proposta de plebiscito: eleições diretas para presidente nacional da oab
TRANSCRIPT
Ordem dos Advogados do Brasil
Conselho Federal - Brasília - DF
1
Brasília, 21 de março de 2011.
Excelentíssimo Senhor
Doutor Ophir Filgueiras Cavalcante Junior
Presidente do Conselho Federal da OAB
Nesta
Caríssimo Presidente,
Considerando a discussão da reforma do processo eleitoral da OAB e a
aprovação pelo Plenário da manutenção de eleição indireta para Presidente
Nacional da OAB, contra a proposição que apresentara no sentido da eleição
direta, apresento a Vossa Excelência, com amparo no art.76 do Regulamento
Geral, proposta de plebiscito a fim de consultar toda a classe dos advogados.
Como sabe Vossa Excelência as regras que definem processo de escolha
dos dirigentes das instituições possuem natureza constitucional, razão pela
qual decorre do espírito e dos princípios democráticos que seja consultado o
Poder Constituinte original ou derivado para deliberação em torno da matéria.
O tema é tão sensível que nossa Constituição Federal de 1988 incluiu entre as
cláusulas pétreas o voto direto, secreto, universal e periódico (II, §2º, 60CF), e
previu, ao lado do sufrágio, como modo de exercício da soberania popular o
plebiscito e o referendo (II-I, 14CF), formas de consulta popular (prévia ou
posterior) sobre a edição de normas.
No caso específico de nossa OAB, não há regra prevendo quorum
qualificado para deliberação do Conselho Federal sobre proposta de alteração
do nosso processo eleitoral interno, nem muito menos, imposição de consulta
aos advogados, tendo em vista que sua estruturação legal se dá por meio de lei
Ordem dos Advogados do Brasil
Conselho Federal - Brasília - DF
2
- Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da OAB), estando eleições e
mandatos regulados em seus artigos 63 a 67.
Por isso mesmo Vossa Excelência, confirmando compromisso público e
espírito democrático, submeteu ao Conselho Federal proposta elaborada por
Comissão de alto nível, que vem sendo discutida e votada democraticamente,
para posterior envio de sugestão ao Congresso Nacional.
Não obstante, parece-me que, malgrado não existir cogência normativa
para tanto, é de todo conveniente, do ponto de vista democrático, submeter a
questão à deliberação de todos os advogados brasileiros, detentores do poder
político organizacional. Aliás, exatamente porque são detentores da soberania
interna, são chamados a eleger os membros de todos os órgãos da OAB, salvo
sua Diretoria Nacional (63 e 67 da Lei nº 8.906/94).
A fim de justificar a sugestão que se segue, não é demasiado destacar
que a Conferência Nacional dos Advogados é o órgão consultivo máximo do
Conselho Federal, segundo o art.145, do Regulamento Geral.
Diante disso, proponho a Vossa Excelência que seja a Conferência
Nacional a ser realizada em novembro próximo em Curitiba chamada a
estudar e debater a forma de escolha do Presidente Nacional da OAB, e, em
seguida, no mês de dezembro deste ano de 2011, seja efetuado um plebiscito
entre todos os advogados do Brasil, consultando-os acerca do tema.
Esperando, com esta proposta, não apenas honrar os compromissos
que assumi com os advogados baianos, mas, igualmente, atuar na defesa do
interesse da advocacia nacional, aproveito o ensejo para renovar-lhe meus
votos de apreço e consideração.
Luiz Viana Queiroz
Conselheiro Federal