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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ALEXANDRE EIZO MURAKAMI PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA O PROCESSO DE EMPACOTAMENTO DE PERFIS DE ALUMÍNIO UTILIZANDO UMA MÁQUINA A VÁCUO MONOGRAFIA - ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2009

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA

ESPECIALIZAÇÃO EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

ALEXANDRE EIZO MURAKAMI

PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA O PROCESSO DE

EMPACOTAMENTO DE PERFIS DE ALUMÍNIO

UTILIZANDO UMA MÁQUINA A VÁCUO

MONOGRAFIA - ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA 2009

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ALEXANDRE EIZO MURAKAMI

PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA O PROCESSO DE EMPACOTAMENTO DE PERFIS DE ALUMÍNIO UTILIZANDO UMA MÁQUINA A VÁCUO

Monografia de conclusão do curso de Especialização em Automação Industrial da Universidade Tecnológica Federal do Paraná apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Automação Industrial Orientador: Prof. M.Sc.Guilherme Alceu Schneider

CURITIBA 2009

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ALEXANDRE EIZO MURAKAMI

PROPOSTA DE SOLUÇÃO PARA O PROCESSO DE EMPACOTAMENTO DE PERFIS DE ALUMÍNIO UTILIZANDO UMA MÁQUINA A VÁCUO

Esta Monografia foi julgada e aprovada como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Automação Industrial no Programa de Pós-graduação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Curitiba, 15 de dezembro de 2009

Guilherme Alceu Schneider

Coordenador do Curso de Especialização em Automação Industrial

BANCA EXAMINADORA

Prof. M.Sc. Guilherme Alceu Schneider Universidade Tecnológica Federal do Paraná Orientador

Prof. M.Sc. Simone Massulini Acosta Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Prof. Dra. Denise Elizabeth Hey David Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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RESUMO

MURAKAMI, Alexandre Eizo. Proposta de Solução para o Processo de Empacotamento de Perfis de Alumínio utilizando uma Máquina a Vácuo. 2009. 51p. Monografia (Especialização em Automação Industrial) - Departamento Acadêmico de Eletrônica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, Curitiba, 2009. Este trabalho apresenta uma proposta de automação para o processo de empacotamento de perfis de alumínio. Inicialmente descreve o processo atual, que executa o empacotamento de forma manual, apresentando o ponto onde se situa o gargalo desta produção. Depois propõe mudanças no processo, inserindo uma automatização na máquina que faz o empacotamento dos perfis. Com a automatização novas possibilidades se abrem permitindo alguns ganhos técnicos. Por fim faz uma comparação entre o processo atual e o processo automatizado e conclui destacando os benefícios que a automatização pode propiciar para o processo. Palavras-chave: Extrusão do Alumínio; Automatização; Processo Industrial.

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ABSTRACT

MURAKAMI, Alexandre Eizo. Proposal of Solution for the Packing of Aluminum Profiles Process using a Machine to Vacuous. 2009. 51p. Monografia (Especialização em Automação Industrial) - Departamento Acadêmico de Eletrônica, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, Curitiba, 2009. This work presents a proposal of solution for the packing of aluminum profiles process. First this work describes the current process, it presents the packing manual system with the problems about that. After it proposes changes in manual system that it consists to use automation for packing aluminums profiles. The automation system allows to improve technically the process. After that this work presents a comparison among the manual system and the automation system and it concludes the comments about the results obtained with using the automation in this process. Keywords: Aluminum Extrusion; Automation; Industrial Process.

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SUMÁRIO

RESUMO...................................................................................................................................8

ABSTRACT ..............................................................................................................................9

SUMÁRIO...............................................................................................................................10

LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................11

1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................13

1.1. PROBLEMA E PREMISSAS.........................................................................................14 1.2. OBJETIVO GERAL..............................................................................................................14 1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................................................14 1.4. JUSTIFICATIVA............................................................................................................15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................................16

2.1 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO........................................................................................16 2.2 CLPS 17 2.3 LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO PARA CLPS...................................................................19 2.4 SISTEMA SCADA ...............................................................................................................23 2.5 BOMBA A VÁCUO .............................................................................................................24

3 PROCESSO DE EMPACOTAMENTO ATUAL ........................................................26

4 PROPOSTA DE AUTOMATIAÇÃO DO PROCESSO..............................................32

4.1 ADAPTAÇÃO DA MÁQUINA A VÁCUO AO PROCESSO..........................................................33 4.2 ETAPAS DO PROCESSO UTILIZANDO A MÁQUINA A VÁCUO.............................42 4.3 IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA SUPERVISÓRIO .................................................46

5 COMPARATIVO PROCESSO ATUAL X AUTOMATIZADO .......... .....................56

6 CONCLUSÃO .................................................................................................................57

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................59

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Composição de um CLP. ........................................................................................17 Figura 2 – Exemplo Linguagem Ladder..................................................................................20 Figura 3 – Exemplo Linguagem de Lista de Instruções...........................................................21 Figura 4 – Exemplo Linguagem de Texto Estruturado ............................................................21 Figura 5 – Exemplo Linguagem em Diagrama de Blocos........................................................22 Figura 6 – Exemplo Linguagem SFC.......................................................................................22 Figura 7 – Sistema Supervisório...............................................................................................23 Figura 8 – Visão do Processo Manual de Fabricação dos Perfis de Alumínio.........................26 Figura 9 –Tarugo. .....................................................................................................................27 Figura 10 – Máquina Extrusora ................................................................................................27 Figura 11 –Máquina Extrusora.................................................................................................28 Figura 12 – Perfis de Alumínio com Defeito ...........................................................................29 Figura 13– Perfis de Alumínio Aguardando o Processo de Empacotamento Manual .............30 Figura 14 – Perfis de Alumínio Embalados e Estocados..........................................................30 Figura 15 – Visão do Processo Manual de Fabricação dos Perfis de Alumínio.......................33 Figura 16 – Máquina de Embalagem de Alimentos a Vácuo...................................................34 Figura 17 – Máquina de Empacotamento a Vácuo para Produtos Alimentícios......................35 Figura 18 - Vista Frontal da Máquina Seladora. .....................................................................36 Figura 19 - Vista Superior com Angulo de 45 º da Máquina Seladora ...................................36 Figura 20 - Vista Lateral da Máquina Seladora........................................................................37 Figura 21 – Máquina Seladora da Plastiba. ..............................................................................38 Figura 22 - Máquina Seladora da Plastiba................................................................................38 Figura 23– Modelo da Chapa. ..................................................................................................39 Figura 24 – Corte da Máquina Seladora e Alocação da Chapa. ...............................................40 Figura 25– Alocação dos Equipamentos. .................................................................................41 Figura 26 – Alocação da Máquina de Empacotamento a Vácuo no Processo de Embalagem.42 Figura 27 – Máquina em Estado Normal Aguardando os Perfis..............................................42 Figura 28 – Máquina com Alavanca abaixada e com o Perfil Apoiado sobre os Cavaletes. ...43 Figura 29 – Máquina em processo de retirada de ar do plástico. .............................................43 Figura 30 – Resistência da máquina ligada, realizando o processo de selagem do plástico. ...44 Figura 31 – Resistência da máquina desligada e alavanca levantada.......................................44 Figura 32 –Processo de embalagem utilizando a máquina de empacotamento a vácuo. .........45 Figura 33 – Ligações entre CLP x Máquina Automatizada. ....................................................47 Figura 34 – Relação Módulo de Entrada x Máquina Automatizada. .......................................47 Figura 35 – Relação Módulo de Saída x Máquina Automatizada............................................48 Figura 36 – Grafcet do funcionamento automatizado da máquina. .........................................50 Figura 37 – Programa em linguagem Ladder do funcionamento automatizado da máquina...52 Figura 38 – Tabela de endereçamento do programa do CLP. ..................................................53 Figura 39 – Proposta de integração para a máquina automatizada...........................................54 Figura 40 – Supervisório - Tela do Sistema Supervisório........................................................55

