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Projeto de aproveitamento energético em aeroportosTRANSCRIPT
Piezeletricidade em aeroportos
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC
BACHARELADO EM CIENCIA E TECNOLOGIA
DIEGO OLIVEIRA DE FREITAS
GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DO EFEITO PIEZELÉTRICO E M
AEROPORTOS
PROJETO DIRIGIDO
SANTO ANDRÉ - SP
2012
Piezeletricidade em aeroportos
2
SUMÁRIO
RESUMO..........................................................................................3
INTRODUÇÃO..................................................................................5
CONCEITOS INICIAIS......................................................................6
MÉTODO..........................................................................................10
RESULTADOS E DISCUSSÕES............................ .........................17
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................... .......................21
Piezeletricidade em aeroportos
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RESUMO
Neste trabalho foi realizado o estudo sobre o efeito piezelétrico, visando sua
aplicação em aeroportos para a conversão da energia mecânica produzida pelos
aviões durante os pousos e decolagens durante a operação dos mesmo.
Os resultados obtidos levaram em consideração o movimento médio do aeroporto de
Congonhas – SP, permitindo a análise quantitativa da possível energia elétrica
produzida, bem como o rendimento e a eficiência do modo de conversão.
Com bases nesses resultados e na tecnologia disponível, é possível determinar a
viabilidade da implantação desse estudo considerando as previsões do crescimento
do setor aeroviário nos próximos anos.
Palavras-chave: Piezeletricidade, aeroportos, eficiência, viabilidade;
Piezeletricidade em aeroportos
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ABSTRACT
In this investigation was realized the study about piezoelectric effect, seeking its
application in airports for commutation from mechanical to electrical energy produced
by the planes during landing and take off during their operation.
The results took into account the average motion of the Congonhas airport - SP,
allowing quantitative analysis of possible energy produced, as well as the
performance and efficiency of the conversion mode.
With bases in these results and the available technology, it is possible to determine
the feasibility of implementing this study considering the growth forecasts of airline
industry in the coming years.
Keyword: Piezoelectric, airports, efficiency, feasibility.
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1. INTRODUÇÃO
Com o crescimento populacional, avanço tecnológico e aumento da produção
industrial, torna-se necessário uma maior demanda de fontes de energia, porém não
é fácil obter energia limpa e renovável. Atualmente discute-se muito a respeito de
sustentabilidade.
A descoberta da propriedade de alguns cristais produzirem energia elétrica através
de impulsos mecânicos é uma nova opção para a conservação ambiental e
produção de energia. Dos quais destacamos as cerâmicas piezoelétricas PZT
(Titanato zirconato de chumbo PbTiO3).
Neste contexto, uma importante área de conhecimento vem ganhando destaque, o
power harvesting que consiste em aproveitar alguma forma de energia do ambiente
para gerar energia elétrica. Ou seja, power harvesting é a aquisição e conversão de
alguma fonte ambiental de energia em energia elétrica utilizável.
Um método de power harvesting é obter energia devido à vibração de uma estrutura
(no nosso estudo uma pista de pouso e decolagem), utilizando transdutor
piezelétrico. Na presença de uma ação mecânica (um avião percorrendo a pista
durante o pouso ou decolagem) o transdutor produz energia elétrica. Esta energia é
armazenada em uma bateria ou super-capacitor para depois ser utilizada em
circuitos eletrônicos.
O fluxo de energia do sistema começa na transferência de energia mecânica. A
estrutura mecânica é excitada por uma força senoidal que irá causar uma
deformação. A segunda etapa é a conversão de energia mecânica em energia
elétrica, esta conversão é efetuada pelo transdutor piezelétrico. Na terceira etapa
ocorre à conversão de corrente alternada para corrente contínua. Em seguida a
energia é armazenada e utilizada pela carga.
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2. CONCEITOS INICIAIS
2.1. Funcionamento das cerâmicas
As cerâmicas piezoelétricas são corpos maciços semelhantes às utilizadas em
isoladores elétricos, são constituídas de inúmeros cristais ferroelétricos
microscópicos, sendo inclusive denominadas como policristalinas. Particularmente
nas cerâmicas tipo PZT, estes pequenos cristais possuem estrutura cristalina tipo
Perovskita, que apresenta simetria tetragonal, romboédrica ou cúbica simples,
dependendo da temperatura em que o material se encontra, vide Fig. 1. Estando
abaixo de uma determinada temperatura crítica, conhecida como temperatura de
Curie, a estrutura Perovskita apresenta a simetria tetragonal em que o centro de
simetria das cargas elétricas positivas não coincide com o centro de simetria das
cargas negativas, dando origem a um dipolo elétrico, como ilustrado no item 1 da
Fig. 1.
