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IMPLANTAÇÃO E PRODUÇÃO DE SERINGUEIRA CONSORCIADA COM CAFÉ UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB DEPTARTAMENTO DE FITOTECNIA E ZOOTECNIA – DFZ DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS CURSO: ENGENHARIA AGRONOMICA DOCENTE: LUIS HUMBERTO SOUZA DISCENTES:

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Page 1: Projeto Seringueira e Café

IMPLANTAÇÃO E PRODUÇÃO DE SERINGUEIRA CONSORCIADA COM CAFÉ

DEZEMBRO / 2005

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESBDEPTARTAMENTO DE FITOTECNIA E ZOOTECNIA – DFZDISCIPLINA: GRANDES CULTURASCURSO: ENGENHARIA AGRONOMICADOCENTE: LUIS HUMBERTO SOUZADISCENTES:

Page 2: Projeto Seringueira e Café

Introdução

A seringueira tem origem no centro Brasileiro-Paraguaio, especificamente no vale do Rio Amazonas. (3º LN a 15° LS).

No Brasil, na área tradicional, a heveicultura tem abrangência na Amazônia Tropical Úmida, Mato Grosso e Bahia. Em área não tradicionais, é cultivada nos estados de Góias, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Maranhão, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. No Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba estão concentradas as maiores plantações do Estado de Minas Gerais, alcançando produtividade de, aproximadamente, 1.500 kg de borracha seca/ha/ano. Do ponto de vista social, a heveicultura é muito importante principalmente, na fixação do homem no campo, pois produz o ano todo.

Seringueira é o nome vulgar de uma planta do gênero Hevea, família Euphorbiaceae, que foi introduzida na Bahia por volta de 1906. A sua dispersão natural está circunscrita aos limites da região Amazônica Brasileira, porém mostrando grande adaptabilidade aos mais variados ambientes.

A espécie Hevea Brasileira (Wild. Ex. A. Juss.) Muell. Arg é a mais explorada economicamente, por produzir látex de melhor qualidade e com elevado teor de borracha.Uma das grandes vantagens do cultivo é sua exploração econômica durante o longo ciclo de vida da planta, sem a necessidade de desnudamentos periódicos do solo. Temperatura e umidade relativa do ar são os elementos do clima que mais exercem influência nos diversos estágios de desenvolvimento da planta.

Maior ênfase tem sido dada à exploração em sistemas agroflorestais com mais de um cultivo perene e/ou de ciclo curto.A seringueira se comporta muito bem com culturas intercaladas. Apresenta um período juvenil que vai até seis ou sete anos. Atingindo a maturidade requer uma área útil de 21 a 25 m2/planta, em arranjos diversos, para que possa vegetar e produzir economicamente.

A seringueira desenvolve-se melhor em temperatura média do ar anual de 20ºC, sendo que os limites térmicos mais favoráveis à fotossíntese estão entre 27 e 30ºC. Para o fluxo de látex, o intervalo entre 18 e 28ºC é o mais indicado.

A seringueira é susceptível à geada, principalmente na fase jovem. Os primeiros danos letais ocorrem nas folhas em temperatura de 0°C a -1°C. Temperatura menor que -3°C é letal para a maioria dos clones.

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Em temperatura £ 10ºC o crescimento é nulo. A seringueira não tolera geadas, logo o plantio não deve ser feito em altitudes muito elevadas, onde ocorrem com freqüência. Em altitudes de 910m, no Triângulo Mineiro, a cultura apresenta um desenvolvimento muito bom. Em São José do Rio Preto, em São Paulo, a 500m de altitude, a cultura tem um excelente desenvolvimento (Planalto Paulista 510-450m). Regiões com umidade relativa do mês mais seco (URs), situando entre 50 e 75%, ER superior a 900 mm e Da entre 0 a 300 mm são considerados preferenciais para o desenvolvimento da seringueira.

