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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PROPOSTA DE MELHORIA VISANDO AUMENTO DE EFICIÊNCIA COM BASE NO ÍNDICE DE RENDIMENTO OPERACIONAL GLOBAL Wilian Giacomolli Lajeado, dezembro de 2014 Wilian Giacomolli

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PROPOSTA DE MELHORIA VISANDO AUMENTO DE EFICIÊNCIA COM BASE NO ÍNDICE DE RENDIMENTO OPERACIONAL GLOBAL

Wilian Giacomolli

Lajeado, dezembro de 2014

Wilian Giacomolli

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PROPOSTA DE MELHORIA VISANDO AUMENTO DE EFICIÊNCIA COM BASE NO ÍNDICE DE RENDIMENTO OPERACIONAL GLOBAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas do Centro Universitário UNIVATES, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Me. Cristiano Guimarães Couto

Lajeado, dezembro de 2014

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Wilian Giacomolli

PROPOSTA DE MELHORIA VISANDO AUMENTO DE EFICIÊNCIA COM BASE NO ÍNDICE DE RENDIMENTO OPERACIONAL GLOBAL

A Banca examinadora abaixo aprova a Monografia apresentada ao Centro de

Ciências Exatas e Tecnológicas, do Centro Universitário UNIVATES, como parte da

exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia de Produção:

Prof. Me. Cristiano Guimarães Couto - orientador

Centro Universitário Univates

Prof. Me. Carlos Henrique Lagemann

Centro Universitário Univates

Prof. Ma. Adriana Magedanz

Centro Universitário Univates

Banca Examinadora:

Lajeado, dezembro de 2014

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço aos meus pais, pelos ensinamentos, pelo apoio e

por sempre me incentivarem nessa trabalhosa “empreitada”.

Agradeço também à Fernanda, pelo apoio, incentivo, compreensão, ajuda,

paciência, amizade e amor incondicionais.

Aos amigos e familiares, que indiretamente, de alguma forma, contribuíram

para a realização desse trabalho.

À Univates, colegas e professores, pelo auxílio nas tarefas e trocas de

experiências, que contribuem para nosso crescimento pessoal e profissional. Em

especial ao professor Cristiano Guimarães Couto, pelos ensinamentos e orientação,

que foram muito importantes na realização desse trabalho.

Por fim, agradeço à empresa Fontana S.A, nas pessoas de seus diretores,

pelo espaço e confiança, e aos colegas de trabalho, pelas sugestões e cooperação.

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RESUMO

No atual contexto de competitividade global, um dos grandes desafios das empresas

de manufatura que buscam crescer e perpetuar suas marcas no mercado é utilizar

seus recursos de modo eficiente, produzindo mais quantidade, mais rapidamente,

utilizando menos recursos e com qualidade. Como a área produtiva é a principal

fonte dos custos dessas empresas, o uso eficiente dos recursos torna-se um fator

imprescindível para o alcance do lucro. Para medir a eficiência de um processo, um

dos principais indicadores utilizados é o Índice de Rendimento Operacional Global

(IROG), que engloba as variáveis: qualidade, produtividade e disponibilidade dos

equipamentos. Visando medir o desempenho operacional pelo IROG e propor

melhorias com base nos resultados obtidos, este trabalho utilizou como objeto de

estudo uma linha de produção de sabonetes de uma empresa localizada em

Encantado, Rio Grande do Sul. Com isso, foram propostas melhorias utilizando-se

de técnicas e ferramentas da Metodologia de Análise e Solução de Problemas

(MASP). Dessa forma, este trabalho contribuiu na implementação do indicador de

eficiência e da metodologia MASP na rotina da produção da empresa, o que ajudará

na identificação de outras oportunidades de melhoria.

Palavras-chave: IROG. Eficiência Produtiva. MASP. Melhoria no Processo.

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ABSTRACT

In the current context of global competitiveness, one of the great challenges of the

manufacturing companies that seek to grow and perpetuate their brands in the

market is to use their resources efficiently, producing more quantity, more quickly,

using fewer resources and quality. As the productive area is the main cost’s source

of these companies, the efficient use of resources becomes an indispensable factor

for achieving profit. To measure the process’s efficiency, one of the main indicators

used is the overall equipment effectiveness (OEE), that includes the variables:

quality, productivity and equipment availability. Aiming to measure operational

performance by OEE and propose improvements based on the results obtained, this

paper used as the object of study a production line from a soap company located in

Encantado, Rio Grande do Sul state. Therewith, some improvements using

techniques and tools of a Quality Control Story (QC Story) were proposed. Thus, this

work contributed to the implementation of the efficiency indicator and QC Story in the

company’s production routine, which will help in identifying other improvement

opportunities.

Keywords: OEE. Productive Efficiency. QC Story. Improvement Process.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - O STP e os sete tipos de perdas .............................................................. 27

Figura 2 - Diferentes níveis das medidas de desempenho ....................................... 36

Figura 3 - Relação entre o IROG e as seis grandes perdas ...................................... 43

Figura 4 - Equação do OEE ...................................................................................... 44

Figura 5 - Etapas do MASP e o ciclo PDCA .............................................................. 46

Figura 6 - Diagrama de causa e efeito ...................................................................... 48

Figura 7 – Modelo de um plano de ação 5W2H ........................................................ 49

Figura 8 - Método do trabalho ................................................................................... 50

Figura 9 - Fontes de evidência em estudo de caso ................................................... 55

Figura 10 - Massa base ............................................................................................. 60

Figura 11 - Massa base granulada ............................................................................ 60

Figura 12 - Misturador ............................................................................................... 61

Figura 13 - Sistema de cilindros ................................................................................ 62

Figura 14 - Saída da extrusora e cortadeira .............................................................. 62

Figura 15 - Barra cortada de sabonete ...................................................................... 63

Figura 16 - Papel bula e envoltório ............................................................................ 63

Figura 17 - Pacote de dúzia ...................................................................................... 64

Figura 18 – Fluxograma do processo produtivo ........................................................ 65

Figura 19 – Folha de controle das horas trabalhadas ............................................... 66

Figura 20 - Folha de especificação dos defeitos ....................................................... 67

Figura 21 - Diagrama de causa e efeito "ponto da empacotadora" ........................... 78

Figura 22 - Diagrama de causa e efeito para "carrinho da empacotadora" ............... 78

Figura 23 - Diagrama de causa e efeito para "ponto da embaladeira" ...................... 79

Figura 24 - Diagrama de causa e efeito para "Setup" ............................................... 79

Figura 25 - Plano de ação 5W2H .............................................................................. 80

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Modelos de sistema de Indicadores de desempenho ............................. 40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados das medições ........................................................................ 71

Tabela 2 - Origem das falhas .................................................................................... 74

Tabela 3 - Falhas da empacotadora .......................................................................... 75

Tabela 4 - Falhas da embaladeira ............................................................................. 76

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Gráfico de Pareto da origem das paradas ............................................... 74

Gráfico 2 - Gráfico de Pareto da empacotadora ........................................................ 75

Gráfico 3 - Gráfico de Pareto da embaladeira ........................................................... 77

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LISTA DE ABRVIATURAS

ID – Índice de Disponibilidade

IP – Índice de Performance

IQ – Índice de Qualidade

IROG – Índice de Rendimento Operacional Global

JIT – Just In Time

MASP – Metodologia de Análise e Solução de Problemas

MPT – Manutenção Produtiva Total

NR – Norma Regulamentadora

PCP – Planejamento e Controle da Produção

PIB – Produto Interno Bruto

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1 Problema ........................................................................................................ 15

1.2 Tema .............................................................................................................. 15

1.3 Objetivo Geral ................................................................................................. 15

1.4 Objetivos Específicos ..................................................................................... 16

1.5 Resultados esperados .................................................................................... 16

1.6 Justificativa ..................................................................................................... 16

1.7 Delimitações do trabalho ................................................................................ 17

1.8 Estrutura ......................................................................................................... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 19

2.1 Gestão da Produção ........................................................................................ 19

2.1.1 Objetivos de Desempenho da Produção ................................................... 21

2.1.2 Eficiência e Eficácia ................................................................................... 22

2.2 Desperdícios nos Sistemas Produtivos ............................................................ 23

2.2.1 O Sistema Toyota de Produção e a Eliminação de Desperdícios .............. 24

2.2.2 Manutenção produtiva total e as perdas .................................................... 28

2.3 Indicadores e medição de desempenho .......................................................... 30

2.3.1 Histórico ..................................................................................................... 32

2.3.2 Por que medir? .......................................................................................... 34

2.3.3 O que medir? ............................................................................................. 35

2.3.4 Como medir? ............................................................................................. 36

2.3.5 Metas ......................................................................................................... 37

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2.3.6 Qualidades das Medidas ........................................................................... 37

2.3.7 Sistema de indicadores de desempenho ................................................... 39

2.4 Índice de rendimento operacional global .......................................................... 42

2.5 Método de análise e solução de problemas ..................................................... 45

2.5.1 Brainstorming ............................................................................................. 46

2.5.2 Diagrama de causa e efeito ....................................................................... 47

2.5.3 Análise de Pareto....................................................................................... 48

2.5.4 Plano de ação 5W2H ................................................................................. 49

3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 50

3.1 Coleta de dados ............................................................................................... 51

3.2 Análise dos dados e proposta de melhoria ...................................................... 52

3.3 Classificação da pesquisa ................................................................................ 52

3.3.1 Classificação da pesquisa quanto aos objetivos ........................................ 53

3.3.2 Modo de abordagem do problema ............................................................. 53

3.3.3 Procedimentos técnicos ............................................................................. 54

4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 56

4.1 Histórico da empresa ....................................................................................... 56

4.2 Mercado da indústria química nacional ............................................................ 57

4.3 Processo de produção de sabonetes ............................................................... 59

4.4 Levantamento dos dados para o cálculo do IROG ........................................... 66

4.5 Cálculo do IROG .............................................................................................. 68

4.6 Análise dos resultados ..................................................................................... 72

5 PROPOSTA DE MELHORIA .................................................................................. 73

5.1 Grupo de trabalho ............................................................................................ 73

5.2 Identificação das perdas e proposta de melhoria ............................................. 73

6 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 81

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 83

APÊNDICES .............................................................................................................. 86

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1 INTRODUÇÃO

Produzir mais, utilizando menos recursos, mais rapidamente e com qualidade,

é um dos grandes desafios das empresas de manufatura, que visam o crescimento e

a perpetuação de seus produtos e suas marcas no contexto do mercado globalizado

atual. A condição básica para uma empresa sobreviver é ter todos os seus custos

cobertos pela sua receita, obtida a partir da venda de seus produtos.

Para que uma empresa aumente seu lucro, pode-se aumentar o preço do

produto, porém, esse é o caminho mais difícil e perigoso, visto as condições de

concorrência do mercado. A nova lógica, que predomina no mercado competitivo

atual é que o lucro é resultado do preço de venda menos o custo de produção, onde

os preços de venda são fortemente influenciados pelo mercado (ANTUNES et al.,

2008). Portanto, um aumento de preço pode fazer com a empresa perca sua fatia do

mercado. Sendo assim, a redução de custos é o caminho mais adequado para a

obtenção do lucro.

Nesse sentido, a área produtiva merece grande atenção, pois é nela que

realmente ocorre a agregação de valor ao produto final e onde estão os principais

componentes do custo dos produtos. Sendo assim, a redução dos custos nas

operações produtivas causa um forte impacto no lucro da empresa. Para que haja

redução de custos no processo produtivo é primordial o aproveitamento dos

recursos, ou seja, a eficiente utilização dos recursos produtivos, sejam eles:

equipamentos, mão de obra ou matéria prima. O caminho proposto para atingir este

objetivo é a eliminação das perdas.

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Um argumento que evidencia a importância da utilização eficiente dos

recursos é a responsabilidade ambiental. Segundo Slack et al. (2009), ter

responsabilidade ambiental é um dos desafios da gestão de operações, e o uso

eficiente dos recursos é “o ponto onde há coincidência feliz entre as preocupações

ambientais e aquelas normais da administração da produção”, ou seja, a redução do

desperdício de materiais e energia é benéfica, tanto do ponto de vista ambiental,

quanto do ponto de vista operacional.

Sobre a competitividade do atual mercado global, Antunes et al. (2008) diz

que “essa competitividade dá origem a uma pressão competitiva, que direciona as

empresas para a busca de mais eficiência nas suas operações e nos processos de

gestão”.