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TABELAS

Tabela 1- Análise comparativa entre o processo atual e o processo automatizado..................56

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com o guia técnico do alumínio, a extrusão pode ser definida da seguinte

maneira:

“extrusão é um processo de transformação termo-mecânica no qual um

tarugo de metal é reduzido em sua seção transversal quando forçado a fluir

através do orifício de uma matriz (ferramenta), sob o efeito de altas pressões

e temperatura. É similar a uma pasta de dente sendo expelida para fora de

seu tubo”. (ABAL, 2005)

O processo de extrusão começou a ser comercializado no final desde o final do século

XIX. Perfis extrudados eram utilizados em componentes aeronáuticos durante a Segunda

Guerra Mundial. (ABAL,2005)

Atualmente, os perfis de alumínio podem ser encontrados em sistemas de fachadas de

cortina, componentes de carrocerias de ônibus e caminhões, portas e janelas, estruturas

aeroespaciais e centenas de outros componentes são fabricados através dos perfis extrudados

de alumínio. (ABAL,2005)

Observando o processo de empacotamento dos perfis de alumínio de uma empresa no

ramo de extrusão, notou-se que o principal gargalo da empresa é quando o produto está sendo

embalado antes de ser transportado aos clientes. Vários procedimentos e cuidados são

levados em considerações para que a qualidade do produto seja mantida. No entanto, os

custos para este processo são elevados pois, além da diversidade de materiais utilizada no

momento do empacotamento, vale ressaltar também a quantidade de operários que o processo

necessita para que o perfil seja embalado em um tempo razoável.

Os perfis de alumínio podem ser de diferentes formas ou tamanhos. Atualmente são

embalados manualmente pelos operários. Quando os perfis de alumínio chegam ao seu

processo final, o de empacotamento, estes são colocados sob cavaletes de madeira onde ficam

aguardando serem embalados pelos operários para serem enviados aos clientes.

O objetivo da embalagem a vácuo, assim como qualquer outro tipo de embalagem, é

proteger o produto para que ele possa ser conservado, transportado e comercializado em

perfeitas condições ao consumidor. (MESTRINER, 2008)

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1.1. PROBLEMA E PREMISSAS

O alumínio para ser extrudado passa por diversas etapas para que o processo inteiro de

extrusão seja concluído.

O maior problema na produção é o processo final do produto, que é a etapa de

empacotamento dos perfis de alumínio. Neste processo, são utilizados diversos tipos de

materiais para que os perfis sejam embalados adequadamente e seja garantida a qualidade do

produto. Com a criação da nova máquina de empacotamento a vácuo dos perfis, este número

de material será reduzido significativamente, dependendo somente de um tipo especial de

plástico.

Nestes dois parágrafos citados acima, vem a questão deste trabalho: de que maneira

pode ser melhorado o processo de empacotamento de perfis de alumínio, reduzindo a

quantidade e diversidade de materiais e diminuindo também o tempo ocioso dos

operários que atuam neste processo?

Acredita-se que com a criação do projeto de uma máquina de empacotamento a vácuo, o

processo será rapidamente otimizado, atingindo desta forma os objetivos de inovação e

redução de custos da empresa.

1.2. OBJETIVO GERAL

Propor uma solução para automatizar uma máquina de empacotamento a vácuo de perfis

de alumínio extrudados.

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Analisar o processo atual de empacotamento do alumínio.

• Testar o processo novo com a máquina de empacotamento a vácuo.

• Comparar o processo antigo com o processo novo.

• Especificar os componentes da máquina.

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1.4. JUSTIFICATIVA

Por meio do projeto da proposta de automatização da máquina de empacotamento a

vácuo dos perfis de alumínio, as peças que hoje dependem de diversos tipos de materiais para

serem embalados, poderão ser embaladas utilizando uma quantidade menor de materiais .

O processo atual de empacotamento dos perfis de alumínio da empresa é inteiramente

manual, dependendo deste modo de diversos funcionários para que a realização do processo

de empacotamento seja realizada. O tempo gasto para que o processo seja concluído, é

bastante elevado, pois um empacotamento, dependendo do tipo de perfil de alumínio, deve ser

embalado diversas vezes, garantindo assim, que estes não sejam prejudicados no momento do

transporte. Qualquer imperfeição no perfil, por menor que seja, o material é considerado

inutilizável, prejudicando deste modo, a qualidade e a confiabilidade do produto.

Diante de todas essas dificuldades enfrentadas no cotidiano da empresa, surgiu a idéia

do projeto de uma máquina de empacotamento a vácuo dos perfis. Com isso, o tempo de

empacotamento será reduzido, o processo não dependerá totalmente de serviços manuais, a

quantidade de materiais será reduzida, assim como, os riscos de imperfeições nos perfis

também serão menores.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO

“Gargalos” são todos os pontos dentro de um sistema industrial que limitam a

capacidade final de produção. E por capacidade final de produção devemos entender a

quantidade de produtos disponibilizados ao consumidor final em um determinado intervalo de

tempo. (Maroueli, 2008).

Com exemplo de gargalo imagina-se uma indústria cujo setor de manufatura tenha

capacidade para produzir mil unidades por hora de um determinado produto. Se o setor de

embalagem dessa mesma indústria for capaz de embalar apenas oitocentas ou menos unidades

por hora, tem-se desta forma um gargalo, uma vez que a linha de produção não poderá

trabalhar com sua capacidade total, pois o setor seguinte não é capaz de embalar todas as

peças. Assim, caso a produção das mil unidades seja mantida, será necessário estocar

produtos não embalados, o que significará custos para a empresa. (Maroueli, 2008).

