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Protocolo de Assistência Farmacêutica da SMS de Goiânia

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Prefeitura de GoiâniaIris Resende Machado

Secretaria Municipal de SaúdeFátima Mrué

Conselho Municipal de SaúdeEdivaldo Bernardo de Lima

Superintendência de Gestão de Redes de Atenção à SaúdeLuciana Curado Santos

Gerência de Assistência FarmacêuticaGysella Santana H. De Paiva

Diretoria de Atenção à SaúdePatrícia Antunes de Moraes Elaboração:Ana Maria Ferreira Nunes Ane Rosalina Trento Costa Cristina Ferreira Lemos Cássio Antônio Egídio Morais Lorena Baía O. AlencarKarla Alves RoldãoMarcus Vinícius O. Lima Maria José C. de Araújo Mercia Pandolfo Provin Solimar SilvaSylvia Escher de Oliveira Nielson

Ficha CatalográficaGoiânia. Secretaria Municipal de Saúde. Gerência de Assistência Farmacêu-tica. Protocolo da Assistência Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia / Gerência de Assistência Farmacêutica – Goiânia: editor, 2017.

1. Assistência Farmacêutica Municipal. 2. Atenção Farmacêu-tica.

Colaboração:Gysella de Paiva H. SantanaFernanda M. Silva Torquato Letícia Ferrari Lemos Barros Letícia de Fátima Tomé Márcia de Lima e Souza

É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

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O debate sobre a Assistência Farmacêu-tica do município de Goiânia deve ocorrer de forma contínua e deve estar articulado com as demais políticas de saúde públi-ca propostas tanto pela gestão municipal, quanto pela estadual e federal. Visando a uniformização e otimização da Assistência Farmacêutica no município de Goiânia é apresentado, neste documento, o Protoco-lo da Assistência Farmacêutica da Secre-taria Municipal de Saúde de Goiânia. Este Protocolo foi concebi-do com o objetivo de orientar as condutas técnico-gerenciais e assistenciais buscando a garantia do uso racional de medicamentos, priorizando o atendimento humanizado no cuidado com o usuário dos serviços de saúde. É impor-tante salientar que este Protocolo deve ser avaliado e adequado à realidade local, observando entre outros quesitos a popu-lação adstrita, a forma de organização dos serviços da unidade de saúde e os recur-sos humanos disponíveis.

APRESENTAÇÃO

A estruturação da Assistência Farmacêutica é um dos grandes desafios que se apresenta aos gestores e profissionais inseridos no Sistema Único de Saúde. A eficácia do gerenciamento das atividades inerentes à profis-são farmacêutica pressupõe, além da disponibilidade de recursos finan-ceiros para a aquisição de medicamentos, a organização dos serviços e o comprometimento de profissionais capacitados e envolvidos com a saúde pública.

O debate sobre a Assistência Farmacêutica no município de Goiânia bus-ca ampliar o acesso aos Serviços Farmacêuticos, mediante processos de dispensação qualificada e atendimento humanizado, pautando-se sempre na garantia do uso racional dos medicamentos. Para tanto, é imprescin-dível que os profissionais envolvidos com a Assistência Farmacêutica en-tendam o significado do seu trabalho e a finalidade das tarefas que lhes são delegadas.

É necessário manter um canal de comunicação permanente e incentivar a participação coletiva, inclusive nas decisões, para que os profissionais sintam-se parte do processo de atenção à saúde da população, já que isso favorece o comprometimento e a motivação para alcançar melhores resultados nas atividades que se propõem a realizar.

O Protocolo da Assistência Farmacêutica da Secretaria Municipal de Saú-de de Goiânia surge nesse cenário, em que se faz necessária a amplia-ção do acesso aos Serviços e a integração da Assistência Farmacêutica às demais políticas de saúde do município, visando otimizar os recursos financeiros existentes, incorporar e integrar o farmacêutico na rede muni-cipal de saúde e desenvolver e capacitar os recursos humanos. O enfren-tamento desses desafios exige ações articuladas dos gestores da Secre-taria Municipal de Saúde e dos profissionais que atuam diretamente nas unidades assistenciais, tendo como objetivo a conciliação entre serviços farmacêuticos técnico-gerenciais e técnico-assistenciais. A separação en-tre estes serviços fragmenta a Assistência Farmacêutica e condiciona os profissionais que, ao atuarem em determinadas tarefas, frequentemente desconhecem aquelas delegadas aos profissionais que desempenham ta-refas diferentes, porém complementares.

Diante do exposto, o presente documento tem por objetivo orientar a pa-

Prefácio

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dronização e estruturação dos processos de trabalho na Assistência Far-macêutica da Secretaria Municipal de Saúde do município de Goiânia.

É destinado aos gestores, farmacêuticos e demais profissionais da SMS, a m de apoiar, orientar e atualizar esses atores em suas atividades, visan-do o melhor desempenho e controle dos serviços prestados. Objetiva tam-bém incentivar o aperfeiçoamento contínuo com avaliação permanente das ações e resultados alcançados. Adicionalmente, visa suprir a lacuna existente até o momento no que diz respeito à constituição e estruturação das atividades farmacêuticas da SMS de Goiânia.

Além das orientações relativas à estruturação do processo de trabalho, esse documento também aponta diretrizes para elaboração do Manual de Boas Práticas Farmacêuticas e Procedimentos Operacionais Padrão e estabelece os canais de comunicação entre os profissionais envolvidos na Assistência Farmacêutica.

É importante, salientar que o Protocolo constitui ferramenta orientadora dos serviços farmacêuticos do município, portanto, deve ser revisado pe-riodicamente.

Gysella Santana H. De PaivaGerente de Assistência Farmacêutica da

Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia

SIGLAS

ABP – Aprendizagem Baseada em ProblemasAF – Assistência FarmaceuticaANVISA – Agencia Nacional de Vigilância SanitáriaBPS – Banco de Preços em SaúdeCAF – Central de Abastecimento FarmacêuticoCAIS – Centro de Assistência Integral á SaúdeCAPS – Centro de Apoio PsicossocialCFMT – Comissão Municipal de Farmácia e TerapêuticaCIAMS – Centro Integrado de Assistência Médica à SaúdeCIT – Comissão Intergestores TripartiteCMED – Câmara de Regulação do Mercado de MedicamentosCOAPS – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Supe-riorCOMCIES – Comissão de Controle de Infecção em Estabelecimento de Saúde.COSEMS – Conselho dos Secretários Municipais de SaúdeCRASPI – Centro de Referência em Atenção a Saúde da pessoa idosaCRDT – Centro de Referência em Diagnóstico e TerapêuticaCRF – Conselho Federal de FármaciaCROF – Centro de Referência em Ortopedia e FisioterapiaCSFs – Centro de Saúde da FamíliaDCB – Denominação Comum BrasileiraDCI – Denominação Comum InternacionalDFFMS – Diretoria Financeira e do Fundo Municipal de SaúdeDGDP – Diretoria de Gestão e Desenvolvimento de PessoasDS – Distrito SanitárioDVCO – Divisão de ContabilidadeDVEX – Divisão de ExpedienteDVISA – Diretoria de Vigilância Sanitária e AmbientalDVPE – Divisão de Programas EspeciaisEMSP – Escola Municipal de Saúde PúblicaESF – Estratégia de Saúde da FamíliaFPB – Farmácia Popular do BrasilGAF – Gerência de Assistência FarmacêuticaGC – Gerência de ComprasGPSR – Gerência de Planejamento e Suprimentos da RedeHDT – Hospital de Doenças TropicaisIAFAB- Incentivo a Assistência Farmacêutica na Atenção Básica

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IES – Instituição de Ensino SuperiorNASF – Núcleo de Apoio a Saúde da FamíliaPCEL – Presidência da Comissão Especial de LicitaçãoPEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a SairPNM – Política Nacional de MedicamentosPOP – Procedimento Operacional PadrãoRAM – Reação Adversa ao MedicamentoREMUME – Relação Municipal de Medicamentos EssenciaisRH – Recursos HumanosSAMU – Serviço de Atendimento Móvel de UrgênciaSES – Secretaria Estadual de SaúdeSETEC – Secretaria Municipal de Tecnologia e CiênciaSICAA – Sistema de Informação de Consulta e Atendimento AmbulatorialSMS – Secretaria municipal de SaúdeSUS – Sistema Único de SaúdeUABSF - Unidade Atenção Básica Saúde da FamíliaUFG – Universidade Federal de Goiás

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................52. FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA.................................8 2.1. Componente Básico da Assistência Farmacêutica.................................9 2.2. Medicamentos que Podem ser Adquiridos com Recursos do Bloco da Assistência Farmacêutica................................103. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SMS DE GOIÂNIA.............................11 3.1. Fluxo e Ferramentas de Comunicação.................................................15 3.2. Regularização das Farmácias...............................................................15 3.2.1. Certidão de Regularidade Técnica.....................................................16 3.2.2. Licença de Autoridade Sanitária Local – Alvará Sanitário..................16 3.2.3. Licença do Corpo de Bombeiros........................................................16 3.2.4. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).............17 3.2.5. Manual de Boas Práticas Farmacêuticas..........................................174. A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA SECRETARIA DE SAÚDE DE GOIÂNIA..............................................................18 4.1. A Seleção de Medicamentos.................................................................19 4.2. Programação e Aquisição de Medicamentos........................................20 4.3. Armazenamento e Monitoramento de Estoque.....................................25 4.4. Distribuição de medicamentos..............................................................27 4.5. A Utilização de Medicamentos na SMS de Goiânia..............................28 4.5.1. A Prescrição de Medicamentos..........................................................28 4.5.1.1. Sobre a Prescrição de Medicamentos na Urgência........................28 4.5.2. A Dispensação de Medicamentos na SMS........................................29 4.6. Registros da Dispensação....................................................................34 4.6.1. Sistema de Dispensação de Medicamentos – Intranet......................34 4.6.2. Registro de Serviços Farmacêuticos..................................................34 4.7. Organização das Referências Municipais para Dispensação de Medicamentos...................................................................36 4.7.1. Dispensação de Medicamentos dos Programas de Saúde...............36 4.8. O Farmacêutico Como Supervisor de Estágio......................................38 4.8.1. O Estágio............................................................................................38 4.8.2. Conceitos............................................................................................39 4.8.2.1. Preceptor, Supervisor, Tutor e Mentor: Diferenças.........................39 4.8.2.2. Tipos de Estágio..............................................................................41 4.8.3. Competências para supervisão do estágio curricular........................41 4.8.4. Finalidade e Objetivos do Estágio Curricular.....................................43 4.8.5. Estrutura Organizacional dos Estágios Curriculares..........................44 4.8.6. Preparação do Estagiário Curricular..................................................45 4.8.7. Sistema de Avaliação.........................................................................455. SERVIÇOS FARMACÊUTICOS NO ÂMBITO DA SMS...................................46 5.1. Atribuições e Tarefas do Farmacêutico na Gerência de Assistência Farmacêutica........................................................47

5.2. Atribuições e Tarefas do Farmacêutico na Gerência de Abastecimento e Suprimento da Rede....................................49 5.3. Atribuições e Tarefas do Farmacêutico na Gerência de Bens Não Padronizados...............................................................................50 5.4. Atribuições e Tarefas do Farmacêutico no Almoxarifado Central....................................................................................50 5.5. Atribuições do Farmacêutico nas Unidades que Atendem a Urgências e Emergências..........................................................51 5.6. Atribuições do Farmacêutico nas Unidades de Referência em Dispensação de Medicamentos......................................53 5.7. Atribuições do Farmacêutico na Atuação em Distritos Sanitários...................................................................55 5.8. Atribuições do Farmacêutico nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASFs...........................................56 5.9. Atribuições e Tarefas do Farmacêutico na Supervisão de Estágio............................................................................56CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................58REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................60 ANEXOS...............................................................................................................61ANEXO A..............................................................................................................62ANEXO B..............................................................................................................64ANEXO C..............................................................................................................65

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1. INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988 é um marco referencial para as profundas mudanças na área da saúde no Brasil. No capítulo dedicado à seguridade social, ficou estabelecida a criação de um Sistema Único de Saúde (SUS), definindo-se seus princípios e diretrizes baseadas em um conceito ampli-ado de saúde. De acordo com o artigo 196 da Constituição da República Federativa do Brasil:

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas, que visem à redução dos riscos de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” (BRA-SIL, 1988)

No Brasil, a Lei 8.080/90 que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelece como uma das áreas de atuação do SUS a execução de ações de Assistência Terapêutica Integral, inclusive Farmacêutica. De acordo com a Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004, do Conselho Nacional de Saúde, que aprovou a Política Nacional de Assistência Far-macêutica (AF) e a definiu como:

“Conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como in-sumo essencial e visando o acesso e o seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamen-tos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, dis-tribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da ob-tenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população” (BRASIL, 2004)

Podemos dizer que pensar sobre a integralidade das ações e serviços de saúde também significa pensar sobre as ações e serviços de Assistência Farmacêutica. Considerando que a maioria das intervenções em saúde envolve o uso de medicamentos e que este uso pode ser determinante para a obtenção de menor ou maior resultado, é imperativo que a As-sistência Farmacêutica seja vista sob ótica integral.

