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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS E APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
PROPOSTA DE DASHBOARD DO PLANO FINANCEIRO PARA UMA EMPRESA
DO SETOR DE COMÉRCIO VAREJISTA DE ELETRODOMÉSTICOS
WALLYSON FARIAS
Natal, dezembro 2016
WALLYSON FARIAS DOS SANTOS
PROPOSTA DE DASHBOARD DO PLANO FINANCEIRO PARA UMA EMPRESA
DO SETOR DE COMÉRCIO VAREJISTA DE ELETRODOMÉSTICOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do curso de graduação em
Administração da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, com requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel em
Administração.
Orientador: Gabriel Martins de Araújo Filho,
Me
Natal, dezembro de 2016
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Santos, Wallyson Farias dos.
Proposta de dashboard do plano financeiro para uma empresa do setor
de comércio varejista de eletrodomésticos/ Wallyson Farias dos Santos. -
Natal, 2016.
55f.: il.
Orientador: Prof. Me. Gabriel Martins de Araújo Filho.
Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento
de Ciências Administrativas.
1. Administração – Monografia. 2. Planejamento financeiro –
Monografia. 3. Dashboard – Monografia. 4. Índices financeiros - Monografia.
I. Araújo Filho, Gabriel Martins de. II. Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 005.511(083.92)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAS E APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
PROPOSTA DE DASHBOARD DO PLANO FINANCEIRO PARA UMA EMPRESA
DO SETOR DE COMÉRCIO VAREJISTA DE ELETRODOMÉSTICOS
WALLYSON FARIAS DOS SANTOS
Monografia apresentada e aprovada em ___/___/___ pela Banca Examinadora
composta pelos seguintes membros:
________________________________
Gabriel Martins de Araújo Filho, Me
________________________________
Marco Aurélio de Freitas Barros, Me
_________________________________
Marcos Fernando Machado de Medeiros, Dr
Natal, dezembro de 2016
Dedico este trabalho primeiramente a minha
família e amigos por estarem presentes em
todas minhas conquistas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN pela oportunidade
de fazer о curso. Nesses quatro anos pude ter novas visões sobre o mundo e obrigado por ter
me prestado uma educação de qualidade, e me encaminhar para o mercado de trabalho.
A todos os professores que foram importantes na minha vida acadêmica. Obrigado
professor Gabriel Martins por ter aceitado ser meu orientador e por ter me guiado ao longo de
meses para a finalização do trabalho.
Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional.
E a todos os meus amigos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha
formação, o meu muito obrigado.
“O sucesso é ter que se preocupar com quase
todas as coisas, menos dinheiro”.
(Johnny Cash)
RESUMO
Planejamento é importante por organizar os recursos e a estrutura da empresa, saber o que
fazer diante de incertezas futuras faz a empresa estar um passo a frente dos concorrentes. Este
trabalho tem como objetivo apresentar um dashboard do plano financeiro de uma empresa do
setor de comércio varejista de eletrodomésticos. Assim, foi realizado o planejamento
financeiro e a partir das demonstrações contábeis, foram calculados os índices financeiros
para mostrar a situação atual da empresa. Tal trabalho se justifica pela importância do gestor
da empresa visualizar o planejamento financeiro de uma forma mais visual, tornando-o a
interpretação mais clara. Trata-se de uma pesquisa descritiva e estudo de caso, por descrever
as características dos índices financeiros e realizar um estudo detalhado do mesmo. O
resultado do dashboard permite observar o planejamento financeiro em imagens e gráficos.
Palavras-chave: Dashboard; Planejamento financeiro; Índices financeiros.
ABSTRACT
Planning is important by organizing the resources and structure of the company, knowing
what to do in the face of future uncertainties makes the company a step ahead of competitors.
This paper aims to present a dashboard of the financial plan of a company in the retail sector
of home appliances. Thus, the financial planning was carried out and from the financial
statements, the financial ratios were calculated to show the current situation of the company.
Such work is justified by the importance of the company manager viewing financial planning
in a more visual way, making it the clearest interpretation. It is a descriptive research and case
study, for describing the characteristics of the financial indexes and carrying out a detailed
study of it. The result of the dashboard allows to observe the financial planning in images and
graphs.
Keywords: dashboard; Financial planning; Financial indices
LISTA DE TABELA
Tabela 1 – Exemplo do método da porcentagem de vendas................................................25
Tabela 2 – Exemplo da projeção da demonstração do resultado do exercício.....................26
Tabela 3 – Índices de Liquidez............................................................................................38
Tabela 4 – Índices de Endividamento..................................................................................39
Tabela 5 – Índices de Atividade..........................................................................................40
Tabela 6 – Índices de Rentabilidade....................................................................................42
Tabela 7 – Demonstração do resultado do exercício projetado...........................................45
Tabela 8 – Ferramenta 5W2H..............................................................................................46
LISTA DE FIGURA
Figura 1 – Dashboard ...................................................................................................49
SUMÁRIO
1. PARTE INTRODUTÓRIA ...............................................................................................14
1.1. Apresentação..................................................................................................................... 14 1.2. Caracterização da Empresa................................................................................................14
1.3. Contextualização do Problema..........................................................................................15 1.4. Objetivos... ........................................................................................................................15 1.4.1. Geral...............................................................................................................................15
1.4.2. Específicos.....................................................................................................................15
1.5. Justificativa........ ..............................................................................................................16
2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................17
2.1. Conceito de planejamento financeiro...............................................................................17
2.1.1. Planejamento financeiro de longo prazo.......................................................................18
2.1.2. Planejamento financeiro de curto prazo........................................................................19
2.2. Elementos de um plano financeiro...................................................................................19
2.2.1. Orçamento de caixa.......................................................................................................19
2.2.2. Demonstrações contábeis.............................................................................................20
2.2.3. Tipos de demonstrações contábeis...............................................................................21
a) Balanço Patrimonial............................................................................................................21
b) Demonstração do resultado do exercício............................................................................22
2.3. Taxonomia dos objetivos financeiros..............................................................................22
2.3.1. Maximização do lucro..................................................................................................22
2.3.2. Maximização do valor da empresa...............................................................................22
2.3.3. Maximizar a riqueza e garantir a continuidade do empreendimento...........................23
2.4. Atividades da área financeira...........................................................................................23
2.5. Recursos financeiros........................................................................................................24
2.6. Técnicas de projeção.......................................................................................................24
2.6.1. Projeção de vendas.......................................................................................................24
2.6.2. Previsão da demonstração financeira: o método da porcentagem de vendas..............25
2.7. Modelos de formalização e apresentação de planos.......................................................27
2.7.1. Business model canvas……………………………………………...…………….…27
2.7.2. Project model cantas………………………………………………….……………...28
2.7.3. Balanced scorecard......................................................................................................29
2.7.4. 5W2H...........................................................................................................................30
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................................31
3.1. Caracterização da pesquisa..............................................................................................31
3.2. Abrangência da pesquisa.................................................................................................31
3.3. Dados e instrumentos de coleta......................................................................................31
3.4. Técnica de análise...........................................................................................................32
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS....................................................................................33
4.1. Modelo de dashboard.....................................................................................................34
4.2. Diagnóstico.....................................................................................................................37
4.2.1. Liquidez.......................................................................................................................37
4.2.2. Endividamento............................................................................................................39
4.2.3. Atividade....................................................................................................................40
4.2.4. Rentabilidade..............................................................................................................42
4.2.5. Além dos números....................................................................................................44
4.3. Prognóstico..................................................................................................................45
4.3.1. Demonstração do resultado do exercício e fluxo de caixa projetados.....................45
4.3.2. Política de investimento e política financeira...........................................................46
4.4. Dashboard...................................................................................................................48
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................51
APÊNDICES.....................................................................................................................53
ANEXOS...........................................................................................................................56
14
1. PARTE INTRODUTÓRIA
1.1 Apresentação
Com a economia cada vez mais global e a facilidade de ter informação, se torna
indispensável à presença de um planejamento. O mundo de negócios atual onde as inovações
são necessárias faz com que surjam diferentes oportunidades de negócios. Com esse contexto
de economia global fica mais evidente um dos fatores responsáveis pelo sucesso empresarial,
o planejamento financeiro.
O desempenho e o crescimento de uma organização não dependem apenas de um bom
produto, bom marketing ou de bons funcionários. O planejamento financeiro é fundamental
para a realização das metas empresariais, em razão de ter problema a organização não
consegue se desenvolver, fica estagnada. O dinheiro é muito importante, é ele que fará com
que suas metas e objetivos sejam alcançados, por isso é necessário ter um planejamento
financeiro que vai dar toda a sustentação necessária para a execução de planos estratégicos a
curto e a longo prazo.
Dessa forma, o planejamento financeiro e a administração financeira são fundamentais
pela política de crescimento da organização. Nesse trabalho será apresentado o dashboard
com o intuito de facilitar elaboração e visualização do planejamento financeiro, tornando
uma ferramenta mais prática para a interpretação e aplicação dos dados, deixando de lado a
forma tradicional.
1.2 Caracterização da empresa
Criada em 2001, a empresa comercializa eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis
no interior do Rio Grande do Norte.
Atualmente contam com quatro lojas no Estado, espalhadas em quatro microrregiões,
Mossoró, Vale do Açu, Pau dos Ferros e Borborema Potiguar. Tem como missão ser uma
empresa que realiza sonhos de maneira honesta, competitiva e com as melhores soluções do
varejo, atuando sempre de forma responsável e ética.
15
1.3 Contextualização do problema
Planejamento é muito importante, sem ele não é possível organizar os recursos e a
estrutura da empresa. E são nas pequenas organizações que observamos que poucas têm
algum tipo de planejamento. A falta de previsão acerca das incertezas futuras é um fator que
traz problemas futuros dentro de uma empresa.
Quanto menor a empresa, maiores são as dificuldades encontradas por não terem um
planejamento, principalmente se falamos dos recursos financeiros de curto prazo.
Ross et al. (2008, p.411) revelam que “a falta de recursos financeiros adequados a
curto prazo é uma das razões frequentemente citadas para a falência das empresas menores.”