Em nível nacional, a competição aumentou, entre outras razões, pela abertura

do mercado ocorrida nos anos 80. Na busca por vantagens sobre os concorrentes

nacionais e internacionais, as organizações começaram a dar mais importância à

área da manufatura, através de investimentos em novas instalações e

equipamentos. Já na década de 90, houve uma modernização da indústria brasileira.

Porém, esse não é o único fator de crescimento, a partir de então, houve a adoção

de novos métodos e ferramentas de gestão das operações, que alavancaram esse

crescimento (ANTUNES et al., 2008).

Dentre os novos métodos e ferramentas, surgiu a medição de desempenho

operacional. Onde antes apenas indicadores de desempenho financeiros eram

avaliados, indicadores não financeiros começaram a ser considerados importantes,

e, dentre eles, estão os indicadores de eficiência operacional (CORRÊA; CORRÊA,

2011).

A análise dos indicadores de eficiência operacional evidencia os pontos onde

devem ocorrer as melhorias. Segundo Antunes et al. (2008), “através do cálculo e

monitoramento constante da eficiência produtiva dos recursos, torna-se possível

elaborar planos de ação visando solucionar os principais motivos de ineficiência dos

sistemas produtivos”.

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É sabido que em qualquer ambiente fabril sempre existirá alguma

oportunidade de melhoria em algum ponto, e que esse ponto só será revelado

através da medição de desempenho.

1.1 Problema

A empresa se defronta em alguns meses com problemas no desempenho das

entregas, pois há períodos em que a demanda é aparentemente maior que a

capacidade instalada. Porém, acredita-se que esse problema seja causado por

diversos fatores, entre eles o uso inadequado dos recursos. A principal questão a

ser respondida por esse trabalho é: os recursos produtivos da empresa são

utilizados de modo eficiente para atender a demanda?

1.2 Tema

O tema deste trabalho é propor a medição do desempenho operacional

através de indicadores, que permitam mensurar a eficiência produtiva em uma linha

de produção de sabonetes em barra.

1.3 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral medir o desempenho da produção

através de indicadores de eficiência produtiva, gerando informações que auxiliem a

gestão da produção no alcance das metas.

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1.4 Objetivos Específicos

Com este trabalho pretende-se também atingir os seguintes objetivos

específicos:

Saber a situação atual da empresa em relação à utilização de seus

recursos;

Analisar os indicadores coletados e propor ações de melhoria de

acordo com os resultados obtidos;

Definir metas que sejam coerentes com a capacidade de produção da

linha;

Implementar o uso desses indicadores na rotina da produção.

1.5 Resultados esperados

Espera-se que o presente trabalho possa fornecer dados confiáveis

relacionados ao desempenho operacional, que as principais perdas existentes no

processo sejam mapeadas corretamente e que as propostas de melhoria

apresentadas sejam possíveis de implantação.

1.6 Justificativa

A escolha desse tema está no fato de, ocasionalmente, existir uma demanda

não atendida pela empresa, sendo que a dificuldade de mensurar e analisar as reais

condições de utilização dos recursos produtivos pela empresa, faz com que uma

solução eficaz para esse problema seja mais difícil de ser obtida.

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O conhecimento do indicador que mensure a ocupação dos recursos

produtivos e suas principais perdas torna-se fundamental para a melhoria no

desempenho da empresa, principalmente por concorrer no mercado com grandes

empresas multinacionais.

1.7 Delimitações do trabalho

O estudo foi realizado na empresa Fontana S.A, fabricante de produtos de

higiene e limpeza, que está localizada na cidade de Encantado, no estado do Rio

Grande do Sul. O período contemplado para tal foi de fevereiro a dezembro de 2014,

e utilizou como objeto de estudo uma linha de produção de sabonetes em barra.

Apesar da relevância nas organizações, este estudo não envolve os fatores

humanos, e a cultura organizacional, pelo fato de o autor entender que não são

estes o foco do trabalho.

1.8 Estrutura

Este trabalho está estruturado em capítulos, que facilitam a leitura e o

entendimento do que o autor se propõe a estudar. Serão seis capítulos divididos em

introdução, referencial teórico, metodologia, estudo de caso, propostas de melhorias

e finalmente as conclusões.

O capítulo 1 faz uma introdução ao trabalho, através de uma breve

apresentação do cenário empresarial atual, bem como a descrição do tema, do

objetivo geral, dos objetivos específicos, do problema, da hipótese, das justificativas,

das delimitações e da estrutura do trabalho. O capítulo 2 apresenta o referencial

teórico com uma revisão da literatura existente sobre o tema, abrangendo conceitos

sobre gestão de operações, perdas no processo produtivo, medição de

desempenho, indicadores de eficiência operacional e ferramentas de melhoria da

qualidade. No terceiro capítulo é explicada a metodologia utilizada para o

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desenvolvimento do trabalho. No capítulo 4, ocorre o desenvolvimento do estudo,

com a apresentação da empresa e a aplicação do tema estudado, para atingir os

objetivos propostos, bem como os resultados obtidos. No quinto serão realizadas as

propostas de melhorias, em função das informações obtidas através do estudo. E no

último capítulo, são apresentadas as conclusões, algumas considerações finais e

propostas para trabalhos futuros.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta um breve histórico das definições e teorias que

abordam o tema do trabalho.

2.1 Gestão da Produção

Gerir uma operação ou administrar a produção é fazer a interação entre os

recursos e os processos que produzem bens e serviços, atendendo as necessidades

de custo, qualidade e tempo dos clientes, garantindo a utilização eficiente desses

recursos (Corrêa e Corrêa, 2011). Para Miranda e Silva (2002), gerenciar uma

operação é definir a prioridade com que os recursos necessários, para essa

operação, serão consumidos. Além disso, Slack et al. (2009) complementam que a

função produção 1 é a parte da organização responsável por essa atividade de

gerenciamento.

A função produção é uma das três funções centrais de uma organização,

juntamente com a função marketing e a função desenvolvimento de produto. Por

definição, a função produção “é responsável por satisfazer as solicitações de

consumidores por meio de produção e entrega de produtos e serviços” (SLACK et al.

2009, p)

Os primeiros eventos que influenciaram e, de certo modo despertaram, o

interesse de vários estudiosos para a área de gestão da produção foram a

1

Nem todas as organizações denominam a função produção por esse nome, termos como

“operações” e “produção” também são muito usados (SLACK et al, 2009).

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publicação de “A riqueza das nações”, de Adam Smith, em 1776, juntamente com a

invenção da máquina à vapor, de James Watt, no mesmo ano, esta última,

resultando no início da revolução industrial. Ao longo do tempo, o gerenciamento

das operações foi evoluindo através de novos eventos e conceitos, como a

intercambialidade de peças de Eli Whitney, as construções das grandes ferrovias

norte americanas no século 19, a teoria da administração científica de Taylor, a

produção em massa de Ford, a diversificação dos produtos da General Motors, o

acréscimo do componente social do trabalho, o desenvolvimento das áreas de

planejamento e controle da produção e logística, o Just In Time japonês, os

movimentos pela qualidade e o nascimento das estratégias para manufatura.

Durante esses períodos a administração da produção recebeu contribuição de

outras áreas de conhecimento, como psicologia, matemática, estatística, economia,

entre outras (CORRÊA; CORRÊA, 2011).

As atividades da administração da produção variam conforme os processos

produtivos de cada organização. Porém, segundo Corrêa e Corrêa (2011), existem

algumas atividades comuns em que os gerentes de produção devem estar

envolvidos, independente do tipo de produção, são elas:

Entendimento dos objetivos estratégicos da produção

Desenvolvimento de uma estratégia de produção

Projeto dos produtos e processos de produção

Planejamento e controle da produção

Melhoria do desempenho da produção

Responsabilidades amplas como: estar atento à globalização,

responsabilidade social e ambiental, consciência tecnológica e gestão

do conhecimento.

Uma administração da produção bem feita contribui significativamente para o

sucesso de uma organização. Segundo Slack et al. (2009), utilizar os recursos de

modo eficaz pode oferecer quatro tipos de vantagens, são elas:

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Redução de custos de produção

Aumento de receita por meio do aumento do nível de satisfação dos

clientes através da boa qualidade do produto

Redução do montante do investimento ao aumentar a capacidade

efetiva de operação

Fornece base para inovação futura.

Slack et al (2009) complementa: ”aprimorar a prática de operações pode ser a

maneira mais eficaz de melhorar seu desempenho financeiro”.

2.1.1 Objetivos de Desempenho da Produção

Para cumprir a tarefa básica de suprir as necessidades dos consumidores, a

produção trabalha com cinco objetivos definidos. Segundo Slack et al. (2009), os

objetivos são os seguintes:

Qualidade: Fazer certo, ou seja, oferecer um produto ou serviço de

acordo com as expectativas do consumidor. Esse objetivo exerce a

maior influência na satisfação dos clientes, além de fazer um produto

com qualidade, ter um processo com qualidade que satisfaça, não só

os clientes externos, como também os clientes internos, também é

importante, além de que, processoS com qualidade reduzem custos e

aumentam a confiabilidade dos clientes em relação à empresa.

Velocidade: É o tempo transcorrido entre o pedido e o recebimento de

produtos pelo cliente. Quanto antes o produto estiver disponível para o

cliente, maior é a chance dele comprá-lo, podendo até aceitar pagar

mais por ele. Uma maior velocidade nas operações ainda pode reduzir

riscos e estoques.

Confiabilidade: Fazer no tempo em que o cliente necessita ou, ao

menos, no tempo prometido. Num primeiro momento não é um fator

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ganhador de pedido, porém é o principal fator que influencia na

fidelização do cliente. A confiabilidade na operação economiza tempo e

dinheiro e dá estabilidade ao processo produtivo.

Flexibilidade: Ser flexível significa ter a capacidade de alterar a

operação de alguma forma quando for necessário, pode ser a

capacidade em alterar produtos, a capacidade de produzir diferentes

produtos em uma mesma operação, conseguir produzir diferentes

quantidades ou ainda alterar o tempo de entrega. Ser flexível nas

operações agiliza a resposta, economiza tempo e mantém a

confiabilidade.

Custo: Fazer mais barato, ter o custo baixo em suas operações é um

objetivo universal entre as empresas, sejam elas de manufatura ou

serviços. Para atingir esse objetivo é importante além de outras ações,

aprimorar a produtividade e fazer uso eficiente dos recursos.

Para Corrêa e Corrêa (2011), nem todos esses objetivos de desempenho são

valorizados pelos consumidores. Por isso, é necessária uma análise criteriosa, para

que sejam priorizados os objetivos que realmente importam para o mercado

consumidor. Os autores ressaltam ainda que é importante levar em conta outros

objetivos como, a sustentabilidade.

A causa para o alcance ou não desses objetivos de desempenho,

invariavelmente passa pela utilização eficiente dos recursos disponíveis.

2.1.2 Eficiência e Eficácia

Quanto maior a produtividade e a economia dos recursos utilizados, mais

eficiente é o processo. Para Macedo-Soares e Ratton (1999), eficiência é definida

como a melhor utilização dos recursos empregados e eficácia é o grau com que o

processo atinge seus objetivos, ou seja, o resultado esperado comparado ao

resultado obtido.

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De acordo com Müller (2003) eficácia diz respeito à “realização efetiva da

coisa certa, pontualmente e com os requisitos de qualidade especificados”, ainda diz

que a eficiência tem a ver com o consumo dos recursos, e relaciona o consumo

programado com o consumo efetivo.

Eficiência é a palavra usada para indicar que a organização utiliza produtivamente, ou de maneira econômica, seus recursos. Quanto mais alto o grau de produtividade ou economia na utilização dos recursos, mais eficiente a organização é. Em muitos casos, isso significa usar menos quantidades de recursos para produzir mais (MAXIMIANO, 2006).

No mesmo sentido Corrêa e Corrêa (2011) classificam eficiência como a

medida de quão economicamente os recursos da organização são utilizados quando

promovem determinado nível de satisfação dos clientes e outros grupos de

interesse. E eficácia refere-se à extensão segundo a qual os objetivos são atingidos,

ou seja, as necessidades dos clientes e outros grupos de interesse da organização.

Pode-se dizer então que uma empresa eficiente em seus processos é uma

empresa que faz uso racional dos seus recursos, aproveitando o máximo de sua

capacidade evitando assim os desperdícios.

