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1 PRIMEIROS SOCORROS

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Apostila de estudos sobre primeiros socorros.

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PRIMEIROS SOCORROS

Page 2: Apostila Ps Uninove

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PRIMEIROS SOCORROS

Este material é parte integrante da disciplina “Primeiros Socorros” oferecido pela

UNINOVE. O acesso às atividades, as leituras interativas, os exercícios, chats,

fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos

diretamente no ambiente de aprendizagem on­line.

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PRIMEIROS SOCORROS

Sumário

AULA 01 • PRINCÍPIOS GERAIS SOBRE PRIMEIROS SOCORROS ............................................6 Definição .....................................................................................................................................6 Obrigações e Responsabilidades do Socorrista.......................................................................6

Omissão de Socorro....................................................................................................................6 Consentimento formal..................................................................................................................7 Consentimento implícito ..............................................................................................................8 Direitos do paciente.....................................................................................................................8 Segurança da Vítima e do Socorrista (Biossegurança)............................................................9

Exercícios....................................................................................................................................9 AULA 02 • AVALIAÇÃO DA CENA DE EMERGÊNCIA (LOCAL DA OCORRÊNCIA)......................11 Exercícios..................................................................................................................................13

AULA 03 • ANATOMIA E FISIOLOGIA DO CORAÇÃO..................................................................14 Exercícios..................................................................................................................................16

AULA 04 • INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ............................................................................18 Principais fatores de risco:.........................................................................................................19 Parada Cardíaca .......................................................................................................................20 Exercícios..................................................................................................................................21

AULA 05 • CORRENTE DA SOBREVIVÊNCIA..............................................................................23 Exercícios..................................................................................................................................25

AULA 06 • O SUPORTE RESPIRATÓRIO.....................................................................................26 As cânulas orofaríngeas (“Guedel”): ..........................................................................................27 Avaliação da respiração ............................................................................................................29 Os Dispositivos de Barreira .......................................................................................................30 Exercícios..................................................................................................................................31

AULA 07 • O SUPORTE CIRCULATÓRIO.....................................................................................33 A eficácia da RCP......................................................................................................................35 Exercícios..................................................................................................................................36

AULA 08 • DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO (DEA) ...................................................37 A parada cardíaca em crianças .................................................................................................39 Exercícios..................................................................................................................................40

AULA 09 • COMO OPERAR UM DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO............................41 Cuidados especiais no uso do DEA...........................................................................................42 Tórax molhado ..........................................................................................................................43 Superfície metálica ....................................................................................................................43 Pêlos excessivos no tórax .........................................................................................................43 O controle emocional nas emergências.....................................................................................44 Exercícios..................................................................................................................................46

AULA 10 • REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) EM CRIANÇAS ......................................47 RCP em lactentes (idade entre 0 a 1 ano).................................................................................48 Se a respiração estiver ausente:............................................................................................48 Se a pulsação estiver ausente:..............................................................................................49

RCP em crianças (idade entre 1 a 8 anos) ................................................................................50 Exercícios..................................................................................................................................51

AULA 11 • OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE)....................52 OVACE em vítimas inconscientes..............................................................................................54 Exercícios..................................................................................................................................55

AULA 12 • OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE) EM CRIANÇAS....................................................................................................................................57

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PRIMEIROS SOCORROS

Prevenção do Engasgo (OVACE)..............................................................................................57 Desobstrução das Vias Aéreas em Crianças Conscientes ­ Idade entre 1 a 8 anos ..............57 Desobstrução das Vias Aéreas em Bebês Conscientes ­ Idade entre 0 a 1 ano ....................59

Exercícios..................................................................................................................................60 AULA 13 • HEMORRAGIAS ..........................................................................................................61 Exposição da Vítima..................................................................................................................62 Exercícios..................................................................................................................................63

AULA 14 • TRAUMA......................................................................................................................64 Técnicas de imobilização:..........................................................................................................65 Exercícios..................................................................................................................................68

AULA 15 • A COLUNA CERVICAL.................................................................................................69 Como retirar o capacete da vítima .........................................................................................71

Técnicas de transporte de vítimas em prancha longa................................................................73 Técnica do rolamento: ...........................................................................................................73 Elevação a Cavaleiro:............................................................................................................74

Técnicas de aplicação da prancha longa com a vítima em pé: ..................................................74 Exercícios..................................................................................................................................76

AULA 16 • TRAUMATISMO CRÂNIO­ENCEFÁLICO / TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR...........77 O atendimento...........................................................................................................................79 Exercícios..................................................................................................................................80

AULA 17 • EMERGÊNCIAS CLÍNICAS I .......................................................................................82 Distúrbios causados pelo calor: .................................................................................................82 Exaustão pelo calor ...................................................................................................................82 Intermação ................................................................................................................................83 Câimbras Causadas pelo Calor .................................................................................................84 Distúrbios da Pressão Arterial....................................................................................................84 Queda de Pressão Arterial (hipotensão) ....................................................................................86 Aumento da Pressão Arterial (emergências hipertensivas)........................................................88 Conduta nos casos de urgências e emergências hipertensivas:................................................89 Hipoglicemia..............................................................................................................................89 Exercícios..................................................................................................................................90

AULA 18 • EMERGÊNCIAS CLÍNICAS II.......................................................................................92 Convulsões................................................................................................................................92 Acidente Vascular Cerebral (AVC) .............................................................................................94 Isquêmico ..............................................................................................................................95 Hemorrágico ..........................................................................................................................95

Intoxicações agudas..................................................................................................................96 Asma – Broncoespasmo............................................................................................................98 Exercícios..................................................................................................................................99

AULA 19 • QUEIMADURAS ........................................................................................................101 Classificação ...........................................................................................................................102 Extensão: ................................................................................................................................102 Vapores, gases e fumaça – Lesão por inalação.......................................................................103 Queimadura por calor:.............................................................................................................104 Queimaduras químicas............................................................................................................105 Queimadura química nos olhos: ..........................................................................................105

Queimadura elétrica ................................................................................................................106 Casos que requerem avaliação médica imediata:................................................................106

Eletricidade..............................................................................................................................106 Exercícios................................................................................................................................107

AULA 20 • MORDEDURAS E PICADAS .....................................................................................108 Mordeduras de animais: ..........................................................................................................108 O que fazer em caso de mordedura de animais:..................................................................109

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PRIMEIROS SOCORROS

Mordeduras de cobras:........................................................................................................109 Acidentes ofídicos registrados: ............................................................................................109 Prevenção de acidentes ofídicos .........................................................................................110 Sinais de envenenamento em acidentes ofídicos ................................................................110

Picadas de insetos: ................................................................................................................. 111 Mordeduras de aranhas e escorpiões:.....................................................................................112 Carrapatos:..............................................................................................................................112 Exercícios................................................................................................................................113

BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................................................114

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PRIMEIROS SOCORROS

Esta primeira aula tratará dos princípios gerais em primeiros socorros, em que serão abordados os conceitos gerais sobre o assunto de forma a posicionar o aluno com relação às

questões legais previstas no código penal brasileiro, que falam a respeito das responsabilidades, direitos e deveres do socorrista, assim como os direitos do paciente (vítima). A aula ainda segue explanando o assunto da biossegurança, que nos traz informações importantes sobre a proteção

individual do socorrista.

AULA 01 • PRINCÍPIOS GERAIS SOBRE PRIMEIROS SOCORROS

Definição

Tratamento imediato e provisório ministrado a um acidentado ou doente, executado por

qualquer pessoa, geralmente no próprio local, para garantir a sua vida e evitar o agravamento das

lesões existentes. Tal atendimento dura até que a vítima seja confiada a cuidados de equipes

especializadas ou atendimento médico definitivo.

Obrigações e Responsabilidades do Socorrista

Estabelece o Código Penal brasileiro:

Omissão de Socorro

Artigo 135 – CP ­ “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê­lo sem risco

pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou

em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”.

Pena – detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada a metade se da omissão resulta lesão corporal de

natureza grave, e triplicada se resulta a morte.

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PRIMEIROS SOCORROS

Uma vez que você tenha parado para auxiliar uma pessoa doente ou ferida, legalmente

iniciou­se o Atendimento Pré­hospitalar. Você, agora, tem o dever de prestar o atendimento de

acordo com o seu nível de treinamento. Se você sair do local antes da chegada do pessoal

qualificado, como o do serviço de Resgate do Corpo de Bombeiros, considerar­se­á que houve o

abandono da vítima.

Lembre­se de que você não foi treinado para elaborar um diagnóstico médico ou para

predizer as condições de estabilidade do paciente; é necessário acompanhá­lo até a chegada do

pessoal qualificado.

Você também não deverá sair do local com a chegada de um Socorrista com o mesmo

nível do seu treinamento. O paciente pode piorar e seus problemas serão melhores conduzidos

com a presença de dois socorristas.

Informe sempre ao Socorrista, ou à equipe especializada que lhe suceder, os resultados

obtidos na avaliação inicial da vítima e qual assistência lhe foi prestada.

Consentimento formal

Um paciente adulto, quando consciente e com clareza de raciocínio, poderá dar o

consentimento formal para a assistência.

Deve o socorrista agir em conformidade com as técnicas de atendimento pré­hospitalar

estabelecidas para o seu nível de treinamento, estando ciente de que poderá ser

responsabilizado nos casos de:

1) Negligência: deixar de executar medidas de atendimento pré­hospitalar previstas

para a condição do paciente;

2) Imperícia: executar procedimentos acima de seu nível de treinamento – próprios da

área médica – ou para o qual não foi devidamente habilitado;

3) Imprudência: não seguir adequadamente os padrões de atendimento ou executá­lo

sem o devido zelo, promovendo o agravamento do problema existente.

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PRIMEIROS SOCORROS

Consentimento implícito

Nas situações de emergência em que o paciente esteja inconsciente, confuso ou

gravemente ferido, é impossível obter o consentimento do paciente, e o Socorrista deve prestar

imediatamente a assistência. A legislação infere que o paciente daria o consentimento, caso

tivesse condições de expressar o seu desejo de receber os cuidados e o tratamento. O

consentimento implícito pode ser adotado também nas situações de acidentes com menores de

idade desacompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Direitos do paciente

Como Socorrista, você não poderá prestar cuidados de emergência a um paciente e

depois comentar os detalhes do atendimento com seus amigos, familiares, colegas de trabalho ou

pessoas da comunidade (incluindo imprensa ou outros órgãos de comunicação).

Você não deverá identificar o paciente, dizendo o nome dele e, ao comentar sobre o

acidente, não deverá repetir o que foi dito pelo paciente ou descrever um comportamento

inadequado ou qualquer aspecto da aparência pessoal. Ao cometer essa falta, você transgrediria

a privacidade do paciente, quebrando o sigilo.

A necessidade do sigilo não se aplica quando o Socorrista é questionado pelos policiais,

pessoal do Resgate, médico responsável pelo atendimento do paciente ou ao testemunhar em

cortes judiciais. Poderá ser solicitado que o socorrista relate as informações obtidas junto ao

paciente ou acompanhantes.

Esse consentimento é habitualmente expresso verbalmente. O paciente deverá ser

informado de que você é um socorrista, com treinamento em Atendimento Pré­

hospitalar. Além disso, é importante que o paciente saiba:

1) A identificação do Socorrista;

2) Por que determinados cuidados são necessários;

3) Os procedimentos que estão sendo realizados.

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PRIMEIROS SOCORROS

Segurança da Vítima e do Socorrista (Biossegurança)

A primeira preocupação do Socorrista, no local da emergência, é com a sua segurança

pessoal. O desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de atendimento pode favorecer o

esquecimento dos riscos no local.

Você deverá ter certeza de que está em segurança ao aproximar­se da vítima, e que

permanecerá em segurança enquanto prestar o atendimento.

Parte das preocupações do Socorrista com a sua segurança pessoal está relacionada com

a própria proteção contra as doenças infecciosas.

Como Socorrista, avaliando ou prestando atendimento às vítimas, você deverá evitar

contato direto com o sangue do paciente, fluídos corpóreos, mucosas, ferimentos e

queimaduras.

Para a proteção pessoal é preciso usar:

• Luvas apropriadas de vinil ou de látex;

• Máscara facial de bolso, com válvula e filtro para os procedimentos de ventilação artificial

ou outro tipo de máscara que impeça o contato com microorganismos veiculados pela

respiração da vítima;

• Óculos protetores para evitar o contato dos olhos com respingos de fluidos corporais

durante certos procedimentos;

• Aventais e máscaras faciais descartáveis são outros itens importantes na proteção

individual em determinadas ocasiões.

Exercícios

1. Por definição, Primeiros Socorros trata do atendimento imediato e provisório ministrado a um acidentado ou doente, executado por profissionais da área da saúde, geralmente no próprio local, para garantir a sua vida e evitar o agravamento das lesões existentes. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. A primeira preocupação do socorrista, no local da emergência, é com a sua segurança pessoal. Essa preocupação está somente relacionada com o uso de equipamentos de proteção individual contra as doenças infecciosas. Pode­se dizer que essa idéia está:

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PRIMEIROS SOCORROS

a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. Por definição, Primeiros Socorros trata do atendimento imediato e provisório ministrado a um acidentado ou doente, executado por profissionais da área da saúde, geralmente no próprio local, para garantir a sua vida e evitar o agravamento das lesões existentes. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Essa afirmação está incorreta, já que qualquer pessoa pode prestar atendimento em Primeiros Socorros desde que tenha o prévio treinamento.

2. A primeira preocupação do socorrista, no local da emergência, é com a sua segurança pessoal. Essa preocupação está somente relacionada com o uso de equipamentos de proteção individual contra as doenças infecciosas. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Essa idéia realmente está incorreta, já que o socorrista deverá, em primeiro lugar, ter certeza de que o local está em segurança, ao aproximar­se da vítima, e que permanecerá em segurança enquanto presta o atendimento.

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PRIMEIROS SOCORROS

Nesta aula, aprenderemos que, antes de tentar ajudar alguém, precisamos realizar a avaliação do cenário, que significa avaliar e reconhecer os riscos aos quais podemos estar expostos ao socorrer uma pessoa, seguindo os passos básicos para uma avaliação correta e

segura da cena. A aula também nos mostra a importância do uso de equipamentos individuais de segurança para evitar contato direto com substâncias que possam transmitir doenças infecciosas,

como sangue, urina, fezes, vômito, saliva, etc.

AULA 02 • AVALIAÇÃO DA CENA DE EMERGÊNCIA (LOCAL DA OCORRÊNCIA)

O socorrista deve reconhecer os riscos, aos quais está exposto ao socorrer uma pessoa,

seguindo os passos básicos para uma avaliação correta e segura da cena, além de ter o hábito de

utilizar itens de proteção individual antes de iniciar o atendimento propriamente dito.

É fundamental evitar contato direto com substâncias que possam transmitir doenças

infecciosas, como sangue, urina, fezes, vômito, saliva, etc. No entanto, não são apenas as

doenças infecciosas que representam perigo ao socorrista. É necessário evitar ou eliminar os

prováveis agentes causadores de lesões ou agravos à saúde, como fogo, explosão, eletricidade,

fumaça, água, gás tóxico, tráfego (colisão ou atropelamento), queda de estruturas, ferragens

cortantes, materiais perigosos, etc.

Para que o socorro siga de forma segura, antes mesmo de se examinar a vítima, o local

deve ser cuidadosamente e sistematicamente avaliado. Por isso, é fundamental fazer a "avaliação

da cena". Esta deve ser constante e não apenas no primeiro momento, pois os fatores podem

alterar­se com facilidade e rapidez.

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PRIMEIROS SOCORROS

Esses passos devem ser seguidos sempre nessa seqüência para a segurança no socorro

às vítimas.

Após uma rápida análise do local e tomadas as precauções para sua segurança:

Verifique o nível de consciência da vítima, tocando­a gentilmente e chamando­a em voz

alta.

Caso a resposta seja negativa, acione o serviço médico de emergência o quanto antes

informando que você está com uma vítima inconsciente. Passe o endereço, uma referência do

local, seu número de telefone, número de vítimas, enfim, tudo o que for perguntado por quem

estiver do outro lado da linha.

Três passos para avaliar uma cena:

1) Qual é a situação? (estado atual): consiste na identificação da situação em si. O que

está ocorrendo, o que o socorrista vê.

2) Para onde vai? (potencial): análise de como a situação pode evoluir. Por exemplo:

combustível derramado que pode explodir, um fio energizado, fogo que pode se

alastrar, um veículo que pode rolar um barranco, etc.

3) O que fazer para controlar a situação? (operação e recursos): identificação dos

recursos disponíveis a serem empregados e dos extras a serem solicitados para

atender adequadamente a situação.

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PRIMEIROS SOCORROS

Se outras pessoas estiverem próximas, peça para alguém acionar o socorro ligando para:

• 192 – SAMU ;

• 193 – Resgate ;

• Número do ambulatório local;

• Convênio médico da vítima;

• Número de emergência estipulado no local de ocorrência (em empresas, geralmente,

existe um número interno que aciona toda a equipe de emergência).

Exercícios

1. Para que o socorro siga de forma segura, antes mesmo de se examinar a vítima, o local deve ser cuidadosa e sistematicamente avaliado. Por isso, é fundamental fazer a "avaliação da cena". Esta deve ser realizada apenas no primeiro momento, pois os fatores de risco não se alteraram com facilidade e rapidez. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. O primeiro passo ao se aproximar da vítima é verificar o nível de consciência, tocando­a gentilmente e chamando­a em voz alta. Caso a resposta seja negativa, inicie o mais rápido possível as manobras de RCP, em seguida acione o serviço médico de emergência. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. Para que o socorro siga de forma segura, antes mesmo de se examinar a vítima, o local deve ser cuidadosa e sistematicamente avaliado. Por isso, é fundamental fazer a "avaliação da cena". Esta deve ser realizada apenas no primeiro momento, pois os fatores de risco não se alteraram com facilidade e rapidez. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B De fato essa colocação está incorreta, pois a "avaliação da cena" deve ser constante e não apenas no primeiro momento, pois os fatores podem alterar­se com facilidade e rapidez.

2. O primeiro passo ao se aproximar da vítima é verificar o nível de consciência, tocando­a gentilmente e chamando­a em voz alta. Caso a resposta seja negativa, inicie o mais rápido possível as manobras de RCP, em seguida acione o serviço médico de emergência. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Essa idéia está errada, pois, no caso de verificação de inconsciência, a prioridade é o acionamento do serviço médico de emergência e imediatamente após as manobras de RCP.

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PRIMEIROS SOCORROS

Qualquer pessoa que queira entender as técnicas de primeiros socorros deve ter o conhecimento básico em anatomia e fisiologia do corpo humano. Essa aula fala sobre a anatomia

e fisiologia de um dos principais sistemas vitais de nosso corpo: o sistema cardiovascular. Entenderemos ainda a fisiopatologia da aterosclerose, uma das doenças cardíacas que mais

comumente afeta esse sistema.

