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Proposta N°8490 Situação do OAC: 8 Autor: FRANCISCO ANTONIO RAUBER Estabelecimento: CASTELO BRANCO, C E PRES - E MED NOR PRO Ensino: ENSINO MEDIO Disciplina: GEOGRAFIA Conteúdo: DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO Cor do conteúdo: Problematização do Conteúdo Chamada para a Problematização: A segregação acaba sendo reflexo da ação do Estado, que implementa políticas geradoras de pobreza, desigualdades e de exclusão social. Texto: As cidades são aglomerados humanos que surgem, crescem e se desenvolvem segundo uma dinâmica espacial, definida por circunstâncias históricas e socioeconômicas. Elas apresentam um modo de vida próprio, com seus inúmeros problemas urbanos. Nas cidades concentra-se a maior parte das contradições impostas pelo Capitalismo. Santos (2005) ressalta “... a questão da cidadania, da participação dos habitantes das cidades nas decisões que os afetam e a relação desses habitantes com o espaço urbano. Alerta, porém, que nos países subdesenvolvidos a cidade não têm poder para forçar a evolução regional e de que depende o seu próprio desenvolvimento. As possibilidades de evolução regional são criadas fora da região e da cidade, de acordo com os interesses do mundo industrial (…) tanto maior o subdesenvolvimento regional, tanto menos a cidade tem força para modificá-la, tanto mais ela se ressente da pobreza de sua zona de influência”. Ou seja, a urbanização nos países pobres, apresenta dramáticos aspectos negativos, pois as cidades refletem intensamente as decisões tomadas nos países ricos, seguindo os seus interesses. Muitos problemas nas economias dos países dependentes se traduzem em dificuldades concretas para o dia-a-dia dos seus habitantes. A possibilidade de acesso à moradia, está subordinada ao nível salarial, a DST (Divisão Social do Trabalho) imposta pela economia capitalista onde tudo, inclusive a terra torna-se mercadoria. Conceituar segregação sócio-espacial remete, a discussão “... das feições da pobreza e da desigualdade em suas dimensões objetivas, permanecendo ainda um espaço aberto a ser explorado para a apreensão e compreensão dos processos subjetivos que diferenciam social e individualmente os grupos e segmentos da sociedade que, cada vez mais perdem seu lugar e suas referências enquanto atores/participantes de uma dada comunidade de valores”. (SANTOS E SILVEIRA, 2005). A segregação sócio-espacial está situada como questão de destaque e ganha relevância enquanto problema à medida que o poder público implementa políticas que produzem e reproduzem a pobreza, a desigualdade e a exclusão

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Proposta N°8490Situação do OAC: 8Autor: FRANCISCO ANTONIO RAUBEREstabelecimento: CASTELO BRANCO, C E PRES - E MED NOR PROEnsino: ENSINO MEDIODisciplina: GEOGRAFIA Conteúdo: DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICOCor do conteúdo: Problematização do ConteúdoChamada para a Problematização: A segregação acaba sendo reflexo da ação do Estado, que implementa políticas geradoras de pobreza, desigualdades e de exclusão social.Texto:

As cidades são aglomerados humanos que surgem, crescem e se desenvolvem segundo uma dinâmica espacial, definida por circunstâncias históricas e socioeconômicas. Elas apresentam um modo de vida próprio, com seus inúmeros problemas urbanos.

Nas cidades concentra-se a maior parte das contradições impostas pelo Capitalismo. Santos (2005) ressalta

“... a questão da cidadania, da participação dos habitantes das cidades nas decisões que os afetam e a relação desses habitantes com o espaço urbano. Alerta, porém, que nos países subdesenvolvidos a cidade não têm poder para forçar a evolução regional e de que depende o seu próprio desenvolvimento. As possibilidades de evolução regional são criadas fora da região e da cidade, de acordo com os interesses do mundo industrial (…) tanto maior o subdesenvolvimento regional, tanto menos a cidade tem força para modificá-la, tanto mais ela se ressente da pobreza de sua zona de influência”.

Ou seja, a urbanização nos países pobres, apresenta dramáticos aspectos negativos, pois as cidades refletem intensamente as decisões tomadas nos países ricos, seguindo os seus interesses.

Muitos problemas nas economias dos países dependentes se traduzem em dificuldades concretas para o dia-a-dia dos seus habitantes. A possibilidade de acesso à moradia, está subordinada ao nível salarial, a DST (Divisão Social do Trabalho) imposta pela economia capitalista onde tudo, inclusive a terra torna-se mercadoria.

Conceituar segregação sócio-espacial remete, a discussão “... das feições da pobreza e da desigualdade em suas dimensões objetivas, permanecendo ainda um espaço aberto a ser explorado para a apreensão e compreensão dos processos subjetivos que diferenciam social e individualmente os grupos e segmentos da sociedade que, cada vez mais perdem seu lugar e suas referências enquanto atores/participantes de uma dada comunidade de valores”. (SANTOS E SILVEIRA, 2005).

A segregação sócio-espacial está situada como questão de destaque e ganha relevância enquanto problema à medida que o poder público implementa políticas que produzem e reproduzem a pobreza, a desigualdade e a exclusão

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social.

As desigualdades sociais se materializam na paisagem urbana. Quanto maiores as disparidades entre os diferentes grupos de classes sociais, maiores as desigualdades de moradia, de acesso aos serviços públicos e de qualidade de vida, e maior é a segregação espacial. No entanto, mesmo num bairro de população pobre, essa qualidade pode ser melhorada caso os serviços públicos de educação, saúde, transporte coletivo, entre outros, passem a funcionar de forma adequada.

Essas mudanças positivas têm maiores chances de se concretizarem quando a comunidade se organiza para melhorar o seu cotidiano e reivindicar os seus direitos. Quando isso não acontece, as desigualdades e a exclusão sócio-espacial tendem a se manter, e muitas vezes a aumentar.

A evidência do aumento da violência nos espaços urbanos nas duas últimas décadas e os problemas sociais revela o percurso teórico de ampliação da desigualdade social, apresentando características diversas, como as especificidades territoriais e urbanas.

De acordo com uma pesquisa de 2003, feita pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) intitulada “criminalidade social versus política”, a tendência de crescimento do número de assassinatos no Brasil observado ultimamente somente será amenizada se houver uma queda da desigualdade de renda no país. A violência poderá ser atenuada mais pelo combate ao desemprego e a melhoria da educação do que pela repressão policial. Isso demonstra claramente que o agravamento do problema, é fruto da falta governabilidade do Estado.

Segundo o atual ministro da Justiça, Tarso Genro “... nós temos de desenvolver ações políticas públicas para melhorar a vida e a presença do Estado nas regiões onde as milícias (organizações que buscam ocupar o lugar do Estado nas favelas do Rio de Janeiro) atuam. A mudança não depende apenas da vontade do Governo Federal. Os Estados e os Municípios, nas ações que a questão da segurança pública lhes confere, têm de se associar e aplicar os recursos que lhes são repassados”. (LAGO E COSTA, 2008, p.6)

Os recursos públicos, na sua grande maioria, estão sendo canalizados para o desenvolvimento das áreas urbanas mais abastadas. Esse contraditório processo de desenvolvimento adotado por ações públicas de todos os níveis governamentais, no mundo capitalista, expõe grande parte dos moradores das periferias à exclusão dos direitos sociais básicos como trabalho, saúde e educação de qualidade, assim como o direito à moradia digna, equipamentos públicos e infra-estrutura urbana, o que significa na prática, falta de cumprimento dos direitos básicos do cidadão e conseqüentemente impossibilita a governabilidade por parte do Estado. Ainda de acordo com o Ministro Tarso Genro “é preciso mudar a forma de atuação das polícias, criando a idéia de polícia comunitária. Uma polícia próxima, reconhecida pelo cidadão que possa substituir a milícia na confiança autoritária e compulsória que ela impõe sobre a população” (LAGO E COSTA, 2008).

