projeto santa rita

51
2013 RICARDO JAMPANI PICININI ENGENHEIRO AMBIENTAL 01/09/2013 PROJETO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

Upload: ricardo-picinini

Post on 26-Oct-2015

28 views

Category:

Documents


6 download

TRANSCRIPT

2013

RICARDO JAMPANI PICININI

ENGENHEIRO AMBIENTAL

01/09/2013

PROJETO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

1

Sumário

1. Introdução .............................................................................................................................. 2

2. Dados da Organização ............................................................................................................ 3

3. Caracterização da área a ser restaurada ................................................................................... 3

3.1. Localização da área ..................................................................................................... 3

3.2. Recursos hídricos ......................................................................................................... 5

3.3. Solo ................................................................................................................................ 5

3.4. Relevo ........................................................................................................................... 6

3.5. Clima .............................................................................................................................. 7

3.6. Vegetação ..................................................................................................................... 7

3.7. Fauna ............................................................................................................................. 8

3.8. Uso e ocupação do solo .............................................................................................. 8

3.9. Degradação ambiental ................................................................................................. 9

4. Metodologia ......................................................................................................................... 10

4.1. Eliminação dos fatores de degradação .................................................................... 11

4.2. Manejo do Solo ........................................................................................................... 13

5. Plantio .................................................................................................................................. 14

5.1. Reflorestamento Tradicional ..................................................................................... 15

5.2. Reflorestamento Agroflorestal ................................................................................... 21 5.3. Reflorestamento Nucleação ...................................................................................... 29

6. Cronograma de execução ...................................................................................................... 44

7. Encerramento ....................................................................................................................... 45

8. Bibliografia .......................................................................................................................... 46

ANEXOS ................................................................................................................................. 47

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

2

1. Introdução

O assentamento Santa Rita, situado no município de Tupi Paulista - SP atende

31 famílias e possui área total de 749,5542 hectares. Apresenta duas áreas de reserva

legal, de 88,2466 e de 67,8957 hectares (área total igual a 156,1423 hectares);

incluídas nessas áreas de reserva estão às áreas de preservação permanente. O

assentamento foi implantado pela Fundação Instituto de Terras do Estado de são Paulo

“Jose Gomes Silva”(ITESP) oficialmente por meio da Portaria ITESP 12, de 08 de

dezembro de 2000.

O ITESP vem desenvolvendo o “Plano de Recuperação nos Assentamento do

Pontal do Paranapanema – Pontal Verde” (ITESP 2001), cuja premissa é a implantação

de florestas através da participação comunitária.

Vindo de encontro com esta premissa a Frente De Apoio Comunitário – Sonho

Nosso está apoiada em uma nova concepção da restauração sócio-ambiental, que

constrói sustentabilidade ao longo do tempo por facilitar o desenvolvimento local por

meio de uma cultura ambiental e cooperativa, incluindo a orientação e capacitação de

um grupo de assentados para a prestação de serviço em restauração ambiental.

O objetivo deste projeto é promover a recuperação das áreas de preservação

permanente e reserva legal no assentamento Santa Rita, no Município de Tupi

Paulista, aplicando técnicas de plantio de mudas de espécies nativas na região. Será

recomposta uma área total de 15 hectares.

A presente proposta preconiza a participação dos assentados na recomposição

da vegetação natural, em todas as fases do projeto e nos modelos de recuperação a

ser desenvolvida, fazendo parte do Projeto Plantadores de Florestas já em andamento

com a comunidade local.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

3

2. Dados da Organização

Empresa responsável: SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário

Endereço: Rua José Maria Calazans, 550

Bairro: Centro

Município: Nova Guataporanga – SP

CNPJ n°: 06.065.829/0001-59

OCISP n°: 08026.003591/2004-22

3. Caracterização da área a ser restaurada

O Assentamento Santa Rita, situado no município de Tupi Paulista - SP (altitude

400 metros; latitude 2113’ e longitude 5120’), região oeste do estado de São Paulo.

Possui área total de 749,5542 hectares, sendo 581,50 ha de área agricultável. A área

verde ocupa uma área de 156,1424 ha correspondendo a 20,83% da área total.

3.1. Localização da área

Área de 15 ha, na reserva legal 2 do Assentamento Santa Rita I, Munícipio de Tupi

Paulista, estado de São Paulo.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

4

Calculo Analítico da Área, Azimute, Lados, Coordenadas Geográficas e UTM DATUM: SIRGAS 2000 Meridiano Central: - 51o00’00” WGr

Perímetro: 1647.67 metros

Área Total: 150005,3672 m2 15.0005 ha

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

5

Mapa da área a ser reflorestada

3.2. Recursos hídricos

O assentamento é delimitado pelo Córrego Guaraciaba ao norte e pelo Ribeirão

dos Marrecos ao sul.

Está inserido na bacia hidrográfica do Rio do Aguapeí, mais especificamente na

sub-bacia do Baixo Aguapeí ou – utilizando-se outra subdivisão – na sub-bacia do

Ribeirão dos Marrecos.

3.3. Solo

Segundo o mapa pedológico da Bacia do Rio Aguapeí (SIGRH 1997), os tipos de

solo que ocorrem na região do município de Tupi Paulista são:

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

6

Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico, argila de atividade baixa, abrúptico, A

moderado, textura arenosa/média, relevo suave ondulado e ondulado. Inclusões

de Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico, argila de atividade baixa, abrúptico e

não abrúptico, A moderado, textura arenosa/média e média; Solos Litólicos

eutróficos, A moderado, textura média, substrato arenito (PVe3);

Podzólico Vermelho-Amarelo eutrófico, argila de atividade baixa, A moderado,

textura arenosa/média e média; Podzólico Vermelho-Escuro eutrófico e

distrófico, argila de atividade baixa, A moderado, textura arenosa/média e

média, relevo suave ondulado. Inclusões de Podzólico Vermelho-Amarelo

eutrófico, argila de atividade baixa, abrúptico, A moderado, textura

arenosa/média; Latossolo Vermelho-Escuro álico, A moderado, textura média

(PVe5);

Latossolo Vermelho-Escuro álico, A moderado, textura média, relevo suave

ondulado e plano. Inclusões de Podzólico Vermelho-Escuro distrófico e

eutrófico, argila de atividade baixa, A moderado, textura arenosa/média a

média; Podzólico Vermelho-Amarelo distrófico, argila de atividade baixa, A

moderado, textura arenosa/média a média (LEa8).

Na área do assentamento Santa Rita ocorrem apenas os dois últimos tipos,

segundo o mapa.

Em 1998 foi realizada a análise do solo do assentamento Santa Rita, que atestou

ser um solo eutrófico, com textura média.

3.4. Relevo

Segundo o Mapa Geomorfológico da Bacia do Rio Aguapeí (SIGRH 1997) a

região de Tupi Paulista apresenta relevo cujas formas de relevo são as colinas amplas

e as colinas médias.

De acordo com o relatório do SIGRH (1997), a classificação do sub-bacia do

Ribeirão dos Marrecos quanto ao risco potencial de erosão é muito alta, uma vez que

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

7

50 a 100% da área dessa sub-bacia está comprometida. Acrescentando que essa sub-

bacia também foi classificada com um índice alto de concentração de voçorocas pelo

mesmo relatório. Portanto, pela combinação dessas duas classificações, a sub-bacia é

considerada crítica, em grau muito alto.

3.5. Clima

O município de Tupi Paulista se insere na região cujo clima está classificado

como tipo Aw, segundo a classificação climática de Köeppen, baseada em dados

mensais pluviométricos e termométricos (CEPAGRI 2009). Esse clima é descrito como

tropical chuvoso com inverno seco e mês mais frio com temperatura média superior a

18ºC. O mês mais seco tem precipitação inferior a 60 mm. e com período chuvoso que

se atrasa para o outono. As figuras 3 e 4 ilustram alguns dados climáticos do município

de Tupi Paulista. A figura 5 ilustra a disponibilidade de água no solo no município, no

período de 2002 a 2004 e sugere que, mesmo na época chuvosa (de dezembro a

fevereiro), pode ocorrer déficit hídrico.

3.6. Vegetação

Segundo o Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo

(Instituto Florestal 2009), a vegetação natural do município de Tupi Paulista era de

floresta estacional semidecidual, com algumas pequenas manchas de savana.

