prÁticas de comunicaÇÃo da governanÇa pÚblica em...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GOVERNANÇA PÚBLICA
MARCELO RODRIGUES DA SILVA
PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS POR INTERMÉDIO DA INTERNET
DISSERTAÇÃO
CURITIBA 2016
1
MARCELO RODRIGUES DA SILVA
PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS POR INTERMÉDIO DA INTERNET
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Planejamento e Governança Pública. Orientador: Prof. Dr. Ivan Carlos Vicentin
CURITIBA 2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Silva, Marcelo Rodrigues da
S586p Práticas de comunicação da governança pública em municí- 2016 pios brasileiros por intermédio da Internet / Marcelo Rodrigues da
Silva.-- 2016. 188 f. : il. ; 30 cm. Texto em português, com resumo em inglês Disponível também via World Wide Web Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal
do Paraná. Programa de Pós-graduação em Planejamento e Go-vernança Pública, Curitiba, 2016
Bibliografia: f. 136-146 1. Comunicação – Administração pública. 2. Governança cor-
porativa. 3. Comunicação na administração pública. 4. Adminis-tração pública – Estudo de casos. 5. Administração pública – Dissertações. I. Vicentin, Ivan Carlos, orient. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública, inst. III. Título.
CDD: Ed. 22 -- 351
Biblioteca Central da UTFPR, Câmpus Curitiba
2
TERMO DE APROVAÇÃO
Título da Dissertação Nº 48
PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA EM MUNICÍPIOS
BRASILEIROS POR INTERMÉDIO DA INTERNET
por
MARCELO RODRIGUES DA SILVA
Esta dissertação foi apresentada às 09h00 do dia 18/08/2016 como requisito parcial para a
obtenção do título de MESTRE EM PLANEJAMENTO E GOVERNANÇA PÚBLICA, Área de
Concentração – Planejamento Público e Desenvolvimento, Programa de Pós-Graduação em
Planejamento e Governança Pública, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O
candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho:
( X ) Aprovado
( ) Aprovado com restrições
( ) Reprovado
___________________________________ __________________________________ Prof. Ivan Carlos Vicentin, Dr. Prof. Antonio Gonçalves de Oliveira, Dr. (PPGPGP-UTFPR) (PPGPGP-UTFPR) ___________________________________ Prof. Denis Alcides Rezende, Dr. (PPGTU-PUCPR) Visto da Coordenação ___________________________________ __________________________________ Prof. Carlos Augusto Petersen Parchen, Dr. Prof. Antonio Gonçalves de Oliveira, Dr. (EMATER-PUCPR) Coordenador do PPGPGP-UTFPR
* A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Programa.
UTFPR - CT Av. Sete de Setembro, 3165.
CEP 80230-901 – Curitiba – PR – Brasil. Fone (41) 3310-4611
Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria do Campus Curitiba Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Programa de Pós Graduação em Planejamento e Governança Pública
3
Dedico este trabalho a quem me deu a
vida: Pedro Paulo e Marcia Cristina; e a
quem eu dou a minha vida: Ana Paula,
Camilla e Marinna.
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AGRADECIMENTOS
Aos olhos externos, escrever uma dissertação para obter o grau de
mestre pode parecer um trabalho individual e até mesmo solitário. Não penso assim,
embora reconheça que o ato de sentar em frente a um computador e despender
horas de esforço na produção do texto sejam, de fato, esforço individual, considero
que o resultado obtido é coletivo porque muitas pessoas participam, direta e
indiretamente, de toda esta longa caminhada.
Neste sentido, sinto-me impelido a agradecer a todos aqueles que me
apoiaram: família, colegas de trabalho da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná e do Instituto Federal do Paraná, colegas de mestrado e professores do
programa.
Ao Professor Ivan Carlos Vicentin que, desde que me aceitou como seu
orientando, ainda como aluno especial até a conclusão do Mestrado, não poupou
esforços para que eu fizesse um trabalho relevante e de qualidade.
À Ana Paula, por seu amor, parceria, cumplicidade e renúncia. Mulher
trabalhadora e que todos os dias me dá exemplo de esforço e disciplina!
Aos meus pais, seus esforços me permitiram alcançar tudo que tenho
alcançado na minha vida.
Agradeço a Nossa Senhora Aparecida, intercessora junto a Deus!
5
“Eu que já não quero mais
ser um vencedor
Levo a vida devagar
pra não faltar amor”
(Marcelo Camelo)
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RESUMO
SILVA. Marcelo Rodrigues da. Práticas de comunicação da governança pública em municípios brasileiros por intermédio da Internet. 2016. 185f. Dissertação (Mestrado em Planejamento e Governança Pública) – Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública (PPGPGP), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Curitiba, 2016.
Considerando o aprofundamento da relação Estado e Sociedade; o fortalecimento do conceito de governança pública, enquanto capacidade do Estado de implementar as políticas necessárias para o alcance de objetivos comuns; a exigência, por parte da governança pública, de uma efetiva comunicação pública; e o uso contínuo da Internet pela população no Brasil, o objetivo desta pesquisa foi investigar como as prefeituras dos municípios brasileiros têm se utilizado da Internet, em especial dos portais governamentais e das redes sociais, para comunicação dos princípios de governança pública. Na fundamentação teórica foram abordados os conceitos de governança corporativa, governança pública e comunicação pública e a inter-relação entre os conceitos apresentados e a utilização da Internet. A pesquisa foi classificada aplicada, descritiva e utilizou como delineamento o estudo de casos múltiplos. As técnicas utilizadas para alcance dos objetivos foram observação dos portais governamentais e das redes sociais, por meio de formulários próprios desenvolvidos para esta pesquisa, e questionário enviado aos gestores de comunicação das prefeituras pesquisadas. Os principais resultados obtidos permitem afirmar que todos os princípios de governança pública estão, em algum grau, presentes e sendo comunicados por meio dos portais governamentais. Em relação às redes sociais, pode-se afirmar que, embora a presença, as atividades e os impactos das prefeituras nas redes sociais sejam elevados, é baixa a comunicação dos princípios de governança pública por intermédio das redes sociais. Quanto à percepção dos gestores de comunicação entrevistados, os resultados permitem inferir que existem dificuldades na comunicação dos princípios de governança pública por intermédio dos portais governamentais. Por fim, os resultados da identificação das práticas de comunicação de governança pública utilizadas pelos governos municipais indicam que os portais são predominantemente utilizados como ferramentas de práticas de informação. A rede social Facebook é utilizada, em grande parte, para práticas de informação, consulta e participação ativa, o YouTube é utilizado para práticas de informação e consulta e o Twitter para práticas de informação. A discussão apresentada neste estudo faz-se relevante, pois evidencia que, de maneira geral, os princípios de governança pública não estão sendo efetivamente comunicados pelas prefeituras em diferentes ferramentas eletrônicas por intermédio da Internet.
Palavras-chave: Governança pública. Comunicação pública. Práticas de comunicação. Princípios de governança. Comunicação pela Internet.
7
ABSTRACT
SILVA. Marcelo Rodrigues da. Communication practices of the public governance in brazilian municipalities by means of the Internet. 2016. 185f. Dissertation (Planning and Public Governance Master’s Degree) – Planning and Public Governance Post-graduation Program (PPGPGP), Federal Technological University of Paraná (Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR), Curitiba, 2016.
Considering the deepening of the relationship between State and Society, the strengthening of the concept of public governance, as State's ability to implement the necessary policies to achieve common goals, the demand, by the public governance, of an effective public communication and the continued use of the Internet by the population in Brazil, the goal of this research was to investigate how the governments of the brazilian municipalities have used the Internet, particularly the governments’ portals and the social networks, to communicate the public governance principles. In the theoretical foundation were addressed the concepts of Corporate Governance, Public Governance and Public Communication and the interrelationship between these concepts and the use of the Internet. The research was classified as applied, descriptive and as a multiple case study in what refers to the design. The techniques used to achieve the goals were observation of governmental web portals and Internet social networks using self-developed forms, and a questionnaire sent to the communication managers of the studied prefectures. The main results obtained allow us to affirm that all the principles of Public Governance are, in some degree, present and being communicated through the governmental portals. In relation to social networks, it can be stated that despite the presence, activities and impacts of municipalities on social networks being high, the degree of communication of public governance principles through social networks is low. As for the perception of communication managers interviewed, the results allow us to infer that there are difficulties in communicating the principles of public governance through the governmental portals. Finally, the results of identifying the communication practices of public governance used by the municipal government indicate that the portals are predominantly used as tools of information practices. The social network Facebook is used largely for information practices, consultation and active participation, while YouTube is used for information and consultation practices and Twitter for information practices. The discussion presented in this study is relevant as evidence that, in general, the principles of public governance are not being effectively communicated by municipalities in different electronic tools through the Internet.
Keywords: Public governance. Public communication. Practices communication. Governance principles. Communication by Internet.
8
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – CONTEXTO DA PESQUISA............................................................ 20
FIGURA 2 – TRANSPOSIÇÃO DO CONFLITO DE AGÊNCIA NO PROCESSO
DE GOVERNANÇA DO ESTADO.................................................... 34
FIGURA 3 – QUADRANTES RESULTANTES DA RELAÇÃO ENTRE
GOVERNANÇA E DIMENSÕES DO ESTADO................................ 39
FIGURA 4 – PERSPECTIVAS DE OBSERVAÇÃO DA GOVERNANÇA
PÚBLICA.......................................................................................... 41
FIGURA 5 – AS TRÊS DIMENSÕES DA DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO
PÚBLICA.......................................................................................... 53
FIGURA 6 – TRÊS DIMENSÕES DE ATUAÇÃO DA COMUNICAÇÃO
PÚBLICA.......................................................................................... 54
FIGURA 7 – COMUNICAÇÃO ESTATAL COM DESTAQUE PARA A
COMUNICAÇÃO EXTERNA MEDIADA........................................... 57
FIGURA 8 – PERSPECTIVAS DE OBSERVAÇÃO DO PROBLEMA DE
PESQUISA....................................................................................... 66
FIGURA 9 – PRESENÇA E COMUNICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE
GOVERNANÇA PÚBLICA NOS PORTAIS
GOVERNAMENTAIS...................................................................... 85
FIGURA 10 – SÍNTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA E ATENDIMENTO
DOS OBJETIVOS PROPOSTOS..................................................... 127
9
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE TRANSPARÊNCIA DOS
PORTAIS GOVERNAMENTAIS..................................................... 76
GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE PRESTAÇÃO DE CONTAS
DOS PORTAIS GOVERNAMENTAIS............................................ 77
GRÁFICO 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE INTEGRAÇÃO DOS
PORTAIS GOVERNAMENTAIS..................................................... 77
GRÁFICO 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE EQUIDADE DOS PORTAIS
GOVERNAMENTAIS..................................................................... 78
GRÁFICO 5 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE RESPONSABILIDADE DOS
PORTAIS GOVERNAMENTAIS..................................................... 79
GRÁFICO 6 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE CUMPRIMENTO DAS LEIS
DOS PORTAIS GOVERNAMENTAIS............................................ 80
GRÁFICO 7 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE ÉTICA DOS PORTAIS
GOVERNAMENTAIS...................................................................... 81
GRÁFICO 8 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE LEGITIMIDADE DOS
PORTAIS GOVERNAMENTAIS..................................................... 81
GRÁFICO 9 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE EFICIÊNCIA DOS PORTAIS
GOVERNAMENTAIS...................................................................... 82
GRÁFICO 10 – PRESENÇA E ATIVIDADE DAS PREFEITURAS NAS REDES
SOCIAIS......................................................................................... 89
GRÁFICO 11 – UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS PELAS PREFEITURAS
MUNICIPAIS................................................................................... 89
GRÁFICO 12 – IMPACTO DAS REDES SOCIAIS A PARTIR DA RELAÇÃO
ASSINANTES PELA POPULAÇÃO............................................... 92
GRÁFICO 13 – IMPACTO DAS REDES SOCIAIS A PARTIR DA RELAÇÃO
REAÇÕES POR PUBLICAÇÃO.................................................... 95
GRÁFICO 14 – IMPACTO DAS REDES SOCIAIS A PARTIR DA RELAÇÃO
COMPARTILHAMENTO POR PUBLICAÇÃO............................... 97
GRÁFICO 15 – IMPACTO DA REDE SOCIAL YOUTUBE A PARTIR DA
RELAÇÃO VISUALIZAÇÕES POR PUBLICAÇÃO........................ 98
GRÁFICO 16 – FERRAMENTAS ELETRÔNICAS QUE UTILIZAM A INTERNET
10
QUE AS PREFEITURAS FAZEM USO......................................... 112
GRÁFICO 17 – FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO MAIS EFETIVAS DE
ACORDO COM A PERCEPÇÃO DOS GESTORES DE
COMUNICAÇÃO............................................................................ 113
GRÁFICO 18 – PERCEPÇÃO DOS GESTORES QUANTO À DIFICULDADE
DE COMUNICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA
PELO PORTAL GOVERNAMENTAL............................................. 116
GRÁFICO 19 – PERCEPÇÃO DOS GESTORES QUANTO À ADOÇÃO PELAS
PREFEITURAS DE CADA PRINCÍPIO DE GOVERNANÇA
PÚBLICA E COMUNICAÇÃO DOS MESMOS PELOS
PORTAIS GOVERNAMENTAIS..................................................... 120
11
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – LINHA DO TEMPO DA GOVERNANÇA NO BRASIL E NO
MUNDO 1991-2015........................................................................ 29
QUADRO 2 – DEFINIÇÕES DE GOVERNANÇA CORPORATIVA POR
ENTIDADES................................................................................... 32
QUADRO 3 – INTERESSES EM CONFLITO DE CONTRIBUINTES E DE
GESTORES DO ESTADO............................................................. 35
QUADRO 4 – FUNDAMENTOS DA TEORIA DA ESCOLHA PÚBLICA.............. 36
QUADRO 5 – CONCEITOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA PROPOSTOS POR
AUTORES DA ÁREA..................................................................... 37
QUADRO 6 – CONCEITOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA PROPOSTOS POR
INSTITUIÇÕES.............................................................................. 38
QUADRO 7 – MODELOS DE GESTÃO PÚBLICA E SUAS
CARACTERÍSTICAS...................................................................... 39
QUADRO 8 – DIFERENTES ABORDAGENS DA GOVERNANÇA PÚBLICA..... 40
QUADRO 9 – DEFINIÇÕES DOS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA
PÚBLICA........................................................................................ 44
QUADRO 10 – OBRAS DE REFERÊNCIA SOBRE COMUNICAÇÃO PÚBLICA
NO BRASIL UTILIZADAS NESTE ESTUDO.................................. 48
QUADRO 11 – TERMOS E CONCEITOS UTILIZADOS NA ÁREA DE
COMUNICAÇÃO............................................................................ 50
QUADRO 12 – LISTA DE MUNICÍPIOS SELECIONADOS.................................... 65
QUADRO 13 – CATEGORIAS DE CLASSIFICAÇÃO DE ATIVIDADES DAS
PREFEITURAS NAS REDES SOCIAIS......................................... 70
QUADRO 14 – CATEGORIAS DE CLASSIFICAÇÃO DE IMPACTO DAS
PREFEITURAS NAS REDES SOCIAIS......................................... 70
QUADRO 15 – VARIÁVEIS UTILIZADAS POR BARBETTA (2011) PARA
CÁLCULO DE CONFIABILIDADE.................................................. 72
QUADRO 16 – CÁLCULO DE CONFIABILIDADE.................................................. 72
QUADRO 17 – LISTA DE PORTAIS GOVERNAMENTAIS COM ÍNDICE DE
RESPONSABILIDADE MÁXIMO.................................................... 79
12
QUADRO 18 – LISTA DE PORTAIS GOVERNAMENTAIS COM ÍNDICE
MÁXIMO DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA.................................... 82
QUADRO 19 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA
COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA NAS
REDES SOCIAIS............................................................................ 100
QUADRO 20 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA
COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DE PRESTAÇÃO DE
CONTAS NAS REDES SOCIAIS................................................... 101
QUADRO 21 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA
COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INTEGRAÇÃO NAS
REDES SOCIAIS........................................................................... 102
QUADRO 22 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA
COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA EQUIDADE NAS
REDES SOCIAIS.......................................................................... 103
QUADRO 23 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA
COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE
NAS REDES SOCIAIS................................................................... 103
QUADRO 24 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA
COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DE CUMPRIMENTO DAS
LEIS NAS REDES SOCIAIS.......................................................... 105
QUADRO 25 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA
COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ÉTICA NAS REDES
SOCIAIS......................................................................................... 105
QUADRO 26 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA
COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA NAS
REDES SOCIAIS............................................................................ 106
QUADRO 27 – LISTA DE RESPONDENTES DO QUESTIONÁRIO..................... 109
13
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – MUNICÍPIOS COM PÁGINA NA INTERNET DA PREFEITURA... 24
TABELA 2 – FUNDAMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE QUESTÕES
PARA O FORMULÁRIO DE OBSERVAÇÃO DE PORTAIS
GOVERNAMENTAIS...................................................................... 68
TABELA 3 – QUESTÕES DO FORMULÁRIO DE OBSERVAÇÃO DOS
PORTAIS VINCULADAS A CADA PRINCÍPIO DA
GOVERNANÇA PÚBLICA............................................................. 68
TABELA 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS ÍNDICES DE PRESENÇA DOS
PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA NOS PORTAIS
GOVERNAMENTAIS..................................................................... 69
TABELA 5 – RESULTADOS DAS BUSCAS POR TERMOS VINCULADOS
AOS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA......................... 83
TABELA 6 – LISTA DE MUNICÍPIOS QUE O PORTAL DA PREFEITURA
OBTEVE ÍNDICES DE PRESENÇA ALTOS PARA TODOS OS
PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA ACOMPANHADOS
DE PIB E POPULAÇÃO................................................................ 86
TABELA 7 – CITAÇÕES DE TERMOS VINCULADOS À GOVERNANÇA
PÚBLICA NAS REDES SOCIAIS................................................... 99
TABELA 8 – LISTA DE PREFEITURAS QUE COMUNICARAM DOIS OU
MAIS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA POR MEIO
DAS REDES SOCIAIS................................................................... 107
TABELA 9 – PERCEPÇÃO DOS GESTORES QUANTO A ADOÇÃO DOS
PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA PELA
PREFEITURA................................................................................ 114
TABELA 10 – PERCEPÇÃO DOS GESTORES QUANTO À COMUNICAÇÃO
DOS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA PELOS
PORTAIS MUNICIPAIS................................................................. 115
TABELA 11 – LISTA DE MUNICÍPIOS QUE ADOTARAM PRÁTICAS DE
PARTICIPAÇÃO ATIVA NA COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA
PÚBLICA EM PELO MENOS DUAS REDES SOCIAIS................. 125
14
LISTA DE SIGLAS
ANAO Gabinete de Auditoria Nacional da Austrália
BNDESPar BNDES Participações S.A
CEO Chief Executive Officer
CIFPA Instituto Britânico de Finanças e Contabilidade Pública
CVM Comissão de Valores Mobiliários
IBCA Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração
IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFAC Federação Internacional de Contadores
IGC Índice de Governança Corporativa
NAP Nova Administração Pública
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
ONG Organização não Governamental
OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PBM Pesquisa Brasileira de Mídia
PIB Produto Interno Bruto
SEC Securities and Exchange Commission
TCU Tribunal de Contas da União
TIC Tecnologia de Informação e Comunicação
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná
15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17
1.1 CONTEXTO E QUESTÃO DE PESQUISA ......................................................... 17
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ............................................................................... 21
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 21
1.2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 21
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO ................................................. 22
1.4 ADERÊNCIA À LINHA DE PESQUISA DO PROGRAMA ................................... 25
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 27
2.1 GOVERNANÇA ................................................................................................... 27
2.1.1 Governança corporativa ................................................................................... 27
2.1.2 Governança pública ......................................................................................... 33
2.1.2.1 Princípios da governança pública .................................................................. 43
2.2 COMUNICAÇÃO PÚBLICA ................................................................................. 46
2.2.1 Quadro teórico sobre comunicação pública no Brasil ...................................... 46
2.2.2 Dado, informação e comunicação – relacionamento, participação e
compartilhamento ...................................................................................................... 49
2.2.3 Comunicação pública – conceito e dimensões de atuação .............................. 50
2.3 COMUNICAÇÃO PÚBLICA, GOVERNANÇA LOCAL E UTILIZAÇÃO DA
INTERNET ................................................................................................................ 58
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 62
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 62
3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................... 64
3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ................................ 66
3.3.1 Observação dos portais governamentais e redes sociais ................................ 67
3.3.2 Questionário aos gestores de comunicação das prefeituras municipais .......... 71
3.4 EXECUÇÃO DA PESQUISA ............................................................................... 73
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 75
4.1 RESULTADOS DOS PORTAIS GOVERNAMENTAIS ........................................ 75
4.1.1 Principais resultados a destacar da análise dos portais governamentais ........ 84
4.2 RESULTADOS DAS REDES SOCIAIS ............................................................... 87
4.2.1 Presença e atividade das prefeituras nas redes sociais ................................... 87
16
4.2.2 Impacto das prefeituras nas redes sociais ....................................................... 90
4.2.2.1 Primeiro aspecto de impacto: número de pessoas que assinam o canal oficial
da prefeitura .............................................................................................................. 90
4.2.2.2 Segundo aspecto de impacto: reações ao conteúdo publicado pela prefeitura
.................................................................................................................................. 93
4.2.2.3 Terceiro aspecto de impacto: compartilhamento de conteúdo publicado pela
prefeitura ................................................................................................................... 95
4.2.2.4 Quarto aspecto de impacto: visualizações do conteúdo publicado pela
prefeitura ................................................................................................................... 97
4.2.3 Comunicação da governança pública pelas prefeituras nas redes sociais ...... 99
4.2.4 Principais resultados a destacar da análise das redes sociais ....................... 106
4.3 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO ENVIADO AOS GESTORES DE
COMUNICAÇÃO ..................................................................................................... 109
4.3.1 Estrutura de comunicação das prefeituras ..................................................... 110
4.3.2 Percepção dos gestores de comunicação quanto ao uso da Internet para
comunicação entre a prefeitura e o cidadão ........................................................... 111
4.3.3 Percepção dos gestores de comunicação quanto à adoção e comunicação dos
princípios de governança pública ............................................................................ 114
4.3.4 Dificuldades de comunicação dos princípios de governança pública ............. 115
4.3.5 Principais resultados a destacar da análise do questionário enviado aos
gestores de comunicação........................................................................................ 118
4.4 ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA
UTILIZADAS PELOS MUNICÍPIOS POR INTERMÉDIO DA INTERNET ............... 121
4.5 SÍNTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA E ATENDIMENTO AOS
OBJETIVOS PROPOSTOS..................................................................................... 126
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 128
5.1 SUGESTÃO PARA NOVOS ESTUDOS............................................................ 133
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ........................................................................... 134
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 136
APÊNDICES ........................................................................................................... 147
17
1 INTRODUÇÃO
Este capítulo inicial traz, além do contexto em que se insere, o tema da
pesquisa e a questão de pesquisa, os objetivos gerais e específicos, a justificativa
do estudo e a estrutura do trabalho.
1.1 CONTEXTO E QUESTÃO DE PESQUISA
A governança corporativa, entendida como o “conjunto de processos,
costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como
uma empresa é dirigida, administrada e controlada” (MATIAS-PEREIRA, 2010, p.
117-118), tem sua origem a partir das discussões sobre as implicações advindas da
separação da propriedade e do controle (BERLE; MEANS, 1932) e dos custos de
transação envolvidos na produção e comercialização de bens e serviços (JENSEN;
MECKLING, 1976). A partir dessas teorias, diversas práticas de governança
corporativa foram sendo adotadas pelos países por meio de estruturas reguladoras
de mercado.
Embora as práticas de governança corporativa variem de um país para
outro, em termos gerais Slomski et al. (2008) reconhecem alguns traços uniformes:
busca por reduzir a assimetria informacional – fenômeno em que alguns agentes
econômicos possuem mais informação do que sua contrapartida, moldando um
cenário incerto e inseguro (BERTOLIN et al., 2008); tratamento equitativo dos
investidores; incentivo à realização de auditorias externas; e nomeação de
conselheiros não vinculados ao alto escalão.
Essas práticas de governança alcançaram efeitos positivos e foram sendo
paulatinamente incorporadas ao setor público, a partir de reformas oriundas do
ideário da Nova Administração Pública – NAP.
Diversos países do mundo, conforme Simione (2014), adotaram novas
práticas administrativas para elevação do desempenho do Estado, frente às
necessidades de uma administração pública capaz de atender aos anseios da
sociedade por serviços públicos de melhor qualidade.
18
No Brasil, a partir da redemocratização do país, os governos dos níveis
federal, estadual e municipal têm buscado implementar uma gestão do Estado que o
torne mais aberto e acessível às necessidades dos seus cidadãos, visando
reestruturar a gestão pública com o objetivo de atender a uma nova configuração de
relação entre Estado e sociedade.
Nesse contexto, o conceito de governança pública ganha força ao se
referir à capacidade do Estado de implementar as políticas necessárias para o
alcance dos objetivos comuns, baseado em ações que garantam a maior atuação do
cidadão e responsabilização dos agentes públicos, tendo como pressuposto o
aperfeiçoamento dos meios de interlocução com a sociedade (OLIVEIRA; PISA,
2015).
Uma maior atuação do cidadão depende do interesse desse pelas
questões relativas ao poder público. A responsabilidade da comunicação
governamental aumenta à medida que aumenta o interesse da população que passa
a exigir mais qualidade, completude e transparência na informação, ou seja, se
exige não apenas informação, mas informação qualificada (CAMARGOS, 2004).
Em virtude da intensa velocidade de transformações tecnológicas,
econômicas, políticas e sociais no mundo atual, novas práticas de comunicação são
constantemente incorporadas à esfera de ação e gestão da comunicação estatal
(NOVELLI, 2006).
Aos governos não basta apenas realizar reformas e adotar princípios de
governança pública; é necessário comunicar tais práticas. A governança, assim,
requer uma efetiva comunicação pública, cujo intuito é transmitir informação de
interesse público aos cidadãos. A partir do cumprimento desse papel informativo,
que nada mais é do que um direito assegurado ao cidadão e um primeiro passo na
relação Estado e sociedade, a comunicação pode abrir espaço para o diálogo e
participação recíproca (MAINIERI; RIBEIRO, 2011).
Dito de outra forma, pode-se afirmar que a comunicação pública,
entendida como o processo de comunicação entre a sociedade e o Estado, traz um
importante papel a desempenhar na mediação para as práticas de boa governança
(NOVELLI, 2006).
As comunicações entre os governos e os cidadãos, assim como a
comunicação em geral, têm sofrido forte influência dos avanços das ferramentas de
19
tecnologia de informação e comunicação – TICs, e em especial da consolidação da
Internet como um meio de comunicação de grande utilização pela população.
A tecnologia oferta facilidades para o processo de comunicação entre
indivíduos, grupos, organizações e instituições – da disponibilização de informação
ao compartilhamento. Para Haswani (2013), não resta dúvida quanto à Internet ser
uma ferramenta de incomensurável potencial de transformação nas rotinas
comunicacionais. A autora ressalta a possibilidade de inclusão de pessoas ou
grupos sociais que até então eram apenas receptores de informação no grupo de
emissores, o que possibilita uma importante perspectiva emancipadora.
Embora possa se afirmar que a adoção contínua de ferramentas de TICs
na prestação de serviços governamentais, teve como fato impulsionador o
movimento reformador da nova administração pública, empreendido no setor público
na década de 1990, hoje se configura como uma tendência mundial na
administração pública (BERNARDES; SANTOS; ROVER, 2015). No Brasil, é no ano
2000 que é proposta uma nova política de interação eletrônica entre governo e
sociedade (VICENTIN, 2012).
Ao se considerar os atuais hábitos de informação dos brasileiros,
conforme Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 – PBM 2015 (BRASIL, 2014), pode-se
afirmar que a Internet é o terceiro meio de comunicação mais utilizado no país: 48%
da população utilizam Internet, enquanto 55% utilizam rádio e 95% utilizam a
televisão. Contudo, a Internet é utilizada por maior tempo diariamente – 4h59
durante a semana e 4h24 durante o fim de semana. Destaca-se ainda que 66%
acessam a Internet através de aparelhos celulares e 71% através de computadores
e notebooks.
Ressalta-se ainda uma mudança de perfil nos usuários que deixaram de
ser navegadores passivos, que a tudo consomem sem reação, para uma postura
ativa, propondo serviços, trocando informações, comentando, envolvendo-se, enfim,
participando (PISANI; PIOTET, 2010).
Um governo que deseja estabelecer a comunicação com seus cidadãos e
outros públicos de interesse deve levar em conta a Internet como uma ferramenta
importante, disponibilizando canais eficientes de interação na rede.
Para Silva (2009), os sítios oficiais devem não apenas propiciar relações
instrumentais com o cidadão e prestar serviços on-line, mas se consolidar como
fonte de informação pública e comunicação cidadã.
20
Frente a todo o exposto, se está diante de um contexto, demonstrado na
Figura 1, no qual: (i) a relação Estado e Sociedade deve ser aprofundada; (ii) o
conceito de governança – capacidade do Estado de implementar as políticas
necessárias para o alcance de objetivos comuns – ganha força; (iii) a governança
exige uma efetiva comunicação pública – interlocução da sociedade; (iv) as TICs são
uma tendência mundial na administração pública e também foram adotadas no
Brasil; (v) praticamente metade da população brasileira utiliza a internet e os que a
utilizam dedicam quase 5 horas diárias em seu uso.
Figura 1 – Contexto da pesquisa Fonte: Elaborada pelo autor.
Diante disso, importa entender como o Estado, em especial a
administração pública municipal, que é a mais próxima do cidadão, tem utilizado as
ferramentas eletrônicas para comunicar aos cidadãos sobre a implementação da
governança pública, na medida em que a gestão municipal adota seus princípios.
Portanto, emerge a seguinte questão de pesquisa:
Como as prefeituras dos municípios brasileiros têm se utilizado da
Internet, em especial os portais governamentais e as redes sociais, para
comunicação dos princípios de governança pública?
21
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA
Para responder à questão de pesquisa, propõe-se um objetivo geral e
cinco objetivos específicos que apontam os caminhos a serem trilhados neste
estudo.
1.2.1 Objetivo geral
Identificar as práticas de comunicação utilizadas pelas prefeituras
municipais por intermédio da Internet, em especial os portais governamentais e as
redes sociais, para divulgação dos princípios da governança pública adotados pela
gestão municipal.
1.2.2 Objetivos específicos
a) Identificar os princípios da governança pública presentes nos portais
das prefeituras municipais na Internet;
b) Identificar o uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos
princípios da governança pública pelas prefeituras municipais;
c) Identificar a percepção dos gestores municipais frente à efetividade do
uso da Internet na comunicação dos princípios da governança pública
adotados pela gestão municipal;
d) Verificar a percepção dos gestores municipais sobre as dificuldades da
comunicação da governança pública nos portais municipais na Internet;
e) Identificar e analisar as práticas comunicacionais da governança
pública por intermédio da Internet.
22
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO
As mudanças ocorridas em todo o mundo nos últimos cinquenta anos
provocaram mudanças nos Estados e em suas relações com as sociedades que
representam. O Estado do bem-estar social – Welfare State – começou a entrar em
crise nos anos 1970, sendo substituído em alguns países pelo Estado de orientação
neoliberal. A partir dos anos 2000, diversas crises colocaram a orientação neoliberal
em xeque e o Estado procurou se reorganizar de forma a combinar desenvolvimento
econômico, competitividade e eficiência dos mercados nacionais, com aspectos
relacionados ao bem-estar da sociedade.
No Brasil, embora nunca tenha sido implementado um Estado de bem-
estar social e tampouco um Estado neoliberal, essas mudanças foram em partes
sendo incorporadas pelo Estado. Atualmente, o modelo adotado no país congrega
regulação de mercados, participação do Estado na economia e medidas sociais e
inclusivas.
De forma análoga, a administração pública também foi influenciada pelas
mudanças ocorridas na sociedade e, em especial, pelas mudanças sofridas pelo
Estado. A visão gerencial da gestão pública e a visão do cidadão como consumidor
que acompanharam o Estado neoliberal têm sido substituídas por uma
administração pública que busca congregar a perspectiva da qualidade do serviço
público prestado com a dimensão da cidadania, no qual as pessoas-cidadãos, para
além de detentores de direitos e deveres, são também participantes do processo.
É para um novo papel de Estado aliado a uma nova visão de
administração pública que surge, a partir da governança corporativa oriunda da
iniciativa privada e com base neste cenário de mudanças, a governança pública.
A governança pública trata de os governos assegurarem a participação
dos cidadãos na formulação e implementação de políticas públicas, de forma a
torná-las mais eficientes, na medida em que estas políticas alcançam maior
sustentabilidade e legitimidade. Nesse sentido, uma governança eficiente torna o
Estado mais permeável à influência da sociedade (NOVELLI, 2006).
Em paralelo a essas mudanças no Estado e na administração pública, o
desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação gerou na sociedade
uma verdadeira revolução nas formas de relacionamento entre as pessoas, as
23
instituições em geral e também entre o cidadão e as diversas esferas de governo. A
principal ferramenta dessa revolução consiste na Internet e os entes públicos
procuram se relacionar com os cidadãos por intermédio dos portais governamentais
onde são disponibilizados informações, serviços e conteúdos diversos que os
responsáveis julgarem pertinentes.
Se antes a relação com o cidadão se dava no momento em que esse
procurava um determinado setor do poder público para ser atendido ou por meio de
uma ligação para uma central de atendimento, atualmente grande parte do
relacionamento cidadão e órgão público tende a acontecer por intermédio da
Internet. Os elementos presentes nos portais de governo; a forma em que as
informações são dispostas; os conteúdos disponíveis ao internauta – pessoa que
navega na Internet; e as outras formas de comunicação eletrônica, além dos portais
governamentais, podem possibilitar o entendimento do relacionamento entre cidadão
e poder público em questão, como a Comunicação Pública é tratada pelo órgão e
até mesmo inferir características da forma de gestão ali desenvolvida.
Pinho (2008) afirma que, por intermédio de portais na Internet, os
governos podem disponibilizar serviços e informações, facilitar a realização de
negócios, aumentar a transparência e a participação da sociedade, mostrar sua
identidade, propósitos e realizações e identificar as necessidades do cidadão. O
autor afirma que isso é o que a tecnologia pode fazer, mas que o alcance disso é
difícil na esfera governamental e política.
É nesse sentido que a comunicação pública se torna importante para uma
boa governança. Kissler e Heidemann (2006) argumentam que a comunicação
constitui um dos elementos que dissolvem a hierarquia típica das relações entre
Estado e sociedade, pois supõe que o compartilhamento de informações tem
potencial de gerar confiança e, assim, os autores acreditam que a comunicação é
fator essencial definidor das novas relações entre sociedade e governo, propiciadas
pelos novos modelos de governança.
A comunicação pública adquiriu um sentido mais amplo do que dar
informação ou atender interesses da organização pública e de seus gestores, ou
ainda do que um viés de massificação historicamente adotado pelo setor público. O
foco da comunicação pública passa pela adoção de práticas mais democráticas e
direcionadas ao atendimento dos interesses do conjunto da sociedade,
possibilitando ao cidadão: (i) ter pleno conhecimento da informação que lhe diz
24
respeito; (ii) expressar suas posições com a certeza de que será ouvido com
interesse; e (iii) ter a perspectiva de participar ativamente do processo de
comunicação (GERZSON; MÜLLER, 2009).
O principal objetivo da comunicação pública, na prática da governança, é
promover e viabilizar o relacionamento mais interativo entre governantes e
governados a partir de uma comunicação centrada no cidadão por meio da garantia
do direito à informação e à expressão e ainda direito ao diálogo, do respeito às suas
características e necessidades e do estímulo à participação ativa, racional e
corresponsável, voltada mais para a promoção da cidadania e da participação e
menos para a divulgação institucional (NOVELLI, 2006; DUARTE, 2007).
Um fator que destaca a importância dos entes governamentais
disponibilizarem um portal eletrônico na Internet é a previsão contida na Lei
Complementar 131/2009 – conhecida como Lei da Transparência – que alterou a Lei
de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar 101/2000, acrescentando no inciso II
do parágrafo único do art. 48, a necessidade de “liberação ao pleno conhecimento e
acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas
sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso
público”.
Em pesquisa sobre o Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros de 2014,
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou o número de
municípios que a prefeitura possui página na internet, conforme a Tabela 1.
Tabela 1 – Municípios com página na internet da prefeitura
Municípios
Total
Com página na Internet da prefeitura
Total Situação da página
Ativa Em manutenção ou reestruturação
Brasil 5.570 4.943 4.670 273
Até 5.000 hab. 1.243 1.073 1.025 48
De 5.001 a 10.000 hab. 1.216 1.044 981 63
De 10.001 a 20.000 hab. 1.383 1.209 1.131 78
De 20.001 a 50.000 hab. 1.080 981 921 60
De 50.001 a 100.000 hab. 348 338 319 19
De 100.001 a 500.000 hab. 261 259 254 5
Mais de 500.000 hab. 39 39 39 -
Fonte: Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros de 2014 (IBGE, 2015).
Os dados constantes na Tabela 1 demonstram que, no Brasil, 89% das
prefeituras dos municípios possuem páginas na internet. Mostra ainda que, quanto
25
maior o número de habitantes no município, maior a relação das prefeituras que
possuem página na internet: na categoria de municípios com mais de 500.000
habitantes, todas as prefeituras possuem páginas, enquanto que nos municípios de
10.000 habitantes ou menos apenas 86% das prefeituras possuem página na
internet.
Silva (2009) destaca que possuir e manter uma página na Internet traz
inovações estruturais na comunicação praticada pelo Estado, em especial quanto ao
trato dado à informação. Por outro lado, Haswani (2013) alerta que mesmo um portal
de governo perfeito se não atualizado, se omitir informações, não retornar as
mensagens deixadas nos canais disponibilizados não terá efeito na comunicação,
ainda que a tecnologia esteja presente e avançada.
Um segundo fator que destaca a importância da comunicação por
intermédio da Internet, em especial dos portais governamentais, é o volume de
pesquisas dedicadas a verificar em que medida os portais eletrônicos dos governos
tem sido utilizados para aumentar a transparência do governo (PINHO, 2008;
SANTANA JUNIOR, 2008; AKUTSU, 2009; PAIVA; ZUCCOLOTTO, 2012; CAMPOS;
PAIVA; GOMES, 2013; JACQUES; QUINTANA; MACAGNAN, 2013; BARROS;
FONSECA, 2015).
1.4 ADERÊNCIA À LINHA DE PESQUISA DO PROGRAMA
O programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública
do Campus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR
possui duas linhas de pesquisa: (i) Planejamento e Políticas Públicas e (ii)
Governança Pública e Desenvolvimento.
A primeira linha de pesquisa discute os processos das políticas públicas,
com enfoque para o seu planejamento e definições para implementação, e “almeja
desenvolver métodos, técnicas e estudos para o aprimoramento da prática e da
teoria sobre a intervenção do Estado visando o desenvolvimento sustentável do
território” (PGP, 2016a).
A segunda linha de pesquisa “faz a interface entre o processo de
planejamento e definições para implementação, com a execução e
26
acompanhamento a partir dos princípios da governança” (PGP, 2016b) e trabalha
temas relacionados ao Estado, Governo, Sociedade e administração pública.
O presente estudo vincula-se à primeira linha de pesquisa, que trata das
políticas públicas. A comunicação pública permeia – ou deveria permear – todos os
processos das políticas públicas para que o Estado, ao intervir na realidade, o
fizesse de modo que a população tivesse antes tomado ciência, discutido,
influenciado e acompanhado as propostas de ação estatais.
A pesquisa dialoga ainda com a segunda linha de pesquisa do Programa,
que trata da governança pública, na medida em que busca investigar, a partir dos
princípios de governança pública, como ocorre a comunicação entre os governos
municipais e a sociedade.
27
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Governança pública e comunicação pública são os pilares que
fundamentam o recorte teórico da presente pesquisa. O objetivo do estudo desses
dois temas é subsidiar o desenvolvimento da pesquisa e proporcionar elementos
necessários para análise e interpretação dos resultados alcançados.
Para tanto, inicialmente se busca fundamentar teoricamente o tema
governança, a partir da abordagem da governança corporativa até alcançar a
governança pública. O tópico da governança pública traz um item específico dos
princípios da governança pública.
Cabe ressaltar que governança é um termo empregado em diferentes
áreas de conhecimento e diferentes cenários, adaptando-se a distintas abordagens
em diferentes setores sociais, a partir da perspectiva de análise escolhida. Isso faz
com que apresentar um conceito universal se torne tarefa árdua, pois, conforme
afirma Secchi (2009, p. 357), “a definição de governança não é livre de
contestações”.
O segundo tema tratado, comunicação pública, foi dividido em três
seções. A primeira seção aborda o quadro teórico sobre comunicação pública no
Brasil utilizado neste estudo. Segue uma seção que diferencia dado, informação e
comunicação, além de relacionamento, participação e compartilhamento. A terceira
seção trata do conceito e dimensões de atuação da comunicação pública.
Por fim, uma seção específica procura correlacionar a comunicação
pública, a governança local e a utilização da Internet.
2.1 GOVERNANÇA
2.1.1 Governança corporativa
A globalização trouxe para as empresas privadas, a partir da segunda
metade do século XX, um cenário competitivo e complexo no qual, para a
28
prosperidade do negócio, se exigia uma reconfiguração e aperfeiçoamento dos
padrões de gestão das empresas. A resposta das empresas se deu mediante uma
nova forma de gestão das relações interna e externas, denominada governança
corporativa (SLOMSKI et al., 2008).
Na década de 1980, a governança corporativa ganhou destaque em
virtude das cobranças por maior transparência a que as companhias americanas
foram submetidas pelos fundos de pensão norte americanos, que desejavam limitar
os abusos dos controladores (SOUZA, 2005).