Neste contexto, a violência urbana deixa de ser uma variável independente para ser considerada uma das manifestações de um conjunto de fatores que

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comprometem a dignidade humana. Atualmente, é mais fácil combater o analfabetismo e a pobreza do que criar novos postos de trabalho.

Qual deveria ser a prioridade das políticas públicas?

O medo da violência urbana impulsionou a criação de condomínios fechados. Buscando segurança e tranqüilidade, muitas pessoas grande poder aquisitivo mudam para este tipo de moradia, que vem se multiplicando nos últimos anos principalmente nas grandes cidades. Embora seja legítimo, do ponto de vista do indivíduo, buscar maior segurança para si e para sua família, esse fenômeno acentua a exclusão social e reduz os espaços urbanos públicos, uma vez que propicia o crescimento de espaços privados e de circulação restrita.

Para Sposito (1989, p.69) é na “... articulação entre os países ‘desenvolvidos’ e ‘subdesenvolvidos’ que está a base do desenvolvimento do capitalismo monopolista, e neste movimento os desenvolvidos subordinam os subdesenvolvidos estabelecendo o que Castells denomina de desenvolvimento dependente”.

Ainda segundo Sposito (1989, p.69) “Os ritmos acentuados de crescimento populacional urbano e a super concentração de capital ... nas metrópoles para criação da infra-estrutura necessária à reprodução capitalista, promoveram um aumento crescente de população não empregada que se aloja e não habita nos maiores centros-urbanos. Este processo de inchaço, manifesta-se numa série de problemas urbanos”.

A atual realidade é fruto de uma política adotada pelos diversos governos nas últimas décadas que gerou uma sociedade caótica, controvertida, cheia de perversidades, desigualdades e injustiças sociais.

É preciso um estudo aprofundado e imparcial para encontrar medidas adequadas para contornar e resolver estes problemas. Essas medidas, de forma alguma, podem ser paternalistas. Portanto, devem partir da colaboração e da participação de uma forma democrática de todas as classes sociais.

As políticas públicas a serem implementadas a partir daí devem ser geradoras de renda, que traga dignidade para todos os trabalhadores economicamente ativos, que garanta educação, moradia, segurança, saúde e infra-estrutura adequada a todos, independente da sua situação sócio-econômica.

Embora tenhamos provocado a discussão sobre a segregação sócio-espacial, é preciso lembrar que a questão em si, é muito complexa. Nesse sentido é preciso refletirmos sobre a segregação no Brasil, lembrando sempre que existem diferenças que se manifestam no território das cidades. Portanto, o objetivo deste OAC é introduzir a discussão e apontar bibliografias e caminhos para se trabalhar a questão da segregação sócio-espacial nas salas de aula.

Investigação DisciplinarTítulo: Participação PopularTexto:

Existe a possibilidade de uma participação popular mais efetiva nos municípios

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brasileiros, no intuito de reduzir a segregação sócio-espacial?

Uma alternativa é envolver as populações carentes, moradoras das áreas segregadas nas discussões dos Planos Diretores dos seus Municípios, para poder exigir dos seus governantes a implementação de políticas públicas que realmente venham de encontro com as necessidades sociais.

A urbanização desordenada não beneficia e também não interessa a maioria dos cidadãos urbanos. É preciso mudar radicalmente a organização atual do espaço urbano e isso é possível com a modificação da natureza das relações do Estado e o envolvimento da sociedade organizada.

Até hoje com raríssimas exceções, o espaço urbano foi utilizado, em quase toda a sua totalidade, como motor do capital e instrumento da desigualdade social, mas uma função diametralmente oposta poderá se encontrada.

Para chegarmos a uma sociedade mais justa é preciso reformular a organização desse espaço. É preciso garantir a "todos os seres humanos" o direito a um emprego e a uma acessibilidade igual a todos os bens e serviços considerados essenciais.

É importante lembrarmos da Lei Federal nº 10.257, que criou o Estatuto da Cidade, em maio de 2001. Nesta lei existe um conjunto de instrumentos de democratização da Gestão Urbana.

OBJETIVOS DOS INSTRUMENTOS

Os conselhos de desenvolvimento urbano, as conferências de política urbana, os debates, consultas e audiências públicas, podem romper com o histórico de relações perversas e clientelistas entre o Legislativo e os segmentos populares. Ou seja, as barganhas, as negociatas, as trocas de votos pela chegada de infra-estrutura nos bairros, enfim, o conjunto de relações populistas, que mantém as populações como reféns e em estado de precariedade eterna, conservando as elites políticas no poder.

Os conselhos podem interferir nessa relação, na medida em que atuam diretamente – sem intermediação – no destino dos investimentos, desde que a representatividade popular esteja garantida.

Esses instrumentos podem interceptar assim a relação tradicional, que é a da corrupção na Câmara, para aprovar alterações de zoneamento, alterar determinadas leis de ocupação do solo, que privilegiavam setores e determinadas áreas da cidade. E podem, ainda, estabelecer um diálogo e uma negociação em um jogo de atores mais direto.

Essa ruptura com as relações tradicionais inaugura uma série de novas práticas democráticas, que serão geridas e encaminhadas pelos instrumentos de gestão democrática da cidade.

Os conselhos, as conferências, as audiências, consultas e debates são espaços públicos de diálogo entre os diversos interesses provenientes da sociedade civil, de proposições partindo dos diversos setores, de avaliação e fiscalização de

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decisões referentes aos investimentos públicos e privados nas cidades.

Perspectiva InterdisciplinarTítulo: SOCIOLOGIATexto:

Na disciplina da Sociologia os alunos poderão perceber que a globalização produtiva, vem convertendo a concorrência e a busca incessante do aumento da produtividade num processo destrutivo que tem gerado uma imensa sociedade de marginalizados e precarizados.

Fazer os alunos entender que a realidade social de que estamos tratando, Segregação Socioespacial Urbana, é constituída socialmente, embora influenciada ou direcionada, em muitos casos pelas políticas públicas adotadas por governantes burgueses, elitistas capitalistas.

A Sociologia poderá analisar os processos em que determinados fatos ou realidades ocorrem. Afinal, a sociedade é um produto humano e uma realidade objetiva, portanto o homem é um produto social. Desta forma, a transformação da sociedade e do homem é possível.

A Sociologia pode explicar os fatos e direcionar nossos governantes a realizar ações políticas e culturais mais sociais. A educação é importante para superar a dependência, o subdesenvolvimento e as injustiças sociais.

Como atividades poderíamos realizar entrevistas com os alunos do colégio, para compreendermos as questões referentes a violência urbana, segregação e discriminação.

