ps arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. ora, o ps entendeu que se...

52
fa40ddb0-018b-46ee-892a-07c294d8190f Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público. Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A. PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias António Costa e António José Seguro podem ser constituídos arguidos por financiamento proibido. Em causa está a utilização gratuita de espaços públicos nas eleições internas de 2014, que é proibida por lei Destaque, 2/3 Aceleração da economia reforça optimismo de Costa e Centeno. Meta do défice para este ano baixa para 1,4% no próximo PEC p13 Putin diz que apoio não é incondicional. Trump revê posição sobre permanência do líder sírio no poder p20/21 Proposta de especialistas chega em Maio ao Governo. Venderam-se 10,6 milhões de embalagens num ano p10 Câmara de Lisboa classifica de “acto grave” protesto dos moradores de Carnide. EMEL apresentou queixa-crime p18 Corte poderá ser menor para quem iniciou descontos aos 16 anos. Bonificações permitem reforma sem penalização antes dos 65 p14 Governo prepara nova revisão em baixa do défice Assad mais isolado do que nunca após ataque químico Ansiolíticos a mais? Médicos de família vão ter restrições A noite em que os parquímetros da EMEL “caíram com o vento” Quem antecipar a reforma terá cortes inferiores aos actuais O Inimigo Público Dias Loureiro “estarrecido” porque gostava muito de ser preso Performance Vhils deixa as ruas e leva o Portugal das periferias ao CCB Cultura, 28 Medicina Este médico só tem doentes com centenas ou milhares de anos Ciência, 26/27 DR Edição Lisboa • Ano XXVIII • n.º 9850 • 1,70€ • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • Director: David Dinis Adjuntos: Diogo Queiroz de Andrade, Tiago Luz Pedro, Vítor Costa Directora de Arte: Sónia Matos Father John Misty compôs uma carta de amor à Humanidade ISNN-0872-1548 HOJE Street Art Vol. 4: Murais Conheça algumas das melhores obras de Banksy, Vhils, Eltono, Sixeart e Blu Por + 7,90€

Upload: others

Post on 06-Aug-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

fa40ddb0-018b-46ee-892a-07c294d8190f

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primáriasAntónio Costa e António José Seguro podem ser constituídos arguidos por fi nanciamento proibido. Em causa está a utilização gratuita de espaços públicos nas eleições internas de 2014, que é proibida por lei Destaque, 2/3

Aceleração da economia reforça optimismo de Costa e Centeno. Meta do défi ce para este ano baixa para 1,4% no próximo PEC p13

Putin diz que apoio não é incondicional. Trump revê posição sobre permanência do líder sírio no poder p20/21

Proposta de especialistas chega em Maio ao Governo. Venderam-se 10,6 milhões de embalagens num ano p10

Câmara de Lisboa classifi ca de “acto grave” protesto dos moradores de Carnide. EMEL apresentou queixa-crime p18

Corte poderá ser menor para quem iniciou descontos aos 16 anos. Bonifi cações permitem reforma sem penalização antes dos 65 p14

Governo prepara nova revisão em baixa do défice

Assad mais isolado do que nunca após ataque químico

Ansiolíticos a mais? Médicos de família vão ter restrições

A noite em que os parquímetros da EMEL “caíram com o vento”

Quem antecipar a reforma terá cortes inferiores aos actuais

O Inimigo Público Dias Loureiro “estarrecido”porque gostava muito de ser preso

PerformanceVhils deixa as ruas e leva o Portugal das periferias ao CCBCultura, 28

MedicinaEste médico só tem doentes com centenas ou milhares de anosCiência, 26/27

DR

Edição Lisboa • Ano XXVIII • n.º 9850 • 1,70€ • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • Director: David Dinis Adjuntos: Diogo Queiroz de Andrade, Tiago Luz Pedro, Vítor Costa Directora de Arte: Sónia Matos

Father John Misty compôs uma carta de amor à Humanidade

ISNN-0872-1548

HOJE Street Art Vol. 4: MuraisConheça algumas das melhores obras de Banksy, Vhils, Eltono, Sixeart e Blu

Por + 7,90€

Page 2: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

2 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

DESTAQUE

CAMPANHAS

O PS arrisca-se a ser alvo

de processos-crime por

causa das primárias de

2014 entre António Costa

e António José Seguro,

por alegados financia-

mentos proibidos. Em causa es-

tará a utilização de espaços públi-

cos, a título gratuito, na campanha

eleitoral interna, o que tem sido

considerado como fi nanciamento

ilegal pela Entidades das Contas e

Financiamento dos Partidos (ECFP)

e pelo Ministério Público.

Foi exactamente esse o motivo que

levou a que Miguel Pinto Luz, líder

da distrital de Lisboa do PSD, tivesse

sido constituído arguido, juntamente

com outras quatro pessoas, no âmbi-

to de um inquérito a decorrer no De-

partamento Central de Investigação e

Acção Penal (DCIAP). A investigação

foi revelada pela revista Sábado em

Fevereiro e citava a Procuradoria-

Geral da República: “Em causa es-

tão indícios da prática de crimes de

Leonete Botelho

PS arrisca-se a processos-crime por causa das primárias de 2014António Costa e António José Seguro podem ser constituídos arguidos por fi nanciamento proibido. Em causa está a utilização gratuita de espaços públicos, o que é proibido por lei

obtenção de fi nanciamento proibi-

do” para partidos políticos ou cam-

panhas eleitorais.

O fi nanciamento proibido consistia

na utilização gratuita de uma sala do

Centro Olga Cadaval para a conven-

ção autárquica de 2012 do PSD. “Não

sabia que era ilegal. Quando soube,

mandei pagar os dois mil e tal euros

e apresentei a factura ao procurador

[do processo]”, alegou à Sábado o

social-democrata.

Agora, a situação pode repetir-

se, mas colocando em causa o ac-

tual primeiro-ministro e o anterior

secretário-geral do PS. Isto porque

o relatório preliminar da ECFP, ain-

da em fase de contraditório, sobre

as contas do PS de 2014, nas quais

foi englobada a contabilidade das

eleições primárias, identifi ca várias

situações do mesmo género.

Foi o próprio dirigente do PS res-

ponsável pelas contas do partido,

Luís Patrão, quem contou ao jornal

digital Observador que essa situação

consta do relatório da ECFP. Uma das

críticas feitas por este organismo do

Tribunal Constitucional, conta Pa-

trão, refere-se à “utilização de locais

de acesso público como juntas de fre-

guesia, escolas ou quartéis de bom-

beiros” que deviam, no entender dos

auditores, “ter cobrado ao PS pelo

aluguer do espaço”.

Ao PÚBLICO, o dirigente socialista

faz questão de dizer que “o uso, pe-

los partidos políticos, de quaisquer

espaços públicos habitualmente dis-

poníveis aos cidadãos, para efeitos

da realização de sessões ou actos di-

rigidos ou abertos à população em

geral, é uma das condições básicas

de qualquer democracia preocupa-

da com o envolvimento cívico dos

cidadãos na defi nição dos rumos da

nossa vida colectiva”. Nessa medida,

defende Luís Patrão, “qualquer in-

terpretação do regime legal vigente

que se oponha a essa visão e leve a

situações desajustadas e discrimina-

tórias contará com a oposição do PS,

por atentar contra a Constituição e

contra as condições básicas da vida

em democracia.”

Apesar do argumentário do PS, a

Lei 19/2003, que regula o fi nancia-

mento dos partidos, considera ser

um fi nanciamento proibido a recep-

ção de “donativos ou empréstimos,

de natureza pecuniária ou em espé-

cie de pessoas colectivas nacionais ou

estrangeiras” (artigo 8.º). A proibição

incide sobre pessoas colectivas (à ex-

cepção de empréstimos bancários),

já que são permitidos, com regras e

limites, donativos e empréstimos por

pessoas singulares.

No mesmo artigo 8.º, o número 3

especifi ca ser proibido aos partidos

“adquirir bens ou serviços a preços

inferiores aos praticados no mer-

cado”. Há excepções a estas regras

para campanhas eleitorais, que são

reguladas nas leis relativas a cada ti-

po de acto eleitoral. Só que não há

nenhuma lei que se aplique às elei-

ções primárias porque elas legalmen-

te não existem, nem na lei nem nos

estatutos de nenhum partido com

assento parlamentar.

De acordo com a mesma lei, os di-

rigentes de partidos políticos, as pes-

soas singulares e os administradores

de pessoas colectivas que participem

na atribuição e obtenção de fi nancia-

mentos proibidos podem ser punidos

A ECFP não tem capacidade para olhar para a conta das primárias e dizer que um gasto foi demasiado elevado, até porque não há comparativoLuís PatrãoDirigente do PS

Page 3: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 3

O S u p r e m o T r i b u n a l

Administrativo decidiu con-

tra o PS num processo em

que o partido reclama da

Assembleia da República

3,258 milhões de euros do

resto da subvenção da campanha elei-

toral das autárquicas de 2013. Mas

os socialistas não se conformam e

vão recorrer, nos próximos dias, pa-

ra o pleno daquele tribunal, disse ao

PÚBLICO o responsável fi nanceiro do

Partido Socialista, Luís Patrão.

O PS argumenta que deveria ter

recebido 17,145 milhões de euros de

subvenção pública e só lhe chegaram

13,887 milhões devido a, diz, uma in-

terpretação errada da lei de 2013 que

reduziu o limite das subvenções elei-

torais e das despesas admissíveis em

campanhas. O processo inclui vários

despachos contraditórios da anterior

presidente, Assunção Esteves. São

valores altos — 3,2 milhões de euros

—, que fazem muita falta à tesouraria

do PS, já que o partido tem um passi-

vo de quase 22 milhões. “A situação

não é boa, mas não é tão má quanto

se faz passar: temos 21 milhões de

euros de capital negativo, mas tam-

bém temos 14 milhões de euros em

activos”, defende-se Luís Patrão.

Este processo do pagamento das

autárquicas arrasta-se há três anos e

meio e decorre de uma divergência

na interpretação da lei do Governo

de Passos, que voltou a reduzir o tec-

to máximo da subvenção eleitoral

assim como das despesas dos par-

tidos com as campanhas eleitorais,

já então cortados por José Sócrates,

em mais 10% até 31 de Dezembro

de 2016. Ora, o PS entendeu que se

devia ler a lei como defi nindo uma

redução de 20%, ao passo que os ser-

viços do Parlamento consideraram

que a redução em várias fases tanto

dos limites da subvenção como das

despesas daria um corte conjugado

de 36%. E foi assim que determina-

ram os valores a pagar aos partidos

— e só o PS protestou.

Em meados de Outubro de 2013, o

Socialistas insistem em reclamar em tribunal 3,2 milhões da campanha autárquica de 2013

PS pediu, como prevê a lei, o adian-

tamento de 50% do montante que

lhe cabia da subvenção pública a

que tinha direito e dois meses de-

pois recebeu 6.961.807,9 euros por

ordem da secretaria-geral da AR.

Duas semanas depois recebeu mais

6.555.113,47 euros e uns tempos de-

pois mais dois pagamentos de acer-

tos, tendo o valor total chegado aos

13.887.003,33 euros. O PS reclamou

que faltavam mais de 3,2 milhões,

mas em Abril de 2014 Assunção Es-

teves indeferiu o pedido e os socia-

listas foram para tribunal.

Três anos nos tribunaisO caso complicou-se no Parlamen-

to enquanto o processo esteve es-

tes três anos no Supremo Tribunal

Administrativo. É que em Maio de

2014 Assunção resolveu pedir um pa-

recer sobre o assunto ao Conselho

Consultivo da PGR — que funciona

como serviço de apoio ao Parlamen-

to —, que acabaria por ser favorável

aos socialistas. Com ele, a secretaria-

geral deu ordem para se passar os 3,2

milhões ao PS.

Mas, apenas um mês depois, hou-

ve uma reviravolta: Assunção fez

novo despacho a suspender todas

as decisões anteriores porque tinha

entrado na AR uma proposta de lei

interpretativa, do PSD e do CDS, pa-

ra clarifi car como se calculavam as

reduções — e que defi nia que, con-

jugadas, cortavam não 20% mas

Maria Lopes36% nas despesas e na subvenção.

E quando essa iniciativa legislativa

foi aprovada na AR — com o voto con-

tra do PS e a abstenção do PCP, BE

e PEV —, Assunção Esteves fez novo

despacho a recusar os 3,2 milhões

de euros ao PS.

O Supremo Tribunal Administrati-

vo também recusou a argumentação

do PS de que a lei interpretativa de

2014 seria inconstitucional por ser

retroactiva, e também negou que

os despachos de Assunção Esteves

seriam inconstitucionais.

Luís Patrão não se conforma nem

com a interpretação nem com a for-

ma como a anterior presidente da

AR fez “despachos contrariando-se

sucessivamente e até com base nu-

ma simples iniciativa legislativa e não

num diploma aprovado”. Por isso,

o partido está a analisar o acórdão

dos juízes da secção de contencioso

administrativo e irá recorrer para o

pleno daquele tribunal.

Já em 2015, o PS entrou em litígio

com o actual presidente da AR, Ferro

Rodrigues, sobre a subvenção eleito-

ral que deveria receber das legislati-

vas de Outubro, mas no caso dizia-se

lesado em apenas 120 mil euros. Os

socialistas defendiam que a parte

da subvenção das legislativas que

é distribuída de forma igual pelos

partidos que concorrem a mais de

51% deveria ser distribuída por cinco

(PS, BE, PAN, PAF e CDU) e não por

sete (PS, BE, PAN, PSD; CDS, PCP e

PEV). Na dúvida, Ferro Rodrigues

pediu pareceres à assessora jurídica

do Parlamento e depois ao Conselho

Consultivo da PGR — todos considera-

vam que se dividia pelos sete.

Quase um ano depois das eleições,

o PS decidiu “conformar-se e acatou”

a decisão da AR, disse ao PÚBLICO

Luís Patrão, que faz ainda questão de

dizer que o partido já pagou os em-

préstimos que fez para as legislativas

de 2015 e para as regionais dos Aço-

res. “Temos conseguido equilibrar as

contas com transparência”, regozija-

se, contraditando os números sobre

as contas socialistas.

PS tem passivo de 22 milhões [email protected]@publico.pt

NELSON GARRIDOAntónio Costa venceu António José Seguro nas inéditas eleições primárias do PS

com uma pena de um a três anos de

prisão. A questão dos fi nanciamentos

proibidos não é a única falha detec-

tada pela ECFP nas primárias do PS.

Segundo o Observador, os gastos dos

dois candidatos foram cinco vezes

superiores ao orçamentado. O PS

previa que custassem 328 mil euros,

mas os custos totais ultrapassaram os

1,65 milhões de euros.

António Costa tinha previsto gastar

163 mil euros e António José Seguro

165 mil euros. Quando foram apu-

radas as contas, acrescenta o Ob-

servador, a campanha do primeiro

gastou 428.297 euros e a do segundo

261.802 euros. A juntar a tudo isto,

a comissão eleitoral, que deu apoio

à logística de toda a campanha, terá

custado 951.991 euros.

O PÚBLICO solicitou o relatório à

Entidade das Contas e ao PS, que já

o recebeu para efeitos de contraditó-

rio, mas ambos se recusaram a divul-

gar o documento. Também António

José Seguro e o seu mandatário fi nan-

ceiro nas primárias, Óscar Gaspar, se

remeteram ao silêncio.

Ao Observador, Luís Patrão afi r-

mou que o PS já contestou, em me-

ados de Março, as falhas apontadas,

enviando vários recados ao que con-

sidera ser excesso de zelo da ECFP,

pelo que espera ser ilibado. Mas

admite que os gastos foram, de fac-

to, “mais elevados que o previsto”,

justifi cando: “A adesão também foi

muito superior ao previsto” — vota-

ram 174.516 pessoas entre militantes

e simpatizantes do PS.

Luís Patrão defende, ainda citado

pelo Observador, que “a ECFP não

tem capacidade para olhar para a

conta das primárias e dizer que um

gasto foi demasiado elevado, até

porque não há comparativo. Nunca

tinha havido primárias em Portugal.”

E critica: “A troika foi-se embora e,

pelo que sei, não se mudou para a

Entidade das Contas”.

O secretário nacional do PS acres-

centou que, pelas observações feitas

no relatório, “até parece que a ECFP

não gostou do sucesso e da dimensão

que tiveram as primárias, quer fi nan-

ceiramente, quer de adesão”.

Page 4: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

4 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

FÁBIO AUGUSTO

Hoje os candidatos solteiros ao Porta 65 não podem ter mais de 30 anos

O PS manifestou-se ontem dis-

ponível para aceitar algumas das

propostas de alteração ao Progra-

ma Porta 65 — sistema de apoio

financeiro ao arrendamento por

jovens — avançadas pelo PSD,

CDS-PP, PCP e BE, mas não todas.

As quatro iniciativas, discutidas

hoje em plenário, vão ser votadas

na generalidade, com os votos fa-

voráveis do PS, que depois preten-

de, no âmbito da discussão em co-

missão, alterar algumas propostas.

“Estamos disponíveis para votar na

generalidade todos os projectos, ape-

sar de serem diferentes”, garantiu a

deputada socialista, e presidente do

Grupo de Trabalho da Habitação, He-

lena Roseta. “Há um ponto comum

a todos, o do alargamento da idade

de acesso para os 35 anos, que nos

parece sensato e razoável, e iremos

apoiá-lo”, referiu a deputada.

Helena Roseta assume, no entan-

to, difi culdades em relação a outros

aspectos. É o caso da proposta do

PSD sobre a dotação orçamental do

programa para 2018. “Tem de ser dis-

cutida na Assembleia da República,

mas no âmbito do OE de 2018, e não

numa lei autónoma”, defende Helena

Roseta, acrescentando que “seria es-

tranho o Parlamento estabelecer, em

lei autónoma, uma dotação fi xa”.

A segunda difi culdade referida pe-

la presidente do Grupo de Trabalho

da Habitação está relacionada com

a proposta do PCP: “Achamos que é

generosa e ambiciosa no sentido de

alargamento universal, mas prova-

velmente não o conseguiremos fazer

para já e, por isso, defendemos a

manutenção do concurso.”

Alargamento da idade de acesso ao

Programa Porta 65, o reforço da do-

tação orçamental e o prolongamento

do período de apoio são as principais

alterações que fazem parte das pro-

postas dos quatro partidos.

As alterações ocorrem numa altura

em que mais de metade dos candida-

tos fi cam fora do programa. Actual-

mente, podem candidatar-se jovens

com idade igual ou superior a 18 anos

e inferior a 30 anos (no caso de casais

de jovens, um dos elementos pode

ter até 32 anos) e sejam titulares de

um contrato de arrendamento cele-

brado no âmbito do NRAU (Lei n.º

6/2006, de 27 de Fevereiro).

A proposta do PSD alarga o acesso

a jovens até 35 anos, a que acresce-

rão mais dois anos no caso de casais,

e considera “imprescindível que o

próximo Orçamento do Estado con-

temple o reforço da dotação do pro-

grama para pelo menos 18 milhões de

euros”, o que representa mais 50%

face ao orçamentado em 2016.

O CDS fi ca-se pelos 35 anos, mas

vai um pouco mais longe noutros

aspectos, como o de “atribuir um

maior benefício fi nanceiro aos jovens

que tenham fi lhos a cargo, reforçan-

do-se ainda a majoração no caso dos

jovens ou dos elementos do agregado

jovem com uma defi ciência perma-

nente com um grau de incapacidade

igual ou superior a 60%”. Este par-

tido quer ainda alargar o prazo de

duração do programa, dos actuais

36 meses para os 60 meses.

A proposta do BE é idêntica à do

PSD em relação à idade e idêntico

ao do CDS em relação à duração do

apoio até cinco anos.

A proposta do PCP é a mais ambi-

ciosa, já que, além do alargamento

da idade, introduz critérios mais

vantajosos no cálculo do rendimen-

to mensal e propõe a “eliminação

do concurso”, assegurando que to-

dos os candidatos que cumpram os

critérios tenham acesso ao apoio.

E, além do alargamento até cinco

anos, quer “a atribuição de um valor

fi xo de subvenção ao longo de todo

o período de atribuição do apoio à

habitação e o aumento da majora-

ção da subvenção em 15% para os

agregados familiares com pessoas

com incapacidade superior a 60%

e para agregados com dependen-

tes, acrescido de 10% para agrega-

dos monoparentais”.

As candidaturas ao Porta 65 são fei-

tas em quatro fases, a próxima decor-

re de 17 de Abril a 18 de Maio. A do-

tação para 2017 é de 12,5 milhões de

euros, valor que tem vindo a descer.

Propostas do PSD, CDS, PCP e BE sobre programa de apoio ao arrendamento de casa por jovens vão ser aprovadas na Assembleia da República, na generalidade

RendasRosa Soares e Liliana Valente

O BE, que propôs a criação de um subsídio para proprietários pobres, criticou ontem o PS por

ter chumbado a medida, considerando que se perdeu uma oportunidade de compensar os senhorios com rendas congeladas.

A deputada do PS e presidente do Grupo de Trabalho da Habitação, Helena Roseta, avançou anteontem que o PS está a trabalhar “numa compensação fiscal na tributação das rendas congeladas”. Embora disponível para analisar novas propostas, o BE, pela voz de Jorge Costa, mostra-se pessimista. “A deputada Helena Roseta tem apresentado várias propostas, vamos ver é se tem o apoio do PS para elas.”

Helena Roseta explicou ao PÚBLICO que não votou a favor da proposta do BE, porque não teve “condições para isso por parte do Governo”, mas garantiu que não desiste “de procurar uma solução para os senhorios pobres”.

Boa parte das alterações à lei das rendas surge como resposta à falta de criação do subsídio de renda para inquilinos com dificuldade de suportar a actualização dos contratos anteriores a 1990. Os partidos de esquerda já acordaram o prolongamento do prazo de transição de cinco para dez anos para os inquilinos com mais de 65 anos ou com deficiência superior a 60% e que podem alegar carência económica. Para a generalidade dos inquilinos com rendimento anual inferior a 38.990 euros brutos anuais o prazo passa de cinco para oito anos. Rosa Soares

Apoio a senhorios não passou

POLÍTICA

PS disponível para alargar acesso ao Porta 65 até aos 35 anos

[email protected]@publico.pt

Page 5: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Page 6: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

6 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

POLÍTICA

Joaquim Jorge quer intervenção da direcção nacional do PSD

As estruturas concelhias da JSD e os

Trabalhadores Social Democratas

(TSD) de Matosinhos pedem a inter-

venção da distrital do PSD-Porto para

a escolha de um novo candidato à câ-

mara municipal, por considerarem

que o nome aprovado pela concelhia,

Joaquim Jorge, “não encaixa no perfi l

que o plenário da secção aprovou”.

“O plenário mandatou a comissão

política concelhia para escolher para

escolher um candidato que obedeça

ao perfi l e que seja militante do PSD”,

lê-se num abaixo-assinado enviado

ontem ao líder da distrital do Porto,

Bragança Fernandes.

O documento, subscrito pelo líder

da concelhia da JSD de Matosinhos,

pelo coordenador concelhio dos TSD

e por vários núcleos do partido, re-

fere que, “politicamente, [ Joaquim

Jorge] não é um candidato vencedor,

facto que o próprio já assumiu ao di-

zer que ‘as eleições serão disputadas

entre Luísa Salgueiro e Narciso Mi-

randa (...) e que Matosinhos merece

um candidato vencedor que acredite

que pode ganhar”.

O presidente da JSD de Matosi-

nhos, Jorge Barbosa, critica, em de-

clarações ao PÚBLICO, a postura de

Joaquim Jorge, o fundador da tertúlia

de debate político Clube dos Pensa-

dores, por, ao longo deste processo,

ter chamado “a vários militantes do

PSD de Matosinhos terroristas polí-

ticos e revanchistas”. “Quem disse

que o vice-presidente do PSD, Mar-

co António Costa, o presidente da

distrital, Bragança Fernandes, e o

presidente da assembleia distrital,

Virgílio Macedo, são o ‘absurdo da

censura’ não pode ser candidato do

PSD”, lê-se no abaixo-assinado, que

declara que “a possível candidatura

de Joaquim Jorge e o processo que

envolveu a sua escolha envergonham

todas as estruturas do partido, mas

principalmente o PSD”. “A tentativa

de aprovar o nome por votação no-

minal, que foi, e bem, recusada pelo

coordenador distrital autárquico, só

demonstra o desespero de algumas

pessoas na aprovação do nome”, lê-

JSD e TSD apelam à distrital para escolher um outro candidato a Matosinhos

se no abaixo-assinado.

Os signatários alertam ainda que

a acta da reunião em que o nome de

Joaquim Jorge foi aprovado não é

válida, “já que, além de omissa [em

relação] a quase tudo o que se passou

na reunião, não foi lida nem aprova-

da pela comissão política”.

O líder concelhio da Jota, Jorge Bar-

bosa, declara que o “PSD está todo

unido contra o nome do candidato

a Matosinhos” e acredita que a dis-

trital “será sensível” aos argumentos

daqueles que não aceitam que o can-

didato do partido seja Joaquim Jorge.

“Esperamos que a distrital não rati-

fi que o nome e devolva o processo à

concelhia, para que possa ser esco-

lhido um outro candidato”, defende.

Ouvido pelo PÚBLICO, Joaquim

Jorge considerou que a polémica à

volta do seu nome tem a ver “com

problemas entre a concelhia e a dis-

trital” e garante que nunca fez “pres-

são” para que o seu nome fosse vota-

do para candidato à Câmara de Mato-

sinhos. Declara que nada tem contra

o presidente da distrital, Bragança

Fernandes, e sublinha que “não pre-

cisa da política para nada”. E deixa

um recado: “Gostava que a direcção

nacional do PSD se pronunciasse so-

bre o processo, porque o que está

em causa é a imagem do partido.”

Quanto ao abaixo-assinado, Bra-

gança Fernandes disse ao PÚBLICO

que a distrital vai avaliar o processo

relativo a Matosinhos que, se não es-

tiver em conformidade com os esta-

tutos, “será devolvido à concelhia”.

Autárquicas 2017Margarida Gomes

Joaquim Jorge diz que não pediu para ser candidato e que não precisa da política para nada

[email protected]

[email protected]

Os relatórios que concluíram não ha-

ver incompatibilidades por parte de

sete deputados (três do PS e quatro

do PSD) foram ontem aprovados por

maioria na Subcomissão parlamen-

tar de Ética, embora com votações

diferenciadas relacionadas com situ-

ações diversas. Só o relatório sobre

Rui Jorge Cruz (PS) foi aprovado por

unanimidade, já que o parlamentar

deixou de ter a participação na em-

presa que prestava serviços ao Esta-

do desde que assumiu o mandato.

O BE e o PCP votaram contra nos

casos de deputados que prestam

serviços jurídicos e de revisor ofi -

cial de contas para autarquias, co-

mo Luís Montenegro, Paulo Rios de

Oliveira e Virgílio Macedo (os três do

PSD) e do socialista Ricardo Bexiga.

Os relatórios concluíram que estes

serviços não se enquadram na “ac-

tividade de comércio e indústria”,

que é expressamente referida pelo

Estatuto de Deputados, e tiveram

a concordância do PS, PSD e CDS.

BE e PCP também se opuseram

aos relatórios sobre deputados que

já corrigiram os problemas e pro-

punham que não se sancionassem

incompatibilidades do passado. Em

causa estavam Renato Sampaio e Lu-

ís Moreira Testa (ambos do PS), cujas

mulheres reduziram entretanto as

participações nas empresas que

contratam com o Estado para per-

centagens abaixo do máximo legal.

Segundo o socialista Pedro Delgado

Alves (relator), Renato Sampaio cor-

rigiu essa situação em 2011 e Luís

Moreira testa fê-lo agora, depois de

o caso ter sido noticiado pelo Jornal

Económico há duas semanas. Nestes

dois casos, só o PS votou a favor, o

PSD e o CDS abstiveram-se por te-

rem dúvidas quanto à aplicação de

sanção. O BE e o PCP defenderam

que aqueles parlamentares deviam

ter devolvido as remunerações en-

volvidas nos contratos em causa,

conforme a interpretação que fazem

do Estatuto de Deputados.

Sete deputados não terão sanção

BE e PCP votaram contra relatórios sobre impedimentos, PSD e CDS abstiveram-se

Líder do PSD diz não temer uma disputa com Rui Rio no partido

Pedro Passos Coelho assegurou on-

tem à noite que não se demitirá de

líder do PSD em função de um mau

resultado eleitoral em Outubro. “Eu

nunca me demitiria de presidente do

PSD por causa de um resultado au-

tárquico. Não estou com isto a dizer

que não possa ter responsabilidades

num bom ou mau resultado e que

não saiba assumi-las”, afi rmou em

entrevista à SIC.

Questionado sobre se se demite ou

se se recandidata a líder do PSD se

falhar o objectivo de ganhar as au-

tárquicas, Passos Coelho começou

por dizer que se recusa a lançar a

“instabilidade” para dentro do parti-

do, o que também não fez enquanto

primeiro-ministro. E sublinhou o sig-

nifi cado local das eleições. “Ninguém

esperará com certeza, como outras

personalidades políticas, que eu in-

voque o resultado das autárquicas

para abandonar o PSD”, afi rmou, nu-

ma alusão a António Guterres que,

em 2001, se demitiu de primeiro-mi-

nistro e do partido após um desaire

eleitoral autárquico.

O líder do PSD desdramatizou as

autárquicas em geral e as de Lisboa

em particular, onde a candidata é a

vice-presidente Teresa Leal Coelho.

“Ela vai ter uma boa campanha e vai

ter um bom resultado. Se não ganhar

em Lisboa e noutros concelhos, isso

Passos não se demite por mau resultado nas autárquicas

não será uma tragédia para o PSD,

mas o nosso objectivo é ganhar”,

afi rmou.

Sobre a hipótese de o ex-presiden-

te da Câmara do Porto Rui Rio vir a

ser seu adversário no próximo con-

gresso do partido Passos Coelho ga-

rantiu não ter “receio” desse cenário

e referiu estar “muito tranquilo com

a liderança” que tem no PSD.

A mensagem de normalidade tam-

bém foi deixada acerca do Presiden-

te da República. Não, Passos Coelho

“não acha estranho” que Marcelo

Rebelo de Sousa elogie medidas do

Governo. Lembrando que o Presi-

dente foi eleito com os votos do PSD,

defendeu que Marcelo não está em

Belém para desenvolver a estratégia

“de qualquer partido”, antes tendo

como tarefa dar “cooperação activa

aos órgãos de soberania” e ao Gover-

no”. Mas deixou uma crítica: “Teria

gostado de ver defender, como Pre-

sidente da República, a importância

da instituição Conselho de Finanças

Públicas, que é independente e com-

posta por pessoas com craveira in-

ternacional.” Na sua “observação”

à actuação de Marcelo, Passos Coe-

lho disse que “podia ter defendido a

independência e credibilidade” do

CFP dos ataques da esquerda e do

“próprio primeiro-ministro”.

Passos reiterou as críticas à venda

do Novo Banco e recusou qualquer

ligação do PSD ao ex-secretário de

Estado Sérgio Monteiro (contratado

para vender o Novo Banco) e com

Paulo Macedo, ministro no anterior

Governo e actual presidente da Caixa

Geral de Depósitos. Mas, ainda sobre

a banca, o antigo primeiro-ministro

reiterou a convicção de que o mon-

tante de recapitalização da CGD é

“excessivo”.

MANUEL ROBERTO

EntrevistaSofia Rodrigues

Líder do PSD deixou, na entrevista que deu ontem à noite à SIC, uma “observação” à actuação do Presidente da República

ImpedimentosSofia Rodrigues

Page 7: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 7

POLÍTICA

Mariana Mortágua diz que Carlos Costa “falhou gravemente”

PS, BE e CDS estão de acordo que

algumas regras sobre a supervisão

bancária têm de ser apertadas e, por

isso, os socialistas até vão votar a

favor de algumas propostas que vão

ser hoje debatidas no Parlamento.

Contudo, o partido quer “consensu-

alizar” as propostas com as regras

europeias e, assim, o debate de al-

guns projectos sobre a supervisão

bancária ou sobre a relação dos ban-

cos com os clientes passar para a

comissão da especialidade.

Há no entanto duas certezas: o

PS votará contra o pedido de exo-

neração do governador do Banco

de Portugal, Carlos Costa, pedido

pelo BE, e a favor da proposta do

CDS que obriga à realização de con-

curso para a contratação de direc-

tores de departamento do Banco

de Portugal.

A deputada do BE Mariana Mortá-

gua defende que há vários motivos

para destituir o governador do car-

go, uma que vez que ele “falhou gra-

vemente em vários aspectos”. Exo-

nerá-lo “não é um ataque ao Banco

de Portugal, é defender o Banco de

Portugal”, porque Carlos Costa “não

cumpre os requisitos para se manter

à frente da instituição”, disse.

Há deputados do PS que têm de-

fendido posições semelhantes, mas

vão votar a favor de se manter o go-

vernador. Defendem que uma coisa

é a oposição ao trabalho de Carlos

Costa e outra demiti-lo, numa altura

em que o país se debate com vários

problemas no sector fi nanceiro.

O BE e o CDS forçam a que o PS

tome uma posição sobre a regula-

ção dos bancos, e este até votará a

favor de alguns projectos. Ao que o

PÚBLICO apurou, os socialistas vão

votar favoravelmente o projecto do

CDS que obriga a que haja sempre

concurso para as vagas de direcção

do BdP, até porque, no debate no

Parlamento de há umas semanas, o

minsitro das Finanças, Mário Cen-

teno, tinha admitido possibilidade

de consenso sobre o tema com os

Partidos concordam em apertar regras para controlar os bancos

centristas. O CDS quer que o regula-

dor funcione de “forma mais trans-

parente”. “Não faz sentido termos

uma supervisão fechada em que os

recrutamentos são feitos dentro de

casa”, disse Cecília Meireles aos jor-

nalistas, referindo-se à contratação

de Luís Costa Ferreira, o director do

departamento de supervisão ma-

croprudencial, que durante anos

foi quadro do Banco de Portugal

(BdP), mas saiu para uma auditora.

Quanto aos restantes projectos,

em alguns o PS optará pela absten-

ção, para que possam ser aprova-

dos e discutidos na comissão de

orçamento e Finanças e esperar

pela transposição da directiva eu-

ropeia que delimita a actuação

dos bancos na sua relação com

os clientes. A directiva tem de ser

transposta até Junho, contudo o Go-

verno ainda não enviou para o Par-

lamento o projecto de transposição.

Certo é que os socialistas concor-

dam, por exemplo, que haja uma

separação na venda dos produtos fi -

nanceiros de risco, mas têm dúvidas

se, tal como propõe o BE, é legal im-

pedir a venda de produtos de risco a

investidores não qualifi cados.

No rol de projectos a debater es-

tá ainda uma proposta do CDS para

reforçar os poderes do Conselho Na-

cional de Supervisores Financeiros,

órgão que reúne os três reguladores,

e ainda um reforço dos poderes da

Comissão de Mercado de Valores

Mobiliários quanto à “verifi cação

de eventuais confl itos de interesses

entre o exercício de auditoria a enti-

dades de interesse público e a pres-

tação de serviços de consultadoria a

tais entidades ou a terceiros”.

SupervisãoLiliana Valente

PS chumba proposta de exoneração do governador do Banco de Portugal, apresentada pelo Bloco de Esquerda

[email protected]

Se havia assunto sobre o qual era

possível identifi car um “centrão”

político, em Portugal, esse seria o

consenso dos maiores partidos so-

bre a Europa. Duas mulheres, uma

do PS, outra do PSD, mostram que

isso não é bem assim. Maria João

Rodrigues e Maria Luís Albuquer-

que divergem, muito, sem recorrer

aos estafados artifícios que agora

são comuns no debate político cor-

rente. O tom é cordial e calmo. De

vez em quando, uma diz que con-

corda com a outra (para logo dis-

cordar, mas isso é um artifício mais

educado que as pateadas).

Há, desde logo, uma clivagem

profunda. Maria João é optimista.

Acredita que a Europa precisa de

“dar o salto”. Maria Luís é pessimis-

ta. Está convicta de que é preciso

“fazer com que as expectativas se

adequem à realidade”.

O tema era esse mesmo: Portugal

e a Europa, e o debate de ontem

inseriu-se no ciclo Olhares cruza-

dos sobre Portugal, organizado pelo

PÚBLICO e pela Católica Porto Bu-

siness School. Duas ex-ministras,

sentadas no palco do auditório

da EDP, em Lisboa, com a mode-

ração de António Lobo Xavier,

enquanto na plateia outros ex-mi-

nistros, como Jorge Braga de Ma-

cedo e Eduardo Catroga, ouviam

e comentavam.

Das duas, Maria Luís Albuquer-

que foi a que mais animada se mos-

trou a comentar a situação inter-

na: “Há muito de ilusório na forma

como as coisas estão a correr.

A nossa situação continua a ser

de grande fragilidade (...) O país

está muito mais que relaxado,

está anestesiado.”

A ex-ministra das Finanças che-

gou a recordar os tempos em que

Portugal era apontado como exem-

plo em Bruxelas. “Um país do sul

que consegue ultrapassar a crise

é um trunfo contra o preconceito.

Quase que andavam connosco ao

colo...” Braga de Macedo voltaria

O país “anestesiado” e a Europa que não dá “o salto”

ao tema, da plateia, revelando al-

guma nostalgia: “Nós sermos bons

alunos é uma coisa de que tenho

saudades...”

Mas não é aqui que o pessimismo

se revela. Enquanto Maria João Ro-

drigues lançou o debate com uma

proposta de reforma da Europa —

da criação de um sistema comum

de defesa à alteração das regras em

matéria económica e monetária — a

sua parceira optou por uma abor-

dagem diferente. “As expectativas

deixaram de ter adesão à realida-

de”, começou por dizer. A Europa

“não se preparou” e, agora, olha

para o Mundo pelos olhos de uma

“população envelhecida, avessa

ao risco, que não inova e torna-se

menos competitiva”, garante a de-

putada do PSD.

Foi então que surgiu a ideia — que

Lobo Xavier anotou — de “fazer

com que as expectativas se ade-

quem à realidade das mudanças”.

Para exemplifi car o que queria di-

zer, Albuquerque deu um exemplo:

“Não se consegue discutir a sério a

reforma da Segurança Social.”

Lobo Xavier voltou à carga adian-

te. “Como é possível conquistar vo-

tos com o projecto político de ade-

quar as expectativas das pessoas?”

A ex-ministra das Finanças diz que

tem de ser assim, e sublinhou que

foi com esse discurso que a sua co-

ligação (PSD e CDS) ganhou as úl-

timas legislativas.

Maria João Rodrigues prefe-

re outra gestão de expectativas.

Se a questão é a dos limites do que

é possível, em vez de baixar expec-

tativas prefere “aumentar os limi-

tes do possível”. E também tinha

exemplos para dar: por exemplo,

a forma como já mudaram as

regras de avaliação das célebres

“reformas estruturais”, que já

incluem outros parâmetros, co-

mo a educação, além da inevitável

legislação laboral.

Para Maria Luís Albuquerque o

maior risco para Portugal não é vir

ter um novo resgate, “é precisar e

não ter”. Para Maria João Rodrigues

o risco principal é o tempo de “na-

vegação à vista” no contexto da Eu-

ropa que se avizinha com as elei-

ções em França e na Alemanha. E

esta foi, afi nal, a grande diferença.

Maria Luís Albuquerque acredita

que Portugal “pode resolver os seus

problemas”. Maria João Rodrigues

acredita que a Europa tem um pa-

pel fundamental nessa resolução.

Olhares CruzadosPaulo Pena

Debate juntou duas ex-ministras. Maria Luís Albuquerque disse que pior do que um novo resgate “é precisar e não o ter”

[email protected] FERREIRA SANTOS

Ex-ministras do PSD e do PS divergiram mas sempre num tom cordial

Uma considera necessário descer as expectativas ao nível da realidade possível; a outra não se conforma e diz que prefere elevar os limites do possível

Page 8: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

8 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

POLÍTICA

Autárquicas 2017

Justiça

Caso da água Comunicação Social Parlamento IRS

Ricardo Robles quer fazer de Lisboa uma cidade partilhada

Arquivado inquérito a desacatos na Festa do Avante! de 2015

Ex-autarca de Barcelos acusado de prevaricação

PSD disponível para aprofundar diálogo como PS sobre a ERC

Verdes dão primeiro passo para manuais escolares digitais

Pais separados vão passar a poder dividir despesas com filhos

O candidato do Bloco de Esquerda à Câmara de Lisboa, Ricardo Robles, coloca hoje o seu primeiro outdoor de campanha com o slogan “Cidade partilhada”. Uma das ideias que o bloquista implementaria, se fosse eleito, era a de transportes públicos gratuitos para jovens e desempregados.

O inquérito a desacatos na Festa do Avante! de 2015 foi arquivado, a 22 de Março, por não ter sido possível identificar os autores dos actos passíveis de integrar os crimes de ofensa à integridade física. A decisão foi publicada ontem no site da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.

O Ministério Público acusou o ex-presidente da Câmara de Barcelos, Fernando Reis, de um crime de prevaricação de titular de cargo político. Acusa-o de ter feito uma concessão da água e saneamento que visou “favorecer patrimonialmente” a concessionária, à custa do interesse público.

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, manifestou disponibilidade para “aprofundar o diálogo” com o PS a propósito da eleição pendente para a Entidade Reguladora da Comunicação Social. O social-democrata afirmou que a responsabilidade pelo atraso de quatro meses é de ambos.

O Partido Ecologista Os Verdes apresenta hoje um projecto para inscrever na lei o princípio do recurso a manuais escolares digitais, para reduzir a destruição de recursos naturais, os gastos das famílias e o peso das mochilas. Estes são princípios que norteiam a iniciativa que o PEV vai defender no Parlamento.

A ideia de que os progenitores, independentemente do vínculo que mantiveram ou mantêm, poderão deduzir no IRS as despesas com os filhos na mesma proporção em que as pagam suscitou ontem consenso nas bancadas parlamentares. A proposta deverá ser votada e aprovada hoje.

Xanana Gusmão, ministro do

Planeamento e Investimento

Estratégico da República

Democrática de Timor-Leste,

reuniu-se ontem com Ferro

Rodrigues, na Assembleia da

República, e com Marcelo

Rebelo de Sousa, no Palácio

de Belém. A sua agenda para

hoje incluía uma reunião com

a secretária executiva da CPLP,

Maria do Carmo Silveira, mas

Xanana cancelou o encontro,

alegando o “surgimento

de compromissos pessoais

inadiáveis”

RUI G

AUD

ÊNC

IO

Breves

“O problema não são as autárquicas, é a condução política do PSD”, Pacheco Pereira, na Sábado

Timor-Leste Xanana visita Marcelo e Ferro e falha CPLP

Page 9: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 9

SOCIEDADE

ADRIANO MIRANDA

Sindicato lamenta que se recorra a este regime de substituições

Há um conjunto de algumas deze-

nas de ofi ciais de justiça que estão há

quatro meses sem receber uma par-

te do salário que lhes é devido. São

funcionários dos tribunais que estão

desde Outubro a exercer lugares de

chefi a de secções, como escrivães de

direito ou técnicos de justiça prin-

cipais, em regime de substituição,

apesar de pertencerem à categoria

imediatamente inferior. A diferença

entre o salário que corresponde à sua

categoria e o que resulta do lugar que

estão efectivamente a exercer, que

pode atingir quase 500 euros, não

está a ser paga, desde que é devida,

ou seja, desde Dezembro.

A denúncia é feita pelo presidente

do Sindicato dos Ofi ciais de Justiça,

Carlos Almeida, que estima que haja

pelo menos cerca de 50 funcionários

nestas condições. O presidente do

Sindicato dos Funcionários Judiciais

(SFJ), Fernando Jorge, também co-

nhece a situação, mas acredita que

os afectados possam ultrapassar a

meia centena.

Questionado pelo PÚBLICO, o Mi-

nistério da Justiça reconhece o pro-

blema e diz estar a tratar da neces-

sária cabimentação orçamental. “A

substituição que se prolongar por um

período superior a 30 dias confere

ao substituto o direito a ser remune-

rado pelas funções que exerce”, faz

saber, numa resposta escrita. “Por

implicar um acréscimo da despesa,

e por só ter efeitos remuneratórios

após 30 dias, tal autorização apenas

pode ser desencadeada decorrido

tal prazo e desde que obtido o cabi-

mento e o compromisso do encargo

orçamental, procedimentos que es-

tão em curso.”

No fi nal do ano passado foi rea-

lizado um movimento extraordiná-

rio que permitiu a promoção de 299

funcionários às categorias de escri-

vães de direito ou técnicos de justiça

principais (a terceira numa escala de

quatro), que estavam em regime de

substituição. E isso deveria ter resol-

vido uma situação anormal que já se

prolongava havia anos.

A promoção só foi possível por-

que não representou qualquer en-

cargo adicional para o Estado. Isto

porque na sequência de um proces-

so instaurado pelo SFJ em 2012, um

tribunal arbitral condenou o Estado

português a pagar, desde 1 de Janeiro

de 2011, a estes ofi ciais de justiça o

salário correspondente às funções

que efectivamente estavam a desem-

penhar e não o vencimento previsto

para a categoria que detinham.

No entanto, essencialmente duas

razões fi zeram com que mesmo de-

pois das promoções fosse necessário

colocar cerca de 50 ofi ciais de justiça

em regime de substituição, explica

Carlos Almeida. “Por um lado, houve

várias pessoas promovidas a quem,

após o concurso, foi autorizada a

continuação da comissão de servi-

ço e, portanto, voltaram a sair.” Por

outro, os lugares correspondentes

às 299 promoções não foram exacta-

mente os mesmo que estavam a ser

ocupados em regime de substituição.

“Os conselhos de gestão das comar-

cas deviam ter sido ouvidos, mas não

foram. Houve desarticulação entre o

director-geral e aqueles órgãos.”

A possibilidade de recorrer a fun-

cionários de categoria imediatamen-

te inferior para exercer funções de

chefi a, em regime de substituição,

está prevista no Estatuto dos Fun-

cionários de Justiça. A proposta para

esta nomeação compete ao superior

hierárquico do funcionário e depen-

de de autorização do director-geral

da Administração da Justiça.

O presidente do SFJ lamenta, con-

tudo, que se continue a recorrer a

esta fi gura, apesar do próprio minis-

tério reconhecer que o seu uso é dis-

cricionário e injusto. Numa nota do

gabinete da secretária de Estado ad-

junta e da Justiça, de Maio passado,

defende-se a necessidade de avançar

com as promoções para “legitimar

o exercício de funções de chefi a de

uma forma justa e respeitando os cri-

térios estatutariamente fi xados, sob

pena de se manter a discricionarieda-

de existente e permitir-se o exercício

por quem não reúne os requisitos pa-

ra o efeito”. Mas as promoções não

estão nos planos do ministério, pelo

menos até 2018.

