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PROPOSTA DE REDAÇÃO MÓDULO

4 FRENTE

REDAÇÃO

TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I Uma alimentação saudável, diferentemente do que muitos pensam, não é uma alimentação cheia de restrições ou sem

sabor. Uma alimentação saudável é aquela que garante, principalmente, que seu organismo esteja recebendo todos os nutrientes de que ele precisa. Para ser uma alimentação realmente saudável, é preciso pensar em variedade, equilíbrio, quantidade e na segurança dos alimentos que estão sendo ingeridos.

Neste texto, falaremos a respeito da importância de se ter uma alimentação saudável, dicas para se alimentar melhor e alguns erros cometidos por muitas pessoas quando o assunto é alimentação. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/saude-bem-estar/alimentacao-saudavel.htm. Acesso em: 2 set. 2021. TEXTO II

As tendências globais se confirmam no Brasil. O País passou por uma rápida transição demográfica, epidemiológica e nutricional que afetou o padrão de consumo alimentar e a saúde da população. Nas últimas décadas, o Brasil reduziu significativamente a taxa de desnutrição crônica entre menores de 5 anos (de 19,6% em 1990 para 7% em 2006), atingindo, antes do prazo, a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Entretanto, a desnutrição crônica ainda é um problema em grupos mais vulneráveis, como indígenas, quilombolas e ribeirinhos. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018, a prevalência de desnutrição crônica entre crianças indígenas menores de 5 anos era de 28,6%. Os números variam entre etnias, alcançando 79,3% das crianças ianomâmis.

Ao mesmo tempo, aumenta progressivamente o consumo de alimentos ultraprocessados (alimentos com baixo valor nutricional e ricos em gorduras, sódio e açúcares) e a prevalência de sobrepeso e obesidade no Brasil. Uma em cada três crianças de 5 a 9 anos possui excesso de peso, 17,1% dos adolescentes estão com sobrepeso e 8,4% são obesos. Apesar da Política Nacional de Alimentação Escolar, a escola ainda é considerada um ambiente obesogênico, com lanches de baixo teor de nutrientes e alto teor de açúcar, gordura e sódio. Disponível: https://www.unicef.org/brazil/ma-alimentacao-prejudica-saude-das-criancas-unicef. Acesso em: 2 set. 2021. TEXTO III

Disponível em: https://www.segs.com.br/seguros/saudavel-para-manter-o-equilibrio-e-evitar-doencas. Acesso em: 2 set. 2021. TEXTO IV

Quando falamos de educação (ou melhor: reeducação) alimentar para crianças e adolescentes, precisamos lembrar que este é um período de altas necessidades nutricionais para o ser humano. E essas necessidades precisam ser satisfeitas para que este indivíduo possa crescer e se desenvolver de forma adequada. Ao planejar ações envolvendo educação alimentar na adolescência, deve-se entender que é nesta idade em que os jovens adquirem independência e começam a assumir certas responsabilidades. Do ponto de vista nutricional, isso deixa o adolescente numa posição vulnerável.

Outro aspecto importante é reconhecer que, por mais que se invista em palestras ou campanhas informativas, a dieta da família e dos amigos são os principais fatores de influência na criação dos hábitos dos adolescentes. Aspectos psicológicos e socioeconômicos também têm grande influência na formação desses hábitos. Dessa forma, além de educar os adolescentes a respeito da qualidade dos produtos consumidos, é preciso disciplinar as refeições. Afinal, nessa faixa etária é muito comum os jovens negligenciarem o café da manhã ou jantar, por exemplo. Com a desculpa da “falta de tempo”, muitas famílias substituem comida caseira pela comida industrializada ou o suco natural pelo refrigerante, por exemplo. Por isso, é fundamental fazê-los entender que a praticidade para os pais pode se transformar em problemas de saúde para os filhos.