2.2 Desperdícios nos Sistemas Produtivos

Slack et al. (2008) definem desperdício ou perdas nos sistemas produtivos

como “qualquer atividade que não agrega valor ao produto”. Algumas perdas de

processo definidas por eles são:

Perdas por fluxo irregular: Quando o fluxo não ocorre de maneira

contínua devido a perdas como tempos de espera, transporte,

ineficiências do processo, estoque, perdas por movimentações.

Perdas por suprimento inexato: Ocorrem quando o planejamento dos

materiais para consumo é feito de forma errada, ou quando há alguma

modificação não planejada de entrega. As causas são superprodução

ou subprodução, entrega antecipada ou atrasada e estoques.

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Perdas por resposta inflexível: Consequência da falta de flexibilidade

do processo e da necessidade de resposta ao cliente. Para suprir isso,

costumam ocorrer nos processos, produção em lotes grandes, atrasos

entre as atividades, variações no mix de atividades maiores do que as

variações na demanda do cliente.

Perdas por variabilidade: Variações no processo que afetam o nível de

qualidade do produto. Essas perdas ocorrem pela confiabilidade

deficiente do equipamento e produtos ou serviços defeituosos.

2.2.1 O Sistema Toyota de Produção e a Eliminação de Desperdícios

O Sistema Toyota de Produção (STP), renomeado just in time (JIT) é uma

técnica de gestão que surgiu no Japão após a Segunda Guerra Mundial, e seu

desenvolvimento é creditado à Toyota Motor Company. Pelo fato do país sair

derrotado de uma guerra, os recursos estavam escassos, sendo preciso evitar

qualquer tipo de desperdício para que a indústria nacional se recuperasse e

alcançasse os Estados Unidos em produtividade (CORRÊA; CORRÊA, 2011).

Recentemente o JIT passou a ser considerado uma filosofia de gestão que

inclui, entre outras áreas, gestação da qualidade, administração de estoques, arranjo

físico, projeto de produto e gestão de recursos humanos (SLACK et al., 2009).

Os principais aspectos da filosofia JIT, segundo Corrêa e Corrêa (2011) são:

Produção sem estoques

Produção enxuta

Eliminação de desperdícios

Manufatura de fluxo contínuo

Esforço contínuo da resolução de problemas.

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Colocando como metas de gestão a melhoria contínua e a eliminação de

desperdícios, o JIT tem como objetivos de desempenho a qualidade e a flexibilidade,

que segundo Corrêa e Corrêa (2011) “quando estabelecidos quanto ao processo

produtivo, tem um efeito secundário sobre a eficiência, a velocidade e a

confiabilidade do processo”.

Segundo Ohno (1997) “a eliminação de desperdício precisa ser o objetivo

primeiro da empresa”. Em sua obra, Ohno ainda classifica os desperdícios em sete

categorias, são elas:

Superprodução: Pode ser tanto quantitativa, através da produção

excessiva, quanto por antecipação, quando a produção ocorre antes do

necessário. A perda por superprodução pode ser considerada a

principal das perdas, pois elas tendem a esconder as outras perdas,

por isso é preciso evitá-la completamente. Pode ser reflexo dos altos

tempos de preparação dos equipamentos (setup) que induzem a

produção em grandes lotes, ou incerteza na confiabilidade do

equipamento, que levam a produzir mais quando o equipamento está

disponível. Para eliminar essa perda, a filosofia JIT sugere que se

produza somente o necessário no tempo certo e, para isso, é preciso

que sejam reduzidos os tempos de setup, que a produção seja

sincronizada com a demanda e que se compacte o layout da fábrica

(CORRÊA e CORRÊA, 2011).

Espera: As perdas por espera estão relacionadas ao tempo em que um

ou mais recursos estão em espera para serem utilizados. Segundo

Antunes et al. (2008), “as perdas por espera estão associadas aos

períodos de tempo nos quais os trabalhadores e/ou máquinas não

estão sendo utilizados produtivamente”, na mesma linha Slack et al.

(2009) explica que esta perda está diretamente ligada à eficiência de

equipamentos, mão de obra e matérias que aguardam na fila. Corrêa e

Corrêa (2011) dizem que muitas vezes o material em espera na fila

visa garantir altas taxas de utilização dos equipamentos, mas que a

filosofia JIT enfatiza o fluxo de materiais e não as taxas de utilização do

equipamento, sendo que esses materiais só devem ser processados

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quando houver necessidade. Antunes et al. (2008) complementa que

uma das principais causas da perda por espera é a baixa

multifuncionalidade dos equipamentos.

Transporte: Perdas relacionadas a todas atividades de transporte de

materiais, que geram custo e não agregam valor. As perdas por

transporte estão relacionadas ao fluxo da produção, e, portanto ao

layout da fábrica. Para atacar a causa dessas perdas é preciso duas

ações subsequentes, primeiro é necessário avaliar melhorias no

macrolayout 2 e nos layouts locais, depois é preciso ações de melhoria

na operação de transporte. (ANTUNES et al., 2008)

Processamento: As perdas no processamento ocorrem nas atividades

que não são necessárias para que o produto adquira suas

características de qualidade. Para atacar essas perdas é preciso

analisar que tipo de produto deve ser fabricado baseando-se nas

técnicas de engenharia e análise de valor, e que métodos serão

utilizados na fabricação. Antunes (2008) ainda sugere que sejam

avaliadas as melhorias relacionadas à tecnologia do produto, processo,

máquinas e matérias-primas.

Estoque: Relacionado às perdas por existência de estoques elevados,

tanto de matérias primas, quanto de materiais em processo e produtos

acabados, que acarretam custos, aumento da possibilidade de

obsolescência do produto, risco de não venda e demandam

necessidade de espaço físico. Para atacar as perdas por estoque

Antunes (2008) diz que “é necessário uma política de melhorias

contínuas, que busque o nivelamento entre capacidade e demanda,

sincronização da produção, produção em pequenos lotes e fluxo

unitário de peças”.

Movimentação: São as perdas relacionadas ao tempo gasto em

movimentos desnecessários dos trabalhadores ao executarem uma

2O macrolayout diz respeito ao arranjo físico de toda a empresa, e não apenas a uma linha de

produção.

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operação. Segundo Antunes (2008) nenhuma redução de tempo pode

ser obtida sem antes ser feita uma análise das causas dessa redução.

Melhoria nos movimentos e nas condições de trabalho tendem a

reduzir essas perdas.

Fabricação de peças e produtos defeituosos: Perdas relacionadas à

produção de produtos que não atendem as especificações de

qualidade, como tempos despendidos na fabricação, inspeção para

achar defeitos, retrabalho e matérias primas descartadas. Antunes et

al. (2008) afirma que para atacar as causas dessas perdas é preciso

estabelecer um sistema de inspeção para prevenir defeitos.

A figura 1, apresenta detalhadamente essas perdas.

Figura 1 - O STP e os sete tipos de perdas

Fonte: Shingo e Schaan (1996).

Portanto, eliminar os desperdícios se tornou o principal pilar do Sistema

Toyota de Produção (CORRÊA e CORRÊA, 2011).

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2.2.2 Manutenção produtiva total e as perdas

A Manutenção Produtiva Total (MPT) conhecida em inglês como Total

Productive Maintenance (TPM), surgiu no Japão nos anos 70 e parte da premissa

que todos são responsáveis por manter os equipamentos em perfeito

funcionamento, e não apenas o setor de manutenção, atribuindo assim funções

básicas como: regulagens, limpeza, lubrificação e manutenções simples aos

operadores de produção (DENNIS, 2008).

Para Fogliatto e Ribeiro (2009), “a MPT expandiu os conceitos tradicionais de

manutenção, incorporando esforços para evitar defeitos de qualidade provocados

pelo desgaste e mau funcionamento dos equipamentos”, através da contribuição das

pessoas que utilizam os equipamentos, por entender que são elas que possuem

maior conhecimento referente ao funcionamento destes equipamentos.

A MPT se apoia em alguns conceitos básicos, são eles:

Mudança cultural, que visa otimizar a utilização dos equipamentos

Estabelecimento de um sistema que previne perdas nos equipamentos

e locais de trabalho

Envolvimento de todos os departamentos na implementação

Envolvimento de todos para melhoria contínua

Educação e treinamento.

Segundo Fogliatto e Ribeiro (2009), esses conceitos sustentam a busca pela

perda zero, que envolvem ações como: manutenção autônoma conduzida pela

produção, planejamento das atividades de manutenção e prevenção de quebras na

fase de projeto do equipamento.

Slack et al. (2009) complementa que, além desses conceitos, a MPT visa

estabelecer boas práticas de manutenção, através de melhoramento da eficiência do

equipamento, ao analisar todas as perdas e treinamento de todo o pessoal, para que

desenvolvam habilidades relevantes de manutenção.

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A MPT classifica seis tipos de perdas, que devem ser eliminadas para

melhorar o rendimento dos equipamentos, são elas:

Perdas por quebra devido às falhas de equipamento: ocorrem quando

as máquinas quebram e permanecem sem produzir até que os reparos

necessários sejam feitos, consistem no tempo para o reparo e no custo

das peças que devem ser trocadas (FOGLIATTO e RIBEIRO, 2009).

Perdas por setup e ajustes: são as perdas relacionadas aos tempos de

espera para preparação do equipamento. Consistem no tempo gasto

para a preparação de um equipamento para a produção de um produto

diferente, desde o momento em que é interrompida a operação até o

início da operação subsequente (FOGLIATTO e RIBEIRO, 2009).

Perdas por pequenas paradas: ocorrem quando o equipamento precisa

ser parado por pequeno período. Suehiro apud Chiaradia (2004) define

pequenas paradas como “problemas nos equipamentos que não

necessitam mais que 5 minutos de reparo”. Shirose apud Chiaradia

(2004) destaca que a correção das pequenas paradas deve ser feita

pelo operador.

Perdas por redução de velocidade na operação: ocorrem quando o

equipamento é operado com a velocidade abaixo de sua capacidade,

pois em velocidades mais altas os produtos apresentam defeitos com

certa frequência (FOGLIATTO e RIBEIRO, 2009).

Perdas por defeito de qualidade e retrabalho: perdas causadas pela

produção de produtos defeituosos ou fora de especificação,

relacionados ao tempo e aos custos com retrabalho e sucateamento

(FOGLIATTO e RIBEIRO, 2009).

Perdas por queda de rendimento (Startup): ocorrem cada vez que um

equipamento é interrompido e reiniciado e precisa de um certo tempo

para se estabilizar. Está relacionada às restrições técnicas dos

equipamentos, que precisam de certas condições para poder funcionar

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plenamente, como por exemplo, temperatura e pressão. (CHIARADIA,

2004).

Para Corrêa e Corrêa (2011), o objetivo fundamental na implantação do MPT

“é o melhoramento da eficiência dos recursos físicos”. Para estipular metas e

acompanhar a evolução dos índices, são necessárias medidas de desempenho,

como o índice de rendimento operacional global (IROG).

2.3 Indicadores e medição de desempenho

Para atingir seus objetivos, as organizações buscam atender as necessidades

dos seus clientes de forma mais eficiente e eficaz que seus concorrentes. Como

visto na seção 2.1.2, eficiência é a medida de quão economicamente os recursos da

organização são utilizados para satisfazer as necessidades dos clientes, eficácia

refere-se à extensão segundo a qual os objetivos são atingidos e o desempenho de

uma operação é função dos níveis de eficiência e eficácia que suas ações têm. Para

Corrêa e Corrêa (2011), “medição de desempenho pode ser definida como o

processo de quantificação da eficiência e da eficácia das ações tomadas por uma

operação”, enquanto medidas de desempenho são “métricas usadas para quantificar

a eficiência e a eficácia das ações”. Para isso, fornecem dados sobre o desempenho

que comparados contra os padrões servem de apoio à tomada de decisões.

Antes de qualquer realização de melhoria em uma operação é preciso saber

em qual situação essa operação atualmente se encontra, só assim será possível

determinar a urgência, direção e prioridades dessa melhoria. Sendo assim todas as

operações produtivas precisam de medidas de desempenho como pré-requisito para

melhoramentos (SLACK et al. 2009).

Para Miranda e Silva (2002), avaliar o desempenho de uma organização é,

sobretudo, desenvolver instrumentos de feedback para o seu gerenciamento.

Na mesma linha, Corrêa e Corrêa (2011) reforçam: “a menos que a empresa

entenda as fontes de suas eficiências (ou ineficiências), é improvável que consiga

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melhorá-las e, consequentemente, desperdiçará importante condicionante da

melhoria de sua lucratividade operacional”.

