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PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR PARA O CURSO DE
SERVIÇO SOCIAL - 2015
1. JUSTIFICATIVA DA REESTRUTURAÇÃO
O Serviço Social, acompanhando a dinâmica do capitalismo, vem
passando por mudanças expressivas e consolidando-se cada vez mais
como uma especialização do trabalho coletivo na divisão sócio-técnica do
trabalho (IAMAMOTO, 2003).
Conseqüentemente, a formação profissional do Assistente Social
tem sido alvo de revisões para acompanhar as transformações societárias.
Neste contexto, temos o processo de revisão curricular desencadeado na
década de 1990, que culminou nas “Diretrizes Gerais para o curso de
Serviço Social”, aprovadas em assembléia geral em 1996 pela Associação
Brasileira de Ensino em Serviço Social (ABESS)1, hoje Associação Brasileira
de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), e estabelecidas pelo
Ministério da Educação (MEC), através da Resolução CNE/CES 15, de 13 de
março de 2002 (BRASIL, 2002).
Os Cursos de Graduação em Serviço Social, diurno e noturno, foram
implantados na Unidade da Unesp em Franca em 1977, com duas revisões
curriculares em 1982 e 1983. De 2000 a 2003, foi implantado o novo
currículo, sendo objeto de revisões anuais com a finalidade de ajustar o
projeto pedagógico às necessárias condições para formar profissionais
com competência teórico-metodológica para fazerem frente às demandas
sociais e redimensionar seu espaço ocupacional.
1 Para zelar pela qualidade da formação profissional, estimular a pesquisa, atualizar os conteúdos disciplinares e consolidar uma política de formação profissional, foi criada, em 1946, a ABESS – Associação Brasileira de Ensino em Serviço Social. Em 1987, ganha suporte acadêmico científico com a criação do CEDEPSS – Centro de Documentação em Pesquisa em Políticas Sociais e Serviço Social que, em 1998 fundiram-se na ABEPSS - Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social.
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Neste sentido, o Projeto Político Pedagógico do Curso de Serviço Social,
elaborado em 1999 e implantado de 2002 a 2003, tem sido sistematicamente
reavaliado pelo colegiado do curso através de uma seqüência de seminários (dez
no total) que motivaram alterações curriculares significativas para adequar perfil,
objetivos, conteúdos programáticos das disciplinas e dos demais componentes
curriculares.
As alterações propostas configuram-se, assim, como o resultado de um
trabalho contínuo composto de avaliações sistemáticas e o colegiado decidiu pela
Reestruturação Curricular, tendo em vista que o conjunto destas alterações, para
atender às demandas atuais que estão postas à profissão, resultam na mudança
significativa da estrutura curricular como um todo.
A necessidade desta reestruturação curricular decorre, assim, da
verificação de defasagem e inadequação da estrutura atual às exigências da
realidade; além disso, justifica-se pelas determinações legais, tendo em vista a
nova legislação de estágio vigente. 2
A presente proposta está fundamentada na Resolução UNESP 45,
de 10/07/1995, que dispõe sobre a estrutura curricular de Cursos de
Graduação e prevê, no § 1º do Artigo 1º a possibilidade de
REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR, definindo-a como:
“processo que visa à modificação substantiva na estrutura curricular vigente e que decorre de verif icação da defasagem ou da inadequação da estrutura atual às exigências da realidade ou de novas determinações legais referentes ao currículo mínimo”.
2. RESULTADO DA AVALIAÇÃO DO CURSO E DO CURRÍCULO VIGENTE
O colegiado que compõe o corpo docente do curso de Serviço
Social, através de um esforço combinado e no desenvolvimento de
2 Artigos 7º e 8º da Resolução CFESS nº 533 de 2008.
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processos avaliativos, vem buscando incessante integração e qualidade
do ensino, pesquisa e extensão.
No processo de construção e avaliação permanentes do projeto
pedagógico, o corpo docente realiza, sistematicamente, revisões
curriculares, confrontando permanentemente, a organização curricular
com os objetivos educacionais e os objetivos da formação profissional.
O currículo, longe de constituir uma simples justaposição de conteúdos programáticos, é a expressão de um conjunto de concepções, é a explicitação de tendências políticas, teóricas e metodológicas que são imanentes à direção social que se deseja imprimir a um projeto de formação profissional, incorporado a um projeto educacional, é um meio articulado e intencional de formação e não pode ser reduzido a simples definição de disciplinas que irão compor uma grade curricular. (ANDRADE, 2007, P.19)
Os estudantes realizam semestralmente avaliações individuais de
cada disciplina cursada, cujos resultados são repassados ao Conselho de
Curso.
O Conselho de Curso, por sua vez, coordena o processo de
avaliação continuada do curso, realizando Seminários de Avaliação
Curricular, no mínimo uma vez por ano, em que todo o corpo docente
participa para avaliar todas as disciplinas e o Currículo como um todo,
considerando, é claro, os resultados das avaliações dos alunos.
Após a última reestruturação curricular (2000), portanto, o processo
coletivo de avaliação, estudo e reflexão não se interrompeu. Conforme já
exposto, há um espaço sistemático e permanente de revisão curricular, que se
configura em reuniões, encontros, seminários e avaliações por parte de alunos,
professores e supervisores. Todo este movimento, por sua vez, procura
acompanhar o movimento maior de toda a categoria.
O Conselho de Curso de Graduação da UNESP tem o papel de buscar
envolver os segmentos acadêmicos, para a construção coletiva de uma proposta
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que de fato, vá ao encontro das diretrizes curriculares e que possa caminhar em
direção à superação dos principais desafios encontrados ao longo deste processo.
Tais desafios referem-se não somente às preocupações de ordem operacional,
como principalmente à indissolubilidade que se pretende entre
ensino/pesquisa/extensão; à superação das formas burocratizadas da articulação
e formulação de conteúdos programáticos; à importância e necessidade de
avançar na investigação científica e produção de conhecimento.
Neste processo, então, participam os professores, através dos seminários
de revisão curricular; os alunos, através de avaliações das disciplinas, de
encontros ampliados promovidos pelo Conselho de Curso, reuniões, além de
representatividade no Conselho de Curso; e os supervisores de campos de
estágios, através de reuniões mensais de supervisores com comissão de estágio.
Nestes espaços, é possível fazer a articulação com as orientações que são
trazidas dos encontros promovidos pela ABEPSS e levar para estes encontros, a
realidade do nosso curso.
Desta forma, o Projeto Político Pedagógico do Curso de Serviço Social da
UNESP/Franca é fruto de uma construção coletiva, permanente e continuada;
expressa um conjunto articulado de concepções, explicitando tendências
políticas, teóricas e metodológicas.
[ ...] entendemos a formação profissional do assistente social como um amplo processo determinado socialmente no conjunto mais geral de uma dada formação social e, particularmente, no contexto contraditório da universidade-espaço institucional onde se concretiza a formação básica do profissional. É um projeto que abrange em sua estrutura a formação acadêmica (graduação e pós-graduação), a capacitação continuada, a prática interventiva e organizativa do assistente social e a pesquisa, traduzindo uma determinada direção social expressa pelo vínculo a uma perspectiva de sociedade.(CARDOSO e ABREU, 2000, p. 204 apud ARANHA, L. 2007, p. 12).
Cabe ao Conselho de Curso continuar viabilizando o processo de
avaliação contínua do projeto pedagógico.
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A) Breve Histórico do Curso
A condição do curso de Serviço Social da UNESP de Franca
caracteriza-se em situação especial, pois se trata do único curso estadual
de natureza pública do Estado de São Paulo.
Conforme já exposto, a partir de 1996 foram realizadas reuniões
sistemáticas e conjuntas de professores, alunos e supervisores com a intenção de
avaliar o curso e repensar o projeto pedagógico face aos rumos da profissão no
país.
A partir de 1999, o colegiado, após profundas reflexões em seminários e
fóruns de estudos, decide pela reestruturação curricular, optando pela
elaboração de um Projeto Pedagógico para o Curso, atendendo às sugestões da
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS).
A resolução UNESP n. 29 de 31 de março de 2000 aprova a Proposta
Pedagógica do Curso de Serviço Social – UNESP/Franca, a qual foi implantada no
ano de 2001.
De 2000 a 2003, foi implantado o novo currículo, sendo objeto de revisões
anuais com a finalidade de ajustar o projeto pedagógico às necessárias condições
para formar profissionais com competência teórico/metodológica para fazerem
frente às demandas sociais e redimensionar seu espaço ocupacional.
O curso conta, anualmente, com uma alta incidência de candidatos
por vaga nos vestibulares e inexpressiva evasão de alunos, além de
informações que, embora esparsas, falam sobre o desempenho
profissional dos egressos, que impõe sua marca no nordeste paulista e
triângulo mineiro, e que pode ser observado na composição do corpo
docente das faculdades localizadas na região e nos resultados dos
Concursos Públicos.
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B) Adequação do currículo vigente às necessidades regionais e nacionais
Ao longo de seu desenvolvimento, o Serviço Social foi requerido como
uma profissão fundamentalmente interventiva, situada no âmbito da prestação
de serviços sociais, previstos pelas políticas públicas e privadas.
A Carta constitucional de 1988 trouxe uma ampliação na área dos direitos
sociais, cuja normatização abre novas frentes para o exercício profissional na área
da seguridade social, no seu tripé saúde, previdência e assistência, campo
privilegiado da atuação do Serviço Social.
A descentralização político-administrativa e a municipalização das
políticas sociais vêm representando outra possibilidade de alargamento do
espaço ocupacional dos Assistentes Sociais, no que se refere à formulação,
gestão e avaliação de políticas sociais.
Verifica-se, atualmente, a diversificação da demanda do Assistente social
para além da linha executiva, abrangendo pesquisas, planejamento, assessorias e
consultorias, capacitação, treinamentos, gerenciamento de recursos e projetos.
Por outro lado, as reformas do Estado vêm modificando as condições de
trabalho, nas esferas: pública e privada, ocasionando precarização das relações
de trabalho.
O crescimento do chamado terceiro setor, formado pelas organizações
não-governamentais vinculadas à defesa dos direitos sociais e humanos e à
prestação de serviços neste campo, vêm diversificando o mercado profissional de
trabalho. Nesta mesma direção está a expansão da “filantropia empresarial”,
através das fundações e organizações sociais.
As transformações que vêm ocorrendo no mundo do trabalho, alteram
tanto as formas de produção, quanto às formas de gestão da força de trabalho,
de modo a responder aos padrões da produtividade e qualidade estabelecidos
pela competitividade capitalista internacional. Tais transformações afetam
transversalmente o espaço ocupacional do Assistente Social.
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A reengenharia, a terceirização, o gerenciamento participativo, as novas
tecnologias de organização da produção e as novas configurações das relações de
trabalho passam a requerer distintas respostas do Serviço Social no campo do
trabalho. Requisita-se um profissional crítico, com competência teórico-
metodológica, técnico-operativa e ético-política.
Há uma tendência de superação da formação profissional na perspectiva
restrita das especializações, salientando-se a preferência por um profissional
competente em sua área de desempenho, generalista em sua formação
intelectual e cultural, munido de um acervo amplo de informações, em um
mundo cada vez mais globalizado.
Caracterização da Região de Franca
A cidade de Franca encontra-se localizada na região nordeste do
estado de São Paulo e destaca-se como a capital da produção de calçado
masculino. Foi fundada em 3 de dezembro de 1805 e elevada à categoria
de cidade em 28 de novembro de 1824.
Encontra-se, geograficamente, no eixo dos três maiores centros
econômicos do País, quais sejam: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte, facilitando o comércio entre eles. Liga-se à capital, São Paulo,
pela rodovia Anhanguera estando a uma distância de 418 km.
O município de Franca limita-se ao Norte com o de Cristais Paulista (SP); a
Noroeste com Claraval (MG); ao Leste com Ibiraci (MG); ao Sul com Patrocínio
Paulista (SP) e Batatais (SP); ao Sudeste com o município de Restinga (SP); ao
Oeste com São José da Bela Vista (SP) e a Nordeste com Ribeirão Corrente (SP).
Estes municípios são, em sua maioria, pequenos com uma população que não
ultrapassa 20.000 habitantes, exceção para Batatais que possui mais de 50.000
habitantes.