A floresta estacional semidecidual está condicionada ao clima (verão chuvoso e

inverno seco ou clima subtropical sem seca, mas com intenso frio, temperaturas

médias abaixo de 15ºC) e pela queda das folhas durante o período seco, em 20 a 50%

das árvores caducifólias da floresta. Apresenta árvores emergentes (jequitibá e jatobá),

com dossel de 25 a 28 metros, e a presença de cipós em 70% das árvores (IBGE 1991;

SOS Mata Atlântica 2009).

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

8

A floresta estacional semidecidual - juntamente com a floresta ombrófila densa

(da encosta atlântica) e a floresta ombrófila mista (mata de araucária) - compõe o

denominado domínio da mata atlântica, que, no território nacional, tem a área

delimitada e protegida pela lei federal n° 11.428/2006 e regulamentada pelo decreto

6.660/2008, que dispõem sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma

Mata Atlântica.

3.7. Fauna

São escassos os dados sobre fauna na região oeste do estado de São Paulo,

ainda mais no caso de áreas específicas como o município de Tupi Paulista. Dados

sobre os Parques Estaduais dos Rios do Peixe e Aguapeí, relativamente próximos ao

assentamento Santa Rita, apontam para a presença de grande variedade faunística, a

citar: onça-parda, gato-do-mato, porco-espinho, queixada, cateto, anta, veado-mateiro

ou catingueiro, lontra, ariranha, raposa, cotia, paca, gambá, teiú, jacaré-preto, jacaré-

do-papo-amarelo, capivara etc. Aves foram citadas: jaburu, colhereiro, garça, garça-

parda, socó-boi, anhuma, pato-selvagem, gavião-pomba, tucano-de-bico-amarelo,

tucano-de-bico-vermelho entre outras (CETESB 2006).

3.8. Uso e ocupação do solo

A tabela abaixo descreve os usos agrícolas do solo na bacia do rio Aguapeí

(SIGRH 1997). Evidencia-se a predominância de pastagens e a escassa cobertura

vegetal natural.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

9

Uso % em área agrícola

Cobertura vegetal natural 3,62

Reflorestamento 0,65

Culturas perenes 4,92

Culturas temporárias 7,02

Culturas semi-perenes 3,64

Pastagens 78,81

Demais usos agrícolas 3,12

Usos agrícolas do solo na bacia do rio Aguapeí (SIGRH 1997).

3.9. Degradação ambiental

Por estar inserida no bioma mata atlântica, a região do assentamento Santa Rita

apresenta quadro semelhante ao de fragmentação florestal encontrado no estado de

São Paulo. A região possui poucos fragmentos florestais, que se encontram em alto

grau de isolamento.

A paisagem regional possui poucos remanescentes naturais. Originalmente, o

município de Tupi Paulista era totalmente coberto por vegetação nativa, com 23.300

hectares de floresta; atualmente restam apenas 1,9% de remanescentes, ou seja, em

torno de 445 hectares, distribuídos em 51 fragmentos de diferentes dimensões,

descritos na tabela abaixo:

Classes: <10ha 10-20 20-50 50-100 100-200 >200 Total

Número de

Fragmentos: 36 10 3 2 0 0 51

Número de fragmentos de vegetação remanescente por classe de superfície no

município de Tupi Paulista (Instituto Florestal 2009)

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

10

No assentamento Santa Rita, as áreas verdes estão degradadas, em diferentes graus

de perturbação. Antes da criação do assentamento, grande parte das áreas destinadas

às reservas legais já eram pastos abandonados, cobertos por gramíneas exóticas.

4. Metodologia

Segundo a resolução SMA nº 08/2008, a recuperação florestal é a “restituição de

uma área desflorestada, perturbada ou degradada à condição de floresta nativa”.

Portanto, para ser realizada, é necessário conhecer as espécies e a dinâmica da

floresta nativa, assim como avaliar os impactos responsáveis pela degradação. Outro

aspecto a ser levado em conta é a adequação do projeto de recuperação à legislação

pertinente.

De modo resumido, a recuperação se dará em quatro fases: implantação,

manutenção, monitoramento e condução da regeneração natural. Serão utilizados três

modelos de recuperação, do total de 15 hectares serão divididos em partes iguais 5 ha

uma para cada modelo: Convencional, Sistema Agroflorestal e pelo método de

nucleação.

A implantação engloba o preparo da área e o plantio. O preparo inclui a

eliminação dos fatores de degradação e o preparo do solo. O plantio inclui o cultivo das

mudas propriamente ditas e as ações relacionadas, como adubação, irrigação e

controle de formigas.

A manutenção se dará por 24 meses após o término do plantio. Ela inclui ações

que se iniciam na implantação e no plantio, como a eliminação dos fatores de

degradação, irrigação, controle de formigas etc.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

11

4.1. Eliminação dos fatores de degradação

a) Controle de plantas invasoras

As áreas do assentamento Santa Rita a serem recuperadas possuem grande

quantidade de gramíneas Brachiaria sp. Essa espécie exótica é uma planta invasora

agressiva, que compete com as espécies nativas, impedindo o desenvolvimento das

mesmas e substituindo-as (Instituto Hórus 2009).

A erradicação da braquiária em áreas degradadas é dificílima, porque a

produção de sementes é intensa e sua dispersão anemocórica possibilita ampla

distribuição. Além disso, a permanência das sementes no banco do solo é duradoura.

Portanto, é necessário diminuir ao máximo o número de indivíduos invasores em

um primeiro momento e promover o controle constante de novas infestações. O

controle é fundamental no caso das áreas do assentamento, pois há muitos focos de

braquiárias no local.

As tecnologias atuais de controle de espécies invasoras em ambientes naturais

são poucas e rudimentares: controle por agentes biológicos, retirada manual, remoção

mecânica, queimadas e herbicidas (Sigg 1999). Para o assentamento, já descartam-se

as queimadas e os agentes biológicos. No início, a retirada manual é inviável, devida à

grande quantidade de gramíneas e a extensão da cobertura. Por isso, sugere-se

dessecação química seguida pela remoção mecânica (aração/subsolagem) para

diminuir a biomassa das braquiárias no momento inicial. Na etapa seguinte, pode-se

analisar o uso de herbicida, observados o uso de equipamentos de segurança, o

descarte correto de embalagens, as orientações dos fabricantes e os cuidados para

evitar impactos ambientais paralelos (como poluição do solo e corpos d´água ou

envenenamento de animais) (Instituto Hórus 2009). Um dos herbicidas indicados para

espécies invasoras é o glifosato, pelo seu baixo efeito residual.

Uma vez que o volume de braquiária tenha sido diminuído a ponto das pioneiras

começarem a se estabelecer, deve-se continuar o controle da braquiária, seja com o

uso do herbicida, seja com o coroamento manual, além do próprio sombremento

causado pelas pioneiras.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

12

b) Cercamento

Será necessário bloquear o acesso do gado ás áreas a serem recuperadas.

Portanto, haverá o cercamento das áreas ainda não isoladas (aproximadamente 70%),

através da construção de cercas de arame farpado, calculado em 1647,67 metros

lineares.

c) Queimadas

A contenção de queimadas deve ser feita por meio de diferentes estratégias,

entre elas estão a construção de aceiros e a diminuição de biomassa disponível. No

primeiro caso, pode-se construir aceiros de no mínimo 5 metros de largura ao longo

das faixas de reservas legais contíguas aos lotes do assentamento. Esses aceiros

devem ser mantidos limpos e trafegáveis. A diminuição da biomassa colabora para a

menor disponibilidade de material combustível. No assentamento Santa Rita, a

cobertura de braquiárias pode ser considerada o principal material disponível ao fogo.

O controle da braquiária já foi descrito no item 4.1 “a”.

Além disso, elaborar e aplicar um plano de prevenção e combate ao fogo, junto

aos moradores do assentamento, é uma estratégia importante.

d) Controle de formigas

Como a presença e o ataque de formigas limita a produção florestal, irá ser

realizado o combate na área onde será efetuado o plantio, bem como nas área

vizinhas, tendo como principal foco dois tipos de formigas: as raspadeiras quenquém,

Acromymex e as saúvas, Atta spp. O controle ou tratamento será baseado em

aplicação antecedente ao plantio com formicida em pó, diluído em água. O tratamento

será efetuado mensalmente no primeiro ano, de três em três meses no segundo ano e

uma vez ao ano nos seguintes, podendo ser alterado conforme as necessidades

presentes.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

13

Formicida:

Tipo do Produto Principio Ativo Dose Período

Iscas granuladas Sulfonamida 10 gr/m² seco

Pó Regente Fipronil 2,5 gr/l chuvoso

e) Controle de Cupins

Por ser uma das principais pragas que limita a expansão da produção

florestal, os cupins podem ser encontrados em duas principais características: cupins

de montículo e cupins subterrâneos. O combate aos cupins de montículos será feitas

pela destruição dos cupinzeiros e imediata aplicação do cupinicida. Já os cupins

subterrâneos por serem mais difícil sua localização e controle em caso de necessidade

será feito sua localização ao anoitecer, por estes terem hábitos alimentares noturnos e

no dia seguinte a aplicação localizada de cupinicida sobre a entrada ou “boca” do ninho

outro sistema que também poderá ser adotado é a aplicação do produto ao redor das

árvores servindo de repelente para os mesmos.

