propagacao de frutiferas
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Tânia Regina Pelizza
Engº. Agrº., PhD, Bolsista PRODOC/CAPES
PROPAGAÇÃO DE FRUTÍFERAS
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Centro de Ciências Agroveterinárias – CAV
PROPAGAÇÃO DE FRUTÍFERAS
Aspectos gerais e formas de propagação de plantas
• Propagação sexuada: sementes
• Propagação assexuada:
Estaquia Miniestaquia
Mergulhia
Alporquia
Enxertia
Micropropagação Microestaquia
Estruturas especializadas
2.3 – PROPAGAÇÃO
Prática de perpetuação de espécies.
Na maioria das plantas é um processo natural.
Propagação por sementes
O uso de sementes na fruticultura:
►Obtenção de porta-enxertos;
►Quando a semente é a única forma viável de propagação
(mamoeiro, coqueiro, maracujazeiro);
►Fase inicial de exploração – frutíferas nativas;
► Melhoramento genético.
Vantagens do uso de SEMENTES
- Maior longevidade;
- Desenvolvimento vigoroso;
- Sistema radicular mais vigoroso e profundo;
Desvantagens do uso de SEMENTES
- Heterogeneidade entre plantas;
- Frutificação mais tardia e porte elevado;
- Irregularidade de produção, cor, características
organolépticas e tamanho;
Época de semeadura: depende da época da maturação das
frutas e do poder germinativo das mesmas.
As sementes devem ser provenientes de:
• plantas sadias, adultas;
• possuírem um bom vigor;
• características varietais definidas.
Semeadura: à campo ou em embalagens.
Quando???
• Logo após a colheita das frutas (citros e nogueira-pecan);
• Outras: necessitam um período de repouso para germinarem (estratificação), superando-se a dormência
e favorecendo a maturação fisiológica: sementes de pessegueiro.
Propagação através da estaquia
Planta matriz
Estacas
Fotos: Pelizza, T. R.
Ex.: Figo, goiaba, mirtilo, etc.
Tipos de estacas:
Lenhosa
Semi-lenhosa aérea
Herbácea
Estaca de raiz - subterrânea
Estaca herbácea
Fatores que afetam o enraizamento de estacas
* Fatores internos: intrínseco de cada espécie ou cultivar;
- Condição fisiológica da planta-matriz:
Conteúdo de água, reservas, nutrientes – quando do momento da coleta das estacas;
- Idade da planta matriz:
Estacas oriundas de plantas jovens enraizam com mais facilidade;
- Tipo de estaca: varia conforme espécie e cultivar
Estacas de gemas floríferas enraizam menos;
Porção basal de lenhosas enraizam mais;
- Potencial genético de enraizamento:
Variável em função da espécie e da cultivar (fácil, médio, difícil).
- Sanidade: patógenos ocasionam morte
- Balanço hormonal: equilíbrio dos fitohormônios.
Aplicação externa.
- Oxidação de compostos fenólicos
Escurecimento dos tecidos na região do corte (tóxico).
Comum em Mirtáceas.
•Fatores externos:
- Temperatura: favorece divisão celular; Estimula a taxa de transpiração - herbáceas;Leito aquecido: 18 a 21ºC
- Luz: intensidade luminosa planta-mãe – favorece;
- Umidade: células túrgidas = divisão celular;umidade = patógenos
- Substrato: sustentação da estaca –Diferentes materiais;Porosidade = umidade;
Condicionamento do ramo antes da estaquia:Previamente ao preparo da estaca de difícil enraizamento;- Anelamento e dobra de ramos, estiolamento, poda drástica (rejuvenes.).
• Obtenção de uma grande quantidade de mudas (planta matriz), em pouco tempo e a baixo custo ;
• Técnica de fácil execução;
• Não apresenta problemas de incompatibilidade entre enxerto e porta-enxerto;
• Apresenta melhor uniformidade de plantas;
• Porém, não é viável quando a espécie ou cultivar apresentar baixo potencial para o enraizamento e fraco
desenvolvimento à campo.
Propagação através da estaquia
Planta obtida por estaquia
convencional
Miniestacas
Miniestaquia
Fotos: Pelizza, T. R.
• Propagação de clones que apresentam dificuldades no
cultivo ‘in vitro’;
• Maximizar a qualidade e a uniformidade das mudas
produzidas;
• Maior facilidade, rapidez e diminuição de gastos nas
operações de manejo do minijardim clonal, coleta e
confecção de miniestacas, controle de patógenos, nutrição,
irrigação, tratos culturais;
Miniestaquia
• Maior grau de juvenilidade das miniestacas;
• Mudas de melhor qualidade em termos de vigor,
uniformidade e volume;
• Boa sobrevivência e desempenho da planta à campo.
