ambiciosa do que
os 1,6% projectados no Orçamento
do Estado.
A imagem que se pretende passar é
a de que o Governo não quer usar os
benefícios do ritmo de crescimento
mais forte da economia para aumen-
tar a despesa, mas sim aproveitar a
conjuntura mais positiva para acen-
tuar o ritmo de redução do défi ce.
A alteração da meta não será mui-
to acentuada, sendo o cenário que
está em estudo uma aproximação
das metas para o PIB e para o défi ce
ao que tinha sido previsto há doze
meses no PEC do ano passado. Nessa
altura, o Governo apontava para um
crescimento económico de 1,8% e
um défi ce de 1,4% em 2017, valores
que foram revistos em Outubro para
1,5% e 1,6%, respectivamente.
A dar força às intenções do execu-
tivo estão as previsões recentemen-
te apresentadas por outras entida-
Aceleração registada na economia deverá ser aproveitada para apresentar metas orçamentais ligeiramente mais ambiciosas para este ano no Programa de Estabilidade e Crescimento
apenas 0,1 pontos percentuais em
2017, quando aquilo que é pedido
é uma redução de pelo menos 0,5
pontos percentuais.
O efeito CaixaOutro factor importante por trás des-
ta alteração de previsões é o facto de
o Governo estar apostado em dar às
autoridades europeias todas as ra-
zões possíveis para que o país seja
retirado do Procedimento por Défi ce
Excessivo (PDE). Em princípio, de-
pois de um défi ce de 2,1% em 2016
e um resultado previsto em 2017
confortavelmente abaixo de 3% (nas
suas previsões de Inverno a própria
Comissão Europeia apontava já para
2%), não haveria grandes motivos
para dúvidas quanto à anulação do
PDE português.
Contas públicasSérgio Aníbal
DANIEL ROCHA
O ministro das Finanças, Mário Centeno, deverá apresentar o PEC no próximo dia 19 de Abril
O único problema que persiste,
contudo, é o impacto nas contas que
a capitalização da Caixa Geral de De-
pósitos pode ter. Se as autoridades
estatísticas decidirem contabilizar
no défi ce uma parte signifi cativa da
injecção de capital efectuada em
Março, o défi ce português poderia
voltar a fi car acima de 3% do PIB.
Para já, enquanto o INE e o Euros-
tat não defi nem as sua posição quan-
to ao assunto, o Governo vai continu-
ar a apresentar a sua previsão para
o défi ce sem contar com a operação
da Caixa, esperando que as autorida-
des europeias também optem por,
na sua análise em relação ao PDE
português, não considerarem esta
medida de carácter temporário.
Para além disso, dentro do exe-
cutivo, considera-se que os sinais
dados ao nível da cobrança dos im-
postos durante os primeiros meses
de 2017 dão indicações de que po-
de ser possível alcançar resultados
melhores do que os antecipados no
Orçamento.
Ainda assim, mesmo com estas
novas perspectivas para o saldo
orçamental nominal, só muito difi -
cilmente o Governo será capaz de
convencer as autoridades europeias
de que irá atingir uma redução do
défi ce estrutural (que retira da aná-
lise o efeito positivo que a conjun-
tura económica pode ter) em linha
com aquilo que é defi nido pelas
regras orçamentais europeias. O
CFP, por exemplo, estima que este
indicador registe uma correcção de [email protected]
1,5%A previsão que está neste momento em vigor é de um défice de 1,5%, número que foi incluído na proposta de Orçamento do Estado para 2017
des. O Banco de Portugal (que não
faz projecções para o défi ce) reviu
em alta a sua previsão para o cres-
cimento da economia portuguesa
para 1,8% em 2017 e o Conselho das
Finanças Públicas (CFP) passou a
apontar para uma variação do PIB
de 1,7% e um défi ce de 1,7% do PIB,
uma revisão em baixa de estimativas
anteriores.
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14 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
ECONOMIA
Pensões antecipadas terão cortes inferiores aos actuais
MÁRIO CRUZ/LUSA
Vieira da Silva não cede aos sindicatos que querem reforma sem cortes para quem descontou 40 anos
Os trabalhadores que descontam pa-
ra a Segurança Social e que, no fu-
turo, peçam a reforma antecipada
terão cortes inferiores aos actuais,
sobretudo os que têm carreiras con-
tributivas mais longas.
A única penalização aplicada às
pensões antecipadas passará a ser o
corte de 0,5% ao mês, uma redução
que poderá ser menor ainda no caso
dos trabalhadores que iniciaram a
sua carreira contributiva antes dos
16 anos. Além disso, esta penaliza-
ção terá como referência a idade de
reforma “individual” de cada traba-
lhador que, por sua vez, terá bonifi -
cações maiores.
No fi nal de uma reunião da Con-
certação Social, para discutir a re-
visão das reformas antecipadas no
sector privado, o ministro Vieira da
Silva assegurou que o objectivo do
novo regime é que “as penalizações
sejam menos pesadas” e “permitir
que mais pessoas tenham acesso à
reforma sem ter penalizações”.
Na reunião de ontem, o ministro
do Trabalho e da Segurança Social
confi rmou que o factor de susten-
tabilidade (que este ano tira 13,88%
às pensões antecipadas) deixará de
se aplicar e garantiu que a penaliza-
ção por antecipação vai manter-se
nos 0,5%, admitindo que possa ser
inferior para os trabalhadores que
começaram a descontar antes dos
16 anos e têm entre 45 e 47 anos de
descontos.
Para a CGTP e para a UGT, estas
medidas não chegam. As duas cen-
trais exigem que os trabalhadores
com 40 anos de descontos possam
reformar-se sem qualquer penali-
zação.
De acordo com o documento apre-
sentado aos representantes dos pa-
trões e dos sindicatos, a idade normal
de acesso à pensão (que em 2017 é
de 66 anos e três meses) continuará
a aumentar em função da esperança
média de vida e o acesso à reforma
antecipada fi cará reservado a quem
aos 60 anos tiver 40 de descontos.
Mas, ao mesmo tempo, o Governo
propõe-se criar uma idade “individu-
isso, a sua aplicação será faseada. O
ministro não explicou em que é que
esse gradualismo se irá traduzir.
Apesar da insistência dos jornalis-
tas, o Governo também não divulgou
dados sobre o número de pessoas
que podem vir a ser abrangidas pelo
novo regime. Vieira da Silva apenas
frisou que “são muitos milhares”.
No fi nal da reunião, tanto a CGTP
como a UGT insistiram na necessida-
de de o Governo rever também as pe-
nalizações aplicadas aos desempre-
gados que pedem a reforma após es-
gotarem o subsídio de desemprego.
Do lado do Governo, o ministro disse
que o regime vai manter-se tal como
está, pelo menos por agora. Mas ad-
mitiu que, mais tarde, algumas das
normas do regime em discussão pos-
sam ser aplicadas à antecipação da
reforma na sequência do subsídio
de desemprego. Também a função
pública manterá o regime em vigor,
assim como as penalizações que lhe
estão associadas e que continuarão
a incluir o corte pelo factor de sus-
tentabilidade. O ministro não afasta
que neste sector possam existir ajus-
tamentos, mas não para já.
Apenas se mantém a penalização de 0,5% ao mês, corte que poderá ser inferior para os trabalhadores que começaram a descontar aos 16 anos. Bonifi cações permitem reforma sem penalização antes dos 65 anos
Segurança socialRaquel Martins
deixa de haver o tecto dos 65 anos.
A título de exemplo, quem tiver
44 anos de descontos passará a ter
uma idade de reforma individual
sem penalização de 64 anos e dez
meses. Quem tiver 47 anos de re-
gisto de contribuições pode sair do
mercado de trabalho aos 63 anos
e três meses. No caso das pessoas
com carreiras de 48 ou mais anos,
podem reformar-se aos 60 anos sem
qualquer penalização.
As novas regras, que irão substi-
tuir o regime que actualmente está
suspenso, entrarão em vigor de for-
ma faseada, para evitar o expectável
aumento da despesa nos primeiros
anos de aplicação. No documento
distribuído aos parceiros sociais,
Vieira da Silva reconhece que há um
“risco de aumento signifi cativo de
despesa nos primeiros anos de entra-
da em vigor do novo regime” e, por [email protected]
O Governo aprovou ontem a introdução de um travão à descida do subsídio de desemprego, impedindo
que este possa ser inferior ao indexante dos apoios sociais (IAS), actualmente em 421,32 euros. De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, no encontro foi “alterado o regime jurídico de protecção social da eventualidade de desemprego dos trabalhadores por conta de outrem, através da introdução de um travão na redução aplicada, desde 2012, sobre o valor do subsídio de desemprego após 180 dias”. Até agora, ao fim de 180 dias de atribuição desta prestação social, o seu montante reduz-se em 10%. Segundo a alteração legislativa aprovada, esse corte do montante atribuído pelo Estado só pode acontecer quando o valor do subsídio é superior ao indexante dos apoios sociais (IAS) e dessa redução não pode “resultar a atribuição de um montante mensal de valor inferior àquele indexante”. O IAS é o montante pecuniário que serve de referência à Segurança Social para calcular as diversas prestações sociais e fixou-se em 421,32 euros em 2017. O Governo justifica ainda, no comunicado, esta alteração como sendo “indispensável para assegurar o mínimo de subsistência” dos que recebem subsídio de desemprego por perda involuntária do emprego. Todos os partidos políticos representados no Parlamento já tinham aprovado, em Março, a resolução do PS que recomendava ao executivo socialista esta mudança. Lusa
Travão à redução do subsídio
al” de reforma para os trabalhadores
que têm carreiras contributivas de 41
ou mais anos, que passará a determi-
nar o momento a partir da qual estes
trabalhadores poderão reformar-se
sem qualquer penalização e a servir
de referência para a aplicação do cor-
te de 0,5% ao mês, caso estas pessoas
optem por antecipar o momento em
que saem do mercado de trabalho.
A idade “individual” passará a
depender do tempo de descontos e
prevê bonifi cações mais generosas
do que as actuais, nomeadamente
para quem tem carreiras contribu-
tivas acima dos 44 anos.
No regime em vigor, a idade de
reforma reduz-se quatro meses por
cada ano de descontos acima dos
40, mas tem como limite os 65 anos
de idade. Assim, na melhor das hi-
póteses, um trabalhador com 44
ou mais anos de descontos pode
reformar-se aos 65 anos sem qual-
quer penalização. Na proposta que
está a ser discutida com os parceiros
sociais, quem tem entre 41 e 43 anos
de descontos benefi cia de uma redu-
ção de quatro meses por cada ano a
mais que trabalha além dos 40 (tal
como agora). As carreiras mais lon-
gas terão uma bonifi cação maior e
0,5%Pensões antecipadas têm corte de 0,5% por cada mês que falte para a idade normal de reforma
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 15
ECONOMIA
Breves
Energia
Empresas
EDP Comercial quer mais 400 mil clientes no mercado ibérico
Custo do trabalho em Portugal aumentou 2,5% em 2016
“Temos vontade de crescer em Espanha”, afirmou ontem o administrador do grupo EDP com o pelouro da actividade liberalizada e do mercado espanhol, Miguel Stilwell de Andrade. Frisando que o grupo quis deixar claro desde logo que a venda da Naturgas (distribuidora de gás natural espanhola) só envolve a infra-estrutura e não afecta a carteira de clientes, o gestor revelou que nas metas de crescimento em número de clientes para 2017, metade virá de Espanha, onde garante actualmente 1,8 milhões de fornecimentos de luz e gás. A meta passa por conquistar 100 mil clientes de electricidade e igual número de contratos de gás naquele país.
Os custos do trabalho subiram 2,5% no ano passado em Portugal, acima do aumento médio da zona euro e em linha com a variação sentida na Alemanha. Os dados do gabinete estatístico europeu, divulgados ontem, mostram que o custo médio por hora foi de 13,7 euros. No conjunto dos países que partilham a moeda única, a subida foi de 1,4%, para 29,8 euros por hora. Nos países da União Europeia, onde há diferenças muito significativas, a média continua a ser mais baixa, de 25,4 euros por hora. A Alemanha registou uma subida de 2,5%, para 33 euros por hora. O valor mais baixo da União é na Bulgária (4,4 euros) e o mais alto da Dinamarca (42 euros).
Quando a Autoridade Tributária e
Aduaneira (AT) recebe as declarações
dos bancos a identifi car os fl uxos de
dinheiro transferidos para contas
em paraísos fi scais, a informação
que chega via Portal das Finanças é
transposta para o sistema central no
período máximo de dois dias.
O prazo ajuda a situar no tempo
uma parte dos acontecimentos que
ditaram que transferências de quase
10.000 milhões de euros não tenham
chegado ao conhecimento da área
da inspecção tributária. O caso dos
off shores, com contornos ainda por
esclarecer, está a ser averiguado pela
Inspecção-Geral de Finanças (IGF) e,
no Ministério Público, a recolha de
elementos já feita foi remetida para
o Departamento Central de Investiga-
ção e Acção Penal (DCIAP), a quem
cabe agora ponderar se abre, ou não,
um inquérito ou se avança com al-
gum outro procedimento.
Sabendo-se que a passagem dos
dados para o “armazém” informáti-
co central ocorre até 48 horas depois
de os bancos submeterem as decla-
rações no Portal das Finanças, isso
indicia que as falhas terão acontecido
sucessivamente nos dois dias que se
seguiram a cada momento em que as
instituições fi nanceiras fi zeram che-
gar, em cada ano, os fi cheiros das de-
clarações Modelo 38. Por esclarecer
está, no entanto, se os erros se mate-
rializaram de facto nesses períodos
exactos e qual é a origem da anomalia
que ditou a repetição do erro.
Em cerca de duas dezenas de de-
clarações relativas aos anos de 2011
a 2014, descobriram-se 21.146 opera-
ções que não tinham sido processa-
das para o sistema central. A maioria
— 12 delas — refere-se a transferências
realizadas em 2014, comunicadas en-
tre 8 de Julho de 2015 e 6 de Novem-
bro seguinte.
Quando a directora-geral da AT en-
viou ao Parlamento um documento
com a lista de fi cheiros problemá-
ticos, os dados faziam referência a
quatro declarações de substituição
Transferências para offshores têm de ser registadas no fisco em dois dias
entregues pelos bancos (duas em
2015 e duas em 2016, referentes a
transferências de 2011, 2012 e 2013).
Ficava a dúvida: antes das declara-
ções de substituição, já havia valores
omissos nas primeiras declarações ou
o erro só aconteceu numa segunda
fase? Não aconteceu o mesmo com
todas essas declarações.
Às perguntas colocadas pelo PÚ-
BLICO para esclarecer esta questão,
o Ministério das Finanças enviou um
conjunto de dados onde é possível
ver as datas em que as primeiras de-
clarações foram enviadas e compa-
rar o valor que passou para o sistema
central nessa altura com os montan-
tes agora conhecidos.
No caso mais relevante em termos
de volume de transferências omissas
(de 2012), cerca de 2700 milhões de
euros, é possível concluir que hou-
ve falhas logo em 2013. Quando a de-
claração é submetida no Portal das
Finanças a 18 de Julho desse ano,
só passaram para o sistema central
transferências de 177,4 milhões de
euros, quando o banco fazia saber
logo aí que os fl uxos eram de 2958
milhões de euros. Já num outro caso
de menor dimensão (12,9 milhões)
o erro terá acontecido no processa-
mento da declaração de substituição
em Janeiro de 2016, quando ainda
não estava activa a nova versão do
software que terá permitido detectar
as discrepâncias.
A primeira declaração com erro de
que há registo é precisamente a en-
viada a 18 de Julho de 2013. Embora
haja uma declaração problemática
relativamente a transferências feitas
em 2011, o erro não aconteceu em
2012 na primeira declaração que o
banco envia ao fi sco (a 20 de Julho
de 2012), mas numa declaração de
substituição entregue em Junho de
2015, onde o valor das transferências,
em vez de ser de 64,9 milhões foi de
23,6 milhões.
ImpostosPedro Crisóstomo
Primeira declaração com erro, de que há registo, foi enviada ao fisco a 18 de Julho de 2013. Dados recolhidos estão no DCIAP
NUNO FERREIRA SANTOS
De 16.900 milhões transferidos, 9800 milhões não eram conhecidos
12Das duas dezenas de declarações tratadas com erro, 12 são de fluxos de 2014. Foram enviadas pelos bancos ao fisco entre Julho e Novembro de 2015
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16 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
ECONOMIA
As power girls chegaram à joalharia
A tradição já não é que era, mesmo
na joalharia. Esta é uma área em
que os homens têm dominado e dão
nome aos projectos, mas, pouco a
pouco, as mulheres deixam de ser
apenas as musas inspiradoras para
serem as autoras. É o girl power que
chegou e que está a vencer, acredita a
Exponor, que, pela primeira vez, vai
a Lisboa com um evento que mistura
a joalharia, a moda e o lifestyle. É a
Iconic, que começa hoje e termina
no domingo.
Na feira estará presente mais de
meia centena de expositores, a maio-
ria do Norte. Esta iniciativa, que se
estreia em Lisboa com um formato
diferente da Portojóia, tem como
objectivo conquistar o mercado do
Sul do país. O modelo é para fi car:
a Iconic será na capital, sempre no
primeiro semestre de cada ano, e a
Portojóia no Outono, na Exponor,
em Matosinhos.
Durante os três dias, a organização
espera que passem pelo Convento
do Beato cinco mil visitantes entre
profi ssionais (fabricantes, criadores
e lojas) e público em geral (que só
poderá entrar no domingo). Amé-
lia Monteiro, directora da feira e da
Portojóia, informa que houve um
“grande investimento na segurança”,
porque “haverá jóias de prata, ouro,
pedras preciosas como diamantes,
rubis e topázios em colares, anéis,
alfi netes, relógios e pulseiras. Só um
colar pode custar 50 mil euros”.
Neste primeiro ano, a
Iconic deverá gerar
um volume de ne-
gócios na ordem
dos quatro mi-
lhões de euros,
calcula Amélia
Monteiro, com-
parando com
os cerca de 15 mi-
lhões conseguidos pelos
expositores na última Portojóia.
Este é um sector que passou por
uma crise acentuada, mas os últimos
dois anos têm sido de retoma. “Só
em 2015, o volume de negócios foi de
700 milhões de euros”, divulga Fáti-
explica a responsável da Exponor.
Foram estes os ingredientes que
levaram a Exponor e a AORP a esco-
lher 15 projectos de novos designers.
Ana João, 30 anos, de Matosinhos, e
Leonor Silva, 51 anos, de Lisboa, são
duas das joalheiras seleccionadas. A
primeira, que chega à feira através
da Exponor, criou a marca Ana João
Jewelry há dois anos e, apesar das
difi culdades em vingar — “por ser
mulher e não ter herança familiar
na área”, justifi ca —, consegue ter
mais sucesso no estrangeiro do que
em Portugal. Já Leonor Silva, que lan-
çou a marca Leonor Silva Jewellery
em Janeiro deste ano, diz não sentir
difi culdade no mercado nacional e
conta ter “boa aceitação”.
Leonor Silva marca presença no
espaço Portuguese Jewellery New-
born, da AORP, que também leva
os novos talentos Ana Dias, Filipe
Fonseca, Kathia Bucho, Joana Mota
Capitão e Maria Leão Torres. “Neste
espaço queremos promover a nova
ourivesaria portuguesa e estes novos
designers que trabalham com mate-
riais diferentes, como borracha, jun-
tamente com a prata e o ouro”, diz
Fátima Santos. Este “sangue novo”
apresenta colecções a preços convi-
dativos e “veio dar uma sacudidela”
ao sector, defende.
Para Amélia Monteiro, “o mercado
mudou muito e é preciso ser inova-
dor para o conquistar”. A responsá-
vel lembra que antigamente a com-
pra de uma jóia era encarada como
um investimento e hoje uma peça é
vista como um acessório de moda
que pode contar uma história.
O que é uma power girl?Para a designer de moda Katty Xio-
mara, “não existe uma receita para
se ser uma power girl, seja qual for
o ramo de negócio onde as mulhe-
res entram”. “Vai-se vivendo passo
a passo, mas é preciso ter bastante
força e estabelecer equilíbrio entre
a família e o trabalho, saber gerir as
situações.” Em Lisboa, a designer vai
mostrar a colecção de Inverno que
apresentou no Portugal Fashion, no
fi nal de Março, no Porto.
Além de Xiomara, estarão ainda
Hugo Costa, Alexandra Moura e
David Catalan, no espaço Portugal
Fashion Show Room. Haverá ainda
demonstrações de como se faz fi -
ligrana, espectáculos e conversas.
Uma delas será sobre “O que é uma
power girl na actualidade?”, e Joana
Barrios, autora do blogue Trashédia,
será uma das participantes. Para a
blogger, “a mulher só tem uma forma
de vingar em qualquer sector: pela
qualidade do seu trabalho”.
O primeiro evento Iconic, em Lisboa, é organizado pela Exponor e o tema tem um nome inglês — Girl Power —, mas é uma homenagem às criadoras portuguesas
JoalhariaSusana Pinheiro
ma Santos, secretária-geral da Asso-
ciação de Ourivesaria e Relojoaria de
Portugal (AORP). “É um número sim-
pático e espera-se que a nova dinâ-
mica do sector e progressiva saída da
crise faça crescer signifi cativamente
esses valores.” A percepção é de que
2016 supere 2015, continua, realçan-
do a “importância das feiras como
pontos de encontro e locais por ex-
celência de realização de negócios”.
O mote do evento é o Girl Power
e o objectivo é, por um lado, pres-
tar uma homenagem às mulheres —
que são decisoras na hora da com-
pra, embora também haja “um au-
mento do volume de venda de jóias
para homens”, compradas pelos
próprios, reconhece Fátima San-
tos. Por outro lado, a feira pretende
divulgar as novidades do sector. A
mulher “sempre foi musa inspirado-
ra dos designers, mas agora está a
dar cartas na joalharia, que era um
sector mais masculino. É uma Girl
Power”, defi ne Amélia Monteiro.
Peças que contam históriasNa última década surgiram novas
criadoras, formadas por escolas que
“trazem inovação, audácia e contam
histórias com as suas peças”. Mais:
“Souberam aproveitar as novas
tecnologias para se promoverem
nas redes sociais e criarem marcas
com identidade e exclusividade”,
r no domingo). Amé
directora da feira e da
forma que houve um
timento na segurança”,
rá jóias de prata, ouro,
osas como diamantes,
ios em colares, anéis,
gios e pulseiras. Só um
star 50 mil euros”.
eiro ano, a
gerar
e ne-
dem
mi-
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élia
om-
om
5 mi-
idos pelos
a última Portojóia.
ector que passou por
ntuada, mas os últimos
m sido de retoma. “Só
ume de negócios foi de
de euros”, divulga Fáti-
tecnologias para se promoverem
nas redes sociais e criarem marcas
com identidade e exclus
Barrios, autora do blogue Trashédia,
será uma das participantes. Para a
blogger, “a mulher só tem uma forma
de vingar em qualquer sector: pela
qualidade do seu trabalho”.
em marcas
sividade”,
tamente com a prata e o ouro , diz que
tam
s:
Durante os três dias da feira Iconic, que decorrerá este fim-de-semana no Convento do Beato, a organização espera cinco mil visitas entre profissionais e público em geral
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 17
LOCAL
FOTOS: NUNO FERREIRA SANTOS
Dirce Noronha, da associação de moradores, mostra os problemas
Aurora Coxi quer fazer um convite
ao presidente da Câmara Municipal
do Seixal e ao presidente do Instituto
da Habitação e da Reabilitação Ur-
bana (IHRU): “Venham passar uma
semana numa das casas do bairro
da Jamaica”, diz em frente a um dos
blocos de “prédios” onde um café
serve de ponto de encontro, jovens
vendem desodorizantes e mulheres
cortam pedaços de jaca de São To-
mé. “É para terem a noção do porquê
estarmos desesperados. Só conse-
guem sentir esta realidade na pele
se fi zerem essa troca. Ficavam um
dia e fugiam!”, ironiza.
Aos 26 anos, Aurora Coxi tem o fi -
lho mais novo, de sete meses, ao co-
lo. Mãe solteira, partilha casa há pou-
co tempo com a irmã, nos prédios
em frente aos blocos do Jamaica — ou
bairro do Vale de Chícharos — no Fo-
gueteiro. Aurora saiu dali depois de
anos a viver num apartamento com
vários problemas de humidade. A
falta de condições das casas, como
o excesso de humidade, infi ltrações
nas paredes e no chão e a ausência de
ventilação, já provocaram problemas
de saúde a crianças e adultos.
Por isso Aurora, e moradores de
quatro bairros da Área Metropolitana
de Lisboa — o Jamaica, no Seixal, o
6 de Maio, na Amadora, o Bairro da
Torre e Quinta da Fonte em Loures —
assinaram uma carta que enviaram a
várias entidades, pelo direito a uma
“habitação condigna”, “como prevê
a Constituição”. A ideia é alargar a
bairros com as mesmas problemá-
ticas em todo o país, explicou uma
entidade que os apoia, a Habita.
Apesar de terem características
diferentes, os bairros que se junta-
ram sob o chapéu da Assembleia de
Moradores dos Bairros querem par-
ticipar no processo de reavaliação do
Programa Especial de Realojamento
(PER). “Não queremos ser realojados
em novos guetos, distantes dos cen-
tros urbanos e afastados dos nossos
lugares de trabalho”, dizem.
Por isso, foram ao IHRU esta sema-
na. Luís Gonçalves, vogal do conse-
lho directivo que esteve na reunião,
registados no PER de 1993 — esses já
estão todos realojados, afi rmam.
Nesta altura do ano anoitece por
volta das 20h30. Signifi ca não ver o
degrau da escada seguinte, correr o
risco de pôr o pé no sítio errado e ir
parar a outro andar. Os degraus de
cimento são de altura irregular. Não
há corrimões. Subir é ir às apalpade-
las. Mesmo assim, às escuras, crian-
ças sobem com destreza o andar do
bloco 10, à frente da mãe.
Sem luz na via pública em frente
aos prédios, tornando a zona ainda
menos visível, o medo da associa-
ção de moradores é que a EDP cor-
te a electricidade em todo o bairro.
Durante anos, o Jamaica usou elec-
tricidade através de puxadas. Há
pouco mais de um ano, a câmara e
a Associação (de moradores) para o
Desenvolvimento Social de Vale de
Chícharos chegaram a um acordo
com a EDP, que instalou um conta-
dor por bloco. A única solução para
um local onde não se podem fazer
licenças de habitação era ter uma
instalação eléctrica como se fosse
para uma obra, diz ao PÚBLICO um
funcionário do gabinete de comuni-
cação da EDP Distribuição.
Por sua vez, a câmara, que não
concorda com esta solução, pôs con-
tadores para a leitura individual de
cada habitação. Cabia à associação
cobrar às famílias, mas a sua presi-
dente, Dirce Noronha, 39 anos, viu-se
numa situação da qual hoje se arre-
pende: muitos moradores desconfi a-
vam, não pagavam. Bastava uma casa
não pagar para o bloco todo fi car em
dívida. Desde Junho que todos dei-
xaram de pagar. O caso agora está
em tribunal, mas a EDP diz que, por
enquanto, não está agendado um
corte total. Enquanto caminha, Dir-
ce vai mostrando problemas como o
esgoto e o lixo. “As pessoas têm que
ter também brio e consciência, nem
tudo é responsabilidade da câmara”,
desabafa.
Cai a noite. As janelas dos prédios
são os únicos pontos de luz. Os can-
deeiros públicos à volta estão desli-
gados. A EDP diz ao PÚBLICO que
desconhecia o corte e promete que
o iria resolver em breve.
Moradores de quatro bairros na Área Metropolitana de Lisboa uniram-se para exigir direito à “habitação condigna”. IHRU diz que Prohabita tem verbas, mas não revela quanto
HabitaçãoJoana Gorjão Henriques
No bairro da Jamaica sobem-se escadas às apalpadelas
disse ao PÚBLICO que há verbas do
programa Prohabita, disponíveis
para apoiar as câmaras em projec-
tos de realojamento, mas o proces-
so tem que ser desencadeado pelas
próprias. Qual o valor dessas verbas,
não especifi cou.
Já a autarquia do Seixal, que con-
sidera as condições em que vivem
as pessoas no Jamaica de “absolu-
tamente inqualifi cáveis para o sé-
culo XXI”, diz, através do gabine-
te de comunicação, que concebeu
um novo modelo de realojamento
social baseado na aquisição de ca-
sas, pelos próprios, sem recurso a
novas construções. Mas “o realo-
jamento social é uma competên-
cia do Estado Central”. A câmara
está “em condições de avançar
com custos partilhados entre os
vários intervenientes”, acrescenta.
“Isto é o Chiado”Entretanto, os moradores do Jamaica
vão improvisando. Há uma dezena
de cafés, vários estão uns ao lado
dos outros. “Isto é o Chiado”, brinca
Aurora, ao passar pelo “quarteirão”
onde se grelha comida.
Os nove blocos de tijolo vermelho
são o esqueleto de uma obra que pa-
rou nos anos 1980, por falência do
empreiteiro. Diz a autarquia (PCP)
que os terrenos foram vendidos pela
Caixa Geral de Depósitos à empresa
Urbangol.
O complexo seria ocupado no iní-
cio da década de 1990 por famílias de
imigrantes, a maioria africanos, que
chegavam e iam construindo as suas
casas, obtendo água e electricidade
através de puxadas, e criando uma
rede de esgotos improvisada. Nes-
te momento, vivem 215 famílias no
bairro. Segundo a autarquia nenhu-
ma delas pertence aos 47 agregados [email protected]
“Venham passar uma semana numa das casas do bairro da Jamaica. É para terem a noção do porquê estarmos desesperados”
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18 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
LOCAL
A noite em que os parquímetros de Carnide “caíram com o vento”
MARGARIDA BASTO
“Parece que esteve muito vento ontem à noite”, ironizou um comerciante. E “os parquímetros caíram com o vento e a junta, como pessoa de bem, vai entregar os bens encontrados”, disse
Sentada no pelourinho do Largo do
Município, em Lisboa, uma mulher
discute animadamente com um con-
junto de homens que a rodeiam.
“Vim de Carcavelos de propósito.
Não ia perder isto. Estou aqui em so-
lidariedade para com a freguesia de
Carnide, que isto é só roubar, só rou-
bar”, atira. Está previsto que, dali a
minutos, chegue uma caravana com
moradores de Carnide, encabeçada
pelo executivo da junta de freguesia,
que vem entregar um abaixo-assina-
do com 2500 assinaturas e os par-
químetros que a população arrancou
durante a noite de quarta-feira.
Os 12 parquímetros, afi nal, não
vêm. A PSP apreendeu-os antes de
deixarem Carnide e devolveu-os à
dona, a Empresa Municipal de Mo-
bilidade e Estacionamento de Lisboa
(EMEL), que os instalara há poucos
dias em quatro ruas do centro his-
tórico daquela freguesia lisboeta.
Anteontem, depois de uma reunião
do Grupo Comunitário de Carnide
(que junta moradores, comerciantes
e instituições da freguesia), cerca de
200 pessoas decidiram retirar os par-
químetros das ruas, apenas dois dias
depois de estes terem sido ligados.
Os moradores dizem que a EMEL
e a Câmara Municipal de Lisboa
instituíram estacionamento pago
naquela zona sem terem dialogado
previamente com a população. E
reclamam a construção de um par-
que de estacionamento de 200 lu-
gares e a requalifi cação de algumas
artérias da zona — tal como está
previsto nos três projectos do Orça-
mento Participativo que a freguesia
ganhou em 2012, 2014 e 2015 que
ainda não saíram do papel. “Sabe-
mos que a câmara tem capacidade
para estes projectos e muitos mais,
como se viu agora no eixo central.
Começa a cheirar a má-fé”, criticou
o presidente da junta, Fábio Sousa.
“A junta continuará sempre ao vos-
so lado”, disse o autarca, que é recan-
didato à eleição pela CDU, às cerca de
30 pessoas que se deslocaram à Praça
do Município ao fi m do dia de ontem.
Foi o último acto de um dos dias
íram com o vento” — para explicar
o que tinha sucedido naquela noite.
Palmira Pinto foi uma delas. “An-
dava-se a dizer que a EMEL vinha aí.
Nunca pensámos que fosse assim, foi
praticamente da noite para o dia”,
disse. “Eu, aliás, só recebi informa-
ção quando já cá estavam os ‘mea-
lheiros’”, acrescentou, referindo-se
aos parquímetros retirados em pouco
mais de meia hora. A junta mandou
entretanto calcetar os passeios onde
os equipamentos tinham estado e,
pelo meio-dia, já não havia qualquer
vestígio da sua existência.
A câmara reagiu com palavras du-
ras: “É um acto grave e inédito, de
deliberada danifi cação de patrimó-
nio municipal, e um acto inaceitável
num Estado de direito”, lia-se num
comunicado. A EMEL apresentou
uma queixa-crime contra a junta.
“Não estamos contra a EMEL,
sempre o dissemos”, explicou Fábio
Sousa. Considerando que “não hou-
ve vandalismo nenhum”, o autarca
comunista acusou a câmara de ter
uma “política de imposição e prepo-
tência” neste assunto.
“A entrada da EMEL no centro
histórico de Carnide já se encontra-
va prevista e aprovada pelos órgãos
municipais. A sua implementação
neste momento resultou da vontade
de dar resposta positiva aos alertas
de moradores para o agravamento
da situação do estacionamento nes-
ta zona e teve o apoio expresso do
presidente da junta de freguesia na
reunião descentralizada de 11 de Ja-
neiro de 2017”, acrescentava o co-
municado da câmara.
No entanto, não é isso que se lê na
acta da dita reunião, a que o PÚBLICO
teve acesso. “Nós andamos há não sei
quanto tempo a pedir ao presidente
da EMEL uma audição para sermos
ouvidos e não somos ouvidos, nem
sequer se chega a marcar reunião”,
disse Fábio Sousa na ocasião, insis-
tindo na necessidade de cumprir os
projectos aprovados no Orçamento
Participativo. “Não é aceitável: nes-
te momento, no centro histórico de
Carnide, nós não temos um parque
de estacionamento”, disse.
A autarquia pediu à EMEL a “reins-
talação imediata” dos parquímetros,
mas a população de Carnide está dis-
posta a voltar a arrancá-los. “A mi-
nha terra está a acordar. Fiquei muito
contente”, disse, orgulhosa, Palmira
Pinto. “Soube pela rádio! É do melhor
que há. Acho lindamente”, comen-
tou uma vizinha. Sob aclamações de
“Viva Carnide!”, “Viva o presiden-
te!” e “Ao menos este foi eleito!”,
Fábio Sousa entregou uma petição
à câmara, na qual pede a suspensão
da entrada da EMEL na freguesia e
a defi nição de uma data para a cons-
trução do parque de estacionamento
prometido desde 2012.
“Uma junta de freguesia proceder
à vandalização do material público
com os seus próprios meios, à sua
subtracção do espaço público e de-
pois com um jogo mediático”, disse,
entretanto, o presidente da câmara,
“é algo profundamente lamentável”.
Fernando Medina declarou que a ins-
talação dos parquímetros foi feita “a
pedido de muitos moradores” e da
junta, que entretanto “mudou de opi-
nião”. E deixou uma hipótese: “Pode
ser que seja do calendário.” Há elei-
ções autárquicas em Outubro.
Moradores de Carnide não chegaram a levar os parquímetros para a câmara. EMEL apresentou queixa-crime contra a junta e autarquia diz que este é um “acto grave”. População reclama obras prometidas há anos
EstacionamentoJoão Pedro Pincha
mais mediáticos da vida de Carnide.
“Parece que esteve muito vento on-
tem à noite”, ironizou ao PÚBLICO
um comerciante. “Os parquíme-
tros caíram com o vento e a junta,
como pessoa de bem, vai entregar
os bens encontrados”, disse, op-
tando por não se identifi car. Vários
outros moradores e comerciantes
usaram a mesma expressão — “ca- [email protected]
MÁRIO CRUZ/LUSA
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 19
LOCAL
Alguns avançam para depois recu-
ar. Outros fi cam na gaveta durante
vários anos e, ao mesmo tempo, ou-
tros vão dando entrada na mesma
gaveta. Em oito anos, 105 projectos
venceram o Orçamento Participativo
(OP) de Lisboa, entre os quais se in-
cluem três em Carnide que a popula-
ção exige ver concretizados antes da
entrada da EMEL. No total da cidade,
63 projectos não estão completos: 13
já começaram, 17 esperam pelos con-
tratos e 33 estão “em estudo”. Nestes
Ainda há projectos do Orçamento Participativo de Lisboa de 2009 por concretizar
últimos, contam-se já os 17 projec-
tos vencedores da edição de 2016.
Segundo a informação no site Lis-
boa Participa, por ano há, em média,
12 novos projectos para concretizar.
O número de vencedores tem vin-
do a aumentar. 2008, ano em que
o projecto começou, houve cinco
vencedores, o número mais redu-
zido. 2016 foi, pelo contrário, o ano
com mais projectos premiados: 17.
A escala também subiu no número
de participações: na primeira edição
participaram 1101 pessoas, no ano
passado foram 52 mil. No ano pas-
sado, um dos projectos vencedores,
Margarida David Cardosoo Jardim do Caracol da Penha, foi o
mais votado de sempre, com mais
de nove mil votos. Antes da edição
deste ano, o recordista de votações
era o projecto para a requalifi cação
do Jardim Botânico de Lisboa, ven-
cedor do OP de 2013. As obras neste
jardim da Universidade de Lisboa co-
meçaram em Outubro de 2016, com
três anos de atraso.