Não é suficiente considerar que se está oferecendo atenção integral à

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saúde quando a Assistência Farmacêutica é reduzida à logística de me-dicamentos (adquirir, armazenar e distribuir). É preciso agregar valor às ações e aos serviços de saúde, por meio do desenvolvimento da Assistên-cia Farmacêutica. Para tanto é necessário integrar a Assistência Far-macêutica ao sistema de saúde; ter trabalhadores qualificados; selecionar os medicamentos mais seguros, eficazes e custo-efetivos; programar ad-equadamente as aquisições; adquirir a quantidade certa e no momento oportuno; armazenar, distribuir e transportar adequadamente para garantir a manutenção da qualidade do produto farmacêutico; gerenciar os es-toques; disponibilizar protocolos e diretrizes de tratamento, além de for-mulário terapêutico; prescrever racionalmente; dispensar; e monitorar o surgimento de reações adversas, entre tantas outras ações.

Para garantia do acesso consideramos a organização e qualificação dos serviços e o desenvolvimento profissional como fatores determinantes. O acesso envolve várias dimensões, entre as quais destacamos: estrutura, capacidade aquisitiva, acessibilidade geográfica, qualificação de serviços e de pessoal, utilização adequada dos recursos e promoção do uso racional.

A organização é a base fundamental de sustentabilidade de qualquer ativ-idade e tem por objetivo o gerenciamento e ciente e eficaz dos serviços. Com um serviço estruturado e organizado, espera-se a melhora e ampli-ação do acesso, regularizado no abastecimento, aumento da credibilidade no serviço de saúde e das instituições, diminuição das perdas e desper-dício e boa qualidade dos serviços e atendimento dos usuários.

Ainda que seja necessária a organização dos serviços, é importante res-saltar que este processo depende sobremaneira dos atores participantes, e requer que todos os envolvidos conheçam a estrutura organizacional, conheçam os processos de trabalho, sua execução e necessidades, sen-do primordial a avaliação contínua destes processos, na perspectiva da qualidade dos seus resultados. Considerando então que os atores, repre-sentados pelos Farmacêuticos e demais profissionais envolvidos na As-sistência Farmacêutica, é salutar a manutenção de um clima organizacio-nal saudável, motivado e compatível com a inovação.

A qualidade, reconhecida pelo grau de satisfação do usuário em relação aos serviços, deve ser o objetivo de qualquer processo de trabalho. A qualidade e a e eficiência de um serviço de Assistência Farmacêutica es-tão condicionadas à estrutura, aos processos de trabalho e aos resultados

alcançados.

Com o objetivo de traçar as diretrizes para o biênio 2017-2019 para a organização e execução das atividades da Assistência Farmacêutica no âmbito municipal, a Secretaria Municipal de Saúde, através de sua Gerên-cia de Assistência Farmacêutica (GAF) apresenta o presente documento.

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2. FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

Para que o município promova ações que garantam o acesso e o uso racional de medicamentos à população é necessário que todos os envolvi-dos compreendam a forma com que se dá o financiamento da Assistência Farmacêutica nas três esferas de governo. Essa compreensão facilita or-ganização dos processos de trabalho uma vez que subsidia o planejamen-to das ações a serem executadas de acordo com as responsabilidades de cada gestor e auxilia na construção de uma agenda para as atividades estabelecidas.

A Assistência Farmacêutica Básica apresenta financiamento das três in-stâncias gestoras do SUS, pactuada entre os gestores nas Comissões Intergestores, Tripartite e Bipartite. Em 1998, logo após a publicação da Política Nacional de Medicamentos - PNM, e dando início ao processo de descentralização da AF preconizado pela mesma, foi estabelecido o Incentivo à Assistência Farmacêutica na Atenção Básica (IAFAB), com va-lores pactuados na Comissão Intergestores Tripartite (CIT).

Em 1999, através da Portaria GM n° 176, foram estabelecidos os critéri-os e requisitos para a habilitação dos estados e municípios a receberem este incentivo financeiro. O Ministério da Saúde gerenciava a aquisição e distribuição de medicamentos considerados estratégicos, como tuber-culose, hanseníase, insulinas, entre outros, e financiava a Assistência Farmacêutica para medicamentos excepcionais (de alto custo) por meio dos estados, regulamentada por uma série de portarias. A implantação do Incentivo à Assistência Farmacêutica Básica possibilitou aos municípios uma ampliação na oferta de medicamentos à população, porém, em mui-tos casos, este acesso não foi qualificado, por não vir acompanhada de ações importantes da Assistência Farmacêutica, entre elas a promoção de seu uso racional.

As portarias 176/99 GM/MS, 2084/2005 GM/MS, 3237/2007 GM/MS e 2982/2009 GM/MS entre outras, foram substituídas pela portaria 1555/2013 GM/MS a qual atualizou os valores, o elenco de medicamentos e as transferências de recursos para a Assistência Farmacêutica Básica.

A Portaria GM/MS nº 204 de 29 de janeiro de 2.007, regulamenta o fi-nanciamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na forma de blocos de financiamento, com o respectivo

monitoramento e controle.

Os blocos de financiamento são os seguintes: - Atenção Básica; - Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar; - Vigilância em Saúde; - Assistência Farmacêutica; - Gestão do SUS; - Investimentos na Rede de Serviços de Saúde (Redação dada pela PRT GM/MS nº 837 de 23.04.2009).

O bloco de financiamento para a Assistência Farmacêutica é constituído por três componentes: - Componente Básico da Assistência Farmacêutica; - Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica; - Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.

2.1. Componente Básico da Assistência Farmacêutica

Traz a Portaria 1555/13, em seu artigo segundo:

“O Componente Básico da Assistência Farmacêutica destina-se à aquisição de medicamentos e insumos, incluindo-se aqueles rela-cionados a agravos e programas de saúde específicos, no âmbito da Atenção Básica à Saúde.”

O financiamento do Componente Básico da Assistência Farmacêutica é de responsabilidade da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios, conforme normas estabelecidas nesta Portaria, com aplicação, no mínimo, dos seguintes valores de seus orçamentos próprios: - União: R$ 5,10 (cinco reais e dez centavos) por habitante/ano, para fi-nanciar a aquisição dos medicamentos e insumos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica constantes dos Anexos I e IV da RENAME vigente no SUS; - Estados: R$ 2,36 (dois reais e trinta e seis centavos) por habitante/ano, para financiar a aquisição dos medicamentos e insumos constantes dos Anexos I e IV da RENAME vigente no SUS, incluindo os insumos para os usuários insulinodependentes estabelecidos na Portaria nº 2.583/GM/MS, de 10 de outubro de 2007, constantes no Anexo IV da RENAME vigente

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no SUS; - Municípios: R$ 2,36 (dois reais e trinta e seis centavos) por habitante/ano, para financiar a aquisição dos medicamentos e insumos constantes dos Anexos I e IV da RENAME vigente no SUS, incluindo os insumos para os usuários insulinodependentes estabelecidos na Portaria nº 2.583/GM/MS, de 10 de outubro de 2007, constantes no Anexo IV da RENAME vigente no SUS.

Os seguintes medicamentos têm o financiamento para aquisição e dis-tribuição pelo Ministério da Saúde: - Insulinas NPH e Regular Humana; - Controle da Tuberculose; - Controle da Hanseníase; - DST/AIDS; - Endemias Focais; - Sangue e Hemoderivados; - Alimentação e Nutrição; - Controle do Tabagismo; - Influenza; - Saúde da Criança;

2.2. Medicamentos que Podem ser Adquiridos com Recursos do Bloco da Assistência Farmacêutica

De acordo com o anexo I da Portaria nº 2982 de 26 de novembro de 2009, a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME é a lista de referência dos medicamentos que podem ser adquiridos com recursos do Bloco da Assistência Farmacêutica, inclusive da contrapartida municipal.

A Portaria GM/MS nº 204 de 29 de janeiro de 2007, regulamenta o fi-nanciamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços:

Art. 3º O Elenco de Referência Nacional, composto por medicamentos integrantes da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) vigente, de que trata o Anexo I, e por medicamentos fitoterápicos e ho-meopáticos, de que trata o Anexo II, destina-se a atender aos agravos prevalentes e prioritários da Atenção Básica.

§ 1º Ficam as Secretarias Estaduais e as Municipais de Saúde re-

sponsáveis pela pactuação nas CIB, do Elenco de Referência Estadual, de acordo com a necessidade local/regional, com base nos medicamentos relacionados nos anexos I, II e III, tendo seu financiamento assegurado com os recursos definidos nesta Portaria.

§ 2º Sem prejuízo da garantia da dispensação dos medicamentos para atendimento dos agravos característicos da Atenção Básica, consideran-do o per l epidemiológico local/regional, não é obrigatória a disponibili-zação de todos os medicamentos relacionados nos Anexos I, II e III pelos Municípios e pelo Distrito Federal.

§ 3º Desde que contemplados na RENAME vigente, os Municípios poderão definir outros medicamentos além daqueles previstos no Elenco de Referência Nacional e Estadual e poderão ser custeados com recursos previstos no art. 2º desta Portaria.

§ 4º Não poderão ser custeados com recursos previstos no art. 2º de-sta Portaria medicamentos não-constantes da RENAME vigente e dos anexos II e III. Art. 5º As Secretarias Municipais de Saúde, anualmente, poderão utilizar um percentual de até 15% (quinze por cento) da soma dos valores dos recursos financeiros estaduais, municipais e do Distrito Federal, defini-dos no art. 2º desta Portaria, para atividades destinadas a adequação de espaço físico das Farmácias do SUS relacionadas à Atenção Básica, à aquisição de equipamentos e mobiliário destinados ao suporte das ações de Assistência Farmacêutica, e à realização de atividades vinculadas à educação continuada voltada à qualificação dos recursos humanos da As-sistência Farmacêutica na Atenção Básica, sendo vedada a utilização dos recursos federais para esta finalidade.

3. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SMS DE GOIÂNIA

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia foi criada a partir da extinta Fundação Municipal de Desenvolvimento Comunitário (Fumdec), nascida em 1972, na gestão do então prefeito Manoel dos Reis. A Fumdec tinha como atribuição executar programas sociais visando a prevenção e trata-mento dos problemas sociais e de saúde. A Fundação foi estruturada em três Coordenadorias contemplando Ação Social (CAC), Assistência Médi-co –Sanitária e de Administração Geral (CAG).

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Da Coordenação Médico Sanitária surge a Secretaria Municipal de Saúde em 1988, criada pela Lei Municipal nº 6.591, com objetivo de cuidar das questões técnicas de saúde pública da capital. Na época, o serviço con-templava assistência médica, odontológica e sanitária para a população residente no município.

A estrutura organizacional da Secretaria Municipal de Saúde da capital não foi concebida de forma a se manter inalterável ao longo das gestões municipais. A critério da administração pública, essa estrutura se adequa aos cenários políticos, financeiros e administrativos, de forma a garantir que as políticas de saúde pública sejam executadas de forma e ciente e descentralizada.

De maneira geral, a direção superior fica a cargo do Secretário Municipal de Saúde, sendo este apoiado diretamente pelas unidades de assessora-mento e planejamento. Dispostas em níveis hierarquicamente inferiores, temos as unidades técnicas e as unidades de apoio administrativo.

Na ocasião da elaboração deste Protocolo, a SMS da capital dispunha de uma estrutura organizacional, pormenorizada em organograma:

Figura 01 - Organograma do Gabinete do Secretário e da Superintendência de Administração e Gestão de Pessoas

Figura 02 - Organograma da Superintendência de Redes de Atenção a Saúde

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Importante ressaltar que na estrutura organizacional da Secretaria Munic-ipal de Saúde (em seu organograma) há um lócus de caráter técnico ocu-pado pela Assistência Farmacêutica (Gerência da Assistência Farmacêu-tica-GAF). A GAF tem como missão e principal atribuição contribuir para o pleno desenvolvimento das ações de Assistência Farmacêutica no SUS.

Os processos de trabalho desenvolvidos pela GAF requerem informações e instrumentos técnicos de caráter geral aos serviços de saúde, como dados epidemiológicos do município; instrumentos de planejamento de medicamentos e seguimento terapêutico.

3.1. Fluxo e Ferramentas de Comunicação

Sabe-se que os serviços de Assistência Farmacêutica no município de Goiânia são disponibilizados de forma bastante heterogênea, conforme a unidade de saúde em que estão inseridos os profissionais e de acordo com a finalidade dos atendimentos prestados.