Ministério reconhece problema e diz estar a tratar da cabimentação orçamental. Em causa estão chefi as intermédias colocadas em regime de substituição

JustiçaMariana Oliveira

O Ministério da Justiça conseguiu que o Orçamento do Estado para este ano autorizasse

a promoção de outros 400 oficiais de justiça que estão há anos na base da carreira.

Foi, por isso, com surpresa e indignação que os sindicatos tiveram conhecimento, através de um despacho do director-geral da Administração da Justiça, Luís Borges Freitas, divulgado no início da semana passada, que as promoções não estavam previstas no movimento anual dos oficiais de Justiça, que ocorre em Junho, porque ainda não estavam “reunidas as condições orçamentais necessárias para a concretização das promoções”.

Contudo, em alguns dias, a situação foi ultrapassada. “O despacho do director-geral da Administração da Justiça foi emitido por precaução, numa altura em que as condições orçamentais ainda não estavam reunidas, situação que, já esta semana [na semana passada], foi possível desbloquear junto do Ministério da Finanças”, explica o ministério em resposta ao PÚBLICO.

As vagas em causa são para os cargos intermédios de escrivães adjuntos e técnicos de justiça adjuntos, funções que alguns já estão a desempenhar há mais de uma década.

Contudo, como a lei não prevê a possibilidade de serem remunerados pelas funções efectivas (o que acontece só para os cargos de chefia), continuam a receber pela categoria-base. M.O.

Promoções desbloqueadas

[email protected]

Há ofi ciais de justiça sem receber parte do salário há quatro meses

Page 10: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

10 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

SOCIEDADE

Médicos de família poderão ter restrições à prescrição de ansiolíticos

NELSON GARRIDO

OMS estima que 4,4% da população mundial sofra de depressão

É preciso restringir a prescrição de

benzodiazepinas (ansiolíticos, seda-

tivos e hipnóticos) por parte dos mé-

dicos de família. Numa altura em que

Portugal se mantém como o país da

Europa com maior consumo destes

medicamentos, o director do progra-

ma Nacional para a Saúde Mental da

Direcção-Geral de Saúde (DGS), Ál-

varo Carvalho, mostra-se preocupa-

do com o abuso destas substâncias

que, além de criarem dependência,

podem levar a défi ces cognitivos, no-

meadamente entre os idosos, sendo,

além disso, responsáveis por muitos

acidentes, como os de viação.

“É um problema de saúde públi-

ca. São drogas de abuso cujo consu-

mo se reduziu em todos os países,

à medida que os antidepressivos

foram aumentando, e só cá é que

não”, descreve. E porque em Por-

tugal “três quartos das benzodiaze-

pinas são prescritos pelos cuidados

de saúde primários”, o responsável

da DGS defende, além da criação de

restrições à prescrição destes psico-

fármacos por parte dos médicos de

família, a integração de psicólogos

com formação em psicoterapia nos

centros de saúde.

Álvaro Carvalho integra um grupo

de trabalho nomeado pelo Governo

— coordenado pelo psiquiatra Daniel

Sampaio — que em Maio vai apre-

sentar ao Ministério da Saúde estas

e outras propostas de intervenção

na área dos cuidados de saúde men-

tal. Só com estas medidas, diz, será

possível garantir que a abordagem

clínica privilegie a psicoterapia mais

do que a prescrição farmacológica,

sendo que, aqui, “as recomenda-

ções, mesmo para as perturbações

de ansiedade, devem ser, em primei-

ra linha, os antidepressivos que não

apresentam os mesmos riscos de de-

pendência e de ideação suicida”.

“A primeira abordagem para as

perturbações mentais comuns de-

ve ser a psicoterapia e isso aponta

para a importância de haver psicó-

logos com formação em psicoterapia

nos cuidados de saúde primários,

em articulação com as equipas co-

munitárias de saúde mental”, insis-

te. O psiquiatra lembra que “só 37,4

em cada cem pessoas com perturba-

ções mentais recorrem aos cuidados

médicos durante o primeiro ano de

aparecimento dos sintomas”. E que

o médico de família é o profi ssional

a que recorrem em primeiro lugar

31,7% das pessoas.

“Idosos sobredrogados”“O problema é que a pressão sobre os

cuidados primários para despachar

doentes não deixa aos médicos tem-

po sufi ciente para conversar com a

pessoa durante dez ou quinze minu-

tos para perceber a origem da insónia

ou da ansiedade.” A solução, nestes

casos, é recorrer à via medicamento-

sa. E a consequência? “Uma sangria

de dinheiro em relação a qualquer

um dos grupos, mas sobretudo nas

benzodiazepinas, e a existência, por

exemplo nos lares de idosos, de pes-

soas sobredrogadas e que depois ca-

em e fazem fracturas.”

Os ansiolíticos, sedativos e hipnóti-

cos (que constituem o grupo das ben-

zodiazepinas, na designação cientí-

fi ca) são comparticipados em 37%

pelo Estado, segundo a Autoridade

Nacional do Medicamento e Produ-

tos de Saúde. Em 2016, venderam-se

10,6 milhões de embalagens, numa

ligeira descida em relação aos três

anos anteriores, mas ainda acima das

10,4 milhões de embalagens vendi-

das em 2012.

Calcula-se que, se o Estado deixas-

se de comparticipar a compra des-

tes medicamentos, como sugeria em

2015 a organização não-governamen-

tal Aliança Europeia Contra a Depres-

são, a poupança anual rondaria os 20

milhões de euros. Então, a sugestão

era a de que a comparticipação se

mantivesse apenas nos casos em que

fosse feita por psiquiatras.

Ontem, antecipando o Dia Mundial

da Saúde que hoje se assinala e que

este ano é dedicado à depressão, sob

o mote “Vamos Falar”, o ministro da

Saúde, Adalberto Campos, anunciou

a contratação de 31 psicólogos para o

Serviço Nacional de Saúde, ao qual se

poderão somar mais 55 até ao fi nal

de 2017. O ministro falava numa con-

ferência, no Parlamento, em que o

bastonário da Ordem dos Psicólogos,

Francisco Rodrigues, calculou falta-

rem cerca de 500 psicólogos para dar

resposta e encaminhamento aos ca-

sos que chegam aos serviços.

“É preciso alterar este paradigma

assente quase exclusivamente numa

resposta baseada em psicofárma-

cos”, sublinhou. A contratação des-

tes 55 psicólogos, será um “primei-

ro passo”. E isto, “mais do que uma

despesa, representa uma poupança

noutras rubricas do Orçamento”.

A Organização Mundial de Saúde

aponta a depressão como o maior

contribuinte da incapacidade para

o trabalho: em 2015 foi responsável

por 7,5% de todos os anos vividos

com incapacidade. Aquele organis-

mo estima que mais de 300 milhões

de pessoas sofram de depressão —

o equivalente a 4,4% da população

mundial.

Em Portugal, 25,4% da população

com 15 ou mais anos tinha, em 2014,

sintomas de depressão, segundo da-

dos ofi ciais.

Abuso de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos é “problema de saúde pública”, aponta o coordenador para a Saúde Mental. Hoje, o Dia Mundial da Saúde é dedicado à depressão

DepressãoNatália Faria

[email protected]

SOS Voz Amiga lança número verde

São maioritariamente de mulheres que têm a solidão e a depressão como pano de fundo, tentadas muitas

vezes pela ideação suicida, as vozes que recorrem à linha de apoio SOS Voz Amiga. Em 2016, este serviço recebeu 3701 chamadas, mais 1% do que em 2015 (3433). “Do outro lado estão pessoas que sofrem com a solidão, que conduz depois à depressão e à angústia, muitas vezes causada também por luto ou problemas económicos ou familiares”, descrevem os responsáveis da linha que, a partir de hoje, conta com um novo número a somar aos já existentes: o 800 209 899 vai funcionar entre as 21h00 e as 24h00, todos os dias durante um ano. A funcionar há 38 anos,

a linha SOS Voz Amiga funciona normalmente entre as 16h00 e as 24h00, pelos números 213 544 545 ou 912 802 669, que continuarão a estar disponíveis, somando-se ao novo número verde. É a linha com um mais largo período de funcionamento diário, que poderia ser alargado “se houvesse mais voluntários ou apoios que fossem além das contribuições dos sócios”. Mas não é a única. O Conversa Amiga funciona das 15h00 às 22h00, pelos números 808 237 327 ou 210 027 159; o SOS Estudante, das 20h00 à 1h00, pelo 239 484 020; o Voades — Vozes Amigas de Esperança, das 20h00 às 23h00 (222 080 707), e, finalmente, o Voz de Apoio está disponível entre as 21h00 e as 24h00, pelo 225 506 070.

Page 11: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 11

SOCIEDADE

Falta de condições de trabalho, ex-

cesso de horas extraordinárias e

problemas com a carreira de emer-

gência pré-hospitalar — estas são as

principais razões invocadas pela

Federação Nacional dos Sindica-

tos dos Trabalhadores em Funções

Públicas e Sociais (FNSTFPS) para

a greve de trabalhadores do Institu-

to Nacional de Emergência Médica

(INEM), marcada para hoje. Há uma

manifestação em frente ao Ministé-

rio da Saúde.

Luís Pesca, da FNSTFPS, explicou

ao PÚBLICO que os serviços míni-

mos estão assegurados durante as

24 horas de protesto, “ainda que se-

ja natural que se sinta mais demora

no atendimento” feito pelos Centros

de Orientação de Doentes Urgentes

(CODU) e no consequente acciona-

mento dos meios de emergência.

O INEM faz saber que as escalas

para o dia da greve estão preenchi-

das, só sendo possível conhecer o

impacto depois. “No CODU, os ser-

viços mínimos, em cada turno, se-

rão garantidos com 80% do núme-

ro de trabalhadores escalados para

esse turno”, informou o instituto.

Luís Pesca enumera vários moti-

vos para o descontentamento. Co-

mo a falta de recursos humanos,

que impede que os trabalhadores

consigam cumprir as 35 horas se-

manais, comprometendo também

os tempos de resposta. Descreve

ainda um cenário de falta de con-

Hoje é dia de greve no INEM e isso pode levar a “mais demora no atendimento”

dições para higienizar as ambulân-

cias depois de feito o transporte

dos doentes, bem como fardamen-

to degradado e desactualizado.

Recentemente, também o Sindica-

to Independente dos Médicos (SIM)

alertou para vários problemas, no-

meadamente com as escalas dos he-

licópteros de Lisboa, Évora e Loulé,

que fi cam com vários horários por

preencher. Armindo Ribeiro, do SIM,

diz que, a nível nacional, dos 25 mé-

dicos com que os helicópteros de-

veriam contar apenas existem seis.

Em resposta ao PÚBLICO, o INEM

diz que os horários são dinâmicos e

que vão sendo preenchidos depois

da versão fi nal, já que os médicos

trabalham em regime de prestação

de serviços. De resto, 20 novos mé-

dicos estiveram em formação e até

Maio estarão a trabalhar.

Luís Pesca menciona ainda o pro-

blema das remunerações: “Criou-se

uma carreira e nenhum dos trabalha-

dores lá está, a não ser os dirigentes,

pelo que ninguém viu a remunera-

ção actualizada.”

O aumento do tempo de respos-

ta dos CODU levou o Ministério da

Saúde a tomar medidas para alterar

o sistema de funcionamento, crian-

do um grupo de trabalho com repre-

sentantes das ordens dos Médicos e

Enfermeiros, entre outros. Missão:

identifi car problemas e apresentar

soluções até 31 de Março. O grupo

apresentou o relatório dentro do

prazo previsto, estando agora o mi-

nistério a avaliar as conclusões.

Emergência médicaRomana Borja-Santos

Problemas nas carreiras e excesso de trabalho extraordinário motivam o protesto dos trabalhadores, que dura 24 horas

[email protected]

Em dez anos, Portugal viu abrir mais

20 hospitais privados em todo o pa-

ís. As unidades privadas têm agora

11.196 camas, quando em 2005 ti-

nham apenas 8899. Entre 2014 e 2015

este valor aumentou 8,5%.

Também o número de atendimen-

tos nos serviços de urgência nos hos-

pitais privados foi reforçado, com um

crescimento de 14,5%, entre 2014 e

2015. Há igualmente mais consultas e

mais tratamentos, como fi sioterapia

ou radioterapia nestas unidades de

saúde. Os dados são do Instituto Na-

cional de Estatística (INE) e foram pu-

blicados a propósito do Dia Mundial

da Saúde, que hoje se assinala.

“Em 2015, existiam 225 hospitais

em Portugal, sendo que 114 perten-

ciam aos serviços ofi ciais de saúde

(110 hospitais públicos e quatro hos-

pitais em parceria público-privada,

o equivalente a 50,7% do total) e 111

eram hospitais privados (49,3%)”,

sintetiza o INE, que destaca que só

em número de camas os privados

tiveram um aumento de 880 vagas

entre 2014 e 2015, último ano com

dados disponíveis. No total, o país

soma 35.223 camas, sendo 68,2% do

sector público — que, mesmo assim,

perdeu 4500 desde 2005.

Apesar da capacidade instalada

nos privados, a verdade é que três

em cada quatro cirurgias ainda são

feitas pelos hospitais do Serviço Na-

cional de Saúde (SNS), que em 2015

realizaram mais de 660 mil opera-

Há mais hospitais privados mas três em quatro cirurgias ainda são feitas no SNS

ções, sobretudo as mais complexas.

No que diz respeito a consultas

médicas, o crescimento acompanha

tanto o SNS como o sector privado,

com este último a assistir a um cres-

cimento de 500 mil consultas (mais

9,5%) em apenas um ano.

O peso da fi sioterapiaOs dados do INE mostram que o

único indicador em que os priva-

dos vão em sentido contrário é nos

chamados actos complementares

de diagnóstico e terapêutica, que

correspondem, por exemplo, a

análises, exames de imagiologia,

endoscopias ou biopsias. Em 2015,

todos os hospitais fi zeram cerca de

140 milhões de actos deste género.

O SNS é responsável por 92% destas

análises e exames, o que representa

um aumento em relação a 2014. Já

os privados realizaram menos actos

complementares de diagnóstico e

terapêutica: 12,8 milhões, em 2014;

11,8 milhões, em 2015, o que repre-

senta uma quebra de 7,4%.

Parte desta alteração pode ser ex-

Saúde Romana Borja-Santos

Quase metade dos hospitais que existem no país são privados. Unidades do SNS perderam camas — 4500 desde 2005

MARIA JOÃO GALA

Foram feitas em 2015 mais de 660 mil operações no SNS

plicada pelas políticas seguidas pelo

Ministério da Saúde com o objectivo

de reduzir as convenções com os pri-

vados e rentabilizar a capacidade de

resposta das unidades do SNS. Ape-

sar disso, os privados reforçaram o

seu papel nos chamados actos com-

plementares de terapêutica, com um

crescimento de 11,9%, em áreas co-

mo a fi sioterapia, a radioterapia ou

tratamentos na área da imuno-hemo-

terapia. “A fi sioterapia constituiu a

principal área em 2015 nos hospitais

dos serviços ofi ciais de saúde (64,3%)

e sobretudo nos hospitais privados

(91,4%)”, explica o INE.

A síntese do INE adianta ainda que

em 2015 houve mais médicos (3,7%)

e enfermeiros (2,1%) a inscreverem-

se nas respectivas ordens profi ssio-

nais. Nesse mesmo ano houve mais

mortes atribuídas às doenças do

aparelho circulatório, como enfar-

tes e acidentes vasculares cerebrais,

e a cancros. Já os óbitos ligados ao

VIH/sida caíram.

PUBLICIDADE

Tutela já tem relatório de grupo de trabalho com propostas para alterar o funcionamento do INEM

Page 12: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

12 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

SOCIEDADE

MIGUEL MANSO

Instrução será assegurada por uma equipa de 19 formadores

É muito provável que hoje dentro

dos muros do quartel do Regimen-

to de Comandos seja ouvido o grito

de guerra da unidade — “Mama Su-

me”, uma expressão de uma tribo da

África do Sul, que traduzida signifi ca

algo como “Aqui estamos nós para o

sacrifício”.

Na unidade da Carregueira, perto

do Cacém, concelho de Sintra, come-

ça o 128.º curso de Comandos — o pri-

meiro depois de há cerca de sete me-

ses dois militares terem morrido no

decorrer de um exercício que lançou

o Exército numa polémica que ainda

dura. Para esta nova formação há no-

vas regras e exames físicos e médicos

mais rigorosos. Dos 106 candidatos,

apenas 67 vão realmente começar o

curso, já que 35 foram excluídos por

inaptidão médica, física ou psicotéc-

nica e quatro desistiram.

A 4 de Setembro de 2016, o militar

Hugo Abreu foi dado como morto às

21h45, depois da Prova de Choque do

primeiro dia de instrução do curso

127. Um outro militar, Dylan da Silva,

foi internado no hospital do Barreiro,

já depois da meia-noite. Morreu a 10

de Setembro, no Hospital Curry Ca-

bral, em Lisboa. Terão sido vítimas

de esforço inadequado num dia de

Chumbados 35 candidatos a novo curso de Comandos

muito calor, de suposta violência físi-

ca e de um alegado defi ciente acom-

panhamento médico. O inquérito-

crime às duas mortes, conduzido

pelo Departamento de Investigação

e Acção Penal (DIAP) e Polícia Judi-

ciária Militar, está em curso e tem

18 arguidos.

Segundo o Ministério Público, num

despacho de Novembro, “a actuação

reiterada dos suspeitos” revela um

“manifesto desprezo pelas conse-

quências gravosas que provocam

nas vítimas, tratando os instruendos

como pessoas descartáveis”.

Para o curso 128, que termina a 28

de Julho, foram 106 os militares que

concorreram. Mas nem todos o ini-

ciam. Um comunicado do Exército

revelava ontem que o curso 128 terá

67 formandos: dos 106 candidatos,

35 foram excluídos (18 por inapti-

dão médica, 13 por inaptidão física

e quatro por inaptidão psicotécnica)

e quatro desistiram.

“O 128.º Curso de Comandos será

ministrado por uma equipa de 19 for-

madores (5 ofi ciais e 14 sargentos) e

constituído por 67 formandos”, diz

o comunicado. Nenhum dos forma-

dores do curso 127 vai integrar as

equipas de formação do 128.

O porta-voz do Exército, tenente-

coronel Vicente Pereira, garantiu:

“O Exército não aligeirou o curso

de Comandos. Os objectivos são os

mesmos, as provas são rigorosamen-

te as mesmas, o que há é melhor

gestão a vários níveis. Vamos ter Co-

mandos tão bem preparados como

sempre tivemos.”

[email protected]

Defesa Luciano Alvarez

Arranca hoje o 128.º curso. Foram 106 os militares que concorreram. Exército garante que “não aligeirou” a formação

A maioria considera que ganha

menos do que devia em função

do trabalho que desenvolve e tem

poucas esperanças de progredir na

carreira, mas isso não obsta a que

cerca de 90% se digam satisfeitos

com o seu trabalho, não havendo

diferenças entre homens e mulhe-

res. E 72,6% dizem sentir-se “em

casa” na organização onde estão

empregados. São resultados do In-

quérito às Condições de Trabalho em

Portugal Continental que será hoje

apresentado publicamente.

O inquérito, realizado pelo Cesis

— Centro de Estudos para a Interven-

ção Social, promovido pela Autori-

dade para as Condições de Trabalho

(ACT), abrangeu 1500 trabalhadores.

O comércio e a reparação de veículos

são os sectores de actividade mais re-

presentados. Quase metade (47,4%)

dos inquiridos trabalha em empresas

com menos de 10 trabalhadores.

Quanto ao género, as mulheres

destacam-se em dois pólos opostos:

“assumem protagonismo nas profi s-

sões que exigem um maior nível de

qualifi cação” e também nas profi s-

sões menos qualifi cadas.

No que respeita ao vínculo de tra-

balho, cerca de 70,6% dos inquiridos

têm um contrato a termo sem termo

(71,3% mulheres, 69,9% de homens),

Dizem ganhar menos do que deviam mas estão satisfeitos com o trabalho

mas entre os mais jovens a situação

muda drasticamente: mais de me-

tade dos trabalhadores com idades

inferiores a 35 anos estão a prazo.

Neste sector, mais uma vez, a percen-

tagem de mulheres com contratos

sem termo é superior à dos homens

(62,2% face a 58,9%).

Ainda no que respeita aos traba-

lhadores com menos de 35 anos, há,

no estudo, este dado revelador: “Ter

um nível de instrução superior não

é condição facilitadora de acesso a

um contrato de trabalho sem termo.”

Um dos compromissos assumidos

por Portugal no âmbito da estratégia

Europa 2020 é o de aumentar para,

pelo menos 40%, a percentagem da

população na faixa etária dos 30-34

anos, que possui um diploma do en-

sino superior. Actualmente este valor

ronda os 33%.

De regresso ao inquérito, constata-

se que 51,7% dos que têm menos de

35 anos e que têm o ensino superior

conseguiram um contrato sem ter-

mo, subindo esta percentagem para

57,6% entre os que só chegaram no

máximo ao fi nal do 3.º ciclo do en-

sino básico.

Só 18,9% das mulheres e 18% dos

homens inquiridos dizem que os seus

horários de trabalho não se adaptam

aos compromissos familiares, pesso-

ais ou sociais que têm fora da activi-

dade profi ssional. No entanto, entre

os trabalhadores do sexo masculino

com fi lhos pequenos, apenas cerca

de 62% gozaram a licença parental.

Os que não o fi zeram atribuem a “cul-

pa” às características da sua profi s-

são. Também apenas 32% dizem sen-

tir stress no trabalho.

[email protected]

InquéritoClara Viana

Entre os mais novos, ter um curso superior não é uma vantagem à partida para se conseguir um contrato sem termo

ADRIANO MIRANDA

Comércio e oficinas são os sectores mais representados

Portugal regista desde o início do

ano cinco casos de sarampo, estan-

do a sua origem a ser investigada, in-

formou ontem a Direcção-Geral da

Saúde (DGS). De acordo com Teresa

Fernandes, da Direcção de Serviços

de Prevenção da Doença e Promo-

ção da Saúde da DGS, um dos casos

situa-se no Norte e quatro no Algar-

ve, estes últimos detectados no mês

de Março.

A mesma fonte adiantou que um

dos casos teve origem na Venezuela,

estando a origem dos outros ainda a

ser investigada. A evolução dos doen-

tes, maioritariamente crianças, está

a ser positiva.

Teresa Fernandes reiterou a ne-

cessidade de as crianças e os adultos

serem vacinados nos prazos previs-

tos do Plano Nacional de Vacinação.

“Não deve haver atrasos na vacina-

ção. A primeira dose é aos 12 meses

e tem de ser administrada aos 12

meses. A segunda dose é aos cinco

anos e é aos cinco anos que deve ser

administrada.”

Na semana passada, tinham sido

confi rmados dois casos de sarampo:

a pessoa que veio da Venezuela e ain-

da um bebé com 11 meses, que ainda

não tinha idade para ser vacinado. A

subdirectora-geral da Saúde, Graça

Freitas, afastava qualquer cenário de

surto no país, ao contrário do que

está a acontecer em vários outros na

Europa — só desde o início deste ano

foram detectados mais de meia cen-

tena de casos de sarampo, sobretudo

na Alemanha, França, Itália, Polónia,

Roménia, Suíça e Ucrânia. A multipli-

cação de casos desta doença, muito

contagiosa entre crianças, motivou

mesmo um alerta da Organização

Mundial de Saúde (OMS).

Em Portugal, a OMS reconheceu

ofi cialmente a eliminação do vírus

do sarampo no Verão passado, ainda

que considere que a vacinação con-

tinue a ser essencial. Esta patologia

vírica é altamente contagiosa, a sua

evolução é habitualmente benigna,

mas, nos raros casos muito graves,

pode resultar em sequelas neuroló-

gicas ou mesmo morte. Lusa

Há cinco casos de sarampo confirmados

Saúde

Quatro foram detectados em Março. Um teve origem na Venezuela. Crianças são mais afectadas

Page 13: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 13

ECONOMIA

Governo prepara revisão em baixa da meta do défi ce no PEC

A aceleração registada na economia

portuguesa na segunda metade do

ano passado reforçou o optimismo

do Governo em relação aos resulta-

dos orçamentais em 2017 e abriu as

portas para que, no Programa de

Estabilidade e Crescimento (PEC)

que será entregue dentro de duas

semanas em Bruxelas, seja feita uma

revisão em baixa da meta para o dé-

fi ce orçamental de 2017.

Depois de a economia ter regista-

do, no último trimestre do ano pas-

sado, uma variação do PIB de 2%

e um crescimento anual de 1,4%,

tanto o primeiro-ministro como o

ministro das Finanças declararam

publicamente a intenção de o Go-

verno rever em alta a sua projecção

de crescimento do Produto Interno

Bruto (PIB) para 2017. A previsão

actualmente em vigor é de 1,5% e é

aquela que foi incluída na proposta

de Orçamento do Estado para 2017

apresentada em meados de Outubro

do ano passado.

O PÚBLICO sabe que, agora, a par

dessa revisão em alta da previsão do

crescimento, o executivo está igual-

mente a preparar a apresentação de

uma meta para o défi ce público li-

geiramente mais ambiciosa do que

os 1,6% projectados no Orçamento

do Estado.

A imagem que se pretende passar é

a de que o Governo não quer usar os

benefícios do ritmo de crescimento

mais forte da economia para aumen-

tar a despesa, mas sim aproveitar a

conjuntura mais positiva para acen-

tuar o ritmo de redução do défi ce.

A alteração da meta não será mui-

to acentuada, sendo o cenário que

está em estudo uma aproximação

das metas para o PIB e para o défi ce

ao que tinha sido previsto há doze

meses no PEC do ano passado. Nessa

altura, o Governo apontava para um

crescimento económico de 1,8% e

um défi ce de 1,4% em 2017, valores

que foram revistos em Outubro para

1,5% e 1,6%, respectivamente.

A dar força às intenções do execu-

tivo estão as previsões recentemen-

te apresentadas por outras entida-

Aceleração registada na economia deverá ser aproveitada para apresentar metas orçamentais ligeiramente mais ambiciosas para este ano no Programa de Estabilidade e Crescimento

apenas 0,1 pontos percentuais em

2017, quando aquilo que é pedido

é uma redução de pelo menos 0,5

pontos percentuais.

O efeito CaixaOutro factor importante por trás des-

ta alteração de previsões é o facto de

o Governo estar apostado em dar às

autoridades europeias todas as ra-

zões possíveis para que o país seja

retirado do Procedimento por Défi ce

Excessivo (PDE). Em princípio, de-

pois de um défi ce de 2,1% em 2016

e um resultado previsto em 2017

confortavelmente abaixo de 3% (nas

suas previsões de Inverno a própria

Comissão Europeia apontava já para

2%), não haveria grandes motivos

para dúvidas quanto à anulação do

PDE português.

Contas públicasSérgio Aníbal

DANIEL ROCHA

O ministro das Finanças, Mário Centeno, deverá apresentar o PEC no próximo dia 19 de Abril

O único problema que persiste,

contudo, é o impacto nas contas que

a capitalização da Caixa Geral de De-

pósitos pode ter. Se as autoridades

estatísticas decidirem contabilizar

no défi ce uma parte signifi cativa da

injecção de capital efectuada em

Março, o défi ce português poderia

voltar a fi car acima de 3% do PIB.

Para já, enquanto o INE e o Euros-

tat não defi nem as sua posição quan-

to ao assunto, o Governo vai continu-

ar a apresentar a sua previsão para

o défi ce sem contar com a operação

da Caixa, esperando que as autorida-

des europeias também optem por,

na sua análise em relação ao PDE

português, não considerarem esta

medida de carácter temporário.

Para além disso, dentro do exe-

cutivo, considera-se que os sinais

dados ao nível da cobrança dos im-

postos durante os primeiros meses

de 2017 dão indicações de que po-

de ser possível alcançar resultados

melhores do que os antecipados no

Orçamento.

Ainda assim, mesmo com estas

novas perspectivas para o saldo

orçamental nominal, só muito difi -

cilmente o Governo será capaz de

convencer as autoridades europeias

de que irá atingir uma redução do

défi ce estrutural (que retira da aná-

lise o efeito positivo que a conjun-

tura económica pode ter) em linha

com aquilo que é defi nido pelas

regras orçamentais europeias. O

CFP, por exemplo, estima que este

indicador registe uma correcção de [email protected]

1,5%A previsão que está neste momento em vigor é de um défice de 1,5%, número que foi incluído na proposta de Orçamento do Estado para 2017

des. O Banco de Portugal (que não

faz projecções para o défi ce) reviu

em alta a sua previsão para o cres-

cimento da economia portuguesa

para 1,8% em 2017 e o Conselho das

Finanças Públicas (CFP) passou a

apontar para uma variação do PIB

de 1,7% e um défi ce de 1,7% do PIB,

uma revisão em baixa de estimativas

anteriores.

Page 14: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

14 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

ECONOMIA

Pensões antecipadas terão cortes inferiores aos actuais

MÁRIO CRUZ/LUSA

Vieira da Silva não cede aos sindicatos que querem reforma sem cortes para quem descontou 40 anos

Os trabalhadores que descontam pa-

ra a Segurança Social e que, no fu-

turo, peçam a reforma antecipada

terão cortes inferiores aos actuais,

sobretudo os que têm carreiras con-

tributivas mais longas.

A única penalização aplicada às

pensões antecipadas passará a ser o

corte de 0,5% ao mês, uma redução

que poderá ser menor ainda no caso

dos trabalhadores que iniciaram a

sua carreira contributiva antes dos

16 anos. Além disso, esta penaliza-

ção terá como referência a idade de

reforma “individual” de cada traba-

lhador que, por sua vez, terá bonifi -

cações maiores.

No fi nal de uma reunião da Con-

certação Social, para discutir a re-

visão das reformas antecipadas no

sector privado, o ministro Vieira da

Silva assegurou que o objectivo do

novo regime é que “as penalizações

sejam menos pesadas” e “permitir

que mais pessoas tenham acesso à

reforma sem ter penalizações”.

Na reunião de ontem, o ministro

do Trabalho e da Segurança Social

confi rmou que o factor de susten-

tabilidade (que este ano tira 13,88%

às pensões antecipadas) deixará de

se aplicar e garantiu que a penaliza-

ção por antecipação vai manter-se

nos 0,5%, admitindo que possa ser

inferior para os trabalhadores que

começaram a descontar antes dos

16 anos e têm entre 45 e 47 anos de

descontos.

Para a CGTP e para a UGT, estas

medidas não chegam. As duas cen-

trais exigem que os trabalhadores

com 40 anos de descontos possam

reformar-se sem qualquer penali-

zação.

De acordo com o documento apre-

sentado aos representantes dos pa-

trões e dos sindicatos, a idade normal

de acesso à pensão (que em 2017 é

de 66 anos e três meses) continuará

a aumentar em função da esperança

média de vida e o acesso à reforma

antecipada fi cará reservado a quem

aos 60 anos tiver 40 de descontos.

Mas, ao mesmo tempo, o Governo

propõe-se criar uma idade “individu-

isso, a sua aplicação será faseada. O

ministro não explicou em que é que

esse gradualismo se irá traduzir.

Apesar da insistência dos jornalis-

tas, o Governo também não divulgou

dados sobre o número de pessoas

que podem vir a ser abrangidas pelo

novo regime. Vieira da Silva apenas

frisou que “são muitos milhares”.

No fi nal da reunião, tanto a CGTP

como a UGT insistiram na necessida-

de de o Governo rever também as pe-

nalizações aplicadas aos desempre-

gados que pedem a reforma após es-

gotarem o subsídio de desemprego.

Do lado do Governo, o ministro disse

que o regime vai manter-se tal como

está, pelo menos por agora. Mas ad-

mitiu que, mais tarde, algumas das

normas do regime em discussão pos-

sam ser aplicadas à antecipação da

reforma na sequência do subsídio

de desemprego. Também a função

pública manterá o regime em vigor,

assim como as penalizações que lhe

estão associadas e que continuarão

a incluir o corte pelo factor de sus-

tentabilidade. O ministro não afasta

que neste sector possam existir ajus-

tamentos, mas não para já.

Apenas se mantém a penalização de 0,5% ao mês, corte que poderá ser inferior para os trabalhadores que começaram a descontar aos 16 anos. Bonifi cações permitem reforma sem penalização antes dos 65 anos

Segurança socialRaquel Martins

deixa de haver o tecto dos 65 anos.

A título de exemplo, quem tiver

44 anos de descontos passará a ter

uma idade de reforma individual

sem penalização de 64 anos e dez

meses. Quem tiver 47 anos de re-

gisto de contribuições pode sair do

mercado de trabalho aos 63 anos

e três meses. No caso das pessoas

com carreiras de 48 ou mais anos,

podem reformar-se aos 60 anos sem

qualquer penalização.

As novas regras, que irão substi-

tuir o regime que actualmente está

suspenso, entrarão em vigor de for-

ma faseada, para evitar o expectável

aumento da despesa nos primeiros

anos de aplicação. No documento

distribuído aos parceiros sociais,

Vieira da Silva reconhece que há um

“risco de aumento signifi cativo de

despesa nos primeiros anos de entra-

da em vigor do novo regime” e, por [email protected]

O Governo aprovou ontem a introdução de um travão à descida do subsídio de desemprego, impedindo

que este possa ser inferior ao indexante dos apoios sociais (IAS), actualmente em 421,32 euros. De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, no encontro foi “alterado o regime jurídico de protecção social da eventualidade de desemprego dos trabalhadores por conta de outrem, através da introdução de um travão na redução aplicada, desde 2012, sobre o valor do subsídio de desemprego após 180 dias”. Até agora, ao fim de 180 dias de atribuição desta prestação social, o seu montante reduz-se em 10%. Segundo a alteração legislativa aprovada, esse corte do montante atribuído pelo Estado só pode acontecer quando o valor do subsídio é superior ao indexante dos apoios sociais (IAS) e dessa redução não pode “resultar a atribuição de um montante mensal de valor inferior àquele indexante”. O IAS é o montante pecuniário que serve de referência à Segurança Social para calcular as diversas prestações sociais e fixou-se em 421,32 euros em 2017. O Governo justifica ainda, no comunicado, esta alteração como sendo “indispensável para assegurar o mínimo de subsistência” dos que recebem subsídio de desemprego por perda involuntária do emprego. Todos os partidos políticos representados no Parlamento já tinham aprovado, em Março, a resolução do PS que recomendava ao executivo socialista esta mudança. Lusa

Travão à redução do subsídio

al” de reforma para os trabalhadores

que têm carreiras contributivas de 41

ou mais anos, que passará a determi-

nar o momento a partir da qual estes

trabalhadores poderão reformar-se

sem qualquer penalização e a servir

de referência para a aplicação do cor-

te de 0,5% ao mês, caso estas pessoas

optem por antecipar o momento em

que saem do mercado de trabalho.

A idade “individual” passará a

depender do tempo de descontos e

prevê bonifi cações mais generosas

do que as actuais, nomeadamente

para quem tem carreiras contribu-

tivas acima dos 44 anos.

No regime em vigor, a idade de

reforma reduz-se quatro meses por

cada ano de descontos acima dos

40, mas tem como limite os 65 anos

de idade. Assim, na melhor das hi-

póteses, um trabalhador com 44

ou mais anos de descontos pode

reformar-se aos 65 anos sem qual-

quer penalização. Na proposta que

está a ser discutida com os parceiros

sociais, quem tem entre 41 e 43 anos

de descontos benefi cia de uma redu-

ção de quatro meses por cada ano a

mais que trabalha além dos 40 (tal

como agora). As carreiras mais lon-

gas terão uma bonifi cação maior e

0,5%Pensões antecipadas têm corte de 0,5% por cada mês que falte para a idade normal de reforma

Page 15: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 15

ECONOMIA

Breves

Energia

Empresas

EDP Comercial quer mais 400 mil clientes no mercado ibérico

Custo do trabalho em Portugal aumentou 2,5% em 2016

“Temos vontade de crescer em Espanha”, afirmou ontem o administrador do grupo EDP com o pelouro da actividade liberalizada e do mercado espanhol, Miguel Stilwell de Andrade. Frisando que o grupo quis deixar claro desde logo que a venda da Naturgas (distribuidora de gás natural espanhola) só envolve a infra-estrutura e não afecta a carteira de clientes, o gestor revelou que nas metas de crescimento em número de clientes para 2017, metade virá de Espanha, onde garante actualmente 1,8 milhões de fornecimentos de luz e gás. A meta passa por conquistar 100 mil clientes de electricidade e igual número de contratos de gás naquele país.

Os custos do trabalho subiram 2,5% no ano passado em Portugal, acima do aumento médio da zona euro e em linha com a variação sentida na Alemanha. Os dados do gabinete estatístico europeu, divulgados ontem, mostram que o custo médio por hora foi de 13,7 euros. No conjunto dos países que partilham a moeda única, a subida foi de 1,4%, para 29,8 euros por hora. Nos países da União Europeia, onde há diferenças muito significativas, a média continua a ser mais baixa, de 25,4 euros por hora. A Alemanha registou uma subida de 2,5%, para 33 euros por hora. O valor mais baixo da União é na Bulgária (4,4 euros) e o mais alto da Dinamarca (42 euros).

Quando a Autoridade Tributária e

Aduaneira (AT) recebe as declarações

dos bancos a identifi car os fl uxos de

dinheiro transferidos para contas

em paraísos fi scais, a informação

que chega via Portal das Finanças é

transposta para o sistema central no

período máximo de dois dias.

O prazo ajuda a situar no tempo

uma parte dos acontecimentos que

ditaram que transferências de quase

10.000 milhões de euros não tenham

chegado ao conhecimento da área

da inspecção tributária. O caso dos

off shores, com contornos ainda por

esclarecer, está a ser averiguado pela

Inspecção-Geral de Finanças (IGF) e,

no Ministério Público, a recolha de

elementos já feita foi remetida para

o Departamento Central de Investiga-

ção e Acção Penal (DCIAP), a quem

cabe agora ponderar se abre, ou não,

um inquérito ou se avança com al-

gum outro procedimento.

Sabendo-se que a passagem dos

dados para o “armazém” informáti-

co central ocorre até 48 horas depois

de os bancos submeterem as decla-

rações no Portal das Finanças, isso

indicia que as falhas terão acontecido

sucessivamente nos dois dias que se

seguiram a cada momento em que as

instituições fi nanceiras fi zeram che-

gar, em cada ano, os fi cheiros das de-

clarações Modelo 38. Por esclarecer

está, no entanto, se os erros se mate-

rializaram de facto nesses períodos

exactos e qual é a origem da anomalia

que ditou a repetição do erro.

Em cerca de duas dezenas de de-

clarações relativas aos anos de 2011

a 2014, descobriram-se 21.146 opera-

ções que não tinham sido processa-

das para o sistema central. A maioria

— 12 delas — refere-se a transferências

realizadas em 2014, comunicadas en-

tre 8 de Julho de 2015 e 6 de Novem-

bro seguinte.

Quando a directora-geral da AT en-

viou ao Parlamento um documento

com a lista de fi cheiros problemá-

ticos, os dados faziam referência a

quatro declarações de substituição

Transferências para offshores têm de ser registadas no fisco em dois dias

entregues pelos bancos (duas em

2015 e duas em 2016, referentes a

transferências de 2011, 2012 e 2013).

Ficava a dúvida: antes das declara-

ções de substituição, já havia valores

omissos nas primeiras declarações ou

o erro só aconteceu numa segunda

fase? Não aconteceu o mesmo com

todas essas declarações.

Às perguntas colocadas pelo PÚ-

BLICO para esclarecer esta questão,

o Ministério das Finanças enviou um

conjunto de dados onde é possível

ver as datas em que as primeiras de-

clarações foram enviadas e compa-

rar o valor que passou para o sistema

central nessa altura com os montan-

tes agora conhecidos.

No caso mais relevante em termos

de volume de transferências omissas

(de 2012), cerca de 2700 milhões de

euros, é possível concluir que hou-

ve falhas logo em 2013. Quando a de-

claração é submetida no Portal das

Finanças a 18 de Julho desse ano,

só passaram para o sistema central

transferências de 177,4 milhões de

euros, quando o banco fazia saber

logo aí que os fl uxos eram de 2958

milhões de euros. Já num outro caso

de menor dimensão (12,9 milhões)

o erro terá acontecido no processa-

mento da declaração de substituição

em Janeiro de 2016, quando ainda

não estava activa a nova versão do

software que terá permitido detectar

as discrepâncias.

A primeira declaração com erro de

que há registo é precisamente a en-

viada a 18 de Julho de 2013. Embora

haja uma declaração problemática

relativamente a transferências feitas

em 2011, o erro não aconteceu em

2012 na primeira declaração que o

banco envia ao fi sco (a 20 de Julho

de 2012), mas numa declaração de

substituição entregue em Junho de

2015, onde o valor das transferências,

em vez de ser de 64,9 milhões foi de

23,6 milhões.

ImpostosPedro Crisóstomo

Primeira declaração com erro, de que há registo, foi enviada ao fisco a 18 de Julho de 2013. Dados recolhidos estão no DCIAP

NUNO FERREIRA SANTOS

De 16.900 milhões transferidos, 9800 milhões não eram conhecidos

12Das duas dezenas de declarações tratadas com erro, 12 são de fluxos de 2014. Foram enviadas pelos bancos ao fisco entre Julho e Novembro de 2015

[email protected]

PUBLICIDADE

Page 16: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

16 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

ECONOMIA

As power girls chegaram à joalharia

A tradição já não é que era, mesmo

na joalharia. Esta é uma área em

que os homens têm dominado e dão

nome aos projectos, mas, pouco a

pouco, as mulheres deixam de ser

apenas as musas inspiradoras para

serem as autoras. É o girl power que

chegou e que está a vencer, acredita a

Exponor, que, pela primeira vez, vai

a Lisboa com um evento que mistura

a joalharia, a moda e o lifestyle. É a

Iconic, que começa hoje e termina

no domingo.

Na feira estará presente mais de

meia centena de expositores, a maio-

ria do Norte. Esta iniciativa, que se

estreia em Lisboa com um formato

diferente da Portojóia, tem como

objectivo conquistar o mercado do

Sul do país. O modelo é para fi car:

a Iconic será na capital, sempre no

primeiro semestre de cada ano, e a

Portojóia no Outono, na Exponor,

em Matosinhos.

Durante os três dias, a organização

espera que passem pelo Convento

do Beato cinco mil visitantes entre

profi ssionais (fabricantes, criadores

e lojas) e público em geral (que só

poderá entrar no domingo). Amé-

lia Monteiro, directora da feira e da

Portojóia, informa que houve um

“grande investimento na segurança”,

porque “haverá jóias de prata, ouro,

pedras preciosas como diamantes,

rubis e topázios em colares, anéis,

alfi netes, relógios e pulseiras. Só um

colar pode custar 50 mil euros”.

Neste primeiro ano, a

Iconic deverá gerar

um volume de ne-

gócios na ordem

dos quatro mi-

lhões de euros,

calcula Amélia

Monteiro, com-

parando com

os cerca de 15 mi-

lhões conseguidos pelos

expositores na última Portojóia.

Este é um sector que passou por

uma crise acentuada, mas os últimos

dois anos têm sido de retoma. “Só

em 2015, o volume de negócios foi de

700 milhões de euros”, divulga Fáti-

explica a responsável da Exponor.

Foram estes os ingredientes que

levaram a Exponor e a AORP a esco-

lher 15 projectos de novos designers.

Ana João, 30 anos, de Matosinhos, e

Leonor Silva, 51 anos, de Lisboa, são

duas das joalheiras seleccionadas. A

primeira, que chega à feira através

da Exponor, criou a marca Ana João

Jewelry há dois anos e, apesar das

difi culdades em vingar — “por ser

mulher e não ter herança familiar

na área”, justifi ca —, consegue ter

mais sucesso no estrangeiro do que

em Portugal. Já Leonor Silva, que lan-

çou a marca Leonor Silva Jewellery

em Janeiro deste ano, diz não sentir

difi culdade no mercado nacional e

conta ter “boa aceitação”.

Leonor Silva marca presença no

espaço Portuguese Jewellery New-

born, da AORP, que também leva

os novos talentos Ana Dias, Filipe

Fonseca, Kathia Bucho, Joana Mota

Capitão e Maria Leão Torres. “Neste

espaço queremos promover a nova

ourivesaria portuguesa e estes novos

designers que trabalham com mate-

riais diferentes, como borracha, jun-

tamente com a prata e o ouro”, diz

Fátima Santos. Este “sangue novo”

apresenta colecções a preços convi-

dativos e “veio dar uma sacudidela”

ao sector, defende.

Para Amélia Monteiro, “o mercado

mudou muito e é preciso ser inova-

dor para o conquistar”. A responsá-

vel lembra que antigamente a com-

pra de uma jóia era encarada como

um investimento e hoje uma peça é

vista como um acessório de moda

que pode contar uma história.

O que é uma power girl?Para a designer de moda Katty Xio-

mara, “não existe uma receita para

se ser uma power girl, seja qual for

o ramo de negócio onde as mulhe-

res entram”. “Vai-se vivendo passo

a passo, mas é preciso ter bastante

força e estabelecer equilíbrio entre

a família e o trabalho, saber gerir as

situações.” Em Lisboa, a designer vai

mostrar a colecção de Inverno que

apresentou no Portugal Fashion, no

fi nal de Março, no Porto.

Além de Xiomara, estarão ainda

Hugo Costa, Alexandra Moura e

David Catalan, no espaço Portugal

Fashion Show Room. Haverá ainda

demonstrações de como se faz fi -

ligrana, espectáculos e conversas.

Uma delas será sobre “O que é uma

power girl na actualidade?”, e Joana

Barrios, autora do blogue Trashédia,

será uma das participantes. Para a

blogger, “a mulher só tem uma forma

de vingar em qualquer sector: pela

qualidade do seu trabalho”.

O primeiro evento Iconic, em Lisboa, é organizado pela Exponor e o tema tem um nome inglês — Girl Power —, mas é uma homenagem às criadoras portuguesas

JoalhariaSusana Pinheiro

ma Santos, secretária-geral da Asso-

ciação de Ourivesaria e Relojoaria de

Portugal (AORP). “É um número sim-

pático e espera-se que a nova dinâ-

mica do sector e progressiva saída da

crise faça crescer signifi cativamente

esses valores.” A percepção é de que

2016 supere 2015, continua, realçan-

do a “importância das feiras como

pontos de encontro e locais por ex-

celência de realização de negócios”.

O mote do evento é o Girl Power

e o objectivo é, por um lado, pres-

tar uma homenagem às mulheres —

que são decisoras na hora da com-

pra, embora também haja “um au-

mento do volume de venda de jóias

para homens”, compradas pelos

próprios, reconhece Fátima San-

tos. Por outro lado, a feira pretende

divulgar as novidades do sector. A

mulher “sempre foi musa inspirado-

ra dos designers, mas agora está a

dar cartas na joalharia, que era um

sector mais masculino. É uma Girl

Power”, defi ne Amélia Monteiro.