Título: MATEMÁTICATexto:

Na disciplina da matemática a questão da segregação sócio-espacial urbana poderá ser utilizada para a compreensão da distribuição da renda e da concentração populacional nos diversos bairros da cidade (ricos e pobres).

O professor pode formular atividades relacionadas a dados estatísticos dos trabalhadores das diversas faixas salariais e dos diversos bairros que residem.

Poderá ainda levantar e tabular os dados populacionais referentes ao número de habitantes, número de filhos e escolaridade.Título: HISTÓRIATexto:

Na disciplina de História o aluno poderá perceber de forma clara que a atual situação da segregação sócio-espacial foi acirrada em virtude da Globalização.

A Globalização é um processo de amplas dimensões sociais, que atinge sociedades, instituições e indivíduos em todo o mundo. Muitas de suas conseqüências ainda não foram suficientemente avaliadas e percebidas, mas estão alterando o modo de vida de populações inteiras.

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Esta discussão pode contribuir para a formação de uma consciência crítica, que perceba que a sociedade organizada pode ter uma força cada vez maior, pressionando governos ou instituições para a solução de problemas gravíssimos que afligem o meio urbano em geral.

Os alunos podem pesquisar sobre a origem de sua cidade, seus principais monumentos, museus, patrimônio histórico, sua principal função econômica no passado e na atualidade, e os seus principais problemas sociais.

Poderá conhecer as alternativas que possibilitam solucionar ou pelo menos amenizar os problemas sociais, econômicos, ambientais das cidades ondem residem.ContextualizaçãoTítulo: Segregação Sócio-espacialTexto:

As teorias críticas da geografia devem entender a sociedade em seus aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos e nas relações que ela estabelece com a natureza para a produção do espaço geográfico.

A geografia nos níveis de ensino e pesquisa deve subsidiar os alunos a pensar e agir criticamente, de modo que se ofereçam elementos para que compreendam e expliquem o mundo. Portanto, deve prepará-los para uma leitura crítica da produção social do espaço, negando a sua “naturalidade” dos fenômenos que imprimem passividade aos indivíduos.

Todos os acontecimentos do mundo têm uma dimensão espacial, onde a organização do espaço é a materialização dos tempos da vida social. É preciso empreender um ensino capaz de fornecer aos alunos conhecimentos que lhes possibilita ler e interpretar criticamente o espaço, sem deixar de considerar a diversidade das temáticas geográficas e suas diferentes formas de abordagem.

A segregação sócio-espacial é uma realidade que não pode ser negada na atualidade. Ela se materializa de inúmeras maneiras nas mais diversas áreas centrais ou periféricas, tanto nos países desenvolvidos como nos países subdesenvolvidos.

Existem diversos tipos de segregação social, como a auto-segregação das elites e a diversificação social nas áreas periféricas.

A estruturação e a reestruturação econômica mundial são fatores determinantes que motivaram e redirecionaram os deslocamentos espaciais das elites e dos trabalhadores que ultrapassam as fronteiras regionais e nacionais. Essa mobilização social, com o passar do tempo, gerou a formação dos enclaves residenciais, a suburbanização e os diversos problemas urbanos do mundo moderno.

Neste sentido pretendemos refletir, com o auxilio de alguns autores, sobre a temática da segregação sócio-espacial.

Para Villaça (2001, p.142) “a segregação é um processo segundo o qual diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em

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diferentes regiões gerais ou conjuntos de bairros da metrópole.” Ela tem uma influência significativa de diversos fatores como a moradia, o local de trabalho, os pontos de encontro de final de expediente ou final de semana, atividades que desenvolvem e que comandam a sua prática social.

É um fenômeno produzido pelas relações sociais das diversas classes que agem e interagem entre si.

A segregação sócio-espacial poderá também nos levar a analisar as diferentes formas como foram habitados ou ocupados os diversos assentamentos humanos, urbanos, em cidades industriais, turísticas, portuárias de grande, médio ou pequeno porte.

Sob o ponto de vista crítico a cidade revela, devido as suas particularidades, se é produto de influência econômica, política e social e se reproduz os princípios da acumulação e reprodução do capital, evidentemente aqueles do tipo industrial, excludente ou se é reflexo de uma organização social igualitária.

Na sociedade brasileira a segregação mais conhecida e mais visível é a centro-periferia. Ela pode ser resultado da valorização imobiliária, da divisão do poder aquisitivo do trabalhador, da influência das políticas públicas ou da luta ou disputa por localizações que podem ser por questões étnicas ou por nacionalidades.

A segregação sócio-espacial nas metrópoles brasileiras já está ocorrendo a mais de um século. Com o crescimento populacional nessas áreas, as classes de maior renda começaram a realizar um processo de auto-segregação, caracterizada pela formação de condomínios fechados. Em todas elas, a tendência é de se segregarem numa única e mesma área da cidade.

De acordo com Villaça (2001, p.147-8) “A segregação pode ser voluntária ou involuntária. A primeira se produz, quando o indivíduo, por sua própria iniciativa, busca viver com outras pessoas de sua classe. A segregação involuntária ocorreria quando o indivíduo ou uma família se vêem obrigados, pelas mais variadas forças, a morar num setor, ou deixar de morar num setor ou bairro da cidade. Nesse sentido, a segregação dos excluídos nas periferias das metrópoles brasileiras seria uma segregação involuntária. O que cabe registrar nessas considerações é o caráter de luta da segregação. Trata-se, entretanto, de uma luta de classes. Se há luta, há, evidentemente, vitoriosos e derrotados. Os primeiros desenvolvem a segregação voluntária e os segundos a involuntária. ... A segregação é um processo dialético, em que a segregação de uns provoca ao mesmo tempo e pelo mesmo processo a segregação de outros”.

As mudanças habitacionais urbanas podem estar associadas ou podem ser provocadas por influência da expansão das alternativas (mais opções) voltadas para segmentos sociais médios ou mesmo de baixa renda, na forma de conjuntos habitacionais, onde as áreas possuem menor valor monetário. Podem também ter relação com a modernização do campo e sua conseqüente concentração fundiária, seja pela expansão industrial ou comercial.

Os incentivos fiscais dados por governos estaduais ou municipais, nas últimas décadas, nos diversos estados brasileiros, sob a forma de doação de terrenos,

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garantia da infra-estrutura gratuita e isenção ou redução de impostos por um determinado período às empresas de capital nacional ou internacional, contribuíram para uma desconcentração populacional nas metrópoles nacionais brasileiras. Essa política gerou um processo migratório, inter e intra-regional.

A urbanização brasileira e o crescimento econômico de maior destaque ocorreram em meio a um regime ditatorial. A sociedade era proibida de organizar-se para pressionar governos e empresas por uma melhor distribuição de riquezas. Dessa forma, a extraordinária expansão e concentração econômica se realizaram com salários humilhantes. O acesso à moradia foi utilizado na época como forma de cooptação da classe trabalhadora, como instrumento político, econômico e ideológico. Inclusive a política habitacional brasileira adotada durante o regime militar era uma forma encontrada pelo estado para amenizar os conflitos sociais.

Segundo Santos e Silveira (2005, p.106) “a partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil”. As áreas industriais já consolidadas ganham um dinamismo diferente a partir dessa reestruturação.