4.2. Manejo do Solo

a) Analise do solo

Será realizado análise de solo em todo a área de reflorestamento, levando

em consideração sua topografia e vegetação existente, a metodologia para

amostragem consiste em analisar com maior precisão a realidade do terreno, sendo

feito de 2(dois) á 4(quatro) pontos por hectares traçando-se um zig-zag pela área

amostrando assim o solo com profundidade relativa entre 0-20 e 20-40 cm, que

posteriormente serão enviados para um laboratório, que irá efetuar o resultado.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

14

b) Calagem e fosfatagem

Com o resultado da análise do solo em mãos, será feita aplicação conforme

o receituário agronômico de calcário e fósforo manual ou mecanizada 40 (quarenta)

dias antes do plantio, para controle de acidez e equilíbrio nutricional.

c) Roçada química

A roçada química também conhecida como dessecação, será realizada

através de defensivo agrícola a base de glifosato na proporção 5 litros por hectare, com

intuito de inicia o controle das plantas invasoras (Brachiaria) conforme descrito no item

4.1, alínea a, proporcionando que massa vegetal se transforme em matéria orgânica,

promovendo proteção na superfície do solo, evitando assim assoreamento nos cursos

d’água.

d) Preparo do solo

A área a ser recomposta, por apresentar um relevo suave ondulado permite um

preparo de solo através de aração e gradagem ou uma subsolagem.

Devido a grande presença de vegetação invasora (Brachiaria), conforme já

mencionado, será utilizado aração e dupla gradagem.

5. Plantio

A seleção das espécies para recomposição deve levar em conta aquelas que

ocorrem regionalmente, a fim de estabelecer comunidades formadas por espécies

adaptadas às condições ecológicas locais. A heterogeneidade também deve ser

relacionada ao estágio sucessional das espécies, mesclando-se pioneiras e tardias nas

proporções adequadas. Ao adotar o plantio de espécies pioneiras e tardias, espera-se

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

15

simular a sucessão ecológica, uma vez que ocorrerá a gradual substituição de espécies

ao longo do tempo.

Outro aspecto importante é a escolha de espécies vegetais zoocóricas, ou seja,

cujas sementes atraem animais para se alimentarem. Conseqüentemente, as aves, os

mamíferos – entre outros– passam a ter oferta de alimento e a dispersarem as

sementes no ambiente.

Para a seleção das espécies vegetais para recuperação, será observado o que

rege a resolução 08/2008 da Secretaria do Meio Ambiente.

Buscando aprimorar o Projeto Plantadores de Florestas já em desenvolvimento

com os assentados do local serão utilizados praticas de recomposição ambiental de 3

modalidades: Convencional (Tradicional), Sistema Agroflorestal (SAFs) e Nucleação.

5.1. Reflorestamento Tradicional

No reflorestamento tradicional propõe-se adotar o modelo de plantio alternado

em área total, distribuído em linhas. As linhas apresentam as espécies de diversidade e

de preenchimento intercaladas, de modo que as linhas paralelas também intercalam-se

de modo a não coincidir os dois tipos de espécies. O espaçamento adotado deve ser o

de 2 X 3 metros.

A tabela abaixo resume o esquema de plantio, sendo que o número de espécies e o

número de indivíduos propostos baseiam-se na resolução SMA 08/2008:

Mudas Espécies

Condição Área (ha)

Espaça-mento

das mudas

Nº de mudas

por hectare

Nº de mudas total

N º de espécies

total

Nº mín. de espécies

zoocóricas

(20%)

N º mín. de esp.

ameaçadas de extinção

(5%)

Nº mín. de esp. de cada grupo

ecológico

(40%)

Nº máx. de esp. com menos de 12 indiv. (10%)

Reserva legal

5 2 X 3 1.667 8335 80 16 4 32 8

Total 5 8335

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

16

Mudas Indivíduos

Condição Área (ha)

Espaça-mento

das mudas

Nº de mudas

por hectare

Nº de mudas

total

Nº máx. indiv. do total de cada grupo ecológico

(60%)

Nº máx. de indivíduos de

cada esp. pioneira (20%)

Nº máx. de indivíduos de

cada esp. não pioneira

(10%)

Reserva legal

5 2 X 3 1.667 8335 5001 1667 834

Total 5 8335

Esquema de plantio de mudas nas diferentes áreas verdes do assentamento Santa Rita, observando a resolução SMA 08/2008.

5.1.1 Escolha das espécies

Abaixo existem algumas das espécies recomendadas para a região na qual se

encontra a propriedade no Estado de São Paulo, que deverão ser plantadas.

NOME COMUM NOME CIENTIFÌCO ESTÁGIO DE SUCESSÃO Açoita cavalo miúdo* Luehea divaricata Secundária Inicial Açoita cavalo graúdo Luehea grandiflora Secundária Inicial Amarelinho Terminalia brasiliensis Secundária Inicial Amendoin bravo Pterogyne nitens Secundária Inicial Anda Açu** Joannesia princeps Secundária Inicial Angico do Cerrado Anadenanthera falcata Pioneira Angico vermelho** Anadenanthera macrocarpa Pioneira Ariba rosa Centrolobium tomentosum Secundária Inicial Aroeira preta Myracroduon urundeuva Secundária Inicial Aroeira pimenteira Schinus therebinthifolius Pioneira Babosa branca Cordia superba Secundária Tardia Bacupari Rheedia gardneriana Clímax Cabriúva ** Myroxylon peruiferum Secundária Tardia Café de bugre Cordia ecalyculata Secundária Tardia Canafístula Peltophorum dubium Secundária Inicial Canela de ferrugem** Nectrandra rígida Secundária Tardia Canjarana** Cabralea canjarena Secundária Tardia Capinxingui** Cróton floribundus Pioneira Capororoca** Rapanea ferruginea Pioneira Caviúna Machaerium scleroxylon Secundária Tardia Cedro rosa Cedrela fissilis Não Pioneira Chuva de ouro Cássia ferruginea Secundaria Tardia Coração Negro Poecilanthe parviflora Secundaria Tardia Dedaleiro Lafoensia pacari Secundária Inicial Embaubas* Cecropia spp Pioneira / Mata ciliar Embira de sapo Lanchocarpus spp Secundária Inicial Farinha seca Albizia hasslerii Secundária Inicial Figueira branca Fícus nymphaefolia Secundaria Tardia

