projeto pedagÓgico multidisciplinar — minas gerais · cultura e da história do povo mineiro,...
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Resumo: Partindo da investigação sobre o gênero textual
piada e uma reflexão sobre a piada O mineiro e o queijo,
introduz-se um tema que faz parte da cultura gastronômica
de Minas Gerais: o queijo minas frescal. Ao longo das
etapas deste projeto, o aluno terá oportunidade de explorar
vários conteúdos ligados à produção do queijo, acionando
PROJETO PEDAGÓGICO MULTIDISCIPLINAR — MINAS GERAIS
Tema: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais
Perfil do grupo: Este projeto tem como foco os alunos do 5º ano, podendo ser adaptado para o Ensino Fundamental I e II e séries iniciais do Ensino Médio, suprimindo ou acrescentando conteúdos, a critério do professor.
conhecimentos das áreas disciplinares de Língua Portuguesa, Ciências, História e Geografia e, com isso,
promovendo o sentido prático dos diferentes aprendizados escolares em seu cotidiano. Nesse processo
investigativo, o aluno usa o que sabe e também o que aprende a cada etapa do projeto. A aplicabilidade
desses conteúdos na pesquisa dos elementos que caracterizam o patrimônio cultural imaterial do
estado em que o aluno vive, assim como seu passado histórico, tem por objetivo fazê-lo pensar sobre
seu papel social e torná-lo responsável pela construção de sua aprendizagem. Durante todo o processo,
ele aprende conceitos, procedimentos e atitudes.
Suportes: Degustação de queijo minas frescal do tipo
artesanal (da região do Serro) e do tipo comum (feito com
leite pasteurizado); vídeos e sites pré-selecionados na
internet.
Justificativa para uso desses suportes: A experiência de provar o queijo em ambiente escolar,
acionando os sentidos e resgatando sensações da memória,
permite ao professor explorar os conhecimentos prévios e,
ao mesmo tempo, instigar o aluno a buscar informações que
ele não tem. Essa dinâmica abre novas possibilidades de elaboração de hipóteses sobre a origem da
matéria-prima, o modo de fazer, a tradição, os equipamentos e as pessoas envolvidas nessa produção.
Tais hipóteses vão sendo consolidadas durante as rodas de conversa, após a exibição dos vídeos e/ou
a conclusão das pesquisas na internet, apoiadas em orientações prévias e em roteiros sugeridos nas
respectivas etapas. Por meio dessa experiência didático-pedagógica, o aluno entra em contato com os
valores culturais e históricos do estado onde vive e do grupo social a que pertence.
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Recursos necessários: Material escolar comum (caderno, lápis preto, caneta, borracha,
apontador, régua, dicionário, etc.); mapas ou atlas geográfico escolar; computador ou outro dispositivo
com acesso à internet.
Objetivos: Trabalhar na perspectiva da multidisciplinaridade para o levantamento de aspectos da
cultura e da história do povo mineiro, dando ao aluno a oportunidade de explorar gêneros textuais,
vivenciar e aplicar os conhecimentos que ele aprende na escola em novas situações que lhe permitirão
conhecer, compartilhar, refletir sobre sua realidade e sobre a sociedade a que pertence. Ao mesmo
tempo em que pensa sua realidade, o aluno também constrói conhecimento.
Disciplinas: Língua Portuguesa, Ciências, História e Geografia. Temas transversais: Patrimônio Cultural, Saúde, Pluralidade Cultural e Ética, Cidadania.
Competências: COnCeituais:
Língua Portuguesa — Estudo de gêneros textuais (piada, texto
informativo);
Ciências — Estudo do reino animal (mamíferos). Propriedades
nutricionais do leite. Higiene e saúde na criação animal e
fabricação de laticínios.
História — Compreensão de conceitos gerais da área, como tempo e contexto históricos, simultaneidade,
oralidade, mudança, permanência, ruptura, cultura, patrimônio histórico e cultural, cultura material,
cultura imaterial, grupo social.
Geografia — Compreensão de conceitos da área, como representação espacial, escala, fonte, legenda,
pontos cardeais e colaterais. Atividade econômica: pecuária leiteira.
PrOCedimentais:
Língua Portuguesa — Leitura e análise do gênero textual piada.
Ciências — Investigação: de onde vem o leite, como se faz o queijo.
História — Investigação de aspectos históricos e culturais do município do Serro e do estado de Minas
Gerais.
Geografia: Leitura de mapa. Cálculo de escala. Elaboração de legenda.
atitudinais:
Trabalho cooperativo. Respeito ao patrimônio cultural, histórico, material e imaterial de Minas Gerais.
Responsabilidade com prazos, cumprimento de tarefas e compromissos assumidos com o grupo e com
o professor. Valorização da cultura local. Comprometimento e envolvimento no próprio processo de
aprendizagem.
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Duração e desenvolvimentoEsse projeto foi pensado para ser desenvolvido ao longo de um trimestre. O professor deve avaliar
o momento de trabalhar as diferentes propostas, considerando seu planejamento e o currículo
tradicional da série. Está dividido em etapas que podem ser trabalhadas em sequência, em intervalos
semanais, quinzenais, mensais, ou até em intervalos maiores. Por ser longo o processo de construção
da aprendizagem, é preciso dar ao aluno o tempo necessário para a experimentação, a reflexão, o
compartilhamento de ideias e descobertas e, finalmente, para a compreensão dos conceitos.
Considerando-se a importância do estudo da história local e regional no Fundamental I, assim como da
valorização da cultura e dos saberes locais, caberá ao professor equacionar esse tempo, levar em conta
a realidade da escola e do grupo-classe.
Se a opção for intercalar as atividades do projeto com as demais demandas escolares, a cada etapa,
é importante retomar os conhecimentos sistematizados na etapa anterior para que o trabalho de
investigação e de consolidação dos novos conhecimentos avance sem perder o foco.
Na descrição a seguir, há uma sugestão do tempo gasto em cada etapa.
Etapa 1: Análise de gênero textual: piada.
(duração: quatro aulas de 45 minutos.)
Etapa 4: A tradição de se fazer queijo em
Minas. (Duração: cinco aulas de 45 minutos.)
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Etapa 2: De onde vem o queijo? (duração:
três aulas de 45 minutos.)
Etapa 5: Localização do município do Serro e
sua relação com a capital Belo Horizonte e a
capital federal, Brasília. (duração: cinco aulas
de 45 minutos.)
Etapa 3: Como se faz o queijo? (duração:
quatro aulas de 45 minutos.)
Etapa final: Fechamento e sistematização das
reflexões feitas ao longo do projeto. (duração:
duas aulas de 45 minutos + aulas a definir para
apresentação dos trabalhos finais.)
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Elaboração e apresentação do produto finalA consolidação e apresentação dos resultados acontecerão em dois momentos distintos:
1. Preparação para a produção do trabalho de conclusão do projeto. Duração: 90 minutos ou mais
tempo, dependendo do perfil da turma, para troca de ideias e orientações do professor. Os trabalhos
de conclusão podem ser desenvolvidos em duplas, em pequenos grupos, individualmente ou envolver
toda a sala de aula. O professor deve estabelecer uma data para a apresentação dos resultados.
2. Data da apresentação dos trabalhos finais e fechamento do projeto com discussão e avaliação dos
resultados.
Algumas considerações sobre o trabalho de conclusão do projeto:
Os alunos deverão participar das decisões quanto à escolha, produção
e formatação do trabalho de conclusão, assumindo o protagonismo
na construção do conhecimento e em sua aprendizagem. Caberá ao
professor: garantir a interação dos alunos com seus objetos de estudo;
acompanhar os trabalhos para que não se perca o foco; estar atento
e presente cada vez que for acionado, seja por demanda coletiva ou
individual; dar instruções claras e detalhadas em cada etapa; avaliar
e dar feedbacks ao término de cada tarefa; fornecer informações adicionais que possam subsidiar o
projeto, toda vez que julgar oportuno; cuidar para que os alunos se mantenham, o tempo todo, ativos e
motivados; exercer o papel de agente colaborador e facilitador e supervisionar os trabalhos de maneira
atenta.
Referências
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de aula: conceitos, práticas e propostas. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2004. p. 37-48.
BRASIL. Secretaria de Educação à Distância. Vendo e aprendendo: como usar os vídeos da TV Escola.
Brasília: MEC/Seed, 2000.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares nacionais: Apresentação dos
temas transversais, Ética. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares nacionais: Ciências Naturais.
Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares nacionais: Geografia. Brasília:
MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares nacionais: História. Brasília:
MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares nacionais: Língua Portuguesa.
Brasília: MEC/SEF, 1997.
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CASCUDO, L. C. História da alimentação no Brasil. São Paulo: Global, 2011.
CERRI, C. Artesãos do futuro. Revista Globo rural, ed. 200, jun. 2002. Disponível em: <http://
revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC304497-1641-2,00.html>. Acesso em: 12 fev. 2014.
COLL, C. et al. O construtivismo na sala de aula. 6. ed. São Paulo: Ática, 2009 (Fundamento).
______; MONEREO, C. et al. Psicologia da educação virtual: aprender a ensinar com as tecnologias da
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DAHIA, S. L. M. Riso: uma solução intermediária para os racistas no Brasil. Disponível em:
<http://www.revispsi.uerj.br/v10n2/artigos/pdf/v10n2a06.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2014.
DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna,
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FAZENDA, I. C. A. interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 18. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.
FERNANDES, A. T. C. História das cidades brasileiras. São Paulo: Melhoramentos, 2012 (Coleção Como eu
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IBGE. meu primeiro atlas. Rio de Janeiro: IBGE, 2006.
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br/document/?code=vtls000349245&fd=y>. Acesso em: 12 fev. 2014.
NASCIMENTO, A. E. J. Educação e preconceito racial no Brasil: discriminação no ambiente escolar.
Disponível em: <http://dmd2.webfactional.com/media/anais/EDUCACAO-E-PRECONCEITO-RACIAL-NO-
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NEVES, A. M. B. interações: raízes históricas brasileiras. São Paulo: Blusher, 2012 (Coleção InterAções).
PIRES, M. C. S. Produção artesanal do queijo do Serro. Disponível em: <http://www.mao.org.br/wp-
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(Curso de Pós-Graduação em Produção Animal) – UFVJM, Diamantina. Disponível em: <http://acervo.
ufvjm.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/184/1/DISSERTACAO%20ALINE%20%20SILVA%20SANTOS.PDF>.
