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UNIFEOB Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS PROJETO INTERDISCIPLINAR CONTABILIDADE APLICADA: DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA <MAGAZINE LUIZA S/A.> SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP JUNHO 2017

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UNIFEOB

Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PROJETO INTERDISCIPLINAR

CONTABILIDADE APLICADA:

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

<MAGAZINE LUIZA S/A.>

SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP

JUNHO 2017

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UNIFEOB

Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PROJETO INTERDISCIPLINAR

CONTABILIDADE APLICADA:

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

<MAGAZINE LUIZA S/A.>

Módulo 05 – Contabilidade Aplicada

Contabilidade Avançada – Prof. Marcelo de Castro Cicconi.

Contabilidade Comercial – Prof. Max Streicher Vallim.

Teoria da Contabilidade – Prof. Julio César Teixeira.

Análise de Normas e Pronunciamentos Contábeis – Prof. Antonio Donizeti Fortes.

Práticas de Sistemas Contábeis – Prof. Danilo Morais Doval.

Alunos:

Evandro Lucas Reis Mariano, RA 15001989

Felipe Vilela Figueiredo, RA 15001127

Monique Muriele Barborati, RA 15000694

SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP

JUNHO 2017

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................03

2. DESCRIÇÃO DA EMPRESA...............................................................04

2.1. VISÃO GERAL DA EMPRESA.....................................................05

3. PROJETO INTERDISCIPLINAR.........................................................06

3.1. CONTABILIDADE AVANÇADA................................................06

3.1.1. DFC – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (CPC 03)

3.1.1.1. OBRIGATORIEDADE: FLUXO DE CAIXA

3.1.2. ATIVIDADES OPERACIONAIS

3.1.3. ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

3.1.4. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

3.1.4.1. MÉTODO DIRETO

3.1.4.2. METODO INDIRETO

3.1.5. LEI 11.638/2007

3.1.6. MEP - Método de Equivalência Patrimonial.

3.1.7. REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL: CUSTO HISTÓRICO

3.1.7.1. Custo Histórico

3.2. CONTABILIDADE COMERCIAL...............................................17

3.2.1. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

3.2.1.1. PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair)

3.2.1.2. UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair)

3.2.1.3. CUSTO MÉDIO PONDERADO ou PREÇO MÉDIO

3.2.2. INVENTÁRIO

3.2.2.1. INVENTÁRIO PERMANENTE

3.2.2.2. INVENTÁRIO PERIÓDICO

3.2.3. CMV – CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

3.2.4. RCM – RESULTADO COM MERCADORIAS

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3.2.5. OPERAÇÕES FINANCEIRAS

3.2.6. APLICAÇÕES FINANCEIRAS

3.2.6.1. APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA

3.2.6.2. APLICAÇÕES COM RENDIMENTOS PRÉ-FIXADOS

3.2.6.3. APLICAÇÕES COM RENDIMENTOS PÓS-FIXADOS

3.2.7. EMPRÉSTIMOS

3.2.7.1. EMPRÉSTIMOS COM JUROS PRÉ-FIXADOS

3.2.7.2. EMPRÉSTIMOS COM JUROS PÓS-FIXADOS

3.2.8. OPERAÇÕES COM FOLHA DE PAGAMENTO

3.2.9. CONCLUSÃO

3.3. ANÁLISE DE NORMAS E PRON. CONTÁBEIS........................28

3.3.1. CPC - COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS

3.3.1.1. CPC 30 (R1) – RECEITAS

3.3.1.2. CPC 16 (R1) – ESTOQUES

3.3.1.2.1. MENSURAÇÃO DE ESTOQUE

3.3.1.2.2. VALORAÇÃO DE ESTOQUE (CUSTO)

3.3.1.2.3. VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO

3.3.1.3. CPC 12 – AJUSTE AO VALOR PRESENTE

3.3.1.3.1. TAXA DE JUROS

3.3.1.3.2. RELEVÂNCIA E CONFIABILIDADE

3.3.1.3.3. RISCO E INCERTEZA: TAXA DE DESCONTO

3.3.1.3.4. MENSURAÇÃO

3.3.1.3.4.1. CUSTO X BENEFÍCIO

3.3.1.3.4.2. CLASSIFICAÇÃO

3.3.1.3.4.3. DIRETRIZES MAIS ESPECÍFICAS

3.3.1.3.4.4. PASSIVOS NÃO CONTRATUAIS

3.3.1.3.4.5. EFEITOS FISCAIS

3.3.1.4. CPC 27 – ATIVO IMOBILIZADO

3.3.1.4.1. DEFINIÇÃO DE IMOBILIZADOS

3.3.1.4.2. CUSTOS DE IMOBILIZADOS

3.3.1.4.3. CONCEITOS SOBRE IMOBILIZADOS

3.3.1.5. CPC 4 (R1) – ATIVO INTANGÍVEL

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3.3.1.5.1. COMO DEFINIMOS INTANGÍVEL?

3.3.1.5.2. MENSURAÇÃO

3.3.1.5.3. VIDA ÚTIL

3.4. TEORIA DA CONTABILIDADE..................................................41

3.4.1. HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

3.4.2. CONTABILIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS

3.4.3. DOUTRINAS CONTÁBEIS

3.4.4. CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE

3.4.4.1. RELEVÂNCIA

3.4.4.2. TEMPESTIVIDADE

3.4.4.3. CONFIABILIDADE

3.4.4.4. COMPARABILIDADE

3.4.4.5. COMPREENSIBILIDADE

3.4.5. FUNÇÃO E ORIGEM DE UM PRINCÍPIO CONTÁBIL

3.4.6. PRINCÍPIOS DA CONTABILIDADE

3.4.6.1. PRINCÍPIO DA ENTIDADE

3.4.6.2. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

3.4.6.3. PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

3.4.6.4. PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

3.4.6.5. PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

3.4.6.6. PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

3.4.7. CPC 00 (R1) – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO

E DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO CONTÁBIL-FINANCEIRO

3.4.8. OBJETIVO DA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DAS

DEMONSTRAÇÕS CONTÁBEIS

3.4.9. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO

CONTÁBIL

3.5. PRÁTICAS DE SISTEMAS CONTÁBEIS...................................51

3.5.1. PLANO DE CONTAS

3.5.2. BALANÇO PATRIMONIAL

3.5.3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE

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3.5.4. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA – DFC

3.5.5. CONCLUSÃO

CONCLUSÃO.......................................................................................58

REFERÊNCIAS.....................................................................................59

ANEXOS................................................................................................61

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1. INTRODUÇÃO

A elaboração deste Projeto Interdisciplinar tem por objetivo, apresentar de

maneira clara e objetiva, as demonstrações contábeis para se movimentar uma empresa,

onde tomamos por base o Balanço Patrimonial de uma empresa real, denominada

Magazine Luiza S/A.

Embasados no que aprendemos em todas as unidades de estudos desse módulo,

faremos uma sinopse do que aprendemos.

Contamos com a disciplina Contabilidade Avançada, ministrada pelo Prof.

Marcelo de Castro Cicconi, aonde vimos detalhadamente os lançamentos contábeis,

fornecendo, assim, conhecimentos necessários para a compreensão e leitura das

Demonstrações Financeiras das empresas.

Com a disciplina de Contabilidade Comercial, onde tivemos a orientação do

Prof. Max Streicher Vallim, estudamos minuciosamente os lançamentos contábeis, onde

foi possível controlar a movimentação das empresas comerciais, registrando os fatos

administrativos decorrentes da gestão das mesmas.

Nas aulas de Análise de Normas e Pronunciamentos Contábeis, com o Prof.

Antonio Donizeti Fortes, estudamos o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis),

onde foi possível aprender que, dentro da área contábil, para cada assunto especifico,

temos um CPC designado a ele, onde encontramos suas particularidades.

Em Teoria da Contabilidade, com Prof. Júlio César Teixeira, surgem os

Princípios Fundamentais que precisam ser seguidos na prática, com a finalidade

produzir informações que atendam o objetivo de bem informar. Assim, formamos a

Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade que visa basicamente a estruturação dos

relatórios contábeis.

Em Práticas de Sistemas Contábeis, com Prof. Danilo Morais Doval,

conhecemos um sistema contábil (NetSpeed) e aprendemos a fazer lançamentos

eletrônicos, os quais relatam todas as movimentações da empresa e geram resultados

para análise na tomada de decisões.

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2. DESCRIÇÃO DA EMPRESA

O Magazine Luiza foi fundado em 16 de novembro de 1957, em

Franca-SP, quando o casal Sr. Pelegrino José Donato e Dona Luiza

Trajano Donato adquiriram uma pequena loja de presentes, chamada na

época de A Cristaleira. O nome Magazine Luiza surgiu após um concurso

cultural de rádio realizado com os próprios clientes.

Hoje com mais de 740 lojas, 9 centros de distribuição e 3 escritórios,

espalhados por 16 estados brasileiros, a companhia figura entre os maiores

varejistas do País, oferecendo produtos para a casa da família brasileira.

Missão, Visão e Valores

Missão: Ser uma empresa competitiva, inovadora e ousada que visa

sempre o bem-estar comum;

Visão: Ser o grupo mais inovador do varejo nacional, oferecendo

diversas linhas de produtos e serviços para a família brasileira. Estar

presente onde, quando e como o cliente desejar, seja em lojas físicas,

virtuais ou online. Encantar sempre o cliente com o melhor time do

varejo, um atendimento diferenciado e preços competitivos;

Valores e Princípios: Respeito, Desenvolvimento e

Reconhecimento: nós colocamos as pessoas em primeiro lugar. Elas

são a força e a vitalidade da nossa organização.

(Fonte: www.magazineluiza.com)

Segundo ranking do Ibevar em 2013, é a segunda maior empresa varejista do

país.

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2.1. VISÃO GERAL DA EMPRESA

Razão Social: MAGAZINE LUIZA S/A;

CNPJ: 47.960.950/0001-21;

Inscrição Estadual: 310035324119;

Endereço: Rua Voluntários da Franca, 1465 - Centro - Franca/SP;

Início das atividades: 24/10/1996;

Enquadramento Anual: Simples Nacional (ME) - Regime de Caixa;

Atividade Empresária: Comércio;

CNAE primário: 4713-0/01 (Loja de Departamentos, Magazines, Comércio

Varejista);

Logo da empresa:

Fonte: Google Imagens.

.

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3. PROJETO INTERDISCIPLINAR

3.1. CONTABILIDADE AVANÇADA

A Contabilidade Avançada consiste na interpretação, elaboração e divulgação

das demonstrações contábeis como um todo, incluindo os aspectos específicos que

devem ser divulgados e preparados em conformidade com as Normas Internacionais de

Contabilidade (International Accounting Standard- IASB).

(Contabilidade Avançada: uma abordagem direta e atualizada [livro

eletrônico]/ Rosenei Novochadlo da Costa, Marcel Gulim Melhem. 2. Ed. Curitiba:

Intersaberes, 2016- p.12. (Série Gestão Financeira).

3.1.1. DFC - DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (CPC 03)

A demonstração do fluxo de caixa se faz mais precisa no que diz respeito à

situação financeira da empresa. Detectando a capacidade operacional de gerar

fluxo de caixa, ou seja, caixa para pagamentos de seus fornecedores e/ou

credores, além de pagamento de empréstimos e dividendos junto aos sócios.