A comunicação em saúde é o uso de estratégias para informar e influenciar decisões individuais e coletivas, objetivando a melhoria dos Serviços de Saúde. Estabelece-se que a GAF atuará como ponto de apoio de comu-nicação, ao receber e transmitir informações através de correio eletrônico (e-mail), ficando a cargo do profissional manter seu endereço eletrônico atualizado junto à GAF.

Outra forma de comunicação instituída são reuniões periódicas convoca-das pela GAF, cabendo ao profissional comparecer e participar de forma ativa destes encontros.

3.2. Regularização das Farmácias

O funcionamento de uma farmácia ou estabelecimento dispensário de medicamentos requer a obtenção de licenças pelos órgãos responsáveis pela fiscalização, a m de que seja garantido o cumprimento dos requisitos técnicos e sanitários.

Seguem os documentos e procedimentos necessários para a regular-ização das farmácias no âmbito da SMS de Goiânia.

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3.2.1. Certidão de Regularidade Técnica

Essa certidão é emitida no Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO) e é fundamental para a comprovação de regularidade do estabelecimento de saúde. De acordo com a Lei 3.820/60, art. 13º, “So-mente aos membros inscritos nos Conselhos Regionais de Farmácia será permitido o exercício de atividades profissionais farmacêuticas no País”.

Deve estar afixada em local visível ao público, e é uma garantia para a população de que será assistida pelo farmacêutico. O documento compro-va que não há impedimento profissional ou inabilitação do farmacêutico, bem como que a carga horária de assistência técnica prevista em lei é suficiente à atividade pretendida ou exercida pelo estabelecimento.

Para obtenção desta Certidão o farmacêutico deve estar adimplente junto ao CRF, e cabe a ele a tarefa de solicitar a expedição e renovação do documento junto ao Conselho.

3.2.2. Licença de Autoridade Sanitária Local – Alvará Sanitário

A instalação de uma farmácia implica a observância da legislação sani-tária específica para os estabelecimentos de dispensação de medicamen-tos – RDC 44/2009.

O Alvará Sanitário deve ser requerido junto ao Serviço de Vigilância Sani-tária Municipal (Visa), pelo estabelecimento de saúde. Nos casos em que a farmácia está inserida em uma unidade de saúde, o requerimento deve ser realizado pela direção da unidade.

Esse documento deve ser fixado em local visível aos usuários da farmá-cia/estabelecimento de saúde.

3.2.3. Licença do Corpo de Bombeiros

A utilização de um determinado imóvel ou área para instalação de uma farmácia requer o cumprimento de normas de segurança contra incêndios e pânico. Para tanto, faz-se necessária a expedição de licença pelo Cor-po de Bombeiros, a qual deve ser solicitada na unidade mais próxima do local em que funcionará. Nos casos em que a farmácia está inserida em uma unidade de saúde, o requerimento deve ser realizado pela direção

da unidade.

Esse documento deve ser fixado em local visível aos usuários da farmá-cia/ estabelecimento de saúde.

3.2.4. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)

Base para operacionalizar os Sistemas de Informações em Saúde, o Ca-dastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde é uma importante ferra-menta para o monitoramento e avaliação, imprescindível a um gerencia-mento eficaz e eficiente. Nesse cadastro estão disponíveis informações sobre a infraestrutura, atendimento prestado pelo serviço e recursos hu-manos, o que propicia ao gestor o conhecimento da realidade da rede assistencial existente e suas potencialidades, visando auxiliar no planeja-mento em saúde, em todos os níveis de governo.

Essas informações também favorecem o controle social, uma vez que os dados são públicos e podem ser acessados na página eletrônica (http://cnes.datasus.gov.br).

3.2.5. Manual de Boas Práticas Farmacêuticas

O Manual de Boas Práticas Farmacêuticas constitui-se em medidas que visam assegurar a manutenção da qualidade dos medicamentos e dos serviços prestados na farmácia, é requisito estabelecido na RDC 44/2009 e deve ser elaborado e revisado pela equipe de farmacêuticos da unidade.

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4. A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA SECRETARIA DE SAÚDE DE GOIÂNIA

A Assistência Farmacêutica pode ser apresentada, graficamente, através de um ciclo, uma sequencia deâ atividades interdependentes, comple-mentares, multiprofissionais, cujo desenvolvimento se dá por diversos atores, em diferentes locais.

Essa forma de representação da Assistência Farmacêutica é particular-mente didática, uma vez que não vincula as tarefas à nenhum nível de gestão, pressupondo que todas estas, a seleção, programação, aquisição e distribuição devem ser executadas tanto em nível central, pelo gestor da Assistência Farmacêutica, quanto em nível local, pelo farmacêutico que atua na unidade de saúde.

Figura 04 - Ciclo de Assistência Farmacêutica

4.1. A Seleção de Medicamentos

Seleção de medicamentos em nível central

“Compreendem-se por medicamentos essenciais aqueles que satisfa-zem às necessidades prioritárias de saúde da população, os quais de-vem estar acessíveis a todo o momento, na dose apropriada a todos os segmentos da sociedade.” (OMS, 2002)

A seleção de medicamentos é uma atividade que tem por objetivo, decidir, de forma crítica e fundamentada na melhor evidência clínica, quais medi-camentos devem ser disponibilizados aos usuários. É a partir da seleção que são desencadeadas as demais atividades.

Na SMS, a elaboração e revisão da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) é feita pela Comissão Municipal de Farmácia e Te-rapêutica (CFMT). Participam necessariamente do processo prescritores, farmacêuticos, gestores, epidemiologistas clínicos, o Conselho Municipal de Saúde, e qualquer outro profissional que seja requerido ao processo de decisão crítica. Cabe à Gerência da Assistência Farmacêutica provi-denciar a escolha e nomeação dos membros, que trabalharão conforme regimento especí co. Por sua vez, cabe à CFMT a revisão da REMUME a cada biênio, ou conforme atualizações da Relação Nacional de Medica-mentos Essenciais (RENAME), com vistas a melhorar o elenco farmacote-rapêutico disponibilizado aos usuários de medicamentos no município de Goiânia. Outra atribuição da CMFT é a criação de Protocolos Clínicos que normatizem o uso de medicamentos na SMS.

Dentre os critérios utilizados para Seleção de Medicamentos estão:

- Perfil epidemiológico do município e as prioridades em saúde pública.- Melhor relação Custo – Efetividade;- Eficácia através de evidência científica;- Segurança;- Composição com única substância ativa, admitindo-se, apenas em ca-sos especiais, combinações em doses fixas; - Priorizar concentrações, formas farmacêuticas, esquema posológico e apresentação considerando a comodidade para a ministração aos pacien-tes considerando a faixa etária, facilidade, para cálculo de dose a ser mi-nistrada e de fracionamento ou multiplicação de doses, bem como per l

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de estabilidade mais adequado as condições de armazenamento e uso.

A Seleção de Medicamentos em Nível Local

Considerando então que a Seleção em nível central busca construir um elenco de medicamentos essenciais ao tratamento dos agravos e condi-ções de saúde da população goianiense, em nível local, o farmacêutico executor deve buscar na REMUME os itens que atenderão integralmente a demanda do serviço de saúde do qual participa.

Outra responsabilidade do farmacêutico local é a divulgação da Comis-são Municipal de Farmácia e Terapêutica, bem como encaminhar os pe-didos de incorporação de novas tecnologias à CFMT, contribuindo para a construção e fortalecimento da REMUME. As solicitações devem ser feitas através de formulário virtual, disponível em https://goo.gl/QgIjZe, ou Formulário Físico, que deve estar disponível nas farmácias das unidade. Em caso de necessidade de contato com a Comissão, basta enviar um e-mail para <[email protected]>.

4.2. Programação e Aquisição de Medicamentos

Programar consiste em estimar quantidades a serem adquiridas para atendimento a demanda dos serviços, por determinado período. A Aquisi-ção consiste num conjunto de procedimentos pelos quais se efetiva o pro-cesso de obtenção dos medicamentos, de acordo com uma programação estabelecida, com o objetivo de manter a regularidade do abastecimento.

A Programação e Aquisição em Nível Central

A Programação de Medicamentos para o Município é elaborada anual-mente, e deve ser ajustada quando necessário. O objetivo consiste em aplicar recursos necessários com qualidade, em quantidades adequadas, no tempo correto e com o menor custo.

Critérios observados para a Programação:

- Consumo histórico – média aritmética anual, considerando oscilações no estoque;

- Perfil epidemiológico – necessidade de atendimento da população;

- Capacidade instalada das Unidades de Saúde – baseado no consumo médio mensal e oferta de serviços.

O processo de aquisição de medicamentos compreende:

1. Especificar, classificar e codificar numericamente os produtos, caso tra-te-se de uma inclusão recente.

2. Estabelecer requisitos técnicos e administrativos em Edital.

3. Quantificar as necessidades de acordo com programação prévia, con-siderando os critérios acima mencionados.

4. Indicar os recursos disponíveis, compatibilizar com as prioridades e ela-borar o pedido de aquisição.

5. Efetuar pesquisa de preço no mercado, para estimar o valor provável da compra e posterior comparação com os preços cotados na Licitação. A pesquisa de preços não deve se limitar à consulta junto aos fornecedores. Devem ser consultados o Banco de Preços em Saúde (BPS) do Ministério da Saúde, do Comprasnet, entre outros bancos de dados, a m de se veri-ficar quais os valores praticados em outras compras públicas.

6. Elaborar corretamente o pedido de compra, com especificações deta-lhadas sobre os medicamentos, por meio de planilha que conste todas as informações necessárias: nome do medicamento de acordo com a espe-cificação, quantidade, consumo mensal e estoque.

7. Encaminhar o pedido de compra ao Gabinete do Secretário, para auto-rização de abertura do processo licitatório.

8. Acompanhar as etapas da aquisição até a formalização do contrato.

9. Acompanhar a entrega dos medicamentos para assegurar que estão em conformidade com o Edital, contrato e proposta da empresa em rela-ção a prazos e condições técnicas estabelecidas.

A aquisição de medicamentos é uma das principais atividades da Ges-tão da Assistência Farmacêutica e deve estar estreitamente vinculada às ofertas de serviços e à cobertura assistencial dos programas de saúde. O

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monitoramento e a avaliação dos processos são fundamentais para apri-morar a gestão e intervir nos problemas. A compra deve ser feita sempre considerando o prazo de abastecimento (período compreendido entre a solicitação e a chegada do pedido), para evitar a falta do produto e com-pras emergenciais.

No município, fica a cargo de Gerência de Suprimento da Rede a abertura do processo, segue à Gerência de Compras para cotação e, enfim à da GAF para parecer final, que encaminha o processo ao Gabinete do Secre-tário. Cabe ainda à GAF o acompanhamento do processo até sua finaliza-ção, representada pelo recebimento e conferência dos itens licitados. Veja o Fluxograma de Aquisição na SMS - anexo A.

As licitações são realizadas através das seguintes modalidades: registro de preços, pregão eletrônico e compra direta (dispensa de licitação), de-vendo-se priorizar a compra as aquisições de Laboratórios Oficiais.

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos - CMED foi criada pela Lei n° 10.742/2003 e os gestores estaduais e municipais do Sistema Único de Saúde em suas compras públicas de medicamentos por licita-ções e por mandados judiciais estão obrigados a cumprir a legislação re-guladora do mercado farmacêutico da CMED, tendo em vista que o valor de comercialização dos medicamentos registrados no Brasil obedece a regulamentação estabelecida por meio da Lei n°10.742, de 6 de outubro de 2003, Decreto n° 4.766, de 26 de junho de 2003, Resolução n° 4, de 9 de março de 2011, Resolução n°3, de 2 de março de 2011, entre outras.

Caso uma empresa produtora de medicamentos, distribuidora, farmácia ou drogaria oferte um medicamento a preço superior ao permitido pela CMED, deverá ser encaminhada denúncia, acompanhada de todos os documentos comprobatórios à Secretaria da CMED, que é o órgão com-petente para instaurar processo administrativo no caso de infração à le-gislação e ao Ministério Público Federal e Estadual conforme determina o Acórdão nº 1.437/2007 – Plenário, do Tribunal de Contas da União.

