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Propagação e Antenas – Exame 16 de Janeiro de 2016
IST | DEEC – Área Científica de Telecomunicações 1
Docente Responsável: Prof. Carlos R. Paiva
Duração: 3 horas 16 de Janeiro de 2016
Ano Lectivo: 2015 / 2016 PRIMEIRO EXAME
Nota Inicial – As soluções dos Problemas 3 – 6 podem ser encontradas na resolução do teste do mesmo
dia (16 de Janeiro de 2016).
1. Uma onda electromagnética plana e monocromática é caracterizada pelo vector complexo 3
0 1 2i E E E (em que 3
1 2, E E ). Tem-se, portanto, 0, exp .t i t E r E k r
Admitindo que 1 1 21.4 3 E e e e
1 1 22.5 2 E e e , com 3
ˆ k e , determine todas as
características da polarização desta onda. Represente graficamente o vector complexo 0E e assinale
as características notáveis desta linha.
Sugestão: Definindo 2
0 E , tem-se 1a F e 2b F , em que 0 1 2 0i F F F E .
Solução
16 de Janeiro de 2016 Propagação e Antenas – Exame
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Comecemos por calcular
2 2
0 00.71 5 1.6971 + 1.4731 0.7552 0.6555i i i
E E .
A figura anexa (da página anterior) caracteriza completamente a polarização: PED (polarização elíptica
direita).
2. Num sistema de comunicação óptica operado em regime linear monomodal, qualquer componente
do campo electromagnético tem a forma , , , , ,U x y z t F x y B z t , em que
0 0, , expB z t A z t i z t . Para impulsos gaussianos com trinado C , tem-se
2 2 2 2
20 2 20 0 2 2
0 0 0 0
10, exp 1
2 2 22
L LiC tA t A C
.
Admita que o débito binário obedece à condição 4 1B . Determine, então, o débito binário
máximo para 200 kmL nos três casos seguintes: (i) 0C ; (ii) 6C ; (iii) 6C . Considere 2
2 20 ps km . Indique, para cada caso, a largura (RMS) dos impulsos não só à entrada mas
também à saída da fibra óptica.
Solução
Da condição 4 1B resulta que
0
1
4B B
.
Por outro lado, vem 2 2 2
2 2
2 2
0 0 0
12 2
L LC
2
2 2 2 20 2
0
12
LC L C
2 2 20 2
0 0 0
d2 2 2 1
d 2 2
L LC
22 2
0
0
d0 1
d 2
LC
2 2 2
2 2 2 21 sgn 1C L C L L C C
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2
2 2sgn 1L C C
0 0
22 2
1 1 14 1 ,
4 4 sgn 1
B BL C C
2
0 2
2
1sgn 1
4B p C C
p L
0
2
10 1
4C p B
L
Em geral podemos, então, escrever
max0
max 0 0
20 0
0
,1
014 ,
4
B
pB B C B
L B
.
Com efeito, o débito binário resulta do período temporal (fixo) BT atribuído a cada bit. Quando se tem
0 , devemos considerar a nova regra 04 1B pelo que, neste caso,
0 0
0
1
4B
.
Para 2
2 20 ps km e 200 kmL , vem então
2
1, 0
1 3.4760, 6
0.2877, 6
C
p C C C
C
0
44.7214 ps, 0
110.2974 ps, 6
110.2974 ps, 6
C
C
C
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63.2456 ps, 0
219.8432 ps, 6
18.1948 ps, 6
C
C
C
Com efeito, tem-se
2 2
0 0
2 2
comprimento de 2
dispersãoDL
.
Logo, vem
22 2 2
2 222 2
0 0 0
1 1 sgn2 2 D D
L L L LC C
L L
.
Assim, para 2 0 vem 2sgn 1 , de modo que
2 2
2 0 1D D
L LC
L L
.
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A figura anexa (da página anterior) representa a variação do coeficiente de alargamento dos impulsos
em função do cociente DL L para 2sgn 1 e 6C .
0
max 0
0
3.9528 Gb s, 0
3.9528 Gb s 1.1372 Gb s, 6
2.2666 Gb s, 6
B C
B B C
B C
3. Pretende-se adaptar uma carga 25LZ a uma linha de impedância característica
0 81Z
através de um transformador de quarto-de-onda (com dieléctrico ar) para uma frequência nominal
0 100 MHzf . Nestas condições, determine: (i) o comprimento do transformador; (ii) a impedância
característica xZ do transformador; (iii) o valor máximo max inmax quando
00 2f f ;
(iv) a largura de banda 1 2,f f do transformador quando se impõe a restrição 0.25m . (v)
Finalmente, represente graficamente (de forma qualitativa) f para 00 2f f .