Mas, entretanto, há projectos de
2009 que ainda não viram a luz do
dia. O PÚBLICO questionou a câma-
ra sobre o tempo médio de execução
dos projectos, mas não obteve res-
posta até ao fecho da edição.
A câmara tem capacidade para estes projectos. Começa a cheirar a má-féFábio SousaPresidente da Junta de Carnide
201620152014201320122011201020092008
Lisboa: a maioria dos projectos de Orçamento Participativoestá por concluir
1715
13
1615
57
12
5
Em estudo Em fase de contrataçãoEm obraConcluídos
Total de projectosvencedores
1 2
8
6
5
2
11
9 5 4 12 8 4 1 171
11
1
2
3
3
31
4
Fonte: Câmara Municipal de Lisboa PÚBLICO
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20 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
MUNDO
Trump traça a sua linha vermelha com avisos a Assad e à Rússia
Impressionado com as imagens de
“crianças, muitas crianças” em ago-
nia após o ataque com armas quí-
micas na província de Idlib, o Presi-
dente dos Estados Unidos, Donald
Trump, recuperou a linha vermelha
que tanto criticara ao seu antecessor
Barack Obama, numa mudança de
180 graus da sua anterior apreciação
pessoal das políticas e do compor-
tamento de Bashar al-Assad — e da-
quilo que a sua Administração estará
disposta a tolerar ao líder sírio em
nome do combate ao terrorismo do
Daesh e outras organizações jihadis-
tas no terreno.
O ataque, que fez mais de 80 mor-
tos e centenas de feridos, “ultrapas-
sou todos os limites”, condenou Do-
nald Trump. “Quem mata crianças
inocentes, bebés inocentes, com um
gás químico tão letal, cruza todas as
linhas. Na minha opinião, quem faz
isto vai além da linha vermelha, vai
além de muitas muitas linhas”, afi r-
mou o Presidente norte-americano,
que usou termos como “atrocidade”
e “uma afronta para a humanidade”
para descrever o que aconteceu em
Khan Sheikhoun. “A minha atitude em
relação à Síria e em relação a Assad
mudou drasticamente”, anunciou.
A mudança de Donald Trump
— que o coloca em rota aberta de
colisão com o Presidente da Rússia,
Vladimir Putin, o principal aliado
do regime de Damasco — foi sau-
dada pelos aliados ocidentais dos
Estados Unidos, preocupados pelo
anterior desinteresse manifestado
pelo líder norte-americano com a
permanência de Bashar al-Assad no
poder. “Por mais que estivesse dis-
posto a deixar Assad quieto no lugar,
os últimos acontecimentos mostra-
ram que essa opção é impossível”,
escrevia ontem a revista conservado-
ra National Review, saudando a nova
determinação do Presidente — e a
possível mudança de abordagem da
O Presidente dos EUA mudou drasticamente a sua atitude em relação ao líder sírio depois do ataque em Idlib. Nova política põe Washington e Moscovo em rota de colisão
Crianças sírias pedem entrega de máscaras de gás para se defenderem dos ataques do regime
sua Administração —- para resolver
a crise síria.
Mais perto de ObamaO ministro dos Negócios Estrangei-
ros da Alemanha, Sigmar Gabriel,
considerou a evolução da posição de
Trump como “muito positiva”, admi-
tindo que as suas anteriores declara-
ções sobre a guerra na Síria tinham
deixado a Europa “muito irritada”.
“Para nós, tão importante como a
guerra ao terrorismo, é promover
uma reforma constitucional para a
realização de eleições livres na Síria,
e claro que isso nunca irá acontecer
enquanto Assad se mantiver no po-
der”, assinalou Gabriel. O seu con-
génere francês, Jean-Marc Ayrault,
disse que os desenvolvimentos tor-
navam mais urgente uma acção in-
ternacional contra o Presidente sírio.
“Os seus crimes não podem fi car im-
punes. A justiça internacional tem
de julgar Assad”, apelou.
A nova perspectiva de Trump,
após o massacre em Idlib, deixa-o
mais perto da posição original de Ba-
rack Obama, que há cinco anos tra-
çou a famosa “linha vermelha” que
desencadearia uma resposta militar
norte-americana: os EUA não deixa-
riam de reagir se Assad ousasse re-
correr ao seu arsenal químico e bio-
lógico para derrotar a oposição. Mas
quando confrontado com o uso de
gás sarin pelas forças governamen-
tais sírias no bairro de Ghutta, num
terrível ataque em Agosto de 2013
que fez mais de 1400 vítimas, Obama
evitou o confronto militar, negocian-
do com a Rússia um acordo para a en-
trega das armas químicas por Assad.
Donald Trump, que ainda só era
um magnata com inclinação para cri-
ticar o Presidente no Twitter, elogiou
o desfecho dessa crise. Segundo es-
creveu nessa altura, uma interven-
ção militar na Síria seria uma pés-
sima ideia, uma vez que não traria
“nenhum benefício” à América, só
“tremendos prejuízos”. Entretanto
mudou de opinião: na sua primeira
reacção ao “ataque intolerável” de
Idlib, Trump responsabilizou Obama
e a sua “fraqueza e indecisão” rela-
tivamente à guerra na Síria, e pro-
meteu agir de forma decisiva para
punir o regime de Bashar al-Assad
por mais um massacre e pôr fi m à
violência na Síria.
O Presidente norte-americano não
disse como pretende responder ao
“desafi o” de Assad — Trump não gos-
ta de antecipar as suas jogadas, para
manter os adversários na incerteza.
Mas uma fonte do Pentágono confi r-
mou à Reuters que “a acção militar
dos EUA na Síria voltou a ser uma
das opções em cima da mesa”.
O secretário de Estado norte-ame-
ricano, Rex Tillerson, que viaja na
próxima semana para Moscovo, on-
de se encontrará com o Presidente
Vladimir Putin, lançou ontem um
aviso: “É já tempo de os russos ana-
Guerra na SíriaRita Siza
Não é correcto dizer que Moscovo pode convencer o senhor Assad a fazer uma coisa ou outra Dmitri PeskovPorta-voz do Kremlin
lisarem cuidadosamente o seu apoio
continuado ao regime de Assad”,
afi rmou, a partir do México.
Apoio não é incondicionalA guerra na Síria é o principal tópico
na agenda da reunião em Moscovo.
Nas Nações Unidas, a embaixadora
norte-americana, Nikki Haley, não
se coibiu de atacar o Governo russo.
Mostrou fotografi as das vítimas do
ataque químico de terça-feira e disse
que os desenvolvimentos no terreno
provam que, afi nal, o interesse do
Kremlin na Síria não é erradicar o
terrorismo. “A Rússia não pode es-
capar da sua responsabilidade pelo
ataque químico de Idlib”, sublinhou
Haley, que tal como Trump, reverteu
a sua posição sobre Assad.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri
Peskov, tentou corrigir a percepção
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 21
MOHAMMED BADRA/EPA
de que a Rússia apoia Assad incon-
dicionalmente. “Não é correcto di-
zer que Moscovo pode convencer o
senhor Assad a fazer uma coisa ou
outra. Aliás, é totalmente errado”,
observou. “Moscovo e Damasco têm
uma relação de cooperação, uma vez
que Assad e o seu exército são o úni-
co poder na Síria capaz de combater
os terroristas”, acrescentou.
Agora que traçou a sua própria
linha vermelha, Trump tem pela
frente o mesmo dilema de Obama:
uma intervenção militar na Síria
comprometeria a relação dos EUA
com a Rússia, que já recomendou
maior prudência à Casa Branca, e ar-
rastaria o país para mais uma guerra
de consequências imprevisíveis no
Médio Oriente.
A minha atitude em relação à Síria e a Assad mudou muitoDonald TrumpPresidente dos EUA
Em 2016, assistiu-se à maior frequência de ataques com armas químicas desde 1916
Impunidade é um incentivo à banalização das armas químicas
Os repetidos ataques químicos que
foram denunciados na Síria e a inca-
pacidade para punir os responsáveis
põem em risco décadas de combate
a estes instrumentos de guerra. O
alerta parte de especialistas em ar-
mas químicas e das organizações de
defesa dos direitos humanos, numa
altura em que o Conselho de Segu-
rança da ONU volta a não conseguir
ultrapassar divisões políticas para
responder à morte de dezenas de
pessoas em Idlib.
O Ministério da Saúde da Turquia,
para onde foram levados 31 habitan-
tes de Khan Sheikhoun, na província
síria de Idlib, revelou que os primei-
ros resultados das autópsias a três
vítimas detectaram indícios de que
estiveram expostas a uma substân-
cia química [sarin]”. Os exames fo-
ram supervisionados por médicos
da Organização Mundial de Saúde
(OMS) e as amostras colhidas vão
ser enviadas para a Holanda, para
novos testes.
Dias depois do ataque cresce a
convicção de que não foi cloro o
que matou pelo menos 78 pessoas
na terça-feira. “Foi sarin e digo-o
por duas razões”, disse Abdel Hay
Tennari, ao site Syria Deeply. “Em
primeiro lugar, os sintomas eram
consistentes com sarin [.] Em se-
gundo, os pacientes que tratei re-
cuperaram rapidamente depois de
receberem Pralidoxima, que é um
antídoto para o sarin.”
Identificar a substância usada
em Khan Sheikhoun é determinan-
te para apurar a autoria do ataque.
Em 2013, após o ataque que matou
centenas de pessoas em Ghutta, nos
arredores de Damasco, o regime sí-
rio aceitou eliminar os seus arsenais
químicos, incluindo 1300 toneladas
cúbicas de sarin. Mas já depois disso
a Organização para a Proibição das
Armas Químicas (OPAQ) levantou
suspeitas de que não teria entregado
tudo o que possuía.
O ministro dos Negócios Estran-
geiros sírio, Walid al-Moualem, repe-
tiu na quarta-feira que a aviação síria
bombardeou um armazém da Fren-
Ana Fonseca Pereirate al-Nusra, o antigo braço armado
da Al-Qaeda na Síria, onde estariam
armazenadas armas químicas. “O
Exército sírio nunca usou nem usará
este tipo de armas.” “Se os rebeldes
tivessem sarin, seria em quantida-
des mínimas, de um quilo ou pou-
co mais”, disse ao jornal Guardian
Hamish de Bretton-Gordon, ex-
comandante do regime britânico
de reacção a armas de destruição
maciça, adiantando que o número
de vítimas sugere que foram usados
“centenas de quilos”.
Não investigar este ataque, o pior
desde 2013, “seria catastrófi co”, avi-
sa a Amnistia Internacional, rece-
ando que a impunidade “encoraje
governos e outros grupos armados
na Síria a atacar civis com armas
proibidas pelas convenções inter-
nacionais”.
No ano passado, a Sociedade Mé-
dica Sírio-Americana publicou um
relatório com dados sobre 161 ata-
ques químicos, quase todos com
gás de cloro, dois terços dos quais
ocorridos depois de aprovada a re-
solução que obrigou Damasco a de-
sarmar-se. Uma comissão conjunta
da ONU e da OPAQ investigou, sob
mandato da ONU, nove incidentes
em 2014 e 2015. Atribuiu três a Da-
masco e um ao Daesh. A Human Ri-
ghts Watch documentou também
oito ataques da aviação síria na fase
fi nal da ofensiva contra Alepo.
“Em 2016 assistimos à maior
frequência de ataques com armas
químicas desde 1916”, lamenta Bret-
ton-Gordon. “Seria de esperar que
o uso de armas químicas, tal como
fez Assad em 2013, resultaria no seu
derrube, fosse pelo seu povo, fosse
pela comunidade internacional”,
acrescenta o também britânico Ri-
chard Guthrie, no Guardian. “Mas
tal não aconteceu. Por isso, qual é
o desincentivo para um ditador que
olhe para estas armas e pense ‘aqui
está o que me pode ajudar a sobre-
viver’?”
O aviso é feito por organizações de defesa dos direitos humanos. Damasco repete que não usou nem usará este arsenal
TURQUIA
SÍRIA
A investigação conjunta da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas – autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU – centrou-se em nove ataques registados desde 2013, já depois do que matou centenas de pessoas em Ghutta, nos arredores de Damasco, atribuído ao regime de Bashar al-Assad.
21 Ago., 201516 Mar., 201521 Abr., 201416 Mar., 2015
Gás mostardaGás de cloroGás de cloroGás de cloro
DaeshExército sírio Exército sírioExército sírio
MareaSarminTalmenesQmenas
24 Mar., 201525-26 Mai., 201429-30 Abr., 201418 Abr., 201411 Abr., 2014
Gás de cloroIndeterminadoGás de cloroGás de cloroGás de cloro
InconclusivoInconclusivoInconclusivoInconclusivoInconclusivo
BinnishAl-TamanahAl-TamanahKafr ZitaKafr Zita
PÚBLICO
Ataques investigados pela ONU na Síria
Damasco Alepo
Kafr Zita
Al-Tamanah
Talmenes
Qmenas SarminBinnish
Marea
Khan Sheikhoun
ALEPO
IDLIB
LATAKIA
LOCAL DATA ARMA QUÍMICA AUTOR
Suspeita de ataque
Onde houve resultadosconclusivos
Onde não houve resultadosconclusivos
4 Abril, 2017 Não confirmado Exército sírio(suspeito)
Khan Sheikhoun
SÍRIA
25 kmMar
Mediterrâneo
Fonte: Reuters
de íria ou
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22 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
ETA
Entre a entrega de armas e a dissolução
Destroçada por polícias e juízes na Espanha e França, a organização terrorista e a sua espiral de violência estarão perto do fi m. A ETA parece disposta a entregar as armas, mas o que conta é a sua dissolução. A decisão estará nas mãos dos presos
Estaremos na véspera do
desarmamento da ETA e
a caminho da sua disso-
lução? A resposta pode
demorar. Tendo perdido
o mito da invencibilida-
de, a liquidação da ETA
parece inexorável. Mas
não será um processo
linear.
Está marcada para amanhã, nos
arredores de Baiona (Sul de França),
uma cerimónia em que a ETA, atra-
vés de intermediários bascos fran-
ceses — autodenominados “artesãos
da paz” —, entregaria um mapa da
localização dos seus últimos depó-
sitos de armas ao Comité Interna-
cional de Verifi cação, coordenado
pelo cingalês Ram Manikaningam,
para que este o transmita à Justiça
francesa. No El País, o jornalista Luis
Aizpeolea escrevia que este acto de
“desarmamento” abrirá “o debate
interno sobre a dissolução da orga-
nização que se prolongará por vários
meses”. O debate sobre o “futuro da
organização”, eufemismo de disso-
lução, está em curso desde a decla-
ração do fi m da “luta armada” feita
em 2011. Seria, diz Aizpeolea, “uma
dissolução paulatina, sem comunica-
do público”. Um dos problemas da
ETA é camufl ar a derrota.
As autoridades francesas e espa-
nholas distanciaram-se da cerimónia
de Baiona. O Ministério do Interior
de Madrid alega que a única decisão
relevante será a dissolução da orga-
nização terrorista. Quanto às armas,
deve transmitir a sua geolocalização
à Justiça francesa.
Também o governo autonómico
basco não participará na iniciativa,
embora lhe tenha dado o seu aval e,
Jorge Almeida Fernandesdesarmamento. Garante que sába-
do à noite, “a ETA estará totalmente
desarmada” (ver PÚBLICO de 17 de
Março).
Após a “rendição” de 2011, a ETA
tem adiado o desarmamento, exigi-
do pelos seus aliados políticos legais
do País Basco. Desejaria contrapar-
tidas, designadamente em relação
aos presos. Toma como referência os
modelos do desarmamento do IRA,
na Irlanda do Norte, ou das FARC na
Colômbia. A diferença é que nestes
casos o desarmamento foi negociado
com os governos. No caso da ETA não
há negociação. Porquê? A ETA está
derrotada.
Enquanto teve força e o Governo
espanhol parecia disposto a fazer
grandes concessões, a ETA usou as
tréguas para ganhar tempo e refor-
çar-se organizativamente, lançando a
seguir campanhas de terror em larga
escala. Depois de derrotada, tentou
segundo o mesmo jornalista, tenha
informado Mariano Rajoy dos por-
menores da operação.
Ontem, os partidos e sindicatos do
País Basco e de Navarra — à excep-
ção do Partido Popular — promove-
ram uma sessão em que foi lido um
manifesto comum, afi rmando que o
“desarmamento da ETA é um marco
histórico” para um “fi nal ordenado e
defi nitivo da violência terrorista”.
A ETA não é o IRAUma anterior cerimónia, em Dezem-
bro, foi anulada pela polícia francesa,
que deteve os participantes. Por isso,
o principal intermediário, o ecolo-
gista francês Jean-Noël Etcheverry,
“Txetx”, convocou a presença de
centenas de pessoas a fi m de impos-
sibilitar novas detenções. Etcheverry
garantiu ao Le Monde que a ETA con-
fi ou aos “artesão da paz” a gestão do
seu arsenal e a responsabilidade do
MUNDO
uma desesperada negociação, em
2014, quando enviou a Oslo os seus
três dirigentes da altura, para aca-
barem a ser mandados embora pelo
Governo norueguês.
Há também dúvidas sobre o ar-
senal da organização. Entre 2001 e
2004, a polícia francesa apreendeu
mais de mil armas de fogo e 6000kg
de explosivos; entre 2005 e 2016,
capturou 379 armas de fogo e mais
de 8000kg de explosivos.
O papel dos presosSegundo Florencio Domínguez, jor-
nalista e historiador da ETA, depois
de perder os seus “esconderijos es-
tratégicos”, a organização dispersou
o resto do armamento por pequenos
depósitos em casas de habitação ou
nas montanhas. “Nem a própria ETA
sabe já quantifi car o seu próprio ar-
mamento”, conclui.
Na sequência da derrota imposta
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 23
pela polícia e pela Justiça, com suces-
sivas vagas de prisões que a decapita-
ram, a organização estará reduzida
a um escassa dúzia de operacionais
em França, na maioria sem experi-
ência.
Hoje pesam duas entidades. O
movimento abertzale (nacionalista)
legal, centrado na coligação eleitoral
Bildu, passou de dominado a domi-
nante. Deixou de seguir as ordens
dos “militares”. E, com o aparelho
destroçado, a mais importante se-
de de decisão da ETA passam a ser
os presos: 280 na Espanha e 80 em
França. Tudo indica que terão a pa-
lavra fi nal.
O colectivo dos presos está dividi-
do e os “duros” condenam o desar-
mamento e, por maioria de razão,
uma dissolução. Mas a aspiração da
maioria será a transferência para o
País Basco — estão espalhados por 44
prisões espanholas e 44 francesas.
Muitos poderão integrar os processos
de reinserção para obter uma liber-
tação mais rápida.
O “mito da invencibilidade”Fundada em 1968 por jovens nacio-
nalistas em ruptura com o Partido
Nacionalista Basco e inspirados nas
lutas de libertação nacional da épo-
ca, a ETA nasceu sob o signo de um
mito — a “ocupação espanhola”.
Conheceu cisões. Venceu a corren-
te “militarista” que identifi cava a or-
ganização com o terrorismo.
A ETA político-militar (ETA p-m)
renunciou à luta armada e integrou-
se na democracia em 1982. A ETA mi-
litar (ETA m) criou o “mito da inven-
cibilidade”. Não esperava derrotar o
Estado mas acreditava que este seria
incapaz de a vencer por meios poli-
ciais e seria obrigado pela sociedade
a ceder às suas exigências.
A ETA nasceu durante o franquis-
mo, que lhe deu uma justifi cação
política. Mas só se tornou verdadei-
ramente letal com a democracia e o
estatuto de autonomia basca. Das su-
as 845 vítimas, apenas 5% foram as-
sassinadas durante a ditadura (1968-
75). A sua actividade mais frenética
foi durante a Transição (1976-81): 336
mortos. Na recta fi nal (1995-2010) ain-
da matou 98 cidadãos, sendo o País
Basco o principal “teatro de guerra”:
foi a era do tiro na nuca, que provo-
cou uma revolta dos cidadãos que
isolou a ETA.
A estratégia da “socialização do so-
frimento” visava tornar os cidadãos
reféns pela violência, para os forçar
a ceder aos objectivos da minoria.
Centenas de pessoas só podiam sair
à rua com escoltas. A ETA recolheu
informações sobre 16.000 alvos po-
tenciais de atentados.
Como identificar a ETA? Res-
pondeu o antropólogo basco Juan
Aranzadi: “A violência constitui a
certidão de nascimento da ETA e o
seu exclusivo e permanente meio
de auto-afi rmação. A ETA não é uma
organização política que pratica a
violência, mas um grupo armado
que racionaliza politicamente as
acções violentas.”
O escritor Kepa Aulestia, antigo
dirigente da ETA (p-m), escrevera o
mesmo em 1993. “A espiral da vio-
lência ganha vida própria. Como se
tratasse de um alienígena, entranha-
se no corpo político e ideológico ini-
cial, entranha-se nos mecanismos de
decisão e organização, nas relações
humanas e em cada pessoa. Assim
se ideologiza, se socializa, se indivi-
dualiza, dotando-se dos nutrientes
necessários e das defesas precisas pa-
ra perpetuar-se.” Por isso, “a even-
tualidade de abandonar as armas ou
de desaparecer constituem os dois
tabus mais importantes da ETA”. As-
sim foi até hoje.
VINCENT WEST/REUTERS
A espiral da violência ganha vida própria. (...) A eventualidade de abandonar as armas ou desaparecer são os dois maiores tabus da ETAKepa AulestiaEscritor
MUNDO
ENRIQUE CERDAN/EPA
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24 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
MUNDO
Senado americano dá mais um passoa caminho da autodestruição
ERIC THAYER/REUTERS
O líder da maioria do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, cumpriu a ameaça que fez no início da semana
Há quase 230 anos, quando a Revo-
lução Francesa estava a dar os pri-
meiros passos e a maioria dos por-
tugueses ainda não sabia quem era
Napoleão, os fundadores dos Estados
Unidos criaram um Congresso com
duas câmaras — uma com muitos re-
presentantes, barulhenta e raivosa,
e outra mais sóbria e educada, onde
os senhores senadores debatiam com
alguma calma e chegavam a entendi-
mentos entre si. Mas, ao fi m de todo
este tempo, o muro que se ergueu en-
tre o Partido Republicano e o Partido
Democrata cresceu tanto que os se-
nhores senadores não conseguiram
evitar uma alteração das regras que
pode mudar radicalmente a forma
como se faz democracia no país.
Nos Estados Unidos chamam-lhe a
“opção nuclear”, uma alteração tão
profunda dos procedimentos do Se-
nado que é tratada como se alguém
largasse uma bomba em cima das re-
gras e os efeitos contaminassem tudo
à volta — uma decisão tão sensível
que o senador John McCain, do Par-
tido Republicano, disse que só um
“idiota estúpido” pode defendê-la.
Em causa está a alteração de um
procedimento conhecido como fi -
libuster, que é uma ferramenta à
disposição da minoria no Senado
para bloquear uma nomeação pela
maioria de um juiz para o Supremo
Tribunal.
Na prática, ao invocar o fi libuster,
o partido minoritário consegue man-
ter o debate em aberto por tempo
indefi nido, bloqueando a passagem
à votação fi nal e obrigando a maioria
a fazer uma de duas coisas: ou deixa
cair o nome do juiz e pede ao Presi-
dente que nomeie outro, ou reúne 60
votos dos 100 no Senado para derru-
bar o tal fi libuster — como é raro que
um dos partidos tenha 60 ou mais
senadores, o fi libuster obriga a maio-
ria a fazer concessões à minoria, se
quiser que as coisas avancem.
Até 2013, a minoria podia usar o
fi libuster para travar também as no-
meações executivas e as nomeações
de juízes federais, mas nessa altura
quem estava a bloquear as escolhas
premo sejam, pelo menos, tolerados
por quem está na minoria.
Como as decisões do Supremo são
determinantes para a evolução das
grandes causas, os Estados Unidos
poderiam seguir um caminho marca-
damente conservador ou progressis-
ta se não houvesse regras como a que
começou a cair em 2013 e que deu
um trambolhão ontem. Um trambo-
lhão que teve a ajuda do senador Jo-
hn McCain — apesar de ter dito que
só um “idiota estúpido” podia defen-
der a alteração, McCain votou a favor
porque disse ser a única forma de
pôr o juiz Gorsuch no Supremo.
A partir de agora, bastam 51 votos
para pôr fi m a um fi libuster num pro-
cesso de nomeação para o Supremo
e seguir para a votação fi nal, o que
signifi ca, na prática, que o fi libuster
deixa de ter utilidade como ferra-
menta de reforço da minoria.
Depois da alteração desta regra,
é certo que o juiz conservador Neil
Gorsuch, de 49 anos, vai ser aprova-
do na votação de hoje, e vai juntar-
se aos restantes oito membros do
Supremo Tribunal em substituição
do também conservador Antonin
Scalia, que morreu em Abril do ano
passado.
Depois do esvaziamento do fi libus-
ter nas nomeações, muitos temem
que o próximo passo seja o fi m do
fi libuster no processo de aprovação
das leis — o que, a acontecer, deixará
o país à mercê da maioria.
Falta de entendimento leva Partido Democrata a bloquear nomeação para o Supremo. Em resposta, o Partido Republicano accionou a “opção nuclear” e aprovou uma alteração que fragiliza o debate
EUAAlexandre Martins
do então Presidente, Barack Obama,
era o Partido Republicano. Como o
Partido Democrata estava em maio-
ria, os seus líderes abriram um pre-
cedente e mudaram as regras, mas só
em relação às nomeações de cargos
executivos e juízes federais — para
essas, passou a bastar uma maioria
simples, o que esvaziou a essência do
fi libuster; mas para a nomeação de
juízes do Supremo continuou a ser
necessário dialogar com a oposição,
se esta se opusesse.
Um país à mercê da maioria?O que aconteceu ontem foi um se-
gundo — e mais dramático — passo
em direcção ao fi m do mecanismo
que dá alguma força à minoria, e que
tem permitido que os juízes do Su-
O que aconteceu foi um segundo — e mais dramático — passo em direcção ao fi m do mecanismo que dá alguma força à minoria nas decisões do Senado [email protected]
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 25
Aung San Suu Kyi, líder de facto do
Governo da Birmânia, e vencedora
de um Nobel da Paz, negou as acu-
sações de que as autoridades estão
a fazer uma limpeza étnica contra a
minoria muçulmana rohingya.
Em entrevista à BBC, Suu Kyi ad-
mite que há problemas no estado de
Rakhine, onde vivem os rohingya,
mas garante que a expressão “limpe-
za étnica” é forte demais para descre-
Aung San Suu Kyi recusa acusações de limpeza étnica contra os rohingya
ver a situação. “Não penso que esteja
a acontecer uma limpeza étnica. Há
muita hostilidade — são muçulma-
nos a matar muçulmanos também”,
disse. Aquilo a que se está a assistir
é a uma “divisão”, diz Aung San Suu
Kyi, que diz estar a “tentar fechá-la”.
Em Novembro, o Alto Comissa-
riado para os Refugiados da ONU
acusou a Birmânia de estar a lançar
uma operação de “limpeza étnica”
contra a minoria muçulmana rohin-
gya. Milhares de pessoas têm pas-
sado a fronteira com o Bangladesh.
As forças de segurança birmanesas
“executam os homens, massacram
crianças, violam mulheres, queimam
e assaltam casas, forçando estas pes-
soas a atravessar o rio” para chegar
ao Bangladesh, disse na altura John
McKissick, da ONU. O Exército e a
Minorias
Líder do Governo da Birmânia garante que quem fugiu para os países vizinhos estará em segurança se regressar
se consideravelmente a partir de
2012, quando cerca de 200 pessoas
foram mortas em confrontos com a
população budista. Cerca de 140 mil
rohingya foram enviados para cam-
pos fechados, sem poderem traba-
lhar ou estudar, ou terem acesso a
cuidados de saúde.
As eleições do ano passado foram
históricas, trazendo pela primeira
vez desde os anos 1960 civis para a
liderança do Governo de Rangum.
Mas o Governo não tem contrariado
as acções do Exército, que continua
a ter um grande poder. E para Suu
Kyi, os rohingya nunca foram uma
prioridade. A fi lha do “pai da nação”,
Aung San, recusa-se sequer a utilizar
o termo para se referir à comunida-
de, pouco diferindo dos generais que
sempre combateu.
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polícia fronteiriça estão envolvidos
em actos de “punição colectiva con-
tra a minoria rohingya”, acrescentou.
Foram cometidas “atrocidades sem
precedentes” contra os rohingya,
que poderão confi gurar limpeza ét-
nica, disse a ONU.
Sobre as pessoas que fugiram para
os países vizinhos, Suu Kyi garante
que podem regressar: “Se voltarem,
estarão em segurança. Cabe-lhes de-
cidir. Alguns voltaram.”
A situação dos rohingya degradou-
Suu Kyi não tem sequer utilizado o termo “rohingya” para se referir a esta minoria desprezada na Birmânia
MUNDO
Breve
Maquilhagem
Imagem que sugere que Putin é gay proibida na RússiaO ministro da Justiça russo incluiu a imagem retocada do rosto de Vladimir Putin, com maquilhagem de cores vibrantes que sugerem que o Presidente russo é gay, na lista federal de “materiais extremistas”. Esta imagem tornou-se proibida na Rússia, por sugerir “uma orientação sexual fora do padrão, de forma a insinuar que Putin é homossexual”.
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26 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
CIÊNCIA
Este médico só tem doentes com centenas ou (até) milhares de anosNão faz diagnósticos a doentes vivos. O que Francesco Galassi desvenda são as doenças de fi guras históricas através de vários registos históricos. A partir de amanhã está em Lisboa para quatro palestras sobre paleopatografi a
Francesco Galassi não é um médico
normal. Nunca chegou a conhecer
os seus doentes. E não é por não
querer contactar com eles. Mas
porque as idades dos seus doentes
vão dos 200 aos 2000 anos. O facto
de já terem morrido não quer dizer
que este médico italiano não lhes
consiga fazer um diagnóstico. A sua
escolha recai sempre em fi guras his-
tóricas ou em personagens. No seu
“consultório” já fez o diagnóstico
ao imperador Júlio César ou a ma-
dame Tussaud. É uma questão de
ler as suas biografi as, cruzar várias
fontes históricas e ter em conside-
ração os vestígios corporais (caso
ainda existam).
Nos próximos dias está em Portu-
gal a falar do seu trabalho em qua-
tro palestras: sábado, às 15h, na
Biblioteca Histórica da Ordem dos
Médicos (Lisboa); domingo, às 15h,
no Museu Nacional de Arqueologia
(Lisboa); segunda-feira, às 14h30,
no Instituto Superior de Ciências
da Saúde Egas Moniz (Caparica); e
terça-feira, às 18h30, na Casa-Museu
Dr. Anastácio Gonçalves (Lisboa) so-
bre a síndrome de Stendhal.
“Sou médico, mas sempre fui fas-
cinado pelo mundo antigo”, assim
começa Francesco Galassi, de 27
anos, a contar sobre o seu interesse
em diagnosticar doenças a persona-
gens e a fi guras históricas. Tudo tem
início no ensino secundário, quando
tinha 14 anos, foi aí que começou a
estudar o imperador romano Júlio
César. Também começou a estudar
línguas clássicas, o grego e o latim,
para poder ler os registos históricos
originais. “Passei muito tempo a in-
vestigar história antiga e história da
medicina”, recorda. Mas levou uns
anos até vir a concluir o caso de Júlio
César. Tinha de ter as ferramentas
certas para tirar conclusões.
Gostava de medicina e história,
e o seu caminho acabou por ser a
medicina, licenciando-se na Uni-
versidade de Bolonha (Itália), onde
esteve envolvido em trabalhos sobre
colecções humanas anatómicas. De-
pois, rumou ao Reino Unido: na Uni-
versidade de Oxford e no Imperial
College de Londres voltou a analisar
a doença de Júlio César, desta vez a
tempo inteiro e com o seu colega
Hutan Ashrafi an.
Agora, Francesco Galassi é paleo-
patologista no Instituto de Medicina
Evolutiva da Universidade de Zuri-
que, na Suíça. Tem estado a traba-
lhar no Projecto Paleopatologia Ita-
liana, que estuda doenças antigas na
Península Itálica. Neste momento,
estuda casos retratados nos quadros
de Piero della Francesca. E ainda
em Janeiro deste ano foi um dos 30
cientistas com menos de 30 anos
escolhidos para a Lista de Ciência e
turas, literatura, biografi as ou qual-
quer outro documento que forneça
informação sobre a fi gura em estu-
do. “ [As biografi as] têm tudo, desde
paixões, conspirações políticas e até
informação médica. Mas quando se
descrevem os termos médicos, não
se referem especifi camente os ter-
mos científi cos de saúde.”
Este tipo de estudo é a paleopa-
tografi a e é considerado um ramo
da paleopatologia, que estuda as
patologias em esqueletos e outros
restos mortais antigos. “Considero
a paleopatografi a um apoio, e não
uma substituição, para estudar as
personagens antigas e famosas.”
Além disso, Francesco Galassi usa
ainda a paleossemiótica, que pro-
cura no estudo de fontes históricas
os sinais de doenças.
E quais as difi culdades que co-
locam estes doentes tão antigos?
“O maior problema é não se saber
nada sobre eles. Os meus doentes
já morreram há muito tempo.” Afi -
nal, o seu doente mais velho viveu
no Egipto Antigo e o mais novo é
a Madame Tussaud. Depois, há a
difi culdade em interpretar todos
os registos históricos, porque não
são verdadeiros registos médicos.
“Tenho sempre de refl ectir se a in-
formação está escrita por qualquer
razão política.”
Nem sempre é possível fazer um
diagnóstico. Um desses casos é o de
Alexandre, o Grande. “Foi o único
caso em que perdi imenso tempo,
mas que não consegui”, assume. Os
registos históricos são inconclusi-
vos e não se sabe se os seus restos
mortais foram destruídos ou não.
“Gostaria de colaborar com os cien-
tistas portugueses para estudar, por
exemplo, os reis portugueses.”
O deus Priapo tinha fimose
Priapo era o deus grego da fertili-
dade, fi lho de Afrodite e Dionísio,
e considerado o guardador dos re-
banhos ou dos produtos hortícolas.
Era sempre representado com um
pénis exagerado devido a uma vin-
gança de Hera a Afrodite.
Em 2015, Francesco Galassi en-
controu duas ilustrações deste deus
na Casa de Vettii, em Pompeia. Uma
até era normal, nada que suscitasse
um diagnóstico, já a outra desper-
tou-lhe interesse. Nesse fresco de
Priapo vê-se um homem com um pé-
nis bem grande. Francesco Galassi
concluiu que tinha fi mose, em que o
pénis não pode ser retraído devido
a um problema nas glandes, e hoje
pode ser tratada por corticosterói-
des. Antes, era apenas tratada por
circuncisão ou prepucioplastia. O
médico italiano percebeu também
que a fi mose se tinha difundido na
Itália antiga, entre os jovens e ado-
lescentes da região de Campânia,
onde fi ca Pompeia.
Teresa Serafim
O
a de as
Madame Tussaud
O duque Federico de Montefeltro
O imperador Júlio César
Dante Alighieri
Saúde na Europa da revista Forbes.
E por que decidiu Francesco Ga-
lassi estudar as fi guras históricas?
“Tem-se pouca informação sobre
estas personagens. Parte da infor-
mação, a bioinformação e os relatos
dos sintomas das doenças, está com-
pletamente perdida no passado.” E
o seu trabalho tem uma aplicação na
medicina actual, ao fornecer dados
da evolução das doenças ao longo
dos tempos.
Nessa viagem no tempo, Frances-
co Galassi tem de combinar o maior
número de fontes possíveis. Livros
de história, correspondência, pin-
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 27
des, sinal de acromegalia, síndrome
também conhecida por “gigantis-
mo”. E tem uma deformação na colu-
na vertebral e barriga proeminente,
que podem ter sido provocadas pela
tuberculose. “As fi guras mitológicas
têm patologias que podem refl ectir
como as doenças se espalhavam de-
pressa no passado.”
A gota de Federico de Montefeltro
Este é o mais recente caso de Fran-
cesco Galassi, analisado com o seu
colega Antonio Fornaciari, da Univer-
sidade de Pisa, em Itália. E já há algu-
mas conclusões. Todos conhecemos
de alguma forma o duque Federico
de Montefeltro (1422-1482) pela pintu-
ra de Piero della Francesca, o Duplo
Retrato dos Duques de Urbino. Já se sa-
bia que o duque sofria de gota (artri-
te infl amatória devido ao excesso de
ácido úrico no sangue, que infl ama as
articulações). Agora, os cientistas re-
colheram amostras dos ossos do du-
que e encontram também cartas que
ele enviou para o seu médico. Nessas
cartas, dizia que tinha uma dor no pé
direito. “Agora temos de investigar a
nível genético [as amostras], assim
como estudar as referências à gota
neste período histórico.”
Madame Tussaud, um diagnóstico inclusivo
Marie Tussaud (1761-1850) era uma
mulher de negócios no século XIX na
Europa. Pode-se dizer que morreu de
velha, aos 88 anos, em Abril de 1850.