Acesso em: 12 fev. 2014.
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de História Cultural. Escritas da História: ver, sentir, narrar. Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2012.
Disponível em: <http://gthistoriacultural.com.br/VIsimposio/anais/Natalia%20Soares%20Severino.pdf>.
Acesso em: 12 fev. 2014.
trabalhando com mapas: introdução à Geografia. 26. ed. São Paulo: Ática, 2009.
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Sugestões de endereços na internet (acessos em: 12 fev. 2014)
Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais
<http://www.cidadeshistoricasdeminas.com.br>
Ateliê Ciclope de Arte e Publicação em meios digitais
<http://www.cidadeshistoricas.art.br/>
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
<http://www.fapemig.br>
Google Maps
<https://maps.google.com.br/maps>
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
<http://www.ibge.gov.br>
<http://7a12.ibge.gov.br/>
Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais
<http://www.iepha.mg.gov.br>
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
<http://portal.iphan.gov.br>
Instituto de Laticínios Cândido Tostes
<http://www.candidotostes.com.br/>
Portal do Professor – MEC
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/>
TV Escola – MEC
<http://tvescola.mec.gov.br/>
Queijo artesanal
• Palestra de Fernando Magalhães, Epamig, MG, sobre queijos artesanais.
<http://www.sebraepb.com.br/sebrae_nacional/downloads/enel/18_Queijos_artesanais_A_
experiencia_de_MG.pdf>
• Técnica de fabricação do queijo artesanal do Serro.
<http://www.iepha.mg.gov.br/component/content/article/16/29-processo-de-fabricacao>
• História do queijo.
<http://www.iepha.mg.gov.br/component/content/article/16/28-historico>
• Caracterização do queijo artesanal do Serro.
<http://www.iepha.mg.gov.br/component/content/article/16/27-caracterizacao>
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• Queijo artesanal de Minas Gerais.
<http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=17758&sigla=Institucional&retorno=
detalheInstitucional>
• Queijo artesanal do Serro.
<http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticias/livro-resgata-tradicoes-mineiras-e-revela-segredos-
sobre-o-popular-queijo-artesanal/>
Patrimônio imaterial
• Patrimônio imaterial.
<http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=10852&retorno=paginaIphan
• Parecer Iphan.
<http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do;jsessionid=1034ADAD512060AE8EF7C3230AB0E
6EB?id=950>
• Registro no livro dos saberes do modo de fazer queijo artesanal da região do Serro.
<http://www.iepha.mg.gov.br/component/content/article/923>
<http://www.cultura.mg.gov.br/sobre/banco-de-noticias/story/1728-modo-artesanal-de-fazer-o-queijo-
e-revalidado-pelo-conep>
• Bens imateriais registrados no Iphan.
<http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=12456&retorno=paginaIphan>
História de Minas Gerais – período colonial
• Imposto, quinto do ouro, carta régia.
<http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1956&sid=152>
• Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais – Serro.
<http://www.cidadeshistoricasdeminas.com.br/cidade/serro/historia/>
• Cidades Históricas Brasileiras – Ateliê Ciclope de arte e publicação em meios digitais – Serro.
<http://www.cidadeshistoricas.art.br/serro/sr_his_p.php>
Geografia – mapas
• <http://7a12.ibge.gov.br/images/7a12/mapas/Brasil/brasil_grandes_regioes.pdf>
• <http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br/mg/ico/mg2.jpg>
• <http://7a12.ibge.gov.br/images/7a12/estados//minas_gerais.pdf>
• <http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?lang=&codmun=316710&search=minas-
gerais|serro|infograficos:-dados-gerais-do-municipio>
• <ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_escolares/ensino_medio/mapas_estaduais/pdf/
minas_gerais.pdf>
• <https://maps.google.com.br/maps?q=mapa+serro+mg&ie=UTF-8&hq=&hnear=0xaee3a5a319e55d:0
xdabe50c9414314f7,Serro+-+MG&gl=br&ei=fke8UpfHILLNsATRjYCQDQ&ved=0CCsQ8gEwAA>
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Vídeos
500 anos: o Brasil na TV – episódio 7 – Fausto e a Pobreza de Minas (14min).
<http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=4784>
Patrimônio imaterial – vídeo da Petrobrás (3min 41s).
<http://imphic.ning.com/video/patrimonio-imaterial>
Técnica de fabricação do queijo minas frescal – Instituto Cândido Tostes (6min 7s).
<http://www.youtube.com/watch?v=HEEvUcP9dic>
Etapas de fabricação do queijo minas frescal – TV Folha – Serra do Cabral, MG (4min 5s).
<http://www.youtube.com/watch?v=r1q844fp2vE>
Reportagem Queijo minas TV – MG no Ar (9min 10s).
<http://www.youtube.com/watch?v=wGkANF-1r_s>
Queijo do Serro (4min 4s).
<http://www.youtube.com/watch?v=Er-91LF_PxE>
Trilha do Sabor – episódio 68 – Serro – Parte 1 (12min 23s).
<http://www.youtube.com/watch?v=REH_A50Mp9M>
Trilha do Sabor – episódio 68 – Serro – Parte 2 (15min 29s).
<http://www.youtube.com/watch?v=mZnG1R9aHMs>
O mineiro e o queijo — Documentário — trailer 1 (2min 8s).
<http://www.youtube.com/watch?v=12gKGa6GI-o>
O mineiro e o queijo — Documentário — trailer 2 (1min 56s)
<http://www.youtube.com/watch?v=tcNqObMq95U>
O mineiro e o queijo — trecho selecionado do documentário (9min 43s).
<http://www.youtube.com/watch?v=iW03hfM7pkU>
Curso de Produção do queijo artesanal do Serro e da Canastra – filme de divulgação – (4min 15s).
<http://www.youtube.com/watch?v=3BP3b1bqUzs>
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ETAPA 1ANáLISE DE GêNERO TExTUAL: PIADA
(duração: quatro aulas de 45 minutos)
Recursos necessários: somente os recursos comuns de sala de aula.
Antes das atividades: Levantamento de conhecimentos prévios e preparação de clima de descontração para o estudo do gênero piada.
1. Perguntar: quem gosta de ouvir piada? Quem gostaria de
contar uma piada?
2. Roda de conversa: propor uma discussão sobre o que
acharam das piadas contadas pelos colegas.
• Chamar atenção dos alunos para uma das características
desse tipo de narrativa: levar o ouvinte a tirar conclusões
precipitadas sobre o desfecho da história. E também para a função mais evidente da piada:
provocar o riso (rir com o outro e do outro).
• Buscar nas piadas contadas pelos alunos os exemplos de personagens mais visadas e que são
comuns a esse gênero textual.
• Propor como reflexão: por que as piadas têm, em geral, uma narrativa que pode levar quem
escuta a formular conclusões preconceituosas? Você concorda com essa maneira de fazer humor,
isto é, incitando o preconceito? Por quê?
Atividade 1 – Análise da piada O mineiro e o queijo.
1. Explicar aos alunos que eles vão ouvir e analisar uma piada,
cuja personagem principal é um mineiro.
2. Perguntar: que traço do mineiro vocês acham que será destacado nessa piada? Será que essa
característica de fato corresponde aos mineiros, isto é, a todas as pessoas que nasceram ou vivem
em Minas Gerais?
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3. Pedir a atenção dos alunos para ler a piada O mineiro e o queijo a seguir:
O mineirinho estava voltando para casa a pé, por uma estrada de chão. De repente, tropeça numa lâmpada mágica e, do interior da lâmpada, sai uma fumaça colorida que se materializa em um Gênio.
– Por ter me libertado da lâmpada, eu lhe concederei três pedidos, disse o Gênio. Qual vai ser o primeiro desejo que irei realizar? – completou.
E o mineirinho respondeu prontamente:
– Ah, seu Gênio, eu queria um queijo.
O gênio, então, fez aparecer o queijo e ofereceu ao homem, que rapidamente o apanhou das mãos do Gênio, agradecendo.
– O senhor já pode fazer o segundo pedido, alertou o Gênio.
– O mineirinho pensou um pouco mais até que respondeu com a cabeça meio baixa:
– Ah, eu vou querer outro queijo, disse assim meio sem graça.
É pra já, disse o Gênio. E mais um queijo apareceu, agora, diretamente nas mãos do mineirinho. Ele sorriu e agradeceu.
– Agora, só lhe resta mais um desejo. O que vai pedir?
O mineirinho pensou por alguns segundos e decidiu:
– Eu desejo um cavalo para voltar pra casa, porque minhas pernas já não aguentam de tanto andar.
O Gênio não se segurou:
– Mas por que o senhor me pediu o cavalo só agora? Se tivesse me pedido quantos queijos quisesse, de uma só vez, ainda teria mais um desejo a realizar, além do cavalo.
Mas o mineiro, bem constrangido, não é que respondeu?
– Eu só pedi o cavalo porque fiquei com vergonha de pedir outro queijo.
Texto adaptado por: Renata Paiva
4. Interpretação do texto — Perguntar:
• O que acharam da piada? O que entenderam?
• Qual foi o primeiro pedido do mineiro? E o segundo? E o terceiro?
• O que ele queria ter pedido no lugar do cavalo? Por que não o fez?
• Em sua opinião, a personagem aproveitou bem os três pedidos? Por quê? O que você faria no
lugar da personagem?
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Atividade 2 – A piada e o preconceito.
1. Propor aos alunos que pensem e opinem sobre o teor de
preconceito contido nessa piada. Perguntar:
• Por que a personagem é mineiro? Será que todos os
mineiros gostam de queijo?
• Você acredita que, se a situação descrita na piada pudesse ser real, a personagem principal, por
ser mineiro, agiria da mesma maneira? Por quê?
• E uma pessoa que tenha nascido em outro lugar do país, ela poderia também agir como o mineiro
da piada? Por quê?
• Uma pessoa que não gostasse tanto de queijo ou que não fosse mineira seria mais “esperta” na
hora de escolher os três pedidos ao Gênio? Por quê?
• Será que há, nesse texto, um caráter preconceituoso em relação aos mineiros? Por quê?
2. Atividade escrita: orientar os alunos a produzir individualmente um comentário escrito sobre a piada.
Para construir os argumentos, o aluno deverá levar em conta as questões formuladas e discutidas no
início da Etapa 1 (Antes da atividade). São elas:
• Por que as piadas têm, em geral, uma narrativa que pode levar quem escuta a formular
conclusões preconceituosas?