Para participar das licitações, as empresas interessadas devem apre-sentar especificações claras, completas e detalhadas dos medicamentos ofertados, inclusive indicando a procedência, marca e fabricante do medi-camento, devendo ainda apresentar os seguintes documentos:

- Certificado de Registro do Medicamento, emitido pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária vinculada ao Ministério da Saúde, ou có-pia autenticada da publicação no “Diário Oficial da União” com despacho da concessão de Registro, referente a cada produto ofertado, ou declara-ção de isenção de registro;

- Alvará Sanitário (ou Licença Sanitária) da empresa licitante, expedido pela Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal, tal como exigido pela Lei Federal n.º 6.360/76 (art. 2º), Decreto Federal n.º 79.094/77 (art. 2º) e Portaria Federal nº 2.814 de 29/05/98;

- Autorização de Funcionamento da empresa licitante, expedida pela AN-VISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, conforme exigido pela Lei Federal n.º 6.360/76 (art. 2º), Decreto Federal nº 79.094/77 (art. 2º), Lei Federal n.º 9.782/99 (art. 7º, inciso VI) e Portaria Federal nº 2.814 de 29/05/98;

- Autorização Especial de Funcionamento, quando se tratar de medica-mento constante na relação do Regulamento Técnico sobre substâncias e pela Portaria n.º344/98 de 12/05/99 da Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde;

- Certificado de Responsabilidade Técnica do farmacêutico responsável pela venda do produto, emitido pelo Conselho Regional de Farmácia, com prazo de validade em vigor, na data do certame, conforme exigência da Lei Federal n.º 3.820/60 (art. 24);

- Apresentar Certificado de Boas Práticas de Fabricação e Controle por linha de produção / produtos, emitido pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária vinculada ao Ministério da Saúde.

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A Programação e Aquisição em Nível Local

A unidade de saúde também faz programação na medida em que planeja a suas requisições ao almoxarifado central de acordo com o padrão de consumo e dispensação de medicamentos e, quando formaliza seu pedi-do, procede à aquisição em nível local.

A programação de medicamentos para abastecimento das unidades deve ser feita utilizando critérios bem definidos, em detrimento do julgamento individual. É conveniente a execução de um balanço mensal, imediata-mente antes da execução do pedido, cujos dados devem ser utilizados no planejamento da aquisição, preferencialmente utilizando técnicas de gestão, mesmo que básicas, como a determinação de Consumo Médio Mensal e Ponto de Ressuprimento, mas, caso seja possível a confecção de Listas de Classificação, como a Curva ABC ou XYZ, deverá ser a prio-rizada como forma de planejamento e controle de estoque.

Independentemente da forma e ferramentas utilizadas pelo farmacêutico para planejar as requisições, o serviço de farmácia de cada unidade deve se organizar de modo a dispor de medicamentos para cobertura de um pe-ríodo mínimo de 30 dias de consumo, sendo reprovável a manutenção de estoques superiores a 60 dias de atendimento, resguardada a capacidade de armazenamento da unidade, que não poderá ser excedida, sob pena de descumprimento das boas práticas de armazenamento.

Caso necessário, é função do farmacêutico solicitar, via Distrito Sanitário, requisições emergenciais, para suprir demandas não previstas. Conside-ra-se reprovável a indisponibilidade do medicamento na unidade, estan-do este disponível para solicitação ao Almoxarifado Central. O tempo de estoque pode ser um indicador satisfatório para monitoramento da quali-dade da programação local.

Ressalta-se que planejar de maneira e ciente, prevenindo perdas e de-sabastecimento, é uma atividade inerente aos serviços farmacêuticos, de grande relevância para a unidade de saúde e para a sociedade, uma vez que garante o atendimento adequado ao usuário do SUS.

4.3. Armazenamento e Monitoramento de Estoque

“O armazenamento, como atividade, é bem mais complexo do que pode aparentar em um primeiro momento. Envolve o recebimento, a guarda - com segurança e com a manutenção das características de qualidade dos medicamentos, o controle de estoque e a expedição. Para realizar o armazenamento de modo que se atenda às Boas Prá-ticas, são necessários conhecimentos técnicos sobre os produtos a armazenar e sobre a gestão de estoques. Ao responsável será bem difícil realizar um bom armazenamento sem estes conhecimentos”. (Assistência Farmacêutica e Acesso a Medicamentos – OlIvEIRA, M.A.)

O armazenamento em Nível Central

O Município possui uma estrutura centralizada de armazenamento deno-minada Almoxarifado Central. Todos os procedimentos executados nes-ta área, tais como: recepção, estocagem, controle e distribuição foram normatizados considerando as boas práticas de armazenamento, visando manter o padrão das atividades executadas para preservar a qualidade dos medicamentos durante todo o processo logístico. A organização do almoxarifado reúne o conjunto de responsabilidades, tarefas e inter-rela-cionamentos capazes de gerar o planejamento das atividades.

Os objetivos do Almoxarifado Central prendem-se à seguinte missão:

“Ter o material certo; na quantidade certa; na hora certa; no lugar certo; na especificação certa.”

As funções desempenhadas pelo administrador de almoxarifado são agru-padas em atividades de: receber, guardar, localizar, assegurar, preservar, controlar e entregar materiais.

Estas funções são distribuídas em dois grupos: atividades de planejamen-to e atividades operacionais, sendo segurança e a preservação caracte-rísticas de extrema importância nos dois grupos.

A segurança e a preservação são características de extrema importância nos dois grupos.

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O armazenamento em Nível Local

A transferência do medicamento, do Almoxarifado Central à unidade de saúde, transmite também a responsabilidade do armazenamento ao far-macêutico local, que deve organizar seu serviço de farmácia com proce-dimentos e processos que visem a garantia das boas práticas de armaze-namento na unidade.

Os cuidados no armazenamento de medicamentos na unidade começam com a disposição dos medicamentos na área de armazenamento, que deve seguir um padrão lógico, em prateleiras identificadas, organizadas de modo a não deixar próximos medicamentos que se pareçam ou te-nham nomes semelhantes (sound-like, look-like).

A temperatura da área de armazenamento deve ser rigorosamente mo-nitorada, em planilhas e formulários, e desvios corrigidos, a medida dos recursos à disposição do farmacêutico. É salutar recordar a qualidade do medicamento é intrinsecamente relacionada às suas condições de arma-zenamento e é também responsabilidade do farmacêutico.

Medicamentos sujeitos a controle especial devem permanecer em armá-rio, cuja porta deve ser guarnecida por fechadura ou cadeado. A manuten-ção de estoques destes medicamentos em outras condições é reprovável e configura infração sanitária.

Medicamentos impróprios para uso, por caducidade ou avarias devem ser segregados em área identificada, e aguardar retirada, conforme procedi-mento específico.

A manutenção de itens ou produtos incompatíveis com o propósito da área, como alimentos, é reprovável e deve ser evitada.

Ainda nessa etapa, a forma de controle de estoque escolhida pelo farma-cêutico deve ser capaz de possibilitar a saída preferencial de medicamen-tos com menor prazo de validade, como o sistema PEPS e minimizar os erros de estoque, calculado como a porcentagem dos itens com quantida-des discrepantes entre estoque virtual e real. Sugere-se que procedimen-tos específicos sejam tomados de modo a registrar e monitorar o erro de estoque.

4.4. Distribuição de medicamentos

A Distribuição em Nível Central

Consiste no suprimento de medicamentos às unidades de saúde, em quantidade, qualidade e tempo oportuno. São requisitos necessários:

- Rapidez - mediante um cronograma estabelecido;

- Segurança – garantir que os produtos chegarão ao destinatário nas quantidades corretas e sem avarias;

- Sistema de informação – todo processo deve ser monitorado e avaliado através de relatório de desempenho, para garantir a qualidade do sistema.

-Transporte – condições garantam segurança, tempo de entrega e à cus-tos financeiros compatíveis;

A Distribuição em Nível Local

Compreende-se a distribuição em nível local a transferência de medica-mentos da farmácia para os locais e demais serviços onde estes serão utilizados. Em nível local, há de se reconhecer que o farmacêutico partilha da responsabilidade sobre o medicamento, independentemente de sua localização na unidade de saúde.

Cada farmacêutico tem autonomia para projetar, monitorar e executar os processos relativos a distribuição de medicamentos nos diferentes setores da unidade. Tais processos devem ser orientados a minimizar as perdas por caducidade e desvios fora da farmácia, garantindo que as saídas se-jam condizentes com o consumo do setor assistencial e que os medica-mentos não utilizados sejam devolvidos à farmácia.

Considerando as dificuldades técnicas envolvidas, a distribuição de solu-ções parenterais de grande volume, soluções e suspensões orais, frascos de insulina, bisnagas e flaconetes de medicamentos semissólidos e dis-positivos inalatórios pode se dar por forma coletiva. Para a distribuição de sólidos orais e injetáveis sugere-se que seja de forma individual, res-peitando os requisitos técnicos para a operação de fracionamento das embalagens.

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4.5. A Utilização de Medicamentos na Secretaria de Saúde de Goiâ-nia

4.5.1. A Prescrição de Medicamentos

Conforme a Política Nacional de Medicamentos (PNM) (BRASIL, 1998a: 37), a ‘prescrição de medicamentos’ é:

“...o ato de definir o medicamento a ser consumido pelo paciente, com a respectiva dosagem e duração do tratamento. Em geral, esse ato é expresso mediante a elaboração de uma receita médica”.

A “receita” é, portanto, o documento formal e escrito que estabelece o que deve ser dispensado ao paciente e como o paciente deve usá-lo.

A prescrição, assim como a dispensação, envolve questões de cunho le-gal, técnico e clínico, resultando no documento legal pelo qual se res-ponsabilizam quem prescreve e quem dispensa o medicamento, estando ambos sujeitos à legislação de controle e às ações de vigilância sanitária. (WANNMACHER & FERREIRA, 1998).

A prescrição é o instrumento no qual se apoia a dispensação, e deve cum-prir os aspectos legais contidos na Lei no 5.991/1973, em seu artigo 35. A Lei 9787/99 (Brasil, 1999a), em seu artigo 3 estabelece que as aquisições de medicamentos, sob qualquer modalidade de compra, e as prescrições médicas e odontológicas de medicamentos, no âmbito do Sistema Úni-co de Saúde – SUS, adotarão obrigatoriamente a Denominação Comum Brasileira – DCB ou, na sua falta, a Denominação Comum Internacional – DCI.

4.5.1.1. Sobre a Prescrição de Medicamentos na Urgência

Os pacientes consultados no setor pronto atendimento das unidades rece-berão prescrição suficiente para tratamento de no máximo 10 dias. Caso necessite fazer uso contínuo de medicamentos, o usuário deverá passar por consulta ambulatorial.

Para prescrição de medicamentos sujeitos a controle especial, deve ser utilizado formulário de uso interno, próprio para uso nas emergências das Unidades de Saúde, conforme modelo na figura 05.

Figura 05: modelo de formulário interno para prescrição de medicamentos sujeitos a controle especial, válido somente para unidades de urgência.

4.5.2. A Dispensação de Medicamentos na SMS

A dispensação, cuja definição apresentada pela Política Nacional de As-sistência Farmacêutica compreende:

“ato profissional farmacêutico, que consiste em proporcionar um ou mais medicamentos, em resposta à apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado. Neste ato o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento” (BRASIL, 2004).

Por sua vez, o Foro de Atenção EM FARMÁCIA, 2010 define a dispensa-ção como:

“serviço profissional do farmacêutico destinado a garantir, através de avaliação individual, que os pacientes recebam e usem os medica-mentos de forma adequada às suas necessidades clínicas, em dosa-gens precisas, de acordo com suas necessidades individuais, durante

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o período de tempo adequado, com as informações corretas sobre a utilização e de acordo com a legislação vigente.”

Ainda pode ser definida como um serviço farmacêutico complexo e indi-vidual, uma vez que demanda certa exibilidade do farmacêutico, delimita-da pelos seus conhecimentos acerca a tríade: medicamentos, indivíduo e seus problemas de saúde. A dispensação implica necessariamente na definição de uma conduta farmacêutica, razão pela qual não se pode atri-buir o termo dispensação a outros profissionais, que não o farmacêutico (DADER, MUÑOZ e MARTINEZ, 2008).

A perspectiva que domina as definições apresentadas são frutos de uma reorientação do objetivo da farmácia, que deixa de ser um provedor de produtos, e passa a ser um provedor de serviços, do qual o produto faz parte, e consequentemente convoca o farmacêutico a deixar de orientar seu trabalho ao medicamento, passando a orientá-lo ao usuário, tornan-do-se um provedor de Serviços Farmacêuticos.

Os Cuidados Farmacêuticos consistem na relação pessoal entre o profis-sional farmacêutico e o usuário, sendo o farmacêutico o último profissional a interagir com o paciente. É possível o farmacêutico integrar e reforçar as diversas informações recebidas pelo paciente durante seu percurso pelas instâncias dos serviços de saúde, podendo ser um momento decisivo para a adesão ao tratamento e propício à educação sanitária (COSTA, 2007). A inserção dos Cuidados Farmacêuticos pode ser entendida a partir do prin-cípio da equidade do SUS, ou seja, os usuários que necessitam de maio-res cuidados devem ser acompanhados por um profissional qualificado, afim de resolver e prevenir problemas relacionados aos medicamentos.

Os Cuidados Farmacêuticos, considerados como um serviço de atenção primária a saúde, são fundamentais para reduzir os gastos do governo com a saúde pública, e desafogar a assistência médica, para melhorar a compreensão do uso adequado de medicamentos por parte dos usuários do Sistema Único de Saúde (CLAUMANN, 2003).

