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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC ALLEN BRANDÃO DE ALBUQUERQUE EDUARDO ALEXSANDER CAETANO DA SILVA PROPOSTA DE APLICAÇÃO PARA O BAIRRO MANOEL TELES, NO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA/AL: LEI 11.888/2008 MACEIÓ-AL 2018/2

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

ALLEN BRANDÃO DE ALBUQUERQUE EDUARDO ALEXSANDER CAETANO DA SILVA

PROPOSTA DE APLICAÇÃO PARA O BAIRRO MANOEL TELES, NO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA/AL: LEI Nº 11.888/2008

MACEIÓ-AL 2018/2

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ALLEN BRANDÃO DE ALBUQUERQUE EDUARDO ALEXSANDER CAETANO DA SILVA

PROPOSTA DE APLICAÇÃO PARA O BAIRRO MANOEL TELES, NO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA/AL: LEI Nº 11.888/2008

Trabalho de conclusão de curso, apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da professora Msc.Roseneide Honorato dos Santos.

MACEIÓ-AL 2018/2

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ALLEN BRANDÃO DE ALBUQUERQUE EDUARDO ALEXSANDER CAETANO DA SILVA

PROPOSTA DE APLICAÇÃO PARA O BAIRRO MANOEL TELES, NO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA/AL: LEI Nº 11.888/2008

Trabalho de conclusão de curso, apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da professora Msc. Roseneide Honorato dos Santos.

APROVADO EM: ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Profa. Msc. Roseneide Honorato dos Santos

ORIENTADORA

_________________________________________ Profa. Msc. Edja Laurindo de Lima

AVALIADOR EXTERNO

_________________________________________ Prof. Esp. Zeferino Jóse Alencar Bezerra

AVALIADOR INTERNO

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos imensamente à Deus, por ter concedido saúde, força e

disposição para concluirmos essa graduação. Sem Ele, nada disso seria possível.

Também somos gratos por ter tranqüilizado o nosso espírito nos momentos mais

difíceis e nas dificuldades do dia a dia no decorrer dessa trajetória acadêmica.

À nossa família e amigos por todo o carinho, amor e força. Reconhecemos

em especialmente, aos nossos pais, que tanto lutaram por nossaeducação e nunca

nos deixaram perder a fé e a vontade de vencer.

À universidade Cesmac, por nos proporcionar um ambiente criativo e

amigável para os estudos. Somosgratosa cada membro do corpo docente, à direção

e a administração dessa instituição de ensino.

A todos os mestres que contribuíram com a nossa trajetória acadêmica,

especialmente a professora Rosineide, responsável pela orientação do nosso

projeto. Obrigado por esclarecer tantas dúvidas e ser tão atenciosa e paciente.

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PROPOSTA DE APLICAÇÃO PARA O BAIRRO MANOEL TELES, NO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA/AL: LEI Nº 11.888/2008

PROPOSAL FOR APPLICATION TO THE MANOEL TELES DISTRICT, IN THE MUNICIPALITY OF ARAPIRACA / AL: LAW Nº 11.888/2008

Allen Brandão de Albuquerque¹

Graduando do Curso em Engenharia Civil [email protected]

Eduardo Alexsander Caetano da Silva² Graduando do Curso em Engenharia Civil

[email protected] Roseneide Honorato dos Santos³

Mestra em Engenharia de Produção [email protected]

RESUMO

A presente pesquisa objetiva aplicar a Lei 11.888/2008, Lei da Assistência Técnica Pública e Gratuita, que garante serviços técnicos de arquitetura e de engenharia para familias de baixa renda de até 3 salários mínimos, entendendo que sua efetiva utilização possa se tornar uma importante ferramenta no exercício da cidadania e desenvolvimento social. A pesquisaresgata inicialmente o processo de consolidação da problemática habitacional brasileira, inclusive a prática da autoconstrução. Em seguida, é realizada uma análise sistemática dos principais entraves à sua utilização no âmbito municipal. O trabalho prossegue com a apresentação de alguns casos de aplicação da referida Lei em alguns estados e município brasileiro, apontando exemplos de boas práticas, a partir desse levantamento, importantes informações para subsidiar futuras propostas. A pesquisa faz um recorte do objeto de estudo no Estado de Alagoas, onde ainda não é praticado. Assim foi selecionado um bairro bastante necessitado e muito carente do município de Arapiraca, chamado Manoel Telespara análise in loco, com o objetivo de demonstrar o nível de informação a respeito da Lei 11.888/2008. Finalmente são esboçadas algumas diretrizes práticas e análise conjuntural de todo o panorama apresentado neste trabalho. Desta forma, busca-se contribuir com a efetiva aplicação da lei, para que a Assistência Técnica Pública e Gratuita não se torne uma letra morta, mas um efetivo instrumento de acesso a um direito constitucional. Contribuindo, portanto, em uma moradia mais dignina, de qualidade, para a vida dos cidadãos no exercício da cidadania e na construção de uma cidade maisjusta. PALAVRAS-CHAVE: Autoconstrução. Assistência Técnica. Baixa Renda. Habitação. ABSTRACT The present research aims to apply Law 11,888 / 2008, Law of Public and Free Technical Assistance, which guarantees technical services of architecture and engineering for low income families of up to 3 minimum wages, understanding that its effective use can become an important tool in the exercise of citizenship and social development. The research initially rescues the process of consolidation of the Brazilian housing problem, including the practice of self-construction. Then, a systematic analysis of the main obstacles to its use at the municipal level is carried out. The work continues with the presentation of some cases of application of said Law in some states and Brazilian municipality, pointing examples of good practices, from this survey, important information to subsidize future proposals. The research makes a cut of the object of study in the State of Alagoas, where it is not yet practiced, and then a very needy and very needy neighborhood was selected from the municipality of Arapiraca, named ManoelTeles for on-site analysis, with the objective of demonstrating the level of information regarding Law 11888/2008. Finally, some practical guidelines and conjunctural analysis of the entire panorama presented in this paper are outlined. In this way, it seeks to contribute to the effective application of the law, so that Public and Free Technical Assistance does not become a dead letter, but an effective instrument of access to a constitutional right. Contributing, therefore, to a more dignitary housing, of quality, for the life of citizens in the exercise of citizenship and in the construction of a fairer city. KEY WORDS: Self-construction. Technical assistance.LowIncome.Housing.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Microrregião de Arapiraca Segundo IBGE ....................................... 27

Figura 2 – Imagem Ilustrativa do Futuro Aeroporto de Arapiraca...................... 28

Figura 3 – Mapa do Estado de Alagoas............................................................ 30

Figura 4 – Mapa Geral do Bairro Manoel Teles ................................................. 35

Figura 5 – Mapa Esquemático dos Casos de Assistencia Técnica nos Estados 41

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1 – Imagem da Pista de Pouso Existente em Arapiraca .................. 28

Ilustração 2 – Imagem do Bairro Manoel Teles - Arapiraca............................... 33

Ilustração 3 – Imagem do Bairro Manoel Teles - Arapiraca............................... 34

Ilustração 4 – Situação das Ruas do Bairro Manoel Teles ............................... 34

Ilustração 5 – Imagem Diurna do Lago da Perucaba ....................................... 36

Ilustração 6 – Imagem Noturna do Lago da Perucaba ..................................... 36

Ilustração 7 – Rua Agostinho Severino dos Santos ......................................... 52

Ilustração 8 – Rua Agostinho Severino dos Santos ......................................... 52

Ilustração 9 – Rua Agostinho Severino dos Santos ......................................... 52

Ilustração 10 – Rua Agostinho Severino dos Santos ....................................... 53

Ilustração 11 – Rua Agostinho Severino dos Santos ....................................... 53

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1 – Número de Habitantes na Zona Urbana............................................ 32

Quadro 2 – Faixa Etária da População do Manoel Teles - Arapiraca................... 33

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LISTA DE SIGLAS

AT– Assistência Técnica

FNHIS – Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social

CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia

CAU/BR – Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil

MCMV – Minha Casa Minha Vida

CREA-PE – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco

CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

CEF – Caixa Econômica Federal

P-MCMV – Programa Minha Casa Minha Vida

PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

PDPMA – Plano Diretor da Prefeitura Municipal de Arapiraca

UBS – Unidade Básica de Saúde

CRAS – Centro de Referência de Assistência Social

CAPS – Centro de Atenção Psicossocial

SMPU – Secretaria Municipal de Política Urbana

DPHRF – Diretoria de Produção Habitacional e Regularização Fundiária

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 11

1.1 O Problema ................................................................................................ 14

1.2 Objetivos .................................................................................................... 15

1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 15

1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 15

1.3 Justificativa ............................................................................................... 15

1.4 Descrição dos Capítulos .......................................................................... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 18

2.1 Lei da Assistência Técnica Gratuita n.º 11.888, de 24 de dezembro

de 2008 ............................................................................................................. 18

2.2 Assistência Técnica Pública Gratuita ..................................................... 19

2.3 Habitação de Interesse Social .................................................................. 20

2.4Sistemas Construtivos para Habitações Populares– Obras de

Pequeno Porte ................................................................................................. 21

2.5 Cadastro Único do Governo Federal ....................................................... 22

2.6 Estatuto da Cidade - Lei n.º 10.257, de 10 de julho de 2001 ................... 23

3 METODOLOGIA ........................................................................................... 25

4 ÁREA DE ESTUDO DA LOCALIDADE .......................................................... 27

4.1 História da Localidade ............................................................................... 30

4.2 Dados Informativos do Bairro Manoel Teles ............................................ 32

5 RESULTADOS E DISCURSÕES ................................................................... 37

5.1 Aplicação ................................................................................................... 37

5.2 Como divulgar a aplicação da Lei nº 11.888/2008? ................................. 37

5.3 Propor a criação de uma lei municipal ..................................................... 37

5.4 Quem executará a assistência técnica e quais são as possibilidades

de parcerias? ................................................................................................... 38

5.5 Um caso de sucesso da aplicação da Lei nº 11.888 no Município

de Suzano/SP ................................................................................................... 38

5.6 Painel das experiências de aplicação da Lei 11.888/2008 ...................... 40

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 45

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 48

APÊNDICE ....................................................................................................... 51

APÊNDICE A ..................................................................................................... 52

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1 INTRODUÇÃO

A Lei nº 11.888, (2008), assegura às famílias com renda de 0 a 3 salários

mínimos, a assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de

habitação de interesse social, que trata de um fundo de recursos públicos que

possibilita a contratação de profissionais de arquitetura e engenharia civil para a

construção de residências.