AULA 03 • ANATOMIA E FISIOLOGIA DO CORAÇÃO

O coração é um órgão essencialmente muscular. Em seu interior existem quatro câmaras

que têm a propriedade de se contrair expelindo seu conteúdo: o sangue.

A contração das fibras musculares depende da passagem de impulsos elétricos por elas.

Esses estímulos são gerados em uma estrutura especializada denominada nó sinusal, que se

localiza em uma determinada região do coração. Os impulsos elétricos percorrem o órgão em

sentidos definidos fazendo com que ele se contraia de forma coordenada e rítmica, bombeando

sangue para o corpo.

O coração e seus feixes especializados para condução dos estímulos elétricos.

Do coração saem vasos sangüíneos (artérias) que vão se distribuindo, formando ramos

cada vez menores denominados capilares que, por sua vez, se espalham até as células mais

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PRIMEIROS SOCORROS

distantes do organismo para irrigá­las com o sangue. A seguir, vão se unindo em ramos cada vez

maiores, formando as veias, que levam o sangue de volta para o coração.

Isquemia é a falta de oxigênio nas células por uma interrupção da irrigação

sangüínea. Os diversos órgãos de nosso organismo apresentam tolerâncias distintas a essa

situação.

O músculo esquelético (dos braços e das pernas, por exemplo) tolera cerca de 6 horas de

isquemia, isto é, após esse período inicia­se o processo de morte celular. Por outro lado, a pele

agüenta mais tempo: cerca de 12 horas.

As regiões mais nobres do nosso corpo são as mais frágeis nos casos de isquemia. O

músculo cardíaco começa a morrer depois de 20 minutos se não receber sangue, enquanto as

células nervosas não resistem por mais de 5 minutos!

Ponto de isquemia no coração

Após 5 minutos...os danos no cérebro podem ser irreversíveis!!!

Diferentemente de muitas células do nosso corpo, as células nervosas não se regeneram,

isto é, se uma região do cérebro morre, isso é irreversível e a vítima poderá apresentar graves

seqüelas. Por isso, o socorro deve ser realizado o quanto antes.

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PRIMEIROS SOCORROS

O coração é irrigado por duas artérias chamadas coronárias que, ao longo dos anos, são

submetidas a um processo lento e progressivo de obstrução em um evento denominado

aterosclerose. Outras artérias do organismo como, por exemplo, as que irrigam o sistema nervoso, também podem ser obstruídas, provocando um acidente vascular cerebral (derrame).

Muitas evidências sugerem que a formação da placa aterosclerótica inicia­se já na infância.

Como podemos notar na figura acima, a parede da artéria fica cada vez mais espessa em

função de depósitos de colesterol sobre ela, que desencadeiam complexas reações locais que

amplificam o processo, provocando um aumento da camada obstrutiva.

Exercícios

1. Isquemia é a falta de oxigênio nas células por uma interrupção da irrigação sangüínea. Os diversos órgãos de nosso organismo apresentam tolerâncias distintas a essa situação. O músculo cardíaco começa a morrer depois de 20 minutos se não receber sangue, enquanto as células nervosas não resistem por mais de 5 minutos! Pode­se dizer que essa colocação está: a) Correta. b) Incorreta.

2. O processo da aterosclerose: trata­se de um evento lento e progressivo de obstrução das artérias. Muitas evidências sugerem que a formação da placa aterosclerótica só se dá por conta do envelhecimento. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

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PRIMEIROS SOCORROS

Respostas dos Exercícios

1. Isquemia é a falta de oxigênio nas células por uma interrupção da irrigação sangüínea. Os diversos órgãos de nosso organismo apresentam tolerâncias distintas a essa situação. O músculo cardíaco começa a morrer depois de 20 minutos se não receber sangue, enquanto as células nervosas não resistem por mais de 5 minutos! Pode­se dizer que essa colocação está: RESPOSTA CORRETA: A De fato, o músculo cardíaco começa a morrer depois de 20 minutos se não receber sangue, enquanto as células nervosas não resistem por mais de 5 minutos.

2. O processo da aterosclerose: trata­se de um evento lento e progressivo de obstrução das artérias. Muitas evidências sugerem que a formação da placa aterosclerótica só se dá por conta do envelhecimento. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Essa idéia realmente está errada, pois as evidências sugerem que a formação da placa aterosclerótica inicia­se já na infância.

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PRIMEIROS SOCORROS

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma conseqüência clássica do processo evolutivo da aterosclerose. Nesta aula, entenderemos o processo fisiopatológico do IAM, aprenderemos a reconhecer os sintomas e sinais clínicos característicos e o que fazer diante de uma pessoa com essa apresentação. A aula ainda fala sobre os fatores de risco para IAM e a Parada Cardíaca,

condição final e extrema para o IAM.

AULA 04 • INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Em situações de estresse ou atividade física, o músculo cardíaco trabalha mais e precisa

de maior quantidade de oxigênio. Num coração com artérias coronárias livres de obstrução, há

aumento na circulação de sangue e o oxigênio é suprido rapidamente. Porém, em artérias com

aterosclerose, isto é, obstruídas, essa compensação não acontece e determinada região do

coração começa a sofrer. Isso se chama isquemia miocárdica, que causa a dor no peito, seu

sintoma mais característico. O repouso diminui o trabalho cardíaco, reduz a necessidade de

oxigênio e normaliza a circulação, aliviando a dor.

Em um determinado momento, essa camada de colesterol pode se romper, induzindo a

oclusão total da luz da artéria. Nesse caso, mesmo o repouso não alivia a dor no peito, uma vez

que o sangue não circula em determinada região onde ocorre o processo de morte celular. Isso se

chama infarto agudo do miocárdio.

Frente a uma vítima com suspeita de infarto agudo do miocárdio, acione o serviço

médico de emergência.

O quadro clínico típico de uma vítima de infarto agudo do miocárdio é:

1) Dor no peito, que dura mais de 20 minutos e se irradia para o braço esquerdo,

pescoço ou costas;

2) Falta de ar;

3) Tontura;

4) Sudorese (“suor frio”);

5) Náuseas e/ou vômitos;

6) Sensação de morte iminente.

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PRIMEIROS SOCORROS

Determinadas pessoas têm maior risco de desenvolver IAM do que outras. Alguns fatores

têm sido atribuídos por contribuírem para o processo de aterosclerose. Quanto mais fatores,

maiores as chances de ser vítima de infarto. Portanto, o controle deles pode diminuir as

chances de desenvolvimento da doença.

Pessoas com vários fatores de risco têm de ser avaliadas minuciosamente, pois as

chances de estarem tendo um infarto numa ocasião de dor no peito, por exemplo, são altas.

Os fatores de risco podem ajudar a desmascarar um infarto agudo do miocárdio e salvar

uma vida.

Principais fatores de risco:

• Idade (homens acima de 45 anos e mulheres acima de 55 anos);

• Tabagismo (fumo);

• Hipertensão arterial;

• Diabetes mellitus;

• Colesterol elevado no sangue;

• Sedentarismo;

• Obesidade;

• Estresse;

• História familiar (mãe ou irmã com menos de 65 anos e/ou pai ou irmão com menos de 55

anos).

Na sua avaliação de uma vítima com suspeita de infarto, leve em consideração:

• Quadro Clínico;

• Fatores de Risco.

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PRIMEIROS SOCORROS

Parada Cardíaca

A parada cardíaca ocorre quando o coração perde sua função de “bombear” e o sangue

não circula. Isso não quer dizer que o coração esteja necessariamente parado. O ponto principal

é a parada da circulação e não dos movimentos do coração.

Existem situações distintas que levam à parada cardíaca. A principal delas é uma arritmia

chamada fibrilação ventricular, causada por um distúrbio na atividade elétrica normal do

coração. Os impulsos elétricos encontram desvios e “se perdem”, percorrendo o órgão em

diferentes sentidos. Assim, ao invés da seqüência normal de contração das fibras musculares,

determinadas regiões do coração se contraem de forma descoordenada, fazendo com que ele

perca sua função de “bombear” o sangue. A fibrilação ventricular pode estar presente em torno de

90% das vítimas de parada cardíaca em adultos.

O ritmo cardíaco normal é constituído de uma onda inicial, pequena, denominada de onda

p. Esta indica que os impulsos elétricos gerados no nó sinusal já percorreram os átrios.

Em seguida, após um breve intervalo de tempo, temos o chamado complexo QRS. Este

indica que os impulsos passaram pelos ventrículos.

Por último, temos a chamada onda T, que indica o retorno à situação elétrica inicial,

preparando o coração para os próximos estímulos.

Após um tempo, mais impulsos elétricos são gerados no nó sinusal e, mais uma vez,

temos as ondas p, QRS e T , e assim por diante.

Traçado de um ritmo cardíaco normal

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PRIMEIROS SOCORROS

Traçado de Fibrilação Ventricular

Os desvios acima mencionados costumam ocorrer nos casos de infarto agudo do

miocárdio. Em torno de metade das vítimas fatais, a fibrilação ventricular ocorre na primeira hora

após o início dos sintomas.

Outra arritmia, que pode levar à parada cardíaca, é a taquicardia ventricular. Nesse caso, o coração se contrai tão rápido que não há tempo suficiente para se encher de sangue, não

gerando uma circulação efetiva.

O único tratamento efetivo para a fibrilação ventricular é a aplicação do choque no

coração, isto é, o uso de um desfibrilador.

Exercícios

1. Na avaliação de uma vítima com suspeita de infarto, deve­se levar em consideração o quadro clínico, fatores de risco e a idade da vítima, já que esse tipo de doença afeta apenas pessoas na 3ª idade. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. A parada cardíaca ocorre quando o coração perde sua função primordial. Na verdade, isso não quer dizer que o coração esteja necessariamente parado. Em 90% dos casos ele se encontra em uma arritmia chamada fibrilação ventricular. Isso significa que o coração ainda consegue manter uma circulação mínima. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. Na avaliação de uma vítima com suspeita de infarto, deve­se levar em consideração o quadro clínico, fatores de risco e a idade da vítima, já que esse tipo de doença afeta apenas pessoas na 3ª idade.

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PRIMEIROS SOCORROS

Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Com certeza, não são só pessoas na 3ª idade que podem ser afetadas por essa doença. Os estudos mostram que o IAM atinge, cada vez mais, pessoas mais jovens.

2. A parada cardíaca ocorre quando o coração perde sua função primordial. Na verdade, isso não quer dizer que o coração esteja necessariamente parado. Em 90% dos casos ele se encontra em uma arritmia chamada fibrilação ventricular. Isso significa que o coração ainda consegue manter uma circulação mínima. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Essa idéia está errada quando se refere à circulação do sangue. Na verdade, na parada cardíaca, o ponto principal é a parada da circulação, e não dos movimentos do coração.

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PRIMEIROS SOCORROS

As estatísticas mostram que, no Brasil, mais de 800 pessoas morrem por dia devido a problemas cardíacos. Esses números ultrapassam os casos de óbitos por câncer, AIDS e

acidentes de trânsito juntos. Nesta aula, entenderemos os motivos pelos quais esses números são tão alarmantes e como podemos colaborar para a diminuição dos mesmos. Para a recuperação

de vítimas em parada cardiorrespiratória, um conjunto de ações interligadas devem ser levadas a efeito, denominando­se de Corrente da Sobrevivência.

AULA 05 • CORRENTE DA SOBREVIVÊNCIA

Dados do Ministério da Saúde de 2001 revelam que, no Brasil, mais de 800 pessoas

morrem por dia devido a problemas cardíacos. Isso se traduz em aproximadamente 34 mortes por

hora, números que ultrapassam os casos de óbitos por câncer, AIDS e acidentes de trânsito

juntos.

A principal causa dessas mortes é a parada cardíaca, ou seja, o coração perde sua função

de bombear sangue para o corpo. Na parada cardíaca, o coração não se encontra

necessariamente parado, o que acontece na verdade é uma alteração importante no ritmo

cardíaco, que leva a uma parada na circulação sangüínea. Em 90% dos casos de parada

cardíaca, em adultos, o ritmo patológico mais comum é a fibrilação ventricular. Quando o

coração encontra­se nessa situação, a função de bombeamento é perdida e o corpo deixa de ser

nutrido. Os músculos esqueléticos suportam até 6 horas sem suprimento sanguíneo, já o músculo

cardíaco não suporta mais do que 20 minutos. Entretanto, as células cerebrais começam a morrer,

irreversivelmente, a partir de 5 minutos. Nessa hora, o socorro imediato pode fazer a diferença

entre a vida e a morte.

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PRIMEIROS SOCORROS

Relação entre o percentual das chances de ressucitação com relação ao tempo após a

parada cardíaca.

O gráfico mostra que a cada minuto que se passa, após a parada cardíaca, perde­se até

10% de chance de uma ressucitação bem sucedida. Entretanto, se o procedimento da

ressucitação cardiopulmonar (RCP) for iniciado imediatamente, esse percentual pode cair para até

3% a cada minuto.

A Associação Americana do Coração estabelece que é necessário, para a recuperação da

vítima em parada cardiorrespiratória, que um conjunto de ações interligadas sejam levadas a

efeito, e o denomina de Corrente da Sobrevivência. Se um dos elos dessa corrente se quebrar,

a vítima não terá sucesso na recuperação ou terá seqüelas irreversíveis:

1º Elo : acionar imediatamente o Serviço de Emergência Médica (SEM).

2º Elo : iniciar a RCP imediatamente e mantê­la até a chegada do SEM.

3º Elo : desfibrilação precoce, executada por Socorrista treinado ou por equipe médica.

4º Elo : atendimento médico hospitalar precoce.

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PRIMEIROS SOCORROS

Infelizmente, na realidade brasileira, essa corrente está quebrada na maioria dos casos. O

primeiro elo mostra a necessidade do reconhecimento rápido do problema e acionamento do

socorro especializado. O segundo elo se traduz no início precoce da RCP. Em função de não

termos a cultura do aprendizado e treinamento em primeiros socorros, o que se percebe é um

retardo na realização dessas duas primeiras etapas, fato que pode comprometer a sobrevivência

da vítima. Em torno de 80% dos casos ocorrem dentro dos domicílios e, infelizmente, na chegada

do socorro, a maioria das vítimas já faleceu.

Nesse caso, os dois próximos elos (desfibrilação precoce e atendimento médico hospitalar)

ficam completamente comprometidos, pois eles dependem inteiramente do sucesso dos dois

primeiros elos.

Exercícios

1. Fisiologicamente, sabemos que a cada minuto que se passa, após a parada cardíaca, perde­se até 10% de chance de uma ressuscitação bem sucedida. Entretanto, se o procedimento da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) for iniciado imediatamente, esse percentual pode cair para até 3% a cada minuto. Pode­se dizer que essa colocação está: a) Correta. b) Incorreta.

2. A denominação Corrente da Sobrevivência é definida como o conjunto de ações interligadas que devem ser levadas a efeito frente a uma vítima de parada cardiorrespiratória. Felizmente, na realidade brasileira, essa corrente não está quebrada e funciona muito bem na maioria dos casos. Pode­se dizer que essa colocação está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. Fisiologicamente, sabemos que a cada minuto que se passa, após a parada cardíaca, perde­se até 10% de chance de uma ressuscitação bem sucedida. Entretanto, se o procedimento da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) for iniciado imediatamente, esse percentual pode cair para até 3% a cada minuto. Pode­se dizer que essa colocação está: RESPOSTA CORRETA: A A colocação está totalmente correta e evidencia a importância da necessidade do conhecimento das manobras de RCP.

2. A denominação Corrente da Sobrevivência é definida como o conjunto de ações interligadas que devem ser levadas a efeito frente a uma vítima de parada cardiorrespiratória. Felizmente, na realidade brasileira, essa corrente não está quebrada e funciona muito bem na maioria dos casos. Pode­se dizer que essa colocação está: RESPOSTA CORRETA: B Essa colocação realmente está errada, pois, na verdade, a realidade brasileira mostra que essa corrente está quebrada na maioria dos casos, devido a diversos fatores. O principal deles é o fato de não termos a cultura do aprendizado e treinamento em primeiros socorros.

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PRIMEIROS SOCORROS

Toda vítima inconsciente deve ser avaliada, primariamente, quanto ao funcionamento do sistema respiratório. Uma vez identificada a ausência da respiração, a vítima deve receber

imediatamente o suporte respiratório. Nesta aula, aprenderemos como deve ser realizado esse suporte e como os dispositivos de barreira podem potencializar essas manobras e promover a

proteção do socorrista.

AULA 06 • O SUPORTE RESPIRATÓRIO

Em primeiro lugar, você deve garantir a Abertura das Vias Aéreas, isto é, assegurar que o

caminho do ar para os pulmões esteja livre. Retire tudo o que possa vir a obstruir as vias aéreas,

como próteses dentárias, alimentos, vômito ou sangue da boca da vítima.

Em vítimas Inconscientes, a Língua é a principal causa de obstrução das vias aéreas.

Para liberá­las, existem duas manobras:

Primeira manobra: inclinação da cabeça – elevação do queixo em vítimas sem suspeita

de trauma de coluna cervical.

Posicione­se ao lado da vítima. Coloque a palma de sua mão na testa e dois dedos no

queixo. Incline suavemente a cabeça para trás. Cuidado para que seus dedos estejam em contato

apenas com a mandíbula, pois a compressão das partes moles pode acabar fechando as vias

aéreas.

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PRIMEIROS SOCORROS

Segunda manobra: tração da mandíbula em vítimas com suspeita de trauma.

Posicione­se de frente em relação à vítima. Segure firmemente a cabeça com as duas

mãos e levante apenas a mandíbula. Não mova a cabeça da vítima em hipótese alguma, pois

um movimento em falso poderá deixá­la tetraplégica.

As cânulas orofaríngeas (“ Guedel” ):

São encontradas em diversos tamanhos, de acordo com a boca da vítima, e servem para

afastar a língua mantendo as vias aéreas abertas.

Como inserir a cânula:

1) Trace uma linha imaginária do canto da boca da vítima até o lóbulo da orelha:

O tamanho da cânula deve corresponder a esta linha:

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PRIMEIROS SOCORROS

Obs.: caso a cânula seja muito grande, poderá ocorrer obstrução das vias aéreas por

compressão da epiglote.

2) Introduza a cânula com a concavidade voltada para cima, como na figura, em direção ao

palato.

3) Ao tocar o palato, efetue um giro de 180 graus, isto é, posicionando a concavidade para

baixo.

4) Insira o restante da cânula até que seu rebordo se posicione entre os dentes da vítima.

Obs.: Nos casos de vítimas pediátricas (abaixo de 08 anos de idade), não efetuar a

rotação da cânula. Essa manobra pode causar lesões no palato. Introduzir diretamente com a

concavidade para baixo. Cuidado para não empurrar a língua, para isso pode­se utilizar um

abaixador de língua.