• Você concorda com essa maneira de fazer humor, isto é, incitando o preconceito? Por quê?
FECHAMENTO DA ETAPA 1
1. Roda de conversa: retomar as funções das piadas e de outras formas de humor e propor
aos alunos que reflitam sobre o fato de o mineiro frequentemente estar associado a
alguém que adora queijo. Perguntar: vocês acham que o queijo, de fato, faz parte da cultura
gastronômica do mineiro? Por quê? E por que será que o mineiro gosta tanto de queijo?
2. Distribuir a Ficha de Autoavaliação (Anexo 1) para ser preenchida em sala de aula e
entregue ao professor antes do final da aula.
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ANTES DAS ATIVIDADES
Item 1
Estimular a participação dos alunos sem permitir, contudo, que haja desrespeito ou manifestações de
preconceito. Orientar os alunos a obedecer à ordem de inscrição dos colegas e esperar sua vez de falar,
estando também sempre atentos às falas dos colegas. Usar o quadro de giz para registrar informações
que caracterizem o gênero textual piada. Orientar os alunos a copiar no caderno as anotações do
quadro de giz, para que possam ser retomadas em momento oportuno.
ATIVIDADE 2
Item 1
Usar o quadro de giz para registrar o que for mais significativo nas respostas dos alunos, orientando-os,
ao final da discussão, a anotar no caderno os comentários registrados.
ATIVIDADE 2
Item 2
Acompanhar a produção escrita dos alunos, pedindo-lhes atenção quanto ao uso adequado da norma
culta da Língua Portuguesa, recorrendo ao dicionário para conferir a grafia de palavras que suscitem
dúvidas, usando a pontuação de maneira correta e cuidando das concordâncias nominais e verbais,
entre outros aspectos. Ao final, proponha aos alunos que trabalhem em duplas para que um conheça
o que o outro escreveu e possa opinar e dar suas contribuições para a escrita do colega. Enquanto as
duplas trabalham, percorra a sala de aula coletando eventuais dificuldades de expressão e escrita que
os alunos tenham. Selecione as dificuldades mais gerais para trabalhar coletivamente esses pontos mais
frágeis, sem a necessidade de nomear publicamente os autores dos erros, já que qualquer um de nós é
passível de erros e a ideia é reforçar os conteúdos da disciplina de Língua Portuguesa e não identificar
quem erra e acerta. Transmita esse princípio às duplas para que a atividade possa ser realizada com
tranquilidade e respeito mútuo.
ORIENTAçõES AO PROFESSOR E SUGESTõES DE RESPOSTAS
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ETAPA 2DE ONDE VEM O QUEIJO?
(duração: três aulas de 45 minutos)
Recursos necessários: Computador ou outro dispositivo com acesso à internet.
Antes das atividades: Enquete sobre as preferências dos alunos e sobre tipos de queijo.
1. Perguntar:
• Quem gosta de queijo? Como vocês gostam de comer o
queijo: puro, com pão, com doce, etc.?
• Quais tipos de queijo vocês conhecem? Por que os queijos
não são todos iguais? Que diferenças vocês percebem?
Atividade 1 – A produção de leite.
1. Levantar conhecimentos prévios sobre a matéria-prima
do queijo. Perguntar: Qual é o principal ingrediente na
fabricação do queijo? De onde vem essa matéria-prima?
2. Apresentar o vídeo da TV Escola Kika: de onde vem o leite. Esse vídeo está disponível no portal da TV
Escola: <http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=2411> e também
no Youtube <http://www.youtube.com/watch?v=NbEjD2ULDY8>. Acessos em: 12 fev. 2013.
3. Perguntar: O que acharam do vídeo? Aprenderam algo novo com esse vídeo? O quê?
Atividade 2 – Trabalho em duplas sobre o vídeo.
1. Entregar a Ficha 1 (Anexo 1) para ser trabalhada em duplas.
2. Fazer a correção coletiva das fichas.
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Atividade 3 – Levantamento de hipóteses e conhecimentos prévios.
1. Perguntar: você já visitou uma propriedade leiteira? Conte
o que mais chamou sua atenção nela. Se não visitou, como
imagina que seja?
2. Roda de conversa:
• Será que todas as propriedades leiteiras são iguais? Discutir as diferenças entre as propriedades
leiteiras: grandes, médias, pequenas; sem ou com pouca tecnologia; com alta tecnologia, etc.
• Que fatores podem influir na boa qualidade do leite? Refletir sobre alguns itens que influem
na qualidade do leite: alimentação, raça do animal, saúde do animal (vacinas, tratamentos
preventivos, consultas ao veterinário), higiene (das instalações, na ordenha, na conservação e no
armazenamento do leite), equipamentos (ordenha mecânica, tanques de resfriamento), transporte
do leite até a usina onde será pasteurizado (condições do transporte, tempo de transporte).
FECHAMENTO DA ETAPA 2
• Propor como reflexão: por que o manejo adequado da criação e os cuidados com higiene e
conservação do leite são fundamentais para se obter um queijo de boa qualidade?
• Distribuir a Ficha de Autoavaliação (Anexo 2) para ser preenchida em sala de aula e
entregue ao professor no mesmo dia.
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Anexo 1
Ficha 1
1. Significa que o leite é produzido pelos mamíferos para alimentar seus filhotes. Exemplos de
mamíferos: humanos, bovinos, caprinos, suínos, felinos, caninos, etc. Nem todos os mamíferos
produzem leite para consumo humano.
2. Porque são os únicos mamíferos que continuam tomando leite depois que crescem. A produção
de leite da mãe é fundamental para alimentar os filhotes nos primeiros meses de vida, mas não é
suficiente para alimentar os filhos depois de adultos. Por isso, a partir dos seis meses de vida, os
bebês humanos começam a consumir outros alimentos. Embora o consumo de leite não seja mais
necessário após essa 1ª fase da vida da criança, esse tipo de alimento continua a ser consumido in
natura ou na forma dos derivados de leite (iogurtes, queijos, manteiga, entre outros). A composição
do leite é diferente para cada mamífero. O leite da vaca, assim como o da cabra, da búfala e da
ovelha, tem composição compatível com a capacidade de digestão humana e, por isso, criam-se esses
animais visando à produção de leite para o consumo humano.
3. A vaca come capim e, em certos casos, ração balanceada. Quanto melhor a qualidade do capim ou
da ração que a vaca consome, melhor será a qualidade do leite produzido (com mais gordura, mais
proteína, etc.).
4. Pasteurização é um processo pelo qual o leite é submetido para que tenha maior durabilidade,
ou seja, mantenha as bactérias e os microrganismos presentes no leite em níveis aceitáveis (bem
baixos) aumentando a segurança alimentar. Por esse processo, o leite ordenhado é aquecido a 65
°C por trinta minutos e, em seguida, rapidamente resfriado e armazenado em tanques para ser,
posteriormente, guardado em recipientes apropriados para a comercialização.
5. Resposta pessoal. Sugestão: manteiga, iogurte, creme de leite (nata), requeijão, entre outros.
ORIENTAçõES AO PROFESSOR E SUGESTõES DE RESPOSTAS
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ETAPA 3COMO SE FAz O QUEIJO?
(duração: quatro aulas de 45 minutos)
Recursos necessários: Computador ou outro dispositivo com acesso à internet.
Antes das atividades: Levantamento dos conhecimentos sobre a fabricação do queijo.
1. Investigar o que os alunos já sabem sobre a fabricação do
queijo. Perguntar: Vocês sabem como se faz queijo? Além
do leite, que outros ingredientes são necessários? Que
equipamentos são usados durante o processo de fabricação?
2. Discutir por que alguns queijos são mais brancos e suaves, enquanto outros são mais amarelos e
fortes; por que uns são mais macios e outros são mais duros.
Atividade 1 – O processo de fabricação do queijo em uma pequena propriedade rural.
1. Explicar aos alunos que eles vão assistir a um vídeo que
mostra como o queijo tipo minas frescal é fabricado.
Perguntar: Quais são as características desse tipo de
queijo? (branco, fresco, macio, com ou sem sal, tem menor
durabilidade do que o queijo curado, entre outras). Por que
será que o queijo se chama “minas frescal”? Em sua opinião,
por quais etapas do processo de fabricação a matéria-prima passa até se transformar em queijo?
2. Anotar no quadro de giz as hipóteses dos alunos e retomá-las após a apresentação do vídeo para
confrontá-las com o que eles viram, possibilitando que consolidem os conhecimentos adquiridos.
3. Ao iniciar a apresentação do vídeo, orientar os alunos a prestar atenção na função de cada etapa do
processo de fabricação do queijo e anotar os detalhes que julgarem relevantes para a compreensão
desse processo.
4. Apresentar o vídeo da TV Folha, feito em uma pequena propriedade rural da Serra do
Cabral, MG. O vídeo tem 4min 5s de duração e está disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=r1q844fp2vE>. Acesso em: 12 fev. 2014.
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5. Após a apresentação do vídeo, retomar os registros que fizeram para confrontá-los com as hipóteses
dos alunos. Fazer as perguntas a seguir e repetir as cenas, ou todo o filme, quantas vezes julgar
necessárias para que os alunos busquem as respostas.
• Que nome recebe o tipo de ordenha que vocês viram no filme? De que outra maneira o leite pode
ser ordenhado? Quais são as vantagens e desvantagens entre um tipo e outro?
• Por que o bezerro estava perto da vaca no momento da ordenha e, depois, ele foi afastado?
• Por que o leite precisou ser coado?
• O que aconteceu cerca de 40 minutos depois de ter sido colocado o coalho no leite?
• Por que a fôrma do queijo é cheia de furos no fundo? Por que a massa precisa ser virada na
fôrma, de vez em quando?
• Por que o queijo precisa ser lavado no dia seguinte?
Atividade 2 – A produção do queijo minas frescal em uma fábrica de laticínios.
1. Explicar aos alunos que, agora, eles vão assistir a outro vídeo
sobre fabricação de queijo. O vídeo indicado tem 6min 7s e
foi feito pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de
Minas Gerais <www.fapemig.br>, órgão vinculado à Secretaria
de estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do
Governo de Minas Gerais. O filme foi realizado no Instituto de Laticínios Cândido Tostes, em Juiz
de Fora, MG <http://www.candidotostes.com.br/> e está disponível em: <http://www.youtube.com/
watch?v=HEEvUcP9dic>. Acesso em: 12 fev. 2014.