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A cidade de Franca tem uma importância econômica para os municípios
vizinhos, funcionando como um pólo de desenvolvimento regional. Alguns
destes fazem parte do processo da produção industrial, principalmente pela
oferta de mão-de-obra, ou mesmo como local de produção de frações do calçado,
especialmente por meio do processo de terceirização.
O município conta com uma população de 338.558 habitantes,
segundo dados da Fundação SEADE (2008), e uma área total de 607,33
quilômetros quadrados, sendo que 98,5% da população encontram-se na
área urbana e 1,5% na área rural.
O fluxo populacional, verificado no século XIX, originou-se do sul de Minas
Gerais e de Goiás. As pessoas vieram, inicialmente, para criar gado e plantar
lavouras de café e, no século seguinte, para trabalhar na indústria, que foi se
desenvolvendo e configurando-se como pólo industrial calçadista, tornando-se a
maior produtora de calçados masculinos do país.
Além disso, nos dados apresentados no diagnóstico elaborado pela
Secretaria de Desenvolvimento Humano e Ação Social, verificou-se que ainda que
existe um crescimento populacional que se mantém em níveis superiores ao do
Estado de São Paulo, o que ocorre em razão da permanência de fluxo migratório,
apesar de se observar a redução deste na década atual. (FRANCA, 2007).
Nos anos 1990, ocorre uma crise que atinge todo o setor, em razão das
mudanças econômicas ocorridas mundialmente instituídas pela rearticulação do
capital. A cidade passa a conviver com a abertura dos mercados, que estimulou a
concorrência entre as nações e exigiu da indústria brasileira maior
competitividade. Soma-se a isto, a política cambial adotada pelo governo federal
que também afetou as exportações. Na medida em que à maior renda da
indústria calçadista de Franca advêm da exportação, houve uma instabilidade na
economia da cidade ocasionando problemas como desemprego, queda nos
salários, a terceirização, perda de direitos trabalhistas e a precarização do
trabalho.
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Um aspecto a chamar a atenção numa cidade industrial como Franca é
que:
[...] em termos de rendimento, a renda média do setor formal do município é menor que a renda média do Estado, tendo inclusive uma tendência declinante. Em relação ao emprego na indústria, é de R$ 740,07 enquanto no Estado de São Paulo o rendimento médio nos vínculos empregatícios na indústria é de R$ 1.610,16. [...] segundo o SEADE [...] (FRANCA, 2007).
Observou-se ainda, um movimento importante de terceirização,
aumentando o chamado “trabalho doméstico” em etapas do processo produtivo
e também o declínio dos empregos atribuídos aos níveis médios e altos de
qualificação.
Esta situação só se explica pela natureza da indústria calçadista. Seu
produto é de consumo adiável e por seu caráter mais artesanal, extremamente
suscetível ao trabalho domiciliar que é universalmente utilizado como
modalidade propícia ao achatamento salarial.
As oscilações na economia da cidade acirram os problemas sociais e um
dos aspectos preocupantes refere-se à geração e qualidade do emprego e,
conseqüentemente, a renda que tem afetado as populações mais empobrecidas.
A realidade de Franca apresenta contrastes: de um lado, um grande
potencial econômico destacado pela indústria de calçados, café, pecuária,
pedras preciosas e de outro, uma renda concentrada, já que 71,56% da
população recebem de um a quatro salários mínimos e torna-se
potencialmente usuária dos serviços sociais. (Conforme Plano Municipal
Plurianual de Assistência Social de Franca: 2002 – 2005).
A população da cidade conta com uma rede de serviços públicos e
privados nas áreas da educação, saúde, assistência social, transporte, telefonia e
outros.
A área de saúde compõe-se de seis hospitais (sendo quatro privados, com
fins públicos) conveniados com Sistema Único de Saúde (SUS), sendo Santa Casa,
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Hospital do Coração, Hospital do Câncer e Hospital Alan Kardec, este último
atende a pacientes com problemas psiquiátricos. Tais estabelecimentos são
responsáveis pelo atendimento dos 23 municípios que compõem a região
administrativa de governo do Estado de São Paulo. Na área privada temos o
Hospital regional e Hospital Unimed. No atendimento primário a cidade conta
com 13 Unidades Básicas de saúde, a unidade Pronto Socorro adulto e infantil,
cinco postos do Programa de Saúde da Família (PSF) além de diversas unidades
especializadas.
Na área educacional temos redes públicas e privadas atendendo a
educação infantil, ensino médio, fundamental e superior. Na educação infantil
(creches), a maioria dos estabelecimentos é composta de organizações sociais
conveniadas com a rede de educação. O ensino médio e fundamental conta com
85 estabelecimentos de ensino, incluindo o público e o privado.
Franca configura-se em pólo de ensino superior, contando com uma
Universidade Pública: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
(UNESP), duas autarquias municipais: Faculdade de Direito de Franca (FDF) e
Centro Universitário de Franca (Uni-Facef) e uma Universidade Particular:
Universidade de Franca (UNIFRAN) com oferta de cursos em diversas áreas.
C) Situação da Profissão
A última década do século XX e início dos anos 2000 explicitaram tempos
de importantes transformações e inquietações no que se refere aos rumos da
educação superior brasileira. É um tempo marcado pela reforma da educação
superior, tendo como base legal a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. A regulamentação da LDB, assim como o
Plano Nacional de Educação – PNE de 2001, tem permitido a alteração da
educação no Brasil, em todos os níveis, com destaque para a universidade
brasileira e, conseqüentemente, para os cursos de graduação presenciais de
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Serviço Social, hoje inseridos nas IES de todo o País. (HADDAD, 2006, P. 456 –
461)
Os cursos de graduação presenciais de Serviço Social no Brasil surgem no
governo Vargas, na segunda metade dos anos 30. Em 1936 o Centro de Estudos e
Ação Social – CEAS cria, em São Paulo, a primeira Escola de Serviço Social.
Historicamente, a política de formação profissional do Assistente Social no
Brasil tem sido assumida pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em
Serviço Social – ABEPSS. Surgida em fevereiro de 1946, com a denominação de
ABESS, foi organizada pela Escola de Serviço Social de São Paulo, pelo Instituto
Social do Rio de Janeiro e pelo Instituto de Serviço Social de São Paulo. Na época
existiam 13 cursos de Serviço Social no Brasil.
Durante as décadas de 1940 e 1950 a ABESS sustentava um projeto de
formação profissional, não só vinculado aos princípios cristãos como, também,
marcado pelo tecnicismo advindo da influência norte-americana, o que levou ao
fortalecimento da profissão no âmbito da sociedade brasileira e latino-americana.
Em meados da década de 1960, ao mesmo tempo em que se verifica a
consolidação gradativa da profissão, eram crescentes as manifestações em
relação à necessidade de uma profunda revisão do seu projeto que apresentava
forte viés norte-americano, em que pese o papel do assistente social no contexto
de uma sociedade brasileira e latino-americana cada vez mais desigual.
Assim, na segunda metade da década de 70, o Serviço Social vive
um período de grande efervescência política e intelectual, em que a ABESS
protagoniza o debate sobre a formação do assistente social no Brasil. Esse
movimento deu origem à redefinição do currículo mínimo para os cursos
de Serviço Social, posteriormente aprovado pelo Conselho Federal de
Educação, em 1982.
Esse processo pressupõe uma formação científica e técnica de
profissionais capazes não só de atender as demandas do mercado de trabalho,
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mas também de criar novas alternativas em diferentes espaços ocupacionais,
iniciando a articulação de outra direção social para a formação profissional.
O caráter ético-político que orienta, pois, a profissão se constitui como um
princípio básico do projeto profissional estando ancorado na “liberdade como
valor central, que se expressa no compromisso com a autonomia, a emancipação
e a expansão dos indivíduos sociais” (Ferreira, 2000, p. 92 apud Haddad, 2006, p.
459).
Alicerçada nessa concepção de projeto profissional a ABESS direciona mais
uma vez o debate sobre a formação dos assistentes sociais no Brasil, por meio de
uma discussão coletiva que envolveu todas as unidades de ensino afiliadas.
Tal discussão ocorreu no espaço de três anos (1994 – 1996), com a
realização de oficinas locais, regionais e nacionais.
Nesses espaços foram construídas as diretrizes curriculares, em
consonância com o Código de Ética Profissional e com a Lei de Regulamentação
da Profissão (Lei no 8.662/93), ambos de 1993. Tais diretrizes, aprovadas em
Assembléia Geral, extraordinária, da ABEPSS em novembro de 1996, são
parcialmente aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação/Ministério da
Educação, em 2001.
As diretrizes curriculares privilegiam a formação profissional em três
dimensões: teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa. Estas
dimensões estão intrinsecamente articuladas e através delas se pretende formar
um assistente social capaz de: apreender criticamente os processos sociais numa
perspectiva de totalidade; analisar o movimento da sociedade brasileira,
apreendendo as particularidades do desenvolvimento capitalista no Brasil e a
inserção do Serviço Social nessas relações sociais; compreender o significado
histórico da profissão e o seu desenvolvimento sócio-histórico nos cenários
internacional e nacional; identificar as demandas presentes na sociedade e
desvelar as possibilidades de ação contidas na realidade; formular respostas
profissionais para o enfrentamento da questão social considerando as
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articulações entre o público e o privado; compreender o trabalho profissional
como trabalho socialmente determinado, reconhecendo-se como trabalhador
assalariado. (ABEPSS/CEDEPS, 1997 apud Haddad, 2006, 460).
Os espaços ocupacionais sofrem significativas mudanças trazendo
imensos desafios, ampliando as exigências de estratégias políticas e de clareza
teórico-metodológica sobre as novas expressões da questão social, assim como,
sobre as condições e relações de trabalho, e sobre a qualificação profissional.
As alternativas político-profissionais diante destes desafios exigem a
busca de maior qualificação profissional no sentido de possibilitar a construção de
ações profissionais que ajudem a reverter o cenário de injustiças e desigualdades
sociais, em sintonia com os princípios norteadores do projeto ético-político da
profissão, e com a formação qualificada de assistentes sociais que sejam críticos e
competentes, teórica, técnica e politicamente.
D) Caracterização do alunado
Tabela 1
Tabela Evolutiva de Oferecimento de Vagas e Formação de Profissionais
Nº Matriculados TOTAL DE
VAGAS TOTAL DE ALUNOS
EVADIDOS Ano de Formação
Nº Formados
Ano de Ingresso
D N D N
1999 35 45 80 80 - - 2002 68 2000 35 45 80 80 - - 2003 65 2001 35 45 80 80 2 2 2004 69 2002 35 45 80 80 - - 2005 70 2003 35 35 80 80 3 2 2006 74 2004 35 45 80 80 - - 2007 78 2005 35 45 80 80 - - 2008 65 2006 35 45 80 80 - - 2009 68 2007 40 50 90 90 6 9 2010 83 2008 40 50 90 90 5 2 2011 80 2009 40 50 90 90 6 10 2012 90 2010 40 50 90 90 2 5 2013 63 2011 40 50 90 90 4 1 2014 - 2012 40 50 90 90 5 4 2015 - 2013 40 50 90 90 5 1 2016 -
Fonte: Seção de Graduação – Unesp/ Franca
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O Curso de Serviço Social da FCHS da UNESP/Franca tem apresentado, nos
últimos quatro anos, uma procura média de 5 candidatos por vaga no diurno e 6,4
no noturno, com predominância da presença feminina.
O curso ofereceu (até 2006) 80 vagas anuais, distribuídas em 35 para o
curso matutino e 45 para o noturno. A partir de 2007, o número de vagas ampliou
para 90, sendo 40 para o matutino e 50 para o noturno. Verifica-se que as vagas
do noturno são mais concorridas.
E) Funcionamento do Curso
A tabela a seguir revela as matrículas anuais dos alunos regulares, o
número de formados, trancamentos de matrículas em disciplinas,
suspensão de matrículas e evasões, que demonstram, no geral, as
principais ocorrências acadêmicas:
Tabela 2 (Quadro 2)
Corpo discente (ocorrências no período de 1999-2004)
Nº alunos 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Alunos regulares matriculados
312
322
321
317
320
321 327 324 355 325 350 360 360 360 384
Alunos concluintes 54 68 75 72 74 76 69 75 78 64 65 83 80 90 63 Trancamentos de matrículas em disciplinas
7
7
8
4
4
5 0 1 1 0 0
7
7
8
4
Suspensão de matrícula no período
4
4
3
4
3
4 0 2 1 3 2
2 4 4 2
Evasões 29 5 14 18 12 14 4 0 15 7 16 7 5 9 6
Fonte: Seção de Graduação – UNESP / Franca.