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

17

Garapa Apuelia leiocarpa Secundaria Tardia Goiaba** Psidium guajava Secundária Inicial Grumixama Eugenia brasiliensis Secundaria Tardia Guajuriva** Patagonula americana Secundária Inicial Guarajuba Bucheenavia ssp Clímax Guarandi* Calophylum brasiliensis Secundaria Inicial / Mata ciliar Guarantã Esenbeckia leiocarpa Clímax Guarioba Britoa sellowiana Secundaria tardia Imbiraçu** Pseudobombax grandiflorus Secundária Inicial Ingás* Ingá spp Secundária Inicial / Mata ciliar Ipê Amarelo Tabebuia ochoraceae Secundária Inicial Ipê amarelo da mata Tabebuia vellosi Secundaria Tardia Ipê amarelo do brejo* Tabebuia umbellata Secundária Inicial / Mata ciliar Ipê felpudo Zeytheriana tuberculosa Secundária Inicial Ipê roxo de bola Tabebuia impetiginosa Secundária Inicial Ipê roxo** Tabebuia avellanedae Secundaria Tardia Jabuticaba** Myrciaria trunflora Secundaria Tardia Jacarandá do campo Machaerium ocutifolium Secundária Inicial Jacarandá paulista Machaerim viloosum Secundária Inicial Jambolão** Syzygium jambolana Secundária Inicial Jaracatiá Jaracatiá spinosa Secundária Inicial Jatobá** Hymenea stilbocarpa Clímax Jenipapo* Genipa americana Secundária Inicial / Mata Ciliar Jequitibá branco Cariniana estrellensis Secundaria Tardia Jerivá* Syagrus romanzoffiana Secundária Inicial / Mata ciliar Louro pardo Cordia trichotona Secundária Inicial Mamica de porca Zanthoxylum spp Secundária Inicial Marinheiro Guarea guidonea Secundária Inicial Mulungo** Erytrina mulungu Secundária Inicial Oiti Licania tomeniosa Secundaria Tardia Paineira Chorosia speciosa Secundária Inicial Palmito Euterpe edulis Clímax Pau d’alho** Gallesia gorarema Secundária Inicial Pau de jangada** Apeiba tibourbou Secundária Inicial Pau jacaré Piptadenia gonoacantha Pioneira Pau pereira** Trema mirantha Pioneira Pau-de-viola* Cytharexillum myrantha Secundaria Inicial Peito de pombo** Tapiria Guianensis Secundária Inicial Peroba poca** Apidosperma cylindrocarpon Secundaria Tardia Peroba rosa Aspidosperma polyneuron Clímax Pindaíba** Dugueita lanceolata Secundaria Tardia Pitanga Eugenia spp Secundaria Tardia Saguaraji amarelo Rhamnidium elaeocarpus Secundaria Tardia Saguaraji vermelho Colubrina glandulosa Secundária Inicial Sangra-d’água* Cróton urucurana Pioneira / Mata Ciliar Taiuva** Maclaura tinctoria Secundária Inicial Tamboril** Enteroloium contortisiliquum Secundária Inicial / Mata Ciliar

Espécies de Flora Ameaçadas de Extinção Palmeira Acanthococos emenesis ----------------------------------- Bromélia Aechmea apocalyptica ----------------------------------- Aroeira vermelha Astronium fraxinifolium ----------------------------------- Jacarandá da baia Dalbergia nigra Secundaria Tardia Samambaiaçu Imperial Dicksonia sellowiana ----------------------------------- Figueira terrestre Dorstenia arifolioa -----------------------------------

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

18

Caiapiá verdadeiro Dorstenia caypia ----------------------------------- Milho cozido Licania indurata ----------------------------------- Arnica Lyshnophora ericoides ----------------------------------- Canela preta Ocotea catharinensis ----------------------------------- Embuia Ocotea porosa -----------------------------------

Por ocasião da implantação de reflorestamento deve-se utilizar o seguinte adensamento populacional levando se em consideração o que determina a Resolução SMA 21 de 21/11/2001 complementada pela resolução SMA 47 de 26/11/2003.

5.1.2 Demarcação do Terreno:

Realização da demarcação do plantio em nível, realizados com aparelhos

topográficos, condicionando as “ruas” das árvores em nível, evitando assim maiores

prejuízos ao meio ambiente com erosão e assoreamento do córrego.

5.1.2 Sulcação

Será realizado a sulcação do terreno acompanhando o nível e o

espaçamento determinado pela linha de plantio, realizado mecanicamente com

chapinha ou bico de sulcador, formando sulcos nivelados com 10 cm de profundidade

por 20 de largura.

5.1.3 Marcação do Plantio:

Dentro dos Sulcos nivelados será marcada as posições e feito as covas,

determinada pelo espaçamento 2x3 ou 6 m²/planta, onde serão feitas as futuras e

respectivas adubações necessárias.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

19

MOSAICO DE PLANTIO

X – ESPÉCIES PIONEIRAS (P)

O – ESPÉCIES SECUNDÁRIAS/CLÍMAX (NP)

ESPAÇAMENTO UTILIZADO NO PROJETO (3x2m)

X X X X X X X X X

O O O O O O O O

X X X X X X X X X

O O O O O O O O

X X X X X X X X X

O O O O O O O O

X X X X X X X X X

5.1.4 Adubação de Plantio:

Após ter ocorrido algumas chuvas e solo se encontrar acima de 70% de

umidade será feitas as covas, mediante a análise de solo será feita a adubação de N-

P-K e matéria orgânica conforme suas necessidades exigidas, utilizando a formula 05-

25-25 com quantidades a serem avaliadas mediante a análise.

5.1.5 Plantio:

Com o solo úmido, será retirado a muda da embalagem e plantar no centro

da cova e aproximando se terra até altura do colo da planta, para evitar afogamento.

5.1.6 Irrigação

A irrigação consiste na distribuição imediatamente após o plantio das mudas,

com uma quantia de até 5 l de água por planta. A irrigação deverá ser repetida sempre

que as mudas apresentarem-se sentidas, até que ocorra seu estabelecimento

definitivo.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

20

5.1.7 Replantio florestal

Aproximadamente 40 dias Após o plantio a área deverá ser vistoriada,

verificando as covas onde as mudas não resistiram, onde nessas covas deverão ser

repetidas todas as operações de plantio, exceto a adubação.

5.1.8 Roçada química de manutenção

Consiste na aplicação de herbicida nas linhas e entre linhas de plantio, com o

propósito de impedir o desenvolvimento das ervas invasoras, em especial as

gramíneas que, na fase inicial do desenvolvimento das mudas, causam problemas pela

competição por água e nutrientes. A operação deverá ser executada por aplicadores

munidos de pulverizador costal, com haste e bico aplicador tipo espuma que permitem

a visualização das gotas de solução aplicada. Se for o caso proteger as mudas por

dispositivo (sacos, baldes ou tubos plásticos), para evitar a danos às mesmas. O

produto recomendado e mais utilizado hoje é o glifosato, sendo utilizado para

dessecação numa dosagem de 200 ml do mesmo em uma pulverizadora costal de 20l.

E a disposição final destas embalagens e cuidados com o meio ambiente deve se

respeitar criteriosamente as recomendações do fabricante.

5.1.9 Capina manual em coroa

Com uso de enxadas ou ferramentas similares, eliminar as ervas invasoras

existentes dentro da coroa de plantio, conservando um raio de 60 cm. Essa operação

também poderá ser feito com uso de herbicidas.

5.1.10 Adubações localizadas em cobertura

Consiste na colocação de fertilizantes químico ao redor das mudas, devendo ser

aberto um sulco, com uma profundidade de 10 cm, evitando-se uma proximidade

inferior de 0,20 m entre o sulco e o coleto da muda. Deverão ser aplicados 40 g de

fertilizantes NPK na primeira cobertura, fórmula 20-00-20 por cova, onde a primeira

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

21

adubação de cobertura deverá ser feita 40 dias após o plantio. As demais decorridos

de 6 e 12 meses da primeira, sendo uma aplicação de 80 g.

5.1.10 Adubação verde

Adubação verde é uma prática agrícola que consiste no plantio de espécies

capazes de reciclar os nutrientes para tornar o solo mais fértil e consequentemente

mais produtivo. O adubo verde pode reduzir ou até eliminar o uso de fertilizantes

minerais nitrogenados, contribuindo assim para uma maior sustentabilidade da

agricultura, garantindo a conservação de recursos naturais.

A utilização da adubação verde é um manejo sustentavelmente viável para os

agrossistemas, pois geram vantagens para os produtores, consumidores e,

principalmente, para os ecossistemas que mantêm os ciclos dos nutrientes.

Pode ser apontado como vantagens do plantio verde o aumento da camada

vegetal que aperfeiçoa a infiltração de água no solo, diminuindo a ocorrência de

erosões, e evaporação edáfica, isto é, a evaporação de água que está nos poros das

camadas superficiais do solo e que, normalmente, é aproveitada pelos vegetais de

raízes curtas, retornando rapidamente para o ciclo hidrológico devido à evaporação.

Outra precaução é utilização da adubação verde com o intuito de competir com a

braquiária (já comentada acima). É importante ressaltar que no Brasil há uma grande

variedade de solos e que cada um deles tem uma necessidade nutricional diferenciada,

existem diversas espécies de planta que realizam muito bem está função sendo

indicadas as seguintes espécies: crotalárias (Crotalaria juncea, ochroleuca, paulina e

spectabilis), mucuna-preta (Mucuna aterrima), feijão-de-porco (C. ensiformis).