Sempre foi descrita como tendo boa
saúde e, pouco antes de morrer, ain-
da vendia bilhetes do seu museu de
cera em Londres e cumprimentava
os visitantes. A descoberta de cartas
dos seus fi lhos trouxe agora outra vi-
são sobre a sua saúde.
O seu fi lho Francis escreveu ao seu
pai, François, a dizer: “[Tussaud] es-
tá cada vez mais fraca e às vezes até
muito doente e sofre de asma, que
não lhe permite descansar durante
a noite.” Além disso, relatou que as
pernas da mãe estavam em más con-
dições e os joanetes quase nem a dei-
xavam andar. A equipa de Francesco
Galassi considera que tinha uma do-
ença cardiorrespiratória.
Contudo, noutras cartas, nomea-
damente do seu neto John Theodore,
dizia-se que estava muito “vivaça” e
com uma “memória excelente” nos
últimos anos de vida. As discrepân-
cias entre as cartas tornam, para já,
esta análise inconclusiva. “A Mada-
me Tussaud é um bom exemplo da
interpretação das fontes”, comenta
Francesco Galassi. “Algumas cartas
podem ser uma manipulação da sua
família para promover uma cer-
ta imagem.”
FOTOS: DRda sua morte. “Este é um primeiro
esforço para reexaminar a causa de
morte do rei Alarico I”, lê-se no arti-
go que Francesco Galassi e outros co-
legas publicaram na revista European
Journal of Internal Medicine.
Através da obra Gética, que o his-
toriador Jordanes escreveu no século
VI, baseada por sua vez num traba-
lho do escritor romano Cassiodoro,
Francesco Galassi e a sua equipa
descartaram a hipótese de que Ala-
rico tivesse morrido de uma doença
cardiovascular, devido à ausência de
sintomas descritos naquelas fontes
históricas. Alarico I estava aparen-
temente saudável durante o saque a
Roma e só mostrou sinais de doença
na viagem de Campânia para a Calá-
bria. “Como era migrante e vinha de
uma zona onde não havia malária,
não tinha imunidade a esta doença”,
refere o médico. “Quando o túmulo
for encontrado, podemos fazer testes
moleculares [ADN]. Agora, as fontes
sugerem que é a malária.”
Dante era ansioso e sonolento?
Quem diria que os poemas de Dante
Alighieri (1265-1321) poderiam des-
vendar as suas próprias doenças. É
o que acontece no canto I de Infer-
no: “Ó famoso sábio, acode ao per-
seguido!/Tremo no pulso e nas veias,
transtornado!” As veias e os pulsos
a tremer podem revelar medo e o
que se designa por uma “reacção de
stress agudo”, ou “reacção de lutar
ou fugir”. Trata-se de uma resposta
excessiva numa situação em que não
há razão para se ter grande medo.
“Este é um exemplo do poder dos
escritores para observarem e des-
creverem factos médicos”, comen-
ta Francesco Galassi. Já o seu colega
Giuseppe Plazzi, da Universidade de
Bolonha (Itália), tinha referido antes
que Dante sofria de narcolepsia, pro-
blema neurológico em que o doente
está sempre sonolento e está forte-
mente associado a ansiedade — uma
conclusão que o investigador tirou a
partir da leitura dos poemas da obra
Vida Nova.
Polichinelo, um símbolo da tuberculose
Vem de Nápoles, é preguiçoso, opor-
tunista e uma personagem cómica
do teatro italiano. “Este diagnóstico
é diferente porque é de uma per-
sonagem.” Para Francesco Galassi,
Polichinelo, além de re-
presentar os sonhos e
sofrimentos das pesso-
as, é símbolo dos surtos
de tuberculose no pas-
sado, segundo os seus
estudos. Surge
representado
com as mãos
e os pés gran-
livro A Doença de Júlio César, que ain-
da não foi traduzido para português.
Alarico I, o rei dos visigodos que morreu de malária
Alarico I (370-410) fi cou na história
por ter atacado Roma a 24 de Agosto
de 410 d.C. Depois, embarcou numa
campanha em direcção ao sul para
tentar chegar ao Norte de África,
mas acabou por morrer. “Sofria de
alguma doença que contraiu no Sul”,
afi rma Francesco Galassi. É que no
Sul de Itália a malária estava muito
difundida e pode ter sido essa a causa
Júlio César não era epiléptico
Foi um dos primeiros casos de Fran-
cesco Galassi, aquele que o afi rmou
como paleopatologista. Com o colega
Hutan Ashrafi an, do Imperial Colle-
ge de Londres, disse que as fontes
históricas não permitiam concluir
que Júlio César (100 a.C. a 44 a.C.)
tinha epilepsia. Em vez disso, um
dos maiores líderes militares terá
tido um mini-AVC (um acidente is-
quémico transitório, em que o for-
necimento de sangue ao cérebro é
interrompido por um curto período
de tempo). É que os sintomas descri-
tos nas fontes referem que, nas suas
campanhas militares em Espanha e
África, tinha enxaquecas, vertigens
ou tonturas.
“Olhámos para várias fontes, usá-
mos a racionalidade médica e fi ze-
mos uma aproximação histórica”,
conta. Na Antiguidade, a epilepsia era
considerada uma “doença sagrada”,
por isso Júlio César terá difundido
que era epiléptico, uma vez que isso
condizia melhor com a sua imagem
pública, concluíram os dois cientistas
num artigo em 2015 na revista Neu-
rological Sciences, a que se seguiu o
O deus Priapo ; em baixo, o médico italiano Francesco Galassi; e na página ao lado, a figura de Polichinelo
úlúúúúúúlúúltititimomomosss aaaaa
cias entreee
esta análll
me Tussaaaaa
interpretttt
Francesccc
podem seee
famíílll
ta
aaaaaararara FF Fraaraarancncncessessescocooco GGG Galaalaalassassassisisi,
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ssss sonhos e
ddddas pesso-
ddddos surtos
sssse no pas-
ddddo os seus
uuuurge
ddddo
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28 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
CULTURA
ENRIC VIVES-RUBIO
Vhils teve a colaboração da coreógrafa Piny e de seis bailarinos
O seu nome está associado à arte
contemporânea e de forma mais
particular à chamada “arte urbana”.
Também já explorou caminhos na
ilustração, animação, vídeo ou de-
sign. O seu universo, de forma lata, é
o da cultura visual. As artes de palco
não são o seu habitat natural. Mas
hoje e amanhã, no pequeno auditó-
rio do Centro Cultural de Belém, em
Lisboa, no contexto da Boca Bienal,
será aí que poderemos tomar con-
tacto com o seu trabalho. Falamos
de Alexandre Farto, ou seja, Vhils,
um dos artistas portugueses mais
reconhecidos em Portugal e inter-
nacionalmente pelas intervenções
escultóricas em todo o mundo.
Desta feita deixou de lado as pai-
sagens urbanas degradadas, ou os
espaços expositivos convencionais,
para conceber um espectáculo-per-
formance no palco. Não o fez solita-
riamente. O conceito e direcção são
dele. Mas teve a colaboração precio-
sa da coreógrafa Anaísa Lopes (Piny)
e de seis bailarinos dirigidos por ela,
e dos músicos Chullage e DJ Ride,
entre outros. Todos eles já haviam
colaborado em anteriores ocasiões
e existia esse historial comum de
terem crescido nos ambientes das
periferias de Lisboa, tendo aí desen-
volvido trabalho criativo numa fase
prematura das carreiras, em grande
medida em ligação estreita com a cul-
tura hip-hop.
“O desafi o era criar um trabalho
em palco, o que para mim é algo
distante e está fora da minha zona
de conforto”, conta-nos Alexandre,
depois de termos presenciado um
ensaio. “O que tentei fazer foi criar
uma ponte com várias pessoas, co-
mo a Piny, que trabalha em dança
contemporânea, mas que começou
nos graffi ti, ou o Chullage e o Ride,
conhecidos no hip-hop, mas que hoje
estão também na sociologia ou nas
electrónicas. Cada um seguiu o seu
percurso e nunca tínhamos feito na-
da sobre o ambiente onde crescemos
e que teve muita importância no que
produzimos hoje.”
O espectáculo chama-se Periféri-
Para além das imagens, do trabalho
de concepção, ou de pesquisa e edi-
ção, são centrais os movimentos dos
bailarinos, entre a dança contempo-
rânea e a fi sicalidade da rua da dança
hip-hop, e a música, com referências
sonoras familiares (hip-hop, trap ou
electrónicas), mas sempre a partir de
um ponto de vista desviante, insti-
tuindo climas saturados e opressivos
ou mais lúdicos.
Poema-rapNa parte fi nal existe um solilóquio
em forma de poema-rap da autoria
de Chullage que acaba por ser de-
terminante. Críptico, realista e satí-
rico, tenta mostrar que muitas das
tensões entre centros e periferias
continuam latentes. Muitos muros
foram sendo destruídos ao longo
dos anos em Portugal, mas outros
foram sendo construídos. “Ainda
existem barreiras, claro”, assume
Alexandre. “Há zonas de separa-
ção que ainda existem, apesar de
podermos romantizar que elas se
atenuaram.”
Por falar em barreiras, uma das
que ainda subsistem em grande par-
te refere-se às práticas e também aos
consumos artísticos. É raro ver gente
das artes em concertos e vice-versa.
Ou da clássica em espectáculos pop.
Ou da arte no teatro. E assim suces-
sivamente. A curiosidade, a troca
desinteressada ou a integração de
novas realidades de forma transver-
sal ainda não é um dado adquirido.
A compartimentação subsiste.
Em parte é também isso que a Bo-
ca Bienal quer desbloquear. “Sim, é
verdade, isso ainda acontece”, con-
corda Alexandre, “até porque con-
tinua a existir uma grande divisão
entre formas artísticas institucio-
nalizadas e outras mais informais.”
“Mas creio que essas pontes têm
vindo a ser criadas e estes desafi os
da bienal são um exemplo”, afi rma,
falando do seu próprio espectáculo,
sinergia entre diferentes territórios,
em que foi criada uma convergên-
cia entre artes visuais, formas musi-
cais e diferentes maneiras de olhar
para a dança. “Tudo permeável e
em sintonia.”
Por momentos Alexandre Farto deixa a arte urbana e concebe um espectáculo que refl ecte a paisagem urbana e humana das periferias, e a emergência das suas subculturas, ao longo de décadas em Portugal
PerformanceVítor Belanciano
Cada um seguiu o seu percurso e nunca tínhamos feito nada sobre o ambiente onde crescemos e que teve muita importância no que produzimos hojeAlexandre FartoArtista
co e, claro, não é um acaso. Trata-se
de uma criação que refl ecte a paisa-
gem urbana e humana das periferias,
a emergência das subculturas e o
impacto no Portugal das últimas dé-
cadas. Existe questionamento, mas
também celebração, das relações en-
tre centro e periferia, com imagens
de arquivo e outras produzidas para
o efeito, a revelarem a forma como
a Lisboa e o Porto metropolitanos
se foram constituindo ao longo dos
anos, com vagas de pessoas provin-
das das ex-colónias portuguesas ou
das zonas economicamente mais dé-
beis de Portugal. Zonas de exclusão,
de resistência ou de fortalecimento
comunitário, esses contextos foram
também assistindo à formação de
estimulantes ambientes culturais e
é isso que é mostrado. Nesse sentido,
tematicamente, não é algo muito dis-
tante do trabalho artístico de Vhils.
“Sim, é verdade”, concorda. “Exis-
te uma refl exão sobre as identidades
e uma panorâmica do Portugal do 25
de Abril e do que se seguiu, a partir
do momento em que fomos também
expostos à cultura que vinha de fora,
como é o caso do hip-hop.” Como é
que todas essas interligações (centro
e periferia, campo e urbe, rua e pal-
co, local e global, meios marginaliza-
dos e institucionalizados) se desen-
cadearam e que efeitos tiveram, eis
em parte a proposta desenvolvida. [email protected]
O Portugal das periferias chega a Belém e o responsável é Vhils
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 29
ENRIC VIVES RUBIO
O director artístico garante que não sai zangado
O director artístico do Museu Colec-
ção Berardo, Pedro Lapa, deixou o
cargo ao fi m de seis anos. A sua co-
missão de serviço terminou a 2 de
Abril, anunciou ontem o museu no
comunicado em que dava conta da
saída de Lapa.
Ao PÚBLICO, o empresário Joe Be-
rardo disse que ainda não tem um
nome defi nitivo para substituir Pedro
Lapa. O jornal Expresso avançava o
de Rita Lougares, uma conservadora
do museu, como directora interina,
mas ao PÚBLICO Berardo esclareceu
que o cargo não será ocupado defi ni-
tivamente nos próximos meses. “Da-
qui a uns meses vamos ver”, acres-
centou o comendador, sublinhando
que se trata para já de uma nomea-
ção provisória.
Nos estatutos do museu, está pre-
visto a existência de um cargo de
director.
Contactado pelo PÚBLICO, Pedro
Lapa não quis falar das circunstân-
cias que levaram a que não fi zesse
nova comissão de serviço enquanto
director artístico do museu, algo que
era ainda uma possibilidade quan-
do Berardo e o Estado assinaram a
adenda ao protocolo de 2006 que
permitiu manter a instituição no
Centro Cultural de Belém pelo me-
nos até ao fi nal de 2022. Garantiu
apenas que as duas partes chegaram
a acordo, que não sai “zangado” e
que os últimos seis anos lhe “trou-
xeram a oportunidade de trabalhar
com uma colecção única no país,
importante”, e de “fazer exposições
relevantes”.
Lapa, que diz que pretende con-
tinuar a comissariar exposições, vai
dedicar agora muito mais tempo à
Faculdade de Letras, onde há anos
dá aulas de História de Arte Contem-
porânea e de Teoria de Arte. “Ago-
ra vou estar mais disponível para o
trabalho de investigação”, acrescen-
tou. De acordo com o comunicado, o
historiador de arte “dedica-se agora
Pedro Lapa saiu da direcção do Museu Berardo
a novos projectos, mantendo de fu-
turo colaborações de natureza auto-
ral com o Museu Colecção Berardo”.
É provável que estas colaborações
passem pela curadoria de exposi-
ções e pela participação em edições
da casa.
Quanto à programação, Lapa tam-
bém não avançou qualquer informa-
ção. De recordar que, fechado que
está o primeiro trimestre do ano,
o Museu ainda não anunciou a sua
programação para 2017 e tem neste
momento e desde Janeiro a galeria
do Piso 0 vazia.
A escolha de Lougares para ocu-
par interinamente o lugar que dei-
xou vago também não foi objecto de
qualquer comentário: “Não quero
acrescentar mais nada. Trata-se de
uma decisão do conselho de admi-
nistração”, disse Lapa.
Rita Lougares, de 59 anos, é ac-
tualmente a única conservadora do
Museu Berardo. Licenciada em His-
tória pela Universidade de Lisboa,
tem uma pós-graduação e mestrado
em Conservação e Museologia. Entre
1989 e 1993, trabalhou no Instituto
Português dos Museus, tendo nes-
se ano entrado com a equipa inau-
gural para o Centro de Exposições
do Centro Cultural de Belém (CCB).
Lougares transitou para o Berardo
quando o novo museu se instalou
no CCB em 2007.
Ainda segundo o museu, o colec-
cionador José Berardo e o Conselho
de Administração da Fundação Be-
rardo “louvam o trabalho realizado e
a dedicação integral, durante os seis
anos em que Pedro Lapa dirigiu artis-
ticamente o Museu Colecção Berar-
do, fazendo votos para que os seus
projectos futuros continuem a obter
os maiores sucessos”. A Fundação
de Arte Moderna e Contemporânea
- Colecção Berardo renovou no ano
passado o acordo de comodato para
permanência do Museu Berardo por
mais seis anos, renováveis, no Centro
Cultural de Belém, em Lisboa.
“Ao longo dos seis anos em que
assumiu a programação artística do
museu, Pedro Lapa deu especial re-
levo à vertente museológica apresen-
tando a colecção em exposição per-
manente, dividida em dois grandes
períodos 1900-1960 e 1960-2000, de
forma a materializar a existência de
um grande museu de arte moderna
e contemporânea internacional em
Lisboa”, destaca ainda o museu no
comunicado.
Pedro Lapa, também ex-director
do Museu do Chiado - Museu Nacio-
nal de Arte Contemporânea, subs-
tituiu em 2011 o francês Jean-Fran-
çois Chougnet, primeiro director do
Museu Berardo. Na altura, foi uma
escolha unânime no conselho de ad-
ministração da Fundação aprovada
pelo Ministério da Cultura.
ArtesIsabel Salemae Lucinda Canelas
Historiador de arte não viu renovado contrato. Museu Berardo tem agora conservadora da casa como directora interina
[email protected]@publico.pt
Pedro Lapa, que quer continuar a comissariar exposições, vai dedicar agora mais tempo à Faculdade de Letras
CULTURA
Nicht Schlafen, de Alain Platel
Após o sucesso da primeira edição
em 2016, o festival DDD - Dias da Dan-
ça, um projecto pioneiro de colabo-
ração entre as autarquias do Porto,
Matosinhos e V. N. Gaia, dá um salto
signifi cativo nesta sua segunda edi-
ção, que arranca a 27 de Abril e se
prolonga por 17 dias, levando 35 es-
pectáculos a diversos espaços desta
frente atlântica do Grande Porto.
As estreias nacionais de BiT, da
veterana coreógrafa e bailarina
francesa Maguy Marin, no Rivoli, e
de Muros, de Né Barros, no Teatro
Nacional São João (TNSJ), ou ainda
a apresentação de Terça-feira: Tu-
do o que é sólido dissolve-se no ar, de
Cláudia Dias, segundo momento do
seu projecto Sete Anos Sete Peças, são
alguns dos principais momentos do
primeiro fi m-de-semana do festival,
cuja programação foi apresentada
esta quinta-feira pelo seu coordena-
dor, Tiago Guedes, director artístico
do Rivoli Teatro Municipal.
Dispondo de um orçamento de
434 mil euros, este segundo DDD tem
uma forte presença internacional,
com estreias nacionais de espectácu-
los como Tordre, do francês Rachid
Ouramdane, Nicht Schlafen [Não Dor-
mir], do belga Alain Platel, Higher,
do italiano Michele Rizzo, ou Celui
qui Tombe, de Yoann Bourgeois, mas
Dias da Dança: o festival que põe três cidades a dançar
pretende também funcionar como
uma montra da dança contemporâ-
nea portuguesa à atenção dos pro-
gramadores internacionais.
Com o seu centro de operações no
Rivoli, mas envolvendo mais de uma
dezena de espaços e uma extensa lis-
ta de co-produtores — TNSJ, Serral-
ves, Coliseu do Porto, Mala Voadora,
Balleteatro, Teatro Constantino Nery,
em Matosinhos, e Armazém 22, em
Gaia —, o Dias da Dança reforçou tam-
bém a componente formativa, com
masterclasses e workshops que Tia-
go Guedes considerou cruciais para
“criar comunidade” e “dar textura”
ao festival.
Outro programa complementar
que se consolida nesta edição é o
DDD Out, que leva a dança a jardins,
praças e outros locais públicos.
Após o fi m-de-semana de abertu-
ra, os primeiros dias de Maio trazem
espectáculos como Glimpse - 5 Room
Puzzle, de Tânia Carvalho, ou o pro-
grama Curtas de Dança, resultante
de um concurso lançado pelo Arma-
zém 22, que desafi ou jovens artistas
a criar peças breves.
No segundo fim-de-semana do
DDD, destaque para as estreias na-
cionais de Tordre, de Rachid Ou-
ramdane, e de Higher, de Michelle
Riso, uma coreografi a inspirada nas
danças de discoteca, mas também
para A Perna Esquerda de Tchaiko-
vski, uma coreografi a que Tiago Ro-
drigues criou para a bailarina Bar-
bora Hruskova. Hoje com 42 anos,
Hruskova, que foi uma das bailarinas
principais da Companha Nacional
de Bailado, já deixou o palco, mas
a peça, com música tocada ao vivo
pelo pianista Mário Laginha, é jus-
tamente sobre as marcas que uma
vida dedicada à dança foi deixando
no corpo da bailarina.
Nicht Schlafen, de Alain Platel, ou
Autointitulado, de João dos Santos
Martins e Cyriaque Villemaux, são al-
gumas das propostas para os últimos
dias da dança deste ano, antes de o
festival fechar sob o signo da verti-
gem, com a estreia de O Poço, de Jo-
nathan Uliel Saldanha, inspirada nos
poços da morte das feiras populares,
que o público irá poder ver a partir de
cima, instalado nas varandas técnicas
da caixa de palco do Rivoli, e o espec-
táculo de encerramento, no Coliseu,
Celui qui Tombe, de Yoann Bourgeois,
que cruza dança, circo e acrobacia.
DançaLuís Miguel Queirós
O festival Dias da Dança, que une Porto, Matosinhos e Gaia, regressa em versão aumentada, com 35 espectáculos em 17 dias
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30 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
CULTURA
A boa saúde do jazz português ausculta-se no São Luiz
NUNO MARTINS
A Lisbon Freedom Unit, nove “tipos intensos”, vão actuar no domingo
Cumpre-se com esta Festa do Jazz
a 15.ª edição de um acontecimento
que se tornou essencial no calen-
dário anual do jazz português, um
momento de encontro entre a co-
munidade e da celebração de uma
presença cada vez mais sólida na
música nacional. Com a passagem
dos anos, torna-se não apenas evi-
dente uma qualidade crescente dos
executantes mas também uma diver-
sidade de linguagens entusiasman-
te, libertando-se dos mandamentos
académicos. Passou também tempo
sufi ciente para ser possível testemu-
nhar a evolução e afi rmação de jo-
vens talentos, cujas primeiras passa-
gens pela Festa se fi zeram integradas
nos combos das escolas, ainda a dar
os primeiros passos de uma carreira
pública, e que nos casos mais fulgu-
rantes encontramos já a liderar os
seus próprios projectos e a partilhar
o palco principal do Teatro São Luiz,
em Lisboa, de hoje a domingo, com
os seus heróis.
No programa de domingo, dois
concertos são prova da vitalidade e
da amplitude de propostas que o ja-
zz português hoje comporta. O pia-
nista Luís Barrigas (18h30) apresen-
ta o álbum Songs with and without
Words, de forte cunho melódico, e
a Lisbon Freedom Unit (19h30) junta
um autêntico supergrupo da músi-
ca mais exploratória que o género
pode oferecer.
As canções de BarrigasInspirado por uma ideia que não se-
ria novidade para Mendelssohn na
música romântica ou por Fred Hers-
ch no jazz, Luís Barrigas começou
por abordar o seu segundo álbum
enquanto líder compondo peças pa-
ra piano a que pensou chamar “can-
ções sem palavras”. Aos poucos, no
entanto, algum desse material co-
meçou a pedir-lhe letras, e decidiu
juntar à sua composição a “grande
paixão” de adolescência pela poesia,
que não perdeu fulgor desde essa
altura. Experimentou então juntar
palavras a alguns dos temas, de on-
de nasceu a ideia fundamental do
lhuda”, reconhece, “e em que se
sentem correntes que têm que ver
com as pessoas com quem estudei,
como o João Paulo Esteves da Silva
e o Mário Laginha, assim como com
o Bernado Sassetti.” Através de Sas-
setti, diz, chegou também ao com-
positor catalão Federico Mompou,
cuja sombra se faz sentir também
neste reportório. A Satie foi buscar
também a ideia para Esoteric, a Mes-
siaen pediu emprestada a densidade
de No Song at All.
“O disco está cheio de infl uências
e de homenagens”, reconhece, des-
de músicos a viagens, encontros e
pintura. O impressionismo de Mo-
net, por exemplo, deixa na sua cria-
ção uma marca tão forte quanto a
mais profunda das suas referências
puramente musicais.
A liberdade lisboetaA fermentar há muito na cabeça do
guitarrista Luís Lopes, a Lisbon Fre-
edom Unit (LFU) nasceu no fi nal de
2015 para juntar numa só formação
muitos dos mais inquietos intérpre-
tes da música improvisada e explo-
ratória da cena lisboeta. São nove
“tipos intensos” (Lopes, Rodrigo
Amado, Rodrigo Pinheiro, Ricardo
Jacinto, Pedro Sousa, Gabriel Ferran-
dini, Hernâni Faustino, Pedro Lopes
e Bruno Parrinha), de diferentes ge-
rações, que encontram neste projec-
to uma espécie de montra alargada
do que signifi ca esta música numa
cidade como Lisboa — à semelhança
do que acontece com formações aná-
logas que “dão a cara” por localida-
des europeias de fi rme implantação
no jazz vanguardista.
Embora o rastilho tenha sido ace-
so por Luís Lopes, o maior chama-
riz (e também a sua difi culdade mais
presente) da LFU reside no facto de
reclamar uma verdadeira identidade
colectiva, em que todos contam e
não há um líder óbvio. Tanto assim
que, para “colar” as várias personali-
dades, Lopes lançou como primeiro
mote o livro O Elogio da Loucura, de
Erasmo. “Somos todos muito inten-
sos”, defende. “E o livro, que é incrí-
vel e foi muito importante para mim,
embora escrito há muito tempo, tem
que ver com este tipo de situações.”
Essa loucura auto-identifi cada, e aca-
rinhada como uma característica
que nada carrega de negativo, fi cou
de tal forma associada à semana que
marcou o nascimento da LFU que,
de vez em quando, Lopes tem de res-
ponder à pergunta “Então os malu-
cos? Como é que está isso?”.
Não está mais avançado porque o
resultado dessa semana inaugural,
com concertos na Zé dos Bois e na
Sociedade Musical União Paredense,
e dois dias de estúdio, esteve em apu-
rada refl exão e selecção de material
durante 2016. “Precisámos de algum
distanciamento para avaliar a música
que gravámos na altura”, diz o gui-
tarrista. “E então fi zemos uns janta-
res em minha casa, em que ouvíamos
a música, tirávamos apontamentos,
escolhíamos, para tentarmos criar
uma conformidade.” Desse proces-
so resultou a escolha de 70 minutos
que, a qualquer momento, poderão
ver a luz do dia como disco de estreia
do projecto. Até lá, a melhor oportu-
nidade de conhecer esta liberdade
de nove cabeças é mesmo dar um
pulo até ao São Luiz, no domingo.
A Festa do Jazz continua a funcionar como montra do jazz que se produz em Portugal e a tentar colocar em discussão de onde vem e para onde vai esta música, a partir da criação de um espírito de comunidade
Música Gonçalo Frota
seu Songs with and without Words.
O trabalho que o pianista tinha já
anteriormente desenvolvido com
as cantoras Sofi a Vitória e Guida de
Palma ajudou a dar substância a esta
ideia. Se, num primeiro momento e
quando ainda imaginava um disco
inteiramente instrumental, chegou a
pensar em música que incluiria um
quarteto de saxofones, a inclusão de
texto cantado transformou esse de-
sejo num ensemble que conta com
dois saxofones (Desidério Lázaro e
João Capinha) e as duas cantoras
(que tanto assumem as letras como
utilizam as vozes como instrumen-
tos de sopro).
Não respeitando com rigor aquela
que é a estrutura convencional de
canção, as composições de Bar-
rigas tanto evocam o universo
do lied no canto lírico quan-
to os standards de jazz e, em
particular, um traço do jazz
com assinatura portuguesa.
“As canções obedecem a um
conceito em que a melodia
é preponderante, mais ore-
As canções obedecem a um conceito em que a melodia é preponderante, mais orelhuda
Luís BarrigasMúsico
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CLASSIFICADOSPúblico • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 31
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AVISOEm cumprimento do disposto no n.º 2 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua atual redação, torna-se público que se encontra aberto um período de discussão pública, com a duração de 15 dias úteis a contar do quinto dia seguinte ao da publicação do presente aviso na 2.ª Série do Diário da Repúbli-ca, respeitante ao projeto de loteamento (proc. n.º 07/9210/2016), sito em Bacelos, freguesia de Bordeira, cujos requerentes são Et-nevic Urbanizações, SA e Eralma Construções Unipessoal, Lda. Nestes termos, o referido projeto encontra-se patente para con-sulta, entre as 9:00 horas e as 15:30 horas, no Serviço de Obras Particulares do Departamento Técnico de Obras e Urbanismo, convidando-se todos os interessados para, no decorrer do prazo acima referido, apresentarem, por escrito, as reclamações, obser-vações ou sugestões que acharem por convenientes.
Publique-se na 2.ª Série do Diário da Republica.
10 de março de 2017.
O Presidente da Câmara,José Manuel Velhinho Amarelinho
Direção de Finanças de Faro
Serviço de Finançasde Lagoa - 1066
Rua do Viveiro, Lote 5-6, r/c, Lagoa - 8401-852 LagoaTel.: (+351) 282 340 830 - Fax: (+351) 282 340 849
Email: sfl [email protected] - www.portaldasfi nancas.gov.ptCentro de Atendimento Telefónico: 217 206 707
ÉDITOS DE 30 DIASProcesso de Execução Fiscaln.º 1066201001017454 e Aps.
Maria Isabel Cabrita da Silva Pacheco, Chefe do Serviço de Finan-ças de Lagoa, faz público que por este Serviço de Finanças correm éditos de trinta dias, citando o executado HORÁCIO JOÃO DA SILVA, NIF 186.568.371, com domicílio fi scal na Travessa Comen-dador Teófi lo Trindade - 7 em Lagoa, executado no Processo de Execução Fiscal n.º 1066201001017454 e Apensos, deste Serviço de Finanças, no montante de € 5.423,58 (cinco mil quatrocentos e vinte e três euros e cinquenta e oito cêntimos), ao qual acrescem os juros de mora e custas a contar nos termos da Lei, para no prazo de 30 (trinta) dias, imediatamente após os trinta dias do presente édito, e contados a partir da última publicação, pagar na Secção de Cobrança deste Serviço de Finanças, mediante guias a solicitar em qualquer Serviço de Finanças, a dívida acima mencionada. O pagamento poderá ser ainda efectuado no “sítio” da AT na internet (www.portaldasfi nancas.gov.pt) onde poderá também consultar os elementos do processo, bem como ainda na rede multibanco, nos CTT, nas instituições bancárias ou através do homebanking, uma vez obtida a respectiva guia de pagamento. Mais fi ca citado que, para garantir o pagamento da dívida em questão, foi penhorado ao executado HORÁCIO JOÃO DA SILVA, NIF 186.568.371, aci-ma identifi cado, o bem que se identifi ca em seguida e que se não pagar a referida dívida dentro daquele prazo ou deduzir oposição, procederá este Serviço de Finanças à sua venda judicial por leilão electrónico, nos termos do artigo 250.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, para o que já se encontra designado o dia 27 de Julho de 2017, pelas 11.00 Horas, neste Serviço de Finanças.
BEM PENHORADO:Prédio urbano, sito na Travessa Comendador Teófi lo Trindade, n.º 7 em Lagoa, da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, concelho de Lagoa, composto por prédio em propriedade total sem andares nem divisões susceptíveis de utilização independente, com um saguão, cozinha e lavabo no R/C e no 1.º andar com 2 divisões, estando uma destas divisões por cima do corredor que faz parte do 1.º lote, com a área total do terreno de 150,00m2, área de implanta-ção do edifício de 150,00m2, área bruta de construção de 300,00m2 e área bruta privativa de 300,00m2, inscrito na matriz predial urba-na sob o n.º 1.692, destinado a habitação, descrito na Conservatória do Registo Predial de Lagoa sob o n.º 2541 da freguesia de Lagoa.Serviço de Finanças de Lagoa, 4 de Abril de 2017
A Chefe de FinançasMaria Isabel Cabrita da Silva Pacheco
Público, 07/04/2017 - 1.ª Pub.
Direção de Finanças de Faro
Serviço de Finançasde Lagoa - 1066
Rua do Viveiro, Lote 5-6, r/c, Lagoa - 8401-852 LagoaTel.: (+351) 282 340 830 - Fax: (+351) 282 340 849
Email: sfl [email protected] - www.portaldasfi nancas.gov.ptCentro de Atendimento Telefónico: 217 206 707
EDITAL/ANÚNCIOVENDA E CONVOCAÇÃO DE CREDORES
Processo de Execução Fiscal n.º 1066201001017454 e Aps.IDENTIFICAÇÃO DO(S) BEM(NS)N.º da Venda: 1066.2017.80 - Prédio urbano, sito na Travessa Comendador Teófi lo Trindade, n.º 7 em Lagoa, da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, concelho de Lagoa, composto por prédio em propriedade total sem andares nem divisões susceptíveis de utilização independente, com um saguão, cozinha e lavabo no R/C e no 1.º andar com 2 divisões, estando uma destas divisões por cima do corredor que faz parte do 1.º lote, com a área total do terreno de 150,00m2, área de implantação do edifício de 150,00m2, área bruta de construção de 300,00m2 e área bruta privativa de 300,00m2, inscrito na matriz predial urbana sob o n.º 1.692, destinado a habitação, descrito na Conservatória do Registo Predial de Lagoa sob o n.º 2541 da freguesia de Lagoa.Antes de efectuarem propostas, os eventuais interessados devem inteirar-se das qualidades e caracte-rísticas, licenças e outros aspectos que considerem relevantes do bem. A não verifi cação não é funda-mento para anulação do procedimento de venda.A autoridade Tributária e Aduaneira não detém a posse efectiva do bem.Maria Isabel Cabrita da Silva Pacheco, Chefe de Finanças do Serviço de Finanças LAGOA (AL-GARVE)-1066, sito em R. DO VIVEIRO MUNICIPAL, LOTE 5-6 R/C, LAGOA, faz saber que irá proceder à venda por meio de leilão electrónico, nos termos dos artigos 248.º e seguintes do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT) e da Portaria n.º 219/2011, de 1 de Junho, do(s) bem(ns) acima melhor identifi cado(s), penhorado(s) ao executado infra-indicado, para pagamento de dívida(s) exigida(s) em execução fi scal.É fi el depositário o Sr. HORÁCIO JOÃO DA SILVA, residente em Lagoa, contacto 282341478, que deverá mostrar o(s) bem(ns) aos potenciais interessados (249.º/6 CPPT), entre as 10.00 horas do dia 2017-06-27 e as 10.00 horas do dia 2017-07-26. O valor-base da venda (250.º CPPT) é de €83.461,00.As licitações deverão ser apresentadas via Internet, mediante acesso ao “Portal das Finanças” e autenticação enquanto utilizador registado, em www.portaldasfi nancas.gov.pt na opção “Venda de bens penhorados”, ou seguindo consecutivamente as opções “Cidadãos”, “Outros Serviços”, “Venda Eletrónica de Bens”, “Leilão Eletrónico”.Só serão aceites licitações de valor igual ou superior ao valor-base da venda e desde que superiores a qualquer das licitações anteriormente apresentadas para a mesma venda (n.º 2 do artigo 6.º da Portaria n.º 219/2011, de 1 de junho).O prazo para licitação tem início no dia 2017-07-12, pelas 10.00 horas, e termina às 10.00 do dia 2017-07-27, salvo pagamento nos termos do n.º 4 do artigo 264.º do CPPT.As licitações, uma vez submetidas, não podem ser retiradas, salvo em caso de adiamento da abertura por mais de 90 dias (n.º 4 do artigo 5.º da Portaria n.º 219/2011, de 1 de junho e n.º 4 do artigo 820.º do Código de Processo Civil - CPC).No dia e hora designados para o termo do leilão, o Órgão de Execução Fiscal decide sobre a adjudi-cação do bem (artigo 6.º da Portaria n.º 219/2011, de 1 de junho).A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do Órgão de Execução Fiscal, no prazo de 15 dias, contados da decisão de adjudicação, mediante guia a solicitar junto daquele órgão, sob pena de fi car sujeito às sanções legalmente previstas (256.º/1/e) CPPT e 825.º/1/c)/2 CPC).Caso o preço de venda seja superior a 500 unidades de conta (U.C=€102) e mediante requerimento fundamentado, entregue no prazo de 5 dias contados da decisão de adjudicação, poderá ser autoriza-do o depósito, no prazo mencionado no parágrafo anterior, de apenas parte do preço, não inferior a um terço, e o restante no prazo máximo de 8 meses (256.º/1/f) CPPT).O não pagamento do preço devido, no prazo legalmente determinado, impede o adjudicatário faltoso de apresentar qualquer proposta, em qualquer venda em execução fi scal, durante um período de 2 anos (256.º/4 CPPT).O título de adjudicação depende do pagamento integral do preço e dos impostos que se mostrem devidos, designadamente, Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, Imposto de Selo, Imposto Sobre o Valor Acrescentado ou outros.Mais correm éditos de 10 dias (239.º/2 CPPT), citando os credores desconhecidos e os sucessores dos credores preferentes para, no prazo de 15 dias, contados da data da citação, reclamarem o paga-mento dos seus créditos que gozem de garantia real sobre o(s) bem(ns) penhorado(s) acima melhor descrito(s) (240.º/1 CPPT).Identifi cação do Executado:N.º de Processo de Execução Fiscal: 1066201001017454 (e apensos)NIF/NIPC: 186568371Nome: HORÁCIO JOÃO DA SILVAMorada: TV. COMENDADOR TEÓFILO TRINDADE, N.º 7 - LAGOA
A Chefe de Finanças - Maria Isabel Cabrita da Silva Pacheco
Público, 07/04/2017 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE LISBOA NORTEJuízo Local de Pequena
Criminalidade de Loures - Juiz 2Processo: 2532/16.0T9LRS
ANÚNCIOProcesso AbreviadoA Mm.ª Juíza de Direito, Dr(a). Vanessa Pinto, do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Norte - Juízo Local de Pequena Criminalidade de Loures - Juiz 2:Faz saber que no Processo Abreviado, n.º 2532/16.0T9LRS, pendente neste Tribunal contra o(a) arguido(a) Koba Zurabiani fi lho(a) de Otari Zurabiani e de Natela Zurabiani natural de: Geórgia; nacional de Geórgia nascido em 03-06-1984 estado ci-vil: Casado (regime: Desconhecido), pro-fi ssão: Desconhecida ou sem Profi ssão, BI estrangeiro - 13ih55267 domicílio: Cite, Unidade Habitacional de Santo António, 4000-000 Porto, por se encontrar acusa-do da prática do(s) crime(s): 1 crime(s) de Furto qualifi cado na forma tentada, p.p. pelos art.ºs 204.º, 22º e 23.º do C. Penal, praticado em 02-10-2016; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz, em 29-03-2017, nos termos do art.º 335.º do C. P. Penal.A declaração de contumácia, que caduca-rá com a apresentação do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do(a) arguido(a), sem prejuízo da realiza-ção de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal; b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo(a) arguido(a), após esta declaração; c) Proibição de obter quais-quer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públicas.N/ Referência: 133231058Loures, 31-03-2017
A Juíza de Direito - Dr.ª Vanessa PintoPúblico, 07/04/2017 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE LISBOA NORTEJuízo Local de Pequena
Criminalidade de Loures - Juiz 2Processo: 2532/16.0T9LRS
ANÚNCIOProcesso AbreviadoA Mm.ª Juíza de Direito, Dr(a). Vanessa Pinto, do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Norte - Juízo Local de Pequena Criminalidade de Loures - Juiz 2:Faz saber que no Processo Abreviado, n.º 2532/16.0T9LRS, pendente neste Tribunal contra o(a) arguido(a) Asatiani Giorgi fi lho(a) de Ilia Zviadadze e de Naira Asatiani natural de: Geórgia; nacional de Geórgia nascido em 17-02-1985, estado civil: Solteiro, profi ssão: Desconhecida ou sem Profi ssão, Licença de condução - Aa003976 domicílio: Cite, Unidade Habita-cional de Santo António, 4000-000 Porto, por se encontrar acusado da prática do(s) crime(s): 1 crime(s) de Furto qualifi cado na forma tentada, p.p. pelos art.ºs 204.º, 22.º e 23.º do C. Penal, praticado em 02-10-2016; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz, em 29-03-2017, nos termos do art.º 335.º do C. P. Penal.A declaração de contumácia, que caduca-rá com a apresentação do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do(a) arguido(a), sem prejuízo da realiza-ção de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal; b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimo-nial celebrados pelo(a) arguido(a), após esta declaração; c) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou re-gistos junto de autoridades públicas.N/ Referência: 133231072Loures, 31-03-2017
A Juíza de Direito - Dr.ª Vanessa PintoPúblico, 07/04/2017 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE LISBOA NORTEJuízo Local de Pequena
Criminalidade de Loures - Juiz 2Processo: 2532/16.0T9LRS
ANÚNCIOProcesso AbreviadoA Mm.ª Juíza de Direito, Dr(a). Vanessa Pinto, do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Norte - Juízo Local de Pequena Criminalidade de Loures - Juiz 2:Faz saber que no Processo Abreviado, n.º 2532/16.0T9LRS, pendente neste Tribunal contra o(a) arguido(a) Zurabi Sirbiladze fi lho(a) de Kalactione Sirbiladze e de Mari-na Qiorgaze natural de: Geórgia; nacional de Geórgia nascido em 15-12-1978 estado civil: Solteiro, profi ssão: Desconhecida ou sem Profi ssão, Autorização de residência - Asilado 54207 domicílio: Cite, Unidade Habitunidade Habitacional de Santo An-tónio, 4000-000 Porto, por se encontrar acusado da prática do(s) crime(s): 1 crime(s) de Furto qualifi cado na forma tentada, p.p. pelos art.ºs 204.º, 22.º e 23.º do C. Penal, praticado em 02-10-2016; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz, em 29-03-2017, nos termos do art.º 335.º do C. P. Penal.A declaração de contumácia, que caduca-rá com a apresentação do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do(a) arguido(a), sem prejuízo da realiza-ção de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal; b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo(a) arguido(a), após esta declaração; c) Proibição de obter quais-quer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públicas.N/ Referência: 133231073Loures, 31-03-2017
A Juíza de Direito - Dr.ª Vanessa PintoPúblico, 07/04/2017 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE
LISBOA OESTEJuízo Local Cível de Cascais
- Juiz 2Processo: 1014/17.7T8CSC
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerida: Maria Helena Carosso Dias Milheiriço DiasFaz saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Ina-bilitação em que é requerida Maria Helena Carosso Dias Milheiriço Dias, fi lha de Albano Dias Milheiriço e de Maria Emília Cruz Carosso Dias Milheiriço, nascida em 25-12-1929, concelho de Abrantes, freguesia de São João (Abrantes), domicílio: Rua de Lourenço Marques, n.º 10, Uni-dade Apoio À 3.ª Idade - Sensibilida-de do Saber, 2775-601 Carcavelos, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 106167420Cascais, 04-04-2017.