A segregação entre as diferentes regiões ou estados é real, ela existe. A partir das transformações econômicas geradas por essas políticas públicas, as mudanças sociais foram inevitáveis.

Para Villaça (2001, p.150) “O importante é entender por que os bairros das camadas de mais alta renda tendem a se segregar (os próprios bairros) numa mesma região geral da cidade, e não a se espalhar aleatoriamente por toda a cidade. Essa questão é fundamental e nela está a chave para a compreensão do processo de segregação. Se o principal móvel da segregação fosse a busca de posição social, do status, da proteção dos valores imobiliários, ou proximidades a “iguais”, bastaria haver a segregação por bairro (área de forte homogeneidade interna, possível de um sentido de hierarquia); uns ao norte, outros a oeste, outros a leste e outros ainda ao sul da metrópole. Isso não ocorre, porém. A tendência é de os próprios bairros se segregarem numa mesma região geral da metrópole.”

A busca de áreas segregadas por determinadas classes sociais pode ter relação com as origens étnicas na busca de prestígio ou status. A concretização ou consumação de uma área segregada com todos os privilégios tem uma intima relação de afinidade, das elites urbanas com os respectivos governos locais.

É através dessa segregação planejada, que as elites urbanas dominam o espaço, atuam sobre a estrutura urbana, devido à influência nas políticas públicas, na aplicação das maiores verbas, transformando as suas áreas industriais, comerciais ou residenciais nas mais confortáveis e aconchegantes das metrópoles ou apenas das áreas urbanas.

A classe dominante passa a controlar a produção e o consumo do espaço urbano, sujeitando-o aos seus interesses e as suas necessidades em detrimento da pobreza, miséria e exclusão do maior contingente populacional.

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Nas metrópoles brasileiras ou mesmo áreas urbanas, a burguesia produz para si um espaço intra-urbano que possibilita um melhor e maior controle do mercado e do Estado. Para isso, desenvolve uma ideologia que legitima as condições sociais de exploração e dominação, dando-lhes uma aparência, justa e como sendo o interesse comum a todos os integrantes da sociedade. Para facilitar a atuação e uma influência maior, as camadas de alta renda se agregam numa única região da cidade.

A política adotada pela classe dominante nos países subdesenvolvidos vem gerando uma desigualdade na distribuição da renda nacional pelo conjunto da população. Essa desigualdade social infelizmente não está diminuindo com o desenvolvimento industrial e nem com a desconcentração das atividades econômicas, tal como ocorreu em muitos países desenvolvidos.

No Brasil, por exemplo, de acordo com Vesentini (2008, p.231) “entre a população economicamente ativa, 60% da população mais pobre detinha 23,4% da renda contra 39,6% dos 10% mais ricos, no ano de 1960 e passou para 18% e 47,6% respectivamente no ano de 2000”.

As razões do aumento constante dessas injustiças sociais são diversas, entre outras, a má aplicação das verbas públicas e o interesse das classes dominantes em preservar os seus privilégios e as suas regalias.

Por isso, podemos dizer, sem sombra de dúvida, que a organização do espaço urbano brasileiro é produzido e reproduzido, portanto não é um espaço congelado. E a enorme desigualdade social é gerada por essas políticas impostas pelas classes de renda mais elevada.

Em alguns países desenvolvidos toda a área urbana tem a sua infra-estrutura adequada aos interesses e necessidades da maioria da população, o que não está acontecendo nos países subdesenvolvidos.

Nos países desenvolvidos o processo capitalista processou-se de uma forma cumulativa, enquanto que nos países subdesenvolvidos o processo foi explosivo e descontínuo. Isto justifica as diferenças tanto no espaço nacional como no interior da cidade. Tais diferenças são sensíveis, tanto do ponto de vista espacial como do social.

Diante dessa composição entre fatores produtivos, desorganizados e desarticulados entre setores, as cidades nos países subdesenvolvidos aparecem muitas vezes como um corpo estranho, inserido em um meio com o qual estabelece relações descontínuas.

Nos países subdesenvolvidos o processo de urbanização não foi acompanhado pelo crescimento industrial organizado e planejado e sim imposto de acordo com os interesses e as necessidades das potências capitalistas européias que estruturaram a economia dos países subdesenvolvidos sob o modelo agro-exportador.

Portanto, passaram a exportar matérias-primas tropicais a preços extremamente baixos e a importar produtos manufaturados ou industrializados a preços extremamente elevados. Posteriormente transferiram as filiais das

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multinacionais para esses países.

A exploração tornou-se mais intensa porque além da matéria-prima passaram a explorar a mão-de-obra e a aumentar o mercado consumidor. Passaram a exportar também a sua tecnologia e como conseqüência tiveram uma maior exploração, subordinação e endividamento externo desses países. Portanto, podemos perceber uma nítida diferença entre a urbanização ocorrida nos países desenvolvidos e nos países subdesenvolvidos.

Na maioria das cidades dos países subdesenvolvidos os governantes oferecem péssima qualidade de vida para parte significativa de seus habitantes. Muitos dos benefícios urbanos não são acessíveis a todos e apenas a elite econômica pode usufruí-los.

Assim, a luta pela sobrevivência da maior parcela dos habitantes das cidades é cruel: faltam transportes coletivos, empregos, moradias, saneamento básico, os salários são aviltantes, etc. Em conseqüência disso, proliferam entre outros problemas a mendicância, o subemprego, o abandono de crianças, a exploração do trabalho infantil e todo o tipo de violência urbana que tanta insegurança traz à sociedade em geral.

Nos países desenvolvidos que apresentam grande expansão econômica (industrial, comercial e financeira), parcelas significativas da população não se beneficiam desse crescimento, existindo também a segregação étnica e econômica dos menos favorecidos. Por exemplo, em muitas cidades norte-americanas, os descendentes de africanos e de latino americanos vivem em bairros mais pobres sofrendo as mais diversas discriminações, na mesma lógica da maioria das populações nos países subdesenvolvidos.

Em todos os países subdesenvolvidos, uma parte da população urbana ocupa desordenadamente as várzeas, morros, encostas, originando favelas que não contam com serviços adequados de infra-estrutura urbana.

Para Villaça (1997, p.3) “O espaço urbano é um produto muito peculiar do trabalho humano. Ele é um produto não internacional resultante da produção de milhares de valores, por milhares de trabalhadores e milhares de proprietários de meios de produção: edifícios, ruas, redes, praças. O espaço urbano, entretanto, tem um valor próprio que não se confunde nem com o valor desses produtos nem com sua soma. É o valor da localização. As classes sociais disputam entre si a ocupação das localizações mais valiosas da cidade, quer para residência, quer para negócios. Nessa disputa as classes sociais não se apropriam de uma mais valia como ocorre no local do trabalho. Apropriam-se do próprio valor (cristalizados em terrenos). Através da propriedade desse valor, elas capturam parte do valor do trabalho social despendido na produção da cidade toda, o qual se materializa na valorização do terreno”.

Qual é a chance que as populações de menor poder aquisitivo têm de saírem vitoriosos nessa disputa? Nenhuma

A fome e a miséria são inevitáveis. De acordo com Santos (2005, p.58-59) “Seja qual for o ângulo pelo qual se examinem as situações características do período atual, a realidade pode ser vista como uma fábrica de perversidade. A fome

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deixa de ser um fato isolado ou ocasional e passa a ser um dado generalizado e permanente”.