Como se observa, de 1999 a 2006 temos uma média de 87,96% e de 2007
a 2009, uma média de 76% de alunos concluintes. A média de evasões, de 1999 a
2006 corresponde a 15% e a média de evasões de 2007 a 2009 corresponde a 14
15
%. (Procedemos a esta divisão dos anos, tendo em vista que a partir de 2007, o
número de vagas oferecidas foi ampliado).
F) Acompanhamento de egressos no mercado de trabalho
Embora tenha havido alguns estudos a respeito da condição profissional e
acadêmica dos egressos, como indicador da qualidade oferecida pelo curso, não
há informação estatística suficiente, dada a falta de retorno dos alunos aos canais
institucionais estabelecidos para a coleta de dados (site da UNESP em rede e
pesquisa de docente do Departamento).
3. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CURSO
A realidade atual tem evidenciado profundas alterações na dinâmica do
capitalismo.
Em relação ao mundo do trabalho, é exigido do trabalhador, um novo
perfil, demandando novos requisitos para a sua formação.
As transformações que resultam em novas formas organizativas da
produção, do trabalho e da cultura na sociedade, atingindo o conjunto da classe
trabalhadora recaem, igualmente, sobre o profissional de Serviço Social e suas
condições de trabalho.
Hoje é exigido um trabalhador qualificado na esfera da execução, mas também na formulação e gestão de políticas sociais (...): um profissional propositivo, com sólida formação ética, capaz de contribuir ao esclarecimento dos direitos sociais e dos meios de exercê-los, dotado de uma ampla bagagem de informação, permanentemente atualizada, para se situar no mundo globalizado. (IAMAMOTO, 2003, p. 113).
Neste sentido, a formação profissional em Serviço Social sofre as mesmas
determinações e, para se coadunar com a dinâmica em tela, propõe – através do
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processo de revisão curricular – as diretrizes gerais segundo uma nova lógica para
orientar os projetos pedagógicos dos cursos.
[...] entendemos a formação profissional do assistente social como um amplo processo determinado socialmente no conjunto mais geral de uma dada formação social e, particularmente, no contexto contraditório da universidade-espaço institucional onde se concretiza a formação básica do profissional. É um projeto que abrange em sua estrutura a formação acadêmica (graduação e pós-graduação), a capacitação continuada, a prática interventiva e organizativa do assistente social e a pesquisa, traduzindo uma determinada direção social expressa pelo vínculo a uma perspectiva de sociedade. (CARDOSO e ABREU, 2000, p. 204 apud ARANHA, L. 2007, p. 12).
Em comparação com o currículo de 1982, as diretrizes introduzem uma
nova lógica curricular, cujo propósito remete à superação de entraves de diversas
naturezas, tendo em vista a sua compatibilidade com a nova dinâmica societária.
A referida lógica parte da concepção ontológica-social de Marx,
subvertendo a centralidade da teoria encontrada no currículo de 1982 e
substituindo-a pela centralidade da questão social elemento fundante da
profissão. De acordo com esta perspectiva, fica também evidenciada a
centralidade do trabalho, “assumido como eixo central do processo de
reprodução da vida social” (ABESS/CEDEPSS, 1997, p.64).
No processo de implantação e implementação desta lógica curricular,
proposta em 1996, diversos fatores estão contribuindo para o seu possível
comprometimento, entre eles: aceleração do processo de privatização com o
“empresariamento” do ensino; crescente desobrigação do Estado para com o
funcionamento das Universidades; política educacional que não assegura
condições de trabalho para o exercício pleno do magistério. (CARVALHO, 1993, p.
20 apud ARANHA, 2007, p.13).
O curso de Serviço Social da Unesp/Franca também sofre os rebatimentos
desta realidade mais ampla e ao mesmo tempo, faz parte dos debates que
17
envolvem a formação profissional, compondo com a luta pela garantia do projeto
ético-político da profissão.
Após a última reestruturação curricular (2000) o processo coletivo de
avaliação, estudo e reflexão não se interrompeu. Conforme já exposto, há um
espaço sistemático e permanente de revisão curricular, que se configura em
reuniões, encontros, seminários e avaliações por parte de alunos, professores e
supervisores. Todo este movimento, por sua vez, procura acompanhar o
movimento maior de toda a categoria.
O Conselho de Curso de Graduação em Serviço Social da UNESP, com
intensiva atuação, tem buscado envolver os segmentos acadêmicos,
concentrando esforços na construção coletiva de uma proposta que de fato, vá
ao encontro das diretrizes curriculares3 e que possa caminhar em direção à
superação dos principais desafios encontrados ao longo deste processo. Tais
desafios referem-se não somente às preocupações de ordem operacional, como
principalmente à indissolubilidade que se pretende entre
ensino/pesquisa/extensão; à superação das formas burocratizadas da articulação
e formulação de conteúdos programáticos; à importância e necessidade de
avançar na investigação científica e produção de conhecimento.
Ao longo das diversas avaliações ocorridas, as alterações propostas e
incorporadas, apesar de apresentarem significativos avanços, não
atingiram as necessidades mais complexas, apontadas pelos segmentos
envolvidos na formação profissional: professores, alunos e supervisores.
As alterações propostas configuram-se, assim, como o resultado de um
trabalho contínuo composto de avaliações sistemáticas e o colegiado decidiu pela
Reestruturação Curricular, tendo em vista que o conjunto destas alterações, para
atender às demandas atuais que estão postas à profissão, resultam na mudança
significativa da estrutura curricular como um todo.
3 ABESS/CEDEPS. Diretrizes para o Curso de Serviço Social (com base no aprovado em Assembléia Geral Extraordinária de 8 de novembro de 1996) Cadernos ABESS, n.7. SP.: Cortez, 1997, p. 66.
18
A necessidade desta reestruturação curricular decorre, assim, da
verificação de defasagem e inadequação da estrutura atual às exigências da
realidade; além disso, justifica-se pelas determinações legais, tendo em vista a
nova legislação de estágio vigente, especialmente a Resolução CFESS nº 533 de
2008.
A presente proposta de reestruturação curricular busca garantir:
- a manutenção de espaços para práticas pedagógicas integrativas e
interdisciplinares;
- a intenção de recriar uma cultura acadêmica, ainda que sob condições
adversas, que responda efetivamente aos objetivos enunciados,
embora nem sempre vivenciados, no Ensino Superior: ensino, pesquisa
e extensão;
- o propósito de caracterizar o Curso de Serviço Social da FHDSS-
UNESP/Franca, enquanto o único curso estadual público do Estado de
São Paulo, como centro de debates sobre questões que envolvem a
profissão e as políticas públicas a ela relacionadas, no projeto de país,
recuperando e estabelecendo seu papel regional.
Desta forma, esta reestruturação curricular propõe-se à:
- re-adequação dos conteúdos programáticos
- maior integração entre as disciplinas
- efetivação da supervisão acadêmica
- avanço na investigação científica e produção do
conhecimento
Para dar conta das alterações necessárias, O colegiado do curso de
Serviço Social da UNESP de Franca, opta, mais uma vez, pela
Reestruturação Curricular.
19
3.1 OBJETIVOS GERAIS
O curso de Serviço Social visa à formação e qualificação de
Assistentes Sociais críticos, de modo a contribuir com a formulação e
implementação de políticas sociais públicas, com a organização e
mobilização da sociedade civil, com a luta pela efetivação dos direitos
sociais, tendo em vista a consolidação da cidadania.
O currículo buscará: imprimir uma direção à formação profissional
pautando-se pela ética como princípio formativo; oferecer rigor teórico,
metodológico, histórico no trato da realidade social e do Serviço Social
que possibilite o entendimento dos desafios com os quais o profissional se
depara no mundo da produção e reprodução da vida; superar a
fragmentação dos conteúdos na organização curricular de modo a
propiciar uma visão de totalidade em que ensino, pesquisa e extensão,
estágio e supervisão sejam indissociáveis.
3.2 PERFIL DO PROFISSIONAL
Profissional que atua nas expressões da questão social, formulando
e implementando propostas para o seu enfrentamento, por meio de
políticas sociais públicas, empresariais, de organizações da sociedade civil
e movimentos sociais.
Profissional dotado de formação intelectual e cultural generalista
crítica, competente em sua área de desempenho, com capacidade de
investigação e inserção criativa e propositiva, no conjunto das relações
sociais e no mercado de trabalho.
Profissional comprometido com os valores e princípios norteadores
do Código de Ética do Assistente Social.
20
3.2.1 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERAIS E ESPECÍFICAS A SEREM
DESENVOLVIDAS NO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
Gerais
A formação profissional deve viabilizar uma capacitação teórico-
metodológica e ético-política, como requisito fundamental para o exercício de
atividades técnico-operativas, com vistas à:
• compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio-
histórico, nos cenários internacional e nacional, desvelando as possibilidades de
ação contidas na realidade;
• identificação das demandas presentes na sociedade, visando a formular
respostas profissionais para o enfrentamento da questão social;
Específicas
A formação profissional deverá desenvolver a capacidade de:
• elaborar, executar e avaliar planos, programas e projetos na área social;
• contribuir para viabilizar a participação dos usuários nas decisões institucionais;
• planejar, organizar e administrar benefícios e serviços sociais;
• realizar pesquisas que subsidiem formulação de políticas e ações profissionais;
• prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública, empresas
privadas e movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais e à
garantia dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;
• orientar a população na identificação de recursos para atendimento e defesa
de seus direitos;
• realizar visitas, perícias técnicas, laudos, informações e pareceres sobre
matéria de Serviço Social.4
4 Resolução nº 15, de 13 de março de 2002. Diretrizes Curriculares para os cursos de Serviço Social.
21
3.3 – ESTRUTURA CURRICULAR PROPOSTA
O presente Projeto Político Pedagógico reafirma ter como
fundamento os seguintes princípios e diretrizes5:
- Princípios em relação ao curso:
· Flexibilidade dos currículos plenos, integrando o ensino das disciplinas com
outros componentes curriculares, tais como: oficinas, seminários temáticos,
estágio, atividades complementares;
· Rigoroso trato teórico, histórico e metodológico da realidade social e do Serviço
Social, que possibilite a compreensão dos problemas e desafios com os quais o
profissional se defronta;
· Estabelecimento das dimensões investigativa e interpretativa como princípios
formativos e condição central da formação profissional, e da relação teoria e
realidade;
· Presença da interdisciplinaridade no projeto de formação profissional;
· Exercício do pluralismo teórico-metodológico como elemento próprio da vida
acadêmica e profissional;
· Respeito à ética profissional;
5 Resolução nº 15 de 13 de março de 2002. Diretrizes para os cursos de Serviço Social.
22
· Indissociabilidade entre a supervisão acadêmica e profissional na atividade de
estágio.
Diretrizes Curriculares6:
Através dos princípios citados, são definidas as diretrizes
curriculares da formação profissional, que implicam capacitação teórico-
metodológica, ético-política e técnico-operativa para a:
1. Apreensão crítica do processo histórico como totalidade;
2. Investigação sobre a formação histórica e os processos sociais
contemporâneos que conformam a sociedade brasileira, no sentido de apreender
as particularidades da constituição e desenvolvimento do capitalismo e do
Serviço Social no país;
3. Apreensão do significado social da profissão desvelando as
possibilidades de ação contidas na realidade;
4. Apreensão das demandas - consolidadas e emergentes - postas ao
Serviço Social via mercado de trabalho, visando formular respostas profissionais
que potenciem o enfrentamento da questão social, considerando as novas
articulações entre público e privado;
5. Exercício profissional cumprindo as competências e atribuições
previstas na Legislação Profissional em vigor.
– Definição da área de formação
A formação em Serviço Social define-se como bacharelado,
englobando de forma indissociável, as dimensões de pesquisa, docência e
6 As diretrizes Curriculares do Curso de Serviço Social, elaboradas pela ABEPSS foram regulamentadas pela Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE/CES) n.15, de 13 de março de 2002, pelo Parecer CNE/CES n. 492, de 3 de abril de 2001 e pelo Parecer CNE/CES n. 1363, de 12 de dezembro de 2001.