É por isso que as ações de educação nutricional e alimentar devem ser permanentes. Ao tratar com grupos de adolescentes despreocupados com o futuro de sua própria saúde, é fundamental combinar diálogo, reflexão e vigilância constantes. Só assim será possível promover a mudança de hábitos. Disponível em: https://previva.com.br/ma-alimentacao-entre-adolescentes-preocupa/. Acesso em: 2 set. 2021.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos para promover uma alimentação saudável entre crianças e adolescentes no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

PROPOSTA DE REDAÇÃO MÓDULO 4

FRENTE REDAÇÃO

FOLHA DE REDAÇÃO MÓDULO 4

FRENTE REDAÇÃO

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REDAÇÃO NOTA 1000 MÓDULO FRENTE 4 REDAÇÃO

Leia abaixo o texto de Juan Sampaio, que recebeu nota 1000 no Enem 2020, sob o tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.

Durante a Idade Média, as doenças mentais eram associadas à falta de fé, resultando no julgamento de muitas pessoas como hereges. Apesar de datar de séculos passados, o estigma dos transtornos mentais ainda é perceptível no contexto atual, com destaque ao caso do Brasil. Nesse sentido, a persistência dessa discriminação é causada devido tanto à falta de empatia, como à insuficiência estatal no acolhimento das vítimas. Assim, é evidente a necessidade de intervir sobre essa triste realidade de caráter medieval.

A princípio, o exercício escasso da empatia na sociedade brasileira contribui com a manutenção do estigma das doenças mentais. Segundo o filósofo prussiano Immanuel Kant, os indivíduos devem agir conforme o dever moralmente correto, levando em consideração a existência do outro e criando uma lei universal. Entretanto, esse princípio, chamado de imperativo categórico, não é plenamente executado no Brasil, visto que as práticas preconceituosas contra pessoas com problemas psicológicos contradiz a moral de respeito às diferenças individuais. Nessa perspectiva, serve de exemplo o pensamento errôneo no qual o indivíduo que sofre de certas condições psíquicas, como a bipolaridade, seria incapaz de agir na sociedade, desvalorizando seu caráter. Dessa forma, nota-se que esse desrespeito precisa ser desmotivado.

Ademais, a atitude insuficiente do Estado em acolher as vítimas precariamente potencializa a estigmatização. De acordo com os preceitos da Constituição Federal, o governo tem a obrigação de garantir a igualdade de tratamento entre os cidadãos, independente de quaisquer condições pré-existentes. Porém, essa justiça não é comprida (sic) como deveria, já que milhares de indivíduos sofrem com preconceito associado a condições mentais. Tal fato está relacionado à falta de centros dedicados a receber denúncias e a punir os agressores, carência essa mais evidente nas zonas rurais. Com isso, milhares de brasileiros mentalmente doentes permanecem desamparados, indo contra as ideias de igualdade da Constituição. Portanto, percebe-se a prioridade de desestimular o estigma relativo a doenças mentais. Para tanto, é necessário que o Ministério da Educação realize projetos escolares que ensinem o comportamento empático para com aqueles com condições psíquicas clínicas, por meio de aulas e de palestras que ensinem o respeito ao próximo, para que a capacidade dessas pessoas não seja duvidada, permitindo a consolidação do imperativo categórico. Além disso, o Ministério da Segurança deve instalar centros de apoio, em especial no campo, que recebam denúncias e investiguem casos de estigmatização. Dessa maneira, o pensamento medieval de desqualificação dos mentalmente doentes será melhor combatido. Fonte: cartilha 3.0, de Lucas Felpi.

REDAÇÃO NOTA MÁXIMA MÓDULO FRENTE

4 REDAÇÃO A seguir, temos uma redação para análise com nota máxima (50 pontos) no vestibular (VUNESP). Vale lembrar que o tema da prova foi “Eutanásia: entre a liberdade de escolha e a preservação da vida”.

REDAÇÃO 2 Faça tudo para um viver e deixe os outros morrerem?

Segundo a constituição vigente no Brasil, um dos direitos básicos da população é o direito à vida, isto é, o Estado tem o dever de prezar pela vida de todos os brasileiros incondicionalmente. Por ir contra tais princípios, a eutanásia é rigorosamente proibida em todo o território brasileiro. Contudo, uma mudança nesse cenário faz-se necessária, já que a liberdade de escolha de cada um deve ser respeitada, além de que a proibição dessa ação afeta o já saturado sistema público de saúde nacional.