2. Apresentar o segundo filme, solicitando aos alunos que procurem perceber as principais diferenças
entre um processo de fabricação e outro.
3. Roda de conversa: comparar o processo de fabricação em uma pequena propriedade rural e nas
instalações do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, uma instituição voltada para a pesquisa e a
transferência de tecnologias para produtores de leite e indústrias de laticínios. Perguntar:
• Qual é o principal problema apontado na fabricação do queijo artesanal? Qual é a recomendação
do Instituto Cândido Tostes para contornar o problema?
• Como se faz a pasteurização do leite, segundo a pesquisadora? No vídeo que vocês assistiram
anteriormente, houve a pasteurização do leite antes da fabricação do queijo? Como você chegou
a essa conclusão?
• Que outras diferenças vocês perceberam entre um processo de fabricação e outro?
• Comparando o processo de fabricação do queijo no primeiro filme com o do segundo filme, em
qual deles, você acredita, que a durabilidade do produto será maior? Por quê?
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FECHAMENTO DA ETAPA 3
1. Roda de conversa: propor como discussão as seguintes questões:
• Vocês imaginavam que o queijo era fabricado dessa maneira?
• O que foi mais surpreendente nos filmes que vocês assistiram?
• Qual é a diferença entre o queijo produzido artesanalmente e o queijo produzido
industrialmente? Qual deles tende a ser mais seguro, do ponto de vista da higiene? Qual
é o mais gostoso?
• Como é possível obter um queijo minas frescal de boa qualidade e ao mesmo tempo
saboroso?
2. Distribuir a Ficha de Autoavaliação (Anexo 1) para ser preenchida em sala de aula e
entregue ao professor no mesmo dia.
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ANTES DAS ATIVIDADES
Item 2
É importante que os alunos percebam que os diferentes tipos de queijo são determinados pelas
condições do ambiente e de fabricação, pelo tempo de maturação, pela qualidade da matéria-prima
(quantidade de gordura, teor de proteína), entre outros fatores. O princípio geral de transformação
do leite em queijo, no entanto, é semelhante: incorporação do coalho (industrial ou natural), corte da
massa, dessoragem, salga, secagem, lavagem.
ATIVIDADE 1
Item 5
• Ordenha manual e ordenha mecânica. A ordenha manual é mais acessível (quase sem custo) ao
pequeno produtor, porém é mais propensa a problemas de contaminação do leite, pois a higiene
é mais difícil de ser controlada. Já a ordenha mecânica envolve investimentos na compra de
equipamentos e na instalação de local adaptado para a ordenha. Por não haver contato direto
com o úbere da vaca nem com o leite (pois este é transportado mecanicamente até os tanques de
resfriamento), os riscos de contaminação são menores. Em ambos os casos, os cuidados com a saúde
animal, com a higiene, armazenamento e conservação do leite são fundamentais para se preservar a
boa qualidade da matéria-prima.
• A presença do filhote estimula a extração do leite, pois esse leite é produzido para alimentar o
bezerro. Quando o bezerro está próximo da mãe, isso faz com que os hormônios da lactação sejam
liberados e o leite fica pronto para ser sugado pelo filhote. Assim que isso ocorre, o bezerro pode ser
afastado e inicia-se a ordenha.
• Para garantir que, se houver alguma impureza no leite, esta possa ser eliminada.
• O leite coalhou, formando uma massa mais densa e separada do soro. A mistura estava pronta para a
etapa de dessoragem, quando se retira a maior parte do soro e a massa começa a ganhar na fôrma o
aspecto de queijo.
• Para deixar escorrer o excesso de soro. Para uniformizar o queijo e também para que o sal seja
aplicado nas duas superfícies, penetrando na massa.
• Por uma questão de higiene e para manter o padrão de casca mole e branca.
ORIENTAçõES AO PROFESSOR E SUGESTõES DE RESPOSTAS
19
2020
ATIVIDADE 2
Item 3
• O principal problema é a contaminação do queijo. Para diminuir os riscos de contaminação, o leite
tem de ser pasteurizado antes da fabricação do queijo. Os equipamentos usados em todas as etapas
do processo precisam estar bem higienizados.
• Para pasteurizar o leite, é preciso aquecê-lo a 65°, mantendo-o nessa temperatura por 30 minutos e
depois resfriá-lo. O leite usado na fabricação do queijo, no primeiro filme, não foi pasteurizado. Após
a ordenha, ele foi coado e já recebeu o coalho.
• Resposta pessoal. Os alunos podem citar que, no laticínio, a mistura recebeu também cloreto de
cálcio e ácido láctico industrial, além do coalho. O processo de fabricação tem uma escala maior
e obedece a determinados padrões, como a lavagem dos vasilhames com hidróxido de cálcio, a
recomendação em não se usar utensílios de madeira para manusear ou armazenar a mistura, entre
outras diferenças. A pesquisadora também explicou três maneiras de salgar o queijo e citou que o
soro descartado na dessoragem, quando não salgado, pode servir para complementar a alimentação
animal (por exemplo, nas criações de suínos).
• O processo de fabricação no Instituto Cândido Tostes garante maior durabilidade para o queijo, pois
os riscos de contaminação são menores, já que o leite é pasteurizado e os cuidados com a higiene e a
qualidade da matéria-prima obedecem a padrões e controles mais rígidos.
FECHAMENTO DA ETAPA 3
Item 1
Explicar que o queijo produzido no Instituto Cândido Tostes obedece a padrões adotados nas produções
industriais, mas tem uma escala de produção pequena, quase artesanal, se comparada à escala
industrial. Para efeito de comparação, pode-se considerar o primeiro vídeo como exemplo de produção
artesanal e o segundo como exemplo de produção industrial. Cabe, no entanto, a ressalva de que há
propriedades rurais que se dedicam à produção do queijo artesanal (sem pasteurização), mas com
padrões bem mais rígidos do que os observados na propriedade apresentada no vídeo, em relação
à higiene e à conservação do leite e do queijo. Há pequenas e médias propriedades que possuem
equipamento de ordenha mecânica, tanques de resfriamento do leite e local para fabricação do queijo
em ambiente controlado e refrigerado. O resultado desses cuidados pode ser verificado na qualidade do
queijo artesanal.
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ETAPA 4A TRADIçãO DE SE FAzER QUEIJO EM MINAS
(duração: cinco aulas de 45 minutos)
Recursos necessários: queijo artesanal do Serro; queijo minas frescal produzido industrialmente;
computador ou outro dispositivo com acesso à internet.
Antes das atividades: Degustação de queijos.
1. Levar queijo artesanal do Serro e queijo minas frescal feito
com leite pasteurizado, cortados em pedacinhos. Oferecer
aos alunos para que eles provem primeiro um tipo de queijo,
depois, o outro.
2. Perguntar: De qual vocês gostaram mais? Por quê? Quem sabe por que são diferentes?
Atividade 1 – A origem do método artesanal de fabricação de queijo.
1. Ler o texto da Ficha 1 (Anexo 1) sobre fabricação de queijo:
o leite cru, o pingo, o modo de fazer. Explicar aos alunos
que eles vão ler alguns fragmentos de texto retirados de
um trabalho científico que foi apresentado na Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, que fica em
Diamantina, MG. Esclarecer que o trabalho foi feito por uma zootecnista, cujo interesse era investigar
a qualidade microbiológica do leite cru e da água usados na fabricação do queijo artesanal do Serro.
2. Perguntar se eles sabem o que faz uma zootecnista e o que é zootecnia (ciência que estuda a criação
de animais sob o ponto de vista de seu aproveitamento econômico, por exemplo, para a produção de
carne, leite, ovos, mel, lã, etc.). Perguntar também se eles sabem o que é qualidade microbiológica e
qual seria a importância de um estudo desses (uma avaliação das bactérias e outros microrganismos,
neste caso, presentes no leite e na água usados na produção do queijo; desses microrganismos,
alguns são benéficos e imprimem sabor e aspectos característicos ao alimento, outros podem estar
presentes por contaminação e ser maléficos à saúde de quem os consome).
3. Alertá-los que um estudo como este tem muitas páginas e aborda minuciosamente muitos assuntos
relacionados a esse objetivo principal, e o que eles vão ler são apenas alguns trechos desse trabalho,
que interessam para a investigação sobre as especificidades do queijo do Serro e o modo de fazer.
4. Após a leitura e preenchimento da Ficha 1, propor que conversem sobre a seguinte questão: Por que
o queijo artesanal tem um sabor característico e bem diferente do sabor do queijo feito com leite
pasteurizado e/ou em escala industrial?
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Atividade 2 – Pesquisa sobre a história do município do Serro.
1. Explicar aos alunos que eles vão pesquisar na internet sobre
a história do Serro: origem do nome, como a cidade surgiu,
mineração, vocação para criação de gado, produção de
queijo.
2. Orientar a pesquisa e entregar o roteiro da Ficha 2 (Anexo 2) com as informações que deverão ser
pesquisadas.
• <http://www.cidadeshistoricasdeminas.com.br/cidade/serro/historia/>;
• <http://www.cidadeshistoricas.art.br/serro/sr_his_p.php>;
• <http://www.iepha.mg.gov.br/component/content/article/923>;
• <http://www.iepha.mg.gov.br/component/content/article/16/27-caracterizacao>;
• <http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=892>.
3. Roda de conversa para a troca de impressões sobre a pesquisa e o compartilhamento das
informações das fichas.
• Perguntar: Em que medida a exploração de ouro e de diamantes na região do Serro contribuiu
para o desenvolvimento da pecuária leiteira e do modo de fazer queijo artesanal? Mesmo com a
decadência da mineração, por que essas atividades continuaram a ser desenvolvidas e são, até
hoje, de grande importância econômica para muitas famílias da região?
• Propor aos alunos uma reflexão sobre a importância do município do Serro como patrimônio
histórico e cultural de Minas Gerais.
Atividade 3 – O que é patrimônio cultural?
1. Estimular os alunos a levantar hipóteses sobre o que é
patrimônio cultural. Anotar no quadro de giz os comentários
dos alunos, ajudando-os a formular as hipóteses.
2. Explicar que, em sua origem, a palavra “patrimônio” significa herança paterna. E, então, o termo
passou a designar o conjunto de bens de uma família que, por herança, passa de geração a geração.