Portanto, é uma corrida desleal levada sob o ponto de vista moral e social. No entanto, sob o ponto de vista da economia capitalista excludente, está dentro da mais absoluta normalidade, pois, quem deverá ser o vitorioso é o melhor estruturado e organizado. A lei da sobrevivência natural prevalece sobre a social – ou seja, vale a lei do mais forte.

A violência urbana é uma das principais conseqüências dessa organização sócio-espacial injusta imposta pelas elites de maior renda e de maior poder aquisitivo. Resta para as populações menos favorecidas organizar-se através de suas lideranças e tentar resolver esse problema.

No entanto a elite acaba sendo um vítima do que cria, com tanta exclusão social.

Para mudar esta situação caótica criada pelos governantes das elites dominantes, com um certo consentimento das classes dominadas, elas precisam conseguir colocar (via democrática – eleições) nas diversas instâncias governamentais (federal, estadual e municipal) representantes que defendam e implementem políticas públicas que vem ao encontro dos interesses de toda a população, inclusive, mas não sobretudo da elite econômica e política dominante.

Pois, se as políticas públicas a serem implementadas pelas lideranças escolhidas pelas atuais classes subalternas, ao assumir o poder, não atendem a todos, inclusive os de maior renda, apenas ocorrerá uma inversão, onde dominados passaram a dominar e vice-versa.

Dessa forma perpetuar-se-ia a eterna luta de classes sociais antagônicas do mundo capitalista atual muito bem explicada por Marx no seu livro “O Capital”.

SítioTítulo do Sítio: Viver Cidades - ONGDisponível em (endereço web): http://www.vivercidades.org.br/publique222/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=21Acessado em (mês.ano): Outubro/2008Comentários: ViverCidades é uma organização não-governamental, voltada para a capacitação de quadros e a idealização e desenvolvimento de soluções relacionadas a políticas públicas, urbanas e regionais. Reúne uma equipe de profissionais de várias especialidades: urbanistas, sociólogos, administradores, arquitetos, engenheiros, economistas e profissionais de outras áreas que tiveram a rara oportunidade de intervir, objetivamente, na administração urbana, além de acumular experiências anteriores no magistério, estudos, pesquisas, projetos, e participar ativamente em órgãos de classe e na execução de obras. Neste site encontramos várias teses Uma sugestão de leitura é da Tese "Novas centralidades e expansão intra-urbana" de autoria de José A. R. da Silveira e Edson L. RibeiroTítulo do Sítio: IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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Disponível em (endereço web): http://www.ibge.gov.br/home/Acessado em (mês.ano): Agosto/2008Comentários: Site do Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE) onde podemos encontrar vários dados importantes sobre o perfil populacional brasileiro. Podemos encontrar diversos temas como: indicadores sociais; indicadores sociais mínimos; síntese de indicadores sociais; economia informal urbana entre outros assuntos relacionados ao tema: segregação sócio-espacial urbana.Título do Sítio: IBAM - Instituto Brasileiro de Administração MunicipalDisponível em (endereço web): http://www.ibam.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htmAcessado em (mês.ano): Outubro/2008Comentários: O IBAM é uma organização de natureza não-governamental, sem fins lucrativos, vocacionada para o fortalecimento do governo municipal, sob a ótica de uma sociedade democrática, cujos objetivos abrangem o estudo, a pesquisa e a busca de solução dos problemas municipais e urbanos, no quadro do desenvolvimento regional e nacional. O Instituto é reconhecido como uma instituição de utilidade pública pelo Governo Federal e pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Também é reconhecido como uma instituição de fins filantrópicos pelo Conselho Nacional de Serviço Social. Natureza das ações As ações executadas junto às Prefeituras e Câmaras Municipais, órgãos dos governos municipais, estaduais e federal e instituições nacionais e estrangeiras têm a seguinte natureza: Estudos e Pesquisas; Consultoria Técnica e EnsinoTítulo do Sítio: OKARA: Geografia em DebateDisponível em (endereço web): http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/okara/article/view/1246/925Acessado em (mês.ano): Setembro/2008Comentários: Este artigo de autoria de Silvia Regina Pereira, publicado na “Revista Okara: Geografia em Debate” procura discutir vários elementos pertinentes ao tema acessibilidade. Segundo a autora a estruturação urbana nas cidades capitalistas interfere no cotidiano dos citadinos à medida que estes necessitam locomover-se constantemente para realizarem as mais diversas funções e atividades, e para adquirir bens e serviços, os quais se encontram dispersos nesse espaço e são necessários à reprodução da vida. Dessa forma, a situação espacial de cada um pode facilitar ou dificultar esses deslocamentos intra-urbanos. Associado a ela está o poder aquisitivo que definirá os meios de locomoção a serem utilizados para que ocorram o uso e a apropriação do espaço urbano.Sons e VídeosCategoria: VídeoTítulo: Violência UrbanaDireção: Associação Nacional dos Procuradores da RepúblicaProdutora: Associação Nacional dos Procuradores da RepúblicaDuração (hh:mm): 00:24Local da Publicação: BrasíliaAno: 2007Disponível em (endereço web):

http://www.anpr.org.br/portal/index.php?option=com_content&task=view&id=458&Itemid=155Comentário:

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O programa Ação Pública é produzido pelo Departamento de Comunicação da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) e visa difundir a atuação do Ministério Público Federal em defesa da democracia, da justiça e da sociedade.

Este vídeo trata de um tema que preocupa a todos os brasileiros: o aumento da violência urbana.

O programa traz a preocupação dos moradores das grandes cidades que se sentem reféns dos criminosos.

Segundo a conclusão de especialistas e integrantes do Ministério Público ouvidos pela equipe do programa “Ação Pública”, a violência urbana é apenas a conseqüência mais sensível de um complexo fenômeno social, cuja discussão passa pela questão da exclusão e da falta de oportunidades principalmente de jovens e crianças das classes menos favorecidas.

A questão da violência na repressão policial também é tratada no programa.

Categoria: VídeoTítulo: Cidade dos HomensDireção: Paulo MorelliProdutora: GLOBO FILMES e FOX FILMESDuração (hh:mm): 01:50Local da Publicação: Ano: 2007Disponível em (endereço web): http://www.cidadedoshomens.com.br/pt/Comentário:

Dois amigos que cresceram em uma favela carioca fazem 18 anos e encaram as primeiras dificuldades da vida adulta.

Acerola (Douglas Silva) tem um filho de dois anos para criar. Acostumado à liberdade, se sente amarrado pelo casamento e lamenta a paternidade precoce.

Para Laranjinha (Darlan Cunha) , o problema não é ser pai. Mas não ter um pai. Decidido a encontrar o seu, ele começa a remexer o passado.

Enquanto a dupla tenta resolver seus problemas, uma guerra sacode o perigoso mundo do tráfico a sua volta.

O dono do morro, Madrugadão (Jonathan Haagensen), primo de Laranjinha,

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perde o posto para o ex-braço direito, Nefasto(Eduardo Br.)