O presente estudo está direcionado para o bairro Manoel Teles, na periferia

do Município de Arapiraca – Alagoas. E registra-se aqui o interesse em divulgar e

aplicar essa Lei nesta localidade devido à precariedade existente.

Segundo Ghisleni, (2017), o trabalho pode contemplar desde melhorias

simples como abertura de janelas, redistribuição dos cômodos, até projetos mais

complexos como reforço estrutural, dimensionamento de pilares e vigas,

restruturação de projetos elétricos e hidráulicos. Além disso, por meio da lei, é

possível qualificar o uso e aproveitamento do espaço edificado e seu entorno,

formalizar o processo de construção e evitar a ocupação de áreas de risco e de

preservação permanente. Vale ressaltar ainda que a assistência técnica pode ir

mais além e atingir os processos de urbanização como a requalificação e projeto de

praças, ruas e parques.

Os desafios causados pela precariedade da autoconstrução demonstram um

antigo problema. A falta de auxílio técnico profissional no momento do projeto e da

execução da obra. Infelizmente, hoje em dia, apenas uma pequena porção dos

cidadãos consegue usufruir do trabalho de um profissional de arquitetura e/ou

engenharia. Este fato resulta em uma enorme quantidade de habitações precárias

geralmente mais caras do que se tivessem sido construídas com a assistência,

repletas de problemas relacionados não só ao conforto térmico, mas também às

questões estruturais (GHISLENI, 2017).

Apesar de estar em vigor desde 2008, o desconhecimento desta lei faz com

que ela seja ignorada na grande maioria das cidades brasileiras, aumentando o

distanciamento entre o profissional e a comunidade carente.

É sabido que os esforços para favorecer sua aplicação têm se multiplicado ao

longo dos anos, apesar de serem ainda muito tímidos diante da conjuntura nacional.

A troca de experiências nesse sentido encontrou espaço nos Seminários da

Assistência Técnica que, em novembro de 2012, realizou seu 8º encontro na cidade

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de Curitiba. Durante as conceituações feitas na ocasião pelo presidente da

Federação Nacional dos Arquitetos o Sr. Jefferson Salazar, a lei foi caracterizada

como uma “lei que não pegou” e por isso o atraso de sua implantação em todo

opaís é tão forte. Durante sua fala, Jefferson destacou que é necessária a interação

dos gestores municipais junto ao Ministério das Cidades, órgão competente por

disponibilizar os recursos para a implantação da lei junto aos municípios, através do

Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS, assim como o

envolvimento dos profissionais da área, e das entidades de classe, que foram tão

importantes para a aprovação da lei, conforme citação de Santos, 2014.

Segundo Anamaco e Latin Panei (2008), estima-se que o país ganhe entre 1

e 1,5 milhão de novas residências por ano, das quais cerca de 70% são

construídas de maneira informal. Além disso, algo em torno de 14 milhões de

operações de reforma e ampliação são realizadas anualmente, das quais cerca de

77% são geridas pelos próprios moradores. Outro dado importante trata das

habitações que necessitam de reformas, o que representa mais de 75% das

habitações brasileiras.

O direito à moradia é tão importante quanto o direito à saúde, à educação e à

previdência social. Éuma necessidade básica, citada na Constituição Federal

previsto no artigo 6º, e especificado na Alínea R do inciso V do caput do art. 4º da

lei nº 10.257, do Estatuto das Cidades, de 10 de junho de 2001, que regulamenta os

artigos 182 e 183.

Ressalta-se, também, que em sua maioria, os serviços a serem prestados

serão executados por profissionais reunidos pelos sistemas do Conselho Federal de

Engenharia e Agronomia (CONFEA) e Conselho de Arquitetura e Urbanismo do

Brasil (CAU/BR) significando que a lei deve abrir oportunidades no mercado de

trabalho para engenheiros de diversas modalidades, arquitetos, urbanistas e

técnicos em edificações. Com a operacionalidade da lei e mobilização dos

movimentos sociais, garantirá a aplicação e o acompanhamento técnico necessário

para sua efetivação.

A busca de melhorias e execução dessa lei de forma consciente poderá

reduzir ou minimizar os impactos da autoconstrução ou autogestão. A lei consiste

na disponibilização de assistência técnica de profissionais habilitados para apoiar

essas práticas, trazendo benefícios e melhorias na regularização e na qualidade da

execução das obras de engenharia civil, classificada como padrão construtivo

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popular ou baixo, direcionado a construção residencial, voltado às pessoas de

classe econômica baixa comprovada através de cadastro único do governo federal

no município.

Segundo Santos (2014), partindo do pressuposto da habitação ser um direito

do cidadão, a relevância deste estudo se dá a partir das abordagens sociais, das

políticas que a lei trata e o público ao qual se destina, contribuindo para esclarecer

como funciona este importante instrumento de política pública. O sujeito brasileiro

de baixa renda ocupa, em sua maioria, o lugar do excluído e enfrenta inúmeras

desigualdades perante a sociedade. A aplicação da legislação enquanto garantia de

direito pode de fato se tornar um dos alicerces para a construção da cidadania,

principalmente em um país de grandes disparidades sociais como o Brasil, onde a

população pobre é a imensa maioria.

Sendo assim, as políticas públicas são ações e programas que são

desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática os direitos que são

previstos na Constituição Federal e em outras leis, com medidas e programas

criados pelos governos dedicados a garantir o bem estar da população. Além

desses direitos, outros que não estejam na lei podem vir a ser garantidos através de

uma política pública onde pode-se encontrar em diversas áreas dentre elas:

educação, saúde, trabalho, lazer, assistência social, meio ambiente, cultura,

moradia e transporte. Um programa da Prefeitura que esteja beneficiando seu

bairro, por exemplo, é uma política pública. O conceito de público, hoje em dia, não

quer dizer somente gestão governamental, mas, um interesse público que permeia

o Estado e o Governo (primeiro setor), a iniciativa privada (segundo setor) e as

diversas organizações da sociedade civil (terceiro setor), (ANDRADE, 2016).

Trata-se neste trabalho que só por meio do profundo conhecimento da lei em

questão sua aplicação pode ser efetivada, colaborando de maneira significativa na

melhoria de qualidade da autoconstrução, das reformas e ampliações espontâneas,

que tanto faz parte da rotina da classe menos endinheirada. Entende-se que é um

tema pouco explorado, até mesmo durante o período de graduação nos cursos de

arquitetura e engenharia, onde as experiências sobre habitação de interesse social

não são muito exploradas, nem tampouco se formula um posicionamento crítico a

respeito da problemática habitacional vivida nos municípios (SANTOS, 2014).

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1.1 O Problema

Sanar um dos grandes problemas que as cidades brasileiras apresentam,

como a construção irregular, fora do planejamento e de todos os parâmetros

técnicos estabelecidos nas leis de parcelamento, uso e ocupação do solo, pelos

planos diretores e códigos de obras, além da ocupação de áreas de risco, é um

grande desafio.

Enormes dificuldades existem na falta de mão de obra qualificada e ao

mesmo tempo na autoconfiança em algunscolaboradores da construção civil dentre

eles: mestres, pedreiros e ajudantes, que com a experiência do dia a dia e sem o

conhecimento técnico específico, vem executando obras como receita de bolo,

sendo que cada obra exige sua peculiaridade, evitando assim repletos problemas

relacionados não só ao conforto térmico, questões estruturais, como também com a

regularização final do imóvel.

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha em 2015 e CAU/BR aponta

que menos de 15% dos entrevistados no país fizeram reforma ou construção com

serviço de arquiteto e engenheiro. No Nordeste são menos de 7% e a principal

razão é o custo. A maioria dos entrevistados acredita que um arquiteto cobraria de

20% a 40% do valor da obra. Segundo os profissionais do ramo, esse número gira

em torno de 10%. Seria politicamente correto se o município ou estado incluísse no

licenciamento da obra um engenheiro calculista para garantir a segurança das

obras para a população de baixa renda, uma espécie de defensoria pública da

habitação.