No Reino Unido, o cenário não era diferente e em 1991 foi criada, pelo
Banco da Inglaterra em conjunto com outras entidades, a Comissão Cadbury –
Cadbury Committee para reger os aspectos financeiros da governança corporativa
do setor privado. Sua missão consistiu em elaborar um Código de Melhores Práticas
de Governança Corporativa. Cerca de um ano após sua criação, a Comissão
divulgou um relatório, denominado Relatório Cadbury, de grande destaque na época
sendo considerado o primeiro Código de Melhores Práticas de Governança
Corporativa (BORGES; SERRÃO, 2005; ANDRADE; ROSSETI, 2009).
Em 2001, após a divulgação de fraudes contábeis que levaram a
escândalos financeiros de ordem global, a partir do setor energético americano, a
adoção da governança corporativa se torna imprescindível (BORGES; SERRÃO,
2005; ANDRADE; ROSSETTI, 2009).
No Brasil, o mercado de capitais começou a ser regulado em 1976, com a
criação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM e também com a Lei das
Sociedades por Ações. Contudo, é a partir da década de 1990 que a governança
corporativa ganha importância no país em virtude de fraudes nos registros e padrões
contábeis descobertas pelo Banco Central, que demandaram melhorias nos níveis
de governança por parte das empresas (BORGES; SERRÃO, 2005; SLOMSKI et al.,
2008).
Em 1995, foi fundado o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa –
IBGC como referência para o desenvolvimento das melhores práticas de governança
corporativa. Em 1999, foi lançado o Código de Melhores Práticas de Governança
Corporativa, que atualmente está em sua quarta edição, lançada em 2009 (IBGC,
2009).
Os principais eventos históricos relacionados à governança corporativa de
1991 a 2013 ocorridos no Brasil e no mundo estão dispostos no Quadro 1.
29
1991-1995
No mundo 1992. Publicação do Relatório Cadbury, considerado o primeiro código de boas práticas de governança corporativa. O documento surgiu como resposta aos escândalos no mercado corporativo e financeiro da Inglaterra no final dos anos 1980. O relatório influenciou as publicações dos futuros códigos de diversos países.
1994. Pesquisa realizada pelo California Public Employees Retirement System divulga que mais da metade das 300 maiores companhias dos Estados Unidos tinha desenvolvido manuais próprios de recomendações de governança corporativa.
1999. Edição dos Principles of corporate governance pela OCDE.
No Brasil 1995. Fundado o Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração – IBCA, atual IBGC.
1996-2000
No mundo 1997. Na Alemanha, ocorre a criação do Novo Mercado da Bolsa de Frankfurt. A Federação Japonesa das Organizações Econômicas lança relatório com recomendações sobre governança corporativa. Crise financeira asiática atribuída às más práticas de governança corporativa (ações de empresas asiáticas despencam).
1998. É publicado o Combined Code, que objetivava revisar o Relatório Cadbury e readequar sua aplicabilidade. A OCDE estabelece o Business Sector Advisory Group on Corporate Governance.
2000. O Banco Mundial e a McKinsey publicam estudo provando que investidores pagariam de 18% a 28% a mais por empresas com boas práticas de governança corporativa.
No Brasil 1997. Aprovada a Lei 9.457 referente à reforma da Lei das Sociedades Anônimas.
1998. É criado o primeiro fundo voltado para a governança (Dynamo Puma), no programa de Valor e Liquidez do BNDESPar.
1999. O IBCA passa a se denominar IBGC e publica o primeiro código brasileiro sobre governança, “Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa”. A CVM lança a Instrução 299, sobre ofertas públicas e rodízio de auditorias.
2000. Bovespa lança indexadores de Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado para ranquear empresas de acordo com as práticas de governança corporativa.
2001-2009
No mundo 2001. É divulgada a fraude contábil da Enron, um dos maiores escândalos financeiros da história. O código produzido pela OCDE é revisado e incorpora resultados de debates internacionais.
2002. É aprovada no congresso americano a Lei Sarbanes-Oxley. A Securities and Exchange Commission (SEC) edita normas complementares e a Bolsa de Valores de Nova York aprova novos requisitos de governança corporativa como condição para listagem de empresas.
2003. É divulgado o "furo" de US$ 11 bilhões nos registros contábeis da Parmalat, considerado um dos maiores escândalos financeiros da Europa. A Nasdaq anuncia normas semelhantes à Bolsa de Nova York.
2004. A OCDE cria o "Círculo de Companhias", após mesa redonda latino-americana para debates sobre práticas de governança corporativa.
2005. A OCDE lança documento contendo diretrizes de boa governança para empresas de controle estatal.
2006. Mais um problema de governança corporativa é anunciado no mercado norte-americano. O escândalo, conhecido como options backdating, causa a demissão de mais de 50 CEOs e conselheiros (mais de 130 empresas são acusadas de manipular as datas de concessão dos planos de opções de ações dos seus executivos, visando aumentar seus ganhos pessoais). 2.ª revisão do Combined Code.
2008. Estouro da bolha imobiliária acarreta uma crise financeira mundial, revelando falhas de governança corporativa em diversas instituições financeiras, e expõe problemas de gestão de riscos e o papel dos conselhos de administração.
30
No Brasil 2001. A Bovespa cria o Índice de Governança Corporativa – IGC, cujo objetivo é medir o desempenho de carteiras compostas por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança. A Lei das Sociedades Anônimas é reformada, sendo promulgada a Lei 10.303/2001, apresentando avanços em relação ao projeto inicial.
2002. A CVM lança uma cartilha nomeada “Recomendações da CVM sobre Governança Corporativa”.
2004. O IBGC lança a 3ª terceira versão do “Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa”, abordando de forma didática e detalhada o papel dos diferentes públicos-alvo da governança.
2006. Bovespa amplia regras para os níveis diferenciados de listagem.
2010-2015
No mundo 2011. Caso Steve Jobs na Apple: ocorre maior atenção e debates sobre sucessão nas organizações.
No Brasil 2011. Sancionada a Lei nº 12.527 – Lei de Acesso à Informação, importante instrumento de ampliação da transparência e do controle social. A fraude bilionária no Banco Panamericano vem a público. Início das discussões sobre o projeto de Lei 6.826/2010, que responsabiliza as empresas por crimes de corrupção.
2012. Caso Cosan e minoritários da Petrobras: repercussão sobre temas da Governança.
2013. Caso das empresas de Eike Batista (Grupo “X”). 2013 Sanção da Lei 12.846/13, chamada Lei Anticorrupção que trata da responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
2014 Início da primeira fase ostensiva da Operação Lava Jato.
2015 É regulamentada, por meio do Decreto 8.420/15, a Lei Anticorrupção.
Quadro 1 – Linha do tempo da governança no Brasil e no mundo 1991-2015 Fonte: PISA (2014, p. 107-108), atualizada pelo autor.
É no contexto apresentado no Quadro 1 que a governança corporativa
floresce e ganha força, contudo, as teorias que dão suporte à governança
corporativa são anteriores a esse contexto.
Autores como Saito e Silveira (2008) e Borges e Serrão (2005) atribuem o
inicio dos estudos de governança corporativa à obra The modern corporation and
private property dos autores Berle e Means (1932), pois nessa obra foi discutida de
forma pioneira a problemática da separação entre propriedade e controle.
Seguiram a essa obra outros estudos, com destaque para a obra de
Coase (1937), que elaborou a Teoria da Firma e, posteriormente, Jensen e Meckling
(1976), que elaboraram a Teoria da Agência. Saito e Silveira (2008) consideram
essa última obra seminal na área de governança corporativa, pois a partir dela novas
modelagens teóricas e diversos trabalhos empíricos foram formulados. Para esses
autores, da obra de Jensen e Meckling (1976) pode-se extrair três contribuições
principais:
i) a criação de uma teoria de estrutura de propriedade das companhias baseada nos inevitáveis conflitos de interesse individuais e com predições testáveis empiricamente;
31
ii) a definição de um novo conceito de custos de agência, mostrando sua relação com a separação entre propriedade e controle presente nas empresas; e iii) a elaboração de uma nova definição da firma, descrevendo-a como uma mera ficção legal que serve como um ponto de ligação (nexus) para um conjunto de relacionamentos contratuais entre os indivíduos. (SAITO; SILVEIRA, 2008, p. 79).
A relação de agência proposta por Jensen e Meckling (1976) define-se
por um contrato no qual o principal – uma ou mais pessoas, proprietários e
acionistas – contrata um agente – uma ou mais pessoas, executivos – para
desempenhar um determinado serviço em nome do principal, a partir da delegação
de algum poder de decisão ao agente. A teoria trata dos custos de transação que
podem inferir negativamente no negócio em face de possíveis conflitos entre o
principal e o agente, já que na relação as partes envolvidas tendem a perseguir seus
próprios interesses. Três fatos contribuem para possíveis conflitos: (i) decisões
tomadas pelo agente afetam o bem-estar do principal; (ii) diversos comportamentos
são possíveis de serem assumidos pelo agente; e (iii) o principal dificilmente
consegue observar as ações do agente, gerando assimetria informacional entre
ambos.
A governança corporativa é entendida, então, por Jensen e Meckling
(1976) como um conjunto de mecanismos para reduzir os custos de transação e a
assimetria informacional entre agente e principal.
O entendimento da Teoria da Agência é importante na compreensão da
importância da governança tanto no âmbito privado quanto no público. Nos dois
ambientes, estabelecem-se relações entre uma figura principal e um agente e
passam a existir razões para acreditar que o agente nem sempre tomará as
decisões de acordo com os melhores interesses do principal. A governança cumpre
o papel de minimizar esses riscos.
O conceito de governança corporativa presente no trabalho de Jensen e
Meckling (1976) e no Relatório Cadbury (CADBURY, 1992) é a base sob as quais
outros autores constroem o seu conceito de governança corporativa.
No trabalho de Jensen e Meckling (1976 apud SAITO; SILVEIRA, 2008, p.
80), a governança corporativa pode ser vista como “um conjunto de mecanismos
internos e externos, de incentivo e controle, que visam minimizar os custos
decorrentes do problema da agência”. Já no Relatório Cadbury (CADBURY, 1992, p.
32
14), a “governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e
controladas”.
Slomski et al. (2008, p. 8) definem governança corporativa como um
“sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, em que, através de
mecanismos específicos, gestores e proprietários procuram assegurar o bom
desempenho da empresa para aumento de sua riqueza”.
Em virtude da importância que a governança corporativa ganhou no
mercado, importantes instituições emitiram documentos nos quais buscaram
conceituar o termo, conforme o Quadro 2 aborda:
Ano Instituição Definição de governança corporativa
2001 IFAC Governança diz respeito às estruturas e processos de tomada de decisão, responsabilidade, controle e conduta no topo das organizações.
2002 ANAO – Barret
Governança engloba como uma organização é gerenciada, as suas estruturas corporativas, a sua cultura, as suas políticas e estratégias, e as maneiras pelas quais ela lida com seus diversos stakeholders.
2002 CVM Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital.
2004 OCDE Relações entre a administração da sociedade, seu conselho, acionistas e outras partes interessadas. A governança corporativa proporciona a estrutura que possibilitará o estabelecimento dos objetivos da sociedade, bem como os meios de cumpri-los e supervisionar o desempenho da sociedade.
2009 IBGC Governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle.
Quadro 2 – Definições de governança corporativa por entidades Fonte: Elaborado pelo autor.
Outros autores e instituições poderiam ser colocados, mas não trariam
conceitos diferentes de governança corporativa além de diferenças semânticas.
Tanto é que Andrade e Rossetti (2009) observam que na maioria das definições
existem semelhanças – expressões-chave – que versam sobre: direitos das partes
interessadas; ii) sistema de relações; iii) sistema de governo e estrutura de poder; e
iv) sistemas normativos.
A base de funcionamento da governança corporativa repousa sobre
princípios que devem reger o relacionamento entre as partes e a gestão da
organização. Slomski et al. (2008) identificam esses princípios: transparência
(disclosure), senso de justiça (fairness), prestação de contas (accountability),
cumprimento das leis (compliance) e ética (ethics).
33
Assim como o conceito de governança corporativa, cada princípio guarda
inúmeras definições, que serão abordadas ao se tratar da governança pública.
Importa afirmar que, conforme a OCDE (2004), os princípios servem como pontos de
referência para que os entes desenvolvam suas próprias práticas.
Frente ao exposto, pode-se entender a governança corporativa como um
sistema de relações entre as partes envolvidas em uma empresa, por meio do qual a
empresa é dirigida e controlada, tendo por base princípios como transparência,
senso de justiça, prestação de contas, cumprimento das leis e ética, que tem por
objetivo reduzir os custos de transação do problema da agência e por meio do qual
se procura melhorar a gestão e aumentar o valor da empresa.
2.1.2 Governança pública
A governança pública se desenvolveu a partir da governança corporativa,
conforme afirmado anteriormente, tendo por base inicial a tentativa por parte de
entidades nacionais e internacionais de adaptação dos princípios de governança
corporativa à esfera pública. Em 1995, o Instituto Britânico de Finanças e
Contabilidade Pública – CIFPA desenvolveu a primeira estrutura de governança
corporativa para o setor público, tendo por base o já citado Relatório Cadbury
(SLOMSKI et al., 2008).
Em 2001, a Federação Internacional de Contadores (International
Federation of Accountants – IFAC) publicou o Estudo 13 de seu Comitê do Setor
Público, que tratou das formas de governança na gestão pública, com foco na
responsabilidade do grupo governante.
Dois anos após, o Gabinete de Auditoria Nacional da Austrália (Australian
National Audit Office – ANAO) publicou o seu guia de melhores práticas para a
governança no setor público.
O avanço da discussão da governança pública se deu devido às
condições insatisfatórias dos modelos adotados pelas administrações públicas até
então, que, com pouca abertura de espaço para atendimento às questões sociais e
restrição da participação do cidadão nos processos decisórios, privilegiavam a
eficiência e qualidade da gestão, conforme Kissler e Heidemann (2006).
34
No Brasil, em 2014, o TCU lançou a publicação “Governança Pública:
referencial básico de governança aplicável a órgãos e entidades da administração
pública e ações indutoras de melhoria”, que buscou reunir e organizar boas práticas
de governança pública, visando ao incremento do desempenho de órgãos e
entidades públicas.
Autores como Gruening (2001) e Barzelay (2000) citam a Teoria da
Agência e a Teoria da Escolha Pública como teorias fundamentais para a
governança na gestão pública.
Conforme citado quando se tratou da governança corporativa, a teoria da
agência tenta capturar o relacionamento estabelecido quando uma parte (o principal)
delega trabalho para a outra parte (o agente), que executa esse trabalho, por meio
da ideia de um contrato (SLOMSKI et al., 2008).
A transposição da teoria da agência para o setor público pode ser feita
mediante o entendimento do cidadão eleitor como principal que, pelo voto, nomeia o
agente (governante) para gerir o serviço público, financiado por pagamentos de
impostos do principal (VIANA, 2010).
Outra forma de transpor a teoria da agência para o serviço público é
entender o principal como os cidadãos contribuintes e os gestores públicos, eleitos
ou não, como agentes. Esse é o entendimento de Andrade e Rossetti (2009), que
está contido na Figura 2.
Figura 2 – Transposição do conflito de agência no processo de governança do Estado Fonte: Andrade; Rossetti (2009, p. 553).
OS CONTRIBUINTES - Agentes principais, outorgantes. - Focados em: (i) máximo retorno dos tributos pagos; (ii) “dividendos sociais” proporcionados por bens e serviços públicos
OS GESTORES PÚBLICOS - Agentes executores, outorgados. - Focados em: (i) domínio da gestão pública; (ii) decisões alocativas eficazes; (iii) bem-estar coletivo
RELAÇÃO DE AGÊNCIA - Decisões que maximizam o interesse dos contribuintes. - Decisões que maximizam o interesse dos gestores.
- Recursos para produção de bens e serviços públicos. - Remunerações pelos serviços de gestão.
- Serviços de gestão. - Prestação responsável de contas.
35
Slomski et al. (2008) reforçam o entendimento da relação de agência
entre cidadão e gestor público a partir da presença de três condições básicas: i)
vários comportamentos são possíveis de serem adotados pelo agente (gestor
público); ii) o bem-estar das duas partes é afetado pela ação do agente (gestor
público); e iii) o principal (cidadão) dificilmente consegue observar as ações do
agente (gestor público), existindo assimetria informacional. Diante da assimetria
informacional existente entre agente e principal, importa atentar se o agente (gestor
público) decide corretamente para o interesse do principal (cidadão).
A expectativa do cidadão é que os gestores públicos cuidem da alocação
dos recursos arrecadados por meio de tributos, gerando o máximo de retorno social
e de serviços para a população (ANDRADE; ROSSETTI, 2009). Contudo, os
interesses das partes podem entrar em conflito, conforme o Quadro 3 demonstra:
Interesse dos contribuintes: os outorgantes
- Serviços públicos de excelência: (i) qualidade; e (ii) produtividade; - máxima relação investimentos/custeio; - eficácia na alocação de recursos; - gestão eficiente: baixos custos de transação; - corrupção zero: conformidade absoluta; - transparência, integridade das contas e auditoria rigorosa e independente; - carga tributária: (i) sob limites e controle; e (ii) compatível com benefícios sociais efetivamente gerados e percebidos.
Interesse dos gestores: os outorgados
- garantia aos servidores públicos: (i) serviços não avaliados; (ii) ausência de avaliações de desempenho dos servidores; e (iii) permanência no emprego: inamovibilidade; - elevação dos próprios benefícios: aumento dos dispêndios de custeio; - alocações clientelistas de recursos; - gigantismo e burocracia: altos custos de transação. - corrupção endêmica: práticas condenáveis recorrentes; - auditoria “sob controle”: nomeação interna dos juízes dos Tribunais de Contas, comprometendo independência; - carga tributária: (i) permanentemente pressionada para cima; (ii) insensibilidade à relação benefícios/custos.
Quadro 3 – Interesses em conflito de contribuintes e de gestores do Estado Fonte: Andrade, Rossetti (2009, p. 554).
No caso do entendimento de que o agente é o governante eleito, o
conflito de interesses com o principal, cidadão eleitores, ocorre quando os
governantes atuam em benefício próprio, seja para se manter no poder ou mesmo
para maximização de seus benefícios econômicos (VIANA, 2010).
36
Qualquer que seja o entendimento quanto ao agente – governante eleito
ou gestores públicos eleitos ou não – uma forte estrutura de governança pública
objetiva reduzir os custos de transação oriundos da relação de agência entre
cidadãos e agentes.
A segunda teoria importante para a governança pública é a Teoria da
Escolha Pública.
Tendo surgido nos anos 1950, a Teoria da Escolha Pública descreve
como os governos tomam as decisões, sobre temas complexos como impostos,
despesas, regulamentação e outras políticas (SLOMSKI et al., 2008).
A Teoria da Escolha Pública é constituída por três fundamentos: o
individualismo metodológico; o homo economicus como postulado do
comportamento individual; e a economia como a ciência de trocas, conforme
descrito no Quadro 4:
Fundamentos Pressuposto
Individualismo metodológico
Pressupõe que a unidade base de análise é o indivíduo, e que ele é o sujeito de ações individuais ou coletivas, bem como possui preferências, valores e motivações (PEREIRA, 1997).
Homo economicus como postulado do comportamento individual
Pressupõe que o homem se comporta como um indivíduo egoísta, racional e maximizador. É pressupor que os indivíduos são modelados para comportar-se de maneira a maximizar suas utilidades subjetivas diante das restrições que enfrentam (BUCHANAN, 1983).
Economia como ciência de trocas
Ao visualizar a política como um mercado em que se vai trocar uma coisa por outra, na busca de satisfação de interesses pessoais, a política se converte, então, em um mecanismo para alcançar objetivos pessoais. Logo, a diferença entre o mercado e a política não reside no tipo de interesses que os indivíduos buscam alcançar, mas nas condições sob as quais os indivíduos as buscam (PARDO; PARRA, 1988).
Quadro 4 – Fundamentos da Teoria da Escolha Pública Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Costa et al. (2013).
Com base nesses três fundamentos, a Teoria da Escolha Pública busca
descrever como se comportam os indivíduos em papéis de escolha pública – como
votantes, candidatos, burocratas, cidadãos, representantes eleitos etc. – frente aos
resultados observáveis ou não. Trata-se de compreender as interações institucionais
do setor público e suas complexas decisões (SLOMSKI et al., 2008).
A escolha pública ocorre quando as alternativas possíveis afetam não
somente o tomador de decisão, mas também outros indivíduos. Os resultados desta
escolha pública são frutos das estruturas institucionais nas quais os atores buscam
atingir seus interesses (COSTA et al., 2013).
37
O estudo dessa teoria se torna importante para a questão da governança
com base no fato de que os políticos tem a preocupação primeira em ganhar as
eleições, ou seja, são maximizadores de votos (SLOMSKI et al., 2008).
A Teoria da Escolha Pública, em conjunto com a Teoria da Agência, dá
conta de entender as interações institucionais no contexto público e reforça a
necessidade uma forte estrutura de governança.
No decorrer deste estudo, já foi apresentado o conceito de governança
pública de Oliveira e Pisa (2015). Convém retomar a discussão do conceito de
governança pública, de forma a alcançar uma delimitação do termo que atenda aos
objetivos desse estudo. Dessa forma, no Quadro 5, apresentam-se diversas
conceituações propostas por autores da área de governança pública.
Autor Definição de governança pública
Dorset e Baker (1979 apud SLOMSKI et al., 2008)
A maneira como o poder é exercido em um país na administração dos recursos econômicos e sociais para o seu desenvolvimento.
Diniz (1996) Capacidade do governo de atuar na implantação das políticas e no cumprimento das metas coletivas, inclusos mecanismos e procedimentos para lidar com a dimensão participativa da sociedade.
Bresser-Pereira (1998)
Capacidade financeira e administrativa, em sentido amplo, de um governo implementar políticas.
Bresser-Pereira (2001)
Um processo dinâmico por meio do qual ocorre o desenvolvimento político e através deste desenvolvimento o Estado, a sociedade civil e o governo organizam e gerem a vida pública.
Löffer (2001 apud KISSLER; HEIDEMANN, 2006, p. 482).
“uma nova geração de reformas administrativas e de Estado, que têm como objeto a ação conjunta, levada a efeito de forma eficaz, transparente e compartilhada, pelo Estado, pelas empresas e pela sociedade civil, visando uma solução inovadora dos problemas sociais e criando possibilidades e chances de um desenvolvimento futuro sustentável para todos os participantes.”
Gonçalves (2005, p. 14)
“Ação conjunta de Estado e sociedade na busca de soluções e resultados para problemas comuns.”
Slomski et al. (2008) Trata da aquisição e distribuição de poder na sociedade, guardando a legitimidade e legalidade, além de uma questão de aumento de efetividade e eficiência.
Secchi (2009, p. 358)
“Um conjunto adequado de práticas democráticas e de gestão que ajudam os países a melhorar suas condições de desenvolvimento econômico e social.”
Matias-Pereira (2010, p. 113).
“Sistema que determina o equilíbrio de poder entre todos os envolvidos numa organização – governantes, gestores, servidores, cidadãos.”
Knopp (2011, p. 58) “Conjunto de mecanismos, processos, estruturas e instituições por meio dos quais diversos grupos de interesses se articulam, negociam, exercem influência e poder.”
Quadro 5 – Conceitos de governança pública propostos por autores da área Fonte: Elaborado pelo autor a partir de consulta às obras e autores citados.
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Assim como os autores citados, instituições internacionais e nacionais
como a OCDE, Banco Mundial, IFAC e TCU também se dedicaram a abordar o
conceito de governança pública, conforme o Quadro 6:
Instituição Definição de governança pública
OCDE Trata da distribuição de autoridade no governo como um todo e trata ainda de como as pessoas que detém esta autoridade são responsabilizadas (KONDO et al., 2002).
IFAC (2013) Estrutura de ordem administrativa, política, econômica, social, ambiental e legal, que busca garantir que os interesses almejados pelas partes envolvidas sejam alcançados.
TCU (2014, p. 9-10)
“Conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade.”
Banco Mundial (2015)
O conjunto das tradições e instituições pelas quais a autoridade de um país é exercida; processo pelo qual os governos são selecionados, monitorados e substituídos; capacidade do governo de formular e implementar políticas sólidas de forma eficaz; respeito dos cidadãos e do Estado pelas instituições que governam as interações econômicas e sociais entre eles.
Quadro 6 – Conceitos de governança pública propostos por instituições Fonte: Elaborado pelo autor a partir de consulta ás obras e autores citados.
Diante do exposto pelos autores e instituições citados, pode-se inferir que
a governança pública se baseia em três ideias centrais: (i) capacidade do Estado de
execução de políticas públicas; (ii) reformulação das relações entre Estado e demais
atores sociais; (iii) reformas na estrutura e gestão dos governos para considerar as
interações entre o Estado e os diversos atores sociais.
É possível, assim, delinear o termo para os objetivos deste estudo como
sendo: a governança pública é um modelo de gestão pública que visa aumentar a
capacidade do Estado de execução de políticas públicas mediante: (i) a
reformulação das relações entre Estado e demais atores sociais e (ii) reformas na
estrutura e gestão dos governos.
A governança pública, como um modelo de gestão pública, difere de
outros modelos como o burocrático, no qual existe hierarquização em todos os
níveis e a busca por um tipo ideal de organização e a Nova Administração Pública,
cujo objetivo maior era a adaptação e a transferência dos conhecimentos gerenciais
do setor privado para o público (MATIAS-PEREIRA, 2010)1, em uma série de
características, conforme aponta o Quadro 7:
1 Embora se reconheça a importância, não é foco dessa pesquisa detalhar os modelos de gestão
pública burocrática e nova administração pública. Para saber mais, ver Medeiros (2006), entre outros.
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Característica / modelo
Burocrático NAP Governança
Orientação Legalista (normas e regras)
Serviços Cidadania ativa e participação
Objetivo Gestão orientada para o cumprimento das regras e leis
Gestão orientada para a competitividade
Gestão orientada para a qualidade de vida da sociedade
Perspectiva Muito associada ao tradicional governo
Associada à eficácia e desempenho do setor público (com incorporação dos privados)
Associada às expectativas da sociedade civil
Regulação Com fortes hierarquias
Com ênfase no papel dos mercados
Através de redes
Lógica Jurídica Econômica Sociedade (Política)
Tipificação Administração legalista
Administração de serviços Administração estratégica
Quadro 7 – Modelos de gestão pública e suas características Fonte: CHAMUSCA, 2013, p. 41.
De acordo com o conceito proposto, a governança pública trata de
reformas na estrutura e gestão de governos, sendo possível relacionar a
Governança do Estado com sua estrutura por meio de suas dimensões e funções
em dois eixos, conforme se pode observar na Figura 3:
Figura 3 – Quadrantes resultantes da relação entre governança e dimensões do Estado Fonte: Andrade e Rossetti (2009).
Altos “custos de
agência”:
enfraquecimento
do Estado
GOVERNANÇA
DO ESTADO
Essenciais Expandidas
DIMENSÕES E
FUNÇÕES DO
ESTADO
Quadrante 1 - transparência e instituições sólidas. - baixa participação do Estado no PNB. - foco em bens públicos essenciais. - alocação de recursos públicos estrategicamente definida. - alta conformidade exigida do setor privado. - altos níveis de atratividade e competitividade nacionais. Bons fundamentos para crescimento sustentável.
Quadrante 2 - instituições sólidas. - transparência e accountability. - alta participação do Estado no PNB. - foco: social welfare. - eficaz canalização de recursos públicos. - fundamentos econômicos sólidos. - desenvolvimento socioeconômico includente.
Quadrante 3 - instabilidade institucional. - baixa participação do Estado no PNB. - ineficaz alocação de recursos públicos. - ocorrência de gargalos infraestruturais. - fragilidades e vulnerabilidades, internas e externas. - crescimento insustentável. - baixos padrões do desenvolvimento
Quadrante 4 - instituições frágeis: inconformidades. - alta participação do Estado no PNB. - ineficaz alocação de recursos públicos. - crescimento econômico sacrificado. - burocracia do Estado alta e contestada. - reações e insatisfações crescentes com a exação fiscal. - reforma do Estado: mudança irrecusável
Boas práticas:
Estado forte
40
Em um eixo da figura, uma boa governança pública está relacionada à
adoção de boas práticas de governança e, ao contrário, a não adoção de boas
práticas resulta em altos custos de agência. Em outro eixo da figura, pode-se
relacionar funções essenciais do estado oposto a funções expandidas do Estado. A
relação proposta resulta em quatro quadrantes nos quais os países podem ser
acomodados.
Definido o conceito de governança pública, existem pelo menos quatro
vieses de análises: quanto à abordagem, quanto ao nível, quanto à perspectiva e
quanto à prática.
As diferentes abordagens se referem às diferentes visões sobre a
governança pública, conforme destaca Matias-Pereira (2010, p. 114) e que consta
do Quadro 8:
Governança pública abordada enquanto Estado mínimo
Baseia-se na necessidade da redução dos déficits públicos. Refere-se a uma nova forma de intervenção pública e ao papel dos mercados na produção dos serviços públicos.
Governança pública abordada enquanto governança corporativa
Oriunda das teorias do management, a governança corporativa acentua a necessidade de eficácia, assim como a accountability na gestão dos bens públicos.
Governança pública abordada enquanto nova administração pública
A Nova Administração Pública – NAP prega a gestão e os novos mecanismos institucionais em economia, por meio da introdução de métodos de gestão do setor privado e do estabelecimento de medidas incitativas (incentives) no setor público.
Governança pública abordada como boa governança
Utilizada originalmente pelo Banco Mundial como referência a suas políticas de empréstimos, a boa governança é uma norma que supõe a eficácia dos serviços públicos, a privatização das empresas estatais, o rigor orçamentário e a descentralização administrativa nas décadas de 1980 e 1990, orientando a abertura de modelos mais transparentes, participativos e democráticos.
Governança pública abordada enquanto sistema sociocibernético
Baseia-se na complexidade, na dinâmica das redes e na diversidade dos atores. O mundo político seria marcado pelas coestratégias, a cogestão, a corregulação, assim como as parcerias público-privadas.
Governança pública abordada enquanto conjunto de redes auto-organizadas
Considera a multiplicidade de atores no sistema mundial para organizar redes integradas e horizontais para desenvolvimento de suas políticas e modelagem do ambiente desse sistema, sem que a coordenação tenha dependência do ente estatal.
Quadro 8 – Diferentes abordagens da governança pública Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Matias-Pereira (2010, p. 114).
Os níveis de governança pública referem-se ao lócus de aplicação da
governança e seus objetivos de aplicação. Foram identificados três níveis de
governança pública por Ballesteros (2012): (i) primeira ordem: refere-se à
administração dos problemas cotidianos e ações para sua superação. Pessoas e
organizações interagem na identificação de obstáculos e de oportunidades e
soluções para superá-los; (ii) segunda ordem: dirige o olhar para os arranjos
41
institucionais, que moldam e orientam as decisões adotadas na governança de
primeira ordem. A interação se dá na construção de instituições, normas, leis,
regras, papéis e procedimentos que atendam às necessidades sociais e às diretrizes
estabelecidas para sua atuação; e (iii) terceira ordem: refere-se aos princípios e
valores normativos da governança pública, mediante interação entre todos os atores
sociais envolvidos em determinada ação, desde a formação e execução até a
avaliação.
Na prática, a governança pública pode ser entendida como um processo e
como estrutura. Ballesteros (2012) afirma que os dois modos de se entender a
governança não são excludentes, mas auxiliam tanto na observação e interpretação
dos processos e atores envolvidos quanto na análise da estrutura em que a
governança é posta em prática.
As perspectivas em que se observa a governança pública influem no foco
em que sua implementação ocorre. O TCU (2014) identificou quatro perspectivas de
observação, conforme demonstra a Figura 4, entre as quais existe uma relação de
interdependência e complementaridade.
Figura 4 – Perspectivas de observação da governança pública Fonte: TCU (2014, p. 22).
A primeira perspectiva é denominada “Sociedade e Estado” e se trata da
vertente política da governança pública. O foco dessa perspectiva recai sobre o
desenvolvimento nacional, as relações econômico-sociais, as estruturas que
garantem governabilidade de um Estado e o atendimento das demandas da
sociedade. Sob esse viés, os objetos de análise são (i) as estruturas democráticas;
(ii) os processos que selecionam, monitoram e substituem os governos; (iii) as
42
formas de organização do Estado e como se distribui o poder e a autoridade entre
as instituições; (iv) conduta ética dos governantes eleitos; (v) instrumentos
institucionais de controle; e (vi) o respeito dos cidadãos às instituições que
governam a economia e o Estado (TCU, 2014).
A segunda perspectiva de observação é chamada de “Entes federativos,
esferas de poder e políticas públicas” e refere-se à vertente político-administrativa da
governança pública. O olhar da perspectiva recai sobre a formulação,
implementação e efetividade de políticas públicas e recai ainda sobre as redes
transorganizacionais. A análise da governança nessa perspectiva trata (i) da
coordenação de ações; (ii) do exercício do controle quando mais que uma
organização está envolvida; (iii) das estruturas de autoridade; (iv) da divisão de
poder e responsabilidade entre os atores partícipes; (v) da alocação de recursos; e
(vi) da capacidade do governo para mediante ação de distintos atores implementar
políticas públicas (TCU, 2014).
A terceira perspectiva, “Órgãos e Entidades”, é a vertente corporativa da
governança pública, cuja finalidade é a garantia de alinhamento das ações das
organizações com o interesse público. Nessa perspectiva, analisam-se: (i) conduta
ética; (ii) engajamento das partes interessadas; (iii) definição de resultados e
benefícios sustentáveis sob todos os aspectos; (iv) definição de intervenções para
otimizar resultados e (v) desenvolvimento de capacidades necessárias para tal; (vi)
gestão de risco e desempenho; e (vii) transparência e accountability (TCU, 2014).
A última perspectiva, “atividades intraorganizacionais”, trata do viés
interno da organização, o sistema pelo qual os recursos são dirigidos, controlados e
avaliados. A análise se dá sobre os processos decisórios, as estruturas específicas
de governança e as relações intraorganizacionais (TCU, 2014).
Nesse ponto do estudo, convém diferenciar governança e
governabilidade. Para Novelli (2006), a governança refere-se aos pré-requisitos
institucionais para otimização do desempenho administrativo, ou seja, refere-se a
instrumentos técnicos de gestão que garantam eficiência e, ao mesmo tempo,
democratização das políticas públicas. Por seu turno, a governabilidade alude à
capacidade de um governo na obtenção de apoio e articulação de alianças com a
finalidade de viabilizar a implementação de seu projeto de Estado.
Matias-Pereira (2010, p. 110) define governabilidade como o exercício do
poder em uma dada sociedade proporcionada por certas condições sistêmicas. Para
43
o autor, “enquanto a governabilidade diz respeito às condições de exercício da
autoridade política, governança qualifica o modo de uso dessa autoridade”.
Para o Estado, a questão-chave não é de governabilidade, mas sim de
governança, conforme afirmam Andrade e Rossetti (2009), para quem
governabilidade é uma conquista circunstancial e efêmera do poder estabelecido,
enquanto a governança é uma conquista estrutural e duradoura da sociedade.
Para que se possa garantir a sustentação da governança na sociedade,
ela necessariamente deve estar alicerçada no conjunto de princípios e mecanismos
que definem uma boa governança e de que será tratado na próxima seção.
2.1.2.1 Princípios da governança pública
Os princípios da governança pública funcionam como suporte à
implantação da governança nas diversas estruturas e processos do Estado. Pode-se
afirmar que a governança é mais bem compreendida em termos dos princípios que
são considerados para descrever a boa governança (SLOMSKI et al., 2008;
EDWARDS, 2002).
Nesta pesquisa, a avaliação da comunicação da governança pública
pelos entes municipais se dará através dos princípios de governança pública, daí a
importância da definição de cada um dos princípios a serem utilizados.
Inúmeros autores e instituições se dedicaram a definir os princípios que
regem a governança pública. Neste estudo, utilizar-se-á fundamentalmente dos
princípios definidos por: (i) IFAC (2001): Transparência e Prestação de Contas; (ii)
Barret (2002): Transparência, Prestação de Contas e Integração; (iii) IBGC (2009):
Transparência, Equidade, Prestação de Contas e Responsabilidade Corporativa; (iv)
Matias-Pereira (2010): Transparência, Equidade, Prestação de Contas,
Cumprimento das Leis e Ética; e (v) TCU (2014): Legitimidade, Equidade,
Responsabilidade, Eficiência, Transparência e Prestação de Contas2.
2 Além dos princípios citados, IFAC (2001) cita “integridade”, Barret (2002) cita “liderança”,
“integridade” e “compromisso” e TCU (2014) cita “probidade”. Todos esses princípios se referem a características de âmbito pessoal que não é o foco deste estudo, logo não serão detalhados.
44
A definição de cada um dos princípios de governança pública consta do
Quadro 9:
Princípios Definição
Transparência O TCU (2014, p. 50) define transparência como a “possibilidade de acesso a todas as informações relativas à organização púbica, sendo um dos requisitos de controle do Estado pela sociedade civil”.
Prestação de contas O princípio de prestação de contas – accountability é a obrigação de responder por uma responsabilidade atribuída. Trata-se de um processo pelo qual as entidades do setor público e os servidores e gestores que compõem seu quadro funcional assumem a responsabilidade por suas ações e decisões e se submetem ao controle externo (IFAC, 2001).
Integração Diz respeito a uma abordagem holística dos princípios e mecanismos de governança. O desafio da governança seria então não apenas definir e implementar vários elementos da boa governança, mas integrá-los à estratégia da instituição, de forma a atingir os resultados esperados pela sociedade, no caso do setor público (BARRET, 2002).
Equidade O princípio da equidade se estabelece pelo tratamento justo de todas as partes interessadas na governança, não se admitindo, assim, atitudes ou políticas discriminatórias (IBGC, 2009).
Responsabilidade O princípio da responsabilidade diz respeito à Instituição e a sociedade em longo prazo. A governança, por meio deste princípio deve zelar pela sustentabilidade das organizações, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações (IBGC, 2009).
Cumprimento das leis O princípio de cumprimento das leis, assim, como normas, regulamentos e determinações, significa para Lodi (2000) estar em conformidade, ou seja, a Instituição se comportar conforme o previsto em suas normas.
Ética O princípio da ética na governança pública é efetivado por meio da gestão da ética pública que, para Matias-Pereira (2010), transita em um eixo definido e é constituída por (i) valores éticos, entendidos como a expectativa da sociedade em relação à conduta dos agentes públicos; (ii) normas de conduta, como desdobramento dos valores em linhas práticas; e (iii) administração, cujo objeto é zelar e garantir a efetividade dos valores e normas de conduta.
Legitimidade O princípio da legitimidade complementa o princípio do cumprimento de leis. Esse princípio trata não apenas da verificação se a lei foi cumprida, mas também se o interesse público e o bem comum foi atingido. É um princípio importante para o controle externo e social das instituições públicas, além de princípio jurídico fundamental do Estado Democrático de Direito (TCU, 2014).
Eficiência O princípio da eficiência na governança pública trata da melhor utilização possível dos recursos públicos pela instituição: “fazer o que é preciso ser feito com qualidade adequada ao menor custo possível” (TCU, 2014, p. 50).
Quadro 9 – Definições dos princípios de governança pública Fonte: Elaborado pelo autor a partir de consulta às obras e autores citados.
A aplicação dos princípios de governança pública nas Instituições
depende de mecanismos que cada governo ou instituição deve desenvolver a partir
de sua realidade (KONDO et al., 2002).
No Brasil, a legislação recente tem dado destaque para o princípio da
transparência: Lei da Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar 101/2000
(BRASIL, 2000); Lei da Transparência – Lei Complementar 131/2009 (BRASIL,
45
2009) e Lei de Acesso à Informação – Lei 12.527/2011 (BRASIL, 2011). Essas leis
garantem que uma maior quantidade de informações estejam disponíveis ao
cidadão, em especial através da Internet.
O IBGC (2009) acentua que a aplicação do princípio da Transparência
advém do desejo de disponibilizar as informações aos públicos interessados e não
somente da obrigação prevista em leis ou regulamentos. Ressalta ainda que não
deve se ater às informações financeiras, mas também a outros aspectos que
envolvem a organização. O princípio da transparência, quando posto em prática,
resulta em confiança, tanto no ambiente interno quanto no relacionamento entre
órgãos e entidades com terceiros (TCU, 2014; IBGC, 2009).
A aplicação do princípio da prestação de contas requer identificar e
articular quem é responsável pelo que, perante quem, quando e quais resultados
são esperados (BARRET, 2002). Dos agentes de governança, espera-se que, de
forma voluntária, prestem contas de sua atuação e arquem com as consequências
dos seus atos e omissões (IBGC, 2009; TCU, 2014).
Ao tratar do princípio da equidade, o TCU (2014) enfatiza a necessidade
de garantia de condições ao acesso do exercício de direitos civis, saúde, educação,
moradia e segurança a toda a população. Esse princípio requer, segundo Matias-
Pereira (2010), que todos os grupos, mas em especial os mais vulneráveis, tenham
acesso ao Estado e oportunidade de manter e melhorar seu bem-estar.
A aplicação do princípio do cumprimento das leis na governança, para
Coimbra e Manzi (2010) envolve o fortalecimento do respeito a normas e políticas,
bem como a mitigação de riscos e a atribuição individual a cada funcionário ou
gestor de respeito às normas vigentes. Os autores entendem que esse princípio
preserva a imagem da Instituição e reduz a possibilidade de danos à reputação.
Em relação ao princípio da ética, a governança e a ética interagem de
forma contínua de forma que determinada instituição possa ter os melhores
princípios de ética e não ter boa governança, mas o contrário não pode existir, ou
seja, adotar boas práticas de governança implica também adotar princípios éticos
(MATIAS-PEREIRA, 2010).
Assim, os princípios da governança pública não podem ser tomados
isoladamente, visto que a aplicação de um princípio interage com outro princípio e
fortalece a governança como um todo.
46
Dessa revisão teórica da governança pública quer se dar ênfase à
abertura que esse modelo de gestão pública propicia à participação da sociedade
nas políticas públicas. Nesse sentido, “o papel da comunicação pública no processo
de apoio às práticas da boa governança é decisivo para o sucesso da proposta”
(NOVELLI, 2006, p. 85). A comunicação pública será abordada na próxima seção.