A Juíza de DireitoDr.ª Ana Maria Guerreiro Afonso
O Ofi cial de JustiçaJorge Manuel Salvador Santos
Público, 07/04/2017
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE
LISBOA OESTEJuízo Local Cível de Cascais
- Juiz 2Processo: 994/17.7T8CSC
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerido: Diogo Emanuel Silva SantosFaz saber que foi distribuída nes-te tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido: Diogo Emanuel Silva Santos, fi lho de Alfredo Manuel Fernandes dos Santos e de Maria Madalena da Sil-va Seixas, nascido em 16/04/1989, concelho de Figueira da Foz, freguesia de São Pedro (Figueira da Foz), domicílio: Rua Vasco Santana, Lote 39, 1.º Dt.º Alcoitão, 2645-122 Alcabideche, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 106166480Cascais, 04-04-2017.
A Juíza de DireitoDr.ª Ana Maria Guerreiro Afonso
O Ofi cial de JustiçaJorge Manuel Salvador Santos
Público, 07/04/2017
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE
LISBOA OESTEJuízo Local Cível de Sintra
- Juiz 5Processo: 4496/17.3T8SNT
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoO Mm.º Juiz de Direito Dr. Pedro Miguel Ferreira Lopes, do Juízo Local Cível de Sintra - Juiz 5 - Tribunal Judicial da Co-marca de Lisboa Oeste:Faz saber que foi distribuída neste tribu-nal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Júlio Esteves Luís, viúvo, portador do cartão de cidadão n.º 011720068 9ZZ0, válido até 16/04/2020, nascido a 3 de Agosto de 1938, natural da Freguesia de Sapataria, Concelho de Sobral de Monte Agraço, fi lho de Germa-no Eleutério Luiz e de Maria Esteves, NIF 160656257, com residência actual em: Residência Geriátrica Praia Grande, sita na Estrada do Rodízio, n.º 15, 2705-339 Colares, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 106206718Sintra, 06-04-2017.
O Juiz de DireitoDr. Pedro Miguel Ferreira Lopes
A Ofi cial de JustiçaAlina Baunites Lima
Público, 07/04/2017
EDIFÍCIO DIOGO CÃODOCA DE ALCÂNTARA NORTE, LISBOA(JUNTO AO MUSEU DO ORIENTE)HORÁRIO: 2.ª – 6.ª FEIRA: 9H – 19H SÁBADO: 11H – 17H
INFO: 210 111 010
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE SETÚBALJuízo Local Cível de Setúbal
- Juiz 1Processo: 2365/17.6T8STB
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerida: Laurentina Mar-ques CaseiroFaz saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Inter-dição / Inabilitação em que é requerida Laurentina Marques Caseiro, com residência em domicílio: Lar Sidolar, Rua João Posser de Andrade Vilar, Lote 78, 2955-000 Pinhal Novo, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
N/ Referência: 83746716
SETÚBAL, 04-04-2017.
A Juíza de DireitoDr.ª Ana Luísa DiasA Ofi cial de Justiça
Idalina Vieira
Público, 07/04/2017
É ALTURA DE MUDAR DE EMPREGO?
EMPREGO
EM PARCERIA COM
INSCREVA-SE EM EMPREGO.PUBLICO.PT
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32 • Público Classifi cados • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE ÉVORAÉvora - Juízo Local Cível - Juiz 2
Processos: 1016/16.0T8EVR e 1942/16.7T8EVRInsolvência de Pessoa Singular
Insolventes: Pedro Miguel Santos Caeiro e Filipa Alexandra Racha ValenteAdministradores Judiciais: Dr. José Ribeiro Gonçalves e Dra. Marília Vieira Castilho
ANÚNCIO(VENDA MEDIANTE PROPOSTAS EM CARTA FECHADA)
Os administradores judiciais nomeados no âmbito dos processos supra-mencionados: FAZEM SABER que nos autos acima identifi cados foi designado o dia 18 de abril de 2017, pelas 15:00 horas, para a abertura de propostas em carta fechada que sejam entregues até esse momento, no domicílio profi ssional do Dr. José Ribeiro Gonçalves, sito na Avenida D. João II, lote 1.06.2.5B, Parque das Nações, 1990-095 Lisboa, pelos interessados na compra da seguinte verba:Bacelo - ÉVORAVERBA ÚNICA: fração autónoma designada pela letra “D”, correspondente ao primeiro andar esquer-do, destinada a habitação, sita na Rua Dr. César Batista, n.º 3, do prédio descrito na Conservató-ria do Registo Predial de Évora sob o n.º 211, freguesia de Bacelo e inscrito na Matriz sob o artigo 1260 da U.F. de Bacelo e Sr.ª da Saúde (anterior 847 de Bacelo), com um valor-base de venda de € 105.882,36As propostas em carta fechada deverão conter a indicação dos processos de insolvência, o número da verba a licitar, devendo delas constar o nome, morada, fotocópia do documento de identifi cação civil e fotocópia do cartão de contribuinte do proponente. Os proponentes devem ainda juntar à sua proposta, como caução, dois cheques visados / bancários: um à ordem da Massa Insolvente de Pedro Miguel Santos Caeiro, no montante correspondente a 10% do valor da proposta e outro à ordem da Massa Insolvente de Filipa Alexandra Racha Valente, no montante correspondente a 10% do valor da proposta. As propostas deverão ainda ser dirigidas ao administrador judicial Dr. José Ribeiro Gonçal-ves em envelope fechado com indicação exterior do número e nome dos processos.A verba é vendida no estado físico, jurídico e documental em que se encontra.As propostas deverão ser efetuadas por valor igual ou superior a 85% do valor base de venda.Nota: O imóvel poderá ser visto no local, no dia 13 de abril de 2017 das 12:00 às 13:00 horas, mediante marcação prévia a estabelecer com o escritório do administrador judicial Dr. José Ribeiro Gonçalves.Informações adicionais poderão ser obtidas junto do escritório do administrador judicial Dr. José Ribei-ro Gonçalves, via email [email protected], telefone 234371181 ou fax 234371188.
Público, 07/04/2017 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE SANTARÉMJuízo de Comércio de Santarém - Juiz 2
Processo: 1955/15.6T8STRInsolvência de Pessoa Singular
Insolvente: Patrícia Isabel Custódio LopesAdministrador Judicial: Dr. José Augusto Machado Ribeiro Gonçalves
ANÚNCIO(VENDA MEDIANTE PROPOSTAS EM CARTA FECHADA)
José Augusto Machado Ribeiro Gonçalves, nomeado administrador judicial no âmbito do processo supra-mencionado:FAZ SABER que nos autos acima identifi cados foi designado o dia 18 de abril de 2017, pelas 15:30 horas, para a abertura de propostas em carta fechada que sejam entregues até esse momento, no seu domicílio profi ssional, sito na Avenida D. João II, Lote 1.06.2.5B, Parque das Nações, 1990-095 Lisboa, pelos interessados na compra da seguinte verba:Cartaxo - CARTAXOVERBA ÚNICA: DIREITO A METADE INDIVISA sobre a fração autónoma designada pela letra “L”, sita na Av. Calouste Gulbenkian, n.º 4, destinada a habitação, correspondente ao primeiro esquerdo e lugar n.º 11 para estacionamento na cave, descrito na Conservatória do Registo Predial de Cartaxo sob o n.º 881, freguesia de Cartaxo e inscrito na Matriz sob o artigo 4010 da U.F. do Cartaxo e Vale da Pinta, com um valor base de venda de € 38.705,88As propostas em carta fechada deverão conter a indicação do processo de insolvência, o número da verba a licitar, devendo delas constar o nome, morada, fotocópia do documento de identifi cação civil e fotocópia do cartão de contribuinte do proponente. Os proponentes devem ainda juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado / bancário à ordem da Massa Insolvente de Patrícia Isabel Custódio Lopes, no montante correspondente a 20% do valor da proposta, ou garantia bancária do mesmo valor. As propostas deverão ainda ser dirigidas ao administrador judicial em envelope fechado com indicação exterior do número e nome do processo.As verbas são vendidas no estado físico, jurídico e documental em que se encontram.As propostas deverão ser efetuadas por valor igual ou superior a 85% do valor-base de venda.Nota: O imóvel poderá ser visto no local, no dia 13 de abril de 2017 das 16h00 às 17h00, mediante marcação prévia a estabelecer com o escritório do administrador judicial.Informações adicionais poderão ser obtidas junto do escritório do administrador judicial, via email [email protected], telefone 234 371 181 ou fax 234 371 188.
Público, 07/04/2017 - 2.ª Pub.
EM BANCA
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SOARES DOS REISEscola Básica Soares dos Reis, V. N. de Gaia
AVISOABERTURA DE CONCURSO PARA DIRETOR
Informam-se todos os interessados de que, em conformidade com o Aviso n.º 3640/2017, publicado no Diário da República, 2.ª Série - N.º 69, página 6425, de seis de abril de 2017, se encontra aberto concurso de provimento do lugar de Diretor(a) do Agrupamento de Escolas Soares dos Reis, Vila Nova de Gaia, pelo prazo de 10 dias úteis a contar do dia seguinte ao da sua publicação.Para mais informações, deverão os interessados consultar a página eletrónica do Agru-pamento (http://www.agsoaresreis.pt) na qual se encontram disponíveis o Regulamen-to do Concurso e o modelo de requerimento para formalização da candidatura.Vila Nova de Gaia, 6 de abril de 2017
A Presidente do Conselho Geral - Dr.ª Helena Cristina Laiginhas Afonso
EDUCAÇÃOEducaçãoDireção-Geral dos Estabelecimentos Escolares - DSRN
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE LOUSADAPublicitação de Oferta de Emprego (M/F)
Lousada, 06 de abril de 2017
O Diretor - Filipe Plácido Correia da Silva
Tipo de oferta6 (seis) Contratos de Trabalho em Funções Públicas a Termo Resolutivo Certo a Tempo Parcial - 3,5 h/dia (Aviso n.º 3636/2017, DR n.º 69, 2.ª Série, de 2017-04-06)
Nível Orgânico Direção-Geral dos Estabelecimentos EscolaresDireção de Serviços da Região Norte
Serviço Escola Secundária de Lousada (Escola Sede)Função Assistente OperacionalRequisitoshabilitacionais
Escolaridade obrigatória consoante a idade (que pode ser substituída por experiência profi ssional comprovada).
Método de seleção Avaliação curricular complementada com entrevista se necessário.
Remuneração ilíquida mensal 3,67€/hora. Acresce Subsídio de Refeição: 4,52€/dia
Duração do contratoAté ao dia 23 de junho de 2017. Este concurso é válido para eventuais contratações que ocorram durante o ano escolar 2016/2017, para contratos da mesma natureza.
Enquadramento legal Lei n.º 35/2014, de 20 de junho - Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
Apresentação eformalização dacandidatura
Mediante impresso próprio fornecido aos candidatos e disponibilizado em www.aelousada.net.Apenas serão aceites candidaturas entregues presencial-mente nos serviços ou enviadas, em suporte de papel, via CTT, em carta registada com aviso de receção.
Documentos a apresentar com a candidatura
Fotocópia do CC/B.I.; Cópia do certifi cado de habilita-ções literárias; Currículo e/ou quaisquer documentos que o candidato considere importantes.
Prazo Dez dias úteis a contar da publicitação do presente aviso em Diário da República.
Contacto
Agrupamento de Escolas de LousadaRua Dr. Mário Soares, n.º 1944620-493 LousadaTelefone: 255 820 950
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃODIREÇÃO-GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALCANENASEDE: ESCOLA SECUNDÁRIA DE ALCANENA
AVISOTorna-se público que se encontra aberto pelo prazo de 10 dias úteis, a contar da data da publicação do aviso em Diário da República, para provimento de 1 posto de trabalho em regime de contrato de trabalho em funções públicas a tempo parcial (3,5 horas/dia) da carreira e categoria de Assistente Operacional, com remuneração equivalente a 3,67 € (três euros e sessenta e sete cêntimos) por hora, a qual acresce o subsídio de refeição na prestação diária do trabalho, de acordo com o estipulado no aviso de abertura n.º 3630/2017, de 6 de abril de 2017.Este concurso é válido para eventuais contratações que ocorram durante o ano escolar de 2016/2017.Mais se informa que o aviso está disponível na página do Agrupamento e nos locais de estilo da escola sede deste estabelecimento.Alcanena, 7 de abril de 2017
A Diretora, Ana Cláudia Cohen Gonzaga Borges Caseiro Garcia Domingos
EDUCAÇÃO
INFORMAÇÕES: loja.publico.pt | 210 111 010
CENTRO COMERCIAL COLOMBOAVENIDA DAS ÍNDIAS (PISO 0, JUNTO À PRAÇA CENTRAL)HORÁRIO: 2.ª FEIRA – DOMINGO: 10H – 24H
CENTRO COMERCIAL COLOMBOAVENIDA DAS ÍNDIAS (PISO 0, JUNTO À PRAÇA CENTRAL)HORÁRIO: 2.ª FEIRA – DOMINGO: 10H – 24H
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Público Classifi cados • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 33
DR. MÁRIO SOARES
AGRADECIMENTO
Na impossibilidade de o fazer pessoalmente a todos os que expressaram a sua solidarieda-de, direta ou indiretamente, a família de Mário Soares agradece muito comovidamente todo o apoio aquando do seu falecimento.
Agência Funerária Magno - AlvaladeServilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 Horas
DR. JOÃO MANUEL NUNES ABREU
MISSA DE 1.º ANIVERSÁRIO E AGRADECIMENTO
Sua mulher, fi lhos, netos e de-mais família participam que na 3.ª feira dia 11, às 19.30h, na Igreja do Campo Grande, será celebrada Missa do 1.º Aniver-sário após a sua morte. Agrade-cem, desde já, a todos os que se dignarem assistir a esta cele-bração assim como aos que, de outra forma, manifestarem o seu pesar.
Insolvência de“Nuno Ricardo Camilo Costa”
Processo n.º 2125/15.9T8BRR na Comarca de Lisboa- Juízo de Comércio do Barreiro - Juiz 1 de Barreiro
Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á à venda através de proposta por carta fechada, do bem que a seguir se identifi ca:Verba n.º 1: Meação da fracção autónoma destinada a habitação, desig-nada pela letra “A” do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sesimbra, na fi cha 7041-A, inscrito na matriz predial sob o artigo 15585-A, Freguesia da Quinta do Con-de, com o valor-base de € 45.970,58.REGULAMENTO:1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior a 85% do supra-indicado, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 18 de Abril de 2017.2 - A abertura das propostas será efectuada imediatamente após a hora in-dicada no número anterior.3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na fren-te “Proposta de compra por carta fechada - Insolvência de Nuno Ricardo Camilo Costa - Proc. 2125/15.9T8BRR”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:
Dr. Pedro Ortins de Bettencourt, Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º, 2870-239 Montijo
4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponente; mo-rada; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido por extenso. 5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encon-tram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os custos relacionados com a venda. 6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao pro-ponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de propostas.7 - A escritura notarial será efectuada em data e hora a avisar ao comprador com a antecedência mínima de 15 dias.8 - Se não for possível realizar a escritura na data fi xada, por razões inerentes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, no-meadamente exercício do direito de remissão ou de preferência, decisão de Comissão de Credores ou decisão judicial, a venda for considerada sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insolvência, através do endereço de correio electrónico: [email protected]
Público, 07/04/2017
Insolvência de“Marmovonel - Mármores e Granitos, S.A.”
Processo n.º 679/03.1TYLSB na Comarca de Lisboa - Inst. Central- 1.ª Sec. Comércio - J3 de Lisboa
Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á à venda através de proposta por carta fechada, dos bens que a seguir se identifi cam:Verba n.º 1: Prédio Urbano, composto de fábrica de serração e transformação de mármores, sito nos limites da Terrugem, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 01962, inscrito na respectiva matriz sob o art.º 3324, com o valor-base de € 434.592,00Verba n.º 2: Prédio Rústico, denominado Alveijar, sito nos limites da Terrugem, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 00349, inscrito na respectiva matriz sob o art.º 14 da secção M, com o valor-base de € 13.940,00Verba n.º 3: Prédio Rústico denominado Alveijar, sito nos limites da Terrugem, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 01013, inscrito na respectiva matriz sob o art.º 11 da Secção M, com o valor-base de € 117.640,00Verba n.º 4: Prédio Rústico, denominado Courela, sito no lugar da Terrugem, des-crito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 01963, inscrito na respectiva matriz sob o art.º 116 da Secção K, com o valor-base de € 91.800,00REGULAMENTO:1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior a 85% dos supra-indica-dos, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 18 de Abril de 2017.2 - A abertura das propostas será efectuada imediatamente após a hora indicada no número anterior.3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na frente “Pro-posta de compra por carta fechada - Insolvência de Marmovonel - Mármores e Granitos, S. A. - Proc. 679/03.1TYLSB”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:
Dr. Pedro Ortins de Bettencourt, Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º - 2870-239 Montijo
4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponente; morada; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido por extenso. 5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os cus-tos relacionados com a venda. 6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao proponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de propostas.7 - A escritura notarial será efectuada em data e hora a avisar ao comprador com a antecedência mínima de 15 dias.8 - Se não for possível realizar a escritura na data fi xada, por razões inerentes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, nomeada-mente exercício do direito de remissão ou de preferência, decisão de Comissão de Credores ou decisão judicial, a venda for considerada sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insolvên-cia, através do endereço de correio electrónico: [email protected]úblico, 07/04/2017
Insolvência de“José Ramos Antunes”
Processo n.º 2467/15.3T8BRR no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, Juízo de Comércio do Barreiro - Juiz 2 de Barreiro
Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á à venda através de proposta por carta fechada, dos bens que a seguir se identifi cam:Verba n.º 1: Fracção autónoma designada pela letra “E” do prédio urbano situado na Rua de Camões, n.º 1, 1.º Esq.º e Rua S. João de Deus, 1 A, Alto do Moinho, 2855-024 Corroios, em regime de prop. horizontal, correspondente ao 1.º Esq.º para habitação, descrito na Conservatória do Registo Predial de Amora freguesia de Corroios com o n.º 5394.e inscrito na matriz sob o artigo 1627, com valor-base €67.002,99Verba n.º 2: Fracção autónoma designada pela letra “B” do prédio urbano si-tuado na Rua Florbela Espanca, n.º 29, Alto do Moinho, 2855-030 Corroios. em Regime de prop. horizontal, correspondente à cave Dt.ª para habitação, descri-to na Conservatória do Registo Predial de Amora freguesia de Corroios com o n.º 6808 e inscrito na matriz sob o artigo 1016, com o valor-base €58.728,73REGULAMENTO:1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior a 85% dos supra-indicados, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 18 de Abril de 2017.2 - A abertura das propostas será efectuada imediatamente após a hora indi-cada no número anterior.3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na frente “Proposta de compra por carta fechada Insolvência de José Ramos Antunes Proc. 2467/15.3T8BRR”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:
Dr. Pedro Ortins de Bettencourt, Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º - 2870-239 Montijo
4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponente; mora-da; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa coletiva, indica-ção de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido por extenso. 5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os custos relacionados com a venda. 6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao proponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de propostas7 - A escritura notarial será efectuada em data e hora a avisar ao comprador com a antecedência mínima de 15 dias.8 - Se não for possível realizar a escritura na data fi xada, por razões inerentes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, nome-adamente exercício do direito de remissão ou de preferência, decisão de Co-missão de Credores ou decisão judicial, a venda for considerada sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insol-vência, através do endereço de correio electrónico: [email protected]úblico, 07/04/2017
Insolvência de“Hélder Rafael de Ascensão Maneta”
Processo n.º 3206/16.7T8BRR Comarca de Lisboa, Barreiro - Inst. Central - 2.ª Sec. Comércio - J3 de Barreiro
Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á à venda através de proposta por carta fechada, do bem que a seguir se identifi ca:Verba Única: ½ da fracção “G” do prédio sito na Rua do Baixo Alentejo, 52, 54, 58, 60 e 62, Montijo, descrito na Conservatória do Registo Predial do Montijo com o n.º 543, inscrito na matriz da União das Freguesias de Monti-jo e Afonsoeiro sob o artigo 5443, com o valor-base de €27.661,76REGULAMENTO:1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior a 85% do supra-indicado, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 18 de Abril de 2017.2 - A abertura das propostas será efectuada imediatamente após a hora indicada no número anterior.3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na frente “Proposta de compra por carta fechada - Insolvência de Hélder Rafael de Ascensão Maneta - Proc. 3206/16.7T8BRR”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:
Dr. Pedro Ortins de Bettencourt, Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º - 2870-239 Montijo
4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponente; morada; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa co-lectiva, indicação de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido por extenso. 5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encon-tram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os custos relacionados com a venda. 6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao pro-ponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de propostas.7 - A escritura notarial será efectuada em data e hora a avisar ao comprador com a antecedência mínima de 15 dias.8 - Se não for possível realizar a escritura na data fi xada, por razões ineren-tes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, no-meadamente exercício do direito de remissão ou de preferência, decisão de Comissão de Credores ou decisão judicial, a venda for considerada sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insolvência, através do endereço de correio electrónico: [email protected]úblico, 07/04/2017
Agente de Execução, Alexandra Gomes CPN n.º 4009, com endereço profi ssional em Rua D. Sancho I, N.º 17 A/B, AlmadaNos termos do disposto no artigo 817.º do Código de Processo Civil, anuncia-se a venda do bem adiante designado:Bens em VendaTIPO DE BEM: ImóvelVERBA 1 - ARTIGO MATRICIAL: 4014 Ur-bano - União das Freguesias de Estombar e Parchal.DESCRIÇÃO: 1/40 pertencente ao exe-cutado David Graham Paul Cudmore, no prédio urbano descrito na Conservatória do Registo Predial de Lagoa (Algarve) sob o n.º 979/19890404, da Freguesia de Estombar, Concelho de Lagoa (Algarve), inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o n.º 4014, anterior 5520. PENHORADO EM: 17/07/2013INTERVENIENTES ASSOCIADOS AO BEM:EXECUTADO: David Graham Paul Cud-more, NIF: 240 506 340, solteiro, residente em Presa de Moura - Lote 54 A, Sesmarias, 8400-000 Lagoa.MODALIDADE DA VENDA: Venda median-te propostas em carta fechada, a serem en-tregues na Comarca de Faro - Silves - Juízo Execução, pelos interessados na compra,
encontrado-se designada como data para abertura das propostas o dia 20 de Abril de 2017, pelas 14:00 horas, “devendo as mesmas ser entregues até às 14:00 horas da véspera.”VALOR-BASE DA VENDA: 2.073,05 euros.Serão aceites propostas iguais ou superio-res a 1.762,09 euros, que corresponde a 85% do valor-base.Os proponentes devem indicar o seu nome completo, estado civil e nome do cônjuge (se o houver), morada, números de bilhete de identidade e contribuinte, devem tam-bém juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do agente de execução, no montante correspondente a 5% do valor anunciado para a venda, ou garantia bancária no mesmo valor.A sentença que se executa está pendente de recurso ordinário: Não Está pendente oposição à execução: Não Está pendente oposição à penhora: NãoEstá pendente reclamação de créditos: NãoA Agente de Execução - Alexandra GomesRua Dom Sancho I, n.º 17 A/B, 2800-712 Almada
E-mail: [email protected].: 210 833 058 - Fax: 212 743 259
Público, 07/04/2017 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE FAROSilves - Juízo de Execução
ANÚNCIO DE VENDA
Processo 878/13.8TBPTMExecução Comum - Ref. Interna: PE/113/2013
Exequente: Parvalorem, S.A.Executados: David Graham Paul Cudmore
ALEXANDRA GOMESAgente de Execução
CPN 4009
ANTÓNIO DINIS DOS SANTOS
Missa de 7.º Diae Agradecimento
Ana Maria Coelho Loforte Diniz dos Santos (Esposa) e Cunhada, participam que hoje dia 7 às 19 Horas será celebrada Missa na Igreja de SÃ0 JOÃO DE DEUS em Lisboa, pelo seu eterno des-canso, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto, e bem assim a to-dos que o acompanharam à sua última morada, ou que de qual-quer modo lhes manifestaram o seu pesar.
Agência AURINDO & GOUVEIA, Lda.Telefs. 217 163 599 / 217 160 889
Ministério da EducaçãoEscola Secundária da Ramada - 403507
Publicitação de oferta de trabalho
Escola Secundária da Ramada, 04 de abril de 2017
O DiretorEdgar Abílio Cordeiro de Castro Oleiro
Tipo de oferta2 contratos de trabalho a termo resolutivo certo a tempo parcial (4 e 3 horas diárias) para o serviço de limpeza para o ano escolar 2016/2017 (M/F)
Nível Orgânico Direção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo
Serviço Escola Secundária da RamadaFunção 2 Assistentes OperacionaisRequisitos Habilitacionais Escolaridade obrigatória
Método de seleção Avaliação Curricular
Remuneração
O valor da remuneração horária do pessoal de limpeza, ou outro nas mesmas condições, que preste trabalho em regime de tempo parcial é calculado de acordo com a seguinte fórmula: (RBx12) : (52xN), sendo RB a remuneração-base mensal e N o período normal de trabalho semanal. A remuneração-base corresponde à retribuição mínima mensal garantida.
Duração do contrato Entrada imediata a terminar em 16 de junho de 2017.
Enquadramento legal
Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro e Decreto-Lei n.º 69-A/2009, de 24 de março, Decreto Regulamentar n.º 14/2008, de 31 de Julho, Portaria n.º 83-A/2009, de 22 de janeiro, Portaria n.º 1553-C/2008, de 31 de dezembro, Portaria 145-A/2011 de 22 de janei-ro e código do procedimento administrativo.
Apresentação e formalização da candidatura
Mediante impresso próprio que será fornecido aos can-didatos nos serviços administrativos e disponível em www.esramada.pt
Documentos a apresentar com a candidatura
Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão; Certifi cado de habilitações literárias; Curriculum Vitae datado e assi-nado; Declarações da experiência profi ssional; Certifi ca-dos comprovativos de formação profi ssional.
