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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROTOCOLO DE TERAPIA NUTRICIONAL NO PACIENTE CRÍTICO COM CORONAVÍRUS (COVID-19)

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PROTOCOLO DE TERAPIA NUTRICIONAL NO PACIENTE

CRÍTICO COM CORONAVÍRUS (COVID-19)

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EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES HOSPITAL DE ENSINO DOUTOR WASHINTON ANTÔNIO DE BARROS

UNIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA Av. José de Sá Maniçoba, S/N – Centro | CEP: 56306-410 Petrolina-PE

|Telefone: (87) 2101-6500

MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Ricardo Vélez Rodríguez

PRESIDENTE DA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES Oswaldo de Jesus Ferreira

SUPERINTENDENTE Itamar Santos

GERENTE DE ATENÇÃO À SAÚDE Luiz Otávio Nogueira da Silva

GERENTE ADMINISTRATIVO Roberto Rivellino Almeida de Miranda

GERENTE DE ENSINO E PESQUISA Ricardo Santana de Lima

CHEFE DA DIVISÃO DE GESTÃO DO CUIDADO Juliana Pedrosa Korinfisk

CHEFE DO SETOR DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO Fabrício Olinda de Souza Mesquita

CHEFE DA UNIDADE DE SEGURANÇA DO PACIENTE Laiany Nayara Barros Gonçalves

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ELABORAÇÃO

Comitê Multiprofissional de Terapia Nutricional (CMTN)

Izabelle Silva de Araújo Nutricionista Clínica (HU-Univasf). Mestre em Ciências (Univasf). Especialista em Nutrição Clínica (IBPEX), em Nefrologia Multidisciplinar (UNA-SUS/UFMA), em Gestão da Segurança de Alimentos (SENAC) e em Docência Superior (FAECR). Título de Especialista em Nutrição Clínica (ASBRAN). Chefe da Unidade de Nutrição Clínica HU-Univasf.

Katia Regina de Oliveira Médica (HU-Univasf). Residência em Clínica Médica pelo FUST/Taubaté. Título de especialista em Medicina Intensiva pela Associação Médicina Intensiva Brasileira (AMIB). Título de especialista em Nefrologia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Chefe da Unidade de Cuidados Intensivos e Semi-intensivos HU- Univasf.

Marcilene Augusta Nunes de Souza Farmacêutica (HU-Univasf). Especialista em Saúde Pública (UNINTER), em Gestão da Clínica nas Regiões de Saúde (IEP/HSL), em Farmácia Clínica e Hospitalar (UNINTER). Especialização em Farmácia Oncológica e Cuidados Farmacêuticos em Oncologia (RACINE).

Priscila Nunes Costa Nutricionista Clínica (HU-Univasf). Mestre em Nutrição (UFRN). Especialista em intensivismo neonatal pelo Programa de Residência Multiprofissonal em Intensivismo Neonatal (UFRN).

Renata de Carvalho Gomes Prates Enfermeira (HU-Univasf). Especialista em Saúde Pública (Faculdade Montenegro) e em Enfermagem do Trabalho (Faculdade Santa Fé).

Vanessa Santos Gualberto Fonoaudióloga Hospitalar (HU-UNIVASF). Mestranda em Ciências Biológica e da Saúde (UNIVASF). Especializanda em Disfagia e Fonoaudiologia Hospitalar (FNH). Responsável Técnica de Fonoaudiologia (HU- UNIVASF).

REVISÃO TÉCNICA Izabelle Silva de Araujo Chefe da Unidade de Nutrição Clínica – HU-Univasf

CAPA Mateus Gonçalves Ferreira dos Santos Relações Públicas – Unidade de Comunicação Social – HU-Univasf

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SÚMARIO

1 DEFINIÇÃO ........................................................................................................................... 05

2 ABRANGENCIA..................................................................................................................... 05

3 PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS .............................................................................................. 05

4 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 05

5 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS .................................................................................... 06

5.1 Da avaliação do risco nutricional ...................................................................................... 06

5.2 Da indicação das vias de alimentação.............................................................................. 07