2.2 COMUNICAÇÃO PÚBLICA
2.2.1 Quadro teórico sobre comunicação pública no Brasil
Em termos de publicações acadêmicas no Brasil, o tema comunicação
pública – para além de questões eleitorais e questões sobre comunicação de
movimentos populares – se fortalece e passa a construir um arcabouço conceitual a
partir dos anos 2000. Essa pesquisa tem como base conceitual cinco importantes
publicações.
A primeira delas data de 2004 e foi organizada por Maria José da Costa
Oliveira, com o título Comunicação pública. Trata-se de uma coletânea de 10 artigos
escritos por autores nacionais que tratam da comunicação pública e cidadania e
democracia. Na segunda parte da obra, intitulada “Comunicação Pública e Governo”
os autores se dedicam mais à comunicação pública feita pelo Estado propriamente
dito.
Heloiza Matos escreve sobre o tema discursos e imagens das instituições
militares no período pós-ditadura. Esse artigo se torna relevante, pois o referencial
teórico analisa os conceitos de comunicação pública e governamental, buscando
aplicá-los às instituições militares pesquisadas, considerando as especificidades
dessas organizações, de como elas se identificam e se comunicam com seus
públicos no contexto do regime democrático.
Ainda na segunda parte, Maurício Lara Camargos, publica um artigo
intitulado “O Comunicador Público entre o Mar e o Rochedo”, que trata do aumento
do tamanho e da importância da área de comunicação na esfera municipal, estadual
e federal, ponderando sobre a importância de que este aumento seja acompanhado
47
da consciência do processo de fortalecimento da democracia e da cidadania que
envolve a comunicação pública.
A segunda obra relevante foi lançada em 2006 e trata-se de uma revista
científica. A revista Organicom teve uma edição dedicada somente a comunicação
pública e governamental. Foram 13 textos dedicados ao tema, dos quais se
destacam os produzidos pelos autores Mariângela Furlan Haswani, Heloiza Matos e
a entrevista de Gaudêncio Torquato. O artigo de Ana Lucia Coelho Romero Novelli
trata de como a comunicação pública tem um importante papel dentro da
governança pública.
No ano seguinte, 2007, Jorge Duarte organizou a obra de nome
Comunicação Pública: estado, mercado, sociedade e interesse público. Esse livro
discute a comunicação pública a partir de sua função de levar os assuntos de
interesse coletivo à esfera pública, sendo assim um instrumento de garantia da
cidadania. Autores como Ana Lúcia Novelli, Cicília Peruzzo, Elizabeth Brandão,
Heloíza Matos, Jorge Duarte e Luiz Martins da Silva escreveram artigos para essa
publicação. Esse livro pode ser considerado a terceira importante referência na
temática de comunicação pública.
A quarta obra utilizada como referência neste estudo foi organizada por
Heloiza Matos e tem o título de Comunicação pública: interlocuções, interlocutores e
perspectivas. Lançada em 2012, é resultado das atividades do Grupo de Pesquisa
“Comunicação pública e comunicação política”. A primeira parte da obra trata de
conceitos da área de Comunicação Pública na qual todos os artigos interessam a
este estudo. Na terceira parte do livro, o artigo de Lebna Landgraf do Nascimento
intitulado “Comunicação pública nas redes sociais digitais” demonstra relativa
aderência a este estudo.
Em 2013, Mariângela Furlan Haswani, publicou a quinta obra referência
na área: Comunicação Pública: bases e abrangências. Diferente das outras obras,
não se trata de uma coletânea de artigos, mas sim de uma obra completa que trata
desde as diversas concepções do termo público, passando pela questão do Estado
como sendo o ente público por excelência e da publicidade estatal e comercial. Após
tratar desses temas, a autora adentra no conceito de Comunicação, avança para a
comunicação pública, propondo conceitos e classificações e ainda trata de outras
dimensões da comunicação pública.
48
O Quadro 10 ilustra o quadro referencial teórico sobre comunicação
pública no Brasil utilizado neste estudo.
Ano Obra e organizador Autores
2004 Comunicação Pública – Maria José da Costa Oliveira (organizadora)
Lara Andrea Crivelaro Bezzon; Graça Caldas; Cicília M. Krohling Peruzzo; Esther Caldas Bertoletti; Luciana Bernardo Miotto; Heloíza Helena Gomes de Matos; Gino Giacomini Filho; Maurício Lara Camargos; Vera Regina Toledo Camargo; e Maria José da Costa Oliveira.
2006 Revista Organicom: Comunicação Pública e Governamental
Claudio Cardoso; Mariângela Furlan Haswani; Maria Antonieta Rebeil Corella; Heloiza Helena Gomes de Matos; Ana Lucia Coelho Romero Novelli; José Luis Exeni; José Augusto Pereira Brito; Paulo Celestino da Costa Filho; Ana Maria Córdova Wels; Gaudêncio Torquato; Márcia Yukiko Matsuuchi Duarte; Leandro Leonardo Batista; e Valéria de Siqueira Castro Lopes.
2007 Comunicação Pública: Estado, Mercado, Sociedade e Interesse Público – Jorge Duarte (organizador)
Adriana Studart; Ana Lúcia Romero Novelli; Armando Medeiros de Farias; Cicília M. Krohling Peruzzo; Elizabeth Pazito Brandão; Eugênio Bucci; Graça França Monteiro; Heloíza Matos; Jorge Duarte; Luiz Martins da Silva; Márcia Yukiko Matsuuchi Duarte; Venicio Artur de Lima; e Wilson da Costa Ribeiro.
2012 Comunicação pública: interlocuções, interlocutores e perspectivas – Heloiza Matos (organizadora)
Margarida M. Krohling Kunsch; Maria José da Costa Oliveira; Mariângela Haswani; Marina Koçouski; Liliane Moiteiro Caetano; Luciana Moretti Fernandéz; Patrícia Guimarães Gil e Heloiza Matos; Roberto Gondo Macedo e Victor Kraide Corte Real; Mônica Farias dos Santos; Simone Alves de Carvalho; Devani Salomão de Moura Reis; Vanderli Duarte de Carvalho; Lebna Landgraf do Nascimento; João Robson Fernandes Nogueira; Maria Fernanda Moura Reis; Patricia Fino; e Guilherme Fráguas Nobre.
2013 Comunicação Pública: bases e abrangências
Mariângela Furlan Haswani.
Quadro 10 – Obras de referência sobre comunicação pública no Brasil utilizadas neste estudo Fonte: Elaborado pelo autor.
As quatro primeiras obras têm em comum o fato de compartilharem o
francês Pierre Zémor, presidente fundador da Association des Responsables de
Communication des Institutions Publiques – Communication Publique, como uma
das principais referências.
A obra de Haswani difere-se das anteriores principalmente por ter como
referência conceitual autores italianos como Franca Faccioli, Carla Brotto, Stefano
Rolando, Paolo Mancini, entre outros. Os estudos sobre Comunicação Pública na
49
Itália aumentaram e ganharam relevância a partir da Operação Mãos Limpas na
década de 19903.
2.2.2 Dado, informação e comunicação – relacionamento, participação e
compartilhamento
Antes de tratar especificamente da comunicação pública, convém definir
alguns termos que trazem em si conceitos diferentes, mas que por vezes se
confundem por serem de uso informal e ainda por serem objeto de estudo de
diversos campos do saber.
As definições estão contidas dentro do entendimento que o processo de
comunicação é composto por emissor, receptor, canal, mensagem e resposta,
embora, conforme Pereira (2012), esse entendimento sofra muitas críticas por se
tratar de um processo linear oriundo da Engenharia e que não engloba as
abordagens das ciências humanas e sociais.
Para o contexto deste estudo, no qual o foco recai para a comunicação
realizada pelos governos municipais por meio da Internet, a composição acima
descrita do processo de comunicação é suficiente. As definições dos termos dado,
informação, comunicação, relacionamento, participação e compartilhamento estão
dispostos no Quadro 11.
A distinção entre os termos, além de prática importante para esta
pesquisa, traz reflexos quando se trata do Estado: a escolha de determinada palavra
pode trazer em si reflexos sobre o relacionamento Estado e cidadão no que tange a
uma conduta mais ou menos democrática por parte do primeiro. Ainda, cada termo
implica recursos humanos e tecnológicos e canais específicos para sua
implementação (HASWANI, 2013).
3 Uma das maiores operações anticorrupção da história europeia, a Mãos Limpas, ajudou a
desmantelar diversos esquemas envolvendo tanto o pagamento de propina por empresas privadas interessadas em garantir contratos com estatais e órgãos públicos quanto o desvio de recursos para o financiamento de campanhas políticas. Foi essa megainvestigação que levou ao fim da chamada Primeira República Italiana, na qual a agremiação Democracia Cristã (DC) e o Partido Socialista Italiano (PSI) eram as principais forças políticas do país. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141115_maos_limpas_italia_ru>. Acesso em: 09 out. 2015.
50
Termo Definição
Dado Dado é um registro da realidade, independentemente do contexto em que foi captado ou outros contextos a ele relacionados. Sua principal característica é não possuir significado próprio, constituindo apenas um registro, numérico ou em critérios estabelecidos previamente à coleta.
Informação Davenport e Prusak (1998) definem informação como dados interpretados, que possuem alguma importância e propósito.
Comunicação Trata-se de um processo que possui como componentes básicos: mensagem, emissor (ou fonte), receptor (ou destinatário), canal (ou meio) e resposta. A presença – necessariamente – de mensagens nesse e noutros conceitos de comunicação aponta, na gênese do processo, para a indispensabilidade da informação, sem a qual a comunicação não pode ocorrer. No contexto público, a informação garantidora de direitos, se não fornecida pelo Estado, impede o início do processo de comunicação.
Relacionamento Relacionamento é a estrutura que se tece nas trocas de comunicação interpessoal prolongada no tempo, com reciprocidade de intenções e mútua satisfação.
Participação Participação significa “tomar parte em, partilhar” (HOUAISS, 2009). Entretanto, participação não implica corresponsabilidade nem garantia de poder de deliberação.
Compartilhamento Compartilhamento também significa tomar parte. Aqui, no entanto, quem compartilha ouve, fala, delibera e arca solidariamente com as consequências das decisões, sejam ônus sejam bônus. Os diferenciais do compartilhamento em relação à participação são a garantia de poder decidir sobre os rumos – dos temas, das políticas, dos instrumentos e dos investimentos necessários – e a responsabilidade sobre a gestão e os resultados das decisões.
Quadro 11 – Termos e conceitos utilizados na área de comunicação Fonte: Elaborado pelo autor com base em Haswani (2013).
2.2.3 Comunicação pública – conceito e dimensões de atuação
Como afirmado na seção 3.1, as discussões sobre comunicação pública
no Brasil tem no autor francês Pierre Zémor grande influência. Para o autor, a
comunicação pública ocupa um lugar privilegiado na comunicação natural da
sociedade, ligado aos papéis de regulação, proteção ou antecipação do serviço
público. Ele defende que a comunicação pública se situa no espaço público, sob
olhar do cidadão e que o interesse geral é assegurado pela transparência, de forma
que as informações tratadas por essa comunicação são de domínio público, salvo
raras exceções (ZÉMOR, 1995).
Zémor (1995) trata a comunicação pública como um processo que
compreende toda a sociedade civil organizada, não subordinado ao Estado ou
governo, que tem sua centralidade no cidadão para torná-lo ativo e corresponsável,
garantindo não apenas informação, mas também diálogo e estímulo à participação.
51
As finalidades do processo de comunicação pública seriam: (i) de
informação; (ii) de escuta das demandas; (iii) de contribuição para garantir a relação
social; e (iv) de acompanhamento das mudanças comportamentais e de organização
social (ZÉMOR, 1995).
Zémor (1995) acredita que a prática da comunicação pública deve
garantir o debate público, identificar a utilidade pública e facilitar a ação
governamental. O autor lista cinco categorias para as formas de comunicação
pública, de acordo com sua missão: (i) informação como resposta à obrigatoriedade
das instituições públicas em prestar informações; (ii) informação como forma de
relação e diálogo com o cidadão; (iii) informação para apresentação e promoção dos
serviços da administração; (iv) informação para tornar as Instituições conhecidas; e
(v) informação como divulgação de campanhas de interesse geral. Além dessas, é
identificada a categoria que trata da comunicação da prática política e de seu
processo decisório.
Com base em Zémor, os autores brasileiros buscam estabelecer um
conceito próprio de comunicação pública e buscam identificar também o que não é
comunicação pública.
Martins (2003) trata a comunicação pública como aquela voltada para o
interesse público e o bem comum, ou seja, a coisa pública em síntese. Já Matos
(2009, p. 6) acrescenta a questão do debate à definição. Para ela, a comunicação
pública “é um espaço de debate, negociação e tomada de decisões relativas à vida
pública do país”; um “processo de comunicação instaurado em uma esfera pública
que engloba Estado, governo e sociedade”. Esse debate citado é próprio de
sociedades democráticas.
A pluralidade de vozes presentes no debate é destacada por Monteiro
(2009). Para a autora, comunicação pública é o movimento para dar espaço às
diferentes vozes presentes na sociedade para que elas participem do debate político
na mídia. Ainda, a comunicação pública pode representar um caminho para gerar
espaços alternativos, fora da mídia.
Quanto à centralidade da comunicação pública, Duarte (2007, p. 61) a
coloca no cidadão, “não apenas por meio da garantia do direito à informação e
expressão, mas também do diálogo, respeito a suas características e necessidades
e do estímulo à participação ativa, racional e corresponsável”. Para o autor, os
52
anseios coletivos devem ter na comunicação pública um instrumento facilitador de
seus atendimentos.
O princípio da accountability – prestação de contas responsável é incluso
por Elizabeth Brandão na conceituação de comunicação pública. Para a autora,
comunicação pública é “a informação cívica e que inclui o accountability, a prestação
de contas que demonstra transparência e confiabilidade na administração dos
negócios públicos” (BRANDÃO, 2009, p. 6).
O pressuposto da transparência, segundo Gerzson e Müller (2009), alia-
se a uma atuação ética, responsável e acessível para que a comunicação pública
busque um fortalecimento da democratização ao lidar com os interesses coletivos.
Ao cumprir os princípios de accountability e transparência, a comunicação
pública cumpre o papel descrito por Ferreira (2010), o de permitir que a sociedade
avalie se os seus interesses coincidem com o que está sendo feito pelas instituições
públicas.
Os conceitos dos autores se complementam e em uma síntese a
definição de comunicação pública trata de três dimensões: atores envolvidos como
emissores, objeto e finalidade.
Quanto aos atores envolvidos, pode-se discutir se a comunicação pública
é exclusiva do Estado ou não. Koçouski (2012) defende que a comunicação pública
pode ser protagonizada por diversos atores: Estado, Terceiro Setor (associações,
ONGs etc.), partidos políticos, empresas privadas, órgãos de imprensa privada ou
pública, sociedade civil organizada etc., com o que este trabalho concorda. A autora
defende que o Estado deve necessariamente atuar com a comunicação pública, mas
os outros atores também podem em determinados momentos fazer comunicação
pública.
Duarte (2007) também defende essa linha de pensamento. Para ele, a
comunicação pública envolve tudo o que diga respeito a ações governamentais e ao
aparato estatal e ainda partidos políticos, movimentos sociais, empresas públicas,
terceiro setor e, em certas circunstâncias, as empresas privadas. Para o autor,
comunicação pública é um bem e um direito de natureza coletiva.
Quanto ao objeto e finalidade, todos os autores pesquisados tratam que o
objeto é o interesse público e a finalidade da comunicação pública é a cidadania e a
democracia.
53
A Figura 5 ilustra as três dimensões que a comunicação pública trata em
seu conceito.
Figura 5 – As três dimensões da definição de comunicação pública Fonte: Elaborada pelo autor com base em Duarte (2007) e Koçouski (2012).
A partir da Figura 5 e com base nos autores citados, pode-se construir
uma concepção de Comunicação Pública: comunicação que tem por finalidade a
cidadania e a democracia, em um cenário em que interagem Estado, governo e
sociedade para tratar de temas de interesse público.
A simples divulgação de informações de governo e assessoria de
imprensa como mecanismo de autopromoção dos governantes e de suas ações,
dentro dessa concepção, não pode limitar a comunicação pública. Para Novelli
(2006), cabe à comunicação pública extrapolar essa esfera para ser instrumento
facilitador do relacionamento entre Estado e cidadão.
A questão do relacionamento Estado e cidadão também foi posto por
Gerzson e Müller (2009), para quem a comunicação pública eficaz deva responder
às perspectivas contemporâneas de relacionamento. Para as autoras, mesmo diante
de um cenário de instabilidade constante, a comunicação pública deve, por meio de
ações voltadas às necessidades dos cidadãos, ser estrategicamente orientada para
promover a democratização.
Camargos (2004) observou que, devido ao aumento da demanda por
informação por parte da sociedade, sucessivos governos de todas as esferas
responderam à demanda por meio do aumento da estruturação física da área de
Comunicação. Contudo, o autor alertou que nem sempre o governante assume a
ATORES OBJETO FINALIDADE
Estado (abstrato) Governos (concretos)
Sujeitos privados (terceiro setor, empresas, etc.)
INTERESSE
PÚBLICO
Cidadania
Democracia
54
consciência de que em paralelo à estruturação da área deve ocorrer um processo de
fortalecimento da democracia e avanço da cidadania.
Ao tratar da prática da comunicação pública, diante da concepção aqui
posta em que o objeto é o interesse público, amplia-se o horizonte de atuação para
além de apenas a comunicação de determinada instituição pública. O âmbito da
comunicação pública é amplo e possui diversas dimensões das quais se destacam:
(i) a comunicação social; (ii) a comunicação política e (iii) a comunicação da
instituição pública propriamente dita, conforme demonstra a Figura 6:
Figura 6 – Três dimensões de atuação da comunicação pública Fonte: Haswani (2013, p. 128).
Antes de tratar de cada uma das dimensões, reforça-se a exigência de
Duarte (2007) de tratamento da comunicação como um todo uno, ainda que
necessário seja assumir sua complexidade. Esse mesmo autor exige ainda que a
comunicação seja tratada como um processo mais amplo do que informação.
A primeira dimensão de atuação da comunicação pública é a
comunicação social, que pode ser subdivida em comunicação social fraterna,
Comunicação Públ ica
Comunicação da
Instituição Pública Comunicação Política Comunicação Social
Comunicação para promoção da imagem
Comunicação normativa
Comunicação social fraterna
Comunicação de serviço
Comunicação de responsabilidade social
Comunicação das instituições quase públicas
55
comunicação de serviço, comunicação de responsabilidade social e comunicação
das instituições quase públicas.
A comunicação social fraterna trata de “grandes temas sociais a respeito
dos quais é necessário sensibilizar a opinião pública, a respeito do papel dos atores
e aos objetivos que se quer atingir” (HASWANI, 2013, p. 144). Esse tipo de
comunicação se dá pelo Estado e governos.
A comunicação de serviço busca “informar os cidadãos a respeito das
várias maneiras pelas quais funcionam as repartições públicas, as normas que nelas
se aplicam e os serviços que são prestados” (HASWANI, 2013, p. 145). Igualmente
à subdivisão anterior, a comunicação de serviço é feita pelo Estado e governos.
A comunicação de responsabilidade social “promove os interesses de
uma empresa ou de um ente, associando-a à defesa do bem-estar do
consumidor/usuário e, mais geralmente, de toda a comunidade” (HASWANI, 2013, p.
147). A comunicação de responsabilidade social é feita via de regra por empresas
privadas e empresas públicas.
A comunicação das instituições quase públicas se refere à comunicação
de sindicatos, algumas organizações econômicas e notadamente o terceiro setor,
como ONGs e OSCIPs. A característica dessa comunicação é que essas instituições
defendem pontos de vista que não são universais, mas que, mediante a
comunicação, tentam transformar os interesses que defendem em interesses
coletivos (HASWANI, 2013).
A segunda dimensão de atuação da comunicação pública é a
comunicação política, que se “ocupa da relação entre o sistema político, com
particular atenção aos partidos políticos e à competição eleitoral, e o sistema das
mídias e os cidadãos eleitores” (HASWANI, 2013, p. 140).
A terceira dimensão que a comunicação pública se ocupa é a
comunicação da instituição pública, também chamada de comunicação institucional.
A comunicação da instituição pública, para Ferreira (2010), não defende
interesses corporativos e empresariais; ao contrário, é uma comunicação
organizacional imbuída de espírito público que compreende interlocução social,
mediante um fluxo de informações de mão-dupla.
Essa comunicação é um processo que deve inicialmente prover
informação aos cidadãos e evoluir para a construção de um diálogo, a partir do
56
conhecimento dos públicos de referência, promovendo mensagens focadas e
possibilitando o envio de respostas por estes públicos (HASWANI, 2013).
Dentro da comunicação institucional, uma área importante é a
comunicação normativa que trata do “dever das instituições de publicar leis, normas,
decretos e divulgá-los, explicá-los e dar as instruções necessárias para utilizá-los”
(HASWANI, 2013, p. 134). Acima de tudo, a comunicação normativa tem por
finalidade “fazer com que a informação das leis chegue ao cidadão por meios de
difusão mais oportunos e acessíveis e que o texto seja redigido de modo
compreensível e claro” (HASWANI, 2013, p. 136).
Ainda dentro da comunicação institucional, a área de comunicação para
promoção da imagem visa “conquistar confiança e aprovação dos cidadãos seja
para angariar colaboração com ações do governo, seja para obtenção de futuro
sucesso eleitoral” (HASWANI, 2013, p. 137). Não se trata, contudo, de um viés de
massificação historicamente adotado pelo setor público. Trata-se de perceber a
importância de práticas comunicacionais mais democráticas e dirigidas (GERZSON;
MÜLLER, 2009).
A publicidade é um dos braços da comunicação pública, mas não se limita
a uma iniciativa de difusão publicitária nos moldes comerciais. Embora esse tipo de
comunicação utilize técnicas comerciais para persuadir e envolver o público a partir
da informação, não se restringe à promoção de feitos e imagens estatais, mas à
finalidade do Estado de obtenção de consenso sobre temas importantes e
comunicação de dados e fatos que sejam garantias de direitos (HASWANI, 2013).
Nesse sentido, Camargos (2004) coloca que a comunicação pública deve
ter um sentido duplo, mas não um duplo sentido: sentido duplo quanto ao foco –
ação voltada para a população na divulgação de fatos e voltada à instituição no zelo
pelo Estado; duplo sentido ao não permitir compreensões mais convenientes do que
verdadeiras sobre os fatos.
Das dimensões de atuação da comunicação pública apresentadas e a
partir da concepção exposta, o foco recai para a dita comunicação estatal – a
comunicação pública que tem por emissor o Estado – e, no caso específico da
presente pesquisa, a comunicação levada a efeito por intermédio dos governos
municipais. Essa comunicação tem por objeto o interesse público e como receptores
cidadãos e organizações. A comunicação estatal é esquematicamente demonstrada
na Figura 7, em que se destaca a opção desta pesquisa:
57
Figura 7 – Comunicação estatal com destaque para a comunicação externa mediada Fonte: Haswani (2013, p. 128) destaque feito pelo autor.
A comunicação estatal atual tem a função de legitimar os processos
comunicativos de responsabilidade do Estado e governos (BRANDÃO, 2009) e lança
mão de diversos canais possíveis para mediar a comunicação estatal coletiva como
impressos, rádio, televisão e internet, conforme se observa na Figura 7.
Os instrumentos disponíveis à comunicação pública são divididos por
Duarte (2007) em dois grupos: (i) instrumentos de informação que visam aumentar o
conhecimento sobre determinado tema e (ii) instrumentos de diálogo que se
caracterizam por estabelecer instâncias de compreensão mútua.
A internet, entendida como um canal para a comunicação pública, pode
ser enquadrada em ambos os grupos. O que Duarte (2007) defende é que os
instrumentos disponíveis sejam adaptados às necessidades, possibilidades e
interesses dos públicos. Interessa a este estudo a utilização da internet na
comunicação pública em prol da governança, que será foco da próxima seção.
58
2.3 COMUNICAÇÃO PÚBLICA, GOVERNANÇA LOCAL E UTILIZAÇÃO DA
INTERNET
A comunicação pública pode ser efetivada por meio de diversos canais e
instrumentos. Para Duarte (2007), os instrumentos de comunicação devem assumir
o comprometimento público e privilegiar o interesse coletivo, mediante adoção de
inovações gerenciais para inclusão dos cidadãos enquanto sujeitos ativos e
conscientes de seus direitos. Portanto, as buscas por alternativas para o
aprimoramento da comunicação pública são tendências crescentes da sociedade
globalizada (GERZSON; MÜLLER, 2009).
Por seu turno, a governança sob a ótica local significa o fortalecimento da
cidade com seus cidadãos, empresas e entidades sem fins lucrativos para a
condução das ações locais. Faz-se necessário um novo arranjo de atores – em
redes ou alianças –, congregando o Estado, o mercado e a sociedade civil, cada
qual com sua lógica intrínseca. Nesse arranjo, caberia um novo entendimento do
Estado como agente de governança (KISSLER; HEIDMANN, 2006).
Matias-Pereira (2010) também trata de diversos atores no contexto da
governança. Para ele, a governança se relaciona com o pluralismo, uma vez que
distintos atores têm o direito de influenciar a definição das políticas públicas. O autor
destaca que ao Estado cabe reforçar mecanismos participativos com o objetivo de
atender às demandas públicas.
Nessa proposta de governança local, as novas tecnologias da informação
e comunicação se revestem como ferramentas valiosas para a viabilização da
participação mais ativa do cidadão e interação entre governo e demais atores da
governança (NOVELLI, 2006). Segundo Vaz (2009, p. 199), “a tecnologia da
informação cria condições para que os governos se disponham a estimular
dimensões relevantes para as relações de governança”.
O uso das TICs e as escolhas adequadas das opções tecnológicas por
parte das instituições podem incrementar a construção da comunicação
organizacional e, no caso das instituições públicas, pode auxiliar a efetivar a
comunicação pública (NASCIMENTO, 2012).
Dentre as diversas tecnologias de informação e comunicação, a Internet
se destaca como um fenômeno revolucionário. Isto porque pela Internet é criado um
59
novo espaço, o ciberespaço, a partir da interface gráfica dos computadores e da
formação de redes globais de informação. Nesse espaço virtual, novas formas de
interação social são possíveis (AKUTSU, 2009).
A Internet se popularizou como meio de comunicação no início dos anos
1990 e trouxe consigo mudanças profundas na sociedade que impactaram
fortemente nas relações sociais em função do processo de comunicação mediado
pelo computador (NASCIMENTO, 2012). O desenvolvimento da internet como uma
ferramenta em prol do cidadão e da democracia, contudo, não é inerente ao aparato
comunicacional, mas sim fruto da moldagem que receber da sociedade (SILVA,
2009). Eisenberg (2009, p. 26) afirma que “há certa ambiguidade da Internet em
relação a seu efeito democratizante, pois é democratizante em alguns sentidos, e
não é em outros”.
Em relação à comunicação pela internet e meios digitais, Saad Côrrea
(2005) destaca as seguintes características: (i) hipertextualidade, que é a
capacidade de interconexão de textos entre si; (ii) multimedialidade, que é a
capacidade de combinar diferentes elementos como imagem, som e texto na mesma
mensagem; e (iii) interatividade, que é a capacidade de interação pelo usuário com a
mensagem. O mesmo autor, quatro anos depois, acrescenta outras três
características à comunicação digital: (i) conteúdo gerado pelo usuário; (ii)
compartilhamento de informações; e (iii) diálogos e conversações (SAAD CÔRREA,
2008).
Na Internet de hoje, os internautas não se restringem a surfar na web,
mas a enriquecem com suas criações próprias e dela participam, modificam dados,
publicam textos, sons e imagens (PISANI; PIOTET, 2010).
Nesse contexto, as organizações públicas têm adotado os múltiplos
canais disponíveis que possibilitam interatividade e compartilhamento de
informações com os cidadãos (NASCIMENTO, 2012). Neste estudo, a comunicação
da governança pela internet será analisada a partir dos portais das prefeituras
municipais. Um portal é assim definido:
Um portal é, portanto, uma página na Internet a partir do qual todos os serviços e informações da organização podem ser acessados. Quando essa organização é governamental, o portal é também um “cartão de visita”, um “palanque eletrônico”, que permite divulgar ideias 24 horas por dia, todos os dias da semana; é ainda um canal de comunicação entre Governos e cidadãos que possibilita a estes exercitar a cidadania e aperfeiçoar a democracia. (AKUTSU, 2009, p. 22)
60
Os portais governamentais, segundo Silva (2009), para além de requisitos
de boa operacionalidade, devem levar em conta a dimensão política e o interesse
público.
Quanto às informações constantes no portal, Akutsu (2009) alerta que um
portal com informações escassas não permite o acompanhamento dos governantes
pela população e, por outro lado, um portal demasiadamente carregado de
informações pode desviar a atenção do cidadão para assuntos não tão relevantes,
além de dificultar a pesquisa às informações prioritárias. Dessa forma, entende o
autor que é legitimo os governos selecionarem as informações que julgarem mais
relevantes para divulgação. Essa seleção não é negativa por si só, mas própria das
características peculiares da Internet.
A outra forma de comunicação digital que este estudo lançará mão é a
comunicação da governança pelas redes sociais. Pisani e Piotet (2010) destacam
que os mais jovens demonstram entusiasmo pelas redes sociais e tendem a mostrar
mais inventividade no uso das tecnologias, abrindo portas para novas utilizações.
Boyd e Ellison (2007 apud NASCIMENTO, 2012, p. 297) assim definem
redes sociais:
[...] serviços baseados na web que permitem aos indivíduos três possibilidades: (1) construir um perfil público ou semipúblico dentro de um sistema limitado; (2) articular-se com uma lista de outros usuários com os quais se compartilhará uma conexão; e (3) visualizar a sua lista de conexões e aquelas feitas por outras pessoas dentro do sistema.
As redes sociais na Internet surgiram como consequência da apropriação
das ferramentas de comunicação mediadas pelo computador (RECUERO, 2009). No
Brasil, as principais redes sociais mais utilizadas, segundo a PBM 2015 (BRASIL,
2014), em ordem decrescente são: Facebook, WhatsApp, YouTube, Instagram,
Google+ e Twitter.
As instituições públicas, acompanhando essa tendência, têm procurado
fazer uso de novos canais de participação e interatividade no ambiente digital, haja
vista, segundo Nascimento (2012), o considerável número de perfis em redes sociais
dos órgãos do governo federal. A mesma autora afirma que “um dos focos do
trabalho de comunicação pública para os próximos anos deverá estar centrado nas
redes sociais” (NASCIMENTO, 2012, p. 296), visão corroborada por pesquisa
61
realizada pelo Instituto FSB Pesquisa intitulada Mapa da Comunicação Brasileira
2011.
Um último fator a ser destacado na comunicação da governança pública
por meios digitais é a questão da mobilidade. Pisani e Piotet (2010) indicaram que
em 2007 o objeto mais marcante foi o iPhone, que unia computador, telefone, web e
tocador de rádio. Hoje, oito anos depois, a maioria dos celulares dispõe dessas
funções. Os resultados da PBM 2015 (BRASIL, 2014) na questão de plataformas de
uso da internet são claros: em 2014, 84% utilizava o computador, enquanto 48%
utilizavam tablet e celular para acessar a internet; em 2015, acesso pelo computador
caiu para 71% e acesso via celular e tablet subiu para 73%, sendo assim a
plataforma de acesso mais utilizada4. Esses dados impõem que os portais
governamentais devem estar adaptados a esse tipo de acesso, já que as redes
sociais se adaptam perfeitamente ao acesso via celulares.
4 Os dados apresentados referem-se à seguinte pergunta na PBM (2015): Como o(a) sr(a). costuma
utilizar mais a internet: por computador, pelo tablet ou pelo telefone celular? E em segundo lugar? Dessa forma, o resultado pode ultrapassar 100%.
62
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Este capítulo trata do método empregado nesta pesquisa, a fim de se
alcançar o seu objetivo geral, qual seja, identificar as práticas de comunicação
utilizadas pelas prefeituras municipais por intermédio da Internet, em especial os
portais governamentais e as redes sociais, para divulgação dos princípios de
governança pública adotados pela gestão municipal. O protocolo de pesquisa consta
do Apêndice A. A partir dos procedimentos adotados nesta pesquisa, nas próximas
seções, se demonstram a classificação da pesquisa, sua delimitação, as técnicas e
instrumentos utilizados para a coleta, o tratamento e a análise dos dados.
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Uma característica da racionalidade humana é a tendência à classificação
e, quando se trata de classificar pesquisas, múltiplos sistemas de classificação se
apresentam (GIL, 2010). Para tanto, a pesquisa será classificada quanto à sua
finalidade, quanto ao seu objetivo, quanto ao seu delineamento e quanto à sua
abordagem.
O presente estudo, quanto à sua finalidade, pode ser classificado como
aplicado porque busca investigar uma realidade concreta, que é a comunicação da
governança pública por meio da Internet. Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 60)
indicam que, na pesquisa aplicada, “o investigador é movido pela necessidade de
contribuir para fins práticos mais ou menos imediatos, buscando soluções para
problemas concretos”, e, para Gil (2010, p. 26), a pesquisa aplicada “abrange
estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito
das sociedades em que os pesquisadores vivem”.
Em relação ao seu objetivo geral, pode ser considerada uma pesquisa
descritiva, pois visa descrever a comunicação pública realizada pelos municípios.
Segundo Gil (2010), a pesquisa descritiva tem como objetivo a descrição das
características de determinada população e também pode ter como finalidade
identificar possíveis relações entre variáveis.
63
Quanto ao seu delineamento, esta pesquisa pode ser classificada como
estudo de caso, pois visa investigar um fenômeno contemporâneo, a comunicação
da governança por meio da Internet em seu contexto real. O entendimento de
delineamento (design, em inglês) engloba os fundamentos metodológicos, a
definição dos objetivos, o ambiente da pesquisa e a determinação das técnicas de
coleta e análise de dados, ou seja, o planejamento da pesquisa em uma dimensão
mais ampla, tanto como modelo quanto como plano (GIL, 2010).
A definição clássica de estudo de caso é de Yin (2010, p. 39), que
entende o estudo de caso como “uma investigação empírica que investiga um
fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real,
especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente
evidentes”. Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 62) complementam essa definição ao
afirmar que o estudo de caso é “a pesquisa sobre determinado indivíduo, família,
grupo ou comunidade que seja representativo de seu universo, para examinar
aspectos variados de sua vida”.
Como características essenciais do estudo de caso, Gil (2009) elenca: a)
é um delineamento de pesquisa; b) preserva o caráter unitário do fenômeno
pesquisado, embora possa ser estudado de em múltiplos casos; c) investiga um
fenômeno contemporâneo; d) não separa o fenômeno do seu contexto; e) é um
estudo em profundidade; e f) requer a utilização de múltiplos procedimentos de
coleta de dados.
Os estudos de caso também podem ser classificados, em especial quanto
aos objetivos e quanto à quantidade de casos. Nesta pesquisa, o estudo de caso
pode ser classificado de acordo com Gil (2009), em relação ao seu objetivo, como
descritivo, que tem como propósito a ampla descrição de um fenômeno em seu
contexto e, em relação à quantidade de casos, como múltiplo, em que o pesquisador
estuda conjuntamente mais de um caso para investigar determinado fenômeno. Não
há na literatura limite para o número de casos, desde que se conservem as
características essenciais do estudo de caso. Em favor aos estudos de casos
múltiplos, Gil (2009) argumenta que as evidências obtidas são consideradas mais
convincentes e que podem ser utilizadas para estabelecer comparações.
Por fim, no tocante à abordagem, a pesquisa pode ser caracterizada
como qualitativa porque fará o tratamento dos dados obtidos de forma qualitativa
para entender o problema de pesquisa. Para Creswell (2010, p. 26), “a pesquisa
64
qualitativa é um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos
ou grupos atribuem a um problema social ou humano”.
3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
O Brasil, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE (2015), possui 5.565 municípios. Nesta pesquisa, optou-se pela aplicação de
recorte por critério, em que se selecionam casos com base em critério prévio. O
critério escolhido para recorte foi a seleção dos 100 municípios com maior Produto
Interno Bruto – PIB conforme IBGE (2014), critério também utilizado por Akutsu
(2009).
Embora se reconheça a importância da governança para todas as
estruturas públicas, a partir do referencial teórico da governança, torna-se mais
relevante a análise da comunicação dos princípios neste grupo que, de forma geral,
tende a dispor de melhores condições financeiras, materiais, humanas e
tecnológicas, o que torna o resultado desta pesquisa não extrapolável ao conjunto
dos demais municípios brasileiros.
Os municípios pertencentes ao recorte selecionado totalizam
aproximadamente 2,5 trilhões de reais de PIB, que representa 57,80% do total do
PIB brasileiro. Em termos populacionais, esses municípios abrigam cerca de 77
milhões de habitantes, que representam 38,21% da população brasileira. Dessa
forma, o recorte representa apenas a realidade dos municípios selecionados, ou
seja, os resultados encontrados não são necessariamente extrapoláveis aos demais
municípios brasileiros.
A lista completa dos municípios pesquisados, em ordem decrescente de
PIB, consta no Quadro 12, onde pode ser verificado que todas as regiões do país
tiveram municípios selecionados para pesquisa, sendo 7 da região Centro-Oeste, 13
da região Nordeste, 5 da região Norte, 55 da região Sudeste e 20 da região Sul.
Apenas 3 Estados não tiveram municípios constantes no recorte escolhido: Roraima,
Tocantins e Acre.
65
n Município UF n Município UF n Município UF n Município UF
1 São Paulo SP 26 Contagem MG 51 São Gonçalo RJ 76 Feira de Santana BA
2 Rio de Janeiro RJ 27 Belém PA 52 Piracicaba SP 77 Bauru SP
3 Brasília DF 28 Ribeirão Preto SP 53 Anápolis GO 78 Mauá SP
4 Curitiba PR 29 Itajaí SC 54 Diadema SP 79 Sumaré SP
5 Belo Horizonte MG 30 Sorocaba SP 55 Ipojuca PE 80
Foz do Iguaçu PR
6 Manaus AM 31 Joinville SC 56 Rio das Ostras RJ 81 Limeira SP
7 Porto Alegre RS 32 Santo André SP 57 João Pessoa PB 82 Belford Roxo RJ
8 Campos dos Goytacazes RJ 33 Campo Grande MS 58 Louveira SP 83 Vila Velha ES
9 Guarulhos SP 34 Parauapebas PA 59 Angra dos Reis RJ 84 Cotia SP
10 Fortaleza CE 35 Caxias do Sul RS 60 Blumenau SC 85 Aparecida de Goiânia GO
11 Campinas SP 36 São José dos Pinhais PR 61
São José do Rio Preto SP 86 Americana SP
12 Salvador BA 37 Niterói RJ 62 Nova Iguaçu RJ 87 Ipatinga MG
13 Osasco SP 38 Canoas RS 63 Maringá PR 88 Gravataí RS
14 Santos SP 39 Serra ES 64 Juiz de Fora MG 89 Ponta Grossa PR
15 Recife PE 40 Macaé RJ 65 Paranaguá PR 90 Cariacica ES
16
São Bernardo do Campo SP 41 Maceió AL 66 Aracaju SE 91 Hortolândia SP
17 Barueri SP 42 Cuiabá MT 67 Porto Velho RO 92 Itapevi SP
18 Goiânia GO 43 Natal RN 68 Paulínia SP 93 Jaraguá do Sul SC
19 Vitória ES 44 Araucária PR 69 Mogi das Cruzes SP 94 Vinhedo SP
20 Betim MG 45 Londrina PR 70 Jaboatão dos Guararapes PE 95 Macapá AP
21 São José dos Campos SP 46 Camaçari BA 71 Taubaté SP 96 Cubatão SP
22 Duque de Caxias RJ 47
São Caetano do Sul SP 72 Uberaba MG 97 Cascavel PR
23 São Luís MA 48 Florianópolis SC 73 Volta Redonda RJ 98 Passo Fundo RS
24 Jundiaí SP 49 Cabo Frio RJ 74 Petrópolis RJ 99 Rio Verde GO
25 Uberlândia MG 50 Teresina PI 75 Rio Grande RS 100 Matão SP
Quadro 12 – Lista de municípios selecionados Fonte: Elaborada pelo autor.
No Apêndice B, é detalhada a lista de municípios selecionados com os
respectivos PIB e população.
66
3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
O delineamento do estudo de caso, para que se garanta a profundidade
necessária ao estudo e a inserção do caso em seu contexto, exige que se utilizem
múltiplas técnicas de coleta de dados, a fim de que os resultados possuam maior
credibilidade (GIL, 2009).
Nesse sentido, a escolha das técnicas a serem utilizadas dentre as
diversas possíveis se reveste de fundamental relevância e deve se guiar pela
tentativa de responder ao problema que originou a pesquisa. Assim, a adequada
construção e uso de métodos de coleta de dados e informações de campo refletem
diretamente nos resultados alcançados por uma pesquisa (VERGARA, 2012).
Dessa forma, considerando o objetivo geral do trabalho e a amostra
selecionada, optou-se por duas técnicas: (i) observação dos portais governamentais
e das redes sociais das prefeituras municipais; e (ii) questionário enviado aos
gestores de comunicação dos municípios. A aplicação das duas técnicas visa obter
três diferentes perspectivas para a investigação do problema, conforme Figura 8:
Figura 8 – Perspectivas de observação do problema de pesquisa Fonte: Elaborada pelo autor.
Presença, impacto e
atividades das
Prefeituras nas
Redes Sociais
Efetividade e dificuldades
do uso da Internet para
comunicação
dos princípios de
governança
Presença e
comunicação dos
princípios nos
portais municipais
Perspectiva 1
Perspectiva 2 Perspectiva 3
Portais Municipais
Gestores de
ComunicaçãoRedes Sociais
67
3.3.1 Observação dos portais governamentais e redes sociais
A observação científica tem a intenção de contribuir para responder ao
problema de pesquisa e para tal deve ser descrita, explicada, compreendida com
consistência e coerência e iluminada pelo referencial teórico que sustenta o estudo
(VERGARA, 2012).