23
prática político-profissional, o que responde às exigências das
competências e habilidades profissionais.
3.3.1 – Estrutura geral do curso
A estrutura do curso define-se e dinamiza-se por uma lógica
curricular que propõe a superação da fragmentação do processo de
ensino/aprendizagem e permite uma intensa convivência acadêmica entre
professores, alunos, supervisores e sociedade.
Essa lógica objetiva-se em três núcleos de fundamentação
constitutivos da formação: Núcleo de Fundamentos Teórico-
Metodológicos da Vida Social; Núcleo de Fundamentos da Formação
Sócio-Histórica da Sociedade Brasileira e Núcleo de Fundamentos do
Trabalho Profissional.
O primeiro núcleo compreende o conjunto de fundamentos teórico-
metodológicos e ético-políticos para explicar e decifrar o ser social e a
vida em sociedade. O segundo remete à compreensão da sociedade
brasileira resguardando as características históricas particulares que
presidem a sua formação e desenvolvimento urbano e rural em suas
diversidades regionais e locais. O terceiro abrange todos os elementos
constitutivos do Serviço Social como uma especialização do trabalho: sua
trajetória histórica, teórica, metodológica e técnica, os componentes
éticos que envolvem o exercício profissional, a pesquisa, o planejamento,
a administração em Serviço Social e o estágio supervisionado.
Cada núcleo agrega um conjunto de conhecimentos e atividades
pedagógicas que se especifica em matérias que, por sua vez, desdobram-
se em disciplinas, seminários temáticos, oficinas/laboratórios, atividades
complementares e outros componentes curriculares.
24
O curso como um todo passa a ser estruturado por semestre e não
mais por seriação anual.
Núcleos, matérias e disciplinas
3.3.1.1– Núcleo de Fundamentos Teórico-Metodológicos da Vida Social
Este núcleo inclui os conteúdos de epistemologia, metodologia e
ciências humanas a partir dos quais se constituem os fundamentos da vida
social, enquanto elementos relevantes para a análise a ser empreendida
com vistas à práxis do Serviço Social.
Sob o ponto de vista assinalado acima, deve-se considerar que o
Serviço Social constitui-se a partir de um eixo fundante, a questão social,
na perspectiva adotada nesta análise7. Aqui podem ser concebidas duas
vertentes para o entendimento do conceito: (1) de um lado a questão
social como manifestação da própria lógica do capitalismo, apontando
para sua superação e, por outro lado, (2) essa mesma questão social
constituindo uma disfunção momentânea que o capitalismo pode superar,
permitindo à “mão invisível” realizar novos patamares de equilíbrio entre
o mercado e a generalização do bem-estar.
É claro que a adoção de cada uma dessas vertentes implica em
concepções radicalmente diferentes da profissão e de sua tarefa. É claro
também que o requisito da pluralidade implica em convivermos, cada um
de nós, com a visão oposta à que adotarmos. Entretanto, até para que a
tarefa pedagógica seja efetivamente cumprida, esta convivência de
perspectivas opostas tem que se dar na e pela afirmação franca de cada
7 ABESS/CEDEPS. Diretrizes para o Curso de Serviço Social (com base no aprovado em Assembléia Geral Extraordinária de 8 de novembro de 1996) Cadernos ABESS, n.7. SP.: Cortez, 1997, p.66.
25
uma delas, num debate que permita aos estudantes adquirirem subsídios
para um posicionamento autônomo.
Respeitada essa diretriz de pluralidade, o Colegiado adotou, por
maioria, a primeira abordagem, como orientação geral do núcleo. A partir
desses elementos foi elaborada a definição dos objetivos do núcleo, como
se segue.
Objetivos do Núcleo
O Serviço Social, como área de conhecimento, busca trabalhar com
a problemática da vida social, enquanto contexto de desenvolvimento
integral do homem. Nesse sentido, faz-se necessário resgatar o
surgimento do homem como ser social, de forma crítica, já que é esse o
conceito que se apresenta do ponto de vista em que trabalhamos. Este
resgate se torna possível através da filosofia e das ciências humanas:
sociologia, antropologia e psicologia.
A contextualização da vida do homem moderno passa por uma
visão crítica de seu cotidiano, de forma a superar os processos aparentes,
buscando aprofundamentos históricos, sociais, econômicos, culturais, etc.
Assim coloca-se como objetivo a compreensão do homem como ser
social em sua totalidade, abrangendo os aspectos econômico, sociológico,
psicológico e político, dentre outros.
26
Núcleo de Fundamentos Teórico-Metodológicos da Vida Social Quadro das Matérias do Núcleo 1 e Disciplinas em que se desdobram
Matérias
Disciplinas Semestre
Ano
Carga horária Semestral
Carga
horária
total
Sociologia ___________ Filosofia ----------------- Psicologia ___________ Antropologia
Fund. Sociológicos I Fund. Sociológicos II ______________________ Fund. Filosóficos I Fund. Filosóficos II ---------------------------------- Fund. Psicológicos I Fund.Psicológicos II ______________________ Antropologia
1º Ano / 1º SEM 2º ANO / 2º SEM _____________ 1º ANO / II SEM 2º ANO / II SEM -------------------- 2º ANO / I SEM 2º ANO / II SEM _____________ º ANO / I SEM
60 h/a
60 h/a ________
60 h/a
60 h/a
-----------
60 h/a
60 h/a ________
60 h/a
120 _____
120
-------
120
_____
60
TOTAL 420
Conforme se pode visualizar pelo quadro, as disciplinas estariam sendo
ministradas como Fundamentos no Serviço Social; não se trata de ministrar
cursos comuns de Sociologia, Filosofia, Psicologia e Antropologia, mas de
contemplar os conteúdos direcionados para a formação profissional do Assistente
Social, de acordo com o Projeto Pedagógico do Curso.
3.3.1.2– Núcleo de Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da
Sociedade Brasileira
Este núcleo compõe-se dos conteúdos referentes à constituição
econômica, social, política e cultural da sociedade brasileira em suas
dimensões urbano-industrial e agrária. Trata-se de fundamentar a análise
da especificidade do Brasil, enquanto sociedade capitalista, com os
elementos de exclusão que constituem o fator da pertinência do Serviço
Social como prática investigativa e interventiva em seu contexto. Para
tanto se faz necessário incluir os seguintes aspectos, como eixos para a
organização do núcleo:
27
1) o capitalismo, enquanto forma histórica definida de
organização social e sua contextualização presente;
2) o Estado brasileiro, seus determinantes estruturais, seu
desenvolvimento e os aspectos conjunturais que o afetam;
3) o Serviço Social, seja no âmbito do capitalismo em geral, seja
no quadro brasileiro, nas contradições e tensões que o caracteriza
enquanto práxis.
São referenciais indispensáveis para análise dos pontos acima (1) a
questão das classes sociais e (2) dentro dela o movimento das classes
subalternas.
Objetivos do Núcleo
Propiciar ao aluno:
- Conhecimento da formação sócio-econômica brasileira em suas
particularidades urbano-industrial e agrária;
- a apreensão dos movimentos que levaram à consolidação de
determinados padrões de desenvolvimento capitalista no país;
- A compreensão dos impactos deste padrão de desenvolvimento, e
sua inserção no capitalismo internacional, sobre a sociedade brasileira, na
configuração das questões sociais.
Matérias
O núcleo de Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da
Sociedade Brasileira define-se em três matérias:
- Formação Sócio-Histórica do Brasil que se desdobra na disciplina
Formação Sócio Econômica do Brasil;
- Política Social que se desdobra nas disciplinas: Legislação e Serviço
Social e Política Social;
- Economia.
28
Núcleo de Fundamentos da Formação Sócio-Histórica da Sociedade Brasileira
Quadro das Matérias do Núcleo II e disciplinas em que se desdobram
Matérias Disciplinas SEMESTRE CH.
SEMESTRAL
CARGA
HORÁRIA
TOTAL
Formação Sócio-histórica do Brasil --------------------------------- Política Social -------------------------------- Serviço Social e Legislação Social ____________________ Economia
SS. REAL. NACIONAL SS. REAL. REGIONAL I SS. REAL. REGIONAL II --------------------------- Política Social: a gênese Política Social no Brasil Política Social: seguridade social Política Social: proteção aos segmentos específicos -------------------------- Serviço Social e Legislação Social I Serviço Social e Legislação Social II __________________ Economia I Economia II
1º ANO / I SEM 4º ANO / I SEM 4º ANO / II SEM ----------------------- 2º ANO / I SEM 3º ANO / II SEM 4º ANO / I SEM 4º ANO / II SEM ---------------------- 3º ANO/ I SEM 4º ANO / II SEM _____________ 1º ANO / II SEM º ANO / I SEM
30 h/a
60 h/a
30 h/a ------------
60 h/a 60 h/a
30 h/a
30 h/a
------------
60 h/a
60 h/a
________ 60 h/a 60 h/a
120
-----------
180
------------
120
________
120
TOTAL 540
Conforme se pode constatar pelo quadro, em relação ao currículo
anterior, a matéria Formação Sócio-Histórica do Brasil é excluída e é criada a
matéria Formação Cultural, Econômica, Política e Social do Brasil, com as
seguintes disciplinas: Serviço Social e Realidade Nacional; Serviço Social e
Realidade Regional, Serviço Social e Legislação Social e Política Social.
Outra alteração, em relação ao currículo anterior, é que a carga
horária de Política Social foi ampliada de 120 hs para 180 horas.
3.3.1.3- Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional
29
O núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional abrange os
elementos constitutivos do Serviço Social como uma especialização do
trabalho, assinalando em seus conteúdos as seguintes temáticas
geradoras: a trajetória histórica, teórica, metodológica e técnica da
profissão; os componentes éticos que perpassam o exercício profissional;
o caráter investigativo que embasa sua ação; e as exigências de
aprendizado através de estágios supervisionados, como base para a ação.
Portanto, este núcleo se apresenta como eixo da formação do
Assistente Social devendo a ele ser garantida maior carga horária na
distribuição geral das atividades, conforme recomendação das Diretrizes
Curriculares apontadas pelo MEC-SESU em fevereiro de 1999.
Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional Quadro das Matérias do Núcleo III e disciplinas em que se desdobram
Matérias Disciplinas semestre/ano ch.sem. carga horária total
FTMSS
FTMSS: a gênese da profissão FTMSS: institucionalização e desenvolvimento da profissão FTMSS: o debate fenomenológico FTMSS: a renovação conservadora FTMSS: perspectiva marxiana e o projeto ético-político profissional FTMSS: a construção teórica da categoria mediação FTMSS:o debate marxista contemporâneo na profissão SS
1º AN0 / 1º sem
1º ANO / 2ºSem
2º ANO / 1ºSem
2º ANO /1º sem
3º ANO/ 1º sem
3º ANO/2º sem
4º ANO/1º sem
60 h
60 h
60 h
60 h
60 h
60 h
60 h
480 h
30
FTMSS: tensões e desafios contemporâneos
4º ANO/1º sem
60 h
TP TP: SS e a categoria trabalho TP:elementos constitutivos TP: a categoria mediação no exercício profissional TP:instrumentos e dimensão educativa TP:inserção nos processos de organização social TP: trabalho e formação profissional em SS
1º ANO/1º sem
1º ANO/2º sem 3º ANO/1º sem
3º ANO/2º sem 4º ANO/1º sem
4º ANO/2º sem
60 h
60 h
60 h
60 h
60 h
60 h
360 h
Pesquisa em
Serviço
Social
Indicadores
Sociais
Pesquisa Social: iniciação científ ica Pesquisa Social: tipologia Pesquisa Social: abordagem qualitativa Pesquisa Social: construção do projeto de pesquisa Indicadores Sociais
1º ANO/1º sem 1º ANO/2º sem 2º ANO /2º sem 3ª ANO/2º sem
3º ANO/1º sem
30 h
60 h
30 h
30 h
30 h
150 h
30 h
SSOGSTP SS: organização e gestão do trabalho profissional Gestão Social e Planejamento em SS.