Peças que contam históriasNa última década surgiram novas

criadoras, formadas por escolas que

“trazem inovação, audácia e contam

histórias com as suas peças”. Mais:

“Souberam aproveitar as novas

tecnologias para se promoverem

nas redes sociais e criarem marcas

com identidade e exclusividade”,

r no domingo). Amé

directora da feira e da

forma que houve um

timento na segurança”,

rá jóias de prata, ouro,

osas como diamantes,

ios em colares, anéis,

gios e pulseiras. Só um

star 50 mil euros”.

eiro ano, a

gerar

e ne-

dem

mi-

os,

élia

om-

om

5 mi-

idos pelos

a última Portojóia.

ector que passou por

ntuada, mas os últimos

m sido de retoma. “Só

ume de negócios foi de

de euros”, divulga Fáti-

tecnologias para se promoverem

nas redes sociais e criarem marcas

com identidade e exclus

Barrios, autora do blogue Trashédia,

será uma das participantes. Para a

blogger, “a mulher só tem uma forma

de vingar em qualquer sector: pela

qualidade do seu trabalho”.

em marcas

sividade”,

tamente com a prata e o ouro , diz que

tam

s:

Durante os três dias da feira Iconic, que decorrerá este fim-de-semana no Convento do Beato, a organização espera cinco mil visitas entre profissionais e público em geral

Page 17: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 17

LOCAL

FOTOS: NUNO FERREIRA SANTOS

Dirce Noronha, da associação de moradores, mostra os problemas

Aurora Coxi quer fazer um convite

ao presidente da Câmara Municipal

do Seixal e ao presidente do Instituto

da Habitação e da Reabilitação Ur-

bana (IHRU): “Venham passar uma

semana numa das casas do bairro

da Jamaica”, diz em frente a um dos

blocos de “prédios” onde um café

serve de ponto de encontro, jovens

vendem desodorizantes e mulheres

cortam pedaços de jaca de São To-

mé. “É para terem a noção do porquê

estarmos desesperados. Só conse-

guem sentir esta realidade na pele

se fi zerem essa troca. Ficavam um

dia e fugiam!”, ironiza.

Aos 26 anos, Aurora Coxi tem o fi -

lho mais novo, de sete meses, ao co-

lo. Mãe solteira, partilha casa há pou-

co tempo com a irmã, nos prédios

em frente aos blocos do Jamaica — ou

bairro do Vale de Chícharos — no Fo-

gueteiro. Aurora saiu dali depois de

anos a viver num apartamento com

vários problemas de humidade. A

falta de condições das casas, como

o excesso de humidade, infi ltrações

nas paredes e no chão e a ausência de

ventilação, já provocaram problemas

de saúde a crianças e adultos.

Por isso Aurora, e moradores de

quatro bairros da Área Metropolitana

de Lisboa — o Jamaica, no Seixal, o

6 de Maio, na Amadora, o Bairro da

Torre e Quinta da Fonte em Loures —

assinaram uma carta que enviaram a

várias entidades, pelo direito a uma

“habitação condigna”, “como prevê

a Constituição”. A ideia é alargar a

bairros com as mesmas problemá-

ticas em todo o país, explicou uma

entidade que os apoia, a Habita.

Apesar de terem características

diferentes, os bairros que se junta-

ram sob o chapéu da Assembleia de

Moradores dos Bairros querem par-

ticipar no processo de reavaliação do

Programa Especial de Realojamento

(PER). “Não queremos ser realojados

em novos guetos, distantes dos cen-

tros urbanos e afastados dos nossos

lugares de trabalho”, dizem.

Por isso, foram ao IHRU esta sema-

na. Luís Gonçalves, vogal do conse-

lho directivo que esteve na reunião,

registados no PER de 1993 — esses já

estão todos realojados, afi rmam.

Nesta altura do ano anoitece por

volta das 20h30. Signifi ca não ver o

degrau da escada seguinte, correr o

risco de pôr o pé no sítio errado e ir

parar a outro andar. Os degraus de

cimento são de altura irregular. Não

há corrimões. Subir é ir às apalpade-

las. Mesmo assim, às escuras, crian-

ças sobem com destreza o andar do

bloco 10, à frente da mãe.

Sem luz na via pública em frente

aos prédios, tornando a zona ainda

menos visível, o medo da associa-

ção de moradores é que a EDP cor-

te a electricidade em todo o bairro.

Durante anos, o Jamaica usou elec-

tricidade através de puxadas. Há

pouco mais de um ano, a câmara e

a Associação (de moradores) para o

Desenvolvimento Social de Vale de

Chícharos chegaram a um acordo

com a EDP, que instalou um conta-

dor por bloco. A única solução para

um local onde não se podem fazer

licenças de habitação era ter uma

instalação eléctrica como se fosse

para uma obra, diz ao PÚBLICO um

funcionário do gabinete de comuni-

cação da EDP Distribuição.

Por sua vez, a câmara, que não

concorda com esta solução, pôs con-

tadores para a leitura individual de

cada habitação. Cabia à associação

cobrar às famílias, mas a sua presi-

dente, Dirce Noronha, 39 anos, viu-se

numa situação da qual hoje se arre-

pende: muitos moradores desconfi a-

vam, não pagavam. Bastava uma casa

não pagar para o bloco todo fi car em

dívida. Desde Junho que todos dei-

xaram de pagar. O caso agora está

em tribunal, mas a EDP diz que, por

enquanto, não está agendado um

corte total. Enquanto caminha, Dir-

ce vai mostrando problemas como o

esgoto e o lixo. “As pessoas têm que

ter também brio e consciência, nem

tudo é responsabilidade da câmara”,

desabafa.

Cai a noite. As janelas dos prédios

são os únicos pontos de luz. Os can-

deeiros públicos à volta estão desli-

gados. A EDP diz ao PÚBLICO que

desconhecia o corte e promete que

o iria resolver em breve.

Moradores de quatro bairros na Área Metropolitana de Lisboa uniram-se para exigir direito à “habitação condigna”. IHRU diz que Prohabita tem verbas, mas não revela quanto

HabitaçãoJoana Gorjão Henriques

No bairro da Jamaica sobem-se escadas às apalpadelas

disse ao PÚBLICO que há verbas do

programa Prohabita, disponíveis

para apoiar as câmaras em projec-

tos de realojamento, mas o proces-

so tem que ser desencadeado pelas

próprias. Qual o valor dessas verbas,

não especifi cou.

Já a autarquia do Seixal, que con-

sidera as condições em que vivem

as pessoas no Jamaica de “absolu-

tamente inqualifi cáveis para o sé-

culo XXI”, diz, através do gabine-

te de comunicação, que concebeu

um novo modelo de realojamento

social baseado na aquisição de ca-

sas, pelos próprios, sem recurso a

novas construções. Mas “o realo-

jamento social é uma competên-

cia do Estado Central”. A câmara

está “em condições de avançar

com custos partilhados entre os

vários intervenientes”, acrescenta.

“Isto é o Chiado”Entretanto, os moradores do Jamaica

vão improvisando. Há uma dezena

de cafés, vários estão uns ao lado

dos outros. “Isto é o Chiado”, brinca

Aurora, ao passar pelo “quarteirão”

onde se grelha comida.

Os nove blocos de tijolo vermelho

são o esqueleto de uma obra que pa-

rou nos anos 1980, por falência do

empreiteiro. Diz a autarquia (PCP)

que os terrenos foram vendidos pela

Caixa Geral de Depósitos à empresa

Urbangol.

O complexo seria ocupado no iní-

cio da década de 1990 por famílias de

imigrantes, a maioria africanos, que

chegavam e iam construindo as suas

casas, obtendo água e electricidade

através de puxadas, e criando uma

rede de esgotos improvisada. Nes-

te momento, vivem 215 famílias no

bairro. Segundo a autarquia nenhu-

ma delas pertence aos 47 agregados [email protected]

“Venham passar uma semana numa das casas do bairro da Jamaica. É para terem a noção do porquê estarmos desesperados”

Page 18: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

18 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

LOCAL

A noite em que os parquímetros de Carnide “caíram com o vento”

MARGARIDA BASTO

“Parece que esteve muito vento ontem à noite”, ironizou um comerciante. E “os parquímetros caíram com o vento e a junta, como pessoa de bem, vai entregar os bens encontrados”, disse

Sentada no pelourinho do Largo do

Município, em Lisboa, uma mulher

discute animadamente com um con-

junto de homens que a rodeiam.

“Vim de Carcavelos de propósito.

Não ia perder isto. Estou aqui em so-

lidariedade para com a freguesia de

Carnide, que isto é só roubar, só rou-

bar”, atira. Está previsto que, dali a

minutos, chegue uma caravana com

moradores de Carnide, encabeçada

pelo executivo da junta de freguesia,

que vem entregar um abaixo-assina-

do com 2500 assinaturas e os par-

químetros que a população arrancou

durante a noite de quarta-feira.

Os 12 parquímetros, afi nal, não

vêm. A PSP apreendeu-os antes de

deixarem Carnide e devolveu-os à

dona, a Empresa Municipal de Mo-

bilidade e Estacionamento de Lisboa

(EMEL), que os instalara há poucos

dias em quatro ruas do centro his-

tórico daquela freguesia lisboeta.

Anteontem, depois de uma reunião

do Grupo Comunitário de Carnide

(que junta moradores, comerciantes

e instituições da freguesia), cerca de

200 pessoas decidiram retirar os par-

químetros das ruas, apenas dois dias

depois de estes terem sido ligados.

Os moradores dizem que a EMEL

e a Câmara Municipal de Lisboa

instituíram estacionamento pago

naquela zona sem terem dialogado

previamente com a população. E

reclamam a construção de um par-

que de estacionamento de 200 lu-

gares e a requalifi cação de algumas

artérias da zona — tal como está

previsto nos três projectos do Orça-

mento Participativo que a freguesia

ganhou em 2012, 2014 e 2015 que

ainda não saíram do papel. “Sabe-

mos que a câmara tem capacidade

para estes projectos e muitos mais,

como se viu agora no eixo central.

Começa a cheirar a má-fé”, criticou

o presidente da junta, Fábio Sousa.

“A junta continuará sempre ao vos-

so lado”, disse o autarca, que é recan-

didato à eleição pela CDU, às cerca de

30 pessoas que se deslocaram à Praça

do Município ao fi m do dia de ontem.

Foi o último acto de um dos dias

íram com o vento” — para explicar

o que tinha sucedido naquela noite.

Palmira Pinto foi uma delas. “An-

dava-se a dizer que a EMEL vinha aí.

Nunca pensámos que fosse assim, foi

praticamente da noite para o dia”,

disse. “Eu, aliás, só recebi informa-

ção quando já cá estavam os ‘mea-

lheiros’”, acrescentou, referindo-se

aos parquímetros retirados em pouco

mais de meia hora. A junta mandou

entretanto calcetar os passeios onde

os equipamentos tinham estado e,

pelo meio-dia, já não havia qualquer

vestígio da sua existência.

A câmara reagiu com palavras du-

ras: “É um acto grave e inédito, de

deliberada danifi cação de patrimó-

nio municipal, e um acto inaceitável

num Estado de direito”, lia-se num

comunicado. A EMEL apresentou

uma queixa-crime contra a junta.

“Não estamos contra a EMEL,

sempre o dissemos”, explicou Fábio

Sousa. Considerando que “não hou-

ve vandalismo nenhum”, o autarca

comunista acusou a câmara de ter

uma “política de imposição e prepo-

tência” neste assunto.

“A entrada da EMEL no centro

histórico de Carnide já se encontra-

va prevista e aprovada pelos órgãos

municipais. A sua implementação

neste momento resultou da vontade

de dar resposta positiva aos alertas

de moradores para o agravamento

da situação do estacionamento nes-

ta zona e teve o apoio expresso do

presidente da junta de freguesia na

reunião descentralizada de 11 de Ja-

neiro de 2017”, acrescentava o co-

municado da câmara.

No entanto, não é isso que se lê na

acta da dita reunião, a que o PÚBLICO

teve acesso. “Nós andamos há não sei

quanto tempo a pedir ao presidente

da EMEL uma audição para sermos

ouvidos e não somos ouvidos, nem

sequer se chega a marcar reunião”,

disse Fábio Sousa na ocasião, insis-

tindo na necessidade de cumprir os

projectos aprovados no Orçamento

Participativo. “Não é aceitável: nes-

te momento, no centro histórico de

Carnide, nós não temos um parque

de estacionamento”, disse.

A autarquia pediu à EMEL a “reins-

talação imediata” dos parquímetros,

mas a população de Carnide está dis-

posta a voltar a arrancá-los. “A mi-

nha terra está a acordar. Fiquei muito

contente”, disse, orgulhosa, Palmira

Pinto. “Soube pela rádio! É do melhor

que há. Acho lindamente”, comen-

tou uma vizinha. Sob aclamações de

“Viva Carnide!”, “Viva o presiden-

te!” e “Ao menos este foi eleito!”,

Fábio Sousa entregou uma petição

à câmara, na qual pede a suspensão

da entrada da EMEL na freguesia e

a defi nição de uma data para a cons-

trução do parque de estacionamento

prometido desde 2012.

“Uma junta de freguesia proceder

à vandalização do material público

com os seus próprios meios, à sua

subtracção do espaço público e de-

pois com um jogo mediático”, disse,

entretanto, o presidente da câmara,

“é algo profundamente lamentável”.

Fernando Medina declarou que a ins-

talação dos parquímetros foi feita “a

pedido de muitos moradores” e da

junta, que entretanto “mudou de opi-

nião”. E deixou uma hipótese: “Pode

ser que seja do calendário.” Há elei-

ções autárquicas em Outubro.

Moradores de Carnide não chegaram a levar os parquímetros para a câmara. EMEL apresentou queixa-crime contra a junta e autarquia diz que este é um “acto grave”. População reclama obras prometidas há anos

EstacionamentoJoão Pedro Pincha

mais mediáticos da vida de Carnide.

“Parece que esteve muito vento on-

tem à noite”, ironizou ao PÚBLICO

um comerciante. “Os parquíme-

tros caíram com o vento e a junta,

como pessoa de bem, vai entregar

os bens encontrados”, disse, op-

tando por não se identifi car. Vários

outros moradores e comerciantes

usaram a mesma expressão — “ca- [email protected]

MÁRIO CRUZ/LUSA

Page 19: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 19

LOCAL

Alguns avançam para depois recu-

ar. Outros fi cam na gaveta durante

vários anos e, ao mesmo tempo, ou-

tros vão dando entrada na mesma

gaveta. Em oito anos, 105 projectos

venceram o Orçamento Participativo

(OP) de Lisboa, entre os quais se in-

cluem três em Carnide que a popula-

ção exige ver concretizados antes da

entrada da EMEL. No total da cidade,

63 projectos não estão completos: 13

já começaram, 17 esperam pelos con-

tratos e 33 estão “em estudo”. Nestes

Ainda há projectos do Orçamento Participativo de Lisboa de 2009 por concretizar

últimos, contam-se já os 17 projec-

tos vencedores da edição de 2016.

Segundo a informação no site Lis-

boa Participa, por ano há, em média,

12 novos projectos para concretizar.

O número de vencedores tem vin-

do a aumentar. 2008, ano em que

o projecto começou, houve cinco

vencedores, o número mais redu-

zido. 2016 foi, pelo contrário, o ano

com mais projectos premiados: 17.

A escala também subiu no número

de participações: na primeira edição

participaram 1101 pessoas, no ano

passado foram 52 mil. No ano pas-

sado, um dos projectos vencedores,

Margarida David Cardosoo Jardim do Caracol da Penha, foi o

mais votado de sempre, com mais

de nove mil votos. Antes da edição

deste ano, o recordista de votações

era o projecto para a requalifi cação

do Jardim Botânico de Lisboa, ven-

cedor do OP de 2013. As obras neste

jardim da Universidade de Lisboa co-

meçaram em Outubro de 2016, com

três anos de atraso.

Mas, entretanto, há projectos de

2009 que ainda não viram a luz do

dia. O PÚBLICO questionou a câma-

ra sobre o tempo médio de execução

dos projectos, mas não obteve res-

posta até ao fecho da edição.

A câmara tem capacidade para estes projectos. Começa a cheirar a má-féFábio SousaPresidente da Junta de Carnide

201620152014201320122011201020092008

Lisboa: a maioria dos projectos de Orçamento Participativoestá por concluir

1715

13

1615

57

12

5

Em estudo Em fase de contrataçãoEm obraConcluídos

Total de projectosvencedores

1 2

8

6

5

2

11

9 5 4 12 8 4 1 171

11

1

2

3

3

31

4

Fonte: Câmara Municipal de Lisboa PÚBLICO

Prom

oção

válid

a de 0

3/04

/ a 16

/04/

2017

19999€

PROMOÇAO ESPECIALDE ANIVERSÁRIODINAMARCA EM CASA

Desconto Cupão10%

COINA/BARREIRO - Barreiro Retail Planet

2995€Cadeira «Fyn»

1 mesa + 4 cadeiras

www.JYSK.pt

11996€POUPE

em relação à aquisição individual

PREÇO DEARROMBA

PREÇO DEARROMBA

DESIGN EXCLUSIVO

METÁLICO

Semcoxim

guarda-soldecoração

MesaArmação: alumínio, revestido a pó. Tampo: vidro laminado. 148x88 cm 11999€

Cadeira 7-posiçõesArmação: alumínio, revestido a pó.Assento e encosto: textilene. 4999€

A prom

oção é apenas válida para o sábado 08/04/2017 a partir de um

valor de compra de 50€. A

penas um capão por

cada compra.

Page 20: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

20 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

MUNDO

Trump traça a sua linha vermelha com avisos a Assad e à Rússia

Impressionado com as imagens de

“crianças, muitas crianças” em ago-

nia após o ataque com armas quí-

micas na província de Idlib, o Presi-

dente dos Estados Unidos, Donald

Trump, recuperou a linha vermelha

que tanto criticara ao seu antecessor

Barack Obama, numa mudança de

180 graus da sua anterior apreciação

pessoal das políticas e do compor-

tamento de Bashar al-Assad — e da-

quilo que a sua Administração estará

disposta a tolerar ao líder sírio em

nome do combate ao terrorismo do

Daesh e outras organizações jihadis-

tas no terreno.

O ataque, que fez mais de 80 mor-

tos e centenas de feridos, “ultrapas-

sou todos os limites”, condenou Do-

nald Trump. “Quem mata crianças

inocentes, bebés inocentes, com um

gás químico tão letal, cruza todas as

linhas. Na minha opinião, quem faz

isto vai além da linha vermelha, vai

além de muitas muitas linhas”, afi r-

mou o Presidente norte-americano,

que usou termos como “atrocidade”

e “uma afronta para a humanidade”

para descrever o que aconteceu em

Khan Sheikhoun. “A minha atitude em

relação à Síria e em relação a Assad

mudou drasticamente”, anunciou.

A mudança de Donald Trump

— que o coloca em rota aberta de

colisão com o Presidente da Rússia,

Vladimir Putin, o principal aliado

do regime de Damasco — foi sau-

dada pelos aliados ocidentais dos

Estados Unidos, preocupados pelo

anterior desinteresse manifestado

pelo líder norte-americano com a

permanência de Bashar al-Assad no

poder. “Por mais que estivesse dis-

posto a deixar Assad quieto no lugar,

os últimos acontecimentos mostra-

ram que essa opção é impossível”,

escrevia ontem a revista conservado-

ra National Review, saudando a nova

determinação do Presidente — e a

possível mudança de abordagem da

O Presidente dos EUA mudou drasticamente a sua atitude em relação ao líder sírio depois do ataque em Idlib. Nova política põe Washington e Moscovo em rota de colisão

Crianças sírias pedem entrega de máscaras de gás para se defenderem dos ataques do regime

sua Administração —- para resolver

a crise síria.

Mais perto de ObamaO ministro dos Negócios Estrangei-

ros da Alemanha, Sigmar Gabriel,

considerou a evolução da posição de

Trump como “muito positiva”, admi-

tindo que as suas anteriores declara-

ções sobre a guerra na Síria tinham

deixado a Europa “muito irritada”.

“Para nós, tão importante como a

guerra ao terrorismo, é promover

uma reforma constitucional para a

realização de eleições livres na Síria,

e claro que isso nunca irá acontecer

enquanto Assad se mantiver no po-

der”, assinalou Gabriel. O seu con-

génere francês, Jean-Marc Ayrault,

disse que os desenvolvimentos tor-

navam mais urgente uma acção in-

ternacional contra o Presidente sírio.

“Os seus crimes não podem fi car im-

punes. A justiça internacional tem

de julgar Assad”, apelou.

A nova perspectiva de Trump,

após o massacre em Idlib, deixa-o

mais perto da posição original de Ba-

rack Obama, que há cinco anos tra-

çou a famosa “linha vermelha” que

desencadearia uma resposta militar

norte-americana: os EUA não deixa-

riam de reagir se Assad ousasse re-

correr ao seu arsenal químico e bio-

lógico para derrotar a oposição. Mas

quando confrontado com o uso de

gás sarin pelas forças governamen-

tais sírias no bairro de Ghutta, num

terrível ataque em Agosto de 2013

que fez mais de 1400 vítimas, Obama

evitou o confronto militar, negocian-

do com a Rússia um acordo para a en-

trega das armas químicas por Assad.

Donald Trump, que ainda só era

um magnata com inclinação para cri-

ticar o Presidente no Twitter, elogiou

o desfecho dessa crise. Segundo es-

creveu nessa altura, uma interven-

ção militar na Síria seria uma pés-

sima ideia, uma vez que não traria

“nenhum benefício” à América, só

“tremendos prejuízos”. Entretanto

mudou de opinião: na sua primeira

reacção ao “ataque intolerável” de

Idlib, Trump responsabilizou Obama

e a sua “fraqueza e indecisão” rela-

tivamente à guerra na Síria, e pro-

meteu agir de forma decisiva para

punir o regime de Bashar al-Assad

por mais um massacre e pôr fi m à

violência na Síria.

O Presidente norte-americano não

disse como pretende responder ao

“desafi o” de Assad — Trump não gos-

ta de antecipar as suas jogadas, para

manter os adversários na incerteza.

Mas uma fonte do Pentágono confi r-

mou à Reuters que “a acção militar

dos EUA na Síria voltou a ser uma

das opções em cima da mesa”.

O secretário de Estado norte-ame-

ricano, Rex Tillerson, que viaja na

próxima semana para Moscovo, on-

de se encontrará com o Presidente

Vladimir Putin, lançou ontem um

aviso: “É já tempo de os russos ana-

Guerra na SíriaRita Siza

Não é correcto dizer que Moscovo pode convencer o senhor Assad a fazer uma coisa ou outra Dmitri PeskovPorta-voz do Kremlin

lisarem cuidadosamente o seu apoio

continuado ao regime de Assad”,

afi rmou, a partir do México.

Apoio não é incondicionalA guerra na Síria é o principal tópico

na agenda da reunião em Moscovo.

Nas Nações Unidas, a embaixadora

norte-americana, Nikki Haley, não

se coibiu de atacar o Governo russo.

Mostrou fotografi as das vítimas do

ataque químico de terça-feira e disse

que os desenvolvimentos no terreno

provam que, afi nal, o interesse do

Kremlin na Síria não é erradicar o

terrorismo. “A Rússia não pode es-

capar da sua responsabilidade pelo

ataque químico de Idlib”, sublinhou

Haley, que tal como Trump, reverteu

a sua posição sobre Assad.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri

Peskov, tentou corrigir a percepção

Page 21: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 21

MOHAMMED BADRA/EPA

de que a Rússia apoia Assad incon-

dicionalmente. “Não é correcto di-

zer que Moscovo pode convencer o

senhor Assad a fazer uma coisa ou

outra. Aliás, é totalmente errado”,

observou. “Moscovo e Damasco têm

uma relação de cooperação, uma vez

que Assad e o seu exército são o úni-

co poder na Síria capaz de combater

os terroristas”, acrescentou.

Agora que traçou a sua própria

linha vermelha, Trump tem pela

frente o mesmo dilema de Obama:

uma intervenção militar na Síria

comprometeria a relação dos EUA

com a Rússia, que já recomendou

maior prudência à Casa Branca, e ar-

rastaria o país para mais uma guerra

de consequências imprevisíveis no

Médio Oriente.

[email protected]

A minha atitude em relação à Síria e a Assad mudou muitoDonald TrumpPresidente dos EUA

Em 2016, assistiu-se à maior frequência de ataques com armas químicas desde 1916

Impunidade é um incentivo à banalização das armas químicas

Os repetidos ataques químicos que

foram denunciados na Síria e a inca-

pacidade para punir os responsáveis

põem em risco décadas de combate

a estes instrumentos de guerra. O

alerta parte de especialistas em ar-

mas químicas e das organizações de

defesa dos direitos humanos, numa

altura em que o Conselho de Segu-

rança da ONU volta a não conseguir

ultrapassar divisões políticas para

responder à morte de dezenas de

pessoas em Idlib.

O Ministério da Saúde da Turquia,

para onde foram levados 31 habitan-

tes de Khan Sheikhoun, na província

síria de Idlib, revelou que os primei-

ros resultados das autópsias a três

vítimas detectaram indícios de que

estiveram expostas a uma substân-

cia química [sarin]”. Os exames fo-

ram supervisionados por médicos

da Organização Mundial de Saúde

(OMS) e as amostras colhidas vão

ser enviadas para a Holanda, para

novos testes.

Dias depois do ataque cresce a

convicção de que não foi cloro o

que matou pelo menos 78 pessoas

na terça-feira. “Foi sarin e digo-o

por duas razões”, disse Abdel Hay

Tennari, ao site Syria Deeply. “Em

primeiro lugar, os sintomas eram

consistentes com sarin [.] Em se-

gundo, os pacientes que tratei re-

cuperaram rapidamente depois de

receberem Pralidoxima, que é um

antídoto para o sarin.”

Identificar a substância usada

em Khan Sheikhoun é determinan-

te para apurar a autoria do ataque.

Em 2013, após o ataque que matou

centenas de pessoas em Ghutta, nos

arredores de Damasco, o regime sí-

rio aceitou eliminar os seus arsenais

químicos, incluindo 1300 toneladas

cúbicas de sarin. Mas já depois disso

a Organização para a Proibição das

Armas Químicas (OPAQ) levantou

suspeitas de que não teria entregado

tudo o que possuía.

O ministro dos Negócios Estran-

geiros sírio, Walid al-Moualem, repe-

tiu na quarta-feira que a aviação síria

bombardeou um armazém da Fren-

Ana Fonseca Pereirate al-Nusra, o antigo braço armado

da Al-Qaeda na Síria, onde estariam

armazenadas armas químicas. “O

Exército sírio nunca usou nem usará

este tipo de armas.” “Se os rebeldes

tivessem sarin, seria em quantida-

des mínimas, de um quilo ou pou-

co mais”, disse ao jornal Guardian

Hamish de Bretton-Gordon, ex-

comandante do regime britânico

de reacção a armas de destruição

maciça, adiantando que o número

de vítimas sugere que foram usados

“centenas de quilos”.

Não investigar este ataque, o pior

desde 2013, “seria catastrófi co”, avi-

sa a Amnistia Internacional, rece-

ando que a impunidade “encoraje

governos e outros grupos armados

na Síria a atacar civis com armas

proibidas pelas convenções inter-

nacionais”.

No ano passado, a Sociedade Mé-

dica Sírio-Americana publicou um

relatório com dados sobre 161 ata-

ques químicos, quase todos com

gás de cloro, dois terços dos quais

ocorridos depois de aprovada a re-

solução que obrigou Damasco a de-

sarmar-se. Uma comissão conjunta

da ONU e da OPAQ investigou, sob

mandato da ONU, nove incidentes

em 2014 e 2015. Atribuiu três a Da-

masco e um ao Daesh. A Human Ri-

ghts Watch documentou também

oito ataques da aviação síria na fase

fi nal da ofensiva contra Alepo.

“Em 2016 assistimos à maior

frequência de ataques com armas

químicas desde 1916”, lamenta Bret-

ton-Gordon. “Seria de esperar que

o uso de armas químicas, tal como

fez Assad em 2013, resultaria no seu

derrube, fosse pelo seu povo, fosse

pela comunidade internacional”,

acrescenta o também britânico Ri-

chard Guthrie, no Guardian. “Mas

tal não aconteceu. Por isso, qual é

o desincentivo para um ditador que

olhe para estas armas e pense ‘aqui

está o que me pode ajudar a sobre-

viver’?”

O aviso é feito por organizações de defesa dos direitos humanos. Damasco repete que não usou nem usará este arsenal

[email protected]

TURQUIA

SÍRIA

A investigação conjunta da ONU e da Organização para a Proibição de Armas Químicas – autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU – centrou-se em nove ataques registados desde 2013, já depois do que matou centenas de pessoas em Ghutta, nos arredores de Damasco, atribuído ao regime de Bashar al-Assad.

21 Ago., 201516 Mar., 201521 Abr., 201416 Mar., 2015

Gás mostardaGás de cloroGás de cloroGás de cloro

DaeshExército sírio Exército sírioExército sírio

MareaSarminTalmenesQmenas

24 Mar., 201525-26 Mai., 201429-30 Abr., 201418 Abr., 201411 Abr., 2014

Gás de cloroIndeterminadoGás de cloroGás de cloroGás de cloro

InconclusivoInconclusivoInconclusivoInconclusivoInconclusivo

BinnishAl-TamanahAl-TamanahKafr ZitaKafr Zita

PÚBLICO

Ataques investigados pela ONU na Síria

Damasco Alepo

Kafr Zita

Al-Tamanah

Talmenes

Qmenas SarminBinnish

Marea

Khan Sheikhoun

ALEPO

IDLIB

LATAKIA

LOCAL DATA ARMA QUÍMICA AUTOR

Suspeita de ataque

Onde houve resultadosconclusivos

Onde não houve resultadosconclusivos

4 Abril, 2017 Não confirmado Exército sírio(suspeito)

Khan Sheikhoun

SÍRIA

25 kmMar

Mediterrâneo

Fonte: Reuters

de íria ou

Page 22: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

22 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

ETA

Entre a entrega de armas e a dissolução

Destroçada por polícias e juízes na Espanha e França, a organização terrorista e a sua espiral de violência estarão perto do fi m. A ETA parece disposta a entregar as armas, mas o que conta é a sua dissolução. A decisão estará nas mãos dos presos

Estaremos na véspera do

desarmamento da ETA e

a caminho da sua disso-

lução? A resposta pode

demorar. Tendo perdido

o mito da invencibilida-

de, a liquidação da ETA

parece inexorável. Mas

não será um processo

linear.

Está marcada para amanhã, nos

arredores de Baiona (Sul de França),

uma cerimónia em que a ETA, atra-

vés de intermediários bascos fran-

ceses — autodenominados “artesãos

da paz” —, entregaria um mapa da

localização dos seus últimos depó-

sitos de armas ao Comité Interna-

cional de Verifi cação, coordenado

pelo cingalês Ram Manikaningam,

para que este o transmita à Justiça

francesa. No El País, o jornalista Luis

Aizpeolea escrevia que este acto de

“desarmamento” abrirá “o debate

interno sobre a dissolução da orga-

nização que se prolongará por vários

meses”. O debate sobre o “futuro da

organização”, eufemismo de disso-

lução, está em curso desde a decla-

ração do fi m da “luta armada” feita

em 2011. Seria, diz Aizpeolea, “uma

dissolução paulatina, sem comunica-

do público”. Um dos problemas da

ETA é camufl ar a derrota.

As autoridades francesas e espa-

nholas distanciaram-se da cerimónia

de Baiona. O Ministério do Interior

de Madrid alega que a única decisão

relevante será a dissolução da orga-

nização terrorista. Quanto às armas,

deve transmitir a sua geolocalização

à Justiça francesa.

Também o governo autonómico

basco não participará na iniciativa,

embora lhe tenha dado o seu aval e,

Jorge Almeida Fernandesdesarmamento. Garante que sába-

do à noite, “a ETA estará totalmente

desarmada” (ver PÚBLICO de 17 de

Março).

Após a “rendição” de 2011, a ETA

tem adiado o desarmamento, exigi-

do pelos seus aliados políticos legais

do País Basco. Desejaria contrapar-

tidas, designadamente em relação

aos presos. Toma como referência os

modelos do desarmamento do IRA,

na Irlanda do Norte, ou das FARC na

Colômbia. A diferença é que nestes

casos o desarmamento foi negociado

com os governos. No caso da ETA não

há negociação. Porquê? A ETA está

derrotada.

Enquanto teve força e o Governo

espanhol parecia disposto a fazer

grandes concessões, a ETA usou as

tréguas para ganhar tempo e refor-

çar-se organizativamente, lançando a

seguir campanhas de terror em larga

escala. Depois de derrotada, tentou

segundo o mesmo jornalista, tenha

informado Mariano Rajoy dos por-

menores da operação.

Ontem, os partidos e sindicatos do

País Basco e de Navarra — à excep-

ção do Partido Popular — promove-

ram uma sessão em que foi lido um

manifesto comum, afi rmando que o

“desarmamento da ETA é um marco

histórico” para um “fi nal ordenado e

defi nitivo da violência terrorista”.

A ETA não é o IRAUma anterior cerimónia, em Dezem-

bro, foi anulada pela polícia francesa,

que deteve os participantes. Por isso,

o principal intermediário, o ecolo-

gista francês Jean-Noël Etcheverry,

“Txetx”, convocou a presença de

centenas de pessoas a fi m de impos-

sibilitar novas detenções. Etcheverry

garantiu ao Le Monde que a ETA con-

fi ou aos “artesão da paz” a gestão do

seu arsenal e a responsabilidade do

MUNDO

uma desesperada negociação, em

2014, quando enviou a Oslo os seus

três dirigentes da altura, para aca-

barem a ser mandados embora pelo

Governo norueguês.

Há também dúvidas sobre o ar-

senal da organização. Entre 2001 e

2004, a polícia francesa apreendeu

mais de mil armas de fogo e 6000kg

de explosivos; entre 2005 e 2016,

capturou 379 armas de fogo e mais

de 8000kg de explosivos.

O papel dos presosSegundo Florencio Domínguez, jor-

nalista e historiador da ETA, depois

de perder os seus “esconderijos es-

tratégicos”, a organização dispersou

o resto do armamento por pequenos

depósitos em casas de habitação ou

nas montanhas. “Nem a própria ETA

sabe já quantifi car o seu próprio ar-

mamento”, conclui.

Na sequência da derrota imposta

Page 23: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 23

pela polícia e pela Justiça, com suces-

sivas vagas de prisões que a decapita-

ram, a organização estará reduzida

a um escassa dúzia de operacionais

em França, na maioria sem experi-

ência.

Hoje pesam duas entidades. O

movimento abertzale (nacionalista)

legal, centrado na coligação eleitoral

Bildu, passou de dominado a domi-

nante. Deixou de seguir as ordens

dos “militares”. E, com o aparelho

destroçado, a mais importante se-

de de decisão da ETA passam a ser

os presos: 280 na Espanha e 80 em

França. Tudo indica que terão a pa-

lavra fi nal.

O colectivo dos presos está dividi-

do e os “duros” condenam o desar-

mamento e, por maioria de razão,

uma dissolução. Mas a aspiração da

maioria será a transferência para o

País Basco — estão espalhados por 44

prisões espanholas e 44 francesas.

Muitos poderão integrar os processos

de reinserção para obter uma liber-

tação mais rápida.

O “mito da invencibilidade”Fundada em 1968 por jovens nacio-

nalistas em ruptura com o Partido

Nacionalista Basco e inspirados nas

lutas de libertação nacional da épo-

ca, a ETA nasceu sob o signo de um

mito — a “ocupação espanhola”.

Conheceu cisões. Venceu a corren-

te “militarista” que identifi cava a or-

ganização com o terrorismo.

A ETA político-militar (ETA p-m)

renunciou à luta armada e integrou-

se na democracia em 1982. A ETA mi-

litar (ETA m) criou o “mito da inven-

cibilidade”. Não esperava derrotar o

Estado mas acreditava que este seria

incapaz de a vencer por meios poli-

ciais e seria obrigado pela sociedade

a ceder às suas exigências.

A ETA nasceu durante o franquis-

mo, que lhe deu uma justifi cação

política. Mas só se tornou verdadei-

ramente letal com a democracia e o

estatuto de autonomia basca. Das su-

as 845 vítimas, apenas 5% foram as-

sassinadas durante a ditadura (1968-

75). A sua actividade mais frenética

foi durante a Transição (1976-81): 336

mortos. Na recta fi nal (1995-2010) ain-

da matou 98 cidadãos, sendo o País

Basco o principal “teatro de guerra”:

foi a era do tiro na nuca, que provo-

cou uma revolta dos cidadãos que

isolou a ETA.

A estratégia da “socialização do so-

frimento” visava tornar os cidadãos

reféns pela violência, para os forçar

a ceder aos objectivos da minoria.

Centenas de pessoas só podiam sair

à rua com escoltas. A ETA recolheu

informações sobre 16.000 alvos po-

tenciais de atentados.

Como identificar a ETA? Res-

pondeu o antropólogo basco Juan

Aranzadi: “A violência constitui a

certidão de nascimento da ETA e o

seu exclusivo e permanente meio

de auto-afi rmação. A ETA não é uma

organização política que pratica a

violência, mas um grupo armado

que racionaliza politicamente as

acções violentas.”

O escritor Kepa Aulestia, antigo

dirigente da ETA (p-m), escrevera o

mesmo em 1993. “A espiral da vio-

lência ganha vida própria. Como se

tratasse de um alienígena, entranha-

se no corpo político e ideológico ini-

cial, entranha-se nos mecanismos de

decisão e organização, nas relações

humanas e em cada pessoa. Assim

se ideologiza, se socializa, se indivi-

dualiza, dotando-se dos nutrientes

necessários e das defesas precisas pa-

ra perpetuar-se.” Por isso, “a even-

tualidade de abandonar as armas ou

de desaparecer constituem os dois

tabus mais importantes da ETA”. As-

sim foi até hoje.

VINCENT WEST/REUTERS

A espiral da violência ganha vida própria. (...) A eventualidade de abandonar as armas ou desaparecer são os dois maiores tabus da ETAKepa AulestiaEscritor

[email protected]

MUNDO

ENRIQUE CERDAN/EPA

Page 24: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

24 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

MUNDO

Senado americano dá mais um passoa caminho da autodestruição

ERIC THAYER/REUTERS

O líder da maioria do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, cumpriu a ameaça que fez no início da semana

Há quase 230 anos, quando a Revo-

lução Francesa estava a dar os pri-

meiros passos e a maioria dos por-

tugueses ainda não sabia quem era

Napoleão, os fundadores dos Estados

Unidos criaram um Congresso com

duas câmaras — uma com muitos re-

presentantes, barulhenta e raivosa,

e outra mais sóbria e educada, onde

os senhores senadores debatiam com

alguma calma e chegavam a entendi-

mentos entre si. Mas, ao fi m de todo

este tempo, o muro que se ergueu en-

tre o Partido Republicano e o Partido

Democrata cresceu tanto que os se-

nhores senadores não conseguiram

evitar uma alteração das regras que

pode mudar radicalmente a forma

como se faz democracia no país.

Nos Estados Unidos chamam-lhe a

“opção nuclear”, uma alteração tão

profunda dos procedimentos do Se-

nado que é tratada como se alguém

largasse uma bomba em cima das re-

gras e os efeitos contaminassem tudo

à volta — uma decisão tão sensível

que o senador John McCain, do Par-

tido Republicano, disse que só um

“idiota estúpido” pode defendê-la.

Em causa está a alteração de um

procedimento conhecido como fi -

libuster, que é uma ferramenta à

disposição da minoria no Senado

para bloquear uma nomeação pela

maioria de um juiz para o Supremo

Tribunal.

Na prática, ao invocar o fi libuster,

o partido minoritário consegue man-

ter o debate em aberto por tempo

indefi nido, bloqueando a passagem

à votação fi nal e obrigando a maioria

a fazer uma de duas coisas: ou deixa

cair o nome do juiz e pede ao Presi-

dente que nomeie outro, ou reúne 60

votos dos 100 no Senado para derru-

bar o tal fi libuster — como é raro que

um dos partidos tenha 60 ou mais

senadores, o fi libuster obriga a maio-

ria a fazer concessões à minoria, se

quiser que as coisas avancem.

Até 2013, a minoria podia usar o

fi libuster para travar também as no-

meações executivas e as nomeações

de juízes federais, mas nessa altura

quem estava a bloquear as escolhas

premo sejam, pelo menos, tolerados

por quem está na minoria.

Como as decisões do Supremo são

determinantes para a evolução das

grandes causas, os Estados Unidos

poderiam seguir um caminho marca-

damente conservador ou progressis-

ta se não houvesse regras como a que

começou a cair em 2013 e que deu

um trambolhão ontem. Um trambo-

lhão que teve a ajuda do senador Jo-

hn McCain — apesar de ter dito que

só um “idiota estúpido” podia defen-

der a alteração, McCain votou a favor

porque disse ser a única forma de

pôr o juiz Gorsuch no Supremo.

A partir de agora, bastam 51 votos

para pôr fi m a um fi libuster num pro-

cesso de nomeação para o Supremo

e seguir para a votação fi nal, o que

signifi ca, na prática, que o fi libuster

deixa de ter utilidade como ferra-

menta de reforço da minoria.

Depois da alteração desta regra,

é certo que o juiz conservador Neil

Gorsuch, de 49 anos, vai ser aprova-

do na votação de hoje, e vai juntar-

se aos restantes oito membros do

Supremo Tribunal em substituição

do também conservador Antonin

Scalia, que morreu em Abril do ano

passado.

Depois do esvaziamento do fi libus-

ter nas nomeações, muitos temem

que o próximo passo seja o fi m do

fi libuster no processo de aprovação

das leis — o que, a acontecer, deixará

o país à mercê da maioria.

Falta de entendimento leva Partido Democrata a bloquear nomeação para o Supremo. Em resposta, o Partido Republicano accionou a “opção nuclear” e aprovou uma alteração que fragiliza o debate

EUAAlexandre Martins

do então Presidente, Barack Obama,

era o Partido Republicano. Como o

Partido Democrata estava em maio-

ria, os seus líderes abriram um pre-

cedente e mudaram as regras, mas só

em relação às nomeações de cargos

executivos e juízes federais — para

essas, passou a bastar uma maioria

simples, o que esvaziou a essência do

fi libuster; mas para a nomeação de

juízes do Supremo continuou a ser

necessário dialogar com a oposição,

se esta se opusesse.

Um país à mercê da maioria?O que aconteceu ontem foi um se-

gundo — e mais dramático — passo

em direcção ao fi m do mecanismo

que dá alguma força à minoria, e que

tem permitido que os juízes do Su-

O que aconteceu foi um segundo — e mais dramático — passo em direcção ao fi m do mecanismo que dá alguma força à minoria nas decisões do Senado [email protected]

Page 25: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 25

Aung San Suu Kyi, líder de facto do

Governo da Birmânia, e vencedora

de um Nobel da Paz, negou as acu-

sações de que as autoridades estão

a fazer uma limpeza étnica contra a

minoria muçulmana rohingya.

Em entrevista à BBC, Suu Kyi ad-

mite que há problemas no estado de

Rakhine, onde vivem os rohingya,

mas garante que a expressão “limpe-

za étnica” é forte demais para descre-

Aung San Suu Kyi recusa acusações de limpeza étnica contra os rohingya

ver a situação. “Não penso que esteja

a acontecer uma limpeza étnica. Há

muita hostilidade — são muçulma-

nos a matar muçulmanos também”,

disse. Aquilo a que se está a assistir

é a uma “divisão”, diz Aung San Suu

Kyi, que diz estar a “tentar fechá-la”.

Em Novembro, o Alto Comissa-

riado para os Refugiados da ONU

acusou a Birmânia de estar a lançar

uma operação de “limpeza étnica”

contra a minoria muçulmana rohin-

gya. Milhares de pessoas têm pas-

sado a fronteira com o Bangladesh.

As forças de segurança birmanesas

“executam os homens, massacram

crianças, violam mulheres, queimam

e assaltam casas, forçando estas pes-

soas a atravessar o rio” para chegar

ao Bangladesh, disse na altura John

McKissick, da ONU. O Exército e a

Minorias

Líder do Governo da Birmânia garante que quem fugiu para os países vizinhos estará em segurança se regressar

se consideravelmente a partir de

2012, quando cerca de 200 pessoas

foram mortas em confrontos com a

população budista. Cerca de 140 mil

rohingya foram enviados para cam-

pos fechados, sem poderem traba-

lhar ou estudar, ou terem acesso a

cuidados de saúde.

As eleições do ano passado foram

históricas, trazendo pela primeira

vez desde os anos 1960 civis para a

liderança do Governo de Rangum.

Mas o Governo não tem contrariado

as acções do Exército, que continua

a ter um grande poder. E para Suu

Kyi, os rohingya nunca foram uma

prioridade. A fi lha do “pai da nação”,

Aung San, recusa-se sequer a utilizar

o termo para se referir à comunida-

de, pouco diferindo dos generais que

sempre combateu.

PUBLICIDADE

polícia fronteiriça estão envolvidos

em actos de “punição colectiva con-

tra a minoria rohingya”, acrescentou.

Foram cometidas “atrocidades sem

precedentes” contra os rohingya,

que poderão confi gurar limpeza ét-

nica, disse a ONU.

Sobre as pessoas que fugiram para

os países vizinhos, Suu Kyi garante

que podem regressar: “Se voltarem,

estarão em segurança. Cabe-lhes de-

cidir. Alguns voltaram.”

A situação dos rohingya degradou-

Suu Kyi não tem sequer utilizado o termo “rohingya” para se referir a esta minoria desprezada na Birmânia

MUNDO

Breve

Maquilhagem

Imagem que sugere que Putin é gay proibida na RússiaO ministro da Justiça russo incluiu a imagem retocada do rosto de Vladimir Putin, com maquilhagem de cores vibrantes que sugerem que o Presidente russo é gay, na lista federal de “materiais extremistas”. Esta imagem tornou-se proibida na Rússia, por sugerir “uma orientação sexual fora do padrão, de forma a insinuar que Putin é homossexual”.

Page 26: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

26 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

CIÊNCIA

Este médico só tem doentes com centenas ou (até) milhares de anosNão faz diagnósticos a doentes vivos. O que Francesco Galassi desvenda são as doenças de fi guras históricas através de vários registos históricos. A partir de amanhã está em Lisboa para quatro palestras sobre paleopatografi a

Francesco Galassi não é um médico

normal. Nunca chegou a conhecer

os seus doentes. E não é por não

querer contactar com eles. Mas

porque as idades dos seus doentes

vão dos 200 aos 2000 anos. O facto

de já terem morrido não quer dizer

que este médico italiano não lhes

consiga fazer um diagnóstico. A sua

escolha recai sempre em fi guras his-

tóricas ou em personagens. No seu

“consultório” já fez o diagnóstico

ao imperador Júlio César ou a ma-

dame Tussaud. É uma questão de

ler as suas biografi as, cruzar várias

fontes históricas e ter em conside-

ração os vestígios corporais (caso

ainda existam).