5.3 Das recomendações nutricionais ..................................................................................... 08

5.4 Do monitoramento da terapia nutricional ........................................................................ 09

5.5 Do uso da terapia nutricional na posição PRONA ............................................................ 09

5.6 Da administração de medicamentos por sonda ................................................................ 10

5.7 Da indicação para avaliação fonoaudiológica ................................................................... 11

5.8 Do registro das informações ............................................................................................ 11

5.9 Do uso de EPIs pelos profissionais envolvidos na terapia nutricional .............................. 12

5.10 Das fontes de informações ............................................................................................. 12

6 BIBLIOGRAFIA. ..................................................................................................................... 13

8 HISTÓRICO DE REVISÃO ...................................................................................................... 14

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1. DEFINIÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) desde o dia 11 de março de 2020, considerou a

classificação como pandemia do COVID-19, e nesse sentido há a necessidade do emprego

urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde

pública, conforme Portaria nº 188, de 03/02/2020, do Ministério da Saúde (MS).

Considerando todas as ações de planejamento para o enfrentamento ao COVID-19 e que

o HU-UNIVASF será referência para os casos graves de pacientes acometidos pelo COVID- 19,

conforme reorganização do perfil assistencial no ofício - SEI nº 1/2020/DM/GAS/HU- UNIVASF-

EBSERH, são necessárias adequações ao cuidado nutricional realizados.

O combate à pandemia do COVID-19 se tornou o grande desafio atual, e a terapia

nutricional é parte fundamental do cuidado integral na atenção ao paciente crítico. A maioria

dos pacientes contaminados tem sido tratados em casa, em isolamento domiciliar. Entretanto,

uma parte destes pacientes complicam e necessitam hospitalização, e cerca de 5% precisam de

terapia intensiva. Neste subgrupo, as complicações mais frequentes são a disfunção respiratória

e seguida da disfunção renal (CAMPOS, et al, 2020).

2. ABRANGÊNCIA

Setores do HU-UNIVASF que estejam com atuação direta aos pacientes acometidos por COVID-19 e SCOVID-19.

3. PROFISSIONAL ENVOLVIDO

Médicos, Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, Fonoaudiológos e Nutricionistas Clínicas.

4. OBJETIVOS

Normatizar as condutas e rotinas relacionadas a terapia nutricional do paciente crítico acometido por COVID-19 e SCOVID-19.

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5. DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS

5.1 Da avaliação do risco nutricional:

Para avaliação, acompanhamento e evolução dos pacientes, o nutricionista pode utilizar-se de dados secundários de prontuário, contato telefônico e do intermédio de membros da equipe multiprofissional que já esteja em contato direto com os pacientes (Campos, et al., 2020).

Na equipe designada ao atendimento direto de pacientes graves com suspeita ou confirmados para COVID-19 que serão atendidos na UTI estruturada na Policlínica do HU- Univasf não está inserido o Nutricionista Clínico. Casos de necessidade deverão ser viabilizados via contato telefônico com a equipe assistencial que já estará em contato diário com esses pacientes e via dados secundários do prontuário no AGHU.

Segundo Piovacari, et al (2020) idealmente, o profissional nutricionista deve realizar avaliação do risco nutricional nas primeiras 24 horas de admissão dos pacientes na instituição hospitalar, para planejamento do cuidado nutricional. Considerando-se a limitação da avaliação presencial, para facilitar o raciocínio nutricional, elaborou-se critérios de elegibilidade de risco nutricional com base nas comorbidades relacionadas ao pior prognóstico, indicadores e sintomas associados à desnutrição (Quadro 1).

Quadro 01: principais fatores de risco que devem ser avaliados – COVID-19.

FONTE: PIOVACARI, et al., 2020.