Ainda que as atividades que compreendam o planejamento, aquisição, ar-mazenamento e distribuição sejam importantes para o serviço de farmácia das unidades de saúde, o trabalho do farmacêutico comunitário deve ser orientado ao usuário do medicamento, portanto a prestação de Serviços Farmacêuticos à comunidade deve ser priorizada, enquanto as atividades

de cunho administrativo-operacional dever ser delegada, na medida do possível, aos auxiliares, com supervisão direta e objetiva do farmacêutico.

Dentre os diversos Serviços Farmacêuticos que podem ser oferecidos à comunidade, a Dispensação, por dispender poucos recursos e ser capaz de identificar de maneira satisfatória problemas relacionados a medica-mentos, deve ter preferência sobre os demais. Neste contexto o farma-cêutico comunitário tem autonomia para

programar suas atividades conforme as peculiaridades da unidade e nível de atenção em que está inserido, oferecendo Cuidados Específicos, como por exemplo, Consultas e Acompanhamento Farmaco-terapêutico.

A avaliação individual, cerne da dispensação, deve cobrir necessariamen-te alguns pontos importantes, para tanto se sugere que sua execução seja sistemática, de modo que sua descrição se assemelha a um processo, isto é, uma sequencia ordenada de tarefas. A concepção da dispensação como um processo é apoiada por diversos autores como (FERREIRA et al., 2013, IGLÉSIAS-FERREIRA, 2009 e DADER et al., 2007), e pode ser resumida nos seguintes passos:

- Efetuar a leitura da prescrição e avaliar sua validade como documento: presença de data, assinatura e numero de registro do conselho do profis-sional prescritor, legibilidade e demais requisitos interpostos pela legisla-ção sanitária vigente;

Em caso de tratar-se de receituário inválido e/ou ilegível o receituário deve ser cordialmente recusado, devolvido ao usuário, informando, prefe-rencialmente através de formulário específico o motivo da recusa - veja os Formulários no anexo B.

- Identificar se o requerente será o usuário do medicamento, e qual a rela-ção do usuário, através de perguntas simples;

Entende-se que a dispensação, como serviço, só pode ser dirigida ao usuário do medicamento, doravante denominado paciente, ou ao seu cuidador. Em caso de requisição por terceiros, haverá a somente a distri-buição do medicamento.

Há duas relações possíveis: a primeira vez em que se dará o uso,

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ou uso continuado do medicamento. A perspectiva de avaliação difere-se substancialmente entre elas.

- Entrevistar o paciente, em busca de informações sobre seu estado de saúde, alergias, problemas de saúde e uso de medicamentos;

- Avaliar o uso do medicamento de acordo com as informações obtidas pela entrevista. Um fluxograma simplificado de avaliação farmacêutica está detalhado na figura 06;

- Formular a conduta farmacêutica;

- Solicitar a separação do medicamento ao auxiliar de farmácia, quando disponível;

Orientar o paciente, conforme o medicamento, problema de saúde e conduta formulada após a avaliação, avaliando o grau de entendimento das informações prestadas. É importante que se peça para repetir pontos fundamentais da orientação, assegurando-se de que ele entendeu o uso correto de cada medicamento. Esclarecer os pontos mais importantes e dúvidas existentes.

- Entregar o(s) medicamento(s), conferindo com a prescrição;

- Marcar na receita os itens atendidos e não atendidos e datar a entrega nas duas vias da prescrição;

- Registrar no cadastro do paciente, ou em outro instrumento de registro, as informações pertinentes à dispensação;

- Quando aplicável, acompanhar o uso, os resultados e adesão através de outros Serviços Farmacêuticos.

Figura 6 - avaliação farmacêutica na dispensação. Adaptado de CARDOSO, 2015.

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4.6. Registros da Dispensação

4.6.1. Sistema de Dispensação de Medicamentos – Intranet

Toda distribuição de medicamentos ocorrida nas Unidades informatizadas deve ser registrada na Intranet. O Sistema tem como objetivo fazer o reg-istro da distribuição de medicamentos, auxiliar no controle de estoque e fornecer subsídios para gestores e farmacêuticos na tomada de decisões gerenciais.

O acesso ao Sistema de Distribuição de Medicamentos é autorizado pela GAF, após prévio cadastro de senha na Intranet, a auxiliares e farmacêu-ticos. Para o cadastro de senha, a Central de informática recebe solici-tações através do e-mail [email protected]. As solic-itações devem ser feitas através de e-mail institucional, pelo gestor da unidade ou o próprio farmacêutico.

O acesso ao Sistema de Material e Patrimônio, é concedido somente a farmacêuticos, que devem solicitar a senha, encaminhando mensagem ao e-mail acima, para posterior autorização do gestor do Almoxarifado Cen-tral. A integração com o Sistema de Material e Patrimônio já possibilita a visualização do estoque atual da Farmácia, do histórico de entradas e saídas de medicamentos.

4.6.2. Registro de Serviços Farmacêuticos

Os Serviços Farmacêuticos, ou condutas adotadas durante a dispensação, devem ser registrados usando o Sistema Ambulatorial (SICAA – Sistema de Informação de Consulta e Atendimento Ambulatorial). Trata-se de um prontuário eletrônico multiprofissional, que reúne informações sobre os atendimentos prestados àquele usuário no âmbito daSMS.

Todos os farmacêuticos devem possuir acesso ao Sistema Ambulatorial, e para registrar seus procedimentos, devem efetuar log-in na Intranet, clicar em Atendimento Ambulatorial/Urgência (Figura 07). No menu principal, cli-car em Outros Profissionais de Nível Superior, (Figura 08).

Figura 08 - tela de registro de atividades

Figura 07 - tela de acesso à Internet

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4.7. Organização das Referências Municipais para Dispensação de Medicamentos

Farmácias Distritais, CAIS, CIAMS, Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica (CRDT), Centro de Referência em Ortopedia e Fisioterapia (CROF), Hospital e Maternidade Dona Iris e Ambulatório Municipal de Psi-quiatria - Dispensam medicamentos para todo usuário morador de Goiâ-nia independente do seu endereço.

- CRASPI - Dispensa medicamentos para todo usuário acima de 60 anos, morador de Goiânia independente do local do atendimento;

- Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e CSF - Dispensa medicamen-tos somente para usuários que consultaram com a própria equipe ou que foram referenciados pela equipe para atendimento em outra instituição;

- Maternidade Nascer Cidadão - dispensam medicamentos exclusivamen-te para os usuários que foram atendidos na respectiva unidade - Emergência - Os medicamentos injetáveis são administrados na própria Unidade de Saúde e em hipótese alguma são fornecidos para o usuário levá-los para casa. Neste caso o usuário pode ser atendido em qualquer Unidade de Saúde, independente do seu endereço;

4.7.1. Dispensação de Medicamentos dos Programas de Saúde

- Programa de Suplementação do Ferro, Diabetes e Hipertensão: os medi-camentos estão disponibilizados em todas as unidades de saúde;

- Programa do Tabagismo: os medicamentos são disponibilizados nos CAIS, CIAMS e CRASPI para usuários vinculados ao Programa;

- Programa do Renal Crônico: os medicamentos são disponibilizados na Farmácia Distrital Central, para usuários vinculados ao Programa e cadas-trados no Departamento de Controle e Avaliação;

- Programa DST/AIDS: os medicamentos são disponibilizados nos CAIS, CIAMS e CRDT – O medicamento é dispensado mediante receita conten-do o número de Notificação;- Programa da Toxoplasmose: os medicamentos são disponibilizados no

CRDT, CAIS e CIAMS;

- Programa Suplementação de Vitamina A: as cápsulas de Vitamina A de 100.000ui e 200.000ui são disponibilizadas nas unidades de saúde para crianças de 6 a 59 meses de idade, que não estejam em uso de polivita-mínicos que contenha a Vitamina A em sua composição;

- Programa Meningite por Contato: Os medicamentos são disponibiliza-dos nas Unidades de Saúde de Referencia de cada Distrito Sanitário. Os medicamentos são dispensados mediante receita contendo o número de notificação;

- Programa H1N1: Os medicamentos são disponibilizados nas Unidades de Urgência. Os medicamentos são dispensados mediante receita con-tendo o número de notificação;

- Programa Gestante com Sífilis e parceiro: Os medicamentos são dispo-nibilizados aos CAIS, CIAMS e alguns Centros de Saúde. O medicamento é dispensado mediante receita e envio da ficha de notificação ao Distrito Sanitário.

- Hanseníase e Tuberculose: os medicamentos são disponibilizados nas unidades de saúde de acordo com a notificação dos casos;

- Talidomida: o medicamento é disponibilizado na farmácia do CRDT;

- HIV: A referência para Dispensação de antiretrovirais é o CRDT;

- Dispensação de Medicamentos ao servidor acidentado com material bio-lógico: o primeiro atendimento é feito em todas as Unidades de Urgência, Maternidade Nascer Cidadão e Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica). O resultado do teste rápido é encaminhado ao CRDT, onde será considerado se o paciente é negativo ou positivo. Se identificado como Positivo, o servidor deverá se encaminhado tratamento medicamen-toso com outros antirretrovirais;

- Dispensação de medicamentos não padronizados em listas oficiais: Far-mácia de Medicamentos e Insumos Especiais. Para ter acesso a esses medicamentos, o paciente deve atender a critérios específicos, compro-vados por receituário e relatório médico, expedidos no âmbito do SUS, e

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demais documentos exigidos para distribuição, com os quais será aberto um processo administrativo, submetido à análise da Gerência de Bens e Insumos Não Padronizados. A demanda será avaliada com a emissão de parecer, favorável ou não. Em caso de decisão favorável, a Farmácia de Medicamentos e Insumos Especiais providenciará a compra para o aten-dimento. Ressalta-se que o farmacêutico deve incentivar a prescrição de medicamentos elencados nas listas oficiais;

- Medicamentos listados do Programa Farmácia Popular do Brasil: Unida-des da rede conveniada, nomeada como Aqui tem Farmácia Popular (com diferenças entre as listas de medicamentos disponíveis). Trata-se de um programa em parceria com o Governo Federal, que fornece medicamen-tos a todos que apresentarem receituário médico válido, não necessaria-mente prescritos na DCB, provenientes da rede pública ou particular.

4.8. O Farmacêutico Como Supervisor de Estágio

4.8.1. O Estágio

Participar e colaborar para formação dos profissionais está entre as ativi-dades dos servidores da área da saúde e essa atribuição é um princípio constitucional.

“Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribui-ções, nos termos da lei:[...]III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;” (BRASIL, 1988)

Assim, todos os profissionais de saúde, e especialmente, os farmacêuti-cos devem conhecer e se apropriar das atribuições envolvidas no proces-so de formação profissional pertinentes e necessárias ao desenvolvimen-to pleno de suas funções.

As informações contidas neste Protocolo visam orientar e informar aos profissionais farmacêuticos da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia os procedimentos a serem adotados para a prática dos estágios, e outras práticas de ensino definidos no COAPES (Coordenação de Aperfeiçoa-mento de Pessoas de Nível Superior) e/ou outros convênios institucionais.

Importante ressaltar que os deveres, obrigações, normas e procedimentos citados neste Protocolo não excluem aqueles previstos na Lei do Estágio – Lei N ° 11.788, de 25 de setembro de 2008.

4.8.2. Conceitos

O estágio pode ser definido como:

“Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no am-biente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na moda-lidade profissional da educação de jovens e adultos”.

De acordo com o Art. 3º da Lei N ° 11.788/2008, a atividade de estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza.

4.8.2.1. Preceptor, Supervisor, Tutor e Mentor: Diferenças

Desde os primórdios da educação se faz essencial a presença de um pro-fissional experiente que auxilia na formação daqueles que ingressam na carreira da área da saúde.

Esses profissionais, desde então, recebem diferentes denominações, que acabam por gerar certa confusão já que não há consenso quanto à função exercida por cada termo.

Os termos preceptor, supervisor, tutor e mentor significam grande varie-dade de funções, intervenções e atividades relacionadas à educação da saúde nos cursos de graduação ou pós-graduação.

O profissional preceptor geralmente não está inserido na academia, mas como profissional da saúde deve estreitar a distância entre teoria e prática para um grupo de pequeno de alunos ou residentes. Deve orientar, com-partilhar experiências e dar suporte para que o aluno se adapte ao exercí-cio da profissão. O preceptor ensina utilizando-se de instruções formais e orienta o aluno estabelecendo objetivos e metas, em que se integram os conceitos e valores da escola e do trabalho. O eixo da preceptoria está na atuação clínica (BOTTI & REGO, 2008).

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O supervisor, assim como o preceptor, estimula a integração en-tre a teoria e prática e geralmente não está inserido na academia. Contudo, suas atividades vão além da atuação clínica uma vez que desperta habilidades como uso adequado do tempo, por meio de priorização de procedimentos e atitudes. Assim, o supervisor atua como facilitador, que encoraja a prática reflexiva, aconselha, ofere-ce suporte pessoal e profissional ao aluno (BOTTI & REGO, 2008).