Pensando de maneira inversa, se o setor de embalagens fosse dimensionado para

embalar duas mil unidades, mas a manufatura só tivesse capacidade para mil, haveria aí outro

gargalo, desta vez no setor anterior. Isso resultaria em ociosidade no setor seguinte, e

conseqüentemente, aumento da parcela dos custos fixos diluída em cada produto. (Maroueli,

2008).

Quando o gargalo se localiza no início da produção, ocorre a maior ociosidade. Porém, a

ociosidade não é o mais grave, pois, quanto mais próximo término do processo, mais

prejudicial ela será. (Maroueli, 2008).

Nem sempre é fácil localizar os gargalos. E mais difícil ainda é elimina-los. Ainda mais

quando houver vários deles combinados dentro do sistema produtivo. Solucionar o problema,

no entanto, é crucial para manter a competitividade da empresa, uma grande economia e

eficácia produtiva. (Maroueli, 2008).

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2.2 CLP´S

Um CLP é composto basicamente de fonte, CPU, entradas digitais, saídas digitais,

entradas analógicas, saídas analógicas, rack e outros dispositivos mais se forem necessários

dependendo do tipo de aplicação como: módulo de comunicação ethernet, profibus e módulo

de expansão. Conforme figura 1:

Figura 1 – Composição de um CLP.

Fonte: O Autor.

a) Fonte de alimentação

A fonte de Alimentação é responsável por fornecer todos os níveis de tensão para

alimentação da CPU e dos módulos de I/O. É ela que garante a segurança e a integridade da

tensão de alimentação para todo o sistema, por meio do monitoramento constante dos níveis

de tensão e de corrente fornecidos. Caso esses níveis excederem os valores máximos ou

mínimos permitidos, além do tempo especificado pelo fabricante, a fonte deve então interagir

com o processador gerando uma interrupção que fará a CPU parar a execução do programa de

Aplicação. (Georgini, 2005).

b) CPU

A Unidade de processamento central (CPU) de um CLP é onde se localiza a inteligência

do sistema. O processador possui o papel de interagir com o sistema de memória através do

programa de execução que é desenvolvido pelo fabricante do equipamento, e executa o

programa de aplicação que é desenvolvido pelo usuário. Portanto, o processador é

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responsável pelo gerenciamento total do sistema, sendo responsável por controlar os

barramentos de endereços, de dados e de controle. (Georgini, 2005).

c) Base ou Rack

A base ou rack é responsável pela sustentação mecânica que compõem os elementos do

CLP. O rack possui um barramento que faz a conexão elétrica entre os componentes nele

instalados. (Georgini, 2005).

d) Módulos de I/O Digitais

Os módulos de entradas digitais apresentam as seguintes particularidades de acordo com

(Georgini, 2005).

• Filtros de sinal responsáveis por eliminar os bounces (pulsos indesejados, causados

durante a abertura ou fechamento de contatos mecânicos).

• Quantidade de pontos disponíveis : 8,16,32 ou 64.

• Tipo e faixa de tensão de entradas: AC (110V ou 220V), DC (12V, 24V ou 125V),

AC/DC – (12V, 24V, 110V), TTL ou contato seco.

Os módulos de saídas digitais apresentam as seguintes particularidades de acordo com

(Georgini, 2005).

• Quantidade de pontos disponíveis: 4, 8, 12, 16, 32 ou 64.

• Tipo e faixa de tensão das saídas: AC (24V, 110V ou 220V), DC (5V, 12V, 24V ou

125V) ou relé (AC e DC).

• As saídas à relé podem ter contato simples ou reversíveis.

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e) Módulos de I/O Analógicos

Os módulos analógicos tratam sinais analógicos (tensão, corrente, temperatura, níveis,

por exemplo). (Georgini, 2005).

Os módulos Analógicos de entrada convertem sinais analógicos vindos de dispositivos

de entrada (transdutores, conversores, termopares) em sinais digitais por meio de conversor

Analógico/Digital, que após a conversão, são disponibilizados ao barramento da CPU.

(Georgini, 2005).

Ao contrário das entradas analógicas, as saídas analógicas convertem sinais digitais que

estão no barramento da CPU, em sinais analógicos por meio de um conversor

Digital/Analógico. Após a conversão, os sinais são transmitidos aos dispositivos de saída

(drivers, amplificadores). (Georgini, 2005).

Os módulos de entradas analógicas apresentam as seguintes particularidades de acordo

com (Georgini, 2005).

• Processador dedicado, responsável pelo processamento e precisão do sinal digital

enviado a CPU, além de diagnósticos referentes ao módulo.

• Tipo e faixa de operação dos canais: corrente (0-20mA, 4-20mA), tensão (0-5V, ± 5V,

0-10V, ± 10V) ou temperatura (Termopares).

Os módulos de saídas analógicas apresentam as seguintes particularidades de acordo

com (Georgini, 2005).

• Quantidade de canais: 2, 4, 8 ou 16.

• Tipo e faixa de operação dos canais: corrente (0-20mA, 4-20mA) ou tensão tensão (0-

5V, ± 5V, 0-10V, ± 10V).

2.3 LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO PARA CLPS

A primeira linguagem de programação para CLPs foi a linguagem Ladder. O fato de ser

uma linguagem gráfica, baseada em símbolos semelhantes aos encontrados em esquemas

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elétricos, foi critério determinante para aceitação do uso por técnicos e engenheiros

acostumados com lógicas de relés. (Georgini, 2005).

A norma IEC 61131-3 define cinco Linguagens de programação: Ladder, Listas de

Instruções, Texto Estruturado, Diagrama de Blocos de Função e Diagrama Funcional

Seqüencial. (Georgini, 2005).

a) Linguagem Ladde (LD-Ladder Diagram)

É uma linguagem gráfica na qual duas barras verticais paralelas são interligadas pela

lógica de controle, formando os degraus da escada. (Georgini, 2005).

Observe na Figura 2, um exemplo da linguagem Ladder:

Figura 2 – Exemplo Linguagem Ladder Fonte: O Autor.

b) Linguagem de Lista de Instruções (IL – Instruction List)

É uma linguagem de baixo nível, similar ao Assembly. Nessa linguagem é permitida

apenas uma operação por linha, como o armazenamento de um Valor em uma determinada

variável. A utilização dessa linguagem é viável em aplicações menores, ou também para

otimizar partes de uma aplicação complexa. (Georgini, 2005).

Observe na Figura 3, um exemplo de linguagem de Lista de Instruções:

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Figura 3 – Exemplo Linguagem de Lista de Instruções Fonte: O Autor.

c) Texto Estruturado (ST- Structured List)

É uma linguagem de alto nível, estruturada em blocos. Esse tipo de linguagem pode ser

usada para expressar declarações complexas envolvendo variáveis que representem uma

ampla faixa de dados de diferentes tipos, incluindo valores analógicos e digitais. (Georgini,

2005).