Segundo a pesquisa, realizada com 2.419 pessoas em todo o Brasil, 54% da

população economicamente ativa já construiu ou reformou imóvel residencial ou

comercial. Desse grupo, 85,40% fizeram o serviço por conta própria ou com

pedreiros e mestres de obras, amigos e parentes. Apenas 14,60% contratou

arquiteto ou engenheiro. A pesquisa também revela que, entre aqueles que

contrataram arquitetos e urbanistas para auxiliar na obra, há um índice altíssimo de

satisfação: 78%. E que mesmo com essa realidade preocupante, 70% da população

economicamente ativa que considera a possibilidade de contratar um arquiteto e

urbanista na realização de sua próxima construção ou reforma (CAU/BR, 2015).

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As construções irregulares passam quase despercebidas pelos órgãos de

fiscalização. Todo mundo sabe que elas existem, mas pouco se faz a respeito,

principalmente nas áreas de baixa renda como no caso citado.

Portanto, estes pesquisadores buscaram resolver o problema encontrado no

bairro Manoel Teles, no municipio de Arapiraca/AL, que deu origem a esta

pesquisa. Estase configura uma das soluções ao problema citado.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo principal propor a aplicação da lei

11.888/2008, no município de Arapiraca/AL, especificamente no bairro Manoel

Teles, identificando as dificuldades existentes, melhorando a qualidade de vida e os

procedimentos necessários para a utilização de uma assistência técnica pública e

gratuita na localidade.

1.2.2 Objetivos Específicos

• Identificar os problemas existentes no bairro Manoel Teles;

• Oferecer solução adequada voltada ao melhor aproveitamento;

• Elaborar orientações sobre a existência e informações da referida lei;

• Contribuir para o desenvolvimento de forma regular e social no

município; e

• Disponibilizar com os entes as informações registradas neste trabalho.

1.3 Justificativa

Este estudo é de grande importância por ser uma lei acessível, porém sem

conhecimento do público alvo que são as pessoas de baixa renda. Ao mesmo

tempo a lei é esquecida tanto pela falta de informação e desconhecimento da

população onde está direcionada, como pela ausência de assistência técnica do

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profissional de arquitetura/engenharia, cuja maioria dos profissionais não visa o seu

entorno e o meio social, aspirando apenas o status do lado profissional e ao

atendimento as pessoas com mais condições financeiras.

É justamente através de um trabalho individual e personalizado, que a lei da

assistência técnica surge como um importante passo para a democratização da

condição habitacional no país. Essa característica afasta o projeto dos

empreendimentos massificados e reproduzíveis, como o “Minha Casa Minha Vida”,

já que mantém as famílias nos lugares onde vivem, usufruindo da infraestrutura, em

alguns casos, já existente (GHISLENI, 2017).

A informalidade urbana ocorre em quase totalidade das cidades brasileiras,

embora não exclusivamente, a irregularidade é, em sua maior parte, associada a

ocupações de população de baixa renda, que historicamente não teve acesso à

produção formal de habitaçãoe, como consequência, é impedida de concretizar, no

quadro da legalidade, seu direito à cidade e exercer plenamente sua cidadania,

(Brasil, 2010).

A falta de fiscalização na construção irregular dos imóveis faz com que

permaneça o problema da omissão que é quando alguém morre em razão disso.

Foi o que a aconteceu no município de Paulista, região metropolitana do Recife: a

laje de um imóvel cedeu e matou uma criança de oito anos. O Conselho Regional

de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE) vão apurar se a

construção teve acompanhamento de um profissional e se houve erro na

construção, mas a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Paulista

informou que o proprietário não apresentou o auto de conclusão da obra e

funcionava sem licenciamento (DIÁRIO URBANO, 2017).

É por esses e outros motivos que acontecem diversas fatalidades

relacionadas à autoconstrução, tanto pela ausência de mão de obra qualificada e do

acompanhamento técnico, e da falta de fiscalização atuante dos órgãos públicos

tanto prefeitura como conselhos federais, faz com que continue a exitir a falta de

urbanização e o crescimento acelerado da construção civil de forma irregular, onde

segundo o conselho irá penalizar o fato, porém tarde demais, porque os serviços já

foram executados e que infelizmente gerou a perda de uma vida.

Portanto, justifica-se a pesquisa sobre o tema escolhido em função da falta

de infraestrutura da localização; pela estrutura precária das habitações e seu

entorno; pela presença de clandestinidade e ausência de regularização dos

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imóveis; construção acelerada de várias habitações, porém sem o

acompanhamento técnico qualificado e desconhecimento dos órgãos de

fiscalização. A desinformação de uma lei que favorece tanto a população sofrida,

trabalhadora e que sonha em um dia poder morar em uma residência habitada

legalmente, construída ou reformada de forma correta, com menos custo e com o

acompanhamento adequado, evitando assim futuros problemas e patologias na

construção do único bem, conduzem a importância em descrever sobre esse tema.

1.4 Descrição dos Capítulos

O capítulo 1 trata das considerações iniciais, como a introdução, o problema,

os objetivos que foram traçados e a justificativa do tema escolhido.

Aborda-se no capítulo 2 o referencial teórico, os conceitos fundamentais da

Lei da Assistência Técnica Gratuita n.º 11.888, assim como os tipos de construção

social, habitação popular e cadastro único. Também foi abordado o estatuto da

cidade lei n.º 10.257.

O capítulo 3 trouxe a metodologia que trata de divulgar a aplicação da lei, de

como propor a criação de uma lei municipal com intenção de por em prática, quem

executará a assistência técnica e quais são as possibilidades de parcerias.

Apresenta também um exemplo de caso de aplicação da lei nº 11.888 no município

de Suzano interior de São Paulo, e os materiais necessários para atingir os

objetivos propostos neste trabalho.

No capítulo 4 referiu-se a área de estudo da localidade, com sua história e

dados informativos do bairro proposto.

O capítulo 5 concerniu à análise dos resultados encontrados no estudo feito,

com as aplicações e o painel das experiências da realização da lei 11.888/2008 nos

estados brasileiro.

No capítulo 6 as considerações finais abordadas sobre a lei e as possíveis

soluções para o problema proposto para o trabalho.

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2 Referencial Teórico

2.1 Lei da Assistência Técnica Gratuita n.º 11.888, de 24 de dezembro de 2008

A Leirefere-se a Assistência Técnica, mas cabe aos estados e municípios

utilizar a referida, como meio para a formulação da legislação municipal e estadual,

contemplando os requisitos que o instrumento federal apresenta. Para tanto é

preciso conhecer as particularidades contempladas em cada artigo, dentre eles:

Art. 2 o As famílias com renda mensal de até 3 (três) salários mínimos, residentes em áreas urbanas ou rurais, têm o direito à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social para sua própria moradia.(Lei- 11.888/2008, Art2º). Art. 3o A garantia do direito previsto no art. 2o desta Lei deve ser efetivada mediante o apoio financeiro da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para a execução de serviços permanentes e gratuitos de assistência técnica nas áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia. (Lei- 11.888/2008, Art3º). Art. 4 o Os serviços de assistência técnica objeto de convênio ou termo de parceria com União, Estado, Distrito Federal ou Município devem ser prestados por profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia que atuem como: I - servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios;II-integrantes de equipes de organizações não governamentais sem fins lucrativos; III - profissionais inscritos em programas de residênciaacadêmica emarquitetura, urbanismo ou engenharia ou em programas de extensão universitária, por meio de escritórios-modelos ou escritórios públicos com atuação na área; IV - profissionais autônomos ou integrantes de equipes de pessoas jurídicas, previamente credenciados, selecionados e contratados pela União, Estado, Distrito Federal ou Município. (Lei- 11.888/2008, Art4º). Art. 5o Com o objetivo de capacitar os profissionais e a comunidade usuária para a prestação dos serviços de assistência técnica previstos por esta Lei, podem ser firmados convênios ou termos de parceria entre o ente público responsável e as entidades promotoras de programas de capacitação profissional, residência ou extensão universitária nas áreas de arquitetura, urbanismo ou engenharia. (Lei- 11.888/2008, Art5º). Art. 6o Os serviços de assistência técnica prevista por esta Lei devem ser custeados por recursos de fundos federais direcionados à habitação de interesse social, por recursos públicos orçamentários ou por recursos privados. (Lei- 11.888/2008, Art6º).

Com entendimento dos artigos acima, observa-se que, a Lei 11.888/2008 se

fortaleceu ao longo de sua jornada histórica, através dos profissionais de arquitetura

e da própria população, em busca de moradia. A Assistência Técnica não

solucionará toda a problemática em torno da autoconstrução, principalmente por se

tratar de um processo acelerado e extremamente tradicional no país; todavia,

demonstra-se como alternativa no enfrentamento da questão, que oferece tantos

riscos à população brasileira.

Sabe-se que é muito complexo combater um processo histórico de

construção sem auxílio técnico, considerando que a ocupação de áreas de periferia,

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onde mais ocorre essa prática, está presente na maioria das cidades. Porém, a

referida lei apresenta uma série de ressalvas que, quando sistematicamente

efetivados, começando principalmente nos municípios, podem dar início a um

verdadeiro processo de mudança nos padrões de autoconstrução dapopulação.

2.2 Assistência Técnica Pública Gratuita

A Lei nº 11.888/2008, conhecida como lei da assistência técnica gratuita,

está em vigor desde junho de 2009. O normativo garante assistência técnica

prestada por engenheiros e arquitetos a quem mora no campo ou na cidade e quer

construir, reformar e ampliar, ou mesmo fazer a regularização fundiária de casas

com até 60m², localizadas em áreas de interesse social. Em outubro do mesmo ano

já começaram as inscrições de entidades interessadas em participar do programa.