Diabetes insulinodependente; Insuficiência renal; Gestante.

incluindo hipertensão arterial importante; Cardiopatias,

Idosos ≥65 anos; Adulto com IMC <20,0 kg/m²; Pacientes com risco alto ou lesão por pressão; Pacientes imunossuprimidos; Inapetentes; Diarreia persistente; Histórico de perda de peso; Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, pneumopatias estruturais;

• • • • • • • • • • • •

Risco Nutricional (considerar pelo menos 1 critério):

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5.2 Da indicação das vias de alimentação:

A alimentação por via oral é a preferencial em pacientes não graves com diagnóstico de COVID-19, incluindo a utilização de suplementos orais quando a ingestão energética estimada for < 60% das necessidades nutricionais (CAMPOS, et al, 2020).

Conforme as opções de dietas padronizadas no HU-Univasf, recomenda-se iniciar a alimentação via oral com a indicação de dietas na consistência pastosa ou branda, conforme manifestações clínicas e aceitação do paciente, a fim de facilitar o processo digestivo para o mesmo. Deve-se atentar para a presença de alterações gastrointestinais a fim de indicar na prescrição se a dieta deve ser Constipante (a diarreia tem sido uma alteração gastrointestinal relatada pelos pacientes com COVID-19).

Quadro 02: planejamento da conduta nutricional.

FONTE: Piovacari, et al., 2020.

Paciente com SARS-COV-2 (COVID-19) deve ter assistência nutricional individualizada com base na evolução clínica diária. Terapia nutricional enteral (TNE) via sonda nasoentérica (SNE), é indicada nos casos de intubação, sendo a nutrição enteral precoce indicada (com início em 24-48hs após a internação) para paciente hemodinamicamente compensado. A dieta deve ser administrada de forma contínua em bomba de infusão. Sugere-se adiar a TNE nos casos de hipoxemia, acidose ou choque refratários (AMIB, 2020).

No caso de contraindicação da via oral e/ou enteral, a Nutrição Parenteral (NP) deve ser

iniciada o mais precocemente possível. Considerar o uso de NP suplementar após 5 a 7 dias em

pacientes que não conseguirem atingir aporte calórico proteico > 60% por via digestiva

(CAMPOS, et al., 2020).

Reconhecer o estado nutricional do paciente;

Determinar as necessidades nutricionais; Considerar sintomatologia apresentadapelo paciente na avaliação e no monitoramento

nutricional. Os principais sintomas são febre, tosse, falta de ar, dor muscular, confusão, dor de cabeça, dor de garganta, rinorreia, dor no peito, diarreia, disgeusia, anosmia, náusea e vômito;

Instituiradaptações dietéticas conforme sintomatologia apresentada, visando à promoção de adequada aceitação alimentar;

Considerar a terapia nutricional oral nos pacientes em risco nutricional;

Proceder ao aconselhamento dietético via telenutrição, quando possível;

Rever a conduta e o planejamento nutricional sempre que necessário.

Pontos principais para o planejamento da conduta nutricional:

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5.3 Das recomendações nutricionais:

Recomenda-se não utilizar fórmulas com alto teor lipídico/ baixo teor de carboidrato

para manipular coeficiente respiratório e reduzir produção de CO2 em pacientes críticos com

disfunção pulmonar. O uso de uma fórmula enteral com ômega 3, óleos de borragem e

antioxidantes em pacientes com SDRA não está indicado. Deve-se evitar utilização de módulos

pela maior manipulação do paciente e aumento do risco para equipe de enfermagem (CAMPOS,

et al., 2020).

Quadro 03: Recomendação de aporte nutricional na fase aguda.

Fase Recomendação

Aporte calórico na fase aguda

Iniciar com um aporte calórico mais baixo, entre 15 a 20 kcal/kg/dia e progredir para 25 kcal/kg/ dia após o quarto dia dos pacientes em recuperação. Utilizar fórmulas enterais com alta densidade calórica (1,5- 2,0kcal/ml) em pacientes com disfunção respiratória aguda e/ou renal, objetivando restrição da administração de fluidos.

Aporte proteico na fase aguda

1,5 e 2,0 g/kg/dia de proteína, mesmo em caso de disfunção renal. Progressão: <0,8 g/kg/dia no 1º e 2º dias;

0,8-1,2 g/kg/dia nos dias 3-5; > 1,2 g/ kg/dia após o 5º dia.