5.2. Reflorestamento Agroflorestal

O Ministério do Meio Ambiente, por meio da Instrução Normativa nº 05 de

2009, define SISTEMA AGROFLORESTAL como:

“Sistemas de uso e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

22

são manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas, culturas

agrícolas, forrageiras em uma mesma unidade de manejo, de acordo com arranjo

espacial e temporal, com alta diversidade de espécies e interações entre estes

componentes”;

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são uma forma que os agricultores

encontraram para juntar produção agrícola e conservação florestal, gerando alimento e

renda sem agredir a natureza, em equilibrio com a dinâmica tropical. Além disso,

podem ser uma importante ferramenta para a restauração de ecossistemas

degradados.

A escolha das espécies deve estar de acordo com os potenciais do local,

observando a fertilidade do solo, o clima, a radiação solar, prevendo a produção nas

diferentes estações do ano e estágios do desenvolvimento, aproveitando ao máximo

todos os espaços.

Na agrofloresta, imitamos a natureza e promovemos a sucessão florestal,

cultivando as plantas de ciclo curto, médio e longo, garantindo uma colheita

diversificada e constante. Assim, pensamos desde o início nas espécies do futuro.

Mudas Espécies

Condição Área (ha)

Espaça-mento

das mudas

Nº de mudas

por hectare

Nº de mudas total

N º de espécies

total

Nº mín. de espécies

zoocóricas

(20%)

N º mín. de esp.

ameaçadas de extinção

(5%)

Nº mín. de esp. de cada grupo

ecológico

(40%)

Nº máx. de esp. com menos de 12 indiv. (10%)

Reserva legal com SAF

5 3 X 3 1.111 12.221 80 16 4 32 8

Consorcio com seringueira

5 12 X 12 70 350

Total 5 12571

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

23

Mudas Indivíduos

Condição Área (ha)

Espaça-mento

das mudas

Nº de mudas

por hectare

Nº de mudas

total

Nº máx. indiv. do total de cada grupo ecológico

(60%)

Nº máx. de indivíduos de

cada esp. pioneira (20%)

Nº máx. de indivíduos de

cada esp. não pioneira

(10%)

Reserva legal com SAF

11 3 X 3 1.111 12.221 7.333 2.444 1.222

Total 5 12221

Tabela 4: Esquema de plantio de mudas nas diferentes áreas verdes do assentamento Santa Rita,

observando a resolução SMA 08/2008.

5.2.1 Escolha das espécies

Espécies nativas

Abaixo existem algumas das espécies recomendadas para a região na qual se

encontra a propriedade no Estado de São Paulo, que deverão ser plantadas.

NOME COMUM NOME CIENTIFÌCO ESTÁGIO DE SUCESSÃO Açoita cavalo miúdo* Luehea divaricata Secundária Inicial Açoita cavalo graúdo Luehea grandiflora Secundária Inicial Amarelinho Terminalia brasiliensis Secundária Inicial Amendoin bravo Pterogyne nitens Secundária Inicial Anda Açu** Joannesia princeps Secundária Inicial Angico do Cerrado Anadenanthera falcata Pioneira Angico vermelho** Anadenanthera macrocarpa Pioneira Ariba rosa Centrolobium tomentosum Secundária Inicial Aroeira preta Myracroduon urundeuva Secundária Inicial Aroeira pimenteira Schinus therebinthifolius Pioneira Babosa branca Cordia superba Secundária Tardia Bacupari Rheedia gardneriana Clímax Cabriúva ** Myroxylon peruiferum Secundária Tardia Café de bugre Cordia ecalyculata Secundária Tardia Canafístula Peltophorum dubium Secundária Inicial Canela de ferrugem** Nectrandra rígida Secundária Tardia Canjarana** Cabralea canjarena Secundária Tardia Capinxingui** Cróton floribundus Pioneira Capororoca** Rapanea ferruginea Pioneira Caviúna Machaerium scleroxylon Secundária Tardia Cedro rosa Cedrela fissilis Não Pioneira Chuva de ouro Cássia ferruginea Secundaria Tardia Coração Negro Poecilanthe parviflora Secundaria Tardia Dedaleiro Lafoensia pacari Secundária Inicial Embaubas* Cecropia spp Pioneira / Mata ciliar

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

24

Embira de sapo Lanchocarpus spp Secundária Inicial Farinha seca Albizia hasslerii Secundária Inicial Figueira branca Fícus nymphaefolia Secundaria Tardia Garapa Apuelia leiocarpa Secundaria Tardia Goiaba** Psidium guajava Secundária Inicial Grumixama Eugenia brasiliensis Secundaria Tardia Guajuriva** Patagonula americana Secundária Inicial Guarajuba Bucheenavia ssp Clímax Guarandi* Calophylum brasiliensis Secundaria Inicial / Mata ciliar Guarantã Esenbeckia leiocarpa Clímax Guarioba Britoa sellowiana Secundaria tardia Imbiraçu** Pseudobombax grandiflorus Secundária Inicial Ingás* Ingá spp Secundária Inicial / Mata ciliar Ipê Amarelo Tabebuia ochoraceae Secundária Inicial Ipê amarelo da mata Tabebuia vellosi Secundaria Tardia Ipê amarelo do brejo* Tabebuia umbellata Secundária Inicial / Mata ciliar Ipê felpudo Zeytheriana tuberculosa Secundária Inicial Ipê roxo de bola Tabebuia impetiginosa Secundária Inicial Ipê roxo** Tabebuia avellanedae Secundaria Tardia Jabuticaba** Myrciaria trunflora Secundaria Tardia Jacarandá do campo Machaerium ocutifolium Secundária Inicial Jacarandá paulista Machaerim viloosum Secundária Inicial Jambolão** Syzygium jambolana Secundária Inicial Jaracatiá Jaracatiá spinosa Secundária Inicial Jatobá** Hymenea stilbocarpa Clímax Jenipapo* Genipa americana Secundária Inicial / Mata Ciliar Jequitibá branco Cariniana estrellensis Secundaria Tardia Jerivá* Syagrus romanzoffiana Secundária Inicial / Mata ciliar Louro pardo Cordia trichotona Secundária Inicial Mamica de porca Zanthoxylum spp Secundária Inicial Marinheiro Guarea guidonea Secundária Inicial Mulungo** Erytrina mulungu Secundária Inicial Oiti Licania tomeniosa Secundaria Tardia Paineira Chorosia speciosa Secundária Inicial Palmito Euterpe edulis Clímax Pau d’alho** Gallesia gorarema Secundária Inicial Pau de jangada** Apeiba tibourbou Secundária Inicial Pau jacaré Piptadenia gonoacantha Pioneira Pau pereira** Trema mirantha Pioneira Pau-de-viola* Cytharexillum myrantha Secundaria Inicial Peito de pombo** Tapiria Guianensis Secundária Inicial Peroba poca** Apidosperma cylindrocarpon Secundaria Tardia Peroba rosa Aspidosperma polyneuron Clímax Pindaíba** Dugueita lanceolata Secundaria Tardia Pitanga Eugenia spp Secundaria Tardia Saguaraji amarelo Rhamnidium elaeocarpus Secundaria Tardia Saguaraji vermelho Colubrina glandulosa Secundária Inicial Sangra-d’água* Cróton urucurana Pioneira / Mata Ciliar Taiuva** Maclaura tinctoria Secundária Inicial Tamboril** Enteroloium contortisiliquum Secundária Inicial / Mata Ciliar

Espécies de Flora Ameaçadas de Extinção Palmeira Acanthococos emenesis ----------------------------------- Bromélia Aechmea apocalyptica ----------------------------------- Aroeira vermelha Astronium fraxinifolium -----------------------------------

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

25

Jacarandá da baia Dalbergia nigra Secundaria Tardia Samambaiaçu Imperial Dicksonia sellowiana ----------------------------------- Figueira terrestre Dorstenia arifolioa ----------------------------------- Caiapiá verdadeiro Dorstenia caypia ----------------------------------- Milho cozido Licania indurata ----------------------------------- Arnica Lyshnophora ericoides ----------------------------------- Canela preta Ocotea catharinensis ----------------------------------- Embuia Ocotea porosa ----------------------------------- Por ocasião da implantação de reflorestamento deve-se utilizar o seguinte adensamento populacional levando se em consideração o que determina a Resolução SMA 21 de 21/11/2001 complementada pela resolução SMA 47 de 26/11/2003.

Espécies a ser consorciadas

Um bom SAFs é composto de plantas de todos os estágios e estratos

sucessionais, bem como de diversas funções. Estágios sucessionais são etapas de

evolução de um ecossistemas florestal, definidos como estágio placentário, secundário

e primário.

Estágio Placentário cujas plantas nascerão primeiro (pioneiras) e prepararão o

solo para o estágio seguinte, indicaremos o milho, abobora, mandioca, feijão, etc.