Porém,
• Há maior sensibilidade das miniestacas às condições
ambientais;
• Há necessidade de maior rapidez entre a coleta dos
propágulos e a sua estaquia.
Aspectos importantes no processo de propaga ção
1.Recipientes: bandejas (poliestireno), plásticas, tubetes, sacos plásticos, etc.
2. Substrato: comerciais, vermiculita, casca de arroz carbonizada, areia, serragem, húmus, perlita, fibra de côco, turfa, espuma fenólica, solo, etc.
Recipientes e substratos
Fotos: Pelizza, T. R.
Fotos: Pelizza, T. R.
Fotos: Pelizza, T. R.
Substratos comerciais : Plantfort , Húmus Fértil , Tecnomax
• Produto química e fisicamente uniforme e estável;
• Isento de nematóides, pragas e microorganismos patogênicos (dispensa expurgo);
• Não exala odores desagradáveis e não fermenta;
• Boa relação custo/benefício, facilidade de manuseio e transporte.
R$: 15,00 saco
® ®
®
Vermiculita expandida
Composta por minerais: hidrossilicatos de Mg, Al, Ca e Fe, originado pela alteração das micas.
Principais vantagens
• Facilidade de obtenção;
• Boa retenção de umidade
• Elevada porosidade;
• pH em torno de 8,0;
• Não se decompõe e não se deteriora.
R$: 38,00 saco
Casca de arroz carbonizada
Suas cinzas são compostas basicamente de sílica bastante alcalinas.
Rico em K
Custo: R$ 26,00/m3
• Baixa densidade (favorece porosidade);
• É leve e porosa permitindo boa aeração e
drenagem;
• Tem coloração escura (base da estaca);
• Tem volume e composição constante;
• Não necessita de tratamento químico para
esterilização (carbonização).
• É livre de plantas daninhas, nematóides e
patógenos;
Areia
• Baixo custo;
• Fácil disponibilidade;
• Com boa drenagem sob nebulização;
• Substrato compacto o que pode prejudicar as
raízes (menos ramificação, etc)
Perlita: apresenta alta capacidade de aeração. Cada partícula é composta por pequenas células de ar que não absorve água, mas que a retém em seu exterior.
Preço:
R$ 130,00 saco de 8 kg.
• Tem origem vulcânica (grupo das riolitas).
• Apresenta alta porosidade;
• pH entre 7,0 e 7,5;
• Não é produzido no Brasil.
Locais de Extração:Argentina, Estados Unidos, Grécia e Turquia.
É o excremento da minhoca produzido através de esterco.
• Rico em micro e macro elementos
• Apresenta pH alcalino
• Facilidade de acesso/compra
• Preço acessível - R$ 1,50 kg
• Produto ecologicamente correto
• Limitação: excesso retenção H2O – pouca aeração
Húmus de minhoca:
Turfa
Material de origem vegetal, parcialmente decomposto, formado por sphagnum, musgos, árvores.
Rico em matéria orgânica.
Composição:
• Substâncias húmicas: ácidos húmicos, fúlvicos.
• Subs. não húmicas:lignina, proteína, etc.
• pH ácido - 3,5 - 4,5
• Limitação: extração
questão ambiental
Fibra de côco
• Apresenta alta porosidade;
• Boa durabilidade (ciclos longos);
• pH neutro: 5,4;
3. Regulador de crescimento: enraizamento (AIB) e formação parte aérea (GA3 e/ou BAP).
4. Irrigação: nebulização
Foto: Pelizza, T. R.
Propagação por mergulhia
Método de propagação vegetativa que permite enraizar uma porção da planta sem destacá-la da planta-mãe.
A mergulhia é feita no solo ou fora dele.
Simples Normal
De ponta
Solo
Contínua Chinesa
Serpentada
Cepa
Aérea Alporquia
Antes de se realizar a mergulhia deve-se efetuar desfolha, anelamentos, incisões ou torções na parte que ficará enterrada.
Mergulhia simples normal
Mergulha-se um ramo da planta diretamente no solo (10-15 cm). Escolhe-se ramos flexíveis do ano, na parte baixa da copa. Instalar um tutor. Deixar a ponta do ramo para fora do solo.
Mergulhia de ponta ou invertida
A ponta do ramo é enterrada até 10 cm de profundidade. Fixar o ramo um tutor.
Tutor
Mergulhia contínua chinesa
Um longo ramo é enterrado (30 cm). O ramo enraizado pode ser cortado em várias mudas como se fossem estacas pré-enraizadas.
Mergulhia chinesa serpentada
Parte do ramo é enterrado e parte fica para fora, alternadamente.