Quem organiza a seleção de projetos é o Ministério das Cidades.

Em paralelo, o CONFEA já acompanhava o Projeto de Lei que, um ano

depois, viria a ser sancionado e se transformar na Lei nº 11.888/2008. Já se

passaram vários anos desde que mobilizações sociais começaram a debater a

assistência técnica na habitação social, direito garantido pela constituição brasileira.

Como resultado desse intenso trabalho desenvolvido pelo Sistema

Confea/Crea, em dezembro de 2008 foi finalmente promulgada a Lei nº

11.888/2008, que “assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e

gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social”.

A assistência técnica poderá ser prestada por profissionais ligados a

prefeituras, que atuam em organizações sem fins lucrativos e profissionais liberais.

Integrantes de programas de residência acadêmica em arquitetura, urbanismo e

engenharia, assim como de extensão universitária, por meio de escritórios-modelo.

A lei alcança quem ganha até três salários mínimos, mora na cidade ou em

áreas rurais e quer reformar, além de construir, ampliar, ou mesmo regularizar a

moradia, desde que localizada em área de interesse social. Os recursos são

provenientes do FNHIS. O agente operador é a Caixa Econômica Federal (CEF) e é

permitida a participação do capital privado.

Considerada ferramenta importante para diminuir o déficit habitacional

brasileiro a lei é reconhecida e considerada positiva por entidades voltadas à

questão habitacional para famílias de baixa renda.

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2.3 Habitação de Interesse Social

Habitação social ou habitação de interesse social, de acordo com a CEF é

um tipo de habitação destinada à população cujo nível de renda dificulta ou impede

o acesso à moradia através dos mecanismos normais do mercado imobiliário.

Esses empreendimentos habitacionais são geralmente de iniciativa pública e têm

como objetivo, reduzir o déficit da oferta de imóveis residenciais de baixo

custo, dotados de infraestrutura como redes de abastecimento d'água, esgotamento

sanitário, energia elétrica e acessibilidade. Alguns empreendimentos também visam

à realocação de moradias irregulares ou construídas em áreas de risco. Geralmente

são de iniciativa governamental e visam a atender principalmente a população de

baixa renda.

No início da urbanização do Brasil a moradia para população de baixa renda

foi preocupação do poder público apenas quando se tratou de ameaça à saúde

pública, sendo um direito explicitado na própria Constituição Federal “Art. 6º São

direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o

transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à

infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”, Brasil

(1988). A necessidade de uma politica habitacional encontra-se em um contexto de

crescente demanda por reforma urbana e acesso democrático à cidade.

Construir moradias é produzir cidades. É essencial discutir os impactos dos

empreendimentos imobiliários nas condições de vida, na instituição ou destituição

de direitos sociais, no ordenamento territorial e no funcionamento das cidades. No

Brasil, as cidades são marcadas por profundas expressões de desigualdades e

exclusões socioterritoriais, e o principal sentido dos processos de produção de

moradias é engendrar cidades e urbanidades para garantir o bem estar e o

desenvolvimento das pessoas (ROLNIK; NAKANO, 2009).

A habitação de interesse social ganha o seu devido destaque com o

Programa Minha Casa Minha Vida (P-MCMV) que por ainda estar longe de sanar o

déficit habitacional necessita de reflexões e avaliações para que sua continuação

seja sustentável. Enquanto política pública necessita concluir seu ciclo: elaboração,

implementação e avaliação (SILVA; PAVARINA, 2016).

De uma forma geral apontou-se que melhorou o acesso a infraestrutura

básica, mas piorou em relação a acesso a serviços públicos. De maneira geral

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quando se procura captar a satisfação dos moradores com o programa, emerge

uma situação contraditória, em que os altos níveis de satisfação com a propriedade

do imóvel contrastam com a grande insatisfação em relação às condições urbanas.

A produção massificada de moradias, que inicialmente aparece como convergência

de um conjunto de diferentes interesses, implicará no aprofundamento de situações

de segregação e estigmatização urbana, sentidas pelos moradores desses

conjuntos (RUFINO et al., 2015, p. 124).

Diante dessas considerações acerca do P-MCMV é evidente a sua

complexidade e a diversidade de atores envolvidos. Considerar a política pública

como algo a ser refletido e avaliado de forma quanti/qualitativa em todas as suas

fases, antes e depois da implementação com a perspectiva de maior alcance

possível dos atores envolvidos contribuirá para que as políticas públicas fiquem

cada vez mais próximas dos beneficiários que devem ser a razão e o foco das

mesmas (SILVA; PAVARINA, 2016).

2.4 Sistemas Construtivos para Habitações Populares – Obras de Pequeno Porte

Conforme Alberto, (2010), O P-MCMV fornece, para atendimento de famílias

de até três salários mínimos, projetos padronizados de casas térreas e prédios. Os

empreendimentos a utilizarem tais projetos, limitam-se a 500 Unidades

Habitacionais - UH (em caso de condomínios segmentados, 250 UHs). As casas

têm 6 (seis) cômodos dentre eles: sala, cozinha, banheiro, 2 (dois) dormitórios e

área externa com tanque.

A área total da UH é de 35 m², (32 m² de área interna). O piso é cerâmico

nas áreas molhadas (cozinha e banheiro) e cimentado no restante. As alvenarias

são revestidas em azulejo 1,50 m nas paredes hidráulicas e box. No restante,

reboco interno e externo com pintura PVA. O forro pode ser em concreto ou PVC. A

cobertura é em telha cerâmica. As janelas são em ferro ou em alumínio, e as

portas, em madeira. Cada cômodo tem dimensão compatível com mobiliário

mínimo. O pé-direito é de 2,20 m nas áreas molhadas e 2,50 m no restante. As

instalações hidráulicas e elétricas têm número de pontos definido, medição

independente e especificação mínima de materiais. O kit completo de aquecimento

solar e térmico já está instalado. E há sarjeta de 50 cm no perímetro da edificação

(ALBERTO, 2010).

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Já os prédios possuem 4 (quatro) apartamentos por andar e até 5 (cinco)

pavimentos - até 20 (vinte) apartamentos. Cada apartamento tem 42 m² (37 m² de

área interna). Os apartamentos têm os mesmos cômodos, tipos de instalações

prediais, kit de aquecimento solar e térmico, acabamentos, dimensões dos

cômodos, largura da sarjeta no perímetro do edifício e esquadrias (com exceção do

forro que é em laje de concreto) dos projetos padrão de casas do P-MCMV. O pé-

direito é de 2,20 m nas áreas molhadas e 2,40 m nas demais áreas (ALBERTO,

2010).

2.5 Cadastro Único do Governo Federal

Todas as informações abaixo são do Governo Federal que informa que o

Cadastro Único é um conjunto de informações sobre as famílias brasileiras em

situação de pobreza e extrema pobreza.

Essas informações são utilizadas pelo Governo Federal, pelos Estados e

pelos municípios para implementação de políticas públicas capazes de promover a

melhoria da vida dessas famílias. Devem estar cadastradas as famílias de baixa

renda: que ganham até meio salário mínimo por pessoa ou que ganham até 3 (três)

salários mínimos de renda mensal total.

Existem diversos programas e benefícios sociais do Governo Federal que

utilizam o Cadastro Único como base para seleção das famílias:

• Programa Bolsa Família;

• Programa Minha Casa, Minha vida;

• Bolsa Verde – Programa de Apoio à Conservação Ambiental;

• Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI;

• Fomento – Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais;

• Carteira do Idoso;

• Aposentadoria para pessoa de baixa renda;

• Programa Brasil Carinhoso;

• Programa de Cisternas;

• Telefone Popular;

• Carta Social;

• Pro Jovem Adolescente;

• Tarifa Social de Energia Elétrica;

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• Passe Livre para pessoas com deficiência; e

• Isenção de Taxas em Concursos Públicos.

Os estados e municípios também utilizam os dados do Cadastro Único como

base para seus programas sociais. Resumidamente o programa Bolsa Família é um

programa de transferência direta de renda com condicionalidades. Foi criado pelo

Governo Federal após uma união dos antigos programas como Bolsa Escola,

Auxílio Gás, Cartão Alimentação e Bolsa Alimentação, fazendo parte da política do

programa Fome Zero buscando beneficiar famílias em situação de pobreza ou de

extrema pobreza.

Os Principais Objetivos do Programa Bolsa Família são:

• Combater a fome e promover a segurança alimentar e nutricional;

• Combater a pobreza e outras formas de privação das famílias;

• Retirar as famílias da vulnerabilidade socioeconômica por meio da

transferência de renda;

• Criação de uma sustentabilidade familiar, favorecendo o desenvolvimento

regional e local; e

• Promover o acesso à rede de serviços públicos, em especial, saúde,

educação, segurança alimentar e assistência social.

A população alvo do programa são as famílias em situação de pobreza ou

extrema pobreza. As famílias extremamente pobres são aquelas que têm renda

mensal de até R$ 85,00 por pessoa. As famílias pobres são aquelas que têm renda

mensal entre R$ 85,01 e R$ 170,00 por pessoa.