Nos próximos dias está em Portu-

gal a falar do seu trabalho em qua-

tro palestras: sábado, às 15h, na

Biblioteca Histórica da Ordem dos

Médicos (Lisboa); domingo, às 15h,

no Museu Nacional de Arqueologia

(Lisboa); segunda-feira, às 14h30,

no Instituto Superior de Ciências

da Saúde Egas Moniz (Caparica); e

terça-feira, às 18h30, na Casa-Museu

Dr. Anastácio Gonçalves (Lisboa) so-

bre a síndrome de Stendhal.

“Sou médico, mas sempre fui fas-

cinado pelo mundo antigo”, assim

começa Francesco Galassi, de 27

anos, a contar sobre o seu interesse

em diagnosticar doenças a persona-

gens e a fi guras históricas. Tudo tem

início no ensino secundário, quando

tinha 14 anos, foi aí que começou a

estudar o imperador romano Júlio

César. Também começou a estudar

línguas clássicas, o grego e o latim,

para poder ler os registos históricos

originais. “Passei muito tempo a in-

vestigar história antiga e história da

medicina”, recorda. Mas levou uns

anos até vir a concluir o caso de Júlio

César. Tinha de ter as ferramentas

certas para tirar conclusões.

Gostava de medicina e história,

e o seu caminho acabou por ser a

medicina, licenciando-se na Uni-

versidade de Bolonha (Itália), onde

esteve envolvido em trabalhos sobre

colecções humanas anatómicas. De-

pois, rumou ao Reino Unido: na Uni-

versidade de Oxford e no Imperial

College de Londres voltou a analisar

a doença de Júlio César, desta vez a

tempo inteiro e com o seu colega

Hutan Ashrafi an.

Agora, Francesco Galassi é paleo-

patologista no Instituto de Medicina

Evolutiva da Universidade de Zuri-

que, na Suíça. Tem estado a traba-

lhar no Projecto Paleopatologia Ita-

liana, que estuda doenças antigas na

Península Itálica. Neste momento,

estuda casos retratados nos quadros

de Piero della Francesca. E ainda

em Janeiro deste ano foi um dos 30

cientistas com menos de 30 anos

escolhidos para a Lista de Ciência e

turas, literatura, biografi as ou qual-

quer outro documento que forneça

informação sobre a fi gura em estu-

do. “ [As biografi as] têm tudo, desde

paixões, conspirações políticas e até

informação médica. Mas quando se

descrevem os termos médicos, não

se referem especifi camente os ter-

mos científi cos de saúde.”

Este tipo de estudo é a paleopa-

tografi a e é considerado um ramo

da paleopatologia, que estuda as

patologias em esqueletos e outros

restos mortais antigos. “Considero

a paleopatografi a um apoio, e não

uma substituição, para estudar as

personagens antigas e famosas.”

Além disso, Francesco Galassi usa

ainda a paleossemiótica, que pro-

cura no estudo de fontes históricas

os sinais de doenças.

E quais as difi culdades que co-

locam estes doentes tão antigos?

“O maior problema é não se saber

nada sobre eles. Os meus doentes

já morreram há muito tempo.” Afi -

nal, o seu doente mais velho viveu

no Egipto Antigo e o mais novo é

a Madame Tussaud. Depois, há a

difi culdade em interpretar todos

os registos históricos, porque não

são verdadeiros registos médicos.

“Tenho sempre de refl ectir se a in-

formação está escrita por qualquer

razão política.”

Nem sempre é possível fazer um

diagnóstico. Um desses casos é o de

Alexandre, o Grande. “Foi o único

caso em que perdi imenso tempo,

mas que não consegui”, assume. Os

registos históricos são inconclusi-

vos e não se sabe se os seus restos

mortais foram destruídos ou não.

“Gostaria de colaborar com os cien-

tistas portugueses para estudar, por

exemplo, os reis portugueses.”

O deus Priapo tinha fimose

Priapo era o deus grego da fertili-

dade, fi lho de Afrodite e Dionísio,

e considerado o guardador dos re-

banhos ou dos produtos hortícolas.

Era sempre representado com um

pénis exagerado devido a uma vin-

gança de Hera a Afrodite.

Em 2015, Francesco Galassi en-

controu duas ilustrações deste deus

na Casa de Vettii, em Pompeia. Uma

até era normal, nada que suscitasse

um diagnóstico, já a outra desper-

tou-lhe interesse. Nesse fresco de

Priapo vê-se um homem com um pé-

nis bem grande. Francesco Galassi

concluiu que tinha fi mose, em que o

pénis não pode ser retraído devido

a um problema nas glandes, e hoje

pode ser tratada por corticosterói-

des. Antes, era apenas tratada por

circuncisão ou prepucioplastia. O

médico italiano percebeu também

que a fi mose se tinha difundido na

Itália antiga, entre os jovens e ado-

lescentes da região de Campânia,

onde fi ca Pompeia.

Teresa Serafim

O

a de as

Madame Tussaud

O duque Federico de Montefeltro

O imperador Júlio César

Dante Alighieri

Saúde na Europa da revista Forbes.

E por que decidiu Francesco Ga-

lassi estudar as fi guras históricas?

“Tem-se pouca informação sobre

estas personagens. Parte da infor-

mação, a bioinformação e os relatos

dos sintomas das doenças, está com-

pletamente perdida no passado.” E

o seu trabalho tem uma aplicação na

medicina actual, ao fornecer dados

da evolução das doenças ao longo

dos tempos.

Nessa viagem no tempo, Frances-

co Galassi tem de combinar o maior

número de fontes possíveis. Livros

de história, correspondência, pin-

Page 27: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 27

des, sinal de acromegalia, síndrome

também conhecida por “gigantis-

mo”. E tem uma deformação na colu-

na vertebral e barriga proeminente,

que podem ter sido provocadas pela

tuberculose. “As fi guras mitológicas

têm patologias que podem refl ectir

como as doenças se espalhavam de-

pressa no passado.”

A gota de Federico de Montefeltro

Este é o mais recente caso de Fran-

cesco Galassi, analisado com o seu

colega Antonio Fornaciari, da Univer-

sidade de Pisa, em Itália. E já há algu-

mas conclusões. Todos conhecemos

de alguma forma o duque Federico

de Montefeltro (1422-1482) pela pintu-

ra de Piero della Francesca, o Duplo

Retrato dos Duques de Urbino. Já se sa-

bia que o duque sofria de gota (artri-

te infl amatória devido ao excesso de

ácido úrico no sangue, que infl ama as

articulações). Agora, os cientistas re-

colheram amostras dos ossos do du-

que e encontram também cartas que

ele enviou para o seu médico. Nessas

cartas, dizia que tinha uma dor no pé

direito. “Agora temos de investigar a

nível genético [as amostras], assim

como estudar as referências à gota

neste período histórico.”

Madame Tussaud, um diagnóstico inclusivo

Marie Tussaud (1761-1850) era uma

mulher de negócios no século XIX na

Europa. Pode-se dizer que morreu de

velha, aos 88 anos, em Abril de 1850.

Sempre foi descrita como tendo boa

saúde e, pouco antes de morrer, ain-

da vendia bilhetes do seu museu de

cera em Londres e cumprimentava

os visitantes. A descoberta de cartas

dos seus fi lhos trouxe agora outra vi-

são sobre a sua saúde.

O seu fi lho Francis escreveu ao seu

pai, François, a dizer: “[Tussaud] es-

tá cada vez mais fraca e às vezes até

muito doente e sofre de asma, que

não lhe permite descansar durante

a noite.” Além disso, relatou que as

pernas da mãe estavam em más con-

dições e os joanetes quase nem a dei-

xavam andar. A equipa de Francesco

Galassi considera que tinha uma do-

ença cardiorrespiratória.

Contudo, noutras cartas, nomea-

damente do seu neto John Theodore,

dizia-se que estava muito “vivaça” e

com uma “memória excelente” nos

últimos anos de vida. As discrepân-

cias entre as cartas tornam, para já,

esta análise inconclusiva. “A Mada-

me Tussaud é um bom exemplo da

interpretação das fontes”, comenta

Francesco Galassi. “Algumas cartas

podem ser uma manipulação da sua

família para promover uma cer-

ta imagem.”

FOTOS: DRda sua morte. “Este é um primeiro

esforço para reexaminar a causa de

morte do rei Alarico I”, lê-se no arti-

go que Francesco Galassi e outros co-

legas publicaram na revista European

Journal of Internal Medicine.

Através da obra Gética, que o his-

toriador Jordanes escreveu no século

VI, baseada por sua vez num traba-

lho do escritor romano Cassiodoro,

Francesco Galassi e a sua equipa

descartaram a hipótese de que Ala-

rico tivesse morrido de uma doença

cardiovascular, devido à ausência de

sintomas descritos naquelas fontes

históricas. Alarico I estava aparen-

temente saudável durante o saque a

Roma e só mostrou sinais de doença

na viagem de Campânia para a Calá-

bria. “Como era migrante e vinha de

uma zona onde não havia malária,

não tinha imunidade a esta doença”,

refere o médico. “Quando o túmulo

for encontrado, podemos fazer testes

moleculares [ADN]. Agora, as fontes

sugerem que é a malária.”

Dante era ansioso e sonolento?

Quem diria que os poemas de Dante

Alighieri (1265-1321) poderiam des-

vendar as suas próprias doenças. É

o que acontece no canto I de Infer-

no: “Ó famoso sábio, acode ao per-

seguido!/Tremo no pulso e nas veias,

transtornado!” As veias e os pulsos

a tremer podem revelar medo e o

que se designa por uma “reacção de

stress agudo”, ou “reacção de lutar

ou fugir”. Trata-se de uma resposta

excessiva numa situação em que não

há razão para se ter grande medo.

“Este é um exemplo do poder dos

escritores para observarem e des-

creverem factos médicos”, comen-

ta Francesco Galassi. Já o seu colega

Giuseppe Plazzi, da Universidade de

Bolonha (Itália), tinha referido antes

que Dante sofria de narcolepsia, pro-

blema neurológico em que o doente

está sempre sonolento e está forte-

mente associado a ansiedade — uma

conclusão que o investigador tirou a

partir da leitura dos poemas da obra

Vida Nova.

Polichinelo, um símbolo da tuberculose

Vem de Nápoles, é preguiçoso, opor-

tunista e uma personagem cómica

do teatro italiano. “Este diagnóstico

é diferente porque é de uma per-

sonagem.” Para Francesco Galassi,

Polichinelo, além de re-

presentar os sonhos e

sofrimentos das pesso-

as, é símbolo dos surtos

de tuberculose no pas-

sado, segundo os seus

estudos. Surge

representado

com as mãos

e os pés gran-

livro A Doença de Júlio César, que ain-

da não foi traduzido para português.

Alarico I, o rei dos visigodos que morreu de malária

Alarico I (370-410) fi cou na história

por ter atacado Roma a 24 de Agosto

de 410 d.C. Depois, embarcou numa

campanha em direcção ao sul para

tentar chegar ao Norte de África,

mas acabou por morrer. “Sofria de

alguma doença que contraiu no Sul”,

afi rma Francesco Galassi. É que no

Sul de Itália a malária estava muito

difundida e pode ter sido essa a causa

Júlio César não era epiléptico

Foi um dos primeiros casos de Fran-

cesco Galassi, aquele que o afi rmou

como paleopatologista. Com o colega

Hutan Ashrafi an, do Imperial Colle-

ge de Londres, disse que as fontes

históricas não permitiam concluir

que Júlio César (100 a.C. a 44 a.C.)

tinha epilepsia. Em vez disso, um

dos maiores líderes militares terá

tido um mini-AVC (um acidente is-

quémico transitório, em que o for-

necimento de sangue ao cérebro é

interrompido por um curto período

de tempo). É que os sintomas descri-

tos nas fontes referem que, nas suas

campanhas militares em Espanha e

África, tinha enxaquecas, vertigens

ou tonturas.

“Olhámos para várias fontes, usá-

mos a racionalidade médica e fi ze-

mos uma aproximação histórica”,

conta. Na Antiguidade, a epilepsia era

considerada uma “doença sagrada”,

por isso Júlio César terá difundido

que era epiléptico, uma vez que isso

condizia melhor com a sua imagem

pública, concluíram os dois cientistas

num artigo em 2015 na revista Neu-

rological Sciences, a que se seguiu o

O deus Priapo ; em baixo, o médico italiano Francesco Galassi; e na página ao lado, a figura de Polichinelo

[email protected]

úlúúúúúúlúúltititimomomosss aaaaa

cias entreee

esta análll

me Tussaaaaa

interpretttt

Francesccc

podem seee

famíílll

ta

aaaaaararara FF Fraaraarancncncessessescocooco GGG Galaalaalassassassisisi,

aalém de re-

ssss sonhos e

ddddas pesso-

ddddos surtos

sssse no pas-

ddddo os seus

uuuurge

ddddo

ssss

---- teeeee

Page 28: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

28 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

CULTURA

ENRIC VIVES-RUBIO

Vhils teve a colaboração da coreógrafa Piny e de seis bailarinos

O seu nome está associado à arte

contemporânea e de forma mais

particular à chamada “arte urbana”.

Também já explorou caminhos na

ilustração, animação, vídeo ou de-

sign. O seu universo, de forma lata, é

o da cultura visual. As artes de palco

não são o seu habitat natural. Mas

hoje e amanhã, no pequeno auditó-

rio do Centro Cultural de Belém, em

Lisboa, no contexto da Boca Bienal,

será aí que poderemos tomar con-

tacto com o seu trabalho. Falamos

de Alexandre Farto, ou seja, Vhils,

um dos artistas portugueses mais

reconhecidos em Portugal e inter-

nacionalmente pelas intervenções

escultóricas em todo o mundo.

Desta feita deixou de lado as pai-

sagens urbanas degradadas, ou os

espaços expositivos convencionais,

para conceber um espectáculo-per-

formance no palco. Não o fez solita-

riamente. O conceito e direcção são

dele. Mas teve a colaboração precio-

sa da coreógrafa Anaísa Lopes (Piny)

e de seis bailarinos dirigidos por ela,

e dos músicos Chullage e DJ Ride,

entre outros. Todos eles já haviam

colaborado em anteriores ocasiões

e existia esse historial comum de

terem crescido nos ambientes das

periferias de Lisboa, tendo aí desen-

volvido trabalho criativo numa fase

prematura das carreiras, em grande

medida em ligação estreita com a cul-

tura hip-hop.

“O desafi o era criar um trabalho

em palco, o que para mim é algo

distante e está fora da minha zona

de conforto”, conta-nos Alexandre,

depois de termos presenciado um

ensaio. “O que tentei fazer foi criar

uma ponte com várias pessoas, co-

mo a Piny, que trabalha em dança

contemporânea, mas que começou

nos graffi ti, ou o Chullage e o Ride,

conhecidos no hip-hop, mas que hoje

estão também na sociologia ou nas

electrónicas. Cada um seguiu o seu

percurso e nunca tínhamos feito na-

da sobre o ambiente onde crescemos

e que teve muita importância no que

produzimos hoje.”

O espectáculo chama-se Periféri-

Para além das imagens, do trabalho

de concepção, ou de pesquisa e edi-

ção, são centrais os movimentos dos

bailarinos, entre a dança contempo-

rânea e a fi sicalidade da rua da dança

hip-hop, e a música, com referências

sonoras familiares (hip-hop, trap ou

electrónicas), mas sempre a partir de

um ponto de vista desviante, insti-

tuindo climas saturados e opressivos

ou mais lúdicos.

Poema-rapNa parte fi nal existe um solilóquio

em forma de poema-rap da autoria

de Chullage que acaba por ser de-

terminante. Críptico, realista e satí-

rico, tenta mostrar que muitas das

tensões entre centros e periferias

continuam latentes. Muitos muros

foram sendo destruídos ao longo

dos anos em Portugal, mas outros

foram sendo construídos. “Ainda

existem barreiras, claro”, assume

Alexandre. “Há zonas de separa-

ção que ainda existem, apesar de

podermos romantizar que elas se

atenuaram.”

Por falar em barreiras, uma das

que ainda subsistem em grande par-

te refere-se às práticas e também aos

consumos artísticos. É raro ver gente

das artes em concertos e vice-versa.

Ou da clássica em espectáculos pop.

Ou da arte no teatro. E assim suces-

sivamente. A curiosidade, a troca

desinteressada ou a integração de

novas realidades de forma transver-

sal ainda não é um dado adquirido.

A compartimentação subsiste.

Em parte é também isso que a Bo-

ca Bienal quer desbloquear. “Sim, é

verdade, isso ainda acontece”, con-

corda Alexandre, “até porque con-

tinua a existir uma grande divisão

entre formas artísticas institucio-

nalizadas e outras mais informais.”

“Mas creio que essas pontes têm

vindo a ser criadas e estes desafi os

da bienal são um exemplo”, afi rma,

falando do seu próprio espectáculo,

sinergia entre diferentes territórios,

em que foi criada uma convergên-

cia entre artes visuais, formas musi-

cais e diferentes maneiras de olhar

para a dança. “Tudo permeável e

em sintonia.”

Por momentos Alexandre Farto deixa a arte urbana e concebe um espectáculo que refl ecte a paisagem urbana e humana das periferias, e a emergência das suas subculturas, ao longo de décadas em Portugal

PerformanceVítor Belanciano

Cada um seguiu o seu percurso e nunca tínhamos feito nada sobre o ambiente onde crescemos e que teve muita importância no que produzimos hojeAlexandre FartoArtista

co e, claro, não é um acaso. Trata-se

de uma criação que refl ecte a paisa-

gem urbana e humana das periferias,

a emergência das subculturas e o

impacto no Portugal das últimas dé-

cadas. Existe questionamento, mas

também celebração, das relações en-

tre centro e periferia, com imagens

de arquivo e outras produzidas para

o efeito, a revelarem a forma como

a Lisboa e o Porto metropolitanos

se foram constituindo ao longo dos

anos, com vagas de pessoas provin-

das das ex-colónias portuguesas ou

das zonas economicamente mais dé-

beis de Portugal. Zonas de exclusão,

de resistência ou de fortalecimento

comunitário, esses contextos foram

também assistindo à formação de

estimulantes ambientes culturais e

é isso que é mostrado. Nesse sentido,

tematicamente, não é algo muito dis-

tante do trabalho artístico de Vhils.

“Sim, é verdade”, concorda. “Exis-

te uma refl exão sobre as identidades

e uma panorâmica do Portugal do 25

de Abril e do que se seguiu, a partir

do momento em que fomos também

expostos à cultura que vinha de fora,

como é o caso do hip-hop.” Como é

que todas essas interligações (centro

e periferia, campo e urbe, rua e pal-

co, local e global, meios marginaliza-

dos e institucionalizados) se desen-

cadearam e que efeitos tiveram, eis

em parte a proposta desenvolvida. [email protected]

O Portugal das periferias chega a Belém e o responsável é Vhils

Page 29: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 29

ENRIC VIVES RUBIO

O director artístico garante que não sai zangado

O director artístico do Museu Colec-

ção Berardo, Pedro Lapa, deixou o

cargo ao fi m de seis anos. A sua co-

missão de serviço terminou a 2 de

Abril, anunciou ontem o museu no

comunicado em que dava conta da

saída de Lapa.

Ao PÚBLICO, o empresário Joe Be-

rardo disse que ainda não tem um

nome defi nitivo para substituir Pedro

Lapa. O jornal Expresso avançava o

de Rita Lougares, uma conservadora

do museu, como directora interina,

mas ao PÚBLICO Berardo esclareceu

que o cargo não será ocupado defi ni-

tivamente nos próximos meses. “Da-

qui a uns meses vamos ver”, acres-

centou o comendador, sublinhando

que se trata para já de uma nomea-

ção provisória.

Nos estatutos do museu, está pre-

visto a existência de um cargo de

director.

Contactado pelo PÚBLICO, Pedro

Lapa não quis falar das circunstân-

cias que levaram a que não fi zesse

nova comissão de serviço enquanto

director artístico do museu, algo que

era ainda uma possibilidade quan-

do Berardo e o Estado assinaram a

adenda ao protocolo de 2006 que

permitiu manter a instituição no

Centro Cultural de Belém pelo me-

nos até ao fi nal de 2022. Garantiu

apenas que as duas partes chegaram

a acordo, que não sai “zangado” e

que os últimos seis anos lhe “trou-

xeram a oportunidade de trabalhar

com uma colecção única no país,

importante”, e de “fazer exposições

relevantes”.

Lapa, que diz que pretende con-

tinuar a comissariar exposições, vai

dedicar agora muito mais tempo à

Faculdade de Letras, onde há anos

dá aulas de História de Arte Contem-

porânea e de Teoria de Arte. “Ago-

ra vou estar mais disponível para o

trabalho de investigação”, acrescen-

tou. De acordo com o comunicado, o

historiador de arte “dedica-se agora

Pedro Lapa saiu da direcção do Museu Berardo

a novos projectos, mantendo de fu-

turo colaborações de natureza auto-

ral com o Museu Colecção Berardo”.

É provável que estas colaborações

passem pela curadoria de exposi-

ções e pela participação em edições

da casa.

Quanto à programação, Lapa tam-

bém não avançou qualquer informa-

ção. De recordar que, fechado que

está o primeiro trimestre do ano,

o Museu ainda não anunciou a sua

programação para 2017 e tem neste

momento e desde Janeiro a galeria

do Piso 0 vazia.

A escolha de Lougares para ocu-

par interinamente o lugar que dei-

xou vago também não foi objecto de

qualquer comentário: “Não quero

acrescentar mais nada. Trata-se de

uma decisão do conselho de admi-

nistração”, disse Lapa.

Rita Lougares, de 59 anos, é ac-

tualmente a única conservadora do

Museu Berardo. Licenciada em His-

tória pela Universidade de Lisboa,

tem uma pós-graduação e mestrado

em Conservação e Museologia. Entre

1989 e 1993, trabalhou no Instituto

Português dos Museus, tendo nes-

se ano entrado com a equipa inau-

gural para o Centro de Exposições

do Centro Cultural de Belém (CCB).

Lougares transitou para o Berardo

quando o novo museu se instalou

no CCB em 2007.

Ainda segundo o museu, o colec-

cionador José Berardo e o Conselho

de Administração da Fundação Be-

rardo “louvam o trabalho realizado e

a dedicação integral, durante os seis

anos em que Pedro Lapa dirigiu artis-

ticamente o Museu Colecção Berar-

do, fazendo votos para que os seus

projectos futuros continuem a obter

os maiores sucessos”. A Fundação

de Arte Moderna e Contemporânea

- Colecção Berardo renovou no ano

passado o acordo de comodato para

permanência do Museu Berardo por

mais seis anos, renováveis, no Centro

Cultural de Belém, em Lisboa.

“Ao longo dos seis anos em que

assumiu a programação artística do

museu, Pedro Lapa deu especial re-

levo à vertente museológica apresen-

tando a colecção em exposição per-

manente, dividida em dois grandes

períodos 1900-1960 e 1960-2000, de

forma a materializar a existência de

um grande museu de arte moderna

e contemporânea internacional em

Lisboa”, destaca ainda o museu no

comunicado.

Pedro Lapa, também ex-director

do Museu do Chiado - Museu Nacio-

nal de Arte Contemporânea, subs-

tituiu em 2011 o francês Jean-Fran-

çois Chougnet, primeiro director do

Museu Berardo. Na altura, foi uma

escolha unânime no conselho de ad-

ministração da Fundação aprovada

pelo Ministério da Cultura.

ArtesIsabel Salemae Lucinda Canelas

Historiador de arte não viu renovado contrato. Museu Berardo tem agora conservadora da casa como directora interina

[email protected]@publico.pt

Pedro Lapa, que quer continuar a comissariar exposições, vai dedicar agora mais tempo à Faculdade de Letras

CULTURA

Nicht Schlafen, de Alain Platel

Após o sucesso da primeira edição

em 2016, o festival DDD - Dias da Dan-

ça, um projecto pioneiro de colabo-

ração entre as autarquias do Porto,

Matosinhos e V. N. Gaia, dá um salto

signifi cativo nesta sua segunda edi-

ção, que arranca a 27 de Abril e se

prolonga por 17 dias, levando 35 es-

pectáculos a diversos espaços desta

frente atlântica do Grande Porto.

As estreias nacionais de BiT, da

veterana coreógrafa e bailarina

francesa Maguy Marin, no Rivoli, e

de Muros, de Né Barros, no Teatro

Nacional São João (TNSJ), ou ainda

a apresentação de Terça-feira: Tu-

do o que é sólido dissolve-se no ar, de

Cláudia Dias, segundo momento do

seu projecto Sete Anos Sete Peças, são

alguns dos principais momentos do

primeiro fi m-de-semana do festival,

cuja programação foi apresentada

esta quinta-feira pelo seu coordena-

dor, Tiago Guedes, director artístico

do Rivoli Teatro Municipal.

Dispondo de um orçamento de

434 mil euros, este segundo DDD tem

uma forte presença internacional,

com estreias nacionais de espectácu-

los como Tordre, do francês Rachid

Ouramdane, Nicht Schlafen [Não Dor-

mir], do belga Alain Platel, Higher,

do italiano Michele Rizzo, ou Celui

qui Tombe, de Yoann Bourgeois, mas

Dias da Dança: o festival que põe três cidades a dançar

pretende também funcionar como

uma montra da dança contemporâ-

nea portuguesa à atenção dos pro-

gramadores internacionais.

Com o seu centro de operações no

Rivoli, mas envolvendo mais de uma

dezena de espaços e uma extensa lis-

ta de co-produtores — TNSJ, Serral-

ves, Coliseu do Porto, Mala Voadora,

Balleteatro, Teatro Constantino Nery,

em Matosinhos, e Armazém 22, em

Gaia —, o Dias da Dança reforçou tam-

bém a componente formativa, com

masterclasses e workshops que Tia-

go Guedes considerou cruciais para

“criar comunidade” e “dar textura”

ao festival.

Outro programa complementar

que se consolida nesta edição é o

DDD Out, que leva a dança a jardins,

praças e outros locais públicos.

Após o fi m-de-semana de abertu-

ra, os primeiros dias de Maio trazem

espectáculos como Glimpse - 5 Room

Puzzle, de Tânia Carvalho, ou o pro-

grama Curtas de Dança, resultante

de um concurso lançado pelo Arma-

zém 22, que desafi ou jovens artistas

a criar peças breves.

No segundo fim-de-semana do

DDD, destaque para as estreias na-

cionais de Tordre, de Rachid Ou-

ramdane, e de Higher, de Michelle

Riso, uma coreografi a inspirada nas

danças de discoteca, mas também

para A Perna Esquerda de Tchaiko-

vski, uma coreografi a que Tiago Ro-

drigues criou para a bailarina Bar-

bora Hruskova. Hoje com 42 anos,

Hruskova, que foi uma das bailarinas

principais da Companha Nacional

de Bailado, já deixou o palco, mas

a peça, com música tocada ao vivo

pelo pianista Mário Laginha, é jus-

tamente sobre as marcas que uma

vida dedicada à dança foi deixando

no corpo da bailarina.

Nicht Schlafen, de Alain Platel, ou

Autointitulado, de João dos Santos

Martins e Cyriaque Villemaux, são al-

gumas das propostas para os últimos

dias da dança deste ano, antes de o

festival fechar sob o signo da verti-

gem, com a estreia de O Poço, de Jo-

nathan Uliel Saldanha, inspirada nos

poços da morte das feiras populares,

que o público irá poder ver a partir de

cima, instalado nas varandas técnicas

da caixa de palco do Rivoli, e o espec-

táculo de encerramento, no Coliseu,

Celui qui Tombe, de Yoann Bourgeois,

que cruza dança, circo e acrobacia.

[email protected]

DançaLuís Miguel Queirós

O festival Dias da Dança, que une Porto, Matosinhos e Gaia, regressa em versão aumentada, com 35 espectáculos em 17 dias

Page 30: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

30 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

CULTURA

A boa saúde do jazz português ausculta-se no São Luiz

NUNO MARTINS

A Lisbon Freedom Unit, nove “tipos intensos”, vão actuar no domingo

Cumpre-se com esta Festa do Jazz

a 15.ª edição de um acontecimento

que se tornou essencial no calen-

dário anual do jazz português, um

momento de encontro entre a co-

munidade e da celebração de uma

presença cada vez mais sólida na

música nacional. Com a passagem

dos anos, torna-se não apenas evi-

dente uma qualidade crescente dos

executantes mas também uma diver-

sidade de linguagens entusiasman-

te, libertando-se dos mandamentos

académicos. Passou também tempo

sufi ciente para ser possível testemu-

nhar a evolução e afi rmação de jo-

vens talentos, cujas primeiras passa-

gens pela Festa se fi zeram integradas

nos combos das escolas, ainda a dar

os primeiros passos de uma carreira

pública, e que nos casos mais fulgu-

rantes encontramos já a liderar os

seus próprios projectos e a partilhar

o palco principal do Teatro São Luiz,

em Lisboa, de hoje a domingo, com

os seus heróis.

No programa de domingo, dois

concertos são prova da vitalidade e

da amplitude de propostas que o ja-

zz português hoje comporta. O pia-

nista Luís Barrigas (18h30) apresen-

ta o álbum Songs with and without

Words, de forte cunho melódico, e

a Lisbon Freedom Unit (19h30) junta

um autêntico supergrupo da músi-

ca mais exploratória que o género

pode oferecer.

As canções de BarrigasInspirado por uma ideia que não se-

ria novidade para Mendelssohn na

música romântica ou por Fred Hers-

ch no jazz, Luís Barrigas começou

por abordar o seu segundo álbum

enquanto líder compondo peças pa-

ra piano a que pensou chamar “can-

ções sem palavras”. Aos poucos, no

entanto, algum desse material co-

meçou a pedir-lhe letras, e decidiu

juntar à sua composição a “grande

paixão” de adolescência pela poesia,

que não perdeu fulgor desde essa

altura. Experimentou então juntar

palavras a alguns dos temas, de on-

de nasceu a ideia fundamental do

lhuda”, reconhece, “e em que se

sentem correntes que têm que ver

com as pessoas com quem estudei,

como o João Paulo Esteves da Silva

e o Mário Laginha, assim como com

o Bernado Sassetti.” Através de Sas-

setti, diz, chegou também ao com-

positor catalão Federico Mompou,

cuja sombra se faz sentir também

neste reportório. A Satie foi buscar

também a ideia para Esoteric, a Mes-

siaen pediu emprestada a densidade

de No Song at All.

“O disco está cheio de infl uências

e de homenagens”, reconhece, des-

de músicos a viagens, encontros e

pintura. O impressionismo de Mo-

net, por exemplo, deixa na sua cria-

ção uma marca tão forte quanto a

mais profunda das suas referências

puramente musicais.

A liberdade lisboetaA fermentar há muito na cabeça do

guitarrista Luís Lopes, a Lisbon Fre-

edom Unit (LFU) nasceu no fi nal de

2015 para juntar numa só formação

muitos dos mais inquietos intérpre-

tes da música improvisada e explo-

ratória da cena lisboeta. São nove

“tipos intensos” (Lopes, Rodrigo

Amado, Rodrigo Pinheiro, Ricardo

Jacinto, Pedro Sousa, Gabriel Ferran-

dini, Hernâni Faustino, Pedro Lopes

e Bruno Parrinha), de diferentes ge-

rações, que encontram neste projec-

to uma espécie de montra alargada

do que signifi ca esta música numa

cidade como Lisboa — à semelhança

do que acontece com formações aná-

logas que “dão a cara” por localida-

des europeias de fi rme implantação

no jazz vanguardista.

Embora o rastilho tenha sido ace-

so por Luís Lopes, o maior chama-

riz (e também a sua difi culdade mais

presente) da LFU reside no facto de

reclamar uma verdadeira identidade

colectiva, em que todos contam e

não há um líder óbvio. Tanto assim

que, para “colar” as várias personali-

dades, Lopes lançou como primeiro

mote o livro O Elogio da Loucura, de

Erasmo. “Somos todos muito inten-

sos”, defende. “E o livro, que é incrí-

vel e foi muito importante para mim,

embora escrito há muito tempo, tem

que ver com este tipo de situações.”

Essa loucura auto-identifi cada, e aca-

rinhada como uma característica

que nada carrega de negativo, fi cou

de tal forma associada à semana que

marcou o nascimento da LFU que,

de vez em quando, Lopes tem de res-

ponder à pergunta “Então os malu-

cos? Como é que está isso?”.

Não está mais avançado porque o

resultado dessa semana inaugural,

com concertos na Zé dos Bois e na

Sociedade Musical União Paredense,

e dois dias de estúdio, esteve em apu-

rada refl exão e selecção de material

durante 2016. “Precisámos de algum

distanciamento para avaliar a música

que gravámos na altura”, diz o gui-

tarrista. “E então fi zemos uns janta-

res em minha casa, em que ouvíamos

a música, tirávamos apontamentos,

escolhíamos, para tentarmos criar

uma conformidade.” Desse proces-

so resultou a escolha de 70 minutos

que, a qualquer momento, poderão

ver a luz do dia como disco de estreia

do projecto. Até lá, a melhor oportu-

nidade de conhecer esta liberdade

de nove cabeças é mesmo dar um

pulo até ao São Luiz, no domingo.

A Festa do Jazz continua a funcionar como montra do jazz que se produz em Portugal e a tentar colocar em discussão de onde vem e para onde vai esta música, a partir da criação de um espírito de comunidade

Música Gonçalo Frota

seu Songs with and without Words.

O trabalho que o pianista tinha já

anteriormente desenvolvido com

as cantoras Sofi a Vitória e Guida de

Palma ajudou a dar substância a esta

ideia. Se, num primeiro momento e

quando ainda imaginava um disco

inteiramente instrumental, chegou a

pensar em música que incluiria um

quarteto de saxofones, a inclusão de

texto cantado transformou esse de-

sejo num ensemble que conta com

dois saxofones (Desidério Lázaro e

João Capinha) e as duas cantoras

(que tanto assumem as letras como

utilizam as vozes como instrumen-

tos de sopro).

Não respeitando com rigor aquela

que é a estrutura convencional de

canção, as composições de Bar-

rigas tanto evocam o universo

do lied no canto lírico quan-

to os standards de jazz e, em

particular, um traço do jazz

com assinatura portuguesa.

“As canções obedecem a um

conceito em que a melodia

é preponderante, mais ore-

As canções obedecem a um conceito em que a melodia é preponderante, mais orelhuda

Luís BarrigasMúsico

Page 31: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

CLASSIFICADOSPúblico • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 31

Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte,1350-352 [email protected]

Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H

EmpregoPROCURA-SEEMPREGO-Áreas estética,cuidadoidosos,limpezas,paste-laria. Lisboa.Telm.: 920 050 610

MensagensCENTRO10 MASSAGISTAS -Prof. e sensuais.Av. Berna, C. Peq.www.relax-corpo.comTelm.: 964 842 005

MASSAGEMTÂNTRICA - Em bomambiente sabe bem.Lisboa.www.angelicalspa.comTelm.: 969 212 744

MASSAGISTA GORDINHA LINDA -XXL Alto nível, Saldanha.Gabinete Luxo.Telm.: 918 819 434

AVISOEm cumprimento do disposto no n.º 2 do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua atual redação, torna-se público que se encontra aberto um período de discussão pública, com a duração de 15 dias úteis a contar do quinto dia seguinte ao da publicação do presente aviso na 2.ª Série do Diário da Repúbli-ca, respeitante ao projeto de loteamento (proc. n.º 07/9210/2016), sito em Bacelos, freguesia de Bordeira, cujos requerentes são Et-nevic Urbanizações, SA e Eralma Construções Unipessoal, Lda. Nestes termos, o referido projeto encontra-se patente para con-sulta, entre as 9:00 horas e as 15:30 horas, no Serviço de Obras Particulares do Departamento Técnico de Obras e Urbanismo, convidando-se todos os interessados para, no decorrer do prazo acima referido, apresentarem, por escrito, as reclamações, obser-vações ou sugestões que acharem por convenientes.

Publique-se na 2.ª Série do Diário da Republica.

10 de março de 2017.

O Presidente da Câmara,José Manuel Velhinho Amarelinho

Direção de Finanças de Faro

Serviço de Finançasde Lagoa - 1066

Rua do Viveiro, Lote 5-6, r/c, Lagoa - 8401-852 LagoaTel.: (+351) 282 340 830 - Fax: (+351) 282 340 849

Email: sfl [email protected] - www.portaldasfi nancas.gov.ptCentro de Atendimento Telefónico: 217 206 707

ÉDITOS DE 30 DIASProcesso de Execução Fiscaln.º 1066201001017454 e Aps.

Maria Isabel Cabrita da Silva Pacheco, Chefe do Serviço de Finan-ças de Lagoa, faz público que por este Serviço de Finanças correm éditos de trinta dias, citando o executado HORÁCIO JOÃO DA SILVA, NIF 186.568.371, com domicílio fi scal na Travessa Comen-dador Teófi lo Trindade - 7 em Lagoa, executado no Processo de Execução Fiscal n.º 1066201001017454 e Apensos, deste Serviço de Finanças, no montante de € 5.423,58 (cinco mil quatrocentos e vinte e três euros e cinquenta e oito cêntimos), ao qual acrescem os juros de mora e custas a contar nos termos da Lei, para no prazo de 30 (trinta) dias, imediatamente após os trinta dias do presente édito, e contados a partir da última publicação, pagar na Secção de Cobrança deste Serviço de Finanças, mediante guias a solicitar em qualquer Serviço de Finanças, a dívida acima mencionada. O pagamento poderá ser ainda efectuado no “sítio” da AT na internet (www.portaldasfi nancas.gov.pt) onde poderá também consultar os elementos do processo, bem como ainda na rede multibanco, nos CTT, nas instituições bancárias ou através do homebanking, uma vez obtida a respectiva guia de pagamento. Mais fi ca citado que, para garantir o pagamento da dívida em questão, foi penhorado ao executado HORÁCIO JOÃO DA SILVA, NIF 186.568.371, aci-ma identifi cado, o bem que se identifi ca em seguida e que se não pagar a referida dívida dentro daquele prazo ou deduzir oposição, procederá este Serviço de Finanças à sua venda judicial por leilão electrónico, nos termos do artigo 250.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, para o que já se encontra designado o dia 27 de Julho de 2017, pelas 11.00 Horas, neste Serviço de Finanças.

BEM PENHORADO:Prédio urbano, sito na Travessa Comendador Teófi lo Trindade, n.º 7 em Lagoa, da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, concelho de Lagoa, composto por prédio em propriedade total sem andares nem divisões susceptíveis de utilização independente, com um saguão, cozinha e lavabo no R/C e no 1.º andar com 2 divisões, estando uma destas divisões por cima do corredor que faz parte do 1.º lote, com a área total do terreno de 150,00m2, área de implanta-ção do edifício de 150,00m2, área bruta de construção de 300,00m2 e área bruta privativa de 300,00m2, inscrito na matriz predial urba-na sob o n.º 1.692, destinado a habitação, descrito na Conservatória do Registo Predial de Lagoa sob o n.º 2541 da freguesia de Lagoa.Serviço de Finanças de Lagoa, 4 de Abril de 2017

A Chefe de FinançasMaria Isabel Cabrita da Silva Pacheco

Público, 07/04/2017 - 1.ª Pub.

Direção de Finanças de Faro

Serviço de Finançasde Lagoa - 1066

Rua do Viveiro, Lote 5-6, r/c, Lagoa - 8401-852 LagoaTel.: (+351) 282 340 830 - Fax: (+351) 282 340 849

Email: sfl [email protected] - www.portaldasfi nancas.gov.ptCentro de Atendimento Telefónico: 217 206 707

EDITAL/ANÚNCIOVENDA E CONVOCAÇÃO DE CREDORES

Processo de Execução Fiscal n.º 1066201001017454 e Aps.IDENTIFICAÇÃO DO(S) BEM(NS)N.º da Venda: 1066.2017.80 - Prédio urbano, sito na Travessa Comendador Teófi lo Trindade, n.º 7 em Lagoa, da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, concelho de Lagoa, composto por prédio em propriedade total sem andares nem divisões susceptíveis de utilização independente, com um saguão, cozinha e lavabo no R/C e no 1.º andar com 2 divisões, estando uma destas divisões por cima do corredor que faz parte do 1.º lote, com a área total do terreno de 150,00m2, área de implantação do edifício de 150,00m2, área bruta de construção de 300,00m2 e área bruta privativa de 300,00m2, inscrito na matriz predial urbana sob o n.º 1.692, destinado a habitação, descrito na Conservatória do Registo Predial de Lagoa sob o n.º 2541 da freguesia de Lagoa.Antes de efectuarem propostas, os eventuais interessados devem inteirar-se das qualidades e caracte-rísticas, licenças e outros aspectos que considerem relevantes do bem. A não verifi cação não é funda-mento para anulação do procedimento de venda.A autoridade Tributária e Aduaneira não detém a posse efectiva do bem.Maria Isabel Cabrita da Silva Pacheco, Chefe de Finanças do Serviço de Finanças LAGOA (AL-GARVE)-1066, sito em R. DO VIVEIRO MUNICIPAL, LOTE 5-6 R/C, LAGOA, faz saber que irá proceder à venda por meio de leilão electrónico, nos termos dos artigos 248.º e seguintes do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT) e da Portaria n.º 219/2011, de 1 de Junho, do(s) bem(ns) acima melhor identifi cado(s), penhorado(s) ao executado infra-indicado, para pagamento de dívida(s) exigida(s) em execução fi scal.É fi el depositário o Sr. HORÁCIO JOÃO DA SILVA, residente em Lagoa, contacto 282341478, que deverá mostrar o(s) bem(ns) aos potenciais interessados (249.º/6 CPPT), entre as 10.00 horas do dia 2017-06-27 e as 10.00 horas do dia 2017-07-26. O valor-base da venda (250.º CPPT) é de €83.461,00.As licitações deverão ser apresentadas via Internet, mediante acesso ao “Portal das Finanças” e autenticação enquanto utilizador registado, em www.portaldasfi nancas.gov.pt na opção “Venda de bens penhorados”, ou seguindo consecutivamente as opções “Cidadãos”, “Outros Serviços”, “Venda Eletrónica de Bens”, “Leilão Eletrónico”.Só serão aceites licitações de valor igual ou superior ao valor-base da venda e desde que superiores a qualquer das licitações anteriormente apresentadas para a mesma venda (n.º 2 do artigo 6.º da Portaria n.º 219/2011, de 1 de junho).O prazo para licitação tem início no dia 2017-07-12, pelas 10.00 horas, e termina às 10.00 do dia 2017-07-27, salvo pagamento nos termos do n.º 4 do artigo 264.º do CPPT.As licitações, uma vez submetidas, não podem ser retiradas, salvo em caso de adiamento da abertura por mais de 90 dias (n.º 4 do artigo 5.º da Portaria n.º 219/2011, de 1 de junho e n.º 4 do artigo 820.º do Código de Processo Civil - CPC).No dia e hora designados para o termo do leilão, o Órgão de Execução Fiscal decide sobre a adjudi-cação do bem (artigo 6.º da Portaria n.º 219/2011, de 1 de junho).A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do Órgão de Execução Fiscal, no prazo de 15 dias, contados da decisão de adjudicação, mediante guia a solicitar junto daquele órgão, sob pena de fi car sujeito às sanções legalmente previstas (256.º/1/e) CPPT e 825.º/1/c)/2 CPC).Caso o preço de venda seja superior a 500 unidades de conta (U.C=€102) e mediante requerimento fundamentado, entregue no prazo de 5 dias contados da decisão de adjudicação, poderá ser autoriza-do o depósito, no prazo mencionado no parágrafo anterior, de apenas parte do preço, não inferior a um terço, e o restante no prazo máximo de 8 meses (256.º/1/f) CPPT).O não pagamento do preço devido, no prazo legalmente determinado, impede o adjudicatário faltoso de apresentar qualquer proposta, em qualquer venda em execução fi scal, durante um período de 2 anos (256.º/4 CPPT).O título de adjudicação depende do pagamento integral do preço e dos impostos que se mostrem devidos, designadamente, Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, Imposto de Selo, Imposto Sobre o Valor Acrescentado ou outros.Mais correm éditos de 10 dias (239.º/2 CPPT), citando os credores desconhecidos e os sucessores dos credores preferentes para, no prazo de 15 dias, contados da data da citação, reclamarem o paga-mento dos seus créditos que gozem de garantia real sobre o(s) bem(ns) penhorado(s) acima melhor descrito(s) (240.º/1 CPPT).Identifi cação do Executado:N.º de Processo de Execução Fiscal: 1066201001017454 (e apensos)NIF/NIPC: 186568371Nome: HORÁCIO JOÃO DA SILVAMorada: TV. COMENDADOR TEÓFILO TRINDADE, N.º 7 - LAGOA

A Chefe de Finanças - Maria Isabel Cabrita da Silva Pacheco

Público, 07/04/2017 - 1.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE LISBOA NORTEJuízo Local de Pequena

Criminalidade de Loures - Juiz 2Processo: 2532/16.0T9LRS

ANÚNCIOProcesso AbreviadoA Mm.ª Juíza de Direito, Dr(a). Vanessa Pinto, do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Norte - Juízo Local de Pequena Criminalidade de Loures - Juiz 2:Faz saber que no Processo Abreviado, n.º 2532/16.0T9LRS, pendente neste Tribunal contra o(a) arguido(a) Koba Zurabiani fi lho(a) de Otari Zurabiani e de Natela Zurabiani natural de: Geórgia; nacional de Geórgia nascido em 03-06-1984 estado ci-vil: Casado (regime: Desconhecido), pro-fi ssão: Desconhecida ou sem Profi ssão, BI estrangeiro - 13ih55267 domicílio: Cite, Unidade Habitacional de Santo António, 4000-000 Porto, por se encontrar acusa-do da prática do(s) crime(s): 1 crime(s) de Furto qualifi cado na forma tentada, p.p. pelos art.ºs 204.º, 22º e 23.º do C. Penal, praticado em 02-10-2016; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz, em 29-03-2017, nos termos do art.º 335.º do C. P. Penal.A declaração de contumácia, que caduca-rá com a apresentação do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do(a) arguido(a), sem prejuízo da realiza-ção de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal; b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo(a) arguido(a), após esta declaração; c) Proibição de obter quais-quer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públicas.N/ Referência: 133231058Loures, 31-03-2017

A Juíza de Direito - Dr.ª Vanessa PintoPúblico, 07/04/2017 - 1.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE LISBOA NORTEJuízo Local de Pequena

Criminalidade de Loures - Juiz 2Processo: 2532/16.0T9LRS

ANÚNCIOProcesso AbreviadoA Mm.ª Juíza de Direito, Dr(a). Vanessa Pinto, do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Norte - Juízo Local de Pequena Criminalidade de Loures - Juiz 2:Faz saber que no Processo Abreviado, n.º 2532/16.0T9LRS, pendente neste Tribunal contra o(a) arguido(a) Asatiani Giorgi fi lho(a) de Ilia Zviadadze e de Naira Asatiani natural de: Geórgia; nacional de Geórgia nascido em 17-02-1985, estado civil: Solteiro, profi ssão: Desconhecida ou sem Profi ssão, Licença de condução - Aa003976 domicílio: Cite, Unidade Habita-cional de Santo António, 4000-000 Porto, por se encontrar acusado da prática do(s) crime(s): 1 crime(s) de Furto qualifi cado na forma tentada, p.p. pelos art.ºs 204.º, 22.º e 23.º do C. Penal, praticado em 02-10-2016; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz, em 29-03-2017, nos termos do art.º 335.º do C. P. Penal.A declaração de contumácia, que caduca-rá com a apresentação do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do(a) arguido(a), sem prejuízo da realiza-ção de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal; b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimo-nial celebrados pelo(a) arguido(a), após esta declaração; c) Proibição de obter quaisquer documentos, certidões ou re-gistos junto de autoridades públicas.N/ Referência: 133231072Loures, 31-03-2017

A Juíza de Direito - Dr.ª Vanessa PintoPúblico, 07/04/2017 - 1.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE LISBOA NORTEJuízo Local de Pequena

Criminalidade de Loures - Juiz 2Processo: 2532/16.0T9LRS

ANÚNCIOProcesso AbreviadoA Mm.ª Juíza de Direito, Dr(a). Vanessa Pinto, do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Norte - Juízo Local de Pequena Criminalidade de Loures - Juiz 2:Faz saber que no Processo Abreviado, n.º 2532/16.0T9LRS, pendente neste Tribunal contra o(a) arguido(a) Zurabi Sirbiladze fi lho(a) de Kalactione Sirbiladze e de Mari-na Qiorgaze natural de: Geórgia; nacional de Geórgia nascido em 15-12-1978 estado civil: Solteiro, profi ssão: Desconhecida ou sem Profi ssão, Autorização de residência - Asilado 54207 domicílio: Cite, Unidade Habitunidade Habitacional de Santo An-tónio, 4000-000 Porto, por se encontrar acusado da prática do(s) crime(s): 1 crime(s) de Furto qualifi cado na forma tentada, p.p. pelos art.ºs 204.º, 22.º e 23.º do C. Penal, praticado em 02-10-2016; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz, em 29-03-2017, nos termos do art.º 335.º do C. P. Penal.A declaração de contumácia, que caduca-rá com a apresentação do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos:a) Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do(a) arguido(a), sem prejuízo da realiza-ção de actos urgentes nos termos do art.º 320.º do C. P. Penal; b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo(a) arguido(a), após esta declaração; c) Proibição de obter quais-quer documentos, certidões ou registos junto de autoridades públicas.N/ Referência: 133231073Loures, 31-03-2017

A Juíza de Direito - Dr.ª Vanessa PintoPúblico, 07/04/2017 - 1.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE

LISBOA OESTEJuízo Local Cível de Cascais

- Juiz 2Processo: 1014/17.7T8CSC

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerida: Maria Helena Carosso Dias Milheiriço DiasFaz saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Ina-bilitação em que é requerida Maria Helena Carosso Dias Milheiriço Dias, fi lha de Albano Dias Milheiriço e de Maria Emília Cruz Carosso Dias Milheiriço, nascida em 25-12-1929, concelho de Abrantes, freguesia de São João (Abrantes), domicílio: Rua de Lourenço Marques, n.º 10, Uni-dade Apoio À 3.ª Idade - Sensibilida-de do Saber, 2775-601 Carcavelos, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 106167420Cascais, 04-04-2017.