Estagio secundário Estágio intermediário que fará a transição do sistema jovem

(placentário) para o sistema adulto (primário), indicamos mamão, banana, abacate,

pupunha, etc.

Estágio primário ou de floresta formada, estado clímax, conforme já definimos

acima indicamos a seringueira, podendo ser utilizado também o café, a jaca, castanha,

manga, etc.

5.2.2 Demarcação do Terreno:

Realização da demarcação do plantio em nível, realizados com aparelhos

topográficos, condicionando as “ruas” das árvores em nível, evitando assim maiores

prejuízos ao meio ambiente com erosão e assoreamento do córrego.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

26

5.2.2 Sulcação

Será realizado a sulcação do terreno acompanhando o nível e o

espaçamento determinado pela linha de plantio, realizado mecanicamente com

chapinha ou bico de sulcador, formando sulcos nivelados com 10 cm de profundidade

por 20 de largura.

5.2.3 Marcação do Plantio:

Dentro dos Sulcos nivelados será marcada as posições e feito as covas,

determinada pelo espaçamento 2x3 ou 6 m²/planta, onde serão feitas as futuras e

respectivas adubações necessárias.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

27

MOSAICO DE PLANTIO

X – ESPÉCIES PIONEIRAS (P)

O – ESPÉCIES SECUNDÁRIAS/CLÍMAX (NP)

S – SERINGUEIRA

= - PLANTAS PLACENTÁRIAS

& - PLANTAS INTERMEDIÁRIAS

ESPAÇAMENTO UTILIZADO NO PROJETO (3x3m)

X X X S X X X S X

===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&

O O O O O O O O

===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&

X X X X X X X X X

===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&

O O O O O O O O

===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&

S X X X S X X X S

===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&

O O O O O O O O

===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&===&

X X X X X X X X X

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

28

5.2.4 Adubação de Plantio:

Após algumas chuvas, com a umidade do solo acima de 70% serão feitas as

covas, mediante a análise de solo será feita a adubação de N-P-K e matéria orgânica

conforme suas necessidades exigidas, utilizando a formula 05-25-25 com quantidades

a serem avaliadas mediante a análise.

5.2.5 Plantio:

Com o solo úmido, será retirado a muda da embalagem e plantar no centro

da cova e aproximando se terra até altura do colo da planta, para evitar afogamento.

5.2.6 Irrigação

A irrigação consiste na distribuição imediatamente após o plantio das mudas,

com uma quantia de até 5 l de água por planta. A irrigação deverá ser repetida sempre

que as mudas apresentarem-se sentidas, até que ocorra seu estabelecimento

definitivo.

5.2.7 Replantio florestal

Após ter passado aproximadamente 40 dias do plantio a área deverá ser

vistoriada, verificando as covas onde as mudas não resistiram, onde nessas covas

deverão ser repetidas todas as operações de plantio, exceto a adubação.

5.2.8 Roçada química de manutenção

Consiste na aplicação de herbicida nas linhas e entre linhas de plantio, com o

propósito de impedir o desenvolvimento das ervas invasoras, em especial as

gramíneas que, na fase inicial do desenvolvimento das mudas, causam problemas pela

competição por água e nutrientes. A operação deverá ser executada por aplicadores

munidos de pulverizador costal, com haste e bico aplicador tipo espuma que permitem

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

29

a visualização das gotas de solução aplicada. Se for o caso proteger as mudas por

dispositivo (sacos, baldes ou tubos plásticos), para evitar a danos às mesmas. O

produto recomendado e mais utilizado hoje é o glifosato, sendo utilizado para

dessecação numa dosagem de 200 ml do mesmo em uma pulverizadora costal de 20l.

E a disposição final destas embalagens e cuidados com o meio ambiente deve se

respeitar criteriosamente as recomendações do fabricante.

5.2.9 Capina manual em coroa

Com uso de enxadas ou ferramentas similares, eliminar as ervas invasoras

existentes dentro da coroa de plantio, conservando um raio de 60 cm. Essa operação

também poderá ser feito com uso de herbicidas.

5.2.10 Adubações localizadas em cobertura

Consiste na colocação de fertilizantes químico ao redor das mudas, devendo ser

aberto um sulco, com uma profundidade de 10 cm, evitando-se uma proximidade

inferior de 0,20 m entre o sulco e o coleto da muda. Deverão ser aplicados 40 g de

fertilizantes NPK na primeira cobertura, fórmula 20-00-20 por cova, onde a primeira

adubação de cobertura deverá ser feita 40 dias após o plantio. As demais decorridos

de 6 e 12 meses da primeira, sendo uma aplicação de 80 g.

5.3. Reflorestamento Nucleação

Uma das práticas mais simples para a condução da regeneração natural da área

será o seu isolamento dos fatores de degradação. A restauração através da nucleação

é caracterizada por diversas técnicas que são implantadas, nunca em área total, mas

sempre em núcleos, a fim de deixar espaços abertos para o eventual se expressar,

ocupando em média 5% da área.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

30

O interessante desta técnica é a possibilidade de criar diferentes núcleos

aproveitamento o que cada propriedade tem a oferecer e assim diminuir os custos e

garantir que a vegetação evolua naturalmente no espaço.

De acordo com REIS, a nucleação tem como base sempre a sucessão. Ela quer

que haja primeira a formação de um solo e que com o tempo as espécies sejam

recrutadas de forma a atender exatamente as condições climáticas regionais. Num

processo de plantação, existe uma ideia de pressa, de formar isso o mais rápido

possível Nem sempre esse solo está preparado para receber essas mudas.

Os sistemas de nucleação são ações de restauração ambiental com a função de

imitar a natureza e seus processos. A figura abaixo demonstra o processo de

desenvolvimento de uma comunidade dentro da sucessão natural.

Fonte: Restauração Ecológica - Sistema de Nucleação - SMA, 2011.

O sistema de nucleação une cinco técnicas usadas ao mesmo tempo: o plantio

de mudas nativas, a transposição de solo, a chuva de sementes, a formação de

poleiros artificiais e a implantação de gralharias.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

31

O sistema de nucleação será implantando em 5 hectares de área da reserva

legal do assentamento Santa Rita, sendo utilizado aplicação das cinco técnicas citada

acima de acordo com o quadro abaixo:

Técnicas de Nucleação Pontos 1 ha Pontos 5 ha

Poleiros artificiais 5 25

Transposição de solo 5 25

Plantio de mundas nativas 5 25

Chuvas de sementes 5 25

Implantação de gralharias 5 25

5.3.1 Poleiros Artificiais

Sem vegetação, não há mais ambientes para abrigo e alimentação dos animais

dispersores, e com isso, eles deixam de visitar a área. A chegada de propágulos

(sementes e frutos) é importante para a regeneração de um ambiente degradado. Se a

área for aberta, e os dispersores normalmente habitarem áreas mais fechadas, a

chegada de propágulos nessas áreas abertas fica comprometida, e isto se torna um

fator limitante para a regeneração dessas áreas.

As aves e os morcegos são considerados os animais mais efetivos na dispersão

quando se trata de transporte entre fragmentos de vegetação.

Esses dispersores carregam consigo sementes de diferentes espécies e locais,

auxiliando em uma maior chuva de sementes. Eles utilizam árvores isoladas nos

campos para descansar e se alimentar. Sob essas árvores e em volta delas, há uma

chuva de sementes muito mais intensa e rica, devido à regurgitação, defecação ou

derrubada de frutos e sementes.

Em certos casos de degradação ambiental, entretanto, não restaram árvores.

Nessas situações, para reproduzir o papel dessas árvores e atrair os animais, colocam-

se poleiros artificiais na área a ser recuperada. Essas estruturas atraem animais

dispersores, que lá depositam sementes de várias espécies.

Esta chuva de sementes vai auxiliar na recolonização desses locais e formar um

novo banco de sementes.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

32

Assim, oferecer condições atrativas a animais em áreas degradadas implica em

uma aceleração na sucessão ecológica. Além de atrair diversidade de propágulos para

a área, os dispersores geram regiões de concentração destes, atraindo também

animais consumidores e contribuindo para reconstruir a comunidade.

Poleiros Secos

Este tipo de poleiro, sugerido por REIS et al.(2003), imita galhos secos de

árvores para pouso de aves. As aves os utilizam para repouso ou forrageamento de

presas (muitas aves são onívoras e, enquanto caçam, depositam sementes). O poleiro

seco pode ser confeccionado com diversos materiais, como por exemplo, restos de

madeira ou bambu. Eles devem apresentar ramificações terminais onde as aves

possam pousar, serem relativamente altos (mínimo 3 metros) para proporcionar bom

local de caça e serem esparsos na paisagem.