Nos últimos anos percebemos que a situação do Brasil em relação à sobrevivência de
empresas por mais de dois anos tem aumentado, mas em um ritmo bem devagar. Na pesquisa
divulgada em 2013 pelo SEBRAE, a taxa de sobrevivência de empresas por mais de dois anos
em âmbito nacional é 75,6%, para empresas constituídas em 2007, para empresas constituídas
em 2006, o número é de 75,1%. A taxa de mortalidade para empresas de dois anos é 24,8%,
ou seja, em quatro anos, 49,6% das empresas brasileiras ficam de portas fechadas.
No Rio Grande do Norte, entre os principais fatores de fechamento da empresa
divulgada pelo SEBRAE no ano de 2005, estão a falta de capital de giro, dificuldade
financeira e falta de clientes, estes somam 64% das razões para fechamento de empresas.
Assim, existe uma grande proporção dos proprietários ou gerentes de micro e
pequenas empresas que se prejudicam por não fazer uso do planejamento financeiro de curto
prazo, isso faz com que surja um problema para essas empresas.
Qual seria o modelo de dashboard para uma empresa do setor de comércio
varejista de eletrodomésticos?
1.4 Objetivos
1.4.1 Geral
Caracterizar um modelo de dashboard para uma empresa do setor de comércio
varejista de eletrodomésticos
1.4.2 Específicos
Identificar os elementos que compõem um modelo de planejamento financeiro
16
Descrever os indicadores financeiros relacionados a cada elemento
Aplicar o modelo em um caso real
1.5 Justificativa
Diversos fatores determinam a necessidade de se fazer planejamento. Ao planejar, a
empresa procura se precaver de ações externas e ao mesmo tempo organizar suas tarefas a
serem cumpridas dentro de um prazo específico.
Existem dois tipos de planejamento financeiro, o curto prazo e longo prazo. O de
longo prazo precisa ser um caminho para o planejamento de curto prazo, e decorre dos
estudos do ambiente, dos objetivos incluídos no plano inicialmente feito para os anos futuros.
É muito importante que as empresas tenham capital de giro para pagar suas
obrigações, sendo que a sua falta sempre põe em perigo as micro e pequenas empresas, pois o
credito para essas companhias é limitado. Segundo Gitman (1997, p. 588), “O planejamento
financeiro é um aspecto importante para o funcionamento e sustentação da empresa, pois
fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações na consecução de seus
objetivos”.
Com uso de um dashboard financeiro a empresa tende a visualizar a própria situação
de uma maneira mais clara, tornando-se uma importante ferramenta para a gestão, facilitando
a tomada de decisões. Com a dificuldade das empresas em fazer o planejamento, a ferramenta
ajuda a fazer um planejamento mais fácil de ser lido e entendido.
Portanto, com um planejamento financeiro implantado de modo eficaz, as micro e
pequenas empresas acabam realizando um hábito do exame prévio e minucioso dos principais
fatores que alteram o seu capital de giro.
17
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Conceito de planejamento financeiro
Planejamento como diz Sobral e Perci (2008, p. 132), “é a função da administração
responsável pela definição dos objetivos da organização e pela concepção de planos que
integram e coordenam suas atividades”. É um conjunto coordenado de ações para atingir
determinados objetivos. Já o financeiro significa relação a finanças, a administração de
finanças em empresas e organizações. Contudo, o conceito de planejamento financeiro é a
junção desses dois conceitos para um plano empresarial.
O planejamento financeiro estabelece o meio pelo qual as metas podem ser
alcançadas. Um plano financeiro é, portanto, uma asserção do que deve ser feito no futuro.
Ele é desenvolvido por meio de projeções, com a estimativa mais aproximada da posição
econômico-financeira prevista. Na maioria das vezes os modelos de planejamentos financeiro
possuem previsão de vendas, projeções de balanço, demonstração de resultado e fluxo de
caixa. É uma forma de garantir que os objetivos e planos elaborados sejam viáveis e
internamente coerentes.
Quando chamamos um planejamento financeiro de bom, o mesmo deve ser capaz de
prever o que acontecerá caso o planejado não ocorra, deste modo o objetivo do planejamento
financeiro é conter surpresas e desenvolver planos alternativos.
Planejamento e controle são diretamente ligados. Planejamento é fundamental para a
fixação de padrões e metas, e o controle faz com que as informações sejam obtidas e
comparadas aos planos com desempenhos reais, e fornece meios para a realização de um
feedback para a transformação de algum processo para que atinja uma resultado esperado.
Segundo Sobral e Perci (2008, p. 231), “o controle trata-se do processo que busca garantir o
alcance eficaz e eficiente da missão e dos objetivos organizacionais”. O controle verifica se os
objetivos estão sendo realizados, e é um processo importante para o monitoramento das
atividades e correção de algum desvio do processo. Ou seja, o controle financeiro é onde os
planos são revisados, e se este controle se dá através de troca de informações visando o
cumprimento dos planos, e quando necessário há inclusão de modificações.
O plano financeiro deve mostrar as propostas de investimento das atividades
operacionais da empresa e as opções de financiamento disponível. Em outras palavras, caso a
18
empresa queira se expandir e se desenvolver deverá realizar novos investimentos e para isso
deve ter financiamento para custeá-los.
Como já citado, planejamento financeiro contém duas etapas: curto prazo e longo
prazo. Para Gitman (1997, p. 588) “o processo de planejamento financeiro se inicia com a
projeção de planos financeiros a longo prazo, ou estratégicos, que por sua vez direcionam a
formulação de planos e orçamento operacionais a curto prazo”.
2.1.1 Planejamento financeiro a longo prazo
Segundo Gitman (1997, p. 588) “os planos financeiros a longo prazo são ações
planejadas para um futuro distante, acompanhadas da previsão de seus reflexos financeiros”.
Longo prazo representa um período de dois a dez anos, é nele que a empresa procura atingir
seus objetivos estratégicos. Planos financeiros de longo prazo se preocupam com as
necessidades de capital ou financiamento para alavancar a empresa. O planejamento
financeiro a longo prazo ajuda a estabelecer as alternativas, escolher objetivos e dar uma
direção a empresa.
Planos a longo prazo segundo Gitman (1997, p. 588) “focalizam os dispêndio de
capital, atividades de pesquisa e desenvolvimento, ações de marketing e de desenvolvimento
de produtos, estrutura de capital e importantes fontes de financiamentos”.
A maioria das empresas tem como componente básico de seu planejamento financeiro
a longo prazo uma taxa de crescimento global e explícita. Portanto, há uma intenção direta
entre a taxa de crescimento e sua política financeira, Ross (1998, p. 589).
Com o planejamento o levantamento das variáveis de crescimento se torna muito mais
preciso. A determinação da taxa de crescimento possibilita simular hipóteses otimistas e
pessimistas, proporcionando testar a viabilidade da taxa de crescimento planejada.
O principal motivo de ocorrência de dificuldades e falências de empresas é a falta de
um planejamento financeiro em longo prazo. Planos financeiros em longo prazo tendem a
serem custeados por planos financeiros em curto prazo e estão completamente ligados a
planejamento estratégico da organização.
19
2.1.2 Planejamento financeiro a curto prazo
O planejamento em curto prazo preocupa-se com a gestão do ativo em curto prazo e
do passivo de curto prazo da empresa. Ross (1998) caracteriza as finanças de curto prazo em
uma análise das decisões que afetam ativos e passivos circulantes que representam efeitos de
um ano na empresa.
Para Gitman (1997, p. 588) “os planos financeiros em curto prazo são ações
planejadas para um período curto (de um a dois anos) acompanhado da previsão de seus
reflexos financeiros”. A partir da ideia desses autores podemos tirar a conclusão que o
planejamento em curto prazo é mais fácil, pois não precisa prever o futuro remoto, mas não
menos importantes do que as decisões a longo prazo.
Um dos pontos mais importantes para o sucesso do planejamento financeiro de uma
empresa está na previsão de vendas, pois a partir dela que são criados planos de produção
alternativos que levam em consideração o tempo que será necessário para converter a matéria-
prima em produto acabado. Finalizado os planos de produção, a empresa terá dados para
estimar as necessidades de mão-de-obra, despesas de fábricas e operacionais. Com apuração
de todas essas estimativas, inicia-se a preparação da demonstração do resultado, o orçamento
de caixa, plano de financiamento a longo prazo, o plano de investimento de capital e o
balanço patrimonial do período corrente, tudo isso finaliza com o balanço patrimonial
projetado.
2.2 Elementos de um plano financeiro
2.2.1 Orçamentos de caixa
Orçamento de caixa é uma ferramenta fundamental do planejamento financeiro a curto
prazo. Para prepará-lo tem que levar em consideração diversos pontos da atividade financeira
da empresa, como por exemplo, recebimentos de caixa, que são todas as entradas de caixa em
um determinado período.
Para Gitman (1997, p. 590) “o orçamento de caixa, ou projeção de caixa, é um
demonstrativo dos fluxos das entradas e saídas projetadas de caixa da empresa, usado para
estimar suas necessidades de caixa a curto prazo”.
20
Para ter um orçamento de caixa é necessário ter um acompanhamento exato de todas
as saídas da empresa, todos os pagamentos que ela realizou ou vai realizar. Os pagamentos
mais importantes são as compras à vista, salários, pagamentos de impostos, pagamentos de
empréstimos, entre outros.
É através do orçamento de caixa que a empresa vai saber se está tendo excedentes ou
falta de caixa. E com isso a empresa poderá planejar investimento a curto prazo e se projetar a
sobras de recursos, ao mesmo tempo, poderá se preparar para obter financiamento em caso de
falta de caixa. Com o orçamento de caixa o administrador tem uma visão dos fluxos de
entrada e saída de recursos ao longo de um período.
Segundo Gitman (1997, p. 590) “orçamento de caixa permite a empresa prever as
necessidades de caixa da empresa a curto prazo, geralmente no período de um ano,
subdividido em intervalos mensais”.