Prazo Até dia 18 de abril de 2017
ContactoLargo da Escola Secundária - Bons Dias 2620-439 RamadaTel: 219340245 - Fax: 219318614
União das Freguesia de Bustos, Troviscal e Mamarrosa
AVISOProcedimentos Concursais de Recrutamento
1 - Para os devidos efeitos torna-se público que se encontra aberto, pelo prazo de 10 dias úteis a contar do dia seguinte à data da publicação do Aviso de Abertura n.º 3617/2017 na 2.ª Série do Diário da República n.º 68/2017, de 5 de abril de 2017, os seguintes Procedimentos Concursais para preen-chimento de três postos de trabalho:Proc. n.º 1/2017 - Na modalidade de relação jurídica de emprego público a termo resolutivo, pelo período de 1 ano, tendo em vista o preenchimento de 1(um) posto de trabalho na Carreira/Categoria de Assistente Tecnico, do mapa de pessoal da Junta de Freguesia;2.1. - Descrição sumária e caracterização do posto de trabalho: Exerce funções corresponden-tes à caracterização funcional da categoria de Administrativa, nomeadamente, funções de gestão de inscrição e tratamento de dados no que respeita aos cemitérios da freguesia; tratamento de dados contabilísticos e fi scais da freguesia; organização de todo o arquivo documental da freguesia e de cada uma das secretarias; tratamento, registo e organização de todos os atestados e outros documentos que resultem dos serviços prestados nas secretarias da União das Freguesias; funções relacionadas com o acordo existente entre a junta de Freguesia e os CTT – serviços de CTT nas secretarias da Junta de Freguesia e todas as funções com este relacionadas; tratamento e atendimento relacionado com todas as funções acima descritas.Proc. n.º 2/2017 - Na modalidade de relação jurídica de emprego público a termo resolutivo, pelo período de 1 ano, tendo em vista o preenchimento de 2(dois) postos de trabalho na Carreira/Categoria de Assistente Operacional do mapa de pessoal da Junta de Freguesia.2.2 - Descrição sumária e caracterização do posto de trabalho: Exerce funções correspondentes à caracterização funcional da categoria de Assistente Operacional, constante do anexo a que se refere o n.º 2 do art.º 88. º da Lei Geral de Trabalho e em Funções Públicas, nomeadamente, assegurar a higiene, limpeza e conservação das instalações, equipamentos e infraestruturas da junta de freguesia; realizar tarefas de arrumação e distribuição; efetuar pequenos serviços de reparação; proceder a vigi-lância, conservação e limpeza de vias e pavimentos; executar pequenas reparações e desimpedir os acessos; compor pavimentos, efetuando reparações de calcetamento ou com massas betuminosas; executar corte em árvores existentes nas bermas das estradas; assegura o ponto de escoamento das águas; limpar valetas, compor bermas, desobstruir aquedutos e sistemas de drenagem de águas pluviais; trabalhos auxiliares de montagem, desmontagem e conservação de equipamentos; auxiliar na execução de cargas e descargas; executar outras tarefas simples, não especifi cadas, de caráter manual e exigindo, principalmente esforço físico e conhecimentos práticos;3 - Âmbito do recrutamento:3.1 - Ser detentor dos requisitos gerais de admissão previstos no artigo 17.º da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho;3.2 - Possuir as seguintes habilitações literárias:Proc. N.º 1/2017: Ensino secundário,Proc. N.º 2/2017: Escolaridade obrigatória, de acordo com a data de nascimento4 - Formalização de candidatura: através de formulário tipo e obrigatório, disponibilizado na página eletrónica dos Serviços (www.uniaofreguesisbtm.pt), acompanhado, sob pena de exclusão, de fotocó-pia legível do certifi cado de habilitações e curriculum vitae e respetivos anexos, datado e assinado, apresentado diretamente no serviço de atendimento integrado desta Autarquia ou enviado através de correio registado, com aviso de receção, para Rua Jacinto dos Louros n.º 6, 3770-018 Bustos. Não são admitidas candidaturas por via eletrónica (e-mail) ou enviadas por fax.5 - Todos os pormenores do Concurso deverão ser consultados no Aviso de Abertura n.º 3617/2017 na 2.ª Série do Diário da República n.º 68/2017, de 5 de abril de 2017 ou em www.uniaofreguesiasbtm.pt6 - Este aviso não dispensa a consulta do aviso mencionado no ponto 5.Bustos, 5 de abril de 2017
O Presidente da Junta de Freguesia, Dr. Duarte dos Santos Almeida Novo
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34 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
SAIR
CINEMASLisboa Cinema City AlvaladeAv. de Roma, nº 100. T. 218413040O Ídolo - A Força de Acreditar 19h40; Vedações M12. 21h10; 100 Metros M14. 13h30, 19h45, 00h15;Lego Batman: O Filme M6. 11h25 (V.P./2D); Um Reino Unido M12. 00h05; A Bela e o Monstro M6. 11h, 16h30, 18h10 (V.P./2D) 13h40, 16h20, 21h20, 24h (V.O./2D); Médico de Província M12. 17h40, 21h55; Dois É Uma Família 13h, 15h20, 19h, 21h40, 00h10; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 11h30, 13h40, 15h40, 17h40 (V.P./2D) Cinema IdealRua do Loreto, 15/17. T. 210998295Aquarius M16. 15h40; Paula Rego, Histórias e Segredos 14h, 18h15, 20h, 21h45 CinemaCity Campo PequenoCentro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420T2 Trainspotting M16. 21h50; O Fundador M12. 19h20; Lego Batman: O Filme M6. 11h15 (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 21h25, 00h15; Kong: A Ilha da Caveira M12. 23h55; A Bela e o Monstro M6. 11h10, 15h45, 18h25 (V.Port./2D) 11h20, 13h30, 16h10, 18h50, 21h35, 00h15 (V.Orig./2D); Power Rangers M12. 14h; Vida Inteligente M14. 21h40; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 22h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 11h20, 13h25, 15h30, 16h30, 17h30, 19h40 (V.Port./2D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 13h50; The Last Face - A Última Fronteira 13h05, 15h50, 18h40, 21h20, 00h05; Juntos Para Sempre 11h20, 13h20, 15h35, 17h45, 19h45, 21h45, 24h; Ladrões com Muito Estilo 11h40, 13h40, 15h40, 17h40, 19h30, 21h30, 23h40 Cinemas Nos Alvaláxia Estádio José Alvalade, Cpo Grande. T. 16996Para Além das Cinzas 13h20, 16h50, 21h45, 00h20; As Cinquenta Sombras Mais Negras M16. 14h20, 17h10, 22h30; 100 Metros M14. 14h10, 16h40, 19h05, 21h30, 23h55; Lego Batman: O Filme M6. 13h40, 16h10, 18h35 (V.P./2D); Logan - The Wolverine M12. 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Kong: A Ilha da Caveira M12. 15h20, 18h10, 20h50, 00h15; A Bela e o Monstro M6. 13h30, 16h20, 19h10 (V.Port./2D) 13h10, 16h, 18h50, 21h40, 23h20, 00h30 (V.Orig./2D); Malapata M12. 20h; Vida Inteligente M14. 22h, 00h25; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h50, 16h30, 19h10, 21h50, 23h30; Negação M12. 21h25, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 11h, 13h15, 15h40, 18h, 21h (V.P./2D); The Last Face - A Última Fronteira 14h, 17h, 21h10, 00h10; Juntos Para Sempre 13h45, 16h15, 18h40, 21h20, 23h40 Cinemas Nos AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996São Jorge M14. 13h30, 16h, 18h30, 21h20, 24h; A Bela e o Monstro M6. 12h30, 15h20 (V.Port./2D) 21h, 23h50 (V.Orig./2D) 18h10 (V.Orig./3D); Médico de Província M12. 19h; Dois É Uma Família 13h, 16h10, 21h30, 00h10; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h30, 15h10, 18h, 21h40, 00h20; Negação M12. 20h50, 23h30; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 15h, 17h30, 19h30 (V.port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 12h40, 15h30, 18h20, 21h10, 00h05; Ladrões com Muito Estilo 13h20, 15h50, 18h40, 21h50, 00h15 Cinemas Nos ColomboAv. Lusíada. T. 16996100 Metros M14. 18h30; Kong: A Ilha da Caveira M12. 13h25, 16h10, 18h55, 21h40, 00h35; A Bela e o Monstro M6. 12h50, 15h25 (V.Port./2D) 18h40, 21h35, 00h30 (V.Orig./2D); Patrulha de Doidos M14. 23h20; Vida Inteligente M14. 13h10, 15h55, 21h20, 23h55; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h55, 15h30, 18h05, 21h05, 23h40 (2D) 13h30, 16h20, 19h, 21h45, 00h20 (IMAX); Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h15,
18h20, 20h45 (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 12h45, 15h40, 18h35, 21h30, 00h25; Juntos Para Sempre 13h05, 15h25, 18h, 21h, 23h30; Ladrões com Muito Estilo 13h, 15h35, 18h10, 21h15, 23h50 Cinemas Nos Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Kong: A Ilha da Caveira M12. 21h, 23h40; A Bela e o Monstro M6. 14h, 17h (V.Port./2D) 12h40, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20 (V.Orig./2D); Vida Inteligente M14. 21h50, 00h30; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h50, 15h40, 18h20, 21h10, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h10, 15h20, 17h30, 19h40 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h30, 16h, 18h30, 21h40, 00h10; Ladrões com Muito Estilo 13h, 15h30, 18h10, 21h20, 23h50 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223São Jorge M14. 19h15; Vale de Amor M14. 15h30, 17h30, 19h30, 21h30, 23h30; A Criada M18. 19h; Aquarius M16. 13h45, 16h30, 21h30; Dois É Uma Família 12h40, 15h, 17h20, 22h, 00h20; Negação M12. 13h30; Um Homem Chamado Ove M12. 19h40; Sonhos Cor-de-Rosa 11h30, 14h, 16h30, 21h45, 00h15 NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362O Amigo Americano M12. 14h, 16h30, 19h, 21h30 São JorgeAv. da Liberdade, 175. T. 21310340210ª Festa do Cinema Italiano Vários horáriosUCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. Suspiria 21h30, 23h45; 10ª Festa do Cinema Italiano (vários horários); São Jorge M14. 21h50, 00h20; La La Land: Melodia de Amor M12. 18h45; Moonlight M16. 19h05, 00h25; 100 Metros M14. 14h10, 16h36, 19h, 21h25, 23h50; Kong: A Ilha da Caveira M12. 00h05; Um Reino Unido M12. 19h15; A Bela e o Monstro M6. 13h45, 16h30 (V.Port./2D) 13h40, 16h20, 19h05, 21h45 (V.Orig./2D) 00h30 (V.Orig./2D); Aquarius M16. 16h10, 21h30; Médico de Província M12. 14h15, 16h45, 19h15, 21h40; Power Rangers M12. 14h; Vida Inteligente M14. 21h45, 00h10; Dois É Uma Família 14h, 16h35, 19h10; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h50, 16h30, 21h35, 00h15 (2D) 19h05 (3D); Negação M12. 13h55, 16h25, 18h55, 21h35, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 14h, 16h15, 18h40 (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 13h40, 16h20, 19h, 21h40, 00h25; Juntos Para Sempre 14h05, 16h25, 21h30, 23h45; Ladrões com Muito Estilo 14h, 16h25, 18h45, 21h30, 00h10; Sonhos Cor-de-Rosa 13h35, 16h20, 19h10, 22h
Almada Cinemas Nos Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996São Jorge M14. 19h15; 100 Metros M14. 13h25, 16h05, 18h45, 21h15, 00h05; Logan - The Wolverine M12. 12h20, 15h20, 18h25, 21h25, 00h25; Kong: A Ilha da Caveira M12. 12h45, 16h15, 19h, 21h45, 00h25; A Bela e o Monstro M6. 12h30, 15h30,18h30 (V.Port./2D) 12h40, 15h40, 18h40, 21h30, 00h25 (V.Orig./2D); Patrulha de Doidos M14. 13h45, 16h30, 21h10, 23h45; Vida Inteligente M14. 13h35, 16h25, 21h55, 00h35; Dois É Uma Família 13h05, 15h45, 18h25, 21h05, 23h50; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h50, 15h50, 18h20, 21h, 23h40 (2D) 13h40, 16h20, 19h10, 21h40, 00h10 (3D 4DX); Negação M12. 21h50, 00h20; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h, 15h15, 17h30, 19h45, 22h, 00h15 (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 12h35, 15h35, 18h35, 21h35, 00h30; Juntos Para Sempre 12h55, 15h25, 18h, 20h50, 23h30; Ladrões com Muito Estilo 13h30, 16h10, 18h50, 21h20, 24h
Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030
Dois É Uma FamíliaDe Hugo Gélin. Com Omar Sy, Clémence Poésy, Antoine Bertrand. FRA/GB. 2016. 118m. Drama, Comédia. Solteiro e despreocupado, Samuel
vive em Marselha (França), onde
muda de emprego e de namorada
com a maior das descontrações.
Tudo se altera quando uma
mulher com quem teve um
caso amoroso em Inglaterra
lhe aparece com um bebé e o
informa que é ele o pai. Depois,
desaparece, deixando a criança.
Em pânico, Samuel viaja para
Londres, determinado a devolvê-
la. Quando percebe que isso
não vai acontecer, decide criá-la
sozinho. Oito anos passados, pai e
fi lha são inseparáveis. É então que
a mãe da menina reaparece...
Juntos Para SempreDe Lasse Hallström. Com Josh Gad (Voz), Dennis Quaid, Peggy Lipton, Logan Miller. EUA. 2017. 100m. Aventura, Comédia Dramática. Esta é a história de Bailey,
também conhecido pelo nome
de Buddy, Tino ou Ellie. Ao longo
de múltiplas reencarnações, a
sua alma canina cruzou-se com
vários donos. O primeiro de que
se recorda é Ethan, um rapazinho
que foi seu companheiro
durante anos e com quem teve
uma ligação muito especial.
A separação foi difícil e ainda
hoje mantém a esperança de o
reencontrar...
Ladrões com Muito EstiloDe Zach Braff. Com Morgan Freeman, Joey King, Ann-Margret, Matt Dillon, Michael Caine, John Ortiz. EUA. 2017. 96m. Comédia. Willie, Joe e Albert são amigos
inseparáveis há décadas. Vivem
tranquilos até ao dia em que
descobrem que, por culpa do
banco, perderam todo o dinheiro
que lhes garantia uma reforma
condigna. É então que Joe, ao
testemunhar um aparatoso assalto
a um banco, vê ali a solução
para todos os problemas. Se,
a princípio, os companheiros
acham a ideia estapafúrdia,
depressa o desespero e a atraente
visão de viver uns últimos anos
sem preocupações fi nanceiras os
convence a alinhar no plano.
O Ídolo - A Força de AcreditarDe Hany Abu-Assad. Com Tawfeek Barhom, Ahmed Al Rokh, Mohamed Assaf. GB/HOL/ARG/Palestina/EAU/Qatar/EGI. 2016. 100m. Comédia Dramática, Biografia. Aos quatro anos, o palestiniano
Mohammed Assaf foi viver com
os pais e irmãos para um campo
de refugiados no sul da Faixa
de Gaza. Em 2013, com 23 anos,
viajou até Beirute (Líbano) para
se candidatar ao programa Ídolos.
A sua voz, associada aos temas
que escolheu, transformou-o
num representante da cultura
palestiniana. Em Junho desse
mesmo ano, com um hino
chamado Ergue o teu kaffi eyh
(lenço tradicional que é também
um símbolo nacional), foi
declarado vencedor.
Para Além das CinzasDe Scott Cooper. Com Christian Bale, Casey Affleck, Zoe Saldana, Woody Harrelson, Forest Whitaker, Willem Dafoe, Sam Shepard. EUA/GB. 2013. 116m. Drama, Thriller. Russell e o irmão mais novo,
Rodney, sempre sonharam com
uma vida melhor. Mas quando
Russell acaba preso devido a um
acidente de carro que resulta
na morte de uma criança, o seu
irmão deixa-se seduzir pelas
palavras do líder de um dos mais
perigosos gangs da zona. Uma vez
em liberdade, Russell tenta, sem
sucesso, afastá-lo da infl uência
dos criminosos.
Paula Rego, Histórias e SegredosDe Nick Willing. GB. 2017. 92m. Documentário. Em 2014, e durante um período
de dois anos, Nick Willing sentou-
se com Paula Rego, sua mãe,
ouviu o que ela tinha para contar
e, com isso, fez um fi lme. “Eram
histórias que eu nunca tinha
ouvido, que explicam muito da
minha vida e da dela, de uma
maneira que me fez entender
várias das suas obras“, explica. “O
meu fi lme não é sobre a artista,
é sobre a pessoa“, sublinha. “O
que acontece é que ela foi sempre
artista primeiro, pessoa depois
e mãe em terceiro. Eu queria
descobrir a pessoa por trás da
pintora.“
Sonhos Cor-de-RosaDe Marco Bellocchio. Com Bérénice Bejo, Valerio Mastandrea, Fabrizio Gifuni. FRA/ITA. 2016. 134m. Drama, Romance. Massimo é um jornalista bem-
conceituado que trabalha num
importante jornal italiano. Um
dia, após um trabalho difícil
sobre a Guerra da Bósnia,
começa a ter ataques de
pânico. Simultaneamente, vê-
se obrigado a tratar da venda
da casa de família. Ao encarar
algumas memórias, a situação de
ansiedade piora. Procura ajuda
profi ssional e conhece a Dr.ª Elisa,
alguém que o vai ajudar a superar
a maior tragédia da sua vida:
a morte da mãe quando tinha
apenas nove anos.
SuspiriaDe Dario Argento. Com Jessica Harper, Alida Valli, Joan Bennett. ITA. 1976. 95m. Terror. A história decorre numa academia
de dança na Alemanha, onde
chega uma jovem estudante
norte-americana. Sucedem-se
diversos acontecimentos, numa
atmosfera de estranheza e medo.
O realizador Dario Argento
manipula com mão de mestre
os efeitos narrativos e visuais,
criando uma atmosfera surreal e
de permanente suspense.
The Last Face - A Última FronteiraDe Sean Penn. Com Charlize Theron, Javier Bardem, Adèle Exarchopoulos, Jean Reno, Jared Harris. EUA. 2016. 132m. Drama. Wren pertence a uma agência
humanitária que actua na Libéria,
onde ajuda as populações a
enfrentar os confl itos provocados
pela guerra. Ali conhece Miguel,
um médico habituado a trabalhar
no continente africano. Com o
tempo, os dois apaixonam-se.
Mas num cenário onde todos são
forçados a assistir a situações-
limite, o amor acaba por ter
difi culdades em sobreviver...
Suspiria
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 35
SAIR
Cantar! M6. 11h30, 16h10 (V.Port./2D); O Fundador M12. 00h30; 100 Metros M14. 19h35, 21h45; Lego Batman: O Filme M6. 11h20 (V.Port./2D); Aqui Há Gato! M6. 11h35 (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 18h30, 21h25; Kong: A Ilha da Caveira M12. 21h50; A Bela e o Monstro M6. 11h25, 13h50, 15h10, 16h30, 17h50, 19h10 (V.Port./2D) 13h30, 16h10, 18h50, 21h20, 24h (V.Orig./2D); Malapata M12. 00h30; Patrulha de Doidos M14. 13h35, 00h05; Power Rangers M12. 00h25; Vida Inteligente M14. 22h10; Dois É Uma Família 13h50, 15h20, 17h40, 21h55, 00h15; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 11h15, 13h20, 15h30, 17h45, 21h35, 23h55 (2D) 19h50 (3D); Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 11h30, 13h20, 15h20, 17h20, 19h20 (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 13h, 15h45, 18h40, 21h30, 00h15; Juntos Para Sempre 11h20, 13h30, 15h30, 17h40, 19h40, 21h40, 23h50; Ladrões com Muito Estilo 13h25, 15h35, 17h35, 20h, 22h, 00h10 UCI Dolce Vita TejoEstrada Nacional 249/1. T. 707232221Ladrões com Estilo M12. 14h20, 16h55, 19h10, 21h55, 00h20; As Cinquenta Sombras Mais Negras M16. 00h25; 100 Metros M14. 13h45, 16h15, 21h55, 24h; Lego Batman: O Filme M6. 13h45 (V.Port./2D); Rock Dog - Um Sonho Altamente! M6. 14h15 (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 00h05; Kong: A Ilha da Caveira M12. 14h05, 16h35, 19h15, 21h45, 00h20; A Bela e o Monstro M6. 13h35, 16h20, 19h05, 21h50 (V.Port./2D) 14h30, 21h20, 00h15 (V.Orig./2D) 19h20 (V.Orig./3D); Malapata M12. 19h; Patrulha de Doidos M14. 18h40, 21h20, 24h; Power Rangers M12. 16h20, 19h; Vida Inteligente M14. 21h40, 00h05; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 14h10, 16h45, 21h55, 00h25 (2D) 19h20 (3D); Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 14h, 16h20, 16h40, 19h, 21h30 (V.Port./2d); The Last Face - A Última Fronteira 13h20, 16h04, 18h50, 21h40, 00h25; Juntos Para Sempre 13h50, 16h30, 19h05, 21h25, 00h05
Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 212069440A Bela e o Monstro M6. 15h40, 18h20 (V.Port./2D) 15h30, 18h35, 21h15, 24h (V.Orig./2D); Power Rangers M12. 23h20; Vida Inteligente M14. 13h15; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h, 21h20, 23h55; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h10, 15h20, 17h30, 21h (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h30, 15h50, 18h30, 21h30, 23h45
Cascais Cinemas Nos CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996100 Metros M14. 21h40, 00h10; Kong: A Ilha da Caveira M12. 13h, 15h40, 18h50, 21h30, 00h20; A Bela e o Monstro M6. 12h30, 15h20 (V.Port./2D) 18h10, 21h10, 24h (V.Orig./2D); Vida Inteligente M14. 13h10, 15h30, 18h, 20h50, 23h40; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h20, 15h50, 18h20, 21h, 23h30; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 12h40, 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 12h40, 15h, 17h20, 19h40, 22h, 00h25; Ladrões com Muito Estilo 12h50, 16h, 18h30, 21h20, 23h50 O Cinema da Villa - CascaisAvenida Dom Pedro I, Lote 1/2 (CascaisVilla Shopping Center). T. 215887311100 Metros M14. 14h10, 16h30; Lego Batman: O Filme M6. 11h (V.Port./2D); A Bela e o Monstro M6. 16h, 19h05 (V.Port./2D) 21h40 (V.Orig./2D); Negação M12. 14h20, 19h, 21h30; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 12h50, 15h (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 11h45, 19h10, 21h40; Ladrões com Muito Estilo 14h, 16h40, 19h40, 21h50; Paula Rego, Histórias e Segredos 17h05
Caldas da Rainha Orient Cineplace - La Vie Caldas da RainhaLa Vie Caldas da Rainha Shopping Center. Manchester by the Sea M14. 18h50, 21h30, 00h05; 100 Metros M14. 14h40, 21h30; A Bela e o Monstro M6. 16h (V.Port./2D) 13h20, 18h40, 21h20, 24h (V.Orig./2D); Médico de Província M12. 19h20; Power Rangers M12. 21h10, 23h45; Vida Inteligente M14. 17h, 23h50; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 14h, 16h30, 19h, 21h30, 00h05; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h10, 15h10, 17h10, 19h10 (V.Port./2D); Ladrões com Muito Estilo 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50
Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga. T. 214565653Negação M12. 15h, 21h30; Sonhos Cor-de-Rosa 15h, 21h30
Sintra Cinema City BelouraR. Matos Cruzadas, EN 9. T. 219247643Lion - A Longa Estrada para Casa M12. 19h55; O Fundador M12. 00h10; Moonlight M16. 22h10; 100 Metros M14. 21h55; Lego Batman: O Filme M6. 00h10 (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 00h05; Kong: A Ilha da Caveira M12. 19h20; A Bela e o Monstro M6. 13h50, 16h30, 18h30 (V.Port./2D) 13h30, 16h, 18h40, 19h10, 21h30 (V.Orig./2D); Power Rangers M12. 13h10, 00h25; Vida Inteligente M14. 21h45, 23h55; Dois É Uma Família 13h05, 15h25, 17h45, 21h45, 00h15; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 14h05, 15h35, 17h45, 21h50, 00h10; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h40, 16h40, 16h20, 17h20, 20h05 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h30, 15h30, 17h40, 19h40, 21h40, 23h50; Ladrões com Muito Estilo 13h20, 15h20, 17h40, 19h35, 21h35, 23h45 Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 219184352As Cinquenta Sombras Mais Negras M16. 23h30; 100 Metros M14. 13h05; A Bela e o Monstro M6. 13h, 15h40 (V.POrt./2D) 15h25, 18h30, 21h30, 00h10 (V.Orig./2D); Malapata M12. 20h, 21h55, 24h; Patrulha de Doidos M14. 18h40, 21h45, 00h15; Power Rangers M12. 13h; Vida Inteligente M14. 15h30; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h, 15h, 18h, 21h, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h, 15h10, 17h10, 19h10, 21h10 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h10, 15h30, 18h10, 21h20, 23h40; Ladrões com Muito Estilo 14h, 16h10, 18h20, 21h40, 23h50
Leiria Cinema City LeiriaRua Dr. Virgílio Vieira da Cunha, Ponte das Mestras. T. 244845071O Ídolo - A Força de Acreditar 19h35; Cantar! M6. 11h35 (V.P./2D); Logan - The Wolverine M12. 21h35; Kong: A Ilha da Caveira M12. 00h15; A Bela e o Monstro M6. 13h50, 15h10, 16h30, 17h50 (V.P./2D) 15h10, 16h10, 17h50, 18h50, 21h30, 00h10 (V.O./2D); Malapata M12. 13h25, 18h, 00h20; Médico de Província M12. 13h45, 19h45, 23h55; Power Rangers M12. 21h45; Vida Inteligente M14. 22h10; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h40, 15h40, 17h50, 20h, 21h55, 00h15 (2D) 00h30 (3D); Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h30, 15h30, 16h, 17h30, 19h30 (V.Port./2D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 13h55; Ladrões com Muito Estilo 13h30, 15h50, 17h50, 19h50, 21h55, 00h05 Cineplace - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. T. 244826516100 Metros M14. 16h40, 21h20; Logan - The Wolverine M12. 16h50; Kong: A Ilha da Caveira M12. 21h30, 00h05; A Bela e o Monstro M6. 16h (V.Port./2D) 13h20, 21h20, 24h (V.Orig./2D) 18h40 (V.Orig./3D); Patrulha de Doidos M14. 19h40, 21h50, 00h20; Power Rangers M12. 14h; Vida Inteligente M14. 14h30, 19h, 23h40; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 14h10, 16h40, 19h10, 21h40, 00h15; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h30, 15h30, 17h30 (V.Port./2D) 19h30 (V.Port./3D); The Last Face - A Última Fronteira 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h10; Juntos Para Sempre 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50
Loures Cineplace - Loures ShoppingQuinta do Infantado, Loja A003. 100 Metros M14. 17h, 00h15; Rock Dog - Um Sonho Altamente! M6. 17h10 (V.Port./2D); Kong: A Ilha da Caveira M12. 14h30, 21h30; A Bela e o Monstro M6. 13h20, 16h (V.Port./2D) 21h20, 24h (V.Orig./2D) 18h40 (V.Orig./3D); Médico de Província M12. 19h30; Patrulha de Doidos M14. 14h20, 19h10, 00h20; Power Rangers M12. 16h30, 21h20; Vida Inteligente M14. 19h20; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 14h40, 19h, 21h30, 00h05; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h50, 15h50, 17h50, 19h50 (V.Port./2D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 21h50, 23h55; Juntos Para Sempre 13h, 15h10, 17h20, 21h40, 23h50; Ladrões com Muito Estilo 13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50, 00h10
MontijoCinemas Nos Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996São Jorge M14. 13h10, 15h50, 18h35, 21h15, 24h; 100 Metros M14. 18h15; Kong: A Ilha da Caveira M12. 12h55, 15h55, 21h05, 23h55 ; A Bela e o Monstro M6. 12h45, 15h40 (V.Port./2D) 18h40, 21h30, 00h20 (V.Orig./2D); Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h20, 15h55, 18h45, 21h20, 00h05 ; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 12h50, 15h10, 17.20, 19h30, 21h40, 23h50 (V.Port./2D); Ladrões com Muito Estilo 13h30, 16h, 18h30, 21h, 23h30
Odivelas Cinemas Nos Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Logan - The Wolverine M12. 12h30, 15h20, 21h05, 24h; A Bela e o Monstro M6. 12h40, 15h30, 18h30 (V.Port./2D) 21h15, 00h05 (V.Orig./2D); Vida Inteligente M14. 18h10; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h15, 15h40, 18h20, 21h, 23h40; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h, 15h, 17h, 19h10, 21h25, 23h30 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h15, 16h, 18h40, 21h20, 00h10
Oeiras Cinemas Nos Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996São Jorge M14. 18h50; A Bela e o Monstro M6. 12h25, 15h20, 18h20 (V.Port./2D) 21h20, 00h20 (V.Orig./2D); Vida Inteligente M14. 13h20, 16h, 21h45, 00h25; Dois É Uma Família 13h, 15h45, 21h35, 00h20; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h15, 15h50, 18h40, 21h50, 00h30; Negação M12. 18h45; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 12h30, 14h50, 17h10, 19h25, 21h40, 24h (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 12h35, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Ladrões com Muito Estilo 13h10, 15h40, 18h15, 21h10, 23h55
Miraflores Cinemas Nos Dolce Vita MirafloresAvenida das Túlipas. T. 707 CINEMAA Bela e o Monstro M6. 12h30, 15h20, 18h20 (V.Port./2D) 21h20, 00h20 (V.Orig./2D); Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h50, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h, 15h10, 17h30, 19h40 22h (V.Port./2D); Ladrões com Muito Estilo 12h40, 15h40, 18h10, 21h10, 00h10
Torres Vedras Cinemas Nos Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996São Jorge M14. 13h30, 16h15, 19h, 21h50, 00h25; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h50, 15h30, 18h15, 21h, 00h20; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h50, 15h30, 18h15, 21h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 12h45, 15h, 17h15, 19h30, 21h45, 24h (V.P./2D); Juntos Para Sempre 13h15, 16h, 18h45, 21h15, 23h30
Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 243309340100 Metros M14. 13h, 15h40; A Bela e o Monstro M6. 15h, 17h45 (V.Port./2D) 18h20, 21h, 23h50 (V.Orig./2D); Patrulha de Doidos M14. 23h30; Power Rangers M12. 18h10; Vida Inteligente M14. 21h20, 23h40; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h10, 15h30, 21h30, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h20, 15h50, 18h30, 21h10 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h30, 16h, 18h40, 21h40,
00h05; Ladrões com Muito Estilo 13h40, 16h20, 19h, 21h50, 00h10
Setúbal Cinema City Alegro SetúbalC. Comercial Alegro Setúbal. T. 265239853O Ídolo - A Força de Acreditar 19h40; 100 Metros M14. 11h25, 13h25, 15h35, 18h50; Lego Batman: O Filme M6. 11h25 (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 21h40, 23h45; Kong: A Ilha da Caveira M12. 21h35, 00h05; A Bela e o Monstro M6. 11h10, 13h30, 15h50, 16h10, 18h30, 21h25 (V.Port./2D) 13h40, 16h20, 19h, 21h40, 00h20 (V.Orig./2D); A Bela e o Monstro M6. 11h10, 13h30, 15h50, 16h10, 18h30, 21h25 (V.Port./2D) 13h40, 16h20, 19h, 21h40, 00h20 (V.Orig./2D); Malapata M12. 11h35; Médico de Província M12. 19h30; Patrulha de Doidos M14. 00h35; Power Rangers M12. 00h05; Vida Inteligente M14. 22h05, 00h20; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 11h20, 13h25, 15h30, 17h45, 19h55, 21h55, 00h25; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 11h20, 13h20, 15h40, 16h16, 17h40, 21h30 (V.Port./2D) 11h50, 14h, 19h30 (V.Port./3D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 13h50; Juntos Para Sempre 11h20, 13h30, 15h30, 17h40, 19h40, 21h45, 23h55; Ladrões com Muito Estilo 11h25, 13h20, 15h20, 17h30, 19h45, 21h50, 24h
Seixal Cineplace - SeixalQta. Nova do Rio Judeu.100 Metros M14. 13h40, 18h50, 23h55; Lego Batman: O Filme M6. 14h10 (V.Port./2D); Kong: A Ilha da Caveira M12. 14h40, 21h30; A Bela e o Monstro M6. 13h20, 16h (V.Port./2D) 21h20, 00h05 (V.Orig./2D) 18h40 (V.Orig./2D); Médico de Província M12. 19h20; Power Rangers M12. 16h10, 21h10; Vida Inteligente M14. 17h10, 00h20; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 16h30, 19h, 21h30, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h50, 15h50, 17h50, 19h50 (V.Port./2D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 22h, 00h15; Juntos Para Sempre 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50; Ladrões com Muito Estilo 13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50, 00h10
AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
A Criada mmmmm mmmmm mmmmm
O Amigo Americano mmmmm mmmmm mmmmm
Ghost in the Shell mmmmm mmmmm – Negação – mmmmm mmmmm
Paula Rego, Histórias e Segredos mmmmm mmmmm mmmmm
Sonhos Cor-de-Rosa mmmmm mmmmm –Suspiria mmmmm mmmmm mmmmm
A Última Fronteira – a a
Vale de Amor mmmmm mmmmm mmmmm
Vida Inteligente mmmmm – –
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36 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
Faro
Cinemas Nos Fórum AlgarveC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Kong: A Ilha da Caveira M12. 13h15, 15h50, 21h, 23h40; A Bela e o Monstro M6. 10h40,12h45, 15h40, 18h25 (V.Port./2D) 21h10, 23h55 (V.Orig./2D); Malapata M12. 18h35; Vida Inteligente M14. 21h40, 24h; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h55, 15h30, 18h05, 21h20, 23h30; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 10h50, 13h05, 15h20, 17h25, 19h30 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h25, 16h, 18h15, 21h30, 23h50
Lagos Algarcine - Cinema de Lagos R. Cândido dos Reis. T. 282799138A Bela e o Monstro M6. 14h40, 17h (V.Port./2D); Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 19h20, 21h30, 24h; Ladrões com Muito Estilo 16H45, 19h, 21h30, 24h
Albufeira Cineplace - AlgarveShoppingEstrada Nacional 125 - Vale Verde. 100 Metros M14. 17h10, 21h50; Rock Dog - Um Sonho Altamente! M6. 17h10, 24h (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 14h20, 21h10; Kong: A Ilha da Caveira M12. 16h40, 21h20; A Bela e o Monstro M6. 16h (V.Port./2D) 13h20, 21h20, 24h (V.Orig./2D) 18h40 (V.Orig./3D); Médico de Província M12. 19h10; Power Rangers M12. 14h, 23h45; Vida Inteligente M14. 19h, 00h15; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h50, 16h30, 19h, 21h30, 00h05; Negação M12. 14h50, 19h30, 00h15; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h50, 15h50, 17h50, 19h50 (V.Port./2D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 22h, 00h20; The Last Face - A Última Fronteira 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h10; Juntos Para Sempre 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50; Ladrões com Muito Estilo 13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50, 24h
Olhão Algarcine - CinalgarveAv. República, 176 -180. T. 2987033332Ozzy M6. 13h15 (V.Port./2D); Rock Dog - Um Sonho Altamente! M6. 13h15 (V.Port./2D); A Bela e o Monstro M6. 15h15, 19h15 (V.Port./2D) 21h30, 23h50 (V.Orig./2D); Malapata M12. 17h30, 19h, 23h30; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 15h30, 18h30, 21h30, 23h30; Ladrões com Muito Estilo 15h15, 17h15, 21h30, 23h30
Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888A Bela e o Monstro M6. 13h40, 16h (V.Port./2D) 17h15 (V.Orig./2D); Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 18h45, 21h30, 24h; Ladrões com Muito Estilo 15h15, 19h30, 21h30, 24h Cineplace - PortimãoQuinta da Malata, Lote 1.100 Metros M14. 13h, 18h40, 21h, 23h30; Kong: A Ilha da Caveira M12. 14h30, 19h10, 24h; A Bela e o Monstro M6. 16h10 (V.Port./2D) 13h30, 21h30, 00h10 (V.Orig./2D) 18h50 (V.Orig./3D); Power Rangers M12. 15h50; Vida Inteligente M14. 17h, 21h50; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h10, 16h, 18h40, 21h10, 23h40; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h20, 15h20, 17h20, 21h20, 23h20 (V.Port./2D) 19h20 (V.Port./3D); Ladrões com Muito Estilo 12h50, 15h, 17h10, 19h30, 21h40, 23h50
TEATROLisboaCasino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Mais Respeito Que Sou Tua Mãe Enc. Joaquim Monchique. De 29/3 a 30/4. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30 (Auditório dos Oceanos). M/16. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Periférico De Alexandre Farto (Vhils). Enc. Anaísa Lopes. De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h. M/12. BoCA - Biennial of Contemporary Arts. Hospital Júlio de MatosAv. Brasil, 53. T. 217917000 Alice - O Outro Lado da História Comp.: bYfurcação Teatro. Enc. João Ascenso. De 9/12 a 29/4. 6ª e Sáb às 21h30 (Pavilhão 30 do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa). M/18. Duração: 2h. LatoariaEscadas do Monte, 9.Cósmicos Enc. Tiago Mateus. De 5/4 a 9/4. 4ª a Dom às 21h45. Reservas: 969107622, [email protected]. Teatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Tentativas para Matar o Amor Enc. Levi Martins e Maria Mascarenhas. De 3/3 a 16/4. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro Armando CortezEstrada da Pontinha, 7. T. 217110890 Os 39 Degraus Enc. Cláudio Hochman. De 29/3 a 28/5. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. Teatro da ComunaPraça de Espanha. T. 217221770 Loucos por Amor Enc. António Melo. De 29/3 a 16/4. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Teatro Maria VitóriaAv. Liberdade (Parque Mayer). T. 213461740 Parque à Vista De Flávio Gil, Renato Pino e Miguel Dias. De 14/9 a 28/5. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb e Dom às 16h30 e 21h30.Teatro MeridionalRua Açúcar, 64 (Poço Bispo). T. 218689245 António e Maria Enc. Miguel Seabra. Com Maria Rueff. De 30/3 a 9/4. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Duração: 75m. Teatro Nacional D. Maria IIPraça Dom Pedro IV. T. 800213250 Ensaio para Uma Cartografia Enc. Mónica Calle. De 23/3 a 9/4. 4ª às 19h30. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30 (Sala Estúdio). M/16. Veraneantes Ao Cabo Teatro. Enc. Nuno Cardoso. De 6/4 a 9/4. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. M/12. Duração: 2h40m. Teatro PromotoraLargo das Fontaínhas, nº 19. Um Homem a Dias Grupo: Teatr’Alma. Enc. Isilda Paulo. De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h30. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Whindersson Nunes De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h30. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 Mulheres de Atenas Grupo de Teatro do MOB. Enc. Margarida Barata. De 7/4 a 9/4. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira Melo, 30A. T. 213538586 Dois Homens Completamente Nus Enc. Tiago Guedes. Com Miguel Guilherme, Jorge Mourato, Sandra Faleiro e Susana Blazer. De 23/3 a 23/4. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30.
AlmadaTeatro-Estúdio António AssunçãoRua Conde Ferreira. T. 212723660 Circuito Habitual Teatro Extremo. Enc. Rita Lello. De 27/3 a 29/4. 6ª e Sáb às 21h30.
AmadoraEspaço Cultural Recreios da AmadoraAvenida Santos Mattos, 2. T. 214369055
SetúbalTeatro de Bolso de SetúbalRua Doutor Aníbal Alvares da Silva, 9. T. 265532402 Fuga Comp.: TAS - Teatro Animação de Setúbal. Enc. Carlos Curto. De 7/4 a 9/4. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12.
Vila Franca de XiraMuseu Municipal - Núcleo Museológico de Reservas do Palácio do SobralinhoPalácio do Sobralinho. T. 219512000 The Land of Lost Content Comp.: Plateia Paralela / Inestética. De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h30.
EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaLargo Hintze Ribeiro, 2 E-F. T. 210170765 A Múmia e o Astronauta De Jorge Queiroz. De 10/3 a 22/4. 3ª a 6ª das 14h às 20h. Sáb das 11h às 16h. Pintura. Arquivo FotográficoRua da Palma, 246. T. 218844060 Visão Yanomami De Claudia Andujar. De 11/2 a 15/4. 2ª a Sáb das 10h às 19h. Fotografia. Lisboa, Capital Ibero-Americana de Cultura 2017.
Atelier-Museu Júlio PomarRua do Vale, 7. T. 218172111 Estranhos Dias Recentes de Um Tempo Menos Feliz De Júlio Pomar, André Romão, Carlos Bunga, Igor Jesus, Joana Bastos, João Leonardo, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, Pedro Barateiro e Rodrigo Oliveira. De 30/3 a 21/5. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. 2.ª Edição do Prémio de Curadoria Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC 2016. Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 Romanian Dances De Mariana Gomes. De 8/3 a 15/4. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 14h às 20h. Pintura. Biblioteca dos CoruchéusRua Alberto Oliveira. T. 218172049 Casa-Animal De Musa paradisiaca. De 19/3 a 7/4. 3ª a Dom das 14h às 18h. Instalação. BoCA - Biennial of Contemporary Arts. Biblioteca Nacional de PortugalCampo Grande, 83. T. 217982000 Insólita Ofensiva de Corrupção De 1/3 a 20/5. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental. A Afrodite de Fernando Ribeiro de Mello durante o Estado Novo (e depois). João Pinto de Figueiredo: 1917-1984 De 30/3 a 1/7. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30.Caleidoscópio - Centro Académico da Universidade de LisboaJardim do Campo Grande. Tibete, Na Sombra do Tecto do Mundo De Carlos Brum Melo. De 3/4 a 12/5. Todos os dias (24h). Fotografia. Cão SolteiroR. Poço dos Negros, 120. Parque Temático De Vasco Araújo. De 4/3 a 21/4. 5ª a Sáb das 16h às 20h. Vídeo. Carpintaria de São Lázaro - Centro de Criação e Artes ContemporâneasR. São Lázaro, 72.Show Room De Los Carpinteros. De 19/2 a 1/5. 4ª a Sáb das 15h às 18h (Lisboa Capital Ibero-americana de cultura 2017). Casa-Museu da Fundação António Medeiros e AlmeidaRua Rosa Araújo, 41. T. 213547892 Isto Não É Só Um Écran - Noronha da Costa 50 Anos de Pintura (1967-2017) De 14/3 a 22/4. 2ª a 6ª das 13h às 17h30. Sáb das 10h às 17h30. Pintura. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Mário Cesariny: De Cor e Salteado De 7/3 a 16/4. 2ª a 6ª das 10h às 20h. Sáb, Dom e feriados das 10h às 18h (no Centro de Congressos e Reuniões).Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8 - Edifício Sede da Mundial-Confiança. T. 213237335 José Pedro Croft: Obras da Colecção António Cachola De José Pedro Croft. De 7/4 a 15/7. 2ª a 6ª das 12h às 20h. Cristina Guerra - Contemporary ArtR. Santo António à Estrela, 33. T. 213959559 Robert Barry De 16/3 a 13/4. 3ª a 6ª das 12h às 20h. Sáb das 15h às 20h.CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Alice Creischer De Alice Creischer. De 4/2 a 30/4. 3ª a 6ª das 11h às 18h. Sáb e Dom das 11h às 19h. Ermida de Nossa Senhora da ConceiçãoTravessa do Marta Pinto, 21 - Mercador do Tempo. T. 213637700 A Porta da Rua É a Serventia da Casa De Diogo Almeida Martins. De 18/3 a 10/4. Todos os dias (24h). Fotografia. Espaço Novo BancoPç. Marquês de Pombal, 3-B. T. 213508975 Da Fuga e do Encontro: Inversões do Olhar De André Cepeda, Sabine Hornig, Matt Mullican, Julião Sarmento. De 10/11 a 31/5. 2ª a 6ª das 09h às 19h. Fotografia. Faculdade de Ciências da Universidade de LisboaCampo Grande, Edifício C5. T. 217500000 Hyperbolic Hyparxis De Margarida Sardinha. De 6/4 a 6/6. 2ª a 6ª das 08h às 20h (átrio do Edifício C6). Escultura, Outros.