Outra função de poleiros secos pode ser o incremento da chuva de sementes e,

conseqüentemente, do banco de sementes de regiões com vegetação inicial,

erguendo-se poleiros que ultrapassem os arbustos e arvoretas para a atração de aves

trazendo sementes de fragmentos em estágio mais avançado de sucessão.

Fonte: Deise Regina Tres

Os poleiros secos imitam ramos secos onde algumas

aves preferem pousar para descansar e forragear suas

presas. A estadia destas aves nos poleiros permite que

novas sementes possam colonizar as áreas

degradadas, formando núcleos de diversidade advinda

dos fragmentos vizinhos.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

33

Fonte: Deise Regina Tres

Cabos aéreos podem aumentar as

superfícies dos poleiros artificiais,

promovendo maiores probabilidades

de chegada de propágulos e de

nucleação em áreas degradadas.

Poleiros Verdes

Os poleiros vivos são aqueles com atrativos alimentícios ou de abrigo para os

dispersores. Eles imitam árvores vivas de diferentes formas para atrair animais com

comportamento distinto e que não utilizam os poleiros secos. Dentro desse grupo,

destacam-se os morcegos, que procuram locais de abrigo para completarem a

alimentação dos frutos colhidos em árvores distantes. Aves frutívoras também são

atraídas por poleiros vivos quando estes ofertam alimento.

Assim como os poleiros secos, os poleiros vivos podem ser pensados de

diversas formas, dependendo do grupo que se quer atrair e das funções ecológicas

desejadas. Um poleiro vivo pode ser feito simplesmente plantando-se uma espécie

lianosa de crescimento rápido na base de um poleiro seco. Este poleiro vai apresentar

em pouco tempo um aspecto verde com folhagem. À medida que a liana se adensar

cria um ambiente protegido propício para o abrigo de morcegos e aves.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

34

As torres de cipó oferecem abrigo para aves e

morcegos que, por sua vez, estes animais

transportam sementes dos fragmentos

vegetacionais vizinhos, formando núcleos de

diversidade que, num processo sucessional,

atraem outras espécies animais e vegetais.

5.3.2 Transposição de Solo

Quando olhamos o solo, observamos pedras, plantas ou simplesmente terra.

Ainda que o solo pareça despovoado, ele pode ser o lar de uma quantidade enorme de

espécies de distintos tamanhos e formas. Existem alguns organismos que passam toda

a sua vida no solo, outros se refugiam nele e outros se reproduzem ali.

Esses habitantes desempenham funções essenciais, enriquecendo o solo com a

decomposição de matéria orgânica e participando da ciclagem de nutrientes.

Portanto, a vida sobre o solo é possível graças à existência dos organismos que

habitam tanto a sua superfície como o seu interior.

A principal consequência da degradação é a perda de matéria orgânica e de

habitantes do solo. Para restaurá-lo, pode-se trazer um pouco de solo de um fragmento

próximo e preservado e colocá-lo na área degradada. Isso é o que chamamos de

transposição de solo.

A camada superficial do solo (um m² dos primeiros 5 a 10 cm) é retirada da área

preservada e transposta nas áreas degradadas com a intenção de recompor o solo.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

35

A transposição de solo permite a colonização da área degradada com uma

diversidade de micro, meso e macro organismos capazes de nuclear um novo ritmo

sucessional.

Essas pequenas porções (núcleos) de

solo não degradado representam

grandes probabilidades de

recolonização da área, como podemos

notar nas fotos: A transposição cria

uma ilha de fertilidade, cumprindo o

papel da nucleação.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

36

Os núcleos formados geram aglomerados

de vegetação que se destacam na

paisagem como locais de abrigo para a

fauna e produção de sementes. Esses

núcleos passam a atuar

como pequenos habitats.

(Foto: Natalia G. F. Branco e

Thyellenn L. de Souza)

5.3.3 Plantio de mudas nativas

A introdução de espécies por meio de plantio de mudas em grupos é uma forma

de ampliar o processo de nucleação. A importância dessa técnica está na escolha das

plantas que formarão a nova comunidade e que possibilitarão resgatar a biodiversidade

local.

Serão utilizadas espécies nativas, que possuem forte interação com a fauna

(espécies com frutos e sementes atrativos à fauna) e com funções nucleadoras

(forrageiras, abrigo, fixadoras de nitrogênio, etc.).

Recomenda-se que também sejam escolhidas espécies ameaçadas de extinção,

de forma garantir a preservação da diversidade biológica local.

Serão plantadas as mudas em grupos de 13 arvores, espaçadas a 0,5 m de

distância entre elas.

No caso dessa técnica, as espécies plantadas em grupos tendem a competir

entre si por recursos como água, nutrientes do solo, etc. Desta forma, os melhores

indivíduos (mudas) serão selecionados naturalmente de acordo com as condições

ambientais específicas para cada local.

Serão dispostos em grupo com as espécies pioneiras (crescimento rápido) e

espécies não pioneiras (crescimento mais lento), da seguinte forma.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

37

5.3.4 Chuva de Sementes

A chuva de sementes consiste no conjunto de sementes dispersadas em um

determinado local. Coletar essa chuva de sementes de fragmentos próximos é uma

forma de buscar a diversidade de espécies da região.

Para isso, basta instalar coletores de sementes em áreas preservadas

(fragmentos próximos) e ao final de determinado período recolher o material e despejá-

lo na área a ser restaurada. A esse sistema chamamos de transposição da chuva de

sementes.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

38

Ilustração do coletor de sementes

Fotos: Deise Regina três

A captura mensal da chuva de sementes e a deposição desse material na área

representam uma possibilidade de manutenção da fauna, pois os recursos alimentares

estarão dispostos ao longo do ano. Além disso, a coleta mensal durante o ano todo

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

39

garante que diferentes espécies sejam coletadas, visto que as plantas possuem

diferentes épocas de dar frutos.

5.3.5 Implantação de Gralharias

Áreas abertas representam grande exposição dos animais aos seus predadores,

o que implica na quase ausência desses seres em áreas degradadas.

Para atrair os animais à área que se pretende restaurar, oferecendo abrigo e

proteção, uma ótima opção é a construção de pequenos núcleos de galharia.

A transposição de galharia consiste no acúmulo de galhos, tocos, resíduos

florestais, resíduos agrícolas (bagaço de cana e outros) ou amontoados de pedras

dispostos na forma de núcleos ou aglomerados ao longo da área.

Para as aves, as leiras servem de local de repouso, construção de ninhos

(nidificação) e caça de pequenos animais, principalmente cupins, larvas de besouros e

outros insetos que colonizam a madeira.

Restos de vegetação, quando enleirados podem oferecer excelentes abrigos para uma fauna

diversificada e um ambiente propício para a germinação e desenvolvimento de sementes de

espécies mais adaptadas aos ambientes sombreados e úmidos.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

40

5.3.6 manutenção das técnicas de Nucleação

Poucas áreas degradadas conseguem se regenerar sozinhas. Todas as áreas

em processo de restauração necessitam de cuidados especiais: quando interferimos

para garantir a sua restauração, precisamos cuidar para que esse processo continue

ao longo do tempo. Para garantir sucesso e eficiência da restauração ambiental, devem

ser seguidas algumas recomendações para a manutenção das áreas onde os sistemas

de nucleação foram implantados.

Na manutenção das áreas, é preciso observar quais são os obstáculos que

estão impedindo a expressão dos sistemas de nucleação e a própria regeneração

natural e atuar sobre eles de forma a eliminá-los, ou pelo menos, diminuir sua

intensidade.

O principal cuidado que se deve ter nas áreas em processo de restauração pela

nucleação é manter todas as espécies regenerantes (ervas, arbustos, cipós, árvores,

epífitas) que estão colonizando a área.

Um ponto extremamente importante na área do projeto é o controle da gramínea

exótica do tipo Baciaria sp. Com nível alto de infestação deverá ser utilizado se

necessário o controle químico conforme já citado anteriormente.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

41

Seguem no quadro abaixo algumas recomendações para manutenção de áreas

em processo de restaurações pelos sistemas de nucleação.

Sistema de Nucleação Procedimentos de manutenção e manejo

Poleiro artificial

1. Manutenção com implantação de espécies de cipós e

reposição de bambus.