A Juíza de DireitoDr.ª Ana Maria Guerreiro Afonso

O Ofi cial de JustiçaJorge Manuel Salvador Santos

Público, 07/04/2017

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE

LISBOA OESTEJuízo Local Cível de Cascais

- Juiz 2Processo: 994/17.7T8CSC

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerido: Diogo Emanuel Silva SantosFaz saber que foi distribuída nes-te tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido: Diogo Emanuel Silva Santos, fi lho de Alfredo Manuel Fernandes dos Santos e de Maria Madalena da Sil-va Seixas, nascido em 16/04/1989, concelho de Figueira da Foz, freguesia de São Pedro (Figueira da Foz), domicílio: Rua Vasco Santana, Lote 39, 1.º Dt.º Alcoitão, 2645-122 Alcabideche, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 106166480Cascais, 04-04-2017.

A Juíza de DireitoDr.ª Ana Maria Guerreiro Afonso

O Ofi cial de JustiçaJorge Manuel Salvador Santos

Público, 07/04/2017

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE

LISBOA OESTEJuízo Local Cível de Sintra

- Juiz 5Processo: 4496/17.3T8SNT

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoO Mm.º Juiz de Direito Dr. Pedro Miguel Ferreira Lopes, do Juízo Local Cível de Sintra - Juiz 5 - Tribunal Judicial da Co-marca de Lisboa Oeste:Faz saber que foi distribuída neste tribu-nal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Júlio Esteves Luís, viúvo, portador do cartão de cidadão n.º 011720068 9ZZ0, válido até 16/04/2020, nascido a 3 de Agosto de 1938, natural da Freguesia de Sapataria, Concelho de Sobral de Monte Agraço, fi lho de Germa-no Eleutério Luiz e de Maria Esteves, NIF 160656257, com residência actual em: Residência Geriátrica Praia Grande, sita na Estrada do Rodízio, n.º 15, 2705-339 Colares, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 106206718Sintra, 06-04-2017.

O Juiz de DireitoDr. Pedro Miguel Ferreira Lopes

A Ofi cial de JustiçaAlina Baunites Lima

Público, 07/04/2017

EDIFÍCIO DIOGO CÃODOCA DE ALCÂNTARA NORTE, LISBOA(JUNTO AO MUSEU DO ORIENTE)HORÁRIO: 2.ª – 6.ª FEIRA: 9H – 19H SÁBADO: 11H – 17H

INFO: 210 111 010

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE SETÚBALJuízo Local Cível de Setúbal

- Juiz 1Processo: 2365/17.6T8STB

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério PúblicoRequerida: Laurentina Mar-ques CaseiroFaz saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Inter-dição / Inabilitação em que é requerida Laurentina Marques Caseiro, com residência em domicílio: Lar Sidolar, Rua João Posser de Andrade Vilar, Lote 78, 2955-000 Pinhal Novo, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 83746716

SETÚBAL, 04-04-2017.

A Juíza de DireitoDr.ª Ana Luísa DiasA Ofi cial de Justiça

Idalina Vieira

Público, 07/04/2017

É ALTURA DE MUDAR DE EMPREGO?

EMPREGO

EM PARCERIA COM

INSCREVA-SE EM EMPREGO.PUBLICO.PT

Page 32: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

32 • Público Classifi cados • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE ÉVORAÉvora - Juízo Local Cível - Juiz 2

Processos: 1016/16.0T8EVR e 1942/16.7T8EVRInsolvência de Pessoa Singular

Insolventes: Pedro Miguel Santos Caeiro e Filipa Alexandra Racha ValenteAdministradores Judiciais: Dr. José Ribeiro Gonçalves e Dra. Marília Vieira Castilho

ANÚNCIO(VENDA MEDIANTE PROPOSTAS EM CARTA FECHADA)

Os administradores judiciais nomeados no âmbito dos processos supra-mencionados: FAZEM SABER que nos autos acima identifi cados foi designado o dia 18 de abril de 2017, pelas 15:00 horas, para a abertura de propostas em carta fechada que sejam entregues até esse momento, no domicílio profi ssional do Dr. José Ribeiro Gonçalves, sito na Avenida D. João II, lote 1.06.2.5B, Parque das Nações, 1990-095 Lisboa, pelos interessados na compra da seguinte verba:Bacelo - ÉVORAVERBA ÚNICA: fração autónoma designada pela letra “D”, correspondente ao primeiro andar esquer-do, destinada a habitação, sita na Rua Dr. César Batista, n.º 3, do prédio descrito na Conservató-ria do Registo Predial de Évora sob o n.º 211, freguesia de Bacelo e inscrito na Matriz sob o artigo 1260 da U.F. de Bacelo e Sr.ª da Saúde (anterior 847 de Bacelo), com um valor-base de venda de € 105.882,36As propostas em carta fechada deverão conter a indicação dos processos de insolvência, o número da verba a licitar, devendo delas constar o nome, morada, fotocópia do documento de identifi cação civil e fotocópia do cartão de contribuinte do proponente. Os proponentes devem ainda juntar à sua proposta, como caução, dois cheques visados / bancários: um à ordem da Massa Insolvente de Pedro Miguel Santos Caeiro, no montante correspondente a 10% do valor da proposta e outro à ordem da Massa Insolvente de Filipa Alexandra Racha Valente, no montante correspondente a 10% do valor da proposta. As propostas deverão ainda ser dirigidas ao administrador judicial Dr. José Ribeiro Gonçal-ves em envelope fechado com indicação exterior do número e nome dos processos.A verba é vendida no estado físico, jurídico e documental em que se encontra.As propostas deverão ser efetuadas por valor igual ou superior a 85% do valor base de venda.Nota: O imóvel poderá ser visto no local, no dia 13 de abril de 2017 das 12:00 às 13:00 horas, mediante marcação prévia a estabelecer com o escritório do administrador judicial Dr. José Ribeiro Gonçalves.Informações adicionais poderão ser obtidas junto do escritório do administrador judicial Dr. José Ribei-ro Gonçalves, via email [email protected], telefone 234371181 ou fax 234371188.

Público, 07/04/2017 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE SANTARÉMJuízo de Comércio de Santarém - Juiz 2

Processo: 1955/15.6T8STRInsolvência de Pessoa Singular

Insolvente: Patrícia Isabel Custódio LopesAdministrador Judicial: Dr. José Augusto Machado Ribeiro Gonçalves

ANÚNCIO(VENDA MEDIANTE PROPOSTAS EM CARTA FECHADA)

José Augusto Machado Ribeiro Gonçalves, nomeado administrador judicial no âmbito do processo supra-mencionado:FAZ SABER que nos autos acima identifi cados foi designado o dia 18 de abril de 2017, pelas 15:30 horas, para a abertura de propostas em carta fechada que sejam entregues até esse momento, no seu domicílio profi ssional, sito na Avenida D. João II, Lote 1.06.2.5B, Parque das Nações, 1990-095 Lisboa, pelos interessados na compra da seguinte verba:Cartaxo - CARTAXOVERBA ÚNICA: DIREITO A METADE INDIVISA sobre a fração autónoma designada pela letra “L”, sita na Av. Calouste Gulbenkian, n.º 4, destinada a habitação, correspondente ao primeiro esquerdo e lugar n.º 11 para estacionamento na cave, descrito na Conservatória do Registo Predial de Cartaxo sob o n.º 881, freguesia de Cartaxo e inscrito na Matriz sob o artigo 4010 da U.F. do Cartaxo e Vale da Pinta, com um valor base de venda de € 38.705,88As propostas em carta fechada deverão conter a indicação do processo de insolvência, o número da verba a licitar, devendo delas constar o nome, morada, fotocópia do documento de identifi cação civil e fotocópia do cartão de contribuinte do proponente. Os proponentes devem ainda juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado / bancário à ordem da Massa Insolvente de Patrícia Isabel Custódio Lopes, no montante correspondente a 20% do valor da proposta, ou garantia bancária do mesmo valor. As propostas deverão ainda ser dirigidas ao administrador judicial em envelope fechado com indicação exterior do número e nome do processo.As verbas são vendidas no estado físico, jurídico e documental em que se encontram.As propostas deverão ser efetuadas por valor igual ou superior a 85% do valor-base de venda.Nota: O imóvel poderá ser visto no local, no dia 13 de abril de 2017 das 16h00 às 17h00, mediante marcação prévia a estabelecer com o escritório do administrador judicial.Informações adicionais poderão ser obtidas junto do escritório do administrador judicial, via email [email protected], telefone 234 371 181 ou fax 234 371 188.

Público, 07/04/2017 - 2.ª Pub.

EM BANCA

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS SOARES DOS REISEscola Básica Soares dos Reis, V. N. de Gaia

AVISOABERTURA DE CONCURSO PARA DIRETOR

Informam-se todos os interessados de que, em conformidade com o Aviso n.º 3640/2017, publicado no Diário da República, 2.ª Série - N.º 69, página 6425, de seis de abril de 2017, se encontra aberto concurso de provimento do lugar de Diretor(a) do Agrupamento de Escolas Soares dos Reis, Vila Nova de Gaia, pelo prazo de 10 dias úteis a contar do dia seguinte ao da sua publicação.Para mais informações, deverão os interessados consultar a página eletrónica do Agru-pamento (http://www.agsoaresreis.pt) na qual se encontram disponíveis o Regulamen-to do Concurso e o modelo de requerimento para formalização da candidatura.Vila Nova de Gaia, 6 de abril de 2017

A Presidente do Conselho Geral - Dr.ª Helena Cristina Laiginhas Afonso

EDUCAÇÃOEducaçãoDireção-Geral dos Estabelecimentos Escolares - DSRN

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE LOUSADAPublicitação de Oferta de Emprego (M/F)

Lousada, 06 de abril de 2017

O Diretor - Filipe Plácido Correia da Silva

Tipo de oferta6 (seis) Contratos de Trabalho em Funções Públicas a Termo Resolutivo Certo a Tempo Parcial - 3,5 h/dia (Aviso n.º 3636/2017, DR n.º 69, 2.ª Série, de 2017-04-06)

Nível Orgânico Direção-Geral dos Estabelecimentos EscolaresDireção de Serviços da Região Norte

Serviço Escola Secundária de Lousada (Escola Sede)Função Assistente OperacionalRequisitoshabilitacionais

Escolaridade obrigatória consoante a idade (que pode ser substituída por experiência profi ssional comprovada).

Método de seleção Avaliação curricular complementada com entrevista se necessário.

Remuneração ilíquida mensal 3,67€/hora. Acresce Subsídio de Refeição: 4,52€/dia

Duração do contratoAté ao dia 23 de junho de 2017. Este concurso é válido para eventuais contratações que ocorram durante o ano escolar 2016/2017, para contratos da mesma natureza.

Enquadramento legal Lei n.º 35/2014, de 20 de junho - Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas

Apresentação eformalização dacandidatura

Mediante impresso próprio fornecido aos candidatos e disponibilizado em www.aelousada.net.Apenas serão aceites candidaturas entregues presencial-mente nos serviços ou enviadas, em suporte de papel, via CTT, em carta registada com aviso de receção.

Documentos a apresentar com a candidatura

Fotocópia do CC/B.I.; Cópia do certifi cado de habilita-ções literárias; Currículo e/ou quaisquer documentos que o candidato considere importantes.

Prazo Dez dias úteis a contar da publicitação do presente aviso em Diário da República.

Contacto

Agrupamento de Escolas de LousadaRua Dr. Mário Soares, n.º 1944620-493 LousadaTelefone: 255 820 950

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃODIREÇÃO-GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALCANENASEDE: ESCOLA SECUNDÁRIA DE ALCANENA

AVISOTorna-se público que se encontra aberto pelo prazo de 10 dias úteis, a contar da data da publicação do aviso em Diário da República, para provimento de 1 posto de trabalho em regime de contrato de trabalho em funções públicas a tempo parcial (3,5 horas/dia) da carreira e categoria de Assistente Operacional, com remuneração equivalente a 3,67 € (três euros e sessenta e sete cêntimos) por hora, a qual acresce o subsídio de refeição na prestação diária do trabalho, de acordo com o estipulado no aviso de abertura n.º 3630/2017, de 6 de abril de 2017.Este concurso é válido para eventuais contratações que ocorram durante o ano escolar de 2016/2017.Mais se informa que o aviso está disponível na página do Agrupamento e nos locais de estilo da escola sede deste estabelecimento.Alcanena, 7 de abril de 2017

A Diretora, Ana Cláudia Cohen Gonzaga Borges Caseiro Garcia Domingos

EDUCAÇÃO

INFORMAÇÕES: loja.publico.pt | 210 111 010

CENTRO COMERCIAL COLOMBOAVENIDA DAS ÍNDIAS (PISO 0, JUNTO À PRAÇA CENTRAL)HORÁRIO: 2.ª FEIRA – DOMINGO: 10H – 24H

CENTRO COMERCIAL COLOMBOAVENIDA DAS ÍNDIAS (PISO 0, JUNTO À PRAÇA CENTRAL)HORÁRIO: 2.ª FEIRA – DOMINGO: 10H – 24H

Page 33: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público Classifi cados • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 33

DR. MÁRIO SOARES

AGRADECIMENTO

Na impossibilidade de o fazer pessoalmente a todos os que expressaram a sua solidarieda-de, direta ou indiretamente, a família de Mário Soares agradece muito comovidamente todo o apoio aquando do seu falecimento.

Agência Funerária Magno - AlvaladeServilusa - Número Verde Grátis 800 204 222

Serviço Funerário Permanente 24 Horas

DR. JOÃO MANUEL NUNES ABREU

MISSA DE 1.º ANIVERSÁRIO E AGRADECIMENTO

Sua mulher, fi lhos, netos e de-mais família participam que na 3.ª feira dia 11, às 19.30h, na Igreja do Campo Grande, será celebrada Missa do 1.º Aniver-sário após a sua morte. Agrade-cem, desde já, a todos os que se dignarem assistir a esta cele-bração assim como aos que, de outra forma, manifestarem o seu pesar.

Insolvência de“Nuno Ricardo Camilo Costa”

Processo n.º 2125/15.9T8BRR na Comarca de Lisboa- Juízo de Comércio do Barreiro - Juiz 1 de Barreiro

Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á à venda através de proposta por carta fechada, do bem que a seguir se identifi ca:Verba n.º 1: Meação da fracção autónoma destinada a habitação, desig-nada pela letra “A” do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sesimbra, na fi cha 7041-A, inscrito na matriz predial sob o artigo 15585-A, Freguesia da Quinta do Con-de, com o valor-base de € 45.970,58.REGULAMENTO:1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior a 85% do supra-indicado, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 18 de Abril de 2017.2 - A abertura das propostas será efectuada imediatamente após a hora in-dicada no número anterior.3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na fren-te “Proposta de compra por carta fechada - Insolvência de Nuno Ricardo Camilo Costa - Proc. 2125/15.9T8BRR”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:

Dr. Pedro Ortins de Bettencourt, Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º, 2870-239 Montijo

4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponente; mo-rada; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido por extenso. 5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encon-tram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os custos relacionados com a venda. 6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao pro-ponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de propostas.7 - A escritura notarial será efectuada em data e hora a avisar ao comprador com a antecedência mínima de 15 dias.8 - Se não for possível realizar a escritura na data fi xada, por razões inerentes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, no-meadamente exercício do direito de remissão ou de preferência, decisão de Comissão de Credores ou decisão judicial, a venda for considerada sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insolvência, através do endereço de correio electrónico: [email protected]

Público, 07/04/2017

Insolvência de“Marmovonel - Mármores e Granitos, S.A.”

Processo n.º 679/03.1TYLSB na Comarca de Lisboa - Inst. Central- 1.ª Sec. Comércio - J3 de Lisboa

Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á à venda através de proposta por carta fechada, dos bens que a seguir se identifi cam:Verba n.º 1: Prédio Urbano, composto de fábrica de serração e transformação de mármores, sito nos limites da Terrugem, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 01962, inscrito na respectiva matriz sob o art.º 3324, com o valor-base de € 434.592,00Verba n.º 2: Prédio Rústico, denominado Alveijar, sito nos limites da Terrugem, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 00349, inscrito na respectiva matriz sob o art.º 14 da secção M, com o valor-base de € 13.940,00Verba n.º 3: Prédio Rústico denominado Alveijar, sito nos limites da Terrugem, descrito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 01013, inscrito na respectiva matriz sob o art.º 11 da Secção M, com o valor-base de € 117.640,00Verba n.º 4: Prédio Rústico, denominado Courela, sito no lugar da Terrugem, des-crito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 01963, inscrito na respectiva matriz sob o art.º 116 da Secção K, com o valor-base de € 91.800,00REGULAMENTO:1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior a 85% dos supra-indica-dos, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 18 de Abril de 2017.2 - A abertura das propostas será efectuada imediatamente após a hora indicada no número anterior.3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na frente “Pro-posta de compra por carta fechada - Insolvência de Marmovonel - Mármores e Granitos, S. A. - Proc. 679/03.1TYLSB”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:

Dr. Pedro Ortins de Bettencourt, Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º - 2870-239 Montijo

4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponente; morada; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido por extenso. 5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os cus-tos relacionados com a venda. 6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao proponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de propostas.7 - A escritura notarial será efectuada em data e hora a avisar ao comprador com a antecedência mínima de 15 dias.8 - Se não for possível realizar a escritura na data fi xada, por razões inerentes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, nomeada-mente exercício do direito de remissão ou de preferência, decisão de Comissão de Credores ou decisão judicial, a venda for considerada sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insolvên-cia, através do endereço de correio electrónico: [email protected]úblico, 07/04/2017

Insolvência de“José Ramos Antunes”

Processo n.º 2467/15.3T8BRR no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, Juízo de Comércio do Barreiro - Juiz 2 de Barreiro

Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á à venda através de proposta por carta fechada, dos bens que a seguir se identifi cam:Verba n.º 1: Fracção autónoma designada pela letra “E” do prédio urbano situado na Rua de Camões, n.º 1, 1.º Esq.º e Rua S. João de Deus, 1 A, Alto do Moinho, 2855-024 Corroios, em regime de prop. horizontal, correspondente ao 1.º Esq.º para habitação, descrito na Conservatória do Registo Predial de Amora freguesia de Corroios com o n.º 5394.e inscrito na matriz sob o artigo 1627, com valor-base €67.002,99Verba n.º 2: Fracção autónoma designada pela letra “B” do prédio urbano si-tuado na Rua Florbela Espanca, n.º 29, Alto do Moinho, 2855-030 Corroios. em Regime de prop. horizontal, correspondente à cave Dt.ª para habitação, descri-to na Conservatória do Registo Predial de Amora freguesia de Corroios com o n.º 6808 e inscrito na matriz sob o artigo 1016, com o valor-base €58.728,73REGULAMENTO:1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior a 85% dos supra-indicados, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 18 de Abril de 2017.2 - A abertura das propostas será efectuada imediatamente após a hora indi-cada no número anterior.3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na frente “Proposta de compra por carta fechada Insolvência de José Ramos Antunes Proc. 2467/15.3T8BRR”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:

Dr. Pedro Ortins de Bettencourt, Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º - 2870-239 Montijo

4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponente; mora-da; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa coletiva, indica-ção de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido por extenso. 5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os custos relacionados com a venda. 6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao proponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de propostas7 - A escritura notarial será efectuada em data e hora a avisar ao comprador com a antecedência mínima de 15 dias.8 - Se não for possível realizar a escritura na data fi xada, por razões inerentes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, nome-adamente exercício do direito de remissão ou de preferência, decisão de Co-missão de Credores ou decisão judicial, a venda for considerada sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insol-vência, através do endereço de correio electrónico: [email protected]úblico, 07/04/2017

Insolvência de“Hélder Rafael de Ascensão Maneta”

Processo n.º 3206/16.7T8BRR Comarca de Lisboa, Barreiro - Inst. Central - 2.ª Sec. Comércio - J3 de Barreiro

Por determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á à venda através de proposta por carta fechada, do bem que a seguir se identifi ca:Verba Única: ½ da fracção “G” do prédio sito na Rua do Baixo Alentejo, 52, 54, 58, 60 e 62, Montijo, descrito na Conservatória do Registo Predial do Montijo com o n.º 543, inscrito na matriz da União das Freguesias de Monti-jo e Afonsoeiro sob o artigo 5443, com o valor-base de €27.661,76REGULAMENTO:1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior a 85% do supra-indicado, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 18 de Abril de 2017.2 - A abertura das propostas será efectuada imediatamente após a hora indicada no número anterior.3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na frente “Proposta de compra por carta fechada - Insolvência de Hélder Rafael de Ascensão Maneta - Proc. 3206/16.7T8BRR”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:

Dr. Pedro Ortins de Bettencourt, Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º - 2870-239 Montijo

4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponente; morada; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa co-lectiva, indicação de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido por extenso. 5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encon-tram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os custos relacionados com a venda. 6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao pro-ponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de propostas.7 - A escritura notarial será efectuada em data e hora a avisar ao comprador com a antecedência mínima de 15 dias.8 - Se não for possível realizar a escritura na data fi xada, por razões ineren-tes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, no-meadamente exercício do direito de remissão ou de preferência, decisão de Comissão de Credores ou decisão judicial, a venda for considerada sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insolvência, através do endereço de correio electrónico: [email protected]úblico, 07/04/2017

Agente de Execução, Alexandra Gomes CPN n.º 4009, com endereço profi ssional em Rua D. Sancho I, N.º 17 A/B, AlmadaNos termos do disposto no artigo 817.º do Código de Processo Civil, anuncia-se a venda do bem adiante designado:Bens em VendaTIPO DE BEM: ImóvelVERBA 1 - ARTIGO MATRICIAL: 4014 Ur-bano - União das Freguesias de Estombar e Parchal.DESCRIÇÃO: 1/40 pertencente ao exe-cutado David Graham Paul Cudmore, no prédio urbano descrito na Conservatória do Registo Predial de Lagoa (Algarve) sob o n.º 979/19890404, da Freguesia de Estombar, Concelho de Lagoa (Algarve), inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o n.º 4014, anterior 5520. PENHORADO EM: 17/07/2013INTERVENIENTES ASSOCIADOS AO BEM:EXECUTADO: David Graham Paul Cud-more, NIF: 240 506 340, solteiro, residente em Presa de Moura - Lote 54 A, Sesmarias, 8400-000 Lagoa.MODALIDADE DA VENDA: Venda median-te propostas em carta fechada, a serem en-tregues na Comarca de Faro - Silves - Juízo Execução, pelos interessados na compra,

encontrado-se designada como data para abertura das propostas o dia 20 de Abril de 2017, pelas 14:00 horas, “devendo as mesmas ser entregues até às 14:00 horas da véspera.”VALOR-BASE DA VENDA: 2.073,05 euros.Serão aceites propostas iguais ou superio-res a 1.762,09 euros, que corresponde a 85% do valor-base.Os proponentes devem indicar o seu nome completo, estado civil e nome do cônjuge (se o houver), morada, números de bilhete de identidade e contribuinte, devem tam-bém juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do agente de execução, no montante correspondente a 5% do valor anunciado para a venda, ou garantia bancária no mesmo valor.A sentença que se executa está pendente de recurso ordinário: Não Está pendente oposição à execução: Não Está pendente oposição à penhora: NãoEstá pendente reclamação de créditos: NãoA Agente de Execução - Alexandra GomesRua Dom Sancho I, n.º 17 A/B, 2800-712 Almada

E-mail: [email protected].: 210 833 058 - Fax: 212 743 259

Público, 07/04/2017 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DA COMARCA DE FAROSilves - Juízo de Execução

ANÚNCIO DE VENDA

Processo 878/13.8TBPTMExecução Comum - Ref. Interna: PE/113/2013

Exequente: Parvalorem, S.A.Executados: David Graham Paul Cudmore

ALEXANDRA GOMESAgente de Execução

CPN 4009

ANTÓNIO DINIS DOS SANTOS

Missa de 7.º Diae Agradecimento

Ana Maria Coelho Loforte Diniz dos Santos (Esposa) e Cunhada, participam que hoje dia 7 às 19 Horas será celebrada Missa na Igreja de SÃ0 JOÃO DE DEUS em Lisboa, pelo seu eterno des-canso, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto, e bem assim a to-dos que o acompanharam à sua última morada, ou que de qual-quer modo lhes manifestaram o seu pesar.

Agência AURINDO & GOUVEIA, Lda.Telefs. 217 163 599 / 217 160 889

Ministério da EducaçãoEscola Secundária da Ramada - 403507

Publicitação de oferta de trabalho

Escola Secundária da Ramada, 04 de abril de 2017

O DiretorEdgar Abílio Cordeiro de Castro Oleiro

Tipo de oferta2 contratos de trabalho a termo resolutivo certo a tempo parcial (4 e 3 horas diárias) para o serviço de limpeza para o ano escolar 2016/2017 (M/F)

Nível Orgânico Direção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo

Serviço Escola Secundária da RamadaFunção 2 Assistentes OperacionaisRequisitos Habilitacionais Escolaridade obrigatória

Método de seleção Avaliação Curricular

Remuneração

O valor da remuneração horária do pessoal de limpeza, ou outro nas mesmas condições, que preste trabalho em regime de tempo parcial é calculado de acordo com a seguinte fórmula: (RBx12) : (52xN), sendo RB a remuneração-base mensal e N o período normal de trabalho semanal. A remuneração-base corresponde à retribuição mínima mensal garantida.

Duração do contrato Entrada imediata a terminar em 16 de junho de 2017.

Enquadramento legal

Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro e Decreto-Lei n.º 69-A/2009, de 24 de março, Decreto Regulamentar n.º 14/2008, de 31 de Julho, Portaria n.º 83-A/2009, de 22 de janeiro, Portaria n.º 1553-C/2008, de 31 de dezembro, Portaria 145-A/2011 de 22 de janei-ro e código do procedimento administrativo.

Apresentação e formalização da candidatura

Mediante impresso próprio que será fornecido aos can-didatos nos serviços administrativos e disponível em www.esramada.pt

Documentos a apresentar com a candidatura

Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão; Certifi cado de habilitações literárias; Curriculum Vitae datado e assi-nado; Declarações da experiência profi ssional; Certifi ca-dos comprovativos de formação profi ssional.

Prazo Até dia 18 de abril de 2017

ContactoLargo da Escola Secundária - Bons Dias 2620-439 RamadaTel: 219340245 - Fax: 219318614

União das Freguesia de Bustos, Troviscal e Mamarrosa

AVISOProcedimentos Concursais de Recrutamento

1 - Para os devidos efeitos torna-se público que se encontra aberto, pelo prazo de 10 dias úteis a contar do dia seguinte à data da publicação do Aviso de Abertura n.º 3617/2017 na 2.ª Série do Diário da República n.º 68/2017, de 5 de abril de 2017, os seguintes Procedimentos Concursais para preen-chimento de três postos de trabalho:Proc. n.º 1/2017 - Na modalidade de relação jurídica de emprego público a termo resolutivo, pelo período de 1 ano, tendo em vista o preenchimento de 1(um) posto de trabalho na Carreira/Categoria de Assistente Tecnico, do mapa de pessoal da Junta de Freguesia;2.1. - Descrição sumária e caracterização do posto de trabalho: Exerce funções corresponden-tes à caracterização funcional da categoria de Administrativa, nomeadamente, funções de gestão de inscrição e tratamento de dados no que respeita aos cemitérios da freguesia; tratamento de dados contabilísticos e fi scais da freguesia; organização de todo o arquivo documental da freguesia e de cada uma das secretarias; tratamento, registo e organização de todos os atestados e outros documentos que resultem dos serviços prestados nas secretarias da União das Freguesias; funções relacionadas com o acordo existente entre a junta de Freguesia e os CTT – serviços de CTT nas secretarias da Junta de Freguesia e todas as funções com este relacionadas; tratamento e atendimento relacionado com todas as funções acima descritas.Proc. n.º 2/2017 - Na modalidade de relação jurídica de emprego público a termo resolutivo, pelo período de 1 ano, tendo em vista o preenchimento de 2(dois) postos de trabalho na Carreira/Categoria de Assistente Operacional do mapa de pessoal da Junta de Freguesia.2.2 - Descrição sumária e caracterização do posto de trabalho: Exerce funções correspondentes à caracterização funcional da categoria de Assistente Operacional, constante do anexo a que se refere o n.º 2 do art.º 88. º da Lei Geral de Trabalho e em Funções Públicas, nomeadamente, assegurar a higiene, limpeza e conservação das instalações, equipamentos e infraestruturas da junta de freguesia; realizar tarefas de arrumação e distribuição; efetuar pequenos serviços de reparação; proceder a vigi-lância, conservação e limpeza de vias e pavimentos; executar pequenas reparações e desimpedir os acessos; compor pavimentos, efetuando reparações de calcetamento ou com massas betuminosas; executar corte em árvores existentes nas bermas das estradas; assegura o ponto de escoamento das águas; limpar valetas, compor bermas, desobstruir aquedutos e sistemas de drenagem de águas pluviais; trabalhos auxiliares de montagem, desmontagem e conservação de equipamentos; auxiliar na execução de cargas e descargas; executar outras tarefas simples, não especifi cadas, de caráter manual e exigindo, principalmente esforço físico e conhecimentos práticos;3 - Âmbito do recrutamento:3.1 - Ser detentor dos requisitos gerais de admissão previstos no artigo 17.º da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho;3.2 - Possuir as seguintes habilitações literárias:Proc. N.º 1/2017: Ensino secundário,Proc. N.º 2/2017: Escolaridade obrigatória, de acordo com a data de nascimento4 - Formalização de candidatura: através de formulário tipo e obrigatório, disponibilizado na página eletrónica dos Serviços (www.uniaofreguesisbtm.pt), acompanhado, sob pena de exclusão, de fotocó-pia legível do certifi cado de habilitações e curriculum vitae e respetivos anexos, datado e assinado, apresentado diretamente no serviço de atendimento integrado desta Autarquia ou enviado através de correio registado, com aviso de receção, para Rua Jacinto dos Louros n.º 6, 3770-018 Bustos. Não são admitidas candidaturas por via eletrónica (e-mail) ou enviadas por fax.5 - Todos os pormenores do Concurso deverão ser consultados no Aviso de Abertura n.º 3617/2017 na 2.ª Série do Diário da República n.º 68/2017, de 5 de abril de 2017 ou em www.uniaofreguesiasbtm.pt6 - Este aviso não dispensa a consulta do aviso mencionado no ponto 5.Bustos, 5 de abril de 2017

O Presidente da Junta de Freguesia, Dr. Duarte dos Santos Almeida Novo

Page 34: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

34 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

SAIR

CINEMASLisboa Cinema City AlvaladeAv. de Roma, nº 100. T. 218413040O Ídolo - A Força de Acreditar 19h40; Vedações M12. 21h10; 100 Metros M14. 13h30, 19h45, 00h15;Lego Batman: O Filme M6. 11h25 (V.P./2D); Um Reino Unido M12. 00h05; A Bela e o Monstro M6. 11h, 16h30, 18h10 (V.P./2D) 13h40, 16h20, 21h20, 24h (V.O./2D); Médico de Província M12. 17h40, 21h55; Dois É Uma Família 13h, 15h20, 19h, 21h40, 00h10; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 11h30, 13h40, 15h40, 17h40 (V.P./2D) Cinema IdealRua do Loreto, 15/17. T. 210998295Aquarius M16. 15h40; Paula Rego, Histórias e Segredos 14h, 18h15, 20h, 21h45 CinemaCity Campo PequenoCentro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420T2 Trainspotting M16. 21h50; O Fundador M12. 19h20; Lego Batman: O Filme M6. 11h15 (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 21h25, 00h15; Kong: A Ilha da Caveira M12. 23h55; A Bela e o Monstro M6. 11h10, 15h45, 18h25 (V.Port./2D) 11h20, 13h30, 16h10, 18h50, 21h35, 00h15 (V.Orig./2D); Power Rangers M12. 14h; Vida Inteligente M14. 21h40; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 22h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 11h20, 13h25, 15h30, 16h30, 17h30, 19h40 (V.Port./2D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 13h50; The Last Face - A Última Fronteira 13h05, 15h50, 18h40, 21h20, 00h05; Juntos Para Sempre 11h20, 13h20, 15h35, 17h45, 19h45, 21h45, 24h; Ladrões com Muito Estilo 11h40, 13h40, 15h40, 17h40, 19h30, 21h30, 23h40 Cinemas Nos Alvaláxia Estádio José Alvalade, Cpo Grande. T. 16996Para Além das Cinzas 13h20, 16h50, 21h45, 00h20; As Cinquenta Sombras Mais Negras M16. 14h20, 17h10, 22h30; 100 Metros M14. 14h10, 16h40, 19h05, 21h30, 23h55; Lego Batman: O Filme M6. 13h40, 16h10, 18h35 (V.P./2D); Logan - The Wolverine M12. 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Kong: A Ilha da Caveira M12. 15h20, 18h10, 20h50, 00h15; A Bela e o Monstro M6. 13h30, 16h20, 19h10 (V.Port./2D) 13h10, 16h, 18h50, 21h40, 23h20, 00h30 (V.Orig./2D); Malapata M12. 20h; Vida Inteligente M14. 22h, 00h25; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h50, 16h30, 19h10, 21h50, 23h30; Negação M12. 21h25, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 11h, 13h15, 15h40, 18h, 21h (V.P./2D); The Last Face - A Última Fronteira 14h, 17h, 21h10, 00h10; Juntos Para Sempre 13h45, 16h15, 18h40, 21h20, 23h40 Cinemas Nos AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996São Jorge M14. 13h30, 16h, 18h30, 21h20, 24h; A Bela e o Monstro M6. 12h30, 15h20 (V.Port./2D) 21h, 23h50 (V.Orig./2D) 18h10 (V.Orig./3D); Médico de Província M12. 19h; Dois É Uma Família 13h, 16h10, 21h30, 00h10; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h30, 15h10, 18h, 21h40, 00h20; Negação M12. 20h50, 23h30; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 15h, 17h30, 19h30 (V.port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 12h40, 15h30, 18h20, 21h10, 00h05; Ladrões com Muito Estilo 13h20, 15h50, 18h40, 21h50, 00h15 Cinemas Nos ColomboAv. Lusíada. T. 16996100 Metros M14. 18h30; Kong: A Ilha da Caveira M12. 13h25, 16h10, 18h55, 21h40, 00h35; A Bela e o Monstro M6. 12h50, 15h25 (V.Port./2D) 18h40, 21h35, 00h30 (V.Orig./2D); Patrulha de Doidos M14. 23h20; Vida Inteligente M14. 13h10, 15h55, 21h20, 23h55; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h55, 15h30, 18h05, 21h05, 23h40 (2D) 13h30, 16h20, 19h, 21h45, 00h20 (IMAX); Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h15,

18h20, 20h45 (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 12h45, 15h40, 18h35, 21h30, 00h25; Juntos Para Sempre 13h05, 15h25, 18h, 21h, 23h30; Ladrões com Muito Estilo 13h, 15h35, 18h10, 21h15, 23h50 Cinemas Nos Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Kong: A Ilha da Caveira M12. 21h, 23h40; A Bela e o Monstro M6. 14h, 17h (V.Port./2D) 12h40, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20 (V.Orig./2D); Vida Inteligente M14. 21h50, 00h30; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h50, 15h40, 18h20, 21h10, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h10, 15h20, 17h30, 19h40 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h30, 16h, 18h30, 21h40, 00h10; Ladrões com Muito Estilo 13h, 15h30, 18h10, 21h20, 23h50 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223São Jorge M14. 19h15; Vale de Amor M14. 15h30, 17h30, 19h30, 21h30, 23h30; A Criada M18. 19h; Aquarius M16. 13h45, 16h30, 21h30; Dois É Uma Família 12h40, 15h, 17h20, 22h, 00h20; Negação M12. 13h30; Um Homem Chamado Ove M12. 19h40; Sonhos Cor-de-Rosa 11h30, 14h, 16h30, 21h45, 00h15 NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362O Amigo Americano M12. 14h, 16h30, 19h, 21h30 São JorgeAv. da Liberdade, 175. T. 21310340210ª Festa do Cinema Italiano Vários horáriosUCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. Suspiria 21h30, 23h45; 10ª Festa do Cinema Italiano (vários horários); São Jorge M14. 21h50, 00h20; La La Land: Melodia de Amor M12. 18h45; Moonlight M16. 19h05, 00h25; 100 Metros M14. 14h10, 16h36, 19h, 21h25, 23h50; Kong: A Ilha da Caveira M12. 00h05; Um Reino Unido M12. 19h15; A Bela e o Monstro M6. 13h45, 16h30 (V.Port./2D) 13h40, 16h20, 19h05, 21h45 (V.Orig./2D) 00h30 (V.Orig./2D); Aquarius M16. 16h10, 21h30; Médico de Província M12. 14h15, 16h45, 19h15, 21h40; Power Rangers M12. 14h; Vida Inteligente M14. 21h45, 00h10; Dois É Uma Família 14h, 16h35, 19h10; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h50, 16h30, 21h35, 00h15 (2D) 19h05 (3D); Negação M12. 13h55, 16h25, 18h55, 21h35, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 14h, 16h15, 18h40 (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 13h40, 16h20, 19h, 21h40, 00h25; Juntos Para Sempre 14h05, 16h25, 21h30, 23h45; Ladrões com Muito Estilo 14h, 16h25, 18h45, 21h30, 00h10; Sonhos Cor-de-Rosa 13h35, 16h20, 19h10, 22h

Almada Cinemas Nos Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996São Jorge M14. 19h15; 100 Metros M14. 13h25, 16h05, 18h45, 21h15, 00h05; Logan - The Wolverine M12. 12h20, 15h20, 18h25, 21h25, 00h25; Kong: A Ilha da Caveira M12. 12h45, 16h15, 19h, 21h45, 00h25; A Bela e o Monstro M6. 12h30, 15h30,18h30 (V.Port./2D) 12h40, 15h40, 18h40, 21h30, 00h25 (V.Orig./2D); Patrulha de Doidos M14. 13h45, 16h30, 21h10, 23h45; Vida Inteligente M14. 13h35, 16h25, 21h55, 00h35; Dois É Uma Família 13h05, 15h45, 18h25, 21h05, 23h50; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h50, 15h50, 18h20, 21h, 23h40 (2D) 13h40, 16h20, 19h10, 21h40, 00h10 (3D 4DX); Negação M12. 21h50, 00h20; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h, 15h15, 17h30, 19h45, 22h, 00h15 (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 12h35, 15h35, 18h35, 21h35, 00h30; Juntos Para Sempre 12h55, 15h25, 18h, 20h50, 23h30; Ladrões com Muito Estilo 13h30, 16h10, 18h50, 21h20, 24h

Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030

Dois É Uma FamíliaDe Hugo Gélin. Com Omar Sy, Clémence Poésy, Antoine Bertrand. FRA/GB. 2016. 118m. Drama, Comédia. Solteiro e despreocupado, Samuel

vive em Marselha (França), onde

muda de emprego e de namorada

com a maior das descontrações.

Tudo se altera quando uma

mulher com quem teve um

caso amoroso em Inglaterra

lhe aparece com um bebé e o

informa que é ele o pai. Depois,

desaparece, deixando a criança.

Em pânico, Samuel viaja para

Londres, determinado a devolvê-

la. Quando percebe que isso

não vai acontecer, decide criá-la

sozinho. Oito anos passados, pai e

fi lha são inseparáveis. É então que

a mãe da menina reaparece...

Juntos Para SempreDe Lasse Hallström. Com Josh Gad (Voz), Dennis Quaid, Peggy Lipton, Logan Miller. EUA. 2017. 100m. Aventura, Comédia Dramática. Esta é a história de Bailey,

também conhecido pelo nome

de Buddy, Tino ou Ellie. Ao longo

de múltiplas reencarnações, a

sua alma canina cruzou-se com

vários donos. O primeiro de que

se recorda é Ethan, um rapazinho

que foi seu companheiro

durante anos e com quem teve

uma ligação muito especial.

A separação foi difícil e ainda

hoje mantém a esperança de o

reencontrar...

Ladrões com Muito EstiloDe Zach Braff. Com Morgan Freeman, Joey King, Ann-Margret, Matt Dillon, Michael Caine, John Ortiz. EUA. 2017. 96m. Comédia. Willie, Joe e Albert são amigos

inseparáveis há décadas. Vivem

tranquilos até ao dia em que

descobrem que, por culpa do

banco, perderam todo o dinheiro

que lhes garantia uma reforma

condigna. É então que Joe, ao

testemunhar um aparatoso assalto

a um banco, vê ali a solução

para todos os problemas. Se,

a princípio, os companheiros

acham a ideia estapafúrdia,

depressa o desespero e a atraente

visão de viver uns últimos anos

sem preocupações fi nanceiras os

convence a alinhar no plano.

O Ídolo - A Força de AcreditarDe Hany Abu-Assad. Com Tawfeek Barhom, Ahmed Al Rokh, Mohamed Assaf. GB/HOL/ARG/Palestina/EAU/Qatar/EGI. 2016. 100m. Comédia Dramática, Biografia. Aos quatro anos, o palestiniano

Mohammed Assaf foi viver com

os pais e irmãos para um campo

de refugiados no sul da Faixa

de Gaza. Em 2013, com 23 anos,

viajou até Beirute (Líbano) para

se candidatar ao programa Ídolos.

A sua voz, associada aos temas

que escolheu, transformou-o

num representante da cultura

palestiniana. Em Junho desse

mesmo ano, com um hino

chamado Ergue o teu kaffi eyh

(lenço tradicional que é também

um símbolo nacional), foi

declarado vencedor.

Para Além das CinzasDe Scott Cooper. Com Christian Bale, Casey Affleck, Zoe Saldana, Woody Harrelson, Forest Whitaker, Willem Dafoe, Sam Shepard. EUA/GB. 2013. 116m. Drama, Thriller. Russell e o irmão mais novo,

Rodney, sempre sonharam com

uma vida melhor. Mas quando

Russell acaba preso devido a um

acidente de carro que resulta

na morte de uma criança, o seu

irmão deixa-se seduzir pelas

palavras do líder de um dos mais

perigosos gangs da zona. Uma vez

em liberdade, Russell tenta, sem

sucesso, afastá-lo da infl uência

dos criminosos.

Paula Rego, Histórias e SegredosDe Nick Willing. GB. 2017. 92m. Documentário. Em 2014, e durante um período

de dois anos, Nick Willing sentou-

se com Paula Rego, sua mãe,

ouviu o que ela tinha para contar

e, com isso, fez um fi lme. “Eram

histórias que eu nunca tinha

ouvido, que explicam muito da

minha vida e da dela, de uma

maneira que me fez entender

várias das suas obras“, explica. “O

meu fi lme não é sobre a artista,

é sobre a pessoa“, sublinha. “O

que acontece é que ela foi sempre

artista primeiro, pessoa depois

e mãe em terceiro. Eu queria

descobrir a pessoa por trás da

pintora.“

Sonhos Cor-de-RosaDe Marco Bellocchio. Com Bérénice Bejo, Valerio Mastandrea, Fabrizio Gifuni. FRA/ITA. 2016. 134m. Drama, Romance. Massimo é um jornalista bem-

conceituado que trabalha num

importante jornal italiano. Um

dia, após um trabalho difícil

sobre a Guerra da Bósnia,

começa a ter ataques de

pânico. Simultaneamente, vê-

se obrigado a tratar da venda

da casa de família. Ao encarar

algumas memórias, a situação de

ansiedade piora. Procura ajuda

profi ssional e conhece a Dr.ª Elisa,

alguém que o vai ajudar a superar

a maior tragédia da sua vida:

a morte da mãe quando tinha

apenas nove anos.