Para o entendimento de Ross et al. (2000, p. 425) as saídas de caixa se enquadram em
quatro categorias básicas:
A primeira delas é o pagamento de contas a pagar que representam pagamentos
correspondentes à compra de bens ou serviços, tais como matérias-primas. Esses
pagamentos sempre ocorrem após as compras. Por sua vez, as compras dependem da
previsão de vendas. A segunda categoria é pagamentos de salários, impostos e outras
despesas, onde se inclui todos os demais custos normais desembolsados de
operação. A terceira categoria, de gastos de capital, corresponde a pagamentos por
ativos de longa duração. A última categoria é o financiamento em longo prazo, que
engloba pagamentos de juros e amortização de dividas em longo prazo e pagamento
de dividendos aos acionistas.
Para reduzir o risco de uma previsão errada do orçamento é feita uma simulação de
cenários alternativos para a construção de vários orçamentos de caixa. Com isso, o gestor
financeiro terá instrumentos para realizar uma ação diante do risco, já que ele está preparado
para o mesmo.
2.2.2 Demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis se referem a relatórios produzidos pelos dados adquiridos
da contabilidade. Os inúmeros procedimentos contábeis que ocorrem a cada período são
organizados e submetidos a evidenciar, por exemplo, a situação patrimonial da empresa em
um dado momento, ou demonstrar quais foram as alterações ocorridas em seu patrimônio
líquido de um ano para o outro, ou ainda desdobrar os passos que levaram a empresa a atingir
um determinado resultado.
21
De acordo com a CPC 26 (2011, p.5), as demonstrações contábeis são uma
representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade.
As demonstrações contábeis previstas no art. 176 da lei nº 6.404/76 são: balanço
patrimonial, a demonstração de resultado do exercício, a demonstração das origens e
aplicação dos recursos, a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, a demonstração de
fluxo de caixa e a demonstração de valor adicionado (DVA).
O balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício são as
demonstrações que a Lei dá uma maior ênfase da análise, uma vez que tais demonstrativos
identificam, de forma objetiva, a situação financeira e econômica da entidade em determinado
momento.
2.2.3 Tipos de demonstrações contábeis
a) Balanço patrimonial
O Balanço Patrimonial é a principal Demonstração Financeira existente (relatório
contábil obrigatório por Lei). Ele mostra como de fato está o Patrimônio da
empresa, refletindo sua posição financeira em um determinado momento (no fim do ano ou
em qualquer data predeterminada).
Conforme exposto por Kroetz (2000, p.36), “nele se sintetiza, na forma de origem e
aplicações, a riqueza da entidade, servindo de ferramenta para análises e controles,
objetivando estudar o comportamento e tendências do patrimônio”.
Para Gitman (1997, p. 72), “balanço patrimonial representa a demonstração resumida
da posição financeira da empresa em determinada data”.
O Balanço Patrimonial está dividido em dois grandes grupos: o ativo e o passivo.
Conforme Perez Jr. e Begalli (1999, p.62), “o ativo é composto de bens e direitos de
propriedade da sociedade, enquanto o passivo é composto de obrigações e do patrimônio
líquido”.
A informação que esse demonstrativo fornece é totalmente estática e, muito
provavelmente, sua estrutura se apresentará relativamente diferente algum tempo após seu
encerramento. No entanto, pelas importantes informações de tendências que podem ser
extraídas de seus diversos grupos de contas, o balanço serve como elemento de partida
indispensável para o conhecimento da situação econômica e financeira de uma empresa.
22
b) Demonstrações do resultado do exercício
A Demonstração do Resultado do Exercício é uma peça contábil que apresenta a
gestão econômica e financeira de uma empresa. Conforme Assaf Neto (2001, p.75), esse
demonstrativo “visa a fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo)
auferidos pela empresa em determinado exercício social”.
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar de
forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas
num determinado período, normalmente, de doze meses.
Segundo a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC T 3.3) esse demonstrativo
“observado o princípio de competência, evidenciará a formação dos vários níveis de
resultados mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas”,
visando fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela
empresa em determinado exercício social.
2.3 Taxonomia dos Objetivos Financeiros
2.3.1 Maximização do Lucro
Lucro é fundamental para qualquer empresa que tem o objetivo final de gerar receita, é
um dos fatores mais importantes para a continuação da atividade empresarial. Maximizar o
lucro é um dos objetivos financeiros de uma organização, para isso é preciso ter uma situação
permanente de liquidez, em que a receita seja maior que suas despesas.
2.3.2 Maximização do valor de mercado da empresa
O valor de mercado é um dos melhores critérios para a tomada de decisões financeiras.
O investimento em tecnologia, criação de novos produtos e outros, são importantes para
aumentar o valor de mercado da empresa, mesmo que aja a necessidade de sacrificar a
rentabilidade atual em troca de maiores benefícios no futuro. Há duas variáveis determinantes
23
para o calculo do valor de mercado: retorno de caixa esperado e a taxa de oportunidade. Então
é interessante pensar na capacidade de gerar resultado futuro, e não no histórico de resultado
acumulado. Portanto, o objetivo é promover a maximização do valor de mercado da ação da
empresa.
2.3.3 Maximizar a riqueza e garantir a continuidade do empreendimento
O aumento da riqueza do acionista é adquirido por incremento no valor econômico da
ação da empresa, que compõe objetivo principal das empresas. Para o processo é necessário o
investimento de tecnologia, inovação e gestão. O objetivo de geração de riqueza é uma
consequência dos objetivos de marketing, estratégicos, operacionais e outros.
Assegurar o equilíbrio financeiro para dar continuidade do seu negócio, eleva as
expectativas de crescimento, gera emprego e trabalhos sociais.
2.4 Atividades da área financeira
Área financeira apresenta o conjunto de atividades relacionadas com a gestão do fluxo
de recursos financeiros da empresa e a responsabilidade de captar recursos necessários às
atividades da organização para atingir os objetivos organizacionais.
Sobral e Peci (2008) comenta que a área financeira é dividida em três partes: análise,
planejamento e controle financeiro – tomada de decisões de investimento – tomada de
decisões de financiamento.
Em análise, planejamento e controle financeiro se deve coordenar, controlar e avaliar
todas as atividades e fluxos financeiros da empresa por meio de relatórios financeiros e
orçamentos, como também se envolver nas decisões estratégicas da empresa. Na tomada de
decisões de investimento, consiste em decidir a melhor estrutura para investimento, avaliando
o risco e o retorno dos capitais investidos. Em tomada de decisões de financiamento, trata-se
da captação de recursos financeiros, estabelecendo uma estrutura adequada em liquidez, custo
e risco financeiro.
24
2.5 Recursos financeiros
Recursos financeiros de uma organização representam os ativos que detêm algum grau
de liquidez, as empresas geram estes recursos por meio de diversas atividades. A venda de
produtos e de serviços, emissão de ações, empréstimos e outros são algumas das fontes de
recursos financeiros.
O planejamento financeiro se torna muito importante para administrar de forma mais
eficiente esses recursos, porque com um bom planejamento o administrador tem a capacidade
de controlar melhor à entrada e saídas de recursos. A falta do recurso financeiro impossibilita
o crescimento da organização, podendo criar futuras complicações.
2.6 Técnicas de projeção
2.6.1 Projeção de Vendas
A previsão de vendas é fundamental para o planejamento de curto prazo e para ser
feita precisa fazer um levantamento de dados coerentes e confiáveis para uma previsão, sendo
que quando automatizada seja obtida de forma direta e confiável.
Segundo Ross (1998, p. 85), “a previsão de vendas é o principal predicado em um
planejamento financeiro a curto prazo, pois esse planejamento concentra-se nas vendas
projetadas em um dado período, nos ativos e financiamentos necessários para sustentar tais
vendas.”
Para a projeção de vendas é realizado uma revisão das vendas, geralmente as empresas
utilizam como parâmetro um passado de 2 a 3 anos para ter uma previsão mais realista. A
projeção constitui uma estimativa de vendas em unidades e valores de uma empresa para
algum período futuro, se baseia nas tendências recentes de vendas e, ainda como anda a
economia do país, setor e entre outros.
A previsão tem que ser muito bem feita, se a projeção de vendas se revelar errada pode
surgir complicações sérias. Uma delas é o fato da empresa ter uma abrangência no qual não
está preparada, causando um erro para atender a demanda e possivelmente a perda de clientes.
Por outro lado, se a previsão for além do que o mercado possa absorver poderá haver um
aumento nos níveis de estoque, máquinas e outros, não dando a liquidez necessária.
25
É difícil ter uma previsão de vendas exata, porque as vendas dependem diretamente do
futuro da economia, que é incerto. Mas uma correta previsão e um bom plano de vendas dá a
empresa uma condição de maior abrangência do mercado, maior lucratividade e menor desvio
de vendas.
2.6.2 Previsão da demonstração financeira: o método da porcentagem de vendas
Depois de prever as vendas, devemos prever os futuros balanços patrimoniais e
demonstrações dos resultados dos exercícios, a técnica mais utilizada é o método da
porcentagem de vendas.
Esse método consta em primeiro analisar os índices históricos da organização, o ideal
é ter um mínimo de cinco anos de dados, veja o tabela abaixo com dois anos de dados para
exemplificação.
Tabela 1 – Exemplo do método da porcentagem de vendas
Método da porcentagem de vendas
2000 2001 Média
Histórica
- Custos relacionados com vendas 87,60% 87,20% 87,40%
- Depreciação 10,3 10 10,2
- Caixa relacionado com vendas 0,5 0,3 0,4
- Contas a receber relacionadas com vendas 11,1 12,5 11,8
- Estoque relacionado com vendas 14,6 20,5 17,5
- Instalações e equipamentos líquidos 30,5 33,3 31,9
relacionado com vendas
- Fornecedores relacionado com vendas 1,1 2 1,5
- Provisões relacionados com vendas 4,6 4,7 4,6
Fonte: Eugene F. Brigham e Michael C. Ehrhardt
No quadro demonstra que 87,6% das vendas está relacionado ao custo no ano de 2000
e 87,2% no ano de 2001. A depreciação é calculada como porcentagem das instalações e
equipamentos líquidos. O restante é calculado em relação às vendas, tornando a previsão do
balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício mais simples.