Medir o desempenho de uma operação é o processo de quantificar uma ação

realizada para que essa operação ocorra. Slack et al. (2009), define desempenho

como “o grau em que uma operação preenche os cinco objetivos de desempenho

em qualquer momento, de modo a satisfazer seus consumidores”.

Sem uma medida de desempenho é impossível exercer um controle contínuo

sobre uma operação, portanto também é impossível julgar se a operação é boa, ruim

ou indiferente (SLACK et al., 2009).

Segundo Slack et al. (2009) “uma medida de desempenho significa

relativamente pouco até ser comparada a algum tipo de meta”. A maioria das

medidas de desempenho são relativas, para determinar se uma medida é boa ou

não é preciso comparar o desempenho à um padrão (MIRANDA; SILVA, 2002).

Na mesma linha, Harbour apud Miranda e Silva (2002) diz que uma medida

de desempenho comparativa é chamada de indicador de desempenho e é usada

para responder a questão “como nós estamos indo?” para um aspecto específico.

Moreira (1996) diz que, toda empresa cultiva alguma ideia equivocada sobre

medidas e medição de desempenho, entre as mais comuns estão:

A medida para ser útil precisa ser a mais precisa possível: a busca pela

precisão pode tornar o processo de medição muito burocrático

As medidas assustam as pessoas: é verdade que se criou um mito de

que sistemas de medições são ferramentas de controle utilizadas por

gerentes que tem como estilo gerencial a intimidação e o medo, por

outro lado, as pessoas gostam de ser medidas a fim de obter feedback

quanto à qualidade do seu trabalho

O desempenho pode ser resumido em um único indicador: o

desempenho não pode ser medido por um único indicador, pois

existem muitas variáveis em um processo de manufatura, por exemplo,

é impossível medir o desempenho de um processo de fabricação

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utilizando apenas um indicador de produtividade, é preciso medir a

qualidade desse processo também, medir à que custo se obteve

aquela produtividade

As medidas subjetivas não são confiáveis: a tecnologia nas medições

juntamente com a percepção e atitudes do responsável pela medição

se bem desenvolvidas podem resultar em medidas confiáveis e válidas.

2.3.1 Histórico

Medidas de desempenho têm sido usadas ao longo do tempo para avaliar o

sucesso das organizações. Uma das primeiras áreas a dedicar esforços na medição

e avaliação do desempenho é a contabilidade, que avalia principalmente critérios

financeiros. Com a mudança, evolução e crescimento das organizações fabris no

início do século XX, criou-se a necessidade de separação entre as funções de

proprietário e gestor, indicadores financeiros como “retorno sobre o investimento”

passaram a ser utilizados para que os proprietários pudessem avaliar o desempenho

dos gestores (CORRÊA e CORRÊA, 2011).

Devido ao, cada vez mais competitivo mercado global e a maior exigência dos

clientes, criou-se a necessidade de respostas mais rápidas a essas mudanças. A

partir dos anos 80, segundo Corrêa e Corrêa (2011), “houve uma conscientização

quase generalizada de que medidas de avaliação de desempenho meramente

financeiras não seriam mais suficientes para suportar a gestão de empresas e

operações nos mercados modernos”, pois tais medidas mostravam apenas o

desempenho resultante das atividades e não como se obteve esse desempenho ou

como ele poderia ser melhorado.

Segundo Corrêa e Corrêa (2011) medidas meramente financeiras apresentam

algumas falhas, dentre elas:

Encorajam uma visão míope de prazo excessivamente curto

Não têm relação direta com a estratégia de operação da empresa

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Encorajam otimizações locais mais do que a otimização do todo

Falham em gerar informações sobre a visão do cliente externo

Encorajam gestores a procurar minimizar a diferença do desempenho

para a meta, ao invés da melhoria contínua

Não explicam as razões do desempenho financeiro nem como

melhorá-lo.

A evolução da medição de desempenho pode ser dividida em duas grandes

partes. A primeira, iniciada em 1880 até os primeiros anos da década de 1980, que

priorizava medidas financeiras em detrimento de medidas de produtividade. A

segunda fase, que se iniciou a partir de então e segue até os dias de hoje, busca um

balanceamento nas medidas, integrando medidas financeiras e não financeiras

(ATTADIA; MARTINS, 2003).

Nos anos 90, o interesse pelo assunto aumentou. Segundo Neely apud

Corrêa e Corrêa (2011), entre os anos de 1994 e 1996 foram publicados,

aproximadamente, 3600 artigos sobre avaliação de desempenho empresarial, e em

1996 um novo livro era lançado a cada duas semanas nos Estados Unidos, esse

interesse vem crescendo ainda mais, os principais motivos desse aumento são:

Mudança nos negócios: impulsionadas pela globalização dos mercados

Competitividade mais acirrada: cada vez mais as empresas buscam

algo que possa diferenciar os seus produtos dos produtos da

concorrência, não só em custos, como também em qualidade,

inovação e flexibilidade. Para poder competir, as empresas necessitam

informações sobre o seu desempenho nesses aspectos não financeiros

também

Novas iniciativas de melhoramento em operação: ocorre devido a

concorrência acirrada por fatias de mercado, as tentativas de

melhoramento são ininterruptas

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Mudanças nas demandas externas: cada vez mais o governo busca

regular a atuação das empresas, baseando-se fortemente na

mensuração de desempenho.

2.3.2 Por que medir?

Toda empresa precisa saber se está hoje melhor do que ontem, se é ou não

competitiva, se está melhor ou pior, se largou na frente ou se está ficando para trás

em relação aos seus concorrentes (MOREIRA, 1996).

Toda a organização precisa de um processo contínuo de avaliação do

desempenho, devido ao dinamismo de mercado e ao ambiente mais competitivo.

Para tanto, as empresas estão em busca de novos e mais sofisticados sistemas de

medição de desempenho, que relacionem a qualidade e a satisfação dos

empregados com a retenção dos clientes e com os resultados financeiros

(MIRANDA; SILVA, 2002).

Segundo Miranda e Silva (2002) as principais razões para as empresas

investirem em medição de desempenho são:

Controlar as atividades operacionais

Alimentar os sistemas de incentivo dos funcionário

Controlar o planejamento

Criar, implantar e conduzir estratégias competitivas

Identificar problemas que necessitem melhorias

Verificar se a empresa está no caminho de sua missão.

Para Hronec et al.(1994) a medição de desempenho tem benefícios como:

Satisfação de clientes, pois medir a satisfação dos clientes direciona a

empresa para o que realmente importa

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Monitoramento do processo, pois as medias certas tornam a melhoria

do processo não apenas possível mas também contínua

Benchmarking de processos e atividades, pois medidas de

desempenho fornecem as informações necessárias para comparações

entre empresas.

Geram mudanças, pois medidas corretas de desempenho ajudam as

organizações a mudar com sucesso.

Motivação das pessoas envolvidas no processo.

2.3.3 O que medir?

É necessário definir medidas que realmente avaliam aquilo que se quer medir.

Para avaliar o desempenho de uma empresa é preciso definir quais os atributos

importantes de medição e compará-los com características julgadas importantes em

relação a um objetivo definido (MIRANDA; SILVA, 2002).

As medidas de desempenho devem ser alinhadas à estratégia competitiva da

empresa, para assim poder avaliar se as estratégias estão de fato sendo

implementadas. Segundo Corrêa e Corrêa (2011), “isso se dá através da definição

de métricas que sejam coerentes com as prioridades competitivas da operação”.

Os cinco objetivos de desempenho (qualidade, velocidade, confiabilidade,

flexibilidade e custo) já apresentados anteriormente, são compostos de níveis

menores de medidas, como mostra a Figura 2. E cada medida dá uma ideia do

desempenho, seja para apontar oportunidades de melhoramento como também para

monitorar melhoramentos já implantados (SLACK et al. 2009).

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Figura 2 - Diferentes níveis das medidas de desempenho

Fonte: Slack et al. (2009).

2.3.4 Como medir?

Depois de definido o que vai se medir é importante definir também como

essas medidas serão feitas. Em algumas empresas o trabalho de medir o

desempenho é complexo e em muitos desses casos, devido ao esforço necessário,

a medição é deixada de lado (HRONEC et al. 1994).

Como a medida de desempenho deve ser quantificada? É um dos mais

complexos processos na medição de desempenho, pois isso afeta em como as

pessoas se comportam. Portanto é importante que a forma de medida seja bastante

bem elaborada de modo que não induza os envolvidos a tentar apenas melhorar o

resultado da medida em detrimento do desempenho da operação (CORRÊA;

CORRÊA, 2011).

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2.3.5 Metas

O estabelecimento de metas na medição de desempenho é feito através de

comparação com padrões estabelecidos. Para Corrêa e Corrêa (2011) os padrões

que podem ser usados são:

Padrões históricos: onde se compara o desempenho atual com

desempenhos passados, para avaliação de tendências. As metas

podem ser estipuladas em comparação com desempenhos passados,

se esse desempenho for considerado satisfatório, ou então como forma

de obter um melhoramento, como por exemplo, “superar o

desempenho do mês anterior em 15%”.

Padrões de desempenho arbitrários: onde os padrões são

estabelecidos conforme o que a empresa entende como satisfatório,

também chamado por padrões estratégicos.

Padrões definidos pelo desempenho dos concorrentes: onde o padrão

estabelecido está de acordo com o que o concorrente faz.

Padrões absolutos: Padrões inspirados na filosofia JIT, onde são

estabelecidas metas absolutas e, muitas vezes, impossíveis de serem

atingidas, evitando assim a comodidade dos envolvidos quando a meta

de desempenho é atingida.

2.3.6 Qualidades das Medidas

Segundo Moreira (1996), sem algumas qualidades a medida será totalmente

inútil como indicador. Essas qualidades são:

Confiabilidade: diz respeito à constância da medida, é a propriedade de

um instrumento de medida ou de um roteiro de medida atribuir sempre

o mesmo valor a algo invariável

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Validade: é a propriedade de um instrumento ou roteiro de medida de

medir realmente aquilo que se propôs a medir, ou seja, mede

corretamente

Relevância: uma medida é relevante para o seu usuário se ela traz

alguma informação útil, não contida em outras medidas que já estão

sendo usadas, ou não substituível por elas

Consistência: diz respeito ao grau de equilíbrio de uma medida em

relação a outras medidas do sistema. Ocorre desequilíbrio quando há

melhoria de uma medida à custa da piora de outra.

Para Corrêa e Corrêa (2011) uma boa medida de desempenho deve entre

outras coisas:

Ser derivadas da estratégia e alinhadas com as prioridades

competitivas da empresa

Ser simples de entender e usar

Dar feedbacks precisos e em tempo

Ser baseadas em quantidades gerenciáveis que possam ser

influenciadas e controladas

Refletir o processo de negócio, ou seja, o cliente e o fornecedor

deveriam participar da definição

Se referir a metas específicas

Ser relevantes

Ser claramente definidas

Ter impacto visual

Focalizar melhoramento

Ter propósito definido

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Se basear em fórmulas e base de dados explícitos

Ser objetivas

Ser mais globais que localizadas.

2.3.7 Sistema de indicadores de desempenho

O sistema de indicadores de desempenho de uma empresa compreende o

conjunto de indicadores e relatórios que ela usa para avaliar como está indo

(MIRANDA; SILVA, 2002).

Para Miranda e Silva (2002), sistemas de medição de desempenho, são

sistemas integrados de medição de desempenho com objetivos e foco bem

definidos.

Já para Corrêa e Corrêa (2011) um sistema de indicadores de desempenho é

um conjunto coerente de métricas usado para quantificar eficiência e eficácia das

ações que compõe uma operação. Ainda, dizem que esse sistema é parte integrante

do ciclo de planejamento e controle, e que a implantação desse sistema tem papel

importante em influenciar comportamentos desejados nas pessoas e nos sistemas

de operações.

Sistema de indicadores de desempenho é um conjunto de medidas

referentes à organização como um todo, às suas partições, aos seus

processos, às suas atividades organizadas em blocos bem definidos, de

forma a refletir certas características do desempenho para cada nível

gerencial (MOREIRA,1996).

Um sistema de medição de desempenho possui dois tipos de cliente, o cliente

externo, geralmente, acionistas, entidades governamentais, sindicatos e instituições

financeiras entre outros, e os clientes internos, grupo composto principalmente por

gerentes e administradores (MIRANDA; SILVA, 2002). Ao longo do tempo muitos

sistemas de medição de desempenho foram propostos por estudiosos do assunto. O

quadro 1 mostra alguns modelos criados e suas principais características.

