prÁticas de comunicaÇÃo da governanÇa pÚblica em...

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GOVERNANÇA PÚBLICA MARCELO RODRIGUES DA SILVA PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS POR INTERMÉDIO DA INTERNET DISSERTAÇÃO CURITIBA 2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GOVERNANÇA PÚBLICA

MARCELO RODRIGUES DA SILVA

PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS POR INTERMÉDIO DA INTERNET

DISSERTAÇÃO

CURITIBA 2016

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MARCELO RODRIGUES DA SILVA

PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS POR INTERMÉDIO DA INTERNET

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Planejamento e Governança Pública. Orientador: Prof. Dr. Ivan Carlos Vicentin

CURITIBA 2016

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Silva, Marcelo Rodrigues da

S586p Práticas de comunicação da governança pública em municí- 2016 pios brasileiros por intermédio da Internet / Marcelo Rodrigues da

Silva.-- 2016. 188 f. : il. ; 30 cm. Texto em português, com resumo em inglês Disponível também via World Wide Web Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal

do Paraná. Programa de Pós-graduação em Planejamento e Go-vernança Pública, Curitiba, 2016

Bibliografia: f. 136-146 1. Comunicação – Administração pública. 2. Governança cor-

porativa. 3. Comunicação na administração pública. 4. Adminis-tração pública – Estudo de casos. 5. Administração pública – Dissertações. I. Vicentin, Ivan Carlos, orient. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública, inst. III. Título.

CDD: Ed. 22 -- 351

Biblioteca Central da UTFPR, Câmpus Curitiba

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TERMO DE APROVAÇÃO

Título da Dissertação Nº 48

PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA EM MUNICÍPIOS

BRASILEIROS POR INTERMÉDIO DA INTERNET

por

MARCELO RODRIGUES DA SILVA

Esta dissertação foi apresentada às 09h00 do dia 18/08/2016 como requisito parcial para a

obtenção do título de MESTRE EM PLANEJAMENTO E GOVERNANÇA PÚBLICA, Área de

Concentração – Planejamento Público e Desenvolvimento, Programa de Pós-Graduação em

Planejamento e Governança Pública, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O

candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo

assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho:

( X ) Aprovado

( ) Aprovado com restrições

( ) Reprovado

___________________________________ __________________________________ Prof. Ivan Carlos Vicentin, Dr. Prof. Antonio Gonçalves de Oliveira, Dr. (PPGPGP-UTFPR) (PPGPGP-UTFPR) ___________________________________ Prof. Denis Alcides Rezende, Dr. (PPGTU-PUCPR) Visto da Coordenação ___________________________________ __________________________________ Prof. Carlos Augusto Petersen Parchen, Dr. Prof. Antonio Gonçalves de Oliveira, Dr. (EMATER-PUCPR) Coordenador do PPGPGP-UTFPR

* A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Programa.

UTFPR - CT Av. Sete de Setembro, 3165.

CEP 80230-901 – Curitiba – PR – Brasil. Fone (41) 3310-4611

Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Diretoria do Campus Curitiba Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Programa de Pós Graduação em Planejamento e Governança Pública

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Dedico este trabalho a quem me deu a

vida: Pedro Paulo e Marcia Cristina; e a

quem eu dou a minha vida: Ana Paula,

Camilla e Marinna.

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AGRADECIMENTOS

Aos olhos externos, escrever uma dissertação para obter o grau de

mestre pode parecer um trabalho individual e até mesmo solitário. Não penso assim,

embora reconheça que o ato de sentar em frente a um computador e despender

horas de esforço na produção do texto sejam, de fato, esforço individual, considero

que o resultado obtido é coletivo porque muitas pessoas participam, direta e

indiretamente, de toda esta longa caminhada.

Neste sentido, sinto-me impelido a agradecer a todos aqueles que me

apoiaram: família, colegas de trabalho da Universidade Tecnológica Federal do

Paraná e do Instituto Federal do Paraná, colegas de mestrado e professores do

programa.

Ao Professor Ivan Carlos Vicentin que, desde que me aceitou como seu

orientando, ainda como aluno especial até a conclusão do Mestrado, não poupou

esforços para que eu fizesse um trabalho relevante e de qualidade.

À Ana Paula, por seu amor, parceria, cumplicidade e renúncia. Mulher

trabalhadora e que todos os dias me dá exemplo de esforço e disciplina!

Aos meus pais, seus esforços me permitiram alcançar tudo que tenho

alcançado na minha vida.

Agradeço a Nossa Senhora Aparecida, intercessora junto a Deus!

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“Eu que já não quero mais

ser um vencedor

Levo a vida devagar

pra não faltar amor”

(Marcelo Camelo)

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RESUMO

SILVA. Marcelo Rodrigues da. Práticas de comunicação da governança pública em municípios brasileiros por intermédio da Internet. 2016. 185f. Dissertação (Mestrado em Planejamento e Governança Pública) – Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública (PPGPGP), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Curitiba, 2016.

Considerando o aprofundamento da relação Estado e Sociedade; o fortalecimento do conceito de governança pública, enquanto capacidade do Estado de implementar as políticas necessárias para o alcance de objetivos comuns; a exigência, por parte da governança pública, de uma efetiva comunicação pública; e o uso contínuo da Internet pela população no Brasil, o objetivo desta pesquisa foi investigar como as prefeituras dos municípios brasileiros têm se utilizado da Internet, em especial dos portais governamentais e das redes sociais, para comunicação dos princípios de governança pública. Na fundamentação teórica foram abordados os conceitos de governança corporativa, governança pública e comunicação pública e a inter-relação entre os conceitos apresentados e a utilização da Internet. A pesquisa foi classificada aplicada, descritiva e utilizou como delineamento o estudo de casos múltiplos. As técnicas utilizadas para alcance dos objetivos foram observação dos portais governamentais e das redes sociais, por meio de formulários próprios desenvolvidos para esta pesquisa, e questionário enviado aos gestores de comunicação das prefeituras pesquisadas. Os principais resultados obtidos permitem afirmar que todos os princípios de governança pública estão, em algum grau, presentes e sendo comunicados por meio dos portais governamentais. Em relação às redes sociais, pode-se afirmar que, embora a presença, as atividades e os impactos das prefeituras nas redes sociais sejam elevados, é baixa a comunicação dos princípios de governança pública por intermédio das redes sociais. Quanto à percepção dos gestores de comunicação entrevistados, os resultados permitem inferir que existem dificuldades na comunicação dos princípios de governança pública por intermédio dos portais governamentais. Por fim, os resultados da identificação das práticas de comunicação de governança pública utilizadas pelos governos municipais indicam que os portais são predominantemente utilizados como ferramentas de práticas de informação. A rede social Facebook é utilizada, em grande parte, para práticas de informação, consulta e participação ativa, o YouTube é utilizado para práticas de informação e consulta e o Twitter para práticas de informação. A discussão apresentada neste estudo faz-se relevante, pois evidencia que, de maneira geral, os princípios de governança pública não estão sendo efetivamente comunicados pelas prefeituras em diferentes ferramentas eletrônicas por intermédio da Internet.

Palavras-chave: Governança pública. Comunicação pública. Práticas de comunicação. Princípios de governança. Comunicação pela Internet.

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ABSTRACT

SILVA. Marcelo Rodrigues da. Communication practices of the public governance in brazilian municipalities by means of the Internet. 2016. 185f. Dissertation (Planning and Public Governance Master’s Degree) – Planning and Public Governance Post-graduation Program (PPGPGP), Federal Technological University of Paraná (Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR), Curitiba, 2016.

Considering the deepening of the relationship between State and Society, the strengthening of the concept of public governance, as State's ability to implement the necessary policies to achieve common goals, the demand, by the public governance, of an effective public communication and the continued use of the Internet by the population in Brazil, the goal of this research was to investigate how the governments of the brazilian municipalities have used the Internet, particularly the governments’ portals and the social networks, to communicate the public governance principles. In the theoretical foundation were addressed the concepts of Corporate Governance, Public Governance and Public Communication and the interrelationship between these concepts and the use of the Internet. The research was classified as applied, descriptive and as a multiple case study in what refers to the design. The techniques used to achieve the goals were observation of governmental web portals and Internet social networks using self-developed forms, and a questionnaire sent to the communication managers of the studied prefectures. The main results obtained allow us to affirm that all the principles of Public Governance are, in some degree, present and being communicated through the governmental portals. In relation to social networks, it can be stated that despite the presence, activities and impacts of municipalities on social networks being high, the degree of communication of public governance principles through social networks is low. As for the perception of communication managers interviewed, the results allow us to infer that there are difficulties in communicating the principles of public governance through the governmental portals. Finally, the results of identifying the communication practices of public governance used by the municipal government indicate that the portals are predominantly used as tools of information practices. The social network Facebook is used largely for information practices, consultation and active participation, while YouTube is used for information and consultation practices and Twitter for information practices. The discussion presented in this study is relevant as evidence that, in general, the principles of public governance are not being effectively communicated by municipalities in different electronic tools through the Internet.

Keywords: Public governance. Public communication. Practices communication. Governance principles. Communication by Internet.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – CONTEXTO DA PESQUISA............................................................ 20

FIGURA 2 – TRANSPOSIÇÃO DO CONFLITO DE AGÊNCIA NO PROCESSO

DE GOVERNANÇA DO ESTADO.................................................... 34

FIGURA 3 – QUADRANTES RESULTANTES DA RELAÇÃO ENTRE

GOVERNANÇA E DIMENSÕES DO ESTADO................................ 39

FIGURA 4 – PERSPECTIVAS DE OBSERVAÇÃO DA GOVERNANÇA

PÚBLICA.......................................................................................... 41

FIGURA 5 – AS TRÊS DIMENSÕES DA DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO

PÚBLICA.......................................................................................... 53

FIGURA 6 – TRÊS DIMENSÕES DE ATUAÇÃO DA COMUNICAÇÃO

PÚBLICA.......................................................................................... 54

FIGURA 7 – COMUNICAÇÃO ESTATAL COM DESTAQUE PARA A

COMUNICAÇÃO EXTERNA MEDIADA........................................... 57

FIGURA 8 – PERSPECTIVAS DE OBSERVAÇÃO DO PROBLEMA DE

PESQUISA....................................................................................... 66

FIGURA 9 – PRESENÇA E COMUNICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE

GOVERNANÇA PÚBLICA NOS PORTAIS

GOVERNAMENTAIS...................................................................... 85

FIGURA 10 – SÍNTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA E ATENDIMENTO

DOS OBJETIVOS PROPOSTOS..................................................... 127

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE TRANSPARÊNCIA DOS

PORTAIS GOVERNAMENTAIS..................................................... 76

GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE PRESTAÇÃO DE CONTAS

DOS PORTAIS GOVERNAMENTAIS............................................ 77

GRÁFICO 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE INTEGRAÇÃO DOS

PORTAIS GOVERNAMENTAIS..................................................... 77

GRÁFICO 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE EQUIDADE DOS PORTAIS

GOVERNAMENTAIS..................................................................... 78

GRÁFICO 5 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE RESPONSABILIDADE DOS

PORTAIS GOVERNAMENTAIS..................................................... 79

GRÁFICO 6 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE CUMPRIMENTO DAS LEIS

DOS PORTAIS GOVERNAMENTAIS............................................ 80

GRÁFICO 7 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE ÉTICA DOS PORTAIS

GOVERNAMENTAIS...................................................................... 81

GRÁFICO 8 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE LEGITIMIDADE DOS

PORTAIS GOVERNAMENTAIS..................................................... 81

GRÁFICO 9 – DISTRIBUIÇÃO DOS ÍNDICES DE EFICIÊNCIA DOS PORTAIS

GOVERNAMENTAIS...................................................................... 82

GRÁFICO 10 – PRESENÇA E ATIVIDADE DAS PREFEITURAS NAS REDES

SOCIAIS......................................................................................... 89

GRÁFICO 11 – UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS PELAS PREFEITURAS

MUNICIPAIS................................................................................... 89

GRÁFICO 12 – IMPACTO DAS REDES SOCIAIS A PARTIR DA RELAÇÃO

ASSINANTES PELA POPULAÇÃO............................................... 92

GRÁFICO 13 – IMPACTO DAS REDES SOCIAIS A PARTIR DA RELAÇÃO

REAÇÕES POR PUBLICAÇÃO.................................................... 95

GRÁFICO 14 – IMPACTO DAS REDES SOCIAIS A PARTIR DA RELAÇÃO

COMPARTILHAMENTO POR PUBLICAÇÃO............................... 97

GRÁFICO 15 – IMPACTO DA REDE SOCIAL YOUTUBE A PARTIR DA

RELAÇÃO VISUALIZAÇÕES POR PUBLICAÇÃO........................ 98

GRÁFICO 16 – FERRAMENTAS ELETRÔNICAS QUE UTILIZAM A INTERNET

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QUE AS PREFEITURAS FAZEM USO......................................... 112

GRÁFICO 17 – FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO MAIS EFETIVAS DE

ACORDO COM A PERCEPÇÃO DOS GESTORES DE

COMUNICAÇÃO............................................................................ 113

GRÁFICO 18 – PERCEPÇÃO DOS GESTORES QUANTO À DIFICULDADE

DE COMUNICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA

PELO PORTAL GOVERNAMENTAL............................................. 116

GRÁFICO 19 – PERCEPÇÃO DOS GESTORES QUANTO À ADOÇÃO PELAS

PREFEITURAS DE CADA PRINCÍPIO DE GOVERNANÇA

PÚBLICA E COMUNICAÇÃO DOS MESMOS PELOS

PORTAIS GOVERNAMENTAIS..................................................... 120

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – LINHA DO TEMPO DA GOVERNANÇA NO BRASIL E NO

MUNDO 1991-2015........................................................................ 29

QUADRO 2 – DEFINIÇÕES DE GOVERNANÇA CORPORATIVA POR

ENTIDADES................................................................................... 32

QUADRO 3 – INTERESSES EM CONFLITO DE CONTRIBUINTES E DE

GESTORES DO ESTADO............................................................. 35

QUADRO 4 – FUNDAMENTOS DA TEORIA DA ESCOLHA PÚBLICA.............. 36

QUADRO 5 – CONCEITOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA PROPOSTOS POR

AUTORES DA ÁREA..................................................................... 37

QUADRO 6 – CONCEITOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA PROPOSTOS POR

INSTITUIÇÕES.............................................................................. 38

QUADRO 7 – MODELOS DE GESTÃO PÚBLICA E SUAS

CARACTERÍSTICAS...................................................................... 39

QUADRO 8 – DIFERENTES ABORDAGENS DA GOVERNANÇA PÚBLICA..... 40

QUADRO 9 – DEFINIÇÕES DOS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA

PÚBLICA........................................................................................ 44

QUADRO 10 – OBRAS DE REFERÊNCIA SOBRE COMUNICAÇÃO PÚBLICA

NO BRASIL UTILIZADAS NESTE ESTUDO.................................. 48

QUADRO 11 – TERMOS E CONCEITOS UTILIZADOS NA ÁREA DE

COMUNICAÇÃO............................................................................ 50

QUADRO 12 – LISTA DE MUNICÍPIOS SELECIONADOS.................................... 65

QUADRO 13 – CATEGORIAS DE CLASSIFICAÇÃO DE ATIVIDADES DAS

PREFEITURAS NAS REDES SOCIAIS......................................... 70

QUADRO 14 – CATEGORIAS DE CLASSIFICAÇÃO DE IMPACTO DAS

PREFEITURAS NAS REDES SOCIAIS......................................... 70

QUADRO 15 – VARIÁVEIS UTILIZADAS POR BARBETTA (2011) PARA

CÁLCULO DE CONFIABILIDADE.................................................. 72

QUADRO 16 – CÁLCULO DE CONFIABILIDADE.................................................. 72

QUADRO 17 – LISTA DE PORTAIS GOVERNAMENTAIS COM ÍNDICE DE

RESPONSABILIDADE MÁXIMO.................................................... 79

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QUADRO 18 – LISTA DE PORTAIS GOVERNAMENTAIS COM ÍNDICE

MÁXIMO DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA.................................... 82

QUADRO 19 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA

COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA NAS

REDES SOCIAIS............................................................................ 100

QUADRO 20 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA

COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DE PRESTAÇÃO DE

CONTAS NAS REDES SOCIAIS................................................... 101

QUADRO 21 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA

COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INTEGRAÇÃO NAS

REDES SOCIAIS........................................................................... 102

QUADRO 22 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA

COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA EQUIDADE NAS

REDES SOCIAIS.......................................................................... 103

QUADRO 23 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA

COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE

NAS REDES SOCIAIS................................................................... 103

QUADRO 24 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA

COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DE CUMPRIMENTO DAS

LEIS NAS REDES SOCIAIS.......................................................... 105

QUADRO 25 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA

COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ÉTICA NAS REDES

SOCIAIS......................................................................................... 105

QUADRO 26 – CONTEÚDO PUBLICADO PELAS PREFEITURAS PARA

COMUNICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA NAS

REDES SOCIAIS............................................................................ 106

QUADRO 27 – LISTA DE RESPONDENTES DO QUESTIONÁRIO..................... 109

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – MUNICÍPIOS COM PÁGINA NA INTERNET DA PREFEITURA... 24

TABELA 2 – FUNDAMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE QUESTÕES

PARA O FORMULÁRIO DE OBSERVAÇÃO DE PORTAIS

GOVERNAMENTAIS...................................................................... 68

TABELA 3 – QUESTÕES DO FORMULÁRIO DE OBSERVAÇÃO DOS

PORTAIS VINCULADAS A CADA PRINCÍPIO DA

GOVERNANÇA PÚBLICA............................................................. 68

TABELA 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS ÍNDICES DE PRESENÇA DOS

PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA NOS PORTAIS

GOVERNAMENTAIS..................................................................... 69

TABELA 5 – RESULTADOS DAS BUSCAS POR TERMOS VINCULADOS

AOS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA......................... 83

TABELA 6 – LISTA DE MUNICÍPIOS QUE O PORTAL DA PREFEITURA

OBTEVE ÍNDICES DE PRESENÇA ALTOS PARA TODOS OS

PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA ACOMPANHADOS

DE PIB E POPULAÇÃO................................................................ 86

TABELA 7 – CITAÇÕES DE TERMOS VINCULADOS À GOVERNANÇA

PÚBLICA NAS REDES SOCIAIS................................................... 99

TABELA 8 – LISTA DE PREFEITURAS QUE COMUNICARAM DOIS OU

MAIS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA POR MEIO

DAS REDES SOCIAIS................................................................... 107

TABELA 9 – PERCEPÇÃO DOS GESTORES QUANTO A ADOÇÃO DOS

PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA PELA

PREFEITURA................................................................................ 114

TABELA 10 – PERCEPÇÃO DOS GESTORES QUANTO À COMUNICAÇÃO

DOS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA PÚBLICA PELOS

PORTAIS MUNICIPAIS................................................................. 115

TABELA 11 – LISTA DE MUNICÍPIOS QUE ADOTARAM PRÁTICAS DE

PARTICIPAÇÃO ATIVA NA COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA

PÚBLICA EM PELO MENOS DUAS REDES SOCIAIS................. 125

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LISTA DE SIGLAS

ANAO Gabinete de Auditoria Nacional da Austrália

BNDESPar BNDES Participações S.A

CEO Chief Executive Officer

CIFPA Instituto Britânico de Finanças e Contabilidade Pública

CVM Comissão de Valores Mobiliários

IBCA Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração

IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IFAC Federação Internacional de Contadores

IGC Índice de Governança Corporativa

NAP Nova Administração Pública

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

ONG Organização não Governamental

OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PBM Pesquisa Brasileira de Mídia

PIB Produto Interno Bruto

SEC Securities and Exchange Commission

TCU Tribunal de Contas da União

TIC Tecnologia de Informação e Comunicação

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17

1.1 CONTEXTO E QUESTÃO DE PESQUISA ......................................................... 17

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ............................................................................... 21

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 21

1.2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 21

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO ................................................. 22

1.4 ADERÊNCIA À LINHA DE PESQUISA DO PROGRAMA ................................... 25

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 27

2.1 GOVERNANÇA ................................................................................................... 27

2.1.1 Governança corporativa ................................................................................... 27

2.1.2 Governança pública ......................................................................................... 33

2.1.2.1 Princípios da governança pública .................................................................. 43

2.2 COMUNICAÇÃO PÚBLICA ................................................................................. 46

2.2.1 Quadro teórico sobre comunicação pública no Brasil ...................................... 46

2.2.2 Dado, informação e comunicação – relacionamento, participação e

compartilhamento ...................................................................................................... 49

2.2.3 Comunicação pública – conceito e dimensões de atuação .............................. 50

2.3 COMUNICAÇÃO PÚBLICA, GOVERNANÇA LOCAL E UTILIZAÇÃO DA

INTERNET ................................................................................................................ 58

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 62

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 62

3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................... 64

3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ................................ 66

3.3.1 Observação dos portais governamentais e redes sociais ................................ 67

3.3.2 Questionário aos gestores de comunicação das prefeituras municipais .......... 71

3.4 EXECUÇÃO DA PESQUISA ............................................................................... 73

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................... 75

4.1 RESULTADOS DOS PORTAIS GOVERNAMENTAIS ........................................ 75

4.1.1 Principais resultados a destacar da análise dos portais governamentais ........ 84

4.2 RESULTADOS DAS REDES SOCIAIS ............................................................... 87

4.2.1 Presença e atividade das prefeituras nas redes sociais ................................... 87

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4.2.2 Impacto das prefeituras nas redes sociais ....................................................... 90

4.2.2.1 Primeiro aspecto de impacto: número de pessoas que assinam o canal oficial

da prefeitura .............................................................................................................. 90

4.2.2.2 Segundo aspecto de impacto: reações ao conteúdo publicado pela prefeitura

.................................................................................................................................. 93

4.2.2.3 Terceiro aspecto de impacto: compartilhamento de conteúdo publicado pela

prefeitura ................................................................................................................... 95

4.2.2.4 Quarto aspecto de impacto: visualizações do conteúdo publicado pela

prefeitura ................................................................................................................... 97

4.2.3 Comunicação da governança pública pelas prefeituras nas redes sociais ...... 99

4.2.4 Principais resultados a destacar da análise das redes sociais ....................... 106

4.3 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO ENVIADO AOS GESTORES DE

COMUNICAÇÃO ..................................................................................................... 109

4.3.1 Estrutura de comunicação das prefeituras ..................................................... 110

4.3.2 Percepção dos gestores de comunicação quanto ao uso da Internet para

comunicação entre a prefeitura e o cidadão ........................................................... 111

4.3.3 Percepção dos gestores de comunicação quanto à adoção e comunicação dos

princípios de governança pública ............................................................................ 114

4.3.4 Dificuldades de comunicação dos princípios de governança pública ............. 115

4.3.5 Principais resultados a destacar da análise do questionário enviado aos

gestores de comunicação........................................................................................ 118

4.4 ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA

UTILIZADAS PELOS MUNICÍPIOS POR INTERMÉDIO DA INTERNET ............... 121

4.5 SÍNTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA E ATENDIMENTO AOS

OBJETIVOS PROPOSTOS..................................................................................... 126

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 128

5.1 SUGESTÃO PARA NOVOS ESTUDOS............................................................ 133

5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ........................................................................... 134

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 136

APÊNDICES ........................................................................................................... 147

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1 INTRODUÇÃO

Este capítulo inicial traz, além do contexto em que se insere, o tema da

pesquisa e a questão de pesquisa, os objetivos gerais e específicos, a justificativa

do estudo e a estrutura do trabalho.

1.1 CONTEXTO E QUESTÃO DE PESQUISA

A governança corporativa, entendida como o “conjunto de processos,

costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que regulam a maneira como

uma empresa é dirigida, administrada e controlada” (MATIAS-PEREIRA, 2010, p.

117-118), tem sua origem a partir das discussões sobre as implicações advindas da

separação da propriedade e do controle (BERLE; MEANS, 1932) e dos custos de

transação envolvidos na produção e comercialização de bens e serviços (JENSEN;

MECKLING, 1976). A partir dessas teorias, diversas práticas de governança

corporativa foram sendo adotadas pelos países por meio de estruturas reguladoras

de mercado.

Embora as práticas de governança corporativa variem de um país para

outro, em termos gerais Slomski et al. (2008) reconhecem alguns traços uniformes:

busca por reduzir a assimetria informacional – fenômeno em que alguns agentes

econômicos possuem mais informação do que sua contrapartida, moldando um

cenário incerto e inseguro (BERTOLIN et al., 2008); tratamento equitativo dos

investidores; incentivo à realização de auditorias externas; e nomeação de

conselheiros não vinculados ao alto escalão.

Essas práticas de governança alcançaram efeitos positivos e foram sendo

paulatinamente incorporadas ao setor público, a partir de reformas oriundas do

ideário da Nova Administração Pública – NAP.

Diversos países do mundo, conforme Simione (2014), adotaram novas

práticas administrativas para elevação do desempenho do Estado, frente às

necessidades de uma administração pública capaz de atender aos anseios da

sociedade por serviços públicos de melhor qualidade.

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No Brasil, a partir da redemocratização do país, os governos dos níveis

federal, estadual e municipal têm buscado implementar uma gestão do Estado que o

torne mais aberto e acessível às necessidades dos seus cidadãos, visando

reestruturar a gestão pública com o objetivo de atender a uma nova configuração de

relação entre Estado e sociedade.

Nesse contexto, o conceito de governança pública ganha força ao se

referir à capacidade do Estado de implementar as políticas necessárias para o

alcance dos objetivos comuns, baseado em ações que garantam a maior atuação do

cidadão e responsabilização dos agentes públicos, tendo como pressuposto o

aperfeiçoamento dos meios de interlocução com a sociedade (OLIVEIRA; PISA,

2015).

Uma maior atuação do cidadão depende do interesse desse pelas

questões relativas ao poder público. A responsabilidade da comunicação

governamental aumenta à medida que aumenta o interesse da população que passa

a exigir mais qualidade, completude e transparência na informação, ou seja, se

exige não apenas informação, mas informação qualificada (CAMARGOS, 2004).

Em virtude da intensa velocidade de transformações tecnológicas,

econômicas, políticas e sociais no mundo atual, novas práticas de comunicação são

constantemente incorporadas à esfera de ação e gestão da comunicação estatal

(NOVELLI, 2006).

Aos governos não basta apenas realizar reformas e adotar princípios de

governança pública; é necessário comunicar tais práticas. A governança, assim,

requer uma efetiva comunicação pública, cujo intuito é transmitir informação de

interesse público aos cidadãos. A partir do cumprimento desse papel informativo,

que nada mais é do que um direito assegurado ao cidadão e um primeiro passo na

relação Estado e sociedade, a comunicação pode abrir espaço para o diálogo e

participação recíproca (MAINIERI; RIBEIRO, 2011).

Dito de outra forma, pode-se afirmar que a comunicação pública,

entendida como o processo de comunicação entre a sociedade e o Estado, traz um

importante papel a desempenhar na mediação para as práticas de boa governança

(NOVELLI, 2006).

As comunicações entre os governos e os cidadãos, assim como a

comunicação em geral, têm sofrido forte influência dos avanços das ferramentas de

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tecnologia de informação e comunicação – TICs, e em especial da consolidação da

Internet como um meio de comunicação de grande utilização pela população.

A tecnologia oferta facilidades para o processo de comunicação entre

indivíduos, grupos, organizações e instituições – da disponibilização de informação

ao compartilhamento. Para Haswani (2013), não resta dúvida quanto à Internet ser

uma ferramenta de incomensurável potencial de transformação nas rotinas

comunicacionais. A autora ressalta a possibilidade de inclusão de pessoas ou

grupos sociais que até então eram apenas receptores de informação no grupo de

emissores, o que possibilita uma importante perspectiva emancipadora.

Embora possa se afirmar que a adoção contínua de ferramentas de TICs

na prestação de serviços governamentais, teve como fato impulsionador o

movimento reformador da nova administração pública, empreendido no setor público

na década de 1990, hoje se configura como uma tendência mundial na

administração pública (BERNARDES; SANTOS; ROVER, 2015). No Brasil, é no ano

2000 que é proposta uma nova política de interação eletrônica entre governo e

sociedade (VICENTIN, 2012).

Ao se considerar os atuais hábitos de informação dos brasileiros,

conforme Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 – PBM 2015 (BRASIL, 2014), pode-se

afirmar que a Internet é o terceiro meio de comunicação mais utilizado no país: 48%

da população utilizam Internet, enquanto 55% utilizam rádio e 95% utilizam a

televisão. Contudo, a Internet é utilizada por maior tempo diariamente – 4h59

durante a semana e 4h24 durante o fim de semana. Destaca-se ainda que 66%

acessam a Internet através de aparelhos celulares e 71% através de computadores

e notebooks.

Ressalta-se ainda uma mudança de perfil nos usuários que deixaram de

ser navegadores passivos, que a tudo consomem sem reação, para uma postura

ativa, propondo serviços, trocando informações, comentando, envolvendo-se, enfim,

participando (PISANI; PIOTET, 2010).

Um governo que deseja estabelecer a comunicação com seus cidadãos e

outros públicos de interesse deve levar em conta a Internet como uma ferramenta

importante, disponibilizando canais eficientes de interação na rede.

Para Silva (2009), os sítios oficiais devem não apenas propiciar relações

instrumentais com o cidadão e prestar serviços on-line, mas se consolidar como

fonte de informação pública e comunicação cidadã.

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Frente a todo o exposto, se está diante de um contexto, demonstrado na

Figura 1, no qual: (i) a relação Estado e Sociedade deve ser aprofundada; (ii) o

conceito de governança – capacidade do Estado de implementar as políticas

necessárias para o alcance de objetivos comuns – ganha força; (iii) a governança

exige uma efetiva comunicação pública – interlocução da sociedade; (iv) as TICs são

uma tendência mundial na administração pública e também foram adotadas no

Brasil; (v) praticamente metade da população brasileira utiliza a internet e os que a

utilizam dedicam quase 5 horas diárias em seu uso.

Figura 1 – Contexto da pesquisa Fonte: Elaborada pelo autor.

Diante disso, importa entender como o Estado, em especial a

administração pública municipal, que é a mais próxima do cidadão, tem utilizado as

ferramentas eletrônicas para comunicar aos cidadãos sobre a implementação da

governança pública, na medida em que a gestão municipal adota seus princípios.

Portanto, emerge a seguinte questão de pesquisa:

Como as prefeituras dos municípios brasileiros têm se utilizado da

Internet, em especial os portais governamentais e as redes sociais, para

comunicação dos princípios de governança pública?

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1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

Para responder à questão de pesquisa, propõe-se um objetivo geral e

cinco objetivos específicos que apontam os caminhos a serem trilhados neste

estudo.

1.2.1 Objetivo geral

Identificar as práticas de comunicação utilizadas pelas prefeituras

municipais por intermédio da Internet, em especial os portais governamentais e as

redes sociais, para divulgação dos princípios da governança pública adotados pela

gestão municipal.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Identificar os princípios da governança pública presentes nos portais

das prefeituras municipais na Internet;

b) Identificar o uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos

princípios da governança pública pelas prefeituras municipais;

c) Identificar a percepção dos gestores municipais frente à efetividade do

uso da Internet na comunicação dos princípios da governança pública

adotados pela gestão municipal;

d) Verificar a percepção dos gestores municipais sobre as dificuldades da

comunicação da governança pública nos portais municipais na Internet;

e) Identificar e analisar as práticas comunicacionais da governança

pública por intermédio da Internet.

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1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO

As mudanças ocorridas em todo o mundo nos últimos cinquenta anos

provocaram mudanças nos Estados e em suas relações com as sociedades que

representam. O Estado do bem-estar social – Welfare State – começou a entrar em

crise nos anos 1970, sendo substituído em alguns países pelo Estado de orientação

neoliberal. A partir dos anos 2000, diversas crises colocaram a orientação neoliberal

em xeque e o Estado procurou se reorganizar de forma a combinar desenvolvimento

econômico, competitividade e eficiência dos mercados nacionais, com aspectos

relacionados ao bem-estar da sociedade.

No Brasil, embora nunca tenha sido implementado um Estado de bem-

estar social e tampouco um Estado neoliberal, essas mudanças foram em partes

sendo incorporadas pelo Estado. Atualmente, o modelo adotado no país congrega

regulação de mercados, participação do Estado na economia e medidas sociais e

inclusivas.

De forma análoga, a administração pública também foi influenciada pelas

mudanças ocorridas na sociedade e, em especial, pelas mudanças sofridas pelo

Estado. A visão gerencial da gestão pública e a visão do cidadão como consumidor

que acompanharam o Estado neoliberal têm sido substituídas por uma

administração pública que busca congregar a perspectiva da qualidade do serviço

público prestado com a dimensão da cidadania, no qual as pessoas-cidadãos, para

além de detentores de direitos e deveres, são também participantes do processo.

É para um novo papel de Estado aliado a uma nova visão de

administração pública que surge, a partir da governança corporativa oriunda da

iniciativa privada e com base neste cenário de mudanças, a governança pública.

A governança pública trata de os governos assegurarem a participação

dos cidadãos na formulação e implementação de políticas públicas, de forma a

torná-las mais eficientes, na medida em que estas políticas alcançam maior

sustentabilidade e legitimidade. Nesse sentido, uma governança eficiente torna o

Estado mais permeável à influência da sociedade (NOVELLI, 2006).

Em paralelo a essas mudanças no Estado e na administração pública, o

desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação gerou na sociedade

uma verdadeira revolução nas formas de relacionamento entre as pessoas, as

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instituições em geral e também entre o cidadão e as diversas esferas de governo. A

principal ferramenta dessa revolução consiste na Internet e os entes públicos

procuram se relacionar com os cidadãos por intermédio dos portais governamentais

onde são disponibilizados informações, serviços e conteúdos diversos que os

responsáveis julgarem pertinentes.

Se antes a relação com o cidadão se dava no momento em que esse

procurava um determinado setor do poder público para ser atendido ou por meio de

uma ligação para uma central de atendimento, atualmente grande parte do

relacionamento cidadão e órgão público tende a acontecer por intermédio da

Internet. Os elementos presentes nos portais de governo; a forma em que as

informações são dispostas; os conteúdos disponíveis ao internauta – pessoa que

navega na Internet; e as outras formas de comunicação eletrônica, além dos portais

governamentais, podem possibilitar o entendimento do relacionamento entre cidadão

e poder público em questão, como a Comunicação Pública é tratada pelo órgão e

até mesmo inferir características da forma de gestão ali desenvolvida.

Pinho (2008) afirma que, por intermédio de portais na Internet, os

governos podem disponibilizar serviços e informações, facilitar a realização de

negócios, aumentar a transparência e a participação da sociedade, mostrar sua

identidade, propósitos e realizações e identificar as necessidades do cidadão. O

autor afirma que isso é o que a tecnologia pode fazer, mas que o alcance disso é

difícil na esfera governamental e política.

É nesse sentido que a comunicação pública se torna importante para uma

boa governança. Kissler e Heidemann (2006) argumentam que a comunicação

constitui um dos elementos que dissolvem a hierarquia típica das relações entre

Estado e sociedade, pois supõe que o compartilhamento de informações tem

potencial de gerar confiança e, assim, os autores acreditam que a comunicação é

fator essencial definidor das novas relações entre sociedade e governo, propiciadas

pelos novos modelos de governança.

A comunicação pública adquiriu um sentido mais amplo do que dar

informação ou atender interesses da organização pública e de seus gestores, ou

ainda do que um viés de massificação historicamente adotado pelo setor público. O

foco da comunicação pública passa pela adoção de práticas mais democráticas e

direcionadas ao atendimento dos interesses do conjunto da sociedade,

possibilitando ao cidadão: (i) ter pleno conhecimento da informação que lhe diz

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respeito; (ii) expressar suas posições com a certeza de que será ouvido com

interesse; e (iii) ter a perspectiva de participar ativamente do processo de

comunicação (GERZSON; MÜLLER, 2009).

O principal objetivo da comunicação pública, na prática da governança, é

promover e viabilizar o relacionamento mais interativo entre governantes e

governados a partir de uma comunicação centrada no cidadão por meio da garantia

do direito à informação e à expressão e ainda direito ao diálogo, do respeito às suas

características e necessidades e do estímulo à participação ativa, racional e

corresponsável, voltada mais para a promoção da cidadania e da participação e

menos para a divulgação institucional (NOVELLI, 2006; DUARTE, 2007).

Um fator que destaca a importância dos entes governamentais

disponibilizarem um portal eletrônico na Internet é a previsão contida na Lei

Complementar 131/2009 – conhecida como Lei da Transparência – que alterou a Lei

de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar 101/2000, acrescentando no inciso II

do parágrafo único do art. 48, a necessidade de “liberação ao pleno conhecimento e

acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas

sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso

público”.

Em pesquisa sobre o Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros de 2014,

o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou o número de

municípios que a prefeitura possui página na internet, conforme a Tabela 1.

Tabela 1 – Municípios com página na internet da prefeitura

Municípios

Total

Com página na Internet da prefeitura

Total Situação da página

Ativa Em manutenção ou reestruturação

Brasil 5.570 4.943 4.670 273

Até 5.000 hab. 1.243 1.073 1.025 48

De 5.001 a 10.000 hab. 1.216 1.044 981 63

De 10.001 a 20.000 hab. 1.383 1.209 1.131 78

De 20.001 a 50.000 hab. 1.080 981 921 60

De 50.001 a 100.000 hab. 348 338 319 19

De 100.001 a 500.000 hab. 261 259 254 5

Mais de 500.000 hab. 39 39 39 -

Fonte: Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros de 2014 (IBGE, 2015).

Os dados constantes na Tabela 1 demonstram que, no Brasil, 89% das

prefeituras dos municípios possuem páginas na internet. Mostra ainda que, quanto

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maior o número de habitantes no município, maior a relação das prefeituras que

possuem página na internet: na categoria de municípios com mais de 500.000

habitantes, todas as prefeituras possuem páginas, enquanto que nos municípios de

10.000 habitantes ou menos apenas 86% das prefeituras possuem página na

internet.

Silva (2009) destaca que possuir e manter uma página na Internet traz

inovações estruturais na comunicação praticada pelo Estado, em especial quanto ao

trato dado à informação. Por outro lado, Haswani (2013) alerta que mesmo um portal

de governo perfeito se não atualizado, se omitir informações, não retornar as

mensagens deixadas nos canais disponibilizados não terá efeito na comunicação,

ainda que a tecnologia esteja presente e avançada.

Um segundo fator que destaca a importância da comunicação por

intermédio da Internet, em especial dos portais governamentais, é o volume de

pesquisas dedicadas a verificar em que medida os portais eletrônicos dos governos

tem sido utilizados para aumentar a transparência do governo (PINHO, 2008;

SANTANA JUNIOR, 2008; AKUTSU, 2009; PAIVA; ZUCCOLOTTO, 2012; CAMPOS;

PAIVA; GOMES, 2013; JACQUES; QUINTANA; MACAGNAN, 2013; BARROS;

FONSECA, 2015).

1.4 ADERÊNCIA À LINHA DE PESQUISA DO PROGRAMA

O programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública

do Campus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR

possui duas linhas de pesquisa: (i) Planejamento e Políticas Públicas e (ii)

Governança Pública e Desenvolvimento.

A primeira linha de pesquisa discute os processos das políticas públicas,

com enfoque para o seu planejamento e definições para implementação, e “almeja

desenvolver métodos, técnicas e estudos para o aprimoramento da prática e da

teoria sobre a intervenção do Estado visando o desenvolvimento sustentável do

território” (PGP, 2016a).

A segunda linha de pesquisa “faz a interface entre o processo de

planejamento e definições para implementação, com a execução e

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acompanhamento a partir dos princípios da governança” (PGP, 2016b) e trabalha

temas relacionados ao Estado, Governo, Sociedade e administração pública.

O presente estudo vincula-se à primeira linha de pesquisa, que trata das

políticas públicas. A comunicação pública permeia – ou deveria permear – todos os

processos das políticas públicas para que o Estado, ao intervir na realidade, o

fizesse de modo que a população tivesse antes tomado ciência, discutido,

influenciado e acompanhado as propostas de ação estatais.

A pesquisa dialoga ainda com a segunda linha de pesquisa do Programa,

que trata da governança pública, na medida em que busca investigar, a partir dos

princípios de governança pública, como ocorre a comunicação entre os governos

municipais e a sociedade.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Governança pública e comunicação pública são os pilares que

fundamentam o recorte teórico da presente pesquisa. O objetivo do estudo desses

dois temas é subsidiar o desenvolvimento da pesquisa e proporcionar elementos

necessários para análise e interpretação dos resultados alcançados.

Para tanto, inicialmente se busca fundamentar teoricamente o tema

governança, a partir da abordagem da governança corporativa até alcançar a

governança pública. O tópico da governança pública traz um item específico dos

princípios da governança pública.

Cabe ressaltar que governança é um termo empregado em diferentes

áreas de conhecimento e diferentes cenários, adaptando-se a distintas abordagens

em diferentes setores sociais, a partir da perspectiva de análise escolhida. Isso faz

com que apresentar um conceito universal se torne tarefa árdua, pois, conforme

afirma Secchi (2009, p. 357), “a definição de governança não é livre de

contestações”.

O segundo tema tratado, comunicação pública, foi dividido em três

seções. A primeira seção aborda o quadro teórico sobre comunicação pública no

Brasil utilizado neste estudo. Segue uma seção que diferencia dado, informação e

comunicação, além de relacionamento, participação e compartilhamento. A terceira

seção trata do conceito e dimensões de atuação da comunicação pública.

Por fim, uma seção específica procura correlacionar a comunicação

pública, a governança local e a utilização da Internet.

2.1 GOVERNANÇA

2.1.1 Governança corporativa

A globalização trouxe para as empresas privadas, a partir da segunda

metade do século XX, um cenário competitivo e complexo no qual, para a

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prosperidade do negócio, se exigia uma reconfiguração e aperfeiçoamento dos

padrões de gestão das empresas. A resposta das empresas se deu mediante uma

nova forma de gestão das relações interna e externas, denominada governança

corporativa (SLOMSKI et al., 2008).

Na década de 1980, a governança corporativa ganhou destaque em

virtude das cobranças por maior transparência a que as companhias americanas

foram submetidas pelos fundos de pensão norte americanos, que desejavam limitar

os abusos dos controladores (SOUZA, 2005).