Figura 1 - estrutura perovskita das cerâmicas piezoelétricas tipo pzt: 1) abaixo da
temperatura de Curie. 2) acima da temperatura de curie.
A existência deste dipolo faz com que a estrutura cristalina se deforme na presença
de um campo elétrico e gere um deslocamento elétrico quando submetida a uma
deformação mecânica, o que caracteriza o efeito piezelétrico inverso e direto
respectivamente. A deformação mecânica ou a variação do dipolo elétrico da
estrutura cristalina da cerâmica não implica necessariamente em efeitos
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macroscópicos, visto que os dipolos se arranjam em domínios, que por sua vez se
distribuem aleatoriamente no material policristalino. Para que ocorram
manifestações macroscópicas é necessária uma orientação preferencial destes
domínios, conhecida como polarização.
Propriedades piezelétricas
De uma forma simplificada, o comportamento de um piezelétrico pode ser descrito
através das propriedades elétricas e mecânicas, pelas seguintes equações:
Sendo que:
O deslocamento elétrico é uma variável dependente e representa o efeito direto.
Esta equação é composta pela equação de deslocamento elétrico para meios
dielétricos acrescentada do termo de acoplamento eletro-mecânico. A deformação
mecânica representa o efeito inverso.
Os materiais piezelétricos se distinguem por algumas características mostradas na
tabela 2.3. As mais importantes, coeficiente de acoplamento eletromecânico (k) e
módulo de Young (Y), serão descritas a seguir.
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Tabela 2.3 – Características do Piezelétrico.
Propriedade Símbolo Grandeza
Constante
dielétrica relativa
εr
Coeficiente de
acoplamento
kab
Deslocamento
elétrico
D
Deslocamento
mecânico
S
Constante
piezelétrica
dab C/N
Coeficiente de
diferença de
potencial
gab Vm/N
Módulo
piezelétrico
eab C/m2
Campo de
polarização
Ep V/m
Campo de
despolarização
inicial
Ec V/m
Densidade ρ kg/m3
Modulo de
Young
Yaab Pascals
Coeficiente de expansão térmica m/m °C
O coeficiente de acoplamento eletromecânico é a razão entre a energia mecânica
convertida para energia elétrica e a energia mecânica de entrada para efeito direto O
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efeito inverso é definido como a razão da energia mecânica acumulada em resposta
a um campo elétrico aplicado.
O módulo de Young (modulo de elasticidade) é a razão entre a tensão mecânica e a
deformação e define a rigidez mecânica de um material. Em um material piezelétrico
a tensão mecânica produz uma resposta elétrica que se opõe à deformação
resultante.
Temperatura de Curie
É a temperatura crítica onde a estrutura cristalina do material sofre a transição de
fase da simetria tetragonal para cúbica. Uma cerâmica policristalina que é submetida
a uma temperatura superior ou igual à temperatura de Curie, quando resfriada
recupera suas características piezoelétricas microscópicas, mas não as
macroscópicas, por perder a orientação preferencial dos domínios gerada pelo
processo de polarização, que possibilita a utilização prática do material como
transdutor eletro-mecânico.
Limite de tração dinâmico
É o limite máximo de tração a que o material pode ser submetido dinamicamente
sem se romper/quebrar. Este limite deve ser levado em consideração principalmente
no projeto de transdutores de potência, onde as cerâmicas piezoelétricas são
submetidas a altos campos elétricos que promovem tanto a contração (compressão)
quanto à expansão (tração) do material.
Taxa de envelhecimento
É a taxa com que as propriedades piezoelétricas do material se alteram no tempo à
medida que a orientação dos domínios de dipolos, realizada pelo processo de
polarização, se esvaece.
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3. MÉTODO
3.1. CARACTERÍSTICAS DO AEROPORTO
O aeroporto de Congonhas, é hoje o aeroporto mais movimentado do país, pela sua
característica de HUB, dos 62 aeroportos administrados pela Infraero, ele concentra
7,23% dos voos operados no Brasil, ou seja, em 2011 foram registrados nele
209.280 voos, enquanto que no país foram registrados 2.893.323 voos. Com base
nos dados referentes ao movimento e o tempo de funcionamento temos que por
hora aproximadamente 34 aeronaves pousam e decolam neste aeroporto.
Outro fator interessante para o estudo da implementação dessa tecnologia neste
aeroporto é o fato do volume de aeronaves que operam no mesmo segue uma
distribuição de característica uniforme no tempo, que podemos observar na figura
abaixo.