Mergulhia de cepa
Faz-se uma poda drástica do tronco pouco acima do nível do solo, para forçar a emissão de novas brotações. Em seguida à brotação, é feita uma amontoa sobre a cepa, para obter o enraizamento das brotações.
Ex.: Porta-enxerto de macieira, pereira e marmeleiro.
Framboesa e amora – ocorre naturalmente.
Princípio
Pelo sombreamento parcial ou total do ramo são proporcionadas condições de umidade, aeração e ausência de luz que favorecem a emissão da raiz.
Época de realização: primavera ou fim do verão período crescimento das plantas;
> Potencial enraizamento – partes jovens;
-Técnica recomendada para espécies com dificuldades de multiplicação por outros métodos;
- Exige grande quantidade de mão-de-obra;
- Baixo rendimento;
- Custo elevado;
Alporquia
► Ramo lesionado - envolto por um substrato (terra, areia,
matéria orgânica ou esfagno.
► Os materiais podem estar contidos em vasos, panos ou sacos
plásticos.
► É um método caro;
► De baixo rendimento;
► Maior uso: floricultura
Quando utilizar a alporquia?
Quando o ramo, por não possuir comprimento
suficiente ou por não ser flexível, não consegue ser dirigido
até o solo.
Tempo para o enraizamento em alporque de algumas espécies frutíferas
Espécies Tempo (m édia)Cereja 06 mesesFigo 02 meses
Jabuticaba 01 a 02 anosRomã 03 mesesMyrtáceas em geral 02 a 06 meses
Propagação por Enxertia
Forma de propagação onde se
colocam em contato duas porções de
tecido vegetal, de forma que se unam e
dêem origem nova planta.
Enxertar vem do latim insertare - inserir, introduzir.
Uma planta propagada por enxertia é composta de
duas partes:
- Enxerto ou garfo: parte de cima - formação parte aérea
- Porta-enxerto ou cavalo: suporte da planta – sistema
radicular
(Porção intermediária –
interenxerto ou filtro)
UTILIZAÇÃO DA ENXERTIA
- Manter as características genéticas (clone);
- Propagar plantas que não sejam possíveis de propagar por outros métodos;
- Obter benefícios do porta-enxerto;
- Substituir cultivares de plantas estabelecidas;
- Evitar problemas de juvenilidade;
- Recuperar partes danificadas de plantas (pragas, ventos, etc);
- Estudar enfermidades viróticas;
- Combinar clones e cultivares.
Espécies frutíferas propagadas
comercialmente por enxertia:
- Pessegueiro - Pereira
- Ameixeira - Videira
- Nectarineira - Citros em geral
- Macieira - Mangueira
- Caquizeiro
TIPOS DE ENXERTIA
Borbulhia – ou enxertia de gemaPlantas cítricas e Rosáceas
T normal
T invertido
Borbulhia de gema com lenho
Enxertia de garfagem
Fenda dupla ou inglês complicado
Fenda cheia
Encostia
Propagação por Estruturas especializadas
Caules, folhas ou raízes modificadas.
Ex.: morangueiro, bananeira, abacaxizeiro, framboeseira, amoreira-preta.
Morangueiro: estolão Amoreira-preta: rebentos
Abacaxi: rebentos
Bananeira: rizomas
Framboesa: rebentos
Micropropagaçãode plantas
Fotos: Pelizza, T. R.
Micropropagação
• Rápida multiplicação de material em curtos
períodos de tempo e espaço;
• Enraizamento de plantas
que apresentam dificuldades
de enraizamento in vivo.
• Porém, altos custos de
produção.Foto: Pelizza, T. R.
Plantamicropropagada
Microestacas
Microestaquia
Fotos: Pelizza, T. R.
Microestaquia
• Bom índice de enraizamento;
• Qualidade do sistema radicular em termos de
vigor, uniformidade, volume, aspecto e formato;
• Redução no tempo de permanência das mudas no
viveiro;
• Maior taxa de crescimento e sobrevivência das
mudas no campo;
• Redução na operacionalização (redução na mão-
de-obra);
• Eliminação do uso de fitorreguladores para
promover o enraizamento.
• As microestacas apresentam maior sensibilidade
às condições ambientais durante o enraizamento
(material + tenro);
• Há a necessidade de instalações adequadas
(laboratório) para rejuvenescimento de material;
• Custos significativos para obtenção de uma
muda;
• Algumas espécies/clones apresentam
dificuldades de rejuvenescer.
Tânia Regina Pelizza
Engº. Agrº., PhD, Bolsista PRODOC/CAPES
E-mail: [email protected]
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Centro de Ciências Agroveterinárias – CAV
PROPAGAÇÃO DE FRUTÍFERAS