Solicitar aos alunos exemplos de bens que podem fazer parte de um patrimônio familiar e que
tenham um valor de negociação (possam ser vendidos). Depois, pedir que deem exemplos de bens
familiares de valor afetivo, ou seja, que não podem ser avaliados e precificados.
3. Propor que reflitam sobre o significado de patrimônio cultural. Perguntar: Quais bens poderiam
fazer parte do patrimônio cultural de um grupo social? Como identificar esses bens e quem seriam
seus herdeiros? Anotar no quadro de giz as sugestões dos alunos, construindo com a ajuda deles o
conceito de patrimônio cultural, material e imaterial.
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4. Formar grupos de três ou quatro alunos para que façam uma lista com exemplos de bens culturais
materiais e imateriais do estado de Minas Gerais, tombados ou não. Os links citados no item anterior
poderão dar suporte a essa pesquisa, caso seja possível ampliar a atividade com uma consulta à
internet. Depois de finalizada a atividade, organizar uma roda para o compartilhamento das listas
e para uma breve discussão sobre a importância da preservação do patrimônio cultural imaterial.
Perguntar: Por que zelar pelo patrimônio cultural imaterial é uma maneira de preservar a história e a
cultura de um lugar?
FECHAMENTO DA ETAPA 4
1. Roda de conversa para discussão sobre o que aprenderam durante essa etapa do projeto e
para o compartilhamento dos dados pesquisados. Perguntar: Vocês sabiam que o estado de
Minas Gerais tinha um patrimônio cultural tão diversificado?
2. Propor como reflexão: O queijo artesanal, produzido há 200 anos no Serro e em cerca de 10
municípios do seu entorno, segue a mesma receita e é feito praticamente do mesmo modo
nos dias atuais. Por esse motivo, é considerado um patrimônio cultural imaterial de Minas
Gerais. O que você pensa a esse respeito?
3. Para concluir, fazê-los pensar sobre a seguinte questão: Por que será que o mineiro se
identifica tanto com o queijo?
4. Entregar a Ficha de Autoavaliação (Anexo 3) para ser preenchida em sala de aula.
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ATIVIDADE 3
Item 2
Dividir uma parte do quadro de giz em duas colunas. No topo de uma delas, escrever: Bens de valor
material e, na outra, Bens de valor afetivo. À medida que os alunos citarem exemplos de bens familiares,
registrar na respectiva coluna. Sugestões de resposta: Bens de valor material — imóveis (casas,
apartamentos, fazendas, terrenos, etc.), valores em dinheiro, em ações, em títulos, joias, títulos de
clube, empresas, participação em sociedades, obras de arte, objetos, automóveis e outros veículos, etc.;
Bens de valor afetivo — fotografias, vídeos, documentos antigos, roupas e objetos pessoais, livros de
receita, diários, cadernos escolares, cartas e outras correspondências, entre outros. No rol dos bens de
valor afetivo podem existir itens que tenham valor material, mas que, por seu valor afetivo, não estão à
venda, ou seja, não podem ser precificados. Louças e prataria, joias de família, obras de arte, roupas e
acessórios de grife, móveis de época e até automóveis podem figurar nessa lista.
ATIVIDADE 3
Item 3
Os bens culturais são a herança comum de todos os membros de um mesmo grupo social ou de uma
nação. São todos os bens móveis (objetos, documentos, registros, etc.), imóveis (prédios, construções,
monumentos, vilas, bairros, cidades) e naturais (parques, reservas, florestas e outros ambientes
naturais) que tenham valor significativo para a sociedade, seja um valor histórico, arqueológico,
artístico, ecológico, espiritual, social, estético, científico ou documental. Na lista dos bens culturais
entram os bens materiais e também os bens imateriais, ou seja, o conjunto de saberes (conhecimentos e
modos de fazer), de celebrações (rituais, festas, formas de expressão, manifestações artísticas, musicais,
cênicas, literárias, entre outras), de lugares (mercados, feiras, santuários, praças e outros espaços
voltados para encontro e práticas culturais e/ou sociais coletivas) que representam a identidade, a
memória e a ação dos diferentes grupos sociais formadores da sociedade brasileira. Ajudar os alunos
a lembrar de exemplos de bens culturais e, na outra parte do quadro de giz, dividir em duas colunas os
bens materiais e imateriais citados. Uma sugestão para ilustrar esse debate é fazer uma apresentação
em Power Point com imagens que representam esses bens culturais, não só em Pernambuco como
também em outros lugares do Brasil. Consultar os links abaixo (acessos em: 12 fev. 2014):
• <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=10852&retorno=paginaIphan>;
• <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=12456&retorno=paginaIphan>;
• <http://www.fundarpe.pe.gov.br/politicacultural_patrimonio.php>;
• <http://www.iepha.mg.gov.br/component/content/article/923>;
• <http://imphic.ning.com/video/patrimonio-imaterial>;
• <http://defender.org.br/2009/09/15/modo-de-fazer-queijo-minas-e-patrimonio-brasileiro/>.
ORIENTAçõES AO PROFESSOR E SUGESTõES DE RESPOSTAS
24
2525
ATIVIDADE 3
Item 4
Explicar aos alunos que a história do município do Serro coincide com a origem do queijo artesanal
que se fabrica na região até hoje. Lembrá-los de que as pessoas que chegaram à região, atraídas
pela possibilidade de ficarem ricas, acabaram se instalando ali, não necessariamente se dedicando
exclusivamente às atividades do garimpo. Muitas encontraram meios de sobreviver, por exemplo,
plantando e criando animais para a produção de alimentos e o abastecimento dos povoados vizinhos
ao garimpo. Essas pessoas construíram igrejas, sobrados e deixaram marcas de uma cultura que, aos
poucos, se consolidou na localidade. Fazê-los perceber que essa cultura, muitas vezes impalpável,
como o modo de fazer queijo artesanal ou de celebrar festas religiosas, fez surgir, na população local
e também de outras regiões do estado identificadas com aquele período da história do Brasil, um
sentimento de identidade e de continuidade. Por isso, esse patrimônio imaterial não é só da região
do Serro como também do povo mineiro. Durante a pesquisa, chamar a atenção deles para outras
regiões do estado que também produzem queijo artesanal, como a serra da Canastra e a serra do
Salitre. Salvo as diferenças que caracterizam os queijos de cada região, há vários aspectos em comum
entre os queijos produzidos no Serro, na Canastra e no Salitre, como o uso do leite cru, do pingo (cada
qual com as características próprias a sua região) e da produção feita dentro da propriedade leiteira,
com a matéria-prima local. Explicar ainda que o registro e tombamento, assim como a preservação do
patrimônio cultural brasileiro, são de responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan). No âmbito estadual, o órgão responsável é o Instituto Estadual do Patrimônio
Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Nos sites dessas instituições, há informações que também
podem dar suporte à pesquisa dos alunos: <http://portal.iphan.gov.br>; <http://www.iepha.mg.gov.br>.
É importante navegar pelos sites antes e acompanhar a pesquisa ou montar um roteiro para que os
alunos busquem na internet as informações solicitadas. Se a escola tiver laboratório de informática,
recomenda-se que a atividade seja feita em duplas para que os alunos possam trocar experiências
enquanto pesquisam. Importante também orientar que os dados coletados devem ser sistematizados
de maneira organizada para que possam ser facilmente consultados e compartilhados durante a
apresentação dos resultados da pesquisa na roda de conversa.
Anexo 1
Ficha 1
Item 3
1. a) Esse tipo de queijo é fabricado na região desde o século XVIII (período colonial), época da
chegada dos garimpeiros para a extração de ouro e diamantes. Portugueses também vieram para
a região em busca dessas riquezas e, com eles, trouxeram a técnica de fabricação do queijo da
serra da Estrela, em Portugal. Lá, o queijo era feito com o leite das ovelhas; aqui, com o leite das
vacas que eram criadas em pastos nativos dos arredores do garimpo.
b) Esse queijo possui formato cilíndrico, com aproximadamente 14 centímetros de diâmetro e altura
variando de 4 a 6 centímetros. A casca é normalmente esbranquiçada, tendendo a se transformar
numa crosta fina e amarelada quando o queijo é maturado por alguns dias. Resposta pessoal.
2626
c) Esse queijo é produzido com leite não pasteurizado e sua fabricação é doméstica, artesanal.
Além disso, ao leite é acrescentado o pingo (soro fermentado e salgado, colhido da massa do
dia anterior), dando ao queijo características de aparência e de sabor específicas. Esse queijo
também passa por um processo de maturação, antes de ser comercializado e/ou consumido.
d) O pingo é o fermento do queijo, obtido do soro já salgado da massa de queijo que foi fabricada
no dia anterior. Trata-se de uma colônia de bactérias benéficas, originárias da região, que
dão ao queijo um sabor particular. Por ter recebido a salga, também se evita que bactérias
maléficas e oportunistas se instalem na mistura, prejudicando a qualidade do queijo; são esses
dois ingredientes que garantem a qualidade especial do queijo. Tanto o leite cru, oriundo de
vacas da região que se alimentam de pastos em sua maioria nativos, quanto o pingo, trazem
em suas formulações características de sabor que são influenciadas pelas condições locais de
clima, solo, pasto, temperatura, qualidade da água, etc. Quando se pasteuriza o leite, perdem-
se essas características porque as bactérias submetidas à pasteurização são drasticamente
reduzidas, perdendo-se a diversidade de microrganismos que imprimiriam na massa um sabor
marcadamente local. Situação semelhante ocorre com os fermentos industriais, pois apenas um
ou dois tipos de bactérias genéricas fazem o trabalho de fermentação do queijo. O resultado
aparece no sabor padronizado dos queijos industrializados. É importante lembrar que os
queijos industrializados e feitos com leite pasteurizado são mais seguros para consumo, sob o
ponto de vista da higiene e contaminação. Por isso, o queijo artesanal precisa ser muito bem
manipulado, com rigoroso controle de higiene, em todas as etapas do processo de fabricação
e de comercialização: desde os cuidados com a saúde e alimentação das vacas leiteiras e com
a ordenha até a higiene dos equipamentos na queijaria, o armazenamento, conservação e
transporte dos queijos. O controle de higiene e de conservação dos queijos nos pontos de venda
também é muito importante.