No Reino Unido, o cenário não era diferente e em 1991 foi criada, pelo

Banco da Inglaterra em conjunto com outras entidades, a Comissão Cadbury –

Cadbury Committee para reger os aspectos financeiros da governança corporativa

do setor privado. Sua missão consistiu em elaborar um Código de Melhores Práticas

de Governança Corporativa. Cerca de um ano após sua criação, a Comissão

divulgou um relatório, denominado Relatório Cadbury, de grande destaque na época

sendo considerado o primeiro Código de Melhores Práticas de Governança

Corporativa (BORGES; SERRÃO, 2005; ANDRADE; ROSSETI, 2009).

Em 2001, após a divulgação de fraudes contábeis que levaram a

escândalos financeiros de ordem global, a partir do setor energético americano, a

adoção da governança corporativa se torna imprescindível (BORGES; SERRÃO,

2005; ANDRADE; ROSSETTI, 2009).

No Brasil, o mercado de capitais começou a ser regulado em 1976, com a

criação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM e também com a Lei das

Sociedades por Ações. Contudo, é a partir da década de 1990 que a governança

corporativa ganha importância no país em virtude de fraudes nos registros e padrões

contábeis descobertas pelo Banco Central, que demandaram melhorias nos níveis

de governança por parte das empresas (BORGES; SERRÃO, 2005; SLOMSKI et al.,

2008).

Em 1995, foi fundado o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa –

IBGC como referência para o desenvolvimento das melhores práticas de governança

corporativa. Em 1999, foi lançado o Código de Melhores Práticas de Governança

Corporativa, que atualmente está em sua quarta edição, lançada em 2009 (IBGC,

2009).

Os principais eventos históricos relacionados à governança corporativa de

1991 a 2013 ocorridos no Brasil e no mundo estão dispostos no Quadro 1.

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1991-1995

No mundo 1992. Publicação do Relatório Cadbury, considerado o primeiro código de boas práticas de governança corporativa. O documento surgiu como resposta aos escândalos no mercado corporativo e financeiro da Inglaterra no final dos anos 1980. O relatório influenciou as publicações dos futuros códigos de diversos países.

1994. Pesquisa realizada pelo California Public Employees Retirement System divulga que mais da metade das 300 maiores companhias dos Estados Unidos tinha desenvolvido manuais próprios de recomendações de governança corporativa.

1999. Edição dos Principles of corporate governance pela OCDE.

No Brasil 1995. Fundado o Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração – IBCA, atual IBGC.

1996-2000

No mundo 1997. Na Alemanha, ocorre a criação do Novo Mercado da Bolsa de Frankfurt. A Federação Japonesa das Organizações Econômicas lança relatório com recomendações sobre governança corporativa. Crise financeira asiática atribuída às más práticas de governança corporativa (ações de empresas asiáticas despencam).

1998. É publicado o Combined Code, que objetivava revisar o Relatório Cadbury e readequar sua aplicabilidade. A OCDE estabelece o Business Sector Advisory Group on Corporate Governance.

2000. O Banco Mundial e a McKinsey publicam estudo provando que investidores pagariam de 18% a 28% a mais por empresas com boas práticas de governança corporativa.

No Brasil 1997. Aprovada a Lei 9.457 referente à reforma da Lei das Sociedades Anônimas.

1998. É criado o primeiro fundo voltado para a governança (Dynamo Puma), no programa de Valor e Liquidez do BNDESPar.

1999. O IBCA passa a se denominar IBGC e publica o primeiro código brasileiro sobre governança, “Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa”. A CVM lança a Instrução 299, sobre ofertas públicas e rodízio de auditorias.

2000. Bovespa lança indexadores de Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado para ranquear empresas de acordo com as práticas de governança corporativa.

2001-2009

No mundo 2001. É divulgada a fraude contábil da Enron, um dos maiores escândalos financeiros da história. O código produzido pela OCDE é revisado e incorpora resultados de debates internacionais.

2002. É aprovada no congresso americano a Lei Sarbanes-Oxley. A Securities and Exchange Commission (SEC) edita normas complementares e a Bolsa de Valores de Nova York aprova novos requisitos de governança corporativa como condição para listagem de empresas.

2003. É divulgado o "furo" de US$ 11 bilhões nos registros contábeis da Parmalat, considerado um dos maiores escândalos financeiros da Europa. A Nasdaq anuncia normas semelhantes à Bolsa de Nova York.

2004. A OCDE cria o "Círculo de Companhias", após mesa redonda latino-americana para debates sobre práticas de governança corporativa.

2005. A OCDE lança documento contendo diretrizes de boa governança para empresas de controle estatal.

2006. Mais um problema de governança corporativa é anunciado no mercado norte-americano. O escândalo, conhecido como options backdating, causa a demissão de mais de 50 CEOs e conselheiros (mais de 130 empresas são acusadas de manipular as datas de concessão dos planos de opções de ações dos seus executivos, visando aumentar seus ganhos pessoais). 2.ª revisão do Combined Code.

2008. Estouro da bolha imobiliária acarreta uma crise financeira mundial, revelando falhas de governança corporativa em diversas instituições financeiras, e expõe problemas de gestão de riscos e o papel dos conselhos de administração.

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No Brasil 2001. A Bovespa cria o Índice de Governança Corporativa – IGC, cujo objetivo é medir o desempenho de carteiras compostas por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança. A Lei das Sociedades Anônimas é reformada, sendo promulgada a Lei 10.303/2001, apresentando avanços em relação ao projeto inicial.

2002. A CVM lança uma cartilha nomeada “Recomendações da CVM sobre Governança Corporativa”.

2004. O IBGC lança a 3ª terceira versão do “Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa”, abordando de forma didática e detalhada o papel dos diferentes públicos-alvo da governança.

2006. Bovespa amplia regras para os níveis diferenciados de listagem.

2010-2015

No mundo 2011. Caso Steve Jobs na Apple: ocorre maior atenção e debates sobre sucessão nas organizações.

No Brasil 2011. Sancionada a Lei nº 12.527 – Lei de Acesso à Informação, importante instrumento de ampliação da transparência e do controle social. A fraude bilionária no Banco Panamericano vem a público. Início das discussões sobre o projeto de Lei 6.826/2010, que responsabiliza as empresas por crimes de corrupção.

2012. Caso Cosan e minoritários da Petrobras: repercussão sobre temas da Governança.

2013. Caso das empresas de Eike Batista (Grupo “X”). 2013 Sanção da Lei 12.846/13, chamada Lei Anticorrupção que trata da responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

2014 Início da primeira fase ostensiva da Operação Lava Jato.

2015 É regulamentada, por meio do Decreto 8.420/15, a Lei Anticorrupção.

Quadro 1 – Linha do tempo da governança no Brasil e no mundo 1991-2015 Fonte: PISA (2014, p. 107-108), atualizada pelo autor.

É no contexto apresentado no Quadro 1 que a governança corporativa

floresce e ganha força, contudo, as teorias que dão suporte à governança

corporativa são anteriores a esse contexto.

Autores como Saito e Silveira (2008) e Borges e Serrão (2005) atribuem o

inicio dos estudos de governança corporativa à obra The modern corporation and

private property dos autores Berle e Means (1932), pois nessa obra foi discutida de

forma pioneira a problemática da separação entre propriedade e controle.

Seguiram a essa obra outros estudos, com destaque para a obra de

Coase (1937), que elaborou a Teoria da Firma e, posteriormente, Jensen e Meckling

(1976), que elaboraram a Teoria da Agência. Saito e Silveira (2008) consideram

essa última obra seminal na área de governança corporativa, pois a partir dela novas

modelagens teóricas e diversos trabalhos empíricos foram formulados. Para esses

autores, da obra de Jensen e Meckling (1976) pode-se extrair três contribuições

principais:

i) a criação de uma teoria de estrutura de propriedade das companhias baseada nos inevitáveis conflitos de interesse individuais e com predições testáveis empiricamente;

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ii) a definição de um novo conceito de custos de agência, mostrando sua relação com a separação entre propriedade e controle presente nas empresas; e iii) a elaboração de uma nova definição da firma, descrevendo-a como uma mera ficção legal que serve como um ponto de ligação (nexus) para um conjunto de relacionamentos contratuais entre os indivíduos. (SAITO; SILVEIRA, 2008, p. 79).

A relação de agência proposta por Jensen e Meckling (1976) define-se

por um contrato no qual o principal – uma ou mais pessoas, proprietários e

acionistas – contrata um agente – uma ou mais pessoas, executivos – para

desempenhar um determinado serviço em nome do principal, a partir da delegação

de algum poder de decisão ao agente. A teoria trata dos custos de transação que

podem inferir negativamente no negócio em face de possíveis conflitos entre o

principal e o agente, já que na relação as partes envolvidas tendem a perseguir seus

próprios interesses. Três fatos contribuem para possíveis conflitos: (i) decisões

tomadas pelo agente afetam o bem-estar do principal; (ii) diversos comportamentos

são possíveis de serem assumidos pelo agente; e (iii) o principal dificilmente

consegue observar as ações do agente, gerando assimetria informacional entre

ambos.

A governança corporativa é entendida, então, por Jensen e Meckling

(1976) como um conjunto de mecanismos para reduzir os custos de transação e a

assimetria informacional entre agente e principal.

O entendimento da Teoria da Agência é importante na compreensão da

importância da governança tanto no âmbito privado quanto no público. Nos dois

ambientes, estabelecem-se relações entre uma figura principal e um agente e

passam a existir razões para acreditar que o agente nem sempre tomará as

decisões de acordo com os melhores interesses do principal. A governança cumpre

o papel de minimizar esses riscos.

O conceito de governança corporativa presente no trabalho de Jensen e

Meckling (1976) e no Relatório Cadbury (CADBURY, 1992) é a base sob as quais

outros autores constroem o seu conceito de governança corporativa.

No trabalho de Jensen e Meckling (1976 apud SAITO; SILVEIRA, 2008, p.

80), a governança corporativa pode ser vista como “um conjunto de mecanismos

internos e externos, de incentivo e controle, que visam minimizar os custos

decorrentes do problema da agência”. Já no Relatório Cadbury (CADBURY, 1992, p.

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14), a “governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e

controladas”.

Slomski et al. (2008, p. 8) definem governança corporativa como um

“sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, em que, através de

mecanismos específicos, gestores e proprietários procuram assegurar o bom

desempenho da empresa para aumento de sua riqueza”.

Em virtude da importância que a governança corporativa ganhou no

mercado, importantes instituições emitiram documentos nos quais buscaram

conceituar o termo, conforme o Quadro 2 aborda:

Ano Instituição Definição de governança corporativa

2001 IFAC Governança diz respeito às estruturas e processos de tomada de decisão, responsabilidade, controle e conduta no topo das organizações.

2002 ANAO – Barret

Governança engloba como uma organização é gerenciada, as suas estruturas corporativas, a sua cultura, as suas políticas e estratégias, e as maneiras pelas quais ela lida com seus diversos stakeholders.

2002 CVM Governança corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital.

2004 OCDE Relações entre a administração da sociedade, seu conselho, acionistas e outras partes interessadas. A governança corporativa proporciona a estrutura que possibilitará o estabelecimento dos objetivos da sociedade, bem como os meios de cumpri-los e supervisionar o desempenho da sociedade.

2009 IBGC Governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle.

Quadro 2 – Definições de governança corporativa por entidades Fonte: Elaborado pelo autor.

Outros autores e instituições poderiam ser colocados, mas não trariam

conceitos diferentes de governança corporativa além de diferenças semânticas.

Tanto é que Andrade e Rossetti (2009) observam que na maioria das definições

existem semelhanças – expressões-chave – que versam sobre: direitos das partes

interessadas; ii) sistema de relações; iii) sistema de governo e estrutura de poder; e

iv) sistemas normativos.

A base de funcionamento da governança corporativa repousa sobre

princípios que devem reger o relacionamento entre as partes e a gestão da

organização. Slomski et al. (2008) identificam esses princípios: transparência

(disclosure), senso de justiça (fairness), prestação de contas (accountability),

cumprimento das leis (compliance) e ética (ethics).

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Assim como o conceito de governança corporativa, cada princípio guarda

inúmeras definições, que serão abordadas ao se tratar da governança pública.

Importa afirmar que, conforme a OCDE (2004), os princípios servem como pontos de

referência para que os entes desenvolvam suas próprias práticas.

Frente ao exposto, pode-se entender a governança corporativa como um

sistema de relações entre as partes envolvidas em uma empresa, por meio do qual a

empresa é dirigida e controlada, tendo por base princípios como transparência,

senso de justiça, prestação de contas, cumprimento das leis e ética, que tem por

objetivo reduzir os custos de transação do problema da agência e por meio do qual

se procura melhorar a gestão e aumentar o valor da empresa.

2.1.2 Governança pública

A governança pública se desenvolveu a partir da governança corporativa,

conforme afirmado anteriormente, tendo por base inicial a tentativa por parte de

entidades nacionais e internacionais de adaptação dos princípios de governança

corporativa à esfera pública. Em 1995, o Instituto Britânico de Finanças e

Contabilidade Pública – CIFPA desenvolveu a primeira estrutura de governança

corporativa para o setor público, tendo por base o já citado Relatório Cadbury

(SLOMSKI et al., 2008).

Em 2001, a Federação Internacional de Contadores (International

Federation of Accountants – IFAC) publicou o Estudo 13 de seu Comitê do Setor

Público, que tratou das formas de governança na gestão pública, com foco na

responsabilidade do grupo governante.

Dois anos após, o Gabinete de Auditoria Nacional da Austrália (Australian

National Audit Office – ANAO) publicou o seu guia de melhores práticas para a

governança no setor público.

O avanço da discussão da governança pública se deu devido às

condições insatisfatórias dos modelos adotados pelas administrações públicas até

então, que, com pouca abertura de espaço para atendimento às questões sociais e

restrição da participação do cidadão nos processos decisórios, privilegiavam a

eficiência e qualidade da gestão, conforme Kissler e Heidemann (2006).

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No Brasil, em 2014, o TCU lançou a publicação “Governança Pública:

referencial básico de governança aplicável a órgãos e entidades da administração

pública e ações indutoras de melhoria”, que buscou reunir e organizar boas práticas

de governança pública, visando ao incremento do desempenho de órgãos e

entidades públicas.

Autores como Gruening (2001) e Barzelay (2000) citam a Teoria da

Agência e a Teoria da Escolha Pública como teorias fundamentais para a

governança na gestão pública.

Conforme citado quando se tratou da governança corporativa, a teoria da

agência tenta capturar o relacionamento estabelecido quando uma parte (o principal)

delega trabalho para a outra parte (o agente), que executa esse trabalho, por meio

da ideia de um contrato (SLOMSKI et al., 2008).

A transposição da teoria da agência para o setor público pode ser feita

mediante o entendimento do cidadão eleitor como principal que, pelo voto, nomeia o

agente (governante) para gerir o serviço público, financiado por pagamentos de

impostos do principal (VIANA, 2010).

Outra forma de transpor a teoria da agência para o serviço público é

entender o principal como os cidadãos contribuintes e os gestores públicos, eleitos

ou não, como agentes. Esse é o entendimento de Andrade e Rossetti (2009), que

está contido na Figura 2.

Figura 2 – Transposição do conflito de agência no processo de governança do Estado Fonte: Andrade; Rossetti (2009, p. 553).

OS CONTRIBUINTES - Agentes principais, outorgantes. - Focados em: (i) máximo retorno dos tributos pagos; (ii) “dividendos sociais” proporcionados por bens e serviços públicos

OS GESTORES PÚBLICOS - Agentes executores, outorgados. - Focados em: (i) domínio da gestão pública; (ii) decisões alocativas eficazes; (iii) bem-estar coletivo

RELAÇÃO DE AGÊNCIA - Decisões que maximizam o interesse dos contribuintes. - Decisões que maximizam o interesse dos gestores.

- Recursos para produção de bens e serviços públicos. - Remunerações pelos serviços de gestão.

- Serviços de gestão. - Prestação responsável de contas.

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Slomski et al. (2008) reforçam o entendimento da relação de agência

entre cidadão e gestor público a partir da presença de três condições básicas: i)

vários comportamentos são possíveis de serem adotados pelo agente (gestor

público); ii) o bem-estar das duas partes é afetado pela ação do agente (gestor

público); e iii) o principal (cidadão) dificilmente consegue observar as ações do

agente (gestor público), existindo assimetria informacional. Diante da assimetria

informacional existente entre agente e principal, importa atentar se o agente (gestor

público) decide corretamente para o interesse do principal (cidadão).

A expectativa do cidadão é que os gestores públicos cuidem da alocação

dos recursos arrecadados por meio de tributos, gerando o máximo de retorno social

e de serviços para a população (ANDRADE; ROSSETTI, 2009). Contudo, os

interesses das partes podem entrar em conflito, conforme o Quadro 3 demonstra:

Interesse dos contribuintes: os outorgantes

- Serviços públicos de excelência: (i) qualidade; e (ii) produtividade; - máxima relação investimentos/custeio; - eficácia na alocação de recursos; - gestão eficiente: baixos custos de transação; - corrupção zero: conformidade absoluta; - transparência, integridade das contas e auditoria rigorosa e independente; - carga tributária: (i) sob limites e controle; e (ii) compatível com benefícios sociais efetivamente gerados e percebidos.

Interesse dos gestores: os outorgados

- garantia aos servidores públicos: (i) serviços não avaliados; (ii) ausência de avaliações de desempenho dos servidores; e (iii) permanência no emprego: inamovibilidade; - elevação dos próprios benefícios: aumento dos dispêndios de custeio; - alocações clientelistas de recursos; - gigantismo e burocracia: altos custos de transação. - corrupção endêmica: práticas condenáveis recorrentes; - auditoria “sob controle”: nomeação interna dos juízes dos Tribunais de Contas, comprometendo independência; - carga tributária: (i) permanentemente pressionada para cima; (ii) insensibilidade à relação benefícios/custos.

Quadro 3 – Interesses em conflito de contribuintes e de gestores do Estado Fonte: Andrade, Rossetti (2009, p. 554).

No caso do entendimento de que o agente é o governante eleito, o

conflito de interesses com o principal, cidadão eleitores, ocorre quando os

governantes atuam em benefício próprio, seja para se manter no poder ou mesmo

para maximização de seus benefícios econômicos (VIANA, 2010).

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Qualquer que seja o entendimento quanto ao agente – governante eleito

ou gestores públicos eleitos ou não – uma forte estrutura de governança pública

objetiva reduzir os custos de transação oriundos da relação de agência entre

cidadãos e agentes.

A segunda teoria importante para a governança pública é a Teoria da

Escolha Pública.

Tendo surgido nos anos 1950, a Teoria da Escolha Pública descreve

como os governos tomam as decisões, sobre temas complexos como impostos,

despesas, regulamentação e outras políticas (SLOMSKI et al., 2008).

A Teoria da Escolha Pública é constituída por três fundamentos: o

individualismo metodológico; o homo economicus como postulado do

comportamento individual; e a economia como a ciência de trocas, conforme

descrito no Quadro 4:

Fundamentos Pressuposto

Individualismo metodológico

Pressupõe que a unidade base de análise é o indivíduo, e que ele é o sujeito de ações individuais ou coletivas, bem como possui preferências, valores e motivações (PEREIRA, 1997).

Homo economicus como postulado do comportamento individual

Pressupõe que o homem se comporta como um indivíduo egoísta, racional e maximizador. É pressupor que os indivíduos são modelados para comportar-se de maneira a maximizar suas utilidades subjetivas diante das restrições que enfrentam (BUCHANAN, 1983).

Economia como ciência de trocas

Ao visualizar a política como um mercado em que se vai trocar uma coisa por outra, na busca de satisfação de interesses pessoais, a política se converte, então, em um mecanismo para alcançar objetivos pessoais. Logo, a diferença entre o mercado e a política não reside no tipo de interesses que os indivíduos buscam alcançar, mas nas condições sob as quais os indivíduos as buscam (PARDO; PARRA, 1988).

Quadro 4 – Fundamentos da Teoria da Escolha Pública Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Costa et al. (2013).

Com base nesses três fundamentos, a Teoria da Escolha Pública busca

descrever como se comportam os indivíduos em papéis de escolha pública – como

votantes, candidatos, burocratas, cidadãos, representantes eleitos etc. – frente aos

resultados observáveis ou não. Trata-se de compreender as interações institucionais

do setor público e suas complexas decisões (SLOMSKI et al., 2008).

A escolha pública ocorre quando as alternativas possíveis afetam não

somente o tomador de decisão, mas também outros indivíduos. Os resultados desta

escolha pública são frutos das estruturas institucionais nas quais os atores buscam

atingir seus interesses (COSTA et al., 2013).

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O estudo dessa teoria se torna importante para a questão da governança

com base no fato de que os políticos tem a preocupação primeira em ganhar as

eleições, ou seja, são maximizadores de votos (SLOMSKI et al., 2008).

A Teoria da Escolha Pública, em conjunto com a Teoria da Agência, dá

conta de entender as interações institucionais no contexto público e reforça a

necessidade uma forte estrutura de governança.

No decorrer deste estudo, já foi apresentado o conceito de governança

pública de Oliveira e Pisa (2015). Convém retomar a discussão do conceito de

governança pública, de forma a alcançar uma delimitação do termo que atenda aos

objetivos desse estudo. Dessa forma, no Quadro 5, apresentam-se diversas

conceituações propostas por autores da área de governança pública.

Autor Definição de governança pública

Dorset e Baker (1979 apud SLOMSKI et al., 2008)

A maneira como o poder é exercido em um país na administração dos recursos econômicos e sociais para o seu desenvolvimento.

Diniz (1996) Capacidade do governo de atuar na implantação das políticas e no cumprimento das metas coletivas, inclusos mecanismos e procedimentos para lidar com a dimensão participativa da sociedade.

Bresser-Pereira (1998)

Capacidade financeira e administrativa, em sentido amplo, de um governo implementar políticas.

Bresser-Pereira (2001)

Um processo dinâmico por meio do qual ocorre o desenvolvimento político e através deste desenvolvimento o Estado, a sociedade civil e o governo organizam e gerem a vida pública.

Löffer (2001 apud KISSLER; HEIDEMANN, 2006, p. 482).

“uma nova geração de reformas administrativas e de Estado, que têm como objeto a ação conjunta, levada a efeito de forma eficaz, transparente e compartilhada, pelo Estado, pelas empresas e pela sociedade civil, visando uma solução inovadora dos problemas sociais e criando possibilidades e chances de um desenvolvimento futuro sustentável para todos os participantes.”

Gonçalves (2005, p. 14)

“Ação conjunta de Estado e sociedade na busca de soluções e resultados para problemas comuns.”

Slomski et al. (2008) Trata da aquisição e distribuição de poder na sociedade, guardando a legitimidade e legalidade, além de uma questão de aumento de efetividade e eficiência.

Secchi (2009, p. 358)

“Um conjunto adequado de práticas democráticas e de gestão que ajudam os países a melhorar suas condições de desenvolvimento econômico e social.”

Matias-Pereira (2010, p. 113).

“Sistema que determina o equilíbrio de poder entre todos os envolvidos numa organização – governantes, gestores, servidores, cidadãos.”

Knopp (2011, p. 58) “Conjunto de mecanismos, processos, estruturas e instituições por meio dos quais diversos grupos de interesses se articulam, negociam, exercem influência e poder.”

Quadro 5 – Conceitos de governança pública propostos por autores da área Fonte: Elaborado pelo autor a partir de consulta às obras e autores citados.

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Assim como os autores citados, instituições internacionais e nacionais

como a OCDE, Banco Mundial, IFAC e TCU também se dedicaram a abordar o

conceito de governança pública, conforme o Quadro 6:

Instituição Definição de governança pública

OCDE Trata da distribuição de autoridade no governo como um todo e trata ainda de como as pessoas que detém esta autoridade são responsabilizadas (KONDO et al., 2002).

IFAC (2013) Estrutura de ordem administrativa, política, econômica, social, ambiental e legal, que busca garantir que os interesses almejados pelas partes envolvidas sejam alcançados.

TCU (2014, p. 9-10)

“Conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade.”

Banco Mundial (2015)

O conjunto das tradições e instituições pelas quais a autoridade de um país é exercida; processo pelo qual os governos são selecionados, monitorados e substituídos; capacidade do governo de formular e implementar políticas sólidas de forma eficaz; respeito dos cidadãos e do Estado pelas instituições que governam as interações econômicas e sociais entre eles.

Quadro 6 – Conceitos de governança pública propostos por instituições Fonte: Elaborado pelo autor a partir de consulta ás obras e autores citados.

Diante do exposto pelos autores e instituições citados, pode-se inferir que

a governança pública se baseia em três ideias centrais: (i) capacidade do Estado de

execução de políticas públicas; (ii) reformulação das relações entre Estado e demais

atores sociais; (iii) reformas na estrutura e gestão dos governos para considerar as

interações entre o Estado e os diversos atores sociais.

É possível, assim, delinear o termo para os objetivos deste estudo como

sendo: a governança pública é um modelo de gestão pública que visa aumentar a

capacidade do Estado de execução de políticas públicas mediante: (i) a

reformulação das relações entre Estado e demais atores sociais e (ii) reformas na

estrutura e gestão dos governos.

A governança pública, como um modelo de gestão pública, difere de

outros modelos como o burocrático, no qual existe hierarquização em todos os

níveis e a busca por um tipo ideal de organização e a Nova Administração Pública,

cujo objetivo maior era a adaptação e a transferência dos conhecimentos gerenciais

do setor privado para o público (MATIAS-PEREIRA, 2010)1, em uma série de

características, conforme aponta o Quadro 7:

1 Embora se reconheça a importância, não é foco dessa pesquisa detalhar os modelos de gestão

pública burocrática e nova administração pública. Para saber mais, ver Medeiros (2006), entre outros.

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Característica / modelo

Burocrático NAP Governança

Orientação Legalista (normas e regras)

Serviços Cidadania ativa e participação

Objetivo Gestão orientada para o cumprimento das regras e leis

Gestão orientada para a competitividade

Gestão orientada para a qualidade de vida da sociedade

Perspectiva Muito associada ao tradicional governo

Associada à eficácia e desempenho do setor público (com incorporação dos privados)

Associada às expectativas da sociedade civil

Regulação Com fortes hierarquias

Com ênfase no papel dos mercados

Através de redes

Lógica Jurídica Econômica Sociedade (Política)

Tipificação Administração legalista

Administração de serviços Administração estratégica

Quadro 7 – Modelos de gestão pública e suas características Fonte: CHAMUSCA, 2013, p. 41.

De acordo com o conceito proposto, a governança pública trata de

reformas na estrutura e gestão de governos, sendo possível relacionar a

Governança do Estado com sua estrutura por meio de suas dimensões e funções

em dois eixos, conforme se pode observar na Figura 3:

Figura 3 – Quadrantes resultantes da relação entre governança e dimensões do Estado Fonte: Andrade e Rossetti (2009).

Altos “custos de

agência”:

enfraquecimento

do Estado

GOVERNANÇA

DO ESTADO

Essenciais Expandidas

DIMENSÕES E

FUNÇÕES DO

ESTADO

Quadrante 1 - transparência e instituições sólidas. - baixa participação do Estado no PNB. - foco em bens públicos essenciais. - alocação de recursos públicos estrategicamente definida. - alta conformidade exigida do setor privado. - altos níveis de atratividade e competitividade nacionais. Bons fundamentos para crescimento sustentável.

Quadrante 2 - instituições sólidas. - transparência e accountability. - alta participação do Estado no PNB. - foco: social welfare. - eficaz canalização de recursos públicos. - fundamentos econômicos sólidos. - desenvolvimento socioeconômico includente.

Quadrante 3 - instabilidade institucional. - baixa participação do Estado no PNB. - ineficaz alocação de recursos públicos. - ocorrência de gargalos infraestruturais. - fragilidades e vulnerabilidades, internas e externas. - crescimento insustentável. - baixos padrões do desenvolvimento

Quadrante 4 - instituições frágeis: inconformidades. - alta participação do Estado no PNB. - ineficaz alocação de recursos públicos. - crescimento econômico sacrificado. - burocracia do Estado alta e contestada. - reações e insatisfações crescentes com a exação fiscal. - reforma do Estado: mudança irrecusável

Boas práticas:

Estado forte

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Em um eixo da figura, uma boa governança pública está relacionada à

adoção de boas práticas de governança e, ao contrário, a não adoção de boas

práticas resulta em altos custos de agência. Em outro eixo da figura, pode-se

relacionar funções essenciais do estado oposto a funções expandidas do Estado. A

relação proposta resulta em quatro quadrantes nos quais os países podem ser

acomodados.

Definido o conceito de governança pública, existem pelo menos quatro

vieses de análises: quanto à abordagem, quanto ao nível, quanto à perspectiva e

quanto à prática.

As diferentes abordagens se referem às diferentes visões sobre a

governança pública, conforme destaca Matias-Pereira (2010, p. 114) e que consta

do Quadro 8:

Governança pública abordada enquanto Estado mínimo

Baseia-se na necessidade da redução dos déficits públicos. Refere-se a uma nova forma de intervenção pública e ao papel dos mercados na produção dos serviços públicos.

Governança pública abordada enquanto governança corporativa

Oriunda das teorias do management, a governança corporativa acentua a necessidade de eficácia, assim como a accountability na gestão dos bens públicos.

Governança pública abordada enquanto nova administração pública

A Nova Administração Pública – NAP prega a gestão e os novos mecanismos institucionais em economia, por meio da introdução de métodos de gestão do setor privado e do estabelecimento de medidas incitativas (incentives) no setor público.

Governança pública abordada como boa governança

Utilizada originalmente pelo Banco Mundial como referência a suas políticas de empréstimos, a boa governança é uma norma que supõe a eficácia dos serviços públicos, a privatização das empresas estatais, o rigor orçamentário e a descentralização administrativa nas décadas de 1980 e 1990, orientando a abertura de modelos mais transparentes, participativos e democráticos.

Governança pública abordada enquanto sistema sociocibernético

Baseia-se na complexidade, na dinâmica das redes e na diversidade dos atores. O mundo político seria marcado pelas coestratégias, a cogestão, a corregulação, assim como as parcerias público-privadas.

Governança pública abordada enquanto conjunto de redes auto-organizadas

Considera a multiplicidade de atores no sistema mundial para organizar redes integradas e horizontais para desenvolvimento de suas políticas e modelagem do ambiente desse sistema, sem que a coordenação tenha dependência do ente estatal.

Quadro 8 – Diferentes abordagens da governança pública Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Matias-Pereira (2010, p. 114).

Os níveis de governança pública referem-se ao lócus de aplicação da

governança e seus objetivos de aplicação. Foram identificados três níveis de

governança pública por Ballesteros (2012): (i) primeira ordem: refere-se à

administração dos problemas cotidianos e ações para sua superação. Pessoas e

organizações interagem na identificação de obstáculos e de oportunidades e

soluções para superá-los; (ii) segunda ordem: dirige o olhar para os arranjos

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institucionais, que moldam e orientam as decisões adotadas na governança de

primeira ordem. A interação se dá na construção de instituições, normas, leis,

regras, papéis e procedimentos que atendam às necessidades sociais e às diretrizes

estabelecidas para sua atuação; e (iii) terceira ordem: refere-se aos princípios e

valores normativos da governança pública, mediante interação entre todos os atores

sociais envolvidos em determinada ação, desde a formação e execução até a

avaliação.

Na prática, a governança pública pode ser entendida como um processo e

como estrutura. Ballesteros (2012) afirma que os dois modos de se entender a

governança não são excludentes, mas auxiliam tanto na observação e interpretação

dos processos e atores envolvidos quanto na análise da estrutura em que a

governança é posta em prática.

As perspectivas em que se observa a governança pública influem no foco

em que sua implementação ocorre. O TCU (2014) identificou quatro perspectivas de

observação, conforme demonstra a Figura 4, entre as quais existe uma relação de

interdependência e complementaridade.

Figura 4 – Perspectivas de observação da governança pública Fonte: TCU (2014, p. 22).

A primeira perspectiva é denominada “Sociedade e Estado” e se trata da

vertente política da governança pública. O foco dessa perspectiva recai sobre o

desenvolvimento nacional, as relações econômico-sociais, as estruturas que

garantem governabilidade de um Estado e o atendimento das demandas da

sociedade. Sob esse viés, os objetos de análise são (i) as estruturas democráticas;

(ii) os processos que selecionam, monitoram e substituem os governos; (iii) as

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formas de organização do Estado e como se distribui o poder e a autoridade entre

as instituições; (iv) conduta ética dos governantes eleitos; (v) instrumentos

institucionais de controle; e (vi) o respeito dos cidadãos às instituições que

governam a economia e o Estado (TCU, 2014).

A segunda perspectiva de observação é chamada de “Entes federativos,

esferas de poder e políticas públicas” e refere-se à vertente político-administrativa da

governança pública. O olhar da perspectiva recai sobre a formulação,

implementação e efetividade de políticas públicas e recai ainda sobre as redes

transorganizacionais. A análise da governança nessa perspectiva trata (i) da

coordenação de ações; (ii) do exercício do controle quando mais que uma

organização está envolvida; (iii) das estruturas de autoridade; (iv) da divisão de

poder e responsabilidade entre os atores partícipes; (v) da alocação de recursos; e

(vi) da capacidade do governo para mediante ação de distintos atores implementar

políticas públicas (TCU, 2014).

A terceira perspectiva, “Órgãos e Entidades”, é a vertente corporativa da

governança pública, cuja finalidade é a garantia de alinhamento das ações das

organizações com o interesse público. Nessa perspectiva, analisam-se: (i) conduta

ética; (ii) engajamento das partes interessadas; (iii) definição de resultados e

benefícios sustentáveis sob todos os aspectos; (iv) definição de intervenções para

otimizar resultados e (v) desenvolvimento de capacidades necessárias para tal; (vi)

gestão de risco e desempenho; e (vii) transparência e accountability (TCU, 2014).

A última perspectiva, “atividades intraorganizacionais”, trata do viés

interno da organização, o sistema pelo qual os recursos são dirigidos, controlados e

avaliados. A análise se dá sobre os processos decisórios, as estruturas específicas

de governança e as relações intraorganizacionais (TCU, 2014).

Nesse ponto do estudo, convém diferenciar governança e

governabilidade. Para Novelli (2006), a governança refere-se aos pré-requisitos

institucionais para otimização do desempenho administrativo, ou seja, refere-se a

instrumentos técnicos de gestão que garantam eficiência e, ao mesmo tempo,

democratização das políticas públicas. Por seu turno, a governabilidade alude à

capacidade de um governo na obtenção de apoio e articulação de alianças com a

finalidade de viabilizar a implementação de seu projeto de Estado.

Matias-Pereira (2010, p. 110) define governabilidade como o exercício do

poder em uma dada sociedade proporcionada por certas condições sistêmicas. Para

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43

o autor, “enquanto a governabilidade diz respeito às condições de exercício da

autoridade política, governança qualifica o modo de uso dessa autoridade”.

Para o Estado, a questão-chave não é de governabilidade, mas sim de

governança, conforme afirmam Andrade e Rossetti (2009), para quem

governabilidade é uma conquista circunstancial e efêmera do poder estabelecido,

enquanto a governança é uma conquista estrutural e duradoura da sociedade.

Para que se possa garantir a sustentação da governança na sociedade,

ela necessariamente deve estar alicerçada no conjunto de princípios e mecanismos

que definem uma boa governança e de que será tratado na próxima seção.

2.1.2.1 Princípios da governança pública

Os princípios da governança pública funcionam como suporte à

implantação da governança nas diversas estruturas e processos do Estado. Pode-se

afirmar que a governança é mais bem compreendida em termos dos princípios que

são considerados para descrever a boa governança (SLOMSKI et al., 2008;

EDWARDS, 2002).

Nesta pesquisa, a avaliação da comunicação da governança pública

pelos entes municipais se dará através dos princípios de governança pública, daí a

importância da definição de cada um dos princípios a serem utilizados.

Inúmeros autores e instituições se dedicaram a definir os princípios que

regem a governança pública. Neste estudo, utilizar-se-á fundamentalmente dos

princípios definidos por: (i) IFAC (2001): Transparência e Prestação de Contas; (ii)

Barret (2002): Transparência, Prestação de Contas e Integração; (iii) IBGC (2009):

Transparência, Equidade, Prestação de Contas e Responsabilidade Corporativa; (iv)

Matias-Pereira (2010): Transparência, Equidade, Prestação de Contas,

Cumprimento das Leis e Ética; e (v) TCU (2014): Legitimidade, Equidade,

Responsabilidade, Eficiência, Transparência e Prestação de Contas2.

2 Além dos princípios citados, IFAC (2001) cita “integridade”, Barret (2002) cita “liderança”,

“integridade” e “compromisso” e TCU (2014) cita “probidade”. Todos esses princípios se referem a características de âmbito pessoal que não é o foco deste estudo, logo não serão detalhados.

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A definição de cada um dos princípios de governança pública consta do

Quadro 9:

Princípios Definição

Transparência O TCU (2014, p. 50) define transparência como a “possibilidade de acesso a todas as informações relativas à organização púbica, sendo um dos requisitos de controle do Estado pela sociedade civil”.

Prestação de contas O princípio de prestação de contas – accountability é a obrigação de responder por uma responsabilidade atribuída. Trata-se de um processo pelo qual as entidades do setor público e os servidores e gestores que compõem seu quadro funcional assumem a responsabilidade por suas ações e decisões e se submetem ao controle externo (IFAC, 2001).

Integração Diz respeito a uma abordagem holística dos princípios e mecanismos de governança. O desafio da governança seria então não apenas definir e implementar vários elementos da boa governança, mas integrá-los à estratégia da instituição, de forma a atingir os resultados esperados pela sociedade, no caso do setor público (BARRET, 2002).

Equidade O princípio da equidade se estabelece pelo tratamento justo de todas as partes interessadas na governança, não se admitindo, assim, atitudes ou políticas discriminatórias (IBGC, 2009).

Responsabilidade O princípio da responsabilidade diz respeito à Instituição e a sociedade em longo prazo. A governança, por meio deste princípio deve zelar pela sustentabilidade das organizações, incorporando considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações (IBGC, 2009).

Cumprimento das leis O princípio de cumprimento das leis, assim, como normas, regulamentos e determinações, significa para Lodi (2000) estar em conformidade, ou seja, a Instituição se comportar conforme o previsto em suas normas.

Ética O princípio da ética na governança pública é efetivado por meio da gestão da ética pública que, para Matias-Pereira (2010), transita em um eixo definido e é constituída por (i) valores éticos, entendidos como a expectativa da sociedade em relação à conduta dos agentes públicos; (ii) normas de conduta, como desdobramento dos valores em linhas práticas; e (iii) administração, cujo objeto é zelar e garantir a efetividade dos valores e normas de conduta.

Legitimidade O princípio da legitimidade complementa o princípio do cumprimento de leis. Esse princípio trata não apenas da verificação se a lei foi cumprida, mas também se o interesse público e o bem comum foi atingido. É um princípio importante para o controle externo e social das instituições públicas, além de princípio jurídico fundamental do Estado Democrático de Direito (TCU, 2014).

Eficiência O princípio da eficiência na governança pública trata da melhor utilização possível dos recursos públicos pela instituição: “fazer o que é preciso ser feito com qualidade adequada ao menor custo possível” (TCU, 2014, p. 50).

Quadro 9 – Definições dos princípios de governança pública Fonte: Elaborado pelo autor a partir de consulta às obras e autores citados.

A aplicação dos princípios de governança pública nas Instituições

depende de mecanismos que cada governo ou instituição deve desenvolver a partir

de sua realidade (KONDO et al., 2002).

No Brasil, a legislação recente tem dado destaque para o princípio da

transparência: Lei da Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar 101/2000

(BRASIL, 2000); Lei da Transparência – Lei Complementar 131/2009 (BRASIL,

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2009) e Lei de Acesso à Informação – Lei 12.527/2011 (BRASIL, 2011). Essas leis

garantem que uma maior quantidade de informações estejam disponíveis ao

cidadão, em especial através da Internet.

O IBGC (2009) acentua que a aplicação do princípio da Transparência

advém do desejo de disponibilizar as informações aos públicos interessados e não

somente da obrigação prevista em leis ou regulamentos. Ressalta ainda que não

deve se ater às informações financeiras, mas também a outros aspectos que

envolvem a organização. O princípio da transparência, quando posto em prática,

resulta em confiança, tanto no ambiente interno quanto no relacionamento entre

órgãos e entidades com terceiros (TCU, 2014; IBGC, 2009).

A aplicação do princípio da prestação de contas requer identificar e

articular quem é responsável pelo que, perante quem, quando e quais resultados

são esperados (BARRET, 2002). Dos agentes de governança, espera-se que, de

forma voluntária, prestem contas de sua atuação e arquem com as consequências

dos seus atos e omissões (IBGC, 2009; TCU, 2014).

Ao tratar do princípio da equidade, o TCU (2014) enfatiza a necessidade

de garantia de condições ao acesso do exercício de direitos civis, saúde, educação,

moradia e segurança a toda a população. Esse princípio requer, segundo Matias-

Pereira (2010), que todos os grupos, mas em especial os mais vulneráveis, tenham

acesso ao Estado e oportunidade de manter e melhorar seu bem-estar.

A aplicação do princípio do cumprimento das leis na governança, para

Coimbra e Manzi (2010) envolve o fortalecimento do respeito a normas e políticas,

bem como a mitigação de riscos e a atribuição individual a cada funcionário ou

gestor de respeito às normas vigentes. Os autores entendem que esse princípio

preserva a imagem da Instituição e reduz a possibilidade de danos à reputação.

Em relação ao princípio da ética, a governança e a ética interagem de

forma contínua de forma que determinada instituição possa ter os melhores

princípios de ética e não ter boa governança, mas o contrário não pode existir, ou

seja, adotar boas práticas de governança implica também adotar princípios éticos

(MATIAS-PEREIRA, 2010).

Assim, os princípios da governança pública não podem ser tomados

isoladamente, visto que a aplicação de um princípio interage com outro princípio e

fortalece a governança como um todo.

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Dessa revisão teórica da governança pública quer se dar ênfase à

abertura que esse modelo de gestão pública propicia à participação da sociedade

nas políticas públicas. Nesse sentido, “o papel da comunicação pública no processo

de apoio às práticas da boa governança é decisivo para o sucesso da proposta”

(NOVELLI, 2006, p. 85). A comunicação pública será abordada na próxima seção.