Os que fazem uso das demonstrações contábeis precisam de uma

demonstração que mostre como a entidade gera e faz uso de seu caixa e seus

equivalentes. O IASB, que no Brasil é representado pelo CPC, em seu

pronunciamento CPC 03 (R2), que trata em particular do fluxo de caixa e sua

importância, diz:

A demonstração dos fluxos de caixa, quando usada em conjunto com as

demais demonstrações contábeis, proporciona informações que permitem que

os usuários avaliem as mudanças nos ativos líquidos da entidade, sua estrutura

financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua capacidade para mudar os

montantes e a época de ocorrência dos fluxos de caixa, a fim de adaptá-los às

mudanças nas circunstâncias e oportunidades. As informações sobre os fluxos

de caixa são úteis para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e

equivalentes de caixa e possibilitam aos usuários desenvolver modelos para

avaliar e comparar o valor presente dos fluxos de caixa futuros de diferentes

entidades. A demonstração dos fluxos de caixa também concorre para o

incremento da comparabilidade na apresentação do desempenho operacional

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por diferentes entidades, visto que reduz os efeitos decorrentes do uso de

diferentes critérios contábeis para as mesmas transações e eventos. (CPC 03

(R2), 2010, p.3).

A melhoria na gestão dos recursos financeiros e a translucidez nas

operações de uma entidade é o conhecimento encontrado na demonstração do

fluxo de caixa. Sendo assim, ela se faz útil quando averiguado em conjunto com

as demais Demonstrações Contábeis, já que fornece informações que ajudam os

usuários a avaliarem a eficácia de gerar fluxos de caixa resultante de suas

atividades.

Conforme CPC 03 (R2) (2010, p.4),

A demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa do

período classificados por atividades operacionais, de investimento e de

financiamento.

A entidade deve apresentar seus fluxos de caixa advindos das atividades

operacionais, de investimento e de financiamento da forma que seja mais

apropriada aos seus negócios.

3.1.1.1. OBRIGATORIEDADE: FLUXO DE CAIXA

A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) tornou-se obrigatória com a

Lei nº 11.638/2007, substituindo a antiga Demonstração das Origens e

Aplicações de Recursos (Doar). Mesmo antes da publicação dessa lei, a grande

maioria das empresas já elaborava a DFC, ainda que de forma para os usuários

internos quanto externos.

Porém, sociedades anônimas de capital fichado com patrimônio líquido

reduzido (inferior a R$ 2.000.000,00 na data do balanço) e as sociedades

limitadas de pequeno e médio porte (as que possuem ativo total igual ou inferior

a R$ 240.000.000,00 ou receita bruta anual igual ou inferior a R$

300.000.000,00) pela nova lei, estão dispensadas de apresentar a DFC.

Portanto, independentemente do tipo societário estabelecido, as empresas

deverão expor o demonstrativo, no mínimo anualmente, devido a elaboração do

Balanço Patrimonial.

(COSTA, Rodrigo Simão da. Contabilidade para iniciantes em ciências

contábeis e cursos afins - São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010, p. 81).

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Ou seja, independentemente do tipo societário estabelecido, as empresas

deverão expor o demonstrativo, no mínimo anualmente, devido a elaboração do

Balanço Patrimonial.

3.1.2. ATIVIDADES OPERACIONAIS

Conforme CPC 03 (R2) (2010, p.5),

Geralmente resultam de transações e de outros eventos que

entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos

de caixa que decorrem das atividades operacionais são:

(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela

prestação de serviços;

(b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários,

comissões e outras receitas;

(c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e

serviços;

(d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de

empregados;

(e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de

prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice;

(f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a

renda, a menos que possam ser especificamente identificados com as

atividades de financiamento ou de investimento; e

(g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos

para negociação imediata ou disponíveis para venda futura.

3.1.3. ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

De acordo com CPC 03 (R2) (2010, p.5-6),

Somente desembolsos que resultam em ativo reconhecido nas

demonstrações contábeis são passíveis de classificação como

atividades de investimento. Exemplos de fluxos de caixa advindos das

atividades de investimento são:

(a) pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado,

intangíveis e outros ativos de longo prazo. Esses pagamentos incluem

aqueles relacionados aos custos de desenvolvimento ativados e aos

ativos imobilizados de construção própria;

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(b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo

imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo;

(c) pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos

patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras entidades e

participações societárias em joint ventures (exceto aqueles

pagamentos referentes a títulos considerados como equivalentes de

caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);

(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de

instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de outras

entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles

recebimentos referentes aos títulos considerados como equivalentes de

caixa e aqueles mantidos para negociação imediata ou futura);

(e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros

(exceto aqueles adiantamentos e empréstimos feitos por instituição

financeira);

(f) recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou

amortização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto aqueles

adiantamentos e empréstimos de instituição financeira);

(g) pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de

opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para

negociação imediata ou futura, ou os pagamentos forem classificados

como atividades de financiamento; e

(h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de

opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para

negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem

classificados como atividades de financiamento.

3.1.4. ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

Conforme CPC 03 (R2) (2010, p.6),

Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de

financiamento são:

(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos

patrimoniais;

(b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações

da entidade;

(c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas

promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto

e longo prazos;

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(d) amortização de empréstimos e financiamentos; e

(e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo

relativo a arrendamento mercantil financeiro.

Há 2 formas de apresentar os fluxos de caixa: método direto e o indireto.

3.1.4.1. MÉTODO DIRETO

Onde as principais classes de pagamentos e recebimentos brutos são

divulgadas, entre elas: pagamento aos fornecedores e recebimentos dos direitos

da entidade.

Pelo método direto, as informações sobre as principais classes

de recebimentos e pagamentos brutos podem ser obtidas

alternativamente:

(a) dos registros contábeis da entidade; ou

(b) pelo ajuste das vendas, dos custos dos produtos,

mercadorias ou serviços vendidos (no caso de instituições financeiras,

pela receita de juros e similares e despesa de juros e encargos e

similares) e outros itens da demonstração do resultado ou do resultado

abrangente referentes a:

(i) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas

operacionais a receber e a pagar;

(ii) outros itens que não envolvem caixa; e

(iii) outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das

atividades de investimento e de financiamento.

(CPC 03 (R2), 2010, p.7).

Mesmo sendo, dentre os dois métodos, o mais difícil e também o mais

caro, atualmente, se faz o método mais utilizado, pois traz consigo a vantagem

de criar condições favoráveis para desenvolver a classificação das entradas e

saídas de acordo com critérios técnicos e não fiscais, permitindo, ainda, que as

informações de caixa possam estar disponíveis diariamente.

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3.1.4.2. MÉTODO INDIRETO

Pelo método indireto, tomaremos por base o lucro ou prejuízo do exercício

(DRE) da entidade, onde deverá ocorrer a incidência das depreciações,

amortizações e também a variável das contas do Balanço Patrimonial.

De acordo com o método indireto, o fluxo de caixa líquido

advindo das atividades operacionais é determinado ajustando o lucro

líquido ou prejuízo quanto aos efeitos de:

(a) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas

operacionais a receber e a pagar;

(b) itens que não afetam o caixa, tais como depreciação,

provisões, tributos diferidos, ganhos e perdas cambiais não realizados

e resultado de equivalência patrimonial quando aplicável; e

(c) todos os outros itens tratados como fluxos de caixa

advindos das atividades de investimento e de financiamento.

(CPC 03 (R2), 2010, p.7).

O método indireto se faz mais barato, entretanto mais lento, já que há a

necessidade de conversão das informações de regime de competência para o

regime de caixa. Havendo mutações na legislação fiscal e nos princípios

contábeis, esse método poderá sofrer deformidades.

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3.1.5. LEI 11.638/2007

Veremos, as principais, dentre as diversas novidades trazidas pela Lei 11.638/2007:

Fonte: http://www.contabeis.com.br/artigos/790/a-nova-visao-contabil-apos-a-lei-116382007/

Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007.

Publicação das Demonstrações das Origens e Aplicações

de Recursos – Doar.

Publicação das Demonstrações dos Fluxos de Caixas

– DFC.

Não havia a exigência da publicação da Demonstração

do Valor Adicionado – DVA para as companhias

abertas.

Obrigatoriedade da publicação da Demonstração do

Valor Adicionado – DVA para as companhias

abertas.

Os aumentos de valores nos saldos de ativos serão

registrados com Reserva de Reavaliação, no Patrimônio

Líquido.

Os aumentos ou diminuições de valores nos saldos de

ativos e passivos decorrentes de avaliações e preço

de mercado serão registrados na conta de Ajuste de

Avaliação Patrimonial, no Patrimônio Líquido.

O ativo permanente é dividido em: investimentos, ativo

imobilizado e ativo diferido.

Ativo permanente passa a ser dividido em:

investimentos, imobilizado, intangível e diferido.

Nas operações de incorporação, fusão ou cisão, os saldos

vertidos poderão ser registrados pelos valores contábeis.

Os saldos serão vertidos a valor de mercados nos

casos de: fusões, cisões ou incorporações.

O Patrimônio Líquido: capital social reserva de capital,

reservas de reavaliação, reservas de lucros ou prejuízos

acumulados.

O Patrimônio Líquido: capital social reserva de

capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de

lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

As companhias abertas são obrigadas a publicar as suas

demonstrações contábeis devidamente auditadas. As

companhias fechadas são obrigadas a publicar suas

demonstrações contábeis.

As companhias abertas e as sociedades de grande

porte de capital fechado são obrigadas a apresentar

demonstrações contábeis segundo os mesmos

padrões da Lei das S/As. e auditadas por auditores

independentes.

A escrituração contábil será efetuada de acordo com os

princípios de contabilidade geralmente aceitos, podendo

registrar nos livros comercias ou em livros auxiliares os

ajustes decorrentes da legislação tributária.

Deverá ocorrer segregação entre escrituração

mercantil e tributária.

A CVM expedirá normas contábeis de acordo com os

princípios de contabilidade geralmente aceitos.

A CVM expedirá normas contábeis em consonância

com as Normas Internacionais

de Contabilidade (IFRS)

As sociedades controladas devem ser avaliadas pelo

método da equivalência patrimonial.

As sociedades controladas, sociedades que fazem

parte do mesmo grupo que estejam sob influência e

controle comum, devem ser avaliadas pelo método de

equivalência patrimonial.

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13

3.1.6. MEP - Método de Equivalência Patrimonial

O MEP teve início com o Decreto 1598/77, atendendo à Lei das Sociedades

Anônimas.

São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência

significativa.

Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou

através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de

modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e poder de eleger a

maioria dos administradores.

Esse decreto menciona que o contribuinte deve avaliar em cada balanço o

investimento pelo valor do patrimônio líquido da empresa coligada ou controlada.

Portanto, por meio desse método, se atualiza o valor contábil do investimento ao valor

equivalente à participação societária da investidora no patrimônio líquido da sociedade

investida e no reconhecimento dos seus efeitos na demonstração do resultado.

A Lei 6.404/76 - S/A, em seu Art. 248, dispõe sobre as Sociedades por Ações.

Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em

coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um

mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da

equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: (Redação dada

pela Lei nº 11.941, de 2009)

I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será

determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação

levantado, com observância das normas desta Lei, na mesma data, ou até 60

(sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço da companhia; no valor de

patrimônio líquido não serão computados os resultados não realizados

decorrentes de negócios com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à

companhia, ou por ela controladas;

II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre

o valor de patrimônio líquido referido no número anterior, da porcentagem de

participação no capital da coligada ou controlada;

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III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o número II,

e o custo de aquisição corrigido monetariamente; somente será registrada como

resultado do exercício:

a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada;

b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos;

c) no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas

pela Comissão de Valores Mobiliários.

§ 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento, nos casos

deste artigo, serão computados como parte do custo de aquisição os saldos de

créditos da companhia contra as coligadas e controladas.