SAIR
Sugestão do dia
Amor de D. Perlimplim com Belisa em Seu Jardim Comp.: Teatro dos Aloés. Enc. Jorge Silva. De 22/3 a 9/4. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12.
BarreiroTeatro Municipal do BarreiroRua Vasco da Gama (Centro Comercial Pirâmides). T. 212060860 A Excepção e a Regra Comp.: Arteviva - Companhia de Teatro no Barreiro. Enc. Rui Quintas. De 17/3 a 3/6. 6ª e Sáb às 21h30.
Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 No Limite da Dor Comp.: Lendias d’Encantar. Enc. Júlio César Ramirez. De 7/4 a 9/4. 6ª, Sáb e Dom às 21h45 (Café-teatro). M/12. Duração: 55m.
Santo Amaro de OeirasAuditório Novo EspaçoRua Dr José Joaquim de Almeida, 2. T. 213020003 H2M1 - Parte 2 Grupo: Teatro Independente de Oeiras. Enc. Carlos d’Almeida Ribeiro. Com Lourenço Henriques, Rita Frazão, Carlos d’Almeida Ribeiro. De 9/3 a 20/5. 5ª a Sáb às 21h30. M/16. Duração: 140m.
A Casa das Histórias, em Cascais, inaugura hoje, às 18h30, a nova exposição Histórias & Segredos. As cerca de 80 obras patentes – algumas inéditas em Portugal – traçam uma biografia de Maria Paula Figueiroa Rego (n.1935, Lisboa). Estão directamente ligadas a episódios contados pela pintora no documentário homónimo realizado por Nick Willing, seu
filho, que chegou esta semana às salas de cinema. Respeitando a estrutura narrativa do filme, e assumindo o seu tom íntimo, a exposição está repartida por oito núcleos organizados cronologicamente, com referência às memórias e vivências da artista. Patente até 17 de Setembro, a mostra pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 18h (bilhetes a 3€).
Histórias & Segredos de Paula Rego
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 37
Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Alegria e Sobrevivência De Tamás Kaszás. De 3/3 a 15/5. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. José de Almada Negreiros. Uma Maneira de Ser Moderno De 3/2 a 5/6. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 10h às 18h (5ªs e Sábs, horário alargado até às 21h. Encerra Dom de Páscoa e 1 Maio). Manuela Marques e Versailles. A Face Escondida do Sol De Manuela Marques. De 3/3 a 22/5. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (encerra Dom de Páscoa e 1 Maio). Portugal em Flagrante: Operação 1 De 9/7 a 18/11. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (encerra Dom de Páscoa e 1 Maio). Documental. Portugal em Flagrante: Operação 2 De 18/11 a 18/11. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (encerra Dom de Páscoa e 1 Maio). Documental. Portugal em Flagrante: Operação 3 De 3/3 a 18/11. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (encerra Dom de Páscoa e 1 Maio). Documental. Galeria 111Campo Grande, 113. T. 217977418 Mudaulane III De Celestino Mudaulane. De 11/3 a 22/4. 3ª a Sáb das 10h às 19h.Galeria AcervoRua do Machadinho, 1. T. 213974325 A Sombra Domesticada De Daniela Reis. De 30/3 a 30/4. 2ª a 6ª das 15h às 20h. Dom das 15h às 18h. Galeria BangbangRua Dr. Almeida Amaral, 30B. T. 213148018 Untitled De Catarina Lira Pereira, Gabriel Colaço, Gilberto Colaço. De 3/2 a 29/4. 3ª a Sáb das 12h30 às 20h. Galeria Edge ArtsRua Dom João V, 24, piso -1 (Espaço Amoreiras, Centro Empresarial). T. 213600071 Tobel De Samuel Matzig. De 6/4 a 4/5. 2ª a 6ª das 07h às 23h. Sáb das 09h às 21h. Dom e feriados das 09h às 18h. Galeria Filomena SoaresRua da Manutenção, 80. T. 218624122 In The Days of a Dark Safari De Kiluanji Kia Henda. De 23/3 a 6/5. 3ª a Sáb das 10h às 20h. Fotografia. Galeria João Esteves de OliveiraRua Ivens, 38. T. 213259940 A Favorite Color De Jorge Nesbitt. De 16/3 a 28/4. 2ª das 15h às 19h. 3ª a Sáb das 11h às 19h (Sáb encerra das 13h30 às 15h). Pintura. Galeria Miguel NabinhoR. Tenente Ferreira Durão, 18B. T. 213830834 Álbum De Manuel Botelho. A partir de 31/3. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Fotografia. Galeria MonumentalCampo Mártires da Pátria, 101. T. 213533848 Sala de Espera De 2/3 a 8/4. 3ª a Sáb das 15h às 19h30.
Galeria Múrias CentenoRua Capitão Leitão, 10/16. T. 936866492 Man With Really Soft Hands De Musa paradisiaca. De 15/3 a 15/4. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação. Galeria Pedro CeraRua do Patrocínio, 67E. T. 218162032 Spontaneous Fruition De Vítor Pomar. De 18/3 a 2/5. 3ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h. Sáb das 14h30 às 19h.Galeria Quadrado AzulR. Reinaldo Ferreira, 20-A. T. 213476280 Walls and Torsos De Gonçalo Sena. De 16/3 a 29/4. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Galeria RattonR. Academia das Ciências, 2C. T. 213460948 A Viagem da Camélia De Jun Shirasu. De 24/1 a 28/4. 2ª a 6ª das 15h às 19h30.Galeria São MamedeRua da Escola Politécnica, 167. T. 213973255 Separated Land IV De Fernando Gaspar. De 5/4 a 2/5. 2ª a 6ª das 11h às 20h. Sáb das 11h às 19h. Pintura. Galeria Torreão NascenteAvenida da Índia - Edifício da Cordoaria Nacional. T. 213646128 Tempo Depois do Tempo - Fotografias 1970-2017 De Alfredo Cunha. De 3/3 a 25/4. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Fotografia. Galeria ValbomAvenida Conde Valbom, 89. T. 217801110 Colectiva de Pintura De Almada Negreiros, Carlos Calvet, Cargaleiro, João Vieira, Nadir Afonso, Nikias Spakinakis, outros. De 16/2 a 15/4. 2ª a Sáb das 13h às 19h30. Pintura. Galeria Zé dos BoisRua da Barroca, 59. T. 213430205 Verbivocovisual De 12/2 a 15/4. 4ª a Sáb das 19h às 23h. Poesia concreta e experimental portuguesa de 1960 a 1975. Hangar - Centro de Investigação ArtísticaRua Damasceno Monteiro, 12. T. 218870490 Canibalia, Redux De 1/4 a 9/6. 4ª a Sáb das 15h às 19h.Kunsthalle LissabonR. José Sobral Cid, 9E. T. 912045650 Collezioni Private De Nathalie Du Pasquier. De 25/1 a 15/4. 5ª a Sáb das 15h às 19h. MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e TecnologiaAvenida Brasília - Central Tejo. T. 210028130 Dimensões Variáveis De Abraham Cruzvillegas, Dan Graham, Hans-Peter Feldmann, Julião Sarmento, Liam Gillick, Olaf Nicolai e Pedro Cabrita Reis, entre outros. De 8/2 a 29/5. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 12h às 20h. José Maçãs de Carvalho, Arquivo e Democracia De 8/2 a 24/4. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 12h às 20h. Liquid Skin De Apichatpong Weerasethakul, Joaquim Sapinho. De 9/11
Palácio PombalR. Século, 65 a 85. O Mais Profundo É a Pele. Colecção de Tatuagens 1910-1940 De 30/3 a 25/7. 4ª a Sáb das 13h às 19h. MUDE Fora de Portas. Pavilhão de PortugalParque das Nações. T. 218919898 Tutankamon - Tesouros do Egipto De 21/1 a 1/5. 2ª e 6ª das 10h às 18h. Sáb, Dom e feriados das 10h às 20h. Arqueologia. PORTA 14 calçada do correio velhoCalçada do Correio Velho, 10-14. Demolição De Fernanda Fragateiro. De 30/3 a 30/4. 2ª a 6ª das 10h às 19h (disponível para visitas noutro horário, por marcação).Sociedade Nacional de Belas ArtesR. Barata Salgueiro, 36. T. 213138510 13 Figuras Lendárias De José António Quintanilha. De 9/3 a 8/4. 2ª a 6ª das 12h às 19h. Sáb das 14h às 20h. Fotogramma per Fotogramma De 14/3 a 15/4. 2ª a 6ª das 12h às 19h. Sáb das 14h às 20h (Monstra - Festival de Animação de Lisboa). Animação. Vera Cortês - Agência de ArteRua João Saraiva, 16 - 1.º. T. 213950177 Fiducia Incorreggibile De Joana Escoval. De 17/3 a 29/4. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 10h às 13h e das 14h às 19h. Escultura. Zaratan - Arte ContemporâneaRua de São Bento, 432. T. 965218382 Curated Curators (I) De 23/3 a 6/5. 5ª das 19h às 22h. 6ª, Sáb e Dom das 16h às 20h.
CascaisCasa das Histórias - Paula RegoAvenida da República, 300. T. 214826970 Paula Rego: Histórias & Segredos De Paula Rego. De 7/4 a 17/9. 3ª a Dom das 10h às 18h (inauguração dia 7 Abril às 18h30). Pintura. Centro Cultural de CascaisAv. Rei Humberto II de Itália. T. 214848900 De Rubens a Van Dyck - Pintura Flamenga da Colecção Gerstenmaier De 7/4 a 9/7. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura.
MÚSICALisboaColiseu dos RecreiosRua Portas de Santo Antão, 96. T. 213240580 Gisela João Dia 7/4 às 21h30.Lux FrágilAv. Infante D. Henrique. T. 218820890 Green Ray 2017: Lux curated by Motor City Drum Ensemble Dia 7/4 às 23h45.Meo ArenaParque das Nações. T. 218918409 C4Pedro Dia 7/4 às 22h30.
MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 The Happy Mess Dia 7/4 às 22h30.O Bom O Mau e O VilãoRua do Alecrim, 21. T. 213471282 Nuria Mallena Dia 7/4 às 19h. Sabotage ClubRua de São Paulo, 16. T. 213470235 Lot Dia 7/4 às 23h. Teatro do BairroRua Luz Soriano, 63. T. 213473358 Lisbon Psych Fest 2017 De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h.Teatro Municipal São LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 15.ª Festa do Jazz do São Luiz Dia 7/4 às 21h30.
AlmadaTeatro Municipal Joaquim BeniteAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Coro do Teatro Nacional de São Carlos e Orquestra Sinfónica Portuguesa Dia 7/4 às 21h30.
CarnaxideAuditório Municipal Ruy de CarvalhoRua 25 de Abril, Lote 5. T. 214170109 Marta Pereira da Costa & Ricardo Toscano Dia 7/4 às 21h30 (Soam as Guitarras 2017).
Costa de CaparicaPraia do Paraíso Caparica Primavera Surf Fest 2017 De 6/4 a 15/4. Às 22h. Concertos de Keep Razors Sharp, Paus, Frankie Chavez, DJ Bruno Dias.
SintraCentro Cultural Olga CadavalPraça Dr. Francisco Sá Carneiro. T. 219107110 Pedro Barroso Dia 7/4 às 21h30.
DANÇALisboaCulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Tôzai!... Coreog. Emmanuelle Huynh. De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h30. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Meeting Coreog. Antony Hamilton. De 6/4 a 8/4. 5ª às 21h. 6ª e Sáb às 19h. BoCA - Biennial of Contemporary Arts.
FARMÁCIASLisboa/Serviço PermanenteCentral da Penha (Penha de França) - Rua da Penha de França, 58 - 60 - Tel. 218149245 Gouveia (Benfica - Bairro Pedralvas) - R. Augusto Costa (Costinha), 6 - Tel. 217607500 Líbia (Alvalade) - Avenida da Igreja, 4 B - C - Tel. 218491681 Martins (Estrela) - Calçada da Estrela, 165-167 - Tel. 213960823 Serejo Lda (Zona J de Chelas junto à Esquadra da PSP) - Av. João Paulo II, 531 Loja - B - Tel. 218592611
Outras Localidades/Serviço PermanenteAbrantes - Duarte Ferreira (Rossio ao Sul do Tejo) Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - do Mar Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Correia Pinto Alcobaça - Magalhães Alcochete - Nunes, Póvoas (Samouco) Alcoutim - Caimoto Alenquer - Matos Coelho Aljustrel - Dias Almada - Feijó (Feijó), Palmeirim (Sobreda da Caparica) Almeirim - Barreto do Carmo Almodôvar - Aurea Alpiarça - Gameiro Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere
- Ferreira da Gama, Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Quinta Grande, Romeiro Ansião - Medeiros (Avelar), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Misericórdia Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Miranda, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Batalha - Moreira Padrão, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - J. Delgado (S. João Batista) Belmonte - Costa, Central (Caria) Bombarral - Hipodermia Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Central, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)) Caldas da Rainha - Maldonado Campo Maior - Central Cartaxo - Abílio Guerra Cascais - Fontes Rocha, do Alto da Castelhana (Alcabideche) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Salavessa (Cebolas de Cima)
Castro Verde - Alentejana Chamusca - S. José, Joaquim Maria Cabeça Constância - Baptista, Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Almeida Covilhã - Crespo Cuba - Da Misericórdia Elvas - Moutta Entroncamento - Carvalho Estremoz - Godinho Évora - Rebocho Pais Faro - Palma Batista Ferreira do Alentejo - Singa Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Serra Fronteira - Costa Coelho Fundão - Taborda Gavião - Pimentel Golegã - Oliveira Freire Grândola - Costa Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova) Lagoa - Lagoa Lagos - Neves Loulé - Nobre Passos (Almancil), Chagas, Maria Paula (Quarteira) Loures - Matos (Prior Velho) Lourinhã - Quintans (Foz do Sousa), Liberal (Reguengo Grande) Mação - Saldanha Mafra - Rolim (S. Cosme), Oceano (Santo Izidoro / Mafra) Marinha Grande - Moderna Marvão - Roque Pinto Mértola - Nova de Mértola Moita - Cardoso (Baixa da Banheira)
Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Novalentejo Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Rodrigues Mourão - Central Nazaré - Sousa, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Seabra Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos), Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odivelas - Do Altinho, Joleni Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - da Ria Ourém - Verdasca Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Higiénica Pombal - Paiva Ponte de Sor - Matos Fernandes Portalegre - Chambel Suc. Portel - Fialho Portimão - Rosa Nunes Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Holon Redondo Reguengos de Monsaraz - Paulitos Rio Maior - Candido Barbosa Salvaterra de Magos - Costa (Foros de Salvaterra/Salvaterra de Magos) Santarém - São Nicolau Santiago do
Cacém - Jerónimo São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Serpa - Central Sertã - Patricio, Farinha (Cernache do Bonjardim) Sesimbra - Nurei, Leão Setúbal - Santiago, Rodrigues Ferreira Silves - Edite Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Almargem (Algueirão - Mem Martins), Garcia (Cacém), Queluz (Queluz) Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Montepio Artistico Tavirense Tomar - Ribeiro dos Santos Torres Novas - Pereira Martins (Pedrogão) Torres Vedras - São Gonçalo Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Azevedo, Central de Alverca (Alverca), Moderna Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia), Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira Vila Real de Santo António - Carmo Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Monte Alvito - Baronia Ansião - Moniz Nogueira Montijo - João XXI Oeiras - Carnaxide (Carnaxide) Redondo - Alentejo
SAIR
a 24/4. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. O Que Eu Sou De 22/3 a 29/5. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. Ordem e Progresso De Héctor Zamora. De 22/3 a 24/4. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. Utopia/Distopia De 22/3 a 21/8. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h.MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Observatório de Tangentes De Valter Ventura. De 17/2 a 7/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Vanguardas e Neovanguardas na Arte Portuguesa dos Séculos XX e XXI De 17/6 a 17/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Visualidade & Visão - Arte Portuguesa na Colecção Berardo II De 26/10 a 16/4. Todos os dias das 10h às 19h.Museu de Lisboa - Palácio PimentaCampo Grande, 245. T. 217513200 A Lisboa Que Teria Sido De 27/1 a 25/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arquitectura. Lisboa 1755. A Cidade à Beira do Terramoto - Reconstituição virtual da Lisboa pré-pombalina A partir de 25/11. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Prospecto. Princípio, Meio e Ultimação De André Guedes. De 21/1 a 9/4. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Museu do OrienteAv. Brasília - Edifício Pedro Álvares Cabral - Doca de Alcântara Norte. T. 213585200 A Ópera Chinesa De 24/11 a 31/12. 3ª a Dom das 10h às 18h (6ª até às 22h). Objectos. O Olhar da Sibila - Corporalidade e Transfiguração De 5/4 a 18/6. 3ª a Dom das 10h às 18h (6ª até às 22h).Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes. T. 213912800 A Cidade Global - Lisboa no Renascimento De 24/2 a 9/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (a partir de Março, 6ª e Sáb até às 20h). Giovanni Antonio Canal, Il Canaletto - O Canal Grande a partir do Campo San Vio De 23/3 a 2/7. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pinball Bosch - Venha Jogar com Deus e com o Demónio De Rodrigo García. De 17/3 a 30/4. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Um Gosto pela Alegoria - Desenhos Europeus dos Séculos XVI a XVIII Até 18/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Paços do ConcelhoPraça do Município. Atardecer De Pablo Uribe. De 21/3 a 22/6. 2ª a 6ª das 10h às 13h e das 14h às 18h.Palácio Nacional da AjudaLargo da Ajuda. T. 213637095 Um Olhar Real De 16/12 a 21/4. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h.
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38 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
FICAR
RTP 16.30 Bom Dia Portugal 10.00 Maratona da Saúde 13.00 Jornal da Tarde 14.15 O Sábio 14.55 Maratona da Saúde 18.00 Portugal em Directo 19.08 O Preço Certo 19.59 Telejornal 21.00 Sexta às 9 22.00 Maratona da Saúde 0.01 Sem Ofensa 0.57 O Sábio 1.42 Got Talent Portugal 3.37 O Princípio da Incerteza 4.23 Os Nossos Dias 5.09 Televendas
RTP 26.32 Repórter África - 2ª Edição 7.00 Espaço Zig Zag 10.39 Prontos Para Tudo 11.05 Uma História de Autonomia: Revolução Adiada 11.57 Orgulho de Leão 12.45 Paraíso: Quinta da Bemposta (Sintra) 13.19 Euronews 13.55 Grandes Autores Franceses 14.55 A Fé dos Homens 15.30 Sociedade Civil: Sem-abrigo 17.05 Zig Zag 20.59 Prontos Para Tudo 21.30 Jornal 2 22.14 Operação Abutres 23.10 Viva a Liberdade 0.50 O Livro dos Negros 1.35 Sociedade Civil 3.08 Grandes Autores Franceses 4.01 Ora Viva! 4.30 SMS - Ser Mais Sabedor
SIC6.00 Edição da Manhã 8.30 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.15 Queridas Manhãs 13.00 Primeiro Jornal 14.45 Juntos à Tarde 19.10 Sassaricando - Haja Coração 19.57 Jornal da Noite 21.40 Amor Maior 22.55 Rainha das Flores 0.00 A Lei do Amor 1.00 O Contra-Ataque 2.00 House of Cards 3.00 Volante 3.25 Perfeito Coração
TVI6.30 Diário da Manhã 10.10 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.43 Espírito Indomável 15.05 Deixa Que Te Leve 16.00 A Tarde é Sua 19.13 Apanha se Puderes 19.58 Jornal das 8 21.39 Ouro Verde 22.56 A Impostora 0.00 Gala - Love On Top 1.46 Ben e Kate 2.35 Fala-me de Amor
TVC110.25 À Prova de Fogo 12.00 A Chefe 13.40 O Estagiário 15.45 Amor Polar 17.15 The Revenant: O Renascido 19.50 Eichmann, o Espectáculo 21.30 Money Monster 23.10 Sicário - Infiltrado 1.15 Black Mass - Jogo Sujo 3.20 O Caçador e a Rainha do Gelo 5.20 The Neon Demon - O Demónio de Néon
TVC 210.21 A Lenda de Bruce Lee 11.46 As Novas Diabruras de Herbie 13.15 O Aprendiz de Feiticeiro 14.59 O ‘Verdadeiro’ Animal 16.17 A Melhor Despedida de Solteira 18.16 Johnny English 19.39 A Corrida Mais Louca do Mundo 21.15 Puro Aço 23.15 Tekken - O Filme 0.42 A Desforra do Herói 2.19 A Espada 3.48 Cercados
CANAL HOLLYWOOD9.20 As ‘Amigas’ do Meu Namorado 11.05 Os Robinsons (V.P.) 12.40 Os Três Mosqueteiros (1993) 14.25 Bruce, o Todo-Poderoso 16.10 Dois Irmãos 17.55 A Extraordinária Vida de Timothy Green 19.45 Com a Casa às Costas 21.30 Shrek (V.O.) 23.05 O Lobo de Wall Street 2.10 Morte Negra 3.55 Estranhos Prazeres
AXN13.32 Inesquecível 14.18 Um Sogro do Pior 16.10 A Bússola Dourada 18.02 Inesquecível 18.49 Investigação Criminal 19.39 C.S.I. 20.30 Arrow 21.20 Correio de Risco 2 22.51 Kiss & Kill - Beijos & Balas 0.34 O Véu Pintado 2.24 O Mentalista 3.51 Arrow 4.32 Inesquecível
AXN BLACK13.38 Balas Sobre a Broadway 15.16 Sangue Fresco 16.13 Jackie Brown 18.41 Diários do Vampiro 20.13 Um Polícia no Jardim-Escola 22.00 48 Horas 23.37 À Prova de Bala 1.00 Diários do Vampiro
AXN WHITE13.34 Forever 14.20 À Primeira Vista 16.26 Doutora no Alabama 17.11 Hora de Ponta 17.54 À Primeira Vista 20.00 Trocadas à Nascença 20.46 A Teoria do Big Bang 22.20 Priscilla, Rainha do Deserto 0.04 A Teoria do Big Bang 0.52 Suburgatory 1.15 Forever 2.01 Doutora no Alabama 2.47 Pequenas Mentirosas 3.33 Suburgatory 4.17 Forever 5.02 Trocadas à Nascença
FOX13.20 C.S.I. 14.01 Investigação Criminal: Los Angeles 15.34 Hawai Força Especial 17.09 C.S.I. 18.48 Investigação Criminal: Los Angeles
20.30 Hawai Força Especial 21.20 Con Air - Fortaleza Voadora 23.23 O Legado de Bourne 1.59 C.S.I. Miami 2.46 Investigação Criminal: Los Angeles 3.30 MacGyver 4.11 C.S.I.
FOX LIFE13.26 House 14.15 Rizzoli & Isles 15.48 Murder in Mexico 17.20 The Watch 18.53 A Wife’s Nightmare 20.30 Ossos 22.20 O Idiota do Nosso Irmão 0.06 Stockholm, Pennsylvania 1.53 Rookie Blue 3.20 House
DISNEY15.13 Lab Rats 15.37 Manual do Jogador Para Quase Tudo 16.24 Acampamento Kikiwaka 17.13 Melhores Amigas Sempre 17.37 A Irmã do Meio 18.25 Acampamento Kikiwaka 19.15 O Paraíso da Barafunda (V.P.) 20.27 Manual do Jogador Para Quase Tudo
DISCOVERY17.30 No Meio do Nada (Doc) 18.20 A Febre do Ouro 20.05 Já Estavas Avisado! 21.00 Alasca: A Última Fronteira 22.55 Alasca de Comboio 0.40 Alasca: A Última Fronteira 2.20 Já Estavas Avisado! 3.05 Os Caçadores de Mitos 4.35 Perdido, Vendido
HISTÓRIA17.11 Top 10 da Antiguidade 17.51 O Preço da História - Louisiana 18.32 O Preço da História 19.12 Caça Tesouros 20.38 O Preço da História - Louisiana 21.19 O Preço da História 22.03 A História do Universo em Duas Horas 23.31 A Última Ceia Com Vítor Sobral 23.36 Hangar 1, Ficheiros Extraterrestres 0.58 A História do Universo em Duas Horas 2.27 Alone
ODISSEIA18.03 Zâmbia Selvagem 18.52 Manas, o Regresso dos Gigantes 19.44 Zanzibar, a Ilha Mágica 20.30 Viajante Sem Limites: Brasil 22.00 Borderland: A Fronteira México-EUA 22.53 Alerta Máxima: A Fronteira Norte dos EUA 23.41 Borderland: A Fronteira México-EUA 0.34 Alerta Máxima: A Fronteira Norte dos EUA 1.22 Viajante Sem Limites: Brasil 2.52 Corrida À Casa Branca 3.36 Manas, o Regresso dos Gigantes 4.29 Borderland
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RTP2
SICTVI
Cabo
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1,617,1
21,9
38,2
Ouro VerdeAmor MaiorJornal das 8A Impostora IIJornal da Noite
CINEMAMoney MonsterTVC1, 21h30Lee Gates é a estrela de
Money Monster, um programa
televisivo sobre investimentos
financeiros. O sucesso é tal
que se torna uma referência
na área das finanças. Kyle
Budwell é um investidor que
segue as dicas de Gates e acaba
por perder todo o dinheiro
em acções de uma empresa
de tecnologia que, contra
todas as expectativas, abre
falência imediatamente após
os conselhos do programa.
Desesperado, irrompe pelo
estúdio e apresenta a sua
história, ao mesmo tempo que
ameaça fazer explodir toda a
equipa de produção. Durante
várias horas e com milhões de
pessoas a assistir à emissão
em tempo real, Gates e a sua
equipa terão de encontrar um
modo de se manterem vivos
e, simultaneamente, procurar
perceber a verdade por detrás
da teia de mentiras financeiras
que levou Budwell e tantos
outros norte-americanos à
ruína. De Jodie Foster, com
George Clooney, Julia Roberts e
Jack O’Connell.
Viva a LiberdadeRTP2, 23h10Em Itália, as eleições
aproximam-se e as sondagens
revelam resultados pouco
animadores para o secretário-
geral do partido da oposição,
Enrico Oliveri. E, depois de
um debate, ele desaparece
sem deixar rasto. A sua
comitiva e a mulher tentam
encontrá-lo, mas é preciso
fazer alguma coisa enquanto
não o conseguem. Felizmente,
Enrico tem um irmão gémeo,
Giovanni. Infelizmente, ele
acaba de sair do manicómio.
Mas não há alternativa senão
pô-lo no lugar do secretário
e torcer para que ninguém
perceba que ele está diferente.
Um filme dirigido por Roberto
Andò, que parodia o sistema
político italiano e questiona os
contextos de crise, com Toni
Servillo no duplo papel dos
irmãos gémeos.
O Lobo de Wall StreetCanal Hollywood, 23h05Jordan Belfort (Leonardo
DiCaprio) é um jovem que
procura o sucesso em Nova
Iorque. Consegue trabalho
numa empresa cotada em
bolsa, mas o crash da Segunda-
feira Negra fá-lo perder o
emprego. É então que, com
um amigo, abre a sua própria
firma, a Stratton Oakmont,
que vai funcionar como
plataforma para a sua ambição.
O alvo? Os investidores de
Wall Street. Rodeado de uma
matilha sedenta, o carismático
corretor envereda por todo o
tipo de esquemas, legais ou
não. De Martin Scorsese, com
argumento de Terrence Winter,
o filme baseia-se numa história
verídica.
ESPECIAL
Maratona da SaúdeRTP1, 10h/14h55/22hDia de programação especial,
dedicado à Maratona da
Saúde, um projecto solidário
que alia o entretenimento à
ciência e cria a oportunidade
de acelerarmos a descoberta
de terapias inovadoras para
as doenças ainda sem cura.
Nesta 4.ª edição, a Maratona
da Saúde é dedicada às doenças
cardiovasculares que, estima-
se, afectam 17 milhões de
pessoas no mundo inteiro.
Ao longo da emissão, haverá
momentos de música, humor,
mas também muitos casos.
DOCUMENTÁRIO
Borderland: A Fronteira México-EUAOdisseia, 22hUma imperdível série
documental, em estreia,
que mostra a realidade dos
milhares de migrantes que
morrem a tentar cruzar
ilegalmente a fronteira entre
o México e os Estados Unidos
que se estende por mais de três
mil quilómetros. Ao longo de
quatro episódios, acompanha-
se o percurso de seis norte-
americanos de áreas sociais
diferentes que reconstituíram
os passos de Nelson, Claudeth
e Maira, três vítimas das quase
seis mil que morreram no
deserto nos últimos 15 anos.
INFANTIL
Ratchet & Clank (V. Port.)TVC3, 20h50Ratchet, um corajoso lombax, o
último da sua espécie, e Clank,
um pequeno e desajustado
robô com mais cérebro do que
músculos, são os improváveis
heróis de uma gigantesca
missão: impedir que o vilão
Drek conclua o seu processo de
desplanetização.
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 39
CRUZADAS 9850
BRIDGE SUDOKU
TEMPO PARA HOJE
A M A N H Ã
Açores
Madeira
LuaNascentePoente
Marés
Preia-mar
Leixões Cascais Faro
Baixa-mar
Fonte: www.AccuWeather.com
PontaDelgada
Funchal
Sol
Viana do Castelo
Braga5º 26º
Porto12º 23º
Vila Real8º 23º
9º 24º
Bragança5º 25º
Guarda5º 19º
Penhas Douradas7º 18º
Viseu10º 24º
Aveiro11º 26º
Coimbra11º 26º
Leiria8º 26º
Santarém10º 28º
Portalegre14º 24º
Lisboa12º 27º
Setúbal8º 28º Évora
7º 26º
Beja9º 27º
Castelo Branco10º 25º
Sines11º 23º
Sagres12º 21º
Faro12º 24º
CorvoGraciosa
Faial
Pico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
12º 16º
13º 18º
FloresTerceira12º 17º
15º 21º
14º 23º
15º 19º
16º
16º
07h12Cheia
20h06 07h0811 Abr.
1,5-2,5m
3m
16º
2m
19º1-1,5m
19º
2-2,5m
13h42 2,901h59* 3,2
07h31 0,919h45 0,9
13h17 3,001h35* 3,2
07h07 1,019h21 1,1
13h15 2,901h34* 3,1
06h57 0,919h14 1,0
1-1,5m
1,5m
3-4m
14º
15º
16º
*de amanhã
Horizontais:: 1. Descaramento (fam.). Prudência. 2. A mais pequena unidade de um elemento químico que mantém as propriedades desse elemento, sen-do com ele identificável. Espreitar. 3. Parte da capa de um livro que dobra para dentro. Pequena ânfora de barro. 4. Astúcia. Rio suíço. 5. Que tem liber-dade. Proceder. 6 – (...) Couto, escritor moçambicano. Arrefecida. 7. Bolo cha-to e circular de farinha de arroz e azei-te de coco, usado na Ásia. Ambiciona. Décima sexta letra do alfabeto gre-go. 8. A mim. Ouro (s.q.). Extrair. 9. Conjunto de vasos que encaixam uns nos outros e formam uma espécie de tubo. Invulgar. 10. Repartir. Senão. 11. Pateta (gíria). Mitra de pontífice.
Verticais: 1. Que escorrega facilmente. Querida. 2. Aperta com nó. Empurrar. 3. Ainda assim. Baga da videira. 4. Corda ou cabo grosso com que se atra-ca o navio. Acrescentar. 5. No qual lu-gar. Trambolhão. 6. Suspiro. Interjeição que designa nojo ou desprezo. Medida itinerária chinesa (576 m). 7. Preposição que indica lugar. Deuses que prote-giam o lar e a família, entre os antigos Romanos. Retweet (twitter). 8. Apetite sexual dos animais, nas épocas pró-prias da reprodução. Rodar. 9. Ralé (pe-jorativo). Leito. 10. Tomar o taco (refei-ção) entre o almoço e o jantar. Não con-tinuar. 11. Discursar. Esbelta.
Depois do problema resolvido encontre o título de uma obra de William Golding (3 palavras).
Oeste Norte Este Sul 1ST 2♥ 4♠Todos passam
Leilão: Qualquer forma de Bridge.
Carteio: Saída: 5♥. Sobre o Valete do morto, Este joga a Dama, que faz a va-za, e sai de mão com um trunfo. Qual o seu plano para atingir as 10 vazas?Solução: O naipe de ouros é funda-mental para se encontrar a décima va-za, e para isso é importante manejar esse naipe de maneira a se evitar dar a mão a Oeste (que atacaria paus permi-tindo que a defesa pudesse fazer duas vazas nesse naipe e o consequente ca-bide).A maneira de se evitar que Oeste pos-sa vir a ter a mão é: faça a vaza de trun-fo no morto e jogue o Rei de copas. O adversário em Este irá cobrir com o seu Ás e nós baldamos um ouro! Quando Este insistir em trunfo, fazemos a vaza na nossa mão para tirar de seguida o Ás e o Rei de ouros. Uma terceira volta de ouros que cortamos com um trun-fo firme. Por fim, uma terceira volta de
Dador: NorteVul: EO
Problema 7474Dificuldade: Fácil
Problema 7475Dificuldade: Muito difícil
Solução do problema 7472
Solução do problema 7473
NORTE♠ AJ2♥ KJ3♦ K9643♣ K6
SUL ♠ KQ10864♥ 4♦ A107♣ J52
OESTE♠ 93♥ 865♦ QJ2♣ 109843
ESTE♠75♥ AQ10972♦ 85♣ AQ7
João Fanha/Pedro Morbey([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
JOGOS
Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Alimpa. Moer. 2. Cone. GUARDA. 3. Atender. Lis. 4. SE. Tá. Acata. 5. Si. Orar. 6. VERDADE. 7. Paro. Rasgar. 8. Al. Serrão. 9. Ledo. Adorno. 10. Oto. Ano. Rã. 11. Pessoa. Soou.Verticais: 1. Acaso. PALOP. 2. Lote. Valete. 3. INE. Ser. DOS. 4. MENTIROSO. 5. Dá. AO. 6. Age. Marrana. 7. Ura. Dardo. 8. Ma. Coesão. 9. Orlar. Gorro. 10. Editara. NÃO. 11. Rasar. Rio.Provérbio: Ao mentiroso não se guarda verdade.
trunfo coloca-nos no morto para poder desfrutar dos dois ouros apurados pa-ra baldar dois paus perdentes da nossa mão. A defesa fará apenas duas vazas: uma copa e um pau.Se a saída tivesse sido a paus, Este iria fazer duas vazas de paus e sair de mão com um terceiro pau (ou um trunfo). Agora, a forma de se cumprir seria bem interessante: duas voltas de trunfo, Valete de paus onde baldaríamos um ouro do morto, Rei e Ás de ouros, e por fim uma copa para o Valete deixando Este em mão. Jogue o que jogar, Este será forçado a oferecer-nos o contrato, por já só ter copas na sua mão iremos sempre vir a fazer o Rei de copas.
Considere o seguinte leilão:
Oeste Norte Este Sul 1♦ 1♠ X 2♠ ? O que marca com a seguinte mão?
♠2 ♥KQ109 ♦ AQJ1072 ♣Q8
Resposta: Com fit e uma boa distribuição atreva-se a marcar logo 4 copas.
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40 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
AGENDA
De Conacri a Moçambique
Os portugueses pouco sabem sobre
a guerra colonial. Especialmente
considerando a sua responsabilida-
de na vida dos portugueses. “Desde
logo, pela sua responsabilidade na
eclosão do 25 de Abril”, escreve o
autor Joaquim Furtado no prefácio
do primeiro volume da colecção.
“Sabe-se como a informação sobre
o confl ito esteve ausente da comu-
nicação social em Portugal e nos
palcos onde milhares de homens
combatiam”, justifi ca, e logo após
a revolução, de um dia para o outro,
a guerra entrou no passado, “em-
purrando para um novo silêncio os
que a ela tinham sido chamados”.
Mas foi a guerra, para uma geração.
A guerra do ultramar, colonial ou de
libertação, porque era referida de
todas estas maneiras.
Posters Arte Urbana e Para Além do Muro - Volume 5Sexta-feira, 14 de AbrilPor + 7,90 euros
Street Art
Posters e arte urbana são o tema do
quinto volume da colecção Street Art.
Tal como o sticker, o poster caracte-
riza-se por uma notável complexida-
de técnico-formal. Talvez estejamos
mais habituados aos tradicionais car-
tazes rectangulares de média dimen-
são, reproduzidos em série, mas na
verdade existe já uma multiplicidade
de manifestações artísticas com es-
te meio. “Encontramos uma grande
variedade de soluções, dos cartazes
tipográfi cos aos serigráfi cos, reali-
zados de modo artesanal num bom
número de cópias, àqueles com um
único exemplar, por vezes com di-
mensões tão grandes que chegam a
Arte borderline
Sábado, 8Quem Matou Palomino Molero?3.º vol. colecção Literatura Ibero-AmericanaOs grandes clássicos de Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa, António Lobo Antunes ou Jorge Amado celebram a diversidade da Literatura Ibero-Americana, numa colecção de 12 livros de capa dura.