Observe na figura 4, um exemplo de texto estruturado:

Figura 4 – Exemplo Linguagem de Texto Estruturado

Fonte: O Autor.

e) Diagrama de blocos de Função (FBD – Function Block Diagram)

É uma linguagem grafica que permite aos elementos do diagrama que são os blocos,

serem ligados entre si, semelhante a um diagrama de circuito elétrico. Esse tipo de linguagem

é apropriada para aplicações que envolvam fluxo de informações , ou dados, entre os

componentes de controle. (Georgini, 2005).

Observe na Figura 5, um exemplo da linguagem em Diagrama de Blocos:

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Figura 5 – Exemplo Linguagem em Diagrama de Blocos Fonte: O Autor.

f) Diagrama Funcional Seqüencial (SFC – Seqüencial Function Chart)

É uma linguagem gráfica baseada na norma IEC 60848. O SFC é utilizado para

estruturar a organização interna de um programa, além de auxiliar a segmentação de

problemas de controle em partes menores. A linguagem é composta pelos seguintes

elementos: Etapas, Ações associadas as etapas, Transições, Condições Associadas as

Transições e Ligações Orientadas. (Georgini, 2005).

Observe na figura 6, um exemplo da linguagem SFC:

Figura 6 – Exemplo Linguagem SFC

Fonte: O Autor.

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2.4 SISTEMA SCADA

Os sistemas Supervisórios são utilizados para monitoração e operação de variáveis de

processos. Estas são atualizadas periodicamente podendo ser guardadas em banco de dados

locais ou remotos para que sejam utilizadas posteriormente. (Moraes, 2007).

O sistema Supervisório foi criado para supervisão e controle de elevadas quantidades de

variáveis de entrada e saídas digitais e analógicas distribuída. (Moraes, 2007).

Atualmente, pode-se interpretar sistemas constituídos por IHM ou UTR inteligente

(CLP) como sendo um sistema SCADA. Sua aplicação vem sendo implementada em diversas

áreas da engenharia como no setor industrial, energético, saneamento e civil. (Moraes, 2007).

Na figura 7 pode-se observar a arquitetura de Sistema Supervisório:

Note que os sensores e atuadores estão conectados a uma rede de comunicação

específica (Asi, Prodibus...) que trocam informações com a estação remota (CLP). O CLP por

sua vez utiliza também uma rede de comunicação (Profibus, ModBus...) que faz a conexão

com o sistema Supervisório representado pela Estação de Monitoração Central. Resumindo,

os sensores e atuadores trocam informações via rede com a estação remota, e esta por sua vez

troca informações com o sistema supervisório.

Figura 7 – Sistema Supervisório Fonte: O Autor.

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2.5 BOMBA A VÁCUO

Bomba a Vácuo é um aparelho destinado Á produção de vácuo ou à redução adicional

da pressão de um vácuo já existente. Uma Bomba de Vácuo pode ser de deslocamento

positivo, ou seja, do tipo que transporta uma carga de gás de uma entrada para uma saída ou

escape. Esses dispositivos também podem ser centrífugos ou criogênicos. (Bomba a

Vácuo,2010).

A fim de reduzir a densidade molecular e, portanto, a pressão, em um recipiente, as

moléculas do gás devem ser dele retiradas. Isto é feito pelas assim chamadas bombas de

vácuo (que já se procura designar como compressores de gases rarefeitos). De um modo

muito geral, as bombas de vácuo podem ser classificadas em dois grupos: o primeiro é

designado de bombas de transferência, que são bombas que transportam o gás do recipiente

para a atmosfera ou para recipientes ou para bombas com pressões maiores que as de sua

entrada; o segundo são as bombas de aprisionamento, que retiram as moléculas do recipiente

prendendo-as em suas paredes por processos físicos ou químicos. (Apostila Unicamp).

As bombas do primeiro grupo, as de transferência, podem ser divididas em três tipos

segundo (Apostila Unicamp):

• Bombas que operam criando volumes de câmaras que periodicamente crescem e

decrescem (ou expandem e comprimem), como acontece nas bombas de pistão, de

membrana, e outros tipos.

• Bombas cujo volume interno é fixo e que de algum modo transferem o gás da região de

baixa pressão para a de alta pressão (compressão, arraste molecular), como as bombas

Roots e as turbomoleculares.

• Bombas em que o bombeamento se dá por arraste por viscosidade ou por difusão, como

acontece nas bombas ejetoras de vapor e nas difusoras.

Segundo (Apostila Unicamp), as bombas do segundo grupo, as de aprisionamento,

podem ser divididas em dois tipos:

• Bombas que aprisionam o gás permanentemente por processos físico-químico, como nas

bombas iônicas e de aprisionamento químico.

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• Bombas que aprisionam o gás enquanto uma certa condição física é mantida, como

acontece nas bombas por absorção e nas criogênicas.

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3 PROCESSO DE EMPACOTAMENTO ATUAL

Para que se possa entender rapidamente o processo de empacotamento dos perfis de

alumínio, foram criados diagramas de blocos primeiramente mostrando de uma forma rápida e

simples os processos até chegar no empacotamento dos perfis conforme figura 8.

Figura 8 – Visão do Processo Manual de Fabricação dos Perfis de Alumínio Fonte: O Autor.

O processo de extrusão se inicia através de um tarugo, que passa por um processo de

aquecimento antes de ser levado a extrusora. No processo de extrusão, o operário escolhe a

matriz a ser utilizada pois é ela que definirá o formato do alumínio extrudado.

Sim

Não

Processo de Extrusão

Observação e Reparos dos perfis de alumínio

Perfis Reparados?

Processo de Empacotamento a Manual dos Perfis

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Pode-se entender melhor o processo de extrusão , observando os passos das figuras

9,10,11,12,13 e 14.

A figura 9 representa um exemplo de tarugo, sendo que o diâmetro e o comprimento

desta peça varia de acordo com a necessidade do formato dos perfis que serão produzidos.

Figura 9 –Tarugo. Fonte: O Autor.

O tarugo é, colocado em um forno a uma temperatura que varia entre 340 e 530 º C.

(ABAL,2005).

Saindo do forno, o tarugo é colocado na máquina extrusora para que comece desta

forma o processo de extrusão. A figura 10 apresenta as principais partes de uma máquina

extrusora.

Figura 10 – Máquina Extrusora Fonte : ABAL (2005)

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1- Cabeça do pistão principal

2- Trancha

3- Cilindro principal

4- Pistão empurrador

5- Disco de pressão

6- Tarugo

7- Transportador

8- Recipiente

9- Matriz

10- Pacote da ferramenta

11- “Platen” (Tunel de saída)

12- Perfil extrudado

13- Pistão principal

14- Talão

15- Bucha do recipiente

16- Encosto próprio da ferramenta

17- Carcaça da ferramenta

18- Encosto

19- Porta-Ferramenta

20- Encosto

21- Anel de pressão

Figura 11 –Máquina Extrusora

Fonte: O Autor.