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Quadro 1 - Modelos de sistema de Indicadores de desempenho

Sistema Autor Ano Características

Balanced Scorecard Kaplan e

Norton 1992

Foco em quatro perspectivas básicas:

financeira, cliente, processos internos e

aprendizado e crescimento. Criado para

corrigir modelos de medição que davam

ênfase demais à medidas financeiras.

SMART (Strategic

Measurement and

Reporting

Technique) e

Performance

Pyramid.

Wang

Laboratories 1988

Foco: financeiro, mercado, satisfação do

cliente, flexibilidade, produtividade,

qualidade, desempenho na entrega,

tempo, processo e custo. Baseado no

conceitos da qualidade total, engenharia

industrial e contabilidade por atividade.

Sistema de

Mensuração

baseado em

Benchmarks

Bogan e

English 1994

Não tem um foco definido, busca

melhoria contínua através de um amplo

uso de indicadores financeiro e não-

financeiros.

EVITA ABB Suíça 1994

Foco em: financeiro, clientes, inovação e

desenvolvimento, processo e

fornecedores. Baseado no Balanced

Scorecard tem como objetivo enxergar a

empresa por diferentes perspectivas.

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EP²M (Effective

Progress and

Performance

Measurement)

Adams e

Roberts 1993

Foco em: medidas externas

(atendimento de clientes e mercado),

medidas internas (melhoramento da

eficácia e eficiência), medidas de cima

para baixo (detalhando a estratégia

geral e acelerando o processo de

mudança), medidas de baixo para cima

(delegando e dando liberdade de ação).

Busca favorecer uma cultura de

melhorias constantes.

Modelo Típico de

Czarnecki Czarnecki 1999

Foco em: qualidade, produtividade,

tempo de ciclo e controle. Serve de

ponto de partida para o desenvolvimento

de um modelo mais sofisticado.

Quantum

Hronec e

Arthur

Andersen

and Co.

1993

Foco em: custo, qualidade e tempo

medidos em três dimensões (pessoas,

processos e organização).

Modelo de Sink e

Tuttle Sink e Tuttle 1989

Foco em: eficiência, eficácia,

produtividade, lucratividade, qualidade,

inovação e qualidade de vida no

trabalho.

Modelo de Thor Thor 1994

Foco em: lucratividade, produtividade,

qualidade externa, qualidade interna e

outras qualidades.

Fonte: Do autor, adaptado de Miranda e Silva (2002).

Segundo Miranda e Silva (2002), a primeira decisão que deve ser tomada

quando da implementação de um sistema de medição de desempenho é escolher o

indicador mais apropriado.

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2.4 Índice de rendimento operacional global

Conhecidos os tipos de perdas, é essencial saber identificá-las dentro do

processo e uma das formas, é através do índice de rendimento operacional global

(IROG), proposto pelo MPT como uma forma de calcular a eficiência dos postos de

trabalho, estabelecer metas e acompanhar a evolução de melhorias de eficiência

dos equipamentos (CORRÊA e CORRÊA, 2011). Para Slack et al. (2009) o IROG é

um método utilizado para medir a eficácia geral de equipamentos. Hansen (2006)

completa que o IROG indica a eficácia do processo no tempo em que está

programado para operar.

O IROG começou a ser reconhecido como uma ferramenta importante para a

gestão da produção no final dos anos 80. Inicialmente era visto apenas como uma

forma de medição da implantação da MPT, mas passou a ser conhecido como uma

importante ferramenta autônoma para medir o real desempenho de um equipamento

em um processo. Pode ser preciso, facilmente calculado e pode evidenciar a fábrica

oculta 3 existente na área. (HANSEN, 2006).

O IROG também é conhecido como OEE (Overall Equipment Effectiveness)

quando o recurso medido é um recurso não gargalo e TEEP (Total Effective

Equipment Productivity) quando o recurso medido é um recurso gargalo, portanto

crítico (ANTUNES et al. 2008).

O IROG é calculado através da multiplicação de um índice de disponibilidade

(ID) pelo índice de performance (IP) e pelo índice de qualidade (IQ). Essa fórmula

pode ser explicada pelas perdas relacionadas a esses fatores, como mostra a figura

3. Parte da redução da eficiência está no tempo disponível de um equipamento,

causado por trocas e por quebras; Outra parte é perdida na velocidade quando o

equipamento está ocioso ou funciona abaixo de sua capacidade ótima de trabalho;

Outra parte é perdida na fabricação de produtos defeituosos (SLACK et al. 2009).

3 Segundo alguns autores dentro de um processo fabril existem alguns ladrões de capacidade, que

diminuem a eficiência dos processos, esses fatores são conhecidos como fábrica oculta. (HANSEN,

2006)

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Figura 3 - Relação entre o IROG e as seis grandes perdas

Fonte: Kleeman (2012).

De forma mais detalhada, onde é representado pela letra grega mi (µ), a

fórmula do IROG é determinada pela equação 1.

global 1 x 2 x 3 (1)

Onde segundo Corrêa e Corrêa (2011):

1 = Índice de tempo operacional ou índice de disponibilidade: índice que

leva em conta todas as paradas ocorridas por falhas, paradas por ajustes ou setup

de um equipamento, dado pela equação 2.

1

(2)

2 = Índice de performance operacional: índice que leva em conta as perdas

de ritmo, causadas por problemas como redução de velocidade, pequenas paradas

e operações em vazio. Dado pela equação 3.

2

(3)

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Ou ainda pela equação 44 (quando o µ global for conhecido), pois as perdas

por queda de velocidade são de difícil visualização.

2 (4)

3 = Índice de produtos aprovados ou índice de qualidade: leva em conta os

produtos defeituosos que foram fabricados devido a falhas do equipamento. Dado

pelas equações 5 (faz referência ao tempo) e pela equação 6 (faz referência à

quantidade de peças).

3

(5)

3

(6)

Antunes et al. (2008) apresenta outra fórmula para o cálculo do IROG, como

mostra a figura 4.

Figura 4 - Equação do OEE

Fonte: Antunes et al. (2008)

Onde:

tp = tempo do produto i

q = quantidade de produto i

T = tempo disponível

Essa fórmula permite um cálculo rápido e confiável, porém não traz

informações suficientes para análise e melhoria deste indicador. Portanto para que 4 Essa fórmula também serve para os outros índices quando o for conhecido e os índices

difíceis de calcular.

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ações de melhoria possam ser propostas de forma correta, atacando o ponto onde

realmente haja necessidade, o cálculo completo do IROG, descrito anteriormente na

equação 1, é mais propício (CHIARADIA, 2004).

Nos cálculos, o resultado final irá variar entre valores de 0 a 1, podendo ser

expresso também em termos percentuais. Quando o IROG obtido for menor que

65%, considera-se a eficiência do processo como inaceitável; de 65% a 75%, o

resultado é aceitável; entre 75% e 85% o resultado é considerado muito bom

(HANSEN, 2006).

Nakajima apud Chiaradia (2004), diz que um IROG de 85% pode ser

considerada uma boa meta para os equipamentos, e para que isso aconteça, o

índice de disponibilidade deve ser maior que 90%, o índice de performance deve ser

maior que 95% e o índice de qualidade maior que 99%.

2.5 Método de análise e solução de problemas

O método de análise e solução de problema (MASP) é utilizado para a

obtenção da manutenção e melhoria dos padrões das empresas, pois aborda os

problemas de modo sistêmico. Segundo Arioli (1998) “o MASP começa por analisar

desvios de desempenho e termina avaliando oportunidades de melhorias ou

alternativas de ação”. Este método é um roteiro estruturado em oito etapas em

sequência lógica dentro do ciclo PDCA, que abrangem desde a formação de equipes

para a identificação do problema até a fase de conclusão, como mostra a figura 5

(CAMPOS, 2004).

Em cada etapa desse método são utilizadas ferramentas que ajudam no

levantamento de dados, aplicação e análise dos resultados. As ferramentas,

brainstorming, análise de Pareto, diagrama de causa e efeito e plano de ação 5W2H

serão apresentadas nas seções à seguir.

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Figura 5 - Etapas do MASP e o ciclo PDCA

Fonte: Campos (2004).

2.5.1 Brainstorming

Também conhecido como tempestade de ideias ou tempestade mental, é uma

ferramenta associada à criatividade, usada na fase da busca de soluções, de modo

que um grupo de pessoas dê o maior número de ideias sobre um tema

predeterminado (CANTIDIO, 2009).

Pode-se dizer, portanto que o brainstorming é organizado para estimular as

pessoas a lançarem sugestões e propostas sem nenhuma restrição, sendo vetadas

as críticas, de modo que qualquer ideia, mesmo as aparentemente mais

desconectas, sejam expostas. Para que isso ocorra, o ambiente deve ser informal e

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descontraído para que todos possam se sentir à vontade. Nesta fase pouco importa

a qualidade das propostas, o que interessa mesmo é a quantidade (ARIOLI, 1998).

O brainstorming pode ser conduzido de forma estruturada ou não estruturada.

Na forma estruturada, cada integrante do grupo selecionado dá sua ideia quando

chegar a sua vez na rodada, o que proporciona um envolvimento maior de todos os

envolvidos. Já no brainstorming não estruturado, os integrantes falam suas ideias à

medida que surgem na mente, o que facilita ideias derivadas de outras já propostas.

Em ambos os casos, cabe ao líder conduzir a reunião e encerrá-la quando não

houver mais ideias (CANTIDIO, 2009).

2.5.2 Diagrama de causa e efeito

O diagrama de causa e feito é utilizado para representar a relação entre o

efeito (problema) e suas possíveis causas (BRASSARD, 1985). Também conhecido

como diagrama de Ishikawa, espinha de peixe ou 6M, o diagrama faz uso de seis

categorias de origem das causas, são elas (BALLESTERO-ALVAREZ, 2010):

Método, quando as causas estiverem relacionadas à execução, falta ou

inadequação de práticas operacionais, instruções de trabalho,

aplicações de procedimento ou método de análise, são causas de

engenharia, produção ou administração que afetam a operação;

Medição, quando as causas estiverem relacionadas ao processo de

medição, equipamentos de medição e indicadores;

Mão de obra, quando as causas estiverem relacionadas ao

treinamento, capacitação, comprometimento, absenteísmo e situações

similares;

Máquinas, quando as causas estiverem relacionadas ao uso dos

equipamentos, como: obsolescência, manutenção, setup, limpeza e

semelhantes;

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Materiais, quando as causas estiverem relacionadas ao uso ou falta de

matéria prima dentro ou fora de especificação;

Meio ambiente, quando as causas estiverem relacionadas às

condições do ambiente de trabalho.

Segundo Arioli (1998), o diagrama de causa e efeito é uma ferramenta auxiliar

do brainstorming, pois organiza as ideias que surgiram na etapa anterior.

Para Brassard (1985) “a partir de uma bem definida lista de possíveis causas,

as mais prováveis são identificadas e selecionadas para uma melhor análise”. A

figura 6 apresenta um exemplo do diagrama de causa e efeito.

Figura 6 - Diagrama de causa e efeito

Fonte: Ballestero-Alvarez (2010).

2.5.3 Análise de Pareto

A análise de Pareto é uma ferramenta que hierarquiza as causas dos

problemas, das mais importantes para as menos importantes, ou seja, procura fazer

uma triagem entre as “poucas causas vitais” e as “muitas causas triviais”. É uma

técnica fácil de ser utilizada que organiza os itens de falha por ordem de

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importância, geralmente em ordem de frequência. É uma técnica baseada no

fenômeno de que poucas causas geram muitos efeitos (SLACK et al. 2009).

Segundo Ballestero-Alvarez (2010) “é representado por um gráfico de barras

que ordena as frequências das ocorrências, da maior para a menor”. Tem como

principal objetivo classificar em ordem decrescente os problemas que produzem os

maiores efeitos, separando assim os problemas principais dos mais comuns, para

que esses problemas tenham prioridade de resolução (CORRÊA e CORRÊA, 2011).

2.5.4 Plano de ação 5W2H

Para Ballestero-Alvarez (2010) “o 5W2H nada mais é que um check list muito

prático, fácil e rápido que ajuda a não esquecer nenhum detalhe de um projeto, um

problema ou qualquer situação que se deseja estudar, detalhar e analisar”.

Recebeu esse nome devido as inicias das sete palavras em inglês, que lhe

dão origem: que são: what (o que), who (quem), where (onde), why (por que), when

(quando), how (como) e how much (quanto).