§ 2º A sociedade coligada, sempre que solicitada pela companhia, deverá

elaborar e fornecer o balanço ou balancete de verificação previsto no número I.

A equivalência patrimonial se inicia logo no momento da aplicação, quando o

investimento realizado pela entidade investidora se torna expressivo para a empresa

coligada ou controlada. Ou seja:

Quando o valor contábil do investimento em cada sociedade coligada ou

controlada for igual ou superior a 10% (dez por cento) do patrimônio líquido da

sociedade investidora;

Ou o valor contábil no conjunto do investimento, em sociedades coligadas ou

controladas, for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do patrimônio

líquido da sociedade investidora ou controladora.

Ao fazer a equivalência, há a necessidade de que os critérios contábeis da

investidora e da coligada, ou controlada, estejam em igualdade. Caso não ocorra essa

igualdade, o balanço da coligada ou controlada deverá passar por alterações com a

finalidade de banir as distinções com relação aos critérios estabelecidos.

Avaliados pelo MEP os investimentos relevantes:

Nas sociedades coligadas (são aquelas que têm participação no capital da

investida maior que 20% ou têm influência significativa na sua administração);

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Em sociedades controladas (a participação no capital da investida é igual ou

superior a 50%);

Em sociedades controladas que participam de instituições do sistema financeiro,

como bancos, e nas companhias abertas;

Deverão ser avaliados pelo valor de patrimônio líquido os investimentos

relevantes:

Nas sociedades que se refletem no balanço da sociedade anônima;

Nas sociedades que conste lei especial;

Nas sociedades anônimas.

3.1.7. REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL: CUSTO HISTÓRICO

A Resolução CFC n.º 750/93 em seu Art. 7º dispõe que, “o Princípio do Registro

pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser

inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda

nacional.”

Bases de mensuração:

3.1.7.1. Custo histórico

Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos, em caixa ou

equivalentes de caixa, ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-

los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que

foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstancias, pelos valores em

caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no

curso normal das operações.

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Vantagens:

Em qualquer momento o valor contabilizado pode ser verificado e confirmado,

já que encontra-se embasado em fatos registrados em documentos;

Não tomam por base valores estimados, garantindo prudência na sua valoração,

sendo assim menos subjetivo;

É de fácil reconhecimento e percepção por todos que utilizam as informações

financeiras, evitando maiores dificuldades na sua aplicabilidade;

Sendo também de grande importância no apoio à gestão, já que permite a

medição da forma de como foram aplicados os resultados, embasados em

movimentos financeiros.

Desvantagens:

A não observância nas alterações ocorridas nos preços e custos que afetam de

forma essencial as demonstrações contábeis;

A representação, nos Balanços Patrimoniais, da soma de ativos que foram

adquiridos em períodos distintos, sendo assim, valorados com diferente poder de

compra mediante os períodos diferentes;

Mediante os custos pertencentes às amortizações, exaustões e depreciações, os

valores que não consideram a variação da moeda, não são corretamente

mensurados e não permitem a preservação do potencial da prestação de serviços

da empresa;

Não inclui as variações tecnológicas e as inovações de mercado;

Não evidencia a imagem fiel da situação financeira e do patrimônio das

entidades, pois não informa os atuais valores de mercado.

Variação do custo histórico: custo corrente, valor realizável, valor presente,

valor justo e atualização monetária.

A atualização monetária deixou de ser, adotou-se então o conceito do "Valor

justo", ou seja, comtempla a noção de valor.

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3.2. CONTABILIDADE COMERCIAL

É um ramo da Contabilidade que outorga controlar a movimentação das

empresas comerciais, demonstrando os fatos administrativos resultante da gestão dessas

empresas.

Uma empresa comercial é aquela que tem por objetivo principal aproximar o

produtor do consumidor final. Sendo assim, sua característica principal de atividade se

resume nas operações de venda e compra de mercadorias.

Todas as empresas, em sua maioria, adotam o regime de competência para

apurar seus impostos. O Regime de Competência, dentro da Contabilidade, é definido

como o registro do documento na data do fato gerador, ou seja, o reconhecimento é feito

na data do documento, não importando quando ele será pago.

A Contabilidade utiliza o Regime de Competência, ou seja, as Receitas, Custos,

Despesas e Investimentos têm os valores contabilizados dentro do mês onde ocorreu o

fato gerador. Isto é, na data da realização do serviço, compra do material, da venda, do

desconto, não importando para a Contabilidade quando o item será pago ou recebido,

mas sim quando o ato foi realizado.

3.2.1. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

O termo Mercadoria representa o objeto comercializado pela empresa. Toda

operação com mercadoria, seja na compra ou na venda, existirá a incidência de

impostos sobre a mesma. Esses impostos, por vez, serão alguns dedutíveis da receita

bruta, como ICMS, PIS e COFINS sobre vendas. É também dedutível da receita bruta,

qualquer desconto incondicional que empresa forneça a seus clientes, assim como

devolução de vendas. Esses são apenas alguns exemplos de dedução da receita bruta.

Outros impostos já serão recuperáveis para a empresa, como ICMS, PIS e

COFINS a recuperar. Isso acontece quando a empresa compra mercadoria e essa

operação gera crédito desses tributos, ou seja, ela terá o direito de abater dos tributos a

pagar.

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Outro ponto importante que vale ressaltar, em relação da operação com

mercadorias, é o regime usado pelas empresas: Regime Cumulativo e Regime Não

Cumulativo.

O Regime cumulativo é aquele que gera o crédito para a empresa apenas na

venda. Assim, usaremos a nomenclatura ICMS, PIS e COFINS SOBRE VENDAS. Esse

Regime é geralmente utilizado pelas empresas optante pelo Lucro Presumido.

O Regime não-cumulativo é aquele que gera crédito tanto na compra, quanto na

venda. Ou seja, a empresa terá o direito do crédito na entrada e na saída. Esse regime é

mais utilizado pelas empresas optante pelo Lucro Real.

Empresas optante pelo Simples Nacional não geram crédito desses tributos,

salvo algumas exceções.

A seguir, demonstraremos um pouco desses lançamento dessas operações.

Exemplo CUMULATIVO: ICMS 18%, PIS 0,65%, COFINS 3%

NA COMPRA

D – Compra de Mercadorias

C – Fornecedores – R$ 8200,00

D – ICMS à Recuperar

C – Fornecedores – R$ 1800,00

NA VENDA

D - Caixa

C – Receita de Vendas – R$ 9000,00

D - ICMS sobre Vendas

C - ICMS a Recolher – R$ 1620,00

D - PIS sobre Vendas

C - PIS a Recolher – R$ 58,50

D - COFINS sobre Vendas

C - COFINS a Recolher – R$ 270,00

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Exemplo NÃO-CUMULATIVO: ICMS 18%, PIS 1,65%, COFINS 7,6%

NA COMPRA

D - Compra de Mercadorias - R$ 72.750,00

D - ICMS a Recuperar – R$ 18.000,00

D - PIS a Recuperar – R$ 1.650,00

D - COFINS a Recuperar – R$ 7.600,00

C - Fornecedores – R$ 100.000,00

NA VENDA

D - Clientes

C - Receita Vendas – 150.000,00

D - ICMS sobre Vendas

C - ICMS a Recolher – R$ 27.000,00

D - PIS sobre Vendas

C - PIS a Recolher – R$ 2.475,00

D - COFINS sobre Vendas

C - COFINS a Recolher – R$ 11.400,00

A partir desses lançamentos será gerado o Estoque das empresas, o estoque para

revenda. Esses recebem o nome de “bens de direito”.

No Brasil, após a implantação da Lei 11.638/07, ficou permitido que o custo dos

estoques seja montado pelo PEPS e pelo Custo Médio. A maioria das empresas utilizam

o método do custo médio, pois a maioria dos sistemas fiscais não estão padronizados

para utilização do PEPS. Porém, demonstraremos aqui os três métodos que são

utilizados pelas empresas, lembrando que o método UEPS não é mais permitido em

nosso país.

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3.2.1.1. PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair)

Também reconhecido pela nomenclatura em inglês FIFO (firstin, first-out), ou

seja, primeiro a entrar, primeiro a sair, destaca-se a ordem pela qual será feita as saídas

do estoque. Em decorrência das vendas que acontecem, as baixas devem ser

contrapartida das primeiras unidades adquiridas, isto é, os produtos que entraram

primeiro no estoque são aqueles que em primeiro também sairão.

A vantagem, que esse método de avaliação de estoque proporciona, é que evita

que produtos novos sejam retirados do estoque da entidade, deixando para trás produtos

que estejam lá há mais tempo.

3.2.1.2. UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair)

Tendo a nomenclatura estrangeira LIFO (last-in, first-out), que seria o último a

entrar, primeiro a sair. Esse método de avaliação de estoque se diferencia do PEPS pelo

simples fato de que as saídas serão feitas pelas entradas que acontecem por último

também.

O custo do estoque considera os produtos mais recentes lançados no controle de

entradas, como se esses fossem os primeiros itens vendidos.

Repercutindo, esse custo relacionado com as saídas, os investimentos que atingem

os produtos vendidos ou produzidos recentemente.

3.2.1.3. CUSTO MÉDIO PONDERADO ou PREÇO MÉDIO

Além dos dois métodos de custeio anteriormente descritos, ainda contamos com

outro muito utilizado pelas entidades, sejam indústrias e/ou estabelecimentos

comerciais: o Custo Médio Ponderado.

É obtido através de uma média de custos de aquisição. Explicando melhor o

funcionamento desse método, vamos pensar em uma empresa que produz em certo

período de tempo, 200 unidades de um produto X com o valor de custeio de

R$1.000,00. Já em outro período, houve a necessidade de se produzir o dobro do

primeiro período, entretanto a empresa teve uma despesa de R$2.300,00.

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Para realizar o cálculo, o administrador do estoque deve somar o custo total para

produzir o produto no período correspondente (ou seja, R$1.000,00 + R$2.300,00) e,

em seguida, dividir o custo pelo número de itens fabricados (ou seja, 200 no primeiro

período e 400 no segundo, totalizando 600 unidades). O custo médio, então, será de

5,50 por unidade.

3.2.2. INVENTÁRIO

Após a utilização de um desses métodos, se dá o Inventário. Por sua vez, esse é

um documento contábil que consiste na relação dos bens e direitos que a empresa tem,

nesse caso, as mercadorias. Esse inventário poderá ser Permanente ou Periódico.

3.2.2.1. INVENTÁRIO PERMANENTE

Nesse método, o estoque é calculado a cada compra e a cada venda. Como o

próprio nome já diz, é um estoque o valor “final” reconhecido a cada operação. Esse

método exige uma “mão de obra” maior, pois necessita da utilização de relatórios

adicionais, como ficha de controle de estoque ou até mesmo um sistema com

processamento eletrônico desses dados.

3.2.2.2. INVENTÁRIO PERIÓDICO

Ao contrário do método anterior, esse inventário é confeccionado a cada

período, seja ele mensal, trimestral, semestral ou anual. Por isso, é necessário realização

desse fechamento para que seja apurado o valor do CMV.

3.2.3. CMV – CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS

O CMV é um cálculo, apesar de simples, muito importante para as empresas,

pois auxilia na tomada de decisão quando o empresário irá colocar valor de venda sobre

o produto.

CMV = EI + C – EF (EI: Estoque Inicial; C: Compras; EF: Estoque Final)

Para facilitar o entendimento desse conceito, vamos exemplificar uma operação

de CMV.