2.6 Estatuto da Cidade - Lei N.º 10.257, de 10 de Julho de 2001

Aprovado pela Lei Federal nº 10.257 de 10 de julho de 2001, o Estatuto da

Cidade reúne normas relativas à ação do poder público na regulamentação do uso

da propriedade urbana em prol do interesse público, da segurança e do bem estar

dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. Em vigor desde o dia 10 de

outubro de 2001, o Estatuto regulamenta a Constituição Federal de 1988, nos seus

artigos 182 e 183, fixando importantes princípios básicos que passaram a nortear

as ações da política urbana.

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O Estatuto da Cidade tem 58 (cinquenta e oito) artigos, divididos em cinco

capítulos dentre eles: Diretrizes Gerais, Instrumentos da Política Urbana, Plano

Diretor, Gestão Democrática da Cidade e Disposições Gerais. A Lei traça as

diretrizes gerais para o desenvolvimento urbano dos municípios brasileiros.

É caracterizado, essencialmente, pela formulação de políticas de gestão das

cidades democráticas e planejadas, bem como pelo aprofundamento no tema da

regularização fundiária, que toma a maior parte das preocupações dessa lei

urbanística.

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3 METODOLOGIA

A dificuldade da adoção de um método de trabalho para este estudo e o

desenvolvimento da mesma até o presente momento, demonstrou que qualquer

que seja o procedimento metodológico utilizado, este sofrerá ao decorrer da

pesquisa uma série de modificações ou adaptações para se adequar ao universo

emaprendizado.

A pesquisa científica exige alguma intuição, a afinidade com o tema

abordado, o instinto de busca pela informação devem compor o perfil do

pesquisador, mas, sobretudo a libertação, inclusive de estereótipos e conceitos

pré-definidos, pois, a pesquisa pode revelar facetas e resultados surpreendentes.

O método é antes de tudo, atividades ordenadas, tarefas colocadas em

sequência. Acompanhando essas ideias, optou-se por trabalhar seguindo os

arranjos dos Estudos de Caso. Nesse tipo de método costuma-se esgotar o

conhecimento sobre um determinado exemplo ou experiência a respeito de um

tema específico. Para o caso deste trabalho procurou-se adaptar as

especificidades do Estudo de Caso, optando por um estudo geral dirigido ao tema

principal: Lei 11.888/2008 da Assistência Técnica Pública e Gratuita. E dentro

deste estudo geral, algumas análises sistemáticas de experiências de AT, que

enriquecem o corpo do trabalho.

A pesquisa foi dividida em etapas, para melhor análise e compreensão dos

resultados.

A Primeira Etapa direcionou-se ao levantamento de pesquisas

bibliográficas, livros, artigos, leis, levantamentos de informações nos órgãos

públicos, conhecimentos técnicos, resgate histórico das questões habitacionais

brasileiras, o crescimento desordenado das cidades, a ocupação das periferias

pelos mais pobres, assim como a prática da autoconstrução. Ainda nesta etapa,

realizou-se o levantamento da Lei 11.888/2008, desde as primeiras movimentações

que impulsionaram sua concepção à aprovação.

Na Segunda Etapa ou Análise Sistemática, aborda-se um panorama

nacional de ações de Assistência Técnica, mapeando as experiências

desenvolvidas nos Estados, analisando isolada e sistematicamente experiências

que se destacam por suas diferentes abordagens relacionadas à Assistência

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Técnica, que podem subsidiar através de seus parâmetros, outras ações práticas

de AT no país.

A Terceira Etapa ou Estudo Local compreende a pesquisa in loco. Essa

etapa se desenvolveu junto à prefeitura municipal que faz parte do campo de

trabalho desta pesquisa. No caso de existir algum município com práticas de AT

pelo governo do estado, esse se tornaria automaticamente objeto desta pesquisa.

No caso de inexistir municípios com ações de AT pelo estado, como constatado, o

trabalho se direciona ao município de Arapiraca que compreende a grande

metrópole do agreste e a segunda maior cidade do estado, pela proximidade,

importância, e conhecimento do autor na região. Desta forma, adotou-se o bairro

de Manoel Teles como o objeto da pesquisa local, para esse trabalho de

conclusão. Dai então a investigação optou por técnicas de pesquisa documental e

observação direta de campo.

Ao final do trabalho, nas considerações, discorre-se sobre toda a experiência

que o trabalho gerou, observando os princípios e orientações a respeito da

utilização da Lei 11.888/2008, sistematizando diretrizes e práticas que podem

subsidiar experiências futuras.

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4 ÁREA DE ESTUDO DA LOCALIDADE

O município de Arapiraca está situado na Região do Agreste Alagoano, na

parte central do Estado de Alagoas, pertencente à Microrregião do Agreste

conforme demonstrado na Figura 1. É a segunda maior cidade do Estado em

termos populacionais e econômicos, superada apenas pela capital Maceió.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), possui uma

estimativa populacional de 234.185 habitantes, conforme censo 2017, sendo 82%

habitantes da zona urbana e 18% da zona rural.

Figura 1 - Microrregião de Arapiraca segundo IBGE Fonte: Plano Diretor Municipal de Arapiraca 2006.

Os acessos ao município e à sede municipal são, principalmente, as

rodovias estaduais, a ferrovia estagnada há alguns anos, porém está sendo

reabilitada e seguido do campo de pouso pouco utilizado visto na Ilustração 1

sucedendo com a apresentação do futuro aeroporto da cidade a ser construído

observado na Figura 2, vale ressaltar que os recursos federais estão aprovados

para execução.

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Ilustração 1–Imagem da pista de pouso existente em Arapiraca Fonte: Google Imagens em 04/11/2018

Figura 2 – Imagem ilustrativa do futuro Aeroporto de Arapiraca Fonte: Google Imagens em 04/11/2018

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O município apresenta curtas distâncias intermunicipais, um potencial para a

região, quais sejam:

• Pela AL 220 atravessa a cidade pelo Norte, ligando o litoral ao sertão.

No sentido litoral, liga Arapiraca a São Miguel dos Campos (71 km),

pela BR 101, passando por Limoeiro de Anadia, e Barra de São Miguel

(80 km) pela a AL 101 sul, chegando a Maceió (136 Km); no sentido

sertão, liga a Jaramataia e Batalha (50 km), e Delmiro Gouveia; e pela

BR 423 no sentido Oeste liga-se com o Estado da Bahia e sentido

Norte liga-se com o Estado de Pernambuco;

• Pela AL 110 atravessa a cidade à leste, cruzando a AL 220, ligando

Arapiraca a Taquarana e Coité do Nóia. Alcança a BR 316 ao Norte; e

ao sul chega a São Sebastião, cruzando a BR 101, e continua até

Penedo (68 km);

• Pela AL 115 corta a cidade longitudinalmente a oeste, interligando

Arapiraca a Lagoa da Canoa, Girau do Ponciano e Campo Grande

para o Sul. Esta mesma estrada interliga com Traipú, Olho D’Água

Grande e São Brás e, ao Norte, liga Arapiraca a Igaci e Palmeira dos

Índios (44 km). A partir desse ponto alcança o limite divisório entre

Alagoas e Pernambuco em direção a Bom Conselho (PE) e

Garanhuns (PE); e

• Pela AL 486 liga Arapiraca a Craíbas.

O clima é do tipo tropical chuvoso com verão seco, estação chuvosa no

outono/inverno, considerado um dos mais saudáveis do Estado. A temperatura é

própria da zona do Agreste alagoano, muito mais elevado nos meses do verão.

Paradoxalmente, mesmo nessa época, as noites são frias e agradáveis. De acordo

com informações do serviço meteorológico, a temperatura media anual é de mínima

de 31°C e máxima de 37°C, com altitude de 264 metros.

O município de Arapiraca possui base cartográfica e está localizado nas

coordenadas geográficas: 9°45’09” de latitude Sul e 36°39’40” de longitude Oeste.

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Figura 3 – Mapa do Estado de Alagoas Fonte: Estado de Alagoas, 2009.

4.1 História da Localidade

A ocupação do território onde atualmente se localiza a cidade de Arapiraca

teve início no século XIX, em área pertencente ao município de Limoeiro de Anadia.

No momento de sua emancipação política, Arapiraca tinha sua conformação

urbana inicial radial, tendo o Centro da cidade como o marco zero do território.

A centralidade do município, do ponto de vista locacional, associada aos

fatores vinculados ao seu desenvolvimento e ao encaminhamento de sua

economia, historicamente fundamentada na cultura do fumo, elevou Arapiraca a

uma posição de absoluto destaque na hierarquia regional, fazendo com que o

município desempenhe importante papel no cenário sócio econômico do Estado,

transformando-se em pólo aglutinador de grande parte do comércio, dos serviços e

dos equipamentos urbanos existentes na região.

Sua localização estratégica enquanto pólo regional atraiu não só os

trabalhadores rurais que migraram do campo para a cidade, mas, sobretudo,

moradores dos municípios circunvizinhos em busca de novas oportunidades de

trabalho e melhorias em suas condições de vida. A cidade passou a ser então o

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lugar para onde convergem as mais diversas demandas da região, agravando os

problemas sociais existentes e gerando a ocupação desordenada do espaço

urbano, dificultando o atendimento às necessidades básicas dos serviços de

infraestrutura.