Atenção:

Apenas utilize a cânula orofaríngea em vítimas Inconscientes, pois pode provocar

vômitos, aspiração e laringoespasmo.

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PRIMEIROS SOCORROS

Avaliação da respiração

Mantendo a posição de abertura das vias aéreas, verifique se a vítima está respirando.

Aproxime­se do rosto dela de modo que você veja se o tórax se levanta e abaixa. Tente sentir e

ouvir a respiração da vítima. Veja o tórax da vítima. Sinta e Ouça as respirações.

Caso você não encontre nenhum desses 3 sinais (ver, ouvir e sentir), inicie

imediatamente duas ventilações artificiais:

Sele a boca da vítima com a sua de modo que não haja nenhum “vão” para evitar escape

de ar quando você realizar a ventilação. Não se esqueça de fechar as narinas da vítima com a

mão que sustenta a cabeça. Assopre o ar lentamente, pois, dessa maneira, você estará evitando

sua entrada para o estômago. Caso isso ocorra, haverá regurgitação do conteúdo gástrico, que

preencherá as vias aéreas e os pulmões da vítima comprometendo a eficácia das ventilações.

Nos casos de vítimas com suspeita de trauma, a técnica difere da descrita acima.

Mantendo a manobra de tração da mandíbula, encoste seu rosto (sua “bochecha”) nas narinas

da vítima, fechando­as e, então, realize a respiração boca­a­boca.

Essa técnica é de alta complexidade, uma vez que você deverá assegurar uma adequada

respiração e uma correta imobilização da cabeça da vítima ao mesmo tempo. Realize duas

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PRIMEIROS SOCORROS

ventilações artificiais efetivas, isto é, considere apenas as insuflações que realmente elevaram o

tórax da vítima.

Os Dispositivos de Barreira

Existem materiais próprios para assegurar uma boa respiração, além de oferecer

segurança para quem presta socorro. São materiais com dispositivos de proteção que isolam o

socorrista da vítima. Dentre esses materiais, temos:

Obs.: Tanto a pocket mask quanto o reanimador manual podem ser conectados a

cilindros de oxigênio a fim de aumentar o teor desse gás no ar fornecido à vítima.

Abordaremos o uso da pocket mask. Para ventilar com esse dispositivo, existem três técnicas básicas:

Faça um “C” com o polegar e o indicador de ambas as mãos. Com o restante dos dedos,

prenda a mandíbula da vítima e tracione a cabeça para trás.

1) Pratik mask: trata­se de um lenço aplicado na face da vítima, com uma válvula a ser inserida na boca, que tem a propriedade de ser unidirecional, isto é, o ar não volta para

a boca do socorrista.

2) Pocket mask: uma máscara com alta capacidade de vedação que permite uma ventilação efetiva através de uma válvula unidirecional. De fácil aplicação, proporciona

um ótimo controle de fluxo e volume de ar em cada ventilação.

3) Reanimador manual: consta de uma máscara acoplada a uma bolsa que, ao ser

comprimida, envia ar aos pulmões da vítima. Seu uso exige um treinamento pela sua

complexidade técnica, porém é o mais utilizado em ambiente hospitalar.

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PRIMEIROS SOCORROS

Utilize parte de sua mão e os polegares para fixar a máscara na vítima. Com o restante

dos dedos, prenda a mandíbula.

Técnica lateral: se estiver sozinho (a), utilize essa técnica para agilizar o atendimento.

Faça um “C” com uma das mãos e prenda a mandíbula com o restante dos dedos. O polegar e o

indicador da outra mão pinçam a mandíbula. Lembre­se de inclinar a cabeça da vítima para trás.

Exercícios

1. Em vítimas inconscientes, a saliva, e eventualmente o sangue, são as principais causas de obstrução das vias aéreas. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. Durante as ventilações, sopre o ar com bastante vigor, pois, dessa maneira, você estará assegurando que os pulmões sejam realmente bem ventilados. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

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PRIMEIROS SOCORROS

Respostas dos Exercícios

1. Em vítimas inconscientes, a saliva, e eventualmente o sangue, são as principais causas de obstrução das vias aéreas. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B A língua é o principal componente obstrutivo em vítimas inconscientes, pois com a inconsciência esse músculo “desaba” para trás causando a inconsciência.

2. Durante as ventilações, sopre o ar com bastante vigor, pois, dessa maneira, você estará assegurando que os pulmões sejam realmente bem ventilados. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B O socorrista deve soprar de maneira lenta e precisa, evitando a entrada do ar para o estômago. Caso isso ocorra, haverá regurgitação do conteúdo gástrico, que preencherá as vias aéreas e os pulmões da vítima comprometendo a eficácia das ventilações.

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PRIMEIROS SOCORROS

Nesta aula, aprenderemos a importância do suporte circulatório em vítimas de parada cardiorrespiratória. Trata­se da assistência à circulação sangüínea, através de compressões no tórax da vítima, na tentativa de substituir a contração do coração. O posicionamento preciso do

socorrista é fundamental e os procedimentos utilizados fazem parte de um protocolo reconhecido mundialmente.

AULA 07 • O SUPORTE CIRCULATÓRIO

Durante muitos anos, a verificação do pulso foi o principal item desse tópico. Porém,

evidências demonstraram que, principalmente para os leigos, sua avaliação tem sido demorada e

imprecisa. Sinais como respiração normal, movimentos do corpo ou tosse foram levantados como

“substitutos” do pulso, visando agilizar e simplificar o atendimento para os leigos. Contudo,

verificou­se que ocorre atraso no início das compressões torácicas e tais sinais não eram

precisamente avaliados. Após vários estudos de especialistas do mundo todo, determinou­se que

o pulso seria avaliado somente por profissionais da área da saúde e os leigos não checariam

nenhum sinal após as 02 ventilações de resgate, partindo imediatamente para as compressões

torácicas.

O pulso deverá ser avaliado em menos de 10 segundos. Caso o socorrista não tenha

certeza de sua presença, recomenda­se iniciar as compressões torácicas.

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PRIMEIROS SOCORROS

Posicione suas mãos no centro do tórax, trace uma linha entre os mamilos e coloque­as

bem no meio dessa linha.

Mantenha seus braços e a coluna retos e comprima o tórax utilizando o peso do corpo. A

compressão deve abaixar o tórax em 4 a 5 cm, aproximadamente.

A velocidade das compressões é de 100 batimentos por minuto.

Importante:

1) Lembre­se de permitir o retorno completo do tórax após cada compressão.

2) Os socorristas devem se revezar nas aplicações das compressões torácicas a cada

05 ciclos (30 compressões/2 ventilações = 1 ciclo) ou 02 minutos de RCP. Não demorar

mais do que 05 segundos em cada troca. Estudos mostraram que as compressões

torácicas realizadas acima desse tempo, por apenas um socorrista, mesmo que esse

fosse um profissional treinado, passaram a ser ineficientes.

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PRIMEIROS SOCORROS

A eficácia da RCP

O ar que respiramos é uma mistura de gases em que a fração de oxigênio é de,

aproximadamente, 21%. O restante é composto por nitrogênio (em torno de 78%) e outros gases,

inclusive o gás carbônico (menos de 1%).

De 21% de oxigênio do ar que respiramos, apenas uma pequena quantidade (4% a 5%) é

realmente aproveitada pelo organismo. Quando realizamos ventilação artificial boca­a­boca, o teor

de oxigênio no ar enviado para os pulmões da vítima é de 16% a 17%, isto é, mais do que ela

realmente necessita.

Entretanto, as compressões torácicas, mesmo realizadas com técnicas corretas, estão

longe de se igualar ao funcionamento cardíaco normal. O bombeamento do sangue, durante a

RCP, é estimado em torno de 30% do trabalho realizado pelo coração.

Pela ventilação boca­a­boca, o organismo receberia a quantidade necessária de sangue.

Porém, como a circulação está comprometida, o oxigênio não é levado adequadamente para

todas as partes do corpo, ocorrendo falta de oxigênio nas células. Isso provoca alterações no

metabolismo normal, que interfere, inclusive, nas ações tanto dos choques do desfibrilador quanto

das drogas administradas pela equipe médica.

Portanto, altas concentrações de oxigênio devem ser fornecidas à vítima através de

dispositivos próprios, como máscaras, por exemplo, para tentar compensar a falta de oxigênio no

organismo.

A ressucitação cardiopulmonar (RCP) deverá ser continuada, sem interrupções, em

ciclos de 30 compressões torácicas para 02 ventilações artificiais. Somente será

interrompida se:

1) A vítima se movimentar;

2) Chegada do suporte médico avançado;

3) Chegada do DEA (Desfibrilador Externo Automático).

Page 36: Apostila Ps Uninove

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PRIMEIROS SOCORROS

Exercícios

1. O pulso é avaliado somente por profissionais da área da saúde e os leigos não checam nenhum sinal, após as 02 ventilações de resgate, partindo imediatamente para as compressões torácicas. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. Para as compressões torácicas, mantenha seus braços e a coluna retos e comprima o tórax utilizando a força dos braços. As compressões em adultos devem abaixar o tórax em 4 a 5 cm, aproximadamente. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. O pulso é avaliado somente por profissionais da área da saúde e os leigos não checam nenhum sinal, após as 02 ventilações de resgate, partindo imediatamente para as compressões torácicas. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: A O pulso não é mais avaliado por leigos. Sinais como respiração normal, movimentos do corpo ou tosse foram levantados como “substitutos” do pulso, visando agilizar e simplificar o atendimento.

2. Para as compressões torácicas, mantenha seus braços e a coluna retos e comprima o tórax utilizando a força dos braços. As compressões em adultos devem abaixar o tórax em 4 a 5 cm, aproximadamente. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Para maior eficácia da manobra e menor gasto energético por parte do socorrista, deve­se descarregar o peso do tronco sobre o tórax da vítima.

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PRIMEIROS SOCORROS

No Brasil, mais de 800 pessoas morrem por dia devido a problemas cardíacos. A principal causa dessas mortes é a parada cardíaca. O ponto principal é a parada da circulação e não

dos movimentos do coração. Em 90% dos casos de parada cardíaca em adultos, o ritmo cardíaco patológico mais comum é a fibrilação ventricular. O único tratamento efetivo para

tirar o coração da fibrilação ventricular é o choque.

Nesta aula, conheceremos o Desfibrilador Externo Automático (DEA), aparelho que, se utilizado de forma correta e rápida, pode salvar vidas.

AULA 08 • DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO (DEA)

No Brasil, mais de 800 pessoas morrem por dia devido a problemas cardíacos. São cerca

de 34 mortes por hora, números que ultrapassam os casos de óbitos por câncer, AIDS e acidentes

de trânsito juntos.

Nos Estados Unidos, em torno de 1 milhão de pessoas morrem por doenças do coração a

cada ano e metade desses casos ocorrem de forma súbita e inesperada. Trata­se, portanto, de um

problema de âmbito mundial.

Em torno de 80% dos casos ocorrem dentro das casas e, infelizmente, quando chega o

socorro, a maioria das vítimas já faleceu (95 a 99%). A principal causa dessas mortes é a parada

cardíaca, ou seja, o coração perde sua função primordial que é bombear sangue para o corpo.

Isso não quer dizer que o coração esteja necessariamente parado. O ponto principal é a parada

da circulação e não dos movimentos do coração. Em 90% dos casos de parada cardíaca em

adultos, o rítimo cardíaco patológico mais comum é a fibrilação ventricular.

O único tratamento efetivo para tirar o coração da fibrilação ventricular é o choque.

As compressões torácicas e as ventilações artificiais servem para manter os órgãos vivos por

algum tempo até a chegada do desfibrilador.

Você já deve ter visto na televisão, em filmes ou novelas, uma cena de parada cardíaca.

Lembra­se de como a vítima é ressuscitada? Da seqüência de choques no tórax (peito) que até

fazem com que ela se levante da maca?

Esse aparelho que libera os choques chama­se desfibrilador. Trata­se de um aparelho

com a propriedade de carregar uma quantidade determinada de energia elétrica (medida em

Page 38: Apostila Ps Uninove

38

PRIMEIROS SOCORROS

unidades de Joules) e liberá­la através de 2 pás. Estas são colocadas em posições estratégicas

no tórax da vítima de maneira que uma corrente elétrica passe por elas tendo o coração no meio

do seu caminho. Assim, a energia percorre o coração de ponta a ponta.

Tradicionalmente, em eventos reais de emergência, o desfibrilador é operado por um

médico, uma vez que apenas ele é considerado habilitado para operá­lo. Entretanto, se a

realidade nos mostra que as vítimas de parada cardíaca fora do hospital (pré­hospitalar) morrem

pela falta do socorro imediato, então o que fazer?

A solução foi criar um desfibrilador com a capacidade de interpretar, diagnosticar e indicar

ou não a necessidade do choque: o desfibrilador externo automático (DEA). Assim, a vítima de

parada cardíaca recebe os choques o quanto antes, aumentando as chances de ressucitação

bem­sucedida.

Através de pesquisas, sabe­se que a cada minuto que se passa após a ocorrência da

fibrilação ventricular, perde­se até 10% das chances de uma ressucitação bem­sucedida. Isto é,

se uma pessoa entrou em fibrilação ventricular há 4 minutos, as chances de ressuscitá­la são em

torno de 60% (40% perdido). Assim, o DEA deve ser utilizado o quanto antes.

Lembre­se de que grande parte das paradas cardíacas ocorre fora do ambiente hospitalar.

A porcentagem de vítimas de parada cardíaca em ambiente pré­hospitalar, salvas sem

seqüelas, é estimada em menos de 5%. O reconhecimento precoce é precário. O socorro é

acionado após muito tempo e a chegada da equipe com o desfibrilador em mãos, no final de tudo,

é sinônimo de constatação de óbito.

O desfibrilador externo automático foi criado para ser operado por pessoas que não

precisam ser da área da saúde. Basta que tenham o devido treinamento. Assim, a vítima de

parada cardíaca recebe o choque o mais rápido possível.

Em determinadas cidades dos Estados Unidos, policiais foram treinados e equipados com

o DEA, pois, em muitos casos, costumavam chegar ao local de ocorrência antes dos

paramédicos. As estatísticas foram realizadas em relação ao aumento das taxas de ressucitação

com sucesso. Dos diversos estudos, a conclusão foi um aumento significativo no número de

O DEA é posicionado em locais estratégicos para que a vítima receba o choque o

quanto antes.

O tempo ideal para que o choque seja aplicado na vítima de parada cardíaca é de até 5

minutos.

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PRIMEIROS SOCORROS

pessoas, vítimas de parada cardíaca, que, hoje, têm suas vidas normais ao lado de suas famílias.

Em termos de números, pode­se dizer que os salvamentos duplicaram.

Outras experiências positivas com o uso do DEA foram documentadas em locais públicos,

por seguranças e atendentes de vôo.

A utilização do DEA em locais de grande circulação de pessoas foi avaliada em um estudo

que demonstrou taxas de ressucitação de quase 75%.

A parada cardíaca em crianças

As principais causas de morte em crianças são diferentes dos adultos. O colapso do

sistema respiratório costuma ser o principal fator, ao invés de doenças do coração, como nos

adultos. Vimos que a fibrilação ventricular é a principal causa da parada cardíaca no adulto e o

tratamento considerado padrão pela sua efetividade é o choque, isto é, o uso do DEA. Mas, se a

causa da parada cardiorrespiratória (PCR) na criança não for uma fibrilação ventricular, então, não

haverá vantagem em se instalar o DEA o quanto antes? Nesse caso, a prioridade seria realizar a

ressucitação cardiopulmonar (RCP)?

Durante muito tempo, o DEA não foi considerado uma prioridade na seqüência do

atendimento em crianças.

No entanto, dados recentes revelam que a fibrilação ventricular não é tão rara nessa faixa

etária. Os números variam de 10 a 20% das vítimas de PCR. Portanto, o DEA não deve ser

esquecido em casos pediátricos. Obviamente, decidir se o DEA é ou não prioridade depende da

causa mais provável da PCR, porém essa avaliação pode ser complicada para um leigo.

Existem diferenças quanto ao tamanho e às posições das pás adesivas no tórax da vítima

e às doses dos choques liberados pelo DEA, principalmente. Os dados provam a segurança e a

eficácia do uso do DEA em vítimas de parada cardíaca na faixa de 1 a 8 anos de idade. Abaixo de

1 ano de idade, os dados ainda são insuficientes para determinar seu uso.

Portanto, levando­se em consideração a principal causa de morte em crianças, sem

descartar a possibilidade de fibrilação ventricular, nas vítimas entre 1 a 8 anos de idade, realize

RCP por 1 minuto e instale o DEA.

Vítimas pediátricas de parada cardíaca por fibrilação ventricular têm apresentado altas

taxas de ressucitação com sucesso.

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PRIMEIROS SOCORROS

Exercícios

1. O tratamento efetivo para tirar o coração da fibrilação ventricular são as compressões torácicas e as ventilações artificiais. O choque é um tratamento complementar que pode ser substituído. As compressões torácicas e as ventilações artificiais servem para manter os órgãos vivos por algum tempo até a chegada do desfibrilador. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. As principais causas de morte em crianças são diferentes dos adultos. Portanto, não se justifica o uso do DEA na seqüência de atendimento nessas vítimas. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. O tratamento efetivo para tirar o coração da fibrilação ventricular são as compressões torácicas e as ventilações artificiais. O choque é um tratamento complementar que pode ser substituído. As compressões torácicas e as ventilações artificiais servem para manter os órgãos vivos por algum tempo até a chegada do desfibrilador. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B A colocação realmente está incorreta, pois o único tratamento efetivo para tirar o coração da fibrilação ventricular é o choque. As compressões torácicas e as ventilações artificiais servem para manter os órgãos vivos por algum tempo até a chegada do desfibrilador.

2. As principais causas de morte em crianças são diferentes dos adultos. Portanto, não se justifica o uso do DEA na seqüência de atendimento nessas vítimas. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Dados recentes revelam que a fibrilação ventricular não é tão rara nessa faixa etária. Portanto, não devemos descartar a possibilidade da necessidade da utilização do DEA.

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PRIMEIROS SOCORROS

Nesta aula, aprenderemos como operar o DEA. Entenderemos sua aplicabilidade prática, suas indicações e condições especiais em seu uso. Trata­se de um equipamento automático que

realiza a análise do coração (Diagnóstico) e indica ou não os choques. Qualquer pessoa pode fazer uso desse equipamento, desde que tenha um treinamento prévio adequado. A aula ainda

fala sobre a importância do controle emocional diante de uma vítima de parada cardíaca.

AULA 09 • COMO OPERAR UM DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO

Uma vez constatados os 3 itens: inconsciência, ausência de respiração e de sinais de

circulação, você deverá ligar o desfibrilador externo automático à vítima.

Se alguém estiver realizando manobras de ressucitação, ordene que pare uma vez que a

desfibrilação é prioridade.

1) Inicialmente, ligue o aparelho.