No caso para prever a demonstração do resultado para o próximo ano, é necessário ter
a previsão de vendas para 2002, supondo que seja de 10%, para o calculo de 2002 terá (1 +
taxa de crescimento), ou seja, 1,1 x Vendas 2001. Como sabemos que o custo relacionado
26
com as vendas foi 87,2% em 2001, para 2002, será 87,2% x Vendas 2002, temos R$ 1000,00
de instalações e equipamentos líquidos em 2001, como a depreciação mostrada no quadro
anterior foi de 10%, teremos R$ 100,00 de depreciação em 2001, e por fim continuamos com
as subtrações da demonstração do resultado obtendo o lucro acumulado, mostrado no tabela 2.
Tabela 2 – Exemplo da projeção da demonstração do resultado do exercício
Projeção da Demonstração do Resultado do Exercício
Real 2001 Base da previsão Previsão 2002
Receita de Vendas 3000,00 1,1 x Vendas 2001 = 3300,00
Custos, exceto depreciação 2616,00 87,2% x Vendas 2002 = 2878,00
Depreciação 100,00 10% x instalações líquidas 2002 110,00
Total de Custos
Operacionais 2716,00 2988,00
LAJIR 284,00 312,00
Menos Juros 88,00 88,00
Lucro antes do IR 196,00 224,00
Impostos 40% 78,00 89,00
LL antes de dividendos
preferenciais 118,00
135,00
Dividendos preferenciais 4,00 4,00
LL disponível para ações 114,00 131,00
Dividendos para ações
ordinárias 58,00 63,00
Adição aos lucros
acumulados 56,00 68,00
Fonte: Eugene F. Brigham e Michael C. Ehrhardt
Para balanço patrimonial o processo é parecido, é necessário converter as contas do
ativo e do passivo em relação às vendas do ano correspondente. Para o ativo é necessário o
caixa, contas a receber, estoques, lucros retidos e ativos permanentes. No passivo, temos
somente contas a pagar. Como também na DRE, utilizamos a previsão prevista para o
próximo ano como base, tendo a previsão, para cada porcentagem obtida da conta do ativo e
passivo relacionada do ano X, multiplicaremos por as vendas do ano X + 1 para obter a
previsão futura de todo o balanço.
27
2.7 Modelos de formalização e apresentação de planos
2.7.1 Business Model Canvas
Business Model Canvas (Quadro de Modelo de Negócios) criado por Alexander
Osterwalder e Yves Pigneur é uma ferramenta que tem o objetivo de criar e descrever o
modelo de negócio de uma forma simples e comum. No Canvas as ideias e propostas são
colocadas em uma figuração simples e lógica que contém nove áreas: proposta de valor,
segmentos de clientes, canais, relacionamento com cliente, fontes de receitas, recursos-chave,
atividades-chave, parceiros-chave e estrutura de custos.
Em proposta de valor são descritos as soluções que a empresa propõe a oferecer para
resolver os problemas de seus clientes. Segmentos de clientes indica qual o cliente do seu
público alvo, quais são suas preferências, seus comportamentos, faixa etária, onde estão
localizados, enfim, todas as informações necessárias que ajudarão a elaborar a projeção de
vendas e se o empreendimento proporcionará lucratividade.
Relacionamento com o consumidor apresenta como a empresa irá se relacionar com
seus clientes, para estabelecer sua proposta de valor. Canais de distribuição trata dos meios
que serão estabelecidos a comunicação com os clientes, seja através das mídias sociais,
anúncios patrocinados, publicidade e propaganda em veículos tradicionais como televisão,
rádio, revistas e jornais. E como será feita a distribuição, pelos correios, empresa
transportadora. Pode-se também descrever como será feito o pós venda e o serviço de
atendimento ao consumidor.
Atividades chaves indica as tarefas que serão executadas para construir a proposta de
valor, como serão as etapas da linha de produção, no caso de uma indústria, ou como será
resolvido o problema no caso de uma prestação de serviços.
Recursos chaves definem as atividades chaves da empresa, descrever como serão
executadas estas atividades, quais são as máquinas utilizadas, o número de pessoas
contratadas para operacionalizar a produção, onde será alojado os maquinários e as pessoas
para trabalhar, o quanto de investimento financeiro será necessário para investir em todos os
recursos. Parceiros chaves caracterizam quais serão os principais fornecedores que ajudarão a
empresa a oferecer sua proposta de valor. Um bom exemplo disso é a terceirização, muitas
empresas tem a necessidade de terceirizar determinados serviços que não são sua atividade
principal, como por exemplo, um escritório de contabilidade ou uma empresa de consultoria.
28
Fluxo de receita apresenta o quanto os clientes estarão dispostos a pagar pela proposta
de valor oferecida pela empresa e quais serão as formas de pagamento, prazos, entre outros.
Estrutura de custos define toda a etapa de processo de uma empresa, quais são os seus custos
de produção e manutenção da atividade.
O Canvas faz com que temos uma visão mais macro do negócio, e não apenas tratar
cada área em detalhe. Ajuda a facilitar o entendimento e a concepção de novos produtos e
serviços, bem como a rápida integração e desenvolvimento de opiniões dos envolvidos no
projeto.
2.7.2 Project Model Canvas
Project Model Canvas (Quadro de Modelo de Projeto) criado por José Finocchio
utiliza conceitos de gerenciamentos do projeto para simplificar a elaboração do Plano de
Projeto. A ferramenta permite a realização de prototipação de uma maneira simples, com
participação e engajamento da equipe e principais stakeholders, podendo ser aplicado em
qualquer projeto.
O diagrama é estruturado em treze áreas: stakeholders, equipe, premissas, riscos,
grupo de entregas, linha do tempo, restrições, custos, requisitos, produtos, justificativas,
objetivos e benefícios do projeto.
Stakeholders aponta todos os envolvidos indiretamente no projeto, aqueles que estão
ligados ao projeto como: prefeituras, órgãos governamentais de aprovação de documentação
do projeto, moradores, equipes de outros departamentos que serão impactados. A equipe são
os membros da equipe, quem serão os colaboradores. As premissas são limitações internas do
projeto, são fatores impostos à equipe de projetos e que limitam as opções da mesma.
Os riscos de projeto são um conjunto de eventos que podem ocorrer sob a forma de
ameaças ou de oportunidades que, caso se concretize, influenciam o objetivo do projeto,
negativamente ou positivamente. Grupo de entregas representam os componentes do produto,
serviço ou resultado gerado pelo projeto. Linha do tempo define quais serão as datas para a
entrega do projeto.
Restrições descrevem as limitações do projeto que impactam no trabalho da equipe.
Na área de custo contém informações relativas aos custos estimados para cada grupo de
entrega do projeto. Em requisitos, definem as características que o produto, serviço ou
29
resultado final devem apresentar para conseguir gerar valor para o cliente. O produto
representa o resultado final do projeto. Vale ressaltar que todo projeto pode gerar também um
resultado ou serviço exclusivo. Na justificativa, apresenta os problemas enfrentados
atualmente pela organização e as necessidades que não são atendidas. Nos objetivos mostra
quais são os objetivos do projeto, o que deve ser atingido com o cumprimento do mesmo. Por
fim, em benefícios, deve apresentar as conquistas da organização após a entrega do projeto.
Desta maneira, a equipe que está responsável para a elaboração do projeto é capaz de
pensar, analisar e formalizar todas as variáveis do projeto para conseguir o seu sucesso. Assim
é possível iniciar a execução do projeto e realizar o seu monitoramento e controle.
2.7.3 Balanced Scorecard
Balanced scorecard é uma ferramenta de planejamento estratégico que tem o principal
objetivo de alcançar o alinhamento entre o planejamento estratégico e as atividades
operacionais da empresa. A empresa deverá ter suas metas e estratégias bem definidas para
conseguir um melhor desempenho, a avaliação é feita através de indicadores que irão
informar aos colaboradores sobre os vetores do sucesso atual e futuro.
Caso a empresa não tenha a estrutura necessária para receber a ferramenta, ela
precisará se reajustar. Portanto, será necessário esclarecer e traduzir a visão e a estratégia da
empresa, planejar e estabelecer metas para alinhar as iniciativas estratégicas, melhorar o
feedback e o aprendizado estratégico, por fim, comunicar e associar objetivos e medidas
estratégicas. A ferramenta tem uma estrutura dividida em quatro perspectivas: financeira,
clientes, processos internos e aprendizado e crescimento.
Perspectiva dos clientes está ligada à visão da empresa e ao negócio como um todo,
pressupõe definições em que mercado e segmento a empresa quer competir. Entregar valor ao
cliente, usando indicadores de satisfação e trabalhando em cima desses indicadores.
Perspectiva dos processos internos a organização trabalha o mapeamento de processos
para saber quais processos são fundamentais para a realização dos objetivos e quais são
desnecessários. Nessa perspectiva, os processos também tem a função de criar condições para
atrair e reter clientes, agregar valor da empresa e criar valor para os stakeholders.
Perspectiva de aprendizado e crescimento se refere com o desenvolvimento de
objetivos e medidas para orientar o aprendizado e crescimento organizacional. A empresa
deve identificar qual a melhor estrutura, para poder crescer e se desenvolver. Novos sistemas,
30
novos colaboradores, produtos e equipamentos são fundamentais para a capacitação e
crescimento da organização.
Perspectiva financeira trabalha com indicadores financeiros para mostrar sua
rentabilidade, o que torna esse dado importante para capitar investimentos. Os objetivos
financeiros devem estar ligados a estratégia da empresa, demonstrando se o caminho seguido
está trazendo retorno financeiro a mesma.
2.7.4 5W2H
A ferramenta 5W2H auxilia na elaboração de planos de ação, que por ser simples
aumenta a clareza do colaborador sobre suas atividades. É uma das técnicas mais eficazes em
relação a planejamento de atividades e elaboração de projetos. A metodologia tem origem nos
termos What (o quê), Who (quem), Why (por quê), Where (onde), When (quando), How
(como) e How Much (quanto), perguntas simples que servem de apoio ao planejamento das
atividades. Antes de utilizar o 5W2H, é preciso ter clareza dos problemas e das soluções, que
por ser simples a elaboração da ferramenta, o desenvolvimento de cada pergunta tem que
facilitar o entendimento e prática da ferramenta.