A atuação do supervisor deve incentivar a melhoria da qualida-de da atuação profissional, o que favorece o próprio profissional e os usuários do sistema de saúde. O aluno deve estar apto a assu-mir maior responsabilidade no cuidado com os pacientes, estabe-lecer com estes relações mais autênticas e desenvolver a autocon-fiança. Assim, o desenvolvimento moral e profissional do aluno são as principais atribuições dos supervisores (BOTTI & REGO, 2008).

O tutor, normalmente está inserido na academia e sua atuação está voltada para a Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL ou ABP), com o objeti-vo de zelar pelo cumprimento do programa do curso. Nesse sentido, identi-fica as necessidades de treinamento do aluno e cuida da qualidade e atua-lização dos professores da instituição de ensino (BOTTI & REGO, 2008).

E, por último, temos o mentor, que orienta e aconselha o aluno na reali-zação dos projetos pessoais, buscando o desenvolvimento interpessoal, psicossocial, educacional e profissional. É aquele que estimula, inspira e, assim, deve ter a capacidade de ouvir, questionar e aconselhar. Não tem o papel de avaliador no processo de aprendizagem (BOTTI & REGO, 2008).

Diante do exposto, nota-se que as funções desempenhadas pelos farma-cêuticos no âmbito da SMS será fundamentalmente a de supervisor de estágio.. Esses profissionais são orientados a desenvolver nos alunos ha-bilidades técnicas profissionais e capacidade de reflexão sobre a prática diária do farmacêutico na área de atuação na SMS.

4.8.2.2 Tipos de Estágio

Quanto ao tipo, o estágio pode ser classificado como curriculares obriga-tórios e não obrigatórios.

Conforme o Art. 2º, § 1º e § 2º da Lei N ° 11.788/2008, o estágio curricular obrigatório deve ser definido no projeto do curso e o cumprimento de sua carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma. O Curri-cular não obrigatório é desenvolvido como atividade opcional e sua carga horária é acrescida à carga horária regular e obrigatória.

Os estágios são componentes curriculares, inerentes e complementares à formação acadêmica e profissional, sendo desenvolvidas ao longo do curso como parte do processo de ensinar e aprender, de articulação teoria e prática e como forma de interação entre a Instituição Educativa e as organizações de saúde.

É importante ressaltar que a realização dos estágios curriculares deverá cumprir com as premissas do COAPES e, na falta dele, será necessária a celebração de convênio entre a instituição de ensino e a instituição con-cedente (SMS). A celebração deste convênio não gera nenhum tipo de remuneração para o estagiário ou para o supervisor do estágio.

Por se tratar de uma atividade fundamental para a formação, o estágio é desenvolvido sob a orientação de um professor do curso, com o acompa-nhamento do coordenador de estágios e a colaboração de profissionais qualificados no campo da Assistência Farmacêutica.

4.8.3 Competências para supervisão do estágio curricular

A supervisão dos estágios curriculares é uma atividade a ser desenvolvida pelos profissionais farmacêuticos da SMS de Goiânia, conforme as pac-tuações entre as instituições envolvidas.

Os farmacêuticos que atuam na docência e os que atuam na assistência propriamente dita conhecem a importância do comprometimento dos no-vos profissionais com o Sistema Único de Saúde (SUS). Desde a perspec-tiva da Reforma Sanitária, os Ministérios da Educação e da Saúde bus-cam integrar as áreas de ensino e serviço para atender os pressupostos do SUS e a m de aproximar os estudantes de graduação e pós-graduação

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à realidade de vida e saúde da população brasileira.

Ser supervisor do estágio não envolve apenas capacidade técnica, como também elementos éticos, criatividade e iniciativa no trabalho, tanto com relação à equipe como com relação aos estudantes.

A principal função do supervisor farmacêutico está em assumir o papel de elo entre a teoria oferecida pelo curso e a prática que só o trabalho em saúde pode oferecer. Para isso, o farmacêutico deve estar preparado para compartilhar com seus supervisionados os conhecimentos e experiências que possui, entendendo que as situações cotidianas do trabalho são ricas para o aprendizado do estudante.

O supervisor deve estar atento às necessidades do aluno e deve consi-derar que algumas atividades do seu cotidiano no trabalho já se tornaram corriqueiras, o que pode levá-lo a desconsiderar a atividade ou situação como oportunidade de aprendizado. O aluno precisa ser estimulado ao exercício da problematização, com a identificação de problemas e a bus-ca de soluções práticas e viáveis para os mesmos. Nessas condutas, o aluno deve ser acompanhado diretamente pelo supervisor, para realize a tomada de decisões e para que se sinta seguro ao mobilizar valores, es-tabelecer raciocínio, enfrentar dilemas e decidir o que seja melhor e mais justo para aqueles que buscam os serviços de saúde.

É essencial que o supervisor tenha compromisso com as propostas de formação desenvolvidas pela institu-ição de ensino e pela SMS. A supervi-são só alcançará seus objetivos se houver comunicação clara e constante entre o farmacêutico supervisor e a instituição de ensino e se o estagiário se sentir acolhido não apenas pelo supervisor, mas também pela equipe e pela comunidade. Para tanto, é necessário que o farmacêutico prepare o ambiente de trabalho para que a proposta seja bem aceita por todos os envolvidos. O supervisor é referência para o aluno, mas a equipe pode e deve auxiliar no processo de aprendizagem.

A ética deve estar presente em todas as atividades do profissional, pois o supervisor é um modelo na formação dos estudantes e deve agir com adequação, postura investigativa e respeito aos colegas, comunidade e ao patrimônio público.

No processo de estágio, o aluno deve se conscientizar de que as neces-

sidades dos usuários do SUS são de sua responsabilidade, já que é parte integrante do serviço. Para tanto, é essencial que conheça os princípio e pilares que sustentam do SUS e sejam estimulados ao trabalho em equi-pe.

Linhas de comunicação adequadas entre supervisor e estudante devem ser estabelecidas de forma clara e adequada para que o aluno se sinta seguro e acolhido para que possa vivenciar a experiência do estágio de acordo com os objetivos propostos pelo programa de estudo e para que tenha suas expectativas pessoais atendidas.

4.8.4 Finalidade e Objetivos do Estágio Curricular

Os Farmacêuticos das unidades de saúde da SMS de Goiânia acompa-nham as atividades de estágio curricular desenvolvidas pelos acadêmicos a uma instituição de ensino nos termos do COAPES ou Convênio com a mediação da Escola Municipal de Saúde Pública e com ciência da gestão.

O estágio tem como propósito aproximar o acadêmico da realidade pro-fissional, com vistas ao aperfeiçoamento técnico, cultural, científico e pe-dagógico de sua formação acadêmica, no sentido de prepará-lo para o exercício da profissão e da cidadania.

Dessa forma, o estágio realizado nos espaços de atividades assistenciais e de gestão da SMS visa preparar o estudante da área da saúde, espe-cialmente o estudante de farmácia e residentes multiprofissionais, para o ingresso no mercado de trabalho no serviço público por meio da realiza-ção de atividades nas diversas áreas de atuação, propiciando a aquisição de vivência profissional, com os objetivos de:

I - Oportunizar ao acadêmico um contato mais direto e sistemático com a realidade profissional, visando à concretização dos pressupostos teóricos, associados à determinadas práticas específicas;

II - Capacitar o estagiário para atividades de investigação, análise e inter-venção na realidade profissional específica;

III - Possibilitar ao estagiário a aplicação dos conhecimentos adquiridos no curso;

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IV - Proporcionar ao estagiário o contato com novas alternativas de traba-lho e de produção;

V - Viabilizar a aquisição de experiências em situações concretas, relacio-nadas com a área de conhecimento do curso;VI - Possibilitar ao estagiário a construção de suas próprias condutas (afe-tivas, cognitivas e técnicas) a partir da situação em que se encontra, frente a um futuro desempenho profissional;

VII - Levar à comunidade os resultados obtidos nas atividades de estágio, tendo em vista o papel da universidade, no sentido da disseminação do conhecimento produzido.

4.8.5 Estrutura Organizacional dos Estágios Curriculares

A estrutura organizacional dos estágios está representada pelos seguintes componentes:

I - Coordenação de estágio, vinculada a instituição de ensino;

II - Professor orientador de estágio, vinculado à instituição de ensino;

III - Supervisor de estágio, farmacêutico vinculado à SMS;

IV – Estagiário, devidamente matriculado na instituição de ensino.

De forma geral, cabe ao Farmacêutico Supervisor de estágio na unidade de saúde:

- Planejar, acompanhar e avaliar as atividades de estágio juntamente com o estagiário e o professor orientador;

- Preencher formulários de avaliação e encaminhar à Coordenação de estágio.

Cabe aos estagiários as seguintes atribuições:

- Conhecer o planejamento do estágio e solicitar esclarecimentos sobre o processo de avaliação de seu desempenho;

- Solicitar orientações e acompanhamento do professor e/ou supervisor do estágio sempre que isso se fizer necessário;

- Solicitar à coordenação de estágio a mudança de local de estágio, me-diante justificativa, quando as normas estabelecidas e o planejamento do estágio não estiverem sendo seguidos.

Serão considerados campos de estágios as unidades de saúde da SMS de Goiânia que possam oferecer aos estudantes estrutura condizente com seu programa de aprendizagem, sempre sob a supervisão de um profis-sional farmacêutico.

4.8.6 Preparação do Estagiário Curricular

Com a antecedência necessária, os acadêmicos passam por um progra-ma de treinamento, ministrado pelo professor orientador, abrangendo, no mínimo, os seguintes aspectos:

I - Conhecimento das normas vigentes sobre estágios;

II - Informações sobre o campo de estágio, os termos de convênio e o termo de compromisso de estágio;

III - Preparação psicológica, objetivando o estabelecimento de um bom relacionamento na equipe, no

trabalho, na comunidade e na realidade sociocultural da região em que for atuar;

IV - Orientações quanto aos aspectos éticos, jurídicos e sociais da profis-são, importantes durante a realização do estágio, para a formação de um per l mais maduro e profissional do estagiário.

4.8.7 Sistema de Avaliação

O aproveitamento do estudante no estágio será avaliado sob o aspecto profissional e atitudinal, no desempenho do programa, conforme critérios estabelecidos pela instituição de ensino e professor orientador.

O supervisor do estágio deve observar e avaliar os alunos em situação de

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aprendizagem, como um balanço periódico da evolução do estudante nes-se processo. Deve ser voltada á sua formação e não funcionar como um boletim, de caráter punitivo, que será apresentado à instituição de ensino.

A jornada de atividade em estágio curricular obrigatório a ser cumprida pelo estudante deverá ser compatível com seu horário escolar, conforme o Art. 5° da Lei n° 6.494, de 07/12/77, e com o funcionamento do órgão ou entidade concedente do estágio e nunca ser superior a 30 (trinta) horas semanais.

Serão computadas como horas estagiadas, somente as horas de efetiva atividade, comprovada pelo controle de frequência assinado pelo supervi-sor de estágio da unidade de saúde.

5. SERVIÇOS FARMACÊUTICOS NO ÂMBITO DA SMS

Para que as ações da Assistência Farmacêutica atendam às necessida-des de saúde da comunidade, o farmacêutico precisa conhecer a história, a estrutura do serviço de saúde e da Assistência Farmacêutica no muni-cípio e nas unidades de saúde, os processos de trabalho, o per l demo-gráfico e epidemiológico, assim como as condições de vida e saúde da população local.

Da mesma forma, é fundamental que o farmacêutico esteja articulado com a equipe de saúde na perspectiva de que a Assistência Farmacêutica faça parte das ações de saúde do município.

Esse profissional deve atuar junto à equipe multiprofissional na busca da identificação dos problemas, sua hierarquização, estabelecimento de prio-ridades, definição das estratégicas e ações para intervenção e os obstá-culos a serem superados para atingir a dimensão integral da Assistência Farmacêutica.

Para o desenvolvimento integral de suas ações é necessário que o far-macêutico conheça a distribuição das funções, das responsabilidades, da ordem de execução e se insira em um fluxo de comunicação para que as atividades estabelecidas sejam exercidas com qualidade e de forma padronizada, de acordo com o tipo de serviço farmacêutico que exerce. Essa compreensão possibilita a escolha de critérios de acompanhamento e avaliação para identificar, de forma continuada, se os objetivos e metas

estão sendo atingidos.

Sendo assim, a farmácia deve dispor de recursos humanos suficientes, mobilizados e comprometidos com a organização e a produção de ser-viços que atendam às necessidades da população. As atribuições e res-ponsabilidades individuais devem estar formalmente descritas e perfeita-mente compreendidas pelos envolvidos, que devem possuir competência suficiente para desempenhá-las. O quantitativo desses recursos varia conforme o número de atendimentos diários e a complexidade do serviço prestado pela farmácia.