A seringueira tem-se comportado muito bem em consorciação com cultivos econômicos, por exemplo, o café. Existem diversos estudos realizados que comprovam o sucesso deste bom desempenho, na região do Triângulo Mineiro, assim como o Sul, Oeste e Alto Paranaíba, concentram grande produção cafeeira e são áreas problemáticas no aspecto referente às geadas, as quais ocorrem com maior freqüência e intensidade nesses locais, fazendo com que as práticas de arborização de lavouras sejam executadas.

As perspectivas de crescimento da produção de borracha natural no Brasil são muito positivas. Recentemente, alguns aspectos não vinculados à extração do látex também vêm contribuindo para impulsionar a heveicultura. Um deles se refere à proteção ao solo e aos mananciais proporcionada pelo cultivo da seringueira, o que a coloca em evidência numa época em que a preservação ambiental está no centro das preocupações.

Este projeto tem como objetivo a implantação do cultivo de seringueira e o consórcio de seringa com café, na região de Vitória da Conquista - BA, onde será implantado 10 ha, sendo que 5 ha será consorciado com cafeeiros. O manejo será planejado até o décimo ano de produção da cultura.

Para o consórcio utilizaremos os clones de seringueira RRIM 600 e o clone nacional IAC 15 e a variedade de café Catuai Vermelho devido aos bons níveis de produtividade.

Especificação da área com 5 ha consorciado com o café:

Espaçamento do café: 2x 1m Quantidade de mudas de café: 3000 planta/ha Espaçamento da seringueira: 6x2m Quantidade de mudas de seringueira: 200 planta/ha

Para os 5 ha de seringueira:

Espaçamento da seringa: 7x 3m

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Quantidade de mudas de seringa: 476plantas/há x 5 ha = 2.380 plantas

Total de mudas de café: 15.000 plantas + 10 % de replantio se necessário = 16.500 mudas.

Total de mudas de seringa: 3380 plantas (2.380 + 1.000 plantas do consorcio com o café) + 10 % de replantio se necessário = 3.718 mudas.

A Análise de solo escolhida é a LA (EBDA)

Produção de mudas de seringa

O sucesso da cultura depende basicamente da utilização de mudas de qualidade superior, sendo fundamental a produção de porta-enxerto vigorosos e a escolha de clones adaptados à região, com alto potencial de crescimento e produção.

O processo de produção de mudas é dividido em etapas:

Aquisição de sementes:

As sementes serão adquiridas de empresa certificada. Serão utilizadas 45,2kg de sementes com o poder germinativo de 70%.

SementeiraO canteiro é preparado com areia lavada, serragem curtida ou terriço deve ser coberto a um nível de 60 a 80% de sombreamento. Localizada próxima do viveiro e da água. Como a regiões é muito fria à noite utilizará proteção lateral nos canteiros. O semeio é feito, pressionando as sementes até cobrir a sua micrópila (poro germinativo), Após a germinação, quando as plântulas atingirem estádio de "patas-de-aranha", pode-se iniciar a sua repicagem para o viveiro. O plantio é feito a uma profundidade 2,5 cm da superfície do solo, tendo-se o cuidado de não separar a semente da plântula.

ViveiroDeve ser bem localizado, ou seja, próximo de estradas, longe de baixadas, ter água de qualidade e abundância, deve ser feito em solos de boa drenagem e profundo, bem alinhado, em formas de blocos, em espaçamento de 0,2 m x 1,0 m. O viveiro terá cerca de 1267,5m². A enxertia pode ser iniciada, quando os porta-enxertos atingirem um diâmetro de 1,2 cm, a 5 cm do solo, condicionada à facilidade de soltura da casca do porta-enxerto e da borbulha. Serão utilizados 6.337,5 porta enxertos.

Tipos de muda

A muda utilizada é a de sacola plástica, podendo as mudas serem transplantadas para o campo com a gema do enxerto dormente ou

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até com 2 lançamentos foliares. Os fundos das sacolas devem ser perfurados, permitindo a passagem da raiz pivotamente para o solo e evitar o seu nivelamento.