2) A seguir, instale as pás adesivas no tórax da vítima. As pás vêm com ilustrações de

onde cada uma deve ser aplicada.

Page 42: Apostila Ps Uninove

42

PRIMEIROS SOCORROS

3) Certifique­se de que as pás estão bem conectadas e encaixe o conector na entrada,

perto da luz que pisca.

4) Aguarde a análise. Nesse momento, certifique­se que ninguém esteja em contato com a

vítima, pois isso poderá interferir na interpretação correta.

5) Caso o aparelho indique choque, pressione o botão de liberação certificando­se de que

ninguém está em contato com a vítima. Avise que vai liberar o choque. Existe um risco

da pessoa que estiver em contato com a vítima receber uma carga do choque.

Siga as instruções do aparelho. Apenas toque na vítima quando o mesmo autorizar.

Não desconecte as pás do tórax da vítima. Mantenha­as até a chegada da equipe de

emergência.

Cuidados especiais no uso do DEA

Uso em pacientes pediátricos (menores de 8 anos de idade ou com menos de 25 kg).

Page 43: Apostila Ps Uninove

43

PRIMEIROS SOCORROS

Não se esqueça de utilizar as pás pediátricas. Estas são próprias para o uso em crianças e

apresentam algumas diferenças das correspondentes em adultos, como a posição em que são

aplicadas no tórax e a energia liberada, que é menor.

Tórax molhado

Se o tórax da vítima estiver molhado, procure enxugá­lo, se não a aderência das pás não

será boa e o aparelho irá acusar eletrodos mal conectados, atrasando a desfibrilação. Por outro

lado, pelo fato da água ser uma boa condutora de eletricidade, pode­se formar um arco entre as

pás, externamente, diminuindo a efetividade do choque que passa pelo coração.

Superfície metálica

O risco de o socorrista levar um choque é muito baixo, não justificando a perda de tempo

na remoção da vítima para uma outra superfície.

Pêlos excessivos no tórax

Muitos pêlos no tórax dificultam a adesão das pás. Nesses casos, é preciso removê­los.

Utilize esparadrapo, gilete ou mesmo as pás reservas.

Dispositivos implantados no tórax da vítima (como marcapassos, por exemplo)

Não aplique a pá do desfibrilador sobre o dispositivo, pois este poderá interferir na análise

e na condução da energia liberada. Aplique a pá a uma distância de aproximadamente 3 cm (em

torno de dois dedos).

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44

PRIMEIROS SOCORROS

O controle emocional nas emergências

O grande desafio está numa situação em que você se encontra diante de uma vítima de

parada cardíaca, em sua casa, no shopping center, no restaurante, etc. Estará você preparado (a)

emocionalmente para atendê­la? Diferentemente de simulados, todo o ambiente ao redor é

cercado de tensão e uma decisão errada pode selar para sempre uma vida.

Em maior ou menor grau, o sentimento inevitável em uma situação dessas é o medo. O

receio de não saber o que fazer ou errar em pontos críticos são motivos comuns, que afastam as

pessoas de um atendimento de emergência. Por outro lado, tudo isso parece distante dos

profissionais de saúde, que atendem uma vítima à beira da morte de maneira ágil, precisa, sem

titubear. Entretanto, o segredo dessa “aparente calma” está para ser desvendado por você.

Lembra­se dos protocolos baseados nas chamadas prioridades vitais? Do atendimento

padronizado?

É assim que as equipes de emergência iniciam o atendimento de diferentes vítimas,

basicamente da mesma forma.

Os atendimentos são baseados em protocolos

O receio de realizar as manobras de ressucitação...

Essa é uma dúvida freqüente entre os leigos que se submetem aos cursos de emergência.

Para dar alguma luz a essa pergunta, vamos analisar alguns dados de estudos que foram

realizados para estimar se as habilidades e os conhecimentos adquiridos em cursos têm valor

prático numa situação real de emergência.

A seqüência de atendimento sempre se inicia com:

1) Verificação do nível de consciência;

2) Chamar ajuda;

3) Abrir vias aéreas;

4) Checar respiração;

5) Checar circulação.

“Será que vou conseguir realizar as manobras corretamente em uma vítima em parada

cardíaca?”

Page 45: Apostila Ps Uninove

45

PRIMEIROS SOCORROS

A facilidade na operação do DEA pode ser demonstrada em um estudo em que estudantes

da sexta série foram treinados e comparados com paramédicos quanto à velocidade de utilização

do aparelho em simulados. O resultado foi impressionante, uma vez que não houve diferença

significativa entre os dois grupos, isto é, os estudantes instalaram o DEA corretamente e

souberam utilizá­lo com uma diferença muito pequena de tempo em relação aos profissionais de

emergência. Ressalta­se que os estudantes não tinham conhecimentos nem treinamentos prévios

de uso do DEA.

Por outro lado, a equipe de paramédicos era treinada periodicamente e tinha experiência

em situações reais. Isso ilustra a facilidade e segurança do uso desse aparelho por pessoas cujo

treinamento foi mínimo, uma vez que o próprio aparelho orienta passo a passo o que fazer, além

de ter ilustrações nas próprias pás adesivas, que mostram onde devem ser aplicadas.

Em locais públicos, o DEA já foi utilizado por leigos, como seguranças, policiais e

atendentes de vôo no socorro às vítimas de parada cardíaca. Resultados documentados na

literatura científica demonstraram que eles foram capazes de usar corretamente o DEA e

contribuíram para aumentar as estatísticas de pessoas ressuscitadas com sucesso em ambientes

fora do hospital.

Um caso marcante foi de uma mãe que aplicou o DEA em seu filho de 3 anos de idade,

salvando­o.

Portanto, através de dados publicados na literatura médica, podemos concluir que os

leigos podem ser treinados para o uso do DEA e de fato contribuem para o aumento de vidas

salvas.

As habilidades adquiridas nos cursos apresentam um comprometimento significativo após

6 meses. A constante revisão, tanto da teoria quanto da prática, é obrigatória, se possível com

instrutores capacitados e materiais de qualidade que simulem eventos reais de emergência.

Lembre­se de que frente a uma vítima de parada cardíaca, o socorro imediato é a chave

para o salvamento. O lado emocional será abalado inevitavelmente, dúvidas e receios virão como

um dilúvio, porém mesmo os profissionais de saúde se deparam com esses sentimentos. Apesar

disso, em geral, o atendimento não é comprometido, pois é sustentado por protocolos que

uniformizam a seqüência de avaliação para diferentes vítimas. Assim, é possível contornar os

fatores psicológicos de forma ágil e precisa.

Chegando ao local da ocorrência, em primeiro lugar, procure manter a calma ao máximo e

siga a seqüência de atendimento baseada nos protocolos para não se perder na sua avaliação.

Page 46: Apostila Ps Uninove

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PRIMEIROS SOCORROS

Fique tranqüilo (a), pois existem experiências positivas com leigos que atenderam vítimas

de parada cardíaca e provaram que tudo isso é possível de ser realizado.

Exercícios

1. O socorrista que chega até a vítima com o DEA deve aguardar o final dos ciclos de RCP, caso esse procedimento já esteja sendo realizado por outros socorristas, pois essas manobras são prioritárias nesse momento. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta b) Incorreta

2. Os atendimentos em primeiros socorros são baseados em protocolos. A seqüência sempre se inicia com: 1) Chamar ajuda; 2) Verificação do nível de consciência; 3) Abrir vias aéreas; 4) Checar respiração; 5) Checar circulação. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta b) Incorreta

Respostas dos Exercícios

1. O socorrista que chega até a vítima com o DEA deve aguardar o final dos ciclos de RCP, caso esse procedimento já esteja sendo realizado por outros socorristas, pois essas manobras são prioritárias nesse momento. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Na verdade o DEA é a prioridade. No momento em que o socorrista, que está com o DEA, estiver pronto para instalá­lo, o mesmo deve ordenar que os outros socorristas parem seus procedimentos imediatamente.

2. Os atendimentos em primeiros socorros são baseados em protocolos. A seqüência sempre se inicia com: 1) Chamar ajuda; 2) Verificação do nível de consciência; 3) Abrir vias aéreas; 4) Checar respiração; 5) Checar circulação. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Existe um erro nessa seqüência. Primeiramente devemos verificar o nível de consciência e depois chamar ajuda.

Lembre­se: não fazer nada poderá significar a morte da vítima.

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PRIMEIROS SOCORROS

Nesta aula, abordaremos a reanimação cardiopulmonar em vítimas crianças. A técnica se difere da empregada para o adulto principalmente com relação à proporção de força física na

depressão do tórax e nas ventilações, no posicionamento das mãos do socorrista e no ritmo das compressões. Observaremos também que, dentro desse perfil de paciente, há a necessidade de

uma divisão dentro de uma faixa etária, que irá determinar a forma como as técnicas serão utilizadas.

AULA 10 • REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) EM CRIANÇAS

A técnica difere da empregada para o adulto com relação à proporção de força física na

depressão do tórax e das ventilações, no posicionamento das mãos do socorrista e no ritmo das

compressões.

Quando o socorrista atuar isoladamente, o Serviço de Emergência Médica deverá ser

acionado após 2 minutos ou 5 seqüências de 30 compressões para 2 ventilações, pare e ative o

Serviço Médico de Emergência. Logo a seguir, continue com a RCP. Isso se dá por conta de que a

principal causa de parada cardiorrespiratória em crianças se inicia por um problema primário do

sistema respiratório (Ex. OVACE), então, o suporte respiratório se torna prioridade, ao contrário do

Para leigos, a divisão etária é:

1) Até 1 ano de idade: lactente;

2) De 1 a 8 anos de idade: criança;

3) Acima de 8 anos de idade: adulto.

Para profissionais da área da saúde, a divisão etária é distinta:

1) Até 1 ano de idade: lactente;

2) De 1 a 12 ­ 14 anos de idade: criança;

3) Acima de 12 ­ 14 anos: adulto.

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48

PRIMEIROS SOCORROS

adulto, que tem como principal causa os problemas do próprio coração (Ex. Infarto Agudo do

Miocárdio). Nesse caso, a solicitação da ajuda é prioridade, pois o desfibrilador deve ser utilizado

o mais rápido possível.

RCP em lactentes (idade entre 0 a 1 ano)

Se a respiração estiver ausente:

Efetue 02 ventilações sucessivas somente com o ar da sua boca. Não realize a respiração

com força, pois isso pode causar sérios danos ao bebê. Assoprar muito ar aos pulmões da vítima

pode ser prejudicial por aumentar a pressão no interior do tórax e dificultar o enchimento do

coração. Em alguns casos, principalmente em vítimas menores, pode ocorrer rompimento de

estruturas pulmonares. O parâmetro utilizado é a observação do tórax durante a ventilação. Você

deve interromper a ventilação ao observar o início do movimento do tórax. Não há necessidade de

perceber uma expansão tão nítida.

• Verifique o nível de consciência estimulando­a através de toques sutis (“tapas”) na

planta do pé.

• Constatada a inconsciência: libere as vias aéreas superiores; segure a cabeça do

bebê com uma mão e eleve o seu queixo utilizando o dedo indicador da outra mão.

Verifique a presença da respiração. Em adultos, inclina­se a cabeça para trás

hiperextendendo o pescoço para abrir as vias aéreas. Nos casos em pediatria,

principalmente lactentes, não se deve inclinar demais a cabeça, pois isso pode acarretar

em uma piora da obstrução das vias aéreas devido à flexibilidade das estruturas

anatômicas nessa faixa etária. Portanto, incline suavemente a cabeça da vítima para

trás e tente ventilar. Caso não consiga, incline um pouco mais e tente novamente.

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PRIMEIROS SOCORROS

Ressaltando que apenas os profissionais da área da saúde verificam a presença do

pulso, este deve ser examinado na face interna do braço (pulso braquial) ou na face interna da

coxa (pulso femoral) no lactente e no pescoço (pulso carotídeo) da mesma maneira do que o

adulto na criança.

Se a pulsação estiver ausente:

• Posicione sua boca simultaneamente sobre a boca e o nariz do bebê.

• Verifique os sinais de circulação: respiração, tosse e movimentos. Cheque o pulso

braquial ou femoral. Em vítimas pediátricas, não basta apenas ter pulso. Se este for menor do que 60 bpm com sinais de má perfusão, inicia­se RCP.

• Posicione o dedo médio e o anular entre a linha dos mamilos. Se estiver realizando a

RCP com outro socorrista pode optar por realizar as compressões abraçando o tórax do

bebê e, com os polegares, realize as compressões;

• Efetue 30 compressões com o ritmo de 100 por minuto;

• Deprima o esterno entre 1,5 a 2 cm;

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50

PRIMEIROS SOCORROS

A ressucitação cardiopulmonar (RCP) deverá ser continuada, sem interrupções, em ciclos

de 30 compressões torácicas para 02 ventilações artificiais. Somente será interrompida se:

Nota: Nos casos de 2 socorristas, profissionais da área da saúde, em crianças e

lactentes, realiza­se 15 compressões torácicas para 2 ventilações artificiais.

RCP em crianças (idade entre 1 a 8 anos)

A RCP em crianças segue exatamente a mesma seqüência já mencionada em lactentes.

Apenas se difere no posicionamento das mãos para as compressões, na força para as ventilações

e na verificação do pulso.

• A vítima se movimentar;

• Chegada do suporte médico avançado.

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PRIMEIROS SOCORROS

Exercícios

1. O atendimento na parada cardiorrespiratória em crianças segue um protocolo próprio. Quando o socorrista encontra­se sozinho, a seqüência é a seguinte: 1) Verificação do nível de consciência; 2) Chamar ajuda; 3) Abrir vias aéreas; 4) Checar respiração; 5) Checar circulação. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. No suporte respiratório para bebês, o socorrista deve realizar as ventilações de forma vigorosa, observando a insuflação total do tórax, pois só assim esse procedimento será efetivo. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. O atendimento na parada cardiorrespiratória em crianças segue um protocolo próprio. Quando o socorrista encontra­se sozinho, a seqüência é a seguinte: 1) Verificação do nível de consciência; 2) Chamar ajuda; 3) Abrir vias aéreas; 4) Checar respiração; 5) Checar circulação. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Essa seqüência realmente está errada, pois antes de se chamar ajuda, o socorrista deve fornecer suporte em RCP durante dois minutos e, após esse procedimento, acionar o sistema médico de emergência.

2. No suporte respiratório para bebês, o socorrista deve realizar as ventilações de forma vigorosa, observando a insuflação total do tórax, pois só assim esse procedimento será efetivo. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Realizando as ventilações de forma vigorosa, corre­se o risco de causar sérios danos ao bebê, podendo até ocorrer rompimento de estruturas pulmonares.

Page 52: Apostila Ps Uninove

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PRIMEIROS SOCORROS

Pequenos objetos podem obstruir as vias aéreas impedindo a passagem do ar até os pulmões. Esse incidente é chamado de OVACE, sigla para obstrução das vias aéreas por corpo

estranho. Nesta aula, aprenderemos a identificar a OVACE em adultos, conheceremos suas principais causas e como devemos intervir nesse caso, pois o socorro imediato pode fazer a

diferença entre a vida e a morte.

AULA 11 • OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE)

Pequenos objetos podem obstruir as vias aéreas impedindo a passagem do ar até os

pulmões. O socorrista deve intervir se notar sinais de obstrução grave:

• Tosse silenciosa

• Incapacidade para falar

• Sons inspiratórios agudos ou ausentes

• Dificuldade respiratória crescente

• Lábios e língua azuis ou pálidos (cianose).

Nos casos em que a obstrução seja leve, não dê golpes nas costas. Isso poderá agravar

ainda mais o quadro. Deixe a vítima tossir, pois essa é a melhor maneira de retirar o corpo

estranho.

Page 53: Apostila Ps Uninove

53

PRIMEIROS SOCORROS

Nos casos em que a OVACE for grave, inicie a manobra de Heimlich:

• Avise à vítima que vai ajudá­lo(a);

• Posicione­se atrás dela;

• Localize o umbigo da vítima e posicione uma mão fechada acima;

• Cubra essa mão com a outra;

Realize compressões abdominais para trás e para cima (como se fosse um “J”);

Continue com essa manobra até a saída do objeto ou até a vítima perder a consciência.

Comprima para cima e para trás como se estivesse fazendo um “J”.

Se a vítima for obesa ou estiver gestante, as compressões abdominais serão ineficientes.

Nesse caso, efetue compressões torácicas sucessivas até a desobstrução ou até que a

vítima se torne inconsciente.

Page 54: Apostila Ps Uninove

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PRIMEIROS SOCORROS

Caso encontre­se sozinho, apóie o abdômen sobre o encosto de uma cadeira e comprima­

o na tentativa de deslocar o corpo estranho.

OVACE em vítimas inconscientes

Caso a vítima perca a consciência, deite­a com cuidado e imediatamente providencie

ajuda.

Inicie RCP com 30 compressões torácicas para 02 ventilações artificiais.

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PRIMEIROS SOCORROS

Nota: a cada vez que for ventilar, inspecione a boca da vítima procurando pelo objeto e

remova­o se visualizá­lo. Não realize varredura digital às cegas.

Exercícios

1. Nos casos em que a obstrução seja leve, aplique golpes nas costas. Isso será suficiente para desobstruir as vias aéreas. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. Nos casos em que a vítima perde a consciência, deite­a com cuidado e imediatamente providencie ajuda. Inicie RCP com 30 compressões torácicas para 02 ventilações artificiais. A cada vez que for ventilar, inspecione a boca da vítima realizando varredura digital, procurando pelo objeto, e remova­o se visualizá­lo. Não realize varredura digital às cegas. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

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PRIMEIROS SOCORROS

Respostas dos Exercícios

1. Nos casos em que a obstrução seja leve, aplique golpes nas costas. Isso será suficiente para desobstruir as vias aéreas. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Isso poderá agravar ainda mais o quadro. Deixe a vítima tossir, pois essa é a melhor maneira de retirar o corpo estranho.

2. Nos casos em que a vítima perde a consciência, deite­a com cuidado e imediatamente providencie ajuda. Inicie RCP com 30 compressões torácicas para 02 ventilações artificiais. A cada vez que for ventilar, inspecione a boca da vítima realizando varredura digital, procurando pelo objeto, e remova­o se visualizá­lo. Não realize varredura digital às cegas. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B De fato a varredura às cegas pode acentuar ainda mais a obstrução.

Page 57: Apostila Ps Uninove

57

PRIMEIROS SOCORROS

Nesta aula, observaremos as particularidades da OVACE em crianças. Aproximadamente 600 lactentes/crianças morrem por ano, nos EUA, vítimas de OVACE. A prevenção é a principal arma contra problemas emergenciais com crianças, pois a partir do momento em que passam a

ser vítimas, se tornam ainda mais frágeis e vulneráveis.