2.2 COMUNICAÇÃO PÚBLICA

2.2.1 Quadro teórico sobre comunicação pública no Brasil

Em termos de publicações acadêmicas no Brasil, o tema comunicação

pública – para além de questões eleitorais e questões sobre comunicação de

movimentos populares – se fortalece e passa a construir um arcabouço conceitual a

partir dos anos 2000. Essa pesquisa tem como base conceitual cinco importantes

publicações.

A primeira delas data de 2004 e foi organizada por Maria José da Costa

Oliveira, com o título Comunicação pública. Trata-se de uma coletânea de 10 artigos

escritos por autores nacionais que tratam da comunicação pública e cidadania e

democracia. Na segunda parte da obra, intitulada “Comunicação Pública e Governo”

os autores se dedicam mais à comunicação pública feita pelo Estado propriamente

dito.

Heloiza Matos escreve sobre o tema discursos e imagens das instituições

militares no período pós-ditadura. Esse artigo se torna relevante, pois o referencial

teórico analisa os conceitos de comunicação pública e governamental, buscando

aplicá-los às instituições militares pesquisadas, considerando as especificidades

dessas organizações, de como elas se identificam e se comunicam com seus

públicos no contexto do regime democrático.

Ainda na segunda parte, Maurício Lara Camargos, publica um artigo

intitulado “O Comunicador Público entre o Mar e o Rochedo”, que trata do aumento

do tamanho e da importância da área de comunicação na esfera municipal, estadual

e federal, ponderando sobre a importância de que este aumento seja acompanhado

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47

da consciência do processo de fortalecimento da democracia e da cidadania que

envolve a comunicação pública.

A segunda obra relevante foi lançada em 2006 e trata-se de uma revista

científica. A revista Organicom teve uma edição dedicada somente a comunicação

pública e governamental. Foram 13 textos dedicados ao tema, dos quais se

destacam os produzidos pelos autores Mariângela Furlan Haswani, Heloiza Matos e

a entrevista de Gaudêncio Torquato. O artigo de Ana Lucia Coelho Romero Novelli

trata de como a comunicação pública tem um importante papel dentro da

governança pública.

No ano seguinte, 2007, Jorge Duarte organizou a obra de nome

Comunicação Pública: estado, mercado, sociedade e interesse público. Esse livro

discute a comunicação pública a partir de sua função de levar os assuntos de

interesse coletivo à esfera pública, sendo assim um instrumento de garantia da

cidadania. Autores como Ana Lúcia Novelli, Cicília Peruzzo, Elizabeth Brandão,

Heloíza Matos, Jorge Duarte e Luiz Martins da Silva escreveram artigos para essa

publicação. Esse livro pode ser considerado a terceira importante referência na

temática de comunicação pública.

A quarta obra utilizada como referência neste estudo foi organizada por

Heloiza Matos e tem o título de Comunicação pública: interlocuções, interlocutores e

perspectivas. Lançada em 2012, é resultado das atividades do Grupo de Pesquisa

“Comunicação pública e comunicação política”. A primeira parte da obra trata de

conceitos da área de Comunicação Pública na qual todos os artigos interessam a

este estudo. Na terceira parte do livro, o artigo de Lebna Landgraf do Nascimento

intitulado “Comunicação pública nas redes sociais digitais” demonstra relativa

aderência a este estudo.

Em 2013, Mariângela Furlan Haswani, publicou a quinta obra referência

na área: Comunicação Pública: bases e abrangências. Diferente das outras obras,

não se trata de uma coletânea de artigos, mas sim de uma obra completa que trata

desde as diversas concepções do termo público, passando pela questão do Estado

como sendo o ente público por excelência e da publicidade estatal e comercial. Após

tratar desses temas, a autora adentra no conceito de Comunicação, avança para a

comunicação pública, propondo conceitos e classificações e ainda trata de outras

dimensões da comunicação pública.

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O Quadro 10 ilustra o quadro referencial teórico sobre comunicação

pública no Brasil utilizado neste estudo.

Ano Obra e organizador Autores

2004 Comunicação Pública – Maria José da Costa Oliveira (organizadora)

Lara Andrea Crivelaro Bezzon; Graça Caldas; Cicília M. Krohling Peruzzo; Esther Caldas Bertoletti; Luciana Bernardo Miotto; Heloíza Helena Gomes de Matos; Gino Giacomini Filho; Maurício Lara Camargos; Vera Regina Toledo Camargo; e Maria José da Costa Oliveira.

2006 Revista Organicom: Comunicação Pública e Governamental

Claudio Cardoso; Mariângela Furlan Haswani; Maria Antonieta Rebeil Corella; Heloiza Helena Gomes de Matos; Ana Lucia Coelho Romero Novelli; José Luis Exeni; José Augusto Pereira Brito; Paulo Celestino da Costa Filho; Ana Maria Córdova Wels; Gaudêncio Torquato; Márcia Yukiko Matsuuchi Duarte; Leandro Leonardo Batista; e Valéria de Siqueira Castro Lopes.

2007 Comunicação Pública: Estado, Mercado, Sociedade e Interesse Público – Jorge Duarte (organizador)

Adriana Studart; Ana Lúcia Romero Novelli; Armando Medeiros de Farias; Cicília M. Krohling Peruzzo; Elizabeth Pazito Brandão; Eugênio Bucci; Graça França Monteiro; Heloíza Matos; Jorge Duarte; Luiz Martins da Silva; Márcia Yukiko Matsuuchi Duarte; Venicio Artur de Lima; e Wilson da Costa Ribeiro.

2012 Comunicação pública: interlocuções, interlocutores e perspectivas – Heloiza Matos (organizadora)

Margarida M. Krohling Kunsch; Maria José da Costa Oliveira; Mariângela Haswani; Marina Koçouski; Liliane Moiteiro Caetano; Luciana Moretti Fernandéz; Patrícia Guimarães Gil e Heloiza Matos; Roberto Gondo Macedo e Victor Kraide Corte Real; Mônica Farias dos Santos; Simone Alves de Carvalho; Devani Salomão de Moura Reis; Vanderli Duarte de Carvalho; Lebna Landgraf do Nascimento; João Robson Fernandes Nogueira; Maria Fernanda Moura Reis; Patricia Fino; e Guilherme Fráguas Nobre.

2013 Comunicação Pública: bases e abrangências

Mariângela Furlan Haswani.

Quadro 10 – Obras de referência sobre comunicação pública no Brasil utilizadas neste estudo Fonte: Elaborado pelo autor.

As quatro primeiras obras têm em comum o fato de compartilharem o

francês Pierre Zémor, presidente fundador da Association des Responsables de

Communication des Institutions Publiques – Communication Publique, como uma

das principais referências.

A obra de Haswani difere-se das anteriores principalmente por ter como

referência conceitual autores italianos como Franca Faccioli, Carla Brotto, Stefano

Rolando, Paolo Mancini, entre outros. Os estudos sobre Comunicação Pública na

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Itália aumentaram e ganharam relevância a partir da Operação Mãos Limpas na

década de 19903.

2.2.2 Dado, informação e comunicação – relacionamento, participação e

compartilhamento

Antes de tratar especificamente da comunicação pública, convém definir

alguns termos que trazem em si conceitos diferentes, mas que por vezes se

confundem por serem de uso informal e ainda por serem objeto de estudo de

diversos campos do saber.

As definições estão contidas dentro do entendimento que o processo de

comunicação é composto por emissor, receptor, canal, mensagem e resposta,

embora, conforme Pereira (2012), esse entendimento sofra muitas críticas por se

tratar de um processo linear oriundo da Engenharia e que não engloba as

abordagens das ciências humanas e sociais.

Para o contexto deste estudo, no qual o foco recai para a comunicação

realizada pelos governos municipais por meio da Internet, a composição acima

descrita do processo de comunicação é suficiente. As definições dos termos dado,

informação, comunicação, relacionamento, participação e compartilhamento estão

dispostos no Quadro 11.

A distinção entre os termos, além de prática importante para esta

pesquisa, traz reflexos quando se trata do Estado: a escolha de determinada palavra

pode trazer em si reflexos sobre o relacionamento Estado e cidadão no que tange a

uma conduta mais ou menos democrática por parte do primeiro. Ainda, cada termo

implica recursos humanos e tecnológicos e canais específicos para sua

implementação (HASWANI, 2013).

3 Uma das maiores operações anticorrupção da história europeia, a Mãos Limpas, ajudou a

desmantelar diversos esquemas envolvendo tanto o pagamento de propina por empresas privadas interessadas em garantir contratos com estatais e órgãos públicos quanto o desvio de recursos para o financiamento de campanhas políticas. Foi essa megainvestigação que levou ao fim da chamada Primeira República Italiana, na qual a agremiação Democracia Cristã (DC) e o Partido Socialista Italiano (PSI) eram as principais forças políticas do país. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141115_maos_limpas_italia_ru>. Acesso em: 09 out. 2015.

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50

Termo Definição

Dado Dado é um registro da realidade, independentemente do contexto em que foi captado ou outros contextos a ele relacionados. Sua principal característica é não possuir significado próprio, constituindo apenas um registro, numérico ou em critérios estabelecidos previamente à coleta.

Informação Davenport e Prusak (1998) definem informação como dados interpretados, que possuem alguma importância e propósito.

Comunicação Trata-se de um processo que possui como componentes básicos: mensagem, emissor (ou fonte), receptor (ou destinatário), canal (ou meio) e resposta. A presença – necessariamente – de mensagens nesse e noutros conceitos de comunicação aponta, na gênese do processo, para a indispensabilidade da informação, sem a qual a comunicação não pode ocorrer. No contexto público, a informação garantidora de direitos, se não fornecida pelo Estado, impede o início do processo de comunicação.

Relacionamento Relacionamento é a estrutura que se tece nas trocas de comunicação interpessoal prolongada no tempo, com reciprocidade de intenções e mútua satisfação.

Participação Participação significa “tomar parte em, partilhar” (HOUAISS, 2009). Entretanto, participação não implica corresponsabilidade nem garantia de poder de deliberação.

Compartilhamento Compartilhamento também significa tomar parte. Aqui, no entanto, quem compartilha ouve, fala, delibera e arca solidariamente com as consequências das decisões, sejam ônus sejam bônus. Os diferenciais do compartilhamento em relação à participação são a garantia de poder decidir sobre os rumos – dos temas, das políticas, dos instrumentos e dos investimentos necessários – e a responsabilidade sobre a gestão e os resultados das decisões.

Quadro 11 – Termos e conceitos utilizados na área de comunicação Fonte: Elaborado pelo autor com base em Haswani (2013).

2.2.3 Comunicação pública – conceito e dimensões de atuação

Como afirmado na seção 3.1, as discussões sobre comunicação pública

no Brasil tem no autor francês Pierre Zémor grande influência. Para o autor, a

comunicação pública ocupa um lugar privilegiado na comunicação natural da

sociedade, ligado aos papéis de regulação, proteção ou antecipação do serviço

público. Ele defende que a comunicação pública se situa no espaço público, sob

olhar do cidadão e que o interesse geral é assegurado pela transparência, de forma

que as informações tratadas por essa comunicação são de domínio público, salvo

raras exceções (ZÉMOR, 1995).

Zémor (1995) trata a comunicação pública como um processo que

compreende toda a sociedade civil organizada, não subordinado ao Estado ou

governo, que tem sua centralidade no cidadão para torná-lo ativo e corresponsável,

garantindo não apenas informação, mas também diálogo e estímulo à participação.

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As finalidades do processo de comunicação pública seriam: (i) de

informação; (ii) de escuta das demandas; (iii) de contribuição para garantir a relação

social; e (iv) de acompanhamento das mudanças comportamentais e de organização

social (ZÉMOR, 1995).

Zémor (1995) acredita que a prática da comunicação pública deve

garantir o debate público, identificar a utilidade pública e facilitar a ação

governamental. O autor lista cinco categorias para as formas de comunicação

pública, de acordo com sua missão: (i) informação como resposta à obrigatoriedade

das instituições públicas em prestar informações; (ii) informação como forma de

relação e diálogo com o cidadão; (iii) informação para apresentação e promoção dos

serviços da administração; (iv) informação para tornar as Instituições conhecidas; e

(v) informação como divulgação de campanhas de interesse geral. Além dessas, é

identificada a categoria que trata da comunicação da prática política e de seu

processo decisório.

Com base em Zémor, os autores brasileiros buscam estabelecer um

conceito próprio de comunicação pública e buscam identificar também o que não é

comunicação pública.

Martins (2003) trata a comunicação pública como aquela voltada para o

interesse público e o bem comum, ou seja, a coisa pública em síntese. Já Matos

(2009, p. 6) acrescenta a questão do debate à definição. Para ela, a comunicação

pública “é um espaço de debate, negociação e tomada de decisões relativas à vida

pública do país”; um “processo de comunicação instaurado em uma esfera pública

que engloba Estado, governo e sociedade”. Esse debate citado é próprio de

sociedades democráticas.

A pluralidade de vozes presentes no debate é destacada por Monteiro

(2009). Para a autora, comunicação pública é o movimento para dar espaço às

diferentes vozes presentes na sociedade para que elas participem do debate político

na mídia. Ainda, a comunicação pública pode representar um caminho para gerar

espaços alternativos, fora da mídia.

Quanto à centralidade da comunicação pública, Duarte (2007, p. 61) a

coloca no cidadão, “não apenas por meio da garantia do direito à informação e

expressão, mas também do diálogo, respeito a suas características e necessidades

e do estímulo à participação ativa, racional e corresponsável”. Para o autor, os

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anseios coletivos devem ter na comunicação pública um instrumento facilitador de

seus atendimentos.

O princípio da accountability – prestação de contas responsável é incluso

por Elizabeth Brandão na conceituação de comunicação pública. Para a autora,

comunicação pública é “a informação cívica e que inclui o accountability, a prestação

de contas que demonstra transparência e confiabilidade na administração dos

negócios públicos” (BRANDÃO, 2009, p. 6).

O pressuposto da transparência, segundo Gerzson e Müller (2009), alia-

se a uma atuação ética, responsável e acessível para que a comunicação pública

busque um fortalecimento da democratização ao lidar com os interesses coletivos.

Ao cumprir os princípios de accountability e transparência, a comunicação

pública cumpre o papel descrito por Ferreira (2010), o de permitir que a sociedade

avalie se os seus interesses coincidem com o que está sendo feito pelas instituições

públicas.

Os conceitos dos autores se complementam e em uma síntese a

definição de comunicação pública trata de três dimensões: atores envolvidos como

emissores, objeto e finalidade.

Quanto aos atores envolvidos, pode-se discutir se a comunicação pública

é exclusiva do Estado ou não. Koçouski (2012) defende que a comunicação pública

pode ser protagonizada por diversos atores: Estado, Terceiro Setor (associações,

ONGs etc.), partidos políticos, empresas privadas, órgãos de imprensa privada ou

pública, sociedade civil organizada etc., com o que este trabalho concorda. A autora

defende que o Estado deve necessariamente atuar com a comunicação pública, mas

os outros atores também podem em determinados momentos fazer comunicação

pública.

Duarte (2007) também defende essa linha de pensamento. Para ele, a

comunicação pública envolve tudo o que diga respeito a ações governamentais e ao

aparato estatal e ainda partidos políticos, movimentos sociais, empresas públicas,

terceiro setor e, em certas circunstâncias, as empresas privadas. Para o autor,

comunicação pública é um bem e um direito de natureza coletiva.

Quanto ao objeto e finalidade, todos os autores pesquisados tratam que o

objeto é o interesse público e a finalidade da comunicação pública é a cidadania e a

democracia.

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A Figura 5 ilustra as três dimensões que a comunicação pública trata em

seu conceito.

Figura 5 – As três dimensões da definição de comunicação pública Fonte: Elaborada pelo autor com base em Duarte (2007) e Koçouski (2012).

A partir da Figura 5 e com base nos autores citados, pode-se construir

uma concepção de Comunicação Pública: comunicação que tem por finalidade a

cidadania e a democracia, em um cenário em que interagem Estado, governo e

sociedade para tratar de temas de interesse público.

A simples divulgação de informações de governo e assessoria de

imprensa como mecanismo de autopromoção dos governantes e de suas ações,

dentro dessa concepção, não pode limitar a comunicação pública. Para Novelli

(2006), cabe à comunicação pública extrapolar essa esfera para ser instrumento

facilitador do relacionamento entre Estado e cidadão.

A questão do relacionamento Estado e cidadão também foi posto por

Gerzson e Müller (2009), para quem a comunicação pública eficaz deva responder

às perspectivas contemporâneas de relacionamento. Para as autoras, mesmo diante

de um cenário de instabilidade constante, a comunicação pública deve, por meio de

ações voltadas às necessidades dos cidadãos, ser estrategicamente orientada para

promover a democratização.

Camargos (2004) observou que, devido ao aumento da demanda por

informação por parte da sociedade, sucessivos governos de todas as esferas

responderam à demanda por meio do aumento da estruturação física da área de

Comunicação. Contudo, o autor alertou que nem sempre o governante assume a

ATORES OBJETO FINALIDADE

Estado (abstrato) Governos (concretos)

Sujeitos privados (terceiro setor, empresas, etc.)

INTERESSE

PÚBLICO

Cidadania

Democracia

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consciência de que em paralelo à estruturação da área deve ocorrer um processo de

fortalecimento da democracia e avanço da cidadania.

Ao tratar da prática da comunicação pública, diante da concepção aqui

posta em que o objeto é o interesse público, amplia-se o horizonte de atuação para

além de apenas a comunicação de determinada instituição pública. O âmbito da

comunicação pública é amplo e possui diversas dimensões das quais se destacam:

(i) a comunicação social; (ii) a comunicação política e (iii) a comunicação da

instituição pública propriamente dita, conforme demonstra a Figura 6:

Figura 6 – Três dimensões de atuação da comunicação pública Fonte: Haswani (2013, p. 128).

Antes de tratar de cada uma das dimensões, reforça-se a exigência de

Duarte (2007) de tratamento da comunicação como um todo uno, ainda que

necessário seja assumir sua complexidade. Esse mesmo autor exige ainda que a

comunicação seja tratada como um processo mais amplo do que informação.

A primeira dimensão de atuação da comunicação pública é a

comunicação social, que pode ser subdivida em comunicação social fraterna,

Comunicação Públ ica

Comunicação da

Instituição Pública Comunicação Política Comunicação Social

Comunicação para promoção da imagem

Comunicação normativa

Comunicação social fraterna

Comunicação de serviço

Comunicação de responsabilidade social

Comunicação das instituições quase públicas

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comunicação de serviço, comunicação de responsabilidade social e comunicação

das instituições quase públicas.

A comunicação social fraterna trata de “grandes temas sociais a respeito

dos quais é necessário sensibilizar a opinião pública, a respeito do papel dos atores

e aos objetivos que se quer atingir” (HASWANI, 2013, p. 144). Esse tipo de

comunicação se dá pelo Estado e governos.

A comunicação de serviço busca “informar os cidadãos a respeito das

várias maneiras pelas quais funcionam as repartições públicas, as normas que nelas

se aplicam e os serviços que são prestados” (HASWANI, 2013, p. 145). Igualmente

à subdivisão anterior, a comunicação de serviço é feita pelo Estado e governos.

A comunicação de responsabilidade social “promove os interesses de

uma empresa ou de um ente, associando-a à defesa do bem-estar do

consumidor/usuário e, mais geralmente, de toda a comunidade” (HASWANI, 2013, p.

147). A comunicação de responsabilidade social é feita via de regra por empresas

privadas e empresas públicas.

A comunicação das instituições quase públicas se refere à comunicação

de sindicatos, algumas organizações econômicas e notadamente o terceiro setor,

como ONGs e OSCIPs. A característica dessa comunicação é que essas instituições

defendem pontos de vista que não são universais, mas que, mediante a

comunicação, tentam transformar os interesses que defendem em interesses

coletivos (HASWANI, 2013).

A segunda dimensão de atuação da comunicação pública é a

comunicação política, que se “ocupa da relação entre o sistema político, com

particular atenção aos partidos políticos e à competição eleitoral, e o sistema das

mídias e os cidadãos eleitores” (HASWANI, 2013, p. 140).

A terceira dimensão que a comunicação pública se ocupa é a

comunicação da instituição pública, também chamada de comunicação institucional.

A comunicação da instituição pública, para Ferreira (2010), não defende

interesses corporativos e empresariais; ao contrário, é uma comunicação

organizacional imbuída de espírito público que compreende interlocução social,

mediante um fluxo de informações de mão-dupla.

Essa comunicação é um processo que deve inicialmente prover

informação aos cidadãos e evoluir para a construção de um diálogo, a partir do

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conhecimento dos públicos de referência, promovendo mensagens focadas e

possibilitando o envio de respostas por estes públicos (HASWANI, 2013).

Dentro da comunicação institucional, uma área importante é a

comunicação normativa que trata do “dever das instituições de publicar leis, normas,

decretos e divulgá-los, explicá-los e dar as instruções necessárias para utilizá-los”

(HASWANI, 2013, p. 134). Acima de tudo, a comunicação normativa tem por

finalidade “fazer com que a informação das leis chegue ao cidadão por meios de

difusão mais oportunos e acessíveis e que o texto seja redigido de modo

compreensível e claro” (HASWANI, 2013, p. 136).

Ainda dentro da comunicação institucional, a área de comunicação para

promoção da imagem visa “conquistar confiança e aprovação dos cidadãos seja

para angariar colaboração com ações do governo, seja para obtenção de futuro

sucesso eleitoral” (HASWANI, 2013, p. 137). Não se trata, contudo, de um viés de

massificação historicamente adotado pelo setor público. Trata-se de perceber a

importância de práticas comunicacionais mais democráticas e dirigidas (GERZSON;

MÜLLER, 2009).

A publicidade é um dos braços da comunicação pública, mas não se limita

a uma iniciativa de difusão publicitária nos moldes comerciais. Embora esse tipo de

comunicação utilize técnicas comerciais para persuadir e envolver o público a partir

da informação, não se restringe à promoção de feitos e imagens estatais, mas à

finalidade do Estado de obtenção de consenso sobre temas importantes e

comunicação de dados e fatos que sejam garantias de direitos (HASWANI, 2013).

Nesse sentido, Camargos (2004) coloca que a comunicação pública deve

ter um sentido duplo, mas não um duplo sentido: sentido duplo quanto ao foco –

ação voltada para a população na divulgação de fatos e voltada à instituição no zelo

pelo Estado; duplo sentido ao não permitir compreensões mais convenientes do que

verdadeiras sobre os fatos.

Das dimensões de atuação da comunicação pública apresentadas e a

partir da concepção exposta, o foco recai para a dita comunicação estatal – a

comunicação pública que tem por emissor o Estado – e, no caso específico da

presente pesquisa, a comunicação levada a efeito por intermédio dos governos

municipais. Essa comunicação tem por objeto o interesse público e como receptores

cidadãos e organizações. A comunicação estatal é esquematicamente demonstrada

na Figura 7, em que se destaca a opção desta pesquisa:

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Figura 7 – Comunicação estatal com destaque para a comunicação externa mediada Fonte: Haswani (2013, p. 128) destaque feito pelo autor.

A comunicação estatal atual tem a função de legitimar os processos

comunicativos de responsabilidade do Estado e governos (BRANDÃO, 2009) e lança

mão de diversos canais possíveis para mediar a comunicação estatal coletiva como

impressos, rádio, televisão e internet, conforme se observa na Figura 7.

Os instrumentos disponíveis à comunicação pública são divididos por

Duarte (2007) em dois grupos: (i) instrumentos de informação que visam aumentar o

conhecimento sobre determinado tema e (ii) instrumentos de diálogo que se

caracterizam por estabelecer instâncias de compreensão mútua.

A internet, entendida como um canal para a comunicação pública, pode

ser enquadrada em ambos os grupos. O que Duarte (2007) defende é que os

instrumentos disponíveis sejam adaptados às necessidades, possibilidades e

interesses dos públicos. Interessa a este estudo a utilização da internet na

comunicação pública em prol da governança, que será foco da próxima seção.

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2.3 COMUNICAÇÃO PÚBLICA, GOVERNANÇA LOCAL E UTILIZAÇÃO DA

INTERNET

A comunicação pública pode ser efetivada por meio de diversos canais e

instrumentos. Para Duarte (2007), os instrumentos de comunicação devem assumir

o comprometimento público e privilegiar o interesse coletivo, mediante adoção de

inovações gerenciais para inclusão dos cidadãos enquanto sujeitos ativos e

conscientes de seus direitos. Portanto, as buscas por alternativas para o

aprimoramento da comunicação pública são tendências crescentes da sociedade

globalizada (GERZSON; MÜLLER, 2009).

Por seu turno, a governança sob a ótica local significa o fortalecimento da

cidade com seus cidadãos, empresas e entidades sem fins lucrativos para a

condução das ações locais. Faz-se necessário um novo arranjo de atores – em

redes ou alianças –, congregando o Estado, o mercado e a sociedade civil, cada

qual com sua lógica intrínseca. Nesse arranjo, caberia um novo entendimento do

Estado como agente de governança (KISSLER; HEIDMANN, 2006).

Matias-Pereira (2010) também trata de diversos atores no contexto da

governança. Para ele, a governança se relaciona com o pluralismo, uma vez que

distintos atores têm o direito de influenciar a definição das políticas públicas. O autor

destaca que ao Estado cabe reforçar mecanismos participativos com o objetivo de

atender às demandas públicas.

Nessa proposta de governança local, as novas tecnologias da informação

e comunicação se revestem como ferramentas valiosas para a viabilização da

participação mais ativa do cidadão e interação entre governo e demais atores da

governança (NOVELLI, 2006). Segundo Vaz (2009, p. 199), “a tecnologia da

informação cria condições para que os governos se disponham a estimular

dimensões relevantes para as relações de governança”.

O uso das TICs e as escolhas adequadas das opções tecnológicas por

parte das instituições podem incrementar a construção da comunicação

organizacional e, no caso das instituições públicas, pode auxiliar a efetivar a

comunicação pública (NASCIMENTO, 2012).

Dentre as diversas tecnologias de informação e comunicação, a Internet

se destaca como um fenômeno revolucionário. Isto porque pela Internet é criado um

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novo espaço, o ciberespaço, a partir da interface gráfica dos computadores e da

formação de redes globais de informação. Nesse espaço virtual, novas formas de

interação social são possíveis (AKUTSU, 2009).

A Internet se popularizou como meio de comunicação no início dos anos

1990 e trouxe consigo mudanças profundas na sociedade que impactaram

fortemente nas relações sociais em função do processo de comunicação mediado

pelo computador (NASCIMENTO, 2012). O desenvolvimento da internet como uma

ferramenta em prol do cidadão e da democracia, contudo, não é inerente ao aparato

comunicacional, mas sim fruto da moldagem que receber da sociedade (SILVA,

2009). Eisenberg (2009, p. 26) afirma que “há certa ambiguidade da Internet em

relação a seu efeito democratizante, pois é democratizante em alguns sentidos, e

não é em outros”.

Em relação à comunicação pela internet e meios digitais, Saad Côrrea

(2005) destaca as seguintes características: (i) hipertextualidade, que é a

capacidade de interconexão de textos entre si; (ii) multimedialidade, que é a

capacidade de combinar diferentes elementos como imagem, som e texto na mesma

mensagem; e (iii) interatividade, que é a capacidade de interação pelo usuário com a

mensagem. O mesmo autor, quatro anos depois, acrescenta outras três

características à comunicação digital: (i) conteúdo gerado pelo usuário; (ii)

compartilhamento de informações; e (iii) diálogos e conversações (SAAD CÔRREA,

2008).

Na Internet de hoje, os internautas não se restringem a surfar na web,

mas a enriquecem com suas criações próprias e dela participam, modificam dados,

publicam textos, sons e imagens (PISANI; PIOTET, 2010).

Nesse contexto, as organizações públicas têm adotado os múltiplos

canais disponíveis que possibilitam interatividade e compartilhamento de

informações com os cidadãos (NASCIMENTO, 2012). Neste estudo, a comunicação

da governança pela internet será analisada a partir dos portais das prefeituras

municipais. Um portal é assim definido:

Um portal é, portanto, uma página na Internet a partir do qual todos os serviços e informações da organização podem ser acessados. Quando essa organização é governamental, o portal é também um “cartão de visita”, um “palanque eletrônico”, que permite divulgar ideias 24 horas por dia, todos os dias da semana; é ainda um canal de comunicação entre Governos e cidadãos que possibilita a estes exercitar a cidadania e aperfeiçoar a democracia. (AKUTSU, 2009, p. 22)

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Os portais governamentais, segundo Silva (2009), para além de requisitos

de boa operacionalidade, devem levar em conta a dimensão política e o interesse

público.

Quanto às informações constantes no portal, Akutsu (2009) alerta que um

portal com informações escassas não permite o acompanhamento dos governantes

pela população e, por outro lado, um portal demasiadamente carregado de

informações pode desviar a atenção do cidadão para assuntos não tão relevantes,

além de dificultar a pesquisa às informações prioritárias. Dessa forma, entende o

autor que é legitimo os governos selecionarem as informações que julgarem mais

relevantes para divulgação. Essa seleção não é negativa por si só, mas própria das

características peculiares da Internet.

A outra forma de comunicação digital que este estudo lançará mão é a

comunicação da governança pelas redes sociais. Pisani e Piotet (2010) destacam

que os mais jovens demonstram entusiasmo pelas redes sociais e tendem a mostrar

mais inventividade no uso das tecnologias, abrindo portas para novas utilizações.

Boyd e Ellison (2007 apud NASCIMENTO, 2012, p. 297) assim definem

redes sociais:

[...] serviços baseados na web que permitem aos indivíduos três possibilidades: (1) construir um perfil público ou semipúblico dentro de um sistema limitado; (2) articular-se com uma lista de outros usuários com os quais se compartilhará uma conexão; e (3) visualizar a sua lista de conexões e aquelas feitas por outras pessoas dentro do sistema.

As redes sociais na Internet surgiram como consequência da apropriação

das ferramentas de comunicação mediadas pelo computador (RECUERO, 2009). No

Brasil, as principais redes sociais mais utilizadas, segundo a PBM 2015 (BRASIL,

2014), em ordem decrescente são: Facebook, WhatsApp, YouTube, Instagram,

Google+ e Twitter.

As instituições públicas, acompanhando essa tendência, têm procurado

fazer uso de novos canais de participação e interatividade no ambiente digital, haja

vista, segundo Nascimento (2012), o considerável número de perfis em redes sociais

dos órgãos do governo federal. A mesma autora afirma que “um dos focos do

trabalho de comunicação pública para os próximos anos deverá estar centrado nas

redes sociais” (NASCIMENTO, 2012, p. 296), visão corroborada por pesquisa

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realizada pelo Instituto FSB Pesquisa intitulada Mapa da Comunicação Brasileira

2011.

Um último fator a ser destacado na comunicação da governança pública

por meios digitais é a questão da mobilidade. Pisani e Piotet (2010) indicaram que

em 2007 o objeto mais marcante foi o iPhone, que unia computador, telefone, web e

tocador de rádio. Hoje, oito anos depois, a maioria dos celulares dispõe dessas

funções. Os resultados da PBM 2015 (BRASIL, 2014) na questão de plataformas de

uso da internet são claros: em 2014, 84% utilizava o computador, enquanto 48%

utilizavam tablet e celular para acessar a internet; em 2015, acesso pelo computador

caiu para 71% e acesso via celular e tablet subiu para 73%, sendo assim a

plataforma de acesso mais utilizada4. Esses dados impõem que os portais

governamentais devem estar adaptados a esse tipo de acesso, já que as redes

sociais se adaptam perfeitamente ao acesso via celulares.

4 Os dados apresentados referem-se à seguinte pergunta na PBM (2015): Como o(a) sr(a). costuma

utilizar mais a internet: por computador, pelo tablet ou pelo telefone celular? E em segundo lugar? Dessa forma, o resultado pode ultrapassar 100%.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este capítulo trata do método empregado nesta pesquisa, a fim de se

alcançar o seu objetivo geral, qual seja, identificar as práticas de comunicação

utilizadas pelas prefeituras municipais por intermédio da Internet, em especial os

portais governamentais e as redes sociais, para divulgação dos princípios de

governança pública adotados pela gestão municipal. O protocolo de pesquisa consta

do Apêndice A. A partir dos procedimentos adotados nesta pesquisa, nas próximas

seções, se demonstram a classificação da pesquisa, sua delimitação, as técnicas e

instrumentos utilizados para a coleta, o tratamento e a análise dos dados.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Uma característica da racionalidade humana é a tendência à classificação

e, quando se trata de classificar pesquisas, múltiplos sistemas de classificação se

apresentam (GIL, 2010). Para tanto, a pesquisa será classificada quanto à sua

finalidade, quanto ao seu objetivo, quanto ao seu delineamento e quanto à sua

abordagem.

O presente estudo, quanto à sua finalidade, pode ser classificado como

aplicado porque busca investigar uma realidade concreta, que é a comunicação da

governança pública por meio da Internet. Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 60)

indicam que, na pesquisa aplicada, “o investigador é movido pela necessidade de

contribuir para fins práticos mais ou menos imediatos, buscando soluções para

problemas concretos”, e, para Gil (2010, p. 26), a pesquisa aplicada “abrange

estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito

das sociedades em que os pesquisadores vivem”.

Em relação ao seu objetivo geral, pode ser considerada uma pesquisa

descritiva, pois visa descrever a comunicação pública realizada pelos municípios.

Segundo Gil (2010), a pesquisa descritiva tem como objetivo a descrição das

características de determinada população e também pode ter como finalidade

identificar possíveis relações entre variáveis.

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Quanto ao seu delineamento, esta pesquisa pode ser classificada como

estudo de caso, pois visa investigar um fenômeno contemporâneo, a comunicação

da governança por meio da Internet em seu contexto real. O entendimento de

delineamento (design, em inglês) engloba os fundamentos metodológicos, a

definição dos objetivos, o ambiente da pesquisa e a determinação das técnicas de

coleta e análise de dados, ou seja, o planejamento da pesquisa em uma dimensão

mais ampla, tanto como modelo quanto como plano (GIL, 2010).

A definição clássica de estudo de caso é de Yin (2010, p. 39), que

entende o estudo de caso como “uma investigação empírica que investiga um

fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real,

especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente

evidentes”. Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 62) complementam essa definição ao

afirmar que o estudo de caso é “a pesquisa sobre determinado indivíduo, família,

grupo ou comunidade que seja representativo de seu universo, para examinar

aspectos variados de sua vida”.

Como características essenciais do estudo de caso, Gil (2009) elenca: a)

é um delineamento de pesquisa; b) preserva o caráter unitário do fenômeno

pesquisado, embora possa ser estudado de em múltiplos casos; c) investiga um

fenômeno contemporâneo; d) não separa o fenômeno do seu contexto; e) é um

estudo em profundidade; e f) requer a utilização de múltiplos procedimentos de

coleta de dados.

Os estudos de caso também podem ser classificados, em especial quanto

aos objetivos e quanto à quantidade de casos. Nesta pesquisa, o estudo de caso

pode ser classificado de acordo com Gil (2009), em relação ao seu objetivo, como

descritivo, que tem como propósito a ampla descrição de um fenômeno em seu

contexto e, em relação à quantidade de casos, como múltiplo, em que o pesquisador

estuda conjuntamente mais de um caso para investigar determinado fenômeno. Não

há na literatura limite para o número de casos, desde que se conservem as

características essenciais do estudo de caso. Em favor aos estudos de casos

múltiplos, Gil (2009) argumenta que as evidências obtidas são consideradas mais

convincentes e que podem ser utilizadas para estabelecer comparações.

Por fim, no tocante à abordagem, a pesquisa pode ser caracterizada

como qualitativa porque fará o tratamento dos dados obtidos de forma qualitativa

para entender o problema de pesquisa. Para Creswell (2010, p. 26), “a pesquisa

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qualitativa é um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos

ou grupos atribuem a um problema social ou humano”.

3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

O Brasil, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

– IBGE (2015), possui 5.565 municípios. Nesta pesquisa, optou-se pela aplicação de

recorte por critério, em que se selecionam casos com base em critério prévio. O

critério escolhido para recorte foi a seleção dos 100 municípios com maior Produto

Interno Bruto – PIB conforme IBGE (2014), critério também utilizado por Akutsu

(2009).

Embora se reconheça a importância da governança para todas as

estruturas públicas, a partir do referencial teórico da governança, torna-se mais

relevante a análise da comunicação dos princípios neste grupo que, de forma geral,

tende a dispor de melhores condições financeiras, materiais, humanas e

tecnológicas, o que torna o resultado desta pesquisa não extrapolável ao conjunto

dos demais municípios brasileiros.

Os municípios pertencentes ao recorte selecionado totalizam

aproximadamente 2,5 trilhões de reais de PIB, que representa 57,80% do total do

PIB brasileiro. Em termos populacionais, esses municípios abrigam cerca de 77

milhões de habitantes, que representam 38,21% da população brasileira. Dessa

forma, o recorte representa apenas a realidade dos municípios selecionados, ou

seja, os resultados encontrados não são necessariamente extrapoláveis aos demais

municípios brasileiros.

A lista completa dos municípios pesquisados, em ordem decrescente de

PIB, consta no Quadro 12, onde pode ser verificado que todas as regiões do país

tiveram municípios selecionados para pesquisa, sendo 7 da região Centro-Oeste, 13

da região Nordeste, 5 da região Norte, 55 da região Sudeste e 20 da região Sul.

Apenas 3 Estados não tiveram municípios constantes no recorte escolhido: Roraima,

Tocantins e Acre.

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n Município UF n Município UF n Município UF n Município UF

1 São Paulo SP 26 Contagem MG 51 São Gonçalo RJ 76 Feira de Santana BA

2 Rio de Janeiro RJ 27 Belém PA 52 Piracicaba SP 77 Bauru SP

3 Brasília DF 28 Ribeirão Preto SP 53 Anápolis GO 78 Mauá SP

4 Curitiba PR 29 Itajaí SC 54 Diadema SP 79 Sumaré SP

5 Belo Horizonte MG 30 Sorocaba SP 55 Ipojuca PE 80

Foz do Iguaçu PR

6 Manaus AM 31 Joinville SC 56 Rio das Ostras RJ 81 Limeira SP

7 Porto Alegre RS 32 Santo André SP 57 João Pessoa PB 82 Belford Roxo RJ

8 Campos dos Goytacazes RJ 33 Campo Grande MS 58 Louveira SP 83 Vila Velha ES

9 Guarulhos SP 34 Parauapebas PA 59 Angra dos Reis RJ 84 Cotia SP

10 Fortaleza CE 35 Caxias do Sul RS 60 Blumenau SC 85 Aparecida de Goiânia GO

11 Campinas SP 36 São José dos Pinhais PR 61

São José do Rio Preto SP 86 Americana SP

12 Salvador BA 37 Niterói RJ 62 Nova Iguaçu RJ 87 Ipatinga MG

13 Osasco SP 38 Canoas RS 63 Maringá PR 88 Gravataí RS

14 Santos SP 39 Serra ES 64 Juiz de Fora MG 89 Ponta Grossa PR

15 Recife PE 40 Macaé RJ 65 Paranaguá PR 90 Cariacica ES

16

São Bernardo do Campo SP 41 Maceió AL 66 Aracaju SE 91 Hortolândia SP

17 Barueri SP 42 Cuiabá MT 67 Porto Velho RO 92 Itapevi SP

18 Goiânia GO 43 Natal RN 68 Paulínia SP 93 Jaraguá do Sul SC

19 Vitória ES 44 Araucária PR 69 Mogi das Cruzes SP 94 Vinhedo SP

20 Betim MG 45 Londrina PR 70 Jaboatão dos Guararapes PE 95 Macapá AP

21 São José dos Campos SP 46 Camaçari BA 71 Taubaté SP 96 Cubatão SP

22 Duque de Caxias RJ 47

São Caetano do Sul SP 72 Uberaba MG 97 Cascavel PR

23 São Luís MA 48 Florianópolis SC 73 Volta Redonda RJ 98 Passo Fundo RS

24 Jundiaí SP 49 Cabo Frio RJ 74 Petrópolis RJ 99 Rio Verde GO

25 Uberlândia MG 50 Teresina PI 75 Rio Grande RS 100 Matão SP

Quadro 12 – Lista de municípios selecionados Fonte: Elaborada pelo autor.

No Apêndice B, é detalhada a lista de municípios selecionados com os

respectivos PIB e população.

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3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

O delineamento do estudo de caso, para que se garanta a profundidade

necessária ao estudo e a inserção do caso em seu contexto, exige que se utilizem

múltiplas técnicas de coleta de dados, a fim de que os resultados possuam maior

credibilidade (GIL, 2009).

Nesse sentido, a escolha das técnicas a serem utilizadas dentre as

diversas possíveis se reveste de fundamental relevância e deve se guiar pela

tentativa de responder ao problema que originou a pesquisa. Assim, a adequada

construção e uso de métodos de coleta de dados e informações de campo refletem

diretamente nos resultados alcançados por uma pesquisa (VERGARA, 2012).

Dessa forma, considerando o objetivo geral do trabalho e a amostra

selecionada, optou-se por duas técnicas: (i) observação dos portais governamentais

e das redes sociais das prefeituras municipais; e (ii) questionário enviado aos

gestores de comunicação dos municípios. A aplicação das duas técnicas visa obter

três diferentes perspectivas para a investigação do problema, conforme Figura 8:

Figura 8 – Perspectivas de observação do problema de pesquisa Fonte: Elaborada pelo autor.

Presença, impacto e

atividades das

Prefeituras nas

Redes Sociais

Efetividade e dificuldades

do uso da Internet para

comunicação

dos princípios de

governança

Presença e

comunicação dos

princípios nos

portais municipais

Perspectiva 1

Perspectiva 2 Perspectiva 3

Portais Municipais

Gestores de

ComunicaçãoRedes Sociais

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3.3.1 Observação dos portais governamentais e redes sociais

A observação científica tem a intenção de contribuir para responder ao

problema de pesquisa e para tal deve ser descrita, explicada, compreendida com

consistência e coerência e iluminada pelo referencial teórico que sustenta o estudo

(VERGARA, 2012).