A observação pode ser classificada em relação ao critério de
estruturação, à participação do observador, ao número de observadores e à fonte.
Quanto à estruturação, a presente pesquisa se utilizará da observação
estruturada, que, para Marconi e Lakatos (2010), consiste em observação que utiliza
instrumentos para a coleta dos dados. Vergara (2012, p. 76) destaca que a
“observação estruturada tem a capacidade de ajudar a clarificar comportamentos em
termos de frequência, duração, forma, sequenciamento de ocorrências, na medida
em que o observador decodifique o que está observando”.
Em relação à participação, optou-se pela observação não participante,
que é aquela que é feita sem que o observador interfira ou se envolva na situação
(VERGARA, 2012). O pesquisador se reveste de espectador, mas garante que a
observação tenha um caráter sistemático por meio de uma observação consciente,
dirigida e ordenada para um fim determinado (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Quanto ao número de observadores, a observação será feita pelo próprio
pesquisador, ou seja, se trata de uma observação individual. Por fim, quanto à fonte,
a observação será direta em cada portal governamental da amostra selecionada.
Para Vergara (2012, p. 82), a “observação direta refere-se ao registro de uma
situação, um evento, um fenômeno, durante sua ocorrência”.
Para efetivar a observação nos portais governamentais, foi elaborado um
formulário de observação, constante no Apêndice C. O formulário de observação
visa responder ao primeiro objetivo específico: identificar os princípios da
governança pública presentes nos portais das prefeituras municipais na Internet e foi
subdivido em duas partes.
A primeira parte do formulário de observação é formada por questões
fechadas dicotômicas que objetivam medir a presença ou não no portal
governamental de cada princípio de governança pública. A elaboração das questões
68
se deu com base na legislação, autores da área e boas práticas observadas pelo
pesquisador, conforme Tabela 2.
Tabela 2 – Fundamentos para elaboração de questões para o formulário de observação de portais governamentais
Fundamento Total de questões
Lei Complementar nº 101/2000 8 Lei Complementar nº 131/2009 2 Lei nº 12.527/2011 11 Santana Junior (2008) 3 Rezende (2009) 2 Akutsu (2009) 3 Matias-Pereira (2010) 2 Padrão adotado pelo portal do Governo Federal 4 Boa prática do portal da prefeitura de São Paulo 4 Boa prática do portal da prefeitura de Curitiba 4 Total 43
Fonte: Elaborada pelo autor.
Para finalizar a primeira parte do formulário, com base nos conceitos de
cada princípio da governança pública exposto no referencial teórico, foi feita pelo
pesquisador a correlação de cada questão com um ou mais princípios da
governança pública, conforme justificativas apresentadas no Apêndice D. O total de
questões do formulário vinculadas a cada princípio da governança pública está
exposto na Tabela 3:
Tabela 3 – Questões do formulário de observação dos portais vinculadas a cada princípio da governança pública
Princípio da governança pública Questões vinculadas Total de questões
por princípio
Transparência 1 a 30, 32 a 36, 40 e 42. 37 Prestação de Contas 4, 6 a 11, 13, 23, 29, 30 e 34. 12 Integração 12 a 14, 23 e 35. 5 Equidade 10, 18, 22, 27, 31, 34, 37 a 39, 41 e 43. 11 Responsabilidade 14, 23 e 38. 3 Cumprimento das leis 1 a 13, 24 a 26, 29, 33, 36, 40 e 43. 21 Ética 15, 16 e 20. 3 Legitimidade 11, 23 e 29. 3 Eficiência em portal 7, 11, 23 e 30. 4
Fonte: Elaborada pelo autor.
A partir do número de respostas positivas para as questões do formulário,
é possível construir índices de presença de cada um dos princípios de governança
pública no portal governamental, mediante a seguinte fórmula:
Índice de presença = número de respostas positivas / total de questões
69
Assim, para cada princípio da governança pública pesquisado, ao se
dividir o número de respostas positivas vinculadas ao princípio pelo número total de
questões vinculadas ao princípio, determina-se o índice de presença deste princípio
no portal governamental pesquisado.
A constituição de um índice para cada princípio foi adaptado de Santana
Junior (2008) que construiu o índice de transparência fiscal. Justifica-se a utilização
de índice para cada princípio de governança, pois permite: (i) analisar o grau de
presença do princípio no portal por meio da classificação constante na Tabela 4; e
(ii) normalizar os princípios, independente do número de questões a eles vinculados.
Tabela 4 – Classificação dos índices de presença dos princípios de governança pública nos portais governamentais
Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto
Índice de presença do princípio
0,0 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
As respostas obtidas na segunda parte do formulário permitem a medição
do uso dos termos vinculados à governança pública na comunicação por intermédio
dos portais governamentais.
Para efetivar a observação nas redes sociais, foi desenvolvido um
formulário próprio, constante no Apêndice E, cujo objetivo é responder ao objetivo
específico: identificar o uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos
princípios da governança pública pelas prefeituras municipais. O formulário é
composto por 9 perguntas e se pretende mensurar a presença, atividade e impacto
das prefeituras municipais nas seguintes redes sociais: Facebook, YouTube e
Twitter, bem como a comunicação dos princípios de governança pública por
intermédio das redes sociais.
As questões que investigam a presença das prefeituras nas redes sociais
– questões 1, 4 e 7 – verificaram a existência de perfil oficial da prefeitura em cada
uma das redes sociais investigadas.
As atividades das prefeituras em cada uma das redes sociais foram
investigadas por meio das questões 3, 6 e 9, que verificaram as publicações
efetivadas no período pesquisado. A partir dos dados obtidos, é possível
desenvolver uma classificação da atividade em três categorias: inativo, ativo não
regular e ativo regular. Os critérios de classificação estão dispostos no Quadro 13.
70
Rede social
Inativo Ativo não regular Ativo regular
Facebook Não fez nenhuma publicação no período pesquisado
Não atingiu, em média, uma publicação por dia no período pesquisado
Atingiu, em média, ao menos uma publicação por dia no período pesquisado
YouTube Não publicou nenhum vídeo no período pesquisado
Não atingiu, em média, um vídeo por mês no período pesquisado
Atingiu, em média, ao menos um vídeo por mês no período pesquisado
Twitter Não fez nenhuma publicação no período pesquisado
Não atingiu, em média, uma publicação por dia no período pesquisado
Atingiu, em média, ao menos uma publicação por dia no período pesquisado
Quadro 13 – Categorias de classificação de atividades das prefeituras nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
O impacto das prefeituras nas redes sociais, mensurado por intermédio
das questões 2, 3, 5, 6, 8 e 9, permitiram investigar o alcance das redes sociais de
cada prefeitura, sob quatro aspectos que foram classificados conforme o Quadro 14.
Aspectos de observação das
redes sociais Muito baixo Baixo
Médio Alto Muito alto
Pessoas que assinam o canal oficial da prefeitura nas redes sociais
A relação de assinantes pela população do município é, no máximo, de 1%
A relação de assinantes pela população do município está entre 1,1% até 5%
A relação de assinantes pela população do município está entre 5,1% até 10%
A relação de assinantes pela população do município está entre 10,1% até 20%
A relação de assinantes pela população do município é superior a 20%
Reações ao conteúdo publicado pelas prefeituras nas redes sociais
A relação de reações por publicação é, no máximo, de 5
A relação de reações por publicação está entre 5,1 até 10
A relação de reações por publicação está entre 10,1 até 50
A relação de reações por publicação está entre 50,1 até 100
A relação de reações por publicação é superior a 100
Compartilhamento das publicações das prefeituras nas redes sociais (exclusivo para as redes sociais Facebook e Twitter)
A relação de compartilha- mento por publicação é, no máximo, de 5
A relação de compartilha- mentos por publicação está entre 5,1 até 10
A relação de compartilha- mentos por publicação está entre 10,1 até 50
A relação de compartilha- mentos por publicação está entre 50,1 até 100
A relação de compartilha- mentos por publicação é superior a 100
Visualizações (exclusivo para a rede social Youtube)
Média de até 50 visualizações por vídeo
Média entre 51 e 100 visualizações por vídeo
Média entre 101 e 1.000 visualizações por vídeo
Média entre 1.001 e 10.000 visualizações por vídeo
Média acima de 10.000 visualizações por vídeo
Quadro 14 – Categorias de classificação de impacto das prefeituras nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
O Quadro 14 mostra os quatro aspectos de mensuração de impacto das
redes sociais: (i) pessoas que assinam o canal oficial da prefeitura nas redes sociais;
(ii) reações ao conteúdo publicado pelas prefeituras nas redes sociais – curtidas e
71
marcações gostei/não gostei; (iii) compartilhamento das publicações das prefeituras
nas redes sociais, mensurado no Facebook e Twitter; e (iv) visualizações,
mensurado exclusivamente no YouTube.
Por fim, o formulário de observação das redes sociais, a partir do registro
dos títulos das publicações efetivadas pelas prefeituras, permite medir o quanto a
governança pública e seus princípios foram citados.
3.3.2 Questionário aos gestores de comunicação das prefeituras municipais
A outra técnica a ser utilizada é o questionário. O “questionário é um
instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas,
que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”
(MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 184). Quanto à sua utilidade, Vergara (2012)
destaca que os questionários são úteis quando se quer ouvir um grande número de
respondentes em regiões geograficamente dispersas, aliado à não necessidade da
presença do pesquisador e a um tempo mais restrito para a coleta de dados do que
aquele necessário para fazer entrevista.
A formulação do questionário, para Gil (2010), consiste na tradução dos
objetivos específicos em itens bem redigidos. Vergara (2012) complementa que a
formulação deve estar baseada no referencial teórico, pois esse possibilitará ao
pesquisador a reflexão sobre as respostas e a se chegar a concluir sobre algo, após
a aplicação do questionário e o tratamento dos dados obtidos no campo.
Neste estudo, optou-se pela utilização de questões fechadas de múltipla
escolha e de questões fechadas – escala diferencial semântica. Vergara (2012)
assim define esses dois tipos de questões: nas questões fechadas de múltipla
escolha, uma série de possíveis respostas é apresentada ao respondente para que
ele faça sua escolha; nas questões fechadas – escala diferencial semântica,
apresenta-se uma escala que pode variar de 5 a 7 pontos e nos extremos constam
rótulos bipolares, como: antigo – moderno, para que para que o respondente faça
sua escolha.
O questionário elaborado para envio aos gestores consta no Apêndice F e
se vincula a dois objetivos específicos: (i) verificar a percepção dos gestores
72
municipais sobre as dificuldades da comunicação da governança pública nos portais
municipais na Internet; e (ii) identificar a percepção dos gestores municipais frente à
efetividade do uso das tecnologias de informação e comunicação na comunicação
dos princípios de governança pública adotados pela gestão municipal.
O questionário tem 30 questões que tratam da: (i) identificação do
Município e do cargo do respondente da pesquisa; (ii) percepção do respondente
quanto à adoção pela prefeitura em suas políticas públicas e práticas administrativas
dos princípios de governança pública; (iii) percepção do respondente quanto à
comunicação para o cidadão, por meio do portal da prefeitura na Internet, dos
princípios da governança pública adotados pela prefeitura; (iv) utilização da Internet
pela prefeitura para comunicação; (v) estrutura de comunicação da prefeitura
municipal; e (vi) percepção das dificuldades de comunicação da governança pública.
Considerando que nem todos os questionários enviados são respondidos,
faz-se necessário determinar um índice de retorno do questionário eletrônico
aceitável que permita determinar o nível de confiabilidade das informações
coletadas. Faz-se uso do método apresentado por Barbetta (2011), que leva em
conta as seguintes variáveis para o cálculo constantes do Quadro 15:
Variáveis utilizadas por Barbetta (2011) para cálculo de confiabilidade
N = tamanho (número de elementos) da população; n = tamanho (número de elementos) da amostra; n0 = uma primeira aproximação para o tamanho da amostra; E0 = erro amostral tolerável.
Quadro 15 – Variáveis utilizadas por Barbetta (2011) para cálculo de confiabilidade Fonte: Elaborado pelo autor.
Para aplicação do método, faz-se necessário determinar um erro
amostral. Ao aplicar três faixas de erro de 5%, 10% e 20% com os dados desta
pesquisa, têm-se a amostra mínima conforme Quadro 16:
Fórmula 1 n0 = [ 1 / E02 ]
Fórmula 2 n = [ ( N x n0 ) / ( N + n0 )
Aplicação ( N = 100)
E0 n0 N
5% 400 80
10% 100 50
20% 25 20
Quadro 16 – Cálculo de confiabilidade Fonte: Elaborado pelo autor.
73
Para cumprir o último objetivo específico, a partir da obtenção de três
diferentes perspectivas para a investigação do problema, foram identificadas as
práticas comunicacionais da governança pública utilizadas pelos portais
governamentais e redes sociais, a partir da classificação proposta por Kondo et al.
(2002): (i) práticas de informação; (ii) práticas de consulta; e (iii) práticas de
participação ativa.
Ao tratar das práticas de comunicação, Novelli (2006) faz as seguintes
conceituações: (i) prática de informação: relação de mão única em que o governo
fornece informações aos cidadãos; (ii) prática de consulta: relação de mão dupla em
que os cidadãos oferecem feedback ao governo; e (iii) prática de participação ativa:
relação que se baseia na parceria com o governo.
3.4 EXECUÇÃO DA PESQUISA
Para identificação dos portais de cada município, foi utilizada a ferramenta
de busca eletrônica Google, através das palavras “prefeitura de <nome do
município>”. A busca foi realizada no dia 25 de fevereiro de 2016 e os resultados se
encontram no Apêndice G.
A coleta de dados nos portais municipais foi feita no período de 18 de
abril a 03 de maio de 2016, de acordo com o procedimento de preenchimento do
formulário de observação dos portais e seguindo os critérios definidos visando à
padronização da coleta de dados, conforme o Apêndice H.
Para a coleta de dados nas redes sociais, assim como para os portais
governamentais, foram elaborados procedimentos específicos para cada rede social,
com o objetivo de padronizar a aplicação do formulário de observação das redes
sociais.
A coleta de dados na rede social Facebook foi realizada entre os dias 18
de março a 30 de março de 2016, sendo que o período pesquisado foi de 10 dias: 07
a 16 de março de 2016. Para o preenchimento do formulário de observação da rede
social Facebook, foi adotado o procedimento descrito no apêndice I.
A rede social YouTube foi pesquisada durante os dias 14 de fevereiro e
26 de fevereiro de 2016 e a coleta de dados considerou o período de 6 meses de
74
agosto de 2015 a janeiro de 2016. O procedimento para a coleta de dados está
descrito no apêndice J.
Em relação à rede social Twitter, a pesquisa foi feita entre os dias 29 de
fevereiro e 14 de março de 2016. O período pesquisado foi de 15 dias: de 11 de
fevereiro a 25 de fevereiro e o procedimento de preenchimento do formulário de
observação utilizado está disposto no apêndice K.
Por fim, o questionário aos gestores de comunicação do município foi
elaborado na ferramenta Google Forms e ficou aberto para recebimento de
respostas durante 4 semanas, no período de 11 de abril a 06 de maio de 2016.
Durante esse período, foram enviadas correspondências eletrônicas aos gestores de
comunicação do município, sendo realizados três envios para cada gestor no
período. Visando padronizar o entendimento quanto aos princípios de governança
pública, junto ao texto de solicitação de resposta à pesquisa, foi disponibilizado um
glossário com a definição dos termos utilizados.
75
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Este capítulo visa apresentar os resultados obtidos pela pesquisa
realizada, bem como a análise desses resultados, de forma a atingir o objetivo geral
do estudo, qual seja, identificar as práticas de comunicação utilizadas pelas
prefeituras municipais por intermédio da Internet, em especial os portais e as redes
sociais, para divulgação dos princípios da governança pública adotados pela gestão
municipal.
A pesquisa de campo foi realizada nos 100 portais governamentais das
prefeituras selecionadas como recorte para o estudo e nas redes sociais Facebook,
YouTube e Twitter das mesmas 100 prefeituras. Para a realização de pesquisa de
campo junto aos gestores de comunicação, foi feito o envio de questionário
eletrônico por e-mail às mesmas 100 prefeituras, sendo que 20 responderam.
Passa-se a apresentar os resultados obtidos junto aos portais
governamentais, às redes sociais e ao questionário enviado aos gestores. Por fim,
faz-se a análise das práticas de comunicação utilizadas pelos municípios por
intermédio da Internet.
4.1 RESULTADOS DOS PORTAIS GOVERNAMENTAIS
O primeiro objetivo específico estabelecido neste estudo foi a
identificação dos princípios da governança pública presentes nos portais das
prefeituras municipais na Internet.
Durante o período da pesquisa, os portais das prefeituras de
Parauapebas e Vinhedo estiveram fora do ar, impossibilitando a coleta de dados. Os
demais 98 portais das prefeituras pertencentes ao recorte foram analisados. A
primeira parte do formulário consistiu em 43 questões objetivas, que permitiram
estabelecer um índice de presença no portal de cada um dos princípios da
governança pública.
O primeiro princípio verificado foi o da Transparência, aferido por meio de
37 questões. Nenhum portal alcançou o índice de presença máximo – 1,00, sendo
76
que o maior índice alcançado foi de 0,95 pelo portal da prefeitura de Uberlândia. A
média dos índices de transparência dos 98 portais foi de 0,65 e a distribuição dos
índices de transparência dos portais encontra-se no Gráfico 1:
Gráfico 1 – Distribuição dos índices de transparência dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.
O gráfico informa que 48% dos portais pesquisados apresentaram um
índice de presença do princípio da transparência alto e 17% um índice de presença
muito alto. Apresentaram um índice médio 23% do recorte pesquisado, enquanto
11% apresentaram um índice baixo. Nenhum portal apresentou índice de
transparência muito baixo.
O princípio da prestação de contas – accountability, segundo princípio
pesquisado, foi aferido por meio de 12 questões. O índice de presença máximo de
1,00 foi alcançado por 15 portais: Anápolis-GO, Angra dos Reis-RJ, Cariacica-ES,
Cascavel-PR, Ipojuca-PE, Jaboatão dos Guararapes-PE, João Pessoa-PB, Maringá-
PR, Mauá-SP, Mogi das Cruzes-SP, Natal-RN, Paranaguá-PR, Piracicaba-SP,
Recife-PE e Santos-SP.
Os índices de prestação de contas do conjunto de portais pesquisados
tiveram média de 0,74 e a distribuição deles se encontram no Gráfico 2. Os dados
do gráfico indicam que 47% dos portais apresentam índice muito alto de prestação
de contas, 26% índice alto e 21% índice médio. Com valores inferiores, 4% dos
portais apresentam índice baixo e 2% muito baixo de presença do princípio de
prestação de contas.
0%
11%
23%
48%
17%
0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00
77
Gráfico 2 – Distribuição dos índices de prestação de contas dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.
Na sequência, verificou-se o princípio da Integração por intermédio de 5
questões. Alcançaram o índice de presença máximo de 1,00 um montante de 15
portais: Anápolis-GO, Campo Grande-MS, Cascavel-PR, Curitiba-PR, Foz do
Iguaçu-PR, Goiânia-GO, Ipatinga-MG, Macaé-RJ, Maceió-AL, Nova Iguaçu-RJ,
Paranaguá-PR, Piracicaba-SP, Porto Alegre-RS, Porto Velho-RO e Uberlândia-MG.
A média aferida dos índices de Integração foi de 0,64.
O Gráfico 3 mostra a distribuição dos índices de Integração dos portais
governamentais.
Gráfico 3 – Distribuição dos índices de Integração dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.
2% 4%
21%
26%
47%
0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00
5%
26%
31%
23%
15%
0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00
78
Conforme o Gráfico 3, a maior proporção de portais, 31%, apresentaram
índice de presença do princípio de Integração médio, seguido de 26% de portais
com índice baixo e ainda 23% de portais com índice alto. Apresentaram índice de
presença muito alto 15% dos portais e, na outra extremidade, 5% dos portais
apresentaram índice muito baixo.
O quarto princípio verificado foi o princípio da equidade, aferido por meio
de 11 questões. Nenhum portal alcançou o índice de presença 1,00, sendo que o
maior índice foi de 0,91, alcançado pelo portal da prefeitura de Nova Iguaçu-RJ. A
média dos índices de Equidade dos portais foi de 0,61. A distribuição dos índices de
equidade dos portais está exposto no Gráfico 4:
Gráfico 4 – Distribuição dos índices de equidade dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.
Os dados do Gráfico 4 indicam que mais da metade dos portais
pesquisados, 55%, apresentaram um índice alto de presença do princípio da
Equidade. O índice médio foi apresentado por 34% do recorte pesquisado. As outras
classificações de presença alcançaram os seguintes índices: 6% muito alto e 5%
baixo. Nenhum portal apresentou índice de equidade muito baixo.
O princípio da responsabilidade, quinto princípio pesquisado, foi medido
por meio de 3 questões e teve o maior número de portais que atingiram o índice de
presença máximo de 1,00 dentre todos os princípios pesquisados: 34 portais,
conforme Quadro 17:
0%
5%
34%
55%
6%
0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00
79
Município UF Município UF Município UF
Americana SP Curitiba PR Nova Iguaçu RJ
Anápolis GO Foz do Iguaçu PR Paranaguá PR
Angra dos Reis RJ Goiânia GO Piracicaba SP
Araucária PR Ipatinga MG Porto Alegre RS
Belford Roxo RJ Itapevi SP Porto Velho RO
Brasília DF Jaboatão dos Guararapes PE Recife PE
Camaçari BA Jundiaí SP São José do Rio Preto SP
Campo Grande MS Macaé RJ São Luís MA
Canoas RS Maceió AL São Paulo SP
Cariacica ES Mogi das Cruzes SP Serra ES
Cascavel PR Natal RN Uberlândia MG
Cuiabá MT
Quadro 17 – Lista de portais governamentais com índice de responsabilidade máximo Fonte: Elaborado pelo autor.
Ao tomar a média dos portais quanto ao princípio da responsabilidade,
chegou-se ao valor do índice de presença de 0,68. A distribuição dos índices do
princípio de Responsabilidade dos portais se encontra no Gráfico 5:
Gráfico 5 – Distribuição dos índices de responsabilidade dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.
Os índices de presença do princípio da responsabilidade dos portais
pesquisados, conforme o Gráfico 5, tiveram sua distribuição relativamente
semelhante entre três categorias: muito alto com 35%, alto com 36% e baixo com
30%. Nenhum portal apresentou índice médio ou muito baixo.
0%
30%
0%
36% 35%
0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00
80
Posteriormente, verificou-se o princípio do cumprimento de leis por
intermédio de 21 questões. Somente um portal governamental alcançou o índice de
presença máximo de 1,00: o portal da prefeitura de Piracicaba-SP. A média aferida
dos índices de cumprimento das leis foi de 0,69 e a distribuição dos índices relativos
ao princípio do cumprimento das leis ocorreu conforme o Gráfico 6:
Gráfico 6 – Distribuição dos índices de cumprimento das leis dos portais governamentais
Fonte: Elaborado pelo autor.
O recorte pesquisado apresentou 44% de portais com índice alto e 34%
com índice muito alto relativo à presença do princípio do cumprimento das leis. As
classificações médio e baixo de presença apresentaram 11% cada e nenhum portal
apresentou índice muito baixo de cumprimento de leis.
O sétimo princípio pesquisado foi o da ética, verificado por meio de 3
questões. Apenas os portais governamentais de Mogi das Cruzes-SP e Paranaguá-
PR alcançaram o índice de presença máximo de 1,00. Por outro lado, 67 portais
tiveram 0,00 como índice, ou seja, não obtiveram resposta positiva para nenhuma
das 3 perguntas vinculadas ao princípio da Ética. Dessa forma, a média dos índices
de Ética foi de 0,18.
A distribuição dos índices relativos à presença do princípio da ética nos
portais pode ser visualizada no Gráfico 7. Nele, apresenta-se que 68% do recorte
apresentam índice muito baixo e 11% índice baixo. Nenhum portal apresentou índice
0%
11% 11%
44%
34%
0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00
81
médio. Identificaram-se 18% dos portais com índice de presença da ética alto e 2%
muito alto.
Gráfico 7 – Distribuição dos índices de ética dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.
O princípio da legitimidade, assim como o princípio anterior, foi aferido por
intermédio de 3 questões. Ao todo, 16 portais atingiram o índice de presença
máximo de 1,00: Anápolis-GO, Angra dos Reis-RJ, Belford Roxo-RJ, Cariacica-ES,
Cascavel-PR, Ipojuca-PE, Jaboatão dos Guararapes-PE, João Pessoa-PB, Maringá-
PR, Mauá-SP, Mogi das Cruzes-SP, Natal-RN, Paranaguá-PR, Piracicaba-SP,
Recife-PE e Santos-SP. Por outro lado, 15 portais não obtiveram resposta positiva
para nenhuma das perguntas. Esses dois fatores resultaram em uma média de
presença dos índices de legitimidade de 0,49 e distribuição conforme Gráfico 8:
Gráfico 8 – Distribuição dos índices de Legitimidade dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.
68%
11%
0%
18%
2%
0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00
15%
40%
0%
29%
16%
0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00
82
O Gráfico 8 mostra que 40% dos portais apresentaram índice baixo de
presença do princípio da legitimidade e 15% índice muito baixo. Nenhum portal
apresentou índice médio, enquanto 29% apresentaram índice alto e 16% índice
muito alto de legitimidade.
O último princípio pesquisado foi o da eficiência, medido por meio de 4
questões. O índice de presença máximo de 1,00 foi atingido por 30 portais, segundo
lugar entre os princípios pesquisados, listados no Quadro 18:
Município UF Município UF Município UF
Anápolis GO Ipojuca PE Nova Iguaçu RJ
Angra dos Reis RJ Itapevi SP Paranaguá PR
Brasília DF Jaboatão dos Guararapes PE Piracicaba SP
Camaçari BA João Pessoa PB Porto Velho RO
Canoas RS Jundiaí SP Recife PE
Cariacica ES Macaé RJ Santos SP
Cascavel PR Maringá PR São Luís MA
Cuiabá MT Mauá SP Serra ES
Curitiba PR Mogi das Cruzes SP Sorocaba SP
Goiânia GO Natal RN Uberlândia MG
Quadro 18 – Lista de portais governamentais com índice máximo do princípio da eficiência Fonte: Elaborado pelo autor.
A média dos índices de eficiência aferido nos portais foi de 0,69, em que
pese o fato de 4 portais terem obtido índice de 0,00. A distribuição dos índices de
eficiência dos portais pode ser visualizado no Gráfico 9:
Gráfico 9 – Distribuição dos índices de eficiência dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.
Em relação ao princípio de eficiência, as três classificações que indicam
maior presença nos portais tiveram índices próximos: 31% dos portais apresentaram
4%
7%
27%
32% 31%
0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00
83
índices muito altos; 32% índices altos; e 27% índices médios. As classificações que
indicam baixa presença do princípio de eficiência no portal tiveram valores inferiores
de 7% de índices baixos e 4% de índices muito baixos.
A segunda parte do formulário consistiu em 10 questões que permitiram
identificar o quanto os termos relacionados à governança foram utilizados na
comunicação dos portais governamentais.
O termo “governança” foi citado em 50 portais governamentais, um total
de 2.194 vezes, ou seja, em praticamente metade dos portais pesquisados não
houve sequer uma citação à governança. O total de citações dos termos
pesquisados se encontra na Tabela 5:
Tabela 5 – Resultados das buscas por termos vinculados aos princípios de governança pública
Termos pesquisados Número de portais
com citação ao termo pesquisado
Número de citações
Transparência 73 54.153
Prestação de contas / accountability 72 89.314
Integração 74 43.344
Equidade 67 2.029
Responsabilidade 78 102.852
Cumprimento das leis / Cumprimento de leis 62 84.772
Ética 71 21.492
Legitimidade 63 7.366
Eficiência 73 16.199
Fonte: Elaborada pelo autor.
Os termos pesquisados foram citados em média em 70,3 portais, sendo
que, conforme a Tabela 5, o termo com maior número de portais em que ocorreu
citação foi responsabilidade, seguido por integração, transparência, eficiência,
prestação de contas e ética, todos os termos citados acima da média. Os termos
equidade, legitimidade e cumprimento das leis foram citados abaixo da média.
Em relação ao número de citações, assim como no quesito número de
portais em que foi citado, o termo responsabilidade ficou em primeiro lugar. Os
demais termos, em ordem decrescente de citação, foram prestação de contas,
cumprimento das leis, transparência, integração, ética e eficiência. Os termos com
menor número de citações foram legitimidade e equidade.
84
4.1.1 Principais resultados a destacar da análise dos portais governamentais
Do exposto até aqui, conjugando-se os resultados das duas partes do
formulário de observação dos portais e objetivando cumprir o primeiro objetivo
específico que consiste na identificação dos princípios de comunicação pública
presentes nos portais das prefeituras municipais na Internet, pode-se afirmar que
todos os princípios de governança pública estão, em algum grau, presentes e sendo
comunicados por meio dos portais das prefeituras municipais pesquisados.
Os princípios do cumprimento de leis, prestação de contas e
responsabilidade apresentaram índices de presença superiores a 70% nos portais
governamentais com classificação alto e muito alto, representando, assim, os três
princípios mais presentes nos portais. Esses três princípios também foram os mais
citados nas buscas nos portais; sendo assim, também representam os três princípios
mais comunicados por intermédio dos portais.
Os princípios da transparência, eficiência e equidade podem ser
classificados em relação à presença nos portais como presença intermediária-alta,
pois apresentaram índices de presença alta e muita alta em torno de 60% dos
portais e presença média variando entre 23% e 34%. Em relação à comunicação, o
princípio de transparência ficou em quarto lugar no número de citações, porém os
princípios de eficiência e equidade estão entre os menos citados, logo com baixa
comunicação por meio dos portais governamentais das prefeituras.
O princípio da integração obteve um perfil único entre os princípios
pesquisados, posto que apresentou divisão entre as classificações muita baixa e
baixa com 31%, média também com 31% e alta e muito alta com 38%, o que
significa uma presença intermediária nos portais pesquisados. Quanto à
comunicação pelo portal, o princípio registrou o quinto lugar em número de citações,
o que representa que sua comunicação pelos portais também ocorre de forma
intermediária em relação aos demais princípios.
Por fim, os princípios de legitimidade e ética apresentam índices de
presença nos portais governamentais muito baixos e baixos, de 55% e 79%
respectivamente, o que caracteriza as menores presenças nos portais
governamentais dentre os princípios pesquisados. O princípio da legitimidade se
85
encontra também entre os princípios de menor comunicação, na oitava posição em
número de citações, e o princípio da ética em sexto lugar no tocante a citações.
A partir da análise dos resultados de presença e comunicação dos
princípios de governança pública por intermédio dos portais das prefeituras
municipais, foi criada a Figura 9, que, mediante uma escala crescente entre os
princípios, busca relacionar os dois aspectos investigados nesta pesquisa.
Figura 9 – Presença e comunicação dos princípios de governança pública nos portais governamentais Fonte: Elaborada pelo autor.
Em outro viés de análise, cabe analisar as prefeituras que atingiram em
seus portais governamentais índices de presença altos e muito altos, em todos os
princípios de governança pública pesquisados e, a partir do PIB e população de
seus municípios, buscar uma relação entre esses fatores.
Somente o portal da prefeitura de Paranaguá-PR, 65º PIB e 92º em
população, apresentou índices muito altos (entre 0,81 e 1,00) para todos os
princípios de governança pública analisados.
Um total de 14 portais governamentais de prefeituras apresentaram
índices ao menos altos (igual ou maior a 0,61) em todos os princípios de governança
pública. Na Tabela 6, consta lista dos municípios dessas prefeituras, acompanhados
pela posição de PIB e população dentro do recorte escolhido.
86
Tabela 6 – Lista de municípios que o portal da prefeitura obteve índices de presença altos (igual ou maior que 0,61) em todos os princípios de governança pública acompanhados de PIB
e população
Prefeituras UF Posição em PIB Posição em população
Angra dos Reis RJ 59º 88º
Cuiabá MT 42º 35º
Curitiba PR 4º 8º
Jundiaí SP 24º 55º
Macaé RJ 40º 78º
Mogi das Cruzes SP 69º 52º
Nova Iguaçu RJ 62º 23º
Piracicaba SP 52º 57º
Porto Alegre RS 7º 10º
Recife PE 15º 9º
São Luís MA 23º 15º
Serra ES 39º 44º
Uberlândia MG 25º 30º
Vila Velha ES 83º 46º
Fonte: Elaborada pelo autor.
Ao analisar os 15 portais destacados em virtude dos altos índices de
presença de todos os princípios de governança pública, pode-se verificar que três
deles se encontram entre os 15 maiores PIBs do Brasil: Curitiba-PR, Porto Alegre-
RS e Recife-PR. Os demais 13 portais variam da 23ª posição até a 83º posição.
Em termos de população, dos 15 portais governamentais elencados,
quatro deles pertencem aos 15 maiores contingentes populacionais: Curitiba-PR,
Porto Alegre-RS, Recife-PE e São Luís-MA. Os 11 portais restantes têm variação
entre a 23ª posição até a 92ª posição, ocupada justamente por Paranaguá-PR, que
tem todos os índices de presença classificados como muito altos.
Dessa forma, não é possível estabelecer uma relação positiva entre PIB e
presença dos princípios de governança pública nos portais governamentais, ou seja,
não se pode afirmar que, quanto maior o PIB do município, maior a presença dos
princípios de governança pública no portal da prefeitura municipal. Infere-se disso
que a capacidade financeira do órgão público municipal, dentro do recorte
selecionado, não é fator determinante para a comunicação da governança pública
por intermédio dos portais governamentais.
De forma análoga, não se verificou uma clara relação positiva entre
tamanho da população do município e presença dos princípios de governança
pública nos portais governamentais, de forma que não se pode afirmar que, quanto
87
maior a população do município, maior a presença no portal da prefeitura dos
princípios de governança pública. Esse fato permite entender que o tamanho da
população do município não é fator determinante para a comunicação da
governança pública por intermédio dos portais governamentais.
4.2 RESULTADOS DAS REDES SOCIAIS
O segundo objetivo específico deste trabalho foi identificar o uso de redes
sociais para comunicação eletrônica dos princípios da governança pública pelas
prefeituras municipais. Para tal, foram pesquisados dados de forma a identificar a
presença, a atividade, o impacto das redes sociais, bem como a comunicação dos
princípios de governança pública por intermédio das redes sociais.
4.2.1 Presença e atividade das prefeituras nas redes sociais
O primeiro fator pesquisado foi relativo à presença das prefeituras nas
redes sociais pesquisadas: Facebook, YouTube e Twitter.
A rede social Facebook é a que possui o maior índice de adesão das
prefeituras, com 99 perfis oficiais. A segunda rede social em termos de presença das
prefeituras municipais foi o YouTube, em que 96 prefeituras possuem um canal
oficial. A terceira rede social pesquisada foi o Twitter, que apresentou o menor
número de perfis de prefeituras dentre as redes pesquisadas, porém ainda bastante
elevado, já que 86 prefeituras possuem um perfil oficial no Twitter.
O segundo fator analisado nas redes sociais foi relativo à atividade das
prefeituras em cada uma das redes. De modo a classificar a atividade das
prefeituras nas redes sociais, optou-se por desenvolver uma classificação em três
categorias: inativo, ativo não regular e ativo regular, conforme critérios de
classificação dispostos no Quadro 13.
No Facebook, cinco prefeituras não realizaram ao menos uma postagem
no período; logo, foram classificadas com o perfil inativo. Desse modo, 94 prefeituras
88
realizaram 3.595 publicações nos dez dias pesquisados, resultando em uma média
de 38,2 publicações por prefeitura no período (desvio padrão de 17,7).
Tomados os números por dia, a média de publicações no Facebook ficou
em 3,82 publicações/dia por prefeitura. Apenas 4 prefeituras não atingiram ao
menos uma publicação por dia, sendo classificadas com o perfil ativo não regular. As
demais prefeituras, 90, foram classificadas com o perfil ativo regular.
No YouTube, 19 prefeituras não publicaram sequer um vídeo no período
pesquisado, tendo o perfil inativo como forma de classificação. As prefeituras que
publicaram vídeos, 77, publicaram 3.613 vídeos no período de seis meses
pesquisados, resultando em uma média de 46,9 vídeos por prefeitura no período
(desvio padrão de 59,5).
Sob a ótica mensal, a média de publicações no YouTube ficou em 7,82
vídeos/mês por prefeitura. Contudo, 17 prefeituras postaram, em média, menos de 1
vídeo por mês; logo, foram classificadas com o perfil de ativo não regular. Assim, 60
prefeituras foram classificadas com o perfil ativo regular.
No Twitter, 21 prefeituras foram classificadas com perfil inativo, já que
nada publicaram no período de quinze dias pesquisado. As 65 prefeituras restantes
fizeram 5.169 publicações no período, o que resulta em uma média de 79,5
publicações por prefeitura (desvio padrão de 91,5).
Ao analisar as publicações por dia, tem-se que 6 prefeituras foram
classificadas com perfil ativo não regular, pois não publicaram em média 1 tweet por
dia. Com o perfil ativo regular, foram classificadas 59 prefeituras.
A partir dessa classificação, a presença e atividade de cada rede social
estão apresentadas no Gráfico 10. O gráfico indica que a rede social Facebook é
utilizada com regularidade por 90% das prefeituras, constituindo-se, assim, na
principal rede social utilizada pelas prefeituras dentre as três redes pesquisadas. Por
sua vez, o YouTube e o Twitter aparecem praticamente com o mesmo índice de
utilização regular pelas prefeituras, de 60% e 59% respectivamente.
Por outro lado, ainda com base no Gráfico 10, destaca-se negativamente
o percentual de prefeituras que possuem contas em redes sociais e não a utilizam
regularmente, 9% no Facebook, 36% no YouTube e 27% no Twitter. Esses números
reforçam o alerta de Haswani (2013) sobre a presença da tecnologia não
necessariamente produzir efeitos na comunicação, se a ferramenta não for
atualizada.
89
Gráfico 10 – Presença e atividade das prefeituras nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
Do ponto de vista da utilização regular de uma ou mais redes sociais a
partir de cada prefeitura, construiu-se o Gráfico 11.
Gráfico 11 – Utilização das redes sociais pelas prefeituras municipais Fonte: Elaborado pelo autor.
O gráfico permite visualizar que 39% das prefeituras utilizam regularmente
as 3 redes sociais, enquanto 37% utilizam regularmente duas redes sociais, 18%
utilizam regularmente apenas uma rede social e 6% não utilizam regularmente redes
sociais. A lista com o perfil de atividade nas redes sociais de cada prefeitura
encontra-se no Apêndice L.
Facebook Youtube Twitter
90%
60% 59%
4%
17% 6%
5%
19%
21%
1% 4%
14%
Não tem conta
Inativo
Ativo não regular
Ativo regular
39%
17%
19%
1%
15%
3%
6%
Nas três redes sociais
Facebook+YouTube
Facebook+Twitter
YouTube+Twitter
Somente Facebook
Somente YouTube
Nenhuma rede social
Prefeituras com perfil ativo regular
90
4.2.2 Impacto das prefeituras nas redes sociais
Descritas a presença e as atividades das prefeituras nas redes sociais, o
próximo fator a ser identificado é o impacto das prefeituras nas redes sociais.
Conforme descrito na metodologia, em específico no Quadro 14, é
possível verificar o impacto das redes sociais por meio de quatro aspectos: (i)
número de pessoas que assinam o canal oficial da prefeitura em relação à
população do município; (ii) reações ao conteúdo publicado pela prefeitura por
publicação; (iii) compartilhamento das publicações feitas pela prefeitura por
publicação; e (iv) visualizações das publicações da prefeitura.
4.2.2.1 Primeiro aspecto de impacto: número de pessoas que assinam o canal oficial
da prefeitura
No Facebook, a medição para o número de pessoas que assinam o canal
oficial é feita por meio do quantitativo de pessoas que curtem a página oficial da
prefeitura: curtir a página significa que o usuário cadastrado no Facebook, de
alguma forma, se interessou pelo conteúdo da página e deseja receber informações
de novas atualizações da página.
Em relação a esse aspecto, 99 páginas oficiais de prefeituras no
Facebook foram analisadas. Em números absolutos, juntos os perfis das prefeituras
possuíam 5.825.451 curtidas, o que resulta em uma média de 58.843 curtidas por
perfil da prefeitura. Destaca-se a página da prefeitura de Curitiba-PR, que contava
com 784.052 curtidas na data pesquisada, número superior à somatória da segunda,
terceira e quarta colocadas, respectivamente Manaus-AM – 237.170 curtidas, São
Paulo-SP – 222.522 e Maceió-AL – 220.808.
Além das quatro prefeituras destacadas no parágrafo anterior, verificou-se
que 31 prefeituras têm entre 50.000 mil curtidas e 200.00 curtidas, sendo 20 até
100.000 e outras 11 até 200.000. Ainda foi verificado que 64 prefeituras têm até
50.000 curtidas, sendo 21 até 10.000 curtidas e 43 até 50.000 curtidas.
91
No YouTube, o termo utilizado é, de fato, assinantes do canal. Assim,
verificou-se o número de pessoas que assinam o canal da prefeitura: assinar o canal
significa que o usuário do YouTube se interessou pelos vídeos publicados e deseja
receber informações de novas publicações.
Foram analisadas sob este aspecto 96 prefeituras possuidoras de um
canal oficial no YouTube. Juntos, estes canais apresentaram 37.982 assinantes, em
uma média de 395,6 assinantes por canal.
O canal que possui o maior número absoluto de assinantes é o da
prefeitura de São Paulo-SP, com 9.438 assinantes, seguido por Salvador-BA com
3.134 assinantes, sendo os únicos dois canais com número superior a 2.000
assinantes. Verificou-se que 8 canais de prefeituras apresentaram entre 1.000 e
2.000 assinantes e os demais 86 canais de prefeituras no YouTube apresentaram
menos de 1.000 assinantes.