O 5W2H consegue potencializar as condições favoráveis à execução das atividades,
além disso, ajuda a definir o departamento, motivo pela qual ação precisa ser realizada, prazo
para conclusão e quem irá executar. Ajuda a reunir importantes informações que gestores
julgam como necessárias para a execução de uma atividade.
31
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 Caracterização da pesquisa
O presente trabalho pretende analisar os dados econômicos, financeiro e operacional
da empresa de comércio varejista de eletrodomésticos, e usar como base os dados para criar
um modelo visual do plano financeiro. Portanto, trata-se de uma pesquisa descritiva.
De acordo com Vergara (2000), a pesquisa descritiva expõe características de
determinada população podendo-se estabelecer correlações entre as variáveis apresentadas. O
autor descreve a pesquisa de caráter exploratório as que são realizadas em uma área que se
pretende trazer mais conhecimento e proporcionar uma visão mais explicita sobre
determinado assunto.
Trata-se também de um estudo de caso, visto que, como afirma Gil (2002, p. 54) se
trata de “[...] estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita
seu amplo e detalhado conhecimento”.
3.2 Abrangência da pesquisa
A população dessa pesquisa compreende nos dados financeiros da empresa,
especificamente o Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e
Orçamento de Caixa.
Para ter uma análise ideal os dados financeiros serão do período 2011 a outubro de
2014, sendo assim, utilizará uma amostra não probabilística, intencional.
3.3 Dados e instrumentos de coleta
Na execução na pesquisa foram coletados dados pautados à análise das demonstrações
contábeis. Os dados foram fornecidos pela empresa e realizou-se uma análise dos principais
índices financeiros.
32
3.4 Técnica de análise
A abordagem do problema exibe um teor tanto quantitativo quanto qualitativo. De
acordo com Diehl (2004, p. 52), os estudos qualitativos podem descrever a complexidade de
determinado problema e a interação de certas variáveis, compreender e classificar os
processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de dado
grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do
comportamento dos indivíduos.
Já a pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de
recursos e de técnicas estatísticas. Ela é apropriada tanto para medir opiniões, atitudes e
preferências, como também para medir um mercado, estimar o potencial ou volume de um
negócio e para medir o tamanho e a importância de segmentos de mercado.
33
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
A partir do que foi apresentado no referencial teórico, o modelo de dashboard foi
dividido em duas partes, diagnóstico e prognóstico. No diagnóstico contém os campos de
liquidez, endividamento, atividade, rentabilidade e além dos números. Nesta parte estará
sendo analisada a situação da empresa de acordo com as demonstrações contábeis. Em
prognóstico temos a projeção do lucro, política de investimento, política financeira e fluxo de
caixa. Por fim, em prognóstico será uma ideia do futuro da empresa, a projeção do seu
resultado, e um plano de ações para a empresa.
34
4.1 Modelo de dashboard
Diagnóstico Prognóstico
Liquidez Além dos números Atividade Projeção do lucro/fluxo de
caixa Política Financeira
Rentabilidade Endividamento Política de investimentos
35
A análise de liquidez evidencia a capacidade de pagamento da empresa, em outras
palavras, a situação da empresa diante dos compromissos financeiros assumidos. Para tal
análise serão utilizados os seguintes índices: liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e
liquidez imediata.
O índice de liquidez geral confronta o total de ativos circulantes e realizável a longo
prazo com o total dos passivos também circulante e de longo prazo, detectando assim, a saúde
financeira da organização a longo prazo. O índice de liquidez corrente demonstra o percentual
dos compromissos de curto prazo da empresa, que poderiam ser liquidados com a utilização
dos recursos de curto prazo, sendo ambos do circulante. O índice de liquidez seca mostra a
capacidade de pagamento da empresa, entretanto sem incluir os estoques. Por fim, o índice de
liquidez imediata representa o valor de quanto se dispõe imediatamente para saldar as dívidas
de curto prazo.
O índice de endividamento evidencia o nível de endividamento da empresa e a relação
entre a utilização de capitais próprios e de terceiros. Nele se obtém a informação se a empresa
utiliza mais recursos de seus proprietários ou de terceiros. Será utilizado o índice de
participação de capital de terceiros, índice de composição do endividamento, índice de
endividamento geral. O índice de participação de capital de terceiros institui uma relação
entre o que a empresa deve e o dinheiro dos sócios investidos na empresa (capital próprio). O
índice de composição do endividamento indica quanto da dívida total da empresa deverá ser
pago a curto prazo, isto é, as obrigações à curto prazo comparadas com as obrigações totais.
Se tratando do índice de endividamento geral, este busca evidenciar o quanto que a empresa
apresenta de capital de terceiros em relação ao total do ativo. Assim, mede a proporção de
ativos totais da empresa que foram financiados por credores.
O índice de atividade permite verificar a rapidez com que a empresa recebe suas
vendas, efetua os seus pagamentos ou renova seus estoques. Para tanto é necessário observar
o prazo médio dos estoques, dos recebimentos e dos pagamentos. O prazo médio dos estoques
é o período compreendido entre o tempo em que o estoque permanece armazenado até o
momento da venda. O prazo médio de recebimento é o período compreendido entre o
momento em que foram efetuadas as vendas e o momento do pagamento dessas vendas.
Indica quanto tempo em média a empresa leva para receber as suas vendas. E por fim, o prazo
médio de pagamento é o período compreendido entre o momento em que foram efetuadas as
compras e o momento de seu pagamento.
Os índices de rentabilidade medem o quanto uma empresa está sendo lucrativa ou não,
através dos capitais investidos, o quanto renderam os investimentos e, qual o resultado
36
econômico da empresa. Como índices de rentabilidade, tem-se: Giro do ativo, Margem Bruta,
Margem Operacional, Margem Líquida, Retorno sobre o Ativo e Retorno sobre o Patrimônio
Líquido.
O giro do ativo informa a velocidade com que os recursos disponíveis são aplicados.
Apesar de não representar um índice essencialmente de rentabilidade, o estudo da rotação ou
“giro” do Ativo constitui um aspecto importante para o entendimento da rentabilidade do
investimento. Ele indica quantas vezes, durante o período, o ativo total da empresa “girou”.
A margem bruta mede a rentabilidade das vendas, logo após as deduções de vendas (impostos
sobre vendas, devoluções, abatimentos e descontos incondicionais) e do custo dos produtos
vendidos, fornecendo assim a indicação mais direta de quanto a empresa está a ganhar como
resultado imediato da sua atividade. A margem líquida aponta o quanto restou da receita
gerada pela empresa após a dedução de todos os custos, gastos e despesas incorridos. E a
Margem Operacional será usada para controlar o volume das despesas operacionais e para
medida do desempenho dos setores de administração e de vendas, confrontando o lucro
operacional com as vendas líquidas.
O retorno sobre o ativo é útil porque indica quão eficientemente estão aplicados os
ativos, ou seja, quanto lucro eles estão gerando. Esse índice mede em porcentagem a
eficiência da administração na geração de lucros com seus ativos totais, quanto maior, melhor.
E, finalmente, o retorno sobre o patrimônio líquido busca indicar a parcela do lucro que
sobraria para os acionistas após o pagamento do capital de terceiros.
Além dos números de Leitner é um modelo de análise empresarial para ajudar a
tomada de decisão dos gerentes financeiros, o autor define que essas decisões são definidas
em seis elementos chave: atividade; mercado; concorrência; operações; desempenho passado
e qualidade de gestão. O modelo divide os elementos em três subconjuntos. A base da
pirâmide é composta pela principal atividade da empresa, o mercado e a concorrência. O
seguinte subconjunto inclui operações e o desempenho, eles estimam a capacidade da empresa
em criar valor para os clientes e acionistas. Por fim, topo da pirâmide, avalia a gestão com
relação à qualidade de liderança de uma empresa.
A projeção do lucro é de vital importância na construção dos planos financeiros, traz
ao gestor uma visão antecipada do resultado da empresa, fazendo com que haja possibilidade
de avaliar o resultado da empresa e tendo a maior facilidade de mudança. Com essas
previsões, são geradas condições para alterar estratégicas, e esta agilidade pode trazer maior
competitividade à empresa, gerando maior adaptação no ambiente empresarial.
37
Política de investimentos são aplicações de recursos em longo prazo, com o intuito de
proporcionar um retorno de capital. O que a empresa estudada pode investir para obter um
retorno aos proprietários.
Política financeira consiste em um conjunto de ações que são planejadas para atingir a
estabilidade empresarial, como a empresa está controlando seus investimentos,
financiamentos e outros.
Fluxo de caixa é uma ferramenta que controla a entrada e saída de recursos financeiros
de um determinado tempo. Ela facilita a gestão por organizar as contas a receber, contas a
pagar e qual será o saldo disponível em certo momento. Tendo a situação financeira da
empresa, é possível tomar decisões que auxiliem no desenvolvimento da mesma.
4.2 Diagnóstico
Foram utilizados os dados financeiros da empresa de 2011 a outubro de 2014 para
realizar as análises dos índices financeiros. Será calculado os índices de liquidez (seca, geral,
corrente e imediata), índices de endividamento (geral, participação de capital de terceiros e
composição de endividamento), os índices de atividade (prazo médio de estoques,
recebimentos e pagamentos), e por fim os índices de rentabilidade (giro do ativo, margem
operacional, margem bruta, margem líquida, retorno sobre ativo e retorno sobre patrimônio
líquido). A partir da análise desses índices financeiros iremos ter conclusões da situação
financeira da empresa, nos anexos (a e b) têm o balanço patrimonial e demonstração do
resultado do exercício da mesma.
4.2.1 Liquidez
A análise dos índices de liquidez mostra a situação da empresa e sua capacidade de
pagamento. Verifica-se por meio deles como estão os recursos para a empresa saldar seus
compromissos, tanto no curto prazo tanto no longo prazo. Serão analisados a: liquidez geral,
corrente, seca e imediata.