A observação pode ser classificada em relação ao critério de

estruturação, à participação do observador, ao número de observadores e à fonte.

Quanto à estruturação, a presente pesquisa se utilizará da observação

estruturada, que, para Marconi e Lakatos (2010), consiste em observação que utiliza

instrumentos para a coleta dos dados. Vergara (2012, p. 76) destaca que a

“observação estruturada tem a capacidade de ajudar a clarificar comportamentos em

termos de frequência, duração, forma, sequenciamento de ocorrências, na medida

em que o observador decodifique o que está observando”.

Em relação à participação, optou-se pela observação não participante,

que é aquela que é feita sem que o observador interfira ou se envolva na situação

(VERGARA, 2012). O pesquisador se reveste de espectador, mas garante que a

observação tenha um caráter sistemático por meio de uma observação consciente,

dirigida e ordenada para um fim determinado (MARCONI; LAKATOS, 2010).

Quanto ao número de observadores, a observação será feita pelo próprio

pesquisador, ou seja, se trata de uma observação individual. Por fim, quanto à fonte,

a observação será direta em cada portal governamental da amostra selecionada.

Para Vergara (2012, p. 82), a “observação direta refere-se ao registro de uma

situação, um evento, um fenômeno, durante sua ocorrência”.

Para efetivar a observação nos portais governamentais, foi elaborado um

formulário de observação, constante no Apêndice C. O formulário de observação

visa responder ao primeiro objetivo específico: identificar os princípios da

governança pública presentes nos portais das prefeituras municipais na Internet e foi

subdivido em duas partes.

A primeira parte do formulário de observação é formada por questões

fechadas dicotômicas que objetivam medir a presença ou não no portal

governamental de cada princípio de governança pública. A elaboração das questões

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se deu com base na legislação, autores da área e boas práticas observadas pelo

pesquisador, conforme Tabela 2.

Tabela 2 – Fundamentos para elaboração de questões para o formulário de observação de portais governamentais

Fundamento Total de questões

Lei Complementar nº 101/2000 8 Lei Complementar nº 131/2009 2 Lei nº 12.527/2011 11 Santana Junior (2008) 3 Rezende (2009) 2 Akutsu (2009) 3 Matias-Pereira (2010) 2 Padrão adotado pelo portal do Governo Federal 4 Boa prática do portal da prefeitura de São Paulo 4 Boa prática do portal da prefeitura de Curitiba 4 Total 43

Fonte: Elaborada pelo autor.

Para finalizar a primeira parte do formulário, com base nos conceitos de

cada princípio da governança pública exposto no referencial teórico, foi feita pelo

pesquisador a correlação de cada questão com um ou mais princípios da

governança pública, conforme justificativas apresentadas no Apêndice D. O total de

questões do formulário vinculadas a cada princípio da governança pública está

exposto na Tabela 3:

Tabela 3 – Questões do formulário de observação dos portais vinculadas a cada princípio da governança pública

Princípio da governança pública Questões vinculadas Total de questões

por princípio

Transparência 1 a 30, 32 a 36, 40 e 42. 37 Prestação de Contas 4, 6 a 11, 13, 23, 29, 30 e 34. 12 Integração 12 a 14, 23 e 35. 5 Equidade 10, 18, 22, 27, 31, 34, 37 a 39, 41 e 43. 11 Responsabilidade 14, 23 e 38. 3 Cumprimento das leis 1 a 13, 24 a 26, 29, 33, 36, 40 e 43. 21 Ética 15, 16 e 20. 3 Legitimidade 11, 23 e 29. 3 Eficiência em portal 7, 11, 23 e 30. 4

Fonte: Elaborada pelo autor.

A partir do número de respostas positivas para as questões do formulário,

é possível construir índices de presença de cada um dos princípios de governança

pública no portal governamental, mediante a seguinte fórmula:

Índice de presença = número de respostas positivas / total de questões

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Assim, para cada princípio da governança pública pesquisado, ao se

dividir o número de respostas positivas vinculadas ao princípio pelo número total de

questões vinculadas ao princípio, determina-se o índice de presença deste princípio

no portal governamental pesquisado.

A constituição de um índice para cada princípio foi adaptado de Santana

Junior (2008) que construiu o índice de transparência fiscal. Justifica-se a utilização

de índice para cada princípio de governança, pois permite: (i) analisar o grau de

presença do princípio no portal por meio da classificação constante na Tabela 4; e

(ii) normalizar os princípios, independente do número de questões a eles vinculados.

Tabela 4 – Classificação dos índices de presença dos princípios de governança pública nos portais governamentais

Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto

Índice de presença do princípio

0,0 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00

Fonte: Elaborada pelo autor.

As respostas obtidas na segunda parte do formulário permitem a medição

do uso dos termos vinculados à governança pública na comunicação por intermédio

dos portais governamentais.

Para efetivar a observação nas redes sociais, foi desenvolvido um

formulário próprio, constante no Apêndice E, cujo objetivo é responder ao objetivo

específico: identificar o uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos

princípios da governança pública pelas prefeituras municipais. O formulário é

composto por 9 perguntas e se pretende mensurar a presença, atividade e impacto

das prefeituras municipais nas seguintes redes sociais: Facebook, YouTube e

Twitter, bem como a comunicação dos princípios de governança pública por

intermédio das redes sociais.

As questões que investigam a presença das prefeituras nas redes sociais

– questões 1, 4 e 7 – verificaram a existência de perfil oficial da prefeitura em cada

uma das redes sociais investigadas.

As atividades das prefeituras em cada uma das redes sociais foram

investigadas por meio das questões 3, 6 e 9, que verificaram as publicações

efetivadas no período pesquisado. A partir dos dados obtidos, é possível

desenvolver uma classificação da atividade em três categorias: inativo, ativo não

regular e ativo regular. Os critérios de classificação estão dispostos no Quadro 13.

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Rede social

Inativo Ativo não regular Ativo regular

Facebook Não fez nenhuma publicação no período pesquisado

Não atingiu, em média, uma publicação por dia no período pesquisado

Atingiu, em média, ao menos uma publicação por dia no período pesquisado

YouTube Não publicou nenhum vídeo no período pesquisado

Não atingiu, em média, um vídeo por mês no período pesquisado

Atingiu, em média, ao menos um vídeo por mês no período pesquisado

Twitter Não fez nenhuma publicação no período pesquisado

Não atingiu, em média, uma publicação por dia no período pesquisado

Atingiu, em média, ao menos uma publicação por dia no período pesquisado

Quadro 13 – Categorias de classificação de atividades das prefeituras nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

O impacto das prefeituras nas redes sociais, mensurado por intermédio

das questões 2, 3, 5, 6, 8 e 9, permitiram investigar o alcance das redes sociais de

cada prefeitura, sob quatro aspectos que foram classificados conforme o Quadro 14.

Aspectos de observação das

redes sociais Muito baixo Baixo

Médio Alto Muito alto

Pessoas que assinam o canal oficial da prefeitura nas redes sociais

A relação de assinantes pela população do município é, no máximo, de 1%

A relação de assinantes pela população do município está entre 1,1% até 5%

A relação de assinantes pela população do município está entre 5,1% até 10%

A relação de assinantes pela população do município está entre 10,1% até 20%

A relação de assinantes pela população do município é superior a 20%

Reações ao conteúdo publicado pelas prefeituras nas redes sociais

A relação de reações por publicação é, no máximo, de 5

A relação de reações por publicação está entre 5,1 até 10

A relação de reações por publicação está entre 10,1 até 50

A relação de reações por publicação está entre 50,1 até 100

A relação de reações por publicação é superior a 100

Compartilhamento das publicações das prefeituras nas redes sociais (exclusivo para as redes sociais Facebook e Twitter)

A relação de compartilha- mento por publicação é, no máximo, de 5

A relação de compartilha- mentos por publicação está entre 5,1 até 10

A relação de compartilha- mentos por publicação está entre 10,1 até 50

A relação de compartilha- mentos por publicação está entre 50,1 até 100

A relação de compartilha- mentos por publicação é superior a 100

Visualizações (exclusivo para a rede social Youtube)

Média de até 50 visualizações por vídeo

Média entre 51 e 100 visualizações por vídeo

Média entre 101 e 1.000 visualizações por vídeo

Média entre 1.001 e 10.000 visualizações por vídeo

Média acima de 10.000 visualizações por vídeo

Quadro 14 – Categorias de classificação de impacto das prefeituras nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

O Quadro 14 mostra os quatro aspectos de mensuração de impacto das

redes sociais: (i) pessoas que assinam o canal oficial da prefeitura nas redes sociais;

(ii) reações ao conteúdo publicado pelas prefeituras nas redes sociais – curtidas e

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marcações gostei/não gostei; (iii) compartilhamento das publicações das prefeituras

nas redes sociais, mensurado no Facebook e Twitter; e (iv) visualizações,

mensurado exclusivamente no YouTube.

Por fim, o formulário de observação das redes sociais, a partir do registro

dos títulos das publicações efetivadas pelas prefeituras, permite medir o quanto a

governança pública e seus princípios foram citados.

3.3.2 Questionário aos gestores de comunicação das prefeituras municipais

A outra técnica a ser utilizada é o questionário. O “questionário é um

instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas,

que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”

(MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 184). Quanto à sua utilidade, Vergara (2012)

destaca que os questionários são úteis quando se quer ouvir um grande número de

respondentes em regiões geograficamente dispersas, aliado à não necessidade da

presença do pesquisador e a um tempo mais restrito para a coleta de dados do que

aquele necessário para fazer entrevista.

A formulação do questionário, para Gil (2010), consiste na tradução dos

objetivos específicos em itens bem redigidos. Vergara (2012) complementa que a

formulação deve estar baseada no referencial teórico, pois esse possibilitará ao

pesquisador a reflexão sobre as respostas e a se chegar a concluir sobre algo, após

a aplicação do questionário e o tratamento dos dados obtidos no campo.

Neste estudo, optou-se pela utilização de questões fechadas de múltipla

escolha e de questões fechadas – escala diferencial semântica. Vergara (2012)

assim define esses dois tipos de questões: nas questões fechadas de múltipla

escolha, uma série de possíveis respostas é apresentada ao respondente para que

ele faça sua escolha; nas questões fechadas – escala diferencial semântica,

apresenta-se uma escala que pode variar de 5 a 7 pontos e nos extremos constam

rótulos bipolares, como: antigo – moderno, para que para que o respondente faça

sua escolha.

O questionário elaborado para envio aos gestores consta no Apêndice F e

se vincula a dois objetivos específicos: (i) verificar a percepção dos gestores

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municipais sobre as dificuldades da comunicação da governança pública nos portais

municipais na Internet; e (ii) identificar a percepção dos gestores municipais frente à

efetividade do uso das tecnologias de informação e comunicação na comunicação

dos princípios de governança pública adotados pela gestão municipal.

O questionário tem 30 questões que tratam da: (i) identificação do

Município e do cargo do respondente da pesquisa; (ii) percepção do respondente

quanto à adoção pela prefeitura em suas políticas públicas e práticas administrativas

dos princípios de governança pública; (iii) percepção do respondente quanto à

comunicação para o cidadão, por meio do portal da prefeitura na Internet, dos

princípios da governança pública adotados pela prefeitura; (iv) utilização da Internet

pela prefeitura para comunicação; (v) estrutura de comunicação da prefeitura

municipal; e (vi) percepção das dificuldades de comunicação da governança pública.

Considerando que nem todos os questionários enviados são respondidos,

faz-se necessário determinar um índice de retorno do questionário eletrônico

aceitável que permita determinar o nível de confiabilidade das informações

coletadas. Faz-se uso do método apresentado por Barbetta (2011), que leva em

conta as seguintes variáveis para o cálculo constantes do Quadro 15:

Variáveis utilizadas por Barbetta (2011) para cálculo de confiabilidade

N = tamanho (número de elementos) da população; n = tamanho (número de elementos) da amostra; n0 = uma primeira aproximação para o tamanho da amostra; E0 = erro amostral tolerável.

Quadro 15 – Variáveis utilizadas por Barbetta (2011) para cálculo de confiabilidade Fonte: Elaborado pelo autor.

Para aplicação do método, faz-se necessário determinar um erro

amostral. Ao aplicar três faixas de erro de 5%, 10% e 20% com os dados desta

pesquisa, têm-se a amostra mínima conforme Quadro 16:

Fórmula 1 n0 = [ 1 / E02 ]

Fórmula 2 n = [ ( N x n0 ) / ( N + n0 )

Aplicação ( N = 100)

E0 n0 N

5% 400 80

10% 100 50

20% 25 20

Quadro 16 – Cálculo de confiabilidade Fonte: Elaborado pelo autor.

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Para cumprir o último objetivo específico, a partir da obtenção de três

diferentes perspectivas para a investigação do problema, foram identificadas as

práticas comunicacionais da governança pública utilizadas pelos portais

governamentais e redes sociais, a partir da classificação proposta por Kondo et al.

(2002): (i) práticas de informação; (ii) práticas de consulta; e (iii) práticas de

participação ativa.

Ao tratar das práticas de comunicação, Novelli (2006) faz as seguintes

conceituações: (i) prática de informação: relação de mão única em que o governo

fornece informações aos cidadãos; (ii) prática de consulta: relação de mão dupla em

que os cidadãos oferecem feedback ao governo; e (iii) prática de participação ativa:

relação que se baseia na parceria com o governo.

3.4 EXECUÇÃO DA PESQUISA

Para identificação dos portais de cada município, foi utilizada a ferramenta

de busca eletrônica Google, através das palavras “prefeitura de <nome do

município>”. A busca foi realizada no dia 25 de fevereiro de 2016 e os resultados se

encontram no Apêndice G.

A coleta de dados nos portais municipais foi feita no período de 18 de

abril a 03 de maio de 2016, de acordo com o procedimento de preenchimento do

formulário de observação dos portais e seguindo os critérios definidos visando à

padronização da coleta de dados, conforme o Apêndice H.

Para a coleta de dados nas redes sociais, assim como para os portais

governamentais, foram elaborados procedimentos específicos para cada rede social,

com o objetivo de padronizar a aplicação do formulário de observação das redes

sociais.

A coleta de dados na rede social Facebook foi realizada entre os dias 18

de março a 30 de março de 2016, sendo que o período pesquisado foi de 10 dias: 07

a 16 de março de 2016. Para o preenchimento do formulário de observação da rede

social Facebook, foi adotado o procedimento descrito no apêndice I.

A rede social YouTube foi pesquisada durante os dias 14 de fevereiro e

26 de fevereiro de 2016 e a coleta de dados considerou o período de 6 meses de

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agosto de 2015 a janeiro de 2016. O procedimento para a coleta de dados está

descrito no apêndice J.

Em relação à rede social Twitter, a pesquisa foi feita entre os dias 29 de

fevereiro e 14 de março de 2016. O período pesquisado foi de 15 dias: de 11 de

fevereiro a 25 de fevereiro e o procedimento de preenchimento do formulário de

observação utilizado está disposto no apêndice K.

Por fim, o questionário aos gestores de comunicação do município foi

elaborado na ferramenta Google Forms e ficou aberto para recebimento de

respostas durante 4 semanas, no período de 11 de abril a 06 de maio de 2016.

Durante esse período, foram enviadas correspondências eletrônicas aos gestores de

comunicação do município, sendo realizados três envios para cada gestor no

período. Visando padronizar o entendimento quanto aos princípios de governança

pública, junto ao texto de solicitação de resposta à pesquisa, foi disponibilizado um

glossário com a definição dos termos utilizados.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo visa apresentar os resultados obtidos pela pesquisa

realizada, bem como a análise desses resultados, de forma a atingir o objetivo geral

do estudo, qual seja, identificar as práticas de comunicação utilizadas pelas

prefeituras municipais por intermédio da Internet, em especial os portais e as redes

sociais, para divulgação dos princípios da governança pública adotados pela gestão

municipal.

A pesquisa de campo foi realizada nos 100 portais governamentais das

prefeituras selecionadas como recorte para o estudo e nas redes sociais Facebook,

YouTube e Twitter das mesmas 100 prefeituras. Para a realização de pesquisa de

campo junto aos gestores de comunicação, foi feito o envio de questionário

eletrônico por e-mail às mesmas 100 prefeituras, sendo que 20 responderam.

Passa-se a apresentar os resultados obtidos junto aos portais

governamentais, às redes sociais e ao questionário enviado aos gestores. Por fim,

faz-se a análise das práticas de comunicação utilizadas pelos municípios por

intermédio da Internet.

4.1 RESULTADOS DOS PORTAIS GOVERNAMENTAIS

O primeiro objetivo específico estabelecido neste estudo foi a

identificação dos princípios da governança pública presentes nos portais das

prefeituras municipais na Internet.

Durante o período da pesquisa, os portais das prefeituras de

Parauapebas e Vinhedo estiveram fora do ar, impossibilitando a coleta de dados. Os

demais 98 portais das prefeituras pertencentes ao recorte foram analisados. A

primeira parte do formulário consistiu em 43 questões objetivas, que permitiram

estabelecer um índice de presença no portal de cada um dos princípios da

governança pública.

O primeiro princípio verificado foi o da Transparência, aferido por meio de

37 questões. Nenhum portal alcançou o índice de presença máximo – 1,00, sendo

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que o maior índice alcançado foi de 0,95 pelo portal da prefeitura de Uberlândia. A

média dos índices de transparência dos 98 portais foi de 0,65 e a distribuição dos

índices de transparência dos portais encontra-se no Gráfico 1:

Gráfico 1 – Distribuição dos índices de transparência dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.

O gráfico informa que 48% dos portais pesquisados apresentaram um

índice de presença do princípio da transparência alto e 17% um índice de presença

muito alto. Apresentaram um índice médio 23% do recorte pesquisado, enquanto

11% apresentaram um índice baixo. Nenhum portal apresentou índice de

transparência muito baixo.

O princípio da prestação de contas – accountability, segundo princípio

pesquisado, foi aferido por meio de 12 questões. O índice de presença máximo de

1,00 foi alcançado por 15 portais: Anápolis-GO, Angra dos Reis-RJ, Cariacica-ES,

Cascavel-PR, Ipojuca-PE, Jaboatão dos Guararapes-PE, João Pessoa-PB, Maringá-

PR, Mauá-SP, Mogi das Cruzes-SP, Natal-RN, Paranaguá-PR, Piracicaba-SP,

Recife-PE e Santos-SP.

Os índices de prestação de contas do conjunto de portais pesquisados

tiveram média de 0,74 e a distribuição deles se encontram no Gráfico 2. Os dados

do gráfico indicam que 47% dos portais apresentam índice muito alto de prestação

de contas, 26% índice alto e 21% índice médio. Com valores inferiores, 4% dos

portais apresentam índice baixo e 2% muito baixo de presença do princípio de

prestação de contas.

0%

11%

23%

48%

17%

0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00

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Gráfico 2 – Distribuição dos índices de prestação de contas dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.

Na sequência, verificou-se o princípio da Integração por intermédio de 5

questões. Alcançaram o índice de presença máximo de 1,00 um montante de 15

portais: Anápolis-GO, Campo Grande-MS, Cascavel-PR, Curitiba-PR, Foz do

Iguaçu-PR, Goiânia-GO, Ipatinga-MG, Macaé-RJ, Maceió-AL, Nova Iguaçu-RJ,

Paranaguá-PR, Piracicaba-SP, Porto Alegre-RS, Porto Velho-RO e Uberlândia-MG.

A média aferida dos índices de Integração foi de 0,64.

O Gráfico 3 mostra a distribuição dos índices de Integração dos portais

governamentais.

Gráfico 3 – Distribuição dos índices de Integração dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.

2% 4%

21%

26%

47%

0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00

5%

26%

31%

23%

15%

0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00

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Conforme o Gráfico 3, a maior proporção de portais, 31%, apresentaram

índice de presença do princípio de Integração médio, seguido de 26% de portais

com índice baixo e ainda 23% de portais com índice alto. Apresentaram índice de

presença muito alto 15% dos portais e, na outra extremidade, 5% dos portais

apresentaram índice muito baixo.

O quarto princípio verificado foi o princípio da equidade, aferido por meio

de 11 questões. Nenhum portal alcançou o índice de presença 1,00, sendo que o

maior índice foi de 0,91, alcançado pelo portal da prefeitura de Nova Iguaçu-RJ. A

média dos índices de Equidade dos portais foi de 0,61. A distribuição dos índices de

equidade dos portais está exposto no Gráfico 4:

Gráfico 4 – Distribuição dos índices de equidade dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.

Os dados do Gráfico 4 indicam que mais da metade dos portais

pesquisados, 55%, apresentaram um índice alto de presença do princípio da

Equidade. O índice médio foi apresentado por 34% do recorte pesquisado. As outras

classificações de presença alcançaram os seguintes índices: 6% muito alto e 5%

baixo. Nenhum portal apresentou índice de equidade muito baixo.

O princípio da responsabilidade, quinto princípio pesquisado, foi medido

por meio de 3 questões e teve o maior número de portais que atingiram o índice de

presença máximo de 1,00 dentre todos os princípios pesquisados: 34 portais,

conforme Quadro 17:

0%

5%

34%

55%

6%

0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00

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Município UF Município UF Município UF

Americana SP Curitiba PR Nova Iguaçu RJ

Anápolis GO Foz do Iguaçu PR Paranaguá PR

Angra dos Reis RJ Goiânia GO Piracicaba SP

Araucária PR Ipatinga MG Porto Alegre RS

Belford Roxo RJ Itapevi SP Porto Velho RO

Brasília DF Jaboatão dos Guararapes PE Recife PE

Camaçari BA Jundiaí SP São José do Rio Preto SP

Campo Grande MS Macaé RJ São Luís MA

Canoas RS Maceió AL São Paulo SP

Cariacica ES Mogi das Cruzes SP Serra ES

Cascavel PR Natal RN Uberlândia MG

Cuiabá MT

Quadro 17 – Lista de portais governamentais com índice de responsabilidade máximo Fonte: Elaborado pelo autor.

Ao tomar a média dos portais quanto ao princípio da responsabilidade,

chegou-se ao valor do índice de presença de 0,68. A distribuição dos índices do

princípio de Responsabilidade dos portais se encontra no Gráfico 5:

Gráfico 5 – Distribuição dos índices de responsabilidade dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.

Os índices de presença do princípio da responsabilidade dos portais

pesquisados, conforme o Gráfico 5, tiveram sua distribuição relativamente

semelhante entre três categorias: muito alto com 35%, alto com 36% e baixo com

30%. Nenhum portal apresentou índice médio ou muito baixo.

0%

30%

0%

36% 35%

0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00

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Posteriormente, verificou-se o princípio do cumprimento de leis por

intermédio de 21 questões. Somente um portal governamental alcançou o índice de

presença máximo de 1,00: o portal da prefeitura de Piracicaba-SP. A média aferida

dos índices de cumprimento das leis foi de 0,69 e a distribuição dos índices relativos

ao princípio do cumprimento das leis ocorreu conforme o Gráfico 6:

Gráfico 6 – Distribuição dos índices de cumprimento das leis dos portais governamentais

Fonte: Elaborado pelo autor.

O recorte pesquisado apresentou 44% de portais com índice alto e 34%

com índice muito alto relativo à presença do princípio do cumprimento das leis. As

classificações médio e baixo de presença apresentaram 11% cada e nenhum portal

apresentou índice muito baixo de cumprimento de leis.

O sétimo princípio pesquisado foi o da ética, verificado por meio de 3

questões. Apenas os portais governamentais de Mogi das Cruzes-SP e Paranaguá-

PR alcançaram o índice de presença máximo de 1,00. Por outro lado, 67 portais

tiveram 0,00 como índice, ou seja, não obtiveram resposta positiva para nenhuma

das 3 perguntas vinculadas ao princípio da Ética. Dessa forma, a média dos índices

de Ética foi de 0,18.

A distribuição dos índices relativos à presença do princípio da ética nos

portais pode ser visualizada no Gráfico 7. Nele, apresenta-se que 68% do recorte

apresentam índice muito baixo e 11% índice baixo. Nenhum portal apresentou índice

0%

11% 11%

44%

34%

0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00

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médio. Identificaram-se 18% dos portais com índice de presença da ética alto e 2%

muito alto.

Gráfico 7 – Distribuição dos índices de ética dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.

O princípio da legitimidade, assim como o princípio anterior, foi aferido por

intermédio de 3 questões. Ao todo, 16 portais atingiram o índice de presença

máximo de 1,00: Anápolis-GO, Angra dos Reis-RJ, Belford Roxo-RJ, Cariacica-ES,

Cascavel-PR, Ipojuca-PE, Jaboatão dos Guararapes-PE, João Pessoa-PB, Maringá-

PR, Mauá-SP, Mogi das Cruzes-SP, Natal-RN, Paranaguá-PR, Piracicaba-SP,

Recife-PE e Santos-SP. Por outro lado, 15 portais não obtiveram resposta positiva

para nenhuma das perguntas. Esses dois fatores resultaram em uma média de

presença dos índices de legitimidade de 0,49 e distribuição conforme Gráfico 8:

Gráfico 8 – Distribuição dos índices de Legitimidade dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.

68%

11%

0%

18%

2%

0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00

15%

40%

0%

29%

16%

0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00

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O Gráfico 8 mostra que 40% dos portais apresentaram índice baixo de

presença do princípio da legitimidade e 15% índice muito baixo. Nenhum portal

apresentou índice médio, enquanto 29% apresentaram índice alto e 16% índice

muito alto de legitimidade.

O último princípio pesquisado foi o da eficiência, medido por meio de 4

questões. O índice de presença máximo de 1,00 foi atingido por 30 portais, segundo

lugar entre os princípios pesquisados, listados no Quadro 18:

Município UF Município UF Município UF

Anápolis GO Ipojuca PE Nova Iguaçu RJ

Angra dos Reis RJ Itapevi SP Paranaguá PR

Brasília DF Jaboatão dos Guararapes PE Piracicaba SP

Camaçari BA João Pessoa PB Porto Velho RO

Canoas RS Jundiaí SP Recife PE

Cariacica ES Macaé RJ Santos SP

Cascavel PR Maringá PR São Luís MA

Cuiabá MT Mauá SP Serra ES

Curitiba PR Mogi das Cruzes SP Sorocaba SP

Goiânia GO Natal RN Uberlândia MG

Quadro 18 – Lista de portais governamentais com índice máximo do princípio da eficiência Fonte: Elaborado pelo autor.

A média dos índices de eficiência aferido nos portais foi de 0,69, em que

pese o fato de 4 portais terem obtido índice de 0,00. A distribuição dos índices de

eficiência dos portais pode ser visualizado no Gráfico 9:

Gráfico 9 – Distribuição dos índices de eficiência dos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.

Em relação ao princípio de eficiência, as três classificações que indicam

maior presença nos portais tiveram índices próximos: 31% dos portais apresentaram

4%

7%

27%

32% 31%

0,00 a 0,20 0,21 a 0,40 0,41 a 0,60 0,61 a 0,80 0,81 a 1,00

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índices muito altos; 32% índices altos; e 27% índices médios. As classificações que

indicam baixa presença do princípio de eficiência no portal tiveram valores inferiores

de 7% de índices baixos e 4% de índices muito baixos.

A segunda parte do formulário consistiu em 10 questões que permitiram

identificar o quanto os termos relacionados à governança foram utilizados na

comunicação dos portais governamentais.

O termo “governança” foi citado em 50 portais governamentais, um total

de 2.194 vezes, ou seja, em praticamente metade dos portais pesquisados não

houve sequer uma citação à governança. O total de citações dos termos

pesquisados se encontra na Tabela 5:

Tabela 5 – Resultados das buscas por termos vinculados aos princípios de governança pública

Termos pesquisados Número de portais

com citação ao termo pesquisado

Número de citações

Transparência 73 54.153

Prestação de contas / accountability 72 89.314

Integração 74 43.344

Equidade 67 2.029

Responsabilidade 78 102.852

Cumprimento das leis / Cumprimento de leis 62 84.772

Ética 71 21.492

Legitimidade 63 7.366

Eficiência 73 16.199

Fonte: Elaborada pelo autor.

Os termos pesquisados foram citados em média em 70,3 portais, sendo

que, conforme a Tabela 5, o termo com maior número de portais em que ocorreu

citação foi responsabilidade, seguido por integração, transparência, eficiência,

prestação de contas e ética, todos os termos citados acima da média. Os termos

equidade, legitimidade e cumprimento das leis foram citados abaixo da média.

Em relação ao número de citações, assim como no quesito número de

portais em que foi citado, o termo responsabilidade ficou em primeiro lugar. Os

demais termos, em ordem decrescente de citação, foram prestação de contas,

cumprimento das leis, transparência, integração, ética e eficiência. Os termos com

menor número de citações foram legitimidade e equidade.

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84

4.1.1 Principais resultados a destacar da análise dos portais governamentais

Do exposto até aqui, conjugando-se os resultados das duas partes do

formulário de observação dos portais e objetivando cumprir o primeiro objetivo

específico que consiste na identificação dos princípios de comunicação pública

presentes nos portais das prefeituras municipais na Internet, pode-se afirmar que

todos os princípios de governança pública estão, em algum grau, presentes e sendo

comunicados por meio dos portais das prefeituras municipais pesquisados.

Os princípios do cumprimento de leis, prestação de contas e

responsabilidade apresentaram índices de presença superiores a 70% nos portais

governamentais com classificação alto e muito alto, representando, assim, os três

princípios mais presentes nos portais. Esses três princípios também foram os mais

citados nas buscas nos portais; sendo assim, também representam os três princípios

mais comunicados por intermédio dos portais.

Os princípios da transparência, eficiência e equidade podem ser

classificados em relação à presença nos portais como presença intermediária-alta,

pois apresentaram índices de presença alta e muita alta em torno de 60% dos

portais e presença média variando entre 23% e 34%. Em relação à comunicação, o

princípio de transparência ficou em quarto lugar no número de citações, porém os

princípios de eficiência e equidade estão entre os menos citados, logo com baixa

comunicação por meio dos portais governamentais das prefeituras.

O princípio da integração obteve um perfil único entre os princípios

pesquisados, posto que apresentou divisão entre as classificações muita baixa e

baixa com 31%, média também com 31% e alta e muito alta com 38%, o que

significa uma presença intermediária nos portais pesquisados. Quanto à

comunicação pelo portal, o princípio registrou o quinto lugar em número de citações,

o que representa que sua comunicação pelos portais também ocorre de forma

intermediária em relação aos demais princípios.

Por fim, os princípios de legitimidade e ética apresentam índices de

presença nos portais governamentais muito baixos e baixos, de 55% e 79%

respectivamente, o que caracteriza as menores presenças nos portais

governamentais dentre os princípios pesquisados. O princípio da legitimidade se

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encontra também entre os princípios de menor comunicação, na oitava posição em

número de citações, e o princípio da ética em sexto lugar no tocante a citações.

A partir da análise dos resultados de presença e comunicação dos

princípios de governança pública por intermédio dos portais das prefeituras

municipais, foi criada a Figura 9, que, mediante uma escala crescente entre os

princípios, busca relacionar os dois aspectos investigados nesta pesquisa.

Figura 9 – Presença e comunicação dos princípios de governança pública nos portais governamentais Fonte: Elaborada pelo autor.

Em outro viés de análise, cabe analisar as prefeituras que atingiram em

seus portais governamentais índices de presença altos e muito altos, em todos os

princípios de governança pública pesquisados e, a partir do PIB e população de

seus municípios, buscar uma relação entre esses fatores.

Somente o portal da prefeitura de Paranaguá-PR, 65º PIB e 92º em

população, apresentou índices muito altos (entre 0,81 e 1,00) para todos os

princípios de governança pública analisados.

Um total de 14 portais governamentais de prefeituras apresentaram

índices ao menos altos (igual ou maior a 0,61) em todos os princípios de governança

pública. Na Tabela 6, consta lista dos municípios dessas prefeituras, acompanhados

pela posição de PIB e população dentro do recorte escolhido.

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Tabela 6 – Lista de municípios que o portal da prefeitura obteve índices de presença altos (igual ou maior que 0,61) em todos os princípios de governança pública acompanhados de PIB

e população

Prefeituras UF Posição em PIB Posição em população

Angra dos Reis RJ 59º 88º

Cuiabá MT 42º 35º

Curitiba PR 4º 8º

Jundiaí SP 24º 55º

Macaé RJ 40º 78º

Mogi das Cruzes SP 69º 52º

Nova Iguaçu RJ 62º 23º

Piracicaba SP 52º 57º

Porto Alegre RS 7º 10º

Recife PE 15º 9º

São Luís MA 23º 15º

Serra ES 39º 44º

Uberlândia MG 25º 30º

Vila Velha ES 83º 46º

Fonte: Elaborada pelo autor.

Ao analisar os 15 portais destacados em virtude dos altos índices de

presença de todos os princípios de governança pública, pode-se verificar que três

deles se encontram entre os 15 maiores PIBs do Brasil: Curitiba-PR, Porto Alegre-

RS e Recife-PR. Os demais 13 portais variam da 23ª posição até a 83º posição.

Em termos de população, dos 15 portais governamentais elencados,

quatro deles pertencem aos 15 maiores contingentes populacionais: Curitiba-PR,

Porto Alegre-RS, Recife-PE e São Luís-MA. Os 11 portais restantes têm variação

entre a 23ª posição até a 92ª posição, ocupada justamente por Paranaguá-PR, que

tem todos os índices de presença classificados como muito altos.

Dessa forma, não é possível estabelecer uma relação positiva entre PIB e

presença dos princípios de governança pública nos portais governamentais, ou seja,

não se pode afirmar que, quanto maior o PIB do município, maior a presença dos

princípios de governança pública no portal da prefeitura municipal. Infere-se disso

que a capacidade financeira do órgão público municipal, dentro do recorte

selecionado, não é fator determinante para a comunicação da governança pública

por intermédio dos portais governamentais.

De forma análoga, não se verificou uma clara relação positiva entre

tamanho da população do município e presença dos princípios de governança

pública nos portais governamentais, de forma que não se pode afirmar que, quanto

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maior a população do município, maior a presença no portal da prefeitura dos

princípios de governança pública. Esse fato permite entender que o tamanho da

população do município não é fator determinante para a comunicação da

governança pública por intermédio dos portais governamentais.

4.2 RESULTADOS DAS REDES SOCIAIS

O segundo objetivo específico deste trabalho foi identificar o uso de redes

sociais para comunicação eletrônica dos princípios da governança pública pelas

prefeituras municipais. Para tal, foram pesquisados dados de forma a identificar a

presença, a atividade, o impacto das redes sociais, bem como a comunicação dos

princípios de governança pública por intermédio das redes sociais.

4.2.1 Presença e atividade das prefeituras nas redes sociais

O primeiro fator pesquisado foi relativo à presença das prefeituras nas

redes sociais pesquisadas: Facebook, YouTube e Twitter.

A rede social Facebook é a que possui o maior índice de adesão das

prefeituras, com 99 perfis oficiais. A segunda rede social em termos de presença das

prefeituras municipais foi o YouTube, em que 96 prefeituras possuem um canal

oficial. A terceira rede social pesquisada foi o Twitter, que apresentou o menor

número de perfis de prefeituras dentre as redes pesquisadas, porém ainda bastante

elevado, já que 86 prefeituras possuem um perfil oficial no Twitter.

O segundo fator analisado nas redes sociais foi relativo à atividade das

prefeituras em cada uma das redes. De modo a classificar a atividade das

prefeituras nas redes sociais, optou-se por desenvolver uma classificação em três

categorias: inativo, ativo não regular e ativo regular, conforme critérios de

classificação dispostos no Quadro 13.

No Facebook, cinco prefeituras não realizaram ao menos uma postagem

no período; logo, foram classificadas com o perfil inativo. Desse modo, 94 prefeituras

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realizaram 3.595 publicações nos dez dias pesquisados, resultando em uma média

de 38,2 publicações por prefeitura no período (desvio padrão de 17,7).

Tomados os números por dia, a média de publicações no Facebook ficou

em 3,82 publicações/dia por prefeitura. Apenas 4 prefeituras não atingiram ao

menos uma publicação por dia, sendo classificadas com o perfil ativo não regular. As

demais prefeituras, 90, foram classificadas com o perfil ativo regular.

No YouTube, 19 prefeituras não publicaram sequer um vídeo no período

pesquisado, tendo o perfil inativo como forma de classificação. As prefeituras que

publicaram vídeos, 77, publicaram 3.613 vídeos no período de seis meses

pesquisados, resultando em uma média de 46,9 vídeos por prefeitura no período

(desvio padrão de 59,5).

Sob a ótica mensal, a média de publicações no YouTube ficou em 7,82

vídeos/mês por prefeitura. Contudo, 17 prefeituras postaram, em média, menos de 1

vídeo por mês; logo, foram classificadas com o perfil de ativo não regular. Assim, 60

prefeituras foram classificadas com o perfil ativo regular.

No Twitter, 21 prefeituras foram classificadas com perfil inativo, já que

nada publicaram no período de quinze dias pesquisado. As 65 prefeituras restantes

fizeram 5.169 publicações no período, o que resulta em uma média de 79,5

publicações por prefeitura (desvio padrão de 91,5).

Ao analisar as publicações por dia, tem-se que 6 prefeituras foram

classificadas com perfil ativo não regular, pois não publicaram em média 1 tweet por

dia. Com o perfil ativo regular, foram classificadas 59 prefeituras.

A partir dessa classificação, a presença e atividade de cada rede social

estão apresentadas no Gráfico 10. O gráfico indica que a rede social Facebook é

utilizada com regularidade por 90% das prefeituras, constituindo-se, assim, na

principal rede social utilizada pelas prefeituras dentre as três redes pesquisadas. Por

sua vez, o YouTube e o Twitter aparecem praticamente com o mesmo índice de

utilização regular pelas prefeituras, de 60% e 59% respectivamente.

Por outro lado, ainda com base no Gráfico 10, destaca-se negativamente

o percentual de prefeituras que possuem contas em redes sociais e não a utilizam

regularmente, 9% no Facebook, 36% no YouTube e 27% no Twitter. Esses números

reforçam o alerta de Haswani (2013) sobre a presença da tecnologia não

necessariamente produzir efeitos na comunicação, se a ferramenta não for

atualizada.

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Gráfico 10 – Presença e atividade das prefeituras nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

Do ponto de vista da utilização regular de uma ou mais redes sociais a

partir de cada prefeitura, construiu-se o Gráfico 11.

Gráfico 11 – Utilização das redes sociais pelas prefeituras municipais Fonte: Elaborado pelo autor.

O gráfico permite visualizar que 39% das prefeituras utilizam regularmente

as 3 redes sociais, enquanto 37% utilizam regularmente duas redes sociais, 18%

utilizam regularmente apenas uma rede social e 6% não utilizam regularmente redes

sociais. A lista com o perfil de atividade nas redes sociais de cada prefeitura

encontra-se no Apêndice L.

Facebook Youtube Twitter

90%

60% 59%

4%

17% 6%

5%

19%

21%

1% 4%

14%

Não tem conta

Inativo

Ativo não regular

Ativo regular

39%

17%

19%

1%

15%

3%

6%

Nas três redes sociais

Facebook+YouTube

Facebook+Twitter

YouTube+Twitter

Somente Facebook

Somente YouTube

Nenhuma rede social

Prefeituras com perfil ativo regular

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4.2.2 Impacto das prefeituras nas redes sociais

Descritas a presença e as atividades das prefeituras nas redes sociais, o

próximo fator a ser identificado é o impacto das prefeituras nas redes sociais.

Conforme descrito na metodologia, em específico no Quadro 14, é

possível verificar o impacto das redes sociais por meio de quatro aspectos: (i)

número de pessoas que assinam o canal oficial da prefeitura em relação à

população do município; (ii) reações ao conteúdo publicado pela prefeitura por

publicação; (iii) compartilhamento das publicações feitas pela prefeitura por

publicação; e (iv) visualizações das publicações da prefeitura.

4.2.2.1 Primeiro aspecto de impacto: número de pessoas que assinam o canal oficial

da prefeitura

No Facebook, a medição para o número de pessoas que assinam o canal

oficial é feita por meio do quantitativo de pessoas que curtem a página oficial da

prefeitura: curtir a página significa que o usuário cadastrado no Facebook, de

alguma forma, se interessou pelo conteúdo da página e deseja receber informações

de novas atualizações da página.

Em relação a esse aspecto, 99 páginas oficiais de prefeituras no

Facebook foram analisadas. Em números absolutos, juntos os perfis das prefeituras

possuíam 5.825.451 curtidas, o que resulta em uma média de 58.843 curtidas por

perfil da prefeitura. Destaca-se a página da prefeitura de Curitiba-PR, que contava

com 784.052 curtidas na data pesquisada, número superior à somatória da segunda,

terceira e quarta colocadas, respectivamente Manaus-AM – 237.170 curtidas, São

Paulo-SP – 222.522 e Maceió-AL – 220.808.

Além das quatro prefeituras destacadas no parágrafo anterior, verificou-se

que 31 prefeituras têm entre 50.000 mil curtidas e 200.00 curtidas, sendo 20 até

100.000 e outras 11 até 200.000. Ainda foi verificado que 64 prefeituras têm até

50.000 curtidas, sendo 21 até 10.000 curtidas e 43 até 50.000 curtidas.

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No YouTube, o termo utilizado é, de fato, assinantes do canal. Assim,

verificou-se o número de pessoas que assinam o canal da prefeitura: assinar o canal

significa que o usuário do YouTube se interessou pelos vídeos publicados e deseja

receber informações de novas publicações.

Foram analisadas sob este aspecto 96 prefeituras possuidoras de um

canal oficial no YouTube. Juntos, estes canais apresentaram 37.982 assinantes, em

uma média de 395,6 assinantes por canal.

O canal que possui o maior número absoluto de assinantes é o da

prefeitura de São Paulo-SP, com 9.438 assinantes, seguido por Salvador-BA com

3.134 assinantes, sendo os únicos dois canais com número superior a 2.000

assinantes. Verificou-se que 8 canais de prefeituras apresentaram entre 1.000 e

2.000 assinantes e os demais 86 canais de prefeituras no YouTube apresentaram

menos de 1.000 assinantes.

Para a terceira rede social pesquisada, Twitter, a verificação do aspecto

número de assinantes se deu por intermédio do número de seguidores do perfil

oficial da prefeitura: seguir um perfil significa que o usuário se interessa pelo

conteúdo a ponto de desejar receber as publicações do perfil seguido em tempo

real.