Quarta, 12Guiné7.º vol. colecção A GuerraColecção de 14 volumes, em formato livro + DVD, composta pela série documental “A Guerra” de Joaquim Furtado num total de 42 episódios e textos da autoria de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, com opinião de alguns historiadores.
Quinta, 13Joker & Harley Quinn: Amor Louco6.º vol. colecção No Coração das Trevas DC Dez volumes dedicados a alguns dos maiores vilões da casa DC em que vai poder testemunhar as mais épicas batalhas entre o bem e o mal.
Sexta, 14Posters, Arte Urbana e Para Além do Muro5.º vol. Colecção Street Art Uma obra inédita em Portugal do autor italiano Duccio Dogheria, numa colecção de cinco volumes, que reúne as melhores peças de arte urbana a nível mundial, contando a sua história, dos primórdios à actualidade.
INICIATIVAS
GuinéVolume 7Quarta-feira, 12 de AbrilPor + €9,90
Guerra colonialComeçou em Angola em
1961, mas rapidamente se
alastrou às restantes colónias.
Durou 13 anos. Segundo dados
ofi ciais divulgados em Maio de
1974, o número de refractários
e desertores teriam chegado a
atingir entre 110 e 170 mil ho-
mens. Para trás fi cavam 150 mil
soldados mobilizados num ano
em que as despesas com a “De-
fesa” constituíam 37% dos gastos
do Estado. Morreram mais de oi-
to mil portugueses e fi caram feri-
dos ou incapacitados cerca de cem
mil. O número de africanos mortos
estima-se ter chegado aos cem mil
e o número de feridos, apesar de
incerto é certamente superior, es-
creve Irene Pimentel no prefácio do
segundo volume da colecção que o
PÚBLICO agora edita.
A GuinéOs confl itos na Guiné são o palco do
sétimo volume da colecção, que con-
ta com o prefácio de Ansgar Schäfer
e que se inicia com o episódio Mar
Verde Invade Conacri. Crendo não
poder ganhar a guerra,
Spínola tenta decapitar o PAIGC na
sua retaguarda. Através da Opera-
ção Mar Verde, ordena a invasão da
Guiné-Conacri visando o derrube do
seu Presidente e a neutralização de
Amílcar Cabral. Uma acção singular,
realizada por comandos e fuzileiros
africanos, forças criadas pelo gene-
ral como base do futuro exército de
uma Guiné entregue aos seus natu-
cobrir fachadas inteiras de edifícios”,
explica o investigador e autor da co-
lecção Duccio Dogheria. O francês
JR, um dos mais reconhecidos artis-
tas da actualidade, tem feito alguns
trabalhos com essa dimensão. Alian-
do as técnicas de street art com a fo-
tografi a, amplia os posters até cobrir
as fachadas de edifícios e invade o
território para dialogar com pessoas
que vivem em “zonas quentes” do
planeta, das periferias de Paris às fa-
velas brasileiras. O trabalho que fez
no morro da Providência, no Rio de
Janeiro, Brasil, é um exemplo disso.
Ali, a sua intervenção foi muito além
do mural, permitindo alterar toda
uma paisagem através da sua inter-
venção nas fachadas das casas dos
moradores do bairro.
Efectivamente, se em volumes an-
teriores da colecção encontrámos os
posters ligados à contracultura, a sua
utilização enquanto meios rápidos e
efi cazes de contra-informação perdu-
rou também nos decénios seguintes,
estando ligados à contestação pro-
movida pelos movimentos “não-glo-
bais”, que lutam contra a precarie-
dade do trabalho e a exploração hu-
mana e ambiental perpetrada pelas
multinacionais e chamam a atenção
para as desigualdades sociais.
Além da questão dos posters, a ur-
rais. Em Moçambique, acreditan-
do poder derrotar a Frelimo, outro
general vai lançar a maior operação
que o confl ito conheceu.
Também as nomeações de Mar-
cello Caetano para o governo de Mo-
çambique e a Operação Nó Górdio
fazem parte deste volume, com o
episódio Nó Górdio não desatado.
O terceiro episódio do DVD, A Bar-
ragem no Caminho, conta o avanço
da Frelimo para Tete, Manica e So-
fala, atravessando o rio Zambeze, o
seu grande objectivo. A barragem
de Cahora Bassa não impediu a
progressão da guerrilha, ao con-
trário do esperado, e a segurança
da obra exige uma força com quase
metade dos efectivos militares por-
tugueses na colónia.
Reunindo os 42 episódios da sé-
rie A Guerra, de Joaquim Furtado,
a colecção PÚBLICO homónima
está dividida em 14 volumes, cada
um acompanhado de um livro da
autoria de Aniceto Afonso e Carlos
de Matos Gomes, dois especialistas
no tema, ilustrado e prefaciado por
diversos historiadores.
ban art ou, em português, arte ur-
bana merece também atenção neste
volume e é defi nida por Dogheria co-
mo, “acima de tudo, street art border-
line”. “A street art é, em muitos as-
pectos, um acto de reapropriação da
cidade, uma prática libertária cons-
tantemente apontando à invasão e à
sua própria redefi nição semântica.
As modalidades expressivas até ago-
ra encontradas – stickers, cartazes,
stencils e murais – são, seguramente,
as mais utilizadas pelos street artists,
não impedindo, porém, um quadro
mais complexo e com limites incer-
tos. Correndo o risco de banalização,
é nossa intenção agrupar na expres-
são urban art tudo o que se afasta das
categorias acima referidas”, explica
o investigador italiano.
As suas fronteiras com a escultura
pública, por um lado, e com a per-
formance, por outro, são sempre té-
nues. Em muitos casos, é o carácter
ilegal desta prática que alimenta essa
distinção ilusória. Os festivais inter-
nacionais dedicados à street art são
hoje a ocasião mais oportuna para
transformar ruas e bairros em gale-
rias a céu aberto, atraindo anualmen-
te não apenas artistas, mas também
um público cada vez mais alargado,
composto por apaixonados, curiosos
e turistas.
© FOTO IAN COX (CORTESIA) / CORTESIA NUART FESTIVAL
© MENTALGASSI (CORTESIA)
© OLYCOM: REX FEATURES - QKD P183
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 41
A história de um morto (muito vivo)
Prémio Nobel de Literatura em 2010,
Mario Vargas Llosa é uma das fi guras
maiores do mundo literário actual.
Autor de obras como Os Cadernos
de Dom Rigoberto ou Travessuras da
Menina Má, tem em Quem Matou Pa-
lomino Molero? um dos seus títulos
mais reconhecidos.
“– Filhusdumagrandessíssima –
balbuciou Lituma, sentindo que
ia vomitar. – Como te deixaram,
franzino. O rapaz estava ao mes-
mo tempo enforcado e espetado
numa velha alfarrobeira, em posi-
ção tão absurda que mais parecia
um espantalho ou um Rei Momo
escarranchado do que um cadá-
ver”, lê-se nas primeiras linhas de
Quem Matou Palomino Molero?, o
terceiro volume da colecção Lite-
ratura Ibero-Americana. “Antes ou
No Coração das Trevas DC vol. 6Joker & Harley Quinn: Amor LoucoArgumento: Paul Dini e Bruce TimmDesenho: Bruce Timm, Glen Murakami e Ronnie Del CarmenQuinta, 13 de AbrilPor + 9,90 euros
Banda Desenhada
Depois de dividir o protagonismo
com os restantes membros do Es-
quadrão Suicida no volume que
chegou às bancas na semana ante-
rior, chegou a vez de Harley Quinn
roubar o protagonismo ao Joker e
ocupar o palco em Amor Louco, a
premiada história de Paul Dini e
Bruce Timm, que assinalou a sua
estreia na BD.
Criada por Dini e Timm em 1992,
na série de desenhos animados
Batman Adventures, no que estava
inicialmente previsto como uma
aparição esporádica, Harley Quinn
revelou-se extremamente popular
desde o início, transformando-se
numa presença regular da série. Co-
mo refere Bruce Timm: “Quando o
Paul (Dini) me falou em criar uma
Harley Quinn, da animação para a BD
Quem Matou Palomino Molero?, de Mario Vargas Llosa3.º volume Sábado, 8 de AbrilPor +8,90 euros
Literatura Ibero-Americana
INICIATIVAS
Marcos, na capital peruana. Cinco
anos depois, uma bolsa de estudos
permitiu-lhe continuar a sua forma-
ção em Espanha, na Universidade
Complutense de Madrid, onde se
doutorou em Filosofi a e Letras.
Foi no fi nal da década de 1950
que iniciou também a sua carreira
como escritor. Em 1959 publicou
Os Chefes e, em 1963, A Cidade e os
Cães, inspirado pela sua passagem
no Colégio Militar Leôncio Prado.
Desde então não mais parou. Pro-
fessor universitário, académico e
político, o escritor é hoje uma per-
sonalidade intelectual de grande
vulto e um dos mais importantes
escritores da América Latina e do
mundo. Além do Nobel, foi galar-
doado com muitos dos mais desta-
cados prémios literários interna-
cionais, entre eles o Prémio PEN/
Nabokov, o Prémio Cervantes, o
Prémio Príncipe das Astúrias e o
Prémio Grinzane Cavour.
Entre os seus títulos mais desta-
cados constam obras como A Casa
Verde, Tia Júlia e o Escrevedor, Os
Cadernos de Dom Rigoberto, Tra-
vessuras da Menina Má, O Herói
de regressado ao seu país natal, pri-
meiro para Piura e, posteriormen-
te, a Lima. Com 14 anos ingressou
no Colégio Militar Leôncio Prado,
em La Perla, como aluno interno
durante dois anos. Em 1953, apesar
de ir contra a vontade do seu pai,
decidiu estudar Letras e Direito na
Universidad Nacional Mayor de San
muito, pois o seu lado mais divertido
interferia com o nosso objectivo de
tornar o Joker mais sinistro, a verda-
de é que todos adorávamos a perso-
nagem e por isso o Paul enfiou-a em
todos os episódios do Joker.”
A passagem da animação para a BD
dá-se em 1994 neste Batman: Amor
Louco, história que abre o sexto volu-
me desta colecção, que estará à ven-
da em todo o país a partir do próximo
dia 13 de Abril. Tudo começou com
um convite de Denny O’Neil, um dos
melhores escritores do Batman de
sempre e então editor das revistas do
Cavaleiro das Trevas, feito durante
um almoço no San Diego Comic Con,
para que Timm e Dini apresentassem
uma proposta à DC para uma BD. Foi
então que Paul Dini se lembrou de
explorar a origem da Harley Quinn,
que nunca tinha sido abordada na
série de animação, revelando que
Harley era inicialmente a Dra. Har-
leen Quinzel, uma psiquiatra do Hos-
pital Psiquiátrico Arkham, que acaba
por se apaixonar pelo Joker, sendo
arrastada por ele para o mundo da
loucura, acabando por se transfor-
mar em Harley Quinn, a Arlequina,
a sua namorada e cúmplice. O resul-
tado é esta história que Frank Miller
considera das melhores histórias do
depois de o matarem, maltrata-
ram-no selvaticamente, com uma
crueldade sem limites: tinha o na-
riz e a boca retalhados, coágulos
de sangue seco, equimoses e ras-
gões, queimaduras de cigarro, e,
como se não fosse bastante, Litu-
ma percebeu que também tinham
tentado capá-lo, porque os colhões
lhe pendiam até ao entrepernas”,
descreve ainda Mario Vargas Llo-
sa no primeiro parágrafo daquela
que é uma das suas mais notáveis
obras, revelando desde logo algu-
mas características da linguagem
tão peculiar e o sentido de humor
que lhe são reconhecidos.
Publicado em 1986, o livro inte-
gra a longa lista de obras do autor
que, em 2010, foi distinguido com
o Prémio Nobel de Literatura pela
sua cartografi a das estruturas de
poder e pelas imagens pungentes
da resistência, revolta e derrota dos
indivíduos.
Natural de Arequipa, no Peru, on-
de nasceu a 28 de Março de 1936 no
seio de uma família da classe mé-
dia, Vargas Llosa passou parte da
infância na Bolívia, tendo mais tar-
Discreto ou Quem Matou Palomino
Molero?, que agora é distribuído
com o PÚBLICO.
Se as primeiras linhas da obra
rapidamente deixam adivinhar
que no centro do livro se encontra
um crime, na verdade não revelam
que, mais do que a vítima, Palomi-
no Molero, o morto, acaba por ser
a personagem central do romance.
Efectivamente, ainda que o tenente
Silva e o guarda Lituma sejam per-
sonagens essenciais da investiga-
ção que procura desvendar o que
se esconde por detrás da estranha
morte do jovem aviador, é sobre a
fi gura do inocente Palomino que
se desenvolve toda a trama. Aliás,
desde que se depara com o cená-
rio de assassinato, o guarda Litu-
ma não consegue esquecer-se do
morto. O caminho que segue para
desvendar o mistério será, porém,
surpreendente.
Mario Vargas Llosa apresenta
nesta obra um inesperado registo
policial que prende o leitor tanto
pela originalidade estilística como
pelo próprio enredo arrebatador
e imprevisível.
mente os textos e diálogos nas pági-
nas já desenhadas. A outra história é
A Harley e a Hera, publicada no pre-
miado Batman Adventures Annual #
1, em que o realizador filipino Ronnie
Del Carmen, que era um dos respon-
sáveis pelos storyboards da série de
animação, mostra toda a elegância
do seu traço, numa divertida história
em que a Harley e a Hera Venenosa
vão às compras com… Bruce Wayne.
João Miguel Lameiras
namorada para o Joker, eu achei que
era boa ideia, por isso metemo-la
no episódio Joker’s Favor. Mas foi
só quando a vimos, já animada, no
ecrã, que toda a gente se apaixonou
instantaneamente por ela. Era uma
combinação da personalidade, da
voz – a voz da actriz Arleen Sorkin
– e do aspecto. É uma personagem
fantástica. Apercebemo-nos logo
que tínhamos acertado em cheio.
Por mais que eu não quisesse usá-la
Batman que já leu e que ganhou os
Prémios Harvey e Eisner para a Me-
lhor História Completa.
Para além de Amor Louco, este vo-
lume contempla mais duas histórias.
Demónios, uma belíssima homena-
gem a Jack Kirby que, por questões
de tempo, foi realizada usando o
velho método Marvel, com Timm e
Murakami a desenharem a história a
partir de uma sinopse bastante curta
e vaga e Dini a escrever posterior-
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42 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
A vida voltou a ser bela em Leicester
ANDREW BOYERS/REUTERS
Craig Shakespeare foi o treinador que devolveu à vida o Leicester City esta temporada
Craig Shakespeare já estava a perder
a batalha da opinião pública mesmo
antes de se ter estreado como trei-
nador do Leicester City. O despedi-
mento de Claudio Ranieri fora uma
decisão criticada de forma unânime,
considerada injusta porque o italiano
teria todo o crédito do mundo com
o improvável título conquistado na
temporada anterior. O italiano nun-
ca deixaria de ser o herói e quem
quer que viesse depois iria falhar de
certeza. Na primeira conferência de
imprensa, como que a referenciar o
dono mais famoso do seu apelido,
Shakespeare disse que se sentia co-
mo o “vilão da pantomima”. Esta
era uma altura em que o Leicester
estava moribundo, na Premier Lea-
gue e na Liga dos Campeões. Pouco
Antes de Shakespeare, o Leicester
estava numa série horrível de um em-
pate e cinco derrotas, sem qualquer
golo marcado e 12 sofridos. Depois,
foram 13 golos marcados, quatro so-
fridos e, mais importante, 15 pontos
conquistados em 15 possíveis. E se
Jamie Vardy era, de alguma forma,
o símbolo da crise do Leicester, tam-
bém é agora o símbolo do renasci-
mento. Nos primeiros 22 jogos, com
Ranieri, o internacional inglês mar-
cou cinco golos; nos cinco jogos com
Shakespeare, marcou cinco.
A verdade é que, com Shakespea-
re, o Leicester voltou a ser Leicester.
A perda do incansável N’Golo Kanté
para o Chelsea abriu um buraco que
Ranieri nunca conseguiu preencher
e, sem o francês, tentou mudar o es-
tilo da equipa. Shakespeare, por seu
lado, apostou numa contratação de
Janeiro, o jovem nigeriano Ndidi, e
devolveu a identidade à equipa —
confortável a defender e a jogar no
erro do adversário, apostando no
contra-ataque e nas bolas paradas
—, ao mesmo tempo que ia recupe-
rando as “estrelas” da campanha pas-
sada, Vardy, mas também Mahrez,
Schmeichel ou Huth — neste cenário,
Islam Slimani, a grande contratação
do Verão, não tem tido muito espaço
para brilhar, mas vai-se mostrando
útil a partir do banco.
Shakespeare, o interino, já sabe
que é defi nitivo até ao fi nal da épo-
ca, mas ainda não sabe se vai fi car
para 2017-18. Está é a aproveitar ao
máximo a oportunidade para sair
da sombra, ele que nunca jogou
na Premier League durante quase
duas décadas como jogador, e que
foi sempre adjunto, incluindo uma
curtíssima passagem pela selecção
inglesa, um único jogo ao lado de
Sam Allardyce. No King Power Sta-
dium, passou rapidamente de vilão
a herói e, dependendo do que fi zer
na Liga dos Campeões, também pode
ser elevado à categoria de milagreiro.
Já aconteceu duas vezes um interino
ser campeão europeu — Tony Barton
no Aston Villa e Di Matteo no Chel-
sea. Pode bem acontecer uma tercei-
ra, ou não fosse o Leicester o clube
onde os milagres acontecem.
Da sombra para a ribalta, bastaram cinco jogos a comandar os actuais campeões ingleses para Craig Shakespeare deixar de ser o vilão da pantomima para se transformar em herói
Futebol internacionalMarco Vaza
tinha apenas um jogo (que ganhou)
com treinador principal do West
Bromwich, em 2006. Pensava-se que
seria um interino para fazer a transi-
ção. Shakespeare começou a ganhar,
continuou a ganhar e a vida voltou a
ser bela no clube das East Midlands.
Desde que Shakespeare chegou ao
banco, o Leicester só sabe vencer. Fo-
ram seis vitórias em seis jogos, cinco
na Premier League, um na Liga dos
Campeões, que deram outra tran-
quilidade aos “foxes” nas contas da
manutenção e a qualifi cação para os
quartos-de-fi nal da Champions, onde
vão defrontar o Atlético de Madrid.
Este registo faz com que Shakespeare
seja o treinador inglês com melhor
início — já o era com quatro vitórias,
mas já vai em cinco — e, se ganhar
neste fi m-de-semana, em Goodison
Park, ao Everton, iguala Pep Guar-
diola e Carlo Ancelotti no topo das
melhores estreias.
mais de um mês depois, Shakespeare
mostrou que era o tipo certo, no sítio
certo, à hora certa.
Depois das pizzas “faça você mes-
mo”, do Nessum Dorma cantado por
Andrea Bocelli em pleno relvado do
King Power Stadium e de Gary Li-
neker a apresentar o “Match of the
Day” em cuecas, tinham passado dez
meses desde a improvável conquis-
ta romântica do Leicester e a equipa
amargava nos lugares de despromo-
ção e enfrentava a eliminação na Liga
dos Campeões. Dizia-se que os joga-
dores já não estavam com Ranieri e
havia comentadores que sugeriam
que o trabalho do italiano estaria a ser
minado pelo próprio Shakespeare,
que estava no clube desde 2011. Quan-
do Ranieri saiu depois da derrota em
Sevilha, falou-se de Hiddink, de Man-
cini, de Hodgson, mas os donos tailan-
deses do clube entregaram a equipa
a Shakespeare, que, no currículo,
DESPORTO
6Seis vitórias, seis jogos. É este o registo de Craig Shakespeare à frente do Leicester City, desde que substituiu Claudio Ranieiri no cargo de treinador
11Quando assumiu o cargo de treinador do Leicester City, os actuais campeões ingleses eram 17.ºs. Desde o final de Dezembro até ao momento actual a equipa subiu ao 11.º posto
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 43
DESPORTO
Foi em 1994 que Portugal esteve nu-
ma posição única de discutir o aces-
so ao Grupo Mundial da Taça Davis,
depois de Nuno Marques e Emanuel
Couto terem ganho os encontros de
singulares diante da Grã-Bretanha,
numa memorável eliminatória rea-
lizada no Porto. Passados 23 anos,
Marques e Couto estão no comando
da selecção que tem nova oportuni-
dade de fazer história: se vencerem
este fi m-de-semana a Ucrânia, os te-
nistas portugueses acedem ao play-
off de acesso ao Grupo Mundial.
“Já há muitos anos que se fala nis-
so. Tivemos uma oportunidade de
jogar um play-off e perdemos, há 23
anos. Acho que isso está muito pre-
sente. Não sei até que ponto nos aju-
dará nesta eliminatória pensar muito
nisso. Sabemos bem o que queremos,
qual é o objectivo e o potencial desta
equipa, mas temos três dias em que
temos de estar muito concentrados e
tentar não complicar as coisas”, afi r-
mou Nuno Marques, após o sorteio
da segunda eliminatória do Grupo I,
que ditou a ordem de jogos.
Ao contrário das seis eliminatórias
anteriores, será Gastão Elias (90.º
ATP) a disputar o primeiro singular
de hoje (13h), nos courts cobertos
do Clube Internacional de Foot-Ball
(CIF), frente ao número um ucrania-
no Artem Smirnov (507.º). A seguir,
João Sousa (37.º) defronta o melhor
júnior ucraniano, Nikita Mashtakov
(50.º no ranking mundial do esca-
lão).
A Ucrânia vem a Lisboa sem os
seus melhores tenistas, o que aumen-
ta as possibilidades de Portugal sair
vencedor. “Estamos preparados para
o embate. Há essa teoria, que é legíti-
ma, de que eles vêm com uma equipa
mais fraca. Sabemos que é sempre
perigoso subestimar o adversário e
já tivemos experiências menos boas
na Taça Davis. Vamos encarar como
se eles viessem com uma equipa for-
tíssima, não há outra alternativa”,
frisou Nuno Marques.
Gastão Elias a abrir a grande oportunidade de Portugal
TénisPedro Keul
Portugal vai tentar aproximar-se um pouco mais do Grupo Mundial da Taça DavisA agressão ao árbitro do jogo Rio Tinto-Canelas 2010
A Secretaria de Estado da Juventude
e do Desporto (SEJD) está a estudar
a possibilidade de fazer algumas al-
terações nas sanções penais, tendo
em vista a erradicação da violência
no desporto, garantiu ontem João
Paulo Rebelo.
O secretário de Estado voltou a
falar de possíveis alterações penais
no fi nal de uma reunião com várias
entidades do futebol nacional, na
qual foram debatidas soluções pa-
ra tentar erradicar a violência no
desporto.
“Há, de facto, um caminho a fa-
zer no que diz respeito ao quadro
sancionatório, seja de sanções des-
portivas, seja de sanções penais.
Há o compromisso de todas as en-
tidades que estiveram presentes na
reunião de fazerem chegar muito
rapidamente as suas sugestões neste
âmbito”, disse João Paulo Rebelo.
Segundo o governante, “a pró-
pria Secretaria de Estado está em
refl exão sobre algumas das possí-
veis alterações a fazer no quadro
das sanções penais, uma vez que
as desportivas são da responsabi-
lidade da Federação Portuguesa de
Futebol”.
João Paulo Rebelo explicou que as
cinco entidades que participaram na
reunião e a tutela pretendem ainda
Governo admite mudanças para combater violência
“levar a cabo uma campanha de sen-
sibilização para agitar consciências
e procurar afastar o fenómeno da
violência no desporto, e em parti-
cular no futebol”.
A reunião contou com a presença
dos presidentes da Federação Portu-
guesa de Futebol (FPF) e do Conse-
lho de Arbitragem, Fernando Gomes
e José Fontelas Gomes, respectiva-
mente, bem como do líder da Liga
Portuguesa de Futebol Profi ssional
(LPFP), Pedro Proença.
Marcaram ainda presença no
encontro os presidentes do sin-
dicato dos jogadores e da Asso-
ciação Portuguesa de Árbitros de
Futebol (APAF), Joaquim Evange-
lista e Luciano Gonçalves, bem
como Carlos Dinis, em repre-
sentação da Associação Nacio-
nal de Treinadores de Futebol.
No domingo, José Rodrigues, ár-
bitro do jogo Rio Tinto-Canelas, da
Divisão de Elite da Associação de
Futebol do Porto, foi agredido por
Marco Gonçalves, jogador da equi-
pa visitante e membro dos Super
Dragões, claque do FC Porto.
O jogador em causa atingiu o ár-
bitro com uma joelhada na cara aos
dois minutos de jogo, na sequência
do cartão vermelho directo que o
juiz lhe exibiu por ter agredido um
adversário.
Dois dias depois, a FPF anunciou
a execução de um plano nacional de
segurança adicional para as equipas
de arbitragem das suas competições
e a LPFP associou-se à campanha
lançada pela APAF a exigir “a obriga-
toriedade do policiamento em todos
os jogos de futebol”. Lusa
DR
Futebol
Várias entidades relacionadas com o futebol vão enviar propostas com sugestões
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44 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
DESPORTO
Futebol
Futebol
Futebol Futebol Futebol Padel
Federação abre processo disciplinar a Rui Vitória
FC Porto acredita que o Benfica ainda vai tropeçar
Peñarol-Nacional acaba com 110 adeptos detidos
Donos do Manchester City compram clube no Uruguai
Académica e Desportivo das Aves empatam sem golos
Diogo Rocha faz história no Masters de Miami
As declarações de Rui Vitória antes da visita do Benfica ao terreno do Sporting de Braga, que motivaram uma queixa do Sporting contra o treinador dos “encarnados” ao conselho de disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), foi acolhida por aquele órgão que decidiu instaurar um processo disciplinar ao técnico.
O treinador Nuno Espírito Santo admitiu ontem que se “o FC Porto conseguir 100% de eficácia dos jogos que faltam, conseguirá alcançar o seu objectivo”, que passa pela conquista do título nacional. O FC Porto é segundo classificado, com 64 pontos, a um do líder Benfica.
O grande clássico do futebol uruguaio entre o Peñarol e o Nacional (1-1), que serviu para a estreia de um novo sistema de segurança por videovigilância motivou a prisão de 110 pessoas (78 do Peñarol e 32 do Nacional, sendo que 21 são menores) para além de um polícia ferido.
O City Football Group, grupo de investidores de Abu Dhabi proprietário do Manchester City, anunciou ontem a compra do Atlético Torque, da II Divisão do futebol uruguaio. O consórcio dos Emirados Árabes Unidos é ainda dono do New York City FC, do Melbourne City e do Yokohama Marinos.
O marcador não chegou a funcionar no Académica-Desportivo das Aves (0-0), que marcou o início da 35.ª jornada da II Liga. Os anfitriões ficaram em inferioridade numérica com a expulsão de Yuri (61’) mas a equipa de José Mota não foi capaz de aproveitar. O Aves pode ver o líder Portimonense afastar-se.
Diogo Rocha, com o espanhol Fernández Cano, tornou-se ontem o primeiro português a apurar-se para o quadro principal de um torneio de categoria Masters de padel, ao ultrapassar a ronda prévia em Miami, batendo os espanhóis David Leal (85.º do mundo) e Miguel Angel Solbes (76.º).
Vinte e seis adeptos do clube
Universidade do Chile foram
detidos ontem em São Paulo,
no Brasil, após desacatos e
estragos provocados no estádio
Arena Corinthians durante o
jogo de futebol da Taça Sul-
Americana. Segundo a polícia,
os incidentes ocorreram antes e
no intervalo da partida em que
os chilenos saíram derrotados
por 2-0, frente ao Corinthians e
causaram sete feridos, entre eles
dois polícias e uma funcionária
do estádio, que receberam
tratamento hospitalar.
FERN
AN
DO
BIZ
ERRA
JR/E
PA
Breves
O Brasil desalojou a Argentina da liderança do ranking da FIFA, divulgado ontem. Portugal manteve-se no oitavo lugar
Violência Jogo entre equipa chilena e brasileira gera pancadaria
Odd
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Tudo preto no branco. Os dois lados da Guerra.
Por Joaquim Furtado
Com o apoio:
Há sempre dois lados em todas as histórias. Esta semana conheçao volume “Guiné”, com prefácio de Ansgar Shäfer, e acompanheos 3 novos episódios da série: “Mar verde invade Conacri”,“Nó Górdio não desatado” e “A barragem no caminho”.A série documental “A Guerra” de Joaquim Furtado,numa edição completa inédita em DVD, dividida em14 volumes e acompanhada por livros com textos deAniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes.
Colecção de 14 livros + DVD. PVP Unitário: € 9,90. Preço total da colecção: € 138,60.Periodicidade semanal à quarta-feira. De 1 de Março a 31 de Maio de 2017.Limitado ao stock existente.
QUARTA, 12 ABR COM O PÚBLICO
+9,90€ LIVRO + DVD
“ Não me consta quetenha havido neutralização
mas também não haviagrande coisa para neutralizar”
“ A acção foi notávelem termos militares,
ele afundou todasas lanchas rápidas” grande coisa para neutralizachas rápidas
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46 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
ESPAÇO PÚBLICOVhils é hoje um artista que não se limita à arte urbana (também já passou pela ilustração, animação, vídeo ou design) e que
procura outras formas para ser criativo — é o caso do espectáculo-performance que vai apresentar hoje e manhã no CCB, com o envolvimento de uma coreógrafa, seis bailarinos e músicos. Uma criação que se centra nas periferias, marcadas pela exclusão e pelos retornados, e na emergência das suas subculturas. J.J.M.
Foi o escolhido para suceder a Ranieri e, por isso, não foi fácil suceder ao homem que levou o Leicester ao improvável título
inglês de futebol e cujo despedimento foi difícil de digerir para muitos. O italiano, apesar da época irreconhecível, é adorado pelos adeptos. Mas Craig tem convencido pelo trabalho e pelos resultados — seis vitórias em seis jogos desde que se sentou no banco e com ele o Leicester voltou a ser o Leicester que vimos na época passada. J.J.M.Alexandre Farto (Vhils) Craig Shakespeare
CARTAS AO DIRECTOR
“Geringonça”, sempre!O propósito de António Costa de
manter a “geringonça”, mesmo
que o PS tenha a maioria absoluta,
parece-me louvável. O país só tem
a ganhar se BE e PCP estiverem
comprometidos com uma solução
de governo. Temperam a tentação
capitalista do PS, puxando-o para
a esquerda. Consegue-se, assim,
um equilíbrio que não põe em
causa os nossos compromissos
internacionais. Mas é falso dizer-se,
como a direita, que quem manda
na “geringonça” é o BE e o PCP. A
autoridade democrática está do
lado do primeiro-ministro e do PS.
A melhor mais-valia, entre outras,
do comprometimento do PCP e
do BE consiste na paz social e na
paz nas ruas, que não têm preço. O
país vive um clima de tranquilidade
invejável, propício a investir. Dizer
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
que o PCP e o BE afugentam os
investidores é um erro crasso.
Pelo sossego que dão ao país,
são, pelo contrário, captores de
investimento. “Geringonça”,
sempre! Tal como o 25 de Abril.
Simões Ilharco, Lisboa
O crime na Síria
Por muito que os ataques atrozes
se repitam não podemos, nunca,
cultivar em nós o estado de
indiferença. O que aconteceu na
Síria com o recente ataque químico
tem de criar revolta, tem de ser
denunciado e os seus autores
terão de ser universalmente
condenados, não podendo tal acto
ser encarado como “mais um”. (...)
Não deveria ser possível aniquilar
a vida de tantos inocentes sem
que o mundo inteiro se levantasse,
questionasse os autores e agisse em
conformidade. (...) O mundo está
podre e isso revolta-me.
Manuel Morato Gomes,
Senhora da Hora
Diz estar estarrecido
O cidadão Dias Loureiro, ex-
ministro, ex-banqueiro e
actual queijeiro, afi rmou estar
estarrecido pelas suspeitas que
sobre si recaem, a propósito do
arquivamento do processo-crime
que contra si fora instaurado,
conjuntamente com Oliveira
e Costa, sobre o criminoso
colapso do BPN. Estarrecidos
estamos nós com o desenrolar
dos acontecimentos, em que
temos pago toda a roubalheira
que devastou a banca e da qual
não participámos. Certamente, os
acima cavalheiros ainda irão mover
uma acção em tribunal contra o
Estado e contra os contribuintes
forçados, que pagaram e estão
a pagar os roubos que outros
fi zeram.
José Amaral, Vila Nova de Gaia
A solução imperfeita
Enquanto Marcelo declama a
pés juntos que os portugueses
podem fi car descansados
com a solução para o Novo
Banco, e Mário Centeno diz
que a solução encontrada não
foi perfeita, Ricardo Salgado
apimenta o episódio dizendo
que o Novo Banco foi “entregue
gratuitamente”. Lembram-se
quando Cavaco e inúmeros
comentadores políticos e
especialistas em economia e
fi nanças afi rmavam a solidez
do BES?
Ademar Costa, Póvoa de Varzim
Carlos Costa fez escola no Governo
Vítor CostaEditorial
A resolução do Banco Espírito
Santo (BES) é um case study
na opinião do governador
do Banco de Portugal. É
irrefutável. Portugal serviu de
cobaia, foi caso único na Europa e as
perdas que o colapso do BES trouxe
fi carão no nosso horizonte durante
décadas. Merece ser estudado.
Não sabemos se numa realidade al-
ternativa seria diferente. E se o Banco
de Portugal tivesse actuado mais cedo
sobre o BES, quando o assunto já an-
dava há anos nas páginas dos jornais?
E se o BES tivesse sido nacionalizado
após o colapso? E se tivesse sido da-
do mais tempo ao Novo Banco e só
depois vendido? Nunca saberemos.
Agora é tempo de minimizar perdas.
Na novela em torno da Associação
Mutualista Montepio Geral e da Caixa
Económica Montepio Geral estamos
na fase em que ainda há quase tudo
para fazer. Mas a forma como o Banco
de Portugal e o Governo atacam
os desafi os não deixam antever o
melhor dos desfechos.
Os problemas no universo
Montepio também andam nas
páginas dos jornais há anos. E, em
2015, o Banco de Portugal, que tutela
a Caixa Económica, decidiu intervir.
Obrigou à separação entre a liderança
da Associação Mutualista e da
Caixa. Já aqui o escrevemos, mudou
e deixou tudo na mesma. Tomás
Correia, que até então acumulava
a liderança da Associação com a
da Caixa, fi cou a mandar em quem
manda na Caixa. E para a Caixa
entrou uma equipa “apadrinhada”
pelo Banco de Portugal, mas sobre a
qual o próprio Banco de Portugal já
tem dúvidas. O Banco de Portugal fez
mais. Autorizou a Caixa Económica
a transformar-se em sociedade
anónima para permitir a entrada de
novos parceiros. Agora, pressiona o
banco Montepio a mudar de nome,
sem se perceber com que proveito.
Já em 2017, voltaram os problemas
com as contas da Associação, esta,
por sua vez, tutelada pela Segurança
Social. E vieram as dúvidas sobre o
tipo de supervisão que é exercido
sobre a Associação e sobre os
seus produtos fi nanceiros que são
vendidos aos balcões da Caixa. E
vieram a público os processos em que
Tomás Correia é suspeito.
E o que fez o Governo para além de
declarações a desdramatizar a situ-
ação? Pouco ou nada. Legislou para
que a supervisão dos produtos fi nan-
ceiros passasse para o supervisor dos
seguros? Ainda não. Criou um fundo
que garanta os investimentos dos
subscritores dos produtos fi nanceiros
emitidos pela Associação Mutualista?
Ainda não. Retirou a “idoneidade” a
Tomás Correia? Ainda não.
Mas fez algo. De forma atabalhoada
e mostrando sinais de desespero,
tenta empurrar a Santa Casa
da Misericórdia de Lisboa e as
misericórdias em geral para dentro
da Caixa Económica. Para quê? Para
mudar, deixando tudo na mesma.
O Montepio também poderá ser
um case study e mostrar que, afi nal,
apesar de tanta crítica, Carlos Costa
fez escola no Governo.
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 47
ESCRITO NA PEDRA
Ninguém está sujeito a maior número de faltas e erros do que aqueles que se regem unicamente pela reflexãoMiguel de Unamuno (1864-1936), filósofo e escritor
O inominável ataque químico perpetrado pelo regime de Assad em Idlib parece ter deixado o líder sírio mais isolado do que nunca, com
Putin a avisar que não há apoios que durem sempre e Trump a acenar com uma intervenção com vista à sua retirada do poder. A guerra na Síria, talvez o maior dos monumentos do século à tragédia humana, é também um espelho que reflecte sem mácula toda a hipocrisia do Ocidente. Oxalá os seus líderes tenham a coragem de passar das palavras aos actos. T.L.P.