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O tarugo, após o processo de extrusão, se transforma nos perfis de alumínio que são

observados cuidadosamente para que após sejam enviados ao processo de empacotamento.

Observe na figura 12 alguns defeitos que podem ocorrer nos perfis como perfis

amassados ou trincados. Acompanhando o diagrama de bloco apresentado na Figura 8, note

que os perfis serão embalados somente caso não exista nenhuma deformação, pois se existir,

os perfis terão de ser reparados ou descartados.

Figura 12 – Perfis de Alumínio com Defeito Fonte: O Autor.

Na figura 13, os cavaletes onde os perfis são colocados para que o processo de

empacotamento a vácuo possa iniciar são representados pelo número 1. O número 2

representa os perfis de alumínio que serão embalados. Os perfis são embalados em suas

extremidades, com o plástico representando pelo número 3, para evitar que ocorra movimento

quando estes são transportados. Caso isso ocorra, os perfis sofrem atrito e acabam danificando

o material. A bobina, representada pelo número 3, é o plástico utilizado para empacotar os

perfis, que serão encobertos pelo menos duas vezes garantindo, desta forma, que não haja

contato com o ar e umidade para evitar a oxidação do alumínio. Para finalizar a figura 13, o

número 4 é utilizado para passar a fita de plástico filme em volta dos perfis em suas

extremidades, pois na maioria dos casos, as extremidades dos perfis podem possuir pequenas

deformações pontiagudas.

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Figura 13– Perfis de Alumínio Aguardando o Processo de Empacotamento Manual Fonte: O Autor.

Na figura 14, pode-se observar a quantidade de material estocado na fábrica e a forma

como estes são alocados.

Figura 14 – Perfis de Alumínio Embalados e Estocados. Fonte: O Autor

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O processo de empacotamento é totalmente manual. O tempo para o empacotamento

pode ser maior ainda caso ocorra alguma falha humana (derrubar o perfil no chão, amassar

alguma parte do perfil, esquecer de embalar alguma parte do perfil e etc.) no momento do

processo de empacotamento dos perfis.

Vale ressaltar que para que se possa realizar o processo de empacotamento dos

alumínios, atualmente necessita-se de em média de 3 operadores, levando em média de 4

minutos para realiza o processo de empacotamento de um perfil completo.

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4 PROPOSTA DE AUTOMATIAÇÃO DO PROCESSO

O processo de embalagem a vácuo iniciou-se com testes em pequenas amostras de

alumínio, utilizando-se uma máquina comercial comum de embalagem a vácuo de alimentos,

conforme figura 16. Como a embalagem a vácuo garante um maior prazo de validade dos

alimentos, possivelmente garantirá também que o alumínio não sofra oxidações, pois não

estará em contato com o ar. Os perfis poderão ser embalados juntos ou separados,

dependendo da solicitação do cliente. No entanto, a forma do empacotamento a vácuo deverá

impedir que um perfil sofra atrito com o outro.

A idéia do desenvolvimento de uma máquina de empacotamento a vácuo surgiu com o

propósito de diminuir o gargalo na linha de produção da empresa. Atualmente, o processo de

empacotamento dos perfis de alumínio além de utilizar uma grande quantidade de materiais,

também necessita de vários operadores para realizar o processo.

Na figura 15 pode-se visualizar a etapa em que o processo de empacotamento dos perfis

de alumínio foi automatizado.

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Figura 15 – Visão do Processo Manual de Fabricação dos Perfis de Alumínio Fonte: O Autor.

4.1 ADAPTAÇÃO DA MÁQUINA A VÁCUO AO PROCESSO

Uma máquina de pequeno porte para embalagem a vácuo de alimentos representada

pela figura 16, foi tomada como base para este projeto. A mesma máquina foi desmontada e

analisada internamente para que seu funcionamento fosse discutido e aprimorado.

Sim

Não

Processo de Extrusão

Observação e Reparos dos perfis de alumínio

Perfis Reparados?

Processo de Empacotamento a Automatizado dos

Perfis

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Figura 16 – Máquina de Embalagem de Alimentos a Vácuo Fonte: MERCADO LIVRE

O funcionamento da máquina é bastante simples. O produto é colocado dentro do

plástico gofrado que é um tipo de plástico especial que possui estrias que permitem a

passagem de ar, permitindo desta forma que o ar seja retirado do plástico. Depois de inserido

o produto dentro do plástico gofrado, a parte aberta do plástico é prensada. Na parte interna,

como pode ser observado na Figura 17 item 1, existe uma borracha utilizada na vedação do ar.

Observe também, que existe um pino no meio da estrutura de vedação de ar, representado

pelo número 2 da figura 17. Este pino é a essência do produto, é por ele que o ar será retirado,

pois duas pequenas bombas farão o serviço de gerar o vácuo. São utilizados, também,

sensores para indicar o momento em que não existe mais ar dentro do plástico. Com isso, o

processo de retirada do ar é finalizado, desligam-se as bombas e começa o processo de

selagem do plástico. Para que o processo de selagem seja realizado, existe uma resistência de

aquecimento na máquina, 3 da figura 17. Com essa mesma idéia de funcionamento, foi

proposta a idéia do projeto da máquina de empacotamento a vácuo dos perfis de alumínio.

Produto a ser embalado a vácuo.

Máquina comercial de empacotamento a vácuo.

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Figura 17 – Máquina de Empacotamento a Vácuo para Produtos Alimentícios.

Fonte: MERCADO LIVRE

Foram realizados testes com pequenos perfis de alumínio nesta máquina. O resultado foi

o esperado, ou seja, o ar foi totalmente retirado e os perfis ficaram imóveis dentro do plástico,

evitando o atrito e a existência de ar.

Através deste teste, foi concluído que uma máquina de empacotamento a vácuo seria a

solução para o gargalo da produção da empresa de extrusão de alumínio.

As figuras 18, 19 e 20 representam as vistas de uma máquina seladora fabricado pela

Plastiba, pois será nela que serão realizadas as adaptações para o processo automatizado de

empacotamento a vácuo.

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Figura 18 - Vista Frontal da Máquina Seladora.

Fonte: O Autor

Figura 19 - Vista Superior com Angulo de 45 º da Máquina Seladora Fonte: O Autor

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Figura 20 - Vista Lateral da Máquina Seladora. Fonte: O Autor

A figura 21 mostra os principais elementos da máquina seladora, ainda somente

com a função de selagem.