3º ano/2º sem
4º ano/1º sem
60 h
60 h
120 h
Processo
educativo
em Serviço
Social
PESS: Introdução ao estágio supervisionado PESS: Aproximação ao exercício profissional PESS:Problematização do exercício profissional PESS: dimensões do exercício profissional
2º ano/2º sem
3º ano/1º sem
3º ano/2º sem
4º ano/1º sem
30 h
30 h
30 h
30 h
120 h
31
Ética Prof. Ética profissional I Ética profissional I I
2º ano/1º sem
3º ano/1º sem
60
60
120 h
TOTAL 1380
Comparando com o currículo anterior, o quadro mostra que temos
a introdução do conjunto da disciplina Processo Educativo em Serviço
Social (Introdução ao estágio supervisionado; Aproximação ao exercício
profissional; Problematização do exercício profissional e Dimensões do
exercício profissional), com um total de 120 hs (8 créditos) a serem
oferecidos pelo curso e obrigatórios, conforme Nova Política de Estágio do
Curso de Serviço Social da Unesp/Franca8.
Foi ampliada a carga horária das disciplinas: Pesquisa Social - 180
horas, incorporando o conteúdo da disciplina Estatística, cuja
nomenclatura foi alterada para: Indicadores Sociais; Trabalho Profissional
passa de 240 para 360 hs, incorporando conteúdo da Disciplina: Projetos
de Investigação e Prática- PIP I e II.
Portanto, a Disciplina - Projetos de Investigação e Prática - PIP, neste
currículo, deixa de existir tendo parte de seu conteúdo incorporado pela
disciplina Processo educativo em Serviço Social e parte por Trabalho Profissional.
Objetivos do Núcleo:
Garantir o caráter interventivo e investigativo da formação
profissional do assistente social, pressupondo uma capacitação crítico-
analítica da realidade possibilitando a construção de seus objetos de
conhecimento e ação, em suas particularidades sócio-institucionais para
elaboração criativa de estratégias de intervenção comprometidas com as
proposições ético-políticas do projeto profissional.
8 A Nova Política de Estágio está explicitada posteriormente, no item que trata do Estágio Supervisionado.
32
Matérias:
O Núcleo de Fundamentos do Trabalho Profissional define-se em
três matérias:
Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social
Análise da trajetória teórico-prática do Serviço Social no contexto
da história da realidade social e as influências das matrizes do
pensamento social. O trabalho profissional no processo de produção social
em relação às refrações das questões sociais nos diferentes contextos
históricos.
A disciplina desta matéria é Fundamentos Teórico-Metodológicos
do Serviço Social – FTMSS.
Processo de Trabalho do Serviço Social:
O trabalho como elemento fundante do ser social. Especificidade do
trabalho na sociedade e a inserção do Serviço Social como especialização
do trabalho coletivo. O trabalho profissional face às mudanças no padrão
de acumulação capitalista e regulação social. Os elementos constitutivos
do processo de trabalho do assistente social considerando: a análise dos
fenômenos e das Políticas Sociais; o estudo da dinâmica institucional; os
elementos teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos do
Serviço Social na formulação de projetos de investigação e de intervenção
profissional; propostos pelos profissionais às demandas postas ao Serviço
Social nos espaços ocupacionais da profissão, nas esferas pública e
privada e as respostas profissionais a estas - demandas. O assistente
social como trabalhador e o produto do seu trabalho. Supervisão do
processo de trabalho e o Estágio Supervisionado.
33
Essa matéria desdobra-se nas disciplinas: Trabalho Profissional:
Elementos Constitutivos – TP, Serviço Social: Organização e Gestão Social
do Trabalho Profissional – SSOGSTP, Supervisão Acadêmica e Pesquisa em
Serviço Social.
Ética Profissional
Os fundamentos ontológicos sociais da dimensão ético-moral da
vida social e seus rebatimentos na ética profissional. O processo de
construção de um projeto profissional, o significado de seus valores e as
implicações ético-políticas de seu trabalho. O debate teórico-filosófico
sobre as questões éticas contemporâneas. Os códigos de Ética Profissional
na história do Serviço Social brasileiro.
A disciplina dessa matéria é Ética Profissional.
Configuração dos principais componentes curriculares:
Disciplinas: Constituem-se como particularidades das áreas de
conhecimento que enfatizam determinados conteúdos priorizando
um conjunto de estudos e atividades correspondentes a
determinada temática, desenvolvida em um período com carga
horária prefixada.
Oficinas Temáticas: espaços de vivência que permitem o tratamento
operativo de temáticas, instrumentos e técnicas, posturas e atitudes
utilizando-se de diferentes formas de linguagem.
Entende-se que:
- Constituem-se em atividade extra-curricular, atividade extra-classe,
livre e independente de carga horária; deverão ser acrescentadas no
34
histórico-escolar do aluno como atividade extra-curricular e não hora-
aula.
- Estarão presentes no 1º, 2º e 3º anos;
- São destinadas ao corpo discente do Curso de Serviço Social regido pela
Estrutura Curricular publicada na Resolução UNESP-29, de 31-03-2000.
No contexto contemporâneo têm ocorrido diversas transformações
sociais, econômicas, políticas e culturais determinadas pelas mudanças na
dinâmica do capitalismo.
O processo de produção capitalista sofreu uma profunda reestruturação
visando, em última instância manter a hegemonia do capital.
A incorporação da ciência no processo produtivo provocou uma inovação tecnológica que mudou a cultura e os processos de produção, bem como as relações de trabalho, acopladas no mote da ‘flexibilização’, que provocam a necessidade de mudanças na esfera da educação, visando preparar o trabalhador, de forma adequada ao novo perfil exigido pelo mundo do trabalho. (Martins, 2007, p. 82).
Neste cenário, a centralidade da educação na dinâmica da vida social
assume lugar de destaque visando contribuir para a expansão da sociedade
capitalista no âmbito das disputas ideológicas e da esfera política.
A política de educação brasileira, em seus diferentes níveis de ensino e
especificamente o ensino superior, sintonizada com a política econômica, sofre os
reflexos dos ditames do pensamento neoliberal que privilegia educar para a
competitividade e para incorporar o Brasil no contexto da globalização.
Inserida neste contexto, a formação profissional em Serviço Social
enfrenta diversos desafios entre eles: a mercantilização do ensino; o ensino a
distância; a polêmica sobre o Exame de Proficiência e o desafio da articulação do
ensino, pesquisa e extensão, visando assegurar a “qualificação de profissionais
com alta competência, para além das necessidades do capital e do mercado”
(Iamamoto, 2008, p.432).
35
Ainda, segundo Iamamoto (2008) a universidade que a categoria
profissional de assistentes sociais defende é aquela que cultiva a razão crítica e o
compromisso com valores universais, coerente com a sua função pública, sendo
uma instituição a serviço da coletividade, que incorpore dilemas regionais e
nacionais como matéria da vida acadêmica, participando da construção de
respostas aos mesmos, no âmbito de suas atribuições específicas.
Enfim, “universidade plural, democrática, que forme cidadãos
participantes e conscientes de seus direitos civis, políticos e sociais; mas que zele
por sua autoqualificação acadêmica e permanente aperfeiçoando, de modo a
contribuir na formação de cientistas, pesquisadores e profissionais voltados aos
horizontes do amanhã” (Iamamoto, 2008 p. 433).
As Diretrizes Curriculares para os Cursos de Serviço Social proposto pela
ABEPSS, por sua vez, prevê que a formação profissional visa a capacitação
teórico-metodológica alicerçada na vertente crítica que propicie a compreensão
da realidade em seu movimento estrutural-conjuntural, confirmando o
compromisso ético-político profissional a favor das classes subalternas.
Ressalta-se ainda que, as referidas Diretrizes Curriculares considera a
Questão Social o foco central da formação profissional. Nesta direção, o Serviço
Social, nas suas determinações sócio-históricas e ideo-políticas, deve requalificar
as respostas profissionais no enfrentamento das refrações da Questão Social
(objeto do Serviço Social) definindo diretrizes e metas que implicam capacitação
teórico-metodológico, ético-política e técnico operativa.
O referido projeto de formação profissional, sintonizado com as
transformações sociais que se traduzem nas particularidades da profissão, bem
como do investimento feito pelas entidades da categoria, estabelece “as
dimensões investigativa e interventiva como princípio formativo e condição
central da formação profissional e da relação teoria e realidade”. (ABESS, 1997,
p.61).
36
Diante destas considerações, é que se propõe a implementação das
Oficinas Temáticas, como componente curricular que visam contribuir na
formação profissional propiciando aos discentes uma “aproximação com a
realidade social e profissional, além de estimular o seu envolvimento na dinâmica
da vida universitária” (Iamamoto, 1998, p. 287).
Ressalta-se que este componente curricular possibilitará a integração da
graduação com a pós-graduação, pois as oficinas temáticas serão coordenadas
por docentes do curso de Serviço Social e ministradas por discentes do programa
de pós-graduação, participantes dos diferentes Grupos de Estudo e Pesquisa
cadastrados na Plataforma Lattes e devidamente credenciados pela UNESP; tais
discentes terão a oportunidade de debater e socializar o conhecimento adquirido
no processo de pesquisa.
Salienta-se ainda, que a realização das Oficinas Temáticas abordando
temas transversais propicia um diferencial na formação profissional imprimindo-
lhe, na perspectiva da totalidade, uma dimensão de articulação do conhecimento
teórico-prático pertinente à lógica curricular definida nas Diretrizes Curriculares
que estão organizadas em três núcleos de fundamentos.
“Esta lógica curricular apresenta como principal proposta a superação da fragmentação do processo de ensino e aprendizagem, numa articulação de saberes que permeia todo o processo de formação profissional, envolvendo ensino, pesquisa e extensão, possibilitando maior convivência acadêmica entre os sujeitos: professores, alunos e comunidade” (Oliveira, 2004 p. 18).
Nesta atividade em referência, acrescenta-se aos sujeitos supracitados, os
discentes, mestrandos e doutorandos da pós-graduação da universidade.
As Oficinas Temáticas visam contribuir para a formação profissional em
nível de graduação considerando que esta é partícipe do processo mais amplo
com o qual a profissão se defronta cotidianamente que é a consolidação do
projeto ético-político profissional, que apesar do contexto adverso encontra nas
37
contradições que permeiam o tecido social o germe da resistência na luta por
uma sociedade mais justa e igualitária.
Atividades Complementares: constituídas por atividades de pesquisa,
extensão, iniciação científica, visitas monitoradas, monitoria,
participação em encontros, seminários, congressos e demais eventos
científicos profissionais com apresentação de trabalhos.
O estudante do curso de Serviço Social da Unesp/Franca encontra
nesta Unidade de Formação, diversas possibilidades de participação em
grupos de estudos, de pesquisa, extensão, eventos científicos
profissionais, podendo vivenciar, no universo acadêmico, o tripé ensino-
pesquisa-extensão.
As Atividades Complementares constarão da carga horária total do
curso, no total de 165 horas que deverão ser cumpridas pelos alunos da
graduação.
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QUADRO DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES
ATIVIDADES CARGA HORÁRIA CREDITOS ATRIBUIDOS
CRÉDITOS MÁXIMOS
OFICINAS PEDAGÓGICAS 15 1 01 GRUPOS DE PESQUISA E ESTUDO COMO MEMBRO EFETIVO
15 1 01
GRUPOS DE EXTENSÃO - MEMBRO EFETIVO 15 1 02 PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS ACADÊMICOS (ATÉ 20 HS)
15 1 04
PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS ACADÊMICOS (MAIS DE 20 HS)
15 1 04
PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS EM PERIÓDICOS CIENTÍFICOS
15 1 01
PUBLICAÇÃO EM ANAIS DE EVENTO – RESUMO
15 1 01
PUBLICAÇÃO EM ANAIS DE EVENTO – RESUMO EXPANDIDO
15 1 01
PUBLICAÇÃO EM ANAIS DE EVENTO- COMPLETO
15 1 01
APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS EM EVENTOS ACADÊMICOS/CIENTÍFICOS
15 1 01
PARTICIPAÇÃO EM ENTIDADES ESTUDANTIS OU REPRESENTAÇÃO DISCENTE JUNTO A ÓRGÃOS COLEGIADOS
15 1 02
PARTICIPAÇÃO EM REUNIÕES DE CONSELHO DE DIREITOS E SEGMENTOS E DE POLÍTICAS PÚBLICAS
15 1 01
PARTICIPAÇÃO EM COMISSÕES PARA ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS
15 1 01
39
Pré - Requisitos
As disciplinas que supõem pré-requisitos são aquelas que se
referem à 1ª Matéria do Núcleo III, Fundamentos Históricos, Teóricos e
Metodológicos do Serviço Social. Assim, para que o aluno possa se
matricular na disciplina FTMSS: institucionalização e desenvolvimento da
profissão é pré-requisito ter cursado FTMSS: a gênese da profissão
sucessivamente até o último FTMSS.