As 86 prefeituras que possuem conta nessa rede social têm, juntas,

1.171.552 seguidores, que resultam em uma média de 13.623 seguidores por perfil.

Em números absolutos, destacam-se os perfis das prefeituras de Curitiba-PR com

161.512 seguidores, Recife-PE com 132.798 seguidores, Porto Alegre-RS com

104.633 seguidores, Brasília-DF com 100.237 seguidores e Fortaleza-CE com

92.784 seguidores. Esses cinco perfis destacados respondem por mais de 50% do

total de seguidores dos perfis de prefeituras pesquisados. Ainda tratando de

números absolutos, 66 perfis de prefeituras têm menos de 10.000 seguidores e os

demais 15 perfis pesquisados têm entre 11.000 e 72.000 seguidores.

A partir dos números absolutos de assinantes das redes sociais das

prefeituras, pode-se inferir o impacto da rede social relacionando estes números

com a população de cada município. Embora não necessariamente as pessoas que

assinam o perfil oficial em uma rede social de determinada prefeitura morem no

município em questão, este é um parâmetro que relativiza a análise frente ao

número absoluto e dá a dimensão de impacto e alcance da comunicação por meio

das redes sociais.

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Com base nesses dados, construiu-se o Gráfico 12, que mostra o impacto

das redes sociais a partir da relação assinantes pela população, conforme

categorias de classificação anteriormente elencadas.

Gráfico 12 – Impacto das redes sociais a partir da relação assinantes pela população Fonte: Elaborado pelo autor.

Com base no Gráfico 12, pode-se afirmar que a rede social de maior

impacto no que tange ao número de assinantes é o Facebook, em que 12% dos

perfis foram enquadrados na categoria de impacto muito alto, já que atingem mais

que 20% da população do município. Na categoria de impacto alto, 25% dos perfis

do Facebook foram enquadrados nesta categoria.

Foram classificadas de impacto médio 20% dos perfis das prefeituras no

Facebook e 5% dos perfis de prefeituras no Twitter, rede social com o segundo

maior impacto no que tange ao número de assinantes. Em outra categoria, atingiram

entre 1,1% e 5%, ou seja, de baixo impacto, foram classificados 40% dos perfis de

prefeituras no Facebook e 34% dos perfis no Twitter.

Por fim, apenas 2% dos perfis das prefeituras no Facebook foram

classificados como impacto muito baixo, frente a 62% dos perfis no Twitter. A rede

YouTube teve 100% dos canais classificados como impacto muito baixo, sendo

assim a rede social de menor impacto na relação assinantes/população entre as três

redes sociais pesquisadas.

2%

40%

20% 25%

12%

100%

62%

34%

5%

Muito baixo Até 1%

Baixo 1,1 até 5%

Médio 5,1% até 10%

Alto 10,1 até 20%

Muito Alto Acima de 20%

Facebook

Youtube

Twitter

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4.2.2.2 Segundo aspecto de impacto: reações ao conteúdo publicado pela prefeitura

O segundo aspecto de medição de impacto diz respeito às reações dos

usuários das redes sociais aos conteúdos publicados pelas prefeituras em seus

canais oficiais. No Facebook, o usuário, ao ler o conteúdo publicado pela prefeitura

em sua página oficial, pode ignorar ou pode reagir qualitativamente à publicação.

Durante a pesquisa, o Facebook permitia as seguintes reações: curtir, amar, rir,

surpresa, tristeza ou raiva – cada uma com um símbolo representativo da reação.

Quanto a esse aspecto, foram analisadas as 94 prefeituras que

realizaram publicações no Facebook durante o período pesquisado. Em números

absolutos, as publicações de todas as prefeituras provocaram 556.658 reações. O

perfil oficial da prefeitura de Curitiba-PR obteve o maior número de reações, com

114.264, sendo seguido pelos perfis da prefeitura de São Paulo-SP, com 62.285,

Belo Horizonte-MG, 44.815 e Salvador-BA com 30.231. Verificou-se que 6 perfis

apresentaram entre 10.001 e 20.000 reações, 59 perfis apresentaram entre 1.000 e

10.000 reações, e os 25 perfis restantes obtiveram menos de 1.000 reações no

período pesquisado.

A rede social YouTube permite ao usuário, ao assistir o vídeo, reagir ao

seu conteúdo por meio de marcações “gostei” e “não gostei”. Essa opção de

julgamento por parte do usuário pode ser desabilitada pelo proprietário do canal em

cada vídeo publicado. Três canais de prefeituras não permitem essa manifestação

por parte de quem assistiu aos vídeos: Salvador-BA, Osasco-SP e São Paulo-SP

(sobre São Paulo, dos 31 vídeos publicados, 21 não permitem a marcação “gostei”

ou “não gostei”). Tal prática reduz a característica de rede social do YouTube, pois

não permite aos usuários visualizarem o que os outros usuários que visualizaram o

vídeo anteriormente pensam sobre seu conteúdo.

Dessa forma, no que tange às reações por meio das marcações “gostei” e

“não gostei”, foram analisados 75 canais de prefeituras que publicaram vídeos no

período e permitiram aos usuários reagir ao seu conteúdo. Os números totais

levantados demonstram que foram feitas 11.517 reações, sendo 8.853 marcações

“gostei” e 2.664 marcações “não gostei”.

Apenas os canais das prefeituras de São Paulo-SP e de Santos-SP

obtiveram mais de 1.000 reações aos seus vídeos; logo, os demais 73 canais das

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94

prefeituras obtiveram menos de 1.000 reações aos vídeos publicados no período

pesquisado.

Na terceira rede social pesquisada, Twitter, os usuários podem, ao ler

uma publicação efetuada pela prefeitura, reagir curtindo o conteúdo disponibilizado.

Quanto a esse aspecto, foram analisadas as 65 prefeituras que realizaram

publicações no período pesquisado, que juntas somaram 13.112 curtidas.

O perfil em que as publicações tiveram o maior número de curtidas foi o

da prefeitura de São Luís-MA com 4.536 curtidas, o que equivale a 34,6% do total de

curtidas no período. Outros três perfis de prefeituras alcançaram mais de 1.000

curtidas no período: Curitiba-PR com 1.676 curtidas, Goiânia-GO com 1.451 curtidas

e São Paulo-SP com 1.139. Os demais 61 perfis de prefeituras não alcançaram

sequer 1.000 curtidas no período.

Para medir o impacto das reações ao conteúdo disponibilizado pelas

prefeituras nas redes sociais, fez-se necessário considerar o número de publicações

no período, estabelecendo, assim, uma relação “reações por publicação”. Esse

parâmetro dá a dimensão de como os usuários das redes sociais, ao tomar contato

com as publicações realizadas pelas prefeituras, comportam-se frente à

comunicação proposta pelos entes municipais por meio das redes sociais.

Visando demonstrar como os perfis das prefeituras nas três redes sociais

pesquisadas, Facebook, YouTube e Twitter, impactam nos usuários com base na

relação reações por publicação, de acordo com categorias de classificação

anteriormente mencionadas, foi construído o Gráfico 13.

A partir do Gráfico 13, infere-se que a rede social Facebook é a que

produz maior impacto no tocante às reações que cada publicação produz, posto que

57% dos perfis pesquisados se encaixam na categoria alto – 23% e muito alto –

34%. O Twitter não teve nenhum perfil que alcançou alto ou muito alto impacto e o

YouTube, rede social com segundo maior impacto neste aspecto, apresentou 1%

dos canais com impacto muito alto. A categoria de impacto médio foi alcançada por

38% dos perfis das prefeituras no Facebook e por 3% dos perfis no Twitter.

Na categoria de baixo impacto, foram classificados 15% dos canais do

YouTube e 3% dos perfis tanto do Facebook quanto do Twitter. Ainda, com impacto

muito baixo, foram 94% dos perfis das prefeituras no Twitter, 84% dos canais oficiais

das prefeituras no YouTube e somente 1% dos perfis no Facebook. Dessa forma, o

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Twitter é a rede social de menor impacto na relação reações/publicação, dentre as

redes sociais investigadas.

Gráfico 13 – Impacto das redes sociais a partir da relação reações por publicação Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.2.3 Terceiro aspecto de impacto: compartilhamento de conteúdo publicado pela

prefeitura

O terceiro aspecto relativo ao impacto diz respeito ao compartilhamento

dos conteúdos publicados pelas prefeituras nas redes sociais. Esse tipo de ação

somente é permitida ao usuário nas redes sociais Facebook e Twitter, não sendo

possível no YouTube.

No Facebook, a ação de compartilhar ocorre quando o usuário, ao ler

determinada publicação, julga interessante o conteúdo e decide compartilhar a

publicação em sua linha do tempo, de forma que seus amigos possam também ver a

publicação julgada relevante.

Na rede social Twitter, a ação de compartilhamento é denominada

retweetar e tem por finalidade divulgar o conteúdo para que os seguidores de quem

compartilhou também tenham acesso à publicação.

1% 3%

38%

23%

34%

84%

15%

1%

94%

3% 3%

Muito baixo Máximo 5

reações/pub

Baixo 5,1 até 10

reações/pub

Médio 10,1 até 50 reações/pub

Alto 50,1 até 100 reações/pub

Muito Alto Acima de 100 reações/pub

Facebook

YouTube

Twitter

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O compartilhamento amplia o alcance das publicações das prefeituras, na

medida em que o conteúdo alcança não só os assinantes do perfil oficial das

prefeituras como também os usuários que têm ligação com os assinantes do perfil.

No Facebook, foram investigados os 94 perfis oficiais que publicaram

conteúdo no período pesquisado. Em números absolutos, ocorreram 173.563

compartilhamentos no Facebook.

A prefeitura de São Paulo-SP obteve o maior número de

compartilhamentos, com 33.198, seguida pela prefeitura de Salvador-BA com 19.161

compartilhamentos e pela prefeitura de Curitiba-PR com 14.996, sendo esses os

únicos três perfis que tiveram mais de 10.000 compartilhamentos de conteúdo. Entre

1.000 e 10.000 compartilhamentos, foram verificados 33 perfis oficiais e os demais

58 perfis tiveram número inferior a 1.000 compartilhamentos de conteúdo.

No Twitter, 65 perfis de prefeituras publicaram conteúdo no período

pesquisado, de forma que o número de retweets total de 9.652 foi mensurado a

partir destes perfis.

O perfil da prefeitura de São Luís foi o que teve o maior número de

retweets em suas publicações, com 4.075, equivalente a 42,2% do total de retweets

de todos os perfis pesquisados. Um único perfil, São Paulo-SP, também teve mais

de 1.000 retweets. Os demais 63 perfis oficiais de prefeitura tiveram menos de 1.000

retweets.

Na aferição do impacto dos compartilhamentos, levou-se em conta o

número de publicações feitas pelas prefeituras no período, de forma a constituir uma

relação “compartilhamentos por publicação”. O estabelecimento desse parâmetro

permite estabelecer o quanto os usuários das redes sociais entendem como

pertinente e relevante o conteúdo disponibilizado pela prefeitura na rede, a ponto de

decidir pela publicação do conteúdo para os usuários que mantêm relacionamentos

pela rede social em questão.

Dessa forma, o impacto quanto aos compartilhamentos por publicação

dos perfis das prefeituras nas redes sociais Facebook e Twitter está exposto no

Gráfico 14, conforme categorias de classificação anteriormente mencionadas.

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Gráfico 14 – Impacto das redes sociais a partir da relação compartilhamento por publicação Fonte: Elaborado pelo autor.

O Gráfico 14 indica que a rede social Facebook tem maior impacto no que

tange ao compartilhamento de conteúdo das prefeituras do que a rede social Twitter.

Essa última apresentou 94% dos perfis com impacto muito baixo, 4% com baixo

impacto e somente 2% com impacto médio, enquanto a primeira apresentou

praticamente metade dos perfis, 49%, com impacto médio e 22% com impacto alto e

muito alto e 29% com impacto baixo e muito baixo.

4.2.2.4 Quarto aspecto de impacto: visualizações do conteúdo publicado pela

prefeitura

A aferição de impacto por intermédio do número de visualizações nas

publicações só foi passível de efetivação no YouTube, pois as outras redes sociais

não disponibilizam estas informações de forma aberta. Esse parâmetro visa medir o

número de vezes que os vídeos publicados pela prefeitura no período pesquisado

foram assistidos; em outras palavras, verificar a audiência desses vídeos.

Nesse aspecto, foram analisados os dados referentes a 77 prefeituras

que publicaram vídeos no período pesquisado. No total, os vídeos adicionados

obtiveram 13.611.762 visualizações. Desse número, destaca-se o canal da

11% 18%

49%

15% 7%

94%

4% 2%

Muito baixo Máximo 5

compartilha /publicação

Baixo 5,1 até 10

compartilha /publicação

Médio 10,1 até 50 compartilha /publicação

Alto 50,1 até 100 compartilha /publicação

Muito Alto Acima de 100 compartilha /publicação

Facebook

Twitter

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prefeitura de São Paulo-SP, que teve 12.338.297 visualizações, respondendo por

90,6% das visualizações de todos os canais pesquisados.

Destaca-se ainda o canal da prefeitura de Salvador-BA com 481.817

visualizações e o canal da prefeitura de Aparecida de Goiânia com 122.133

visualizações, sendo os três canais os únicos acima de 100.000 visualizações.

Ao tomar a média de visualizações por vídeo, parâmetro utilizado para

verificação de impacto, busca-se verificar a audiência de cada vídeo publicado, ou

seja, se o ato de publicar um vídeo no YouTube por uma prefeitura gera um número

de visualizações que geram impacto, conforme categorização anteriormente

elencada no quadro 14. O Gráfico 15 ilustra o montante de prefeituras em cada

categoria, a partir da relação visualizações por publicação.

Gráfico 15 – Impacto da rede social YouTube a partir da relação visualizações por publicação Fonte: Elaborado pelo autor.

O impacto do YouTube quanto às visualizações por publicação, registrado

no Gráfico 15, apresenta um impacto muito baixo para 21% dos canais pesquisados

e baixo para 22% dos canais das prefeituras. Em 48% dos canais, cada vídeo

publicado recebeu, em média, entre 101 e 1.000 visualizações, caracterizando

impacto médio. Apenas 5% dos canais apresentaram um impacto alto e somente os

canais das prefeituras supracitadas apresentaram mais de 10.000 visualizações por

vídeo e assim categorizadas como de impacto muito alto.

21% 22%

48%

5% 4%

Muito baixo Máximo 50 visual./pub

Baixo 51 até 100 visual./pub

Médio 101 até 1.000

visual./pub

Alto 1.001 até 10.000

visual./pub

Muito Alto Acima de 10.000

visual./pub

YouTube

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4.2.3 Comunicação da governança pública pelas prefeituras nas redes sociais

Tendo sido coletados os dados referentes às publicações das prefeituras

nas redes sociais Facebook, YouTube e Twitter, procedeu-se à verificação da

comunicação dos princípios de governança pública por intermédio das redes sociais.

Conforme descrito na metodologia, para cada princípio foi utilizado um termo para

pesquisa, além da pesquisa pelo próprio termo “governança”.

As prefeituras realizaram um total de 12.377 publicações nas três redes

sociais durante os períodos pesquisados. Ressalta-se que as publicações não se

resumem a textos, posto que englobam também imagens e vídeos, contudo, nesta

pesquisa, a busca pelos termos relacionados à governança pública ocorreu somente

nos títulos e textos vinculados às publicações.

O termo governança não foi utilizado em nenhuma publicação das três

redes sociais. Os termos vinculados aos princípios de governança pública foram

citados nas redes sociais, conforme descrição da Tabela 7:

Tabela 7 – Citações de termos vinculados à governança pública nas redes sociais

Termos pesquisados Citações Facebook

Citações YouTube

Citações Twitter

Total

Transparência 5 2 5 12

Prestação de contas / accountability 7 4 3 14

Integração 10 8 7 25

Equidade 1 1 0 2

Responsabilidade 10 1 7 18

Cumprimento das leis / cumprimento de leis 2 0 1 3

Ética 3 0 0 3

Legitimidade 0 0 0 0

Eficiência 2 0 0 2

Total 40 16 23 79

Fonte: Elaborada pelo autor.

Conforme dados da Tabela 7, o Facebook foi a rede social mais utilizada

para a comunicação da governança pública, com 40 citações, seguido pela rede

social Twitter, 23 citações e, por fim, pelo YouTube, com 16 citações.

Em relação aos princípios de governança pública, o mais citado foi o

princípio da Integração, com 25 citações, seguido pelo princípio da responsabilidade,

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100

18 citações, prestação de contas, 14 citações e transparência com 12 citações.

Esses foram os princípios citados em todas as redes sociais.

Os princípios da equidade, com duas citações, e cumprimento das leis,

com três citações, foram citados em duas redes sociais. Os princípios da ética e da

eficiência foram citados apenas em uma rede social, com três e duas citações,

respectivamente. O princípio da legitimidade não foi citado em nenhum momento.

Sob o prisma das prefeituras que publicaram conteúdos voltados à

comunicação dos princípios de governança pública pelas redes sociais, o primeiro

princípio pesquisado foi o princípio da transparência, cujos resultados se

apresentam no Quadro 19:

Facebook

Canoas-RS Termina na segunda-feira (14) o prazo de inscrições para o Conselho de Cidadãos pela Transparência.

Canoas-RS

Foi prorrogado para 4 de abril, o prazo de inscrições para o Conselho de Cidadãos pela Transparência. A escolha dos sete integrantes e dos seus suplentes ocorrerá por sorteio público. A data da posse ainda será definida, para o mandato de um ano.

Macaé-RJ O Ponto Biométrico é a ferramenta de transparência que dá ao cidadão a certeza de que seu dinheiro está sendo usado de maneira correta.

Florianópolis-SC Transparência a serviço do crescimento ordenado.

Foz do Iguaçu-PR

Portal de Transparência do município ganha nova interface e novas informações.

YouTube

Recife-PE Prefeito do Recife cede software do Portal da Transparência para Paulista.

Juiz de Fora-MG PJF – Transparência.

Twitter

São Paulo-SP A decisão foi tomada: radicalizar na transparência e convocar todos p/ q possamos diminuir ainda + os acidentes no trânsito, finaliza Haddad.

São Paulo-SP Pref abre dados sobre infrações de trânsito; objetivo é dar + transparência aos dados e ajudar na redução de mortes.

São Paulo-SP Consulta pública p/ novo Portal da Transparência busca abranger as demandas e necessidades dos cidadãos. Participe!

Natal-RN Plataforma Observa Natal oferece mais transparência da administração pública

Macapá-AP A honraria foi conferida a personalidades que prestam relevantes serviços à cultura, à cidadania e transparência da gestão pública do Estado.

Quadro 19 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da transparência nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

O princípio da transparência, conforme o Quadro 19, foi comunicado por 9

prefeituras de 9 diferentes Estados.

O segundo princípio pesquisado foi o princípio da prestação de contas –

accountability. Os resultados obtidos junto às redes sociais estão apresentados no

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Quadro 20, onde 8 prefeituras de 4 diferentes Estados utilizaram o termo prestação

de contas na comunicação por meio das redes sociais.

Facebook

Jundiaí-SP PrestaçãodeContas na Ponte São João, São Camilo, Vila Aparecida, Colônia e região

Jundiaí-SP

O prefeito Pedro Bigardi deu sequência à prestação de contas nos bairros com a apresentação do Programa de Metas 2013-2016, na Emeb Pedro de Oliveira, na Ponte São João. Além do bairro, participaram moradores do São Camilo, Vila Aparecida e Colônia.

Jundiaí-SP PrestaçãodeContas na Vila Comercial, Maringá, Jardim Martins, Copacabana e região

Jundiaí-SP

O prefeito Pedro Bigardi fez a reunião de Prestação de Contas do Plano de Metas, na Emeb Aparecido Garcia, no Jardim Martins, para moradores da região da Vila Maringá, Comercial e Jardim Copacabana. A série de encontros teria continuidade neste sábado (12), no Santa Gertrudes, mas foi cancelada por conta da chuva.

Jundiaí-SP PrestaçãodeContas na Vila Rami, Bonfiglioli, Merci, Jundiainópolis e região

Jundiaí-SP

São Gonçalo-RJ

Com o objetivo de fortalecer o colegiado que possui representantes da comunidade escolar, a Secretaria de Educação de São Gonçalo promoverá na próxima quarta- feira (16/03), das 13h às 17h, a "Convenção Anual de Conselheiros Escolares" no Teatro Carequinha, em Neves. Para tanto, a programação da convenção envolverá vídeos, palestras e discussões sobre: “Gestão Democrática: a teoria leva à prática – reflexões”; “Programas Federais e Conselho: quanto mais antenado estiver, melhor para a sua escola”; “Prestação de contas: o momento sagrado de todo gestor”; “Conselho Escolar em São Gonçalo: do nascimento à maturidade” e “O Fortalecimento do Conselho Escolar no 3º milênio”.

YouTube

Osasco-SP Prestação de contas dos trabalhos da Guarda Civil Municipal e entrega de títulos

Sorocaba-SP Meio ambiente em Sorocaba – Prestação de Contas – Prefeitura 2016

Santo André-SP Programa Santo André: conquistas e melhorias – Edição 8 – Especial de prestação de contas

Caxias do Sul-RS Prestação de Contas do Orçamento Comunitário

Twitter

Jundiaí-SP Prefeito realiza ‘Prestação de Contas’ no Parque São Luiz :)

Teresina-PI Semduh faz prestação de contas do Orçamento Popular.

Rio Grande-RS

Executivo Municipal e delegados do OPP realizam assembleia de prestação de contas.

Quadro 20 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio de prestação de contas nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

Os resultados retornados para a busca vinculada ao princípio da

Integração estão dispostos no Quadro 21. Mediante o termo utilizado para busca, o

princípio da integração foi comunicado por 16 prefeituras de 12 diferentes Estados.

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102

Facebook

Brasília-DF

Se tem uma coisa que o mundo todo quer é... PAZ! É com esse tema que a campanha Brasília Capital do Ipê foi lançada nesta semana. O projeto planeja a construção de quatro praças em Brasília, cada uma com um valor (paz, cidadania, respeito e amor) e com um tipo de ipê diferente, para chamar a sociedade a discutir e repensar atitudes simples do dia a dia. Os espaços vão unir cultura, arte, sustentabilidade e integração social.

Campinas-SP

lazer A reurbanização do Centro de Integração Dorival Daniel Waetge, entregue no sábado, 12 de março, no Jardim São Vicente, beneficiará mais de 20 mil habitantes de vários bairros da região, como Vila Formosa, Jardim São Gabriel, Parque dos Cisnes, Jardim Centenário e Jardim Bom Sucesso. A recuperação da área de quase 38 mil metros quadrados contou com investimentos da ordem de R$ 1,1 milhão.

Recife-PE

Amanhã é dia de mais um evento do programa Prouni Recife Além do Campus. A ideia é contribuir para a integração e o desenvolvimento pessoal e acadêmico dos estudantes contemplados com bolsas integrais em faculdades particulares concedidas pelo programa Prouni Recife.

Barueri-SP No dia 19 de março, acontece no ginásio poliesportivo José Corrêa o 4º Torneio Integração de Lutas Marciais.

Belém-PA

Com a intenção de contribuir para a redução dos índices de violência nos eventos esportivos, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer, lançou, neste sábado, 05, o projeto Torcida Cidadã, um projeto focado na integração social de crianças e adolescentes das torcidas organizadas dos clubes de futebol de Belém.

Ribeirão Preto-SP

O SIM Caxias inicia as operações no dia 16 de abril. Essa primeira fase contempla 18 linhas do eixo leste/oeste. A nova linha TR01, identificada com a cor vermelha, vai interligar as Estações Principais de Integração Floresta e Imigrante e circular pelas ruas Pinheiro Machado e Sinimbu.

Araucária-PR A Integração é uma conquista de todos nós

Araucária-PR Passagem única até Curitiba. Integração do Transporte Coletivo paga com recursos do município de Araucária. Essa é a verdade. A integração não parou!

Aracaju-SE

A partir de hoje, 11, vai ter gente soltando a voz no centro de Aracaju! É que vai começar a primeira edição do Cantoria da Cidade, um encontro de coros e vozes que acontece no Centro Cultural de Aracaju, na praça General Valadão. Com a participação de 17 de corais, o evento faz parte das festividades do aniversário da capital e não possui caráter competitivo, pois o objetivo é promover o intercâmbio cultural, a integração e o fortalecimento dos laços entre corais da cidade e o público. O Cantoria é realizado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria do Planejamento, Orçamento e Gestão, com apoio da Funcaju e da Secretaria da Comunicação. Participe!

Paulínia-SP

SAÚDE | A Prefeitura de Paulínia, através do Programa DST/AIDS e Hepatites Virais de Paulínia, está sediando, no Paço Municipal, o Encontro Regional de Monitoramento da Implantação de Testes Rápidos no Estado de São Paulo. O encontro tem como objetivo contribuir para o fortalecimento do processo de articulação e integração entre municípios na capacitação de profissionais, na organização logística e na ampliação da implantação de Testes Rápidos de HIV, Sífilis Hepatite B e Hepatite C. Participam representantes dos municípios do GVE (Grupos de Vigilância Epidemiológica) de Campinas, GVE Piracicaba, GVE de São João da Boa Vista, e GVE de Sorocaba.

YouTube

Fortaleza-CE Prefeitura inicia Projeto Integração para 300 estudantes da rede pública de ensino

Santos-SP Operação Verão 2015/2016 contará com integração do sistema de monitoramento

Recife-PE Alunos da primeira turma do Prouni Recife participam de evento de integração

Macaé-RJ Sábado de integração no Bosque Azul

Maceió-AL Prefeito participa de homenagem ao ministro da Integração

Maceió-AL Integração Temporal no Benedito Bentes é iniciada

Juiz de Fora-MG

Prefeitura promove mais um "Integração nos Bairros" em parceria com a TV Integração

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103

Aracaju-SE Residencial Zilda Arns é entregue pelo Prefeito e Ministro de Integração Nacional

Twitter

Salvador-BA P/ aumentar a integração entre os coletivos públicos, a Pref. oferece grátis o cartão do “Bilhete Avulso”, mediante a compra de 2 tarifas

Goiânia-GO Biodança favorece integração afetiva nas unidades educacionais

Belém-PA Este ano o trabalho de integração vai continuar com a implantação de novas ciclovias e ciclofaixas pela Prefeitura.

Belém-PA Este ano o trabalho de integração continua com a implantação de novas ciclovias e ciclofaixas pela Prefeitura.

Belém-PA A Prefeitura de Belém está promovendo a integração do sistema cicloviário. #FazendoDoJeitoCerto #Belém400anos

Aracaju-SE Prefeito @joaoalvesfilho recepciona Ministro da Integração Nacional,Gilberto Occhi, que veio para o "Força Amiga".

Aracaju-SE Prefeito João Alves participa do Dia Nacional contra o #Aedesaegypti com minist. Integração

Quadro 21 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da Integração nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

O quarto princípio pesquisado foi o princípio da equidade e os resultados

obtidos estão presentes no Quadro 22. Foram apenas duas citações de duas

prefeituras de diferentes Estados.

Facebook

Santo André-SP

O “Programa Gênero, Saúde e Meio Ambiente” realiza ações socioeducativas na região de manancial, em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC/FUABC, e trabalha a favor da promoção da equidade de gênero. DiaInternacionalDaMulher 8deMarço

Youtube

Curitiba-PR Educação Equidade

Quadro 22 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da equidade nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

O princípio da responsabilidade foi o quinto pesquisado e, por meio do

termo utilizado para busca, obteve citação em 14 prefeituras de 10 diferentes

Estados, conforme Quadro 23:

Facebook

Brasília-DF

Já ouviu falar do movimento Eles por Elas, da ONU Mulheres — Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres? A ideia da campanha é promover uma reflexão sobre a responsabilidade de homens e meninos na eliminação de atos discriminatórios e de violência contra as mulheres. E quer saber o melhor? Brasília aderiu à iniciativa nesta terça-feira (8), no Dia Internacional da Mulher.

São José dos Campos-SP

Hoje o projeto Segunda no Quiosque do Centro da Juventude é especialmente dedicado ao Mês da Mulher. E quem ficará com a responsabilidade de animar a noite da galera será a cantora Dany Cobra com o show musical “Toque Feminino” É logo mais, às 20h, chego cedo e reserve seu pufe!

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São Luís-MA

Dona de casa e diretora do Hospital Aldenora Bello. Para Rachel, o principal desafio da mulher é saber equilibrar todas essas responsabilidades, com carinho, dedicação e, sobretudo, com força para vencer as batalhas diárias. MarçoMêsdaMulher MulheresInspiradoras

São Luís-MA

Nossos servidores dos setores jurídicos participaram ontem (14) do treinamento "A Lei de Responsabilidade Fiscal e as Vedações de Final de Mandado", em que foram tratados temas que auxiliam o cumprimento de obrigações legais e constitucionais. Realizada por meio da Controladoria Geral do Município (CGM), a ação teve como foco capacitar os servidores sobre a legislação tema do evento, promovendo mais qualidade para a gestão municipal.

Uberlândia-MG Todo direito revela uma responsabilidade.

Campo Grande-MS Descarte com Responsabilidade!

Teresina-PI

O lixo também é responsabilidade da população. Como disse a Dona Maria de Jesus, a prefeitura de Teresina limpa os locais públicos e disponibiliza pontos de recebimento de resíduos, mas as pessoas precisam fazer a sua parte!

Juiz de Fora-MG

Mais de 50 cidades aqui da Zona da Mata vivem uma epidemia das doenças causadas pelo Aedes aegypti. O processo de notificação de casos é uma responsabilidade do município e tem sido cumprida à risca em Juiz de Fora. Você sabia que, mesmo que o caso seja apenas uma suspeita de dengue, ele é contabilizado entre as notificações? Isso porque cada atendimento de paciente com sintomas correspondentes às doenças, da rede pública ou privada, gera uma ficha de notificação, na qual constam dados que ajudam diretamente no combate ao Aedes. Assista ao vídeo e confira a explicação da bióloga e chefe do departamento responsável pelas notificações, Michele Freitas. Informação também é uma arma contra o Aedes aegypti. Entre nessa batalha.

Porto Velho-RO

No trânsito skatista é pedestre! Isso quer dizer que, assim como quem está a pé, o skatista tem prioridade na hierarquia de trânsito e deve ser respeitado. Apesar de ele estar sob quatro rodas como um motorista, ele está muito mais vulnerável e merece atenção redobrada. O recado também serve para os skatistas: andem com responsabilidade!

Americana-SP Prefeitura participa do debate “Terra, a Casa Comum: Nossa Responsabilidade”

YouTube

Campinas-SP Projeto RAC-Sanasa premia melhores ações de responsabilidade ambiental

Twitter

Curitiba-PR Além de reciclar, é preciso consumir com responsabilidade. É hora de morfar seus hábitos!

Goiânia-GO Formação colabora na reflexão sobre a responsabilidade das unidades educacionais nos conflitos humanos

Goiânia-GO Multa p/ quem ñ cumprir c/ a responsabilidade vai de R$ 250 a R$ 2,5 mil, variando de acordo c/ Zona Fiscal

Goiânia-GO A segurança, @eduardoazev, é de responsabilidade do governo estadual. Ainda assim estamos auxiliando com trabalho de ronda comunitária.

João Pessoa-PB

Quando chove, o perigo aumenta e a nossa responsabilidade também. Siga as orientações e não deixe o mosquito nascer. #JPContraoMosquito

João Pessoa-PB

#ProconJP: É de responsabilidade do estabelecimento a segurança e a manutenção dos equipamentos de diversão em buffets infantis.

Paulínia-SP Responsabilidade com contas públicas permite à prefeitura manter passagem a R$ 1,00. #Transportes #Paulínia

Quadro 23 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da responsabilidade nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

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O sexto princípio pesquisado foi o de cumprimento das leis, em que o

termo pesquisado demonstrou estar presente em três prefeituras de três diferentes

Estados, como aponta o Quadro 24:

Facebook

São Luís-MA

Nossos servidores dos setores jurídicos participaram ontem (14) do treinamento "A Lei de Responsabilidade Fiscal e as Vedações de Final de Mandado", onde foram tratados temas que auxiliam o cumprimento de obrigações legais e constitucionais. Realizado por meio da Controladoria Geral do Município (CGM), a ação teve como foco capacitar os servidores sobre a legislação tema do evento, promovendo mais qualidade para a gestão municipal.

São José dos Pinhais-PR

Em cumprimento à Lei Municipal nº 1.529/2010, a organização da Festa da Cidade informa que está disponível para os idosos a cota de 5% da totalidade dos ingressos. A Lei dispõe sobre o ingresso gratuito destinado a idosos acima de 60 anos nos eventos promovidos pela Administração Municipal de São José dos Pinhais.

Twitter

Fortaleza-CE Operação Volta às Aulas conscientiza motoristas sobre cumprimento das normas de trânsito no entorno das escolas

Quadro 24 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio de cumprimento das leis nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

O princípio da ética foi comunicado por três prefeituras de dois diferentes

Estados, conforme o Quadro 25:

Facebook

São Paulo-SP

“Precisamos enfrentar a sub-representação das mulheres na política brasileira. Nossa democracia é uma democracia limitada, porque ainda temos em torno de 10% de todos os cargos que existem no Senado, na Câmara dos Deputados e dos Vereadores, e não há motivo para que isso aconteça, porque as mulheres são mais da metade da população, da força do trabalho e que frequenta as escolas. As mulheres têm capacidade para fazer as leis, defender o povo brasileiro, fazer da política uma coisa digna e ética”, disse a vice-prefeita, Nádia Campeão.

Curitiba-PR

Threo foi um dedicado servidor da Guarda Municipal de Curitiba. Ele atuava no Grupo de Operações com Cães e tinha uma ética de trabalho exemplar: nunca se recusava a fazer uma tarefa, era gentil e educado com seus colegas de equipe e seguia com firmeza o principal valor que deve nortear o trabalho numa instituição pública: o desejo de servir à sua comunidade.

São José dos Pinhais – PR

Na noite de quinta-feira (10,) no plenário da Câmara Municipal de Vereadores, os novos membros do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) tomaram posse para a gestão 2016-2018. A solenidade reuniu representantes da sociedade civil organizada, Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal e lideranças comunitárias, onde foram empossados os 14 membros para compor o próximo biênio, sendo presidente, secretários, tesoureiros, Conselho Fiscal, Conselho Deliberativo e Conselho de Ética e Disciplina.

Quadro 25 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da ética nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

O princípio da legitimidade, conforme afirmado anteriormente, não foi

citado por nenhuma prefeitura em nenhuma rede social. O nono e último princípio

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pesquisado, da eficiência, teve os resultados descritos no Quadro 26, sendo citados

por duas prefeituras de dois diferentes Estados.

Facebook

Jundiaí-SP

Desassoreamento, coleta de lixo nos rios, limpeza periódica de bocas de lobo, poda e corte de árvores, eficiência na varrição das ruas, investimento na remoção de moradias em áreas de risco. Todas essas ações e cuidados realizados diariamente pela Prefeitura de Jundiaí contribuíram para diminuição dos efeitos causados pelas fortes chuvas que atingiram a região e outras partes do Estado na noite e madrugada dessa quinta-feira (10).

Teresina-PI

O BRT (Bus Rapid Transit) ou Transporte Rápido por Ônibus é um sistema de transporte coletivo de passageiros que vai trazer mais rapidez, mobilidade urbana e eficiência para o transporte urbano de Teresina. O BRT não é apenas uma mudança de frota, é uma transformação no conceito de mobilidade urbana de Teresina e será a maior intervenção já realizada na cidade.

Quadro 26 – Conteúdo publicado pelas prefeituras para comunicação do princípio da eficiência nas redes sociais Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2.4 Principais resultados a destacar da análise das redes sociais

Do exposto até aqui no tocante às redes sociais, a partir dos resultados

obtidos da aplicação do formulário de observação das redes sociais e tendo por foco

cumprir o segundo objetivo específico que trata da identificação do uso de redes

sociais para comunicação dos princípios da governança pública pelas prefeituras

Municipais, pode-se afirmar que, embora a presença, as atividades e os impactos

das prefeituras nas redes sociais sejam elevados, é baixa a comunicação dos

princípios de governança pública por intermédio das redes sociais.

A presença das prefeituras nas redes sociais é bastante alta, 99% no

Facebook, 96% no YouTube e 86% no Twitter, mesmo comparando com o fato de

100% das prefeituras possuírem um portal governamental na Internet. Em relação às

atividades das prefeituras nas redes sociais, o uso regular das redes sociais também

é alto, visto que o Facebook é utilizado regularmente por 90% das prefeituras, o

YouTube por 60% e o Twitter por 59%, e somente 6% das prefeituras não fazem uso

regular de nenhuma rede social.

No que tange ao impacto das redes sociais, o Facebook apresentou altos

índices de impacto: 37% das prefeituras com impacto alto e muito alto quanto ao

número de usuários que curtem a página oficial das prefeituras em relação à

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107

população do município; 57% de impacto alto e muito alto quanto às reações

provocadas pelas publicações das prefeituras; e 22% de impacto alto e muito alto

referente ao compartilhamento de conteúdo. As outras duas redes sociais

proporcionaram impactos menores, situados, em sua maioria, nas classificações

muito baixas e baixas nos critérios de impacto analisados.

Já quanto à comunicação da governança pública propriamente dita, os

números apresentados são baixos, o que permite inferir que as redes sociais não

estão sendo utilizadas pelas prefeituras para essa finalidade.

O termo governança não foi citado nenhuma vez em nenhuma rede

social. Os termos vinculados aos princípios de governança pública foram citados

apenas em 79 publicações, o que representa 0,64% das publicações fizeram

referência aos princípios da governança pública, sendo 40 citações no Facebook, 23

no Twitter e 16 no YouTube.

Ao analisar as prefeituras que, em suas redes sociais, buscaram

comunicar os princípios de governança pública pesquisados, pode-se estabelecer

uma relação com o PIB e população de seus municípios, em busca de uma

correlação entre estes fatores.

Um total de 38 prefeituras fez ao menos uma publicação vinculada aos

princípios da governança pública. Dessas, 3 publicaram conteúdo referente a 3

diferentes princípios, 12 comunicaram 2 diferentes princípios e 23 prefeituras

comunicaram somente um princípio de governança pública.

Na Tabela 8, consta lista dos municípios que publicaram conteúdo

referente a dois ou mais princípios de governança pública, acompanhados pela

posição de PIB e população dentro do recorte escolhido.

Tabela 8 – Lista de prefeituras que comunicaram dois ou mais princípios de governança pública por meio das redes sociais

(continua)

Comunicação de 3 princípios UF Posição em PIB Posição em população

Curitiba PR 4º 8º

Juiz de Fora MG 64º 37º

Teresina PI 50º 21º

Comunicação de 2 princípios

Brasília DF 3º 4º

Campinas SP 11º 14º

Fortaleza CE 10º 5º

Goiânia GO 18º 12º

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108

(conclusão)

Comunicação de 3 princípios UF Posição em PIB Posição em população

Jundiaí SP 24º 55º

Macaé RJ 40º 78º

Paulínia SP 68º 96º

Recife PE 15º 9º

Santo André SP 32º 25º

São José dos Pinhais PR 36º 70º

São Luís MA 23º 15º

São Paulo SP 1º 1º

Fonte: Elaborada pelo autor.

Na Tabela 8, pode-se verificar que, dentre os 15 municípios que tiveram

suas prefeituras listadas, 6 deles estão entre os 15 maiores PIBs e outros 7

municípios entre os 50 maiores PIBs. Das 23 prefeituras que comunicaram somente

um princípio, 16 municípios estão entre os 50 maiores PIBs.

A partir dessa verificação, pode-se constatar uma relação positiva entre

PIB e comunicação da governança pública por meio das redes sociais, ou seja, os

municípios que possuem maior PIB tendem a apresentar prefeituras que mais

comuniquem os princípios de governança pública por meio das redes sociais.

Constatação semelhante pode ser feita em relação à população, já que

identificou-se uma relação positiva entre população e comunicação da governança

pública por intermédio das redes sociais.

Na tabela 8, dos 15 municípios que as prefeituras aparecem listadas, 7

estão entre as 15 maiores populações do recorte escolhido e outros 3 municípios

entre as 50 maiores populações. Ainda, das 23 prefeituras que, por meio das redes

sociais, comunicaram um princípio, 16 municípios estão entre os 50 maiores

contingentes populacionais.

Ainda sobre a Tabela 8, os municípios em destaque, Curitiba-PR, Jundiaí-

SP, Macaé-RJ, Recife-PE e São Luís-MA, aparecem também na lista das prefeituras

que apresentam índices altos de presença dos princípios de governança pública nos

portais governamentais.

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109

4.3 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO ENVIADO AOS GESTORES DE

COMUNICAÇÃO

O terceiro objetivo específico – identificar a percepção dos gestores

municipais frente à efetividade do uso da Internet na comunicação dos princípios da

governança pública adotados pela gestão municipal – e o quarto objetivo específico

– verificar a percepção dos gestores municipais sobre as dificuldades da

comunicação da governança pública nos portais municipais na Internet – foram

aferidos por intermédio de questionário enviado às prefeituras que compõem o

recorte desse estudo.

O questionário foi respondido por 20 prefeituras, listadas no Quadro 27:

Município UF Município UF

1 Barueri SP 11 Jaraguá do Sul SC

2 Belo Horizonte MG 12 Juiz de Fora MG

3 Brasília DF 13 Niterói RJ

4 Canoas RS 14 Ribeirão Preto SP

5 Cascavel PR 15 Santo André SP

6 Caxias do Sul RS 16 São José dos Campos SP

7 Diadema SP 17 São José dos Pinhais PR

8 Florianópolis SC 18 Sorocaba SP

9 Goiânia GO 19 Taubaté SP

10 Ipatinga MG 20 Vitória ES

Quadro 27 – Lista de respondentes do questionário Fonte: Elaborado pelo autor.

As perguntas contidas no questionário buscaram investigar quatro

aspectos: (i) estrutura de comunicação que a prefeitura dispõe; (ii) percepção do

gestor quanto ao uso da Internet para comunicação entre a prefeitura e o cidadão;

(iii) percepção do gestor quanto à adoção dos princípios de governança pública pela

prefeitura municipal e quanto à comunicação destes princípios pelo portal da

prefeitura na Internet; e (iv) dificuldades de comunicação dos princípios de

governança pública adotados pela prefeitura por meio da Internet.