Segue explicação da numeração apresentada na figura 21:

1. Alavanca utilizada para prensar o plástico sobre a resistência.

2. Controle manual de liga e desliga da máquina.

3. Controle de temperatura da resistência de aquecimento.

4. Leds identificadores de máquina ligada/desligada.

5. Resistência de aquecimento da máquina.

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Figura 21 – Máquina Seladora da Plastiba. Fonte: O Autor

Na figura 22 pode-se observar a vista lateral da máquina seladora e as futuras

modificações que serão realizadas para a implementação dos equipamentos automatizados.

Figura 22 - Máquina Seladora da Plastiba. Fonte: O Autor

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Na figura 22 tem-se:

• O número 1 mostra que a alavanca possuirá dois estágios, sendo o primeiro estágio para

prender o plástico e realizar o processo de retirada do ar do plástico e o segundo estágio,

será realizado quando o operador baixar mais um pouco a alavanca para que o processo

de selagem do plástico seja efetuado.

• No número 2, existe uma borracha de material EVA, que é um material não tóxico e que

é composto por uma mistura de Etil,Vinil e Acetato.

• O número 3 representa o orifício por onde o ar é retirado. Embora esteja demonstrado

somente um orifício, pode-se também acrescentar quantos orifícios o cliente desejar,

dependendo é claro da necessidade de rapidez que o cliente desejar que o ar seja

retirado.

• número 4 representa o local onde será alocada a chapa de alumínio feita pela própria

empresa.

A figura 23 apresenta a chapa de alumínio a ser acoplada no número 4 da figura 22.

Figura 23– Modelo da Chapa. Fonte: O Autor

A figura 24 mostra, com maiores detalhes a forma de acoplamento da chapa de alumínio

na máquina de selagem.

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Figura 24 – Corte da Máquina Seladora e Alocação da Chapa. Fonte: O Autor.

A figura 25, mostra uma sugestão de alocação dos equipamentos que serão utilizados

para efetuar a automatização da máquina,onde:

• O equipamento de número 3, será alocado nas laterais da máquina seladora, conforme

indicado pelo número 1 da figura 25.

• O número 2 é o lugar onde serão alocados os equipamentos necessários para realizar o

processo como: conexões, mangueiras pneumáticas, válvulas, os próprios geradores a

vácuo, enfim, todos os dispositivos que serão utilizados na automação da máquina,

porém estes não precisam ter uma alocação específica, como é o caso dos sensores.

Chapa de Alumínio

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Figura 25– Alocação dos Equipamentos.

Fonte: O Autor

Com a figura 26, poderá ser observada a alocação da máquina de empacotamento a

vácuo no processo de embalagem dos perfis de alumínio. Os cavaletes ainda servirão como

apoio dos perfis e a máquina fará o processo de retirada de ar e selagem dos mesmos.

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Figura 26 – Alocação da Máquina de Empacotamento a Vácuo no Processo de Embalagem. Fonte: O Autor

4.2 ETAPAS DO PROCESSO UTILIZANDO A MÁQUINA A VÁCUO

Para melhor entendimento e visualização do processo, será mostrado a seguir, o

funcionamento detalhado das etapas da máquina.

Primeiramente, a máquina se encontrará em estado normal, aguardando que o operário

coloque o perfil sobre os cavaletes e inicie o processo, como mostra figura 27.

Figura 27 – Máquina em Estado Normal Aguardando os Perfis. Fonte: O Autor

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Em seguida, os perfis são colocados sobre os cavaletes e o operador opera a máquina,

abaixando a alavanca, conforme figura 28.

Figura 28 – Máquina com Alavanca abaixada e com o Perfil Apoiado sobre os Cavaletes.

Fonte: O Autor

Em seguida, o operador liga os geradores a vácuo para que o ar seja retirado do plástico.

Conforme figura 29.

Figura 29 – Máquina em processo de retirada de ar do plástico. Fonte: O Autor

Plástico

Perfil

com ar

Plástico sem ar

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Após o ar ser retirado do plástico, o operador deverá desligar o vácuo e ligar a

resistência de aquecimento para que a selagem do plástico seja realizada. Note na figura 30,

que na posição indicada, existe uma resistência de aquecimento que quando ligada, realiza o

processo de selagem do plástico.

Figura 30 – Resistência da máquina ligada, realizando o processo de selagem do plástico. Fonte: O Autor

Após o processo de selagem ser realizado, o operador deverá desligar a resistência de

aquecimento e levantar a alavanca para que o perfil seja retirado do cavalete e alocado no

estoque, pronto para ser transportado ao cliente.

Figura 31 – Resistência da máquina desligada e alavanca levantada. Fonte: O Autor

Resistência Ligada

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O perfil então é retirado do cavalete, e a máquina estará pronta para realizar novamente

o processo de empacotamento a vácuo.

A figura 32 apresenta o diagrama de blocos do o processo de embalagem dos perfis com

a máquina de empacotamento a vácuo, que no caso seria o último processo do diagrama de

blocos da figura 15.

Figura 32 –Processo de embalagem utilizando a máquina de empacotamento a vácuo. Fonte:O Autor

Os operadores colocam os perfis sobre cavaletes que servem de apoio.

Os operadores passam papel filme nas extremidades do conjunto dos perfis a serem embalados

O conjunto de perfis é colocado (processo ainda não automatizado) dentro do plástico gofrado tubular que normalmente é aberto nas

extremidades.

O operador liga uma máquina de selagem em uma das extremidades do plástico gofrado, já com os perfis na parte

interna.

Com uma extremidade selada, o operador, na outra extremidade do plástico aberto, abaixa a alavanca que inicia o processo de

retirada do ar do plástico.

A válvula de pressão instalada no sistema, indica que todo o ar foi retirado de dentro do plástico.

O operador liga a máquina de selagem para que o processo seja concluído.

Os operadores transportam perfis de alumínio embalados a vácuo para o local de armazenamento, onde ficarão disponíveis

para serem enviados aos clientes

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4.3 IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA SUPERVISÓRIO

Para que os operadores sejam informados das etapas do processo da máquina, há

também a possibilidade de uma implementação de um sistema supervisório, podendo assim,

distribuir a informação da máquina para toda a fábrica. A proposta deste sistema será

apresentada durante este capítulo.

Para que o processo seja iniciado automaticamente, há a necessidade de utilizar um

Controlador Lógico Programável (CLP) de pequeno porte, com apenas um cartão de entrada

digital que será responsável pelo recebimento dos sinais dos sensores, um cartão de saída

digital que será responsável pelo acionamento de atuadores e válvulas e, um cartão para

entradas analógicas responsáveis pela aquisição dos sinais de pressão e fluxo de ar, caso a

visualização dos sinais sejam desejados no sistema supervisório. A máquina precisa ter um

sensor para detectar a presença do plástico e acionar os atuadores para baixar as alavancas e

prensar o plástico. No momento em que a alavanca é abaixada, um sensor fim-de-curso terá

de ser acionado para comandar a válvula responsável por ligar e desligar os geradores a

vácuo. Um sensor de fluxo de ar deverá ser instalado para saber o momento certo de

desenergizar a válvula e parar a retirada do ar do plástico. O mesmo sensor de fluxo, que

informa sobre a retirada de ar, informará também o ligamento da resistência de aquecimento

para efetuar o processo de selagem do plástico. Após um tempo que poderá ser parametrizado,

a resistência será desligada e o CLP deverá enviar um comando de subida para a alavanca.