Para a terceira rede social pesquisada, Twitter, a verificação do aspecto
número de assinantes se deu por intermédio do número de seguidores do perfil
oficial da prefeitura: seguir um perfil significa que o usuário se interessa pelo
conteúdo a ponto de desejar receber as publicações do perfil seguido em tempo
real.
As 86 prefeituras que possuem conta nessa rede social têm, juntas,
1.171.552 seguidores, que resultam em uma média de 13.623 seguidores por perfil.
Em números absolutos, destacam-se os perfis das prefeituras de Curitiba-PR com
161.512 seguidores, Recife-PE com 132.798 seguidores, Porto Alegre-RS com
104.633 seguidores, Brasília-DF com 100.237 seguidores e Fortaleza-CE com
92.784 seguidores. Esses cinco perfis destacados respondem por mais de 50% do
total de seguidores dos perfis de prefeituras pesquisados. Ainda tratando de
números absolutos, 66 perfis de prefeituras têm menos de 10.000 seguidores e os
demais 15 perfis pesquisados têm entre 11.000 e 72.000 seguidores.
A partir dos números absolutos de assinantes das redes sociais das
prefeituras, pode-se inferir o impacto da rede social relacionando estes números
com a população de cada município. Embora não necessariamente as pessoas que
assinam o perfil oficial em uma rede social de determinada prefeitura morem no
município em questão, este é um parâmetro que relativiza a análise frente ao
número absoluto e dá a dimensão de impacto e alcance da comunicação por meio
das redes sociais.
92
Com base nesses dados, construiu-se o Gráfico 12, que mostra o impacto
das redes sociais a partir da relação assinantes pela população, conforme
categorias de classificação anteriormente elencadas.
Gráfico 12 – Impacto das redes sociais a partir da relação assinantes pela população Fonte: Elaborado pelo autor.
Com base no Gráfico 12, pode-se afirmar que a rede social de maior
impacto no que tange ao número de assinantes é o Facebook, em que 12% dos
perfis foram enquadrados na categoria de impacto muito alto, já que atingem mais
que 20% da população do município. Na categoria de impacto alto, 25% dos perfis
do Facebook foram enquadrados nesta categoria.
Foram classificadas de impacto médio 20% dos perfis das prefeituras no
Facebook e 5% dos perfis de prefeituras no Twitter, rede social com o segundo
maior impacto no que tange ao número de assinantes. Em outra categoria, atingiram
entre 1,1% e 5%, ou seja, de baixo impacto, foram classificados 40% dos perfis de
prefeituras no Facebook e 34% dos perfis no Twitter.
Por fim, apenas 2% dos perfis das prefeituras no Facebook foram
classificados como impacto muito baixo, frente a 62% dos perfis no Twitter. A rede
YouTube teve 100% dos canais classificados como impacto muito baixo, sendo
assim a rede social de menor impacto na relação assinantes/população entre as três
redes sociais pesquisadas.
2%
40%
20% 25%
12%
100%
62%
34%
5%
Muito baixo Até 1%
Baixo 1,1 até 5%
Médio 5,1% até 10%
Alto 10,1 até 20%
Muito Alto Acima de 20%
Youtube
93
4.2.2.2 Segundo aspecto de impacto: reações ao conteúdo publicado pela prefeitura
O segundo aspecto de medição de impacto diz respeito às reações dos
usuários das redes sociais aos conteúdos publicados pelas prefeituras em seus
canais oficiais. No Facebook, o usuário, ao ler o conteúdo publicado pela prefeitura
em sua página oficial, pode ignorar ou pode reagir qualitativamente à publicação.
Durante a pesquisa, o Facebook permitia as seguintes reações: curtir, amar, rir,
surpresa, tristeza ou raiva – cada uma com um símbolo representativo da reação.
Quanto a esse aspecto, foram analisadas as 94 prefeituras que
realizaram publicações no Facebook durante o período pesquisado. Em números
absolutos, as publicações de todas as prefeituras provocaram 556.658 reações. O
perfil oficial da prefeitura de Curitiba-PR obteve o maior número de reações, com
114.264, sendo seguido pelos perfis da prefeitura de São Paulo-SP, com 62.285,
Belo Horizonte-MG, 44.815 e Salvador-BA com 30.231. Verificou-se que 6 perfis
apresentaram entre 10.001 e 20.000 reações, 59 perfis apresentaram entre 1.000 e
10.000 reações, e os 25 perfis restantes obtiveram menos de 1.000 reações no
período pesquisado.
A rede social YouTube permite ao usuário, ao assistir o vídeo, reagir ao
seu conteúdo por meio de marcações “gostei” e “não gostei”. Essa opção de
julgamento por parte do usuário pode ser desabilitada pelo proprietário do canal em
cada vídeo publicado. Três canais de prefeituras não permitem essa manifestação
por parte de quem assistiu aos vídeos: Salvador-BA, Osasco-SP e São Paulo-SP
(sobre São Paulo, dos 31 vídeos publicados, 21 não permitem a marcação “gostei”
ou “não gostei”). Tal prática reduz a característica de rede social do YouTube, pois
não permite aos usuários visualizarem o que os outros usuários que visualizaram o
vídeo anteriormente pensam sobre seu conteúdo.
Dessa forma, no que tange às reações por meio das marcações “gostei” e
“não gostei”, foram analisados 75 canais de prefeituras que publicaram vídeos no
período e permitiram aos usuários reagir ao seu conteúdo. Os números totais
levantados demonstram que foram feitas 11.517 reações, sendo 8.853 marcações
“gostei” e 2.664 marcações “não gostei”.
Apenas os canais das prefeituras de São Paulo-SP e de Santos-SP
obtiveram mais de 1.000 reações aos seus vídeos; logo, os demais 73 canais das
94
prefeituras obtiveram menos de 1.000 reações aos vídeos publicados no período
pesquisado.
Na terceira rede social pesquisada, Twitter, os usuários podem, ao ler
uma publicação efetuada pela prefeitura, reagir curtindo o conteúdo disponibilizado.
Quanto a esse aspecto, foram analisadas as 65 prefeituras que realizaram
publicações no período pesquisado, que juntas somaram 13.112 curtidas.
O perfil em que as publicações tiveram o maior número de curtidas foi o
da prefeitura de São Luís-MA com 4.536 curtidas, o que equivale a 34,6% do total de
curtidas no período. Outros três perfis de prefeituras alcançaram mais de 1.000
curtidas no período: Curitiba-PR com 1.676 curtidas, Goiânia-GO com 1.451 curtidas
e São Paulo-SP com 1.139. Os demais 61 perfis de prefeituras não alcançaram
sequer 1.000 curtidas no período.
Para medir o impacto das reações ao conteúdo disponibilizado pelas
prefeituras nas redes sociais, fez-se necessário considerar o número de publicações
no período, estabelecendo, assim, uma relação “reações por publicação”. Esse
parâmetro dá a dimensão de como os usuários das redes sociais, ao tomar contato
com as publicações realizadas pelas prefeituras, comportam-se frente à
comunicação proposta pelos entes municipais por meio das redes sociais.
Visando demonstrar como os perfis das prefeituras nas três redes sociais
pesquisadas, Facebook, YouTube e Twitter, impactam nos usuários com base na
relação reações por publicação, de acordo com categorias de classificação
anteriormente mencionadas, foi construído o Gráfico 13.
A partir do Gráfico 13, infere-se que a rede social Facebook é a que
produz maior impacto no tocante às reações que cada publicação produz, posto que
57% dos perfis pesquisados se encaixam na categoria alto – 23% e muito alto –
34%. O Twitter não teve nenhum perfil que alcançou alto ou muito alto impacto e o
YouTube, rede social com segundo maior impacto neste aspecto, apresentou 1%
dos canais com impacto muito alto. A categoria de impacto médio foi alcançada por
38% dos perfis das prefeituras no Facebook e por 3% dos perfis no Twitter.
Na categoria de baixo impacto, foram classificados 15% dos canais do
YouTube e 3% dos perfis tanto do Facebook quanto do Twitter. Ainda, com impacto
muito baixo, foram 94% dos perfis das prefeituras no Twitter, 84% dos canais oficiais
das prefeituras no YouTube e somente 1% dos perfis no Facebook. Dessa forma, o
95
Twitter é a rede social de menor impacto na relação reações/publicação, dentre as
redes sociais investigadas.
Gráfico 13 – Impacto das redes sociais a partir da relação reações por publicação Fonte: Elaborado pelo autor.
4.2.2.3 Terceiro aspecto de impacto: compartilhamento de conteúdo publicado pela
prefeitura
O terceiro aspecto relativo ao impacto diz respeito ao compartilhamento
dos conteúdos publicados pelas prefeituras nas redes sociais. Esse tipo de ação
somente é permitida ao usuário nas redes sociais Facebook e Twitter, não sendo
possível no YouTube.
No Facebook, a ação de compartilhar ocorre quando o usuário, ao ler
determinada publicação, julga interessante o conteúdo e decide compartilhar a
publicação em sua linha do tempo, de forma que seus amigos possam também ver a
publicação julgada relevante.
Na rede social Twitter, a ação de compartilhamento é denominada
retweetar e tem por finalidade divulgar o conteúdo para que os seguidores de quem
compartilhou também tenham acesso à publicação.
1% 3%
38%
23%
34%
84%
15%
1%
94%
3% 3%
Muito baixo Máximo 5
reações/pub
Baixo 5,1 até 10
reações/pub
Médio 10,1 até 50 reações/pub
Alto 50,1 até 100 reações/pub
Muito Alto Acima de 100 reações/pub
YouTube
96
O compartilhamento amplia o alcance das publicações das prefeituras, na
medida em que o conteúdo alcança não só os assinantes do perfil oficial das
prefeituras como também os usuários que têm ligação com os assinantes do perfil.
No Facebook, foram investigados os 94 perfis oficiais que publicaram
conteúdo no período pesquisado. Em números absolutos, ocorreram 173.563
compartilhamentos no Facebook.
A prefeitura de São Paulo-SP obteve o maior número de
compartilhamentos, com 33.198, seguida pela prefeitura de Salvador-BA com 19.161
compartilhamentos e pela prefeitura de Curitiba-PR com 14.996, sendo esses os
únicos três perfis que tiveram mais de 10.000 compartilhamentos de conteúdo. Entre
1.000 e 10.000 compartilhamentos, foram verificados 33 perfis oficiais e os demais
58 perfis tiveram número inferior a 1.000 compartilhamentos de conteúdo.
No Twitter, 65 perfis de prefeituras publicaram conteúdo no período
pesquisado, de forma que o número de retweets total de 9.652 foi mensurado a
partir destes perfis.
O perfil da prefeitura de São Luís foi o que teve o maior número de
retweets em suas publicações, com 4.075, equivalente a 42,2% do total de retweets
de todos os perfis pesquisados. Um único perfil, São Paulo-SP, também teve mais
de 1.000 retweets. Os demais 63 perfis oficiais de prefeitura tiveram menos de 1.000
retweets.
Na aferição do impacto dos compartilhamentos, levou-se em conta o
número de publicações feitas pelas prefeituras no período, de forma a constituir uma
relação “compartilhamentos por publicação”. O estabelecimento desse parâmetro
permite estabelecer o quanto os usuários das redes sociais entendem como
pertinente e relevante o conteúdo disponibilizado pela prefeitura na rede, a ponto de
decidir pela publicação do conteúdo para os usuários que mantêm relacionamentos
pela rede social em questão.
Dessa forma, o impacto quanto aos compartilhamentos por publicação
dos perfis das prefeituras nas redes sociais Facebook e Twitter está exposto no
Gráfico 14, conforme categorias de classificação anteriormente mencionadas.
97
Gráfico 14 – Impacto das redes sociais a partir da relação compartilhamento por publicação Fonte: Elaborado pelo autor.
O Gráfico 14 indica que a rede social Facebook tem maior impacto no que
tange ao compartilhamento de conteúdo das prefeituras do que a rede social Twitter.
Essa última apresentou 94% dos perfis com impacto muito baixo, 4% com baixo
impacto e somente 2% com impacto médio, enquanto a primeira apresentou
praticamente metade dos perfis, 49%, com impacto médio e 22% com impacto alto e
muito alto e 29% com impacto baixo e muito baixo.
4.2.2.4 Quarto aspecto de impacto: visualizações do conteúdo publicado pela
prefeitura
A aferição de impacto por intermédio do número de visualizações nas
publicações só foi passível de efetivação no YouTube, pois as outras redes sociais
não disponibilizam estas informações de forma aberta. Esse parâmetro visa medir o
número de vezes que os vídeos publicados pela prefeitura no período pesquisado
foram assistidos; em outras palavras, verificar a audiência desses vídeos.
Nesse aspecto, foram analisados os dados referentes a 77 prefeituras
que publicaram vídeos no período pesquisado. No total, os vídeos adicionados
obtiveram 13.611.762 visualizações. Desse número, destaca-se o canal da
11% 18%
49%
15% 7%
94%
4% 2%
Muito baixo Máximo 5
compartilha /publicação
Baixo 5,1 até 10
compartilha /publicação
Médio 10,1 até 50 compartilha /publicação
Alto 50,1 até 100 compartilha /publicação
Muito Alto Acima de 100 compartilha /publicação
98
prefeitura de São Paulo-SP, que teve 12.338.297 visualizações, respondendo por
90,6% das visualizações de todos os canais pesquisados.
Destaca-se ainda o canal da prefeitura de Salvador-BA com 481.817
visualizações e o canal da prefeitura de Aparecida de Goiânia com 122.133
visualizações, sendo os três canais os únicos acima de 100.000 visualizações.
Ao tomar a média de visualizações por vídeo, parâmetro utilizado para
verificação de impacto, busca-se verificar a audiência de cada vídeo publicado, ou
seja, se o ato de publicar um vídeo no YouTube por uma prefeitura gera um número
de visualizações que geram impacto, conforme categorização anteriormente
elencada no quadro 14. O Gráfico 15 ilustra o montante de prefeituras em cada
categoria, a partir da relação visualizações por publicação.
Gráfico 15 – Impacto da rede social YouTube a partir da relação visualizações por publicação Fonte: Elaborado pelo autor.
O impacto do YouTube quanto às visualizações por publicação, registrado
no Gráfico 15, apresenta um impacto muito baixo para 21% dos canais pesquisados
e baixo para 22% dos canais das prefeituras. Em 48% dos canais, cada vídeo
publicado recebeu, em média, entre 101 e 1.000 visualizações, caracterizando
impacto médio. Apenas 5% dos canais apresentaram um impacto alto e somente os
canais das prefeituras supracitadas apresentaram mais de 10.000 visualizações por
vídeo e assim categorizadas como de impacto muito alto.
21% 22%
48%
5% 4%
Muito baixo Máximo 50 visual./pub
Baixo 51 até 100 visual./pub
Médio 101 até 1.000
visual./pub
Alto 1.001 até 10.000
visual./pub
Muito Alto Acima de 10.000
visual./pub
YouTube
99
4.2.3 Comunicação da governança pública pelas prefeituras nas redes sociais
Tendo sido coletados os dados referentes às publicações das prefeituras
nas redes sociais Facebook, YouTube e Twitter, procedeu-se à verificação da
comunicação dos princípios de governança pública por intermédio das redes sociais.
Conforme descrito na metodologia, para cada princípio foi utilizado um termo para
pesquisa, além da pesquisa pelo próprio termo “governança”.
As prefeituras realizaram um total de 12.377 publicações nas três redes
sociais durante os períodos pesquisados. Ressalta-se que as publicações não se
resumem a textos, posto que englobam também imagens e vídeos, contudo, nesta
pesquisa, a busca pelos termos relacionados à governança pública ocorreu somente
nos títulos e textos vinculados às publicações.
O termo governança não foi utilizado em nenhuma publicação das três
redes sociais. Os termos vinculados aos princípios de governança pública foram
citados nas redes sociais, conforme descrição da Tabela 7:
Tabela 7 – Citações de termos vinculados à governança pública nas redes sociais
Termos pesquisados Citações Facebook
Citações YouTube
Citações Twitter
Total
Transparência 5 2 5 12
Prestação de contas / accountability 7 4 3 14
Integração 10 8 7 25
Equidade 1 1 0 2
Responsabilidade 10 1 7 18
Cumprimento das leis / cumprimento de leis 2 0 1 3
Ética 3 0 0 3
Legitimidade 0 0 0 0
Eficiência 2 0 0 2
Total 40 16 23 79
Fonte: Elaborada pelo autor.
Conforme dados da Tabela 7, o Facebook foi a rede social mais utilizada
para a comunicação da governança pública, com 40 citações, seguido pela rede
social Twitter, 23 citações e, por fim, pelo YouTube, com 16 citações.
Em relação aos princípios de governança pública, o mais citado foi o
princípio da Integração, com 25 citações, seguido pelo princípio da responsabilidade,
100
18 citações, prestação de contas, 14 citações e transparência com 12 citações.
Esses foram os princípios citados em todas as redes sociais.
Os princípios da equidade, com duas citações, e cumprimento das leis,
com três citações, foram citados em duas redes sociais. Os princípios da ética e da
eficiência foram citados apenas em uma rede social, com três e duas citações,
respectivamente. O princípio da legitimidade não foi citado em nenhum momento.
Sob o prisma das prefeituras que publicaram conteúdos voltados à
comunicação dos princípios de governança pública pelas redes sociais, o primeiro
princípio pesquisado foi o princípio da transparência, cujos resultados se
apresentam no Quadro 19:
Canoas-RS Termina na segunda-feira (14) o prazo de inscrições para o Conselho de Cidadãos pela Transparência.
Canoas-RS
Foi prorrogado para 4 de abril, o prazo de inscrições para o Conselho de Cidadãos pela Transparência. A escolha dos sete integrantes e dos seus suplentes ocorrerá por sorteio público. A data da posse ainda será definida, para o mandato de um ano.
Macaé-RJ O Ponto Biométrico é a ferramenta de transparência que dá ao cidadão a certeza de que seu dinheiro está sendo usado de maneira correta.
Florianópolis-SC Transparência a serviço do crescimento ordenado.
Foz do Iguaçu-PR
Portal de Transparência do município ganha nova interface e novas informações.
YouTube
Recife-PE Prefeito do Recife cede software do Portal da Transparência para Paulista.
Juiz de Fora-MG PJF – Transparência.
São Paulo-SP A decisão foi tomada: radicalizar na transparência e convocar todos p/ q possamos diminuir ainda + os acidentes no trânsito, finaliza Haddad.
São Paulo-SP Pref abre dados sobre infrações de trânsito; objetivo é dar + transparência aos dados e ajudar na redução de mortes.
São Paulo-SP Consulta pública p/ novo Portal da Transparência busca abranger as demandas e necessidades dos cidadãos. Participe!
Natal-RN Plataforma Observa Natal oferece mais transparência da administração pública
Macapá-AP A honraria foi conferida a personalidades que prestam relevantes serviços à cultura, à cidadania e transparência da gestão pública do Estado.
Quadro 19 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da transparência nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
O princípio da transparência, conforme o Quadro 19, foi comunicado por 9
prefeituras de 9 diferentes Estados.
O segundo princípio pesquisado foi o princípio da prestação de contas –
accountability. Os resultados obtidos junto às redes sociais estão apresentados no
101
Quadro 20, onde 8 prefeituras de 4 diferentes Estados utilizaram o termo prestação
de contas na comunicação por meio das redes sociais.
Jundiaí-SP PrestaçãodeContas na Ponte São João, São Camilo, Vila Aparecida, Colônia e região
Jundiaí-SP
O prefeito Pedro Bigardi deu sequência à prestação de contas nos bairros com a apresentação do Programa de Metas 2013-2016, na Emeb Pedro de Oliveira, na Ponte São João. Além do bairro, participaram moradores do São Camilo, Vila Aparecida e Colônia.
Jundiaí-SP PrestaçãodeContas na Vila Comercial, Maringá, Jardim Martins, Copacabana e região
Jundiaí-SP
O prefeito Pedro Bigardi fez a reunião de Prestação de Contas do Plano de Metas, na Emeb Aparecido Garcia, no Jardim Martins, para moradores da região da Vila Maringá, Comercial e Jardim Copacabana. A série de encontros teria continuidade neste sábado (12), no Santa Gertrudes, mas foi cancelada por conta da chuva.
Jundiaí-SP PrestaçãodeContas na Vila Rami, Bonfiglioli, Merci, Jundiainópolis e região
Jundiaí-SP
São Gonçalo-RJ
Com o objetivo de fortalecer o colegiado que possui representantes da comunidade escolar, a Secretaria de Educação de São Gonçalo promoverá na próxima quarta- feira (16/03), das 13h às 17h, a "Convenção Anual de Conselheiros Escolares" no Teatro Carequinha, em Neves. Para tanto, a programação da convenção envolverá vídeos, palestras e discussões sobre: “Gestão Democrática: a teoria leva à prática – reflexões”; “Programas Federais e Conselho: quanto mais antenado estiver, melhor para a sua escola”; “Prestação de contas: o momento sagrado de todo gestor”; “Conselho Escolar em São Gonçalo: do nascimento à maturidade” e “O Fortalecimento do Conselho Escolar no 3º milênio”.
YouTube
Osasco-SP Prestação de contas dos trabalhos da Guarda Civil Municipal e entrega de títulos
Sorocaba-SP Meio ambiente em Sorocaba – Prestação de Contas – Prefeitura 2016
Santo André-SP Programa Santo André: conquistas e melhorias – Edição 8 – Especial de prestação de contas
Caxias do Sul-RS Prestação de Contas do Orçamento Comunitário
Jundiaí-SP Prefeito realiza ‘Prestação de Contas’ no Parque São Luiz :)
Teresina-PI Semduh faz prestação de contas do Orçamento Popular.
Rio Grande-RS
Executivo Municipal e delegados do OPP realizam assembleia de prestação de contas.
Quadro 20 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio de prestação de contas nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
Os resultados retornados para a busca vinculada ao princípio da
Integração estão dispostos no Quadro 21. Mediante o termo utilizado para busca, o
princípio da integração foi comunicado por 16 prefeituras de 12 diferentes Estados.
102
Brasília-DF
Se tem uma coisa que o mundo todo quer é... PAZ! É com esse tema que a campanha Brasília Capital do Ipê foi lançada nesta semana. O projeto planeja a construção de quatro praças em Brasília, cada uma com um valor (paz, cidadania, respeito e amor) e com um tipo de ipê diferente, para chamar a sociedade a discutir e repensar atitudes simples do dia a dia. Os espaços vão unir cultura, arte, sustentabilidade e integração social.
Campinas-SP
lazer A reurbanização do Centro de Integração Dorival Daniel Waetge, entregue no sábado, 12 de março, no Jardim São Vicente, beneficiará mais de 20 mil habitantes de vários bairros da região, como Vila Formosa, Jardim São Gabriel, Parque dos Cisnes, Jardim Centenário e Jardim Bom Sucesso. A recuperação da área de quase 38 mil metros quadrados contou com investimentos da ordem de R$ 1,1 milhão.
Recife-PE
Amanhã é dia de mais um evento do programa Prouni Recife Além do Campus. A ideia é contribuir para a integração e o desenvolvimento pessoal e acadêmico dos estudantes contemplados com bolsas integrais em faculdades particulares concedidas pelo programa Prouni Recife.
Barueri-SP No dia 19 de março, acontece no ginásio poliesportivo José Corrêa o 4º Torneio Integração de Lutas Marciais.
Belém-PA
Com a intenção de contribuir para a redução dos índices de violência nos eventos esportivos, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer, lançou, neste sábado, 05, o projeto Torcida Cidadã, um projeto focado na integração social de crianças e adolescentes das torcidas organizadas dos clubes de futebol de Belém.
Ribeirão Preto-SP
O SIM Caxias inicia as operações no dia 16 de abril. Essa primeira fase contempla 18 linhas do eixo leste/oeste. A nova linha TR01, identificada com a cor vermelha, vai interligar as Estações Principais de Integração Floresta e Imigrante e circular pelas ruas Pinheiro Machado e Sinimbu.
Araucária-PR A Integração é uma conquista de todos nós
Araucária-PR Passagem única até Curitiba. Integração do Transporte Coletivo paga com recursos do município de Araucária. Essa é a verdade. A integração não parou!
Aracaju-SE
A partir de hoje, 11, vai ter gente soltando a voz no centro de Aracaju! É que vai começar a primeira edição do Cantoria da Cidade, um encontro de coros e vozes que acontece no Centro Cultural de Aracaju, na praça General Valadão. Com a participação de 17 de corais, o evento faz parte das festividades do aniversário da capital e não possui caráter competitivo, pois o objetivo é promover o intercâmbio cultural, a integração e o fortalecimento dos laços entre corais da cidade e o público. O Cantoria é realizado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria do Planejamento, Orçamento e Gestão, com apoio da Funcaju e da Secretaria da Comunicação. Participe!
Paulínia-SP
SAÚDE | A Prefeitura de Paulínia, através do Programa DST/AIDS e Hepatites Virais de Paulínia, está sediando, no Paço Municipal, o Encontro Regional de Monitoramento da Implantação de Testes Rápidos no Estado de São Paulo. O encontro tem como objetivo contribuir para o fortalecimento do processo de articulação e integração entre municípios na capacitação de profissionais, na organização logística e na ampliação da implantação de Testes Rápidos de HIV, Sífilis Hepatite B e Hepatite C. Participam representantes dos municípios do GVE (Grupos de Vigilância Epidemiológica) de Campinas, GVE Piracicaba, GVE de São João da Boa Vista, e GVE de Sorocaba.
YouTube
Fortaleza-CE Prefeitura inicia Projeto Integração para 300 estudantes da rede pública de ensino
Santos-SP Operação Verão 2015/2016 contará com integração do sistema de monitoramento
Recife-PE Alunos da primeira turma do Prouni Recife participam de evento de integração
Macaé-RJ Sábado de integração no Bosque Azul
Maceió-AL Prefeito participa de homenagem ao ministro da Integração
Maceió-AL Integração Temporal no Benedito Bentes é iniciada
Juiz de Fora-MG
Prefeitura promove mais um "Integração nos Bairros" em parceria com a TV Integração
103
Aracaju-SE Residencial Zilda Arns é entregue pelo Prefeito e Ministro de Integração Nacional
Salvador-BA P/ aumentar a integração entre os coletivos públicos, a Pref. oferece grátis o cartão do “Bilhete Avulso”, mediante a compra de 2 tarifas
Goiânia-GO Biodança favorece integração afetiva nas unidades educacionais
Belém-PA Este ano o trabalho de integração vai continuar com a implantação de novas ciclovias e ciclofaixas pela Prefeitura.
Belém-PA Este ano o trabalho de integração continua com a implantação de novas ciclovias e ciclofaixas pela Prefeitura.
Belém-PA A Prefeitura de Belém está promovendo a integração do sistema cicloviário. #FazendoDoJeitoCerto #Belém400anos
Aracaju-SE Prefeito @joaoalvesfilho recepciona Ministro da Integração Nacional,Gilberto Occhi, que veio para o "Força Amiga".
Aracaju-SE Prefeito João Alves participa do Dia Nacional contra o #Aedesaegypti com minist. Integração
Quadro 21 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da Integração nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
O quarto princípio pesquisado foi o princípio da equidade e os resultados
obtidos estão presentes no Quadro 22. Foram apenas duas citações de duas
prefeituras de diferentes Estados.
Santo André-SP
O “Programa Gênero, Saúde e Meio Ambiente” realiza ações socioeducativas na região de manancial, em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC/FUABC, e trabalha a favor da promoção da equidade de gênero. DiaInternacionalDaMulher 8deMarço
Youtube
Curitiba-PR Educação Equidade
Quadro 22 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da equidade nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
O princípio da responsabilidade foi o quinto pesquisado e, por meio do
termo utilizado para busca, obteve citação em 14 prefeituras de 10 diferentes
Estados, conforme Quadro 23:
Brasília-DF
Já ouviu falar do movimento Eles por Elas, da ONU Mulheres — Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres? A ideia da campanha é promover uma reflexão sobre a responsabilidade de homens e meninos na eliminação de atos discriminatórios e de violência contra as mulheres. E quer saber o melhor? Brasília aderiu à iniciativa nesta terça-feira (8), no Dia Internacional da Mulher.
São José dos Campos-SP
Hoje o projeto Segunda no Quiosque do Centro da Juventude é especialmente dedicado ao Mês da Mulher. E quem ficará com a responsabilidade de animar a noite da galera será a cantora Dany Cobra com o show musical “Toque Feminino” É logo mais, às 20h, chego cedo e reserve seu pufe!
104
São Luís-MA
Dona de casa e diretora do Hospital Aldenora Bello. Para Rachel, o principal desafio da mulher é saber equilibrar todas essas responsabilidades, com carinho, dedicação e, sobretudo, com força para vencer as batalhas diárias. MarçoMêsdaMulher MulheresInspiradoras
São Luís-MA
Nossos servidores dos setores jurídicos participaram ontem (14) do treinamento "A Lei de Responsabilidade Fiscal e as Vedações de Final de Mandado", em que foram tratados temas que auxiliam o cumprimento de obrigações legais e constitucionais. Realizada por meio da Controladoria Geral do Município (CGM), a ação teve como foco capacitar os servidores sobre a legislação tema do evento, promovendo mais qualidade para a gestão municipal.
Uberlândia-MG Todo direito revela uma responsabilidade.
Campo Grande-MS Descarte com Responsabilidade!
Teresina-PI
O lixo também é responsabilidade da população. Como disse a Dona Maria de Jesus, a prefeitura de Teresina limpa os locais públicos e disponibiliza pontos de recebimento de resíduos, mas as pessoas precisam fazer a sua parte!
Juiz de Fora-MG
Mais de 50 cidades aqui da Zona da Mata vivem uma epidemia das doenças causadas pelo Aedes aegypti. O processo de notificação de casos é uma responsabilidade do município e tem sido cumprida à risca em Juiz de Fora. Você sabia que, mesmo que o caso seja apenas uma suspeita de dengue, ele é contabilizado entre as notificações? Isso porque cada atendimento de paciente com sintomas correspondentes às doenças, da rede pública ou privada, gera uma ficha de notificação, na qual constam dados que ajudam diretamente no combate ao Aedes. Assista ao vídeo e confira a explicação da bióloga e chefe do departamento responsável pelas notificações, Michele Freitas. Informação também é uma arma contra o Aedes aegypti. Entre nessa batalha.
Porto Velho-RO
No trânsito skatista é pedestre! Isso quer dizer que, assim como quem está a pé, o skatista tem prioridade na hierarquia de trânsito e deve ser respeitado. Apesar de ele estar sob quatro rodas como um motorista, ele está muito mais vulnerável e merece atenção redobrada. O recado também serve para os skatistas: andem com responsabilidade!
Americana-SP Prefeitura participa do debate “Terra, a Casa Comum: Nossa Responsabilidade”
YouTube
Campinas-SP Projeto RAC-Sanasa premia melhores ações de responsabilidade ambiental
Curitiba-PR Além de reciclar, é preciso consumir com responsabilidade. É hora de morfar seus hábitos!
Goiânia-GO Formação colabora na reflexão sobre a responsabilidade das unidades educacionais nos conflitos humanos
Goiânia-GO Multa p/ quem ñ cumprir c/ a responsabilidade vai de R$ 250 a R$ 2,5 mil, variando de acordo c/ Zona Fiscal
Goiânia-GO A segurança, @eduardoazev, é de responsabilidade do governo estadual. Ainda assim estamos auxiliando com trabalho de ronda comunitária.
João Pessoa-PB
Quando chove, o perigo aumenta e a nossa responsabilidade também. Siga as orientações e não deixe o mosquito nascer. #JPContraoMosquito
João Pessoa-PB
#ProconJP: É de responsabilidade do estabelecimento a segurança e a manutenção dos equipamentos de diversão em buffets infantis.
Paulínia-SP Responsabilidade com contas públicas permite à prefeitura manter passagem a R$ 1,00. #Transportes #Paulínia
Quadro 23 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da responsabilidade nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
105
O sexto princípio pesquisado foi o de cumprimento das leis, em que o
termo pesquisado demonstrou estar presente em três prefeituras de três diferentes
Estados, como aponta o Quadro 24:
São Luís-MA
Nossos servidores dos setores jurídicos participaram ontem (14) do treinamento "A Lei de Responsabilidade Fiscal e as Vedações de Final de Mandado", onde foram tratados temas que auxiliam o cumprimento de obrigações legais e constitucionais. Realizado por meio da Controladoria Geral do Município (CGM), a ação teve como foco capacitar os servidores sobre a legislação tema do evento, promovendo mais qualidade para a gestão municipal.
São José dos Pinhais-PR
Em cumprimento à Lei Municipal nº 1.529/2010, a organização da Festa da Cidade informa que está disponível para os idosos a cota de 5% da totalidade dos ingressos. A Lei dispõe sobre o ingresso gratuito destinado a idosos acima de 60 anos nos eventos promovidos pela Administração Municipal de São José dos Pinhais.
Fortaleza-CE Operação Volta às Aulas conscientiza motoristas sobre cumprimento das normas de trânsito no entorno das escolas
Quadro 24 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio de cumprimento das leis nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
O princípio da ética foi comunicado por três prefeituras de dois diferentes
Estados, conforme o Quadro 25:
São Paulo-SP
“Precisamos enfrentar a sub-representação das mulheres na política brasileira. Nossa democracia é uma democracia limitada, porque ainda temos em torno de 10% de todos os cargos que existem no Senado, na Câmara dos Deputados e dos Vereadores, e não há motivo para que isso aconteça, porque as mulheres são mais da metade da população, da força do trabalho e que frequenta as escolas. As mulheres têm capacidade para fazer as leis, defender o povo brasileiro, fazer da política uma coisa digna e ética”, disse a vice-prefeita, Nádia Campeão.
Curitiba-PR
Threo foi um dedicado servidor da Guarda Municipal de Curitiba. Ele atuava no Grupo de Operações com Cães e tinha uma ética de trabalho exemplar: nunca se recusava a fazer uma tarefa, era gentil e educado com seus colegas de equipe e seguia com firmeza o principal valor que deve nortear o trabalho numa instituição pública: o desejo de servir à sua comunidade.
São José dos Pinhais – PR
Na noite de quinta-feira (10,) no plenário da Câmara Municipal de Vereadores, os novos membros do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) tomaram posse para a gestão 2016-2018. A solenidade reuniu representantes da sociedade civil organizada, Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal e lideranças comunitárias, onde foram empossados os 14 membros para compor o próximo biênio, sendo presidente, secretários, tesoureiros, Conselho Fiscal, Conselho Deliberativo e Conselho de Ética e Disciplina.
Quadro 25 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da ética nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
O princípio da legitimidade, conforme afirmado anteriormente, não foi
citado por nenhuma prefeitura em nenhuma rede social. O nono e último princípio
106
pesquisado, da eficiência, teve os resultados descritos no Quadro 26, sendo citados
por duas prefeituras de dois diferentes Estados.
Jundiaí-SP
Desassoreamento, coleta de lixo nos rios, limpeza periódica de bocas de lobo, poda e corte de árvores, eficiência na varrição das ruas, investimento na remoção de moradias em áreas de risco. Todas essas ações e cuidados realizados diariamente pela Prefeitura de Jundiaí contribuíram para diminuição dos efeitos causados pelas fortes chuvas que atingiram a região e outras partes do Estado na noite e madrugada dessa quinta-feira (10).
Teresina-PI
O BRT (Bus Rapid Transit) ou Transporte Rápido por Ônibus é um sistema de transporte coletivo de passageiros que vai trazer mais rapidez, mobilidade urbana e eficiência para o transporte urbano de Teresina. O BRT não é apenas uma mudança de frota, é uma transformação no conceito de mobilidade urbana de Teresina e será a maior intervenção já realizada na cidade.
Quadro 26 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da eficiência nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.
4.2.4 Principais resultados a destacar da análise das redes sociais
Do exposto até aqui no tocante às redes sociais, a partir dos resultados
obtidos da aplicação do formulário de observação das redes sociais e tendo por foco
cumprir o segundo objetivo específico que trata da identificação do uso de redes
sociais para comunicação dos princípios da governança pública pelas prefeituras
Municipais, pode-se afirmar que, embora a presença, as atividades e os impactos
das prefeituras nas redes sociais sejam elevados, é baixa a comunicação dos
princípios de governança pública por intermédio das redes sociais.
A presença das prefeituras nas redes sociais é bastante alta, 99% no
Facebook, 96% no YouTube e 86% no Twitter, mesmo comparando com o fato de
100% das prefeituras possuírem um portal governamental na Internet. Em relação às
atividades das prefeituras nas redes sociais, o uso regular das redes sociais também
é alto, visto que o Facebook é utilizado regularmente por 90% das prefeituras, o
YouTube por 60% e o Twitter por 59%, e somente 6% das prefeituras não fazem uso
regular de nenhuma rede social.
No que tange ao impacto das redes sociais, o Facebook apresentou altos
índices de impacto: 37% das prefeituras com impacto alto e muito alto quanto ao
número de usuários que curtem a página oficial das prefeituras em relação à
107
população do município; 57% de impacto alto e muito alto quanto às reações
provocadas pelas publicações das prefeituras; e 22% de impacto alto e muito alto
referente ao compartilhamento de conteúdo. As outras duas redes sociais
proporcionaram impactos menores, situados, em sua maioria, nas classificações
muito baixas e baixas nos critérios de impacto analisados.
Já quanto à comunicação da governança pública propriamente dita, os
números apresentados são baixos, o que permite inferir que as redes sociais não
estão sendo utilizadas pelas prefeituras para essa finalidade.
O termo governança não foi citado nenhuma vez em nenhuma rede
social. Os termos vinculados aos princípios de governança pública foram citados
apenas em 79 publicações, o que representa 0,64% das publicações fizeram
referência aos princípios da governança pública, sendo 40 citações no Facebook, 23
no Twitter e 16 no YouTube.
Ao analisar as prefeituras que, em suas redes sociais, buscaram
comunicar os princípios de governança pública pesquisados, pode-se estabelecer
uma relação com o PIB e população de seus municípios, em busca de uma
correlação entre estes fatores.
Um total de 38 prefeituras fez ao menos uma publicação vinculada aos
princípios da governança pública. Dessas, 3 publicaram conteúdo referente a 3
diferentes princípios, 12 comunicaram 2 diferentes princípios e 23 prefeituras
comunicaram somente um princípio de governança pública.
Na Tabela 8, consta lista dos municípios que publicaram conteúdo
referente a dois ou mais princípios de governança pública, acompanhados pela
posição de PIB e população dentro do recorte escolhido.
Tabela 8 – Lista de prefeituras que comunicaram dois ou mais princípios de governança pública por meio das redes sociais
(continua)
Comunicação de 3 princípios UF Posição em PIB Posição em população
Curitiba PR 4º 8º
Juiz de Fora MG 64º 37º
Teresina PI 50º 21º
Comunicação de 2 princípios
Brasília DF 3º 4º
Campinas SP 11º 14º
Fortaleza CE 10º 5º
Goiânia GO 18º 12º
108
(conclusão)
Comunicação de 3 princípios UF Posição em PIB Posição em população
Jundiaí SP 24º 55º
Macaé RJ 40º 78º
Paulínia SP 68º 96º
Recife PE 15º 9º
Santo André SP 32º 25º
São José dos Pinhais PR 36º 70º
São Luís MA 23º 15º
São Paulo SP 1º 1º
Fonte: Elaborada pelo autor.
Na Tabela 8, pode-se verificar que, dentre os 15 municípios que tiveram
suas prefeituras listadas, 6 deles estão entre os 15 maiores PIBs e outros 7
municípios entre os 50 maiores PIBs. Das 23 prefeituras que comunicaram somente
um princípio, 16 municípios estão entre os 50 maiores PIBs.
A partir dessa verificação, pode-se constatar uma relação positiva entre
PIB e comunicação da governança pública por meio das redes sociais, ou seja, os
municípios que possuem maior PIB tendem a apresentar prefeituras que mais
comuniquem os princípios de governança pública por meio das redes sociais.
Constatação semelhante pode ser feita em relação à população, já que
identificou-se uma relação positiva entre população e comunicação da governança
pública por intermédio das redes sociais.
Na tabela 8, dos 15 municípios que as prefeituras aparecem listadas, 7
estão entre as 15 maiores populações do recorte escolhido e outros 3 municípios
entre as 50 maiores populações. Ainda, das 23 prefeituras que, por meio das redes
sociais, comunicaram um princípio, 16 municípios estão entre os 50 maiores
contingentes populacionais.
Ainda sobre a Tabela 8, os municípios em destaque, Curitiba-PR, Jundiaí-
SP, Macaé-RJ, Recife-PE e São Luís-MA, aparecem também na lista das prefeituras
que apresentam índices altos de presença dos princípios de governança pública nos
portais governamentais.
109
4.3 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO ENVIADO AOS GESTORES DE
COMUNICAÇÃO
O terceiro objetivo específico – identificar a percepção dos gestores
municipais frente à efetividade do uso da Internet na comunicação dos princípios da
governança pública adotados pela gestão municipal – e o quarto objetivo específico
– verificar a percepção dos gestores municipais sobre as dificuldades da
comunicação da governança pública nos portais municipais na Internet – foram
aferidos por intermédio de questionário enviado às prefeituras que compõem o
recorte desse estudo.
O questionário foi respondido por 20 prefeituras, listadas no Quadro 27:
Município UF Município UF
1 Barueri SP 11 Jaraguá do Sul SC
2 Belo Horizonte MG 12 Juiz de Fora MG
3 Brasília DF 13 Niterói RJ
4 Canoas RS 14 Ribeirão Preto SP
5 Cascavel PR 15 Santo André SP
6 Caxias do Sul RS 16 São José dos Campos SP
7 Diadema SP 17 São José dos Pinhais PR
8 Florianópolis SC 18 Sorocaba SP
9 Goiânia GO 19 Taubaté SP
10 Ipatinga MG 20 Vitória ES
Quadro 27 – Lista de respondentes do questionário Fonte: Elaborado pelo autor.