Arapiraca, dentro dos limites das suas especificidades, tem muito em comum

com a maioria dos municípios brasileiros no que diz respeito à dinâmica nacional de

urbanização acelerada. É hoje um município que concentra 82% de sua população

na zona urbana. Com o processo migratório ocorrido principalmente após a década

de setenta, quando trabalhadores e moradores do campo rumaram em direção à

cidade. Os índices de população urbana vêm aumentando sistematicamente. Este

movimento foi intensificado com a decadência da cultura do fumo. A partir de finais

da década de setenta, historicamente a principal base econômica do município,

uma vez que o mesmo está associado a uma região com localização estratégica,

para onde convergem as mais diversas demandas da região, exigindo a resolução

de seus problemas sociais e de infraestrutura.

O processo de urbanização vem ocorrendo de forma desordenada e sem

uma diretriz de planejamento urbano, contribuindo para agravar e gerar inúmeros

problemas sociais, ambientais e espaciais. Dentre eles destacam-se aqueles

relativos à deterioração do ambiente natural, a existência e subutilização de vazios

e glebas urbanas, a proliferação de assentamentos subnormais caracterizados pelo

aumento da favelização e de moradias irregulares e precárias em forma de cortiços

e vilas, e uma elevada demanda aos serviços sociais de saúde e educação, bem

como uma distribuição desigual de infraestrutura básica.

O município arapiraquense vive hoje os dramas decorrentes de uma

urbanização acelerada e desordenada que transformou o seu território em palco de

problemas como exclusão social e segregação territorial. Áreas de interesse

ambiental, como às margens do rio Piauí, foram ocupadas de forma irregular,

provocando danos ao meio ambiente. O déficit habitacional reflete-se no

crescimento dos assentamentos em precárias condições de habitabilidade, sem

saneamento adequado ou moradias dignas de abrigar as famílias existentes.

As informações acima foram retiradas do PDPMA - Plano Diretor da

Prefeitura Municipal de Arapiraca, (2006).

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Abaixo quadro informativo populacional do Municipio.

Quadro 1 – Número de Habitantes na Zona Urbana.

BAIRROS HABITANTES

1. Centro 5.483

2. São Luiz I 3.164

3. Santa Edwirges 1.446

4. Brasília 15.948

5. Baixão 4.571

6. Manoel Teles 8.255

7. Cacimbas 10.046

8. Primavera 11.833

9. Baixa Grande 3.090

10.Jardim Esperança 3.505

11.Planalto 8.229

12.Brasiliana 1.939

13.Caititus 6.507

14.Novo Horizonte 1.816

15.Alto do Cruzeiro 7.038

16.Itapoã 1.647

17.Jardim Tropical 1.597

18.Nova Esperança 1.695

19.Boa Vista 2.430

20.Olho D’água dos Cazuzinhas 1.181

21.Canafistula 8.691

22.Eldorado 3.539

23.Zélia B. Rocha 3.912

24.Cavaco 4.140

25.Sen. Nilo Coelho 1.143

26.Santa Esmeralda 3.584

27.Sen. Teotônio Vilela 3.319

28.Verdes Campos 928

29.Guaribas 4.121

30.Capiatã 3.617

31. Senador Arnon de Melo 742

32. Jardim de Maria -------

33. Ouro Preto 3.768

34. São Luiz II --------

Fonte: IBGE, 2010.

OBS: Os bairros Jardim de Maria e São Luiz II, por serem bairros novos, não

foram considerados na contagem populacional para o Censo do IBGE.

4.2 Dados Informativos do Bairro Manoel Teles

Conforme Censo 2010, a população do bairro Manoel Teles está por volta de

8.255 habitantes, sendo 3.901 hab. homens e 4.354 hab. mulheres.

O quadro abaixo apresentam os números da faixa etária, existindo mais

jovens do que idosos.

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Quadro 2 – Faixa Etária da População do Manoel Teles - Arapiraca.

FAIXA ETÁRIA POPULAÇÃO PORCENTAGEM

0 a 4 anos 743 9%

4 a 14 anos 2468 29,90%

15 a 64 anos 5324 64,50%

65 anos e + 462 5,6%

Fonte: IBGE, 2010.

Conhecido pelos altos índices de criminalidade, ação integrada de combate

ao tráfico e aos homicídios no bairro, é considerado um dos mais violentos. Forças

policiais ocupam o bairro Manoel Teles, em Arapiraca, matéria destaque retirada da

capa do Jornal Gazeta, edição de 16 de março de 2017.

Matéria do Jornal 7 Segundos, em março de 2017, bairro mais violento de

Arapiraca é ocupado pela polícia e recebe serviços de acolhimento.

Ilustração 2 - Imagem do bairro Manoel Teles - Arapiraca Fonte: Google Imagens em 05/05/2018

A própria administração municipal confirma que é difícil o acesso na

localidade, pelo fato da falta de segurança. A secretária Vanessa Sampaio, cita que

“Não é fácil entrar aqui, mas agora com o apoio da polícia estamos renovando os

nossos serviços”, comemorou.

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Por esse motivo e outros fica difícil de promover ações em prol dessa

comunidade, considerada uma das que apresentam maior vulnerabilidade social em

Arapiraca.

Ilustração 3 - Imagem do bairro Manoel Teles - Arapiraca Fonte: Google Imagens em 05/05/2018

Moradores do bairro Manoel Teles, em Arapiraca, denunciam situação

caótica de ruas na região por falta de saneamento básico, e pavimento nas ruas da

região (ilustração 4). As fotos enviadas à nossa equipe revelam a situação da ruas

Manoel Correia de Macedo e Augustinho Severino dos Santos. É possível ver muito

barro no local, água acumulada e entulho por toda parte. Segundo Maciel, um dos

moradores que denunciam a situação informa que o fato não é novidade. Trecho

retiradodo portal 7 Segundos, da edição de 23 de maio de 2018.

Ilustração 4 - Situação das Ruas do Bairro Manoel Teles prejudica moradores Fonte: Arapiraca, jornal 7 segundos em 23/05/2018.

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Pode-se observar a precariedade dos serviços básicos de infraestrutura

como esgoto a céu aberto podendo trazer diversos tipos de doenças aos moradores

e principalmente as crianças que brincam descalças, lixo espalhado por todo canto,

entulhos, falta de iluminação nas vias aumentado ainda mais o medo de transitar

dos pedestres, o alto índices de violência, das drogas, a prostituição, o

amedrontamento da comunidade em falar sobre as dificuldades e a realidade

presente, a ausência de acessibilidade nas vias, o lazer, tudo isso são fatores que

interferem na região e principalmente na vida da população, sem expectativas de

dias melhores.

A Figura 4 apresenta a imagem do mapa geral do bairro Manoel Teles, onde

mostrauma ótima localização e de fácil acesso a um dos pontos turísticos da

cidade, o Lago da Perucaba (Ilustração 5 e 6) que é uma grande obra de

urbanização e infraestrutura no município, onde existia um matadouro público e o

antigo açude do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS,

atualmente passou a ser uma áreavalorizada e desenvolvida, gerando a

implantação de diversos condomínios de luxo ao seu entorno. O Manoel Teles

confrontando-se com os seguintes bairros: Centro, Baixão, Cacimbas e Zélia

Barbosa.

Figura 4 – Mapa Geral do bairro Manoel Teles Fonte: Google maps em 04/11/2018

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Ilustração5-Imagem Diurna do Lago da Perucaba Fonte: Google imagens em 04/11/2018

Ilustração 6 -Imagem Noturna do Lago da Perucaba Fonte: Google Imagens em 04/11/2018.

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5 RESULTADOS E DISCURSÕES

5.1 Aplicação

Não aconteceram pesquisas em campo no bairro Manoel Teles devido à falta

de segurança, a violência, o medo de falar da comunidade, e pelo alto número de

moradores analfabetos, resguardando a vida e a integridade dos pesquisadores

deste auto. Sendo contabilizando as pesquisas bibliográficas, estudos e

informações fornecidas pela Prefeitura Municipal de Arapiraca e outros meios.

Analisado a realização de palestras com os cidadãos do bairro e a gestão

municipal, em locais de grande concentração e fácil acesso, dentre eles: Creches,

Escolas, Unidade Básica de Saúde e Centro de Referência de Assistência Social,

para informar e apresentar a ideia em estudo orientando-os sobre a existência da

Leida Assistência Técnica Pública e Gratuita, para coletar dados e para saber se

gostariam que fosse executado em suas residências. Mas ao mesmo tempo poderia

ser mal interpretado e direcionado para o lado político devido ao período eleitoral, e

pelo fato da gestão política ter adversários, fugiria do conteúdo principal.

5.2 Como divulgar a aplicação da Lei nº 11.888/2008?

Como proposta a divulgação por meios de campanhas educativas,

distribuição de panfletos ilustrativos e informativos, palestras em áreas públicas

institucionais, como Centro Comunitário, Unidade Básica de Saúde – UBS, Centro

de Referência de Assistência Social – CRAS, Centro de Atenção Psicossocial –

CAPS, capacitação de agentes multiplicadores de informação como os de saúde e

endemias, pois passam de casa em casa levando a informação e tirando dúvidas se

por ventura existir.

5.3 Propor a criação de uma lei municipal

A criação de uma lei municipal contribui na organização de seminários e

oficinas, a fim de esclarecer e difundir a legislação e sua importância, na

implementação da lei no município disponibilizando, quando necessário, técnicos

envolvidos com assistência técnica e finalmente contribuir na formação dos

profissionais interessados noprograma.