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110

4.3.1 Estrutura de comunicação das prefeituras

A definição adotada de governança pública para este estudo tem como

uma das ideias centrais a questão das reformas na estrutura e gestão dos governos

para considerar as interações entre o Estado e os diversos atores sociais. Dessa

forma, o primeiro aspecto investigado trata da estrutura dos setores de comunicação

das prefeituras.

A verificação da estrutura se coaduna, ainda, com o proposto por

Ballesteros (2012) de análise da estrutura em que a governança é posta em prática.

Duas perspectivas de observação do TCU (2014) também tratam da estrutura: (i)

‘Entes federativos, esferas de poder e políticas públicas’ que se refere, entre outros,

às estruturas de autoridade; e (ii) ‘Atividades intraorganizacionais’, que tratam do

viés interno da organização e das estruturas específicas de governança.

Em relação à hierarquia da unidade de comunicação na estrutura da

prefeitura, 75% possuem uma Secretaria de Comunicação Social (ou equivalente)

vinculada diretamente ao chefe do Poder Executivo Municipal, enquanto 15%

contam com um Departamento de Comunicação Social (ou equivalente) vinculado a

uma Secretaria Municipal. Ainda, 10% possuem uma Assessoria ou Coordenadoria

de Comunicação Social (ou equivalente) vinculada diretamente ao chefe do Poder

Executivo Municipal.

Entende-se que a vinculação diretamente ao chefe do Poder Executivo

Municipal, mediante uma Secretaria Municipal ou mesmo uma assessoria, dota o

setor de comunicação de posição estratégica na estrutura governamental.

Quanto à existência de um Conselho Municipal, com representação dos

munícipes, que analisa o portal da prefeitura na Internet, os conteúdos e serviços

disponibilizados e fornece feedback à prefeitura sobre a comunicação pública

desenvolvida, apenas 5% das prefeituras entrevistadas apontaram a existência de

tal Conselho.

A existência de Conselho Municipal, indício de participação popular na

área de comunicação, traz vantagens, pois, em face do lastro cultural dos

participantes, podem-se promover melhores soluções às questões em debate

(DRUMOND; SILVEIRA; SILVA, 2014).

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No tocante à construção do atual portal da prefeitura na Internet, 60%

afirmam que o Setor de Comunicação foi o responsável pela construção, sendo 25%

com pessoal do próprio setor e 35% com pessoal de outros setores da prefeitura. O

setor de tecnologia e informação da prefeitura foi responsável pela construção de

15% dos portais. Ainda, 25% dos portais foram adquiridos mediante contratação de

empresa externa à prefeitura.

O processo de publicação de notícias, serviços e outros elementos no

portal da prefeitura é realizado inteiramente por 65% dos setores de comunicação

entrevistados, sendo que 55% publicam no portal diretamente e 10% consultam ao

Gabinete do Prefeito para determinar quais conteúdos serão publicados no portal.

Em 30% dos casos, cada Secretaria produz seus conteúdos e determina

os serviços a serem ofertados e para a publicação: (i) 15% enviam para o setor de

comunicação e esse publica no portal; (ii) 5% publicam diretamente no portal; (iii) 5%

publicam suas matérias em suas respectivas páginas após submeter à edição do

setor de comunicação; e (iv) 5% publicam parte diretamente e parte passa pelo crivo

de editores de conteúdo para então ser publicado. Ainda, em 5% dos casos, o setor

de comunicação produz e coordena as matérias e os serviços são designados pelas

secretarias.

A questão da construção do portal e do processo de publicação de

notícias permite verificar se a estrutura de recursos humanos do setor de

comunicação proporciona o atendimento total destas demandas de forma isolada ou

com apoio de outros setores da prefeitura.

4.3.2 Percepção dos gestores de comunicação quanto ao uso da Internet para

comunicação entre a prefeitura e o cidadão

Um segundo aspecto tratado pelo questionário foi quanto à percepção do

gestor em relação ao uso da Internet para comunicação entre a prefeitura e o

cidadão. Inicialmente, pediu-se para o gestor listar quais ferramentas eletrônicas são

utilizadas para estabelecer a comunicação com o cidadão por meio da Internet, além

do portal da prefeitura. Foram citadas 13 ferramentas, conforme o Gráfico 16:

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Gráfico 16 – Ferramentas eletrônicas que utilizam a Internet que as prefeituras fazem uso Fonte: Elaborado pelo autor.

A partir do gráfico corrobora-se a opção feita pela pesquisa nas redes

sociais Facebook, YouTube e Twitter, já que são as três ferramentas mais utilizadas

pelas prefeituras, com 100%, 80% e 75%, respectivamente, seguidas pelo

Instagram, rede social de compartilhamento de imagens, com 45%.

Utilizam o Google+, rede social que aglutina os serviços da Google, 10%

das prefeituras, mesmo número que utilizam Blog da Prefeitura, Web TV e

aplicativos de celular. A plataforma Colab, rede social voltada para a cidadania que

objetiva conectar cidadãos e cidades com foco na resolução de problemas,

discussão de projetos e avaliação dos serviços públicos (COLAB, 2016), também é

utilizada por 10% das prefeituras.

Ainda, 5% das prefeituras utilizam o Flickr, rede social de

compartilhamento de imagens, a Web Rádio e o envio de e-mail com notícias,

newsletter como ferramentas de comunicação com o cidadão baseadas na Internet.

Após o questionamento sobre as ferramentas utilizadas, perguntou-se aos

gestores sobre quais critérios são utilizados pela prefeitura para medir a efetividade

da comunicação por intermédio das ferramentas eletrônicas. Todas as prefeituras se

utilizam de ao menos um critério de medição de efetividade.

O número de acessos à ferramenta e o feedback dos usuários na própria

ferramenta de comunicação são os dois critérios de efetividade mais utilizados,

sendo que o primeiro é utilizado por todas as prefeituras e o segundo por 85% das

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Facebook

YouTube

Twitter

Instagram

Google+

Colab.re

Blog da Prefeitura

Web Tv

Aplicativos celular

Flickr

Web Rádio

Newsletter (e-mail)

100%

80%

75%

45%

10%

10%

10%

10%

10%

5%

5%

5%

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113

prefeituras pesquisadas. A pesquisa de opinião promovida fora da ferramenta é

utilizada por 55% das prefeituras, enquanto a pesquisa promovida dentro da

ferramenta é utiliza por 40% das prefeituras. Foram citados como critérios por 5%

das prefeituras: (i) uso de software de monitoramento web; (ii) relatórios dos

aplicativos de celular; e (iii) clipping, que é o monitoramento de menções à prefeitura

em matérias jornalísticas.

O último questionamento dentro do aspecto do uso da Internet para

comunicação foi sobre quais as três ferramentas de comunicação pela Internet. Na

opinião do gestor, são as mais efetivas na comunicação entre a prefeitura e o

cidadão. Cinco ferramentas foram citadas, conforme o Gráfico 17.

Gráfico 17 – Ferramentas de comunicação mais efetivas de acordo com a percepção dos gestores de comunicação Fonte: Elaborado pelo autor.

O Gráfico 17 indica que o portal da prefeitura foi citado em 60% das

oportunidades como a ferramenta mais efetiva e as redes sociais foram citadas em

40% das oportunidades como as ferramentas mais efetivas na comunicação entre a

prefeitura e o cidadão. Dentre as redes sociais, o Facebook é visto como a

ferramenta mais efetiva por 30%, seguido de YouTube e Twitter, com 5% cada.

60%

30%

5% 5%

40%

55%

5%

19%

38%

6%

38%

Portal da Prefeitura

Facebook Youtube Instagram Twitter

Primeiro lugar

Segundo lugar

Terceiro lugar

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114

4.3.3 Percepção dos gestores de comunicação quanto à adoção e comunicação dos

princípios de governança pública

O terceiro aspecto investigado por intermédio do questionário foi a

percepção do gestor quanto à adoção dos princípios de governança pública pela

prefeitura municipal e quanto à comunicação desses princípios pelo portal da

prefeitura na Internet.

Os questionamentos acerca da adoção e comunicação buscaram

estabelecer um paralelo entre a percepção do gestor de comunicação do quanto a

prefeitura adota um determinado princípio e o quanto este princípio é comunicado

por intermédio do portal.

As respostas dos gestores referentes à adoção dos princípios de

governança pública pela prefeitura municipal estão dispostas na Tabela 9:

Tabela 9 – Percepção dos gestores quanto a adoção dos princípios de governança pública pela prefeitura

Adoção do princípio pela prefeitura

Princípios Não

adota Inicial Básica Intermediária Integral

Transparência 0% 0% 0% 20% 80%

Prestação de contas 0% 0% 5% 15% 80%

Integração 0% 0% 0% 40% 60%

Equidade 0% 0% 0% 30% 70%

Responsabilidade 0% 0% 0% 10% 90%

Cumprimento das leis 0% 0% 0% 10% 90%

Ética 0% 0% 0% 10% 90%

Legitimidade 0% 0% 0% 15% 85%

Eficiência 0% 0% 0% 40% 60%

Fonte: Elaborada pelo autor.

A partir da Tabela 9, pode-se observar que, na percepção dos gestores,

todos os princípios de governança pública são adotados em alguma medida pelas

prefeituras. Para os gestores, 60% das prefeituras adotam integralmente os

princípios de integração e eficiência, 70% adotam integralmente o princípio da

equidade, 80% adotam integralmente os princípios da transparência e prestação de

contas, 85% adotam integralmente o princípio da legitimidade e 90% adotam os

princípios da responsabilidade, cumprimento das leis e ética.

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Na tabela 10, estão dispostas as respostas dos gestores sobre a

comunicação dos princípios de governança pública pelos portais governamentais.

Tabela 10 – Percepção dos gestores quanto a comunicação dos princípios de governança pública pelos portais municipais

Comunicação do princípio pelo Portal

Princípios Não é comunicado Inicial Básica Intermediária Integral

Transparência 0% 0% 0% 35% 65%

Prestação de contas 0% 0% 0% 35% 65%

Integração 0% 0% 15% 30% 55%

Equidade 0% 0% 10% 35% 55%

Responsabilidade 0% 0% 0% 30% 70%

Cumprimento das leis 0% 0% 5% 30% 65%

Ética 0% 0% 5% 20% 75%

Legitimidade 0% 0% 5% 20% 75%

Eficiência 0% 0% 5% 30% 65%

Fonte: Elaborada pelo autor.

De forma análoga à análise da tabela anterior, pode-se afirmar que,

conforme Tabela 10, os gestores entendem que todos os princípios de governança

pública são comunicados em alguma medida por intermédio do portal

governamental. Contudo, observa-se que os percentuais de comunicação, em geral,

são inferiores aos percentuais de adoção dos princípios de governança pública pela

prefeitura.

Na opinião dos gestores, 55% dos portais comunicam integralmente os

princípios da integração e equidade, 65% comunicam integralmente os princípios de

transparência, prestação de contas, cumprimento das leis e eficiência, 70%

comunicam integralmente o princípio da responsabilidade e 75% dos portais

comunicam integralmente os princípios da ética e legitimidade.

4.3.4 Dificuldades de comunicação dos princípios de governança pública

O último aspecto investigado pelo questionário tratou das dificuldades

impostas na comunicação dos princípios de governança pública.

Inicialmente, foi questionado sobre a dificuldade da comunicação por

intermédio do portal governamental. Em uma escala de 1 a 5, onde o grau 1

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representava nenhuma dificuldade e grau 5 grande dificuldade, as respostas dos

gestores se deram conforme Gráfico 18:

Gráfico 18 – Percepção dos gestores quanto à dificuldade de comunicação dos princípios de governança pelo portal governamental Fonte: Elaborado pelo autor.

O gráfico indica que somente 10% dos gestores entrevistados consideram

não haver dificuldade em se comunicar os princípios de governança pública por

meio do portal governamental. Apontaram pequenas dificuldades, grau 2, 45% dos

gestores entrevistados e 35% apontaram dificuldades moderadas, grau 3. Por fim,

10% percebem dificuldades entre moderadas e grandes, grau 4, na comunicação

por intermédio do portal governamental.

Posteriormente, foi feito questionamento aberto sobre as dificuldades nas

práticas de comunicação dos princípios de governança pública adotados pela

prefeitura por meio da Internet. Os gestores apontaram razões ligadas: (i) ao

relacionamento com outros setores da prefeitura; (ii) à limitação da equipe de

trabalho; (iii) às questões técnicas advindas da própria Internet; e (iv) à postura do

cidadão no relacionamento com a prefeitura.

Em relação ao relacionamento com outros setores da prefeitura, o

Secretário de Comunicação do município m1 aponta como dificuldade o fato “de

alguns gestores ainda não entenderem a importância do uso das redes sociais”.

Para a Secretária Chefe de Gabinete do município m2, a comunicação entre as

secretarias da prefeitura é o principal fator de dificuldade:

O maior obstáculo que temos é a comunicação interna entre as secretarias. Muitas vezes, os assuntos não chegam ao conhecimento do Serviço de

10%

45%

35%

10%

0%

grau 1 grau 2 grau 3 grau 4 grau 5

Dificuldade de Comunicação da Governança Pública

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117

Comunicação, que é ligado à Secretaria Chefe de Gabinete. Por mais que tenhamos assessores que cuidam diretamente das secretarias, muitas vezes os fatos ficam “escondidos” e não conseguimos dar maior visibilidade a bons projetos.

A limitação da equipe é descrita como uma dificuldade por quatro

gestores. O Chefe da Assessoria de Imprensa do município m3 afirma que a

dificuldade reside na “defasagem em equipamentos e limitação de pessoal”,

enquanto que a Coordenadora de Comunicação do município m4, por conta da

limitação de pessoal, relaciona a dificuldade na comunicação à “disponibilidade do

setor de Informática em prestar serviços referentes à programação e publicação de

alguns conteúdos”, ou seja, o próprio setor de Comunicação depende de outros

setores para efetivar seu papel.

Ainda se tratando da questão da equipe, o Diretor de Comunicação do

município m5 trata da dificuldade da “falta de equipe exclusiva para os trabalhos de

comunicação para o meio Internet”. O subsecretário de Comunicação do município

m6 aponta a demanda de trabalho em relação ao tamanho da equipe:

A demanda de trabalho é muito superior à capacidade de realizá-lo, especialmente com todo o planejamento que seria necessário. Os princípios estão no norte, mas nem sempre é possível observá-los com o cuidado que deveríamos ter. Contudo, penso que aplicamos os princípios na maioria dos casos e momentos.

Questões técnicas advindas da Internet também foram apontadas como

fator de dificuldades pelos gestores de comunicação. O Social Media da prefeitura

do município m7 elenca como dificuldade principal “acompanhar a rapidez e

interatividade da internet”.

A questão da linguagem para a Internet é destacada pelo Gerente de

Atendimento à Imprensa do município de m8, para quem a maior dificuldade na

comunicação da governança pública reside em “encontrar a melhor linguagem para

‘traduzir’ esses conteúdos para o público”. Na mesma linha, o Assessor de

Planejamento de Comunicação do município m9 destaca a dificuldade de “criar

ferramentas de governança pública, notadamente de transparência, que atendam às

exigências legais e dos órgãos fiscalizadores, mas também sejam acessíveis e

intuitivas para o usuário comum”.

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Um último fator dificultador citado pelos gestores de comunicação reside

na postura do cidadão no relacionamento com a prefeitura. O coordenador de

comunicação social da prefeitura do município m10 destaca o:

desconhecimento muito grande por parte dos usuários em saber quais são as competências de cada ente federativo como município, estado e União. Desta forma são cobrados da Prefeitura muitos serviços que são dever do Estado e da União.

A falta de interesse da população também é considerada por gestores

uma postura que traz dificuldades para a comunicação da governança pública. O

Secretário de Comunicação Social do município m11 tratou da baixa demanda por

parte do cidadão:

Acredito que a falta de informação ou até mesmo a falta de interesse da grande maioria da população em buscar por informações acabam fazendo que muitos órgãos não priorizem a sua divulgação. É muito esforço desprendido para pouca demanda. Ainda assim, considero fundamental esse trabalho, essencial para o pleno exercício da cidadania.

Ainda sobre a questão do interesse da população, o Secretário de

Comunicação Social do município m12 alega que “do ponto de vista técnico não há

dificuldades, no entanto, a população ainda não explora totalmente os recursos

disponíveis, sobretudo os novos, como o Aplicativo para celular”.

4.3.5 Principais resultados a destacar da análise do questionário enviado aos

gestores de comunicação

Os resultados obtidos quanto à estrutura dos setores de comunicação das

prefeituras pesquisadas permitem inferir que para a grande maioria, 85%, o setor de

comunicação é estratégico dentro do organograma da prefeitura, em face da sua

ligação direta ao chefe do poder executivo municipal na condição de Secretaria,

igualando-se às pastas como Saúde e Educação, ou ainda como assessoria direta

ao Prefeito.

Por sua vez, a participação popular na condução da política de

comunicação, por meio de Conselho Municipal da área, é muito baixa, de apenas

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119

5% das prefeituras pesquisadas, o que pode significar a adoção de uma visão de

política de mão única, partindo do Estado para o cidadão, sem a presença desse

último no processo de comunicação como um todo.

Os questionamentos sobre a construção do portal e o processo de

publicação de conteúdos e serviços buscaram verificar a capacidade de atendimento

dos setores de comunicação, seja de forma isolada ou com apoio de outros setores

da prefeitura, para constatar a afirmação de Camargos (2004), que observou que,

devido ao aumento da demanda por informação por parte da sociedade, sucessivos

governos de todas as esferas responderam à demanda por meio do aumento da

estruturação da área de comunicação.

Em relação à construção do portal, apenas 25% dos setores de

comunicação pesquisados construíram, com a própria equipe, o portal utilizado pela

prefeitura. Trata-se de um número baixo, equivalente ao número de contratações

externas de portais.

Outros 35% dos setores de comunicação construíram o portal com auxílio

de outros setores da prefeitura, ou seja, 60% dos portais foram construídos, de

alguma forma, pelos setores de comunicação. Já em relação ao processo de

publicação de notícias e serviços no portal, 55% dos setores de comunicação o

fazem por completo e com autonomia.

A partir desses números, a afirmação de Camargos (2004) parece ainda

atualmente não ter alcançado a plenitude, posto que, para um número considerável

dos setores de comunicação, infere-se que suas estruturas não foram suficientes

para a construção do portal governamental ou para arcar, dentro da dinâmica de

cada prefeitura, com o processo completo de publicação de conteúdos e serviços no

portal governamental.

Os resultados referentes ao uso da Internet para a comunicação entre

prefeitura e cidadão indicaram uma variedade de ferramentas utilizadas pelas

prefeituras, com predomínio do Facebook, YouTube, Twitter e Instagram, o que é

benéfico ao cidadão, pois permite múltiplos meios de contato e obtenção de

informações sobre as ações e políticas das prefeituras.

A questão da utilização de critérios de efetividade por parte das

prefeituras nas ferramentas de comunicação que fazem uso da Internet se apresenta

como positivo porque, ao investir recursos públicos na comunicação, é de se esperar

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120

o uso de algum critério de efetividade, como o número de acessos e o feedback,

adotados pela ampla maioria das prefeituras.

Em termos de ferramentais que os gestores consideram mais efetivas na

comunicação, o portal aparece em primeiro lugar, seguido das redes sociais

Facebook, YouTube e Twitter, reforçando que a escolha desta pesquisa por esses

canais atingiu os mais efetivos na opinião dos próprios gestores de comunicação.

Os resultados obtidos no tocante à adoção dos princípios de governança

pública pelas prefeituras municipais, frente à comunicação de tais princípios,

permitem inferir que, conforme apontam os próprios gestores, existem dificuldades

na comunicação dos princípios por intermédio do portal governamental.

À exceção do princípio da eficiência, todos os princípios de governança

pública são, sob a ótica dos gestores de comunicação, adotados pela prefeitura em

escala superior à comunicação destes princípios pelo Portal, ou seja, existe uma

diferença entre a adoção e comunicação, sendo esta última em menor escala,

conforme demonstra o Gráfico 19.

A opinião dos gestores que todos os princípios de governança pública são

em alguma medida comunicados por intermédio dos portais governamentais

confirma os resultados obtidos pelo formulário de observação dos portais

governamentais que apurou resultado semelhante.

Gráfico 19 – Percepção dos gestores quanto à adoção pelas prefeituras de cada princípio de governança pública e comunicação dos mesmos pelos portais governamentais Fonte: Elaborado pelo autor.

As diferenças entre adoção e comunicação dos princípios de governança

pública, passíveis de visualização no Gráfico 19, podem ser explicadas por meio das

Transparência

Prestação de contas

Integração

Equidade

Responsabilidade Cumprimento das

leis

Ética

Legitimidade

Eficiência

Adoção

Comunicação

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121

dificuldades elencadas pelos próprios gestores: (i) relacionamento com outros

setores da prefeitura; (ii) limitação da equipe de trabalho; (iii) questões técnicas

advindas da própria Internet; e (iv) postura do cidadão no relacionamento com a

prefeitura.

4.4 ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA GOVERNANÇA PÚBLICA

UTILIZADAS PELOS MUNICÍPIOS POR INTERMÉDIO DA INTERNET

A partir da identificação dos princípios de governança pública presentes e

comunicados nos portais governamentais e nas redes sociais, aliado à percepção

dos gestores do uso da Internet para comunicação, o último objetivo específico

pretendeu identificar as práticas comunicacionais da governança pública utilizadas

pelo poder público municipal por intermédio dos portais e redes sociais na Internet.

Para tanto, utilizou-se a categorização dos fluxos comunicacionais

propostos por Kondo et al. (2002): (i) práticas de informação (disseminação de

informação – modelo de mão única); (ii) práticas de consulta (solicita

opinião/feedback – modelo de mão dupla); e (iii) práticas de participação ativa. As

práticas funcionam como níveis de comunicação, ou seja, para atingir as práticas de

participação ativa, é necessário alcançar a prática de consulta, que, por sua vez,

necessita do alcance da prática de informação.

Os portais governamentais fazem uso, por essência, de práticas de

informação cujo objetivo é a disseminação de informação, podendo, contudo, se

utilizar de práticas de consulta buscando a opinião dos cidadãos que acessam o

portal. Não se visualiza os portais governamentais no uso de práticas de

participação ativa, pela própria característica da ferramenta.

Todos os portais pesquisados apresentaram notícias e outros conteúdos

de comunicação geral voltados à disseminação de informação, caracterizando,

assim, as práticas de informação. No tocante à comunicação da governança pública,

todos os portais das prefeituras apresentaram ao menos um princípio de governança

pública com algum grau de presença. Dessa forma, também em relação à

comunicação da governança pública, os portais se enquadram como práticas de

informação.

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Para identificar as práticas de consulta presentes nos portais

governamentais, o formulário de observação continha a questão: “existe solicitação

aos cidadãos, no portal, de sugestões relativas à gestão de recursos ou a programas

de Governo do município?”. Somente o portal da prefeitura de Bauru apresentou

resposta positiva para esta questão, o que permite caracterizá-lo como promotor de

práticas de comunicação de consulta e os demais portais como promotores somente

de práticas de comunicação de informação.

A rede social Facebook permite fazer uso tanto de práticas de informação,

ao disponibilizar conteúdo informativo, quanto práticas de consulta, ao receber

comentários aos conteúdos disponibilizados e também práticas de participação

ativa, quando a prefeitura responde aos comentários dos usuários.

Para a comunicação em geral, possuir um perfil ativo no Facebook é

suficiente para a categorização de práticas de informação. Nesse sentido, os 94

perfis ativos das prefeituras no Facebook foram caracterizados como perfis de

práticas de informação.

Em relação à comunicação da governança pública no Facebook, foram

considerados os perfis das prefeituras que comunicaram ao menos um princípio de

governança pública. Dessa forma, 27 perfis de prefeituras no Facebook podem ser

caracterizados no uso de práticas de informação para comunicação da governança.

A verificação das práticas comunicacionais de consulta na rede social

Facebook pode ser feita a partir dos comentários feitos pelos usuários às

publicações das prefeituras. Para tanto, considerou-se que os perfis das prefeituras

que apresentaram a relação do número total de comentários pelo número de

publicações igual ou maior que 1 adotaram práticas de consulta.

Dessa forma, dos 94 perfis que estabeleceram práticas de informação na

comunicação em geral, 89 adotaram também práticas de consulta. Por sua vez, dos

27 perfis que realizaram a comunicação da governança pública por meio de práticas

de informação, 26 também estabeleceram práticas de consulta.

A terceira prática comunicacional, denominada participação ativa, pode

ser verificada na rede social Facebook por meio das respostas das prefeituras aos

comentários feitos pelos usuários. Foi considerado que os perfis das prefeituras que

responderam ao menos um comentário adotaram práticas de participação ativa.

Assim, dos 89 perfis que adotaram práticas de consulta na comunicação

em geral, 78 adotaram também práticas de participação ativa e, no que tange aos 26

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perfis que na comunicação da governança pública adotaram práticas de consulta, 25

adotaram também práticas de participação ativa.

Em termos percentuais, tem-se que práticas de consulta e participação

ativa são altos para a comunicação em geral, 94,7% e 87,6% respectivamente, o

que denota que o uso do Facebook pelas prefeituras proporciona não somente

informação, mas também consulta e participação ativa dos usuários desta rede

social.

Pode-se notar ainda que, na comunicação da governança pública, os

índices de consulta e participação ativa são ainda mais altos, 96,3% e 96,2%

respectivamente. Isso permite inferir que os perfis das prefeituras que comunicaram

ao menos um princípio de governança pública tendem a possuir uma comunicação

pelo Facebook mais aberta à participação da população do que os perfis que não

fizeram publicações na área de governança pública.

A segunda rede social investigada, YouTube, assim como o Facebook,

permite fazer uso tanto de práticas de informação, ao disponibilizar vídeos na

plataforma, quanto de práticas de consulta, mediante comentários aos vídeos

publicados e também práticas de participação ativa, quando a prefeitura responde

aos comentários dos usuários.

As práticas comunicacionais de informação no YouTube podem ser

aferidas mediante a prefeitura possuir um canal ativo no YouTube. Nesse sentido,

para a comunicação em geral, foram 77 canais categorizados como de práticas de

informação. Já para a comunicação da governança pública, foram considerados os

canais das prefeituras que comunicaram ao menos um princípio de governança

pública. Dessa forma, 13 canais de prefeituras no YouTube fizeram uso de práticas

de informação para comunicação da governança pública.

As práticas comunicacionais de consulta no YouTube podem ser

verificadas por meio dos comentários feitos pelos usuários aos vídeos publicados

pelas prefeituras. Considerou-se que os canais das prefeituras que apresentaram ao

menos um comentário em suas publicações adotaram práticas de consulta.

A partir dessa consideração, observou-se que dos 77 canais que, na

comunicação em geral, estabeleceram práticas de informação, 55 adotaram também

práticas de consulta. Em relação aos 13 canais que realizaram a comunicação da

governança pública por meio de práticas de informação no YouTube, 11

estabeleceram também práticas de consulta.

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As práticas de participação ativa, no YouTube ocorrem quando as

prefeituras respondem aos comentários feitos pelos usuários. Assim como no

Facebook, foi considerado que os perfis das prefeituras que responderam ao menos

um comentário adotaram práticas de participação ativa.

Dessa forma, dos 55 canais que, na comunicação geral, adotaram

práticas de consulta, 7 adotaram também práticas de participação ativa. Em relação

aos 11 canais que na comunicação da governança pública adotaram práticas de

consulta, 3 adotaram também práticas de participação ativa.

O percentual de canais que avança da comunicação geral de práticas de

informação para as práticas de consulta é alto, 71,4%, mas comparativamente

menor que no Facebook. Já o percentual de canais que avançam para as práticas

de participação ativa é pequeno, 12,7%. Ao tomar os canais que comunicaram a

governança pública, os percentuais são melhores que os canais que não

comunicaram, mas também são comparativamente menores que os encontrados no

Facebook.

Esses dados permitem afirmar que o YouTube, embora apresente as

ferramentas necessárias para as práticas comunicações de informação, consulta e

participação ativa, na maioria dos casos se restringe às práticas de informação e

consulta. Ao tomar os canais que comunicaram algum dos princípios de governança

pública, pode-se verificar um aumento no percentual de práticas de participação

ativa, ou seja, estes canais tendem a prover uma maior comunicação com a

população.

A última rede social investigada foi o Twitter. As características dessa

rede social fazem com que nela seja possível se utilizar de práticas de informação e

de práticas de participação ativa. As práticas de consulta existem na rede social,

mas não são passíveis de verificação, pois, embora seja possível responder a uma

publicação da prefeitura, a forma que a comunicação é publicizada – a partir da

página inicial do Twitter do usuário que respondeu e não do Twitter da prefeitura –

impossibilita a verificação.

As práticas de informação consistem na publicação de conteúdo

informativo. Assim sendo, 65 prefeituras com perfil ativo no Twitter podem ser

categorizadas como promotoras de práticas de informação. Em relação à

comunicação dos princípios de governança pública, foram 14 perfis de prefeituras

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125

que realizaram a comunicação e logo podem ser enquadradas na categoria de

práticas de informação.

As práticas de participação ativa podem ser verificadas por meio de

publicações que são respostas das prefeituras aos questionamentos dos usuários do

Twitter. Dos 65 perfis de práticas de informação, 8 desses perfis de prefeituras

realizaram publicações identificada como “respostas” e podem ser categorizados de

práticas de participação ativa. Dos 14 perfis que efetivaram a comunicação da

governança pública, 5 publicaram “respostas” e se configuram como práticas de

participação ativa.

Em termos percentuais, pode-se verificar que as práticas de participação

ativa pelo Twitter na comunicação geral é baixo, 12,3%, semelhante ao do YouTube

e bem inferior ao aferido no Facebook.

Pode-se verificar ainda que, na comunicação da governança pública, o

índice de participação ativa de 35,7% é superior ao da comunicação geral. Assim

como nas outras redes sociais, esse fato permite inferir que os perfis das prefeituras,

que entre seus conteúdos tratam da governança pública, tendem a possuir uma

comunicação mais suscetível à participação da população do que os perfis que não

comunicam a governança pública.

Sob o prisma das prefeituras que se utilizaram de práticas de participação

ativa na comunicação da governança pública, em pelo menos duas das três redes

sociais pesquisadas, foi construída a Tabela 11, em que consta a lista dos

municípios dessas prefeituras, acompanhados pela posição de PIB e população

dentro do recorte escolhido.

A partir dos dados constantes da Tabela 11, não se pode estabelecer

uma relação entre o PIB do município e a adoção de práticas de participação ativa

nas redes sociais. Tampouco se pode estabelecer uma relação entre a população do

município e as práticas de participação ativa.

Tabela 11 – Lista de municípios que adotaram práticas de participação ativa na comunicação da governança pública em pelo menos duas redes sociais

Práticas de participação ativa UF Posição em PIB Posição em população

Curitiba PR 4º 8º

Jundiaí SP 24º 55º

Macaé RJ 40º 78º

Teresina PI 50º 21º

Fonte: Elaborada pelo autor.

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A análise da Tabela 11 permite ainda verificar que os 3 municípios

destacados que adotaram práticas de participação ativa também possuem alta

presença dos princípios de governança pública nos portais. Comparando-se ainda

com a Tabela 8, verifica-se que todas as 4 prefeituras que adotaram práticas de

participação ativa, em pelo menos duas redes sociais, comunicaram mais de um

princípio de governança pública por meio das redes sociais.

4.5 SÍNTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA E ATENDIMENTO AOS

OBJETIVOS PROPOSTOS

A presente síntese objetiva apresentar como os resultados da pesquisa,

obtidos por meio dos instrumentos de coleta de dados utilizados, atendem aos

objetivos específicos propostos e, consequentemente, ao objetivo geral e fornecem

uma possível resposta à questão de pesquisa, conforme Figura 10:

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Figura 10 – Síntese dos resultados da pesquisa e atendimento dos objetivos propostos Fonte: Elaborada pelo autor.

Verificar a percepção dos gestores municipais sobre as dificuldades da comunicação da governança pública nos portais municipais na Internet.

Identificar e analisar as práticas comunicacionais da governança pública por intermédio da Internet.

Questionário aos gestores de

comunicação

Formulários de observação dos portais

e redes sociais

Gráfico 18

Seção 4.4

Identificar a percepção dos gestores municipais frente à efetividade do uso da Internet na comunicação dos princípios da governança pública adotados pela gestão municipal.

Ferramentas: Gráficos 16 e 17.

Adoção e comunicação: Tabelas 9 e 10; Gráfico 19.

Questionário aos gestores de

comunicação

Identificar o uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos princípios da governança pública pelas prefeituras municipais.

Formulário de observação das redes

sociais

Presença, atividade e impacto: Gráficos 10 a 15.

Comunicação: Tabela 7.

Objetivos específicos Instrumentos de

coleta Resultados

Identificar os princípios da governança pública presentes nos portais das prefeituras municipais na Internet.

Formulário de observação dos portais

governamentais

Por princípio: Gráficos 1 a 9 e Tabela 5.

Resumo: figura 9.

Questão de pesquisa: como as prefeituras dos municípios brasileiros têm se utilizado da Internet, em especial os portais governamentais e as redes sociais, para comunicação dos

princípios de governança pública?

Objetivo geral: identificar as práticas de comunicação utilizadas pelas prefeituras municipais por intermédio da Internet, em especial os portais governamentais e as redes sociais, para divulgação

dos princípios da governança pública adotados pela gestão municipal.

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5 CONCLUSÃO

A presente pesquisa surgiu do interesse em investigar como as

prefeituras dos municípios brasileiros têm se utilizado da Internet, em especial os

portais governamentais e as redes sociais, para comunicação dos princípios de

governança pública.

O contexto no qual se insere a pesquisa contempla (i) o aprofundamento

da relação Estado e Sociedade; (ii) o fortalecimento do conceito de governança

pública, enquanto capacidade do Estado de implementar as políticas necessárias

para o alcance de objetivos comuns; (iii) a exigência, por parte da governança

pública, de uma efetiva comunicação pública – interlocução da sociedade; e (iv) o

uso contínuo da Internet pela população e a adoção de tecnologias de informação e

comunicação pela administração pública no Brasil.

Dessa forma, por meio da fundamentação teórica, buscou-se aprofundar-

se em conceitos relevantes para um melhor entendimento da temática, por meio de

três seções: a primeira seção tratou da governança, a origem na governança

corporativa e o desenvolvimento da governança pública, suas abordagens, níveis,

perspectivas e práticas. Os princípios de governança pública também foram

abordados na primeira seção.

A comunicação pública foi abordada na sequência, tratando do quadro

teórico sobre comunicação pública no Brasil, termos importantes na área de

comunicação pública, como dado, informação e comunicação – relacionamento,

participação e compartilhamento, para, em seguida, avançar no conceito e

dimensões de atuação da comunicação pública.

A terceira seção do marco teórico, comunicação pública, governança local

e utilização da Internet, buscou, além de trazer os conceitos de portais

governamentais e redes sociais baseadas na Internet, inter-relacionar os conceitos

apresentados.

Considerando os objetivos do estudo, em seguida tratou-se da

metodologia da pesquisa. A pesquisa foi classificada quanto à finalidade como

aplicada, quanto ao objetivo como descritiva e para o delineamento utilizou-se o

estudo de casos múltiplos.

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Tendo por pressuposto que as prefeituras que dispõem de melhores

condições financeiras, materiais, humanas e tecnológicas, possuem condições mais

favoráveis de adoção da governança pública, foram escolhido, como recorte para a

pesquisa os 100 municípios detentores dos maiores PIBs do Brasil, o que torna o

resultado desta pesquisa não extrapolável ao conjunto dos demais municípios

brasileiros.

As técnicas utilizadas para alcance dos objetivos foram observação, por

meio de formulários próprios desenvolvidos para esta pesquisa, dos portais

governamentais e redes sociais e questionário enviado aos gestores de

comunicação das prefeituras pesquisadas.

Na sequência, apresentaram-se e analisaram-se os resultados obtidos

por meio das diferentes técnicas de pesquisa de campo utilizadas.

Primeiramente, realizou-se a identificação dos princípios da governança

pública presentes nos portais das prefeituras municipais na Internet. Os resultados

obtidos permitem afirmar que:

Todos os princípios de governança pública estão, em algum grau,

presentes e sendo comunicados por meio dos portais das prefeituras

municipais pesquisados.

Os princípios do cumprimento de leis, prestação de contas,

responsabilidade e transparência são os quatro princípios mais

presentes e mais comunicados por intermédio dos portais.

Os princípios da eficiência, equidade e Integração apresentaram

presenças intermediárias nos portais, enquanto os princípios de

Legitimidade e Ética apresentaram baixa presença nos portais.

Quanto à comunicação pelos portais, os princípios de integração,

ética e eficiência se encontraram no grupo intermediário e os

princípios de legitimidade e equidade com baixa comunicação.

Em análise sobre as prefeituras que atingiram em seus portais

governamentais índices de presença altos para todos os princípios

de governança pública, não foi possível estabelecer uma relação

positiva entre PIB e presença dos princípios de governança pública

nos portais governamentais.

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130

Não se verificou uma clara relação positiva entre tamanho da

população do município e presença dos princípios de governança

pública nos portais governamentais.

Posteriormente, foram identificados a presença, a atividade e o impacto

das redes sociais, bem como a comunicação dos princípios de governança pública

por intermédio das redes sociais. A partir dos resultados obtidos, pode-se afirmar

que:

Embora a presença, as atividades e os impactos das prefeituras nas

redes sociais sejam elevados, é baixa a comunicação dos princípios

de governança pública por intermédio das redes sociais, o que

permite inferir que as redes sociais, em grande parte, não estão

sendo utilizadas pelas prefeituras para essa finalidade.

A rede social Facebook é a mais utilizada para comunicação da

governança pública, seguida pelo Twitter e pelo YouTube.

Em relação à comunicação dos princípios de governança pública, os

princípios de integração, responsabilidade, prestação de contas e

transparência são os quatro princípios mais comunicados. No grupo

intermediário, são comunicados os princípios de cumprimento de leis

e ética e os princípios de equidade e eficiência são os menos

comunicados por meio das redes sociais.

Ao analisar as prefeituras que, em suas redes sociais, buscaram

comunicar os princípios de governança pública pesquisados, pode-

se estabelecer uma relação com o PIB e população de seus

municípios.

Os resultados permitem constatar uma relação positiva entre PIB,

população e comunicação da governança pública por intermédio das

redes sociais. Ou seja, os municípios que possuem maior PIB

tendem a apresentar prefeituras que mais comuniquem os princípios

de governança pública por meio das redes sociais, e os municípios

que possuem maior contingente populacional tendem a apresentar

prefeituras que mais comuniquem os princípios de governança

pública por meio das redes sociais.

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Na sequência, por meio das respostas dos gestores aos questionários

enviados, foi identificada a percepção dos gestores municipais quanto:

Ao uso da Internet para a comunicação entre prefeitura e cidadão,

os resultados indicaram uma variedade de ferramentas utilizadas

pelas prefeituras, além dos portais governamentais, com predomínio

do Facebook, YouTube, Twitter e Instagram, o que é benéfico ao

cidadão, pois permite múltiplos meios de contato e obtenção de

informações sobre as ações e políticas das prefeituras.

À percepção de adoção dos princípios de governança pública pelas

prefeituras municipais, frente à comunicação de tais princípios, os

resultados permitem inferir que existem dificuldades na comunicação

dos princípios por intermédio do portal governamental, posto que, à

exceção do princípio da eficiência, todos os princípios de

governança pública são, sob a ótica dos gestores de comunicação,

adotados pela prefeitura em escala superior à comunicação desses

princípios pelo portal, ou seja, existe uma diferença entre a adoção e

comunicação, sendo esta última em menor escala.

Às dificuldades da comunicação da governança pública nos portais

municipais na Internet, os resultados podem ser agrupados em: (i)

relacionamento com outros setores da prefeitura; (ii) limitação da

equipe de trabalho; (iii) questões técnicas advindas da própria

Internet; e (iv) postura do cidadão no relacionamento com a

prefeitura.

Por fim, buscou-se identificar as práticas comunicacionais da governança

pública utilizadas pelo poder público municipal por intermédio dos portais e redes

sociais na Internet, a partir da classificação proposta por Kondo et al. (2002). Os

resultados obtidos foram:

Todos os portais governamentais pesquisados se apresentaram

como ferramentas de práticas de informação, sendo utilizados por

apenas 1% das prefeituras para práticas de consulta, tanto para

comunicação em geral quanto para a comunicação da governança

pública.

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A rede social Facebook apresentou altos índices de práticas de

informação, consulta e participação ativa, tanto para comunicação

em geral quanto para a comunicação da governança pública, o que

denota que o uso do Facebook pelas prefeituras proporciona não

somente informação, mas também consulta e participação ativa dos

usuários desta rede social.

Os resultados do Facebook apontam ainda que, na comunicação da

governança pública, os índices de consulta e participação ativa são

ainda mais altos. Isso permite inferir que os perfis das prefeituras

que comunicaram a governança pública tendem a possuir uma

comunicação pelo Facebook mais aberta à participação da

população do que os perfis que não fizeram publicações na área de

governança pública.

As práticas de comunicação identificadas no YouTube se

apresentaram altas em relação às práticas de informação e consulta

e baixas quanto à participação ativa. Os resultados evidenciam que

o YouTube, embora apresente as ferramentas necessárias para as

práticas comunicações de informação, consulta e participação ativa,

na maioria dos casos se restringe às práticas de informação e

consulta. Ao tomar os canais que comunicaram algum dos princípios

de governança pública, pode-se verificar um aumento no percentual

de práticas de participação ativa, ou seja, estes canais tendem a

prover uma maior comunicação com a população.

Em relação ao Twitter, as práticas de informação foram adotadas de

forma intermediária nesta rede social e as práticas de participação

ativa de forma baixa. Pode-se verificar ainda que, na comunicação

da governança pública, o índice de participação ativa é superior ao

da comunicação geral, o que permite inferir que os perfis das

prefeituras, que entre seus conteúdos tratam da governança pública,

tendem a possuir uma comunicação mais suscetível à participação

da população do que os perfis que não comunicam a governança

pública.