A capacitação de todos os funcionários para atuar na farmácia é indis-pensável e é fundamental que o gestor da saúde e o responsável pela farmácia desenvolvam e mantenham um plano de educação permanente para esses profissionais.

É fundamental que os farmacêuticos permaneçam identificados e unifor-mizados (fazendo uso de jaleco e crachá, se possível), de modo a facilitar a identificação pelos usuários e para assegurar a proteção do funcionário, do usuário e do produto, evitando, assim, a contaminação e danos à saú-de.

Diante dessa perspectiva, a Assistência Farmacêutica na SMS de Goiâ-nia apresenta componentes com aspectos de natureza técnica, científica e operativa, de acordo com a complexidade do serviço, necessidades e finalidades. No entanto, a organização da Assistência Farmacêutica em Goiânia tem como objetivo constante superar a fragmentação entre esses componentes e as diversas áreas do sistema, mediante definição de flu-xos na construção de um conjunto articulado e sincronizado, que influen-cia e é influenciado pelas áreas dos serviços de saúde.

5.1. Atribuições e Tarefas do Farmacêutico na Gerência de Assistên-cia Farmacêutica:

- Estruturar e coordenar as atividades da Comissão de Farmácia e Te-rapêutica;

- Formular políticas, normas e diretrizes para efetivação da AF nas di-versas áreas do ciclo logístico, considerando os recursos disponíveis e definindo as metas anuais;

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- Elaborar indicadores de gestão para garantir o acesso e o uso racional de medicamentos e acompanhamento das ações;

- Propor, supervisionar, monitorar e avaliar a política de Assistência Farmacêutica no município de Goiânia, visando melhoria do acesso com qualificação dos serviços;

- Inserir o capítulo de AF no Plano Municipal de Saúde;

- Monitorar os recursos financeiros relacionados à AF prestando contas às instâncias cabíveis quando necessário;

- Acompanhar a execução das ações de AF no Plano Plurianual de Saúde;

- Normatizar a dispensação de medicamentos nas farmácias da Secre-taria Municipal de Saúde;

- Identificar o déficit de profissionais, a m de garantir a presença do farmacêutico em todos os estabelecimentos de saúde do município, cum-prindo as diretrizes da Lei 13.021/14;

- Regularizar as farmácias das Unidades de Saúde, informando os vín-culos dos farmacêuticos ao CRF-GO;

- Promover a qualificação de RH por meio de educação permanente;

- Realocar profissionais farmacêuticos em outras Unidades conforme necessidade do serviço, per l e habilidades do profissional;

- Participar efetivamente da Câmara Técnica do Conselho dos Secretá-rios Municipais de Saúde- COSEMS-, representando a Secretaria Munici-pal de Saúde, em caso de discussões sobre medicamentos, fornecendo subsídios técnicos para tomadas de decisão do Secretário Municipal de Saúde;

- Planejar e programar a aquisição de medicamentos para abastecimen-to das unidades de saúde;

- Acompanhar a distribuição de medicamentos realizada pela Central de Abastecimento Farmacêutico- CAF, nas Unidades de Saúde;

- Trabalhar em conjunto com a Vigilância Sanitária, monitorando os desvios de qualidade dos medicamentos nas farmácias das Unidades de saúde do município de Goiânia;

- Articular com outros setores de saúde ( Gerências e Departamentos), à m de colaborar para o bom funcionamento dos programas e ações de saúde, no que se refere à aquisição e distribuição de medicamentos;

- Oferecer suporte técnico à Farmácia de Insumos e Medicamentos Es-peciais, Farmácias Distritais e Farmácias Populares;

- Promover a descrição técnica e solicitar codificação dos medicamentos para compor o catálogo do Sistema da Secretaria Municipal de Tecnologia e Ciências (SETEC);

- Gerenciar o Sistema de Material e Patrimônio das Farmácias;

- Avaliar ofícios e outras demandas judiciais acerca do fornecimento de medicamentos;

- Responder demandas da Ouvidoria quando encaminhadas a esta Ge-rência;

- Exercer outras atividades compatíveis com as suas funções ou que lhe forem atribuídas pelo Diretor de Atenção à Saúde;

- Atuar como preceptor e/ou supervisor de estágio a acadêmicos.

5.2. Atribuições e Tarefas do Farmacêutico na Gerência de Abasteci-mento e Suprimento da Rede:

- Sintetizar os pedidos de medicamentos e produtos para saúde;

- Realizar acompanhamento contínuo dos processos, verificando a exis-tência de outros em andamento;

- Avaliar e autorizar as solicitações de remessa extra de medicamentos

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e insumos;

- Utilizar e alimentar a ferramenta do BPS;

- Elaborar editais de processos licitatórios, englobando requisitos míni-mos que assegurem a qualidade dos medicamentos; - Gerar no sistema e atualizar os mapas de consumo mensal de acordo com per l de atendimento e demanda da Unidade solicitados pelo farma-cêutico;

- Disponibilizar informações sobre o andamento dos processos de aqui-sições de medicamentos;

- Atuar como preceptor e/ou supervisor de estágio a acadêmicos.

5.3. Atribuições e Tarefas do Farmacêutico na Gerência de Bens Não Padronizados:

- Avaliar e emitir parecer sobre solicitações de medicamentos não pa-dronizados;

- Atuar como preceptor e/ou supervisor de estágio acadêmicos.

5.4. Atribuições e Tarefas do Farmacêutico no Almoxarifado Central:

- Receber, armazenar e controlar o estoque de acordo com as normas sanitárias vigentes;

- Distribuir medicamentos e outros produtos para saúde de acordo com o quantitativo estipulado no Mapa de Consumo Mensal de cada Unidade;

- Definir as prioridades do abastecimento das Unidades, considerando o per l epidemiológico e estoque disponível;

- Solicitar junto a SES os medicamentos do componente estratégico da AF;

- Segregar temporariamente os resíduos de medicamentos comuns e resíduos químicos com validade expirada ou avariados;

- Atuar como preceptor e/ou supervisor de estágio a acadêmicos.

5.5. Atribuições do Farmacêutico nas Unidades que Atendem a Ur-gências e Emergências:(Incluem-se nesta categoria os Centros de Atenção Integral a Saúde-CAIS, Maternidade Nascer Cidadão, Centro de Referência em Ortope-dia-CROF, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência-SAMU, Centros Integrados de Assistência Médica à Saúde-CIAMS e Unidades de Pronto Atendimento-UPA).

- Dispensar medicamentos, reconhecendo a dispensação como um ser-viço, fundamentada na orientação mediante avaliação individual.

- Registrar o processo de dispensação (ou supervisionar o registro) no sistema informatizado utilizado pela SMS para este m.

- Registrar o atendimento e os serviços farmacêuticos no prontuário do paciente e/ou no sistema informatizado utilizado pela SMS para este m (SICAA), quando aplicável.

- Assegurar que o serviço farmacêutico seja

padronizado, unificado e humanizado em todo período.

- Realizar a Gestão de estoques, reconhecendo-a como as etapas de seleção, programação, aquisição, armazenamento e distribuição, median-te fortalecimento das atividades técnico-gerenciais.

- No caso específico dos psicotrópicos, o balanço deve ser feito diaria-mente.

- Em caso de não conformidade entre o estoque virtual e o real deve-se averiguar o ocorrido e tomar as medidas cabíveis a m de solucionar o problema e evitar danos à saúde dos pacientes.

- Articular, com a gestão local, a inclusão do serviço de farmácia no pla-nejamento e avaliação da unidade.

- Prover informação à equipe assistencial e à população, através de

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Protocolo de Assistência Farmacêutica da SMS de GoiâniaProtocolo de Assistência Farmacêutica da SMS de Goiânia

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material informativo e educação permanente.

- Promover a adesão dos prescritores à REMUME através da divulgação contínua.

- Divulgar e orientar quanto às normas de prescrição no âmbito da SMS.

- Notificar as Reações Adversas a Medicamentos (RAM), Desvios da Qualidade e Queixas Técnicas.

- Contribuir na divulgação de alertas sanitários referentes a medicamen-tos.

- Elaborar e implantar os POPs contemplando todas as atividades de-senvolvidas na farmácia e supervisionar seu cumprimento.

- Monitorar e/ou supervisionar o registro da temperatura/umidade do ambiente e dos refrigeradores que armazenam medicamentos.

- Criar estratégias para identificar possíveis erros de medicação e RAM.

Participar e promover atividades de educação em saúde e do uso racional de medicamentos.

- Prestar serviços clínicos farmacêuticos e as devidas intervenções para usuários que necessitem de maiores cuidados farmacoterapêuticos de acordo com o per l de atendimento de cada unidade.

- Realizar a prescrição farmacêutica conforme legislação vigente.

- Solicitar exames laboratoriais no âmbito de sua competência profissio-nal com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia.

- Realizar os serviços de cuidado farmacêutico a m de otimizar a farma-coterapia proposta e minimizar problemas relacionados a medicamentos.

- Participar ativamente de atividades que envolvam a equipe multi-dis-ciplinar assim como elaborar, acompanhar e avaliar projetos terapêuticos construídos com esta equipe;

- Atuar como preceptor e/ou supervisor de estágio a acadêmicos.

5.6. Atribuições do Farmacêutico nas Unidades de Referência em Dispensação de Medicamentos:(Incluem-se nesta categoria o Centro de Referência em Atenção à Pes-soa Idosa-CRASPI, Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica-CRDT, Centros de Atenção Psicossocial-CAPS, Farmácia Distrital, Far-mácia Popular, Farmácia de Insumos Básicos e Medicamentos Especiais, Farmácia Ambulatorial da Maternidade Dona Iris e Ambulatório Municipal de Psiquiatria)

- Dispensar medicamentos, reconhecendo a dispensação como um ser-viço, fundamentada na orientação mediante avaliação individual.

- Registrar o processo de dispensação (ou supervisionar o registro) no sistema informatizado utilizado pela SMS para este m.

- Registrar o atendimento e os serviços farmacêuticos no prontuário do paciente e/ou no sistema informatizado utilizado pela SMS para este m (SICAA).

- Assegurar que o serviço farmacêutico seja padronizado, unificado e humanizado em todo período.

- Realizar a Gestão de estoques, reconhecendo-a como as etapas de seleção, programação, aquisição, armazenamento e distribuição, median-te fortalecimento das atividades técnico-gerenciais.

- No caso específico dos psicotrópicos, o balanço deve ser feito diaria-mente.

- Em caso de não conformidade entre o estoque virtual e o real deve-se averiguar o ocorrido e tomar as medidas cabíveis a m de solucionar o problema e evitar danos à saúde dos pacientes.

- Divulgar para os prescritores, demais profissionais e usuários o esto-que atual da farmácia da unidade.

- Promover a adesão dos prescritores à REMUME através da divulfiga-ção contínua.

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Protocolo de Assistência Farmacêutica da SMS de GoiâniaProtocolo de Assistência Farmacêutica da SMS de Goiânia

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- Divulgar e orientar quanto às normas de prescrição no âmbito da SMS.

- Capacitar o pessoal de apoio a realizar o serviço de acordo com a ne-cessidade e rotina da farmácia da unidade.

- Prover informação à equipe assistencial e à população, através de material informativo e educação permanente.

- Notificar as Reações Adversas a Medicamentos, Desvios da Qualidade e Queixas Técnicas.

- Contribuir na divulgação de alertas sanitários referentes a medicamen-tos.

- Elaborar e implantar os POPs contemplando todas as atividades de-senvolvidas na farmácia e supervisionar seu cumprimento.

- Monitorar e/ou supervisionar o registro da temperatura/umidade do ambiente e dos refrigeradores que armazenam medicamentos.

- Criar estratégias para identificar possíveis erros de medicação e RAM.

- Participar e promover atividades de educação em saúde e do uso ra-cional de medicamentos.

- Prestar serviços clínicos farmacêuticos e as devidas intervenções para usuários que necessitem de maiores cuidados farmacoterapêuticos de acordo com o per l de atendimento de cada unidade.

- Realizar a prescrição farmacêutica conforme legislação vigente.

- Solicitar exames laboratoriais no âmbito de sua competência profissio-nal com a finalidade de monitorar os resultados da farmacoterapia.

- Realizar os serviços de cuidado farmacêutico a m de otimizar a farma-coterapia proposta e minimizar problemas relacionados a medicamentos.

- Participar ativamente de atividades que envolvam a equipe multidis-ciplinar assim com elaborar, acompanhar e avaliar projetos terapêuticos

construídos com esta equipe.

- Realizar visitas domiciliares, atendimento compartilhado, acolhimento e outros que lhe diz respeito como membro de equipe multidisciplinar.

- Coordenar e participar de grupos e oficinas terapêuticas.

- Atuar como preceptor e/ou supervisor de estágio a acadêmicos.