Anexo 2
Ficha 2
1. Assim como várias cidades mineiras, a origem do Serro também está associada à mineração. Nos
primeiros anos do século XVIII, exploradores vindos de São Paulo descobriram ouro de aluvião
(cascalho, areia, pedra e outros sedimentos que se depositam nas margens de rios; neste caso, as
pepitas de ouro eram encontradas misturadas aos sedimentos e à lama da beira dos rios). Quando a
notícia se espalhou, várias pessoas se dirigiram à região, também na esperança de obter riquezas,
fundando povoados nas imediações das áreas de garimpo. Um desses povoados deu origem ao
município do Serro.
2. Na época da chegada dos primeiros exploradores, a região era habitada por grupos indígenas.
3. Quando os primeiros exploradores chegaram à região, em 1702, os indígenas a chamavam de Ibiti-
-ruí, que significa serro (ou morro) dos ventos frios. Isso porque a topografia da região favorece a
passagem de correntes de ar, por vezes, muito frias.
2727
4. Nesse ano, o povoado foi elevado à categoria de vila, passando a se chamar Vila do Príncipe. Isso deu
à localidade condições mínimas para que se desenvolvesse ali uma vida urbana regular, a começar
pela instalação de instituições administrativas e de controle político, como o Senado da Câmara.
Igrejas e altares foram construídos, iniciando a forte tradição religiosa desse município. Sobrados e
outras construções coloniais foram também erguidos. Em 1751, foi instalada a Casa de Fundição, que
passou a receber toda a produção aurífera das imediações daquela Comarca.
5. A produção mineradora entrou em decadência no início do século XIX. Salvo alguns mineradores
mais ricos e tradicionais que poderiam arcar com os pesados tributos impostos pela Coroa
portuguesa para a exploração das minas, os demais exploradores que permaneceram na região
passaram a se dedicar a outras atividades, como a agricultura e a pecuária de subsistência ou às
novas modalidades de trabalho urbano.
6. Em 1838, o Serro foi elevado à categoria de cidade. Por causa do difícil acesso e sem os atrativos da
época da mineração, o município permaneceu isolado, preservando-se com isso suas características
de vila setecentista (século XVIII).
7. As tradições religiosas e folclóricas e o queijo artesanal. O município foi tombado como patrimônio
histórico e cultural pelo Iphan em 1938. Certifique-se de que os alunos compreenderam o que
significa esse tombamento e o título de patrimônio histórico e cultural da humanidade; explique a
eles o que significa Iphan e quais são as atribuições desse órgão federal. Mais informações poderão
ser obtidas no portal do Iphan na internet: <http://portal.iphan.gov.br>.
28
ETAPA 5
ONDE FICA O MUNICíPIO DO SERRO?
(duração: quatro aulas de 45 minutos)
Recursos necessários: Computador ou outro dispositivo com acesso à internet (site do IBGE e/
ou Google Maps); impressora; atlas geográfico escolar; caderno de anotações; lápis ou caneta; para o
trabalho com mapas: caneta preta, lápis de cor, régua.
Antes da atividade: Levantamento de conhecimentos prévios utilizando mapa.
1. Apresentar um mapa do estado de Minas Gerais e perguntar:
• Quem sabe onde fica o Serro?
• Quem já esteve lá? Como é a paisagem daquela região?
Como é o terreno, a vegetação? Faz frio/calor? Há rios em
áreas próximas ao município?
2. Depois, mostrar no mapa onde fica o município do Serro, destacando as condições de relevo da
região e a bacia do rio Jequitinhonha.
Atividade 1 – Exploração dos conhecimentos de cartografia para representar a área do estado, da capital Belo Horizonte e do município do Serro.
1. Orientar consulta ao site do IBGE para buscar e imprimir o
mapa político do Brasil atual, que servirá como base para as
atividades com mapa mudo e para a construção da legenda.
Entregar aos alunos a Ficha 2 (Anexo 2). Segue o link:
<http://7a12.ibge.gov.br/images/7a12/mapas/Brasil/brasil_
grandes_regioes.pdf>.
Acesso em: 12 fev. 2014.
2. Entregar a Ficha 2 (Anexo 2) e orientar os alunos a trabalhar em sala a Parte 1 dessa ficha. Para o
trabalho com as fichas, seguir os procedimentos:
• Acompanhar os trabalhos individuais, esclarecendo eventuais dúvidas ou fazendo as intervenções
que julgar importantes.
• Formar grupos de quatro ou cinco alunos para trabalharem juntos na finalização do mapa (Parte 1,
Ficha 2).
• Primeiro, eles deverão comparar os mapas que cada um completou e checar se todos seguiram os
mesmos critérios durante a atividade (se nem todos seguiram pelo mesmo caminho, eles devem
questionar qual seria a saída mais eficiente e por quê).
29
• Depois, deverão pensar em uma maneira simples de informar, na legenda, a localização da capital
de MG e da capital do país e tomar a decisão juntos sobre qual será o melhor título para o mapa.
• No lugar da Fonte, onde está escrito IBGE, o aluno vai completar com o nome da escola e o ano
e a turma (Exemplo: IBGE, Escola..., 5º ano...). E, acima do mapa, vai escrever o título que ficou
decidido em seu grupo de trabalho.
Atividade 2 – Orientar como eles deverão calcular as distâncias entre dois pontos do mapa, considerando a informação sobre a escala – trabalho com a Parte 2 da Ficha 2 (Anexo 2).
1. Iniciar a atividade perguntando: O que significa a informação
de escala em um mapa? Como ela é calculada? Como
podemos interpretar as informações da escala para usá-la no
cálculo de distância entre dois pontos de um mapa?
2. Depois de levantadas as hipóteses, propor aos alunos que
resolvam com o professor e os colegas a Parte 2 da Ficha 1.
3. Fazer a correção coletiva do cálculo da distância entre as cidades de Belo Horizonte e Brasília. Em
seguida, estimulá-los a trocar experiências sobre a atividade que realizaram e fazer perguntas:
• Saber identificar os elementos de um mapa ajuda em sua leitura? Por quê?
• Antes de calcular a distância entre Belo Horizonte e Brasília usando a escala do mapa, você
acreditava que as duas cidades eram mais próximas ou distantes do que são?
• Sabendo quantos quilômetros separam Belo Horizonte de Brasília, você diria que essa viagem é
demorada ou não? Justifique.
Atividade 3 – Como tarefa para casa, os alunos deverão trabalhar a Ficha 3 – Mapa do estado de Minas Gerais e seus municípios: leitura, interpretação e construção de legendas.
1. Distribuir a Ficha 3 (Anexo 3) para ser trabalhada em casa.
2. Esclarecer eventuais dúvidas dos alunos e marcar a data de
entrega da ficha pronta.
FECHAMENTO DA ETAPA 5
1. Feedback sobre a produção das fichas de atividades e entrega da Ficha de Autoavaliação
(Anexo 4) para ser preenchida em sala e devolvida ao professor no final da aula.
2. Roda de conversa para discutir a produção dos alunos nesta etapa.
30
ANTES DA ATIVIDADE
Item 2
É importante destacar as características físicas da região: relevo montanhoso, com altitude média de
940 metros, na região do alto Jequitinhonha (serra do Espinhaço), o clima é frio e a qualidade das
pastagens naturais favorece a criação de gado leiteiro. Por se tratar de cidade histórica, o turismo é um
setor importante da economia do município. Ver sugestões de links com mapas da região (acessos em:
12 fev. 2014):
<http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?lang=&codmun=316710&search=minas-gerais|serro|
infograficos:-dados-gerais-do-municipio>;
<http://7a12.ibge.gov.br/images/7a12/estados//minas_gerais.pdf>;
<ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_escolares/ensino_medio/mapas_estaduais/pdf/minas_
gerais.pdf>;
<https://maps.google.com.br/maps?q=mapa+serro+mg&ie=UTF-8&hq=&hnear=0xaee3a5a319e55d:0xda
be50c9414314f7,Serro+-+MG&gl=br&ei=fke8UpfHILLNsATRjYCQDQ&ved=0CCsQ8gEwAA>.
ATIVIDADE 1
Explorar conhecimentos prévios de Geografia, representação cartográfica, leitura de mapa político
e legendas. Perguntar: Para que serve um mapa? Que informações ele precisa ter para que seja
interpretado de maneira correta? Que informação do mapa ajuda a descobrir a relação entre as áreas
representadas com os pontos cardeais (N, S, L, O) e os pontos colaterais (NE, SE, NO, SO)? Mobilizar
os alunos para perceberem quais são os elementos imprescindíveis de um mapa: o título, a escala, a
legenda, a rosa dos ventos e a fonte.
ORIENTAçõES AO PROFESSOR E SUGESTõES DE RESPOSTAS
30
3131
ATIVIDADE 1
Item 2
Como a escolha das cores para pintar as áreas que correspondem aos estados de MG e do DF no
mapa ficaram a critério dos alunos, certamente haverá diferenças entre um mapa e outro em relação
a esse quesito, sem prejuízo para a atividade. É importante, no entanto, que as cores se repitam nos
quadradinhos que representam as áreas dos estados na legenda, lembrando que o azul não deverá ser
usado. Os alunos também deverão reproduzir os ícones que representam as capitais (estadual e federal),
tal e qual foram aplicados no mapa em que eles trabalharam. Na legenda, é preciso constar também um
pequeno traço em preto, da mesma espessura usada nos traçados que dividem os estados (ver modelo
do IBGE). O título deve expressar o que está sendo destacado no mapa. Sugestão para o título: Brasil
— divisão política: distância entre Belo Horizonte e Brasília. Para representar os estados vizinhos
de Minas Gerais, pode-se optar por uma cor neutra (por exemplo, cinza), ou mesmo hachuras, e cobrir
toda a área que compreende os estados que fazem fronteira com Minas Gerais, lembrando que essa
informação deverá constar também da legenda, seguida de sua explicação. A explicação, neste caso,
pode ser: área dos estados que fazem divisa com Minas Gerais; é importante que os alunos possam
discutir as melhores maneiras de representar essa área com os estados vizinhos, chegando juntos à
conclusão de como apresentar a informação do modo mais objetivo.