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Em X1, a empresa tem em seu estoque R$ 5 mil de mercadorias, ou seja, estoque

inicial. Passados 15 dias, a empresa adquire mercadorias no valor de R$ 3 mil. No final

de X1, a empresa contabiliza estoque final de R$ 4 mil em mercadorias.

Teremos: CMV = 5000,00 + 3000,00 - 4000,00 CMV = 4000,00

3.2.4. RCM – RESULTADO COM MERCADORIAS

Nada mais é do que o Resultado Líquido das mercadorias.

RCM = Receita Bruta – Deduções da Receita Bruta – CMV

Essas deduções de vendas, inicialmente, serão os tributos incidentes sobre

vendas, com ICMS, PIS e COFINS. Ainda como deduções de vendas, podem haver

desconto incondicional, devoluções, entre outros.

A seguir, iremos exemplificar a utilização desse método.

Imaginemos uma Receita Bruta de Vendas de R$ 200 mil, uma Dedução de

Vendas de R$ 35 mil e um CMV de R$ 50 mil.

Teremos:

Receita Bruta - R$ 200.000,00

(-) Deduções da Receita Bruta - R$ 35.000,00

(=) Resultado Bruto - R$ 165.000,00

(-) CMV - R$ 50.000,00

(=) Resultado Liquido - R$ 115.000,00

Esse Resultado Líquido é também conhecido como RCM.

3.2.5. OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Essa operações, têm por finalidade a obtenção de recursos financeiros para a

entidade, além de proporcionar também possíveis aplicações, visando o aumento de

Ativos Financeiros (dinheiro) da empresa.

As Operações Financeiras são divididas em dois grupos: Aplicações Financeiras

e Empréstimos.

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3.2.6. APLICAÇÕES FINANCEIRAS

Visam rentabilizar o dinheiro disponível na entidade, e têm por objetivo a

complementação do capital próprio. Assim, a finalidade é financiar as operações

comerciais ou conceder investimentos.

A seguir, teremos uma melhor compreensão:

Uma empresa aplica R$ 10 mil no dia 02/06/X2 e irá resgatar, em 15 dias, o

valor de R$ 10.500 mil. Considere IRRF de 10%.

02/06/X2 D - Aplicações

C - Bancos – R$ 10.000,00

17/06/X2 D - Banco

C - Aplicações – R$ 10.000,00

D - Banco

C - Receita Financeira – R$ 500,00

D - IRRF a Compensar

C - Bancos – R$ 50,00

3.2.6.1. APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA

Essas aplicações dizem respeito, geralmente, à compras de títulos do governo,

como por exemplo, letras e bônus.

Esses títulos contam com a liquidez imediata, pois a entidade poderá fazer o

resgate dos mesmos (sendo o valor aplicado + rendimentos) quando julgar melhor ou

necessário, sem que seja essencial um pré-acordo.

3.2.6.2. APLICAÇÕES COM RENDIMENTOS PRÉ-FIXADOS

Nesse modo de aplicação, temos o conhecimento do valor dos rendimentos, no

dia que a entidade faz a aplicação. O resgate, normalmente de 30 a 120 dias,

corresponde à correção monetária pré-fixada com a somatória dos juros.

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3.2.6.3. APLICAÇÕES COM RENDIMENTOS PÓS-FIXADOS

A entidade toma conhecimento de seus rendimentos apenas no dia do seu

resgate, levando em consideração os juros contratados e a variação monetária do

período. O período para resgate será previamente combinado, normalmente superior a

três meses, podendo variar.

3.2.7. EMPRÉSTIMOS

São operações financeiras desenvolvidas com o objetivo final de obtenção de

recursos, que adentrarão na empresa para preencher necessidades de Capital de Giro ou,

ainda, com o propósito de Investimentos na produção.

Os empréstimos podem ser feitos usando diversos tipos de instrumentos

financeiros. As novas normas brasileiras editadas pelo CPC (Comitê de

Pronunciamentos Contábeis) em harmonia com as normas internacionais da

contabilidade (IFRS) procuram contemplar e normalizar um grande número de

instrumentos financeiros que o mercado coloca à disposição das empresas.

3.2.7.1. EMPRÉSTIMOS COM JUROS PRÉ-FIXADOS

Para este tipo de empréstimo, há o conhecimento pela empresa, no dia da

transação, do montante dos encargos que se referem à correção monetária que incidirá

sobre a operação.

Exemplo:

Uma empresa toma um Empréstimo a pagar no valor de R$ 50 mil, para

pagamento em 90 dias. Sabe-se que, ao final desse período, a dívida da empresa será de

R$ 65 mil.

Assim, teremos:

D - Bancos

C - Empréstimos a Pagar – R$ 50.000,00

D - Despesas com Juros Apropriar

C - Empréstimos a Pagar – R$ 15.000,00.

Lembrando que, o valor a ser apropriado a cada mês é de R$ 5.000,00,

respeitando o regime de competência. Dessa forma, a apropriação mensal desses juros

ficará da seguinte forma, no final de X1; X2 e X3.

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X1: D - Despesas com Juros

C - Despesas com Juros a Apropriar – R$ 5.000,00

X2: D - Despesas com Juros

C - Despesas com Juros a Apropriar – R$ 5.000,00

X3: D - Despesas com Juros

C - Despesas com Juros a Apropriar – R$ 5.000,00

3.2.7.2. EMPRÉSTIMOS COM JUROS PÓS-FIXADOS

Nessa operação, a empresa terá conhecimento sobre o montante dos encargos,

relativos aos juros que incidem sobre a operação, somente na data de seu vencimento.

Exemplo:

Uma empresa toma um empréstimo de R$ 2.800,00 para pagamento em 1mês.

Assim, teremos:

D - Banco

C - Empréstimos a Pagar – R$ 2.800,00.

Como nesse caso não se sabe o valor dos juros a serem pagos, os lançamentos

deverão ficar dessa maneira:

X1: D- Juros Incorridos

C- Juros a Pagar – xxx,xx

3.2.8. OPERAÇÕES COM FOLHA DE PAGAMENTO

Na folha de pagamento temos os proventos e descontos, que nada mais são do

que os direitos a receber dos funcionários e do outro lado os descontos/ deveres.

Nos proventos, como exemplo, teremos: Salário Base, Horas Extras, Férias, 13º,

Gratificações, Bonificações, entre outro.

Em contra partida, nos descontos, teremos: Adiantamento salarial, Faltas, INSS,

IRRF (quando for o caso), entre outros.

Também, é de obrigação da empresa, o recolhimento do FGTS que é calculado

sobre o Salário Base. Porém, esse valor não poderá ser descontado do funcionário,

como é no caso do INSS.

Assim, como de forma geral na Contabilidade, a folha de pagamento deve ser

contabilizada de acordo com o Regime de Competência.

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Os salários são pagos até o 5° dia útil do mês subsequente ao da folha de

pagamento do período;

O recolhimento das Guias, cada uma em sua respectiva data de vencimento,

também será de acordo com o regime de competência;

Em relação ao 13° salário e Férias, as empresas devem apropriar mensalmente

os valores, visto que, devido à rotatividade de empregados, que as empresas por

ventura possam vir a ter, esses não são valores fixo. Assim, faz jus à regra do

regime de competência novamente. Portanto, a empresa deve fazer a provisão

desses valores para pagamento.

Exemplos:

Provisão da Folha de Pagamento em 31/01/X1.

D - Salários e Ordenados

C - Salários e Ordenados à pagar – R$ 15000,00

D - Salários e Ordenados à pagar

C - Contribuição Previdenciária a recolher – R$ 1400,00

D - Salários e Ordenados a pagar

C - IRRF a recolher – R$ 1800,00

D - Contribuição Previdenciária

C - Contribuição Previdenciária a recolher (INSS Patronal) – R$ 4200,00

D - FGTS

C - FGTS a recolher – R$ 1200,00

Feita a Provisão no final do mês, no mês subsequente será o momento de fazer

os recolhimentos das guias nas respectivas datas de vencimentos.

Os Lançamentos desses pagamentos ficaram assim:

D - Salários e Ordenados à pagar

C - Caixa – R$ 15000,00

D - Contribuição Previdenciária à recolher

C - Salários e Ordenados à pagar – R$ 5600,00

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D - IRRF à recolher

C - Caixa – R$ 1800,00

D - FGTS à pagar

C - Caixa – R$ 1200,00

3.2.9. CONCLUSÃO

Conforme os lançamentos demonstrados, podemos chegar na elaboração de

todas as demonstrações contábeis:

BP (Balanço Patrimonial);

DRE (Demonstração do Resultado do Exercício);

Livro Diário e

DFC (Demonstrativo Fluxo de Caixa).

Todos esses demonstrativos estão nos anexos (1 a 4) desse projeto.

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3.3. ANÁLISE DE NORMAS E PRON. CONTÁBEIS

Nesse unidade de estudo, iremos aprender um pouco sobre o CPC - Comitê de

Pronunciamentos Contábeis.

3.3.1. CPC - COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS.

O CPC foi idealizado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das

seguintes entidades:

ABRASCA - Associação Brasileira das Companhias Abertas;

APIMEC NACIONAL - Associação dos Analistas e Profissionais de

Investimento do Mercado de Capitais;

BM&F BOVESPA S/A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros;

CFC - Conselho Federal de Contabilidade;

IBRACON - Fundação dos Auditores Independentes do Brasil;

FIPECAFI - Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuarias e Financeiras.

Atualmente, além dos 12 membros atuais, também fazem parte do CPC membros dos

seguintes órgãos:

BACEN – Banco Central do Brasil;

CVM - Comissão de Valores Imobiliários;

RFB - Secretaria da Receita Federal do Brasil;

SUSEP - Superintendência de Seguros Privados.

Esses órgãos e entidades viram as seguintes necessidades:

Convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de

elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e

decisões, redução de custo de capital);

Centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas

entidades o fazem);

Representação e Processos democráticos na produção dessas informações

(produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia,

governo).

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O Comitê de Pronunciamentos Contábeis foi criado pela Resolução CFC nº

1.055/05 tendo como objetivo o preparo, o estudo e a emissão de Pronunciamentos

Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa

natureza. (FORTES, Antônio Donizeti, Material didático apresentado aula - Fev/2017).

Emite pronunciamentos técnicos, orientações e interpretações. A partir destes

trabalhos, os órgãos reguladores emitem suas normas próprias, permitindo,

assim, a uniformização da produção de normas.

O CPC em si não é uma norma. É preciso que seja normatizado por um órgão

regulador.

O CFC é um desses órgãos reguladores, portanto, as normas técnicas emitidas

pelo CFC têm os pronunciamentos do CPC como sua base. Entretanto, os

pronunciamentos técnicos não têm força de norma, enquanto que aquelas emanadas de

órgãos reguladores, entre eles o CFC, tem força de norma.

Com a Lei 11638/07, houve a alteração e revogação de dispositivos da Lei

6404/76. Com isso, foram introduzidas as mais recentes conquistas conceituais e

normativas em matéria contábil de países mais desenvolvidos, incorporando-as à

realidade jurídica e econômica de nosso país.

Esse processo de convergência aos padrões internacionais de contabilidade ainda

está em andamento e é aperfeiçoado constantemente. Isso começou a ocorrer com a

criação do CPC.

A seguir, iremos falar um pouco sobre os principais CPCs estudados e

analisados e, com isso, conseguiremos entender mais detalhadamente cada um dos

temas abordados.

3.3.1.1. CPC 30 (R1) - RECEITAS

Pelo CPC 30 (R1), p.2, a receita é definida como:

[...] aumento nos benefícios econômicos durante o período contábil sob

a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos

que resultam em aumentos do patrimônio líquido da entidade e que não sejam

provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade.