Em primeiro plano, vale ressaltar que, além do direito à vida, dentre os direitos individuais também está o direito à liberdade, do qual deduz-se que cada pessoa tem o poder de optar por aquilo que mais satisfaz sua individualidade, desde que essa opção não fira os direitos de terceiros. A eutanásia trata-se de uma alternativa exclusivamente pessoal, isto é, ao optar por tirar sua própria vida, o direito de terceiro algum é ferido, logo, a proibição dessa ação não faz sentido. Em adição, ao não permitir que um doente em estado terminal opte por não mais viver, além da vida, algo temido por muitos é prolongado: o sofrimento. Em outras palavras, o doente terminal já está consciente de que ele irá morrer em breve. Por conseguinte, não permitindo a eutanásia, tudo o que o indivíduo consegue pensar é na dor física e psicológica pela qual ele está passando, o que levará os seus últimos dias a serem angustiantes e julgados como não dignos de serem vividos.

Além disso, considerar a eutanásia como ilegal também traz problemas no âmbito coletivo, isso porque a manutenção da vida de pacientes terminais é muito complexa. A fim de manter a pessoa viva, faz-se necessária ocupação de um leito e a utilização de um maquinário caro e escasso no SUS por um longo período, ação a qual é justa e obrigatória caso o paciente realmente deseje lutar contra a morte. Tais equipamentos, todavia, poderiam estar sendo utilizados para salvar outras vidas, já que muitos homens e mulheres morrem por não terem lugares adequados ou por falta do equipamento necessário para o tratamento. Portanto, manter a vida de um paciente terminal que sequer deseja estar vivo, no Brasil, dada a precariedade explícita do atendimento do SUS, é um descaso extremo e equivale a um pensamento, de certa forma, homicida por parte do Estado.

Em suma, no caso da eutanásia, a liberdade de escolha deve se sobressair em relação à preservação da vida. Isso porque ao negar a execução desse ato, além de ferir parcialmente o direito à liberdade, tentando garantir o direito à vida, esse mesmo direito é negado a outros. Portanto, a eutanásia deve ser uma ação constitucionalmente legal e válida na República Federativa do Brasil.

PROBLEMATIZAÇÃO DO ARGUMENTO MÓDULO

4 FRENTE

REDAÇÃO 1. PROBLEMATIZANDO

A arte de dissertar requer uma capacidade analítica, discorrendo sobre o tema de forma detalhada, minuciosa. Uma das melhores formas de fazer isso é problematizando, ou seja, levantando os pontos-chave da questão proposta, do problema exposto. 1.1. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

A estruturação do texto pode ser definida com base na relação entre tema e problema. Toda questão discutida apresenta, no mínimo, um ponto sensível, razão ou motivação para a ocorrência do fato-problema. O paralelo tema/problema é uma estratégia viável para hierarquizar as ideias na construção de um texto opinativo, bem como defender um ponto de vista.

TEMA: “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” Exemplo 1 – Redação de Aline Soares

Em primeiro lugar, a negligência do Estado, no que tange à saúde mental, é um dos fatores que impedem esse processo. Nessa perspectiva, a escassez de projetos estatais que visem à assistência psiquiátrica na sociedade contribui para a precariedade desse setor e para a continuidade do estigma envolvendo essa temática. Dessa maneira, parte da população deixa de possuir tratamento adequado, o que resulta na piora da saúde mental e na sua exclusão social. No entanto, apesar da Constituição Federal de 1988 determinar como direito fundamental do cidadão brasileiro o acesso à saúde de qualidade, essa lei não é concretizada, pois não há investimentos estatais suficientes nessa área. Diante dos fatos apresentados, é imprescindível uma ação do Estado para mudar essa realidade.

1.1.1. ESTRUTURAÇÃO DO PARÁGRAFO (PROBLEMATIZAÇÃO)

1. Aspecto do tema: “saúde mental” 2. Problema: “negligência do Estado” 3. Razão: “escassez de projetos estatais”. 4. Consequência: “parte da população deixa de possuir tratamento adequado”.