SuspiriaDe Dario Argento. Com Jessica Harper, Alida Valli, Joan Bennett. ITA. 1976. 95m. Terror. A história decorre numa academia

de dança na Alemanha, onde

chega uma jovem estudante

norte-americana. Sucedem-se

diversos acontecimentos, numa

atmosfera de estranheza e medo.

O realizador Dario Argento

manipula com mão de mestre

os efeitos narrativos e visuais,

criando uma atmosfera surreal e

de permanente suspense.

The Last Face - A Última FronteiraDe Sean Penn. Com Charlize Theron, Javier Bardem, Adèle Exarchopoulos, Jean Reno, Jared Harris. EUA. 2016. 132m. Drama. Wren pertence a uma agência

humanitária que actua na Libéria,

onde ajuda as populações a

enfrentar os confl itos provocados

pela guerra. Ali conhece Miguel,

um médico habituado a trabalhar

no continente africano. Com o

tempo, os dois apaixonam-se.

Mas num cenário onde todos são

forçados a assistir a situações-

limite, o amor acaba por ter

difi culdades em sobreviver...

Em [email protected]

Suspiria

Page 35: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 35

SAIR

Cantar! M6. 11h30, 16h10 (V.Port./2D); O Fundador M12. 00h30; 100 Metros M14. 19h35, 21h45; Lego Batman: O Filme M6. 11h20 (V.Port./2D); Aqui Há Gato! M6. 11h35 (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 18h30, 21h25; Kong: A Ilha da Caveira M12. 21h50; A Bela e o Monstro M6. 11h25, 13h50, 15h10, 16h30, 17h50, 19h10 (V.Port./2D) 13h30, 16h10, 18h50, 21h20, 24h (V.Orig./2D); Malapata M12. 00h30; Patrulha de Doidos M14. 13h35, 00h05; Power Rangers M12. 00h25; Vida Inteligente M14. 22h10; Dois É Uma Família 13h50, 15h20, 17h40, 21h55, 00h15; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 11h15, 13h20, 15h30, 17h45, 21h35, 23h55 (2D) 19h50 (3D); Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 11h30, 13h20, 15h20, 17h20, 19h20 (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 13h, 15h45, 18h40, 21h30, 00h15; Juntos Para Sempre 11h20, 13h30, 15h30, 17h40, 19h40, 21h40, 23h50; Ladrões com Muito Estilo 13h25, 15h35, 17h35, 20h, 22h, 00h10 UCI Dolce Vita TejoEstrada Nacional 249/1. T. 707232221Ladrões com Estilo M12. 14h20, 16h55, 19h10, 21h55, 00h20; As Cinquenta Sombras Mais Negras M16. 00h25; 100 Metros M14. 13h45, 16h15, 21h55, 24h; Lego Batman: O Filme M6. 13h45 (V.Port./2D); Rock Dog - Um Sonho Altamente! M6. 14h15 (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 00h05; Kong: A Ilha da Caveira M12. 14h05, 16h35, 19h15, 21h45, 00h20; A Bela e o Monstro M6. 13h35, 16h20, 19h05, 21h50 (V.Port./2D) 14h30, 21h20, 00h15 (V.Orig./2D) 19h20 (V.Orig./3D); Malapata M12. 19h; Patrulha de Doidos M14. 18h40, 21h20, 24h; Power Rangers M12. 16h20, 19h; Vida Inteligente M14. 21h40, 00h05; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 14h10, 16h45, 21h55, 00h25 (2D) 19h20 (3D); Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 14h, 16h20, 16h40, 19h, 21h30 (V.Port./2d); The Last Face - A Última Fronteira 13h20, 16h04, 18h50, 21h40, 00h25; Juntos Para Sempre 13h50, 16h30, 19h05, 21h25, 00h05

Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 212069440A Bela e o Monstro M6. 15h40, 18h20 (V.Port./2D) 15h30, 18h35, 21h15, 24h (V.Orig./2D); Power Rangers M12. 23h20; Vida Inteligente M14. 13h15; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h, 21h20, 23h55; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h10, 15h20, 17h30, 21h (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h30, 15h50, 18h30, 21h30, 23h45

Cascais Cinemas Nos CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996100 Metros M14. 21h40, 00h10; Kong: A Ilha da Caveira M12. 13h, 15h40, 18h50, 21h30, 00h20; A Bela e o Monstro M6. 12h30, 15h20 (V.Port./2D) 18h10, 21h10, 24h (V.Orig./2D); Vida Inteligente M14. 13h10, 15h30, 18h, 20h50, 23h40; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h20, 15h50, 18h20, 21h, 23h30; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 12h40, 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 12h40, 15h, 17h20, 19h40, 22h, 00h25; Ladrões com Muito Estilo 12h50, 16h, 18h30, 21h20, 23h50 O Cinema da Villa - CascaisAvenida Dom Pedro I, Lote 1/2 (CascaisVilla Shopping Center). T. 215887311100 Metros M14. 14h10, 16h30; Lego Batman: O Filme M6. 11h (V.Port./2D); A Bela e o Monstro M6. 16h, 19h05 (V.Port./2D) 21h40 (V.Orig./2D); Negação M12. 14h20, 19h, 21h30; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 12h50, 15h (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 11h45, 19h10, 21h40; Ladrões com Muito Estilo 14h, 16h40, 19h40, 21h50; Paula Rego, Histórias e Segredos 17h05

Caldas da Rainha Orient Cineplace - La Vie Caldas da RainhaLa Vie Caldas da Rainha Shopping Center. Manchester by the Sea M14. 18h50, 21h30, 00h05; 100 Metros M14. 14h40, 21h30; A Bela e o Monstro M6. 16h (V.Port./2D) 13h20, 18h40, 21h20, 24h (V.Orig./2D); Médico de Província M12. 19h20; Power Rangers M12. 21h10, 23h45; Vida Inteligente M14. 17h, 23h50; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 14h, 16h30, 19h, 21h30, 00h05; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h10, 15h10, 17h10, 19h10 (V.Port./2D); Ladrões com Muito Estilo 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50

Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga. T. 214565653Negação M12. 15h, 21h30; Sonhos Cor-de-Rosa 15h, 21h30

Sintra Cinema City BelouraR. Matos Cruzadas, EN 9. T. 219247643Lion - A Longa Estrada para Casa M12. 19h55; O Fundador M12. 00h10; Moonlight M16. 22h10; 100 Metros M14. 21h55; Lego Batman: O Filme M6. 00h10 (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 00h05; Kong: A Ilha da Caveira M12. 19h20; A Bela e o Monstro M6. 13h50, 16h30, 18h30 (V.Port./2D) 13h30, 16h, 18h40, 19h10, 21h30 (V.Orig./2D); Power Rangers M12. 13h10, 00h25; Vida Inteligente M14. 21h45, 23h55; Dois É Uma Família 13h05, 15h25, 17h45, 21h45, 00h15; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 14h05, 15h35, 17h45, 21h50, 00h10; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h40, 16h40, 16h20, 17h20, 20h05 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h30, 15h30, 17h40, 19h40, 21h40, 23h50; Ladrões com Muito Estilo 13h20, 15h20, 17h40, 19h35, 21h35, 23h45 Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 219184352As Cinquenta Sombras Mais Negras M16. 23h30; 100 Metros M14. 13h05; A Bela e o Monstro M6. 13h, 15h40 (V.POrt./2D) 15h25, 18h30, 21h30, 00h10 (V.Orig./2D); Malapata M12. 20h, 21h55, 24h; Patrulha de Doidos M14. 18h40, 21h45, 00h15; Power Rangers M12. 13h; Vida Inteligente M14. 15h30; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h, 15h, 18h, 21h, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h, 15h10, 17h10, 19h10, 21h10 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h10, 15h30, 18h10, 21h20, 23h40; Ladrões com Muito Estilo 14h, 16h10, 18h20, 21h40, 23h50

Leiria Cinema City LeiriaRua Dr. Virgílio Vieira da Cunha, Ponte das Mestras. T. 244845071O Ídolo - A Força de Acreditar 19h35; Cantar! M6. 11h35 (V.P./2D); Logan - The Wolverine M12. 21h35; Kong: A Ilha da Caveira M12. 00h15; A Bela e o Monstro M6. 13h50, 15h10, 16h30, 17h50 (V.P./2D) 15h10, 16h10, 17h50, 18h50, 21h30, 00h10 (V.O./2D); Malapata M12. 13h25, 18h, 00h20; Médico de Província M12. 13h45, 19h45, 23h55; Power Rangers M12. 21h45; Vida Inteligente M14. 22h10; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h40, 15h40, 17h50, 20h, 21h55, 00h15 (2D) 00h30 (3D); Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h30, 15h30, 16h, 17h30, 19h30 (V.Port./2D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 13h55; Ladrões com Muito Estilo 13h30, 15h50, 17h50, 19h50, 21h55, 00h05 Cineplace - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. T. 244826516100 Metros M14. 16h40, 21h20; Logan - The Wolverine M12. 16h50; Kong: A Ilha da Caveira M12. 21h30, 00h05; A Bela e o Monstro M6. 16h (V.Port./2D) 13h20, 21h20, 24h (V.Orig./2D) 18h40 (V.Orig./3D); Patrulha de Doidos M14. 19h40, 21h50, 00h20; Power Rangers M12. 14h; Vida Inteligente M14. 14h30, 19h, 23h40; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 14h10, 16h40, 19h10, 21h40, 00h15; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h30, 15h30, 17h30 (V.Port./2D) 19h30 (V.Port./3D); The Last Face - A Última Fronteira 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h10; Juntos Para Sempre 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50

Loures Cineplace - Loures ShoppingQuinta do Infantado, Loja A003. 100 Metros M14. 17h, 00h15; Rock Dog - Um Sonho Altamente! M6. 17h10 (V.Port./2D); Kong: A Ilha da Caveira M12. 14h30, 21h30; A Bela e o Monstro M6. 13h20, 16h (V.Port./2D) 21h20, 24h (V.Orig./2D) 18h40 (V.Orig./3D); Médico de Província M12. 19h30; Patrulha de Doidos M14. 14h20, 19h10, 00h20; Power Rangers M12. 16h30, 21h20; Vida Inteligente M14. 19h20; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 14h40, 19h, 21h30, 00h05; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h50, 15h50, 17h50, 19h50 (V.Port./2D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 21h50, 23h55; Juntos Para Sempre 13h, 15h10, 17h20, 21h40, 23h50; Ladrões com Muito Estilo 13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50, 00h10

MontijoCinemas Nos Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996São Jorge M14. 13h10, 15h50, 18h35, 21h15, 24h; 100 Metros M14. 18h15; Kong: A Ilha da Caveira M12. 12h55, 15h55, 21h05, 23h55 ; A Bela e o Monstro M6. 12h45, 15h40 (V.Port./2D) 18h40, 21h30, 00h20 (V.Orig./2D); Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h20, 15h55, 18h45, 21h20, 00h05 ; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 12h50, 15h10, 17.20, 19h30, 21h40, 23h50 (V.Port./2D); Ladrões com Muito Estilo 13h30, 16h, 18h30, 21h, 23h30

Odivelas Cinemas Nos Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Logan - The Wolverine M12. 12h30, 15h20, 21h05, 24h; A Bela e o Monstro M6. 12h40, 15h30, 18h30 (V.Port./2D) 21h15, 00h05 (V.Orig./2D); Vida Inteligente M14. 18h10; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h15, 15h40, 18h20, 21h, 23h40; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h, 15h, 17h, 19h10, 21h25, 23h30 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h15, 16h, 18h40, 21h20, 00h10

Oeiras Cinemas Nos Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996São Jorge M14. 18h50; A Bela e o Monstro M6. 12h25, 15h20, 18h20 (V.Port./2D) 21h20, 00h20 (V.Orig./2D); Vida Inteligente M14. 13h20, 16h, 21h45, 00h25; Dois É Uma Família 13h, 15h45, 21h35, 00h20; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h15, 15h50, 18h40, 21h50, 00h30; Negação M12. 18h45; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 12h30, 14h50, 17h10, 19h25, 21h40, 24h (V.Port./2D); The Last Face - A Última Fronteira 12h35, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Ladrões com Muito Estilo 13h10, 15h40, 18h15, 21h10, 23h55

Miraflores Cinemas Nos Dolce Vita MirafloresAvenida das Túlipas. T. 707 CINEMAA Bela e o Monstro M6. 12h30, 15h20, 18h20 (V.Port./2D) 21h20, 00h20 (V.Orig./2D); Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h50, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h, 15h10, 17h30, 19h40 22h (V.Port./2D); Ladrões com Muito Estilo 12h40, 15h40, 18h10, 21h10, 00h10

Torres Vedras Cinemas Nos Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996São Jorge M14. 13h30, 16h15, 19h, 21h50, 00h25; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h50, 15h30, 18h15, 21h, 00h20; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h50, 15h30, 18h15, 21h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 12h45, 15h, 17h15, 19h30, 21h45, 24h (V.P./2D); Juntos Para Sempre 13h15, 16h, 18h45, 21h15, 23h30

Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 243309340100 Metros M14. 13h, 15h40; A Bela e o Monstro M6. 15h, 17h45 (V.Port./2D) 18h20, 21h, 23h50 (V.Orig./2D); Patrulha de Doidos M14. 23h30; Power Rangers M12. 18h10; Vida Inteligente M14. 21h20, 23h40; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h10, 15h30, 21h30, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h20, 15h50, 18h30, 21h10 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h30, 16h, 18h40, 21h40,

00h05; Ladrões com Muito Estilo 13h40, 16h20, 19h, 21h50, 00h10

Setúbal Cinema City Alegro SetúbalC. Comercial Alegro Setúbal. T. 265239853O Ídolo - A Força de Acreditar 19h40; 100 Metros M14. 11h25, 13h25, 15h35, 18h50; Lego Batman: O Filme M6. 11h25 (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 21h40, 23h45; Kong: A Ilha da Caveira M12. 21h35, 00h05; A Bela e o Monstro M6. 11h10, 13h30, 15h50, 16h10, 18h30, 21h25 (V.Port./2D) 13h40, 16h20, 19h, 21h40, 00h20 (V.Orig./2D); A Bela e o Monstro M6. 11h10, 13h30, 15h50, 16h10, 18h30, 21h25 (V.Port./2D) 13h40, 16h20, 19h, 21h40, 00h20 (V.Orig./2D); Malapata M12. 11h35; Médico de Província M12. 19h30; Patrulha de Doidos M14. 00h35; Power Rangers M12. 00h05; Vida Inteligente M14. 22h05, 00h20; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 11h20, 13h25, 15h30, 17h45, 19h55, 21h55, 00h25; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 11h20, 13h20, 15h40, 16h16, 17h40, 21h30 (V.Port./2D) 11h50, 14h, 19h30 (V.Port./3D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 13h50; Juntos Para Sempre 11h20, 13h30, 15h30, 17h40, 19h40, 21h45, 23h55; Ladrões com Muito Estilo 11h25, 13h20, 15h20, 17h30, 19h45, 21h50, 24h

Seixal Cineplace - SeixalQta. Nova do Rio Judeu.100 Metros M14. 13h40, 18h50, 23h55; Lego Batman: O Filme M6. 14h10 (V.Port./2D); Kong: A Ilha da Caveira M12. 14h40, 21h30; A Bela e o Monstro M6. 13h20, 16h (V.Port./2D) 21h20, 00h05 (V.Orig./2D) 18h40 (V.Orig./2D); Médico de Província M12. 19h20; Power Rangers M12. 16h10, 21h10; Vida Inteligente M14. 17h10, 00h20; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 16h30, 19h, 21h30, 24h; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h50, 15h50, 17h50, 19h50 (V.Port./2D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 22h, 00h15; Juntos Para Sempre 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50; Ladrões com Muito Estilo 13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50, 00h10

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

JorgeMourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

A Criada mmmmm mmmmm mmmmm

O Amigo Americano mmmmm mmmmm mmmmm

Ghost in the Shell mmmmm mmmmm – Negação – mmmmm mmmmm

Paula Rego, Histórias e Segredos mmmmm mmmmm mmmmm

Sonhos Cor-de-Rosa mmmmm mmmmm –Suspiria mmmmm mmmmm mmmmm

A Última Fronteira – a a

Vale de Amor mmmmm mmmmm mmmmm

Vida Inteligente mmmmm – –

PUBLICIDADE

Page 36: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

36 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

Faro

Cinemas Nos Fórum AlgarveC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Kong: A Ilha da Caveira M12. 13h15, 15h50, 21h, 23h40; A Bela e o Monstro M6. 10h40,12h45, 15h40, 18h25 (V.Port./2D) 21h10, 23h55 (V.Orig./2D); Malapata M12. 18h35; Vida Inteligente M14. 21h40, 24h; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 12h55, 15h30, 18h05, 21h20, 23h30; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 10h50, 13h05, 15h20, 17h25, 19h30 (V.Port./2D); Juntos Para Sempre 13h25, 16h, 18h15, 21h30, 23h50

Lagos Algarcine - Cinema de Lagos R. Cândido dos Reis. T. 282799138A Bela e o Monstro M6. 14h40, 17h (V.Port./2D); Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 19h20, 21h30, 24h; Ladrões com Muito Estilo 16H45, 19h, 21h30, 24h

Albufeira Cineplace - AlgarveShoppingEstrada Nacional 125 - Vale Verde. 100 Metros M14. 17h10, 21h50; Rock Dog - Um Sonho Altamente! M6. 17h10, 24h (V.Port./2D); Logan - The Wolverine M12. 14h20, 21h10; Kong: A Ilha da Caveira M12. 16h40, 21h20; A Bela e o Monstro M6. 16h (V.Port./2D) 13h20, 21h20, 24h (V.Orig./2D) 18h40 (V.Orig./3D); Médico de Província M12. 19h10; Power Rangers M12. 14h, 23h45; Vida Inteligente M14. 19h, 00h15; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h50, 16h30, 19h, 21h30, 00h05; Negação M12. 14h50, 19h30, 00h15; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h50, 15h50, 17h50, 19h50 (V.Port./2D); Eusébio - A História de Uma Lenda M6. 22h, 00h20; The Last Face - A Última Fronteira 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h10; Juntos Para Sempre 13h, 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50; Ladrões com Muito Estilo 13h10, 15h20, 17h30, 19h40, 21h50, 24h

Olhão Algarcine - CinalgarveAv. República, 176 -180. T. 2987033332Ozzy M6. 13h15 (V.Port./2D); Rock Dog - Um Sonho Altamente! M6. 13h15 (V.Port./2D); A Bela e o Monstro M6. 15h15, 19h15 (V.Port./2D) 21h30, 23h50 (V.Orig./2D); Malapata M12. 17h30, 19h, 23h30; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 15h30, 18h30, 21h30, 23h30; Ladrões com Muito Estilo 15h15, 17h15, 21h30, 23h30

Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888A Bela e o Monstro M6. 13h40, 16h (V.Port./2D) 17h15 (V.Orig./2D); Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 18h45, 21h30, 24h; Ladrões com Muito Estilo 15h15, 19h30, 21h30, 24h Cineplace - PortimãoQuinta da Malata, Lote 1.100 Metros M14. 13h, 18h40, 21h, 23h30; Kong: A Ilha da Caveira M12. 14h30, 19h10, 24h; A Bela e o Monstro M6. 16h10 (V.Port./2D) 13h30, 21h30, 00h10 (V.Orig./2D) 18h50 (V.Orig./3D); Power Rangers M12. 15h50; Vida Inteligente M14. 17h, 21h50; Ghost in the Shell - Agente do Futuro M14. 13h10, 16h, 18h40, 21h10, 23h40; Smurfs: A Aldeia Perdida M6. 13h20, 15h20, 17h20, 21h20, 23h20 (V.Port./2D) 19h20 (V.Port./3D); Ladrões com Muito Estilo 12h50, 15h, 17h10, 19h30, 21h40, 23h50

TEATROLisboaCasino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Mais Respeito Que Sou Tua Mãe Enc. Joaquim Monchique. De 29/3 a 30/4. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30 (Auditório dos Oceanos). M/16. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Periférico De Alexandre Farto (Vhils). Enc. Anaísa Lopes. De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h. M/12. BoCA - Biennial of Contemporary Arts. Hospital Júlio de MatosAv. Brasil, 53. T. 217917000 Alice - O Outro Lado da História Comp.: bYfurcação Teatro. Enc. João Ascenso. De 9/12 a 29/4. 6ª e Sáb às 21h30 (Pavilhão 30 do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa). M/18. Duração: 2h. LatoariaEscadas do Monte, 9.Cósmicos Enc. Tiago Mateus. De 5/4 a 9/4. 4ª a Dom às 21h45. Reservas: 969107622, [email protected]. Teatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Tentativas para Matar o Amor Enc. Levi Martins e Maria Mascarenhas. De 3/3 a 16/4. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro Armando CortezEstrada da Pontinha, 7. T. 217110890 Os 39 Degraus Enc. Cláudio Hochman. De 29/3 a 28/5. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. Teatro da ComunaPraça de Espanha. T. 217221770 Loucos por Amor Enc. António Melo. De 29/3 a 16/4. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Teatro Maria VitóriaAv. Liberdade (Parque Mayer). T. 213461740 Parque à Vista De Flávio Gil, Renato Pino e Miguel Dias. De 14/9 a 28/5. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb e Dom às 16h30 e 21h30.Teatro MeridionalRua Açúcar, 64 (Poço Bispo). T. 218689245 António e Maria Enc. Miguel Seabra. Com Maria Rueff. De 30/3 a 9/4. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Duração: 75m. Teatro Nacional D. Maria IIPraça Dom Pedro IV. T. 800213250 Ensaio para Uma Cartografia Enc. Mónica Calle. De 23/3 a 9/4. 4ª às 19h30. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30 (Sala Estúdio). M/16. Veraneantes Ao Cabo Teatro. Enc. Nuno Cardoso. De 6/4 a 9/4. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. M/12. Duração: 2h40m. Teatro PromotoraLargo das Fontaínhas, nº 19. Um Homem a Dias Grupo: Teatr’Alma. Enc. Isilda Paulo. De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h30. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Whindersson Nunes De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h30. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 Mulheres de Atenas Grupo de Teatro do MOB. Enc. Margarida Barata. De 7/4 a 9/4. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira Melo, 30A. T. 213538586 Dois Homens Completamente Nus Enc. Tiago Guedes. Com Miguel Guilherme, Jorge Mourato, Sandra Faleiro e Susana Blazer. De 23/3 a 23/4. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30.

AlmadaTeatro-Estúdio António AssunçãoRua Conde Ferreira. T. 212723660 Circuito Habitual Teatro Extremo. Enc. Rita Lello. De 27/3 a 29/4. 6ª e Sáb às 21h30.

AmadoraEspaço Cultural Recreios da AmadoraAvenida Santos Mattos, 2. T. 214369055

SetúbalTeatro de Bolso de SetúbalRua Doutor Aníbal Alvares da Silva, 9. T. 265532402 Fuga Comp.: TAS - Teatro Animação de Setúbal. Enc. Carlos Curto. De 7/4 a 9/4. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12.

Vila Franca de XiraMuseu Municipal - Núcleo Museológico de Reservas do Palácio do SobralinhoPalácio do Sobralinho. T. 219512000 The Land of Lost Content Comp.: Plateia Paralela / Inestética. De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h30.

EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaLargo Hintze Ribeiro, 2 E-F. T. 210170765 A Múmia e o Astronauta De Jorge Queiroz. De 10/3 a 22/4. 3ª a 6ª das 14h às 20h. Sáb das 11h às 16h. Pintura. Arquivo FotográficoRua da Palma, 246. T. 218844060 Visão Yanomami De Claudia Andujar. De 11/2 a 15/4. 2ª a Sáb das 10h às 19h. Fotografia. Lisboa, Capital Ibero-Americana de Cultura 2017.

Atelier-Museu Júlio PomarRua do Vale, 7. T. 218172111 Estranhos Dias Recentes de Um Tempo Menos Feliz De Júlio Pomar, André Romão, Carlos Bunga, Igor Jesus, Joana Bastos, João Leonardo, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, Pedro Barateiro e Rodrigo Oliveira. De 30/3 a 21/5. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. 2.ª Edição do Prémio de Curadoria Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC 2016. Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 Romanian Dances De Mariana Gomes. De 8/3 a 15/4. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 14h às 20h. Pintura. Biblioteca dos CoruchéusRua Alberto Oliveira. T. 218172049 Casa-Animal De Musa paradisiaca. De 19/3 a 7/4. 3ª a Dom das 14h às 18h. Instalação. BoCA - Biennial of Contemporary Arts. Biblioteca Nacional de PortugalCampo Grande, 83. T. 217982000 Insólita Ofensiva de Corrupção De 1/3 a 20/5. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Documental. A Afrodite de Fernando Ribeiro de Mello durante o Estado Novo (e depois). João Pinto de Figueiredo: 1917-1984 De 30/3 a 1/7. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30.Caleidoscópio - Centro Académico da Universidade de LisboaJardim do Campo Grande. Tibete, Na Sombra do Tecto do Mundo De Carlos Brum Melo. De 3/4 a 12/5. Todos os dias (24h). Fotografia. Cão SolteiroR. Poço dos Negros, 120. Parque Temático De Vasco Araújo. De 4/3 a 21/4. 5ª a Sáb das 16h às 20h. Vídeo. Carpintaria de São Lázaro - Centro de Criação e Artes ContemporâneasR. São Lázaro, 72.Show Room De Los Carpinteros. De 19/2 a 1/5. 4ª a Sáb das 15h às 18h (Lisboa Capital Ibero-americana de cultura 2017). Casa-Museu da Fundação António Medeiros e AlmeidaRua Rosa Araújo, 41. T. 213547892 Isto Não É Só Um Écran - Noronha da Costa 50 Anos de Pintura (1967-2017) De 14/3 a 22/4. 2ª a 6ª das 13h às 17h30. Sáb das 10h às 17h30. Pintura. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Mário Cesariny: De Cor e Salteado De 7/3 a 16/4. 2ª a 6ª das 10h às 20h. Sáb, Dom e feriados das 10h às 18h (no Centro de Congressos e Reuniões).Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8 - Edifício Sede da Mundial-Confiança. T. 213237335 José Pedro Croft: Obras da Colecção António Cachola De José Pedro Croft. De 7/4 a 15/7. 2ª a 6ª das 12h às 20h. Cristina Guerra - Contemporary ArtR. Santo António à Estrela, 33. T. 213959559 Robert Barry De 16/3 a 13/4. 3ª a 6ª das 12h às 20h. Sáb das 15h às 20h.CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Alice Creischer De Alice Creischer. De 4/2 a 30/4. 3ª a 6ª das 11h às 18h. Sáb e Dom das 11h às 19h. Ermida de Nossa Senhora da ConceiçãoTravessa do Marta Pinto, 21 - Mercador do Tempo. T. 213637700 A Porta da Rua É a Serventia da Casa De Diogo Almeida Martins. De 18/3 a 10/4. Todos os dias (24h). Fotografia. Espaço Novo BancoPç. Marquês de Pombal, 3-B. T. 213508975 Da Fuga e do Encontro: Inversões do Olhar De André Cepeda, Sabine Hornig, Matt Mullican, Julião Sarmento. De 10/11 a 31/5. 2ª a 6ª das 09h às 19h. Fotografia. Faculdade de Ciências da Universidade de LisboaCampo Grande, Edifício C5. T. 217500000 Hyperbolic Hyparxis De Margarida Sardinha. De 6/4 a 6/6. 2ª a 6ª das 08h às 20h (átrio do Edifício C6). Escultura, Outros.

SAIR

[email protected]

Sugestão do dia

Amor de D. Perlimplim com Belisa em Seu Jardim Comp.: Teatro dos Aloés. Enc. Jorge Silva. De 22/3 a 9/4. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12.

BarreiroTeatro Municipal do BarreiroRua Vasco da Gama (Centro Comercial Pirâmides). T. 212060860 A Excepção e a Regra Comp.: Arteviva - Companhia de Teatro no Barreiro. Enc. Rui Quintas. De 17/3 a 3/6. 6ª e Sáb às 21h30.

Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 No Limite da Dor Comp.: Lendias d’Encantar. Enc. Júlio César Ramirez. De 7/4 a 9/4. 6ª, Sáb e Dom às 21h45 (Café-teatro). M/12. Duração: 55m.

Santo Amaro de OeirasAuditório Novo EspaçoRua Dr José Joaquim de Almeida, 2. T. 213020003 H2M1 - Parte 2 Grupo: Teatro Independente de Oeiras. Enc. Carlos d’Almeida Ribeiro. Com Lourenço Henriques, Rita Frazão, Carlos d’Almeida Ribeiro. De 9/3 a 20/5. 5ª a Sáb às 21h30. M/16. Duração: 140m.

A Casa das Histórias, em Cascais, inaugura hoje, às 18h30, a nova exposição Histórias & Segredos. As cerca de 80 obras patentes – algumas inéditas em Portugal – traçam uma biografia de Maria Paula Figueiroa Rego (n.1935, Lisboa). Estão directamente ligadas a episódios contados pela pintora no documentário homónimo realizado por Nick Willing, seu

filho, que chegou esta semana às salas de cinema. Respeitando a estrutura narrativa do filme, e assumindo o seu tom íntimo, a exposição está repartida por oito núcleos organizados cronologicamente, com referência às memórias e vivências da artista. Patente até 17 de Setembro, a mostra pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 18h (bilhetes a 3€).

Histórias & Segredos de Paula Rego

Page 37: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 37

Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Alegria e Sobrevivência De Tamás Kaszás. De 3/3 a 15/5. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. José de Almada Negreiros. Uma Maneira de Ser Moderno De 3/2 a 5/6. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 10h às 18h (5ªs e Sábs, horário alargado até às 21h. Encerra Dom de Páscoa e 1 Maio). Manuela Marques e Versailles. A Face Escondida do Sol De Manuela Marques. De 3/3 a 22/5. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (encerra Dom de Páscoa e 1 Maio). Portugal em Flagrante: Operação 1 De 9/7 a 18/11. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (encerra Dom de Páscoa e 1 Maio). Documental. Portugal em Flagrante: Operação 2 De 18/11 a 18/11. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (encerra Dom de Páscoa e 1 Maio). Documental. Portugal em Flagrante: Operação 3 De 3/3 a 18/11. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (encerra Dom de Páscoa e 1 Maio). Documental. Galeria 111Campo Grande, 113. T. 217977418 Mudaulane III De Celestino Mudaulane. De 11/3 a 22/4. 3ª a Sáb das 10h às 19h.Galeria AcervoRua do Machadinho, 1. T. 213974325 A Sombra Domesticada De Daniela Reis. De 30/3 a 30/4. 2ª a 6ª das 15h às 20h. Dom das 15h às 18h. Galeria BangbangRua Dr. Almeida Amaral, 30B. T. 213148018 Untitled De Catarina Lira Pereira, Gabriel Colaço, Gilberto Colaço. De 3/2 a 29/4. 3ª a Sáb das 12h30 às 20h. Galeria Edge ArtsRua Dom João V, 24, piso -1 (Espaço Amoreiras, Centro Empresarial). T. 213600071 Tobel De Samuel Matzig. De 6/4 a 4/5. 2ª a 6ª das 07h às 23h. Sáb das 09h às 21h. Dom e feriados das 09h às 18h. Galeria Filomena SoaresRua da Manutenção, 80. T. 218624122 In The Days of a Dark Safari De Kiluanji Kia Henda. De 23/3 a 6/5. 3ª a Sáb das 10h às 20h. Fotografia. Galeria João Esteves de OliveiraRua Ivens, 38. T. 213259940 A Favorite Color De Jorge Nesbitt. De 16/3 a 28/4. 2ª das 15h às 19h. 3ª a Sáb das 11h às 19h (Sáb encerra das 13h30 às 15h). Pintura. Galeria Miguel NabinhoR. Tenente Ferreira Durão, 18B. T. 213830834 Álbum De Manuel Botelho. A partir de 31/3. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Fotografia. Galeria MonumentalCampo Mártires da Pátria, 101. T. 213533848 Sala de Espera De 2/3 a 8/4. 3ª a Sáb das 15h às 19h30.

Galeria Múrias CentenoRua Capitão Leitão, 10/16. T. 936866492 Man With Really Soft Hands De Musa paradisiaca. De 15/3 a 15/4. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação. Galeria Pedro CeraRua do Patrocínio, 67E. T. 218162032 Spontaneous Fruition De Vítor Pomar. De 18/3 a 2/5. 3ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h. Sáb das 14h30 às 19h.Galeria Quadrado AzulR. Reinaldo Ferreira, 20-A. T. 213476280 Walls and Torsos De Gonçalo Sena. De 16/3 a 29/4. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Galeria RattonR. Academia das Ciências, 2C. T. 213460948 A Viagem da Camélia De Jun Shirasu. De 24/1 a 28/4. 2ª a 6ª das 15h às 19h30.Galeria São MamedeRua da Escola Politécnica, 167. T. 213973255 Separated Land IV De Fernando Gaspar. De 5/4 a 2/5. 2ª a 6ª das 11h às 20h. Sáb das 11h às 19h. Pintura. Galeria Torreão NascenteAvenida da Índia - Edifício da Cordoaria Nacional. T. 213646128 Tempo Depois do Tempo - Fotografias 1970-2017 De Alfredo Cunha. De 3/3 a 25/4. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Fotografia. Galeria ValbomAvenida Conde Valbom, 89. T. 217801110 Colectiva de Pintura De Almada Negreiros, Carlos Calvet, Cargaleiro, João Vieira, Nadir Afonso, Nikias Spakinakis, outros. De 16/2 a 15/4. 2ª a Sáb das 13h às 19h30. Pintura. Galeria Zé dos BoisRua da Barroca, 59. T. 213430205 Verbivocovisual De 12/2 a 15/4. 4ª a Sáb das 19h às 23h. Poesia concreta e experimental portuguesa de 1960 a 1975. Hangar - Centro de Investigação ArtísticaRua Damasceno Monteiro, 12. T. 218870490 Canibalia, Redux De 1/4 a 9/6. 4ª a Sáb das 15h às 19h.Kunsthalle LissabonR. José Sobral Cid, 9E. T. 912045650 Collezioni Private De Nathalie Du Pasquier. De 25/1 a 15/4. 5ª a Sáb das 15h às 19h. MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e TecnologiaAvenida Brasília - Central Tejo. T. 210028130 Dimensões Variáveis De Abraham Cruzvillegas, Dan Graham, Hans-Peter Feldmann, Julião Sarmento, Liam Gillick, Olaf Nicolai e Pedro Cabrita Reis, entre outros. De 8/2 a 29/5. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 12h às 20h. José Maçãs de Carvalho, Arquivo e Democracia De 8/2 a 24/4. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 12h às 20h. Liquid Skin De Apichatpong Weerasethakul, Joaquim Sapinho. De 9/11

Palácio PombalR. Século, 65 a 85. O Mais Profundo É a Pele. Colecção de Tatuagens 1910-1940 De 30/3 a 25/7. 4ª a Sáb das 13h às 19h. MUDE Fora de Portas. Pavilhão de PortugalParque das Nações. T. 218919898 Tutankamon - Tesouros do Egipto De 21/1 a 1/5. 2ª e 6ª das 10h às 18h. Sáb, Dom e feriados das 10h às 20h. Arqueologia. PORTA 14 calçada do correio velhoCalçada do Correio Velho, 10-14. Demolição De Fernanda Fragateiro. De 30/3 a 30/4. 2ª a 6ª das 10h às 19h (disponível para visitas noutro horário, por marcação).Sociedade Nacional de Belas ArtesR. Barata Salgueiro, 36. T. 213138510 13 Figuras Lendárias De José António Quintanilha. De 9/3 a 8/4. 2ª a 6ª das 12h às 19h. Sáb das 14h às 20h. Fotogramma per Fotogramma De 14/3 a 15/4. 2ª a 6ª das 12h às 19h. Sáb das 14h às 20h (Monstra - Festival de Animação de Lisboa). Animação. Vera Cortês - Agência de ArteRua João Saraiva, 16 - 1.º. T. 213950177 Fiducia Incorreggibile De Joana Escoval. De 17/3 a 29/4. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 10h às 13h e das 14h às 19h. Escultura. Zaratan - Arte ContemporâneaRua de São Bento, 432. T. 965218382 Curated Curators (I) De 23/3 a 6/5. 5ª das 19h às 22h. 6ª, Sáb e Dom das 16h às 20h.

CascaisCasa das Histórias - Paula RegoAvenida da República, 300. T. 214826970 Paula Rego: Histórias & Segredos De Paula Rego. De 7/4 a 17/9. 3ª a Dom das 10h às 18h (inauguração dia 7 Abril às 18h30). Pintura. Centro Cultural de CascaisAv. Rei Humberto II de Itália. T. 214848900 De Rubens a Van Dyck - Pintura Flamenga da Colecção Gerstenmaier De 7/4 a 9/7. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura.

MÚSICALisboaColiseu dos RecreiosRua Portas de Santo Antão, 96. T. 213240580 Gisela João Dia 7/4 às 21h30.Lux FrágilAv. Infante D. Henrique. T. 218820890 Green Ray 2017: Lux curated by Motor City Drum Ensemble Dia 7/4 às 23h45.Meo ArenaParque das Nações. T. 218918409 C4Pedro Dia 7/4 às 22h30.

MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 The Happy Mess Dia 7/4 às 22h30.O Bom O Mau e O VilãoRua do Alecrim, 21. T. 213471282 Nuria Mallena Dia 7/4 às 19h. Sabotage ClubRua de São Paulo, 16. T. 213470235 Lot Dia 7/4 às 23h. Teatro do BairroRua Luz Soriano, 63. T. 213473358 Lisbon Psych Fest 2017 De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h.Teatro Municipal São LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 15.ª Festa do Jazz do São Luiz Dia 7/4 às 21h30.

AlmadaTeatro Municipal Joaquim BeniteAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Coro do Teatro Nacional de São Carlos e Orquestra Sinfónica Portuguesa Dia 7/4 às 21h30.

CarnaxideAuditório Municipal Ruy de CarvalhoRua 25 de Abril, Lote 5. T. 214170109 Marta Pereira da Costa & Ricardo Toscano Dia 7/4 às 21h30 (Soam as Guitarras 2017).

Costa de CaparicaPraia do Paraíso Caparica Primavera Surf Fest 2017 De 6/4 a 15/4. Às 22h. Concertos de Keep Razors Sharp, Paus, Frankie Chavez, DJ Bruno Dias.

SintraCentro Cultural Olga CadavalPraça Dr. Francisco Sá Carneiro. T. 219107110 Pedro Barroso Dia 7/4 às 21h30.

DANÇALisboaCulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Tôzai!... Coreog. Emmanuelle Huynh. De 7/4 a 8/4. 6ª e Sáb às 21h30. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Meeting Coreog. Antony Hamilton. De 6/4 a 8/4. 5ª às 21h. 6ª e Sáb às 19h. BoCA - Biennial of Contemporary Arts.

FARMÁCIASLisboa/Serviço PermanenteCentral da Penha (Penha de França) - Rua da Penha de França, 58 - 60 - Tel. 218149245 Gouveia (Benfica - Bairro Pedralvas) - R. Augusto Costa (Costinha), 6 - Tel. 217607500 Líbia (Alvalade) - Avenida da Igreja, 4 B - C - Tel. 218491681 Martins (Estrela) - Calçada da Estrela, 165-167 - Tel. 213960823 Serejo Lda (Zona J de Chelas junto à Esquadra da PSP) - Av. João Paulo II, 531 Loja - B - Tel. 218592611

Outras Localidades/Serviço PermanenteAbrantes - Duarte Ferreira (Rossio ao Sul do Tejo) Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - do Mar Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Correia Pinto Alcobaça - Magalhães Alcochete - Nunes, Póvoas (Samouco) Alcoutim - Caimoto Alenquer - Matos Coelho Aljustrel - Dias Almada - Feijó (Feijó), Palmeirim (Sobreda da Caparica) Almeirim - Barreto do Carmo Almodôvar - Aurea Alpiarça - Gameiro Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere

- Ferreira da Gama, Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Quinta Grande, Romeiro Ansião - Medeiros (Avelar), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Misericórdia Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Miranda, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Batalha - Moreira Padrão, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - J. Delgado (S. João Batista) Belmonte - Costa, Central (Caria) Bombarral - Hipodermia Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Central, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)) Caldas da Rainha - Maldonado Campo Maior - Central Cartaxo - Abílio Guerra Cascais - Fontes Rocha, do Alto da Castelhana (Alcabideche) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Salavessa (Cebolas de Cima)

Castro Verde - Alentejana Chamusca - S. José, Joaquim Maria Cabeça Constância - Baptista, Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Almeida Covilhã - Crespo Cuba - Da Misericórdia Elvas - Moutta Entroncamento - Carvalho Estremoz - Godinho Évora - Rebocho Pais Faro - Palma Batista Ferreira do Alentejo - Singa Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Serra Fronteira - Costa Coelho Fundão - Taborda Gavião - Pimentel Golegã - Oliveira Freire Grândola - Costa Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova) Lagoa - Lagoa Lagos - Neves Loulé - Nobre Passos (Almancil), Chagas, Maria Paula (Quarteira) Loures - Matos (Prior Velho) Lourinhã - Quintans (Foz do Sousa), Liberal (Reguengo Grande) Mação - Saldanha Mafra - Rolim (S. Cosme), Oceano (Santo Izidoro / Mafra) Marinha Grande - Moderna Marvão - Roque Pinto Mértola - Nova de Mértola Moita - Cardoso (Baixa da Banheira)

Monchique - Moderna Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Novalentejo Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Rodrigues Mourão - Central Nazaré - Sousa, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Seabra Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos), Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odivelas - Do Altinho, Joleni Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - da Ria Ourém - Verdasca Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Higiénica Pombal - Paiva Ponte de Sor - Matos Fernandes Portalegre - Chambel Suc. Portel - Fialho Portimão - Rosa Nunes Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Holon Redondo Reguengos de Monsaraz - Paulitos Rio Maior - Candido Barbosa Salvaterra de Magos - Costa (Foros de Salvaterra/Salvaterra de Magos) Santarém - São Nicolau Santiago do

Cacém - Jerónimo São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Serpa - Central Sertã - Patricio, Farinha (Cernache do Bonjardim) Sesimbra - Nurei, Leão Setúbal - Santiago, Rodrigues Ferreira Silves - Edite Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Almargem (Algueirão - Mem Martins), Garcia (Cacém), Queluz (Queluz) Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Montepio Artistico Tavirense Tomar - Ribeiro dos Santos Torres Novas - Pereira Martins (Pedrogão) Torres Vedras - São Gonçalo Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Azevedo, Central de Alverca (Alverca), Moderna Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia), Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira Vila Real de Santo António - Carmo Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Monte Alvito - Baronia Ansião - Moniz Nogueira Montijo - João XXI Oeiras - Carnaxide (Carnaxide) Redondo - Alentejo

SAIR

a 24/4. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. O Que Eu Sou De 22/3 a 29/5. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. Ordem e Progresso De Héctor Zamora. De 22/3 a 24/4. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. Utopia/Distopia De 22/3 a 21/8. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h.MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Observatório de Tangentes De Valter Ventura. De 17/2 a 7/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Vanguardas e Neovanguardas na Arte Portuguesa dos Séculos XX e XXI De 17/6 a 17/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Visualidade & Visão - Arte Portuguesa na Colecção Berardo II De 26/10 a 16/4. Todos os dias das 10h às 19h.Museu de Lisboa - Palácio PimentaCampo Grande, 245. T. 217513200 A Lisboa Que Teria Sido De 27/1 a 25/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arquitectura. Lisboa 1755. A Cidade à Beira do Terramoto - Reconstituição virtual da Lisboa pré-pombalina A partir de 25/11. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Prospecto. Princípio, Meio e Ultimação De André Guedes. De 21/1 a 9/4. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Museu do OrienteAv. Brasília - Edifício Pedro Álvares Cabral - Doca de Alcântara Norte. T. 213585200 A Ópera Chinesa De 24/11 a 31/12. 3ª a Dom das 10h às 18h (6ª até às 22h). Objectos. O Olhar da Sibila - Corporalidade e Transfiguração De 5/4 a 18/6. 3ª a Dom das 10h às 18h (6ª até às 22h).Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes. T. 213912800 A Cidade Global - Lisboa no Renascimento De 24/2 a 9/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (a partir de Março, 6ª e Sáb até às 20h). Giovanni Antonio Canal, Il Canaletto - O Canal Grande a partir do Campo San Vio De 23/3 a 2/7. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pinball Bosch - Venha Jogar com Deus e com o Demónio De Rodrigo García. De 17/3 a 30/4. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Um Gosto pela Alegoria - Desenhos Europeus dos Séculos XVI a XVIII Até 18/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Paços do ConcelhoPraça do Município. Atardecer De Pablo Uribe. De 21/3 a 22/6. 2ª a 6ª das 10h às 13h e das 14h às 18h.Palácio Nacional da AjudaLargo da Ajuda. T. 213637095 Um Olhar Real De 16/12 a 21/4. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h.