Na confusão, os dois amigos vão ter de fugir de casa e acabaram descobrindo uma verdade que, de tão incômoda, ameaça separá-los.Categoria: VídeoTítulo: Cidade de DeusDireção: Fernando MeirellesProdutora: GLOBO FILMES e MIRAMAX INTERNATIONALDuração (hh:mm): 02:15Local da Publicação: Ano: 2002Disponível em (endereço web): http://cidadededeus.globo.com/Comentário:

O principal personagem do filme Cidade de Deus não é uma pessoa. O verdadeiro protagonista é o lugar. Cidade de Deus é uma favela que surgiu nos anos 60, e se tornou um dos lugares mais perigosos do Rio de Janeiro, no começo dos anos 80.

Para contar a estória deste lugar, o filme narra a vida de diversos personagens, todos vistos sob o ponto de vista do narrador, Buscapé.

Este, um menino pobre, negro, muito sensível e bastante amedrontado com a idéia de se tornar um bandido; mas também, inteligente suficientemente para se resignar com trabalhos quase escravos.

Buscapé cresceu num ambiente bastante violento. Apesar de sentir que todas as chances estavam contra ele, descobre que pode ver a vida com outros olhos: os de um artista. Acidentalmente, torna-se fotógrafo profissional, o que foi sua libertação.

Buscapé não é o verdadeiro protagonista do filme: não é o único que faz a estória acontecer; não é o único que determina os fatos principais . No entanto, não somente sua vida está ligada com os acontecimentos da estória, mas também, é através da sua perspectiva que entendemos a humanidade existente, em um mundo aparentemente condenado por uma violência infinita.Categoria: VídeoTítulo: Tropa de EliteDireção: José PadilhaProdutora: UniversalDuração (hh:mm): 01:58Local da Publicação: Ano: 2007Disponível em (endereço web): http://tropadeeliteofilme.com.br/Comentário:

Rio de Janeiro (1997) - Nascimento (Wagner Moura), capitão da Tropa de Elite do Rio de Janeiro é designado para chefiar uma das equipes que têm como missão “apaziguar” o morro do Turano por um motivo que ele considerava insensato.

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Mas ele tem que cumprir as ordens enquanto procura um substituto. Pressionado, o capitão sente os efeitos do estresse.

Neste clima, é chamado para mais uma emergência num morro. Em meio a um tiroteio e um baile funk, nascimento e sua equipe têm que resgatar dois aspirantes a oficiais da PM: Neto (Caio Junqueira) e Matias (André Ramiro).

Ansiosos por entrar em ação e impressionados com a eficiência de seus salvadores, os dois se candidatam ao curso de formação da tropa de Elite.Proposta de AtividadesTítulo: Segregação Sócio-espacialTexto:

Fazer uma pesquisa de campo (visitas a famílias) em relação a organização socioespacial urbana, originando bairros pobres, nobres,condomínios fechados, etc.

Numa pesquisa bibliográfica, relacionar as causas e as conseqüências provocadas pelo modelo capitalista excludente imposto pelos colonizadores europeus aos povos localizados, principalmente, em áreas inter-tropicais obrigando-os a acatar as suas ideologias e a cultura considerada superior em troca das suas riquezas naturais.

Fazer uma análise, em sala, para entender como se constituiu o espaço geográfico da cidade, e um resgate histórico. Afinal, os alunos devem entender de que as relações sociedade-natureza são movidas pela produção da materialidade necessária, para a existência humana, e pelas relações sociais e de trabalho que organizam essa produção.

Os alunos, devem buscar fontes, através de uma pesquisa bibliográfica, que explicam forma e função da paisagem da área visitada e os diferentes tipos de vegetações encontradas e devem ser incentivados a conhecer e a reconhecer as transformações históricas observadas no trajeto percorrido.

Os alunos podem mapear a área visitada e fazer entrevistas com pioneiros, compara-las e interpretá-las na sua evolução histórico-geográfica (que mudanças foram provocadas pela urbanização).

Fazer uma palestra com o responsável pela segurança pública do município, enfatizando as causas do aumento da violência urbana, em Toledo, nos últimos anos e que providencias reais as autoridades competentes estão adotando para reverter ou pelo menos amenizar a situação.

Imagens

Comentários e outras sugestões de Imagens:

Várias imagens podem ilustrar as condições precárias de vida na favela.

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A primeira foto é da cidade "Maravilhosa" um dos maiores exemplos de cidade onde a presença da favela é muito marcante. Na cidade do Rio de Janeiro existem centenas de favelas, sendo as condições de segregação sócio-espacial gigantescas.

Na segunda foto, observamos bem o contraste entre a Favela Paraisópolis e o bairro do Morumbi na cidade de São Paulo, outra grande metrópole brasileira assolada com a falta de moradia e a presença de favelas. Nesta foto fica bem evidenciada a presença dos barracos e a linha divisória com um edifício de alto padrão do Morumbi, inclusive com as piscinas nas sacadas dos apartamentos.

Por fim a última foto também da cidade de São Paulo (Metrópole Nacional), nos ilustra um grande contraste social. Ao fundo observamos a concentração de grandes edifícios comerciais e residenciais em relação a presença da favela, onde é notório a falta de condições das moradias na favela.Sugestão de LeituraCategoria: Outros Sobrenome:Nome:Título: Outras referências bibliográficasDisponível em (endereço WEB):Data de Publicação (mês.ano): Novembro/2008

Comentários:

CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. São Paulo: Ática, 1999.

GEORGE, Pierre. Geografia Econômica. São Paulo: Difel, 1961.

LAGO, Luciana Corrêa do. Trabalho: Divisão Sócio-Espacial e Mobilidade Residencial: reprodução ou alteração das fronteiras espaciais? Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ (Projeto Observatório de Políticas Urbanas e Gestão Municipal - Fase), 2000.

LAGO, Rudolfo, COSTA, Octávio. Chega de fachada. Entrevista: Tarso Genro. São Paulo, Revista Isto É, ed.2016, 25 jun. 2008.

_________. Por uma geografia nova. 3.ed. São Paulo: Hucitec, 1986.

________. A urbanização desigual: a especificidade do fenômeno urbano em países subdesenvolvidos. Rio de Janeiro: Vozes, 1980.

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SANTOS, Milton, SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: Território e Sociedade no Início do Século XXI. 8.ed. Rio de Janeiro: Record, 2005.

SPOSITO, M. E. B. Capitalismo e Urbanização. 2.ed. São Paulo: Contexto, 1989.

VESENTINI, José William. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2008.

VILLAÇA, Flávio. Espaço Intra Urbano no Brasil. 2.ed. São Paulo: Studio Nobel, 2001.

________. Efeitos do Espaço sobre o Social na Metrópole Brasileira. In: Anais do VII Encontro Nacional da ANPUR. Recife, 1997.