Figura . Movimento de aeronaves a cada hora em 2005.
Essa característica é importante, pois com uma distribuição uniforme há um melhor
aproveitamento da tecnologia instalada, uma vez que a curva de potencia e energia
convertida terá um aspecto semelhante ao apresentado na figura anterior.
O aeroporto de Congonhas possui duas pistas de pouso e decolagem paralelas, a
principal possui 1940m de comprimento por 45m de largura, a auxiliar possui 1435 m
de comprimento por 49m de largura
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Figura. Vista superior das pistas do aeroporto de Congonhas.
3.2. CARACTERISTICAS DAS AERONAVES
Devido ao reduzido comprimento de suas pistas, esse aeroporto opera somente
voos domésticos e taxi aéreo, sendo os voos domésticos os que possuem as
maiores aeronaves e representariam as maiores produtoras de desse tipo de
energia e são classificadas da seguinte forma:
Faixa 1 – 15 assentos (entre 8 e 18)
Faixa 2 – 25 assentos (entre 19 e 30)
Faixa 3 – 45 assentos (entre 31 e 60)
Faixa 4 – 100 assentos (entre 61 e 130)
Faixa 5 – 135 assentos (entre 131 e 180)
Onde as aeronaves de faixas 4 e 5, são responsáveis por 96% do tráfego aéreo
nesse aeroporto, como pode-se observar na tabela abaixo, incluindo as previsões
para os próximos anos.
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Tabela 1. Composição da frota das aeronaves
Em outras palavras, as considerando o ano de 2010, 9% das aeronaves que
operaram em Congonhas foram do tipo Boeing 737-300 e Air bus A318, os outros
87% se dividem entre Boeing 737-700, 737-800, Air bus A319 e A320. A tabela 2
abaixo mostra alguns dos parâmetros relevantes dessas aeronaves.
A-318 A-319 A-320 B-737-300 B-737-700 B-737-800
Cap. Máx
Passageiros
117 142 187 108 149 189
Massa vazio 39.300 kg 40.600 kg 42.400 kg 31.300 kg 36.400 kg 41.410
Cap. Máx
combustível
23.860 l 29.840 l 29.680 l 23.170 l 26.020 l 26.020 l
Tabela 2. Parâmetros das aeronaves em operação
Combinando as informações contidas nas tabelas 1 e 2 juntamente com o tráfego de
aeronaves por hora, pode-se calcular, com um ponto de vista conservador, a
quantidade de energia mecânica que é dissipada nesse aeroporto. De acordo com
as seguintes considerações:
1) As aeronaves operam com metade da sua capacidade de passageiros, e o
conjunto passageiro-bagagem possui 100kg;
2) Para decolar a aeronave está com 80% da sua capacidade máxima de
combustível, e no momento do pouso encontra-se com 15% da mesma;
3) Será estabelecida média, afim de simplificar os cálculos, dos parâmetros das
aeronaves de acordo com suas faixas;
4) A velocidade das aeronaves das faixas 4 e 5, no momento do pouso e
decolagem são de aproximadamente 136kt (68m/s) e 185kt (92,5 m/s)
respectivamente;
5) Devido ao baixo volume, as aeronaves das faixas 1, 2 e 3 serão
desconsideradas nos cálculos;
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6) O trafego das 34 aeronaves está igualmente dividido entre pouso e
decolagem;
7) A massa específica do querosene de aviação é de 0,83kg/m³.
8) O comprimento da pista principal a ser utilizado será de 1280m, uma vez que
desconsideramos os trechos anteriores as marcas de distância fixa.
Desta forma temos que:
• 15 pousos de aeronaves da faixa 5 e 1 pouso de aeronaves da faixa 1 são
realizados por hora;
• 15 aeronaves da faixa 5 e uma aeronave da faixa 1 decolam por hora;
Em seguida foi construída a tabela 3 onde mostramos os valores médios dos
parâmetros separados por faixas.
Média Faixa 4 Média Faixa 5
Cap. Máx
Passageiros 112,5 166,75
Massa vazio 35.300kg 40.202,5kg
Cap. Máx
combustível 23.515 l 27.890 l
Tabela 3. Médias dos parâmetros
Após a obtenção dos valores médios, construímos a tabela 4 seguir, que mostra os
parâmetros combinados e corrigidos de acordo com as considerações anteriores,
definindo as condições de pouso e decolagem.