A tabela 3 a seguir expressa a liquidez da empresa:
38
Tabela 3 – Índices de Liquidez
Fonte: Elaborado pelo autor
O índice de liquidez geral acima mostra que a empresa detém R$ 1,37 de ativos para
cada RS 1,00 de passivos exigíveis no exercício de 2011. No ano de 2012, houve uma queda
da liquidez, correspondendo a R$ 1,22 de ativo para cada passivo. Em 2013, houve uma nova
queda para R$ 1,18 e só em 2014 que teve um leve aumento para R$ 1,30 de ativo para cada
passivo. Os resultados mostram que a empresa tem capacidade suficiente para pagamento de
todas suas obrigações de curto e longo prazo.
Assim como a liquidez geral, a liquidez corrente vai mensurar a capacidade de
pagamento. Entretanto, neste índice são considerados apenas os itens do ativo e passivo
circulante, isto é, os valores de curto prazo. Durante o período analisado a liquidez corrente
foi de R$ 1,51 no ano de 2011, o valor teve uma pequena queda nos anos seguintes,
representando em outubro de 2014, R$ 1,28 para cada R$ 1,00 de passivo circulante. Apesar
da queda, é possível perceber que todos os pagamentos realizados em curto prazo foram
suficientes para cobrir os bens e direitos adquiridos nesse mesmo período, havendo sobra de
R$ 0,28 até outubro de 2014.
A liquidez seca reflete a capacidade de pagamento considerando a hipótese de a
empresa não conseguir vender seus estoques. Esse índice na empresa estudada não foi eficaz,
observando que em 2011 a companhia detinha de R$ 0,63 de recursos financeiros para cada
R$ 1,00 de passivo, em 2012 houve uma queda mínima para R$ 0,61. Em 2013 continuou o
decréscimo para R$ 0,47, contudo, em 2014 houve um crescimento e o índice atingiu R$ 0,83,
uma melhora em comparação aos outros anos, mas ainda não favorável para a empresa. A
empresa não consegue sanar suas obrigações sem usar os estoques.
Por fim, o índice de liquidez imediata é mais restrito que os demais. Tem por
finalidade avaliar o nível de recursos que são mantidos pela companhia para os compromissos
mais imediatos e eventuais.
Na empresa analisada, este índice em todos os anos se apresentou próximo de zero.
Isso quer dizer que a companhia não possui um nível bom de disponibilidades, isto é, caixa,
Liquidez 2011 2012 2013 out/2014
Liquidez Geral 1,37 1,22 1,18 1,30
Liquidez Corrente 1,51 1,43 1,35 1,28
Liquidez Seca 0,63 0,61 0,47 0,83
Liquidez Imediata 0,006 0,022 0,019 0,026
39
bancos e aplicações financeiras de liquidez imediata. Em 2011, possuía apenas R$ 0,006 de
recursos imediatamente disponíveis para honrar seus passivos circulantes. Em 2012 houve um
crescimento para R$ 0,022, uma queda em 2013 para R$ 0,019 e um leve aumento para R$
0,026 em 2014. Neste caso, é possível perceber que a organização não desenvolve um grande
numero de operações à vista. Isso pode ser visto também pelo alto numero de contas a receber
que possui para seus clientes, representado por 19,62% do ativo total, em 2013.
A empresa tem índices de liquidez geral e corrente bons, mas não quer dizer que a mesma
está em uma boa saúde financeira. A liquidez seca e imediata está abaixo do desejado, mas
em comparação com o mercado nacional os índices estão comuns.
4.2.2 Endividamento
Os indicadores da estrutura de Capital permitem mostrar a posição de endividamento,
a capacidade da empresa em gerar caixa suficiente para pagar suas dívidas e/ou garantir o
crescimento, em outras palavras, onde a empresa obteve seus recursos e como os vem
aplicando. Foram calculados a Participação de Capitais de Terceiros, a Composição do
Endividamento e Endividamento Geral.
A tabela 4 a seguir expressa o endividamento da empresa:
Tabela 4 – Índices de Endividamento
Fonte: Elaborado pelo autor
O endividamento geral reflete a dependência dos negócios da empresa em relação a
recursos de terceiros. Se este índice estiver próximo ou superior a 1 ou 100% denota
insolvência e extrema dependência de terceiros. Em outras palavras, representa a participação
de recursos financiados por terceiros na operação da empresa.
Destarte, a empresa apresentou 0,46 de endividamento geral em 2011, um aumento
para 0,53 em 2012, novamente em 2013 para 0,57 e em outubro de 2014, para 0,49. Este fato
Endividamento 2011 2012 2013 out/14
Endividamento Geral 0,46 0,53 0,57 0,49
Participação capital de terceiros 0,87 1,12 1,35 0,97
Composição do endividamento 0,90 0,86 0,85 1,00
40
mostra que para a companhia financiar suas aplicações de recursos, utilizou R$ 46,00 de
recursos de terceiros nas atividades de 2011, bem como R$ 53,00 em 2012, R$ 57,00 em 2013
e por fim R$ 49,00 em 2014.
O índice participação de capitais de terceiros indica quanto de capital de terceiros
representa sobre o capital próprio e quanto menor, melhor à empresa. Neste índice, a empresa
tem um passivo exigível correspondente a 0,87 no exercício de 2011, de 1,12 em 2012, de
1,35 em 2013 e 0,97 em outubro de 2014, sobre o Patrimônio Líquido. Para cada R$ 100,00
de capital próprio a empresa tinha R$ 87,00 de capitais de terceiros em 2011 e assim
sucessivamente.
O índice de composição de endividamento indica a percentagem de dívidas de curto
prazo em relação às dívidas totais e quanto menor, melhor. Em 2011 a empresa teve 0,90
(90%) das obrigações totais vencíveis no curto prazo. Os dois próximos anos houve uma
pequena redução, chegando em 0,86 (86%) em 2012 e 0,85 (85%) para 2013. Até outubro de
2014 o valor aumentou, chegando em 1 (100%) das obrigações da empresa são de curto prazo.
A empresa estudada tem muita dependência de capital de terceiros, deixando suas
obrigações (juros e empréstimos) de curto prazo muito altas. A participação de capital de
terceiros da empresa é muito elevado, mostrando que ela não consegue se manter sem capital
de terceiros.
4.2.3 Atividade
O índice de atividade mensura a eficiência com que a organização conduz as suas
operações. A tabela 5 mostra os indicadores da empresa estudada. Serão analisados o prazo
médio de estoques, recebimentos e pagamentos.
Tabela 5 – Índices de Atividade
Atividade 2011 2012 2013 out/14
Prazo médio dos estoques 238,6 258,4 271,2 149,4
Prazo médio de recebimento 117,8 122,8 80,6 162,5
Prazo médio de pagamento 178,0 205,3 204,2 82,7
Fonte: Elaborado pelo autor
41
O prazo médio dos estoques representa o prazo médio que os produtos ficam parados
no estoque ao longo do ano. Em 2011, temos aproximadamente 238 dias de média em que o
estoque fica parado na empresa, houve um aumento em 2012 para 258 dias e novamente
aumenta em 2013 para 271 dias, por fim, uma redução para 149 dias até outubro de 2014. São
valores considerados amplo, visto que a empresa estudada está inserida no setor varejista.
O prazo médio de recebimentos apresenta o prazo médio que a empresa recebe o valor
das vendas praticadas ao longo do ano. No ano de 2011, a empresa levou aproximadamente
118 dias para receber suas vendas a prazo. Houve um aumento em 2012 para 123 dias,
diminuiu-se para 80 dias em 2013 e novamente um aumento até outubro de 2014, chegando
ao valor de 162 dias.
Esse prazo de recebimentos pode resultar de diversos fatores, tais como: uso e costume
do ramo do negócio, política de abertura para crédito, entre outras. Acontece que os prazos
concedidos aos clientes são uma questão de mercado e não uma decisão unilateral da empresa,
que é obrigada, muitas vezes, a respeitar os prazos do mercado.
O prazo médio de pagamentos comtempla a mesma ideia que o prazo médio de
recebimentos, estando bastante atrelados. Teoricamente, se a empresa apresenta um alto
período para receber o valor das vendas, consequentemente, ela também demorará mais
tempo para pagar os fornecedores de seus produtos.
Está diretamente relacionado com a negociação que é feita entre a empresa e seu
fornecedor, e com as condições de crédito obtidas pela empresa. De modo geral, quanto maior
for o prazo, melhor, pois a empresa tem maior tempo para vender e sanar suas compras.
Na empresa estudada o prazo médio de pagamentos são maiores que o de recebimento
entre 2011 e 2013. Em 2011, o prazo de pagamentos representava 178 dias, isto é, a empresa
demorava quase seis meses para pagar suas duplicatas. Se tratando de 2012, houve um
aumento para aproximadamente 205 dias. Já em 2013, teve uma pequena redução,
representando 204 dias. Até outubro de 2014, o prazo foi de aproximadamente 83 dias, menor
que o prazo de recebimento. Fazendo com que a empresa utilizasse outros recursos para sanar
as obrigações com os fornecedores.
A empresa detém de prazo médio dos estoques muito longos, trazendo problemas na
liquidez. De 2011 a 2013 os prazos de recebimentos foram menores que os de pagamento, o
que é o correto, mas em 2014 o prazo de pagamento foi menor que o de recebimento, fazendo
com que a empresa utilizasse ainda mais o capital de terceiros para pagar seus fornecedores, e
aumentando o seu passivo.
42
4.2.4 Rentabilidade
Os índices de rentabilidade mostram a situação econômica da empresa. Referem-se à
aplicação dos recursos em bens e direitos realizáveis ou em imobilizações, tendo como
contrapartida as obrigações. Serão analisados: giro do ativo, margem bruta, operacional e
líquida, retorno sobre o ativo e sobre o patrimônio líquido.