ATIVIDADE 2
Item 3
Os alunos poderão responder que o tempo da viagem pode variar, dependendo do meio de transporte:
se for de ônibus ou carro, vai demorar bem mais do que se for de avião; também vai depender de
quantas paradas os veículos terrestres vão fazer e por quanto tempo essas paradas vão durar. Se
algum aluno já esteve em Brasília, convide-o a compartilhar a experiência com os colegas. O objetivo
da atividade é tornar mais familiar aos alunos os procedimentos de leitura e interpretação de um mapa,
partindo de situações concretas e próximas de sua realidade. Na atividade para casa, o aluno terá a
oportunidade de aplicar o que aprendeu em sala de aula para conhecer mais sobre a região que está
pesquisando, seguindo as convenções das representações cartográficas. Se julgar oportuno, a atividade
poderá ser ampliada, propondo aos alunos que calculem a distância entre o município onde vivem (caso
não seja Belo Horizonte) e a capital de Minas Gerais.
Anexo 2
Ficha 2
Item 1
Em caso de dúvidas, consultar também o Google Maps. Seguem os links:
<http://7a12.ibge.gov.br/images/7a12/estados/minas_gerais.pdf>;
<https://maps.google.com.br/maps?q=mapa+municípios+minas+gerais+Serro&ie=UTF-8&ei=KxjCUs37G8
zJsQSr1oDYDQ&ved=0CAgQ_AUoAg>.
Acessos em: 12 fev. 2014.
32
ETAPA finAl
FECHAMENTO E SISTEMATIzAçãO DAS REFLExõES
(duração: duas aulas de 45 minutos + aulas a definir para apresentação dos trabalhos finais)
Recursos necessários: Computador ou outro dispositivo com acesso à internet; material escolar.
Para retomar 1. Organizar uma roda de conversa para que os alunos
compartilhem suas experiências e opiniões a respeito deste
projeto.
2. Retomar algumas das questões propostas ao final de cada etapa para ajudar os alunos a pensar e a
opinar sobre a questão final desse projeto: Por que o queijo é parte da cultura do povo mineiro?
Para refletir 1. Propor a cada um que pense e escolha um ou dois momentos
que foram marcantes para ele neste projeto e anote no
caderno.
2. Perguntar o que cada um anotou e por que acham que esses momentos foram especiais.
3. Estimular a discussão e a troca de ideias.
4. Para finalizar, propor que façam um desenho sobre essa experiência. Quem preferir pode escrever
em vez de desenhar.
33
Sobre os trabalhos de conclusão
1. Conversar sobre o trabalho de conclusão do projeto. Explicar
que esse trabalho pode ser individual, em dupla, em trio ou
em grupo e que os alunos poderão escolher como querem
apresentá-lo, lembrando que não é necessário usar todos os conteúdos e todos os procedimentos
acionados nas etapas do projeto.
2. O importante é que este trabalho final possa traduzir o envolvimento dos alunos com os temas que
dizem respeito à história, aos saberes e à cultura locais e também represente a identidade do grupo.
Estimulá-los com a seguinte provocação:
• No dia da apresentação, vocês serão os protagonistas: que história vão contar?
3. Marcar a data das apresentações e também a data limite para que os alunos entreguem por escrito
sua proposta para o trabalho final. Avaliar com eles a viabilidade da proposta e dar o suporte
necessário para que possam realizá-la com sucesso.
Para finalizar 1. Após a apresentação dos trabalhos, formar uma roda e pedir
a cada um que reflita sobre seu envolvimento nas etapas do
projeto e compartilhe com os demais essa reflexão.
2. Ouvir a opinião dos alunos sobre o desenvolvimento das atividades ao longo das etapas do projeto e
dar feedbacks sobre o desempenho e o comprometimento da turma com as tarefas e com o trabalho
final. Entregar a última Ficha de Autoavaliação (Anexo 1) para eles preencherem.
3. Perguntar se gostariam de propor outros temas para projetos futuros que envolvam o patrimônio
cultural e histórico de Minas Gerais.
4. Em outro dia, a ser determinado pelo professor, apresentar aos alunos um resumo das
autoavaliações que fizeram ao fim de cada etapa do projeto. Para essa apresentação, montar gráficos
de barras. Ver Ficha de Avaliação Final — professor (Anexo 2).
ANExOS
ETAPA 1
ANExO 1 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
Professor(a): Data: / /
Nome: Número: Ano/turma:
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1. O que você achou mais interessante nesta etapa do projeto? Por quê?
2. Qual foi a principal dificuldade que você sentiu? Por quê?
3. O que você mais gostou de aprender? Por quê?
4. Que outras observações você gostaria de fazer sobre esta etapa do projeto?
ETAPA 2
ANExO 1 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
Professor(a): Data: / /
Nome: Número: Ano/turma:
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Em duplas, procurem responder às perguntas a seguir, baseando-se no vídeo que assistiram e no
conhecimento que vocês já têm sobre o assunto. Se necessário, pesquisem em livros e na internet ou
consultem seus familiares.
1. No vídeo, a personagem “Caixa de Leite” explica para a personagem Kika que “o leite vem da mãe”.
O que isso significa?
2. Por que os seres humanos se alimentam do leite da vaca? Que outros mamíferos são criados para a
produção de leite destinado ao consumo humano?
3. Do que a vaca se alimenta? Por que o alimento da vaca interfere na qualidade do leite?
4. O que é pasteurização? Por que o leite industrial precisa ser pasteurizado?
5. Que outros produtos derivados do leite, além do queijo, vocês conhecem?
ANExO 2 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
Professor(a): Data: / /
Nome: Número: Ano/turma:
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1. O que você achou mais interessante nesta etapa do projeto? Por quê?
2. Qual foi a principal dificuldade que você sentiu? Por quê?
3. O que você mais gostou de aprender? Por quê?
4. Que outras observações você gostaria de fazer sobre esta etapa do projeto?
ETAPA 3
ANExO 1 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
Professor(a): Data: / /
Nome: Número: Ano/turma:
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1. O que você achou mais interessante nesta etapa do projeto? Por quê?
2. Qual foi a principal dificuldade que você sentiu? Por quê?
3. O que você mais gostou de aprender? Por quê?
4. Em sua casa, como você e sua família fazem para conservar os alimentos que consomem? Vocês
costumam verificar o prazo de validade dos alimentos industrializados e obedecer às recomendações
do fabricante quanto à conservação e consumo apropriado do produto? Por que essas medidas são
importantes?
5. Que outras observações você gostaria de fazer sobre esta etapa do projeto?
ETAPA 4
ANExO 1 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
Professor(a): Data: / /
Nome: Número: Ano/turma:
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Atividade de leitura e interpretação de texto informativo
Siga o roteiro de leitura e faça o que se pede. Registre tudo no caderno.
1. Antes da leitura
• Localize o título do texto, o nome do autor e a fonte de onde ele foi retirado.
2. Momento da leitura
• Faça uma leitura silenciosa do texto que vem a seguir.
• Após ler cada parágrafo, interrompa a leitura e veja se há alguma palavra ou expressão que você
desconhece. Se houver, grife-a.
• Leia novamente o parágrafo, agora, procurando compreender o contexto em que a palavra
desconhecida se insere. Tente perceber se o texto fornece “pistas” para que você possa descobrir
o significado da palavra desconhecida naquele contexto. Depois, consulte um dicionário para ter
certeza de que você, de fato, compreendeu o significado da palavra ou para descobrir, enfim, o
que ela significa.
• Proceda da mesma maneira até concluir a leitura do último parágrafo do texto.
Queijo artesanal do Serro
[...]
Na época do garimpo (século XVIII), garimpeiros vindos de Portugal em busca do ouro passaram a fabricar o queijo com o mesmo processamento do queijo da Serra da Estrela, feito a partir de leite de ovelha. Em Minas, passou a ser produzido com leite de vaca para consumo próprio.
Em razão da dificuldade de acesso, os produtores tinham que conservar o fermento, estabelecendo-se assim a prática da utilização do pingo. O pingo é uma porção de soro fermentado originado do dessoramento de queijos produzidos no dia anterior e que é coletado em vasilhames para ser utilizado como fermento [...].
A fabricação do queijo Minas Artesanal do Serro é doméstica e desprovida de mecanização, sendo o local de produção chamado de casa de queijo ou quarto de queijo e, geralmente, localiza-se ao lado do curral, ligado a ele por uma janela.
Como o queijo Minas Artesanal do Serro é fabricado a partir de leite cru e não é submetido a tratamento térmico [pasteurização], o risco de ser veiculador de microrganismos patogênicos [bactérias e outros microrganismos] resulta em importante questão de saúde pública.
[...]
Através de acordo entre produtores e poder público, garante-se a adoção de cuidados em relação à sanidade dos rebanhos, adequações na estrutura e práticas de higiene na ordenha e nas queijarias, além da utilização de água abundante e potável durante a produção do queijo.
[...]
Fabricação do queijo do Serro
O processo de fabricação do queijo do Serro é artesanal e segue normas regulamentadas que abrangem a produção de queijos artesanais produzidos a partir de leite cru, beneficiados nas queijarias das propriedades rurais, sem utilização de técnicas industriais (Lei Estadual n.º 4.185/2002).
Cada produtor segue o caderno de normas disponível na Cooperativa dos Produtores Rurais do Serro com todas as recomendações referentes ao modo de se fazer o queijo artesanal, uma forma de tornar o produto uniforme mantendo suas características.
Imediatamente após a ordenha, que pode ser manual ou mecânica, o leite passa pelo processo de filtragem, feito por meio de filtro ou tecido sintético; em seguida, o leite é transferido para o tanque de fabricação, quando são adicionados o “pingo” e o coalho.
O “pingo”, também conhecido como cultura endógena [bactérias originárias da região e que se desenvolvem apenas naquelas condições específicas de clima, solo, vegetação etc.], é definido como fermento resultante da dessoragem dos queijos já salgados, coletado de um dia para outro, sendo, portanto, um soro fermentado com certa quantidade de sal, que pode agir como inibidor de algumas fermentações indesejáveis e que confere ao queijo características [...] específicas [de aparência e de sabor].
Após a coagulação, a coalhada é deixada em repouso por cerca de cinco minutos, seguido de agitação lenta de, aproximadamente, meia hora, até a obtenção da massa firme. A partir daí, é eliminada parte do soro e feita a compressão da massa nas fôrmas, com as mãos.
A salga é realizada, primeiro em um lado do queijo e, após duas horas, no outro lado. O pingo é coletado em recipiente higienizado, de um dia para o outro, para ser usado na próxima fabricação.
Os queijos são tirados da fôrma no dia posterior, maturados por um período que varia de três a cinco dias, dependendo da preferência do consumidor e, enfim, levados para o comércio.