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A receita surge no curso das atividades ordinárias da entidade e é

designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros,

dividendos e royalties. O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o

tratamento contábil de receitas provenientes de certos tipos de transações e

eventos.

Observa-se ainda que neste Pronunciamento questiona-se o reconhecimento, ou

melhor, o momento do reconhecimento da receita, portanto, a hora em que efetivamente

será efetuado.

Destaca-se outro ponto de maneira relevante que diz respeito à mensuração que

deverá acontecer pelo Valor Justo da contrapartida à receber ou já recebida.

Mas o que seria Valor Justo? Esse termo diz respeito ao valor que um Ativo

pode ser comercializado, ou como um Passivo poderá ser saldado, entres as partes

envolvidas, independentes entre si e com conhecimento do negócio em discussão, sem

que haja pressão para que aconteça a liquidação da transação ou que evidenciem uma

transação imprescindível.

Sendo assim, devem-se deduzir todos os descontos comerciais e/ou bonificações

concedidas a quem compra para com a empresa. Nessa transação, o valor da Receita que

se recebeu, ou quando vier a receber, será o valor em caixa ou equivalente de caixa,

sendo que a contraprestação será feita da mesma forma.

De maneira bem sucinta, podemos avaliar este Pronunciamento, que trata de

maneira objetiva e clara todas as etapas que completam o consentimento da Receita.

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3.3.1.2. CPC 16 (R1) - ESTOQUES

Estoque é um dos principais ativos de uma empresa. É ele que trará

receitas para a empresa.

O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil

para os estoques. A questão fundamental na contabilização dos estoques é

quanto ao valor do custo a ser reconhecido como ativo e mantido nos registros

até que as respectivas receitas sejam reconhecidas. Este Pronunciamento

proporciona orientação sobre a determinação do valor de custo dos estoques e

sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado, incluindo

qualquer redução ao valor realizável líquido. Também proporciona orientação

sobre o método e os critérios usados para atribuir custos aos estoques. (CPC -

Pronunciamento Técnico CPC 16 Estoques (R1) p. 1).

Segundo o CPC 16, são Estoques os ativos mantidos para venda, no curso

normal dos negócios, em processo de produção para venda ou prestação de serviços, ou

ainda na forma de materiais ou suprimentos a serem transformados durante o processo

produtivo.

Os Estoques compreendem bens adquiridos e destinados à venda, incluindo, por

exemplo, mercadorias compradas por um varejista para revenda ou terrenos e outros

imóveis para revenda.

Terrenos e outros imóveis:

Para uso - IMOBILIZADO

Para revenda - ESTOQUE

3.3.1.2.1. MENSURAÇÃO DE ESTOQUE

Os Estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável

líquido, dos dois, o menor.

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Os custos de um Estoque podem se dar por algumas maneiras, são elas: custo de

aquisição, custo de transformação, entre outros. Esses custos serão necessários para

trazer o estoque à condição e localização atual.

Para os custos de aquisição compreendem: preço de compra dos produtos, os

impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), assim

como os custos com transporte, manuseio, entre outros.

Sobre os custos de transformação, podemos destacar que um processo de

produção pode resultar em um ou mais produtos.

Em alguns casos, haverá itens não inclusos no custo do estoque e serão

reconhecidos como despesa do período em que são incorridos, como por exemplo:

o Valor anormal de desperdício de materiais, mão-de-obra e outros insumos de

produção;

o Gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo

produtivo entre uma e outra fase de produção;

o Despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local

e condição atuais; e

o Despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços

aos clientes.

As empresas, geralmente, compram estoques com condição para pagamento a

prazo, Para a diferença entre o valor da aquisição e o valor pago, devemos lançar como

despesa de juros no período do financiamento.

A Contabilidade de Custos fornece informações tanto para a

contabilidade gerencial quanto para a financeira. Mede e relata informações

financeiras e não financeiras relacionadas ao custo de aquisição ou à utilização

de recursos de uma organização; inclui aquelas partes, tanto da contabilidade

gerencial quanto da financeira, em que as informações de custos são coletadas

e analisadas. (CONTABILIDADE DE CUSTOS, 11º EDIÇÃO-VOLUME 1.

HORNGREN DATAR FOSTER- 2004. p.2)

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Completando o entendimento sobre os estoques, ressaltamos o que estão

expostos no CPC 16 (R1) - custos de transformação, que incluem: custos variáveis,

custos fixos diretos e indiretos e também mão de obra direta.

Os custos variáveis são aqueles custos que não são fixos, em função da

quantidade produzida.

Custos fixos são aqueles que não variam em casos de aumento ou redução no

processo produtivo. Exemplos são Salários, aluguel do prédio.

Os custos fixos diretos estão relacionados aos custos que podem ser diretamente

atribuídos ao custo dos produtos ou serviços já findados, exemplificamos o caso da

mão-de-obra contratada de forma direta pelo tomador dos serviços.

Os custos fixos indiretos tem ligação aos custos com a responsabilidade de cada

unidade produzida como, por exemplo, o caso da energia elétrica da fábrica.

3.3.1.2.2. VALORAÇÃO DE ESTOQUE (CUSTO)

Numa empresa, todos os produtos devem ser custeados pelo mesmo método. A

valoração tem que ser feita usando o mesmo critério, independentemente do local ser

distinto entre as filiais. Portanto, o custo de uma empresa em SP será o mesmo usando

para filial em MG ou em qualquer outra localidade.

As três formas para fazer a valoração de estoque, como visto anteriormente, são:

PEPS – PRIMEIRO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR;

UEPS - ÚLTIMO A ENTRAR, PRIMEIRO A SAIR e

CUSTO MÉDIO PONDERADO ou PREÇO MÉDIO

Embasados nos três métodos descritos, teremos formas distintas de controle dos

estoques da entidade, podendo, assim, obter a maior quantidade de informações

necessárias para a administração.

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Conseguiremos, amparados por um desses métodos ou pela comparação com o

resultado obtido entre os três, direcionar estratégias para a redução dos prejuízos e a

garantia de maior rentabilidade para empresa.

Vale ressaltar que, o método UEPS não é aceito pela Receita Federal do Brasil e a

Média Ponderada pode ser determinada em base periódica ou à medida que cada lote

seja recebido, dependendo das circunstâncias da entidade.

3.3.1.2.3. VALOR REALIZÁVEL LÍQUIDO

Para estoques danificados, o valor dos custos pode não se tornar recuperável se o

preço de venda tiver diminuído ou o item se tornar obsoleto total ou parcialmente.

Geralmente, o valor dos estoques devem ser reduzidos para seu valor realizável

líquido item a item. Portanto, as estimativas para esse valor, devem ser baseadas em

evidências mais confiáveis disponíveis no momento em que são feitas as estimativas do

valor dos estoques que se espera realizar.

3.3.1.3. CPC 12 – AJUSTE AO VALOR PRESENTE

O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer os requisitos básicos a serem

observados quando da apuração do Ajuste a Valor Presente de elementos do ativo e

do passivo quando da elaboração de demonstrações contábeis, dirimindo algumas

questões controversas advindas de tal procedimento, do tipo:

(a) se a adoção do ajuste a valor presente é aplicável tão-somente a fluxos de caixa

contratados ou se porventura seria aplicada também a fluxos de caixa estimados ou

esperados;

(b) em que situações é requerida a adoção do ajuste a valor presente de ativos e

passivos, se no momento de registro inicial de ativos e passivos, se na mudança da

base de avaliação de ativos e passivos, ou se em ambos os momentos;

(c) se passivos não contratuais, como aqueles decorrentes de obrigações não

formalizadas ou legais, são alcançados pelo ajuste a valor presente;

(d) qual a taxa apropriada de desconto para um ativo ou um passivo e quais os

cuidados necessários para se evitarem distorções de cômputo e viés;

(e) qual o método de alocação de descontos (juros) recomendado; (f) se o ajuste a

valor presente deve ser efetivado líquido de efeitos fiscais.

(CPC 12, p.2).

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Valor Justo não é sinônimo de Valor Presente.

Valor Justo – é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado ou um passivo

liquidado, entre as partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes

entre si;

Valor Presente – é a estimativa de valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no

curso normal das operações da entidade.

Obtêm-se demonstrações contábeis com maior grau de relevância -

característica qualitativa imprescindível se as informações forem registradas de maneira

oportuna, de acordo com a ESTRUTURA CONCEITUAL para a ELABORAÇÃO e

APRESENTAÇÃO das DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.

Os riscos e incertezas devem ser considerados para efeitos de mensuração. Deve

ser avaliado e estimado qual o preço os participantes do mercado estão dispostos a

cobrar pelos riscos e incertezas associados aos fluxos de caixa.

Quando a estimativa de prêmio pelo risco não for confiável, pode ser adotada

taxa de desconto que reflita uma taxa de juros livre de risco.

3.3.1.3.1. TAXA DE JUROS

Não é aceitável o uso da taxa de juros única. A análise por transação deve ser

efetuada na data da ocorrência. A relação custo/ benefício pode tornar admissível; o uso

de única taxa para grupos de ativos e passivos semelhantes.

Taxa de juros Explícita – é a comparação entre a taxa de juros da operação e a

taxa de juros do mercado;

Taxa de juros Implícita – estima-se a taxa de juros da transação, considerando as

taxas de juros de mercado.

Em caso de pagamentos antecipados, são concedidos descontos financeiros.

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3.3.1.3.2. RELEVÂNCIA E CONFIABILIDADE

Julgamento da relevância;

Confiabilidade (fluxos de caixa estimado);

Confiabilidade (taxa de desconto obtidas de modelos voltados para tal fim).

3.3.1.3.3. RISCO E INCERTEZA: TAXA DE DESCONTO

Deve-se avaliar e estimar qual o preço os participantes de mercado estão

dispostos a cobrar pelos riscos e incertezas associados aos fluxos de caixa. Assim, os

riscos e incertezas devem ser considerados para efeitos de mensuração.

Quando a estimativa de prêmio pelo risco não for confiável, pode ser adotada

taxa de desconto que reflita uma taxa de juros livre de risco.

3.3.1.3.4. MENSURAÇÃO

3.3.1.3.4.1. CUSTO X BENEFÍCIO

Os benefícios decorrentes da informação devem exceder o custo.

O equilíbrio entre o custo e o benefício é uma limitação de ordem prática, ao

invés de uma característica qualitativa.

3.3.1.3.4.2. CLASSIFICAÇÃO

A Primazia da essência (fato ocorrido) sobre a forma (lei).

Contabilizar no ato de uma compra,

sem esperar pela nota

3.3.1.3.4.3. DIRETRIZES MAIS ESPECÍFICAS

LONGO PRAZO – ativos e passivos devem ser ajustados a valor presente;

CURTO PRAZO – ativos e passivos, quando houver efeito relevante, devem ser

ajustados a valor presente.

Deve-se fazer cálculo pro rata die1

1 Pro rata die é o mesmo que “em proporção ao dia”, ou seja, juros incidentes por dia.

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3.3.1.3.4.4. PASSIVOS NÃO CONTRATUAIS

Se dão por obrigações justas que resultam de limitações éticas ou morais e não

de restrições legais. Assim, o AVP é requerido e a taxa de desconto deve considerar o

risco de crédito da entidade.

3.3.1.3.4.5. EFEITOS FISCAIS

As diferenças temporárias entre a base contábil e fiscal, de ativos e passivos

ajustados a valor presente, devem receber o tratamento requerido pelas regras contábeis

para reconhecimento e mensuração dos tributos diferidos.

Nesse caso, para efeitos de AVP, a taxa de desconto não deve ser líquida de

feitos ficais.