A tabela 6 mostra os indicadores econômicos:
Tabela 6 – Índices de Rentabilidade
Rentabilidade 2011 2012 2013 out/14
Giro do Ativo 75% 77% 88% 77%
Margem Bruta 26% 33% 34% 30%
Margem Operacional 5% 1% 3% (1%)
Margem Líquida 4% 1% 2% (1%)
Retorno sobre o Ativo 3% 0,49% 1,76% (7,61%)
Retorno sobre Patrimônio Líquido 5,60% 1,04% 4,14% (15,03%)
Fonte: Elaborado pelo autor
O giro do ativo da empresa apresentou índice de 75% em 2011, de 77% em 2012, de
88% em 2013 e 77% até outubro de 2014. Isto significa que a empresa vendeu R$ 75,00 para
cada R$ 100,00 de investimento total no exercício de 2011. No exercício de 2012 o percentual
aumentou para R$ 77,00, outro aumento em 2013, indo para R$ 88,00 e um decréscimo até
outubro de 2014, para R$ 77,00. É possível perceber que a empresa não consegue cobrir seus
investimentos nos ativos utilizando suas vendas líquidas. É interessante ter um índice maior
que cem por cento, tendo um maior giro do ativo, maior taxa de lucro e consequentemente
conseguindo cobrir suas despesas.
A margem bruta apresenta o quanto a empresa obtém de retorno das vendas, retirando
os custos das mercadorias vendidas e serviços prestados. Sendo assim, quanto maior se
apresentar este índice, melhor para a empresa. A margem bruta em 2011 foi de 26%, havendo
um crescimento em 2012 para 33%, novamente um acréscimo para 34% em 2013 e decaindo
um pouco em 2014, para 30%. Significa dizer que para cada R$ 100,00 em vendas, o lucro
bruto foi de RS 26,00 em 2011, R$ 33,00 em 2012 e assim sucessivamente.
43
Este resultado demonstra que a empresa apesar das receitas de vendas líquidas terem
sido elevadas, a mesma possui um custo das vendas também elevado, o que reduz a margem
bruta.
A margem operacional identifica o desempenho operacional da empresa. A empresa
estudada apresenta uma margem operacional de 5% em 2011, de 1% em 2012, de 3% em
2013 e de 1% negativo em 2014. Demonstra que para cada R$ 100,00 de receita obtida, R$
5,00 representa o lucro das operações em 2011, R$ 1,00 em 2012 e R$ 3,00 em 2013, apesar
de sido baixa, ela ainda foi positiva. Em 2014 por ter sido negativa, capital próprio ou de
terceiros foi utilizado para arcar com os prejuízos obtidos.
A margem líquida é o quociente que mostra a margem de lucratividade que a empresa
obteve no período em função de seu faturamento. Ou seja, quanto a empresa lucrou para cada
cem reais vendidos.
Em 2011 a margem liquida da empresa foi de 4%, de 1% em 2012, de 2% em 2013 e
tendo um resultado negativo até outubro de 2014 de 1%. Em valores reais, a margem líquida
de 4% do lucro líquido no exercício de 2011, de 1% em 2012, de 2% em 2013. É um índice
importante para mostrar a rentabilidade da empresa, que neste caso, é muito baixo.
Retorno sobre ativo indica o retorno sobre o ativo total independente de sua
procedência, seja dos proprietários (capital próprio), das operações da empresa ou de terceiros
(capital de terceiros). Revela o quanto a empresa obtém de lucro sobre o investimento total.
No exercício de 2011 apresentou um retorno de 3%, de 0,49% em 2012, de 1,76% em
2013 e por fim um índice negativo em 2014, de 7,61%. Isso evidencia que seu retorno em
relação aos ativos é baixo e revela que para cada real investido no ativo, houve uma
lucratividade de apenas R$ 0,03 em 2011, de R$ 0,0049 em 2012, de R$ 0,0176 em 2013 e
em 2014 tendo um prejuízo de R$ 0,0761.
O retorno sobre o patrimônio líquido indica o retorno do capital investido pelos sócios
acionistas, cotistas e proprietários. Sua rentabilidade revela o rendimento de cada real
investido na empresa por seus sócios, que no nosso caso são proprietários.
Em 2011 o índice foi de 5,6%, de 1,04% em 2012, de 4,14% em 2013 e um valor
negativo em 2014, de 15,03%. Esse quociente mostra que a cada R$ 1,00 investido, o
proprietário detém de R$ 5,60 de rentabilidade no ano de 2011, o mesmo aplica aos anos
posteriores, mudando em 2014 por a empresa ter tido prejuízo, que para cada real investido,
um prejuízo de R$ 15,03.
44
4.2.5 Além dos números
Além dos números de Leitner é um modelo de análise empresarial para auxiliar
gestores financeiros na tomada de decisões. É dividido em subconjuntos, na base (mercado,
negócios e concorrência) em que é importante conhecer qual o tipo do negócio da empresa,
quem são seus clientes e concorrentes. No meio temos as operações e desempenho, e no topo
a gestão.
Na base, analisamos o mercado, o negócio e concorrentes. Para essa análise, existem
perguntas para auxiliar no desenvolvimento do modelo. Qual é o seu negócio? Quem é o
cliente? Quais são as necessidades dos clientes que a empresa quer satisfazer? Quem são seus
concorrentes? Essas perguntas ajudam a entender a própria empresa, o tipo de negócio
transmite a essência de uma organização, entender o seu cliente é importante na hora da venda
do seu produto ou serviço.
No meio, analisamos as operações e o desempenho da empresa. Para esta análise, as
perguntas são: Como é que eles ganham dinheiro? Qual é a taxa de crescimento da receita?
Qual é a margem bruta? Qual é o retorno sobre o capital? Na primeira pergunta, é importante
identificar onde no ciclo operacional que a empresa ganha dinheiro,
A empresa tem o objetivo de realizar sonhos para seus consumidores que são da classe
B e C, alguns dos seus concorrentes são Ricado Eletro, Casas Bahia e Atacadão dos Eletros.
No meio da pirâmide (operações e elementos de desempenho), as operações representa o
valor acrescentado para o cliente e os elementos de desempenho são índices importantes para
mostrar como a empresa está, foi colocado que facilidade de compra, a partir do
financiamento, faz que agregue valor ao cliente. Comparando as vendas de 2012 e 2013,
houve um crescimento de 33,78%, a margem bruta de 2014 foi de 30% e o retorno sobre
patrimônio liquido foi de -15,03% em 2014.
No topo, analisamos a gestão: Eles estão à altura da tarefa em mãos? Eles são
realmente trabalhadores e devidamente motivados para liderar? É o elemento mais difícil de
ser analisado, a qualidade desse elemento é importante porque o negócio é cheio de riscos. O
gestor da empresa tem competência para desenvolvê-la, trabalha com ética, honestidade, além
de ter uma ótima equipe.
45
4.3 Prognóstico
Em prognóstico foram analisados a demonstração projetada e o plano de ação da
empresa a partir da ferramenta 5W2H. A parte anterior, diagnóstico, mostra a realidade da
empresa, e nessa etapa serão dadas sugestões para os problemas apresentados pela mesma,
com o intuito de aumentar a capacidade de gerar lucro/receita.
4.3.1 Demonstração do resultado do exercício e fluxo de caixa projetados
Tabela 7 – Demonstração do resultado do exercício projetado
Fonte: Elaborado pelo autor
Para o desenvolvimento da demonstração do resultado do exercício foi utilizado o
método das porcentagens de vendas, foi feito uma média histórica de cada elemento da
demonstração do ano de 2011 a outubro de 2014. E com essa média pudemos projetar até
2020. Com a analise, o campo, “deduções” representou 11,30% do faturamento de todos os
anos. Em “despesas administrativas” a média histórica foi de 28%, e 2% para “despesas
Demonstração do Resultado Projetado
2017 2018 2019 2020
Receita Bruta 18.000.000 18.900.000 19.845.000 20.837.250
(-) Deduções (2.034.000) (2.135.700) (2.242.485) (2.354.609)
Receita Líquida 15.966.000 16.764.300 17.602.515 18.482.641
(-) C.P.V (9.778.768) (10.267.706) (10.781.092) (11.320.146)
Lucro Bruto 6.187.232 6.496.594 6.821.423 7.162.494
Despesas Comerciais (360.000) (378.000) (396.900) (416.745)
Despesas Administrativas (5.040.000) (5.292.000) (5.556.600) (5.834.430)
EBITDA 787.232 826.594 867.923 911.319
(-) Depreciação e Amortização (270.000) (283.500) (297.675) (312.559)
EBIT 517.232 543.094 570.248 598.761
Receitas Financeiras 1.350.000 1.417.500 1.488.375 1.562.794
Despesas Financeiras (928.620) (975.051) (1.023.804) (1.074.994)
Outras Rec/Desp. Operacionais 149.400 156.870 164.714 172.949
Lucro Operacional 1.088.012 1.142.413 1.199.533 1.259.510
(+/-) Rec/Desp Não Operacionais 0 0 0 0
Lucro/Prej Líq. Antes IR/CS 1.088.012 1.142.413 1.199.533 1.259.510
Imposto de Renda/C.S (129.600) (136.080) (142.884) (150.028)
Lucro/Prejuízo Líquido 958.412 1.006.333 1.056.649 1.109.482
Fluxo de Caixa Operacional 1.228.412 1.289.833 1.354.324 1.422.040
46
comerciais”. Na parte de “depreciação e amortização” representou 1,5% do faturamento, 7%
em “receitas financeiras” e 5,16% em “despesas financeiras”. Por fim, “outras receitas ou
despesas” a média histórica foi de 0,83% do faturamento. Com o mercado de varejo em queda
e a dificuldade da empresa em gerar receita, tendo que em 2015 e 2016 houve grande queda
nas vendas, o valor inicial para 2017 foi 18 milhões de reais com um aumento de 5% para
cada ano.
A projeção do balanço patrimonial não foi feita por a preocupação da empresa é em
gerar lucro, então não foi necessário fazer uma projeção do balanço patrimonial, visto que o
importante é o resultado projetado que vem da demonstração do resultado do exercício.