5.7. Atribuições do Farmacêutico na Atuação em Distritos Sanitá-rios:

- Supervisionar as unidades de saúde da região, verificando o cumpri-mento das normas referentes ao armazenamento, dispensação, registro no sistema informatizado e outros;

- Fazer o planejamento, controle do estoque, recolhimento e remaneja-mento de medicamentos nas unidades em que ocorrem entrega de medi-camentos;

- Capacitar as equipes de saúde, auxiliares de farmácia, técnicos e far-macêuticos com apoio da GAF;

- Remanejar medicamentos entre as unidades e distritos;

- Avaliar e encaminhar remessas e requisições extras de medicamentos via GAF;

- Planejar e solicitar ao Almoxarifado por meio do consolidado dos ma-pas mensais das unidades os medicamentos dos programas do Ministério da Saúde, bem como sua distribuição;

- Descentralizar as informações relacionadas à Assistência Farmacêuti-ca para as unidades de saúde;

- Manter um cronograma de reunião com os farmacêuticos das unidades

- Participar da elaboração e implantação do manual de gerenciamento de resíduos em saúde e Procedimento Operacionais Padrão;- Identificar necessidades de elaboração de normativas, regulamentos,

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protocolos e participar de grupos de trabalhos na elaboração destes;

- Identificar as necessidades referentes a estrutura física, mobiliários e equipamentos das farmácias e encaminhar pedido a gestão administrati-va;

- Integrar-se à equipe multiprofissional do Distrito Sanitário, participando do planejamento e ações de saúde.

- Atuar como preceptor e/ou supervisor de estágio a acadêmicos.

5.8. Atribuições do Farmacêutico nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASFs:

- Realizar o matriciamento de equipes;

- Dar suporte aos CSFs em questões de equipe multidisciplinar;

- Promover a interlocução entre equipes e serviços que compõem a rede de atenção à saúde;

- Realizar consulta compartilhada;

- Compor grupos de promoção, prevenção e educação em saúde dire-cionada a população e aos demais profissionais;

- Elaborar, acompanhar e avaliar o projeto terapêutico singular em equi-pe multidisciplinar;

- Participar da elaboração e execução de projetos de saúde para o ter-ritório;

- Estimular e participar de ações que envolvam o controle social; Atuar como preceptor e/ou supervisor de estágio a acadêmicos.

5.9. Atribuições e Tarefas do Farmacêutico na Supervisão de Está-gio:

- Participar das reuniões de planejamento pedagógico com os profes-sores de estágio, quando solicitado pela Gerência de Assistência Farma-

cêutica;

- Conhecer ementa e objetivo do estágio;

- Participar de treinamentos e cursos de capacitação e atualização em temas inerentes aos estágios supervisionados;

- Organizar o serviço para que as atividades de estágio possam ser desenvolvidas;

- Oportunizar ao estagiário um contato direto e sistemático com a rotina do serviço;

- Orientar o estagiário nas atividades de estágio; - Fornecer material teórico e normativo da SMS inerente às atividades de estágio e promover sua discussão;

- Possibilitar ao estagiário a aplicação dos conhecimentos adquiridos oferecendo a ele desafios no serviço, ou seja, estimular o estagiário ao exercício da problematização, identificando um problema e buscando so-luções práticas e viáveis considerando suas competências atuais e osobjetivos do estágio;

- Avaliar o estagiário, considerando as dimensões afetivas, cognitivas e técnicas, segundo os padrões acordados com EMSP e IES.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

“O maior bem do homem é uma mente inquieta”Isaac Asimov

Um serviço, palavra que denota o ato de se dar ao outro sob a forma de trabalho, só se justiça e ganha significado quando cumpre sua função e atende a uma demanda do próximo, mesmo que este não a conheça em sua integralidade. Nessa perspectiva um serviço deve conhecer profunda-mente seu cliente, suas necessidades, expectativas e se organizar para atendê-las, equacionando os recursos à sua disposição e organizando seus processos de forma e ciente.

Quando se transpõe essa perspectiva para o âmbito da assistência pú-blica a saúde requer-se ainda dos serviços que sejam econômicos, ao cumprir seu papel social sem dispender recursos em demasia, de maneira transparente e científica, em consonância com as exigências doutrinárias do Sistema Único de Saúde.

Dentre os serviços oferecidos pelo SUS, os Serviços Farmacêuticos ainda trazem peculiaridades, seja por estarem inseridos em uma notória mudan-ça de paradigmas da profissão farmacêutica, seja por que as demandas dos usuários destes serviços são amplas, não bastando somente o aces-so ao medicamento. A qualidade destes Serviços, tanto na dimensão de provimento de acesso a medicamentos essenciais quanto na dimensão de acompanhamento dos resultados da terapia, impactam na qualidade assistencial, tornando a organização, execução e avaliação destes desa-fiadora a gestores e farmacêuticos.

Esse protocolo tem então, a pretenciosa missão de ser um pontapé inicial, um marco em uma esperada e requisitada mudança na Assistência Far-macêutica goianiense. Concebido por mentes

inquietas, endereçado a outras mentes inquietas, propondo-se a servir como ferramenta para padronização e conciliação entre farmacêuticos de diferentes unidades e níveis de atenção.

Reconhecidamente este Protocolo não terá o poder para mitigar as barrei-ras que se interpõem à consolidação das farmácias públicas de Goiânia como provedoras de serviços, como o abismo entre a demanda e a dis-

ponibilidade de recursos humanos, ou as instalações físicas pouco huma-nizadas, ou ainda do desabastecimento que, em maior ou menor grau, castiga o usuário. Este Protocolo tem o poder de provocar inquietude e suscitar uma reorganização, com foco nos processos e avaliação dos re-sultados, requisitos para um serviço de boa qualidade, que atenda às ne-cessidades do usuário do SUS.

Atendimento de qualidade, esse é o objetivo abraçado pela Gerência de Assistência Farmacêutica, e todos os colaboradores que se empenharam para construção deste instrumento. Cabe a cada farmacêutico, auxiliar ou qualquer outro participante da Assistência Farmacêutica Municipal, abra-çar também este objetivo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOTTI, Sérgio Henrique de Oliveira; REGO, Sérgio. Preceptor, supervisor, tutor e mentor: quais são seus papéis?. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro , v. 32, n. 3, p. 363-373, Set. 2008 .

CLAUMANN, R.C.N. O farmacêutico e a atenção farmacêutica no novo contexto da saúde. 2003. 95f. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção – Uni-versidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.

COSTA, E.M.B. Encontro farmacoterapêutico. Revista eletrônica de farmácia. v. 4, n. 1, p. 27-31, 2007. Disponível em: https://revistas.ufg.br/REF/article/viewFi-le/2118/2065. Acesso em: 02/11/16.

DÁDER, María José Faus; MUÑOZ, Pedro Amariles; MARTÍNEZ, Fernando Martí-nez. Atención farmacéutica: conceptos, procesos y casos prácticos. Ergon, 2008.

EN FARMACIA, Foro de Atención Farmacéutica. Comunitaria, panel de expertos. Guía práctica para los servicios de atención farmacéutica en la farmacia comuni-taria. Ed. Consejo General de Colegios O ciales de Farmacéuticos. Madrid, 2010.

FERREIRA, T. X. A. M.; Descrição e avaliação de um modelo de serviço de dispen-sação de uma Farmácia Universitária em Goiânia, Goiás, Brasil. (Tese) Ciências da Saúde - Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2013.

IGLÉSIAS-FERREIRA, P. Manual de dispensação farmacêutica, 2009.

MARIN, N.; LUIZA, V.L.; OSÓRIO, C.G.S; MACHADO, S.S. Assistência Farma-cêutica para Gestores Municipais de Saúde. Rio de Janeiro: OPAS/OMS, 2003, 336 p.

RODRIGUES, Carla Daiane Silva. Competências para preceptoria: construção no Programa de Educação pelo Trabalho para saúde. Disser-tação de Mestrado – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre 2012.

WANNMACHER L. ; FERREIRA M.B. Normalização da prescrição medicamento-sa. In: Fuchs FD, Wannmacher L, editores. Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional. p.54-9. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998.

ANEXOS

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ANEXO A

Fluxo de Aquisição de Medicamentos na Secretaria Municipal de Saúde

Acompanhar entregas

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Encaminhar memorandocom a demanda

Detecção da demanda

Há outro processo?

SIM

NÃO Abrir processo

Realizarcotação

Encaminhar cotação

à área técnica

Recebercotações

Os itens cotados atendem às

especificações?

NÃO

SIM

Recusar e encaminhar adenúncia à

Gerência de Compras

Encaminhar cotações aceitas ao gabinete

Aprovarprocesso

Reserva de recurso,elaboração e

validaçãodo edital

Emitir pareceres sobreos itens licitados

Assinar o extrato de resultado do pregão

Solicitar a publicação do resultado

Solicitar autorizaçãopara execução

da despesa

Fazer empenho

Verificar se o ganhador possui

débito com a Administração

Há débito?

Retornarprocesso

NÃO

Encaminhar ao Fundo Municipal

de Saúde

Atestar adespesa

Conferência Jurídica

(Controladoria)

Emitir odem de fornecimento

Encaminhar ordens de fornecimento ao

Almoxarifado Central

Notificar ganhadores

Informar área técnica

Realizar o pregãoHomologar

licitação

Encaminhar à Gerência de Suprimentos

da Rede

Recolher assinaturado Secretário

Figura 09 - Fluxo de Aquisição de Medicamentos na Secretaria Municipal de Saúde

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ANEXO B

Formulário de Justificativa para Devolução de Prescrição

ANEXO C

Legislação Pertinente

Âmbito Federal

Constituição da Republica Federativa do Brasil, 1988.Decreto Federal N° 74170/1974 – Regulamenta a Lei Federal N° 5991/1973.Decreto Federal N° 79094/1977 – Regulamenta a Lei Federal N° 6360/1976.Lei Federal N° 11.788 – Dispõe sobre o estágio de estudante.Lei Federal N° 5991/1973 – Dispõe sobre o comércio farmacêutico e dá outras providências.Lei Federal N° 6360/1976 – Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correla-tos, cosméticos, saneantes e outros.Lei Federal N° 6437/1977 – Configura Infrações à legislação sanitária fe-deral, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. Lei Federal N° 9787/1999 – Dispõe sobre os medicamentos Genéricos.Portaria N° 06/1999 – Aprova a Instrução Normativa da Portaria SVS/MS N° 344/98.Portaria N° 154/2008 – Dispõe sobre a Criação dos NASFPortaria N° 2577/2006 – Aprova o componente de Medicamentos de Dis-pensação Excepcional.Portaria N° 2981/2009 – Aprova o Componente Especializado da Assis-tência FarmacêuticaPortaria N° 2982/2009 – Aprova normas de execução e de financiamento da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica.Portaria N° 344/1998 – Regulamento Técnico sobre substâncias e medi-camentos sujeitos a controle especial.Portaria N° 354/1997 – Regulamento Técnico sobre a dispensação da talidomida.Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de 1998. Dispõe sobre a aprovação da Política Nacional de Medicamentos.RDC 16/2007 – Aprova o regulamento técnico para medicamentos gené-ricos.RDC 27/2007 ANVISA – Institui o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados – SNGPCRDC 306/2004 ANVISA – Institui o gerenciamento de resíduos de servi-

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ços de saúde.RDC 44/2007 – Dispõe sobre as Boas Práticas de Dispensação de Medi-camentos em Farmácias e Drogarias.RDC 58/2008 ANVISA – Estabelece normas para dispensação de Ano-rexígenos.Resolução nº 338 de 06 de maio de 2004 do Conselho Nacional de Saúde – Aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica.Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013 do CFF – Regula a prescri-ção farmacêutica e dá outras providências. Âmbito Municipal

Decreto Municipal Nº 1588/1992 – Dispõe sobre o Código de Saúde do Município de Goiânia.Portaria N° 036/2008 – Institui no âmbito da SMS a escrituração eletrôni-ca dos medicamentos pertencentes à portaria 344/98.Portaria N° 059/2010 – Regulamenta a adoção da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais – REMUMEPortaria N° 067/2010 – Estabelece as diretrizes de funcionamento das Farmácias na rede pública do município de Goiânia.Portaria N° 2101/2006 – Orienta sobre o recebimento de amostras grátis na SMS.Portaria N° 2583/2007 – Estabelece as normas para dispensação de Análogos da Insulina.Portaria N° 321/2008 – Regulamenta as normas para a prescrição de medicamentos por Enfermeiros(as) no âmbito da SMS.Portaria N° 849/2007 – Estabelece normas para a distribuição e controle de receituários de Controle Especial no âmbito da SMS.Portaria Nº 004/2015 – Cria e implanta o Procedimento de Normatização Para a Dispensação de Insumos para Usuários Portadores de Diabetes Mellitus INSULINODEPENDENTES residentes no município de Goiânia.Portaria Nº 146/2008 – Regulamenta a guarda de medicamentos nas farmácias das unidades de saúde no âmbito da SMS.

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