AULA 12 • OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE) EM CRIANÇAS

Prevenção do Engasgo (OVACE)

A prevenção é a principal arma contra problemas emergenciais com crianças, pois a partir

do momento em que passam a ser vítimas, se tornam ainda mais frágeis e vulneráveis.

Aproximadamente 600 lactentes/crianças morrem por ano, nos EUA, vítimas de OVACE.

Portanto, é recomendado que:

• Supervisione as crianças quando elas estão brincando ou comendo;

• Evite alimentos redondos e duros p/ crianças abaixo de 4 a 5 anos (amendoins, cenouras

cruas, pipocas e doces duros);

• Mantenha itens pequenos fora do alcance;

• Aprenda primeiros socorros e reanimação cardiopulmonar;

• Cuidado c/ brinquedos que possam passar pelo buraco do tubo de papelão do papel

higiênico. Essa é a medida de referência para que brinquedos não passem pelas vias

aéreas de uma criança.

Desobstrução das Vias Aéreas em Crianças Conscientes ­ Idade entre 1 a 8

anos

Estimule a tosse enquanto for possível, pois o fluxo expiratório provocado por ela é a

melhor forma de desobstrução.

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PRIMEIROS SOCORROS

Em obstruções mais severas, a técnica difere da realizada para o adulto pela proporção da

força física empregada na compressão abdominal, podendo optar pelo uso de uma única mão

sobre o abdômen.

Insista nessa manobra até conseguir a desobstrução ou a vitima ficar inconsciente. Nesse

caso, solicite ajuda imediata e inicie as manobras de RCP com as técnicas específicas para essa

idade.

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PRIMEIROS SOCORROS

Desobstrução das Vias Aéreas em Bebês Conscientes ­ Idade entre 0 a 1 ano

Posicione o bebê de costas em seus braços e efetue 5 tapotagens no dorso. (entre as

escápulas)

Posicione o bebê de bruços em seu braço e efetue 5 compressões no esterno. (utilizando o

3º e 4º dedos)

Repita a seqüência de procedimento se a obstrução persistir.

Caso o bebe evolua com inconsciência, peça imediatamente ajuda e prossiga com os

procedimentos de RCP com as técnicas específicas para essa idade.

Verifique a presença da respiração.

Se ausente, tente ventilar 2 vezes. Se o ar não passar, é porque está obstruído.

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PRIMEIROS SOCORROS

Abra a boca da vítima e remova o corpo estranho em pinça com o dedo indicador e o

polegar, somente se puder visualizá­lo.

Exercícios

1. Em obstruções severas, a técnica empregada é idêntica a realizada para o adulto, podendo o socorrista optar pelo uso de uma única mão sobre o abdômen. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. Se durante o processo de desobstrução o bebê evoluir com inconsciência, peça imediatamente ajuda e prossiga com os procedimentos de RCP com as técnicas específicas para essa idade. Antes das ventilações, abra a boca da vítima e remova o corpo estranho, se visualizá­lo, utilizando a técnica de varredura digital. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. Em obstruções severas, a técnica empregada é idêntica a realizada para o adulto, podendo o socorrista optar pelo uso de uma única mão sobre o abdômen. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B A idéia não cita a questão da diferença da proporção da força física empregada nas compressões abdominais.

2. Se durante o processo de desobstrução o bebê evoluir com inconsciência, peça imediatamente ajuda e prossiga com os procedimentos de RCP com as técnicas específicas para essa idade. Antes das ventilações, abra a boca da vítima e remova o corpo estranho, se visualizá­lo, utilizando a técnica de varredura digital. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B A idéia cita o posicionamento inadequado das mãos para retirar o objeto. O dedo indicador e o polegar devem estar em forma de pinça.)

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PRIMEIROS SOCORROS

As hemorragias são entidades clínicas que merecem atenção especial, pois dependendo do seu grau podem levar a vítima à morte em curto espaço de tempo. Nesta aula, conheceremos

suas principais causas, tipos e quais as principais intervenções para corrigi­la.

AULA 13 • HEMORRAGIAS

As hemorragias podem ser divididas em 2 grandes grupos:

Externa: sangue visualizado pela lesão.

Interna: não aparente. O sangue não é visível, assim como nenhuma lesão significativa.

Esse tipo de hemorragia é suspeitado pela situação da ocorrência e dos dados clínicos da vítima.

Exemplo ilustrativo: casos de atropelamento com traumatismo abdominal em que os vasos

sangüíneos se rompem no interior do abdômen, mas nenhuma lesão é visível externamente.

Porém a vítima se encontra pálida, com o pulso rápido e fino, com dor local intensa. Trata­se de

uma vítima que necessita de transporte imediato ao hospital.

O controle de hemorragias deve ser realizado no próprio local. Siga as prioridades vitais: A

– abrir vias aéreas / coluna cervical; B – boa respiração; C – controle de hemorragias.

A melhor forma de controlar uma hemorragia externa é comprimir o local. Utilize luvas de

procedimento e comprima a lesão com gaze estéril. Quando a gaze ficar saturada de sangue,

não troque, coloque outra por cima dela.

Outro método para controlar a hemorragia é a Compressão dos Pontos Arteriais

(indicados pelas setas):

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PRIMEIROS SOCORROS

l

Antigamente, torniquetes eram utilizados, porém comprometem toda a circulação do

membro podendo causar perda do mesmo. Ultimamente só é utilizado em casos extremos (como

amputação do membro em que a hemorragia compromete a vida da vítima e deve ser controlada

imediatamente), quando o método da compressão não controla o sangramento. Uma vez

colocado, procure retirá­lo em ambiente hospitalar evitando afrouxá­lo durante o transporte, pois

substâncias nocivas formam­se abaixo do local do garroteamento e podem ser liberadas para o

organismo.

Elevar o membro é uma opção para diminuir o sangramento, porém pode ser prejudicial se

feito de maneira imprudente (elevar o membro inferior se houver fratura ou lesão da coluna

vertebral, por exemplo).

Exposição da Vítima

A vítima deve ser exposta para uma melhor avaliação, pois lesões potencialmente fatais

podem estar ocultas pelas vestes. Nas vítimas inconscientes, principalmente, podem passar

despercebidas durante um atendimento. Exemplo ilustrativo: vítima de atropelamento com

ferimento aberto de tórax por baixo da camisa.

Para a exposição, corte as roupas com tesouras próprias.

Cuidado com hipotermia!!!

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PRIMEIROS SOCORROS

A exposição serve apenas para procurar lesões ocultas. Uma vez examinada a vítima,

tome cuidado para que ela não perca calor. Vítimas com grandes hemorragias, por exemplo,

podem sofrer de hipotermia rapidamente.

A hipotermia piora a circulação, diminui o metabolismo geral e pode, em casos graves,

comprometer a respiração e o funcionamento cardíaco.

Utilize a manta aluminizada para evitar a perda de calor.

Exercícios

1. A melhor forma de controlar uma hemorragia externa é comprimir o local. Quando a gaze ficar saturada de sangue, troque­a e coloque outra por cima dela. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. A exposição serve apenas para procurar lesões ocultas. Uma vez examinada a vítima, tome cuidado para que ela não perca calor. Vítimas com grandes hemorragias, por exemplo, podem sofrer de hipotermia rapidamente. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. A melhor forma de controlar uma hemorragia externa é comprimir o local. Quando a gaze ficar saturada de sangue, troque­a e coloque outra por cima dela. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B A idéia está errada quando diz que se deve trocar a gaze após ficar saturada. Na verdade, a primeira gaze não deve ser trocada no intuito de promover o início do processo de coagulação.

2. A exposição serve apenas para procurar lesões ocultas. Uma vez examinada a vítima, tome cuidado para que ela não perca calor. Vítimas com grandes hemorragias, por exemplo, podem sofrer de hipotermia rapidamente. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: A De fato essas vítimas perdem calor rapidamente e devem ser mantidas aquecidas.

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64

PRIMEIROS SOCORROS

Acidentes que envolvem trauma podem causar fraturas que devem ser prontamente reconhecidas e tratadas a fim de não agravar o quadro. Nesta aula, falaremos sobre os tipos de

trauma e suas conseqüências, a importância de se imobilizar um seguimento corpóreo com suspeita de fratura e quais as técnicas específicas para esse procedimento.

AULA 14 • TRAUMA

Acidentes que envolvem trauma podem causar fraturas que devem ser prontamente

reconhecidas e tratadas a fim de não agravar o quadro. Quedas de escadas, por exemplo, são

comuns em locais de trabalho e uma avaliação cuidadosa deve ser feita principalmente nas

vítimas que se queixam de muita dor. A equipe de socorro deve, na suspeita ou na presença de

uma fratura, imobilizar adequadamente as partes envolvidas e transportar com cautela a vítima.

Definindo alguns termos:

Contusão: é uma “batida” ou uma “pancada” devido a um trauma que causa lesão de

partes moles, porém sem lesões aparentes, como cortes. Exemplo ilustrativo: martelada leve no

dedo que não causa deformidade ou fratura.

Luxação: os ossos são mantidos em suas posições por estruturas fibrosas denominadas

ligamentos. Quando rompem e ocorre perda da forma habitual da articulação (desarticulação) por

perda da sustentação dos ossos tem­se um caso de luxação.

Entorse: é um grau mais leve do que a luxação. O comprometimento dos ligamentos não

causa desarticulação. Exemplo ilustrativo: quando alguém “torce” o pé descendo a escada rapidamente.

Fratura: é a “quebra” do osso que pode ser desde casos em que o osso apenas “trinca”

até aqueles em que fica “triturado”. As fraturas podem ser fechadas ou expostas. Nestas,

visualiza­se parte do osso para fora da pele. A fratura fechada é suspeitada pelo quadro de

inchaço, vermelhidão, limitação dos movimentos e dor local intensa.

Page 65: Apostila Ps Uninove

65

PRIMEIROS SOCORROS

Na presença de tais sinais, providencie imobilização para o transporte.

NOTA: evite manipular demais a vítima, isso pode agravar o quadro.

Técnicas de imobilização:

1) Alinhar os membros, se possível. Não force o alinhamento se a vítima se queixa de

muita dor ou há espasmo muscular. Se você não estiver seguro, imobilize do jeito que

encontrar a vítima. Muitas vezes, essa é a melhor maneira, uma vez que as talas

utilizadas atualmente são flexíveis (moldáveis).

• Não se devem alinhar os membros nos casos de deformidades de articulações

(joelhos, cotovelos, tornozelos, etc). O risco de lesão em nervos e vasos sangüíneos é

muito alto nesses locais.

2) Imobilizar os membros com talas que deverão abranger uma articulação acima e uma

abaixo do local de fratura. A colocação de uma tala apenas no local de fratura não

estabiliza o membro envolvido.

Avaliação da vítima:

1) Peça para a vítima mover o membro em questão. Não force nenhum movimento.

2) Movimente os membros delicadamente, se possível.

3) Procure por sinais de: hematomas, inchaço, dor, limitação dos movimentos e

vermelhidão.

Por que imobilizar?

• Limita a dor (principal motivo)

• Limita lesões de partes moles

• Controla hemorragias

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PRIMEIROS SOCORROS

3) Procure avaliar a circulação periférica (sinais de má circulação: pele fria e pálida) após o

procedimento. Cuide para que não fique muito frouxo ou apertado.

4) Nos casos de fratura exposta, não tente recolocar o osso para dentro. Utilize talas que

podem ser moldadas de acordo a posição do membro acometido.

Caso não tenha esse tipo de tala, pode improvisar com papelão dobrado ou madeira, por

exemplo. Basta apenas seguir os princípios corretos para imobilização.

Utilize ataduras de crepe no enfaixamento.

Imobilizando...

1) Inicie o enfaixamento da extremidade para o centro.

Princípios de imobilização:

1) Não apertar demais, pois pode haver comprometimento da circulação por

garroteamento.

2) Não deixar frouxo demais. Pode piorar o quadro durante o transporte.

3) Comece o enfaixamento da extremidade para o centro.

4) Procure deixar os dedos visíveis. É um bom parâmetro para avaliar se não há piora

do quadro, principalmente, quanto à circulação.

5) Evite dar o nó logo acima do local de lesão.

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PRIMEIROS SOCORROS

2) Não enfaixe diretamente na articulação. Passe a atadura para o outro lado formando um

“triângulo”.

3) Continue enfaixando até completar uma volta.

4) Repita o procedimento do item 2.

Após algumas voltas, sempre fazendo o “triângulo”, continue até a outra extremidade do

membro.

Obs.: a melhor maneira de aliviar a dor, em casos de fratura, é a imobilização.

Não esquente o local enquanto este estiver inflamado (quente, vermelho e inchado). Nesse

momento, o calor acentua ainda mais o quadro e aumenta o processo inflamatório.

Para aliviar a dor em casos de entorse ou contusão:

1) Aplique gelo: em bolsa, de preferência;

2) Procure interpor uma toalha úmida entre o gelo e a pele;

3) Aplique por 20 a 30 minutos seguidos e retire. Repita o procedimento a cada 3 horas

caso não houver melhora.

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PRIMEIROS SOCORROS

Exercícios

1. A imobilização de um seguimento com suspeita de fratura deve ser realizada, pois: Limita a dor (principal motivo), limita lesões de partes moles, controla hemorragias e é tratamento definitivo nesses casos. Pode­se dizer que essa colocação está: a) Correta. b) Incorreta.

2. Nas imobilizações, o alinhamento deve ser realizado nos casos de deformidades de articulações (joelhos, cotovelos, tornozelos, etc), pois só assim a imobilização surtirá os efeitos desejados. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. A imobilização de um seguimento com suspeita de fratura deve ser realizada, pois: Limita a dor (principal motivo), limita lesões de partes moles, controla hemorragias e é tratamento definitivo nesses casos. Pode­se dizer que essa colocação está: RESPOSTA CORRETA: B A colocação está incorreta quando diz que a imobilização é um tratamento definitivo, pois é tratamento provisório emergencial para que a vítima seja transportada com segurança.

2. Nas imobilizações, o alinhamento deve ser realizado nos casos de deformidades de articulações (joelhos, cotovelos, tornozelos, etc), pois só assim a imobilização surtirá os efeitos desejados. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: A Não se devem alinhar os membros, pois o risco de lesão em nervos e vasos sangüíneos é muito alto nesses locais.

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PRIMEIROS SOCORROS

Em vítimas com suspeita de trauma, prioriza­se de imediato a imobilização da coluna cervical. Essa imobilização se faz necessária, pois qualquer movimento inadequado pode afetar

diretamente a medula espinal causando danos muitas vezes irreversíveis. Nesta aula, aprenderemos a utilizar o colar cervical, o principal recurso para a imobilização desse seguimento.

A aula ainda segue demonstrando a utilização da prancha longa de transporte e a retida do capacete em acidentes automobilísticos.

AULA 15 • A COLUNA CERVICAL

Em vítimas com suspeita de trauma, prioriza­se de imediato a imobilização da coluna

cervical.

Segure a cabeça da vítima de modo que não haja movimentos da coluna (desde o

pescoço) e inicie a avaliação. Aplique o colar cervical e os imobilizadores laterais de cabeça para

o transporte.

Tenha sempre em mente que toda a coluna vertebral deve ser protegida.

Transporte a vítima na prancha longa.

Não se esqueça do colar cervical e dos Imobilizadores laterais de cabeça.

O colar cervical limita o movimento de flexão do pescoço em torno de 90%. Porém,

movimentos laterais e de rotação, assim como de extensão, são limitados em torno de 50%,

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PRIMEIROS SOCORROS

apenas. Portanto, o transporte só será seguro com o uso do imobilizador lateral de cabeça e

prancha longa.

Ao aplicar o colar cervical, a cabeça da vítima deverá ser alinhada com o pescoço,

gentilmente, de modo que fiquem em linha reta. Em raras situações de deformidades do

pescoço, em que a cabeça não se encontra na mesma linha do pescoço, a imobilização deve ser

realizada sem nenhum manuseio.

Contra­indicações do alinhamento da cabeça e do pescoço:

1) Espasmo muscular (contração muscular que dificulta o manuseio);

2) Dor progressiva;

3) Início ou piora dos déficits neurológicos;

4) Comprometimento das vias aéreas / ventilação;

5) Vítimas inconscientes.

Nas situações acima, o socorrista deve interromper imediatamente o procedimento.

Para selecionar o tamanho correto do colar cervical, trace uma linha que passa pela

ponta do queixo até a base do pescoço. Meça e compare com o colar a partir do pino preto até o

final da parte rígida do colar (descarte a parte de espuma).

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PRIMEIROS SOCORROS

Colar cervical colocado

Como retirar o capacete da vítima

A remoção do capacete é importante para iniciar a avaliação primária da vítima. São

necessários 02 socorristas aptos para realizar tal procedimento.

Soc.1 ­ Segurar firmemente o capacete com os dedos na borda da mandíbula.

Soc.2 – Soltar a presilha do queixo.

Soc.1 – Retirar lentamente o capacete. Cuidado com o nariz e as orelhas da vítima.

Soc.2 – Posicionar uma das mãos com os dedos nos ângulos da mandíbula. Posicionar a

outra mão atrás da nuca.

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PRIMEIROS SOCORROS

Soc.1 – Segure a cabeça da vítima, sustentado­a. Notar que se forma um vão entre a

cabeça e o solo correspondente à espessura do capacete.

Soc.2 – Coloque o colar cervical.

Colocar um suporte atrás da nuca (pode ser uma camisa dobrada, por exemplo).

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PRIMEIROS SOCORROS

Técnicas de transporte de vítimas em prancha longa

Técnica do rolamento:

Níveis a serem fixados para “rolar” a vítima: cabeça, axilas (ombros), pelve (bacia) e

pernas. Notar que os socorristas cruzam os braços para dar mais estabilidade durante o

procedimento (seta).

O socorrista que fixa a cabeça deve contar alto e com um movimento único e sincronizado,

realizar rotação de 90 graus da vítima, posicionando a prancha longa em suas costas. Lembre­se:

a vítima deve ser movimentada “em bloco”.

O socorrista que fixa a cabeça conta novamente, e movimentando a vítima “em bloco”,

retorná­la à posição deitada sobre a prancha longa.

Caso a vítima fique com o corpo para fora da prancha longa, ajeitá­la em movimentos

suaves, sempre “em bloco”, de maneira que fique bem posicionada.

Obs.: nos casos em que a vítima esteja em decúbito ventral (“barriga para baixo”), a

rotação deve ser de 180 graus.

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PRIMEIROS SOCORROS

Elevação a Cavaleiro:

Os mesmos níveis do corpo da vítima devem ser fixados: cabeça, axilas, pelve e pernas.

Os socorristas devem se posicionar de frente para a vítima com a prancha longa ao lado. Em um

movimento sincronizado, levantar a vítima “em bloco” e colocá­la sobre a prancha longa.