A mesma exigência será feita em relação à disciplina Trabalho
Profissional: que é pré-requisito para TP: que, por sua vez, é pré-
requisito para TP: e assim sucessivamente até o último TP.
Para cumprir o estágio de formação profissional são pré-requisitos
as disciplinas: Fundamentos Teórico-Metodológicos do Serviço Social: a
gênese da profissão e FTMSS: institucionalização e desenvolvimento da
profissão; Trabalho Profissional: e TP: além de Pesquisa social: iniciação
científica.
Todas as demais disciplinas do currículo não terão pré-requisitos.
– Estágio Supervisionado
Dada a organicidade e complexidade das dimensões da formação
profissional em Serviço Social, o estágio supervisionado e o trabalho de
conclusão de curso devem ser desenvolvidos durante o processo de
formação, a partir do desdobramento das matérias e seus componentes
curriculares, concomitantemente ao período escolar.
O estágio supervisionado é uma atividade curricular obrigatória
que se configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio-
institucional objetivando capacitá-lo para o exercício profissional. É
realizado concomitante ao ensino teórico e pressupõe supervisão
40
sistemática. Esta supervisão será feita pelo professor – supervisor
acadêmico e pelo profissional assistente social – supervisor de campo,
através da reflexão, acompanhamento e sistematização, com base em
planos de estágio elaborados em conjunto pelas unidades de ensino e
unidade campo de estágio.
O estágio supervisionado tomará como referência as leis nº
8662/1993, nº 11.788 de 25 /09/2008, o Decreto nº 52.756 de 27/02/2008,
a Resolução CFESS nº 533 de 29/09/2008, o Código de Ética
Profissional/1993 e o Regimento Interno de Estágio.
A carga horária mínima de estágio a ser cumprida pelos discentes
será de 450 horas, distribuídas durante o curso conforme estabelecer o
Regimento Interno do Núcleo de Estágio.
Nova Política de Estágio do Curso de Serviço Social da
Unesp- Campus de Franca
Núcleo de Estágio Supervisionado em Serviço Social - NESS
Numa ação articulada ao Conselho de Curso de Graduação em
Serviço Social, o Núcleo de Estágio Supervisionado em Serviço Social –
NESSS - será responsável pela implementação da política de estágio do
curso de Serviço Social. Pretende se constituir numa instância pedagógica
que integre ensino, pesquisa e extensão, responsabilizando-se
academicamente pela organização e efetivação das diferentes ações
inerentes ao estágio supervisionado.
Dentro de uma nova lógica curricular alicerçada num pensamento
crítico, que busca propostas inovadoras de ação profissional, é que o
estágio supervisionado deve ser entendido e considerado como uma das
atividades integradoras do currículo. É um momento privilegiado de
41
aprendizado teórico-prático, concebido dentro da proposta básica da
ABEPSS como:
[. ..] uma atividade curricular obrigatória que se configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio-institucional objetivando capacitá-lo para o exercício do trabalho profissional, o que pressupõe supervisão sistemática. Esta supervisão será feita pelo professor supervisor e pelo profissional do campo, através da reflexão, acompanhamento e sistematização com base em planos de estágio, elaborados em conjunto entre unidade de ensino e unidade campo de estágio, tendo como referência a Lei 8662/93 (Lei de Regulamentação da Profissão) e o Código de Ética do Profissional (1993). O estágio supervisionado é concomitante ao período letivo escolar. (ABESS/CEDEPSS, 1997, p. 71)
Enquanto espaço privilegiado de aprendizagem, o estágio supervisionado
é o lócus propício para o estudante de Serviço Social desenvolver sua matriz de
identidade profissional, efetivada através da responsabilidade, consciência,
compromisso, espírito crítico e inovador.
Na medida em que o estagiário se aproxima da realidade social e se sente
sujeito nesta atividade educativa, o estágio é efetivamente o espaço de
legitimidade profissional.
Como atividade curricular-obrigatória, o estágio pressupõe o
acompanhamento e a orientação profissional, através do processo de
supervisão acadêmica e de campo, configurando um dos princípios que
fundamentam a formação profissional, preconizados pela ABEPSS: a
indissociabilidade entre estágio e supervisão.
A supervisão no ensino de Serviço Social envolve duas dimensões
distintas, mas não excludentes de acompanhamento e orientação profissional:
uma supervisão acadêmica tida como prática docente e, portanto, sob
responsabilidade do professor-supervisor no contexto do curso e a supervisão de
campo, que compreende o acompanhamento das atividades práticas do
estudante pelo assistente social, no contexto do campo de estágio.
O estágio supervisionado situa-se como um elemento do ensino da prática
profissional, dada à dimensão teórico-prática do Serviço Social. Sua
operacionalização envolve um conjunto de sujeitos – o estagiário, o professor-
42
supervisor acadêmico, o assistente social-supervisor de campo, os demais
profissionais e pessoas envolvidas no cotidiano do campo de estágio –
diretamente envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, e que
desempenham diferentes papéis e funções na efetivação das atividades didático-
pedagógicas.
Aos supervisores acadêmicos, assistentes sociais docentes, compete o
papel de orientar os estagiários e avaliar seu aprendizado, visando à qualificação
do estudante durante o processo de formação e aprendizagem das dimensões
técnico-operativas, alicerçadas no teórico-metodológico e ético-político da
profissão.
Cada supervisor acadêmico será responsável por ministrar o
conjunto de disciplinas Processo Educativo em Serviço Social, sendo:
Introdução ao estágio supervisionado; Aproximação ao exercício
profissional; Problematização do exercício profissional e Dimensões do
exercício profissional, que serão ministradas respectivamente nos 2º, 3º e
4º ano do Curso.
Para que a nova Política de Estágio do curso de Serviço Social seja
efetivada, é necessário que a supervisão Acadêmica seja desenvolvida de
acordo com as atuais orientações da Associação Brasileira de Ensino e
Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS).
A metodologia de trabalho, recomendada pela Política Nacional de
Estágio (PNE) da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço
Social (ABEPSS), será a divisão das salas (diurno e noturno) em turmas de
até 15 estudantes cada.
A supervisão acadêmica não deve ultrapassar o limite de 15 estudantes por turma, tendo em vista as especificidades da disciplina de estágio, bem como critérios de avaliação institucional previstos pelo INEP, em relação às disciplinas que articulam teoria e prática. Indica-se que as turmas sejam sub-divididas por áreas de atuação/conhecimento do Serviço Social (políticas sociais, fundamentos, trabalho, questão urbana e rural, questão geracional,
43
etc.), organizados conforme realidade dos campos de estágio e quando possível, a compatibil ização com as áreas dos Grupos temáticos de Pesquisa – GTPs da ABEPSS. (PNE, 2009).
A referida metodologia é fundamental, pois o supervisor acadêmico
além de acompanhar a atividade de estágio supervisionado em sala de
aula, deverá também acompanhar de forma sistemática os campos de
estágio, objetivando uma articulação entre unidade de ensino e
instituição.
O processo do estágio supervisionado curricular obrigatório pressupõe supervisão direta , constituindo-se conforme prevê o art. 4º, parágrafo primeiro, da Resolução nº 533/CFESS, a participação do supervisor de campo e do supervisor acadêmico, através de acompanhamento e sistematização, com base em planos de estágio elaborados em conjunto pela UFA e as instituições públicas ou privadas que oferecem campos de estágios. (PNE, 2009)
O acompanhamento acadêmico do estágio supervisionado será
realizado a partir de um conteúdo programático que contempla desde a
preparação e a introdução do discente no campo de estágio; o
conhecimento das políticas sociais específicas, da realidade institucional e
da população usuária; a definição e problematização do objeto de
trabalho a ser privilegiado pelo discente; a elaboração de um plano de
trabalho para o estágio, envolvendo o planejamento da intervenção e a
definição de uma temática de investigação, para o conhecimento da
realidade social (em comum acordo com o supervisor de campo); e o
processo de avaliação continuada do significado desta atividade curricular
obrigatória no processo de formação profissional.
Desta forma, para que seja possível a efetivação da Supervisão
Acadêmica no Curso de Serviço Social, temos a considerar que o
supervisor acadêmico é o responsável pela aula (enquanto síntese de
método, conteúdo, sujeitos, contexto e intencionalidade)9, além de todo o
9 Conforme Regulamentação do Art. 57 da LDB, no âmbito da Unesp (Ofício circular nº 16/98 – GAC/SG).
44
processo de Supervisão Sistemática, a qual compreende a integração
entre campos de estágio e Unidade de Formação Acadêmica.
A divisão das salas em grupos encontra respaldo na
Regulamentação do Artigo 57 da LDB:
Cursos com estágios clínicos e supervisão presencial poderão computar, a critério dos Conselhos de Curso, congregação e Direção da Unidade, até o l imite máximo de 50% da carga-horária de fato dedicada aos estágios por cada grupo de alunos. O tamanho de cada grupo será definido em nível de Unidade, por proposta dos conselhos de Curso, não podendo ser inferior a oito alunos.
O Curso contará com docentes que ministraram aulas no conjunto
de disciplinas – Processo Educativo em Serviço Social (perfazendo um total
de 120 hs para cada grupo e cada turno, distribuídas nos 2º, 3º e 4º anos).
Também se responsabilizarão pela execução da Política de Estágio do
Curso de Serviço Social, realizando as atividades pertinentes ao Núcleo de
Estágio, como o trabalho de acompanhamento dos alunos e a integração
do Curso de Serviço Social com os campos de estágio.
As principais atribuições do supervisor acadêmico, conforme especificado
na Política Nacional de Estágio – PNE, elaborada pela ABEPSS – Associação
Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social são:
1 Orientar os supervisores de campo e estagiários sobre a política de
estágio da Unidade de Formação Acadêmica (UFA), inserindo o debate atual do
estágio supervisionado e seus desdobramentos no processo de formação
profissional;
2 Acompanhar os supervisores de campo e orientar os estagiários na
elaboração do Plano de Estágio, de acordo com os objetivos acadêmicos, em
consonância com o projeto pedagógico e com as demandas específicas da
organização/ campo de estágio;
3 Supervisionar as atividades desenvolvidas pelos estagiários na UFA por
meio de encontros sistemáticos, com horários previamente estabelecidos, e no
45
local de desenvolvimento do estágio, quando da realização das visitas
sistemáticas aos campos de estágio, contribuindo na efetivação da supervisão
direta e de qualidade, juntamente com o supervisor de campo;
4 Auxiliar o estagiário no processo de sistematização do conhecimento,
orientando e revisando suas produções teóricas, como também
contribuindo no processo pedagógico para a efetivação do trabalho
profissional;
5 Receber, ler, manter sigilo e observar criticamente as sínteses
profissionais construídas pelos estagiários, conduzindo a supervisão
embasada em pressupostos teóricos, ético, políticos, técnico-operativos
que contribuam com uma formação integral;
6 Organizar e participar de reuniões, encontros, seminários e outras atividades
que se fizerem necessárias, com os supervisores de campo na UFA para
atualizações acerca de demandas à profissão, qualificação do processo de
formação e exercício profissional e o aprofundamento teórico sobre temáticas
pertinentes à efetivação da supervisão direta.
7 Acompanhar a trajetória acadêmica do estagiário através da documentação
específica exigida pelo processo didático de aprendizagem da UFA;
8 Fornecer à comissão de estágio os documentos necessários para compor
o prontuário de cada estagiário;
9 Receber e analisar o controle de frequência, relatórios e demais
documentos solicitados para avaliação dos acadêmicos em cada nível de estágio;
10 Avaliar o estagiário emitindo parecer sobre sua freqüência,
desempenho e atitude ético-crítica e técnico-politica no exercício do
estágio, atribuindo o respectivo conceito ou à respectiva nota;
11 Encaminhar à coordenação de estágio, relato de irregularidade ou
demanda específica sobre a atuação dos campos, para efeito de realização
de visita institucional.