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Decolagem
faixa 4 faixa 5
Massa total de passageiros e
bagagens 5.625 kg 8.337,5 kg
Massa vazio 35.300 kg 40.202,5 kg
Massa de combustível 15.614 kg 18.519 kg
Massa total 56.539 kg 67.059 kg
Pouso
faixa 4 faixa 5
Massa total de passageiros e
bagagens 5.625 kg 8.337,5 kg
Massa vazio 35.300 kg 40.202,5 kg
Massa de combustível 2.927,62 kg 3.472,31 kg
Massa total 43.852,6 kg 52.012,3 kg
Tabela 4. Parâmetros corrigidos
3.3 CARACTERÍSTICAS DAS CERÂMICAS
Como abordado anteriormente, as cerâmicas possuem diversos parâmetros
relacionados com suas propriedades físicas, definimos quais deles são relevantes
para o desenvolvimento de projetos de alta potencia.
Na tabela a seguir são mostrados os valores típicos desses parâmetros de acordo
com os materiais disponíveis no mercado para a produção dessas cerâmicas.
Parâmetro Zirconato Titanato de
Chumbo
Titanato de
Chumbo
PZT-4 PZT-8 PZT-
5A
PZT-
5J
PZT-
5H
PT-2
Coeficientes de acoplam ento piezoelétrico
kp: 0.60 0.50 0.61 0.60 0.63 0.01
k33: 0.68 0.63 0.70 0.71 0.73 0.52
Constantes piezoelétricas de carga
d33 (x 10-12 C/N): 300 215 400 460 550 68
d31 (x 10-12 C/N): -115 -95 -170 -210 -256 -3
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Constantes piezoelétricas de tensão
g33 (x 10-3 C/N): 26 25 25 22 19 39
g31 (x 10-3 C/N): -11 -11 -11 -9 -9 -1.7
Constante dieletrica relativa
KT3 (baixo sinal):
1250 1000 1750 2450 3100 195
Fator de dissipação,
tan d (baixo campo):
0.004 0.004 0.020 0.020 0.020 0.010
Densidade, (kg/m 3): 7600 7600 7650 7500 7500 6900
Temperatura de Curie ( oC): 325 330 360 260 190 200
Fator de Qualidade Q m: 500 1000 75 70 65 -
Constantes elásticas
sE11 (x 10-12 m2/N): 12 11 19 23 21 -
sE33 (x 10-12 m2/N): 16 14 16 16 15 -
Constantes de frequência
Np (Hz-m)
(modo planar):
2200 2270 1950 2000 1950 -
Nt (Hz-m)
(modo espessura):
1905 2032 1800 1950 2000 2200
Tabela 5. Constantes Piezoelétricas
Para nosso projeto usamos os valores relativos ao material PZT-5A, pois o mesmo
apresenta os valores das constantes médias, sendo o mais interessante a ser
analisado, uma vez que estamos fazendo uma análise conservadora.
Consideramos também o uso das cerâmicas no formato de disco com diâmetro Ø de
30mm e da espessura h de 10 mm, de acordo com os produtos disponíveis no
mercado.
Fazendo uso das equações a seguir, pode-se calcular a energia elétrica produzida
pelo aeroporto.
� = ��
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� = ���.�
�� = ���.�. ℎ
� = 2 ���� ���� �²
� = 12 1 − ���� ������
Sendo:
T: Tensão exercida na superfície dos discos, peso da aeronave distribuído entre os
pneus
G: Peso da aeronave
A: área de contato entre os pneus e a pista
D: Deslocamento elétrico
D33: constante piezoelétrica de carga
U: tensão elétrica gerada
G33: constante piezoelétrica de tensão
H: espessura do disco
We: Energia elétrica produzida
V: volume do disco
K33: Coeficiente de acoplamento
S33: constante elástica
C0: Capacitância acoplada, 1000µF
Assim podemos separar a analise da produção de energia entre os momentos de
pouso e decolagem, uma vez que o impacto com o solo no momento do pouso
resulta numa conversão energética superior do que durante a decolagem. Outro
fator importante a ser levado em consideração é a discretização do comprimento da
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pista, afim de facilitar o cálculo, para isso consideramos como elemento infinitesimal
o comprimento relativo a área de contato entre o pneu e a pista, dadas a dimensões
do pneu, pode-se demonstrar facilmente que a energia total produzida é o somatório
contribuições das cerâmicas de cada trecho percorrido pela aeronave provocando a
deformação e conversão em energia elétrica.