Com isso o processo será finalizado.

Na figura 33, é possível observar a troca de sinais de entrada e saída da máquina de

empacotamento a vácuo com o CLP, já utilizando as variáveis relacionadas com o Grafcet e

com o programa em linguagem Ladder.

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Figura 33 – Ligações entre CLP x Máquina Automatizada. Fonte: O Autor

Detalhando na figura 33, observe a relação do módulo de entrada digital com a

máquina de empacotamento a vácuo.

Figura 34 – Relação Módulo de Entrada x Máquina Automatizada. Fonte: O Autor

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As descrições dos sinais das entradas digitais do CLP utilizados na lógica do

funcionamento da máquina são os seguintes:

I0.0 – Sensor detector do plástico – S1;

I0.1 – Sensor fim-de-curso da Alavanca – Posição Abaixada – S2;

I0.2 – Sensor de vácuo atuado quando não houver mais ar a ser retirado do plástico – S3;

I0.3 – Resistência de aquecimento ligada - RL ;

I0.5 – Sensor fim-de-curso da Alavanca – Posição Levantada – S4;

As entradas digitais do CLP são acionadas toda vez que os sensores enviam sinais

indicando atuação dos mesmos. Como é o caso do sensor de presença de plástico, assim que o

plástico é colocado na posição em que o sensor se encontra, este manda um sinal para o CLP

ativando desta forma uma entrada digital do cartão do controlador.

Detalhando na figura 34, observe a relação do módulo de saída digital com a máquina

de empacotamento a vácuo.

Figura 35 – Relação Módulo de Saída x Máquina Automatizada.

Fonte: O Autor

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Q0.0 – Comando baixar Alavanca - CMD_BA ;

Q0.1 – Comando Ligar Vácuo – CMD_LGV ;

Q0.2 – Comando Ligar resistência de aquecimento para selagem do plástico – CMD_LRA ;

Q0.3 – Comando Desligar o Vácuo - CMD_DGV ;

Q0.4 – Comando Desligar resistência de aquecimento – CMD_DGRA ;

Q0.5 – Comando Subir Alavanca – CMD_SA;

As saídas digitais do CLP são acionadas através de uma lógica implementada no CLP

que será representada pelo GRAFCET da figura 36. Toda vez que uma condição é satisfeita,

uma ação é executada, ou seja, uma saída do CLP é acionada. Desta forma, a saída do CLP é

ligada a válvulas que farão o controle de acionamento dos cilindros, dos geradores a vácuo e

da resistência de aquecimento. Por exemplo: No programa lógico implementado no CLP a

condição para comando de baixar Alavanca seria o sensor de plástico ativado. Portanto, assim

que o sensor for acionado, uma entrada digital do CLP será ativada, conseqüentemente de

acordo com a lógica implementada no CLP, este ativará uma saída digital. Esta saída por sua

vez , estará ligada a um solenóide de uma válvula eletro-pneumática, que quando receber o

sinal do CLP, executará a função de avançar (abaixar alavanca) o cilindro. A forma de

funcionamento das outras saídas digital se repete sempre seguindo a mesma filosofia. A saída

do CLP é acionada, e esta manda um sinal para uma válvula que por sua vez comandará as

ações dos equipamentos comando de ligar vácuo/resistência ou avançar cilindro.

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Segue abaixo um diagrama em Grafcet para que se possa entender melhor o processo

automatizado.

Figura 36 – Grafcet do funcionamento automatizado da máquina.

Fonte : O Autor

De acordo com o processo, primeiramente o operador colocará o plástico com o perfil

sobre os cavaletes. O plástico quando encostado na máquina ativa um sensor que indicará a

presença do material, acionando desta forma uma entrada digital (S1-I0.0) do CLP. Este por

sua vez, dará início ao processo automatizado, ativando a saída digital (CMD_BA-Q0.0) que

comandará a descida da alavanca para que o plástico seja prensado.

Quando o sensor indicador de Alavanca abaixada é acionado (S2-I0.1), ou seja, quando

esta entrada for ativada, o CLP enviará um sinal de comando de ligar o vácuo (CMD_LGV-

Q0.1). Com isso o ar começará a ser tirado do plástico.

1

S1

2 CMD_BA

S2

3 CMD_LGV

4 CMD_LRA AND CMD_DGV

S3

5 CMD_DGRA AND CMD_SA

RL AND S4

RL AND X3/20s

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Uma entrada digital será ativada (S3-I0.2) quando não houver mais ar a ser retirado do

plástico, isto ativará ao mesmo tempo, o comando de desligar o vácuo (CMD_DGV-Q0.3) e o

comando de ligar a resistência de aquecimento (CMD_LRA-Q0.2), para fazer a selagem do

plástico.

Um temporizador é ajustado para que a resistência execute a ação de selagem do

plástico. Quando o tempo se esgotar, os comandos de desligar resistência de aquecimento

(CMD_DGRA – Q0.4) e o comando de subir alavanca (CMD_AS-Q0.5) serão acionados.

Quando a alavanca subir, um sensor indicará a posição da alavanca levantada (S4-I0.5)

voltando então ao estado inicial do processo.

Após todas essas etapas, o processo de empacotamento a vácuo automatizado é

finalizado. Assim, o operador poderá retirar o perfil embalado a vácuo de cima dos cavaletes,

pois estes já estarão prontos para serem enviados ao cliente.

Quando o operador colocar um novamente um perfil sobre os cavaletes, um novo ciclo

se iniciará, realizando todas as etapas do processo vistas acima nos parágrafos anteriores.

Para que a lógica fosse testada, foi utilizado o programa simulador da Siemens STEP7.

Abaixo segue a lógica implementada em linguagem LADDER no Controlador Lógico

Programável.

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Figura 37 – Programa em linguagem Ladder do funcionamento automatizado da máquina. Fonte : O Autor

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Para melhor entender o programa, segue na figura 38 a tabela das siglas com os

endereços utilizados no CLP.

Figura 38 – Tabela de endereçamento do programa do CLP. Fonte : O Autor

Conforme já comentado no início deste capítulo, segue abaixo a proposta de

implementação de um sistema que poderá ser utilizado para visualizar as informações da

máquina, assim como também efetuar ações quando desejado, de qualquer parte da fábrica

que esteja ligada a rede de comunicação. A figura 39 representa uma arquitetura para que se

possa ser mais bem visualizado a integração dos equipamentos com a rede.

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Figura 39 – Proposta de integração para a máquina automatizada. Fonte : O Autor.