O plano de ação 5W2H auxilia, de forma estruturada, a implementação de

ações de melhoria nas causas priorizadas. Nesta ferramenta é indicada a ação

tomada, o responsável, o local, o motivo, o cronograma estabelecido, de que modo

será feita e quanto essa ação custará, como mostra a figura 7 (CANTIDIO, 2009).

Figura 7 – Modelo de um plano de ação 5W2H

Fonte: Simões (2011).

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3 METODOLOGIA

Este capítulo descreve a metodologia de pesquisa utilizada para a realização

do trabalho, buscando atingir os objetivos propostos. O método adotado para o

trabalho é representado pela figura 8.

Figura 8 - Método do trabalho

Fonte: Do autor (2014).

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O tema foi definido por ser considerado importante para o momento da

empresa e por ser algo que não é feito atualmente. Para tanto, foi realizada uma

revisão bibliográfica sobre o assunto do trabalho, com o objetivo de fundamentar a

teoria aplicada. As principais fontes de informações foram livros, artigos, trabalhos

de conclusão, dissertações de mestrado e teses de doutorado, encontrados na

biblioteca da UNIVATES, internet e na própria empresa.

A partir dos conhecimentos adquiridos na revisão bibliográfica, definiu-se o

referencial teórico. As informações descritas no capítulo anterior foram julgadas

importantes para o entendimento do tema, pois proporcionaram a descrição

detalhada do caso e, também, forneceram elementos teóricos suficientes para

compor as propostas de melhoria.

Como este trabalho tem como objeto de estudo uma linha de produção de

sabonetes em barra na empresa Fontana S.A, foram levantados dados referentes à

eficiência dos equipamentos alocados nesta linha, bem como informações dos seus

operadores e supervisores envolvidos.

3.1 Coleta de dados

A coleta dos dados para este estudo foi feita através de múltiplas fontes.

Nesse trabalho a principal fonte utilizada foi:

Documentação: análise das anotações dos operadores na ordem de

produção que fornecem informações sobre quantidade de horas

trabalhadas, quantidade de horas paradas, tipos de falhas e outras

observações referentes ao processo de produção.

Para Ganga (2012), a coleta por documentação fornece dados estáveis,

discretos, exatos e de ampla cobertura. Em compensação, tem como pontos fracos

a parcialidade do autor (operador de produção), dificuldade de serem encontradas e

seletividade parcial. Outras fontes foram:

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Registros em arquivo: consulta de dados históricos das planilhas de

produção para análise e um possível estabelecimento de metas

Artefatos físicos: uso de alguns dispositivos para cronometragem de

processos de setup e contagem de produção

Observações diretas: foram feitas observações acerca da operação da

linha, bem como análises de setup.

A partir da organização dos dados coletados em tabelas e quadros, pode-se

então analisar o índice de eficiência da linha de produção, citada anteriormente.

3.2 Análise dos dados e proposta de melhoria

Para a análise dos dados, levou-se em consideração tanto o que foi coletado

quanto a literatura pesquisada para o referencial teórico. Os índices e indicadores de

desempenho fazem uma leitura e mostram, de forma clara, onde deve haver uma

intervenção imediata para se chegar ao maior nível de eficiência desejado nas linhas

de produção.

Neste caso, o índice de rendimento operacional global será calculado a partir

dos dados quantitativos coletados e organizados em tabelas, gráficos e listas. Faz-

se então, uma análise comparativa entre os resultados obtidos nas medições e os

parâmetros propostos pela teoria. A partir desta análise, verifica-se a eficiência ou

não da operação, identifica-se as principais perdas do processo através da análise,

agora qualitativa, das informações documentais. A proposta de melhoria será feita

com base neste diagnóstico, através de um plano de ação.

3.3 Classificação da pesquisa

As definições da pesquisa foram feitas em etapas: quanto aos objetivos,

quanto à abordagem do problema, e quanto aos procedimentos técnicos, na

continuidade, está explicitada cada uma das etapas.

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3.3.1 Classificação da pesquisa quanto aos objetivos

O entendimento dos objetivos da pesquisa é um importante passo para

decidir quais os métodos e instrumentos serão utilizados na coleta de dados. Esta

pesquisa se caracteriza como exploratória, pois busca entender se os processos

estão ocorrendo de forma eficiente ou não e, através da análise dos dados sugerir

melhorias no processo para que haja uma melhoria também na eficiência.

Pesquisas exploratórias têm como objetivo compreender um problema pouco

explorado, amplo e desconhecido, se caracterizam por tentar determinar se certo

fenômeno acontece ou não. Esse tipo de trabalho envolve pesquisa bibliográfica,

conversas com pessoas envolvidas com o problema e análise de exemplos que

facilitem a compreensão. A partir dos dados coletados, é possível sugerir melhoria

de alguma prática (GANGA, 2012).

Em função disso, define-se a abordagem dada ao problema, a fim de se

concretizar os objetivos e dar visibilidade às variáveis envolvidas.

3.3.2 Modo de abordagem do problema

O problema proposto será analisado através de uma abordagem combinada,

ou seja, qualitativa e quantitativa. Para Miguel (2010) “a combinação das

abordagens possibilita um entendimento melhor dos problemas de pesquisa que

cada uma das abordagens permitiria isoladamente”.

A pesquisa qualitativa busca visualizar o contexto, que na engenharia de

produção significa uma visita do pesquisador à organização objeto de estudo, para

melhor observar o processo e coletar evidências sempre que possível. Os dados

qualitativos foram levantados de forma dedutiva, junto aos operadores da linha de

produção analisada e aos supervisores ligados a produção, baseadas no

conhecimento dos indivíduos do processo.

Já a pesquisa quantitativa é fortemente caracterizada pelo ato de mensurar as

variáveis de pesquisa. Pode-se dizer que esta é uma pesquisa quantitativa, já que a

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mensuração dos dados será feita através da medição do desempenho. Para esta

medição, os dados quantitativos foram levantados através de contagem e

cronometragem dos elementos.

A abordagem combinada, portanto, justifica-se pelo fato de um método

complementar o outro, possibilitando um entendimento maior do problema (MIGUEL,

2010). Além disso, está se buscando sugestões de melhoria no processo analisado,

o que implica a utilização de um procedimento técnico, que combina a teoria aqui

explicitada com o contexto da empresa.

3.3.3 Procedimentos técnicos

Quanto aos procedimentos técnicos, este trabalho é classificado como um

estudo de caso. O estudo de caso é caracterizado por ser uma metodologia empírica

que investiga um fenômeno dentro de um contexto real, através de uma análise

aprofundada (MIGUEL, 2010).

Um estudo de caso pode ser definido da seguinte forma:

É uma pesquisa empírica, baseada em evidências qualitativas e quantitativas que investigam um fenômeno contemporâneo inserido no contexto de vida real, especialmente quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidas (GANGA, 2012).

Ganga (2012) ainda afirma que um estudo de caso permite responder

questões do tipo “por quê?”, “o quê?” e “como?”, com boa compreensão, e ainda diz

que “um estudo de caso é considerado exploratório quando é utilizado para

investigar as situações em que a intervenção que está sendo avaliada não possui

um único e claro conjunto de resultados”.

Yin (2001) afirma que a vantagem de um estudo de caso é a capacidade de

lidar com uma ampla variedade de evidências de diversas fontes como, documentos,

artefatos, entrevistas e observações. A Figura 9 mostra as diversas fontes de

evidências.

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Figura 9 - Fontes de evidência em estudo de caso

Fonte: Yin (2001).

Essas múltiplas fontes permitem que a pesquisa alcance alguns critérios de

qualidade, segundo Ganga (2012) são eles:

Validade do constructo: consiste em identificar medidas operacionais

que refletem os conceitos sob estudo

Validade externa: generalização dos resultados para outras situações

Confiabilidade: demonstra que as atividades e a coleta de dados do

estudo podem ser repetidas, levando aos mesmos resultados.

Miguel (2010) afirma que dentre os principais benefícios da condução de um

estudo de caso está a possibilidade de criação de novas teorias e o aumento do

entendimento sobre eventos contemporâneos.

A escolha do método de estudo de caso para este trabalho se justifica por vir

ao encontro das necessidades impostas para o alcance dos objetivos, pois as fontes

de evidências de trabalho são múltiplas, que convergem para um fato. Como este

trabalho visa medir a eficiência de um processo baseado no cálculo do IROG,

identificar as perdas e sugerir melhorias no processo, as respostas do “por quê?”, “o

quê?” e “como?”, possibilitadas pelo estudo de caso, serão importantes para o

objetivo.

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4 ESTUDO DE CASO

Este capítulo apresenta o desenvolvimento do trabalho, com um breve

histórico da empresa, o panorama do mercado na qual ela está inserida, o processo

de produção de sabonetes, o levantamentos dos dados o cálculo e posterior análise

dos resultados do IROG.

4.1 Histórico da empresa

A Fontana S.A é uma indústria do setor químico, fabricante de produtos de

higiene, limpeza e óleos químicos. Seu portfólio conta com produtos, como:

sabonetes em barra e líquido, sabões, detergentes, saponáceos em pó e cremoso,

amaciante de roupas, lava roupas líquido e tira manchas, no segmento de higiene e

limpeza. Já os produtos óleos químicos são: glicerina, ácido graxo destilado, ácido

graxo hidrogenado, ácido esteárico, sebo hidrogenado e ácido oleico, que são

utilizados como matéria prima por diversos segmentos da indústria química.

Fundada em 1934, a Fontana S.A está localizada na cidade de Encantado,

Rio Grande do Sul. Iniciou sua operação como uma pequena fábrica de sabão, onde

os métodos utilizados eram artesanais e a procura pelo produto baixa. Os processos

passaram a ser automatizados a partir da década de sessenta, já sob administração

da 2ª geração da família. No ano de 1972, a empresa resolveu investir na produção

de sabonetes e, em 1979, tornou-se uma sociedade anônima. Até o início dos anos

90, cerca de 80% dos sabonetes fabricados eram de marcas de terceiros. Já com

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conhecimento suficiente de mercado e métodos de produção, a empresa resolveu

investir em marcas próprias. Em 2004, iniciou a operação de sua planta de óleos

químicos e passou a produzir glicerina e ácido graxo destilado.

Atualmente a empresa é uma das principais fabricantes do segmento de

higiene e limpeza do país, distribuindo seus produtos por todo território nacional e

exportando para alguns países da América Latina.

4.2 Mercado da indústria química nacional

Dados da Associação Brasileira de Indústrias Químicas (ABIQUIM) mostram

que o setor de químicos foi responsável, no ano de 2013, pelo faturamento líquido

de 344,5 bilhões de reais. Sendo assim, o quarto maior setor em PIB industrial

(soma dos valores de todos os produtos finais produzidos) do Brasil, com 10,5% de

participação, ficando somente atrás dos setores de alimentos e bebidas, produtos

derivados do petróleo e biocombustíveis, e veículos automotores.

Pode-se dividir a indústria química em dois grandes grupos: a que fabrica

produtos químicos de uso industrial, ou seja, matérias primas para outras indústrias,

e a que produz químicos de uso final.

Os produtos químicos de uso industrial podem ser:

Inorgânicos;

Orgânicos;

Resinas e elastômeros;

Produtos e preparados químicos diversos.

Já os produtos químicos de uso final são:

Farmacêuticos;

Fertilizantes;

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Higiene Pessoal, perfumaria e cosméticos;

Produtos de limpeza e afins;

Defensivos agrícolas;

Tintas, esmaltes e vernizes;

Fibras artificiais e sintéticas;

Outros.

Segundo estudo da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal,

Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o setor teve um faturamento em 2013, de R$

38 bilhões, através de um volume de vendas de 1.306.700 toneladas. Enquanto as

exportações atingiram US$ 783 milhões, as importações chegaram à US$ 1,195

bilhões, deixando assim o saldo da balança comercial brasileira neste setor,

negativa em US$ 412 milhões.

O mesmo estudo mostra que o Brasil é o terceiro maior consumidor mundial

de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do mundo, ficando

somente atrás dos Estados Unidos e China, com 9,5% de participação no total

mundial. Em 2013, os brasileiros gastaram US$ 43 bilhões em produtos, e o

crescimento do setor foi de 4,9%, contra os 1,2% da indústria em geral no Brasil. Os

fatores que mais contribuíram para este crescimento foram:

O aumento da renda das classes D e E;

Novos integrantes da classe C passaram a consumir produtos de maior

valor agregado;

Crescente participação da mulher no mercado de trabalho;

Constantes lançamentos de novos produtos oferecendo novos

benefícios, atendendo assim às diversas necessidades do mercado;

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Aumento da produtividade através da utilização de tecnologias de

ponta, o que faz com que os preços do setor cresçam menos em

relação à economia geral;

Aumento da expectativa de vida, que traz a necessidade de parecer

mais jovem.