2. Limpeza manual das espécies contaminantes

(braquiária, capim colonião, etc.) sob os poleiros.

3. Coroamento de 1m a 1,5m de diâmetro do poleiro.

4. Quando houver regeneração de outras plantas, mantê-

las na área.

Transposição de solo

1. Coroamento de 1m a 1,5 m de diâmetro do núcleo.

2. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária,

capim colonião, etc.) dentro do núcleo.

3. Manter as espécies regenerantes dentro do núcleo.

Plantio de mudas

nativas

1. Coroamento de 1 m a 1,5 m de diâmetro do núcleo.

2. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária,

capim colonião, etc.) dentro dos núcleos.

Chuvas de sementes

1. Coroamento de 1m a 1,5 m de diâmetro do núcleo.

2. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária,

capim colonião, etc.) dentro do núcleo.

3. Manter as espécies regenerantes dentro do núcleo.

Implantação de

galharias

1. Manutenção com implantação de espécies de cipós e

reposição de material (galhos, madeira, folhas, etc.).

2. Coroamento de 1m a 1,5m de diâmetro do núcleo para

eliminação das espécies contaminantes.

3. Limpeza manual das espécies invasoras (braquiária,

capim colonião, etc.) dentro do núcleo.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

42

5.3.7 Monitoramento da Restauração

O trabalho de observar as mudanças que estão acontecendo na área se chama

monitoramento, e serve para sabermos se a área está se recuperando.

Vimos que em uma comunidade biológica cada espécie tem o seu local e função

e interage com as outras. Existem muitas formas de interação (predação, dispersão,

facilitação, etc.) e todas têm fundamental importância no ecossistema, garantindo a

diversidade e a manutenção da vida. Então, para avaliarmos se a restauração está

sendo efetiva, precisamos verificar não só se as plantas estão nascendo e

sobrevivendo, mas também se as interações ecológicas estão acontecendo na área.

Será monitorado cada sistema de nucleação implantado no local da reserva

legal do assentamento Santa Rita, sendo levados em consideração os parâmetros de o

monitoramento de áreas em processo de restauração pelos sistemas de nucleação de

acordo com a tabela abaixo:

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

43

Sistema de

Nucleação Função Indicadores

Poleiro artificial

Oferecer condições de

pouso para a avifauna e

atrair diversidade de

espécies vegetais por

meio de sementes.

Presença de avifauna;

Deposição de sementes;

Presença de pequenas mudas

(plântulas) sob o poleiro e no seu

entorno.

Transposição de

solo

Resgate do banco de

sementes local e da

biodiversidade do solo

Diversidade de espécies vegetais

Diversidade de formas de vida das

espécies;

Presença de pequenas mudas

(plântulas);

Espécies em floração e em

frutificação*.

Plantio de mudas

nativas

Aumentar a diversidade

genética regional e

oferecer recursos para a

fauna

Sobrevivência das mudas;

Cobertura do núcleo;

Presença de espécies regenerantes;

Espécies em floração e frutificação*.

Chuvas de

sementes

Aumentar a diversidade

local de espécies

Diversidade de espécies vegetais

Diversidade de formas de vida das

espécies;

Presença de pequenas mudas

(plântulas);

Espécies em floração e em

frutificação*.

Implantação de

galharias

Fornecer um local de

proteção para a fauna e

decomposição de matéria

orgânica

Tempo de decomposição da matéria

orgânica;

Diversidade de espécies vegetais;

Diversidade de formas de vida das

espécies;

Presença de animais;

*Considerando espécies herbáceas (ervas), lianas (cipós) e arbustivas em curto prazo, e espécies arbóreas em longo prazo.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

44

6. Cronograma de execução

Descrições das operações Meses

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

Análise de solo X

Controle de pragas X X X X X X

Correção de Calagem X

Demarcação do terreno X

Faixa de capina (coroamento) X

Sulcação em nível X

Adubação química e orgânica X

Plantio das Mudas X

Replantio de Mudas X X X

Capina manual e roçada X X X X X X X X X

Adubação nitrogenada de cobertura X

Irrigação se necessário X X X X X X X X X X

OBS: As operações de manutenções (Coroamento, Roçada, Capina, Seletiva e Capina

Manual em Faixa) deverão ser realizadas sempre que houver competição entre as

plantas daninhas e as mudas. Isto é, as mudas devem ficar no limpo. Nos meses de

chuva, é recomendáveis o controle das plantas com roçadas e nos meses de seca,

recomenda-se o controle com capinas manuais. Estas operações deverão ser

executadas no mínimo até o final do 2º ano de plantio.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

45

7. Encerramento

Os seres humanos têm um grande desafio nesta era: assumir o papel de

restauradores dos processos naturais.

Nesse contexto, cada propriedade rural inserida na paisagem pode atuar como

um grande núcleo de diversidade, no sentido de tornarem-se áreas potenciais para

restaurar a conectividade como um todo, priorizando principalmente o resgate das

funções das matas ciliares.

O nosso papel como restauradores da natureza é desenvolver ações dentro de

uma visão sistêmica, promovendo significativas melhorias na qualidade ambiental da

sociedade como um todo, e desta forma equilibrando os processos produtivos e

conservativos do planeta.

Segue o presente Projeto de Recuperação Ambiental devidamente assinado e

acompanhado da respectiva ART (Anotações de Responsabilidade Técnica) nº

92221220131340480.

________________________________ Ricardo Jampani Picinini

Engenheiro Ambiental

Crea/SP no: 5060045305

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

46

8. Bibliografia

Barbosa, L. M. (2006) Manual para recuperação de áreas degradadas do estado de São Paulo: matas ciliares do interior paulista. Instituto de Botânica. São Paulo. CEPAGRI (2009) Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura. Acesso em 22/06/2013. CETESB (2006) Compensação ambiental beneficia os Parques do Aguapeí e do Peixe. 08/05/2006. http://www.cetesb.sp.gov.br/noticentro/2006/05/08_if.htm. Acesso em 22/06/2013. Instituto Florestal (2009) (2) Sistema de Informações Florestais do Estado de São Paulo http://www.iflorestal.sp.gov.br/sifesp/inventario.html. Acesso em 24/06/2013. ITESP (2001) Pontal Verde: Plano de Recuperação Ambiental nos Assentamentos do Pontal do Paranapanema. Série Cadernos ITESP/Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania. São Paulo. MARTINS, S. V. Recuperação de Matas Ciliares. Viçosa: Editora Aprenda Fácil, 001. 143p. MELO, V.A. Poleiros artificiais e dispersão de sementes por aves em uma área de reflorestamento, no estado de Minas Gerais. 1997. 40p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 1997. PICININI, R. J. Projeto de Reflorestamento ambiental Fazenda São Francisco, Usina Alta Paulista, Junqueirópolis, 2012. REIS, A; ESPÍDOLA, M. B; VIEIRA, N. K; HMELJEVSKI, K. V. Técnicas para restauração através da nucleação. Apostila da disciplina: Recuperação de Áreas Degradadas. Disponível em:<http://lras.ufsc.br/images/stories/apostila.pdf>. Acesso em: 03 de agosto de 2012. REIS, A; TRES, D.R. Técnicas nucleadoras na restauração de floresta ribeirinha em área de Floresta Ombrófila Mista. Revista Biotemas. 2009. SIGRH (1997) Sistema de Informações para o Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Relatório de Situação dos Recursos Hídricos das Bacias dos Rios Aguapeí e Peixe. http://www.sigrh.sp.gov.br. Acesso em 24/06/2013.

VIEIRA, D. P. Projeto de Recuperação Ambiental – Assentamento Santa Rita, Tupi

Paulista. 2011.

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

47

ANEXOS

Figura 1 - Área a ser reflorestada 1

Figura 2 - Área a ser reflorestada 2

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

48

Figura 3 - Área a ser reflorestada

Figura 4 - Área a ser reflorestada

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

49

Figura 5 - Área a ser reflorestada

Figura 6 - Área a ser reflorestada

www.sonhonosso.org.br

SONHO NOSSO – Frente de Apoio Comunitário Rua José Maria Calazans, 550 – Centro - 17950 000 - Nova Guataporanga - SP - Brasil Telefone: 18 3856 1139 - e-mail: [email protected] - www.sonhonosso.org.br

CNPJ 06.065.829/0001-59 OSCIP 08026.003591/2004-22

50

Figura 7 - Área a ser reflorestada

Figura 8 - Área a ser reflorestada