ATENÇÃO A argumentação no texto se desenvolve sob a forma de problema. Em particular, a inobservância do Estado

é um dos fatores que corroboram para a consolidação do problema em torno dos estigmas associados às doenças mentais”.

Segue mais um exemplo para melhor representar a problematização. 1.2. ARGUMENTAÇÃO (PROBLEMATIZAÇÃO) TEMA: “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” Exemplo 3 – Redação de Aline Soares

Nota-se, outrossim, que a desinformação na sociedade é outra problemática em relação ao estigma acerca dos distúrbios mentais. Nesse aspecto, devido à escassez da divulgação de informações nas redes midiáticas sobre a importância da identificação e do tratamento das doenças psicológicas, há a relativização desses quadros clínicos na sociedade. Desse modo, assim como é retratado no filme O Lado Bom da Vida, o qual mostra a dificuldade da inclusão de pessoas com doenças mentais na sociedade, parte da população brasileira enfrenta esse desafio. Com efeito, essa parcela da sociedade fica à margem do convívio social, tendo em vista a prevalência do desrespeito e do preconceito na população. Nesse cenário, faz-se necessária uma mudança na postura das redes midiáticas.

1.2.1. ESTRUTURAÇÃO DO PARÁGRAFO (PROBLEMATIZAÇÃO)

1. Tema: “estigma acerca dos distúrbios mentais” 2. Problema: “a desinformação na sociedade” 3. Razão: “devido à escassez da divulgação de informações nas redes midiáticas sobre a importância da

identificação e do tratamento das doenças psicológicas”. 4. Consequência: “há a relativização desses quadros clínicos na sociedade”.

ARGUMENTAÇÃO POR GRADAÇÃO MÓDULO 4

FRENTE REDAÇÃO

2. ARGUMENTAÇÃO POR GRADAÇÃO 2.1. A GRADAÇÃO Os argumentos por gradação visam estabelecer uma relação lógica-temporal, marcada por uma sucessão de momentos e fatos históricos. Em outras palavras, considerando os aspectos temáticos, busca-se associar e correlacionar um período cronológico a fatos marcantes da história, pretendendo, assim, transformar os conhecimentos postos e, consequentemente, promover a aceitação de determinada conclusão.

Exemplo 1 – fragmento de redação de João Vitor Vasconcelos Pontes.

Em primeiro lugar, é notória a dificuldade que há no homem em aceitar o diferente, principalmente ao se tratar de algo tão pessoal como a religião. Prova disso é a presença da não aceitação das crenças alheias em diferentes regiões e momentos históricos, como no Império Romano antigo, com as perseguições aos cristãos, na Europa medieval, com as Cruzadas e no atual Oriente Médio, com os conflitos envolvendo o Estado Islâmico. Também pode-se comprovar a existência da intolerância religiosa pela frase popular “religião não se discute”, que propõe ignorar a temática para evitar os conflitos evidentes ao se tratar do assunto. Desse modo, nota-se que a intolerância não se restringe a um grupo específico e é, de certa forma, natural ao ser humano, o que, porém, não significa que não pode e deve ser combatida.

Fonte: http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2017/01/o-segredo-e-treinar-diz-aluno-do-pi-nota-mil-na-redacao-do-enem-2016.html. 2.2. PARA QUE POSSAMOS ENTENDER MELHOR, SEGUE MAIS UM EXEMPLO DE ARGUMENTO POR GRADAÇÃO. Exemplo 2 – Fragmento de redação de Yasmin Lima Rocha

Essa forma de preconceito não é algo recente na história da humanidade: ainda no Império Romano, crianças deficientes eram sentenciadas à morte, sendo jogadas de penhascos. O preconceito ao deficiente auditivo, no entanto, reverbera na sociedade atual, calcada na ética dilitarista, que considera inútil pessoas que, aparentemente menos capacitadas, têm pouca serventia à comunidade, como é caso de surdos. Os deficientes auditivos, desse modo, são muitas vezes vistos como pessoas de menor capacidade intelectual, sendo excluídos pelos demais, o que dificulta aos surdos não somente o acesso à educação, mas também à posterior entrada no mercado de trabalho.