Adubação de formação das mudas de seringueira:

Preparo do substrato: Duas partes de terra peneirada para uma parte de esterco de

bovino curtido. Para cada m3 desta mistura:

500 g de P2O5 + 300 g de K2O. Fontes de fósforo:

Para cada m³ de substrato uma mistura de 45 g de MgO + 0,5 g de B + 0,5 g de Cu + 2,5 g de Zn

Fonte de potássio: Utilizar o cloreto de potássio.

Em cobertura, após a repicagem, aplicar mensalmente, por meio de regas, uma solução de 40 g de sulfato de amônio por 10 litros de água, para cada m2 de canteiro.

Implantação de 5 ha de seringueira:

Localização da área

A área para implantação de seringais deve apresentar topografia plana ou ligeiramente ondulada, com até 5% de inclinação. Em declives maiores as linhas de plantio devem ser dispostas em nível.O solo deverá apresentar de preferência textura média, ter boa drenagem, ser de fácil acesso, ter boa disponibilidade de água.

Alinhamento

O alinhamento tem por objetivo a distribuição ordenada, no terreno, das plantas de uma cultura qualquer. Deve permitir igual insolação à todas as plantas e melhor aproveitamento do terreno destinado à cultura. Feito com o auxílio de balizas, consiste na demarcação de uma linha mestra disposta vertical ou horizontalmente a determinada referência, como, por exemplo, uma estrada ou mesmo uma via de acesso secundária. Paralelas a essa linha mestra, e no espaçamento adotado para a cultura, traçam-se as demais linhas necessárias à complementação do número de plantas que se tem por objetivo

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estabelecer. Sobre todas as linhas assim demarcadas e com o auxílio de pequenas estacas, marcam-se os pontos em que serão abertas as covas destinadas às mudas.

O plantio será de forma retangular em 7m x 3m.

Marcação e piqueteamentoNas áreas planas, as linhas de plantio devem ser marcadas, se possível, no sentido norte-sul, obedecendo ao espaçamento 8,0m entre linhas e 2,5m entre plantas (500 plantas/ha), sempre em curva de nível.

Em área declinosas, as linhas de plantio devem ser demarcadas de modo a não se afastarem muito do espaçamento recomendado. Deve-se procurar obedecer a uma faixa entre 12 a 5m entre linha.

Neste caso, é comum a ocorrência de linhas mortas. Posteriormente, faz-se a capina das faixas e, em seguida, a locação das covas, estaqueando-se a linha no espaçamento de 2,5m.

Plantio

Após a abertura e preparo das covas, no início do período chuvoso, fazer o plantio definitivo. No caso de mudas de raiz nua, deve-se firmar bem a ponta da raiz com a ajuda de um piquete, de modo a não formar bolsões de ar. Comprimir bem a terra em volta da muda.

Quando o plantio é realizado com muda ensacolada, deve-se levá-la até ao lado da cova, retira-se o plástico e introduz-se a muda na cova, cuidando-se para não destorroá-la. Comprime-se a terra em volta do torrão.

Correção do Solo

A correção do solo será feita pelo calcário, em função dos resultados da análise de solo e das necessidades das culturas.

N.C. = T (V2 – V1)/100 x f

Elevando a saturação por bases para 70%.

N.C. = 10,4 x (70 – 15,3) / 100 x 1,25

N.C. = 7,1 ton/ha

O calcário utilizado será o magnesiano já que a relação Ca/Mg está na faixa de 1,5 a 3,0.

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Adubação da cova de seringueira:

Para a seringueira, a adubação será apenas com fósforo. Sendo o teor deste elemento encontrado no resultado da análise de solo igual a 2 mg/dm3, deverão ser usadas 45g de P2O5/ cova.

Adubação de formação e de Produção do Seringal

A adubação de formação e de produção do seringal será feita com base na tabela abaixo, observando os resultados das análises do solo.