As perguntas contidas no questionário buscaram investigar quatro
aspectos: (i) estrutura de comunicação que a prefeitura dispõe; (ii) percepção do
gestor quanto ao uso da Internet para comunicação entre a prefeitura e o cidadão;
(iii) percepção do gestor quanto à adoção dos princípios de governança pública pela
prefeitura municipal e quanto à comunicação destes princípios pelo portal da
prefeitura na Internet; e (iv) dificuldades de comunicação dos princípios de
governança pública adotados pela prefeitura por meio da Internet.
110
4.3.1 Estrutura de comunicação das prefeituras
A definição adotada de governança pública para este estudo tem como
uma das ideias centrais a questão das reformas na estrutura e gestão dos governos
para considerar as interações entre o Estado e os diversos atores sociais. Dessa
forma, o primeiro aspecto investigado trata da estrutura dos setores de comunicação
das prefeituras.
A verificação da estrutura se coaduna, ainda, com o proposto por
Ballesteros (2012) de análise da estrutura em que a governança é posta em prática.
Duas perspectivas de observação do TCU (2014) também tratam da estrutura: (i)
‘Entes federativos, esferas de poder e políticas públicas’ que se refere, entre outros,
às estruturas de autoridade; e (ii) ‘Atividades intraorganizacionais’, que tratam do
viés interno da organização e das estruturas específicas de governança.
Em relação à hierarquia da unidade de comunicação na estrutura da
prefeitura, 75% possuem uma Secretaria de Comunicação Social (ou equivalente)
vinculada diretamente ao chefe do Poder Executivo Municipal, enquanto 15%
contam com um Departamento de Comunicação Social (ou equivalente) vinculado a
uma Secretaria Municipal. Ainda, 10% possuem uma Assessoria ou Coordenadoria
de Comunicação Social (ou equivalente) vinculada diretamente ao chefe do Poder
Executivo Municipal.
Entende-se que a vinculação diretamente ao chefe do Poder Executivo
Municipal, mediante uma Secretaria Municipal ou mesmo uma assessoria, dota o
setor de comunicação de posição estratégica na estrutura governamental.
Quanto à existência de um Conselho Municipal, com representação dos
munícipes, que analisa o portal da prefeitura na Internet, os conteúdos e serviços
disponibilizados e fornece feedback à prefeitura sobre a comunicação pública
desenvolvida, apenas 5% das prefeituras entrevistadas apontaram a existência de
tal Conselho.
A existência de Conselho Municipal, indício de participação popular na
área de comunicação, traz vantagens, pois, em face do lastro cultural dos
participantes, podem-se promover melhores soluções às questões em debate
(DRUMOND; SILVEIRA; SILVA, 2014).
111
No tocante à construção do atual portal da prefeitura na Internet, 60%
afirmam que o Setor de Comunicação foi o responsável pela construção, sendo 25%
com pessoal do próprio setor e 35% com pessoal de outros setores da prefeitura. O
setor de tecnologia e informação da prefeitura foi responsável pela construção de
15% dos portais. Ainda, 25% dos portais foram adquiridos mediante contratação de
empresa externa à prefeitura.
O processo de publicação de notícias, serviços e outros elementos no
portal da prefeitura é realizado inteiramente por 65% dos setores de comunicação
entrevistados, sendo que 55% publicam no portal diretamente e 10% consultam ao
Gabinete do Prefeito para determinar quais conteúdos serão publicados no portal.
Em 30% dos casos, cada Secretaria produz seus conteúdos e determina
os serviços a serem ofertados e para a publicação: (i) 15% enviam para o setor de
comunicação e esse publica no portal; (ii) 5% publicam diretamente no portal; (iii) 5%
publicam suas matérias em suas respectivas páginas após submeter à edição do
setor de comunicação; e (iv) 5% publicam parte diretamente e parte passa pelo crivo
de editores de conteúdo para então ser publicado. Ainda, em 5% dos casos, o setor
de comunicação produz e coordena as matérias e os serviços são designados pelas
secretarias.
A questão da construção do portal e do processo de publicação de
notícias permite verificar se a estrutura de recursos humanos do setor de
comunicação proporciona o atendimento total destas demandas de forma isolada ou
com apoio de outros setores da prefeitura.
4.3.2 Percepção dos gestores de comunicação quanto ao uso da Internet para
comunicação entre a prefeitura e o cidadão
Um segundo aspecto tratado pelo questionário foi quanto à percepção do
gestor em relação ao uso da Internet para comunicação entre a prefeitura e o
cidadão. Inicialmente, pediu-se para o gestor listar quais ferramentas eletrônicas são
utilizadas para estabelecer a comunicação com o cidadão por meio da Internet, além
do portal da prefeitura. Foram citadas 13 ferramentas, conforme o Gráfico 16:
112
Gráfico 16 – Ferramentas eletrônicas que utilizam a Internet que as prefeituras fazem uso Fonte: Elaborado pelo autor.
A partir do gráfico corrobora-se a opção feita pela pesquisa nas redes
sociais Facebook, YouTube e Twitter, já que são as três ferramentas mais utilizadas
pelas prefeituras, com 100%, 80% e 75%, respectivamente, seguidas pelo
Instagram, rede social de compartilhamento de imagens, com 45%.
Utilizam o Google+, rede social que aglutina os serviços da Google, 10%
das prefeituras, mesmo número que utilizam Blog da Prefeitura, Web TV e
aplicativos de celular. A plataforma Colab, rede social voltada para a cidadania que
objetiva conectar cidadãos e cidades com foco na resolução de problemas,
discussão de projetos e avaliação dos serviços públicos (COLAB, 2016), também é
utilizada por 10% das prefeituras.
Ainda, 5% das prefeituras utilizam o Flickr, rede social de
compartilhamento de imagens, a Web Rádio e o envio de e-mail com notícias,
newsletter como ferramentas de comunicação com o cidadão baseadas na Internet.
Após o questionamento sobre as ferramentas utilizadas, perguntou-se aos
gestores sobre quais critérios são utilizados pela prefeitura para medir a efetividade
da comunicação por intermédio das ferramentas eletrônicas. Todas as prefeituras se
utilizam de ao menos um critério de medição de efetividade.
O número de acessos à ferramenta e o feedback dos usuários na própria
ferramenta de comunicação são os dois critérios de efetividade mais utilizados,
sendo que o primeiro é utilizado por todas as prefeituras e o segundo por 85% das
0% 20% 40% 60% 80% 100%
YouTube
Google+
Colab.re
Blog da Prefeitura
Web Tv
Aplicativos celular
Flickr
Web Rádio
Newsletter (e-mail)
100%
80%
75%
45%
10%
10%
10%
10%
10%
5%
5%
5%
113
prefeituras pesquisadas. A pesquisa de opinião promovida fora da ferramenta é
utilizada por 55% das prefeituras, enquanto a pesquisa promovida dentro da
ferramenta é utiliza por 40% das prefeituras. Foram citados como critérios por 5%
das prefeituras: (i) uso de software de monitoramento web; (ii) relatórios dos
aplicativos de celular; e (iii) clipping, que é o monitoramento de menções à prefeitura
em matérias jornalísticas.
O último questionamento dentro do aspecto do uso da Internet para
comunicação foi sobre quais as três ferramentas de comunicação pela Internet. Na
opinião do gestor, são as mais efetivas na comunicação entre a prefeitura e o
cidadão. Cinco ferramentas foram citadas, conforme o Gráfico 17.
Gráfico 17 – Ferramentas de comunicação mais efetivas de acordo com a percepção dos gestores de comunicação Fonte: Elaborado pelo autor.
O Gráfico 17 indica que o portal da prefeitura foi citado em 60% das
oportunidades como a ferramenta mais efetiva e as redes sociais foram citadas em
40% das oportunidades como as ferramentas mais efetivas na comunicação entre a
prefeitura e o cidadão. Dentre as redes sociais, o Facebook é visto como a
ferramenta mais efetiva por 30%, seguido de YouTube e Twitter, com 5% cada.
60%
30%
5% 5%
40%
55%
5%
19%
38%
6%
38%
Portal da Prefeitura
Facebook Youtube Instagram Twitter
Primeiro lugar
Segundo lugar
Terceiro lugar
114
4.3.3 Percepção dos gestores de comunicação quanto à adoção e comunicação dos
princípios de governança pública
O terceiro aspecto investigado por intermédio do questionário foi a
percepção do gestor quanto à adoção dos princípios de governança pública pela
prefeitura municipal e quanto à comunicação desses princípios pelo portal da
prefeitura na Internet.
Os questionamentos acerca da adoção e comunicação buscaram
estabelecer um paralelo entre a percepção do gestor de comunicação do quanto a
prefeitura adota um determinado princípio e o quanto este princípio é comunicado
por intermédio do portal.
As respostas dos gestores referentes à adoção dos princípios de
governança pública pela prefeitura municipal estão dispostas na Tabela 9:
Tabela 9 – Percepção dos gestores quanto a adoção dos princípios de governança pública pela prefeitura
Adoção do princípio pela prefeitura
Princípios Não
adota Inicial Básica Intermediária Integral
Transparência 0% 0% 0% 20% 80%
Prestação de contas 0% 0% 5% 15% 80%
Integração 0% 0% 0% 40% 60%
Equidade 0% 0% 0% 30% 70%
Responsabilidade 0% 0% 0% 10% 90%
Cumprimento das leis 0% 0% 0% 10% 90%
Ética 0% 0% 0% 10% 90%
Legitimidade 0% 0% 0% 15% 85%
Eficiência 0% 0% 0% 40% 60%
Fonte: Elaborada pelo autor.
A partir da Tabela 9, pode-se observar que, na percepção dos gestores,
todos os princípios de governança pública são adotados em alguma medida pelas
prefeituras. Para os gestores, 60% das prefeituras adotam integralmente os
princípios de integração e eficiência, 70% adotam integralmente o princípio da
equidade, 80% adotam integralmente os princípios da transparência e prestação de
contas, 85% adotam integralmente o princípio da legitimidade e 90% adotam os
princípios da responsabilidade, cumprimento das leis e ética.
115
Na tabela 10, estão dispostas as respostas dos gestores sobre a
comunicação dos princípios de governança pública pelos portais governamentais.
Tabela 10 – Percepção dos gestores quanto a comunicação dos princípios de governança pública pelos portais municipais
Comunicação do princípio pelo Portal
Princípios Não é comunicado Inicial Básica Intermediária Integral
Transparência 0% 0% 0% 35% 65%
Prestação de contas 0% 0% 0% 35% 65%
Integração 0% 0% 15% 30% 55%
Equidade 0% 0% 10% 35% 55%
Responsabilidade 0% 0% 0% 30% 70%
Cumprimento das leis 0% 0% 5% 30% 65%
Ética 0% 0% 5% 20% 75%
Legitimidade 0% 0% 5% 20% 75%
Eficiência 0% 0% 5% 30% 65%
Fonte: Elaborada pelo autor.
De forma análoga à análise da tabela anterior, pode-se afirmar que,
conforme Tabela 10, os gestores entendem que todos os princípios de governança
pública são comunicados em alguma medida por intermédio do portal
governamental. Contudo, observa-se que os percentuais de comunicação, em geral,
são inferiores aos percentuais de adoção dos princípios de governança pública pela
prefeitura.
Na opinião dos gestores, 55% dos portais comunicam integralmente os
princípios da integração e equidade, 65% comunicam integralmente os princípios de
transparência, prestação de contas, cumprimento das leis e eficiência, 70%
comunicam integralmente o princípio da responsabilidade e 75% dos portais
comunicam integralmente os princípios da ética e legitimidade.
4.3.4 Dificuldades de comunicação dos princípios de governança pública
O último aspecto investigado pelo questionário tratou das dificuldades
impostas na comunicação dos princípios de governança pública.
Inicialmente, foi questionado sobre a dificuldade da comunicação por
intermédio do portal governamental. Em uma escala de 1 a 5, onde o grau 1
116
representava nenhuma dificuldade e grau 5 grande dificuldade, as respostas dos
gestores se deram conforme Gráfico 18:
Gráfico 18 – Percepção dos gestores quanto à dificuldade de comunicação dos princípios de governança pelo portal governamental Fonte: Elaborado pelo autor.
O gráfico indica que somente 10% dos gestores entrevistados consideram
não haver dificuldade em se comunicar os princípios de governança pública por
meio do portal governamental. Apontaram pequenas dificuldades, grau 2, 45% dos
gestores entrevistados e 35% apontaram dificuldades moderadas, grau 3. Por fim,
10% percebem dificuldades entre moderadas e grandes, grau 4, na comunicação
por intermédio do portal governamental.
Posteriormente, foi feito questionamento aberto sobre as dificuldades nas
práticas de comunicação dos princípios de governança pública adotados pela
prefeitura por meio da Internet. Os gestores apontaram razões ligadas: (i) ao
relacionamento com outros setores da prefeitura; (ii) à limitação da equipe de
trabalho; (iii) às questões técnicas advindas da própria Internet; e (iv) à postura do
cidadão no relacionamento com a prefeitura.
Em relação ao relacionamento com outros setores da prefeitura, o
Secretário de Comunicação do município m1 aponta como dificuldade o fato “de
alguns gestores ainda não entenderem a importância do uso das redes sociais”.
Para a Secretária Chefe de Gabinete do município m2, a comunicação entre as
secretarias da prefeitura é o principal fator de dificuldade:
O maior obstáculo que temos é a comunicação interna entre as secretarias. Muitas vezes, os assuntos não chegam ao conhecimento do Serviço de
10%
45%
35%
10%
0%
grau 1 grau 2 grau 3 grau 4 grau 5
Dificuldade de Comunicação da Governança Pública
117
Comunicação, que é ligado à Secretaria Chefe de Gabinete. Por mais que tenhamos assessores que cuidam diretamente das secretarias, muitas vezes os fatos ficam “escondidos” e não conseguimos dar maior visibilidade a bons projetos.
A limitação da equipe é descrita como uma dificuldade por quatro
gestores. O Chefe da Assessoria de Imprensa do município m3 afirma que a
dificuldade reside na “defasagem em equipamentos e limitação de pessoal”,
enquanto que a Coordenadora de Comunicação do município m4, por conta da
limitação de pessoal, relaciona a dificuldade na comunicação à “disponibilidade do
setor de Informática em prestar serviços referentes à programação e publicação de
alguns conteúdos”, ou seja, o próprio setor de Comunicação depende de outros
setores para efetivar seu papel.
Ainda se tratando da questão da equipe, o Diretor de Comunicação do
município m5 trata da dificuldade da “falta de equipe exclusiva para os trabalhos de
comunicação para o meio Internet”. O subsecretário de Comunicação do município
m6 aponta a demanda de trabalho em relação ao tamanho da equipe:
A demanda de trabalho é muito superior à capacidade de realizá-lo, especialmente com todo o planejamento que seria necessário. Os princípios estão no norte, mas nem sempre é possível observá-los com o cuidado que deveríamos ter. Contudo, penso que aplicamos os princípios na maioria dos casos e momentos.
Questões técnicas advindas da Internet também foram apontadas como
fator de dificuldades pelos gestores de comunicação. O Social Media da prefeitura
do município m7 elenca como dificuldade principal “acompanhar a rapidez e
interatividade da internet”.
A questão da linguagem para a Internet é destacada pelo Gerente de
Atendimento à Imprensa do município de m8, para quem a maior dificuldade na
comunicação da governança pública reside em “encontrar a melhor linguagem para
‘traduzir’ esses conteúdos para o público”. Na mesma linha, o Assessor de
Planejamento de Comunicação do município m9 destaca a dificuldade de “criar
ferramentas de governança pública, notadamente de transparência, que atendam às
exigências legais e dos órgãos fiscalizadores, mas também sejam acessíveis e
intuitivas para o usuário comum”.
118
Um último fator dificultador citado pelos gestores de comunicação reside
na postura do cidadão no relacionamento com a prefeitura. O coordenador de
comunicação social da prefeitura do município m10 destaca o:
desconhecimento muito grande por parte dos usuários em saber quais são as competências de cada ente federativo como município, estado e União. Desta forma são cobrados da Prefeitura muitos serviços que são dever do Estado e da União.
A falta de interesse da população também é considerada por gestores
uma postura que traz dificuldades para a comunicação da governança pública. O
Secretário de Comunicação Social do município m11 tratou da baixa demanda por
parte do cidadão:
Acredito que a falta de informação ou até mesmo a falta de interesse da grande maioria da população em buscar por informações acabam fazendo que muitos órgãos não priorizem a sua divulgação. É muito esforço desprendido para pouca demanda. Ainda assim, considero fundamental esse trabalho, essencial para o pleno exercício da cidadania.
Ainda sobre a questão do interesse da população, o Secretário de
Comunicação Social do município m12 alega que “do ponto de vista técnico não há
dificuldades, no entanto, a população ainda não explora totalmente os recursos
disponíveis, sobretudo os novos, como o Aplicativo para celular”.
4.3.5 Principais resultados a destacar da análise do questionário enviado aos
gestores de comunicação
Os resultados obtidos quanto à estrutura dos setores de comunicação das
prefeituras pesquisadas permitem inferir que para a grande maioria, 85%, o setor de
comunicação é estratégico dentro do organograma da prefeitura, em face da sua
ligação direta ao chefe do poder executivo municipal na condição de Secretaria,
igualando-se às pastas como Saúde e Educação, ou ainda como assessoria direta
ao Prefeito.
Por sua vez, a participação popular na condução da política de
comunicação, por meio de Conselho Municipal da área, é muito baixa, de apenas
119
5% das prefeituras pesquisadas, o que pode significar a adoção de uma visão de
política de mão única, partindo do Estado para o cidadão, sem a presença desse
último no processo de comunicação como um todo.
Os questionamentos sobre a construção do portal e o processo de
publicação de conteúdos e serviços buscaram verificar a capacidade de atendimento
dos setores de comunicação, seja de forma isolada ou com apoio de outros setores
da prefeitura, para constatar a afirmação de Camargos (2004), que observou que,
devido ao aumento da demanda por informação por parte da sociedade, sucessivos
governos de todas as esferas responderam à demanda por meio do aumento da
estruturação da área de comunicação.
Em relação à construção do portal, apenas 25% dos setores de
comunicação pesquisados construíram, com a própria equipe, o portal utilizado pela
prefeitura. Trata-se de um número baixo, equivalente ao número de contratações
externas de portais.
Outros 35% dos setores de comunicação construíram o portal com auxílio
de outros setores da prefeitura, ou seja, 60% dos portais foram construídos, de
alguma forma, pelos setores de comunicação. Já em relação ao processo de
publicação de notícias e serviços no portal, 55% dos setores de comunicação o
fazem por completo e com autonomia.
A partir desses números, a afirmação de Camargos (2004) parece ainda
atualmente não ter alcançado a plenitude, posto que, para um número considerável
dos setores de comunicação, infere-se que suas estruturas não foram suficientes
para a construção do portal governamental ou para arcar, dentro da dinâmica de
cada prefeitura, com o processo completo de publicação de conteúdos e serviços no
portal governamental.
Os resultados referentes ao uso da Internet para a comunicação entre
prefeitura e cidadão indicaram uma variedade de ferramentas utilizadas pelas
prefeituras, com predomínio do Facebook, YouTube, Twitter e Instagram, o que é
benéfico ao cidadão, pois permite múltiplos meios de contato e obtenção de
informações sobre as ações e políticas das prefeituras.
A questão da utilização de critérios de efetividade por parte das
prefeituras nas ferramentas de comunicação que fazem uso da Internet se apresenta
como positivo porque, ao investir recursos públicos na comunicação, é de se esperar
120
o uso de algum critério de efetividade, como o número de acessos e o feedback,
adotados pela ampla maioria das prefeituras.
Em termos de ferramentais que os gestores consideram mais efetivas na
comunicação, o portal aparece em primeiro lugar, seguido das redes sociais
Facebook, YouTube e Twitter, reforçando que a escolha desta pesquisa por esses
canais atingiu os mais efetivos na opinião dos próprios gestores de comunicação.
Os resultados obtidos no tocante à adoção dos princípios de governança
pública pelas prefeituras municipais, frente à comunicação de tais princípios,
permitem inferir que, conforme apontam os próprios gestores, existem dificuldades
na comunicação dos princípios por intermédio do portal governamental.
À exceção do princípio da eficiência, todos os princípios de governança
pública são, sob a ótica dos gestores de comunicação, adotados pela prefeitura em
escala superior à comunicação destes princípios pelo Portal, ou seja, existe uma
diferença entre a adoção e comunicação, sendo esta última em menor escala,
conforme demonstra o Gráfico 19.
A opinião dos gestores que todos os princípios de governança pública são
em alguma medida comunicados por intermédio dos portais governamentais
confirma os resultados obtidos pelo formulário de observação dos portais
governamentais que apurou resultado semelhante.
Gráfico 19 – Percepção dos gestores quanto à adoção pelas prefeituras de cada princípio de governança pública e comunicação dos mesmos pelos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.
As diferenças entre adoção e comunicação dos princípios de governança
pública, passíveis de visualização no Gráfico 19, podem ser explicadas por meio das
Transparência
Prestação de contas
Integração
Equidade
Responsabilidade Cumprimento das
leis
Ética
Legitimidade
Eficiência
Adoção
Comunicação
121
dificuldades elencadas pelos próprios gestores: (i) relacionamento com outros
setores da prefeitura; (ii) limitação da equipe de trabalho; (iii) questões técnicas
advindas da própria Internet; e (iv) postura do cidadão no relacionamento com a
prefeitura.
4.4 ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA
UTILIZADAS PELOS MUNICÍPIOS POR INTERMÉDIO DA INTERNET
A partir da identificação dos princípios de governança pública presentes e
comunicados nos portais governamentais e nas redes sociais, aliado à percepção
dos gestores do uso da Internet para comunicação, o último objetivo específico
pretendeu identificar as práticas comunicacionais da governança pública utilizadas
pelo poder público municipal por intermédio dos portais e redes sociais na Internet.
Para tanto, utilizou-se a categorização dos fluxos comunicacionais
propostos por Kondo et al. (2002): (i) práticas de informação (disseminação de
informação – modelo de mão única); (ii) práticas de consulta (solicita
opinião/feedback – modelo de mão dupla); e (iii) práticas de participação ativa. As
práticas funcionam como níveis de comunicação, ou seja, para atingir as práticas de
participação ativa, é necessário alcançar a prática de consulta, que, por sua vez,
necessita do alcance da prática de informação.
Os portais governamentais fazem uso, por essência, de práticas de
informação cujo objetivo é a disseminação de informação, podendo, contudo, se
utilizar de práticas de consulta buscando a opinião dos cidadãos que acessam o
portal. Não se visualiza os portais governamentais no uso de práticas de
participação ativa, pela própria característica da ferramenta.
Todos os portais pesquisados apresentaram notícias e outros conteúdos
de comunicação geral voltados à disseminação de informação, caracterizando,
assim, as práticas de informação. No tocante à comunicação da governança pública,
todos os portais das prefeituras apresentaram ao menos um princípio de governança
pública com algum grau de presença. Dessa forma, também em relação à
comunicação da governança pública, os portais se enquadram como práticas de
informação.
122
Para identificar as práticas de consulta presentes nos portais
governamentais, o formulário de observação continha a questão: “existe solicitação
aos cidadãos, no portal, de sugestões relativas à gestão de recursos ou a programas
de Governo do município?”. Somente o portal da prefeitura de Bauru apresentou
resposta positiva para esta questão, o que permite caracterizá-lo como promotor de
práticas de comunicação de consulta e os demais portais como promotores somente
de práticas de comunicação de informação.
A rede social Facebook permite fazer uso tanto de práticas de informação,
ao disponibilizar conteúdo informativo, quanto práticas de consulta, ao receber
comentários aos conteúdos disponibilizados e também práticas de participação
ativa, quando a prefeitura responde aos comentários dos usuários.
Para a comunicação em geral, possuir um perfil ativo no Facebook é
suficiente para a categorização de práticas de informação. Nesse sentido, os 94
perfis ativos das prefeituras no Facebook foram caracterizados como perfis de
práticas de informação.
Em relação à comunicação da governança pública no Facebook, foram
considerados os perfis das prefeituras que comunicaram ao menos um princípio de
governança pública. Dessa forma, 27 perfis de prefeituras no Facebook podem ser
caracterizados no uso de práticas de informação para comunicação da governança.
A verificação das práticas comunicacionais de consulta na rede social
Facebook pode ser feita a partir dos comentários feitos pelos usuários às
publicações das prefeituras. Para tanto, considerou-se que os perfis das prefeituras
que apresentaram a relação do número total de comentários pelo número de
publicações igual ou maior que 1 adotaram práticas de consulta.
Dessa forma, dos 94 perfis que estabeleceram práticas de informação na
comunicação em geral, 89 adotaram também práticas de consulta. Por sua vez, dos
27 perfis que realizaram a comunicação da governança pública por meio de práticas
de informação, 26 também estabeleceram práticas de consulta.
A terceira prática comunicacional, denominada participação ativa, pode
ser verificada na rede social Facebook por meio das respostas das prefeituras aos
comentários feitos pelos usuários. Foi considerado que os perfis das prefeituras que
responderam ao menos um comentário adotaram práticas de participação ativa.
Assim, dos 89 perfis que adotaram práticas de consulta na comunicação
em geral, 78 adotaram também práticas de participação ativa e, no que tange aos 26
123
perfis que na comunicação da governança pública adotaram práticas de consulta, 25
adotaram também práticas de participação ativa.
Em termos percentuais, tem-se que práticas de consulta e participação
ativa são altos para a comunicação em geral, 94,7% e 87,6% respectivamente, o
que denota que o uso do Facebook pelas prefeituras proporciona não somente
informação, mas também consulta e participação ativa dos usuários desta rede
social.
Pode-se notar ainda que, na comunicação da governança pública, os
índices de consulta e participação ativa são ainda mais altos, 96,3% e 96,2%
respectivamente. Isso permite inferir que os perfis das prefeituras que comunicaram
ao menos um princípio de governança pública tendem a possuir uma comunicação
pelo Facebook mais aberta à participação da população do que os perfis que não
fizeram publicações na área de governança pública.
A segunda rede social investigada, YouTube, assim como o Facebook,
permite fazer uso tanto de práticas de informação, ao disponibilizar vídeos na
plataforma, quanto de práticas de consulta, mediante comentários aos vídeos
publicados e também práticas de participação ativa, quando a prefeitura responde
aos comentários dos usuários.
As práticas comunicacionais de informação no YouTube podem ser
aferidas mediante a prefeitura possuir um canal ativo no YouTube. Nesse sentido,
para a comunicação em geral, foram 77 canais categorizados como de práticas de
informação. Já para a comunicação da governança pública, foram considerados os
canais das prefeituras que comunicaram ao menos um princípio de governança
pública. Dessa forma, 13 canais de prefeituras no YouTube fizeram uso de práticas
de informação para comunicação da governança pública.
As práticas comunicacionais de consulta no YouTube podem ser
verificadas por meio dos comentários feitos pelos usuários aos vídeos publicados
pelas prefeituras. Considerou-se que os canais das prefeituras que apresentaram ao
menos um comentário em suas publicações adotaram práticas de consulta.
A partir dessa consideração, observou-se que dos 77 canais que, na
comunicação em geral, estabeleceram práticas de informação, 55 adotaram também
práticas de consulta. Em relação aos 13 canais que realizaram a comunicação da
governança pública por meio de práticas de informação no YouTube, 11
estabeleceram também práticas de consulta.
124
As práticas de participação ativa, no YouTube ocorrem quando as
prefeituras respondem aos comentários feitos pelos usuários. Assim como no
Facebook, foi considerado que os perfis das prefeituras que responderam ao menos
um comentário adotaram práticas de participação ativa.
Dessa forma, dos 55 canais que, na comunicação geral, adotaram
práticas de consulta, 7 adotaram também práticas de participação ativa. Em relação
aos 11 canais que na comunicação da governança pública adotaram práticas de
consulta, 3 adotaram também práticas de participação ativa.
O percentual de canais que avança da comunicação geral de práticas de
informação para as práticas de consulta é alto, 71,4%, mas comparativamente
menor que no Facebook. Já o percentual de canais que avançam para as práticas
de participação ativa é pequeno, 12,7%. Ao tomar os canais que comunicaram a
governança pública, os percentuais são melhores que os canais que não
comunicaram, mas também são comparativamente menores que os encontrados no
Facebook.
Esses dados permitem afirmar que o YouTube, embora apresente as
ferramentas necessárias para as práticas comunicações de informação, consulta e
participação ativa, na maioria dos casos se restringe às práticas de informação e
consulta. Ao tomar os canais que comunicaram algum dos princípios de governança
pública, pode-se verificar um aumento no percentual de práticas de participação
ativa, ou seja, estes canais tendem a prover uma maior comunicação com a
população.
A última rede social investigada foi o Twitter. As características dessa
rede social fazem com que nela seja possível se utilizar de práticas de informação e
de práticas de participação ativa. As práticas de consulta existem na rede social,
mas não são passíveis de verificação, pois, embora seja possível responder a uma
publicação da prefeitura, a forma que a comunicação é publicizada – a partir da
página inicial do Twitter do usuário que respondeu e não do Twitter da prefeitura –
impossibilita a verificação.
As práticas de informação consistem na publicação de conteúdo
informativo. Assim sendo, 65 prefeituras com perfil ativo no Twitter podem ser
categorizadas como promotoras de práticas de informação. Em relação à
comunicação dos princípios de governança pública, foram 14 perfis de prefeituras
125
que realizaram a comunicação e logo podem ser enquadradas na categoria de
práticas de informação.
As práticas de participação ativa podem ser verificadas por meio de
publicações que são respostas das prefeituras aos questionamentos dos usuários do
Twitter. Dos 65 perfis de práticas de informação, 8 desses perfis de prefeituras
realizaram publicações identificada como “respostas” e podem ser categorizados de
práticas de participação ativa. Dos 14 perfis que efetivaram a comunicação da
governança pública, 5 publicaram “respostas” e se configuram como práticas de
participação ativa.
Em termos percentuais, pode-se verificar que as práticas de participação
ativa pelo Twitter na comunicação geral é baixo, 12,3%, semelhante ao do YouTube
e bem inferior ao aferido no Facebook.
Pode-se verificar ainda que, na comunicação da governança pública, o
índice de participação ativa de 35,7% é superior ao da comunicação geral. Assim
como nas outras redes sociais, esse fato permite inferir que os perfis das prefeituras,
que entre seus conteúdos tratam da governança pública, tendem a possuir uma
comunicação mais suscetível à participação da população do que os perfis que não
comunicam a governança pública.
Sob o prisma das prefeituras que se utilizaram de práticas de participação
ativa na comunicação da governança pública, em pelo menos duas das três redes
sociais pesquisadas, foi construída a Tabela 11, em que consta a lista dos
municípios dessas prefeituras, acompanhados pela posição de PIB e população
dentro do recorte escolhido.
A partir dos dados constantes da Tabela 11, não se pode estabelecer
uma relação entre o PIB do município e a adoção de práticas de participação ativa
nas redes sociais. Tampouco se pode estabelecer uma relação entre a população do
município e as práticas de participação ativa.
Tabela 11 – Lista de municípios que adotaram práticas de participação ativa na comunicação da governança pública em pelo menos duas redes sociais
Práticas de participação ativa UF Posição em PIB Posição em população
Curitiba PR 4º 8º
Jundiaí SP 24º 55º
Macaé RJ 40º 78º
Teresina PI 50º 21º
Fonte: Elaborada pelo autor.
126
A análise da Tabela 11 permite ainda verificar que os 3 municípios
destacados que adotaram práticas de participação ativa também possuem alta
presença dos princípios de governança pública nos portais. Comparando-se ainda
com a Tabela 8, verifica-se que todas as 4 prefeituras que adotaram práticas de
participação ativa, em pelo menos duas redes sociais, comunicaram mais de um
princípio de governança pública por meio das redes sociais.
4.5 SÍNTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA E ATENDIMENTO AOS
OBJETIVOS PROPOSTOS
A presente síntese objetiva apresentar como os resultados da pesquisa,
obtidos por meio dos instrumentos de coleta de dados utilizados, atendem aos
objetivos específicos propostos e, consequentemente, ao objetivo geral e fornecem
uma possível resposta à questão de pesquisa, conforme Figura 10:
127
Figura 10 – Síntese dos resultados da pesquisa e atendimento dos objetivos propostos Fonte: Elaborada pelo autor.
Verificar a percepção dos gestores municipais sobre as dificuldades da comunicação da governança pública nos portais municipais na Internet.
Identificar e analisar as práticas comunicacionais da governança pública por intermédio da Internet.
Questionário aos gestores de
comunicação
Formulários de observação dos portais
e redes sociais
Gráfico 18
Seção 4.4
Identificar a percepção dos gestores municipais frente à efetividade do uso da Internet na comunicação dos princípios da governança pública adotados pela gestão municipal.
Ferramentas: Gráficos 16 e 17.
Adoção e comunicação: Tabelas 9 e 10; Gráfico 19.
Questionário aos gestores de
comunicação
Identificar o uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos princípios da governança pública pelas prefeituras municipais.
Formulário de observação das redes
sociais
Presença, atividade e impacto: Gráficos 10 a 15.
Comunicação: Tabela 7.
Objetivos específicos Instrumentos de
coleta Resultados
Identificar os princípios da governança pública presentes nos portais das prefeituras municipais na Internet.
Formulário de observação dos portais
governamentais
Por princípio: Gráficos 1 a 9 e Tabela 5.
Resumo: figura 9.
Questão de pesquisa: como as prefeituras dos municípios brasileiros têm se utilizado da Internet, em especial os portais governamentais e as redes sociais, para comunicação dos
princípios de governança pública?
Objetivo geral: identificar as práticas de comunicação utilizadas pelas prefeituras municipais por intermédio da Internet, em especial os portais governamentais e as redes sociais, para divulgação
dos princípios da governança pública adotados pela gestão municipal.
128
5 CONCLUSÃO
A presente pesquisa surgiu do interesse em investigar como as
prefeituras dos municípios brasileiros têm se utilizado da Internet, em especial os
portais governamentais e as redes sociais, para comunicação dos princípios de
governança pública.
O contexto no qual se insere a pesquisa contempla (i) o aprofundamento
da relação Estado e Sociedade; (ii) o fortalecimento do conceito de governança
pública, enquanto capacidade do Estado de implementar as políticas necessárias
para o alcance de objetivos comuns; (iii) a exigência, por parte da governança
pública, de uma efetiva comunicação pública – interlocução da sociedade; e (iv) o
uso contínuo da Internet pela população e a adoção de tecnologias de informação e
comunicação pela administração pública no Brasil.
Dessa forma, por meio da fundamentação teórica, buscou-se aprofundar-
se em conceitos relevantes para um melhor entendimento da temática, por meio de
três seções: a primeira seção tratou da governança, a origem na governança
corporativa e o desenvolvimento da governança pública, suas abordagens, níveis,
perspectivas e práticas. Os princípios de governança pública também foram
abordados na primeira seção.
A comunicação pública foi abordada na sequência, tratando do quadro
teórico sobre comunicação pública no Brasil, termos importantes na área de
comunicação pública, como dado, informação e comunicação – relacionamento,
participação e compartilhamento, para, em seguida, avançar no conceito e
dimensões de atuação da comunicação pública.
A terceira seção do marco teórico, comunicação pública, governança local
e utilização da Internet, buscou, além de trazer os conceitos de portais
governamentais e redes sociais baseadas na Internet, inter-relacionar os conceitos
apresentados.
Considerando os objetivos do estudo, em seguida tratou-se da
metodologia da pesquisa. A pesquisa foi classificada quanto à finalidade como
aplicada, quanto ao objetivo como descritiva e para o delineamento utilizou-se o
estudo de casos múltiplos.
129
Tendo por pressuposto que as prefeituras que dispõem de melhores
condições financeiras, materiais, humanas e tecnológicas, possuem condições mais
favoráveis de adoção da governança pública, foram escolhido, como recorte para a
pesquisa os 100 municípios detentores dos maiores PIBs do Brasil, o que torna o
resultado desta pesquisa não extrapolável ao conjunto dos demais municípios
brasileiros.
As técnicas utilizadas para alcance dos objetivos foram observação, por
meio de formulários próprios desenvolvidos para esta pesquisa, dos portais
governamentais e redes sociais e questionário enviado aos gestores de
comunicação das prefeituras pesquisadas.
Na sequência, apresentaram-se e analisaram-se os resultados obtidos
por meio das diferentes técnicas de pesquisa de campo utilizadas.
Primeiramente, realizou-se a identificação dos princípios da governança
pública presentes nos portais das prefeituras municipais na Internet. Os resultados
obtidos permitem afirmar que:
Todos os princípios de governança pública estão, em algum grau,
presentes e sendo comunicados por meio dos portais das prefeituras
municipais pesquisados.
Os princípios do cumprimento de leis, prestação de contas,
responsabilidade e transparência são os quatro princípios mais
presentes e mais comunicados por intermédio dos portais.
Os princípios da eficiência, equidade e Integração apresentaram
presenças intermediárias nos portais, enquanto os princípios de
Legitimidade e Ética apresentaram baixa presença nos portais.
Quanto à comunicação pelos portais, os princípios de integração,
ética e eficiência se encontraram no grupo intermediário e os
princípios de legitimidade e equidade com baixa comunicação.
Em análise sobre as prefeituras que atingiram em seus portais
governamentais índices de presença altos para todos os princípios
de governança pública, não foi possível estabelecer uma relação
positiva entre PIB e presença dos princípios de governança pública
nos portais governamentais.
130
Não se verificou uma clara relação positiva entre tamanho da
população do município e presença dos princípios de governança
pública nos portais governamentais.
Posteriormente, foram identificados a presença, a atividade e o impacto
das redes sociais, bem como a comunicação dos princípios de governança pública
por intermédio das redes sociais. A partir dos resultados obtidos, pode-se afirmar
que:
Embora a presença, as atividades e os impactos das prefeituras nas
redes sociais sejam elevados, é baixa a comunicação dos princípios
de governança pública por intermédio das redes sociais, o que
permite inferir que as redes sociais, em grande parte, não estão
sendo utilizadas pelas prefeituras para essa finalidade.
A rede social Facebook é a mais utilizada para comunicação da
governança pública, seguida pelo Twitter e pelo YouTube.
Em relação à comunicação dos princípios de governança pública, os
princípios de integração, responsabilidade, prestação de contas e
transparência são os quatro princípios mais comunicados. No grupo
intermediário, são comunicados os princípios de cumprimento de leis
e ética e os princípios de equidade e eficiência são os menos
comunicados por meio das redes sociais.
Ao analisar as prefeituras que, em suas redes sociais, buscaram
comunicar os princípios de governança pública pesquisados, pode-
se estabelecer uma relação com o PIB e população de seus
municípios.
Os resultados permitem constatar uma relação positiva entre PIB,
população e comunicação da governança pública por intermédio das
redes sociais. Ou seja, os municípios que possuem maior PIB
tendem a apresentar prefeituras que mais comuniquem os princípios
de governança pública por meio das redes sociais, e os municípios
que possuem maior contingente populacional tendem a apresentar
prefeituras que mais comuniquem os princípios de governança
pública por meio das redes sociais.
131
Na sequência, por meio das respostas dos gestores aos questionários
enviados, foi identificada a percepção dos gestores municipais quanto:
Ao uso da Internet para a comunicação entre prefeitura e cidadão,
os resultados indicaram uma variedade de ferramentas utilizadas
pelas prefeituras, além dos portais governamentais, com predomínio
do Facebook, YouTube, Twitter e Instagram, o que é benéfico ao
cidadão, pois permite múltiplos meios de contato e obtenção de
informações sobre as ações e políticas das prefeituras.
À percepção de adoção dos princípios de governança pública pelas
prefeituras municipais, frente à comunicação de tais princípios, os
resultados permitem inferir que existem dificuldades na comunicação
dos princípios por intermédio do portal governamental, posto que, à
exceção do princípio da eficiência, todos os princípios de
governança pública são, sob a ótica dos gestores de comunicação,
adotados pela prefeitura em escala superior à comunicação desses
princípios pelo portal, ou seja, existe uma diferença entre a adoção e
comunicação, sendo esta última em menor escala.
Às dificuldades da comunicação da governança pública nos portais
municipais na Internet, os resultados podem ser agrupados em: (i)
relacionamento com outros setores da prefeitura; (ii) limitação da
equipe de trabalho; (iii) questões técnicas advindas da própria
Internet; e (iv) postura do cidadão no relacionamento com a
prefeitura.
Por fim, buscou-se identificar as práticas comunicacionais da governança
pública utilizadas pelo poder público municipal por intermédio dos portais e redes
sociais na Internet, a partir da classificação proposta por Kondo et al. (2002). Os
resultados obtidos foram:
Todos os portais governamentais pesquisados se apresentaram
como ferramentas de práticas de informação, sendo utilizados por
apenas 1% das prefeituras para práticas de consulta, tanto para
comunicação em geral quanto para a comunicação da governança
pública.
132
A rede social Facebook apresentou altos índices de práticas de
informação, consulta e participação ativa, tanto para comunicação
em geral quanto para a comunicação da governança pública, o que
denota que o uso do Facebook pelas prefeituras proporciona não
somente informação, mas também consulta e participação ativa dos
usuários desta rede social.
Os resultados do Facebook apontam ainda que, na comunicação da
governança pública, os índices de consulta e participação ativa são
ainda mais altos. Isso permite inferir que os perfis das prefeituras
que comunicaram a governança pública tendem a possuir uma
comunicação pelo Facebook mais aberta à participação da
população do que os perfis que não fizeram publicações na área de
governança pública.
As práticas de comunicação identificadas no YouTube se
apresentaram altas em relação às práticas de informação e consulta
e baixas quanto à participação ativa. Os resultados evidenciam que
o YouTube, embora apresente as ferramentas necessárias para as
práticas comunicações de informação, consulta e participação ativa,
na maioria dos casos se restringe às práticas de informação e
consulta. Ao tomar os canais que comunicaram algum dos princípios
de governança pública, pode-se verificar um aumento no percentual
de práticas de participação ativa, ou seja, estes canais tendem a
prover uma maior comunicação com a população.