Aporte calórico e proteico no paciente obeso

Calorias: com evolução gradativa IMC 30-50 (11-14kcal/Kg peso atual); IMC >50 (22-25kcal/Kg peso ideal). Proteínas: considere a oferta proteica gradativa. IMC 30-40 (2g/Kg peso ideal); IMC >40 (2,5g/Kg peso ideal).

FONTE: CAMPOS, et al., 2020; AMIB, 2020.

Na SARS é comum iniciar com menor aporte e evoluir gradativamente (AMIB, 2020).

Realizar a TNE por bomba de infusão contínua (BIC) por 24hs, iniciar com vazão de 20ml/hora e

com progressão gradual (DANTAS; SILVA, 2020) conforme avaliação clínica e tolerância

gastrointestinal diária do paciente.

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Quadro 04: Recomendação do uso de formulas especializadas e módulos nutricionais.

Dieta Recomendação

Fórmula especializada

Não utilizar fórmulas com alto teor lipídico/ baixo teor de carboidrato para manipular coeficiente respiratório e reduzir produção de CO2 em pacientes críticos com disfunção pulmonar. O uso de uma fórmula enteral com ômega 3, óleos de borragem e antioxidantes em pacientes com SDRA não está indicado.

Módulos nutricionais

Não há contraindicação de utilização de módulos proteicos para atingir as necessidades, porém, deve-se atentar para o volume de diluição do módulo proteico considerando o controle restrito de volume. Quando possível evitar a utilização de módulos pela maior manipulação do paciente e aumento do risco para equipe de enfermagem.

FONTE: CAMPOS, et al., 2020; AMIB, 2020.

5.4 Do monitoramento da terapia nutricional

Para evitar a síndrome da realimentação deve-se considerar na introdução e progressão da dieta, os níveis séricos de fósforo, magnésio e potássio. Nos casos de baixos níveis, deverão ser corrigidos, por via endovenosa (AMIB, 2020). A hipofosfatemia pode estar sinalizando síndrome de realimentação e a deficiência de fósforo pode contribuir para retardo no desmame ventilatório de pacientes críticos (CAMPOS, et al., 2020).

Para permitir a estratégia de ventilação mecânica protetora na vigência de SARS pode ser necessário o uso de bloqueador neuromuscular. É sugerida que a TNE não seja adiada apenas devido ao uso concomitante de agentes bloqueadores neuromusculares. Necessária atenção à possibilidade de intolerância à TNE em pacientes profundamente sedados com ou sem uso de agentes bloqueadores neuromusculares (AMIB, 2020).

É sugerida que a NE seja mantida em caso de hipercapnia compensada ou permissiva. Suspender a dieta em caso de descompensada hipoxemia, hipercapnia ou acidose grave (CAMPOS, et al., 2020).

5.5 Do uso da terapia nutricional na posição PRONA:

A manobra de PRONA é indicada nos casos de SARS moderada a grave. Recomenda-se sempre que possível garantir o acesso da SNE antes da manobra de PRONA. Iniciar a dieta após estabilização do paciente se não houver contraindicação (AMIB, 2020). É recomendado continuar com a NE durante a posição prona, seguindo os cuidados de pausar a dieta antes de movimentar o paciente (CAMPOS, et al, 2020).

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Quadro 05: Recomendação do uso da terapia nutricional na posição prona:

Recomendação

Indicação de Fórmula

Utilizar fórmula hipercalórica, hiperproteica e sem fibras

Volume Utilizar volume trófico (até 20ml/h) durante todo o período de prona* ou primeiros 6 dias. *Avaliar a progressão conforme evolução clínica e tolerância do paciente de forma individualizada.

Administração Ofertar NE de maneira contínua, em bomba de infusão.

Início da TNE Iniciar a dieta após a primeira hora e manter até 1 hora antes do retorno à posição supina. Caso paciente já esteja em uso de TNE suspender a dieta 2 horas antes e reiniciar 1 hora após.

Cuidados adicionais

Manter cabeceira elevada em 25-30º (Trendelemburg Reverso); Prescrever prócinético fixo (metroclopramida); Não realizar endoscopia digestiva alta nesta população pelo alto risco de contaminação.