Adubação de formação e de produção do seringal* g/cova:

Nutrientes

Ano 1 Ano 2 Ano3 Ano 4

Ano 5 - 10cova 30 d 60d

N - 15 15 30 60 90 120P2O5 45 - - 45 90 135 180K2O - 15 15 30 60 90 120

* Recomendação de acordo com a análise do solo e as doses de N e K2O, a partir do 2o ano agrícola, serão parceladas em três vezes e aplicadas no início, meio e fim da estação chuvosa.

Quantidade total de adubos utilizados na formação e produção de 3380 plantas de seringa.

Adubo Ano Quantidade g/planta

Total kg

N 1 30 101,432 30 101,433 60 202,864 90 304,295* 120 405,72

P2O5 1 45 152,1452 45 152,1453 90 304,294 135 456,435* 180 608,58

K2O 1 20 67,622 20 67,62

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3 40 135,244 60 202,865* 80 270,48

*A adubação permanece a mesma, do 5ª ao 10ª ano.

Os adubos serão distribuídos em faixas laterais às linhas do seringal, na região de maior concentração do sistema radicular. respectivamente do segundo ao sétimo ano após o plantio. A largura da faixa adotada será de 1,5m.

Abertura das covas

Para a abertura das covas, deve ser feito primeiramente o sulcamento das linhas de plantio e em seguida a demarcação das mesmas. Toda a terra retirada das partes mais profundas da cova deverá ser posta de lado e não utilizada para reenchimento. A porção de terra retirada da cova, incorporar a seguinte adubação:

- 20 litros de esterco de curral bem curtido, quando disponível;

- 30 g de P205, 30 g de K20 e, em solos deficientes, com teores de Zn inferiores a 0,6 mg/dm3, 5g de Zn.

- A mistura desses adubos com a terra que vai ser usada no reenchimento da cova deveria ser o mais uniforme possível e feito, igualmente com alguma antecedência do plantio.

ReplantioDeve ser feito com mudas reservadas para tal e da mesma idade. O replantio não deve ultrapassar a 10% e deve ser feito no máximo até o 2° ano após o plantio. Neste caso, usar muda de toco alto.

Controle de plantas invasoras

Controlar as ervas numa faixa de 2m na linha de plantio, deixando as entre-linhas com a vegetação natural e quando necessário, fazer apenas uma roçagem, caso não sejam feitos plantios intercalares. O controle pode ser feito com herbicida em seringais com mais de dois anos de idade.

Desbrota

A eliminação dos ramos surgidos na haste principal deve ser feita

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até uma altura de, aproximadamente, 2,50m em relação ao nível do solo.

Condução da copa

Deixar crescer 3 a 5 ramos bem distribuídos a partir de 2,5 a 3,0m de altura em relação ao solo.

No caso de árvores quebradas, se o painel de sangria não foi afetado, cortar em bisel próximo ao ponto quebrado. Se o painel foi afetado, cortar próximo à soldadura do enxerto.

Sangria

O sistema de sangria baseia-se em equilibrar as relações fonte-dreno (fonte é o órgão que produz carboidratos para o crescimento e funções vitais da planta e dreno é o órgão consumidor). Um sistema de sangria muito intensivo, com excesso de produção, leva as plantas ao estresse fisiológico, ocasionando alto índice de secamento de painel e reduzindo a produção futura. A sangria é iniciada quando pelo menos 50% das árvores (cerca de 200 árvores/ha) atingirem 45cm de circunferência do caule, a 1,30cm acima da soldadura do enxerto.

Um sistema de sangria baseia-se principalmente no número de sangrias por ano e na intensidade de estimulação. Quanto mais sangrias, menor a intensidade de estimulação e, quanto menos sangrias, maior a intensidade de estimulação para se obter a mesma produção.

Quanto menos sangria se fizer por ano, mais eficiente é o sistema de sangria, pois ocorre a redução de mão-de-obra e a diminuição do consumo de casca anual, proporcionando maior longevidade das árvores.