Em relação ao Twitter, as práticas de informação foram adotadas de
forma intermediária nesta rede social e as práticas de participação
ativa de forma baixa. Pode-se verificar ainda que, na comunicação
da governança pública, o índice de participação ativa é superior ao
da comunicação geral, o que permite inferir que os perfis das
prefeituras, que entre seus conteúdos tratam da governança pública,
tendem a possuir uma comunicação mais suscetível à participação
da população do que os perfis que não comunicam a governança
pública.
133
Sob o olhar das prefeituras e das práticas comunicacionais, os
resultados não possibilitam estabelecer uma relação entre o PIB e
população do município e a adoção de práticas de participação ativa
nas redes sociais.
De maneira geral, foi apurado que é baixo o número de prefeituras que,
ao mesmo tempo, obtiveram: (i) altos índices de presença dos princípios de
governança pública nos portais governamentais; (ii) comunicação de mais de um
princípio de governança pública por meio das redes sociais; e (iii) práticas de
participação ativa na comunicação da governança pública em pelo menos duas
redes sociais.
A discussão apresentada neste estudo faz-se relevante, pois evidencia
que, de maneira geral, os princípios de governança pública não estão sendo
efetivamente comunicados pelas prefeituras em diferentes ferramentas eletrônicas
por intermédio da Internet.
Nesse sentido, a presente dissertação, em que pesem suas limitações
próprias relativas aos aspectos contemplados e orientados pela metodologia de
pesquisa e técnicas utilizadas, com base em toda a análise de resultados
apresentados, respondeu à questão de pesquisa como as prefeituras dos municípios
brasileiros têm se utilizado da Internet, em especial os portais governamentais e as
redes sociais, para comunicação dos princípios de governança pública.
Considera-se que a principal contribuição deste trabalho é colocar em
discussão a comunicação dos princípios de governança pública, para além do
princípio da transparência e a importância de se utilizar de múltiplas abordagens na
comunicação pela Internet, não devendo as prefeituras buscar a comunicação
apenas pelos portais governamentais, já que esses não permitem a prática de
participação ativa dos cidadãos.
5.1 SUGESTÃO PARA NOVOS ESTUDOS
Tendo em vista os resultados obtidos nesta pesquisa, percebe-se que
diversas vertentes sobre a comunicação da governança pública por intermédio da
Internet podem ser exploradas, constituindo-se em opção para estudos futuros.
134
Dessa forma, propõe-se o aprofundamento em novas pesquisas, tendo por base as
prefeituras, que, neste estudo, apresentaram altos índices de presença dos
princípios de governança nos portais, comunicação da governança por meio das
redes sociais e práticas de participação ativa na comunicação.
Ainda, em se tratando de redes sociais, uma análise das figuras e
imagens como comunicadoras da governança pública poderia ser realizada, já que
nessas plataformas a linguagem não verbal é tão ou mais utilizada quanto à
linguagem verbal.
Em outro viés de pesquisa, a comunicação da governança pública pode
ser explorada sob a ótica de quem recebe a comunicação oriunda da entidade
pública.
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
É certo que todas as pesquisas apresentam limitações. As primeiras
limitações deste estudo residem nos dados relacionados à população e ao Produto
Interno Bruto dos Municípios, utilizados para escolha do recorte da pesquisa. Tais
limitações estão descritas na parte metodológica dos relatórios produzidos pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A elaboração do formulário de observação dos portais para verificar a
presença dos princípios de governança pública apresentou limitações, na medida
em que se buscou mensurar princípios gerais por meio de 43 questões objetivas. A
escolha das questões, assim como o número de questões, limitou o alcance do
objetivo do formulário.
A quantidade de prefeituras pesquisadas trouxe limitações em relação às
redes sociais, em face da dinâmica própria destas ferramentas: não foi possível
pesquisar os mesmos períodos para as três redes sociais, posto que o volume de
dados a serem coletados tornaria inviável a realização da pesquisa.
A distância geográfica do recorte escolhido para pesquisa requereu a
aplicação de questionários eletrônicos, com a maioria das perguntas fechadas que,
embora tragam facilidade no tocante à tabulação e análise dos resultados,
impediram o aprofundamento das respostas. A escolha por questionário eletrônico
135
impediu o auxílio, por parte do pesquisador, no esclarecimento de eventuais dúvidas
surgidas durante o procedimento de resposta do questionário.
Considerando a metodologia adotada de estudo de casos múltiplos e o
recorte escolhido, uma limitação da pesquisa reside na não possibilidade de
generalização dos resultados obtidos. Ainda, o baixo índice de retorno do
questionário reduz a precisão e possibilidade de inferências dos resultados obtidos
por meio desta técnica de pesquisa, já que gera uma alta margem de erro nas
generalizações das respostas, mesmo dentro do recorte escolhido.
136
REFERÊNCIAS
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APÊNDICES
APÊNDICE A – Protocolo de pesquisa
Título do trabalho:
Práticas de comunicação da governança pública por intermédio da Internet em municípios brasileiros.
Objetivo geral (o propósito da pesquisa):
Identificar as práticas de comunicação utilizadas pelas prefeituras municipais por intermédio da Internet, em especial os portais e as redes sociais, para
divulgação dos princípios da governança pública adotados pela gestão municipal.
Objetivos específicos
1. Identificar os princípios da governança pública presentes nos portais das prefeituras municipais na Internet.
2. Identificar o uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos princípios da governança pública pelas prefeituras municipais.
3. Identificar a percepção dos gestores municipais frente à efetividade do uso da Internet na comunicação dos princípios da governança pública adotados
pela gestão municipal.
4. Verificar a percepção dos gestores municipais sobre as dificuldades da comunicação da governança pública nos portais municipais na Internet.
5. Identificar e analisar as práticas comunicacionais da governança pública por intermédio da Internet.
Por que estudar esse tema (justificativa/comprovação científica da relevância/importância do tema):
As mudanças ocorridas em todo o mundo nos últimos cinquenta anos provocaram mudanças nos Estados e em suas relações com as sociedades que
representam. O Estado do bem-estar social – Welfare State – começou a entrar em crise nos anos 1970, sendo substituído em alguns países pelo Estado de
orientação neoliberal. A partir dos anos 2000, diversas crises colocaram a orientação neoliberal em xeque e o Estado procurou se reorganizar de formar a
148
combinar desenvolvimento econômico, competitividade e eficiência dos mercados nacionais com aspectos relacionados ao bem-estar da sociedade. No
Brasil, embora nunca tenha sido implementado um Estado de bem-estar social e tampouco um Estado neoliberal, essas mudanças foram em partes sendo
incorporadas pelo Estado. Atualmente, o modelo adotado no país congrega regulação de mercados, participação do Estado na economia e medidas sociais e
inclusivas.
De forma análoga, a administração pública também foi influenciada pelas mudanças ocorridas na sociedade e em especial nas mudanças sofridas pelo
Estado. A visão gerencial da gestão pública e a visão do cidadão como consumidor que acompanharam o Estado neoliberal têm sido substituídas por uma
administração pública que busca congregar a perspectiva da qualidade do serviço público prestado com a dimensão da cidadania, no qual as pessoas-
cidadãos, para além de detentores de direitos e deveres, são também participantes do processo. É para um novo papel de Estado aliado a uma nova visão de
administração pública que surge, a partir da governança corporativa oriunda da iniciativa privada e com base neste cenário de mudanças, a governança
pública, entendida como:
“uma nova geração de reformas administrativas e de Estado, que têm como objeto a ação conjunta, levada a efeito de forma eficaz, transparente e
compartilhada, pelo Estado, pelas empresas e pela sociedade civil, visando uma solução inovadora dos problemas sociais e criando possibilidades e chances
de um desenvolvimento futuro sustentável para todos os participantes” (LÖFFER, 2001, p. 212 apud KISSLER; HEIDEMANN, 2006, p. 482).
A governança pública trata dos governos assegurarem a participação dos cidadãos na formulação e implementação de políticas de forma a torná-las mais
eficientes na medida em que estas políticas alcançam maior sustentabilidade e legitimidade e neste sentido uma governança eficiente torna o Estado mais
permeável à influência da sociedade (NOVELLI, 2006).
Em paralelo a essas mudanças no Estado e na administração pública, o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação gerou na sociedade
uma verdadeira revolução nas formas de relacionamento entre as pessoas, as instituições em geral e também entre o cidadão e as diversas esferas de
governo. A principal ferramenta dessa revolução consiste na Internet e os entes públicos procuram se relacionar com os cidadãos por meio dos portais
governamentais onde são disponibilizados informações, serviços e conteúdos diversos que os responsáveis julgarem pertinentes e mais recentemente por
meio das redes sociais.
149
Se antes a relação com o cidadão se dava no momento em que este procurava um determinado setor do poder público para ser atendido ou através de uma
ligação para uma central de atendimento, atualmente grande parte do relacionamento cidadão e órgão público tende a acontecer por intermédio da Internet.
Os elementos presentes nos portais de governo, a forma em que as informações são dispostas, os conteúdos disponíveis ao internauta e as outras formas de
comunicação eletrônica além dos portais governamentais podem possibilitar o entendimento do relacionamento entre cidadão e poder público em questão,
como a comunicação pública é tratada pelo órgão e até mesmo inferir características da forma de gestão ali desenvolvida.
Pinho (2008) afirma que através de portais os governos podem disponibilizar serviços e informações, facilitar a realização de negócios, aumentar a
transparência e a participação da sociedade, mostrar sua identidade, propósitos e realizações e identificar as necessidades do cidadão. O autor afirma que
isso é o que a tecnologia pode fazer, mas que o alcance disso é difícil na esfera governamental e política.
É nesse sentido que a comunicação pública se torna importante para uma boa governança. Kissler e Heidemann (2006) argumentam que a comunicação
constitui um dos elementos que dissolvem a hierarquia típica das relações entre Estado e sociedade, pois supõe que o compartilhamento de informações tem
potencial de gerar confiança e assim os autores acreditam que a comunicação é fator essencial definidor das novas relações entre sociedade e governo,
propiciadas pelos novos modelos de governança.
O principal objetivo da comunicação pública, na prática da governança, é promover e viabilizar o relacionamento mais interativo entre governantes e
governados a partir de uma comunicação centrada no cidadão por meio da garantia do direito à informação e à expressão e ainda direito ao diálogo, do
respeito a suas características e necessidades e do estímulo à participação ativa, racional e corresponsável voltada mais para a promoção da cidadania e da
participação e menos para a divulgação institucional (NOVELLI, 2006; DUARTE, 2007).
Atualmente, com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, um dos mais importantes canais de comunicação do governo com a sociedade
consiste no portal eletrônico disponibilizado pelos entes governamentais na internet. Um primeiro fator que destaca esta afirmação está contido na pesquisa
Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros de 2014 na qual o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou o número de municípios que a
prefeitura possui página na internet, conforme a Tabela 1.
150
Tabela 1 – Municípios com página na internet da prefeitura
Municípios
Total
Com página na Internet da prefeitura
Total Situação da página
Ativa Em manutenção ou reestruturação
Brasil 5.570 4.943 4.670 273
Até 5.000 hab. 1.243 1.073 1.025 48
De 5.001 a 10.000 hab. 1.216 1.044 981 63
De 10.001 a 20.000 hab. 1.383 1.209 1.131 78
De 20.001 a 50.000 hab. 1.080 981 921 60
De 50.001 a 100.000 hab. 348 338 319 19
De 100.001 a 500.000 hab. 261 259 254 5
Mais de 500.000 hab. 39 39 39 -
Fonte: Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros de 2014 (IBGE, 2015)
A Tabela 1 mostra que no Brasil 89% das prefeituras dos municípios possuem páginas na internet. Mostra ainda que, quanto maior o número de habitantes no
município, maior o percentual de prefeituras que possuem página na internet: na categoria de municípios com mais de 500.000 habitantes, todas as
prefeituras possuem páginas, enquanto que nos municípios de 10.000 habitantes ou menos apenas 86% das prefeituras possuem página na Internet.
Silva (2009) destaca que possuir e manter um veículo on-line oficial, como uma página na internet, traz inovações estruturais na comunicação praticada pelo
Estado, em especial quanto ao trato dado à informação. Por outro lado, Haswani (2013) alerta que mesmo um portal de governo perfeito se não atualizado, se
omitir informações, não retornar as mensagens deixadas nos canais disponibilizados, não terá efeito na comunicação, ainda que a tecnologia esteja presente
e avançada.
151
Um segundo fator que destaca a importância da comunicação por intermédio da Internet, em especial dos portais governamentais, é o volume de pesquisas
dedicadas a verificar em que medida os portais eletrônicos dos governos tem sido utilizados para aumentar a transparência do governo (PINHO, 2008;
SANTANA JUNIOR, 2008; AKUTSU, 2009; PAIVA; ZUCCOLOTTO, 2012; CAMPOS; PAIVA; GOMES, 2013; JACQUES; QUINTANA; MACAGNAN, 2013;
BARROS; FONSECA, 2015).
Destaca-se ainda o surgimento das redes sociais na Internet, como consequência da apropriação das ferramentas de comunicação mediadas pelo
computador (RECUERO, 2009). No Brasil, as principais redes sociais mais utilizadas, segundo a PBM 2015 (BRASIL, 2014), em ordem decrescente são
Facebook, WhatsApp, YouTube, Instagram, Google+ e Twitter. As instituições públicas, acompanhando essa tendência, têm procurado fazer uso de novos
canais de participação e interatividade no ambiente digital, haja vista, segundo Nascimento (2012), o considerável número de perfis em redes sociais dos
órgãos do governo federal. A mesma autora afirma que “um dos focos do trabalho de comunicação pública para os próximos anos deverá estar centrado nas
redes sociais” (NASCIMENTO, 2012, p. 296).
Método e local da coleta de dados:
O presente estudo, quanto à sua finalidade, pode ser classificado como pesquisa aplicada porque busca investigar uma realidade concreta que é a
comunicação da governança pública por intermédio da Internet. Em relação ao seu objetivo geral, pode ser considerada uma pesquisa exploratória e
descritiva, pois visa familiarizar-se com a temática e descrever a comunicação pública realizada pelos municípios. Quanto ao seu delineamento, esta pesquisa
pode ser classificada como estudo de caso, pois visa investigar um fenômeno contemporâneo: a comunicação da governança pública por meio da Internet,
em seu contexto real.
Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os
limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos (YIN, 2001).
O local para coleta de dados são os portais governamentais e as redes sociais dos municípios selecionados. A pesquisa com os gestores será enviada por e-
mail.
152
Procedimentos para coleta dos dados:
Para efetivar a observação nos portais governamentais, foi elaborado um formulário de observação. O formulário de observação visa responder ao primeiro
objetivo específico: (i) identificar os princípios da governança pública presentes nos portais municipais na Internet.
O formulário tem duas partes: a primeira parte do formulário de observação é formada por questões fechadas dicotômicas que objetivam medir a presença ou
não no portal governamental de cada princípio de governança pública. A elaboração das questões se deu com base na Lei Complementar nº 101/2000, Lei
Complementar nº 131/2009, Lei nº 12.527/2011 e dos autores Santana Junior (2008), Rezende (2009), Akutsu (2009) e Matias-Pereira (2010), formando 31
questões. Ainda, a partir de observações do pesquisador do padrão adotado pelo Governo Federal e de boas práticas do portal da prefeitura de São Paulo e
de Curitiba, foram elaboradas 12 questões, totalizando 43 questões. Para finalizar a primeira parte do formulário, com base nos conceitos de cada princípio da
governança pública exposto no referencial teórico, foi feita pelo pesquisador a relação de cada questão com um ou mais princípios da governança pública. A
segunda parte do formulário consiste em 10 questões que visam medir o quanto a governança pública e seus princípios aparecem em buscas feitas no portal
do ente pesquisado.
Para efetivar a observação nas redes sociais, foi desenvolvido um formulário próprio, cujo objetivo é responder ao segundo objetivo específico: identificar o
uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos princípios da governança pública pelas prefeituras municipais. O formulário é composto por 15
questões e se pretende mensurar a presença, impacto e atividade dos municípios nas seguintes redes sociais: Facebook, YouTube e Twitter.
Para cumprir os objetivos específicos 3 e 4, o procedimento adotado é o envio de questionário aos gestores municipais, responsáveis pela comunicação da
prefeitura municipal. A forma de envio do questionário aos gestores será pelo e-mail presente no portal. Se nenhuma informação constar no site o pesquisador
deve ainda buscar meios alternativos (busca na internet ou ligação para a prefeitura municipal) para obter este endereço eletrônico. O questionário tem 30
questões que tratam da: (i) identificação do município e do cargo do respondente da pesquisa; (ii) percepção do respondente quanto à adoção pela prefeitura
em suas políticas públicas e práticas administrativas dos princípios de governança pública; (iii) percepção do respondente quanto à comunicação para o
cidadão, por meio do portal da prefeitura na Internet, dos princípios da governança pública adotados pela prefeitura; (iv) utilização da Internet pela prefeitura
para comunicação; (v) estrutura de comunicação da prefeitura municipal; e (vi) percepção das dificuldades de comunicação dos princípios de governança
pública.
Descrição das características da população/amostra a estudar:
O universo desta pesquisa consiste nos municípios brasileiros, que, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2015), totalizam
153
5.565 municípios. Tendo sido feita a escolha pelo estudo de casos múltiplos, Gil (2009) argumenta que existem diversas possibilidades de definição da
amostra a ser pesquisada e que cabe a seleção de casos de tal forma que prevejam resultados semelhantes.
Neste projeto de pesquisa, optou-se por realizar um recorte por critério. O critério escolhido são os 100 municípios com maior Produto Interno Bruto – PIB,
conforme IBGE (2014).
A amostra selecionada totaliza R$ 2.538.618.134,59 de PIB, que representa 57,80% do PIB brasileiro (R$ 4.392.093.997,00), sendo que esses municípios
respondem pela população de 77.485.119 de habitantes, que representa 38,21% da população brasileira (202.768.562).
Critérios de escolha, inclusão e exclusão da amostra:
Tendo por pressuposto que o município que dispõe de mais recursos financeiros dispõe de maiores condições de avançar nas ferramentas comunicacionais
de tecnologia da informação, o critério de seleção utilizado foi os 100 municípios com maior Produto Interno Bruto – PIB do Brasil. Esse critério também é
utilizado por Akutsu (2009). Embora se reconheça a importância da governança para todas as estruturas públicas, a partir do referencial teórico da
governança se torna mais relevante a análise da comunicação dos princípios nesse grupo que, de forma geral, tende a dispor de melhores condições
financeiras, materiais, humanas e tecnológicas. Barros e Fonseca (2015) evidenciaram a relação positiva entre Índice de Transparência Fiscal Eletrônica e
PIB per capita, o que reforça a escolha deste critério.
Identificação das fontes de material para a pesquisa:
As fontes utilizadas para fundamentação teórica da pesquisa são relacionadas a: (i) governança, governança corporativa e governança pública; (ii)
comunicação, comunicação pública e comunicação intermediada pela Internet. A coleta de dados se dá por intermédio dos portais governamentais e redes
sociais dos municípios escolhidos como amostra da pesquisa e gestores responsáveis pela comunicação desses municípios.
Objetivo específico 1 (o que operacionaliza o objetivo geral):
Identificar os princípios da governança pública presentes nos portais municipais na internet.
154
Por que/como ele está vinculado ao objetivo geral:
A identificação dos princípios de governança pública presentes nos portais municipais é o passo inicial para se formar um entendimento acerca dos modelos
de comunicação utilizados para divulgar os princípios adotados pela gestão municipal. Ao verificar através da metodologia desenvolvida quais princípios estão
presentes nos portais, este objetivo específico se vincula ao objetivo geral.
Construtos/variáve
is envolvidas na
resolução do
objetivo
Autores que
fundamentam
Perguntas
correspondentes
no instrumento de
coleta
O que se pretende
mensurar ou
descobrir com
essa pergunta
Métrica a ser
utilizada para
análise
Justificativa da
métrica utilizada
Lista e significado
de
escala/grupos/níve
is a serem
utilizados na
métrica usada
Construto: Princípios de governança pública em portais municipais
Autores: IFAC (2001); Barret (2002); IBGC (2009); Matias-Pereira (2010); TCU (2014) – Santana Junior (2008); LC 101/2000; LC 131/2009; Lei 12.527/2011;
Rezende (2009); Akutsu (2009).
Variável: transparência em portal municipal
1 a 30, 32 a 36, 40 e 42.
A partir das questões identificadas a cada princípio, pretende-se mensurar qual o índice que o portal apresenta referente ao seu respectivo princípio.
Mediante atribuição de valor 1 para resposta positiva e valor 0 para resposta negativa, a partir do total de questões, a métrica utilizada é dividir o número de respostas positivas pelo número de respostas positivas possíveis, para constituir um índice para cada princípio
A constituição de um índice para cada princípio foi adaptado de Santana Junior (2008), que construiu o Índice de Transparência Fiscal. Justifica-se a utilização de índice individuais, pois permite analisar o grau de implementação do princípio no portal
SIM e NÃO
Variável: accountability em portal municipal
4, 6 a 11, 13, 23, 29, 30 e 34.
Variável: integração em portal municipal
12 a 14, 23 e 35.
Variável: equidade em portal municipal
10, 18, 22, 27, 31, 34, 37 a 39, 41 e 43.
Variável: responsabilidade em portal municipal
14, 23 e 38.
Variável: 1 a 13, 24 a 26, 29,
155
cumprimento das leis em portal municipal
33, 36, 40 e 43. analisado do portal. ao invés de somente se afirmar se o principio está presente ou não. Variável: ética em
portal municipal 15, 16 e 20.
Variável: legitimidade em portal municipal
11, 23 e 29.
Variável: eficiência em portal municipal
7, 11, 23 e 30.
Objetivo específico 2:
Identificar o uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos princípios da governança pública pelas prefeituras municipais.
Por que/como ele está vinculado ao objetivo geral:
Não somente os portais governamentais podem ser utilizados para a comunicação da governança pública entre os municípios e os cidadãos. Atualmente, as
redes sociais são muito utilizadas, em especial entre os jovens, para a comunicação. As instituições públicas, acompanhando essa tendência, têm procurado
fazer uso de novos canais de participação e interatividade no ambiente digital. As redes sociais ainda apresentam a questão da mobilidade, já que são
adaptadas para funcionar em celulares e smartphones. Esse objetivo específico busca investigar a presença, impacto e atividade dos municípios em redes
sociais para a comunicação da governança pública e, nesse sentido, vincula-se ao objetivo geral.
Construtos/variáve
is envolvidas na
resolução do
objetivo
Autores que
fundamentam
Perguntas
correspondentes
no instrumento de
coleta
O que se
pretende
mensurar ou
descobrir com
essa pergunta
Métrica a ser
utilizada para análise
Justificativa da
métrica utilizada
Lista e significado
de
escala/grupos/níve
is a serem
utilizados na
métrica usada
Construto: Comunicação dos municípios em redes sociais
Autores: Recuero, 2009; Pisani e Piotet (2010); Nascimento (2012).
156
Variável 1: comunicação pelo Facebook
Nascimento (2012) em pesquisa sobre Twitter.
1 a 5 Presença na rede social, impacto e atividade.
- Quanto à presença, se a prefeitura está presente ou não na rede social; - Quanto ao impacto, quantos seguidores a prefeitura tem em seu perfil. - Quanto à atividade, número de publicações, curtidas/visualizações, compartilhamentos, comentários e respostas aos comentários.
A métrica foi desenvolvida pelo autor deste estudo a partir das possibilidades que cada rede social apresenta de obtenção de informações. Serão trabalhados números absolutos e médias. Quando possível, divisão em grupos para apresentação de resultados.
Não se aplica.
Variável 2: comunicação pelo YouTube
6 a 10
Variável 3: comunicação pelo Twitter
11 a 15
Objetivo específico 3:
Identificar a percepção dos gestores municipais frente à efetividade do uso da Internet na comunicação dos princípios da governança pública adotados pela
gestão municipal.
Por que/como ele está vinculado ao objetivo geral:
Tendo sido verificados nos portais municipais e nas redes sociais na Internet, por meio dos objetivos específicos 1 e 2, quais princípios da governança pública
estão presentes, sendo que esse objetivo específico visa identificar a percepção dos gestores quanto à efetividade do uso da Internet na comunicação dos
princípios de governança pública adotados pela gestão municipal. Esse objetivo específico vincula-se ao objetivo geral da pesquisa ao permitir relacionar a
percepção do gestor quanto ao uso da Internet com outros possíveis achados da pesquisa.
Construtos/variáve
is envolvidas na
Autores que
fundamentam
Perguntas
correspondentes
O que se pretende
mensurar ou
Métrica a ser
utilizada para
Justificativa da
métrica utilizada
Lista e significado
de
157
resolução do
objetivo
no instrumento de
coleta
descobrir com
essa pergunta
análise escala/grupos/níve
is a serem
utilizados na
métrica usada
Construto: efetividade do uso da Internet para comunicação da prefeitura
Variável: percepção de adoção de princípios de governança pública pelo município
3 a 11 Esse grupo de perguntas permite mensurar, sob a ótica do gestor municipal, em que medida o município adota em suas políticas públicas e ações administrativas cada princípio da governança pública.
Escala Likert de 5 pontos: Não adota (1) (2) (3) (4) (5) Adota integralmente.
Escala Likert é utilizada para detectar a percepção e concordância do entrevistado para determinado assunto e permite fazer análise quantitativa das respostas; 5 pontos foi escolhido por permitir expressar a opinião com precisão e não cansar o entrevistado frente ao número de questões; Uso de âncoras verbais nas extremidades foi escolhido para clarificar as opções de escolha aliado a âncoras numéricas para cada opção de resposta.
(1) Não adota; (2) Adoção inicial;* (3) Adoção básica* (4) Adoção intermediária* (5) Adota integralmente. * O formulário utilizado somente permite âncoras verbais nas extremidades, logo as âncoras marcadas com * são utilizadas somente para análise do trabalho, não sendo exibidas para o respondente da pesquisa.
158
As escolhas tiveram por base o artigo de Dalmoro, Vieira (2013).
Variável: percepção quanto à comunicação dos princípios de governança pública pelo portal municipal.
12 a 20.
Esse grupo de perguntas permite mensurar, sob a ótica do gestor municipal, em que medida cada princípio da governança pública é comunicado ao cidadão por intermédio do portal municipal.
Escala Likert de 5 pontos: Não é comunicado (1) (2) (3) (4) (5) É comunicado integralmente.
Justificativa da Escala Likert já apresentada.
(1) Não é comunicado; (2) Comunicação inicial* (3) Comunicação básica* (4) Comunicação intermediária* (5) É comunicado integralmente. * O formulário utilizado somente permite âncoras verbais nas extremidades, logo as âncoras marcadas com * são utilizadas somente para análise do trabalho, não sendo exibidas para o respondente da pesquisa.
Variável: percepção do gestor quanto ao uso da Internet para comunicação entre prefeitura e cidadão.
21, 22, 24. 21. Quais ferramentas eletrônicas são utilizadas pela prefeitura para estabelecer sua comunicação com o cidadão.
Múltipla escolha. Marcação de todas as ferramentas utilizadas pela prefeitura.
Lista com as redes sociais mais populares no Brasil, conforme PBM 2015.
- Facebook; - YouTube; - Instagram; - Twitter; - Blog da Prefeitura; - Google+; - LinkedIn; - Outro: _____
22. Quais critérios Múltipla escolha. Lista com critérios - Número de
159
são utilizados pela prefeitura para medir a efetividade da comunicação por intermédio das ferramentas eletrônicas.
Marcação de todos os critérios utilizados pela prefeitura.
de medição de efetividade mais comuns.
acessos da ferramenta de comunicação; - Pesquisa promovida pela prefeitura na própria ferramenta de comunicação; - Feedback dos usuários na própria ferramenta de comunicação; - Pesquisa promovida pela prefeitura em outros canais que não a própria ferramenta de comunicação; - Não são utilizados critérios para medir a efetividade; - Outro: _____
24. Percepção do gestor sobre efetividade das ferramentas eletrônicas que o município utiliza.
Matriz. Marcação 1 para mais efetiva, 2 para a segunda mais efetiva e 3 para a terceira mais efetiva.
Lista com as redes sociais mais populares no Brasil, conforme PBM 2015, acrescido do portal da prefeitura.
- Portal da Prefeitura; - Facebook; - YouTube; - Instagram; - Twitter; - Blog da Prefeitura; - Google+; - LinkedIn; - Outro: _____
160
Objetivo específico 4 (o que operacionaliza o objetivo geral):
Verificar a percepção dos gestores municipais sobre as dificuldades da comunicação da governança pública nos portais municipais na internet.
Porque/como ele está vinculado ao objetivo geral:
Aliado ao objetivo específico anterior, este objetivo específico visa identificar a percepção do gestor de comunicação sobre a estrutura de comunicação da
prefeitura e a dificuldade em comunicar pelo portal os princípios da governança pública. Este objetivo, em conjunto com os demais objetivos específicos,
auxilia na construção de um entendimento da comunicação dos princípios de governança pública e é neste sentido que este objetivo se vincula ao objetivo
geral.
Construtos/variáve
is envolvidas na
resolução do
objetivo
Autores que
fundamentam
Perguntas
correspondentes
no instrumento de
coleta
O que se pretende
mensurar ou
descobrir com
essa pergunta
Métrica a ser
utilizada para
análise
Justificativa da
métrica utilizada
Lista e significado
de
escala/grupos/níve
is a serem
utilizados na
métrica usada
Construto: Percepção do gestor – estrutura e dificuldades de comunicação por meio da Internet
Variável: estrutura de comunicação da prefeitura.
23, 25, 26, 27 23. Existência de Conselho Municipal, com representação dos munícipes, que trata da comunicação entre prefeitura e cidadão.
Pergunta dicotômica: existência ou não existência do Conselho.
- Sim ou Não.
25. Qual a hierarquia da Unidade de Comunicação na estrutura municipal.
Múltipla escolha com cinco possíveis respostas, sendo que o respondente só pode escolher uma delas.
Em caso de existência, foram listadas as três opções mais comuns de resposta. Ainda
- Secretaria de Comunicação Social (ou equivalente) vinculada diretamente ao chefe do Poder
161
uma resposta que o entrevistado pode completar com o caso particular; e por fim uma resposta negativa.
Executivo Municipal. - Departamento de Comunicação Social (ou equivalente) vinculado a uma Secretaria Municipal. - Assessoria de Comunicação Social (ou equivalente) vinculada diretamente ao chefe do Poder Executivo Municipal. - A prefeitura não dispõe de uma Unidade de Comunicação; - Outro: _____
26. Qual unidade foi responsável pela construção do portal da prefeitura na Internet em seus design e funcionalidades atuais?
Múltipla escolha com seis possíveis respostas, sendo que o respondente só pode escolher uma delas.
Foram listadas seis opções de resposta que permitem inferir a estrutura de comunicação disponível para a construção do portal.
- Setor de comunicação da prefeitura, com pessoal próprio do setor; - Setor de comunicação da prefeitura, com pessoal de outro(s) setor(es) da prefeitura; - Setor de tecnologia e informação / informática da prefeitura; - O portal foi adquirido mediante
162
contratação de empresa externa à prefeitura; - O portal foi fornecido pelo Governo do Estado - Outro: _____
27. Como funciona o processo de publicação de notícias, serviços e outros elementos no portal da prefeitura?
Múltipla escolha com cinco possíveis respostas, sendo que o respondente só pode escolher uma delas.
Foram listadas quatro opções de resposta que permitem inferir a estrutura de comunicação disponível para a publicação de notícias e conteúdos no portal. Ainda uma resposta que o entrevistado pode completar com o caso particular.
- Cada Secretaria produz suas notícias e determina os serviços a serem ofertados e publica diretamente no Portal; - Cada Secretaria produz suas notícias e determina os serviços a serem ofertados, envia para o setor de comunicação da prefeitura e esse publica no portal; - O setor de comunicação produz as notícias e determina os serviços a serem ofertados e publica no portal; - O setor de comunicação produz e recebe notícias/serviços e consulta ao Gabinete do Prefeito para
163
determinar quais serão publicadas no portal; - Outro: _____
Variável: percepção do gestor - dificuldades de comunicação
28, 29 e 30 28. Avaliação do gestor da dificuldade de comunicação dos princípios de governança pública adotados pela prefeitura por meio do portal municipal na internet.
Escala Likert de 5 pontos: Nenhuma dificuldade (1) (2) (3) (4) (5) Grande dificuldade.
Justificativa da Escala Likert já apresentada.
(1) Nenhuma dificuldade; (2) (3) (4) (5) Grande dificuldade.
29. Avaliação do gestor sobre o quanto os princípios de governança pública são levados em conta nas práticas de comunicação entre prefeitura e cidadãos através das ferramentas eletrônicas.
Escala Likert de 5 pontos: Discordo totalmente (1) (2) (3) (4) (5) Concordo totalmente.
Justificativa da Escala Likert já apresentada.
(1) Discordo totalmente; (2) (3) (4) (5) Concordo totalmente.
30. Qual(is) a(s) dificuldade(s) encontrada(s) nas práticas de comunicação dos princípios de governança pública adotados pela prefeitura por meio da Internet.
Pergunta aberta
Uma pergunta aberta para o gestor poder escrever livremente sobre as dificuldades encontradas nas práticas de comunicação.
Não se aplica.
164
Objetivo específico 5 (o que operacionaliza o objetivo geral):
Identificar e analisar as práticas comunicacionais da governança pública por intermédio da Internet.
Por que/como ele está vinculado ao objetivo geral:
Esse último objetivo específico somente é possível alcançar por conta da realização dos quatro objetivos específicos anteriores. A partir da identificação dos
princípios de governança pública nos portais e nas redes sociais, aliado à percepção dos gestores do uso da Internet para comunicação, esse objetivo
pretende identificar as práticas comunicacionais da governança pública utilizadas pelo poder público municipal.
Para tanto, utilizar-se-á a categorização dos fluxos comunicacionais propostos por Kondo et al. (2002): (i) práticas de informação (disseminação de
informação – modelo de mão única); (ii) práticas de consulta (solicita opinião/feedback – modelo de mão dupla); e (iii) práticas de participação ativa.
Construtos/variáve
is envolvidas na
resolução do
objetivo
Autores que
fundamentam
Perguntas
correspondentes
no instrumento de
coleta
O que se pretende
mensurar ou
descobrir com
essa pergunta
Métrica a ser
utilizada para
análise
Justificativa da
métrica utilizada
Lista e significado
de
escala/grupos/níve
is a serem
utilizados na
métrica usada
Construto: Práticas de Comunicação Pública por meio da Internet
Autores: Kondo (2002); Novelli (2006); Duarte (2007); Pinho (2008) e Akutsu (2009).
Perguntas: não serão feitas novas perguntas, apenas utilizados os resultados obtidos nos outros objetivos específicos.
165
APÊNDICE B – Lista de municípios selecionados para pesquisa com PIB e
população
Município UF PIB 2012
População estimativa em 2014
Participação acumulada
no PIB Nacional
Participação acumulada na
população nacional
São Paulo SP 499 375 401 11.895.893 11,37% 5,87%
Rio de Janeiro RJ 220 924 561 6.453.682 16,40% 9,05%
Brasília DF 171 235 534 2.852.372 20,30% 10,46%
Curitiba PR 59 151 308 1.864.416 21,65% 11,38%
Belo Horizonte MG 58 374 103 2.491.109 22,97% 12,60%
Manaus AM 49 824 579 2.020.301 24,11% 13,60%
Porto Alegre RS 48 002 209 1.472.482 25,20% 14,33%
Campos dos Goytacazes RJ 45 129 215 480.648 26,23% 14,56%
Guarulhos SP 44 670 723 1.312.197 27,25% 15,21%
Fortaleza CE 43 402 190 2.571.896 28,23% 16,48%
Campinas SP 42 766 024 1.154.617 29,21% 17,05%
Salvador BA 39 866 168 2.902.927 30,12% 18,48%
Osasco SP 39 198 919 693.271 31,01% 18,82%
Santos SP 37 722 531 433.565 31,87% 19,04%
Recife PE 36 821 898 1.608.488 32,71% 19,83%
São Bernardo do Campo SP 34 185 281 811.489 33,48% 20,23%
Barueri SP 33 075 587 259.555 34,24% 20,36%
Goiânia GO 30 131 330 1.412.364 34,92% 21,05%
Vitória ES 28 655 025 352.104 35,58% 21,23%
Betim MG 28 100 845 412.003 36,22% 21,43%
São José dos Campos SP 28 089 096 681.036 36,85% 21,77%
Duque de Caxias RJ 27 121 886 878.402 37,47% 22,20%
São Luís MA 24 601 718 1.064.197 38,03% 22,72%
Jundiaí SP 23 712 625 397.965 38,57% 22,92%
Uberlândia MG 21 420 638 654.681 39,06% 23,24%
Contagem MG 20 647 181 643.476 39,53% 23,56%
Belém PA 20 557 946 1.432.844 40,00% 24,27%
Ribeirão Preto SP 20 300 802 658.059 40,46% 24,59%
Itajaí SC 19 754 199 201.557 40,91% 24,69%
Sorocaba SP 19 019 098 637.187 41,34% 25,01%
Joinville SC 18 299 283 554.601 41,76% 25,28%
Santo André SP 18 085 141 707.613 42,17% 25,63%
Campo Grande MS 16 970 656 843.120 42,56% 26,04%
Parauapebas PA 16 733 726 183.352 42,94% 26,13%
Caxias do Sul RS 16 651 357 470.223 43,32% 26,37%
São José dos Pinhais PR 15 419 051 292.934 43,67% 26,51%
Niterói RJ 15 112 496 495.470 44,01% 26,76%
Canoas RS 14 856 173 339.979 44,35% 26,92%
Serra ES 14 850 851 476.428 44,69% 27,16%
Macaé RJ 14 459 881 229.624 45,02% 27,27%
Maceió AL 13 694 808 1.005.319 45,33% 27,77%
Cuiabá MT 13 298 345 575.480 45,63% 28,05%
Natal RN 13 291 177 862.044 45,94% 28,48%
Araucária PR 13 282 426 131.356 46,24% 28,54%
Londrina PR 12 826 470 543.003 46,53% 28,81%
Camaçari BA 12 669 924 281.413 46,82% 28,95%
São Caetano do Sul SP 12 620 623 157.205 47,11% 29,03%
Florianópolis SC 12 614 711 461.524 47,39% 29,25%
Cabo Frio RJ 12 480 926 204.486 47,68% 29,35%
166
Teresina PI 12 306 772 840.600 47,96% 29,77%
São Gonçalo RJ 11 976 716 1.031.903 48,23% 30,28%
Piracicaba SP 11 887 388 388.412 48,50% 30,47%
Anápolis GO 11 690 888 361.991 48,77% 30,65%
Diadema SP 11 645 673 409.613 49,03% 30,85%
Ipojuca PE 11 595 851 89.660 49,30% 30,89%
Rio das Ostras RJ 11 327 340 127.171 49,55% 30,96%
João Pessoa PB 11 225 777 780.738 49,81% 31,34%
Louveira SP 11 173 992 42.796 50,06% 31,36%
Angra dos Reis RJ 10 973 424 184.940 50,31% 31,45%
Blumenau SC 10 927 079 334.002 50,56% 31,62%
São José do Rio Preto SP 10 738 220 438.354 50,81% 31,83%
Nova Iguaçu RJ 10 665 648 806.177 51,05% 32,23%
Maringá PR 10 246 122 391.698 51,28% 32,43%
Juiz de Fora MG 10 078 403 550.710 51,51% 32,70%
Paranaguá PR 10 007 402 149.467 51,74% 32,77%
Aracaju SE 9 813 852 623.766 51,96% 33,08%
Porto Velho RO 9 775 427 494.013 52,19% 33,32%
Paulínia SP 9 749 771 95.221 52,41% 33,37%
Mogi das Cruzes SP 9 737 244 419.839 52,63% 33,58%
Jaboatão dos Guararapes PE 9 480 125 680.943 52,85% 33,91%
Taubaté SP 9 429 900 299.423 53,06% 34,06%
Uberaba MG 9 368 416 318.813 53,27% 34,22%
Volta Redonda RJ 9 187 069 262.259 53,48% 34,35%
Petrópolis RJ 9 133 358 298.017 53,69% 34,49%
Rio Grande RS 8 965 447 207.036 53,90% 34,59%
Feira de Santana BA 8 635 051 612.000 54,09% 34,90%
Bauru SP 8 430 517 364.562 54,28% 35,08%
Mauá SP 7 863 726 448.776 54,46% 35,30%
Sumaré SP 7 812 309 262.308 54,64% 35,43%
Foz do Iguaçu PR 7 771 320 263.647 54,82% 35,56%
Limeira SP 7 718 277 294.128 54,99% 35,70%
Belford Roxo RJ 7 542 639 479.386 55,17% 35,94%
Vila Velha ES 7 535 326 465.690 55,34% 36,17%
Cotia SP 7 463 856 225.306 55,51% 36,28%
Aparecida de Goiânia GO 7 437 833 511.323 55,68% 36,53%
Americana SP 7 131 532 226.970 55,84% 36,64%
Ipatinga MG 7 127 482 255.266 56,00% 36,77%
Gravataí RS 6 936 437 270.689 56,16% 36,90%
Ponta Grossa PR 6 930 451 334.535 56,32% 37,07%
Cariacica ES 6 771 111 378.915 56,47% 37,25%
Hortolândia SP 6 761 007 212.527 56,63% 37,36%
Itapevi SP 6 712 576 220.250 56,78% 37,47%
Jaraguá do Sul SC 6 686 194 160.143 56,93% 37,55%
Vinhedo SP 6 561 501 71.217 57,08% 37,58%
Macapá AP 6 453 597 446.757 57,23% 37,80%
Cubatão SP 6 348 145 126.105 57,37% 37,86%
Cascavel PR 6 282 718 309.259 57,51% 38,02%
Passo Fundo RS 6 275 589 195.620 57,66% 38,11%
Rio Verde GO 6 264 991 202.221 57,80% 38,21%
Matão SP 6 194 929 80.990 57,94% 38,25%
Fonte: IBGE (2014) e IBGE (2015)
167
APÊNDICE C – Formulário de observação de portais municipais
Parte 1
Nº Questão Fundamentação
Tra
nsparê
ncia
Accounta
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Intr
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Equ
idade
Responsa
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Cum
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das leis
Ética
Leg
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e
Eficiê
ncia
1 O município divulga o Plano Plurianual (PPA) no portal da prefeitura?
LC 101/2000; x x
2 O município divulga a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) no portal da prefeitura?
LC 101/2000; x x
3 O município divulga a Lei Orçamentária Anual (LOA) no portal da prefeitura?
LC 101/2000; x x
4 O município divulga a sua prestação de contas no site ou possui um portal da transparência com essas informações?
LC 101/2000; x x x
5 O município divulga os Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária (RREO) no portal da prefeitura?
LC 101/2000; x x
6 O município divulga os Relatórios de Gestão Fiscal no portal da prefeitura?
LC 101/2000; x x x
7 A divulgação dos instrumentos de transparência fiscal é tempestiva?
LC 101/2000; x x x x
8 Quanto à despesa, o município divulga no portal os atos praticados no decorrer da execução da despesa?
LC 131/2009; x x x
9 Quanto à receita, o município divulga no portal o lançamento e o recebimento da receita?
LC 131/2009; x x x
10 O município divulga no portal informações referentes a procedimentos licitatórios (editais, resultados, contratos)?
Lei 12.527/2011; x x x x
168
11 O município divulga no portal dados gerais a respeito da concepção, da missão e dos objetivos de seus programas e formas de acompanhamento de programas, ações, projetos e obras?