3.3.1.4. CPC 27 – ATIVO IMOBILIZADO

3.3.1.4.1. DEFINIÇÃO DE IMOBILIZADOS

Podemos definir como imobilizados aqueles ativos que são tangíveis, ou seja,

aqueles que são materiais. Alguns exemplos de imobilizados são: veículos, móveis e

utensílios, máquinas e equipamentos, prédios, entre outros.

A estimativa é que sejam usados por mais de um ano e tenham valor relevante

(cada empresa estabelece essa relevância).

Esses sofrem desvalorização, podendo ser calculada através de depreciação,

amortização e, em alguns casos, exaustão.

3.3.1.4.2. CUSTOS DE IMOBILIZADOS

O preço de compra, acrescido de impostos de importação e impostos não

recuperáveis sobre a compra; deduzidos de descontos comerciais e abatimentos, formam

os custos de um imobilizado.

Quaisquer valores diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e

condição necessária, para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela

administração, também serão considerados custos do imobilizado.

Há também os custos de desmontagem, remoção do item e de restauração do

local no qual o ativo imobilizado está instalado.

A seguir, veremos alguns custos diretamente atribuíveis:

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Benefícios aos empregados ligados ao imobilizado;

Preparação do local a ser instalado, mantido ou transferido;

Frete e manuseio iniciais

Instalação e montagem

Testes para verificação do funcionamento correto

Honorários profissionais, contratados para garantir o funcionamento perfeito da

máquina ou equipamento.

Quando o ativo imobilizado for adquirido em maior quantidade e de uso não

imediato, deverá ser contabilizado inicialmente.

Se houver um aumento da vida útil do mesmo, no caso de reposição,

manutenção e sobressalente de peças, o lançamento correto deverá ocorrer a partir de

um novo lançamento de ativo imobilizado e cálculo de depreciação.

3.3.1.4.3. CONCEITOS SOBRE IMOBILIZADOS

Valor Contábil – é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da

depreciação acumulada e das perdas por desvalorização;

Imobilizado líquido = Valor do custo de aquisição - depreciação

Custo – é pago na data da sua aquisição ou valor da construção, ou ainda, se for

o caso, o valor atribuído do ativo quando inicialmente reconhecido de acordo

com as disposições específicas;

Depreciação – é a mensuração econômica de desgaste ou obsolescência de um

bem em relação a sua vida útil, econômico ou fiscal;

Valor Depreciável – é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo,

menos o seu valor residual;

Valor Específico para a Entidade – é o valor presente dos fluxos de caixa que

uma entidade espera obter com o uso contínuo de um ativo;

Valor Justo – é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre as partes

interessadas, conhecedoras do negócio, independentes entre si. Não é o valor de

compra, nem o valor de venda, mas sim um valor que atribuímos, que seja ideal,

o verdadeiro;

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Perda por Desvalorização – é o valor pelo qual o valor contábil de um bem ou de

uma unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável.

3.3.1.5. CPC 4 (R1) - ATIVO INTANGÍVEL

3.3.1.5.1. COMO DEFINIMOS INTAGÍVEL?

Controlados pelas entidades e resultantes de eventos passados, os ativos que não

têm substância física, são considerados intangíveis.

Se espera que, a partir desses, resultem benefícios econômicos futuros para a

entidade.

Em alguns casos, os mesmos podem estar contidos em elementos que possuem

substancia física, como um disco contendo software ou documentação jurídica referente

à uma patente, por exemplo.

A seguir, conheceremos alguns exemplos de intangíveis:

Softwares;

Patentes;

Direitos autorais;

Lista de clientes;

Franquias;

Direitos sobre filmes cinematográficos.

O ativo intangível requer identificação, para conseguirmos diferenciar de goodwill2.

Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de

definição de um ativo intangível, quando:

(a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e

vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou

junto com um contrato, ativo ou passivo relacionado, independente da

intenção de uso pela entidade; ou

(b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais,

independentemente de tais direitos serem transferíveis ou separáveis

da entidade ou de outros direitos e obrigações.

(CPC 04 (R1), p. 07)

2 Ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura.

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3.3.1.5.2. MENSURAÇÃO

Segundo o CPC 04 (R1), p. 08, a mensuração é “aplicável a custos incorridos

inicialmente para adquirir ou gerar internamente um ativo intangível e aos custos

incorridos posteriormente para acrescentar algo, substituir parte ou recolocá-lo em

condições de uso.”

Exemplos de gastos que não fazem parte do custo de ativo intangível:

(a) custos incorridos na introdução de novo produto ou serviço (incluindo

propaganda e atividades promocionais);

(b) custos da transferência das atividades para novo local ou para nova

categoria de clientes (incluindo custos de treinamento); e (c) custos administrativos e

outros custos indiretos.

(CPC 04 (R1), p. 10)

3.3.1.5.3. VIDA ÚTIL

Para avaliar a vida útil de um ativo intangível, devemos analisar se esta é

definida ou indefinida. Inicialmente, a duração ou o volume de unidades semelhantes na

produção que formarão a vida útil do intangível.

A vida útil indefinida é feita analisando todos os fatores relevantes e, assim,

identificando que não há um limite previsível para apontar o período em que o ativo irá

gerar fluxos de caixa líquidos positivos para a entidade.

Portanto, através da vida útil do ativo intangível é que faremos sua

contabilização. Um intangível que tenha vida útil definida, deverá sofrer amortização.

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3.4. TEORIA DA CONTABILIDADE

3.4.1. HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

"A Contabilidade é tão antiga quanto o homem que pensa, e, se, quisermos ser

pessimistas, é tão antiga quanto o homem que conta e que é capaz de simbolizar os

objetivos e seres do mundo por meio da escrita.” (IUDICÍBUS, 1993).

A Origem da Contabilidade está diretamente ligada à necessidade de registros do

comércio.

A atividade de barganha, ou seja, troca de mercadorias, assim como as venda dos

comerciantes necessitava de acompanhamento das mutações de seus bens quando cada

transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros

ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com

escritas, embora rudimentares.

Com o progresso da humanidade a pratica do comercio também progrediu,

passando a ser praticada cada vez mais, por mais e mais pessoas, e nas mais diversas

regiões se espalhando assim, pelas cidades do mundo antigo. A cada realização, um

novo tipo de registro e cada vez mais integrada com a Contabilidade nos negócios

comerciais.

3.4.2. CONTABILIDADE ATRAVÉS DOS TEMPOS

Pré-história: 8.000 a.C. até 1.202 d.C. (empirismo, conhecimento superficial):

experiências e práticas vividas pelas civilizações do mundo antigo, destacando-

se os estudos sumérios, babilônios, egípcios, chineses e romanos;

Idade Média: 1.202 d.C., com a obra “Liber Abaci”, de Leonardo Fibonacci:

período de sistematização dos registros;

Idade Moderna: 1.494, com a publicação da obra do frei e matemático Luca

Paccioli, em Veneza, onde este fez o relato sobre o método das “Partidas

Dobradas”, tornando- se um marco na evolução contábil;

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Após a publicação da obra do Frei Paccioli (nascido em 1447 em Borgo di San

Sepolcro- Toscana- Itália e falecido em 1517) inicia-se uma nova fase para

contabilidade, uma fase moderna com desenvolvimento, com novos controles

em forma de livros de anotações das transações realizadas pelos mercadores,

como: diário, razão; livros sobre registros de operações (aquisição, permuta,

sociedade, etc.);

Idade Contemporânea: a Contabilidade, provavelmente deixa de ser “arte” para

tornar-se “ciência”. A partir dai surgiram várias doutrinas contábeis como

Contista, Controlista, Personalista, Aziendista e Patrimonialista.

3.4.3. DOUTRINAS CONTÁBEIS

Contista: preocupação com a Conta;

Controlista: preocupação com o controle. Como controlar os registros da

empresa.

Personalista: queremos personalizar a empresa na visão de seu sócio. Ênfase no

sócio.

Aziendista: interligação entre pessoas e bens, relação entre as pessoas e a

empresa.

Patrimonialista: foco agora é a Contabilidade deve estudar todas as relações que

vimos, mas especialmente com foco no patrimônio.

3.4.4. CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE

3.4.4.1. RELEVÂNCIA

Para que as informações serem úteis, deve- se também ser relevantes à

necessidade dos usuários na tomada de decisões. Sendo assim, a informação pode

considerar- se relevante quando em algum momento influencie nas decisões econômicas

dos usuários, avaliando o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou

confirmando e corrigindo as suas avaliações anteriores.

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3.4.4.2. TEMPESTIVIDADE

Diz respeito ao fato de ter a informação contábil a tempo de poder interferir na

tomada de decisão, ou seja, dentro do tempo da decisão. Se as informações são

relevantes e fidedignas, porém não chegou às mãos do tomador da decisão a tempo da

decisão ser tomada, ela não foi tempestiva e também não colaborou no processo da

tomada de decisão.

3.4.4.3. CONFIABILIDADE

Conhecida também como representação fidedigna tem que apresentar a

informação necessária por completa, para que assim o usuário entenda e compreenda a

tudo o que está sendo retratado, há a necessidade de ser neutra pois ela não pode

representar tendências, por exemplo, o valor de uma reclamação por danos em uma ação

judicial movida contra a entidade são questionados, pode ser inadequado reconhecer o

valor total da reclamação no balanço patrimonial, embora possa ser apropriado divulgar

o valor e as circunstâncias da reclamação e livre de erros, conforme o pronunciamento

do CFC não significa livre de todos os erros, significa que não erros de omissões no

fenômeno retratado.

3.4.4.4. COMPARABILIDADE

Para uma verificação de maior discernimento com o objeto de reconhecer

propensões na sua posição patrimonial e também financeira na sua performance há a

necessidade que o usuário, passe a ter todas as informações significativas das DRE

anteriores e outras informações contábeis.

Destaca-se ainda a capacidade que os usuários das informações contábeis devem

ter de comparar dados contábeis de diferentes entidades, com a finalidade de considerar,

relativamente, a posição patrimonial e também financeira, a execução e as

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transformações financeiras, ganhando ênfase no modo como essas demonstrações

contábeis foram preparadas.

3.4.4.5. COMPREENSIBILIDADE

Enfatiza-se que toda informação contábil deva ser de fácil compreensão,

independentemente do grau de instrução do usuário, ressaltando que isto não significa

que as informações mais complexas devam ser excluídas das demonstrações, devido o

grau de influência para se tomar decisões.

3.4.5. FUNÇÃO E ORIGEM DE UM PRINCÍPIO CONTÁBIL

Para que um enunciado com força de aplicação geral pelos contadores

seja classificado como princípio contábil, é necessário que contenha duas

características essenciais: deve ser praticável e útil. A utilidade diz respeito ao

valor agregado à informação contábil pela aplicação daquele princípio. A

praticabilidade está vinculada á premissa de que, se a observância daquele

procedimento não puder ser de alguma forma exigida de todos os contadores,

então faltará a esse enunciado o caráter de generalidade, tornando-o

impraticável para algum segmento, região ou atividade econômica

especificamente.

(Érico Eleutério da Luz, TEORIA DA CONTABILIDADE, p. 74).

3.4.6. PRINCÍPIOS DA CONTABILIDADE

3.4.6.1. PRINCÍPIO DA ENTIDADE

Esse princípio tem como axioma que o patrimônio da empresa não

se confunde com o dos seus sócios ou proprietários, no caso de

sociedade ou instituição. Determina-se, pelo enunciado, a clara

distinção entre o que pertence à entidade e o que é das pessoas, físicas

ou jurídicas, seus sócios e acionistas”. (Érico Eleutério da Luz,

TEORIA DA CONTABILIDADE, p. 76).