FONTE: Adaptado de DANTAS; SILVA, 2020; CAMPOS, et al, 2020.

5.6 Da administração de medicamentos por sonda

Para informações sobre a administração via sonda gástrica e enteral, interações com alimentos e recomendações quanto a viabilidade de trituração dos medicamentos padronizados no HU-UNIVASF, pode-se consultar o Guia de Administração de Medicamentos por Sonda disponível na página do Hospital na internet acessando o link http://www2.ebserh.gov.br/web/hu-univasf/saude/setor-de-farmacia-hospitalar/publicacoes ou através do ícone Assistência Farmacêutica na área de trabalho de todos os computadores do HU e da Policlínica.

O Ministério da Saúde por meio da NOTA INFORMATIVA Nº 5/2020-DAF/SCTIE/MS recomendou o uso de cloroquina e hidroxicloroquina como terapia adjuvante no tratamento de formas graves do COVID-19. No Brasil, todas as marcas desses medicamentos registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária são apresentadas na forma de comprimido revestido, não sendo recomendado pelos fabricantes administração por outra via além da oral (ANVISA, 2020). Entretanto, a administração oral por vezes está impossibilitada no paciente crítico, restando como opção para sólidos orais a administração por sonda.

São escassas as informações sobre administração de cloroquina e hidroxicloroquina por sonda. Não existem estudos comparando eficácia e segurança da hidroxicloroquina por sonda com a via oral e apenas um comparou a eficácia da cloroquina por via oral e via sonda nasogástrica em crianças, não encontrando diferença entre ambos (DO NASCIMENTO, et al., 2020).

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Cabe destacar que com a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus muitos estudos com esses medicamentos têm sido desenvolvidos, inclusive com administração por sonda assim as informações contidas nesse protocolo são passíveis de atualização.

É importante ressaltar que cloroquina e hidroxicloroquina são solúveis em água e os comprimidos revestidos são de liberação imediata (DO NASCIMENTO, et al., 2020; ANVISA, 2020).

Assim, deve-se dar preferência a administração por via oral, no entanto, quando esta não for possível recomenda-se triturar e diluir bem os comprimidos para evitar obstrução da sonda pelo revestimento do comprimido (DE SOUSA GAMA, 2019).

5.7 Da indicação para avaliação fonoaudiológica:

Após formalização da solicitação de avaliação fonoaudiológica, através do SGD (Sistema

de Gerenciamento de Demandas), a Fonoaudióloga deverá realizar o levantamento das

informações clínicas do paciente através de consulta ao prontuário eletrônico, via AGHU

(Aplicativo de Gestão para Hospitais) e por contato telefônico com os profissionais da equipe de

referência.

Após as etapas de rastreio, o paciente será classificado como “apto” ou “não apto” para

avaliação funcional da deglutição de forma presencial.

Vencidas as etapas de rastreio e classificação, a fonoaudióloga dirigir-se-á ao leito do

paciente, devidamente paramentada com os EPIs, a fim de proceder a avaliação fonoaudiológica

e durante esta visita, realizar as intervenções necessárias, evitando, ao máximo, o retorno a este

leito. Após o primeiro contato com o paciente, o acompanhamento deste se dará através de

telegerenciamento, quando serão acompanhados dados da evolução clínica e fonoaudiológica

do mesmo, assim como realizadas as intervenções que forem possíveis através de orientação da

equipe de referência, a exemplo de progressão de consistência da dieta e da via alimentar.

5.8 Do registro das informações:

Todas as informações pertinentes ao acompanhamento da terapia nutricional pela

equipe multiprofissional devem ser devidamente registradas via sistema eletrônico (AGHU – Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários), tendo em vista que a equipe que permanece em contato direto aos pacientes deve ser reduzida.

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5.9 Do uso de EPIs pelos profissionais envolvidos na terapia nutricional

Todas as recomendações internas repassadas pela equipe da CCIH e SOST do HU- Univasf

quanto ao uso de EPIs deve ser rigorosamente seguida por cada colaborador. Estando disponível na PASTA PÚBLICA todos os documentos e treinamentos elaborados pelo Comitê de Combate ao Covi-19 do HU-Univasf.