Sugestão:
0
2 20 0
2 1,
2 1 sec
L
L
Z Zfa f
f Z Z a
.
4. Uma linha de transmissão sem perdas, de impedância característica 0 75Z , encontra-se
terminada por uma carga de impedância 50 25LZ j . Determinar a localização e o
comprimento de um “stub”, terminado em curto-circuito, de tal forma que a carga fique adaptada à
linha. Faça a resolução deste problema utilizando duas vias distintas: (i) um processo puramente
analítico; (ii) a carta de Smith.
Deve entregar, com a sua resolução, a carta de Smith onde determinou as duas soluções deste
problema.
Sugestão:
2 2
0 0
2 22 20 0 0
1tan , ,
L L L L
L L L L
R t R t Z X t X Z tt d G B
R X Z t Z R X Z t
2 12
0
0
10
1 0
1 0
1tan , 0
2,
1tan , 0
2
1tan , 0
2
1 1tan , 0
2 2
LL L L
L g
g
Rt tX R Z X
Z dt
R Zt t
YB
B
YB
B
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5. Um sistema de comunicação óptica, a operar em 1.55 µm, utiliza uma fibra óptica com 360 km de
comprimento e requer uma potência mínima de out 25 dBm P no receptor. O coeficiente de
atenuação é 0.5 dB/km. Existem «splices» em cada troço de 30 km e conectores de 1.5 dB de perdas
em cada uma das duas extremidades da fibra. Cada «splice» introduz 0.2 dB de perdas. Determine,
nestas condições, a potência mínima in dBmP e in mWP que pode ser lançada, à entrada, na
fibra.
6. Pretende-se sintetizar um agregado linear com cinco antenas. O espaçamento entre antenas
consecutivas é 3 5d . Pretende-se obter um nível de 20 dB de lobos secundários. No entanto,
o desfasamento progressivo da corrente de cada antena é 2k d . Admita que as antenas são
isotrópicas e que a distribuição de correntes é simétrica. Determine a distribuição de correntes e o
diagrama de radiação do agregado. Faça um estudo pormenorizado dos nulos e dos máximos do
diagrama de radiação. Calcule, em unidades logarítmicas, a directividade e confirme, a posteriori,
os níveis de lobos secundários.
Sugestão:
2 2 42
1 2 1 2 1
2 2 2 2221 2 1 2
16 2 2 0.0413cos ,
1.64982 2 2 2
c c R c c cu k d
cc c R c c
2 21 1 2
1 2
2 1 2
2 2
1 2
max 2 2 2 2
1 2 1 2 1 2
2 cos2
2 2
6 2 8
c cu P c c
c c
c cD
c c c c c c
A
A
7. Dois espelhos planos, A e B, permanecem paralelos e aproximam-se um do outro – cada qual com
uma velocidade (normalizada) do ponto de vista do referencial LAB (laboratório). Quando, do
ponto de vista de LAB, o relógio marca 0t a separação entre A e B é (em LAB) 2L . Nesse
mesmo instante 0t um feixe laser deixa o espelho A em direcção a B. Esse sinal sofre sucessivas
reflexões entre A e B até que os espelhos colidem. Determine a distância total percorrida pelo feixe
do ponto de vista do referencial onde B se encontra em repouso.
Solução
Comecemos por apresentar um diagrama de Minkowski representando a situação descrita neste
problema (figura anexa da página seguinte). O LAB é caracterizado pela base
0 1, e eB .
O espelho A é caracterizado pela base
0 1, f fAB
e o espelho B por
0 1, g gBB .
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Tem-se
0 0 0 0
1 1 1 1
1 1,
1 1
f e g e
f e g e.
A velocidade da luz é (em unidades geométricas) 1c em todos os referenciais. Assim, em qualquer
referencial, o espaço percorrido pela luz é igual ao tempo decorrido nesse percurso. A equiloc do espelho
A é 1m e pode ser representada pelo vector unitário
0f ; a equiloc do espelho B é 2m e pode ser
representada pelo vector unitário 0g . O feixe laser é emitido no acontecimento A e sofre sucessivas
reflexões nos acontecimentos 1 2 3, , ,R R R até à colisão entre os dois espelhos (acontecimento C ). O
espaço percorrido pelo feixe laser corresponde ao vector AC . Do ponto de vista do espelho B, o tempo
(igual ao espaço) percorrido pelo feixe será então
2
2
0 0 1 0 12
11
1
L LT T L
g e e e eAC .