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5.4 Quem executará a assistência técnica e quais são as possibilidades de

parcerias?

Sua aplicação pode ser através de convênio ou termo de parceria entre o

Governo Federal, a Prefeitura Municipal, o CREA, o CAU, as entidades promotoras

de programas de capacitação profissional, residência ou extensão universitária nas

áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia civil, os escritórios e outras

associações afins interessadas em participar.

A lei deve abrir oportunidades no mercado de trabalho para engenheiros de

diversas modalidades, arquitetos, urbanistas e técnicos em edificações. Com a

operacionalidade da lei e a mobilização dos movimentos sociais, garantirá a

aplicação e o acompanhamento técnico necessário para sua efetivação.

5.5 Um caso de sucesso da aplicação da Lei nº 11.888 no Município de Suzano/SP

A cidade de Suzano, esta localizada no interior de São Paulo a 34km da

capital, conforme citação de Santos, 2014, as informações a seguir, a localidade

conseguiu implementar a lei, através da lei complementar nº 194, de 02/03/2011,

que dispõe sobre o Programa de Assistência Técnica Gratuita para produção de

moradia popular destinado a famílias de baixa renda, nos termos que dispõe a Lei

Federal nº 11.888, de 24 dezembro de2008.

O município criou o decreto de nº 8141/11, que cria o programa de

assistência técnica no município, e contam com parcerias importantes dos

movimentos de luta por moradia, representantes do CAU/SP e o Conselho

Municipal de Habitação. O referido decreto institui procedimento simplificado para

construção, reforma, ou regularização de edificação já existente, com

finalidaderesidencial unifamiliar, e adota os procedimentos administrativos para

aprovação de projetos e licenciamento de obras no município.

O programa é coordenado pela Secretaria Municipal de Política Urbana -

SMPU, através da Diretoria de Produção Habitacional e Regularização Fundiária-

DPHRF, e está em vigor desde 2011. Segundo a SMPU, a lei municipal foi

discutida no âmbito do Conselho Municipal de Habitação em conjunto com as

entidades de luta por moradia, que hoje auxiliam na divulgação do programa.

Desde então vem assegurando um técnico para a orientação e elaboração do

projeto de arquitetura ou regularização para a família solicitante. Também está

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previsto o levantamento técnico para subsidiar o processo jurídico de usucapião. A

Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Suzano é responsável pelo convênio,

que contata os arquitetos selecionados e os encaminha à prefeitura para

elaboração dos projetos.

O Programa visa oferecer gratuitamente projeto de arquitetura e engenharia

para:

• Qualificar e racionalizar o espaço e oscustos;

• Orientação técnica para a elaboração de projetos de construção

damoradia;

• Orientação técnica na identificação e resolução de patologias

daconstrução;

• Regularização do processo de construção junto à prefeitura;

• Regularização fundiária (elaboração de planta e memorial descritivo

como subsídio para a regularização fundiária);

• Minimizar irregularidades na forma de ocupação – áreas de

interesse ambiental e situação derisco; e

• Inserção urbana adequada.

Para ter acesso ao Programa às famílias beneficiárias precisam se encaixar

nas condicionantes estabelecidas:

• Renda familiar de até 3 salários mínimos;

• Possuir um único imóvel;

• Utilização do imóvel para fins demoradia; e

• Edificação de até 60m².

Também é necessário apresentar a seguinte documentação:

I Formulário padrão que será disponibilizado pela administração

municipal assinado pelo beneficiário;

II Cópia da matrícula atualizada ou outro documento público ou

particular que caracterize a forma pela qual o beneficiário tornou-se titular

da posse ou propriedade do imóvel objeto do atendimento;

III Cópia da cédula de identidade do requerente e cônjuge;

IV Cópia do CPF do requerente ecônjuge;

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V Cópia da notificação de IPTU do exercíciodo requerimento (se

houver);

VI Formulário padrão de declaração de únicoimóvel; e

VII Comprovante de renda do beneficiário, titular de domínio ou

possuidor doimóvel.

Estando dentro destes critérios, a família faz o pedido de inserção no

Programa Municipal de Assistência Técnica, a SMPU verifica a viabilidade técnica

para construção, regularização e manutenção da construção no local indicado, para

então ser realizado o relatório social para a inserção no programa.

No caso dos profissionais, estes são selecionados de acordo com a parceria

formada com a Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Suzano,

que é a entidade responsável por cadastrar os técnicos, auxiliar na formação dos

profissionais e na fiscalização do convênio. Nesta conjuntura cabe ao profissional

selecionado:

• Elaborar projeto que atenda às necessidades domorador; e

• Buscar alternativas técnicas adequadas ao lote e a situação

econômica e orientação técnica.

5.6 Painel das experiências de aplicação da Lei 11.888/2008.

O resumo das iniciativas de aplicação da Lei de Assistência Técnica Gratuita

no território nacional revela conforme citação de Santos, 2014, uma maior

concentração na região sul e sudeste, e em contraposição à região nordeste onde

as experiências são muito mais efêmeras e pontuais.

As experiências aqui relatadas se dão principalmente pela repercussão e

reconhecimento das mesmas em esfera local ou nacional. Os casos aqui

abordados contêm informações valiosas a respeito da assistência técnica.

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2 CASOS 2 CASOS

2CASOS

1 CASO

1 CASO

3 CASOS

3 CASOS

3CASOS 4 CASOS 2 CASOS

7 CASOS

4 CASOS

3 CASOS

4 CASOS

6 CASOS

5 CASOS

Figura 5 – Mapa Esquemático dos casos de Assistencia Técnica nos Estados. Fonte: Editado pelo autor. Formulado a partir de Cunha, et al.

REGIÃO NORTE:

• AMAZONAS

Extensão Universitária em Habitação Popular - UFAM; e

Prosamim - Programa Sócio Ambiental dos Igarapés de Manaus - SUHAB -

Secretaria de Habitação do Estado do Amazonas.

• PARÁ

Assessoria Social em Habitação - Associação dos Sem Teto de São Félix do

Xingú; e

Habitação em áreas Alagadas - Prefeitura Municipal de São Sebastião da Boa

Vista.

REGIÃO NORDESTE:

• BAHIA

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Escritório Público de arquitetura da Universidade de Salvador; Escritório

Público da Prefeitura de Salvador; e

Residência em Arquitetura Urbanismo e Engenharia - RAU+E/UFBA.

• PERNAMBUCO

Programa de Melhoria Habitacional PROHABITE - Visão Mundial;

Programa Parceria nos Morros - Empresa de Urbanização de Recife; e

Projeto Beira Rio - Prefeitura da Cidade do Recife.

• RIO GRANDE DO NORTE

Programa Nossa Casa - CREA/RN e UFRN.

• CEARÁ

Projeto de Micro urbanização no Bom Sucesso em Castelinho - CEARAH

Periferia (ONG).

REGIÃO CENTRO-OESTE:

• DISTRITO FEDERAL

Programa Casa da Gente - FINATEC;

União que constrói - Conag - Conselho Administrativo e Participativo do Guará;

Assistência Técnica à habitação - EGL- Engenharia; e

Programa de Habitação - Coophabe - Cooperativa Habitacional de Brasília e

Entorno LTDA.

• MATO GROSSO DO SUL

Construindo Legal-EMHA Empresa Municipal de Habitação; e

Programa Casa Solidária - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

REGIÃO SUDESTE:

• MINAS GERAIS

Arquiteto da Família - Projeto de Extensão da Universidade FUMEC;

Casa Legal - Projeto de Extensão da Universidade Federal de Viçosa;

Programa Crédito Solidário - executado pelo CJ Arquitetos Associados;

Projeto Calço - Programa de Extensão do Centro Universitário do Leste de

Minas Gerais;

Projeto Técnico Solidário - Projeto de Extensão da Universidade Federal de

Viçosa;

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Projeto Piloto de Arquitetura Pública - Secretaria Municipal Adjunta de

Regularização Urbana; e

Teto Para Todos - Prime Solidária, Organização da Sociedade Civil.

• RIO DE JANEIRO

Mediação na Laje - Instituição Viva Rio;

Melhorias Habitacionais na Favela Santa Marta - Secretaria de Meio Ambiente

e Desenvolvimento Urbano do Rio de Janeiro;

Novo São Bento- Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Rio de Janeiro;

Programa de Aperfeiçoamento Profissional - Instituto dos Arquitetos do Brasil -

RJ;

Projeto El Paso - Associação Habitat para a Humanidade Paraíba do Sul; e

Programa de Subsídio Habitacional - Sindicato dos Arquitetos do Rio de

Janeiro.

• SÃO PAULO

Reabilitação de Edifício em área central – Integra- Cooperativa de Trabalho

Interdisciplinar;

PROSANEAR - Convênio UGP Pat Prosanear/ SNSA/MC;

Projeto Casa Assistência Técnica - Universidade São Francisco;

Programa Municipal de Habitação por Autogestão - CAAP Centro de

Assessoria a autogestão popular; e

Projeto Inovarural - Escola de Engenharia de São Carlos.

REGIÃO SUL:

• PARANÁ

Assistência Técnica em Campo Mourão, Instituto de Pesquisa e Planejamento

Urbano de Curitiba- IPPUC;

Habitar Brasil Bid - Projeto Xanpinhal, Curitiba - Companhia de Habitação

Popular de Curitiba;

Habitar Rural - Cooperativa Central de Crédito Rural com Interação Solidária; e

Projeto Casa Ecológica - Amacidade Associação de Desenvolvimento

Comunitário da Defesa da Cidadania e do Meio Ambiente.