O Partido Republicano, liderado por McConnell no Senado, acabou com um procedimento com mais de 200 anos
conhecido como “filibuster”, um instrumento que permitia à minoria bloquear uma nomeação para o Supremo Tribunal e que funcionava como uma espécie de equilíbrio da democracia. Agora, bastam 51 votos (em vez dos 60 anteriores) para pôr fim a um filibuster, pelo que o juiz conservador Neil Gorsuch (a causa desta disputa) será hoje aprovado. J.J.M.Bashar al-Assad Mitch McConnell
O ódio ao calor
Vem um vento de Espanha e, de
repente, os 25 graus parecem
30. Sabe bem. Se calhar, os
casamentos espanhóis também
não são nada maus.
É sinal que o bom tempo
voltou a Sintra ouvir sintrenses
a queixarem-se que está um
calor insuportável. É o outro
lado da célebre fotonovela
“Eu vivo em Sintra”, em que Johnny Depp
informa Freddie Highmore: “No fi m-de-
semana vai estar sol.” A criança começa a
chorar e explica porquê: “Vivo em Sintra.”
Comovido, Depp dá-lhe um abraço.
Descobre-se um exemplo da fotonovela
no blogue Just Mom escrito por Mom
Sandra. Noutra ocasião, ela começa por
falar em Sintra como “aquela terra que
tem um clima especial a que chamam
microclima” e acaba desabafando em ALL
CAPS: “Estou muito aborrecida que no
resto do país esteja calor!”
Nas praias há boa gente que passa os
dias mais quentes a trabalhar como doida
para não atrasar a chegada das sangrias e
dos bitoques às nossas mãos suadinhas. O
primeiro calor peninsular avisa essa gente
que está quase a voltar o Verão cruel.
Também os sortudos que vivem cá todo
o ano e estão habituados a ter a praia só
para eles associam o calor às multidões e
afi ançam que, sabe-se lá porquê, preferem
o Outono e o Inverno.
É sempre fácil encontrar tertúlias
de odientos vituperando qualquer
temperatura acima dos 18 graus. Falam
em nome das plantas e dos agricultores.
Invocam as agruras dos pinguins e o
mal-estar das morsas. Cantam fados às
lareiras e às castanhas assadas. Bem
se podem esfalfar. Com este calor já
ninguém os ouve.
Miguel Esteves CardosoAinda ontem
EM PUBLICO.PT
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
Ralph Lauren é a última vítima da moda numa nova era para os retalhistas
Assolada por um declínio nas vendas, a Ralph Lauren Corp. anunciou terça-feira que ia encerrar a sua loja-modelo na Quinta Avenida, em Nova Iorque como parte de um “corte” de 346,9 milhões de euros. A empresa vai reconcentrar as operações na Internet e reduzir postos de trabalho.lifestyle.publico.pt
Fotografa Portugal e ganha máquinas Fuji
Entre 4 de Abril e 26 de Maio queremos que fotografes o teu país, a tua região, o teu bairro. Queremos ver o teu Portugal. Para concorreres basta que publiques as fotos no teu Instagram com o hashtag, que sigas as contas do P3 e da Fuji e que te registes no site Concurso Território, onde está disponível o regulamento.p3.publico.pt
O Lagarto, de José Saramago, lido por Adriana Calcanhotto
A Fundação José Saramago está a comemorar este mês de Abril os seus dez anos de existência com concertos, sessões de cinema, mesas-redondas, tertúlias. Uma das iniciativas é a exposição O Lagarto, do artista plástico brasileiro J. Borges.publico.pt/multimedia
SEM COMENTÁRIOS MIGRANTES SALVOS AO LARGO DE MALTA
DARR
IN Z
AM
MIT
LU
PI/R
EUTE
RS
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48 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
ESPAÇO PÚBLICO
de ocorrências, nos termos defi nidos nos
planos de emergência”. Este afã legislativo
mesmo assim ocorre com o governo que
menos leis e decretos-lei aprovou desde
1976 (como noticia o Jornal de Negócios
de 29 de março de
2017).
Após críticas
de entidades
relevantes na
área como a Liga
dos Bombeiros
Portugueses,
alertando sobretudo
para as questões
e as difi culdades
operacionais, a
componente de
proteção civil a
atribuir às juntas de
freguesia aparece
praticamente
esvaziada na última
versão da proposta
de projeto de lei.
A nível de
princípios,
a proposta
governativa
portuguesa
poderia afi gurar-
se fundamental,
apoiando-se
no documento
orientador da
Comissão Europeia
José Manuel Mendes
Políticas públicas e o afã legislativo: o caso da proteção civil
Em Portugal, a classe política
vive na ilusão de que as crises se
resolvem ou se mitigam por via
legislativa. Mais, alimenta a ideia
de que pela produção de leis se
conformarão comportamentos
e confi gurações institucionais,
conduzindo a mudanças
profundas na sociedade. Isto
num país onde vários estudos
já mostraram que, de forma lapidar, o
Estado perante acontecimentos extremos,
e quando posto à prova, aparece sempre
maior do que os seus cidadãos e cidadãs,
aos quais é sonegada uma pertença
digna. Na sua confi guração de Estado
controlador e autocentrado, aquilo a que
se assiste sempre é à ativação de estratégias
de enquadramento que reorientam os
fundamentos das interpelações a que o
Estado é submetido, sem consequências
signifi cativas no reforço dos direitos de
cidadania. Esta tendência é sobretudo
visível após acontecimentos extremos
associados a riscos naturais e tecnológicos,
em que raramente emergem associações
ou movimentos sociais reivindicativos de
direitos de cidadania ou de reparação de
danos.
Após um ano de 2016 em que arderam
mais de 160 mil hectares de fl oresta, e
como acontece sempre que a projeção
mediática indicia uma situação de crise
(como refere Manuel Carvalho em crónica
no PÚBLICO de 6 de fevereiro de 2017),
assiste-se de novo à proposta e aprovação
de um pacote fl orestal, com nada mais
nada menos do que 12 medidas. Além
disso, e numa visão mais estrutural,
os responsáveis políticos avançaram
com a proposta de reformulação da
proteção civil, designada na nova fórmula
redundante e pouco intuitiva como
“proteção civil preventiva”. Também na
sequência da proposta de projeto de lei
de descentralização de competências,
não só os municípios assumiriam novas
responsabilidades e atribuições na área
da proteção civil, como as freguesias
seriam dotadas de unidades locais de
proteção civil, participando “na avaliação
das vulnerabilidades, na sensibilização e
informação ao público e no apoio à gestão
que defi ne a estratégia europeia para a
implementação do Quadro de Sendai
[documento SWD (2016) 205 fi nal/2, de
17 de junho de 2016]. Com efeito, neste
documento a área prioritária 2 acentua o
trabalho com as entidades interessadas,
sobretudo autoridades e comunidades
locais, no desenvolvimento de estratégias
de consciencialização dos riscos e de
medidas inclusivas de mitigação do risco.
Ora, a estrutura de proteção civil em
vigor em Portugal, instituída por lei
em 2006 após o ano de crise de 2003
(incêndios fl orestais, sobremortalidade
por onda de calor, etc.), é hierárquica e
fortemente centralizada na sua dinâmica
de comando e na sua operacionalidade,
numa lógica quase militar. Ausentes da
sua fi losofi a ou lógica de atuação estão
todos os conceitos relacionados com
participação cidadã ou com estratégias
de fomento de epistemologias cívicas,
ou, pelo menos, de divulgação de
informação capacitadora sobre cartas
de riscos ou vulnerabilidades sociais,
indutoras de comportamentos de
autoproteção.
O alto de nível de profi ssionalização e
de competência técnica dos diferentes
departamentos da Autoridade Nacional
de Proteção Civil contrastam e esbarram
com a rotatividade assente em ciclos
políticos da estrutura operacional da
proteção civil, com saídas e entradas
constantes dos comandantes nacionais
e distritais. Também a estrutura
A democra-tização deve assentar mais na lógica do conhecimento e das práticas quotidianas do que em qualquer atuação esporádica de caráter operacional
operacional da proteção civil necessita de
consolidação de competências, de redes
de interconhecimento, de capacidade de
liderança, de confi ança interinstitucional
para ser efi caz e estar ao serviço dos
cidadãos e das cidadãs.
Cientistas sociais de diversas
orientações políticas têm alertado para
a falácia da mudança social por decreto.
Michel Crozier, um sociólogo francês
conservador, que, perante a iminência
da tomada do poder em França pela
esquerda, escreveu em 1979 o livro On
ne change pas la societé par decret (não
se muda a sociedade por decreto),
que, independentemente de críticas
contundentes e fundamentadas sobre o
seu voluntarismo e a visão liberal da ação
individual, apontou o peso da burocracia,
a difi culdade das mudanças coletivas
e o uso inefi caz dos decretos. James
Scott, um sociólogo norte-americano
libertário e anarquista, na sua obra de
referência Seeing Like a State (vendo
como um Estado), mostra como o que
chama de “modernismo avançado” se
baseia numa engenharia social baseada na
ciência e apoiada em planos e decretos,
desvalorizando os conhecimentos e as
práticas sociais locais.
A democratização da estrutura da
proteção civil em Portugal não se
promove por decreto, mas sim pela efetiva
participação dos cidadãos e das cidadãs
na revisão dos planos municipais de
emergência e na produção e conhecimento
da carta de riscos e de vulnerabilidades
sociais. A democratização deve assentar
mais na lógica do conhecimento e das
práticas quotidianas do que em qualquer
atuação esporádica de caráter operacional.
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
A democratização da estrutura da proteção civil em Portugal não se promove por decreto, mas sim pela participação dos cidadãos
Investigador no Centro de Estudos Sociais. Professor auxiliar com agregação da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Coordenador do Observatório do Risco (OSIRIS)
A opinião aqui veiculada é da responsabilidade do investigador, não constituindo qualquer posição oficial do Centro de Estudos Sociais
CES — Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbrawww.ces.uc.ptEscreve às sextas-feiras
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 49
parte do dever de cuidado do hospital ter
aumentado o acompanhamento do António
José e, com isso, não desvirtuava o regime de
“portas abertas”. Mas o SPA não concordou
e manteve a absolvição do Hospital Sobral
Cid; no fundo, tinha sido o destino, o hospital
nada podia ter feito, uma vez que o António
José tinha a sua hora marcada.
Mas a queixa apresentada em Estrasburgo
teve outro destino: o TEDH considerou que
Portugal incorrera na violação do artigo
2.º da Convenção Europeia dos Direitos
Humanos, que obriga os Estados a respeitar
e a proteger a vida das pessoas e condenou
o nosso país a indemnizar a mãe do António
José na quantia de 26.000 euros.
Escreveu-me, então, um leitor
preocupado: “O tribunal europeu, tantas
vezes certeiro na reposição da justiça,
parece, neste caso, querer que o Estado seja
tão paternalista para com os cidadãos que
não lhes deixe um mínimo de autonomia
[.]. Não gostaria de
viver num Estado
(médicos, polícias,
funcionários
públicos) tão
diligente como estes
juízes pretendem.”
Uma opinião
pertinente, mas da
leitura da decisão
do TEDH no caso
Fernandes de
Oliveira v. Portugal
não me parece que
o TEDH defenda
um Estado policial.
O que o TEDH fez
foi constatar que,
apesar da grave
doença mental do
António José, da sua
recente tentativa
de suicídio que era
uma possibilidade
permanente
e, ainda, das suas constantes fugas das
instalações do hospital, este não tinha
estabelecido nenhum regime de controlo e
fi scalização individual, até para poder dar
pela sua ausência mais rapidamente, já que
quando deu pela sua falta o António já estava
morto.
Um doente mental com tendências
suicidas que é internado num hospital
psiquiátrico tem direito a que, pelo menos,
tentem evitar esse resultado fatal e a não
fi car ao “deus-dará”. Como disseram os
advogados da mãe do António José, Pais do
Amaral e Ana Sousa, esta decisão é um alerta
para os tribunais portugueses, mas também,
espero eu, para os hospitais portugueses.
ESPAÇO PÚBLICO
Nem oito nem oitenta
Santa Casa no MG, credo!
A mais recente condenação
do nosso país por violação
dos direitos humanos deu-se
no passado dia 28 de Março,
quando o Tribunal Europeu
dos Direitos Humanos (TEDH)
declarou que Portugal tinha
violado o direito à vida de um
cidadão que estava internado no
Hospital Psiquiátrico Sobral Cid.
A história contou-a a jornalista Ana
Henriques nesse mesmo dia nas páginas do
PÚBLICO: “António José Carvalho tinha 35
anos e um historial de problemas mentais
atrás de si quando se atirou para debaixo de
um comboio que ia a passar em Coimbra.
Não era coisa inédita: menos de um mês
antes, o operário da construção civil já tinha
tentado acabar com a vida, e do seu registo
clínico faziam parte as expressões ‘historial
de debilidade mental’”, ‘surtos delirantes’,
‘psicose maníaco-depressiva’ e ‘tentativas de
suicídio’. Naquele dia, faz no fi nal de Abril 17
anos, ausentou-se uma vez mais do Hospital
Psiquiátrico Sobral Cid sem que ninguém
desse por isso. Quando descobriram, por
não ter aparecido para jantar, era demasiado
tarde: não mais cruzaria as portas desta
unidade de saúde de Coimbra, onde tinha
sido internado pela sétima vez desde 1984.”
A família procurou responsabilizar
judicialmente o hospital pela morte do
António José, uma vez que aí tinha estado
hospitalizado, por diversas vezes, pelas
perturbações mentais de que sofria, e o
pessoal do hospital devia ter evitado que
o mesmo se ausentasse das instalações
e se fosse atirar para a linha férrea perto
do hospital. Não tiveram sorte: para os
tribunais não havia qualquer nexo de
causalidade entre o suicídio do António José
e o comportamento do pessoal do hospital.
O regime do hospital era um regime aberto,
pelo que os doentes podiam entrar e sair, não
havendo barreiras físicas. Louvavelmente,
no recurso que a mãe apresentou para o
Supremo Tribunal Administrativo (STA), o
Ministério Público defendeu que o hospital
devia ser condenado: dado que o registo
médico indicava que o António José tinha
tentado suicidar-se em diferentes ocasiões,
e tendo em conta que tinha sido admitido,
pela última vez, no hospital, devido a uma
tentativa de suicídio, era provável e deveria
ter sido prevista uma nova tentativa. Fazia
Muita tinta tem corrido a
propósito do Montepio
Geral (caixa económica
e associação mutualista).
Notícias, rumores, ditos e
contraditos, contas e contos,
comunicados, supervisões
de aqui e de acolá, tudo
isto deixa o cidadão
comum confuso, o cliente
desconfi ado e o associado angustiado.
Suspeito que ainda vai correr muita água por
debaixo da ponte. Mas não desejo contribuir
para a especulação sobre uma situação que
não conheço para além do que é público.
Todavia, há um ponto aparentemente
adjacente que me deixou perplexo, ainda
que, até agora, referido como hipótese:
a entrada da Santa Casa da Misericórdia
de Lisboa (SCML) no capital da Caixa
Económica MG, partilhadamente com a
Associação Mutualista e outras instituições
da área social. Ideia que é vista com
“simpatia e naturalidade” pelo Governo
e apoiada pela actual dona do banco, a
Associação Mutualista MG. O objectivo foi
anunciado como uma forma de “dar mais
solidez ao banco e também reorientar a
instituição no apoio à economia social”.
É uma ideia de todo descabida. A SCML
é uma pessoa colectiva de direito privado e
utilidade pública administrativa, tendo como
fi m estatutário “a realização da melhoria
do bem-estar das pessoas, prioritariamente
dos mais desprotegidos, abrangendo as
prestações de acção social, saúde, educação
e ensino, cultura e promoção da qualidade
de vida, de acordo com a tradição cristã e
obras de misericórdia do seu compromisso
originário e da sua secular actuação em
prol da comunidade […]” (artigo 4.º dos
estatutos).
Ora uma eventual entrada da SCML
no capital da instituição bancária fere os
estatutos, a lei e, acima de tudo, o seu
espírito fundacional. Depois dos bancos
intervencionados ou resolvidos através do
brutal esforço dos portugueses (já lá vão
13 mil milhões…), só nos faltava mesmo
a Misericórdia de Lisboa vir a ser uma
espécie de side car para resolver problemas
acumulados de uma instituição, lá metendo
O TEDH constatou que o hospital não estabelecera nenhum regime de controlo e fiscalização individual
Advogado. Escreve à sexta-feira
Um hospital psiquiátrico tem de vigiar os que estão à sua guarda
António Bagão Félixdinheiro e, milagrosamente, ressuscitando
a economia social como core business da
instituição bancária do MG.
O património da SCML é social,
educacional, cultural, religioso e não o de
ser accionista, mais ou menos silencioso,
no mundo das fi nanças. Evidentemente
que a SCML pode ter disponibilidades que
devem ser geridas de modo prudente para a
obtenção de receitas necessárias e estáveis
à prossecução dos seus fi ns. Mas isso não
signifi ca ter posições de risco, nas condições
agora vindas a público.
Além disso, a Santa Casa assegura a
exploração dos jogos sociais do Estado,
em regime de exclusividade para todo o
território nacional, com a consequente
distribuição dos resultados líquidos,
regulada por lei.
Percebo a ideia de reorientar a actividade
do banco para a “economia social” e de
atenuar ou fazer desaparecer a notória
descaracterização desta prática e a
turbulência que se vem constatando. Mas
tal nem se altera com a peregrina ideia
de mudar o seu nome, nem se deve usar
instrumentalmente a SCML, pervertendo o
seu acervo e atentando contra o seu futuro.
Indirectamente, seria uma nacionalização
parcial do MG usando dinheiros
maioritariamente de natureza pública. Assim
se “fi ntaria” a questão de implicações no
défi ce orçamental e se viria com a lengalenga
de “não ter custos para o contribuinte”.
Fico expectante face à posição mais
prudente e cautelosa do provedor da Santa
Casa, Santana Lopes, depois de ter dito
que “a Santa Casa não entra em aventuras
e a situação tem de ser muito refl ectida”. O
certo é que a SCML é tutelada pelo Governo.
Logo e neste caso, uma instituição prevenida
vale por duas…
Ricardo Cabral escreve à 2.ª e 5.ª, António Bagão Félix à 3.ª e 6.ª e Francisco Louçã à 4.ª e sáb.
Por Ricardo Cabral, Francisco Louçãe António Bagão Félix
Francisco Teixeira da MotaEscrever Direito
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50 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
ESPAÇO PÚBLICO
Onde fica Putaoya?
Em Março de 1979, depois de
décadas de relações cortadas, o
jovem diplomata João de Deus
Ramos chegou a Pequim para
abrir a primeira embaixada de
Portugal na China desde 1949.
Foi recebido no aeroporto por
dois funcionários do Waijiaobu,
o Ministério dos Negócios
Estrangeiros chinês, que puseram
à sua disposição dois intérpretes, um
motorista e um carro cinzento de fabrico
nacional. Foi nele que o encarregado de
negócios foi até à cidade. Hoje, este é um
percurso que se faz numa auto-estrada com
várias faixas e portagens. “Em 1979, era
uma estrada estreita, com muito poucos
automóveis, alguns autocarros, bicicletas
e carroças”, conta João de Deus Ramos no
seu livro Em Torno da China — Memórias
Diplomáticas (Caleidoscópio, 2016).
Instalado no Hotel Pequim, o diplomata
montou a “residência” numa suite e a
“chancelaria” num quarto ao lado.
No dia seguinte, enviou o clássico
telegrama a comunicar às Necessidades
que cumprira a primeira missão. Não
havia dúvida sobre o que escrever. João de
Deus Ramos tinha 37 anos, mas desde o 25
de Abril vira várias novas missões serem
abertas. “O texto era sempre o mesmo.” No
seu caso, era isto: “Cheguei ontem a Pequim
e abri embaixada. Ramos.”
Simples? Não em 1979. A “máquina dos
telegramas” que levara era “moderna,
electrónica e a última palavra em termos
criptográfi cos, uma malinha preta de onde
saíam umas fi tas de papel com o texto do
telegrama”. Antes de partir, passara vários
dias na Cifra, no MNE, para aprender como
funcionava. Mas ninguém se lembrou de
um pormenor: as fi chas portuguesas não
encaixavam nas tomadas chinesas. Afl ito
no seu quarto do Hotel Pequim, mas capaz
de uma razoável ginástica eléctrica, João
de Deus Ramos conseguiu mudar a fi cha e
escrever a mensagem na fi ta. Ultrapassado
o primeiro susto, na manhã seguinte à sua
chegada e com tudo pronto, João de Deus
Ramos foi fi nalmente aos correios enviar o
primeiro telegrama para Lisboa.
Bastava agora passar o conteúdo da fi ta
para um impresso dos correios, coisa que o
futuro embaixador
fez numa sala
cheia de jornalistas
estrangeiros. O
tradutor foi ao
balcão e explicou ao
que iam. Queriam
enviar um telegrama
para Putaoya,
Portugal.
E foi aí que
surgiu o segundo
problema, que
também ninguém
antecipara.
Desabituados ao
nome — há 30 anos
que não se ouvia
falar de Putaoya
na China e muito
tinha acontecido
nesses anos, a
começar pela
Revolução Cultural
—, o funcionário
dos correios não sabia de que país estava
aquele chinês a falar. O intérprete teve de
repetir a palavra várias vezes. Putaoya!
Putaoya! O telegrama acabou por ser
aceite, o diplomata pagou e voltou para
o hotel “com a noção do primeiro dever
cumprido”, escreve nas suas memórias.
“Outros telegramas se seguiram nos dias
seguintes e, após o envio do n.º 6 ou n.º 7,
vem de Lisboa uma mensagem a dizer que
não tinham recebido os anteriores.”
Em “missão urgente”, João de Deus Ramos
vai com o intérprete aos correios. “Depois
de muitos Putaoya enfáticos”, a verdade
é revelada: o funcionário enviara todos os
telegramas para o mesmo sítio. O lixo.
‘O texto era sempre o mesmo.’ No seu caso, era isto: ‘Cheguei ontem a Pequim e abri embaixada. Ramos’
Jornalista. Escreve à [email protected]
Portugal abriu embaixada na China no séc. XVI, mas há 30 anos, quando Pequim exigiu Macau, já não sabíamos falar com os chineses
Bárbara ReisCoff ee break
Partido Socialista: o que falta fazer
O PS português é uma exceção
nas democracias europeias,
onde se assiste a uma crise
geral dos partidos socialistas
e sociais-democratas. Não só
lidera um Governo estável,
que diminuiu o défi ce e cuja
ação conseguiu combinar
crescimento económico,
políticas públicas de inclusão
e igualdade e envolvimento ativo no projeto
de construção europeia, mas também
aprofundou a democracia portuguesa,
ao permitir pela primeira vez a infl uência
direta na governação dos partidos da
esquerda radical (PCP, BE e PEV) e dos
grupos sociais que estes representam.
Há pelo menos três causas para este
desenvolvimento: a liderança inovadora
de António Costa, com a recusa desde
a sua candidatura às primárias do
“arco da governação”; um padrão de
protesto durante a intervenção da
troika onde foi comum a colaboração
entre novos (precários, pensionistas) e
velhos movimentos sociais (sindicatos);
e o reconhecimento pelo PS, PCP, BE
e PEV de que enfrentavam uma direita
que pela primeira vez rompia com a
tradição constitucional estabelecida no
pós-25 de Abril. E tudo isto cimentado
por uma memória coletiva da revolução,
que contribuiu muito mais para unir os
portugueses do que para os dividir.
Apesar dos avanços realizados, a posição
do PS é ainda frágil. Desde a volatilidade
dos mercados fi nanceiros internacionais, à
incerteza da evolução europeia, passando
pela ameaça populista dentro e fora da
Europa (Trump) e pela solidifi cação de
regimes autoritários (Rússia, Turquia), o
futuro de Portugal é incerto e até perigoso.
Claro que nada disto pode ser resolvido por
Portugal sozinho. Mas é preciso também
não esquecer que o PS teve menos votos que
a direita nas últimas eleições legislativas.
Há, assim, ainda muito a fazer para o PS
solidifi car a sua posição política, criar
alianças que o enraízem mais na sociedade
portuguesa, que tornem o seu projeto
progressista duradouro, qualquer que seja
a evolução política, seja ela favorável ou
desfavorável, e que permitam resistir a uma
eventual crise da democracia gerada pela
incerteza política e económica internacional.
Em suma, o PS tem de passar de uma
posição defensiva, onde procura o mínimo
denominador comum com os partidos à sua
esquerda, para uma posição ofensiva, em
que se assume como o polo aglutinador de
todas as forças progressistas da sociedade
portuguesa. Como realizar este projeto?
Em primeiro lugar, estabelecendo-se
como uma força viva e presente na vida
quotidiana dos portugueses comuns. Não
basta ativar a participação através dos
media sociais e da Internet, de colocar
todo o esforço mobilizador na televisão e
orientar a sua estratégia pelas sondagens.
Eleições ganhas exclusivamente desta forma
nunca permitem criar identidades políticas
duradouras nos cidadãos, o que facilita
a volatilidade eleitoral e contribui para a
futura reconquista do eleitorado, com o
normal desgaste do poder, pela direita. É
preciso um partido renovado, que reforce
a sua presença em todo o território e que
estabeleça ligações duradouras com a
sociedade civil, tanto a nível local (escolas,
cooperativas, associações, paróquias, IPSS)
como nacional (sindicatos, movimentos
de mulheres, igrejas, associações de
imigrantes, precários, pensionistas,
ambientalistas).
Em segundo lugar, ter um discurso
dirigido à maioria dos cidadãos, às suas
aspirações e
esperanças. Isso
signifi ca um modelo
de desenvolvimento
orientado para
a satisfação das
necessidades básicas
da população,
como o trabalho
decente, acesso à
educação, à saúde,
à habitação e a
transportes públicos
a preços acessíveis
e de qualidade — e não adotar causas
avulsas, como a chamada legalização da
prostituição, que apenas contribuem para
acentuar o capitalismo mais predatório.
Claro que o PS não pode alhear-se de
causas minoritárias e deve ousar apresentar
propostas inovadoras. Mas deve geri-las
procurando que não fraturem a sua base
social de apoio. Os sucessos duradouros
do socialismo democrático, hoje como
no passado, resultaram sempre da ação
de um grande movimento de massas,
onde as classes médias e trabalhadoras se
juntam numa mesma luta pela igualdade,
pela domesticação dos mercados e pelo
combate à exploração. Por isso, só um
projeto político que defi na como objetivo
o combate às desigualdades de todos — e
não a agregação acrítica de causas — pode
fazer do PS uma verdadeira força tranquila
e duradoura de mudança democrática na
sociedade portuguesa.
Advogado e membro do Secretariado Nacional do PS; cientista político (FCSH-UNL) e militante do PS desde Janeiro de 2016
Apesar dos avanços realizados, a posição do PS é ainda frágil
José Leitão e Tiago Fernandes
INACIO ROSA/EPA
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Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 51
uma espécie de “subsídio de desemprego
incondicional” num sistema económico
que, ao não depender do trabalho humano,
subtrai à maioria dos cidadãos um dos
poucos instrumentos de mobilidade social
de que dispunham — mesmo que deixando
intocadas outras formas de rendimento
(capital, propriedades, etc.) que servem
sobretudo a quem
não necessita do
trabalho para
melhorar a sua vida.
Mais grave ainda,
pode facilmente
não garantir
que as pessoas
laboralmente
desactivadas
permaneçam
socialmente activas.
Pode ainda ser
uma séria ameaça
à sustentabilidade
da Segurança Social
pública, aliciando
a sua crescente
privatização. Este
Filósofo, Universidade da Beira Interior; sociólogo, ISCTE-IUL
André Barata e Renato Miguel do Carmo
A questão não é “RBI?” mas “que RBI?”
Há duas atitudes pouco
úteis no debate sobre a
implementação do rendimento
básico incondicional (RBI).
De um lado, uma atitude
evangelizadora, como se a
simples disseminação da
boa nova e uma sequência
de argumentos de recorte
científi co bastassem para
que todas as objecções caíssem por terra.
Defender o RBI não é como defender
a biodiversidade ou a redução das
emissões para a atmosfera. Há vantagens
e desvantagens na sua adopção cujas
consequências não conseguimos à partida
dominar por inteiro, e em que nem sequer
é sempre claro se estamos realmente a falar
de uma vantagem ou de uma desvantagem.
Em política, há muito menos verdades do
que preferências. É por isso que se pergunta
por estas às pessoas, em vez de se lhes
apresentar demonstrações. De outro lado,
um cepticismo de princípio, que levanta
logo à cabeça obstáculos tão imediatamente
intransponíveis — a suposta impossibilidade
de fi nanciamento, por exemplo — que se
dá por terminada a discussão antes ainda
de verdadeiramente ter sido começada.
Ambas as atitudes são erradas e falham em
perceber que não ajudam a evitar um curso
que pode bem tornar-se inevitável, mas não
necessariamente para melhor.
Urge pôr o debate sobre o RBI em
melhores bases. Antes de mais, admitindo
a sua inevitabilidade. A automação
da produção de bens e serviços e a
transferência de actividade económica para
o online, suprimindo parte signifi cativa dos
postos de trabalho assalariado, sobretudo
pouco qualifi cado e mal remunerado,
tornam bastante plausível pensar que
caminhamos para uma sociedade em
que o desemprego estrutural se tornará
a realidade de parte considerável da
população activa. Dizermos que o RBI
possibilitará uma maior margem de escolha
aos trabalhadores é falhar o ponto de que o
RBI pode ser apenas a mínima possibilidade
de conformação à escassez de trabalho.
Numa sociedade em que o trabalho vai
rareando, o RBI pode vir a ser inevitável
sem que seja necessariamente bom e
emancipador. Por exemplo, pode tornar-se
é um risco real — que teria consequências
tremendas — e tem sido pouco tratado
nalgumas propostas mais cândidas,
revelando irresponsabilidade política e
cívica. Convém não iludir o risco de o RBI
se tornar um cheque de escolhas que, sem
a devida regulação, põe em perigo o Estado
social, como bem se tem visto já com a
ameaça que o cheque-ensino representa
para a escola pública.
Assim, é essencial:
1. A introdução de um RBI deve ser
acompanhada de medidas que promovam
as oportunidades de os cidadãos serem
socialmente activos. Isto aplica-se
tanto a um RBI futuro, desejavelmente
emancipador, como, aliás, ao RSI já
existente. Também este, apesar de
não universal, deveria estar mais bem
enquadrado num conjunto amplo de
medidas que proporcionassem uma
melhor inserção social activa aos seus
benefi ciários e não apenas um rendimento
de subsistência. A questão de fundo é o
trabalho dever evoluir no sentido de um
bem público a ser justamente distribuído,
com direitos e protecção para todos —
Urge pôr o debate sobre o RBI em melhores bases. Antes de mais, admitindo a sua inevitabilidade
o que aponta para duas direcções de
acção política: por um lado, a redução
de tempos de trabalho, permitindo a sua
distribuição por mais cidadãos activos e
não perdendo de vista o ideal do pleno
emprego; por outro, a evolução do perfi l
da actividade social dos cidadãos para
actividades irredutivelmente humanas, de
ordem criativa ou comunitária, deixando o
trabalho maquinal e rotineiro às máquinas.
Tanto o direito ao rendimento quanto o
direito de participação cívica e social devem
estar garantidos num quadro de extinção de
vários sectores do trabalho assalariado.
2. Na resposta à extinção desses
sectores, a introdução de um RBI deve
ser acompanhada de legislação que
limite as oportunidades de acumulação
de riqueza geradas por outras formas e
fontes de rendimento que não o trabalho.
Estas devem aumentar tanto mais o seu
contributo social, quanto menor for o peso
do trabalho assalariado na economia, de
maneira a garantir a sustentabilidade da
Segurança Social e do próprio RBI. Signifi ca
isto que uma política de RBI emancipador
não pode passar sem que a economia
baseada na automação e no online
contribua socialmente — sim, os robôs
devem pagar contribuições sociais. Signifi ca
que os rendimentos de capital, os direitos de
propriedade, e mesmo as heranças, devem
estar sujeitos não apenas a imposto sobre o
rendimento, mas a contribuição social.
Em suma, um RBI apenas será
emancipatório se signifi car uma mudança
profunda de paradigma, na direcção de
um compromisso social da economia
num contexto de gradual extinção do
trabalho assalariado, mudança difi cilmente
alcançável isoladamente, sem um quadro
complexo de medidas aplicadas num
contexto transnacional.
Ora, é nisto que a União Europeia tem
talvez uma última oportunidade de se
reencontrar, regressando ao seu pilar
social, com uma nova agenda de políticas
sociais e redistributivas, que promovam
a autonomia individual e a solidariedade
colectiva e intergeracional, num genuíno
combate às desigualdades entre Estados e
cidadãos europeus. Na essência, lançando
as bases para um outro paradigma
económico, em que toda a riqueza, venha
de mãos humanas, máquinas, algoritmos ou
especulações, esteja sempre ao serviço do
esforço social. Uma social-democracia que
seja verdadeiramente uma social-economia,
capaz de antecipar no projecto progressista
uma proposta de RBI emancipatório,
precavendo, deste modo, que o mau RBI
não se torne no caminho inevitável.
DANIEL ROCHA
Um RBI apenas será emancipatório se significar uma mudança profunda de paradigma
ESPAÇO PÚBLICO
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Sexta-feira, 7 de Abril de 2017
BARTOON LUÍS AFONSO
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Historiador, fundador do Livre
CONSOANTE MUDA
Os companheiros portugueses de Orbán
O PSD e o CDS nunca perdem
ocasião de, a propósito da
Venezuela ou da Coreia do
Norte, exigirem explicações
ao BE ou ao PCP sobre a
repressão política ou as
violações de direitos humanos que
nesses países ocorrem a coberto
de uma certa (ou errada) ideia de
socialismo. Devo dizer que não me
escandaliza que o façam. Parece-
me um hábito saudável que nos
obriga a lembrar que não estamos
sozinhos no mundo e que as ideias
têm consequências e trazem
consigo responsabilidades, mesmo
quando temos uma infl uência
reduzida nas violações de direitos
humanos que em nome das nossas
ideias — sim, das minhas também
— ocorrem e mesmo que pouco
possamos fazer para prevenir essas
violações de direitos humanos.
O que me escandaliza, e creio
que nos deveria escandalizar a
todos, é o silêncio de PSD e CDS
quando a repressão e as violações
de direitos humanos ocorrem
Rui Tavares
muito mais perto de casa. Falo
da Hungria do primeiro-ministro
Viktor Orbán e do seu partido
Fidesz, que com PSD e CDS faz
parte do Partido Popular Europeu.
Viktor Orbán está de novo nas
notícias porque decidiu mudar
a lei para perseguir e tentar
encerrar a única universidade
do país que ainda escapa ao seu
controlo — a Central European
University, fundada pelo bilionário
de origem húngara George Soros.
Dado o renome internacional
desta universidade, a qualidade
da sua produção académica e
a extensão das suas redes de
cooperação científi ca, este ataque
à liberdade de pensamento e de
associação deu mais brado do
que o costume. Mas está longe de
ser a única agressão de Orbán aos
valores fundamentais da União
Europeia, ou sequer a mais grave.
Só nos últimos tempos, o governo
húngaro criminalizou os refugiados
em violação da Convenção de
Genebra (e da Carta de Direitos
Fundamentais da UE), reintroduziu
o tema da pena de morte no debate
público e mexeu-se nos bastidores
para fechar o maior jornal da
oposição de um dia para o outro.
Antes disso, Orbán mudou a
constituição a seu bel-prazer,
reintroduzindo nela leis que
tinham sido chumbadas pelo
tribunal constitucional; decapitou
o sistema judicial, pondo os seus
nomeados políticos a controlar
os tribunais; e alterou as leis
eleitorais para garantir a si mesmo
uma maioria mais ou menos
permanente de dois terços no
parlamento (com menos de 40%
dos votos).
E fez tudo isso enquanto
manteve o seu partido fi liado na
maior família política europeia, o
PPE, de que fazem também parte o
PSD e o CDS. Ou seja, ao contrário
de BE e PCP com a Venezuela
ou a Coreia do Norte, PSD e CDS
convivem quotidianamente com
os líderes do regime nacional-
populista húngaro e com eles
concertam políticas, votações,
nomeações e apoios morais.
As desculpas para o fazerem já
passaram do prazo de validade:
nem o PPE tem conseguido
moderar a sede de poder de
Orbán, nem tem conseguido evitar
as alianças táticas deste com os
fascistas húngaros do partido
Jobbik, nem tem conseguido
conter os seus entendimentos com
Vladimir Putin. Está na hora de o
PPE expulsar o Fidesz de Viktor
Orbán e deixar bem claro de que
lado está: se do lado de Orbán
ou do lado dos valores da União
Europeia que ele viola há anos.
No entanto, com as honrosas
exceções de Carlos Coelho e Carlos
Moedas, não se ouvem no PSD
nem no CDS vozes condenando as
ações de Orbán. O Paulo Rangel
dos discursos sobre a “asfi xia
democrática” perdeu aqui o fôlego.
Nuno Melo aplaude e defende
Viktor Orbán.
E Pedro Passos Coelho? E
Assunção Cristas? Quando vamos
ouvi-los dizer que não aceitam
mais que Orbán esteja no partido
europeu a que pertencem? Se não
agora, quando?
BERNADETT SZABO/REUTERS
PSD e CDS convivem no PPE com os líderes do regime nacional--populista húngaro e com eles concertam políticas, votações e nomeações
Como é que Erdogan transformou o país numa sociedade de bufos Reportagem em Ancara
REFERENDO NA TURQUIA DOMINGOExclusivoPÚBLICO//Financial Times
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