Ainda, segundo este estudo, no Brasil existem 2446 empresas produtoras de

produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, sendo que 20 dessas são de

grande porte, e representam 73% do faturamento total do setor.

Mais especificamente em produtos para banho, objeto de estudo desse

trabalho, o Brasil é o 2º maior mercado mundial e 14,1% das exportações brasileiras

do setor são referentes aos sabonetes.

4.3 Processo de produção de sabonetes

O processo de produção se inicia pelo recebimento da matéria prima, que é

analisada e classificada conforme suas características. A principal matéria prima

para a produção de sabonetes é o sebo bovino.

O primeiro processo de transformação é o branqueamento do sebo, que tem

por objetivo remover as impurezas do material recebido, para deixá-lo com as

características ideais para a próxima etapa. O produto resultante desse processo

recebe o nome de sebo branqueado.

A próxima etapa do processo é a saponificação5 da gordura, que ocorre na

câmara de saponificação através da adição de alguns elementos em condições

ideais de temperatura e pressão.

Dessa reação resulta o produto conhecido como massa base (Figura 10), que

após passar por alguns processos de limpeza é transferida para a secagem. O

objetivo desse processo é diminuir a umidade da massa até a porcentagem ideal, a

5 Reação química que ocorre entre um éster e uma base inorgânica.

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massa já seca é extrudada e cortada. O resultado desse processo é uma massa

base granulada (Figura 11).Transportada por esteiras, a massa é depositada em

silos de estocagem, que auxiliam também na secagem do produto enquanto

aguardam produção.

Através de esteiras, a massa base é transportada até misturadores (Figura

12), onde serão adicionadas as outras matérias primas (essências, corantes,

extratos, entre outros). Essas matérias primas são previamente pesadas, de acordo

com a quantidade solicitada na ordem de produção do lote. A mistura ocorre por um

tempo, e o produto resultante é conhecido como massada.

Figura 10 - Massa base

Fonte: Do autor (2014).

Figura 11 - Massa base granulada

Fonte: Do autor (2014).

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Figura 12 - Misturador

Fonte: Do autor (2014).

A massada pronta é descarregada em um sistema de cilindros (Figura 13),

onde ocorre a homogeneização, ou seja, uma melhor mistura da massa com as

outras matérias primas. Após a homogeneização nos cilindros, um caracol leva a

massa para o silo alimentador da 1ª extrusora. A massa passa por duas extrusoras

que trabalham sob condição de temperatura adequada, e o resultado desse

processo é um tarugo contínuo. Logo na saída da extrusora esse tarugo é cortado

em pedaços menores por uma máquina cortadeira (Figura 14). As barras cilíndricas

(Figura 15) são levadas por uma esteira até a máquina que dá o formato final ao

sabonete, chamada de estampo, onde a barra é prensada por moldes refrigerados

por água gelada, recebendo o formato desejado. O sabonete então é retirado do

molde por ventosas, e a rebarba restante é transportada por uma correia até o silo

de alimentação da primeira extrusora, onde voltará para o processo novamente.

O sabonete estampado é transportado por uma esteira até a próxima etapa

do processo, a embalagem. A máquina que embala o sabonete é chamada de

embaladeira, e nela o sabonete recebe duas embalagens, uma interna, com papel

branco chamado de bula, e uma externa, chamada de envoltório (Figura 16).

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Figura 13 - Sistema de cilindros

Fonte: Do autor (2014).

Figura 14 - Saída da extrusora e cortadeira

Fonte: Do autor (2014).

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Figura 15 - Barra cortada de sabonete

Fonte: Do autor (2014).

Figura 16 - Papel bula e envoltório

Fonte: Do autor (2014).

O envoltório é selado devido ao choque térmico sofrido pelo papel (que

contém parafina em sua composição), aquecido por resistências e resfriado por

água a temperatura ambiente.

Após receber o envoltório, os sabonetes são levados por esteira para

receberem a embalagem final no equipamento conhecido como empacotadora.

Organizados em doze peças, os sabonetes são envolvidos em um filme formando

um pacote (Figura 17). Esses pacotes recebem uma etiqueta com código de barras

e são encaixotados manualmente, a quantidade de pacotes de dúzia por caixa varia

de acordo com o produto. As caixas são seladas com fitas e transportadas para a

paletização através de uma esteira. No fim da esteira, as caixas são paletizadas

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manualmente, a quantidade de caixas por pallet varia de acordo com o produto.

Paletizados, os produtos são estocados e aguardam expedição.

Figura 17 - Pacote de dúzia

Fonte: Do autor (2014).

Setups são necessários a cada troca de versão produzida, se a marca do

produto produzido for igual ao anterior, é necessário apenas limpeza dos

equipamentos para não haver problemas com as cores, se o produto for de outra

marca é necessário trocar os moldes do estampo e regulagens na embaladeira e

empacotadora.

A empresa trabalha em dois turnos, e mantém uma equipe em horário

diferenciado que cobre os intervalos dos dois turnos, fazendo assim com que não se

precise parar a linha nesses horários, ainda mantém outra equipe que quando

necessário trabalha em um 3º turno (noite). A capacidade de produção dessa etapa

do processo, chamada de linha de produção, ou linha terminal, é de 975 kg/h, sendo

a empacotadora o recurso restritivo (gargalo). Para o cálculo do índice de

performance foi utilizada como base a quantidade de caixas por hora, como na

mesma linha são produzido diferentes versões de sabonetes, a capacidade em

número de caixas varia conforme o tipo de produto que está sendo fabricado.

A figura 18 apresenta o fluxograma da linha de produção estudada.

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Figura 18 – Fluxograma do processo produtivo

Fonte: Do autor (2014).

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4.4 Levantamento dos dados para o cálculo do IROG

As informações necessárias para o cálculo do IROG tiveram como base os

dados preenchidos pelos operadores de cada turno na ordem de produção, em

todos os lotes produzidos na linha durante os meses de julho e agosto de 2014. A

ordem de produção é um documento onde são registrados os detalhes da produção

de cada lote.

Cada ordem de produção contém: um check list da situação da linha quando

se inicia um lote, as técnicas e materiais necessários para a produção, uma folha de

monitoramento da qualidade e, o principal para este estudo, duas listas de

verificação da utilização do tempo, uma para o controle das horas trabalhadas

(Figura 19), que já é uma prática antiga na empresa, e outra para a especificação do

defeito (Figura 20), esse um registro novo incorporado a ordem de produção a partir

da realização desse estudo, de onde foram retirados dados para o cálculo dos

índices de disponibilidade e produtividade.

Na folha de controle de horas trabalhadas o operador anota a data, a hora do

início e término da produção no seu turno, o total de horas em que a linha trabalhou

efetivamente e o total de horas em que a linha ficou parada. Ainda há espaço para a

anotação de observações de cada turno de trabalho, como: a velocidade em que a

linha está trabalhando e o motivo do tempo em que a linha ficou parada.

Figura 19 – Folha de controle das horas trabalhadas

Fonte: Empresa (2014).

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Na folha de especificação do defeito, o operador anota os detalhes de cada

parada, cabendo ao responsável pelo conserto (geralmente os mecânicos) o

detalhamento do defeito e as providências tomadas. Cabe aqui ressaltar que esse

novo registro foi muito bem aceito pelos operadores, porém nem tão bem pelos

mecânicos, que no início encararam essa nova forma de controle com receio.

Figura 20 - Folha de especificação dos defeitos

Fonte: Empresa (2014).

Para o cálculo do índice da qualidade, utilizou-se a quantidade de materiais

de embalagem (papel bula, envoltório e filme) consumida na produção, devido a,

principalmente, dois motivos: dificuldade de contabilizar as unidades defeituosas

produzidas, já que essas peças são retrabalhadas quase que instantaneamente, e

também por se entender que o desperdício desses materiais é mais oneroso para a

empresa, já que não podem ser retrabalhados. Esses dados de consumo também

foram retirados da ordem de produção, onde o almoxarife anota a quantidade de

material abastecido na linha antes da produção do lote e a quantidade de material

que sobrou ao término. Logicamente, a diferença entre a quantidade abastecida e a

quantidade que sobrou é a quantidade que foi consumida.

Para facilitar, esses dados foram compilados em planilhas eletrônicas como

as que apresentam os apêndices A, B, C e D.

Os apêndices A e B apresentam os dados referentes à quantidade produzida

em cada lote nos meses de julho e agosto, respectivamente, bem como o tempo

necessário para essa produção, o tempo parado e suas relativas causas.

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Os apêndices C e D, mostram dados referentes ao consumo de embalagens,

como o quanto deveria ser gasto e o quanto realmente foi gasto em cada lote nos

meses estudados.

4.5 Cálculo do IROG

Como dito anteriormente, o cálculo do IROG foi executado em base mensal,

com os dados dos meses de julho e agosto de 2014. Para o cálculo dos índices no

mês de julho foram levantados os seguintes dados:

Tempo trabalhado:..........................................................20.375 minutos.

Tempo total de paradas:...................................................7.435 minutos.

Quantidade produzida:......................................................27.933 caixas.

Total de tempo previsto:...................................................259,401 horas.

Total de tempo utilizado:.......................................................463,5 horas.

Quantidade total de embalagens prevista:..........................7.965,743 kg.

Quantidade total de embalagens utilizadas:.......................8.079,850 kg.

Quantidade de quilogramas produzidos...............................252.916,133

kg.

a) Cálculo do índice de disponibilidade pela equação 2 apresentada na página

41:

Índice de disponibilidade = Tempo total produção – Tempo total de paradas Tempo total produção

Índice de disponibilidade = (20.375 + 7.435) – (7.435) (20.375 + 7.435)

Índice de Disponibilidade = 0,7327.

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b) Cálculo do índice de qualidade pela equação 6 apresentada na página 42:

Índice de qualidade = Quantidade prevista Quantidade real utilizada

Índice de qualidade = 7.965,743 8.079,850

Índice de qualidade = 0,9859.

c) Cálculo do índice de performance pelas equação 4 apresentada na página

42:

Para o cálculo do índice de performance, utilizou-se a equação apresentada

na figura 4 na seção 2.4, por se entender que existe uma grande dificuldade de

identificação das quedas de velocidade na forma como o processo é conduzido, e

também por essa fórmula compreender os outros índices (de disponibilidade e

qualidade) e, portanto engloba qualquer perda que não foi identificada nos cálculos

anteriores. Assim:

global = Tempo por produto x quantidade produzida Total de tempo disponível

Como todo tempo disponível foi utilizado (não houve interrupção da produção

por opção estratégica), pode-se resumir essa fórmula em:

global = Tempo necessário previsto Total de tempo disponível

global = 259,401 463,5

global = 0,5597.

Definido o global pela fórmula proposta por Antunes et al. (2008),

apresentada também na seção 2.4 na figura 4, é possível calcular o 2 (índice de

performance) como:

Índice de performance = _ global________________ Índice de disponibilidade x índice de qualidade

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Índice de performance =_____0,5597____ 0,7327 x 0,9859

Índice de performance = 0,7748.

Com os três índices calculados é possível calcular o IROG do mês de julho:

IROG = índice de disponibilidade x índice de performance x índice de

qualidade.

IROG = 0,7327 x 0,7748 x 0,9859.

IROG = 0,5597 ou 55,97%

No mês de agosto os dados obtidos foram os seguintes:

Tempo trabalhado:..........................................................14.981 minutos.

Tempo total de paradas:...................................................9.240 minutos.

Quantidade produzida:......................................................20.895 caixas.

Total de tempo previsto:...................................................190,945 horas.

Total de tempo utilizado:...................................................403,683 horas.

Quantidade total de embalagens prevista:..........................6.118,574 kg.

Quantidade total de embalagens utilizadas:.......................6.287,630 kg.

Quantidade de quilos produzidos....................................186.171,029 kg.

a) Cálculo do índice de disponibilidade:

Índice de disponibilidade = (14.981 + 9.240) – (9.240) (14.981 + 9.240)

Índice de Disponibilidade = 0,6185.

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b) Cálculo do índice de qualidade:

Índice de qualidade = 6.118,574 6.287,630

Índice de qualidade = 0,9731.

c) Cálculo do índice de performance:

global = Tempo necessário previsto Total de tempo disponível

global = 190,945 403,683

global = 0,4730.