Fonte: http://www.portalsamita.com/noticias/2018-01-19/4371/duas-alunas-do-piaui-tiraram-nota-mil-na-redacao-do-enem-2017.html 2.3. GRADAÇÃO POR COMPARAÇÃO HISTÓRICA

Exemplo 3 - João Vitor Vasconcelos Ponte, de 18 anos - Fortaleza (CE)

Além da intolerância inata ao homem, há fatores externos que intensificam o problema. No cenário brasileiro, o processo colonizador e seus legados, que perduram até hoje, são os principais agravantes desse preconceito. Desde a chegada dos europeus no país, as religiões diferentes da oficial são discriminadas. Logo no início da colonização, o processo de catequização dos nativos foi incentivado, o que demonstra o desrespeito com as religiões indígenas, e, décadas depois, com o início do tráfico negreiro, houve também perseguição às religiões afro-brasileiras e a construção de uma imagem negativa acerca delas. Toda essa mentalidade perpetuou-se no ideário coletivo brasileiro e, apesar das ameaças legais, faz com que essas religiões sejam as mais afetadas pela intolerância atualmente.

Fonte: http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2017/01/o-segredo-e-treinar-diz-aluno-do-pi-nota-mil-na-redacao-do-enem-2016.html. 2.4. ANÁLISE DE PARÁGRAFO ARGUMENTATIVO COM BASE NA GRADAÇÃO

Tema: Escravidão na Antiguidade Clássica

Para melhor entendermos essa questão da mutabilidade dos direitos humanos no que diz respeito a sua época, é só observarmos a escravidão no decorrer dos anos (declaração). Na Grécia Antiga (momento histórico 1), por exemplo, os escravos não eram sequer tratados como pessoas (fato histórico 1), mas sim coisas, e por isso, não detinham direitos, só deveres. Já nos períodos coloniais (momento histórico 2), os escravos eram vistos como seres humanos inferiores (fato histórico 2), indignos de serem tratados como iguais pelos homens brancos, e, por consequência, desmerecedores da mesma proteção legal que gozavam os seus senhores. Hoje (momento histórico 3), a escravidão é completamente abominada por praticamente todas as civilizações do mundo por entendermos que todos são iguais (fato histórico 3), independente de raça, cor, sexo, religião, etc., devendo, a todos, serem estendidos os direitos humanos elencados em nossa Constituição Federal. Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-74/a-tortura-no-mundo-a-eficacia-dos-direitos-humanos-posta-em-xeque/. Acesso em: 10 fev. 2021.

A TEORIA REDACIONAL - COMPETÊNCIA II MÓDULO 4

FRENTE REDAÇÃO

3. ESTRATÉGIA ARGUMENTATIVA POR DADOS

A estratégia argumentativa é um recurso utilizado para desenvolver os argumentos, de modo a convencer o leitor. O argumento, por sua vez, é o raciocínio, razão por meio do qual se pretende provar ou refutar a procedência ou veracidade de uma afirmação. 3.1. DADOS

Entende-se como aquilo que se obtém após investigação e pesquisa e está disponível para análise. Princípio ou base para se entrar no conhecimento de um assunto. Elemento, princípio ou quantidade conhecida que serve de base para a solução de um problema. Representação de fatos, conceitos e instruções. 3.2. SEQUÊNCIA ARGUMENTATIVA

A primeira parte do esquema simplificado é o dado (premissas). Em outras palavras, é o ponto ou ideia

de que se parte para armar um raciocínio. Logo em seguida, o argumento serve como escoramento (sustentação ou fundamentação) que evidencia, provando (veracidade) ou refutando (falsidade) de uma afirmação. Por último, a conclusão é o ponto de vista a que se chega a partir de dados da observação, do raciocínio, de discussão.