Page 38: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

38 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

FICAR

RTP 16.30 Bom Dia Portugal 10.00 Maratona da Saúde 13.00 Jornal da Tarde 14.15 O Sábio 14.55 Maratona da Saúde 18.00 Portugal em Directo 19.08 O Preço Certo 19.59 Telejornal 21.00 Sexta às 9 22.00 Maratona da Saúde 0.01 Sem Ofensa 0.57 O Sábio 1.42 Got Talent Portugal 3.37 O Princípio da Incerteza 4.23 Os Nossos Dias 5.09 Televendas

RTP 26.32 Repórter África - 2ª Edição 7.00 Espaço Zig Zag 10.39 Prontos Para Tudo 11.05 Uma História de Autonomia: Revolução Adiada 11.57 Orgulho de Leão 12.45 Paraíso: Quinta da Bemposta (Sintra) 13.19 Euronews 13.55 Grandes Autores Franceses 14.55 A Fé dos Homens 15.30 Sociedade Civil: Sem-abrigo 17.05 Zig Zag 20.59 Prontos Para Tudo 21.30 Jornal 2 22.14 Operação Abutres 23.10 Viva a Liberdade 0.50 O Livro dos Negros 1.35 Sociedade Civil 3.08 Grandes Autores Franceses 4.01 Ora Viva! 4.30 SMS - Ser Mais Sabedor

SIC6.00 Edição da Manhã 8.30 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.15 Queridas Manhãs 13.00 Primeiro Jornal 14.45 Juntos à Tarde 19.10 Sassaricando - Haja Coração 19.57 Jornal da Noite 21.40 Amor Maior 22.55 Rainha das Flores 0.00 A Lei do Amor 1.00 O Contra-Ataque 2.00 House of Cards 3.00 Volante 3.25 Perfeito Coração

TVI6.30 Diário da Manhã 10.10 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.43 Espírito Indomável 15.05 Deixa Que Te Leve 16.00 A Tarde é Sua 19.13 Apanha se Puderes 19.58 Jornal das 8 21.39 Ouro Verde 22.56 A Impostora 0.00 Gala - Love On Top 1.46 Ben e Kate 2.35 Fala-me de Amor

TVC110.25 À Prova de Fogo 12.00 A Chefe 13.40 O Estagiário 15.45 Amor Polar 17.15 The Revenant: O Renascido 19.50 Eichmann, o Espectáculo 21.30 Money Monster 23.10 Sicário - Infiltrado 1.15 Black Mass - Jogo Sujo 3.20 O Caçador e a Rainha do Gelo 5.20 The Neon Demon - O Demónio de Néon

TVC 210.21 A Lenda de Bruce Lee 11.46 As Novas Diabruras de Herbie 13.15 O Aprendiz de Feiticeiro 14.59 O ‘Verdadeiro’ Animal 16.17 A Melhor Despedida de Solteira 18.16 Johnny English 19.39 A Corrida Mais Louca do Mundo 21.15 Puro Aço 23.15 Tekken - O Filme 0.42 A Desforra do Herói 2.19 A Espada 3.48 Cercados

CANAL HOLLYWOOD9.20 As ‘Amigas’ do Meu Namorado 11.05 Os Robinsons (V.P.) 12.40 Os Três Mosqueteiros (1993) 14.25 Bruce, o Todo-Poderoso 16.10 Dois Irmãos 17.55 A Extraordinária Vida de Timothy Green 19.45 Com a Casa às Costas 21.30 Shrek (V.O.) 23.05 O Lobo de Wall Street 2.10 Morte Negra 3.55 Estranhos Prazeres

AXN13.32 Inesquecível 14.18 Um Sogro do Pior 16.10 A Bússola Dourada 18.02 Inesquecível 18.49 Investigação Criminal 19.39 C.S.I. 20.30 Arrow 21.20 Correio de Risco 2 22.51 Kiss & Kill - Beijos & Balas 0.34 O Véu Pintado 2.24 O Mentalista 3.51 Arrow 4.32 Inesquecível

AXN BLACK13.38 Balas Sobre a Broadway 15.16 Sangue Fresco 16.13 Jackie Brown 18.41 Diários do Vampiro 20.13 Um Polícia no Jardim-Escola 22.00 48 Horas 23.37 À Prova de Bala 1.00 Diários do Vampiro

AXN WHITE13.34 Forever 14.20 À Primeira Vista 16.26 Doutora no Alabama 17.11 Hora de Ponta 17.54 À Primeira Vista 20.00 Trocadas à Nascença 20.46 A Teoria do Big Bang 22.20 Priscilla, Rainha do Deserto 0.04 A Teoria do Big Bang 0.52 Suburgatory 1.15 Forever 2.01 Doutora no Alabama 2.47 Pequenas Mentirosas 3.33 Suburgatory 4.17 Forever 5.02 Trocadas à Nascença

FOX13.20 C.S.I. 14.01 Investigação Criminal: Los Angeles 15.34 Hawai Força Especial 17.09 C.S.I. 18.48 Investigação Criminal: Los Angeles

20.30 Hawai Força Especial 21.20 Con Air - Fortaleza Voadora 23.23 O Legado de Bourne 1.59 C.S.I. Miami 2.46 Investigação Criminal: Los Angeles 3.30 MacGyver 4.11 C.S.I.

FOX LIFE13.26 House 14.15 Rizzoli & Isles 15.48 Murder in Mexico 17.20 The Watch 18.53 A Wife’s Nightmare 20.30 Ossos 22.20 O Idiota do Nosso Irmão 0.06 Stockholm, Pennsylvania 1.53 Rookie Blue 3.20 House

DISNEY15.13 Lab Rats 15.37 Manual do Jogador Para Quase Tudo 16.24 Acampamento Kikiwaka 17.13 Melhores Amigas Sempre 17.37 A Irmã do Meio 18.25 Acampamento Kikiwaka 19.15 O Paraíso da Barafunda (V.P.) 20.27 Manual do Jogador Para Quase Tudo

DISCOVERY17.30 No Meio do Nada (Doc) 18.20 A Febre do Ouro 20.05 Já Estavas Avisado! 21.00 Alasca: A Última Fronteira 22.55 Alasca de Comboio 0.40 Alasca: A Última Fronteira 2.20 Já Estavas Avisado! 3.05 Os Caçadores de Mitos 4.35 Perdido, Vendido

HISTÓRIA17.11 Top 10 da Antiguidade 17.51 O Preço da História - Louisiana 18.32 O Preço da História 19.12 Caça Tesouros 20.38 O Preço da História - Louisiana 21.19 O Preço da História 22.03 A História do Universo em Duas Horas 23.31 A Última Ceia Com Vítor Sobral 23.36 Hangar 1, Ficheiros Extraterrestres 0.58 A História do Universo em Duas Horas 2.27 Alone

ODISSEIA18.03 Zâmbia Selvagem 18.52 Manas, o Regresso dos Gigantes 19.44 Zanzibar, a Ilha Mágica 20.30 Viajante Sem Limites: Brasil 22.00 Borderland: A Fronteira México-EUA 22.53 Alerta Máxima: A Fronteira Norte dos EUA 23.41 Borderland: A Fronteira México-EUA 0.34 Alerta Máxima: A Fronteira Norte dos EUA 1.22 Viajante Sem Limites: Brasil 2.52 Corrida À Casa Branca 3.36 Manas, o Regresso dos Gigantes 4.29 Borderland

Televisão [email protected]

Os mais vistos da TVQuarta-feira, 5

FONTE: CAEM

TVISICTVITVISIC

13,713,410,410,09,0

Aud.% Share

28,027,423,626,520,5

RTP1

RTP2

SICTVI

Cabo

10,8%%

1,617,1

21,9

38,2

Ouro VerdeAmor MaiorJornal das 8A Impostora IIJornal da Noite

CINEMAMoney MonsterTVC1, 21h30Lee Gates é a estrela de

Money Monster, um programa

televisivo sobre investimentos

financeiros. O sucesso é tal

que se torna uma referência

na área das finanças. Kyle

Budwell é um investidor que

segue as dicas de Gates e acaba

por perder todo o dinheiro

em acções de uma empresa

de tecnologia que, contra

todas as expectativas, abre

falência imediatamente após

os conselhos do programa.

Desesperado, irrompe pelo

estúdio e apresenta a sua

história, ao mesmo tempo que

ameaça fazer explodir toda a

equipa de produção. Durante

várias horas e com milhões de

pessoas a assistir à emissão

em tempo real, Gates e a sua

equipa terão de encontrar um

modo de se manterem vivos

e, simultaneamente, procurar

perceber a verdade por detrás

da teia de mentiras financeiras

que levou Budwell e tantos

outros norte-americanos à

ruína. De Jodie Foster, com

George Clooney, Julia Roberts e

Jack O’Connell.

Viva a LiberdadeRTP2, 23h10Em Itália, as eleições

aproximam-se e as sondagens

revelam resultados pouco

animadores para o secretário-

geral do partido da oposição,

Enrico Oliveri. E, depois de

um debate, ele desaparece

sem deixar rasto. A sua

comitiva e a mulher tentam

encontrá-lo, mas é preciso

fazer alguma coisa enquanto

não o conseguem. Felizmente,

Enrico tem um irmão gémeo,

Giovanni. Infelizmente, ele

acaba de sair do manicómio.

Mas não há alternativa senão

pô-lo no lugar do secretário

e torcer para que ninguém

perceba que ele está diferente.

Um filme dirigido por Roberto

Andò, que parodia o sistema

político italiano e questiona os

contextos de crise, com Toni

Servillo no duplo papel dos

irmãos gémeos.

O Lobo de Wall StreetCanal Hollywood, 23h05Jordan Belfort (Leonardo

DiCaprio) é um jovem que

procura o sucesso em Nova

Iorque. Consegue trabalho

numa empresa cotada em

bolsa, mas o crash da Segunda-

feira Negra fá-lo perder o

emprego. É então que, com

um amigo, abre a sua própria

firma, a Stratton Oakmont,

que vai funcionar como

plataforma para a sua ambição.

O alvo? Os investidores de

Wall Street. Rodeado de uma

matilha sedenta, o carismático

corretor envereda por todo o

tipo de esquemas, legais ou

não. De Martin Scorsese, com

argumento de Terrence Winter,

o filme baseia-se numa história

verídica.

ESPECIAL

Maratona da SaúdeRTP1, 10h/14h55/22hDia de programação especial,

dedicado à Maratona da

Saúde, um projecto solidário

que alia o entretenimento à

ciência e cria a oportunidade

de acelerarmos a descoberta

de terapias inovadoras para

as doenças ainda sem cura.

Nesta 4.ª edição, a Maratona

da Saúde é dedicada às doenças

cardiovasculares que, estima-

se, afectam 17 milhões de

pessoas no mundo inteiro.

Ao longo da emissão, haverá

momentos de música, humor,

mas também muitos casos.

DOCUMENTÁRIO

Borderland: A Fronteira México-EUAOdisseia, 22hUma imperdível série

documental, em estreia,

que mostra a realidade dos

milhares de migrantes que

morrem a tentar cruzar

ilegalmente a fronteira entre

o México e os Estados Unidos

que se estende por mais de três

mil quilómetros. Ao longo de

quatro episódios, acompanha-

se o percurso de seis norte-

americanos de áreas sociais

diferentes que reconstituíram

os passos de Nelson, Claudeth

e Maira, três vítimas das quase

seis mil que morreram no

deserto nos últimos 15 anos.

INFANTIL

Ratchet & Clank (V. Port.)TVC3, 20h50Ratchet, um corajoso lombax, o

último da sua espécie, e Clank,

um pequeno e desajustado

robô com mais cérebro do que

músculos, são os improváveis

heróis de uma gigantesca

missão: impedir que o vilão

Drek conclua o seu processo de

desplanetização.

Page 39: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 39

CRUZADAS 9850

BRIDGE SUDOKU

TEMPO PARA HOJE

A M A N H Ã

Açores

Madeira

LuaNascentePoente

Marés

Preia-mar

Leixões Cascais Faro

Baixa-mar

Fonte: www.AccuWeather.com

PontaDelgada

Funchal

Sol

Viana do Castelo

Braga5º 26º

Porto12º 23º

Vila Real8º 23º

9º 24º

Bragança5º 25º

Guarda5º 19º

Penhas Douradas7º 18º

Viseu10º 24º

Aveiro11º 26º

Coimbra11º 26º

Leiria8º 26º

Santarém10º 28º

Portalegre14º 24º

Lisboa12º 27º

Setúbal8º 28º Évora

7º 26º

Beja9º 27º

Castelo Branco10º 25º

Sines11º 23º

Sagres12º 21º

Faro12º 24º

CorvoGraciosa

Faial

Pico

S. Jorge

S. Miguel

Porto Santo

Sta Maria

12º 16º

13º 18º

FloresTerceira12º 17º

15º 21º

14º 23º

15º 19º

16º

16º

07h12Cheia

20h06 07h0811 Abr.

1,5-2,5m

3m

16º

2m

19º1-1,5m

19º

2-2,5m

13h42 2,901h59* 3,2

07h31 0,919h45 0,9

13h17 3,001h35* 3,2

07h07 1,019h21 1,1

13h15 2,901h34* 3,1

06h57 0,919h14 1,0

1-1,5m

1,5m

3-4m

14º

15º

16º

*de amanhã

Horizontais:: 1. Descaramento (fam.). Prudência. 2. A mais pequena unidade de um elemento químico que mantém as propriedades desse elemento, sen-do com ele identificável. Espreitar. 3. Parte da capa de um livro que dobra para dentro. Pequena ânfora de barro. 4. Astúcia. Rio suíço. 5. Que tem liber-dade. Proceder. 6 – (...) Couto, escritor moçambicano. Arrefecida. 7. Bolo cha-to e circular de farinha de arroz e azei-te de coco, usado na Ásia. Ambiciona. Décima sexta letra do alfabeto gre-go. 8. A mim. Ouro (s.q.). Extrair. 9. Conjunto de vasos que encaixam uns nos outros e formam uma espécie de tubo. Invulgar. 10. Repartir. Senão. 11. Pateta (gíria). Mitra de pontífice.

Verticais: 1. Que escorrega facilmente. Querida. 2. Aperta com nó. Empurrar. 3. Ainda assim. Baga da videira. 4. Corda ou cabo grosso com que se atra-ca o navio. Acrescentar. 5. No qual lu-gar. Trambolhão. 6. Suspiro. Interjeição que designa nojo ou desprezo. Medida itinerária chinesa (576 m). 7. Preposição que indica lugar. Deuses que prote-giam o lar e a família, entre os antigos Romanos. Retweet (twitter). 8. Apetite sexual dos animais, nas épocas pró-prias da reprodução. Rodar. 9. Ralé (pe-jorativo). Leito. 10. Tomar o taco (refei-ção) entre o almoço e o jantar. Não con-tinuar. 11. Discursar. Esbelta.

Depois do problema resolvido encontre o título de uma obra de William Golding (3 palavras).

Oeste Norte Este Sul 1ST 2♥ 4♠Todos passam

Leilão: Qualquer forma de Bridge.

Carteio: Saída: 5♥. Sobre o Valete do morto, Este joga a Dama, que faz a va-za, e sai de mão com um trunfo. Qual o seu plano para atingir as 10 vazas?Solução: O naipe de ouros é funda-mental para se encontrar a décima va-za, e para isso é importante manejar esse naipe de maneira a se evitar dar a mão a Oeste (que atacaria paus permi-tindo que a defesa pudesse fazer duas vazas nesse naipe e o consequente ca-bide).A maneira de se evitar que Oeste pos-sa vir a ter a mão é: faça a vaza de trun-fo no morto e jogue o Rei de copas. O adversário em Este irá cobrir com o seu Ás e nós baldamos um ouro! Quando Este insistir em trunfo, fazemos a vaza na nossa mão para tirar de seguida o Ás e o Rei de ouros. Uma terceira volta de ouros que cortamos com um trun-fo firme. Por fim, uma terceira volta de

Dador: NorteVul: EO

Problema 7474Dificuldade: Fácil

Problema 7475Dificuldade: Muito difícil

Solução do problema 7472

Solução do problema 7473

NORTE♠ AJ2♥ KJ3♦ K9643♣ K6

SUL ♠ KQ10864♥ 4♦ A107♣ J52

OESTE♠ 93♥ 865♦ QJ2♣ 109843

ESTE♠75♥ AQ10972♦ 85♣ AQ7

João Fanha/Pedro Morbey([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

JOGOS

Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Alimpa. Moer. 2. Cone. GUARDA. 3. Atender. Lis. 4. SE. Tá. Acata. 5. Si. Orar. 6. VERDADE. 7. Paro. Rasgar. 8. Al. Serrão. 9. Ledo. Adorno. 10. Oto. Ano. Rã. 11. Pessoa. Soou.Verticais: 1. Acaso. PALOP. 2. Lote. Valete. 3. INE. Ser. DOS. 4. MENTIROSO. 5. Dá. AO. 6. Age. Marrana. 7. Ura. Dardo. 8. Ma. Coesão. 9. Orlar. Gorro. 10. Editara. NÃO. 11. Rasar. Rio.Provérbio: Ao mentiroso não se guarda verdade.

trunfo coloca-nos no morto para poder desfrutar dos dois ouros apurados pa-ra baldar dois paus perdentes da nossa mão. A defesa fará apenas duas vazas: uma copa e um pau.Se a saída tivesse sido a paus, Este iria fazer duas vazas de paus e sair de mão com um terceiro pau (ou um trunfo). Agora, a forma de se cumprir seria bem interessante: duas voltas de trunfo, Valete de paus onde baldaríamos um ouro do morto, Rei e Ás de ouros, e por fim uma copa para o Valete deixando Este em mão. Jogue o que jogar, Este será forçado a oferecer-nos o contrato, por já só ter copas na sua mão iremos sempre vir a fazer o Rei de copas.

Considere o seguinte leilão:

Oeste Norte Este Sul 1♦ 1♠ X 2♠ ? O que marca com a seguinte mão?

♠2 ♥KQ109 ♦ AQJ1072 ♣Q8

Resposta: Com fit e uma boa distribuição atreva-se a marcar logo 4 copas.

Page 40: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

40 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

AGENDA

De Conacri a Moçambique

Os portugueses pouco sabem sobre

a guerra colonial. Especialmente

considerando a sua responsabilida-

de na vida dos portugueses. “Desde

logo, pela sua responsabilidade na

eclosão do 25 de Abril”, escreve o

autor Joaquim Furtado no prefácio

do primeiro volume da colecção.

“Sabe-se como a informação sobre

o confl ito esteve ausente da comu-

nicação social em Portugal e nos

palcos onde milhares de homens

combatiam”, justifi ca, e logo após

a revolução, de um dia para o outro,

a guerra entrou no passado, “em-

purrando para um novo silêncio os

que a ela tinham sido chamados”.

Mas foi a guerra, para uma geração.

A guerra do ultramar, colonial ou de

libertação, porque era referida de

todas estas maneiras.

Posters Arte Urbana e Para Além do Muro - Volume 5Sexta-feira, 14 de AbrilPor + 7,90 euros

Street Art

Posters e arte urbana são o tema do

quinto volume da colecção Street Art.

Tal como o sticker, o poster caracte-

riza-se por uma notável complexida-

de técnico-formal. Talvez estejamos

mais habituados aos tradicionais car-

tazes rectangulares de média dimen-

são, reproduzidos em série, mas na

verdade existe já uma multiplicidade

de manifestações artísticas com es-

te meio. “Encontramos uma grande

variedade de soluções, dos cartazes

tipográfi cos aos serigráfi cos, reali-

zados de modo artesanal num bom

número de cópias, àqueles com um

único exemplar, por vezes com di-

mensões tão grandes que chegam a

Arte borderline

Sábado, 8Quem Matou Palomino Molero?3.º vol. colecção Literatura Ibero-AmericanaOs grandes clássicos de Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa, António Lobo Antunes ou Jorge Amado celebram a diversidade da Literatura Ibero-Americana, numa colecção de 12 livros de capa dura.

Quarta, 12Guiné7.º vol. colecção A GuerraColecção de 14 volumes, em formato livro + DVD, composta pela série documental “A Guerra” de Joaquim Furtado num total de 42 episódios e textos da autoria de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, com opinião de alguns historiadores.

Quinta, 13Joker & Harley Quinn: Amor Louco6.º vol. colecção No Coração das Trevas DC Dez volumes dedicados a alguns dos maiores vilões da casa DC em que vai poder testemunhar as mais épicas batalhas entre o bem e o mal.

Sexta, 14Posters, Arte Urbana e Para Além do Muro5.º vol. Colecção Street Art Uma obra inédita em Portugal do autor italiano Duccio Dogheria, numa colecção de cinco volumes, que reúne as melhores peças de arte urbana a nível mundial, contando a sua história, dos primórdios à actualidade.

INICIATIVAS

GuinéVolume 7Quarta-feira, 12 de AbrilPor + €9,90

Guerra colonialComeçou em Angola em

1961, mas rapidamente se

alastrou às restantes colónias.

Durou 13 anos. Segundo dados

ofi ciais divulgados em Maio de

1974, o número de refractários

e desertores teriam chegado a

atingir entre 110 e 170 mil ho-

mens. Para trás fi cavam 150 mil

soldados mobilizados num ano

em que as despesas com a “De-

fesa” constituíam 37% dos gastos

do Estado. Morreram mais de oi-

to mil portugueses e fi caram feri-

dos ou incapacitados cerca de cem

mil. O número de africanos mortos

estima-se ter chegado aos cem mil

e o número de feridos, apesar de

incerto é certamente superior, es-

creve Irene Pimentel no prefácio do

segundo volume da colecção que o

PÚBLICO agora edita.

A GuinéOs confl itos na Guiné são o palco do

sétimo volume da colecção, que con-

ta com o prefácio de Ansgar Schäfer

e que se inicia com o episódio Mar

Verde Invade Conacri. Crendo não

poder ganhar a guerra,

Spínola tenta decapitar o PAIGC na

sua retaguarda. Através da Opera-

ção Mar Verde, ordena a invasão da

Guiné-Conacri visando o derrube do

seu Presidente e a neutralização de

Amílcar Cabral. Uma acção singular,

realizada por comandos e fuzileiros

africanos, forças criadas pelo gene-

ral como base do futuro exército de

uma Guiné entregue aos seus natu-

cobrir fachadas inteiras de edifícios”,

explica o investigador e autor da co-

lecção Duccio Dogheria. O francês

JR, um dos mais reconhecidos artis-

tas da actualidade, tem feito alguns

trabalhos com essa dimensão. Alian-

do as técnicas de street art com a fo-

tografi a, amplia os posters até cobrir

as fachadas de edifícios e invade o

território para dialogar com pessoas

que vivem em “zonas quentes” do

planeta, das periferias de Paris às fa-

velas brasileiras. O trabalho que fez

no morro da Providência, no Rio de

Janeiro, Brasil, é um exemplo disso.

Ali, a sua intervenção foi muito além

do mural, permitindo alterar toda

uma paisagem através da sua inter-

venção nas fachadas das casas dos

moradores do bairro.

Efectivamente, se em volumes an-

teriores da colecção encontrámos os

posters ligados à contracultura, a sua

utilização enquanto meios rápidos e

efi cazes de contra-informação perdu-

rou também nos decénios seguintes,

estando ligados à contestação pro-

movida pelos movimentos “não-glo-

bais”, que lutam contra a precarie-

dade do trabalho e a exploração hu-

mana e ambiental perpetrada pelas

multinacionais e chamam a atenção

para as desigualdades sociais.

Além da questão dos posters, a ur-

rais. Em Moçambique, acreditan-

do poder derrotar a Frelimo, outro

general vai lançar a maior operação

que o confl ito conheceu.

Também as nomeações de Mar-

cello Caetano para o governo de Mo-

çambique e a Operação Nó Górdio

fazem parte deste volume, com o

episódio Nó Górdio não desatado.

O terceiro episódio do DVD, A Bar-

ragem no Caminho, conta o avanço

da Frelimo para Tete, Manica e So-

fala, atravessando o rio Zambeze, o

seu grande objectivo. A barragem

de Cahora Bassa não impediu a

progressão da guerrilha, ao con-

trário do esperado, e a segurança

da obra exige uma força com quase

metade dos efectivos militares por-

tugueses na colónia.

Reunindo os 42 episódios da sé-

rie A Guerra, de Joaquim Furtado,

a colecção PÚBLICO homónima

está dividida em 14 volumes, cada

um acompanhado de um livro da

autoria de Aniceto Afonso e Carlos

de Matos Gomes, dois especialistas

no tema, ilustrado e prefaciado por

diversos historiadores.

ban art ou, em português, arte ur-

bana merece também atenção neste

volume e é defi nida por Dogheria co-

mo, “acima de tudo, street art border-

line”. “A street art é, em muitos as-

pectos, um acto de reapropriação da

cidade, uma prática libertária cons-

tantemente apontando à invasão e à

sua própria redefi nição semântica.

As modalidades expressivas até ago-

ra encontradas – stickers, cartazes,

stencils e murais – são, seguramente,

as mais utilizadas pelos street artists,

não impedindo, porém, um quadro

mais complexo e com limites incer-

tos. Correndo o risco de banalização,

é nossa intenção agrupar na expres-

são urban art tudo o que se afasta das

categorias acima referidas”, explica

o investigador italiano.

As suas fronteiras com a escultura

pública, por um lado, e com a per-

formance, por outro, são sempre té-

nues. Em muitos casos, é o carácter

ilegal desta prática que alimenta essa

distinção ilusória. Os festivais inter-

nacionais dedicados à street art são

hoje a ocasião mais oportuna para

transformar ruas e bairros em gale-

rias a céu aberto, atraindo anualmen-

te não apenas artistas, mas também

um público cada vez mais alargado,

composto por apaixonados, curiosos

e turistas.

© FOTO IAN COX (CORTESIA) / CORTESIA NUART FESTIVAL

© MENTALGASSI (CORTESIA)

© OLYCOM: REX FEATURES - QKD P183

Page 41: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 41

A história de um morto (muito vivo)

Prémio Nobel de Literatura em 2010,

Mario Vargas Llosa é uma das fi guras

maiores do mundo literário actual.

Autor de obras como Os Cadernos

de Dom Rigoberto ou Travessuras da

Menina Má, tem em Quem Matou Pa-

lomino Molero? um dos seus títulos

mais reconhecidos.

“– Filhusdumagrandessíssima –

balbuciou Lituma, sentindo que

ia vomitar. – Como te deixaram,

franzino. O rapaz estava ao mes-

mo tempo enforcado e espetado

numa velha alfarrobeira, em posi-

ção tão absurda que mais parecia

um espantalho ou um Rei Momo

escarranchado do que um cadá-

ver”, lê-se nas primeiras linhas de

Quem Matou Palomino Molero?, o

terceiro volume da colecção Lite-

ratura Ibero-Americana. “Antes ou

No Coração das Trevas DC vol. 6Joker & Harley Quinn: Amor LoucoArgumento: Paul Dini e Bruce TimmDesenho: Bruce Timm, Glen Murakami e Ronnie Del CarmenQuinta, 13 de AbrilPor + 9,90 euros

Banda Desenhada

Depois de dividir o protagonismo

com os restantes membros do Es-

quadrão Suicida no volume que

chegou às bancas na semana ante-

rior, chegou a vez de Harley Quinn

roubar o protagonismo ao Joker e

ocupar o palco em Amor Louco, a

premiada história de Paul Dini e

Bruce Timm, que assinalou a sua

estreia na BD.

Criada por Dini e Timm em 1992,

na série de desenhos animados

Batman Adventures, no que estava

inicialmente previsto como uma

aparição esporádica, Harley Quinn

revelou-se extremamente popular

desde o início, transformando-se

numa presença regular da série. Co-

mo refere Bruce Timm: “Quando o

Paul (Dini) me falou em criar uma

Harley Quinn, da animação para a BD

Quem Matou Palomino Molero?, de Mario Vargas Llosa3.º volume Sábado, 8 de AbrilPor +8,90 euros

Literatura Ibero-Americana

INICIATIVAS

Marcos, na capital peruana. Cinco

anos depois, uma bolsa de estudos

permitiu-lhe continuar a sua forma-

ção em Espanha, na Universidade

Complutense de Madrid, onde se

doutorou em Filosofi a e Letras.

Foi no fi nal da década de 1950

que iniciou também a sua carreira

como escritor. Em 1959 publicou

Os Chefes e, em 1963, A Cidade e os

Cães, inspirado pela sua passagem

no Colégio Militar Leôncio Prado.

Desde então não mais parou. Pro-

fessor universitário, académico e

político, o escritor é hoje uma per-

sonalidade intelectual de grande

vulto e um dos mais importantes

escritores da América Latina e do

mundo. Além do Nobel, foi galar-

doado com muitos dos mais desta-

cados prémios literários interna-

cionais, entre eles o Prémio PEN/

Nabokov, o Prémio Cervantes, o

Prémio Príncipe das Astúrias e o

Prémio Grinzane Cavour.

Entre os seus títulos mais desta-

cados constam obras como A Casa

Verde, Tia Júlia e o Escrevedor, Os

Cadernos de Dom Rigoberto, Tra-

vessuras da Menina Má, O Herói

de regressado ao seu país natal, pri-

meiro para Piura e, posteriormen-

te, a Lima. Com 14 anos ingressou

no Colégio Militar Leôncio Prado,

em La Perla, como aluno interno

durante dois anos. Em 1953, apesar

de ir contra a vontade do seu pai,

decidiu estudar Letras e Direito na

Universidad Nacional Mayor de San

muito, pois o seu lado mais divertido

interferia com o nosso objectivo de

tornar o Joker mais sinistro, a verda-

de é que todos adorávamos a perso-

nagem e por isso o Paul enfiou-a em

todos os episódios do Joker.”

A passagem da animação para a BD

dá-se em 1994 neste Batman: Amor

Louco, história que abre o sexto volu-

me desta colecção, que estará à ven-

da em todo o país a partir do próximo

dia 13 de Abril. Tudo começou com

um convite de Denny O’Neil, um dos

melhores escritores do Batman de

sempre e então editor das revistas do

Cavaleiro das Trevas, feito durante

um almoço no San Diego Comic Con,

para que Timm e Dini apresentassem

uma proposta à DC para uma BD. Foi

então que Paul Dini se lembrou de

explorar a origem da Harley Quinn,

que nunca tinha sido abordada na

série de animação, revelando que

Harley era inicialmente a Dra. Har-

leen Quinzel, uma psiquiatra do Hos-

pital Psiquiátrico Arkham, que acaba

por se apaixonar pelo Joker, sendo

arrastada por ele para o mundo da

loucura, acabando por se transfor-

mar em Harley Quinn, a Arlequina,

a sua namorada e cúmplice. O resul-

tado é esta história que Frank Miller

considera das melhores histórias do

depois de o matarem, maltrata-

ram-no selvaticamente, com uma

crueldade sem limites: tinha o na-

riz e a boca retalhados, coágulos

de sangue seco, equimoses e ras-

gões, queimaduras de cigarro, e,

como se não fosse bastante, Litu-

ma percebeu que também tinham

tentado capá-lo, porque os colhões

lhe pendiam até ao entrepernas”,

descreve ainda Mario Vargas Llo-

sa no primeiro parágrafo daquela

que é uma das suas mais notáveis

obras, revelando desde logo algu-

mas características da linguagem

tão peculiar e o sentido de humor

que lhe são reconhecidos.

Publicado em 1986, o livro inte-

gra a longa lista de obras do autor

que, em 2010, foi distinguido com

o Prémio Nobel de Literatura pela

sua cartografi a das estruturas de

poder e pelas imagens pungentes

da resistência, revolta e derrota dos

indivíduos.

Natural de Arequipa, no Peru, on-

de nasceu a 28 de Março de 1936 no

seio de uma família da classe mé-

dia, Vargas Llosa passou parte da

infância na Bolívia, tendo mais tar-

Discreto ou Quem Matou Palomino

Molero?, que agora é distribuído

com o PÚBLICO.

Se as primeiras linhas da obra

rapidamente deixam adivinhar

que no centro do livro se encontra

um crime, na verdade não revelam

que, mais do que a vítima, Palomi-

no Molero, o morto, acaba por ser

a personagem central do romance.

Efectivamente, ainda que o tenente

Silva e o guarda Lituma sejam per-

sonagens essenciais da investiga-

ção que procura desvendar o que

se esconde por detrás da estranha

morte do jovem aviador, é sobre a

fi gura do inocente Palomino que

se desenvolve toda a trama. Aliás,

desde que se depara com o cená-

rio de assassinato, o guarda Litu-

ma não consegue esquecer-se do

morto. O caminho que segue para

desvendar o mistério será, porém,

surpreendente.

Mario Vargas Llosa apresenta

nesta obra um inesperado registo

policial que prende o leitor tanto

pela originalidade estilística como

pelo próprio enredo arrebatador

e imprevisível.

mente os textos e diálogos nas pági-

nas já desenhadas. A outra história é

A Harley e a Hera, publicada no pre-

miado Batman Adventures Annual #

1, em que o realizador filipino Ronnie

Del Carmen, que era um dos respon-

sáveis pelos storyboards da série de

animação, mostra toda a elegância

do seu traço, numa divertida história

em que a Harley e a Hera Venenosa

vão às compras com… Bruce Wayne.

João Miguel Lameiras

namorada para o Joker, eu achei que

era boa ideia, por isso metemo-la

no episódio Joker’s Favor. Mas foi

só quando a vimos, já animada, no

ecrã, que toda a gente se apaixonou

instantaneamente por ela. Era uma

combinação da personalidade, da

voz – a voz da actriz Arleen Sorkin

– e do aspecto. É uma personagem

fantástica. Apercebemo-nos logo

que tínhamos acertado em cheio.

Por mais que eu não quisesse usá-la

Batman que já leu e que ganhou os

Prémios Harvey e Eisner para a Me-

lhor História Completa.

Para além de Amor Louco, este vo-

lume contempla mais duas histórias.

Demónios, uma belíssima homena-

gem a Jack Kirby que, por questões

de tempo, foi realizada usando o

velho método Marvel, com Timm e

Murakami a desenharem a história a

partir de uma sinopse bastante curta

e vaga e Dini a escrever posterior-

TM & © 2017 DC COMICS. ALL RIGHTS RESERVED

Page 42: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

42 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

A vida voltou a ser bela em Leicester

ANDREW BOYERS/REUTERS

Craig Shakespeare foi o treinador que devolveu à vida o Leicester City esta temporada

Craig Shakespeare já estava a perder

a batalha da opinião pública mesmo

antes de se ter estreado como trei-

nador do Leicester City. O despedi-

mento de Claudio Ranieri fora uma

decisão criticada de forma unânime,

considerada injusta porque o italiano

teria todo o crédito do mundo com

o improvável título conquistado na

temporada anterior. O italiano nun-

ca deixaria de ser o herói e quem

quer que viesse depois iria falhar de

certeza. Na primeira conferência de

imprensa, como que a referenciar o

dono mais famoso do seu apelido,

Shakespeare disse que se sentia co-

mo o “vilão da pantomima”. Esta

era uma altura em que o Leicester

estava moribundo, na Premier Lea-

gue e na Liga dos Campeões. Pouco

Antes de Shakespeare, o Leicester

estava numa série horrível de um em-

pate e cinco derrotas, sem qualquer

golo marcado e 12 sofridos. Depois,

foram 13 golos marcados, quatro so-

fridos e, mais importante, 15 pontos

conquistados em 15 possíveis. E se

Jamie Vardy era, de alguma forma,

o símbolo da crise do Leicester, tam-

bém é agora o símbolo do renasci-

mento. Nos primeiros 22 jogos, com

Ranieri, o internacional inglês mar-

cou cinco golos; nos cinco jogos com

Shakespeare, marcou cinco.

A verdade é que, com Shakespea-

re, o Leicester voltou a ser Leicester.

A perda do incansável N’Golo Kanté

para o Chelsea abriu um buraco que

Ranieri nunca conseguiu preencher

e, sem o francês, tentou mudar o es-

tilo da equipa. Shakespeare, por seu

lado, apostou numa contratação de

Janeiro, o jovem nigeriano Ndidi, e

devolveu a identidade à equipa —

confortável a defender e a jogar no

erro do adversário, apostando no

contra-ataque e nas bolas paradas

—, ao mesmo tempo que ia recupe-

rando as “estrelas” da campanha pas-

sada, Vardy, mas também Mahrez,

Schmeichel ou Huth — neste cenário,

Islam Slimani, a grande contratação

do Verão, não tem tido muito espaço

para brilhar, mas vai-se mostrando

útil a partir do banco.

Shakespeare, o interino, já sabe

que é defi nitivo até ao fi nal da épo-

ca, mas ainda não sabe se vai fi car

para 2017-18. Está é a aproveitar ao

máximo a oportunidade para sair

da sombra, ele que nunca jogou

na Premier League durante quase

duas décadas como jogador, e que

foi sempre adjunto, incluindo uma

curtíssima passagem pela selecção

inglesa, um único jogo ao lado de

Sam Allardyce. No King Power Sta-

dium, passou rapidamente de vilão

a herói e, dependendo do que fi zer

na Liga dos Campeões, também pode

ser elevado à categoria de milagreiro.

Já aconteceu duas vezes um interino

ser campeão europeu — Tony Barton

no Aston Villa e Di Matteo no Chel-

sea. Pode bem acontecer uma tercei-

ra, ou não fosse o Leicester o clube

onde os milagres acontecem.

Da sombra para a ribalta, bastaram cinco jogos a comandar os actuais campeões ingleses para Craig Shakespeare deixar de ser o vilão da pantomima para se transformar em herói

Futebol internacionalMarco Vaza

tinha apenas um jogo (que ganhou)

com treinador principal do West

Bromwich, em 2006. Pensava-se que

seria um interino para fazer a transi-

ção. Shakespeare começou a ganhar,

continuou a ganhar e a vida voltou a

ser bela no clube das East Midlands.

Desde que Shakespeare chegou ao

banco, o Leicester só sabe vencer. Fo-

ram seis vitórias em seis jogos, cinco

na Premier League, um na Liga dos

Campeões, que deram outra tran-

quilidade aos “foxes” nas contas da

manutenção e a qualifi cação para os

quartos-de-fi nal da Champions, onde

vão defrontar o Atlético de Madrid.

Este registo faz com que Shakespeare

seja o treinador inglês com melhor

início — já o era com quatro vitórias,

mas já vai em cinco — e, se ganhar

neste fi m-de-semana, em Goodison

Park, ao Everton, iguala Pep Guar-

diola e Carlo Ancelotti no topo das

melhores estreias.

mais de um mês depois, Shakespeare

mostrou que era o tipo certo, no sítio

certo, à hora certa.

Depois das pizzas “faça você mes-

mo”, do Nessum Dorma cantado por

Andrea Bocelli em pleno relvado do

King Power Stadium e de Gary Li-

neker a apresentar o “Match of the

Day” em cuecas, tinham passado dez

meses desde a improvável conquis-

ta romântica do Leicester e a equipa

amargava nos lugares de despromo-

ção e enfrentava a eliminação na Liga

dos Campeões. Dizia-se que os joga-

dores já não estavam com Ranieri e

havia comentadores que sugeriam

que o trabalho do italiano estaria a ser

minado pelo próprio Shakespeare,

que estava no clube desde 2011. Quan-

do Ranieri saiu depois da derrota em

Sevilha, falou-se de Hiddink, de Man-

cini, de Hodgson, mas os donos tailan-

deses do clube entregaram a equipa

a Shakespeare, que, no currículo,

[email protected]

DESPORTO

6Seis vitórias, seis jogos. É este o registo de Craig Shakespeare à frente do Leicester City, desde que substituiu Claudio Ranieiri no cargo de treinador

11Quando assumiu o cargo de treinador do Leicester City, os actuais campeões ingleses eram 17.ºs. Desde o final de Dezembro até ao momento actual a equipa subiu ao 11.º posto

Page 43: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 43

DESPORTO

Foi em 1994 que Portugal esteve nu-

ma posição única de discutir o aces-

so ao Grupo Mundial da Taça Davis,

depois de Nuno Marques e Emanuel

Couto terem ganho os encontros de

singulares diante da Grã-Bretanha,

numa memorável eliminatória rea-

lizada no Porto. Passados 23 anos,

Marques e Couto estão no comando

da selecção que tem nova oportuni-

dade de fazer história: se vencerem

este fi m-de-semana a Ucrânia, os te-

nistas portugueses acedem ao play-

off de acesso ao Grupo Mundial.

“Já há muitos anos que se fala nis-

so. Tivemos uma oportunidade de

jogar um play-off e perdemos, há 23

anos. Acho que isso está muito pre-

sente. Não sei até que ponto nos aju-

dará nesta eliminatória pensar muito

nisso. Sabemos bem o que queremos,

qual é o objectivo e o potencial desta

equipa, mas temos três dias em que

temos de estar muito concentrados e

tentar não complicar as coisas”, afi r-

mou Nuno Marques, após o sorteio

da segunda eliminatória do Grupo I,

que ditou a ordem de jogos.

Ao contrário das seis eliminatórias

anteriores, será Gastão Elias (90.º

ATP) a disputar o primeiro singular

de hoje (13h), nos courts cobertos

do Clube Internacional de Foot-Ball

(CIF), frente ao número um ucrania-

no Artem Smirnov (507.º). A seguir,

João Sousa (37.º) defronta o melhor

júnior ucraniano, Nikita Mashtakov

(50.º no ranking mundial do esca-

lão).

A Ucrânia vem a Lisboa sem os

seus melhores tenistas, o que aumen-

ta as possibilidades de Portugal sair

vencedor. “Estamos preparados para

o embate. Há essa teoria, que é legíti-

ma, de que eles vêm com uma equipa

mais fraca. Sabemos que é sempre

perigoso subestimar o adversário e

já tivemos experiências menos boas

na Taça Davis. Vamos encarar como

se eles viessem com uma equipa for-

tíssima, não há outra alternativa”,

frisou Nuno Marques.

Gastão Elias a abrir a grande oportunidade de Portugal

TénisPedro Keul

Portugal vai tentar aproximar-se um pouco mais do Grupo Mundial da Taça DavisA agressão ao árbitro do jogo Rio Tinto-Canelas 2010

A Secretaria de Estado da Juventude

e do Desporto (SEJD) está a estudar

a possibilidade de fazer algumas al-

terações nas sanções penais, tendo

em vista a erradicação da violência

no desporto, garantiu ontem João

Paulo Rebelo.

O secretário de Estado voltou a

falar de possíveis alterações penais

no fi nal de uma reunião com várias

entidades do futebol nacional, na

qual foram debatidas soluções pa-

ra tentar erradicar a violência no

desporto.

“Há, de facto, um caminho a fa-

zer no que diz respeito ao quadro

sancionatório, seja de sanções des-

portivas, seja de sanções penais.

Há o compromisso de todas as en-

tidades que estiveram presentes na

reunião de fazerem chegar muito

rapidamente as suas sugestões neste

âmbito”, disse João Paulo Rebelo.

Segundo o governante, “a pró-

pria Secretaria de Estado está em

refl exão sobre algumas das possí-

veis alterações a fazer no quadro

das sanções penais, uma vez que

as desportivas são da responsabi-

lidade da Federação Portuguesa de

Futebol”.

João Paulo Rebelo explicou que as

cinco entidades que participaram na

reunião e a tutela pretendem ainda

Governo admite mudanças para combater violência

“levar a cabo uma campanha de sen-

sibilização para agitar consciências

e procurar afastar o fenómeno da

violência no desporto, e em parti-

cular no futebol”.

A reunião contou com a presença

dos presidentes da Federação Portu-

guesa de Futebol (FPF) e do Conse-

lho de Arbitragem, Fernando Gomes

e José Fontelas Gomes, respectiva-

mente, bem como do líder da Liga

Portuguesa de Futebol Profi ssional

(LPFP), Pedro Proença.

Marcaram ainda presença no

encontro os presidentes do sin-

dicato dos jogadores e da Asso-

ciação Portuguesa de Árbitros de

Futebol (APAF), Joaquim Evange-

lista e Luciano Gonçalves, bem

como Carlos Dinis, em repre-

sentação da Associação Nacio-

nal de Treinadores de Futebol.

No domingo, José Rodrigues, ár-

bitro do jogo Rio Tinto-Canelas, da

Divisão de Elite da Associação de

Futebol do Porto, foi agredido por

Marco Gonçalves, jogador da equi-

pa visitante e membro dos Super

Dragões, claque do FC Porto.

O jogador em causa atingiu o ár-

bitro com uma joelhada na cara aos

dois minutos de jogo, na sequência

do cartão vermelho directo que o

juiz lhe exibiu por ter agredido um

adversário.

Dois dias depois, a FPF anunciou

a execução de um plano nacional de

segurança adicional para as equipas

de arbitragem das suas competições

e a LPFP associou-se à campanha

lançada pela APAF a exigir “a obriga-

toriedade do policiamento em todos

os jogos de futebol”. Lusa

DR

Futebol

Várias entidades relacionadas com o futebol vão enviar propostas com sugestões

[email protected]

Page 44: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

44 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

DESPORTO

Futebol

Futebol

Futebol Futebol Futebol Padel

Federação abre processo disciplinar a Rui Vitória

FC Porto acredita que o Benfica ainda vai tropeçar

Peñarol-Nacional acaba com 110 adeptos detidos

Donos do Manchester City compram clube no Uruguai

Académica e Desportivo das Aves empatam sem golos

Diogo Rocha faz história no Masters de Miami

As declarações de Rui Vitória antes da visita do Benfica ao terreno do Sporting de Braga, que motivaram uma queixa do Sporting contra o treinador dos “encarnados” ao conselho de disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), foi acolhida por aquele órgão que decidiu instaurar um processo disciplinar ao técnico.

O treinador Nuno Espírito Santo admitiu ontem que se “o FC Porto conseguir 100% de eficácia dos jogos que faltam, conseguirá alcançar o seu objectivo”, que passa pela conquista do título nacional. O FC Porto é segundo classificado, com 64 pontos, a um do líder Benfica.

O grande clássico do futebol uruguaio entre o Peñarol e o Nacional (1-1), que serviu para a estreia de um novo sistema de segurança por videovigilância motivou a prisão de 110 pessoas (78 do Peñarol e 32 do Nacional, sendo que 21 são menores) para além de um polícia ferido.

O City Football Group, grupo de investidores de Abu Dhabi proprietário do Manchester City, anunciou ontem a compra do Atlético Torque, da II Divisão do futebol uruguaio. O consórcio dos Emirados Árabes Unidos é ainda dono do New York City FC, do Melbourne City e do Yokohama Marinos.

O marcador não chegou a funcionar no Académica-Desportivo das Aves (0-0), que marcou o início da 35.ª jornada da II Liga. Os anfitriões ficaram em inferioridade numérica com a expulsão de Yuri (61’) mas a equipa de José Mota não foi capaz de aproveitar. O Aves pode ver o líder Portimonense afastar-se.

Diogo Rocha, com o espanhol Fernández Cano, tornou-se ontem o primeiro português a apurar-se para o quadro principal de um torneio de categoria Masters de padel, ao ultrapassar a ronda prévia em Miami, batendo os espanhóis David Leal (85.º do mundo) e Miguel Angel Solbes (76.º).

Vinte e seis adeptos do clube

Universidade do Chile foram

detidos ontem em São Paulo,

no Brasil, após desacatos e

estragos provocados no estádio

Arena Corinthians durante o

jogo de futebol da Taça Sul-

Americana. Segundo a polícia,

os incidentes ocorreram antes e

no intervalo da partida em que

os chilenos saíram derrotados

por 2-0, frente ao Corinthians e

causaram sete feridos, entre eles

dois polícias e uma funcionária

do estádio, que receberam

tratamento hospitalar.

FERN

AN

DO

BIZ

ERRA

JR/E

PA

Breves

O Brasil desalojou a Argentina da liderança do ranking da FIFA, divulgado ontem. Portugal manteve-se no oitavo lugar

Violência Jogo entre equipa chilena e brasileira gera pancadaria

Odd

Page 45: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Tudo preto no branco. Os dois lados da Guerra.

Por Joaquim Furtado

Com o apoio:

Há sempre dois lados em todas as histórias. Esta semana conheçao volume “Guiné”, com prefácio de Ansgar Shäfer, e acompanheos 3 novos episódios da série: “Mar verde invade Conacri”,“Nó Górdio não desatado” e “A barragem no caminho”.A série documental “A Guerra” de Joaquim Furtado,numa edição completa inédita em DVD, dividida em14 volumes e acompanhada por livros com textos deAniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes.

Colecção de 14 livros + DVD. PVP Unitário: € 9,90. Preço total da colecção: € 138,60.Periodicidade semanal à quarta-feira. De 1 de Março a 31 de Maio de 2017.Limitado ao stock existente.