Lei 12.527/2011; x x x x x
12 O município divulga o organograma no portal? Lei 12.527/2011; x x x
13 O município divulga as funções das secretarias e demais órgãos de gestão?
Lei 12.527/2011; x x x x
14 O município divulga, no portal, o Plano Estratégico Municipal? Rezende (2009); x x x
15 O município divulga, no portal, a existência de Comissão de Ética da gestão pública?
Matias-Pereira (2010); x x
16 O município divulga, no portal, o Código de Ética ao qual os servidores municipais estão submetidos?
Matias-Pereira (2010); x x
17 O portal apresenta lista de contatos de servidores e setores? Santana Junior (2008); x
18 O município divulga no portal agenda de eventos e/ou calendário de audiências públicas da prefeitura?
Santana Junior (2008); x x
19 O município divulga relação nominal e breve resumo do currículo dos secretários municipais e diretores/superintendes das secretarias?
Boa prática do portal da prefeitura de São Paulo
x
20 O município disponibiliza a Agenda do Prefeito? Padrão adotado pelo Governo Federal
x x
21 O município disponibiliza informação sobre salários dos servidores municipais?
Padrão adotado pelo Governo Federal
x
22 O município disponibiliza os decretos e regulamentações emitidas pelo Prefeito?
Boa prática do portal da prefeitura de São Paulo
x x
23 O município divulga indicadores de gestão ou relatórios com avaliações qualitativas ou quantitativas sobre o próprio município, as ações administrativas e as políticas públicas?
Boa prática do portal da prefeitura de São Paulo
x x x x x x
24 O município divulga os endereços, telefones e horários de atendimento das secretarias e demais unidades?
Lei 12.527/2011; x x
25 O município divulga o rol das informações que tenham sido classificadas e desclassificadas por grau de sigilo nos últimos 12 (doze) meses?
Lei 12.527/2011; x x
26 O município divulga a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, informações genéricas sobre os solicitantes?
Lei 12.527/2011; x x
27 O município divulga informações sobre concursos públicos abertos e encerrados?
Padrão adotado pelo Governo Federal
x x
169
28 O município divulga os convênios e demais parcerias firmados com outras entidades?
Padrão adotado pelo Governo Federal
x
29 O município divulga o parecer prévio de sua prestação de contas, emitido por órgão competente, via internet?
LC 101/2000; x x x x
30 O município divulga o acompanhamento da execução do plano estratégico e/ou de obras e serviços licitados?
Rezende (2009) x x x
31 O portal municipal oferece conteúdo em vários idiomas?
Boa prática do portal da prefeitura de Curitiba
x
32 O município disponibiliza um mapa do portal? Santana Junior (2008) x
33 O portal do município conta motores de busca para facilitar o acesso à informação?
Lei 12.527/2011; x x
34 O município inclui na divulgação de dados orçamentários e financeiros recursos em diversas mídias, como gráficos, figuras, vídeos e áudios como apoio para entendimento dos dados?
Boa prática do portal da prefeitura de São Paulo
x x x
35 No portal do município, há seções especificas para acessar cada tipo de informação? (ex.: cidadão, servidor, empresa, turista)
Boa prática do portal da prefeitura de Curitiba
x x
36 No portal do município, é possível a gravação de relatórios em formatos eletrônicos diversos?
Lei 12.527/2011; x x
37 No portal do município, é ofertado conteúdo em outros formatos além do texto escrito, como áudio e vídeo?
Boa prática do portal da prefeitura de Curitiba
x
38 Existe indicação, no portal, de ouvidor do ente (ou equivalente) para que o cidadão possa encaminhar reclamações ou sugestões?
Akutsu (2009); x x
39 Existe solicitação aos cidadãos, no portal, de sugestões relativas à gestão de recursos ou a programas de governo do município?
Akutsu (2009); x
40 O portal do município apresenta seção com perguntas e respostas mais comuns pelos cidadãos?
Lei 12.527/2011; x x
41 O município oferta, em seu portal, serviços aos cidadãos? Akutsu (2009); x
42 O portal do município apresenta os serviços mais acessados?
Boa prática do portal da prefeitura de Curitiba x
43 O portal do município conta com ferramenta para acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência?
Lei 12.527/2011; x x
170
Parte 2
n. Questões
44 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “governança” no portal do município?
45 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “transparência” no portal do município?
46 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “accountability” ou "prestação de contas" no portal do município?
47 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “integração” no portal do município?
48 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “equidade” no portal do município?
49 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “responsabilidade” no portal do município?
50 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “cumprimento das leis” ou “cumprimento de leis” no portal do município?
51 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “ética” no portal do município?
52 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “legitimidade” no portal do município?
53 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “eficiência” no portal do município?
171
APÊNDICE D – Justificativas e critérios para vinculação de cada pergunta a um
princípio de governança pública
1 O município divulga o Plano Plurianual (PPA) no portal da prefeitura? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 2 O município divulga a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) no portal da prefeitura? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 3 O município divulga a Lei Orçamentária Anual (LOA) no portal da prefeitura? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 4 O município divulga a sua prestação de contas no site ou possui um Portal da Transparência com essas informações? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000) e que trata do ato de prestar contas, logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e cumprimento de leis. 5 O município divulga os Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária (RREO) no portal da prefeitura? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 6 O município divulga os Relatórios de Gestão Fiscal no portal da prefeitura? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000) e que trata do ato de elaboração de relatório com vistas a prestar contas; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e cumprimento de leis. 7 A divulgação dos instrumentos de transparência fiscal é tempestiva? Divulgação tempestiva é instrumento de transparência, previsto em lei (art. 48, parágrafo único, inciso II, LCP 101/2000), manifesta compromisso com o ato de prestar contas e demonstra eficiência da gestão municipal, logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, Cumprimento de leis e eficiência. 8 Quanto à despesa, o município divulga no portal os atos praticados no decorrer da execução da despesa? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 48-A LCP 101/2000) e que manifesta compromisso com o ato de prestar contas; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e cumprimento de leis. 9 Quanto à receita, o município divulga no portal o lançamento e o recebimento da receita? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 48-A LCP 101/2000) e que manifesta compromisso com o ato de prestar contas; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e cumprimento de leis. 10 O município divulga no portal informações referentes a procedimentos licitatórios (editais, resultados, contratos)? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 8º, § 1º, inciso IV Lei 12.527/2011), manifesta compromisso com o ato de prestar contas e trata todas as empresas interessadas em fornecer produtos e serviços à administração de forma igualitária; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, equidade e cumprimento de leis. 11 O município divulga no portal dados gerais a respeito da concepção, da missão e dos objetivos de seus programas e formas de acompanhamento de programas, ações, projetos e obras? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 8º, § 1º, inciso V Lei 12.527/2011), manifesta
172
compromisso com o ato de prestar contas, permite verificar se o interesse público e o bem comum estão sendo atingidos e demonstra eficiência da gestão municipal; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, cumprimento de leis, legitimidade e eficiência. 12 O município divulga o organograma no portal? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 8º, § 1º, inciso I Lei 12.527/2011) e que permite ao cidadão verificar toda a estrutura administrativa da gestão municipal de forma integrada; logo, vincula-se aos princípios da transparência, integração e cumprimento de leis. 13 O município divulga as funções das secretarias e demais órgãos de gestão? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 8º, § 1º, inciso I Lei 12.527/2011), que permite ao cidadão verificar toda a estrutura administrativa da gestão municipal de forma integrada e ainda manifesta interesse em esclarecer as funções dos órgãos de forma a prestar contas sobre os mesmos; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, integração e cumprimento de leis. 14 O município divulga, no portal, o Plano Estratégico Municipal? Trata de ação de transparência, que permite ao cidadão verificar o planejamento das ações a serem efetuadas por toda a estrutura administrativa da gestão municipal de forma integrada e ainda demonstra compromisso com o planejamento de longo prazo; logo, vincula-se aos princípios da transparência, integração e responsabilidade. 15 O município divulga, no portal, a existência de Comissão de Ética da gestão pública? A existência de Comissão de Ética retrata compromisso com a Ética Pública e sua divulgação trata de ação de transparência; logo, vincula-se aos princípios da transparência e ética. 16 O município divulga, no portal, o Código de Ética ao qual os servidores municipais estão submetidos? A existência de Código de Ética dos servidores municipais retrata compromisso com a ética pública e sua divulgação trata de ação de transparência; logo, vincula-se aos princípios da transparência e ética. 17 O portal apresenta lista de contatos de servidores e setores? Trata de ação de transparência, logo, vincula-se ao princípio da transparência. 18 O município divulga no portal agenda de eventos e/ou calendário de audiências públicas da prefeitura? Trata de ação de transparência e manifesta compromisso de tratamento igualitário de todos os cidadãos que desejam participar de eventos e audiências da Administração; logo, vincula-se aos princípios da transparência e equidade. 19 O município divulga relação nominal e breve resumo do currículo dos secretários municipais e diretores/superintendes das secretarias? Trata de ação de transparência; logo, vincula-se ao princípio da transparência. 20 O município disponibiliza a Agenda do Prefeito? Trata de ação de transparência, que revela compromisso com a ética; logo, vincula-se aos princípios da transparência e ética. 21 O município disponibiliza informação sobre salários dos servidores municipais? Trata de ação de transparência; logo, vincula-se ao princípio da transparência. 22 O município disponibiliza os decretos e regulamentações emitidas pelo Prefeito? Trata de ação de transparência, manifesta compromisso de tratamento igualitário de todos os cidadãos que desejam saber das normas municipais; logo, vincula-se aos princípios da transparência e equidade. 23 O município divulga indicadores de gestão ou relatórios com avaliações qualitativas ou quantitativas sobre o próprio município, as ações administrativas e as políticas públicas? Trata de ação de transparência, manifesta interesse em prestar contas das ações à sociedade,
173
permite ao cidadão verificar as ações de forma integrada, demonstra compromisso com as ações de longo prazo, permite verificar se o interesse público e o bem comum estão sendo atingidos e demonstra eficiência da gestão municipal; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, integração, responsabilidade, legitimidade e eficiência. 24 O município divulga os endereços, telefones e horários de atendimento das secretarias e demais unidades? Trata de ação de transparência, previsto em Lei (art. 8º, § 1º, inciso I Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 25 O município divulga o rol das informações que tenham sido classificadas e desclassificadas por grau de sigilo nos últimos 12 (doze) meses? Trata de ação de transparência, previsto em Lei (art. 30, inciso I Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 26 O município divulga a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, informações genéricas sobre os solicitantes? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 30, inciso III Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 27 O município divulga informações sobre concursos públicos abertos e encerrados? Trata de ação de transparência e manifesta compromisso de tratamento igualitário de todos os cidadãos interessados em concursos públicos; logo, vincula-se aos princípios da transparência e equidade. 28 O município divulga os convênios e demais parcerias firmados com outras entidades? Trata de ação de transparência; logo, vincula-se ao princípio da transparência. 29 O município divulga o parecer prévio de sua prestação de contas, emitido por órgão competente, via internet? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000), manifesta compromisso com o ato de prestar contas e permite verificar se o interesse público está sendo atingido, logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, legitimidade e cumprimento de leis. 30 O município divulga o acompanhamento da execução do plano estratégico e/ou de obras e serviços licitados? Trata de ação de transparência, manifesta compromisso com o ato de prestar contas e demonstra eficiência da gestão municipal; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e eficiência. 31 O portal municipal oferece conteúdo em vários idiomas? Manifesta compromisso de tratamento igualitário de todos os interessados no conteúdo do portal, inclusive estrangeiros que não falam português; logo, vincula-se ao princípio da equidade. 32 O município disponibiliza um mapa do portal? Trata de ação de transparência; logo, vincula-se ao princípio da transparência. 33 O portal do município conta motores de busca para facilitar o acesso à informação? Trata de ação de transparência, previsto em Lei (art. 8º, § 3º, inciso I Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 34 O município inclui na divulgação de dados orçamentários e financeiros recursos em diversas mídias como gráficos, figuras, vídeos e áudios como apoio para entendimento dos dados? Trata de ação de transparência, manifesta compromisso com o ato de prestar contas e manifesta compromisso de prover informações em formatos diversos que facilitam o entendimento de todos os cidadãos interessados nas contas municipais; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e equidade. 35 No portal do município, há seções específicas para acessar cada tipo de informação? (ex.:
174
cidadão, servidor, empresa, turista). Trata de ação de transparência que permite, a partir do olhar de cada público, verificar as funções de toda a estrutura administrativa da gestão municipal de forma integrada; logo, vincula-se aos princípios da transparência e integração. 36 No portal do município, é possível a gravação de relatórios em formatos eletrônicos diversos? Trata de ação de transparência, previsto em Lei (art. 8º, § 3º, inciso II Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 37 No portal do município, é ofertado conteúdo em outros formatos além do texto escrito, como áudio e vídeo? Manifesta compromisso de prover informações em formatos diversos que facilitam o entendimento de todos os cidadãos interessados em informações sobre a prefeitura; logo, vincula-se ao princípio da equidade. 38 Existe indicação, no portal, de ouvidor do ente (ou equivalente) para que o cidadão possa encaminhar reclamações ou sugestões? Manifesta compromisso de acesso à Ouvidoria ou ente equivalente a todos os cidadãos interessados e demonstra compromisso com a relação entre a sociedade e a instituição visando benefício em longo prazo; logo, vincula-se aos princípios da equidade e responsabilidade. 39 Existe solicitação aos cidadãos, no portal, de sugestões relativas à gestão de recursos ou a programas de governo do município? Manifesta compromisso de aceitar sugestões de todos os cidadãos interessados em colaborar com a prefeitura; logo, vincula-se ao princípio da equidade. 40 O portal do município apresenta seção com perguntas e respostas mais comuns pelos cidadãos? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 8º, § 1º, inciso VI Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 41 O município oferta, em seu portal, serviços aos cidadãos? Manifesta compromisso em ofertar serviços a todos os cidadãos interessados; logo, vincula-se ao princípio da equidade. 42 O portal do município apresenta os serviços mais acessados? Trata de ação de transparência, logo, vincula-se ao princípio da transparência. 43 O portal do município conta com ferramenta para acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência? Manifesta compromisso em ofertar conteúdo a todos os cidadãos, incluso pessoas com deficiência; está previsto em Lei (art. 8º, § 3º, inciso VIII Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da equidade e cumprimento de leis.
175
APÊNDICE E – Formulário de observação de redes sociais dos municípios
1. A prefeitura possui uma página (perfil oficial) no Facebook? SIM ( ) NÃO ( ).
2. Quantas pessoas curtem o perfil da prefeitura no Facebook? _____________.
3. Quanto à atividade no perfil do Facebook, verificar 10 dias de atividade e preencher o quadro
abaixo para cada prefeitura.
Data da pesquisa:
Seq. Título ou primeiro
parágrafo
Data Publicação
Curtidas Compartilhamentos Comentários Respostas da prefeitura
aos comentários
1
2
...
n
YouTube
4. A prefeitura possui uma página (canal oficial) no YouTube? SIM ( ) NÃO ( ).
5. Quantas pessoas se inscreveram no canal da prefeitura no YouTube? _____________.
6. Quanto à atividade no canal do YouTube, verificar 6 meses de atividade e preencher o quadro
abaixo para cada prefeitura.
Data da pesquisa:
Seq. Título Data de publicação
Visualizações Marcação Gostei
Marcação não Gostei
Comentários Respostas da prefeitura aos comentários
1
2
...
n
7. A prefeitura possui um perfil (conta oficial) no Twitter? SIM ( ) NÃO ( ).
8. Quantas pessoas seguem o perfil da prefeitura no Twitter? _____________.
9. Quanto à atividade no perfil do Twitter, verificar 15 dias de atividade e preencher o quadro abaixo
para cada prefeitura.
Data da pesquisa:
Seq. Texto Em resposta Data publicação Retweets Curtidas
1
2
...
N
176
APÊNDICE F – Questionário aos gestores de comunicação dos municípios
Prezado(a) Gestor(a) de Comunicação do Município, Agradecemos sua disponibilidade em participar do presente estudo. Os dados coletados serão utilizados exclusivamente para fins acadêmicos. Atenciosamente. Marcelo Rodrigues da Silva (Mestrando/Pesquisador) [email protected] Prof. Dr. Ivan Carlos Vicentin (Orientador) [email protected]
------
Identificação do Município e do cargo do respondente da pesquisa 1. Qual seu município? *
Lista suspensa com os 100 municípios da pesquisa.
2. Qual seu cargo? *
Pergunta aberta.
Em sua percepção, a prefeitura adota em suas políticas públicas e práticas administrativas os princípios de governança pública abaixo relacionados: Em caso de dúvidas quanto a definição de cada termo, por favor consulte o Glossário no link enviado junto ao e-mail. 3. Transparência * 1 2 3 4 5
Não adota Adota integralmente
4. Prestação de contas – accountability * 1 2 3 4 5
Não adota Adota integralmente
5. Integração * 1 2 3 4 5
Não adota Adota integralmente
6. Equidade * 1 2 3 4 5
Não adota Adota integralmente
7. Responsabilidade * 1 2 3 4 5
Não adota Adota integralmente
8. Cumprimento das leis – compliance * 1 2 3 4 5
Não adota Adota integralmente
9. Ética * 1 2 3 4 5
Não adota Adota integralmente
10. Legitimidade * 1 2 3 4 5
177
Não adota Adota integralmente
11. Eficiência * 1 2 3 4 5
Não adota Adota integralmente
Em sua percepção, o cidadão, ao navegar pelo portal da prefeitura na Internet, é comunicado sobre a adoção pela prefeitura dos princípios de governança pública abaixo relacionados: 12. Transparência * 1 2 3 4 5
Não é comunicado É comunicado integralmente
13. Prestação de contas – accountability * 1 2 3 4 5
Não é comunicado É comunicado integralmente
14. Integração * 1 2 3 4 5
Não é comunicado É comunicado integralmente
15. Equidade * 1 2 3 4 5
Não é comunicado É comunicado integralmente
16. Responsabilidade * 1 2 3 4 5
Não é comunicado É comunicado integralmente
17. Cumprimento das leis – compliance * 1 2 3 4 5
Não é comunicado É comunicado integralmente
18. Ética * 1 2 3 4 5
Não é comunicado É comunicado integralmente
19. Legitimidade * 1 2 3 4 5
Não é comunicado É comunicado integralmente
20. Eficiência * 1 2 3 4 5
Não é comunicado É comunicado integralmente
Sobre o uso da Internet pela prefeitura para comunicação 21. Além do portal da prefeitura na Internet, quais ferramentas eletrônicas são utilizadas pela prefeitura para estabelecer sua comunicação com o cidadão? * Marque todas as ferramentas utilizadas pela prefeitura Facebook; YouTube; Instagram; Twitter; Blog da prefeitura; Google+; LinkedIn; Outro: _____
178
22. Qual(is) critério(s) são utilizados pela prefeitura para medir a efetividade da comunicação por intermédio das ferramentas eletrônicas? * Marque todos os critérios utilizados pela prefeitura Número de acessos da ferramenta de comunicação; Pesquisa promovida pela prefeitura na própria ferramenta de comunicação; Feedback dos usuários na própria ferramenta de comunicação; Pesquisa promovida pela prefeitura em outros canais que não a própria ferramenta de comunicação; Não são utilizados critérios para medir a efetividade; Outro: _____ 23. Existe um Conselho Municipal, com representação dos munícipes, que analisa o portal da prefeitura na Internet, os conteúdos e serviços disponibilizados e fornece feedback à prefeitura sobre a comunicação pública desenvolvida? * Sim; Não. 24. Das ferramentas eletrônicas que o Município utiliza, quais você avalia como as três mais efetivas na comunicação entre prefeitura e cidadão? Marque 1 para a mais efetiva, 2 para a segunda mais efetiva e 3 para a terceira mais efetiva.
1 2 3
Portal da prefeitura
YouTube
Blog da prefeitura;
Google+
Sobre a estrutura de comunicação da prefeitura municipal 25. Qual a hierarquia da Unidade de Comunicação na estrutura municipal? * Secretaria de Comunicação Social (ou equivalente) vinculada diretamente ao chefe do Poder Executivo Municipal. Departamento de Comunicação Social (ou equivalente) vinculado a uma Secretaria Municipal. Assessoria de Comunicação Social (ou equivalente) vinculada diretamente ao chefe do Poder Executivo Municipal. A prefeitura não dispõe de uma Unidade de Comunicação; Outro: _____ 26. Qual unidade foi responsável pela construção do portal da prefeitura na Internet em seus design e funcionalidades atuais? * Setor de comunicação da prefeitura, com pessoal próprio do setor; Setor de comunicação da prefeitura, com pessoal de outro(s) setor(es) da prefeitura; Setor de tecnologia e informação / informática da prefeitura; O portal foi adquirido mediante contratação de empresa externa à prefeitura; O portal foi fornecido pelo Governo do Estado; Outro: _____ 27. Como funciona o processo de publicação de notícias, serviços e outros elementos no portal da prefeitura? * Cada Secretaria produz suas notícias e determina os serviços a serem ofertados e publica diretamente no portal; Cada Secretaria produz suas notícias e determina os serviços a serem ofertados, envia para o setor de comunicação da prefeitura e esse publica no portal; O setor de comunicação produz as notícias e determina os serviços a serem ofertados e publica no portal; O setor de comunicação produz e recebe notícias/serviços e consulta ao Gabinete do Prefeito
179
para determinar quais serão publicadas no portal; Outro: _____ Sobre as dificuldades de comunicação dos princípios de governança pública 28. De modo geral, como você avalia a dificuldade de comunicação dos princípios de governança pública adotados pela prefeitura por meio do portal municipal na internet? * 1 2 3 4 5
Nenhuma dificuldade Grande dificuldade
29. Os princípios de governança pública são levados em conta nas práticas de comunicação entre prefeitura e cidadãos através das ferramentas eletrônicas? * 1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
30. Qual(is) a(s) dificuldade(s) encontrada(s) nas práticas de comunicação dos princípios de governança pública adotados pela prefeitura por meio da Internet?
Pergunta aberta
*Obrigatório
180 APÊNDICE G – Lista dos portais governamentais pesquisados
Município UF Endereço do portal da prefeitura
São Paulo SP http://www.capital.sp.gov.br/portal/
Rio de Janeiro RJ http://www.rio.rj.gov.br/
Brasília DF http://www.df.gov.br/
Curitiba PR http://www.curitiba.pr.gov.br/
Belo Horizonte MG http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/
Manaus AM http://www.manaus.am.gov.br/
Porto Alegre RS http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/
Campos dos Goytacazes RJ http://www.campos.rj.gov.br/
Guarulhos SP http://www.guarulhos.sp.gov.br/
Fortaleza CE http://www.fortaleza.ce.gov.br/
Campinas SP http://www.campinas.sp.gov.br/
Salvador BA http://www.salvador.ba.gov.br/
Osasco SP http://www.osasco.sp.gov.br/
Santos SP http://www.santos.sp.gov.br/
Recife PE http://www2.recife.pe.gov.br/
São Bernardo do Campo SP http://www.saobernardo.sp.gov.br/home
Barueri SP http://www.barueri.sp.gov.br/
Goiânia GO http://www.goiania.go.gov.br/
Vitória ES http://www.vitoria.es.gov.br/
Betim MG http://www.betim.mg.gov.br/home/41822%3B66975%3B03%3B0%3B0.asp
São José dos Campos SP http://www.sjc.sp.gov.br/
Duque de Caxias RJ http://www.duquedecaxias.rj.gov.br/portal/
São Luís MA http://www.saoluis.ma.gov.br/
Jundiaí SP http://www.jundiai.sp.gov.br/
Uberlândia MG http://www.uberlandia.mg.gov.br/2014/
Contagem MG http://www.contagem.mg.gov.br/
Belém PA http://www.belem.pa.gov.br/
Ribeirão Preto SP http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/principal.php
Itajaí SC http://www.itajai.sc.gov.br/
Sorocaba SP http://www.sorocaba.sp.gov.br/
Joinville SC https://www.joinville.sc.gov.br/
Santo André SP http://www2.santoandre.sp.gov.br/
Campo Grande MS http://www.pmcg.ms.gov.br/
Parauapebas PA http://servicos.parauapebas.pa.gov.br/esiatparauapebas/Anonimo/Default.aspx
Caxias do Sul RS https://www.caxias.rs.gov.br/
São José dos Pinhais PR http://www.sjp.pr.gov.br/
Niterói RJ http://www.niteroi.rj.gov.br/
Canoas RS http://www.canoas.rs.gov.br/site/home
Serra ES http://www.serra.es.gov.br/
Macaé RJ http://www.macae.rj.gov.br/
Maceió AL http://www.maceio.al.gov.br/
Cuiabá MT http://www.cuiaba.mt.gov.br/
Natal RN https://natal.rn.gov.br/
Araucária PR http://www.araucaria.pr.gov.br/pma/
Londrina PR http://www.londrina.pr.gov.br/
Camaçari BA http://www.camacari.ba.gov.br/2015/index.php
São Caetano do Sul SP http://www.saocaetanodosul.sp.gov.br/
Florianópolis SC http://www.pmf.sc.gov.br/
Cabo Frio RJ http://www.cabofrio.rj.gov.br/
Teresina PI http://www.teresina.pi.gov.br/
São Gonçalo RJ http://www.saogoncalo.rj.gov.br/
181
Município UF Endereço do portal da prefeitura
Piracicaba SP http://www.piracicaba.sp.gov.br/
Anápolis GO http://www.anapolis.go.gov.br/
Diadema SP http://www.diadema.sp.gov.br/
Ipojuca PE http://www.ipojuca.pe.gov.br/
Rio das Ostras RJ http://www.riodasostras.rj.gov.br/
João Pessoa PB http://www.joaopessoa.pb.gov.br/
Louveira SP http://www.louveira.sp.gov.br/site/
Angra dos Reis RJ http://www.angra.rj.gov.br/
Blumenau SC http://www.blumenau.sc.gov.br/
São José do Rio Preto SP http://www.riopreto.sp.gov.br/
Nova Iguaçu RJ http://www.novaiguacu.rj.gov.br/
Maringá PR http://www2.maringa.pr.gov.br/site/
Juiz de Fora MG http://www.pjf.mg.gov.br/
Paranaguá PR http://www.paranagua.pr.gov.br/
Aracaju SE http://www.aracaju.se.gov.br/
Porto Velho RO http://www.portovelho.ro.gov.br/
Paulínia SP http://www.paulinia.sp.gov.br/
Mogi das Cruzes SP http://www.mogidascruzes.sp.gov.br/
Jaboatão dos Guararapes PE http://www.jaboatao.pe.gov.br/
Taubaté SP http://www.taubate.sp.gov.br/
Uberaba MG http://www.uberaba.mg.gov.br/
Volta Redonda RJ http://www.portalvr.com/
Petrópolis RJ http://www.petropolis.rj.gov.br/pmp/
Rio Grande RS http://www.riogrande.rs.gov.br/pagina/index.php/pagina-inicial
Feira de Santana BA http://www.feiradesantana.ba.gov.br/
Bauru SP http://www.bauru.sp.gov.br/
Mauá SP http://www.maua.sp.gov.br/
Sumaré SP http://www.sumare.sp.gov.br/2011/index.html
Foz do Iguaçu PR http://www.pmfi.pr.gov.br/
Limeira SP http://www.limeira.sp.gov.br/
Belford Roxo RJ http://belfordroxo.rj.gov.br/
Vila Velha ES http://www.vilavelha.es.gov.br/
Cotia SP http://www.cotia.sp.gov.br/
Aparecida de Goiânia GO http://www.aparecida.go.gov.br/home.php
Americana SP http://www.americana.sp.gov.br/v6/americanaV6_index.php
Ipatinga MG http://www.ipatinga.mg.gov.br/
Gravataí RS https://gravatai.atende.net/#!/
Ponta Grossa PR http://www.pontagrossa.pr.gov.br/
Cariacica ES http://www.cariacica.es.gov.br/
Hortolândia SP http://www2.hortolandia.sp.gov.br/
Itapevi SP http://www.itapevi.sp.gov.br/noticiasNovo/home/index.php
Jaraguá do Sul SC http://www.jaraguadosul.sc.gov.br/
Vinhedo SP http://www.vinhedo.sp.gov.br/
Macapá AP http://www.macapa.ap.gov.br/
Cubatão SP http://www.cubatao.sp.gov.br/
Cascavel PR http://www.cascavel.pr.gov.br/
Passo Fundo RS http://www.pmpf.rs.gov.br/
Rio Verde GO http://www.rioverdegoias.com.br/
Matão SP http://www.matao.sp.gov.br/
182
APÊNDICE H – Critérios para preenchimento do formulário de observação dos
portais
H.1) Procedimento para preenchimento do formulário de observação dos
portais governamentais:
Parte 1 do Formulário:
- Acessar o portal da prefeitura;
- Buscar resposta para cada pergunta. Procurar na página inicial; se tiver um portal
da transparência procurar também neste portal; se tiver um portal de acesso à
informação procurar também neste portal;
- Em caso negativo, procurar através do buscador do próprio portal, através de
palavras-chave de cada pergunta.
- Permanecendo resposta negativa, procurar através do Google somente no portal
da prefeitura: <“palavra chave” site: “portal da prefeitura”>
- Permanecendo resposta negativa, procurar através do Google em pesquisa aberta:
<“palavra chave” “prefeitura do Município”>
Parte 2 do Formulário:
- Caso exista ferramenta de busca, procurar por cada um dos termos listados e listar
quantos resultados retorna. Considerar resultados 2015 e 2016. Caso o resultado
venha separados por itens (serviços, notícias etc.) anotar separado, caso não seja
possível precisar a data, considerar todos os resultados
H.2) Critérios para preenchimento do formulário de observação dos portais
governamentais:
Pergunta 4: É considerado ‘SIM’ se houver uma página denominado “prestações de
contas” onde diversas informações sobre orçamento/receitas/despesas estão
presentes; é considerado ‘SIM’ se houver um portal da transparência com
informações sobre orçamento/receitas/despesas;
Pergunta 7: Se os planos (PPA, LDO e LOA) constantes no site são relativos ao
menos à 2015 considera-se sim, do contrário NÃO.
183
Pergunta 8: Consultar despesas relativas a 2016, se o município divulga ao menos
uma despesa, considerar SIM, se não encontrar nenhuma despesa relativa a 2016
considerar NÃO.
Pergunta 9: Consultar dados sintéticos de movimentação de receita. Se constar
previsto e arrecadado, ao menos referente a dezembro de 2015, considerar SIM.
Pergunta 11: Se o portal informa objetivo dos programas e permite acompanhar
andamento de programa ou obra, fornecendo ao menos uma situação (inicio, em
andamento ou término), um objetivo e valor previsto, considerar SIM, do contrário
NÃO.
Pergunta 12: Considerar SIM somente se o portal apresentar o organograma geral
da Prefeitura.
Pergunta 13: Caso não apresente uma lista geral com as funções, também
considerar SIM se, em consulta individual apresentar a missão ou atribuição de ao
menos dois órgãos.
Pergunta 14: Além do plano (ou planejamento) estratégico, considerar SIM se
apresenta programa de metas (ou nomenclatura semelhante como agenda de
metas, etc), desde que tenha objetivos e diretrizes estratégicas, com formulação
semelhante a um planejamento estratégico;
Pergunta 15: Considerar NÃO se for Comitê de Ética em Pesquisa da área de
saúde. Considerar SIM somente se comitê de ética pública.
Pergunta 16: Também é considerado SIM se apresenta um “código de conduta”,
desde que no código se refira a questões éticas;
Pergunta 19: Considerar SIM se existe uma página específica com a lista de
autoridades da prefeitura, “quem é quem”, “equipe de governo” ou similar e nesta
lista conste o currículo dos secretários;
Pergunta 27: Considerar SIM se tiver uma página específica que trata dos concursos
públicos da Prefeitura.
Pergunta 32: Considerar SIM se na página principal do portal tiver um link para o
“MAPA DO SITE” que mostre a estrutura do site.
Pergunta 39: Considerar SIM se na página principal tiver alguma enquete
perguntando a opinião do cidadão em determinado assunto ou algum tipo de convite
a participar enviando a opinião pela própria internet.
184
APÊNDICE I – PROCEDIMENTOS PARA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO
DE OBSERVAÇÃO DAS REDES SOCIAIS - FACEBOOK
- Acessar www.facebook.com.br; realizar login e senha;
- Na barra de pesquisa, digitar <prefeitura de [nome do município]>;
- Verificar nos resultados se aparece um canal oficial, de nome <Prefeitura de [nome
do município]>, seja página, comunidade ou local; Em caso negativo, anotar NÃO na
coluna correspondente e encerrar a pesquisa; em caso positivo, anotar SIM na
coluna correspondente e entrar na página oficial da prefeitura;
- Verificar quantas pessoas “curtiram” a página e anotar na coluna correspondente;
- Para verificar a atividade no canal – Período 07 a 16 de março:
- Abrir a página da prefeitura, clicar em “linha do tempo”, rolar o cursor até alcançar o
período de postagens conforme período de pesquisa. Caso necessário, clicar em
2016, selecionar “todas as publicações” ao invés de destaque e verificar se ocorreu
algum envio no período pesquisado; em caso negativo, anotar 0 na coluna
correspondente. Em caso positivo, preencher planilha específica.
- Compartilhamento de postagens de outros perfis não é considerado (ainda que
sejam perfis de secretarias, etc., não são considerados). Atualização de foto de capa
e de foto de perfil não são considerados. Compartilhamento simples de links, vídeos
e fotos não são considerados. Adição de eventos não é considerado.
Compartilhamento de eventos não é considerado. Adição de fotos é considerado.
- Anotar os dados correspondentes a cada coluna.
- Para número de curtidas, se o Facebook apresentar o número exato, anotar.
Senão, clicar no número apresentado e anotar o número apresentado em “e mais
<número>”.
- Para o número de comentários, se o Facebook apresentar o número exato, anotar.
Senão, somar os comentários mostrados com o número presente em “ver mais
<número> comentários”. Neste caso, não considerar respostas.
- No post, caso tenha ao menos uma resposta da prefeitura visível, anotar na coluna
SIM.
185
APÊNDICE J – PROCEDIMENTOS PARA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO
DE OBSERVAÇÃO DAS REDES SOCIAIS - YOUTUBE
- Acessar www.youtube.com.br;
- Na barra de pesquisa, digitar <prefeitura de [nome do município]>; ativar o filtro
“canal” e verificar nos resultados se aparece um canal oficial, de nome <Prefeitura
de [nome do município]>;
- Em caso negativo, anotar NÃO na coluna correspondente e encerrar a pesquisa;
- Em caso positivo, anotar SIM na coluna correspondente e entrar no canal oficial da
prefeitura;
- Verificar quantas pessoas se inscreveram no canal e anotar na coluna
correspondente;
- Anotar o link do canal na coluna correspondente.
- Para verificar a atividade no canal:
- Abrir o canal da prefeitura, clicar em “envios”. Verificar se ocorreu algum envio no
período pesquisado, em caso negativo, anotar 0 na coluna correspondente. Em caso
positivo, preencher planilha específica.
- Clicar sobre cada vídeo e anotar título, data de publicação, visualizações,
marcação gostei e não gostei, comentários e respostas da prefeitura aos
comentários, cada qual em coluna própria.
186
APÊNDICE K – PROCEDIMENTOS PARA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO
DE OBSERVAÇÃO DAS REDES SOCIAIS - FACEBOOK
- Acessar www.twitter.com e realizar login;
- Na barra de pesquisa, digitar <prefeitura de [nome do município]>;
- Selecionar “contas”.
- Verificar nos resultados se aparece um perfil oficial, de nome <Prefeitura de [nome
do município]>;
- Em caso negativo, anotar NÃO na coluna correspondente e encerrar a pesquisa;
- Em caso positivo, anotar SIM na coluna correspondente e entrar no perfil oficial da
prefeitura; Caso apareçam mais de um perfil, identificar pelo brasão do município,
referência à página oficial do município ou outros canais oficiais de referência. Por
fim, verificar por atividade e optar pelo mais ativo recentemente.
- Verificar quantos seguidores o perfil tem e anotar na coluna correspondente;
- Anotar o link do perfil na coluna correspondente.
- Para verificar a atividade do perfil:
- Abrir o perfil da prefeitura e verificar se ocorreu algum envio no período
pesquisado; em caso negativo, anotar 0 na coluna correspondente. Em caso
positivo, preencher planilha específica.
- Na planilha específica, anotar de cada tweet as informações na coluna
correspondente.
- Não se considerou nesta pesquisa retweets emitidos pelo perfil da prefeitura.
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APÊNDICE L – Lista com o perfil de atividade das prefeituras nas redes sociais
PIB Município UF Facebook YouTube Twitter
1 São Paulo SP AR AR AR
2 Rio de Janeiro RJ I I ANR
3 Brasília DF AR AR AR
4 Curitiba PR AR ANR AR
5 Belo Horizonte MG AR AR AR
6 Manaus AM AR AR AR
7 Porto Alegre RS AR AR AR
8 Campos dos Goytacazes RJ AR AR AR
9 Guarulhos SP AR AR N
10 Fortaleza CE AR AR AR
11 Campinas SP AR AR AR
12 Salvador BA AR AR AR
13 Osasco SP AR AR ANR
14 Santos SP AR AR I
15 Recife PE AR AR AR
16 São Bernardo do Campo SP AR AR N
17 Barueri SP AR I I
18 Goiânia GO AR AR AR
19 Vitória ES AR AR AR
20 Betim MG AR ANR I
21 São José dos Campos SP AR AR AR
22 Duque de Caxias RJ AR AR AR
23 São Luís MA AR AR AR
24 Jundiaí SP AR AR AR
25 Uberlândia MG AR AR ANR
26 Contagem MG AR AR AR
27 Belém PA AR AR AR
28 Ribeirão Preto SP AR AR I
29 Itajaí SC AR AR AR
30 Sorocaba SP AR AR I
31 Joinville SC AR AR AR
32 Santo André SP AR AR AR
33 Campo Grande MS AR N I
34 Parauapebas PA ANR I N
35 Caxias do Sul RS ANR AR AR
36 São José dos Pinhais PR AR ANR ANR
37 Niterói RJ AR N AR
38 Canoas RS AR AR AR
39 Serra ES AR AR AR
40 Macaé RJ AR AR AR
41 Maceió AL AR AR AR
42 Cuiabá MT AR AR AR
43 Natal RN AR AR AR
44 Araucária PR AR AR AR
45 Londrina PR AR ANR AR
46 Camaçari BA ANR ANR I
47 São Caetano do Sul SP AR ANR N
48 Florianópolis SC AR ANR AR
49 Cabo Frio RJ AR I AR
50 Teresina PI AR I AR
51 São Gonçalo RJ AR I N
52 Piracicaba SP AR AR AR
53 Anápolis GO AR AR N
188
PIB Município UF Facebook YouTube Twitter
54 Diadema SP AR ANR I
55 Ipojuca PE AR AR N
56 Rio das Ostras RJ AR AR AR
57 João Pessoa PB AR AR AR
58 Louveira SP AR AR AR
59 Angra dos Reis RJ AR I AR
60 Blumenau SC AR AR AR
61 São José do Rio Preto SP I AR I
62 Nova Iguaçu RJ AR AR ANR
63 Maringá PR AR ANR AR
64 Juiz de Fora MG AR AR ANR
65 Paranaguá PR ANR AR N
66 Aracaju SE AR AR AR
67 Porto Velho RO AR I AR
68 Paulínia SP AR ANR AR
69 Mogi das Cruzes SP AR AR I
70 Jaboatão dos Guararapes PE AR AR AR
71 Taubaté SP AR AR I
72 Uberaba MG AR AR I
73 Volta Redonda RJ AR ANR I
74 Petrópolis RJ AR ANR AR
75 Rio Grande RS AR I AR
76 Feira de Santana BA AR AR AR
77 Bauru SP I N I
78 Mauá SP AR AR AR
79 Sumaré SP AR N AR
80 Foz do Iguaçu PR AR AR I
81 Limeira SP AR I AR
82 Belford Roxo RJ AR AR N
83 Vila Velha ES AR I AR
84 Cotia SP AR AR I
85 Aparecida de Goiânia GO AR ANR AR
86 Americana SP AR I AR
87 Ipatinga MG AR AR AR
88 Gravataí RS AR ANR I
89 Ponta Grossa PR AR ANR N
90 Cariacica ES AR ANR N
91 Hortolândia SP I AR N
92 Itapevi SP AR I N
93 Jaraguá do Sul SC AR ANR I
94 Vinhedo SP AR I AR
95 Macapá AP AR I AR
96 Cubatão SP AR AR AR
97 Cascavel PR AR I N
98 Passo Fundo RS AR I I
99 Rio Verde GO I I I
100 Matão SP N I I
Legenda: AR – Ativo Regular || ANR – Ativo não Regular || I – Inativo || N – Não tem perfil na Rede Social