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Sob o olhar das prefeituras e das práticas comunicacionais, os

resultados não possibilitam estabelecer uma relação entre o PIB e

população do município e a adoção de práticas de participação ativa

nas redes sociais.

De maneira geral, foi apurado que é baixo o número de prefeituras que,

ao mesmo tempo, obtiveram: (i) altos índices de presença dos princípios de

governança pública nos portais governamentais; (ii) comunicação de mais de um

princípio de governança pública por meio das redes sociais; e (iii) práticas de

participação ativa na comunicação da governança pública em pelo menos duas

redes sociais.

A discussão apresentada neste estudo faz-se relevante, pois evidencia

que, de maneira geral, os princípios de governança pública não estão sendo

efetivamente comunicados pelas prefeituras em diferentes ferramentas eletrônicas

por intermédio da Internet.

Nesse sentido, a presente dissertação, em que pesem suas limitações

próprias relativas aos aspectos contemplados e orientados pela metodologia de

pesquisa e técnicas utilizadas, com base em toda a análise de resultados

apresentados, respondeu à questão de pesquisa como as prefeituras dos municípios

brasileiros têm se utilizado da Internet, em especial os portais governamentais e as

redes sociais, para comunicação dos princípios de governança pública.

Considera-se que a principal contribuição deste trabalho é colocar em

discussão a comunicação dos princípios de governança pública, para além do

princípio da transparência e a importância de se utilizar de múltiplas abordagens na

comunicação pela Internet, não devendo as prefeituras buscar a comunicação

apenas pelos portais governamentais, já que esses não permitem a prática de

participação ativa dos cidadãos.

5.1 SUGESTÃO PARA NOVOS ESTUDOS

Tendo em vista os resultados obtidos nesta pesquisa, percebe-se que

diversas vertentes sobre a comunicação da governança pública por intermédio da

Internet podem ser exploradas, constituindo-se em opção para estudos futuros.

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Dessa forma, propõe-se o aprofundamento em novas pesquisas, tendo por base as

prefeituras, que, neste estudo, apresentaram altos índices de presença dos

princípios de governança nos portais, comunicação da governança por meio das

redes sociais e práticas de participação ativa na comunicação.

Ainda, em se tratando de redes sociais, uma análise das figuras e

imagens como comunicadoras da governança pública poderia ser realizada, já que

nessas plataformas a linguagem não verbal é tão ou mais utilizada quanto à

linguagem verbal.

Em outro viés de pesquisa, a comunicação da governança pública pode

ser explorada sob a ótica de quem recebe a comunicação oriunda da entidade

pública.

5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

É certo que todas as pesquisas apresentam limitações. As primeiras

limitações deste estudo residem nos dados relacionados à população e ao Produto

Interno Bruto dos Municípios, utilizados para escolha do recorte da pesquisa. Tais

limitações estão descritas na parte metodológica dos relatórios produzidos pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

A elaboração do formulário de observação dos portais para verificar a

presença dos princípios de governança pública apresentou limitações, na medida

em que se buscou mensurar princípios gerais por meio de 43 questões objetivas. A

escolha das questões, assim como o número de questões, limitou o alcance do

objetivo do formulário.

A quantidade de prefeituras pesquisadas trouxe limitações em relação às

redes sociais, em face da dinâmica própria destas ferramentas: não foi possível

pesquisar os mesmos períodos para as três redes sociais, posto que o volume de

dados a serem coletados tornaria inviável a realização da pesquisa.

A distância geográfica do recorte escolhido para pesquisa requereu a

aplicação de questionários eletrônicos, com a maioria das perguntas fechadas que,

embora tragam facilidade no tocante à tabulação e análise dos resultados,

impediram o aprofundamento das respostas. A escolha por questionário eletrônico

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impediu o auxílio, por parte do pesquisador, no esclarecimento de eventuais dúvidas

surgidas durante o procedimento de resposta do questionário.

Considerando a metodologia adotada de estudo de casos múltiplos e o

recorte escolhido, uma limitação da pesquisa reside na não possibilidade de

generalização dos resultados obtidos. Ainda, o baixo índice de retorno do

questionário reduz a precisão e possibilidade de inferências dos resultados obtidos

por meio desta técnica de pesquisa, já que gera uma alta margem de erro nas

generalizações das respostas, mesmo dentro do recorte escolhido.

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REFERÊNCIAS

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147

APÊNDICES

APÊNDICE A – Protocolo de pesquisa

Título do trabalho:

Práticas de comunicação da governança pública por intermédio da Internet em municípios brasileiros.

Objetivo geral (o propósito da pesquisa):

Identificar as práticas de comunicação utilizadas pelas prefeituras municipais por intermédio da Internet, em especial os portais e as redes sociais, para

divulgação dos princípios da governança pública adotados pela gestão municipal.

Objetivos específicos

1. Identificar os princípios da governança pública presentes nos portais das prefeituras municipais na Internet.

2. Identificar o uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos princípios da governança pública pelas prefeituras municipais.

3. Identificar a percepção dos gestores municipais frente à efetividade do uso da Internet na comunicação dos princípios da governança pública adotados

pela gestão municipal.

4. Verificar a percepção dos gestores municipais sobre as dificuldades da comunicação da governança pública nos portais municipais na Internet.

5. Identificar e analisar as práticas comunicacionais da governança pública por intermédio da Internet.

Por que estudar esse tema (justificativa/comprovação científica da relevância/importância do tema):

As mudanças ocorridas em todo o mundo nos últimos cinquenta anos provocaram mudanças nos Estados e em suas relações com as sociedades que

representam. O Estado do bem-estar social – Welfare State – começou a entrar em crise nos anos 1970, sendo substituído em alguns países pelo Estado de

orientação neoliberal. A partir dos anos 2000, diversas crises colocaram a orientação neoliberal em xeque e o Estado procurou se reorganizar de formar a

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combinar desenvolvimento econômico, competitividade e eficiência dos mercados nacionais com aspectos relacionados ao bem-estar da sociedade. No

Brasil, embora nunca tenha sido implementado um Estado de bem-estar social e tampouco um Estado neoliberal, essas mudanças foram em partes sendo

incorporadas pelo Estado. Atualmente, o modelo adotado no país congrega regulação de mercados, participação do Estado na economia e medidas sociais e

inclusivas.

De forma análoga, a administração pública também foi influenciada pelas mudanças ocorridas na sociedade e em especial nas mudanças sofridas pelo

Estado. A visão gerencial da gestão pública e a visão do cidadão como consumidor que acompanharam o Estado neoliberal têm sido substituídas por uma

administração pública que busca congregar a perspectiva da qualidade do serviço público prestado com a dimensão da cidadania, no qual as pessoas-

cidadãos, para além de detentores de direitos e deveres, são também participantes do processo. É para um novo papel de Estado aliado a uma nova visão de

administração pública que surge, a partir da governança corporativa oriunda da iniciativa privada e com base neste cenário de mudanças, a governança

pública, entendida como:

“uma nova geração de reformas administrativas e de Estado, que têm como objeto a ação conjunta, levada a efeito de forma eficaz, transparente e

compartilhada, pelo Estado, pelas empresas e pela sociedade civil, visando uma solução inovadora dos problemas sociais e criando possibilidades e chances

de um desenvolvimento futuro sustentável para todos os participantes” (LÖFFER, 2001, p. 212 apud KISSLER; HEIDEMANN, 2006, p. 482).

A governança pública trata dos governos assegurarem a participação dos cidadãos na formulação e implementação de políticas de forma a torná-las mais

eficientes na medida em que estas políticas alcançam maior sustentabilidade e legitimidade e neste sentido uma governança eficiente torna o Estado mais

permeável à influência da sociedade (NOVELLI, 2006).

Em paralelo a essas mudanças no Estado e na administração pública, o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação gerou na sociedade

uma verdadeira revolução nas formas de relacionamento entre as pessoas, as instituições em geral e também entre o cidadão e as diversas esferas de

governo. A principal ferramenta dessa revolução consiste na Internet e os entes públicos procuram se relacionar com os cidadãos por meio dos portais

governamentais onde são disponibilizados informações, serviços e conteúdos diversos que os responsáveis julgarem pertinentes e mais recentemente por

meio das redes sociais.

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Se antes a relação com o cidadão se dava no momento em que este procurava um determinado setor do poder público para ser atendido ou através de uma

ligação para uma central de atendimento, atualmente grande parte do relacionamento cidadão e órgão público tende a acontecer por intermédio da Internet.

Os elementos presentes nos portais de governo, a forma em que as informações são dispostas, os conteúdos disponíveis ao internauta e as outras formas de

comunicação eletrônica além dos portais governamentais podem possibilitar o entendimento do relacionamento entre cidadão e poder público em questão,

como a comunicação pública é tratada pelo órgão e até mesmo inferir características da forma de gestão ali desenvolvida.

Pinho (2008) afirma que através de portais os governos podem disponibilizar serviços e informações, facilitar a realização de negócios, aumentar a

transparência e a participação da sociedade, mostrar sua identidade, propósitos e realizações e identificar as necessidades do cidadão. O autor afirma que

isso é o que a tecnologia pode fazer, mas que o alcance disso é difícil na esfera governamental e política.

É nesse sentido que a comunicação pública se torna importante para uma boa governança. Kissler e Heidemann (2006) argumentam que a comunicação

constitui um dos elementos que dissolvem a hierarquia típica das relações entre Estado e sociedade, pois supõe que o compartilhamento de informações tem

potencial de gerar confiança e assim os autores acreditam que a comunicação é fator essencial definidor das novas relações entre sociedade e governo,

propiciadas pelos novos modelos de governança.

O principal objetivo da comunicação pública, na prática da governança, é promover e viabilizar o relacionamento mais interativo entre governantes e

governados a partir de uma comunicação centrada no cidadão por meio da garantia do direito à informação e à expressão e ainda direito ao diálogo, do

respeito a suas características e necessidades e do estímulo à participação ativa, racional e corresponsável voltada mais para a promoção da cidadania e da

participação e menos para a divulgação institucional (NOVELLI, 2006; DUARTE, 2007).

Atualmente, com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, um dos mais importantes canais de comunicação do governo com a sociedade

consiste no portal eletrônico disponibilizado pelos entes governamentais na internet. Um primeiro fator que destaca esta afirmação está contido na pesquisa

Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros de 2014 na qual o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE divulgou o número de municípios que a

prefeitura possui página na internet, conforme a Tabela 1.

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Tabela 1 – Municípios com página na internet da prefeitura

Municípios

Total

Com página na Internet da prefeitura

Total Situação da página

Ativa Em manutenção ou reestruturação

Brasil 5.570 4.943 4.670 273

Até 5.000 hab. 1.243 1.073 1.025 48

De 5.001 a 10.000 hab. 1.216 1.044 981 63

De 10.001 a 20.000 hab. 1.383 1.209 1.131 78

De 20.001 a 50.000 hab. 1.080 981 921 60

De 50.001 a 100.000 hab. 348 338 319 19

De 100.001 a 500.000 hab. 261 259 254 5

Mais de 500.000 hab. 39 39 39 -

Fonte: Perfil dos Estados e Municípios Brasileiros de 2014 (IBGE, 2015)

A Tabela 1 mostra que no Brasil 89% das prefeituras dos municípios possuem páginas na internet. Mostra ainda que, quanto maior o número de habitantes no

município, maior o percentual de prefeituras que possuem página na internet: na categoria de municípios com mais de 500.000 habitantes, todas as

prefeituras possuem páginas, enquanto que nos municípios de 10.000 habitantes ou menos apenas 86% das prefeituras possuem página na Internet.

Silva (2009) destaca que possuir e manter um veículo on-line oficial, como uma página na internet, traz inovações estruturais na comunicação praticada pelo

Estado, em especial quanto ao trato dado à informação. Por outro lado, Haswani (2013) alerta que mesmo um portal de governo perfeito se não atualizado, se

omitir informações, não retornar as mensagens deixadas nos canais disponibilizados, não terá efeito na comunicação, ainda que a tecnologia esteja presente

e avançada.

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Um segundo fator que destaca a importância da comunicação por intermédio da Internet, em especial dos portais governamentais, é o volume de pesquisas

dedicadas a verificar em que medida os portais eletrônicos dos governos tem sido utilizados para aumentar a transparência do governo (PINHO, 2008;

SANTANA JUNIOR, 2008; AKUTSU, 2009; PAIVA; ZUCCOLOTTO, 2012; CAMPOS; PAIVA; GOMES, 2013; JACQUES; QUINTANA; MACAGNAN, 2013;

BARROS; FONSECA, 2015).

Destaca-se ainda o surgimento das redes sociais na Internet, como consequência da apropriação das ferramentas de comunicação mediadas pelo

computador (RECUERO, 2009). No Brasil, as principais redes sociais mais utilizadas, segundo a PBM 2015 (BRASIL, 2014), em ordem decrescente são

Facebook, WhatsApp, YouTube, Instagram, Google+ e Twitter. As instituições públicas, acompanhando essa tendência, têm procurado fazer uso de novos

canais de participação e interatividade no ambiente digital, haja vista, segundo Nascimento (2012), o considerável número de perfis em redes sociais dos

órgãos do governo federal. A mesma autora afirma que “um dos focos do trabalho de comunicação pública para os próximos anos deverá estar centrado nas

redes sociais” (NASCIMENTO, 2012, p. 296).

Método e local da coleta de dados:

O presente estudo, quanto à sua finalidade, pode ser classificado como pesquisa aplicada porque busca investigar uma realidade concreta que é a

comunicação da governança pública por intermédio da Internet. Em relação ao seu objetivo geral, pode ser considerada uma pesquisa exploratória e

descritiva, pois visa familiarizar-se com a temática e descrever a comunicação pública realizada pelos municípios. Quanto ao seu delineamento, esta pesquisa

pode ser classificada como estudo de caso, pois visa investigar um fenômeno contemporâneo: a comunicação da governança pública por meio da Internet,

em seu contexto real.

Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os

limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos (YIN, 2001).

O local para coleta de dados são os portais governamentais e as redes sociais dos municípios selecionados. A pesquisa com os gestores será enviada por e-

mail.

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Procedimentos para coleta dos dados:

Para efetivar a observação nos portais governamentais, foi elaborado um formulário de observação. O formulário de observação visa responder ao primeiro

objetivo específico: (i) identificar os princípios da governança pública presentes nos portais municipais na Internet.

O formulário tem duas partes: a primeira parte do formulário de observação é formada por questões fechadas dicotômicas que objetivam medir a presença ou

não no portal governamental de cada princípio de governança pública. A elaboração das questões se deu com base na Lei Complementar nº 101/2000, Lei

Complementar nº 131/2009, Lei nº 12.527/2011 e dos autores Santana Junior (2008), Rezende (2009), Akutsu (2009) e Matias-Pereira (2010), formando 31

questões. Ainda, a partir de observações do pesquisador do padrão adotado pelo Governo Federal e de boas práticas do portal da prefeitura de São Paulo e

de Curitiba, foram elaboradas 12 questões, totalizando 43 questões. Para finalizar a primeira parte do formulário, com base nos conceitos de cada princípio da

governança pública exposto no referencial teórico, foi feita pelo pesquisador a relação de cada questão com um ou mais princípios da governança pública. A

segunda parte do formulário consiste em 10 questões que visam medir o quanto a governança pública e seus princípios aparecem em buscas feitas no portal

do ente pesquisado.

Para efetivar a observação nas redes sociais, foi desenvolvido um formulário próprio, cujo objetivo é responder ao segundo objetivo específico: identificar o

uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos princípios da governança pública pelas prefeituras municipais. O formulário é composto por 15

questões e se pretende mensurar a presença, impacto e atividade dos municípios nas seguintes redes sociais: Facebook, YouTube e Twitter.

Para cumprir os objetivos específicos 3 e 4, o procedimento adotado é o envio de questionário aos gestores municipais, responsáveis pela comunicação da

prefeitura municipal. A forma de envio do questionário aos gestores será pelo e-mail presente no portal. Se nenhuma informação constar no site o pesquisador

deve ainda buscar meios alternativos (busca na internet ou ligação para a prefeitura municipal) para obter este endereço eletrônico. O questionário tem 30

questões que tratam da: (i) identificação do município e do cargo do respondente da pesquisa; (ii) percepção do respondente quanto à adoção pela prefeitura

em suas políticas públicas e práticas administrativas dos princípios de governança pública; (iii) percepção do respondente quanto à comunicação para o

cidadão, por meio do portal da prefeitura na Internet, dos princípios da governança pública adotados pela prefeitura; (iv) utilização da Internet pela prefeitura

para comunicação; (v) estrutura de comunicação da prefeitura municipal; e (vi) percepção das dificuldades de comunicação dos princípios de governança

pública.

Descrição das características da população/amostra a estudar:

O universo desta pesquisa consiste nos municípios brasileiros, que, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2015), totalizam

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5.565 municípios. Tendo sido feita a escolha pelo estudo de casos múltiplos, Gil (2009) argumenta que existem diversas possibilidades de definição da

amostra a ser pesquisada e que cabe a seleção de casos de tal forma que prevejam resultados semelhantes.

Neste projeto de pesquisa, optou-se por realizar um recorte por critério. O critério escolhido são os 100 municípios com maior Produto Interno Bruto – PIB,

conforme IBGE (2014).

A amostra selecionada totaliza R$ 2.538.618.134,59 de PIB, que representa 57,80% do PIB brasileiro (R$ 4.392.093.997,00), sendo que esses municípios

respondem pela população de 77.485.119 de habitantes, que representa 38,21% da população brasileira (202.768.562).

Critérios de escolha, inclusão e exclusão da amostra:

Tendo por pressuposto que o município que dispõe de mais recursos financeiros dispõe de maiores condições de avançar nas ferramentas comunicacionais

de tecnologia da informação, o critério de seleção utilizado foi os 100 municípios com maior Produto Interno Bruto – PIB do Brasil. Esse critério também é

utilizado por Akutsu (2009). Embora se reconheça a importância da governança para todas as estruturas públicas, a partir do referencial teórico da

governança se torna mais relevante a análise da comunicação dos princípios nesse grupo que, de forma geral, tende a dispor de melhores condições

financeiras, materiais, humanas e tecnológicas. Barros e Fonseca (2015) evidenciaram a relação positiva entre Índice de Transparência Fiscal Eletrônica e

PIB per capita, o que reforça a escolha deste critério.

Identificação das fontes de material para a pesquisa:

As fontes utilizadas para fundamentação teórica da pesquisa são relacionadas a: (i) governança, governança corporativa e governança pública; (ii)

comunicação, comunicação pública e comunicação intermediada pela Internet. A coleta de dados se dá por intermédio dos portais governamentais e redes

sociais dos municípios escolhidos como amostra da pesquisa e gestores responsáveis pela comunicação desses municípios.

Objetivo específico 1 (o que operacionaliza o objetivo geral):

Identificar os princípios da governança pública presentes nos portais municipais na internet.

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Por que/como ele está vinculado ao objetivo geral:

A identificação dos princípios de governança pública presentes nos portais municipais é o passo inicial para se formar um entendimento acerca dos modelos

de comunicação utilizados para divulgar os princípios adotados pela gestão municipal. Ao verificar através da metodologia desenvolvida quais princípios estão

presentes nos portais, este objetivo específico se vincula ao objetivo geral.

Construtos/variáve

is envolvidas na

resolução do

objetivo

Autores que

fundamentam

Perguntas

correspondentes

no instrumento de

coleta

O que se pretende

mensurar ou

descobrir com

essa pergunta

Métrica a ser

utilizada para

análise

Justificativa da

métrica utilizada

Lista e significado

de

escala/grupos/níve

is a serem

utilizados na

métrica usada

Construto: Princípios de governança pública em portais municipais

Autores: IFAC (2001); Barret (2002); IBGC (2009); Matias-Pereira (2010); TCU (2014) – Santana Junior (2008); LC 101/2000; LC 131/2009; Lei 12.527/2011;

Rezende (2009); Akutsu (2009).

Variável: transparência em portal municipal

1 a 30, 32 a 36, 40 e 42.

A partir das questões identificadas a cada princípio, pretende-se mensurar qual o índice que o portal apresenta referente ao seu respectivo princípio.

Mediante atribuição de valor 1 para resposta positiva e valor 0 para resposta negativa, a partir do total de questões, a métrica utilizada é dividir o número de respostas positivas pelo número de respostas positivas possíveis, para constituir um índice para cada princípio

A constituição de um índice para cada princípio foi adaptado de Santana Junior (2008), que construiu o Índice de Transparência Fiscal. Justifica-se a utilização de índice individuais, pois permite analisar o grau de implementação do princípio no portal

SIM e NÃO

Variável: accountability em portal municipal

4, 6 a 11, 13, 23, 29, 30 e 34.

Variável: integração em portal municipal

12 a 14, 23 e 35.

Variável: equidade em portal municipal

10, 18, 22, 27, 31, 34, 37 a 39, 41 e 43.

Variável: responsabilidade em portal municipal

14, 23 e 38.

Variável: 1 a 13, 24 a 26, 29,

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cumprimento das leis em portal municipal

33, 36, 40 e 43. analisado do portal. ao invés de somente se afirmar se o principio está presente ou não. Variável: ética em

portal municipal 15, 16 e 20.

Variável: legitimidade em portal municipal

11, 23 e 29.

Variável: eficiência em portal municipal

7, 11, 23 e 30.

Objetivo específico 2:

Identificar o uso de redes sociais para comunicação eletrônica dos princípios da governança pública pelas prefeituras municipais.

Por que/como ele está vinculado ao objetivo geral:

Não somente os portais governamentais podem ser utilizados para a comunicação da governança pública entre os municípios e os cidadãos. Atualmente, as

redes sociais são muito utilizadas, em especial entre os jovens, para a comunicação. As instituições públicas, acompanhando essa tendência, têm procurado

fazer uso de novos canais de participação e interatividade no ambiente digital. As redes sociais ainda apresentam a questão da mobilidade, já que são

adaptadas para funcionar em celulares e smartphones. Esse objetivo específico busca investigar a presença, impacto e atividade dos municípios em redes

sociais para a comunicação da governança pública e, nesse sentido, vincula-se ao objetivo geral.

Construtos/variáve

is envolvidas na

resolução do

objetivo

Autores que

fundamentam

Perguntas

correspondentes

no instrumento de

coleta

O que se

pretende

mensurar ou

descobrir com

essa pergunta

Métrica a ser

utilizada para análise

Justificativa da

métrica utilizada

Lista e significado

de

escala/grupos/níve

is a serem

utilizados na

métrica usada

Construto: Comunicação dos municípios em redes sociais

Autores: Recuero, 2009; Pisani e Piotet (2010); Nascimento (2012).

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Variável 1: comunicação pelo Facebook

Nascimento (2012) em pesquisa sobre Twitter.

1 a 5 Presença na rede social, impacto e atividade.

- Quanto à presença, se a prefeitura está presente ou não na rede social; - Quanto ao impacto, quantos seguidores a prefeitura tem em seu perfil. - Quanto à atividade, número de publicações, curtidas/visualizações, compartilhamentos, comentários e respostas aos comentários.

A métrica foi desenvolvida pelo autor deste estudo a partir das possibilidades que cada rede social apresenta de obtenção de informações. Serão trabalhados números absolutos e médias. Quando possível, divisão em grupos para apresentação de resultados.

Não se aplica.

Variável 2: comunicação pelo YouTube

6 a 10

Variável 3: comunicação pelo Twitter

11 a 15

Objetivo específico 3:

Identificar a percepção dos gestores municipais frente à efetividade do uso da Internet na comunicação dos princípios da governança pública adotados pela

gestão municipal.

Por que/como ele está vinculado ao objetivo geral:

Tendo sido verificados nos portais municipais e nas redes sociais na Internet, por meio dos objetivos específicos 1 e 2, quais princípios da governança pública

estão presentes, sendo que esse objetivo específico visa identificar a percepção dos gestores quanto à efetividade do uso da Internet na comunicação dos

princípios de governança pública adotados pela gestão municipal. Esse objetivo específico vincula-se ao objetivo geral da pesquisa ao permitir relacionar a

percepção do gestor quanto ao uso da Internet com outros possíveis achados da pesquisa.

Construtos/variáve

is envolvidas na

Autores que

fundamentam

Perguntas

correspondentes

O que se pretende

mensurar ou

Métrica a ser

utilizada para

Justificativa da

métrica utilizada

Lista e significado

de

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157

resolução do

objetivo

no instrumento de

coleta

descobrir com

essa pergunta

análise escala/grupos/níve

is a serem

utilizados na

métrica usada

Construto: efetividade do uso da Internet para comunicação da prefeitura

Variável: percepção de adoção de princípios de governança pública pelo município

3 a 11 Esse grupo de perguntas permite mensurar, sob a ótica do gestor municipal, em que medida o município adota em suas políticas públicas e ações administrativas cada princípio da governança pública.

Escala Likert de 5 pontos: Não adota (1) (2) (3) (4) (5) Adota integralmente.

Escala Likert é utilizada para detectar a percepção e concordância do entrevistado para determinado assunto e permite fazer análise quantitativa das respostas; 5 pontos foi escolhido por permitir expressar a opinião com precisão e não cansar o entrevistado frente ao número de questões; Uso de âncoras verbais nas extremidades foi escolhido para clarificar as opções de escolha aliado a âncoras numéricas para cada opção de resposta.

(1) Não adota; (2) Adoção inicial;* (3) Adoção básica* (4) Adoção intermediária* (5) Adota integralmente. * O formulário utilizado somente permite âncoras verbais nas extremidades, logo as âncoras marcadas com * são utilizadas somente para análise do trabalho, não sendo exibidas para o respondente da pesquisa.

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As escolhas tiveram por base o artigo de Dalmoro, Vieira (2013).

Variável: percepção quanto à comunicação dos princípios de governança pública pelo portal municipal.

12 a 20.

Esse grupo de perguntas permite mensurar, sob a ótica do gestor municipal, em que medida cada princípio da governança pública é comunicado ao cidadão por intermédio do portal municipal.

Escala Likert de 5 pontos: Não é comunicado (1) (2) (3) (4) (5) É comunicado integralmente.

Justificativa da Escala Likert já apresentada.

(1) Não é comunicado; (2) Comunicação inicial* (3) Comunicação básica* (4) Comunicação intermediária* (5) É comunicado integralmente. * O formulário utilizado somente permite âncoras verbais nas extremidades, logo as âncoras marcadas com * são utilizadas somente para análise do trabalho, não sendo exibidas para o respondente da pesquisa.

Variável: percepção do gestor quanto ao uso da Internet para comunicação entre prefeitura e cidadão.

21, 22, 24. 21. Quais ferramentas eletrônicas são utilizadas pela prefeitura para estabelecer sua comunicação com o cidadão.

Múltipla escolha. Marcação de todas as ferramentas utilizadas pela prefeitura.

Lista com as redes sociais mais populares no Brasil, conforme PBM 2015.

- Facebook; - YouTube; - Instagram; - Twitter; - Blog da Prefeitura; - Google+; - LinkedIn; - Outro: _____

22. Quais critérios Múltipla escolha. Lista com critérios - Número de

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159

são utilizados pela prefeitura para medir a efetividade da comunicação por intermédio das ferramentas eletrônicas.

Marcação de todos os critérios utilizados pela prefeitura.

de medição de efetividade mais comuns.

acessos da ferramenta de comunicação; - Pesquisa promovida pela prefeitura na própria ferramenta de comunicação; - Feedback dos usuários na própria ferramenta de comunicação; - Pesquisa promovida pela prefeitura em outros canais que não a própria ferramenta de comunicação; - Não são utilizados critérios para medir a efetividade; - Outro: _____

24. Percepção do gestor sobre efetividade das ferramentas eletrônicas que o município utiliza.

Matriz. Marcação 1 para mais efetiva, 2 para a segunda mais efetiva e 3 para a terceira mais efetiva.

Lista com as redes sociais mais populares no Brasil, conforme PBM 2015, acrescido do portal da prefeitura.

- Portal da Prefeitura; - Facebook; - YouTube; - Instagram; - Twitter; - Blog da Prefeitura; - Google+; - LinkedIn; - Outro: _____

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160

Objetivo específico 4 (o que operacionaliza o objetivo geral):

Verificar a percepção dos gestores municipais sobre as dificuldades da comunicação da governança pública nos portais municipais na internet.

Porque/como ele está vinculado ao objetivo geral:

Aliado ao objetivo específico anterior, este objetivo específico visa identificar a percepção do gestor de comunicação sobre a estrutura de comunicação da

prefeitura e a dificuldade em comunicar pelo portal os princípios da governança pública. Este objetivo, em conjunto com os demais objetivos específicos,

auxilia na construção de um entendimento da comunicação dos princípios de governança pública e é neste sentido que este objetivo se vincula ao objetivo

geral.

Construtos/variáve

is envolvidas na

resolução do

objetivo

Autores que

fundamentam

Perguntas

correspondentes

no instrumento de

coleta

O que se pretende

mensurar ou

descobrir com

essa pergunta

Métrica a ser

utilizada para

análise

Justificativa da

métrica utilizada

Lista e significado

de

escala/grupos/níve

is a serem

utilizados na

métrica usada

Construto: Percepção do gestor – estrutura e dificuldades de comunicação por meio da Internet

Variável: estrutura de comunicação da prefeitura.

23, 25, 26, 27 23. Existência de Conselho Municipal, com representação dos munícipes, que trata da comunicação entre prefeitura e cidadão.

Pergunta dicotômica: existência ou não existência do Conselho.

- Sim ou Não.

25. Qual a hierarquia da Unidade de Comunicação na estrutura municipal.

Múltipla escolha com cinco possíveis respostas, sendo que o respondente só pode escolher uma delas.

Em caso de existência, foram listadas as três opções mais comuns de resposta. Ainda

- Secretaria de Comunicação Social (ou equivalente) vinculada diretamente ao chefe do Poder

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161

uma resposta que o entrevistado pode completar com o caso particular; e por fim uma resposta negativa.

Executivo Municipal. - Departamento de Comunicação Social (ou equivalente) vinculado a uma Secretaria Municipal. - Assessoria de Comunicação Social (ou equivalente) vinculada diretamente ao chefe do Poder Executivo Municipal. - A prefeitura não dispõe de uma Unidade de Comunicação; - Outro: _____

26. Qual unidade foi responsável pela construção do portal da prefeitura na Internet em seus design e funcionalidades atuais?

Múltipla escolha com seis possíveis respostas, sendo que o respondente só pode escolher uma delas.

Foram listadas seis opções de resposta que permitem inferir a estrutura de comunicação disponível para a construção do portal.

- Setor de comunicação da prefeitura, com pessoal próprio do setor; - Setor de comunicação da prefeitura, com pessoal de outro(s) setor(es) da prefeitura; - Setor de tecnologia e informação / informática da prefeitura; - O portal foi adquirido mediante

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162

contratação de empresa externa à prefeitura; - O portal foi fornecido pelo Governo do Estado - Outro: _____

27. Como funciona o processo de publicação de notícias, serviços e outros elementos no portal da prefeitura?

Múltipla escolha com cinco possíveis respostas, sendo que o respondente só pode escolher uma delas.

Foram listadas quatro opções de resposta que permitem inferir a estrutura de comunicação disponível para a publicação de notícias e conteúdos no portal. Ainda uma resposta que o entrevistado pode completar com o caso particular.

- Cada Secretaria produz suas notícias e determina os serviços a serem ofertados e publica diretamente no Portal; - Cada Secretaria produz suas notícias e determina os serviços a serem ofertados, envia para o setor de comunicação da prefeitura e esse publica no portal; - O setor de comunicação produz as notícias e determina os serviços a serem ofertados e publica no portal; - O setor de comunicação produz e recebe notícias/serviços e consulta ao Gabinete do Prefeito para

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163

determinar quais serão publicadas no portal; - Outro: _____

Variável: percepção do gestor - dificuldades de comunicação

28, 29 e 30 28. Avaliação do gestor da dificuldade de comunicação dos princípios de governança pública adotados pela prefeitura por meio do portal municipal na internet.

Escala Likert de 5 pontos: Nenhuma dificuldade (1) (2) (3) (4) (5) Grande dificuldade.

Justificativa da Escala Likert já apresentada.

(1) Nenhuma dificuldade; (2) (3) (4) (5) Grande dificuldade.

29. Avaliação do gestor sobre o quanto os princípios de governança pública são levados em conta nas práticas de comunicação entre prefeitura e cidadãos através das ferramentas eletrônicas.

Escala Likert de 5 pontos: Discordo totalmente (1) (2) (3) (4) (5) Concordo totalmente.

Justificativa da Escala Likert já apresentada.

(1) Discordo totalmente; (2) (3) (4) (5) Concordo totalmente.

30. Qual(is) a(s) dificuldade(s) encontrada(s) nas práticas de comunicação dos princípios de governança pública adotados pela prefeitura por meio da Internet.

Pergunta aberta

Uma pergunta aberta para o gestor poder escrever livremente sobre as dificuldades encontradas nas práticas de comunicação.

Não se aplica.

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Objetivo específico 5 (o que operacionaliza o objetivo geral):

Identificar e analisar as práticas comunicacionais da governança pública por intermédio da Internet.

Por que/como ele está vinculado ao objetivo geral:

Esse último objetivo específico somente é possível alcançar por conta da realização dos quatro objetivos específicos anteriores. A partir da identificação dos

princípios de governança pública nos portais e nas redes sociais, aliado à percepção dos gestores do uso da Internet para comunicação, esse objetivo

pretende identificar as práticas comunicacionais da governança pública utilizadas pelo poder público municipal.

Para tanto, utilizar-se-á a categorização dos fluxos comunicacionais propostos por Kondo et al. (2002): (i) práticas de informação (disseminação de

informação – modelo de mão única); (ii) práticas de consulta (solicita opinião/feedback – modelo de mão dupla); e (iii) práticas de participação ativa.

Construtos/variáve

is envolvidas na

resolução do

objetivo

Autores que

fundamentam

Perguntas

correspondentes

no instrumento de

coleta

O que se pretende

mensurar ou

descobrir com

essa pergunta

Métrica a ser

utilizada para

análise

Justificativa da

métrica utilizada

Lista e significado

de

escala/grupos/níve

is a serem

utilizados na

métrica usada

Construto: Práticas de Comunicação Pública por meio da Internet

Autores: Kondo (2002); Novelli (2006); Duarte (2007); Pinho (2008) e Akutsu (2009).

Perguntas: não serão feitas novas perguntas, apenas utilizados os resultados obtidos nos outros objetivos específicos.

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165

APÊNDICE B – Lista de municípios selecionados para pesquisa com PIB e

população

Município UF PIB 2012

População estimativa em 2014

Participação acumulada

no PIB Nacional

Participação acumulada na

população nacional

São Paulo SP 499 375 401 11.895.893 11,37% 5,87%

Rio de Janeiro RJ 220 924 561 6.453.682 16,40% 9,05%

Brasília DF 171 235 534 2.852.372 20,30% 10,46%

Curitiba PR 59 151 308 1.864.416 21,65% 11,38%

Belo Horizonte MG 58 374 103 2.491.109 22,97% 12,60%

Manaus AM 49 824 579 2.020.301 24,11% 13,60%

Porto Alegre RS 48 002 209 1.472.482 25,20% 14,33%

Campos dos Goytacazes RJ 45 129 215 480.648 26,23% 14,56%

Guarulhos SP 44 670 723 1.312.197 27,25% 15,21%

Fortaleza CE 43 402 190 2.571.896 28,23% 16,48%

Campinas SP 42 766 024 1.154.617 29,21% 17,05%

Salvador BA 39 866 168 2.902.927 30,12% 18,48%

Osasco SP 39 198 919 693.271 31,01% 18,82%

Santos SP 37 722 531 433.565 31,87% 19,04%

Recife PE 36 821 898 1.608.488 32,71% 19,83%

São Bernardo do Campo SP 34 185 281 811.489 33,48% 20,23%

Barueri SP 33 075 587 259.555 34,24% 20,36%

Goiânia GO 30 131 330 1.412.364 34,92% 21,05%

Vitória ES 28 655 025 352.104 35,58% 21,23%

Betim MG 28 100 845 412.003 36,22% 21,43%

São José dos Campos SP 28 089 096 681.036 36,85% 21,77%

Duque de Caxias RJ 27 121 886 878.402 37,47% 22,20%

São Luís MA 24 601 718 1.064.197 38,03% 22,72%

Jundiaí SP 23 712 625 397.965 38,57% 22,92%

Uberlândia MG 21 420 638 654.681 39,06% 23,24%

Contagem MG 20 647 181 643.476 39,53% 23,56%

Belém PA 20 557 946 1.432.844 40,00% 24,27%

Ribeirão Preto SP 20 300 802 658.059 40,46% 24,59%

Itajaí SC 19 754 199 201.557 40,91% 24,69%

Sorocaba SP 19 019 098 637.187 41,34% 25,01%

Joinville SC 18 299 283 554.601 41,76% 25,28%

Santo André SP 18 085 141 707.613 42,17% 25,63%

Campo Grande MS 16 970 656 843.120 42,56% 26,04%

Parauapebas PA 16 733 726 183.352 42,94% 26,13%

Caxias do Sul RS 16 651 357 470.223 43,32% 26,37%

São José dos Pinhais PR 15 419 051 292.934 43,67% 26,51%

Niterói RJ 15 112 496 495.470 44,01% 26,76%

Canoas RS 14 856 173 339.979 44,35% 26,92%

Serra ES 14 850 851 476.428 44,69% 27,16%

Macaé RJ 14 459 881 229.624 45,02% 27,27%

Maceió AL 13 694 808 1.005.319 45,33% 27,77%

Cuiabá MT 13 298 345 575.480 45,63% 28,05%

Natal RN 13 291 177 862.044 45,94% 28,48%

Araucária PR 13 282 426 131.356 46,24% 28,54%

Londrina PR 12 826 470 543.003 46,53% 28,81%

Camaçari BA 12 669 924 281.413 46,82% 28,95%

São Caetano do Sul SP 12 620 623 157.205 47,11% 29,03%

Florianópolis SC 12 614 711 461.524 47,39% 29,25%

Cabo Frio RJ 12 480 926 204.486 47,68% 29,35%

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166

Teresina PI 12 306 772 840.600 47,96% 29,77%

São Gonçalo RJ 11 976 716 1.031.903 48,23% 30,28%

Piracicaba SP 11 887 388 388.412 48,50% 30,47%

Anápolis GO 11 690 888 361.991 48,77% 30,65%

Diadema SP 11 645 673 409.613 49,03% 30,85%

Ipojuca PE 11 595 851 89.660 49,30% 30,89%

Rio das Ostras RJ 11 327 340 127.171 49,55% 30,96%

João Pessoa PB 11 225 777 780.738 49,81% 31,34%

Louveira SP 11 173 992 42.796 50,06% 31,36%

Angra dos Reis RJ 10 973 424 184.940 50,31% 31,45%

Blumenau SC 10 927 079 334.002 50,56% 31,62%

São José do Rio Preto SP 10 738 220 438.354 50,81% 31,83%

Nova Iguaçu RJ 10 665 648 806.177 51,05% 32,23%

Maringá PR 10 246 122 391.698 51,28% 32,43%

Juiz de Fora MG 10 078 403 550.710 51,51% 32,70%

Paranaguá PR 10 007 402 149.467 51,74% 32,77%

Aracaju SE 9 813 852 623.766 51,96% 33,08%

Porto Velho RO 9 775 427 494.013 52,19% 33,32%

Paulínia SP 9 749 771 95.221 52,41% 33,37%

Mogi das Cruzes SP 9 737 244 419.839 52,63% 33,58%

Jaboatão dos Guararapes PE 9 480 125 680.943 52,85% 33,91%

Taubaté SP 9 429 900 299.423 53,06% 34,06%

Uberaba MG 9 368 416 318.813 53,27% 34,22%

Volta Redonda RJ 9 187 069 262.259 53,48% 34,35%

Petrópolis RJ 9 133 358 298.017 53,69% 34,49%

Rio Grande RS 8 965 447 207.036 53,90% 34,59%

Feira de Santana BA 8 635 051 612.000 54,09% 34,90%

Bauru SP 8 430 517 364.562 54,28% 35,08%

Mauá SP 7 863 726 448.776 54,46% 35,30%

Sumaré SP 7 812 309 262.308 54,64% 35,43%

Foz do Iguaçu PR 7 771 320 263.647 54,82% 35,56%

Limeira SP 7 718 277 294.128 54,99% 35,70%

Belford Roxo RJ 7 542 639 479.386 55,17% 35,94%

Vila Velha ES 7 535 326 465.690 55,34% 36,17%

Cotia SP 7 463 856 225.306 55,51% 36,28%

Aparecida de Goiânia GO 7 437 833 511.323 55,68% 36,53%

Americana SP 7 131 532 226.970 55,84% 36,64%

Ipatinga MG 7 127 482 255.266 56,00% 36,77%

Gravataí RS 6 936 437 270.689 56,16% 36,90%

Ponta Grossa PR 6 930 451 334.535 56,32% 37,07%

Cariacica ES 6 771 111 378.915 56,47% 37,25%

Hortolândia SP 6 761 007 212.527 56,63% 37,36%

Itapevi SP 6 712 576 220.250 56,78% 37,47%

Jaraguá do Sul SC 6 686 194 160.143 56,93% 37,55%

Vinhedo SP 6 561 501 71.217 57,08% 37,58%

Macapá AP 6 453 597 446.757 57,23% 37,80%

Cubatão SP 6 348 145 126.105 57,37% 37,86%

Cascavel PR 6 282 718 309.259 57,51% 38,02%

Passo Fundo RS 6 275 589 195.620 57,66% 38,11%

Rio Verde GO 6 264 991 202.221 57,80% 38,21%

Matão SP 6 194 929 80.990 57,94% 38,25%

Fonte: IBGE (2014) e IBGE (2015)

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167

APÊNDICE C – Formulário de observação de portais municipais

Parte 1

Nº Questão Fundamentação

Tra

nsparê

ncia

Accounta

bili

ty

Intr

egra

çã

o

Equ

idade

Responsa

bili

dae

Cum

pri

me

nto

das leis

Ética

Leg

itim

idad

e

Eficiê

ncia

1 O município divulga o Plano Plurianual (PPA) no portal da prefeitura?

LC 101/2000; x x

2 O município divulga a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) no portal da prefeitura?

LC 101/2000; x x

3 O município divulga a Lei Orçamentária Anual (LOA) no portal da prefeitura?

LC 101/2000; x x

4 O município divulga a sua prestação de contas no site ou possui um portal da transparência com essas informações?

LC 101/2000; x x x

5 O município divulga os Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária (RREO) no portal da prefeitura?

LC 101/2000; x x

6 O município divulga os Relatórios de Gestão Fiscal no portal da prefeitura?

LC 101/2000; x x x

7 A divulgação dos instrumentos de transparência fiscal é tempestiva?

LC 101/2000; x x x x

8 Quanto à despesa, o município divulga no portal os atos praticados no decorrer da execução da despesa?

LC 131/2009; x x x

9 Quanto à receita, o município divulga no portal o lançamento e o recebimento da receita?

LC 131/2009; x x x

10 O município divulga no portal informações referentes a procedimentos licitatórios (editais, resultados, contratos)?

Lei 12.527/2011; x x x x

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11 O município divulga no portal dados gerais a respeito da concepção, da missão e dos objetivos de seus programas e formas de acompanhamento de programas, ações, projetos e obras?