QUARTA, 12 ABR COM O PÚBLICO

+9,90€ LIVRO + DVD

“ Não me consta quetenha havido neutralização

mas também não haviagrande coisa para neutralizar”

“ A acção foi notávelem termos militares,

ele afundou todasas lanchas rápidas” grande coisa para neutralizachas rápidas

Page 46: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

46 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

ESPAÇO PÚBLICOVhils é hoje um artista que não se limita à arte urbana (também já passou pela ilustração, animação, vídeo ou design) e que

procura outras formas para ser criativo — é o caso do espectáculo-performance que vai apresentar hoje e manhã no CCB, com o envolvimento de uma coreógrafa, seis bailarinos e músicos. Uma criação que se centra nas periferias, marcadas pela exclusão e pelos retornados, e na emergência das suas subculturas. J.J.M.

Foi o escolhido para suceder a Ranieri e, por isso, não foi fácil suceder ao homem que levou o Leicester ao improvável título

inglês de futebol e cujo despedimento foi difícil de digerir para muitos. O italiano, apesar da época irreconhecível, é adorado pelos adeptos. Mas Craig tem convencido pelo trabalho e pelos resultados — seis vitórias em seis jogos desde que se sentou no banco e com ele o Leicester voltou a ser o Leicester que vimos na época passada. J.J.M.Alexandre Farto (Vhils) Craig Shakespeare

CARTAS AO DIRECTOR

“Geringonça”, sempre!O propósito de António Costa de

manter a “geringonça”, mesmo

que o PS tenha a maioria absoluta,

parece-me louvável. O país só tem

a ganhar se BE e PCP estiverem

comprometidos com uma solução

de governo. Temperam a tentação

capitalista do PS, puxando-o para

a esquerda. Consegue-se, assim,

um equilíbrio que não põe em

causa os nossos compromissos

internacionais. Mas é falso dizer-se,

como a direita, que quem manda

na “geringonça” é o BE e o PCP. A

autoridade democrática está do

lado do primeiro-ministro e do PS.

A melhor mais-valia, entre outras,

do comprometimento do PCP e

do BE consiste na paz social e na

paz nas ruas, que não têm preço. O

país vive um clima de tranquilidade

invejável, propício a investir. Dizer

As cartas destinadas a esta secção

devem indicar o nome e a morada

do autor, bem como um número

telefónico de contacto. O PÚBLICO

reserva-se o direito de seleccionar

e eventualmente reduzir os textos

não solicitados e não prestará

informação postal sobre eles.

Email: [email protected]

Telefone: 210 111 000

que o PCP e o BE afugentam os

investidores é um erro crasso.

Pelo sossego que dão ao país,

são, pelo contrário, captores de

investimento. “Geringonça”,

sempre! Tal como o 25 de Abril.

Simões Ilharco, Lisboa

O crime na Síria

Por muito que os ataques atrozes

se repitam não podemos, nunca,

cultivar em nós o estado de

indiferença. O que aconteceu na

Síria com o recente ataque químico

tem de criar revolta, tem de ser

denunciado e os seus autores

terão de ser universalmente

condenados, não podendo tal acto

ser encarado como “mais um”. (...)

Não deveria ser possível aniquilar

a vida de tantos inocentes sem

que o mundo inteiro se levantasse,

questionasse os autores e agisse em

conformidade. (...) O mundo está

podre e isso revolta-me.

Manuel Morato Gomes,

Senhora da Hora

Diz estar estarrecido

O cidadão Dias Loureiro, ex-

ministro, ex-banqueiro e

actual queijeiro, afi rmou estar

estarrecido pelas suspeitas que

sobre si recaem, a propósito do

arquivamento do processo-crime

que contra si fora instaurado,

conjuntamente com Oliveira

e Costa, sobre o criminoso

colapso do BPN. Estarrecidos

estamos nós com o desenrolar

dos acontecimentos, em que

temos pago toda a roubalheira

que devastou a banca e da qual

não participámos. Certamente, os

acima cavalheiros ainda irão mover

uma acção em tribunal contra o

Estado e contra os contribuintes

forçados, que pagaram e estão

a pagar os roubos que outros

fi zeram.

José Amaral, Vila Nova de Gaia

A solução imperfeita

Enquanto Marcelo declama a

pés juntos que os portugueses

podem fi car descansados

com a solução para o Novo

Banco, e Mário Centeno diz

que a solução encontrada não

foi perfeita, Ricardo Salgado

apimenta o episódio dizendo

que o Novo Banco foi “entregue

gratuitamente”. Lembram-se

quando Cavaco e inúmeros

comentadores políticos e

especialistas em economia e

fi nanças afi rmavam a solidez

do BES?

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Carlos Costa fez escola no Governo

Vítor CostaEditorial

A resolução do Banco Espírito

Santo (BES) é um case study

na opinião do governador

do Banco de Portugal. É

irrefutável. Portugal serviu de

cobaia, foi caso único na Europa e as

perdas que o colapso do BES trouxe

fi carão no nosso horizonte durante

décadas. Merece ser estudado.

Não sabemos se numa realidade al-

ternativa seria diferente. E se o Banco

de Portugal tivesse actuado mais cedo

sobre o BES, quando o assunto já an-

dava há anos nas páginas dos jornais?

E se o BES tivesse sido nacionalizado

após o colapso? E se tivesse sido da-

do mais tempo ao Novo Banco e só

depois vendido? Nunca saberemos.

Agora é tempo de minimizar perdas.

Na novela em torno da Associação

Mutualista Montepio Geral e da Caixa

Económica Montepio Geral estamos

na fase em que ainda há quase tudo

para fazer. Mas a forma como o Banco

de Portugal e o Governo atacam

os desafi os não deixam antever o

melhor dos desfechos.

Os problemas no universo

Montepio também andam nas

páginas dos jornais há anos. E, em

2015, o Banco de Portugal, que tutela

a Caixa Económica, decidiu intervir.

Obrigou à separação entre a liderança

da Associação Mutualista e da

Caixa. Já aqui o escrevemos, mudou

e deixou tudo na mesma. Tomás

Correia, que até então acumulava

a liderança da Associação com a

da Caixa, fi cou a mandar em quem

manda na Caixa. E para a Caixa

entrou uma equipa “apadrinhada”

pelo Banco de Portugal, mas sobre a

qual o próprio Banco de Portugal já

tem dúvidas. O Banco de Portugal fez

mais. Autorizou a Caixa Económica

a transformar-se em sociedade

anónima para permitir a entrada de

novos parceiros. Agora, pressiona o

banco Montepio a mudar de nome,

sem se perceber com que proveito.

Já em 2017, voltaram os problemas

com as contas da Associação, esta,

por sua vez, tutelada pela Segurança

Social. E vieram as dúvidas sobre o

tipo de supervisão que é exercido

sobre a Associação e sobre os

seus produtos fi nanceiros que são

vendidos aos balcões da Caixa. E

vieram a público os processos em que

Tomás Correia é suspeito.

E o que fez o Governo para além de

declarações a desdramatizar a situ-

ação? Pouco ou nada. Legislou para

que a supervisão dos produtos fi nan-

ceiros passasse para o supervisor dos

seguros? Ainda não. Criou um fundo

que garanta os investimentos dos

subscritores dos produtos fi nanceiros

emitidos pela Associação Mutualista?

Ainda não. Retirou a “idoneidade” a

Tomás Correia? Ainda não.

Mas fez algo. De forma atabalhoada

e mostrando sinais de desespero,

tenta empurrar a Santa Casa

da Misericórdia de Lisboa e as

misericórdias em geral para dentro

da Caixa Económica. Para quê? Para

mudar, deixando tudo na mesma.

O Montepio também poderá ser

um case study e mostrar que, afi nal,

apesar de tanta crítica, Carlos Costa

fez escola no Governo.

[email protected]

Page 47: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 47

ESCRITO NA PEDRA

Ninguém está sujeito a maior número de faltas e erros do que aqueles que se regem unicamente pela reflexãoMiguel de Unamuno (1864-1936), filósofo e escritor

O inominável ataque químico perpetrado pelo regime de Assad em Idlib parece ter deixado o líder sírio mais isolado do que nunca, com

Putin a avisar que não há apoios que durem sempre e Trump a acenar com uma intervenção com vista à sua retirada do poder. A guerra na Síria, talvez o maior dos monumentos do século à tragédia humana, é também um espelho que reflecte sem mácula toda a hipocrisia do Ocidente. Oxalá os seus líderes tenham a coragem de passar das palavras aos actos. T.L.P.

O Partido Republicano, liderado por McConnell no Senado, acabou com um procedimento com mais de 200 anos

conhecido como “filibuster”, um instrumento que permitia à minoria bloquear uma nomeação para o Supremo Tribunal e que funcionava como uma espécie de equilíbrio da democracia. Agora, bastam 51 votos (em vez dos 60 anteriores) para pôr fim a um filibuster, pelo que o juiz conservador Neil Gorsuch (a causa desta disputa) será hoje aprovado. J.J.M.Bashar al-Assad Mitch McConnell

O ódio ao calor

Vem um vento de Espanha e, de

repente, os 25 graus parecem

30. Sabe bem. Se calhar, os

casamentos espanhóis também

não são nada maus.

É sinal que o bom tempo

voltou a Sintra ouvir sintrenses

a queixarem-se que está um

calor insuportável. É o outro

lado da célebre fotonovela

“Eu vivo em Sintra”, em que Johnny Depp

informa Freddie Highmore: “No fi m-de-

semana vai estar sol.” A criança começa a

chorar e explica porquê: “Vivo em Sintra.”

Comovido, Depp dá-lhe um abraço.

Descobre-se um exemplo da fotonovela

no blogue Just Mom escrito por Mom

Sandra. Noutra ocasião, ela começa por

falar em Sintra como “aquela terra que

tem um clima especial a que chamam

microclima” e acaba desabafando em ALL

CAPS: “Estou muito aborrecida que no

resto do país esteja calor!”

Nas praias há boa gente que passa os

dias mais quentes a trabalhar como doida

para não atrasar a chegada das sangrias e

dos bitoques às nossas mãos suadinhas. O

primeiro calor peninsular avisa essa gente

que está quase a voltar o Verão cruel.

Também os sortudos que vivem cá todo

o ano e estão habituados a ter a praia só

para eles associam o calor às multidões e

afi ançam que, sabe-se lá porquê, preferem

o Outono e o Inverno.

É sempre fácil encontrar tertúlias

de odientos vituperando qualquer

temperatura acima dos 18 graus. Falam

em nome das plantas e dos agricultores.

Invocam as agruras dos pinguins e o

mal-estar das morsas. Cantam fados às

lareiras e às castanhas assadas. Bem

se podem esfalfar. Com este calor já

ninguém os ouve.

Miguel Esteves CardosoAinda ontem

EM PUBLICO.PT

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

Ralph Lauren é a última vítima da moda numa nova era para os retalhistas

Assolada por um declínio nas vendas, a Ralph Lauren Corp. anunciou terça-feira que ia encerrar a sua loja-modelo na Quinta Avenida, em Nova Iorque como parte de um “corte” de 346,9 milhões de euros. A empresa vai reconcentrar as operações na Internet e reduzir postos de trabalho.lifestyle.publico.pt

Fotografa Portugal e ganha máquinas Fuji

Entre 4 de Abril e 26 de Maio queremos que fotografes o teu país, a tua região, o teu bairro. Queremos ver o teu Portugal. Para concorreres basta que publiques as fotos no teu Instagram com o hashtag, que sigas as contas do P3 e da Fuji e que te registes no site Concurso Território, onde está disponível o regulamento.p3.publico.pt

O Lagarto, de José Saramago, lido por Adriana Calcanhotto

A Fundação José Saramago está a comemorar este mês de Abril os seus dez anos de existência com concertos, sessões de cinema, mesas-redondas, tertúlias. Uma das iniciativas é a exposição O Lagarto, do artista plástico brasileiro J. Borges.publico.pt/multimedia

SEM COMENTÁRIOS MIGRANTES SALVOS AO LARGO DE MALTA

DARR

IN Z

AM

MIT

LU

PI/R

EUTE

RS

Page 48: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

48 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

ESPAÇO PÚBLICO

de ocorrências, nos termos defi nidos nos

planos de emergência”. Este afã legislativo

mesmo assim ocorre com o governo que

menos leis e decretos-lei aprovou desde

1976 (como noticia o Jornal de Negócios

de 29 de março de

2017).

Após críticas

de entidades

relevantes na

área como a Liga

dos Bombeiros

Portugueses,

alertando sobretudo

para as questões

e as difi culdades

operacionais, a

componente de

proteção civil a

atribuir às juntas de

freguesia aparece

praticamente

esvaziada na última

versão da proposta

de projeto de lei.

A nível de

princípios,

a proposta

governativa

portuguesa

poderia afi gurar-

se fundamental,

apoiando-se

no documento

orientador da

Comissão Europeia

José Manuel Mendes

Políticas públicas e o afã legislativo: o caso da proteção civil

Em Portugal, a classe política

vive na ilusão de que as crises se

resolvem ou se mitigam por via

legislativa. Mais, alimenta a ideia

de que pela produção de leis se

conformarão comportamentos

e confi gurações institucionais,

conduzindo a mudanças

profundas na sociedade. Isto

num país onde vários estudos

já mostraram que, de forma lapidar, o

Estado perante acontecimentos extremos,

e quando posto à prova, aparece sempre

maior do que os seus cidadãos e cidadãs,

aos quais é sonegada uma pertença

digna. Na sua confi guração de Estado

controlador e autocentrado, aquilo a que

se assiste sempre é à ativação de estratégias

de enquadramento que reorientam os

fundamentos das interpelações a que o

Estado é submetido, sem consequências

signifi cativas no reforço dos direitos de

cidadania. Esta tendência é sobretudo

visível após acontecimentos extremos

associados a riscos naturais e tecnológicos,

em que raramente emergem associações

ou movimentos sociais reivindicativos de

direitos de cidadania ou de reparação de

danos.

Após um ano de 2016 em que arderam

mais de 160 mil hectares de fl oresta, e

como acontece sempre que a projeção

mediática indicia uma situação de crise

(como refere Manuel Carvalho em crónica

no PÚBLICO de 6 de fevereiro de 2017),

assiste-se de novo à proposta e aprovação

de um pacote fl orestal, com nada mais

nada menos do que 12 medidas. Além

disso, e numa visão mais estrutural,

os responsáveis políticos avançaram

com a proposta de reformulação da

proteção civil, designada na nova fórmula

redundante e pouco intuitiva como

“proteção civil preventiva”. Também na

sequência da proposta de projeto de lei

de descentralização de competências,

não só os municípios assumiriam novas

responsabilidades e atribuições na área

da proteção civil, como as freguesias

seriam dotadas de unidades locais de

proteção civil, participando “na avaliação

das vulnerabilidades, na sensibilização e

informação ao público e no apoio à gestão

que defi ne a estratégia europeia para a

implementação do Quadro de Sendai

[documento SWD (2016) 205 fi nal/2, de

17 de junho de 2016]. Com efeito, neste

documento a área prioritária 2 acentua o

trabalho com as entidades interessadas,

sobretudo autoridades e comunidades

locais, no desenvolvimento de estratégias

de consciencialização dos riscos e de

medidas inclusivas de mitigação do risco.

Ora, a estrutura de proteção civil em

vigor em Portugal, instituída por lei

em 2006 após o ano de crise de 2003

(incêndios fl orestais, sobremortalidade

por onda de calor, etc.), é hierárquica e

fortemente centralizada na sua dinâmica

de comando e na sua operacionalidade,

numa lógica quase militar. Ausentes da

sua fi losofi a ou lógica de atuação estão

todos os conceitos relacionados com

participação cidadã ou com estratégias

de fomento de epistemologias cívicas,

ou, pelo menos, de divulgação de

informação capacitadora sobre cartas

de riscos ou vulnerabilidades sociais,

indutoras de comportamentos de

autoproteção.

O alto de nível de profi ssionalização e

de competência técnica dos diferentes

departamentos da Autoridade Nacional

de Proteção Civil contrastam e esbarram

com a rotatividade assente em ciclos

políticos da estrutura operacional da

proteção civil, com saídas e entradas

constantes dos comandantes nacionais

e distritais. Também a estrutura

A democra-tização deve assentar mais na lógica do conhecimento e das práticas quotidianas do que em qualquer atuação esporádica de caráter operacional

operacional da proteção civil necessita de

consolidação de competências, de redes

de interconhecimento, de capacidade de

liderança, de confi ança interinstitucional

para ser efi caz e estar ao serviço dos

cidadãos e das cidadãs.

Cientistas sociais de diversas

orientações políticas têm alertado para

a falácia da mudança social por decreto.

Michel Crozier, um sociólogo francês

conservador, que, perante a iminência

da tomada do poder em França pela

esquerda, escreveu em 1979 o livro On

ne change pas la societé par decret (não

se muda a sociedade por decreto),

que, independentemente de críticas

contundentes e fundamentadas sobre o

seu voluntarismo e a visão liberal da ação

individual, apontou o peso da burocracia,

a difi culdade das mudanças coletivas

e o uso inefi caz dos decretos. James

Scott, um sociólogo norte-americano

libertário e anarquista, na sua obra de

referência Seeing Like a State (vendo

como um Estado), mostra como o que

chama de “modernismo avançado” se

baseia numa engenharia social baseada na

ciência e apoiada em planos e decretos,

desvalorizando os conhecimentos e as

práticas sociais locais.

A democratização da estrutura da

proteção civil em Portugal não se

promove por decreto, mas sim pela efetiva

participação dos cidadãos e das cidadãs

na revisão dos planos municipais de

emergência e na produção e conhecimento

da carta de riscos e de vulnerabilidades

sociais. A democratização deve assentar

mais na lógica do conhecimento e das

práticas quotidianas do que em qualquer

atuação esporádica de caráter operacional.

FERNANDO VELUDO/NFACTOS

A democratização da estrutura da proteção civil em Portugal não se promove por decreto, mas sim pela participação dos cidadãos

Investigador no Centro de Estudos Sociais. Professor auxiliar com agregação da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Coordenador do Observatório do Risco (OSIRIS)

A opinião aqui veiculada é da responsabilidade do investigador, não constituindo qualquer posição oficial do Centro de Estudos Sociais

CES — Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbrawww.ces.uc.ptEscreve às sextas-feiras

Page 49: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 49

parte do dever de cuidado do hospital ter

aumentado o acompanhamento do António

José e, com isso, não desvirtuava o regime de

“portas abertas”. Mas o SPA não concordou

e manteve a absolvição do Hospital Sobral

Cid; no fundo, tinha sido o destino, o hospital

nada podia ter feito, uma vez que o António

José tinha a sua hora marcada.

Mas a queixa apresentada em Estrasburgo

teve outro destino: o TEDH considerou que

Portugal incorrera na violação do artigo

2.º da Convenção Europeia dos Direitos

Humanos, que obriga os Estados a respeitar

e a proteger a vida das pessoas e condenou

o nosso país a indemnizar a mãe do António

José na quantia de 26.000 euros.

Escreveu-me, então, um leitor

preocupado: “O tribunal europeu, tantas

vezes certeiro na reposição da justiça,

parece, neste caso, querer que o Estado seja

tão paternalista para com os cidadãos que

não lhes deixe um mínimo de autonomia

[.]. Não gostaria de

viver num Estado

(médicos, polícias,

funcionários

públicos) tão

diligente como estes

juízes pretendem.”

Uma opinião

pertinente, mas da

leitura da decisão

do TEDH no caso

Fernandes de

Oliveira v. Portugal

não me parece que

o TEDH defenda

um Estado policial.

O que o TEDH fez

foi constatar que,

apesar da grave

doença mental do

António José, da sua

recente tentativa

de suicídio que era

uma possibilidade

permanente

e, ainda, das suas constantes fugas das

instalações do hospital, este não tinha

estabelecido nenhum regime de controlo e

fi scalização individual, até para poder dar

pela sua ausência mais rapidamente, já que

quando deu pela sua falta o António já estava

morto.

Um doente mental com tendências

suicidas que é internado num hospital

psiquiátrico tem direito a que, pelo menos,

tentem evitar esse resultado fatal e a não

fi car ao “deus-dará”. Como disseram os

advogados da mãe do António José, Pais do

Amaral e Ana Sousa, esta decisão é um alerta

para os tribunais portugueses, mas também,

espero eu, para os hospitais portugueses.

ESPAÇO PÚBLICO

Nem oito nem oitenta

Santa Casa no MG, credo!

A mais recente condenação

do nosso país por violação

dos direitos humanos deu-se

no passado dia 28 de Março,

quando o Tribunal Europeu

dos Direitos Humanos (TEDH)

declarou que Portugal tinha

violado o direito à vida de um

cidadão que estava internado no

Hospital Psiquiátrico Sobral Cid.

A história contou-a a jornalista Ana

Henriques nesse mesmo dia nas páginas do

PÚBLICO: “António José Carvalho tinha 35

anos e um historial de problemas mentais

atrás de si quando se atirou para debaixo de

um comboio que ia a passar em Coimbra.

Não era coisa inédita: menos de um mês

antes, o operário da construção civil já tinha

tentado acabar com a vida, e do seu registo

clínico faziam parte as expressões ‘historial

de debilidade mental’”, ‘surtos delirantes’,

‘psicose maníaco-depressiva’ e ‘tentativas de

suicídio’. Naquele dia, faz no fi nal de Abril 17

anos, ausentou-se uma vez mais do Hospital

Psiquiátrico Sobral Cid sem que ninguém

desse por isso. Quando descobriram, por

não ter aparecido para jantar, era demasiado

tarde: não mais cruzaria as portas desta

unidade de saúde de Coimbra, onde tinha

sido internado pela sétima vez desde 1984.”

A família procurou responsabilizar

judicialmente o hospital pela morte do

António José, uma vez que aí tinha estado

hospitalizado, por diversas vezes, pelas

perturbações mentais de que sofria, e o

pessoal do hospital devia ter evitado que

o mesmo se ausentasse das instalações

e se fosse atirar para a linha férrea perto

do hospital. Não tiveram sorte: para os

tribunais não havia qualquer nexo de

causalidade entre o suicídio do António José

e o comportamento do pessoal do hospital.

O regime do hospital era um regime aberto,

pelo que os doentes podiam entrar e sair, não

havendo barreiras físicas. Louvavelmente,

no recurso que a mãe apresentou para o

Supremo Tribunal Administrativo (STA), o

Ministério Público defendeu que o hospital

devia ser condenado: dado que o registo

médico indicava que o António José tinha

tentado suicidar-se em diferentes ocasiões,

e tendo em conta que tinha sido admitido,

pela última vez, no hospital, devido a uma

tentativa de suicídio, era provável e deveria

ter sido prevista uma nova tentativa. Fazia

Muita tinta tem corrido a

propósito do Montepio

Geral (caixa económica

e associação mutualista).

Notícias, rumores, ditos e

contraditos, contas e contos,

comunicados, supervisões

de aqui e de acolá, tudo

isto deixa o cidadão

comum confuso, o cliente

desconfi ado e o associado angustiado.

Suspeito que ainda vai correr muita água por

debaixo da ponte. Mas não desejo contribuir

para a especulação sobre uma situação que

não conheço para além do que é público.

Todavia, há um ponto aparentemente

adjacente que me deixou perplexo, ainda

que, até agora, referido como hipótese:

a entrada da Santa Casa da Misericórdia

de Lisboa (SCML) no capital da Caixa

Económica MG, partilhadamente com a

Associação Mutualista e outras instituições

da área social. Ideia que é vista com

“simpatia e naturalidade” pelo Governo

e apoiada pela actual dona do banco, a

Associação Mutualista MG. O objectivo foi

anunciado como uma forma de “dar mais

solidez ao banco e também reorientar a

instituição no apoio à economia social”.

É uma ideia de todo descabida. A SCML

é uma pessoa colectiva de direito privado e

utilidade pública administrativa, tendo como

fi m estatutário “a realização da melhoria

do bem-estar das pessoas, prioritariamente

dos mais desprotegidos, abrangendo as

prestações de acção social, saúde, educação

e ensino, cultura e promoção da qualidade

de vida, de acordo com a tradição cristã e

obras de misericórdia do seu compromisso

originário e da sua secular actuação em

prol da comunidade […]” (artigo 4.º dos

estatutos).

Ora uma eventual entrada da SCML

no capital da instituição bancária fere os

estatutos, a lei e, acima de tudo, o seu

espírito fundacional. Depois dos bancos

intervencionados ou resolvidos através do

brutal esforço dos portugueses (já lá vão

13 mil milhões…), só nos faltava mesmo

a Misericórdia de Lisboa vir a ser uma

espécie de side car para resolver problemas

acumulados de uma instituição, lá metendo

O TEDH constatou que o hospital não estabelecera nenhum regime de controlo e fiscalização individual

Advogado. Escreve à sexta-feira

Um hospital psiquiátrico tem de vigiar os que estão à sua guarda

António Bagão Félixdinheiro e, milagrosamente, ressuscitando

a economia social como core business da

instituição bancária do MG.

O património da SCML é social,

educacional, cultural, religioso e não o de

ser accionista, mais ou menos silencioso,

no mundo das fi nanças. Evidentemente

que a SCML pode ter disponibilidades que

devem ser geridas de modo prudente para a

obtenção de receitas necessárias e estáveis

à prossecução dos seus fi ns. Mas isso não

signifi ca ter posições de risco, nas condições

agora vindas a público.

Além disso, a Santa Casa assegura a

exploração dos jogos sociais do Estado,

em regime de exclusividade para todo o

território nacional, com a consequente

distribuição dos resultados líquidos,

regulada por lei.

Percebo a ideia de reorientar a actividade

do banco para a “economia social” e de

atenuar ou fazer desaparecer a notória

descaracterização desta prática e a

turbulência que se vem constatando. Mas

tal nem se altera com a peregrina ideia

de mudar o seu nome, nem se deve usar

instrumentalmente a SCML, pervertendo o

seu acervo e atentando contra o seu futuro.

Indirectamente, seria uma nacionalização

parcial do MG usando dinheiros

maioritariamente de natureza pública. Assim

se “fi ntaria” a questão de implicações no

défi ce orçamental e se viria com a lengalenga

de “não ter custos para o contribuinte”.

Fico expectante face à posição mais

prudente e cautelosa do provedor da Santa

Casa, Santana Lopes, depois de ter dito

que “a Santa Casa não entra em aventuras

e a situação tem de ser muito refl ectida”. O

certo é que a SCML é tutelada pelo Governo.

Logo e neste caso, uma instituição prevenida

vale por duas…

Ricardo Cabral escreve à 2.ª e 5.ª, António Bagão Félix à 3.ª e 6.ª e Francisco Louçã à 4.ª e sáb.

Por Ricardo Cabral, Francisco Louçãe António Bagão Félix

Francisco Teixeira da MotaEscrever Direito

Page 50: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

50 • Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

ESPAÇO PÚBLICO

Onde fica Putaoya?

Em Março de 1979, depois de

décadas de relações cortadas, o

jovem diplomata João de Deus

Ramos chegou a Pequim para

abrir a primeira embaixada de

Portugal na China desde 1949.

Foi recebido no aeroporto por

dois funcionários do Waijiaobu,

o Ministério dos Negócios

Estrangeiros chinês, que puseram

à sua disposição dois intérpretes, um

motorista e um carro cinzento de fabrico

nacional. Foi nele que o encarregado de

negócios foi até à cidade. Hoje, este é um

percurso que se faz numa auto-estrada com

várias faixas e portagens. “Em 1979, era

uma estrada estreita, com muito poucos

automóveis, alguns autocarros, bicicletas

e carroças”, conta João de Deus Ramos no

seu livro Em Torno da China — Memórias

Diplomáticas (Caleidoscópio, 2016).

Instalado no Hotel Pequim, o diplomata

montou a “residência” numa suite e a

“chancelaria” num quarto ao lado.

No dia seguinte, enviou o clássico

telegrama a comunicar às Necessidades

que cumprira a primeira missão. Não

havia dúvida sobre o que escrever. João de

Deus Ramos tinha 37 anos, mas desde o 25

de Abril vira várias novas missões serem

abertas. “O texto era sempre o mesmo.” No

seu caso, era isto: “Cheguei ontem a Pequim

e abri embaixada. Ramos.”

Simples? Não em 1979. A “máquina dos

telegramas” que levara era “moderna,

electrónica e a última palavra em termos

criptográfi cos, uma malinha preta de onde

saíam umas fi tas de papel com o texto do

telegrama”. Antes de partir, passara vários

dias na Cifra, no MNE, para aprender como

funcionava. Mas ninguém se lembrou de

um pormenor: as fi chas portuguesas não

encaixavam nas tomadas chinesas. Afl ito

no seu quarto do Hotel Pequim, mas capaz

de uma razoável ginástica eléctrica, João

de Deus Ramos conseguiu mudar a fi cha e

escrever a mensagem na fi ta. Ultrapassado

o primeiro susto, na manhã seguinte à sua

chegada e com tudo pronto, João de Deus

Ramos foi fi nalmente aos correios enviar o

primeiro telegrama para Lisboa.

Bastava agora passar o conteúdo da fi ta

para um impresso dos correios, coisa que o

futuro embaixador

fez numa sala

cheia de jornalistas

estrangeiros. O

tradutor foi ao

balcão e explicou ao

que iam. Queriam

enviar um telegrama

para Putaoya,

Portugal.

E foi aí que

surgiu o segundo

problema, que

também ninguém

antecipara.

Desabituados ao

nome — há 30 anos

que não se ouvia

falar de Putaoya

na China e muito

tinha acontecido

nesses anos, a

começar pela

Revolução Cultural

—, o funcionário

dos correios não sabia de que país estava

aquele chinês a falar. O intérprete teve de

repetir a palavra várias vezes. Putaoya!

Putaoya! O telegrama acabou por ser

aceite, o diplomata pagou e voltou para

o hotel “com a noção do primeiro dever

cumprido”, escreve nas suas memórias.

“Outros telegramas se seguiram nos dias

seguintes e, após o envio do n.º 6 ou n.º 7,

vem de Lisboa uma mensagem a dizer que

não tinham recebido os anteriores.”

Em “missão urgente”, João de Deus Ramos

vai com o intérprete aos correios. “Depois

de muitos Putaoya enfáticos”, a verdade

é revelada: o funcionário enviara todos os

telegramas para o mesmo sítio. O lixo.

‘O texto era sempre o mesmo.’ No seu caso, era isto: ‘Cheguei ontem a Pequim e abri embaixada. Ramos’

Jornalista. Escreve à [email protected]

Portugal abriu embaixada na China no séc. XVI, mas há 30 anos, quando Pequim exigiu Macau, já não sabíamos falar com os chineses

Bárbara ReisCoff ee break

Partido Socialista: o que falta fazer

O PS português é uma exceção

nas democracias europeias,

onde se assiste a uma crise

geral dos partidos socialistas

e sociais-democratas. Não só

lidera um Governo estável,

que diminuiu o défi ce e cuja

ação conseguiu combinar

crescimento económico,

políticas públicas de inclusão

e igualdade e envolvimento ativo no projeto

de construção europeia, mas também

aprofundou a democracia portuguesa,

ao permitir pela primeira vez a infl uência

direta na governação dos partidos da

esquerda radical (PCP, BE e PEV) e dos

grupos sociais que estes representam.

Há pelo menos três causas para este

desenvolvimento: a liderança inovadora

de António Costa, com a recusa desde

a sua candidatura às primárias do

“arco da governação”; um padrão de

protesto durante a intervenção da

troika onde foi comum a colaboração

entre novos (precários, pensionistas) e

velhos movimentos sociais (sindicatos);

e o reconhecimento pelo PS, PCP, BE

e PEV de que enfrentavam uma direita

que pela primeira vez rompia com a

tradição constitucional estabelecida no

pós-25 de Abril. E tudo isto cimentado

por uma memória coletiva da revolução,

que contribuiu muito mais para unir os

portugueses do que para os dividir.

Apesar dos avanços realizados, a posição

do PS é ainda frágil. Desde a volatilidade

dos mercados fi nanceiros internacionais, à

incerteza da evolução europeia, passando

pela ameaça populista dentro e fora da

Europa (Trump) e pela solidifi cação de

regimes autoritários (Rússia, Turquia), o

futuro de Portugal é incerto e até perigoso.

Claro que nada disto pode ser resolvido por

Portugal sozinho. Mas é preciso também

não esquecer que o PS teve menos votos que

a direita nas últimas eleições legislativas.

Há, assim, ainda muito a fazer para o PS

solidifi car a sua posição política, criar

alianças que o enraízem mais na sociedade

portuguesa, que tornem o seu projeto

progressista duradouro, qualquer que seja

a evolução política, seja ela favorável ou

desfavorável, e que permitam resistir a uma

eventual crise da democracia gerada pela

incerteza política e económica internacional.

Em suma, o PS tem de passar de uma

posição defensiva, onde procura o mínimo

denominador comum com os partidos à sua

esquerda, para uma posição ofensiva, em

que se assume como o polo aglutinador de

todas as forças progressistas da sociedade

portuguesa. Como realizar este projeto?

Em primeiro lugar, estabelecendo-se

como uma força viva e presente na vida

quotidiana dos portugueses comuns. Não

basta ativar a participação através dos

media sociais e da Internet, de colocar

todo o esforço mobilizador na televisão e

orientar a sua estratégia pelas sondagens.

Eleições ganhas exclusivamente desta forma

nunca permitem criar identidades políticas

duradouras nos cidadãos, o que facilita

a volatilidade eleitoral e contribui para a

futura reconquista do eleitorado, com o

normal desgaste do poder, pela direita. É

preciso um partido renovado, que reforce

a sua presença em todo o território e que

estabeleça ligações duradouras com a

sociedade civil, tanto a nível local (escolas,

cooperativas, associações, paróquias, IPSS)

como nacional (sindicatos, movimentos

de mulheres, igrejas, associações de

imigrantes, precários, pensionistas,

ambientalistas).

Em segundo lugar, ter um discurso

dirigido à maioria dos cidadãos, às suas

aspirações e

esperanças. Isso

signifi ca um modelo

de desenvolvimento

orientado para

a satisfação das

necessidades básicas

da população,

como o trabalho

decente, acesso à

educação, à saúde,

à habitação e a

transportes públicos

a preços acessíveis

e de qualidade — e não adotar causas

avulsas, como a chamada legalização da

prostituição, que apenas contribuem para

acentuar o capitalismo mais predatório.

Claro que o PS não pode alhear-se de

causas minoritárias e deve ousar apresentar

propostas inovadoras. Mas deve geri-las

procurando que não fraturem a sua base

social de apoio. Os sucessos duradouros

do socialismo democrático, hoje como

no passado, resultaram sempre da ação

de um grande movimento de massas,

onde as classes médias e trabalhadoras se

juntam numa mesma luta pela igualdade,

pela domesticação dos mercados e pelo

combate à exploração. Por isso, só um

projeto político que defi na como objetivo

o combate às desigualdades de todos — e

não a agregação acrítica de causas — pode

fazer do PS uma verdadeira força tranquila

e duradoura de mudança democrática na

sociedade portuguesa.

Advogado e membro do Secretariado Nacional do PS; cientista político (FCSH-UNL) e militante do PS desde Janeiro de 2016

Apesar dos avanços realizados, a posição do PS é ainda frágil

José Leitão e Tiago Fernandes

INACIO ROSA/EPA

Page 51: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Público • Sexta-feira, 7 de Abril de 2017 • 51

uma espécie de “subsídio de desemprego

incondicional” num sistema económico

que, ao não depender do trabalho humano,

subtrai à maioria dos cidadãos um dos

poucos instrumentos de mobilidade social

de que dispunham — mesmo que deixando

intocadas outras formas de rendimento

(capital, propriedades, etc.) que servem

sobretudo a quem

não necessita do

trabalho para

melhorar a sua vida.

Mais grave ainda,

pode facilmente

não garantir

que as pessoas

laboralmente

desactivadas

permaneçam

socialmente activas.

Pode ainda ser

uma séria ameaça

à sustentabilidade

da Segurança Social

pública, aliciando

a sua crescente

privatização. Este

Filósofo, Universidade da Beira Interior; sociólogo, ISCTE-IUL

André Barata e Renato Miguel do Carmo

A questão não é “RBI?” mas “que RBI?”

Há duas atitudes pouco

úteis no debate sobre a

implementação do rendimento

básico incondicional (RBI).

De um lado, uma atitude

evangelizadora, como se a

simples disseminação da

boa nova e uma sequência

de argumentos de recorte

científi co bastassem para

que todas as objecções caíssem por terra.

Defender o RBI não é como defender

a biodiversidade ou a redução das

emissões para a atmosfera. Há vantagens

e desvantagens na sua adopção cujas

consequências não conseguimos à partida

dominar por inteiro, e em que nem sequer

é sempre claro se estamos realmente a falar

de uma vantagem ou de uma desvantagem.

Em política, há muito menos verdades do

que preferências. É por isso que se pergunta

por estas às pessoas, em vez de se lhes

apresentar demonstrações. De outro lado,

um cepticismo de princípio, que levanta

logo à cabeça obstáculos tão imediatamente

intransponíveis — a suposta impossibilidade

de fi nanciamento, por exemplo — que se

dá por terminada a discussão antes ainda

de verdadeiramente ter sido começada.

Ambas as atitudes são erradas e falham em

perceber que não ajudam a evitar um curso

que pode bem tornar-se inevitável, mas não

necessariamente para melhor.

Urge pôr o debate sobre o RBI em

melhores bases. Antes de mais, admitindo

a sua inevitabilidade. A automação

da produção de bens e serviços e a

transferência de actividade económica para

o online, suprimindo parte signifi cativa dos

postos de trabalho assalariado, sobretudo

pouco qualifi cado e mal remunerado,

tornam bastante plausível pensar que

caminhamos para uma sociedade em

que o desemprego estrutural se tornará

a realidade de parte considerável da

população activa. Dizermos que o RBI

possibilitará uma maior margem de escolha

aos trabalhadores é falhar o ponto de que o

RBI pode ser apenas a mínima possibilidade

de conformação à escassez de trabalho.

Numa sociedade em que o trabalho vai

rareando, o RBI pode vir a ser inevitável

sem que seja necessariamente bom e

emancipador. Por exemplo, pode tornar-se

é um risco real — que teria consequências

tremendas — e tem sido pouco tratado

nalgumas propostas mais cândidas,

revelando irresponsabilidade política e

cívica. Convém não iludir o risco de o RBI

se tornar um cheque de escolhas que, sem

a devida regulação, põe em perigo o Estado

social, como bem se tem visto já com a

ameaça que o cheque-ensino representa

para a escola pública.

Assim, é essencial:

1. A introdução de um RBI deve ser

acompanhada de medidas que promovam

as oportunidades de os cidadãos serem

socialmente activos. Isto aplica-se

tanto a um RBI futuro, desejavelmente

emancipador, como, aliás, ao RSI já

existente. Também este, apesar de

não universal, deveria estar mais bem

enquadrado num conjunto amplo de

medidas que proporcionassem uma

melhor inserção social activa aos seus

benefi ciários e não apenas um rendimento

de subsistência. A questão de fundo é o

trabalho dever evoluir no sentido de um

bem público a ser justamente distribuído,

com direitos e protecção para todos —

Urge pôr o debate sobre o RBI em melhores bases. Antes de mais, admitindo a sua inevitabilidade

o que aponta para duas direcções de

acção política: por um lado, a redução

de tempos de trabalho, permitindo a sua

distribuição por mais cidadãos activos e

não perdendo de vista o ideal do pleno

emprego; por outro, a evolução do perfi l

da actividade social dos cidadãos para

actividades irredutivelmente humanas, de

ordem criativa ou comunitária, deixando o

trabalho maquinal e rotineiro às máquinas.

Tanto o direito ao rendimento quanto o

direito de participação cívica e social devem

estar garantidos num quadro de extinção de

vários sectores do trabalho assalariado.

2. Na resposta à extinção desses

sectores, a introdução de um RBI deve

ser acompanhada de legislação que

limite as oportunidades de acumulação

de riqueza geradas por outras formas e

fontes de rendimento que não o trabalho.

Estas devem aumentar tanto mais o seu

contributo social, quanto menor for o peso

do trabalho assalariado na economia, de

maneira a garantir a sustentabilidade da

Segurança Social e do próprio RBI. Signifi ca

isto que uma política de RBI emancipador

não pode passar sem que a economia

baseada na automação e no online

contribua socialmente — sim, os robôs

devem pagar contribuições sociais. Signifi ca

que os rendimentos de capital, os direitos de

propriedade, e mesmo as heranças, devem

estar sujeitos não apenas a imposto sobre o

rendimento, mas a contribuição social.

Em suma, um RBI apenas será

emancipatório se signifi car uma mudança

profunda de paradigma, na direcção de

um compromisso social da economia

num contexto de gradual extinção do

trabalho assalariado, mudança difi cilmente

alcançável isoladamente, sem um quadro

complexo de medidas aplicadas num

contexto transnacional.

Ora, é nisto que a União Europeia tem

talvez uma última oportunidade de se

reencontrar, regressando ao seu pilar

social, com uma nova agenda de políticas

sociais e redistributivas, que promovam

a autonomia individual e a solidariedade

colectiva e intergeracional, num genuíno

combate às desigualdades entre Estados e

cidadãos europeus. Na essência, lançando

as bases para um outro paradigma

económico, em que toda a riqueza, venha

de mãos humanas, máquinas, algoritmos ou

especulações, esteja sempre ao serviço do

esforço social. Uma social-democracia que

seja verdadeiramente uma social-economia,

capaz de antecipar no projecto progressista

uma proposta de RBI emancipatório,

precavendo, deste modo, que o mau RBI

não se torne no caminho inevitável.

DANIEL ROCHA

Um RBI apenas será emancipatório se significar uma mudança profunda de paradigma

ESPAÇO PÚBLICO

Page 52: PS arrisca processos-crime por irregularidades nas primárias · de 2016. Ora, o PS entendeu que se devia ler a lei como defi nindo uma redução de 20%, ao passo que os ser-viços

fa40ddb0-018b-46ee-892a-07c294d8190f

Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.

Sexta-feira, 7 de Abril de 2017

BARTOON LUÍS AFONSO

PUBLICIDADE

Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: Cláudia Azevedo, Cristina Soares E-mail [email protected] Estatuto Editorial publico.pt/nos/estatuto-editorial Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 963388260 e/ou 291639102 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de 100% de capital: Sonaecom, SGPS, S.A. Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição VASP – Distribuidora de Publicações, SA, Quinta do Grajal - Venda Seca, 2739-511 Agualva Cacém, Telef.: 214 337 000 Fax : 214 337 009 e-mail: [email protected] Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Março 32.507 exemplares Membro da APCT

Lotaria popular 2 1 2 7 4 50.000€1.º PrémioEsta informação não dispensa a consulta da lista oficial de prémios

Historiador, fundador do Livre

CONSOANTE MUDA

Os companheiros portugueses de Orbán

O PSD e o CDS nunca perdem

ocasião de, a propósito da

Venezuela ou da Coreia do

Norte, exigirem explicações

ao BE ou ao PCP sobre a

repressão política ou as

violações de direitos humanos que

nesses países ocorrem a coberto

de uma certa (ou errada) ideia de

socialismo. Devo dizer que não me

escandaliza que o façam. Parece-

me um hábito saudável que nos

obriga a lembrar que não estamos

sozinhos no mundo e que as ideias

têm consequências e trazem

consigo responsabilidades, mesmo

quando temos uma infl uência

reduzida nas violações de direitos

humanos que em nome das nossas

ideias — sim, das minhas também

— ocorrem e mesmo que pouco

possamos fazer para prevenir essas

violações de direitos humanos.

O que me escandaliza, e creio

que nos deveria escandalizar a

todos, é o silêncio de PSD e CDS

quando a repressão e as violações

de direitos humanos ocorrem

Rui Tavares

muito mais perto de casa. Falo

da Hungria do primeiro-ministro

Viktor Orbán e do seu partido

Fidesz, que com PSD e CDS faz

parte do Partido Popular Europeu.

Viktor Orbán está de novo nas

notícias porque decidiu mudar

a lei para perseguir e tentar

encerrar a única universidade

do país que ainda escapa ao seu

controlo — a Central European

University, fundada pelo bilionário

de origem húngara George Soros.

Dado o renome internacional

desta universidade, a qualidade

da sua produção académica e

a extensão das suas redes de

cooperação científi ca, este ataque

à liberdade de pensamento e de

associação deu mais brado do

que o costume. Mas está longe de

ser a única agressão de Orbán aos

valores fundamentais da União

Europeia, ou sequer a mais grave.

Só nos últimos tempos, o governo

húngaro criminalizou os refugiados

em violação da Convenção de

Genebra (e da Carta de Direitos

Fundamentais da UE), reintroduziu

o tema da pena de morte no debate

público e mexeu-se nos bastidores

para fechar o maior jornal da

oposição de um dia para o outro.

Antes disso, Orbán mudou a

constituição a seu bel-prazer,

reintroduzindo nela leis que

tinham sido chumbadas pelo

tribunal constitucional; decapitou

o sistema judicial, pondo os seus

nomeados políticos a controlar

os tribunais; e alterou as leis

eleitorais para garantir a si mesmo

uma maioria mais ou menos

permanente de dois terços no

parlamento (com menos de 40%

dos votos).

E fez tudo isso enquanto

manteve o seu partido fi liado na

maior família política europeia, o

PPE, de que fazem também parte o

PSD e o CDS. Ou seja, ao contrário

de BE e PCP com a Venezuela

ou a Coreia do Norte, PSD e CDS

convivem quotidianamente com

os líderes do regime nacional-

populista húngaro e com eles

concertam políticas, votações,

nomeações e apoios morais.

As desculpas para o fazerem já

passaram do prazo de validade:

nem o PPE tem conseguido

moderar a sede de poder de

Orbán, nem tem conseguido evitar

as alianças táticas deste com os

fascistas húngaros do partido

Jobbik, nem tem conseguido

conter os seus entendimentos com

Vladimir Putin. Está na hora de o

PPE expulsar o Fidesz de Viktor

Orbán e deixar bem claro de que

lado está: se do lado de Orbán

ou do lado dos valores da União

Europeia que ele viola há anos.

No entanto, com as honrosas

exceções de Carlos Coelho e Carlos

Moedas, não se ouvem no PSD

nem no CDS vozes condenando as

ações de Orbán. O Paulo Rangel

dos discursos sobre a “asfi xia

democrática” perdeu aqui o fôlego.

Nuno Melo aplaude e defende

Viktor Orbán.

E Pedro Passos Coelho? E

Assunção Cristas? Quando vamos

ouvi-los dizer que não aceitam

mais que Orbán esteja no partido

europeu a que pertencem? Se não

agora, quando?

BERNADETT SZABO/REUTERS

PSD e CDS convivem no PPE com os líderes do regime nacional--populista húngaro e com eles concertam políticas, votações e nomeações

Como é que Erdogan transformou o país numa sociedade de bufos Reportagem em Ancara

REFERENDO NA TURQUIA DOMINGOExclusivoPÚBLICO//Financial Times

FA40DDB0-018B-46EE-892A-07C294D8190F