O queijo Minas Artesanal do Serro possui formato cilíndrico, com aproximadamente 14 cm de diâmetro e altura variando de quatro a seis cm. A casca é normalmente esbranquiçada, tendendo a se transformar numa crosta fina e amarelada quando o queijo é maturado por alguns dias.
SANTOS, A. S. Queijo minas artesanal da microrregião do serro, mG: efeito da sazonalidade sobre a microbiota do leite cru e comportamento microbiológico durante a maturação. 2010. 67 p. Dissertação (Curso de Pós-Graduação em Produção Animal) –
UFVJM, Diamantina. Disponível em: <http://acervo.ufvjm.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/184/1/DISSERTACAO%20ALINE%20%20SILVA%20SANTOS.PDF>. Acesso em: 12 fev. 2014.
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13. Após a leitura
1. Responda às seguintes questões:
a) Que informações o texto traz sobre a origem do queijo artesanal do Serro? Desde quando é
produzido na região? De onde veio a base dessa receita e quem a trouxe?
b) Que informações o texto traz sobre as características do queijo artesanal “tipo Minas”? Essa
descrição coincide com o que você já conhecia sobre esse queijo? Há algo que você gostaria
de acrescentar?
c) O que há de especial no queijo produzido na região do Serro em relação às receitas de queijo
minas frescal produzidas em outras localidades? O texto dá referências claras sobre sua
originalidade em relação às demais receitas? Justifique.
d) O que é o pingo?
e) Por que o leite cru e o pingo são fundamentais na receita para manter as características de
sabor desse tipo de queijo? Por que será que o queijo feito com leite pasteurizado e fermento
industrial não fica igual ao queijo artesanal, mesmo que o processo de fabricação obedeça
rigorosamente às etapas descritas acima?
2. Anote no caderno as impressões que teve do texto que leu (é esclarecedor/difícil, interessante/
desinteressante, completo/falta informação...?) e justifique.
ANExO 2 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
Professor(a): Data: / /
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Roteiro de pesquisa na internet sobre a história do município do Serro, MG.
Em dupla, vocês vão pesquisar textos na internet e tentar responder às seguintes questões. O professor
vai fornecer os endereços dos sites e das páginas que deverão ser consultadas e pesquisadas.
1. Como surgiu o povoado que deu origem ao município do Serro? Por que os primeiros exploradores se
dirigiram à região? Por que se instalaram ali?
2. Quando esses primeiros exploradores chegaram, a região era desabitada ou já era ocupada? Por
quem?
3. Qual é o significado da palavra Serro? Por que o povoado recebeu esse nome?
4. Por que o ano de 1714 pode ser considerado um marco para o desenvolvimento desse povoado? O
que esse fato significou na prática, isto é, que melhorias ocorreram naquela localidade após 1714?
5. Em que época a atividade de mineração entrou em decadência na região? Que outras atividades
econômicas permaneceram após o esgotamento das jazidas de ouro e diamantes?
6. Quando o Serro foi elevado à categoria de cidade? Que fatores contribuíram para que o conjunto
arquitetônico daquela época se mantivesse preservado?
7. Além do conjunto arquitetônico, que outras riquezas culturais desse passado seguiram preservadas,
a ponto de o município ter sido o primeiro no Brasil a receber o título de Patrimônio Cultural da
Humanidade? Quando isso ocorreu?
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ANExO 3 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
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1. O que você achou mais interessante nesta etapa do projeto? Por quê?
2. Qual foi a principal dificuldade que você sentiu? Por quê?
3. O que você mais gostou de aprender? Por quê?
4. Em seu município, há testemunhos materiais – como prédios, igrejas e outras construções — e
imateriais — como festas, tradições, produtos artesanais — que revelam o passado histórico e cultural
da região? Quais? Como a comunidade e o governo local cuidam desse patrimônio?
5. Que outras observações você gostaria de fazer sobre esta etapa do projeto?
ETAPA 5
ANExO 1 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
Professor(a): Data: / /
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Roteiro para atividade com mapa.
Fonte: IBGE e
Parte 1
1. Localizar no mapa o estado de Minas Gerais. Escrever com caneta preta a sigla do estado de Minas
Gerais (MG) e dos estados vizinhos (que fazem fronteira com Minas Gerais): ES, SP, RJ, GO e BA.
2. Pintar a área que compreende o estado de Minas Gerais de uma cor, e a área que corresponde
ao Distrito Federal, onde fica Brasília, de outra cor. Importante: não usar a cor azul, pois, nas
representações cartográficas, normalmente o azul é usado em áreas cobertas por água: mares,
oceanos, rios, lagos.
3. Construir uma legenda que explica as principais informações do mapa: limite de estado, capital de
estado, capital de país, cor que representa o estado de Minas Gerais. (Ver no mapa do Brasil que você
imprimiu do IBGE como essas informações constam da legenda para comparar, caso tenha dúvidas).
4. Deixar algum espaço para incluir outras informações na legenda, caso seja necessário.
5. Escrever, na linha a seguir, um título para o mapa.
6. Agora você vai compartilhar com alguns colegas o que fez até aqui e completar outras etapas em
grupo. O professor vai organizar os grupos e dar as instruções para que vocês concluam a Parte 1.
Parte 2
Agora, vamos calcular a distância, em quilômetros, entre Belo Horizonte, a capital de Minas Gerais, e
Brasília, capital do Brasil. Sigam as instruções:
1. Localizar no mapa o ponto que representa a cidade de Belo Horizonte.
2. Localizar no mapa o ponto que representa a cidade de Brasília.
3. Com a régua, medir a distância, em centímetros, de um ponto a outro.
4. Conferir na escala quantos quilômetros correspondem a cada centímetro do mapa. De posse dessa
informação, você só precisa fazer uma conta para saber a distância real, em quilômetros, entre Belo
Horizonte e Brasília.
• Faça a conta no espaço reservado a seguir.
• Responda: qual é a distância, em quilômetros, entre as cidades de Belo Horizonte e Brasília?
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ANExO 2 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
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Roteiro para atividade com mapa.
Fonte: IBGE e
1. O professor vai orientar uma consulta ao site do IBGE para buscar e imprimir o mapa do estado de
Minas Gerais, que servirá como base para as atividades com o mapa mudo e para a construção da
legenda.
2. Comparando os traçados do mapa mudo com o mapa do IBGE, localize e pinte a área que
corresponde à capital, Belo Horizonte.
3. Pinte a área que corresponde ao município do Serro, usando uma cor diferente da escolhida para
destacar a área de Belo Horizonte no mapa de Minas Gerais.
4. Construa uma legenda explicando as principais informações que você destacou no mapa. Na legenda,
ao lado da cor que você pintou para representar o município do Serro, escrever a informação:
<município do Serro>; ao lado da cor que você usou para pintar a área de Belo Horizonte, escrever:
Belo Horizonte. Além das cores representando a capital, Belo Horizonte, e o município do Serro, essa
legenda deve ter também um símbolo para representar o limite de municípios (um pequeno traço
de mesma cor e espessura do traçado do mapa que divide os municípios), o símbolo da capital de
estado (este é padrão em todos os mapas; ver mapas do IBGE) e o símbolo que representa a sede do
município (pontos pretos indicando as áreas dos municípios; ver mapa de Minas Gerais, do IBGE).
5. Crie um título para seu mapa e escreva-o na linha indicada para o título (parte de cima do mapa) e
complete a linha com a indicação da Fonte com o nome de sua escola, seu nome e o ano escolar (por
exemplo, 5º ano...).
6. Usando a escala do mapa e uma régua, calcule a distância aproximada entre a capital, Belo
Horizonte, e o município do Serro. Responda:
• A distância entre Belo Horizonte e o município de Serro é de quilômetros,
aproximadamente.
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ANExO 3 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
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Nome: Número: Ano/turma:
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1. O que você achou mais interessante nesta etapa?
2. Qual a principal dificuldade que você sentiu ao realizar essa etapa?
3. O que aprendeu nessa etapa do projeto?
4. Os conteúdos da disciplina de Geografia acionados durante as atividades dessa etapa foram úteis
para ampliar seus conhecimentos sobre o estado de Minas Gerais? Justifique sua resposta.
ETAPA FINAL
ANExO 1 Projeto: O queijo artesanal: patrimônio cultural imaterial
de Minas Gerais
Professor(a): Data: / /
Nome: Número: Ano/turma:
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1. Qual foi sua participação no trabalho de conclusão do projeto?
2. Em sua opinião, o formato escolhido por sua turma para apresentar os resultados do projeto foi
satisfatório? Justifique sua resposta.
3. Em que o trabalho poderia ser melhorado?
4. Qual foi a principal dificuldade que você sentiu durante o desenvolvimento desse trabalho?
5. O que você achou mais interessante nessa experiência?
6. Que disciplinas vocês precisaram acionar para elaborar o trabalho final?
7. O que você aprendeu com essa experiência?
8. Em sua opinião, aprender por meio de projetos é um recurso válido ou não? Por quê?
9. Esse projeto despertou em você mais alguma curiosidade sobre o estado onde vive? Que tema(s)
você gostaria de pesquisar agora?
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ANExO 2
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Sugestão para o professor: como avaliação de feedback, reunir as informações fornecidas pelos alunos
nas autoavaliações e apresentar a eles alguns gráficos de barras representando um resumo das opiniões
do grupo. Os gráficos poderão ser afixados no mural da classe e nortear novos projetos envolvendo
conteúdos locais e regionais. É importante que os gráficos sejam apresentados de maneira correta,
segundo os padrões estabelecidos, ou seja, com título, data (ano), universo pesquisado, fonte (nome do
professor que tabulou os dados e montou os gráficos ou da instituição a que pertence); o eixo vertical
poderá trazer a quantidade de alunos que indicaram cada sugestão, e o eixo horizontal, as opções sim,
não, não opinaram e/ou cada um dos temas sugeridos e a categoria outros, com * e a descrição dos
temas menos votados.
Sugestões de temas para três gráficos de barras:
• Quantos acharam a experiência válida? Quantos não acharam? Quantos não opinaram?
• O que aprenderam com a experiência? (Três ou quatro mais citados e a categoria outros, com uma
legenda relacionando os demais temas apontados por eles.)
• Que temas relacionados ao estado de Minas Gerais os alunos gostariam de estudar em seguida?
(Indicar os três ou quatro mais citados e a categoria outros, com uma legenda relacionando os
demais temas apontados por eles).