Técnicas de aplicação da prancha longa com a vítima em pé:

• Com 03 socorristas:

O socorrista 1 imobiliza a coluna cervical com as mãos enquanto o socorrista 2 aplica o

colar cervical. O terceiro socorrista posiciona a prancha longa atrás da vítima.

O socorrista 3 segura a cabeça da vítima.

Essa técnica deve ser utilizada em casos de:

• Objeto cravado

• Fratura de pelve

• Evisceração

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PRIMEIROS SOCORROS

Os socorristas 1 e 2 passam um braço por baixo das axilas da vítima segurando nos

pegadores da prancha longa. A outra mão segura firmemente a prancha longa. Seus braços não

devem estar acima dos braços do socorrista 3.

Em movimentos sincronizados, abaixar a prancha longa.

• Com 02 socorristas:

Cada socorrista passa um dos braços por baixo das axilas da vítima segurando nos

pegadores da prancha longa. Imobilizar a cabeça com as outras mãos. Em movimentos

sincronizados, abaixar a prancha longa.

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PRIMEIROS SOCORROS

Exercícios

1. O colar cervical limita o movimento de flexão e extensão do pescoço em torno de 90%. Isso é suficiente para uma boa imobilização em prancha longa. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. Em caso de traumas graves, o colar cervical passa ser prioridade, mesmo que a vítima esteja inconsciente. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. O colar cervical limita o movimento de flexão e extensão do pescoço em torno de 90%. Isso é suficiente para uma boa imobilização em prancha longa. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B A idéia está incorreta, pois é necessário limitar os movimentos laterais e de rotação. Isso só é possível através do uso do imobilizador lateral de cabeça.

2. Em caso de traumas graves, o colar cervical passa ser prioridade, mesmo que a vítima esteja inconsciente. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Na verdade o colar cervical está contra indicado nesse caso, pois a prioridade nesse momento é a manutenção da respiração e pulsação. Na presença do colar cervical, não é possível realizar a abertura das vias aéreas.

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PRIMEIROS SOCORROS

Acidentes que envolvem lesões na cabeça podem variar desde cortes simples no couro cabeludo, até o acometimento de estruturas do sistema nervoso, que levam à morte instantânea.

Esses tipos de lesões são denominados, em conjunto, de traumatismo crânio­encefálico. O traumatismo crânio­encefálico comumente relaciona­se com outra emergência médica

denominada traumatismo raquimedular. Nesses casos, a lesão envolve a coluna vertebral, acometendo a medula espinhal. O reconhecimento imediato dessas emergências é primordial,

pois se trata de emergências em que a vítima pode evoluir a óbito dentro de pouco tempo.

AULA 16 • TRAUMATISMO CRÂNIO­ENCEFÁLICO / TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR

Há uma comunicação constante do cérebro com o restante do corpo. Entre eles, há uma

troca contínua de informações, sem interrupções, de tudo o que ocorre com nosso organismo, e

seu elo de ligação é uma estrutura chamada medula espinhal, que percorre toda a extensão da

coluna vertebral. Dela saem nervos que se distribuem para as diversas partes do nosso corpo.

No cérebro, são produzidos o pensamento, as crenças, as recordações, o comportamento

e o humor. Ele coordena o movimento, o tato, o olfato, a audição e a visão. Graças ao cérebro, as

pessoas formam palavras, compreendem e realizam operações matemáticas. A música não

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PRIMEIROS SOCORROS

existiria sem ele. Além disso, revisa todos os estímulos oriundos dos órgãos internos, da

superfície corporal ou dos olhos, dos ouvidos e do nariz.

Acidentes que envolvem lesões na cabeça podem variar desde cortes simples no couro

cabeludo até o acometimento de estruturas do sistema nervoso, que levam à morte instantânea.

Esses tipos de lesões são denominados, em conjunto, de traumatismo crânio­encefálico.

A identificação da gravidade do quadro nem sempre é imediata, necessitando, por vezes,

de uma cuidadosa observação clínica, pois existem inúmeros quadros muito mais sérios do que

aparentam. Por exemplo: idosos, vítimas de queda da própria altura, com trauma na cabeça.

Muitas vezes, não há perda da consciência no momento do acidente com a vítima assintomática

até a hora da consulta médica. Horas depois evolui com dor de cabeça, que piora

progressivamente a alteração da consciência, entrando em um estado de coma profundo. Casos

como este não são raros. Hemorragias intracranianas (dentro do crânio), que evoluem

lentamente, podem estar presentes no momento do acidente e passam despercebidas caso não

seja realizada uma criteriosa avaliação e observação médica.

Por outro lado, as lesões podem ser bem evidentes, como hemorragias, exposição de

massa encefálica ou afundamentos no crânio.

O traumatismo crânio­encefálico comumente se relaciona com uma outra emergência

médica denominada traumatismo raquimedular. Nesses casos, a lesão envolve a coluna

vertebral, acometendo a medula espinhal. O quadro típico é:

• Paralisia

• Alterações sensitivas

• Perda do controle da evacuação e micção

• Dificuldade respiratória

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PRIMEIROS SOCORROS

Atenção!! Vítimas que apresentem:

• Alteração do nível de consciência

• Vômitos

• Dor de cabeça progressiva

• Saída de líquido claro (como água) pelo nariz ou ouvidos

• “Olhos de Guaxinim”

São sinais que podem estar envolvidos com traumatismo crânio­encefálico grave, em que

a vítima pode evoluir a óbito dentro de pouco tempo.

O atendimento

Protocolos criados por especialistas da área médica organizam o atendimento em uma

seqüência de ações que obedecem a uma ordem de acordo com as chamadas prioridades

vitais. Isso quer dizer que a respiração e a circulação devem receber um tratamento prioritário na

“Olhos de Guaxinin”: note a vermelhidão em volta dos olhos.

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PRIMEIROS SOCORROS

abordagem inicial de uma vítima, pois são elas as principais determinantes da vida ou da morte

em uma situação de emergência.

De uma maneira geral, as vítimas são atendidas seguindo­se uma mesma seqüência de

avaliação e tratamento. Garantir uma respiração efetiva de um acidentado que não respira, por

exemplo, é mais importante do que imobilizar um braço fraturado. As equipes de emergências

médicas são preparadas para identificar os fatores que merecem atenção imediata e os que

podem ser tratados secundariamente. Para não se perder no atendimento, basta seguir os

protocolos.

Como iniciar o atendimento primário?

Em primeiro lugar, pense na sua segurança. Você jamais deve ser uma outra vítima. Isso

pode significar um transtorno ainda maior para as equipes de emergência empenhadas no

conturbado ambiente do atendimento.

Cuide para que o local seja devidamente sinalizado em um acidente automobilístico, por

exemplo. Locais confinados com pessoas desmaiadas, sem causa aparente, podem estar repletos

de gases tóxicos, e sem equipamentos de proteção individual, você poderá ser mais uma vítima.

Exercícios

1. Alteração do nível de consciência, vômitos, dor de cabeça progressiva, saída de líquido claro (como água) pelo nariz ou ouvidos, “Olhos de Guaxinim” são sinais e sintomas relacionados ao traumatismo raquimedular. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. O atendimento do traumatismo crânio­encefálico obedece a uma ordem de acordo com as chamadas prioridades vitais. Isso quer dizer que a respiração e a circulação devem receber um tratamento prioritário. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. Alteração do nível de consciência, vômitos, dor de cabeça progressiva, saída de líquido claro (como água) pelo nariz ou ouvidos, “Olhos de Guaxinim” são sinais e sintomas relacionados ao traumatismo raquimedular. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Na verdade esses sinais e sintomas são decorrentes do traumatismo crânio­encefálico.

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PRIMEIROS SOCORROS

2. O atendimento do traumatismo crânio­encefálico obedece a uma ordem de acordo com as chamadas prioridades vitais. Isso quer dizer que a respiração e a circulação devem receber um tratamento prioritário. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: A De fato a prioridade nesse atendimento deve estar voltada ao suporte dos sinais vitais, pois são eles os principais determinantes da vida ou da morte em uma situação de emergência.

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PRIMEIROS SOCORROS

Nesta aula, falaremos sobre algumas emergências clínicas, como: distúrbios causados pelo calor, distúrbios da pressão arterial e hipoglicemia. Aprenderemos a reconhecer essas

entidades patológicas e qual as suas conseqüências, e entenderemos como proceder diante de vítimas com tais sintomas.

AULA 17 • EMERGÊNCIAS CLÍNICAS I

Distúrbios causados pelo calor:

As pessoas idosas, as muito obesas e os etilistas crônicos são especialmente propensos a

desenvolverem distúrbios causados pelo calor, assim como as pessoas que fazem uso de

determinados medicamentos ou que consomem certas drogas (álcool e cocaína).

Os esforços físicos excessivos, em um ambiente muito quente ou em um local mal

ventilado, devem ser evitados. Recomenda­se a reposição de líquido e sais perdidos pelo suor

através da ingestão de bebidas e alimentos levemente salgados.

Existem bebidas que contêm quantidades adicionais de sais (isotônicos) e são uma opção.

Quando o esforço em um ambiente quente não pode ser evitado, é importante que a pessoa beba

muito líquido e refresque a pele.

Exaustão pelo calor

A exposição a temperaturas elevadas pode fazer com que a pessoa perca uma quantidade

excessiva de líquido e sais (eletrólitos) com o suor, particularmente durante um esforço físico

intenso, alterando a circulação e a função cerebral. Como resultado, pode ocorrer a exaustão pelo

calor, raramente grave.

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PRIMEIROS SOCORROS

Intermação

A intermação é uma condição potencialmente letal resultante de uma exposição longa ao

calor, em que a pessoa não pode suar o suficiente para baixar a temperatura corpórea.

Determinadas doenças (esclerodermia e fibrose cística) diminuem a capacidade da pessoa suar,

aumentando o risco de intermação.

Reconhecimento:

• Fadiga

• Sudorese abundante

• Sensação de desmaio ao ficar em pé

• Confusão mental

• Queda da pressão arterial e desmaio

O que fazer:

• Deitar a vítima completamente ou deixá­la recostada com a cabeça mais baixa que o

restante do corpo;

• Reposição líquida e de sais.

Reconhecimento:

• Dor de cabeça

• Vertigem

• Fadiga

• Diminuição da sudorese

• Pele quente, avermelhada e, comumente, seca

• Freqüência cardíaca aumentada (pode atingir de 160 a 180 batimentos por minuto)

• Temperatura corpórea pode atingir 40 a 41°C

• Confusão mental

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PRIMEIROS SOCORROS

Câimbras Causadas pelo Calor

As câimbras causadas pelo calor são decorrentes da perda excessiva de líquidos e sais

(eletrólitos), resultante da sudorese intensa, como ocorre durante um esforço extenuante.

Freqüentemente, começam subitamente nas mãos, nas panturrilhas ou nos pés. Geralmente, elas

são dolorosas e incapacitantes. Os músculos tornam­se duros, tensos e difíceis de serem

relaxados.

Podem ser prevenidas ou tratadas com o consumo de bebidas ou alimentos contendo sal.

Distúrbios da Pressão Arterial

A Pressão Arterial (PA)

Basicamente, os valores da PA são determinados por fatores que influem no volume

sangüíneo e no calibre dos vasos sangüíneos.

A PA diminui se o coração bater mais lentamente ou se suas contrações forem

fracas, pois o volume de sangue bombeado é menor. Da mesma maneira, quando os

batimentos cardíacos são muito rápidos, há queda nos valores pressóricos, pois o

coração falha como bomba.

• Perda da consciência

• Convulsões

• Lesão cerebral ou morte

O que fazer:

A intermação é uma emergência e as medidas devem ser instituídas imediatamente. A

pessoa que não puder ser levada rapidamente a um hospital deve ser envolta com

roupas ou lençóis molhados ou imersa em água fria, enquanto se aguarda o transporte.

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PRIMEIROS SOCORROS

A PA aumenta quanto maior for o volume sangüíneo e vice­versa. Por isso, casos de

desidratação ou de hemorragias significativas podem provocar sua diminuição por redução da

quantidade de sangue no sistema circulatório.

Uma maior resistência ao fluxo de sangue, determinada pela contração dos vasos

sangüíneos, provoca o aumento da PA. Por outro lado, quando relaxam, como nos casos de

hipertermia, o sangue fica “represado” provocando queda nos valores pressóricos.

Os principais órgãos envolvidos no controle da PA são:

Coração: aumentando a freqüência e a força dos batimentos cardíacos, determinando o

aumento do volume de sangue bombeado;

Rins: regulando a excreção de água e, dessa maneira, controlando o volume de sangue

circulante;

Vasos sangüíneos: provocando constrição, de modo a alterar sua capacidade,

aumentando a PA.

A PA é responsável pela irrigação das células de nosso corpo comprometendo­se em

distribuir adequadamente oxigênio, nutrientes, substâncias e células fundamentais para a

manutenção de nossas vidas, além da remoção dos resíduos gerados. Sua diminuição torna lento

ou mesmo interrompe todo esse processo, acarretando sérias conseqüências ao organismo, que

pode correr risco de vida. Inversamente, o aumento da PA pode gerar resultados desastrosos,

como hemorragias cerebrais. Portanto, o controle adequado dos níveis pressóricos, através de

acompanhamentos médicos, é fundamental.

Dois valores de PA são determinados por aparelhos chamados esfigmomanômetros: a

sistólica e a diastólica. A pressão sistólica é o valor máximo registrado no momento da contração

do coração para distribuir sangue para o organismo. Após este período, ele relaxa e a pressão

está no seu nível mais baixo, a chamada pressão diastólica. Esses valores são descritos em

unidades de mm de Mercúrio (Hg).

Valores pressóricos, abaixo de 90x60 mmHg, são considerados baixos (hipotensão), e

acima de 140x90 mmHg, elevados (hipertensão). Não necessariamente os dois valores devem

estar alterados para identificar a hiper ou a hipotensão. Por exemplo, uma pessoa pode

apresentar medida de 170x80 mmHg. Nesse caso, considera­se hipertensão pelo valor elevado

da pressão sistólica.

Nota: o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS) deve ser feito pelo médico.

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PRIMEIROS SOCORROS

Queda de Pressão Arterial (hipotensão)

O desmaio é uma perda súbita e breve da consciência relacionado ao aporte inadequado

de oxigênio e outros nutrientes ao cérebro, o qual geralmente é provocado por uma diminuição

temporária do fluxo sangüíneo.

Essa redução ocorre sempre que o organismo não consegue compensar rapidamente uma

queda na PA. Certos indivíduos apresentam esse quadro durante o exercício, pois neles a

demanda de oxigênio pelo organismo aumenta subitamente e o coração é incapaz de manter

valores pressóricos adequados. Esse tipo de desmaio é denominado síncope de exercício ou de

esforço.

Contudo, a PA também pode diminuir quando a pessoa está desidratada, em decorrência

de exercícios físicos intensos, diarréia ou vômitos incoercíveis.

Às vezes, a ansiedade leva ao aumento da freqüência respiratória, fazendo com que o

nível de gás carbônico no sangue diminua e o de oxigênio aumente. Nessa situação, os vasos

sangüíneos do cérebro se contraem e o indivíduo pode ter uma sensação de desmaio, mas,

muitas vezes, não chega a perder a consciência.

A hipotensão ortostática é a queda excessiva da PA quando a pessoa fica em pé a partir de

uma posição sentada ou até mesmo deitada. Nessa situação, há diminuição do fluxo sangüíneo

para o cérebro e o desmaio é comum. Não se trata de uma doença específica, mas uma

incapacidade de regular rapidamente a PA na mudança da posição corporal. As causas são

várias, porém, basicamente, o que ocorre quando o indivíduo assume a posição em pé,

abruptamente, é o acúmulo de sangue nas veias dos membros inferiores e na parte inferior do

corpo pela gravidade. Isso reduz discretamente o volume sangüíneo, que retorna ao coração e,

conseqüentemente, a quantidade bombeada. Em conseqüência, ocorre uma queda da PA

momentânea.

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87

PRIMEIROS SOCORROS

Em um indivíduo normal, há compensação imediata em que: o coração bate mais rápido e

suas contrações tornam­se mais fortes e os vasos sangüíneos se contraem. Se essas respostas

compensatórias não ocorrerem ou forem lentas, o indivíduo apresentará hipotensão ortostática.

A hipotensão pode ocorrer em pessoas saudáveis, porém pode estar associada a

enfermidades graves, como: ataque cardíaco (infarto agudo do miocárdio), hemorragias graves,

acidente vascular cerebral, estados de choque.

Reconhecimento:

• Fraqueza;

• Tontura;

• Visão turva;

• Náuseas/vômitos;

• Sudorese (suor excessivo);

• Dor de cabeça;

• Extremidades frias;

• Pulso fino.

O que fazer:

• Deite a vítima em um local arejado.

• Não eleve a cabeça. Mantenha as pernas elevadas.

• Se a vítima sentar­se com demasiada rapidez ou se for carregada em posição ereta,

pode ocorrer desmaio.

• Aqueça a vítima. Previna a perda de calor.

• Em vítimas conscientes, com história de má alimentação e baixa ingesta de líquidos

em dias quentes, forneça bebidas isotônicas.

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88

PRIMEIROS SOCORROS

Geralmente, nos indivíduos jovens, não são necessárias investigações diagnósticas.

Entretanto, nas pessoas idosas, o desmaio pode ser decorrente de diversos problemas que

impedem o ajuste adequado do coração e dos vasos sangüíneos a uma redução na PA. Nesse

caso, o tratamento dependerá da causa, que deverá ser investigada com mais detalhes.

Aumento da Pressão Arterial (emergências hipertensivas)

A PA pode aumentar por causas simples, como estresse emocional, ou por fatores

potencialmente fatais, que devem ser identificados rapidamente. O aumento da PA pode estar

relacionado a sérios danos em órgãos, como o coração, o cérebro ou os rins, acarretando

seqüelas permanentes ou risco de vida, exigindo uma imediata redução através de drogas por via

intravenosa (as chamadas emergências hipertensivas).

O quadro clínico depende principalmente dos órgãos envolvidos. A avaliação médica deve

ser providenciada o quanto antes em vítimas que apresentem valores pressóricos elevados

associados a:

• Dor no peito;

• Falta de ar intensa;

• Alteração da consciência;

• Confusão mental;

• Perda ou alteração nos movimentos de membros;

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PRIMEIROS SOCORROS

• Visão borrada.

Lembrar que algumas gestantes podem desenvolver hipertensão severa, caracterizando

uma emergência hipertensiva chamada ECLÂMPSIA. As urgências hipertensivas, por outro lado,

são aquelas situações que necessitam de redução da PA, porém em algumas horas, e os

medicamentos administrados são, geralmente, por via oral e de ação curta.

Conduta nos casos de urgências e emergências hipertensivas:

• Mantenha a vítima deitada em local arejado e calmo.

• Eleve a cabeça e o tórax em torno de 30 a 45 graus. Deixe a vítima confortável.

• Evite movimentá­la.