3.3. APLICAÇÃO DO DADO NA SEQUÊNCIA ARGUMENTATIVA 3.3.1. No início do argumento Declaração inicial com base em dados Em primeira análise, o descaso estatal com a formação educacional de deficientes auditivos mostra-se como um dos desafios à consolidação dessa formação. Exemplo 1

Em primeira análise, o descaso estatal com a formação educacional de deficientes auditivos mostra-se como um dos desafios à consolidação dessa formação. Isso porque poucos recursos são destinados pelo Estado à construção de escolas especializadas na educação de pessoas surdas, bem como à capacitação de profissionais para atenderem às necessidades especiais desses alunos. Ademais, poucas escolas são adeptas do uso de libras, segunda língua oficial do Brasil, a qual é primordial para a inclusão de alunos surdos em instituições de ensino. Dessa forma, a negligência do Estado, ao investir minimante na educação de pessoas especiais, dificulta a universalização desse direito social tão importante. Exemplo 1.1 – análise da estrutura do parágrafo.

Em primeira análise (conectivo e organizador textual), o descaso estatal com a formação educacional de deficientes auditivos (ponto ou ideia que arma o raciocínio) mostra-se como (operador argumentativo) um dos desafios à consolidação dessa formação. Isso porque (operador argumentativo) poucos recursos são destinados pelo Estado à construção de escolas especializadas na educação de pessoas surdas (arg.1), bem como à capacitação de profissionais para atenderem às necessidades especiais desses alunos (arg.2). Ademais, poucas escolas são adeptas do uso de libras (arg.3), segunda língua oficial do Brasil, a qual é primordial para a inclusão de alunos surdos em instituições de ensino. Dessa forma, a negligência do Estado, ao investir minimante na educação de pessoas especiais, dificulta a universalização desse direito social tão importante (conclusão do argumento).

3.3.2. No escoramento do argumento Sustentação ou fundamentação com base em dados Exemplo 2

A Constituição cidadã de 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos deficientes, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco", a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil à medida que a oferta não apenas da educação inclusiva, como também da preparação do número suficiente de professores especializados no cuidado com surdos não está presente em todo o território nacional, fazendo os direitos permanecerem no papel . Exemplo 2.1 – análise da estrutura do parágrafo

A Constituição cidadã de 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos deficientes, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito (declaração inicial). Consoante Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco" (dado com base no argumento de autoridade), a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil à medida que a oferta não apenas (classe e escala argumentativas) da educação inclusiva, como também (classe e escala argumentativas) da preparação do número suficiente de professores especializados no cuidado com surdos não está presente em todo o território nacional, fazendo os direitos permanecerem no papel (conclusão do argumento). 3.4. O DISCURSO DE AUTORIDADE E A JUSTIFICAÇÃO Sobre esse viés, vale ressaltar o comportamento corrupto presente em parte da sociedade. Diante disso, percebe-se que os problemas encontrados atualmente são causados pela atitude do homem, como afirma o filósofo Thomas Hobbes, "O homem é o lobo do homem. De maneira análoga ao pensamento citado, essa realidade ocorre devido a certos comportamentos sociais que são, de fato, frutos do pensamento individualista, enraizado na mentalidade aproveitadora de parte do ser humano, não só no setor público, com os políticos e funcionários, como também no setor privado, o qual visa, acima de tudo, o poder aquisitivo. Nesse contexto, cabe a população buscar caminhos para combater a corrupção e viver honestamente.

REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL – LITERATURA MÓDULO 4

FRENTE REDAÇÃO

LITERATURA BRASILEIRA

PRÉ-MODERNISMO 1902 - 1922

1. OS SERTÕES, DE EUCLIDES DA CUNHA. A obra “Os Sertões”, de Euclides da Cunha é dividido em três partes: a terra (indica a exploração do homem durante anos, apresentando uma região separada geográfica e temporalmente do resto do país) com a sua crença determinista (o meio determinava o homem); o homem (descrição do sertanejo, do jagunço e do cangaceiro, bem como na resistência do povo em relação à terra - o determinismo racial, já que Euclides abrange as questões raciais que englobam o índio, português, negro, também formadas por sub-raças, o mestiço. Sendo, portanto, o homem o fruto do meio em que vive) e a luta (o autor descreve os embates que ocorreram entre o sertanejo (considerados os bandidos do sertão) e o exército nacional do Brasil). Na obra, aborda sobre as quatro expedições realizadas pelo exército nacional. A história termina com o trágico desfecho e a destruição de Canudos. 2. TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, DE LIMA BARRETO. O Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance narrado em terceira pessoa, o autor Lima Barreto traça um painel da cultura brasileira e exaltar o que de melhor havia no Brasil. Inserida nos primeiros anos da república no país, a obra faz uma análise da sociedade brasileira da época, em particular o universo da política. Na obra, Lima Barreto (por meio do nacionalismo exacerbado e da postura ingênua e idealista do protagonista, traz à tona questões de denúncia social), abordando questões como as injustiças sociais, o clientelismo, a burocracia e os interesses pessoais e políticos, dentre outros. 3. OS BRUZUNDANGAS, DE LIMA BARRETO. A obra “Os Bruzundangas”, de Lima Barreto, é uma sátira a um país fictício. Com profundidade, o autor aborda temas como a diplomacia, a constituição, os políticos, as desigualdades sociais, a saúde, a educação, além de outros problemas que também se fazem presentes nos países reais. De forma clara, a obra faz uma crítica a legislação [a Constituição, como uma lei que diz que se a lei não for conveniente à situação ela não é válida], a política [os presidentes, chamados Mandachuvas, assim como os ministros, os heróis e os deputados, são estúpidos e vazios], o processo democrático [tão corrupto quanto era na República Velha], a ciência, o resto da cultura [quase nula, por vezes perto do negativo], o exército e a política internacional. Repleto de caricaturas de personagens da vida política da época, como Venceslau Brás e o Barão de Rio Branco, o livro é uma crítica ferina a sociedade brasileira, sua literatura sorriso da sociedade e sua organização político-econômica.

1º FASE MODERNISTA 1922 - 1930

1. VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA (OBRA LIBERTINAGEM, DE MANUEL BANDEIRA)

Libertinagem é um livro de Manuel Bandeira, poeta e escritor brasileiro, publicado em 1930. É o quarto livro de poemas do autor, sendo o primeiro escrito totalmente no estilo modernista. Na obra, o poema Pasárgada trata de uma fuga para uma cidade tecnológica na imaginação de Manuel. Com muitas referências ao modernismo e à admiração pelas máquinas e a tecnologia, os versos giram em torno de um sujeito que pretende encontrar um refúgio em Pasárgada, uma espécie de paraíso perdido, para escapar da sua realidade. A fuga para esta cidade seria uma metáfora para uma fuga para a liberdade, para uma vida que poderia ter sido vivida.

2º FASE MODERNISTA 1930 - 1945

1. VIDAS SECAS, DE GRACILIANO RAMOS. Em Vidas secas, publicado em 1938, uma família de retirantes ocupa o centro da trama

mostrando a existência desumanizada no sertão nordestino. A seca atravessa a narrativa e define seus aspectos estruturais. Os parâmetros temporais são determinados por ela, já que toda a ação transcorre entre dois períodos de seca.

O livro mais significativo de Graciliano Ramos para denunciar a miséria do nordestino é Vidas secas. O protagonista Fabiano é descrito como um homem zoomorfizado tanto pelo sertão quanto pela exploração de que é vítima. No seguinte fragmento do romance, o próprio personagem reconhece a sua condição de “bicho”: 2. CASA-GRANDE & SENZALA, DE GILBERTO FREYRE

A obra concebida pelo sociólogo Gilberto Freyre é um clássico que trata da formação do povo brasileiro (aspectos relacionados a miscigenação), ressaltando seus defeitos e suas qualidades e as peculiaridades da sua origem (debruça-se sobre a descrição dos hábitos da origem do Brasil e os papéis sociais desempenhados pelas diversas camadas da população). O livro sublinha o quanto a sociedade brasileira era patriarcal, destaca aspectos do cotidiano na colônia (por exemplo, ficamos sabendo, a partir de Freyre, que quase não havia escolas, as crianças eram criadas no mato). Freyre investiga também a origem do mito da promiscuidade brasileira, da exacerbada sexualidade atribuída de modo equivocado aos indígenas e escravos. O intelectual disserta igualmente acerca da origem da opressão contra a mulher, como os homens cultivavam um sentimento de posse em relação as suas senhoras. 3. CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1902-1987) Ironia fina, lucidez e calma, traduzidos numa linguagem flexível, rica, mas rica de dimensões humanas. Suas poesias refletem os problemas do mundo e do ser humano diante dos regimes totalitários, da 2ª GM e da Guerra Fria. A poesia de Drummond apresenta uns momentos de esperança, mas prevalece a descrença diante do rumo dos acontecimentos. Nega formas de fuga da realidade, volta-se para o momento presente. 3.1. O poema No Meio do Caminho é uma poesia que aborda os obstáculos (pedras) que as pessoas encontram na vida.