5.10 Das fontes de informações:

É importante que todos os profissionais mantenham-se atualizados por meio de fontes de informação confiáveis, utilizando-as para dirimir dúvidas e desmistificar fake news.

Neste sentido, destacam-se as seguintes fontes oficiais para consulta frequente pelos profissionais em relação as informações sobre a pandemia do novo coronavírus e sobre terapia nutricional:

• Boletins Epidemiológicos e orientações do Ministério da Saúde https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/coronavirus;

• Portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária http://portal.anvisa.gov.br;

• Fundação Oswaldo Cruz https://portal.fiocruz.br/coronavirus;

• Organização Mundial de Saúde https://www.who.int/health-topics/coronavirus;

• Organização Pan-Americana da Saúde https://www.paho.org/bra/covid19;

• Centers for Disease Control and Prevention (CDC) https://www.cdc.gov/coronavirus/2019- ncov/index.html.

• Sociedade Brasileira de Nutrição parenteral e Enteral - BRASPEN https://www.braspen.org/

• Associação de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB http://www.amib.org.br/pagina-inicial/

Ressaltasse que é proibido o compartilhamento em ferramentas como WhatsApp, Telegram, ou qualquer mídia de informações referentes a casos de internamento nesta Unidade Hospitalar sobre pacientes com suspeita de infecção por COVID-19, H1N1, ou qualquer outro acometimento. Tais informações são internas e devem ser utilizadas estritamente com o objetivo de subsidiar o tratamento dos pacientes. Portanto, tais dados, devem ser atestados pelas chefias e setores competentes, sob risco de enquadramento e sanções conforme a Norma Operacional de Controle Disciplinar da EBSERH.

Mantenha-se informado de todas as medidas e recomendações realizadas no HU- Univasf e nos órgãos oficiais.

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6 BIBLIOGRAFIA

AGENCA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA, Consulta a medicamentos e hemoderivados. Acesso em: 07/05/2020. Disponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/medicamentos/

AMIB - Associação Brasileira de Medicina Intensiva. Sugestões para assistência nutricional de pacientes críticos com SARS- COV-2. 2020. Acesso em: 04/04/2020. Disponível em: https://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/marco/31/vjsASSOCIACAO_DE_ MEDICINA_INTENSIVA_BRASILEIRA_DEPARTAMENTO_DE_NUTRICAO_DA_AMIBvjs.pdf

CAMPOS, L. F., et al. Parecer BRASPEN/AMIB para o Enfrentamento do COVID-19 em Pacientes Hospitalizados. BRASPEN J; 35 (Supl 1):3-5, 2020.

DANTAS, C. C. S.; SILVA, L. C. S. Protocolo de intervenção nutricional para pacientes com COVID-19. Conselho Regional de Nutricionistas- 6ª região. CRN6: 2020.

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Título do PROTOCOLO DE TERAPIA NUTRICIONAL Emissão: Próxima revisão:

Documento: NO PACIENTE CRITICO COM 11/05/2020 Conforme

CORONAVÍRUS (COVID19) atualização das

recomendações. Versão: 01

7. HISTÓRICO DE REVISÃO

VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO

8.

Elaboração

Izabelle Silva de Araújo

Katia Regina de Oliveira

Marcilene Augusta Nunes de Souza

Priscila Nunes Costa

Renata de Carvalho Gomes Prates

Vanessa Santos Gualberto

Data: 11/05/2020

Revisão

Izabelle Silva de Araújo

Data: 11/05/2020

Validação

Daniely da Silva Figueiredo Chefe da Unidade de Vigilância em Saúde

Laiany Nayara Barros Gonçalves Chefe da Unidade de Segurança do Paciente

Juliana Pedrosa Korinfsky Chefe da Divisão de Gestão do Cuidado

Luiz Otávio Nogueira da Silva Gerente de Atenção à Saúde

Data: / /

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