A freqüência das sangrias é representada pela letra D e essa freqüência e dada em função do manejo. Como o manejo oferecido será até 10 anos o sistema de sangria escolhido será o D3, ou seja, intervalo de uma sangria a outra de 3 dias.

Freqüência de sangria x consumo de casca

    6d/7 sangria, seg a sab

 Consumo de casca por corte (mm)

Número de cortes por ano

Consumo anual (cm)

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D3

1,5 91 13,65

O sistema adotado será o de meia espiral, ou seja, esse sistema é feito quando a planta encontra-se com perímetro do ronco ³ 45 cm a 1,30 m da soldadura do enxerto, perímetro do tronco ³ 50 cm a 1,00 m do solo. A inclinação do corte de 30°.

Beneficiamento e Comercialização

O látex pode ser comercializado de forma “in natura”, quando seu beneficiamento se processa fora da propriedade, ou poder utilizado na produção de folhas defumadas, desde que o imóvel disponha de pequenas usinas de beneficiamento. Ainda a borracha pode ser comercializada como coágulos e cernambis. Na região sudeste da Bahia, há uma infra-estrutura moderna de beneficiamento, que, além de absorver toda a produção regional, produz diferentes linhas básicas, desde o látex concentrado até os mais diversos tipos de borracha sólida com demanda no mercado.

Implantação dos 5ha de seringueira consorciado com o café

Quantidade de plantas: 3.000/ha em 5 ha serão 15.000 plantas

Aquisição das mudas

As mudas de café destinadas ao plantio devem ser de boa qualidade, provenientes de viveiros idôneos e fiscalizados pela Secretaria Estadual de Agricultura. Mudas de qualidade devem ser vigorosas, apresentar folhas grandes, devem estar isentas de doenças, principalmente de nematóides e não apresentarem problemas de raízes, como o "pião torto" de viveiro, que é um entortamento da raiz principal ocasionado pelo transplante mal feito. Também devem estar bem aclimatadas ao sol e sem deficiências nutricionais. O estágio ideal da muda para plantio é de 4 a 6 pares de folhas.

Escolha da área

O preparo inicial compreende as operações a serem realizadas no terreno, a fim de que se crie condições para as operações de preparo do solo, como aração, gradagem e sulcamento. O preparo inicial depende muito da cobertura vegetal ou do uso anterior do terreno. As áreas deverão receber aração profunda e gradagem para i incorporação dos corretivos ao solo. As vésperas do plantio, deve ser feita mais uma gradagem para o controle das daninhas e o sulcamento profundo (40 a 50cm) a cada 4m.

Plantio

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O plantio deve ser feito em novembro – dezembro, utilizando mudas de qualidade com um acréscimo de 20%.

Podas e desbrotas do cafeeiro

Em sistema de café adensado, é extremamente necessário a realização de podas periódicas, pois assim evita o fechamento da lavoura, melhorando a produção.Como regra geral, até a quarta safra, as podas não são necessárias. No entanto, a partir daí, as podas são de extrema importância. A recomendação é que essas podas sejam sempre feitas após uma boa safra, assim, após a quarta ou quinta colheita, realiza-se a poda ou recepa em linhas alternadas.

Adubação do cafeeiro ( para 15.000pl/ha)

Adubação da cova

Adubo g/cova Quantidade KgP2O5 30 450K2O 20 300Esterco 5kg 75.000

Obs: Os fertilizantes devem ser bem distribuídos e bem misturados com toda a terra de enchimento da cova, para evitar o desequilíbrios nutricionais ou problemas com toxidez pelo contato direto das raízes com o fertilizante.

Adubação pós plantio

No inicio do período chuvoso;

5 a 10g de N em parcelado em 3 a 4 vezes distantes 10 a 15 cm do pé de café.

No final do período chuvoso;

2,5 a 5 g de N , parcelado 1 a 2 vezes após o pegamento, distantes 10 a 15 cm do pé.