Índice de performance =_____0,4730____ 0,6185 x 0,9731

Índice de performance = 0,7859.

Com os três índices calculados, é possível calcular o IROG do mês de agosto:

IROG = 0,6185 x 0,7859 x 0,9731.

IROG = 0,4730 ou 47,30%.

A tabela 1 apresenta a síntese dos resultados.

Tabela 1 - Resultados das medições

ÍNDICE \ MÊS JULHO AGOSTO

Índice de Disponibilidade 73,27% 61,85%

Índice de Performance 77,48% 78,59%

Índice de Qualidade 98,59% 97,31%

IROG 55,97% 47,30%

Fonte: Do autor (2014).

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4.6 Análise dos resultados

Analisando os resultados dos cálculos dos índices separadamente, percebe-

se que todos estão abaixo do que é considerado o ideal pela literatura apresentada

na seção 2.4, o que logicamente fez com que o IROG também ficasse abaixo de

65%, que é considerado o índice mais baixo aceitável.

Os índices de disponibilidade de julho e agosto, 73,27% e 61,85%

,respectivamente, e de performance, 77,48% e 78,591%, ficaram muito abaixo dos

95% considerados ideais. Já os índices de qualidade, que em julho foi de 98,59% e

em agosto de 97,31%, também são inferiores, porém mais perto dos 99% ideais.

Esses baixos valores, levaram logicamente, a um índice geral também baixo,

os números de 55,97% e 47,30% são consideráveis inaceitáveis pela teoria.

Os resultados evidenciam uma grande oportunidade de melhora na eficiência

dos processos, principalmente nos índices de disponibilidade e performance, porém,

não deixando de lado o índice de qualidade.

Visando melhoria na eficiência desses processos, o próximo capítulo

apresenta as ferramentas utilizadas na metodologia de análise e solução de

problemas, bem como um conjunto de ações propostas na forma de um plano de

ação.

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5 PROPOSTA DE MELHORIA

5.1 Grupo de trabalho

Conforme a metodologia MASP prevê, formou-se um grupo de trabalho

multidisciplinar, formado pelos seguintes colaboradores: gerente de manufatura,

supervisor de produção, auxiliar de planejamento e controle da produção,

supervisora da qualidade e supervisor de manutenção.

Os membros do grupo foram definidos por sua experiência nos processos

fabris da empresa, ou seja, seus conhecimentos práticos, e também por seus

conhecimentos teóricos acerca das técnicas mais eficazes praticadas em indústrias

de todo o mundo.

O grupo foi formado após a medição de desempenho, com o objetivo de

identificar e priorizar possíveis causas do baixo nível de eficiência dos índices

medidos no capítulo anterior, e a partir desse levantamento propor melhorias para

aumentá-los.

5.2 Identificação das perdas e proposta de melhoria

Como já foi comentado na seção 4.6, os resultados dos índices de

disponibilidade e performance ficaram abaixo do que é considerável aceitável, com

isso a primeira tarefa do grupo de trabalho foi identificar as causas das paradas de

máquina, já que esse é um item comum aos dois índices. Estratificou-se as falhas

através da análise de Pareto, com base na quantidade de tempo em que a linha

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ficou parada. A tabela 2 descreve o local das falhas, tempo total de cada parada e

quanto cada falha representa do total de tempo parado. O gráfico 1 apresenta esses

dados em forma de gráfico de Pareto.

Tabela 2 - Origem das falhas

Falha Tempo (min) % % Acumulada

Empacotadora 4535 27,20% 27,20%

Embaladeira 3455 20,72% 47,92%

Setup 3325 19,94% 67,86%

Intervalo 2230 13,37% 81,23%

Falta de Matéria prima 1420 8,52% 89,75%

Falta de Mecânico 505 3,03% 92,77%

Startup 300 1,80% 94,57%

Estampo 275 1,65% 96,22%

Problemas Massa 250 1,50% 97,72%

Outros 175 1,05% 98,77%

Cilindros 120 0,72% 99,49%

Extrusora 60 0,36% 99,85%

Cortadeira 15 0,09% 99,94%

Datador 10 0,06% 100,00%

Fonte: Do autor (2014).

Gráfico 1 - Gráfico de Pareto da origem das paradas

Fonte: Do autor (2014).

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Analisando o gráfico percebe-se que as maiores perdas estão em falhas na

empacotadora e na embaladeira. Responsáveis por 47,92% do tempo parado, as

falhas nesses dois equipamentos podem ser detalhadas graças às listas

apresentadas nas figuras 19 e 20. Pode-se, novamente, estratificar e priorizar,

através da análise de Pareto com base na quantidade de falhas. A tabela 3

apresenta os dados levantados e o gráfico 2 apresenta o gráfico de Pareto das

falhas da empacotadora.

Tabela 3 - Falhas da empacotadora

Falha Nº de falhas % % Acumulada

Ponto de corte e dobra fora de posição 11 39,29% 39,29%

Corrente do carrinho trancada 9 32,14% 71,43%

Sabonete caindo na entrada 3 10,71% 82,14%

Dobrador falhando 2 7,14% 89,29%

Resitência pifada 1 3,57% 92,86%

Eixo do carrinho quebrado 1 3,57% 96,43%

Eixo de tração quebrado 1 3,57% 100,00%

Total de falhas 28 100,00%

Fonte: Do autor (2014).

Gráfico 2 - Gráfico de Pareto da empacotadora

Fonte: Do autor (2014).

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Pode-se perceber que a maioria das falhas na empacotadora são causadas

por apenas dois eventos, a corrente do carrinho trancada e o ponto de corte e dobra

que sai de posição.

No caso da embaladeira, os dados apresentados na tabela 4 e o gráfico de

Pareto representado no gráfico 3, evidenciam que a maioria absoluta (53,33%) das

falhas ocorrem pelo equipamento sair do ponto certo.

Tabela 4 - Falhas da embaladeira

Falha Nº de falhas %

% Acumulada

Ponto de corte fora de posição 24 53,33% 53,33%

Quebra de Mola 5 11,11% 64,44%

Ventosa rasgada 3 6,67% 71,11%

Pino elástico do tombador quebrado 2 4,44% 75,56%

Correia suja 2 4,44% 80,00%

Navalha quebrada 1 2,22% 82,22%

Injetor pifado 1 2,22% 84,44%

Rolamento do dobrador pifado 1 2,22% 86,67%

Parafuso da navalha quebrado 1 2,22% 88,89%

Bomba de lubrificação estragada 1 2,22% 91,11%

Resitência pifada 1 2,22% 93,33%

Engranagem do papel quebrada 1 2,22% 95,56%

Mangueira da água entupida 1 2,22% 97,78%

Carrocel desregulado 1 2,22% 100,00%

Total de falhas 45 100,00%

Fonte: Do autor (2014).

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Gráfico 3 - Gráfico de Pareto da embaladeira

Fonte: Do autor (2014).

Como demonstram as análises de Pareto os eventos que causam a maior

parte das paradas de linha são:

Ponto de corte e dobra da empacotadora fora de posição;

Corrente do carrinho trancada;

Ponto de corte da embaladeira fora de posição;

Setup.

Com as paradas estratificadas e priorizadas, o próximo passo foi reunir o

grupo de trabalho, e através da técnica do brainstorming estruturado identificar as

possíveis causas raízes dos problemas. Devido à multidisciplinaridade do grupo,

várias ideias surgiram, e as principais são apresentadas em forma de diagramas de

causa e efeito em seguida.

As figuras 21, 22, 23 e 24 mostram as causas levantadas pelo grupo de

trabalho para os principais problemas apontados pela análise Pareto.

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Figura 21 - Diagrama de causa e efeito "ponto da empacotadora"

Fonte: Do autor (2014).

Figura 22 - Diagrama de causa e efeito para "carrinho da empacotadora"

Fonte: Do autor (2014).

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Figura 23 - Diagrama de causa e efeito para "ponto da embaladeira"

Fonte: Do autor (2014).

Figura 24 - Diagrama de causa e efeito para "Setup"

Fonte: Do autor (2014).

Pode-se perceber que muitas causas apontadas são problemas gerais e se

repetem, como por exemplo, a falta de manutenção preventiva e o equipamento

obsoleto.

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As causas julgadas mais relevantes pelo grupo de trabalho foram atendidas

no plano de ação apresentado na figura 25. Acredita-se que com as medidas

propostas, pode-se alcançar um índice de 65%, considerado aceitável pela literatura,

sendo esse, portanto, o objetivo.

Figura 25 - Plano de ação 5W2H

Fonte: Do autor (2014).

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6 CONCLUSÃO

Com o desenvolvimento deste trabalho pode-se cumprir os objetivos

propostos e responder a questão problema apresentada no capítulo 1. Com o

mapeamento do fluxo produtivo e coleta de dados por meio de listas de controle e

planilhas eletrônicas, foi possível medir o índice de rendimento operacional global

(IROG) de uma linha de produção de sabonetes em barras, desde a mistura das

matérias primas até o encaixotamento.

Através da utilização de ferramentas do método de análise e solução de

problemas (MASP) pôde-se identificar as principais perdas do processo e com isso

propor melhorias com o auxílio de um plano de ação.

O objetivo principal do trabalho, que era medir o desempenho da produção

através da utilização de indicadores de eficiência produtiva, foi alcançado através da

medição do IROG. O resultado obtido em julho apontou um índice de 55, 97% e o de

agosto 47,30%. Através da análise individual de cada índice componente do IROG,

foram obtidas informações mais detalhadas acerca dos motivos desses baixos

valores, análise essa feita na seção 4.6.

Os objetivos específicos também foram atingidos, com os resultados dos

cálculos, pôde-se saber como a empresa utiliza seus recursos na linha de produção

estudada, com isso foram propostas melhorias para o alcance da meta, definida em

65% de IROG.

Este estudo também fez com que a importância do indicador de eficiência no

âmbito industrial ficasse mais clara para empresa, números que antes eram apenas

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suposições, foram evidenciados no cálculo do IROG, sendo possível saber qual a

real situação da linha analisada quanto à utilização dos recursos. Esse cálculo até

então inédito na empresa, passou a fazer parte da rotina de produção, criando uma

cultura de medição e análise do desempenho, que antes não existia.

O resultado das medições evidenciou problemas que até então não eram

claros para a supervisão, gerência e direção, e deu feedback para os colaboradores

do chão de fábrica, que não sabiam se o seu trabalho era eficiente ou não.

Cabe ressaltar que o período de acompanhamento de dois meses é curto,

porém os resultados mostraram tendências que podem ser consideradas como

estáveis, como os resultados do índice de qualidade e performance, que foram muito

parecidos nos dois meses. Pode-se dizer também que não houve grande variação

no índice de disponibilidade, sendo um pouco menor do mês de agosto devido a

paradas não comuns, como, falta de matéria prima, e uma manutenção pesada no

eixo da empacotadora, como mostra o apêndice B.

Contudo, houveram algumas dificuldades na coleta de dados quando da

implementação da folha de especificação dos defeitos apresentada na figura 20,

encarada com certo receio pelo pessoal da manutenção, possivelmente por ser uma

forma de controle muito rígida sobre o seu trabalho, porém, depois de uma nova

explicação sobre os objetivos dessa verificação, os dados passaram a ser completos

e confiáveis no período do estudo.

Portanto, retomando o questionamento: os recursos produtivos da empresa

são utilizados de modo eficiente para atender a demanda? A resposta para essa

questão problema é: não! A empresa não utiliza seus recursos de forma eficiente,

pois não faz uso pleno de sua capacidade instalada, apresentando baixos índices de

performance e disponibilidade de equipamentos, além de apresentar um consumo

de embalagens um pouco maior que o necessário.

Por fim, como continuidade de pesquisa visando trabalhos futuros decorrentes

desse trabalho de conclusão de curso, pode-se pensar na realização e

acompanhamento das propostas de melhoria, além do acompanhamento do cálculo

do índice de rendimento operacional global. Além disso, novas propostas de

melhoria para todas as linhas de produção da empresa podem ser analisadas.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Planilha de controle da produção no mês de julho

Fonte: Do autor (2014).

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APÊNDICE B - Planilha de controle da produção no mês de agosto

Fonte: Do autor (2014).

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APÊNDICE C – Planilha de controle de consumo de embalagens do mês de julho

Fonte: Do autor (2014).

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APÊNDICE D - Planilha de controle de consumo de embalagens do mês de agosto

Fonte: Do autor (2014).