• SANTA CATARINA

Mutirão Habitacional - Arquiteto autônomo;

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Projeto Unocidadania - Universidade Regional de Chapecó- Unochapecó; e

Vila Amizade - Empresa IPM Automação e Consultoria Ltda.

• RIO GRANDE DO SUL

Assistência Técnica à moradia Social - Universidade Federal de Pelotas;

Autoconstrução Gerenciada pela Prefeitura - Empresa Darlan Iribarrem

Empreendimentos; e

Programa ATME - Federação Nacional dos Arquitetos; Programa de Habitação

Rural - convênio: INCRA/UFRS.

O painel das iniciativas da aplicação da lei 11.888/2008, apresentado por

Cunha et al (2007), descreve claramente um grande volume de iniciativas nos

estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, e Rio Grande do Sul. Por

outro lado, no que se refere aos Estados do Nordeste, mais especificamente em

Alagoas, não há registro de qualquer iniciativa semelhante ao programa de

Assistência Técnica Gratuita. Apesar disso, se tem notícia de que os conjuntos

habitacionais produzidos pelos Governos Estadual e Municipal são alvo de

constantes processos de ampliação e alteração, realizados de forma totalmente

autônoma e espontânea por parte de seus habitantes, sem nenhum tipo de

assistência prestada pelos órgãos públicos competentes, ou o devido

acompanhamento técnico.

Como consequência, nestes conjuntos logo após serem ocupados, inicia-se um

novo processo de favelização ou de precarização da construção.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi de fundamental importância para o desenvolvimento deste trabalho, pontuar,

junto aos órgãos representativos, suas proposições relacionadas à Assistência Técnica.

Neste sentido, em 2014, o Confea criou um Grupo de Trabalho para tratar sobre

Habitação, onde o relatório final do Grupo orientou o CONFEA a realizar ações

parlamentares para dar continuidade às tratativas junto ao Ministério das Cidades a fim

de que a Lei nº 11.888/2008 atinja seu propósito, garantindo a participação de mais de

500 entidades de classe de profissionais da Engenharia, em todo o país, mediante

convênios ou termos de parceria com o ente público responsável, para assegurar

assistência técnica gratuita e com qualidade técnica para famílias de baixa renda,

descreveram os integrantes do GT no relatório final.

Já o arquiteto e urbanista conselheiro do CAU/BR, César Dorfman, ressalta que a

AT vem no bojo da arquitetura para a população pobre. “Os arquitetos trabalham para

8% da população, segundo dados da União Internacional dos Arquitetos, a UIA. Essa

assistência é uma via de mão-dupla: ajuda a família e amplia o campo de atuação dos

profissionais”, assinala.

Apesar de a contextualização histórica demonstrar que, o debate sobre

Assistência Técnica vem de longa data, as informações levantadas junto ao município

demonstram, de maneira clara e inequívoca, que existe ainda uma grande

desinformação a respeito da Lei 11.888/2008. O nível de desconhecimento sobre a

mesma alcança desde os gestores das secretarias municipais, que tratam a questão da

habitação social, até os técnicos, engenheiros e arquitetos e incluindo também a

população, à qual a própria lei se destina.

Portanto, apesar da pesquisa reafirmar a hipótese levantada no início desse

trabalho, de que, a falta de informação é um entrave que impossibilita a implantação do

programa de Assistência Técnica no município. Seria incorreto afirmar ser esse o maior

problema enfrentado. Ao longo do desenvolvimento do trabalho ficou de fato

demonstrado que existem outras questões e desdobramentos envolvidos. No caso da

Prefeitura Municipal de Arapiraca, apesar de não faltar informação, convênio, corpo

técnico, de haver possibilidade de recurso financeiro,não existi lei municipal específica e

nem aplicação da Lei 11.888/2008 para implantação do Programa de Arquitetura e

Engenharia Pública nos Bairros.

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Ficou, portanto, demonstrado que, a falta de informação não é o único desafio a

ser vencido para efetivação da lei. Existe uma série de outros fatores que contribuem

fortemente para a questão, como:

• Vontade política para implantação;

• Falta de equipes técnicas capacitadas para ações de assistência técnica;

• Falta de cooperação entre estados e municípios;

• Dificuldade de acesso aos recursos federais; e

• A falta de articulação dos conselhos profissionais de arquitetura e de

engenharia, junto aos governos municipal, estadual efederal.

Estes entre outros fatores e todos eles associados, contribuem fortemente para a

estagnação da referida Lei.

É necessário, portanto, equalizar todas essas questões para que a Lei

11.888/2008, de fato possa se implantada em todo o país.

Para tanto, defende-se neste trabalho que, primeiramente deve ser desconstruída

a ideia de assistencialismo. A Lei 11.888/2008 é um instrumento legal que garante

auxílio profissional para a construção da moradia, portanto, é um direito. Outro ponto

importante é o alinhamento dos governos Federal, Estadual e Municipal nas práticas de

Assistência Técnica, é necessário um entendimento do papel de cada um, além de uma

forte pressão da população, das entidades profissionais e pró-moradia para que esse

direito seja de fato alcançado.

O município, por ser o primeiro a ser atingido pelas construções realizadas sem

auxílio técnico e por ser o ator principal na implantaçãodo programa depara-se com a

necessidade de criar ou reformular a legislação municipal de habitação. O Plano Diretor

e o Plano Municipal de Habitação podem dar o suporte necessário para a utilização mais

efetiva da arquitetura e engenharia pública. Não obstante, a parceria com o estado é

fundamental, é preciso observar as especificidades de cada município. Não se pode em

nenhuma hipótese relegar os direitos da população à vontade política, por isso, todas as

ações precisam estar muito bem planejadas e legalmente articuladas, paraquese torne

uma política municipal contínua, independente da gestão partidária.

Estima-se, portanto, que a elaboração dos Planos Municipais de Habitação, a

flexibilização da burocracia institucional, a obrigatoriedade de aplicação de recursos, a

regulamentação do FNHIS, a capacitação da equipe técnica municipal e o próprio

conhecimento da Lei Federal são de fundamental importância para nortear os municípios

brasileiros na formulação e aplicação de legislação municipal. È importante que essa

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legislação inclua a Assistência Técnica dentro da política municipal de habitação,

levando em consideração as diretrizes propostas pela Lei Federal 11.888/2008. Cabe

aqui acrescentar que a busca pela qualidade de vida por parte da população menos

endinheirada é uma questão de direito do cidadão e, consequentemente é parte

inseparável da construção da prática de cidadania.

Essa proposta de aplicação trás a ideia de implantação da Lei 11.888/2008 no

bairro Manoel Teles, periferia de Arapiraca/AL, através de termo de parceria entre o

convênio (FNHIS), o ente municipal, CREA, CAU, entidades promotoras de programas

de capacitação profissional, residência ou extensão universitária nas áreas de

arquitetura, urbanismo, engenharia civil, edificações e outras associações afins

interessadas em participar.

Poderá ser prestada por profissionais ligados a prefeituras, que atuam em

organizações sem fins lucrativos e profissionais liberais a criação de um cadastro ou

setor responsável pelos profissionais habilitados da área no município para por em

prática o caso de estudo.

E por fim, poder contribuir com o desenvolvimento de forma regular e social da

comunidade carente e que, além disso, necessita dos serviços e da aplicação e/ou

implantação dessa lei no município.

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REFERÊNCIAS

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ANAMACO &LatinPanel,2008. Tendências LatinPanel –Para onde caminha oconsumidor?.Disponível em: <http://www.anamaco.com.br/resumo_dados_materiais.ppt>. Acesso em: 26 de out. de 2017; ANDRADE, Danilo. Políticas Públicas: o que são e para que existem,Publicado em 04 de fevereiro de 2016,disponivel em: <https://www.politize.com.br/politicas-publicas-o-que-sao/> acessado em 04/11/2018;

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Caixa Econômica Federal, Habitação de Interesse Social. Disponível em: <http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/programas_de_repasse_do_OGU/habitacao_interesse_social.asp> acessado em 05/05/2018;

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DATAFOLHA, 2015. CAU/BR,pesquisainédita:Percepções da Sociedade sobre Arquitetura e Urbanismo, Disponível em: <http://www.caubr.gov.br/pesquisa-caubr-datafolha-revela-visoes-da-sociedade-sobre-arquitetura-e-urbanismo>acessado em 26/09/2018;

DIARIO URBANO, Construções irregulares passam quase despercebidas pelos órgãos de fiscalização, Por: Jailson da Paz, Publicado em: 26/07/2017. Home-page Disponível em: <http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2017/07/26/interna_vidaurbana,714790/construcoes-irregulares-passam-quase-despercebidas-pelos-orgaos-de-fis.shtml> acessado em 02/05/2018;

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

Ilustração7–Rua Agostinho Severino dos Santos. Fonte: Autor, 2018.

Ilustração8–Rua Agostinho Severino dos Santos. Fonte: Autor, 2018.

Ilustração9–Rua Agostinho Severino dos Santos. Fonte: Autor, 2018.

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Ilustração10–Rua Agostinho Severino dos Santos. Fonte: Autor, 2018.

Ilustração11–Rua Agostinho Severino dos Santos. Fonte: Autor, 2018.