4.3.2 Política de investimento e política financeira
Para a análise de investimento e política financeira foi utilizado à ferramenta 5W2H
como método de organizar o plano de ação da empresa.
Quadro 10 – Ferramenta 5W2H
5W 2H
What Why Who Where When How How Much
O que? Por quê? Quem? Onde? Quando? Como? Quanto?
Despesa com
Marketing
Aumentar o
volume de
vendas
Setor de
Marketing
Microrregiões:
Vale do Açu,
Pau dos Ferros
e Borborema
Potiguar
fev/17
Entrar em
contato com
empresas que
oferecem o
serviço
R$
18.000,00
Diminuir a
quantidade de
colaboradore
s
Reduzir custos Setor de RH Própria
empresa fev/17
Ver quais
setores da
empresa estão
com excesso
de pessoal
-
Reduzir o
capital de
giro
Melhorar a
capacidade de
pagamento
Setor Financeiro Própria
empresa jan/17
Diminuir a
quantidade de
produtos em
estoques e o
prazo de
recebimento
-
47
Vender ativos
da empresa
Aumento de
capitalização
para pagamento
de dívidas
Setor Financeiro
junto ao
Proprietário
Microrregiões:
Vale do Açu,
Pau dos Ferros
e Borborema
Potiguar
fev/17 Vender parte
do imobilizado -
Treinamento
dos
colaboradore
s na área de
vendas
Aumentar o
volume de
vendas/Melhorar
o desempenho da
equipe
Setor Financeiro
Microrregiões:
Vale do Açu,
Pau dos Ferros
e Borborema
Potiguar
mar/17
Procurar
empresas que
fazem o
treinamento de
pessoal com
vendas
R$
10.000,00
Fonte: Elaborado pelo autor
Como podemos observar o 5W2H representa ações para auxiliar a empresa a melhorar
sua situação financeira, focada em redução de custo, promover aumento das vendas, e o
pagamento das suas dívidas.
O país está em situação de crise, mas a empresa precisa aumentar suas vendas, para
gerar mais receita e pagar suas obrigações. Por isso, é preciso ter uma despesa a mais com
marketing e treinamento dos funcionários na área de vendas. Por a empresa estar em um
momento difícil, a redução de custo é muito importante, a diminuição de funcionários é uma
forma para reduzir os mesmos. Para a empresa ter um aumento de capitalização, mesmo que
seja doloroso, é preciso vender algum de seus ativos para pagamento de obrigações e gerar
um capital de giro a mais. Reduzir o capital de giro é uma forma de melhorar a capacidade de
pagamento, diminuindo o prazo das vendas (recebimentos), a empresa receberá dinheiro mais
rápido, melhorando sua capacidade de pagamento de curto prazo. E junto a isso, a empresa ter
menos estoques, visto que o mesmo passa muito tempo parado na empresa.
48
4.4 Dashboard
Dashboard é a representação de indicadores a partir de imagens, facilitando a
visualização e interpretação dos indicadores. No trabalho foi realizado o dashboard a partir
dos dados mostrados nas folhas anteriores.
Na parte do diagnóstico, começamos com a liquidez, foi elaborado uma imagem
representando a liquidez corrente e geral da empresa, a interpretação é que para R$ 1,30 de
ativos a empresa tem R$ 1,00 de passivo (geral) e para R$ 1,28 de ativos a empresa tem R$
1,00 de passivo (corrente). Em rentabilidade foi feito um gráfico apresentando a margem
líquida da empresa, visto que houve uma queda com o passar dos anos e o giro do ativo de
77%, número também está abaixo do ideal. Além dos números foi realizado a pirâmide de
Leitner apresentando cada elemento do modelo. Em endividamento, foi feito uma imagem
mostrando como está a dependência do capital de terceiros da empresa, que foi de 0,49 em
2014. Em atividade foi posto os prazo médios de recebimento, pagamento e estoques da
empresa.
Por fim, temos o prognóstico contém os itens de política de investimentos da empresa
que são a redução dos estoques, do prazo de recebimento e de ativos da empresa com objetivo
de aumentar a capacidade de pagamento da empresa. Em política financeira apresenta junto
com a política de investimentos o plano de ação da empresa, que tem que reduzir custos,
pagar suas obrigações e aumentar as vendas. E por último temos a projeção do lucro e do
fluxo de caixa em gráfico.
49
Figura 1 - Dashboard
Diagnóstico Prognóstico
Liquidez Além dos números Atividade Política de Investimentos Política Financeira
Rentabilidade Endividamento Projeção do lucro/fluxo de caixa
Fonte: Elaborado pelo autor
R$ 0.00
R$ 200,000.00
R$ 400,000.00
R$ 600,000.00
R$ 800,000.00
R$ 1,000,000.00
R$ 1,200,000.00
R$ 1,400,000.00
R$ 1,600,000.00
2016 2017 2018 2019 2020 2021
Lucro/Prejuízo Líquido Fluxo de Caixa Operacional
50
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma melhor compreensão da
situação da empresa estudada. Foi realizado um modelo de dashboard para a empresa, junto a
isso realizou-se a análise dos índices financeiros mostrando a situação da empresa. Com a
análise detalhada dos índices financeiros, observamos que a mesma está com dificuldade de
realizar suas obrigações, apresenta prazos de estoques longos, dificultando um pouco mais as
suas operações, uma total dependência a capital de terceiros para seguir a atividade
empresarial. A partir da ferramenta 5W2H (tabela 8) que ajuda na execução e, sobretudo no
controle das atividades da empresa foi proposto soluções para os atuais problemas da mesma.
Uma limitação do estudo foi de não conseguir obter os dados financeiros de 2015 e
2016, tendo que trabalhar com os dados de até outubro de 2014. Não ter contato com a
empresa por motivos de distância, consequentemente não havendo a possibilidade de
acompanhar a mesma de perto.
Como sugestões de trabalhos futuros, recomenda-se um estudo mais amplo dos índices
financeiros e de planejamento financeiro, visto que são itens fundamentais para o crescimento
de uma organização. A partir dos índices financeiros, utilizar a ferramenta Business
Intelligence – BI, são programas que auxiliam na gestão do negócio, como a BIME, Oracle
business intelligence, que geram imagens a partir dos índices financeiros e indicadores,
facilitando sua interpretação e visualização.
51
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52
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VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas,
2000.
53
APÊNDICE A
54
APÊNDICE B
55
APÊNDICE C
56
ANEXO A
Balanço Patrimonial
2011 2012 2013 out/2014
Ativo 25.967.986,38 27.586.341,12 32.055.620,94 30.541.379,22
Circulante 16.471.303,17 17.817.032,04 21.299.602,33 19.280.591,34
Disponível 61.685,41 272.177,34 293.625,46 390.425,73
Clientes 6.350.544,04 7.213.692,89 6.290.213,88 10.594.913,66
Estoques 9.575.411,38 10.175.163,70 13.970.431,63 6.812.242,27
Outros 483.662,34 155.998,11 745.331,36 1.483.009,68
Não Circulante 9.496.683,21 9.769.309,08 10.756.018,61 11.229.807,88
Realizável a L.Prazo 0,00 48,86 469.970,13 307.872,95
Investimento 0,00 0,00 0,00 0,00
Imobilizado 9.496.683,21 9.769.260,22 10.286.048,48 10.921.914,93
Diferido 0,00 0,00 0,00 0,00
Passivo 25.967.986,38 27.586.341,12 32.055.620,94 30.541.379,22
Circulante 10.883.435,21 12.483.643,37 15.751.546,09 15.046.851,26
Fornecedosres 7.142.207,94 8.083.813,75 10.518.854,90 3.771.063,23
Financiamentos 3.378.140,76 3.623.497,55 2.924.181,40 8.171.785,89
Salários/Encargos 329.321,30 619.486,74 1.890.418,86 2.551.062,82
Outros 33.765,21 156.845,33 418.090,93 552.939,32
Não Circulante 1.163.380,04 2.081.102,41 2.679.102,41 0,00
Financiamentos 1.163.380,04 2.076.113,32 2.674.113,32 0,00
Outros 0,00 4.989,09 4.989,09 0,00
Patrimônio
Líquido 13.921.171,13 13.021.595,34 13.624.971,98 15.463.527,96
Capital Social 1.200.000,00 1.200.000,00 6.200.000,00 6.200.000,00
Reservas 6.832.420,46 6.832.420,46 6.832.420,46 6.832.420,46
Lucros Acumulados 5.888.750,67 4.989.174,88 592.551,98 2.431.107,50
57
ANEXO B
Demonstração do Resultado
2011 2012 2013 out/2014
Receita Bruta 21.818.610 23.796.187,97 31.835.718,99 26.930.769,63
(-) Deduções (2.408.745) (2.652.606,12) (3.723.526,33) (3.465.595,6)
Receita Líquida 19.409.865 21.143.581,85 28.112.192,66 23.465.174,03
(-) C.P.V
(14.448.720
)
(14.176.263,21
)
(18.543.597,31
)
(16.413.323,37
)
Lucro Bruto 4.961.145 6.967.318,64 9.568.595,35 7.051.850,66
Despesas Comerciais (684.653) (835.559) (383.291) (447.782)
Despesas Administrativas (5.662.213) (5.923.997) (9.220.630) (8.669.445)
EBITDA (1.122.980) (657.360) (90.624) (166.117)
(-) Depreciação e Amortização (262.740) (449.598) (125.950) (404.260)
EBIT (1.385.721) (207.762) (35.325) (2.065.376)
Receitas Financeiras 3.162.570 1.505.158 1.891.338 877.079
Despesas Financeiras (886.128) (1.412.842) (1.642.418) (1.475.762)
Outras Rec/Desp. Operacionais 105.971 0 507.039 338.362
Lucro Operacional 996.962 300.078 720.634 (2.325.697)
(+/-) Rec/Desp Não Operacionais (494) 0 0 ()
Lucro/Prej Líq. Antes IR/CS 996.199 300.078 720.634 (2.325.697)
Imposto de Renda/C.S (215.970) (164.032) (156.577) ()
Lucro/Prejuízo Líquido 780.228 136.032 563.756 (2.325.697)