Adubo Ano 1 Ano 2 Ano 3 e 4N 10g 80g 120gK2O 20g 80g 120g

Parcelar 3 a 4 vezes no período chuvoso

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No 3ª e 4ª ano, realizar analise de solo para verificar os níveis de P, aplicar 20 a 40g de P2O5 caso o teor esteja abaixo de 10ppm.

Adubação de formação e produção.

Adubo g/ cova Quantidade kgN 80 1200K2O 80 1200P2O5 15 225

Doenças da Seringueira

Cancro-Estriado e Cancro-do-Tronco

Causado pelos mesmos patógenos da requeima e da queda anormal das folhas Phytophthora spp.

Ocorrência: Ocorre em todos os continentes onde a seringueira é cultivada.Importância: O cancro-estriado ou cancro-do-painel, e de suma importância podendo ser comparado ao mal-das-folhas, interrompe as sangrias durante o período chuvoso, prejudicando a produção. O cancro-do-tronco, pode danificar as plantas com a formação de sintomas de cancro típico, ou anelar e matar as árvores.

Disseminação do patógeno: O patógeno que causa os cancros é o mesmo que causa a requeima e queda anormal das folhas, desta forma vive na copa das árvores e acredita-se que seja disseminado pela chuva. Penetrando nas plantas pelas lesões provocadas pelo painel ou por outros ferimentos que existam no tronco.

Controle do Cancro-Estriado e do Cancro-do-Tronco

Evitar a instalação de seringais em locais de topografia acidentada.

Instalar aparatos para desviar a chuva do painel. Selecionar clones resistentes Realizar cirurgias para retirada de porções afetadas da planta. Pulverizações com fungicidas.

Doenças da Copa das Seringueiras Causadas por Phytophthora spp.

Requeima da seringueira queda anormal das folhas

Ocorrência:

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Ocorre somente no Brasil, na Amazônia, porém com maior importância no sudeste da Bahia.

Importância: Nos últimos anos tem provocado danos superiores ao mal das folhas, ataca folhas, frutos e hastes.

Controle das Doenças da Copa das Seringueiras

Controle com fungicidas. Escape pelo local, ou plantações em Áreas Escapes.Limpeza e queima de ramos e galhos infectados da porção mais baixa da copa

Mal das Folhas da Seringueira

 Causado por Microcyclus ulei

 Importância:  É a mais séria das doenças da seringueira e o principal problema para o estabelecimento dos seringais de cultivo nas Américas Central e do Sul.

 Principais danos causados:  Desfolha prematura em árvores adultas, facilitando a incidência de outras doenças podendo levar as plantas a morte.  Nos viveiros e jardins clonais, acarreta perda de crescimento, redução do número de plantas apropriadas para enxertia.

Controle do Mal das Folhas da Seringueira

 Por meio da resistência de plantas.  Controle com fungicidas.  Escape pelo local, ou plantações em Áreas Escapes.

PRAGAS

A principal praga da seringueira é o mandarová (Erinny ello e E. alope). Seu controle pode ser feito com utilização do DIPEL(Bacillus thuringiensis), que atua sobre as lagartas de maneira geral. Os esporos da bactéria são produzidos em laboratório. Ainda pode ser controlada com piretróides (formulados com óleo) ou catação manual em seringais jovens.

Outras pragas encontradas, de menor importâncias, são as formigas, vaquinhas, mosca branca, cachonilhas, cupins, paquinhas, coleobrocas, ácaros e percevejos-de-renda.

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Estado da Bahia poderá voltar a ocupar uma posição de destaque mundial na produção de borracha, com a ampliação da área plantada com seringueiras. A adoção desses sistemas irá garantir maiores oportunidades de emprego e renda, devido ao maior uso de mão-de-obra nas diferentes fases de desenvolvimento e com conseqüente fixação do homem no campo, proporcionando melhorias nas condições gerais de vida à comunidade local. Além do mais, estaremos explorando o potencial de seqüestro de carbono atmosférico das duas culturas, pois se têm registros de que as seringueiras retiram quantidades de CO2 idênticas às essências florestais, inserindo-se perfeitamente dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).