46
Além das competências especificadas, caberá também ao
supervisor acadêmico o registro das pesquisas realizadas pelos discentes a
partir das diferentes realidades oriundas dos campos de estágio. Desta
forma será possível identificar as áreas e os segmentos envolvidos, com o
objetivo de implantar um banco de dados sobre a articulação entre o
ensino da prática e a atividade de pesquisa, a partir da dimensão
investigativa do trabalho profissional do assistente social.
1. Estágio em Projetos de Extensão Universitária.
A extensão universitária tem por objetivo articular os
conhecimentos adquiridos no ensino e produzidos pela pesquisa à sociedade,
além de estabelecer conexão com esta, a fim de retroalimentar a universidade.
Conforme resolução Unesp 102, de 29/11/2000, em seus artigos
7ºe 8º, referente à a extensão universitária, esclarece:
Art.7º As atividades de extensão serão consideradas como parte inerente ou etapa integrante dos processos de produção de conhecimento e não como algo à parte desses processos. Art.8º Entende-se por extensão as ações desenvolvidas sob a forma de programas, subprogramas, projetos e atividades, inseridos áreas temáticas estabelecidas pela PROEX, em consonância com as orientações do Plano Nacional de Extensão Universitária, visando: I - Integrar o ensino e a pesquisa com as demandas da sociedade, buscando o comprometimento da comunidade universitária com interesses e necessidades da sociedade, em todos os níveis, estabelecendo mecanismos que relacionem o saber acadêmico ao saber popular. II - Democratizar o conhecimento acadêmico e a participação efetiva da sociedade na vida da Universidade. III - Incentivar a prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consciência social e política, formando profissionais-cidadãos. IV - Participar criticamente das propostas que objetivem o desenvolvimento regional, econômico, social e cultural. V - Contribuir para reformulações de concepções e práticas curriculares da Universidade, bem como para a sistematização do conhecimento produzido.
Neste contexto, deve-se assegurar/considerar que os projetos de
extensões desenvolvidos na FCHS/ Franca poderão servir como campo de estágio
para os alunos do curso de Serviço Social, desde que apresentem possibilidades
47
que pressupõe ao aluno, identificar as demandas presentes e emergentes
contidas na realidade, visando formular respostas profissionais para o
enfrentamento da questão social, apreendendo criticamente o processo histórico
em sua totalidade. Além disso, deve compreender o significado social da
profissão e de seu desenvolvimento sócio histórico, desvelando as possibilidades
de ações contidas na realidade e desenvolver atividades pertinentes ao Serviço
Social, instrumentalizando o aluno para o exercício profissional a partir das
demandas da prática.
A Resolução UNESP 102, de 29/11/2000, traz ainda que é na extensão que
os universitários das mais variadas áreas vão ampliar o entendimento e
fundamentar os conceitos e teorias aprendidos nas atividades de ensino,
consolidando e complementando o aprendizado com a aplicação prática.Daí, um
dos grandes méritos da extensão: permitir a efetivação do aprendizado pela
aplicação, efetivando consolidando a relação teoria-prática, além de proporcionar
a oportunidade de interação com profissionais e/ou estudantes de outras áreas
do conhecimento, estimulando a prática do diálogo interdisciplinar. Essa
aplicação, evidentemente, deve ser planejada e acompanhada por professores e
profissionais das respectivas áreas do conhecimento, da própria Universidade
e/ou de fora dela.
Destaca-se que as propostas de atividades de extensão da Universidade
Estadual Paulista- UNESP, estão em consonância com a Política Nacional de
Estágio -PNE, em Serviço Social, conforme, pode-se verificar:
O estágio se constitui num instrumento fundamental na formação da análise crítica e da capacidade interventiva, propositiva e investigativa do(a) estudante, que precisa apreender os elementos concretos que constituem a realidade social capitalista e suas contradições, de modo a intervir, posteriormente como profissional, nas diferentes expressões da questão social, que vem se agravando diante do movimento mais recente de colapso mundial da economia, em sua fase financeira, e de desregulamentação do trabalho e dos direitos sociais. (PNE, 2008, p. 11).
O estágio é entendido assim, como um componente curricular do
processo de formação acadêmica, constituído e constituinte das dimensões do
48
ensino, pesquisa e extensão. É desenvolvido em campos de atuação profissional
com vistas à construção e socialização do conhecimento, enquanto processo
social, coletivo e histórico. Espaço político-pedagógico privilegiado de construção
da práxis, possibilitando a inserção do estudante no mundo laboral e na prática
social, como processo de participação/intervenção nas relações entre a
universidade e demais segmentos sociais.
Ressalta-se ainda que a Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, que
regulamenta os estágios, em seu artigo 1º, § 3o afirma que as atividades de
extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior,
desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em
caso de previsão no projeto pedagógico do curso.
Portanto, a referida legislação fundamenta legalmente a inclusão destas
atividades como espaços de estágio supervisionado.
De acordo com essas considerações e em razão das novas configurações
do mundo do trabalho e às peculiaridades que o trabalho vem assumindo no
mundo contemporâneo, o estágio destaca-se dentre os inúmeros desafios
acadêmicos, dado às suas especificidades, relativas a cada curso.
O Curso de Serviço Social da FCHS/ Franca não se exclui desse contexto,
portanto, impôs-se, assim, a necessidade de buscar alternativas/estratégias para
o enfrentamento dessa situação, confirmando-se a compreensão de que o
estágio, componente curricular de significativa expressão na relação teoria-
prática, cumpre, no processo formativo, papel fundamental para a imersão crítica
do aluno na realidade social. Entretanto, muitas vezes, esse aluno é trabalhador,
e essa condição o impede de desenvolver o estágio nas instituições formalmente
conveniadas, prejudicando significativamente a sua formação profissional.
Este cenário faz com que as instituições de ensino, busquem alternativas
para atender esse perfil de aluno, e encontra como possibilidade os projetos de
extensões desenvolvidos pelos respectivos cursos, e que quando atender a
49
legislação pertinente podem ser oferecidos como campo de estágio, como prevê
a PNE (2008, p. 37-38):
O Estágio em Extensão nos cursos de serviço social historicamente é desenvolvido como estratégia de aproximação da academia com a realidade social, buscando nessas experiências o aperfeiçoamento de práticas profissionais em campos diversificados, geralmente envolvendo atividades de ensino e pesquisa.No caso particular da formação dos assistentes sociais, essa tem sido representativa no chamado ensino da prática e do desenvolvimento de metodologias participativas no processo de intervenção e investigação no Serviço Social. As atividades extensionistas servem ainda para dar maior flexibilidade e dinamicidade aos currículos (conforme Diretrizes Curriculares), com a prestação de serviços de excelência e do seu contato direto com a sociedade por meio dos núcleos temáticos de pesquisa e extensão.
Para efeitos da PNE as atividades de extensão (núcleos, projetos) podem
ser caracterizadas como campo de estágio, desde que devidamente previstas no
Projeto Pedagógico e respeitada a questão da carga horária docente e discente.
Para que os projetos de extensão se tornem campo de estágio faz-se necessário:
1. Explicitar objetivos e funções desempenhadas pelo Serviço Social em conformidade com artigo 4º e 5º da Lei que regulamenta a profissão;
2. Indicar que os projetos e planos de intervenção do estágio estejam articulados ao exercício profissional do serviço social, considerando a análise e a apropriação crítica do contexto sócio-institucional;
3. Que o docente envolvido na atividade de extensão assuma o processo de supervisão de campo, quando não houver outro assistente social devidamente registrado no Conselho;
4. Que não haja acúmulo nas funções de supervisor(a) de campo e de supervisor(a) acadêmico(a). O(a) docente, ao assumir a função de supervisor(a) acadêmico(a) de um grupo de estudantes, não poderá acumular a função do supervisor de campo junto aos mesmos.
Diante do exposto, deve-se destacar o compromisso dos sujeitos
responsáveis pelo estágio na Universidade e, naturalmente, a acolhida da Política
pela comunidade acadêmica. Somente assim, o documento cumprirá sua função
maior: orientar a realização do estágio no curso de Serviço Social da
FCHS/campus de Franca, para que o estágio cumpra sua função formativa, se
fortaleça como componente curricular no processo de formação acadêmica,
apresentando um conjunto de ações que requerem decisões político-acadêmicas
para a solução dos vários desafios apresentados. Assim, o estágio poderá
favorecer a ampliação do universo cultural dos estagiários, professores,
50
supervisores, como atividade acadêmica que possibilita à indissociabilidade entre
o ensino, a pesquisa e a extensão. Nesse processo ocorrerá o fortalecimento do
projeto de formação profissional, ampliando sua inserção crítica, criativa na
realidade social, sendo que esta se constitui objeto de intervenção das diversas
áreas profissionais.
- Trabalho de Conclusão de Curso
O Trabalho de Conclusão de Curso é uma exigência curricular para
obtenção do diploma do curso de graduação em Serviço Social e
corresponde a 300h/a – 20 créditos.
Deve ser entendido como um momento de síntese e expressão da
totalidade da formação profissional. É o trabalho no qual o aluno sintetiza
o conhecimento resultante de um processo investigativo originário de
indagação teórica, preferencialmente gerada a partir da prática de
estágio. Este processo realiza-se dentro de padrões e exigências
metodológicas e acadêmico-científicas. O TCC constitui-se numa
monografia científica elaborada sob orientação de um professor e avaliada
por banca examinadora.
A realização do Trabalho de Conclusão de Curso é possui por um
Regimento Interno, sendo que neste institui uma Comissão de Docentes,
que tem como objetivo coordenar, organizar e acompanhar o processo de
realização do TCC, que são distribuídos para os orientadores e avaliadores
(docentes).
- Tópicos Especiais (Disciplinas Optativas)
Serão oferecidas, pelo Departamento de Serviço Social, duas
disciplinas optativas por ano.
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Elenco dos Tópicos Especiais (disciplinas optativas)
- Serviço Social e políticas públicas: educação, habitação, saúde, etc. - Serviço Social: formação e trabalho profissional - Serviço Social e Educação Popular - Serviço Social e trabalho profissional com famílias - Serviço Social na área sócio jurídica - Serviço Social e diversidade - Serviço Social e meio ambiente - Serviço Social, classes e movimentos sociais - Serviço Social, questão urbana e agrária - Serviço Social: consultoria e assessoria - Serviço Social: direitos humanos e cidadania - Serviço Social e interdisciplinaridade - Serviço Social e relações de gênero - Violência e Serviço Social
Além das disciplinas Optativas oferecidas pelo Departamento de
Serviço Social, os estudantes, poderão cursar disciplinas de outros cursos
do campus da Unesp, respeitando-se os projetos pedagógicos e a
disponibilidade de vagas de cada curso.
Além da possibilidade de cursar disciplinas através do convenio de
intercâmbio Nacional, nos termos da Resolução Unesp nº 72/2000,
alterada pela Resolução Unesp nº 41/2001, podendo ser validadas as
disciplinas tanto do eixo obrigatório como optativas e pelo convenio de
Intercâmbio Internacional nos termos da Resolução Unesp nº 18/2010,
alterada pela Resolução Unesp nº 36/2011.