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45

3.4.6.2. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE

[...] a premissa fundamental desse postulado é que as entidades são

criadas com a intenção de operar por tempo indeterminado. Essa

premissa deve ser observada quando do registro e da avaliação das

mutações patrimoniais. Esse princípio só é alterado quando surgem

fortes evidencias de descontinuidade. A regra, portanto, é a perenidade

dos negócios, premissa que determina os critérios de reconhecimento

e avaliação de ativos e passivos. (Érico Eleutério da Luz, TEORIA

DA CONTABILIDADE, p. 77).

3.4.6.3. PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

“O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e

apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e

tempestivas”. (Érico Eleutério da Luz, TEORIA DA CONTABILIDADE, p. 77 e 78).

A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação

da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é

necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da

informação”. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10).

3.4.6.4. PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL

"O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do

patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das

transações, expressos em moeda nacional”. (Érico Eleutério da Luz, TEORIA DA

CONTABILIDADE, p. 78).

Após a integralização, nos valores podem acontecer alterações, tais como valor

justo, atualização monetária, custo corrente, valor presente e valor realizável.

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3.4.6.5. PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA

A observância do princípio implica que as receitas e as despesas serão

reconhecidas pela contabilidade conforme a ocorrência de seus respectivos fatos

geradores. Esse enunciado determina que os valores relativos a receitas e despesas

serão contabilizados conforme o fato econômico e conforme suas respectivas

realizações financeiras. (Érico Eleutério da Luz, TEORIA DA CONTABILIDADE, p.

80).

Ou seja, o Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e

outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente

de recebimento ou pagamento.

3.4.6.6. PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA

Neste princípio, destaca-se que quando houver mais de uma opção para

mencionar, no que diz respeito aos Ativos e as Receitas, serão adotados a opção de

menor valor. Em contrapartida, para os Passivos e Despesas, os valores a serem

mensurados deverão ser os maiores.

3.4.7. CPC 00 (R1) - ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E

DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO CONTÁBIL-FINANCEIRO

As demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários

externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades

diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades tributárias, por exemplo,

podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios

interesses. Essas exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações

contábeis elaboradas segundo esta Estrutura Conceitual.

Demonstrações contábeis elaboradas dentro do que prescreve esta

Estrutura Conceitual objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada

de decisões econômicas e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o

propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados

grupos de usuários.

Demonstrações contábeis elaboradas com tal finalidade satisfazem as

necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles

utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas,

tais como:

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(a) decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;

(b) avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe

tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação

de contas;

(c) avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e

proporcionar-lhes outros benefícios;

(d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros

emprestados à entidade;

(e) determinar políticas tributárias;

(f) determinar a distribuição de lucros e dividendos;

(g) elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou

(h) regulamentar as atividades das entidades.

(CPC 00- (R1) IASB – BV 2011).

3.4.8. OBJETIVO DA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DAS

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As demonstrações contábeis são informações e fatos ocorridos na entidade, que

proporcionam, ao fim de cada exercício, com a finalidade de mostrar para os

stakeholders3, ao governo e a todos os interessados, o que de fato aconteceu durante um

determinado período. É como se relatasse a “vida” da instituição.

São ferramentas que propagam informações de uma maneira mais simplificada e

sucinta, destacando que, mesmo sendo simplificada, não deixa de abordar qualquer dado

que se caracterize importante. Fotografa também seu comportamento social, o estilo de

seu trabalho e os seus resultados obtidos. É mediante a essas informações que a

instituição será conhecida, podendo captar novos investidores e firmar um

reconhecimento positivo perante o mercado.

3 Significa público estratégico e descreve uma pessoa ou grupo que tem interesse em uma empresa,

negócio ou indústria, podendo ou não ter feito um investimento neles. Em inglês, stake significa interesse,

participação, risco e holder significa aquele que possui.

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Conhecidas também como Demonstrações Financeiras, é a união das

informações que são obrigatoriamente divulgadas anualmente pela empresa e configura

a prestação de contas para acionistas e sócios, assim como para todos os usuários da

informação contábil.

Embasados no conhecimento que é passado pelas demonstrações, e que são

retirados de relatórios da contabilidade, há a facilidade para diversos usuários na tomada

de decisão, já que esses dados expressam a situação patrimonial da empresa.

Sempre lembrando que as demonstrações devem respeitar aos critérios e formas

expressas em Lei, onde é possível encontrar a informação de quais demonstrações

deverão ser elaboradas pelas entidades, sendo elas de capital aberto ou não.

O objetivo desta Norma e Procedimento de Contabilidade - NPC é determinar a

base de apresentação de demonstrações contábeis de uso geral, a fim de

assegurar comparação tanto com as próprias demonstrações contábeis de

períodos anteriores quanto com as demonstrações contábeis de outras

entidades. (IBRACON NPC nº 27 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS-

APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÕES).

Faz- se necessário que as demonstrações sejam expostas de forma adequada,

conforme a legislação, com informações complementares de itens imprescindíveis,

concedendo maior transparência administrativa. Devem ser realizadas, respeitando aos

Princípios Fundamentais da Contabilidade e às Normas Brasileiras de Contabilidade.

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e

Contabilidade (Anefac, 2008), empresas sediadas em todo o território nacional,

selecionadas nas áreas de Comércio, Indústria e Serviço, exceto serviços financeiros,

podem participar do processo. Devem divulgar as seguintes demonstrações: Balanço

Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstrações das Mutações

do Patrimônio Líquido; Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos; Notas

Explicativas; Demonstrações Comparativas; Relatório da Administração e Parecer dos

Auditores Independentes. Não há restrições quanto ao formato jurídico, podendo ser

S/As, Ltdas., etc., ou quanto aos resultados e situação econômico-financeira das

empresas, os quais não interferem no processo de seleção.

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São critérios de seleção:

Qualidade e grau das informações contidas nas demonstrações e notas

explicativas.

Transparência das informações prestadas.

Qualidade do relatório da administração e sua consistência com as informações

divulgadas.

Aderência aos Princípios Contábeis.

Ressalvas no parecer dos auditores independentes, levando-se em conta suas

naturezas.

Apresentação da divulgação quanto a layout, legibilidade, concisão, clareza

etc.

Divulgação de aspectos relevantes, não exigidos legalmente, mas importantes

para o comércio como: fluxo de caixa, Demonstração do Valor Adicionado

(agora obrigatória para empresas de capital aberto), Ebitda, valor econômico

agregado, balanço social, efeitos inflacionários etc.

(Iudícibus, Sérgio de. Introdução teoria da contabilidade para o nível de

graduação Sérgio de Iudícibus, José Carlos arion, ana Cristina de Faria. – 5. ed.

– São Paulo: atlas, 2009).

Tomamos conhecimento, embasados no tema descrito, de que as Demonstrações

Contábeis são de essencial importância, usadas para averiguar as informações

relacionadas às operações da empresa, almejando o lucro.

Procedimentos esses que são destinados a salientar a situação patrimonial e

financeira da empresa, trazendo à tona dados de extrema importância que servirão de

amparo na tomada de decisões dos stakeholders.

Com a apresentação dos relatórios contábeis é possível, mediante o relatório

escolhido, ter acesso a assuntos e dados específicos e resumidos da situação econômico-

financeira do negócio. As Demonstrações Contábeis se tornam uma espécie de espelho

da empresa, permitindo analisar de vários ângulos a situação presente, passada e,

consequentemente, imaginar situações futuras.

Tornando-se, inegavelmente, instrumento essencial para o desenvolvimento de

uma empresa, não esquecendo os investimentos de terceiros que se amparam justamente

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nesses dados caracterizando, assim, a sua suma importância na veracidade das

informações disponibilizadas e, principalmente, que estejam de acordo com a realidade

da empresa, ressaltando a importância de seguir os princípios contábeis e éticos para a

escrituração.

3.4.9. CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO

CONTÁBIL

De acordo com o CPC 00, para que a informação contábil-financeira seja útil,

ela precisa possuir características qualitativas fundamentais e qualitativas fundamentais

de melhoria.

Se a informação contábil-financeira é para ser útil, ela precisa ser

relevante e representar com fidedignidade o que se propõe a representar. A

utilidade da informação contábil-financeira é melhorada se ela for comparável,

verificável, tempestiva e compreensível. (CPC 00- (R1) IASB – BV 2011).

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3.5. PRÁTICAS DE SISTEMAS CONTÁBEIS

Como vimos nas disciplinas anteriores, a respeito dos métodos/formas de

lançamentos contábeis, nessa disciplina pudemos colocar em prática tudo que

aprendemos.

Práticas de lançamentos em sistemas Contábeis, nada mais é do que realizar os

diversos lançamentos existentes na contabilidade, a fim de obter as demonstrações

contábeis que, na maioria das vezes, auxiliam na tomada de decisões os empresários,

acionistas, fisco, entre outros. As demonstrações contábeis utilizadas nesse projeto são:

Balanço Patrimonial (anexo 1), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) (anexo

2), Livro Diário (anexo 3), Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) (anexo4), entre

outras.

Porém, incialmente, é necessário a elaboração do Plano de Contas (anexo 5) para

obter essas demonstrações.

3.5.1. PLANO DE CONTAS

Objetivos do Plano de Contas

Estabelecer normas de conduta para o registro de informações

da empresa e atender três objetivos fundamentais:

1. Atender as necessidades de informação da empresa;

2. Observar formato compatível com os princípios de contabilidade e

com a norma legal de elaboração das demonstrações contábeis;

3. Adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos,

principalmente à Legislação do IR.

(DOVAL, Danilo Morais - Material didático, Fev/2017)

O Plano de Contas é o documento base que auxilia na elaboração das

demonstrações descritas anteriormente. Este, é composto pelas contas Sintéticas e

Analíticas. Assim, é composto por cinco níveis de contas, sendo: 4 contas sintéticas e 1

conta analítica.

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Níveis do plano de Contas.

o O Nível 1 identificará a classe de determinada conta:

Ativo/ Passivo/ Receita/ Despesa/ Resultado.

o O Nível 2 identificará a qual grupo de contas representa a conta:

Ativo Circulante/ Passivo Circulante/ Patrimônio Líquido/ Receita Bruta.

o O Nível 3 identificará a qual subgrupo de contas representa a conta:

Disponibilidades/ Obrigações de Curto prazo.

o O Nível 4 identificará o elemento de contas representado:

Caixa e equivalentes de caixa/ Encargos Sociais a Pagar.

o O Nível 5 identificará o subelemento de contas representado:

Caixa/ Salários a Pagar.

(DOVAL, Danilo Morais - Material didático, Fev/2017)

Após a implantação do SPED CONTABIL4, hoje popularmente conhecido como

ECD5, vale ressaltar que as contas Analíticas e Sintéticas devem estar

referenciadas/padronizadas de acordo com o Plano de Contas emitido pela Receita

Federal do Brasil.

Mesmo o Plano de Contas não sendo tão variável, sua estruturação deverá ser

personalizada para cada empresa, visto que, para cada tipo de organização, há uma

necessidade de registros e análises de informações distintas. Ou seja, um plano de

contas “padrão” não poderá compreender com riqueza de detalhes.

4 Registro digital dos livros contábeis

5 Escrituração Contábil Digital - Implantado em 19 de Dezembro de 2013 conforme (IN RFB N° 1420)

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O Plano de Contas é dividido em cinco grandes grupos:

Ativos;

Passivos;

Custos/Despesas;

Receitas e

Resultados

Por sua vez, dentro de cada um destes grupos são criadas as contas sintéticas,

aquelas que não levam lançamentos.