Lei 12.527/2011; x x x x x

12 O município divulga o organograma no portal? Lei 12.527/2011; x x x

13 O município divulga as funções das secretarias e demais órgãos de gestão?

Lei 12.527/2011; x x x x

14 O município divulga, no portal, o Plano Estratégico Municipal? Rezende (2009); x x x

15 O município divulga, no portal, a existência de Comissão de Ética da gestão pública?

Matias-Pereira (2010); x x

16 O município divulga, no portal, o Código de Ética ao qual os servidores municipais estão submetidos?

Matias-Pereira (2010); x x

17 O portal apresenta lista de contatos de servidores e setores? Santana Junior (2008); x

18 O município divulga no portal agenda de eventos e/ou calendário de audiências públicas da prefeitura?

Santana Junior (2008); x x

19 O município divulga relação nominal e breve resumo do currículo dos secretários municipais e diretores/superintendes das secretarias?

Boa prática do portal da prefeitura de São Paulo

x

20 O município disponibiliza a Agenda do Prefeito? Padrão adotado pelo Governo Federal

x x

21 O município disponibiliza informação sobre salários dos servidores municipais?

Padrão adotado pelo Governo Federal

x

22 O município disponibiliza os decretos e regulamentações emitidas pelo Prefeito?

Boa prática do portal da prefeitura de São Paulo

x x

23 O município divulga indicadores de gestão ou relatórios com avaliações qualitativas ou quantitativas sobre o próprio município, as ações administrativas e as políticas públicas?

Boa prática do portal da prefeitura de São Paulo

x x x x x x

24 O município divulga os endereços, telefones e horários de atendimento das secretarias e demais unidades?

Lei 12.527/2011; x x

25 O município divulga o rol das informações que tenham sido classificadas e desclassificadas por grau de sigilo nos últimos 12 (doze) meses?

Lei 12.527/2011; x x

26 O município divulga a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, informações genéricas sobre os solicitantes?

Lei 12.527/2011; x x

27 O município divulga informações sobre concursos públicos abertos e encerrados?

Padrão adotado pelo Governo Federal

x x

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169

28 O município divulga os convênios e demais parcerias firmados com outras entidades?

Padrão adotado pelo Governo Federal

x

29 O município divulga o parecer prévio de sua prestação de contas, emitido por órgão competente, via internet?

LC 101/2000; x x x x

30 O município divulga o acompanhamento da execução do plano estratégico e/ou de obras e serviços licitados?

Rezende (2009) x x x

31 O portal municipal oferece conteúdo em vários idiomas?

Boa prática do portal da prefeitura de Curitiba

x

32 O município disponibiliza um mapa do portal? Santana Junior (2008) x

33 O portal do município conta motores de busca para facilitar o acesso à informação?

Lei 12.527/2011; x x

34 O município inclui na divulgação de dados orçamentários e financeiros recursos em diversas mídias, como gráficos, figuras, vídeos e áudios como apoio para entendimento dos dados?

Boa prática do portal da prefeitura de São Paulo

x x x

35 No portal do município, há seções especificas para acessar cada tipo de informação? (ex.: cidadão, servidor, empresa, turista)

Boa prática do portal da prefeitura de Curitiba

x x

36 No portal do município, é possível a gravação de relatórios em formatos eletrônicos diversos?

Lei 12.527/2011; x x

37 No portal do município, é ofertado conteúdo em outros formatos além do texto escrito, como áudio e vídeo?

Boa prática do portal da prefeitura de Curitiba

x

38 Existe indicação, no portal, de ouvidor do ente (ou equivalente) para que o cidadão possa encaminhar reclamações ou sugestões?

Akutsu (2009); x x

39 Existe solicitação aos cidadãos, no portal, de sugestões relativas à gestão de recursos ou a programas de governo do município?

Akutsu (2009); x

40 O portal do município apresenta seção com perguntas e respostas mais comuns pelos cidadãos?

Lei 12.527/2011; x x

41 O município oferta, em seu portal, serviços aos cidadãos? Akutsu (2009); x

42 O portal do município apresenta os serviços mais acessados?

Boa prática do portal da prefeitura de Curitiba x

43 O portal do município conta com ferramenta para acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência?

Lei 12.527/2011; x x

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170

Parte 2

n. Questões

44 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “governança” no portal do município?

45 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “transparência” no portal do município?

46 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “accountability” ou "prestação de contas" no portal do município?

47 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “integração” no portal do município?

48 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “equidade” no portal do município?

49 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “responsabilidade” no portal do município?

50 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “cumprimento das leis” ou “cumprimento de leis” no portal do município?

51 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “ética” no portal do município?

52 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “legitimidade” no portal do município?

53 Caso exista ferramenta de busca, quantos resultados retornam ao procurar por “eficiência” no portal do município?

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APÊNDICE D – Justificativas e critérios para vinculação de cada pergunta a um

princípio de governança pública

1 O município divulga o Plano Plurianual (PPA) no portal da prefeitura? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 2 O município divulga a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) no portal da prefeitura? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 3 O município divulga a Lei Orçamentária Anual (LOA) no portal da prefeitura? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 4 O município divulga a sua prestação de contas no site ou possui um Portal da Transparência com essas informações? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000) e que trata do ato de prestar contas, logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e cumprimento de leis. 5 O município divulga os Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária (RREO) no portal da prefeitura? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 6 O município divulga os Relatórios de Gestão Fiscal no portal da prefeitura? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000) e que trata do ato de elaboração de relatório com vistas a prestar contas; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e cumprimento de leis. 7 A divulgação dos instrumentos de transparência fiscal é tempestiva? Divulgação tempestiva é instrumento de transparência, previsto em lei (art. 48, parágrafo único, inciso II, LCP 101/2000), manifesta compromisso com o ato de prestar contas e demonstra eficiência da gestão municipal, logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, Cumprimento de leis e eficiência. 8 Quanto à despesa, o município divulga no portal os atos praticados no decorrer da execução da despesa? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 48-A LCP 101/2000) e que manifesta compromisso com o ato de prestar contas; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e cumprimento de leis. 9 Quanto à receita, o município divulga no portal o lançamento e o recebimento da receita? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 48-A LCP 101/2000) e que manifesta compromisso com o ato de prestar contas; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e cumprimento de leis. 10 O município divulga no portal informações referentes a procedimentos licitatórios (editais, resultados, contratos)? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 8º, § 1º, inciso IV Lei 12.527/2011), manifesta compromisso com o ato de prestar contas e trata todas as empresas interessadas em fornecer produtos e serviços à administração de forma igualitária; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, equidade e cumprimento de leis. 11 O município divulga no portal dados gerais a respeito da concepção, da missão e dos objetivos de seus programas e formas de acompanhamento de programas, ações, projetos e obras? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 8º, § 1º, inciso V Lei 12.527/2011), manifesta

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compromisso com o ato de prestar contas, permite verificar se o interesse público e o bem comum estão sendo atingidos e demonstra eficiência da gestão municipal; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, cumprimento de leis, legitimidade e eficiência. 12 O município divulga o organograma no portal? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 8º, § 1º, inciso I Lei 12.527/2011) e que permite ao cidadão verificar toda a estrutura administrativa da gestão municipal de forma integrada; logo, vincula-se aos princípios da transparência, integração e cumprimento de leis. 13 O município divulga as funções das secretarias e demais órgãos de gestão? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 8º, § 1º, inciso I Lei 12.527/2011), que permite ao cidadão verificar toda a estrutura administrativa da gestão municipal de forma integrada e ainda manifesta interesse em esclarecer as funções dos órgãos de forma a prestar contas sobre os mesmos; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, integração e cumprimento de leis. 14 O município divulga, no portal, o Plano Estratégico Municipal? Trata de ação de transparência, que permite ao cidadão verificar o planejamento das ações a serem efetuadas por toda a estrutura administrativa da gestão municipal de forma integrada e ainda demonstra compromisso com o planejamento de longo prazo; logo, vincula-se aos princípios da transparência, integração e responsabilidade. 15 O município divulga, no portal, a existência de Comissão de Ética da gestão pública? A existência de Comissão de Ética retrata compromisso com a Ética Pública e sua divulgação trata de ação de transparência; logo, vincula-se aos princípios da transparência e ética. 16 O município divulga, no portal, o Código de Ética ao qual os servidores municipais estão submetidos? A existência de Código de Ética dos servidores municipais retrata compromisso com a ética pública e sua divulgação trata de ação de transparência; logo, vincula-se aos princípios da transparência e ética. 17 O portal apresenta lista de contatos de servidores e setores? Trata de ação de transparência, logo, vincula-se ao princípio da transparência. 18 O município divulga no portal agenda de eventos e/ou calendário de audiências públicas da prefeitura? Trata de ação de transparência e manifesta compromisso de tratamento igualitário de todos os cidadãos que desejam participar de eventos e audiências da Administração; logo, vincula-se aos princípios da transparência e equidade. 19 O município divulga relação nominal e breve resumo do currículo dos secretários municipais e diretores/superintendes das secretarias? Trata de ação de transparência; logo, vincula-se ao princípio da transparência. 20 O município disponibiliza a Agenda do Prefeito? Trata de ação de transparência, que revela compromisso com a ética; logo, vincula-se aos princípios da transparência e ética. 21 O município disponibiliza informação sobre salários dos servidores municipais? Trata de ação de transparência; logo, vincula-se ao princípio da transparência. 22 O município disponibiliza os decretos e regulamentações emitidas pelo Prefeito? Trata de ação de transparência, manifesta compromisso de tratamento igualitário de todos os cidadãos que desejam saber das normas municipais; logo, vincula-se aos princípios da transparência e equidade. 23 O município divulga indicadores de gestão ou relatórios com avaliações qualitativas ou quantitativas sobre o próprio município, as ações administrativas e as políticas públicas? Trata de ação de transparência, manifesta interesse em prestar contas das ações à sociedade,

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permite ao cidadão verificar as ações de forma integrada, demonstra compromisso com as ações de longo prazo, permite verificar se o interesse público e o bem comum estão sendo atingidos e demonstra eficiência da gestão municipal; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, integração, responsabilidade, legitimidade e eficiência. 24 O município divulga os endereços, telefones e horários de atendimento das secretarias e demais unidades? Trata de ação de transparência, previsto em Lei (art. 8º, § 1º, inciso I Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 25 O município divulga o rol das informações que tenham sido classificadas e desclassificadas por grau de sigilo nos últimos 12 (doze) meses? Trata de ação de transparência, previsto em Lei (art. 30, inciso I Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 26 O município divulga a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, informações genéricas sobre os solicitantes? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 30, inciso III Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 27 O município divulga informações sobre concursos públicos abertos e encerrados? Trata de ação de transparência e manifesta compromisso de tratamento igualitário de todos os cidadãos interessados em concursos públicos; logo, vincula-se aos princípios da transparência e equidade. 28 O município divulga os convênios e demais parcerias firmados com outras entidades? Trata de ação de transparência; logo, vincula-se ao princípio da transparência. 29 O município divulga o parecer prévio de sua prestação de contas, emitido por órgão competente, via internet? Trata de instrumento de transparência da gestão fiscal, previsto em lei (art. 48 LCP 101/2000), manifesta compromisso com o ato de prestar contas e permite verificar se o interesse público está sendo atingido, logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas, legitimidade e cumprimento de leis. 30 O município divulga o acompanhamento da execução do plano estratégico e/ou de obras e serviços licitados? Trata de ação de transparência, manifesta compromisso com o ato de prestar contas e demonstra eficiência da gestão municipal; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e eficiência. 31 O portal municipal oferece conteúdo em vários idiomas? Manifesta compromisso de tratamento igualitário de todos os interessados no conteúdo do portal, inclusive estrangeiros que não falam português; logo, vincula-se ao princípio da equidade. 32 O município disponibiliza um mapa do portal? Trata de ação de transparência; logo, vincula-se ao princípio da transparência. 33 O portal do município conta motores de busca para facilitar o acesso à informação? Trata de ação de transparência, previsto em Lei (art. 8º, § 3º, inciso I Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 34 O município inclui na divulgação de dados orçamentários e financeiros recursos em diversas mídias como gráficos, figuras, vídeos e áudios como apoio para entendimento dos dados? Trata de ação de transparência, manifesta compromisso com o ato de prestar contas e manifesta compromisso de prover informações em formatos diversos que facilitam o entendimento de todos os cidadãos interessados nas contas municipais; logo, vincula-se aos princípios da transparência, prestação de contas e equidade. 35 No portal do município, há seções específicas para acessar cada tipo de informação? (ex.:

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cidadão, servidor, empresa, turista). Trata de ação de transparência que permite, a partir do olhar de cada público, verificar as funções de toda a estrutura administrativa da gestão municipal de forma integrada; logo, vincula-se aos princípios da transparência e integração. 36 No portal do município, é possível a gravação de relatórios em formatos eletrônicos diversos? Trata de ação de transparência, previsto em Lei (art. 8º, § 3º, inciso II Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 37 No portal do município, é ofertado conteúdo em outros formatos além do texto escrito, como áudio e vídeo? Manifesta compromisso de prover informações em formatos diversos que facilitam o entendimento de todos os cidadãos interessados em informações sobre a prefeitura; logo, vincula-se ao princípio da equidade. 38 Existe indicação, no portal, de ouvidor do ente (ou equivalente) para que o cidadão possa encaminhar reclamações ou sugestões? Manifesta compromisso de acesso à Ouvidoria ou ente equivalente a todos os cidadãos interessados e demonstra compromisso com a relação entre a sociedade e a instituição visando benefício em longo prazo; logo, vincula-se aos princípios da equidade e responsabilidade. 39 Existe solicitação aos cidadãos, no portal, de sugestões relativas à gestão de recursos ou a programas de governo do município? Manifesta compromisso de aceitar sugestões de todos os cidadãos interessados em colaborar com a prefeitura; logo, vincula-se ao princípio da equidade. 40 O portal do município apresenta seção com perguntas e respostas mais comuns pelos cidadãos? Trata de ação de transparência, previsto em lei (art. 8º, § 1º, inciso VI Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da transparência e cumprimento de leis. 41 O município oferta, em seu portal, serviços aos cidadãos? Manifesta compromisso em ofertar serviços a todos os cidadãos interessados; logo, vincula-se ao princípio da equidade. 42 O portal do município apresenta os serviços mais acessados? Trata de ação de transparência, logo, vincula-se ao princípio da transparência. 43 O portal do município conta com ferramenta para acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência? Manifesta compromisso em ofertar conteúdo a todos os cidadãos, incluso pessoas com deficiência; está previsto em Lei (art. 8º, § 3º, inciso VIII Lei 12.527/2011); logo, vincula-se aos princípios da equidade e cumprimento de leis.

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APÊNDICE E – Formulário de observação de redes sociais dos municípios

Facebook

1. A prefeitura possui uma página (perfil oficial) no Facebook? SIM ( ) NÃO ( ).

2. Quantas pessoas curtem o perfil da prefeitura no Facebook? _____________.

3. Quanto à atividade no perfil do Facebook, verificar 10 dias de atividade e preencher o quadro

abaixo para cada prefeitura.

Data da pesquisa:

Seq. Título ou primeiro

parágrafo

Data Publicação

Curtidas Compartilhamentos Comentários Respostas da prefeitura

aos comentários

1

2

...

n

YouTube

4. A prefeitura possui uma página (canal oficial) no YouTube? SIM ( ) NÃO ( ).

5. Quantas pessoas se inscreveram no canal da prefeitura no YouTube? _____________.

6. Quanto à atividade no canal do YouTube, verificar 6 meses de atividade e preencher o quadro

abaixo para cada prefeitura.

Data da pesquisa:

Seq. Título Data de publicação

Visualizações Marcação Gostei

Marcação não Gostei

Comentários Respostas da prefeitura aos comentários

1

2

...

n

Twitter

7. A prefeitura possui um perfil (conta oficial) no Twitter? SIM ( ) NÃO ( ).

8. Quantas pessoas seguem o perfil da prefeitura no Twitter? _____________.

9. Quanto à atividade no perfil do Twitter, verificar 15 dias de atividade e preencher o quadro abaixo

para cada prefeitura.

Data da pesquisa:

Seq. Texto Em resposta Data publicação Retweets Curtidas

1

2

...

N

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176

APÊNDICE F – Questionário aos gestores de comunicação dos municípios

Prezado(a) Gestor(a) de Comunicação do Município, Agradecemos sua disponibilidade em participar do presente estudo. Os dados coletados serão utilizados exclusivamente para fins acadêmicos. Atenciosamente. Marcelo Rodrigues da Silva (Mestrando/Pesquisador) [email protected] Prof. Dr. Ivan Carlos Vicentin (Orientador) [email protected]

------

Identificação do Município e do cargo do respondente da pesquisa 1. Qual seu município? *

Lista suspensa com os 100 municípios da pesquisa.

2. Qual seu cargo? *

Pergunta aberta.

Em sua percepção, a prefeitura adota em suas políticas públicas e práticas administrativas os princípios de governança pública abaixo relacionados: Em caso de dúvidas quanto a definição de cada termo, por favor consulte o Glossário no link enviado junto ao e-mail. 3. Transparência * 1 2 3 4 5

Não adota Adota integralmente

4. Prestação de contas – accountability * 1 2 3 4 5

Não adota Adota integralmente

5. Integração * 1 2 3 4 5

Não adota Adota integralmente

6. Equidade * 1 2 3 4 5

Não adota Adota integralmente

7. Responsabilidade * 1 2 3 4 5

Não adota Adota integralmente

8. Cumprimento das leis – compliance * 1 2 3 4 5

Não adota Adota integralmente

9. Ética * 1 2 3 4 5

Não adota Adota integralmente

10. Legitimidade * 1 2 3 4 5

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177

Não adota Adota integralmente

11. Eficiência * 1 2 3 4 5

Não adota Adota integralmente

Em sua percepção, o cidadão, ao navegar pelo portal da prefeitura na Internet, é comunicado sobre a adoção pela prefeitura dos princípios de governança pública abaixo relacionados: 12. Transparência * 1 2 3 4 5

Não é comunicado É comunicado integralmente

13. Prestação de contas – accountability * 1 2 3 4 5

Não é comunicado É comunicado integralmente

14. Integração * 1 2 3 4 5

Não é comunicado É comunicado integralmente

15. Equidade * 1 2 3 4 5

Não é comunicado É comunicado integralmente

16. Responsabilidade * 1 2 3 4 5

Não é comunicado É comunicado integralmente

17. Cumprimento das leis – compliance * 1 2 3 4 5

Não é comunicado É comunicado integralmente

18. Ética * 1 2 3 4 5

Não é comunicado É comunicado integralmente

19. Legitimidade * 1 2 3 4 5

Não é comunicado É comunicado integralmente

20. Eficiência * 1 2 3 4 5

Não é comunicado É comunicado integralmente

Sobre o uso da Internet pela prefeitura para comunicação 21. Além do portal da prefeitura na Internet, quais ferramentas eletrônicas são utilizadas pela prefeitura para estabelecer sua comunicação com o cidadão? * Marque todas as ferramentas utilizadas pela prefeitura Facebook; YouTube; Instagram; Twitter; Blog da prefeitura; Google+; LinkedIn; Outro: _____

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22. Qual(is) critério(s) são utilizados pela prefeitura para medir a efetividade da comunicação por intermédio das ferramentas eletrônicas? * Marque todos os critérios utilizados pela prefeitura Número de acessos da ferramenta de comunicação; Pesquisa promovida pela prefeitura na própria ferramenta de comunicação; Feedback dos usuários na própria ferramenta de comunicação; Pesquisa promovida pela prefeitura em outros canais que não a própria ferramenta de comunicação; Não são utilizados critérios para medir a efetividade; Outro: _____ 23. Existe um Conselho Municipal, com representação dos munícipes, que analisa o portal da prefeitura na Internet, os conteúdos e serviços disponibilizados e fornece feedback à prefeitura sobre a comunicação pública desenvolvida? * Sim; Não. 24. Das ferramentas eletrônicas que o Município utiliza, quais você avalia como as três mais efetivas na comunicação entre prefeitura e cidadão? Marque 1 para a mais efetiva, 2 para a segunda mais efetiva e 3 para a terceira mais efetiva.

1 2 3

Portal da prefeitura

Facebook

YouTube

Instagram

Twitter

Blog da prefeitura;

Google+

LinkedIn

Sobre a estrutura de comunicação da prefeitura municipal 25. Qual a hierarquia da Unidade de Comunicação na estrutura municipal? * Secretaria de Comunicação Social (ou equivalente) vinculada diretamente ao chefe do Poder Executivo Municipal. Departamento de Comunicação Social (ou equivalente) vinculado a uma Secretaria Municipal. Assessoria de Comunicação Social (ou equivalente) vinculada diretamente ao chefe do Poder Executivo Municipal. A prefeitura não dispõe de uma Unidade de Comunicação; Outro: _____ 26. Qual unidade foi responsável pela construção do portal da prefeitura na Internet em seus design e funcionalidades atuais? * Setor de comunicação da prefeitura, com pessoal próprio do setor; Setor de comunicação da prefeitura, com pessoal de outro(s) setor(es) da prefeitura; Setor de tecnologia e informação / informática da prefeitura; O portal foi adquirido mediante contratação de empresa externa à prefeitura; O portal foi fornecido pelo Governo do Estado; Outro: _____ 27. Como funciona o processo de publicação de notícias, serviços e outros elementos no portal da prefeitura? * Cada Secretaria produz suas notícias e determina os serviços a serem ofertados e publica diretamente no portal; Cada Secretaria produz suas notícias e determina os serviços a serem ofertados, envia para o setor de comunicação da prefeitura e esse publica no portal; O setor de comunicação produz as notícias e determina os serviços a serem ofertados e publica no portal; O setor de comunicação produz e recebe notícias/serviços e consulta ao Gabinete do Prefeito

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para determinar quais serão publicadas no portal; Outro: _____ Sobre as dificuldades de comunicação dos princípios de governança pública 28. De modo geral, como você avalia a dificuldade de comunicação dos princípios de governança pública adotados pela prefeitura por meio do portal municipal na internet? * 1 2 3 4 5

Nenhuma dificuldade Grande dificuldade

29. Os princípios de governança pública são levados em conta nas práticas de comunicação entre prefeitura e cidadãos através das ferramentas eletrônicas? * 1 2 3 4 5

Discordo totalmente Concordo totalmente

30. Qual(is) a(s) dificuldade(s) encontrada(s) nas práticas de comunicação dos princípios de governança pública adotados pela prefeitura por meio da Internet?

Pergunta aberta

*Obrigatório

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180 APÊNDICE G – Lista dos portais governamentais pesquisados

Município UF Endereço do portal da prefeitura

São Paulo SP http://www.capital.sp.gov.br/portal/

Rio de Janeiro RJ http://www.rio.rj.gov.br/

Brasília DF http://www.df.gov.br/

Curitiba PR http://www.curitiba.pr.gov.br/

Belo Horizonte MG http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/

Manaus AM http://www.manaus.am.gov.br/

Porto Alegre RS http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/

Campos dos Goytacazes RJ http://www.campos.rj.gov.br/

Guarulhos SP http://www.guarulhos.sp.gov.br/

Fortaleza CE http://www.fortaleza.ce.gov.br/

Campinas SP http://www.campinas.sp.gov.br/

Salvador BA http://www.salvador.ba.gov.br/

Osasco SP http://www.osasco.sp.gov.br/

Santos SP http://www.santos.sp.gov.br/

Recife PE http://www2.recife.pe.gov.br/

São Bernardo do Campo SP http://www.saobernardo.sp.gov.br/home

Barueri SP http://www.barueri.sp.gov.br/

Goiânia GO http://www.goiania.go.gov.br/

Vitória ES http://www.vitoria.es.gov.br/

Betim MG http://www.betim.mg.gov.br/home/41822%3B66975%3B03%3B0%3B0.asp

São José dos Campos SP http://www.sjc.sp.gov.br/

Duque de Caxias RJ http://www.duquedecaxias.rj.gov.br/portal/

São Luís MA http://www.saoluis.ma.gov.br/

Jundiaí SP http://www.jundiai.sp.gov.br/

Uberlândia MG http://www.uberlandia.mg.gov.br/2014/

Contagem MG http://www.contagem.mg.gov.br/

Belém PA http://www.belem.pa.gov.br/

Ribeirão Preto SP http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/principal.php

Itajaí SC http://www.itajai.sc.gov.br/

Sorocaba SP http://www.sorocaba.sp.gov.br/

Joinville SC https://www.joinville.sc.gov.br/

Santo André SP http://www2.santoandre.sp.gov.br/

Campo Grande MS http://www.pmcg.ms.gov.br/

Parauapebas PA http://servicos.parauapebas.pa.gov.br/esiatparauapebas/Anonimo/Default.aspx

Caxias do Sul RS https://www.caxias.rs.gov.br/

São José dos Pinhais PR http://www.sjp.pr.gov.br/

Niterói RJ http://www.niteroi.rj.gov.br/

Canoas RS http://www.canoas.rs.gov.br/site/home

Serra ES http://www.serra.es.gov.br/

Macaé RJ http://www.macae.rj.gov.br/

Maceió AL http://www.maceio.al.gov.br/

Cuiabá MT http://www.cuiaba.mt.gov.br/

Natal RN https://natal.rn.gov.br/

Araucária PR http://www.araucaria.pr.gov.br/pma/

Londrina PR http://www.londrina.pr.gov.br/

Camaçari BA http://www.camacari.ba.gov.br/2015/index.php

São Caetano do Sul SP http://www.saocaetanodosul.sp.gov.br/

Florianópolis SC http://www.pmf.sc.gov.br/

Cabo Frio RJ http://www.cabofrio.rj.gov.br/

Teresina PI http://www.teresina.pi.gov.br/

São Gonçalo RJ http://www.saogoncalo.rj.gov.br/

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Município UF Endereço do portal da prefeitura

Piracicaba SP http://www.piracicaba.sp.gov.br/

Anápolis GO http://www.anapolis.go.gov.br/

Diadema SP http://www.diadema.sp.gov.br/

Ipojuca PE http://www.ipojuca.pe.gov.br/

Rio das Ostras RJ http://www.riodasostras.rj.gov.br/

João Pessoa PB http://www.joaopessoa.pb.gov.br/

Louveira SP http://www.louveira.sp.gov.br/site/

Angra dos Reis RJ http://www.angra.rj.gov.br/

Blumenau SC http://www.blumenau.sc.gov.br/

São José do Rio Preto SP http://www.riopreto.sp.gov.br/

Nova Iguaçu RJ http://www.novaiguacu.rj.gov.br/

Maringá PR http://www2.maringa.pr.gov.br/site/

Juiz de Fora MG http://www.pjf.mg.gov.br/

Paranaguá PR http://www.paranagua.pr.gov.br/

Aracaju SE http://www.aracaju.se.gov.br/

Porto Velho RO http://www.portovelho.ro.gov.br/

Paulínia SP http://www.paulinia.sp.gov.br/

Mogi das Cruzes SP http://www.mogidascruzes.sp.gov.br/

Jaboatão dos Guararapes PE http://www.jaboatao.pe.gov.br/

Taubaté SP http://www.taubate.sp.gov.br/

Uberaba MG http://www.uberaba.mg.gov.br/

Volta Redonda RJ http://www.portalvr.com/

Petrópolis RJ http://www.petropolis.rj.gov.br/pmp/

Rio Grande RS http://www.riogrande.rs.gov.br/pagina/index.php/pagina-inicial

Feira de Santana BA http://www.feiradesantana.ba.gov.br/

Bauru SP http://www.bauru.sp.gov.br/

Mauá SP http://www.maua.sp.gov.br/

Sumaré SP http://www.sumare.sp.gov.br/2011/index.html

Foz do Iguaçu PR http://www.pmfi.pr.gov.br/

Limeira SP http://www.limeira.sp.gov.br/

Belford Roxo RJ http://belfordroxo.rj.gov.br/

Vila Velha ES http://www.vilavelha.es.gov.br/

Cotia SP http://www.cotia.sp.gov.br/

Aparecida de Goiânia GO http://www.aparecida.go.gov.br/home.php

Americana SP http://www.americana.sp.gov.br/v6/americanaV6_index.php

Ipatinga MG http://www.ipatinga.mg.gov.br/

Gravataí RS https://gravatai.atende.net/#!/

Ponta Grossa PR http://www.pontagrossa.pr.gov.br/

Cariacica ES http://www.cariacica.es.gov.br/

Hortolândia SP http://www2.hortolandia.sp.gov.br/

Itapevi SP http://www.itapevi.sp.gov.br/noticiasNovo/home/index.php

Jaraguá do Sul SC http://www.jaraguadosul.sc.gov.br/

Vinhedo SP http://www.vinhedo.sp.gov.br/

Macapá AP http://www.macapa.ap.gov.br/

Cubatão SP http://www.cubatao.sp.gov.br/

Cascavel PR http://www.cascavel.pr.gov.br/

Passo Fundo RS http://www.pmpf.rs.gov.br/

Rio Verde GO http://www.rioverdegoias.com.br/

Matão SP http://www.matao.sp.gov.br/

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APÊNDICE H – Critérios para preenchimento do formulário de observação dos

portais

H.1) Procedimento para preenchimento do formulário de observação dos

portais governamentais:

Parte 1 do Formulário:

- Acessar o portal da prefeitura;

- Buscar resposta para cada pergunta. Procurar na página inicial; se tiver um portal

da transparência procurar também neste portal; se tiver um portal de acesso à

informação procurar também neste portal;

- Em caso negativo, procurar através do buscador do próprio portal, através de

palavras-chave de cada pergunta.

- Permanecendo resposta negativa, procurar através do Google somente no portal

da prefeitura: <“palavra chave” site: “portal da prefeitura”>

- Permanecendo resposta negativa, procurar através do Google em pesquisa aberta:

<“palavra chave” “prefeitura do Município”>

Parte 2 do Formulário:

- Caso exista ferramenta de busca, procurar por cada um dos termos listados e listar

quantos resultados retorna. Considerar resultados 2015 e 2016. Caso o resultado

venha separados por itens (serviços, notícias etc.) anotar separado, caso não seja

possível precisar a data, considerar todos os resultados

H.2) Critérios para preenchimento do formulário de observação dos portais

governamentais:

Pergunta 4: É considerado ‘SIM’ se houver uma página denominado “prestações de

contas” onde diversas informações sobre orçamento/receitas/despesas estão

presentes; é considerado ‘SIM’ se houver um portal da transparência com

informações sobre orçamento/receitas/despesas;

Pergunta 7: Se os planos (PPA, LDO e LOA) constantes no site são relativos ao

menos à 2015 considera-se sim, do contrário NÃO.

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183

Pergunta 8: Consultar despesas relativas a 2016, se o município divulga ao menos

uma despesa, considerar SIM, se não encontrar nenhuma despesa relativa a 2016

considerar NÃO.

Pergunta 9: Consultar dados sintéticos de movimentação de receita. Se constar

previsto e arrecadado, ao menos referente a dezembro de 2015, considerar SIM.

Pergunta 11: Se o portal informa objetivo dos programas e permite acompanhar

andamento de programa ou obra, fornecendo ao menos uma situação (inicio, em

andamento ou término), um objetivo e valor previsto, considerar SIM, do contrário

NÃO.

Pergunta 12: Considerar SIM somente se o portal apresentar o organograma geral

da Prefeitura.

Pergunta 13: Caso não apresente uma lista geral com as funções, também

considerar SIM se, em consulta individual apresentar a missão ou atribuição de ao

menos dois órgãos.

Pergunta 14: Além do plano (ou planejamento) estratégico, considerar SIM se

apresenta programa de metas (ou nomenclatura semelhante como agenda de

metas, etc), desde que tenha objetivos e diretrizes estratégicas, com formulação

semelhante a um planejamento estratégico;

Pergunta 15: Considerar NÃO se for Comitê de Ética em Pesquisa da área de

saúde. Considerar SIM somente se comitê de ética pública.

Pergunta 16: Também é considerado SIM se apresenta um “código de conduta”,

desde que no código se refira a questões éticas;

Pergunta 19: Considerar SIM se existe uma página específica com a lista de

autoridades da prefeitura, “quem é quem”, “equipe de governo” ou similar e nesta

lista conste o currículo dos secretários;

Pergunta 27: Considerar SIM se tiver uma página específica que trata dos concursos

públicos da Prefeitura.

Pergunta 32: Considerar SIM se na página principal do portal tiver um link para o

“MAPA DO SITE” que mostre a estrutura do site.

Pergunta 39: Considerar SIM se na página principal tiver alguma enquete

perguntando a opinião do cidadão em determinado assunto ou algum tipo de convite

a participar enviando a opinião pela própria internet.

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APÊNDICE I – PROCEDIMENTOS PARA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO

DE OBSERVAÇÃO DAS REDES SOCIAIS - FACEBOOK

- Acessar www.facebook.com.br; realizar login e senha;

- Na barra de pesquisa, digitar <prefeitura de [nome do município]>;

- Verificar nos resultados se aparece um canal oficial, de nome <Prefeitura de [nome

do município]>, seja página, comunidade ou local; Em caso negativo, anotar NÃO na

coluna correspondente e encerrar a pesquisa; em caso positivo, anotar SIM na

coluna correspondente e entrar na página oficial da prefeitura;

- Verificar quantas pessoas “curtiram” a página e anotar na coluna correspondente;

- Para verificar a atividade no canal – Período 07 a 16 de março:

- Abrir a página da prefeitura, clicar em “linha do tempo”, rolar o cursor até alcançar o

período de postagens conforme período de pesquisa. Caso necessário, clicar em

2016, selecionar “todas as publicações” ao invés de destaque e verificar se ocorreu

algum envio no período pesquisado; em caso negativo, anotar 0 na coluna

correspondente. Em caso positivo, preencher planilha específica.

- Compartilhamento de postagens de outros perfis não é considerado (ainda que

sejam perfis de secretarias, etc., não são considerados). Atualização de foto de capa

e de foto de perfil não são considerados. Compartilhamento simples de links, vídeos

e fotos não são considerados. Adição de eventos não é considerado.

Compartilhamento de eventos não é considerado. Adição de fotos é considerado.

- Anotar os dados correspondentes a cada coluna.

- Para número de curtidas, se o Facebook apresentar o número exato, anotar.

Senão, clicar no número apresentado e anotar o número apresentado em “e mais

<número>”.

- Para o número de comentários, se o Facebook apresentar o número exato, anotar.

Senão, somar os comentários mostrados com o número presente em “ver mais

<número> comentários”. Neste caso, não considerar respostas.

- No post, caso tenha ao menos uma resposta da prefeitura visível, anotar na coluna

SIM.

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APÊNDICE J – PROCEDIMENTOS PARA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO

DE OBSERVAÇÃO DAS REDES SOCIAIS - YOUTUBE

- Acessar www.youtube.com.br;

- Na barra de pesquisa, digitar <prefeitura de [nome do município]>; ativar o filtro

“canal” e verificar nos resultados se aparece um canal oficial, de nome <Prefeitura

de [nome do município]>;

- Em caso negativo, anotar NÃO na coluna correspondente e encerrar a pesquisa;

- Em caso positivo, anotar SIM na coluna correspondente e entrar no canal oficial da

prefeitura;

- Verificar quantas pessoas se inscreveram no canal e anotar na coluna

correspondente;

- Anotar o link do canal na coluna correspondente.

- Para verificar a atividade no canal:

- Abrir o canal da prefeitura, clicar em “envios”. Verificar se ocorreu algum envio no

período pesquisado, em caso negativo, anotar 0 na coluna correspondente. Em caso

positivo, preencher planilha específica.

- Clicar sobre cada vídeo e anotar título, data de publicação, visualizações,

marcação gostei e não gostei, comentários e respostas da prefeitura aos

comentários, cada qual em coluna própria.

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APÊNDICE K – PROCEDIMENTOS PARA PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO

DE OBSERVAÇÃO DAS REDES SOCIAIS - FACEBOOK

- Acessar www.twitter.com e realizar login;

- Na barra de pesquisa, digitar <prefeitura de [nome do município]>;

- Selecionar “contas”.

- Verificar nos resultados se aparece um perfil oficial, de nome <Prefeitura de [nome

do município]>;

- Em caso negativo, anotar NÃO na coluna correspondente e encerrar a pesquisa;

- Em caso positivo, anotar SIM na coluna correspondente e entrar no perfil oficial da

prefeitura; Caso apareçam mais de um perfil, identificar pelo brasão do município,

referência à página oficial do município ou outros canais oficiais de referência. Por

fim, verificar por atividade e optar pelo mais ativo recentemente.

- Verificar quantos seguidores o perfil tem e anotar na coluna correspondente;

- Anotar o link do perfil na coluna correspondente.

- Para verificar a atividade do perfil:

- Abrir o perfil da prefeitura e verificar se ocorreu algum envio no período

pesquisado; em caso negativo, anotar 0 na coluna correspondente. Em caso

positivo, preencher planilha específica.

- Na planilha específica, anotar de cada tweet as informações na coluna

correspondente.

- Não se considerou nesta pesquisa retweets emitidos pelo perfil da prefeitura.

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APÊNDICE L – Lista com o perfil de atividade das prefeituras nas redes sociais

PIB Município UF Facebook YouTube Twitter

1 São Paulo SP AR AR AR

2 Rio de Janeiro RJ I I ANR

3 Brasília DF AR AR AR

4 Curitiba PR AR ANR AR

5 Belo Horizonte MG AR AR AR

6 Manaus AM AR AR AR

7 Porto Alegre RS AR AR AR

8 Campos dos Goytacazes RJ AR AR AR

9 Guarulhos SP AR AR N

10 Fortaleza CE AR AR AR

11 Campinas SP AR AR AR

12 Salvador BA AR AR AR

13 Osasco SP AR AR ANR

14 Santos SP AR AR I

15 Recife PE AR AR AR

16 São Bernardo do Campo SP AR AR N

17 Barueri SP AR I I

18 Goiânia GO AR AR AR

19 Vitória ES AR AR AR

20 Betim MG AR ANR I

21 São José dos Campos SP AR AR AR

22 Duque de Caxias RJ AR AR AR

23 São Luís MA AR AR AR

24 Jundiaí SP AR AR AR

25 Uberlândia MG AR AR ANR

26 Contagem MG AR AR AR

27 Belém PA AR AR AR

28 Ribeirão Preto SP AR AR I

29 Itajaí SC AR AR AR

30 Sorocaba SP AR AR I

31 Joinville SC AR AR AR

32 Santo André SP AR AR AR

33 Campo Grande MS AR N I

34 Parauapebas PA ANR I N

35 Caxias do Sul RS ANR AR AR

36 São José dos Pinhais PR AR ANR ANR

37 Niterói RJ AR N AR

38 Canoas RS AR AR AR

39 Serra ES AR AR AR

40 Macaé RJ AR AR AR

41 Maceió AL AR AR AR

42 Cuiabá MT AR AR AR

43 Natal RN AR AR AR

44 Araucária PR AR AR AR

45 Londrina PR AR ANR AR

46 Camaçari BA ANR ANR I

47 São Caetano do Sul SP AR ANR N

48 Florianópolis SC AR ANR AR

49 Cabo Frio RJ AR I AR

50 Teresina PI AR I AR

51 São Gonçalo RJ AR I N

52 Piracicaba SP AR AR AR

53 Anápolis GO AR AR N

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PIB Município UF Facebook YouTube Twitter

54 Diadema SP AR ANR I

55 Ipojuca PE AR AR N

56 Rio das Ostras RJ AR AR AR

57 João Pessoa PB AR AR AR

58 Louveira SP AR AR AR

59 Angra dos Reis RJ AR I AR

60 Blumenau SC AR AR AR

61 São José do Rio Preto SP I AR I

62 Nova Iguaçu RJ AR AR ANR

63 Maringá PR AR ANR AR

64 Juiz de Fora MG AR AR ANR

65 Paranaguá PR ANR AR N

66 Aracaju SE AR AR AR

67 Porto Velho RO AR I AR

68 Paulínia SP AR ANR AR

69 Mogi das Cruzes SP AR AR I

70 Jaboatão dos Guararapes PE AR AR AR

71 Taubaté SP AR AR I

72 Uberaba MG AR AR I

73 Volta Redonda RJ AR ANR I

74 Petrópolis RJ AR ANR AR

75 Rio Grande RS AR I AR

76 Feira de Santana BA AR AR AR

77 Bauru SP I N I

78 Mauá SP AR AR AR

79 Sumaré SP AR N AR

80 Foz do Iguaçu PR AR AR I

81 Limeira SP AR I AR

82 Belford Roxo RJ AR AR N

83 Vila Velha ES AR I AR

84 Cotia SP AR AR I

85 Aparecida de Goiânia GO AR ANR AR

86 Americana SP AR I AR

87 Ipatinga MG AR AR AR

88 Gravataí RS AR ANR I

89 Ponta Grossa PR AR ANR N

90 Cariacica ES AR ANR N

91 Hortolândia SP I AR N

92 Itapevi SP AR I N

93 Jaraguá do Sul SC AR ANR I

94 Vinhedo SP AR I AR

95 Macapá AP AR I AR

96 Cubatão SP AR AR AR

97 Cascavel PR AR I N

98 Passo Fundo RS AR I I

99 Rio Verde GO I I I

100 Matão SP N I I

Legenda: AR – Ativo Regular || ANR – Ativo não Regular || I – Inativo || N – Não tem perfil na Rede Social