52
4 – CORPO DOCENTE
Corpo docente do curso de Serviço Social (Quadro 5 do Roteiro para Reestruturação)
Docente Titulação Departamento Regime de
Trabalho
Cargo ou função
Disciplina
1. Adriana Giaqueto Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Trabalho Profissional: a categoria mediação no exercício profissional
- Trabalho Profissional: instrumentalidade e dimensão educativa
2. Cirlene A. H. S. Oliveira
Livre docente
Serviço Social RDIDP Prof. Adjunto - Trabalho Profissional: inserção nos processos de organização social
- Trabalho Profissional: trabalho e formação profissional
3. Andréia Aparecida R de Carvalho Liporoni
Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Pesquisa Social: iniciação científica - Política Social: proteção aos segmentos
específicos 4. Edvânia Ângela de
Souza Lourenço Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Serviço Social e Legislação Social I
- Serviço Social e Legislação Social II
5. Eliana Bolorino Canteiro Martins
Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 PROCESSO EDUCATIVO EM SERVIÇO SOCIAL: - PROBLEMATIZAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL PROCESSO EDUCATIVO EM SERVIÇO SOCIAL: - DIMENSÕES DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
6. Fernanda de Oliveira Sarreta
Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Fundamentos Teóricos Metodológicos do Serviço Social: a gênese da profissão
- Fundamentos Teóricos Metodológicos do Serviço Social: institucionalização e desenvolvimento da profissão SS
7. Helen Barbosa Raiz Engler
Livre-Docente
Serviço Social RDIDP Prof. Adjunto - Ética Profissional I - Ética Profissional II
8. José Fernando Siqueira da Silva
Livre-Docente
Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Fundamentos Teóricos Metodológicos do Serviço Social: o debate marxista contemporâneo na profissão
- Fundamentos Teóricos Metodológicos do Serviço Social: tensões e desafios contemporâneos da profissão
9. Josiani Julião Alves de Oliveira
Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Pesquisa Social: tipologia - Pesquisa Social: construção do projeto de
pesquisa - Pesquisa Social: abordagem qualitativa
10. Maria Cristina Piana Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Processo educativo em Serviço Social: Introdução ao estágio supervisionado
- Processo educativo em Serviço Social: aproximação ao exercício profissional
11. Maria José de Oliveira Lima
Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - SS: Organização e Gestão do trabalho profissional
- Gestão social e planejamento em S.S. 12. Nanci Soares Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Fundamentos Teóricos Metodológicos do
Serviço Social: o debate fenomenológico - Fundamentos Teóricos Metodológicos do
Serviço Social: a renovação modernizadora
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Docente Titulação Departamento Regime
de Trabalho
Cargo ou função
Disciplina
13. Nayara Hakime Dutra de Oliveira
Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Trabalho Profissional: SS e a categoria trabalho
- Trabalho Profissional: elementos constitutivos
14. Onilda Alves do Carmo
Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Serviço Social e Realidade Nacional - Serviço Social e Realidade Regional I - Serviço Social e Realidade Regional II
15. Patrícia Soraya Mustafa
Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Política Social: gênese - Política Social no Brasil
16. Raquel Santos Sant'Ana
Livre-Docente
Serviço Social RDIDP Professor Adjunto - Fundamentos Teóricos Metodológicos do Serviço Social: perspectiva marxiana e o projeto ético-político profissional
- Fundamentos Teóricos Metodológicos do Serviço Social: a construção teórica da mediação
17. Eliana Amábile Dancini
Doutor DECSPI RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Antropologia
18. Gustavo José de Toledo Pedroso
Doutor Serviço Social RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Fundamentos Filosóficos I - Fundamentos Filosóficos II
19. Ana Cristina Nassif Soares
Doutor DECSPP RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Fundamentos Psicológicos I - Fundamentos Psicológicos II
20. Agnaldo Sousa Barbosa
Doutor DECSPP RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Fundamentos Sociológicos I - Fundamentos Sociológicos II
21. Cassio Garcia Ribeiro Soares da Silva
Doutor DECSPP RDIDP Prof. Doutor MS-3 - Economia I - Economia II
22. Almir Mantovani Doutor DECSPP RTP Prof. Doutor MS-3 - Indicadores Sociais
23. Todos os Docentes do Departamento de Serviço Social, que se revezam.
- Tópicos Especiais (disciplinas Optativas)
Previsão do corpo docente a ser contratado
Não há necessidade de contratação docente.
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5 – CORPO TÉCNICO ADMINISTRATIVO
Funcionários técnico-adminstrativos diretamente envolvidos com o
curso (QUADRO 7 do Roteiro para Reestruturação)
Funcionário Cargo ou função Atividades
desempenhadas
Órgão de lotação
Renata Giaqueto Gomes Assessor
Administrativo I
Departamento de
Ensino do Serviço
Social
Departamento de
Serviço Social
Orlineya Maciel
Guimaraes
Assistente
Administrativo II
Secretária dos
Conselho de curso de
Graduação
Seção de Graduação
Orlineya Maciel
Guimaraes
Assistente
Administrativo II
Registros Acadêmicos Seção de Graduação
Orlineya Maciel
Guimaraes
Assistente
Administrativo II
Supervisora da Seção
de Graduação
Seção de Graduação
Alan Silvio Berteli Assistente
Administrativo II
Controle dos Estágios Setor de Estágio –
ligado à Graduação
Contratação de funcionários técnico-administrativos (Quadro 8 do
Roteiro para Reestruturação):
Contratação de um servidor para a Seção de Graduação ou para o
Conselho de Curso para os registros acadêmicos e assessoramento ao
Conselho de Curso.
6 – PREVISÃO DE DESPESAS
Também serão necessárias mais duas novas salas de aula para a
disciplina Supervisão Acadêmica e uma sala para o NESS – Núcleo de
Estágio do Serviço Social.
55
7 – IMPLANTAÇÃO CURRICULAR
7.1 Sistemática de implantação
A implantação do novo currículo dar-se-á ano a ano, iniciando pela
implantação do primeiro ano em 2015, o segundo em 2016 e assim
sucessivamente, até que todos os anos estejam seguindo o currículo novo.
Concomitantemente, os alunos que ingressaram no antigo currículo,
continuarão neste, até se formarem. Desta forma, até que se formem os
alunos do antigo currículo, o curso contará com os dois currículos ao
mesmo tempo.
Os alunos transferidos terão suas adaptações analisadas de acordo
com o currículo vigente do ano que estiver ingressando.
56
Quadro 9 – Matricula por disciplina Seqüência Aconselhada (série ideal)
Disciplina Semestre Carga Horária Semestral
1ª série FTMSS: a gênese da profissão 1º 60
Trabalho Profissional: SS e categoria trabalho 1º 60
FUNDAMENTOS SOCIOLOGICOS I 1º 60
ANTROPOLOGIA 1º 60
PESQUISA SOCIAL: iniciação científica 1º 30
REALIDADE NACIONAL I 1º 30
300
FTMSS: institucionalização e desenvolvimento da
profissão Serviço Social
2º 60
Trabalho Profissional: elementos constitutivos 2º 60
ECONOMIA I 2º 60
PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL: t ipologia 2º 60
FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS I 2º 60
300
2ª série FTMSS: a renovação modernizadora 3º 60
ÉTICA PROFISSIONAL I 3º 60
POLITICA SOCIAL: gênese 3º 60
ECONOMIA II 3º 60
FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS I 3º 60
300
FTMSS: o debate fenomenológico 4º 60
FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS II 4º 60
FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS II 4º 60
FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS II 4º 60
PESQUISA SOCIAL: ABORDAGEM QUALITATIVA
PROCESSO EDUCATIVO EM S.S: introdução ao estágio
supervisionado
4º
4º
30 30
300
57
3ª série
FTMSS: a perspectiva marxiana e o projeto ético-polít ico
profissional
5º 60
TP: a categoria mediação no exercício profissional 5º 60
SERVIÇO SOCIAL E LEGISLAÇÃO SOCIAL I 5º 60
INDICADORES SOCIAIS 5º 30
PROCESSO EDUCATIVO EM SERVIÇO SOCIAL: aproximação
ao exercício profissional
5º 30
ÉTICA PROFISSIONAL I I 5º 60
300
FTMSS: a construção teórica da mediação 6º 60
TP: instrumentalidade e a dimensão educativa 6º 60
PESQUISA SOCIAL: a construção do projeto de pesquisa 6º 30
SS: Organização e Gestão do trabalho profissional 6º 60
POLITICA SOCIAL no Brasil 6º 60
PROCESSO EDUCATIVO EM SERVIÇO SOCIAL:
problematização do exercício profissional
6º 30
300
4ª série FTMSS: o debate marxista contemporâneo na profissão 7º 60
TP: inserção nos processos de organização social 7º 60
Gestão Social e Planejamento em Serviço Social 7º 60
POLITICA SOCIAL: Seguridade Social 7º 30
SERVIÇO SOCIAL E REALIDADE REGIONAL I 7º 60
PROCESSO EDUCATIVO EM S.S: as dimensões do exercício
profissional
7º 30
300
FTMSS: tensões e desafios contemporâneos do SS 8º 60
TP: Trabalho e formação profissional em SS 8º 60
SERVIÇO SOCIAL E LEGISLAÇÃO SOCIAL II 8º 60
OPTATIVA 8º 60
SERVIÇO SOCIAL E REALIDADE REGIONAL II
POLÍTICA SOCIAL: PROTEÇÃO POR SEGMENTOS
ESPECÍFICOS
8º
8º
30
30
300
58
Quadro 10 – Matricula por disciplina Equivalências
Disciplinas atuais Cr Disciplinas propostas Cr
TP: ELEMENTOS CONSTITUTIVOS I 8 TP: SS. e categoria trabalho
TP: elementos constitutivos
4
4
FTMSS I 8 FTMSS: gênese da profissão
FTMSS:institucionalização e
desenvolvimento da profissão
4
4
Sociologia I 4 Fundamentos Sociológicos I 4
Antropologia 4 Antropologia 4
Iniciação Cientifica 2 Pesquisa Social: iniciação científica 2
Formação Sócio Economica 2 Serviço Social e realidade nacional 2
Filosofia I 4 Fundamentos Filosoficos I 4
Economia I 4 Economia I 4
Estatística 2 Indicadores Sociais 2
Psicologia do Desenvolvimento 2 Fundamentos Psicológicos I 4
FTMSS II 8 FTMSS: o debate fenomenológico
FTMSS: a renovação modernizadora
4
4
Ética profissional I 4 Ética profissional I 4
Política Social 4 Política Social: gênese 4
Pesquisa em Serviço Social 4 Pesquisa Social: tipologia
Pesquisa Social: construção do projeto
de pesquisa
2
2
Economia II 4 Economia I I 4
Psicologia e Grupos Sociais I 4 Fundamentos Psicológicos I 4
PIP I 4 TP:a categoria mediação no exercício
profissional
4
Sociologia I I 4 Fundamentos Sociológicos II 4
Filosofia II 4 Fundamentos Filosóficos II 4
PIP II 4 Processo Educativo em Serviço Social:
Aproximação ao Estágio
Supervisionado
2
Psicologia e grupos sociais I I 4 Fundamentos Psicológicos II 4
Ética Profissional II 4 Ética Profissional II 4
FTMSS III 8 FTMSS: a construção da categoria
mediação
FTMSS: perspectiva marxiana e o
4
4
59
projeto ético-político profissional
Serviço Social e Legislação Social I 4 Serviço Social e Legislação Social I 4
Investigação em serviço social 4 Pesquisa Social: construção do
projeto de pesquisa
Pesquisa Social: abordagem qualitativa
2
2
Disciplinas atuais Cr Disciplinas propostas Cr
TP II 4 TP: elementos constitutivos 4
Política Social do Brasil 4 Política Social no Brasil 4
OGSTP I 4 Organização e gestão do Trabalho
Profissional I
4
TP I II 4 TP: a categoria mediação no exercício
profissional
4
PIP III 8 TP: inserção nos processos de
organização social
TP: Trabalho e formação política em
Serviço Social
4
4
SSO e realidade regional 8 SSO e Realidade Regional I
SSO e Realidade Regional II
SSO e Realidade Nacional
4
2
2
FTMSS IV 8 FTMSS: o debate marxista
contemporâneo na profissão
FTMSS: tensões e desafios
contemporâneos
4
4
OGSTP II 4 Gestão social e Planejamento em SS 4
SSO e legislação social II 4 SSO e legislação social II 4
Processo Educativo em Serviço Social: Introdução ao Estágio Supervisionado
2
Processo Educativo em Serviço Social: Problematização do exercício profissional
2
Processo Educativo em Serviço Social: Dimensões do exercício profissional
2
60
RESUMO GERAL
DISCIPLINAS CREDITOS CARGA HORÁRIA
NUCLEO I – FUNDAMENTOS
TEORICOS-METODOLOGICOS
DA VIDA SOCIAL
28 420
NUCLEO II – FUNDAMENTOS
DA FORMAÇÃO SOCIO-
HISTORICA DA SOCIEDADE
BRASILEIRA
36 540
NUCLEO III – FUNDAMENTOS
DO TRABALHO PROFISSIONAL 92 1.380
TOPICOS ESPECIAIS
(OPTATIVAS) 4 60
TCC 20 300
AACC 11 165
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
OBRIGATÓRIO 30 450
TOTAL 221 3.315
61
BIBLIOGRAFIA
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Nacional de Estágio. 2009.
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do curso do Serviço Social da Faculdade de História, Direito e Serviço Social –
UNESP – Franca. Tese (Livre docência) - Faculdade de História, Direito e Serviço
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CADERNOS ABESS nº 7. São Paulo: Cortez, 1997.
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