No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho

Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra

3.2. OS INOCENTES DO LEBLON, DRUMMOND. Os inocentes do Leblon não viram o navio entrar. Trouxe bailarinas? trouxe imigrantes? trouxe um grama de rádio? Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram, mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam nas costas, e esquecem. Análise

No título "inocentes" tem sentido de "pessoas ignorantes" e "Leblon" faz referência a Zona Sul do Rio de Janeiro, conhecida nacionalmente por ter o metro quadrado mais caro do Brasil, sendo uma área de influência das pessoas mais abastadas Quando o "eu lírico" faz as perguntas "Trouxe bailarina? Trouxe emigrantes? Trouxe um grama de rádio?" elas não são respondidas e por isso dá impressão de que as pessoas não escutam o enunciador.

Entretanto, mesmo com tudo aquilo acontecendo, haviam pessoas que simplesmente ignoravam a situação sem encarar a realidade. Isso se percebe no verso: "Os inocentes, definitivamente inocentes tudo ignoram". Como se vê, o ponto-chave é a ignorância da humanidade. Um pouco depois, nota-se que para esta parte da população, o que importa é o bem-estar e benefícios a si mesmos, que se pode inferir nos últimos versos: "Mas a areia é quente, e há um óleo suave que eles passam nas costas, e esquecem."

Correstes modernistas:

1. Movimento pau-brasil: redescoberta e valorização da cultura brasileira. 2. Movimento verde-amarelo: buscava uma identidade realmente brasileira. 3. Movimento antropofágico: propõe “devorar” a cultura estrangeira, para reelaborá-la com

autonomia. 4. Movimento espiritualista: voltou-se para o interior do ser humano, para o misticismo e a

religião.

4. ANJO DALTÔNICO (REPRESENTA A FALTA DE PERCEPÇÃO AOS SENTIMENTOS), JORGE DE LIMA (1898-1953) A primeira imagem é a da infância. Tem-se a visão do passado como fator primordial na formação da representação externa do eu-lírico. Ele exprime em suas relações sociais (“jogo”) uma imagem estática e firme (“rei”). Entretanto, a imagem tida de si mesmo não possui a mesma firmeza

(“espelho triste”) e, quando revelada, (“ponho as cartas na mesa”) deixa transparecer a degradação espiritual do eu-lírico (“veste esse rei um manto de espantalho”). Na poesia social, apresenta-se a cor local, através do resgate da memória do autor de menino branco com infância cheia de imagens de negros escravos e engenhos. Por vezes, amplia a abordagem com denúncia das desigualdades sociais. 5. A FELICIDADE, DE VINÍCIUS DE MORAES. Carioca conhecido como Poetinha, participou também da MPB até sua morte. Assim como Cecília, inicia sua carreira ligado ao neo-simbolismo da corrente espiritualista e também à renovação católica de 30. Poema: A felicidade Tristeza não tem fim Felicidade sim… A felicidade é como a pluma Que o vento vai levando pelo ar Voa tão leve Mas tem a vida breve Precisa que haja vento sem parar. A felicidade do pobre parece A grande ilusão do carnaval A gente trabalha o ano inteiro Por um momento de sonho Pra fazer a fantasia De rei, ou de pirata, ou da jardineira E tudo se acabar na quarta-feira. [...]

Nos versos acima Vinicius de Moraes discorre sobre o ideal máximo do ser humano: alcançar a felicidade. Para ilustrar os seus versos o poetinha tece uma oposição entre a felicidade e a tristeza, depois vai comparando a felicidade a partir de exemplos reais e cotidianos (a felicidade é como a pluma, a felicidade é como a gota de orvalho).