• Chame o serviço médico o quanto antes, pois a compensação da PA só será possível

através de medicamentos. A compensação do quadro clínico, dependendo do caso, é

realizada em unidade de terapia intensiva (UTI).

Hipoglicemia

A glicose é um tipo de açúcar utilizado como fonte energética no nosso organismo.

Basicamente, seus níveis no sangue (glicemia) são controlados por uma variedade de hormônios

que agem na utilização de glicose pelas células, sua produção e seu armazenamento em

determinados órgãos (como os músculos e o fígado).

Dentre estes, a Insulina é responsável pela diminuição da glicemia e é o foco do problema

dos diabéticos que não têm esse controle adequado, pois não produzem esse hormônio em

quantidade suficiente, além de apresentarem outros distúrbios relacionados à própria ação dele.

Dessa maneira, precisam compensar esse controle glicêmico com medicamentos chamados

hipoglicemiantes orais ou uso de Insulina injetável, conforme o caso. O grande problema é que

uma vez administrados, inevitavelmente ocorrerão processos metabólicos que irão diminuir a

glicemia. Para que o nível de glicose no sangue se mantenha normal, o paciente deverá se

alimentar adequadamente. Quando essa alimentação não acontece, ocorre a hipoglicemia.

Fonte de energia importante principalmente para o cérebro, a glicose desempenha papel

fundamental em nosso metabolismo e sua diminuição excessiva pode levar a um estado de coma.

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90

PRIMEIROS SOCORROS

A vítima torna­se inconsciente e só a administração suplementar e rápida de glicose poderá

restabelecê­la.

Existem diversas causas para a hipoglicemia, porém a mais comum é o uso de

medicamentos hipoglicemiantes orais e Insulina.

Exercícios

1. A exaustão pelo calor é uma condição potencialmente letal resultante de uma exposição longa ao calor, em que a pessoa não pode suar o suficiente para baixar a temperatura corpórea. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Reconhecimento:

• Fraqueza;

• Tontura;

• Desmaio;

• Sudorese (suor excessivo);

• Dor de cabeça;

• Coma.

O que fazer:

• Forneça glicose o quanto antes. O ideal é identificar a hipoglicemia em seus estágios

precoces antes do rebaixamento da consciência. Pode­se oferecer glicose na forma de

açúcar ou mel. A equipe médica habitualmente administra glicose hipertônica de uso

endovenoso.

• Preferencialmente, verifique a glicemia através de glicosímetros, confirmando a

hipoglicemia e monitorando os níveis após a administração de glicose. Níveis abaixo de

60 mg/dL ou 3,3 mmol/L associados a sintomas são indicativos de hipoglicemia.

• Sempre cuide da respiração e da circulação através do suporte básico de vida.

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91

PRIMEIROS SOCORROS

2. Nos casos de hipertensão arterial associado a sinais, como dor no peito e falta de ar, o correto é manter a vítima em repouso, deitada, com as pernas elevadas e chamar a ajuda imediatamente. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. A exaustão pelo calor é uma condição potencialmente letal resultante de uma exposição longa ao calor, em que a pessoa não pode suar o suficiente para baixar a temperatura corpórea. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Essa colocação está errada quando relaciona esses sinais e sintomas à exaustão, quando, na verdade, eles se referem à intermação.

2. Nos casos de hipertensão arterial associado a sinais, como dor no peito e falta de ar, o correto é manter a vítima em repouso, deitada, com as pernas elevadas e chamar a ajuda imediatamente. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B A posição de repouso descrita na frase está contra­indicada, pois isso pode potencializar o aumento de pressão no cérebro, podendo complicar ainda mais o quadro.

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92

PRIMEIROS SOCORROS

As emergências clínicas continuam nesta aula. Agora falaremos sobre convulsões, acidente vascular encefálico (AVE), intoxicações agudas e asma. Aprenderemos a reconhecer

essas emergências e como proceder em cada caso.

AULA 18 • EMERGÊNCIAS CLÍNICAS II

Convulsões

O sistema nervoso central (SNC) é constituído por órgãos responsáveis pelos movimentos

corpóreos, fala, atenção, memória, sensações, enfim, são o centro que comanda nosso

organismo. Um de seus componentes mais conhecidos, o cérebro, é dividido em múltiplas áreas

funcionalmente distintas, isto é, cada parte dele é responsável por cada função que executamos

no nosso dia­a­dia, como sentimentos, movimentos dos braços e assim por diante.

Quando pensamos em pegar uma caneta, por exemplo, são gerados estímulos elétricos

em determinadas regiões do SNC, que são conduzidos até os músculos envolvidos, fazendo com

que se contraiam de maneira coordenada para realizar o objetivo. De maneira semelhante, um

estímulo doloroso na mão envolve nervos que levam essa informação ao SNC, que interpreta

como uma sensação de dor, ativando a atenção, os músculos responsáveis pela retirada da mão

e tudo o que está relacionado aos atos de defesa. Tudo funciona de forma altamente organizada.

Determinadas causas podem provocar distúrbios nas atividades elétricas normais do

cérebro e levam a uma situação caótica com vários impulsos gerados, que percorrem o órgão em

diversos sentidos de forma totalmente desorganizada. Isso provoca estímulos das diversas

regiões cerebrais, desencadeando as funções por elas estabelecidas de uma vez só. O que

ocorre, então, são movimentos, sensações e atos não desejados pelo paciente, de modo

involuntário. Portanto, a pessoa que está convulsionando não tem controle do que está fazendo e,

na maioria das vezes, nem tem consciência.

Convulsão é um distúrbio neurológico transitório decorrente de uma descarga neuronal

paroxística no cérebro. Epilepsia denota qualquer desordem caracterizada por convulsões

recorrentes.

Page 93: Apostila Ps Uninove

93

PRIMEIROS SOCORROS

As causas são muitas e a avaliação deverá ser realizada por um médico. Como exemplos,

podemos citar: trauma, infecções que envolvem o SNC (meningite), oxigenação insuficiente do

cérebro, baixos níveis de glicose no sangue, acidente vascular cerebral (derrame), tumor cerebral

e drogas, como anfetaminas, cocaína. Entre as principais causas, temos: abstinência alcoólica ou

modificações nas doses das medicações. As convulsões podem ser classificadas em

generalizadas e parciais.

As crises generalizadas caracterizam­se pelo envolvimento difuso de todo o cérebro

desde o início. São os casos em que a vítima apresenta um quadro exuberante com amplos

movimentos de todo o corpo. É o quadro mais comumente encontrado. Nas crises parciais,

apenas uma parte limitada do cérebro é ativada, podendo generalizar­se posteriormente. Pode ser

classificada em simples, em que a consciência é preservada, e complexa, com alteração do nível

de consciência. Os sinais e sintomas podem ser motores, sensoriais ou psíquicos, de acordo com

a área estimulada.

O que fazer no momento da convulsão:

• Proteja a vítima de lesões, afastando­a dos objetos à sua volta.

• Tome cuidado em especial com a cabeça da vítima. Segure­a evitando traumas no chão

e, se possível, vire­a de lado para evitar aspiração de secreções.

A vítima deve receber atendimento médico o quanto antes nos casos de convulsões que

duram continuamente por mais de 5 minutos ou 2, ou mais crises, sem que haja

recuperação da consciência entre elas.

Reconhecimento:

• As convulsões, freqüentemente, são precedidas por sensações de odores, sabores ou

visões, sem motivo aparente, chamadas de auras.

• Contrações descoordenadas, desde espasmos leves a movimentos bruscos com os

membros.

• Em geral, a vítima não tem consciência no momento da crise convulsiva.

• Pode urinar ou defecar.

• Salivação excessiva.

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94

PRIMEIROS SOCORROS

• Não tente imobilizar a vítima.

• Não coloque nada no interior da boca dela.

• Não dê nada para ingerir.

Após a convulsão:

• Deite­a de lado, de preferência para o esquerdo.

• Na maioria das vezes, a vítima apresenta um quadro de confusão mental e sonolência.

• Aplique o suporte básico de vida, se necessário. Cuidado com a parada respiratória.

• Cuide da privacidade da vítima que se recompõe, pois ela pode se sentir constrangida.

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

O AVC é uma emergência médica responsável por um grande número de mortes em todo

o mundo, e uma das principais causas de incapacidade funcional. Trata­se de eventos súbitos que

envolvem o sistema nervoso central, relacionados a distúrbios que acometem os vasos

sangüíneos, como obstrução das artérias, que provocam o infarto cerebral ou hemorragias

intracranianas.

A idade e a hipertensão arterial têm sido os maiores fatores de risco para a ocorrência do

AVC, entre outros.

Page 95: Apostila Ps Uninove

95

PRIMEIROS SOCORROS

Trata­se de uma síndrome de início abrupto. A grande maioria (85% dos casos) é do tipo

isquêmico, sendo o restante do tipo hemorrágico.

Isquêmico

A obstrução de ramos das artérias que irrigam o SNC provoca o infarto cerebral, isto é,

morte das células nervosas que causa distúrbios no organismo conforme o local afetado e sua

extensão. O quadro clínico varia desde um déficit neurológico, com perda de movimentos de

membros, até morte súbita. Geralmente, essa obstrução é causada pelo processo de trombose ou

por pequenos fragmentos de coágulos (embolia), oriundos do coração ou das carótidas, com

determinadas patologias.

Hemorrágico

A hemorragia intracraniana, por rompimento dos vasos sangüíneos cerebrais, provoca

aumento da pressão dentro do crânio com compressão do cérebro e os outros órgãos. Essa

hipertensão intracraniana costuma provocar um quadro grave já desde o início, com rebaixamento

significativo do nível de consciência e dor de cabeça intensa.

O quadro básico de uma vítima com AVC, tanto isquêmico quanto hemorrágico, é:

• Distúrbios motores (incapacidade) que geralmente acometem um só lado da vítima, isto

é, diminuição da força ou paralisia de todo o lado direito ou esquerdo.

• Distúrbios da fala (fala “enrolada”).

• Alteração do nível de consciência: confusão, rebaixamento.

• Dor de cabeça intensa.

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96

PRIMEIROS SOCORROS

• Alteração sensitiva (formigamentos, diminuição da sensibilidade).

• Alterações visuais (borramento da visão).

Para identificar uma vítima que esteja tendo um AVC, existem diversos métodos de

avaliação, porém um simples é a escala de Cincinnati:

• Peça para a pessoa estender os braços na altura dos ombros e fechar os olhos por 10

segundos;

• Peça para ela falar uma frase;

• Peça para ela sorrir.

Caso um destes itens esteja alterado, isto é, fala “enrolada”, ou não sustenta um dos

braços, ou o sorriso é desviado para um lado, há uma chance significativa de ser uma vítima de

AVC. Quanto mais alterações, maiores são as chances. Nesse momento, acione o serviço médico

de emergência o quanto antes, pois todas as vítimas de AVC são consideradas graves.

Enquanto aguarda o socorro, esteja preparado para aplicar o suporte básico de vida.

Intoxicações agudas

Intoxicações agudas são aquelas decorrentes de exposição única ou repetida a agentes

químicos em um período de até 24 h.

As fontes comuns de venenos incluem drogas, produtos domésticos, produtos agrícolas,

plantas, produtos químicos industriais e substâncias alimentícias. A identificação do produto tóxico

Page 97: Apostila Ps Uninove

97

PRIMEIROS SOCORROS

e a avaliação exata do perigo envolvido são fundamentais para um tratamento eficaz. Informações

sobre o tratamento de intoxicações, por várias substâncias, podem ser obtidas no Centro de

Controle de Intoxicações mais próximo, cujo número telefônico encontra­se no catálogo local ou

pode ser obtido com o auxílio da telefonista.

A intoxicação pode ser um acidente ou uma tentativa deliberada de assassinato ou de

suicídio. As crianças, especialmente aquelas com menos de 3 anos de idade, são particularmente

vulneráveis à intoxicação acidental, assim como as pessoas idosas (porque se confundem em

relação aos seus medicamentos), os pacientes hospitalizados (por erros de medicação) e os

trabalhadores da indústria (pela exposição a produtos químicos tóxicos).

Os sintomas de intoxicação dependem do produto tóxico, da quantidade ingerida e de

certas características da pessoa que o ingeriu. Alguns produtos tóxicos não são muito potentes e

exigem uma exposição prolongada ou ingestões repetidas de grandes quantidades para que

ocorram problemas. Outros produtos tóxicos são tão potentes que basta uma gota sobre a pele

para causar uma lesão grave.

Os sintomas podem ser pouco importantes, mas desagradáveis (prurido, boca seca, visão

borrada e dor), ou podem ser graves (confusão mental, coma, arritmias cardíacas, dificuldade

respiratória e agitação intensa). Alguns produtos tóxicos produzem sintomas em segundos,

enquanto outros somente produzem sintomas após horas ou mesmo dias.

Produtos de uso doméstico e agrícola

Água sanitária, cloro

Álcool (fricção)

Amônia

Naftalina

DDT

Desodorantes

Gasolina

Herbicidas

Limpadores de vasos sanitários

Líquidos de limpeza

Pesticidas (venenos para formigas, ratos e baratas)

Page 98: Apostila Ps Uninove

98

PRIMEIROS SOCORROS

Orientações gerais:

• O socorrista deve proteger­se contra exposições aos agentes tóxicos utilizando

equipamentos de proteção individual adequados antes de iniciar o atendimento.

• Avalie a vítima e forneça suporte básico de vida, se necessário.

• Como o tratamento é realizado de forma mais adequada quando o produto tóxico é

conhecido, os recipientes e amostras de vômito devem ser guardados e entregues ao

médico.

• Na maioria das embalagens dos produtos, há um número de telefone para orientações

sobre as condutas nos casos de intoxicações agudas.

• Ligue imediatamente procurando por ajuda. Caso não identifique o número de

emergência na embalagem, ligue para o centro de controle de intoxicações (CCI) local.

• Não é recomendada a indução de vômitos.

• Não dê substâncias visando neutralizar o tóxico. Cremes, gelatinas, clara de ovos e

outros agentes, como antiácidos, suco de limão e vinagre, não têm ação benéfica.

• Remova as vestes contaminadas com cuidado para não se expor ao tóxico. Utilize água

corrente por, pelo menos, 20 minutos para a descontaminação.

• Os casos de intoxicações agudas são divididos em síndromes tóxicas, devidamente

avaliadas pela equipe médica, e para cada agente identificado há um tratamento

específico. Portanto, o transporte para o hospital deve ser realizado o quanto antes.

Asma – Broncoespasmo

Pacientes asmáticos são aqueles que apresentam reações inflamatórias crônicas, com

exacerbações na forma de crises, que culminam em espasmos da musculatura da árvore

Querosene

Solventes de tinta

Verniz, Esmalte de unhas e removedores

Xampus

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99

PRIMEIROS SOCORROS

brônquica. O resultado disso é a diminuição da passagem de ar, que prejudica a ventilação,

provocando uma insuficiência respiratória.

O exercício físico atua como um estímulo no desencadeamento do broncoespasmo, e isso

pode ser fatal em alguns casos. Normalmente, os pacientes asmáticos recebem orientações

médicas do que fazer antes, durante e após as atividades físicas. Já estão habituados a lidar com

o broncoespasmo, utilizando­se de medicamentos chamados broncodilatadores.

Estes são de fácil aplicação e geralmente têm um efeito imediato no alívio da falta de ar.

Entretanto, não resolvem todas as situações e, nesses casos, pode ocorrer uma fatalidade.

O que fazer:

• Procure por medicamentos broncodilatadores (“bombinhas”) junto à vítima. Normalmente,

asmáticos andam com suas medicações por perto.

• Tente acalmá­la. Qualquer esforço pode piorar o quadro.

• Deite­a com o decúbito elevado, isto é, deixe­a quase sentada.

• Se possível, forneça oxigênio à vítima através de máscaras.

Providencie socorro médico nos casos em que a falta de ar seja intensa, com alteração da

coloração da pele ou do nível de consciência, ou quando a medicação habitual não aliviar o

quadro.

Exercícios

1. No atendimento a uma vítima que esteja convulsionando, proteja­a de lesões, afastando­a dos objetos à sua volta; tome cuidado, em especial, com a cabeça da vítima, segure­a evitando traumas no chão; se possível, vire­a de lado para evitar aspiração de secreções e contenha os seus movimentos. Pode­se dizer que essa idéia está:

Reconhecimento:

• Falta de ar;

• “Chiado no peito”;

• Coloração azulada da pele;

• Rebaixamento do nível de consciência;

• História prévia de asma.

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PRIMEIROS SOCORROS

a) Correta. b) Incorreta.

2. Após o reconhecimento do AVE, acione o serviço médico de emergência o quanto antes, pois todas as vítimas de AVE são consideradas graves. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. No atendimento a uma vítima que esteja convulsionando, proteja­a de lesões, afastando­a dos objetos à sua volta; tome cuidado, em especial, com a cabeça da vítima, segure­a evitando traumas no chão; se possível, vire­a de lado para evitar aspiração de secreções e contenha os seus movimentos. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Não devemos conter os movimentos da vítima, pois isso pode causar grande exaustão muscular após a vítima retomar a consciência.

2. Após o reconhecimento do AVE, acione o serviço médico de emergência o quanto antes, pois todas as vítimas de AVE são consideradas graves. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: A De fato essas vítimas precisam de cuidados médicos imediatos, pois quanto antes eles forem providenciados menores serão as seqüelas.

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PRIMEIROS SOCORROS

As queimaduras mais comuns do dia­a­dia são as causadas por calor. As causas são diversas: contato com objetos quentes (panela no fogão, por exemplo), vapor, água fervente,

explosões, incêndios, etc. Entretanto, diversos outros tipos de queimaduras podem ser observados, embora com uma menor freqüência; é o exemplo das queimaduras químicas e

elétricas. Nesta aula, conheceremos e discutiremos os tipos de queimaduras, suas classificações e como agir de forma emergencial nesses casos.

AULA 19 • QUEIMADURAS

Os principais tipos de queimadura são: por calor, química e elétrica.

As queimaduras elétricas costumam apresentar orifícios de entrada (região em contato

com a fonte) e de saída (normalmente, a região em contato com o solo) que representam o início

e o fim do trajeto percorrido pela corrente elétrica no organismo. Lesões internas devastadoras

podem estar presentes, assim como distúrbios nos funcionamentos cardíaco e respiratório

representados por arritmias cardíacas e parada respiratória, respectivamente. Além disso,

contrações vigorosas de grupos musculares podem causar até fraturas. Em determinadas

situações, o corpo humano pode funcionar como um arco voltaico, ocasionando, nesses casos,

queimaduras de pele, principalmente.

Outro grupo de queimaduras é a química. Diversas substâncias podem causar

queimaduras ao entrar em contato com a pele ou se forem ingeridas. Exemplos:

Álcalis penetram mais no tecido causando lesões mais profundas.