A arquitetura da figura 39, mostra a máquina de empacotamento a vácuo que se está

localizada no chão de fábrica junto ao CLP. Na máquina serão implementados os sensores,

atuadores, válvulas, conexões e cilindros. Estes equipamentos serão responsáveis por enviar e

receber sinais do CLP. Neste, será implementada a lógica representada pela figura 37. Esta

será responsável pelo funcionamento automatizado da máquina. Uma vez que o CLP recebe

os sinais dos sensores, a lógica é executada, fazendo com que os sinais de saída do CLP sejam

ativados. Estes, quando ativados, enviam sinais para as válvulas, que farão o acionamento do

atuador, geradores a vácuo e resistência de aquecimento.

O CLP deverá possuir um cartão de comunicação para fazer a conexão com o Switch.

Conectados ao switch também estão os computadores, que se encontram na sala de controle.

Qualquer computador que estiver conectado ao switch poderá desta forma ter acesso as

informações disponibilizadas pelo CLP.

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A tela a seguir representa o sistema supervisório proposto para a máquina de

empacotamento a vácuo.

Figura 40 – Supervisório - Tela do Sistema Supervisório.

Fonte : O Autor.

Conforme forem sendo acionados os sinais de entradas e saídas digitais do CLP, os

quadrados ao lado de cada descrição de entrada e saída serão animados na tela, quando estes

estiverem na cor verde, indicará que estão ligados e quando estiverem na cor vermelha

indicará que estão desligados.

Será possível também forçar ou ativar as saídas manualmente, em caso de falhas ou

simplesmente para testar o processo. Basta o operador apertar os botões de comandos

conforme sua necessidade.

Assim que o processo se iniciar, a alavanca, o plástico e os quadrados representando o

estado das entradas e saído digital será animado em tela de acordo com a lógica implementada

no CLP. O operador ou qualquer pessoa poderá visualizar ou executar ações no processo da

máquina de empacotamento a vácuo através do sistema supervisório.

Cavaletes

Plástico

Perfil

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5 COMPARATIVO PROCESSO ATUAL X AUTOMATIZADO

Conforme análises realizadas em testes, pode-se observar na tabela abaixo um

comparativo entre o processo atual e o processo automatizado com relação ao tempo gasto

para realização do processo, custos com os operadores, custos com o plástico especial, enfim

tudo o que envolve o processo de empacotamento.

Processo Atual Processo Automatizado

Média do tempo de

empacotamento de um perfil

de alumínio.

~ 4 min ~ 2,5 min

Quantidade de operadores

para realizar o processo. 3 a 4 / perfil 2 a 3 / perfil

Custo com as embalagens

(plástico, papel filme papelão) ~R$ 4,00 / perfil ~R$ 5,00 / perfil

Tabela 1 – Análise comparativa entre o processo atual e o processo automatizado

O empacotamento automatizado, ainda não foi implementado, portanto, os tempos

realizados foram extraídos por testes separados do processo atual.

Através da tabela 1 pode-se concluir que a automatização da máquina de

empacotamento a vácuo é viável para a empresa, apesar do custo do material do processo

automatizado ser mais caro, as reduções serão maiores nos outros fatores.

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6 CONCLUSÃO

A etapa de empacotamento dos perfis de alumínio, apresenta um gasto bastante elevado

para a empresa, pois além do material desnecessário utilizado, o empacotamento dos perfis é

considerado o gargalo da produção além de necessitar de uma grande quantidade de operários

para realizar a atividade de empacotamento. Após a implementação da máquina, os operários

que fazem parte do processo, serão remanejados a outros processos ou setores, possibilitando

desta forma que estes aprendam e executem outras atividades dentro da empresa.

Com a criação da máquina de empacotamento a vácuo, estima-se que as quantidades em

se tratando de materiais utilizados, tempo gasto para se concluir o serão reduzidas de forma

progressiva.

A manutenção na máquina de empacotamento a vácuo não precisará ser feita

freqüentemente, porém vale ressaltar que os equipamentos pneumáticos deverão ser utilizados

de forma adequada, verificando sempre por exemplo se a lubrificação está de acordo e se a

pressão está sendo utilizada dentro da faixa exigida pelo fabricante. Contudo, caso alguma

peça venha sofrer algum desgaste por tempo de uso ou defeito, os equipamentos poderão

facilmente ser solicitados a qualquer fabricante de equipamentos pneumáticos ou eletro-

pneumáticos. Como exemplo pode-se citar alguns como : SMC Pneumáticos do Brasil, Festo

Automação e Parker.

As formas e vantagens de geração a vácuo através de um gerador pneumático, a

definição do modo de funcionamento e os produtos mais adequados em termos de custo e

funções para a máquina de empacotamento a vácuo foram exploradas e discutidas com

professores e fornecedores de equipamentos pneumáticos.

As propostas de automação da máquina ainda está em andamento, dependendo

inteiramente da decisão da empresa. Com este trabalho, em mãos acredita-se que a empresa

poderá conhecer as possibilidades de automatização da máquina de embalagem a vácuo,

facilitando desta forma em sua tomada de decisão sobre a implementação da máquina no

processo.

A máquina de empacotamento a vácuo otimizará o processo de embalagem fazendo

com que os custos sejam reduzidos, mesmo assim, observou-se que a máquina poderá

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futuramente sofrer mais alterações deixando-a mais eficiente. Por exemplo: utilizar mais um

gerador a vácuo no processo, diminuindo assim, o tempo de retirada do ar do plástico.

Possivelmente, quando a empresa desejar aumentar a velocidade de retirada do ar do

plástico, será preciso somente acrescentar mais um equipamento pneumático responsável por

gerar o vácuo.

Acredita-se que futuramente, terão de ser produzidas mais máquinas, para que a

demanda de empacotamento seja atendida. Com esta nova implementação, a empresa sofrerá

um remanejamento das atividades dos operários que ficavam ociosos no processo antigo de

empacotamento dos perfis.

Os métodos aplicados neste trabalho para o desenvolvimento da lógica de controle da

máquina e também para o desenvolvimento do software supervisório, foram adquiridos

durante este curso de Especialização em Automação Industrial. As matérias de Sistemas

Sequenciais e Sistemas supervisórios foram portanto indispensáveis para realização da

proposta de automação da maquina de empacotamento a vácuo.

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REFERÊNCIAS

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MAROUELI, Carlos Alberto. Gargalos de Produção. Em

http://www.administradores.com.br /artigos/gargalos_de_producao/21678/. Acesso em: 14

de janeiro de 2010.

MERCADO LIVRE 2009. Disponível em <http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-

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Schrader Bellows Indústria e Comércio. Princípios Básicos, Produção, Distribuição e

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SLACK, Nigel. Administração da Produção. São Paulo: Editora Atlas S.A – 2002.