Categoria: Livro Sobrenome: da Costa GomesNome: Paulo CesarTítulo do Livro: Geografia e modernidadeEdição: 5Local da Publicação: Rio de JaneiroEditora: BertrandDisponível em (endereço WEB):Ano da Publicação: 2005

Comentários:Nesta obra o autor tenta comprovar que a busca pela modernidade não se faz apenas pela adequação temática, ou do conteúdo geográfico, mas sim e sobretudo pela forma como o discurso, que busca sua legitimidade na idéia de modernidade, se organiza em uma certa estrutura, repetitiva e esquemática. Ainda de acordo com o autor a estrutura desse discurso utiliza a metáfora da estrutura das revoluções, e pretende, tal qual a interpretação desses fatos na historiografia - revoluções diversas: industrial, agrícola, científica, etc., vistas como momentos de ruptura fundamental, originando novos tempos, novos momentos, originais e únicos na edificação do conhecimento geográfico. E tenta mostrar que existem mitos da modernidade e uma dualidade nos discursos dos fundadores da geografia moderna.Categoria: Livro Sobrenome: SantosNome: MiltonTítulo do Livro: Por uma outra globalização - do pensamento unico à consciência universalEdição: 12

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Local da Publicação: Rio de JaneiroEditora: RecordDisponível em (endereço WEB):Ano da Publicação: 2005

Comentários:Nesta obra Milton Santos aborda a globalização como fábula, como perversidade e como possibilidade aberta ao futuro de uma nova civilização planetária.Os líderes de maior influência política e econômica desta nova fase da globalização reservam-se os melhores pedaços do território local, regional, nacional ou internacional e deixam os restos para os outros. Enfatiza que a grande perversidade da produção da globalização atual não reside apenas na polarização das riquezas e da pobreza, na segmentação dos mercados e das populações submetidas, nem mesmo na destruição da natureza. A novidade aterradora reside na tentativa empírica e simbólica de construção de um único espaço unipolar de dominação.Essa globalização provoca uma resistência de parcela significativas da humanidade a partir de seus distintos lugares. No Brasil provoca uma conpartimentação e fragmentação do espaço.Categoria: Livro Sobrenome: SantosNome: MiltonTítulo do Livro: A natureza do espaçoEdição: 4Local da Publicação: São PauloEditora: EduspDisponível em (endereço WEB):Ano da Publicação: 2006

Comentários:Nesta obra o autor relaciona o espaço a um conjunto indissociável de sistemas de objetos e de sistemas de ações. É com base nessa idéia e nas noções de técnica e de tempo, de razão e de emoção que é proposta a construção de um sistema de pensamento que busca entender o espaço geográfico na passagem do século e, paralelamente, alcançar a crença em um futuro melhor para todos os homens. Contrapondo-se à realidade de um mundo movido por forças poderosas e cegas, impõe-se "a força do lugar", capaz de antepor-se pela sua diversidade humana, ao processo perverso da globalização atual.Aborda também a diversificação da natureza à divisão territorial do trabalho.Categoria: Periódico Sobrenome: LagoNome: RudolfoSobrenome Autor: CostaNome Autor: OctávioNome do Periódico: IstoÉLocal da publicação: São PauloVolume:Número: 2016Disponível em (endereço WEB):

http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2016/artigo93381-1.htmData de Publicação (mês.ano): Junho/2008

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Comentários:

Como todo bom gaúcho, o ministro da Justiça, Tarso Genro, revela uma disposição incomum para comprar brigas. A mais recente é um novo estatuto para a presença e atividades de estrangeiros no Brasil, que, antes mesmo de entrar em vigor, já provoca controvérsia.Categoria: Livro Sobrenome: Câmara dos DeputadosNome: BRASILTítulo do Livro: Estatuto da Cidade: guia para implementação pelos municípios e cidadãosEdição: 1Local da Publicação: BrasíliaEditora: CDI - Câmara dos DeputadosDisponível em (endereço WEB):Ano da Publicação: 2001

Comentários:Este é um guia do Estatuto da CidadeCategoria: Livro Sobrenome: LagoNome: Luciana Corrêa doTítulo do Livro: Trabalho: Divisão Sócio-Espacial e Mobilidade ResidencialEdição: 1Local da Publicação: Rio de JaneiroEditora: IPPUR/UFRJDisponível em (endereço WEB):Ano da Publicação: 2000

Comentários:

LAGO, Luciana Corrêa do. Rio de Janeiro: IPPUR/UFRJ (Projeto Observatório de Políticas Urbanas e Gestão Municipal - Fase), 2000.

Categoria: Livro Sobrenome: GomesNome: Paulo César da CostaTítulo do Livro: Geografia e ModernidadeEdição: 5Local da Publicação: Rio de JaneiroEditora: Bertrnad BrasilDisponível em (endereço WEB):Ano da Publicação: 2005

Comentários:

Este livro percorre momentos fundamentais da relação entre o projeto da modernidade e a construção de uma ciência geográfica.

Seu objetivo é, antes de mais nada, mostrar que o moderno se fundamenta através de um discurso e que sua estrutura é recorrente não só na interpretação dos fatos, como também na forma como a geografia apresenta seus principais

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debates epistemológicos.

A identidade geral da modernidade é vista sob um novo ângulo, e diversos autores clássicos da geografia são reexaminados à luz dessa nova interpretação.

Categoria: Livro Sobrenome: GeorgeNome: PierreTítulo do Livro: Geografia EconômicaEdição: 1Local da Publicação: São PauloEditora: DifelDisponível em (endereço WEB):Ano da Publicação: 1961

Comentários:

Livro Clássico da Geografia, que procura discutir vários temas:

Geografia Econômica

Geografia Humana

Economia Política

Economia e Indústria

Economia Agrícola e

Comércio e CirculaçãoCategoria: Livro Sobrenome: CorrêaNome: Roberto LobatoTítulo do Livro: O Espaço UrbanoEdição: 1Local da Publicação: São PauloEditora: ÁticaDisponível em (endereço WEB):Ano da Publicação: 1999

Comentários:

O presente estudo aborda a cidade.

Trata de um tema que é extremamente caro aos diversos estudiosos da sociedade, historiadores, sociólogos, economistas, antropólogos, urbanistas e geógrafos, entre outros.

A temática interessa também aos planejadores e políticos e àqueles que detém alguma fração do capital, seja ele financeiro, industrial, comercial, fundiário ou imobiliário. Interessa a todos os habitantes da cidade, entre eles os ativistas das associações de bairro.

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O livro conceitua o que é espaço urbano e quem são os agentes responsáveis pela produção do espaço urbano. Procura discutir também os processos e formas espaciais, como a centralização e a descentralização. E discute também a questão da segregação e classes sociais.Categoria: Livro Sobrenome: AthaídeNome: CelsoSobrenome Autor: BillNome Autor: MVTítulo do Livro: Falcão - Meninos do TráficoEdição: 1Local da Publicação: Rio de JaneiroEditora: ObjetivaDisponível em (endereço WEB):Ano da Publicação: 2006

Comentários:

O livro relata sobre a Segurança Pública - racismo, repressão policial e a importância do Hip Hop para a juventude que vive nas favelas.

Destaca que muitos jovens precisam trabalhar ou se submeter ao tráfico para sustentar a sua família e que a má distribuição da renda é a principal responsável pela violência e as injustiças sociais brasileiras.Categoria: Livro Sobrenome: SoaresNome: Luis EduardoSobrenome Autor: BaptistaNome Autor: AndréSobrenome Autor: PimentelNome Autor: RodrigoTítulo do Livro: Elite da TropaEdição: 1Local da Publicação: Rio de JaneiroEditora: ObjetivaDisponível em (endereço WEB):Ano da Publicação: 2006

Comentários:

Relaciona a existência de esquemas políticos (poder) com a corrupção e a violência nas favelas.

Mostra o intrincado jogo de interesses de lideranças públicas na adoção das políticas de "segurança".