As queimaduras mais comuns do dia­a­dia são as causadas por calor. As causas são

diversas: contato com objetos quentes (panela no fogão, por exemplo), vapor, água fervente,

explosões, incêndios, etc.

• Ácidos como Ácido Clorídrico (muito utilizado em limpezas de pisos), Sulfúrico (como

solução de bateria de carro);

• Álcalis como Soda Cáustica, Cal virgem, Amônia (“Ajax”);

• Outras substâncias como solventes orgânicos (“Thinner”).

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PRIMEIROS SOCORROS

Classificação

As queimaduras são classificadas de acordo com a extensão (pela regra dos Nove) e pela

profundidade (primeiro, segundo e terceiro grau):

Primeiro Grau: dor e vermelhidão. Exemplo ilustrativo: na praia, quando as costas ficam

vermelhas após tomar muito sol.

Segundo Grau: dor, vermelhidão e bolhas. O quadro acima, só que a lesão é mais

profunda. Por isso, há o aparecimento de bolhas.

Terceiro Grau: Indolor, áreas escuras ou brancas. Queimadura grave. Necessita de

tratamento médico emergencial.

Lembre­se de que nos casos de queimadura de terceiro grau coexistem as de primeiro e

segundo.

Nota: nas queimaduras de terceiro grau, as áreas são indolores devido às terminações

nervosas estarem lesadas.

Extensão:

A palma da mão da vítima equivale a 1% de sua superfície corporal, independente da

idade. Pode­se estimar com mais facilidade a área queimada do que a regra dos nove:

Área ADULTO CRIANÇA Cabeça e pescoço 9% 18% Membros superiores 9% 9% Tronco anterior 18% 18% Tronco posterior 18% 18%

Genitais 1% ­ Membros inferiores 18% 14%

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PRIMEIROS SOCORROS

Vapores, gases e fumaça – Lesão por inalação

A lesão inalatória é o resultado do processo inflamatório das vias aéreas após a inalação

de produtos da combustão, e é a principal responsável pela mortalidade das vítimas de

queimaduras. Cerca de 33% dos pacientes com queimaduras extensas apresentam lesão

inalatória e o risco aumenta progressivamente com o aumento da superfície corpórea queimada. A

presença de lesão inalatória, por si, aumenta em 20% a mortalidade associada à extensão da

queimadura.

Geralmente, o ar não conduz calor o suficiente para causar queimaduras nas vias aéreas,

mas o Vapor pode provocar tais lesões mais comumente. O acometimento costuma ser da laringe

ou das cordas vocais, limitando­se nas vias aéreas superiores. A obstrução das vias aéreas pode

ocorrer até 24 horas após o acidente. Em alguns casos, a intubação orotraqueal não deve ser

adiada.

As partículas da fumaça inaladas são a principal causa de lesão pulmonar. O socorrista

deve utilizar equipamentos de proteção adequados ao entrar em locais cheios de fumaça para

prestar o atendimento.

A combustão de alguns materiais pode liberar substâncias tóxicas voláteis (cianeto, por

exemplo) que, se inaladas, costumam causar danos celulares em todo o sistema respiratório. Os

sintomas podem não ser evidentes no início, agravando­se após 12 a 36 horas.

Muitas vítimas perdem suas vidas devido à inalação de gases tóxicos ou falta de

oxigenação do ambiente. Tais mortes não estão relacionadas diretamente às queimaduras.

Procure por sinais de lesão por inalação:

• Queimaduras na face e tórax superior;

• Pêlos da face e do nariz chamuscados;

• Escarro carbonáceo (enegrecido);

• Estridor.

Considere vítimas de incêndios em locais confinados como intoxicadas por monóxido de

carbono. Os sinais e sintomas principais são: dor de cabeça e estado neurológico alterado.

Oxímetros de pulso podem não ser confiáveis nessa situação.

Vítimas intoxicadas por monóxido de carbono ou cianeto são beneficiadas com oxigênio

em altas concentrações próximas de 100% (máscara com reservatório).

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PRIMEIROS SOCORROS

Queimadura por calor:

O que fazer?

1) Esfrie o local com água corrente (15 a 30 minutos);

2) Remova adornos e vestes;

3) Aplique curativo antiaderente. Não utilizar curativos que deixam partículas nas lesões ou

com soluções, cremes e pomadas;

4) Proteja a vítima da hipotermia nas queimaduras extensas.

O resfriamento diminui a inflamação reduzindo o inchaço e a dor. Uma vez diminuída a

temperatura, o cuidado deverá ser com a perda excessiva de calor que pode levar a vítima a um

estado de hipotermia, principalmente nos casos mais graves.

O que Não fazer em queimaduras:

1) Furar as bolhas;

2) Aplicar cremes ou pomadas;

3) Dar líquidos e alimentos nos casos de queimaduras graves;

4) Remover à força as vestes aderidas à pele;

5) Resfriar mais de 10% da superfície corporal em adultos;

6) O debridamento não deve ser realizado no local.

Cuidado com o gelo, pois este pode causar lesões secundárias pelo frio, piorando a

situação da vítima. As bolhas mantêm a integridade da pele e seu rompimento significa o contato

com o meio ambiente, propiciando infecções.

Pomadas, cremes e outras substâncias devem ser evitados, pois podem comprometer a

avaliação médica ou piorar o quadro pelas reações alérgicas que podem ocorrer.

O resfriamento com produtos úmidos não deverá ultrapassar 10% da superfície corporal da

vítima nem deverá ser em tempo maior do que 10 a 15 minutos. Extremo cuidado com a

hipotermia.

A retirada de tecidos mortos (debris) será realizada em ambiente hospitalar. Priorize o

transporte.

Existem diversos produtos no mercado como o BURNSHIELD que, além de promover um

rápido resfriamento, protege a área lesada, funcionando como curativos.

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105

PRIMEIROS SOCORROS

Queimaduras químicas

1) Jamais se esqueça de sua proteção (luvas, óculos de proteção, etc).

2) Lavar com grande quantidade de água, sempre cuidando para que o socorrista também

não seja acometido. Procure retirar as vestes da vítima, assim como os calçados

(podem reter a água com a substância tóxica).

3) O tempo exato de irrigação não está determinado. Recomenda­se que seja iniciado no

local e interrompido na chegada ao hospital. Mínimo por 20 minutos.

4) Para facilitar a equipe médica do hospital, procure identificar a substância nociva.

5) Não utilizar agentes neutralizadores, pois pode ocorrer liberação de calor no local,

agravando a lesão tecidual.

6) Caso o produto químico seja em forma de pó seco, remova­o escovando a área

acometida gentilmente com pano limpo.

Queimadura química nos olhos:

1) Lavar com grande quantidade de solução salina. Recomenda­se conter as mãos da

vítima pela falta de colaboração em grande parte dos casos. Cuidado para não

acometer o olho sadio no momento da irrigação.

2) Agentes anestésicos tópicos podem ser utilizados, se necessário.

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PRIMEIROS SOCORROS

Queimadura elétrica

1) Cuidado para não ser eletrocutado!!! Desligue a fonte.

2) Monitorize a vítima.

3) Não caia em armadilhas!!! Lembre­se de que lesões internas graves podem estar

presentes.

Casos que requerem avaliação médica imediata:

1) Queimaduras em articulações, genitais, mãos, pés e face.

2) Suspeita de queimadura das vias aéreas (lesão por inalação).

3) Queimaduras circunferenciais em tórax ou extremidades.

4) Queimadura do terceiro grau independente da extensão.

5) Queimadura de segundo grau maior do que 10% da superfície corporal da vítima.

6) Queimaduras elétricas ou químicas.

Eletricidade

A gravidade da lesão, que pode variar desde uma queimadura de pouca importância, até a

morte, é determinada pelo tipo e força da corrente, resistência do corpo à corrente no ponto de

entrada, caminho da corrente através do corpo e duração de exposição à corrente.

Em geral, a corrente contínua (CC) é menos perigosa que a corrente alternada (CA). Os

efeitos da corrente alternada no organismo dependem em grande parte da velocidade com que

ela se alterna (isto é, sua freqüência), que é medida em ciclos por segundo (hertz).

As correntes de baixa freqüência (60 hertz comumente utilizadas no Brasil) são mais

perigosas que correntes de alta freqüência. A corrente alternada a 60 hertz, freqüentemente, faz

com que os músculos permaneçam contraídos na posição impedindo que as vítimas consigam

soltar a fonte de corrente. Em decorrência disso, a exposição pode ser prolongada, causando

queimaduras graves. Geralmente, quanto mais alta a voltagem e a amperagem, maior a lesão,

independentemente do tipo de corrente.

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PRIMEIROS SOCORROS

Exercícios

1. Em queimaduras elétricas, devemos imediatamente retirar a vitima do contato com a fonte de energia elétrica utilizando luvas próprias. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. Em queimaduras pelo calor o procedimento correto é: 1) Esfriar o local com água corrente (15 a 30 minutos); 2) Remover adornos e vestes; 3) Aplicar curativo antiaderente. Não utilizar curativos que deixam partículas nas lesões ou com soluções, cremes e pomadas;

4) Proteger a vítima da hipotermia nas queimaduras extensas. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. Em queimaduras elétricas, devemos imediatamente retirar a vitima do contato com a fonte de energia elétrica utilizando luvas próprias. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Em primeiro lugar, o socorrista deve ter o cuidado de não ser eletrocutado. O correto é, antes de tudo, desligar a fonte de energia.

2. Em queimaduras pelo calor o procedimento correto é: 1) Esfriar o local com água corrente (15 a 30 minutos); 2) Remover adornos e vestes; 3) Aplicar curativo antiaderente. Não utilizar curativos que deixam partículas nas lesões ou com soluções, cremes e pomadas; 4) Proteger a vítima da hipotermia nas queimaduras extensas. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: A A seqüência de ações está correta.

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108

PRIMEIROS SOCORROS

Mordeduras e picadas de animais podem ocorrer no nosso dia­a­dia em situações de lazer, trabalho, enfim, em qualquer lugar e a qualquer hora. Nesta aula, falaremos sobre mordeduras e

picadas, causadas por acidentes com cobras, aranhas, escorpiões e insetos. A aula ainda trata da incidência desses acidentes em âmbito nacional, riscos e conseqüências do contato com esses

animais e como podemos ajudar essas vítimas.

AULA 20 • MORDEDURAS E PICADAS

Mordeduras e picadas de insetos podem ocorrer no nosso dia­a­dia em situações de lazer,

trabalho, enfim, em qualquer lugar e a qualquer hora.

Insetos podem provocar uma ligeira coceira, mas também reações alérgicas tão graves

com risco de morte.

Acidentes com aranhas ou escorpiões podem ser fatais para o ser humano, porém a

grande maioria não provoca além de dor, inchaço leve e vermelhidão local. Anualmente,

registram­se cerca de 5.000 acidentes com aranhas e 8.000 com escorpiões no país. A

mortalidade é baixa, sendo sempre maior em idosos e crianças.

Carrapatos podem transmitir doenças como a Febre Maculosa ou a Doença de Lyme. A

Febre Maculosa pode levar à morte em até 20% dos casos não­tratados adequadamente. A

Doença de Lyme pode causar complicações tardias em nervos, articulações e coração.

Cobras venenosas podem provocar a morte em pouco tempo se a vítima não receber

tratamento específico. Todo ano são notificados cerca de 20.000 casos de acidentes ofídicos.

Em qualquer das situações acima, o socorro imediato é essencial para evitar complicações

e até mesmo a morte.

Mordeduras de animais:

Deve­se ter o máximo cuidado com animais raivosos. Suspeite caso o animal ataque sem

ser provocado ou aja de modo não­habitual (um animal geralmente dócil apresenta­se agressivo

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109

PRIMEIROS SOCORROS

sem motivo aparente). Considere também os casos de ataques por espécies silvestres, como

morcegos, gambás, guaxinins e macacos.

A Raiva é uma doença viral transmitida por mordeduras ou arranhaduras e lambeduras em

mucosas por animais infectados. Uma vez manifestado o quadro clínico, a morte é praticamente

certa. Portanto, deve­se instituir o quanto antes o tratamento específico em centros

especializados.

O que fazer em caso de mordedura de animais:

• Mantenha sua segurança: cuidado para não ser atacado por animais raivosos;

• Ative o serviço médico de emergência;

• Estanque hemorragias;

• Lave a ferida com água e sabão.

Obs.: os procedimentos nos casos de mordeduras humanas são os mesmos. Vale

ressaltar que, nesse caso, o risco de infecção é elevado, pois a boca contém muitas bactérias.

Mordeduras de cobras:

No Brasil, as principais cobras que atacam o homem são:

Acidentes ofídicos registrados:

Os acidentes causados por Jararacas são os mais comuns, seguidos por Cascavéis e

Corais:

Jararaca: 86%

Cascavel: 12,9%

Coral: 1,1%

Cascavel Coral Jararaca Surucucu

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PRIMEIROS SOCORROS

A mortalidade geral é baixa, em torno de 0,4%. O acidente crotálico (Cascavel) tem maior

mortalidade do que o botrópico (Jararaca).

Prevenção de acidentes ofídicos

Os pés e os tornozelos têm sido os locais mais comumente acometidos (52%). Para evitar

acidentes ofídicos:

• Mantenha a área em volta de casa sempre limpa e livre de entulhos;

• Use sapatos, botinas ou botas de cano alto;

• Não coloque as mãos em buracos de terra, madeira oca e outros locais sem boa

visibilidade;

• Examine o local antes de ultrapassar um obstáculo, como pedras ou troncos caídos e

locais próximos a barrancos ou margens de rios, lagos ou represas.

Sinais de envenenamento em acidentes ofídicos

As substâncias tóxicas inoculadas pelas serpentes peçonhentas ganham a circulação

sangüínea e provocam reações como:

• Náuseas / Vômitos;

• Sensação de fraqueza;

• Queda da pálpebra;

• Dor muscular generalizada;

• Diminuição do volume urinário;

• Sensação de fraqueza.

Diante desses sinais e sintomas, providencie avaliação médica o quanto antes, pois o

veneno já ganhou a corrente sangüínea e pode provocar reações cada vez mais graves.

O que fazer em caso de picada de cobra?

• Cuide da vítima. Não vá a busca do animal.

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PRIMEIROS SOCORROS

• A vítima deve permanecer em repouso. Quanto menos esforço físico, menor será a

circulação do veneno.

• Lave o local com água e sabão, gentilmente.

• Faça curativo enrolando ataduras sobre a mordida, no caso de acidente por coral.

O que Não fazer?

• Torniquete;

• Aplicar frio ou gelo;

• Cortar e chupar o veneno;

• Choque elétrico;

• Pomadas, cremes, etc.

Picadas de insetos:

Podem provocar desde pequenos incômodos, como coceiras, dor leve, vermelhidão, um

pouco de inchaço a quadros alérgicos graves com risco de morte.

Existem pessoas que apresentam reações alérgicas exacerbadas (anafilaxia) quando são

picadas por insetos, mais comumente abelhas. Se essas vítimas não forem tratadas

imediatamente, a morte é inevitável.

Nesses casos, a administração de medicamentos injetáveis é mandatória em hospital.

Algumas pessoas alérgicas sabem que correm o risco de uma reação anafilática e andam

preparadas com injetores portáteis de Adrenalina (parecidas com canetas) para que elas mesmas

possam se auto­injetar.

Vale sempre ressaltar que o socorrista leigo nunca deve administrar quaisquer

medicamentos à vítima. Apenas deve ajudá­la a se medicar.

Atenção aos sinais de reação alérgica grave:

• Inchaço da língua e da face;

• Dificuldade em respirar;

• Choque: queda de pressão, fraqueza, pulso fino e rápido, sudorese.

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PRIMEIROS SOCORROS

Mordeduras de aranhas e escorpiões:

As aranhas mais nocivas ao homem são:

• Viúva­negra

• Aranha marrom

Entretanto, a mortalidade tem sido baixa nesses tipos de acidentes: 0,03%.

O acidente mais freqüente é causado pela Armadeira: 60,7%. Esta aranha abriga­se em

cachos de bananas e calçados, por isso os locais mais acometidos são mãos e pés.

A aranha Caranguejeira, apesar de seu tamanho e aparência assustadora para muitas

pessoas, não têm aparelho inoculador, portanto, não picam. Entretanto, seus pêlos podem

provocar reações alérgicas devido a certas substâncias presentes neles.

O Escorpião marrom é mais encontrado na região de SP e é o causador dos acidentes

mais graves. Porém, a mortalidade é baixa.

O que fazer nos casos de acidentes com aranhas e escorpiões:

• Lave o local acometido com água e sabão;

• Esfrie o local com uma bolsa de gelo sobre uma toalha.

Carrapatos:

São comumente encontrados em zonas rurais e podem transmitir doenças, como a Febre

Maculosa e a Doença de Lyme.

Algumas dicas para remover um carrapato fixo à pele:

• Removê­lo com os dedos ou uma pinça, evitando apertar o carrapato;

• Levante­o e aguarde por alguns segundos que ele irá se soltar;

Qualquer dúvida, entre em contato com o Hospital Vital Brasil:

Av. Vital Brasil, 1.500 ­ Butantã ­ São Paulo ­ SP

Fone: (0xx11) 3726­7962

3726­7222 (r. 2002 ou 2000)

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PRIMEIROS SOCORROS

• Lave o local com água e sabão;

• Esfrie o local.

O que Não fazer:

• Usar vaselina;

• Friccionar com álcool ou gasolina;

• Palito de fósforo quente.

Alguns exemplos de carrapatos transmissores de doenças:

Carrapato Estrela: Transmite a Febre Maculosa – manchas róseas na pele,

sangramentos, necrose das lesões de pele, mortalidade de 20%.

Carrapato Ixodes: Transmite a Doença de Lyme – meningite, encefalite, danos de nervos,

artrites, pericardite, mortalidade baixa – complicações tardias.

Exercícios

1. As mordeduras humanas são menos perigosas do que as de animais, pois o risco de infecção é menor. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

2. Existem pessoas que apresentam reações alérgicas exacerbadas (anafilaxia) quando são picadas por insetos, mais comumente por abelhas. Se essas vítimas não forem tratadas imediatamente, a morte é inevitável. Pode­se dizer que essa idéia está: a) Correta. b) Incorreta.

Respostas dos Exercícios

1. As mordeduras humanas são menos perigosas do que as de animais, pois o risco de infecção é menor. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: B Na verdade, o risco de infecção é elevado, pois a boca contém muitas bactérias.

2. Existem pessoas que apresentam reações alérgicas exacerbadas (anafilaxia) quando são picadas por insetos, mais comumente por abelhas. Se essas vítimas não forem tratadas imediatamente, a morte é inevitável. Pode­se dizer que essa idéia está: RESPOSTA CORRETA: A De fato essas pessoas devem ser atendidas de forma imediata, pois a reversão do quadro só se dá através de medicamentos. Acionar o socorro e monitorar a vítima são as atitudes corretas.

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PRIMEIROS SOCORROS

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