As contas sintéticas resumem uma série de contas da mesma natureza.

Exemplos: Despesas de administração, Bancos, Clientes, Veículos, entre outras.

Em seguida, essas serão detalhadas em contas e subcontas, até que finalizem em

contas analíticas, as quais levarão os lançamentos. Portanto, contas analíticas são todas

as contas que procedem de um fato contábil referindo ao detalhamento da conta lançada

no livro razão. De forma clara, temos a análise profunda de uma conta. Exemplo: Conta

Banco do Brasil, Duplicatas a receber de “fulano”, Venda de mercadoria, entre outras.

3.5.2. BALANÇO PATRIMONIAL – BP

O Balanço Patrimonial é a demonstração onde ficam descritos o Ativo, Passivo e

Patrimônio Líquido das empresas. Sua estrutura é bem simples e de fácil compreensão.

Do lado esquerdo ficam as contas de Ativo; do lado direito ficam as contas de

Passivo e Patrimônio Líquido (na parte inferior).

Após a Lei 11.638/07, tanto as contas de Ativo quanto de Passivo, foram

divididos em duas partes: Ativo/ Passivo Circulante e Ativo/ Passivo Não Circulante.

A ordem das contas de Ativo são classificadas por ordem de liquidez, ou seja, o

que pode ser transformado mais rápido em dinheiro. Por isso, a primeira conta desse

grupo é a conta Caixa.

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Em contrapartida, as contas de Passivos são classificadas por ordem de

exigibilidade, ou seja, o que deve ser pago primeiro. Em alguns Balanços, geralmente

podemos observar as obrigações trabalhistas como a primeira obrigação a ser quitada.

Por outro lado, os últimos a receberem serão os sócios e por isso seus “direitos”

ficam em último lugar no grupo do Patrimônio Líquido.

A seguir, um exemplo simplificado de Balanço Patrimonial:

ATIVO PASSIVO

Ativo Circulante Passivo Circulante

Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante

Patrimônio Líquido

Total do Ativo Total do Passivo

3.5.3. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE

Na DRE ficam concentradas as contas de Receitas/Despesas.

Nessa demonstração, também constam as contas dedutíveis da receita, ajustes

antes do IR e despesas como provisões, água, energia elétrica, salários, etc.

Sua estrutura também é simples, porém um pouco mais detalhada ou, à primeira

vista mais, mais “complicada” que a demonstração anterior.

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Veremos, a seguir, um exemplo de estrutura da DRE.

(=) Receita Bruta

(-) Deduções de Vendas

(=) Receita Líquida

(-) CMV

(=) Lucro Bruto

(-) Despesas com Vendas

(-) Despesas Administrativas

(-) Despesas Financeiras

(=) Resultado antes IRPJ e CSLL

(-) Provisão IRPJ e CSLL

(=) Lucro/ Resultado Líquido

Assim como no Balanço, a DRE sofreu alterações na sua estrutura e

nomenclaturas após a lei 11.638/07. Quando se obtém esse resultado líquido, ele é

transferido para o Balanço Patrimonial na conta Lucros/Prejuízos do Exercício, pois a

empresa pode fechar tanto com Lucro quanto com Prejuízo

Essa conta fica localizada no grupo Patrimônio Líquido do Balanço Patrimonial.

Portanto, essa demonstração tem um peso enorme por complementar o Balanço

Patrimonial das empresas.

3.5.4. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA – DFC

Essa demonstração entrou em vigor junto com a Lei 11.638/07.

Assim como a DRE, essa demonstração também é de suma importância e tem

influência direta no Balanço Patrimonial. Por isso, foi criado um CPC 03, que trata

somente desse relatório.

Estão obrigadas a apresentar essa demonstração as empresas de Capital Aberto e

cujo Patrimônio Líquido seja superior a R$2 milhões.

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As empresas ME e EPP também deverão elaborar essa demonstração conforme o

item 3.7 (e) da NBC TG 1000.

Sua estrutura é um pouco mais complexa, se comparada com BP e DRE. Essa

tem a finalidade de demonstrar todas saídas e entradas de dinheiro que ocorreram na

empresa naquele período, seja ele mensal, trimestral ou anual.

A DFC pode ser produzida por dois métodos, como já vimos anteriormente

nesse projeto: método direto e indireto.

Para aula prática, produzimos uma DFC por método indireto.

A seguir, iremos conhecer um exemplo dessa demonstração:

Resultado do Exercício

Depreciação e amortização

Valor residual do ativo imobilizado baixado

Resultado na venda de investimentos

Despesas com juros sobre empréstimos e financiamentos

Constituição de provisão e contingências

Atualização de contingências

Resultado de equivalência patrimonial

Imposto correntes

Realização dos tributos fiscais diferidos

(Aumento) diminuição de ativos

Contas a receber de clientes

Estoques

Tributos a compensar e recuperar

Pagamentos antecipados

Outras contas a receber

Depósitos judiciais

Partes relacionadas

Aumento (diminuição) de passivos

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Contas a pagar a fornecedores

Obrigações fiscais

Salários e encargos sociais

Outras contas a pagar

Juros pagos

Juros recebidos

Dividendos recebidos

Imposto de renda e contribuição social pagos

Caixa gerado pelas operações

Fluxo de caixa das atividades de investimentos

Aplicações financeiras

Aquisições de ativo imobilizado e intangível

Recebimento na venda de investimentos

Valor de venda de imobilizado

Fluxo de caixa das atividades de financiamentos

Distribuição de lucros

Juros sobre capital próprio

Captações de empréstimos e financiamentos

Pagamentos de empréstimos e financiamentos

Pagamentos de acordos trabalhistas

Aumento de capital

Adiantamento para aumento de capital

Variação

Saldo inicial

Saldo final

Aumento (diminuição) de caixa

3.5.5. CONCLUSÃO

Com todas essas informações, foi possível realizar os lançamentos no sistema

contábil NETSPEED e, com isso, gerar relatórios de todas as demonstrações referente a

empresa em estudo.

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4. CONCLUSÃO

Baseados nos estudos desse módulo, ancorados pela elaboração deste Projeto

Interdisciplinar, procuramos demonstrar desde os primórdios da Contabilidade,

destacando a sua evolução no decorrer dos anos, até os avanços relevantes ocorridos em

sua história.

Demonstrando os significativos impactos sociais para o, então, mundo moderno,

para os usuários da informação contábil como um todo, e também para o mundo dos

negócios, que gira em torno da Contabilidade.

Sendo assim, concluímos que a Contabilidade passa por constantes mudanças,

tendo como objetivo a sua adequação para as novas demandas que surgem no decorrer

dos anos.

Assim, após o encerramento do período, em Fevereiro/2017, pudemos notar em

nossa DFC que a empresa teve um giro de caixa em torno de R$ 21 mil, com resultado

líquido de aproximadamente R$ 59 mil.

Vale ressaltar que a empresa não teve nenhuma mutação/alteração em seu

Patrimônio Líquido. No decorrer do período, a mesma teve um novo empréstimo no

valor de R$ 150 mil, porém com juros a apropriar no valor de R$ 14 mil.

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REFERÊNCIAS

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<https://blog.contaazul.com/cmv-como-e-por-que-calcular-o-custo-de-mercadorias-

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CPC - Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação do Relatório Contábil-

Financeiro. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R1). Disponível em: <www.cpc.org.br>

Acesso em: 20/05/2017;

CPC - PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO (R1) Estrutura

Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro Correlação

às Normas Internacionais de Contabilidade – The Conceptual Framework for Financial

Reporting (IASB – BV 2011 Blue Book);

CPC - Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) Demonstrações dos Fluxos de

Caixa. Disponível em <www.cpc.org.br> Acesso em: 20/05/2017;

CPC - Pronunciamento Técnico CPC 16 Estoques (R1). Disponível em:

<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-

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CPC - Pronunciamento Técnico CPC 30 (R1) Receitas. Disponível em

<www.cpc.org.br> Acesso em: 20/05/2017;

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA, Ely Célia Corbari, Marinei Abreu Mattos e

Viviane da Costa Freitag, 2012;

COSTA, Rodrigo Simão da - CONTABILIDADE para iniciantes em ciências

contábeis e cursos afins: Editora Senac São Paulo, 2010;

DANTAS, Inácio - CONTABILIDADE: INTRODUÇÃO E INTERMEDIÁRIA,

2015;

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Resolução CFC nº. 1.282/10.

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ANEXOS

Anexo 1: BP - Balanço Patrimonial

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Anexo 2: DRE - Demonstração do Resultado do Exercício

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Anexo 3: Livro Diário

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Anexo 4: DFC - Demonstração do Fluxo de Caixa

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Anexo 5: Plano de Contas Simplificado

CÓDIGO DESCRIÇÃO REDUZIDO

1 ATIVO

1.1 CIRCULANTE 1000

1.1.1 DISPONÍVEL 1001

1.1.1.01 CAIXA 1002

1.1.1.01.001 Caixa 1003

1.1.1.02 BANCOS CONTA MOVIMENTO 1004

1.1.1.02.001 Banco do Brasil S.A. 1005

1.1.3 ESTOQUES 1006

1.1.3.01 MERCADORIAS P/ REVENDA 1007

1.1.3.01.001 Mercadorias p/ revenda 1008

1.2 NÃO CIRCULANTE 1009

1.2.3. ATIVO IMOBILIZADO 1010

1.2.3.01 BENS EM OPERAÇÃO 1011

1.2.3.01.005 Máquinas e Equipamentos 1012

1.2.3.01.006 Móveis e Utensílios 1013

2 PASSIVO

2.1 CIRCULANTE 2000

2.1.1 EXIGÍVEL 2001

2.1.1.01 FORNECEDORES NACIONAIS 2002

2.1.1.01.001 Fornecedores 2003

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2004

2.3.1 CAPITAL SOCIAL 2005

2.3.1.01 CAPITAL SOCIAL 2006

2.3.1.01.001 Capital Social Integralizado 2007

2.3.2 RESERVAS 2008

2.3.2.02 RESERVAS DE LUCROS 2009

2.3.2.02.004 Retenção de Lucros 2010

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Continuação...

CÓDIGO DESCRIÇÃO REDUZIDO

3 CUSTOS/DESPESAS

3.2 DESPESAS 3037

3.2.1 DESPESAS OPERACIONAIS 3038

3.2.1.01 DESPESAS OPERACIONAIS GERAIS 3039

3.2.1.01.001 Água 3040

3.2.1.01.002 Energia Elétrica 3041

4 RECEITAS

4.1 RECEITAS OPERACIONAIS 4000

4.1.1 RECEITAS OPERACIONAIS LÍQUIDAS 4001

4.1.1.01 RECEITA BRUTA DE VENDAS 4002

4.1.1.01.001 Vendas de Mercadorias 4003

4.1.1.02 IMPOSTOS SOBRE VENDAS 4004

4.1.1.02.001 ICMS 4005

4.1.1.02.002 PIS 4006

4.1.1.02.003 COFINS 4007

4.1.1.03 CUSTO COM MERCADORIA VENDIDA 4008

4.1.1.03.001 Custo com Mercadoria Vendida 4009

5 APURAÇÃO DO RESULTADO

5.1 CONTAS DE APURAÇÃO 5000

5.1.1 EXERCÍCIO COMERCIAL 5001

5.1.1.01 RESULTADO DO EXERCÍCIO 5002

5.1.1.01.001 Lucros ou Prejuízos do Exercício 5003

Fonte: Material didático AVA Unifeob – Prof. Danilo Morais Doval, Fev./2017