Denuncia o esquema e os interesses, para não resolver os problemas nas favelas, para um pequeno grupo manter os seus privilégios e regalias e garantir-se no poder eternamente em troca de vidas humanas ceifadas por balas perdidas entre policiais e traficantes.Notícias

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Categoria: Jornal on-line Sobrenome:Nome:*Título da Notícia/Artigo: Fuga dos centros urbanos para cidades menores é tendência latina, diz ONU*Nome do jornal: Bom dia BrasilDisponível em (endereço WEB):*Acessado em (mês.ano): Outubro/2008

Comentários:

A reportagem analisa a situação das cidades e as tendências futuras.

Cidades brasileiras estão entre as mais desiguais do mundo

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM900638-7823-CIDADES+BRASILEIRAS+ESTAO+ENTRE+AS+MAIS+DESIGUAIS+DO+MUNDO,00.htmlClique para visualizar o arquivoCategoria: Revista on-line Sobrenome: Encarnação Beltrão SpositoNome: Maria*Título da Notícia/Artigo: Reestruturação urbana e segregação socioespacial no interior paulista*Nome da revista: Revista Eletrônica de Geografia e Ciências SociaisDisponível em (endereço WEB): http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-24511.htm#_edn1*Acessado em (mês.ano): Outubro/2008

Comentários:A notícia analisa as reestruturações urbanas (escala interurbana) e da cidade (intra-urbana) no contexto das necessidades e do interesse do capitalismo internacional envolvendo a produção e a organização do espaço urbano.DestaquesTítulo: O Buraco do PACFonte: Revista ISTOÉ - 02 de julho de 2008 - n.2017 (p.42)Texto:

"Ministério das cidades é alvo de devassa pela PF por causa de projetos fraudulentos. E o ministro Márcio Fontes admite que não tem como controlar funcionários corruptos."

O Ministro das cidades, Márcio Fortes, admitiu que sua pasta é vulnerável da ação de funcionários desonestos e que o controle para uma fiscalização é comprometida devido a inexistência de um setor específico nos investimentos em saneamento e habitação. Muitos projetos fraudulentos tem participação direta de funcionários dos Ministérios das Cidades, de acessores ds Scretarias de Saneamento , de Construtoras, de Deputados, etc.

A população é prejudicada por esses governantes irresponsáveis e engajados apenas em defender os seus interessesdos e de seus aliados em detrimentos dos interesses e necessidades coletivas. Ela tem a sua parcela de culpa por que

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não exige dos seus representantes legais ações concretas para mudar essas situações vergonhosas. O próprio ministro das cidades admite: "muitas vezes, tenho que me submeter a indicações políticas"

http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2017/artigo94102-1.htmTítulo: A mão pesada do exército e o exército e as urnasFonte: Revista ISTOÉ - 25 de junho de 2008 - n.2016 (p.28 a 34)Texto:

"Violência contra civis em favela do Rio e morte de Cadete na Aman (da academia militar das agulhas negras) revoltam a população e reacendem debates sobre o papel dos militares".

A reportagem retrata os passos de uma barbárie numa das favelas do Rio de Janeiro onde, no dia 14 de junho, 3 jovens são detidos por soldados no morro da Providência e o tenente Ghidetti e seus comandados entregaram-os para traficantes da facção ADA (Amigos dos Amigos), no morro da Mineira e foram embora sob os ecos dos gritos desesperados dos jovens que pediam: "Pelo amor de Deus, eles vão nos matar". Após a sua execução os jovens foram encontrados num lixão de gramacho em Duque de Caxias.

O morro da Mineira é controlado por bandidos da facção ADA, inimiga do Comando Vermelho (CV), que domina a Providência a muitos anos. A rivalidade é extrema, a ponto de moradores de um bairro não poder freqüentar locais controlados por seus inimigos. Os militares estavam na favela apenas para garantir o bom andamento das obras de um projeto eleitoreiro, chamado Cimento Social, que nada mais era do que reformar os telhados e as fachadas das moradias e não com o entuito de protejer a população ou combater o tráfico de drogas.

A violência gera mais violência. Isso é comprovado. Pois, após ações mais rígidas e violentas adotadas pelo governo do Rio de Janeiro, o número de óbitos diários aumentou significativamente e em contrapartida o número de assaltos também. No Rio, o número de mortes violentas é maior do que em Bagda. Os militares não são um "exército de salvação nacional". É preciso adotar políticas públicas geradoras de renda e empregabilidade de pessoas mais pobres e punições severas para todos que infringem a lei independente de seu cargo, de sua amizade ou a que classe social pertença.

http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2016/artigo93555-1.htmParanáTítulo: Classes dominantes do ParanáTexto:

Em 2001, o professor da universidade Federal do Paraná, Ricardo Costa de Oliveira editou o livrom"O Silêncio dos Vencedores", onde aborda a formação, ação e representação da classe dominante do Paraná e sua relação com o aparelho do Estado.

Trata-se de uma restrita elite política integrada por apenas 6 grupos familiares

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hegemônicos e que permanecem no exercício ou com algum vínculo direto ou indireto ao poder público paranaense até os dias atuais.

A organização, estruturação ou reestruturação da rede urbana é um reflexo da adoção de políticas públicas provocando uma divisão territorial do trabalho e de seu processo de ocupação.

Os fatores relacionados estão atrelados a produção, suas relações sociais, ao poder aquisitivo dos trabalhadores, sua localizalção geográfica, aos níveis de circulação e interações sócioespaciais. Todos estão intimamente ligados aos interesses capitalistas das classes dirigentes e seus objetivos primordiais da redução dos custos de produção e o aumento indiscriminado dos lucros que por sinal é a essência do capitalismo.

A rede urbana do norte do Paraná até 1960 foi organizada seguindo a orientação do sistema de transporte rodoviário ou ferroviário, demonstrando sua importância diante de uma economia caracterizada fundamentalmente agrícola destinado ao mercado externo.

A rede urbana possibilita o investimento e o reinvestimento dos lucros acumulados em outras atividades produtivas ou em áreas definidas onde a perspectiva de retorno é maior.

Infelizmente os investimentos públicos são diferenciados, privilegiando alguns lugares em detrimento de outros, gerando áreas urbanas cada vez mais segregadas. E de acordo com Santos(1985) "na medida em que a rede urbana constitui-se em uma dimensão socioespacial da sociedade, sua análise pode ser realizada através das categorias estrutura, processo, função e forma."

Os municípios pólos do Paraná estão inchando nas últimas décadas, pois as pessoas vêm saindo (são expulsas por diversos fatores) das áreas rurais e das pequenas cidades "alojando-se" nos centros urbanos regionais ou nas cidades de níveis hierárquicos superiores. Provocando de um lado o inchaço e seus infinitos problemas decorrentes e, de outro, cidades "latinha"( pois estabelecimentos comerciais, industriais, financeiros fecharam) e automaticamente provocando a emigração populacional.

A educação, o controle coerente e a adoção de políticas públicas urbanas são fundamentais na organização e estruturação das áreas urbanas. Não adianta fazer desapropriações, nem formas de drenagem, reacentamentos,sem um controle rigoroso e um acompanhamento com medidas adequadas implantadas relativas ao crescimento das cidades e das ocupações das áreas urbanas.Deverá haver um planejamento a médio e longo prazo prevendo a expansão da urbanização, levando em consideração as necessidades primordiais dos seus habitantes.