Desta forma temos que a área de contato de cada pneu é 20x19”, que é igual a
0,2451m², de acordo com a literatura, os trens de pouso traseiros são responsáveis
por sustentar 80% do peso da aeronave. No momento do pouso cerca de 40% da
energia mecânica é absorvida pelos amortecedores do trem de pouso, e parte
devolvida gradativamente ao solo, consideramos uma perda de metade dessa
energia absorvida pelo trem de pouso, isto é, 80% da energia de impacto é
absorvida pelas cerâmicas PZT, com base nisso pode-se fazer a modelagem da das
tensões exercidas sobre a placa durante o pouso e decolagem.
3.4 MODELAGEM MATEMÁTICA
Pouso
Durante o Pouso a aeronave se aproxima percorrendo uma rampa imaginária
fazendo 3° com a horizontal, assim sendo, podemos d ecompor a energia cinética da
aeronave em duas componentes, Ex e Ey. onde Ey é a energia fornecida ao solo.
� = ���
2
�� = 0,8.�. ����
�� = ���� .��
� = 12 1 − ���� ������
No trecho infinitesimal de cada pneu há 60 discos, a largura útil será de 6 vezes a
largura de cada pneu, totalizando 2,89m, o comprimento útil da pista será dividido
por pelo comprimento infinitesimal (0,508m) sendo assim haverão 2520 trechos,
sendo necessários 907.200 discos para a cobrir toda área útil da pista e aproveitar o
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máximo do potencial mecânico. Devemos lembrar que 1/3 desses discos serão
percorridos pelo trem de pouso dianteiro que sustenta 20% do peso da aeronave.
Assim a energia elétrica total será dada por
� = �� +�� +��
Onde:
We: é a energia elétrica total
Wet: é a energia elétrica produzida pelos trens de pouso traseiros
Wed: é a energia elétrica produzida pelos trens de pouso dianteiros
Wey: é a energia elétrica produzida no momento do toque no solo
Decolagem
De maneira análoga ao pouso, a energia elétrica produzida no momento da
decolagem se reduz à:
� = �� +��
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com a modelagem adotada anteriormente pudemos determinar a Energia total
produzida nas condições de operação normal do aeroporto, e chegamos aos
seguintes resultados:
Durante o pouso:
Aeronaves de faixa 4
Ey = 4,245MJ
Wey = 2,080MJ
Wet = 1,187MJ
Wed = 148,398kJ
WE14 = 3,415MJ
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Aeronaves de faixa 5
Ey = 5,035MJ
Wey = 2,467MJ
Wet = 1,670MJ
Wed = 208.761kJ
WE15 = 4,346MJ
Durante a decolagem:
Aeronaves de faixa 4
Wet = 1,973MJ
Wed = 246.682kJ
WE24 = 2,220MJ
Aeronaves de faixa 5
Wet = 2,776MJ
Wed = 347.020kJ
WE25 = 2,810MJ
Com esses resultados podemos estabelecer a energia produzida a cada hora nesse
aeroporto, uma vez que definimos anteriormente a quantidade de voos
correspondente a cada faixa de classificação.
Com isso temos que a cada hora a energia elétrica produzida é definida por:
��� � = ��. ��� +����� +��� +���
Seguindo a equação acima temos que a energia elétrica produzida por hora é
112,975MJ, convertendo para kWh temos por hora 31,4kWh produzidos, lembrando
que esse aeroporto possui uma característica de distribuição quase uniforme,
podemos multiplicar esse valor pelo tempo de operação diário do mesmo, com isso
temos 533,55 kWh gerados por dia, aproximadamente metade da capacidade de
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geração de uma PCH, contudo com a vantagem de estar localizado no centro
consumidor, e ser praticamente nulos os custos com transmissão, outra vantagem
desse tipo de conversão energética, é a baixa necessidade de manutenção do
sistema, o que reduz os custos operacionais a longo prazo.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SOUZA, F.C. Sistema de Extração de Potência (Power Harvesting) usando
Transdutores Piezelétricos. 2011. 104f. Dissertação de Mestrado em Engenharia
Elétrica. Universidade Estadual Paulista. Ilha Solteira 2011.
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Engenharia Química. Universidade de Uberaba. Uberaba 2009.
SOUZA, F.N. Correlação entre processamento térmico, microestrutura e
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de Mestrado em Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto
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CALLISTER, W.D. Materials Science and Engineering: An Introduction. John Wiley &
Sons, E.U.A, 5ed. 2000
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<http://www2.anac.gov.br/arquivos/pdf/horaPicoForWeb.pdf> Acesso em: 13 de out.
2012.
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MASON, W., Piezoelectric Crystals and their Applications to Ultrasonics, D. Van
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NEWCOMB, C. V., Piezoelectric Fuel Metering Valves. Second International
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